Relevo brasileiro

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COMPARTIMENTAÇÃO

GEOLÓGICA BRASILEIRA

Professora: Carolina Corrêa

Objetivos

Compreender o relevo brasileiro;

Conhecer diferentes classificações;

A formação do relevo brasileiro decorre

dos vários processos endógenos e exógenos.

Há um predomínio das formações

sedimentares recentes, que ocupam cerca

de 64% da superfície. Estas formações se

sobrepõem aos terrenos cristalinos pré–

cambrianos, que formam o embasamento

do nosso relevo e afloram em 36% do nosso

território.

O relevo brasileiro não apresenta

formação de cadeias montanhosas muito

elevadas, predominando altitudes

inferiores a 500 m, uma vez que o

mesmo se desenvolveu sobre uma base

geológica antiga, sem movimentações

tectônicas recentes.

Monte Roraima – Planalto das Guianas

Os planaltos e as depressões

representam as formas predominantes,

ocupando cerca de 95% do território.

As planícies representam os 5%

restantes do território brasileiro e são

exclusivamente de origem sedimentar.

Classificação do relevo brasileiro

Existem várias classificações para o

relevo brasileiro, porém algumas delas se

tornaram mais conhecidas e tiveram grande

importância em momentos diferentes da

nossa história.

A mais antiga delas foi elaborada

pelo professor Aroldo de Azevedo,

na década de 40, e utilizava como

critério para a definição das formas

o nível altimétrico.

Com base nisso, o

Brasil dividia-se em

oito unidades de

relevo, sendo 4

planaltos, que

ocupavam 59% do

território e 4

planícies, que

ocupavam os 41%

restantes.

Planícies

A – Amazônica

B – Costeira

C – Pantanal

D – Pampas

I – Guiano

II – Brasileiro

1 – Atlântico

2 – Meridional

3 - Central

Planaltos Azevedo

Em 1970, o professor Aziz Nacib

Ab'Saber apresentou uma nova

classificação.

Por essa divisão, o relevo

brasileiro se compunha de 10

unidades, sendo 7 planaltos e três

planícies.

É um dos mais respeitados

geomorfologistas do Brasil, sendo o

primeiro a classificar o território

brasileiro em domínios

morfoclimáticos.

Ab'Saber

A mais recente classificação do relevo

brasileiro é a proposta pelo professor

Jurandyr Ross, divulgada em 1995.

Tendo participado do Projeto Radam e

levado em consideração a classificação de

Ab'Saber, Jurandyr Ross propôs uma

divisão do relevo do Brasil bem detalhada.

Ross aprofundou o critério

morfoclimático da classificação de Ab'Saber.

Esta terceira classificação considera

também o nível altimétrico, já utilizado pelo

professor Aroldo de Azevedo.

A classificação de Jurandyr Ross está baseada em três maneiras diferentes de explicar as formas de relevo:

morfoestrutural: leva em conta a estrutura geológica;

morfoclimática: considera o clima e o relevo;

morfoescultural: considera a ação de agentes externos.

Cada um desses critérios criou um

"grupo" diferente de formas de relevo,

ou três níveis, que foram chamados

de táxons e obedecem a uma

hierarquia.

1º táxon: Considera a forma de

relevo que se destaca em

determinada área — planalto,

planície e depressão.

2º táxon: Leva em consideração a

estrutura geológica onde os planaltos

foram modelados — bacias

sedimentares, núcleos cristalinos

arqueados, cinturões orogênicos e

coberturas sedimentares sobre o

embasamento cristalino.

3º táxon: Considera as unidades

morfoesculturais, formada tanto por

planícies como por planaltos e

depressões, usando nomes locais e

regionais.

Cachoeira da

Fumaça

Lençóis

Bahia

Ross apresenta uma subdivisão do

relevo brasileiro em 28 unidades,

sendo 11 planaltos, 11 depressões e

6 planícies.

Essa nova classificação utilizou a

associação de informações sobre o

processo de erosão e sedimentação, com a

base geológica e estrutural do terreno e

ainda com o nível altimétrico do lugar.

Assim, foram definidos:

Planalto – como uma superfície irregular, com altitudes superiores a 300 m, e que teve origem a partir da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares.

Depressão – superfície mais plana, com altitudes entre 100 e 500 m, apresentando inclinação suave, resultante de prolongado processo erosivo, também sobre rochas cristalinas ou sedimentares.

Planície – superfície extremamente plana e formada pelo acúmulo recente de sedimentos fluviais, marinhos ou lacustres.

Planaltos:

Planalto da Amazônia Oriental:

altitudes de até 400 m é constituído

de terrenos de uma bacia sedimentar.

Localiza-se numa estreita faixa que

acompanha o rio Amazonas, do curso

médio até a foz.

Planaltos e Chapadas da Bacia do

Parnaíba: estende-se das áreas

centrais do país (GO-TO), até as

proximidades do litoral.

Planaltos e Chapadas da Bacia do

Paraná: constituídos por terrenos

sedimentares e por depósitos de

rocha de origem vulcânica.

Planalto e Chapada dos Parecis:

Constituídos predominantemente de

terrenos sedimentares, suas altitudes

atingem cerca de 800 m.

Planaltos Residuais Norte-

Amazônicos: ocupam uma área onde

se alternam terrenos sedimentares e

cristalinos.

Planaltos Residuais Sul-Amazônicos:

também ocupam terrenos de rochas

sedimentares e cristalinas.

Planaltos e Serras do Atlântico Leste e

Sudeste:terrenos predominantemente

cristalinos. Foram denominados "domínio

dos mares de morros".

Planaltos Serras de Goiás-Minas: Caracterizam-se por formas muito acidentadas entremeadas de formas tabulares.

Serras e Residuais do Alto Paraguai: As altitudes alcançam cerca de 800 m.

Planalto da Borborema: corresponde

a uma área de terrenos formados de

rochas pré–cambrianas e

sedimentares antigas atingindo

altitudes em torno de 1.000 m.

Planalto Sul-rio-grandense:

caracterizado pela presença de

rochas de diversas origens

geológicas.

Depressões

Nos limites das bacias com os

maciços antigos, processos erosivos

formaram áreas rebaixadas. São as

depressões, onze no total, que

recebem nomes diferentes, conforme

suas características e localização.

Depressão da Amazônia Ocidental:

superfície aplainada atravessada ao

centro pelo rio Amazonas com

altitudes em torno de 200 m.

Depressão Marginal Norte Amazônia:

constituída de rochas cristalinas e

sedimentares antigas.

Depressão Marginal Sul Amazônia:

seus terrenos são

predominantemente sedimentares

com altitudes que variam de 100 a

400 m.

Depressão do Araguaia: topografia

muito plana e altitudes entre 200 e

350 m.

Depressão Cuiabana: caracteriza-se

pelo predomínio dos terrenos

sedimentares de baixa altitude,

variando entre 150 e 400 m.

Depressão do Alto Paraguai-

Guaporé:caracterizada pelo

predomínio de rochas sedimentares.

Depressão do Miranda: predominam

rochas cristalinas pré– cambrianas,

com altitudes extremamente baixas,

entre 100 e 150 m.

Depressão Sertaneja e do São

Francisco: apresentam variedade de

formas e de estruturas geológicas.

Depressão do Tocantins: Suas

altitudes declinam de norte para sul,

variando entre 200 e 500 m.

Depressão Periférica da Borda Leste

da Bacia do Paraná: terrenos

sedimentares paleozóicos e

mesozóicos. Suas altitudes oscilam

entre 600 e 700 m.

Depressão Periférica Sul-rio-

grandense: terrenos sedimentares

drenados pelos rios Jacuí e Ibicuí.

Caracteriza-se por baixas altitudes,

que variam em torno dos 200 m.

Planícies

Nessa classificação grande

parte do que era

considerado planície

passou a ser classificada

como depressão marginal.

Com isso as unidades das

planícies ocupam agora

uma porção menor no

território brasileiro.

Planície do Rio Amazonas: uma estreita faixa de terras às margens dos grandes rios da região.

Planície do Rio Araguaia: é uma planície estreita. Em seu interior, o maior destaque fica com a ilha do Bananal.

Planície e Pantanal do Rio Guaporé: trata-se de uma faixa bastante estreita de terras planas e muito baixas

Planície e Pantanal Mato-

grossense:grande área de formação

muito recente (período Quaternário),

apresenta altitudes em torno de 100 m.

Planície da Lagoa dos Patos e Mirim: ocupa quase todo o litoral gaúcho. Possui uma formação dominantemente marinha e lacustre.

Planícies e Tabuleiros Litorâneos:

São muito largas no litoral norte e

quase desaparecem no litoral

sudeste.

Referências

CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo:

Edgard Blücher, 2. ed., 1980.

GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma

atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro:

Bertrand Brasil, 2. ed., 1995. 472 p.

PENTEADO, M.M. Fundamentos de Geomorfologia.

Rio de Janeiro: IBGE, 1974. 185 p.

ROSS, Jurandyr L. Sanches (org.). Geografia do Brasil.

4. ed.- São Paulo:Editora da Universidade de São Paulo,

2003.

SENE, Eustáquio de & MOREIRA, João Carlos.

Geografia Geral e do Brasil. Volume 1 – São Paulo –

Scipione, 2010.

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