View
9
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Apoio Digital
SARCOPENIA
Apoio Digital
Inês Campos, MD/MScEspecialista em Medicina Física e de Reabilitação - Centro de Reabilitação Rovisco PaisPós-graduação em Geriatria – Universidade do Porto
Inês Ferro, MDInterna de Formação Especializada em Medicina Física e de ReabilitaçãoCentro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco PaisPós-graduação em Medicina DesportivaPós-graduação em Geriatria – Universidade de Coimbra
As afirmações expressas pelo Palestrante são da sua inteira responsabilidade.As referências bibliográficas constantes da apresentação são igualmente da responsabilidade do Palestrante.
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
Sarx (carne/músculo) + Penia (perda)
Irwin Rosenberg (1989): “Declínio progressivo da massa muscular como consequência do envelhecimento”
European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP 2010):
“Síndrome caracterizada pela perda progressiva de massa muscular esquelética e de
função muscular (força e performance), com risco de efeitos adversos como incapacidade física,
fraca qualidade de vida ou morte”
Outubro.2016: reconhecida como condição independente na ICD-10-CM (código M62.84)
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
• +++ idosos (embora se possa desenvolver em jovens)
• Fisiopatologia complexa e multifactorial
• Precursor / manifestação de fragilidade
• Preditor de eventos adversos(quedas, hospitalizações e mortalidade)
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
Distinguir de
Caquexia: síndrome metabólica complexa, associada a uma patologia de base; caracterizada pela perda severa de músculo +/- perda concomitante de massa gorda;Muitos doentes caquéticos são também sarcopénicos mas a maioria dos doentes sarcopénicos não tem critérios de caquexia
Síndrome de fragilidade: Estado de maior vulnerabilidade decorrente de um decréscimo da função homeostática, força muscular e reservas fisiológicas por múltiplas causas
Obesidade sarcopénica: doente reúne condições para o diagnóstico de sarcopenia (com↓massa muscular e baixa função) e simultaneamente elevada massa gorda; + comum em idosos;Obesidade aumenta a infiltração adiposa muscular
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
• Acarreta custos acrescidos
• EUA (2000): 18.5biliões de dólares dos custos dos cuidados de saúde à Sarcopenia
= corresponde a 1,5% do total despendido em cuidados de saúde
• WHO – nº pessoas >60 anos: 600milhões -> 1.2 biliões em 2025
-> 2 biliões em 2050
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
• Massa muscular ↑ na infância e início da vida adulta• Estável até aos 40 A (♂ > ♀)• A partir dos 50 A, ↓ massa muscular Minf ~1-2% / ano
↓ força muscular 1-55% / ano
• Associação positiva entre o peso à nascença e a FM, mantida ao longo da vida
• Risco de sarcopenia relacionado com a idade com que se atinge o pico de massa
muscular e o declínio da mesma!
Apoio Digital
SARCOPENIA - Introdução
Cruz-Jentoft A, Bahat G, Bauer J et al. Sarcopenia: Revised European Consensus of Definition and Diagnosis. Age and Ageing 2019; 48: 16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
FR que aumentam o catabolismo• Lesões• Inflamação• Stress oxidativo• Disfunção mitocondrial• Aumento da miostatina
FR que diminuem o anabolismo• Idade avançada• Alterações do desenvolvimento (infância/puberdade)• ↓ ingestão proteica (comum em idosos)• Sedentarismo / Alectuamento• ↓ IMC baixo (↑ IMC tem efeito relativamente protector)
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Factores inflamatórios
Inflammageing = estado inflamatório sistémico de baixo grau, crónico• ↑ níveis de citoquinas inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-1)• ↑ proteínas de fase aguda
Associado a > perda de massa e força muscular• Influência do ↑ citoquinas inflamatórias• Estimulação da proteólise (TNF-α potente estimulador)• ↓ ingestão calórica no idoso e ↓ peso corporal
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Factores endócrinos
• ↓ GH/IGF-1 relacionada com ↓ massa muscular e DMO no idoso e ↑ massa gorda visceral
• ↓ Testosterona e < sensibilidade dos tecidos musculares induz ↓ massa muscular e DMO
• ↑ Cortisol com o envelhecimento - ↓ efeitos lipolíticos (declínio da GH) -> ↑ gordura visceral e ↓DMO
Menopausa: [hormonas sexuais] ↓ drasticamente
Andropausa: [hormonas sexuais] ↓ + lentamente até à 8ª década de vida, depois rapidamente
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Resistência à insulina
• Inactividade física é um dos FR major para desenvolvimento de resistência a insulina
• Resistência anabólica -> ↓ massa esquelética (maior tecido insulino-responsivo)
• > proporção de fibras tipo II (rápidas) nos MSups (maior expressão de GLUT4 em doentes com DM2)
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Degeneração neuromuscular
Um dos mecanismos + investigados
↓ FM característica da sarcopenia deve-se, em parte, a alterações progressivas
e irreversíveis no SN decorrentes da idade, com ↓ unidades motoras
Unidade motora = motoneurónio α + fibras musculares por ele inervadasDesnervação = perda da eficácia deste sistema = tremor, descoordenação, fadiga
Atrofia de fibras musculares (++ tipo II) + ↓ nº motoneurónios α + infiltração adiposa
• Fibras tipo II são as que + sofrem o efeito do envelhecimento – ↓actividades de alta intensidade
• ↑ infiltração gorda no tecido muscular – ↓ força muscular
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Alteração do metabolismo proteico muscular
Via anabólica (síntese): Akt/PKB, mTOR, IGF-1, insulina, aminoácidos ramificados (leucina, valina, isoleucina) e exercício físico
Via catabólica (destruição): ubiquitina proteossoma, miostatina, TGF-β, atrogina-1, MuRF-1
Envelhecimento:
↓ sinalização Akt/PKB-mTOR e síntese proteica, ↑ TGF-β e miostatina = contribuem para Sarcopenia
Apoio Digital
SARCOPENIA - Et io logia
Factores ambientais
Importantes estímulos anabólicos para a síntese proteica
Adequado aporte nutricional + Actividade física
↓ ingestão alimentar relativamente comum - factores socioeconómicos, ↓ apetite, ↓ paladar e olfato,
alterações gastrointestinais, demência, depressão, dependência, …
Inactividade física: Ao fim de 10 dias de alectuamento são evidentes ↓ força e potencia muscular
assim como da capacidade aeróbia!
São as 2 principais causas modificáveis de
Sarcopenia no idoso!
Apoio Digital
SARCOPENIA
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Apresenta-se na Consulta por:
• Sente-se a “ficar velho”, mais fraco e lento desde há ~4 meses• Desconhece factor despoletante
• Sensação de perda de volume muscular nos membros• Menor força nos membros inferiores
• História de quedas (2 no último ano)• Nega perda de peso recente ou sintomas B
• Autónomo nas actividades de vida diária einstrumentais
♂, 71 anosReformado
CasadoReside com a esposaem casa própria
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Sem Hx familiar relevante
Antecedentes pessoais:# FRCV: HTA [2001], Dislipidemia [2010]# HBP [2013]# Osteoartrose# PTJ direita# Angioplastia com 2 stents coronários [2011]
Medicação Habitual:• Losartan 50mg, Carvedilol 6.25mg, Varfarina, Finasterida
5mg, Espironolactona 25mg, Sinvastatina 20mg
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Aporte nutricional:- Apetite conservado- Refere que gosta mais de peixe, come pouca carne.
Actividade física e exercício físico:- Não regular, 1x/semana ocasionalmente
Padrão Sedentário
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Que factores de risco relevantes identificou até agora?
a) História de quedas (2/último ano)b) Polifarmáciac) Baixo aporte nutricional (proteico)d) Sedentarismoe) Osteoartrosef) Todas correctas
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Exame Objectivo:• Apirético• Peso 60Kg, Altura 165cm = IMC 22.04Kg/m2
• Emagrecido, amiotrofia• Pele e mucosas coradas, ligeiramente desidratado• ACP sem alterações de relevo• aROM sem limitações de relevo excepto 0º de RI
coxofemorais e joelho drto 0-120º• FM (MRC) G4 global• Faz pinça termino-terminal até ao 4º dedo• Padrão de marcha com passada ligeiramente mais curta,
ligeira anteflexão do tronco, adquirindo com o avançar do tempo de marcha menor destacamento dos pés do solo na fase de balanço
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Ponderariam Sarcopenia?
Apoio Digital
SARCOPENIA - Categorias
Sarcopenia aguda:
• Sarcopenia com duração <6 meses
• Relacionada com doença ou lesão aguda
Sarcopenia crónica:
• Sarcopenia com duração ≥6 meses
• Associada a patologias crónicas e progressivas
• ↑ risco de mortalidade
Distinção para facilitar a intervenção precoce e prevenir / atrasar a progressão da Sarcopenia
e suas consequências
Apoio Digital
SARCOPENIA - Categorias
Primária
Associada ao envelhecimento, sem outra causa subjacente
Secundária
Uma ou mais causas evidentes, podem estar relacionadas com a actividade física,
nutrição ou doença
Devido ao caracter multifactorial, muitas vezes não é possível a destrinça
Apoio Digital
SARCOPENIA – Estadios de Sever idade
Apoio Digital
SARCOPENIA – Estadios de Sever idade
Os estádios refletem a severidade da doença, permitindo a gestão clínica da patologia
European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) recomenda a categorização em
• Pré-sarcopenia: ↓ massa muscular sem impacto na força muscular ou performance
• Sarcopenia: ↓ massa muscular + ↓ força muscular ou da performance
• Sarcopenia severa: presença dos 3 critérios
Cut off ainda não standardizado (dependente do método e avaliação do observador)
Apoio Digital
SARCOPENIA – O que a EWGSOP2 trouxe de novo?
Inclusão nos critérios de força muscular e massa muscular
• ↓ massa muscular associada a ↓ força muscular (relação não é linear)
• ↓ força muscular é + rápida do que a ↓ concomitante de massa muscular
• Goodpaster et al: em idosos dos 70-79 A, a massa muscular ↓ 0.5-2% /ano comparativamente a 2-4% de ↓ FM
Portanto, as alterações associadas ao envelhecimento sobre a qualidade muscular
podem ser tão importantes como a ↓ da massa e quantidade muscular (especialmente
fibras tipo II, ↓ mitocondrial e ↑infiltração gorda, que contribuem para ↓ força e performance)
Apoio Digital
SARCOPENIA – ECDs
1. ↓ massa muscular
Cálculo da massa esquelética apendicular (ASM)• Relação consistente com a massa muscular total• Medida por DXA (Dual-Energy X-Ray Absorptiometry) – método + usado, rápido (min)• Método preciso, fácil e seguro de reproduzir – presente em todas as organizações
• 7.23-8.87Kg/m2 em homens, 5.45-6.42Kg/m2 em mulheres
Índice de massa musculoesquelética (SMI)• Ajuste da ASM à altura [(massa muscular do braço + massa muscular da perna)/altura2]• Equações preditivas a partir da BIA (Analise de Impedância Bioelétrica)• Alternativa prática útil; rápido, não invasivo, portátil, barato, válido
Não permitem a distinção entre água intracelular e extracelular• Pode levar a erros de medição em alteração do estado de hidratação (atletas, idosos)• Subestimação da massa gorda e sobrestimação da massa magra
Apoio Digital
SARCOPENIA – ECDs1. ↓ massa muscular
TC, RMN• Gold standard para avaliar massa muscular esquelética na investigação clínica• + precisos, > especificidade e sensibilidade• Área muscular esquelética abdominal a nível de L3 fortemente relacionada com a
distribuição da massa magra corporal total = permite estimar a massa muscular total• A área muscular na coxa tem uma correlação ainda + forte com o volume muscular total• Avaliam também a qualidade muscular = infiltração gorda• ↑Custos elevados, > duração de realização, ↓acessibilidade, ↑ dose de radiação (TC)
Ecografia• Uso recente; avaliar a qualidade e quantidade muscular (quadríceps femoris)• Válida na avaliação do tamanho muscular em idosos• Boa estimativa da massa muscular
Apoio Digital
SARCOPENIA – ECDs
1. ↓ massa muscular
Métodos antropométricos (primeiros estudos)• Circunferência do braço, perna e pregas cutâneas• Envelhecimento (depósitos de gordura e ↓ elasticidade da pele): erros de estimação na população idosa• Substituído por métodos + recentes, com > especificidade e sensibilidade – X boa medida da massa muscular
Contagem de K+ total• 50% do K+ encontra-se presente no tecido musculoesquelético• Método clássico, não usado por rotina
Teste de diluição de Creatina• Produção pelo fígado e rim + ingestão em carnes• Músculos -> conversão irreversível em fosfocreatina. Circulante em excesso transforma-se em creatinina• Excreção de creatinina = estimativa da massa muscular total• Correlaciona-se com as medidas obtidas por RMN e moderadamente com as de BIA e DXA• +++ investigação
Apoio Digital
SARCOPENIA – ECDs
2. ↓ força muscular
EWGSOP permite vários testes
Força de preensão da mão – Dinamómetro de Jamar• Correlaciona-se moderadamente com a FM de outros segmentos corporais
• Quando medição impossível, usam-se métodos de torque isométrico no MInf
Flexão/extensão do joelho
Determinação do débito expiratório máximo – pouco usada
Apoio Digital
SARCOPENIA – ECDs
3. ↓ performance física
Definida como uma medida objectiva da função corporal relacionada com a locomoçãoConceito multidimensional: Músculos + funções nervosas periféricas e centrais
Métodos mais usados• Short Physical Performance Battery (SPPB)
• velocidade de marcha + equilíbrio + chair stand test• Pontuação ≤8 = Fraca performance física• Uso predominantemente na investigação (demorada, > 10min)
• Teste de avaliação de marcha (Usual Gait Speed, 4 metros)• Teste seguro e confiável; Fácil de usar na prática clínica• Valor preditivo elevado na determinação de consequências clinicas major
• < funcionalidade, alterações cognitivas, necessidade de institucionalização, quedas, mortalidade• Chair stand test (tempo de levantar da cadeira e retomar à posição inicial 5x (sem auxílio dos braços)• Timed up and go test
Apoio Digital
SARCOPENIA – Grupos de Estudo
Apoio Digital
SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP
xScreening
Velocidade de marchaQuestionário SARC-F
População geral > 65 anos (anual) ou Grupos de alto risco independentemente da idade ou Doentes hospitalizados (após evento)
Apoio Digital
SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP2• Força muscular
• FM preensão manual• Chair stand test
• Massa muscular• DXA e BIA no dia-a-dia• DXA, RMN ou TC em investigação / utentes de ↑risco outcome adverso
• Performance• Vel marcha <0.8m/s• e SPPB + TUG para ver a severidade da Sarcopenia
Apoio Digital
SARCOPENIA – Guidel ines EWGSOP2
Apoio Digital
SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio
Questionário SARC-F
• Ferramenta simples
• EWGSOP2 para rastreio indivíduos com sarcopenia provável
• 1ª a ser validada em diferentes populações
• Questionário numérico
• ≥4 = Sarcopenia
• Incluido no Rapid Geriatric Assesment
Apoio Digital
SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio
Questionário SARC-F
Apoio Digital
SARCOPENIA – Ferramentas de Rastreio
Questionário SarQoL
• Aborda impacto na qualidade de vida
• Auto-avaliação - percepção sobre aspectos físicos, psicológicos e sociais
• Instrumento validado
• Tradução em múltiplas línguas
• Disponível em Português
http://www.sarqol.org/sites/sarqol/files/SarQol%20%28portuguese%20version%20European%29_0.pdf
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Exame Objectivo:• Apirético• Peso 60Kg, Altura 165cm = IMC 22,04Kg/m2
• Emagrecido, amiotrofia• Pele e mucosas coradas, ligeiramente desidratado• ACP sem alterações de relevo• aROM sem limitações de relevo excepto 0º de RI
coxofemorais e joelho drto 0-120º• FM (MRC) G4 global• Faz pinça termino-terminal até ao 4º dedo• Padrão de marcha com passada ligeiramente mais curta,
ligeira anteflexão do tronco, adquirindo com o avançar do tempo de marcha menor destacamento dos pés do solo na fase de balanço
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
“A ficar velho”+ fraco e lento< FM e volume muscularHx 2 quedas
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Considerando a suspeita de Sarcopenia neste doente, qual é a atitude mais correcta a adoptar de seguida?
a) Avaliar a performance com testes de velocidade de marcha ou TUGb) Avaliação de força muscular (preensão manual)c) Aplicar o questionário de rastreio SARC-Fd) B + Ce) Medição da massa muscular
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Questionário SARC-F = 4 pontos
Força preensão manual (dinamómetro): 23Kg
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
IMC 22,04Kg/m2
AmiotrofiaLimitações na aROMFM (MRC) G4 globalAlt padrão de marcha
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Qual é o ECD mais adequado para continuação da investigação?
a) TCb) DXAc) RMNd) Não solicitaria, a antropometria seria o suficientee) Teste de diluição da creatinina
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
ECDs:
• Av. Analítica sem alterações de relevo
• DXA: ASM de 6,9Kg/m2
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
SARC-F = 4 pontos↓ Preensão manual
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Qual é o passo do fluxograma que falta avaliar?
a) Força muscularb) Massa muscularc) Performance
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Avaliação da Performance
• Vel. Marcha (4m) 0,9m/s(N >0,8m/s)
• TUG: 19s – limítrofe(N < 20s)
• Chair stand test: 5 levantar-sentar em 14s – limítrofe(N <15s)
♂, 71 anosReformado, casadoAutónomo
SARC-F = 4 pontos↓ Preensão manual↓ DXA
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Tendo em conta todos os dados obtidos, como estratificaria o status do utente em questão?
a) Pré-sarcopeniab) Sarcopeniac) Sarcopenia severa
Apoio Digital
SARCOPENIA – Consequências
Apoio Digital
SARCOPENIA – Consequências• Alterações da mobilidade, ↑risco de quedas e fracturas
• Dificuldade em actividades da vida diária e independência
• Associada a doença cardio-respiratória
• Alterações cognitivas
• ↑ risco de infeções em doentes hospitalizados (ITU, pele e feridas)
• ↑ períodos de Hospitalização e custos de saúde (cerca de 5x superior)
• Institucionalização
• Deterioração do estado de saúde do idoso
• ↓ qualidade de vida
• ↑ mortalidade
Apoio Digital
Caso Cl ín ico
Que potenciais problemas identificados neste caso podem e devem ser abordados?
a) Optimização nutricionalb) Actividade física / Exercício físicoc) Tratamento farmacológicod) A + B e) Todas as opções
Apoio Digital
SARCOPENIA – TratamentoControlo de doença aguda
Catabolismo associado à doença aguda e período de reabilitação prolongado
Programas nutricionais específicos
Actividade física e Exercício Físico
Benéfica na maioria dos FR associados ao envelhecimento
Implica > gasto energético = ↑ necessidades calóricas = ↑suporte nutricional
Deambulação precoce
Reabilitação em meio hospitalar
Programa individualizado
Tratamento farmacológico
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Sem recomendações universalmente aceites
NutriçãoSuplementação proteica
Aminoácidos essenciais: estimulo primário para a síntese proteica
0.8-1g/Kg/dia mínimo necessário para manter a massa muscular no idoso
Aumento leva a ganho de massa muscular e função
Vitamina D
Influencia o metabolismo e tropismo muscular; recomendada medição em todos os sarcopénicos
Suplementação com cálcio e vit D ainda são controversas, com evidência insuficiente
800UI/dia se valores <100nmol/L /40ng/mL
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Sem recomendações universalmente aceites
NutriçãoMonohidrato de Creatina
Suplemento eficiente na melhoria da massa muscular e performance no idoso (quando
combinada com exercícios de resistência)
Suplementação de curto-prazo com 5-20g/dia durante 2 semanas
Anti-oxidantes
Selénio, Vit E, Vit C
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Actividade física e Exercício físico
• Até ao momento, apenas o EF mostrou ter efeito positivo na abordagem e prevenção de Sarcopenia
• Pode reverter as alterações musculares do envelhecimento e ↓ estado de inflammageing
Recomendações gerais:
Preferências do idoso (altura do dia, historial, cultura, …)
Estabelecer objectivos a curto e longo prazo
Desenhar o programa (frequência >3x/semana, intensidade, duração, tipo de exercício, progressão)
Recomendar “aquecimento” e “arrefecimento” adequados (de pelo menos 5min)
Assegurar supervisão regular (Evitar lesões e aumentar a motivação)
Avaliações regulares do progresso do indivíduo e adaptações ao programa
Combinar com suplementação / Cuidados dietéticos
Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Actividade física e Exercício físico Treino de resistência (8-10 exercícios, 8-12 reps, dias não consecutivos)
Benefício correlaciona-se com a intensidade e frequência dos regimes usados
Mais eficaz no ↑ massa muscular e força, embora também melhore a performance
Pode ser usada a modalidade de treino de resistência progressiva (PRT)
↑ massa muscular, força e velocidade da marcha
Melhores resultados na prevenção e atraso da Sarcopenia = 1ª linha
Deve ser dinâmico e incluir grandes grupos musculares (+MInf - coxa e joelho) – marcha e equilíbrio
Desde tenra idade para ↑ massa muscular em jovem, manter em adultos e minimizar as perdas com o
envelhecimento
Treino com carga tem > impacto a nível da área da fibra muscular e função, ↑nº de Fibras tipo II
Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Actividade física e Exercício físico Treino aeróbio (3x/semana durante pelo menos 30min)
Ex. endurance de ↓ intensidade melhora a capacidade oxidativa muscular e a função cardiovascular
Aumenta a capacidade aeróbia máxima
Treino de flexibilidade
Treino de propriocepção e equilíbrio
Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017; 2017:1-7
Actividade física e Exercício físicoModalidade Duração Volume Intensidade Frequência Indicação
Resistência 10-60min
3 meses(2-12 meses)
8-10 exercícios(grupos musculares major)
Progressivo(1-3 sets, 6-12 rep)
Progressiva(até 80% 1RM)
2-3x/semana(1-6)
Sarcopenia>Fragilidade
Endurance 20-60 min
3 meses(2-12 meses)
Progressivo Progressiva(moderada - alta)
3-5 dias / semana Sarcopenia=Fragilidade
Multicomponente
Resistência+ Endurance+ Equilíbrio+ Flexibilidade
45-60 min
20min10min20min10min
Progressivo Progressiva (moderada - alta)
2-3x/semana(1-7)
Sarcopenia=Fragilidade
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Phu S, Boersma D, Duque G. Exercise and Sarcopenia. J Clin Densit: Asses & Managem of Musculoskel Health 2015; 1-5.
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Tratamento farmacológico Nenhum fármaco foi ainda aprovado para o tratamento da sarcopenia
Testosterona↑ força muscular e performance, ↓ massa gorda
Em baixa dose (<300ng/dl), ↑ síntese proteica = ↑ massa muscular
Em alta dose (300-600mg/semana) = ↑ miogénese e ↓ adipogenese
Efeitos laterais dose-dependentes e associados a altas doses:
DCV, retenção de líquidos, ginecomastia, agravamento de SAOS, policitemia, aceleração de HBP ou Neo
Dos fármacos investigados, parece ser a mais segura e efectiva
Moduladores dos receptores seletivos de androgénios (SARMs)Efeitos anabólicos específicos para o músculo e esqueleto (sem efeito sistémico) – ↓ efeitos laterais
Formas esteróides e não-esteróides; Em estudos de fase I-III
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Tratamento farmacológico Nenhum fármaco foi ainda aprovado para o tratamento da sarcopenia
Outros fármacos em estudo
GH/IGF-1
Administração de GH -> libertação de IGF-1 hepática -> ↑ massa muscular mas não da força em idosos
Grelina e agonistas dos receptores de grelina
↑ apetite e a segregação de GH (15-20g/dia durante 5 dias e depois 3-5g/dia)
IECAs
Sob investigação na preservação de musculo esquelético
Perindopril: ↑ performance (6min walk) e ↓ incidência de # anca em idosos
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Terapêuticas futuras
Inibidores da miostatina
Anticorpos monoclonais (infliximab, tocilizumab, bimagrumab)
Medicina regenerativa (stem cells)
Apoio Digital
SARCOPENIA – Tratamento
Apoio Digital
SARCOPENIA – Take Home Messages
• Sarcopenia no idoso está associada a um risco ↑ de incapacidade funcional, quedas, fraturas, hospitalização,
institucionalização e morte
• Prevalência no idoso hospitalizado é elevada, mas são necessários mais estudos para determinar as consequências
desta patologia a longo prazo
• O adequado aporte nutricional e a atividade física são pilares nas estratégia terapêutica
• Dentro do exercício físico, os treinos de resistência são a pedra basilar para o ↑ força e
massa muscular, bem como melhoria da performance física
• As terapêuticas farmacológicas permanecem sob investigação
Apoio Digital
SARCOPENIA – Take Home Messages
Apoio Digital
Referências Bibl iográf icas
• Cruz-Jentoft A, Bahat G, Bauer J et al. Sarcopenia: Revised European Consensus of Definition and Diagnosis. Age and Ageing 2019; 48: 16-31. doi: 10.1093/ageing/afy169.
• Cruz-Jentoft A, Sayer A. Sarcopenia. Lancet 2019; 393:2636-46.• Dent E, Morley J, Cruz-Jentoft A et al. International clinical practice guidelines for sarcopenia (ICFSR): Screening, Diagnosis and Management. J Nutr
Health Aging 2018; 22(10):1148-1161. • Nascimento CM, Ingles M, Salvador-Pascual A et al. Sarcopenia, frailty and their prevention by exercise. Free Radical Biology and Medicine 2018.
https://doi.org/10.1016/j.freeradbiomed.2018.08.035 • Liguori I, Russo G, Aran L et al. Sarcopenia: assessment of disease burden and strategies to improve outcomes. Clinical Interventions in Aging 2018;
13:913-927. • Gonzalez M, Barbosa-Silva T, Heymsfield S. Bioelectrical impedance analysis in the assessment of Sarcopenia. Co-clinical nutrition 2018; 21(5):1-9.• Dhillon R, Hasni S. Pathogenesis and Management of Sarcopenia. Clin Geriatr Med 2017; 33(1):17-26.• Marty E, Liu Y, Samuel A et al. A review of sarcopenia: enhancing awareness of na increasingly prevalente disease. Bone 2017; 105:276-286.• Martone A, Marzetti E, Calvani R et al. Exercise and Protein Intake: a synergistic approach against sarcopenia. BioMed Research International 2017;
2017:1-7.• Peterson S, Mozer M. Differentiating Sarcopenia and Cachexia Among Patients With Cancer. Nutrition in Clinical Practice 2017; 32(1):30-40. • Beaudart C, McCloskey E, Bruyère O et al. Sarcopenia in daily practice: assessment and management. BMC Geriatrics 2016; 170:1-10.• Phu S, Boersma D, Duque G. Exercise and Sarcopenia. J Clin Densit: Asses & Managem of Musculoskel Health 2015; 1-5.
Apoio Digital
OBRIGADA PELA ATENÇÃO
Apoio Digital
Inês Campos, MD/MScEspecialista em Medicina Física e de Reabilitação - Centro de Reabilitação Rovisco PaisPós-graduação em Geriatria – Universidade do Porto
Inês Ferro, MDInterna de Formação Especializada em Medicina Física e de ReabilitaçãoCentro de Medicina e Reabilitação da Região Centro – Rovisco PaisPós-graduação em Medicina DesportivaPós-graduação em Geriatria – Universidade de Coimbra
Recommended