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Curso de NR10 segurança em instalações elétricas e serviços em eletricidade.
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Seja bem Vindo!
Curso
NR 10 - Segurana em
Instalaes e Servios em
Eletricidade
CursosOnlineSP.com.br
Carga horria: 60hs
Contedo Programtico:
Apresentao da Norma NR 10
Introduo Eletricidade
Energia Eltrica - Gerao, Transmisso e Distribuio
Atividades de Manuteno e Inspeo na Gerao, Transmisso
e Distribuio
Riscos em Instalaes e Servios com Eletricidade - Choque
Eltrico
Tipos de Choques Eltricos
Efeitos do Choque Eltrico - Contraes Musculares
Efeitos do Choque Eltrico - Queimaduras
Causas Determinantes de Choques Eltricos
Os Perigos do Arco Eltrico
Campos Eletromagnticos
Outros Perigos e Riscos de Ambiente
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade
Medidas de Controle do Risco Eltrico MCRE MCRE Desenergizao MCRE - Aterramento Funcional, de Proteo e Temporrio
(TN/TT/IT)
MCRE - Equipotencializao
MCRE - Seccionamento Automtico da Alimentao
MCRE - Dispositivo de proteo a corrente diferencial-residual DR MCRE - Proteo por Extra baixa Tenso: SELV E PELV
MCRE - Barreiras e Invlucros
MCRE - Bloqueios e Impedimentos
MCRE - Isolamento
MCRE - Proteo por Colocao Fora de Alcance e Separao
Eltrica
Equipamentos de Proteo Coletiva e Individual (EPC/EPI)
Primeiros Socorros em Caso de Acidente com Eletricidade
Documentao de Instalaes Eltricas
Normas ABNT sobre Instalaes Eltricas
Bibliografia/Links Recomendados
Apresentao da Norma NR 10 A constante atualizao da legislao brasileira referente
preveno de acidentes do trabalho uma das principais
ferramentas disposio de trabalhadores e empregadores para
garantir ambientes de trabalho seguros e saudveis.
A Conveno Coletiva de Segurana e Sade no Trabalho do Setor
Eltrico do Estado de So Paulo, aprovada aps amplo debate e
negociao entre representantes do Governo, Empresas e
Trabalhadores, estabeleceu diretrizes para melhoria e
modernizao das atividades de gerao, transmisso e distribuio
de energia eltrica, visando prioritariamente valorizar a proteo do
trabalhador diretamente em contato com instalaes e servios
eltricos.
O novo texto da Norma Regulamentadora N 10, instituda
originalmente pela Portaria 3214/1978 do Ministrio do Trabalho,
atual Ministrio do Trabalho e Emprego, em vigor desde dezembro
de 2004, reflete em grande parte as propostas emanadas do Grupo
responsvel pela implantao da citada Conveno.
A principal novidade estabelecida na Conveno Coletiva foi a
criao de treinamento especfico em aspectos de Engenharia de
Segurana e Sade no Trabalho, definindo tpicos e durao
mnima, cujo teor foi reforado no texto da NR 10.
Consulte a norma NR 10 direto no site do Ministrio do Trabalho,
clicando neste link:
http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E216601310641F67629F4/nr_10.pdf
Existe tambm um manual do prprio Ministrio do Trabalho de
auxlio na interpretao e aplicao da norma NR 10, veja neste
link:http://www3.mte.gov.br/seg_sau/manual_nr10.pdf
Introduo Eletricidade
A eletricidade a forma de energia mais utilizada na sociedade
atual; a facilidade em ser transportada dos locais de gerao para
os pontos de consumo e sua transformao normalmente simples
em outros tipos de energia, como mecnica, luminosa, trmica,
contribui em muito para o desenvolvimento industrial.
Com caractersticas adequadas moderna economia, facilmente
disponibilizada aos consumidores, a eletricidade sob certas
circunstncias, pode comprometer a segurana e a sade das
pessoas.
A eletricidade no vista, um fenmeno que escapa aos nossos
sentidos, s se percebem suas manifestaes exteriores, como a
iluminao, sistemas de calefao, entre outros.
Em consequncia dessa invisibilidade, a pessoa , muitas vezes,
exposta a situaes de risco ignoradas ou mesmo subestimadas.
No se trata simplesmente de atividades de treinamento, mas
desenvolvimento de capacidades especiais que o habilitem a
analisar o contexto da funo e aplicar a melhor tcnica de
execuo em funo das caractersticas de local, de ambiente e do
prprio processo de trabalho. O objetivo deste curso bsico
permitir ao aluno o conhecimento bsico dos riscos a que se expe
uma pessoa que trabalha com instalaes ou equipamentos
eltricos, incentivar o desenvolvimento de um esprito crtico que lhe
permita medir tais riscos e apresentar de forma abrangente
sistemas de proteo coletiva e individual, que devero ser
utilizados na execuo de suas atividades. Desta forma, portanto, o
treinamento dirigido preveno de acidentes em nenhuma
hiptese vai substituir treinamentos voltados execuo de tarefas
especficas dos eletricistas, permitindo, isto sim, ampliar a viso do
trabalhador para garantir sua segurana e sade.
Neste curso bsico, sero apresentados de forma sucinta, entre
outros, os conceitos bsicos da eletricidade, o comportamento do
corpo humano quando exposto a uma corrente eltrica, as
diversas formas de interao e possveis leses nos pontos de
contato e no interior do organismo, bem como informaes sobre
primeiros socorros e atendimento em emergncias.
A passagem de corrente eltrica, em funo do efeito (Joule),
fonte de calor que, nas proximidades de material combustvel na
presena do ar, pode gerar um princpio de incndio, e informaes
gerais sobre o assunto devem ser abordadas, sempre visando
melhor preparar o trabalhador para analisar os possveis riscos da
sua atividade.
Os trabalhos nas reas de gerao, transmisso e distribuio de
energia eltrica apresentam riscos diferenciados em relao ao
consumidor final, e um conhecimento geral das diversas
metodologias de anlise de riscos fundamental para permitir a
esperada avaliao crtica das condies de trabalho, sem a qual
praticamente impossvel garantir a aplicao dos meios de controle
colocados disposio dos trabalhadores.
A Segurana um DEVER de Todos. Destacam-se que o
ferramental, EPIs, EPCs, componentes para sinalizao e outros citados neste trabalho so apenas alguns dos materiais/ferramentas
necessrias para a execuo das atividades, bem como, os
exemplos de passo a passo ou procedimentos de trabalho, anlise
preliminar de risco e seus controles exemplificados so orientativos
e no representam a nica forma para a realizao das atividades
com eletricidade, devendo cada empresa ou entidade educacional
valid-los e adapta-los de acordo com suas particularidades.
A Eletricidade mata. Esta uma forma bastante brusca, porm
verdadeira, de iniciarmos o estudo sobre segurana em eletricidade.
Sempre que trabalhar com equipamentos eltricos, ferramentas
manuais ou com instalaes eltricas, voc estar exposto aos
riscos da eletricidade. E isso ocorre no trabalho, em casa, e em
qualquer outro lugar. Voc est cercado por redes eltricas em
todos os lugares; alis, todos ns estamos. claro que no trabalho
os riscos so bem maiores. no trabalho que existe uma grande
concentrao de mquinas, motores, painis, quadros de
distribuio, subestaes transformadoras e, em alguns casos,
redes areas e subterrneas expostas ao tempo. Para completar,
mesmo os que no trabalham diretamente com os circuitos tambm
se expem aos efeitos nocivos da eletricidade ao utilizar
ferramentas eltricas manuais, ou ao executar tarefas simples como
desligar ou ligar circuitos e equipamentos, se os dispositivos de
acionamento e proteo no estiverem adequadamente projetados
e mantidos.
Embora todos ns estejamos sujeitos aos riscos da eletricidade, se
voc trabalha diretamente com equipamentos e instalaes
eltricas ou prximo delas, tenha cuidado. O contato com partes
energizadas da instalao pode fazer com que a corrente eltrica
passe pelo seu corpo, e o resultado so o choque eltrico e as
queimaduras externas e internas. As conseqncias dos acidentes
com eletricidade so muito graves, provocam leses fsicas e
traumas psicolgicos, e em muitas vezes so fatais. Isso sem falar
nos incndios originados por falhas ou desgaste das instalaes
eltricas. Talvez pelo fato de a eletricidade estar to presente em
sua vida, nem sempre voc d a ela o tratamento necessrio. Como
resultado, os acidentes com eletricidade ainda so muito comuns
mesmo entre profissionais qualificados.
No Brasil, ainda no temos muitas estatsticas especficas sobre
acidentes cuja causa est relacionada com a eletricidade.
Entretanto, bom conhecer alguns nmeros a esse respeito. No
Brasil, se considerarmos apenas o Setor Eltrico, assim chamado
aquele que rene as empresas que atuam em gerao, transmisso
e distribuio de energia eltrica, temos alguns nmeros que
chamam a ateno.
Em 2002, ocorreram 86 acidentes fatais nesse setor, includos
aqueles com empregados das empreiteiras. A esse nmero,
entretanto, somam-se 330 mortes que ocorreram nesse mesmo ano
com membros da populao que, de diferentes formas, tiveram
contato com as instalaes pertencentes ao Setor Eltrico. Como
exemplo desses contatos fatais, h os casos que ocorreram em
obras de construo civil, contatos com cabos energizados,
ligaes clandestinas, instalaes de antenas de TV, entre tantas
outras causas. Um relatrio completo divulgado anualmente pela
Fundao COGE.
Para completar, entre 1.736 acidentes do trabalho analisados pelo
Sistema Federal de Inspeo do Trabalho, no ano de 2003, a
exposio corrente eltrica encontra-se entre os primeiros fatores
de morbidade/mortalidade, correspondendo a 7,84% dos acidentes
analisados. Os principais riscos tambm sero apresentados neste
curso e voc ir aprender a reconhec-los e a adotar procedimentos
e medidas de controle, previstos na legislao e nas normas
tcnicas, para evitar acidentes. Da sua preparao, estudo e
disciplina vo depender a segurana e a vida de muitas outras
pessoas, incluindo voc. Pense nisso!
AVISO !!
Gostaramos tambm, lhe deixar ciente que, este curso ir
apresentar diversos exemplos de imagens com acidentes com a
eletricidade, so imagens de forte impacto, para demonstrar a
importncia da prudncia e o uso correto tanto das normas de
segurana, em especial a NR 10 que este curso visa ensinar, como
tambm o correto uso dos equipamentos de segurana individual
(EPI).
Energia Eltrica - Gerao, Transmisso e Distribuio
No Brasil a energia eltrica que alimenta as indstrias, comrcio e
nossos lares gerada principalmente em usinas hidreltricas, onde
a passagem da gua por turbinas geradoras transformam a energia
mecnica, originada pela fora dagua, em energia eltrica. 80% da energia eltrica produzida a partir de hidreltricas, 11% por
termoeltricas e o restante por outros processos como Usinas
Nucleares e Aelica.
A partir da usina a energia transformada, em subestaes
eltricas, e elevada a nveis de tenso (69/88/138/240/440 kV) e
transportada em corrente alternada (60 Hertz) atravs de cabos
eltricos, at as subestaes rebaixadoras, delimitando a fase de
Transmisso.
J na fase de Distribuio (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas proximidades
dos centros de consumo, a energia eltrica convertida nas
subestaes, com seu nvel de tenso rebaixado e sua qualidade
controlada, sendo transportada por redes eltricas areas ou
subterrneas, constitudas por estruturas (postes, torres, dutos
subterrneos e seus acessrios), cabos eltricos e transformadores
para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente
entregue aos clientes industriais, comerciais, de servios e
residenciais em nveis de tenso variveis, de acordo com a
capacidade de consumo instalada de cada cliente.
Quando falamos em setor eltrico, referimo-nos normalmente ao
Sistema Eltrico de Potncia (SEP), definido como o conjunto de
todas as instalaes e equipamentos destinados gerao,
transmisso e distribuio de energia eltrica at a medio
inclusive.
Com o objetivo de uniformizar o entendimento importante informar
que o SEP trabalha com vrios nveis de tenso, classificadas em
alta e baixa tenso e normalmente com corrente eltrica alternada
(60 Hz).
Conforme definio dada pela ABNT atravs das NBR (Normas
Brasileiras Regulamentadoras), considera-se baixa tenso, a tenso
superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente
contnua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente alternada ou
1500 volts em corrente contnua, entre fases ou entre fase e terra.
Da mesma forma considera-se alta tenso, a tenso superior a
1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em corrente
contnua, entre fases ou entre fase e terra.
Atividades de Manuteno e Inspeo na Gerao, Transmisso e Distribuio Atividades de manuteno nas unidades geradoras
(Hidreltricas, Termeltricas, etc)
So atividades de interveno realizadas nas unidades geradoras,
para restabelecer ou manter suas condies adequadas de
funcionamento.
Essas atividades so realizadas nas salas de mquinas, salas de
comando, junto a painis eltricos energizados ou no, junto a
barramentos eltricos, instalaes de servio auxiliar, tais como:
transformadores de potencial, de corrente, de aterramento, banco
de baterias, retificadores, geradores de emergncia, etc. Os riscos
na fase de gerao (turbinas/geradores) de energia eltrica so
similares e comuns a todos os sistemas de produo de energia e
esto presentes em diversas atividades, destacando:
- Instalao e manuteno de equipamentos e maquinrios
(turbinas, geradores, transformadores, disjuntores, capacitores,
chaves, sistemas de medio, etc.);
- Manuteno das instalaes industriais aps a gerao;
- Operao de painis de controle eltrico;
- Acompanhamento e superviso dos processos;
- Transformao e elevao da energia eltrica;
- Processos de medio da energia eltrica.
As atividades caractersticas da gerao se encerram nos sistemas
de medio da energia usualmente em tenses de 138 a 500 kV,
interface com a transmisso de energia eltrica.
Transmisso de Energia Eltrica: basicamente est constituda
por linhas de condutores destinados a transportar a energia eltrica
desde a fase de gerao at a fase de distribuio, abrangendo
processos de elevao e rebaixamento de tenso eltrica,
realizados em subestaes prximas aos centros de consumo.
Essa energia transmitida em corrente alternada (60 Hz) em
elevadas tenses (138 a 500 kV). Os elevados potenciais de
transmisso se justificam para evitar as perdas por aquecimento e
reduo no custo de condutores e mtodos de transmisso da
energia, com o emprego de cabos com menor bitola ao longo das
imensas extenses a serem transpostas, que ligam os geradores
aos centros consumidores.
Atividades de Inspeo de Linhas de Transmisso
Neste processo so verificados: o estado da estrutura e seus
elementos, a altura dos cabos eltricos, condies da faixa de
servido e a rea ao longo da extenso da linha de domnio.
As inspees so realizadas periodicamente por terra ou por
helicptero.
Manuteno de Linhas de Transmisso:
- Substituio e manuteno de isoladores (dispositivo constitudo
de uma srie de discos, cujo objetivo isolar a energia eltrica da estrutura);
- Limpeza de isoladores;
- Substituio de elementos pra-raios;
- Substituio e manuteno de elementos das torres e estruturas;
- Manuteno dos elementos sinalizadores dos cabos;
- Desmatamento e limpeza de faixa de servido, etc.
Construo de Linhas de Transmisso:
- Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, relatrios
de impacto do meio ambiente e projetos;
- Desmatamentos e desflorestamentos;
- Escavaes e fundaes civis;
- Montagem das estruturas metlicas;
- Distribuio e posicionamento de bobinas em campo;
- Lanamento de cabos (condutores eltricos);
- Instalao de acessrios (isoladores, pra-raios);
- Tensionamento e fixao de cabos;
- Ensaios e testes eltricos.Salientamos que essas atividades de
construo so sempre realizadas com os circuitos desenergizados,
via de regra, destinadas ampliao ou em substituio a linhas j
existentes, que normalmente esto energizadas. Dessa forma
muito importante a adoo de procedimentos e medidas adequadas
de segurana, tais como: seccionamento, aterramento eltrico,
equipotencializao de todos os equipamentos e cabos, dentre
outros que assegurem a execuo do servio com a linha
desenergizada (energizada).
Comercializao de energia
Grandes clientes abastecidos por tenso de 67 kV a 88 kV.
Distribuio de Energia Eltrica
o segmento do setor eltrico que compreende os potenciais aps
a transmisso, indo das subestaes de distribuio entregando
energia eltrica aos clientes.
A distribuio de energia eltrica aos clientes realizada nos
potenciais:
- Mdios clientes abastecidos por tenso de 11,9 kV / 13,8 kV / 23
kV;
- Clientes residenciais, comerciais e industriais at a potncia de 75
kVA (o abastecimento de energia realizado no potencial de 110,
127, 220 e 380 Volts);
- Distribuio subterrnea no potencial de 24 kV.
A distribuio de energia eltrica possui diversas etapas de
trabalho, conforme descrio abaixo:
- Recebimento e medio de energia eltrica nas subestaes;
- Rebaixamento ao potencial de distribuio da energia eltrica;
- Construo de redes de distribuio;
- Construo de estruturas e obras civis;
- Montagens de subestaes de distribuio;
- Montagens de transformadores e acessrios em estruturas nas
redes de distribuio;
- Manuteno das redes de distribuio area;
- Manuteno das redes de distribuio subterrnea;
- Poda de rvores;
- Montagem de cabinas primrias de transformao;
- Limpeza e desmatamento das faixas de servido;
- Medio do consumo de energia eltrica;
- Operao dos centros de controle e superviso da distribuio.
Na histria do setor eltrico o entendimento dos trabalhos
executados em linha viva esto associados s atividades realizadas
na rede de alta teno energizada pelos mtodos: ao contato, ao
potencial e distncia e devero ser executados por profissionais
capacitados especificamente em curso de linha viva.
Manuteno com a linha desenergizada (linha morta)
Todas as atividades envolvendo manuteno no setor eltrico
devem priorizar os trabalhos com circuitos desenergizados. Apesar
de desenergizadas devem obedecer a procedimentos e medidas de
segurana adequado.
Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes
eltricas liberadas para servios mediante os procedimentos
apropriados: seccionamento, impedimento de reenergizao,
constatao da ausncia de tenso, instalao de aterramento
temporrio com equipotencializao dos condutores dos circuitos,
proteo dos elementos energizados existentes, instalao da
sinalizao de impedimento de energizao.
Manuteno com a linha energizada (linha viva)
Esta atividade deve ser realizada mediante a adoo de
procedimentos e metodologias que garantam a segurana dos
trabalhadores. Nesta condio de trabalho as atividades devem ser
realizadas mediante os mtodos abaixo descritos:
Mtodo ao contato: o trabalhador tem contato com a rede
energizada, mas no fica no mesmo potencial da rede eltrica, pois
est devidamente isolado desta, utilizando equipamentos de
proteo individual e equipamentos de proteo coletiva adequados
a tenso da rede.
Mtodo ao potencial: o mtodo onde o trabalhador fica em
contato direto com a tenso da rede, no mesmo potencial. Nesse
mtodo necessrio o emprego de medidas de segurana que
garantam o mesmo potencial eltrico no corpo inteiro do
trabalhador, devendo ser utilizado conjunto de vestimenta condutiva
(roupas, capuzes, luvas e botas), ligadas atravs de cabo condutor
eltrico e cinto rede objeto da atividade.
Mtodo distncia: o mtodo onde o trabalhador interage com a
parte energizada a uma distncia segura, atravs do emprego de
procedimentos, estruturas, equipamentos, ferramentas e
dispositivos isolantes apropriados.
Riscos em Instalaes e Servios com Eletricidade - Choque Eltrico Hoje em dia, com o domnio da cincia da eletricidade, o ser
humano usufrui de todos os seus benefcios. Construdas as
primeiras redes de energia eltrica, tivemos vrios benefcios, mas
apareceram tambm vrios problemas de ordem operacional, sendo
o mais grave o choque eltrico.
Atualmente os condutores energizados perfazem milhes de
quilmetros, portanto, aleatoriamente o defeito (ruptura ou fissura
da isolao) aparecer em algum lugar, produzindo um potencial de
risco ao choque eltrico. Como a populao atual da Terra
enorme, sempre haver algum perto do defeito, e o acidente ser
inevitvel. Portanto, a compreenso do mecanismo do efeito da
corrente eltrica no corpo humano fundamental para a efetiva
preveno e combate aos riscos provenientes do choque eltrico.
Em termos de riscos fatais, o choque eltrico, de um modo geral,
pode ser analisado sob dois aspectos:
- Correntes de choques de baixa intensidade, provenientes de
acidentes com baixa tenso, sendo o efeito mais grave a considerar
as paradas cardacas e respiratrias;
- Correntes de choques de alta intensidade, provenientes de
acidentes com alta-tenso, sendo o efeito trmico o mais grave, isto
, queimaduras externas e internas no corpo humano.
O choque eltrico um estmulo rpido no corpo humano,
ocasionado pela passagem da corrente eltrica. Essa corrente
circular pelo corpo onde ele tornar-se parte do circuito eltrico,
onde h uma diferena de potencial suficiente para vencer a
resistncia eltrica oferecida pelo corpo.
Embora tenhamos dito, no pargrafo acima, que o circuito eltrico
deva apresentar uma diferena de potencial capaz de vencer a
resistncia eltrica oferecida pelo corpo humano, o que determina a
gravidade do choque eltrico a intensidade da corrente circulante
pelo corpo. O caminho percorrido pela corrente eltrica no corpo
humano outro fator que determina a gravidade do choque, sendo
os choques eltricos de maior gravidade aqueles em que a corrente
eltrica passa pelo corao.
Explicando ainda mais a fundo o choque eltrico a perturbao de
natureza e efeitos diversos que se manifesta no organismo humano
quando este percorrido por uma corrente eltrica. Os efeitos do
choque eltrico variam e dependem de:
- percurso da corrente eltrica pelo corpo humano;
- intensidade da corrente eltrica;
- tempo de durao;
- rea de contato;
- freqncia da corrente eltrica;
- tenso eltrica;
- condies da pele do indivduo;
- constituio fsica do indivduo;
- estado de sade do indivduo.
Tipos de Choques Eltricos O corpo humano, mais precisamente sua resistncia orgnica
passagem da corrente, uma impedncia eltrica composta por
uma resistncia eltrica, associada a um componente com
comportamento levemente capacitivo. Assim, o choque eltrico
pode ser dividido em duas categorias:
1 - Choque Esttico: obtido pela descarga de um capacitor ou
devido descarga eletrosttica.
Descarga esttica: o efeito capacitivo presente nos mais
diferentes materiais e equipamentos com os quais o homem
convive. Um exemplo tpico o que acontece em veculos que se
movem em climas secos. Com o movimento, o atrito com o ar gera
cargas eltricas que se acumulam ao longo da estrutura externa do
veculo. Portanto, entre o veculo e o solo passa a existir uma
diferena de potencial. Dependendo do acmulo das cargas, poder
haver o perigo de faiscamentos ou de choque eltrico no instante
em que uma pessoa desce ou toca no veculo.
2 - Choque Dinmico: o que ocorre quando se faz contato com
um elemento energizado. Este choque se d devido ao:
- toque acidental na parte viva do condutor;
- toque em partes condutoras prximas aos equipamentos e
instalaes, que ficaram energizadasacidentalmente por defeito,
fissura ou rachadura na isolao.
Este tipo de choque o mais perigoso, porque a rede de energia
eltrica mantm a pessoa energizada, ou seja, a corrente de
choque persiste continuadamente. O corpo humano um
organismo resistente, que suporta bem o choque eltrico nos
primeiros instantes, mas com a manuteno da corrente passando
pelo corpo, os rgos internos vo sofrendo conseqncias.
Isto se d pelo fato de o choque eltrico produzir diversos efeitos no
corpo humano, tais como:
- elevao da temperatura dos rgos devido ao aquecimento
produzido pelacorrente de choque;
- tetanizao (rigidez) dos msculos;
- superposio da corrente do choque com as correntes
neurotransmissoras que comandam o organismo humano, criando
uma pane geral;
- comprometimento do corao, quanto ao ritmo de batimento
cardaco e possibilidade de fibrilao ventricular;
- efeito de eletrlise, mudando a qualidade do sangue;
- comprometimento da respirao;
- prolapso, isto , deslocamento dos msculos e rgos internos da
sua devida posio;
- comprometimento de outros rgos, como rins, crebro, vasos,
rgos genitais e reprodutores.
Muitos rgos aparentemente sadios s vo apresentar sintomas
devido aos efeitos da corrente de choque muitos dias ou meses
depois, apresentando sequelas, que muitas vezes no so
relacionadas ao choque em virtude do espao de tempo decorrido
desde o acidente. Os choques dinmicos podem ser causados
pela tenso de toque ou pela tenso de passo.
Tenso de toque: a tenso eltrica existente entre os membros
superiores e inferiores do indivduo, devido a um choque dinmico.
Exemplo de um defeito de ruptura na cadeia de isoladores de uma
torre de transmisso (tenso de toque): O cabo condutor ao tocar
na parte metlica da torre produz um curto-circuito do tipo
monofsico terra. A corrente de curto-circuito passar pela torre,
entrar na terra e percorrer o solo at atingir a malha da
subestao, retornando pelo cabo da linha de transmisso at o
local do curto. No solo, a corrente de curto circuito gerar potenciais
distintos desde o "p" da torre at uma distncia remota. Uma
pessoa tocando na torre no momento do curto-circuito ficar
submetida a um choque proveniente da tenso de toque. Entre a
palma da mo e o p haver uma diferena de potencial chamada
de tenso de toque.
Tenso de Passo: a tenso eltrica entre os dois ps no instante
da operao ou defeito tipo curto circuito monofsico terra no
equipamento.
No caso da torre de transmisso, a pessoa receber entre os dois
ps a tenso de passo. Nos projetos de aterramento considera-se a
distncia entre os dois ps de 1 metro. Observe que as tenses
geradas no solo pelo curto-circuito criam superfcies equipotenciais.
Se a pessoa estiver com os dois ps na mesma superfcie de
potencial, a tenso de passo ser nula, no havendo choque
eltrico. A tenso de passo poder assumir uma gama de valores
que vai de zero at a mxima diferena entre duas superfcies
equipotenciais separadas de 1 metro. Um agravante que a
corrente de choque devido tenso de passo contrai os msculos
da perna e coxa, fazendo a pessoa cair e, ao tocar no solo com as
mos, a tenso se transforma em tenso de toque no solo. Nesse
caso, o perigo maior, porque o corao est contido no percurso
da corrente de choque. No gado, a tenso de passo se transforma
em tenso entre patas. Essa tenso maior que a tenso de passo
do homem, com o agravamento de que no gado a corrente de
choque passa pelo corao.
Efeitos do Choque Eltrico - Contraes Musculares O choque eltrico pode ocasionar contraes violentas dos
msculos, a fibrilao ventricular do corao, leses trmicas e no
trmicas, podendo levar a bito como efeito indireto as quedas e
batidas, etc.
A morte por asfixia ocorrer, se a intensidade da corrente eltrica
for de valor elevado, normalmente acima de 30 mA e circular por
um perodo de tempo relativamente pequeno, normalmente por
alguns minutos. Da a necessidade de uma ao rpida, no sentido
de interromper a passagem da corrente eltrica pelo corpo. A morte
por asfixia advm do fato do diafragma da respirao se contrair
tetanicamente, cessando assim, a respirao. Se no for aplicada a
respirao artificial dentro de um intervalo de tempo inferior a trs
minutos, ocorrer srias leses cerebrais e possvel morte.
A fibrilao ventricular do corao ocorrer se houver intensidades
de corrente da ordem de 15mA que circulem por perodos de tempo
superiores a um quarto de segundo. A fibrilao ventricular a
contrao desritmado do corao que, no possibilitando desta
forma a circulao do sangue pelo corpo, resulta na falta de
oxignio nos tecidos do corpo e no crebro. O corao raramente
se recupera por si s da fibrilao ventricular. No entanto, se
aplicarmos um desfibrilador, a fibrilao pode ser interrompida e o
ritmo normal do corao pode ser restabelecido. No possuindo tal
aparelho, a aplicao da massagem cardaca permitir que o
sangue circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o
desfibrilador, na ausncia do desfibrilador deve ser aplicada a
tcnica de massagem cardaca at que a vtima receba socorro
especializado.
Alm da ocorrncia destes efeitos, podemos ter queimaduras tanto
superficiais, na pele, como profundas, inclusive nos rgos internos.
Por ltimo, o choque eltrico poder causar simples contraes
musculares que, muito embora no acarretem de uma forma direta
leses, fatais ou no, como vimos nos pargrafos anteriores,
podero origin-las, contudo, de uma maneira indireta: a contrao
do msculo poder levar a pessoa a, involuntariamente, chocar-se
com alguma superfcie, sofrendo, assim, contuses, ou mesmo,
uma queda, quando a vitima estiver em local elevado. Uma grande
parcela dos acidentes por choque eltrico conduz a leses
provenientes de batidas e quedas.
Fatores determinantes da gravidade
Analisaremos, a seguir, os seguintes fatores que determinam a
gravidade do choque eltrico:
- percurso da corrente eltrica;
- caractersticas da corrente eltrica;
- resistncia eltrica do corpo humano.
Percurso da corrente eltrica: tem grande influncia na gravidade
do choque eltrico o percurso seguido pela corrente no corpo. A
figura abaixo demonstra os caminhos que podem ser percorridos
pela corrente no corpo humano.
Caractersticas da corrente eltrica: outros fatores que
determinam a gravidade do choque eltrico so as caractersticas
da corrente eltrica. Nos pargrafos anteriores vimos que a
intensidade da corrente era um fator determinante na gravidade da
leso por choque eltrico; no entanto, observa-se que, para a
Corrente Contnua (CC), as intensidades da corrente devero ser
mais elevadas para ocasionar as sensaes do choque eltrico, a
fibrilao ventricular e a morte. No caso da fibrilao ventricular,
esta s ocorrer se a corrente continua for aplicada durante um
instante curto e especifico do ciclo cardaco. As correntes
alternadas de frequncia entre 20 e 100 Hertz so as que oferecem
maior risco. Especificamente as de 60 Hertz, usadas nos sistemas
de fornecimento de energia eltrica, so especialmente perigosas,
uma vez que elas se situam prximas frequncia na qual a
possibilidade de ocorrncia da fibrilao ventricular maior.
Ocorrem tambm diferenas nos valores da intensidade da corrente
para uma determinada sensao do choque eltrico, se a vtima for
do sexo feminino ou masculino. A tabela abaixo ilustra o que
acabamos de
Diferenas de sensaes para pessoas do sexo feminino e
masculino:
Resistncia eltrica do corpo humano: a intensidade da corrente
que circular pelo corpo da vtima depender, em muito, da
resistncia eltrica que esta oferecer passagem da corrente, e
tambm de qualquer outra resistncia adicional entre a vtima e a
terra. A resistncia que o corpo humano oferece passagem da
corrente quase que exclusivamente devida camada externa da
pele, a qual constituda de clulas mortas. Esta resistncia est
situada entre 100.000 e 600.000 ohms, quando a pele encontra-se
seca e no apresenta cortes, e a variao apresentada funo da
sua espessura. Quando a pele encontra-se mida, condio mais
facilmente encontrada na prtica, a resistncia eltrica do corpo
diminui. Cortes tambm oferecem uma baixa resistncia. Pelo
mesmo motivo, ambientes que contenham muita umidade fazem
com que a pele no oferea uma elevada resistncia eltrica
passagem da corrente. A pele seca, relativamente difcil de ser
encontrado durante a execuo do trabalho, oferece maior
resistncia a passagem da corrente eltrica. A resistncia oferecida
pela parte interna do corpo, constituda, pelo sangue msculos e
demais tecidos, comparativamente da pele bem baixa, medindo
normalmente 300 ohms em mdia e apresentando um valor mximo
de 500 ohms. As diferenas da resistncia eltrica apresentadas
pela pele passagem da corrente, ao estar seca ou molhada,
podem ser grande, considerando que o contato foi feito em um
ponto do circuito eltrico que apresente uma diferena de potencial
de 120 volts, teremos:
Efeitos do Choque Eltrico Queimaduras
A corrente eltrica atinge o organismo atravs do revestimento
cutneo. Por esse motivo, as vitimas de acidente com eletricidade
apresentam, na maioria dos casos queimaduras.
Devido alta resistncia da pele, a passagem de corrente eltrica
produz alteraes estruturais conhecidas como marcas de corrente.
As caractersticas, portanto, das queimaduras provocadas pela
eletricidade, diferem daquelas causadas por efeitos qumicos,
trmicos e biolgicos.
Em relao s queimaduras por efeito trmico, aquelas causadas
pela eletricidade so geralmente menos dolorosas, pois a
passagem da corrente poder destruir as terminaes nervosas.
No significa, porm que sejam menos perigosas, pois elas tendem
a progredir em profundidade, mesmo depois de desfeito o contato
eltrico ou a descarga.
A passagem de corrente eltrica atravs de um condutor cria o
chamado efeito joule, ou seja, uma certa quantidade de energia
eltrica transformada em calor. Essa energia (Watts) varia de
acordo com a resistncia que o corpo oferece passagem da
corrente eltrica, com a intensidade da corrente eltrica e com o
tempo de exposio, podendo ser calculada pela expresso:
importante destacar que no h necessidade de contato direto da
pessoa com partes energizadas. A passagem da corrente poder
ser devida a uma descarga eltrica em caso de proximidade do
individuo com partes eletricamente carregadas. A eletricidade pode
produzir queimaduras por diversas formas, o que resulta na
seguinte classificao;
- queimaduras por contato;
- queimaduras por arco voltaico;
- queimaduras por radiao (em arcos produzidos por curtos-
circuitos);
- queimaduras por vapor metlico.
Queimaduras por contato: quando se toca uma superfcie
condutora energizada, as queimaduras podem ser locais e
profundas atingindo at a parte ssea, ou por outro lado muito
pequenas, deixando apenas uma pequena mancha branca na pele.
Em caso de sobrevir morte, esse ltimo caso bastante
importante, e deve ser verificado no exame necrolgico, para
possibilitar a reconstruo, mais exata possvel, do caminho
percorrido pela corrente.
Queimaduras por arco voltaico: o arco eltrico caracteriza-se pelo
fluxo de corrente eltrica atravs do ar, e geralmente produzido
quando da conexo e desconexo de dispositivos eltricos e
tambm em caso de curto-circuito, provocando queimaduras de
segundo ou terceiro grau. O arco eltrico possui energia suficiente
para queimar as roupas e provocar incndios, emitindo vapores de
material ionizado e raios ultravioletas.
Queimaduras por vapor metlico: na fuso de um elo fusvel ou
condutor, h a emisso de vapores e derramamento de metais
derretidos (em alguns casos prata ou estanho) podendo atingir as
pessoas localizadas nas proximidades.
Relao dos Sintomas e Efeitos da Queimadura Devido ao
Choque Eltrico
Como j vimos acima, quando uma corrente eltrica passa atravs
de uma resistncia eltrica liberada uma energia trmica. Este
fenmeno denominado Efeito Joule. O calor liberado aumenta a
temperatura da parte atingida do corpo humano, podendo produzir
vrios efeito se sintomas, que podem ser:
- queimaduras de 1, 2 ou 3 graus nos msculos do corpo;
- superaquecimento do sangue, com a sua consequente dilatao;
- aquecimento, podendo provocar o derretimento dos ossos e
cartilagens;
- queima das terminaes nervosas e sensoriais da regio atingida;
- queima das camadas adiposas ao longo da derme, tornando-se
gelatinosas.
Estas condies citadas no acontecem isoladamente, mas sim
associadas, advindo, em consequncia, outras causas e efeitos nos
demais rgos.
O choque de alta-tenso queima, danifica, fazendo buracos na pele
nos pontos de entrada e sada da corrente pelo corpo humano. As
vtimas do choque de alta-tenso morrem devido, principalmente, a
queimaduras. E as que sobrevivem ficam com sequelas, geralmente
com:
- perda de massa muscular;
- perda parcial de ossos;
- diminuio e atrofia muscular;
- perda da coordenao motora;
- cicatrizes; etc.
Choques eltricos em baixa tenso tm pouco poder trmico. O
problema maior o tempo de durao, que, se persistir, pode levar
morte, geralmente por fibrilao ventricular do corao. A
queimadura tambm provocada de modo indireto, isto , devido
ao mau contato ou a falhas internas no aparelho eltrico. Neste
caso, a corrente provoca aquecimentos internos, elevando a
temperatura a nveis perigosos.
Veja a seguir (imagem de forte impacto), uma queimadura originria
do choque com a alta tenso que resultou na amputao pela
queima do brao.
Proteo Contra Efeitos Trmicos
As pessoas, os componentes fixos de uma instalao eltrica, bem
como os materiais fixos prximos devem ser protegidos contra os
efeitos prejudiciais do calor ou irradiao trmica produzidos pelos
equipamentos eltricos, particularmente quanto a:
- riscos de queimaduras;
- prejuzos no funcionamento seguro de componentes da instalao;
- combusto ou deteriorao de materiais.
Proteo Contra Queimaduras
As partes acessveis de equipamentos eltricos situados na zona de
alcance normal no devem atingir temperaturas que possam causar
queimaduras em pessoas e devem atender aos limites de
temperaturas, ainda que por curtos perodos, determinados pela
NBR14039 e devem ser protegidas contra qualquer contato
acidental.
Causas Determinantes de Choques Eltricos
A seguir sero especificados os meios atravs dos quais so
criadas condies para que uma pessoa venha a sofrer um choque
eltrico:
Contato com um condutor nu energizado
Uma das causas mais comuns desses acidentes o contato com
condutores areos energizados. Normalmente o que ocorre que
equipamentos tais como guindastes, caminhes basculantes tocam
nos condutores, tornando-se parte do circuito eltrico; ao serem
tocados por uma pessoa localizada fora dos mesmos, ou mesmo
pelo motorista, se este, ao sair do veculo, mantiver contato
simultneo com a terra e o mesmo, causam um acidente fatal. Com
frequncia, pessoas sofrem choque eltrico em circuitos com banca
de capacitores, os quais, embora desligados do circuito que os
alimenta, conservam por determinado intervalo de tempo sua carga
eltrica. Da a importncia de se seguir as normativas referentes a
estes dispositivos. Grande cuidado deve ser observado, ao desligar-
se o primrio de transformadores, nos quais se pretende executar
algum servio. O risco que se corre que do lado do secundrio
pode ter sido ligado algum aparelho, o que poder induzir no
primrio uma tenso elevadssima. Da a importncia de, ao se
desligarem os condutores do primrio de um transformador, estes
serem aterrados.
Falha na isolao eltrica
Os condutores quer sejam empregados isoladamente, como nas
instalaes eltricas, quer como partes de equipamentos, so
usualmente recobertos por uma pelcula isolante. No entanto, a
deteriorao por agentes agressivos, o envelhecimento natural ou
forado ou mesmo o uso inadequado do equipamento podem
comprometer a eficcia da pelcula, como isolante eltrico.
Veremos, a seguir, os vrios meios pelos quais o isolamento
eltrico pode ficar comprometido:
Calor e Temperaturas Elevadas: a circulao da corrente em um
condutor sempre gera calor e, por conseguinte, aumento da
temperatura do mesmo. Este aumento pode causar a ruptura de
alguns polmeros, de que so feitos alguns materiais isolantes, dos
condutores eltricos.
Umidade: alguns materiais isolantes que revestem condutores
absolvem umidade, como o caso do nylon. Isto faz com que a
resistncia isolante do material diminua.
Oxidao: esta pode ser atribuda presena de oxignio, oznio
ou outros oxidantes na atmosfera. O oznio torna-se um problema
especial em ambientes fechados, nos quais operem motores,
geradores. Estes produzem em seu funcionamento arcos eltricos,
que por sua vez geram o oznio. O oznio o oxignio em sua
forma mais instvel e reativa. Embora esteja presente na atmosfera
em um grau muito menor do que o oxignio, por suas
caractersticas, ele cria muito maior dano ao isolamento do que
aquele.
Radiao: as radiaes ultravioleta tm a capacidade de degradar
as propriedades do isolamento, especialmente de polmeros. Os
processos fotoqumicos iniciados pela radiao solar provocam a
ruptura de polmeros, tais como, o cloreto de vinila, a borracha
sinttica e natural, a partir dos quais o cloreto de hidrognio
produzido. Esta substncia causa, ento, reaes e rupturas
adicionais, comprometendo, desta forma, as propriedades fsicas e
eltricas do isolamento.
Produtos Qumicos: os materiais normalmente utilizados como
isolantes eltricos degradam-se na presena de substncias como
cidos, lubrificantes e sais.
Desgaste Mecnico: as grandes causas de danos mecnicos ao
isolamento eltrico so as abrases, as cortes, as flexes e tores
do recobrimento dos condutores. O corte do isolamento d-se
quando o condutor puxado atravs de uma superfcie cortante. A
abraso tanto pode ser devida puxada de condutores por sobre
superfcies abrasivas, por orifcios por demais pequenos, quanto
sua colocao em superfcies que vibrem, as quais consomem o
isolamento do condutor. As linhas de pipas com cerol (material
cortante) tambm agridem o isolamento dos condutores.
Fatores Biolgicos: roedores e insetos podem comer os materiais
orgnicos de que so constitudos os isolamentos eltricos,
comprometendo a isolao dos condutores. Outra forma de
degradao das caractersticas do isolamento eltrico a presena
de fungos, que se desenvolvem na presena da umidade.
Altas Tenses: altas tenses podem dar origem arcos eltricos
ou efeitos corona, os quais criam buracos na isolao ou
degradao qumica, reduzindo, assim, a resistncia eltrica do
isolamento.
Presso: o vcuo pode causar o desprendimento de materiais
volteis dos isolantes orgnicos, causando vazios internos e
consequente variao nas suas dimenses, perda de peso e
consequentemente, reduo de sua resistividade.
Os Perigos do Arco Eltrico
Toda vez que ocorre a passagem de corrente eltrica pelo ar ou
outro meio isolante (leo, por exemplo) est ocorrendo um arco
eltrico. O arco eltrico (ou arco voltaico) uma ocorrncia de
curtssima durao (menor que segundo), e muitos so to
rpidos que o olho humano no chega a perceber. Os arcos
eltricos so extremamente quentes. Prximo ao "laser", eles so a
mais intensa fonte de calor na Terra. Sua temperatura pode
alcanar 20.000C. Pessoas que estejam no raio de alguns metros
de um arco podem sofrer severas queimaduras. Os arcos eltricos
so eventos de mltipla energia. Forte exploso e energia acstica
acompanham a intensa energia trmica. Em determinadas
situaes, uma onda de presso tambm pode se formar, sendo
capaz de atingir quem estiver prximo ao local da ocorrncia.
Consequncias de Arcos Eltricos (Queimaduras e Quedas)
Se houver centelha ou arco, a temperatura deste to alta que
destri os tecidos do corpo. Todo cuidado pouco para evitar a
abertura de arco atravs do operador. Tambm podem desprender-
se partculas incandescentes que queimam ao atingir os olhos. O
arco pode ser causado por fatores relacionados a equipamentos, ao
ambiente ou a pessoas. Uma falha pode ocorrer em equipamentos
eltricos quando h um fluxo de corrente no intencional entre fase
e terra, ou entre mltiplas fases. Isso pode ser causado por
trabalhadores que fazem movimentos bruscos ou por descuido no
manejo de ferramentas ou outros materiais condutivos quando
esto trabalhando em partes energizadas da instalao ou prximo
a elas. Outras causas podem estar relacionadas a equipamentos, e
incluem falhas em partes condutoras que integram ou no os
circuitos eltricos. Causas relacionadas ao ambiente incluem a
contaminao por sujeira ou gua ou pela presena de insetos ou
outros animais (gatos ou ratos que provocam curtos-circuitos em
barramentos de painis ou subestaes).
A quantidade de energia liberada durante um arco depende da
corrente de curto-circuito e do tempo de atuao dos dispositivos de
proteo contra sobre correntes. Altas correntes de curto-circuito e
tempos longos de atuao dos dispositivos de proteo aumentam
o risco do arco eltrico.
A severidade da leso para as pessoas na rea onde ocorre a falha
depende da energia liberada durante a falha, da distncia que
separa as pessoas do local e do tipo de roupa utilizada pelas
pessoas expostas ao arco.
As mais srias queimaduras por arco voltaico envolvem a ignio
da roupa da vtima pelo calor do arco eltrico. Tempos
relativamente longos (30 a 60 segundos, por exemplo) de queima
contnua de uma roupa comum aumentam tanto o grau da
queimadura quanto a rea total atingida no corpo. Isso afeta
diretamente a gravidade da leso e a prpria sobrevivncia da
vtima.
A proteo contra o arco eltrico depende do clculo da energia que
pode ser liberada no caso de um curto-circuito. As vestimentas de
proteo adequadas devem cobrir todas as reas que possam estar
expostas ao das energias oriundas do arco eltrico. Portanto,
muitas vezes, alm da cobertura completa do corpo, elas devem
incluir capuzes. O que agora nos parece bvio, nem sempre foi
observado, isto , se em determinadas situaes uma anlise de
risco nos indica a necessidade de uma vestimenta de proteo
contra o arco eltrico, essa vestimenta deve incluir proteo para o
rosto, pescoo, cabelos, enfim, as partes da cabea que tambm
possam sofrer danos se expostas a uma energia trmica muito
intensa.
Veja um exemplo do risco ao usar equipamento de proteo
inadequado em uma determinada situao, nesse caso o arco
eltrico foi to forte que resultou em bito, veja a imagem do que
sobrou do capacete de proteo:
Alm dos riscos de exposio aos efeitos trmicos do arco eltrico,
tambm est presente o risco de ferimentos e quedas, decorrentes
das ondas de presso que podem se formar pela expanso do ar.
Na ocorrncia de um arco eltrico, uma onda de presso pode
empurrar e derrubar o trabalhador que est prximo da origem do
acidente. Essa queda pode resultar em leses mais graves se o
trabalho estiver sendo realizado em uma altura superior a dois
metros, o que pode ser muito comum em diversos tipos de
instalaes.
Proteo Contra Perigos Resultantes do Arco Eltrico
Os dispositivos e equipamentos que podem gerar arcos durante a
sua operao devem ser selecionados e instalados de forma a
garantir a segurana das pessoas que trabalham nessas
instalaes. Vamos relacionar algumas medidas para garantir a
proteo contra os perigos resultantes da ignio por arco.
Utilizao de um ou mais dos seguintes meios:
- dispositivos de abertura sob carga;
- chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
- sistemas de intertravamento;
- fechaduras com chave no intercambiveis.
Corredores operacionais to curtos, altos e largos quanto possvel;
Coberturas slidas ou barreiras ao invs de coberturas ou telas;
Equipamentos ensaiados para resistir aos arcos internos;
Emprego de dispositivos limitadores de corrente;
Seleo de tempos de interrupo muito curtos, o que pode ser
obtido atravs de rels instantneos ou atravs de dispositivos
sensveis a presso, luz ou calor, atuando em dispositivos de
interrupo rpidos;
Operao da instalao.
Campos Eletromagnticos Um campo eltrico uma grandeza vetorial (funo da posio e do
tempo) que descrita por sua intensidade. Normalmente campos
eltricos so medidos em volts por metro (V/m).
Experincias demonstram que uma partcula carregada com carga
Q, abandonada nas proximidades de um corpo carregado com
carga, pode ser atrada ou repelida pelo mesmo sob a ao de uma
fora F, a qual denominamos fora eltrica. A regio do espao ao
redor da carga, em que isso acontece, denomina-se campo eltrico.
Denomina-se campo magntico toda regio do espao na qual uma
agulha imantada fica sob ao de uma fora magntica. O fato de
um pedao de ferro ser atrado por um m conhecido por todos
ns. A agulha da bssola um m. Colocando-se uma bssola nas
proximidades de um corpo imantado ou nas proximidades da Terra,
a agulha da bssola sofre desvio. A exposio aos campos
eletromagnticos pode causar danos, especialmente quando da
execuo de servios na transmisso e distribuio de energia
eltrica, nos quais se empregam elevados nveis de tenso. Embora
no haja comprovao cientfica, h suspeitas de que a radiao
eletromagntica possa provocar o desenvolvimento de tumores.
Entretanto, certo afirmar que essa exposio promove efeitos
trmicos e endcrinos no organismo humano. Especial ateno
deve ser dada aos trabalhadores expostos a essas condies que
possuam prteses metlicas (pinos, encaixes, hastes), pois a
radiao promove aquecimento intenso nos elementos metlicos,
podendo provocar leses. Da mesma forma, os trabalhadores que
portam aparelhos e equipamentos eletrnicos (marca-passo,
amplificador auditivo, dosadores de insulina, etc.) devem se
precaver dessa exposio, pois a radiao interfere nos circuitos
eltricos, podendo criar disfunes nos aparelhos. Uma outra
preocupao com a induo eltrica. Esse fenmeno pode ser
particularmente importante quando h diferentes circuitos prximos
uns dos outros.
A passagem da corrente eltrica em condutores gera um campo
eletromagntico que, por sua vez, induz uma corrente eltrica em
condutores prximos. Assim, pode ocorrer a passagem de corrente
eltrica em um circuito desenergizado se ele estiver prximo a outro
circuito energizado. Por isso fundamental que voc, alm de
desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira, com equipamentos
apropriados (voltmetros ou detectores de tenso), se o circuito est
efetivamente sem tenso.
Outros Perigos e Riscos de Ambiente Podemos considerar como outros perigos e riscos, alm dos
eltricos j conhecidos, os que so especficos de cada ambiente
ou processo de trabalho que direta ou indiretamente, possam afetar
a segurana e a sade dos que trabalham com a eletricidade, so
eles:
- Altura: em trabalhos com energia eltrica feitos em alturas como
torres de transmisso e postes, deve ser seguido as instrues
relativas a segurana para estas atividades.
- Ambientes Confinados: nas atividades que exponham os
trabalhadores a riscos de asfixia, exploso, intoxicao e doenas
do trabalho, devem ser adotadas medidas especiais de proteo.
- reas Classificadas: so ambientes de alto risco aqueles nos
quais existe a possibilidade de vazamento de gases inflamveis em
situao de funcionamento normal devido a razes diversas, como,
por exemplo, desgaste ou deteriorao de equipamentos. Estas
reas, tambm chamadas de ambientes explosivos, so
classificadas conforme normas internacionais e de acordo com a
classificao exigem a instalao de equipamentos e/ou interfaces
que atendam s exigncias prescritas nas mesmas como
exaustores, entre outros.
- Instalaes Eltricas em Ambientes Explosivos: as instalaes
e servios de eletricidade devem ser projetados, executados,
operados, mantidos, reformados e ampliados de forma que
permitam a adequada distribuio de energia e isolamento, correta
proteo contra fugas de corrente, curtos-circuitos, choques
eltricos, entre outros riscos.
- Condies Atmosfricas (chuva, umidade e ventos): como j
vimos num captulo anteriormente, sabemos que a existncia de
umidade no ar propicia a diminuio da capacidade disruptiva do ar,
aumentando assim o risco de acidentes eltricos. Todo o trabalho
em equipamentos energizados s deve ser iniciado com boas
condies meteorolgicas, no sendo permitidos trabalhos sob
chuva, neblina densa ou ventos.
- Descargas Atmosfricas (Raios): um fenmeno da natureza
absolutamente imprevisvel tanto em relao s suas caractersticas
eltricas como em relao aos efeitos destruidores decorrentes de
sua incidncia sobre as edificaes, as pessoas ou animais.
- Sobretenses Transitrias Provocadas por Raios: Um raio ao
cair na terra pode provocar grande destruio, devido ao alto valor
de sua corrente eltrica, que gera intensos campos
eletromagnticos, calor, etc. Alm dos danos causados diretamente
pela corrente eltrica e pelo intenso calor, o raio pode provocar
sobretenses em redes de energia eltrica, em redes de
telecomunicaes, de TV a cabo, antenas parablicas, redes de
transmisso de dados, etc. Essa sobretenso denominada
Sobretenso Transitria, podendo inclusive chegar at as
instalaes eltricas internas ou de telefonia, de TV a cabo ou de
qualquer unidade consumidora (casa/escritrio/indstria).
Causas Diretas de Acidentes com Eletricidade Os atos inseguros so, geralmente, definidos como causas de
acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano,
isto , aqueles que decorrem da execuo das tarefas de forma
contrria s normas de segurana. a maneira como os
trabalhadores se expem (consciente ou inconscientemente) aos
riscos de acidentes.
falsa a ideia de que no se pode predizer nem controlar o
comportamento humano. Na verdade, possvel analisar os fatores
relacionados com a ocorrncia dos atos inseguros e control-los.
Descrevemos alguns fatores que podem levar os trabalhadores a
praticarem atos inseguros sendo causas diretas de acidentes:
- Inadaptao entre homem e funo por fatores
constitucionais: exemplos; sexo, idade, tempo de reao aos
estmulos, coordenao motora, agressividade, impulsividade, nvel
de inteligncia, grau de ateno.
- Os fatores circunstanciais que influenciam no desempenho do
indivduo no momento da execuo da atividade. Podem ser fatores
como problemas familiares, abalos emocionais, discusso com
colegas, alcoolismo, estado de fadiga, doena, etc.
- Desconhecimento dos riscos da funo e/ou da forma de
evit-los: Estes fatores so na maioria das vezes causados por
seleo ineficaz, falhas ou falta de treinamento.
- Desajustamento: este fator relacionado com certas condies
especficas do trabalho como: problema com a chefia, problemas
com os colegas, polticas salariais imprprias, poltica
promocionalim prpria, clima de insegurana.
- Personalidade: fatores que fazem parte das caractersticas da
personalidade do trabalhador e que se manifestam por
comportamentos imprprios com a atividade exercida como: o
desleixado, o macho, o exibicionista, o desatento, o brincalho.
Podemos ento especificar como causas diretas de acidentes
eltricos as propiciadas pelo contato direto por falha de isolamento,
podendo estas ainda serem classificadas quanto ao tipo de contato
fsico:
Contatos diretos: o contato com partes metlicas normalmente
sob tenso (partes vivas).
Contatos indiretos: o contato com partes metlicas normalmente
no energizadas(massas), mas que podem ficar energizadas devido
a uma falha de isolamento. O acidente mais comum a que esto
submetidas as pessoas, principalmente aquelas que trabalham em
processos industriais ou desempenham tarefas de manuteno e
operao de sistemas industriais, o toque acidental em partes
metlicas energizadas, ficando o corpo ligado eletricamente sob
tenso entre fase e terra.
Causas Indiretas de Acidentes com Eletricidade As causas indiretas de acidentes com eletricidade podemos
especificar por trs grandes causas como: originadas por descargas
atmosfricas, originadas por tenses induzidas eletromagnticas e
originadas por tenses estticas.
Segue uma breve descrio de cada causa:
Descargas Atmosfricas: As descargas atmosfricas induzem
surtos de tenso que chegam a centenas de milhares de volts. A
frico entre as partculas de gua que formam as nuvens,
provocada pelos ventos ascendentes de forte intensidade, do
origem a grandes quantidades de cargas eltricas.
Realizando-se uma experincia observou-se que as cargas eltricas
positivas ocupam a parte superior da nuvem, enquanto as cargas
eltricas negativas se posicionam na parte inferior, acarretando
consequentemente uma intensa migrao de cargas positivas na
superfcie da terra para a rea correspondente localizao da
nuvem, dando dessa forma uma caracterstica bipolar s nuvens. A
concentrao de cargas eltricas positivas e negativas numa
determinada regio faz surgir uma diferena de potencial entre a
terra e a nuvem. No entanto, o ar apresenta uma determinada
rigidez dieltrica, normalmente elevada, que depende de certas
condies ambientais. O aumento dessa diferena de potencial, que
se denomina gradiente de tenso, poder atingir um valor que
supere a rigidez dieltrica do ar interposto entre a nuvem e a terra,
fazendo com que as cargas eltricas migrem na direo da terra,
num trajeto tortuoso e normalmente cheio de ramificaes, cujo
fenmeno conhecido como descarga piloto (raio).
Tenso Esttica: Os condutores possuem eltrons livres e,
portanto, podem ser eletrizados por induo. Os isoladores,
conhecidos tambm por dieltricos, praticamente no possuem
eltrons livres. Normalmente, os centros de gravidade das massas
dos eltrons e prtons de um tomo coincidem-se e localizam-se no
seu centro. Quando um corpo carregado se aproxima desses
tomos, h um deslocamento muito pequeno dos seus eltrons e
prtons, de modo que os centros de gravidade destes no mais se
coincidem, formando assim um dipolo eltrico.
Um dieltrico que possui tomos assim deformados (achatados)
est eletricamente polarizado gerando o choque de tenso esttica
(descarga) ao tocar.
Tenses Induzidas em Linhas de Transmisses de Alta-
Tenso: Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em
condies secas, as linhas sofrem uma contnua induo que se
soma s demais tenses presentes. As tenses estticas crescem
continuamente, e aps um longo perodo de tempo podem ser
relativamente elevadas.
Ao aterrarmos uma linha, as correntes, devido s tenses induzidas
capacitivas e s tenses estticas ao referencial de terra, so
drenadas imediatamente. Todavia, existiro tenses de
acoplamento capacitivo e eletromagntico induzidas pelos
condutores energizados prximos linha.
Medidas de Controle do Risco Eltrico MCRE Os riscos segurana e sade dos trabalhadores no setor de
energia eltrica so elevados, podendo levar a leses de grande
gravidade e so especficos a cada tipo de atividade. Porm, o
maior risco segurana e sade dos trabalhadores o de origem
eltrica. A eletricidade constitui-se um agente de alto potencial de
risco ao homem. Mesmo em baixas tenses ela representa perigo
integridade fsica e sade do trabalhador. Sua ao mais nociva a
ocorrncia do choque eltrico com consequncias diretas e
indiretas (quedas, batidas, queimaduras indiretas e outras).
Tambm apresenta risco devido possibilidade de ocorrncias de
curtos-circuitos ou mau funcionamento do sistema eltrico
originando grandes incndios e exploses.
O que vamos mostrar agora uma tcnica qualitativa cujo objetivo
consiste na identificao dos riscos/perigos potenciais decorrentes
de novas instalaes ou da operao das j existentes.
Em uma instalao programada, para cada evento perigoso
identificado em conjunto com as respectivas consequncias, um
conjunto de causas levantado, possibilitando a classificao
qualitativa do risco associado, de acordo com categorias pr
estabelecidas; de frequncia, de ocorrncia, do cenrio, de acidente
e de severidade das consequncias.
Mais conhecida como APR/APP (Anlise preliminar de risco e/ou
perigos) permite uma ordenao qualitativa dos cenrios de
acidentes encontrados, facilitando a proposio e a priorizao de
medidas para reduo dos riscos da instalao, quando julgadas
necessrias, alm da avaliao da necessidade de aplicao de
tcnicas complementares de anlise.
A metodologia adotada nas APR/APP compreende na execuo
das seguintes tarefas:
a) definir os objetivos e o escopo da anlise;
b) definir as fronteiras das instalaes analisadas;
c) coletar informaes sobre a regio, das instalaes, das
substncias perigosas envolvidas e dos processos;
d) subdividir a instalao em mdulos para anlise;
e) realizar a APR/APP (fazer a planilha de riscos);
f) elaborar estatsticas dos cenrios identificados por categorias de
frequncia e de severidade;
g) e por fim analisar os resultados, elaborar recomendaes quando
necessrio e preparar o relatrio final.
As principais informaes requeridas para a fazer uma APR/APP
so as seguintes:
Das instalaes: especificaes tcnicas de projeto,
especificaes de equipamentos, lay-out das instalaes e
descrio dos principais sistemas de proteo e segurana;
Dos processos: descrio dos processos envolvidos;
das substncias: caractersticas e propriedades fsicas e qumicas
das mesmas.
Para simplificar a realizao da anlise, as instalaes estudadas
so divididas em "mdulos de anlise", os quais podem ser:
unidades completas, locais de servio eltrico, partes de locais de
servio eltrico ou partes especficas das instalaes, tais como
subestaes, painis, etc.
A diviso das instalaes feita com base em critrios de
funcionalidade, complexidade e proximidade fsica.
Para voc entender melhor a planilha acima, iremos explicar nas
prximas lies os detalhes de cada MCRE (medidas de controle de
riscos eltricos).
MCRE Desenergizao
A desenergizao um conjunto de aes coordenadas,
sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva
ausncia de tenso no circuito, trecho ou ponto de trabalho, durante
todo o tempo de interveno e sob controle dos trabalhadores
envolvidos.
Somente sero consideradas desenergizadas as instalaes
eltricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos
apropriados e obedecida a sequncia a seguir:
Seccionamento: o ato de promover a descontinuidade eltrica
total, com afastamento adequado entre um circuito ou dispositivo e
outro, obtida mediante o acionamento de dispositivo apropriado
(chave seccionadora, interruptor, disjuntor), acionado por meios
manuais ou automticos, ou ainda atravs de ferramental
apropriado e segundo procedimentos especficos.
Impedimento de reenergizao: o estabelecimento de
condies que impedem, de modo reconhecidamente garantido, a
reenergizao do circuito ou equipamento desenergizado,
assegurando ao trabalhador o controle do seccionamento. Na
prtica trata-se da aplicao de travamentos mecnicos, por meio
de fechaduras, cadeados e dispositivos auxiliares de travamento ou
com sistemas informatizados equivalentes.
Dever ser utilizado um sistema de travamento do dispositivo de
seccionamento, para o quadro, painel ou caixa de energia eltrica e
garantir o efetivo impedimento de reenergizao involuntria ou
acidental do circuito ou equipamento durante a execuo da
atividade que originou o seccionamento. Deve-se tambm fixar
placas de sinalizao alertando sobre a proibio da ligao da
chave e indicando que o circuito est em manuteno.
O risco de energizar inadvertidamente o circuito grande em
atividades que envolvam equipes diferentes, onde mais de um
empregado estiver trabalhando. Nesse caso a eliminao do risco
obtida pelo emprego de tantos bloqueios quantos forem necessrios
para execuo da atividade.
Dessa forma, o circuito ser novamente energizado quando o ltimo
empregado concluir seu servio e destravar os bloqueios. Aps a
concluso dos servios devero ser adotados os procedimentos de
liberao especficos.
A desenergizao de circuito ou mesmo de todos os circuitos numa
instalao deve ser sempre programada e amplamente divulgada
para que a interrupo da energia eltrica reduza os transtornos e a
possibilidade de acidentes.
A reenergizao dever ser autorizada mediante a divulgao a
todos os envolvidos e somente depois da retirada dos lacres e
cadeados de proteo.
Constatao da ausncia de tenso: a verificao da efetiva
ausncia de tenso nos condutores do circuito eltrico. Deve ser
feita com detectores testados antes e aps a verificao da
ausncia de tenso, sendo realizada por contato ou por
aproximao e de acordo com procedimentos especficos.
Instalao de aterramento temporrio com equipotencializao
dos condutores dos circuitos: constatada a inexistncia de
tenso, um condutor do conjunto de aterramento temporrio dever
ser ligado a uma haste conectada terra. Na sequncia, devero
ser conectadas as garras de aterramento aos condutores fase,
previamente desligados.
OBS.: Trabalhar entre dois pontos devidamente aterrados.
Proteo dos elementos energizados existentes na zona
controlada: define-se zona controlada como, rea em torno da
parte condutora energizada, segregada, acessvel, de dimenses
estabelecidas de acordo com nvel de tenso, cuja aproximao s
permitida a profissionais autorizados, como disposto no anexo II
da Norma Regulamentadora N10. Podendo ser feito com
anteparos, dupla isolao invlucros, etc.
Instalao da sinalizao de impedimento de reenergizao:
dever ser adotada sinalizao adequada de segurana, destinada
advertncia e identificao da razo de desenergizao e
informaes do responsvel.
Os cartes, avisos, placas ou etiquetas de sinalizao do
travamento ou bloqueio devem ser claros e adequadamente
fixados. No caso de mtodo alternativo, procedimentos especficos
devero assegurar a comunicao da condio impeditiva de
energizao a todos os possveis usurios do sistema. Somente
aps a concluso dos servios e verificao de ausncia de
anormalidades, o trabalhador providenciar a retirada de
ferramentas, equipamentos e utenslios e por fim o dispositivo
individual de travamento e etiqueta correspondente.
Os responsveis pelos servios, aps inspeo geral e certificao
da retirada de todos os travamentos, cartes e bloqueios,
providenciar a remoo dos conjuntos de aterramento, e adotar
os procedimentos de liberao do sistema eltrico para operao.
A retirada dos conjuntos de aterramento temporrio dever ocorrer
em ordem inversa de sua instalao.
Os servios a serem executados em instalaes eltricas
desenergizadas, mas com possibilidade de energizao, por
qualquer meio ou razo, devem atender ao que estabelece o
disposto no item 10.6. da NR 10, que diz respeito a segurana em
instalaes eltricas desenergizadas.
MCRE - Aterramento Funcional, de Proteo e Temporrio (TN / TT / IT) O Aterramento nada mais que uma ligao intencional terra
atravs da qual correntes eltricas podem fluir.
O aterramento classificado por:
Funcional: ligao atravs de um dos condutores do sistema
neutro.
De Proteo: ligao terra das massas e dos elementos
condutores estranhos instalao.
Temporrio: ligao eltrica efetiva com baixa impedncia
intencional terra, destinada a garantir a equipotencialidade e
mantida continuamente durante a interveno na instalao eltrica.
Tipo de Aterramento
Na classificao dos esquemas de aterramento utilizada uma
simbologia padro, onde a primeira letra indica a situao da
alimentao em relao terra:
T = um ponto diretamente aterrado;
I = isolao de todas as partes vivas em relao terra ou
aterramento de um ponto atravs de impedncia.
J a segunda letra indica a situao das massas da instalao
eltrica em relao terra:
T = massas diretamente aterradas, independentemente do
aterramento eventual de um ponto da alimentao;
N = massas ligadas ao ponto da alimentao aterrado (em corrente
alternada, o ponto aterrado normalmente o ponto neutro);
E outras letras (eventuais) indicam a disposio do condutor neutro
e do condutor de proteo:
S = funes de neutro e de proteo asseguradas por condutores
distintos;
C = funes de neutro e de proteo combinada sem um nico
condutor (condutor PEN).
Esquemas de aterramento
Conforme a NBR-5410/2004 so considerados os esquemas de
aterramento TN / TT / IT, cabendo as seguintes observaes sobre
as ilustraes e smbolos utilizados:
As figuras na sequncia, que ilustram os esquemas de aterramento,
devem ser interpretadas de forma genrica. Elas utilizam como
exemplo sistemas trifsicos.
Aterramento TN-S
Aterramento TN-C
Aterramento TN-CS
Aterramento TT
a)
b)
Aterramento IT
a)
b)
Aterramento temporrio
O aterramento eltrico temporrio de uma instalao tem por funo
evitar acidentes gerados pela energizao acidental da rede,
propiciando rpida atuao do sistema automtico de
seccionamento ou proteo. Tambm tem o objetivo de promover
proteo aos trabalhadores contra descargas atmosfricas que
possam interagir ao longo do circuito em interveno. Esse
procedimento dever ser adotado a montante (antes) e a jusante
(depois) do ponto de interveno do circuito e derivaes se houver,
salvo quando a interveno ocorrer no final do trecho. Deve ser
retirado ao final dos servios.
Para cada classe de tenso existe um tipo de aterramento
temporrio. O mais usado em trabalhos de manuteno ou
instalao nas linhas de distribuio um conjunto ou Kit padro
composto pelos seguintes elementos:
- vara ou basto de manobra em material isolante, com cabeotes
de manobra;
- grampos condutores para conexo do conjunto de aterramento com os condutores e a terra;
- trapzio de suspenso - para elevao do conjunto de grampos
linha e conexo dos cabos de interligao das fases, de material
leve e bom condutor, permitindo perfeita conexo eltrica e
mecnica dos cabos de interligao das fases e descida para terra;
- grampos para conexo aos condutores e ao ponto de terra; - cabos de aterramento de cobre, extra flexvel e isolado;
- trado ou haste de aterramento para ligao do conjunto de aterramento com o solo, deve ser dimensionado para propiciar
baixa resistncia de terra e boa rea de contato com o solo.
Nas subestaes, por ocasio da manuteno dos componentes, se
conecta os componentes do aterramento temporrio malha de
aterramento fixa, j existente.
MCRE Equipotencializao
Podemos definir equipotencializao como o conjunto de medidas
que visa minimizar as diferenas de potenciais entre componentes
de instalaes eltricas de energia e de sinal (telecomunicaes,
rede de dados, etc.), prevenindo acidentes com pessoas e baixando
a nveis aceitveis os danos tanto nessas instalaes quanto nos
equipamentos a elas conectados.
Todas as massas de uma instalao devem estar ligadas os
condutores de proteo. Em cada edificao deve ser realizada
uma equipotencializao principal, em condies especificadas, e
tantas equipotencializaes suplementares quantas forem
necessrias.
Todas as massas da instalao situadas em uma mesma edificao
devem estar vinculadas equipotencializao principal (BEP) da
edificao e, dessa forma, a um mesmo e nico eletrodo de
aterramento. Isso sem prejuzo de equipotencializaes adicionais
que se faam necessrias, para fins de proteo contra choques
e/ou de compatibilidade eletromagntica.
Massas simultaneamente acessveis devem estar vinculadas a um
mesmo eletrodo de aterramento, sem prejuzo de
equipotencializaes adicionais que se faam necessrias, para fins
de proteo contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagntica.
Massas protegidas contra choques eltricos por um mesmo
dispositivo, dentro das regras da proteo por seccionamento
automtico da alimentao, devem estar vinculadas a um mesmo
eletrodo de aterramento (BEP), sem prejuzo de
equipotencializaes adicionais que se faam necessrias, para fins
de proteo contra choques e/ou de compatibilidade
eletromagntica. Todo circuito deve dispor de condutor de proteo,
em toda sua extenso.
*BEP: Barra de Equipotencializao Principal
Veja a seguir um esquema de Equipotencializao por BEP:
1- Condutor de aterramento
2- Estrutura do prdio
3- a) gua (*) = Vlvula
3- b) Gs
3- c) Esgoto
3- d) Duto de ar condicionado
4- a) Eletroduto de Sinal
4- b) Eletroduto de eltrica
5 - Eletrodo de ligao BEP x Estrutura do Prdio
BEP = Barra de Equipotencializao Principal
EC = Condutor de Equipotencializao
MCRE - Seccionamento Automtico da Alimentao
O seccionamento automtico possui um dispositivo de proteo que
dever seccionar automaticamente a alimentao do circuito ou
equipamento por ele protegido sempre que uma falta (contato entre
parte viva e massa, entre parte viva e condutor de proteo e ainda
entre partes vivas) no circuito ou equipamento der origem a uma
corrente superior ao valor ajustado no dispositivo de proteo,
levando-se em conta o tempo de exposio tenso de contato.
Cabe salientar que estas medidas de proteo requerem a
coordenao entre o esquema de aterramento adotado e as
caractersticas dos condutores e dispositivos de proteo. O
seccionamento automtico de suma importncia em relao a:
- proteo de contatos diretos e indiretos de pessoas e animais;
- proteo do sistema com altas temperaturas e arcos eltricos;
- quando as correntes ultrapassarem os valores estabelecidos para
o circuito;
- proteo contra correntes de curto-circuito;
- proteo contra sobre tenses.
Um dispositivo de proteo deve seccionar automaticamente a
alimentao do circuito ou equipamento protegido contra contatos
indiretos sempre que uma falta entre a parte viva e a massa no
circuito ou equipamento considerado der origem a uma tenso de
contato superior ao valor apropriado de [UL (V)].
Veja nas lies seguintes a diferenciao entre cada sistema.
MCRE - Dispositivo de proteo a corrente diferencial-residual DR
Antes de falar diretamente sobre o dispositivo DR preciso
esclarecer alguns pontos importante quanto utilizao destes
dispositivos.
Na verdade independentemente do esquema de aterramento que
est sendo usado (TN / TT / IT), o uso de proteo DR, mais
particularmente de alta sensibilidade (isto , com corrente
diferencial-residual nominal igual ou inferior a 30 mA), tornou-se
expressamente obrigatrio nos seguintes casos:
- circuitos que sirvam a pontos situados em locais contendo
banheiro ou chuveiro;
- circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em reas
externas edificao;
- circuitos de tomadas de corrente situadas em reas internas que
possam vir a alimentar equipamentos no exterior;
- circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas,
lavanderias, reas de servio, garagens e, no geral, de todo local
interno molhado em uso normal ou sujeito a lavagens.
O DR mede permanentemente a soma vetorial das correntes que
percorrem os condutores. Enquanto o circuito se mantiver
eletricamente igual, a soma vetorial das correntes nos seus
condutores praticamente nula. Ocorrendo a falha de isolamento
em um equipamento alimentado por esse circuito, interromper uma
corrente de falta terra, ou seja, haver uma corrente residual para
a terra. Devido a este "vazamento" de corrente para a terra, a soma
vetorial das correntes nos condutores monitorados pelo DR no
mais nula e o dispositivo detecta justamente essa diferena de
corrente.
Se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido:
a poro de corrente que ir circular pelo corpo da pessoa
provocar igualmente um desequilbrio na soma vetorial das
correntes a diferena, ento, detectada pelo dispositivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta terra. Quando
essa diferena atinge um determinado valor, ativado o rel. Este
rel ir provocar a abertura dos contatos principais do prprio
dispositivo ou de um disjuntor, desligando o circuito
instantaneamente.
Os dispositivos fabricados atualmente, normalmente tm
capacidade de interromper o fornecimento de energia eltrica a
equipamentos ou a circuitos eltricos que operem com correntes at
160A. A sensibilidade exigida do dispositivo, para detectar correntes
de fuga, depender das caractersticas do circuito em ser instalado
(rels de sobre corrente de fase e neutro, rels de alta impedncia,
etc).
A sensibilidade determina se um DR pode ser aplicado proteo
contra contatos indiretos e proteo contra contatos diretos. A
aplicao do DR pode ser dividido em:
- Uso obrigatrio de DR de alta sensibilidade (30 mA): Na
proteo complementar contra choques eltricos em circuitos de
banheiros, tomadas externas, tomadas de cozinhas, lavanderias,
reas de servio, garagens e assemelhados.
- Uso de DR de alta sensibilidade (30 mA) como alternativa: Na
proteo de equipamentos situados prximos piscinas.
- Uso previsto de DR de baixa sensibilidade (500 mA): Um dos
meios prescritos para limitar as correntes de falta/fuga terra em
locais que processem ou armazenem materiais inflamveis.
Na prtica a proteo diferencial-residual pode ser realizada atravs
de:
- interruptores diferenciais-residuais;
- disjuntores com proteo diferencial-residual incorporada;
- tomadas com interruptor DR incorporado (pouco usadas
atualmente);
- blocos diferenciais acoplveis e disjuntores em caixa moldada ou
a disjuntores modulares (mini disjuntores);
- peas avulsas (rel DR e transformador de corrente toroidal) que
so associadas apenas a um elemento desinalizao e/ou alarme,
se eventualmente for apenas este, e no um desligamento, que o
objetivo da deteco diferencial-residual (normalmente usado na
indstria em equipamentos com suspeita de curto ou fuga).
MCRE - Proteo por Extrabaixa Tenso: SELV E PELV
Visando a segurana este mtodo excelente, pois neste caso o
fator de segurana 3x maior devido a trs fatores: a isolao
funcional, a isolao do sistema (transformadores) e a reduo da
tenso. Porm na prtica este mtodo de proteo tem algumas
desvantagens como: necessidade de uma instalao eltrica de
baixa tenso, grandes seces transversais para os condutores de
fornecimento da baixa tenso e, frequentemente, construo de
equipamentos de dimenses relativamente grandes quando
comparados com equipamentos que se utilizam de tenses mais
altas para o seu funcionamento.
Vamos s definies dos sistemas:
Sistema SELV (do ingls: separated extra-low voltage): Sistema de
extra baixa tenso que eletricamente separada da terra de outros
sistemas e de tal modo que a ocorrncia de uma nica falta no
resulta em risco de choque eltrico.
Sistema PELV (do ingls: protected extra-low voltage): Sistema de
extra baixa tenso que no eletricamente separado da terra mas
que preenche, de modo equivalente, todos os requisitos de um
SELV.
Os circuitos SELV no tm qualquer ponto aterrado nem massas
aterradas. Os circuitos PELV podem ser aterrados ou ter massas
aterradas.
Dependendo da tenso nominal do sistema SELV ou PELV e das
condies de uso, a proteo bsica proporcionada por:
- Limitao da tenso;
- Isolao bsica ou uso de barreiras ou invlucros;
- Condies ambientais e construtivas em o equipamento esta
inserido.
As partes vivas de um sistema SELV ou PELV no precisam
necessariamente ser inacessveis, podendo dispensar isolao
bsica, barreira ou invlucro, porm deve atender as exigncias
mnimas da norma NBR 5410/2004.
MCRE - Barreiras e Invlucros So dispositivos que impedem qualquer contato com partes
energizadas das instalaes eltricas. So componentes que visam
impedir que pessoas ou animais toquem acidentalmente as partes
energizadas, garantindo assim que as pessoas sejam advertidas de
que as partes acessveis atravs das aberturas esto energizadas e
no devem ser tocadas.
As barreiras devem ser fortes e fixadas de forma segura e que
tenham durabilidade, tendo como fator de referncia o ambiente em
que est inserido. S podero ser retirados com chaves ou
ferramentas apropriadas e tambm como predisposio uma
segunda barreira ou isolao que no possa ser retirada sem ajuda
de chaves ou ferramentas apropriadas.
Ex.: Telas de proteo com parafusos de fixao e tampas de
painis, etc.
O uso de barreiras ou invlucros, como meio de proteo bsica,
destina-se a impedir qualquer contato com partes vivas. As partes
vivas devem ser confinadas no interior de invlucros ou atrs de
barreiras que garantam grau de proteo.
Quando o invlucro ou barreira compreender superfcies superiores,
horizontais, que sejam diretamente acessveis, elas devem garantir
grau de proteo mnimo.
MCRE - Bloqueios e Impedimentos
Bloqueio a ao destinada a manter, por meios mecnicos um
dispositivo de manobra fixo numa determinada posio, de forma a
impedir uma ao no autorizada, em geral utilizam cadeados.
Dispositivos de bloqueio so aqueles que impedem o acionamento
ou religamento de dispositivos de manobra (chaves, interruptores).
importante que tais dispositivos possibilitem mais de um bloqueio,
ou seja, a insero de mais de um cadeado, por exemplo, para
trabalhos simultneos de mais de uma equipe de manuteno.
Toda ao de bloqueio deve estar acompanhada de etiqueta de
sinalizao, com o nome do profissional responsvel, data, setor de
trabalho e forma de comunicao.
Os obstculos e anteparos devem impedir:
- uma aproximao fsica no intencional das partes vivas (como
por meio de corrimos ou de telas de arame);
- contatos no intencionais com partes vivas por ocasio de
operao de equipamentos sob tenso (por exemplo, por meio de
telas ou painis sobre os seccionadores).
MCRE Isolamento
O isolamento feito para impedir todo o contato com as partes
vivas da instalao eltrica. As partes vivas devem ser
completamente recobertas por uma isolao que s pode ser
removida atravs de sua destruio.
Isolamento em partes vivas (rede)
O isolamento par
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