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FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CRUZEIRO
VÂNIA DIAS TEODORO
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA E ESTRATÉGIA
PARA TOMADA DE DECISÃO NAS EMPRESAS
CRUZEIRO-SP
2013
VÂNIA DIAS TEODORO
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA E ESTRATÉGIA
PARA TOMADA DE DECISÃO NAS EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro, em cumprimento à exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Ciências Contábeis, sob orientação específica do Prof. Esp. Eduardo Fábio de Carvalho Loyolla.
CRUZEIRO-SP
2013
VÂNIA DIAS TEODORO
A CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA E ESTRATÉGIA
PARA TOMADA DE DECISÃO NAS EMPRESAS
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em _____ de ____________ de 2013,
como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis
da Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro, pelos professores:
Banca Examinadora:
_____________________________
_____________________________
_____________________________
________________________________________
Orientador: Prof. Esp. Eduardo Fábio de Carvalho Loyolla.
CRUZEIRO-SP
À minha família, pelo carinho, aos meus
amigos, pelo companheirismo e a meus
mestres, pela paciência e sabedoria.
AGRADECIMENTOS
A Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.
Ao meu orientador Prof. Esp. Eduardo Fábio de Carvalho Loyolla, pela dedicação e
competência a mim destinadas.
À Faculdade de Ciências Humanas de Cruzeiro e à Diretora Prof.ª Patrícia
Baptistella pelas inúmeras oportunidades concedidas, sem as quais eu não chegaria
até aqui.
Aos demais professores, pela amizade e conhecimento compartilhados, em especial
à Prof.ª Rosana de Souza, pelos ensinamentos da origem da contabilidade.
Aos meus familiares e a todos aqueles que me auxiliaram sempre que necessitei.
Ao meu querido João Carlos, pela paciência e incentivo.
“A maior riqueza é o que você sabe. O risco está naquilo que você não sabe. Na prática o que é preciso é administrar o capital e minimizar, prever e estar preparado
para os riscos” (PIMENTEL, 2007, p.13).
RESUMO
O tema desta pesquisa é a contabilidade como ferramenta e estratégia para a tomada de decisão nas empresas, abordando os aspectos fundamentais para auxiliar o profissional contábil e o seu papel na tomada de decisões que é um fator de grande importância para as organizações, as quais se vêem sempre nesta obrigatoriedade. Assim sendo, o objetivo geral da pesquisa consiste em analisar a importância da contabilidade para tomada de decisões dentro da empresa. A revisão bibliográfica foi adotada como metodologia da presente pesquisa, fundamentada nas teorias de importantes e conceituados autores acerca do tema adotado. Reputa-se, por fim, que a contabilidade influi positivamente na tomada de decisão, uma vez que o empresário pode dispor de dados que mostram possíveis irregularidades e precariedades na empresa, além de projeções futuras.
Palavras-chave: Contabilidade. Tomada de decisão. Empresa. Estratégia.
ABSTRACT
The purpose of this research is the accounting as a tool and strategy to the decision making in the companies, discussing the fundamental points to support the accounting professional and his role in the decision making that is a factor of great importance for the organizations, which, always, find themselves in this obligation. Therefore, the objective of the research is to analyze the importance of accounting for decision making in the company. The literature review was adopted as the methodology of this study. Finally, it’s considered that the accounts have a positive influence in decision making, because the businessman can have data that show possible irregularities and precariousness in the company, as well as future projections.
Key words: Accounting. Decision making. Company. Strategy.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................
1 ELUCIDAÇÃO CONCEITUAL E HISTÓRICA ...................................
1.1 ASPÉCTOS HISTÓRICOS ................................................................
1.2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE ...........................
1.3 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DA CONTABILIDADE .........................
1.4 PROCESSO DE DECISÃO ................................................................
2 VANTAGENS E CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE
PARA A TOMADA DE DECISÃO .....................................................
2.1 CARACTERISTICAS DE UM CONTADOR .......................................
2.2 VISÃO DE UM CONTADOR ..............................................................
2.3 IMPORTÂCIA E VANTAGENS DA TOMADA DE DECISÃO NA
EMPRESA...........................................................................................
2.4 DECISÃO ÓTIMA ...............................................................................
2.5 CONTABILIDADE DE CUSTOS, CONTABILIDADE FINANCEIRA E
CONTABILIDADE GERENCIAL .........................................................
3 CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA PARA TOMADA DE
DECISÃO NA EMPRESA ..................................................................
3.1 CONTABILIDADE E A TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA .........
3.2 INSTRUMENTOS PRELIMINARES DA ANÁLISE .............................
3.3 A TOMADA DE DECISÃO E ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS .......................................................................................
CONCLUSÃO .................................................................................................
REFERÊNCIAS ..............................................................................................
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21
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41
ANEXOS ......................................................................................................... 44
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INTRODUÇÃO
Levando em consideração os pressupostos de Quinn (2006, p.137), o fator de
tomada de decisão é uma das principais características de um empreendimento em
se tratando de assumir ou delinear uma estratégia empresarial.
Para tanto, isto é, para garantir que a tomada de decisão, para traçar uma
estratégia, aconteça de maneira efetiva, algumas ferramentas empresariais podem
coadjuvar no processo; uma delas é a contabilidade. Assim sendo, o tema do
presente trabalho é o estudo da contabilidade como uma ferramenta empresarial a
qual pode influir, positivamente, para tomada de decisão para possível e futura
adoção de estratégias.
A pesquisa parte do seguinte problema de pesquisa: A contabilidade, à luz de
seus instrumentos, pode ajudar a empresa na tomada de decisões?
Aventa-se a hipótese de que, como a contabilidade oferece uma visão ampla
e, ao mesmo tempo, específica do que se deseja observar, o empresário consegue
identificar possíveis problemas futuros e empecilhos financeiros atuais no
empreendimento. A contabilidade possui muitas funções financeiras dentro da
empresa, como apontar altos gastos em alguns setores, aumento de produtividade
em algum local, etc.. Enfim, a contabilidade, dispondo de maneiras para indicar
peculiaridades financeiras, pode ajudar a empresa a tomar decisões acerca de seu
futuro.
Defende-se, também, a hipótese de que a contabilidade, por ajudar a evitar
uma má administração de recursos financeiros na empresa, consegue influenciar a
organização a não se desestruturar, garantindo um ambiente favorável para
desenvolvimento corporativo e, conseguintemente, tomada de decisões.
Tem-se como objetivo geral do trabalho analisar a importância da
contabilidade para tomada de decisões dentro da empresa. Tem-se, como objetivos
específicos, descrever as vantagens do uso efetivo da contabilidade na organização,
bem como identificar os meios pelos quais a empresa pode usufruir da tomada de
decisão para adoção de estratégias ou para quaisquer outros aspectos relevantes
para o trabalho.
No que diz respeito à justificativa, o trabalho possui tripla relevância: social,
científica e pessoal.
11
No que diz respeito ao âmbito social, o trabalho pode ser considerado
importante, uma vez que ajuda as empresas a se conscientizarem sobre os
processos gerenciais os quais podem auxiliar no desenvolvimento e sustentabilidade
empresarial. Além disso, o processo de tomada de decisão passa a ser uma
estratégia para a empresa e não somente uma simples ferramenta ou obrigação
legal.
No aspecto científico, o trabalho também é importante por se averiguar a
possibilidade de embasamentos de futuros trabalhos os quais ostentem o mesmo
tema.
Em razão de ser a pesquisadora aluna da graduação de Ciências Contábeis,
bem como possuir uma experiência na área contábil, o trabalho é relevante por
agregar valores profissionais que auxiliam no desenvolvimento de carreira, bem
como por auxiliar no desenvolvimento acadêmico da pesquisadora.
A pesquisa está embasada em autores como Marques (1994), Schimidt e
Santos (2008), Chiavenato (2006), para a fundamentação do contexto histórico,
princípios e conceitos contábeis. No que se refere às questões sobre as
características do contador, à tomada de decisão na empresa e suas análises, a
pesquisa está calcada em Primak (2009), Merola (2008), Santos (2006), Iudícibus e
Marion (2002), Ferreira (2010), Ribeiro (2008), Brussolo (2009), Prates (2005),
Azzolin (2012), Pimentel (2007), dentre outros.
Metodologicamente, adotou-se a pesquisa de revisão bibliográfica,
procedendo-se ao fichamento e resumo das principais obras acerca do tema
abordado e à comprovação das hipóteses. Além de leitura de livros, serão
consultadas outras fontes de pesquisa, tais como documentos disponíveis online,
devidamente referenciados na Bibliografia, bem como as Leis contábeis que
complementam a análise do tema proposto.
Estruturalmente, o trabalho está dividido em três capítulos. O primeiro capítulo
do trabalho trata de apresentar as principais elucidações sobre os aspectos
históricos e a evolução da contabilidade, bem como os aspectos conceituais sobre
contabilidade e o processo de tomada de decisão dentro das empresas. O segundo
capítulo aborda desde questões sobre as características essenciais para o
profissional contábil até as vantagens da tomada de decisão efetiva na empresa.
Além disso, também se aborda a diferença da contabilidade gerencial e financeira, à
12
luz do universo da contabilidade de custos. O último capítulo volta o estudo para o
modo pelo qual a contabilidade pode servir como ferramenta auxiliadora para
tomada de decisão dentro da empresa, da mesma forma que elucida os meios mais
efetivos para tal ação, também, traz um breve estudo sobre suas formas de análises.
Por fim, dá-se a conclusão, seguida das referências e anexo.
13
1 ELUCIDAÇÃO CONCEITUAL E HISTÓRICA
Neste capítulo pretende-se apresentar as principais elucidações sobre os
aspectos históricos, bem como sua evolução, e aspectos conceituais sobre
contabilidade e o processo de tomada de decisão dentro das empresas, para
posteriormente, adentrar no tema da pesquisa.
Fundamenta-se este capítulo nos autores Marques (1994), Schimidt e Santos
(2008), Chiavenato (2006), dentre outros.
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
Desde os primórdios das civilizações, onde o homem começava a viver em
conjunto, surge a necessidade das pessoas de controlar tudo aquilo que se possuía,
gastava ou devia. Dessa forma, sempre buscando controlar seus bens para poupar
e aumentar os mesmos, os primeiros povos desenvolviam então, pouco a pouco, um
senso de administração, que consiste em uma necessidade de contabilizar suas
posses.
Diante da necessidade de controle, compreendeu-se que para uma boa
administração era preciso a elaboração de registros. De acordo com Marques:
Há milhares de anos atrás, os homens das cavernas faziam suas anotações de caça, pesca etc., nas paredes das próprias cavernas. Através dos historiadores, descobrimos que estas cavernas estão demarcadas com desenhos e, isto, podemos dizer que são vestígios de que estes homens faziam controles, registros de alguns fatos, informações demarcadas para não serem esquecidas, controles, etc. (MARQUES, 1994, p.9)
Dessa forma, compreende-se que o senso de contabilidade está presente no
homem desde seus primórdios. Quando iniciou a criação de animais, por exemplo, o
homem encontrou-se perante a necessidade de controlar seu rebanho a fim de
saber a quantidade exata de animais que possuía e, a partir disto, ter ciência no
caso de algum ser perdido ou roubado.
Com o decorrer do tempo, a necessidade de controle do patrimônio
pertencente e o aumento deste tornaram-se cada vez mais importante para o
homem e sua sobrevivência. No início da era comercial, por exemplo, o registro e
14
controle de produtos e bens passaram a ser essenciais, uma vez que a prática de
troca de mercadorias entre os comerciantes era a base do negócio.
A atividade comercial foi então se expandindo, forçando o homem a
desenvolver novas formas e padrões de administrar suas posses. Assim,
gerenciando a entrada e saída de seus bens, o ser humano foi desenvolvendo essa
prática pouco a pouco como uma ciência, dando origem à evolução dos registros,
tornando-se a contabilidade que se conhece hoje. Portanto, dados os conceitos
acima, dá-se continuidade, no tópico seguinte, a este tema com enfoque à evolução
histórica da contabilidade, em que se pretende trazer alguns apontamentos sobre a
evolução dos métodos de registro.
1.2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE
A contabilidade sempre esteve presente na sociedade e é evidente que,
através de seus históricos e repercussão na atualidade, teve seu papel fundamental
de contribuição na evolução da humanidade. Para que se entenda seus aspectos
históricos, vale ressaltar alguns pontos mais relevantes na evolução.
Vestígios históricos evidenciam que a contabilidade já era utilizada desde a
antiguidade, quando o homem contava seus rebanhos e os controlava por meio de
pedrinhas e nas civilizações antigas (Súmero-Babilônicos, Egípcios, Gregos,
Romanos dentre outros), de onde se originou o desenvolvimento para os métodos e
técnicas utilizadas atualmente.
Em sítios arqueológicos em Israel, Síria, Iraque, Turquia e Irã, foram encontrados pequenos artefatos de barro, chamados de fichas, datando de 8000 a 3000 a.C. Escavações também revelaram a existência de outros artefatos de barros assemelhados a caixas que continham fichas no seu interior e impressões externas – que datavam os mais antigos, de aproximadamente 3250 a. C, denominados envelopes (SCHIMIDT E SANTOS, 2008, p. 14).
De acordo com a conceituação dos autores, a civilização Egípcia, há milhares
de anos, contribuiu significativamente com a evolução, devido à criação do papiro e
pelo zelo da escrituração contábil dos seus documentos e controles. Observa-se
que, a partir dos registros dos egípcios, pode-se ver a origem dos livros contábeis,
mesmo que há milhares de anos, já existia uma determinada administração, que
remete a uma visão do há na atualidade, pois ainda citam a complexibilidade que
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existia neste país do sistema de registros, devido às cobranças dos impostos e
taxas.
Os egípcios deram grande passo no desenvolvimento da contabilidade ao escriturarem as contas, tendo como base o valor de sua moeda, o shat de ouro e prata. Esse desenvolvimento deveu-se em parte a administração centralizada exercida nesse país, em que a cobrança de impostos e de outras taxas exigia um complexo sistema de registros (SCHIMIDT E SANTOS, 2008, p. 19).
Destacam-se, também na evolução, a contribuição dos gregos, que
desenvolveram os documentos contábeis mais eficazes da antiguidade, de acordo
com (SCHIMIDT E SANTOS, 2008, p. 20) “nas ilhas gregas de Cicladas, foram
descobertos documentos referentes ao período de 454 a 90 a. C, que registravam os
preços relativos dos produtos, o poder aquisitivo da moeda, o custo de vida etc.,
daquela época”.
Para que se compreenda melhor a evolução, não só da Contabilidade como
também do homem, é ilustrada todas as etapas desta interação através da figura:
Tabela 1: Evolução da humanidade relacionada à contabilidade da pré-história até o advento das partidas dobradas.Fonte: Schimidt e Santos (2008, p. 22)
Neste sentido, a figura confirma, de forma mais clara, os estágios da evolução
da humanidade e que a contabilidade está presente em todos, tornando-se fator
inerente no seu desenvolvimento.
8000 a.C. – utilização de fichas simples;
4400 a.C. – fichas mais complexas;
3250 a.C. – selo sobre os envelopes;
3200 a.C. – impressão na superfície dos envelopes;
3100 a 3000 a.C. – primeiros pictogramas – início da contagem abstrata e
escrita;
1500 a.C. – tabelas de argila;
1100 a.C. – surgimento da escrita alfabética;
650 a.C. – surgimento das primeiras moedas em Lídia (Ásia Menor) e em 600 a.C. na Grécia,
autores afirmam que a primeira moeda é de 869 a.C., de Egina (no golfo de Atenas);
400 d.C. – crise na Eurásia – invasão nômade;
400 d.C. a 1000 d.C. – ascensão do Islamismo – Cruzadas – com o objetivo de expulsar os
muçulmanos da Terra Santa;
1000 d.C. – recuperação da Europa – início dos movimentos comerciais com as Cruzadas.
16
A história da contabilidade, teve seus personagens marcos para esta
construção e, dentre os principais nomes da evolução, deve-se destacar o grande
responsável pela formalização dos métodos das partidas dobradas, que é utilizado
até hoje, o Frei Luca Pacioli.
Embora, para os iniciantes no conhecimento contábil, Luca Pacioli seja apresentado como o criador das partidas dobradas, ele foi o primeiro grande divulgador deste sistema contábil de registro, pelo fato de coincidir a época de sua obra com a introdução da impressão na Itália. Na época da publicação da Summa, já existiam em Veneza por volta de 200 tipografias funcionando (SCHIMIDT E SANTOS, 2008, p. 34).
Neste sentido, vê-se que Luca Pacioli foi o grande responsável pela difusão
da contabilidade e defensor da importância do zelo e ética na escrituração contábil.
Não restam dúvidas de que as civilizações e Luca Pacioli tiveram e têm destaque na
contabilidade, cujas técnicas e métodos são bases para a escrituração contábil
adotada atualmente. A contabilidade sempre esteve e estará presente em todas as
mudanças e evoluções mundiais, também, econômicas. Seguindo princípios e
conceitos que exige a profissão, como se demonstra no próximo subcapítulo.
1.3 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DA CONTABILIDADE
Como toda forma de ciência, a contabilidade possui seus princípios
fundamentais e seus conceitos próprios necessários para o desenvolvimento de
suas funções. A partir do conhecimento de devidas definições e fundamentos, torna-
se possível desempenhar o gerenciamento de atividades financeiras, que são
essenciais para o funcionamento e desenvolvimento das organizações.
De acordo com Marques:
A contabilidade tem como conceito, a ciência que estuda e controla o patrimônio das empresas. Mas podemos também identificar este conceito de contabilidade como a geração de informações que são conhecidas no decorrer da apuração dos fatos e, estas informações, sofrem mudanças na composição de bens, direitos e obrigações. Em síntese, a contabilidade registra os fatos e gera informações do patrimônio das empresas. (MARQUES, 2010, p.27)
A partir da conceituação que o autor elabora sobre a contabilidade,
compreende-se que esta é, de forma sintetizada, uma ciência que consiste
essencialmente no controle do patrimônio. De forma mais abrangente, o setor
17
contábil é responsável por registrar as atividades financeiras, transformando os fatos
em informações precisas sobre o estado patrimonial da empresa.
Ainda sobre os conceitos do autor, entende-se que, por meio dos dados
gerados e processados pela contabilidade, a administração da empresa toma
ciência da situação financeira em que se encontra. Com isso, embasados nas
informações recebidas pelo setor contábil, os responsáveis pelas tomadas de
decisões na organização podem decidir qual a melhor ação a ser executada perante
uma potencial situação de crise ou oportunidade que se apresente.
Segundo Marques:
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam o núcleo central da própria Contabilidade, na sua condição social, sendo a ela inerentes. Os princípios constituem sempre as vigas-mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universalidade e veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. (MARQUES, 2010, p.19)
Dessa forma, os Princípios Fundamentais da Contabilidade formam sua
estrutura consolidando-a como ciência, validando-a e tornando sua veracidade
reconhecida.
Em 02 de junho de 2010, os Princípios Fundamentais da Contabilidade (PFC),
citados na Resolução CFC nº 750/93, passam a denominar-se "Princípios de
Contabilidade (PC)", por força da Resolução CFC 1.282/2010.
De acordo com a Resolução CFC nº 750/93, os Princípios da Contabilidade,
consistem em:
a) o da entidade: responsável por reconhecer o Patrimônio como objeto da
contabilidade e afirmar a sua autonomia patrimonial, diferenciando ainda os tipos de
patrimônios e relacionando-os com seus respectivos possuidores, independente de
sua natureza ou presença/ausência de fins lucrativos.
b) o da continuidade: tem como objetivo levar em consideração a mensuração
e apresentação dos componentes patrimoniais, por conta do senso de que a
entidade estará sempre em operação,
c) o da oportunidade: referente à integridade da produção de informações no
processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.
d) o do registro pelo valor original: determina que os componentes
patrimoniais, expressos em moeda nacional, devem ser registrados pelos valores
originais das transações. Os componentes podem ainda, sofrer influência de fatores
18
como custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização
monetária.
e) o da competência: pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas
e de despesas correlatas. Ainda, estipula que os efeitos das transações feitas sejam
reconhecidos nos períodos a que se referem, independente do recebimento ou
pagamento.
f) o da prudência: determina que sempre que houver alternativas igualmente
válidas para a mensuração das alterações patrimoniais que alterem o patrimônio
liquido, deve ser adotado o menor valor para os componentes do ativo e o maior
valor para os do passivo.
A partir de tais princípios e conceitos fundamentados e estipulados, a
contabilidade se estrutura. Constituída dessa forma, tal área passa a ser
reconhecida como uma ciência de natureza contábil, responsável por auxiliar a
administração de entidades por meio do desempenho de suas funções que visam
acima de tudo, o controle do patrimônio em sua posse. Também, responsável por
evidenciar, através de relatórios, a situação econômica da entidade, a fim de
estruturar um estudo base para todo processo de decisão.
1.4 PROCESSO DE DECISÃO
A tomada de decisão é um processo que envolve as escalas de valores, os
pontos de vistas de diversos ângulos diferentes, os interesses, e principalmente qual
o meio que será movimentado e modificado, independente da alternativa escolhida.
Pois, muitas vezes as opções interagem e agem de forma direta na construção da
tomada de decisão. Chiavenato conceitua sobre o processo:
Para a teoria da decisão, todo problema administrativo equivale a um processo de decisão. Existem dois extremos de decisão: as decisões programadas e as não programadas. Esses dois tipos não são mutuamente exclusivos, mas representam dois pontos extremos entre os quais existe uma gama contínua de decisões intermediárias. (CHIAVENATO, 2006, p. 75)
Dessa forma, tanto os processos de decisão do indivíduo comum, como
também o processo de decisão administrativo é necessário que o problema seja
19
analisado, e observado, para que seja escolhida a alternativa mais coerente com a
situação.
De acordo com Chiavenato (2006, p. 75) “o processo de decisão concentra-se
nas etapas de decisão, onde o objetivo é selecionar a melhor alternativa de
decisão”. O autor também ressalta que são necessárias três etapas simples:
Definição do problema; quais são as alternativas possíveis de solucionar o
problema, e porque escolher qual a melhor alternativa de solução para cada caso
específico.
O Processo de Tomada de Decisão é definido por muitos autores de diversas
formas, remetendo-o a uma visão não muito simplista e sim a um processo
abrangente. Para Nunes (2012, p. 2), o processo é composto por várias fases
inerentes ao processo de resolver algum problema. Sendo assim, o autor ressalta as
fases:
a) Observação: onde o processo de decisão é iniciado quando um indivíduo
reconhece uma oportunidade e reflete sobre a mesma.
b) Reconhecimento do problema: quando há o reconhecimento da
necessidade de ser resolvido.
c) Definir os objetivos: é necessário considerar o que é preciso alcançar com
a tomada de decisão, e principalmente quais são os fins para os quais o trabalho
deve ser direcionado. Os objetivos devem ser pensados anteriormente a qualquer
decisão.
d) Compreender o problema: esta fase é importante para unir os estímulos
interpretados como resistência. É a fase responsável por promover o sucesso ou
fracasso das fases seguintes, comprometendo todo o processo de decisão.
e) Determinar opções: ao definir o Processo de decisão, suas características
e restrições são definidas. Deste fato depende a dimensão e a importância desta
fase.
f) Avaliar as opções: esta fase envolve a determinação do grau de alcance
dos objetivos por parte de cada uma das opções. As consequências são expostas
nessa fase também, e dependem totalmente da alternativa escolhida pela pessoa.
g) Escolher: esta é a fase onde todas as anteriores irão oferecer suporte. A
fase da escolha é onde será escolhida a decisão mais satisfatória e adequada.
Depende muito da composição do problema e da personalidade do responsável pela
decisão.
20
h) Implementação: consiste nas alterações e mudanças feitas para adequar a
tomada de decisão.
i) Monitoração: esta parte é a fase de observação e análise que o responsável
precisa para perceber se a tomada de decisão teve resultados satisfatórios, sendo
assim, a monitoração também é muito importante.
De acordo com o autor, o processo de decisão precisa de um grande
planejamento, como qualquer outra estratégia adotada por uma pessoa ou
organização, onde se estabelece métodos de análises sob informações que se
originam de alternativas a ela impostas.
O planejamento é a forma de garantir quais seriam as possíveis
consequências positivas e negativas que uma alteração pode agregar ao indivíduo
ou empresa. Portanto, antes mesmo de optar por qualquer alternativa disponível é
necessário antes de tudo, executar todas as etapas, para que o processo de tomada
de decisão não tenha posteriores arrependimentos e nem, tampouco, necessidades
de correção de erros. Assim, serão tratadas no próximo capítulo as características
da contabilidade, bem como a tomada de decisão sobre as áreas da contabilidade.
21
2 VANTAGENS E CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE PARA TOMADA DE
DECISÃO
O segundo capítulo aborda desde questões sobre as características
essenciais para o profissional contábil até as vantagens da tomada de decisão
efetiva na empresa. Além disso, aborda a diferença da contabilidade gerencial e
financeira, à luz do universo da contabilidade de custos.
Para fundamentar este capítulo, citam-se os autores Primark (2009), Merola
(2008), Santos (2006), Iudícibus e Marion (2002), Ferreira (2010), Prates (2005),
dentre outros.
2.1 CARACTERÍSTICAS DE UM CONTADOR
Com a globalização, a informatização dos processos e a expansão do
mercado, a contabilidade desempenha um papel fundamental na estrutura das
empresas.
Sendo um setor de extrema relevância, a área contábil exige profissionais
altamente capacitados, que possuam competência, agilidade e, acima de tudo,
visão. Assim, o contador deve estar sempre em sintonia com as funções da empresa
e preparado para agir de acordo com as alterações de mercado e inovações nos
processos.
De acordo com Primak:
A profissão de Contador é considerada, como tantas outras, trabalhosa devido às necessidades de controle de um número de fatos contábeis que ocorrem no dia-a-dia das empresas como os controles [sic] dos fatos que provocam recolhimento de impostos, por exemplo. (PRIMAK, 2009, p.31)
Assim sendo, o contador deve apresentar características que o auxiliem no
desenvolvimento de suas funções. O senso de organização é imprescindível para
que as atividades sejam efetuadas de forma correta e ordenada, a fim de assegurar
os resultados estimados.
Por ser uma área fundamentada no controle de operações, a contabilidade
requer profissionais que saibam exercer o que lhe foi delegado de forma organizada
e controlada.
22
Segundo Primak:
O contador deve possuir uma formação humanística e sua visão global deve compreender o seu meio social, político, econômico e cultural, tomando decisões em um mundo globalizado, diversificado e independente. (PRIMAK, 2009, P.31)
Dessa forma, compreende-se que o profissional contábil deve possuir uma
visão global de todos os aspectos que influenciam em sua área de atuação e no
contexto geral de sua empresa. Tal visão deve compreender os meios de maior
influência no status da empresa inserida no mercado, considerando os fatores
sociais, econômicos, políticos e culturais. Ainda, o contador necessita estar sempre
atento às inovações tecnológicas e mercadológicas, a fim de se adaptar as novas
padronizações que surgem a todo o momento.
De acordo com Primak (2009, p.31): “O contador ainda precisa ter, acima de
tudo, competência para compreender ações e atitudes analisando criticamente as
empresas e sobre tudo, antecipando e promovendo as suas devidas mutações”.
Dessa forma, compreende-se que o profissional contábil deve ainda estar sempre
atento as potenciais alterações do quadro da empresa, elaborando antecipadamente
medidas alternativas que poderiam ser tomadas em eventuais ocorrências,
precavendo a empresa de ser autuada numa fiscalização.
Primak (2009, p.31) ressalta: “Dentre as principais características do
profissional, destacam-se: flexibilidade, liderança, ética, comunicação, iniciativa e
responsabilidade social”. Sendo assim, o perfil do contador deve conter todas essas
características e capacitações para que suas funções dentro da empresa sejam
desempenhadas com excelência, a fim de garantir um posicionamento cada vez
melhor da organização no mercado. E, por isso, aproveita-se o ensejo para trazer
alguns fundamentos acerca da visão adotada pelo contador e as características
deste profissional, no subcapítulo a seguir.
2.2 VISÃO DE UM CONTADOR
A formação do contador permite que atue em empresas de grande, médio e
pequeno porte, ou qualquer tipo de empreendimento, pois em suas incumbências
está monitorar e administrar bens patrimoniais, sendo assim, o leque de opções é
23
grande. “O contador pode, ainda, trabalhar em empresas de auditoria, como auditor
verificando e tornando válidos os registros feitos pelos contadores internos da firma,
por exemplo”. (MEROLA, 2008, p. 26)
Dentre a visão e características dos profissionais de contabilidade está a
forma como lidam com sua profissão, e principalmente a dedicação fornecida aos
momentos de atuação. Merola conceitua sobre o assunto:
Além de sua formação específica, o contador deve ter uma visão global do mundo dos negócios, com o objetivo de ajudar a empresa para a qual trabalha a obter melhores resultados financeiros. Profissionais com especialização em planejamento tributário têm tido boas oportunidades de emprego em empresas que buscam, dentro dos limites legais, pagar menos impostos e obter mais lucros. (MEROLA, 2008, p. 26)
Dessa forma, como afirma o autor, o contador precisa ter visão
empreendedora como se fosse um empresário. É necessário ter visão de mercado,
com observação constante nas variações dos investimentos, para permitir que a
empresa tenha os custos de menor valor possível, e monitorar os gastos da
organização. De acordo com Merola (2008, p. 27) “para um contador, ter
autodisciplina e capacidade de observação e análise são qualidades fundamentais”
para exercer o cargo.
A Contabilidade busca constantemente alterações em suas normas e
métodos de análise, devido à evolução e modificação sofrida pelos sistemas
operacionais e, portanto, o contador precisa adaptar-se a essas alterações e aos
novos cenários sócio-econômicos. O que se demonstra nas palavras de Santos nos
seguintes termos:
Hoje em dia, não se pode mais admitir que a Contabilidade esteja sendo preparada para uso exclusivo dos mesmos usuários de 4 ou 5 décadas atrás. A contabilidade passou a ter relevância no cenário econômico como um todo, deixando de ser instrumento importante apenas no auxílio prestado no cálculo e identificação dos valores que servem como base para recolhimento de impostos, análise para concessão de crédito ou pagamento de dividendos, e com isso começa a ocupar espaço bastante importante nas relações sociais. (SANTOS, 2006, p. 76)
Com base nesse entendimento, percebe-se que hoje o contador tem que
estar sempre à frente do mercado, sendo mais informatizado, buscar um programa
que forneça informações mais rápidas, a fim de que consiga acompanhar as
mudanças tributárias, societárias, previdenciárias e trabalhistas.
24
E, tratando-se de novas tendências que a Contabilidade exige de seus
usuários é relevante uma abordagem acerca do impacto da dinâmica das
informações, que podem contribuir de forma ampla com a utilizada das informações
contábeis. Isso se confirma nas palavras de Leone (1999, p. 13), segundo as quais,
a informação é o ponto crucial da contabilidade, uma vez que as decisões a serem
tomadas envolvem toda a empresa, seja qualquer nível dessa decisão, o contador
elabora cotidianamente informações para vários usuários, sendo:
a) Proprietários de empresas: auxiliam o destino dos investimentos;
b) Administradores: o negócio administrado;
c) Governo: fiscalização, tributação;
d) Fornecedores de matéria prima: ficha para crédito de compra de matéria
prima;
e) Clientes das empresas: parceria nos negócios;
f) Instituições financeiras: recursos.
Entende-se, com isso, que o contador é a peça chave para que esses
usuários tenham acesso às informações contábeis de forma coerente e unificada,
para que todos possam trabalhar sob uma mesma informação, evitando gerar
conflitos e, dados estes esclarecimentos, sobre os novos anseios da sociedade em
relação aos profissionais de contabilidade, Franco afirma:
As expectativas da sociedade crescem continuamente, uma vez que ela vê a profissão contábil como capaz de enfrentar os desafios do futuro e de cumprir suas responsabilidades. A profissão tem, portanto, de avaliar e reconhecer até onde ela pode atender às expectativas da sociedade, sempre crescente, adaptando-se às novas situações, seu crescimento será assegurado. Isso exigirá constante comparação entre as expectativas da sociedade e a capacitação dos membros da profissão para atender a essas expectativas. (FRANCO, 1988, p. 86)
No mesmo enfoque, completa Iudícibus e Marion (2002, p. 47) citando as
áreas de atuação do contador, como pode ser observado:
a) Empresas: podem atuar nas áreas de planejador tributário, analista
financeiro, contador geral, cargos administrativos, auditor interno, contador de
custos, contador gerencial e atuário, entre outros;
b) Contador autônomo: atuando como auditor independente, consultor,
empresário contábil, perito contábil, investigador de fraude;
25
c) Ensino: ministrando atividades de pesquisa, escritor, professor, parecerista
e conferencista;
d) Órgãos públicos: atuando como contador público, agente fiscal de renda,
em vários concursos públicos, tribunal de contas e oficial contador. Salienta-se que
na área de controle de gestão, o contador atua na empresa como controller,
realizando o balanço social e a contabilidade ambiental.
Contudo, percebe-se que a abrangência de atuação do profissional da
Contabilidade é, nos dias atuais, muito mais variada que a do contador do passado,
tornando o conhecimento do controle de gestão e das ferramentas utilizadas para
apurar e obter resultados, a fim de orientar a empresa, imprescindível a formação
destes profissionais.
Com isso, apontam-se as palavras de Sá que faz uma observação acerca do
perfil do contador da atualidade:
Diante do panorama atual, de uma nova realidade internacional, também a realidade brasileira alterou-se. O Contador de nossos dias deve ter formação cultural humanista bem forte e uma cultura volvida a saber pensar. O perfil do profissional de nossos dias exige que o ensino prepare um intelectual que tenha condições de orientar as empresas para a prosperidade, para a eficácia da riqueza. Como a informação ficou absorvida, em quase sua totalidade, pelo recurso dos computadores, a valorização do Contador está em saber explicar os informes e em oferecer modelos de comportamentos aos empresários e gestores de riquezas públicas. Saber analisar, conhecer a razão do porque ocorrem os fatos, indicar caminhos para o uso racional da riqueza das células sociais, é a missão do profissional da atualidade. (SÁ, 2001, p. 2)
Neste sentido, é notável que o profissional de contabilidade evoluiu muito em
relação à simples função de guarda-livros, que desempenhava antigamente. Hoje
possui inúmeras funções em diversos segmentos da sociedade. Tal multiplicidade
de atribuições permite que este profissional tenha uma gama de oportunidade de
atuação e desenvolvimento prático de sua formação profissional.
De acordo com os conceitos levantados por Marques (2009, p.39), o contador
tendo muitas funções, difere-se em poucos critérios. Ainda assim existe uma
diferença de delegações de um profissional e do outro. Sendo que o contador
gerencial precisa estar ligado à todas as modificações da empresa, e já o contador
tradicional está ligado somente às alterações de custos e de gastos, e tem como
responsabilidade informar os dirigentes da organização sobre tais mudanças.
26
Marques conceitua sobre as características e responsabilidades de um
contador gerencial:
Ao perguntar quais as características que distinguem o bom contador gerencial de outros profissionais ligados à área da contabilidade, diríamos que a fundamental é saber tratar, refinar e apresentar de maneira clara, resumidas e operacionais dados espaços contidos nos registros da contabilidade financeira de custos, e etc. bem como juntar as informações com outros conhecimentos não específicos, ligados à área contábil, para suprir a administração em seu processo decisório. (MARQUES, 2009, p. 39)
Dessa forma, o contador gerencial auxilia também no processo decisório de
uma empresa, pois com as análises e observações realizadas é possível agregar
argumentos em um momento de escolha de opções para auxiliar os responsáveis
pela tomada de decisão, que se configura como elemento fundamental na atuação
empresarial, visando obter sucesso nas negociações e dada essa importância, traz-
se, a seguir, alguns esclarecimentos acerca do tema.
2.3 IMPORTÂNCIA E VANTAGENS DA TOMADA DE DECISÃO NA EMPRESA
O processo de decisão é parte essencial da administração da empresa. É o
momento onde os gestores são submetidos a realizar uma escolha sobre alguma
providência a ser estipulada. Ou até mesmo, quando é preciso realizar algumas
modificações em algum setor, ou de algum fator do planejamento.
O processo de decisão também é considerado parte importante para a
implantação de alguma estratégia, pois, por meio deste, a estratégia pode ser
desenvolvida, analisada, pensada e implantada na empresa. O próximo passo é a
monitoração que alguns profissionais da organização serão responsáveis.
Dessa forma, a empresa utiliza dos processos de decisão para desenvolver
estratégias com o objetivo de aprimorar o patrimônio da empresa. Nesse momento,
os profissionais da empresa, podem observar novas alternativas para serem
aplicadas na organização, ao mesmo tempo em que permitem que novas soluções
sejam desenvolvidas.
Geralmente, o setor da administração que fornece os responsáveis pelas
análises das tomadas de decisão, pois, a partir das análises, os profissionais podem
observar e optar pela melhor escolha a ser feita naquela situação. Os autores
Chase, Jacobs e Aquilano (2004, p. 29) conceituam pelo processo de decisão como:
27
“tomar decisões baseadas em fatos é o objetivo da administração. [...] Um meio útil
de dividir as decisões é pelo comprimento do planejamento, ou o período de tempo,
que o tomador de decisão precisa considerar”.
Alguns autores acreditam que as estratégias nascem dos processos de
decisão. Pois, nesse momento muitas ideias são levantadas, e dessa forma, a
empresa possui um campo vasto de opções para escolher, é o que se afirma de
acordo com as palavras de Chase, Jacobs e Aquilano (2004, p. 29), apontando que
“a decisão inicial consiste na natureza da estratégia de produção de uma empresa.
Esta vem da missão da empresa em si e está ligada à ideia de alcançar a vantagem
competitiva através da população”.
O processo de decisão pode ser estipulado por um profissional, ou como
muitas vezes é utilizado, pode ser analisado por um grupo. Esse grupo é formado de
colaboradores competentes, com visão de mercado, que ficam responsáveis por
analisar as melhores providencias.
Schermerhorn, Hunt e Osborn conceituam sobre o assunto:
Os melhores grupos não se limitam a um único método de tomada de decisão, mais variam de método de acordo com o problema em questão. Uma importante habilidade de liderança de grupo é ajudar o grupo a escolher o método certo – o que resulta numa decisão oportuna e de qualidade, com a qual os membros fiquem altamente comprometidos. (SCHERMERHORN, HUNT e OSBORN, 1998, p.141)
Portanto, os autores Schermerhorn, Hunt e Osborn apontam que as
vantagens e a importância da tomada de decisão para o grupo são enormes. Porém,
deve-se ter cuidado para que a tomada de decisão feita em grupo não perca
gradativamente a visão crítica dos membros, uma vez que todos estão envolvidos no
mesmo processo. Ainda assim, para estes autores o grupo agrega mais ideias e
benefícios do que uma só pessoa pensando pela escolha a ser feita. Dessa forma, a
empresa lucra ao utilizar dos colaboradores internos para o processo das tomadas
de decisão, ao mesmo tempo em que pode desenvolver novas estratégias.
Com isso, conclui-se que a formação dos grupos constitui uma alternativa
viável e lucrativa para a empresa que se beneficiará das ideias e propostas trazidas
por estes grupos, pautando-se no critério da busca pelas melhores análises e
decisões e, assim, chegando a tomada de decisões ótimas, como se demonstra a
seguir.
28
2.4 DECISÃO ÓTIMA
Conforme evidenciado anteriormente e que, também, pode ser constatada em
Ferreira (2010, p.219-220), decisão é um ato ou efeito de decidir, determinar,
resolver ou, ainda, dar preferência à adoção de uma iniciativa em vez de outra.
Quanto ao termo ótimo refere-se a um adjetivo – característica – para se referir a
algo que é muito bom, melhor de todos ou boníssimo (FERREIRA, 2010, p.552).
Assim sendo, em uma linha simplista de explanação e pensamento, decisão
ótima seria uma tomada de decisão mais adequada para uma situação em
específico, mesmo que esta acarrete uma situação de risco, visto que decisões são
tomadas em base de premissas externas e internas na empresa.
Andrade a Amboni (2010, p.226) oferecem respaldos para entendimento de
que a decisão ótima é aquela que está condicionada á capacidade de o gestor se
lograr a um curso de ação a fim de otimizar os resultados da organização. Por meio
deste pressuposto, observa-se que a decisão ótima depende da análise de diversos
fatores, no intuito de garantir uma tomada de decisão mais adequada possível para
o ambiente organizacional específico de cada empresa, bem como para a situação
em que se encontra a organização daquele gestor.
Ribeiro (2008, p.233) faz menção ao fato de que a decisão ótima vai
depender da análise estratégica (decisão estratégica) de muitos fatores da empresa,
de acordo com o este autor:
A decisão estratégica é o processo de escolha de uma determinada opção em detrimento às outras opções existentes e que representa a melhor alternativa para que a organização atinja algum resultado. Decisão é um curso de ação escolhido por uma pessoa como o meio mais efetiva à sua disposição para alcançar os objetivos pretendidos. (RIBEIRO, 2008, p. 233)
Neste sentido, a decisão ótima é aquela que traz mais benefícios para a
organização, já que não leva em consideração aspectos mercadológicos
generalizados, contribuindo para resolução de situações específicas dentro da
organização, contemplando as diversas áreas contábeis, as quais se darão enfoque
no próximo subcapítulo.
29
2.5 CONTABILIDADE DE CUSTOS, CONTABILIDADE FINANCEIRA E
CONTABILIDADE GERENCIAL
Por ser uma área ampla e abrangente, a contabilidade engloba várias funções
importantes no meio financeiro e administrativo da empresa. Ainda, subdivide-se em
segmentos que buscam proporcionar uma maior especificidade para tal atividade a
ser exercida, facilitando o desenvolvimento dos processos e o alcance do resultado
final desejado.
De acordo com Brussolo:
A contabilidade pode ser considerada como uma metodologia que capta, registra, acumula, resume e analisa todos os eventos que afetem a situação financeira, econômica e patrimonial de qualquer entidade. Porém, uma das principais funções atuais da contabilidade é fornecer diferentes tipos de informações de acordo com a necessidade de seu usuário. (BRUSSOLO, 2009, p.1)
Dessa forma, comprova-se a afirmação sobre a abrangência da contabilidade,
e a necessidade desta subdividir-se para atender diferentes designações.
Compreende que suas funções são as de processar gastos, investimentos,
custos, despesas e perdas. Para demais funções contábeis, Brussolo (2009, p.1)
define que foi preciso a criação de algumas nomenclaturas para atividades
específicas, consistindo em: contabilidade financeira e contabilidade gerencial e/ou
qualquer outra ramificação de estudo da contabilidade (ver ANEXO A - Diferença
entre contabilidade financeira e gerencial).
De acordo com Brussolo, a contabilidade financeira diz respeito aos aspectos
legais da contabilidade:
A contabilidade financeira é aquela que atende às necessidades legais da contabilidade e os requisitos fiscais. A contabilidade gerencial, ligada à administração da empresa, tem como principal função gerar informações para a tomada de decisões dentro da empresa. Já a contabilidade de custos é voltada para a análise dos gastos realizados pela entidade no decorrer de suas operações. (Brussolo, 2009, p.1)
Dessa forma, é possível que apesar de distintas, todas as três formas de
contabilidade estão interligadas, completando-se. A contabilidade de custos é focada
no controle das movimentações da empresa, enquanto a financeira é responsável
pelos aspectos legais e fiscais.
30
A contabilidade gerencial, por sua vez, requer informações de todos os outros
segmentos para gerar os dados necessários para a tomada de decisão que cabe a
gerência. De acordo com Prates, existe uma diferença entre contabilidade gerencial
e contabilidade financeira:
Na prática, faz-se muitas vezes uma distinção entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira. A contabilidade gerencial mensura e relata informações financeiras, bem como outros tipos de informações, que ajudam os gerentes a atingir as metas da organização. (PRATES, 2005, p.5)
Portanto, compreende-se que cada segmento do setor contábil possui sua
respectiva delegação. A contabilidade de custos, associada à financeira e à
gerencial, compõem o sistema necessário para que a empresa possa ser controlada
de forma ordenada e eficiente. Assim, complementando-se, os três tipos de
processos proporcionam dados, embasamento e visão para os gestores na hora da
tomada de decisão que conduzirá as operações da empresa.
Considera-se, também, que a junção de vários conhecimentos dentro de uma
entidade, tais como: Contabilidade Financeira, Contabilidade de Custos, Economia,
Administração, etc., possibilitam aos gestores identificar, interpretar e analisar as
informações fornecidas de uma maneira mais rápida e eficaz que se tornam base
necessária para atingir objetivos organizacionais e tomada de decisões importantes.
O próximo capítulo trata de abordar as questões acerca da contabilidade
como ferramenta essencial para tomada de decisões dentro da organização,
levando em consideração os distintos aspectos financeiros que influenciam nestas
decisões.
31
3 CONTABILIDADE COMO FERRAMENTA PARA TOMADA DE DECISÃO NA
EMPRESA
Este capítulo objeta analisar o modo pelo qual a contabilidade pode servir
como ferramenta auxiliadora para tomada de decisão dentro da empresa.
Evidenciando estudos financeiros da empresa, de ambientes externos e análises
das demonstrações, para melhor compreensão do tema,
Para tanto, fundamenta-se nos posicionamentos trazidos por autores como
Benedicto (2004), Nagatsuka (2002), Miotto e Lozeckyi (2008), Azzolin (2012),
Passos (2012), dentro outros estudiosos.
3.1 CONTABILIDADE E A TOMADA DE DECISÃO FINANCEIRA
A contabilidade utiliza-se de diversas ferramentas para desempenhar suas
funções. No atual contexto econômico, com a alta competitividade do mercado, o
setor contábil nunca possuiu tanta relevância na empresa, sendo de grande
influência na tomada de decisão financeira. Desta forma, a contabilidade torna-se
uma importante ferramenta dos gestores nos momentos decisivos que definem os
rumos da organização.
De acordo com Benedicto:
A contabilidade é essencial na tomada de decisão porque identifica onde, como e quando o dinheiro ingressou na empresa e foi gasto, registrando, ainda, os compromissos que foram feitos. Dentro dessa perspectiva e através da avaliação de desempenho da empresa, pode-se ter uma apreciação sobre as implicações financeiras de escolher um plano de ação em vez de outro. A contabilidade, ainda, ajuda a dirigir a atenção aos problemas atuais, assim como às oportunidades, e auxilia a prever os efeitos futuros das decisões tomadas. (BENEDICTO, 2004, p.3)
Compreende-se, portanto, que a contabilidade é essencial para o processo de
tomada de decisão por fornecer a gerencia os dados necessários para as ações a
serem exercidas.
A partir do registro de todas as movimentações financeiras realizadas, os
gestores podem identificar os problemas que a empresa apresenta e suas potenciais
resoluções, para então, elaborar o plano de ação mais adequado ao quadro
financeiro da organização.
32
Segundo Nagatsuka:
Para que a contabilidade possa atingir o seu objetivo, qual seja, gerar informações úteis para a tomada de decisão pelos diversos usuários das informações contábeis, se faz necessário que as demonstrações contábeis sejam muito bem-elaboradas. (NAGATSUKA, 2002, p.33)
Dessa forma, compreende-se que para que a tomada de decisão seja
efetuada da maneira mais correta e apropriada, é necessário que as informações
contábeis sejam processadas com a maior precisão possível. A partir desta
precisão, os gestores podem traçar planos de ação específicos que visam a
manutenção e controle da situação financeira da organização.
Os gestores utilizam as demonstrações contábeis para formular planos de
ação para a empresa. Para tal, utilizam a contabilidade como uma ferramenta para
auxiliar na tomada de decisão financeira. Esta, por sua vez, conta com suas próprias
ferramentas, que desempenham funções específicas no setor contábil, mensurando
e gerando dados e informações que providenciam um resultado final que influencia
na tomada de decisão.
Miotto e Lozeckyi (2008, p.3) expõem algumas das principais ferramentas
utilizadas:
a) Orçamento: De teor quantitativo, o orçamento é responsável por
representar previamente os dados necessários para planejamentos futuros,
facilitando a análise de ações viáveis e a posterior prestação de contas.
b) Fluxo de caixa: Responsável por verificar possíveis investimentos,
periodicidade de pagamentos e programação de compras.
c) Técnicas de análises de investimento: Esta ferramenta conta com análises
horizontal e vertical, análises das demonstrações financeiras e da taxa de retorno de
investimentos, índices de liquidez, endividamento e rentabilidade dentre outras, para
a escolha de qual o recurso mais adequado a se investir.
d) Análise das demonstrações contábeis: Utilizada pelos tomadores de
decisão, esta ferramenta consiste na interação total da vida econômica, financeira e
patrimonial da empresa, fornecendo aos gestores uma visão global da situação da
organização.
e) Planejamento tributário: Busca minimizar os custos com encargos
tributários e impostos que reduzem o faturamento da empresa. Esta ferramenta
33
ainda permite que o contador analise formas de gerar novos investimentos a partir
dos recursos economizados.
Dessa forma, compreende-se que a contabilidade é uma área fundamental
para o funcionamento e sobrevivência da empresa, sendo de extrema relevância
que tenha suas funções exercidas com excelência.
A partir de suas próprias ferramentas, o setor contábil desempenha suas
atividades a fim de controlar a entrada e saída dos recursos da empresa, estudando
ainda, formas de gerenciamento do patrimônio, com o objetivo de consolidar uma
rede de dados necessários para as tomadas de decisões. Porém, torna-se
imprescindível uma análise preliminar não só do ambiente interno da empresa, mas,
também, fatores externos que são diretamente ligados ao processo de liquidez da
empresa.
3.2 INSTRUMENTOS PRELIMINARES DA ANÁLISE
O ambiente empresarial conta com uma série de procedimentos que servem
para ser realizados antes de alguma análise. Tratando-se do setor contável, o
departamento requer precisão extrema nos dados apresentados, pois é referente ao
patrimônio da empresa.
Existem diversas análises financeiras que compõem o setor da
contabilidade, sendo que cada uma é utilizada em um momento específico, como
também para um objetivo escolhido. Pois, de acordo com os conceitos de Azzolin
(2012, p. 226) as “análises financeiras são muitos mais do que o simples cálculo de
índices e porcentagens. Sendo que a avaliação desses indicadores exige que se
considerem inúmeros aspectos internos à empresa, como também fatores externos”.
Existem três procedimentos preliminares que são fundamentais para o
desenvolvimento de uma correta analise financeira, de acordo com Azzolin (2012, p.
225):
a) Eliminar as distorções provocadas pela inflação nos valores constantes das
demonstrações contábeis;
b) Reclassificar algumas contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração
do Resultado do Exercício, a chamada padronização, como por exemplo, as
Duplicatas Descontadas.
c) Fazer um comparativo com padrões pré-estabelecidos.
34
Sendo que no quesito da classificação das contas é necessário também, de
acordo com o Azzolin (2012, p. 225): “transferir o saldo das duplicatas descontadas
para o passivo circulante, considerando-as como passivo oneroso, pois estas
operações provocam despesas financeiras”. Ou seja, os procedimentos preliminares
tratam-se de uma forma de organizar e estruturar os dados e os valores de maneira
mais específica, antes mesmo de realizar qualquer tipo de análise financeira que
seja requisitada para a empresa.
Portanto, de acordo com o autor, os processos preliminares a uma análise
financeira permitem que alguns movimentos sejam previstos, como também, garante
certa precisão nos valores lançados nas análises, para que posteriormente os
resultados alcançados sejam os mais satisfatórios possíveis.
3.3 A TOMADA DE DECISÃO E ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O processo de tomada de decisões pode ser embasado em vários setores da
organização. Dentre eles está a contabilidade, que, por tratar das movimentações do
patrimônio, pode fornecer informações essências para que os responsáveis
escolham a alternativa mais adequada. As análises contábeis podem ser
apresentadas em demonstrativos constantes, que abordam todos os valores
importantes das movimentações realizadas. Com base nessas informações, o grupo
responsável por analisar as melhores propostas de uma tomada de decisão tem
mais opções na hora da escolha.
Marques (2010, p. 38) conceitua sobre os demonstrativos contábeis, como:
“um instrumento que estabelece parâmetros ou restringe procedimentos
operacionais quanto á sua utilização, com a finalidade de manter uniformes os
relatórios contábeis”.
Pimentel também conceitua sobre os demonstrativos:
As demonstrações contábeis têm o objetivo primordial de proporcionar aos diversos clientes externos: bancos, acionistas, fornecedores, credores, assim como aos clientes internos, que são administradores, diretores e funcionários da empresa ou organização, um relato real das modificações patrimoniais ocorridas em um determinado período de tempo, seja ele, mensal, trimestral, semestral ou anual e um relato das atividades a cerca d negócio. (PIMENTEL, 2007, p. 58)
35
Dessa forma é possível controlar as alterações feitas no patrimônio da
empresa de maneira constante, tendo em vista que os relatórios dos demonstrativos
são expostos de maneira alternada com todas as informações possíveis.
De acordo com Pimentel (2007, p. 58), os demonstrativos são muito utilizados
nas empresas por serem expostos às diversas áreas. Tanto para os clientes
internos, como já citado acima, como também para os clientes externos. Aos clientes
externos, como órgãos, investidores e desenvolvedores governamentais as
informações contidas nos itens dos demonstrativos e demais itens contábeis servem
para orientação e conhecimento dos fatos ocorridos, para que se obtenha
principalmente uma forma de avaliar os dados apresentados, é preciso ter o
conhecimento dos processos e como esses são realizados pela empresa.
Por meio das ferramentas disponibilizadas pelos demonstrativos contábeis é
possível auxiliar as análises da tomada de decisão, a partir das técnicas a seguir,
desenvolvidas por Passos (2012, p. 18).
a) Indicadores Financeiros econômicos
b) Analise vertical e horizontal
c) Análise da taxa de retorno sobre Investimentos (Margem de Lucro X Giro
do Ativo)
d) Análise da Demonstração de Origens e Aplicação de Recursos, dos Fluxos
de Caixa e da Demonstração de Valor Adicionado.
As ferramentas disponibilizadas pela contabilidade auxiliam na formação de
todo o processo de decisão. Pois, de acordo com o pensamento de Pimentel (2007,
p. 58) “o objetivo final de uma demonstração contábil é analisar a situação financeira
e econômica de uma instituição de antecipar e prever as situações futuras, tendo
assim um sistema de apoio de informações para a tomada de decisão”.
Em destaque da análise vertical e horizontal, em que se entende como uma
ferramenta que demonstra aos administradores, num determinado período, a
variação das contas, em que seu resultado é de extrema importância à análise
financeira da empresa, dando respaldo a tomada de decisão. Têm-se algumas
discussões no conceito desta técnica, que reflete em maior foco no seu estudo.
Padoveze e Benedicto (2004, p. 171) conceituam sobre as análises
financeiras como algo amplo. Pois, além dos indicadores para a contabilidade, as
transformações dos valores das demonstrações financeiras em números relativos
são de grande valia para as análises, tendo como objetivo de melhorar a visibilidade
36
dos profissionais responsáveis, como também possibilitar a identificação de pontos
negativos e positivos da organização.
Assim, a análise vertical caracteriza-se como uma maneira de analisar a
estrutura e a participação, enquanto a análise horizontal tem como objetivo
mensurar a variação de crescimento dos valores dos elementos das demonstrações
financeiras. Ou seja, ambas as analises podem ser feitas por meio dos profissionais
de contabilidade, e como requisito primordial é necessário ter ciência dos processos
patrimoniais da organização.
Portanto, Padoveze e Benedicto definem análise vertical como:
A análise vertical trata-se da participação percentual ou de estrutura dos elementos das demonstrações contábeis. Assume-se como 100% um determinado elemento patrimonial que, em princípio, deve ser o mais importante e faz-se uma relação percentual de todos os demais elementos sobre ele. Já a análise vertical da demonstração patrimonial, pois, pelo fato de atribui 100% à receita operacional, permite uma visão da estrutura de custos e despesas da empresa, em termos de média sobre as vendas. (PADOVEZE e BENEDICTO, 2004, p. 171)
Neste sentido, a análise vertical levanta todos os dados de um setor ou
departamento, sendo que no caso das empresas, pode se tratar dos dados
referentes à produção, juntamente com os dados esperados de demanda.
Marques (2004, p. 159) apresenta outra definição para a análise vertical. O
autor conceitua que no balanço patrimonial a analise vertical abrange cálculos
precisos sobre o percentual de todas as contas realizadas, permitindo que sejam
relacionadas tanto em grupo como com o total do ativo e do passivo. Sendo que
outro fator importante está em que a análise pode ser feita em qualquer
demonstração financeira.
Em relação à análise horizontal, os autores apresentam uma conceituação
diferente, sendo que, de acordo com Padoveze e Benedicto, a análise horizontal
trata-se de:
Á uma análise da evolução, crescimento ou diminuição, que permite identificar a variação positiva ou negativa de um período em relação ao anterior. Toma-se como 100% todas as contas de um determinado período e faz-se uma relação percentual em cima dos dados desse período. O novo número relativo indica quanto o período subseqüente é maior ou menor que o período anterior. (PADOVEZE e BENEDICTO, 2004, p.171)
37
Ou seja, a análise horizontal já permite uma analise mais precisa sobre as
variações de patrimônio e lucratividade da empresa, pois, permite comparações
entre um período e outro, apresentando resultados diferentes a cada análise.
Marques (2004, p. 159) afirma que a “análise vertical e a análise horizontal
devem ser utilizadas de forma conjunta, pois, servem para completar as
observações efetuadas através da análise por quocientes”. Sendo que a análise por
quociente apresenta dos resultados comparados, entre os itens de todas as
demonstrações.
Portanto, ambas as análises permitem controle do patrimônio e dos lucros,
por meio da contabilidade. Pois, independente das análises sendo feitas em
conjunto, ou separadas, ambas promovem resultados precisos baseados em dados
selecionados, com um objetivo escolhido. Com isso, ao serem realizadas, as
análises promovem a compreensão sobre a situação econômica da organização,
tornando mais eficaz a tomada de decisão e, mais embasada com dados
representativos e comprobatórios.
Em volta as técnicas de Passos, o autor ainda conceitua sobre a importância
dos demonstrativos para a escolha da melhor alternativa na tomada de decisão:
Assim de posse de dados levantados pela contabilidade através das informações fornecidas pelo sistema contábil, escolhendo a melhor técnica de análise, pode-se identificar o desempenho da empresa e traçar paralelos com outras empresas de mesmo ramo de atividade, podendo tomar decisões que se fizerem necessárias, de forma mais segura e fundamentada. (PASSOS, 2012, p. 18)
Por meio das técnicas, apontadas por Passos (2012, p.18), é possível
completar ainda mais as informações observadas pela análise da contabilidade.
Sendo que existem, não só as ferramentas apontadas anteriormente, mas, também
outras ferramentas da contabilidade que permitem que a empresa a utilize na
tomada de decisão.
Quanto aos indicadores financeiros, Gitman (2006, p.45) os divide por
categorias de índices financeiros, sendo elas cinco categorias básicas: liquidez,
atividade, endividamento, rentabilidade e valor de mercado. Sendo que os índices de
liquidez, atividade e endividamento medem o risco; os índices de rentabilidade
medem retorno e os índices de mercado capturam tanto risco como retorno.
38
Portanto, a contabilidade, em seu universo de metodologias e técnicas, auxilia
de forma direta a indireta no processo de tomada de decisões, sendo que de
maneira direta, disponibiliza os demonstrativos das alterações do patrimônio da
organização, como também de forma indireta auxilia os profissionais a escolherem a
melhor alternativa dentre as propostas.
39
CONCLUSÃO
É evidente que, em meio ao crescente número de empresas e do cenário
competitivo, as organizações devem dispor de ferramentas e estratégias que
possam ajudá-las a se manter e desenvolver no mercado. Como visto no início das
linhas de investigação deste trabalho, estratégias a longo prazo são de suma
importância para o empreendimento, de forma que o empreendimento tenha mais
chances de sobreviver em cenários futuros de mercado. Assim sendo, a tomada de
decisão é crucial para a organização, desde que, analisado os problemas sejam
criadas opções com base nas alternativas propostas.
Por isso, na presente pesquisa, o tema abordado embasa-se no fato de que a
contabilidade, através de suas ferramentas, pode auxiliar a empresa na tomada de
decisão. Neste sentido, buscou-se demonstrar como o contador, estando
diretamente relacionado ao gerenciamento da empresa, pode transparecer e
fornecer as bases para a busca pelo desempenho ideal da empresa. Percebe-se na
pesquisa, cuja pretensão inicial se fazia com o questionamento a cerca do
posicionamento da contabilidade como parte de suma importância na tomada de
decisão, para o qual uma das hipóteses aventadas era, exatamente, como a
contabilidade pode oferecer uma visão ampla e, ao mesmo tempo, específica do que
se deseja observar o empresário e consegue identificar possíveis problemas futuros
e empecilhos financeiros atuais no empreendimento.
Além disso, evidencia-se uma influição no processo de tomada de decisão na
empresa pela contabilidade, pois esta, por ajudar a evitar alguma má administração
de recursos financeiros na empresa, consegue influenciar a organização a não se
desestruturar, garantindo um ambiente favorável para desenvolvimento corporativo
e, conseguintemente, para tomada de decisões.
Pois bem, as hipóteses apresentadas inicialmente se demonstraram
verdadeiras ao longo da pesquisa, uma vez que ao tratar no segundo capitulo das
características e visões do profissional contábil, em que este deve por princípios
auxiliar a empresa no gerenciamento e na tomada de decisão, sendo esta essencial
a administração e implantação de estratégia a empresa, verifica-se a real
importância do papel deste profissional e as ferramentas por ele utilizadas.
40
O objetivo de analisar a importância da contabilidade para tomada de
decisões dentro da empresa, de modo a identificar que como a contabilidade dispõe
de muitas incumbências financeiras para que a empresa continue exercendo suas
funções, esta pode auxiliar na tomada de decisões no futuro, seja de médio ou longo
prazo e, foi atingido no decorrer de toda pesquisa, principalmente no terceiro
capitulo, ao citar os posicionamentos de conceituados autores acerca desta doutrina
social, em que se demonstrou que a contabilidade é uma ferramenta da qual se
extrai as informações concretas para dirigir os problemas atuais na empresa,
tomando visão futura e estratégica, embora seja preciso reconhecer que para a
contabilidade gerar informações úteis a tomada de decisão na empresa, é
necessária que, as demonstrações estejam muito bem elaboradas e apuradas.
Considera-se que a empresa, levando em consideração os dados financeiros
atuais do empreendimento e avaliando a situação financeira projetada para mercado
futuro, com base na contabilidade, pode esperar resultados mais concretos quanto
aos que foram, previamente, traçados. Todavia, muito embora a contabilidade
exerça influência na tomada de decisões da empresa, a organização deve pautar-se
e embasar-se em outros fatores para tomada de decisão final, como os fatores
externos, por exemplo.
A presente pesquisa, então, permanece em aberto para futuras
complementações de trabalhos os quais abordem o tema em questão. Como as
variáveis de tomada de decisão não dependem, apenas, dos aspectos financeiros e
afins da empresa, a contabilidade deve ser vista como muito importante para o
empreendimento, mas não como argumento e fato irredutíveis. Assim sendo, mais
estudos sobre outras influências na tomada de decisão devem ser feitos para
complementar esta pesquisa.
41
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ANEXO A – Diferença entre contabilidade financeira e gerencial
Os campos de atuação dos dois ramos de estudo da contabilidade podem
ser averiguadas na ilustração abaixo:
Fonte: Rios (2010).
As principais distinções entre os dois ramos de estudo da contabilidade
podem ser constatadas no quadro abaixo:
(continua)
Fator Contabilidade Financeira
Contabilidade Gerencial
Usuários dos relatórios Externos e internos Internos
Objetivo dos relatórios Facilitar a análise financeira para as necessidades dos usuários externos.
Objetivo especial de facilitar o planejamento, controle, avaliação de desempenho e tomada de decisão internamente.
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(conclusão)
Fator Contabilidade Financeira
Contabilidade Gerencial
Forma dos relatórios Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados, Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstração das mutações do Patrimônio Líquido.
Orçamentos, contabilidade por responsabilidade, relatórios de desempenho, relatórios de custo, relatórios especiais não rotineiros para facilitar a tomada de decisão.
Frequência dos relatórios
Anual, trimestral e ocasionalmente mensal.
Quando necessário pela administração.
Custos ou valores utilizados
Primariamente históricos (passados).
Históricos e esperados (previstos).
Fonte: Edivam Júnior (2005)
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