View
221
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
CEN
TRO
DE
REF
ERÊN
CIA
EM
SA
ÚD
E D
O
TRA
BA
LHA
DO
R
CER
EST
REG
IÃO
CEN
TRO
San
ta M
aria
/ R
S
Trabalhar Sim, Adoecer Não !
CEN
TRO
DE
REF
ERÊN
CIA
EM
SA
ÚD
E D
O
Nessa cidade morava:
O melhor pintordo mundo, com 20 anosde experiência e grandeclientela.
Costuma acertar no cálculo das tintas e seu preço é o melhor da praça.
Nela também morava:
O melhorpedreiro do mundo,com 17 anos deexperiência e grandeclientela.
Não atrasa obra, nem escolhe serviço. Seu preço também é o melhor da praça.
É compadre o pintor!
Lá também morava:
A melhorfaxineira do mundo,com 10 anos deexperiência e grandeclientela.
Trabalha um dia Trabalha um dia em cada apartamento, não atrasa e é muito caprichosa. Seu preço também é ótimo.
É casada com o pedreiro!
Também mora lá:
A melhor família demarceneiros, trabalham há30 anos nessa atividade etem grande clientela.
Entretanto, já estão Entretanto, já estão virando ótimos pedreiros, tendo em vista uma estranha epidemia de "perda de dedos".
Trabalham bem, apesar do problema!
Ah, essa cidade tambémtem:
O melhormecânico de automóveis,filho da faxineira,aprendeu mecânica comum vizinho e adora mexerem motores.
Criativo, trabalha toda a semana para comprar material e construir sua casa.
Está noivo e quer casar no final do ano!
No distrito mora:
O melhor jovemagricultor. É sobrinho dopintor, trabalha nalavoura com os pais,aprendeu desdepequeno a importânciado trabalho.do trabalho.
Não gostava de estudar, mas não fugia do serviço!
E essa cidade não poderiadeixar de ter:
A melhor equipe detrabalho do mundo,trabalham juntos à 5 anos.
Resolvem qualquer problema elétrico, faça problema elétrico, faça chuva ou faça sol, de dia ou de noite.
Também fazem mudanças e são companheiros de futebol !
Enfim,
O que faz as pessoasdessa cidade se acharemimortais?
O que permite quepessoas sérias, maduras,competentes no que fazem,coloquem suas vidas em riscotão facilmente?tão facilmente?
Será que segurança ébobagem?
Será que cautela éfrescura?
Será que nãodá nada, mesmo?
E nós, profissionais da saúde, como deixamos os
trabalhadores “dessa cidade” agirem assim?
Em que medida somos responsáveis por esse
tipo de comportamento?
HISTÓRICO
• Identificada como Medicina do Trabalho, esta especialidade da Medicina surgiu na Inglaterra, na primeira metade do séc. XIX, com a Revolução IndustrialRevolução Industrial;Revolução IndustrialRevolução Industrial;
• Naquele momento, o consumo da força de trabalho submetida a processo desumano e acelerado de produçãoprodução, exigiu intervenção médica, sob pena de tornar inviável a sobrevivência do modelo;
Objetivos
• Assegurar a proteçãoproteção dos trabalhadores contra todo o risco do / no trabalho;
• Contribuir à adaptaçãoadaptação física e mental • Contribuir à adaptaçãoadaptação física e mental dos trabalhadores, .... e pela sua colocação em lugares correspondentes às suas aptidões;
• Contribuir ao estabelecimento e manutenção do nível mais elevado
possívelpossível do bem-estar físico e mental....
Enfim ...Configurou-se uma
nova prática, cujo objeto de estudo se dá no processo saúde e
doença dos grupos humanos, em sua
relação com o trabalho: a saúde do saúde do
Busca a explicação
sobre o adoecer e o
morrer dos trabalhadores através
do estudo dos processos de processos de a saúde do saúde do
trabalhadortrabalhadorprocessos de processos de
trabalhotrabalho, articulado com valores, crenças e
idéias, bem como a
possibilidade de consumo de bens e
serviços
Considera o trabalhotrabalhoenquanto organizador da vida
social, espaço de dominação
e submissão do trabalhador
pelo capital, mas também de resistênciaresistência, de constituiçãoconstituição
e do fazer históricofazer histórico
Essa é a concepção de Saúde do TrabalhadorSaúde do Trabalhador
Isso é o que consta na legislação do SUSSUS
Essa é a responsabilidade dos profissionais da profissionais da Essa é a responsabilidade dos profissionais da profissionais da saúdesaúde
Esse é o desafio para a formaçãoformação desses profissionais
GOVERNOS: políticas públicas de proteção à
SOCIEDADE:participação e
CIDADÃOS: GOVERNOS: políticas públicas de proteção à vida da população
MTE + MPAS + MJ + MS = PNSST= PNSST
participação e respeito à legislação.
Não à lógica:
" O Lucro é privado e o prejuízo é público“
Não cabe matar a vida para
ganhar a vida!!!
Art. 200 da Constituição Federal
Ao SUS compete: .... Ao SUS compete: ....
II – executar as ações de vigilância
sanitária e epidemiológica, bem
como as de saúde do trabalhadorsaúde do trabalhador
Lei Orgânica da Saúde: Lei 8.080 / 1990
Art. 6º - Estão incluídas ainda no campo de atuação do SUS:
............
Parágr. 3º. Entende-se por saúde do saúde do
trabalhadortrabalhador um conjunto de atividades que se destina, através de ações de vigilância epidemiológica e sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como sua recuperação e reabilitação.
Espaço estratégico que recolhe evidências e Espaço estratégico que recolhe evidências e desencadeia ou recomenda ações.desencadeia ou recomenda ações.
Indicadores:Indicadores:Indicadores:Indicadores:
• de efeitos: prevê a adoção de medidas para o controle do risco – SIST / SINAN
• de antecipação de riscos: evidências percebidas e vividas - modelo explicativo não reducionista e mais resolutivo
Entende-se por saúde do trabalhadorsaúde do trabalhador um conjunto
de atividades que se destina, através de ações de
vigilância epidemiológica e sanitária
Processos e ambientes de trabalhoProcessos e ambientes de trabalho
(espaços de conflito entre capital e trabalho, mas (espaços de conflito entre capital e trabalho, mas também de ação e resolução)
à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como sua recuperação e
reabilitação.
(com a participação do trabalhador)
Como o SUS faz isso?Como o SUS faz isso?Portaria N. 1679/2002:Portaria N. 1679/2002:
Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador – RENAST:RENAST:
-- ações em nível de atenção básicaações em nível de atenção básica-- rede de rede de Centros de Referência em Saúde Centros de Referência em Saúde
do Trabalhadordo Trabalhador
-- ações em atenção de média e alta ações em atenção de média e alta complexidadecomplexidade
CCaabe ao SUS Municipal: be ao SUS Municipal: a)a) atendimentoatendimento aoao acidentadoacidentado ouou portadorportador dededoençadoença dodo trabalhotrabalho;;
b)b) notificaçãonotificação dasdas doençasdoenças ee acidentesacidentes dodo trabalhotrabalho(SIST(SIST ee SINAN)SINAN)
c)c) realizaçãorealização dede açõesações dede vigilânciavigilância nosnos ambientesambientes eeprocessosprocessos dede trabalhotrabalho ee aa adoçãoadoção dede medidasmedidas parapararesoluçãoresolução;;
d)d) constituiçãoconstituição dede ComissãoComissão IntersetorialIntersetorial dede SaúdeSaúdedodo TrabalhadorTrabalhador –– CISTCIST // CMSCMS
Centro de Referência em Saúde Centro de Referência em Saúde do Trabalhador: do Trabalhador:
Serviço especializado de média complexidade, abrangência regional ou estadual, referência para ações de
assistência, vigilância, pesquisa e assistência, vigilância, pesquisa e educação / capacitação de RH do SUS.
Serviço do SUS, sob administração do município sede e gestão
compartilhada, através do Conselho Conselho GestorGestor
CEREST REGIÃO CENTROCEREST REGIÃO CENTRO
Rua Santiago do Chile, 345Rua Santiago do Chile, 345Santa MariaSanta Maria
Qual o papel do Qual o papel do CEREST? CEREST?
•• Qualificar as redes municipais devigilância sanitária e de atenção àsaúde (SUS) para o diagnóstico eatendimento qualificado aoatendimento qualificado aoacidentado ou portador de doençaocupacional, registro de casos(SIST/SINAN), avaliação dosambientes e processos de trabalho(alvará sanitário e outros)
Também,Também,
• Apoiar e assessorar as entidades sindicais para fortalecimento das ações educativas junto aos trabalhadores; trabalhadores;
• Apoiar empregadores, micro e pequenos empresários, trabalhadores e demais empreendedores para a construção do trabalho saudável trabalho saudável
Estamos inserindo o SUS Estamos inserindo o SUS na saúde da população na saúde da população trabalhadora, somando trabalhadora, somando com os demais setores com os demais setores com os demais setores com os demais setores para a construção de para a construção de
relações saudáveis entre a relações saudáveis entre a vida e o trabalho. vida e o trabalho.
Nome do paciente: Brasilino SorridenteIdade: 26 anosEscolaridade: 1º grau completoProfissão: agricultor
Motivo da consulta: dor de cabeça, tontura e muita dor nas costas
H.D.: paciente refere que esses sintomas são antigos. A dor de cabeça e a tontura aparecem sempre que ele aplica o veneno e a dor nas costas começou a pouco tempo, principalmente na “altura das cadeiras e aperta mesmo na hora de ir dormir”.
Médico:Médico: avaliação clínica e exames complementares
( hematológicos,
bioquímicos e de RX) Enfermeiro:Enfermeiro:consulta de enfermagem e sinais vitais
Serviço Serviço
Fisioterapeuta:Fisioterapeuta:avaliação das
condições cinético-
funcionais
Serviço Serviço Social: Social:
avaliação sócio-
econômico e previdenciária
Resultado:
Paciente recebe
prescrição de
medicamentos, de
cuidados alimentares e
posturais, com retorno
para reavaliação em 30 para reavaliação em 30
dias.
Também foi orientado a
não usar mais veneno.
Pronto!!!Que entre o próximo ....
Entende-se por saúde do trabalhadorsaúde do trabalhadorum conjunto de atividades que se
destina, através de ações de vigilância epidemiológica e sanitária
Processos e ambientes de trabalhoProcessos e ambientes de trabalho
(espaços de conflito entre capital e trabalho, mas também de ação e
PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
trabalho, mas também de ação e resolução)
à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como sua recuperação e reabilitação.
(com a participação do trabalhador)
Lei 8.080/60, Art. 6º. Lei 8.080/60, Art. 6º. ParágrParágr 3º.3º.
Ele é de uma família de
fumicultores, casado, tem 3
filhos e mora na mesma
propriedade dos pais.
No inverno, se mudam para a
estufa, pois é de alvenaria.estufa, pois é de alvenaria.
Por ele ser o mais saudável e
forte, é ele quem aplica os
produtos químicos e faz os
trabalhos mais pesados.
A propriedade não dispõe de
água tratada, nem
saneamento básico.
Usam uma patente,
construída com caimento
para o riacho que passa nos
fundos, onde adaptaram um
vaso sanitário, mas não
dispõem de papel higiênico,
por isso ainda usam sabugo
de milho.
Além do fumo, criam animais
e produzem hortaliças,
dispondo de um galpão,
onde guardam tudo: o
veneno, os equipamentos, o
chá e alimentos
Médico:Médico: avaliação clínica e exames complementares
( hematológicos,
bioquímicos e de RX) Enfermeiro:Enfermeiro:consulta de enfermagem e sinais vitais
Serviço Serviço
Fisioterapeuta:Fisioterapeuta:avaliação das
condições cinético-
funcionais
Serviço Serviço Social: Social:
avaliação sócio-
econômico e previdenciária
A relação entre suicídio e atividade agrícola foi sugerida por estudos realizados no Rio Grande do Sul. Em 1992, um
artigo antropológico já identificava as altas taxas de suicídio no RS e sua concentração em areas rurais(12). Em 1995, um
levantamento dos óbitos por suicídio no município de Venâncio Aires, baseado em boletins de ocorrências
Exemplificando: Exemplificando:
Venâncio Aires, baseado em boletins de ocorrências policiais e em uma série histórica de 15 anos de dados de
mortalidade do DATASUS, apontou uma possível relação com a cultura do fumo, sendo levantada a hipótese de associação
com o uso de agrotóxicos(13). Esta hipótese recebeu ampla divulgação na imprensa nacional.
CONSEQÜÊNCIA DO USO DEAGROTÓXICOS ORGANOFOSFORADOS?
Relatório Preliminar de PesquisaJoão Werner Falk 1Lenine Alves de Carvalho 2Letícia Rodrigues da Silva 3Sebastião Pinheiroa) que Venâncio Aires (VA) apresenta coeficientes de mortalidade por
suicídio bem maiores do que o Rio Grande do Sul (RS) como um todo em pelo menos 15 dos 17 anos estudados;
b) que a tendência dos índices de suicídio em VA é crescente, enquanto a b) que a tendência dos índices de suicídio em VA é crescente, enquanto a do RS é levemente decrescente;
c) que o coeficiente de VA em 1995 quase duplicou em relação aos dois anos anteriores, da mesma forma que o uso de agrotóxicos nas lavouras de fumo, que passou dos habituais 50 a 60 kg por hectare para cerca de 100 kg por hectare em 1995, ano de muitas pragas em conseqüência da seca e de outros fatores (dados fornecidos pelo Sindicato dos Trabalhadores do Fumo do RS e pela Associação dos Fumicultores do Brasil (AFUBRA) e publicados no Jornal Gazeta do Sul);
d) que o coeficiente de VA em 1995 perde apenas para o coeficiente médio da Hungria, sendo superior a de todos os outros países do mundo na média dos últimos 5 anos com dados disponíveis
e) que o coeficiente de VA em 1979 seria um verdadeiro “record” mundial, se este município pudesse constar no “ranking” dos países do mundo.
f) Investigando as estatísticas, Falk descobriu que a maior parte dos suicidas é constituída por agricultores. A porcentagem varia de 47,61% a 66,66%, conforme o ano. Em 1993, incluídos os chamados 'safristas', que são trabalhadores rurais temporários da época da safra, esse percentual alcançou 83,32%. 'A relação entre suicídio e agricultura é inegável', conclui o médico.
�� identificar e quantificar os níveis de resíduos identificar e quantificar os níveis de resíduos de agrotóxicos nos alimentos in natura (LMR e não autorizados)
��
OBJETIVO GERALOBJETIVO GERAL
Garantir a qualidade de alimentos submetidos
a tratamentos com agrotóxicos e afins
���� SEGURANÇA ALIMENTAR PARA
�� rastrear a origem dos problemas e subsidiar ações de rastrear a origem dos problemas e subsidiar ações de vigilância sanitária para minimizar os efeitos agudos e vigilância sanitária para minimizar os efeitos agudos e crônicos dos agrotóxicoscrônicos dos agrotóxicos
�� fortalecer a rede de laboratórios de saúde públicafortalecer a rede de laboratórios de saúde pública
�� avaliar o uso e mapear a distribuição dos agrotóxicosavaliar o uso e mapear a distribuição dos agrotóxicos
�� disponibilizar informações à sociedadedisponibilizar informações à sociedade
ALIMENTOS ALIMENTOS
ANALISADOSANALISADOS: 99
alfacealfacebananabanana
Até 2007Até 2007
ALIMENTOS ALIMENTOS
ANALISADOS:ANALISADOS: + 8+ 8
arrozarrozfeijãofeijão
Em 2008Em 2008 Em 2009Em 2009
ALIMENTOS ALIMENTOS
ANALISADOS:ANALISADOS: + 3+ 3
beterrababeterrabacouvecouve
CULTURAS MONITORADAS PELO PARACULTURAS MONITORADAS PELO PARA
bananabananabatatabatatacenouracenouralaranjalaranjamaçãmaçãmamãomamãomorangomorangotomatetomate
feijãofeijãoabacaxiabacaxicebolacebolamangamangapimentãopimentãorepolhorepolhouvauva INGREDIENTES
ATIVOS ANALISADOS: 234 234
3 laboratórios
couvecouvepepinopepino
Percentual de Amostras Insatisfatórias por Cultura
43
57
28
43
80 83
100
28
57
14
0 0 0
14 14
0 0
14 14
0
Ab
acax
i
Alf
ace
Arr
oz
Ban
ana
Bat
ata
Bet
erra
ba
Ceb
ola
Cen
ou
ra
Co
uve
Fei
jão
Lar
anja
Maç
ã
Mam
ão
Man
ga
Mo
ran
go
Pep
ino
Pim
entã
o
Rep
olh
o
To
mat
e
Uva
% Laudos Insatisfatórios
60
70
80
90
100
Per
cen
tual
de
amo
stra
s ir
reg
ula
res
Resultados Consolidados 2003-2009
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
0
10
20
30
40
50
Per
cen
tual
de
amo
stra
s ir
reg
ula
res
Banana Batata Laranja Maçã Mamão Morango Tomate Alface Cenoura
ProdutoAmostras
analisadasIngrediente ativo
Resultados insatisfatórios
Abacaxi 145 Heptenofos 1
Arroz 162Clortiofos 1PBO (piperonyl butoxide)
10
Resultados com IAs banidos e/ou com registro excluídosResultados com IAs banidos e/ou com registro excluídos
butoxide)
Feijão 164 Dieldrina 1
Maça 170 Azinfos-metilico 3
Mamão 170 Mirex 11
Morango 128 Parationa-etilica 4
Uva 165 Monocrotofos 1
Total 1130 32
Recommended