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7/27/2019 Trabalho Canteiro de Obras
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-RIDO
CAMPUS ANGICOS
CURSO DE CINCIA E TECNOLOGIA
PAULA FRASSINETTI CAVALCANTE RIBERO
CARACTERIZAO DOS CANTEIROS DE OBRAS DACIDADE DE ANGICOS/RN
ANGICOS-RN
2011
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PAULA FRASSINETTI CAVALCANTE RIBEIRO
CARACTERIZAO DOS CANTEIROS DE OBRAS DACIDADE DE ANGICOS/RN
Monografia apresentada UniversidadeFederal Rural do Semi-rido UFERSA,Campus Angicos para a obteno do ttulo deBacharel em Cincia e Tecnologia.
Orientador (a): Prof. Dra. Marcilene Vieira daNbregaUFERSA.
ANGICOS-RN2011
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A Jos Leonis Ribeiro (in memoriam), quefoi meu av, amigo, e para sempre ser minhafonte de inspirao, orgulho, fortaleza e
persistncia, um exemplo de pessoa a ser
seguido.
A Jos Leonis Ribeiro jnior (in memoriam),meu tio, que muito amou os seus filhos, e foium incentivador da educao dos seussobrinhos.
A Luis Monte Ribeiro (in memoriam), meutio, por todos os momentos de alegria efelicidade que nos proporcionou em vida.
A Deus, pela sua infinita misericrdia eproteo.
A Marcilene Vieira da Nbrega, minhaorientadora e amiga, por todo
conhecimento e experincia passados, osquais eu adquiri durante esse perodo, peladisponibilidade e contribuio para estetrabalho.
A Francisco Edilson Ribeiro, meu pai,que tanto sonhou com esse momento, meuamigo, e orgulho maior da minha vida, umexemplo de pessoa a ser seguido tambm.
A Ilona Kleiner D. Cavalcante Ribeiro,minha me, amiga, e conselheira queacompanhou todo meu desenvolvimento,e que fez ser quem hoje sou.
A Francisca Francinete Ribeiro, quetambm sonhou com esse momento,minha av, um exemplo de fora e f.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, por se mostrar presente me apoiando em todos os momentos da vida, iluminando asminhas tomadas de decises, fortalecendo e orientando durante todo essa jornada, todos osdias me dando a sade e sabedoria necessria para realizao dos meus objetivos;
Aos meus pais, Francisco Edilson Ribeiro e Ilona Kleiner D. Cavalcante Ribeiro,simplesmente os melhores pais, que devem ser seguidos como exemplos, pelo apoio, oraes,amor e carinho, dedicao, pacincia, incentivo e toda preocupao e investimento junto aosmeus estudos e sonhos;
A meu namorado, Danilo Adams Dantas de Assis, por toda pacincia e compreenso durante
esta jornada de dedicao exclusiva para realizao deste trabalho, pela dedicao,companheirismo, amor e carinho, incentivo e, conselhos;
A minha querida orientadora, Professora Dra. Marcilene Vieira da Nbrega, pela orientao e,por todas as criticas construtivas, sugestes e incentivos que s vieram a acrescentar estetrabalho, pela compreenso, disponibilidade, pacincia, dedicao, coordenao, assumindoum papel de orientadora e amiga, me ensinou a importncia de se praticar a tica e a educao
para com os seus colegas de trabalho, fonte de admirao e inspirao tanto profissionalcomo pessoal, uma pessoa difcil de descrever diante das inmeras qualidades que possui;
Aos Professores da banca, Fabrcia Nascimento de Oliveira e Nbia Alves, por teremcontribudo com este trabalho ao longo de sua realizao;
A Roberto Vieira Pordeus, por todos os conselhos, sugestes e contribuies para a minhavida acadmica, apoio, incentivo e disponibilidade, uma pessoa cujo eu tenho uma admirao
profissional e pessoal imensa;
Ao coordenador do curso de Cincia e Tecnologia da UFERSA campus Angicos, JoselitoCavalcante, pela compreenso, dedicao, pacincia, flexibilidade e apoio, para com todos osalunos deste curso;
A todos os professores da UFERSA que contriburam na minha formao acadmica, emespecial ao professor Aerson Barreto, por ter se prontificado a esclarecimentos e cedidomateriais importantes para realizao deste trabalho;
A todos com quem me relacionei nesta etapa da minha vida, perodo que me acrescentoumuito em experincia;
A todos os meus familiares, tios, primos e avs, que torceram por minha vitria;
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Aos meus avs, Francisca Francinete Ribeiro, Zilma Dantas de Macdo e Francisco RobrioCavalcante, por toda dedicao, amor e carinho, apoio, incentivo, fora e torcida;
A minha madrinha e me por considerao, Zil Dantas de Macdo, por todo apoio,dedicao, preocupao, carinho, orientao e torcida pela realizao dos meus sonhos;
A minha Tia Ndja Dantas, pela preocupao, disponibilidade, incentivo, dedicao, carinho econtribuio na minha jornada acadmica, uma pessoa que admiro demais;
A minha Tia, Tereza Emilia Cavalcante, por toda disponibilidade, auxlio, dedicao eorientao;
Ao meu tio, Leonel Ribeiro Neto, pelo incentivo, carinho, apoio, por ter se demonstrado e
prontificado auxlio nas causas necessrias para realizao deste trabalho;
Aos meus amigos da faculdade, Joo Paulo Cavalcante, Jurandi Alves, Pedro Bezera e StnioMiranda Torres Filho, por toda parceria e convvio durante esses anos;
A Tio Nildo, por todo companheirismo, parceria, alegria proporcionada durante esta
jornada na Faculdade.
Ao meu amigo, Joo Maria Macdo da Costa, por toda disponibilidade, companheirismo,parceria, pela sincera e fiel amizade e contribuio desde o incio dessa jornada;
A minha amiga de infncia, Alziany Nogueira, pela fora, sincera e fiel amizade, por todaorientao.
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O sucesso nasce do querer, da
determinao e persistncia em se chegar aum objetivo. Mesmo no atingindo o alvo,quem busca e vence obstculos, no mnimofar coisas admirveis.
(Autor desconhecido)
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RESUMO
A partir da anlise do crescimento da construo civil em virtude da chegada doCampus da UFERSA e da qualidade dos servios ofertados nesta rea no municpio deAngicos - RN, o presente estudo tem como objetivo observar, analisar, compreender paraassim caracterizar a organizao fsica dos canteiros de obras da cidade. Este abrange tambma real necessidade de espao para o fluxo de materiais e trabalhadores, assim como, averdadeira localizao, situao em que se encontra o terreno e os instrumentos de trabalho,avaliando se os mesmos fornecem condies para que as edificaes sejam executadas demaneira satisfatria, evitando desperdcio de tempo e materiais. O trabalho foi desenvolvidoem duas etapas. Na primeira etapa foi realizada a pesquisa bibliogrfica relacionada temtica abordada da norma regulamentadora de segurana do trabalho NR-18 e na segundaetapa foi feita a pesquisa de campo, sendo aplicado um questionrio e realizadas observaes
com os encarregados das obras. Pode-se constatar na pesquisa que as condies fsicas que asobras proporcionam para o recebimento, armazenamento e movimentao dos materiais,assim como, o posicionamento dos elementos e dos recursos necessrios para a composiodos canteiros no esto correspondendo s condies necessrias para o desenvolvimento daobra sem que haja qualquer deficincia em seus processos produtivos alm de nosatisfazerem as exigncias estabelecidas pela NR-18.
Palavras-Chave: Canteiros de obras. Construo civil. NR -18.
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LISTA DE GRFICOS
Grfico 1Tipologia das construes de Angicos - RN, 2011................................................35Grfico 2 Obras que apresentam ou no reas disponveis para instalao do canteiro,
Angicos - RN, 2011..................................................................................................................36
Grfico 3Fases que se encontravam as obras estudadas, Angicos - RN, 2011.....................37
Grfico 4Obras que elaboram o projeto de organizao do canteiro, Angicos - RN, 2011..45
Grfico 5As obras que destinam espaos para instalao do canteiro de obras, Angicos -
RN, 2011...................................................................................................................................46
Grfico 6
Porte dos canteiros de obras da cidade, Angicos - RN, 2011................................52Grfico 7 Empregador ou empresa que fornece EPI aos trabalhadores, Angicos - RN,
2011...........................................................................................................................................54
Grfico 8 Fornecimento de gua potvel para os trabalhadores nas obras, Angicos - RN,2011...........................................................................................................................................55
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1Canteiro de obras do tipo restritos...........................................................................21Figura 2Canteiro de obras do tipo amplos............................................................................22
Figura 3Canteiro de obras do tipo longos e estreitos............................................................22
Figura 4Fluxograma das atividades para planejamento do canteiro de obras.......................24
Figura 5Material descarregado distante da obra...................................................................27
Figura 6Entulho no canteiro de obras obstruindo o acesso aos tijolos.................................29
Figura 7Manuseio inadequado no transporte de materiais....................................................30
Figura 8
Materiais descarregados nas vias pblicas..............................................................40Figura 9Materiais descarregados no interior do canteiro de obras.......................................40
Figura 10Desorganizao no local de armazenamento dos materiais...................................43
Figura 11Materiais adequadamente armazenados................................................................44
Figura 12Canteiro de obras instalado de maneira inadequada..............................................47
Figura 13Material e reservatrio de gua em locais distantes da obra.................................48
Figura 14Transporte de materiais realizado por trabalhadores.............................................49
Figura 15Materiais em locais inadequados, na presena de gua.........................................49
Figura 16Local utilizado pelos trabalhadores para guarda dos meios de transportes...........50
Figura 17Canteiro de obras instalado na via pblica............................................................51
Figura 18Situaes em que foram observados os descumprimentos da NR-18...................53
Figura 19EPIS no sendo utilizados pelos trabalhadores nas obras....................................54
Figura 20 Garrafas trmicas utilizadas pelos trabalhadores das obras para o transporte de
gua...........................................................................................................................................56
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1Realizao da compra de materiais nas obras de Angicos - RN, 2011...................38Tabela 2Locais de descarregamento de materiais nas obras, Angicos - RN, 2011...............39
Tabela 3Conferncia dos materiais nas obras, Angicos - RN, 2011.....................................41
Tabela 4 Os locais de armazenamento dos materiais utilizados nas obras, Angicos - RN,
2011...........................................................................................................................................42
Tabela 5 Freqncia de permanncia de trabalhadores nas obras aps o cumprimento dos
horrios de trabalho, Angicos - RN, 2011................................................................................56
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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNTAssociao Brasileira de Normas TcnicasoCGrau Celsius
EPIEquipamento de Proteo Individual
IBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
kmQuilmetro quadrado
mMetro
NBNorma Brasileira
NRNorma RegulamentadoraPCMATPrograma de Condies e Meio Ambiente do Trabalho na Indstria da Construo
PIBProduto Interno Bruto
PVCPolicloreto de Polivinila
RNRio Grande do Norte
UFERSAUniversidade Federal Rural do Semi-rido
%Porcentagem
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SUMRIO
1 INTRODUO.................................................................................................................152 OBJETIVOS......................................................................................................................18
2.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................18
2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS..............................................................................................18
3 REVISO DA LITERATURA........................................................................................19
3.1 CANTEIRO DE OBRAS....................................................................................................19
3.2 TIPOLOGIA DOS CANTEIROS DE OBRAS..................................................................21
3.3 ELEMENTOS DO CANTEIRO DE OBRAS....................................................................233.4 ELEMENTOS QUE INTERFEREM NO ANDAMENTO DA OBRA.............................26
3.5 DESPERDCIOS RELACIONADOS COM A ORGANIZAO DO CANTEIRO DE
OBRAS.....................................................................................................................................29
3.6 CONDIES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDSTRIA DA
CONSTRUO (NR-18).........................................................................................................31
4 MATERIAL E MTODOS..............................................................................................34
5 RESULTADOS E DISCUSSO......................................................................................35
5.1 RESULTADOS REFERENTES AOS DADOS GERAIS DAS CONSTRUES
ESTUDADAS EM ANGICOS-RN..........................................................................................35
5.2 RESULTADOS SOBRE OS DADOS REFERENTES AOS MATERIAIS DE
CONSTRUO UTILIZADAS NAS OBRAS.......................................................................38
5.3 RESULTADOS CORRESPONDENTES A NR 18 CONDIES E MEIO
AMBIENTEDE TRABALHO NA INDSTRIA DA CONSTRUO..................................45
6 CONCLUSES ................................................................................................................58
REFERNCIAS .....................................................................................................................60
APNDICE A QUESTIONRIO APLICADO PARA DIAGNOSTICAR OS
CANTEIROS DE OBRAS DE ANGICOS RN..................................................................65
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1 INTRODUO
A construo civil tem tido posio de destaque na economia do pas com uma
significativa participao de 5,4% no PIB brasileiro, e com taxa de crescimento do PIB do
setor da construo civil em 5,5% (IBGE, 2010). Este fato permite que as empresas procurem
reduzir ou eliminar todas as deficincias na gesto dos processos construtivos e na
administrao dos recursos humanos, visando aumentar sua produtividade e sua capacidade
competitiva no mercado imobilirio.
De acordo com Pastore (1998 apud CARDOSO NETO et al.,[200-]), estimativas do
Banco Mundial indicam que para cada 1% de crescimento na infra-estrutura corresponde, emmdia, um crescimento de 1% do PIB. E para cada 1% de crescimento do PIB corresponde
um crescimento de cerca de 0,5% do emprego. Portanto, uma expanso de 1% na infra-
estrutura faz o emprego crescer 0,5%.
Ressalta-se a partir da, a preocupao dos empresrios do ramo da construo civil
em definir procedimentos que promovam maior facilidade na gesto das operaes nos
interiores dos canteiros de obras. Para tanto necessrio elaborao de um projeto de
canteiro acompanhado de um planejamento das aes que sero realizadas na obra, buscandoeficincia da mo-de-obra, minimizao nos custos de produo do empreendimento,
segurana e desta forma tornar a empresa mais competitiva.
Observa-se nos ltimos trs anos, um crescimento no ramo da construo civil no
municpio de Angicos - RN. Dentre outros fatores, pode-se atribuir esse fato implantao da
Universidade Federal Rural do Sem-rido UFERSA, nesta localidade. Essa implantao
provocou um aumento na demanda de imveis para fins de locao ou at mesmo de
aquisio por parte da populao que esto a migrar para cidade, em especial o quadro geral
que compe a UFERSA, sejam eles alunos, professores, tcnicos administrativos,
funcionrios pblicos, entre outros, assim como tambm moradores da regio central.
Essa procura gerou uma escassez na oferta de imveis em funo da rapidez de
crescimento da cidade. Desta forma, foi gerado um interesse por parte de pessoas da
localidade em criar empreendimentos imobilirios quer sejam simples ou complexos. Muitas
dessas obras so realizadas sem que seja dada a devida importncia aos critrios tericos e
tcnicos para o planejamento das aes a serem executadas no interior dos seus canteiros, o
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que demonstra a necessidade de estabelecer procedimentos que facilitem o gerenciamento
dessas operaes.
O canteiro de obras pode ser definido basicamente como local ou rea reservada do
terreno total do empreendimento, para disposio dos diferentes elementos que o compe,
com objetivo de proporcionar o necessrio suporte s operaes desenvolvidas no seu interior
para que os servios da obra aconteam de maneira mais produtiva o possvel, na tentativa de
reduzir os custos de produo da obra. O canteiro de obras tambm pode ser definido como:
reas destinadas execuo e apoio dos trabalhos da indstria da construo, dividindo-se em
reas operacionais e reas de vivncia (ABNT, 1991).
No entanto, sabendo que o canteiro encontra-se em constante mutao tendo em vista
que seu arranjo depende das diferentes fases em que se encontra a obra, fundamental a
elaborao do projeto que venha melhor contemplar fase de execuo da obra de modo
geral, procurando eliminar ou reduzir todas as deficincias presentes nos mesmos, pois de
acordo com Limmer (1997) a superposio de fases durante a implantao do projeto exige do
gerenciamento o controle dos componentes de cada fase, bem como a coordenao das
interfaces entre elas, de modo que nada se perca na transposio de uma fase para outra,
visando-se sempre atingir os objetivos preestabelecidos do projeto.
Embora muitas das deficincias localizadas nos canteiros de obras teem origem emetapas anteriores do empreendimento, como por exemplo, na elaborao do projeto
arquitetnico, em que a falta de compatibilizao e de procedimentos de execuo de servios
desse projeto pode induzir erros e custos adicionais s obras, j que se apresentam geralmente
durante a etapa de execuo da obra, torna-se imprescindvel o gerenciamento do mesmo com
objetivo de detectar e minimizar as possveis falhas antes da etapa de execuo do
empreendimento, tendo em vista otimizao e utilizao de tempo, materiais, equipamentos,
instrumentos e mo-de-obra.Segundo Tommelein (1992), os bons projetos de canteiro podem oferecer
significativas melhorias nos processos produtivos das obras. Eles buscam, principalmente,
favorecer a realizao de operaes seguras e preservar a boa moral dos operrios, alm de
reduzir distncias e tempo para movimentao de trabalhadores e materiais, minimizando o
tempo de movimentao de material, aumentar o tempo produtivo, evitando obstrues nas
vias de movimentao dos materiais, equipamentos, instrumentos e pessoas.
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Vieira (2006) verificou que nem todas as empresas se interessam em investirem em
seus canteiros de obras, ou seja, no planejamento do layout do canteiro antes de se iniciar a
obra, e desta forma, observa-se, altos ndices de desperdcios e diversas improvisaes, alm
de um elevado nvel de exigncia do mercado consumidor paralelo ao crescimento da
competitividade. De acordo ainda com Souza (2000), no h sentido algum ao se falar em
qualidade na obra ou produtividade no processo construtivo, quando no se realiza o
planejamento do local onde os servios de produo da construo acontecem. Vale ressaltar
que notvel a existncia de um grande potencial de retorno em qualidade na obra com
implantao de melhorias dos canteiros.
O estudo do canteiro de obras parte desde observao e anlise dos elementos que o
compe, para assim compreender e caracterizar a sua organizao fsica, avaliando as
condies ou situaes em que se encontra o terreno, instrumentos de trabalho e o espao para
fluxo de materiais e trabalhadores.
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2 OBJETIVOS
Os objetivos do presente trabalho so apresentados a seguir.
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral desse trabalho observar, analisar, compreender para assim
caracterizar a organizao fsica dos canteiros de obras da cidade de Angicos - RN.
2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS
Considerando o canteiro de obras, objeto de estudo desse trabalho, os objetivos
especficos deste foram os seguintes:
Observar o espao para o fluxo de materiais e trabalhadores nesses canteiros; Observar a localizao e situao em que se encontra o terreno e os instrumentos de
trabalho;
Avaliar se os mesmos fornecem condies para que as edificaes sejamdesenvolvidas de maneira satisfatria, evitando desperdcio de tempo e materiais.
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3 REVISO DA LITERATURA
Nesta seo sero abordados os componentes considerados essenciais para secaracterizar um canteiro de obras como, definio do canteiro de obras, abrangendo suas
diversas fases e etapas do processo de produo, assim como as tipologias dos canteiros
apresentadas nas construes, elaborao e implementao do projeto do canteiro e os
diversos elementos que o compe; os elementos que interferem no andamento da obra sejam
de forma positiva ou negativa; desperdcios relacionados com a organizao do canteiro de
obras; e por fim os preceitos estabelecidos pela NR-18 para o canteiro de obras.
3.1CANTEIROS DE OBRAS
O canteiro de obras pode ser definido como a rea destinada execuo das atividades
do ambiente da obra e instalao das ferramentas e equipamentos, que so de uso
indispensvel para realizao dessas atividades (OLIVEIRA; SERRA, 2006). Segundo a NR-
18 (1996), canteiro de obras a rea de trabalho fixa e temporria, onde se desenvolvem
operaes de apoio e execuo de uma obra. De acordo com a NB-1367 (1991), o canteiro de
obras se destinada execuo e apoio dos trabalhos da indstria da construo, dividindo-se
em reas operacionais e reas de vivncia.
Para Limmer (1997), quanto definio do tamanho das instalaes de um canteiro,
esse depender do tamanho e da localizao do projeto que dever ser realizado, e quando
bem projetado o canteiro, possvel gerar impactos significativos nos custos e durao da
obra.
Ainda de acordo com o autor, necessrio para instalao do canteiro: definir o
escopo da construo; realizar anlise do empreendimentoos objetivos do proprietrio e as
particularidades a serem observadas; desenvolver o Plano de Execuo da Construo;
definir, estruturar o mtodo de execuo da obra e estabelecer fluxograma de materiais;
estruturar os processos de construo, e ordenar as fases de execuo da obra; detalhar as
fases, e definir como sero executadas; projetar as instalaes, da fbrica e as operacionais
auxiliares; estabelecer cronograma de execuo da obra; definir as equipes de construo e
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estruturar o seu comando; estabelecer princpiosos de gerenciamentoe de controle de seu
andamento.
Vale ressaltar que, as instalaes da fbrica devem ser projetadas com: as suas
instalaes fixas: as centrais de preparao ou de transformao dos materiais; as suas
instalaes mveis: veculos, guindastes e outros equipamentos mveis; a sua infra-estrutura:
vias de acesso, de circulao etc.; a sua logstica: alojamentos, oficinas, depsitos, escritrios
e congneres; as suas utilidades, como energia eltrica, gua, vapor etc (LIMMER, 1997).
Desta forma, inegvel a influncia dos anteprojetos da construo na definio do
tamanho das instalaes do canteiro, pois proporciona o estudo detalhado do local da obra,
para que assim seja elaborado o projeto definitivo do canteiro almejando a boa qualidade de
execuo dos servios da obra, alm de contribuir ainda com o fator econmico.
Sendo ainda indispensvel anlise, de alguns requisitos considerados importantes ao
se definir o local ideal para instalao do canteiro, tais como: o local que o canteiro de obras
ser possivelmente instalado dever ser permanente at o fim da construo sem atrapalhar a
execuo dos trabalhos, ou seja, o andamento da obra; proximidade dos diversos setores entre
si e do ponto d gua; e obter espaos livres laterais para descarregamento e transporte de
materiais.
Quanto organizao do canteiro, cada tipo de canteiro de obras corresponde umaforma de organizao do mesmo, j que existem diferentes formas de transporte e
movimentao de materiais e operrios, diversos tipos de equipamentos, localizao das
instalaes do canteiro entre outros. A sequncia de execuo das atividades tambm variar
conforme o planejamento podendo existir vrias frentes de servio sendo executada ao mesmo
tempo (SERRA, 2001).
A organizao do arranjo fsico do canteiro depender, portanto da tipologia
apresentada pelo mesmo, devido s diversas caractersticas que possui e tambm da frente detrabalho realizada no local do empreendimento.
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3.2 TIPOLOGIA DOS CANTEIROS DE OBRAS
Outro aspecto relevante ao estudo do canteiro justamente referente sua tipologia,
pois a mesma ser fundamental na elaborao do projeto do canteiro, sendo especfico para
cada projeto.
De acordo com Illingworth (1993), com relao tipologia, os canteiros de obras
podem ser: restritos, amplos e longos e estreitos. Os canteiros restritos podem ser encontrados
com maior frequncia nos grandes centros das cidades ou onde o custo por rea construda
mais elevado, tendo em vista que neste caso as edificaes ocupam geralmente o terreno total
na tentativa de aproveitar o mximo de lucro. Diante dessa realidade, o autor declara que
necessrio ter uma ateno e um cuidado em especial no planejamento de canteiros restritos,
demonstrando clareza e objetividade nos critrios adotados.
Ainda considerando a tipologia descrita por Illingworth (1993), os canteiros
considerados amplos so aqueles no qual a edificao ocupa uma pequena parte do terreno
completo, contribuindo com espaos significantes para o fluxo de materiais e pessoas,
disponibilizao de reas para estocagem e recebimento. Os longos e estreitos possuem
poucas vias de acesso ao canteiro, impossibilitando o fluxo ideal de materiais e trabalhadores
necessrio no decorrer da execuo da obra. As Figuras 1, 2 e 3 referem-se ao esquema dessa
tipologia, sendo restritos, amplos e longos e estreitos, respectivamente.
Figura 1Canteiro de obras do tipo restritos
Fonte: Residencial Arbor Jaguar (2011).
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Figura 2Canteiro de obras do tipo amplos
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Figura 3Canteiro de obras do tipo longos e estreitos
Fonte: Pedrosa (2011).
Esse estudo e anlise da tipologia do canteiro permitiro a elaborao de um projeto
que contemple com nitidez a definio dos locais que sero destinados aos elementos no
interior do canteiro de obras.
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3.3 ELEMENTOS DOS CANTEIROS DE OBRAS
Os elementos do canteiro podem ser aqueles que esto ligados diretamente com o
processo de produo, como por exemplo, os locais reservados no canteiro para armao de
ferragem ou carpintaria ou tambm podendo estar ligados de forma indireta dando apoio a
produo, no caso das reas destinadas para estoque de materiais no interior do canteiro de
obras, complementando ainda tem-se as reas de apoio administrativo, os laboratrios para
efetuar testes e ensaios, entre outros.
Segundo Ferreira e Franco (1998), precisa-se definir as prioridades para alocao dos
elementos no canteiro, analisar os espaos necessrios e disponveis, considerando as
restries existentes sua utilizao. A priorizao dos elementos do canteiro de obras deve
ser realizada com o intuito de garantir que os elementos mais importantes para o processo de
produo da edificao tenham condies de ser alocados em condies mais adequadas, e os
outros elementos ajustados s condies disponveis, inclusive alterao das especificaes de
espao, ou alocados em rea fora do canteiro, se for o caso.
Porm no processo de produo de um empreendimento existem diversas fases, e
essas por sua vez passam por vrias mutaes. Tendo em vista que, a logstica do canteiro est
relacionada com essas mudanas de fases, isso implicar conseqentemente em determinadas
variaes do arranjo fsico do canteiro. No decorrer de execuo da obra, o canteiro modifica-
se constantemente em funo da matria prima a ser utilizada, da locao de mo de obra do
servio, disposio dos materiais, mquinas e equipamentos, entre outros. Segundo Formoso
(1999), o canteiro de obras se apresenta sempre em constante mutao, pois ao decorrer do
prazo de execuo da obra, fato a existncia de grandes mudanas fsicas das instalaes do
canteiro, conforme o transcorrer das etapas de construo do empreendimento.
Ferreira e Franco (1998), quando definido o arranjo fsico que contemple as diversas
fases do processo de produo da obra no canteiro, deve-se realizar o detalhamento dos
elementos, com a diviso funcional de cada ambiente e a localizao de mveis, mquinas,
instrumentos e equipamentos, seguindo os mesmos princpios do arranjo fsico do canteiro.
Deve-se incluir o projeto evolutivo das fases do canteiro de obras, os fluxos dos processos,
especificaes para recebimento, armazenamento e movimento de materiais, recomendaes
para mobilizao, desmobilizao, operao e manuteno dos equipamentos, especificaes
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dos diferentes elementos do canteiro, e recomendaes para comunicao, iluminao,
sinalizao e limpeza no interior do canteiro.
O processo de produo inicia-se com a fase de formao da idia do tipo de
edificao que poder ser construda, dando sequncia com o planejamento do canteiro de
obras, avaliao dos suprimentos necessrios para a construo de acordo com a etapa que se
encontra o empreendimento, manuteno de equipamentos, instrumentos e mquinas a serem
utilizadas na obra, execuo e para finalizar a limpeza do terreno para entrega da edificao,
de acordo com o prazo previsto de entrega, visando ainda racionalizao dos recursos.
Saurim e Formoso (2006), definem o planejamento do canteiro de obras sendo
simplesmente como: o planejamento da logstica e do layout das suas instalaes temporrias,
estocagem e armazenagem de materiais da obra, e as instalaes de segurana.
A Figura 4 demonstra o fluxograma dos componentes que existem e que devem ser
consideradas na concepo do projeto, sendo portanto essenciais no planejamento do canteiro
de obras.
Figura 4Fluxograma das atividades para planejamento do canteiro de obras.
Fonte: Adaptado de SOUZA (2000 apud MENEZES; SERRA, 2003).
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De acordo com Tommelein et al. (1992), bons projetos de canteiro devem atender e
alcanar diversos objetivos, e esses so classificados como: objetivos de alto nvel e baixo
nvel.
Segundo o autor, os objetivos de alto nvel so: promover operaes eficientes e
seguras, manter os trabalhadores motivados na obra, proporcionando ambiente de trabalho
agradvel tanto no que diz respeito segurana do trabalho como na organizao e limpeza do
canteiro, gerando impacto positivo perante os funcionrios e clientes. Os considerados de
baixo nvel so: minimizao de deslocamento no transporte de materiais e equipamentos,
reduo dos tempos de movimentao de trabalhadores e materiais, minimizao no manejo
de materiais e evitar obstruo nas vias de circulao de materiais e equipamentos. No
entanto, para ser considerado um bom projeto dever atingir os objetivos de alto nvel e baixo
nvel.
Contudo, na elaborao do projeto necessrio que se oferea uma ateno especial,
para que assim, seja possvel atingir os resultados desejados na construo do
empreendimento. Portanto, essencial que o arranjo fsico do canteiro de obras seja feito
atravs de um projeto cuidadosamente elaborado que contemple a execuo do
empreendimento como um todo, prevendo as diferentes fases da obra e as necessidades e
condicionantes para cada uma delas (FRANCO, 1992).O projeto do canteiro basicamente, alcanar a melhor disposio de cada elemento,
considerando as caractersticas distintas que o mesmo assume em funo dos materiais,
equipamentos, instrumentos, trabalhadores e da prpria fase em que se encontra a obra ao
decorrer de seu desenvolvimento, objetivando a racionalizao do tempo e do espao.
(OLIVEIRA; SERRA, 2006). Para cada tipo de canteiro de obras corresponder ao mesmo,
uma forma especfica de organizao.
Para implantao do projeto do canteiro essencial o conhecimento das diversasetapas que o compe, tais como: estudos das condies locais, anlise de viabilidade do
projeto, elaborao dos planos e cronograma referentes s compras de materiais e
equipamentos necessrios execuo do projeto, instalao, construo e montagem das
instalaes, entre outras. (OLIVEIRA; LEO, 1997).
Sendo de suma importncia o estudo dessas diversas etapas para assim tornar-se
possvel analisar distintamente todas as etapas da construo e consequentemente
compreender o canteiro de obras.
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3.4 ELEMENTOS QUE INTERFEREM NO ANDAMENTO DA OBRA
As empresas vm procurando eliminar ou reduzir todas as aes que no agregamnenhum valor ao produto final desejado, que nesse caso a obra, tanto no que diz respeito ao
gerenciamento dos processos construtivos como tambm na gesto dos recursos humanos,
visando aumentar a produtividade. Especificamente em canteiro de obras, essa abordagem no
seria feita de maneira diferente, pois o resultado final da obra depende diretamente de seu
adequado gerenciamento.
Na logstica de funcionamento de um canteiro de obras necessrio levar em
considerao alguns pontos importantes que so considerados tambm em qualquer atividadelaborativa.Segundo Schalk (1982), os fatores que interferem no trabalho, e consequentemente
na produo, em qualquer setor, so os seguintes: o ambiente fsico e no-fsico; o desenho do
produto, que nesse caso exclusivamente a obra; a matria prima utilizada; o processo de
sequncia da atividade; as instalaes e os equipamentos; os instrumentos e as ferramentas; a
disposio da rea de trabalho; as aes dos trabalhadores; e o ambiente fsico geral.
No canteiro de obras o arranjo no fsico interfere diretamente na produo sequencial
das atividades, proporcionando obstruo nas vias de circulao, no transporte de materiais,
movimentao de pessoas e trabalhadores, equipamentos e instrumentos utilizados no
transcorrer da obra. necessrio, portanto alocar espaos do terreno total da obra tanto para
recebimento e armazenamento de materiais, como vias de circulaes dos materiais,
equipamentos e movimentao da prpria mo de obra.
Vale ressaltar que o projeto arquitetnico importante na localizao dos espaos
onde sero arranjados os elementos do canteiro, uma vez que dispe das informaes de
localizao no terreno total do desenho da obra, limitando-se a partir da os espaos que sero
destinados para esses elementos.
Ainda com relao s disposies dos elementos no canteiro, que pode ser considerada
como outro fator interferente no andamento da obra se realizadas de forma errnea. possvel
observar que nesse caso o critrio utilizado para alocao dos elementos feito
aleatoriamente, logo provvel que se tenha um deslocamento maior desse local at a
construo da obra, aumentando o tempo de deslocamento do trabalhador ao local do servio.
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Porm devem-se minimizar as distncias, que consequentemente acarretar na reduo
do tempo de transferncia de um local para outro, do operrio no transporte de materiais,
mquinas e equipamento. Ao no se definir reas claras e objetivas para recebimento,
armazenagem e movimentao dos insumos o que comum de se observar na construo de
edificaes, termina-se impossibilitando a fluncia e a eficcia no processo produtivo,
acarretando efeitos nocivos de segurana do trabalho no canteiro de obras. (SANTOS, 1995).
Saurim e Formoso (2006), ao propor diretrizes para movimentao e armazenamento
de materiais no canteiro necessrios ao seu planejamento, agruparam essas em nove
categorias, so elas: dimensionamento das instalaes, definio do layout das reas de
armazenamento, posto de produo de argamassa e concreto, vias de acesso, disposio do
entulho, armazenamento de cimentos e agregados, armazenamento de blocos e tijolos,
armazenamento de ao e armaduras, e armazenamento de tubos de PVC.
Saurim e Formoso (2006) ainda relatam que, no estudo do layout do canteiro deve-se
procurar que os materiais sejam descarregados o mais prximo possvel do local de uso, ou
sejam descarregados o mais prximo possvel do equipamento de transporte vertical.
No entanto, nas atividades laborativas em determinadas obras no se evidencia o
estudo de layout dos seus canteiros de obras, gerando assim ineficincia em seus processos de
produo. Sendo comum por exemplo, materiais arranjados em locais distantes das obrascomo apresenta a Figura 5, demonstrando portanto ausncia de critrios na locao dos
materiais.
Figura 5Material descarregado distante da obra.
Fonte: Cardoso Neto et al.([200-]).
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Na busca por maximizao dos lucros de produo deve-se eliminar todas as
disfunes do sistema produtivo, sendo uma delas o processo de transporte, manuseio e
armazenagem de materiais realizados de maneira inadequada, contribuindo assim para
ocorrncia de acidentes e/ou doenas do trabalho (RODRIGUES, 1985).
As aes desenvolvidas pelos trabalhadores tambm devem ser analisadas e at
mesmo cronometradas, tendo em vista que podem ocorrer pausas que no foram planejadas
em decorrncia de ausncia do trabalhador no local do servio ou diminuio na progresso
das atividades executadas. notvel a interferncia do tempo de execuo das atividades no
andamento da obra.
possvel observar em determinadas construes, durante algumas fases dos
empreendimentos, s execues das obras sendo interrompidos, por falta de material,
equipamentos ou at mesmo de mo de obra. De acordo com Limmer (1997), tal como o
cronograma de mo de obra, tambm o cronograma de materiais e de equipamentos
incorporados ao empreendimento baseia-se no cronograma fsico do projeto e objetiva
fornecer ao setor de suprimentos, com a devida antecedncia, todos os dados referentes aos
fornecimentos necessrios implementao do projeto durante todas as etapas da sua fase de
construo, vindo a contribuir com o processo de sequncia das atividades planejadas,
cumprindo com os prazos estabelecidos para execuo de cada uma delas.O entulho e objetos que no tem mais finalidade, na produo no interior do canteiro
de obras e mesmo assim permanecem no local de trabalho, geram uma sujeira e
desorganizao no canteiro, obstruo das vias de circulao, alm de tornar o local mais
susceptvel ocorrncia de acidentes de trabalho. A seguir, a Figura 6 demonstra a presena
de entulho no canteiro de obras.
Portanto, preciso descart-los do canteiro para assim proporcionar visualmente um
ambiente mais limpo e organizado, alm de liberar uma rea que antes era inutilizada. Destaforma garante segurana durante todo o processo de execuo da obra. Sendo assim
importante analisar os componentes necessrios para se implantar o projeto do canteiro a fim
de diminuir os desperdcios gerados durante a execuo da obra.
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Figura 6Entulho no canteiro de obras obstruindo o acesso aos tijolos
Fonte: Cardoso Neto et al. ([200-]).
3.5 DESPERDCIOS RELACIONADOS COM A ORGANIZAO DO CANTEIRO DE
OBRAS
A indstria da construo civil foco das discusses no que diz respeito ao consumo
exagerado de materiais e elevada produo de desperdcios. Relacionado com a organizao
do canteiro de obras, o desperdcio no pode ser visto apenas como material refugado,
considerado como meros rejeitos, mas sim como toda e qualquer perda durante o
processo.Portanto qualquer utilizao de recursos alm do necessrio para produo de
determinado produto, ser caracterizado como desperdcio.
Segundo Sabado e Cruz (2005) as empresas tm procurado maximizar os lucros e para
isso fazem uso de ferramentas para diminuir as perdas nos processos produtivos. O aumento
da competitividade estimula as empresas a buscarem um diferencial competitivo.
Atualmente, o setor da construo civil tem demonstrado preocupao em controlar e
gerenciar as atividades relacionadas ao transporte de materiais e aos desperdcios gerados nos
canteiros de obras, com objetivo de minimizar os custos e maximizar os lucros da produo,
alm de garantir segurana durante o processo. Um exemplo dessa preocupao o aumento
significante do uso de sistemas de paletizao no transporte de materiais nas obras, buscando
promover reduo de tempo e evitar as possveis perdas existentes no processo de transporte.
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O uso de sistemas paletizados proporciona significativas melhorias na reduo de
tempo e trabalhadores. Tanto no descarregamento na conferncia nos veculos transportadores
como na movimentao no interior do canteiro, permitindo a diminuio de pessoal e do
tempo. Alm disso, gera reduo nos ndices de perdas diretas por quebras de materiais ou
possveis prejuzos em decorrncia de choques que ocorrem durante a movimentao
(SILVA; CARDOSO, 2000).
No transporte de materiais as perdas podem ocorrer devido ao manuseio inadequado
dos materiais e a m programao desse manuseio, em alguns casos determinados materiais
no seu estado final acaba tendo que retornar por causa de excesso, caso em que a falha est
relacionada ao layout ineficiente do projeto (FETZ, 2009). A negligncia de trabalhador ao
manusear inadequadamente os materiais demonstrada na Figura 7, a seguir:
Figura 7Manuseio inadequado no transporte de materiais
Fonte: Cardoso Neto et al.([200-]).
O planejamento e manuteno de um layout do canteiro de obra ajudam a reduzir as
movimentaes de materiais, diminuindo assim o gasto com mo de obra para realizar estas
atividades (BEZERRA, 2010).
Foi com a nova filosofia de produo que o controle e gerenciamento sobre essas
atividades alcanaram destaque. Koskela (1992) foi um dos responsveis por essa nova
filosofia de produo na Construo civil que se contrape a filosofia de produo tradicional.
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Segundo o autor, a nova filosofia de produo esta firmada na observao de que se
tm dois aspectos em todo sistema de produo, so eles: Converso e Fluxo. Somente as
atividades de converso agregam valor ao material ou a uma parte de informao, desta forma
origina se o produto final. Enquanto as demais atividades consomem custo e tempo. Logo, as
atividades de fluxo que no agregam valor ao produto devem apresentar melhorias nos seus
processos, no entanto as duas atividades esto intimamente ligadas, da a necessidade de
primeiramente enfocar procurando a minimizao ou eliminao desse tipo de atividades,
para que assim as atividades que agregam valor ao produto sejam desenvolvidas com mais
eficincia.
Acrescenta ainda que, os dois aspectos apresentados acima, devem ser considerados
no projeto, controle e melhorias no sistema de produo. Os princpios gerenciais da filosofia
de produo tradicional consideram que todas as atividades agregam valor ao produto final.
Ressalta-se, que a melhoria da eficincia do uso de materiais dever contribuir
significativamente na reduo dos desperdcios e consequentemente crescimento na
produtividade da empresa.
3.6 CONDIES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDSTRIA DA
CONSTRUO (NR-18)
Na indstria da construo civil possvel presenciar certas negligncias na fase de
execuo do empreendimento, por falta de conhecimento, implementao ou planejamento de
execuo do estabelecido na NR-18, o que acarreta consequentemente no seu
descumprimento, acabando por contribuir em altos ndices de acidentes do trabalho e doenas
ocupacionais em trabalhadores no interior do canteiro de obras.
Esta norma estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de
organizao, que objetivam a implementao de medidas de controle e sistemas preventivos
de segurana nos processos, nas condies e no meio ambiente de trabalho na indstria da
construo (REIS, 2010).
No canteiro de obras possvel detectar alguns fatores que contribuem para o
descumprimento desta norma, tendo em vista de que muitas das exigncias estabelecidas por
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esta, so muitas vezes desconhecidas pelos trabalhadores da obra, alm do prprio ambiente
de trabalho que no contribui para o fluxo ideal de materiais, equipamentos e mo de obra.
Diante dessa realidade os empresrios construtores esto tomando conscincia da
importncia de planejamento das aes que sero executadas no interior do canteiro, e
elaborao do projeto de organizao do canteiro de obras, buscando assim o cumprimento do
previsto pela norma e conseqentemente a garantia de segurana em toda etapa da obra.
De acordo com esta norma os estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores devem
elaborar o Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da construo
(PCMAT), contemplando as diretrizes da NR - 18 e outros aspectos complementares de
segurana. Os canteiros de obras devem dispor de: instalaes sanitrias; vestirio;
alojamento; local de refeies; cozinha, quando houver preparo de refeies; lavandeira; rea
de lazer; ambulatrio, quando se tratar de frentes de trabalho com 50 (cinquenta) ou mais
trabalhadores (REIS, 2010). O autor ainda acrescenta que as reas de vivncia dos canteiros
de obras devem ser preservadas em pleno estado de limpeza e higiene.
O conhecimento do estabelecido por esta norma fundamental, tanto para o
empregador como para os operrios da obra, pois cada um tem seus direitos e deveres a serem
devidamente cumpridas de acordo com o previsto pela norma. A empresa obrigada a
fornecer aos trabalhadores, gratuitamente, Equipamento de Proteo Individual adequado aorisco e em perfeito estado de conservao e funcionamento, consoante s disposies contidas
na NR 6-EPI. Por outro lado, o empregado dever us-lo apenas para fins a qual se destina, se
responsabilizar pela conservao e guarda em caso de alterao que torne seu uso imprprio
comunicar rapidamente ao empregador, alm de cumprir as recomendaes de uso adequado
repassadas pelo empregador (REIS, 2010).
Segundo Reis (2010), no processo de armazenamento e estocagem dos materiais,
devem ser destinados locais que no prejudiquem os fluxos de materiais e trabalhadores, e noimpeam o acesso aos extintores, portas ou sadas de emergncia, alm de no provocarem
empuxos ou sobrecargas na estrutura do edifcio. No que tange a ordem e limpeza, o canteiro
deve se encontrar organizado, limpo e desobstrudo nas vias de circulao da obra. Logo,
devem ser coletados e removidos regularmente do canteiro, o entulho e quaisquer restos de
materiais, pois vedada a permanncia dos mesmos em acmulos ou expostos em locais
inadequados. Contudo, alguns cuidados especiais devem ser tomados na remoo dos mesmos
de maneira a evitar excesso de poeira e demais riscos.
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Sendo assim de grande valia para o setor da edificao, a elaborao do projeto do
canteiro e expanso do conhecimento e conscientizao dos operrios sob as diretrizes da NR-
18. De tal modo que, s vem a contribuir no gerenciamento das aes desenvolvidas na obra,
assim como facilitar o cumprimento da referida norma, promovendo eficincia na
produtividade e segurana no s dos trabalhadores envolvidos na obra, mas tambm das
edificaes vizinhas.
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4 MATERIAL E MTODOS
O presente trabalho consiste na pesquisa bibliogrfica e de campo realizadas em 20(vinte) obras da cidade de Angicos/RN. A cidade possui rea territorial de 806 km e est 110
m acima do nvel do mar. Possui clima quente e semi-rido e temperatura mdia de 27 oC.
Os canteiros das obras foram pesquisados separadamente de acordo com a fase de
execuo em que a obra se encontrava. No entanto, para coleta de dados foram elaborados
questionrios (Apndice A) referentes aos elementos construtivos dos canteiros de obras e as
suas aplicaes quanto s disposies da NR 18, que ressalta as condies e meio ambiente de
trabalho na indstria da construo, os quais foram aplicados aos encarregados das obras afim de diagnosticar os canteiros de obras da cidade de Angicos - RN.
Outro instrumento utilizado alm do questionrio para anlise da organizao dos
canteiros de obras foi observao que se deu atravs de registros fotogrficos para
levantamento das disposies dos elementos do mesmo, analisando as condies fsicas que
as obras proporcionam para o recebimento, armazenamento e movimentao dos materiais,
assim como, o posicionamento dos elementos e dos recursos necessrios para composio do
canteiro.
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5 RESULTADOS E DISCUSSO
A partir das visitas e aplicaes dos questionrios realizados nos canteiros de obras dacidade de Angicos - RN foi feito um diagnstico dos canteiros atravs das observaes dos
mesmos, para assim conseguir caracteriz-los. Tanto atravs desses questionrios aplicados
como das observaes realizadas nas visitas, se constatou inicialmente informaes sobre os
elementos construtivos dos canteiros de obras, obtendo resultados referentes aos dados gerais
das construes em estudo, como tambm dos materiais de construes utilizados nas obras, e
por fim resultados correspondentes a NR-18. Sendo todos esses relevantes para
caracterizaes dos canteiros.
5.1 RESULTADOS REFERENTES AOS DADOS GERAIS DAS CONSTRUES
ESTUDADAS EM ANGICOS - RN
No Grfico 1 so apresentadas a tipologia das construes que se encontram em
execuo na cidade de Angicos - RN, no perodo da realizao da pesquisa.
Grfico 1Tipologia das construes de Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
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As construes de residncias representam 45% da tipologia das construes
desenvolvidas na cidade, seguida das construes de edifcios com 35% e por fim as
construes de condomnio 20%, em relao ao total de 20 obras estudadas.
A tipologia das construes foi avaliada com intuito de descobrir as caractersticas
tpicas das obras desenvolvidas na cidade, e tambm como essas se acomodam ao ambiente
do terreno. Desta forma, identificou-se que os edifcios correspondem h uma grande parcela
das obras que ocupam todo espao do terreno total, assim como as obras localizadas no
grande centro da cidade. Devido esse fato, pode-se atribuir s instalaes dos canteiros de
obras serem realizadas em caladas das construes, ou em vias pblicas.
Os condomnios e residncias unifamiliar correspondem s parcelas que se enquadram
nas obras que no ocupam o espao total do terreno, ou seja, apresentam espaos disponveis
para instalao adequada do canteiro de obras. Porm, foi diagnosticada existncia de obras
que mesmo tendo disponveis espaos para alocar os elementos dos canteiros, no realizavam
essa instalao provisria. Observa-se, portanto falta de preocupao por parte dos
empreendedores com relao promoo de melhorias nos canteiros de obras.
O Grfico 2, refere-se s construes que apresentam ou no, reas disponveis do seu
terreno total para instalao do canteiro de obras.
Grfico 2 Obras que apresentam ou no reas disponveis para instalao do canteiro,
Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
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Observa-se no Grfico 2 que as construes que apresentam reas disponveis do seu
terreno total para instalao do canteiro corresponde a 60% em relao ao total de obras
estudadas.
Vale ressaltar que esse diagnstico foi possvel devido os valores disponveis das reas
dos terrenos totais e das reas construdas das obras, obtidos atravs das aplicaes dos
questionrios. Atravs desse outro parmetro, constatou-se novamente existncia de obras que
possuam espaos disponveis para instalao do canteiro, porm no faziam uso desta para
dispor os componentes do canteiro de obras. Para tanto, as obras com terrenos disponveis
para instalaes dos canteiros se realmente implantarem o projeto do canteiro, conseguiro
gerar um grande potencial de retorno em melhorias para o empreendimento. O Grfico 3 -
corresponde as fases que se encontravam as obras em estudo.
Grfico 3Fases que se encontravam as obras estudadas, Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Percebe-se que a fase de acabamento corresponde a 55%, seguindo a fase de estrutura
com 25% e concluindo tem-se as fases de cobertura e fundao com 10%.
Esse estudo das diversas fases que as obras estudadas se encontravam, importante
para anlise da tipologia do canteiro de cada obra. Tendo em vista que, o arranjo fsico do
canteiro, assim como sua logstica dependem das fases que as obras se encontram, pois ir
diferenciar cada tipo de canteiro existente em determinada construo. Sendo a logstica
responsvel por elaborao das estratgias que se transformam em benefcios para a obra,
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como exemplos, desobstruo das vias de acesso aos materiais e equipamentos, minimizao
de deslocamentos e transportes no interior do canteiro, gerando diminuio de desperdcios e
consequentemente aumento da produtividade.
O planejamento do canteiro deve ser realizado atravs de um procedimento
sistematizado, em que envolve a anlise preliminar, que vai coletar os dados das necessidades
do canteiro, das informaes sobre o terreno e do entorno da obra, principalmente as
definies tcnicas da obra e os cronogramas a serem cumpridos (SAURIM; FORMOSO,
2006). Logo, todos esses dados gerais das obras so considerados bases do estudo de
planejamento do canteiro, sendo essenciais na identificao das problemticas advindas do
tipo de obra que dever ser executada.
5.2 RESULTADOS SOBRE OS DADOS REFERENTES AOS MATERIAIS DE
CONSTRUO UTILIZADOS NAS OBRAS
Os dados a seguir, correspondem aos materiais de construo utilizados nas obras,
partindo do cronograma de compra do mesmo, do seu descarregamento e transporte,
conferncia e armazenamento dentro do canteiro de obras. A anlise desses dados
importante no estudo dos fluxos de materiais no interior do canteiro, tendo em vista que esse
ocorre desde o seu recebimento e estocagem, transporte e movimentao e armazenagem dos
materiais.
A Tabela 1 apresenta dados referentes realizao da compra de materiais nas obras
da cidade, foram utilizados para anlise de realizao ou no por parte das empresas do
cronograma da obra.
Tabela 1Realizao da compra de materiais nas obras de Angicos - RN, 2011.REALIZAO DA
COMPRA DOS MATERIAISNAS OBRAS PORCENTAGENS
Realizadas por etapas 95%
Realizadas de uma nica vez 5%
Fonte: Compilao do autor, com base em questionrios aplicados (2011).
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Diante dos dados referentes compra de materiais realizada nas obras da cidade,
observou-se a inexistncia de elaborao do cronograma de compra dos materiais por parte
dos empreendedores, tendo em vista que nas obras visitadas 95% realizam as compras de
materiais por etapas, ou seja, medida que vo sendo utilizados nas obras.
Durante a observao do processo foram constatadas interferncias no andamento da
obra em decorrncia da ausncia de materiais, provocando diversas paradas no local de
execuo do servio. Portanto, necessrio que haja um planejamento e implantao do
cronograma de compra de materiais em cada fase de execuo da obra, assim como tambm
dos equipamentos e at mesmo da mo de obra, buscando eliminar todas as deficincias
encontradas no processo de produo do empreendimento.
O descarregamento do material outro fator importante no estudo de caracterizao
dos canteiros, tendo em vista que os materiais fazem parte dos elementos que compem o
mesmo. Logo, o local mais frequente de descarregamento do material nas obras visitadas na
via pblica da cidade, conforme observa-se na Tabela 2.
Tabelas 2Locais de descarregamento de materiais nas obras, Angicos - RN, 2011.LOCAIS DE
DESCARREGAMENTO DOS
MATERIAIS NAS OBRAS
PORCENTAGENS
Nas vias pblicas 85%
Em locais reservados nos terrenos dasobras disponveis para os canteiros 15%
Fonte: Compilao do autor, com base em questionrios aplicados (2011).
Quanto ao descarregamento dos materiais, portanto esses so realizados em 85% das
obras nas vias pblicas das cidades. As empresas onde so efetuadas s compras dos materiaisfazem as entregas nos locais das obras e descarregam em frente mesma. Vale ressaltar,
ausncia de trabalhadores dos seus postos de trabalhos durante esse perodo em decorrncia
do recebimento dos materiais, acarretando possveis perdas na produtividade da obra. Na
Figura 8 a seguir, comprova-se o dado acima percebendo portanto os materiais dispostos em
vias pblicas da cidade.
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Figura 8Materiais descarregados nas vias pblicas
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
De acordo com os dados, apenas 15% das obras tem seus materiais descarregados em
locais reservados nos terrenos das obras disponveis para os canteiros. Sendo assim, notvel a
falta de interesse da maioria das empresas com relao ao gerenciamento dos canteiros, e
assim no agregarem valor ao produto final, que nesse caso a obra. Os materiais
descarregados em reas destinadas para o canteiro de obras so observados na Figura 9.
Figura 9Materiais descarregados no interior do canteiro de obras
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
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Nas conferncias dos materiais observou-se que, em 45% das obras so realizadas
pelos proprietrios, 35% mestre de obras ou encarregado, e por fim 20% so os trabalhadores
das obras, sendo citado entre esses os pedreiros, conforme apresenta a Tabela 3.
Tabela 3Conferncia dos materiais nas obras, Angicos - RN, 2011.REALIZAO DE
CONFERNCIA DOSMATERIAIS NAS OBRAS
PORCENTAGENS
Realizado pelos proprietrios dasobras
45%
Realizado pelo mestre de obra ouencarregado
35%
Realizado por trabalhadores oupedreiros das obras
20%
Fonte: Compilao do autor, com base em questionrios aplicados (2011).
Uma das causas de perdas na construo ocorre devido falta de conferncia dos
materiais no seu recebimento nas obras, sendo importante esse estudo para a gesto do
canteiro no intuito de eliminar as perdas do processo.
Para Silva e Cardoso (2000), existe uma grande economia em termos de tempo e
pessoal no uso de sistemas paletizados. Tanto no descarregamento e conferncia nos
caminhes como na movimentao interna, pois permite a reduo de pessoal e do tempo.
Alm disso, o sistema de paletes permite a reduo dos ndices de perdas diretas por quebras
ou danos em funo de choques durante a movimentao.
Quanto aos armazenamentos dos materiais, so apresentadas a seguir as disposies de
alguns utilizados nas obras da cidade, conforme na Tabela 4.
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Tabela 4 Os locais de armazenamento dos materiais utilizados nas obras, Angicos - RN,2011.
LOCAIS DE ARMAZENAMENTO DE MATERIAIS PORCENTAGENS
Tijolos, Telhas ePedras
Nas vias pblicas da cidade 75%
Em reas destinadas para instalao docanteiro 25%
MadeiraLocais dentro da prpria obra 60%
Aplica-se, logo que chega a obra 35%Em reas no interior do canteiro de obras 5%
Brita, Barro e Areia Em vias pblicas 80%
Em locais reservados no interior do
canteiro 20%Cimento
Nos compartimentos da obra em execuo 65%Em depsitos ou casa de apoio 20%
Nas residncias vizinhas a obra 15%Materiais hidrulicos,Mat.eltricos,Ferragens e Outros.
Em compartimentos da obra em execuo 75%Depsitos ou casa de apoio 20%
Em residncias vizinhas a obra 5%
Fonte: Compilao do autor, com base em questionrios aplicados (2011).
Os materiais como, tijolos, telhas e pedras so armazenados em vias pblicas erepresentam 75% das obras visitadas. Em alguns casos ocupam espaos das residncias
vizinhas. Logo, apenas 25% das obras visitadas armazenam esses tipos de materiais nas reas
destinadas para instalaes dos canteiros. A madeira armazenada 60% em locais dentro da
obra, 35% se aplicam na cobertura diretamente assim que chega obra e 5% so armazenadas
nos interiores dos canteiros de obras.
No armazenamento de materiais como, brita, barro e areia, realizado tambm nas
vias pblicas da cidade em 80% das obras visitadas. Portanto, somente 20% desses materiais
so armazenados em locais reservados especificamente para cada um, no interior do canteiro.
O cimento, correspondente a 65%, so armazenados em compartimentos dentro da
prpria obra em execuo, considerando evidentemente as fases que cada obra se encontrava.
Restando 20% que so armazenados em depsitos ou casas de apoio no canteiro de obras, e
15% que so armazenados nas casas vizinhas.
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Os materiais hidrulicos, eltricos, ferragens e outros; so armazenados 75% em um
compartimento da obra em execuo, 20% em depsito ou casa de apoio e 5% nas residncias
vizinhas s obras.
Durante a observao dos processos de armazenamentos dos materiais nas obras foi
possvel presenciar que at mesmo quando se destinam locais para armazenagens desses, so
notrias as desorganizaes e s vezes sujeiras nos respectivos ambientes, tendo em vista que
os materiais se encontram todos misturados no local e em contatos s vezes com materiais que
no teem mais finalidade alguma para a execuo da obra, conforme na Figura 10.
Figura 10Desorganizao no local de armazenamento dos materiais
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Um fato interessante observado com relao armazenagem do cimento, que essa
realizada de maneira direta em contato com o cho da obra, sem nenhuma proteo contraintempries. Sendo por vezes, encontrados prximos aos locais de armazenagem de gua,
sendo possvel encontrar outros materiais, como por exemplo, ferragens e madeira
armazenadas ao cho da obra, juntos. Diversos materiais se encontram em contato com outros
e at com entulho, o que demonstra ausncia de critrios tcnicos na disposio adequada de
cada elemento que compe o canteiro.
Ainda que de maneira pouco expressiva, possvel observar preocupao por parte de
alguns pedreiros em armazenar adequadamente os materiais como: o cimento, portas de
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madeira e cermicas, entre outros evitando o contato direto dos mesmos com o cho. Na
Figura 11 observa-se certas preocupaes dos trabalhadores quanto ao armazenamento
adequado dos materiais.
Figura 11Materiais adequadamente armazenados
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Contudo, a despreocupao e desinteresse dos trabalhadores em descartar o entulho
existente na obra so comuns nas obras da cidade. Por conseguinte, observam-se obstrues
das vias de circulaes de materiais, equipamentos e trabalhadores.
O sistema de movimentao e armazenamento assume papel importante para a
melhoria dos nveis de produtividade na construo civil na medida em que a produtividade
global da obra dependente diretamente de sua eficincia e eficcia. A manuteno dos
postos sempre abastecidos, com a quantidade e qualidade correta de materiais, no tempo ecusto adequados deveriam estar entre as principais prioridades da gerncia do canteiro
(BEZERRA, 2010).
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5.3 RESULTADOS CORRESPONDENTES A NR 18 - CONDIES E MEIO AMBIENTE
DE TRABALHO NA INSDSTRIA DA CONSTRUO
Os resultados a seguir iro apresentar as disposies da referida norma para instalao
do canteiro de obras.
Atravs dos questionrios aplicados nas obras foi diagnosticada ausncia de critrios
tericos e tcnicos por parte dos trabalhadores das obras e tambm dos empreendedores, no
cumprimento do estabelecido pela NR-18. Em alguns casos, foi comprovado falta de
conhecimento at mesmo da referida NR, o que demonstra preocupao no que tange a
segurana nos canteiros de obras da cidade, estando por tanto mais susceptveis a ocorrncia
de acidentes e doenas do trabalho. O Grfico 4 diz respeito aos dados referentes elaborao
do projeto do canteiro de obras antes de se iniciar as obras.
Grfico 4Obras que elaboram o projeto de organizao do canteiro, Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Portanto, 85% das obras visitadas no elaboram o projeto do canteiro de obras antes de
se iniciar as obras. Logo, se pode atribuir o fato dos arranjos fsicos dos canteiros se
apresentarem de forma desorganizada, sendo o arranjo fsico do canteiro ineficiente, comum
observar vias de acesso aos materiais obstrudos. Pode acrescentar-se ainda presena de
entulho nas obras congestionando vias de circulao, e at dos materiais utilizados nas
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construes se encontrarem misturados com esse material que no tem mais finalidade na
obra, sem que haja, portanto o seu descarte.
Sendo assim, 15% das obras se demonstram preocupadas com a elaborao do projeto
do canteiro antes de iniciar suas obras. Nessas obras j possvel observar o arranjo fsico e a
logstica do canteiro em condies mais adequadas. Porm constata-se ainda, que esses
projetos do canteiro no contemplam as diversas fases que o processo de produo apresenta,
o que comprova existncia de falhas na elaborao do projeto.
Quanto s localidades de instalaes dos canteiros, se confirma as realizaes da
maioria desses nas vias pblicas das cidades, conforme apresenta o Grfico 5.
Grfico 5As obras que destinam espaos para instalao do canteiro de obras, Angicos -
RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
As obras que destinam espaos do terreno total da obra para instalaes dos canteirosrepresentam 30%. Portanto, 70% no possuem canteiros de obras instalados adequadamente.
Vale ressaltar que na porcentagem de 70% se encontram os casos em que os materiais e
equipamentos das obras esto dispostos nas vias pblicas, conforme observa se na Figura 12.
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Figura 12Canteiro de obras instalado de maneira inadequada
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
O armazenamento dos materiais outro fator importante no layout do canteiro, foi
possvel detectar nas visitas o critrio utilizado pelos trabalhadores para escolha do local onde
sero armazenados os materiais de construo. Os critrios obtidos nas respostas mais comuns
so apresentados a seguir.
A escolha realizada aleatoriamente; Local que se apresente limpo e no venha incomodar o andamento da obra; Localidade que no apresente fluxo de gua; Na via pblica, porque no tem espao no terreno da obra; Permanece onde foi descarregado; No local mais prximo possvel da obra; Utiliza-se a diviso do terreno por etapas do processo de construo.
Sendo assim, observa-se lgica em alguns desses critrios e que realmente devem ser
considerados na escolha do local, como por exemplo, local mais prximo possvel da obra.
No entanto, inegvel em alguns critrios adotados pelos trabalhadores a falta de interesse no
planejamento das instalaes dos canteiros de obras. Porm no se constatou em nenhuma
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obra a elaborao de um projeto global, mas sim obras que possuem exclusivamente e
unicamente seu critrio de armazenamento dos materiais.
Diante disso, se enxerga certas disfunes nas obras, como: distncias considerveis
no transporte de materiais ou equipamentos dos seus locais de instalaes para local de
execuo da obra, sendo comum tambm essa disfuno no acondicionamento da gua.
Quanto ao armazenamento de gua na obra, a maioria feita atravs de tanques,
tambor, caixas ou reservatrios de PVC, distantes dos locais de trabalho. Na Figura 13, telhas
e o reservatrio de gua se encontram distante do local de realizao do servio.
Figura 13Material e reservatrio de gua em locais distantes da obra
.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Essas disfunes acabam desencadeando outras, como: perda de tempo do trabalhador
no transporte de materiais e gua, trabalhadores nos postos de trabalho esperando os materiais
e equipamentos, desperdcios de matrias devido o transporte inadequado, entre outros.
Entre as perdas de materiais se destacam tambm a falta de inovao e tecnologia por
parte dos empreendedores, em melhorarem os seus processos de produo. Na Figura 14
observa-se um trabalhador realizando o transporte de materiais, acarretando ndices elevados
de perdas de materiais e essencialmente riscos de acidentes do trabalho.
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Figura 14Transporte de materiais realizados por trabalhador
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Outro fator que acarreta perdas de materiais a falta de estudo do local de onde sero
armazenados os materiais, tendo em vista que pode ocorrer escoamento de gua ocasionando
disperso dos materiais. Na Figura 15 percebe-se materiais em locais inadequados, na
presena de canalizaes de esgoto da obra.
Figura 15Materiais em locais inadequados, na presena de gua
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
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perceptvel a falta de planejamento dos locais onde so dispostos os componentes
dos canteiros de obras, provocando assim perdas no processo de execuo do
empreendimento. Em alguns casos os materiais so arranjados em determinadas reas sem
conciliamento entre os espaos disponveis e seus volumes armazenados, sendo assim
modificados frequentemente dos locais ou ocupando diferentes reas para suas alocaes.
Sendo a via pblica geralmente destinada at mesmo para realizao das atividades de
execuo da obra, como exemplo, o desenvolvimento do trao, na via pblica ou na calada
da obra.
Um fato bem curioso diz respeito aos locais usados pelos trabalhadores para
estacionarem seus meios de transportes, como: bicicletas e motos. A Figura 16 a seguir
demonstra o local utilizado pelos trabalhadores.
Figura 16Local utilizado pelos trabalhadores para guarda dos meios de transportes
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Os meios de transportes so geralmente estacionados em locais imprprios, como
observado na figura acima, em locais onde esto executando as obras, provocando
congestionamento nas vias de movimentao de trabalhadores, materiais e equipamentos.
Sendo um fator interferente no andamento da obra.
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Quanto s disposies dos elementos que compe o canteiro pode-se observar que os
mesmos so instalados na maioria das vezes nas vias pblicas. A Figura 17 demonstra como
ocorrem essas disposies nas vias pblicas.
Figura 17Canteiro de obras instalado na via pblica
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Portanto, na figura acima se observa mquinas, equipamentos e trabalhadores
ocupando completamente uma das vias destinadas para fluxo de pessoas e meios de
transportes, sem que haja nenhuma sinalizao. Logo, percebe-se o descumprimento do
previsto pela NR-18.
O Grfico 6 se refere s caractersticas dos portes dos canteiros de obras da cidade de
Angicos-RN.
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Grfico 6Porte dos canteiros de obras, Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Observa-se no Grfico 6, que 90% dos canteiros de obras da cidade so de pequeno
porte, sendo o restante da porcentagem de 10% de mdio porte. Nas observaes realizadas
nas visitas constatou-se que as obras localizadas no centro da cidade ocupam todo espao do
seu terreno total, da instalarem os seus canteiros em vias pblicas.
Os portes dos canteiros foram obtidos atravs da anlise das caractersticas tpicas das
obras desenvolvidas na cidade, ou seja, de acordo com a tipologia das construes. Logo,
considera-se canteiro de porte pequeno aquele que a edificao ocupa todo espao do terreno
total e destina-se apenas um espao considervel para instalao do canteiro. Sendo, portanto
as obras de pequeno porte as que possuem os seus canteiros de porte pequeno, assim ser
tambm para as obras de mdio porte que possuem seus canteiros consequentemente de mdio
porte.
De acordo com o estudo de Illingworth (1993), pode-se apresentar as tipologias dos
canteiros de obras da cidade em: canteiros restritos e canteiros longos e estreitos.
Os canteiros restritos foram observados com maior frequncia no centro da cidade,
onde as obras ocupam geralmente todo espao do seu terreno, buscando aproveitar o mximo
da rea disponvel. Portanto, ainda de acordo com autor nesse tipo de canteiro se deve
evidenciar os critrios que foram adotados no planejamento do mesmo. No entanto, se
comprova falta de ateno dos empreendedores no planejamento desse tipo de canteiro, tendo
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em vista que para eles a problemtica nesse caso solucionada simplesmente com a
instalao do canteiro na via pblica.
Os longos e estreitos observa-se nas obras em que as vias de acessos aos canteiros so
poucas ou limitadas, ocasionando congestionamentos nos fluxos de materiais, equipamentos e
trabalhadores.
De acordo com as visitas realizadas nas obras, quanto ao cumprimento do estabelecido
pela NR-18 observa-se que os canteiros de obras deveriam dispor de: alojamento, vestirio,
lavandeira, rea de lazer, cozinha, entre outros. Contudo, nos canteiros da cidade verificam-se
apenas os seguintes: alojamentos, vestirios, cozinhas e locais de refeies. Vale ressaltar que
as condies das instalaes nas obras visitadas so precrias, pois no se encontram em
perfeito estado de conservao e higiene, como estabelece a norma. A Figura 18 a seguir,
demonstra o descumprimento desta norma nas instalaes dos canteiros.
Figura 18Situaes em que foram observados os descumprimentos da NR -18
(a)
(a)Alimentos no cho
(b)Alojamento(c)Cozinha
(b) (c)
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Quanto s obrigaes do empregador quanto ao fornecimento de equipamentos de
proteo individual e fornecimento de gua potvel para os trabalhadores, o Grfico 7 e 8
respectivamente, a seguir apresentam os dados desse estudo realizado nas obras da cidade.
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Grfico 7Empregador ou empresa que fornece EPI aos trabalhadores, Angicos - RN, 2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
De acordo com o Grfico 7 acima, em 80% das obras visitadas o empregador ou
empresa no fornecem Equipamento de Proteo Individual (EPI), e somente 20% fornecem
nas obras da cidade. No entanto, observa-se em algumas obras o fornecimento do EPI pelo
empregador, porm os mesmos no so utilizados pelos trabalhadores, faltando, portanto
fiscalizao quanto ao uso do equipamento. Na figura 19, observa-se negligncia de
trabalhadores em no utilizarem o EPI fornecido pelo empregador nas obras.
Figura 19EPIS no sendo utilizados pelos trabalhadores nas obras
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
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Quanto elaborao e implantao do PCMAT nas obras visitadas, no se realiza
devido essas apresentarem nmero de trabalhadores inferior a 20 (vinte).
Outro fator importante que foi analisada com relao ao fornecimento de gua
potvel para os trabalhadores, onde 90% dos empregadores no fornecem. Logo, apenas 10%
dos empregadores fornecem gua potvel para os trabalhadores.
Grfico 8 Fornecimento de gua potvel para os trabalhadores nas obras, Angicos - RN,
2011.
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
habitual os trabalhadores nas obras visitadas serem os responsveis pelo transporte
de gua para as obras atravs das garrafas trmicas, que se observa na Figura 20 a seguir.
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Figura 20 Garrafas trmicas utilizadas pelos trabalhadores das obras para o transporte degua
Fonte: Arquivo pessoal (2011).
Quanto frequncia de permanncia dos trabalhadores aps o cumprimento dos
horrios estabelecidos de trabalho, foram constatadas nas obras visitadas que apenas 15% dos
trabalhadores residem e somente 35% fazem refeies nos locais das obras, conforme
apresenta a Tabela 5.
Tabela 5 Frequncia de permanncia de trabalhadores nas obras aps o cumprimento doshorrios de trabalho, Angicos - RN, 2011.
PERMANNCIA DOSTRABALHADORES NAS
OBRAS PORCENTAGENS
Trabalhadores residindo nos locaisdas obras
15%
Trabalhadores fazendo refeies
nos locais das obras
35%
Fonte: Compilao do autor, com base em questionrios aplicados (2011).
De acordo com esses dados uma grande parcela, mais precisamente 85% dos
trabalhadores no residem nos locais das obras visitadas, isso se atribui ao fato de que todos
esses trabalhadores so moradores da cidade. Quanto s realizaes de refeies nos locais
das obras, 65% dos trabalhadores no fazem refeies nas obras. Vale ressaltar que, na
porcentagem de 35% dos trabalhadores que fazem refeies nas obras, esto inclusos
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trabalhadores que no residem na cidade e tambm alguns que residem, mas, no entanto
fazem marmitas e levam para o posto de trabalho.
No levantamento de todos esses dados atravs da observao das instalaes dos
canteiros de obras percebe-se, no que diz respeito ao estabelecido pela NR-18 que nem as
empresas e nem os trabalhadores cumprem com rigor esta norma, seja por negligncias ou at
mesmo por falta de conhecimento da NR-18. Diante disso, sofrem consequentemente diversas
perdas nos processos de produo do empreendimento alm de propiciar um ambiente mais
susceptvel a acidentes e doenas do trabalho.
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6 CONCLUSES
O objetivo geral desse trabalho foi observar, analisar, compreender para assimcaracterizar, a organizao fsica dos canteiros de obras, abrangendo sua real necessidade de
espao para o fluxo de materiais e trabalhadores, assim como, a verdadeira localizao,
situao em que se encontra o terreno e os instrumentos de trabalho, avaliando se os mesmos
davam condies para que as edificaes fossem desenvolvidas de maneira satisfatria,
evitando desperdcio de tempo e materiais. Partindo dessa assertiva e dos resultados obtidos
com o levantamento em campo, conclui-se que:
As tipologias das obras desenvolvidas na cidade so: Construes de residnciasunifamiliar, edifcios e condomnios. Essas obras se acomodaram aos seus terrenos de
tal forma que, ocuparam todos os espaos dos terrenos totais das construes;
Os canteiros de obras so geralmente instalados nas caladas das construes ou emvias pblicas da cidade;
Diagnosticou-se tambm a existncia de obras que mesmo tendo espaos disponveispara se realizar as disposies dos elementos dos canteiros, no realizaram essa
instalao provisria; Os canteiros de obras da cidade podem ser caracterizados de acordo com suas
tipologias em: restritos e longos e estreitos;
Os empreendedores na maioria das obras no realizam o cronograma de compra dosmateriais, equipamentos e at mesmo da contratao de mo de obra;
Os descarregamentos dos materiais em geral so realizados frequentemente nas viaspblicas da cidade;
Quanto ao armazenamento dos materiais nas obras, no habitual se destinar locaisnos canteiros para armazen-los, e quando destinado notria a desorganizao e s
vezes sujeiras nos respectivos ambientes;
As vias de circulaes de materiais e trabalhadores no interior dos canteiros sopoucas e se encontram geralmente obstrudas;
No que diz respeito ao gerenciamento do canteiro e o estabelecido pela NR-18,conclui-se que:
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Nem as empresas e nem os trabalhadores cumprem com rigor estas condies,seja por negligncias ou at mesmo por falta de conhecimento destas
informaes;
Constatou-se ainda que as empresas ou empregadores no fornecem EPIScomo tambm, no fornecem gua potvel para os empregados nas obras;
Os canteiros na maioria das obras visitadas no dispem de: alojamentos,vestirios, cozinhas, locais de refeies, lavandeiras, instalaes sanitrias,
reas de lazer e ambulatrios;
As reas de vivncia dos canteiros de obras se encontravam em pssimo estadode conservao, higiene e limpeza.
Assim sendo, esta pesquisa trs a importncia do planejamento adequado do canteiro
de obras e o conhecimento das condies legais de gesto da segurana e sade dos
trabalhadores que regem a construo civil no Brasil, para que as realizaes dos processos de
produo das obras ocorram de forma satisfatria com relao qualidade e segurana na
obra. Mas para que isso acontea necessria capacitao da mo de obra regional por meio
de cursos, ou seja, orientaes educativas e da implantao de salas de treinamentos no setor
administrativo do canteiro de obras, proporcionando assim os conhecimentos necessrios paraque as obras se realizem de forma satisfatria, atravs das melhorias dos canteiros.
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REFERNCIAS
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