View
107
Download
1
Category
Preview:
Citation preview
1
Aula 04:
Transmissão sináptica
Dr. Edmar Costa (etcosta@ufpa.br)Dra. Elizabeth S. Yamada (esyamada@ufpa,br)
LaNEx - HUJBB
MÓDULO NEUROSSENSORIAL
Copyright © 2006 Edmar Costa
Interações elementares entre neurônios: A Sinapse
Interações elementares entre neurônios: A Sinapse
INTRODUÇÃO: estudos iniciais
Sinapses: elétricas x químicas?
Visão geral das sinapses elétricas
Visão geral das sinapses químicas
Sinapses químicas: características, etapas, tipos, princípios para identificação de NT, recaptação e armazenamento (papel dos transportadores), liberação e reciclagem (complexo SNARE, toxinas)
Potenciais pós-sinápticos PEPS e PIPS
Integração sináptica: somação temporal e espacial
Tipos de neurotransmissores
Exemplos de sinapse química: junção neuromuscular, sinapse glutamatérgica, sinapse gabaérgica, sinapse nitrérgica
Copyright © 2006 Edmar Costa
"for their discoveries regarding the functions of neurons"
The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1932
Sir Charles S. Sherrington Edgar Douglas Adrian
INTRODUÇÃO: Sherrington, Adrian, Dale, Loewi e os estudos iniciais
SINAPSE: termo introduzido por Sherrington para descrever a zona de contato entre neurônios
Copyright © 2006 Edmar Costa
As sinapses são químicas ou elétricas?
The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1936
"for their discoveries relating to chemical transmission of nerve impulses"
Otto Loewi Sir Henri Dale
INTRODUÇÃO: Sherrington, Adrian, Dale, Loewi e os estudos iniciais
Copyright © 2006 Edmar Costa
O experimento de LoewiO experimento de Loewi
Copyright © 2006 Edmar Costa
INTRODUÇÃO: Sherrington, Adrian, Dale, Loewi e os estudos iniciais
The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1963
“por suas descobertas sobre os mecanismos iônicos envolvidos na excitação e inibição das porções centrais e
periféricas membrana da célula nervosa"
b. 1914d. 1998
b. 1903d. 1997
University of CambridgeCambridge, UK
Australian UniversityCanberra, Australia
UKAustralia
1/3 of the prize
Allan Lloyd HodgkinSir John Carew Eccles
1/3 of the prize
Andrew Fielding Huxley
b. 1917
London University London, UK
UK
1/3 of the prize
The Nobel Prize in Physiology or Medicine 1963
“por suas descobertas sobre os mecanismos iônicos envolvidos na excitação e inibição das porções centrais e
periféricas membrana da célula nervosa"
b. 1914d. 1998
b. 1903d. 1997
University of CambridgeCambridge, UK
Australian UniversityCanberra, Australia
UKAustralia
1/3 of the prize
Allan Lloyd HodgkinSir John Carew Eccles
1/3 of the prize
Andrew Fielding Huxley
b. 1917
London University London, UK
UK
1/3 of the prize
2
Copyright © 2006 Edmar Costa
Mecanismos das sinapses químicasThe Nobel Prize in Physiology or Medicine 1970
"for their discoveries concerning the humoral transmittors in the nerve terminals and the mechanism for their
storage, release and inactivation".
INTRODUÇÃO: Sherrington, Adrian, Dale, Loewi e os estudos iniciais
Copyright © 2006 Edmar Costa
Sinapses: químicas ou elétricas?
Sinapses podem ser tanto elétricas quanto químicasNas sinapses elétricas, potenciais de ação passam entre as células
Nas sinapses químicas, os neurotransmissores cruzam a fenda sináptica para se ligar a receptores na superfície (membrana) da célula receptora
A continuidade elétrica entre células é estabelecida ou por fluxo direto de corrente (sinapses elétricas) ou por difusão de um neurotransmissor (sinapses químicas)
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES ELÉTRICAS
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES ELÉTRICAS x QUÍMICAS
3
SUMÁRIO DAS PROPRIEDADES DE SINAPSES QUÍMICAS E ELÉTRICAS
QUÍMICAS
ELÉTRICAS Ionotrópicas metabotrópicas
Agonista Nenhum e.g., ACh e.g., ACh
Proteína de membrana
Conexina/Conexon
Receptor/canal Receptor/proteína-G
Velocidade Instantânea 1 ms Seg – minutos
Efeito Vm Vm Vm, etc.
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES QUÍMICAS
Copyright © 2006 Edmar Costa
Partes da sinapse:Fenda Sináptica – região de separação entre as células pré- e pós-sinápticas (20-50 nm)
Elemento pré-sináptico – geralmente um terminal axonal:
Canais de Ca++ dependentes de voltagem
vesículas sinápticas (50 nm)
grânulos secretórios (100 nm)
mitocôndrias
zonas ativas
Elemento pós-sináptico (receptores pós-sinápticos)
SINAPSES QUÍMICAS: características
Copyright © 2006 Edmar Costa
• 1: NT estão nas vesículas sinápticas. Proteínas de transporte usama energia do gradiente de H+ para captar o NT na vesícula;
• 2: PA chega ao terminal � despolarização;
• 3: Despolarização� abre canais de Ca2+ dependentes de voltagem � íons Ca2+ entram no terminal pré-sináptico;
• 4: ↑ [Ca2+]I � dispara a fusão de vesículas sinápticas com a membrana pré-sináptica: pacotes (quanta) de NT são liberados nafenda sináptica (exocitose).
• 5: NT difunde-se através da fenda até se ligar a receptoresespecíficos na membrana da célula pós-sináptica;
• 6: A ligação do NT ativa o receptor, que por sua vez ativa a célulapós-sináptica;
• 7: Término do processo: (a) inativação enzimática do NT (ex.: hidrólise de ACh por acetilcolinesterase [AChE]), (b) recaptaçãodo NT para o terminal pré-sináptico ou para outras células (sistemade transporte dependente de Na+), ou (c) difusão das moléculasde NT para longe da sinapse.
SINAPSES QUÍMICAS: ETAPAS
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES RÁPIDAS:NT + Receptor (IONOTRÓPICO)� despolarização transitória (potencialexcitatório pós-sináptico – PEPS); � hiperpolarização transitória (potencialinibitório pós-sináptico - PIPS).
SINAPSES LENTAS:NT + RECEPTOR (METABOTRÓPICO)� O receptor é apenas a primeira proteínaem uma cascata de transdução de sinaisque pode alterar a probabilidade de um canal iônico ser aberto.
SINAPSES QUÍMICAS
4
Copyright © 2006 Edmar Costa Copyright © 2006 Edmar Costa
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES QUÍMICAS: PRINCÍPIOS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS NEUROTRANSMISSORES
Neurotransmissores: o que os define?
1. Substância precisa estar presente no neurônio pré-sináptico: (também enzimas, precursores, fornecem evidência adicional). (glu, gli e asp só são NT?)
2. A substância precisa ser liberada em resposta à despolarização pré-sináptica, com dependência de íons Ca2+.
3. Presença de receptores específicos para a substância na célula pós-sináptica:� aplicação de NT exógeno mimetiza o efeito pós-sináptico
da estimulação pré-sináptica.
4. Mecanismo de remoção.
1. A substância química deve ser sintetizada ou estar presente no neurônio
2. Quando liberada espontaneamente ou após estimulação elétrica, a substância química deve produzir uma resposta na célula alvo
3. A mesma resposta deve ser obtida quando a substância química for colocada experimentalmente na célula alvo
4. Deve existir um mecanismo para remoção ou recaptação após a substância química ter realizado o seu efeito
Copyright © 2006 Edmar Costa
TIPOS DE NEUROTRANSMISSORESTIPOS DE NEUROTRANSMISSORES
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES QUÍMICAS: NEUROTRANSMISSORES
Neurotransmissores: síntese / armazenamento
Copyright © 2006 Edmar Costa
Vesículas Grânulos
5
Armazenamento de neurotransmissores
• Vesículas sinápticas e LDCV (vesículas grandes de núcleo denso): características.
Tamanho (nm)
Localização Conteúdo [Ca++ ] para liberação (µM)
Pequenas vesículas sinápticas
40 Zonas ativas Moléculas pequenas
200
Grandes vesículas de núcleo denso
80-120 Em todas as partes do neurônios
Peptídeos*, cromograninas
5-10
* Em células cromafins da medula adrenal, vesículas grandes de núcleo denso contém epinefrina.
Recaptação e armazenamento de neurotransmissores: transportadores
• Transportadores da membrana plasmática: recaptam o NT da fenda sináptica– Utilizam o co-transporte (simporte) de Na+ ou Cl-, ou o contra-transporte (antiporte) de K+
• Transportadores vesiculares: recaptam o NT do citoplasma– Utilizam o antiporte de H+
Ciclo: liberação, recaptação e armazenamento de neurotransmissores
Liberação do neurotransmissorLiberação do neurotransmissor
1. Síntese do NT e armazenagem nas vesículas
2. Potencial de ação invade o terminal pré-sináptico
3. Despolarização do terminal pré-sináptico provoca abertura dos canais de Ca++ dependentes de voltagem
4. Entrada de Ca++
5. Ca++ provoca a fusão das vesículas com a membrana
6. NT é liberado
7. NT se liga aos receptores na membrana pós-sináptica
8. Abertura ou fechamento de canais
9. Alteração no Vm da membrana pós-sináptica (potenciais pós-sinápticos)
10. Reciclagem da membrana vesicular
Liberação: perfis ômega
6
Kiss… and run!
Reciclagem: o modelo “kiss-and-run” Liberação de NT: exocitose mediada pelo complexo proteico SNARE
• Toxina tetânica (Clostridium tetani):• Não age sobre a junção neuromuscular
• Inibe a liberação de NT inibitórios: Glicina ou GABA
• Cliva enzimas envolvidas na liberação de NT (e.g., sinaptobrevinas)
• Exacerba a atividade reflexa de músculos esqueléticos
• Dose letal: 500 pg/kg
• 2a. toxina bacteriana mais potente
Toxinas bacterianas: toxinas tetânica e botulínica
MECANISMO DE AÇÃO: TOXINA BOTULÍNICA
TOXINAS E PROTEÍNAS DE EXOCITOSE Toxinas bacterianas: toxinas tetânica e botulínica• Toxina botulínica (Clostridium botulinum):
• A mais potente toxina conhecida x Botulismo
• Proteases (7 isoformas) com acão sobre as proteínas do complexo SNARE, que promovem a fusão de vesículas e exocitose
• Impede a liberação de neurotransmissor acetilcolina – paralisia muscular � diafragma �morte por sufocamento em poucos dias)
• Uso terapêutico: espasmo muscular, espasticidade, estrabismo, distonia, hiperhidrose, enxaqueca
• Uso cosmético
7
Uso cosmético da toxina botulínica POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOSNeurotransmissores: receptores e proteínas efetoras
Geração de PEPS (potencial excitatório pós-sináptico)
POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOSNeurotransmissores: receptores e proteínas efetoras
Geração de PIPS (potencial inibitório pós-sináptico)
SINAPSES QUÍMICAS: INTEGRAÇÃO SINÁPTICA
SINAPSES QUÍMICAS: INTEGRAÇÃO SINÁPTICA
SINAPSES QUÍMICAS: INTEGRAÇÃO SINÁPTICA
8
Moléculas pequenas
Peptídeos
Gases
Neurotransmissores: tipos
• Propriedades:
– Síntese nos terminais.
– Reposição rápida -- ação rápida.
• Classes:
– Acetilcolina (ACh)
– Aminas: dopamina, NE, epinefrina, serotonina (5-HT)
– Aminoácidos:
• GLU (principal NT excitatório do SNC);
• GABA (principal NT inibitório do SNC);
• Glicina (NT inibidor no tronco cerebral e medulaespinhal);
• Histamina, aspartato.
Moléculas pequenas
• Algumas aminas sãosintetizadas pela mesma via bioquímica
• Passo-limitante: quantidadeslimitadas de enzimas-chaves� síntese limitada de NT
• Limitação da taxa de síntese pode ser superada(e.g. L-Dopa oral “bypassa” o limite de TH).
Moléculas pequenas
Feniletanolamina N-metiltransferase
• Mais de 50 NT peptídeos conhecidos.
• Propriedades:
– Cadeia curta de AAs.
– Síntese no corpo celular (ribossomos) �empacotamento (Golgi) � transporte axoplasmático(via microtúbulos) � terminal axonal
– Reposição difícil (transporte é lento).
– Não se ligam a canais iônicos (não influenciam o Vm). Ativam receptores que modulam a estrutura e a função celular.
– Funções variadas: hormônios, regulam o apetite, estresse, aprendizagem, prazer, dor.
Peptídeos
Peptídeos
• Alguns gases – óxido nítrico (NO) e monóxido de carbono (CO) – podem agir como NTs.
• Propriedades:
– Síntese sob demanda.
– Alta solubilidade.
– Difundem-se da célula para ativar inúmeras células vizinhas (transmissão por volume).
– Produzidos em muitas partes do neurônio, inclusive dendritos.
– NO: controle de musculatura lisa intestinal e dilatação de vasos sanguíneos.
Gases
9
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES QUÍMICAS
Exemplo 1: A JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Exemplo: A JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Tutorial: A JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Copyright © 2006 Edmar Costa
SINAPSES QUÍMICAS
Exemplo 2: SINAPSE GLUTAMATÉRGICA
10
SINAPSES CENTRAIS: TRANSMISSÃO GLUTAMATÉRGICA
Exemplo: SINAPSE GLUTAMATÉRGICA
SINAPSES CENTRAIS: TRANSMISSÃO GLUTAMATÉRGICA
Copyright © 2006 Edmar Costa
TRANSMISSÃO GLUTAMATÉRGICA
Copyright © 2006 Edmar Costa
TRANSMISSÃO GLUTAMATÉRGICA
11
Exemplo: SINAPSE GABAÉRGICA
Copyright © 2006 Edmar Costa
TRANSMISSÃO GABAÉRGICA
SINAPSES CENTRAIS: TRANSMISSÃO GABAÉRGICA
Copyright © 2006 Edmar Costa
GABA vs EPILEPSIA
Exemplo: SINAPSE NITRÉRGICA
Copyright © 2006 Edmar Costa
FIM
Recommended