View
3.424
Download
27
Category
Preview:
DESCRIPTION
Detecção e quantificação de resíduos de antibióticos em fígado, músculo e rim de suínos abatidos sob serviço de inspeção estadual no estado do Rio de Janeiro.
Citation preview
JORGE LUIZ FORTUNA
DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS EM
FÍGADO, MÚSCULO E RIM DE SUÍNOS ABATIDOS SOB SERVIÇO DE
INSPEÇÃO ESTADUAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Monografia apresentada à disciplina de Estágio Supervisionado do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Médico Veterinário. Área de concentração: Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal
Supervisor: Prof.o Dr. TEÓFILO JOSÉ PIMENTEL DA SILVA
Niterói
1997
2
JORGE LUIZ FORTUNA
DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS EM
FÍGADO, MÚSCULO E RIM DE SUÍNOS ABATIDOS SOB SERVIÇO DE
INSPEÇÃO ESTADUAL NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Monografia apresentada à disciplina de Estágio Supervisionado do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do Grau de Médico Veterinário. Área de concentração: Higiene Veterinária e Processamento Tecnológico de Produtos de Origem Animal.
Aprovado em 12 de dezembro de 1997.
Niterói 1997
3
DEDICATÓRIA
Tudo que sou, Tudo que tenho, Tudo que sei, Devo a vocês, meus pais.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, nosso Pai Oxalá, pois sem a Sua força nada seria possível.
A Érica Costa Rodrigues, pela paciência, compreensão e incentivo dedicado.
Aos meus amigos Vinicius Cunha Barcellos & Marcello Campos Valverde, que a
amizade seja eterna.
Ao meu Supervisor, Prof. Dr. Teófilo José Pimentel da Silva, pela experiência,
dedicação e, principalmente, paciência no trabalho.
A todos meus amigos que, direta e/ou indiretamente, contribuíram para a
realização desse trabalho.
Às Diretorias do Matadouro Piabetão Indústria e Comércio de Carnes e Derivados
Ltda., ao Médico Veterinário Dr. José Mauro Bereicoa e aos funcionários deste
estabelecimento pela oportunidade e atenção.
5
“Se deres um peixe a um homem faminto, vais alimentá-lo por um dia. Se o ensinares a pescar, vais alimentá-lo toda a vida.”
- Lao Tsé - Séc. VI a.C.
“Sempre que ensinares, ensina também a duvidar do que ensinas.”
- José Ortega y Gasset - 1883-1955
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................8 LISTA DE TABELAS........................................................................................................9 RESUMO........................................................................................................................11 ABSTRACT....................................................................................................................12 1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................13 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................................16 2.1 ANTIBIÓTICOS.......................................................................................................16 2.1.1 Penicilina..............................................................................................................16 2.1.2 Aminoglicosídeos.................................................................................................17 2.1.3 Tetraciclinas.........................................................................................................17 2.1.4 Eritromicina...........................................................................................................17 2.2 ANTIBIÓTICOS COMO ADITIVOS ALIMENTARES...............................................19 2.3 PROMOTORES DE CRESCIMENTO.....................................................................19 2.4 PRAZOS DE RETIRADA E TOLERÂNCIA.............................................................21 2.5 TECIDO DE ESCOLHA...........................................................................................24 2.6 OCORRÊNCIA DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS EM SUÍNOS.........................24 2.7 MÉTODOS DE DETECÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS.........................25 3 MATERIAL E MÉTODOS..........................................................................................28 3.1 MÉTODO DE AMOSTRAGEM...............................................................................28 3.2 ANÁLISES LABORATORIAIS................................................................................29 3.2.1 Microrganismos testes........................................................................................30 3.2.2 Potência dos antibióticos.....................................................................................31 3.2.3 “Swab Test on Premises” (STOP) - Teste presuntivo...........................................31
7
3.2.3.1 Cultivo e produção de esporos.........................................................................31 3.2.3.2 Padronização da suspensão de esporos e determinação do número de esporos
por ml da suspensão........................................................................................32 3.2.3.3 Determinação da sensibilidade das placas......................................................32 3.2.3.4 Preparação das placas para o ensaio..............................................................33 3.2.3.5 Determinação...................................................................................................34 3.2.4 “Bioassay Test” (Bioensaio) - Teste confirmativo...............................................39 3.2.4.1 Preparação das suspensões bacterianas........................................................39 3.2.4.2 Preparação das soluções tampão....................................................................39 3.2.4.3 Preparação dos padrões de antibióticos..........................................................40 3.2.4.4 Preparação das placas para o bioensaio..........................................................41 3.2.4.5 Preparação da amostra.....................................................................................43 3.2.5 Tratamento Estatístico.........................................................................................43 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................44 5 CONCLUSÕES..........................................................................................................49 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................50 7 APÊNDICE.................................................................................................................52 7.1 APÊNDICE 1...........................................................................................................52
8
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Amostras de tecidos com o swab. O álcool (68%) foi usado para a
desinfecção do saco plástico.........................................................35
FIGURA 2 Corte das hastes dos swabs..........................................................36
FIGURA 3 Colocação do swab na placa.........................................................37
FIGURA 4 À esquerda: placas controles de crescimento das cepas no meio, e
aparecimento de halos de inibição. À direita: leitura das placas.
Neste caso não houve resultados positivos (ausência de halo de
inibição).........................................................................................38
9
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Antibióticos usados como aditivos para rações de suínos.........18
TABELA 2 - Ganho diário (%) de crescimento em animais alimentados com
rações que continham antibióticos............................................20
TABELA 3 - Prazos de retirada e níveis de tolerância de drogas injetáveis em
suínos........................................................................................22
TABELA 4 - Prazos de retirada e níveis de tolerância de drogas usadas por
via oral em suínos.....................................................................23
TABELA 5 - Concentrações dos antibióticos (ppm); exceto penicilina (UI/mg),
para determinação das curvas-padrão......................................41
TABELA 6 - Sensibilidade adequada para o teste do bioensaio...................42
TABELA 7 - Diâmetro médio dos halos de inibição (mm) obtidos pela cultura
de Bacillus subtillis na concentração de 3,0 x 103 esporos por
placa, para as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) de cada
antibiótico (ppm)........................................................................45
TABELA 8 - Diâmetro médio dos halos de inibição (mm) nas diferentes
Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) de Clortetraciclina,
Oxitetraciclina e Tetraciclina, obtidos utilizando 3,0 ml da
10
suspensão de Bacillus cereus na diluição de 10-4 em 100 ml de
Agár 8........................................................................................45
TABELA 9 - Número de amostras analisadas e positivas pelo STOP, por tipo
de tecido e produtor, de amostras de suínos colhidas em julho
de 1997, no Matadouro Piabetão, Magé-RJ..............................46
TABELA 10 - Diâmetros dos halos de inibição (mm) pelo teste do bioensaio, por
suíno e tipo de tecido positivo no STOP....................................47
11
RESUMO
Ao mesmo tempo em que os antibióticos tornaram-se de uso rotineiro na criação de animais com função profilática e/ou promotora de crescimento, surgiram as preocupações dos resíduos ou riscos para o consumidor e os programas de monitoramento higiênico-sanitários dos mercados mais exigentes (externo). Assim, com o objetivo de verificar a ocorrência de resíduos de penicilina, estreptomicina, neomicina, tetraciclina, clortetraciclina, oxitetraciclina, e eritromicina e quantificá-los, foram colhidas amostras de fígado, músculo e rim de 42 suínos tipo carne, provenientes de 07 produtores diferentes, abatidos sob serviço de Inspeção Estadual, no município de Magé-RJ, durante o mês de julho de 1997. As amostras foram submetidas inicialmente a um teste de triagem (“Swab Test on Premises - STOP”) com cepas de sensibilidade específica para Bacillus subtilis ATCC 6633 e Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778, e se o resultado fosse positivo, ao teste confirmativo (“Bioassay Test”), com cepas de sensibilidade específica para cada antibiótico: Bacillus subtilis ATCC 6633, Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778, Sarcina lutea ATCC 9341 a, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 e Sarcina lutea ATCC 15957. As amostras analisadas, ou não demonstraram a ocorrência desses resíduos de antibióticos em suínos tipo carne, ou os níveis encontrados estavam dentro dos padrões permitidos pelos órgãos de saúde pública e de inspeção sanitária. Conclui-se, que estes produtores observam os prazos de retirada e tolerância para as drogas veterinárias desses suínos tipo carne, abatidos sob regime de Inspeção Estadual no Estado do Rio de Janeiro, já que a maioria dos produtores de animais de abate, utiliza aditivos na alimentação, principalmente antibióticos, como promotores de crescimento. PALAVRAS-CHAVE : antibióticos, resíduos, carne suína, teste do swab (STOP),
bioensaio.
12
ABSTRACT
At the time that antibiotics have been used on a practice basis in animal beeding for food production with prophylaxis function and to promote growth, appeared concerns about residues or risks for consumer and the sanitary-hygienic monitoring programs of the strictest market (external). To verity the residues ocurrence of penicillin, streptomycin, neomycin, tetracycline, chlortetracycline, oxitetracycline, and eritromycin, and quantify them, were collected samples of kidney, liver and muscle of 42 swines meat type, deriving from 7 producers, slaughtered under State Inspection, in Magé municipal district - Rio de Janeiro, in July 1997. The samples were tested in a presumptuous test (“Swab Test on Premises - STOP”) using specific sensibility strain for Bacillus subtilis ATCC 6633 and Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778, and if the result of test were positive, tested for confirmation (“Bioassay Test”), using especific strain for each antibiotic: Bacillus subtilis ATCC 6633 e Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778, Sarcina lutea ATCC 9341 a, Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 and Sarcina lutea ATCC 16957. The analyzed samples, either didn’t demonstrate the ocurrance of those residues of antibiotics in swines meat type, or the observed levels was in accordance with the permitteds standards for the organs of public health and the sanitary inspection. The conclusion is that these producers observe the retired and tolerance time for the veterinary drugs of those swines meat type, slauthered under State Inspection in Rio de Janeiro State, now that the majority of the slauther animals producers, use additives in the alimentation like growth promoters, and the most used are the antibiotics. KEY-WORDS : antibiotics, residues, swine meat, swab test (STOP), bioassay.
13
1 INTRODUÇÃO
O uso de drogas, em animais de produção, no tratamento de
doenças é uma prática antiga da Medicina Veterinária. Porém nos últimos anos a
utilização de antibióticos, como promotores de crescimento, vem aumentando,
tornando-se parte integrante do manejo da criação como função de prevenir
doenças e/ou aumentar a produção do rebanho.
Estas drogas têm sido utilizadas principalmente como aditivos em
rações, melhorando a eficiência dos alimentos e proporcionando maior
desenvolvimento e produtividade dos animais. Tem grande importância, também,
a utilização de antibióticos para mascarar sinais clínicos de doença por ocasião
do abate. Entretanto, os agentes antimicrobianos, caso não sejam corretamente
utilizados (terapia indiscriminada com antibióticos, super-dosagem e não
observância do período de retirada do antibiótico antes do abate) podem acarretar
em presença de resíduos de antibióticos nas vísceras e músculos dos animais .
14
É sabido que a rotina de inspeção “post-mortem” não permite avaliar
a presença destes antibióticos e, geralmente, o período de depleção não é
observado devido à desinformação do produtor. Este fato resulta em risco ao
consumidor, pois estes resíduos, quando presentes, podem prejudicar a saúde
humana, acarretando reações alérgicas, podendo ocorrer choque anafilático e
inclusive morte. Além disso, o uso de forma indireta e a longo prazo, devido à
grande exposição de microrganismos a essas drogas, pode dar origem a uma
seleção de cepas resistentes que poderá ser transferida entre bactérias.
No Brasil, a detecção de resíduos de antibióticos é feita somente em
estabelecimentos de Inspeção Federal, cuja carne é destinada à exportação,
tendo custo operacional elevado. Por outro lado, não se conhece, ainda, trabalho
científico nacional realizado com amostras de suínos abatidos sob serviço de
Inspeção Sanitária Federal e/ou Estadual e/ou Municipal para comercialização no
mercado interno.
Devido aos fatos expostos, observou-se uma necessidade de se
conhecer a realidade deste problema, e assim sendo, este trabalho teve como
objetivos:
• Detectar resíduos de antibióticos em músculos, fígado e rim de
suínos abatidos em matadouros e/ou abatedouros sob serviço de Inspeção
Estadual, no Estado do Rio de Janeiro;
• Verificar se as amostras positivas terão níveis de antibióticos
acima dos permitidos pelos órgãos de saúde pública e de inspeção sanitária;
15
• Ratificar a importância do Médico Veterinário, da utilização dos
antibióticos em animais de produção de alimentos, aos prazos de retirada e
tolerância para as drogas veterinárias.
16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 ANTIBIÓTICOS
São substâncias químicas produzidas por várias espécies de
microrganismos (bactérias, fungos, actinomicetos) que impedem o crescimento de
outros microrganismos, podendo eventualmente destruí-los (Goodman & Gilman,
1990, p. 675).
Na exploração animal, os antibióticos têm sido utilizados com duas
finalidades principais: (1) aditivos em rações para maior desenvolvimento e
conseqüentemente funcionando como promotores de crescimento; (2) prevenção
ou tratamento de doenças específicas, administrados por via parenteral, oral ou
misturados às rações (Valle, 1985, p. 207).
2.1.1 Penicilina
Cerca de um terço de penicilina G administrada via oral é absorvida
pelo trato intestinal e uma pequena parte é absorvida no estômago. A quantidade
17
excretada pelas fezes é muito pequena. A penicilina G é rapidamente eliminada
do organismo pelos rins e pequena quantidade na bile (Goodman & Gilman, op.
cit., p. 709).
2.1.2 Aminoglicosídeos
A estreptomicina e neomicina são rapidamente absorvidos quando
administrados via intramuscular e subcutânea. Não são absorvidos
satisfatoriamente por via oral. Os aminoglicosídeos têm alta afinidade pelo tecido
renal, apresentando nefrotoxidade (ibid., p. 731).
2.1.3 Tetraciclinas
São absorvidas de forma incompleta pelo trato gastrointestinal.
Grande parte desta absorção ocorre no estômago e nas primeiras porções do
intestino delgado. As tetraciclinas concentram-se no fígado e são excretadas
através da bile no intestino, onde são parcialmente reabsorvidas. Devido a sua
circulação entero-hepática, podem ser encontradas no sangue muito tempo após
a suspensão do tratamento. Todas as tetraciclinas são excretadas na urina e nas
fezes, mas a principal via de excreção é a renal (ibid., p. 742).
2.1.4 Eritromicina
18
Absorvida na parte superior do intestino delgado, porém é inativada
pelo suco gástrico. Apenas 2 a 5% da eritromicina administrada por via oral é
excretada pela urina, enquanto que 12 a 15% é excretada após via intravenosa. O
antibiótico concentra-se no fígado e é excretado pela bile (ibid., p. 750).
TABELA 1 Antibióticos usados como aditivos para rações de suínos (Cavalcanti, 1987).
ANTIBIÓTICOS ANIMAL DOSAGEM INDICAÇÃO PARA USO
Bacitracina de zinco Leitões
Suínos em crescimento
40 - 120 g/ton
10 - 50 g/ton
Promotor do crescimento e da eficiência alimentar Promotor do crescimento e da eficiência alimentar
Espiramicina pamoato
Suínos
50 g/ton
30 g/ton (até o desmame) 5 g/ton (do desmame à engorda)
Tratamento da pneumonia, diarréia, pneumoenterite, piobacilose. Promotor do crescimento e da eficiência alimentar
Eritromicina isotiocianato
Leitões
Suínos - acabamento
10 - 70 g/ton
10 g/ton
Promotor do crescimento e da eficiência alimentar Promotor do crescimento e da eficiência alimentar
Lincomicina
Suínos
40 g/ton
100g/ton,;40 g/ton
35 g/ton
Para controle da disenteria, Para tratamento e controle da disenteria Prevenção de enterites bacterianas
Neomicina
Suínos
70 - 140 g/ton
25 - 50 g/ton
7,5 - 10 g/ton
Tratamento e prevenção de enterites bacterianas Promotor de crescimento e da eficiência alimentar Idem
Oxitetraciclina
Suínos, crescimento
10 - 50 g/ton
50 - 100 g/ton
Promotor de crescimento e da eficiência alimentar Prevenção de enterites bacterianas
Penicilina procaína
Suínos
10 - 50 g/ton
50 - 100 g/ton
Promotor do crescimento e da eficiênia alimentar Prevenção das enterites bacterianas
Tilosina Suínos 100 g/ton Prevenção de disenteria hemorrágica
Virginiamicina
Suínos(até 10 sem.)
Suínos(até 6 meses)
10 - 100 g/ton
5 - 20 g/ton
Promotor do crescimento e da eficiência alimentar Promotor do crescimento e da eficiência alimentar
19
2.2 ANTIBIÓTICOS COMO ADITIVOS ALIMENTARES
Os aditivos alimentares são definidos como drogas; substâncias
químicas ou biológicas, colocados diretamente na ração animal em pequenas
quantidades, com objetivo de desempenho ou produção (Shillam, 1974, p. 230).
Segundo Cavalcanti (1987, p. 295), os principais antibióticos usados
como aditivos para rações de suínos são: bacitracina; espiramicina; eritromicina;
lincomicina; neomicina; oxitetraciclina; penicilina; tilosina; virginiamicina. Contudo,
apenas a eritromicina, neomicina, oxitetraciclina, penicilina e virginiamicina são
indicados como promotores de crescimento (Tab. 1).
2.3 PROMOTORES DE CRESCIMENTO
Muito dos antibióticos usados estabelecem no uso veterinário, não
somente para o tratamento de doenças em animais, mas também como
prevenção de doenças; aumentar a eficiência da utilização do alimento e
principalmente como promotores de crescimento (Mercer, 1975, p. 3).
Várias teorias têm sido propostas para a influência do uso do
antibiótico sobre o crescimento e ganho de peso do suíno: (1) redução da
destruição bacteriana de vitaminas e aminoácidos; (2) favorecimento às bactérias
que sintetizam nutrientes essenciais; (3) redução da competição da microflora
intestinal; (4) prevenir o aumento da parede intestinal, permitindo melhor absorção
20
dos nutrientes; (5) inibição da produção de toxina bacteriana (Cavalcanti, op. cit.,
p. 299).
Experimentos feitos por Cromwell* (apud Cavalcanti, op. cit., p. 302),
ratificava o maior ganho diário de crescimento nos animais alimentados com
rações que continham antibióticos. Destacando-se para o maior aumento nos
animais mais jovens (Tab. 2).
TABELA 2 Ganho diário (%) de crescimento em animais alimentados com
rações que continham antibióticos (Cavalcanti, 1987).
CONTROLE ANTIBIÓTICO AUMENTO %
FASE INICIAL (9 a 26 Kg)
Ganho diário, Kg
Ração / ganho
0,39
2,32
0,46
2,16
16
7
FASE DE CRESCIMENTO (17 a 49 Kg)
Ganho diário, Kg
Ração / ganho
0,59
2,91
0,66
2,78
11
5
FASE DE CRESC. FINAL (20 a 86 Kg)
Ganho diário, Kg
Ração / ganho
0,68
3,37
0,71
3,30
4
2
* CROMWELL, G. L. Uso de antibióticos nos Estados Unidos. Suinocultura Industrial no 37, Outubro, 1981, p. 24.
21
2.4 PRAZOS DE RETIRADA E TOLERÂNCIA
O prazo de retirada (também conhecido como período de depleção
ou de depuração) é o tempo requerido para o resíduo atingir concentração segura
(Jackson* apud Booth & McDonald, 1992, p. 940).
Os intervalos do prazo de retirada variam de acordo com a droga,
forma de dosagem e via de administração; variando desde algumas horas até
dias ou semanas (Tab. 3 e 4). Estes prazos de retirada referem-se ao intervalo de
tempo em que se suspende a medicação até o momento do abate (Booth &
McDonald, 1992, p. 940).
Entende-se por tolerância a concentração máxima de resíduos
admitida nos produtos animais destinados ao consumo (Braz, 1986, p. 2228).
Segundo Booth & McDonald (1992, p. 936), o nível de tolerância é o
nível máximo permitido de concentração da droga no alimento em um
determinado tempo de abate, colheita, processamento, estocagem e
comercialização até o tempo do seu consumo.
A tolerância a drogas está estabelecida somente para o produto
alimentar cru, fresco ou não-cozido. O cozimento degrada os antibióticos
tetraciclínicos em produtos alimentares contendo até 5 a 10 ppm, enquanto que
os níveis restantes após a inativação pelo calor são calculados como menores do
que 1 ppm. As temperaturas de congelamento degradam a penicilina nos tecidos,
* JACKSON, B. A. J. Am. Vet. Med. Assoc.; 1980, 176 : 1141.
22
porém níveis detectáveis persistem de 8 a 21 dias. O congelamento possui pouco
efeito sobre a degradação da oxitetraciclina (Mercer, 1975, p. 23).
TABELA 3 Prazos de retirada e níveis de tolerância de drogas injetáveis em
suínos (ibid., p. 946).
DROGA
Prazo de
retirada antes
do abate (dias)
Nível de tolerância (ppm)
Azaperona 0 Tecidos comestíveis, 0
Cloridrato de oxitetraciclina 26 - 28 0,1
Cloridrato monoidrato de lincomicina 2 0,1
Eritromicina básica 14 0,1
Gentamicina 40 Carne: 0,1 /Fígado: 0,3/ Rim e
Gordura: 0,4
Penicilina G procaína 7 0
Penicilina G procaína, sulfato de
diidroestreptomicina (DHS)
30 Penicilina: 0 / DHS: nenhum
publicado
Sulfato de diidroestreptomicina 30 0
Tilosina (implante) 14 0,2
Tiidrato de ampicilina 15 0,01
23
TABELA 4 Prazos de retirada e níveis de tolerância de drogas usadas por via
oral em suínos (ibid., p. 947).
DROGA
Prazo de
retirada antes
do abate (dias)
Nível de tolerância (ppm)
Bacitracina 0 0,05 (0,02 unidade/g)
Cloridrato de clortetraciclina 5 - 10 Músculo: 1; gordura: 0,2;
fígado: 4; rim: 2
Cloridrato de tetraciclina 7 0,25
Clortetraciclina, sulfametazina, penicilina 15 CTC: gordura, 0,2;
sulfametazina: 0,1; penicilina:0
Diidroestreptomicina 30 Nenhum publicado
Eritromicina 7 Tecidos comestíveis: 0,1
Estreptomicina ... Tecidos comestíveis: 0
Gentamicina 14 Carne: 0,1; fígado: 0,3; rim,
gordura: 0,4
Lincomicina 6 Tecidos comestíveis: 0,1
Oxitetraciclina 26 Tecidos comestíveis: 0,1
Penicilina 0 Tecidos comestíveis: 0
Tilosina 2 0,2
Virginiamicina 0 Rim, pele, gordura: 0,4; fígado:
0,3; músculo: 0,1
Clortetraciclina, sulfatiazol 7 CTC: rim, 4; fígado, 1; gordura,
0,2; sulfa: 0,1
24
2.5 TECIDO DE ESCOLHA
Variam consideravelmente de tecido para tecido, as concentrações
de resíduos de drogas. Geralmente, observa-se mais elevados em tecidos de
estocagem, como a gordura corpórea, ou em órgãos que metabolizam e excretam
antibióticos. Como exemplo, temos que os resíduos geralmente são mais
elevados na gordura corpórea, no fígado e/ou nos rins (Booth & McDonald, op.
cit., p. 949).
É proposto o rim como tecido de escolha na pesquisa de
antibióticos, já que quase todas as drogas pesquisadas têm uma rápida ação
renal (Goodman & Gilman, op cit., p. 685). Os aminoglicosídeos (estreptomicina e
neomicina) possuem grande afinidade com o tecido renal, assim sendo, podem
ser detectados de 6 a 10 dias após o término do tratamento (ibid., p. 731). Os
antibióticos derivados das tetraciclinas apresentam uma circulação entero-
hepática (ibid., p. 742).
2.6 OCORRÊNCIA DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS EM SUÍNOS
Nos trabalhos internacionais os resíduos de antibióticos mais
pesquisados são: penicilina, estreptomicina, tetraciclinas (clortetraciclinas e
oxitetraciclinas), neomicina, tilosina e outros. O monitoramento realizado pelo
“Food Safety Inspection Service” (FSIS) / “United State Department of Agriculture”
(USDA) no ano de 1985; de 356 amostras de rins de suínos, encontrou-se
resíduos de antibióticos em 1,7% destas amostras (Cordle, 1988, p. 423).
25
Mais tarde, o “Food and Drug Administration” (FDA) relatou uma
ocorrência de resíduos de antibióticos de 13,1% em suínos (Van Dresser et al ,
1989, p. 1703).
No Brasil o monitoramento de resíduos de antibióticos em carnes
iniciou-se em 1979 com a criação do Programa Nacional de Controle de Resíduos
Biológicos em Carne (PNCRBC) do Ministério da Agricultura (MA), para atender
exigências do mercado externo importador. Este programa prevê o controle de
resíduos de penicilina, estreptomicina, tetraciclinas eritromicina, neomicina,
oxitetraciclina, clortetraciclina em amostras de rim, fígado e músculo de aves,
suínos, equídeos e bovinos, utilizando o “Swab Test on Premises” (STOP) e o
“Bioassay” (Bioensaio), como métodos analíticos (Brasil, 1986, p. 45). Assim, nas
70 análises efetuadas, pelo Laboratório de Referência Nacional (LARA) / Pedro
Leopoldo- MG / MA, em amostras de suínos destinados à exportação no ano de
1995, não foi observada nenhuma violação de resíduos de antibiótico (Brasil,
1996, p. 17305)
2.7 MÉTODOS DE DETECÇÃO DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS
Os métodos utilizados para a detecção de resíduos de antibióticos e
quimioterápicos em carne, vísceras, urina e plasma podem ser divididos em dois
grupos: microbiológicos e físico-químicos. Os métodos microbiológicos baseiam-
se em reações de sensibilidade de cepas microbianas a certas drogas ou grupo
de drogas. Têm como vantagens o fato de serem simples e processados em
grande número de amostras em pouco tempo (Ybarra, 1995, p. 32).
26
Um método rápido para detectar resíduos em rins, consiste em
pequenos cubos de tecido renal colocados diretamente sobre quatro placas
contendo agar semeados com diferentes cepas bacterianas (Bacillus subtilis
America Type Culture Collection (ATCC) 6633, Micrococcus luteus ATCC 9341,
Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Escherichia coli ATCC 9637). Embora
ocorra inibição, este método não determina qual antibiótico está presente, além
de não ser um método quantitativo (Takács & Kovács, 1969, p. 12).
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desenvolveu o
“Swab Test on Premises” (STOP) como método presuntivo utilizando Bacillus
subtilis ATCC 6633 para a detecção de resíduos de antibióticos (penicilina,
estreptomicina, tetraciclina, clortetraciclina, oxitetraciclina, eritromicina e
neomicina) em músculos e vísceras (Reamer, 1974, n.p.). Concomitantemente,
Fugate (1974, p. n.p.) desenvolveu o teste do Bioensaio, feito caso o teste
presuntivo dê resultado positivo. Este teste utiliza uma série de microrganismos
sensíveis e resistentes especificamente a determinados antibióticos, qualificando
e quantificando resíduos de antibióticos.
O teste do swab em matadouros destina-se a detecção de
antibióticos em carcaças no local do abate. Este teste é feito em animais
suspeitos de terem recebidos antibióticos. Usa-se fígado e/ou rim como tecido
para o teste. A análise do tecido é relativamente rápida, não requerendo que a
carcaça seja conservada por mais de 18 horas. Um swab esterilizado é usado
colocando-o no interior da amostra (fígado ou rim). Transfere-se este swab para
uma placa de ágar contendo microrganismos sensíveis aos antibióticos. O não
crescimento de microrganismos ao redor do swab (formação de um halo) indica
27
que alguma(s) substância(s) inibidora(s) está(ão) presente(s) na carcaça. No
entanto, o crescimento ao redor do swab indica ausência de antibióticos ou
substâncias inibidoras. Porém, o teste STOP, não identifica e nem quantifica o
antibiótico, sendo, portanto, um teste apenas presuntivo (Booth & McDonald, op.
cit., p. 949).
28
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 MÉTODO DE AMOSTRAGEM
As amostras foram colhidas no Matadouro Piabetão Indústria e
Comércio de Carnes e Derivados Ltda., exclusivo para o abate de suínos, sob o
serviço de Inspeção Estadual, localizado no município de Magé no Estado do Rio
de Janeiro. A colheita foi realizada durante o mês de julho de 1997 com o total de
42 suínos, sendo 6 suínos para cada um dos 7 produtores, procedentes de 7
municípios diferentes, dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná
(Apêndice 1).
Para efeito de delineamento experimental, foi determinado que a
proporção observada seria uma amostra para cada 15 suínos (1 : 15).
Considerou-se como uma amostra músculo, fígado e rim
procedentes do mesmo animal.
Cada tecido foi embalado individualmente em saco de polietileno de
baixa densidade com fecho hermético, mantido em uma geladeira portátil, com
29
gelo, até a chegada ao Laboratório de Tecnologia de Carnes da Faculdade de
Medicina Veterinária da Universidade Federal Fluminense (UFF), onde eram
analisadas (STOP) no Laboratório de Controle Microbiológico de Produtos de
Origem Animal (P.O.A.) e congeladas em freezer (-30 oC) à espera do resultado.
Caso não fosse possível a análise no mesmo dia, as amostras eram congeladas,
e posteriormente, o processamento da análise era realizado, no máximo 4 dias
após a colheita.
3.2 ANÁLISES LABORATORIAIS
Este trabalho foi realizado no laboratório de Controle Microbiológico
de P.O.A. do Departamento de Tecnologia dos Alimentos da Faculdade de
Medicina Veterinária da UFF.
O método empregado foi baseado no “Microbiology Laboratory
Guidebook” do FSIS/USDA (Fugate, 1974, n.p.; Reamer, 1974, n.p.). Sendo este,
o método oficial adotado pelo Laboratório de Referência Animal (LARA) / MA
(Brasil, 1986, p. 45).
A análise de resíduos de antibióticos em carnes foi realizado em
duas etapas: (1) STOP, como teste presuntivo. Os microrganismos utilizados são:
Bacillus subtilis ATCC 6633 e Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778. (2)
Caso o STOP seja positivo, passa-se para o teste do Bioensaio, que utiliza
microrganismos sensíveis e resistentes aos diferentes antibióticos. Este teste
qualifica e quantifica resíduos de antibióticos.
30
3.2.1 Microrganismos testes
Os microrganismos foram obtidos no LARA / Pedro Leopoldo-MG /
MA, que por sua vez, os obteve no “America Type Culture Collection” (ATCC). As
espécies empregadas na metodologia foram:
STOP: Bacillus subtilis ATCC 6633; Bacillus cereus var. mycoides
ATCC 11778.
Bioensaio: Micrococcus luteus ATCC 9341a (penicilina susceptível,
eritromicina susceptível); Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778 (tetraciclina
susceptível); Staphylococcus epidermidis ATCC 12228 (neomicina susceptível);
Bacillus subtilis ATCC 6633 (estreptomicina susceptível); Micrococcus luteus
ATCC 15957 (eritromicina resistente); Staphylococcus epidermidis (estreptomicina
resistente).
O Bacillus subtilis não apresentou sensibilidade adequada para
tetraciclina, oxitetraciclina e clortetraciclina e, portanto, utilizou-se também no
STOP, o Bacillus cereus var. mycoides como microrganismo de triagem, já que
esta bactéria apresentou sensibilidade adequada para estas três substâncias. A
suspensão de Bacillus cereus utilizada foi obtida no LARA. Sua diluição era 10-4 e
a quantidade utilizada 3,0 ml em 100 ml de Agár Antibiótico nº 8 Difco® 0667-17-5
(Agár 8). Este procedimento é o mesmo utilizado no LARA / Pedro Leopoldo-MG
nestes casos (Fernandes*, 1997).
* Comunicação pessoal da autora em 16 jul. 1997, no LARA/Pedro Leopoldo-MG/MA.
31
3.2.2 Potência dos antibióticos
Os padrões utilizados (SIGMA) e suas potências (µ/mg), exceto para
penicilina (UI/mg) foram: eritromicina-959; estreptomicina-761; neomicina-680;
tetraciclina-999; clortetraciclina-800; oxitetraciclina-1000; penicilina-1592.
3.2.3 “Swab Test on Premises” (STOP) - Teste presuntivo
3.2.3.1 Cultivo e produção de esporos
Cultiva-se o Bacillus subtilis ATCC 6633 à 30 ºC + 1 ºC em 3 tubos
com Agár Antibiótico nº 1 Merck® 5272 (Agár 1) inclinado, por 24h. Em seguida
transfere-se a cultura de 2 tubos para garrafas de Roux, utilizando-se 3 ml de
solução salina a 0,85% estéril para lavar cada tubo. Incuba-se à 35 oC por 24
horas, em meio contendo 300 ml de Agár 1 e 180 mg de sulfato de manganês
monohidratado (Reagen®). Após este prazo de incubação, coloca-se à
temperatura ambiente para aguardar que a taxa de esporulação atinja no mínimo
80%. O controle desta taxa é feito à partir do 8o dia em culturas de Bacillus
subitilis preparadas em garrafas de milk, simultaneamente a da garrafa de Roux,
para evitar o excesso de manuseio na cultura principal. As lâminas são coradas
pelo método de Wirtz-Conklin (Bier, 1984, p. 989), atingindo a taxa esperada no
20o dia.
A cultura é coletada com 25 ml de solução salina estéril, sendo feita
três lavagens. Em seguida procede-se uma centrifugação, e reconstituição do
32
sedimento com 30 ml de solução salina estéril. O resultado é aquecido à 70 oC
por 30 minutos e guardado em geladeira.
3.2.3.2 Padronização da suspensão de esporos e determinação do número de
esporos por ml da suspensão
Nesta etapa são preparadas inicialmente uma série de diluições
decimais (10-2 à 10-10) à partir da diluição-mãe, afim de se determinar o número
de esporos por ml. As placas são preparadas em triplicata para cada diluição,
contendo para cada uma 1 ml da diluição, inoculada em meio Agár Antibiótico no 5
Difco® 0277-17-7 (Agár 5). Incuba-se a 30 oC por 18 horas. A contagem ótima,
entre 30 e 300 Unidades Formadoras de Colônias (UFC), ocorreu na diluição 10-6
e os resultados foram: 34 x 106 ; 41 x 106 e 52 x 106 com média igual a 42,33 x
106 esporos por ml da diluição.
3.2.3.3 Determinação da sensibilidade das placas
A técnica sugere que a concentração inicial para se proceder a
determinação da sensibilidade das placas seja de 1 x 105 (Reamer, 1974, n.p.), e
esta foi calculada através da aplicação da fórmula (volume inicial) x (concentração
inicial) = (volume) x (concentração desejada) ou seja, (42,33 x 106) x (1 ml) = (X) x
(1 x 105), que resultou em X = 423,3 ml, o que significaria um volume muito
pequeno para o trabalho (1 ml da diluição-mãe para 4,2 ml de solução salina).
Optou-se, então, pela diminuição da concentração de esporos por ml, afim de se
obter um volume suficiente para que se pudesse iniciar a determinação da
sensibilidade. Utilizou-se 423 ml de solução salina para 1 ml da diluição-mãe,
33
resultando numa concentração de 1 x 103 esporos por ml quando da inoculação
de 1 ml desta diluição (diluição 1) em 99 ml de Agár 5.
A quantidade de esporos por placa capaz de determinar uma
sensibilidade adequada para o trabalho foi encontrada por método de “tentativa-e-
erro”, partindo-se de 1 ml da diluição 1 para 99 ml de Agár 5 e, em seguida,
diminuindo-se o inóculo progressivamente até que se obtivesse halos de inibição
superior à 10 mm de diâmetro para as concentrações inibitórias mínimas (CIM)
dos antibióticos pesquisados (Tab. 7). O resultado esperado foi obtido com 0,75
ml da diluição 1 em 99 ml de Agár 5, o que correspondeu a 3,0 x 103 esporos por
placa, uma vez que cada placa contém 4 ml de Agár 5 semeado.
Sensibilidade das placas preparadas com a suspensão de Bacillus
cereus obtida no LARA (Tab. 8).
3.2.3.4 Preparação das placas para o ensaio
As placas deste teste contém 2 camadas: uma camada base e uma
camada de agár semeado. Para formar a camada base espalha-se na placa de
petri cerca de 10 ml de Agár 5, e após solidificação adiciona-se sobre esta
superfície camada com 4 ml de Agár 5 semeado (0,75ml da diluição 1 em 99 ml
de Agár 5).
Depois de preparadas, duas placas são submetidas a um controle
de qualidade, onde, uma delas é incubada para controle do crescimento
bacteriano, e a outra recebe um disco de penicilina 2 µg (P2) antes de ser
34
colocada na estufa. As placas são consideradas aptas se após 18 horas a 30 oC,
ocorrer crescimento regular em toda superfície na primeira placa, e a segunda
apresentar halo de inibição de diâmetro igual ou superior a 32 mm. Depois de
prontas as placas ficam estocadas em geladeira por no máximo 2 dias.
3.2.3.5 Determinação
A amostra é retirada do freezer e parcialmente descongelada à
temperatura ambiente. É feito uma desinfecção do saco plástico (álcool 68%) no
local a ser perfurado com a ponta da haste do swab. Com aponta da haste do
swab esterilizado perfura-se o invólucro e o tecido, perfurando-o e, ao mesmo
tempo, girando a haste do swab, pelo menos 5 vezes. Logo em seguida, introduz-
se o swab na amostra, mantendo-o por 30 minutos (Fig. 1).
Após este período os swabs tinham a haste cortada (Fig. 2), eram
removidos, e colocados nas placas, sofrendo uma ligeira pressão para que se
assegurasse um bom contato com o Agár 5 semeado(Fig. 3). Esta operação era
realizada com o auxílio de pinça e tesoura previamente flambadas. As amostras
voltavam a ser congeladas para o caso de haver necessidade do bioensaio.
As placas são incubadas a 30 oC por 18 horas, e após este período,
é feita a leitura, verificando-se a presença ou não de zonas de inibição (Fig. 4).
35
FIGURA 1 Amostras de tecidos com swab. O álcool (68%) foi usado para a
desinfecção do saco plástico.
36
FIGURA 2 Corte das hastes dos swabs .
37
FIGURA 3 Colocação do swab na placa .
38
FIGURA 4 À esquerda: placas controles de crescimento das cepas no meio e
aparecimento de halos de inibição. À direita: leitura das placas.
Neste caso não houve resultados positivos (ausência de halo de
inibição) .
39
3.2.4 “Bioassay Test” (Bioensaio) - Teste confirmativo
Este teste é realizado sempre que o STOP apresenta resultado
positivo. São utilizados microrganismos sensíveis e resistentes aos diferentes
antibióticos estudados, e as análises são feitas após extração destas substâncias
através de soluções tamponadas. Os resíduos de antibióticos são qualificados e
quantificados.
3.2.4.1 Preparação das suspensões bacterianas
As diluições utilizadas foram preconizadas por Fugate (1974, n.p.):
para Micrococcus luteus e Staphylococcus epidermidis (estreptomicina
resistente), utilizou-se 0,5 ml da suspensão com 40% de transmitância para 100
ml de agár. Para Staphylococcus epidermidis ATCC 12228, utilizou-se 0,1 ml da
suspensão com 80% de trasmitância para 100 ml de agár. O comprimento de
onda foi medido no espectrofotômetro Micronal® B280 a 580 nm.
3.2.4.2 Preparação das soluções tampão
Neste teste são utilizados 4 diferentes tampões, tanto para diluir os
padrões de antibiótico, quanto para extrair possíveis resíduos dos tecidos. Antes
da preparação os sais devem ser secos a 50 oC por 3 horas e mantidos em
dessecador.
40
a) Tampão fosfato 1%, pH 6,0 (± 0,1): 8,0 g de fosfato de potássio
monobásico (Reagen®) e 2,0 g de fosfato de potássio bibásico (Reagen®). Diluir
em 1 litro de água destilada.
b) Tampão fosfato 0,1 M, pH 8,0 (± 0,1 ): 16,73 g de fosfato de
potássio bibásico e 0,523 g de fosfato de potássio monobásico. Diluir em 1 litro de
água destilada.
c) Tampão fosfato 0,1 M, pH 4,5 (± 0,1 ): 16,3 g de fosfato de
potássio monobásico. Diluir em 1 litro de água destilada.
d) Tampão fosfato 0,2 M, pH 8,0 (± 0,1 ): 33,46 g de fosfato de
potássio bibásico e 1,046 g de fosfato de potássio monobásico. Diluir em 1 litro de
água destilada.
3.2.4.3 Preparação dos padrões de antibióticos
Concentrações dos antibióticos utilizadas para determinação das
curvas-padrão (Tab. 5).
a) Eritromicina: Inicialmente dissolver o pó em 2,0 ml de metanol, e
continuar as diluições com tampão fosfato 0,2 M, pH 8,0. Podem ser mantidas por
até 14 dias sob refrigeração.
b) Penicilina: Dissolver o pó em tampão fosfato 1%, pH 6,0. Dura
no máximo 36 horas sob refrigeração.
41
c) Estreptomicina: Dissolver o pó em tampão fosfato 0,1 M, pH 8,0.
Dura 7 dias sob refrigeração.
d) Neomicina: Dissolver o pó em tampão fosfato 0,2 M, pH 8,0.
Dura 7 dias sob refrigeração.
TABELA 5 Concentrações dos antibióticos (ppm), exceto penicilina (UI/mg),
para determinação das curvas-padrão.
ANTIBIÓTICO Concentrações (ppm) para determinação das
curvas padrão
Estreptomicina 0,125 : 0,25 : 0,50 : 1,0 : 2,0 : 4,0
Neomicina 0,125 : 0,25 : 0,50 : 1,0 : 2,0 : 4,0
Penicilina (UI/mg) 0,0125 : 0,025 : 0,05 : 0,1 : 0,2 : 0,4
Eritromicina 0,025 : 0,05 : 0,1 : 0,2 : 0,4 : 0,8
Clortetraciclina 0,005 : 0,01 : 0,02 : 0,04 : 0,08 : 0,16
Tetraciclina e Oxitetraciclina 0,04 : 0,08 : 0,16 : 0,32 : 0,64 : 1,28
3.2.4.4 Preparação das placas para o bioensaio
As placas contém 2 camadas: uma camada base e uma camada de
Agár semeado. A camada base deve conter aproximadamente 10 ml do Agár
apropriado para cada antibiótico/microrganismo (Tab. 6), após o vazamento do
Agár na placa de Petri, espera-se até a solidificação.
42
Em seguida, pipeta-se 4,0 ml de Agár semeado com o
microrganismo ou suspensão de esporos adequado para o trabalho. As placas
são submetidas a um controle de qualidade com discos de antibióticos de maneira
que cada disco seja capaz de produzir um halo de inibição diferente (Tab. 6).
TABELA 6 Sensibilidade adequada para o teste do bioensaio.
MICRORGANISMO
Base / Camada
semeada
Halo mínimo
esperado
Micrococcus luteus ATCC 9341 a Agár n.º 1 / n.º 2 (Merck® 5272)/(Difco® 0270-17-4)
P2 : 44 mm
Micrococcus luteus ATCC 9341 a Agár n.º 11 / n.º 11 (Merck® 5269)
E2 : 37 mm
Micrococcus luteus
Eritromicina resistente ATCC
15957
Agár n.º 11 / n.º 11 (Merck® 5269)
E2 : ND
S2 : 24 mm
Bacillus subtilis ATCC 6633 Agár n.º 5 / n.º 5 (Difco® 0277-17-7)
S2 : 30 mm
Bacillus cereus var. mycoides
ATCC 11778
Agár n.º 8 / n.º 8 (Difco® 0667-17-5)
T5 : 38 mm
Staphylococcus epidermidis
ATCC 12228
Agár n.º 11 / n.º 11
(Merck® 5269)
N5 : 27 mm
Staphylococcus epidermidis
Estreptomicina resistente
Agár n.º 5 / n.º 5 (Difco® 0277-17-7)
N5 : 22 mm
S2 : ND
43
3.2.4.5 Preparação da Amostra
Homogeneizar, no mínimo 1 minuto, 10 g da amostra com 40 ml do
tampão apropriado. Aguardar por 30 minutos e em seguida colocar uma alíquota,
deste extrato, em orifícios alternados da placa de bioensaio, previamente
colocada sobre a camada semeada com o Agár apropriado. As placas são
incubadas a 30 ºC por 18 horas, e após este período, é feita a leitura, verificando-
se a presença ou não de zonas de inibição.
3.2.5 Tratamento Estatístico:
Para a caracterização da ocorrência de determinada variável
(resíduos de inibidores bacteriano em carne de suíno) a qual ocorre X vezes num
total de n amostras, a ocorrência p=x/n teve como intervalo de confiança, para
definição de seus limites de confiança, p±1,96 npp /)1( − . Não foi observado
nenhum tipo de correlação entre os resultados falso-positivos, produtor e tecidos
dos animais (Snedecor & Cochran, 1989, p. 23).
44
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As placas foram preparadas com sensibilidade para detectar
quantidades de resíduos de antibióticos iguais ou menores aos limites máximos
permitidos pela legislação (Brasil, 1996, p. 17305). A única exceção foi a
eritromicina, uma vez que seu nível máximo tolerado é zero e a CIM, portanto, foi
a menor possível. Utilizou-se concentração de 3,0 x 103 esporos de Bacillus
subtilis ATCC 6633 por placa, o que resultou nos diversos diâmetros médios dos
halos de inibição para as concentrações inibitórias mínimas (Tab. 7). Em relação
às tetraciclinas, a sensibilidade adequada foi obtida com 3,0 ml da diluição-mãe
de Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778 em 100 ml de Agár 8 (Tab. 8).
Com a sensibilidade utilizada era possível detectar com margem de
segurança qualquer resíduo, dos antibióticos pesquisados que estivesse presente
acima dos níveis máximos permitidos (Booth & McDonald, 1992, p. 939).
Foram colhidas amostras de 42 animais, de procedência variada,
totalizando 126 peças analisadas pelo STOP. Considerando-se cada tipo de
tecido (músculo, fígado e rim) separadamente, quatro peças, em 126 (3,17%)
45
TABELA 7 Diâmetro médio dos halos de inibição (mm) obtidos pela cultura de
Bacillus subtilis na concentração de 3,0 x 103 esporos por placa,
para as Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) de cada antibiótico
(ppm).
ANTIBIÓTICOS
CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA MÍNIMA (ppm)
DIÂMETRO DO HALO DE INIBIÇÃO (mm)
Neomicina 0,25 14,7 Estreptomicina 0,25 13,3 Eritromicina 0,05 13,7
Penicilina (UI/ml) 0,025 13,7 Oxitetraciclina 0,08 10,5 Clortetraciclina 0,01 10,5 Tetraciclina 0,08 12,5
TABELA 8 Diâmetro médio dos halos de inibição (mm) nas diferentes
Concentrações Inibitórias Mínimas (CIM) de Clortetraciclina,
Oxitetraciclina e Tetraciclina, obtidos utilizando 3,0 ml da
suspensão de Bacillus cereus na diluição de 10-4 em 100 ml de
Agár 8.
CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA
MÍNIMA (ppm)
HALOS DE INIBIÇÃO (mm)
CLORTETRACICLINA OXITETRACICLINA TETRACICLINA
0,01 12,3 _ _
0,08 _ 14,5 15,0
46
deram resultados positivos: 3 rins, em 42 (7,14%) e 1 fígado, em 42 (2,38%).
Nenhuma amostra de músculo apresentou resultado positivo (Tab. 9).
TABELA 9 Número de amostras analisadas e positivas pelo STOP, por tipo de
tecido e produtor, de amostras de suínos colhidas em julho de 1997,
no Matadouro Piabetão, Magé-RJ.
PRODUTOR RIM no Pos %
FÍGADO no Pos %
MÚSCULO no Pos %
TOTAL no Pos %
1 6 0 0 6 0 0 6 0 0 18 0 0
2 6 0 0 6 0 0 6 0 0 18 0 0
3 6 0 0 6 0 0 6 0 0 18 0 0
4 6 0 0 6 0 0 6 0 0 18 0 0
5 6 0 0 6 0 0 6 0 0 18 0 0
6 6 2* 33,3 6 1** 16,6 6 0 0 18 3 16,6
7 6 1*** 16,6 6 0 0 6 0 0 18 1 5,6
TOTAL 42 3 7,1 42 1 2,4 42 0 0 126 4 3,2
* Suínos no 2 e 6; ** Suíno no 2; ***Suíno no 5.
O motivo pelo qual, só foram encontrados resíduos em rim e fígado
pode ser explicado pelo fato de que as tetraciclinas concentram-se no fígado e
são excretadas através da bile, urina e fezes, mas a principal via de excreção é a
renal (Goodman & Gilman, op. cit., p. 742).
Ao se proceder o teste do bioensaio das quatro amostras positivas,
provenientes do STOP, três apresentaram zona de inibição, porém os diâmetros
47
dos halos de inibição foram menores do que os padrões obtidos nas diferentes
concentrações inibitórias mínimas de referência para clortetraciclina,
oxitetraciclina e tetraciclina, utilizando Bacillus cereus var. mycoides ATCC 11778
na concentração de 3,0 ml da diluição de 10-4 em 100 ml de Agár 8 (Tab. 10).
TABELA 10 Diâmetros dos halos de inibição (mm) pelo teste do bioensaio por
suíno e tipo de tecido positivo no STOP.
MICRORGANISMO TESTE
PRODUTOR 6 SUÍNO NO 2 SUÍNO NO 6 RIM FÍGADO RIM
PRODUTOR 7 SUÍNO NO 5
RIM
Bacillus cereus var.
mycoides ATCC 11778
9 mm 8 mm _
10 mm
A ocorrência de 3,17% de amostras positivas, concorda com os
resultados do monitoramento realizado pelo FSIS/USDA no ano de 1985 (1,7%)
(Cordle, op. cit.); e as investigações do FDA que relataram 13,1% de incidência
de resíduos de antibióticos em suínos tipo carne (Van Dresser et al., op. cit.).
Este resultado falso-positivo pode ter ocorrido devido ao
congelamento das amostras antes de se proceder a análise. Segundo Walton*
(apud Ybarra, 1995, p. 62), o processo de congelamento e descongelamento
* WALTON, J. R. Antibiotics, animals, meat and milk. Zbl. Vet. Med., v. 30, 1983, p. 81-92.
48
acarreta danos as membranas dos tecidos, favorecendo a liberação de
substâncias inibidoras normalmente presentes no interior das células,
especialmente renais. Uma destas substâncias seria a lisozima.
Por sua vez, não foram detectados resíduos de penicilina,
neomicina, estreptomicina e eritromicina em nenhuma das quatro amostras
analisadas pelo bioensaio.
Estes resultados estão em concordância com as 70 análises (STOP
e Bioensaio) pelo LARA / Pedro Leopoldo-MG, em amostras de suínos destinados
à exportação no ano de 1995, quando não foi observado nenhuma violação de
resíduos de antibióticos (Brasil, 1996, p. 17305).
49
5 CONCLUSÕES
Embora seja um eficiente teste de referência, o STOP não pode ser
o único utilizado na verificação da ocorrência de resíduos de antibióticos em carne
e vísceras de animais produtores de alimentos, devido à possibilidade de reações
falso-positivas, sendo sempre necessário a utilização de uma técnica para a
confirmação dos resultados, que neste caso foi o teste do bioensaio.
As amostras analisadas, ou não demonstraram a ocorrência de
resíduos de antibióticos, ou os níveis encontrados estavam dentro dos padrões
permitidos pelos órgãos de saúde pública e de inspeção sanitária.
A maioria dos produtores de animais de abate, utiliza aditivos na
alimentação, principalmente antibióticos, como promotores de crescimento.
Conclui-se, assim, que os produtores e, principalmente, Médicos Veterinários,
vêm observando os prazos de retirada e tolerância para as drogas veterinárias.
50
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BIER, O. Bacteriologia e Imunologia: em suas aplicações à Medicina e à Higiene. 23a ed. São Paulo : Melhoramentos. 1984, 1234 p.
BOOTH, N. H., McDONALD, L. E. Farmacologia e Terapêutica em Veterinária. 6a ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan. 1992, 997 p.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. DAS, DIPOA. Portaria no 51 de 06 de fevereiro de 1986. “Programa Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Carne - PNCRBC”. Brasília. 1986, D.O., p. 2228.
______. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. DAS, DIPOA. Portaria no 110 de 26 de agosto de 1996. Exige a implantação do programa “Procedimentos Padrão de Higiene Operacional - PPHO”. Brasília. 1996, D.O., p. 17298 - 17306.
BRAZ, M. B. A toxicologia veterinária e a preservação da saúde pública. Rev. Port. Ciênc. Veter. Vol. LXXXI, no 477. Lisboa, jan./mar. 1986, p. 45 - 46.
CAVALCANTI, S. S. Produção de Suínos. Campinas : Instituto Campineiro de Ensino Agrícola. Campinas. 1987, 453 p.
CORDLE, M. K. USDA Regulation of residues in meat and poultry products. J. Anim. Sci. Vol. 66. 1988, p. 413 - 433.
FERNANDES, M. F. B. Comunicação Pessoal. Laboratório de Referência Animal do Ministério da Agricultura. Pedro Leopoldo-MG, em 16/07/1997.
FUGATE Jr., H. G. Determination of antibiotic residues in animal tissues In: Microbiology Laboratory Guidebook. Washington D.C.: Scientific Service. APHIS. United States Department of Agriculture / Food Safety Inspection Service. 1974, n.p.
51
GOODMAN, L. S., GILMAN, A. G. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 8a ed. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan. 1990, 1232 p.
MERCER, H. D. Antimicrobial drugs in food - Producing animals. Control Mechanisms of Governmental Agencies. Veterinary Clinics of North America. Vol. 5, no 1. Fev. 1975, p. 3 - 34.
REAMER, R. Laboratory communication no 3 In: Microbiology Laboratory Guidebook. Washington D. C. Scientific Service. APHIS. United States Department of Agriculture / Food Safety Inspection Service. 1974, n.p.
SHILLAM, K. W. G. The use of food additives in the production of food. J. Sci. Food Agric. Vol. 25. 1974, p. 230.
SNEDECOR, G. W., COCHRAN, W. G. Statistical Methods. 8a ed. Ames : Iowa State University Press. : 1989, 503 p.
TAKÁCS, J., KOVÁCS, S. Demonstration of antibiotic residues in the meat of sloughtered animals. Acta Veterinaria Academiae Scientiarum Hungaricae. Tomus 19 (1). 1969, p. 11 - 19.
VALLE, R. P. Resíduos de antibióticos em alimentos. Rev. Bras. Med. Vet. 7 (7). 1985, p. 206 - 208.
VAN DRESSER, W. R. et al. Drug residues in food animals. J. Am. Vet. Med. Assoc. Vol. 194, no 12. Junho. 1989, p. 1700 - 1710.
YBARRA, M. L. Detecção e quantificação de resíduos de antibióticos em músculo, fígado e rim de bovinos abatidos sob Inspeção Federal na grande Belo Horizonte-MG. Belo Horizonte, 1995. 98 p. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais.
52
7 APÊNDICE
APÊNDICE 1 Procedência dos animais dos quais foram colhidos amostras.
PRODUTOR MUNICÍPIO / ESTADO NO SUÍNOS
ABATIDOS
FÍGADO MÚSCULO RIM
1 PONTE NOVA-MG 150 6 6 6
2 ARAPOTI-PR 145 6 6 6
3 ITÚ-SP 100 6 6 6
4 TORRE DA PEDRA-SP 120 6 6 6
5 PIRAÍ DO SUL-PR 130 6 6 6
6 PONTA GROSSA-PR 120 6 6 6
7 PALMEIRA-PR 150 6 6 6
TOTAL ------------------- 915 42 42 42
53
F 745 Fortuna, Jorge Luiz Detecção e quantificação de resíduos de
antibióticos em fígado, músculo e rim de suínos abatidos sob serviço de Inspeção Estadual no Estado do Rio de Janeiro / Jorge Luiz Fortuna - Niterói. [s.n.], 1997.
52 f.
Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal Fluminense, 1997.
1. Carne Suína - Resíduos de Antibióticos. 2. Carne Suína - Adulteração e Inspeção. I. Título.
CDD 614.31
Recommended