View
216
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING PESSOAL: INSTRUMENTO DE ASCENSÃO
PROFISSIONAL
Por: Laila Priscila Cesário de Frias
Orientador
Prof. Jorge Vieira da Rocha
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MARKETING PESSOAL: INSTRUMENTO DE ASCENSÃO
PROFISSIONAL
Apresentação de Monografia
à Universidade Candido
Mendes como requisito
parcial para obtenção do
grau de especialista em
Marketing.
Por: Laila Priscila Cesário de
Frias
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer em primeiro
lugar, a Deus, por ter me
dotado de toda força e
coragem para percorrer mais
esta caminhada.
Agradeço também ao meu
filho Junior, a minha família e
a todos os meus amigos por
compreenderem a minha
ausência ao longo desta
jornada e por sempre
acreditarem em mim.
Ao meu orientador, Jorge
Vieira da Rocha, por me
direcionar neste trabalho.
E principalmente ao meu
esposo Alan, pela paciência,
pelo incentivo e carinho em
mais esta conquista.
DEDICATÓRIA
Este trabalho, como não
poderia deixar de ser, é
totalmente dedicado ao meu
esposo. Agradeço todo amor
e dedicação.
EPÍGRAFE
“É melhor tentar e falhar,
que preocupar-se e ver a
vida passar. É melhor tentar,
ainda que em vão, que
sentar-se fazendo nada até o
final. Eu prefiro na chuva
caminhar, que em dias tristes
em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora
louco, que em conformidade
viver”.
Martin Luther King
RESUMO
No presente trabalho, iremos abordar a importância e as aplicabilidades
do Marketing Pessoal nas relações de trabalho. É fato que as mudanças e velozes
transformações que estamos vivenciando, é decorrente de dois fatores principais:
a globalização e o desenvolvimento tecnológico. O mundo como conhecemos hoje
faz parte deste processo ou advém dele.
A globalização está presente na realidade e no pensamento, desafiando
grande número de pessoas em todo o mundo. O desenvolvimento da tecnologia
acelerou o processo de globalização e vice-versa, promovendo um ciclo contínuo
e irreversível, capaz de alterar culturas, sociedades e o próprio homem. A partir
destes dois fatores, outros vieram compor o cenário atual: busca permanente pela
qualidade de produtos, serviços e de vida; maior presença da mulher no mercado
de trabalho e em outros segmentos da sociedade, até então predominantemente
masculino; segmentação do consumo, para atender novos mercados cada vez
mais competitivos e exigentes; trabalho em equipe, como propulsor da revolução
do comportamento interno nas organizações, onde se faz mais com menos gente;
conceito e prática da melhoria contínua - aplicada a processos e pessoas;
terceirizações, quarteirizações, downsizing, preocupação com o meio ambiente e
a comunidade etc.
Diante deste cenário e muitas outras transformações ocorridas no meio
organizacional e social, surgiu o Marketing Pessoal, como forma de revalorização
das capacidades e competências do homem. A maior característica do Marketing
Pessoal é aparecer. Mas é óbvio que para passarmos do ridículo ao êxito na arte
de aparecer, é necessário uma boa dose de planejamento e estratégia, que são os
pilares do Marketing Pessoal, ou seja, como destacar-se em meio a tantos e
atingir o sucesso global. Lembramos que em todo processo de desenvolvimento
pessoal é importante preservarmos nossas características, evitando a busca de
ser aquilo que não somos. Neste prisma demonstraremos a relevância do
Marketing Pessoal como instrumento de ascensão profissional.
METODOLOGIA
O método utilizado foi o dedutivo, com uma abordagem descritiva
indicando uma pesquisa de natureza qualitativa.
Para Minayo (2003, P.21) “A pesquisa qualitativa responde a questões
muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
realidade que não pode ser quantificado”.
O levantamento dos dados foi feito por meio de uma pesquisa
bibliográfica, que teve como suporte teórico sites especializados, teses
relacionadas ao tema e livros direcionados ao objeto de estudo.
E a análise dos mesmos foi realizada através do método de análise de
conteúdo, buscando desta forma elucidar a relevância do Marketing Pessoal .
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................................06
METODOLOGIA.....................................................................................................08
INTRODUÇÃO.......................................................................................................10
CAPÍTULO I - UMA VISÃO GLOBAL DO MARKETING PESSOAL......................12
1.1 No ambiente de trabalho...................................................................................12
1.2 O homem e as mudanças.................................................................................21
1.3 O mercado........................................................................................................23
1.4 Reconhecendo as faces negativas e positivas do marketing pesoal...............25
CAPÍTULO II - MARKETING PESSOAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO. 27
1.1 Um produto chamado você...............................................................................27
1.2 A marca.............................................................................................................29
1.3 Excelência.........................................................................................................31
CAPÍTULO III – NETWORKING.............................................................................32
1.1 Instrumento de divulgação da sua marca.........................................................32
1.2 Rede de relacionamentos humanos.................................................................33
1.3 Capital social.....................................................................................................36
1.4 A prática de networking.....................................................................................37
1.5 Valores de quem pratica networking.................................................................38
1.6 Os instrumentos de networking.........................................................................39
1.7 Os procedimentos de networking......................................................................40
CONCLUSÃO.........................................................................................................42
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................44
10
INTRODUÇÃO
Atualmente vivemos num mundo competitivo onde qualquer diferencial
fará o profissional se destacar na área que atua ou pretende atuar. Este estudo
pretende mostrar a importância de ter e aprender o marketing pessoal para uma
carreira de sucesso. Marketing pessoal é uma extensão do marketing em si. A
consolidação de um pacote de marketing e o autoposicionamento vai torná-lo
capaz de promover eficientemente o marketing pessoal. Para acertar no marketing
pessoal, é preciso concentrar na mensagem que pretende veicular e decidir como
e para quem a mensagem será enviada.
A partir do momento que o nível profissional do mercado começou a ficar
muito igual, tornou-se necessário não só realizar com êxito as tarefas, mais
também mostrar sua eficácia e produtividade. Para que essas estratégias se
tornem reais, é necessário que em todo processo de desenvolvimento pessoal
preservemos nossas características, evitando a busca de ser aquilo que não
somos. Sendo assim poderemos demonstrar a influência do marketing pessoal na
vida social e profissional das pessoas.
O Marketing Pessoal tornou-se um instrumento estratégico fundamental
para a construção de uma marca pessoal forte. Essa marca é uma das principais
ferramentas de posicionamento no mercado profissional. Assim como a imagem
institucional, a imagem pessoal necessita dos mesmos cuidados no seu processo
de projeção e consolidação.
Mesmo sendo é um tema recente e polêmico, ainda há poucos estudos
com bases sólidas que abordem a já referida temática. Fato este constatado ao
longo da pesquisa, que também verificou a escassez bibliográfica da língua
portuguesa sobre tal assunto, sendo necessário recorrer a outros temas para
abordar o Marketing Pessoal especificamente.
11
Cabe ressaltar que a escolha do tema foi estimulada por questionamentos
pessoais a respeito do que deve ser feito para se obter destaque no mercado e a
conquista de uma boa posição. Podemos presenciar muitas pessoas que se
destacam em todos os segmentos e a dúvida que persiste é: todas seguem o
mesmo princípio para obter ascensão profissional?
Para obter a resposta foi preciso entender melhor e conceituar Marketing.
A palavra Marketing tem suas origens na língua inglesa e, em português, significa
mercado. Enquanto indivíduos, todos nós realizamos ações de Marketing com o
objetivo de conseguir de outras pessoas ações e reações, como: atenção,
interesse, respeito, dentre outras. Somente conseguimos alcançar o desejável, se
o que mostramos desperta interesse como valor daqueles que nos cercam.
Atualmente Marketing é aplicável em quase todas as atividades humanas
e desempenha papel importante na integração das relações sociais e relações de
trocas lucrativas, tornando-se assim, um elemento chave para o desenvolvimento
social. Ele é fator determinante para ajudar empresas e pessoas a expandirem
suas possibilidades de negócio e crescimento profissional.
12
CAPÍTULO I
UMA VISÃO GLOBAL DO MARKETING PESSOAL:
1.1 NO AMBIENTE DE TRABALHO
O aumento da competitividade e o processo de globalização vêm levando
as empresas brasileiras a utilizar-se cada vez mais das ferramentas de marketing.
A atividade idealizada para satisfazer clientes e consumidores no Brasil, ainda
transmite a idéia de uma ação enganosa ou de oportunismo.
A primeira definição é datada em 1948 pela American Marketing
Association que assim definiu: “A planificação e execução de um conjunto de
atividades comerciais, tendo como objetivo final a troca de produtos ou serviços,
entre produtores e consumidores”. Esta é uma a verdade fundamental: para ser
competitivo é preciso fazer a diferença. Empresas procuram tecnologias que
agreguem valor, inovação em seus produtos, serviços e processos e
principalmente, pessoas diferentes, proativas, que não temem aceitar riscos e
novos desafios.
Ao nos aproximarmos das mudanças estabelecidas pelo mercado, o
marketing ultrapassa o mundo corporativo e passa a ser cada vez mais utilizado
por pessoas e profissionais autônomos, derivando-se então para o marketing
pessoal.
Por analogia podemos inferir que o mercado não absorve o profissional
apenas por ser eficiente, bons trabalhadores, possuírem capital acadêmico ou
experiência prática. Embora, ressalve-se sempre, que tudo isto seja imprescindível
para posicionar-se bem no mercado de trabalho. O mercado abraça o profissional
que demonstre ser capaz de satisfazer as expectativas pessoais que cada cliente
consumidor possua a respeito dos serviços que presta.
13
É neste processo que entra o marketing pessoal, demonstrando essas
expectativas, identificando e estimulando-as, explicando-as e catalisando todos os
processos que facilitem tanto a geração de expectativas favoráveis como
orientando os profissionais a adquirir conteúdo.
Hoje em dia, a imagem de uma pessoa é o seu maior patrimônio. Ela abre
portas e torna pessoas conhecidas e famosas. Não é de um dia para o outro que
construímos e consolidamos uma imagem vencedora e idônea. São necessários
anos de desenvolvimento, bom desempenho e sociabilidade para ser uma pessoa
bem aceita. No entanto, não basta viver de aparências e ficar atrelado só ao
marketing, precisamos ter, contudo de qualidade e ser autênticos e verdadeiros.
Por isso, temos que tomar muito cuidado com nossas atitudes, pois é muito difícil
reverter uma primeira impressão. Para tanto, devemos estar cientes das situações
embaraçosas que arranham qualquer imagem.
Marketing pessoal é expor-se diante das oportunidades para que as
pessoas retenham sua imagem e possam convidá-lo a fazer parte de seus planos.
Veja alguns pontos importantes do marketing pessoal no ambiente de trabalho:
• Procurar sempre debater problemas relacionados à profissão. Toda
carreira tem um tipo de debate de que é preciso participar. Eventos são bem
recomendados;
• Ser responsável pela sua própria vida, carreira e desenvolvimento.
Dessa forma, alcança-se o reconhecimento como alguém de muito valor
agregado, uma pessoa que faz a diferença.
• Estudar e acompanhar novas tendências e mudanças para não ficar
para trás. Todos estão caminhando ao encontro do futuro, portanto não se pode
perder o rumo, nem se iludir com “miragens”.
Para tornar-se uma pessoa evoluída e experta na arte de ser bem aceita é
necessário lembrar a importância da empatia enquanto fator determinante no
processo de evolução pessoal. Lembrando, sempre, que ao estar rodeado por
14
pessoas, é preciso perceber as mensagens que o grupo quer transmitir, sendo
flexível e educado, e mantendo uma postura de atenção e respeito. Conforme se
ganha espaço e intimidade, deve-se mostrar motivação, prestatividade e
felicidade. No caso de estar em uma reunião com subordinados e precisar ser
mais enérgico, necessita-se, claro, assumir uma postura mais ativa, tendo sempre
em mente que a grande liderança não é imposta, mas sim reconhecida.
Trabalhar o marketing pessoal é adquirir um diferencial básico em relação
à concorrência, desenvolvendo importantes habilidades e percepção, convívio
social e profissional, liderança e carisma. O sucesso permanente passa
obrigatoriamente pelo sucesso individual nos relacionamentos dos mais variados
tipos, do porteiro ao diretor-presidente da empresa. O marketing pessoal é uma
ferramenta indispensável para os que desejam crescer. Através de uma estratégia
devidamente estruturada a partir do campo de atuação pessoal e profissional, os
objetivos que precisam ser traçados, o ambiente, as particularidades do público-
alvo e as características pessoais do indivíduo.
Marketing pessoal é um processo que só começa a ser desenvolvido
quando se reconhece ou destaca o seu potencial e comunica ao mercado, através
de uma apresentação na empresa. A partir do momento em que se decide
começar o processo, tem a possibilidade de fazer um autoconhecimento, uma
reflexão para destacar suas qualidades e corrigir seus defeitos. O profissional que
se conhece melhor saberá contribuir para o seu próprio crescimento e de sua
empresa.
Muitas pessoas estudam anos a fio, se preparam para entrar no mercado
de trabalho, adquirem experiências e se tornam bons profissionais. Com que
objetivo? Alcançar o sucesso. Salvo raras exceções, essa é a meta geral. Mas
para a grande maioria, sobretudo dos executivos, o sucesso, basicamente, traduz
em dinheiro, poder, posição, prestígio, reconhecimento e um sentido de realização
profissional. É aquilo que eles perseguem desde o começo da carreira. Ninguém
15
ainda descobriu a fórmula garantida para obter todas essas coisas, no entanto,
que se torna cada vez mais fundamental para o sucesso na carreira profissional.
Não é mais suficiente apenas ser bom naquilo que se faz. Hoje em dia, é
preciso, também, sair do anonimato e concentrar parte dos esforços na venda da
própria imagem. Como profissional, perante a empresa, os colegas e o mercado
de trabalho. Tão importante quanto isso é o que parecemos para o mundo
exterior. Desenvolver positivamente a sua imagem tornou-se uma técnica de
marketing pessoal.
Neste mundo competitivo, um marketing pessoal bem feito pode alavancar
de maneira decisiva a carreira profissional. No atual mercado de trabalho não há
mais lugar para os “gênios discretos”, que esperam pacientemente pelo
reconhecimento dos superiores. Seja lá no que for, ou obter grandes resultados na
sua área ou empresa onde trabalha, não pode levar lugar algum se o cidadão não
conseguir mostrar as pessoas certas tudo o que sabe ou garantir que elas tomem
conhecimento do seu potencial.
Nestes tempos em que nada é garantia de nada, a visibilidade é uma das
poucas coisas práticas, podem efetivamente contribuir para que um profissional
chegue mais perto do sucesso. Segundo (Bernardi,1997,P. 92): “O marketing
pessoal é um combustível poderoso para as pessoas se desenvolverem nessa
sociedade”.
Antes de pensar em aparecer, é bom verificar se tem mesmo o que
mostrar. E ter o que mostrar implica destacar-se. Fazer mais que seus pares, ter
um desempenho melhor que o da maioria, obter resultados concretos, enfim, ser
alguém que faça a diferença. Vale lembrar que dificilmente se consegue tais
coisas no início da carreira. A visibilidade precisa ser construída sobre essas
bases sólidas e inquestionáveis. Caso contrário, não dura. “Mesmo que já seja o
momento de se dedicar à propagação dos efeitos, é preciso manter a coerência e
dar continuidade ao trabalho de base” (Bernardi, 1997, p.92).
16
Em geral, quando as pessoas estabelecem metas para si mesmas,
presumem que somente seus esforços já serão suficientes para atingi-las. “Isso
raramente ocorre”, afirmam os autores americanos Al Ries e Jack Trout, no Livro
Horse Sense - Encontre o Cavalo Certo para Montar. A posição deles é a
seguinte:
“sozinho, ninguém chega a lugar algum.
Sempre será preciso pegar uma carona com alguém ou
com alguma coisa. Unir-se à pessoa certa (chefe, um
superior) ou à coisa certa (empresa, um produto ou
uma idéia) é uma das formas mais eficientes de fazer o
marketing pessoal no ambiente de trabalho”.
Marketing pessoal questiona desde pensamentos e atitudes, até a
comunicação, além da ética e da capacidade de liderar, de automotivar e de
motivar as pessoas a sua vota. Tudo isso é marketing pessoal. Hoje, mais do que
nunca as empresas no momento de contratar analisam não só sua experiência,
para atividade, mas também tudo que possa enriquecer direta e indiretamente a
futura posição que poderá vir a ocupar. Traduzindo: hoje, preocupação com o
capital intelectual e ética, são fundamentais para as empresas poderem definir de
forma mais ampla o perfil de seus colaboradores.
A habilidade de se fazer uma boa apresentação conseguirá com que o
indivíduo obtenha um talento diferenciado dos demais. A habilidade de falar é
mais importante para o seu futuro do que a habilidade de pensar ou escrever. A
boca é mais poderosa do que a mente. Pois podemos fazer a cabeça daqueles
que estão ao nosso redor.
Para o desenvolvimento pessoal é de grande importância trabalhar a
imagem, sua marca profissional, postura pessoal, posicionamento político (no
ambiente interno da organização em que trabalha). Em alguns casos, a cultura,
etiqueta e os costumes válidos para determinadas situações e locais. Outro
17
aspecto importante a ser trabalhado é a atividade de venda da sua imagem: de
idéias, projetos e confiança que sua competência pode agregar à organização.
De acordo com Al Ries (1991, p. 52): “A vida em uma grande empresa é
como linha sinuosa”. Não se pode ser direto. Deve-se aprender a ser político. Esta
é a razão de sermos políticos para progredir em uma empresa. Fazer um bom
trabalho é o primeiro passo. Temos de descobrir uma maneira de os outros
saberem que estamos fazendo um bom trabalho. As habilidades no trabalho vêm
depois de nossas habilidades políticas.
Isto serve como modelo. Se quiser progredir em uma empresa, tem que
ser político. Tem de fazer seu marketing pessoal e amigos mais do que agitar. No
ambiente empresarial, as palavras valem mais do que as ações. Especialmente se
elas forem dirigidas a pessoa certa no momento certo. As pessoas pensam
erroneamente que basta ter um bom marketing pessoal para se projetar. O
marketing pessoal acaba sendo uma conseqüência dos trabalhos que se executa
e de maneira pela qual você demonstra.
Para Passos, (1999, p.73): ...se você vai a um seminário e não participa,
com certeza ninguém tomará conhecimento; entretanto, se você vai e partilha,
discute debate, oferece perguntas, alternativas, vai conseguir se projetar e mostrar
algo.
Faz parte da estratégia de uma carreira, mais não é essencial. O bom
marketing pessoal só vai levar alguém à ascensão se for verdadeiro, porque, se
não for, logo descobrirão que é uma farsa. Tem de estar lado a lado com a
competência. É aceitável todo aquele marketing que se faz em cima da verdade e
da ética. Fazer de cada contato diário um ponto positivo da sua vida. É necessário
ter sinceridade, não se faz networking no sentido político, não precisa se legal
como todo mundo e nem ser campeão de simpatia, as pessoas tem de respeitar e
entender sua decisão.
O vínculo mais comum entre as pessoas está pautado na notoriedade e a
vaidade. Vaidoso, todos os humanos são. Mas só os menos inteligentes pagam
18
qualquer preço pela vaidade. Há pessoas tão ávidas por aparecer que nem se
preocupam se têm conhecimento suficiente sobre o tema em questão para abrir a
boca. A visibilidade, na grande maioria das vezes, é um investimento que não dá
frutos no curto e médio prazo. Participar de atividades que não têm nada a ver
com o trabalho é uma. É preciso também muito cuidado na escolha dos locais a
frequentar. Badalações e colunas sociais, por exemplo, não combinam muito com
executivos.
“É preciso administrar o tempo adequadamente para cumprir direito os
compromissos e não deixar pessoas na mão”, diz Bernadi. Esse é o ponto
essencial para uma imagem: cumprir os compromissos, honrar a palavra. Quem
se envolve com muitas coisas ao mesmo tempo em algum momento pode falhar.
Reserve as energias para eventos que acrescentem algo de efetivo.
O segredo de grandes líderes é que eles sabem motivar pessoas. Saber
fazer seus colaboradores acreditarem em seus projetos e dar o máximo de si para
torná-los realidade. Dar as pessoas um ideal pelo qual trabalhar também é fazer
história. (Passos, 1999, p.74).
Pois isso mesmo, não se pode ter medo de vender seus projetos, de
mostrar seus planos e idéias para os clientes, chefes, ou para pessoas que
estejam próximas a você. As pessoas que tem esse tipo de constrangimento, de
vender suas idéias, fatalmente estarão reduzindo suas chances de sucesso. É
sempre importante falar a verdade. Não é preciso mentir sobre as suas qualidades
e conhecimentos. A mentira, cedo ou tarde, é descoberta e acaba com a
credibilidade. Ao invés disso, para obter um voto de confiança, fale do seu
conhecimento acumulado e possibilidades de aprender o suficiente para
desempenhar a função em tempo relativamente curto.
Tenha em mente que como profissionais todos nós somos como um
produto no mercado de trabalho e não há nada de errado nisso. Aí que está a
importância do marketing pessoal, para que possa mostrar que é capaz de
19
entender às exigências desse mercado. Tudo isso pode ser resumido de forma a
fazer a coisa certa na hora certa.
O primeiro passo é não confiar no convencional. Estratégias que foram
vitoriosas durante as duas últimas décadas não oferecem mais o mesmo nível de
sucesso. Fuja de carreiras lineares dentro de uma mesma empresa.
Seja multifuncional, um termo que pode parecer complicado, mas que é
apenas sinônimo de polivalente. Nem desperdice seu talento contribuindo para
perpetuar burocracias. Inovação, flexibilidade e agilidade serão as marcas
registradas do século XXI.
Outra característica bastante mencionada pelos especialistas em recursos
humanos refere-se à constante atualização. É praticamente impossível explorar
uma imagem para sempre sem que haja novidades. Mas atualizar as questões
ligadas à especialização não basta. É fundamental manter-se em dia com os
aspectos culturais e sociais para o desenvolvimento da carreira em longo prazo.
Segundo Flávio Maia, (www.idgnow.terra.com.br), “fazer bem o marketing pessoal
não precisa se expor exageradamente, nem mudar formas de agir e pensar”.
O aprendizado contínuo é fundamental para o sucesso. O conhecimento
virou uma commodity perecível. A única competência durável de que podemos
dispor no futuro será a capacidade de aprender de forma contínua. E de aplicar no
dia-a-dia os conhecimentos adquiridos. Procure ser polivalente também no elenco
de competências essenciais. Além de qualificações técnicas, desenvolva
habilidades interpessoais e cultive o lado empreendedor. Cultive sua capacidade
de liderar, de trabalhar em equipe, de falar em público e de gerenciar conflitos. O
salto que fará uma diferença em uma carreira será evoluir de uma simples função
para outra de maior destaque. O desejo e a determinação constituem a força
motriz essencial para vencer nos dias de hoje. Isso será ainda mais determinante
no futuro.
O sucesso profissional não é o único critério para a felicidade humana. O
executivo verdadeiramente bem-sucedido também o é nas esferas da vida. Nem
20
descuide da convivência com seus familiares. Cultive seus verdadeiros amigos,
que serão suas âncoras afetivas no momento de sobreviver à solidão inerente ao
poder organizacional.
21
1.2 O HOMEM E AS MUDANÇAS
Para entender a importância do Marketing pessoal e a sua força como
instrumento de ascensão profissional, se faz necessário um descritivo do cenário
atual. É possível observar no mundo moderno, inúmeras transformações políticas,
culturais, econômicas que originam mudanças nas relações entre pessoas e
consequentemente na sociedade de uma forma geral.
A incorporação de mudança na nossa realidade é um processo contínuo e
cada vez mais rápido. Mudanças tecnológicas significativas são aplicadas ao
processo de produção, a sociedade industrial dá lugar à sociedade da informação
e do conhecimento. Constatamos, na realidade, a capacidade que essas
mudanças têm de alterar culturas, sociedade e o próprio homem.
Contudo, este homem, se construído em sua complexidade gerando a
individualidade, tem um traço comum, inerente a todos, que é a necessidade de
ser aceito. O enfrentamento das diversas situações que o mundo profissional lhe
propõe, vem exigindo que esse homem conheça cada vez mais suas
potencialidades e limitações. A busca por crescimento pessoal é um ponto de
partida para o enfrentamento da competitividade crescente.
No campo das organizações as estruturas piramidais de hierarquia rígida,
cedem lugar para estruturas horizontalizadas, com processos comunicacionais
mais rápidos, diminuindo as distâncias entre os espaços hierárquicos.
O comportamento humano ocupa posição de destaque nas organizações
e a reflexões sobre o comportamento organizacional tem focalizado temas como
liderança, motivação, comunicação. O maior desafio dos profissionais é interagir
com as novas realidades e isso pressupõe uma alta capacidade de adaptação e
abandono das velhas posturas.
Os cidadãos se defrontam com o inexorável futuro que chega em ritmo
alucinante. Questionamentos refletem as dúvidas de como enfrentá-lo e de quais
22
passos deverão ser dados para uma perfeita adaptação aos novos parâmetros
que regulam a vida e o trabalho em todas as esferas. (Torquato, 2004, p.218).
A competitividade aumentou imensamente, principalmente, pela entrada
de mulheres no mercado de trabalho e a ampliação das mudanças tecnológicas.
Há menos de cinqüenta anos os empregos eram divididos somente entre a
população masculina. De lá pra cá, ocorreu à entrada de mulheres no mercado de
trabalho e hoje existem muito mais pessoas procurando uma colocação. A
velocidade da tecnologia também é outro fator que acirrou a concorrência. O
mundo se atualiza com grande velocidade e muito do que se aprende cai
rapidamente em desuso.
Uma das respostas mais apropriadas para as questões que surgem, esta
na estratégia da preparação pessoal. Nesse momento de alta competitividade,
mudanças freqüentes e crescente exigência por qualidade, o Marketing é
ferramenta de auxílio fundamental no processo da elaboração da estratégia
pessoal e, conseqüentemente da ascensão profissional dos indivíduos.
Marketing Pessoal, conceito que aplica os princípios do Marketing as
pessoas, é uma necessidade para os indivíduos nos dias de hoje. Fazer de si um
bom produto e saber vendê-lo as empresas é requisito fundamental para garantir a
permanência no mercado de trabalho, o destaque profissional e a conquista da
satisfação pessoal.
Atualmente, conhecimento técnico é apenas a base para a construção de
uma carreira bem sucedida. O diferencial entre um profissional e outro está,
principalmente, em suas atitudes e capacidade comunicativa.
23
1.3 O MERCADO
De acordo com Crema (2004):
O termo mercado adquiriu muitos sentidos ao
longo dos anos. Nas cidades medievais os mercados
ficavam nas praças e vilarejos onde os compradores e
vendedores se reuniam para trocar seus bens. Hoje as
compras e vendas ocorrem em grandes áreas
comerciais inclusive no mundo virtual.
Já com tantas transformações rápidas em todo mundo, o mercado passou
a ser definido apenas aonde o cliente vai a procura do que precisa para o seu
consumo. O trabalhador que vai continuar a espera do seu cliente alvo não vai
apenas ganhar seu salário no final do mês. Essas pessoas passaram a ter mais
importância do que apenas atender, precisa atingir metas e, principalmente, fazer
parte da corporação da empresa onde trabalham, saber sua missão e o pôr que
estão naquele lugar. O resultado final não depende apenas das habilidades
técnicas, mas sim, da competência pessoal de que está obtendo esses resultados.
Só vender a imagem de bom profissional não funciona na realidade atual, é
preciso ser competente.
Segundo com pavão (2004):
As profundas transformações ocorridas e que
ainda estão a ocorrer afetarão estruturalmente as
relações comerciais e de trabalho, nas quais o
questionamento e a redefinição de conceitos se tornam
primordiais. Neste novo milênio, é imperativo um nível
24
cada vez mais elevado de conhecimento por parte dos
profissionais que buscam ingressar, permanecer e
crescer nas organizações, seja formal ou informal.
25
1.4 RECONHECENDO AS FACES NEGATIVAS E
POSITIVAS DO MARKETING PESSOAL
Os prejuízos contraídos pelo empresariado, onde a premissa baseia-se
em contratações aferidas, pode causar equívocos. Esses equívocos podem
classificar-se como “máscaras de contratação”, denominado marketing pessoal
negativo.
Geralmente se gasta muito tempo adaptando o candidato os candidatos
às vagas, perdendo tempo e fatalmente, produziram profissionais inoperantes,
inadequados e não aptos aos cargos. O custo de contratação torna-se alto e seu
refazimento deverá se da em um curto espaço de tempo, onde novas baterias de
contratação serão efetuadas. A produtividade das empresas se encontrarão
reprimidas, pois o ritmo necessário a ser impresso não atingirá sua totalidade e
seus objetivos principais.
De acordo com Bordin (2002):
Sem os músicos e maestro nos locais corretos de uma orquestra não se
atinge a melodia harmoniosa.
O resgate da autenticidade é o ponto máximo do marketing pessoal, o
profissionalismo, o aperfeiçoamento dos valores, do conhecimento e da cultura,
colocando como foco a educação.
Sabedores das vastas profissões existentes no mercado podem classificar
as reais necessidades para o candidato a marketing pessoal:
• “... educação comportamental – o profissional deverá ser observador, coerente,
sem alterações comportamentais.
• Cultura – o profissional deverá ser atualizado e conectado ao mundo.
• Conhecimentos técnicos adquiridos – conhecer profundamente sua área de
atuação.
26
• Conhecimentos práticos – ter capacidade em executar seus conhecimentos
técnicos, atuação.
• Adaptação ao meio – ser flexível e ajustar as necessidades do momento.
• Crescimento técnico profissional e empresarial.
• Ética – valores necessários para elevar a autenticidade dos profissionais –
verdade e gentileza.
Benefícios do marketing pessoal – são simplificados no resgate da
conduta e dignidade, elevação da auto- estima, resignar-se ao bem.
A essência do marketing pessoal é a melhoria contínua e a transformação
dos desejos e anseios em realizações concretas.
27
CAPÍTULO II
MARKETING PESSOAL COMO DIFERENCIAL
COMPETITIVO
2.1 UM PRODUTO CHAMADO VOCÊ O marketing pessoal utiliza os conceitos e os instrumentos do marketing
em benefício da carreira profissional e da vida dos indivíduos valorizando os seus
diferenciais mercadológicos, suas vantagens competitivas e catalisando os
processos que facilitem o melhor posicionamento no mercado. Dessa forma, tem
destaque quando aplicado por profissionais como uma ferramenta estratégica de
promoção pessoal e, consecutivamente, da organização que presta serviço.
Para os profissionais atenderem a todas as exigências do atual mercado
de trabalho, necessitam utilizar as estratégias do marketing pessoal e ser o seu
“produto pessoal”, ou seja, produto comercial com bagagem intelectual, que
oferece serviços e produtos, que concorre com outros, buscando,
permanentemente, ocupar espaço e posição no mercado. Para tanto é preciso
entendê-lo e manter-se nesse mercado, comportando-se de várias maneiras,
adequando-se às diversas situações, em suma, fazendo o uso do marketing
pessoal.
Conceitualmente, de acordo com Peters (2000, p.72), o Marketing Pessoal
“fortalece o crescimento pessoal e profissional da “marca” da pessoa”. Trata-se da
capacidade individual de atrair e manter relacionamentos pessoais e profissionais
entre a equipe, com clientes, com gerentes, diretores etc., de forma permanente
para que através e por meio deles se realizem ciclos de atendimento de
necessidades mútuas, gerando satisfação a todos.
Ainda, segundo Peters (2000, p.75): “é preciso ter consciência de que
você é um produto no mercado de trabalho – e deve acreditar nisso, se não quiser
ficar encalhado na prateleira”. Ou seja, sem se enxergar como um produto,
28
dificilmente se conseguirá um emprego que satisfaça, onde consiga aplicar o que
tem de melhor e no qual encontre uma fonte permanente de aprendizado. Para o
mundo de marketing se adaptar como um produto é questão apenas de percepção
empresarial.
29
2.2 MARCA
A palavra marca foi incorporada ao cotidiano das empresas brasileiras e já
é inclusive disciplina curricular de faculdades de administração e comunicação
conscientes da necessidade de atualização de seus programas a um cenário
empresarial e competitivo. Neste cenário, produtos e serviços tendem a se
equiparar nos aspectos técnicos funcionais, no qual a globalização acirra a
concorrência e faz com que a gestão da marca, em sentido mais global, seja fator
decisivo para a diferenciação.
Segundo a definição da American Marketing Association (AMA), “marca é
um nome, termo, símbolo, desenho ou uma combinação desses elementos que
deve identificar os bens ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores e
diferenciá-los da concorrência”.
Portanto, as marcas vão além de produtos e serviços. Pessoas também
podem ser vistas como marcas – afinal, muitas vezes elas também têm imagens
bem definidas que podem ou ao ser entendidas e amadas.
Segundo Peters (2000 p.78-80):
Você é a sua marca, você é seu projeto, você
deve saber se vender, você deve administrar sua própria
marca... Hoje em dia, o mais importante, para quem
quer trabalhar e fazer negócios, é ser diretor de
marketing da marca chamada você...
A utilização e a aplicação de marcas existem há séculos como um meio de
diferenciar os bens de um fabricante dos bens dos outros. Na verdade, a palavra
brand (marca, em inglês) deriva do nórdico antigo brandr, que significa “queimar”.
Isso porque as marcas a fogo eram, e de certa maneira ainda são usadas pelos
30
proprietários de gado para marcar e identificar seus animais. Peters afirma ainda
que a gerência de uma marca extrapole o departamento de marketing, invadindo
todos os setores de uma organização, inclusive as pessoas, ou seja, “uma
obsessão com a marca não é simplesmente uma questão do departamento de
marketing. É assunto de contas a receber. De compras. De sistemas de
informação. De recursos humanos. Cada decisão... cada sistema..., deve refletir,
de forma visível, a atenção específica, obsessão à marca.” (PETERS, 1998, p.
349).
Qualquer pessoa que esteja tentando construir uma carreira está tentando
criar sua própria marca. Certamente, uma das chaves para uma carreira de
sucesso basea-se no fato de determinadas pessoas (colegas de trabalho,
superiores, ou até mesmo pessoas de fora da empresa) saberem quem você é, e
conhecerem suas habilidades, talentos, atitude e assim por diante. Ao construir
um nome e uma reputação dentro de um contexto de negócios, a pessoa está
essencialmente criando sua própria marca. O conhecimento e a imagem certos
podem ser inestimáveis para o modo como as pessoas o tratam e interpretam
suas palavras, ações e realizações.
31
2.3 EXELÊNCIA
Outro diferencial na busca de uma carreira de sucesso é ter atitude
voltada para excelência. O sucesso exige que a excelência faça parte de sua vida.
Não há sentido em se destacar em apenas uma área. É necessário que tudo na
vida seja importante: excelência nas atitudes, hábitos, família, trabalho, em tudo. É
preciso buscar sempre fazer o melhor possível.
Quando se trata de sucesso, alcançar metas e atingir objetivos, o
indivíduo deve ser persistente, nunca deixar de lutar ou se contentar com o
segundo lugar. É necessário comprometimento, entusiasmo e empolgação com os
ideais. Se o foco está em se sobressair em todos os afazeres, a jornada se torna
mais agradável e equilibrada. Colocando amor nas ações praticadas, o indivíduo
passa a ter prazer em trabalhar, se sente motivado o tempo todo, tornando-se
mais emotivo, mais criativo, ou seja, consegue um equilíbrio dos dois lados do
cérebro, deixa de usar somente o lado racional e passa a usar também emocional
e imaginário e consegue, assim, obter resultados na vida profissional, pois o
principal ponto de interesse estará sempre diante dos olhos.
Com a escolha da atitude correta, o indivíduo pode se tornar do que já é,
acreditando em si mesmo, no seu trabalho e no seu potencial, não esquecendo a
humildade de estar sempre crescendo, se aperfeiçoando, superando os
obstáculos. Para conseguir realizar seus sonhos e objetivos, é preciso agir com
paixão; definida como um sentimento forte e profundo capaz de transformar as
vidas dos indivíduos. Para isso, é fundamental tomar essa paixão e transformá-la
em ação.
Uma vez alcançado o tão desejado sucesso, é preciso saber mantê-lo e
isso vai depender do grau de esforço e excelência que agregar a tudo que fizer
deste momento em diante. A intensidade da paixão direciona para o trabalho é
que vai determinar o ponto a que se vai chegar.
32
CAPÍTULO III
NETWORKING
3.1 INSTRUMENTO DE DIVULGAÇÃO DA SUA MARCA
O mercado de trabalho está mudando muito rapidamente. Nas últimas
duas décadas, a aceleração do processo de globalização tem alterado em alta
velocidade o cenário enfrentado pelas empresas e pelas pessoas. Mais
competitivas entre si em termos mundiais, as organizações são forçadas a
tornarem-se mais enxutas e cada vez mais exigentes em relação ao desempenho
de sua equipe de profissionais. Elas precisam de resultados efetivos e rápidos
para permanecer em condições de competir crescer e assegurar a longevidade do
negócio. O mercado de trabalho está realmente muito mais competitivo, exigente e
excludente neste início de século XXI.
Não basta ser competente, é fundamental que o profissional saiba manter
suas condições de empregabilidade. Minarelli (1995) apresenta os seis pilares que
sustentam a carreira de um profissional: adequação vocacional, competência
profissional, idoneidade, saúde física e mental, reserva financeira e networking
(relacionamentos).
33
3.2 REDE DE RELACIONAMENTOS HUMANOS Antes de tratarmos especificamente da técnica de networking, temos de
conceituar o que é rede de relacionamentos humanos. Como se sabe, a noção de
"rede" é bastante antiga. Etimologicamente, a palavra vem do latim rete,
significando entrelaçamento de fios com aberturas regulares formando uma
espécie de tecido. As principais finalidades das redes eram a caça ou coleta de
animais e o apoio, o suporte ou a sustentação de coisas ou pessoas.
A partir da noção de entrelaçamento, malha e estrutura reticulada, a
palavra rede ganhou novos significados, passando a ser empregada em diferentes
situações:
· estrutura física reticulada (rede de esgoto, rede elétrica);
· conjunto de meios de comunicação (rede telefônica, rede de televisão);
· rede de computadores (Internet, intranet);
· conjunto de indivíduos e grupos (rede de contatos, rede de espionagem);
· estabelecimentos que se destina a prestar determinado serviço (rede
bancária, rede pública de ensino, rede de crime organizado);
· rede de organizações (rede de empresas, rede de ONGs).
O emprego da palavra rede para designar um conjunto de organizações
não é novo. Afinal, há tempos organizações estabelecem relações entre si para
alcançar objetivos comuns, mas, conforme ressalta Castells (2000), ganharam
uma nova vida na chamada Era da Informação, valendo-se das novas tecnologias
de informação e comunicação, como a Internet.
Para este sociólogo, uma rede é:
"um conjunto de nós conectados, e cada nó, um
ponto onde a curva se intercepta. Por definição, uma
rede não tem centro, e ainda que alguns nós possam
34
ser mais importantes que outros todos dependem dos
demais na medida em que estão na rede." (Castells,
1998).
Uma rede de organizações geralmente tem o objetivo de facilitar a
articulação entre pessoas e organizações de modo a ampliar as possibilidades de
decisão e ação de cada um de seus componentes e da rede como um todo. Uma
definição interessante para redes desta natureza é a empregada pela Organização
Mundial de Saúde:
Uma rede é um agrupamento de indivíduos,
organizações ou agências organizadas em bases não
hierárquicas em torno de questões ou reocupações, as
quais atuam proativamente e sistematicamente
baseadas no compromisso e confiança (WHO 1998).
Como as demais redes existentes, a de relacionamentos também é
multifuncional, pois oferece proteção, descanso, captação, distribuição e
integração.
Minarelli (2001) aponta que a rede é o canal que capta, integra e distribui
informações, bens e serviços com maior eficiência, e isso é verdade tanto na
operação de negócios quanto em relação às pessoas.
Quando alguém é informado sobre uma oportunidade de emprego, por
exemplo, está usando a rede como instrumento de captação. Quando através
dela, oferece-se uma vaga, a rede está sendo usada como instrumento de
distribuição. Essa bilateralidade, essa via de mão dupla, é uma característica
importante da rede de relacionamentos humanos.
Desta forma, Minarelli (2001) também define três níveis de relacionamento
com os quais convivemos:
• grupo primário: é formado por pessoas mais próximas, com as
quais temos forte
35
• envolvimento emocional e disposição imediata de colaborar e
compartilhar objetivos comuns.
• grupo secundário: é o das relações mais formais e menos íntimas.
• grupo de referência: são as pessoas de nossas individuais, pois
seus valores e suas expectativas ordenam nosso padrão de comportamento.
Essa classificação pode ser traduzida de modo simplificado definindo-se o
grau de liberdade que temos com os outros e o grau de solidariedade que as
pessoas estão prontas a nos oferecer. Por trás da idéia de diferentes graus de
solidariedade estão a interdependência, a integração e a reciprocidade, elementos
fundamentais da vida social. Ninguém sobrevive sozinho. Precisamos, portanto,
dos outros, eles precisam de nós e, por causa disso, temos de nos manter
integrados ao grupo e dispostos a trocar benefícios. Quando fortalecemos a
integração e o intercâmbio com intencionalidade, estamos nos preparando para
aproveitar as melhores oportunidades oferecidas pela rede de relacionamentos.
36
3.3 CAPITAL SOCIAL
Todos possuímos um conjunto de capitais: o intelectual, o profissional, o
moral, a saúde, o financeiro e o social. A rede de relacionamentos existe, sempre
existiu e vai continuar existindo enquanto houver seres humanos sobre a Terra.
O capital social é constituído de pessoas conectadas e múltiplas formas
por causa dos vários papéis que desempenham na vida. Minarelli (2001) afirma
que a grande rede de relacionamentos compreende várias sub-redes.
A família e amigos mais próximos, com quem temos conexões mais
afetivas, formam nossa rede pessoal de relacionamentos. Quando começamos a
trabalhar, iniciamos nossa rede profissional: colegas de faculdade e de trabalho
têm em comum conosco a mesma área de atuação e, portanto, informações e
conexões no mesmo mercado. Nossa rede organizacional é composta por
pessoas de todas as áreas de empresas nas quais passamos em nossa
experiência profissional.
As redes de oportunidades são aquelas às quais nos integramos por
iniciativa própria ou levada por alguém. As redes de oportunidade também são
formadas em torno de uma causa, o que fortalece ainda mais o vínculo. Integrar-
se a uma rede de oportunidade é a possibilidade de fazer novas conexões e
ampliar o capital social.
37
3.4 A PRÁTICA DO NETWORKING
Todas as pessoas que integram a rede de relacionamentos humanos têm
necessidade de ajuda, mas, ao mesmo tempo, podem ser uma fonte de soluções
para os problemas dos outros. É navegando em meio aos nossos contatos que
nos colocamos diante das melhores circunstâncias para resolver nossas
dificuldades e também para ajudar os demais integrantes do grupo.
Há alguns anos, depois de décadas desperdiçadas em tentativas de
isolamento e individualismo, redescobrimos a importância e os benefícios do
capital social (a rede de relacionamentos). Em acordo com Minarelli (2001), “foi
criada uma palavra em inglês que já se incorporou à nossa linguagem diária:
networking. Formada de net (rede) e do gerúndio do verbo to work (trabalhar), ela
designa o sistema de interação na rede de relacionamentos”.
O seu princípio é básico do networking: “quanto mais pessoas
conhecemos, quanto mais circulamos, maiores as chances das oportunidades
aparecerem” (PETERS, 2000. p. 79).
Em termos pragmáticos, fazer networking é usar a rede de
relacionamentos humanos como técnica de solução de problemas. Podemos dizer
que o princípio dessa técnica é assumir que vivemos em rede, somos todos
conectados entre nós e estamos em interdependência.
38
3.5 VALORES DE QUEM PRATICA NETWORKING
O avanço da tecnologia e a estruturação urbana e empresarial trouxeram
novos parâmetros para a convivência humana: isolamento, ritmo alucinante,
escassez de tempo, egocentrismo, concorrência, preocupação material etc. Para
fazer networking, Minarelli (2001) enumera os valores fundamentais:
reciprocidade, reputação e altruísmo.
Temos que estar dispostos a ajudar os outros; não pensar que é receber e
pronto. No mesmo nível de importância está o comportamento ético, porque é a
confiança depositada nos membros da rede que vai possibilitar sua navegação.
Quem não tem boa reputação não é indicado nem recebe ajuda. E o altruísmo é o
valor que move a humanidade na direção do bem. É o desejo de ajudar, de ser
solidário com o outro antes mesmo de imaginar que essa atitude possa gerar
algum benefício próprio no presente ou no futuro.
O networking trata-se de um conjunto de técnicas cujo objetivo é estimular
um comportamento natural de solidariedade e de ajuda recíproca em todos
aqueles que tomam consciência de que estamos em interdependência na rede de
relacionamentos humanos.
39
3.6 OS INSTRUMENTOS DE NETWORKING
Atualmente, “quem você conhece” e “quem conhece você” são dois
atributos tão importantes para avançar na carreira quanto à capacitação técnica e
a habilidade interpessoal.
Minarelli (2001) define o período preparatório à atividade de networking.
Nesta ocasião são feitos:
• Inventário da carreira
• Auto-análise profissional
• Fixação de objetivos
• Redação de currículo
• Seleção de empresas-alvo.
Ainda segundo Minarelli (2001):
A segunda fase do networking inclui: criação de
base de dados organizada com nome e telefones,
estruturar listas de empresas-alvo e de pessoas-alvo,
além de preparar um plano de contatos e de visitas e
ainda um roteiro de entrevistas.
40
3.7 OS PROCEDIMENTOS DE NETWORKING
Inventariar e organizar o capital social: Fazendo networking, os cartões
de visita serão a base para um banco de dados. Além disso, é possível também
organizar alguns dados importantes por meio da correspondência recebida, de e-
mails e fax.
Definir o foco do networking: Para Minarelli (2001), definir o foco do
networking é “planejar a abordagem de sua rede”. A abordagem responderá às
seguintes perguntas: O que preciso? Quais são os meios de chegar lá? Quem
pode me ajudar nisso? Onde pode estar aquilo que procuro?
Listas de empresas e pessoas-alvo: Ainda, segundo Minarelli (2001),
“estabelecer empresas alvo exige pesquisa”. É necessário escolher os ramos de
atividade empresarial nas quais tem maior interesse com dados como localização
geográfica, porte da empresa etc.
Para cada uma das empresas listadas há a inclusão da pessoa alvo. Para
chegar à pessoa alvo, será necessário ajuda que Minarelli (2001) define como
“pessoas meio”. Também define que as pessoas de sua rede podem
desempenhar os quatro seguintes papéis:
• Contratante – pessoas-alvo
• Intermediário – pessoas meio
• Informante – pessoas meio
• Influenciador – pessoas meio
Minarelli (2001) ainda define os papéis:
Contratante – é a pessoa-alvo, é quem tem o poder de decisão. O acesso
aos contratantes é sempre dificultado por pessoas que protegem seu tempo e
privacidade.
41
Intermediário – é aquele que pode ajudar a fazer uma sondagem,
entregar uma carta ou agendamento de uma conversa. O intermediário exerce o
papel de facilitador de acesso.
Informante – é toda ou qualquer pessoa que tem informações ou sabe
quem tem.
Influenciador - essa é a categoria de maior potencial para se conseguir
contato pessoal com o contratante.
A matéria-prima do networking é a informação, e sua palavra-chave,
acesso. As pessoas importantes são, geralmente, bastante assediadas e, por isso,
costumam fechar-se em sua privacidade. O sucesso do acesso ao alvo dependerá
do contato com os membros dos papéis definidos acima.
42
CONCLUSÃO
Durante todo esse trabalho, cansamos de afirmar, de diversas maneiras
que o tamanho do nosso sucesso está diretamente relacionado com a nossa
imagem pessoal.
Diariamente temos que passar para as pessoas uma boa impressão, pois
mais cedo ou mais tarde, essas mesmas pessoas poderão ser muito úteis aos
nossos projetos de crescimento profissional, contratando nossos serviços ou
indicando clientes e empresas que deles precisem.
A imagem que passamos é determinante para sermos notados como um
bom “produto”. Se as pessoas gostarem desse produto, as chances de se
defrontar com boas oportunidades profissionais, pessoais, esportivas, acadêmicas
ou qualquer outro tipo, aumentam consideravelmente.
Para ter sucesso o profissional precisa colocar em prática a regra dos
quatro agás:
HUMOR – HONESTIDADE – HABILIDADE – HUMILDADE
Humor – geralmente não gostamos de nos relacionar com gente
pessimista, mal- humorada, que se julga derrotada ou que vive se lamentando.
Gostamos sim de ouvir boas novas, procuramos conhecer pessoas de bem com a
vida e bem humoradas. Devemos ver o lado bom das coisas ruins e sorrir muito,
pois como diz o provérbio escocês: “Sorrir dá mais luz e custa menos que a
eletricidade”.
Honestidade – É a integridade do caráter. É abominável a propaganda
enganosa. O Marketing tem que ser feito em cima do que você realmente é e sabe
fazer. Evite qualquer atitude que possa ser mal interpretada. A verdade é
fundamental para a manutenção do produto.
Habilidade – A comunicação é a principal ferramenta do Marketing. Saber
se comunicar corretamente com os outros (fornecedores, clientes, colegas de
43
trabalho, pessoas em geral) é de fundamental importância. Ter capacidade de
raciocinar sobre questões complexas e encontrar soluções, é em muitos casos,
mais importante do que experiência.
Humildade – Em momento algum podemos parecer arrogante e imaginar
que possui todos os conhecimentos necessários para se dar bem em qualquer
lugar. Mesmo que os outros o achem dessa forma, isto não lhe confere o poder de
subestimar as pessoas. Portanto, com prepotência e arrogância, só colherá
antipatia desnecessária.
Dito isto, podemos afirmar com todas as letras que o sucesso não se
mede no ter, mas no ser.
44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALLBACK, Jane e SLATER, Jan. Marketing Pessoal. 2ª Edição. São Paulo,
Editora Futura, 1996.
BAUMAN, Z. Globalização – As Conseqüências Humanas. Rio de Janeiro, J.
Zahar, 1998.
BERNARDI, Maria Amália. Você sabe se vender bem. Exame. São Paulo, V.
30.n.14. P. 92-94. 02 jul.1997.
BORDIN Filho, Sady. Marketing Pessoal – 100 dicas para valorizar sua imagem.
Rio de Janeiro, Editora Record, 2002.
CASTELLS, M. End of the melloniun. Oxford. Blackwell Publishers, 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas, o novo papel dos recursos
humanos nas organizações. Rio de Janeiro, Campus, 1999.
COELHO, Silmar. Jamais Desista! São Paulo, Editora Vida, 2002.
DRUCK, Peter. Introdução a administração, SP, Thomson Pioneira, 2001.
HANSEN, M.V. et al. Ousadia de Vencer. SP, MAKRON Books, 1998.
KOTHER, Philip. Administração de marketing. 10ª edição. São Paulo, Printice Hall,
2000.
MINARELLI, José Augusto. Empregabilidade: como ter trabalho e remuneração
sempre, SP, Gente, 1995.
MINARELLI, José Augusto. Networking: como utilizar a rede de
relacionamentos na sua vida e na carreira, SP, Gente: 2001.
PASSOS, Alfredo. Marketing Pessoal na Visão de Empresários. Revista da
Espm, São Paulo. V.06. N.04.p.72-76. Jul.1999.
PASSOS, Alfredo e NAJJAR, Eduardo Rienzo. Carreira e marketing pessoal. 2ª
Edição, São Paulo, Negócio Editora, 1999.
PETERS, T. Reinventando o trabalho. SP, Campus, 2000.
WHO. Issues in health development Genova. Who/HPR/HEP/ 98.1, 1998.
45
VIANNA, Marcos Aurélio Ferreira. Trabalhar para que? SP, Ed. Gente, 1997.
Recommended