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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EM GESTÃO AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE
GESTÃO PARA UMA PRODUÇÃO LIMPA.
CASE: GERDAU COSIGUA RJ.
Por: Marco Antônio Gomes Martins
Orientador
Prof. Francisco Carrera
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
EM GESTÃO AMBIENTAL
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE
GESTÃO PARA UMA PRODUÇÃO LIMPA.
CASE: GERDAU COSIGUA RJ.
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Marco Antônio Gomes Martins
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus que me
concedeu o sopro da vida, aos meus
amigos em comum, familiares e aos
professores pelo empenho.
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho é dedicado a Lídia, pela
dedicação, motivação e incentivo em
todos os momentos que passamos juntos,
mulher pelo qual meu coração nutre um
amor que pela vontade de Deus será
eterno.
5
RESUMO
A presente pesquisa monográfica, demonstra de que forma a
responsabilidade ambiental pode ser utilizada como uma importante
ferramenta de gestão dentro de uma estrutura organizacional na implantação
de processos de produção limpa.
Assim o mesmo demonstra que para uma organização competir e
enfrentar os desafios de um mercado globalizado e cada vez mais exigente,
tem que investir cada vez mais em tecnologias limpas, demonstrando desta
forma ser uma empresa comprometida com a questão ambiental, constituindo
assim um importante diferencial competitivo, atraindo clientes e consumidores
pois desta forma, a organização estará obtendo uma imagem sólida e bem
arraigada perante o seu mercado de atuação, auferindo assim resultados
positivos.
Assim a Gerdau Cosigua, uma organização bem sucedida, gerencia
seus processos de produção afim de melhorar o seu desempenho ambiental
demonstrando ser uma empresa comprometida com as questões ambientais,
na atualidade.
Desta maneira, este trabalho acadêmico visa demonstrar o porquê
essa empresa utilizando-se da estratégia de investir cada vez mais em
tecnologias e métodos de produção limpa é atualmente dentro do cenário
nacional uma das empresas que mais contribui para a preservação do meio
ambiente.
6
METODOLOGIA
Lakatos & Marconi (1991) afirmam não haver ciência sem o emprego
de métodos científicos definidos, como o conjunto das atividades sistemáticas
e racionais que, com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo
conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido,
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.
Para a elaboração deste trabalho acadêmico, foi realizado
primeiramente a sistematização das informações encontradas na pesquisa
bibliográfica existente sobre responsabilidade ambiental, assim como gestão
ambiental e métodos de produção limpa.
Após a busca das fontes do assunto e levantamento das informações
necessárias será feita uma leitura exploratória do material selecionado,
fazendo posteriormente uma leitura seletiva, analítica e interpretativa dos
textos selecionados.
Para melhor credibilidade dos dados teóricos estudados, será realizado
uma visita na empresa Gerdau Cosigua RJ, afim de dirimir dúvidas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................10
CAPÍTULO I - O ADVENTO DA ERA AMBIENTAL .........12
1.1. A relação do homem e a natureza na pré história.................12
1.2. O surgimento das sociedades ............................................14
1.3. O advento da era industrial ..................................................15
1.4. A poluição ambiental ocasionada pelas indústrias ...............16
1.5. A degradação ambiental proporcionada pelas indústrias no Brasil ..........................................................................................18
CAPÍTULO II – A TOMADA DE CONSCIÊNCIA PARA A
QUESTÃO AMBIENTAL....................................................20
2.1. O despertar da humanidade para a preservação do meio ambiente nas últimas décadas.....................................................20
2.1.2. Década de 60 .................................................................22
2.1.3. Década de 70 .................................................................23
2.1.4. Década de 80 ....................................................................24
2.1.5. Década de 90 ....................................................................25
CAPÍTULO III - A BUSCA PELA SUSTENTABILIDADE
ATRAVÉS DAS FERRAMENTAS DE GESTÃO
AMBIENTAL......................................................................27
3.1. Desenvolvimento sustentável ...............................................27 3.2. Gestão ambiental ................................................................29
3.3. Responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão ......31
8
3.4. Educação ambiental como consciência para uma boa
gestão........................................................................................34
3.5- Sistema de gestão ambiental.................................................36
3.6- Métodos de produção limpa. (PL)..........................................38
CAPÍTULO IV CASE: GERDAU COSIGUA - RJ...............42
4.1. A empresa ..........................................................................42 4.1.2. Prêmios e Certificações ....................................................43
4.2. Gestão Ambiental Gerdau Cosigua RJ...................................43
4.3. Implantação do SGA na Gerdau Cosigua RJ..........................44
4.3.1. Política Ambiental da Gerdau Cosigua RJ...........................45 4.4. Ecoeficiência e desenvolvimento sustentável.........................45
4.5. Perfil do profissional que contribui para crescimento sustentável da empresa...............................................................48 4.6. Educação Ambiental..............................................................49
4.7. Responsabilidade Social........................................................50
4.8. Responsabilidade Ambiental..................................................50
4.9. Produção Limpa......................................................................51
4.10. Processos de Produção Limpa (Tecnologias).......................52
4.10.1. Sistema de tratamento e recirculação de água..................53
4.10.2. Estação de Tratamento de Água e Esgoto ETA.................54
4.10.3. Sistema de Despoeiramento..............................................55
4.10.4. Gestão de Resíduos industriais Gerdau Cosigua...............55
9
CONCLUSÃO....................................................................58
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................60
10
INTRODUÇÃO
Este trabalho acadêmico apresenta como tema de estudo, a
responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão para uma produção
limpa.
O problema encontra-se galgado na utilização da responsabilidade
ambiental, como uma importante ferramenta de gestão, de forma a propiciar
um melhor entendimento das questões ambientais da atualidade por parte da
organização, colaboradores e sociedade. Em relação a produção limpa, esta
se configura como um importante método de preservação ambiental adotado
pela organização, constituem este método os investimentos adotados pela
empresa na implantação de novas tecnologias e métodos de produção limpa,
além do treinamento e desenvolvimento dos colaboradores e comunidade.
A ausência de responsabilidade com as questões ambientais por parte
de uma organização, significa dizer que a mesma não possui nenhum tipo de
comprometimento em produzir de uma maneira correta sem degradar o meio
ambiente. Desta forma a utilização da responsabilidade ambiental como uma
ferramenta de gestão pode quebrar o paradigma cultural existente na estrutura
organizacional fazendo com que a mesma alcance patamares jamais
almejados, como por exemplo uma boa colocação em seu mercado de
atuação, passando a possuir uma imagem perante a sociedade de uma
empresa que produz ecologicamente correto, além da redução de custos e a
maximização do seu valor.
O tema proposto gera alguns questionamentos, porém o que realmente
será analisado é se: A responsabilidade Ambiental pode ser considerada uma
importante ferramenta para uma organização na implantação de métodos de
produção limpa.
Esta monografia está fundamentada na hipótese de que a cultura
organizacional de uma empresa pode ser um paradigma que impede a
11utilização da responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão da
organização para uma produção limpa.
Contudo o principal objetivo deste trabalho, é demonstrar que a
responsabilidade ambiental constitui uma importante ferramenta de gestão
dentro de uma estrutura organizacional, pois é através dela que será buscado
estratégias para lidar com o processo de degradação do meio ambiente, em
conseqüência do aumento da poluição associada ao esgotamento dos
recursos hídricos, às emissões atmosféricas e à geração de resíduos
industriais.
12
CAPÍTULO I
O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA ERA
AMBIENTAL.
1.1 – A relação do homem e a natureza na pré-história.
A prosperidade nos períodos iniciais da história da raça humana
encontrava-se baseado apenas na sua capacidade de sobrevivência, ou seja,
encontrar alimentos e abrigos, no entanto lentamente o ser humano passou a
se destacar dos outros seres que viviam no meio.
“Na pré-história, a primeira grande modificação feita pelo
homem foi nas suas próprias condições biológicas, pois o
equipamento humano de sobrevivência não lhe daria
boas condições de superação dos predadores naturais,
mas mesmo assim a espécie humana sobreviveu.” (Dias,
2009, p. 2).
Por milhares de anos, o homem pré-histórico viveu da caça de animais
selvagens e da coleta de plantas, vegetais e frutas fornecidas pela natureza,
não eram tempos fáceis e cada refeição se transformava numa grande
empreitada atrás de alimento, para superar suas limitações, o homem
aprendeu a criar ferramentas que multiplicavam suas capacidades limitadas e
ao mesmo tempo compreendeu que a sua resistência ao meio ambiente hostil
era mais facilmente superada com a formação de grupos, que organizados em
torno de um objetivo comum multiplicavam suas capacidades individuais.
Assim o homem pré-histórico passou a fazer o que todos os outros
animais faziam, só que de uma maneira melhor, construiu represas maiores e
melhores do que aquelas construída pelos castores, desenvolveu uma
capacidade de tecer fibras vegetais melhor do que os animais, criou abrigos
melhor do que as outras espécies conseguiam, aperfeiçoou suas práticas de
13pesca e caça, tornando-se desta forma o predador mais temido da natureza,
superando assim os animais mais ferozes que existiam. Esta incrível
capacidade de adaptação só foi possível porque o homem sempre criou no seu
entorno um meio ambiente próprio, diferente do meio circundante natural que
denominamos cultural. (Dias, 2009)
Apesar de toda a evolução do homem pré-histórico, a troca de
experiências entre os diversos indivíduos ou entre grupos distintos era muito
lenta, porém uma grande transformação veio mudar esse panorama, ou seja,
uma grande revolução na história da humanidade, denominada “Revolução
Agrícola”, com o surgimento da agricultura o homem passou a produzir os
alimentos de que necessitava para sobreviver, ocasionando assim uma grande
transformação na relação do ser humano com a natureza, ele foi aprendendo
então a selecionar as melhores plantas para a semeadura e a promover o
enxerto de variedades de modo a produzir alimentos mais nutritivos do que os
selvagens, desta forma as plantas começaram a ser cultivadas muito próximas
uma das outras, isso porque elas podiam produzir frutos que eram facilmente
colhidos quando maturassem, o que permitia desta maneira uma maior
produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural, logo as
freqüentes e perigosas buscas à procura de alimentos eram evitadas. (Fonte:
Mesopotânea, o berço da civilização. José Olimpio. Editora. Biblioteca de
História Universal Life)
As mudanças resultantes desse processo foram profundas, e dentre
elas a domesticação de animais teve um significado essencialmente
importante para a alteração do modo de vida do homem, pois deu a ele não só
a possibilidade de não ter de se deslocar para obter a carne e as peles
necessárias à sua alimentação e conforto, mas também o leite, e com a
domesticação do boi, uma força para tração.
“Com o surgimento da agricultura e o conseqüente
sedentarismo, ocorre o início de um processo profundo de
transformação do homem com a natureza, pois a
14atividade agrícola exige a criação de um meio ambiente
artificial para o cultivo de plantas e do gado, torna-se
necessário proteger as plantações e o gado dos animais
selvagens.” (Dias, 2009).
1.2 – O surgimento das sociedades.
Desde o momento em que o homem obteve o domínio da natureza em
prol do seu benefício, constituindo a capacidade de controlar o fogo e o
desenvolvimento da agricultura, ele deixou de ser apenas um membro do meio
para ser um agente com capacidade de alterar a dinâmica do meio ambiente
de forma consciente para aumentar o seu conforto.
Segundo Dias (2009), a produção de alimentos permitiu uma
abundância de comida, que possibilitou um grande incremento da população,
que por sua vez ocupou mais espaços em detrimento do ambiente natural.
Conforme a população aumentou, ela foi se organizando em
comunidades, sua presença passou a ser mais danosa ao meio ambiente pois
para o seu desenvolvimento destruiu florestas para construir aldeias e cidades,
derrubou árvores para aproveitar a madeira e como já dominava o fogo usava
as árvores como lenha. A sedentarização causada pela agricultura, provocou
uma verdadeira revolução no modo de vida da humanidade, e um dos
acontecimentos mais importantes relacionados a isso foi o desenvolvimento
das vilas e cidades.
O que demonstrava ser apenas uma série de grupos e tribos isoladas,
se transformou numa sociedade que cresceu e progrediu, assim surgiram as
primeiras cidades e com isso o comércio se desenvolveu, com o crescimento
do comércio e a expansão das atividades produtivas destas sociedades, surgiu
então a necessidade de alcançar novas fronteiras, desta forma a escassez de
terra para a produção poderia ser suprida, além de encontrar novas fontes de
recursos e produtos, desta maneira muito das dinâmicas populacionais e da
própria prosperidade econômica das diversas sociedades humanas foi
15influenciada pela disponibilidade destes recursos. (Fonte: Antigas Civilizações,
as exigências e padrões para o desenvolvimento. Editado por: Robert Guisepi).
Dias (2009), ressalta, que no início o homem sobrevivia de uma
economia de subsistência, onde se produzia somente o que necessitava para
sobreviver, período este em que a sociedade vivia em paz com a natureza.
Com o passar do tempo novas idéias e pensamentos foram surgindo, e
com isso as bases do que chamamos de crescimento econômico das
sociedades se modificaram em função de grandes revoluções comerciais.
1.3 - O advento da era industrial.
Segundo Burns (1968), a revolução industrial nasceu de uma
multiplicidade de causas, algumas das quais são mais antigas do que
habitualmente se pensa.
O artesanato foi a primeira forma de produção industrial, surgiu no fim
da Idade média com o renascimento comercial e urbano e definia-se pela
produção independente, o produtor possuía os meios de produção, como
instalações, ferramentas e matéria-prima, em casa, sozinho ou com a família o
artesão realizava todas as etapas da produção. A manufatura resultou da
ampliação do consumo que levou o artesão a aumentar a produção e o
comerciante a dedicar-se à produção industrial, o manufatureiro distribuía a
matéria-prima e o artesão trabalhava em casa recebendo o pagamento
combinado.
Esse comerciante passou a produzir primeiro, contratou artesãos para
dar acabamento aos tecidos, depois tingir e tecer e finalmente fiar, assim
surgiram fábricas com assalariados, sem controle sobre o produto de seu
trabalho, desta forma a produtividade aumentou por causa da divisão social,
isto é, cada trabalhador realizava uma etapa da produção, na máquinofatura o
trabalhador estava submetido ao regime de funcionamento da máquina e à
gerência direta do empresário.
16Burns (1968), destaca, que a fase inicial da revolução Industrial,
testemunhou um desenvolvimento fenomenal da aplicação da maquinaria à
indústria, o qual lançou os alicerces.
A revolução Industrial consistiu em um conjunto de mudanças
tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo em nível econômico
e social. Iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII expandiu-se pelo
mundo a partir do século XIX, o advento das máquinas a vapor e um pouco
mais tarde dos trens e em seguida dos automóveis consolidaram o domínio do
homem sobre as máquinas, a substituição das ferramentas pelas máquinas da
energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo
sistema fabril constituiu a Revolução Industrial, revolução em função do
enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de
transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
A revolução industrial se espalhou rapidamente por outros recantos do
planeta, o que promoveu o crescimento econômico abrindo perspectivas de
maior geração de riqueza. Dias (2009).
1.4 – A poluição ambiental ocasionada pelas indústrias.
De acordo com Valle (2002), a poluição ambiental pode ser definida
como toda a ação ou omissão do homem que, pela descarga de material ou
energia atuando sobre as águas, o solo e o ar, cause um desequilíbrio nocivo,
seja ele de longo prazo sobre o meio ambiente.
O desenvolvimento industrial ocorreu de forma extremamente
acelerada a partir da revolução industrial, após meados do século XIX, a partir
deste período a poluição ambiental causada pelo homem aumentou
consideravelmente, e de modo descontrolado, de forma que as relações entre
o homem e o seu meio ambiente se modificaram, atualmente não é possível
estimar a enorme quantidade de produtos e substâncias produzidas
17industrialmente, sendo que os dejetos e emissões das mesmas ao meio
ambiente são igualmente diversos.
Seiffert (2007), destaca que a capacidade de o homem alterar as
características do meio que o cerca aumentou exponencialmente a partir da
revolução industrial que se iniciou em meados do século XVIII.
A poluição industrial ocorre em todos os meios da biosfera, na água
doce, nos oceanos, na atmosfera e no solo, conseqüentemente as
comunidades biológicas dos ecossistemas estão em contato com
substâncias e materiais não naturais a maioria dos quais causando algum
tipo de dano ecológico, a poluição industrial afeta diretamente o homem,
uma vez que estamos sujeitos a ingerir água e alimentos contaminados e
respirar o ar poluído.
“Um dos problemas mais visíveis causados pela
industrialização é a destinação dos resíduos de qualquer
tipo, como sólido, líquido ou gasoso, que sobram do
processo produtivo e que afetam o meio ambiente
natural e a saúde humana”. (Dias, 2009, p. 7).
Exemplos da seriedade deste problema são a intoxicação e morte
de dezenas de pessoas em Minamata no Japão, após consumirem peixes
contaminados com mercúrio, eventos como este envolvendo contaminação
de alimentos com poluentes industriais, têm sido comuns ao longo das
últimas décadas, os principais agentes da poluição industrial são os gases
tóxicos liberados na atmosfera, os compostos químicos orgânicos e
inorgânicos lançados nos corpos hídricos e a poluição do solo com o uso de
pesticidas.
Entres os poluentes mais prejudiciais ao ecossistema estão os
metais pesados, estes elementos existem naturalmente no ambiente e são
necessários em concentrações mínimas na manutenção da saúde dos seres
vivos, no entanto quando ocorre o aumento destas concentrações
18normalmente acima de dez vezes, efeitos deletérios começam a surgir. A
crescente quantidade de indústrias atualmente em operação, especialmente
nos grandes pólos industriais do mundo tem causado o acúmulo de grandes
concentrações de metais nos corpos hídricos como rios, represas e nos
mares costeiros. Isto ocorre porque grande parte das indústrias não trata
adequadamente seus efluentes antes de lançá-los no ambiente.
1.5 - A degradação ambiental proporcionada pelas indústrias no Brasil.
Segundo Dias (2009), os processos de industrialização aumentaram de
forma espetacular, mas foram concebidos de forma irracional tendo como
resultado o grave problema ambiental que afeta todo o planeta.
A partir da década de 60, a industrialização no Brasil sofreu uma
aceleração com vistas ao desenvolvimento econômico, desta forma formaram-
se parques Industriais e iniciou-se o chamado milagre brasileiro, nessa época o
foco era o desenvolvimento e o aumento das exportações, o Brasil queria e
precisava produzir, desta maneira o estado de São Paulo assumiu a dianteira e
tornou-se o grande centro industrial e comercial do país, lugar que ocupa até
hoje. Assim as grandes indústrias surgiram e trouxeram com elas as
metrópoles que contribuíram para a degradação do meio ambiente, desta
forma nossos antepassados se mostraram predadores natos, qualidade esta
que nos legaram e que até então a conservamos.
A maior parte da atividade industrial está localizada, em áreas urbanas,
é lógico que os principais problemas de poluição ocorrem em centros urbanos
que tem na indústria seu principal suporte econômico, outro aspecto
importante diz respeito ao tamanho da área urbana considerada e por isso
mesmo, as aglomerações urbanas de escala metropolitana são também o
palco de grandes processos poluidores, em virtude do elevado número de
indústrias dos mais variados gêneros que operam nesses espaços.
19“As concentrações urbanas, ao destruírem o ambiente
natural, e recriarem um ambiente propício ao homem,
provocam também a adaptação dos organismos que
existiam nos ambientes naturais, os quais passam a
conviver no espaço humano como pragas, que se
multiplicam quase sem controle, além de inúmeros
microorganismos que transmitem doenças.” (Dias, 2009,
p. 5)
Nesse sentido, algumas dessas aglomerações citadas sofrem mais do
que outras os resultados combinados de processos poluidores de origem
industrial. Os problemas ambientais no Brasil estão relacionados ao complexo
quadro de crise geral e a falta de uma política quanto ao planejamento da
utilização dos recursos naturais, o qual tem gerado a sua utilização irracional
com algumas perdas irreversíveis, induzindo a importantes implicações
econômicas devido à degradação ambiental, isso ocorre na maioria das vezes
devido à visão reducionista dos governos que cuidam dos fatores ar, água,
solo, fauna e flora separadamente, esta política é traduzida na organização
burocrática na qual órgãos, ministérios, secretarias e autarquias, tratam a
questão da mesma forma.
“O ser humano percebeu que a forma como vem
conduzindo seus processos produtivos, desde a
revolução Industrial, provoca problemas socioambientais,
com um potencial crescente de impactos que afetam
drasticamente e de um modo altamente negativo sua
saúde e qualidade de vida.” (Seiffert, 2007, p. 2)
Assim, o grito de alerta já esta lançado, as pessoas começam a se
conscientizar de que exercem um papel fundamental para manter o equilíbrio
entre a sobrevivência da espécie e do meio ambiente. Os estados começam a
busca do tão falado desenvolvimento sustentável, mas todavia não se
consegue consenso para a grande questão ainda sem resposta, que é como
20se poderia crescer e desenvolver sem degradar o meio ambiente, dentro de
uma concepção extremamente capitalista onde não mais se pode adotar uma
política extrativista considerando o meio ambiente como uma fonte inesgotável
de matéria prima.
CAPÍTULO II
A TOMADA DE CONSCIÊNCIA PARA A DEGRADAÇÃO
AMBIENTAL.
2.1- O despertar da humanidade para a preservação do
meio ambiente nas últimas décadas.
Seiffert (2007), destaca que historicamente, em virtude da percepção
dos desequilíbrios ambientais, que foram se desenvolvendo ao longo dos anos,
as pessoas vêm apresentando maior preocupação com a conservação da
qualidade do meio ambiente.
A degradação ambiental ocasionada pelo ser humano ao longo das
últimas décadas, desenvolveu não somente um elevado comprometimento da
qualidade de vida do homem, mas também a sua própria sobrevivência no
planeta, isso se deve a uma conseqüência da forma de crescimento
econômico escolhido, este que se fundamentava na maximização do lucro a
qualquer custo acompanhado pela lógica do aumento produtivo, desta forma
os recursos naturais são utilizados de uma maneira inconseqüente,
desrespeitando à natural capacidade de regeneração dos ecossistemas.
Segundo Seiffert (2007), a preocupação com a conservação e a
preservação da qualidade ambiental vem se tornando tema cada vez mais
importante e presente na vida dos cidadãos em todos os países do mundo.
21Nos dias atuais falar de consciência ambiental não é nenhuma
novidade, mas mesmo assim esse é um tema que continua e a cada dia que
passa se torna cada vez mais pertinente não apenas pelos enormes impactos
que o modo de vida da sociedade contemporânea vem causando mas
principalmente pelo perigoso destino que o andar da carruagem vem
apontando. Durante o período da chamada Revolução Industrial não existia
nenhuma preocupação com a questão ambiental, pois os recursos naturais
eram abundantes, e a poluição não era o foco da atenção da sociedade
industrial e intelectual da época.
A contaminação excessiva do meio ambiente natural, foi
acelerado com a Revolução Industrial, e sua
compreensão é fundamental para que nos
conscientizemos da gravidade da situação e para a
obtenção dos meios necessários para a sua superação.
(Dias, 2009, p. 7).
A partir da escassez dos recursos naturais, somado ao
desenvolvimento desordenado da população no mundo e a grande intensidade
dos impactos ambientais ocasionado, surge o conflito da sustentabilidade dos
sistemas econômico e natural tornando o meio ambiente um tema literalmente
estratégico e urgente, desta maneira homem começa a entender a
impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância da
reformulação de suas práticas ambientais. Assim é chegado à era ambiental, o
mundo todo se volta para uma questão de suma importância, ou seja, a
sobrevivência da própria espécie humana, pois sabedores que o meio
ambiente não tem capacidade de auto renovação como se pensava em
séculos passados, surge daí a idéia de preservação.
22
2.1.2 - Década de 60
Seiffert (2007), ressalta, que foi a partir da década de 60 que começou
a mudar a situação de descaso com relação às emissões de poluentes, alguns
recursos naturais passaram a ser mais valorizados.
Foi na década de 60 que surgiram os primeiros movimentos
ambientalistas, estes que foram motivados pela contaminação das águas e do
ar nos países industrializados, porém até o ano de 1962, os problemas
oriundos da interação entre o homem e o meio ambiente foram abordados de
forma muito superficial, nesse ano Rachel Carsom publicou o livro “Silent
Spring” (Primavera Silenciosa), que teve enorme repercussão na opinião
pública e que expunha os perigos de um inseticida, denominado DDT, o livro
foi escrito com a finalidade de alertar as pessoas e incentivá-las a reagir contra
o uso abusivo dos pesticidas químicos
De acordo com Seiffert (2007), este primeiro exemplo deixa realmente
muito claro como o homem apresentava naquela época um nível de
conhecimento muito baixo em relação as dinâmicas ambientais de produtos
químicos.
No mês de Abril de 1968, pessoas de dez países estiveram reunidos
em Roma, deste encontro, surgiu o Clube Roma, com a finalidade de promover
o entendimento dos variados componentes econômicos, políticos, naturais e
sociais que formam o sistema global para chamar a atenção dos responsáveis
das decisões do público de todo o planeta para um novo método de ação, já se
preocupando com o crescimento da população no mundo e do consumo
excessivo, visando o seu esgotamento futuro, tais como (petróleo, madeira,
água etc.), e da ocorrência de grandes catástrofes que despertaram a
humanidade para a grandeza das agressões ao meio ambiente e suas
repercussões sobre a vida.
23
2.1.3 - Década de 70
Segundo Dias (2009), no início da década de 70 tornaram-se mais
consistentes os questionamentos sobre o modelo de crescimento e
desenvolvimento econômico que perdurava desde a Revolução Industrial.
Desde o início do Século XX já se vislumbra uma certa preocupação
com o meio ambiente, porém era tratado com um certo receio pautado em
motivos particulares. Embora a década de 60 tenha sido marcada por uma
onda de sensibilidade geral, foi na década de 70 que tal preocupação veio
assumir um caráter desprovido de interesses absurdos e com olhos ao coletivo
ocorre que nesta década, surgiu pela primeira vez uma busca pela proteção de
grandes componentes da natureza, com o indivíduo voltando sua atenção para
a água, o ar e a vida selvagem.
A conferência de Estocolmo realizada em 1972 foi a primeira atitude
mundial em tentar organizar as relações do homem e o meio ambiente, marcou
o início da moderna formulação da questão do meio ambiente global, como
objeto de políticas públicas. Na capital da Suécia Estocolmo, a sociedade
científica já detectava graves problemas futuros por razão da poluição
atmosférica provocada pelas indústrias, a convenção organização das nações
unidas para a educação, a ciência e a Cultura – UNESCO, sobre a proteção do
patrimônio mundial, cultural e natural, e também ao chamado relatório do clube
de Roma, que vendeu trinta milhões de exemplares e contribuiu para despertar
a atenção do mundo sobre a importância dos recursos naturais modelos de
consumo e crescimento demográfico.
Seiffert (2007), destaca que a conferência de Estocolmo foi a primeira
manifestação dos governos de todo o mundo para discutir as consequências
da economia sobre o meio ambiente.
Outro mérito da conferência foi o de lançar as bases para a abordagem
dos problemas ambientais numa ótica global de desenvolvimento. O que viria a
24se constituir mais tarde no conceito de desenvolvimento sustentável. Dias
(2009).
Além disso, os anos 70 presenciaram a publicação da carta dos
direitos e deveres econômicos dos estados, lançada pela Organização das
Nações Unidas – ONU, que primava pela liberdade de opção econômica e de
direitos soberanos sobre os recursos naturais. Em 1978 surgiram os princípios
de conduta relativos à conservação e utilização harmoniosa dos recursos
naturais compartilhados por dois ou mais estados, o fechamento se deu em
1979 com a realização da famosa convenção de Berna, sobre a conservação
da vida selvagem e do meio natural, assinada no âmbito do conselho da
Europa, e a convenção de Genebra, que criou um quadro europeu de
cooperação em matéria de poluição atmosférica de longa distância.
2.1.4 - Década de 80
Segundo Seiffert (2007), a década de 80 foi marcada como sendo
aquela em que surgiram, em grande parte dos países leis regulamentando a
atividade industrial no tocante a poluição.
A década de 80, por sua vez focou sua preocupação principalmente
nas questões atinentes aos problemas gerados pelos produtos químicos,
resíduos, materiais radioativos e outras substâncias perigosas, o ano de 1982
assistiu a momentos históricos, como a publicação da Carta Mundial da
natureza, fazendo alusão pela primeira vez ao termo sustentabilidade, e a
Convenção de Montego Bay que dispunha sobre o direito do mar.
No início da década de 1980, a Organização das Nações Unidas
retomou o debate das questões pertinentes ao ambiente, a entidade indicou, a
primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, para chefiar a comissão
mundial sobre o meio ambiente e desenvolvimento, para estudar o assunto. O
parecer final desses estudos chamou-se nosso futuro comum ou Relatório
Brundtland, apresentado em 1987, ele propõe o desenvolvimento sustentável
que é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
25possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades, com
isso fica muito claro nessa nova visão das relações homem-meio ambiente que
não existe somente um limite mínimo para o bem-estar da população, há
também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais de modo que
sejam preservados.
“O informe Brundtland, da comissão mundial para o meio
ambiente e o desenvolvimento (CMMAD), denominado
“nosso futuro comum”, divulgado em 1987, pode ser
considerado um dos mais importantes documentos sobre
a questão ambiental e o desenvolvimento dos últimos
anos.” (Dias, 2009, p. 19)
Em 1987 surgiu também o protocolo de Montreal, que tratava da
importância de dar atenção à camada de ozônio, e em 1989 a convenção da
Basiléia que dispunha sobre a movimentação trans-fronteiriça de resíduos
químicos.
2.1.5 - Década de 90
Dias (2009), destaca que no final do século XX, no início da década de
90, o meio ambiente ocupava um patamar privilegiado na agenda global tendo
se tornado assunto quase obrigatório nos inúmeros encontros internacionais.
O destaque da década de 90 se dá ao acontecimento que chamou a
atenção de todo o mundo, a Rio 92 esta que foi realizada no Rio de Janeiro e
contou com a participação de representantes de inúmeros países, na verdade
tratou-se tal evento pela conferência das Nações Unidas para o meio ambiente
e o desenvolvimento – CNUMAD, ocorrendo exatamente 20 (vinte) anos após
a conferência de Estocolmo, esta que inovou ao colocar o meio ambiente como
centro das preocupações das políticas públicas.
26De acordo com Seiffert (2007), a década de 90 colocou em evidência
os problemas relacionados ao clima e como isso poderia comprometer a
sobrevivência dos ecossistemas.
A conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento
sustentável e contribuiu gradativamente para a ampla conscientização de que
os danos ao meio ambiente eram de responsabilidade dos países
desenvolvidos. Os países desenvolvidos estariam a frente da comitiva e os
menos desenvolvidos, mais atrasados, situam-se bem atrás da mesma,
chamando por ajuda aos que vão mais a frente. (Carvalho, 2006).
Foi reconhecido ao mesmo tempo, a grande necessidade dos países
em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem
em direção ao desenvolvimento sustentável, naquele momento a posição dos
países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente
político internacional favoreceu a aceitação dos países desenvolvidos de
princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A
mudança de percepção com relação à complexidade do tema deu-se de forma
muito clara nas negociações diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido
menor do ponto de vista da opinião pública.
A Rio 92 mesclou os conceitos de ecologia com desenvolvimento
sustentável, dando maior ênfase a sustentabilidade sócio-econômico-
ambiental, numa tentativa de sensibilizar as pessoas sobre a grande
importância de preservar a natureza para que as futuras gerações possam
gozar de seus recursos.
27
CAPÍTULO III
A busca pela sustentabilidade através das ferramentas
de Gestão Ambiental.
3.1- Desenvolvimento sustentável.
Segundo Valle (2006), desenvolvimento sustentável significa atender
as necessidades da geração atual sem comprometer o direito de as futuras
gerações atenderem a suas próprias necessidades.
De acordo com Bessa (2008), o desenvolvimento não se mantém se a
base de recursos ambientais se deteriora, o meio ambiente não pode ser
protegido se o crescimento não leva em conta as consequências da destruição
ambiental.
“Desenvolvimento sustentável significa possibilitar que as
pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório
de desenvolvimento social e econômico e de realização
humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso
razoável dos recursos da terra e preservando as espécies
e os habitats naturais”. (Relatório Brundtland, 1987)
O século XX testemunhou o maior e mais rápido avanço tecnológico da
história da humanidade e também as maiores agressões ao meio ambiente,
decorrentes de um desenvolvimento que não considerou os impactos
relevantes da revolução industrial e a finitude dos recursos naturais, por outro
lado nas últimas décadas, o conceito ecológico vem se ampliando dentro de
um modelo de desenvolvimento que busca uma relação de equilíbrio
resgatando uma nova ética na relação do homem com a natureza. Meio
ambiente e desenvolvimento estão cada vez mais associados ao debate
internacional no que concerne ao futuro da humanidade. (Seiffert, 2007).
28Vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do
conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos
tecnológicos, assim como do aumento da conscientização das sociedades
para o mesmo pois por muito tempo a humanidade priorizou maior importância
ao crescimento econômico do que à saúde e à qualidade de vida. A
responsabilidade pela degradação do meio ambiente era muita das vezes
transferida para outros sem nenhuma compensação dos custos dessa
correção não havendo nenhum tipo de penalidade ou estímulo para mudar sua
atitude, o poluidor continuava com a sua conduta aonde os custos de correção
deveriam ser assumidos totalmente pela sociedade contemporânea, ou
diferidos para as futuras gerações.
“A partir do surgimento do conceito de desenvolvimento
sustentável, passou a existir um discurso cada vez mais
articulado que procura condicionar a busca de um novo
modelo de desenvolvimento aliado á noção de
conservação do meio ambiente”. (Seiffert, 2007, p. 6).
Com a disseminação do conceito de desenvolvimento sustentável é
reconhecido agora, que uma economia sadia não é sustentável sem um meio
ambiente também sadio, com isso a proteção ambiental não é alcançada à
custa da inviabilização econômica da atividade produtiva, desta forma se faz
necessário internalizar os custos ambientais nos custos dos produtos e
serviços e ao mesmo tempo compensar mediante uma adequada gestão
ambiental esses acréscimos pela ecoeficiência e racionalização da atividade
produtiva.
Nas últimas décadas no Brasil, empresas de diferentes portes e
setores como a mineração, siderurgia, papel e celulose, petroquímica e a
indústria cimenteira, vêm se empenhando para alcançar o crescimento
sustentável com base no tripé da sustentabilidade, econômico, social e
ambiental, desta maneira as indústrias brasileiras estão conscientes da
necessidade de adotarem práticas de gestão ambiental e pretendem com isso
29ampliar seus investimentos destinados à proteção do meio ambiente visando a
sustentabilidade em seu mercado de atuação. Para alguns, alcançar o
desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo
através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização de
tecnologias mais eficientes e menos poluentes. (Dias, 2009).
Mas muito além dos interesses comerciais a motivação para preservar
vem da consciência das empresas de que o crescimento econômico só é
sustentável quando meio ambiente e sociedade encontram-se sadios, é isso
que leva as indústrias a adotarem sistemas eficientes de gestão ambiental, a
reduzirem a geração de resíduos e o uso da água em seus processos e a
buscarem fontes alternativas de energia.
3.2- Gestão ambiental.
Segundo Valle (2006), a gestão ambiental consiste em um conjunto de
medidas e procedimentos bem definidos que se adequadamente aplicados
permitem reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento
sobre o meio ambiente.
De acordo com Seiffert (2007), a gestão ambiental não é um conceito
novo nem uma necessidade nova, mas algo que foi amadurecendo ao longo
dos anos, a partir das contribuições de várias áreas de conhecimento.
“A gestão ambiental requer, como premissa fundamental,
um comprometimento da alta administração da empresa
para definir uma política ambiental totalmente clara e
objetiva, que norteie as atividades da organização com
relação ao meio ambiente e que seja apropriada à
finalidade e à escala da organização, e aos impactos
ambientais de suas atividades, produtos ou serviços.”
(Valle, 2006, p. 72).
30Transformações significativas no ambiente competitivo, decorrentes
nas últimas três décadas, têm pressionado as empresas a considerar com
empenho e comprometimento cada vez maiores o impacto de suas operações
sobre o meio ambiente, tanto em uma perspectiva atual como futura. As razões
para isso são diversas em primeiro lugar consumidores cada vez mais
conscientes das limitações de recursos oriundos do ambiente natural e da
necessidade de um desenvolvimento sustentável, passaram a exigir um
comportamento ambientalmente correto das empresas produtoras dos bens
que consomem, exercendo uma forte e crescente pressão sobre essas
organizações. Com isso à medida que a sociedade vai se conscientizando da
necessidade de se preservar o meio ambiente, a opinião pública começa a
pressionar o meio empresarial a buscar meios de desenvolver suas atividades
econômicas de maneira mais racional.
“A preservação do meio ambiente converteu-se em um
dos fatores de maior influência dos anos 90 e da primeira
década de 2000, com grande rapidez de penetração de
mercado, assim as empresas começam a apresentar
soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e
ao mesmo tempo a aumentar a lucratividade de seus
negócios.” (Seiffert, 2007, p. 45).
O processo de controle ambiental nas empresas passou por uma
grande evolução histórica, esta mediante ao reflexo de e um decréscimo em
caráter progressivo da qualidade ambiental, voltando a atenção de diversos
atores interessados na melhoria do desempenho ambiental das organizações,
desta forma a quebra de paradigmas para a questão ambiental necessita de
mudanças de antigos hábitos e formas de estruturas burocráticas por
empresas com maior flexibilidade e adaptações no momento real. As
empresas industriais que procuram se manter competitiva ou até mesmo
sobreviver e se ajustar em seu mercado de atuação, percebem que cada vez
mais as questões ambientais exigem novas posturas, neste sentido as
organizações estão procurando desenvolver novas formas de lidar com os
31problemas ambientais através de mecanismos de auto-regulação ou por meio
de uma gestão ambiental não somente eficiente mais também eficaz.
De acordo com Dias (2009), gestão ambiental é a expressão utilizada
para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida
do possível, problemas para o meio ambiente.
A gestão ambiental é o principal mecanismo para se auferir um
desenvolvimento industrial sustentável, o processo de gestão ambiental nas
organizações se encontra vinculado a normas que são efetuadas por
instituições públicas, como as prefeituras, governos estaduais e federal sobre o
meio ambiente. Estas normas fixam os limites de substancias tóxicas, definem
a quantidade de água que pode ser utilizada, volume de esgoto que pode ser
lançado etc.
3.3- Responsabilidade ambiental como ferramenta de
gestão.
Segundo Dias (2009), a responsabilidade ambiental tem-se traduzido
em adoção de práticas que extrapolam os deveres básicos tanto do cidadão
quanto das organizações.
Um dos maiores desafios da indústria no século XXI é manter o
equilíbrio ecológico, o crescimento do setor nos últimos anos provocou danos
ao planeta, como o efeito estufa e a destruição de ecossistemas, levando a
sociedade a discutir formas de reverter esse quadro e preservar a natureza.
“A consciência de que se faz necessário utilizar com
parcimônia os recursos naturais, uma vez que estes
podem se esgotar rapidamente, mobiliza a sociedade no
sentido de se organizar para que o crescimento
econômico não seja predatório, mais sim sustentável.”
(Seiffert, 2007, p. 268).
32 O homem tem a responsabilidade de preservar o meio ambiente para
manter a própria vida na face do planeta, a exploração dos recursos naturais
por uma sociedade responsável tem que em primeiro lugar assegurar a
sobrevivência das gerações futuras, fazendo com que os recursos naturais
renováveis possam ser utilizados de forma continua através das gerações,
desta forma a responsabilidade ambiental constitui um conjunto de atitudes
individuais ou empresarias, voltado para o desenvolvimento sustentável do
planeta, levando em consideração o crescimento econômico ajustado à
proteção do meio ambiente, garantindo assim a sustentabilidade.
“A intervenção humana no meio ambiente pode ser
positiva ou negativa, o homem pode interagir com o meio
ambiente visando adequá-lo e se adaptar às suas
necessidades, sem que o meio ambiente e a natureza
venham a ser prejudicados.” (Bessa, 2008, p. 260).
As organizações tem buscado cada vez mais associar a sua marca ao
meio ambiente, a modos de produção limpa e sustentável, o reconhecimento
pelas ações de responsabilidade ambiental, traduzido na associação desse
conceito à imagem institucional é algo que em geral exige investimentos
simbólico e financeiro significativos, isto é, demanda uma postura estratégica
para a qual o conhecimento específico sobre como chegar a esse resultado é
algo imprescindível. A maior parte dos investimentos privados em projetos
ambientais surge de organizações que exercem atividades de risco ambiental
acima da média e que desejam construir ou reparar sua imagem perante a
sociedade, as empresas que geram poluição mesmo que em um nível
esperado, dentro dos padrões legais e aceitáveis ambientalmente podem ter
sua imagem abalada.
“Alcançar padrões elevados de qualidade ambiental em
seus locais e produtos deve ser parte inseparável da
visão estratégica de uma organização que pretenda se
manter competitiva e assegurar posição em mercados
33sempre mais globalizados e exigentes.” (Valle, 2006, p.
39)
“Os empresários estão se conscientizando de que a
empresa não é somente uma unidade de produção e
distribuição de bens e serviços que atendem a
determinadas necessidades da sociedade, mas que deve
atuar de acordo com uma responsabilidade ambiental que
se concretiza no respeito aos direitos humanos, na
melhoria da qualidade de vida da sociedade e na
preservação do meio ambiente natural”.(Dias, 2009, p.37),
Cientes disso, grande parte das organizações que se utilizam
diretamente dos recursos naturais, tratam de desenvolver ações que
demonstrem seu comprometimento com o desenvolvimento sustentável e com
o meio ambiente, através de projetos sócio-ambientais e suas variações para
tal, assim existem diversas formas de se projetar e realizar em uma empresa
projetos e programas vinculados ao meio ambiente que visem não somente
melhorar a relação com o ecossistema, como também valorizar a marca
ampliar mercados e inclusive obter retorno financeiro.
Exemplos de atitudes que envolvem a responsabilidade ambiental nas
organizações:
- Criação e implantação de um sistema de gestão ambiental na empresa.
- Tratar e reutilizar a água dentro do processo produtivo.
- Criação de produtos que provoquem o mínimo possível de impacto ambiental. - Dar prioridade para o uso de sistemas de transporte não poluentes ou com
baixo índice de poluição, exemplos: transporte ferroviário e marítimo
- Criar sistema de reciclagem de resíduos sólidos dentro da empresa. - Treinar e informar os funcionários sobre a importância da sustentabilidade.
- Dar preferência para a compra de matéria-prima de empresas que também
sigam os princípios da responsabilidade ambiental.
34- Dar preferência, sempre que possível, para o uso de fontes de energia limpas
e renováveis no processo produtivo.
- Nunca adotar ações que possam provocar danos ao meio ambiente como,
por exemplo, poluição de rios e desmatamento.
3.4- Educação ambiental como consciência para uma
boa gestão.
Segundo Bessa (2008), a educação ambiental é um dos mais
importantes mecanismos que podem ser utilizados para a proteção do meio
ambiente.
De acordo com Seiffert (2007), a educação ambiental deve ser
considerada como um importante instrumento de gestão ambiental para a
materialização do desenvolvimento sustentável.
A educação ambiental tenta despertar em todos a consciência de que
o ser humano é parte do meio ambiente, ela tenta superar a visão
antropocêntrica, que fez com que o homem se sentisse sempre o centro de
tudo esquecendo a importância da natureza da qual é parte integrante,
constituindo um processo ao mesmo tempo informativo e formativo dos
indivíduos, desta forma a educação ambiental é hoje uma das temáticas mais
desafiadoras e abrangentes dos atuais sistemas educacionais, não só
nacionais como mundiais, tendo em vista a sua importância frente à
problemática ambiental global e local que exige da humanidade uma nova
postura em relação ao seu modo de ser, ver, viver e relacionar-se entre si e
com o ambiente do qual faz parte, para que melhorem as condições de vida
das presentes e futuras gerações.
“Entendem-se por educação ambiental os processos por
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio
35ambiente, bem de uso do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.” (Lei nº 9.795
de 27 de Abril de 1999, Art.1º)
A implantação dos conceitos do desenvolvimento sustentável e da
preservação do meio ambiente no dia a dia de uma organização necessita de
uma quebra de paradigma cultural em todos os níveis funcionais, pois através
da implementação destes novos conceitos na cultura da empresa è exigido um
modelo de comunicação não somente eficiente mais também eficaz entre os
níveis hierárquicos por meio da implantação de um programa de educação
ambiental que sensibilize todos os seus componentes. A educação ambiental
representa um passo preliminar importante para a implantação da política
ambiental da organização. (Valle, 2006).
A educação ambiental é uma ferramenta inquestionável no
gerenciamento ambiental de uma empresa, a mesma é um agente catalisador
do processo de interação dentro de uma organização e não pode ficar restrita
ao treinamento visando somente à sensibilização e motivação dos
funcionários, esse processo começa com a compreensão das questões
ambientais onde todos os colaboradores devem estar conscientes das
questões ambientais da empresa, do seu desempenho ambiental e do próprio
desempenho operacional. Um programa de educação ambiental envolve um
conjunto de atividades sistematizadas e com a participação dos diversos
setores da empresa/escola e que auxiliam na elaboração dos indicadores
ambientais.
“A visão sobre o meio ambiente que as empresas tinham
no passado, já não representa a situação atual, várias
organizações descobriram que por meio de programas de
educação ambiental, seus empregados tornaram-se mais
produtivos e criativos, trazendo lucros para a empresa.”
(Carvalho, 2008, p. 68).
36A educação ambiental dos colaboradores da empresa deve eliminar a
idéia errônea de que a solução dos problemas ambientais compete somente às
chefias ou aos setores de meio ambiente, segurança e saúde ocupacional da
organização. Cada indivíduo é responsável pela proteção do meio ambiente,
da mesma maneira que o é pela segurança.
3.5- Sistema de gestão ambiental.
Segundo Dias (2009), um SGA é a sistematização da gestão ambiental
por uma organização determinada.
No inicio da década de 1990, as organizações responsáveis pela
padronização e normalização, notadamente aquelas localizadas nos países
industrializados, começaram a atender a procura da sociedade e as exigências
do mercado no sentido de padronizar procedimentos pelas empresas que
refletissem suas preocupações com a qualidade ambiental e com a
preservação e conservação dos recursos naturais. Esses procedimentos
materializaram-se por meio da criação e desenvolvimento de sistemas de
gestão ambiental destinados a orientar as empresas a se adequarem a
determinadas normas de aceitação e reconhecimento geral, estes sistemas
posteriormente vieram a configurar-se como importantes componentes nas
estratégias empresariais.
“O sistema de gestão ambiental é o conjunto de
responsabilidades organizacionais, procedimentos,
processos e meios que se adotam para a implantação de
uma política ambiental em determinada empresa ou
unidade produtiva.” (Dias, 2009, Pag. 91).
Desta maneira organizações de todos os tipos estão cada vez mais
preocupadas com o atingimento e demonstração de um desempenho
ambiental correto, através do controle dos impactos causados por suas
atividades, ou seja, produtos e serviços sobre o meio ambiente, conciso com
37sua política e seus objetivos ambientais, com isso agem dentro de um contexto
de legislação cada vez mais exigente. Sob tais condições as empresas têm
procurado estabelecer formas de gestão com objetivos explícitos de controle
da poluição e de redução das taxas de efluentes controlando ou minimizando
os impactos ambientais, como também otimizando o uso de recursos naturais
tais como, controle de uso da água, energia, outros insumos, etc. Uma das
formas de gerenciamento ambiental de maior adoção pelas empresas tem sido
a implementação de um sistema de gestão ambiental, segundo as normas
internacionais Série ISO14001, visando a obtenção de uma certificação.
“A implantação e certificação de um SGA vêm em nível
mundial, sendo não só resultado da crescente
preocupação das organizações com o cumprimento da
regulamentação ambiental aplicável, como também da
pressão dos consumidores, particularmente em países
desenvolvidos, pela cobrança de clientes por um
desempenho ambiental mais aprimorado.” (Seiffert, 2007,
p. 198).
Na implementação de um Sistema de gestão ambiental, o primeiro
passo deve ser a formalização por parte da direção da empresa perante a sua
corporação, do desejo da instituição em adotar um SGA, deixando claro suas
intenções e enfatizando os benefícios a serem obtidos com a sua adoção, isso
se traduz em comprometimento de sua alta administração, ou em alguns casos
dos gerentes e chefias de suas unidades, com a realização de palestras de
conscientização e de esclarecimentos da abrangência pretendida, realização
de diagnósticos ambientais definição formal do grupo coordenador, definição
de um cronograma de implantação, e finalmente no lançamento oficial do
programa de implantação do SGA.
Para alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir
três exigências básicas expressas na norma ISO 14001:
• Ter implantado um sistema de gestão ambiental
38• Cumprir a legislação ambiental aplicável ao local da instalação
• Assumir um compromisso com a melhoria contínua de seu desempenho
ambiental
“A fim de eliminar ou reduzir aos impactos causados por
suas atividades sobre o meio ambiente, a organização
que pleiteia certificação na norma ISO 14001
compromete-se a melhorar continuamente seu
desempenho ambiental, para tanto terá de identificar e
aplicar tecnologias adequadas para tratar ou pelo menos
dispor corretamente seu resíduos da produção e prever
que seus próprios produtos, ao fim de suas vidas úteis,
um dia se tornarão resíduos.” (Valle, 2006, p.143).
Certificar um sistema de gestão ambiental significa comprovar junto ao
mercado e a sociedade que a organização adota um conjunto de práticas
destinadas a minimizar impactos que imponham riscos à preservação da
biodiversidade, com isso além de contribuir com o equilíbrio ambiental e
a qualidade de vida da população, as organizações obtêm um
considerável diferencial competitivo fortalecendo desta forma, sua ação no
mercado de atuação na busca pelo desenvolvimento sustentável.
3.6- Métodos de produção limpa. (PL)
De acordo com o GREENPEACE (2002a), os processos de produção limpa
são desenhados para utilizar somente matérias-prima renováveis, além de
conservarem energia, água e solo, não utilizam nem elaboram compostos químicos
perigosos, evitando assim a geração de resíduos tóxicos.
“O conceito de produção limpa, inicialmente designado
como tecnologia limpa, significa aplicar, de forma
contínua e integrada, uma estratégia ambiental aos
processos, produtos e serviços de uma indústria, de
39forma a aumentar a eficiência e reduzir riscos ao meio
ambiente e ao ser humano, essa estratégia busca
prevenir a geração de resíduos em primeiro lugar e ainda
minimizar o uso de matérias-primas, água e energia”.
(Valle, 2006, p. 104)
Nas últimas décadas, fatores como uma legislação ambiental rígida
aliado a uma preocupação cada vez maior da sociedade com a qualidade
ambiental dos processos, produtos e serviços, tem levado as empresas a
repensarem suas estratégias de produção, estas estratégias de produção são
motivadas a se posicionarem de uma forma mais holística, fazendo com que o
sentimento de ecologicamente correto firme-se, por conseguinte, em toda a
cadeia produtiva da estrutura organizacional. Desta forma as técnicas de
produção limpa tornam-se ferramentas importantes a nível estratégico
produtivo, isto é, a ênfase da produção limpa em não geração de resíduos ao
invés de tratamento do resíduo, podem significar bons ganhos a organização.
“A produção limpa pode ser definida como uma estratégia
ambiental, de caráter preventivo, aplicada a processos,
produtos e serviços empresariais, que tem como objetivo
a utilização eficiente dos recursos e a diminuição de seu
impacto negativo no meio ambiente.” (Dias, 2009, p. 127).
A implantação de métodos de produção limpa nos processos de
produção em uma estrutura organizacional, possibilita a redução de custos e
traz benefícios ambientais para toda a sociedade, desta forma a produção
limpa busca entender o fluxo dos materiais na sociedade, investigando em
particular a cadeia de produtos, isto é, de onde vem as matérias primas, como
e onde elas são processadas, identificando qual o desperdício gerado ao longo
da cadeia produtiva, quais os produtos são feito dos materiais e o que
acontece com estes produtos durante o seu uso e o término de sua vida útil, a
produção limpa também questiona a necessidade do próprio produto ou
40serviço quanto a existência de outro processo produtivo mais seguro e que
consuma menor quantidade de materiais e energia.
Valle (2006), ressalta que a busca da otimização do uso de matérias
primas já permite por si reduzir a massa de resíduos gerados com maior
eficiência no processo e nas técnicas de produção empregadas.
Com isso a busca das empresas por assimetrias que lhes tragam
sustentabilidade em seu mercado de atuação, tem sido uma constante, isto é,
uma nova ordem mundial. Isso tem trazido a tona nas últimas décadas as
questões ambientais e suas conseqüências para um mundo que já não dispõe
de capacidade suficiente de absorção desta carga poluidora, coloca-se então
as empresas numa situação de escolha, ou seja, a procura de resultados finais
ecologicamente corretos, ocasionando desta forma uma restrição ou uma
oportunidade, cabendo a competência administrativa decidir.
De acordo com Kruszewska e Thorpe (1995, p.12) a aplicação de
métodos de produção limpa em uma organização, envolve oito etapas:
1. Identificação das substâncias perigosas a serem gradualmente
eliminadas com base no Princípio da Precaução;
2. Realização de análises químicas e de fluxo de materiais;
3. Estabelecimento e implantação de um cronograma para a
eliminação gradual da substância perigosa do processo de
produção, assim como o acompanhamento das tecnologias de
gerenciamento de resíduo;
4. Implementação de Produção Limpa em processos e produtos
existentes e em pesquisa de novos;
5. Prover treinamento e dar suporte técnico e financeiro;
6. Ativa divulgação de informações para o público e garantia de sua
participação na tomada de decisões;
417. Viabilização da eliminação gradativa de substância por meio de
incentivos normativos e econômicos;
8. Viabilização da transição para a Produção Limpa com
planejamento social, envolvendo trabalhadores e comunidades afetadas.
A produção limpa, deve estar no centro do pensamento estratégico de
qualquer empresa, de um lado ela traz comprovadamente benefícios
econômicos, pois evita perdas quase sempre danosas ao meio ambiente e
reduz custos o que por sua vez, influencia a posição competitiva do negócio,
de outro lado, a empresa que produz limpo tem sua imagem em harmonia com
a comunidade e a cidadania uma associação poderosa capaz de reforçar a
posição competitiva.
“Implantar uma produção limpa, significa utilizar uma
abordagem de terceira geração da evolução do conceito
de gestão ambiental, pois reside em uma única
preocupação essencial, que é buscar evitar
completamente ou reduzir a geração de poluentes, como
resíduos sólidos, emissões atmosféricas, efluentes de
processo e esgotos tanto em volume como em toxidez,
através de um controle rígido sobre o processo, o qual
implica em conhecê-lo muito bem.” (Seiffert, 2007, p.
207).
O ponto de partida da produção limpa é, internalizar na organização a
percepção de vantagens inerentes à mudança de procedimentos e atitudes,
despertando a consciência coletiva sobre a preservação do meio ambiente e
quanto aos riscos para a sustentabilidade das gerações futuras, estes,
embutidos em ações predatórias no uso dos recursos naturais. Desta forma a
responsabilidade é de todos os integrantes da empresa, tanto os que atuam
internamente como os que fazem parte da cadeia produtiva, de fornecedores a
distribuidores, e até mesmo os clientes.
42
CAPÍTULO IV
CASE: GERDAU COSIGUA – RJ
4.1- A empresa:
Figura 01. A empresa Gerdau Cosigua RJ:
A Gerdau Cosigua, então Cia. Siderúrgica da Guanabara (Cosigua) foi
fundada pelo governo da Guanabara em 1961, mas só começou sua produção
de aço dez anos depois quando a Gerdau assumiu o controle acionário em
associação com o grupo alemão Thyssen ATH e com o financiamento do
BNDES, do Banco Mundial e do Société Financière Europèene. Em 30 de
outubro de 1973, a Cosigua foi inaugurada oficialmente e em 1979 adquiriu as
ações da Thyssen assumindo o controle da unidade.
Inicialmente a capacidade de produção da Gerdau Cosigua era de 250
mil toneladas anuais de aço, sua capacidade de produção foi aumentada a
cada ano e, em 1982 já ultrapassava a marca de 1 milhão de toneladas, em
1984, a Cosigua faz a maior oferta pública de ações até então realizada por
43uma empresa industrial no Brasil, que contou com a adesão de mais de 60 mil
novos acionistas.
A preocupação da unidade com a gestão ambiental começou cedo, em
1974 foi instalado o primeiro sistema de despoeiramento de fornos elétricos da
Gerdau. Sempre preocupada com o meio ambiente, em 2002 a Gerdau
Cosigua e outras 13 empresas do Distrito Industrial de Santa Cruz inauguraram
o primeiro Ecopolo do Brasil, voltado para o reaproveitamento industrial de
resíduos, a Gerdau Cosigua ocupa uma posição de destaque entre as plantas
siderúrgicas nacionais, é uma das maiores exportadoras de laminados não
planos e uma das maiores produtoras de aços longos da América Latina.
4.1.2- Prêmios e Certificações
A modernidade dos equipamentos e de produção levou a Gerdau
Cosigua a receber importantes reconhecimentos e certificações:
1996 - Certificação ISO 9002 2000 - Diploma Prata do Prêmio Qualidade Rio 2001 - Diploma Prata do Prêmio Qualidade Rio 2003 - Certificação ISO 9001 2005 - Certificação ISO 14001 2007 - Certificação de Nível 8 conferido pela DNV ao Sistema de Segurança Total 2008 - Certificação IRAM/INTI para a cantoneira grau F-36
4.2- Gestão Ambiental Gerdau Cosigua RJ.
A Gestão Ambiental da Cosigua, busca seguir os princípios do
desenvolvimento sustentável e ecoeficiência, destacando-se como a maior
recicladora de sucata do Brasil e por sua política de reaproveitamento de
subprodutos decorrentes da produção de aço. Desta forma, cada vez mais o
44Grupo Gerdau investe na redução do impacto das suas operações na
natureza, isso é feito por meio da diminuição da geração de resíduos e do
incentivo ao uso de co-produtos por diferentes segmentos da indústria. A
empresa também promove constantemente a atualização das tecnologias de
proteção do ar, das águas e do solo em suas plantas industriais, iniciativa que
recebeu R$ 186,6 milhões em investimentos, além disso, apóia projetos de
educação ambiental para colaboradores e comunidades localizadas próximo
às unidades Gerdau Cosigua.
4.3 - Implantação do SGA na Gerdau Cosigua RJ.
Figura 02. Certificação ISO 14001 Gerdau Cosigua RJ.
Implantado o SGA no final dos anos 90, sistema certificado em 2004
pela norma ISO 14001. Todas as usinas Gerdau operam dentro dos
parâmetros do Sistema de Gestão Ambiental - SGA, que define suas práticas
na preservação do meio ambiente, o SGA permite o acompanhamento e
gerenciamento dos resultados obtidos pelas unidades e promove a busca pela
melhoria contínua de forma compartilhada com todos os colaboradores.
45Somente nos últimos 10 anos, o Grupo Gerdau investiu mais de R$
300 milhões em tecnologias na área ambiental, pioneiro na siderurgia brasileira
desenvolveu um programa de diagnóstico e monitoramento ambiental que
serve de referência técnica para o setor.
4.3.1- Política Ambiental da Gerdau Cosigua RJ.
Figura 03. Política ambiental Gerdau Cosigua RJ.
É o documento mais importante do SGA, ele demonstra o
comprometimento da Gerdau com o meio ambiente.
4.4- Ecoeficiência e desenvolvimento sustentável.
O sistema de gestão da Gerdau incorpora as premissas do modelo de
desenvolvimento sustentável, aliando competitividade, eficiência econômica e
preservação do meio ambiente. Neste exercício, liderou a criação do primeiro
ecopolo no Brasil, iniciativa que reuniu um grupo de 14 empresas do Distrito
Industrial de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, o programa prevê a ação integrada
46de resíduos, desta forma os rejeitos de uma empresa poderão ser utilizados
como matéria-prima por outra, a coleta seletiva, o intercâmbio de tecnologia e
o reflorestamento com espécies nativas.
A Gerdau segue os princípios da ecoeficiência e do desenvolvimento
sustentável, com uma política orientada para a responsabilidade social de
preservação ambiental e de desenvolvimento econômico. Dentro da cultura de
sustentabilidade, ela se destaca pela sua posição de liderança na reciclagem
da sucata e pela política de reaproveitamento dos subprodutos decorrentes da
produção do aço, isto significa que a empresa contribui na limpeza do meio
ambiente, poupando os recursos naturais e conservando energia, além disso,
destina investimentos permanentes em tecnologias de ponta e capacitação das
equipes.
Reciclagem de sucata:
Líder em reciclagem na América Latina, a Gerdau utiliza a sucata como
principal insumo, juntamente com o ferro gusa e o ferro esponja,
reaproveitando mais de 2 milhões de toneladas por ano no Brasil. Fogões e
refrigeradores velhos, partes de veículos, resíduos industriais, móveis e
latinhas de aço, enfim objetos que podem ser obsoletos para a sociedade
transformam-se em matéria-prima para a empresa, vale lembrar que uma
tonelada de aço produzida com sucata consome apenas um terço da energia
que é utilizada para gerar a mesma quantidade de aço a partir do minério de
ferro.
A Gerdau atua diretamente na compra de sucata nas indústrias, com
qualidade diferenciada na prestação de serviços, por meio de uma estrutura de
trabalho altamente especializada, com pessoal treinado e equipamentos
sofisticados, sua área de engenharia de sucata está preparada para avaliar,
orientar e implantar processos de captação de sucata que atendam às
necessidades de seus fornecedores. A Gerdau opera com depósitos
localizados em pontos estratégicos do país e com centros de reciclagem em
todas as suas unidades industriais, contando com equipamentos que possuem
47a tecnologia mais avançada no processamento de sucata, um deles o Mega
Shredder iniciou suas operações em 1999 e é capaz de triturar 300 carros por
hora.
Gestão de Recursos Hídricos: O Grupo Gerdau participa ativamente dos debates sobre as
regulamentações federal e estadual dos recursos hídricos. Está presente em
comitês de bacias hidrográficas em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e
Rio de Janeiro, com o objetivo de contribuir na busca de alternativas cada vez
mais eficazes para a conservação e a melhoria da qualidade das águas.
Preservação de florestas e áreas verdes:
Em 2002, a Gerdau Cosigua (RJ) iniciou o Projeto Mata Atlântica,
desenvolvido em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
para mapear as espécies da flora e da fauna em uma área de 300 hectares
pertencente à usina.
Grande volume de recursos está sendo destinado para a implantação
de novos e modernos sistemas de despoeiramento nas usinas, com tecnologia
que elimina as emissões atmosféricas. Em todas as unidades, multiplicam-se
iniciativas como: adoção de sistemas fechados de recirculação das águas
industriais, lagoas de separação dos sólidos dos efluentes líquidos, isolamento
acústico de diversos pavilhões e melhoria dos sistemas de tratamento de
efluentes líquidos.
Ar (controle de emissões):
A Gerdau possui modernos sistemas de despoeiramento para controle
das emissões atmosféricas em sua usina siderúrgica, os sistemas de
despoeiramento buscam tratar os gases resultantes do processo de produção
do aço, transformando os materiais retidos em co-produtos, os quais são
reaproveitados por outros segmentos da indústria, com isso proteção do ar é
uma das prioridades de investimento, quando são detectadas oportunidades
48de melhoria. O aumento de eficiência energética em sua unidade contribuiu
para a redução de emissão de gás carbônico na atmosfera. Em 2008, o índice
de emissão de CO2 foi de 557 quilos por tonelada de aço produzido,
mantendo-se consistentemente abaixo da média da siderurgia mundial, de 1,9
mil quilos, segundo dados da World Steel Association.
4.5- Perfil do profissional que contribui pra crescimento
sustentável da Empresa.
O Grupo Gerdau desenvolve suas práticas de gestão em recursos
humanos com o objetivo de formar profissionais cada vez mais conscientes da
sua importância estratégica no negócio. Estimula a autonomia, o envolvimento
criativo e a eficiência de seus colaboradores, pois tem a convicção de que o
desempenho global da empresa depende tanto da melhoria contínua dos
processos quanto da integração das equipes e do envolvimento de cada
pessoa.
A relação de confiança e de comprometimento é reforçada com ações
que impactam no trabalho cotidiano dos profissionais. Em todas as unidades,
os colaboradores atuam em células, as quais favorecem a aproximação dos
níveis funcionais, além de uma comunicação mais aberta e transparente.
Como reconhecimento à contribuição de cada colaborador, o Grupo
Gerdau promove o sistema de remuneração por resultados, reforçando o
espírito empreendedor das equipes. Compensações financeiras especiais
também fazem parte da sua política de recursos humanos e são conferidas
para premiar o desenvolvimento de soluções inovadoras e a resolução de
problemas, de acordo com o benefício gerado à unidade.
O Sistema de Capacitação Industrial desempenha um papel
fundamental para o crescimento profissional dos operadores. Incentiva o
desenvolvimento de habilidades por meio de treinamentos especializados nas
áreas de operação, manutenção, informática, segurança e gestão. Para
49estimular o autotreinamento, o Grupo Gerdau possui centros de educação
distribuídos nas diversas unidades, os espaços com computadores, salas de
aula, vídeos, bibliografia e módulos específicos, foram criados para facilitar a
aprendizagem individual e a troca de conhecimentos.
4.6- Educação Ambiental.
Figura 04. Educação Ambiental Gerdau Cosigua RJ.
Para incentivar o comprometimento dos colaboradores com o meio
ambiente, a Gerdau investe em diversos programas de educação ambiental, só
no último ano foram mais de 46,7 mil participações e 93 mil horas de
capacitação, entre campanhas de conscientização, palestras e cursos
específicos. A companhia também ajuda a ampliar a consciência ambiental das
comunidades em que atua, através do Instituto Gerdau, desenvolve projetos
que incentivam uma relação sustentável com o meio ambiente.
Na comunidade, participa de vários programas de ensino, de palestras,
de simpósios e de encontros, realizados em parceria com universidades,
entidades, o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e o Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
50
4.7- Responsabilidade Social.
A Gerdau pauta seus relacionamentos pela ética, a transparência e o
respeito às pessoas, estimulando seus stakeholders a agir conforme esses
valores. Contribui com o desenvolvimento das comunidades onde está
inserida, apoiando projetos sociais com recursos, conhecimento e trabalho
voluntário dos colaboradores, em parceria com agentes da sociedade.
Também busca participar de ações nacionais relevantes de
mobilização da sociedade civil nos países em que está presente. A companhia
tem a convicção de que atitudes empreendedoras e bons cidadãos
transformam realidades, geram oportunidades e melhoram a qualidade de vida
da população e a sustentabilidade da sociedade.
Ser socialmente responsável com todos os públicos colaboradores,
clientes, fornecedores, acionistas, governos e sociedade é um compromisso da
Gerdau, que acredita que o crescimento econômico de uma empresa está
diretamente ligado à ética nas relações com seus diversos públicos. Baseado
nisso, a Gerdau possui metas compatíveis com os padrões globais de
sustentabilidade empresarial, respeita a diversidade e preserva recursos
ambientais e culturais para as gerações futuras.
4.8- Responsabilidade Ambiental.
O Grupo Gerdau produz aço com o compromisso de preservar a
atmosfera, as águas, o solo e as áreas verdes das regiões onde atua, em
todas as suas usinas, possui práticas ambientais em nível internacional e
segue os princípios da ecoeficiência e do desenvolvimento sustentável.
O desempenho é acompanhado e avaliado pelo Sistema de Gestão
Ambiental, que permite gerenciar os resultados e buscar novos patamares de
sustentabilidade através da melhoria contínua dos seus processos. Baseado
no modelo da ISO 14001, com envolvimento de todos os colaboradores e
51compatível com o sistema de gestão da empresa, o SGA está implantado em
todas as unidades industriais.
4.9 – Produção Limpa.
A Gerdau respeita o meio ambiente e por isso, busca alternativas
inteligentes para o aproveitamento dos co-produtos gerados durante o
processo de produção do aço. Além da redução da geração de materiais que
sobram do processo produtivo, a Gerdau desenvolve estudos com o apoio de
entidades de pesquisa e universidades para ampliar a utilização desses
materiais.
Quase 80% dos co-produtos gerados são reaproveitados pela indústria
siderúrgica ou por outros setores da economia, como na pavimentação de
estradas, na fabricação de baterias, em cimenteiras e na indústria cerâmica, os
materiais não reaproveitados são encaminhados para centrais de
armazenamento aprovadas pelas autoridades ambientais, as quais seguem
rigorosamente a legislação vigente.
Co-Produtos Gerados na Gerdau Cosigua:
• Agregado siderúrgico de Aciaria: É um co-produto gerado na
produção e aço nas aciarias, tem uma importante função de controle de
processo e qualidade do aço. É composto essencialmente de óxido de
cálcio, ferro, silício, magnésio, manganês, alumínio, fósforo e enxofre.
Principais aplicações: após beneficiamento é utilizado como agregado
para pavimentação, drenagens, construção de rip-rap e gabiões, produção
de artefatos de concreto e misturas asfálticas e material de retorno na
aciaria.
• Agregado Siderúrgico de Alto Forno: É um co-produto gerado na produção do ferro gusa nos altos fornos, formada a partir da ganga do minério, cinzas do redutor e escorificantes. É composto essencialmente de óxido de: cálcio, silício, alumínio, magnésio.
Principal aplicação: na produção de cimento.
52• Carepa: Proveniente da oxidação da superfície do aço quando em
contato com o ar. É gerada nos processos de lingotamento, forjamento, laminação a quente e a frio. É constituída, predominantemente, por óxidos de metais presentes na composição do aço, com predominância absoluta do óxido de ferro.
Principais aplicações: Matéria prima para a sinterização, fabricação de cimento, produção de artefatos de concreto e ferro ligas. As frações maiores são utilizadas como enriquecimento de carga metálica para fornos de gusa e aço.
• Finos de Carvão e Finos de Coque: São materiais resultantes da movimentação e peneiramento dos carvões e do coque. Apresentam-se na forma de pequenas partículas.
Principais aplicações: Como combustível para reuso na siderurgia ou outras indústrias.
• Finos de Minério: É um material resultante da movimentação e peneiramento do minério de ferro. Apresenta-se na forma de partículas finas de óxidos de ferro.
Principais aplicações: Matéria prima para a sinterização e produção de cimento.
4.10- Processos de Produção Limpa (Tecnologias).
A tecnologia de gestão do Grupo Gerdau está orientada para
desenvolver novos níveis de excelência nos processos industriais, comerciais,
ambientais e de gerenciamento, buscando alcançar benchmarks em todas as
suas áreas de atuação.
A Gerdau trata de forma planejada as potenciais fontes de impacto no
meio ambiente e investe continuamente em tecnologias de proteção da
natureza. Com modernos sistemas de despoeiramento do ar e
reaproveitamento de cerca de 97% das águas que utiliza, reafirma seu
compromisso em buscar soluções sustentáveis para as suas atividades
53
4.10.1- Sistema de tratamento e recirculação de água.
Figura 05. Sistema de tratamento e recirculação de água.
As águas industriais são tratadas e recirculadas por sistemas em
circuito fechado, permanecendo dentro das plantas siderúrgicas. Atualmente, o
índice de recirculação médio chega a 95%, percentual que atende aos
exigentes níveis de proteção dos recursos hídricos. Os investimentos no
tratamento de efluentes e na recirculação possibilitaram a redução da
captação. Além disso, o Grupo Gerdau participa ativamente da gestão das
águas no país, com atuação em câmaras setoriais e em comitês de bacias
hidrográficas no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
54
4.10.2- Estação de Tratamento de Água e Esgoto ETA.
Figura 06. Estação de tratamento ETA. Gerdau Cosigua RJ.
Produção de água industrial e potável, sistema pulsator com
clarificação e tratamento químico.
Os resíduos industriais são gerenciados, utilizando-se práticas de
redução, reciclagem, reutilização e disposição controlada. Historicamente, o
Grupo Gerdau realiza pesquisas científicas em parceria com universidades e
entidades setoriais para aprimorar as aplicações de escória, carepas e pós da
aciaria em outras atividades produtivas. Esses subprodutos substituem com
vantagens algumas matérias-primas e reduzem os impactos ambientais
decorrentes da sua extração na natureza. A escória da aciaria está sendo
empregada na pavimentação de rodovias em substituição à terra e à brita,
enquanto as carepas participam da composição do cimento. Em 2001, foram
desenvolvidas novas pesquisas para que os pós sejam incorporados à massa
argilosa da indústria cerâmica.
55
4.10.3 - Sistema de Despoeiramento.
Figura 07. Sistema de despoeiramento dos fornos de Aciaria.
• A implantação de novos sistemas de despoeiramento permitiu ampliar
os níveis de proteção atmosférica das usinas no Brasil e no exterior, nas
unidades do país, a proteção atmosférica é realizada por meio de
sistemas de despoeiramento, que filtram, com alta eficiência, 12,3
milhões de metros cúbicos de gases e partículas sólidas por hora,
produzidas durante a fabricação do aço.
4.10.4- Gestão de Resíduos industriais Gerdau Cosigua.
Figura 08. Pátio de resíduos industriais Gerdau Cosigua RJ.
56Os resíduos industriais são gerenciados, utilizando-se práticas de
redução, reciclagem, reutilização e disposição controlada. Historicamente, o
Grupo Gerdau realiza pesquisas científicas em parceria com universidades e
entidades setoriais para aprimorar as aplicações de escória, carepas e pós da
aciaria em outras atividades produtivas. Esses subprodutos substituem com
vantagens algumas matérias-primas e reduzem os impactos ambientais
decorrentes da sua extração na natureza. A escória da aciaria está sendo
empregada na pavimentação de rodovias em substituição à terra e à brita,
enquanto as carepas participam da composição do cimento. Em 2001, foram
desenvolvidas novas pesquisas para que os pós sejam incorporados à massa
argilosa da indústria cerâmica.
Antes Depois
Resultados Imediatos:
• Redução da mistura de resíduos aumentando a sua reutilização.
• Carepa aumentou 65% a disponibilidade de carepa limpa para venda
(Minério de Ferro para siderúrgicas integradas).
57 Antes Depois
Aumento da destinação para reciclagem:
• Papel e plástico de 13 para 19 t/mês;
• Madeira de 70 para 130 t/mês;
• Óleos e Graxas de 12 para 17 t/mês.
No curso da sua história, o Grupo Gerdau cresceu com a convicção de
que é necessário estar capacitado para buscar resultados em todas as
situações econômicas, visando sempre aumentar os índices de produtividade e
eficiência fatores fundamentais para a continuidade da trajetória empresarial.
Com isso, a modernização das usinas é realizada permanentemente
com o compromisso de garantir a excelência ambiental em todas as etapas da
produção do aço. O Grupo Gerdau também participa de iniciativas na área de
pesquisa e desenvolvimento (P&D), em parceria com universidades e centros
de pesquisa, na busca de novas soluções para o tratamento e a reciclagem de
resíduos.
58
CONCLUSÃO
O mundo vem passando por grandes transformações, transformações
estas que obrigam as organizações a buscarem meios de se adaptarem a essa
nova realidade, e com isso sobreviverem em seu mercado de atuação, desta
forma só terão oportunidade de sobreviver as organizações que absorverem
continuamente as grandes evoluções tecnológicas e investirem cada vez mais
em processos limpos, ou seja, ecologicamente corretos.
A Gerdau Cosigua RJ, é uma empresa que se destaca neste novo
cenário, pois busca romper os paradigmas para promover a mudança e
alcançar a excelência em seus processos, de forma a não degradar o meio
ambiente, respeitando a sociedade e as gerações futuras, firmando cada vez
mais o seu compromisso com as questões ambientais. Assim as preocupações
ambientais se convertem não em um mero custo do negócio, mas sim numa
poderosa fonte de vantagens competitivas, pois ao envolver de forma
compromissada, todos os indivíduos da sua organização, promoverão
processos mais eficientes, aumento de produtividade, custos menores,
cumprimento de exigências contratuais e novas oportunidades de mercado.
Desta forma a implantação de métodos de produção limpa através da
responsabilidade ambiental, trazem muitos benefícios para a organização, pois
reduz os custos associados a geração de resíduos industriais, tornando a
empresa mais produtiva e competitiva, fortalecendo a sua imagem perante a
sociedade em relação aos problemas ambientais. Assim os investimentos para
redução da poluição, são efetuados diretamente na cadeia produtiva com
maior possibilidade de retorno.
Contudo, as organizações que procuram produzir de uma maneira
limpa, gerando menos resíduos por meio do aprimoramento de seus processos
produtivos tornam-se cada vez mais eficientes, com isso o desafio atual dentro
de uma estrutura organizacional é ajustar seus modelos de gestão ambiental
59para o desenvolvimento permanente, para isso precisa abandonar conceitos
antigos e assumir o seu papel perante a realidade do mundo atual. Desta
maneira torna-se imprescindível que as organizações adotem uma postura pró-
ativa em relação preservação do meio ambiente através da utilização de
processos produtivos limpos.
Diante de todo o contexto abordado, pode-se concluir que a cultura
organizacional da Gerdau Cosigua RJ, não é um fator que impede a utilização
da responsabilidade ambiental como ferramenta de gestão na implantação de
métodos de produção limpa, ou seja, a cultura da empresa é o principal fator
que propicia a empresa a introduzir investimentos em novas tecnologias em
sua cadeia produtiva para uma produção limpa. Evitando assim a degradação
dos recursos naturais e consequentemente maximizando o valor da sua
imagem perante a sociedade.
60
BIBLIOGRÁFIA
ANTUNES, Paulo De Bessa. Direito ambiental. 11º ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. BRASIL, Lei nº 9.795 de 27 de Abril de 1999, Art.1º BURNS, Edward Mcnall. História da civilização ocidental. 2º ed. Porto Alegre: Globo, 1968. CARVALHO, Vilson Sérgio de. Educação ambiental e desenvolvimento comunitário. 2º ed. Rio de Janeiro: Wak, 2006. DIAS, Reinaldo. Gestão ambiental: responsabilidade social e sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009. LAKATOS, E.M., MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1991 VALLE, Cyro Eyer do. Qualidade ambiental: ISSO 14000. 6º ed. São Paulo: Senac, 2006. SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. Gestão ambiental: instrumentos, esferas de ação e educação ambiental. São Paulo: Atlas, 2007. GREENPEACE. Disponível em: <http://www.greenpeace.org.br>. Acesso em: 23 janeiro. 2010a. horário: 23:10 KRUSZEWSKA, Iza; THORPE, Beverley. What is Clean Production? Greenpeace International, October, 1995. Disponível em: <http://www.cpa.most.org.pl/cpb1.html>. Acesso em: 23 janeiro. 2010.horário 21:53 http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%A9-hist%C3%B3ria. Acesso em: 07 jan 2010 http://www.unicamp.br. Acesso em: 22/ Nov/ 2010. http://www.gerdau.com.br. Acesso em: 07/Jan/ 2010. http://www.terraforum.com.br. Acesso em: 18/Jan/2010.
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