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I
UNIVERSIDADE DE BRASILIA-CEAD COORDENAÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO - “LATO SENU” PÓS - GRADUAÇÃO EM ESPORTE ESCOLAR
ELSON ARAUJO DE SALES E SILVA
DESPORTO E INCLUSÃO SOCIAL NO PROJETO SEGUNDO TEMPO
RECIFE/PE
2007
II
ELSON ARAUJO DE SALES E SILVA
DESPORTO E INCLUSÃO SOCIAL NO PROJETO SEGUNDO TEMPO
Trabalho apresentado ao curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em Parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do título de Especialista em Esporte Escolar.
ORIENTADOR: MS. LUIZ FERNANDO PINTO MAIA
RECIFE
2007
III
Sales. Elson Araújo e silva Desporto e inclusão Social no Programa Segundo Tempo. Recife, 2007 Nº. de páginas. 28 Especialização em Esporte Escolar da Universidade de Brasília. Centro de ensino a Distância, 2007. Palavra chave. Programa Segundo Tempo, Masculino, Centro de Atividades.
IV
ELSON ARAUJO DE SALES E SILVA
DESPORTO E INCLUSÃO SOCIAL NO PROJETO SEGUNDO TEMPO
Trabalho apresentado ao Curso de Especialização em Esporte Escolar do Centro de Educação à Distância da Universidade de Brasília em parceria com o Programa de Capacitação Continuada em Esporte Escolar do Ministério do Esporte para obtenção do titulo de Especialista em Esporte Escolar pela comissão formada pelos professores:
Professor Mestre. Luis Fernando Pinto Maia
Universidade de Pernambuco
Professora Mestre em Psicologia Comunitária Lucila Souto Mayor Rondon
Universidade de Brasília
Recife, março de 2007.
V
A Deus, luz Divina que sempre está presente em minha vida. A meu pai minha mãe, minha esposa e filhas, que sempre incentivaram e acreditam no meu trabalho.
VI
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, agradeço a minha esposa Rosineide Sales,
minhas filhas Camila Brandão de Sales e Silva e Catarina Brandão de Sales e Silva,
minha mãe Dália Sales pela paciência, das horas que lhes roubei, na realização de
estudo e pesquisa. Não poderia deixar de agradecer a meu Pai Edson Sales que
mesmo não estando mais em nosso convívio nunca deixou transparecer a dificuldade
de educar sete filhos apostando e incentivando sempre para o sucesso de todos.
Agradeço também minha colega de trabalho da Escola jornalista Trajano Chacon,
Janine Santos, Lamartine Venâncio, professor de SESI, que colaboraram nesta
trajetória de busca e estudos, e todos aqueles que direta e indiretamente nos deram
força e contribuíram no processo de elaboração deste trabalho.
VII
“A VIDA É UMA PEÇA DE TEATRO QUE NÃO PERMITE ENSAIOS. POR ISTO,
CANTE, CHORE, DANCE, RIA E VIVA INTENSAMENTE ANTES QUE A CORTINA SE
FECHE
E A PEÇA TERMINE SEM APLAUSOS."
(Charlie Chaplin)
VIII
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa verificando o
interesse e resultados das experiências que contribuíram efetivamente para o
desenvolvimento pessoal e social de crianças e adolescentes participantes do
Programa Segundo Tempo de execução do convênio SESI Pernambuco e Ministério do
Esporte, desenvolvidos em seis unidades atendendo a faixa etária entre sete a quatorze
anos de baixa renda e em situação de risco social por meio de atividades de esporte e
arte educação orientação pedagógica e reforço alimentar, educação para saúde e
orientação social.
A prática do esporte educacional aliada ao desenvolvimento de ações educativa-
formativas, visa possibilitar o aproveitamento do uso do tempo livre das crianças e
adolescentes, ocupando este espaço com vivências de valores baseadas na
participação e no exercício da cidadania.
A realização deste estudo veio de uma pesquisa de caráter descritivo,
seguindo uma abordagem metodológica quantitativa. A discussão foi através de análise
de conteúdo, segundo Severino (2000).
Ao final verificamos que o quantitativo de alunos participantes do sexo masculino
era superior nos seguintes centros de atividades: Ibura, Caruaru, Jaboatão e Cabo, e
em quantidades iguais no centro de atividades de Camaragibe já no centro de
atividades de Paratibe o número de meninas foi maior. Fato que podemos entende pelo
incentivo maior dos pais para que os meninos através do esporte tenham um futuro
IX
promissor dado como exemplo os grandes jogadores de futebol, coisa que já não
acontece com o sexo feminino por ainda se achar que é um sexo frágil e não poderá
despontar como uma grande atleta em modalidade há não ser o futebol.
.
PALAVRAS CHAVE: Programa Segundo Tempo, Centro de Atividades, inclusão social,
desporto e esporte educacional.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Planilha 1 – Número percentual do total geral e do gênero
Gráfico 1 – Quantitativo geral
Gráfico 2 – Quantitativo geral
Planilha 2 – Quantitativo de participantes em cada centro de atividades
Gráfico 3 – Quantitativo por centro de atividades
Gráfico 4 – Percentual por centro de atividade
Planilha 3 – Diferenças percentuais por gênero de cada centro de atividades
Gráfico 5 – Percentual por sexo em cada centro de atividades
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SUMÁRIO
1 RESUMO VII 2 LISTA DE ILUSTRAÇÕES 9 3 INTRODUÇÃO 11 4 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA 14
5 MÉTODO 18 6 RESULTADO E DISCUSSÃO 20 7 CONCLUSÃO 27 8 REFERÊCIAS 28
11
1 INTRODUÇÃO
O Esporte como uma prática pedagógica no âmbito escolar poderá atuar
enquanto fenômeno sociocultural, na perspectiva de estimular a educação para o
exercício da cidadania, a partir da cultura vivida e construída historicamente pelo
homem.
Utilizar o esporte para o desenvolvimento social, é oferecer a oportunidade de
questionar, participar, cooperar, pensar, decidir, consequentemente de assumir
responsabilidades.
Os profissionais de Educação Física podem oferecer diversas formas de
atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, ginástica, formas estas que
configuram uma área de conhecimento que, podemos chamar de cultura corporal.
Existe a necessidade em quebrar os paradigmas tradicionais que norteiam a
prática das aulas de Educação Física, nas quais percebe-se o fenômeno da
esportivização excluindo grupos por não ter habilidades para a execução do
movimento.
Devemos, portanto, utilizar o esporte nas vivências práticas para desenvolver
uma cultura esportiva em condições igualitárias, estimulando a prática, na aquisição de
experiências motoras, sendo acessível a todos oportunizando a descoberta de suas
potencialidades e formação integral, em que ocorra a vinculação independente de raça,
cor, ou necessidades especiais, levando ao desenvolvimento e equidade social.
A exclusão e inclusão são umas falsas polêmicas e representam à aparência de
uma realidade que, para ser explicada, exige à consideração das leis gerais que regem
o modelo do capital e organizar a produção e reprodução dos bens, as contradições na
organização do poder no estado capitalista e, fundamentalmente, as expressões da luta
de classes, ou seja, o enfrentamento entre interesses antagônicos e altamente
conflitantes que também determinam a vida na sociedade.
12
Pertencer ou não, estar incluído ou não, na escola, nas atividades culturais, sejam
quais forem elas, em uma sociedade organizada em classes sociais requer sabermos a
que classe social estamos nos referindo.
O desenvolvimento de tal consciência histórica, segundo Meszáros (2002, p.59)
significa o enfrentamento de três problemas, a saber:
1. a determinação da ação histórica, o agir humano;
2. a percepção da mudança não como lapso de tempo, mas como um movimento
de caráter cumulativo;
3. a oposição consciente entre particularidade e universalidade, como síntese, de
modo a explicar historicamente eventos relevantes e seu significado amplo que
transcende o imediato.
Portanto, a construção de alternativa para o trabalho pedagógico deve apontar
para a elaboração da teoria a partir da consideração da prática e sua descrição
empírica, de um referencial que explique sua prática, na perspectiva da compreensão
de sua totalidade, radical idade e no conjunto, e da elaboração de proposições
coletivas, solidárias, alternativas, superadoras.
Este é o enfrentamento para o próximo período, se quisermos agir na linha da
superação dos elementos que constitui a contradição de fundo que mantém a maioria
excluída do acesso aos bens culturais, entre os quais a educação física e o esporte. A
questão de fundo não é a inclusão, mas sim, a resistência, a ocupação, a produção, a
preservação a partir da determinação responsável e voluntária de produtores
associados que têm como elemento regulador, nos planejarmos de baixo para cima do
sistema de produção e troca, não as leis do mercado, mas fundamentalmente as
necessidades vitais do ser humano.
O Programa Segundo Tempo é um programa em parceria do SESI juntamente
com o Ministério do Esporte, destinando a democratizar o acesso ao esporte como
direito de cada um. Procura atender principalmente às crianças e jovens matriculados
nas escolas de ensinos fundamental e médio dos estabelecimentos públicos de
educação do Brasil.
O Programa Segundo Tempo foi configurado no decorrer de sua execução como
uma das grandes oportunidades de experiências educativas capazes de contribuir para
13
o desenvolvimento pessoal e social das crianças e adolescentes que participaram desta
proposta.
A prática do esporte como principal via de agregação de valores, desponta como
instrumento ideal de convergência na organização de uma proposta educativa-
formativa , para o aproveitamento constituído do tempo livre dessas crianças e
adolescentes.
14
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Lauwe (1979), o tema esporte na escola é um dos temas mais
controversos na discussão esportiva, seja pela paixão que suscita, por sua
abrangência, por várias possibilidades de enfoque, tudo isto gerado pela falta de mais
pesquisas sob diferentes aspectos e diferentes realidades escolares.
Segundo Aparecida (1986), todos sabem que os esportes, em geral, são um bom
meio para se obter uma condição física saudável. Também temos conhecimento de seu
valor enquanto atividade de lazer - seja praticando-o ou apenas assistindo a sua prática
- ou ainda, e o mais importante, enquanto um valioso elemento educativo que serve
para o reforço de valores morais adequados e hábitos que valorizam a qualidade de
vida. Indiscutivelmente, a importância dos esportes é elevada na sociedade atual.
Contudo, mesmo sabendo-se dos valores relacionados ao esporte, existe uma grande
polêmica em torno da forma como se deve ensiná-lo.
O princípio básico dos esportes na escola é a inclusão, ou seja, o de que todos os
alunos devem participar da aula durante toda a sua duração. Assim, na verdade, não se
deve trabalhar o esporte propriamente dito, porque alguns alunos necessariamente
teriam de ficar de fora das atividades e, mesmo que o professor dispusesse de várias
quadras no colégio e muito material disponível, como redes, bolas, etc., o esporte
seguindo as regras oficiais seria inviável, porque o educador acabaria perdendo o
controle das atividades que seus alunos estariam executando, o ideal é a utilização de
jogos pré-desportivos, adaptados à participação de todos os alunos. Exemplificando: se
o professor vai trabalhar o conteúdo voleibol, ele não pode realizar o esporte com todas
as suas regras, porque, além de os alunos não estarem preparados para realizar
determinados movimentos que podem ocasionar lesões, se ele fizer tal atividade,
apenas doze alunos praticarão de cada vez, e o restante da turma ficará sem fazer
nada, apenas aguardando a sua vez de jogar.
15
Ora, o tempo de duração de uma aula varia entre 40 e 50 minutos e, se os alunos
ficarem esperando para jogar, eles não estarão tendo uma aula na sua totalidade e sim
apenas uma fração do tempo adequado destinado à Educação Física. Além disso,
segundo Santini (1987), pesquisas comprovam que, quando o professor adota tal
postura, a tendência é que aqueles alunos que já têm certa habilidade acabem
participando mais que aqueles que encontram dificuldades no aprendizado na
modalidade. Portanto, o professor acaba reforçando a exclusão, desprivilegiando
exatamente aqueles que precisam de mais ajuda, pois a tendência é que aqueles que
já têm certa aptidão física melhorem ainda mais e que os alunos com dificuldades
mantenham o baixo nível de aprendizagem motora. Em longo prazo, a situação piora
ainda mais: “Os alunos excluídos começam a sentir-se discriminados, já que a aula de
Educação Física serve apenas para expô-los a ridicularização feita pelos colegas
esportistas. Logo, esses alunos acabarão pegando ojeriza de qualquer tipo de atividade
física e, conseqüentemente, vão se tornar sedentários” Cagigal (1981, p.63).
A didática tradicional não visualiza o contexto social, sendo o aluno apenas
receptor do conhecimento, avaliando por etapas, na busca apenas de um resultado
final. Já no posicionamento crítico no esporte devemos apreciar as seguintes posturas:
considerar o conhecimento já adquirido pelo aluno, observar e refletir como sujeito da
sua própria educação, possibilitar a intervenção com o outro, refletir sobre uma
intervenção como salto qualitativo no processo de aprendizagem, promover situações
problemas, que produzam um movimento em direção do novo.
Iniciamos o Programa Segundo Tempo em 01/06/2004 capacitando estagiários e
profissionais. No desenvolvimento das atividades em Paratibe, Ibura, Camaragibe,
Jaboatão, Cabo e Caruaru, contam com a atuação de 24 estagiários para atender 1200
crianças, sendo acompanhados por profissionais da área de Serviço Social, Educação
Física, Pedagogia, e colaboradores do quadro funcional do SESI de Pernambuco. O
acompanhamento foi de forma sistemática com desempenho das funções desses
profissionais, realizando a retro alimentação da filosofia e metodologia do programa.
As crianças e adolescentes que estão inseridos no Programa Segundo Tempo no
SESI, são oriundos das escolas públicas estaduais e municipais da região
metropolitana e agreste do Estado de Pernambuco. O perfil do programa.
16
Assim, as crianças e adolescentes escolhidos para participarem do Programa
Segundo Tempo tinham que estar matriculadas nas escolas de ensino fundamental e
médio do estabelecimento público de educação do Brasil, estar na faixa etária de 7 a 14
anos, ser pertencente à família de baixa renda.
Diante de tal perfil observamos que as crianças e adolescentes tem pouca
participação na comunidade, logo demonstra ausência de organização, mobilização,
participação política, com vista no exercício da cidadania. Tal realidade imprime uma
problemática em que às crianças e adolescentes por não exercerem os seus direitos e
deveres, nem usufruírem os serviços e principalmente não tendo consciência da
importância da participação política, na busca pela cidadania, acabam ajudando na
legitimação da relação capitalista x trabalho, ao invés de buscar formas de
enfrentamento para as questões oriundas de tais problemáticas.
Segundo Freire, (1981), a falta de participação e de uma visão de cidadão acaba
colocando a comunidade em uma situação de vulnerabilidade, expostos a todo tipo de
violência estrutural com a negação dos seus direitos básicos, necessários a sua
subsistência.
Quanto à participação das crianças e adolescentes com a gestão participativa
podemos dizer que ocorreu de maneira natural, organizada, mobilizadora, criativa e
interativa. Essa forma de relacionamento dos adolescentes com a equipe técnica, com
voluntários e os canais de participação é reflexo da forma de ação que busca na
metodologia procurar sempre atingir os objetivos do programa. Os adolescentes que
estão inseridos no Programa Segundo Tempo sabem que têm que trabalhar coma visão
de busca da cidadania e inserção social.
Na intervenção do educador, segundo Libâneo, (1991) o caráter pedagógico da
prática educativa se verifica como ação consciente, intencional e planejada no processo
de formação humana, através de objetivos e meios estabelecidos por critérios
socialmente determinados e que indicam o tipo de homem a formar, par qual
sociedade, com quais propósitos.
Temos que ensinar o aluno a compreender suas limitações e implicações bio-
sócio-culturais, o aluno aprendendo a aprender, e o profissional de Educação Física
17
como facilitador, criando um triângulo interativo, facilitador-conteúdo-aluno, como
possibilidade de transformação.
Saviane em seu livro (1991), afirma que essa transformação é o processo através
do qual seleciona – se o conjunto do saber sistematizado com elementos relevantes
para o crescimento intelectual dos alunos e organizam–se esses elementos numa, e
seqüência que possibilite sua assimilação.
Como educador devemos oportunizar aos alunos reconstruir a capacidade de
desejar, sendo o mediador no resgate da dignidade, produzindo um movimento em
direção ao novo.
Ao trabalhar na gestão do Programa Segundo Tempo foi gratificante perceber
que as atividades propostas têm permitido o resgate da confiança e a formação da
conscientização das crianças e adolescentes para a construção de um futuro melhor.
A instituição que trabalho o SESI acredita e aposta neste poder de mudar
pessoas e construir uma nova sociedade, valorizando o ser humano, garantindo o seu
desempenho e formando um cidadão plenamente consciente dos seus direitos e
deveres na sociedade, participante da construção de um mundo em que todos possam
viver com dignidade.
18
3 MÉTODO O acesso ao esporte, como principal objetivo do Programa Segundo Tempo,
contribui para facilitar o processo de desenvolvimento integral da criança e do
adolescente, formação do espírito de solidariedade, aumento da participação, a
cooperação e emancipação. Segundo Brandão (1984), esta é uma pesquisa que tem
uma abordagem quantitativa e de caráter descritivo, na busca de compreender o
problema no meio em que ele ocorre e ainda tentando avaliar o comportamento
humano de forma exploratória e indutiva.
É desta forma que nos utilizamos do método quantitativo, para avaliar o número
de participantes por gênero do Programa Segundo Tempo de todos os centros de
atividades, através de relatórios entregues por cada centro de atividade com números
dos participantes.
Os dados foram coletados durante o processo das atividades e ao final para que
se tivesse uma estimativa da quantidade total de participantes. As informações da
pesquisa foram colhidas através dos dados durante a matrícula dos participantes.
Analisamos os resultados utilizando técnicas de análises de conteúdos e,
segundo ensina Severino (2000), com uma organização criteriosa do material a ser
analisado, calculando e avaliando várias vezes para se ter uma maior segurança sobre
esses conteúdos foi explícita através de tabelas e gráficos. Os dados foram tratados por
fim, de forma quantitativa sendo analisado os conteúdos sem se perder das
informações estatísticas.
Ainda segundo Severino (2000) o pesquisador, no entanto precisa de algo que
forneça elementos para observação da realidade. Ele necessita de definições
necessárias para medir ou manipular constructos. Precisamos explicitar as regras, ou
procedimentos que devemos executar para definir deter minada variável.
Principais pontos fortes sinalizados:
Orientação pedagógica. As crianças apresentaram melhor interesse e
responsabilidade por suas questões escolares.
19
Alimentação saudável e de boa qualidade.
Melhoria do acompanhamento, disciplinar, educação e relacionamento pessoais
com as quais ela convive.
Estímulo a prática esportiva
Desenvolvimento de habilidades artísticas.
Promoção da saúde através da aquisição de higiene e alimentação saudável.
20
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
.
O Programa Segundo Tempo surgiu no ano de 2003, entretanto, devido a sua
extensão do âmbito de ação e, principalmente, pela sua execução ser feita por vários
parceiros, o início do programa não ocorreu em todos os estados de forma igualitária.
Em Pernambuco, o SESI ficou responsável pela execução do programa, iniciando o
Programa Segundo Tempo em junho de 2004. Todavia, não foram todos as cidades do
estado que foram beneficiadas com o programa, pois só seis unidades do SESI de
Pernambuco foram cadastradas, segundo quadro abaixo:
Municípios Centros de Atividades
Nº. crianças/adolescentes
Total de atendimentos.
Recife CAT Ibura 250 250
Paulista CAT Paratibe 250 250
Cabo CAT Cabo 250 250
Jaboatão CAT Jaboatão 150 150
Caruaru CAT Caruaru 150 150
Camaragibe CAT
Camaragibe
150 150
Total 1.200
21
O estudo foi realizado no SESI, Departamento de Pernambuco, utilizando-se o
número oficial de participantes do Programa Segundo Tempo em todos os centros de
atividades.
Do universo atendido, o perfil das crianças e adolescentes participantes do
Programa teve como características principais:
Dependentes de famílias com renda mensal entre 1 a 3 salários mínimos.
Residentes em comunidades carentes, geralmente localizada na periferia dos
grandes centros e com pouca infra – estrutura.
Alunos de escolas públicas localizadas na periferia.
A planilha 1 (um) traz o número percentual do total geral e do gênero dos
participantes.
PLANILHA 1
ITEM PESQUIZADO NUMERO PERCENTUAL
TOTAL 1200 100%
MASCULINO 571 53%
FEMININO 499 47%
22
GRÁFICO 1
QUANTITATIVO GERAL
12001000800600400200
0 TOTAL MASCULINO FEMININO
número
GRÁFICO 2
QUANTITATIVO GERAL
47% MASCULINO 53%
FEMININO
A planilha 2 nos mostra uma relação sobre o total de participantes em cada
Centro de Atividades no Programa Segundo Tempo, na qual encontramos o Centro de
Atividade com maior número de participantes que foi o Centro do Cabo com 226,
Paratibe com 224, Ibura com 164, Caruaru com 155, Jaboatão com 151 e Camaragibe
com 150.
Diante dos resultados observamos uma evasão nos centros de atividades do
Cabo, Ibura, Camaragibe já os Centros de atividades de Jaboatão e de Caruaru, teve
um atendimento um pouco a mais da sua meta.
23
A planilha 2(dois) registra a quantidade de participantes em cada Centro de
Atividade.
PLANILHA 2
ITEM PESQUIZADO NUMERO TOTAL PERCENTUAL
CABO 226 21
CAMARAGIBE 150 14
CARUARU 155 14
IBURA 164 15
JABOATÃO 151 14
PARATIBE 224 21
GRÁFICO 3
QUANTITATIVO POR CENTRO DE ATIVIDADE
050
100150200250
CABO
CAMARAGIBE
CARUARUIBURA
JABOATÃ
O
PARATIBE
GRÁFICO 4
24
PERCENTUAL POR CENTRO DE ATIVIDADE
CABO 21% 22%
CAMARAGIBE
CARUARU
IBURA 14%14% JABOATÃO
PARATIBE 14%15%
A quantidade de alunos participantes por gênero pode nos mostrar que a
participação do sexo masculino no programa foi maior nos centros de atividades do
Cabo, Caruaru, Ibura, e Jaboatão, já no Centro de atividades de Paratibe o predomínio
foi do sexo feminino e a unidade de Camaragibe a participação foi exatamente igual.
A planilha 3(três) mostra as diferenças percentuais por Gênero de cada Centro
de atividade.
CAT TOTAL MASCULINO FEMININO
CABO 226 51% 49%
CAMARAGIBE 150 50% 50%
CARUARU 155 59% 41%
IBURA 164 60% 40%
JABOATÃO 151 54% 46%
PARATIBE 224 48% 52%
GRÁFICO 5
25
PERCENTUAL POR SEXO EM CADA CENTRO DE ATIVIDADE
0%20%40%60%80%
100%
CABO
CAMARAGIBE
CARUARUIBURA
JABOATÃ
O
PARATIBE
MASCULINOFEMININO
Através de depoimentos, como o do aluno Diego da Silva de 13 anos de
Camaragibe, que fala, "Achei bom porque eu não preciso ficar em casa sem fazer nada,
aqui aprendemos muito e conhecemos muitos amigos”. E do engajamento alto dos
alunos do Programa Segundo Tempo, podemos constatar que obtivemos um bom
resultado em todas as atividades realizadas. A participação maior de meninos em
relação a meninas entende-se como um incentivo maior dos pais para participar de uma
atividade esportiva, pois culturalmente ainda ocorre discriminação em relação ao sexo
feminino para o esporte, baseado nisso é que podemos tentar entender porque a
procura foi maior pelas crianças do sexo masculino.
Vemos que este paradigma pode ser quebrado através do tempo, pois as aulas
do Programa Segundo Tempo não se baseiam na vitória e na competição como
prioridade. Certamente com o decorrer das atividades as crianças poderão ter uma
compreensão maior sobre isso, pois nesse momento entra a função do professor como
interventor, tentando quebrar estes paradigmas.
Diante destes fatos, entendemos que o papel social em sua prática profissional,
ira contribuir para a formação cultural e cidadã do aluno, sendo um meio de reflexão,
para a transformação social enfrentando os desafios, diante de questões diversas na
democratização da sociedade, tendo seu papel definido como agente transformador,
eticamente coerente em suas praticas, agregando valores. Toda criança tem direito a
educação independente de suas habilidades ou dificuldades, e a prática da Educação
26
Física irá contribuir para sua interação social. Um outro ponto a ser considerado é que
as outras crianças sem necessidades especiais, desenvolvem a cooperação e a
valorização das diferenças, respeitando as necessidades dos outros.
27
CONCLUSÃO
O Programa Segundo Tempo configura-se como uma das grandes
oportunidades de experiências educativas, capazes de contribuir efetivamente para o
desenvolvimento pessoal e social de crianças e adolescentes.
A prática do esporte educacional aliada ao desenvolvimento de ações
educativo-formativas, vem possibilitando o aproveitamento do tempo livre de crianças e
adolescentes, ocupando este espaço com vivências e experiências altamente
construtivas, necessárias, como instrumento de cidadania, para uma participação
consciente e madura dos problemas conjunturais enfrentados pelo país.
Percebemos que através da satisfação das crianças e também dos pais
em participar efetivamente do programa. O objetivo foi totalmente atingido, por meio das
ações educativo-formativa, possibilitando a inserção e o crescimento social. Frente a
estas informações e depoimentos espontâneos, podemos observar o enorme sucesso
alcançado pelo programa no período de 10 meses. O esforço supera o limite do
permitido e a dedicação se tornou a marca registrada
O projeto de pesquisa foi visto como engrandecedor, já que devido a ele
pudemos conhecer de forma aprofundada, o Programa Segundo Tempo, que é
compreendido como sendo uma estratégia e articulação da esfera pública e privada
para enfrentar a problemática da exclusão social, das seqüelas da relação da má
distribuição de renda, ou seja, da desigualdade social em que vivemos no nosso País.
28
REFERÊNCIAS 1. APARECIDA, S; Silva, I. Valores em educação: problema da compreensão e
operacionalização dos valores na prática educativa. Petrópolis: Vozes, 1986.
2. BRANDÃO, C. R. Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense,
1984.
3. CAGIGAL, J. M. Oh! Deporte. Anatomia de um gigante. Valladolid: Miñon, 1981.
4. FREIRE, P. Educação e mudança. 4. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
5. MÉSZÁROS, I. Para além do capital. São Paulo: Boitempo editorial, 2002.
6. LAUWE, P. H. C. Aspirations et transformations sociales. Paris: Antropos, 1979.
7. LESNE, M. Travail pedagogique et formation d’adulte. Paris: PUF, 1977.
8. ROCHA, M. A.; DOURADO, A. C.; GONSALVES H. R. Estudo do Somatótipo da
Seleção Brasileira de Voleibol Categorias Infanto - Juvenil e Juvenil - 1995.
Revista da Associação do Professores de Educação Física de Londrina,
Londrina, v.11, no 19, p. 21-30, 1996.
9. SANTINI, S. Educação Física, sua Abordagem Filosófica e Corporeidade. IJUÍ,
Ed. 1987.
10. SEVENND, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Cientifico. São Paulo:
Cortez,2000.
-- Relatório de atividades dos núcleos do Programa Segundo Tempo
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