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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PPGE
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
CRISTIANE CARVALHO BEZERRA DE LIMA
ANÁLISE COMBINATÓRIA: UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIV A COM MAPAS CONCEITUAIS
João Pessoa - PB 2011
2
CRISTIANE CARVALHO BEZERRA DE LIMA
ANÁLISE COMBINATÓRIA: UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIV A COM MAPAS CONCEITUAIS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado, do Programa de Pós – graduação em Educação, da Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Educação, na linha de pesquisa: Processos de Ensino – Aprendizagem, sob a orientação do Professor Dr. Romero Tavares da Silva.
João Pessoa - PB 2011
3
L732a Lima, Cristiane Carvalho Bezerra de.
Análise combinatória: uma aprendizagem significativa com mapas conceituais / Cristiane Carvalho Bezerra de Lima.--
João Pessoa, 2011. 201f. : il.
Orientador: Romero Tavares da Silva Dissertação (Mestrado) – UFPB/CE
1. Educação – Matemática. 2. Ensino de matemática. 3. Aprendizagem significativa. 4. Mapas conceituais. 5. Análise combinatória. 6. Taxonomia de Bloom-Modificada.
UFPB/BC CDU: 37(043)
5
DEDICO este trabalho de pesquisa a todos profissionais da Educação que escolheram ser professores por acreditarem na construção de uma Educação de qualidade.
6
AGRADECIMENTOS
Todo o trabalho não seria possível sem a colaboração direta ou indireta
de várias pessoas, mesmo sem as citá-las tiveram influências significativas para a
realização desse projeto. Registro meus agradecimentos, que são muitos, a todas
elas e em particular:
A Deus, por tudo!
Ao professor orientador Romero Tavares pela confiança depositada em
mim, por todos os trabalhos disponibilizados, todos os momentos de reflexões, pela
paciência em minha ansiedade, por sua segurança e por ter sido um organizador
prévio das idéias deste estudo.
À minha família, minha querida mãe Mª Salete, meu pai Ulisses, irmã
Edlaine e irmão Marcos, minha amada filha Iasmin e ao meu companheiro e esposo
Francisco Lima que souberam entender minha opção pelo estudo, compreendeu e
respeitou minha ausência em tantos momentos e, como ninguém me apoiaram nos
momentos difíceis e brindaram a cada etapa vencida.
Aos colegas Cristiane Ângelo, Cibele Castro, Emmanoel Falcão e a
Valdecir Teófilo, por dedicar-se na avaliação e validação dos mapas conceituais e no
questionário pré e pós-teste.
A amiga Severina Andréa Dantas (Andréa) por ter me apresentado o
grupo de estudo do professor Romero, proporcionando o percurso inicial desse
projeto, além de ter me incentivado em vários momentos decorrentes da pesquisa,
muito obrigada amiga.
Ao professor Dr. João Agnaldo do Nascimento pelos cuidados e
dedicação no tratamento estatístico dos dados da pesquisa.
Ao grupo de pesquisa sobre aprendizagem significativa, em especial a
Kátia que contribui na aprendizagem significativa da utilização do software Cmap
Tools para elaboração dos mapas conceituais e a Rejane, amiga de orientação que
me ajudou muito nas análises dos dados qualitativos e nas revisões gramaticais.
Ao professor regente Jomoaldo Ferreira da Costa da escola Luzia Simões
Bartollini, no qual realizei minha pesquisa.
7
Aos membros da escola Luzia Simões Bartollini que me cederam o
espaço da escola à realização da pesquisa, em especial Lucélia, Ailza, Marlene e
José.
A Francisca Rolin, diretora da Escola Carl Rogers em qual trabalho e que
posso desfrutar de várias reflexões a cerca de uma educação transformadora e de
qualidade, através das conversas e de materiais educativos disponibilizados.
Aos colegas da UFPB Virtual em qual faço parte como professora da
disciplina Estágio Supervisionado II, podendo citar, Ramon, Joelson, Alissá, Amanda
e muitos outros que me ajudaram com palavras de incentivo, materiais, sites, dentre
outros recursos envolvidos na pesquisa.
Aos colegas da turma 29 que iniciaram com grande fervor e nas
disciplinas de Pesquisa da Educação puderam contribuir com seus trabalhos, suas
angustias e que me serviram de organizadores prévios na aprendizagem sobre
pesquisas.
Aos professores da graduação, que disponibilizaram materiais didáticos e
incentivaram na minha trajetória acadêmica.
Aos professores Fernando Cézar e Alex Sandro por aceitar participar da
banca examinadora e tratar do tema da pesquisa com muita dedicação, além de
sugerir melhorias significativas nos dados coletados, tornando dessa forma meu
trabalho dissertativo com maior rigor no que tange um trabalho científico.
A todos os professores (as) e amigos do PPGE que com sua paciência
conseguiram transparecer a verdadeira essência da palavra educação o meu muito
obrigada.
8
“Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende”.
(César Coll)
9
RESUMO
Este trabalho apresenta uma estratégia de ensino de matemática numa perspectiva de aprendizagem significativa, referente ao conteúdo do Ensino Médio intitulado Análise Combinatória, a fim de que possamos entender os processos de contagem a partir da compreensão dos conceitos envolvidos. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizaram-se pressupostos de uma metodologia de ensino baseada na teoria de David Ausubel e nas estratégias dos mapas conceituais de Joseph Novak e Bob Gowin, como mecanismo de estruturação do conhecimento dos alunos no processo de ensino e aprendizagem do conteúdo mencionado. Ausubel nos fala que o conhecimento será adquirido e retido se o aprendiz conseguir associar as ideias relevantes pré existentes em sua estrutura cognitiva com as novas informações que estão sendo oferecidas. Nesta direção, Novak utiliza-se dos mapas conceituais para que essa relação entre o conhecimento existente e o adquirido tenha sentido para o aprendiz. Nosso trabalho foi de caráter experimental, expondo o conteúdo Análise Combinatória através do uso de mapas conceituais construídos e sistematizados pela Taxonomia de Bloom-Modificada, de maneira que verificamos a aprendizagem significativa no aprendiz. Para essa verificação, aplicamos um teste antes e depois da exposição do conteúdo, com uso de mapas conceituais na turma experimental e sem o uso de mapas conceituais na turma controle. Os resultados foram avaliados sobre um aspecto quantitativo e uma análise qualitativa, comprovando que o uso de mapas conceituais no estudo de matemática, especificamente no conteúdo trabalhado, favoreceu a aprendizagem significativa.
Palavras-chaves: Educação Matemática. Aprendizagem Significativa. Mapas conceituais. Análise Combinatória. Taxonomia de Bloom-Modificada.
10
ABSTRACT
This work presents a strategy for teaching mathematics in a meaningful learning perspective, concerning the content of high school called Combinatorial Analysis, to understand the processes of counting from the understanding of the concepts involved. For the development of research, we used the assumptions of a teaching methodology based on the theory of David Ausubel and strategies of concept maps by Joseph Novak and Bob Gowin, as a mechanism for structuring the knowledge of students in the teaching and learning of the content mentioned. Ausubel tells us that knowledge is acquired and retained if the learner able to associate the relevant ideas in our pre-existing cognitive structure with the new information being offered. In this sense, Novak uses the concept maps for this relationship between existing and acquired knowledge is meaningful to the learner. Our study was an experiment, exposing Combinatorial Analysis content through the use of concept maps constructed and systematized by Bloom's Revised Taxonomy, so that we find meaningful learning in the apprentice. To check this, we apply a test before and after exposure of the content, using concept maps in the experimental class and without the use of concept maps in class Control. The results were evaluated on a quantitative and a qualitative analysis, proving that the use of concept maps in the study of mathematics, specifically in the content worked, favored meaningful learning.
Keywords: Mathematics Education. Meaningful Learning. Concept Maps. Combinatorial Analysis. Bloom's Revised Taxonomy.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Mapa conceitual sobre Aprendizagem Significativa segundo a Teoria de Ausubel
32
Figura 2 Mapa conceitual resumindo o capítulo sobre Aprendizagem Significativa
38
Figura 3 Mapa conceitual sobre o conhecimento (adaptado de Novak e Gowin, 1984, p.18)
42
Figura 4 Um mapa conceitual mostrando as ideias e as características-chaves que envolvem sua construção (adaptado de Novak e Gowin, 1984, p.30)
48
Figura 5 Mapa conceitual: estrutura da importância da matemática no Ensino Médio
54
Figura 6 Mapa conceitual envolvendo os temas estruturadores para o Ensino Médio
59
Figura 7 Mapa conceitual envolvendo métodos de resolução de problemas
60
Figura 8 Mapa conceitual resumindo os conceitos sobre Análise Combinatória 62
Figura 9 Aprendizagem usando mapas conceituais sobre Análise Combinatória 72
Figura 10 Mapa conceitual referente ao exemplo 3: PFC e os Meios de Transportes 75
Figura 11 Mapa conceitual referente ao exemplo 8: Permutação Simples e Disposição de uma Fila 77
Figura 12 Mapa conceitual referente ao exemplo 16 sobre Arranjo Simples e as Senhas 77
Figura 13 Mapa conceitua referente ao mapa resumo de arranjo 78
Figura 14 Alunos da Turma Controle e Experimental realizando o pré-teste 85
Figura 15 Mapa elaborado pelos alunos da Turma Experimental durante a explanação do conteúdo 86
Figura 16 Construção dos mapas pelos alunos 86
12
Figura 17 Primeiro exercício referente à atividade 1 do aluno da turma Controle (esquerda) e da turma experimental (direita)
87
Figura 18 Execução das atividades por meio da consulta dos mapas conceituais
88
Figura 19 Buscando os conceitos por meio do mapa conceitual 88
Figura 20 Aula na Turma Controle 88
Figura 21 Segundo exercício da atividade 1 do aluno da turma Controle 89
Figura 22 Segundo exercício da atividade 1 do aluno da turma Experimental
90
Figura 23 Terceiro exercício da atividade 1 do aluno da turma Experimental
91
Figura 24 Terceiro exercício da atividade 1 do aluno da turma Controle 91
Figura 25 Sexto exercício da atividade 1 do aluno da turma Experimental
92
Figura 26 Sexto exercício da atividade 1 do aluno da turma Controle 92
Figura 27 Primeiro exercício da atividade 2 do aluno da turma Controle 93
Figura 28 Primeiro exercício da atividade 2 do aluno da turma Experimental 93
Figura 29 Quarto exercício da atividade 2 do aluno da turma Experimental 94
Figura 30 Quarto exercício da atividade 2 do aluno da turma Controle 94
Figura 31 Primeiro exercício da atividade 3 do aluno da turma Controle 95
Figura 32 Primeiro exercício da atividade 3 do aluno da turma Experimental 95
Figura 33 Terceiro exercício da atividade 4 do aluno da turma Experimental 96
Figura 34 Terceiro exercício da atividade 4 do aluno da turma Controle 96
Figura 35 Sexto exercício da atividade 4 do aluno da turma Controle 96
Figura 36 Sexto exercício da atividade 4 do aluno da turma Experimental
97
13
Figura 37 Sétimo exercício da atividade 4 do aluno da turma Controle 97
Figura 38 Sétimo exercício da atividade 4 do aluno da turma Experimental
98
Figura 39 Primeiro exercício da atividade 5 do aluno da turma Controle 98
Figura 40 Primeiro exercício da atividade 5 do aluno da turma Experimental
98
Figura 41 Quarto exercício da atividade 5 do aluno da turma Controle 99
Figura 42 Quarto exercício da atividade 5 do aluno da turma Experimental
99
Figura 43 Mapa conceitual construído pelo Aluno A na entrevista 114
Figura 44 Resposta do Aluno A no pós-teste 114
14
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Média dos alunos das turmas experimental e controle no pré e pós-teste
101
Gráfico 2 Porcentagem de Alunos da Turma Controle sobre o resultado das notas do pré-teste
102
Gráfico 3 Porcentagem de Alunos da Turma Experimental sobre o resultado das notas do pré-teste
102
Gráfico 4 Desempenho dos alunos da Turma Controle no pós-teste 103
Gráfico 5 Desempenho dos alunos da Turma Experimental no pós-teste
103
Gráfico 6 Desempenho dos alunos da Turma Controle no pós-teste: Corte da média
104
Gráfico 7 Desempenho dos alunos da Turma Experimental no pós-teste: Corte da média
104
Gráfico 8 Quantidade de alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma Controle: questões conceituais
105
Gráfico 9 Quantidade de alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma Experimental: questões conceituais 106
Gráfico 10 Quantidade de alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma Controle: questões de cálculo 107
Gráfico 11 Quantidade de alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma Experimental: questões de cálculo 107
Gráfico 12 Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Controle no pré-teste 108
Gráfico 13 Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Experimental no pré-teste 108
Gráfico 14 Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Controle no pós-teste 109
Gráfico 15 Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Experimental no pós-teste 109
15
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Objetivos educacionais – Taxonomia de Bloom (1976) – Área Cognitiva
65
Quadro 2 A Taxonomia de Bloom modificada 66
Quadro 3 Idade e Gênero dos Participantes do Experimento 71
Quadro 4 Resultado do nível de dificuldade dos testes segundo os avaliadores
81
Quadro 5 Distribuição das questões do testes nas dimensões da Taxonomia de Bloom-Anderson segundo a pesquisadora
83
Quadro 6 Distribuição das questões segundo o julgamento dos avaliadores
83
Quadro 7 Esquema do experimento realizado 100
17
LISTA DE SIGLAS
ANOVA – Análise de Variância
CEN – Coordenadoria da Educação Nacional
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
CNB – Conselho Nacional de Educação Básica
CSC – Contextualização Sócio-Cultural
DP – Diferenciação Progressiva
E – R - (estimulo – resposta)
ENEM – Exame Nacional do Ensino Média
EUA – Estados Unidos da América
FGV – Fundação Getúlio Vargas de São Paulo
GEEN – Grupo de Estudos com Ensino de Matemática
IC – Investigação e Compreensão
IHMC – Instituto para a Cognição do Homem e da Máquina
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
OCEM – Orientações Curriculares para o Ensino Médio
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PCN + - Parâmetros Curriculares Nacionais mais Ensino Médio
PFC – Princípio Fundamental da Contagem
PPGE – Programa de Pós-Graduação em Educação
RC – Representação e Comunicação
RI – Reconciliação Integrativa
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
UFCE – Universidade Federal do Ceará
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UNESP – Universidade Estadual de São Paulo
ZDP – Zona de Desenvolvimento Proximal
18
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice A Termo de consentimento livre e esclarecido 128
Apêndice B Pré e Pós-teste 131
Apêndice C Critérios para validação dos questionários pré e pós-teste
140
Apêndice D Apostila referente ao conteúdo Análise Combinatória 145
Apêndice E Atividades desenvolvidas ao longo das aulas nas duas turmas: Experimental e Controle
157
Apêndice F Plano de Aula das turmas Experimental e Controle 163
Apêndice G Critérios para validação dos mapas conceituais sobre Análise Combinatória
168
Apêndice H Mapas conceituais sobre Análise Combinatória 174
20
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 22
2 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: UM ENFOQUE NA
APRENDIZAGEM VERBAL SIGNIFICATIVA...................................... ........
25
2.1 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM: UMA BREVE REVISÃO
LITERÁRIA.................................................................................................... 25
2.2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL............................... 29
2.3 TIPOS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA...................................... 32
2.4 CRITÉRIOS PARA A OCORRÊNCIA DA APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA: A FUNÇÃO DOS ORGANIZADORES PRÉVIOS NA
AUSÊNCIA DE IDEIAS – ÂNCORAS (CONCEITOS SUBSUNÇORES)..... 34
2.5 PRINCÍPIOS AUSUBELIANOS.............................................................. 36
3 MAPAS CONCEITUAIS: UMA ESTRATÉGIA PARA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA......................... ..................................... 39
3.1 OS MAPAS CONCEITUAIS: CONCEITOS E CARACTERIZAÇÃO...... 39
3.2 USO DE MAPAS CONCEITUAIS NA EDUCAÇÃO: UMA BREVE
REVISÃO LITERÁRIA................................................................................... 43
4 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.............................. ...................................... 49
4.1 UMA BREVE HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA.................... 49
4.2 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
DOS CONCEITOS........................................................................................ 53
4.3 ANÁLISE COMBINATÓRIA: A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO
ENSINO MÉDIO............................................................................................ 57
5 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO: TAXONOMIA DE BLOOM
MODIFICADA......................................... ...................................................... 64
21
6. MÉTODO................................................................................................ 68
6.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA......................................................... 68
6.2 O CAMPO DA PESQUISA...................................................................... 70
6.3 MATERIAIS........................................................................................... 72
6.3.1 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: MAPAS
CONCEITUAIS POTENCIALMENTE SIGNIFICATIVOS............................ 72
6.3.2 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS PRÉ E
PÓS-TESTE................................................................................................ 79
6.4 RELATO DA INTERVENÇÃO............................................................... 85
7 RESULTADOS....................................... .................................................. 99
7.1 ANÁLISE QUALITATIVA......................................................................... 111
7.1.1 ENTREVISTA COM O ALUNO A......................................................... 112
7.1.2 ENTREVISTA COM O ALUNO B........................................................ 115
8 DISCUSSÕES.......................................................................................... 117
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................. .......................................... 119
REFERÊNCIAS............................................................................................ 122
APÊNDICE................................................................................................... 128
ANEXOS...................................................................................................... 199
22
1 INTRODUÇÃO
O conhecimento não está nos livros à espera de que alguém venha a aprendê-lo; o conhecimento é produzido em resposta a perguntas; todo novo conhecimento resulta de novas perguntas, muitas vezes
novas perguntas sobre velhas perguntas (POSTMAN e WEINGARTNER,1969 apud MOREIRA, 2000, p.1).
A educação brasileira passou por grandes reformas ao longo da história,
e nesse percurso o Ensino da Matemática também teve suas modificações. Apesar
disso, ainda encontramos muitos alunos com dificuldades ao se depararem com
conceitos e ideias em que não veem sentido. Estas surgem da falta de subsunçores
que são capazes de proporcionar a ancoragem dos novos conceitos.
Também observamos as várias dificuldades que os alunos enfrentam
quando estão aprendendo o estudo da Análise Combinatória. Um dos problemas é
aplicação do conteúdo através de fórmulas que para os alunos não têm muito
sentido, se tornando muito abstrato e sem aprendizagem significativa. Acreditamos
que essa aprendizagem poderia ser mais bem compreendida usando o Princípio
Fundamental da Contagem – PFC como ponte subsunçora para o ensino da Análise
Combinatória.
A presente dissertação teve como objetivo geral avaliar o uso de mapas
conceituais como facilitador da aprendizagem significativa no que diz respeito ao
estudo da Análise Combinatória, bem como ferramenta de avaliação de
conhecimento e estruturador do processo de aprendizagem.
Para a execução do projeto tivemos os seguintes objetivos específicos:
� Construir mapas conceituais que indicassem de maneira sistemática
uma estratégia de aprendizagem sobre Análise Combinatória, em que os conceitos
fossem expostos de forma hierárquica e propusessem uma diferenciação
progressiva e uma reconciliação integrativa entre esses conceitos;
� Utilizar-se dos mapas conceituais construídos para apresentar os
conceitos gerais e específicos, bem como resolver problemas envolvendo o
conteúdo da Análise Combinatória sem a necessidade da exposição direta de
fórmulas ou a memorização de estratégias prontas para resolver determinadas
situações;
23
� Avaliar a contribuição do uso de mapas conceituais para o ensino e
aprendizagem dos conceitos envolvidos no estudo da Análise Combinatória através
de um questionário aplicado antes e depois da exposição do conteúdo envolvido na
pesquisa;
� Verificar nos resultados, obtidos através da aplicação do questionário
nas turmas experimental e controle, a ocorrência da aprendizagem significativa.
Assim para construção dos mapas, aplicação em sala de aula e a análise
dos resultados foram necessárias várias pesquisas de referenciais teóricos, cujo
resultado foi a construção desta dissertação, que está distribuída em nove capítulos
que versam sobre a temática em questão.
O capítulo sobre “As teorias da Aprendizagem Escolar” inicia-se com um
breve histórico dos tipos de aprendizagem, para que possa respaldar e justificar a
escolha da aprendizagem significativa. Também descrevemos a caracterização
dessa aprendizagem, bem como fatores que favorecem sua ocorrência. Para
fundamentar a construção dos mapas no capítulo seguinte, apontamos os princípios
ausubelianos. Ao final do capítulo apresentamos um mapa conceitual que tanto
serviu de resumo do capítulo como mostrou uma das diversas utilidades dessa
estratégia de aprendizagem.
O capítulo seguinte, sobre Mapas Conceituais, aponta a contribuição da
Teoria de Ausubel na construção de organizadores, a saber, mapas conceituais, que
se fundamentam nessa teoria constituindo-se como uma estratégia para aprender
significativamente. Nesse capítulo também apresentamos instruções completas
sobre a construção de mapas conceituais, pois, segundo Novak (1984, p.18), “as
pessoas pensam com conceitos e os mapas conceituais servem para exteriorizar
esses conceitos e melhorar o pensamento”.
O capítulo sobre Educação Matemática traça um panorama do currículo
Matemático, enfatizando a Análise Combinatória, temática em discussão, apontando
sugestões dadas pelos documentos oficiais de educação no que se refere à
aplicação em sala de aula. Nesse capítulo abordamos questões utilizadas na
elaboração dos mapas conceituais, bem como no questionário que serviu de teste
para verificar a ocorrência da aprendizagem do conteúdo estudado pelos alunos.
Para fundamentar a construção dos mapas conceituais nos objetivos
esperados segundo os documentos nacionais do Ensino Médio sobre o conteúdo
estudado, tratamos no capítulo “Instrumento de Avaliação: Taxonomia de Bloom”
24
dos objetivos educacionais, que trata de um referencial para classificar afirmações
das quais se espera que os alunos aprendam como resultado da instrução.
O questionário sistematizado de acordo com a Taxonomia de Bloom-
Modificada, além de proporcionar uma motivação para o aprendizado, forneceu
subsídio para o aluno avançar em graus de complexidade de conhecimento e
permitir ao professor observar como e de que modo ele evoluiu. A discussão do
questionário mencionado e a elaboração dos mapas conceituais, por outro lado,
favoreceram no processo de assimilação e reflexão, ajudando o aluno na
interiorização das informações e na construção de significados.
No capítulo Método, descrevemos a construção dos mapas conceituais e
das questões do pré e pós-teste, bem como sua validação de acordo com
profissionais da área. Também relatamos algumas atividades feitas pelos alunos
considerados na pesquisa, com o intuito de compreendermos como ocorreu a
aprendizagem do conteúdo nas duas turmas escolhidas.
Após a aplicação dos questionários pré e pós-testes, explanamos os
resultados e discussões em capítulos distintos, de forma que, no capítulo dos
Resultados apresentamos dados estatísticos no qual abordamos quantitativamente o
processo do experimento, e no capítulo das Discussões, abordamos a entrevista
feita por alunos da Turma Experimental, expressando assim, uma abordagem
qualitativa.
O capítulo das Considerações Finais esclarece nosso resultado favorável
na utilização dos mapas conceituais sobre Análise Combinatória, de forma a
proporcionar uma Aprendizagem Significativa de Conceitos e também de
Procedimentos, ou seja, da utilização de Cálculos.
Para sintetizar os textos da dissertação, optamos pelos apêndices e
anexo, que aqui são considerados de grande importância quando lidos
paralelamente aos capítulos já citados.
25
2 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: UM ENFOQUE NA
APRENDIZAGEM VERBAL SIGNIFICATIVA
Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um único
princípio, diria isto: o fato isolado mais importante que informação na aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o que ele sabe e baseie-se isso os seus ensinamentos (AUSUBEL, 1980,
p. viii).
O objetivo desse capítulo é apresentar os tipos gerais de aprendizagem
que caracterizam a aprendizagem escolar, de modo a investigar e explicar os
motivos que nos levaram à escolha pela aprendizagem significativa.
O capítulo está dividido em três seções. Pretende-se explicar nessas
seções, os conceitos de aprendizagem, a aprendizagem significativa e propor uma
estratégia de aprendizagem. Para isso, partimos de uma revisão sobre os tipos de
aprendizagem juntamente com seus percussores, a fim de oferecer explicações
sobre os processos de aprendizagem escolar, desde a segunda década do século
XX, perpassando os anos 60, com a chegada da “Revolução Cognitiva” (COLL et al.,
2000b, p.215).
1.1 AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM: UMA BREVE REVISÃO LITERARIA
Para apresentarmos e discutirmos as teorias e os teóricos que abordam o
processo de aprendizagem, daremos um enfoque no conhecimento e compreensão
dos conceitos e noções básicas de cada teoria e os princípios fundamentais em que
se organizam e se articulam, mas também abordaremos suas limitações e
particularidade.
Começamos por falar sobre o conceito de aprendizagem. Para muitos
estudiosos a aprendizagem está definida como o processo por meio do qual os
indivíduos adquirem novos conhecimentos, produzidos pela sociedade,
desenvolvem competências e mudam o comportamento relativamente estável
(AUSUBEL, 1980).
Assim, Tavares e Alarcão (2005, p.97) destacam as principais teorias que
explicam como esses processos funcionam e seus principais representantes. São
elas: behaviorista/comportamentalista – o condicionamento clássico (cujos autores
26
mais conhecidos são Pavlov e Watson), o condicionamento operante/instumental
(cujos autores mais conhecidos são Thorndike e Skinner), a teoria da aprendizagem
social (cujo autor mais conhecido é Bandura), as teorias cognitivas (cujos autores
mais conhecidos são Piaget e Ausubel), o movimento humanista (cujos autores mais
conhecidos são Rogers e Maslow) e a teoria sóciocultural (autores são Vygostky e
Wallon).
No início do Século XX, as teorias da aprendizagem são caracterizadas
pelo condutismo, com ênfase na importância do ambiente na hora de determinar o
comportamento, através da linguagem E-R (estímulo - resposta). Essa corrente
comportamental divide-se em três processos, segundo Coll et al. (2000b, p. 216):
Processos de condicionamento clássico; Processos de condicionamento operante; e
Processos de modelagem.
Nos processos de condicionamento clássico, defendido pelo fisiólogo
russo Pavlov (1849-1936), a aprendizagem acontece quando o estímulo
condicionado provoca a resposta condicionada na ausência do estímulo
incondicionado inicial. O exemplo extraído dos trabalhos de Pavlov é o da
aprendizagem, por parte de um cachorro, da conduta de salivação ao sentir o som
de um sininho:
Em primeiro momento o cachorro saliva (resposta incondicionada), quando lhe é oferecida alguma comida (estímulo incondicionado), mas quando soa um sininho (estímulo condicionado) diversas vezes ao apresentar a comida, o cachorro começa a salivar (resposta condicionada) (COLL et al. , 2000b, p.216).
O condicionamento clássico como processo de aprendizagem é
importante, pois desencadeia, mediante novos estímulos, respostas que já existem,
porém não permite explicar aprendizagem de comportamentos novos.
Para o estudo da aprendizagem de novos comportamentos, destacamos
o condicionamento operante, estudado pelo psicólogo B. F. Skinner. Nos processos
de condicionamento operante a aprendizagem acontece mediada pelo reforço, pois
à medida que um comportamento é positiva ou negativamente reforçado, o
organismo tende a repetir, e ao contrário, quando o comportamento é positiva ou
negativamente punido o organismo tende a extinguir, diminuindo a frequência de
maneira gradual, operando desse modo num sentido instrumental.
27
A aplicação desse processo na aprendizagem escolar pode ser
observada nas propostas de Skinner e seus seguidores que são: o ensino
programado e as técnicas de modificação da conduta.
No primeiro caso, o “ensino programado” é feito por um “programa” com
sequência ordenada de perguntas ao aluno, com grau de dificuldade crescente, que
proporcione as respostas finais estabelecidas pelo programador. Quanto às
“técnicas de modificações de conduta”, são estratégias que facilitam conseguir
mudanças pequenas, mas estáveis no comportamento do aluno, permitem também
ensinar ao aluno habilidades de auto-observação, autocontrole e autoregulação de
conduta (COLL et al., 2000b, p.216).
O terceiro dos processos condutistas é a modelagem, estudado por
Bandura, o mais conhecido dos autores que estudaram esse tipo de processo. A
aprendizagem nesse processo de modelagem se dá por observação de modelos:
nesse caso, o mecanismo básico é a imitação dos comportamentos dos modelos
observados.
Devido à diversidade das teorias da aprendizagem inspiradas no
condicionamento, e suas aplicações no âmbito escolar, fica difícil avaliar suas
proposições dos processos de mudança educativa (COLL et al., 2000b p.226).
Sendo assim, vê-se que, no momento atual, alguns dos seus traços paradigmáticos distintivos e característicos comportam limitações notáveis para compreender, completamente e em conjunto, os processos de aprendizagem escolar. Pode-se afirmar isso, em particular, de aspectos como, por exemplo, a sua abordagem molecular de comportamento humano, a linearidade do seu modelo de explicação causal, o periferismo e o reducionismo dos fenômenos mais complexos aos seus componentes mais simples (COLL et al., 2000b p.226).
Podemos observar que a maioria dos autores que trabalham com essas
teorias incluem atualmente, nas formulações, elementos que ultrapassam
claramente esses traços, apropriando-se de outras propostas alternativas
procedentes da psicologia cognitiva (COLL et al., 2000b, p.226).
A Teoria Genética da Aprendizagem, proposta por Piaget, afirma que:
28
A aprendizagem é um processo relativo. O que o aluno é capaz de saber depende, sobretudo do que já sabe. O conhecimento se constrói ao longo da vida e que essa construção adota a mesma progressão para todos os sujeitos, subordina a aprendizagem ao desenvolvimento. Quer dizer que, o que uma pessoa pode compreender, assimilar e, portanto, aprender depende do seu nível de desenvolvimento cognitivo (COLL et al., 2000b, p. 252).
A Teoria Psicogenética defendida por Piaget concentra-se na construção
do conhecimento através de ações físicas ou mentais, sobre objetos que,
provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação e acomodação em construção
de esquemas ou conhecimento.
A visão de Piaget sobre a aprendizagem aponta a importância do ponto
de vista do aluno e sua atividade sobre qualquer aquisição do conhecimento, pois
explica o mecanismo geral no qual o aluno adquire esses conhecimentos. Nesse
aspecto a teoria ajuda no delineamento de programas, elaboração de tarefas,
organização de atividades na aula, entendendo as dificuldades que o aluno enfrenta
de acordo com suas capacidades cognitivas.
Porém, o modelo de Piaget, segundo Coll et al. (2000b, p.256):
Mais interessa em dar explicações sobre a evolução espontânea das capacidades lógicas dos alunos ao longo do seu desenvolvimento, em vez de explicar os mecanismos mais específicos de aprendizagem em situações escolares. Esse modelo, que pode servir para adquirir alguns conhecimentos gerais – sobretudo nas primeiras etapas do desenvolvimento – é incapaz de explicar as condições de aprendizagem mais específica, culturalmente relacionadas para a escola. Esse último além de demandar a intervenção de fatores ligados a conteúdos demanda mecanismo social e cultural (COLL et al., 2000b, p. 256).
A teoria sociocultural, idealizada pelo psicólogo russo L. S. Vygotsky
inspira-se nas ideias sobre o caráter social e culturalmente mediado dos processos
psicológicos mais caracterizados dos seres humanos. (COLL et al., 2000b, p. 258)
Segundo Coll et al. (2000b, p.259), para Vygostsky, a aprendizagem se
dá através dos signos e sistemas de signos que servem de mediadores nos
processos psicológicos superiores, não têm um caráter individual, mas foram
elaborados pela humanidade, e, portanto sua origem é social.
Em Coll et al. (2000b, p. 260), vemos que, para Vygotsky, a Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP) pode ser definida como a diferença existente entre
29
o nível do que a pessoa é capaz de fazer com a ajuda de outros e o nível das tarefas
que pode fazer independentemente.
Para Aragão (apud PEREIRA, 2008 p.26), a aprendizagem é resultado da
interação entre o que o aluno já sabia e os novos conhecimentos adquiridos em que
ocorre mudança ou evolução das ideias que os estudantes já apresentavam. Assim,
a aprendizagem implica, em modificações na estrutura cognitiva do estudante, e não
apenas em acréscimos.
2.2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE AUSUBEL
Antes de falarmos sobre a Teoria Significativa da Aprendizagem é
importante sabermos um pouco da biografia de seu percussor, e como isso
influenciou na sua postura. David Paul Ausubel nasceu nos Estados Unidos, na
cidade de Nova York, no ano de 1918 e sua família judia pobre, imigrante da Europa
Central, que sofrerou preconceitos e conflitos.
A Teoria de Ausubel é o oposto da educação violenta e reacionária que
recebeu no colégio. Para Ausubel a escola era “um cárcere para meninos, o crime
de todos é a pouca idade e por isso os carcereiros lhes dão castigos” (AUSUBEL,
1968). Sua formação acadêmica se deu na Universidade de Nova York e suas ideias
basearam-se na corrente cognitivista e construtivista.
É importante ressaltar que a Teoria de Ausubel não se refere a todos os
tipos de aprendizagem, mas dá ênfase para a Aprendizagem Significativa Verbal,
que é predominante em sala de aula.
A Teoria da Aprendizagem Significativa indica proposta sobre a
aprendizagem escolar e do ensino, propondo uma psicopedagogia através do norte
americano D. P. Ausubel, que entende a aprendizagem como um processo de
modificação do conhecimento e não de comportamento em um sentido externo e
observável, distanciando-se das propostas condutistas.
É provável que a Teoria de Ausubel tenha sido influenciada pela Teoria
do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget, em que a aprendizagem se dá quando as
informações são armazenadas de forma organizada na mente de quem está
aprendendo.
A Teoria de Ausubel promove uma Aprendizagem Verbal Significativa, ou
seja, o indivíduo recebe informações através da linguagem dos signos de maneira
30
verbal e eficiente, de tal forma que o ensino leva a um conhecimento mais seguro e
durável. Quando o indivíduo aprende de forma significativa, tem o domínio dos
conceitos e preposições de forma a conseguir integrar uma nova informação nos
conhecimentos previamente adquiridos.
Podemos identificar quatro processos de aprendizagem: aprendizagem
por recepção; aprendizagem por descoberta, aprendizagem mecânica ou receptiva e
a aprendizagem significativa.
A aprendizagem por recepção se dá por meio da apresentação de
conteúdos como produto final, em que o indivíduo recebe a informação sem muita
interação no processo construtivo do conhecimento. Embora o conhecimento possa
ser significativo, corre-se o risco de não termos um conhecimento duradouro, pois no
processo de recepção os conhecimentos novos podem não ser associados a
conhecimentos já existentes na estrutura cognitiva do aluno.
A aprendizagem por descoberta acontece mais autonomamente, ou seja,
o conteúdo é descoberto por quem aprende, antes que ele seja incorporado na
estrutura cognitiva. Por exemplo, aplicar uma informação de um problema a uma
fórmula, ou seja, temos um conteúdo mais ou menos acabado, e os indivíduos vão
descobrir se a resposta está de acordo com o problema ou não.
A aprendizagem mecânica ou receptiva é o processo pelo qual o
conhecimento é armazenado de forma arbitrária e sem conexão com conceitos
prévios. Acontece geralmente quando o indivíduo memoriza a informação para
aquele propósito, mas depois de um tempo o conhecimento é esquecido.
A aprendizagem significativa acontece por meio do qual os novos
conhecimentos são bem organizados e armazenados, articulando-se na estrutura
cognitiva de forma a conectar-se com conhecimentos prévios e gerar uma
predisposição para aprender.
Para Ausubel a aprendizagem mecânica e a aprendizagem significativa
não são aprendizagem opostas, na verdade em alguns casos o indivíduo precisa
receber informações de forma mecânica, quando na estrutura cognitiva faltam-lhe
informações para associar com novos conhecimentos.
Segundo Ausubel (apud PRAIA, 2000, p.123) “a aprendizagem por
recepção ou descoberta podem ser significativas, desde que a nova informação se
incorpore de um modo não arbitrário e literal às estruturas cognitivas”.
31
A estrutura cognitiva de que Ausubel fala, é onde “processa a
organização e integração da informação a aprender”. Entendida como “conteúdo
total organizado das ideias de um indivíduo; ou, no contexto da aprendizagem de
uma matéria de ensino, o conteúdo e organização das ideias numa área particular
de conhecimentos” (MOREIRA e MASINI, 1982).
Para Ausubel as novas ideias e informações que o aprendiz associa com
os conhecimentos prévios na estrutura cognitiva são “idéias-âncora” ou conceitos
subsunçores.
A essência da aprendizagem significativa é que a nova informação, ao ser
relacionada com a estrutura cognitiva, acontece de forma não-arbitrária (não
aleatório) e não substantiva (não literal e não verbal). O não arbitrário porque a nova
informação vai ser estruturada aos conhecimentos já existentes que já são
relevantes, de forma que funcione como “ancoragem”. A substantividade refere-se
ao significado da nova informação, portanto o individuo entenderá aquela nova
informação mesmo de diferentes formas apresentadas, através de sinônimos, por
exemplo, pois o que é mais importante é o significado e não somente o signo.
Nesse processo a nova informação interagiu com uma estrutura de
conhecimento específico, a qual Ausubel define como conceito subsunçor,
existentes na estrutura cognitiva do indivíduo. À medida que a aprendizagem vai se
tornando significativa, os subsunçores se tornam mais elaborados e prontos para
ancorar novos conhecimentos.
Essas interpretações sobre como acontece a aprendizagem significativa,
podem ser observadas na Figura 1, que mapeia as principais ideias da aquisição do
conhecimento de forma hierárquica e subsequente.
32
Figura 1. Mapa Conceitual sobre a Aprendizagem Significativa segundo a teoria de Ausubel.
2.3 TIPOS DE APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Ausubel descreve três tipos de Aprendizagem Significativa:
representacional, de conceitos e proposicional.
A aprendizagem representacional está ligada aos símbolos ou imagens,
em que se “estabelece uma equivalência entre os símbolos arbitrários e os seus
referentes correspondentes (objetos, exemplos, conceitos), passando a remeter o
indivíduo ao mesmo significado” (PRAIA, 2000, p.125). A aprendizagem se torna
significativa, pois as proposições de equivalência proposicionais (símbolos já
existentes na mente) são relacionadas a casos mais específicos, na estrutura
cognitiva, com essa generalização apresentada (proposição).
A aprendizagem de conceitos trata-se de um caso particular da
aprendizagem representacional, pois os conceitos são representados por símbolos.
Nessa aprendizagem interessam os significados dos conceitos, objetos e
acontecimentos, que são representados por uma palavra específica, ou que existe
uma “equivalência entre a palavra que representa o conceito e o próprio conceito”
(PRAIA, 2000, p.125).
A aprendizagem proposicional consiste em aprender “os significados
das ideias expressas por grupos de palavras (geralmente representando conceitos)
combinados em proposições ou sentenças”.
33
Assim para a aprendizagem significativa, é preciso que exista um símbolo
representando um conceito, que por sua vez tem um significado dentro de um
contexto, tornando-se as ideias potencialmente significativas.
A aprendizagem proposicional pode ser: subordinada, superordenada ou
combinatória.
Na aprendizagem proposicional subordinada, “os novos conceitos ou
proposições potencialmente significativos se relacionam ou interagem com uma
ideia particular relevante, mais abstrata, geral e mais inclusiva as idéias-âncoras
(existentes na estrutura cognitiva do indivíduo)” (PRAIA, 2000, p.126) A
aprendizagem proposicional subordinada pode ser derivativa ou correlativa. A
derivativa acontece quando o novo conceito a ser aprendido é um caso específico
do conteúdo (conceito ou proposição preexistente), com “estabilidade e
inclusividade”. A correlativa acontece quando o novo conceito a ser aprendido é
uma continuidade, “elaboração, modificação, ou qualificação” (PRAIA, 2000, p.126)
dos conteúdos ou proposições preexistentes.
Na aprendizagem proposicional superordenada as ideias-âncoras
(novas ideias ou conceitos subsunçores) são interrelacionadas entre os conceitos
existentes, passando a subordinar os conceitos ou proposições já existentes na
estrutura cognitiva.
Trata-se de um tipo de aprendizagem pouco frequente, mas muito importante na formação de conceitos e na unificação e reconciliação integradora de proposições aparentemente não relacionada ou conflituosa (MOREIRA, 1997 apud PRAIA, 2000, p.126).
A aprendizagem proposicional combinatória acontece quando a nova
ideia não está hierarquicamente relacionada com as ideias preexistente na estrutura
cognitiva, ou seja, não é nem exemplo nem generalização do conteúdo existente. Na
verdade usam-se conceitos já dominados pelos alunos para ensinar novos conceitos
e que guardam alguma relação com os antigos que servirão como âncora.
Refere-se à aprendizagem do significado de um novo conceito ou proposição que não são subordinado, nem superordenados, em relação a proposições ou conceitos específicos, podem relacionar-se com antecedentes amplos de um conteúdo genericamente relevante na estrutura cognitiva (PRAIA, 2000, p.126-127).
34
Segundo o modelo ausubeliano, a aprendizagem significativa só ocorrerá
se indivíduo, material e estrutura cognitiva estiverem em harmonia.
O indivíduo deve ter predisposição para a aprendizagem, ou seja,
interesse em relacionar, de forma não-arbitrária e substantiva, à ideia-âncora na sua
estrutura cognitiva. Se ele apenas memorizar arbitraria e literalmente ocorrerá uma
aprendizagem mecânica.
Como diz Ausubel (1976):
Para que ocorra realmente aprendizagem significativa não é suficiente que o novo material seja intencional e que se relacione substancialmente com as idéias correspondentes abstratamente (...). É também necessário que esse conteúdo idealmente pertinente exista na estrutura cognitiva do aluno em particular (AUSUBEL, 1976, p.215).
Além da predisposição do indivíduo, o novo material (conteúdo) deve ser
potencialmente significativo, capaz de relacionar-se com o material já existente, e
por fim, a estrutura cognitiva do indivíduo deve apresentar ideias-âncoras
específicas para se relacionar com as novas ideias-âncoras.
2.4 CRITÉRIOS PARA A OCORRÊNCIA DA APRENDIZAGEM SI GNIFICATIVA: A
FUNÇÃO DOS ORGANIZADORES PRÉVIOS NA AUSÊNCIA DE IDE IAS-
ÂNCORAS (CONCEITOS SUBSUNÇORES)
A aprendizagem significativa é a aquisição, retenção e organização de
significados na estrutura cognitiva (ARAGÃO, 1976, p.2).
Ausubel defende que a aprendizagem significativa se desenvolve
apresentando primeiramente os conteúdos mais gerais e inclusos para depois
progressivamente apresentar os conceitos mais específicos e subordinados. Esses
conteúdos mais gerais e abrangentes servirão de “âncoras” aos conteúdos
existentes e potencialmente significativos, que depois, progressivamente
diferenciados, em termos de detalhes e especificidade. (PRAIA, 2000, p.130-131)
A existência de ideias-âncoras (conceitos e proposições claras, estáveis,
diferenciáveis, especificamente relevantes) (MOREIRA, 1997, apud PRAIA, 2000,
p.128-129) na estrutura cognitiva do indivíduo facilita a assimilação dos novos
conceitos.
35
Quando essas ideias-âncoras não existirem ou estiverem “obliteradas”,
Ausubel propõe os organizadores prévios que servirão de “âncora as novas
aprendizagem, proporcionando o desenvolvimento de ideias-âncoras (conceitos
subjacentes) as novas aprendizagem subsequente.” (MOREIRA e MASINI, 1982,
apud PRAIA, 2000, p.129).
De acordo com Ausubel existe uma tendência reducionista da estrutura
cognitiva humana, de modo que ao passar o tempo, as ideias mais específicas vão
sendo progressivamente assimiladas pelas mais gerais às quais estão ligadas, e vão
sendo gradativamente esquecidas. Caso a subordinação de um conceito com outro
tenha sido feito corretamente, mesmo que o novo conceito alargue o sentido do
antigo conceito, a obliteração não significará perda de informação.
A obliteração pode ocorrer de três formas:
Um conceito ou ideia se liga a outro, tanto o novo quanto o velho se
modificam, ou seja, a perda de informação acarretou em um novo conceito mais
inclusivo do que o anterior, isso porque o conceito “a ser esquecido” já não é mais
considerado importante pela estrutura cognitiva, assim âncora e ancorado não mais
se distinguem, de modo que o conceito mais inclusivo já abarca o mais restrito,
prescindindo dele.
Pode ocorrer ainda uma obliteração quando um conceito novo, ao se ligar
no conceito anterior não seja diferenciado adequadamente, de modo que ambos,
conceito novo e anterior, parecem ser a mesma coisa, mas só de aparência, o que
torna o conceito novo menos inclusivo e desnecessário.
Uma terceira possibilidade de obliteração será quando o novo conteúdo
se liga a ideias pouco estáveis da estrutura cognitiva do indivíduo, nesse caso ou as
ideias novas se reduzirá a que foi ancorada, ou não se modificará de forma a
englobar a essência dela, nesse caso a informação se perdeu por não ter sido
assimilado corretamente.
Os organizadores prévios podem ser “explicativos” ou “comparativos”,
favorecendo a fixação dos novos conceitos à estrutura cognitiva existente. São
materiais apresentados antes do conteúdo que se pretende ensinar, sendo mais
gerais, abstratos e inclusivos, tendo relação com o conteúdo a ser aprendido ou a
uma atividade.
Ausubel define a principal função dos organizadores prévios como
“pontes cognitivas” entre o que o aluno já sabe com as novas ideias a serem
36
aprendidas (explicativos). Seria uma espécie de “ancoradouro provisório”
(MOREIRA, 1997 apud PRAIA, 2000, p.129) para facilitar a aprendizagem. Mas
também servirão para “reavivar” conteúdos e significados já existentes do aluno, que
não são usados a muito tempo (comparativos).
2.5 PRINCÍPIOS AUSUBELIANOS
Ausubel apresenta quatro princípios programáticos dos conteúdos
curriculares para proporcionar a aprendizagem significativa: diferenciação
progressiva, reconciliação integrativa, organização sequencial e consolidação.
O princípio da diferenciação progressiva trata da aprendizagem em
que os conteúdos são apresentados dos mais gerais e inclusivos para que
progressivamente, sejam diferenciados aos conteúdos mais específicos e
detalhados.
O princípio da reconciliação integrativa é o processo pelo qual existe
uma reconciliação real e manifesta entre os conteúdos existentes, de forma a
destacar as diferenças e similaridades relevantes.
O princípio de organização sequencial tem o papel de “sequenciar os
conteúdos, ou unidades de estudos, de maneira tão coerente quanto possível
(atendendo aos princípios da diferenciação progressiva e da reconciliação
integrativa)” com relações de dependência naturalmente existentes na matéria de
ensino. (MOREIRA, 1997 apud PRAIA 2000, p.131).
Por fim o princípio da consolidação trata-se de insistir no domínio do
conteúdo em que o aluno já sabe para promover o aprendizado, utilizando da
aprendizagem sequencialmente organizada.
Dos quatro princípios Praia (2000) constata:
O desenvolvimento cognitivo é um processo dinâmico no qual os novos conhecimentos estão em constante interação com os já existentes. Assim, a estrutura cognitiva resulta progressivamente mais diferenciada e tende a organizar hierarquicamente os conceitos e proposições, partindo dos mais gerais para os menos inclusivos, que se assimilam aos primeiros (PRAIA, 2000, p.131).
37
A facilidade de uma aprendizagem significativa em sala de aula, isto é, a
manipulação deliberada dos atributos cognitivos para fins pedagógicos, é realizada
de duas maneiras (PRAIA, 2000, p.128): Substantivamente e Programaticamente.
Primeiro deve-se substantivar, usando os conceitos e proposições
unificadoras do conteúdo, pois esses têm o poder explicativo, inclusivo e
generalizado do assunto. É importante selecionar ideias básicas para não
sobrecarregar o aluno com o que não é importante e não lhe prejudicar na aquisição
de uma estrutura cognitiva adequada.
Depois que selecionar o conteúdo unificador, deve-se programar a
matéria em estudo, identificando os conceitos e sua relação hierárquica, para depois
sequenciar os conteúdos em ordem decrescente de inclusividade, utilizando das
dependências sequenciais naturalmente existentes entre os tópicos.
Assim, para haver a aprendizagem significativa segundo a teoria de
Ausubel, o aluno deve estar predisposto ao aprendizado e o conteúdo deve ser
potencialmente significativo. A aquisição do conhecimento acontece quando o novo
conteúdo for assimilado com conteúdo preexistente na estrutura cognitiva, de forma
que ocorra uma mudança cognitiva, ou seja, o aluno seja capaz de resolver
problemas novos e não familiares.
Para termos um panorama das ideias mais relevantes sobre
Aprendizagem Significativa, observe na Figura 2 o resumo desse capítulo. As cores
distintas revelam conceitos distintos, que estão dispostos de forma hierárquica em
grau de importância. Fica a cargo do leitor identificar cada conceito dentro do
capítulo para elucidar ainda mais as ideias relevantes. Porém, observando o mapa
(Figura 2) não serão necessários uma nova leitura no capitulo, visto que a visão
geral que ele proporciona reflete uma boa ordenação na estrutura cognitiva.
39
3 MAPAS CONCEITUAIS: UMA ESTRATÉGIA PARA APRENDIZAG EM
SIGNIFICATIVA
Tudo que é dito ou escrito pode ser transformado em mapa conceitual e todo o bom mapa conceitual pode ser facilmente
transformado, de volta, na fala ou no texto original. (Mauriáhiberg – University of Helsinki, Finland)
O objetivo deste capítulo é apresentar os referenciais teóricos que a
pesquisa utilizou do uso de mapas conceituais como instrumento estratégico de
ensino e aprendizagem, a fim de investigar a mudança de comportamento e, por
conseguinte o conhecimento adquirido pelos alunos.
Para apresentar e discutir as teorias e os teóricos que estiveram
envolvidos na pesquisa destacaremos os conceitos e características dos mapas
conceituais na primeira parte desse capítulo e depois traçaremos um panorama de
alguns trabalhos científicos que utilizaram de mapas conceituais, a fim de mostrar as
diversas maneiras de explorar essa estratégia de ensino.
3.1 OS MAPAS CONCEITUAIS: CONCEITOS E CARACTERÍSTIC AS
A ideia de hierarquia de conceitos, em que Ausubel propõe a Teoria da
Aprendizagem Significativa, através dos princípios facilitadores dessa aprendizagem
– diferenciação progressiva e reconciliação integrativa – permitiu o norte americano
Joseph D. Novak, da Universidade de Cornell e seus colaboradores em 1972,
idealizar os mapas conceituais, através, com o objetivo de instrumentalizar essa
teoria.
Ausubel vê o armazenamento de informações no cérebro humano como sendo altamente organizado, formando uma hierarquia conceitual nas quais elementos mais específicos de conhecimento são ligados (e assimilados) a conceitos mais gerais, mais inclusivos (MOREIRA, 1982, p. 7-8).
Mapas conceituais são representações visuais que podem estabelecer
relações bidirecionais (vertical /ou horizontal), podendo ser constituído por círculos
e/ou retângulos onde se escrevem conceitos seguidos de linha (ligações), com
40
proposições que estabelecerão a relação entre esses conceitos. Representam uma
estrutura hierárquica que vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos
inclusivos.
Novak é professor emérito da Universidade de Cornell e pesquisador
sênior do Instituto para a Cognição do Homem e da Máquica (IHMC). Nessa
instituição, ele desenvolve métodos de aplicação de ferramentas educativas em
ambientes corporativos e colaborativos, online e a distância. Esse trabalho é
realizado juntamente com uma equipe interdisciplinar e tem como finalidade a
qualidade e eficiência na interação entre o homem e a máquina (NUNES apud
SOUZA, 2010, p.17).
Novak (apud PEREIRA, 2008, p.33) relata que, com seu grupo de
pesquisa na década de 70 sentia dificuldade de registrar o que os estudantes
sabiam sobre certo tipo de conhecimento, antes e depois do ensino. Isso era
identificado através das provas e trabalhos apresentados pelos alunos, que elegiam
a resposta correta por motivos equivocados, embora, sabiam mais do que se
expressavam nessas atividades. Então Novak e seus colaboradores entrevistaram
os estudantes, mas depois sentiram dificuldade em interpretar os resultados da
pesquisa no sentido de identificar porque eles aprendiam ou não os novos conceitos.
Assim Novak (apud PEREIRA, 2008, p.33) e seus colaboradores
decidiram analisar a transcrição das entrevistas, buscando as “palavras conceitos” e
as “proposições” fornecidas pelos alunos, já que eles indicavam conhecimentos
prévios e posteriores ao período de ensino. Dessa forma surgiu a ideia de mapas
conceituais, que desde então desempenha um papel de importância progressiva nos
programas de ensino e investigação de Novak.
O processo de construção de mapas conceituais permite a exteriorização
do conhecimento através da representação visual que cada indivíduo elabora. Está
estruturado em: conceitos, palavras de ligações e proposições.
Os conceitos (geralmente substantivos), segundo Novak e Gowin (1984),
a partir da perspectiva do indivíduo, são as imagens mentais que provocam em nós
as palavras ou signos com os quais expressamos regularidades. Nossos conceitos
não são exatamente iguais, ainda que utilizemos as mesmas palavras. Assim um
mapa conceitual nunca é igual a outro, pois os conceitos vão exprimir significados de
nossa própria experiência, tornando-se indissiocrático.
41
As palavras de ligação (geralmente verbos) são termos usados para unir
os conceitos formando as proposições, são elas que indicam o tipo de relação
existente entre os conceitos, esta relação entre os conceitos é uma das principais
características que diferenciam os mapas conceituais das outras representações
esquemáticas (resumos, organogramas, mapas mentais, fluxogramas, etc.)
Proposição é a unidade semântica formada pela união entre conceitos e,
através dela se determina algo ou a ideia que se tem do conceito, ampliando a
simples denominação conceitual. Pode ser representado assim:
Conceito + palavra de ligação + conceito = proposiç ão
A construção de mapas conceituais, proposta por Novak, contribui para o
reconhecimento da Diferenciação Progressiva e da Reconciliação Integrativa entre
os conceitos. Podemos construir mapas conceituais a partir de uma pergunta, um
problema, um assunto ou ainda um simples texto.
Ausubel sustenta o ponto de vista de que cada disciplina acadêmica tem uma estrutura articulada e hierarquicamente organizada de conceitos que constitui o sistema de informações dessa disciplina. [...] Esses conceitos estruturais podem ser identificados e ensinados ao estudante, constituindo para ele um sistema de processamento de informações, um verdadeiro mapa intelectual que pode ser usado para analisar o domínio particular da disciplina e nela resolver problemas (MOREIRA e MASINI, 1982, p.42).
Algumas considerações podem ser importantes para o processo de
construção de um Mapa Conceitual (ONTORIA et al., 2004); citaremos algumas
dessas ideias:
1. Os mapas conceituais devem reunir um número pequeno de conceitos
e ideias de forma que o aluno possa realmente expressar o que compreendeu de
determinado conteúdo;
2. Isolar conceitos e palavras de ligação, entendendo que estas
categorias de palavras vão desempenhar diferentes funções;
3. Hierarquizar os conceitos, colocando na parte superior os mais gerais
(inclusivos) e na parte inferior os mais específicos (menos inclusivos);
42
4. Devem ser montados várias vezes, pois o primeiro que se constrói
quase sempre tem algum defeito e após uma releitura sempre é possível fazer
ajustes que tornem mais claros ou que permitem melhorar as ligações;
5. O mapa conceitual deve ser acessível ao entendimento de outro
indivíduo com o mesmo nível de conhecimento, a fim de observar os aspectos
visuais e os conceitos formados.
Assim, através do uso de mapas conceituais é possível visualizar com
maior compreensão o conteúdo e suas inter-relações e através deles estimular a
reflexão, levando o aluno a desenvolver suas capacidades analítica, criativa e
conversacional.
Vejamos o mapa abaixo para entender como funciona esse processo de
aquisição e retenção do conhecimento pelo aluno.
Figura 3. Mapa Conceitual sobre o conhecimento (adaptado de Novak e Gowin, 1984, p.18).
O mapa, da Figura 3, descreve sobre o tema conhecimento que sugere
ser construído ou apreendido (verde e azul), e a partir daí traça uma sequência
hierárquica das principais ideias da aquisição e construção do conhecimento
adquirido pelo aprendiz. Podemos perceber ainda as setas que ligam cada conceito,
promovendo a diferenciação progressiva, e ainda, linhas tracejadas conectando
conceitos aparentemente díspares numa reconciliação integrativa.
43
3.2 USO DE MAPAS CONCEITUAIS NA EDUCAÇÃO: UMA BREVE REVISÃO DA
LITERATURA
Segundo Moreira (2006), os mapas conceituais, no Componente
Curricular a Matemática, podem ser utilizados para averiguar o conhecimento prévio
dos alunos sobre certos conceitos, instrumento de avaliação, revisão de conceitos e
resumos de conteúdos. Porém, mostra ser um instrumento que pode auxiliar o
professor a conhecer de que forma os alunos associam diferentes conceitos e
possibilidades, interferindo de forma direta nas lacunas apresentadas pelos alunos.
Dessa forma podemos destacar as seguintes qualidades dos mapas de
conceitos:
a) ajudam o estudante a tornar evidentes os conceitos-chaves ou
proposições a serem aprendidos, além de mostrar ligações entre novos
conhecimentos e o que o estudante já conhece;
b) permitem ao professor determinar as etapas para a organização de
significados e identificar conceitos não válidos;
c) permitem separar a informação significativa da trivial, durante o
planejamento e organização de currículos;
d) permite ao estudante entender seu papel como aprendiz e esclarecem
o papel do professor, criando uma atmosfera de aprendizado pautada pelo respeito
mútuo.
Segundo Tavares (2007), existe uma diversidade de tipos de mapas
conceituais, construídos pelas mais diversas razões e seguindo alguns critérios; o
autor elenca quatro tipos: “teia de aranha”, “fluxograma”, “sistema: entrada e saída”
e o “hierárquico”. Nesse artigo o autor ainda descreve a vantagem e desvantagem
de cada um, justificando dessa forma que o mapa hierárquico é o único tipo de mapa
que segue uma teoria cognitiva em sua elaboração proposta por Novak e Gowin.
Assim consideramos os mapas conceituais como sendo do tipo
hierárquico e buscamos trabalhos científicos que utilizam desse instrumento como
fonte de pesquisa, fizemos um levantamento de alguns artigos realizados nos quatro
anos (2004, 2006, 2008 e 2010) do “Congresso Internacional sobre Mapas
Conceituais (CMC)” para saber: Como os mapas conceituais estão sendo usados na
Educação Matemática?
44
Dessa forma, encontramos que os mapas podem ser usados como
instrumento didático para avaliação, como um roteiro de aprendizagem (TAVARES,
2008), como um heurístico epistemológico (SCHMITTAU, 2004) e ainda como um
“[...] instrumento de metacognição, pois permitem uma reflexão sobre o próprio
pensamento, aprendendo a pensar e a aprender a aprender [...]” (PRAIA, 2000,
p.132).
Os mapas como instrumento didático para a avaliação foram percebido
nos artigos de: Mendia et al. (2006), em que mapas conceituais foram usados para
verificar a aprendizagem de conceitos pelos alunos do Ensino Secundário, sobre
proporcionalidade de área. Huerta (2006), que explorou a multidimensionalidade dos
mapas conceituais sobre probabilidade, construídos por professores de pós-
graduação.
A utilização dos mapas conceituais como um roteiro de aprendizagem
foi encontrado nos artigos de: Flores (2004), em que os professores e alunos
construíram mapas para a aprendizagem do conteúdo de Cálculo I; Leou & Chen
(2004) que comprovaram o uso de mapas conceituais como ferramenta para os
professores (junior e sênior) prepararem e projetarem as atividades de
aprendizagem sistemática e assim, refletirem sobre modificações posteriores no
ensino; Caldwell et al. (2006), que descrevem em seu artigo uma parceria entre o
Istituto de Educação da Flórida (FIE) com o Instituto de Cognição Humana e
Machine (IHMC), cujo objetivo era trazer o uso de mapas conceituais para aula de
Matemática do Ensino Médio. A equipe formada focou em projetar e escrever mapas
que refletissem conjunto de conceitos conectados sobre Álgebra I, que depois
seriam aplicados em sala de aulas. O artigo diz que esse projeto ainda não tinha
sido concluído, ou seja, não se tinha aplicado em sala de aula, mas que já se tinham
feitos workshop para debater melhorias dos mapas construídos.
Mapas como heurístico epistemológico foram encontrados nos
trabalhos de: Schmittau (2004), que investigou dois professores (alunos de
mestrados) sobre a compreensão da natureza da matemática, do conteúdo
conceitual de procedimentos (multiplicação) e do conhecimento necessário de
conteúdos pedagógicos para mediar aulas de Matemática, os mapas conceituais dos
dois professores revelaram tais investigações; Vagliardo (2004), embora não usou
esse termo (heurístico epistemológico) pesquisou a compreensão dos professores
sobre o conceito de logaritmo, os mapas iniciais revelaram pouco conhecimento e
45
após alguns estudos os mapas seguintes demonstraram amadurecimento de
conceitos pelos professores; Grevholm (2008) utilizou-se dos mapas conceituais
como ferramenta de pesquisa de conceitos e posteriormente de concepções
matemáticas em professores e alunos sobre o conteúdo Funções e Equações.
A utilização dos mapas conceituais como ferramenta metacognitiva foi
encontrada nos artigos de: Afamasaga-Fuata’i (2004), para a aprendizagem de
novos conceitos matemáticos (equações diferenciais ordinárias); Ramirez et al.
(2008), que explicam uma estratégia para o ensino e aprendizagem de modelos
matemáticos usados em cursos de física. Os mapas são usados para melhorar a
compreensão de estruturas conceituais básicas envolvidos no processo de
Modelagem Matemática de fenômenos físicos. Os resultados indicam que o uso
combinado de mapas conceituais e o diagrama V (Gowin) servem para promover o
processo de "pensar sobre o pensamento", ou mais precisamente a metacognição.
Miller e Callado (2010) em seu artigo analisaram características de mapas
conceituais construídos por alunos e professores sobre conteúdos matemáticos,
resultando que, após feedback os mapas conceituais revelaram melhorias
significativas sobre o conhecimento dos envolvidos.
Podemos, ainda, observar que, nos últimos anos, tem-se popularizado o
uso de mapas em diferentes propósitos educacionais: essa afirmação se deu a partir
da investigação de algumas possíveis funções didático-pedagógicas a que eles têm
servido, através de trabalhos científicos. Vejamos os casos estudados:
Menegolla (2005) utilizou mapas conceituais como ferramenta para
organizar, representar e fixar conceitos matemáticos dos mais abrangentes aos
menos interessantes, com o objetivo de auxiliar o aluno, na construção de um
material que reforçasse o conhecimento já adquirido, tornando as informações mais
acessíveis e visíveis. Nesse trabalho, os alunos do ensino fundamental utilizaram
dos mapas conceituais construídos pela professora, como técnica de estudos, em
que estes perceberam as relações hierárquicas entre os conceitos de geometria.
Tavares (2008) usou mapas conceituais integrado a animações
interativas, como estratégia pedagógica, auxiliando tanto nos cursos presenciais
como suporte na educação à distância. Foram construídos, por especialistas, mapas
conceituais sobre conceitos da Física, integrando as animações interativas como
suporte de apresentar informações mais específicas. O autor ainda sugere que os
mapas podem ser construídos pelos alunos através de uma atividade colaborativa.
46
Pereira (2008), em sua pesquisa dissertativa, empregou a estratégia da
construção de mapas conceituais com alunos do Ensino Médio sobre o conteúdo de
Ecossistema, a fim de investigar a construção de conceitos de Biologia. O trabalho
se desenvolveu em quarenta aulas, foram propostos questionários para elucidar
conhecimentos prévios, quatro mapas que foram melhorados ao longo das aulas,
ministradas através de: aulas expositivas, aulas de campo, apresentação de vídeos
e de músicas, favorecendo na busca de conhecimentos com mais clarezas nas
apresentações dos conceitos pelos alunos através dos mapas.
Souza (2010) investigou professores de uma universidade federal acerca
de como eles usavam mapas conceituais nas suas aulas. O público escolhido foram
professores com formação que variam de graduado a doutor e que ministravam nos
cursos da graduação e/ou pós-graduação. Na dissertação, ele caracterizou as
possíveis funções didático-pedagógicas sobre o uso de mapas conceituais:
instrumento de pesquisa e investigação; instrumento para construção de recursos
didáticos; instrumento que reforça a aprendizagem e instrumento de avaliação.
Nunes (2008), na sua dissertação de mestrado, aplicou um questionário a
docentes brasileiros de todos os níveis de ensino e áreas do conhecimento para
identificar as funções didático-pedagógicas atribuídas pelos mesmos. Foi constatado
que esta é uma metodologia de ensino facilitadora do aprendizado e pode ter as
seguintes funções:
1. Apoio instrucional;
2. Organizadores prévios;
3. Desenvolvimento dos conteúdos;
4. Síntese dos conteúdos trabalhados;
5. Compartilho informações;
6. Construção colaborativa em grupos de mesmo nível de ensino;
7. Construção colaborativa em outras instituições de ensino;
8. Avaliação;
9. Portifólio;
10. Reflexão crítica.
Na dissertação de Barbosa (2008), identificamos o uso de mapas
conceituais como síntese do capítulo, elaborando um mapa resumo, e assim,
47
evidenciando os conceitos importantes de cada item. Em seu trabalho investigou e
analisou um objeto digital de aprendizagem com enfoque na Teoria de
Aprendizagem Significativa de Ausubel, constando que o grupo experimental obteve
resultados significativamente melhores que o grupo controle, o que decorreu da
eficiência do instrumento no qual o grupo controle não foi submetido.
Através dessas análises, percebemos a importância da utilização de
mapas conceituais para o professor e para os alunos. Detectamos que os mapas
foram usados em diferentes públicos e disciplinas, tornando-se ainda mais
generalizado e amplo seu uso no que diz respeito a aprendizagem de conceitos.
Para mostrar um panorama das principais funções do mapa conceitual fizemos uma
adaptação das ideias e características que envolvem a sua construção, veja Figura
4.
Na Figura 4, observamos mais uma vez conceitos distintos,
caracterizados por cores distintas, dispostos de forma hierárquica numa
diferenciação progressiva e reconciliando-se integrativamente com conceitos
aparentemente dispares. Para maiores detalhes, observe a legenda em vermelho.
48
Figura 4. Um mapa conceitual mostrando as ideias e as características-chaves que envolvem sua construção. Adaptado de Novak e Gowin (1984, p.30).
49
4 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver, naqueles cujos olhos, aprenderam a ver o mundo, pela magia da nossa palavra. O professor não morrerá
jamais. (Rubem Alves)
A disciplina de Matemática, no decorrer dos tempos, tem sido temida por
muitos alunos, pois existem diversos mitos que a cercam, como: “Só os mais
inteligentes aprendem”; “meninos têm mais facilidade do que meninas”; “é preciso
dar um modelo ou seguir uma instrução”; “inserir as tecnologias de forma aleatórias”;
ou ainda “usar o lúdico sem planejamento, perdendo o foco do currículo” (POLATO,
2008, p.63).
Neste capítulo iremos abordar o contexto histórico, a fim de entendermos
a falta de interesse pelos alunos, bem como a evolução do currículo de Matemática
e daremos um enfoque no conteúdo de Análise Combinatória e o uso de mapas
conceituais nesse contexto.
4.1 UMA BREVE HISTÓRIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA
A palavra Matemática deriva do grego Mathema significa compreensão,
entendimento, enquanto “tica” vem de tikê, técnica ou arte. Matemática tem então,
na sua origem a ideia de arte da compreensão, ciência.
A Matemática na época de Pitágoras e de Tales representava uma
primeira tentativa de explicar racionalmente a realidade e, seu nome deriva desta
concepção. Tirando os aspectos hoje considerados esotéricos, a Matemática
abordava por meio dos Números Naturais e de suas razões os problemas
envolvendo contagem e medidas. Estudavam-se também as relações entre números
(múltiplos, divisores, primos).
Para eliminar os problemas criados com a utilização dos números de
acordo com a teoria desenvolvida por Pitágoras, os filósofos gregos passaram a
subordinar os números à geometria e esta passou a predominar. A Matemática
perdeu então o seu lugar destaque, tendo surgido outras ciências como Filosofia, a
Física e a Lógica. A partir de então, somente eram pensados os números como
50
associados a uma medida (contagem de elementos discretos ou medida de
comprimento, área ou volume).
Na época de Platão, século IV a.C. desenvolveu-se a teoria de que havia
um mundo de formas perfeitas formado das figuras geométricas, cabendo ao ser
humano apreender esta forma por um processo de purificação, praticando o bem e
buscando a sabedoria. Além disso, a matemática passou a ser desenvolvida pelo
método axiomático, desenvolvido por Euclides, onde os axiomas eram todos
baseados em fatos intuitivos de fácil aceitação, exceto o quinto postulado, o das
paralelas.
Até o século IV a.C. tivemos importantes avanços na Matemática,
seguindo os princípios determinados por Euclides. O Império Romano permitiu que a
cultura grega se desenvolvesse e as suas academias continuassem a trabalhar. As
invasões bárbaras e o surgimento da religião cristã não valorizaram a cultura
clássica, destruindo suas bibliotecas e transformando as suas academias em
templos. Segundo D’Ambrósio (1996):
Proclus alertou para a fraqueza teórica do cristianismo, dando como exemplo do que deveria ser uma verdadeira filosofia Os elementos de Euclides. Alexandria Teon (330 – 405), importante comentarista de Ptolomeu, [...] sua filha Hipatia (370 – 415), também matemática, escreveu comentários sobre Apolônio. Evidenciando o antagonismo dos cristãos com a filosofia e a matemática gregas, Hipatia foi morta pelos cristãos e a biblioteca de Alexandria, queimada (D’AMBRÓSIO, 1996, p.40).
Entretanto a Matemática continuou a desenvolver-se no Vale do Indo,
onde se criou o Sistema Decimal de Numeração e nos territórios dominados pelos
Árabes a partir do Século VI d.C.. Estas duas culturas munidas de traduções das
obras dos gregos antigos desenvolveram a representação decimal, os algoritmos de
operações numéricas e criaram a Álgebra, trabalhando-a como uma ferramenta para
resolução de problemas.
No Século XVII ocorreu na Europa uma revolução científica com
Galileu (Física), Kepler (Astronomia), Descartes (Geometria Analítica), Fermat e
Pascal (Cálculo da Probabilidade), Newton e Leibniz (Cálculo Diferencial e Integral).
Nesse período que vai até o final do Século XVII, pouco se preocupou com a
axiomatização dos gregos, as aplicações de seus resultados foram tão grandes que
51
os problemas do rigor foram deixados de lado. A preocupação era utilizar os
raciocínios a partir de bases intuitivas e os resultados se revelaram.
No final do século XIX decorrente da Revolução Francesa e da
Revolução Industrial, a Matemática necessitava de mudanças no currículo de seu
ensino. A época era de transformações e a sociedade necessitava de mudanças
para adaptar os novos cidadãos a esta nova sociedade e a matemática era o foco de
cobranças.
Podemos dizer que são Hilbert, Gauss, Riemann e Poincaré os grandes
autores do desenvolvimento do ensino da Matemática no início do século XX. Eles
não ficaram enclausurados em pesquisa, mas empenharam-se em levar a seus
alunos uma Matemática aplicada em uma grande variedade de situações e sua
dimensão global influenciou nas outras disciplinas.
Segundo Boyer (1991), a Matemática do Século XX é marcada pela
abstração e preocupação com a análise de grandes esquemas. Em 1939 surge o
primeiro volume de uma obra chamada “Elementos de Matemática”, assinado por
Nicolas Bourbaki, que esteve em desenvolvimento até meados da década de 60. Na
realidade, os autores da obra eram um grupo de matemáticos que, sob esse
pseudônimo, elaboraram um tratado que pretendiam integrar de modos coerente e
impecavelmente rigorosos principais desenvolvimentos da Matemática.
Nesse grupo de matemáticos, quase todos franceses que formaram uma
espécie de sociedade secreta, Jean Dieudonné e André Weil foram considerados os
dois líderes mais ativos. Os trabalhos de Bourbaki caracterizavam-se por uma
adesão completa ao tratamento axiomático e lógico.
Nos EUA a preocupação com o avanço tecnológico russo e a
necessidade das novas indústrias americanas foi primordial para alavancar os
investimentos americanos nas reformas do ensino de Matemática. Após o
lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial da Terra que foi lançado pela
União Soviética em 4 de outubro e 1957 no Soviet Union's Rocket Testing Facility,
os americanos sentiram-se ameaçados em perder a liderança tecnológica e
investiram na promoção de uma reforma na educação.
De fato, as ideias modernistas começaram a tomar corpo em 1961 com a
criação do Grupo de Estudos em Ensino de Matemática (GEEM).
Segundo o pensamento modernista no Brasil, a Matemática Moderna era
tida como que ajuda a pensar e acreditava-se que seu método iria revolucionar o
52
ensino, como era noticiado no artigo “A matemática que ensina a pensar”, do jornal
Folha de São Paulo:
[...] as crianças vão aprender matemática de uma forma muito mais lógica. Elas não farão mais cálculos – uma coisa mecânica – que ficará para as máquinas. Aprenderão tudo por meio da lógica [...] (FOLHA DE SÃO PAULO, 07/12/70 apud LIAO, 2011).
Na década de 1980, diante das dificuldades surgidas com a proposta
formalista referente à explicação do que seja a Matemática e de como são criados
os novos conhecimentos, bem como diante das demandas sociais sobre os saberes
desta disciplina e a necessidade de massificá-los, surgimento de novas tecnologias
de pesquisa e ensino com o uso de computadores, houve também o avanço de
vários outros ramos do conhecimento. Estes fatos fizeram surgir novas concepções
para a matemática.
Hoje predomina uma visão mais pragmática que considera a Matemática
em nível de educação básica e de graduação como sendo a área do conhecimento
que desenvolve padrões abstratos para estudar os problemas envolvendo
contagem, as formas e as medidas, o espaço, a variedade dos argumentos, os
fenômenos aleatórios, a relação entre grandezas e variáveis, os fenômenos
periódicos e outros ramos.
Temos a compreensão de que o avanço dos conhecimentos matemáticos
decorre da necessidade de resolução de problemas oriundos da matemática, de
questões de outras disciplinas ou do cotidiano e este avanço somente tem sentido
se houver uma maneira de torná-lo compreensivo para a comunidade.
Este é o objetivo de todos aqueles que apreciam a Matemática, sejam
pesquisadores desta ciência, que contribuem diretamente para o avanço dos seus
conhecimentos específicos, sejam aqueles cuja atuação está ligada a Educação
Matemática.
53
4.2 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICA TIVA DOS CONCEITOS
A educação é o processo pelo qual procuramos mudar o significado da
experiência, podendo se “libertadora” ou “opressiva”, no entanto queremos torná-la
mais libertadora (NOVAK, 1984, p.21).
Para Ausubel (1980) a estrutura cognitiva de cada indivíduo é
extremamente organizada e hierarquizada, no sentido em que as várias ideias se
encadeiam de acordo com a relação que se estabelece entre elas. Além disso, é
nesta estrutura que se ancoram e se reordenam novos conceitos e ideias que o
indivíduo vai progressivamente internalizando, aprendendo.
O ensino de matemática nos últimos anos tem demonstrado que a
aprendizagem dos conteúdos está voltada puramente para a memorização e
descontextualizada com a realidade do aluno.
De acordo com Cunha (1999):
O ensino da matemática deve ir além de simples técnicas para seu entendimento (imediato); ele deve oferecer meios que garantam ao aluno uma compreensão verdadeira dos conteúdos ensinados, através de reflexões, análises e (re) construções desses conhecimentos, visando, também, a sua aplicação no cotidiano. Esta aplicação não está apenas no fato de executar cálculos no dia-a-dia, mas de realizá-los de modo a compreender e analisar o que se está calculando (CUNHA, 1999, p.65).
Dessa forma, o estudo da Análise Combinatória deve partir dos conceitos
envolvidos nesse conteúdo e progressivamente demonstrando as fórmulas como
consequência da compreensão desses conceitos.
Segundo os Referenciais Curriculares para o Ensino Médio (2007):
O objetivo com o ensino de matemática está além de desenvolver o pensamento científico e o raciocínio lógico no educando, é preciso proporcionar uma formação que lhe permita o domínio do conteúdo matemático em situações de contextos diversificados e as competências matemáticas necessárias para lidar com elas (PARAÍBA, 2007, p.61).
Assim, devemos consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no
ensino fundamental, possibilitando que o indivíduo continue seus estudos,
preocupado com a qualificação profissional, cidadania, formação ética e com o
54
desenvolvimento autônomo intelectual e do pensamento crítico quando relacionados
à teoria e prática no ensino de cada disciplina.
Sobre o caráter instrumental, Moreira (2006) fala que a matemática deve
ser vista pelo educando com um conjunto de conhecimentos, técnicas e estratégias
para serem aplicados nas diversas áreas do conhecimento, nas mais variadas
situações do cotidiano e em diferentes contextos no momento oportuno.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN):
[...] a matemática tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o pensamento e o raciocínio dedutivo, porém também desempenha um papel instrumental, pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas em quase todas as atividades humanas. [...] mas também deve ser vista como ciência, nesse sentido o aluno deve perceber que as definições, demonstrações e encadeamento conceituais e lógicos têm a função de construir novos conceitos e estruturas a partir de outros e que servem para validar intuições e dar sentido às técnicas aplicadas (BRASIL, 1999, p.40-41).
Figura 5. Mapa Conceitual: Estrutura da Importância da Matemática no Ensino Médio.
A Figura 5 apresenta de forma hierárquica o que descreve os PCN, a
cerca da proposta de ensinar matemática para os alunos do Ensino Médio.
Assim é necessário que o professor responsável por esse processo de
ensino e aprendizagem seja mediador entre o conteúdo matemático e a
aprendizagem do aluno, de forma que aconteça uma aprendizagem significativa,
para que consiga formar um cidadão crítico, autônomo e com habilidades em
estratégia para resolver problemas envolvidos na vida profissional e cotidiana.
55
Nossos instrumentos de pesquisa formam desenvolvidos tendo como
referência as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) e os
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL, 2002) que visa
“aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a
outros conhecimentos de forma a desenvolver competências e habilidades
essenciais para o aluno”. E a resolução de problemas foi ponto norteador para
desenvolver essas competências e habilidades, pois “o pensar e o fazer se
mobilizam e se desenvolvem quando o indivíduo está engajado ativamente no
enfrentamento de desafios” (BRASIL, 2002).
As análises desses instrumentos consideram quatro critérios:
(i) Competências exigidas para o Ensino Médio;
(ii) A Aprendizagem Significativa;
(iii) Princípios Ausebeliano; (para maiores informações, ver capítulo 4);
(iv) Clareza e objetivos educacionais. (Taxonomia de Bloom, ver capítulo
5)
Sobre o item (i), considerem:
São três competências exigidas para o Ensino Médio:
- Representação e comunicação (RC): envolve leitura, interpretação e a
produção de textos nas diversas linguagens;
- Investigação e compreensão (IC): capacidade de enfrentar e resolver
situações-problemas, utilizando os conceitos e procedimentos peculiares do faze e
pensar das ciências;
- Contextualização das ciências no âmbito sócio-cultural (CSC): analisar
criticamente as idéias e os recursos da área e das questões do mundo que podem
ser respondidas ou transformadas pelo pensar e o conhecimento científico.
Sobre o item (ii), considerem:
Segundo Tavares (2003) existem três requisitos essenciais para a
aprendizagem significativa:
R1 - A oferta de um novo conhecimento estruturado de maneira lógica
(conceitos subsunçores ou âncora);
R2 - A existência de conhecimentos na estrutura cognitiva que possibilite
a sua conexão com o novo conhecimento;
R3 - A atitude explícita de apreender e conectar o seu conhecimento com
aquele que pretende absorver.
56
Sobre o item (iii), considerem:
Ausubel (1980) propõe dois princípios para ser apresentado ao aprendiz,
quando se estrutura um conteúdo:
- Diferenciação progressiva (DP): o assunto deve ser programado de
forma que as ideias mais gerais e abrangentes da disciplina sejam apresentadas
inicialmente, e assim progressivamente diferenciadas, introduzindo os detalhes
específicos necessários;
- Reconciliação integrativa (RI): a programação do material deve ser feita
para explorar relações entre idéias, apontar similaridades e diferenças significativas.
Segundo Schwab (apud NOVAK, 1984, p.22), a experiência educacional é
um acontecimento que envolve “quatro lugares-comuns”: o professor, o aluno, o
currículo e o meio.
Cabe ao professor organizar o conteúdo (material) a ser aprendido pelo
aluno e decidir qual conhecimento é mais incluso em sequência hierárquica,
podendo envolver o aluno no planejamento das atividades. Para o aluno cabe
aprender, a aprendizagem é “pessoal e indiossincrásica” (NOVAK, 1984, p.21),
portanto não pode ser compartilhada, diferente do conhecimento, que é público e
compartilhado.
Quanto ao currículo que diz respeito a compreensão do conhecimento,
das capacidades, e os valores da experiência educativa que satisfaçam critérios de
excelência, cabe ao professor especialista selecionar tais critérios. (SCHWAB apud
NOVAK, 1984, p.22)
Por fim, “o meio” que é o lugar onde a aprendizagem acontece e
influencia o professor e o aluno no compartilhamento dos significados do currículo
(SCHWAB apud NOVAK, 1984, p.22).
Traçado os quatro lugares para haver aprendizagem fica mais fácil
compreender os responsáveis em cada papel do espetáculo: adquirir novos
conhecimentos.
Sabemos que o processo de ensino - aprendizagem nas séries do Ensino
Médio é bastante analítico no que diz respeito à formação abstrata do conceito
científico em todas as disciplinas.
A partir deste contexto podemos dizer que a Matemática tem um caráter
social e culturalmente importante, cujas situações matemáticas trabalhadas tornam
relevante saber alguma matemática no nosso cotidiano.
57
Tendo em vista a importância da Educação Matemática, faz-se
necessário oferecer ao aluno uma boa formação matemática. E, com certeza, o
professor responsável por esse processo deve ser mediador entre o conhecimento
matemático e o aluno.
4.3 ANÁLISE COMBINATÓRIA: A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO ENSINO
MÉDIO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB/96) entende o
caráter do Ensino Médio como etapa final da Educação Básica, complementando o
aprendizado iniciado no Ensino Fundamental.
No Ensino Fundamental o aluno se aproxima de vários campos do
conhecimento matemático e no Ensino Médio utilizarão, desenvolverão e ampliarão
as capacidade, quanto à abstração, raciocinar em todas suas vertentes e resolver
problemas de qualquer tipo
O Ensino de Matemática no Ensino Médio deve contribuir para o aluno
adequar seu desenvolvimento cognitivo e profissional, promovendo-o a cidadão
crítico e participativo na sociedade, através de uma visão de mundo para ler,
interpretar a realidade e desenvolver capacidades que deles serão exigidas ao longo
da vida social e profissional. Tais contribuições são realizadas através de diferentes
motivações, interesses e capacidades, de forma que possibilitem compreender
conceitos e procedimentos matemáticos.
A Matemática ajudará na leitura através do domínio dos códigos e
nomenclaturas da linguagem matemática, compreender e interpretar desenhos e
gráficos relacionando-os à linguagem discursiva (BRASIL, 2002, p.112).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002, p.112) a
resolução de problemas é peça central para o Ensino Médio, pois o pensar e o fazer
se mobilizam e se desenvolvem quando o aluno é desafiado a enfrentá-los.
Os problemas propostos devem ser contextualizados e interdisciplinares,
ou seja, é o potencial de um tema permitir conexões entre diversos conceitos
matemáticos e entre diferentes formas de pensamento matemático.
Segundo a resolução n°15/98 da CEB, do CNE o concei to de
interdisciplinaridade:
58
[...] fica mais claro quando se considera o fato trivial de que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conhecimentos, que pode ser de questionamentos, de confirmação, de complementação, de negação, de ampliação de iluminação de aspectos não distinguíveis (BRASIL, 1998).
Já no aspecto da contextualização, a resolução n°15 /98 da CEB, do CNE diz que:
A contextualização seria o recurso para tornar a aprendizagem significativa ao associá-la com experiências da vida cotidiana ou conhecimento adquiridos espontaneamente (BRASIL, 1998).
Dessa forma, Iezzi (2004) sugere que:
O caráter de educação básica do ensino médio fica mais claro quando se estabelece como um dos objetivos levar o aluno a compreender conceitos, procedimentos e estratégias matemáticas que lhe permitam desenvolver estudos posteriores e adquirir uma formação científica geral. Aprender a aprender e a pensar, a dar significado ao aprendido, a relacionar conhecimentos são competências a serem desenvolvidas (IEZZI, 2004, p.22).
Para que esses objetivos sejam alcançados é necessário que o tema
escolhido possua um trabalho pensado para o aluno que é cognitivo, afetivo e social,
que possui projetos de vida, histórias pessoais e escolares.
De acordo com os PCN (BRASIL, 2002, p.120), um conjunto de temas,
que possibilitem o desenvolvimento das competências almejadas com relevância
científica e cultural e com articulação lógica das ideias e conteúdos matemáticos
está dividido em três eixos (ou temas) estruturadores: Álgebra, Geometria e Análise
de Dados. Podemos visualizar melhor no Mapa Conceitual da Figura 6.
59
Figura 6. Mapa Conceitual envolvendo os Temas Estruturadores para o Ensino Médio.
Nosso foco principal nessa pesquisa está na aprendizagem do conteúdo
Análise Combinatória, cujo eixo estruturador é “Análise de dados” que está
subdividido na unidade temática “Contagem” como mostra o mapa conceitual da
Figura 6.
Segundo os PCN (BRASIL, 2002, p.126), a análise de dados tem sido
essencial em problemas sociais e econômicos, como nas estatísticas relacionadas à
saúde, população, transportes, orçamentos e questões de mercado. A contagem
(tema principal de nossa pesquisa) estará proporcionando à quantificação desses
dados.
A contagem permite desenvolver o raciocínio combinatório, ou seja,
decisão cognitiva quanto à forma mais adequada de organizar números ou
informações para poder contar os casos possíveis. Segundo os PCN (BRASIL,
2002), essa forma de organizar e contar os números não deve ser apresentado
como uma lista de fórmulas, mas como um processo que exige a construção de um
modelo simplificado e explicativo da situação.
Para Morgado (2006), se a aprendizagem destes conceitos se faz de
maneira mecânica, limitando-se a empregá-los em situações padronizadas, sem
procurar habituar o aluno com a análise cuidadosa de cada problema, cria-se a
impressão de que a Análise Combinatória é somente um jogo de fórmulas
complicadas.
60
Sabemos que a resolução de problemas é a perspectiva metodológica
escolhida para apresentação desse conteúdo, entendendo como um processo de
investigação frente a qualquer situação ou fato que possa ser questionado. Dessa
forma, Smole (2003) traça algumas maneiras de resolver problemas envolvendo
Análise Combinatória.
A Figura 7 permite visualizar os diversos métodos de resolução de
problemas e através dos exemplos analisamos em que momento cada um desses
tipos podem ser utilizados, dessa forma teremos uma facilidade nos cálculos e a
obtenção dos resultados mais rápidos e precisos em determinados conjuntos de
elementos a serem agrupados para a contagem.
Analisando a Figura 7 observa-se que para resolver um problema de
contagem em que os elementos são compostos em grandes números é viável
utilizar o “esquema”, proveniente da utilização do método “Árvore de possibilidade”.
Esse método do “Esquema” ajudará no entendimento das fórmulas como
generalização desse método para casos em que os elementos são ainda maiores.
Figura 7. Mapa conceitual envolvendo métodos de resolução de problemas.
Todo problema de contagem pode ser resolvido pelo Princípio
Fundamental da Contagem (PFC), porém em alguns desses problemas torna-se
complicada sua resolução, sendo necessário o uso das técnicas de contagem que
simplificarão a resolução de muitos problemas.
61
O PFC mostra-nos um método algébrico para determinar o número de
possibilidades de ocorrer um evento, sem precisarmos descrever todas as
possibilidades.
Para esse conteúdo, Morgado (2006) revela dois tipos de problemas:
1. Demonstrar a existência de subconjuntos de elementos de um conjunto
finito dado e que satisfazem certas condições;
2. Contar ou classificar os subconjuntos de um conjunto finito e que
satisfazem certas condições dadas.
Segundo Lima (2005), problemas de Contagem estão entre os
considerados mais difíceis pelos alunos (e professores) do Ensino Médio. O autor
ainda afirma que provavelmente esse fato está relacionado ao conteúdo ser
introduzido apenas na segunda série do Ensino Médio, embora o seu estudo exija-
se apenas o conhecimento das operações aritméticas de soma, subtração,
multiplicação e divisão.
Para resolver problemas de contagem, Lima (2005), sugere três
estratégias:
1. Postura: Devemos sempre nos colocar no papel da pessoa que deve
fazer a ação solicitada pelo problema e ver que decisões devemos tomar.
2. Divisão: Devemos, sempre que possível, dividir as decisões a serem
tomadas em decisões mais simples, correspondentemente às diversas
etapas do processo de decisão.
A ordem em que as decisões são tomadas pode ser extremamente
importante para a simplicidade do processo de resolução.
3. Não adiar dificuldades: Pequenas dificuldades adiadas costumam se
transformar em imensas dificuldades. Se uma das decisões a serem
tomadas for mais restrita que as demais, essa é a decisão que deve ser
tomada em primeiro lugar.
As fórmulas típicas deste conteúdo devem ser consequência do raciocínio
combinatório desenvolvido frente à resolução de problemas e devem ter a função de
simplificar cálculos quando a quantificação de dados é muito grande, e não se
restringirem a um uso mecânico sem nenhum significado.
62
Os PCN (BRASIL, 2002, p.79) indicam como objetivo específico da
aprendizagem sobre Análise Combinatória compreender e utilizar o PFC na
resolução de problemas, após adquirir habilidades quanto a isso, poderá inserir os
conceitos sobre permutação, arranjo e combinação e utilizá-los na resolução de
problemas.
Ao término do Ensino Médio o aluno deve ser capaz de compreender o
assunto como exposto no Mapa Conceitual 8 (Figura 8), que indica a sequência
hierárquica que os conteúdos devem ser abordados para que a estrutura cognitiva
do aluno associe os conhecimentos já existentes aos novos conhecimentos a serem
estudados.
Além disso, a Figura 8 também propõe que alguns conceitos devem ser
reconhecidos integrativamente, como exemplo a Permutação, que é um caso
particular de Arranjo, e também que a Combinação utiliza-se da razão entre Arranjo
e Permutação para compor sua formulação. Salientamos que o termo “razão” está
no sentido matemático, ou seja, representa a divisão de duas grandezas, que no
caso são o Arranjo e a Permutação.
Figura 8. Mapa conceitual resumindo os conceitos sobre Análise Combinatória.
Nossa pesquisa foi pautada em apresentar os conceitos de Análise
Combinatória mediante o uso de Mapas Conceituais, seguindo a teoria da
63
Aprendizagem Significativa de Ausubel, para isso elaborando mapas potencialmente
significativos que serão apresentados no capítulo seguinte: essa estrutura pode ser
observada na Figura 9.
Figura 9. Mapa conceitual da Aprendizagem Significativa de Análise Combinatória pelo uso de Mapas Conceituais.
64
5 INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO: TAXONOMIA DE BLOOM REVI SADA
Taxonomia tem seu significado do grego taxis, que é ordenação, e
nomos, que é sistema, norma, ou seja, é todo sistema de classificação ordenada.
Benjamin Bloom e seus colaboradores compunham um grupo formado
pela American Psychological Association para criar uma classificação de objetivos
de processos educacionais. Definiram a taxonomia em objetivos educacionais
divididos em três domínios:
i) Domínio Cognitivo: lida com o saber, enfatiza o relembrar ou reproduzir
algo que foi aprendido, ou a resolução de alguma atividade intelectual;
ii) Domínio Afetivo: lida com os sentimentos, emoções ou grau de
aceitação ou rejeição;
iii) Domínio Psicomotor: lida com as ações físicas, ou seja, as habilidades
musculares ou motoras. Concentraremos nosso estudo no domínio cognitivo.
A taxonomia dos objetivos educacionais é um referencial para classificar
afirmações sob as quais se espera que os alunos aprendam como resultado da
instrução. Esse referencial foi concebido como uma maneira de facilitar o
intercâmbio de testes escolares entre as faculdades das diversas universidades
americanas, e esse intercâmbio considerava a construção de um banco de testes,
cada um deles avaliando os mesmos objetivos educacionais.
Ao considerar os mapas conceituais sobre Análise Combinatória um
material potencialmente significativo, que poderá favorecer a aprendizagem por
recepção significativa, segundo a classificação da aprendizagem de Ausubel; Novak
e Hansesian (1980) (maiores detalhes veja capítulo 2 dessa dissertação), é
adequado apresentar os objetivos que fundamentam a utilização do mesmo.
Recorre-se para isso à Taxonomia de Bloom et al. (1976) revisada por Anderson e
Krathwohl et al. em 2001, para classificar metas e objetivos educacionais esperados
nos mapas conceituais.
A taxonomia modificada (ANDERSON et al, 2001; KRATHWOHL, 2002,
apud TAVARES, 2010, p.5) é a classificação de resultados educacionais,
“semelhante à seleção de símbolos para classificar objetos em categorias, segundo
as suas características comuns”, que propiciaram definições cuidadosas para as
dimensões do conhecimento e dos processos cognitivos, estruturados como um
referencial bidimensional.
65
Os objetivos cognitivos (KRATHWOHL; BLOOM; MASIA, 1964) são
divididos em seis níveis que, usualmente, são apresentados numa sequência que
vai do mais simples (conhecimento) ao mais complexo (avaliação). Assim teremos
por objetivos dos níveis do domínio cognitivo os seguintes:
Quadro 1. Objetivos educacionais – Taxonomia de Bloom (1976) – área cognitiva.
Taxonomia de Bloom Área Cognitiva
NÍVEIS OBJETIVOS CAPACIDADES A ADQUIRIR
Conhecimento
Lembrar informações sobre: fatos, datas, palavras, lugares, regras, critérios,procedimentos,etc
Definir, descrever, distinguir, identificar, rotular, listar, memorizar, ordenar, reconhecer, reproduzir, etc.
Compreensão
Entender a informação ou o fato, captar seu significado, utilizá-la em contextos diferentes.
Classificar, converter, descrever, discutir, explicar, generalizar, identificar, inferir, interpretar, prever, reconhecer, redefinir, selecionar, situar, traduzir, etc.
Aplicação Aplicar o conhecimento em situações concretas
Aplicar, construir, demonstrar, empregar, esboçar, escolher, escrever, ilustrar, interpretar, operar, praticar, preparar, programar, resolver, usar, etc.
Análise Identificar as partes e suas inter-relações
Analisar, calcular, comparar, discriminar, distinguir, examinar, experimentar, testar, esquematizar, questionar, etc.
Síntese Combinar partes não organizadas para formar um todo
Compor, construir, criar, desenvolver, estruturar, formular, modificar, montar, organizar, planejar, projetar, etc.
Avaliação Julgar o valor do conhecimento.
Avaliar, criticar, comparar, defender, detectar, escolher, estimar, explicar, julgar, selecionar, etc.
66
Porém na revisão desta taxonomia feita por Anderson e Krathwohl et al.
(2002), o tipo de conhecimento a ser adquirido (dimensão do conhecimento) e o
processo utilizado para a aquisição desse conhecimento (dimensão do processo
cognitivo) foram combinados dando origem ao quadro abaixo, que tornou mais fácil
a tarefa de definir com clareza os objetivos de aprendizagem.
Quadro 2. A taxonomia de Bloom revisada
Dimensão do conhecimento
Dimensão dos processos cognitivos 1. Relembrar
2. Entender
3. Aplicar
4. Analisar
5. Avaliar
6. Criar
A. Conhecimento factual
B. Conhecimento conceitual
C. Conhecimento procedimental
D. Conhecimento meta-cognitivo
Para a dimensão do conhecimento , foram considerados os seguintes
tipos:
i. Conhecimento factual: Conhecimentos básicos de uma disciplina com
os quais os alunos devem estar familiarizados.
ii. Conhecimento conceitual: Inter - relações entre os elementos básicos
de uma estrutura, que os permite funcionar conjuntamente.
iii.Conhecimento procedimental: Como fazer algo, métodos de
questionamento; critérios para utilização de habilidades, algoritmos, técnicas e
métodos.
iv. Conhecimento metacognitivo: Conhecimento da cognição em geral,
conhecimento da própria cognição e da prontidão
Para a dimensão processos cognitivos , foram considerados os
seguintes tipos:
i. Relembrar: Resgatar conhecimentos relevantes da memória de longo
prazo
ii. Entender: Construir significados a partir de mensagens instrucionais,
incluindo mensagens orais, escritas e comunicações gráficas.
iii. Aplicar: Executar ou usar um procedimento numa dada situação
67
iv. Analisar: Quebrar um material em suas partes constituintes, e
determinar quais partes se relacionam com as outras e com a estrutura global, ou
com o propósito global.
v. Avaliar: Fazer julgamentos baseados em critérios e padrões.
vi. Criar: Pôr juntos elementos de modo a formar um todo coerente ou
funcional; reorganizar elementos em um novo padrão ou estrutura.
A Taxonomia de Bloom revisada é baseada numa visão mais ampla de
aprendizagem, que inclui não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também a
capacidade de usar esses conhecimentos em novas situações (MAYER, 2002,
p.227). A capacidade de transferir a utilização de conhecimentos para outras
situações acontece principalmente quando a aprendizagem é substantiva e não
literal. Quando a estrutura cognitiva do indivíduo constrói significados sobre a nova
informação que lhe é apresentada acontece a aprendizagem significativa.
A aprendizagem significativa é reconhecida como um importante objetivo
instrucional. Ela requer que a instrução vá além da apresentação de “conhecimento
factual”, e que as avaliações exijam dos estudantes mais que simplesmente
“relembrar” ou “reconhecer” o “conhecimento factual”.
Dessa forma, usar a Taxonomia de Bloom revisada para analisar mapas
conceituais ajudará a evidenciar quais são os processos cognitivos e tipos de
conhecimentos que estão sendo utilizados na realização de um mapa. Pode-se dizer
que essa é uma informação crucial para a tomada de decisão acerca da atitude
pedagógica seguinte a ser tomada pelo mestre, para facilitar o caminho do aprendiz
em direção a uma aprendizagem significativa do tema considerado.
Além de usarmos a Taxonomia na análise dos mapas, também usamos
para analisar as questões do pré e pós-teste, que categorizou os objetivos
educacionais esperados nas questões, potencializando ainda mais os resultados da
pesquisa. Essa análise será discutida no próximo capítulo.
68
6 MÉTODO
Todos perdem quando não usamos a pesquisa na prática. (Gerard
Vergnaud)
Considerando o processo ensino-aprendizagem sobre o conteúdo de
Análise Combinatória com foco na aprendizagem significativa, através da utilização
dos mapas conceituais, serão analisados e discutidos neste capítulo os dados
coletados do experimento, as avaliações dos mapas e dos questionários pré e pós-
teste e as atividades feitas pelos alunos durante a execução da pesquisa.
6.1 Delineamento da Pesquisa
Essa pesquisa pode ser considerada de natureza quantitativa e
qualitativa, do tipo experimental, objetivando investigar a eficácia do uso de mapas
conceituais no processo de ensino e aprendizagem de alunos do segundo ano do
Ensino Médio.
Segundo Appolinário (2009), podemos definir a pesquisa experimental
“[...] como um processo no qual podemos provocar deliberadamente algumas
mudanças, enquanto observamos os resultados, com a finalidade de aumentar o
conhecimento sobre o assunto” (APPOLINÁRIO, 2009, p. 63).
Ainda segundo esse autor a natureza quantitativa e qualitativa de uma
pesquisa decorre do fato de que:
[...] qualquer pesquisa provavelmente possui elementos tanto qualitativos como quantitativos, ou seja, em vez de duas categorias dicotômicas e isoladas, temos antes uma dimensão contínua com duas polaridades extremas, e as pesquisas se encontraram em algum ponto desse contínuo (APPOLINÁRIO, 2009, p. 59).
Na natureza qualitativa de uma pesquisa, segundo Oliveira (2008), é um
processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e
técnicas para compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico
e/ou segundo sua estruturação. Assim para ele:
69
As abordagens qualitativas facilitam descrever a complexidade de problemas e hipóteses, bem como analisar a interação entre variáveis, compreender e classificar determinados processos sociais, oferecer contribuições no processo das mudanças, criação ou formação de opiniões de determinados grupos e interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos (OLIVEIRA, 2008, p.59).
Com relação à natureza quantitativa de uma pesquisa, Richardson (2010)
descreve:
A abordagem quantitativa significa quantificar dados obtidos por meio de informações coletadas através de questionários, entrevistas, observações, assim como “o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples como: porcentagem, média, moda, mediana e desvio-padrão, até as de uso mais complexo como coeficiente de correlação, análise de regressão (RICHARDSON, 2010, p.70).
Inseridos nessas perspectivas, na nossa pesquisa realizamos aulas para
os alunos utilizando mapas conceituais. Nessas aulas observamos dois grupos: o
grupo experimental, que foram expostos ao uso de mapas conceituais para
sistematizar o conteúdo que focamos, no caso, Análise Combinatória; e o grupo
controle no qual ministramos o mesmo conteúdo de forma tradicional em que
estavam habituados, ou seja, sem o uso de mapas conceituais.
Para o levantamento de dados da pesquisa aplicamos um questionário
envolvendo conceitos sobre Análise Combinatória, em dois momentos: Um pré –
teste, aplicado antes de iniciar o estudo, e um pós-teste, aplicado após a execução
das aulas.
Segundo Oliveira (2008), o questionário pode ser definido como uma
técnica para obtenção de informações sobre sentimentos, crenças, expectativas,
situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o (a) pesquisador (a)
deseja registrar para atender os objetivos de seu estudo.
Dessa forma utilizamos o questionário com dois objetivos, primeiro:
aplicamos um questionário pré-teste, para coletar informações sobre os
conhecimentos prévios dos alunos, a cerca do conteúdo Análise Combinatória;
segundo: aplicamos o mesmo questionário pós-teste para, avaliar quais conceitos
foram adquiridos após a exposição do conteúdo e, dessa forma, determinar se
70
houve uma aprendizagem significativa, ou não, baseada nos dois questionários
realizados.
Para Gil (1999, p.137), o pré- teste de um instrumento de coleta de dados
tem por objetivo assegurar-lhe validade e precisão, mas é preciso assegurar que
esteja bem elaborado. Nesse sentido, propomos alguns critérios que foram
avaliados por alguns profissionais envolvidos na educação matemática. Eles
julgaram tanto os questionários pré e pós-teste como os mapas conceituais
construídos para ministrar as aulas. Essas análises serão discutidas nos Capítulos
6.3.1 e 6.3.2.
Para a realização da pesquisa escolhemos uma amostra não
probabilística com alunos do segundo ano do Ensino Médio, pois Oliveira (2008), o
(a) pesquisador (a) determina a quantidade de elementos ou o número de pessoas
aptas a responder um questionário. O que não é definido na amostra probabilística,
no qual o (a) pesquisador (a) deve ter conhecimento de todos os elementos e da
totalidade de sujeitos para determinar sua amostra através de sorteio ou de outro
critério ou técnica que achar viável e confiável.
Os dados coletados pelos questionários pré e pós-teste foram analisados
quantitativamente pelo modelo estatístico Análise de Variância (ANOVA) através do
software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).
Portanto, a nossa pretensão foi de, através dessas metodologias,
averiguarmos a eficácia da estratégia do uso de mapas conceituais, de maneira que
o aluno demonstrasse maturidade nos entendimentos dos conceitos de forma
estável e diferençável, o se espera na aprendizagem significativa.
6.2 O Campo da Pesquisa
A escola escolhida para o experimento foi a Escola Estadual de Ensino
Fundamental e Médio Professora Luzia Simões Bartollini, situada na cidade de João
Pessoa/PB. Essa escolha se deu pelo fato da pesquisadora ter concluído o Ensino
Médio e atualmente lá também leciona, embora os alunos envolvidos na pesquisa
tivessem outro professor. É considerada uma escola polo do bairro pela sua
estrutura física e que comporta um número grande de alunos, bem como pela
disposição de salas que a subdividem entre: salas de aula, biblioteca, direção,
71
secretaria, sala de professores, almoxarifado, sala de informática e quadra
poliesportiva.
Todos os dados divulgados têm a aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal das Paraíba (UFPB),
maiores detalhes vejam Anexo A.
Nossa amostra, para pesquisa, foi formada pelas turmas do 2° (segundo)
ano do Ensino Médio, que são 2 (duas) no turno da tarde, totalizando 25 (vinte e
cinco) alunos, sendo 13 (treze) alunos do grupo controle e 12 (doze) alunos do
grupo experimental, compondo assim nossa amostragem não probabilística
intencional. O Quadro 3 indica as idades médias e distribuição por gênero e grupo
(turma).
Quadro 3 . Idade e Gênero dos Participantes do Experimento
Idade
Turma A (Controle)
Média Desvio Mínima Máxima
17 1,2 16 19
Turma B (Experimental
16 4,8 15 39
Gênero
Turma A (Controle)
Homens Mulheres Total
6 7 13
Turma B (Experimental)
4 8 12
Nosso experimento se deu com a disciplina de Matemática, que tinha 4
(quatro) horas aulas semanais nas turmas do 2° (seg undo) ano, com 45 (quarenta e
cinco) minutos de duração cada.
Nas turmas Controle e Experimental tivemos 20 horas/aulas, sendo que
duas aulas foram para o pré-teste e duas aulas para o pós-teste, ou seja,
ministramos o conteúdo de Análise Combinatória em 16 horas/aulas. A distribuição
das aulas pode ser apreciada com maiores detalhes no Plano de Aulas (ver
Apêndice F).
O professor regente das turmas escolhidas para a pesquisa tem
graduação em matemática, com experiência profissional de três anos no Ensino
Médio, possui bom relacionamento com os alunos e atualmente é professor integral
da escola, ou seja, trabalha nos três turnos da escola.
72
6.3 Materiais
O objetivo de nossa pesquisa foi verificar o conhecimento que os alunos
adquiriam quando expostos a um instrumento de aprendizagem (Mapas Conceituais)
sobre o conteúdo de Análise Combinatória, como pode ser observado na Figura 9,
que explica os conceitos abordados e o procedimento da avaliação.
Figura 9. Aprendizagem usando Mapa Conceitual sobre Análise Combinatória.
Para essa verificação, consideraram-se, na realização da pesquisa dois
materiais, que auxiliaram na análise quantitativa e qualitativa. Os materiais foram os
Mapas Conceituais sobre Análise Combinatória e os Questionários Pré e Pós-teste.
Eles foram validados por profissionais com conhecimento na área de estudo. Nessa
seção iremos discutir cuidadosamente a construção e validação desses dois
materiais.
6.3.1 Construção e Validação do Objeto de Estudo: M apas Conceituais
Potencialmente Significativos
O estudo de Análise Combinatória tem a finalidade de proporcionar ao
aluno o desenvolvimento do raciocínio combinatório, onde consegue adquirir
informações que constroem um modelo explicativo e simplificado da situação. Dessa
73
forma para promover a aprendizagem desse conteúdo propomos mapas conceituais
que se fundamentam na Teoria Significativa de David Ausubel (1980) e nos ideais
de Joseph D. Novak (1996) referente à estratégia de mapas conceituais para
traduzir o processo de transformação psicológica.
Mapas conceituais segundo Novak e Gowin (apud. MOREIRA, 2006) se
destinam a representar relações significativas para representar um conjunto de
significados entre conceitos na forma de proposições, isto é, são dispositivos
esquemáticos para representar um conjunto de significados de conceitos encaixados
em um sistema de referência proposicional.
Para a elaboração de mapas conceituais, partimos dos princípios
ausubelianos da ”diferenciação progressiva”, em que os alunos devem aprender um
conteúdo inicial (conceitos e ideias), e a partir desse conteúdo, associando
progressivamente ao novo conteúdo fazendo uma distinção (diferenciação) entre
esses conceitos. E da “reconciliação integrativa”, em que os conceitos originais
buscam associações (reconciliadoras) entre si, interligando-se de forma expansiva e
sistemática (AUSUBEL, 1980).
A elaboração dos mapas conceituais é bem simples: o tema principal fica
no topo, dentro de um retângulo, logo abaixo se colocam os conceitos relacionados
com o principal, também dentro de um retângulo e unido por um segmento ou seta
descritiva (com uma palavra), que estabelece uma conexão entre os elementos
conceituais.
Na construção de um mapa conceitual, em primeiro lugar é necessário
identificar os conceitos-chaves subordinados e os superordenados do conteúdo
geral. Precede-se à hierarquização dos conceitos, numa estrutura bidimensional,
considerando que os conceitos mais específicos e menos gerais devem ser
integrados sob conceitos mais gerais e menos inclusivos; posteriormente,
identificam-se as possíveis relações entre os conceitos, esclarecendo os significados
através das proposições de ligação (PRAIA, 2000).
Os mapas conceituais podem ser elaborados de diversas formas: no
papel comum, com papeis Post-it (adesivos), com cartolina, ou mesmo software.
Dos recursos tecnológicos existentes, há softwares que possibilitam
formas diferenciadas de se ler e escrever, destacando-se aqueles que permitem
representar mapas, citaremos aqui o Cmap Tools, um software free, desenvolvido
pelo University of West Florida do IHMC, sob a supervisão do Dr. Alberto J. Cañas,
74
que permite construir, navegar e compartilhar mapas de forma individual ou
colaborativa.
Inicialmente, foram selecionadas 100 (cem) questões de diversos livros
de matemática e variados autores com experiência no ensino de matemática.
Dessas questões fizemos outra seleção seguindo os critérios de relevância no
cotidiano dos alunos, e assim obtivemos 50 questões. Por último selecionamos 40
questões com critérios nos objetivos educacionais e as competências do Ensino
Médio, dessa forma, separados 20 (vinte) questões para o questionário (pré e pós-
testes) e 20 (vinte) questões para elaborar os mapas conceituais.
Após a escolha das 20 questões destinadas para a construção dos mapas
conceituais, foram elaborados mapas conceituais sobre o conteúdo de Análise
Combinatória a partir de um estudo de alguns livros didáticos e de apoio ao
professor de matemática. Esses mapas podem ser observados no Apêndice H.
Nas 20(vinte) questões estiveram envolvidos conceitos sobre Princípio
Fundamental da Contagem, Permutação (Simples, com repetição e circular),
Arranjos (Simples e com repetição) e Combinatória (Simples). A cada término do
conceito tínhamos um mapa conceitual resumindo as principais ideias apresentadas
e necessárias ao aprendizado, dessa forma construímos mais 5 (cinco) mapas
conceituais resumos (Resumo do PFC, Resumo de Fatorial, Resumo de
Permutação, Resumo de Arranjo e Resumo de Combinação), ao final da construção
tínhamos 25 (vinte e cinco) mapas conceituais.
Os mapas conceituais construídos para a pesquisa tiveram como
conceitos centrais a definição, os elementos, os conceitos anteriores, as restrições e
os agrupamentos em que cada questão exigia. Eles foram apresentados durante as
aulas, após a discussão do conteúdo de forma dialogada e com o auxilio do material
de apoio (Ver Apêndice D).
Os vinte e cinco mapas construídos podem ser classificados em quatro
conteúdos: Princípio Fundamental da Contagem (PFC), Permutação (Simples, Com
Repetição e Circular), Arranjo (Simples e Com Repetição) e Combinação Simples.
Os mapas conceituais de 1 a 7 (ver Apêndice H) refere-se ao PFC e tem o
mapa conceitual 21 como resumo.
Observem no mapa da Figura 10, os conteúdos envolvidos (estão
separados em cores distintas), os princípios ausubelianos (que estão indicados pela
seta contínua) e a hierarquias em que esses conceitos estão dispostos dos mais
75
gerais e exclusivos aos mais específicos e dependentes, e compreenda como um
simples conteúdo de Contagem pode envolver diferentes conceitos que interligados
permitem conectar ideias que aparentemente não tinham sentido.
Figura 10. Mapa Conceitual referente ao exemplo 3: PFC e os Meios de Transportes.
Na análise visual da Figura 10 identificamos um conceito central: Princípio
Fundamental da Contagem que terá como conceitos subordinados: definição,
elementos, restrições e combinação, formando assim uma proposição. Cada
proposição está ligada por um segmento linear que caracteriza o principio
ausubeliano da diferenciação progressiva (de acordo com a legenda) e permite que
os alunos compreendam os conceitos de forma hierárquica partindo dos conceitos
mais gerais e inclusivos integrando os conceitos menos específicos. Também se
observa nesse mapa, segmentos pontilhados, que promove o princípio ausubeliano
da reconciliação integrativa em que os conceitos buscam associar-se entre si,
interligando-se de forma expansiva e sistemática.
Fazendo uma análise conceitual, podemos observar na Figura 10, que o
aluno deve compreender o princípio fundamental da contagem retirando do exemplo
citado na caixa azul claro, elementos que submetidos a algumas restrições permitirá
76
agrupar os elementos considerados e assim determinar quantos meios de
transportes podem ser escolhidos.
Os mapas conceituais de 8 a 13 (ver Apêndice H) são destinados ao
conteúdo de Permutação e tem o mapa conceitual 23 como resumo.
As cores em que estão dispostos os conceitos dos mapas também
representam uma característica entre todos os mapas, facilitando assim identificar
cada conceito no exemplo da caixa azul clara.
Figura 11: Mapa conceitual referente ao exemplo 8: Permutação Simples e Disposição de uma Fila.
Podemos observar na Figura 11, o princípio ausubeliano da diferenciação
progressiva nas conexões entre os conceitos por setas contínuas e a reconciliação
integrativa entre os conceitos nas setas pontilhadas como mostra a legenda em
vermelho. A disposição em que os conceitos estão no mapa também permite
visualizar a hierarquia dos conceitos e para o aluno que já observou sete mapas
77
anteriores fica claro que os elementos que estão nas cores verdes são importantes
para montar o agrupamento e que as restrições permitirão indicar quantos
retângulos (esquemas) serão considerados no agrupamento.
Observe que na Figura 10, se o aluno compreendeu o esquema do
agrupamento, na sequência hierárquica do retângulo bege, ele entenderá, na Figura
11, porque a fórmula de permutação é “n!”. Dessa forma o mapa deve ajudá-lo no
entendimento das fórmulas como processo de construção e amadurecimento do
conhecimento, pelo menos é que se espera nesse estudo.
Os mapas conceituais de 14 a 17 (ver Apêndice H) referem-se ao
conteúdo de Arranjo e tem o mapa conceitual 24 como resumo.
Na Figura 12, o agrupamento permitiu chegar a alguma solução do
problema, mas o que fez compreender a fórmula foi à reconciliação integrativa com
a definição e também com conceitos subordinados sobre permutação (na Figura 12
está na cor roxa).
Figura 12. Mapa Conceitual referente ao exemplo 16 sobre Arranjo Simples e as Senhas.
Por fim os mapas conceituais de 18 a 20 (ver Apêndice H) referem-se ao
conteúdo de Combinação que tem o mapa conceitual 25 como resumo.
78
Os mapas-resumos são semelhantes aos mapas-exemplos (caracterizado
por aqueles que têm um retângulo azul claro descrevendo o exemplo) e também,
utiliza-se dos princípios ausubelianos que refletem a hierarquia dos conceitos
envolvidos dos mais gerais aos mais específicos, indicada pela seta contínua e,
reconhecer as relações entre conceitos aparentemente dispares, que indicamos por
setas tracejadas, permitindo assim, o entendimento desses conceitos sobre a
temática em discussão, sem que haja necessariamente um agrupamento que resulte
em alguma solução de algum problema, como é o caso dos mapas-exemplos.
A Figura 13 representada pelo resumo de Arranjo mostra poucas
reconciliações integrativas, ou seja, relações entre conceitos na visualização
horizontal do mapa, porém é fácil identificar os diferentes tipos de arranjo e
exemplos de elementos que sugere esse tipo de agrupamento de forma a diferenciar
progressivamente. As cores são as mesmas usadas nos mapas exemplos e também
possuem a legenda indicando os princípios ausubelianos.
Figura 13. Mapa Conceitual referente ao mapa resumo de Arranjo.
A análise desses instrumentos considerou que o avaliador possuía
conhecimento sobre Mapas Conceituais, a Teoria Significativa de Ausubel, as
79
Competências para o Ensino Médio em Matemática e a Taxonomia de Bloom. Afim,
de objetivarmos nosso estudo traçamos alguns conceitos importantes sobre cada
item supracitados que posteriormente foram analisados quantitativamente e
qualitativamente. Esses critérios podem ser observados no Capítulo 4.2 dessa
dissertação.
Os avaliadores foram submetidos a responder 12 questões envolvendo os
critérios supracitados (ver Apêndice G).
Para fortalecer ainda mais a análise dos mapas, os avaliadores
ressaltaram a necessidade do professor como mediador para expor os conteúdos,
pois acreditam que os alunos podem não terem conhecimentos prévios para
conectar, sozinhos, todas as ideias apresentadas nos mapas.
Sugere ainda que a aplicação possa ser feito em três momentos
(Avaliador 1): No primeiro momento como leitura sugerida para os próprios alunos,
referenciando ao conteúdo, no segundo momento como modelo para repensar
alguns exercícios para a assimilação e um terceiro momento no final do conteúdo
para avaliar os alunos sobre o que foi absorvido por eles, ou mesmo como revisão.
Todos os mapas foram considerados válidos pelos avaliadores para a
aplicação em sala de aula, porém eles sugeriram melhorias e recomendações que
foram cumpridas de acordo com as possibilidades.
6.3.2 Construção e Validação do Questionário Pré e Pós-teste
Separadas 20 questões para o pré e pós-teste, cujos critérios eram sua
relevância na aplicação do cotidiano dos alunos, as competências exigidas no
Ensino Médio, os objetivos educacionais e a postura adotada no Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM), modificamo-las, mas sem perder o valor informativo, a fim de
proporcionar a contextualização. Nessa direção Bravo (2006), sugere que devemos
apresentar um problema sugestivo que encaminhe o aluno a uma busca de
respostas no conteúdo apresentado posteriormente.
As 20 (vinte) questões foram separadas por seções classificadas por
letras (de A até J, ver Apêndice B), que motivava os alunos no entendimento do
enunciado, uma vez que o questionário, enquanto pré-teste, não buscava
conhecimento científico do conteúdo pelos alunos.
80
Cada questão continha quatro alternativas, sendo que a quarta alternativa
(“d”) dava ao aprendiz a oportunidade de optar pelo desconhecimento total do
assunto, evitando que a escolha fosse de forma aleatória e assim podermos verificar
os conhecimentos prévios no pré-teste ou os conhecimentos adquiridos no pós
teste.
O objetivo das questões, enquanto pré-teste eram verificar o nível de
conhecimento específico existente na estrutura cognitiva do aprendiz, ou seja, os
conhecimentos prévios relevantes que serviriam de subsunçores na aprendizagem
significativa da Análise Combinatória.
Questões de conhecimento prévio foram relevantes quando os alunos se
depararem com situações problemas envolvendo conteúdos ainda não estudados
em sala de aula. Dessa forma, o questionário como pré-teste também proporcionou
a curiosidade em aprender sobre o conteúdo proposto, motivando assim, na busca
de novos conhecimentos.
As questões elaboradas envolveram conceitos sobre: os tipos de
agrupamento, quais elementos fazem parte do conjunto a serem agrupados, quais
restrições devem ser levadas em considerações, a junção dos tipos de
agrupamentos em um mesmo problema, além da utilização das fórmulas como
ferramenta de agilidade nos cálculos: essas considerações podem ser apreciadas
com maiores detalhes no Capítulo 4.3.
Das 20 (vinte) questões, separadas para o pré e pós teste, 11 (onze)
envolveram questões que exigiam o desenvolvimento de cálculos e o uso de
fórmulas e 9 (nove) questões exigiam apenas conhecimentos conceituais sem
necessidade de fórmulas específicas.
O teste teve valor de 0 (zero) a 10 (dez) sendo distribuídas igualmente
entre as 20 (vinte) questões, ou seja, cada questão foi pontuada com valor 0,5 (cinco
décimos) pontos.
Após a elaboração do questionário precisávamos saber se realmente era
válido do ponto de vista científico. A esse respeito, Richardson (2010), diz que o pré-
teste deve ser selecionado entre pessoas com experiência no assunto. Assim
escolhemos 4 (quatro) profissionais, da educação com titulação de mestrado e/ou
doutorado para analisarem se os questionários realmente eram válidos ou não.
Os pesquisadores tiveram que analisar o questionário de acordo com os
seguintes critérios:
81
i) Grau de dificuldade com escala de 1 (um) a 4 (quatro);
ii) Clareza e objetivos educacionais (veja Capítulo 5 dessa dissertação).
Sobre o item (i), deveriam considerar:
• Nível básico: 1 (um) - a questão requer interpretação simples, cuja
resolução exige a utilização de esquema ilustrativo como por exemplo diagrama de
árvore e/ou Princípio Fundamental da Contagem (PFC);
• Nível intermediário: 2 (dois) – a questão requer interpretação
envolvendo combinatória, cuja resolução é feita com a aplicação das regras de
combinação simples, arranjo simples e/ou permutação simples;
• Nível difícil: 3 (três) – a questão requer interpretação envolvendo
conceitos sobre combinatória, cuja resolução exige conhecimento sobre combinação
simples, arranjo com repetição e/ou permutação com repetição;
• Nível avançado: 4 (quatro) – a questão requer interpretação de
combinatória, cuja resolução exige o conhecimento de um conjunto de regras de
combinação simples, arranjo simples e com repetição e/ou permutação simples, com
repetição e/ou circulares.
A análise dos pesquisadores quanto a esse item (Grau de Dificuldade)
está indicado no Quadro 4, mostrando o perfil de dificuldade de cada questão
segundo a opinião deles.
Quadro 4 . Resultado do nível de dificuldade dos testes segundo os avaliadores.
82
Fazendo uma interseção nos dados, observamos que a questão 1 (linha
horizontal do Quadro 4), envolvendo conteúdo conceitual, foi considerada com nível
de dificuldade 1 (linha vertical do Quadro 4) por 100% (cem por cento) dos
avaliadores, ou seja, a questão permitia perceber se o aluno sabia interpretar os
elementos envolvidos no princípio fundamental da contagem.
No mínimo 75% (setenta e cinco por cento) dos avaliadores, ou seja, três
ou os quatros, julgaram em nível de dificuldade 2 às questões 3, 4, 10 e 11, sendo
que as questões 3, 4 e 11 envolviam cálculos na sua resolução e a questão 10
envolvia apenas questões conceituais. Ou seja, essas questões permitiam analisar,
se os alunos sabiam interpretar os conceitos de combinatória e utilizar de regras
para resolvê-la.
Também detectamos que as questões 6, 13, 14, 15 e 19 foram
consideradas por no mínimo 75% (setenta e cinco por cento) dos avaliadores com
nível de dificuldade 3, sendo que as questões 6, 14, 15, 19 envolvem cálculo para
sua resolução e a questão 13 envolve apenas questões conceituais. Com essas
questões percebemos se os alunos sabiam interpretar os conceitos e resolver
cálculos sobre combinatória envolvendo resolução de combinação, permutação e
arranjo simples.
Não houve concordância entre os avaliadores, quanto ao nível de
dificuldade 4, ou seja, 100% (cem por cento) dos avaliadores usaram essa
alternativa de forma diferenciada dos demais.
Quanto ao segundo critério (Clareza e Objetivos Educacionais) a serem
avaliados nas questões, fizemos dois levantamentos: O primeiro realizado pela
pesquisadora desse trabalho e o segundo foi à intersecção dos dados dos
avaliadores.
83
Quadro 5 Distribuição das questões do teste nas dimensões da Taxonomia de Bloom-Anderson segundo a pesquisadora.
Dimensão do Conhecimento
Dimensão dos processos cognitivos
1. Relembrar
2. Entender
3. Aplicar
4. Analisar
5. Avaliar
6. Criar
A. Conhecimento factual 1, 6, 9, 19
B. Conhecimento conceitual
3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 17
2, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 14, 17, 18, 19, 20
3, 6, 14, 18 8, 11, 14, 15, 18, 19
5, 6, 7, 10, 12, 13, 15, 17, 20
C. Conhecimento procedimental
4, 5, 8, 11, 14, 15
3, 4, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 16, 18, 19
3, 4, 5, 6, 8, 9, 11, 14, 15, 18, 19
8, 9, 11, 14, 15, 18
6, 9, 12, 14, 15, 16, 18, 19
D. Conhecimento meta-cognitivo
Segundo julgamento da pesquisadora podemos identificar no Quadro 5
que, as vinte questões permitem verificar o conhecimento conceitual e procedimental
dos alunos sobre Análise Combinatória, através da dimensão dos processos
cognitivos relembrar, entender , aplicar, analisar e avaliar.
Para mostrar a análise dos avaliadores quanto a esse item, fizemos uma
intersecção dos dados, prevalecendo os itens com maior ocorrência.
Essa análise também pode identificar que as vinte questões verificam o
aprendizado dos conhecimentos conceituais e procedimentais sobre o conteúdo
Análise Combinatória pelos alunos.
Quadro 6 Distribuição das questões segundo o julgamento dos avaliadores
Dimensão do Conhecimento
Dimensão dos processos cognitivos 1. Relembrar
2. Entender
3. Aplicar
4. Analisar
5. Avaliar
6. Criar
A. Conhecimento
factual 1, 2, 6, 9, 12
B. Conhecimento
conceitual 8, 10, 13, 14, 17
4, 5, 6, 7, 10, 14, 17, 18, 19, 20
4, 6, 12 7, 8, 12, 15, 18 12, 17
C. Conhecimento procedimental
6, 8, 18 2, 4, 6, 9, 11, 15 2, 14, 15 16
D. Conhecimento meta-cognitivo
84
Antes da interseção dos dados, identificamos, na análise individual, que o
Avaliador 1 julgou todas as vinte questões como: “relembrar os conhecimentos
factuais, conceituais, procedimentais e metacognição”. O Avaliador 2 concentrou seu
julgamento no “entendimento, analise e avaliação dos conhecimentos factual,
conceitual e procedimental”, a Avaliadora 3 julgou quanto o “relembrar, entender
aplicar e analisar os conhecimentos conceituais e procedimentais” e a Avaliadora 4
foi bem homogênea no julgamento das questões, ou seja, concentrou-se nos cinco
processos cognitivos consecutivos e nas três dimensões do conhecimento (A, B e
C), excetuando a meta-cognição nos seis processos cognitivos e a criação nas
quatro dimensões do conhecimento.
Assim, de acordo como Quadro 6, as questões permitem expressar pelos
alunos o entendimento nos conhecimentos conceituais, aplicação nos
conhecimentos conceituais e procedimentais, análise nos conhecimentos
conceituais e procedimentais e avaliação nos conhecimentos conceituais.
Por outro lado nenhum avaliador julgou que os alunos possam aplicar a
metacognição, o que não torna as questões irrelevantes, pois estamos propondo a
aprendizagem de apenas um conteúdo dentre os diversos conteúdos do Ensino
Médio e espera-se, também que esse conteúdo sirva de ancoras para os demais
assuntos.
Tendo em vista as análises dos avaliadores, o parecer foi favorável para
aplicarmos as questões (pré e pós-teste) ao público indicado.
85
6.4 Relato da Intervenção
Para nossa pesquisa, escolhemos aplicar um teste de conhecimento
sobre Análise Combinatória, chamamos de pré-teste (ver Apêndice B) e depois de
16 horas/aulas aplicamos o mesmo questionário, só que agora chamamos de pós-
teste (Tivemos 2 horas/aulas para o pré e 2 horas/aulas para o pós, totalizando
assim 20 horas/aulas).
O pré-teste foi aplicado nas duas turmas ao mesmo tempo, ou seja, os
alunos se concentraram em uma mesma sala, como pode ser observado na Figura
14.
Figura 14. Alunos da Turma Controle e Experimental realizando o Pré-Teste.
A duas turmas foram divididas em Turma Experimental e Turma Controle.
A turma Experimental recebeu o conteúdo de Análise Combinatória com o uso de
mapas conceituais e a Turma Controle recebeu apenas aulas tradicionais com
exemplos e demonstração de fórmulas.
Considere de Turma Experimental o 2° (segundo) ano B e Turma Controle
o 2° (segundo) ano A, essa escolha seguiu o critéri o determinado pelo professor
regente, alegando ser o 2° A, a turma com maior fac ilidade de aprendizagem, e por
optar um desafio maior na aprendizagem de Análise Combinatória com o uso de
mapas conceituais, preferimos ficar com a turma do 2° (segundo) B para aplicação
do experimento.
86
Após a aplicação do pré-teste os alunos foram submetidos a aulas
expositivas com o uso de data-show e material de apoio (ver Apêndice D), essas
aulas foram intercaladas com cinco atividades (ver Apêndice E) a fim de monitorar a
aprendizagem do conteúdo, e assim perceber a necessidade de reforço na
aprendizagem.
Figura 15. Mapa elaborado pelos alunos da turma Experimental durante a explanação do conteúdo.
Os alunos da Turma Experimental foram submetidos a aulas expositivas
com o uso de mapas conceituais. Porém inicialmente, construímos alguns mapas
conceituais com os alunos, para que depois já habituado, os alunos entenderiam a
composição de cada mapa.
Figura 16. Construção dos mapas pelos alunos
87
Para os mapas conceituais iniciais solicitamos que colocassem nos post-it
os “elementos”, “restrições”, e “agrupamentos” que estava envolvido no exemplo 1
(situado no material de apoio – ver Apêndice D). As cores dos post-it tinham
semelhança as cores encontradas nos mapas construídos para ministrar as aulas.
Na Figura 16 podemos ver os Elementos na cor verde clara e os Agrupamentos na
cor laranja.
Abaixo descrevemos o processo de ensino e aprendizagem em que os
alunos foram submetidos ao longo dessas aulas e como os mapas conceituais
influenciaram nas resoluções.
A atividade 1 refere-se a aprendizagem sobre o Principio Fundamental da
Contagem (PFC), está dividida em 8 (oito) exercícios. Antes da sua aplicação os
alunos (das duas turmas) foram submetidos a aulas teóricas, sendo que a turma
experimental com a utilização dos mapas conceituais 1 ao 7 (ver Apêndice H)
depois, foram resolvidos em sala de aula.
Na questão 1 da atividade 1 proposta em sala de aula temos: “Thiago
possui duas calças (amarelo e preto), duas camisas (amarela e preta) e dois
calçados (amarelo e preto). De quantas maneiras ele poderá escolher uma calça,
uma camisa e um calcado?”. As soluções feitas pelos alunos da turma experimental
podem ser observadas na Figura 17.
Figura 17: Primeiro exercício referente a atividade 1 (um) do aluno da turma controle (a esquerda) e da turma Experimental (a direita).
Podemos perceber que os conceitos, sobre o conteúdo Princípio
Fundamental da Contagem, que necessitava o desenvolvimento da árvore de
possibilidades, foram desenvolvidos por ambos os alunos da turma Experimental e
88
Controle, porém o aluno da Turma Experimental retirou mais informações do
problema deixando mais evidente seu aprendizado pelo conteúdo.
Os alunos na realização dessas atividades tiveram como apoio um
material (Apêndice D) construído especialmente para ministrar o conteúdo de
Análise Combinatória e também para que ambas as turmas tivessem acesso as
mesmas informações. Porém, para realizar as atividades os alunos da turma
Experimental também tiveram o apoio dos mapas conceituais, construídos para cada
exemplo citado no material de apoio. Observem nas Figuras 18 e 19 abaixo, como
os alunos da Turma Experimental e de Controle responderam as atividades com
consulta.
Figura 18. Execução das atividades por meio da consulta dos mapas conceituais.
Figura 19. Buscando os conceitos por meio do mapa conceitual.
89
Observa-se na Figura 20 que os alunos da Turma Controle tiveram
apenas o Material de Apoio para realizar as atividades propostas.
Figura 20. Aula na turma Controle.
Considerando ainda a atividade 1 propusemos a segunda questão: “Certo
dono de um restaurante promoveu um campeonato para verificar quem conseguiria
fazer o número máximo de refeições. No restaurante há 2 tipos de saladas, 3 tipos
de pratos quentes e 3 tipos de sobremesas. Sendo assim quais e quantas
possibilidades temos para fazer refeições composta com 1 salada, 1 prato quente e
1 sobremesa?”
As soluções dos alunos das duas turmas Experimental e de Controle
podem ser observadas nas Figuras 21 e 22.
Figura 21. Segundo exercício da atividade 1(um) aluno da turma Controle.
90
Figura 22. Segundo exercício da atividade 1(um) aluno da turma Experimental.
Na Figura 21 o aluno da turma Controle respondeu corretamente o
exercício utilizando a árvore de possibilidade para chegar à solução, também
percebeu quais eram os elementos e como eles se diferenciavam, porém não deixa
claras as informações importantes que devem ser consideradas na questão, ou seja,
os elementos, os agrupamentos e as restrições. Embora para um profissional da
área de Matemática fica claro que o aluno respondeu corretamente a questão sem
necessitar maiores detalhes.
Já na Figura 22 essas identificações, dos elementos, restrições e
agrupamentos ficam mais claras. É importante salientar que identificar esses
conceitos, facilitará o reconhecimento dos tipos de agrupamentos e assim usar a
fórmula adequada para resolver cada questão.
Ainda na atividade 1 considerando a questão 3 “Para fazer uma viagem
Rio – São Paulo – Rio, posso usar como transporte o trem, o ônibus ou o avião. De
quantos modos posso escolher os transportes se não desejo usar na volta o mesmo
meio de transporte usado na ida?”
A solução dos alunos das turmas Experimental e Controle foram:
91
Figura 23. Terceiro exercício da atividade 1 (um) aluno da turma Experimental.
Figura 24. Terceiro exercício da atividade 1 (um) da aluna da Turma Controle.
Na Figura 23 o aluno da turma experimental estruturou sua resposta,
parecido com um mapa conceitual, e deixou claro quais os conceitos mais
importantes que deveria considerar na questão proposta. Ele utilizou a árvore de
possibilidades e respondeu corretamente.
Já o aluno da turma Controle a atividade da Figura 24 embora tenha
respondido corretamente, não deixou claro se houve entendimento sobre os
elementos, as restrições e consequentemente se o esquema feito com a árvore de
possibilidade se tratava de um agrupamento.
92
Podemos ilustrar diversos exemplos para mostrar a influência dos mapas
conceituais na aprendizagem significativa do conteúdo de Análise Combinatória,
porém para não ser exaustivo apresentaremos os exemplos mais relevantes.
Considere a questão 6 da atividade 1 “ Quantos números ímpares de
quatro algarismos distintos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 5, 6 e 7?”
Figura 25. Sexto exercício da atividade 1(um) do aluno da Turma Experimental.
Figura 26. Sexto exercício da atividade 1 (um) do aluno da Turma Controle.
Podemos observar na Figura 26, que o aluno da turma controle, embora
usasse os conceitos envolvidos na questão, não conseguiu identificar as restrições e
por isso não respondeu corretamente. Já na Figura 25, o aluno da turma
Experimental além de ter respondido corretamente, apresentou os conceitos
inseridos na questão, demonstrando mais uma vez a eficiência da utilização dos
mapas, ou da aprendizagem através deles. Essa foi uma questão que poucos alunos
conseguiram responder, sendo que na turma experimental tivemos mais respostas
corretas.
93
Apresentaremos alguns exemplos da Atividade 2, cujo objetivo principal
era avaliar se os alunos haviam compreendido sobre o Princípio Fundamental da
Contagem (PFC) sem a ajuda de nenhum material ou pessoa, dessa forma os
resultados aqui apresentados reflete de que maneira isso aconteceu.
A primeira questão da atividade 2 trata: “Quantos números de três
algarismos distintos podem ser formados usando-se os algarismos 1,2, 3, 4 e 5?”.
Os resultados dessa questão foram:
Figura 27. Primeiro exercício da atividade 2 (dois) aluno da turma controle.
Figura 28. Primeiro exercício da atividade 2 (dois) aluno da turma Experimental.
Podemos observar na Figura 27, que o aluno da turma controle não
entendeu bem sobre Arranjo, e, usou a fórmula através do PFC dividindo por 3! e
não por 2!, causando erro na resolução. Isso é caracterizado pelo não entendimento
dos conceitos importantes da questão, ou seja, os elementos, as restrições e o
agrupamento. O fato de ele ter dividido por 3! implica no não entendimento da
restrição que era considerar apenas agrupamento de três elementos .
Já na Figura 28, o aluno da turma experimental não se preocupou em
usar a fórmula e apresentou os conceitos e a resolução de forma clara e objetiva. Na
94
forma como a solução foi expressa caracteriza uma aprendizagem com hierarquia
de conceitos e compreensão dos elementos, restrições e agrupamento da questão.
É importante salientarmos que não tivemos o interesse de ensinar
técnicas de construção de mapas conceituais, porém não podemos ignorar a
influência dos mapas que os alunos demonstraram na resolução dos problemas.
Ainda na atividade 2, considere a questão 4: “De quantas maneiras
diferentes pode-se vestir uma pessoa que tenha 5 camisas, 3 calças, 2 pares de
meias e 2 pares de sapatos?”. As respostas dos alunos das duas turmas estão nas
Figuras 29 e 30.
Figura 29. Quarto exercício da atividade 2(dois) da aluna da Turma Experimental.
Figura 30. Quarto exercício da atividade 2 (dois) da aluna da turma Controle.
Na resposta do aluno da turma Experimental na Figura 29, podemos
encontrar uma reconciliação integrativa entre os conceitos. Enquanto que na Figura
30 o aluno importou-se mais na resolução final e não deixou claro o entendimento
dos conceitos importantes da questão. Embora ambos, acertaram a questão fica
95
evidente a aprendizagem dos conteúdos pelo aluno da turma Experimental com
relação ao aluno da turma controle que apresentou informações que evidenciou uma
aprendizagem de conceitos.
Na apresentação dos conteúdos de forma expositiva, enfatizamos que os
agrupamentos eram diferenciados, ou pela ordem, ou pela natureza, ou pela ordem
e natureza, afim de que na atividade 3 fosse mais fácil identificar os agrupamentos
do tipo Arranjo, Permutação e Combinação.
A questão 1 da atividade 3 investiga: “De quantas maneiras cinco
pessoas A, B, C, D e E, podem ser dispostas em fila?”, as respostas estão
expressas nas Figuras 31 e 32.
Figura 31. Primeiro exercício da atividade 3 (três) aluno da turma Controle.
Figura 32. Primeiro exercício da atividade 3(três) do aluno da turma Experimental.
Podemos identificar que nas Figuras 31 e 32 ambos os alunos souberam
identificar o tipo de agrupamento envolvido na questão, mas o aluno da turma
Experimental apresentou conceitos relevantes do assunto como “difere pela ordem”,
justificando assim sua utilização pelos conceitos de Permutação e o aluno da turma
Controle demonstrou apenas uma utilização direta de fórmula condizendo às
propostas dos PCN (2002) no qual as fórmulas devem ser consequência da
aprendizagem e não memorização.
96
Na atividade 4 era exigido a compreensão dos conceitos envolvendo
Arranjo Simples. Considere a terceira questão: “Um cofre possui um disco marcado
com os dígitos 0 a 9. O segredo do cofre é formado por uma sequência de 3 dígitos.
Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas deverá fazer (no máximo)
para conseguir abri-lo. (Suponha que a pessoa sabe que o segredo é formado por
dígitos distintos)”. As respostas pelos alunos das duas turmas estão nas Figuras 33
e 34.
Figura 33. Terceiro exercício da atividade 4 (quatro) da aluna da turma Experimental.
Figura 34. Terceiro exercício da atividade 4 (quatro) da aluna da turma Controle.
Observe na Figura 34, que a aluna da turma controle embora tenha usado
a fórmula correta, ao multiplicar confundiu o resultado (8x9 = 64), que deveria ser 72,
e também não multiplicou por 10, talvez a preocupação no uso da fórmula correta
possa ter confundido seu entendimento. Porém na resolução da Figura 33 houve
uma compreensão dos conceitos e da fórmula a ser utilizada, na verdade a aluna
demonstrou a fórmula de arranjo simples.
Ainda na atividade 4 considere a questão 6, onde podemos encontrar
mais um erro conceitual. “De quantas maneiras diferentes um professor poderá
formar um grupo de 3 alunos, escolhidos a partir de um grupo de 6 alunos?”. Os
resultados estão nas Figuras 35 e 36:
Figura 35. Sexto exercício da atividade 4 (quatro) da aluna da turma Controle.
97
Figura 36. Sexto exercício da atividade 4 (quatro) da aluna da turma Experimental.
Observa-se que na Figura 35, a aluna respondeu utilizando apenas os
números do enunciado, não demonstrando o entendimento dos conceitos
“elementos, restrições e agrupamento”, e consequentemente errou no resultado
final.
Na Figura 36, por outro lado, além da resposta estar correta, pode ainda,
perceber, quais conceitos foram considerados pelo aluno, ou seja, o esquema
composto por três posições que seriam preenchidas por 6 pessoas na primeira
posição, 5 pessoas na segunda posição e 4 pessoas na última posição, como
sugere a restrição. Porém esse entendimento não foi percebido na atividade do
aluno representado pela figura 35.
Considerando ainda a atividade 4, na questão 7 temos: “ Marcam-se cinco
pontos sobre uma reta r. sobre outra reta s, paralela a r, marcam-se mais quatro
pontos. Quantos triângulos podem ser formados com vértices em três quaisquer
desses pontos?”. As respostas foram:
Figura 37. Sétimo exercício da atividade 4 (quatro) do aluno da turma Controle.
98
Figura 38. Sétimo exercício da atividade 4 (quatro) da aluna da turma Experimental.
Na Figura 37, novamente o aluno não compreendeu o que o enunciado
queria, aplicando a fórmula de Permutação aleatoriamente apenas para encontrar
algum valor, porém na Figura 38 está claro a compreensão dos conceitos e o uso
correto de Combinação.
Por fim na atividade 5 procurou verificar a aprendizagem dos diversos
agrupamentos apresentados na aula sobre Análise Combinatória. Considere a
questão 1 dessa atividade 5: “ De quantas maneiras podemos arrumar em fila 5
livros diferentes de Matemática, 3 livros diferentes de Estatística e 2 livros diferentes
de Física, de modo que livros de uma mesma matéria permaneçam juntos?”.
Vejamos os resultados:
Figura 39. Primeiro exercício da atividade 5 (cinco) da aluna da turma controle.
Figura 40. Primeiro exercício da atividade 5 (cinco) aluno da turma Experimental.
99
Na questão 1 da atividade 5 o aluno da turma Controle, representado pela
Figura 39, apresenta seu resultado com os números indicado na questão, não
deixando claro se o aluno errou por não compreender o enunciado, ou se não
compreendeu os conceitos sobre permutação simples. Já o aluno da turma
Experimental (Figura 40) explanou com maior detalhe sua resposta deixando mais
evidente a compreensão desses conceitos.
Para finalizar nosso relato de experiência vamos a uma última questão da
atividade 5. Considere a questão 4 “De quantas maneiras 5 meninos podem sentar-
se num banco que tem apenas 3 lugares?”. Vejamos as respostas:
Figura 41. Quarto exercício da atividade 5 (cinco) da turma Controle.
Figura 42. Quarto exercício da atividade 5 da turma Experimental.
Mais uma vez detectamos que as respostas feitas pelos alunos que não
tiveram a apresentação dos conteúdos através do uso de mapas conceituais, não
apresentaram, conceitos essencialmente relevantes, ou seja, os elementos, as
restrições e o agrupamento. Embora na Figura 42 a resposta do aluno da turma
Experimental não mostrou o aprendizado desses conceitos, ele não errou a questão
e demonstrou o uso correto da fórmula de Combinação Simples.
As aulas realizadas nas duas turmas foram de forma expositiva e
dialogada, porém na turma experimental em que utilizamos o uso de mapas
conceituais, percebemos que estavam mais empolgados na execução das
atividades, talvez por ter como apoio outro recurso de pesquisa.
Alguns alunos da turma experimental ainda comentaram que “se formos
verificar temos mais mapas do que folhas no caderno”, fazendo referência à
quantidade de material recebido nas aulas e ainda acrescentaram “o uso de mapas
diminui a quantidade numerosa de volumes de livros que temos que trazer para a
escola, já que se concentra uma grande quantidade de informações”.
100
7 RESULTADOS
Segundo Richardson (2010, p.177) “um dos métodos para estimar a
confiabilidade de um instrumento é conhecido como o método de ‘teste-reteste’. O
método do reteste para medir a confiabilidade é considerado um índice de
estabilidade do instrumento”.
Aplicou-se um teste (pré-teste) de conhecimento sobre Análise
Combinatória a todos os alunos envolvidos na pesquisa e após 20 horas/aulas (ver
Apêndice F), o mesmo teste foi aplicado (pós-teste) e avaliamos as das duas turmas.
Como as questões foram fechadas, não houve necessidade de criar
categorias para as respostas. Os dados obtidos com esse instrumento refere-se
sempre à variável dependente “nota”, isto é a soma de pontos obtidos pelas
respostas corretas do questionário, atingindo como pontuação máxima 10 (dez)
pontos e pontuação mínima 0 (zero) pontos.
Podemos resumir os procedimentos experimentais no quadro abaixo:
Quadro 7. Esquema do experimento realizado
Grupos
1ª Etapa: Pré-teste
(mensuração da VD)
2ª Etapa:
Intervenção (manipulação da VI)
3ª Etapa: Pós-teste
(mensuração VD)
Turma Experimental
(n = 12)
Notas (VD) das 20 questões de múltipla
escolha.
VI = Aulas expositivas com Mapas Conceituais
Notas (VD) das 20
questões de múltipla escolha.
Turma Controle (n = 13)
Notas (VD) das 20
questões de múltipla escolha.
VI = Aulas expositivas sem Mapas Conceituais
Notas (VD) das 20
questões de múltipla escolha.
VD – Variável Dependente VI – Variável Independente
Nesse esquema (Quadro 7) geral, podemos perceber que o grupo de
alunos que recebeu aulas com Mapas Conceituais sobre Análise Combinatória
chamada de Turma Experimental teve um número de alunos igual a 12. E o grupo
de alunos que não recebeu aulas com o uso de Mapas Conceituais, chamada de
Turma Controle teve um número de alunos igual a 13.
Segundo Appolinário (2009, p.119), “o grupo controle é muito importante,
pois será utilizado como elemento de comparação, para verificar a efetividade da
101
condição experimental” (no caso será a utilização dos mapas nas aulas sobre
Análise Combinatória). Os outros dois elementos importantes serão o pré e pós-
teste: “o primeiro representa a medição da (s) variável (is) dependente (s), antes da
intervenção experimental; e o segundo representa a medição das mesmas variáveis
depois da intervenção experimental” (APPOLINÁRIO, 2009, p. 119).
Após coletarmos os dados através do questionário pré e pós-teste,
preparamos uma planilha no software Excel. Os dados coletados no experimento
foram organizados em um arquivo eletrônico e inserido no pacote estatístico
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) que permitiu a realização das
análises estatísticas dos modelos utilizados para a análise dos dados.
O modelo estatístico utilizado para analisar os dados correspondentes às
notas (variável dependente) nos dois testes foi a Análise de variância (ANOVA)
multivariada (Johnson e Wichern, 1998) que para o caso de dois grupos é
equivalente ao teste T2 de Holling para a comparação do vetor de médias de dois
grupos independentes.
Analisando as médias dos dois grupos (controle e experimental) no pré e
pós-teste temos os seguintes resultados:
Gráfico 1. Média dos alunos das turmas experimental e controle no pré e pós-teste.
Com a realização do pré e pós-testes podemos observar, no Gráfico 1, que a
turma controle, no pré-teste, obteve uma média levemente maior, comprovando o
que professor afirmou ao dizer que a turma controle (2° A) tinha mais facilidade em
aprender com relação à turma experimental (2° B). No entanto, após as aulas com o
102
uso de mapas conceituais na turma experimental a média elevou de 1,2 pontos para
7,7 pontos, um aumento de 6,5 pontos na média. Já a turma controle passou de uma
média de 1,3 pontos para uma média de 5,9 pontos, um aumento de 4,6 pontos na
média, ou seja, uma média menor do que à turma experimental.
0,00%
61,54%
30,77%
7,69%0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Quantidade
Notas
HISTOGRAMA - NOTAS
Gráfico 2. Porcentagem de Alunos da Turma Controle sobre o resultado das notas do Pré-teste.
8,33%
83,33%
8,33%0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Quantidade
Notas
HISTOGRAMA - NOTAS
Gráfico 3. Porcentagem de Alunos da Turma Experimental sobre o resultado das notas do Pré-teste.
Analisando, nos Gráficos 2 e 3, as notas do pré teste, tanto da turma
controle como da turma experimental, podemos perceber que ambas não
dominavam o conteúdo a ser estudado, obtendo no pré-teste notas entre 1 e 3
pontos na turma controle e notas entre 0 e 2 na turma Experimental. Obviamente
esse resultado já era de se esperar, uma vez que as turmas escolhidas tinham como
critério o desconhecimento pelo conteúdo, a fim de termos elementos
103
comprobatórios, ou não, da aprendizagem, sem haver fatores que influenciassem
tais resultados.
Após as aulas ministradas expositivamente com o uso de mapas
conceituais na turma experimental, e sem o uso de mapas conceituais, na turma
controle, aplicamos o mesmo questionário, que agora chamaremos de pós-teste. Os
resultados com mais detalhes podem ser observados no gráfico abaixo.
0,00% 0,00% 0,00%7,69%
23,08%15,38% 15,38%
38,46%
0,00% 0,00% 0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Quantidade
Notas
HISTOGRAMA - NOTAS
Gráfico 4. Desempenho dos alunos das Turma Controle no pós-teste.
0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
16,67%
41,67%
16,67%
25,00%
0,00%0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0
Quantidade
Notas
HISTOGRAMA - NOTAS
Gráfico 5. Desempenho dos alunos da Turma Experimental no pós-Teste
Analisando os Gráficos 4 e 5, percebemos que as porcentagens de
acertos pelos alunos da turma experimental demonstraram maiores índices de
aprendizagem pelo conteúdo, tendo 41,67% dos alunos uma classificação de sete
pontos na turma experimental e 38,46% de alunos da turma controle nessa mesma
classificação. Além disso, observamos, que os alunos que foram submetidos ao uso
104
de mapas conceituiais não tiveram resultados considerados menores que cinco
(parte vermelha do Gráfico), o que não aconteceu na turma controle.
Para visualizarmos melhor os resultados, consideremos um corte nas
médias em duas categorias: porcentagem do que se deseja para concluir
aprendizagem pelos alunos e porcentagem indicando falta de conhecimento,
necessitando, portanto, de reforço na aprendizagem. A primeira categoria
indicaremos na cor verde e a segunda categoria indicaremos na cor vermelha, como
indica os Gráficos 6 e 7.
61,54%
38,46%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
ABAIXO DA MÉDIA (X<7,0) NA MÉDIA (X>=7,0)
Pós Teste - Desempenho da Turma - Controle : Corte da Média
Gráfico 6. Desempenho da Turma Controle no pós-teste: Corte da Média.
16,67%
83,33%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
ABAIXO DA MÉDIA (X<7,0) NA MÉDIA (X>=7,0)
Pós Teste - Desempenho da Turma - Experimental : Cort e da Média
Gráfico 7. Desempenho da Turma Experimental no pós-teste: Corte da Média.
De acordo com os Gráficos 6 e 7, fica mais claro observar a diferença
entre as duas categorias, ou seja, na turma experimental, o indíce de
aproveitamento da turma foi melhor comparando com o mesmo indíce de
aproveitamento da turma controle, em termos de estatistica temos 83,3% na turma
105
experimental comparado com 38,46% da turma controle, uma diferença significativa
entre as duas.
Esse resultado não comprova que os mapas conceituais tiveram
influenciado no aumento da aprendizagem pelos alunos da turma experimental.
Porém avaliamos no pré e pós-teste os resultados em que os alunos marcaram “Não
sei responder”, percebemos que houve um aumento de aprendizagem em ambas as
turmas.
Considere que no início do pré-teste, orientamos os alunos, sobre a
responsabilidade de responder conscientemente e em justificar as questões de
cálculo no quadro (ao lado de cada questão) e, caso não soubessem marcariam no
item “d”.
No levantamento de dados, consideramos como “não sabe responder”,
tanto as respostas dos alunos que marcaram a letra “d”, como aqueles que não
justificaram o “cálculo”.
0
2
4
6
8
10
Quantidade de Alunos
1 5 7 8 10 13 12 17 20
Números das questões que envolvem conceitos
Questões Conceituais - Turma Controle
"Não Sei Responder"
Pré
Pós
Gráfico 8. Quantidade de Alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma
Controle: questões conceituais.
106
0
1
2
3
4
5
6
7
Quantidades de alunos
1 5 7 8 10 13 12 17 20
Números das questões que envolvem conceitos
Questões Conceituais - Turma Experimental
"Não Sei Responder"
Pre
Pós
Gráfico 9. Quantidades de Alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma
Experimental: questões conceituais.
Tínhamos o objetivo de, com o uso de mapas conceituai, verificar se os
conceitos sobre Análise Combinatória estavam sendo bem aplicados nas fórmulas
envolvidas nesse conteúdo. Por isso ao elaborar o questionário (pré e pós)
separamos nove questões conceituais e onze questões envolvendo cálculo (uso de
fórmulas).
Com relação às questões que envolviam apenas conhecimentos
conceituais sobre Análise Combinatória, percebemos, através dos Gráficos 8 e 9,
que no pré teste (em vermelho) a turma controle demonstrou-se mais segura ao
marcar uma das alternativas que indicasse o resultado da questão, ou seja, uma das
alternativas a, b ou c, uma vez que orientamos aos alunos de só marcarem a
questão “d” (não sei responder) caso realmente não soubessem.
Na turma experimental, tivemos marcações da alternativa “d” em todas as
questões do pré-teste, porém, após as aulas com o uso de mapas conceituais,
houve uma redução considerada no pós-teste, mas isso não quer dizer que esses
alunos tenham acertado a questão ao invés de marcar a letra “d”, ou seja, terem
marcado uma questão confirmando o não conhecimento da resposta.
Por isso, também fizemos uma análise, dos acertos das questões, com as
duas turmas controle e experimental, mas antes de comentarmos tais análises,
vamos discutir as questões envolvendo cálculo na mesma perspectiva em que as
questões de conceitos foram analisadas.
107
Gráfico 10. Quantidade de Alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma
Controle: questões de cálculo.
Gráfico 11. Quantidade de Alunos que marcaram a alternativa “d” no pré-teste da Turma
Experimental: questões de cálculo.
Analisamos as respostas dos alunos quanto ao não entendimentos por
esse tipo de questão (cálculo), percebemos pelos Gráficos 10 e 11, que no pré-teste
(em vermelho) a turma controle tinha um número menor de alunos, que optaram por
essa alternativa nas onze questões de cálculos envolvidas, com relação a turma
experimental. Porém no pós-teste (em verde), depois de realizarmos aulas sobre o
contéudo envolvido no pré e pós-teste, a turma controle embora tenha diminuido o
indíce de dúvida quanto a resposta correta (comparando verde e vermelho no
Gráfico 10), teve o índice de ocorrência dessa alternativa consideravelmente menor.
Na turma experimental, observamos (Gráfico 11), que essa diminuição foi ainda
menor (comparando barras vermelhas e verde no Gráfico 11), inclusive nas
questões 2, 4 e 11 não houve alternativas com dúvidas.
108
Essa análise sobre o não entendimento das questões, não quer dizer que
o aluno tenha acertado a questão. Por isso, analisamos, também o número de
acertos das questões no pré e pós-teste em ambas as turmas.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20
QUANTIDADE DE ACERTOS
QUESTÃO
PORCENTAGEM DE ACERTOS POR QUESTÃO NO PRÉ-TESTE - TU RMA CONTROLE
Gráfico 12. Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Controle no pré-teste.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20
QUANTIDADE DE ACERTOS
QUESTÃO
PORCENTAGEM DE ACERTOS POR QUESTÃO NO PRÉ-TESTE - TU RMA EXPERIMENTAL
Gráfico 13. Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Experimental no pré-teste.
Podemos verificar nos Gráficos 12 e 13, que a Turma Controle respondeu
corretamente mais questões do que a Turma Experimental, ou seja, enquanto na
Turma Controle errou-se ou não se sabia responder, quatro questões (3, 4, 9, 15),
todas envolvendo cálculo, na Turma Experimental errou-se ou não sabia responder,
nove (3, 4, 7, 9, 10, 11, 14, 15, 19), incluindo as mesmas quatro que a Turma
Controle errou. Isso quer dizer que inicialmente a Turma Experimental tinha menos
conhecimentos prévios do que a Turma Experimental.
109
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20
QUANTIDADE DE ACERTOS
QUESTÃO
PORCENTAGEM DE ACERTOS POR QUESTÃO NO PÓS-TESTE - TU RMA CONTROLE
Gráfico 14. Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Experimental no pós-teste.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q15 Q16 Q17 Q18 Q19 Q20
QUANTIDADE DE ACERTOS
QUESTÃO
PORCENTAGEM DE ACERTOS POR QUESTÃO NO PÓS-TESTE - TU RMA EXPERIMENTAL
Gráfico 15. Porcentagem de acertos pelos alunos da Turma Experimental no pós-teste.
Analisando agora nos Gráficos 14 e 15, os acertos das questões no pós-
teste, verificamos que o número de alunos da turma Experimental, que acertaram as
questões, foram maiores do que na Turma Controle, e que as questões que os
alunos da Turma Controle mais erraram foram duas de Conceitos (17 e 20) e duas
envolvendo Cálculos (16 e 19), ou seja, encontramos dificuldades em ambos níveis
de conhecimentos (conceitual e procedimental).
A análise da alternativa “não sei responder” das questões, serviu apenas,
para analisar se as questões conceituais teriam os níveis de acertos mais elevados
com relação as questões de cálculos, pois pode-se questionar sobre o fato dos
mapas conceituais só facilitar as questões que envolvem conceitos. Isso ficou
evidenciado que não, uma vez que os alunos melhoraram nas duas turmas, tanto
nas questões conceituais como nas de cálculo após as aulas expositivas.
110
Assim conclui-se que a turma experimental que foi exposta ao uso de
mapas conceituais teve melhorias significativas na aprendizagem sobre Análise
Combinatória. Porém, não podemos supor que os resultados obtidos por essa
amostragem são generalizáveis para toda a população de onde os sujeitos foram
extraídos. Ao nosso modo de entendimento, não basta saber que a média dos dois
grupos é arimeticamente diferentes, temos que verificar se essas diferenças
encontradas entre as médias são ou não estatisticamente significantes.
A tabulação quantitativa desses dados, foi feita por meio da Estatística
Inferencial que de acordo com Appolinário (2009), trata se de testar uma hipótese
como verdadeira ou falsa. No nosso caso, fizemos essa análise com a finalidade de
investigar se houve uma aprendizagem significativa pelos alunos (da turma
experimental) do segundo ano do Ensino Médio, sobre o assunto Análise
Combinatória e se, o uso de mapas conceituais influenciou nessa aprendizagem
significativa.
Dessa forma vamos considerar duas hipóteses estatísticas: Ho (hipótese
nula), refere-se a média populacional das notas da turma experimental igual a média
populacional das notas da turma controle; H (hipotese alternativa) a média
populacional das notas da turma experimental não é igual à média populacional das
notas da turma controle.
Após definir nossas hipóteses precisamos encontrar técnicas estatisticas
que nos leve a anular a hipótese nula. Segundo o modelo estatístico (ANOVA), que
está detalhado no capítulo 6.6 (seis ponto seis) e utilizado para analisar os dados do
experimento, o Valor-p que é a significância estatística de um resultado, “é uma
medida estimada do grau em que este resultado é “verdadeiro” (no sentido de que
seja realmente o que ocorre na população, ou seja, no sentido de
“representatividade da população”) (BARBOSA, 2008, p.113). Tecnicamente
falando, “o valor do nível-p representa um índice decrescente da confiabilidade de
um resultado. Quanto mais alto o nível-p, menos se pode acreditar que a relação
observada entre as variáveis na amostra é um indicador confiável da relação entre
as respectivas variáveis na população”. ( BARBOSA, 2008, p. 113).
Consideramos nos testes de hipótese (Análise Variância Multivariada com
um fator) o nível de significância de 5%. Então todo Valor-p inferior a 5% implica a
decisão da rejeição da hipótese nula (efeito não significativo do fator) do teste.
111
Aplicamos o modelo Análise de variância multivariada (Johnson e
Wichern, 1998) para analisar os dados desse experimento considerando o vetor de
variáveis (Pré e Pós-teste) nos grupos: Experimental e de Controle.
TABELA 1: Comparação do vetor de médias dos grupos experimental e controle.
Teste Multivariado Valor F gl 1 gl 2 Valor-p
Traço de Pilai 0,240 3,469 2 22 0,049
Lambda Wilks 0,760 3,469 2 22 0,049
Traço de Hotelling 0,315 3,469 2 22 0,049
Maior autovalor de Roy 0,315 3,469 2 22 0,049
Pode-se observar na Tabela 1 que os quatro testes multivariados
utilizados na comparação do vetor de médias dos dois grupos apresentam diferença
estatística significante. (Valor-p < 0,05).
Os resultados indicam que houve um crescimento quantitativo das médias
do desempenho dos sujeitos da pesquisa, assim pode-se supor que implicitamente
exista um crescimento também qualitativo, pois se o grupo experimental se saiu
melhor no pós-teste, deve considerar-se que pelo menos houve maior e/ou melhor
retenção do conteúdo.
7.1 Análise Qualitativa
O fato da turma experimental, ter se saído melhor nos resultados do pós-
teste com relação à turma controle, não indica seguramente que tenha sido por
causa do uso de mapas conceituais.
Dessa forma, realizamos uma entrevista do tipo semi – estruturada, que
segundo Appolinário (2009), trata-se de um roteiro previamente estabelecido que
pode elucidar elementos que surgem de forma imprevista através das informações
dadas pelo entrevistado, neste caso, alguns alunos da turma experimental, para que
pudéssemos saber o que influenciou nas resoluções das questões do pós-teste e se
os mapas conceituais contribuíram para a aprendizagem de tais conceitos e cálculos
envolvidos no questionário.
112
Para tanto, foram escolhidos dois alunos para a entrevista, sendo um aluno
com menor nota no pós-teste e o outro aluno com a maior nota no mesmo pós-teste.
Chamaremos de aluno A o que teve 65% de acertos no pós-teste e de aluno B o que
teve 90% de acertos. Cabe ressaltar que, tivemos dois alunos com 65% de acertos e
três alunos com 90% de acertos, porém, no dia da entrevista apenas um membro de
cada grupo, estava presente.
Para a entrevista foi escolhida duas perguntas em comum para os dois alunos
e as demais foram escolhidas de acordo com o que cada um ia falando durante o
percurso da entrevista. Essas discussões foram feitas individualmente e em
particular, para que não houvesse influência do outro entrevistado.
7.1.1 Entrevista com o aluno A:
1. Pergunta da pesquisadora:
O que achou das questões do pré teste em termos dos conteúdos envolvidos?
Resposta do aluno A:
“Algumas questões que estavam na prova eram bem parecidas com as que fizemos
na aula.”
2. Pergunta da pesquisadora:
Quais conteúdos você se lembra de ter estudado na aula? E por quê?
Reposta do aluno A:
“Me lembro da árvore de possibilidade, pois tinha que contar quantas roupas o cara
tinha para usa e, essa também caiu na prova, mas usando o mágico. A gente fez um
mapa na sala de aula para achar os elementos, as restrições e os agrupamento com
o papelzinho amarelo, azul e verde. Depois de fazermos todo aquele trabalho a
senhora mostrou um pronto, mesmo assim foi legal ”.
3. Pergunta da pesquisadora:
O que você achou quando usou o mapa conceitual para resolver as atividades em
sala de aula?
113
Resposta do aluno A:
“Achei muito legal, porque ficou mais fácil achar a resposta usando o mapa.”
4. Pergunta da pesquisadora:
Como o mapa permitiu que você achasse a resposta?
Resposta do aluno A:
“Eu sabia que no mapa tinha um exemplo e a solução dele, as cores facilitavam
encontrar os elementos desse exemplo, então pegava esses elementos do
exercício, depois colocava no esquema e colocava os números em cima de acordo
com as restrições que eu ia verificando no mapa com o do exercício. No final eu
chegava à fórmula e resolvia”.
5. Pergunta da pesquisadora:
Com relação às questões de conceitos e as que envolviam cálculo, quais foram as
que mais encontraram dificuldade?
Resposta do aluno A:
“Eu achei bem fácil as questões, mas não me lembrava das fórmulas, por isso só
resolvi as que davam para contar. As de conceitos eu me lembrei pelos mapas que a
senhora deu. Foram tantos e tão parecidos que acabei lembrando, dos conceitos”.
6. Pergunta da pesquisadora:
Então você gostou de usar mapas conceituais na aula sobre Análise Combinatória?
Resposta do aluno A:
“Foi legal, a gente conseguia ver várias coisas que não imaginava ter uma questão,
que os elementos é que formavam os agrupamentos e que os números que
colocamos no agrupamento dependem da restrição. Os assuntos dos mapas
dependem uns dos outros”.
7. Pergunta da pesquisadora:
Se eu te pedisse para construir um mapa conceitual sobre essa questão (mostrei a
questão que ele havia errado, mas não sabia) você faria?
114
“Quantas placas podem ser formadas apenas com as letras R, S, T e os números 5,
6, 7 e 8, sem repetir nenhuma letra e nenhum número?” (Apêndice B, questão 19)
Resposta do aluno A:
“Nem me lembro dessa questão, foi da prova?”
Figura 43. Mapa conceitual construído pelo aluno A na entrevista. 8. Pergunta da pesquisadora:
Depois eu mostrei a resposta que ele havia feito e ele me disse:
Figura 44. Resposta do aluno A no pré-teste. Resposta do aluno A:
“Me lembrei agora, essas alternativas estavam confusas, seu eu soubesse que
fazendo o mapa eu conseguiria tinha feito antes”.
Durante a elaboração do mapa, e antes de mostrar a que havia resolvido,
o aluno A disse que não se lembrava de ter respondido assim com esses resultados,
mas lembrou que em todos os mapas tinham os termos (conceitos) Elementos,
Restrições e Agrupamentos.
115
Essa entrevista durou aproximadamente 1 hora e o aluno A me
agradeceu pelas aulas em que ministrei, no final disse: “Sempre que ouvir falar de
Análise Combinatória vou lembrar-me dos mapas conceituais”.
7.1.2 Entrevista com o aluno B:
1. Pergunta da pesquisadora:
O que achou das questões do pré-teste em termos dos conteúdos envolvidos?
Resposta do aluno B:
“Achei que estavam de acordo com o que estudamos em sala de aula. Se a pessoa
tivesse prestado a atenção nas aulas, sairia muito bem. Além do mais estamos
prestes a realizar o vestibular e para isso temos que estarmos preparados.”
2. Pergunta da pesquisadora:
Já que falou em sala de aula, você se lembra de algum conteúdo estudado na aula?
Reposta do aluno B:
“Sim, muitos. No início da aula a senhora construiu conosco alguns mapas
conceituais sobre saladas de frutas, meios de transportes e da roupa de uma
pessoa, mas o assunto que estávamos falando era o Princípio Fundamental da
Contagem. Também me lembro sobre Permutação e a senhora usou o exemplo da
palavra AMOR”.
3. Pergunta da pesquisadora:
O que você achou quando usou o mapa conceitual para resolver as atividades em
sala de aula?
Resposta do aluno B:
“Gostei muito de usar os mapas, pois percebi conceitos muito importantes para o
estudo de permutação, combinação e arranjo.”
4. Pergunta da pesquisadora:
Que conceitos você achou importante?
116
Resposta do aluno B:
“Nos mapas conceituais percebi que existiam três conceitos gerais, elementos,
restrições e agrupamento, e que cada um descrevia outros conceitos dependentes
deles que eram importantes, para o entendimento da questão”.
5. Pergunta da pesquisadora:
Considerando os mapas utilizados na sala de aula, o que você entendeu por
elementos, restrições e agrupamento?
Resposta do aluno B:
“Os elementos são, por exemplo, as letras da palavra amor, os meios de transportes,
as peças de roupas, etc., as restrições são de que esses elementos diferem se é
pela ordem ou pela natureza, ou mesmo pelos dois, também pode ser quando o
problema considera apenas elementos distintos, e o agrupamento é calcular a
quantidade de elementos que se pedem nos problemas dependendo da restrição”.
6. Pergunta da pesquisadora:
Você gostou de usar mapas conceituais sobre Análise Combinatória?
Resposta do aluno B:
“Sim, acho que todos os professores poderiam adotar essa ideia, porque assim
teríamos o entendimento melhor dos conteúdo e também mostra o resumo do que
vai ser ensinado”.
Esse aluno discutiu mais as questões e como tínhamos pouco tempo, não
deu para pedir a ele que construísse um mapa conceitual. Essa entrevista durou
quase 1 hora e no final disse que iria prestar vestibular para matemática, pois
achava essa disciplina “desafiadora”.
117
8 DISCUSSÕES
Na entrevista considerando o aluno A, como sendo o que menos
aprendeu nas aulas com o uso dos mapas conceituais, pois sua média foi menor,
podemos evidenciar que mesmo assim, houve influência desses mapas em sua
aprendizagem, por exemplo, quando o aluno A na resposta a pergunta 4, comenta
que nos mapas, os conceitos estavam conectados numa diferenciação progressiva,
ao dizer “coloca o número em cima, de acordo com as restrições”, também pode ser
observado na frase “elementos é que formavam os agrupamentos [...] no
agrupamento depende a restrição”(Aluno A).
Outra evidencia que os mapas influenciaram na aprendizagem, foi
quando, ainda o aluno A, ao construir o mapa percebeu que os conceitos envolvidos
na questão poderiam ter ajudado na busca da solução e foi o mapa que ajudou a
encontrar tal solução.
Agora considerando o aluno B, como sendo o que mais aprendeu nas
aulas com o uso de mapas conceituais, também percebemos que seu sucesso no
pós-teste, foi devido ao uso de mapas conceituais nas aulas. Na entrevista
percebemos várias citações envolvendo o princípio ausubeliano da diferenciação
progressiva, por exemplo, quando fala “percebi que existiam três conceitos gerais
[...] e que cada um descrevia outros” (Aluno B, resposta da pergunta 4). Ele também
entendeu o que significava cada um desses conceitos ao responder a questão 5.
Para ajudar na busca do conhecimento anterior, o uso de mapas
conceituais na apresentação do conteúdo de Análise Combinatória, estruturou os
conhecimentos anteriores com os novos, conseguindo obter uma aprendizagem
significativa.
Assim analisamos os dois alunos A e B podemos detectar vários fatores
que influenciaram na aprendizagem significativa, como as imagens, as cores, a
sequência em que os conteúdos estavam dispostos e, todos estavam relacionados
aos mapas apresentados na aula. Mas, o fato importante que devemos levar em
consideração é que a entrevista foi realizada depois de quase quatro meses
ministradas as aulas, e os alunos ainda se lembravam dos conteúdos estudados,
isso é característico do que propõe Ausubel (2003) sobre a retenção, em longo
prazo, das informações na estrutura cognitiva do indivíduo.
118
Diante destas análises, é possível diagnosticar que uma estratégia
pautada na Aprendizagem Significativa, com o uso dos mapas conceituais,
proporciona um diferencial na efetivação da aprendizagem significativa de conceitos.
Tomando esse estudo por base, é possível aceitar tais caminhos como
razoavelmente seguros para a realização de mapas conceituais na aprendizagem de
qualquer conteúdo matemático.
119
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresentamos a Teoria de Ausubel e como ela pode ser utilizada na sala
de aula com o objetivo de facilitar a aprendizagem do aluno e agora, através das
considerações finais iremos propor quatro tópicos significativos para a conclusão do
trabalho, relacionado ao psicólogo da aprendizagem significativa, segundo o
cognitivismo.
Primeiramente iremos propor uma definição e um entendimento da
Psicologia Educacional. Segundo Ausubel:
Uma ciência aplicada que tem valor social interessada não em leis gerais da aprendizagem em si mesmas, mas tem propriedades de aprendizagem, que possam ser relacionadas a meios eficazes de deliberadamente levar a mudanças na estrutura cognitiva (AUSUBEL, apud MOREIRA, 1982, p.88).
Fica, então, evidenciado, que no estudo do processo de aprendizagem, é
imprescindível considerar o mundo onde o aluno se situa, o qual é ponto de partida
para uma aprendizagem significativa.
Segundo Ausubel , a preocupação básica da Psicologia educacional deve
ser a aprendizagem em situação de aula. Um professor que possua um conjunto de
princípios psicológicos à aprendizagem em sala de aula, pode racionalmente
escolher novos enfoques para testar e improvisar soluções para novos problemas,
ao invés de basear-se em intuições vagas ou seguir cegamente certas regras. Os
princípios são mais flexíveis do que regras, pois podem ser adaptados a diferenças
individuais entre pessoas e situações. Embora Ausubel admita que algumas
tradicionais "regras de ensino" resistiram ao teste do tempo e são provavelmente
válidas, ele argumenta que sua aplicação varia em função de mudanças nas
condições educacionais e objetivos. É conveniente também analisar
sequencialmente, o foco da teoria de Ausubel.
Há uma distinção entre três tipos gerais de aprendizagem: cognitiva,
afetiva e psicomotora. A aprendizagem cognitiva é aquela que resulta no
armazenamento organizado de informações na mente do ser que aprende, e esse
complexo organizado é conhecido como estrutura cognitiva. A aprendizagem afetiva
resulta de sinais internos ao indivíduo e pode ser identificada com experiências tais
120
como prazer e dor, satisfação ou descontentamento, alegria ou ansiedade (a
aprendizagem afetiva é concomitante com a cognitiva. A aprendizagem psicomotora
envolve respostas musculares adquiridas mediante treino e prática, mas alguma
aprendizagem cognitiva é geralmente importante na aquisição de habilidades
psicomotoras, tais como aprender a tocar piano, dançar balé, etc.
Ausubel focaliza aprendizagem cognitiva, porém, isto não quer dizer que
os outros tipos de aprendizagem não sejam importantes ou ignorados por Ausubel.
Na verdade, aprendizagem afetiva está relacionada com o cognitivismo, como por
exemplo, a predisposição do aprendiz para aprender e isso é uma das condições
para a aprendizagem significativa. Através da sua teoria cognitivista, ele salienta
aprendizagem significativa. Podemos distinguir três tipos de aprendizagem
significativa: representacional, de conceitos e proposicional.
A aprendizagem representacional é o tipo mais básico de aprendizagem
significativa e do qual os outros dois dependem. Nela, os símbolos (tipicamente
palavras) passam a significar aquilo que seus referentes (objetos, eventos,
conceitos) significam. A aprendizagem de conceitos é de certa forma uma
aprendizagem representacional, pois conceitos são, também, representados por
símbolos arbitrários, porém, genéricos ou categoriais. Conceitos relevantes já
existem na estrutura cognitiva, facilitam a aprendizagem significativa de novos
conceitos e proposições. A aprendizagem significativa receptiva está alicerçada em
conceitos. A aprendizagem proposicional em contraposição à representacional, a
tarefa é aprender o significado de ideias expressas em forma de proposição.
De um modo geral, as palavras combinadas numa sentença para
constituir uma proposição representam conceitos. No entanto, a tarefa não é
aprender o significado dos conceitos (embora seja pré-requisito), e sim o significado
das ideias expressas verbalmente por meio desses conceitos, sob forma de uma
proposição (a tarefa está além da soma dos significados das palavras ou conceitos
que compõem a proposição).
Nossa proposta foi apresentar os conceitos sobre Análise Combinatória
através de mapas conceituais, de maneira que o significado das ideias ficassem
claros aos sujeitos submetidos a exposição dos mapas e não somente os conceitos
propriamente dito. Com os resultados percebemos que as fórmulas que envolvia os
conceitos foram bem compreendidos, pois entenderam os significados de cada
conteúdo envolvido.
121
Na aprendizagem superordenada e combinatória, conforme novos
elementos são adquiridos, as informações já existentes são reorganizadas para
compor seu novo significado.
As novas informações vão, espontânea e progressivamente, perdendo a dissociabilidade em relação às idéias âncora até que não sejam mais reprodusíveis como entidades individuais, restando apenas o subsunçor modificado (MOREIRA,1982, p.96).
O esquecimento é por sua vez um andamento natural e espontâneo
desse processo de assimilação, que facilita a aprendizagem e a retenção de novas
informações. No entanto, hierarquizar conceitos não faz parte do cerne da teoria de
Ausubel, tal como o uso de mapas conceituais. Esse recurso foi proposto neste
texto, pelos autores pesquisados, como tentativa de utilização da teoria cognitiva,
para a preparação de materiais instrucionais e sua utilização em sala de aula.
A Teoria de Ausubel, apesar de complexa é muito interessante, é
essencial realçá-la das outras teorias por ela saber valorizar o aluno em sua
experiência e seus conhecimentos adquiridos durante toda a sua vida e sua
trajetória escolar. Tal teoria por priorizar o "fazer sentido" permite que o aprendiz
tenha noção do processo pelo qual está passando e consequentemente que este se
sinta atuante em seu aprendizado. Assim para ser um bom profissional na área da
educação, temos segundo Ausubel, que ver o aluno individualmente e ao mesmo
tempo inserido na sociedade.
122
REFERÊNCIAS
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128
APÊNDICE A:
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA - UFPB CENTRO DE EDUCAÇÃO - CE
129
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO - PPGE CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DO PROJETO: APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA ANÁLISE COMBINATÓRIA: A UTILIZAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS Srs. Pais e/ou responsáveis, Esta pesquisa é sobre os processos de aprendizagens em Matemática especificando o conteúdo de “Análise Combinatória” mediado por um objeto de aprendizagem com alunos do 2º (segundo) ano do Ensino Médio e está sendo desenvolvida por Cristiane Carvalho Bezerra de Lima, mestranda do programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, sob a orientação do professor Dr. Romero Tavares da Silva. O objetivo principal do estudo é compreender a aprendizagem mediada por mapas conceituais de maneira que possamos detectar sua influência positiva ou negativamente na aprendizagem sobre a Análise Combinatória pelos alunos. A finalidade deste projeto é contribuir para a melhoria do ensino e a aprendizagem de matemática em especial do conteúdo da Análise Combinatória, bem como promover mudanças metodológicas desenvolvidas nos assuntos relacionados a matemática.
Solicitamos a sua colaboração para a execução desse estudo, que será desenvolvido após a aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal da Paraíba, no sentido de autorizar a participação de seu (ua) filho (a) a fim de fornecer as informações que lhe forem solicitadas, por meio de questionários, entrevistas, testes e utilização do objeto de aprendizagem. Solicitamos sua permissão para que os processos de coleta de dados sejam gravados (se for o caso), como também sua autorização para apresentar e publicar os resultados desse estudo em eventos e periódicos da área da educação, com a ressalva de que o nome do (a) seu (ua) filho (a) será mantido em sigilo ou iremos utilizar um codinome para embasar dados quantitativos e fundamentar análises qualitativas dentro da pesquisa. Após o término deste, todas as informações serão guardadas com a pesquisadora, com o acesso somente dela e de seu orientador. Esclarecemos que a participação do (a) seu (ua) filho(a) no estudo é voluntária e, portanto, ele(a) não é obrigado(a) a fornecer as informações e/ou colaborar com as atividades de testagem solicitadas. Caso decida não participar da pesquisa, ou resolver a qualquer momento desistir da mesma, não sofrerá nenhum dano. Informamos que todos os procedimentos metodológicos escolhidos para a pesquisa não ofereceram riscos previsíveis à saúde. A pesquisadora estará a sua disposição para qualquer esclarecimento que considere necessário em qualquer etapa da pesquisa. Agradecemos antecipadamente sua contribuição.
____________________________________________
130
Assinatura do Pesquisador Responsável
De acordo com o texto exposto acima, declaro que fui devidamente esclarecido (a) e dou o meu consentimento para meu/minha filho/filha participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Escola participante: Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Luzia Simões Bartollini Nome completo do (a) filho (a) (letra de forma):__________________________
Nome completo do responsável (letra de forma):_________________________
Nº do RG (SSP/Estado): __________________ Série: _____________
Data: ____/____/____ Assinatura do responsável:_______________
132
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA ANÁLISE COMBINATÓRIA: A
UTILIZAÇÃO DE MAPAS.
Mestranda: Cristiane Carvalho Bezerra de Lima
Orientador: Profº Dr. Romero Tavares – DF/PPGE/UFPB
Pré-teste e Pós-teste
Escola:_________________________________________________________
Nome:__________________________________________________________
Série: _____ Turma: _____ Idade: ____ Professor regente:________________
email: ___________________________________________ Data: ___/___/___
INSTRUÇÕES:
� Esse caderno contém 20 questões , sendo todas de múltipla escolha;
� Cada questão de múltipla escolha contém apenas uma alternativa correta ;
� Responda todas as questões colocando os procedimentos de cálculo ou outra
estratégia de resolução no quadro (cálculo);
� Caso não saiba responder ou não entendeu a questão, marque na alternativa
d (não sei responder);
� Não é permitida a utilização de nenhum material de consulta que não seja o
fornecido;
� Durante o pré-teste, não será permitido levantar-se ou comunicar-se com outro
colega de turma;
� Essa prova terá duração máxima de duas horas .
133
A. (Cesgranrio - adaptado) Um mágico se apresenta em público vestindo calça e
paletó. Para que ele se apresente durante uma temporada de shows, sem repetir
nenhum conjunto de roupas, ele dispõe de 6 calças e 4 palitós de cores diferentes.
De acordo com essas informações responda as questões 1 e 2.
Questão 1
Quais são os elementos desse agrupamento?
a) Mágico e público
b) Público e conjunto de roupas
c) Calça e palitó
d) Não sei responder
Questão 2
Quantos shows ele fará durante essa temporada?
a) 24
b) 12
c) 10
d) Não sei responder
B. (Osec-SP) Uma faculdade mantém 8 cursos diferentes. No vestibular, os
candidatos podem fazer opção por 3 cursos, determinado-os por ordem de
preferência.
De acordo com esses dados responda a questões 3 :
Questão 3
De quantas formas possíveis um candidato poderá optar no vestibular?
a) 336
b) 11
c) 56
d) Não sei responder
C. Um sinal de trânsito é composto por três cores: Verde, Amarelo e Vermelho.
Cada cor representa a atitude do motorista ao se deparar com o sinal.
De acordo com a informação responda as questões 4 e 5 .
Cálculo
Cálculo
134
Questão 4:
(UFF) Assinale a alternativa que apresenta o número de sequência de cores que
podem ser formadas pelos 5 sinais de trânsito de uma certa avenida.
a) 15
b) 243
c) 625
d) Não sei responder
Questão 5:
No problema da questão 4 identifique o(s) elemento(s) verificando se “difere pela
ordem ou pela natureza” e classifique qual tipo de agrupamento permite resolvê-lo:
a) Arranjo com repetição
b) Arranjo Simples
c) Combinação Simples
d) Não sei responder
D. Os números naturais são compostos por 10 (dez) algarismos, podendo ser
composto por um algarismo (0,1,2,...,9), dois algarismos (10,11,...99), três
algarismos (100,101,...,999), e assim por diante.
Considerando os números formados por quatro algarismos distintos e múltiplos de
três responda as questões 6, 7 e 8 .
Questão 6:
(Fuvest-SP-modificado) Quantos números podem ser formados com 2, 3, 4, 6 e 9?
a) 120
b) 180
c) 72
d) Não sei responder
Questão 7:
Ao compor um número com quatro algarismos distintos, podemos classificar esse
agrupamento como sendo de:
Cálculo
Cálculo
135
a) Arranjo Simples
b) Combinação Simples
c) Permutação Simples
d) Não sei responder
Questão 8:
Considerando a resolução do problema da questão 6, quais restrições devemos
considerar:
a) Começar por zero
b) Terminar em ímpar
c) Incluir elementos considerados
d) Não sei responder
E. Anagrama é qualquer ordenação formada com as letras de uma palavra, podendo
ter sentido ou não. Por exemplo, com a palavra AMOR, podemos formar ROMA,
OMAR, RMOA e outras.
Considerando a palavra AMOR, responda as questões 9 e 10 .
Questão 9:
Quantos anagramas começam por vogal?
a) 32 PP ⋅
b) 32 CA ⋅
c) 4C
d) Não sei responder
Cálculo
136
Questão 10:
Para saber quantos anagramas apresentam vogais juntas, quais estratégias deverão
ser consideradas na resolução:
a) Terminar por consoantes
b) Vogais juntas como uma letra
c) Começar por vogal
d) Não sei responder.
F. Num automóvel de passeio, é possível colocar cinco pessoas com cinto de
segurança. Responda as questões 11 e 12 .
Questão 11:
De quantas maneiras 5 pessoas podem viajar em um automóvel com 5 lugares, se
apenas uma delas sabe dirigir?
a) 25
b) 120
c) 24
d) Não sei responder
Questão 12:
Considerando a resolução do problema da questão 11, quais restrições devemos
considerar:
a) O motorista não está incluso no agrupamento
b) Os passageiros devem dirigir
c) Todas as pessoas irão aprender a dirigir
d) Não sei responder
G. Num agrupamento os elementos podem diferenciar-se pela ordem e/ou pela natureza.
Cálculo
137
Questão 13:
Considere os problemas abaixo e indique se existe uma diferenciação pela ordem
(O), pela natureza (N), ou pela ordem e natureza (ON).
I. ( ) (FGV – SP- modificado) Um restaurante oferece no cardápio 2 tipos de
saladas, 4 tipos de pratos de carnes, 5 variedades de bebidas e 3 sobremesas
diferentes. Uma pessoa deseja compor seu prato com um item de cada opção.
II. ( ) Para a eleição do corpo dirigente de uma empresa, candidatam-se oito
pessoas. Deseja-se escolher presidente e vice-presidente.
III. ( ) Deseja-se saber quantos anagramas forma a palavra AMOR?
A sequência de associações corretas será:
a) N, ON, O
b) O, N, ON
c) ON, N, O
d) Não sei responder
H. (Unesp) Sobre uma reta marcam-se 3 pontos e sobre uma outra reta, paralela à
primeira, marcam-se 5 pontos. Responda as questões 14 e 15.
Questão 14:
O número de triângulos que podem ser formados unindo 3 quaisquer desses 8
pontos será:
a) 112
b) 56
c) 45
d) Não sei responder
Questão 15:
Na resolução do problema da questão 9 devemos considerar algumas restrições.
Qual situação abaixo, melhor representa o agrupamento:
a) 2,51,31,52,3 CCCC ⋅+⋅
b) 5,83,8 CC +
c) 832 APP ⋅⋅
d) Não sei responder
Cálculo
Cálculo
138
I. (Unifor-CE) Uma agência de publicidade necessita de 2 rapazes e 3 moças para
fazer um comercial para a TV. Responda as questões 16 e 17 .
Questão 16:
Dispondo de 4 rapazes e 5 moças, quantas opções têm a agência para formar o
grupo necessário?
a) 126
b) 9
c) 60
d) Não sei responder
Questão 17:
Quais tipos de agrupamentos foram usados para resolver o problema da questão
16?
a) Arranjo e Combinação
b) Apenas Combinação
c) Permutação e Arranjo
d) Não sei responder
J. Os veículos brasileiros já foram identificados por placas que seguiam sistemas de
combinações de algarismos e letras, mas com o aumento das frotas de carros, as
possibilidades de combinações se esgotaram e foi necessário adotar um novo
sistema. Pelo sistema atual, válido desde 1990, as placas são compostas de três
letras seguidas de quatro algarismos.
De acordo com essas informações responda as questões 18, 19 e 20 .
Cálculo
139
Questão 18:
Considerando as 26 letras do alfabeto e os 10 algarismos do sistema de numeração
decimal, quantas placas de veículos podem ser feitas para esgotar todas as
possibilidades?
a) 4,103,26 CC ⋅
b) 4,103,26 PP ⋅
c) 4,103,26 AA ⋅
d) Não sei responder
Questão 19:
Quantas placas podem ser formadas apenas com as letras R, S, T e os números 5,
6, 7 e 8, sem repetir nenhuma letra e nenhum número?
a) !4
!10
!23
!26 ⋅
b) 12
c) 144
d) Não sei responder
Questão 20:
As questões 18 e 19 possuem elementos que diferem respectivamente:
a) Pela ordem e pela natureza
b) Pela ordem e pela ordem
c) Pela natureza e pela ordem
d) Não sei responder
Cálculo
Cálculo
141
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Banco de Dados para o pré e pós teste, referente à Dissertação de Mestrado:
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA ANÁLISE COMBINATÓRIA: A
UTILIZAÇÃO DE MAPAS.
Mestranda: Cristiane Carvalho Bezerra de Lima
Orientador: Profº Dr. Romero Tavares – DF/PPGE/UFPB
Proposta de Pré e Pós testes
Avaliação endereçada para:
Nome:_________________________________________________________________
Titulação:______________________________________________________________
Nível de atuação:________________________________________________________
Instituição:_____________________________________________________________
Esse instrumento, enquanto pré-teste tem o intuito de verificar o nível de
conhecimento específico existente na estrutura cognitiva do aprendiz, ou seja, o conhecimento
prévio relevante, referente ao bloco de conteúdo: Análise de Dados, onde focamos no estudo
da Análise Combinatória.
Questões de conhecimento prévio serão reveladas ao se depararem com situações
problemas envolvendo conteúdos ainda não trabalhados em sala de aula. Dessa forma o
questionário como pré-teste também proporcionará a curiosidade em aprender sobre o
conteúdo proposto.
Como pós-teste, pretende obter-se informações relevantes acerca da aprendizagem
significativa do conteúdo citado. Essas informações deverão revelar a eficiência ou não do
instrumento de aprendizagem utilizado na explanação das aulas.
Serão abordadas questões envolvendo o conceito sobre os tipos de agrupamento, quais
elementos fazem parte do conjunto a serem agrupados, quais restrições devem ser levadas em
considerações, a junção dos tipos de agrupamentos em um mesmo problema, além da
utilização das fórmulas como ferramenta de agilidade nos cálculos.
142
Dessa forma, analise as questões postas em dois critérios:
(i) Grau de dificuldade com escala de 1(um) a 4 (quatro);
(ii) Clareza e objetivos educacionais.
Sobre o item (i), considere:
• Nível básico: 1 (um) - a questão requer interpretação simples, cuja
resolução exige a utilização de esquema ilustrativo como por exemplo diagrama de árvore
e/ou Princípio Fundamental da Contagem (PFC);
• Nível intermediário: 2 (dois) – a questão requer interpretação envolvendo
combinatória, cuja resolução é feita com a aplicação das regras de combinação simples,
arranjo simples e/ou permutação simples;
• Nível difícil: 3 (três) – a questão requer interpretação envolvendo
conceitos sobre combinatória, cuja resolução exige conhecimento sobre combinação simples,
arranjo com repetição e/ou permutação com repetição;
• Nível avançado: 4 (quatro) – a questão requer interpretação de
combinatória, cuja resolução exige o conhecimento de um conjunto de regras de combinação
simples, arranjo simples e com repetição e/ou permutação simples, com repetição e/ou
circulares.
Sobre o item (ii) além da clareza considere:
A taxonomia dos objetivos educacionais é um referencial para classificar afirmações
sob as quais se espera que os alunos aprendam como resultado da instrução.
A taxonomia modificada (ANDERSON et al., 2001; KRATHWOHL, 2002) propiciou
definições cuidadosas para as dimensões do conhecimento e dos processos cognitivos (ver
Quadro 1), estruturados como um referencial bidimensional.
Para a dimensão do conhecimento, foram considerados os seguintes tipos:
i. Conhecimento factual: Conhecimentos básicos de uma disciplina com os
quais os alunos devem estar familiarizados.
ii. Conhecimento conceitual: Interrelações entre os elementos básicos de
uma estrutura, que os permite funcionar conjuntamente.
iii. Conhecimento procedimental: Como fazer algo, métodos de
questionamento; critérios para utilização de habilidades, algoritmos, técnicas e métodos.
iv. Conhecimento meta-cognitivo: Conhecimento da cognição em geral,
conhecimento da própria cognição e da prontidão.
143
Para a dimensão processos cognitivos, foram considerados os seguintes tipos:
i. Relembrar: Resgatar conhecimentos relevantes da memória de longo
prazo
ii. Entender: Construir significados a partir de mensagens instrucionais,
incluindo mensagens orais, escritas e comunicações gráficas.
iii. Aplicar: Executar ou usar um procedimento numa dada situação
iv. Analisar: Quebrar um material em suas partes constituintes, e
determinar quais partes se relacionam com as outras e com a estrutura global, ou com o
propósito global.
v. Avaliar: Fazer julgamentos baseados em critérios e padrões.
vi. Criar: Por juntos elementos de modo a formar um todo coerente ou
funcional; reorganizar elementos em um novo padrão ou estrutura.
Quadro 2: Taxonomia de Bloom-Revisada Dimensão do
Conhecimento Dimensão dos processos cognitivos
1. Relembrar 2. Entender 3. Aplicar 4. Analisar 5. Avaliar 6. Criar A. Conhecimento factual
1, 6, 9, 19
B. Conhecimento conceitual
3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 17
2, 4, 5, 6, 7, 10, 12, 14, 17, 18, 19, 20
3, 6, 14, 18 8, 11, 14, 15, 18, 19
5, 6, 7, 10, 12, 13, 15, 17, 20
C. Conhecimento procedimental
4, 5, 8, 11, 14, 15
3, 4, 5, 6, 8, 9, 11, 12, 14, 15, 16, 18, 19
3, 4, 5, 6, 8, 9, 11, 14, 15, 18, 19
8, 9, 11, 14, 15, 18
6, 9, 12, 14, 15, 16, 18, 19
D. Conhecimento meta-cognitivo
144
De acordo com os critérios supracitados analise as questões abaixo:
A. (Cesgranrio - adaptado) Um mágico se apresenta em público vestindo calça e paletó. Para
que ele se apresente durante uma temporada de shows, sem repetir nenhum conjunto de
roupas, ele dispõe de 6 calças e 4 palitós de cores diferentes. De acordo com essas
informações responda as questões 1 e 2.
Questão 1: Relembrar – os conceitos envolvidos na questão. Entender – identificar os
elementos pertencentes ao conjunto a ser agrupado.
1. Quais são os elementos desse agrupamento?
a) Mágico e público
b) Público e conjunto de roupas
c) Calça e palitó
d) Não sei responder
Considera a questão válida para o teste? ( ) sim ( )não
Quais as razões para sua opinião?
Assinale o(s) objetivo(s) educacional (is) que julgar ter a questão:
Dimensão do
conhecimento
Dimensão dos processos cognitivos
1. Relembrar 2. Entender 3. Aplicar 4. Analisar 5. Avaliar 6. Criar
A. Conhecimento
factual
B. Conhecimento
conceitual
C. Conhecimento
procedimental
D. Conhecimento
meta-cognitivo
Nível de dificuldade?
146
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA ANÁLISE COMBINATÓRIA: A
UTILIZAÇÃO DE MAPAS.
Mestranda: Cristiane Carvalho Bezerra de Lima Orientador: Profº Dr. Romero Tavares – DF/PPGE/UFPB
Nome:____________________________________________________ Série: _______ MOTIVAÇÃO:
Thiago possui 4 camisas diferentes (branca, azul, preta e vermelha) e 3 calças diferentes (preta, branca e azul). De quantas maneiras ele poderá escolher uma blusa e uma calça para se vestir? RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS DE CONTAGEM:
A. Escrevendo os grupos possíveis; B. Usando o diagrama de Euler - Venn; C. Montando uma tabela; D. Diagrama chamado árvore de possibilidades; E. Fazendo um desenho; F. Fazendo um esquema;
A. Escrevendo os grupos possíveis; 1. Camisa branca, calça branca; 2. Camisa branca, calça azul; 3. Camisa branca, calça preta; 4. Camisa azul, calça branca; 5. Camisa azul, calça azul; 6. Camisa azul, calça preta; 7. Camisa preta, calça branca;
8. Camisa preta, calça azul; 9. Camisa preta, calça preta; 10. Camisa vermelha, calça branca; 11. Camisa vermelha, calça azul; 12. Camisa vermelha, calça preta.
Vemos, então que há 12 possibilidades diferentes de se vestir.
B. Usando o diagrama de Euler - Venn;
Também assim chegaremos a 12 maneiras.
147
C. Montando uma tabela;
Vemos que há 1243 =⋅ possibilidades diferentes de se vestir.
D. Diagrama chamado árvore de possibilidades;
Também vemos que há 1243 =⋅ há possibilidades diferentes de se vestir.
E. Fazendo um desenho;
Novamente temos 12 possibilidades diferentes de se vestir.
F. Fazendo um esquema;
Para cada escolha de calça, temos 4 possibilidades de camisa, assim 3 vezes 4 correspondendo a 12 possibilidades diferentes de se vestir.
148
Exemplo 1: Thiago possui duas calças (amarelo e preto), duas camisas (amarela e preta) e dois
calçados (amarelo e preto). De quantas maneiras ele poderá escolher uma calça, uma camisa e um calçado? Exemplo 2:
Certo dono de um restaurante promoveu um campeonato para verificar quem conseguiria fazer o número máximo de refeições. No restaurante há 2 tipos de salada, 3 tipos de pratos quentes e 3 tipos de sobremesas. Sendo assim quais e quantas possibilidades temos para fazer refeições composta com 1 salada, 1 prato quente e 1 sobremesa? Exemplo 3:
Para fazer uma viagem Rio - São Paulo - Rio, posso usar como transporte o trem, o ônibus ou o avião. De quantos modos posso escolher os transportes se não desejo usar na volta o mesmo meio de transporte usado na ida?
Exemplo 4:
Uma moeda é lançada para o alto. Ao cair ela mostrará na face superior “cara” ou “coroa”. Desejando saber quantos serão os resultados possíveis ao lançarmos uma moeda três vezes. Indicando cara por K e coroa por C, vamos resumir no esquema chamado “árvore das possibilidades”: (BIANCHINI, 1995, p.254)
Totalizamos 8 possibilidades de lançarmos a moeda. ANÁLISE COMBINATÓRIA
Objetivo principal da análise combinatória é a determinação do número de possibilidades de um dado evento ocorrer. (BIANCHINI, 1995, p.253).
A Análise Combinatória é um ramo da Matemática que estuda, fundamentalmente: A formação de agrupamentos de elementos, numa abordagem quantitativa; A partir de um determinado conjunto, sendo esses; Submetidos a condições previamente estabelecidas. (JULIANELLI, 2007, p.11)
149
TÉCNICA DE AGRUPAMENTO
Se o número de possibilidades for muito grande, a tarefa de descrevê-la torna-se muito trabalhosa.
O objetivo da análise combinatória é calcular esse número, sem que para isso seja necessário descrever todas as possibilidades.
Uma importante técnica usada com essa finalidade é o Princípio Fundamental da Contagem – PFC. (BIANCHINI, 1995, p.255)
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM (PFC) OU PRINCÍPI O DA MULTIPLICAÇÃO
Definição: Se uma decisão 1d pode ser tomada de x maneiras e se, uma vez tomada à
decisão 1d , a decisão 2d puder ser tomada de y maneiras então o número de maneiras de se
tomarem as decisões 1d e 2d é yx ⋅ . (MORGADO, 2006, p.18) O produto dos números de possibilidades vale para qualquer número de etapas
independentes. (DANTE, 2007, p.284)
PROBLEMAS DE CONTAGEM
Os problemas nos quais aplicamos o PFC envolvem agrupamentos com elementos repetidos e agrupamentos simples, ou seja, com elementos distintos. (BIANCHINI, 1997, p. 261)
Considere os agrupamentos abc e acb. Observe que eles possuem os mesmos elementos. O que os diferencia é a posição de seus elementos. Dizemos, neste caso, que existe entre eles uma diferença de ordem.
Considere os agrupamentos abc e abd. Observe que eles possuem elementos diferentes. Dizemos então que entre eles existem uma diferença de natureza. (BIANCHINI, 1997, p. 261)
Exemplo 5:
Quantos números naturais de três algarismos distintos (na base 10) existem?
RECOMENDAÇÕES Pequenas dificuldades adiadas costumam transformar-se em grandes dificuldades. Se alguma decisão é mais complicada que as demais, ela deve ser tomada em primeiro lugar. (MORGADO, 2006, p.20)
150
Exemplo 6: (BIANCHINI, 1995, p.257) Quantos números ímpares de quatro algarismos distintos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 5, 6 e 7?
Solução:
a) Escolhemos primeiramente o algarismo das unidades, que deve ser ímpar: 1 ou 3 ou 5 ou 7 (quatro possibilidades).
b) Para o algarismo das unidades de milhar (Milhar), devemos eliminar o zero e o algarismo já escolhido para as unidades na etapa (a). Restam, portanto, cinco possibilidades (7 – 2 = 5).
c) Eliminando os dois algarismos já escolhidos (Unidades e Milhar), restam cinco possibilidades para as centenas (7 – 2 = 5).
d) Eliminando os três algarismos escolhidos (Unidades, Milhar e Centenas), existem quatro possibilidades para as dezenas (7 – 3 = 4).
Logo, podemos formar 4004455 =⋅⋅⋅ números.
Exemplo 7:
(BIANCHINI, 1995, p257) Quantos são os números pares de três algarismos distintos que podem ser formados com os algarismos 0, 1, 4, 6 e 7?
Solução:
Considere os números {0, 1, 4, 6 e 7}; Como os números são pares, então o algarismo das unidades deve ser 0 ou 4 ou 6: Números pares que terminam em zero.
Números pares que terminam em 4.
Números pares que terminam em 6.
Logo, podemos formar 12 + 9 + 9 = 30 números pares.
151
FATORIAL
Dado um número natural n, definimos o fatorial de n (indicado por n!) através das relações:
I. ( ) ( ) 123...21! ⋅⋅⋅⋅−⋅−⋅= nnnn
II. Se 1=n , 1!1 =
III. Se 0=n , 1!0 =
Ou seja, o fatorial de n é o produto de todos os números naturais, de n até 1. A notação n! foi introduzida por Christian Kramp em 1808.
Exemplos:
a) 720123456!6 =⋅⋅⋅⋅⋅= b) =⋅ !4!3
c) ( ) =2!3
d) ( ) =!!3
Observações:
Para interromper o desenvolvimento do fatorial de um número, deve-se colocar o símbolo (!) de fatorial após o último algarismo que for escrito:
( )! 1! −⋅= nnn
( ) ( ) ( )! 321! −⋅−⋅−⋅= nnnnn EXERCÍCIOS
1. Calcule: a) ! 4 ! 6 +
b) ! 7
! 10
c) ( ) ( )! 3! 3 22 −
d) ! 11
! 9 ! 10 +
2. Resolva as seguintes equações:
a) ( ) .1 ! 75 =−x
b) ( ) 720! 42 =+x
3. Simplifique as expressões:
a) ( )! 1
!
−n
n
b) ( )( )!
! 1!
n
nn +−
c) ( ) ( ) ( )
( ) ( )! 1-n 1
! 1-n 1n ! 2
⋅+⋅+++
n
n
152
4. Calcule n na expressão abaixo:
( )( ) 25
6
! ! 1
! 1 ! =−+−+
nn
nn
AGRUPAMENTOS
Os problemas nos quais aplicamos o PFC envolveram agrupamentos com elementos repetidos e agrupamentos simples, ou seja, com elementos distintos.
Identificaremos agora os tipos de agrupamentos que nos interessam na Análise Combinatória.
São eles: Arranjos, Permutações e Combinações. (BIANCHINI, 1995, p. 261) Significados
No dicionário, encontramos: Arranjar v.t. Pôr em boa ordem; dipor; obter; arrumar; ajustar; reparar. Permutar v. t. Trocar; dar reciprocamente; misturar. Combinar v.t. Agrupar; juntar em certa ordem; dispor metodicamente; ajustar; pactuar; aliar; harmonizar; unir; ligar; cotejar; comparar. PERMUTAÇÃO SIMPLES
Permutação simples é o tipo de agrupamento ordenado, sem repetição, em que entram todos os elementos em cada grupo. (GIOVANNI, 2002, p.217)
A permutação simples é um caso particular de arranjo simples (GIOVANNI, 2002, p.217)
Considere um conjunto finito com n elementos distintos. Permutação Simples dos n elementos serão todos agrupamentos ordenados formados por esses n elementos.
O número de permutações de n elementos:
( ) ( ) !1...21 nnnnPn =⋅⋅−⋅−⋅=
!nPn =
Também chamado de fatorial .
Exemplo 8: De quantas maneiras cinco pessoas A, B, C, D e E, podem ser dispostas em fila? Exemplo 9: Anagrama é qualquer ordenação formada com as letras de uma palavra. Considerando a palavra AMOR quantos anagramas podem ser formados com as letras dessa palavra? Exemplo 10: Dada a palavra CONTAGEM pede-se quantos anagramas:
a) Começam por uma vogal? b) Apresentam as vogais juntas? c) Apresentam as vogais juntas em ordem alfabética? d) Começam e terminam por uma consoante?
153
PERMUTAÇÃO COM ELEMENTOS REPETIDOS Definição: Se na permutação de n elementos existirem elementos que apareçam α vezes, outro β vezes, e assim por diante, então o total de permutações será: (JULIANELLI, 2007, p.43)
!...!
!,...,
βαβα
⋅= n
Pn
Exemplo 11: Quantos anagramas possuem a palavra URUBU? Pensando na resposta: Não é 120!55 ==P . Pelo fato de ter letras repetidas, obteremos um número de anagramas
menor do que o que obteríamos se as letras fossem distintas. Veja 321 BURUU é a mesma palavra que .132 BURUU
Exemplo 12: Uma prova contém 10 testes que devem ser respondidos com V ou F. De quantos modos distintos ela pode ser resolvida assinalando-se 3 testes com Verdadeiro e 7 testes com Falso? PERMUTAÇÃO CIRCULAR
Os problemas de permutação circular consistem em determinar o número de modos que podem ser colocados n objetos distintos em n lugares equiespaçados em torno de um círculo, considerando-se equivalentes as disposições que coincidam por uma rotação.
Definição: Considere n elementos distintos com n lugares equiespaçados em torno de um círculo, considere equivalente as disposições que coincidam por uma rotação. Assim o número de ordem diferente que pode dispor os n elementos em torno do ciclo é:
( ) ( )!1−= nPC n
Exemplo 13: De quantos modos três crianças podem brincar em torno de uma roda? Solução:
Sabemos que é possível arrumar 3 objetos distintos de 6 maneiras diferentes ( 6123!3 =⋅⋅= ). Porém, observando as figuras abaixo, notamos que essas 3 crianças podem ser arrumadas de duas formas distintas em torno de uma mesa circular, visto que as outras 2 arrumações de cada linha coincidem com a primeira se fizermos uma rotação.
Observe na primeira linha, fixando o número 1, a sequência que se repete, no sentido
anti-horário, é 1, 2, 3. Já na segunda linha, fixando o número 1 e girando também no sentido anti-horário, a
sequência é 1, 3, 2. Logo a permutação circular de 3 elementos é ( ) ( ) 2! 2! 133 ==−=PC
(JULIANELLI,2005,p. 47)
154
ARRANJO SIMPLES
Arranjo Simples é o tipo de agrupamento sem repetição em que um grupo é diferente de outro pela ordem ou pela natureza dos elementos componentes (GIOVANNI, 2002, p.213).
Dois arranjos são diferentes quando: • Possuem elementos diferentes (diferença de natureza), ex.: (m,n); (m, p); • Possuem os mesmos elementos em ordem diferente (diferença de ordem), ex.:
(m,n); (n,m). (BIANCHINI, 1995, p.261) Em arranjo interessa a sequência dos elementos (JULIANELLI, 2007, p.40). Dado um conjunto de n elementos, e sendo p um número inteiro e positivo tal que
np ≤ , chama-se arranjo simples dos n elementos dados, agrupados p a p, a qualquer sequência de p elementos distintos formada com elementos do conjunto de n elementos. O número de arranjos é dado por:
( ) ( ) ( ) ( )! !
1...21, pn
npnnnnAA pn
pn −
=+−⋅⋅−⋅−⋅==
( )! !
, pn
nA pn −
=
Exemplo 14: Para a eleição do corpo dirigente de uma empresa, candidatam-se oito pessoas. De quantas maneiras poderão ser escolhidos presidente e vice- presidente? Exemplo 15: (UFCE) Sendo uma placa de automóvel formada por duas letras seguidas de quatro algarismos, quantas placas podem ser formadas por duas letras distintas seguidas de quatro algarismos distintos? (Considere 26 letras do alfabeto e os dez algarismos do nosso sistema de numeração). Exemplo 16: Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0 a 9. O segredo do cofre é formado por uma sequência de 3 dígitos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre, quantas tentativas ele deverá fazer (no máximo) para conseguir abri-lo. (Suponha que a pessoa sabe que o segredo é formado por dígitos distintos). ARRANJO COM REPETIÇÃO Seja M um conjunto com m elementos, temos que Arranjo com Repetição de m elementos tomados r a r será uma sequência de r elementos repetidos ou não, onde n é escolhido entre os m elementos dados. Assim número de arranjo com repetição de m elementos tomados r a r é:
155
( ) rrm mAR =,
Exemplo 17: Uma urna contém uma bola vermelha (V), uma branca (B) e uma azul (A). Uma bola é extraída, observando sua cor e reposta na urna. Em seguida outra bola é extraída e observada sua cor. Quantas são as possíveis sequências de cores observadas? COMBINAÇÃO SIMPLES
Nos problemas de contagem, o conceito de combinação está intuitivamente associado à noção de escolher subconjuntos. (DANTE, 2007, p. 290)
Como são subconjuntos de um conjunto, a ordem dos elementos não importa. Só consideramos subconjuntos distintos os que diferem pela natureza dos seus elementos. (DANTE, 2007, p. 290)
Dado um conjunto finito de n elementos distintos e sendo p um número inteiro e positivo tal que np ≤ , chama-se combinação simples dos n elementos dados, agrupado p a p, todo conjunto ordenado formado por p elementos distintos, onde p é escolhido entre os n elementos distintos do conjunto.
Logo, o número de combinações simples de n elementos tomados p a p, pode ser calculado assim:
( ) ( ) ( )
( )!!
!
!!!
1...21 ,, pnp
n
p
A
p
A
p
pnnnnCC pn
pn
pnp
n −⋅===+−⋅⋅−⋅−⋅==
( )! !
! , pnp
nC pn −⋅
=
Propriedades:
1. pnnpn CC −= ,, ; Exemplo: 3,52,5 CC =
2. Quando temos np = , 1, =nnC .
3. nCn =1, ; Exemplo: 51,5 =C
Exemplo 18: Quantas comissões de 2 pessoas podem ser formadas com 5 alunos (A,B,C,D e E) de uma classe? Pensando na Solução:
Como AB e BA representam a mesma comissão, não importa a ordem. Isso significa que uma mesma comissão foi contada duas vezes, portanto divide-se por 2. Observe que os grupos obtidos diferem entre si pelos elementos componentes (natureza), não importando a ordem (posição) em que aparecem. (GIOVANNI, 2002, p219). Exemplo 19: De quantas maneiras diferentes um professor poderá formar um grupo de 3 alunos, escolhidos a partir de um grupo de 6 alunos?
156
Exemplo 20: Marcam-se cinco pontos sobre uma reta r. Sobre outra reta s, paralela a r, marcam-se
mais quatro pontos. Quantos triângulos podem ser formados com vértices em três quaisquer desses pontos? RECONHECENDO OS AGRUPAMENTOS
Para isso devemos proceder da seguinte forma: 1°) Escolhemos um agrupamento qualquer que satisfaça as condições do problema. 2°) Trocamos as posições dos elementos desse agrupamento. Se o agrupamento obtido
for outra solução do problema, então se trata de um problema sobre arranjos; caso contrário, trata-se de um problema de combinação. (BIANCHINI, 1995, p. 273)
Observação: Os problemas que envolvem arranjo podem ser resolvidos usando o PFC.
157
APÊNDICE E:
Atividades desenvolvidas ao longo das aulas nas duas turmas (Experimental e Controle)
158
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Atividades 1
Escola:________________________________________________________
Nome:_____________________ Série: ____ Turma: ____ Data: ___/___/___
01. Thiago possui duas calças (amarelo e preto), duas camisas (amarela e preta) e
dois calçados (amarelo e preto). De quantas maneiras ele poderá escolher uma
calça, uma camisa e um calçado?
02. Certo dono de um restaurante promoveu um campeonato para verificar quem
conseguiria fazer o número máximo de refeições. No restaurante há 2 tipos de
salada, 3 tipos de pratos quentes e 3 tipos de sobremesas. Sendo assim quais e
quantas possibilidades temos para fazer refeições composta com 1 salada, 1 prato
quente e 1 sobremesa?
03. Para fazer uma viagem Rio - São Paulo - Rio, posso usar como transporte o
trem, o ônibus ou o avião. De quantos modos posso escolher os transportes se não
desejo usar na volta o mesmo meio de transporte usado na ida?
04. Uma moeda é lançada para o alto. Ao cair ela mostrará na face superior “cara”
ou “coroa”. Deseja-se saber quantos serão os resultados possíveis ao lançarmos
uma moeda três vezes. Indicando cara por K e coroa por C descreva todas as
possibilidades, após encontrar o valor.
05. Quantos números naturais de três algarismos distintos (na base 10) existem?
06. (BIANCHINI, 1995 p.257) Quantos números ímpares de quatro algarismos
distintos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 5, 6 e 7?
159
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Atividades 2
Escola:_________________________________________________________ Nome:___________________ Série: _____ Turma: ______ Data: ___/___/___ 01. Quantos números de três algarismos distintos podem ser formados usando-se os algarismos 1,2,3,4 e 5? 02. Lançando uma mesma moeda 5 vezes consecutivamente, qual o número total de possíveis resultados? 03. Existem 2 vias de locomoção de uma cidade A para uma cidade B e 3 vias de locomoção da cidade B a uma cidade C. De quantas maneiras pode-se ir de A a C, passando por B? 04. De quantas maneiras diferentes pode-se vestir uma pessoa que tenha 5 camisas, 3 calças, 2 pares de meias e 2 pares de sapato? 05. Quantos números de dois algarismos podemos formar sabendo que o algarismo das dezenas corresponde a um múltiplo de 2 ( diferente de zero) e os algarismo das unidades a um múltiplo de 3? 06. Usando somente os algarismos 1,2,3,4,5 e 6: a) Quantos números de 2 algarismos podemos formar? b) Quantos números pares de 2 algarismos podemos formar? c) Quantos números ímpares de 2 algarismos podemos formar? d) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar? e) Quantos números de 2 algarismos pares podemos formar? 07. Numa eleição de uma escola há três candidatos a presidência, cinco a vice-presidente, seis a secretário e sete a tesoureiro. Quantos podem ser os resultados da eleição?
08. (FGV-SP) Um restaurante oferece no cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de carne, 5 variedades de bebidas e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma salada, um prato de carne, uma bebida e uma sobremesa. De quantas maneiras a pessoa poderá fazer seu pedido?
160
Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Atividades 3
Escola:_________________________________________________________
Nome:___________________ Série: _____ Turma: ______ Data: ___/___/___
01. De quantas maneiras cinco pessoas A, B, C, D e E, podem ser dispostas em
fila?
02. Anagrama é qualquer ordenação formada com as letras de uma palavra.
Considerando a palavra AMOR quantos anagramas podem ser formados com as
letras dessa palavra?
03. Dada a palavra CONTAGEM pede-se quantos anagramas:
a) Começam por uma vogal?
b) Apresentam as vogais juntas?
c) Apresentam as vogais juntas em ordem alfabética?
d) Começam e terminam por uma consoante?
04. Quantos anagramas possui a palavra URUBU?
05. Uma prova contém 10 testes que devem ser respondidos com V ou F. De
quantos modos distintos ela pode ser resolvida assinalando-se 3 testes com
Verdadeiro e 7 testes com Falso?
06. De quantos modos três crianças podem brincar em torno de uma roda?
161
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Atividades 4
Escola:_________________________________________________________
Nome ____________________Série: _____ Turma: ______ Data: ___/___/___
01. Para a eleição do corpo dirigente de uma empresa, candidatam-se oito pessoas.
De quantas maneiras poderão ser escolhidos presidente e vice presidente?
02. (UFCE) Sendo uma placa de automóvel formada por duas letras seguidas de
quatro algarismos, quantas placas podem ser formadas por duas letras distintas
seguidas de quatro algarismos distintos? (Considere 26 letras do alfabeto e os dez
algarismos do nosso sistema de numeração).
03. Um cofre possui um disco marcado com os dígitos 0 a 9. O segredo do cofre é
formado por uma sequência de 3 dígitos. Se uma pessoa tentar abrir o cofre,
quantas tentativas deverá fazer (no máximo) para conseguir abri-lo. (Suponha que a
pessoa sabe que o segredo é formado por dígitos distintos).
04. Uma urna contém uma bola vermelha (V), uma branca (B) e uma azul (A). Uma
bola é extraída, observando sua cor e reposta na urna. Em seguida outra bola é
extraída e observada sua cor. Quantas são as possíveis sequências de cores
observadas?
05. Quantas comissões de 2 pessoas podem ser formadas com 5 alunos (A,B,C,D e
E) de uma classe?
06. De quantas maneiras diferentes um professor poderá formar um grupo de 3
alunos, escolhidos a partir de um grupo de 6 alunos?
07. Marcam-se cinco pontos sobre uma reta r. Sobre outra reta s, paralela a r,
marcam-se mais quatro pontos. Quantos triângulos podem ser formados com
vértices em três quaisquer desses pontos?
162
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Atividades 5
Escola:_________________________________________________________ Nome:_________________ Série: _____ Turma: ______ Data: ___/___/___ 01. De quantos modos podemos arrumar em fila 5 livros diferentes de Matemática, 3 livros diferentes de Estatistica e 2 livros diferentes de Física, de modo que livros de uma mesma matéria permaneçam juntos? 02. De quantos modos podemos formar uma roda com 5 crianças? 03. Quantos são os anagramas da palavra “DEZESSETE”? 04. De quantas maneiras 5 meninos podem sentar-se num banco que tem apenas 3 lugares? 05. Quantos veículos podem ser emplacados num sistema em que cada placa é formada por 3 letras ( de um total de 26) e 4 algarismo ( 0 a 9)? 06. Uma empresa vai fabricar cofres com senhas de 4 letras, usando as 18 consoantes e 5 vogais. Se cada senha deve começar com uma consoante e terminar com uma vogal, sem repetir letras, o número de senhas possíveis será? 07. Numa classe há 10 moças e 8 rapazes. Quantas comissões com 5 elementos podemos formar, de modo que em cada comissão haja pelo menos um rapaz e as moças sejam a maioria? 08. (UNESP) Sobre um reta marcam-se 3 pontos e sobre uma outra reta, paralela à primeira, marcam-se 5 pontos, o número de triângulos que podem ser formados unindo 3 quaisquer desses 8 pontos é?
09. Uma prova de matemática é constituída por 10 questões do tipo “verdadeiro ou
falso”. Se um aluno “chuta” cada uma das questões, qual o número total de
maneiras de apresentar o gabarito?
169
Universidade Federal da Paraíba Programa de Pós – Graduação em Educação
Mestrado em Educação
Banco de Dados para a apresentação do instrumento: Mapas
Conceituais, referente à Dissertação de Mestrado: A PRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA DA ANÁLISE COMBINATÓRIA: A UTILIZAÇÃO DE MAPAS.
Mestranda: Cristiane Carvalho Bezerra de Lima
Orientador: Profº Dr. Romero Tavares – DF/PPGE/UFPB
Mapas Conceituais sobre Análise Combinatória
Avaliação endereçada para:
Nome:______________________________________________________________
Titulação:___________________________________________________________
Nível de atuação:_____________________________________________________
Instituição:__________________________________________________________
O estudo de Análise Combinatória tem a finalidade de proporcionar ao
aluno o desenvolvimento do raciocínio combinatório, onde consegue adquirir
informações que constrói um modelo explicativo e simplificado da situação. Dessa
forma para promover a aprendizagem desse conteúdo propomos mapas conceituais
que se fundamentam na Teoria Significativa de David Ausubel (1980) e na ideologia
de Joseph D. Novak (1997) referente à estratégia de mapas conceituais para
traduzir o processo de transformação psicológica.
Mapas conceituais segundo Novak e Gowin apud. Moreira (2006) se
destinam a representar relações significativas para representar um conjunto de
significados entre conceitos na forma de proposições, isto é, são dispositivos
esquemáticos para representar um conjunto de significados de conceitos encaixados
em um sistema de referência proposicional.
Esse instrumento foi desenvolvido tendo como referência as Orientações
Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) e os Paramêtros Curriculares Nacionais
para o ensino Médio (PCN+EM) que visa “aprender matemática de uma forma
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contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos de forma a
desenvolver competências e habilidades essenciais para o aluno”. A resolução de
problemas será ponto norteador para desenvolver essas competências e
habilidades, pois “o pensar e o fazer se mobilizam e se desenvolvem quando o
indivíduo está engajado ativamente no enfrentamento de desafios”.
Para ajudar na busca do conhecimento anterior, o uso de mapas
conceituais na apresentação do conteúdo de Análise Combinatória, deverá
estruturar os conhecimentos anteriores com os novos, conseguindo obter uma
aprendizagem significativa. Teremos como conceitos centrais: Elementos,
Restrições, Agrupamentos, Definições e Conhecimentos prévios.
Esse instrumento será aplicado apenas à turma Piloto, através de
aulas explicativas, onde usaremos os recursos do Power point e do programa Cmap
Tools.
Para a turma Controle, será apresentado apenas o Power point, com
os mesmos exemplos sem a utilização dos mapas.
Para a análise desse instrumento é necessário que o avaliador tenha
conhecimento sobre Mapas Conceituais, Teoria Significativa de Ausubel,
Competências para o Ensino Médio em Matemática, e Taxionomia de Bloom. Afim,
de objetivarmos nosso estudo traçaremos alguns conceitos importantes sobre cada
item para uma análise qualitativa e posteriormente quantitativa.
Dessa forma, analise os mapas postos sobre quatro critérios:
(v) Competências exigidas para o Ensino Médio;
(vi) A aprendizagem Significativa;
(vii) Princípios Ausebiano;
(viii) Clareza e objetivos educacionais.
Sobre o item (i), considere:
São três competências exigidas para o Ensino Médio:
- Representação e comunicação (RC): envolve leitura, interpretação e a
produção de textos nas diversas linguagens;
- Investigação e compreensão (IC): capacidade de enfrentar e resolver
situações-problemas, utilizando os conceitos e procedimentos peculiares do fazer e
pensar das ciências;
171
- Contextualização das ciências no âmbito sócio-cultural (CSC): analisar
criticamente as idéias e os recursos da área e das questões do mundo que podem
ser respondidas ou transformadas pelo pensar e o conhecimento científico.
Sobre o item (ii), considere:
Segundo Tavares (2003) existem três requisitos essenciais para a
aprendizagem significativa:
R1 - A oferta de um novo conhecimento estruturado de maneira lógica
(conceitos subsunçores ou âncora);
R2 - A existência de conhecimentos na estrutura cognitiva que
possibilite a sua conexão com o novo conhecimento;
R3 - A atitude explícita de apreender e conectar o seu conhecimento
com aquele que pretende absorver.
Sobre o item (iii), considere:
Ausubel (1980) propõe dois princípios para ser apresentado ao
aprendiz, quando se estrutura um conteúdo:
- Diferenciação progressiva (DP): o assunto deve ser programado de
forma que as idéias mais gerais e abrangentes da disciplina sejam apresentadas
inicialmente, e assim progressivamente diferenciadas, introduzindo os detalhes
específicos necessários;
- Reconciliação integrativa (RI): a programação do material deve ser
feita para explorar relações entre idéias, apontar similaridades e diferenças
significativas.
Sobre o item (iv) além da clareza considere:
A taxonomia dos objetivos educacionais é um referencial para classificar
afirmações sob as quais se espera que os alunos aprendam como resultado da
instrução.
A taxonomia modificada (ANDERSON et al., 2001; KRATHWOHL, 2002)
propiciou definições cuidadosas para as dimensões do conhecimento e dos
processos cognitivos (ver Quadro 1), estruturados como um referencial
bidimensional.
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Para a dimensão do conhecimento , foram considerados os seguintes
tipos:
i.Conhecimento factual: Conhecimentos básicos de uma disciplina com
os quais os alunos devem estar familiarizados.
ii. Conhecimento conceitual: Interrelações entre os elementos básicos
de uma estrutura, que os permite funcionar conjuntamente.
iii.Conhecimento procedimental: Como fazer algo, métodos de
questionamento; critérios para utilização de habilidades, algoritmos, técnicas e
métodos.
iv.Conhecimento meta-cognitivo: Conhecimento da cognição em geral,
conhecimento da própria cognição e da prontidão.
Para a dimensão processos cognitivos , foram considerados os
seguintes tipos:
i. Relembrar: Resgatar conhecimentos relevantes da memória de longo
prazo
ii. Entender: Construir significados a partir de mensagens instrucionais,
incluindo mensagens orais, escritas e comunicações gráficas.
iii. Aplicar: Executar ou usar um procedimento numa dada situação
iv. Analisar: Quebrar um material em suas partes constituintes, e
determinar quais partes se relacionam com as outras e com a estrutura global, ou
com o propósito global.
v. Avaliar: Fazer julgamentos baseados em critérios e padrões.
vi. Criar: Por juntos elementos de modo a formar um todo coerente ou
funcional; reorganizar elementos em um novo padrão ou estrutura.
De acordo com os critérios supracitados responda:
01. O mapa conceitual promove leitura e interpretação de diversas linguagens?
02. O mapa conceitual possibilita enfrentar e resolver problemas utilizando de conceitos e procedimentos?
03. O mapa conceitual envolve questões atuais e de acordo com o cotidiano dos alunos, permitindo que haja uma análise crítica das idéias e dos recursos?
Para as questões 4, 5 e 6 considere os três requisitos para a aprendizagem significativa, analisando se no mapa conceitual:
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04. O novo conhecimento está estruturado de maneira lógica?
05. Existe(m) conhecimento (s) anterior (es) que conecte com o novo conhecimento?
06. Promove atitude (s) de conectar o conhecimento já existente com o que pretende absorver?
07. O mapa conceitual propõe o princípio Ausubeliano da Diferenciação Progressiva?
08. O mapa conceitual propõe o princípio ausebiano da Reconciliação Integrativa?
09. O mapa conceitual tem clareza na apresentação do conteúdo?
10. Assinale o (s) objetivo (s) educacional (is) que julgar no mapa conceitual:
Quadro 2. Taxonomia de Bloom Revisada
Dimensão do conhecimento
Dimensão dos processos cognitivos 1. Relembrar 2. Entender 3.
Aplicar 4. Analisar 5. Avaliar 6. Criar
A. Conhecimento
factual
B. Conhecimento
conceitual
C. Conhecimento procedimental
D. Conhecimento meta-cognitivo
11. O mapa conceitual apresenta algum erro gramatical ou de concordância, capaz de confundir as interpretações?
12. O mapa conceitual é válido para a apresentação do conteúdo referente à Análise Combinatória?
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