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Edinéia Terezinha Branco
MANEJO EM BOVINOS LEITEIROS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Medicina Veterinária da
Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde
da Universidade Tuiuti do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do grau de
Médico Veterinário.
Orientador: Dr. Antônio Carlos do Nascimento
Orientador Profissional: Dr. Aldori José Corso
CURITIBA
2008
TERMO DE APROVAÇÃO
Edinéia Terezinha Branco
MANEJO EM BOVINOS LEITEIROS
Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Graduação em Medicina Veterinária no Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 20 de junho de 2008.
Orientador: Prof. Antônio Carlos do Nascimento
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof. Welington Hartmann
Universidade Tuiuti do Paraná
Prof. João Ari Gualberto Hill
Universidade Tuiuti do Paraná
Dedico esse trabalho a minha família e em especial para meu marido que me
apoiou nesse período de cinco anos de estudo. E ao meu querido pai Francisco
Vilmar Branco (in memorian), por ter me apoiado sempre em meus sonhos.
AGRADECIMENTO
Agradeço aos funcionários da Agropecuária Lajeado Ltda. e o Dr. Aldori
José Corso pela sua dedicação e transmissão de seus conhecimentos,
colaborando para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso.
Agradeço em especial, o professor orientador Antônio Carlos do
Nascimento pela cooperação e a todos os professores do Curso de Medicina
Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná e principalmente ao professor
Welington Hartmann, por toda a sua colaboração para a realização deste
trabalho.
RESUMO
No período de 11 de março a 14 de maio de 2008 foi realizado o estágio obrigatório na Agropecuária Lajeado Ltda., localizado na região de Castro - PR, acompanhando o manejo em uma fazenda leiteira cujo o plantel é da raça holandesa. A fazenda possui 157 animais em seu rebanho, dos quais 73 se encontram em lactação produzindo 1500 litros de leite por dia. As atividades realizadas foram na área de manejo leiteiro, produção de silagem, qualidade do leite, tratamento e prevenção de eventuais doenças, através de eventuais vacinações. Em especial, o presente trabalho baseia-se em um caso de hipocalcemia pré-parto, também conhecida popularmente como febre do leite, onde descreverei o protocolo de atendimento utilizado pelo veterinário e a indicação e prevenção descrita na literatura.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
Batimentos por Minuto.............................................................................. BPM
Borogliconato de Cálcio............................................................................ BGC
Cálcio....................……………………………………………………………. Ca
Contagem de Célula Somática....…………………………………………… CCS
Diarréia Viral Bovina............…………………………………………………. BVD
Diferença Catiônica-aniônica da Dieta…...………......................………… DCAD
Freqüência Respiratória............................................................................ FR
Fósforo………………………………………….……………………………… P
Intravenosa............................................................................................... IV
Matéria Fibrosa......................................................................................... MF
Matéria Mineral......................................................................................... MM
Matéria Seca............................................................................................. MS
Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná............................ SEAB
Subcutâneo............................................................................................... SC
Via Parenteral........................................................................................... VP
Rinotraqueíte Infecciosa Bovina.……………………………………………. IBR
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 AGROPECUÁRIA LAJEADO LTDA......................................... 2
FIGURA 2 ANIMAL COM TUMOR DE RETO............................................ 8
FIGURA 3 ANIMAL LEVANTADO.............................................................. 18
FIGURA 4 ANIMAL EM DECUBITO ESTERNAL COM ROMPIMENTO
DA PLACENTA......................................................................... 19
FIGURA 5 BEZERROS RECÉM NASCIDOS............................................. 19
FIGURA 6 SECREÇÃO MUCOPURULENTA PRESENTE EM VACA
COM METRITE......................................................................... 21
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 QUANTIDADE DE CONCENTRADO POR GRUPO DE
VACAS CONFORME A PRODUÇÃO...................................... 5
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................. v
LISTA DE ABREVIAÇÕES ................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................... vii
LISTA DE QUADROS ......................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ............................................. 2
3 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO .......................... 4
3.1 MANEJO NUTRICIONAL........................................................................ 4
3.2 MENEJO DE ORDENHA........................................................................ 6
3.3 CLINICA MÉDICA................................................................................... 7
3.4 CLINICA CIRURGICA............................................................................. 7
3.5 MANEJO SANITARIO............................................................................. 8
4 HIPOCALCEMIA .................................................................................... 9
4.1 METABOLISMO DO CALCIO................................................................. 9
4.2 INCIDENCIA DA HIPOCALCEMIA......................................................... 10
4.3 FATORES ALIMENTARES..................................................................... 11
4.4 SINAIS DA HIPOCALCEMIA.................................................................. 11
4.4.1 PRIMEIRO ESTAGIO............................................................................. 12
4.4.2 SEGUNDO ESTAGIO............................................................................. 12
4.4.3 TERCEIRO ESTAGIO............................................................................ 12
4.5 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DA HIPOCALCEMIA....................... 13
4.6 COMPLICAÇOES E PREJUIZOS ECONOMICOS DA
HIPOCALCEMIA..................................................................................... 14
4.7 PREVENÇAO DA HIPOCALCEMIA........................................................ 15
4.8 RELATO DE CASO................................................................................. 16
4.9 ANAMNESE............................................................................................ 16
4.10 EXAME FISICO....................................................................................... 17
4.11 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 17
4.12 PROGNÓSTICO..................................................................................... 17
4.13 TRATAMENTO........................................................................................ 17
4.14 DISCUSSÃO........................................................................................... 20
5 METRITE PUERPERAL AGUDA ........................................................... 21
5.1 RELATO DE CASO................................................................................. 22
5.2 ANAMNESE............................................................................................ 22
5.3 EXAME FISICO....................................................................................... 22
5.4 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 23
5.5 PROGNÓSTICO..................................................................................... 23
5.6 TRATAMENTO........................................................................................ 23
5.7 DISCUSSÃO........................................................................................... 23
6 CESARIANA ........................................................................................... 24
6.1 TECNICA E DESENVOLVIMENTO DA CIRURGIA................................ 25
6.2 RELATO DE CASO................................................................................. 27
6.3 EXAME FISICO....................................................................................... 27
6.4 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 28
6.5 PROGNÓSTICO..................................................................................... 28
6.6 TECNICA CIRURGICA........................................................................... 28
6.7 DISCUSSÃO........................................................................................... 28
7 CONCLUSÃO ......................................................................................... 29
REFERÊNCIAS....................................................................................... 30
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como finalidade descrever as atividades
desenvolvidas
durante o décimo semestre do curso de Medicina Veterinária da Universidade
Tuiuti do Paraná. O estágio foi realizado na Agropecuária Lajeado Ltda.,
localizada no município de Castro - PR teve início no dia 11 de março e término
em 14 de maio de 2008 totalizando 360 horas em um período de 45 dias.
O estágio foi realizado nas áreas de Clínica Médica, Clínica Cirúrgica,
Manejo Nutricional, de Ordenha e Sanitário de bovinos de leite, sob a
orientação do Médico Veterinário Aldori José Corso e sob a orientação
acadêmica do Professor Antonio Carlos do Nascimento.
O objetivo do estágio foi colocar em prática as teorias discutidas durante
o curso de graduação e conhecer as diversas realidades da bovinocultura
leiteira adquirindo novas informações e condutas de diferentes profissionais da
área.
2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
A Agropecuária Lajeado (Figura 1) possui um rebanho composto por 157
animais da raça holandesa dos quais 73 animais se encontravam em lactação
no período de realização de estágio (média de 21 litros de leite por animal/dia),
apresentava um lote de vacas secas formado de 11 animais, 16 novilhas
prenhes e 56 bezerras separadas em grupo por idade, e um touro para
repasse.
A fazenda tem elevado padrão tecnológico, e o leite é entregue para
uma indústria de laticínios que possui um entreposto de refrigeração no
município de Palmeira.
Figura 1: Agropecuária Lajeado Ltda.
.
A região de Castro é considerada como uma grande bacia leiteira,
conhecida em todo o Brasil por seu rebanho de alta qualidade genética,
potencial dos animais, produtividade e qualidade do leite. Para obter essa
conquista, foi necessário investir em tecnologia, conscientização dos
produtores, no manejo dos bovinos leiteiros sanidade, melhoramento genético,
em muita dedicação e empenho dos produtores.
Constantemente estudos têm sido desenvolvidos na região, direcionados
para a alta produtividade dos animais, através de melhoramento genético,
tecnologia de produção de volumosos e concentrados, proporcionando
condições favoráveis aos animais, para melhorarem o seu desempenho
produtivo.
O Estado do Paraná é o 5º maior produtor de leite do Brasil, com 2,08
bilhões de litros produzidos em 2000, com índices de crescimento de 7,7% em
relação a 1999 (HARTMANN, 2008).
3 ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O ESTÁGIO
Durante o período de estágio houve acompanhamento da rotina diária
da leiteria, manejo dos animais, clínica médica e cirúrgica de bovinos.
Inicialmente passamos a conhecer as instalações da fazenda, o manejo,
assim como os horários das ordenhas, e distribuição de animais por lotes
(lactação, vacas secas, novilhas e bezerras).
As intervenções realizadas no rebanho eram registradas em fichas
individuais de controle e semanalmente lançadas em um programa específico
de computador.
Em seguida as atividades acompanhadas estarão descritas nas suas
diferentes áreas.
3.1 MANEJO NUTRICIONAL
Houve acompanhamento dos procedimentos de ensilagem de milho,
utilizando-se patrulha mecanizada. Foram cheios quatro silos com um total de
320.000 kg neste período a quantidade de silagem produzida é suficiente para
a alimentação do rebanho durante quatro meses. Também foram adicionados
0,2kg/animal/dia de sal mineral sobre o pré-secado para ingestão forçada, pois
antes o sal mineral se encontrava apenas no cocho e animais de alta produção
não ingerem a quantidade suficiente para atender às necessidades de
produção e manutenção.
Para as bezerras e novilhas além do pré-secado, é fornecido de um a
dois quilos de concentrado por animal.
A ração utilizada é adquirida a granel da Cooperativa Castrolanda e
balanceada para animais de lactação B3B 18% com a formulação de (Proteína
Bruta (PB) 18 %, Extrato Etéreo 2 %, Matéria Fibrosa (MF)17%, Matéria
Mineral (MM) 15 %, Cálcio (Ca) 2% , Fósforo (P) 0,55 %) além do fornecimento
de 2 kg de milho na ordenha da tarde.
Logo após a colheita do milho, as categorias novilhas e bezerras foram
soltas na área durante o período da manhã, diariamente, com finalidade de
pastorear a aveia que nasceu entre as fileiras de milho, bem como, sobras de
milho da colheita.
Durante a ordenha os animais recebem alimentação baseada na
produção de leite individual. As vacas são divididas em 3 grupos conforme a
produção (Quadro 1)
QUADRO 1: Quantidade de concentrado por grupo de vacas conforme a
produção.
GRUPO PRODUCÃO MÉDIA CONCENTRADO
1 30 litros/dia 8 kg
2 20 a 30 litros/dia 6 kg
3 Abaixo de 20 litros/dia 4 kg
Próximo à sala de ordenha localiza-se o bezerreiro, denominado grupo
1, onde as bezerras permanecem até o desmame por um período de dois a
três meses ou até dobrar de peso. São alimentadas com quatro litros de leite
diariamente divididos em duas refeições, além da ração B1B (Extrato Etéreo
2%, MF 8 %, MM 10% Ca 2% e P 3 %) água à vontade e feno.
Na ocasião do desmame segundo HARTMANN et al, deve ocorrer
quando a bezerra atingir o dobro de peso de nascimento ou quando já estiver
comendo 700 gramas de ração por dia durante 3 dias seguidos, ou quando
estiver entre 90 e 110 kg de peso vivo.
O grupo 2 é formado pelas bezerras que saíram do lote de desmame até
atingirem 100 kg, este lote recebe como alimentação, pré-secado, sal mineral
e de 1 a 2 kg de ração B3B 18% PB
Bezerras com peso entre 100 e 200 kg, formam o terceiro grupo, autores
citam que os lotes devem ser separados por idade, mas na propriedade é
utilizado a separação por peso, assim possibilitando uma atenção melhor aos
animais que não conseguiram chegar ao peso respectivo a sua idade.
Entre 200 a 350 kg o quarto grupo e o quinto grupo é formado de
animais acima de 350 kg que serão inseminadas, recebem alimentação com
pré-secado, sal mineral e concentrado até se tornarem novilhas. Após a
gestação os animais passam para o grupo das vacas em lactação.
Este grupo deve conter animais que no dia do parto tenham de 570 a
600 kg de peso vivo e um escore corporal de 3-4. Essas novilhas devem
receber uma atenção especial com uma formulação de ração a B1B16% PB
(HARTMANN et al, 2008).
O grupo de vacas secas é mantido a pasto, e recebem pré-secado e sal
mineral (pré-parto) específico para vacas secas, evitando assim as
enfermidades metabólicas relacionadas ao período de transição.
3.2 MANEJO DE ORDENHA
O acompanhamento da ordenha foi realizado diariamente com o objetivo
de verificar os procedimentos de higienização, o uso de pré e pós dipping. A
ordenha é realizada com ordenhadeira mecânica com 5 teteiras, antes da
ordenha é feito o teste para mastite com caneca de fundo escuro. Ao serem
conduzidas até a sala de ordenha os animais ficam na espera onde entram em
um grupo de 5 vacas que serão preparadas para a ordenha este processo
denomina-se pré dipping realizado com um produto a base de
dicloroisocianurato de sódio anidro 2,5g. 1 Logo depois de secados os tetos
realiza-se a ordenha. Durante a ordenha é oferecido concentrado. Por final
realiza-se o pós dipping com um produto a base de Iodo Ativo 0,7 g, Glicerina
5,0 g2 para prevenção e redução das mastites. As ordenhas são realizadas as
5 e às 16 horas. Após a ordenha os animais são liberados no pasto e é
realizado a higienização da sala de ordenha.
O leite segue para o tanque de resfriamento em uma temperatura
aproximada de 4,0o C com capacidade para 3.000 litros, permanecendo por um
período de 24 horas que será entregue para uma indústria de laticínio.
Foi realizado o controle leiteiro mensal, que é utilizado também para
classificar as vacas em produção nos grupos de arraçoamento.
Ainda com os dados do controle leiteiro, são geradas informações de
contagem de células somáticas (CCS) de cada animal, onde o leite é coletado
e encaminhado para a associação paranaense de criadores de bovinos da raça
holandesa (APCBRH) para a realização de exames para a contagem de células
1 Agricept® MC Tabs- Laboratório Shering-Plough Saude Animal Ind.Com.Ltda. 2 Teto In ® Laboratório
somáticas os animais com CCS alta são separados em um lote para tratamento
individual. pode-se observar que a maior parte dos animais deste grupo era de
idade avançada, sendo animais portadores de mastite crônica.
3.3 CLINICA MÉDICA
Durante o período de estágio ocorreram três abortos e como medida
profilática foi realizada a vacinação de todo o rebanho contra Leptospirose, IBR
(Rinotraqueite Infecciosa Bovina) BVD (Diarréia Viral Bovina) e
Campilobacteriose fazendo reforço após 60 dias da vacina polivalente.
Foi realizada lavagem uterina em duas vacas pós-parto que
apresentaram secreção purulenta. A causa provável consiste em fatores
ambientais, pois no local do cocho de alimentação se encontra muito barro;
porém para diagnóstico conclusivo, deve-se coletar material assepticamente e
enviar para laboratório de microbiologia, a fim de isolar o agente infeccioso.
Para a realização da lavagem, utilizou-se uma sonda própria para este fim com
uma solução de 30 ml Lauril dietileno glicol éter sulfato de sódio (28%) 3 mais
20 ml de antibiótico que no caso foi utilizado a Oxitetraciclina base 20,00 g e
Lidocaina 2,00 g4, que é introduzido no útero do animal através de uma seringa
acoplada a sonda específica. É importante para este procedimento uma
adequada contenção e higienização da região perineal da vaca.
3.4 CLINICA CIRURGICA
Foi realizada a descorna nas bezerras de dois a três meses com ferro
quente, tomando-se os devidos cuidados, tais como: bloqueio anestésico
regional com Cloridrato de Lidocaina 2% injetável no nervo corneal,
amputando-se o botão corneal e fazendo a cauterização seguindo o que diz a
literatura .
Durante o estágio foi realizada cesariana em uma vaca. A indicação do
procedimento pelo médico veterinário foi devido a este animal apresentar tumor
de reto. O animal apresentava dificuldade de defecar, constantemente
3 Tergenvet ® Laboratório Univet S/A 4 Tormicina LA® Laboratório Tortuga
apresentava sangramentos, presenças de miiases (sempre tratadas) e
problemas reprodutivos referentes a esta situação, conforme a figura.
Figura 2: Animal com Tumor de Reto
A conduta utilizada neste procedimento cirúrgico encontra-se detalhada
no capitulo 6.
3.5 MANEJO SANITARIO
Foi realizada a vacinação contra febre aftosa, clostridiose, Rinotraqueite
Infecciosa Bovina (IBR), Diarréia Viral Bovina (BVD), campilobacteriose,
leptospirose, e carbúnculo em todo o rebanho.
O protocolo de vacinação é feito de maneira profilática, e a vacinação
contra febre aftosa segue normas recomendas pela Secretaria da Agricultura e
Abastecimento do Paraná (SEAB).
4 HIPOCALCEMIA
4.1 Metabolismo do Cálcio
O cálcio é um dos principais elementos estruturais do tecido ósseo,
estando principalmente armazenado sob a forma de sais de apatia, fosfato de
cálcio e carbonato de cálcio, sendo encontrados principalmente na porção
trabecular dos ossos, e em equilíbrio com o cálcio existente no restante do
organismo (em fluídos corporais e outros tecidos). E períodos em que há
aumento na demanda de cálcio, como na gestação e na lactação, ou também
na deficiência alimentar, há uma mobilização de cálcio a nível ósseo para suprir
as necessidades corporais (BARROS, 1996). Durante o parto, há uma
diminuição do nível sérico de cálcio total em todas as vacas independente de
apresentarem o distúrbio metabólico (RADOSTITS et al., 2002).
Cerca de 99% do cálcio é encontrado nos ossos e dentes, sendo o
restante encontrado nos líquidos extracelulares e membranas celulares
(ORTOLANI, 1995). Metade do cálcio plasmático esta na forma ionizada.
Outros 40 a 45% está ligado a proteína como albumina e outras proteínas
plasmáticas (REBHUN, 2000). O restante do cálcio está complexado a
elementos inorgânicos não ionizados (ROSENBERGER, 1993). Uma queda na
concentração de albumina poderia levar a uma diminuição aparente na
concentração do cálcio sanguíneo (BLOOD E RADOSTITS, 1989).
O cálcio é essencial a uma serie de processos dentro do organismo do
animal, como: permeabilidade capilar e das membranas celulares, diminuição
da excitabilidade neuromuscular, contração muscular, transição de impulsos
nervos, ativação de certos sistemas enzimáticos e regulação da secreção de
alguns hormônios (CORREA et al., 2001)
Níveis reduzidos de cálcio (hipocalcemia) inicialmente provocam
excitação do sistema nervoso causando contrações musculares tetânicas,
verificadas durante estágio da hipocalcemia. A medida que o distúrbio evolui,
há uma diminuição da liberação de acetilcolina devido a baixa concentração de
cálcio na junção neuromuscular, o que resultará em paralisia. A interação entre
a actina e a miosina, responsável pela contração muscular, também estará
prejudicada pelo déficit de cálcio (BLOOD et al., 1983).
4.2 Incidência da Hipocalcemia
A hipocalcemia ou febre do leite ou ainda febre vitular é um distúrbio
metabólico comum nas propriedades leiteiras acometendo principalmente
vacas de alta produção. Sua ocorrência varia entre regiões e também entre as
propriedades, sendo que em algumas pode chegar a 25 a 30% (RADOTITS et
al., 2002) ou acometer até 60% dos animais (DIAS, 2002).
A mortalidade encontra-se 3,8% em vacas leiteiras, tendo aumentado
últimas décadas devido ao aumento da produção leiteira (RADOTITS et al.,
2002).
Entre 75 a 85% dos animais, apresentam caos leves de hipocalcemia
respondendo bem a administração de cálcio. Cerca de 15 a 25%, apresentam
casos mais complexos, necessitando de mais de um tratamento. Nestes casos
há a possibilidade da ocorrência de outras complicações como pneumonia por
aspiração, mastite e cetose (RADOSTITS et al., 2002).
Segundo Lucci (1997) 4 a 28% dos animais com hipocalcemia serão
acometidos pela síndrome da vaca caída, sendo que 20 a 70% destes
morrerão.
A idade dos animais parece ter influência na apresentação de
hipocalcemia, sendo os animais de 3ª a 7ª lactação mais predispostos a
adquirir o distúrbio devido a maior produção de leite e a diminuição na
eficiência de manutenção da calcemia, o que não se verifica com tanta
freqüência nos animais de primeira e segunda lactação (ORTOLANI, 1995).
A partir da 6ª lactação os índices de hipocalcemia se elevam para 20%
ou mais. A cada lactação há um aumento na produção de leite, enquanto que a
capacidade para mobilizar cálcio rapidamente das reservas do corpo diminui
(SMITH, 2006).
A hipocalcemia ocorre independente da época do ano ou de fatores
climáticos, não apresentando nenhuma relação hereditariedade e que acomete
principalmente as raças leiteiras Jersey, Holandesa e Girolanda (RADOSTITS
et al., 2002).
A hipocalcemia pode ocorrer no ciclo de lactação em três momentos:
últimos dias de gestação ou momentos antes do parto (caso do presente
trabalho) e pode ocorrer durante o parto e também pós-parto (RADOSTITS et
al., 2002). A grande prevalência de hipocalcemia ocorre nas primeiras 48 horas
pós-parto, sendo que pode ocorrer eventualmente hipocalcemia até seis a
oitava semanas pós-parto. (RADOSTITS et al., 2002)
Outro dado interessante é que cerca de 50% das vacas adultas são
acometidas de hipocalcemia subclínica durante as primeiras semanas de
lactação, sendo esta muito importante, pois além de reduzir o apetite, diminui a
motilidade ruminal, interferindo no balanço energético do animal no primeiro
mês de lactação (DIAS, 2002; RADOSTITS et al., 2002).
Segundo Radostits et al. (2002) a vaca hipocalcêmica terá uma queda
na próxima lactação, de 14% na produção de leite, além de reduzir sua vida
produtiva em 3 a 4 anos, acarretando problemas reprodutivos e muitas vezes
levando a descarte do animal.
4.3 Fatores Alimentares
A alimentação pode influenciar na susceptibilidade dos animais,
especialmente quando alimentados no período pré e pós-parto em grande
quantidade, principalmente com alimentos com altos níveis de proteína ou
carboidratos fermentáveis. Tais alimentos podem provocar distúrbios
relacionados com a digestão, por exemplo, acidose ou diarréia profusa,
podendo ocasionar hipocalcemia ou interferir na absorção intestinal de cálcio
(RADOSTITS, 2002)
As vacas secas alimentadas basicamente com feno ou silagem de milho,
têm menos incidência de hipocalcemia na parição, pois tais alimentos possuem
menores níveis de cálcio. Entretanto se forem incluídos na dieta altos níveis de
cálcio (exemplo da alfafa) os níveis de hipocalcemia se elevam (BARROS,
1996).
4.4 SINTOMAS DA HIPOCALCEMIA
O animal acometido por hipocalcemia pode apresentar diferentes sinais
clínicos. Cada conjunto de sinais é descrito como um estágio da doença, sendo
que o aparecimento dos primeiros sinais até a morte transcorre de 10 a 14
horas (DIAS, 2002).
4.4.1 Primeiro Estágio
No primeiro estágio o animal encontra-se geralmente em estação,
relutando em mover-se, não se alimentando adequadamente. Ocorre
excitação, tetania, tremores de cabeça e dos membros. Ainda poderá haver
ranger dos dentes, protrusão da língua e rigidez dos membros posteriores,
podendo o animal cair facilmente permanecendo os membros rígidos durante o
decúbito. A aferição da temperatura retal indica uma temperatura normal ou
levemente aumentada (RADOSTITS et al. 2002).
4.4.2 Segundo Estágio
Com a evolução do distúrbio metabólico o animal tende a tomar a
posição de decúbito esternal sendo incapaz de se levantar, entrando no
segundo estágio da doença.
Nesse estágio o animal encontra-se muito deprimido, com redução da
tetania, sonolência, podendo apresentar a cabeça dobrada para o lado ou
pescoço esticado com a cabeça no chão, protrusão da língua, expressão de
apreensão e medo, paralisia ruminal, podendo ocorrer constipação, redução da
pressão e amplitude do pulso, sem alteração aparente na freqüência
respiratória. Além disso, pode apresentar focinho seco, pele e extremidades
frias, olhos secos e fixos com pupilas dilatadas (RADOSTITS, 2002).
4.4.3 Terceiro Estágio
Segundo Rosenberger (1993) cerca de 20% dos animais são
diagnosticados nesta fase do distúrbio. O sinal característico do inicio do
terceiro estágio do distúrbio metabólico é o decúbito lateral. Nesta fase o
animal apresenta uma acentuada flacidez da musculatura sendo incapaz de
assumir a posição de decúbito esternal, o que favorece o aparecimento de
timpanismo. O animal apresenta hipotermia, com pulso praticamente
impalpável.
Ortolani (1995) cita que nesta fase a vaca entra num processo de coma,
com pupilas dilatadas com ausência de reflexo pupilar a luz.
Segundo Lucci (1997) o animal que não receber tratamento nesta fase
provavelmente morrerá em 3 a 4 horas devido a paralisia do músculo
respiratório ou cardíaco.
4.5 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA HIPOCALCEMIA
O diagnóstico baseia-se nos sinais clínicos e na anamnese, sendo o
melhor método de diagnóstico, a resposta do animal ao tratamento. Portanto, o
clínico deverá realizar um exame completo do animal, inspecionando o úbere,
freqüência cardíaca e respiratória, as mucosas, aparelho digestivo, buscando
descartar patologias que possam provocar sinais clínicos semelhantes
(RADOSTITS et al., 2002).
Para o sucesso do tratamento da hipocalcemia a rapidez é determinante,
onde as vacas hipocalcêmicas mais severa e que apresentarem recidivas são
as mais problemáticas. Quanto maior for o período entre decúbito e o
tratamento, maiores são as chances dos animais terem complicações
secundárias, como pneumonia por aspiração (casos de decúbito lateral) e
miopatia degenerativa ocasionada pelo decúbito prolongado (NEIVA, 2006).
O tratamento padrão constitui na administração de borogliconato de
cálcio (BGC) em solução a 20 a 30%, sendo a via intravenosa a preferencial,
onde o sucesso do tratamento tem relação direta com a dose de cálcio
administrada (LEDIC, 2002).
A aplicação de cálcio pela via subcutânea (SC) pode ser utilizada em
casos mais brandos, quando o animal ainda está em pé, como complemento
do tratamento intravenoso (IV), em casos de toxemia (metrite), pois a
administração de cálcio pode levar a uma sobrecarga da circulação. A via
peritoneal (VP) também pode ser preferida em casos de toxemia (RADOSTITS
et al., 2002).
Em casos em que já houve uma prévia administração de cálcio via SC,
deve-se administrar o cálcio somente por via IV, pois poderá ocorrer uma
intoxicação por cálcio, uma vez que o cálcio aplicado via SC pode não ter sido
absorvido completamente e levar a uma subdosagem ao somar o Ca
administrado por via IV (REBHURN, 2000).
A dose de cálcio administrado, cerca de 8 a 12 gramas, é pequena em
relação á exigência diária do cálcio. No entanto, o tratamento assegura o
retorno ao equilíbrio da função homeostática do cálcio no organismo,
contribuindo para o aumento do cálcio sérico. Segundo Correa et al., (2001)
este equilíbrio homeostático do metabolismo do cálcio não ocorre antes de 2 a
3 dias.
A dose máxima permitida de BGC pela via IV é de 250 ml de uma
solução de 40%. Devido ao perigo de toxidade do cálcio, muitos veterinários
administram doses menores o que pode ocasionar falha no tratamento
(RADOSTITS et al., 2002).
A maioria dos animais, cerca de 85%, respondem bem ao tratamento,
sendo os resultados observados rapidamente. (DIAS, 2002).
A resposta ao tratamento também tem relação com a duração e com a
posição da vaca ao tratamento. Vacas que se mantiveram em pé não
resultaram em decúbito ou morte após o tratamento.
Em vacas que pariram recentemente e animais mais velhos, pode haver
recidivas geralmente dentro de um período de 48 horas (RADOSTITS et al.,
2002).
Em animais que permanecerem em decúbito, deve-se modificar sua
posição de 2 em 2 horas. Eles devem ser acomodados em locais com
cobertura sobre o chão, como palha, para que não deitem diretamente sobre o
solo, evitando lesões pelo decúbito prolongado. Além disso, o piso deve ser
seguro, de modo a permitir que o animal levante sem escorregar. Os animais
que permanecerem em decúbito por um período prolongado, alem de ter
alterada a posição, devem ser suspensos por várias vezes ao dia, prevenindo a
miopatia degenerativa (RADOSTITS et al., 2002).
4.6 COMPLICAÇÕES E PREJUÍZOS ECONÔMICOS DA HIPOCALCEMIA
Uma série de complicações associadas à hipocalcemia pode estar
presente, acarretando ainda mais prejuízos. Alterações do trato reprodutivo
como prolapso de útero podem ser 3,1 vezes mais freqüente em vacas com
febre do leite. Distocias aumentam em 7,2 vezes sua ocorrência nos casos em
que vacas desenvolvem hipocalcemia no momento do parto (ALVARENGA,
1992).
O segundo estágio do parto pode ser retardado, o que não é esperado
em uma vaca adulta. A retenção de placenta pode aumentar em 5,7 vezes
nesses animais. A mastite clínica, principalmente devido ao decúbito, pode
estar até 5,4 vezes mais presentes (BARROS, 1996).
Os custos com o tratamento da febre do leite são relativamente baixos e
de fácil resolução, porém os maiores prejuízos são em decorrência das
complicações. Estudos estimam que ocorra uma diminuição da produção total
de leite de uma vaca que sofreu um episódio de hipocalcemia em torno de 5 a
10 % e que pode ocorrer uma redução na vida útil desse animal de até 3 anos.
Outros trabalhos estimam que os custos com tratamento de uma vaca, nos
EUA, giram em torno de US$ 334 (ALVARENGA, 1994).
4.7 PREVENÇÃO DA HIPOCALCEMIA
A prevenção esta baseada em um bom manejo nutricional no pré-parto.
O uso de dieta balanceada e nutritiva reduz, de forma significativa, a incidência
da eclampsia no pré e pós-parto.
As dietas aniônicas consideram as condições dos diferentes minerais
ingeridos pelo animal, tendo grande importância sobre a incidência da
hipocalcemia. Dietas aniônicas no pré-parto tendem a reduzir os casos de febre
vitular, enquanto que dietas ricas em cátions predispõem os animais a
desenvolverem o distúrbio (ORTOLANI, 1995).
Da mesma forma, prevenção da hipocalcemia se dá com maior
eficiência através de medidas adotadas no pré-parto remoto e imediato. Assim,
um manejo nutricional adequado iniciando-se cerca de 30 a 40 dias antes do
parto e alguns cuidados no peri-parto, ou seja, entre 48 horas antes e 48 horas
após o parto, garantem uma boa redução na incidência de hipocalcemia, suas
complicações e possíveis recidivas (ROSENBERGER, 1993).
Dietas reduzindo os níveis de cálcio no pré-parto são recomendadas
desde 1950. Quantidades de alimento com um máximo de 45 g Ca/vaca/dia no
pré-parto e proporções Ca/P de 1:1.
Trabalhos da década de 1980 demonstram que o uso de diferenças
catiônico-aniônicas da dieta (DCAD) negativas na ordem de 100 a 200 mEq/kg
MS, nas últimas 4-6 semanas do pré-parto reduzem a prevalência de
hipocalcemia, edema de úbere e aumentam a produção de leite em 3 a 8 %
(CORREA et al., 2001).
A administração de propionato de cálcio por via oral no momento do
parto e repetido 12 horas depois, reduz a incidência de hipocalcemia de 50%
no grupo controle para 29% no grupo de vacas tratadas. Outro ensaio
demonstrou que propionato de cálcio e propileno-glicol, administrados 24 horas
antes do parto, mantiveram elevados os níveis plasmáticos de cálcio até 48
horas após o parto, reduziram a incidência de retenção de placenta e evitaram
a hipocalcemia (BLOOD E RADOSTITS, 1989).
O emprego de vitamina D e seus análogos têm sido utilizados como
medida profilática no controle da hipocalcemia. Uma dose única de 10 milhões
de unidades de vitamina D3 por via intramuscular, 2 a 8 dias antes do parto,
também parece bastante eficiente. Alguns cuidados, porém, devem ser
observados quando da administração de análogos da vitamina D3 ativa.
Evidências clínicas e patológicas foram observadas em animais que receberam
altas doses de vitamina D.
Perda de peso, estase gastrintestinal, anorexia, anormalidades do
sistema cardiovascular e calcificação metastática de vasos foram encontradas
em alguns animais intoxicados (ALVARENGA, 1994).
4.8 RELATO DE CASOS
Ocorreu um caso de hipocalcemia em uma vaca da raça Holandesa com
aproximadamente 10 anos de idade em peri-parto, onde ocorreu varias
complicações mediante a esse episódio.
4.9 ANAMNESE
O animal já estava na sua oitava gestação, apresentando boa produção,
tendo alcançado produção de 33 litros de leite diários e não havendo
dificuldades reprodutivas. A alimentação era a base de concentrado e pré-
secado.
Observou-se que esse animal apresentava um andar cambaleante o que
durou um curto período, pois a vaca já deitou apresentando espasmos
musculares leves e não conseguindo mais levantar. As orelhas estavam frias,
olhos fixos e fundos, pupilas dilatadas,
4.10 EXAME FISICO
Ao exame físico notou-se que o animal estava com os parâmetros
clínicos dentro da normalidade: Freqüência respiratória: 20 movimentos
respiratórios por minuto (fr./min), freqüência cardíaca: 76 batimentos por minuto
(bpm) e temperatura retal: 38,5º C
4.11DIAGNÓSTICO
Pelo quadro clinico apresentado pela vaca constatou-se que deveria se
tratar de um caso de hipocalcemia peri-parto.
4.12 PROGNÓSTICO
Sendo um animal de alta produção e com idade avançada o prognóstico
era desfavorável e, portanto deveria entrar imediatamente com a medicação.
4.13 TRATAMENTO
Foi administrado imediatamente 500 ml de Boroglucanato de Cálcio
20,15 g, 5 lentamente para não se tornar cardiotóxico, no período da manhã e
500 ml no período da tarde por 3 dias. Normalmente as vacas se recuperam
dentro de 10 a 20 minutos, o que não ocorreu.
O cálcio administrado foi diluído em solução com Estimulante,
Energético e Desintoxicante 6 e Hexametilenotetramina 1,0 g, 7 e ainda tomou-
se o cuidado de mudar o animal em decúbitos diferentes para evitar paralisia.
Mesmo assim no dia seguinte o animal já não conseguia mais nem ficar em
posição normal de deitar, sendo administrado ainda, Vitamina B18 para reação
muscular.
Pode-se observar uma leve melhora do animal, mesmo assim o animal
já não conseguia levantar-se sozinho, apesar do esforço que fazia. Com o
auxílio de um trator conseguiu-se levantar a vaca, primeiramente a parte
posterior e em seguida ela firmou-se na parte anterior. O animal passou a
andar e a se alimentar normalmente (Figura 3), porém voltou a cair e não se
levantando mais.
5 Pradocálcio – Laboratório Prado. 6 Stimovit® - Laboratório Schering-Plough 7 Pradotin®- Laboratório Prado S/A. 8 Monovin B1® Laboratório Bravet
Figura 3: Animal Levantado
Após este tratamento, já em trabalho de parto, o animal não apresentou
condições em permanecer em pé (Figura 4). O procedimento adotado foi
tracionar o bezerro, pois a placenta já havia rompido, não obtendo sucesso.
Optou-se pela realização de uma cesariana. Durante a incisão do útero,
observou-se que se tratava de gestação gemelar, (Figura 5), sendo um macho
e uma fêmea, ou seja, tratava-se de uma caso de Freemartismo 9.
A vaca não apresentou sinais de melhora, logo, após a realização da
cirurgia de cesariana, foi anestesiada para a eutanásia.
9 Uma das mais severas formas de anormalidade sexual em bovinos. Essa condição causa infertilidade em fêmeas nascidas de parto gemelar com macho. Quando o feto fêmea divide o útero com um feto macho eles também dividem as membranas placentárias.
Figura 4: Animal em Decúbito Esternal com Rompimento da Placenta
.
Figura 5: Bezerros recém nascidos
4.14 DISCUSSÃO
A Hipocalcemia é uma doença que acomete vacas no período de pré e
pós parto, caracterizada por um desequilíbrio na concentração de Cálcio no
sangue, ocorrendo com maior freqüência em vacas leiteiras de alta produção e
raramente vacas de raças de corte.
Este procedimento é considerado de emergência, havendo necessidade
de terapia imediata.
O animal referido apresentava sinais clínicos característicos de
hipocalcemia como a incapacidade de permanecer em pé, o decúbito esternal
e extremidades frias.
O tratamento instituído com cálcio foi condizente com o que recomenda
a literatura, sendo administrado lentamente e em quantidade adequada, O uso
de Hexametilenotetramina 1,0 g, juntamente com o cálcio, foi para tentar
proporcionar maior rapidez na aplicação e segurança contra colapsos
cardíacos mesmo assim a vaca em questão não teve uma resposta esperada
ao tratamento, chegando ao terceiro estagio da síndrome em que o animal se
encontra em coma e não consegue mais se manter em estação. No caso
relatado a decisão foi pela eutanásia da vaca.
O nascimento de bezerros Freemartin foi um acontecimento que marcou
ainda mais o caso, pois a gestação gemelar em gado de leite não é comum.
representa entre 3% e 5% do total de nascimentos, segundo a literatura. Os
bezerros permaneceram na fazenda por dois dias e depois encaminhados para
um frigorífico da região.
5 METRITE PUERPERAL AGUDA
A metrite puerperal aguda (Figura 6) ocorre nas primeiras semanas pós-
parto. Estão associadas à retenção de placenta, complicações obstétricas e
partos gemelares. Ocorre com maior freqüência em vacas com escore de
condição corporal igual ou abaixo de 2 e igual ou acima de 4. A administração
de uréia para vacas secas tem sido uma das causas da infecção uterina no
pós-parto. Essa doença parece ser mais prevalente em vacas leiteiras do que
em vacas de corte. Caracteriza-se pelo aparecimento agudo de sinais de
toxemia ou septicemia, inclusive febre alta, depressão e anorexia com queda
severa da produção do leite, além de descarga uterina aquosa e fétida
frequentemente (NOAKES, 1991).
Figura 6: Secreção muco purulenta presente em vaca
com metrite
Normalmente, o diagnóstico é simples. Históricos de parto recente, com
sinais de toxemia e descargas uterinas fétidas são dados convincentes. Como
ocorrem muitas outras complicações no período pós-parto, recomenda-se que
as vacas doentes sejam bem examinadas para excluir a possibilidade de
mastite superaguda, deslocamento do abomaso, pneumonia, peritonite ou
qualquer outra enfermidade sistêmica (NOAKES, 1991).
O tratamento para a metrite puerperal aguda é a administração sistêmica
de antibióticos. É indicado o uso de antiinflamatórios não esteróides e se
necessário, recomenda-se a utilização de terapias de suporte mais agressiva,
inclusive fluido terapia. A drenagem do conteúdo fétido uterino parece ser uma
boa solução, mas o útero é friável e pode ser facilmente perfurado nesta fase.
A manipulação do útero pode provocar bacteremia, sendo qualquer tentativa de
drenagem deve ser realizada depois de iniciado o tratamento com antibiótico
(ARTHUR, 1979).
A maioria das vacas quando tratadas no momento certo, se recupera
rapidamente da metrite puerperal. Muitos distúrbios no período peri-parto tem
relação entre si e assim como a metrite puerperal aguda geralmente ocorre
devido a retenção de placenta, ela própria representa um fator de risco para o
hospedeiro ou para complicações posteriores, tais como formas crônicas de
endometrite, mastite, deslocamento do abomaso, cistos ovarianos e mesmo o
aborto na gestação seguinte. Embora não tenha sido claramente estabelecida,
a relação patogênica entre as doenças pode ser devido ao comprometimento
da função dos leucócitos no período peri-parto, principalmente em vacas com
retenção de placenta. Em casos raros, pode ocorrer insuficiência hepática fatal
ou amiloidose como complicações da metrite puerperal. A metrite puerperal
aguda aumenta o risco de infertilidade posterior (GILBERT, 2006).
5.1 RELATO DE CASO
Vaca da raça Holandesa com idade aproximada de 4 anos,
apresentando corrimento vaginal no puerpério.
5.2 ANAMNESE
O animal estava com corrimento vaginal muco purulento
5.3 EXAME FISICO
Ao exame físico notou-se que a temperatura estava um pouco elevada
em 38,8 °C e os demais parâmetros estavam dentro da normalidade.
5.4 DIAGNÓSTICO
Metrite puerperal.
5.5 PROGNÓSTICO
Favorável
5.6 TRATAMENTO
Foi realizada lavagem da região perineal com água e sabão e em
seguida foi realizada lavagem uterina com o uso de Tergenvet ® e Tormicina
LA ® como antibiótico de escolha .
5.7 DISCUSSÃO
A Oxitetraciclina, tem sido o agente de antibacteriano mundialmente
recomendado para o tratamento tópico das infecções pós parto. Veículos a
base de propileno glicol são mais irritante que aqueles a base de polivinil
pirrolidine. (Bicudo et al, 2002)
A vaca respondeu muito bem ao tratamento, e não apresentou mais
nenhum sinal de corrimento vaginal.
6 CESARIANA
Por cesariana – sectio caesarea – entende-se a retirada de um feto
através de uma abertura transabdominal do útero. Este ato cirúrgico pode ser
conservativo ou radical aonde a escolha depende das condições clinicas,
zootécnica ou sociais de um caso particular (GRUNERT, 1982).
Com a evolução genética e também pela alta produção pode-se
considerar que o médico veterinário tem grande responsabilidade e também
desempenha um papel de grande importância (TONIOLLO, 1995).
A indicação da cesariana deve-se diferenciar de sua indicação absoluta
(isto é, só este ato cirúrgico é adequado para o tratamento) de uma indicação
relativa (onde as manobras obstétricas também podem ser indicadas).
As seguintes indicações podem ser consideradas:
a) Fetos muito desenvolvidos e de tamanhos exagerados
b) Torções uterinas irreversíveis
c) Por estreitamento das vias fetais (caso ocorrido na fazenda)
d) Gestação abdominal ou ectopias fetais
e) Em todas as ocasiões aonde o parto normal não pode ocorrer
f) Gestações prolongadas
Os animais submetidos a cesariana dentro de normas técnicas
adequadas, principalmente relacionadas as mudanças prévias e a demora em
realizar a cirurgia, apresentam em 95% dos casos, recuperação completa. Em
partos atendidos tardiamente, em animais submetidos a manobras obstétricas
impróprias e a transportes tumultuados, pode esperar-se no mínimo de 20% de
perdas (ARTHUR, 1979).
A sobrevivência do produto conceptual só pode ser admitida como muito
provável, nos casos em que a vaca não apresente considerável distúrbio do
estado geral, quando a duração da gestação estiver entre 270 e 295 dias, se a
ruptura da bolsa fetal não tenha ocorrido há mais de 6 a 8 horas e se não foram
efetuadas tentativas demoradas para a extração forçada do feto (GRUNERT,
1982).
Esta operação pode ser realizada por incisão mediana, para-mediana,
ventro lateral e no flanco. As primeiras três incisões só podem ser executadas
com o animal em decúbito, ao passo que a incisão do flanco esquerdo pode ser
conduzida com o animal em estação ou em decúbito esternal (GRUNERT,
1982).
Atualmente utiliza-se de preferência a incisão no flanco esquerdo com o
animal em estação. Em vacas enfraquecidas pelos esforços de expulsão do
feto ou por manobras obstétricas fatigantes, que se apresentem em decúbito
ou se erguerem com dificuldade, e em todas as circunstancias nas quais
houver receio de um decúbito inoportuno durante o ato cirúrgico, é preferível
conte-la nesta posição e praticar a incisão ventro-lateral esquerda (TURNER,
1982).
Para realizar a cesariana, deve-se primeiramente conter o animal
utilizando-se das cangas da sala de ordenha, podendo-se utilizar de uma corda
para o maneio do animal ou ate mesmo a utilização da formiga nos septos
nasais (TURNER, 1982).
Os médicos veterinários estão conscientes que o sucesso de uma
cirurgia ou o desenvolvimento tranqüilo do pós-operatório depende diretamente
dos cuidados de higiene e de anti-sepsia utilizados. Deve-se realizar uma
tricotomia adequada na região aonde será realizada a incisão, lavagem com
água e sabão para melhor higienização, utilização de vestimentas limpas e
luvas para um trabalho mais asséptico (TONIOLLO, 1995).
De modo geral a anestesia não apresenta dificuldades. Inicialmente faz-
se a anestesia epidural baixa ou pequena, utilizando-se entre 6 a 8 ml de
cloridrato de lidocaina 2%. A seguir, associa-se uma anestesia local por
infiltração do tecido muscular e subcutâneo do flanco esquerdo aonde são
necessários de 80 a 120 ml de anestésico local. Caso o animal se encontre
muito excitado ou de temperamento nervo pode se utilizar também de 0,25 ml
de Rompun para 100 kg de peso vivo (TONIOLLO, 1995).
O material cirúrgico a ser utilizado na operação cesariana deve ser
previamente esterilizado por ação de calor úmido ou calor seco ou ainda por
soluções desinfetantes segundo as normas de seus produtores. Este material
constatará de uma caixa básica de materiais cirúrgicos (ARTHUR, 1979).
6.1 TÉCNICA E DESENVOLVIMENTO DA CIRURGIA
Abre-se a parede abdominal por meio de uma incisão vertical de
aproximadamente 30 centímetros, localizado 5 dedos da ponta cranial do íleo e
incisa-se a 8 dedos abaixo da apófise transversa das vértebras lombares.
Secciona-se a pele, a fáscia externa do abdômen, o músculo oblíquo externo e
interno do abdome, o músculo transverso do abdome, a fáscia transversa e o
peritônio (GRUNERT, 1982).
Antes de abrir o peritônio, coloca-se sobre o animal um pano de campo
previamente esterilizado aonde a fixação se dá através de pesos que são
dependurados na borda que fica do lado direito da vaca (GRUNERT, 1982).
O momento crítico desta técnica operatória é a exteriorização do útero,
cuja a finalidade é evitar que os líquidos amniótico e alantoidiano penetrem na
cavidade abdominal, após a abertura do mesmo. É importante frisar que o
útero grávido não deve ser suspenso, mas girado para fora, ou seja, deve
produzir-se uma torção (GRUNERT, 1982).
Quando o útero estiver próximo da incisão, prende-se com ambas as
mãos um ou dois membros do feto e suspende-se o útero para fora do abdome
(GRUNERT, 1982).
Uma grande desvantagem da cesariana no animal em estação é o
perigo do decúbito durante a operação, pois os animais comumente procuram
deitar-se quando se faz a tentativa de exposição do útero e durante a extração
do feto. Todavia, é bem viável o término da operação com o animal em
decúbito esterno-abdominal. Recomenda-se apenas inclinar a vaca um pouco
para a direita e imobilizar para trás o membro posterior esquerdo (GRUNERT,
1982).
A incisão no útero será sempre no lugar onde os membros do feto fazem
saliência na superfície uterina. Esta abertura deve ser longitudinal e
suficientemente grande para evitar ruptura transversal da parede uterina
durante a extração do feto. Esta incisão deve ser executada na curvatura
convexa do corno uterino grávido exteriorizado, desviando-se dos placentomas,
e tomando-se precauções para evitar a penetração de líquido fetal na cavidade
abdominal (GRUNERT, 1982).
O bezerro é extraído tracionando-o em direção da articulação do joelho
esquerdo da vaca, sendo puxado pelos membros posteriores na apresentação
anterior e pelos membros anteriores e pela cabeça na apresentação posterior.
Depois de retirá-lo, cortam-se as membranas fetais que permanecem na
abertura da incisão uterina (GRUNERT, 1982).
O processo de síntese inicia-se pela sutura do útero, devendo o órgão
ser fixado para facilitar a ficção dos pontos. Utiliza-se de fio categute de 1,0
mm de diâmetro, praticando-se sutura continua tipo cushing. Antes da
aplicação do ultimo ponto do primeiro plano de sutura e oclusão do útero é
recomendável a introdução, na cavidade, de uma substância antibiótica, bem
como para ativar a regressão uterina injeta-se no miométrio, 10 UI de Ocitocina
(GRUNERT, 1982).
O útero é então colocado na cavidade abdominal e recoberto com o
omento em direção caudal. Em continuação, aproxima-se o peritônio, a fáscia
transversa e o músculo transverso do abdome, com sutura em U contínua,
formando uma crista para fora, a qual é novamente suturada ao retornar com o
mesmo fio, fazendo-se uma cerzidura (GRUNERT, 1982).
Como material de sutura usa-se categute com diâmetro de 1,0 mm. Em
um segundo estágio deverá ser suturado o músculo oblíquo interno e externo
do abdome. Recomenda-se o uso do fio de seda ou material absorvível
aplicando-se 3 a 4 pontos de Sultan (GRUNERT, 1982).
O fechamento da pele é feito com pontos isolados de seda ou nylon com
dupla perfuração lateral. Este fechamento também poderá ser realizado por
suturas contínuas em U. Dez dias após a cirurgia, os pontos devem ser
retirados, recobrindo-se com ungüento (TONIOLLO, 1995).
Nos casos de anexos placentários aderentes até 24 horas após a
cirurgia faz-se o primeiro controle tentando sua retirada manual, caso estas
continuem retidas, introduz-se mais 2,0 a 4,0 gramas de antibiótico por via
intra-uterina. Na retenção dos anexos pós-cesariana, trata-se o útero com dose
total do produto de 3 em 3 dias até a completa eliminação da placenta.
Também além da aplicação intra-uterina, utiliza-se aplicar pela via
intramuscular, como tratamento sistêmico, de 3 a 5 milhões de UI de penicilina
(NOAKES, 1991).
6.2 RELATO DE CASOS
O caso de cesariana relatado a seguir refere-se a vaca da raça
Holandesa com tumor de reto. A vaca estava com 8 meses de gestação e com
aproximadamente 5 anos de idade.
6.3 EXAME FISICO
Ao exame físico notou-se que o animal estava com os parâmetros
clínicos dentro da normalidade: Freqüência respiratória: 25 movimentos
respiratórios por minuto (fr/min), freqüência cardíaca: 82 batimentos por minuto
(bpm) e temperatura retal: 39 º C.
6.4 DIAGNÓSTICO
Parto cesariana, por apresentar tumor de reto..
6.5 PROGNÓSTICO
Reservado para a mãe. O bezerro apresentava-se bem logo após o
nascimento, e até o término do estagio passava bem.
6.6 TÉCNICA CIRURGICA
Foi realizada uma incisão de aproximadamente 30 cm de extensão, no
flanco esquerdo, em seguida afastou-se o omento e foi feita a exteriorização
parcial do útero. Segurou-se um dos membros posteriores do feto sobre a
curvatura maior do útero. O feto foi tracionado e exteriorizado pelo membro
posterior.
6.7 DISCUSSÃO
O procedimento cirúrgico foi efetuado com o animal em estação. Foi
realizada a tricotomia do flanco esquerdo e limpeza do local com água e sabão.
Para facilitar a manobra obstétrica foi realizada uma anestesia epidural
com aplicação de 10 mL de Lidocaina a 2% e 90 ml no flanco . Logo após a
retirada do terneiro, foi feita a estimulação do sistema respiratório do neonato,
através de massagem na região costal do tórax, e a cura do umbigo realizada
com Iodo a 10 %. Após a cirurgia foram administrados 50 ml de Benzilpenicilina
G· 10.000.000 UI e ainda Boroglucanato de cálcio10
O terneiro permanece na fazenda desde então, porém a mãe veio a
óbito 10 dias depois do parto por retenção de placenta, pois a cesariana não foi
retirada toda a placenta fazendo um processo toxemico.
Todas as manobras realizadas foram feitas de acordo com a realidade
do campo.
10 Pradocalcio - Laboratório Prado Ltda.
7 CONCLUSÃO
As vacas leiteiras passam por mudanças metabólicas no peri-parto e é
importante que o produtor e o veterinário estejam atentos a estas modificações
para intervir o mais precocemente.
A incidência da hipocalcemia tende a elevar-se caso medidas
preventivas não sejam adotadas, pois a cada ano procura-se um aumento da
produção de leite o que acarreta uma seleção animal para este propósito.
Estes animais, de alta produção, são os mais problemáticos, pois são mais
susceptíveis a este transtorno metabólico.
O tratamento mais adequado é a adoção de medidas preventivas
eficazes, como o fornecimento de dietas aniônicas, que comprovadamente
garantem efeitos benéficos para o controle da hipocalcemia. Portanto o período
de transição deverá ser uma das prioridades dentro da pecuária leiteira, onde
medidas estratégicas deverão ser adotadas de modo a assegurar não só o
controle das doenças metabólicas, mas também a saúde e produtividade do
animal.
O estagio curricular foi muito importante para o meu crescimento
profissional, pois mostra as diferenças existentes entre a teoria e a pratica no
campo.
REFERÊNCIAS ALVARENGA, J. Tratado de Medicina Interna Veterinária. Terceira Edição. Volume 4. Editora Manole Ltda. Ano 1992. ALVARENGA, J. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. Volume 2. Editora Manole Ltda. Ano 1994. ARTHUR, G. H. Reprodução e Obstetrícia em Veterinária. Editora Guanabara Koogan S/A. Rio de Janeiro – RJ. Ano 1979. BARROS, F, G. Manual de Semiologia e Clínica dos Ruminantes. Livraria Varela. São Paulo – SP. Ano 1996. BLOOD, D. C. ; RADOSTITS O. M. ; HENDERSON, J. A. Clínica Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1983. p.815-824. BLOOD, D. C.; RADOSTITS, O. M. Clínica Veterinária. 7 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1989. p.927-936. CORREA, et al. Doença de Ruminantes e Eqüinos. Segunda Edição. Volume 2. Varela Editora e Livraria Ltda. São Paulo – SP. Ano 2001. DIAS, R. O. S. Monitore a Febre do Leite. 2002. Disponível em: http://www.milkpoint.com.br. Acesso: 04 de abril de 2008. GILBERT, R. O. Doenças Uterinas do Pós-parto de Vacas Leiteiras (Parte 1). Publicado em 10/05/2006. Disponível em: http://www.rehagro.com.br. Acesso: 17 de abril de 2008. GRUNERT, E. Obstetrícia Veterinária. 2ª Edição. Editora Sulina. Porto Alegre – RS Ano 1982. HARTMANN, W. Apostila de Bovino Cultura de Leite. Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba – Pr. Ano 2006. LEDIC, I. L. Manual de Bovinotecnia Leiteira: Alimentos – Produção e Fornecimento. Editora e Livraria Varela. Uberaba – MG. Ano 2002. LUCCI, C. S. Nutrição e Manejo de Bovinos Leiteiros. São Paulo: Manole, 1997. p.94-96. NEIVA, J. N. M. Do Campus para o Campo: Tecnologias para a Produção de Leite. Editora Neiva & Neiva. Araguaína – TO. Ano 2006. NOAKES, D. E. Fertilidade e Obstetrícia em Bovinos. 1ª Edição. Editora Varela. São Paulo – SP. Ano 1991.
ORTOLANI. E. L. Aspectos Clínicos, Epidemiológicos e Terapêuticos da Hipocalcemia em Vacas Leiteiras. Arq. Bras. Méd. Vet, Zootec. 47: 799-808. Ano 1995. RADOSTITS et al. Clínica Veterinária: Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ouvinos, Suínos, Caprinos e Eqüinos. 9ª Edição. Editora Guanabara Koogan S.A. Ano 2002. REBHUN. W, C. Doença do Gado Leiteiro. São Paulo - SP. Editora Roca. Ano 2000. ROSENBERGER. Exame Clínico de Bovinos. Terceira Edição. Editora Guanabara Koogan S.A. Rio de Janeiro. Ano 1993. SMITH P, B. Medicina Interna de Grandes Animais. Terceira Edição. São Paulo – SP. Editora Manole. Ano 2006. TONIOLLO, G. H. Manual de Obstetrícia Veterinária. 1ª Reimpressão. Editora Varela. São Paulo – SP. Ano 1995. TUNER, A. S. Técnica Cirúrgica em Animais de Grande Porte. 1ª Edição. Editora Roca. São Paulo – SP. Ano 1982.
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