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CONCEPÇÕES DE LÍNGUA, LINGUAGEM, NORMA E
FALA E A RELAÇÃO COM A DIVERSIDADE
LINGUÍSTICA
Professora Andréa Beatriz Hack de Góes
CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM. CONCEPÇÕES DE LINGUAGEM. LÍNGUA E FALALÍNGUA E FALA
Segundo Saussure:
LINGUAGEM: “heteróclita e multifacetada” – abrange vários domínios – é social e individual ao mesmo tempo
LÍNGUA: produto social da linguagem, sistema de signos, “parte social da linguagem”.
FALA: ato individual, resultado das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua.
Distinção “langue X parole” – “língua e fala” – dentro do contexto da linguagem
Foco na língua enquanto estrutura – teoria do Estruturalismo
Segundo Chomsky (linguista americano):
LINGUAGEM: “conjunto de sentenças (...)construídas a partir de um conjunto finito de elementos” – representação limitada de sons (fala) e letras (sinais gráficos – escrita). – capacidade inata e específica da espécie humana, transmitida geneticamente.
LÍNGUA: competência e desempenho
COMPETÊNCIA LINGUÍSTICA: conhecimento linguístico do falante que lhe permite produzir sentenças em uma língua;
DESEMPENHO LINGUÍSTICO: comportamento linguístico que considera fatores não linguísticos (convenções sociais, crenças, emoções, interlocutor, mecanismos psicológicos e fisiológicos envolvidos na produção de enunciados.
Foco nas propriedades fundamentais da linguagem – teoria do Gerativismo
CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE CONCEPÇÃO INTERACIONISTA DE LINGUAGEMLINGUAGEM
Segundo Bakhtin (linguista russo):LINGUAGEM: fenômeno de interlocução
via pautado na relação indissociável entre o ser humano, a sociedade e a linguagem.
LÍNGUA: atividade de interação verbal entre dois ou mais interlocutores que se dá por meio de práticas discursivas materializadas em textos orais e escritos.
Bakhtin:“A utilização da língua efetua-se em
forma de enunciados (orais e escritos), concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou outra esfera da atividade humana(…). Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso.
COMPARAÇÃO FALA X ESCRITACOMPARAÇÃO FALA X ESCRITA
FALANão-planejadaFragmentáriaIncompletaPouco elaboradaPredominância de
frases curtas, simples ou coordenadas
Pouco uso de passivas
ESCRITAPlanejadaNão-fragmentadaCompletaElaboradaPredominância de
frases complexas, com subordinação abundante
Emprego frequente de passivas.
NORMA: PRECEITO x USONORMA: PRECEITO x USOAs duas faces da NORMA: objetiva e
subjetiva.NORMA OBJETIVA: padrões
observáveis na atividade linguística de um grupo determinado.
NORMA SUBJETIVA: sistema de valores (políticos e ideológicos, mas NÃO linguísticos!) que norteia o julgamento subjetivo do desempenho linguístico. (Dante Lucchesi).
NORMA: O “NORMAL” E O NORMA: O “NORMAL” E O NORMATIVONORMATIVO
NORMALUso correnteRealComportamentoObservaçãoSituação objetivoaMédia estatísticaFrequênciaTendência geral e
habitual
NORMATIVOPreceitosIdealReflexão conscienteElaboraçãoIntenções subjetivasConformidadeJuízos de valorFinalidade
designada
DIVERSIDADE DIVERSIDADE LINGUÍSTICA NO BRASILLINGUÍSTICA NO BRASIL
Realidade linguística brasileira: variável, heterogênea e PLURAL – POLARIZADA
NORMA CULTA X VERNÁCULA OU POPULAR (D. Lucchesi)
Padrão da língua escrita (modelo de correção) – desvalorização da fala – Gramática Tradicional – prescritiva - excludente
Variedade – diferença linguística não deve ser vista como ERRO.
“todo falante nativo compreende sua língua materna e é sobre essa base que o educador deverá construir sua aula.” (LUFT, 1985)
“está provado e comprovado que uma criança entre os 3 e 4 anos de idade já domina perfeitamente as normas gramaticais de sua língua.” (BAGNO, 1999)
NORMA CULTA X NORMA NORMA CULTA X NORMA CULTACULTAPrescritiva (normativa)“língua” prescrita nas
gramáticas normativas (modelo literário)
Preconceito linguísticoDoutrinária –
enunciados categóricosPretensamente
homogêneaElitistaEscrita literária –
separa fala e escritaVenerada como eterna,
imutável
Descritiva (normal)Atividade linguística
dos falantes “cultos” – escolaridade superior e vivência urbana
Conceito – termo técnico – considera fatores sociais
CientíficaHeterogêneaSocialmente variávelSe manifesta tanto na
fala quanto na escritaSujeita a
transformações
Não há língua mais lógica, melhor ou pior do que outras, tampouco variedades.
Todas as línguas naturais possuem os recursos necessários para a comunicação entre seus falantes.
O trabalho (pedagógico) com o complexo fenômeno da linguagem precisa considerar o contexto, a sociedade, a história – para não servir a interesses políticos, ideológicos preconceituosos e excludentes.
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