O Barroco na Europa, Parte 2 - 1563-1750

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O BARROCO NA EUROPA: UMA SÍNTESE.

1563-1750

Pelo Professor: Gilson Nunes

Parte 2

Barroco pleno.

Para compreender esta segunda parte é impreterivelmente necessário ler a primeira parte desse trabalho.

Antonio Nogueira. Descida da cruz, 1564. Museu Regional de Beja, Portugal.

Agnelo Bronzino. Deposição. 1565. Osm, 350x235. Galeria dell’Accademia, Florença.

- Composição assimétrica, em diagonal, a forma curvilínea, conduzindo a figura central de cristo com a cabeça caindo de lado, - Iluminação teatral – Cristo banhado em uma profusão de luz, que revela um estilo grandioso e monumental.

Federico Barocci. Madona do povo. 1579. Galeria Uffizi, Florença. (Proto-barroco).

- Relação de forças entre o bem e o mal – Deus e o Diabo, céu e a terra, pureza e pecado, alegria e tristeza, paganismo e cristianismo, espírito e matéria.

Paolo Verone. Apoteose de Venice, 1585.

Efeitos decorativos para impressionar o observador, elementos arquitetônicos: através de cursas, escadas, balcões, degraus e colunas retorcidas entrelaçadas entre esculturas e pinturas, com violentos contrastes de luz e sombra – efeito ilusionista – a impressão de ver o céu, está dentro dele.

A pintura é a realidade, e a parede, de fato, não existe, é a ampliação do espaço virtual.

El Greco, O enterro do Conde de Orgaz, 1586-88. Oil on canvas. Church of San Tomé, Toledo, Espanha.

- Homem dividido entre o desejo de aproveitar a vida e o de garantir um lugar no céu;

Caravaggio. Boy Bitten by a Lizard. c.1593-1594. Oil on canvas. The National Gallery, London, UK.

- O efeito da luz nos objetos é tão exagerado que se cria um estilo de grandes contrastes: os objetos principais são mais iluminados, enquanto os secundários são sombras.

Caravaggio. Bacchus. c.1597. Oil on canvas. Galleria degli Uffizi, Florence, Italy.

-Acentuado contraste de claro-escuro – eram recursos que visava intensificar a sensação de profundidade, além da perspectiva aérea.

Caravaggio, influenciou vários artistas da Holanda e da Espanha. Na Holando os quadros se tornaram uma mania nacional.

Caravaggio. Narcissus. c.1597. Oil on canvas. Palazzo Barberini, Rome, Italy.

Caravaggio. Judith decapitando Holofernes. c.1599. Oil on canvas. Palazzo Barberini, Rome, Italy.

Caravaggio. Doubting Thomas. 1602-1603. Oil on canvas. Sanssouci, Potsdam, Germany.

- Apelação pelo emocional, impressionar o observador, baseando-se no principio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo racional.

Caravaggio. Nossa Senhora do Rosário, 1601. Cepela Cerasi, Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma.

- O efeito da luz nos objetos é tão exagerado que se cria um estilo de grandes contrastes: os objetos principais são mais iluminados, enquanto os secundários são sombras.

Peter Paul Rubens. O levantamento da cruz. 1609-10. Painel, 4,62x3,40m.

Catedral de Antuérpia, Bélgica.

Pirâmide de corpos, em equilíbrio precário rompendo os limites da moldura, você também participa da cena.

As figuras musculosas, modeladas, a exibirem força e paixão.

A natureza também participa da cena como testemunha: expressa nas árvores e no cachorro, este último, símbolo de fidelidade.

Peter Paul Rubens, A descida da Cruz, 1611-1614 – Catedral de Antuérpia, Bélgica.

-Acentuado contraste de claro-escuro – eram recursos que visava intensificar a sensação de profundidade, além da perspectiva aérea.

O primeiro registro da Mulher na História da Arte.

Artemísia Gentileschi. Judite e sua criada. 1610. 1,16x0,90. Palácio Pitti, Florença.

O Historiador grego Plínio faz referência em seus relatos sobre a importância artística das mulheres na Grécia e na Roma antiga. Como os artistas não assinavam as suas obras até o final da Idade Média, muitos ficaram no anonimato.

As mulheres passaram a surgir como artistas em 1550, mas até meados do século XIX só podiam pintar retratos, cenas de gênero e naturezas-mortas.

A primeira mulher a ser admitida na fechadíssima academia de desenho de Florença foi Artemísia Gentileschi (1593-1653).

Artemísia Gentileschi. Judite decapitando Holofernes. 1610, Galleria degli Uffizi, Florença, Itália.

Anthony Van Dyck, A coroação de Cristo, 1620. Flandres, Madri.

Sensibilizar o racional pelo emocional, através do sentimento de dor e sofrimento.

Efeito ilusionista, impressão que o céu está sobre as cabeças dos fiéis. A igreja, uma réplica do suposto paraíso anunciado.

Pietro da Cortona. Glorificação do pontificado de Urbano VIII. Afresco do teto 1633-39 – Palácio Barberini, Roma

Qual a característica barroca desse quadro ?

Rembrandt. A lição de anatomia do Dr. Nicolaes Tulp, 1632.

Diego Velázquez. As Meninas, 1656, 3.30x2,74m Museu do Prado, Madri.

Depois da Monalisa, o quadro mais curioso da história da arte.

Descrição dos Personagens

1 – A infanta Margarita, com cinco anos de idade. A única sobrevivente dos irmãos que nasciam e logo morriam. A pessoa da família real mais retratada pelo pintor.

2 – Dona Isabel de Velasco, filha do conde Fuensalida, atitude de reverência.

3 – Dona Maria Agustina Sarmiento, herdeira do Ducado de Abrantes. 4 – Mari-Bárbola, a anã, entrou para o palácio em 1651. 5 – Nicolasito Pertusato, italiano, um ajudante. 6 – Dona Marcela de Ulloa. 7 – Diego Ruiz, bispo de Pamplona. 8 – Dom José Nieto Velázques, talvez parente do pintor. 9 – Velázquez, atitude pensativa, com a cruz da ordem de Santiago

sobre o peito. 10-11 – O Rei Filipe IV e sua esposa Mariana de Áustria. O espelho que

reflete, realidade e aparência. Acima do espelho dois quadros, cópias de obras dos pintores Rubens e Jacob Jordaens.

Conhecimento científico dos conceitos ópticos, e como a luz podia influenciar as formas e cores. Chegou a plasmar a perspectiva aérea.

Perspectiva aérea.

Estruturação do Quadro

1 – A metade do quadro é dominado por uma perspectiva desértica, ou seja, aérea, ele pinta o ar, o espaço virtual.

2 – O ponto de fuga do fundo muito luminoso, onde uma personagem foge da intimidade do momento.

3 – Um terceiro espaço é o espelho, finalmente a luz dourada que se aprecia nas figuras da infanta, as crianças, a anã e o cão. Os espaços reais e virtuais que formam a realidade fantástica.

4 – O pintor se destaca em relação as outras figuras. 5 – As figuras olham para fora do quadro. 6 – O espectador é considerado um grande espelho. 7 – Na tela que o pintor produz está o casal real, o espectador.

Velázquez. No princípio de sua carreira sofreu influência de Caravaggio.

Diego Velázquez. Cristo na casa de Marta e Maria, 1618.

Realismo social, abrangendo todas as camadas sociais

Louis lê Nain. Família de Camponeses, 1640 1,13x1,59m Museu do Louvre, Paris.

O Barroco na Holanda.Por ser um país não católico, o estilo representou cenas

do cotidiano (pintura de gênero), paisagens e naturezas-mortas. Raríssimos quadros com motivos do cristianismo.

Jan Vermeer. The Glass of Wine. c.1658-1660. Oil on canvas. Staatliche Museen zu Berlin, Gemaldegalerie, Berlin, Germany

Jan Vermeer. The Concert. c.1665-1666. Oil on canvas. Isabella Stewart Gardner Museum, Boston, MA, USA.

Pintura de gênero: cenas do dia-a-dia, pessoas comuns, gesto do povo, manifestações populares, cenas de interiores domésticos e até brigas.

Frans Hals. O alegre bebarrão. 1628-30. Rijksmuseum, Amsterdam.

Qual o sentido simbólico de uma natureza-morta???

Jan Davidsz – Natureza Morta.

Estar relacionado entre vida e morte?

Jan Davidsz. Ramo de Flores 1665. Ashmolean Museum, Oxford.

Jan Davidsz. Ramo de Flores 1665.

Por que alguns objetos prestes a caírem do quadro?

Willem Claesz Heda. Natureza-morta, 1634 Boymans-van Beuningen Museum, Roterdam.

Respostas:A taça de prata tombada; quem sentou nesta mesa foi forçado a abandoná-la de repente, poder emotivo, o parto das coisas, entre vida e morte.

Willem Claesz Heda. Natureza-morta, 1634 Boymans-van Beuningen Museum, Roterdam.

Os objetos de luxo – taças de cristal, pratos de prata – cuidadosamente justapostos pelos seus contrastes de forma, cor e textura. A vaidade, mais importante do que os alimentos.

E as borboletas e o caracol?

Os arranjos de flores, a vitalidade da vida, que quase saltam do vaso.

A plena alegria de viver, a juventude, a esperança.

Jan Davidsz. Ramo de Flores 1665. Ashmolean Museum, Oxford.

Rembrandt, o maior gênio da arte holandesa que sofreu influência direta no início de sua carreia de Caravaggio e Rubens.

Rembrandt, autorretrato 1633. Louvre, Paris, France..

Rembrandt - Autorretrato, 1634. Gemäldegalerie, Berlin, Germany..

Pintou em média 40 autorretratos

Rembrandt - Autorretrato, 1635. Autorretrato, 1642

Rembrandt. Autorretrato, 1661. The Iveag Bequest, Kenwood, Londres.

Rembrandt.Autorretrato. 1669. Oil on canvas. National Gallery, London, UK.

Frans Jans Post no Brasil.

Frans Jans Post. Rio São Francisco. 1649. Brasil

Frans Jans Post. Pernambuco, 1645. Gravura em metal 40x50

Frans Jans Post. Cachoeira de Paulo Afonso. 1649. Brasil.

Nosso Brasil visto pelo olhar de um artista holandês.

Referencial

IANDRADE, Mario de. A arte religiosa no Brasil. São Paulo, Ed. Experimento,

1993.

ÁVILA, Affonso. O lúdico e as projeções do mundo barroco. São Paulo, Perspectiva, 1971.

JANSON, H. W. Historia Geral da Arte: Renascimento e Barroco. São Paulo, Martins Fontes, 1993.

MENESES, Ivo Porto et outros. Barroco: João Gomes Baptista. V. 5, Minas Gerais, Impressa da Universidade Federal de Minas Gerais, 7º Festival de Inverno, 1973. p. 99

NASCIMENTO, Erinaldo Alves do. Formação profissional do “bom silvícola” nas artes e ofícios: a perspectiva do jesuitismo. In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Ensino da arte: história e memória. São Paulo, Perspectiva, 2008.

Revista Superinteressante. O renascimento do barroco. São Paulo, Nº 131, Editora Abril, 1998. PP. 30-39.

www.abcgallery.com

Criação e autoria:

Gilson Cruz Nunes (Especialista em Artes Visuais – UFPB)

Campina Grande, 07 de janeiro de 2010. Paraíba - Brasil. gilsonunes2000@bol.com.br www.professorgilsonunes.blogspot.com

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