Doenças das aliaceas

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DOENÇAS DE ALIÁCEAS

Mestranda: Lidiane M. MadureiraOrientadora: D.sc. Regina Cassia F. Ribeiro

24 de março de 2014

Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTESCentro de Ciências Exatas e TecnológicasDepartamento de Ciências Agrárias – DCA

Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido

ALHO (Allium sativum L.)

Classificação botânicaReino:PlantaeDivisão:MagnoliophytaClasse:LiliopsidaOrdem:AsparagalesFamília:LiliaceaeSubfamília:AllioideaeTribo:AllieaeGénero:AlliumEspécie:A. sativum

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Fonte: FAO 4

Fonte: IBGE.Elaboração: Epagri/Cepa. 5

Cebola (Allium cepa L.)

Classificação botânica

Família: AlliaceaeTribo : AllieaeGênero : AlliumSubgênero: RhizirideumSecção: CepaEspécie: Allium cepa L.

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Maiores produtores: China e Índia;

Brasil 9 º lugar no ranking mundial;

65 mil hectares/ano: Sul, Sudeste e Nordeste.

Consumo “in natura” (mercado interno)

Produtividade média brasileira: 17,57 toneladas/hectare

SC, SP, RS, BA, PR

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MANCHA PÚRPURA OU QUEIMA DAS FOLHAS

Perdas: 50-100% Conservação dos bulbos Produção de sementes

Etiologia: Alternaria porri

Allium cepa, A. sativum, A. ampelopresum, A. fistulosum Não existem cultivares resistentes Quando doença incide no final do ciclo da cultura

(confusão)

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Sintomas

Primários: Folhas e hastes florais

Pequenas manchas brancas, circulares ou irregulares

Cond. Favoráveis: manchas aumentam tamanho, coloração púrpura com zonas concêntricas mais escuras (frutificação do fungo);

Folhas severamente atacadas: murcha e enrugamento a partir do ápice, folhas novas podem ser destruídas e redução dos bulbos;

Haste floral: mancha, seca parcial ou total: contaminação de sementes

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Alternaria porri

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Alternaria porri

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Epidemiologia

Sobrevivência: restos culturais (até 1 ano)

Temperatura: 21-30 ºC

UR: 90%

Disseminação: Vento e respingos de chuva

Insetos: ferimentos

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• Controle

Eliminação restos culturais Rotação de culturas Evitar excesso de umidade e irrigações frequentes Fungicidas: Mancozeb, iprodione, chlorothalonil e vinclozoline Resistência: Roxa do Barreiro, Precoce Piracicaba, Monte

Alegre e Baia periforme (menos suscetível que Texas Grano

502) CebolaChonam, Roxo pérola de caçador e Centenário Alho

Séria ameaça para regiões produtoras Suscetibilidades das plantas: Qualquer estádio ciclo vegetativo Mais severa: épocas frias Regiões serranas: MG, RS, SP Em Minas tem ocorrido nas cidades de Paraguaçu, Alfenas, Fama

e São Gotardo

Etiologia: Sclerotium cepivorum Berk.

Épocas frias do ano: escleródios germinam e infectam a base dos bulbos podridão

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PODRIDÃO BRANCA DO ALHO E DA CEBOLA

Sintomas Após o transplantio: Reboleiras

1° sintomas: Parte aérea: subdesenvolvimento das plantas, necrose ou queima descendente das folhas e amarelecimento e morte da folhas mais velhas

Plantas novas: podem morrer

Raízes: apodrecimento

Bulbos: recobertos por micélio branco + escleródios

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Sclerotium cepivorum

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Sclerotium cepivorum

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Sclerotium cepivorum

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Epidemiologia

Sobrevivência: escleródios – 8-11 anos

Germinação escleródios: 10-20 °C, na presença de exsudatos

Umidade relativa: 40%

Disseminação: bulbos infectados, água irrigação, ferramentas,

arado, animais, veículos, embalagens

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Controle

Plantio em áreas isentas,

Bulbos e mudas sadios,

Durante a debulha: Separação de bulbos sadios dos chochos e

doentes,

Fungicidas: tratamento de mudas e bulbilhos, rega das plantas

(dicarboximidas iprodione, vinclozin e procymidone)

Lavagem e desinfestação- implementos agrícolas,

Destruição e queima de restos de culturas atacadas,

Rotação culturas: 8-11 anos – gramíneas,

Plantios antecipados de cultivares precoces (jan, fev.)

Enterrio da camada de 0-10 cm: matar escleródios

Reboleiras atacadas: arranquio e queima, PCNB 75%

Solarização (Egito e Israel)

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Solarização de áreas contaminadas por Sclerotium cepivorum

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FERRUGEM DO ALHO E DA CEBOLA

Comum Prejuízos: condições climáticas e estádio de desenvolvimento da

cultura Cebola: pouco frequente Alho tardio: condições favoráveis clima (frio) – menor produção Variedades comerciais: suscetíveis

Etiologia: Puccinia allii (autóica, pícnio e écio: raro (Brasil)

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Sintomas

Qulaquer fase: ciclo

Pequenas manchas amareladas, circulares ou elípiticas,

recobertas pela cutícula da planta => pústulas: uredósporos

Final: Massa escura: teliósporos

Grande número de pústulas: morte de folhas atingidas

redução tamanho bulbo e diminuição na produção

25Puccinia allii

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Puccinia allii

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Epidemiologia

15 – 20 °C

UR > 90%

Chuvas frequentes

Disseminação pelo vento

Excesso de N: > intensidade de doença

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Controle

Rotação de culturas

Pulverizações (Oxicloreto de Cobre, mancozeb, maneb,

triadimefon, bitertanol, propiconazole e enxofre)

Evitar plantios em solos de baixada e mal drenados

Balanço equilibrado de nutrientes (N e K)

Evitar adensamento de plantas

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MÍLDIO OU CINZA

Cebolinha, cebola, alho-porró e outras Muito importante: cebola Prejuízos: condições climáticas locais ou regionais RS: uma das principais causas de prejuízo SP (São José do Rio Pardo)

Etiologia: Peronospora destructor

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Sintomas

Qulaquer fase: ciclo – folhas e hastes

Folhas: lesões elípticas, grandes, alongadas (zonas

concêntricas de tecido clorótico e várias tonalidades de verde

com centro necrótico + estruturas do patógeno)

Hastes florais: sintomas semelhantes: enfraquecimento e

quebra da haste

Bulbos infectados: invasão sistêmica

Redução tamanho dos bulbos, qualidade e quantidade de

semente

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Peronospora destructor

32Peronospora destructor

33Peronospora destructor

34Peronospora destructor

Epidemiologia

12 °C

UR > 80%

Dias nublados e neblina

Disseminação: bulbos infectados, água, respingos de chuva,

vento

Sobrevivência: restos de bulbos e sementes infectadas

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Controle

Evitar: baixadas úmidas, deficientes em drenagem e sujeitas

a neblina

material propagativo sadio

Evitar cultivos adensados

Pulverizações: Cobre, metalaxyl e ditiocarbamatos

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TOMBAMENTO OU “DAMPING-OFF”

Redução do número de mudas

Semeadura direta no campo: redução do “stand”

Etiologia: Pythium spp., Phytophthora spp., R. solani, F. oxysporum, Pyrenochaeta terrestris, C. Circinans, C. gloeosporioides.

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Sintomas

Início: necrose dos tecidos da base das plântulas e

tombamento- apodrecimento

+ comum: pré-emergência

Em plantas mais desenvolvidas: amarelecimento, paralisação

do crescimento e murcha

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Pythium 39

Epidemiologia

Alta umidade solo, baixas temperaturas, semeadura muito

densa, sombreamento excessivo, cultivo intenso, matéria

orgânica não decomposta,

Estrutura de sobrevivência: oósporos, clamidósporos,

escleródios,

Disseminação: água de irrigação,

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Controle

Fumigação do solo (PCNB+Captan+Metalaxyl)

Local de plantio: isento, não sujeito a inundação

Preparo do solo com antecedência: decomposição da matéria

orgânica,

Rotação de culturas (Pythium, Phytophthora)

Água de irrigação: cuidado,

Tratamento sementes (Captan ,thiran)

Doença no campo: reduzir irrigação e regar canteiros com

fungicidas

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FUSARIOSE, PODRIDÃO SECA OU MURCHA

Esporádica na cebola e comum no alho

Apodrecimento em pós-colheita (bubilhos)

Etiologia: Fusarium oxysporum f. sp. cepae

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Sintomas

Folhas amareladas, murchas e curvadas para baixo

escurecidas, avermelhadas

Mofo branco e podridão seca no bulbo (não se subdivide em

bulbilhos) ,

Bulbos chochos,

Alongamento e engrossamento do pseudocaule pescoço

de charuto

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Epidemiologia

Ambientes úmidos e quentes,

F. oxysporum f. sp. cepae: 15-30°C (27 °C)

Sobrevivência: bulbos, clamidósporos, água de irrigação,

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Controle

Uso de bulbilhos sadios

Arranquio e queima das plantas infectadas,

Rotação de culturas (4 anos)

Tratamento químico dos bulbilhos.

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QUEIMA DAS PONTAS

Cebola: uma das mais importantes - Brasil RS, SC – “sapeco” Diagnose difícil: seca, excesso de umidade no solo, oxidação

por ozônio, ataque de tripes e dificil isolamento

Etiologia: Botrytis spp.

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Sintomas

Queima das folhas (pequenas e numerosas manchas brancas),

Morte progressiva do ponteiro,

Canteiro: morte de plântulas,

Pós-colheita: podridão aquosa com início no colo do bulbo,

Corte do bulbo: escamas com aspecto de cozidas e marrons,

Alta umidade: mofo cinzento.

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• Epidemiologia

↓ temperatura (12-16 °C) , UR,↑

Períodos de nevoeiro seguido de sol forte,

Ferimentos: tripes, queimadura de sol, e míldio (porta

entrada)

Sobrevivência: micélio em restos culturais e

microescleródios no solo

Disseminação: água e vento

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Botrytis52

Botrytis

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Controle

Plantio: temperaturas mais altas e locais onde não ocorra

neblina,

Evitar locais de baixada,

Evitar danos mecânicos,

Tratamento de sementes (benzimidazóis),

Eliminação de restos culturais e rotação de cultura

Cura dos bulbos: ventilação com ar quente (37-48 °C), 12-

24 h, UR 60-75%),

Cultivares de bulbo roxo: + resistentes

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ANTRACNOSE DA CEBOLA BRANCA

Bulbos brancosDepreciação para comércio, Maior perda: produção de mudas.

Etiologia: Colletotrichum dematium f. sp. circinans

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Epidemiologia e sintomas

Hábito saprófita: vários anos no solo,

Alta temperatura, alta UR,

Alta UR: acérvulos com massa de esporos

manchas deprimidas e circundadas por bordos amarelados,

Disseminação: respingos de chuva e/ou água de irrigação

(aspersão ou infiltração).

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Controle

Rotação de culturas,

Queima de restos culturais,

Drenagem do solo (cebolas bulbos brancos),

Bulbos: utilizar variedades de escamas coloridas: produzem

catecol e pirocatecol (previne a germinação dos conídios)

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Colletotrichum circinans58

Colletotrichum circinans 59

PODRIDÃO BACTERIANA DA ESCAMA

Descrita pela primeira vez no Brasil em 1977Bulbos já maduros e/ou armazenados, RJ, MG Característica: odor forte semelhante a vinagre

Etiologia: Burkholderia cepacia (Pseudomonas cepacia) Sintomas

Amarelecimento na região do pseudocaule: “pescoço” Podridão de escamas

Controle: cura dos bulbos bem feita e cuidados com água de irrigação (aspersão) principal meio de disseminação.

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Burkholderia cepacia (Pseudomonas cepacia)

PODRIDÃO BACTERIANA DA ESCAMA DA CEBOLA

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Podridão bacteriana ou mole

Etiologia: Erwinia carotovora pv. carotovora Sobrevive saprofiticamente na maioria dos solos;

Restos de cultura e solo contaminado constituem-se na fonte primaria de inóculo;

disseminada pela água de irrigação ou de chuva, insetos, implementos agrícolas e pelo próprio homem;

A presença de qualquer ferimento de qualquer natureza ou ainda queimadura pelo sol favorecem a penetração da bactéria ;

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Alta umidade e temperatura na faixa de 20 – 30°C e UR 100% Solos mal drenados, susceptíveis ao encharcamento; Adubação nitrogenada em excesso.

Sintomas Bulbos afetados ficam encharcados e com coloração amarelada

a marrom claro

Escamas tornam-se moles e pegajosas

liberando um liquido viscoso e fétido

no campo, pode-se perceber amarelecimento e murcha das folhas

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Erwinia carotovora subsp. carotovora

PODRIDÃO MOLE

Controle Utilizar sementes limpas e adequadamente tratadas

Plantar em solos bem drenados

Utilizar água não contaminada, e irrigar só quando necessário

Rotações com gramíneas por pelo menos 1 ano

Controlar plantas daninhas

Evitar ferimentos nas raízes e folhas

Armazenamento a 0°C e umidade relativa inferior a 70%

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Embora o controle químico de doenças de plantas causados por bactérias seja difícil, os melhores resultados no controle da podridão mole têm sido alcançados com a utilização de Kazugamicina + oxicloreto de cobre nas proporções 100:100 g/L ou 150:100 g/L.

Não existe nenhum produto registrado para o controle de Erwinia na cultura da cebola e/ou alho.

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Nematoides da cebola e do alho

Pseudocaule e bulbo: Ditylenchus dipsaciGalhas: Meloidogyne javanica, M. incognita, M. hapla e M. chitwoodiRaízes: Helicotylenchus dihystera

Os nematoides do gênero Meloydogine causam a formação de galhas radiculares, enquanto Pratylenchus penetrans pode causar galerias ou necroses, resultado da morte das células.

Ditylenchus dipsaci, alimenta-se do caule, bulbo e folhas e é capaz de sobreviver sem água por período prolongado, reduzindo sua atividade metabólica.

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Sintomas

Os bulbos se tornam chochos;

Os sistemas radiculares infectados tornam-se normalmente mais curtos e apresentam menor quantidade de raízes que em plantas sadias.

Sintomas adicionais também podem ser observados na parte aérea das plantas, como estande irregular de plantas, nanismo e amarelecimento, geralmente se manifestando em reboleiras.

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Meloidogyne

72Ditylenchus dipsaci

73Ditylenchus dipsaci

Manejo Utilização de sementes certificadas Termoterapia Rotação de culturas com plantas não hospedeiras, Utilização de plantas antagonistas, Uso do alqueive, Eliminação de restos de cultura e plantas remanescentes, Solarização, Utilização de manipueira e uso de cultivares resistentes

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MOSAICO EM FAIXAS OU NANISMO AMARELO (OYDV)

Vírus: Onion yellow dwarf virus,

Principal virose da cebola,

O vírus mantém-se em bulbos, canteiro de mudas e plantas voluntárias,

É transmitido por inúmeras espécies de pulgões,

Pode ser transmitido através da propagação vegetativa das culturas.

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Sintomas Estrias cloróticas e amareladas na base das folhas

mais velhas,

Enrolamento, enrugamento e queda das mesmas,

Os bulbos apresentam tamanho reduzido,

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Onion yellow dwarf virus

NANISMO AMARELO, MOSAICO EM FAIXAS OU CRESPEIRA DA CEBOLA

Manejo

Material propagativo sadio e cultivo em áreas livres do vírus,

Plantar longe de culturas ou plantas voluntárias infectadas,

Não adianta controlar os vetores por meio de pulverizações

Rotação de culturas,

Plantio com sementes sadias,

Eliminação de plantas doentes e plantas hospedeiras de afídeos próximas ao plantio de cebolas.

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lidiane.agronomia@yahoo.com.br

Obrigada!

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