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267 267 267 267 267 FEVEREIRO 2015 O Bandeirante Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo O O O O O VAMPIR AMPIR AMPIR AMPIR AMPIRO DO BEXIGA O DO BEXIGA O DO BEXIGA O DO BEXIGA O DO BEXIGA E o amor? Todos nós necessitamos de amor, pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha dúvidas... As duas eram pretendentes ao trono do coração daquele morcego hematófago. O dentista não era indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil... Rodolpho Civile Mogi-Guaçu Julgo que depois do Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei naqueles anos.Antonio Carlos Lima Pompeo Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br Pé de moleque Soneto triste Hildete Rangel Enger José Rodrigues Louzã “As associações para a promoção do bem comum no Brasil são conhecidas como ‘sociedades pilantrópicas’.” José Leopoldo Lopes de Oliveira Salada Wilma Lúcia da Silva Moraes Peregrina Coleção Letra de Médico A SOBRAMES-SP está lançando uma coleção de obras individuais de autores médicos para ficar na história. Você já foi convidado e não vai ficar fora dela. O primeiro grupo já está quase completo. Prepare seus originais e inscreva-se hoje mesmo. Não deixe de participar! Informe-se: [email protected]

O Bandandeirante - fevereiro 2015

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Page 1: O Bandandeirante - fevereiro 2015

267267267267267FEVEREIRO

2015O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo

O O O O O VVVVVAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAE o amor? Todos nós necessitamos de amor,

pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um

“vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim!

Filomena tinha dúvidas... As duas eram pretendentes

ao trono do coração daquele morcego hematófago.

O dentista não era indiferente aos olhares

“pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil...

Rodolpho Civile

Mogi-Guaçu“Julgo que depois do

Fiat 1921 de meu

avô, que era muito

conservado, foi o

automóvel que mais

admirei naqueles

anos.”

Antonio CarlosLima Pompeo

Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br

Pé de moleque

Soneto triste

Hildete RangelEnger

José RodriguesLouzã

“As associações para

a promoção do bem

comum no Brasil são

conhecidas como

‘sociedades

pilantrópicas’.”

José LeopoldoLopes de Oliveira

Salada

Wilma Lúcia daSilva Moraes

Peregrina

Coleção Letra de MédicoA SOBRAMES-SP está lançando uma coleção de obras individuais de autores

médicos para ficar na história. Você já foi convidado e não vai ficar fora dela. O

primeiro grupo já está quase completo. Prepare seus originais e inscreva-se hoje

mesmo. Não deixe de participar! Informe-se: [email protected]

Page 2: O Bandandeirante - fevereiro 2015

2 O Bandeirante - Fevereiro 2015

EXPEDIENTE: Jornal O Bandeirante - ANO XXIV - nº. 267 - Fevereiro 2015 | Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado

de São Paulo - SOBRAMES-SP. | Sede: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 7º. Andar - Sala 1 (Prédio da Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP | Editores: Josyanne Rita de ArrudaFranco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) | Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP).| Redação e Correspondência: Av. Prof.Sylla Mattos, 652

- ap.12 – Jd. Sta.Cruz – CEP 04182-010 – São Paulo – SP E-mail: [email protected] Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815. | Colaboradores desta edição: (Textos literários):Antonio Carlos Lima Pompeo, Hildette Rangel Enger, José Leopoldo Lopes de Oliveira, José Rodrigues Louzã, Rodolpho Civile e Wilma Lucia da Silva Moraes. (Olhar Paulista): Márcia Etelli Coelho.| Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. | Diretoria - Gestão 2015/2016 - Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Vice--Presidente: Márcia Etelli Coelho. Primeiro-Secretário: Marcos Gimenes Salun. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: Helio Begliomini. Segundo--Tesoureiro: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Josyanne Rita de Arruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes:Alcione Alcântara Gonçalves, Geovah Paulo da Cruz e Mércia Lúcia de Melo Neves Chade. | Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a

opinião da Sobrames-SP | Editores de O Bandeirante: Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994, Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz

Najar - 1995-1996, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000, Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009, Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009, Roberto A.Aniche

e Carlos Augusto F. Galvão - 2010, Josyanne R.A.Franco e Carlos Augusto F.Galvão - 2011-2012, Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013 em diante | Presidentes da Sobrames-SP: 1º. Flerts Nebó (1988-1990), 2º. Flerts Nebó (1990-1992), 3º. Helio Begliomini (1992-1994), 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996), 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998), 6º. Walter Whitton

Harris (1999-2000), 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002), 8º. Luiz Giovani (2003-2004), 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005), 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006),

11º. Helio Begliomini (2007-2008), 12º. Helio Begliomini (2009-2010), 13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012), 14º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014), 15º. Carlos Augusto

Ferreira Galvão (2015/2016). | Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun, | Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto | Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial Produções

e Edições Ltda. E-mail: [email protected] | Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Editora - São Paulo

21/02 – Josyanne Rita de Arruda Franco

27/02 – Hildette Rangel Enger

As Reuniões de Diretoria são abertas a todos osassociados e acontecem na SEDE da SOBRAMES-SP

(APM) - Av.Brigadeiro Luis Antonio, 278 - 7.º andar -Sala 1 - Início às 19h00

Carlos Augusto Ferreira Galvão

Psiquiatra - Presidente da Sobrames-SP

EDITORIAL

Bolo & Champanhe

Perdas e ganhosO ano começou junto com a nova diretoria de

nossa regional, e com algumas notícias muito tristes: o

falecimento do inesquecível José Rodrigues Louzã e de

nosso ex-presidente Carlos Luiz Campana. São pessoas

que foram muito importantes em nossa regional, e a quem,

sem dúvida, a Sobrames deve muito.

Por outro lado, verificamos, neste janeiro, o

enorme potencial “sobrâmico” para conhecer pessoas

interessantes e se relacionar com elas. Podemos dizer

que a SOBRAMES é uma usina de amizades.

Nossa regional foi convidada para um evento

literário em Maceió e respondemos gostosamente a este

convite. Anniene Nascimento, sobramista paulista, mas

que mora em Maceió, organizou o “Menu Cultural” na

“Tapiocaria Comadre Fulô”, e São Paulo foi por mim

representado; lá encontrei, além de muitos escritores

alagoanos, também Lilian Maial, da Sobrames Rio de

Janeiro. Muita alegria, praias, passeios, tapioca, sururu,

forró e bastante literatura. Foi um evento literalmente

delicioso, e deixou-me como lembrança uma imensa

saudade e muitas amizades que fiz por lá nesses poucos

dias de visita.

Esta diretoria tem como uma das metas levar São

Paulo a todos os eventos patrocinados pelas outras

regionais. Maceió foi apenas o primeiro em que nos

fizemos presentes. Pretendemos estreitar cada vez mais

os laços fraternos com os confrades de todo o Brasil,

promovendo sempre o fortalecimento e crescimento da

Sobrames.

Esta agenda está sujeita a alterações em decorrênciade fatores não previstos por ocasião de sua elaboração.

As Pizzas Literárias daSOBRAMES-SP acontecem naterceira quinta-feira de cadamês, a partir das 19h00 naPIZZARIA BONDE PAULISTARua Oscar Freire, 1.597 -

Pinheiros - S.Paulo

Page 3: O Bandandeirante - fevereiro 2015

O Bandeirante - Fevereiro 2015 3

O vampiro do Bexiga

Numa noite chuvosa e tenebrosa, estava eu

ouvindo “Uma Noite do Monte Calvo” de Mussorgsky,

quando um baque surdo na vidraça da janela chamou a

minha atenção. Imediatamente, corri para ver. Na grama

do jardim, encontrei um morcego. O que estaria

procurando? Insetos? Frutas? Sangue? Esta ideia me

deixou apavorado. Um vampiro? Aquele que, segundo

as lendas e ditos populares, sai das sepulturas à noite

para sugar o sangue dos vivos, utilizando um par de

incisivos grande e forte. Mamífero voador, tem uma

membrana fina e larga, que liga os membros anteriores

e posteriores, transformadas em asas, chamadas patágio.

A mente humana é um poço misterioso aonde

desaguam as reminiscências de tempos idos e vividos

que não voltam mais... Por uma inexplicável associação

de ideais ou regresso mental ao passado, o morcego do

meu jardim se transformou, na minha imaginação, em

um “vampiro” do velho Bexiga, o bairro calabrês, da

escola de samba “Vai-Vai”.

Eu me lembro... Eu me lembro do dentista da Rua

Yayá, a louca. Magro, alto, cabelos pretos, rosto

alongado com sobrancelhas grossas, olhos castanhos,

cercados por escuras circunferências e, o que mais

chamava a atenção, a arcada dentária continha um par

de incisivos superiores grande e forte.

O povo maldoso começou a chamá-lo de

“vampiro”. O apelido não condizia com o ser humano e

profissional, bom e competente, tinha uma excelente

clientela.

Morava com a mãe, uma viúva já avançada em

idade. Ela sempre dizia: “Leontino, meu filho, você

precisa casar. Ter filhos. Não pode ficar a vida toda só

arrancando dentes”. Ele sorria e respondia: “ainda não

chegou o meu dia. A princesa encantada dos meus

sonhos, só existe nos sonhos”. A mãe argumentava:

“estou muito velha e gostaria de ver os meus netos”. E

Leontino justificava: “vai depender do destino, minha

mãe”. Dando de ombros, a mãe dizia: “conversa,

depende de você...”

E assim ia levando a vida... De boca em boca,

realizando a sua missão, ou melhor, a sua profissão,

usando o “boticão” para extrair os dentes e não os

incisivos para sugar o sangue dos clientes, como

pensavam certas pessoas.

E o amor? Todos nós necessitamos de amor, pois

ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro”

ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha

dúvidas... As duas eram pretendentes ao trono do coração

daquele morcego hematófago. O dentista não era

indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças.

Escolher não era fácil... Uma era baixinha, barriguda e

de coxas grossas. De família rica, era formada em

contabilidade. A outra, alta, magra, olhos grandes, queixo

largo, sempre risonha, tinha voz fanhosa e era de família

pobre. Cozinhava e bordava muito bem. As duas moças,

na idade reprodutiva.

As línguas viperinas de moradores do velho Bexiga

começaram a destilar maldades e provocar confusões.

Qual seria o resultado de união de um vampiro, chupador

de sangue com “inocentes e belas” criaturas? Alguns

achavam o contrário: será que “as belas” não iriam sugar

o sangue do dentista competente, que nunca prejudicou

ninguém? Quantas dúvidas... Que falatório...

A mãe continuava a insistir com o filho: “precisa

casar... precisa casar...”

E agora? Difícil decisão. Noites em claro. A mente

obnubilada pelos pensamentos. A pressão estava

mexendo com os nervos do dentista. Tinha de se definir...

O dentista continuava nesse impasse quando, por

acaso, inesperadamente, entrou em seu consultório a

representante de um laboratório de produtos

odontológicos. O impacto foi muito grande para ambos.

Ela, uma loura linda, com um corpo escultural. Ele, um

dentista com olheiras profundas e “bela dentadura”.

Ficaram alguns minutos se entreolhando. Verdadeiro

êxtase!

O resultado logo se fez sentir. A união de duas

criaturas que se amam: o casamento seguido do

nascimento de três filhos, louros como a mãe, sem olheiras

e sem incisivos de vampiro.

A mãe de Leontino, felicíssima, tornou-se avó. As

comadres do Bexiga deixaram de vaticinar. Florisbela

e Filomena trocaram de dentista.

Rodolpho Civile

Page 4: O Bandandeirante - fevereiro 2015

4 O Bandeirante - Fevereiro 2015

Pé de molequeHildette Rangel Enger

Está muito triste, hoje, o meu soneto!

A mesma fachada, a mesma doceira

na rua, olhei a menina faceira,

e ouvi novamente os sons do coreto.

Parei frente ao prédio onde as minhas férias

eu passava com filhos e parentes.

Recordei-me dos amigos ausentes,

dos jantares, dos chopes, das pilhérias,

das prazenteiras noitadas de sábado,

brincando com os de nossa amizade.

Passa o tempo... A vida, de dedo em riste,

aponta o caminho que está traçado.

E eu recordei... E veio uma saudade...

E o meu soneto ficou triste...

in memoriam

Soneto tristeJosé Rodrigues Louzã

Pé de moleque

Menino pretinho

Vivia sujinho

Descalço, sem pão

Não tinha ninguém

Não tinha uma casa

Vivia sozinho

Dormia no chão...

Pé de moleque

Vendia jornais

Passava alegre

Apregoando

Notícias, notícias

Todos os dias

Pé de moleque

Um dia morreu

vi-o deitado,

Os jornais ao lado

Parecia dormindo...

E agora pensando

Pergunto a mim mesma:

Será que há no céu

Lugar reservado

Para pé de moleque

Menino pretinho

Que morreu tão sozinho

Sem pão sem ninguém?

Page 5: O Bandandeirante - fevereiro 2015

O Bandeirante - Fevereiro 2015 5

Policiamento emMogi - GuaçuAntonio Carlos Lima Pompeo

O policiamento do Guaçu, durante a década de 1950, era feito por três soldados

– o Bastião, o Sr.André e o Vicentão. Os delegados utilizavam o sistema de rodízio

com frequência e os escrivães de polícia, muito respeitados por terem autoridade

quase de delegados, foram, respectivamente, os senhores Rafael Orlando Valente,

Osvaldo Lopes e, por fim, o Agenorzinho Carvalho, que possuía um Jaguar 1951

cinza, muito bonito, sobre o qual tecia diversos elogios quanto à potência e à direção,

que era ajustável dependendo da proximidade do motorista. Julgo que depois do

Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei

naqueles anos.

Os policiais, apesar de terem autoridade inerente ao cargo, eram extremamente

gentis, conheciam a maioria da população pelo nome, participavam das

comemorações e festividades como cidadãos comuns e, para mim, era impossível,

apesar de estarem sempre fardados, esperar deles qualquer atitude mais agressiva.

Muitas vezes quando eu dirigia com extremo orgulho o velho Fiat de meu avô pelas

ruas da cidade, ainda “menor de idade” e sem estar habilitado, passava algo acanhado

pelos soldados, porém os cumprimentava e era correspondido sem maiores

observações. Que saudades...!

A cadeia pública, situada na Rua Paula Bueno (até hoje conhecida como “rua

da cadeia”) era um edifício sóbrio, muito bonito, construído entre 1914 e 1915, cuja

arquitetura possuía as mesmas características das do grupo escolar e do clube

recreativo situado na Praça da Matriz e, se bem me recordo, da Câmara Municipal

localizada na rua da estação.

Após passar décadas sem reformas e em estado de deterioração, o prédio da

cadeia, já desativado, foi restaurado e transformado em museu. Não consigo, até

hoje, passar em frente a esse edifício sem admirá-lo e me ligar ao passado...

Apesar do relacionamento amistoso existente entre a polícia e os cidadãos,

havia um sentimento de respeito entre todos, a cidade era muito segura e com baixo

índice de criminalidade. Era comum que durante o dia as portas da frente das

residências permanecessem fechadas sem chave, ou mesmo abertas, para entrada e

saída dos membros das famílias, em geral numerosas, ou mesmo para as “passadas”

dos amigos mais íntimos.

Por outro lado, os deslizes de comportamento eram punidos sem muita

discussão ou julgamentos, em geral “no braço”. O jargão “joga no rio” era bastante

utilizado como forma de advertência para aqueles (principalmente forasteiros) que

saíam da linha.

(trecho do livro “Meus Tempos de Guaçu”)

Antiga cadeia pública, hoje Museu Histórico e

Pedagógico “Dr.Sebastião José Pereira” e

Museu Arqueológico “Hermínio Bueno”.

Page 6: O Bandandeirante - fevereiro 2015

6 O Bandeirante - Fevereiro 2015

PeregrinaWilma Lúcia da Silva Moraes

Chamar mulher de vaca na India é elogio.***O que restará das instituições após o períodoLula (ele e a sucessora)? Com certeza serálembrado como um período nem cômico nemtrágico, mas manicômico.***Brasil, país do futuro. E que futuro! Máriode Andrade jamais imaginou a existência deMacunaíma, mas Lula superou a criação.***As associações para a promoção do bem comumno Brasil são conhecidas como “sociedadespilantrópicas.”***Como contribuição para melhorar o mundo,os nossos políticos criaram o ócio semdignidade.***Estatura (física e moral) diminuta. Soberbamegalomania. Para caracterizar sua era oulegado, sugiro uma imagem de fácilcomunicação, como a concha da Shel ou oelefante da Rhodia: os dedos indicador epolecar como a letra “C”, indicando otamanho da dose de sempre, das

branquinhas diárias desde que se deu porgente nosso pequeno grande estadista.Por isso tomamos esse porre e aguardamosa pior ressaca. Viva o Brasil de quemoPTou.***DívidaDi / vi / daDúvidaDe vida***Curioso como os políticos crescem depois demortos. Lula ficara do tamanho de suamegalomania.***Sou pela meritocracia. Mamãe tinha méritos.Batalhei sua nomeação. Mérito meu.***Prezo muito o esporte. Sou um decatleta.Pratico truco, tranca e outras modalidades naacademia da metais Deca.***Sofisticado. Ao exonerar, sempre se lembradas “metamorfoses” de Ovídio.

Salada com farofaJosé Leopoldo Lopes de Oliveira

Sou peregrina nas terras de não sei onde

nos tempos de não sei quando

nas lembranças de outras eras.

Ando descalça por rios, mares e desertos

por montanhas e geleiras, por campos, prados e planícies

à procura de mim mesma, faço essa travessia.

Sou peregrina dos sonhos, caminhante nas cidades,

conheço o bem e a maldade, provei a dor e a amargura.

Sou peregrina na vida, sou covarde e destemida

fugitiva, denegrida, mas confiante e bandida.

Pisando à beira de abismos, falo em sofismas, oro em poesias.

Sou peregrina entre dúvidas e certezas, na miséria e realeza,

procuro sonhos perdidos entre saudades e sombras.

Sou peregrina do tempo, nas tardes e nas manhãs,

nas noites de talismãs, nas madrugadas geladas.

Sou peregrina nos vales da fantasia

entre letras e poesias abrigo meu intelecto,

transformando meu aspecto

de sofredora heroína em poeta paladina.

Page 7: O Bandandeirante - fevereiro 2015

O Bandeirante - Fevereiro 2015 7Livros em destaque

ANTONIO CARLOS LIMA POMPEO“Meus Tempos no Guaçu”Editora Prêmio - SPO livro narra o período compre-

endido entre os seis e dezoito anos

do autor, fase em que viveu com

seus pais na cidade de Mogi-

-Guaçu, no interior de São Paulo.

São abordados aspectos relaciona-

dos à cultura, costumes, condiçõessocioeconômicas e políticas, bem

como fatos pitorescos da época.

Sem ter objetivo de ser um

documentário histórico, o livro é um

registro de um período marcante na

vida do autor e sua família.

Contatos e aquisições pelo e-mail:[email protected]

O trecho abaixo é parte de umconto escrito por um dos autoresda SOBRAMES-SP, já publicadoanteriormente numa de nossasCOLETÂNEAS. Você consegueidentificar o autor?Resposta na próxima edição.

O trecho publicado na edição anteriorpertence à poesia “Exílio”, escrita

por Luiz Jorge Ferreira, que foipublicada na página 92 da “AntologiaPaulista” de 2005. Que tal reler essapoesia premiada na íntegra, além deoutros textos dos talentosos autoresda SOBRAMES guardados para semprenaquela edição?

Relendo

Guardados para sempre

WILMA LÚCIA DA SILVA MORAES(e outros autores)“Coletânea Via Palavra - 12” -Viapalavra Editorial - SPDécimo segundo volume da série

de coletâneas publicadas pelo

Espaço Literário “Nelly Rocha

Galassi”, da cidade de Americana,

na qual participam 26 autores com

prosas e poesias de vários estilos.

A confreira Wilma Lúcia Moraes,sobramista, é coautora da obra e

tem participado ativamente dessa

agremiação literária da cidade em

que reside. Para maiores

informações e aquisições do livro,

faça contato pelo e-mail:

[email protected]

Edição anterior

(...) Estou pronto para ir às estrelas /Coloquei as meias sujas dos últimospassos / Limpei com areia a lente cinzados óculos / E arrumei ideais sobre ideiase lembranças inúteis / Entre planosesquecidos, emudeci alguns dos meusgritos / E violentei minhas sombrasprojetadas na parede da sala.(...)

Anuidade 2015: contribua!A diretoria fixou a anuidade de 2015 em

R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que podem ser

pagos em 3 (três) cheques mensais de R$ 120,00 (cento

e vinte reais) para fevereiro, março e abril. Contudo, para

aqueles que puderem pagar até 28/02/2015, o valor será

de R$ 300,00. Tão logo seja efetuado o pagamento,

será encaminhado um recibo. O pagamento poderá ser

feito através de cheque, enviado ao primeiro tesoureiro:

Helio Begliomini - Rua Bias, 234 – Tremembé

CEP 02371-020 – São Paulo – SP

Colabore com a manutenção das atividades da

Sobrames-SP pagando em dia a anuidade!

Menu cultural em Maceió

(...) O bom velhinho já nem ligava

mais se as pessoas davam crédito à sua

palavra, pois o que realmente importava era

saber que Marieta lhe mandava sinais.

Nicolina e Conchetta estavam pensando em

levar Gino ao médico. Os amigos foram aos

poucos se afastando, porque imaginavam que

estava esclerosando, principalmente quando

ele vestia a ceroula por cima da calça! (...)

O presidente Carlos

Galvão participou, no último dia

31, do Projeto Menu Cultural,

realizado na tapiocaria Comadre

Fulô, em Maceió - AL. Ele e

Lilian Maial (Sobrames-RJ)

foram entrevistados pela nossa

confreira Anienne Nascimento,

uma das organizadoras do evento. Muita literatura,

música regional e o lançamento do livro de Galvão,

“Pensamentos Esparsos”, com a calorosa recepção

da anfitriã Claudia Rejane, da Comadre Fulô.

Page 8: O Bandandeirante - fevereiro 2015

Olhar Paulista

CALOR HUMANO E TALENTOSAs elevadas temperaturas paulistanas se refletiram na primeira Pizza

Literária de 2015. Um ambiente caloroso, mas em termos de alegria

e descontração. Mesmo com algumas ausências devido ao período

de férias, houve um bom comparecimento, os textos expressaram

excelente qualidade e recebemos com carinho a visita da médica

dermatologista Yara Rangel de Castro.

PRÊMIO RODOLPHO CIVILEDurante a Pizza Literária de 15 de janeiro, realizou-se a entrega do Prêmio de

Assiduidade 2014 para Marcos Gimenes Salun, Márcia Etelli Coelho (Categoria

Grande São Paulo) e para o próprio Rodolpho Civile (Categoria Interior). Aliás,

muitos confrades também mereceriam essa distinção, pois muitas vezes enfrentaram

trânsito, alagamentos e passeatas, conscientes de que suas presenças são

fundamentais para tornar o nosso encontro mensal cada vez mais agradável.

E por falar em Rodolpho Civile, parabéns a ele que no dia 25 de janeiro completou

90 anos de existência, conservando o bom humor e a simpatia, e abrilhantando nossas

Pizzas Literárias com suas sempre interessantes crônicas.

TUTU LITERÁRIOInspirados na Pizza Literária, a

sobramista Alitta Guimarães

Reis e seu marido, Ricardo

Tinoco, idealizaram a

Associação Literária do Sul de

Minas. Com o apadrinhamento

de Carlos Augusto Ferreira

Galvão e de Marcos Gimenes

Salun, o projeto visa estimular a

arte de escrever através de

concursos, publicações e

reuniões periódicas em São

Lourenço, saboreando a

deliciosa comida mineira. Para

participar, informe-se com o

Ricardo Tinoco - Caixa Postal

184 - São Lourenço - MG -

CEP 37470-000 - telefone

(35) 9238.1912 ou com Alitta,

através do e-mail:

[email protected]

SOBRAMESNA GUATEMALA

Seis confrades da Sobrames-SP tiveram seus textos

publicados em português e espanhol na “Antologia

Latinoamericana” do I Congreso Guatemalteco e X

Congreso Latinoamericano de Médicos Escritores,

que aconteceu de 22 a 25 de outubro de 2014 em

Guatemala-Antigua. São eles: Alcione Alcântara

Gonçalves, José Rodrigues Louzã, Josyanne Rita de

Arruda Franco, Márcia Etelli Coelho, Marcos

Gimenes Salun e Maria do Céu Coutinho Louzã. A

obra tem 275 páginas e contém a produção de

médicos de 11 países latino-americanos que

abrilhantaram aqueles eventos literários.

PERDAS LAMENTÁVEISCom pesar registramos duas lamentáveis perdas ocorridas no mês de janeiro.

Faleceu no dia 25 o dr. Carlos Luiz Campana, que presidiu a regional paulista

no biênio 1994/1996; e no dia 27 o dr. José Rodrigues Louzã, que, por longos

anos, abrilhantou a produção literária da Sobrames-SP com seus escritos.CampanaLouzã