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267267267267267FEVEREIRO
2015O BandeirantePublicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional S.Paulo
O O O O O VVVVVAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRAMPIRO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAO DO BEXIGAE o amor? Todos nós necessitamos de amor,
pois ele é a essência da vida. Mas... Será que um
“vampiro” ama? Florisbela acreditava que sim!
Filomena tinha dúvidas... As duas eram pretendentes
ao trono do coração daquele morcego hematófago.
O dentista não era indiferente aos olhares
“pecaminosos” das moças. Escolher não era fácil...
Rodolpho Civile
Mogi-Guaçu“Julgo que depois do
Fiat 1921 de meu
avô, que era muito
conservado, foi o
automóvel que mais
admirei naqueles
anos.”
Antonio CarlosLima Pompeo
Visite nosso BLOG: http://sobramespaulista.blogspot.com.br
Pé de moleque
Soneto triste
Hildete RangelEnger
José RodriguesLouzã
“As associações para
a promoção do bem
comum no Brasil são
conhecidas como
‘sociedades
pilantrópicas’.”
José LeopoldoLopes de Oliveira
Salada
Wilma Lúcia daSilva Moraes
Peregrina
Coleção Letra de MédicoA SOBRAMES-SP está lançando uma coleção de obras individuais de autores
médicos para ficar na história. Você já foi convidado e não vai ficar fora dela. O
primeiro grupo já está quase completo. Prepare seus originais e inscreva-se hoje
mesmo. Não deixe de participar! Informe-se: [email protected]
2 O Bandeirante - Fevereiro 2015
EXPEDIENTE: Jornal O Bandeirante - ANO XXIV - nº. 267 - Fevereiro 2015 | Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado
de São Paulo - SOBRAMES-SP. | Sede: Avenida Brigadeiro Luís Antônio, 278 - 7º. Andar - Sala 1 (Prédio da Associação Paulista de Medicin a) - São Paulo - SP | Editores: Josyanne Rita de ArrudaFranco e Marcos Gimenes Salun (MTb 20.405-SP) | Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP).| Redação e Correspondência: Av. Prof.Sylla Mattos, 652
- ap.12 – Jd. Sta.Cruz – CEP 04182-010 – São Paulo – SP E-mail: [email protected] Tels.: (11) 2331-1351 Celular (11) 99182-4815. | Colaboradores desta edição: (Textos literários):Antonio Carlos Lima Pompeo, Hildette Rangel Enger, José Leopoldo Lopes de Oliveira, José Rodrigues Louzã, Rodolpho Civile e Wilma Lucia da Silva Moraes. (Olhar Paulista): Márcia Etelli Coelho.| Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. | Diretoria - Gestão 2015/2016 - Presidente: Carlos Augusto Ferreira Galvão. Vice--Presidente: Márcia Etelli Coelho. Primeiro-Secretário: Marcos Gimenes Salun. Segundo-Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-Tesoureiro: Helio Begliomini. Segundo--Tesoureiro: Aida Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:Josyanne Rita de Arruda Franco, José Alberto Vieira e Roberto Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes:Alcione Alcântara Gonçalves, Geovah Paulo da Cruz e Mércia Lúcia de Melo Neves Chade. | Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a
opinião da Sobrames-SP | Editores de O Bandeirante: Flerts Nebó - novembro a dezembro de 1992, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1993-1994, Carlos Luis Campana e Hélio Celso Ferraz
Najar - 1995-1996, Flerts Nebó e Walter Whitton Harris - 1996-2000, Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun - 2001 a abril de 2009, Helio Begliomini - maio a dezembro de 2009, Roberto A.Aniche
e Carlos Augusto F. Galvão - 2010, Josyanne R.A.Franco e Carlos Augusto F.Galvão - 2011-2012, Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun - 2013 em diante | Presidentes da Sobrames-SP: 1º. Flerts Nebó (1988-1990), 2º. Flerts Nebó (1990-1992), 3º. Helio Begliomini (1992-1994), 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996), 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998), 6º. Walter Whitton
Harris (1999-2000), 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002), 8º. Luiz Giovani (2003-2004), 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005), 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006),
11º. Helio Begliomini (2007-2008), 12º. Helio Begliomini (2009-2010), 13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012), 14º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2013-2014), 15º. Carlos Augusto
Ferreira Galvão (2015/2016). | Editores: Josyanne R.A.Franco e Marcos Gimenes Salun, | Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto | Diagramação: Marcos Gimenes Salun | Rumo Editorial Produções
e Edições Ltda. E-mail: [email protected] | Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica Editora - São Paulo
21/02 – Josyanne Rita de Arruda Franco
27/02 – Hildette Rangel Enger
As Reuniões de Diretoria são abertas a todos osassociados e acontecem na SEDE da SOBRAMES-SP
(APM) - Av.Brigadeiro Luis Antonio, 278 - 7.º andar -Sala 1 - Início às 19h00
Carlos Augusto Ferreira Galvão
Psiquiatra - Presidente da Sobrames-SP
EDITORIAL
Bolo & Champanhe
Perdas e ganhosO ano começou junto com a nova diretoria de
nossa regional, e com algumas notícias muito tristes: o
falecimento do inesquecível José Rodrigues Louzã e de
nosso ex-presidente Carlos Luiz Campana. São pessoas
que foram muito importantes em nossa regional, e a quem,
sem dúvida, a Sobrames deve muito.
Por outro lado, verificamos, neste janeiro, o
enorme potencial “sobrâmico” para conhecer pessoas
interessantes e se relacionar com elas. Podemos dizer
que a SOBRAMES é uma usina de amizades.
Nossa regional foi convidada para um evento
literário em Maceió e respondemos gostosamente a este
convite. Anniene Nascimento, sobramista paulista, mas
que mora em Maceió, organizou o “Menu Cultural” na
“Tapiocaria Comadre Fulô”, e São Paulo foi por mim
representado; lá encontrei, além de muitos escritores
alagoanos, também Lilian Maial, da Sobrames Rio de
Janeiro. Muita alegria, praias, passeios, tapioca, sururu,
forró e bastante literatura. Foi um evento literalmente
delicioso, e deixou-me como lembrança uma imensa
saudade e muitas amizades que fiz por lá nesses poucos
dias de visita.
Esta diretoria tem como uma das metas levar São
Paulo a todos os eventos patrocinados pelas outras
regionais. Maceió foi apenas o primeiro em que nos
fizemos presentes. Pretendemos estreitar cada vez mais
os laços fraternos com os confrades de todo o Brasil,
promovendo sempre o fortalecimento e crescimento da
Sobrames.
Esta agenda está sujeita a alterações em decorrênciade fatores não previstos por ocasião de sua elaboração.
As Pizzas Literárias daSOBRAMES-SP acontecem naterceira quinta-feira de cadamês, a partir das 19h00 naPIZZARIA BONDE PAULISTARua Oscar Freire, 1.597 -
Pinheiros - S.Paulo
O Bandeirante - Fevereiro 2015 3
O vampiro do Bexiga
Numa noite chuvosa e tenebrosa, estava eu
ouvindo “Uma Noite do Monte Calvo” de Mussorgsky,
quando um baque surdo na vidraça da janela chamou a
minha atenção. Imediatamente, corri para ver. Na grama
do jardim, encontrei um morcego. O que estaria
procurando? Insetos? Frutas? Sangue? Esta ideia me
deixou apavorado. Um vampiro? Aquele que, segundo
as lendas e ditos populares, sai das sepulturas à noite
para sugar o sangue dos vivos, utilizando um par de
incisivos grande e forte. Mamífero voador, tem uma
membrana fina e larga, que liga os membros anteriores
e posteriores, transformadas em asas, chamadas patágio.
A mente humana é um poço misterioso aonde
desaguam as reminiscências de tempos idos e vividos
que não voltam mais... Por uma inexplicável associação
de ideais ou regresso mental ao passado, o morcego do
meu jardim se transformou, na minha imaginação, em
um “vampiro” do velho Bexiga, o bairro calabrês, da
escola de samba “Vai-Vai”.
Eu me lembro... Eu me lembro do dentista da Rua
Yayá, a louca. Magro, alto, cabelos pretos, rosto
alongado com sobrancelhas grossas, olhos castanhos,
cercados por escuras circunferências e, o que mais
chamava a atenção, a arcada dentária continha um par
de incisivos superiores grande e forte.
O povo maldoso começou a chamá-lo de
“vampiro”. O apelido não condizia com o ser humano e
profissional, bom e competente, tinha uma excelente
clientela.
Morava com a mãe, uma viúva já avançada em
idade. Ela sempre dizia: “Leontino, meu filho, você
precisa casar. Ter filhos. Não pode ficar a vida toda só
arrancando dentes”. Ele sorria e respondia: “ainda não
chegou o meu dia. A princesa encantada dos meus
sonhos, só existe nos sonhos”. A mãe argumentava:
“estou muito velha e gostaria de ver os meus netos”. E
Leontino justificava: “vai depender do destino, minha
mãe”. Dando de ombros, a mãe dizia: “conversa,
depende de você...”
E assim ia levando a vida... De boca em boca,
realizando a sua missão, ou melhor, a sua profissão,
usando o “boticão” para extrair os dentes e não os
incisivos para sugar o sangue dos clientes, como
pensavam certas pessoas.
E o amor? Todos nós necessitamos de amor, pois
ele é a essência da vida. Mas... Será que um “vampiro”
ama? Florisbela acreditava que sim! Filomena tinha
dúvidas... As duas eram pretendentes ao trono do coração
daquele morcego hematófago. O dentista não era
indiferente aos olhares “pecaminosos” das moças.
Escolher não era fácil... Uma era baixinha, barriguda e
de coxas grossas. De família rica, era formada em
contabilidade. A outra, alta, magra, olhos grandes, queixo
largo, sempre risonha, tinha voz fanhosa e era de família
pobre. Cozinhava e bordava muito bem. As duas moças,
na idade reprodutiva.
As línguas viperinas de moradores do velho Bexiga
começaram a destilar maldades e provocar confusões.
Qual seria o resultado de união de um vampiro, chupador
de sangue com “inocentes e belas” criaturas? Alguns
achavam o contrário: será que “as belas” não iriam sugar
o sangue do dentista competente, que nunca prejudicou
ninguém? Quantas dúvidas... Que falatório...
A mãe continuava a insistir com o filho: “precisa
casar... precisa casar...”
E agora? Difícil decisão. Noites em claro. A mente
obnubilada pelos pensamentos. A pressão estava
mexendo com os nervos do dentista. Tinha de se definir...
O dentista continuava nesse impasse quando, por
acaso, inesperadamente, entrou em seu consultório a
representante de um laboratório de produtos
odontológicos. O impacto foi muito grande para ambos.
Ela, uma loura linda, com um corpo escultural. Ele, um
dentista com olheiras profundas e “bela dentadura”.
Ficaram alguns minutos se entreolhando. Verdadeiro
êxtase!
O resultado logo se fez sentir. A união de duas
criaturas que se amam: o casamento seguido do
nascimento de três filhos, louros como a mãe, sem olheiras
e sem incisivos de vampiro.
A mãe de Leontino, felicíssima, tornou-se avó. As
comadres do Bexiga deixaram de vaticinar. Florisbela
e Filomena trocaram de dentista.
Rodolpho Civile
4 O Bandeirante - Fevereiro 2015
Pé de molequeHildette Rangel Enger
Está muito triste, hoje, o meu soneto!
A mesma fachada, a mesma doceira
na rua, olhei a menina faceira,
e ouvi novamente os sons do coreto.
Parei frente ao prédio onde as minhas férias
eu passava com filhos e parentes.
Recordei-me dos amigos ausentes,
dos jantares, dos chopes, das pilhérias,
das prazenteiras noitadas de sábado,
brincando com os de nossa amizade.
Passa o tempo... A vida, de dedo em riste,
aponta o caminho que está traçado.
E eu recordei... E veio uma saudade...
E o meu soneto ficou triste...
in memoriam
Soneto tristeJosé Rodrigues Louzã
Pé de moleque
Menino pretinho
Vivia sujinho
Descalço, sem pão
Não tinha ninguém
Não tinha uma casa
Vivia sozinho
Dormia no chão...
Pé de moleque
Vendia jornais
Passava alegre
Apregoando
Notícias, notícias
Todos os dias
Pé de moleque
Um dia morreu
vi-o deitado,
Os jornais ao lado
Parecia dormindo...
E agora pensando
Pergunto a mim mesma:
Será que há no céu
Lugar reservado
Para pé de moleque
Menino pretinho
Que morreu tão sozinho
Sem pão sem ninguém?
O Bandeirante - Fevereiro 2015 5
Policiamento emMogi - GuaçuAntonio Carlos Lima Pompeo
O policiamento do Guaçu, durante a década de 1950, era feito por três soldados
– o Bastião, o Sr.André e o Vicentão. Os delegados utilizavam o sistema de rodízio
com frequência e os escrivães de polícia, muito respeitados por terem autoridade
quase de delegados, foram, respectivamente, os senhores Rafael Orlando Valente,
Osvaldo Lopes e, por fim, o Agenorzinho Carvalho, que possuía um Jaguar 1951
cinza, muito bonito, sobre o qual tecia diversos elogios quanto à potência e à direção,
que era ajustável dependendo da proximidade do motorista. Julgo que depois do
Fiat 1921 de meu avô, que era muito conservado, foi o automóvel que mais admirei
naqueles anos.
Os policiais, apesar de terem autoridade inerente ao cargo, eram extremamente
gentis, conheciam a maioria da população pelo nome, participavam das
comemorações e festividades como cidadãos comuns e, para mim, era impossível,
apesar de estarem sempre fardados, esperar deles qualquer atitude mais agressiva.
Muitas vezes quando eu dirigia com extremo orgulho o velho Fiat de meu avô pelas
ruas da cidade, ainda “menor de idade” e sem estar habilitado, passava algo acanhado
pelos soldados, porém os cumprimentava e era correspondido sem maiores
observações. Que saudades...!
A cadeia pública, situada na Rua Paula Bueno (até hoje conhecida como “rua
da cadeia”) era um edifício sóbrio, muito bonito, construído entre 1914 e 1915, cuja
arquitetura possuía as mesmas características das do grupo escolar e do clube
recreativo situado na Praça da Matriz e, se bem me recordo, da Câmara Municipal
localizada na rua da estação.
Após passar décadas sem reformas e em estado de deterioração, o prédio da
cadeia, já desativado, foi restaurado e transformado em museu. Não consigo, até
hoje, passar em frente a esse edifício sem admirá-lo e me ligar ao passado...
Apesar do relacionamento amistoso existente entre a polícia e os cidadãos,
havia um sentimento de respeito entre todos, a cidade era muito segura e com baixo
índice de criminalidade. Era comum que durante o dia as portas da frente das
residências permanecessem fechadas sem chave, ou mesmo abertas, para entrada e
saída dos membros das famílias, em geral numerosas, ou mesmo para as “passadas”
dos amigos mais íntimos.
Por outro lado, os deslizes de comportamento eram punidos sem muita
discussão ou julgamentos, em geral “no braço”. O jargão “joga no rio” era bastante
utilizado como forma de advertência para aqueles (principalmente forasteiros) que
saíam da linha.
(trecho do livro “Meus Tempos de Guaçu”)
Antiga cadeia pública, hoje Museu Histórico e
Pedagógico “Dr.Sebastião José Pereira” e
Museu Arqueológico “Hermínio Bueno”.
6 O Bandeirante - Fevereiro 2015
PeregrinaWilma Lúcia da Silva Moraes
Chamar mulher de vaca na India é elogio.***O que restará das instituições após o períodoLula (ele e a sucessora)? Com certeza serálembrado como um período nem cômico nemtrágico, mas manicômico.***Brasil, país do futuro. E que futuro! Máriode Andrade jamais imaginou a existência deMacunaíma, mas Lula superou a criação.***As associações para a promoção do bem comumno Brasil são conhecidas como “sociedadespilantrópicas.”***Como contribuição para melhorar o mundo,os nossos políticos criaram o ócio semdignidade.***Estatura (física e moral) diminuta. Soberbamegalomania. Para caracterizar sua era oulegado, sugiro uma imagem de fácilcomunicação, como a concha da Shel ou oelefante da Rhodia: os dedos indicador epolecar como a letra “C”, indicando otamanho da dose de sempre, das
branquinhas diárias desde que se deu porgente nosso pequeno grande estadista.Por isso tomamos esse porre e aguardamosa pior ressaca. Viva o Brasil de quemoPTou.***DívidaDi / vi / daDúvidaDe vida***Curioso como os políticos crescem depois demortos. Lula ficara do tamanho de suamegalomania.***Sou pela meritocracia. Mamãe tinha méritos.Batalhei sua nomeação. Mérito meu.***Prezo muito o esporte. Sou um decatleta.Pratico truco, tranca e outras modalidades naacademia da metais Deca.***Sofisticado. Ao exonerar, sempre se lembradas “metamorfoses” de Ovídio.
Salada com farofaJosé Leopoldo Lopes de Oliveira
Sou peregrina nas terras de não sei onde
nos tempos de não sei quando
nas lembranças de outras eras.
Ando descalça por rios, mares e desertos
por montanhas e geleiras, por campos, prados e planícies
à procura de mim mesma, faço essa travessia.
Sou peregrina dos sonhos, caminhante nas cidades,
conheço o bem e a maldade, provei a dor e a amargura.
Sou peregrina na vida, sou covarde e destemida
fugitiva, denegrida, mas confiante e bandida.
Pisando à beira de abismos, falo em sofismas, oro em poesias.
Sou peregrina entre dúvidas e certezas, na miséria e realeza,
procuro sonhos perdidos entre saudades e sombras.
Sou peregrina do tempo, nas tardes e nas manhãs,
nas noites de talismãs, nas madrugadas geladas.
Sou peregrina nos vales da fantasia
entre letras e poesias abrigo meu intelecto,
transformando meu aspecto
de sofredora heroína em poeta paladina.
O Bandeirante - Fevereiro 2015 7Livros em destaque
ANTONIO CARLOS LIMA POMPEO“Meus Tempos no Guaçu”Editora Prêmio - SPO livro narra o período compre-
endido entre os seis e dezoito anos
do autor, fase em que viveu com
seus pais na cidade de Mogi-
-Guaçu, no interior de São Paulo.
São abordados aspectos relaciona-
dos à cultura, costumes, condiçõessocioeconômicas e políticas, bem
como fatos pitorescos da época.
Sem ter objetivo de ser um
documentário histórico, o livro é um
registro de um período marcante na
vida do autor e sua família.
Contatos e aquisições pelo e-mail:[email protected]
O trecho abaixo é parte de umconto escrito por um dos autoresda SOBRAMES-SP, já publicadoanteriormente numa de nossasCOLETÂNEAS. Você consegueidentificar o autor?Resposta na próxima edição.
O trecho publicado na edição anteriorpertence à poesia “Exílio”, escrita
por Luiz Jorge Ferreira, que foipublicada na página 92 da “AntologiaPaulista” de 2005. Que tal reler essapoesia premiada na íntegra, além deoutros textos dos talentosos autoresda SOBRAMES guardados para semprenaquela edição?
Relendo
Guardados para sempre
WILMA LÚCIA DA SILVA MORAES(e outros autores)“Coletânea Via Palavra - 12” -Viapalavra Editorial - SPDécimo segundo volume da série
de coletâneas publicadas pelo
Espaço Literário “Nelly Rocha
Galassi”, da cidade de Americana,
na qual participam 26 autores com
prosas e poesias de vários estilos.
A confreira Wilma Lúcia Moraes,sobramista, é coautora da obra e
tem participado ativamente dessa
agremiação literária da cidade em
que reside. Para maiores
informações e aquisições do livro,
faça contato pelo e-mail:
Edição anterior
(...) Estou pronto para ir às estrelas /Coloquei as meias sujas dos últimospassos / Limpei com areia a lente cinzados óculos / E arrumei ideais sobre ideiase lembranças inúteis / Entre planosesquecidos, emudeci alguns dos meusgritos / E violentei minhas sombrasprojetadas na parede da sala.(...)
Anuidade 2015: contribua!A diretoria fixou a anuidade de 2015 em
R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais), que podem ser
pagos em 3 (três) cheques mensais de R$ 120,00 (cento
e vinte reais) para fevereiro, março e abril. Contudo, para
aqueles que puderem pagar até 28/02/2015, o valor será
de R$ 300,00. Tão logo seja efetuado o pagamento,
será encaminhado um recibo. O pagamento poderá ser
feito através de cheque, enviado ao primeiro tesoureiro:
Helio Begliomini - Rua Bias, 234 – Tremembé
CEP 02371-020 – São Paulo – SP
Colabore com a manutenção das atividades da
Sobrames-SP pagando em dia a anuidade!
Menu cultural em Maceió
(...) O bom velhinho já nem ligava
mais se as pessoas davam crédito à sua
palavra, pois o que realmente importava era
saber que Marieta lhe mandava sinais.
Nicolina e Conchetta estavam pensando em
levar Gino ao médico. Os amigos foram aos
poucos se afastando, porque imaginavam que
estava esclerosando, principalmente quando
ele vestia a ceroula por cima da calça! (...)
O presidente Carlos
Galvão participou, no último dia
31, do Projeto Menu Cultural,
realizado na tapiocaria Comadre
Fulô, em Maceió - AL. Ele e
Lilian Maial (Sobrames-RJ)
foram entrevistados pela nossa
confreira Anienne Nascimento,
uma das organizadoras do evento. Muita literatura,
música regional e o lançamento do livro de Galvão,
“Pensamentos Esparsos”, com a calorosa recepção
da anfitriã Claudia Rejane, da Comadre Fulô.
Olhar Paulista
CALOR HUMANO E TALENTOSAs elevadas temperaturas paulistanas se refletiram na primeira Pizza
Literária de 2015. Um ambiente caloroso, mas em termos de alegria
e descontração. Mesmo com algumas ausências devido ao período
de férias, houve um bom comparecimento, os textos expressaram
excelente qualidade e recebemos com carinho a visita da médica
dermatologista Yara Rangel de Castro.
PRÊMIO RODOLPHO CIVILEDurante a Pizza Literária de 15 de janeiro, realizou-se a entrega do Prêmio de
Assiduidade 2014 para Marcos Gimenes Salun, Márcia Etelli Coelho (Categoria
Grande São Paulo) e para o próprio Rodolpho Civile (Categoria Interior). Aliás,
muitos confrades também mereceriam essa distinção, pois muitas vezes enfrentaram
trânsito, alagamentos e passeatas, conscientes de que suas presenças são
fundamentais para tornar o nosso encontro mensal cada vez mais agradável.
E por falar em Rodolpho Civile, parabéns a ele que no dia 25 de janeiro completou
90 anos de existência, conservando o bom humor e a simpatia, e abrilhantando nossas
Pizzas Literárias com suas sempre interessantes crônicas.
TUTU LITERÁRIOInspirados na Pizza Literária, a
sobramista Alitta Guimarães
Reis e seu marido, Ricardo
Tinoco, idealizaram a
Associação Literária do Sul de
Minas. Com o apadrinhamento
de Carlos Augusto Ferreira
Galvão e de Marcos Gimenes
Salun, o projeto visa estimular a
arte de escrever através de
concursos, publicações e
reuniões periódicas em São
Lourenço, saboreando a
deliciosa comida mineira. Para
participar, informe-se com o
Ricardo Tinoco - Caixa Postal
184 - São Lourenço - MG -
CEP 37470-000 - telefone
(35) 9238.1912 ou com Alitta,
através do e-mail:
SOBRAMESNA GUATEMALA
Seis confrades da Sobrames-SP tiveram seus textos
publicados em português e espanhol na “Antologia
Latinoamericana” do I Congreso Guatemalteco e X
Congreso Latinoamericano de Médicos Escritores,
que aconteceu de 22 a 25 de outubro de 2014 em
Guatemala-Antigua. São eles: Alcione Alcântara
Gonçalves, José Rodrigues Louzã, Josyanne Rita de
Arruda Franco, Márcia Etelli Coelho, Marcos
Gimenes Salun e Maria do Céu Coutinho Louzã. A
obra tem 275 páginas e contém a produção de
médicos de 11 países latino-americanos que
abrilhantaram aqueles eventos literários.
PERDAS LAMENTÁVEISCom pesar registramos duas lamentáveis perdas ocorridas no mês de janeiro.
Faleceu no dia 25 o dr. Carlos Luiz Campana, que presidiu a regional paulista
no biênio 1994/1996; e no dia 27 o dr. José Rodrigues Louzã, que, por longos
anos, abrilhantou a produção literária da Sobrames-SP com seus escritos.CampanaLouzã