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POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ
DIRETORIA DE ENSINO
ACADEMIA POLICIAL MILITAR DO GUATUPÊ
ESCOLA DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS
Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER
ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
2010
Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER
ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
Monografia apresentada como requisito à conclusão do Curso de Formação de Oficiais Bombeiros-Militares realizado junto à Academia Policial Militar do Guatupê. Orientador de conteúdo: 1° Ten. Depetris. Orientador Metodológico: Cap. Blasius.
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS
2010
TERMO DE APROVAÇÃO
Asp. Of. BM EDUARDO NIEDERHEITMANN HUNZICKER
ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
Monografia aprovada como requisito parcial à conclusão do Curso de Formação de
Oficiais realizado junto à Academia Policial Militar do Guatupê, pela seguinte banca
examinadora:
Orientador de conteúdo: 1° Ten. Depetris Corpo de Bombeiros do Paraná Orientador metodológico: Cap. Blasius Academia Policial Militar do Guatupê Avaliador: Cap. Sanches Corpo de Bombeiros do Paraná
São José dos Pinhais
2010.
A Martha Niederheitmann, minha Avó.
Uma mulher de fibra
Waltraudt Niederheitmann, minha mãe.
Que é um exemplo de vida.
Giselli Nascimento, minha namorada.
Batalhadora e companheira.
Obrigado, por fazerem parte da minha vida!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus que me deu força e sabedoria para que eu
pudesse alcançar meus objetivos. Ao meu orientador metodológico Cap. Blasius que
sempre se dispôs a atender e mostrar o melhor caminho, ao meu orientador de
conteúdo Ten. Depetris que me instruiu com dicas importantes para e execução
desta monografia. A todos os instrutores que de alguma forma contribuíram para
reflexão e realização deste trabalho. Agradeço também minha família que me apóia
incondicionalmente mesmo em momentos que estive distante devido à finalização
deste projeto. Em especial minha namorada que com muita paciência entendeu
meus momentos de ausência. Ao Comandante do Primeiro Grupamento de
Bombeiros do Paraná que muito solicito abriu as portas da instituição para
pesquisas de campo a fim de se obter dados palpáveis a respeito do salvamento
veicular.
O Dia que não Terminou
Me sinto tão estranho aqui que mal posso me mexer, irmão
no meio dessa confusão não consigo encontrar ninguém
Onde foi que você se meteu, então?
tô tentando te encontrar tô tentando me entender
as coisas são assim
Meus olhos grandes de medo revelam a solução,
meu coração tem segredos que movem a solidão.
Me sinto tão estranho aqui
diferente de você, irmão a sua forma e distorção
não pareço com ninguém, sei lá
Pois eu sei que nós temos o mesmo destino tô tentando me encontrar tô tentando me entender
Por que tá tudo assim? .
Tico Santa Cruz – Poema Música que relata o desespero de uma vítima ao
sofrer um acidente de trânsito.
RESUMO
Compete ao Corpo de Bombeiros realizar serviços de prevenção e de extinção de incêndios, simultaneamente com o de proteção e salvamento de vidas e material nos locais de sinistro, bem como o de busca e salvamento, prestando socorros em caso de afogamento, inundações, desabamentos, acidentes em geral, catástrofes e calamidades públicas, dentre todas estas atividades este trabalho visa mostrar e abordar um conjunto dos melhores procedimentos nos processos de estabilização veicular afim de não somente assegurar a vida das vitimas de um acidente automobilístico como também a dos resgatistas. O foco principal é analisar os equipamentos disponíveis para os procedimentos de estabilização, conhecer as habilidades, equipamentos e treinamentos da guarnição para uma melhor operacionalização no momento da prestação do socorro. A primeira fase da análise a partir de dados dos questionários levantou a disponibilidade de equipamentos de estabilização veicular no ABTR do Quartel Central do Corpo de Bombeiros, verificou também o conhecimento por parte da guarnição do uso dos equipamentos de estabilização e procedimentos adotados para uma correta estabilização veicular. Todos os dados coletados através das pesquisas desenvolvidas trouxeram informações significativas sobre os materiais de estabilização e possíveis ações para transformar os processos padrões e ter maior excelência na atuação.
Palavras-chave: Estabilização Veicular, Salvamento, Salvamento Veicular,
Automóveis.
ABSTRACT
It is up for the Fire Fighter Department perform services for preventing and extinguishing fires, together with the protection and rescue of lives and material of losses, as well as search and rescue, providing emergency assistance in case of drowning, floods, landslides, accidents in general, disasters and calamities, among all these activities and display this work aims to address a set of best practices in the stabilization processes in order to convey not only ensure the life of the victims came from a car accident but also the lives of the redeemed. The main focus is to analyze the available equipment for the procedures of stabilization, learn the skills, equipment and training of the garrison to be a better operation at the time of providing relief. The first phase of analysis based on data from the questionnaires raised the availability of equipment to stabilize vehicular ABTR in the Central Headquarters of the Fire Department, also found the knowledge by the use of the equipment lining the stabilization and procedures adopted for proper stabilization convey. All data collected through surveys conducted have brought significant information on the materials stabilization and possible actions to transform the processes and patterns have greater excellence in performance.
Key-words: Stabilization Vehicular, Rescue Vehicle, Rescue, Vehicle.
LISTAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICO 1 - ACIDENTES DE TRÂNSITO NO PARANÁ ............ ......... 17
GRÁFICO 2 - ACIDENTES DE TRÂNSITO NO QUARTEL CENTRAL... 18
GRÁFICO 3 - REFERENTE À PERGUNTA 01 DO QUESTIONÁRIO .... 67
GRÁFICO 4 - REFERENTE À PERGUNTA 04 DO QUESTIONÁRIO .... 68
GRÁFICO 5 - REFERENTE À PERGUNTA 05 DO QUESTIONÁRIO .... 69
GRÁFICO 6 - REFERENTE À PERGUNTA 06 DO QUESTIONÁRIO .... 70
GRÁFICO 7 - REFERENTE À PERGUNTA 07 DO QUESTIONÁRIO .... 71
FIGURA 1 - QUADRO MÉTODO SAVER ............................................ 20
FIGURA 2 - ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL .......................................... 22
FIGURA 3 - SINALIZAÇÃO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA ............... 23
FIGURA 4 - SINALIZAÇÃO DO LOCAL DA OCORRÊNCIA ............... 23
FIGURA 5 - ÁREA QUENTE ................................................................ 25
FIGURA 6 - ÁREA MORNA .................................................................. 25
FIGURA 7 - ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ........................................... 28
FIGURA 8 - LINHA HORIZONTAL ....................................................... 29
FIGURA 9 - LINHA VERTICAL ............................................................. 30
FIGURA 10 - LINHA LATERAL .............................................................. 30
FIGURA 11- LINHA LATERAL .............................................................. 31
FIGURA 12 - LINHA LATERAL .............................................................. 31
FIGURA 13 - AIRBAG ............................................................................ 33
FIGURA 14 - AIRBAG FRONTAL .......................................................... 35
FIGURA 15 - AIRBAG LATERAL ........................................................... 36
FIGURA 16 - FUNCIONAMENTO DO AIRBAG ..................................... 37
FIGURA 17- LOCALIZAÇÃO DO AIRBAG ............................................ 40
FIGURA 18 - MODULO DE CONTROLE DO AIRBAG .......................... 41
FIGURA 19 - DISPOSITIVO DE PROTEÇAO DO AIRBAG ................... 41
FIGURA 20 - PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA ............. 44
FIGURA 21 - PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA ............. 45
FIGURA 22 - STEPCHOCK (CALÇO TIPO ESCADA) .......................... 47
FIGURA 23 - CUNHAS DE ESTABILIZAÇÃO ....................................... 48
FIGURA 24 - CALÇOS .......................................................................... 49
FIGURA 25 - CALÇOS DE MADEIRA .................................................... 51
FIGURA 26 - CALÇOS DE MADEIRA .................................................... 51
FIGURA 27 - CALÇOS DE POLIETILENO ............................................ 52
FIGURA 28 - BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO ........................................ 53
FIGURA 29 - BRAÇOS DE ESTABILIZAÇÃO ....................................... 52
FIGURA 30 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 54
FIGURA 31 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 55
FIGURA 32 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 55
FIGURA 33 - TRIÂNGULO DE ESTABILIZAÇÃO ................................. 56
FIGURA 34 - CILINDRO HIDRÁULICO ................................................ 56
FIGURA 35 - CILINDRO HIDRÁULICO ................................................ 57
FIGURA 36 - ALMOFADAS PNEUMÁTICAS ....................................... 58
FIGURA 37 - ALMOFADAS PNEUMÁTICAS ....................................... 58
FIGURA 38 - ESTABILIZAÇÃO EM 4 PONTOS ................................... 60
FIGURA 39 - ESTABILIZAÇÃO 3 APOIOS ........................................... 61
FIGURA 40 - VEÍCULOS ALTOS ........................................................... 61
FIGURA 41 - ESTABILIZAÇÃO EM 3 PONTOS .................................... 62
FIGURA 42 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 62
FIGURA 43 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 63
FIGURA 44 - VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ......................... 63
FIGURA 45 - VEÍCULO CAPOTADO ..................................................... 64
LISTA DE SIGLAS
ABTR - Auto Bomba Tanque Resgate
CBPMPR - Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná
GB - Grupamento de Bombeiros
NFPA - National Fire Protection Association (Norma Norte Americana de
Proteção e Prevenção de Incêndios).
PMPR - Polícia Militar do Guatupê
RAVM - Rescate em Accidentes de Vehiculos Motorizados
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 15 1.1 QUESTÃO NORTEADORA ....................................................................... 15 1.2 OBJETIVOS. .............................................................................................. 16 1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................... 16 1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................. 16 2 ACIDENTES DE TRÂNSITO ENVOLVENDO VEÍCULOS........................... 17 3 SALVAMENTO VEICULAR ......................................................................... 19 3.1ENCARCERAMENTO ................................................................................ 19 3.2 DESENCARCERAMENTO ........................................................................ 19 3.3 MÉTODO SAVER ...................................................................................... 19 3.3.1 Quadro método Saver.............................................................................. 20 4 ESTABILIZAÇÃO ......................... ............................................................... 21 4.1 ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL .................................................................... 21 4.1.1 Sinalizar o Local da Ocorrência............................................................... 23 5 ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES ....................................... 24 5.1 ZONA QUENTE ......................................................................................... 24 5.2 ZONA MORNA . ......................................................................................... 25 6 ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ..................................................................... 26 6.1 Linha Horizontal ......................................................................................... 29 6.2 Linha Vertical ............................................................................................. 30 6.3 Linha lateral ..... ......................................................................................... 30 7 AIRBAG ....................................................................................................... 33 7.1 SURGIMENTO DO AIRBAG....................................................................... 33 7.1.1 Década de 1960 ...................................................................................... 33 7.1.2 Década de 1970 ...................................................................................... 34 7.1.3 Década de 1980 ...................................................................................... 34 7.1.4 Década de 1990 ...................................................................................... 34 7.1.5 Início do Século XXI ................................................................................ 35 7.2 MODELOS DE AIRBAG............................................................................. 35 7.3 FUNCIONAMENTO DO AIRBAG............................................................... 36 7.4 LOCALIZAÇÃO DO AIRBAG...................................................................... 39 7.5 ESTABILIZAÇÃO DO AIRBAG................................................................... 40 8 PRÉ-TENSORES DO CINTO DE SEGURANÇA.......................................... 43 8.1 SISTEMA MECÂNICO................................................................................ 43 8.2 SISTEMA PIROTÉCNICO.......................................................................... 45 9 MATERIAIS UTILIZADOS NA ESTABILIZAÇÃO DE VEÍCULOS 46 9.1 FERRAMENTAS MANUAIS PARA O SALVAMENTO VEICULAR ......... 46 9.1.1 Stepchock (Calços tipo Escada)............................................................ 47 9.1.2 Blocos de Estabilização......................................................................... 48 9.1.3 Capacidade de Carga dos Calços de Madeira...................................... 50 9.1.4 Braços Estabilizadores ......................................................................... 53 9.1.5 Triângulo de Estabilização.................................................................... 54 9.2 ALMOFADAS PNEUMÁTICAS................................................................ 57 9.2.1 Almofadas de Alta Pressão................................................................ 57 9.2.2 Almofadas de Baixa Pressão................................................................ 58 10 PROCEDIMENTOS PARA ESTABILIZAÇÃO VEICULAR ...................... 60
10.1 VEÍCULOS EM POSIÇÃO NORMAL........................................................ 60 10.1.1 Sistema com 3 Pontos .......................................................................... 60 10.1.2 Vantagens do sistema com 3 Pontos................................................... 61 10.1.3 Desvantagens do sistema com 3 Pontos............................................... 61 10.2 PROCEDIMENTO COM VEÍCULOS DE MAIOR ALTURA...................... 61 10.3 SISTEMA DE 3 PONTOS COM BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO ........... 62 10.4 VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE ............................................... 62 10.5 VEÍCULO CAPOTADO ........................................................................... 64 11 METODOLOGIA ........................................................................................ 65 11.1 QUESTIONÁRIO ..................................................................................... 65 11.1.1 Vantagens e Desvantagens do Questionário ....................................... 66 11.1.2 Resultado da Pesquisa com a Guarnição do Quartel Central ............. 67 12 CONCLUSÃO ............................................................................................ 72 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 73
15
1 INTRODUÇÃO
A grande quantidade de veículos que circulam diariamente pelas ruas das
principais cidades brasileiras, os congestionamentos que se formam, a falta de
educação no trânsito tanto dos motoristas quanto dos pedestres, as altas
velocidades, a deficiência na sinalização viária, entre muitos outros fatores formam
os ingredientes necessários para se obter os altos índices de acidentes
automobilísticos encontrados em nosso país.
Este alto índice de acidente não preocupa somente as autoridades de
trânsito e companhias de seguros, deixam em alerta também as equipes de
Salvamento e Resgate dos Corpos de Bombeiros, que atuam no momento do
sinistro e necessitam cada vez mais de equipamentos que os auxiliem para atuar de
forma a garantir a integridade da vítima e dos resgatistas.
Para isso são necessários conhecimentos de um conjunto de procedimentos
e ferramentas a fim de estabilizar e evitar quaisquer movimentos na estrutura do
veículo, em qualquer posição que ele se encontre.
O processo de estabilização veicular necessita ser feita de forma rápida e
adequada com a finalidade de prevenir acidentes com as vítimas e criar rapidamente
uma zona segura para os profissionais que nela irão atuar.
1.1 QUESTÃO NORTEADORA
Verificar a disponibilidade de equipamentos para estabilização veicular no
ABTR do quartel Central do Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Paraná, e
procedimentos adotados no momento do resgate veicular.
16
1.2 OBJETIVOS
O corpo de Bombeiros tem como principal objetivo a execução de atividades
de defesa civil, prevenção e combate a incêndio, buscas, salvamentos e socorros
públicos, além de outras funções definidas em lei.
Dentre todos os deveres e obrigações de segurança destaca-se neste
projeto a necessidade de zelar com total eficiência pela vida da vitima como também
pela segurança dos resgatistas que ocupam um papel muito importante no
salvamento veicular. A estabilização veicular é parte fundamental, pois é o primeiro
passo para o salvamento veicular tornar-se seguro tanto para a vítima quanto para
os resgatistas.
1.2.1 Objetivo Geral:
Analisar a existência de material de estabilização veicular no ABTR do posto
Central do 1° GB do CBPMPR e quais procedimentos são adotados no momento do
resgate veicular.
1.2.2 Objetivos Específicos:
Foram estipulados como objetivos específicos o levantamento dos materiais
utilizados para estabilização veicular e verificação da doutrina da guarnição neste
tipo de atendimento onde destacam-se :
a) Levantar os materiais utilizados para estabilização veicular existentes no
ABTR do quartel Central do 1°GB do CBPMPR.
b) Apresentar as necessidades e características dos materiais usados para
estabilização veicular.
c) Técnica da equipe resgatista no uso dos equipamentos existentes.
17
2 ACIDENTES DE TRÂNSITO ENVOLVENDO VEÍCULOS
Segundo dados estatísticos do SYSBM-CCB (Sistema de Registro e
Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná), os acidentes de
trânsito já são a maior causa de mortes no ano de 2009 em todo o Paraná. Vários
fatores contribuem para suas causas e o grande propósito do Corpo de Bombeiros é
tentar minimizar os efeitos, tais efeitos referem-se ao fator humano no atendimento a
vítima. O grande objetivo é conseguir que uma vitima de encarceramento chegue ao
hospital nas mesmas ou em melhores condições daquelas em que se encontrava
quando a equipe de socorro iniciou seu trabalho.
Conforme dados estatísticos levantados, pelo SYSBM-CCB (Sistema de
Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná), no ano de
2009 o total de ocorrências atendidas demonstra o seguinte gráfico.
Gráfico 1
Fonte:Sistema de Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros
do Paraná Período 2009
18
Gráfico 2
Fonte:Sistema de Registro e Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros
do Paraná Período 2009
Tais registros demonstram cada vez mais a necessidade de guarnições
treinadas, funções específicas, materiais e equipamentos adequados que são de
vital importância para a diminuição destes números.
19
3 SALVAMENTO VEICULAR
Salvamento Veicular é o procedimento utilizado para localizar, estabilizar,
acessar, imobilizar, remover e transportar vítimas que estejam presas às ferragens
de um veículo acidentado.
3.1 ENCARCERAMENTO
Define-se encarcerada toda pessoa que, tendo sofrido um acidente se
encontre confinada em um espaço do qual não pode sair pelos seus próprios meios,
quer devido a lesões sofridas quer por estar presa pelas ferragens.
3.2 DESENCARCERAMENTO
O desencarceramento consiste na extração da vitima encarcerada,
retirando-a nas mesmas condições ou em condições mais estáveis do que aquelas
em que se encontrava quando as ações de socorro tiveram início.
Assumindo que não existem dois acidentes iguais, as equipes de
desencarceramento devem seguir uma metodologia previamente estabelecida, sob a
forma de procedimentos de salvamento sistematizado, que oriente a sua atuação.
Esta metologia devera ser suficientemente flexível para ser aplicada nos diferentes
cenários que poderão ser encontrados nas diversas intervenções.
3.3 MÉTODO SAVER™
MÉTODO SAVER™ ‘(Systematic Approach to Victim Entrapment Rescue),
consiste na Aproximação Sistematizada para o Salvamento de Vítimas
Encarceradas, destaca-se através das seguintes fases:
20
a) Reconhecimento;
b) Estabilização;
c) Abertura de Acessos;
d) Cuidados Pré-Hospitalares;
e) Criação de espaços;
f) Extração;
g) Avaliação e treino.
3.3.1 Quadro Método Saver
Figura 1
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 13.
21
4 ESTABILIZAÇÃO
Existem três grandes tipos de estabilização segundo a Escola Nacional de
Bombeiros de Portugal (ENB):
a) Estabilização do Local – Veículos ou objetos instáveis que ofereçam perigo
durante as operações de socorro.
Estabilizar o local é a garantia de segurança no teatro de operações.
Deve-se verificar a segurança ou a existência de perigo para a equipe de
socorros, para as vitimas e para os curiosos.
b) Estabilização dos Veículos – Veículos acidentados com pessoas
encarceradas no seu interior, serve para não agravar a situação das vitimas
devido a movimentação desnecessária.
c) Estabilização Progressiva – São as cargas (incluindo o próprio veiculo) que
durante e após a operação de utilização de equipamentos de elevação devem
ser calçadas progressivamente ao seu levantamento.
4.1 ESTABILIZAÇÃO DO LOCAL
Para garantir a segurança no teatro de operações, é necessário criar uma
área de trabalho segura ao redor do veículo acidentado e no seu interior, verificando
sempre a existência de riscos, tais como:
a) Trânsito;
b) Incêndio;
c) Vazamentos de gás, derramamento de combustíveis ou presença de produtos
perigosos;
d) Veículos ou cargas instáveis;
e) Airbags e pré-tencionadores de cinto não ativados;
f) Queda de cabos elétricos;
As medidas de segurança para minimizar os riscos deverão ser adotadas
antes do início das ações de desencarceramento.
22
Para garantir que o atendimento seja executado de forma segura alguns
cuidados devem ser tomados.
A equipe de socorro deve utilizar vestuário e equipamento de proteção
individual adequados, no caso do Bombeiro do Paraná pode ser utilizado o EPI de
Combate a Incêndio completo, pois somente o Brim não protege contra cortes que
possam acontecer pelas ferragens dos veículos acidentados.
O local do resgate deve estar protegido. O motorista da 1ª viatura que
chegar ao local deverá estacionar a uma distância aproximada de 10 metros, sendo
que esta distância poderá ser alterada caso seja verificado algum risco adicional,
como vazamento de produtos perigoso, etc. A viatura deverá ser usada como uma
proteção para o local, devendo ser parada em diagonal, fechando a faixa do
acidente, bem como a faixa ao lado, protegendo desta forma as vítimas e as
guarnições que trabalham no acidente.
Figura 2
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre - coletânea de manuais técnicos
de bombeiros de São Paulo.(Pag. 164)
Um detalhe importante a ser observado pelas equipes de socorro e
principalmente pelo motorista é que as rodas da viatura deverão estar voltadas para
fora do local do acidente, pois se a viatura sofrer uma colisão na traseira não será
lançada contra as guarnições e autos acidentados (figura 2).
Deverão ser deixados os sinais luminosos ligados, para maior sinalização e
proteção do local de ocorrência.
23
4.1.1 Sinalizar o Local da Ocorrência
Sinalização é a forma de indicação ou advertência quanto à existência de
obstáculos ou riscos. Nas vias, a disposição dos cones é definida em função do fluxo
de veículos registrado no local, da velocidade permitida para a via, pela legislação, e
das características e condições do local.
Figura 3 (Mão única - Estacionamento em local permitido pelo CTB)
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre;coletânea de
manuais técnicos de bombeiros de São
Paulo.(Pág.167)
Figura 4 (Mão única - Estacionamento em local não permitido pelo CTB)
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre; coletânea de
manuais técnicos de bombeiros de São
Paulo.(Pág.167)
24
5 ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES
É vital estabelecer, o mais precocemente possível o controle do teatro de
operações. Se não se conseguir controlar o local do acidente, todo o trabalho estará
comprometido, sendo praticamente impossível proceder a um salvamento
sistemático.
O controle do teatro de operações implica o estabelecimento da área de
trabalho composta por:
a) Zona de Trabalho Interna, também chamada de zona quente.
b) Zona de Trabalho Externa, também chamada de zona morna.
5.1 ZONA QUENTE
A zona quente é um espaço limitado por uma linha imaginária afastada cerca
de cinco metros ao redor do acidente. (Fig. 5). Tem acesso a esta zona apenas as
equipes de desencarceramento e pré-hospitalar.
25
Todos os destroços devem ser removidos para fora desta zona, afim de manter esta
área limpa, pois toda a ação de socorro ocorre neste local.
Figura 5
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 24.
5.2 ZONA MORNA
É um local delimitado com cerca de 10 metros ao redor do acidente,
demarcada no seu limite exterior por fita de balizamento. No seu interior devem ter
áreas de deposito de destroços, equipamento de desencarceramento, equipamento
de pré hospitalar assim como as viaturas e algum outro equipamento complementar.
26
Figura 6
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 25.
6 ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
O Dicionário Michaelis define estabilizar: Tornar estável, inalterável; Tornar-se firme, sólido.
A definição de Estável: em repouso; que não se desloca; não sujeito a mudanças; que permanece firme; que está bem assente; seguro; inalterável; sólido.
Antes de iniciar qualquer manobra no veículo acidentado, é necessário que
ele seja estabilizado a fim de evitar riscos adicionais para o resgate, para o
socorrista ou para a vítima. Esta estabilização deve obedecer alguns princípios,
deve manter o veículo seguro, deve manter o veículo imóvel, deve ser simples e de
fácil memorização e deve ser de rápida utilização. Analisando estatísticas de vítimas
com agravamento de lesões e seqüelas após atendimentos realizados por equipes
de emergência, foram criados simuladores humanos; os quais foram utilizados no
interior de veículos submetidos a testes de impactos, verificando-se então a
27
necessidade da estabilização do veículo por calços antes das operações de
salvamento para acesso às vítimas, diminuindo ou cessando balanços e movimentos
nos veículos e por conseqüência nas vítimas. Movimentos estes suficientes para um
agravamento de lesão. Logo a estabilização é de suma importância tanto para a
preservação da vítima quanto para segurança da equipe que atuará no local, não
devendo de forma alguma ser negligenciada pondo em risco o sucesso do resgate.
Os veículos não estabilizados são veículos inseguros. Sua instabilidade é
um interesse da segurança do paciente preso e ferido e a todos os envolvidos na
emergência. O movimento inesperado do veículo pode agravar os ferimentos
existentes no pacientes ou causar ferimento as pessoas que estão trabalhando na
cena do acidente.
Quando se deparar com um veículo que seja envolvido em uma cena de
acidente a guarnição de salvamento deve se atentar para alguns detalhes:
Reconhecer que um veículo instável apresenta um ambiente inseguro na cena do
acidente automobilístico para todos os envolvidos na cena de emergência.
Determinar que tipo de estabilização o veículo irá necessitar. Determinar se há
algum risco potencial de segurança ou de prováveis acidentes que possam ocorrer
durante a realização da estabilização do veículo. Determinar as ferramentas, o
equipamento e as técnicas mais apropriadas necessárias há estabilização do
veículo.
O uso de equipamento adequado de estabilização veicular torna toda a cena
do acidente segura tanto para a vítima quanto para os resgatistas.
A estabilização do veículo é uma evolução do salvamento veicular por isso
dever ser utilizada em todos os salvamentos e retiradas de vítimas.
A estabilização em incidentes rotineiros (aquelas consideradas relativamente
mais simples) pode ser negligenciada e mal interpretada podendo causar
complicações principalmente a vítima que, por exemplo: no momento em que está
com sua coluna cervical sendo imobilizada pelas mãos de um socorrista e seu
companheiro adentra ao carro para auxiliá-lo, acaba fazendo com que o carro se
movimente lateralmente podendo agravar a lesão desta vítima.
Uma correta estabilização do veículo produz um ambiente mais seguro de
trabalho.
28
Figura 7
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 288.
As linhas imaginárias originárias de um ponto central dentro de um carro
representam os sentidos potenciais em que o veículo sem estabilização pode se
mover.
Para compreender os movimentos potenciais de um veículo e suas
conseqüências, é necessário imaginar uma série de linhas que passam no veículo,
conforme mostra a figura 7.
Todas as linhas passam por um ponto central imaginário que se aproxima do
ponto central dos bancos dianteiros (este ponto central imaginário difere conforme o
modelo do veículo). Cada linha imaginária representa uma linha reta sobre qual a
estrutura inteira do veículo girará ou tenha tendência de giro. Estas linhas básicas
são as seguintes:
29
6.1 Linha (horizontal) longitudinal à linha central.
É uma linha horizontal e passa através do ponto central imaginário do
compartimento de passageiro.
Figura 8
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.
30
6.2 Linha vertical da linha central.
Uma linha vertical selecionada de um ponto acima do teto do veículo que
passa pelo ponto central e termina ao nível do solo abaixo da área da estrutura.
Figura 9
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.
6.3 Linha lateral da linha central.
Uma linha horizontal distal ao ponto central de equilíbrio do veículo.
Figura 10
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.
31
Figura 11
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.
Figura 12
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 289.
Estas linhas servem como uma referência no momento em que for realizada
a estabilização do veiculo, pois um veículo instável pode se mover nestes cinco
sentidos básicos.
Todo o esforço para estabilizar um veículo, é para impedir que esse se
movimente em cada um destes sentidos citados. Os resgatistas devem
conseqüentemente fixar o veículo na posição em que se encontra. Os veículos
instáveis têm algum grau de contato com o solo e pode ser medido em centímetros
ou metros quadrados da área de contato. As atividades apropriadas de estabilização
do veículo aumentarão a área de contato com o solo e imobilizarão o sistema de
suspensão dos veículos, minimizando os movimentos não desejados.
32
O veículo danificado pode ser encontrado em muitas posições após uma
colisão, as evoluções da estabilização serão mostradas a seguir.
Todos os autos acidentados deverão ser estabilizados, independentes da
forma que ficaram após o acidente, utilizando o jogo de calços de salvamento e caso
necessário utilizando além dos calços, cordas, braços de estabilização extensores e
almofadas pneumáticas em capotamentos ou tombamentos.
Durante a estabilização, é preciso considerar a possibilidade de
derramamento de líquido da bateria ou de combustível, bem como de virem a ser
ativados os airbags ou Pré-tensores dos cintos de segurança.
33
7 AIR BAG
7.1 SURGIMENTO DO AIR BAG
A General Motors teve papel fundamental no surgimento do air bag, ao
inventar algumas ferramentas para validar a proteção do ocupante, como a família
de "dummies Hybrid III", que é "standard" na indústria automotiva para impacto
frontal.
7.1.1 Década de 1960
- Nos EUA, a GM designou um grupo de engenheiros e especialistas em
biomecânica para desenvolver "air bag" frontal. A figura a seguir mostra os primeiros
"air bags" protótipos da GM:
Figura 13
Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm em:
28/07/2010
34
7.1.2 Década de 1970:
A indústria e o governo intensificam a busca por tecnologias que reduzam o
número de fatalidades; A GM monta 1000 veículos nos EUA equipados com air bags
experimental, disponibilizando para a frota de consumidores para testes; O primeiro
equipado com air bag do passageiro disponível para venda foi o Oldsmobile
Toronado em 1974.
7.1.3 Década de 1980:
"Air bags" do motorista começam a aparecer no mercado; Governo inicia
"phase-in" da obrigatoriedade de "air bags" frontais; Na mesma época, a GM oferece
air bag do motorista no Oldsmobile 98 e Delta 88.
7.1.4 Década de 1990:
GM é a primeira montadora nos EUA a oferecer veículos com airbag dos
dois lados: do motorista e do passageiro; Em 1997, a GM dos EUA oferece air bags
laterais, pela primeira vez; Em 1998, uma lei federal americana estabelece que
todos veículos devem ter airbag do motorista e passageiro de série.
35
7.1.5 Início do século XXI:
Nos EUA, o Saturn 2001 passa a oferecer "air bag" de cortina; No mesmo
ano, air bags frontais de duplo estágio se tornam equipamentos de série no
Chevrolet Impala, Monte Carlo, Pontiac Bonneville, Oldsmobile Aurora e Buick
LeSabre.
Quanto a tecnologias futuras, os seguintes tipos de air bags estão em estudo:
- "Air bag" para os pés
- "Air bag" para joelho
- "Air bag" no cinto de segurança
- "Air bag" no capô para pedestres
7.2 MODELOS DE AIRBAG
a) Airbag frontal para motorista e passageiro
Figura 14
Fonte:http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htmem:28/7/10
36
b) Airbag lateral para tórax ou para tórax e cabeça.
c) Airbag lateral do tipo cortina para a cabeça.
Figura 15
Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm em:
28/07/2010
7.3 FUNCIONAMENTO DO AIR BAG
O "Airbag" é uma proteção complementar ao cinto de segurança, uma vez
que o uso de cinto pelos ocupantes garante a maior parte da proteção.
O volume de gás usado para encher o airbag dos carros em um veículo de
passeio é de cerca de 60 litros no lado do motorista, e o dobro disso no do carona.
Não é algo que caiba dentro do volante de um carro. Essa questão assombrou
engenheiros por mais de 30 anos – o airbag, concebido no final da 2ª Guerra, só
veio a ser produzido a partir dos anos 80. E a solução foi dispensar os cilindros de
gás: ele é produzido quimicamente apenas quando um acidente acontece.
O processo todo – da batida do automóvel à inflação total da bolsa – demora
dois décimos de segundo. Para identificar a colisão, os carros com airbag possuem
um sensor que detecta desacelerações bruscas. Mas não é qualquer solavanco que
dispara o dispositivo. O sensor mede constantemente as variações de aceleração e
37
envia os dados para um microprocessador, que os compara a modelos gravados em
sua memória. "Quando o carro passa numa lombada, por exemplo, ele sofre uma
desaceleração que, fisicamente, é muito diferente daquela de uma batida", diz
Rodrigo Morais, engenheiro de segurança veicular da Volkswagen. Em caso de
colisão, o sistema dispara um sinal elétrico para uma caixa no volante – que contém
a bolsa do airbag e as substâncias que geram gás.
Então a corrente elétrica rompe um lacre que separa duas substâncias
sólidas (geralmente, azida de sódio e nitrato de potássio). Quando elas reagem,
liberam gás nitrogênio. A caixa é blindada, pois o contato entre os dois materiais é
uma verdadeira explosão, capaz de gerar 2 mil litros de gás por segundo, o
suficiente para encher o airbag do carona em apenas 60 milésimos de segundo.
Figura 16
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 6.
38
O "air bag" frontal é calibrado para se comportar segundo a tabela a seguir:
TIPO DE
COLISÃO
FRONTAL
CARACTERÍSTICAS DA COLISÃO TIPO DE
PROTEÇÃO
Baixa a
média
intensidade
- Pouca troca de energia (deformação
apenas em partes de acabamento e/ou
não estruturais do veículo).
- Pouco ou nenhum contato dos
ocupantes com partes internas do
veículo.
Cinto de
segurança
Média
intensidade
- Significativas deformações na
travessa frontal do chassi, suspensão
e/ou subframe, porém sem ocorrer
diminuição significativa do
compartimento do motor.
- Contato dos ocupantes com partes
internas do veículo, porém sem
possibilidade de ocorrer ferimentos
graves e/ou com seqüelas
permanentes.
Cinto de
segurança + Pré-
tensionador
Média a alta
intensidade
- Grandes deformações estruturais com
ou sem redução do espaço de
sobrevivência dos passageiros.
- Impacto dos ocupantes com partes
internas do veículo, com risco provável
de ocorrência de ferimentos graves
e/ou seqüelas permantentes.
Cinto de
segurança + Pré-
tensionador + Air
bag
Quadro 1
Fonte: http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm 28/07/2010
39
7.4 LOCALIZAÇÃO DOS AIRBAGS
Dependendo do modelo, tipo ou ano de fabricação do veículo. Os airbags
podem ser posicionados nos seguintes locais:
a) Volante;
b) Porta-luvas;
c) Bancos;
d) Portas;
e) Encosto de cabeça;
f) Coluna do volante;
g) Colunas Laterais;
h) Pedais;
i) Teto.
O ano de fabricação é um bom indicativo de que o veículo possui airbag. A
partir de 1998 todos os veículos importados têm como item de série este dispositivo
de segurança. A identificação visual é um precioso auxilio, mas é preciso saber
procurar os locais corretos. O indicador mais utilizado pelas montadoras é a palavra
“Airbag”
40
Figura 17
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 60.
7.5 ESTABILIZAÇÃO DO AIRBAG
Os airbags não ativados constituem um perigo, pois podem abrir a qualquer
momento da operação de desencarceramento e provocar ferimentos, quer na vítima
quer nos elementos da equipe de socorro.
Se algum dos airbags não foi ativado e se os pré-tensores dos cintos
estiverem armados, deve proceder-se de forma a anular estes mecanismos para se
trabalhar com segurança. Para tal deve:
a) Desligar a ignição, retirando a chave;
b) Desconectar de preferência os dois conectores da bateria, iniciando sempre
pelo negativo. Existe no sistema de air bag um módulo de controle eletrônico
o qual possui um acumulador de energia chamado capacitor, este dispositivo
serve para acionar o airbag durante um acidente mesmo que a bateria seja
desconectada. Modelos de veículos da década de 90 possuem capacitores
que permanecem com carga por mais de 20 minutos, modelos após 2002 já
conseguem drenar esta carga em até 90 segundos, alguns modelos mais
41
recentes conseguem drenar a energia do capacitor em até 1 segundo depois
do corte da energia.
Figura 18
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 27.
Existem também dispositivos de duplo estágio que mesmo após terem sido
acionados podem entrar em funcionamento novamente, este sistema foi
desenvolvido para casos de 2 colisões seguidas.
Como as equipes de resgate não podem esperar todo este tempo para
iniciar o resgate, estas devem utilizar de artifícios para poderem iniciar o salvamento.
Aplicar o dispositivo de proteção do airbag.
Figura 19
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 67.
Este dispositivo evita que o airbag atinja os ocupantes do carro caso entre
em funcionamento no momento do resgate.
Tomar cuidado com as alternativas de corte das estruturas que intervenham
diretamente com os sistemas de acionamento.
42
Avisar quando da utilização de ferramentas hidráulicas para evitar que um
socorrista fique entre o airbag e a vítima por exemplo.
43
8 PRÉ-TENSORES DOS CINTOS DE SEGURANÇA
Os pré-tensores diminuem os riscos de lesões torácicas, bem como os de
escorregamento do banco. De fato, por conseqüência de um choque, o tórax é
fortemente pressionado pelo cinto de segurança. Daí que, por vezes, ao invés de
proteger o ocupante, o cinto de segurança se possa tornar um elemento agressivo.
Além disso, os pré-tensores corrigem a folga inerente aos cintos, para manter e
prender o ocupante ao banco no momento do impacto. Desta forma, evitam que os
seus membros inferiores sejam projetados para frente e toquem no painel.
Os pré-tensores estão ligados a um calculador que avalia a resposta global
do sistema à intensidade do choque segundo três níveis de violência, medidos
nomeadamente a partir de sinais de variação de velocidade. O dispositivo
compreende um calculador de impacto (ligado aos airbags) e caixas pirotécnicas,
responsáveis pela ativação dos cintos de segurança, reduzindo a folga das correias
dos cintos.
Ao suprimir a folga do cinto de segurança, o corpo é mantido o mais próximo
possível do banco.
Mesmo em caso de choque violento, bastam ao calculador de choque alguns
milésimos de segundo para analisar a potência do impacto e acionar o sistema
tencionador.
Existem dos tipos de sistemas de pré-tensores dos cintos de segurança, o
mecânico e o pirotécnico. Ambos são ativados por sistemas idênticos aos dos
airbags.
8.1 SISTEMA MECÂNICO
Este sistema utiliza dois conjuntos de molas tensionadas e um dispositivo de
disparo. Quando é disparado pelo sistema de controle, depois de uma colisão, o
cinto de segurança é puxado entre 6 e 12 centímetros. O percurso depende da
colocação do cinto que poderá estar mais ou menos apertado.
44
O sistema é normalmente montado no banco e não causa problemas à
equipe de socorro, exceto quando é necessário remover o banco da frente para
liberar os membros inferiores dos ocupantes do banco traseiro.
Nunca cortar a base do banco com o cinto de segurança colocado na vítima.
Figura 20
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 61.
45
8.2 SISTEMA PIROTÉCNICO
Este sistema tem dois locais de aplicação, um deles na fixação do cinto de
segurança a coluna lateral do veículo; o outro colocado no bloqueio do cinto de
segurança do banco. Nos dois casos, o sistema funciona com um cilindro, contendo
a mesma substância propulsora ou similar à utilizada nos airbags, o qual aciona um
cabo colocado no mecanismo que prende o cinto a coluna lateral do veículo, ou ao
bloqueio do cinto no banco. Ambos são ativados por um sinal elétrico após a colisão.
Se este sistema não tiver sido ativado, deverá ser manuseado da mesma forma que
um airbag não insuflado.
Figura 21
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 71.
46
9 MATERIAIS UTILIZADOS NA ESTABILIZAÇÃO DE VEÍCULOS
Diversos equipamentos podem ser utilizados na estabilização de veículos,
devendo o procedimento ser ajustado numa relação entre as necessidades e o
material disponível.
a) Cunhas;
b) Calços;
c) Blocos;
d) Macacos mecânicos;
e) Almofadas de alta e baixa pressão;
f) Guinchos;
g) Macacos hidráulicos;
h) Escoras;
i) Escoras hidráulicas ou pneumáticas;
j) Outros materiais disponíveis.
9.1 FERRAMENTAS MANUAIS PARA O SALVAMENTO VEICULAR
Constituída por um conjunto versátil de ferramentas estas são as
ferramentas mais básicas existentes para o salvamento veicular.
Para ser classificada como ferramenta manual, o equipamento deve ser
operado por uma única pessoa. Esta ferramenta não usa nenhum tipo de
eletricidade, líquido hidráulico, gás comprimido, ou combustível de nenhum tipo. As
ferramentas manuais podem ser agrupadas de acordo com sua função preliminar,
incluindo blocos de estabilização, calços, ferramentas de entrada forçada,
ferramentas de corte, escoras.
47
9.1.1 Stepchocks (Calço tipo escada)
Calço muito versátil e rápido de utilizar justamente por seu formado de
escada ele se adapta a várias alturas e tipos de veículos. Sua construção é feita em
polietileno 100% reciclado.
Figura 22
Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix.php
48
9.1.2 Blocos de Estabilização
Todas as equipes de salvamento devem possuir quantidades sortidas de
calços e blocos de madeira. Existem muitos debates entre profissionais do
salvamento se calços devem ser feitos de madeira macia, dura ou se os blocos e
calços da madeira devem ser substituídos pelos de plástico reciclado.
Os stepchocks (Calços tipo escada) foram especialmente projetados para
estabilizar um veículo que está apoiado nas quatro rodas e sobre uma superfície
reta. Quando for necessário um maior grau de segurança os blocos devem ser
preferencialmente de madeira ou de polietileno maciço. (fig. 23). As madeiras
preferidas para o uso em cenas do salvamento são o bordo e carvalho duros. A
madeira macia é aceitável se for usada corretamente e se não for sobrecarregada.
As madeiras como o pinho ou o cedro são aceitáveis para o uso em situações de
salvamento em estruturas colapsadas.
Estes calços são exemplos de calços de madeira dura de boa qualidade. A
madeira neste jogo é cortada nas seguintes dimensões 2pol. x 4pol. x 18 pol., 4 pol.x
4pol. x 18pol. e cunhas de 18 polegadas.
Figura 23
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 271.
49
Figura 24
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 271.
Se o calço de madeira macia for utilizado, alguns cuidados extras devem ser
tomados como: inspeção do calço para verificar possíveis rachaduras, e algum dano
proveniente de contaminação da madeira por fluídos hidráulicos e combustíveis.
A madeira possui um grande problema que é o lascamento e a propriedade
de absorver todo o tipo de fluído e umidade na qual tenha contato. Existem no
mercado alguns aditivos que permitem que a madeira resista à umidade. O
problema é quando este tipo de madeira em uma cena de resgate veicular entra em
contato com o óleo, água, ou qualquer outra substância na forma líquida. Estes
líquidos tocam a superfície da madeira similarmente como a água toca em um carro
recentemente encerado, sob uma carga os aditivos e impermeabilizantes repelem os
líquidos e fazem com que a superfície se torne escorregadia e a madeira
escorregadia pode afrouxar tornado-se instável.
Se for preciso pintar um bloco para identificar a unidade, esta deve ser
realizada somente nas extremidades da madeira
Os Calços de madeira devem ser fabricados de modo que o transporte do
veículo de socorro a cena da emergência sejam realizados rapidamente e
eficientemente. Os cordeletes fixados nas extremidades dos blocos permitem a
manipulação rápida.
A madeira macia ou dura que seja contaminada com líquidos tais como o
óleo de motor, a gasolina e o diesel devem ser rejeitados e substituídos por novos
50
calços. Os calços utilizados para salvamento devem ser cortados em diversos
tamanhos padrões.
Para o salvamento veicular utilizam-se os calços nas seguintes dimensões
principais: 1pol. x 2pol. X 18pol, 2pol x4pol x18pol, 4pol. x 4pol. x 18pol. A dimensão
mais utilizada para blocos mais longos é 4pol x 4pol. X 48pol.
A NFPA 1670 ( Standard on Operations and Training for Technical Search
and Rescue Incidentes) recomenda que as agências que respondem às chamadas
técnicas do salvamento devem fornecer o equipamento proporcional com suas
capacidades operacionais respectivas assim podendo conduzir operações eficazes.
Para cumprir com esta recomendação, os grupos de salvamento devem determinar
as quantidades e os tamanhos básicos da madeira que queiram disponível nas
cenas de salvamento veicular. Esta seleção de calços não tem que ser carregado à
cena do acidente somente por um veículo de emergência embora essa fosse a
situação ideal. Entretanto, a disponibilidade de mais do que a quantidade básica é
altamente recomendado. Para as equipes de salvamento, material de estabilização
nunca é demais. As madeiras adicionais devem estar disponíveis no momento do
resgate. O oficial do comando do salvamento deve conhecer as quantidades de
materiais disponíveis no veiculo de socorro também saber aonde pedir as viaturas
com quantidades adicionais.
9.1.3 Capacidades de Carga dos Calços De Madeira
O Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos explica as
capacidades de carga dos calços de acordo com a terceira Edição do Guia de Busca
Urbana e resgate em estruturas.
51
Figura 25
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 274.
Uma estrutura feita com 2 calços por fileira de 4 pol.x 4 pol.x 18 pol.
suportará 12 toneladas de peso se construída corretamente.
Uma estrutura feita com 3 calços por fileira de 6 pol. X 6 pol. X 6 pol. x18 pol.
suportará 30 toneladas de peso, de acordo com o Corpo de Engenheiros do Exército
de Estados Unidos.
Figura 26
Fonte: Livro Vehicle Rescue and Extrication – página 274.
Uma estrutura de calços construída com três blocos por camada de 4 pol. X
4 pol. X 18 pol. suportará aproximadamente 24 toneladas de peso.
52
As equipes de salvamento veicular não devem construir nenhuma estrutura
maior que duas vezes o comprimento dos calços, pois uma estrutura mais alta que
isto se torna instável e insegura.
Utilizando blocos de 4 pol. x 4 pol., as equipes podem construir a estrutura
com nove camadas elevadas e ainda ser relativamente seguros.
A madeira se comporta muito bem quando comprimida, mas quando ocorre
algum tipo de movimento lateral esta pode vir a desestabilizar-se.
Já existem no mercado novos materiais que podem ser utilizados para
substituir a madeira, tendo como vantagem a não absorção de líquidos, ser mais
leve pois é feito de polietileno 100% reciclável, possui ranhuras que proporcionam
um encaixe perfeito um no outro para o caso de ter que construir uma estrutura de
calços uns sobre os outros e o coeficiente de atrito deste material é 20% maior que o
da madeira.
Figura 27
Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix-4kant.php
53
Figura 28
Fonte: http://www.weber.de/wr/en/rettungsgeraete/stab-fix.php
9.1.4 Braços Estabilizadores
Figura 29
Fonte:http://www.weber.de/wr/download/stabilisierung/Stab-
Fast/Produktbilder/STAB-FAST.jpg
54
Os veículos danificados com vítimas presas buscam na estabilização uma
minimização dos movimentos do veículo, de modo que o processo do
desencarceramento possa prosseguir de maneira segura tanto pra vítima quanto
para os socorristas. Um objetivo da estabilização é aumentar a base de estabilidade
e adicionar área de contato com o chão similarmente ao caminhão auto escada
mecânica quando abre as sapatas laterais para aumentar a área de contato e a
estabilidade lateral, este artifício também é visto com o uso dos calços de madeira
ou os calços tipo escada.
9.1.5 Triângulo de Estabilização
Na lateral do veículo pode ser colocado este braço de estabilização em um
ângulo de 70° graus, apoiando o de encontro ao veículo e ao solo. Esta
estabilização é realizada utilizando-se de técnicas de força e contra-força. Se for
observado à imagem de um veículo com estabilização padrão de força e contra-
força no lugar poderá se observar um triângulo dar forma. Se uma linha vertical for
colocada para representar o carro, uma linha diagonal para representar o dispositivo
de contra força, e uma linha horizontal para representar o solo.
Nos carros mais antigos até pela suas características construtivas (Lataria
mais rígida e formas mais retas), o uso de cunhas de madeiras colocadas nas
laterais já dava uma boa estabilizada no veículo.
Figura 30
Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com
55
Já com os novos modelos de carros o formato arredondado da lateral e o
tipo de material construtivo de muitos modelos como o plástico ou fibras, acaba
dificultando a estabilização deste veículo apenas com os calços de madeira.
Figura 31
Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com
Os braços estabilizadores nestes casos acabam se tornando os mais
indicados, pois não necessitam se apoiar nestas partes frágeis do veículo,
ampliando muito a base de sustentação do veículo tornando a operação muito mais
segura.
Figura 32
Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com
56
Figura 33 (Triângulo de Estabilização)
Fonte: Rescue 42 DVD: Capter 2 Proper Stabilization www.youtube.com
Um projeto diferente para um dispositivo tensionado de contra força é
oferecido por diversas companhias, incluindo Airshore Inc. de Vancouver, Columbia
Britânica; Holmatro Inc.; Paratech, Inc. e Weber Hidraulik. Estes sistemas de
suporte usam um sistema que consiste na tubulação interconectada de metal que se
assemelha a uma versão menor do que é usado durante incidentes de salvamento
em valas. Uma vez que as seções tubulares são conectadas, os suportes estão
apoiados de encontro ao veículo e a colocação de correias ajustável é tensionada no
lugar . Tem a vantagem de poder ser utilizado para estabilizar e elevar ao mesmo
tempo. É uma boa escolha para estabilização e elevação de veículos pesados, e
pode ser usado também para escoramento de estruturas colapsadas e escoramento
de valas.
Figura 34 (Sistema PoweShore™ da Holmatro)
Fonte: Rescue equipment Holmatro PoweShore™
57
Figura 35 (Sistema PoweShore™ da Holmatro)
Fonte: Rescue equipment Holmatro PoweShore™
9.2 ALMOFADAS PNEUMÁTICAS
As almofadas inserem-se na categoria de equipamentos pneumáticos e
dividem-se em dois grupos, de acordo com as suas características. Almofadas de
Alta e Baixa pressão.
9.2.1 Almofadas de Alta Pressão
a) Trabalham a uma pressão máxima de 8 bar;
b) Possuem uma altura mínima de 25 mm, podendo ser utilizadas em espaços
reduzidos e executar um levantamento de até 500 mm, dependendo do
modelo.
c) Podem elevar pesos de dezenas de toneladas, variando conforme sua
capacidade.
d) Quanto maior for o levantamento, menor será a força de elevação, devido a
deformação, que irá provocar uma diminuição da superfície de contato.
e) Não se deve sobrepor mais de duas almofadas, por razões de segurança.
58
Figura 36 (Almofadas de alta pressão).
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 40.
9.2.2 Almofadas de Baixa Pressão
a) Trabalham a uma pressão máxima de 0,5 bar.
b) Podem levantar cargas de até 16 ton. A uma altura de 620 mm, utilizando
toda a superfície, sendo variável a capacidade e altura conforme o modelo;
c) Não podem ser sobrepostas.
Figura 37 (Almofadas de baixa pressão).
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 41.
59
Ao trabalhar com almofadas devem ser seguidas algumas regras, de forma a
garantir a segurança na sua utilização.
a) Nunca se deve correr o risco de efetuar um levantamento sem acompanhar a
elevação da carga com a estabilização progressiva. Para tanto devem ser
colocados calços, blocos de madeira ou polietileno debaixo da carga que se
vai levantar, pois se houver um deslocamento da carga ou uma ruptura da
almofada, os calços suportarão a carga.
b) Nunca colocar calços ou blocos no topo da almofada, pois existe o perigo de
projeção dos calços ou blocos no momento do enchimento.
c) Para um melhor e mais seguro levantamento, é necessário garantir que a
almofada está totalmente colocada debaixo da carga.
60
10 PROCEDIMENTOS PARA ESTABILIZAÇÃO VEICULAR
O material de estabilização disponível deve ser utilizado de acordo com a
situação, respeitando os pontos mínimos de estabilização. Os procedimentos
demonstrados neste tópico são um apanhado de doutrinas utilizadas em vários
países já a algum tempo e é um guia básico para estabilização. Nos atendimentos
operacionais poderão ocorrer novas e diferentes situações tendo que por fim usar da
criatividade para poder fazer frente aquela ocorrência. Lembrando que o objetivo
destas técnicas é deixar o veículo imóvel a fim de evitar lesões na vítima e na equipe
de resgate.
10.1 VEÍCULOS EM POSIÇÃO NORMAL
Figura 38 (Estabilização em 4 pontos)
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre
coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 172)
10.1.1 Sistema com três pontos
Este sistema indica que quando há três pontos de apoio todos são
eficientes.
61
10.1.2 Vantagens do sistema com três pontos.
a) Permite estabilizar o veiculo com apenas 3 Stepchock’s (Calço tipo Escada).
b) Necessita de poucas pessoas na estabilização;
c) Alta eficiência.
10.1.3 Desvantagens do sistema com três pontos.
a) É necessário esvaziar os pneus para que o veículo assente nos calços, este
procedimento leva muito tempo.
Figura 39 (Sistema com 3 Apoios)
Fonte: (RAVM) Pag: 51
10.2 PROCEDIMENTO PARA VEÍCULOS DE MAIOR ALTURA
Deve ser utilizado uma pilha de calços e diretamente sobre a pilha colocado
o Stepchock (Calço tipo Escada).
Figura 40
Fonte: (RAVM) Pag: 51
62
10.3 SISTEMA 3 PONTOS COM BLOCOS DE ESTABILIZAÇÃO
Figura 41
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre
coletânea de manuais técnicos de bombeiros de
São Paulo.(Pag. 172)
10.4 VEÍCULO TOMBADO LATERALMENTE
Devem ser colocados no mínimo 4 pontos de apoio, mas o ideal é que se
faça a estabilização com 6 pontos de apoio dos quais 2 com Braços estabilizadores.
Figura 42
Fonte: Apostila Portugal –Vol. 20 – Salvamento e
Desencarceramento- Pg. 65.
63
Figura 43
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre
coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 173)
Figura 44
Fonte: (RAVM) Pag: 54
64
10.5 VEÍCULO CAPOTADO
Figura 45
Fonte: MSTE – manual de salvamento terrestre
coletânea de manuais técnicos de bombeiros de São Paulo.(Pag. 173).
65
11 METODOLOGIA
Durante a busca por informações verificou-se que seria necessário
estabelecer um método de coleta e padronizá-lo, assim todas as informações seriam
as mesmas tanto para analisar a situação atual e conhecer melhor a realidade da
guarnição e seus conhecimentos na doutrina de estabilização veicular para isso foi
realizado as seguintes pesquisas:
a) Pesquisa no período de 04 e 05 de agosto de 2010, com duas
guarnições.
b) Análise em loco com imagens dos materiais de estabilização veicular
disponíveis no ABTR.
Tais pesquisas exploratórias fornecem subsidio para possíveis tomadas de
decisão dentro da realidade apresentada nos resultados da pesquisa.
11.1 QUESTIONÁRIO
No questionário, a informação coletada pelo estudioso limita-se tão-somente
as respostas escritas e preenchidas pelo próprio pesquisado. Trata-se de um
instrumento de pesquisa muito popular, utilizado para diversos fins. (Fachin, Odília,
2003).
Questionário é “um modelo ou documento em que há uma série de
questões, cujas respostas devem ser preenchidas pessoalmente pelos informantes”.
Mas também pode ser conceituado como uma série de perguntas organizadas com
o fim de se levantar dados para uma pesquisa, com respostas fornecidas pelos
informantes, sem assistência direta ou orientação do investigador.
O questionário consiste num elenco de questões que são apreciadas e
submetidas a certo número de pessoas com o intuito de se obter respostas para a
coleta de informações. E, para que a coleta de informações seja significativa, é
importante verificar como, quando e onde as obter. Há varias formas de coletar
66
informações por meio de um questionário. As mais utilizáveis são pessoalmente, via
postal, por malote, telefone, via portador, etc. (Theodorson e Theodorson, 2003)
11.1.1 Vantagens e Desvantagens do Questionário
O questionário é visto como uma vantagem por ser instrumento de coleta de
informações relativamente acessível, se comparado aos demais. Pode ser
encaminhado pelo correio ou por malote, conforme a programação da pesquisa, e
seus gastos são consideravelmente menores que os dos demais instrumentos.
O fato de ser preenchido pelo próprio pesquisado, sem a presença do
pesquisador, garante o anonimato muitas vezes necessário. O anonimato contribui
para que o pesquisado se sinta mais seguro e, conseqüentemente, favorece
respostas mais verdadeiras.
Nos questionários, as instruções aparecem, geralmente, por escrito,
obedecendo a parâmetros metodológicos, o que significa que essas instruções são
apresentadas de forma igual para toda a população pesquisada. Isso contribui para
o aumento da previsão, que é sensível a orientações diversas. Outro aspecto
vantajoso é que o pesquisado tem mais tempo para responder as perguntas, em
comparação com outros tipos de instrumentos que exigem a presença do
pesquisador.
67
11.1.2 Resultado Pesquisa com a Guarnição do Quartel Central
1- Tempo de Serviço no Corpo de Bombeiros
Gráfico 3
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
2- Já atendeu a ocorrência com vítima acidentada em Veículo?
Ocorrência No. cit. Freq.
Sim 8 100%
Não 0 0,00%
TOTAL OBS. 8 100%
Quadro: 2 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)
3- Você sabe o que é material de estabilização veicular?
Ocorrência No. cit. Freq.
Sim 8 100%
Não 0 0,00%
TOTAL OBS. 8 100%
Quadro: 3 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)
68
4- Qual procedimento adotado no momento do resgate da vítima?
Procedimento Resgate No. cit. Freq.
Estabilização Veicular
6
80%
Imobilização da Vitima 2 20%
Total OBS. 8 100%
Quadro: 4 Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010)
Gráfico 4
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
69
5- Que material é utilizado para fazer estabilização do veículo.
Material de Estabilização Utilizado No. cit. Freq.
Calços de Madeira
3
37,5%
Não Estabiliza 1 12,5%
Materiais Apropriados 1 12,5%
Improviso 3 37,5%
Total OBS. 8 100% Gráfico 4
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
Gráfico 5
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
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6- Existem materiais de Estabilização nas Viaturas?
Material de Estabilização Disponível
No. cit. Freq.
Sim
7
90%
Não 1 10%
Total OBS. 8 100%
Gráfico 4
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
Gráfico 6
Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
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7- Consegue se imobilizar um veículo com os materiais existente na viatura?
Imobilizar o veículo No. cit. Freq.
Calços de Madeira
7
90%
Não se estabiliza o veículo acidentado
1
10%
Total OBS. 8 100% Gráfico 4
Fonte: ( Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
Gráfico 7
Fonte: (Hunzicker, Niederheitmann Eduardo, 2010).
72
12 CONCLUSÃO
Através de todo o trabalho desempenhado, houve conclusões significativas
da importância do processo de estabilização veicular e suas funcionalidades na
proteção e segurança nas operações. De acordo com as situações observadas
através de pesquisa de campo e imagens retirada da viatura ABTR notou-se a
pouca disponibilidade de equipamentos para se executar a operação de
estabilização de veículo com total segurança para a equipe de socorro e da vitima.
Tendo em vista que nenhum acidente é igual ao outro, sugere-se então
identificar os mais variados materiais disponíveis para estabilização como também
treinamento constante para guarnição que conforme pesquisa e abordagem de
algumas equipes de socorro, informou-se não se estabilizar os veículos acidentados
no momento do socorro. Este treinamento visa formar na mente da equipe quanto à
importância de se estabilizar um veiculo antes de qualquer procedimento de socorro
prevenindo e assegurando suas vidas e das vitimas já em situação complicada.
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REFERÊNCIAS MOORE, Ronald E. Vehicle Rescue and Extrication. 2. ed. USA: Mosby Jems, 2003. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 4 ed. Ed. Saraiva, 2003. OLIVEIRA, Elísio Lázaro de. Salvamento e Desencarceramento. vol. XX, Escola Nacional de Bombeiros de Portugal. Sintra, 2005. CORPO DE BOMBEIROS DE SÃO PAULO. Manual de Salvamento Terrestre, Coletânea de Manuais Técnicos de Bombeiro nº 3. 2. Ed. vol. 1, 2006. CORPO DE VOLUNTÁRIOS DEL PARAGUAY. Manual de Resgate em Accidentes de Vehículos Motorizados (RAVM), 3. Ed.: Paraguay 2008. POLÍCIA MILITAR DO PARANÁ CORPO DE BOMBEIROS. Sistema Digital De Dados Operacionais. VRS. 3.8, 2007. ONDE FICA O AR DO AIRBAG. Disponível em http://super.abril.com.br/superarquivo/2006/conteudo_463358.shtml> Acesso em: 28/07/2010. AIR BAG" - TECNOLOGIA EM DESENVOLVIMENTO PARA SUA PROTEÇÃO. Disponível em <http://www.estradas.com.br/materia_air_bag/materia_air_bag.htm> Acesso em: 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIOS NO MUNDO. Disponível em: http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=21732;wap2> Acesso em: 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIROS NO BRASIL. Disponível em: < http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros/hist-bra.html> Acesso em 28/07/2010. HISTÓRICO DOS BOMBEIROS NO PARANÁ. Disponível:<http://www.bombeiroscascavel.com.br/modules/mastop_publish/?tac=Bombeiros_do_Paran%E1> Acesso em 28/07/2010.