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OPOSIÇÃO SE REÚNE PARA DEBATER CRIAÇÃO DA CPI DA PETROBRAS Líderes da oposição na Câmara e no Senado se reúnem nesta terça-feira (25) para articular a estratégia de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os desmandos da Petrobras. O principal exemplo de má gestão na estatal é a desastrosa operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A expectativa de parlamentares do PSDB é que o requerimento para instalação da CPI tenha o apoio de parlamentares da base aliada. Em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador nesta segunda-feira (24), o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), criticou os problemas causados pelo aparelhamento da companhia. “A Petrobras é uma empresa que simboliza a capacidade empresarial e técnica brasileira, mas passou a ser objeto de loteamento de cargos. O meu dever é buscar esclarecimentos para preservar a Petrobras. Por isso nós defendemos a CPMI”, observou. Para o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS), a investigação é uma questão de interesse nacional. “Isso já ultrapassou o limite de oposição e de governo. Qualquer parlamentar que queira prestigiar não só a Petrobras, mas a função do Parlamento de fiscalizar, deve assinar o requerimento e viabilizar a CPI para que a gente possa investigar esses fatos constatados e inclusive ratificados pela presidente da República”, declarou. Líder da Minoria na Câmara, o deputado Domingos Sávio (MG) reiterou a busca pelo apoio de parlamentares da base do governo. “Espero coerência dos parlamentares, e que eles, de forma suprapartidária, demonstrem apoio a uma investigação que busca o respeito aos interesses do país”, afirmou. “Os senadores e deputados, tanto da base de governo quanto da oposição, são representantes da sociedade. Av. Visconde de Albuquerque, 603 - Madalena - Recife - PE CEP: 50610- 090 Fone: (81) 3227-1699 | www.berconsultoria.com.br

Oposição se reúne para debater criação da cpi da petrobras

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OPOSIÇÃO SE REÚNE PARA DEBATER CRIAÇÃO DA CPI DA PETROBRAS

Líderes da oposição na Câmara e no Senado se reúnem nesta terça-feira (25) para articular a estratégia de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar os desmandos da Petrobras. O principal exemplo de má gestão na estatal é a desastrosa operação de compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A expectativa de parlamentares do PSDB é que o requerimento para instalação da CPI tenha o apoio de parlamentares da base aliada.

Em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador nesta segunda-feira (24), o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), criticou os problemas causados pelo aparelhamento da companhia. “A Petrobras é uma empresa que simboliza a capacidade empresarial e técnica brasileira, mas passou a  ser objeto de loteamento de cargos. O meu dever é buscar esclarecimentos para preservar a Petrobras. Por isso nós defendemos a CPMI”, observou.

Para o deputado Nelson Marchezan Júnior (RS), a investigação é uma questão de interesse nacional. “Isso já ultrapassou o limite de oposição e de governo. Qualquer parlamentar que queira prestigiar não só a Petrobras, mas a função do Parlamento de fiscalizar, deve assinar o requerimento e viabilizar a CPI para que a gente possa investigar esses fatos constatados e inclusive ratificados pela presidente da República”, declarou.

Líder da Minoria na Câmara, o deputado Domingos Sávio (MG) reiterou a busca pelo apoio de parlamentares da base do governo. “Espero coerência dos parlamentares, e que eles, de forma suprapartidária, demonstrem apoio a uma investigação que busca o respeito aos interesses do país”, afirmou.

“Os senadores e deputados, tanto da base de governo quanto da oposição, são representantes da sociedade. Não tenho dúvida de que se você perguntar para os brasileiros hoje o que eles querem, eles querem esclarecimentos”, acrescentou o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

A proposta da CPI foi também destacada pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso como uma ação adequada. “Creio que é o caso de ampliar a apuração. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves, conduzirá o tema, em nome do partido, podendo mesmo requerer, com meu apoio, uma CPMI”, disse, em nota publicada no domingo (23). A reunião será realizada às 15 horas, na Liderança do PSDB no Senado.

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Desviando o foco

Apontado pela presidente como o responsável pelo “parecer falho” que subsidiou a compra da refinaria, Nestor Cerveró permaneceu no cargo de diretor da área Internacional da Petrobras e depois foi indicado para o alto escalão da BR Distribuidora, uma subsidiária da estatal. O governo tentou tirar Dilma do foco ao demitir Cerveró da direção da BR Distribuidora oito anos depois da aquisição que causou um prejuízo bilionário à companhia.

Imbassahy disse que vai apresentar um requerimento de convite para que o ex-diretor dê explicações sobre a compra de Pasadena. O executivo foi demitido na última sexta-feira (22). “A Petrobras está levando mais de US$ 1 bilhão de prejuízo, tem indícios de crime”, disse.

Comissão externa

Em outra frente de investigação, na quarta-feira (26) deve ser instalada a comissão externa da Câmara que irá à Holanda para apurar a denúncia de que funcionários da Petrobras receberam propinas milionárias da holandesa SBM Offshore. O deputado Carlos Sampaio (SP) vai representar o PSDB no colegiado. “Vou a fundo nessa investigação, pois quero saber quem está destruindo um dos mais importantes patrimônios da nação”, disse Sampaio.

Mais denúncias

No fim de semana foram divulgados outros negócios controversos envolvendo a estatal. Documentos inéditos da Petrobras aos quais o jornal “O Estado de S.Paulo” teve acesso mostram que a empresa brasileira abriu mão de penalidades que exigiriam da Venezuela o pagamento de uma dívida feita pelo Brasil para o projeto e o início das obras na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. O acordo firmado entre o ex-presidente Lula e o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez deixou o Brasil com a missão de garantir, sozinho, investimentos de quase US$ 20 bilhões.

Na opinião de Domingos Sávio, o PT usa a Petrobras para fins partidários. “Esse episódio deixa evidente, mais uma vez, que o PT usa a Petrobras para atender a interesses partidários”, disse. “Ao desenvolver um negócio de forma a beneficiar a Petrobras, o governo cumpre interesses do PT e, mais uma vez, apoia governos autoritários, que desrespeitam os direitos humanos”, acrescentou.

Pelo acordo, a Petrobras teria 60% da Abreu e Lima e a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA), 40%. Os aportes seriam feitos aos poucos e, caso a Venezuela não pagasse a sua parte, a Petrobras poderia fazer o

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investimento e cobrar a dívida com juros, ou receber em ações da empresa venezuelana, a preços de mercado. No entanto, em outubro do ano passado, quando o investimento na refinaria já chegava aos US$ 18 bilhões, a estatal brasileira desistiu de receber o dinheiro devido pela PDVSA.

Além disso, a empresa fechou outro negócio ruim no Japão. A refinaria Nansei, em Okinawa, foi comprada em abril de 2008 por US$ 71 milhões, mas a estatal já gastou o triplo desse valor para resolver problemas ambientais e fazer melhorias operacionais na unidade. Segundo informações do jornal “O Globo”, foram investidos mais de US$ 200 milhões na refinaria desde o início do processo de aquisição.

De acordo com Marchezan, as denúncias que surgem a cada dia reforçam a importância da CPI. “Os fatos que motivam uma CPI são muitos e contundentes. A Petrobras teve prejuízos gigantescos, bilionários em alguns negócios. E esse prejuízo talvez não tenha se dado apenas pela incompetência de gestores, mas pela má fé e pela intenção de desviar recursos públicos”, declarou.

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