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Douglas Soares Nogueira ILUSTRAÇÃO E DESIGN Uma nova roupagem para o clássico “O mágico de Oz” Orientadora: Profª Drª Luciana Coutinho Pagliarini de Souza Co-orientadora: M.ª Carla Salles

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Apresentação do trabalho de conclusão de curso, do curso em bacharel em design da Universidade de Sorocaba. Design e Ilustração uma nova roupagem para o Magico de Oz

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Douglas Soares Nogueira

ILUSTRAÇÃO E DESIGNUma nova roupagem para o clássico “O mágico de Oz”

Orientadora: Profª Drª Luciana Coutinho Pagliarini de Souza Co-orientadora: M.ª Carla Salles

Resumo

Este trabalho tem como tema a ilustração contemporânea e o poder da ima-gem como signo.

O estudo tem como propósito criar novas ilustrações para o clássico “O mági-co de Oz” de Frank Baum, e estabelecer um nova representação visual para os personagens.

Charles Sanders Peirce

Como metodologia, usamos a semiótica de Charles Sanders Peirce (1914), estu-dada a partir do próprio autor e de estudiosos desta teoria, tais como Lucia San-taella (2002), Luciana C. P. Souza (2010). Também a tradução intersemiótica de Ju-lio Plaza (2003), instrumentalizou-nos para o processo de criação das ilustrações.

Lucia Santaella

As ilustrações clássicas de “O mágico de Oz” e ilustrações de recentes edições do livro funcionaram como base para nossa releitura. As ilustrações originais ou clás-sicas são de W.W Denslow, primeiro ilustrador do livro, as demais são de Skottie Young e Robb Mommaerts, ilustradores contemporâneos.

Como resultado de nossa tradução, temos as ilustrações icônicas indiciais do livro “O magico de Oz”, cujo estilo, cores e personagens foram ancorados na semiótica, bem como nos conhecimentos adquiridos no curso de Design.

A relevância desse trabalho está no exercício de criação a partir de pressupostos teóricos que sustentam um novo modo de olhar para os signos.

Breve história da ilustração

A ilustração é uma das artes mais antigas do mundo, e de acordo com estudiosos, vem acompanhando as outras artes, lado a lado, pelas décadas.

Ilustração é o ato de representar visualmente, em forma de desenho ou qualquer téc-nica, uma ideia, imagem ou personagem, complementando ou contando uma história. Assim muitos desenhos antigos da Pré-história, ou da Idade Média eram ilustrações. Através desses desenhos os povos passavam uma história pelas gerações.

Temos vários exemplos, desde pássaros-trovões indígenas, como pinturas renascentistas. Mas o foco da ilustração e seu verdadeiro surgimento foram dados com o surgimento de técnicas de reprodução em massa, como xilografia, água forte e a imprensa, onde também a ilustração e o design se mesclaram pela primeira vez.

A despedida do guerreiro

A ilustração infantil e os grandes escritores

O segundo capítulo apresenta a ilustração moderna e os clássicos ilustrados. Grandes escri-tores que viram o potencial da ilustração, e investiram nela, escritores como Hans Christian Andersen, que notou que seus livros, que tinham temática no fantástico, não vendiam tanto quanto ele esperava, até que um amigo o convenceu a encontrar um artista, que fizesse os desenhos para seus livros. Foi então que Andersen contratou Vilhelm Pedersen, ilustrador que tinha um traço suave e fino. E então as primeiras cópias de seus livros ilustrados, vend-eram rapidamente entre as famílias da Alemanha.

Entre estes escritores estava Lyman Frank Baum, autor teatral e escritor juvenil, Baum pu-blicou em 1900 sua maior obra, O mágico de Oz. Para ilustrá-la o autor convidou W. W. Denslow. Até hoje os críticos afirmam que o livro de Baum não é o mesmo se não acompan-hado pelas ilustrações originais, eles afirmam que elas são inseparáveis da história de Oz.

O coelho - Alice nos paises da maravilha - John Tenniel

Uma análise das ilustrações de “O mágico de Oz” à luz da semiótica peirciana.

Nesse trabalho usei a teoria de Peirce (1914) que foi de grande valor para nosso avan-ço, na busca de ler imagens.Se pararmos para pensar, seria feita a pergunta, mas o que semiótica e Peirce têm a ver com ilustração? Ora essa; se consideramos que toda e qualquer imagem é um signo, é ai que Peirce e a semiótica entram em ação.Os pontos estudados são:

• Signo e Objeto• Interpretante • Ícone• Índice• E símbolo

Análise:Ilustrações

Dorothy - Skottie Young

O leçao covarde - WW Denslow

A estrada de tijolos amarelos-Robb Mommaerts

A jornada a cidade esmeralda - Robb Mommaerts

O Homem de lata - WW Denslow

Espantalho e leão covarde - Skottie Young

Análise:Dorothy

Dorothy é a personagem central de O mágico de Oz, era uma menina dentre 12 a 14 anos que morava com os tios em uma fazenda. Como já dito, para analisar as ilustrações onde encontramos Dorothy foi utilizado à metodologia da semiótica peirciana.

Cores.Claras, leves - Azul, branco, verde, amarelo pele e amarelo escuro e amarelo ouro.

SensaçõesHarmonia, leveza, ansiedade, tristeza, estranheza.

TraçosLeves, contínuos, soltos, imprecisos, sujo.

O personagem como pessoaFeliz/ triste, solitária, pobre/rica, tensa, sozinha.

Análise:Homem de lata

O Homem de lata foi salvo por Dorothy na floresta, estava há mais de um ano com as juntas enferrujadas, Dorothy joga óleo nas juntas do personagem, que a segue pela estrada de tijolos dourados em busca de um coração.

Cores.Frias, escuras - Azul, azul escuro, branco, marrom e preto.

SensaçõesLoucura, apatia, dor, tristeza, estranheza.

TraçosEndurecidos, retos, imprecisos, sujos. O personagem como pessoaLouco, apático, forte, velho.

Projeto aplicado com base na tradução intersemiótica

Como o todo em semiótica, a tradução intersemiótica tam-bém se dá como uma tríade. Temos a tradução icônica, a indi-cial e a simbólica. No caso desse projeto utilizamos a tradução icônica indicial, que se estabelece como um caso de semelhança ou analogia com o objeto.Icônica, portanto, pois foge à regra de represen-tar fielmente o que está descrito ou mostrado em uma imagem / Ilustração, a semelhança se dá por meio de indícios de que aquela tradução é sobre aquele signo.

O projeto a ser aplicado foi a criação de novas ilustrações para o clássico “O mágico de Oz”, onde seriam aplicadas em algum projeto real.

Processo de criação das ilustrações

Considerações finais

Quando comecei a estudar sobre este recorte, meus objetivos eram dois, ilustrar um clássico da literatura e me aprofundar em semiótica. E chego ao fim com a certeza de que os atingi, sendo criando as ilustrações para os capítulos, ou fazen-do as análises já existentes, termino feliz com o resultado.

A ilustração é uma poderosa ferramenta dentro do design gráfico, e como tal, a sua importância dentro de um projeto editorial também é muito grande, ainda mais quando essa busca traduzir personagens tão fortes como os de O mágico de Oz. Por isso a importância dos estudos sobre Ilustração, semiótica e design. A ilustração acompanhada da análise semiótica e alicerçada pelo design tem grande força como signo e seu poder de comunicação se sobressai.

E ao terminar e ver o quanto aprendi sobre ilustração, design, história da arte, e principalmente semiótica, disciplina essa que eu temia. Mas que agora amo, e já utilizei em vários projetos, onde através de análises eu cheguei a resultados mara-vilhosos.

Agradecimentos.

Agradeço a todos que me ajudaram, tiveram paciência e me supor-taram nesses tempo de TCC. Aos meus amigos que me fizeram me esfor-çar cada vez mais. A minha familia querida, que compreendeu todas as minhas faltas. E especialmente para minha orientadora, e co-orientadora, Luciana Coutinho e Carla Salles, por me ditar o caminho a seguir.

Obrigado!

PLAZA Júlio. Tradução intersemiótica: São Paulo Editora Perspectiva 2003.SANTAELLA, L. Por uma classificação da linguagem visual. Face (São Paulo), v.2, n.1, jun.-jul, 1989.SANTAELLA, L. Semiótica aplicada. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.SOUZA, Luciana C. P. A trama do texto e da imagem: um jogo de espelhos. São Paulo: Annablume, 2010.

He illustrated The Wizard of Oz by L. Frank Baum. These images are probably familiar to most – Fonte: http://drawgabbydraw.tumblr.com/post/122792321/lets-talk-about-w-w-denslow-he-illustrated-the acesso: 10 /09/2012

Deschamps arts – Disponível em: http://mopowell.blogspot.com.br/2008/08/skottie-young-re-imagines-wizard-of-oz.html acesso em : 10 /09/2012

A Estrada de tijolos amarelos - Robb Mommaerts Fonte: Deviant art – Disponível em: http://robbvision.deviantart.com/ acesso em: 10 /09/2012

O Espantalho - Skottie Young Fonte: Skottie Web Site – Disponível em: http://www.skottieyoung.com acesso em : 10 /09/2012

O Homem de lata - Skottie Young Fonte: Skottie Web Site – Disponível em: http://www.skottieyoung.com acesso em : 10 /09/2012

Journey to the Emerald City- Robb Mommaerts Fonte: Deviant art Robb Vision – Disponível em: http://robbvision.deviantart.com acesso em : 10 /09/2012

O Leão covarde- Skottie Young Fonte: Skottie Web Site – Disponível em: http://www.skottieyoung.com acesso em : 10 /09/2012

O Leão covarde- WW Denslow Fonte: O mágico de Oz, um conto de fadas americano – Disponível em: http://www.loc.gov/exhibits/oz/ozsect1.html. Acesso em 12 de Agosto de 2012