Upload
alan-vasconcelos
View
269
Download
3
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Aula sobre Design Universal e arquitetura hostil
Citation preview
Design Universal /
Arquitetura hostil
Como o design pode estar dos dois
lados da força.
Alan Vasconcelos
Tchau, público-alvo!
Design Universal
O Design Universal (D.U), também chamado de Design Total e Design
Inclusivo, sustenta a ideia de projetar (ou no inglês, to design) produtos,
serviços, ambientes e interfaces que possam ser usadas pelo maior
número de pessoas possível, independentemente de suas capacidades
físico-motoras, idade ou habilidades.
Ou seja, seu design é para todos e para qualquer um!
Acessibilidade
Conceitos, métodos e técnicas para a qualidade do acesso.
Usabilidade
Conceitos, métodos e técnicas para a qualidade de uso.
Design Universal
Considerado um processo ou postura.
Design Universal
Origens
Design Universal
Ronald L. Mace cunhou o termo “Design Universal” para
designar produtos e ambientes cuja estética e usabilidade
são destinadas ao maior número de pessoas possível,
independentemente da capacidade, habilidade ou idade.
Ron Mace, fundador do
The Center for Universal
Design, faleceu em 29 de
junho de 1998, aos 56 anos.
Origens
Design Universal
Ron Mace, fundador do
The Center for Universal
Design, faleceu em 29 de
junho de 1998, aos 56 anos.
A Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos,
possui um centro de estudos chamado The Center for
Universal Design (CUD), que tem como missão ser um
centro de pesquisa, análise, desenvolvimento e promoção
do Design Universal, tanto em produtos quanto em
espaços públicos e domésticos.
Origens
Design Universal
Ron Mace, fundador do
The Center for Universal
Design, faleceu em 29 de
junho de 1998, aos 56 anos.
Segundo o CUD, é possível projetar um produto ou um
ambiente para servir a um grande número de usuários,
incluindo crianças, idosos, pessoas com deficiência, de
estatura atípica ou mesmo pessoas circunstancialmente
prejudicadas em suas potencialidades físicas.
Origens
Design Universal
Ron Mace, fundador do
The Center for Universal
Design, faleceu em 29 de
junho de 1998, aos 56 anos.
Mas péra aí!!!
Isso não quer dizer que qualquer produto ou ambiente
possa sempre ser usado por todas as pessoas, em todas
as condições. É por isso que é mais apropriado considerar
o Design Universal não como uma meta a ser atingida,
mas, sim, como um processo a ser adotado em todo o
ciclo de vida do desenvolvimento do produto (CENTER
FOR UNIVERSAL DESIGN, 1997).
PRINCÍPIOS DO
DESIGN UNIVERSAL
8
Histórico
Princípios do Design Universal
O CUD, lançou uma publicação, em 1997, na qual foram definidos 7 princípios
básicos do Design Universal.
Esses princípios, que são seguidos por vários estudiosos da área até hoje,
são fruto de um estudo conduzido por um grupo multidisciplinar formado por
arquitetos, engenheiros, designers, com o intuito de servir como guia a um
vasto leque de disciplinas, envolvendo o desenvolvimento de produtos,
serviços, ambientes e comunicações (CENTER FOR UNIVERSAL DESIGN,
1997).
http://www.ncsu.edu/project/design-projects/udi/
Histórico
Princípios do Design Universal
Os sete princípios listados, a seguir, são apresentados no formato:
• nome e número do princípio, com o intento de ser facilmente lembrado e
assimilado;
• definição do princípio, que é uma breve descrição das diretivas básicas; e
• as recomendações, que são uma lista de elementos-chave que devem
estar presentes no projeto de um produto ou serviço.
É bom lembrar que nem todas as recomendações podem ser relevantes a
todos os tipos de projeto
Princípios do Design Universal
1 Uso equitativo
O design deve ser útil e
comercializável às pessoas
com habilidades diversas.
Powered door with sensors is
convenient for all shoppers,
especially if hands are full.
Princípios do Design Universal
2 Uso flexível
O design deve acomodar uma
ampla gama de habilidades e
preferências individuais.
Large-grip scissors accommodates use with either hand
and allows alternation between the two in highly
repetitive tasks
Princípios do Design Universal
3 Uso simples e intuitivo
O uso do produto deve ser fácil de
entender, independentemente da
experiência, conhecimento,
competências linguísticas ou nível
de concentração atual do usuário.
Public emergency stations utilize recognized
emergency colors and a simple design to
quickly convey function to passers-by.
Princípios do Design Universal
4 Informação perceptível
O produto deve comunicar ao usuário todas as
informações necessárias de forma efetiva,
independentemente das suas condições ambientais
ou habilidades sensoriais.
Small bumps on a cell phone
keypad tell the user where
important keys are without requiring
the user to look at the keys.
Princípios do Design Universal
5 Tolerância a erros
O design deve minimizar os riscos e as
consequências adversas de ações
acidentais ou não intencionais.
A sequential-trip trigger on a nail gun requires the
user to (1) activate the safety before (2) pulling the
trigger, minimizing accidents that occur when a user
accidentally hits an object or person while pulling the
trigger.
Princípios do Design Universal
6 Baixo esforço físico
O produto pode ser usado eficiente e
confortavelmente, com um mínimo de fadiga.
Door lever does not require grip
strength to operate, and can even
be
operated by a closed fist or elbow.
Princípios do Design Universal
7 Tamanho e espaço para aproximação e uso
Oferecer espaço e tamanho apropriados para aproximação,
alcance, manipulação e uso independentemente do tamanho
do corpo, postura ou mobilidade do usuário.
Wide gates at subway stations
accommodate wheelchair users as well
as commuters with packages or luggage.
Princípios do Design Universal
Número
do
princípi
o
Nome do
princípio
Definição do princípio Lista de recomendações
Princípio
Um
Uso equitativo O design deve ser útil e
comercializável às pessoas com
habilidades diversas.
1. Fornecer os mesmos meios de utilização para todos os usuários: idêntico sempre que
possível ou equivalente quando não.
2. Evitar segregar ou estigmatizar quaisquer usuários.
3. Promover igualmente a todos os usuários privacidade, segurança e proteção.
4. Oferecer um design atraente para todos os usuários.
Princípio
dois
Uso flexível O design deve acomodar uma
ampla gama de habilidades e
preferências individuais.
1. Oferecer a possibilidade de escolha de métodos de utilização.
2. Oferecer a possibilidade do uso por pessoas destras ou canhotas.
3. Possibilitar a precisão e acurácia do usuário.
4. Oferecer a capacidade de adaptação ao ritmo do usuário.
Princípio
três
Uso simples e
intuitivo
O uso do produto deve ser fácil de
entender, independentemente da
experiência, conhecimento,
competências linguísticas ou nível
de concentração atual do usuário.
1. Eliminar a complexidade desnecessária.
2. Oferecer consistência com a intuição e as expectativas dos usuários.
3. Acomodar uma ampla gama de competências linguísticas e alfabetização.
4. Organizar as informações em consistência com a sua importância.
5. Fornecer mensagens eficazes de aviso e de informação, durante e após a conclusão da
tarefa.
Princípio
quatro
Informação
perceptível
O produto deve comunicar ao
usuário todas as informações
necessárias de forma efetiva,
independentemente das suas
condições ambientais ou
habilidades sensoriais.
1. Usar diferentes modos (pictórica, verbal, tátil) para apresentação redundante de
informações essenciais.
2. Fornecer uma diferenciação adequada entre informações essenciais e acessórias.
3. Maximizar a legibilidade de informações essenciais.
4. Diferenciar elementos de maneira que possam ser facilmente assimilados.
5. Fornecer compatibilidade com uma variedade de técnicas ou dispositivos utilizados por
pessoas com limitações sensoriais.
Princípio
cinco
Tolerância a erros O design deve minimizar os riscos
e as consequências adversas de
ações acidentais ou não
intencionais.
1. Organizar elementos para minimizar erros e riscos: os elementos mais usados, mais
acessíveis; elementos perigosos eliminados, isolados ou blindados.
2. Fornecer avisos quanto aos erros e aos riscos.
3. Fornecer recursos à prova de erros.
4. Evitar ações inconscientes em tarefas que exigem maior atenção e vigilância.
Princípio
seis
Baixo esforço
físico
O produto pode ser usado eficiente
e confortavelmente, com um
mínimo de fadiga.
1. Permitir que o usuário mantenha uma posição corporal neutra.
2. Racionalizar a força necessária para sua operação.
3. Minimizar ações repetitivas.
4. Minimizar o esforço físico permanente.
Princípio
sete
Tamanho e
espaço para
aproximação e
uso.
Oferecer espaço e tamanho
apropriados para aproximação,
alcance, manipulação e uso
independentemente do tamanho do
corpo, postura ou mobilidade do
usuário.
1. Oferecer uma linha clara de visão dos elementos mais importantes para qualquer
usuário, esteja ele sentado ou de pé.
2. Oferecer o alcance a todos os elementos de maneira confortável para qualquer usuário,
esteja ele sentado ou em pé.
3. Acomodar variações de mão e punho.
4. Fornecer espaço adequado para o uso de dispositivos de auxílio ou assistência pessoal.
Princípios do Design Universal
É importante ressaltar que os princípios do Design Universal se destinam
apenas aos produtos e serviços cuja utilização deve ser universal, ou quando
a prática do design tiver que ir além da usabilidade
(CENTER FOR UNIVERSAL DESIGN, 1997).
Acessibilidade – se preocupa com a qualidade do acesso para qualquer
pessoa (premissa básica para o próximo item);
Usabilidade – uma vez que já se sabe o perfil do usuário, a usabilidade se
preocupa com a qualidade do uso (se garantido o acesso, claro!);
Design Universal – se preocupa em fazer com que o produto seja acessado
e usado por qualquer um, qualquer um mesmo, respeitando os 7 princípios.
Princípios do Design Universal
http://www.dwell.com/node/18357/slideshow
ARQUITETURA IN/EX CLUSIVA
Como o design pode contribuir para a melhora (ou piora) da experiência das
pessoas na cidade?
21
Arquitetura in/ex clusiva
Em Londres, espetos antimendigos, bancos contra
skatistas e namorados
Arquitetura in/ex clusiva
superfície inclinada dos bancos, resistente a pixações, foi
desenhada para afastar tanto os moradores de rua quanto
os skatistas.
Arquitetura in/ex clusiva
superfície inclinada dos bancos, resistente a pixações, foi
desenhada para afastar tanto os moradores de rua quanto
os skatistas.
Arquitetura in/ex clusiva
superfície inclinada dos bancos, resistente a pixações, foi
desenhada para afastar tanto os moradores de rua quanto
os skatistas.
Arquitetura in/ex clusiva
superfície inclinada dos bancos, resistente a pixações, foi
desenhada para afastar tanto os moradores de rua quanto
os skatistas.
Arquitetura in/ex clusiva
Além dos dispositivos antiskate, os parapeitos das janelas
ao nível do chão têm sido “enfeitados” com pontas ou
espetos para impedir que as pessoas se sentem
Arquitetura in/ex clusiva
assentos inclinados nos pontos de ônibus desencorajam a
permanência e os bancos são divididos com apoio para os
braços para evitar que as pessoas se deitem neles.
Arquitetura in/ex clusiva
Novos bancos em frente às Cortes Reais de Justiça na região
central de Londres.
Arquitetura in/ex clusiva
Repelentes de adolescentes
intimidantes sonoros “antiadolescentes”, como o uso de música clássica nas
estações e os chamados dispositivos mosquito, que emitem sons
irritantes de alta frequência que só os adolescentes escutam.
Arquitetura in/ex clusiva
“Os espetos são parte de uma estética da fortaleza, já ultrapassada e nada bem-
vinda nas comunidades para as quais o design urbano precisa ser inclusivo”,
diz Lorraine Gamman, professora de design na Central St Martins
(Faculdade de Artes e Design) e diretora do centro de pesquisas Design Contra o
Crime, da mesma instituição.
Arquitetura in/ex clusiva
O historiador da arquitetura Iain Borden disse que o surgimento da arquitetura hostil
tem suas raízes no design urbano e na gestão do espaço público dos anos 1990.
Esse aparecimento, afirmou ele,
“sugere que somos cidadãos da república apenas na medida em que estamos
trabalhando ou consumindo mecadorias diretamente”. [...] É o que alguns chamam
de ‘shoppinização’ do espaço público: tudo fica parecendo um shopping”.
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
Os skatistas tentam subverter os bancos fazendo aquilo que sabem melhor. “Hoje
estamos mostrando que você ainda pode andar de skate aqui”, disse Dylan
Leadley-Watkins, freando depois de se lançar com seu skate por sobre um dos
bancos no Covent Garden.
Arquitetura in/ex clusiva
As ações dos skatistas e daqueles que se
indignaram com os espetos – removidos
depois que uma petição online conseguiu
100 mil assinaturas e o prefeito de Londres,
Boris Johnson, aderiu às críticas
Arquitetura in/ex clusiva
Mobilizações no Twitter com a hashtag
#PeopleNotPigeons culminaram na ação de
cimentar os pinos dos lugares
Arquitetura in/ex clusiva
Uma página no Facebook iniciou
o processo em paralelo a outra
petição no Change.org e os
pinos foram removidos.
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
A artista plástica Sarah Ross criou o Archisuit.
Uma conjunção de Design de Moda com Arquitetura e Produto que tem como
objetivo fazer você “caber” na arquitetura de Londres.
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
Já o artista alemão Oliver
Show criou o que ele chama
de “Street Furniture”.
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
Arquitetura in/ex clusiva
OBRIGADO!
Nessa apresentação aprendemos sobre Design Universal e Acessibilidade.
47
Introdução
48
Referências
http://www.konbini.com/en/lifestyle/london-war-on-homeless/
The Center of Universal Design (CUD)
http://www.independent.co.uk/news/uk/home-news/teen-repellent-buzzing-devices-may-be-switched-
off-by-law-today-2010048.html
http://www.bbc.co.uk/news/10442500
http://outraspalavras.net/posts/arquitetura-hostil-as-cidades-contra-seres-humanos/