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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Bibliotecária Responsável: Ana Tereza de Pádua Oliveira CRB-1/3153
S471
Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção
Vegetal – SECIAG (15. : 2018, Ipameri, GO).
Anais [recurso eletrônico] / XV Semana de Ciências Agrárias e VI
Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal de 25 a 28 de setembro
de 2018. - Ipameri: UEG, 2018.
259 p.; il.
Disponível em: http://www.anais.ueg.br/index.php/seciag
ISSN 2594-9683
1. 1. Ciências Agrárias. 2. Ciências Biológicas. 3. Evento multidisciplinar.
2. I. Universidade Estadual de Goiás. II. Título.
CDU: 63
2
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Haroldo Reimer
Reitor
Maria Olinda Barreto
Pró-Reitora de Graduação
Ivano Alessandro Devilla
Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
Marcos Antônio Cunha Torres
Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis
Lacerda Martins Ferreira
Pró-Reitor de Planejamento, Gestão e Finanças
3
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
CÂMPUS IPAMERI
Roberli Ribeiro Guimarães
Diretor
Vagner Santiago do Vale
Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal
Nei Peixoto
Coordenador do Curso de Agronomia
Ismael Martins Pereira
Coordenador do Curso de Engenharia Florestal
4
COMISSÃO ORGANIZADORA
PRESIDENTE
Cleiton Gredson Sabin Benett
VICE PRESIDENTE
Daniel Diego Costa Carvalho
TESOUREIRO
Daniel Diego Costa Carvalho
SECRETÁRIA
Katiane Santiago Silva Benett
COORDENAÇÃO DE PATROCÍNIO
Anne Silva Martins
Jhecika da Silva Furtado
Elissandro Patrick Conceschi Silva
COORDENAÇÃO DE PALESTRAS E MINI-CURSO
Anne Silva Martins
Cleiton Gredson Sabin Benett
COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING
Katiane Santiago Silva Benett
Lucas Robson de Oliveira
Paulo Henrique Pereira Costa Muniz
COORDENAÇÃO CIENTÍFICA
Ednaldo Cândido Rocha
5
MONITORES
Amanda Tavares da Silva
Anne Silva Martins
Cecília Leão Pereira Resende
Edilson Henrique Rezende
Edla Lopes Silva
Elissandro Patrick Conceschi Silva
Frederico Severino Barboza
Guilherme Augusto Marques Santos
Gustavo Matos Coelho
Isabella Batista Barros
Lucas Robson de Oliveira
Luciana Maria da Silva
Kamila Dias da Silva
Kamila Aparecida Santos Alves
Marina Gabriela Marques
Paulo Henrique Pereira Costa Muniz
Pedro Firmino Duarte
Rafaela Serradourada Mota
Rogério Lamim Silva Junior
Romario gomes pimenta nunes
Weslley Ayres Valadão
Lyvia Nunes Arantes de Oliveira
Sara Marinha Viana Costa Simião
Jhecika da silva furtado
Sara Gabriely Rodrigues Martins
Vanessa de Sousa Lourenço
Willian Barros Sidião
6
COMISSÃO CIENTÍFICA
AVALIADORES AD HOC
Anderson Dias Vaz de Souza
Isabela Carolina Silva
Jéssica Rodrigues de Mello Duarte
João Paulo Costa
Luciana Maria da Silva
Natália Cássia de Faria Ferreira
EDITORAÇÃO DOS ANAIS
Ednaldo Cândido Rocha
Lucas Robson de Oliveira
7
APRESENTAÇÃO
O Câmpus da Universidade estadual de Goiás sediado em Ipameri promove,
anualmente desde 2014, um evento próprio denominado inicialmente de ―Semana de Ciências
Agrárias‖. A partir de 2013, esse evento foi ampliado com a incorporação da ―Jornada da Pós-
Graduação em Produção Vegetal‖, recebendo a partir de então a denominação de ―Semana de
Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal – SECIAG‖.
A SECIAG tem a finalidade de ampliar e divulgar conhecimentos, aumentar a
interação entre estudantes, pesquisadores, agricultores, produtores rurais, órgãos e empresas
relacionadas ao agronegócio e ao desenvolvimento rural da região. É o espaço desenvolvido
para discussão de novas tecnologias, troca de experiências, produção de conhecimentos,
integração Universidade e comunidade. A SECIAG ainda tem por finalidade aprimorar a
formação acadêmica, cultural e social dos participantes desse evento.
A Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-graduação em Produção Vegetal –
SECIAG, além de diversas atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão, promove a
divulgação dos resultados de trabalhos científicos desenvolvidos nas áreas de Ciências
Agrárias, Biológicas e afins pelos participantes desse evento. Eles encontram oportunidade
para publicação e divulgação dos resultados de suas pesquisas nos Anais da SECIAG (ISSN
2594-9683), o qual publica um volume por ano contendo os trabalhos apresentados durante o
evento.
Em 2018 está sendo publicado e divulgado o décimo quinto volume dos Anais da
SECIAG, contendo 62 resumos expandidos oriundos de trabalhos de pesquisa e extensão
desenvolvidos nas áreas de Ciências Agrárias, Biológicas e afins.
8
SUMÁRIO
Avaliação do estado nutricional de árvores de Teca no sudeste de Goiás .................................................... 11
Nodulação e teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem em diferentes doses de ureia em cobertura ........... 15
Indicadores econômicos na implantação do cultivo de milho verão ............................................................ 19
Análise de viabilidade econômica do milho safrinha no município de Ipameri, Goiás................................ 23
Efeito do estresse salino na germinação e no vigor de sementes de repolho ................................................ 27
Preparação e aperfeiçoamento para o mercado de trabalho ....................................................................... 31
Análise de custos com safra de soja e safrinha de sorgo no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde ......... 35
Viabilidade econômica da implantação de soja no município de Ipameri, GO ........................................... 39
Viabilidade econômica de implantação da cultura de milho safrinha na região do sudeste goiano ............ 43
Viabilidade Econômica do Cedro Australiano no Município de Ipameri-GO ............................................. 47
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de
fósforo ........................................................................................................................................................... 51
Análise da rentabilidade econômica para a implantação da cultura da soja com safrinha de girassol ...... 55
Estudo de rentabilidade financeira para implantação do feijão-comum em Minas Gerais ........................ 59
Viabilidade econômica da implantação da cultura de Girassol na região Sudeste de Goiás ....................... 63
Viabilidade econômica da implantação de Sorghum bicolor (L.) Moench no município de Ipameri-Goiás 67
Influência da quebra de dormência na germinação de Schizolobium amazonicum ..................................... 71
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de
potássio ......................................................................................................................................................... 75
Aptidão dos híbridos de milho 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW para o mercado de milho verde ........... 79
Teores de S-SO4 em solo submetido à elevadas doses de gesso agrícola e calagem superficial ................... 83
Teste de tetrazólio e de hipoclorito de sódio para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de soja
adubadas com boro em vários estádios fenológicos ..................................................................................... 87
Eficácia e Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência em Vigna radiata................................ 91
Aspectos físico-químicos durante o armazenamento pós-colheita de almeirão ........................................... 95
Diversidade de traços funcionais e sua importância para a manutenção de cerrados ................................ 99
Promoção de crescimento de plantas de Salsa utilizando cepas de Trichoderma spp. ............................... 103
9
Valoração contingente de ações de requalificação do meio ambiente: um estudo de caso no bairro Parque
Real, município de Caldas Novas-GO ........................................................................................................ 107
Produção de biomassa de Eucalyptus urograndis em um sistema agroflorestal ......................................... 111
Licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras no município de Ipameri-Go ......... 115
Densidade básica da madeira a 0,30 m e 1,30 m da árvore de espécies arbóreas de Cerrado ................... 119
Aptidão dos híbridos de milho BRS1055, P3646H e P3862YH para o mercado de milho verde ............... 123
Decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de eucalipto ..................................... 127
Avaliação do efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea grandiflora Mart.) ............................ 131
Quebra de dormência de sementes de Araticum do Cerrado de Goiás ..................................................... 135
Capacidade germinativa de sementes de Carvoeiro ................................................................................... 139
Influência de diferentes velocidades de semeadura na produtividade da soja .......................................... 143
Fitossociologia de um povoamento de Eucalyptus grandis em uma fazenda no município de Ipameri – GO
..................................................................................................................................................................... 147
Levantamento fitossociológico de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual na Fazenda Mata do
Rio, Ipameri, GO ........................................................................................................................................ 151
Fitossociologia em fragmento de Floresta Estacional localizado na Fazenda Mata do Rio, município de
Ipameri-GO ................................................................................................................................................ 155
Respostas de genótipos de grão-de-bico à doses de Imazethapyr ............................................................... 159
Influência do fotoperíodo no desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke
submetidas a escarificação mecânica.......................................................................................................... 163
O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos no estado de Goiás na safra 2016/17 ......... 167
Crescimento in vitro e produção de conídios de Colletotrichum gloeosporioides, ocorrente em mangueira
cv. ‘Amrapali’ .............................................................................................................................................. 171
Hidrocondicionamento fisiológico de sementes de alface à temperatura de 20ºC ..................................... 175
Controle do escurecimento enzimático em palmito de açaí minimamente processado ............................. 179
Crescimento micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus ......................................................... 183
A importância do Marketing no Agronegócio brasileiro ........................................................................... 187
Superação de dormência em sementes de Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) ....................................... 191
População micorrízica em solo na estação seca cultivado com diferentes espécies gramíneas no sistema
silvipastoril .................................................................................................................................................. 195
Avaliação de linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado em Ipameri-GO ........................ 199
Análise de custos e rendimentos da implantação de uva niágara na região de Ipameri, Goiás ................. 203
Estoque de carbono do solo por diferentes gramíneas no sistema silvipastoril ......................................... 207
10
Microorganismos do Solo como Indicadores do Efeito de Borda em um Fragmento de Floresta Estacional
Semidecidual ............................................................................................................................................... 211
Identificação de macrofauna do solo em diferentes usos da terra ............................................................. 215
Altura de plantas e a porcentagem final de emergência de Eugenia pyriformis e Eugenia uniflora com e
sem a presença de tegumento nas sementes................................................................................................ 219
Desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke submetidas a diferentes
condições de fotoperíodo e a quebra de dormência por água fervente ...................................................... 223
Superação de dormência em sementes de Copaíba submetidas a escarificação mecânica ........................ 227
Adequação do teste de envelhecimento acelerado para determinar o vigor de sementes de feijão-mungo231
Produção de sementes de feijão-vagem em função da aplicação de diferentes doses de composto orgânico
..................................................................................................................................................................... 235
Viabilidade econômica da implantação de teca no sudeste de Goiás ......................................................... 239
Viabilidade econômica de cultivar de café Catucaí Amarelo 24/137 resistente à ferrugem sob sistema de
irrigação localizada no município de Ipameri, Goiás ................................................................................. 243
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de
nitrogênio .................................................................................................................................................... 248
Integração da Universidade Estadual de Goiás com o Colégio Aprov COC ............................................. 252
Emergência e desenvolvimento de coentro em função de adubação orgânica e de enriquecimento com
adubo mineral ............................................................................................................................................. 256
11
Avaliação do estado nutricional de árvores de Teca no sudeste de Goiás
Gabriel Campos do Amaral(1)
; Matheus da Silva Araújo(2)
; Alan Abadio da Silva(3)
; José
Eduardo Dias Calixto Júnior(4)
; Vitor Correa de Mattos Barretto(5)
(1)
Profissional; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)
Doutorando; Universidade de São Paulo; (3)
Profissional; Universidade Estadual de Goiás,
Ipameri. (4)
Estudante; Universidade de Brasília; (5)
Professor, Universidade Estadual de São
Paulo.
RESUMO
Objetivou-se com este estudo avaliar o estado nutricional de povoamento de teca (Tectona
grandis L. f.) com 14 anos de idade, na Fazenda P.U., Urutaí-GO, sudeste de Goiás,
cultivados em espaçamento regular de 3 x 2 m, de 5,4 hectares. Para avaliar a fertilidade do
solo, foram coletadas 33 amostras simples, em uma grade amostral, dentro do talhão, com o
auxílio de um trado tipo sonda ou rosca, nas camadas de 0-0,20; 0,20-0,40 m. Os resultados
das análises químicas do solo foram submetidos à análise estatística descritiva. De maneira
geral os teores dos nutrientes analisados apresentaram superioridade quando analisado o solo
da camada superficial 0-0,20 m comparado à camada 0,20-0,40 m. O povoamento de teca
apresentou baixa disponibilidade de nutrientes no solo e não estão apropriados ao
desenvolvimento da espécie.
Palavras-chave: Fertilidade do solo, nutrientes, espécie florestal.
INTRODUÇÃO
As madeiras originárias de reflorestamento se revelam promissoras e o futuro reside
no uso das mesmas, uma vez que o uso de madeiras provenientes de florestas nativas torna
cada vez mais ineficiente, devido ao elevado número de espécies proibidas de corte
(PETRAUSKI et al., 2012). Várias espécies exóticas estão sendo difundidas no Brasil, em
especial, a teca (Tectona grandis L. f.) uma espécie arbórea que vem sendo cultivada, em
Mato Grosso, e apresenta potencial para plantio em Goiás, Maranhão, Bahia e Minas Gerais,
cuja finalidade é obtenção de madeira para indústria de serraria (COSTA et al., 2012).
As espécies florestais de rápido crescimento exigem um planejamento intensivo, por
meio de intervenções silviculturais, para obter alta produtividade e madeira de qualidade. Para
atingir o potencial máximo produtivo de uma planta, faz-se necessário um correto suprimento
de nutrientes. Além dos macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,
enxofre, carbono, oxigênio e hidrogênio), é preciso considerar também os micronutrientes
que, embora sejam requeridos em pequenas quantidades, são fundamentais para o
desempenho das principais funções metabólicas da célula (CORCIOLI et al., 2016).
Dos atributos químicos do solo que exercem grande influência no crescimento e
desenvolvimento das plantas podem-se destacar a matéria orgânica e o pH, uma vez que são
relativamente de fácil determinação e estão diretamente ligados à disponibilidade de
nutrientes do solo. Ainda, ressalta-se que matéria orgânica pode alterar algumas propriedades
físicas do solo, como sua agregação, densidade e porosidade, aeração, capacidade de retenção
e infiltração de água, podendo prejudicar indiretamente o crescimento vegetal (RAIJ, 2001).
12
Diante do exposto, objetivou-se com este estudo avaliar o estado nutricional de
povoamento de teca (Tectona grandis L. f.) com 14 anos de idade, na Fazenda P.U., Urutaí-
GO, sudeste de Goiás.
MATERIAL E MÉTODOS
A área de estudo está situada no Município de Urutaí-GO na Fazenda P.U., na latitude
17º 28‘ S e longitude 48º 14‘ W. O tipo climático é o Aw, segundo a classificação de Köppen,
caracterizado como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A
temperatura média anual é de 23ºC no período de setembro a outubro, podendo chegar até a
máxima de 30ºC e, entre os meses de junho e julho, com mínima inferior a 15ºC (ALVARES
et al., 2013). A precipitação média anual é de 1000 a 1500 mm, com umidade relativa média
do ar de 60 %. O solo, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA,
2013) é Latossolo Vermelho. Para isso, foi monitorado um povoamento de teca (Tectona
grandis Linn. F.), plantados em 2000 (14 anos, 8 ha), em espaçamento regular de 3 m x 2 m.
As determinações analíticas dos atributos químicos do solo analisadas foram: pH em
CaCl2, fósforo (Presina), matéria orgânica (M.O.), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg),
H+Al e a saturação de bases (V %). Os métodos de determinação estão descritos por Raij et
al. (2001). As análises foram realizadas no laboratório de solos do Instituto Federal Goiano –
Campus Urutaí e Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri e Campus Anápolis.
Para avaliar a fertilidade do solo, foram coletadas 33 amostras simples, em uma grade
amostral, dentro do talhão, com o auxílio de um trado tipo sonda ou rosca, nas camadas de 0-
0,20; 0,20-0,40 m.
A área foi estaqueada com auxílio de uma estação total, e posteriormente, os pontos
foram georreferenciados com auxílio de um receptor de navegação GNSS (Global Navigation
Satellite System) e posteriormente, os pontos foram georreferenciados com auxílio de um
receptor de navegação GPS em pontos de controle do lado externo da área para não ocorrer
interferência no cadastro de pontos.
Os resultados das análises químicas do solo foram submetidos à análise estatística
descritiva obtendo-se a média, o desvio-padrão, o erro-padrão da média e o coeficiente de
variação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de pH, matéria orgânica (M.O), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio
(Mg), H + Al, saturação de bases (V %) do latossolo vermelho em cultivo de Teca estão
dispostos na Tabela 1.
Tabela 1. Estatística descritiva das análises químicas de um latossolo vermelho em cultivo de
Teca com 14 anos de idade.
Variáveis Profundidades Mín Máx Mediana Média Desv_pad CV Coef.ass Coef.curt
pH 0 - 20 4,10 5,10 4,60 4,56 0,23 5,15 0,18 0,00
20 - 40 3,90 5,50 4,50 4,56 0,34 7,48 0,68 0,02
M.O (g dm-3
) 0 - 20 20 37 27,50 27,34 3,91 14,31 0,14 -0,00
20 - 40 11 32 19 19,58 3,92 20,03 1,01 0,09
P (mg dm-3
) 0 - 20 2 6 3 3,34 1,12 33,63 0,56 -0,01
20 - 40 1 4 2 1,73 0,75 43,28 0,94 0,04
K (mmolc dm-3
) 0 - 20 1,30 3,50 2 1,98 0,49 25,06 0,75 0,05
20 - 40 0,70 2,70 1,20 1,29 0,40 31,58 1,31 0,10
Ca (mmolc dm-3
) 0 - 20 6 26 13,50 13,78 4,34 31,53 0,41 0,03
13
20 - 40 3 18 8 8,14 3,36 41,33 1,15 0,07
Mg (mmolc dm-3
) 0 - 20 2 9 4 4,15 1,34 32,40 1,30 0,16
20 - 40 1 5 3 2,76 0,98 35,68 0,10 0,02
H+Al (mmolc dm-3
) 0 - 20 25 58 36 38,46 9,09 23,65 0,75 -0,00
20 - 40 18 47 31 31,94 7,89 24,72 0,24 -0,00
V (%) 0 - 20 15 52 33,50 34,18 9,26 27,08 -0,11 -0,01
20 - 40 10 56 27,50 28,20 9,69 34,37 0,41 0,02
Os níveis de pH, apresentaram um valor médio de 4,56 nas duas profundidades,
indicando acidez (Tabela 1). Segundo Alvarado (2006), a teca tem crescimento adequado em
um solo com pH superior a 4,7. O baixo pH prejudica o desenvolvimento da teca afetando a
absorção dos demais nutrientes pela planta. É bom destacar também que, em solos ácidos,
aumenta a fixação de P no solo, diminuindo os teores de P disponível, fato que foi observado
no presente estudo, onde os teores de P encontrados nas profundidades de 0,20 e 0,40 m,
respectivamente 3,3 e 1,7 mg dm-3
são considerados baixo (NOVAIS et al., 2007).
É importante destacar que o fósforo (P) é o macronutriente mais aplicado nos cultivos
de espécies florestais nos estádios iniciais de germinação, produção de mudas e
estabelecimento no campo, e entre todos os demais é o que apresenta maior deficiência nos
solos tropicais, como os solos de cerrado (CABRAL et al., 2016), devido às interações entre
as argilas não silicatadas, em especial os óxidos de Fe e Al a este elemento (MALAVOLTA
et al., 1997).
Os valores de H+Al variaram de 38,4 a 31,9 mmolc dm-3
entre as duas profundidades
analisadas, 0-0,20 e 20-40 m respectivamente (Tabela 1). Para Ca e Mg entre as
profundidades os valores variaram de 13,7 à 8,14 mmolc dm-3
de Ca e 4,15 à 2,76 mmolc dm-
3. Segundo Bartz et al. (1995), o teor de Ca + Mg ≤ 25 mmolc dm-3
é considerado baixo, entre
26 e 50 mmolc dm-3
é médio e > 50 mmolc dm-3
alto.
O K também apresentou maiores teores na profundidade de 0-0,20 m (1,98 mmolc dm-
3), valor 53 % superior aos teores encontrados na profundidade de 20-40 m (1,29 mmolc dm
-
3). Tomé Júnior (1997) relatou que o teor de K ≤ 1,0 mmolc dm
-3 é baixo, de 1,1 a 3,0 mmolc
dm-3
é médio e > 3,0 mmolc dm-3
é alto. Deste modo podemos inferir que os teores de K estão
médios. Em relação a matéria orgânica (M.O), a profundidade 0-0,20 m apresentou teor
superior (27,34 g dm-3
) em relação a área 1 (19,58 g dm-3
) como pode ser visto na Tabela 1.
Em geral, a matéria orgânica diminui com a profundidade do solo, como pode ser visto, no
presente estudo.
Em relação a saturação de bases, os valores encontrados nas duas profundidades são
inferiores as recomendadas para espécie. Para o cultivo da teca é indicado o cultivo em solos
com 60 % de saturação de bases (Tabela 1).
De maneira geral os teores dos nutrientes analisados apresentaram superioridade
quando analisado o solo da camada superficial 0-0,20 m comparado a camada 0,20-0,40 m.
Tal fato está diretamente relacionada com a deposição e decomposição da serrapilheira uma
vez que, a teca é uma espécie arbórea decídua e apresenta folhas com grandes dimensões, em
média, possuem 30 a 40 cm de comprimento por 25 cm de largura (COSTA et al., 2012).
CONCLUSÃO
O povoamento de teca apresentou baixa disponibilidade de nutrientes no solo e não
estão apropriados ao desenvolvimento da espécie.
14
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Universidade Estadual de Goiás pela bolsa de Iniciação
Científica do Programa de Bolsa de Iniciação Científica da UEG (PBIC/UEG) para o primeiro
autor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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fósforo, 2006. (Informaciones Agronomicas, 61).
ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.;
SPAROVEK, G. Köppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische
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BARTZ, H. R. et al. Recomendações de adubação e de calagem para os estados do Rio
Grande do Sul e de Santa Catarina. 3 ed. Passo Fundo-RS: SBCS/ Núcleo Regional Sul,
1995. 224 p.
CABRAL, C. E. A.; CABRAL, L. S.; SILVA, E. M. B.; CARVALHO, K. S. C.; KROTH, B.
E.; CABRAL, C. H. A. Resposta da Brachiaria brizantha cv. Marandu a fertilizantes
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n.1, p.66-72, 2016.
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42, p. 87-99, 2012.
CORCIOLI, G.; BORGES, J. D.; JESUS, R. P. Deficiência de macro e micronutrientes em
mudas maduras de Khaya ivorensis estudadas em viveiro. Cerne, Lavras - MG, v. 22, n. 1, p.
121-128, 2016.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3 ed. Brasília-DF: Embrapa Solos,
2013. 201p.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das
plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba-SP: POTAFOS, 1997. 319p.
NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI,
R. B.; NEVES, J. C. L. (Eds.) Fertilidade do solo. Viçosa-MG: SBCS, 2007. 1017p.
PETRAUSKI, S. M. F. C.; MARQUES, G. M.; SILVA, M. L.; CORDEIRO, S. A.; SOARES,
N. S. Competitividade do Brasil no mercado internacional de madeira serrada. Cerne, Lavras
- MG, v.18, n.1, p.99-104, 2012.
RAIJ, B. V. Fertilidade do solo e manejo dos nutrientes. Piracicaba-SP: International Plant
Nutrition Institute, 2011.
TOMÉ JÚNIOR, J. B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba - RS:
Agropecuária, 1997. 247 p.
15
Nodulação e teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem em diferentes doses
de ureia em cobertura
Karen Andreon Viçosi(1)
; Maria Alice da Silva Brito(2)
; Luiz Gustavo Brunelo Carmanhan(3)
;
Adilson Pelá(4)
(1)
Estudante de Pós-Graduação em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;
Ipameri, Goiás; [email protected]. (2)
Estudante de Engenharia Florestal;
Universidade Estadual de Goiás. (3)
Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de
Goiás. (4)
Professor; Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a nodulação e o teor de nitrogênio foliar de plantas de
feijão-vagem submetidos a diferentes doses de nitrogênio em cobertura. O trabalho foi
realizado em casa de vegetação da UEG-Ipameri. O experimento foi conduzido em
delineamento inteiramente casualizado, com cinco doses crescentes de N em cobertura (0, 30,
60, 90 e 120 kg ha-1
) aos 15 dias após a emergência, com quatro repetições. No momento em
que plantas atingiram a floração, foram retiradas para a análise de número de nódulos e teor
de nitrogênio foliar. As doses de nitrogênio afetaram o número de nódulos, com redução em
função até a dose de 42,3 kg ha-1
. O nitrogênio da parte aérea do feijão-vagem arbustivo ficou
entre o ideal para a cultura, independente da dose utilizada. A aplicação de adubação
nitrogenada em cobertura reduz a nodulação e aumenta o teor de nitrogênio foliar do feijão-
vagem.
Palavras-chave: Phaseolus vulgaris, fixação biológica de nitrogênio, adubação.
INTRODUÇÃO
O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa hortícola, de grande
importância econômica, fonte de vitaminas essenciais, minerais e fibras, tornando-se uma
excelente fonte de nutrientes para consumo humano (FILGUEIRA et al., 2013). É uma
leguminosa com alto teor de nitrogênio nos grãos e demais tecidos e, por essa razão, esse é o
nutriente mais extraído e exportado pela planta (FONSECA et al., 2013).
O nitrogênio pode ser fornecido para a planta através do solo (por meio da
decomposição da matéria orgânica), aplicação de fertilizantes nitrogenados e a fixação
biológica de nitrogênio. As leguminosas, dentre eles o feijão-vagem, tem capacidade de
estabelecer simbiose mutualista com bactérias da família Rhizobiacea, presente naturalmente
no solo ou por meio de inoculação de sementes, e assim se beneficiar do nitrogênio fixado,
em um processo denominado fixação biológica do nitrogênio (MATOSO e KUSDRA, 2014).
A fixação biológica do nitrogênio (FBN) através da simbiose do feijão-vagem com
bactérias fixadoras de N atmosférico surge então como uma alternativa sustentável em relação
ao uso de fertilizantes nitrogenados, sendo uma tecnologia capaz de substituir, parcialmente
ou integralmente, a adubação nitrogenada mineral (KANEKO et al., 2010), desde que a
simbiose com rizóbios supra o nitrogênio necessário ao crescimento e desenvolvimento do
feijoeiro, cultura na qual ainda há descrédito quanto aos benefícios da inoculação e que se
caracteriza por aplicações de altas doses de fertilizante nitrogenado mineral (FONSECA et al.,
2013).
16
O objetivo deste trabalho foi avaliar a nodulação e o teor de nitrogênio foliar de
plantas de feijão-vagem submetidos a diferentes doses de nitrogênio em cobertura.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado casa de vegetação da Universidade Estadual de Goiás,
Câmpus Ipameri. O experimento foi conduzido em um delineamento inteiramente
casualizado, com cinco doses crescentes de N em cobertura (0, 30, 60, 90 e 120 kg ha-1
), com
quatro repetições.
A unidade experimental foi composta por duas plantas, em um vaso de 9 litros, da
cultivar arbustiva Stringless Green. A adubação de plantio foi realizada com aplicação de 25
mg kg-1
de N, 150 mg kg-1
de P2O5 e 100 mg kg-1
de K2O, utilizando como fonte utilizando
como fonte supersimples amoniacal (3-17-0) e cloreto de potássio (60% KCl). As doses de
nitrogênio aplicadas em cobertura foram realizadas 15 dias após a emergência, utilizando
como fonte a ureia (45% de N). Foram realizadas irrigações diárias e demais tratos culturais
quando necessários.
O experimento foi conduzido até as plantas atingirem o estádio fenológico R6
(floração). Foram analisadas o número de nódulos, através de contagem manual, e teor de
nitrogênio da parte aérea, determinado pelo método Kjeldahl (TEDESCO et al., 1995). Os
dados obtidos foram submetidos a análise de regressão através do software R.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As doses de nitrogênio aplicadas em cobertura afetaram o número de nódulos do
sistema radicular do feijão-vagem arbustivo, atingindo o menor valor na dose de 42,3 kg ha-1
,
conforme demonstrado na figura 1.
Figura 1 – Número de nódulos do feijão-vagem arbustivo submetidos a diferentes doses de
nitrogênio em cobertura. *Significativo a 5% de probabilidade.
17
Martins et al. (2013) obtiveram respostas lineares decrescentes do número de nódulos
em função do aumento da adubação nitrogenada, demostrando que o nitrogênio mineral tem
papel inibidor na nodulação do feijoeiro. Resultado semelhante foi encontrado por Brito et al.
(2011), com a nodulação decrescendo proporcionalmente ao incremento da dose de N,
evidenciando que o aumento na concentração de N mineral na desfavorece o processo de
simbiose entre a planta e o rizóbio, com redução na fixação simbiótica de nitrogênio.
O maior número de nódulos na dose de 0 kg ha-1
pode ser explicado por Brady e Weil
(2013), que afirmam que as leguminosas investem energia necessária para a FBN apenas
quando há pouco nitrogênio no solo disponível pela planta, o que não ocorre quando faz o uso
de adubação em cobertura.
O teor de nitrogênio foliar se ajustou de modo significativo ao modelo de regressão
quadrática (Figura 2), com o máximo de N acumulado na dose de 41,6 kg ha-1
. Os valores de
nitrogênio estão dentro da faixa adequada (3 a 5 kg ha-1
), evidenciando que mesmo na
ausência de adubação de nitrogênio em cobertura (dose de 0 kg ha-1
) o feijão-vagem é capaz
de promover um estado nutricional ideal de nitrogênio na planta, devido a nodulação presente
nesta dose.
Figura 2 – Teor de nitrogênio nas folhas do feijão-vagem arbustivo submetidos a diferentes
doses de nitrogênio em cobertura. *Significativo a 5% de probabilidade.
Kaneko et al. (2010) não observaram influência dos mecanismos de abertura de sulco
bem como da inoculação de sementes com Rhizobium tropici nos valores de nitrogênio foliar,
enquanto que Otsubo et al. (2013) encontraram concentrações de N na parte aérea
semelhantes entre as plantas supridas com N mineral e as plantas inoculadas.
18
CONCLUSÃO
A aplicação de adubação nitrogenada em cobertura reduz a nodulação e aumenta o
teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem.
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual de Goiás pela concessão da bolsa de mestrado para a
realização do projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Alegre: Bookman. 2013.
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FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. Viçosa: UFV, 2013. 421 p.
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MATOSO, S. C. G.; KUSDRA, J. F. Nodulação e crescimento do feijoeiro em resposta à
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OTSUBO, A. A.; BRITO, O. R.; MERCANTE, F. M. Productivity and nodulation of
promising lineages of the Carioca bean group inoculated with Rhizobium tropici or
supplemented with nitrogen fertilizer. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 6, p.
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TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J.
Análise de solo, plantas e outros materiais. 2ª ed. Porto Alegre: UFRGS, 1995. 147 p.
19
Indicadores econômicos na implantação do cultivo de milho verão
Amanda Rithielly Borges Marques(1)
, Daniel Beltram Mendes(2)
, Francielle Wanderley
Ribeiro(2)
, Andrécia Cósmem da Silva(3)
, Matheus da Silva Araújo(4)
(1)
Discente do Curso de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Campus
Ipameri/GO; ([email protected]); (2)
Discente do Curso de Agronomia;
Universidade Estadual de Goiás; Campus Ipameri/GO; (3)
Docente do curso de Agronomia;
Universidade Estadual de Goiás; Campus Ipameri/GO; (4)
Doutorando em Solos e Nutrição de
plantas da Universidade de São Paulo: Campus-ESALQ, Piracicaba – SP, Brasil.
RESUMO
O mercado brasileiro atual está em uma crescente expansão do comercio agrícola, neste
cenário o milho Zea mays L. tem conquistado bastante espaço sendo um dos maiores
cultivares plantados no país. Desta forma o presente trabalho se propôs a estudar a viabilidade
econômica do sistema de cultivo do milho verão na região Sudeste do estado de Goiás,
município de Ipameri, utilizando os indicadores econômicos: ponto de nivelamento, margem
de segurança, e relação benefício custo, sendo obtidos pelos dados extraídos dos coeficientes
técnicos e custo de produção. Os resultados demonstram uma receita liquida de R$ 3.181,10
por hectare, com a margem de segurança em -51 % e relação custo benéfico de 2,06. Diante
isso, conclui-se que a implantação do projeto é economicamente viável sendo uma ótima
opção de investimento para o produtor rural.
Palavras-chave: Grande cultura, Economia rural, Safra verão, Grãos.
INTRODUÇÃO
O milho Zea mays L. é uma espécie da família Gramineae, que apresenta importância
para a economia global, sendo cultivado desde o período pré-colombiano, e se apresenta hoje
como uma das plantas superiores mais conhecidas cientificamente. Ele atingiu um alto grau
de domesticação e somente sobrevive hoje na natureza se cultivado pelo homem. Sua cultura
já ocupa mais de 15 milhões de hectares no Brasil, sendo cultivado em todos os estados
(SANTOS, 2014).
O Brasil vem ganhando espaço nos últimos anos e se concretizando entre os principais
países produtores de alimentos do mundo (ALMEIDA et al, 2017). A produção de grãos
brasileira, referente a safra 2017/2018, foi estimada em 229,53 milhões de toneladas, com
uma área plantada de 61,38 milhões de hectares, onde cerca de 25,6 milhões de toneladas são
pertencentes a Safra de Milho e 63,02 milhões de toneladas ao Milho Safrinha (CONAB,
2018).
Na safra de 2017/2018 foram plantados quase 240 mil hectares de milho verão no
estado de Goiás, sendo estimada uma produção de 1.850 milhões de toneladas, o que
representou um decréscimo na área plantada e consequentemente na produção se comparado a
safra de 2016/2017. Sendo que encontra partida, houve uma melhora no preço da saca,
obtendo assim bons preços na colheita (CONAB, 2018).
Sendo assim, visando o exposto potencial de crescimento e lucratividade da cultura,
sabendo que investimentos na área são cada dia mais aplicados, surge a necessidade de
realizar estudos de viabilidade econômica que demonstrem de forma clara o potencial de
20
retorno do investimento (FALEIRO et al., 2017). Desta forma o presente trabalho teve por
objetivo analisar a viabilidade econômica do cultivo do Milho Safra, visando a maior
lucratividade.
MATERIAL E MÉTODOS
As unidades de análise dos estudos foram as regiões produtoras da cultura do milho
localizadas no sudeste de Goiás, município de Ipameri, onde foi efetuada a coleta de dados
referentes ao plantio e manejo da cultura. Os coeficientes técnicos foram validados por
produtores rurais com experiencia no manejo, e os custos de produção obtidos através de
levantamentos em empresas que comercializam insumos agrícolas na região.
A condução do projeto deu-se na safra 2017/2018, e foi instalado sob sistema de
plantio direto utilizando sementes do tipo Híbrido simples convencional, AG - 8070 PRO 3,
adotou um espaçamento de 50 cm entre linhas, estimando um ciclo de 120 a 130 dias.
Durante o preparo do solo, foi realizada a distribuição do calcário dolomítico, e a dessecação
por meio de herbicida. No plantio foram aplicados 0,6 litros de fungicida para prevenção de
fungos, 1,2 litros do inseticida brilhante e uma adubação de 0,3 toneladas de formulado NPK.
Durante os tratos culturais foi executada uma adubação de cobertura a base de ureia, e
pulverização de herbicidas e inseticidas, além do controle diário contra formigas utilizando
iscas. Os maquinários utilizados foram terceirizados, desde o preparo do solo até o momento
do transporte dos grãos.
Verificou-se oferta e demanda do mercado, e os valores praticados regionalmente. A
tabulação dos dados foi elaborada por meio de uso de planilhas eletrônicas do Excel
Microsoft®.
Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) que
corresponde ao desembolso por hectare realizado pelo agricultor desde o preparo do solo até a
colheita e o Custo Operacional Total (COT) que é o somatório do COE e dos outros custos
operacionais, que são constituídos por pelos custos fixos e as despesas indiretas que o
produtor tem para obter a produção da safra, como impostos, depreciações, custo com a terra,
salários entre outros (RAMBO et al., 2015).
Os seguintes indicadores econômicos foram adotados para a analise de viabilidade:
Receita Bruta (R): o cálculo é realizado através da formula (R= Q*P) sendo Q a quantidade e
P o preço unitário do produto; Ponto de Nivelamento (PN) que define o valor das vendas para
cobertura dos gastos totais, através do calculo (PN= C / P), onde C é a soma de todos os
custos e P o preço unitário do produto; Margem de segurança (MS), que demonstra até que
ponto o valor dos insumos podem subir ou o preço do produto cair até começar a registrar
prejuízos, é calculada pela fórmula (MS = C-RB-/RB*100), onde C é a soma de todos os
custos e RB o valor da Receita Bruta; Relação Custo Benefício (RBC), onde o projeto se
torna viável quando a RBC > 1, o calculo é realizado através da fórmula (RBC= B/C), onde R
é a soma de todas as receitas e C a soma de todo investimento e despesas; e a Receita Líquida
(RL) que demonstra a lucratividade do projeto, sendo calculada pela formula (RBC).
RSULTADOS E DISCUSSÃO
Através das informações de orçamento obtidas pelos autores entre os meses de
fevereiro e junho de 2018 determinou-se quatro grupos, (A- Preparo do Solo, B-Plantio, C –
Tratos Culturais e D – Colheita), que foram classificados em Custo Operacional Efetivo –
COE, e Custo Operacional Total – COT, representados na tabela 1, onde percebe – se que os
maiores gastos foram empregados no Plantio seguido pelos Tratos Culturais, representando
respectivamente 42,63% e 18,16% do Custo Operacional Total.
21
Tabela 1 – Custos e Despesas do cultivo de milho safra em 1 ha.
DESCRIÇÃO
Total (R$) Porcentagem
A. Preparo do Solo R$ 188,45 6,30%
B - Plantio R$ 1.276,48 42,63%
C – Tratos Culturais R$ 543,87 18,16%
D – Colheita R$ 308,75 10,31%
Custo operacional Efetivo (COE) R$ 2.317,55 77,40%
Funrural 1,5%
Outras Despesas (10% do COE)
R$ 92,62
R$ 258,73
3,09%
8,65%
Custo de oportunidade da terra R$ 325,00 10,85%
Custo Operacional Total (COT) R$ 2.993,90 100,00
O Custo Operacional Total fechou no valor de R$ 2.993,90 /ha.ciclo enquanto
Peixoto, et al. (2017), em seu estudo sobre a cultura obteve um COT de R$ 4.385,70 /ha.ciclo,
o que demonstra que o plantio direto é mais econômico se comparado ao plantio
convencional.
Os valores dos indicadores de rentabilidade do projeto foram obtidos a partir dos
dados disponibilizados pelos coeficientes técnicos, dos rendimentos, das atividades
implantadas e do fluxo das despesas e receitas envolvidos na implantação e manutenção do
cultivo de milho verão. O preço obtido pela empresa Caramuru Alimentos que comercializa o
grão na região foi de R$ 32,50 a saca de 60 Kg e com a expectativa de produção de 190 sc/ha,
de acordo com a média de produção divulgada por produtores da região de Ipameri. Os
indicadores econômicos apresentaram os resultados abaixo (Tabela 2).
Tabela 2 – Indicadores Econômicos
Especificação Produtividade
sc/ha (A)
Receita
Bruta
(A*P)
Custo
Total
R$/hac
(C)
Ponto de
Nivelament
o (C/P)
Margem
de
Segurança
% (C-
B/B)
Relação
Beneficio
/ Custo
(B/C)
Receita
liquida
1,0 hectare 190
R$
6.175,00
R$
2.993,90 92,12 sc -51% 2,06
R$
3.181,10
Notas: (A) Produtividade média de hectare; (B) Margem Total: Preço x Quantidade
Comercial, (C) Custos efetuados p/ obtenção da produção; (P) Preço R$/sc R$ 32,50
Observa se que após a comercialização dos grãos a receita obtida, viabiliza o
pagamento das despesas e ainda um retorno lucrativo de R$ 3.181,10. O ponto de
nivelamento teve como resulto a necessidade de produção de 92,12 sacas para que seja
possível a cobertura dos gastos com a safra. Esse valor foi inferior ao ponto de nivelamento
(108,85 sc/ha) obtido por Simioni et al. (2017) ao avaliarem a viabilidade econômica da
produção de milho em área de plantio direto com adubação mineral, realizado no estado de
Santa Catarina, tal resultado pode ser explicado pelo fato da diferenciação dos métodos
utilizados para o cultivo do manejo.
CONCLUSÃO
O estudo demonstra que a exploração do milho no município de Ipameri, Sudeste do
Estado de Goiás, de acordo com as condições estabelecidas no projeto é uma atividade viável
economicamente, sendo que, nas mais diversas situações testadas os parâmetros de
desempenho econômico analisados demonstraram cifras bastante expressivas.
22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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econômica da implantação de soja e feijão com sucessão de milho no sudeste de goiás.
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de Grãos. Brasília-DF: Conab, Brasília, v.5, n.4, p. 72-81,2018.
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira
de Grãos. Conab, Brasília, v.5, n.7, p. 8-12,2018.
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PEIXOTO, M. L. L. F.; ARAÚJO, R. C. P.; ARAÚJO, E. L.; CAMPOS, K. C.; UCHÔA, C.
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RAMBO, J.R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C. Análise
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SIMIONI, F. J.; BARTZ, M. L. C.; WILDNER, L. P.; SPAGNOLLO, E.; VEIGA, M.;
BARRETA, D. Indicadores de eficiência técnica e econômica do milho cultivado em sistema
plantio direto no Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Ceres, Viçosa-MG, v. 64, n.3, p.
232-241, 2017.
23
Análise de viabilidade econômica do milho safrinha no município de
Ipameri, Goiás
Leilaine Gomes da Rocha (1)
; Luciano de Oliveira Santana (1)
; Leonardo Gomes (1)
; Carolina
Cândida Rodrigues; Andrécia Cósmem da Silva (2)
(1)
Discente do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri, GO;
[email protected]; (2)
Docente, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,
GO.
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo analisar a viabilidade econômica do cultivo de milho
safrinha em uma propriedade rural no munícipio de Ipameri, Goiás. A análise dos custos de
produção foi feita para 1 hectare. Para estudo da viabilidade foram utilizados os indicadores
econômicos: Relação Benefício/Custo (B/C), Ponto de Nivelamento (PN) e Margem de
Segurança (MS), além da análise da Receita Bruta e Receita Líquida. O projeto teve um custo
total de R$ 3.511,67, com receita bruta de R$ 4.935,00 e receita líquida de R$ 1.423,33. O
índice B/C foi 1,41, o PN 100 sacas e a MS -0,28. De acordo com os resultados dos
indicadores, constatou-se a viabilidade do projeto de implantação do milho safrinha para a
propriedade estudada.
Palavras-chaves: Zea mays, custos de produção, indicadores econômicos, segunda safra.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays) é um dos principais cereais cultivado em escala mundial. O
aproveitamento da cultura vai desde à alimentação humana e animal até a utilização da palha
para o artesanato, sendo que grande parte da produção mundial, cerca de 70% é utilizada na
alimentação animal (SILVA e SILVA, 2017). O cultivo do milho safrinha é feito em sistema
sequeiro, realizado no período inicial do ano após as culturas de verão, principalmente da soja
precoce (CRUZ et al., 2010).
O plantio do milho de segunda safra tem apresentado importante participação na
produção de grãos do país desde a década de 90, quando houve expansão do cultivo de forma
considerável pelos estados produtores do cereal (LEIVAS et al., 2013). Segundo a CONAB
(2018) na atual safra, 2017/18, a estimativa de área plantada do milho segunda safra no país é
de 11.564,9 mil hectares, com a produção estimada em 63 milhões. Em Goiás a estimativa de
área plantada é de 1.230,4 milhões hectares com a produção total de 7.382,4 milhões de
toneladas. Segundo dados do IBGE (2016), na safra 2016/17 o município de Ipameri
produziu, na safrinha do milho, cerca de 23.586 toneladas de milho em grão.
A importância da produção do milho para o desenvolvimento de outras atividades fica
evidente quando analisado o consumo por cada segmento. Esse consumo influencia na
formação dos preços do milho no mercado interno, pois dependem da oferta e demanda
regional (CALDARELLI e BACCHI, 2012). Assim, informações sobre os custos de produção
da cultura são necessários para a tomada de decisão, com o intuito de promover maior
controle sobre os custos para que a rentabilidade seja efetiva.
Dessa forma, no presente trabalho objetivou-se avaliar a viabilidade econômica do
cultivo de milho safrinha em uma propriedade rural, no município de Ipameri, Goiás.
24
MATERIAL E MÉTODOS
A análise dos custos de produção do milho safrinha foi realizada em 1 hectare, para a
safra 2017/2018. O projeto foi realizado em uma propriedade rural localizada no município de
Ipameri, Goiás, com latitude 17°42‘4.02‖S, longitude 48°19‘25.7‖W e altitude de 800m. A
região é caracterizada pelo bioma cerrado e clima tropical, segundo classificação de Koppen,
do tipo Aw, tropical semiúmido (SOUSA et al., 2013).
A caracterização do ambiente para avaliação foi baseada nos parâmetros de pontos
fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades locais. Realizou-se também a análise de
mercado, com aferição do preço de comercialização local, oferta e demanda para
determinação da viabilidade de implantação do empreendimento.
Na avaliação econômica, para fins de implantação, foi realizado um levantamento dos
insumos necessários para a realização do plantio e manejo do milho, no período de março a
junho de 2018, em empresas de insumos da região. Nesse levantamento foram incluídos os
valores de itens que vão desde o preparo para a implantação e manutenção até o processo da
colheita, com a validação dos coeficientes técnicos realizada por um produtor local com
experiência no cultivo. Para fins de avaliação do projeto foi estimada a produtividade média
de 141 sacas utilizando o híbrido AG 8088 (ROSA et al., 2015), com espaçamento de 0,5 m.
Para análise dos custos de produção utilizou-se o modelo do custo operacional efetivo
(COE) e custo operacional total (COT), conforme Martin et al., (1998). Na avaliação da
viabilidade econômica do projeto foram utilizados os indicadores econômicos: Relação
Beneficio-Custo (B/C), que indica a rentabilidade do investimento através da relação entre a
receita bruta e o valor dos custos (VITALE e MIRANDA, 2010); Ponto de Nivelamento
(PN), encontrado pela relação entre custo total e preço de venda (C/P), que estipula a
quantidade a ser produzida de forma a cobrir todos os custos para que não ocorram prejuízos
(RICHETTI, 2012); Margem de Segurança (MS), que indica as oscilações de preço sem afetar
a rentabilidade, através da formula (C-RB)/RB, sendo C= custo e RB= receita bruta (MUNIZ
et al., 2017); Receita Bruta, produção pelo preço unitário e Receita Liquida, que mostra a
lucratividade a curto prazo, encontrada a partir da diferença entre receita bruta e o custo para
produzir. Todos os dados foram tabulados em planilhas do Excel.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Os custos de produção apresentados na Tabela 1 refere-se ao milho safrinha
2017/2018, que apresentou o custo operacional total (COT) de R$ 3.511,67. Para
estabelecimento, manutenção e colheita o custo operacional efetivo (COE), somatório dos
insumos e operações mecanizadas, totalizou R$ 2.487,46, sendo as sementes e a adubação de
semeadura, os insumos que elevaram o custo representando 19,36% e 19,22%,
respectivamente. Os dados são confirmados por Richetti (2018), que também observou
elevação nos custos devido aos gastos com sementes e fertilizantes. Outro componente
importante que eleva a produção são os custos com outras despesas, que representam um total
de 29,17% no custo operacional total (COT).
Tabela 1: Estimativa de custos de produção do milho safrinha em 1 hectare, safra 2017/2018,
no município de Ipameri, GO.
Descrição
Total (R$)/ha Particip. (%)
A. Operações Mecanizadas
Total de custeio operações mecanizadas (A) R$ 460,10 13,10
B. Materiais – Insumos
Total de Custeio de materiais (B) R$ 2.027,36 57,73
25
Custo Operacional Efetivo (COE) (A+B) R$ 2.487,46 70,83
Outras despesas Valor Unit.
Outros custos (10%)
R$ 2.487,46 R$ 248,75 7,08
Custeio (8,5%)
R$ 2.487,46 R$ 211,43 6,02
Funrural (1,5%)
R$ 4.935,00 R$ 74,03 2,11
Oportu. de terra (14 Sc)
R$ 35,00 R$ 490,00 13,95
Total de Custeio de Despesas Financeiras R$ 1.024,21 29,17
Custo Operacional Total (COT) R$ 3.511,67 100,00
Os indicadores apresentados na Tabela 2 apontam a viabilidade da cultura,
considerando uma produção estimada em 141 sacas e com o preço de comercialização a R$
35,00. Nesse cenário obteve-se uma receita bruta de R$ 4.935,00, sendo possível cobrir os
gastos com o empreendimento e obter a receita líquida de R$ 1.423,33, comprovando a
viabilidade do projeto.
Tabela 2: Indicadores de eficiência econômica do milho safrinha, no município de Ipameri,
GO. 2018.
Produção
Sc/ha/ano
(A)
Margem da
produção
R$/ha
(B)
Receita
Líquida
(B-C)
Custo Total
R$/ha
(C)
Relação
benef./custo
(B/C)
Ponto de
nível.
(C/P)
Margem de
Segurança
% (C-B/B)
141 4.935,00 1.423,33 3.511,67 1,41 100 -0,28
Obs.: Preço Unitário R$ 35,00/saca
A relação Benefício/Custo foi de 1,41, ou seja, a cada unidade investida o retorno será
de R$ 0,41, sendo o projeto considerado viável, pois, conforme Vitale e Miranda (2010), um
projeto é considerado economicamente viável quando apresenta relação B/C >1, indicando
que a receita foi maior que o custo para produzir. O ponto de nivelamento indica que 100
sacas de milho terão que ser produzidas para cobrir os custos totais com a produção, enquanto
que a margem de segurança aponta as oscilações de preço até -0,28 (-28%), sem que ocorram
prejuízos econômicos ao produtor.
CONCLUSÃO
Os indicadores econômicos apresentaram valores positivos, pois o cultivo do milho
safrinha se mostrou economicamente viável para a propriedade em estudo. Dessa forma, o
milho se apresenta como opção para cultivos na entressafra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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v.40, n.3, p. 469-476, Curitiba, 2010.
27
Efeito do estresse salino na germinação e no vigor de sementes de repolho
Luís Augusto Batista de Oliveira (1)
; Edvan Costa da Silva(2)
; Karen Andreon Viçosi (3)
;
Carolina Santos Galvão(4)
(1)
Pós-Graduando no Programa de Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;
Ipameri, Goiás; [email protected]; (2,3,4)
Pós-Graduandos no Programa de
Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar a germinação e o vigor de sementes de repolho exposto ao
estresse hídrico sob concentrações de cloreto de sódio. Foram utilizadas quatro repetições de
50 sementes cada, submetidas ao estresse salino induzido por concentrações crescentes de
NaCl (0,0; 0,3; 0,6 e 0,9 MPa). A qualidade das sementes foi avaliada pelos testes de
germinação e primeira contagem de germinação, comprimento da parte aérea e das raízes.
Para a germinação e primeira contagem de germinação, ambos não houveram diferenças
significativas. O comprimento da radícula e do hipocótilo foram afetados pela redução do
potencial hídrico, porém, comparando-se somente os diferentes níveis de contrações de sais
não houve diferença significativa. Conclui-se que o acréscimo da concentração salina não foi
prejudicial para a germinação de sementes de repolho.
Palavras-chave: cloreto de sódio, brássicas, potencial osmótico.
INTRODUÇÃO
O repolho (Brassica oleracea var. capitata) é a espécie que possui uma grande
relevância econômica entre as brássicas, em relação ao seu alto teor de cálcio, β-caroteno e
vitamina C. Na região nordeste, esta cultura é encontrada principalmente na agricultura
familiar irrigada, sendo, portanto, de grande relevância alimentar e social, já que, além de ser
uma importante fonte de alimento, ela gera empregos em razão da exigência de mão-de-obra,
desde a semeadura até a comercialização (SILVA et al., 2012).
A salinidade é um dos fatores limitante na produção agrícola nas regiões áridas e
semiáridas do mundo. Os efeitos da salinidade constituem-se em um fator progressivo de
distúrbios fisiológicos nas plantas e compromete o fechamento e abertura dos estômatos, além
de inibir o crescimento e produção de diversas culturas. Visando reduzir os impactos
negativos à agricultura procuram-se alternativas para o reaproveitamento de áreas
inutilizadas, como variedades agrícolas tolerantes às estas condições, capaz de reverter os
danos causados pela salinidade durante o cultivo (KAISER et al., 2016; BERNARDES et al.,
2015).
Desta forma, pretende-se procurar espécies que apresentem potencial de tolerância à
salinidade, a exemplo do repolho, que mesmo sofrendo perdas na produtividade, demonstra
potencial de exploração nessa região. Porém, a cultura ainda carece de estudos que vão desde
o seu crescimento inicial à produção sob condições de estresse salino para a maioria de suas
cultivares (OLIVEIRA et al., 2015). Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a
germinação e o vigor de sementes de repolho exposto ao estresse hídrico sob concentrações
de cloreto de sódio.
28
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório da Universidade Estadual de Goiás,
Campus Ipameri, durante o ano de 2017. O delineamento utilizado foi o inteiramente
casualizado, com quatro níveis de potencial osmótico e quatro repetições. Os níveis de
potenciais testados foram: 0 MPa (0 g L-1
de NaCl); -0,3 MPa (4,2 g L-1
); –0,6MPa (8,4 g L-
1); –0,9MPa (12,6 g L
-1). As concentrações de NaCl foram calculadas por meio da curva de
calibração yos = 0,194699 + 0,750394C, estabelecida por Braccini et al. (1996), em que: yos
= potencial osmótico (bar); e C = concentração (g L-1
).
O teste de germinação foi realizado com quatro repetições de 50 sementes, em caixas
plásticas do tipo gerbox. As sementes foram dispostas sobre duas folhas de papel filtro,
umedecidas com quantidade de solução de cloreto de sódio (NaCl) equivalente a 2,5 vezes o
peso do substrato. As caixas plásticas foram acondicionadas em BOD, com umidade de 92%
e temperatura de 25°C, permanecendo nesta condição por um período de dez dias, conforme
estabelecido por Brasil (2009).
As avaliações foram realizadas no quinto (primeira contagem) e no décimo dias
(contagem final) após a instalação do experimento, segundo as indicações contidas nas Regras
para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). O comprimento do hipocótilo e radícula foram
obtidos após a contagem da germinação, avaliando cinco plântulas ao acaso de cada repetição,
com auxílio de um paquímetro.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e comparação entre as
médias pelo teste de Tukey, a 5% de significância, através do programa computacional
Statistica (STATSOFT, 2005).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Analisando os resultados obtidos na tabela 1 que demonstra os dados do teste de
sementes de repolho sob potencial hídrico e diferentes concentrações salinas, pode-se notar
que não houve diferença significativa para as duas variáveis analisadas.
Tabela 1 – Resultados da primeira contagem e germinação das sementes de repolho
submetidas a diferentes potenciais hídricos. Ipameri-GO, 2017.
Potencial osmótico (MPa) Primeira contagem (%) Germinação (%)
0 94,5 a 95,5 a
-0,3 92,5 a 96,0 a
-0,6 87,5 a 94,0 a
-0,9 47,5 a 84,0 a
Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade no teste de Tukey.
Resultados distintos foram encontrados em várias espécies estudadas, sugerindo que à
medida que o potencial osmótico reduz, tornando-se mais negativo pelo aumento da
concentração salina no meio germinativo, ocorre redução na velocidade e na porcentagem de
germinação das sementes, como em cenoura (LOPES; DIAS, 2004), pepino (FIOROTI et al.,
2006), couve chinesa (LOPES; MACEDO, 2008).
Na tabela 2 pode-se observar que o comprimento da radícula e do hipocótilo foram
afetados pela redução do potencial hídrico, porém, comparando-se somente os diferentes
níveis de contrações de sais não houve diferença significativa.
29
Tabela 2 – Resultados de comprimento da radícula e comprimento do hipocótilo das sementes
de repolho submetidas a diferentes potenciais hídricos. Ipameri-GO, 2017.
Potencial osmótico (MPa) Comprimento da radícula
(cm)
Comprimento do hipocótilo
(cm)
0 5,84 a 3,52 a
-0,3 1,62 b 2,22 b
-0,6 0,75 b 1,72 b
-0,9 0,48 b 1,23 b
Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade no teste de Tukey.
A redução do comprimento radicular possivelmente ocorreu devido que o aumento da
salinidade promove a redução da disponibilidade hídrica no substrato e assim a absorção de
água pelas plântulas acaba sendo prejudicada. Desse modo, ocorre a redução da expansão e
alongamento celular, em consequência do decréscimo da pressão de turgor celular, resultando
em menor comprimento da raiz primária e da parte aérea (TAIZ; ZEIGER, 2013), afetando
negativamente a expansão e o crescimento celular, o metabolismo, crescimento e
estabelecimento das plântulas (JALEEL et al., 2009).
CONCLUSÃO
O acréscimo da concentração salina não foi prejudicial para a germinação de sementes
de repolho.
O comprimento de radícula e hipocótilo foram afetados nos diferentes níveis de
concentrações de sais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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31
Preparação e aperfeiçoamento para o mercado de trabalho
Jhecika da Silva Furtado
(1), Carolina Cândida Rodrigues
(2), Francielle Wanderley Ribeiro
(2),
Andrécia Cósmem da Silva (3)
, Matheus da Silva Araújo (4)
(1)
Discente do Curso de Engenharia Florestal, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus
Ipameri/GO. ([email protected]); (2)
Discente do Curso de Agronomia, Universidade
Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO; (3)
Docente dos Cursos de Engenharia Florestal e
Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO; (4)
Doutorando em Solos
e Nutrição de plantas, Universidade de São Paulo – Câmpus USP-ESALQ.
RESUMO
Com a constante e rápida evolução do agronegócio é imprescindível estar atento às inovações
e informações do setor para à eficácia das atividades. O objetivo deste trabalho foi
proporcionar aos acadêmicos e comunidade, condições conceituais e práticas de assuntos e
atividades no setor rural para tornarem-se mais produtivos e eficientes no mercado de
trabalho. O estudo contou com a participação de 231 participantes, dentre eles 116
responderam o questionário de pesquisa de satisfação das ações. Os resultados relacionados
ao desempenho do Instrutor com os parâmetros ―Domínio do assunto‖, ―Transmite o
conteúdo de forma clara‖ e ―Esclarecimento de dúvidas‖ demonstrando os respectivamente
valores 87,9%, 87,9% e 87,1% como ―muito bom‖, 88,8% ficaram satisfeitos com os
conteúdos abordados e 69,82% ficaram satisfeitos com a carga horária. Através dos
questionarios evidencia-se que os participantes possuem necessidades de se qualificarem,
melhorando assim seu desempenho em suas áreas de atuação.
Palavras-chave: Desenvolvimento, conhecimento, empregabilidade.
INTRODUÇÃO
O Brasil tem apresentado um grande potencial para o setor do agronegócio, tal
evidência é constituída pelas diversas estruturas encontradas no País, tais como, o bom nível
de transformação da matéria-prima e a disponibilidade de espaços produtivos adequados.
Contudo, o agronegócio brasileiro tem como desafio, desenvolver-se de forma competitiva e,
sustentável, com objetivo de atender a demanda interna, conquistar espaço no mercado
externo, por meio do abastecimento de produtos e de processos com qualidade e, preços
atrativos (SANTOS; ARAÚJO, 2017).
A gestão de recursos humanos no agronegócio é responsável por garantir que as pessoas
que o integram, correspondam as demandas de compromisso e resultados de forma adequada
(CALLADO, 2011). A gestão de recursos humanos surgiu como uma solução para as
exigências de excelência organizacional, como um novo modelo de melhoria na gestão do
agronegócio, afinal convivemos em uma nova realidade, na qual temos o acesso ilimitado às
informações, as quais são de suma importância para o desenvolvimento do setor (PAZ;
MACHADO, 2016).
Segundo Chiavenato (1999), os treinamentos, com a finalidade de aperfeiçoar o
desenvolvimento profissional do ser humano, é um método que visa à preparação e o
aprimoramento das habilidades e dos conhecimentos.
32
Por tanto o presente trabalho teve como objetivo proporcionar aos acadêmicos e
comunidade, condições conceituais e práticas de assuntos e atividades no setor rural para
tornarem-se mais produtivos e eficientes no mercado de trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado entre os meses de fevereiro e junho de 2018, na Universidade
Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, como parte do projeto de Extensão intitulado ―Mercado
de Trabalho: Informação e Conhecimento‖, que contou com o apoio do Sindicato Rural de
Ipameri-GO e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-GO. Foi planejado para os
acadêmicos dos cursos de Engenharia Florestal, Agronomia e comunidade do município de
Ipameri. Foram desenvolvidas ações, como palestras e cursos para o aperfeiçoamento do
conhecimento do setor rural.
Ocorreram diversas atividades de qualificação para o mercado de trabalho, sendo estas:
Operação de GPS – Navegação Básica; Operação de GPS – Navegação Avançado; Operação
de GPS – Máquinas Agrícolas; Cursos de Construção de Currículo Lattes; Elaboração de
Currículo Profissional; Elaboração de Planilhas Excel; Dicas para Pesquisas e Escrita de
Resumos e Artigos Científicos.
Foram conduzidas metodologias de acordo com cada ação, utilizando apresentações,
simulações e atividades práticas, com a finalidade de produzir maior aprendizagem. Os
componentes do projeto de extensão passaram por treinamentos com o intuito de auxiliar na
realização das atividades.
Para a melhoria constante do processo de aprendizagem e qualidade das ações do
projeto foram aplicadas pesquisas de satisfação com o intuito de avaliar a qualidade das
ações, dos palestrantes, instrutores e proporcionar a melhoria constante das atividades. Estes
questionários são divididos em categorias, relacionadas ao instrutor (domínio sobre o assunto,
transmite o conteúdo de forma clara e o esclarecimento de dúvidas) e sobre a ação proposta
(conteúdo e carga horária) utilizando indicadores ―muito bom‖, ―bom‖ e ―regular‖. A
contabilização dos dados foi realizada com o auxilio do software Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estudo ocorreu no primeiro semestre de 2018, com a participação de 231 individuais,
dentre elas 116 responderam o questionário de pesquisa de satisfação das ações. A Figura 1
representa os resultados relacionados ao desempenho dos Instrutores com os parâmetros:
―Domínio do assunto‖, ―Transmite o conteúdo de forma clara‖ e ―Esclarecimento de dúvidas‖
demonstrando os respectivamente valores 87,9%, 87,9% e 87,1% como ―muito bom‖.
33
Figura 1: Representação da satisfação dos participantes em relação ao desempenho dos
Instrutores em porcentagem.
A Figura 2 representa a porcentagem de satisfação em relação ao conteúdo e a carga
horária das ações propostas pelo projeto. Na qual, 88,8% dos participantes consideram o
conteúdo das ações como ―Muito bom‖, enquanto apenas 69,8% ficaram satisfeitos com a
carga horária, considerando como ―Muito bom‖. Tal resultado está diretamente relacionado
com da alta qualidade profissional dos instrutores, sendo eles, mestres, doutores e técnicos.
Figura 2: Representação da satisfação dos participantes em relação ao conteúdo e a carga
horária em porcentagem.
Em estudo realizado por Almeida et al. (2017), o número de participantes que
responderam ao questionário de satisfação foi bem inferior, ao presente trabalho. Mostrando
assim que a demanda pelas ações realizadas pelo projeto tem aumentado significativamente.
Em estudo realizado por Paz e Machado (2016), foi possível observar que todos os
indivíduos envolvidos na pesquisa realizada estão cientes da importância do treinamento para
o aperfeiçoamento, frente a seus adversários no mercado de trabalho. Além disso, todo o
conhecimento adquirido por meio dos treinamentos promove um maior conhecimento dos
indivíduos e consequentemente melhora o seu desempenho, afetando diretamente de forma
positiva a sua atuação no mercado de trabalho.
A realização dos cursos, ações e palestras proporcionou aos participantes
conhecimentos multidisciplinares no setor rural e acadêmico, tornando assim uma ferramenta
importante para o desenvolvimento científico e prático dos participantes, proporcionando
assim maior qualidade ao mercado de trabalho.
34
CONCLUSÃO
A realização de cursos, ações e palestras proporcionaram aos participantes dos cursos de
Agronomia, Engenharia Florestal e comunidade, capacitação, conhecimento e crescimento
pessoal, expandindo as oportunidades diante o mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Produção, Curitiba-PR, v.5, n.7, p. 31-47, 2017.
35
Análise de custos com safra de soja e safrinha de sorgo no Distrito de Santo
Antônio do Rio Verde
Carolina Candida Rodrigues(1)
, Matheus Ferreira Silva(1)
, Moisés Rodrigues de Oliveira
Júnior(1)
, Vinícius Nery da Costa(1)
, Andrécia Cósmem da Silva(2)
.
(1)
Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO;
[email protected]; (2)
Docente do curso de agronomia; Universidade Estadual de Goiás
– Câmpus Ipameri/GO.
RESUMO
O trabalho teve como objetivo realizar levantamento de custos e análise de viabilidade para a
implantação da cultura de soja com sucessão de sorgo, em propriedade rural no distrito Santo
Antônio do Rio Verde, Goiás. Para avaliar o custo de produção das culturas foram observados
os custos de implantação para uma safra de soja e uma safrinha de sorgo. Foram considerados
os custos referentes a insumos, operações mecanizadas, oportunidade de terra, funrural e
outras despesas. Para realização da análise de viabilidade econômica utilizou-se: Relação
Benefício-Custo, que para soja foi de 1,52 e para o sorgo foi de 1,23, ponto de nivelamento
39,59 para a soja e 52,71 para o sorgo e a margem de segurança para implantação das
culturas, que para soja resultou em -34,02 e para o sorgo de -18,90. Conforme os resultados
obtidos para a implantação de ambas as culturas são viáveis, apresentando um retorno
financeiro ao produtor.
Palavras-chave: Custo de produção, rentabilidade, grãos.
INTRODUÇÃO
A cultura da soja (Glycine max L.) apresentou aumento de 3,5% na produção na safra
17/18, com 118.048,1 mil toneladas contra 114.075,3 mil da safra passada. Quanto à cultura
do Sorgo (Sorghum bicolor L.) deverá ter 657,5 mil hectares de área plantada, no entanto, a
escolha deste cereal varia conforme o mercado, sendo definido seu plantio apenas quando se
conclui o plantio do milho segunda safra (CONAB, 2018).
Analisando a perspectiva do agronegócio brasileiro, espera-se que a cultura da soja
permaneça como o mais importante produto agrícola do Brasil, visto que, as estimativas sobre
a produção e comercialização dessa oleaginosa devem manter-se atrativas (NOGUEIRA,
2016). A implantação de culturas de baixa necessidade hídrica é uma alternativa para segunda
safra em regiões de escassez de chuvas, sendo o sorgo uma cultura apropriada para tal, tendo
em vista a produção de grãos ou de resíduo vegetal para a área (ZWIRTES et al., 2015).
No meio rural a tomara de decisões assume grande importância, devido ao produtor
possuir conhecimento técnico, gestão do seu empreendimento e comercialização da produção.
Um dos principais fatores para o produtor costuma ser o custo de produção, que a cada safra
sofre variações quanto à aquisição de máquinas, insumos e comercialização dos produtos.
(RICHETTI, 2015).
Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise de
custos e viabilidade econômica para a implantação da cultura de soja com sucessão de sorgo,
em propriedade rural no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde, Goiás.
36
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi desenvolvido no primeiro semestre de 2018, em uma propriedade rural
localizada no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde, Goiás, com áreas destinadas ao cultivo
de soja na safra e sorgo na safrinha. A região apresenta um clima tropical (AW) segundo a
classificação de Köppen (ALVARES et al., 2013), com mais pluviosidade no verão que no
inverno, com temperatura média de 25°C e uma pluviosidade média anual de 1427 mm.
O planejamento prevê a correção do solo anterior ao plantio da soja, com calagem e
gessagem, utilizando as práticas de aração e gradagem. Definiu-se adubação de 300 kg do
formulado de NPK 2-20-18 e semeadura do cultivar Brasmax DESAFIO RR, com
espaçamento de 50 cm entre linhas e densidade de 15 sementes por metro linear, nas quais
foram feitas tratamento com inoculantes, fungicidas e inseticidas.
Após a colheita da soja estima-se o plantio do sorgo, em que foi utilizado sementes
Agroeste AS 4639 com densidade de 12 sementes por metro linear e espaçamento de 50 cm
entre linhas, a adubação de plantio foi de 150 kg do formulado de NPK 8-28-16. Em ambas
culturas realizou-se aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas para melhor
desenvolvimento das plantas e bons resultados na colheita.
Para avaliar o custo de produção das culturas foram observados os custos e preços de
comercialização do mercado na região de estudo, além disso fez-se validação dos coeficientes
técnicos com produtores rurais e pesquisadores da área. Sendo os investimentos estruturados
conforme Rambo et al. (2015) o qual define como Custo Operacional Efetivo (COE) as
despesas com serviços e insumos aplicados na área de cultivo, e Custo Operacional Total
(COT) o somatório do COE e demais custos operacionais.
A análise de rentabilidade foi realizada por meio dos seguintes indicadores
econômicos: Relação Benefício/Custo (RB/C) onde RB é a receita bruta e C é o custo total,
com isso o projeto é viável quando RB/C > 1. Ponto de nivelamento refere-se à quantidade
mínima de produção da cultura, representada pela fórmula PN=C/P onde C é o custo total e P
é o preço de comercialização. Margem de segurança determina a oscilação que pode ocorrer
na produtividade e custos sem afetar a rentabilidade, através a fórmula MS = (C-B)/B, no qual
C é o custo total e B a receita bruta. Todos os dados foram tabulados e calculados com a
utilização do programa Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No levantamento de custos com a implantação da soja, registrou-se um investimento
de R$1.715,79 com Custo Operacional Efetivo (COE) sendo esta despesa a mais onerosa
representando 60,78% do Custo Operacional Total (COT) de R$2.823,11, o qual 35,02%
provém do custo com insumos que é variável, podendo ser modificado de acordo com o
manejo da cultura (Tabela 1).
Tabela 1: Estimativa de custo de produção da cultura da soja, por hectare, em Santo Antônio
do Rio Verde, GO.
Descrição Valor Total Participação (%)
Insumos R$988,54 35,02
Operações Mecanizadas R$727,35 25,76
Custos Operacionais Efetivos (COE) R$1.715,79 60,78
Outras despesas (10% do COE) R$171,58 6,08
Oportunidade de terra R$910,00 32,23
37
Funrural (1,5% receita) R$25,74 0,91
Custo Operacional Total (COT) R$2.823,11 100
Na análise de custos com a implantação da cultura do sorgo, obteve-se um valor do
Custo Operacional Efetivo (COE) de R$1.010,38, compondo 83,34% do Custo Operacional
Total (COT) de R$1.212,38, sendo os Insumos responsáveis por 57,64% deste valor, podendo
variar conforme o tipo de produção escolhida (Tabela 2).
Tabela 2: Estimativa de custo de produção da cultura do sorgo, por hectare, em Santo
Antônio Do Rio Verde, GO.
Descrição Custo Total Participação (%)
Insumos R$698,80 57,64
Operações Mecanizadas R$311,58 25,70
Custos Operacionais Efetivo (COE) R$1.010,38 83,34
Oportunidade de terra R$40,00 3,30
Outras despesas (10% do COE) R$140,87 11,62
Funrural (1,5% receita) R$21,13 1,74
Custos Operacional Total (COT) R$1.212,38 100
De acordo com os resultados obtidos com a RB/C de 1,59 e 1,23, respectivamente,
para soja e sorgo, as duas culturas apresentaram viabilidade. O ponto de nivelamento
demonstrou a quantidade necessária a ser produzida para suprir o COT, sendo 37,64 sc para
soja e 52,71 sc para sorgo, constatando que a produção estimada está superior a isto. Quanto à
margem de segurança de -0,37 para soja, indica que a produção ou preço de comercialização
podem cair até 37% para a receita se igualar aos custos, o mesmo ocorre para a cultura do
sorgo com -0,19, podem ter queda de até 19% (Tabela 3).
Tabela 3: Indicadores de eficiência econômica referentes as culturas de soja e sorgo por
hectare.
Tipo de
cultura
Produção
sacas/ano
Margem de
produção Custo total RB/C
Ponto de
nivelamento
Margem de
segurança %
Soja1
60 R$ 4.500,00 R$ 2.823,11 1,59 37,64 -0,37
Sorgo2
65 R$ 1.495,00 R$ 1.212,38 1,23 52,71 -0,19
Notas: 1
Preço de comercialização: R$ 75,00 sc. 2 Preço de comercialização: R$ 23,00 sc.
O resultado obtido por Richetti (2016) comprova a viabilidade econômica da soja com
uma RB/C de 1,17, sendo inferior à do presente estudo demonstrando a variação do resultado
conforme a realidade de cada região. Em estudo realizado por Richetti & Ceccon (2014), a
cultura do sorgo se apresentou economicamente inviável, com renda líquida negativa,
divergindo dos resultados deste estudo, o qual constatou renda positiva, tal diferença foi
devido à quantidade de produção obtida em ambos os trabalhos, favorecendo a viabilidade do
projeto.
Tais resultados satisfatórios são corroborados pelo fato da soja ser considerada a
cultura de maior destaque no agronegócio, com uma grande demanda no mercado apresenta
boa rentabilidade, além disso pode ser rotacionada com culturas como o sorgo que também
atestou viabilidade dando resultados satisfatório.
38
CONCLUSÃO
Os resultados encontrados nas análises econômicas são positivos para a implantação
da soja na safra e o sorgo na safrinha, conforme a realidade da região de estudo. Com isso,
ambas as culturas são viáveis, portanto torna-se uma oportunidade de renda aos produtores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2948/2013/0507>. Acesso em: 15 mar. 2018.
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<https://www.conab.gov.br/component/k2/item/download/20861_fb79e3ca2b3184543c580cd
4a4aa402b>. Acesso em: 04 jul. 2018.
NOGUEIRA, A. C. L. Agricultura: As Perspectivas do Agronegócio Brasileiro até 2024. –
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<http://downloads.fipe.org.br/content/downloads/publicacoes/bif/bif426rev.pdf>. Acesso em:
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RAMBO, J. R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C.; Análise
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Estado do Mato Grosso. Informações econômicas, São Paulo, v.45, n.5, 2015. Disponível
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Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2016. 31p. (Documentos, 134). Disponível em: Acesso em: 12
jun. 2018. Disponível em: <
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/149618/1/DOC2016134b.pdf>. Acesso
em: 20 jun. 2018.
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Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2015. 13p. (Embrapa. Comunicado Técnico, 202).
Disponível em: <
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/127925/1/COT2015202-1.pdf>. Acesso
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região Centro-Oeste. Dourados, MS: Embrapa. 2014. 6p. (Comunicado Técnico 195).
Disponível em: <
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/112912/1/COT2014195.pdf>. Acesso
em: 19 jun. 2018.
ZWIRTES, A. L.; CARLESSO, R.; PETRY, M. T.; KUNZ, J.; REIMANN, G. K.
Desempenho produtivo e retorno econômico da cultura do sorgo submetida à irrigação
deficitária. Revista Engenharia Agrícola, v.35, n.4 p.676-688, 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/eagri/v35n4/1809-4430-eagri-35-4-0676.pdf>. Acesso em: 12 jul.
2018.
39
Viabilidade econômica da implantação de soja no município de Ipameri,
GO
Luciano de Oliveira Santana (1)
; Leonardo Gomes (¹); Leilaine Gomes da Rocha
(¹); Carolina
Candida Rodrigues(¹); Andrecia Cosmem da Silva
(²).
(1)
Discentes; Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri; Goiás;
[email protected]; (²)Docente; Universidade Estadual de Goiás; Campus
Ipameri.
RESUMO
O objetivo do estudo foi analisar a viabilidade econômica para a implantação da cultura da
soja no município de Ipameri, GO. A análise dos custos de produção foi realizada levando em
consideração uma área de 1 hectare. Foram utilizados como indicadores econômicos para a
análise: Relação benefício custo (RB/C), Margem de segurança (MS%), e Ponto de
nivelamento (PN). A partir dos resultados dos indicadores foi discutida a viabilidade e
lucratividade da implantação da cultura na localização em estudo, tais indicadores resultaram
um RB/C de 1,24, margem de segurança de -19,38% e o ponto de nivelamento de 52,5.
Constou-se que os dados foram positivos, podendo considerar viável a implantação do projeto
em análise.
Palavras-chave: Indicadores, análise, lucratividade, Glycine max.
INTRODUÇÃO
Originária na Ásia, a soja (Glycine max) é uma das culturas mais importantes para a
economia mundial. No Brasil o primeiro relato de cultivo de soja foi em 1882, no estado da
Bahia, e em seguida foi introduzida nos outros estados do país, onde se adaptou às condições
edafoclimáticas, dentre elas, o fotoperíodo. Os seus grãos podem ser utilizados para produção
de óleos vegetais, rações, indústria química, e alimentação humana. A soja tem se
caracterizado por ser uma cultura que proporciona uma forma alternativa de biocombustível
(FREITAS, 2011).
De acordo com a Conab (2018), o Brasil é o segundo maior produtor de soja mundial,
na safra 2017/18 o país produziu 116,996 milhões de toneladas do grão. No estado de Goiás, a
produção na safra de 2017/18 foi de 21.670,4 mil toneladas, com área plantada de 5.304,6 mil
ha, tal produção aponta a grande demanda de soja em todo o país.
Diante da economia instável para a produção graneleira é necessário ficar atento aos
custos para implantação e manutenção da cultura, deve-se observar o momento certo para a
tomada de decisões frente a economia (RICHETTI et al., 2015). Objetivou-se no estudo
analisar a rentabilidade econômica da implantação de soja em uma propriedade rural
localizada no município de Ipameri, GO.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto de viabilidade econômica foi realizado em uma propriedade rural localizada
no município de Ipameri, GO, com latitude 17°42‘4.02‖S, longitude 48°19‘25.7‖W e altitude
de 800m, solo vermelho amarelo distrófico. A análise de produção da soja foi realizada em 1
ha, e o período da análise foi de fevereiro a junho de 2018. Segundo Koppen, a região é
40
caracterizada pelo Bioma Cerrado e clima tropical semiúmido, do tipo Aw, (SOUSA et al.,
2013).
A avaliação do ambiente se caracterizou com base nos pontos fortes e fracos, ameaças
e oportunidades da área em estudo. Foi realizada análise de mercado, onde aferiu-se o preço
local de comercialização, logística de transporte do grão, oferta e demanda para atestar
viabilidade da implantação da cultura na propriedade.
Foram realizados levantamentos de dados, sendo os mesmos validados por produtor
rural experiente na implantação da cultura, e os itens necessários repassados por ele foram
cotados no comércio local da região. Para a contabilização dos custos realizou-se cotação de
valores de plantio, pulverização, dessecação e colheita, e todos os insumos utilizados para
esses processos. Além desses valores também foram contabilizados Funrural (1,5%), seguro,
custeio e oportunidade de terra. A semente cotada para estimativa de implantação foi o
hibrido Monsoy 7739, sendo necessário espaçamento de 50 cm para sua implantação,
caracterizada como uma cultura semi-precoce, apresentando ciclo de 115 dias.
Conforme modelo proposto por Martin et al., (1998), para as análises de custos de produção,
utilizou-se dados do custo operacional efetivo (COE) e custo operacional total (COT).
A partir dos valores levantados foram realizados cálculos para verificação da
viabilidade de implantação da soja. Para os cálculos foram utilizados indicadores, sendo eles:
Relação Benefício Custo (RB/C), obtido dividindo a receita pelos custos. A margem de
segurança (MS%), ou seja, margem estipulada para saber o quanto a redução pode cair e
mesmo assim obter lucro, obtida através da subtração do custo pelo benefício e a divisão do
valor resultante pelo benefício. O ponto de nivelamento (PN) é calculado baseado em quanto
se deve produzir a fim de suprir todos os custos obtidos no decorrer da implantação, sendo
alcançado o PN dividindo o custo pelo preço. Os dados foram tabulados e contabilizados
utilizando planilhas Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Como exposto anteriormente para a contabilização dos custos, foram cotados os
valores de operação com maquinário, materiais, oportunidade de terra, seguro, custeio. A
seguir temos a Tabela 1 com demonstração de todos os valores obtidos.
TABELA 1 - Estimativas de custos com implantação da cultura da Soja em 1 ha, safra
2017/18.
Componente do custo Unid Quant. Preço un. Valor Participação
a) Operação com Máquinas
Aração HM 0,8 R$150,00 R$120,00 3,82%
Gradagem HM 0,5 R$150,00 R$75,00 2,39%
Aplicação de Gesso HM 0,5 R$120,00 R$ 60,00 1,91%
Aplicação de calcário HM 0,5 R$120,00 R$60,00 1,91%
Semeadura / adubação HM 0,5 R$150,00 R$75,00 2,39%
Dessecação HM 0,3 R$167,00 R$50,10 1,59%
Pulverização HM 0,3 R$167,00 R$50,10 1,59%
Colheitadeira HM 0,5 R$280,00 R$140,00 4,45%
Total de Custeio com maquinários R$630,20 20,04%
b) Materiais
Semente da Soja Sc 1 R$308,37 R$308,37 9,81%
Calcário + Frete Ton 0,5 R$110,00 R$55,00 1,75%
Gesso + Frete Ton 0,2 R$150,00 R$30,00 0,95%
Adubo 1 Ton 0,45 R$1.805,85 R$488,63 15,54%
Inseticida 1 L 0,053 R$800,00 R$42,40 1,35%
41
Inseticida 2 L 1 R$35,00 R$35,00 1,11%
Fungicida 1 L 0,5 R$180,00 R$90,00 2,86%
Fungicida 2 L 0,4 R$250,00 R$100,00 3,18%
Herbicida 1 L 3 R$14,50 R$43,50 1,38%
Herbicida 2 L 0,5 R$11,80 R$5,90 0,19%
Inoculante turfoso L 2 R$12,98 R$25,96 0,83%
Adjuvante L 1,5 R$17,05 R$25,58 0,81%
Tratamento de semente L 0,04 R$64,29 R$2,57 0,08%
Total de Custeio de materiais R$1.252,91 39,85%
Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.883,11 59,89%
Analisando a Tabela 1 é possível observar que as cotações mais onerosas foram os
outros custos (40,11%), sendo entre eles a oportunidade da terra, o custeio, seguro e outras
despesas. Os custos com materiais ficaram com 39,85% do valor total, neles englobam
sementes, adubos, herbicidas e fungicidas, sendo estes os principais itens do projeto. Os
maquinários obtiveram apenas 20% do valor total dos custos, sendo eles necessários para a
implantação, porém não são os itens principais. Após o levantamento de custos foram
realizados cálculos de indicadores econômicos, para assim analisar a viabilidade da
implantação da cultura, conforme exposto na Tabela 2.
TABELA 2: Indicadores econômicos da implantação da soja.
Produção
Sc/ha/ano
(A)
Margem da
produção R$/ha
(B)
Custo Total
R$/ha
(C)
Receita
Líquida
(B-C)
Relação
benefício/custo
(B/C)
Ponto de
nivelamento
(C/P)
Margem de
Segurança %
(C-B/B)
65 3.900,00 3.144,06 755,94 1,24 52,4 -19,38
Obs.: Preço Unitário R$ 60,00/saca
De acordo com a Tabela 2 o lucro líquido obtido pela produção de soja por ha-1
foi de
R$755,94, sendo um lucro atrativo para o produtor. A Relação B/C da implantação da cultura
demonstrou R$0,24 de lucro para cada R$1,00 investido na implantação, constatando a
viabilidade do projeto, no entanto, apresenta um baixo retorno financeiro. Vitale & Miranda
(2010), ressaltaram que um projeto pode ser considerado rentável quando apresentar uma
relação B/C maior que 1. O ponto de nivelamento totalizou em 52,4 sacas, sendo necessária
alcançar essa produção mínima para que os valores investidos sejam supridos. A margem de
segurança demonstrou -19,38%, representando a porcentagem que a produção pode cair sem
chegar a ter prejuízos.
Outros custos
Seguro % 1,7 R$828,48 R$14,08 0,45%
Custeio % 8,5 R$1.883,11 R$160,06 5,09%
Outras despesas (10%) % 10 R$1.883,11 R$188,31 5,99%
Funrural % 1,5 R$3.900,00 R$58,50 1,86%
Oportunidade da Terra Sc 14 R$60,00 R$840,00 26,72%
Total de custeio das despesas Financeiras R$1.260,96 40,11%
Custo Operacional Total (COT) R$3.144,06 100,00%
42
CONCLUSÃO
Conclui-se a partir dos indicadores econômicos obtidos que a implantação da cultura
da soja demonstrou ser viável na propriedade em estudo, trazendo bastante retorno financeiro
ao produtor rural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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surgimento de uma nova fronteira agrícola. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro
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ECONOMIA AGRICOLA, v. 28, p. 7-28, 1998.
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FREITAS, R.J. de; CASSIANO, M.V.P.; ROMÃO, L.G.F.E. Avaliação de híbridos de
milho safrinha em Ipameri, no sudeste de Goiás. XII Seminário Nacional Milho safrinha.
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VITALE, V.; MIRANDA, G. de M. Análise comparativa da viabilidade econômica de
plantios de Pinus taeda e Eucalyptus dunnii na região centro-sul do Paraná. Revista Floresta,
v.40, n.3, p. 469-476, Curitiba, 2010.
43
Viabilidade econômica de implantação da cultura de milho safrinha na
região do sudeste goiano
Laís Kelly Mendes Machado(1)
; Maria Eduarda Almeida Sá(1)
; Carolina Cândida Rodrigues(1)
;
Andrecia Cósmem da Silva(2)
; Matheus da Silva Araújo(3)
(1)
Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás– Campus Ipameri/GO;
Endereço eletrônico: [email protected]; (2)
Docente do curso de agronomia;
Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO. (3)
Doutorando em Solos e Nutrição
de Plantas; Universidade de São Paulo - Campus ESALQ/SP.
RESUMO
O milho é um dos principais cereais cultivados no mundo, pois seu cultivo em sucessão
viabiliza a realização de uma segunda safra. O mesmo podendo ser desenvolvido em sistema
de sequeiro, sucedendo uma cultura de verão e assim possibilitando a otimização de mão-de-
obra e maquinários da propriedade, ocasionando consequentemente, sazonalidade da
produção, do abastecimento e dos preços. O objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade
econômica de implantação da cultura de milho safrinha no município de Ipameri, GO. Para
análise da rentabilidade foram usados os indicadores: Relação Benefício/Custo (RB/C), Ponto
de Nivelamento (PN) e Margem de segurança (MS). Obteve-se o resultado de RB/C=1,14,
PN=74,46 e MS=12% com custo total de R$2.233,93. De acordo com os resultados a
implantação do projeto demonstra viabilidade para os produtores da região de Ipameri, além
de se tornar uma boa opção de investimento.
Palavras-chave: Grão, sustentabilidade, sequeiro, economia.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays) safrinha é caracterizado de sequeiro por ser cultivado entre os
meses de janeiro a abril, que geralmente não se utiliza irrigação. O cultivo de milho tem um
importante papel entre as culturas de mais interesse econômico no Brasil, sendo um dos
principais cereais cultivados no mundo, pois seu cultivo viabiliza a realização de uma segunda
safra (CALDARELLI & BACCHI, 2012).
Por se tratar de um cultivo de condições ambientais peculiares, especialmente de
baixas temperaturas e pouca disponibilidade de água no solo, procura-se usar técnicas
específicas de manejo que se diferem das recomendadas para a cultura de milho verão
(DUARTE, 2015). Seu cultivo tem ocupado uma posição bastante significativa na produção
agrícola no Brasil, sendo um dos cereais mais cultivados depois da soja, com produção
estimada em 67.170,9 mil toneladas em 12.109,2 hectares na safrinha de 2017/18 (CONAB,
2018).
A cultura do milho encontra-se introduzida na estrutura de uma cadeia produtiva que
se alonga e integra horizontalmente. Tornando-se básica para o agronegócio dinâmico
moderno, porém estratégica para o avanço quantitativo e qualitativo do consumo de alimentos
no Brasil e no mundo (BARROS & ALVES, 2015).
Neste contexto estudos de viabilidade econômica possibilitam visualizar sistemas de
produção alternativos e retornos de investimentos, pois é de fundamental importância no
desenvolvimento de uma agricultura competitiva, o que resulta em uma redução de custos,
44
principalmente ao se tratar de eficiência na produção de alimentos para garantir o
abastecimento interno e a competitividade da agricultura brasileira (RICHETTI, 2013). No
sentido de auxiliar o produtor, este estudo teve por objetivo avaliar a viabilidade da cultura do
milho safrinha a ser cultivado na região sudoeste de Goiás.
MATERIAL E MÉTODOS
A análise econômica foi realizada no município de Ipameri, Goiás, por meio de
informações e validações dos coeficientes técnicos obtidos a partir de entrevistas com
pesquisadores da área e produtores que cultivam o milho safrinha na região. O bioma dessa
região é determinado como Cerrado, com clima tropical tendo como coordenadas geográficas
a latitude de 17º 43' 19" S e longitude de 48º 09' 35" W, altitude de 800 m (ALVARES
etal.,2013).
Para estruturação do projeto considerou-se a cultivar de milho safrinha híbrido simples
convencional, para uma área de um hectare, no qual se utilizaram sementes AS 1575 PRO 3.
Foram consideradas as operações de aração, gradagem e adubação para o preparo do solo,
posteriormente a semeadura com espaçamento de 45 cm entre linhas. Quanto à produção
estabeleceu-se média de 85 sacas/ha-1
(RICHETTI, 2016).
Os dados relativos aos custos com o manejo e preço de comercialização do produto
foram obtidos no mercado da região de Ipameri, entre o mês de março a junho de 2018. Para a
análise dos custos de produção da cultura foi utilizado a metodologia do custo operacional
total (COT) e custo operacional efetivo (COE) (RAMBO et al., 2015).
Para a análise de viabilidade foram adotados os seguintes indicadores econômicos:
Relação Benefício/Custo (RB/C) em que o cálculo é realizado através da fórmula (RBC=R/I),
sendo R a soma de todas as receitas e I a soma de todo investimento e despesas, assim, o
projeto se torna viável quando a RB/C > 1; Ponto de nivelamento, no qual se refere à
estimação, do nível de produção mínimo da atividade, de acordo com a fórmula: C/P, onde C
é o custo total e P é a produtividade; Margem de segurança estimando-se as oscilações de
preço e produtividade que podem ocorrer sem afetar a rentabilidade, de acordo com a
fórmula: (C-B)/B, em que C é o custo total e B a receita bruta do empreendimento (MUNIZ et
al., 2017).
Os dados foram compilados e tabulados utilizando planilhas do Microsoft Excel para a
elaboração dos cálculos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os cálculos dos indicadores econômicos foram considerados a partir dos coeficientes
técnicos, dos rendimentos das atividades do fluxo de despesas e receitas obtidas no método de
implantação e manutenção do milho. O Custo Operacional Efetivo (COE) da cultura de milho
safrinha apresentou valor R$1.847,60/ha-1
tal valor é composto por correção do solo,
operações mecanizadas as quais foram terceirizadas e insumos, representando 82,71 % dos
custos totais. Quanto ao Custo Operacional Total (COT) constatou um valor de
R$2.233,93/ha-1
composto pelo COE, Funrural, assistência técnica, custeio e despesas não
inclusas (Tabela 1).
45
Tabela 1 – Estimativa do custo de produção da cultura de Milho Safrinha, por hectare em
Goiás, 2018.
DESCRIÇÃO VALOR TOTAL PARTICIPAÇÃO %
A. Insumos R$ 1.207,60 54,06
B. Operações Agrícolas R$ 640,00 28,65
Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 1.847,60 82,71
Despesas não inclusas (10%- COE) R$ 184,76 8,27
Funrural (1,5% - produtividade) R$ 63,00 2,82
Assistência Técnica (2%- COE) R$ 36,95 1,65
Custeio R$ 101,62 4,55
TOTAL R$ 2.233,93 100
Conforme a Tabela 2 constata-se que os indicadores de eficiência econômica
demonstraram resultados positivos, sendo o projeto viável, no entanto o mesmo é considerado
de risco, devido o valor da RB/C (1,14). Quanto à margem de segurança de -0,12 destaca-se
que, a receita pode cair até 12 % para se igualar aos custos. Em relação ao ponto de
nivelamento resultou-se 74,46 sc, que equivalente a 87,6 % da produção, o qual a receita se
iguala ao custo de produção.
Tabela 2- Indicadores de eficiência econômica da cultura de Milho Safrinha, para 1 hectare
em Goiás.
Produção Margem Total
da Produção Custo Total
Receita
Líquida
Ponto de
Nivelamento
Margem de
Segurança %
Relação
Benefício/
Custo
85sc R$2.550,00 R$2.233,93 R$316,07 74,46sc -0,12 1,14
Notas: 1Produtividade média de um hectare;
2 Margem Total: preço x quantidade produzida;
3
Custos efetuados para obtenção da produção; 4 Preço R$/kg (R$ 30,00).
No estudo realizado por Richetti et al. (2014) a respeito do cultivo do milho safrinha
foi inviável, apresentando resultados diferentes a esse estudo, que apesar dos indicadores
apresentarem resultados positivos uma breve variação nos custos com insumos, produtividade
e preço de comercialização podem alterar o resultado deste.
CONCLUSÃO
O cultivo de Milho Safrinha nas condições examinadas apresentou-se factível
economicamente, ou seja, viável e uma boa opção de investimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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suporte das políticas públicas. Visão Agrícola, Piracicaba, v. 1, n. 13, p. 4-15. 2015.
46
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toneladas-em-2017-2018AcompanhamentodaSafraBrasilei
radeGros4Levantamento20172018.pdf> Acesso em: 02 Ago. de 2018.
DUARTE, A. P. Milho safrinha se consagra e caracteriza um sistema peculiar de produção.
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Agropecuária Oeste, p. 1-10, Dourados MS, 2013.
RICHETTI, A. Viabilidade econômica do milho safrinha, 2016, em Mato Grosso do Sul:
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RICHETTI, A.; CECCON, G. Viabilidade econômica da cultura do milho safrinha, 2015, em
Mato Grosso do Sul: Embrapa Agropecuária. 2014, 7p. (Comunicado Técnico 196).
47
Viabilidade Econômica do Cedro Australiano no Município de Ipameri-GO
Paulo Augusto Borges Bonfim
(1); Pablo Diógenes de Souza Silva
(1); Pablo Timóteo da
Silva(1)
; Jhecika da Silva Furtado(1)
; Andrécia Cósmem da Silva(2)
(1)
Discentes em Engenharia Florestal, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.
E-mail: [email protected]. (2)
Docente mestre da Universidade Estadual de
Goiás, Campus Ipameri.
RESUMO
O objetivo do projeto foi analisar a viabilidade econômica da implantação de cedro
australiano, no município de Ipameri-GO. Para esse estudo de viabilidade foram utilizados os
seguintes indicadores econômicos: Valor Presente Líquido (VPL), Relação Benefício/Custo
(BC) e Payback. A uma taxa de desconto de 7% a.a. Contabilizando um valor de R$
211.091,56 de VPL para 1 hectare e um valor de R$ 1.244.630,76 para 6 hectares. Já para BC
foram encontrados valores de 7,21 para 1 hectare e 8,10 para 6 hectares, demonstrando assim
que o empreendimento é viável. O Payback necessário para o retorno do investimento inicial
tanto para 1 quanto para 6 hectares foi de 5 anos. A implantação do cedro australiano é uma
alternativa viável para a obtenção de renda extra.
Palavras-chave: Empreendimento, implantação, renda.
INTRODUÇÃO
O cedro australiano (Toona ciliata) pertence à família Meliaceae, assim como o cedro
(Cedrela fissilis e C. odorata) nativo da Mata Atlântica, e com o mogno (Swietenia
macrophilla) da Amazônia (LORENZI et al., 2003). A árvore apresenta tronco retilíneo.
Possui súber espesso e rígido, com deiscência em pedaços retangulares e escamiformes, de
cor cinza a marrom (PINHEIRO et al., 2003).
É denominada como uma espécie intermediária, pois tolera ambientes sombreados.
Essa é uma grande vantagem para aqueles que pretendem investir em plantios consorciados,
além que plantios mistos são menos suscetíveis ao ataque de insetos e fungos, se forem
comparados a monoculturas de cedro (BRISTOW et al., 2005).
A idade definida para o corte raso da espécie é de 15 anos, podendo ser antecipado de
acordo com as condições específicas de cada plantio, objetivos e necessidades do produtor
(PINHEIRO et al., 2003). As florestas plantadas são a alternativa mais viável para atender ao
mercado consumidor de madeira, evitando a exploração ilegal de espécies nativas, fator de
ameaça à biodiversidade (PAULINO et al, 2015)
O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômica da implantação de
Cedro Australiano, no município de Ipameri-GO.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi desenvolvido no primeiro semestre do ano de 2018, no município de
Ipameri – GO (Lat. 17° 43‘ 19‖S, Long. 48° 09‘ 35‖ W, Alt. 770m). Esta região possui clima
tropical com inverno seco e verão úmido (Aw), temperatura média é 23.9 °C. Tem uma
pluviosidade média anual de 1437 mm, de acordo com a classificação de Koppen (INMET,
2018). Foi selecionada no município uma pequena propriedade rural com uma área total de 68
hectares, sendo destes, utilizados 6 hectares para o presente estudo.
48
Para as pesquisas realizadas na propriedade, foram analisadas variáveis internas e
externas que podem interferir diretamente no resultado econômico. Após uma vistoria no
local, foram pontuados os pontos fortes, os pontos fracos, assim como a infraestrutura e os
funcionários. Em seguida, foram conduzidos estudos sobre o mercado, averiguando as ofertas,
e demandas de madeira da região.
Após a análise dos parâmetros, foi proposta a implantação do cedro australiano (Toona
ciliata) em 6 hectares da propriedade, com um espaçamento 4,0m x 4,0m, metodologia
utilizada para o manejo integrado entre pecuária e floresta a partir do 2º ano (FASSIO et al,
2009) totalizando assim 625 plantas por hectare, com uma produção média de 120 m³ em 1
hectare e contabilizando uma produção média de 720m³ para os 6 hectares. Ao verificar o
custo da produção do Cedro, foram averiguados os custos de manutenção em um espaço
temporal de 20 anos.
Os custos de produção foram estimados através das empresas que comercializam
insumos agrícolas na região. O preço de comercialização da madeira foi estimado através do
levantamento de dados com as serrarias do município, chegando a um valor de R$ 900,00 o
metro cúbico. O custo de oportunidade da terra foi estabelecido conforme o valor médio de
arrendamento, encontrado na região do município de Ipameri, de R$800,00.
Para fazer a análise de viabilidade econômica foram empregados os seguintes
indicadores econômicos: Valor Presente Líquido (VPL), somatória de todas as receitas brutas,
subtraída pelo custo total, usando uma taxa de desconto, o sendo o projeto viável, somente
quando o VPL for maior que 1. Relação benefício /custo (BC), que é o responsável por
mostrar o retorno dos investimentos através da fórmula (BC = R/C), onde R é a receita e o C e
o custo, demostrando a relação entre a receita total e as despesas. E por último é feito o
Payback, utilizado para demostrar o período de tempo que será percorrido até o retorno do
investimento inicial. Foi utilizado para a atualização dos fluxos de caixa uma taxa de desconto
de 7% a.a. com o período de análise de 21 anos.
Para a realização das análises dos custos de produção do Cedro Australiano, utilizou-
se o modelo COE - Custo operacional efetivo e COT - Custo operacional total, proposto por
(MARTIN et al, 1998).
Os dados foram tabulados e analisados com a utilização da planilha do software
Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Com base nos valores obtidos, observa-se que os valores totais dos insumos e serviços
para 1 e 6 hectares, contribuíram respectivamente com 35,65% e 43,79%, 35,39% e 43,99%,
sendo os dados mais relevantes sobre o custo da implantação da espécie (Tabela 1).
Tabela 1: Custos de implantação da cultura do Cedro Australiano para 1 e 6 hectares no
Município de Ipameri – GO (investimento).
Componentes de Custos Valor –
1 ha (R$)
Part.
%
Valor –
6 ha (R$)
Part.
%
A – Insumos 2.259,00 35,65 13.394,00 35,39
B – Serviços 2.775,00 43,79 16.650,00 43,99
Total – Custo Operacional Efetivo (COE) 5.034,00 79,44 30.044,00 79,38
Outras despesas (10% do COE) 503,40 7,94 3.004,40 7,94
Custo de Oportunidade da Terra 800,00 12,62 4.800,00 12,68
Total – Custo Operacional Total (COT) 6.337,4 100% 37.848,4 100%
Durante todo o período do projeto, foi feito o levantamento de dados de todos os
custos com insumos, serviços, outras despesas e custo de oportunidade da terra. Através deste
49
levantamento foi elaborado um fluxo de caixa, os valores de todas as despesas e receitas
foram atualizados a uma taxa de 7% a.a durante todo o ciclo de 21 anos. As receitas foram
provenientes de 5 cortes do Cedro Australiano que ocorreram no ano 5, 9, 13, 17 e 21 (Tabela
2).
Após a elaboração do fluxo de caixa, foi possível contabilizar o valor total das
despesas e receitas tanto para 1 hectare, como para 6 hectares. Para 1 hectare obteve-se o
valor de R$ 29.745,40 para despesas atualizadas e o valor de R$ 240.836,96 para receita
atualizada, restando assim uma receita liquida de R$ 211.091,56. Já para os 6 hectares,
obteve-se o valor de R$ 1.445.021,76 de receita bruta e o valor de R$ 200.391,00 para as
despesas, restando uma receita liquida de R$ 1.244.630,76.
Tabela 2- Fluxo de caixa do Cedro Australiano em 1 e 6 hectares, no município de Ipameri –
GO, 21 anos. Taxa de 7% a.a.
Para o BC, foram obtidos os valores 8,10 para 1 ha e 7,21 para os 6 ha, demostrando
assim que o empreendimento é viável. Uma vez que o valor de BC tem que ser superior a 1
em qualquer projeto para que o mesmo seja viável.
O valor de VPL foi de R$ 211.091,56 para 1 hectare e de 1.244.630,76 para 6
hectares. Este valor foi próximo ao valor obtido por trabalhos realizados com o Cedro
Australiano, demonstrando que o empreendimento é viável. O cálculo para o Payback
mostrou que o retorno do investimento para 1 e 6 hectares, começa no 5º ano. Mostrando que,
ainda no primeiro desbaste do Cedro australiano já será possível um retorno do investimento
inicial.
Ano
1 hectare 6 hectares
Receita
atualizada
(R$)
Despesas
atualizada
(R$)
Fluxo de caixa
atualizado
(R$)
Receita
atualizada (R$)
Despesas
atualizada
(R$)
Fluxo de caixa
atualizado
(R$)
0 0,00 2.208,00 (2.208,00) 0,00 37.848,40 (37.848,40)
1 0,00 2.063,55 (2.063,55) 0,00 12.150,00 (12.150,00)
2 0,00 1.928,55 (1.928,55) 0,00 11.355,14 (11.355,14)
3 0,00 1.802,39 (1.802,39) 0,00 10.612,28 (10.612,28)
4 0,00 1.684,47 (1.684,47) 0,00 9.918,02 (9.918,02)
5 77.002,51 2.729,31 74.273,20 462.015,04 16.199,40 445.815,64
6 0,00 1.471,28 (1.471,28) 0,00 8.662,78 (8.662,78)
7 0,00 1.375,03 (1.375,03) 0,00 8.096,06 (8.096,06)
8 0,00 1.285,08 (1.285,08) 0,00 7.566,41 (7.566,41)
9 58.744,84 2.082,18 56.662,67 352.469,07 12.358,45 340.110,62
10 0,00 1.122,44 (1.122,44) 0,00 6.608,79 (6.608,79)
11 0,00 1.049,00 (1.049,00) 0,00 6.176,44 (6.176,44)
12 0,00 980,38 (980,38) 0,00 5.772,38 (5.772,38)
13 44.816,16 1.588,48 43.227,68 268.896,96 9.428,20 259.468,76
14 0,00 856,30 (856,30) 0,00 5.041,82 (5.041,82)
15 0,00 800,28 (800,28) 0,00 4.711,98 (4.711,98)
16 0,00 747,93 (747,93) 0,00 4.403,72 (4.403,72)
17 34.190,03 1.211,85 32.978,19 205.140,21 7.192,73 197.947,48
18 0,00 653,27 (653,27) 0,00 3.846,38 (3846,38)
19 0,00 610,53 (610,53) 0,00 3.594,75 (3594,75)
20 0,00 570,59 (570,59) 0,00 3.359,58 (3.359,58)
21 26.083,41 924,51 25.158,90 156.500,48 5.487,30 151.013,18
TOTAL 240.836,96 29.745,40 211.091,56 1.445.021,76 200.391,00 1.244.630,76
50
Tabela 3: Indicadores econômicos Valor Presente Líquido [VPL], Relação Beneficio – Custo
[BC] e Payback do cultivo de Cedro Australiano.
Área VPL BC Payback
1 hectare 211.091,56 8,10 5 anos
6 hectares 1.244.630,76 7,21 5 anos
De acordo com os resultados obtidos, pode-se averiguar que a obtenção da primeira
receita pode acontecer aos cinco anos após o plantio, é quando ocorrer o primeiro desbaste. A
madeira obtida pelo desbaste e vendida para produção de mourões. Então em vista de todos os
resultados obtidos, a viabilidade do projeto mostra-se ser positiva no município de Ipameri-
GO.
CONCLUSÃO
Os indicadores mostraram resultados positivos, mostrando assim que o Cedro
Australiano pode ser uma ótima alternativa de investimento, para produtores que querem
investir no mercado florestal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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51
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera
frugiperda em milho sob doses de fósforo
Leandro Ferreira Damaso
(1), Cecília Leão Pereira Resende
(1),Gabriel Silva Alves
(2), Matheus
Alves Maciel(2)
, Fabrício Rodrigues(3)
(1)
Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás,
[email protected]; (2)
Graduandos em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás; (3)
Professor, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O objetivo do trabalho foi observar em ambientes com distintas doses de fósforo o
comportamento de tecnologias Bt frente ao híbrido convencional no controle de Spodoptera
frugiperda. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). Nas
avaliações de danos causados pela S. frugiperda, independente das doses de fósforo e da
época de avaliação, houve menor dano nos híbridos com tecnologia Bt e os PW obtiveram as
menores notas de danos em todos os níveis de fósforo. Todos os híbridos com tecnologia Bt
apresentaram menores danos causados pela lagarta S. frugiperda no tempo e em média,
demonstrando o potencial da tecnologia e o seu benefício ao produtor.
Palavras-chave: Zea mays, Spodoptera frugiperda, Tecnologia, Fósforo.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é um dos principais cereais cultivados em todo o mundo e o
Brasil é destaque no cenário internacional ocupando atualmente a segunda posição em
exportação e a terceira colocação entre os maiores produtores do grão, ficando atrás apenas
dos Estados Unidos e China. A região Centro-Oeste do país possui cerca de 7.700 mil
hectares plantados, sendo responsável por mais de 50% da produção nacional nas últimas
safras, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2018). A cultura
é de extrema importância para o Estado de Goiás, que possui um pouco mais de 1.500 mil
hectares plantados e produtividade acima da média nacional.
Um dos fatores que mais limita a produtividade do milho no país é a alta incidência de
pragas nas lavouras, sendo a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda considerada uma das
que mais diminui o rendimento da cultura, devido à realização de ataques em diferentes
estádios fenológicos, deixa as plantas hospedeiras suscetíveis por longo período de tempo
(MICHELOTTO et al., 2013).
A baixa fertilidade dos solos brasileiros, principalmente nas regiões de Cerrado limita
também o aumento da produtividade do milho, e o fósforo (P), mesmo sendo considerado um
nutriente essencial é encontrado em baixos teores devido às altas taxas de fixação em reações
químicas com partículas do solo (OLIVEIRA et al., 2015). O tipo de adubação pode alterar o
desempenho das culturas quanto ao nível de suscetibilidade a ataques de insetos, onde as
plantas podem apresentar uma pseudo-resistência, na maioria das vezes de caráter temporário
provocada por formas de cultivo, adubações, e também por diferentes condições ambientais
(ROEL et al., 2017).
52
Deste modo o objetivo do trabalho foi observar em ambientes com distintas doses de
fósforo o comportamento de tecnologias Bt frente ao híbrido convencional no controle de
Spodoptera frugiperda.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no
município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo
classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme EMBRAPA (2013), na safra de
verão de 2015/2016.
O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas
gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). As
parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por duas fileiras, com 3 m de
comprimento, espaçadas a 0,5 m.
Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram
30A77 PW/MG652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F), NS90 VTPro2/NS92 VTPro
(Cry1A.105/Cry2Ab2) e o AG1051 (convencional - Controle).
Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a
Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na
análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de P variaram, sendo zero de fósforo
(sem aplicação), 60 kg e 120 kg ha-1
de P2O5, mais 90 kg ha-1
de potássio e 120 kg ha-1
de
nitrogênio em cobertura.
O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro linear.
O desbaste foi feito no estádio V3, estabelecendo um estande final de 60.000 plantas por
hectare. No estádio V4 realizou-se o controle das plantas daninhas, com o herbicida Soberan®,
na dose de 240 ml ha-1
, utilizando um pulverizador costal, aliado a capina manual. O controle
de lagartas foi realizado apenas para híbrido convencional, com o inseticida Belt®, na dose de
150 ml ha-1
, no estádio V5.
Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20
dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura (DAS),
posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada
parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.
frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por Davis et al., (1992), o qual foram
transformados em dano foliar médio (Dano).
Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,
utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Nas avaliações de danos causados pela Spodoptera frugiperda nas plantas de milho,
pode-se observar que, independente das doses de fósforo e da época de avaliação, houve
menor dano nos híbridos com tecnologia Bt em relação a cultivar convencional mesmo com
aplicação de inseticida (Figura 1). Corroborando com esses resultados, (LOURENÇÃO e
FERNANDES, 2013) observaram que os híbridos YG e TL sempre obtiveram menores notas
de dano, indicando controle sobre S. frugiperda, e que a aplicação de inseticida nos híbridos
convencionais melhora o controle da praga, mas ainda tem eficiência menor em relação aos
Bts.
Os maiores níveis de danos foram observados após o pendoamento das plantas, com
média de 71º DAS para o convencional, 79º para tecnologia VTPRO e 81º para PW, que por
sinal obteve as menores notas de danos em todos os níveis de fósforo, tendo 2,58 de nota
53
― y (PW) = -0.0005x2 + 0.0775x - 0.6789 (R² = 0.78)
― y (VT PRO) = -0.0009x2 + 0.1417x - 2.6304 (R² = 0.73)
― y (Convencional) = -0.0009x2 + 0.125x - 0.594 (R² = 0.85)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
― y (PW) = -0.0006x2 + 0.1008x - 1.6488 (R² = 0.97)
― y (VT PRO) = -0.0011x2 + 0.1717x - 3.4065 (R² = 0.94)
― y (Convecional)= -0.0007x2 + 0.095x + 0.5214 (R² = 0.84)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
― y (PW) = -0.0008x2 + 0.1325x - 2.6613 (R² = 0.88)
― y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821 (R² = 0.92)
― y (Concencional) = -0.0011x2 + 0.1717x - 2.5369 (R² = 0.87)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
média, 50,7% e 22,5% menor do que o convencional e VT PRO, respectivamente (Figura 1).
Araújo et al. (2011), também obtiveram resultados similares onde plantas de milho Bt
apresentaram maior tolerância ao ataque de S. frugiperda, proporcionando menores danos nas
folhas, principalmente na fase inicial da cultura.
A
B
C
Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas (eventos) durante o ciclo da
cultura do milho, com diferentes doses de fósforo, sendo 0 kg (A), 60 kg (B) e 120kg (C) de
P2O5.
Analisando a interferência da adubação fosfatada, pode-se observar um pequeno
aumento no dano causado pela lagarta-do-cartucho, quando comparado os níveis zero e 120
kg ha-1
de P2O5. As médias das notas variaram de 3 para 3,41e acredita-se que as plantas com
boa sanidade, mais vigorosas e com folhas mais verdes sejam mais atrativas aos insetos
54
polífagos, porém as mesmas plantas com alta adubação de P apresentaram maior capacidade
de recuperação dos danos causados pela lagarta.
CONCLUSÃO
Todos os híbridos com tecnologia Bt apresentaram menores danos causados pela
lagarta S. frugiperda no tempo e em média, demonstrando o potencial da tecnologia e o seu
benefício ao produtor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, L. F.; SILVA, A. G.; CRUZ, I.; CARMO, E. L.; NETO, A. H.; GOULART, M. M.
P.; RATTES, J. F. Flutuação populacional de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), Diatraea
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GERAIS. Mamona. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P. T. G. & ALVAREZ V., V. H.,
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Aproximação. Viçosa – MG, p. 314, 1999.
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safra 2017/18 - Grãos. Disponível em:
http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/18_03_13_14_15_33_grao_marco_201
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Solos: Rio de Janeiro. 3ª edição, p. 353, 2013.
FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia,
v.35, p.1039-1042, 2011.
LOURENÇÃO, A. L. F.; FERNANDES, M. G. Avaliação do Milho Bt Cry1Ab e Cry1F no
controle de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em
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MICHELOTTO, M. D.; NETTO, J. C.; FREITAS, R. S.; DUARTE, A. P.; BUSOLI, A. C.
Milho transgênico (Bt): efeito sobre pragas alvo e não alvo. Nucleus, Ituverava – SP, v. 10, n.
3, 2013.
OLIVEIRA, M. A. D.; ZUCARELI, C.; FERREIRA, A. S.; DOMINGUES, A. R.;
SPOLAOR, L. T.; NEVES, C. S. Adubação fosfatada associada à inoculação com
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Smith) (Noctuidae) em milho com adubação orgânica e química. Applied Research &
Agrotechnology, Nata – PR, v.10, n.1, p. 67-73, 2017.
55
Análise da rentabilidade econômica para a implantação da cultura da soja
com safrinha de girassol
Francielle Wanderley Ribeiro(1)
; Ivan Carneiro Custódio(2)
; Adriano Cândido do Carmo
(2);
Samuel Arantes Alves de Carvalho(2)
; Andrécia Cósmem da Silva(3)
(1)
Discente do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,
GO; Ipameri, GO; [email protected]; (2)
Discente do curso de Agronomia da
Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO; (3)
Professora Mestre da Universidade
Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.
RESUMO
Avaliação da rentabilidade de projetos é de suma importância, uma vez que por meio do
mesmo é possível analisar a viabilidade da implantação de uma cultura, antes de fazer um
investimento e correr riscos de prejuízos. O objetivo do trabalho foi analisar a viabilidade
econômica da implantação da cultura da soja com sucessão do girassol, para diversificação da
produção e aumentar a receita de uma propriedade, na região de Ipameri, GO. Para o estudo
da viabilidade econômica foi realizado o cálculo dos indicadores econômicos: VPL, RBC e
Payback, utilizando uma taxa de desconto de 7% a.a, em um horizonte de análise de 7 anos.
Os resultados apresentaram VPL de R$ 129.681,42, RBC 1,09 e Payback no 5° ano.
Verificou-se viável a implantação da cultura da soja com sucessão do girassol no
empreendimento rural estudado.
Palavras-chave: Indicadores econômicos, viabilidade, custos.
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max), originária da China Antiga, apresentava grande importância
como bem de consumo há mais de cinco mil anos, no período em que eram utilizados na
composição da base alimentar do povo chinês. Desde então vem crescendo e hoje é
caracterizada como um dos grãos mais produzidos mundialmente. No cenário do agronegócio
mundial, a soja apresenta lugar de destaque, sendo a principal cultura de grãos no Brasil
gerando um crescimento de 25% do PIB brasileiro (EMBRAPA, 2016). A produção
brasileira, apresentou crescimento de 2% na produtividade, saindo de 33.251,9 mil hectares na
safra 2015/16 para 33.914,9 mil hectares na safra 2016/17, e com um avanço de 95.434,6 mil
para 114.095,8 mil toneladas, respectivamente (CONAB, 2017).
O girassol (Helliantus annuus) é um cultivar de origem norte americana, cultivado nos
cinco continentes e vem se destacando como uma das mais importantes culturas anuais
produtoras de óleo do mundo (LEITE et al., 2005). As finalidades do girassol são diversas,
como na alimentação humana, animal e para a produção de biocombustíveis. O óleo
produzido com o girassol se destaca por apresentar teores de qualidade nutricional e
organoléptica (EMBRAPA, 2012).
Estudos que permitem avaliar a rentabilidade, eficiência e lucratividade são
desenvolvidos a fim de auxiliar nas tomadas de decisão por diferentes empreendedores,
independente do porte das empresas rurais. Esses estudos são indispensáveis para gerar
informações e acompanhamento para maior rentabilidade econômica, decidindo se
56
determinada atividade é viável e assim possibilitando novas práticas para o aumento da
produtividade de manejos agropecuários (RICHETTI, 2012).
O objetivo do trabalho foi analisar a viabilidade econômica da implantação da cultura
da soja com sucessão do girassol, para diversificação da produção e aumentar a receita em
uma propriedade, na região de Ipameri, GO.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi desenvolvido em uma propriedade na região de Ipameri, GO, no período
de agosto a dezembro de 2017. A propriedade em questão possui área total de 305ha, dos
quais foram utilizados 45ha para a condução das culturas.
Para o preparo do solo foi realizada a correção do solo, aplicando 0,5ton.ha-¹ de
calcário acrescendo além deles, 0,5ton.ha-¹ de gesso agrícola. Durante a condução da cultura
da soja utilizou a cultivar 7739 RR de ciclo precoce, com espaçamento de 0,45m entre linhas
e uma densidade de 25 sementes.m-1
. E para a cultura do girassol utilizou o hibrido simples
BRS 323 de ciclo precoce recomendando a utilização de 15kg.ha-1
de semente.
Com o intuito de realizar o controle de pragas e doenças em ambas as culturas foram
realizadas aplicações de fungicidas, herbicidas e inseticidas. Foi estimado a produtividade de
acordo com a região do estudo, de 3.360kg.ha-1
para a soja e 2.673 kg.ha-1,
para o girassol, e
valor comercialização para a venda da saca de 60kg de R$61,92 e R$61,47 respectivamente.
A composição dos coeficientes de custos do projeto foi validada por produtor rural
com experiência no cultivo de soja e girassol. Sendo os mesmos estimados levando em
consideração os tratos culturais realizados, que foram dispostos em sementes, fertilizantes,
herbicidas, fungicidas, inseticidas, serviços e impostos.
Para o estudo da viabilidade econômica das culturas elaborou um fluxo de caixa, e
posteriormente o cálculo dos indicadores que foram dispostos em: Valor Presente Líquido
(VPL) analisa a rentabilidade por meio da diferença entre receitas e despesas atualizadas.
Quanto maior o VPL mais atrativo é o projeto; Relação Beneficio Custo (RBC), analisa a
eficiência financeira a partir da divisão das receitas e despesas. O projeto é considerado
lucrativo quanto maior for o RBC (B/C >1); e o Payback demonstra o período em que ocorre
a recuperação do capital investido.
Os dados foram tabulação em planilhas do Software Excel. Para a atualização dos
dados utilizou a taxa de juros a longo prazo (TJLP) de 7% ao ano, para um período de análise
de 7 anos (BNDS, 2017).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Diante das análises realizadas no projeto, a implantação da soja resultou em uma
produtividade de 2.520 sacas em 45ha, comercializadas a um valor médio de R$61,92 a saca,
resultando em uma receita bruta de R$156.038,40. O girassol, cultura introduzida logo após a
colheita da soja, nos mesmos 45ha, gerou uma produtividade de 2.005 sacas, comercializadas
a um valor de R$61,47 a saca, computando receita bruta de 123.247,35 (Tabela 1).
Tabela 1. Estimativa das receitas da cultura da soja com sucessão do girassol.
Atividade Área (há) Und. Quant. Valor unitário (R$) Valor total (R$)
Soja 45 Sc. 2.520 61,92 156.038,40
Girassol 45 Sc. 2.005 61,47 123.247,35
Total 279.285,75
57
Os custos para a implantação da cultura da soja em área total, resultaram em
R$112.900,66 os quais estão dispostos em insumos, representados por 67,69%, operações
agrícolas com 20,43%, Funrural com 3,18% e outras despesas com 8,80% (Tabela 2).
Demonstrando que para cada hectare o custo foi de R$2.489,74, enquanto que no estudo
realizado por Richetti (2015), totalizou em R$2.475,05, mesmo que em períodos e regiões
distintas.
Tabela 2. Estimativa do custo de implantação para a cultura da soja em 45ha.
CUSTO TOTAL DA SOJA Valor total (R$) Participação (%)
Insumos R$ 76.425,20 67,69
Operações agrícolas R$ 22.949,15 20,33
Funrural 2,3% (2017) R$ 3.588,88 3,18
10% de despesas não inclusa R$ 9.937,43 8,80
TOTAL R$ 112.900,66 100
A implantação da cultura do girassol resultou em um custo total de 106.511,45, que
estão dispostos em 64,19% de insumos, 4,32% de operações mecanizadas, 19,98% de
operações manuais, 2,66% de Funrural e 8,85% de despesas não inclusas (Tabela 3). Em
estudo desenvolvido por Richetti (2006), observa-se que os custos foram de R$610,11 para
cada hectare cultivado, enquanto que no atual estudo o total por hectare foi de R$2.366,92,
isso em consequência da diferença de tempo entre os trabalhos, que consequentemente alterou
os valores do coeficiente usados, o que ocasionou na geração de maiores despesas.
Tabela 3. Estimativa do custo de implantação da cultura do girassol em 45ha.
CUSTO TOTAL DO GIRASSOL Valor total Participação (%)
Insumos R$ 68.372,10 64,19
Operações Mecanizadas R$ 4.599,00 4,32
Operações Manuais R$ 21.280,50 19,98
10% de despesas não inclusa R$ 9.425,16 8,85
Funrural 2,3% R$ 2.834,69 2,66
TOTAL R$ 106.511,45 100,00
Atualizando o fluxo de caixa em 7% a.a. foi possível observar que o período de
retorno do investimento foi no 5° ano, apresentando um VPL de R$129.681,42 demostrando a
rentabilidade do projeto.
Tabela 4. Indicadores de rentabilidade econômica para a implantação de soja seguida da
safrinha de girassol, 2017.
Indicadores
VPL R$ 129.681,42
RBC 1,09
Payback 5 anos
Por meio dos resultados dos indicadores de rentabilidade econômica é possível
observar que o estudo se trata de um projeto de risco, visto que ao analisar o RBC o retorno
líquido foi pequeno, de R$0,09 e o tempo foi considerável para o retorno dos investimentos,
podendo não atrair o produtor. Vale salientar que os resultados econômicos podem alterar
com cenários mais positivos com aumento dos preços de comercialização ou mais pessimista
com elevação dos custos de produção.
58
CONCLUSÃO
O plantio de soja com sucessão de girassol apresentou viabilidade econômica, uma vez
que os indicadores de rentabilidade econômica foram positivos, no entanto, cabe ressaltar que
a viabilidade da implantação das duas culturas é de risco, em consequência da baixa
rentabilidade financeira, do tempo necessário para o retorno e incertezas do mercado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Brasília: BNDES. Taxa
de Juros de Longo Prazo, 2017. Disponível em:
<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/taxa-
juros-longo-prazo-tjlp >. Acesso em: 22 de mar. 2018.
CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de
grãos. Safra 2016/17. v.4, n.12. Setembro de 2017.
EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. Embrapa soja. 2016.
Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1>. Acesso em: 15 jun. 2018.
EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. Girassol. Londrina: Embrapa,
2012. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/index.php?op_page=54>. Acesso em:
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LEITE, R.M.V.B.C.; BRIGHENTI, A.M.; CASTRO, C. de. (Ed.). Girassol no Brasil.
Londrina: Embrapa Soja, 2005. 613
RICHETTI, A. Estimativa do custo de produção de girassol, safra 2007. Dourados, MS:
Embrapa, 2006.
RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2012/2013, em Mato
Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2012, p. 1-9.
RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2015/2016, em Mato
Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2015.
59
Estudo de rentabilidade financeira para implantação do feijão-comum em
Minas Gerais
Higor Rodrigues Costa Missias(1)
, Sara Marinha Viana Costa Simião(2)
, Gabriel Sartin
Parreira(2)
, Carolina Candida Rodrigues(2)
, Andrécia Cósmem da Silva(3)
(1)
Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri/GO;
Endereço eletrônico: [email protected]; (2)
Discente do curso de Agronomia;
Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri/GO; (3)
Docente da Universidade Estadual
de Goiás - Câmpus Ipameri/GO.
RESUMO
Objetivou-se avaliar economicamente a cultura do feijão-comum em Uberlândia, Minas
Gerais. Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e
Custo Operacional Total (COT), posteriormente, para análise de viabilidade econômica
utilizou-se os seguintes indicadores econômicos: Relação Benefício Custo (RB/C), Ponto de
Nivelamento (PN) e Margem de segurança (MS), a fim de verificar a viabilidade do cultivo
do feijão. De acordo com os resultados, a RB/C foi de 1,2, PN com 37, 46sc.ha-1
e MS de -
0,17. Conforme os indicadores econômicos calculados a cultura do feijão-comum mostraram-
se viável na propriedade em estudo, sendo uma alternativa de investimento promissora para o
agricultor.
Palavras-chave: leguminosa, rentabilidade econômica, lucratividade.
INTRODUÇÃO
Um dos fatores que auxiliam o planejamento agrícola é a compreensão das exigências
agroclimáticas, objetivando alta produtividade e rentabilidade sem perdas por fatores
climáticos. Para a cultura do feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.), a temperatura e a
precipitação pluviométrica são as que ganham maior ênfase (PEREIRA et al.,2014). Mesmo
havendo adversidades, é uma cultura cultivada em grande parte do Brasil, conduzido em
diferentes condições edafoclimáticas, níveis tecnológicos, épocas de semeadura e sistemas de
cultivo (TAVARES, et al., 2017).
O maior produtor e consumidor de feijão-comum no mundo é o Brasil, onde o estado
com a maior produção é o Paraná (PEREIRA et al., 2014), sendo que tal estado, junto com
Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia representam 80% da produção nacional de 2,7
milhões de toneladas (SILVA; WANDER, 2013). Minas Gerais em 2011, foi o segundo
maior produtor de feijão comum, com média de produtividade de 1.278 kg.ha-1
(IMA,2015.)
Segundo PELEGRIN et al. (2008), é necessário um manejo da adubação adequado
para suprir as exigências de nitrogênio na cultura do feijoeiro, visando que o excesso de
aplicações de N, além de aumentar o custo econômico, pode promover sérios riscos ao
ambiente, e a sua utilização em quantidade insuficiente pode limitar o potencial produtivo da
cultura, mesmo otimizando outros fatores de produção, para evitar desequilíbrio de nutrientes
na superfície.
Além dos problemas específicos da produção, como fatores climáticos e baixo nível
tecnológico, há perdas significativas devido as condições logísticas. Assim, acarreta aumento
dos custos de produção e consequentemente redução da rentabilidade (WANDER; SILVA,
2014). Independentemente do tamanho, do ramo de atuação ou sistema de produção aderido
60
para que haja uma taxa de rentabilidade atrativa, o conhecimento dos indicadores econômicos
para qualquer empreendimento rural é indispensável.
Diante do exposto, objetivou-se avaliar economicamente a cultura do feijão-comum
em Uberlândia, Minas Gerais.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo econômico foi desenvolvido em propriedade rural, localizada no município
de Uberlândia – Minas Gerais, com as seguintes coordenadas, latitude: 18°933‘49S e
longitude: 48°545‘324. O clima predominante da região, segundo a classificação de Köppen é
definido como tropical (Aw), com duas estações bem definidas, sendo verão chuvoso e
quente, inverno frio e seco, proporcionando temperatura média na região de 20ºC (ALVARES
et al.,2013).
O manejo para produção foi de plantio convencional, comumente utilizado na região
de Uberlândia/Mg, o qual propôs-se por meio de sementes da variedade BRS FC402. A
cultura do feijoeiro é muito sensível à acidez do solo, sendo assim, a produtividade de grãos
se torna limitada na presença de alumínio trocável de pH 6,0 mostrando-se ótimo quando
houver a necessidade de aplicar calcário, contudo, realizar de dois a três meses antes da
semeadura e incorporado ao solo a uma profundidade de 20 cm a 30 cm sendo, o espaçamento
de 35 cm x 40 cm com uma produtividade média de 2.700 em kg.ha-1
(PAULA et al., 2008).
Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e
Custo Operacional Total (COT), metodologia também utilizada no estudo de Rambo et al.
,2015. Na composição do COT foram computados os itens que compuseram o COE (insumo e
operações agrícolas), custeio, oportunidade de terra e outras despesas.
Para análise de eficiência econômica utilizou os indicadores: Ponto de nivelamento
(PN), expõe o quanto o produtor deve produzir para suprir custos de produção da área;
Margem de segurança (MS), demostra o quanto pode decrescer a receita ou aumentar os
custos para não incidir prejuízos; e Razão Benefício Custo (RB/C), revela o retorno a cada um
real investido, quanto maior for a taxa (RB/C maior que 1), maior lucratividade do
empreendimento.
Os levantamentos dos dados foram estruturados no primeiro semestre de 2018, os
coeficientes técnicos foram validados por produtor rural com experiência na cultura estudada,
os custos com manejo e preços de comercialização foram obtidos no mercado da região de
estudo. Os resultados da análise econômica juntamente com os critérios de avaliações foram
tabulados por meio de planilha do programa Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A projeção do custo de produção da cultura do feijão – comum resultou no valor de
R$3.371,06 ha-1
, sendo 57,49% referente ao custo com insumos, representando a maior
despesa do projeto. As operações agrícolas totalizaram uma participação de 13,01%, custo de
oportunidade de terra 17,80%, outros custos 7,05% e custeio de 4,65% do COT (Tabela 1).
Tabela 1. Estimativa de custos de produção do feijão- comum para 1 hectare, no município
de Uberlândia, Minas Gerais.
Componentes de custo Valor.ha-1
Participação %
Insumos R$ 1.938,05 57,49
Operações agrícolas R$ 438,50 13,01
Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 2.376,55 70,50
Outros custos (10% COE) R$ 237,66 7,05
61
Oportunidade de Terra R$ 600,00 17,80
Custeio (6,6% COE) R$ 156,85 4,65
Custo Operacional Total (COT) R$ 3.371,06 100,00
O COT de implantação do projeto no valor de R$3.371,06 mostrou-se 8,65% superior
ao custo determinado no estudo realizado por Richetti (2017) para o plantio de feijão-comum.
Portanto, esse maior percentual está relacionado com as particularidades do presente estudo,
principalmente quanto aos custos fixos.
Na tabela 2 podemos observar os indicadores de eficiência econômica, realizados
durante o período estimado para análise, com uma produção de 45 sacas por hectare e preço
de comercialização cotado em R$90,00 a saca conforme o mercado local, resultando uma
margem bruta de R$4.050,00.
Tabela 2. Indicadores de eficiência econômica do Feijão-comum, no município de
Uberlândia, Minas Gerais,2018. Lucratividade.
Produtividade RB CT RB/C PN MS
45 sacas ha-1
R$4.050,00 R$3.371,06 1,20 37,46 -0,17
Notas: Produtividade: quantidade produzida; Receita Bruta (RB): Produtividade x preço por
saca; Custo Total (CT): somatório dos custos; Relação Benefício/Custo (RB/C): RB/CT;
Ponto de nivelamento (PN): RB/CT; Margem de segurança (MS): CT-RB/RB. *Preço de
comercialização: R$90,00 saca.
Conforme o resultado obtido para a RB/C de 1,2, demonstrando que a cada 1 real
investido tem-se R$0,20 de retorno líquido, atestando assim a viabilidade econômica do
projeto. Estudo de Richetti & Ito (2015) obtiveram RB/C semelhante com RB/C de 1,13,
corroborando para a viabilidade da implantação da cultura em análise.
O PN resultou em 37,46 sacas, o qual determina a quantidade que o produtor deve
produzir para prover seus custos. A MS de -0,17, indicou que a produção ou comercialização
podem cair até 17%, para igualar a receita aos custos. De acordo com os Indicadores de
eficiência econômica apresentados a implantação do Feijão-comum, o projeto é viável.
CONCLUSÃO
O estudo do feijão-comum para a área estudada revelou resultados positivos para os
indicadores econômicos, demonstrando que a cultura é viável e de investimento rentável ao
produtor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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62
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Cultura Do Feijoeiro À Adubação Nitrogenada E À Inoculação Com Rizóbio. Revista
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2017, em Mato Grosso do Sul. Comunicado Técnico 216, Dourados, 2017. Disponível em:
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seca de 2016, em Mato Grosso do Sul. Comunicado Técnico 208, Dourados, 2015.
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<https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1016420/1/Alcidocap6.pdf>.
Acesso em: 09 jun, 2018.
63
Viabilidade econômica da implantação da cultura de Girassol na região
Sudeste de Goiás
Gabriela Aparecida Beserra (1)
; João Vitor Benjamin da Silva (1)
; Francielle Wanderley
Ribeiro (1)
; Andrécia Cósmem da Silva (2)
; Matheus da Silva Araújo (3)
(1)
Discente do Curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO;
Endereço eletrônico: [email protected]; (2)
Docente do Curso de Agronomia – Mestre
em Gestão Organizacional, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO.(3)
Doutorando em Solos e Nutrição de Plantas da Universidade de São Paulo, Campus ESALQ,
Piracicaba, SP, Brasil.
RESUMO
A produção do girassol constitui uma boa escolha nos sistemas de rotação e sucessão de
culturas por suas propriedades agronômicas. O objetivo do estudo foi verificar a viabilidade
econômica da implantação da cultura do girassol na região de Ipameri, Goiás. Para análise
econômica, foram utilizados os seguintes indicadores de rentabilidade: Relação Benefício
Custo (RB/C), Margem de Segurança (MS), e Ponto de Nivelamento (PN). A implantação de
girassol apresentou custo total de R$ 2.368,02, receita de R$ 1.980,00. O PN ficou estipulado
em 36 sc, índice RBC de R$ 0,84 e MS 0,20. Com os resultados contraídos, o cultivo do
girassol como foi proposto para a análise, demonstrou economicamente inviável, não gerando
renda.
Palavras-chave: Implantação, produtor, análise econômica, rentabilidade.
INTRODUÇÃO
O girassol (Helliantus annuus L.) cultura oriunda da América do Norte exerce grande
destaque para a economia brasileira, por apresentar principalmente um elevado índice de
consumo para a fabricação de óleos alimentícios e por ser uma importante matéria prima para
a produção de biodiesel (BORSUK et al., 2011).
A Ucrânia é o maior produtor do mundo da cultura do girassol, com produtividade de
13.750 mil toneladas. Em âmbito nacional, o girassol é uma cultura para fins econômicos
recentemente implantada, sendo que a produção estimada na safra 2016/17 foi de 72,5 mil
toneladas. E na região centro-oeste com uma produtividade média de 57,8 mil toneladas na
safra 2016/17 (CONAB, 2017).
No Sudeste goiano, a implantação da cultura do girassol em sucessão as demais
culturas (soja e milho), tem sido uma boa alternativa para os produtores, promovendo o
aproveitamento de áreas na entressafra, ademais o girassol proporciona diversos benefícios
como a obtenção de grãos para produção de óleo e diminuição da ociosidade das indústrias,
otimizando áreas e máquinas (SILVA et al., 2007).
No entanto para garantir o sucesso de cada projeto é de suma importância que seja
realizado as estimativas de custo e de lucratividade das atividades com o intuito de analisar se
a implantação da cultura é viável. Deste modo, o objetivo do estudo foi verificar a viabilidade
econômica da implantação da cultura do girassol na região de Ipameri, Goiás.
64
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi realizado para o município de Ipameri – GO com latitude 17o
43‘ 29‖ S;
longitude 48o9‘ 35‖ W; altitude 766 m. A pesquisa foi desenvolvida no primeiro semestre de
2018, utilizando uma área com dimensão de 1ha.
De acordo com o manejo proposto, utilizou espaçamento de 0,5 a 0,9 m, com
profundidade de 0,04 a 0,05 m, podendo estimar um estande entre 40.000 a 45.000 plantas
por há. O plantio da cultura foi direto, dispensando a utilização do arado. Para a semeadura
foi utilizado 3,5 kg do híbrido BRS 323 (EMBRAPA, 2013).
A estimativa dos custos de produção, que estão dispostas em operações mecanizadas,
operações manuais e insumos foram obtidos por meio dos valores de mercado regional e o
valor de comercialização foi estimado de acordo com a comercialização local. Os dados
utilizados na composição do trabalho foram validados por produtor e tabulados em planilha
no Excel 2016.
Os custos foram agrupados em duas categorias: Custo Operacional Efetivo (COE), que
é o somatório das despesas variáveis utilizadas para condução da cultura e Custo Operacional
Total (COT), que é definido pelo somatório do COE com as demais despesas do projeto
(RAMBO et al., 2015).
Para a análise da viabilidade econômica utilizou os seguintes indicadores: Relação
Benefício Custo (R/BC), que é obtido por meio da razão entre a receita e a despesa do projeto,
Ponto de Nivelamento (PN), é o valor com que o produto pode ser comercializado de modo a
suprir os gastos totais do projeto e Margem de Segurança (MS), é utilizada para identificar até
que ponto o preço do produto pode cair sem registrar prejuízo (ARAUJO & CORREIA,
2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O total dos custos para implantação do girassol foi de R$ 2.368,02, sendo esses
distribuídos em operações mecanizadas correspondentes a 23,28 % dos custos totais,
operações manuais com 3,8 %, insumos com 33,12 %, outras despesas com 6,02 % e o custo
de oportunidade de terra com 33,78 % (Tabela 1).
Tabela 1- Estimativa de custos de implantação de 1ha de girassol, safra 2017/2018.
Descrição
Valor Total Part.
%
A. Operações Mecanizadas R$ 551,20 23,28
B. Operações Manuais R$ 90,00 3,80
C. Insumos R$ 784,27 33,12
Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.425,47 60,20
Outras Despesas (10% COE)
R$ 142,55 6,02
Custo de Oportunidade da Terra
R$ 800,00 33,78
Custo Operacional Total (COT) R$ 2.368,02 100,00
Levando em consideração o valor médio de comercialização a R$ 66,00 e a
produtividade média de 30 sc, obteve-se a receita de R$ 1980,00. Por meio da diferença
realizada entre a receita e o custo foi obtida a receita liquida de R$ -388,02. Diante da
avaliação econômica foram obtidos os seguintes resultados: R/BC = 0,84, PN = 35,88 sc e
MS = 20% (Tabela 2).
65
Tabela 2 - Indicadores de eficiência econômica da cultura do girassol safrinha 2018.
Cultivo Produção
(A)
Receita
Bruta
(B)
Custo
Total
(C)
Relação
Custo
Benefício
(B/C)
Ponto de
Nivelamento
(C/P)
Margem de
Segurança
%
(C-B/B)
Girassol 30 sc R$1.980,00 R$2.368,00 0,84 35,88 sc 20%
Notas: (A) Produtividade média de um hectare; (B) Receita Bruta: Preço x Quantidade
Comercial; (C) Custo efetuado na condução da cultura; (P) Preço R$/sc R$ 66,00.
Em consequência do alto custo de produção os resultados foram negativos,
principalmente devido ao elevado custo de oportunidade da terra. No trabalho desenvolvido
por Tarsitano et al. (2016), este custo não foi considerado causando a redução dos valores de
implantação entre os estudos, esta variação se dá em conjunto com as diferenças de condução
da cultura em isoladas regiões e épocas.
Os indicadores econômicos analisados demonstraram que o cultivo do girassol, na
forma que o projeto foi proposto, mostrou-se inviável, não gerando lucratividade, uma vez
que os custos foram superiores a receita. Para maior eficiência econômica na condução da
cultura é necessário verificar alternativas que minimizem os custos, melhorem a
produtividade e possibilitem uma melhor comercialização do grão.
CONCLUSÃO
A implantação do cultivo de girassol na propriedade estudada se mostrou inviável.
Uma vez que os custos com a cultura se mostraram elevados e o seu retorno em produtividade
e valor de comercialização foram baixos, ocasionando um retorno financeiro inferior ao
investimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAUJO, J. L. P.; CORREIA, R. C. Análise dos custos de produção e da rentabilidade do
sistema típico de produção da abóbora na região do Submédio São Francisco. VIII
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RAMBO, J. R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C. Análise
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TARSITANO, R. A.; LAFORGA, G.; PROENÇA, E. R.; RAPASSI, R. M. A. Custos e
rentabilidade da produção de girassol no estado do Mato Grosso, Brasil. Revista ESPACIOS.
V. 37, n. 12, 2016.
67
Viabilidade econômica da implantação de Sorghum bicolor (L.) Moench no
município de Ipameri-Goiás
Elisabeth dos Santos Magalhães (1)
; Andreza Pereira de Brito (2)
; Carolina Candida
Rodrigues(3)
; Andrécia Cósmem da Silva (4)
; Matheus da Silva Araújo
(5)
(1)
Discente do curso de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-
Ipameri/GO; ([email protected]); (2)
Discente do curso de Engenharia Florestal;
Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-Ipameri/GO; (3)
Discente do curso de Agronomia;
Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-Ipameri/GO; (4)
Docente do curso de Agronomia e
Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus Ipameri/GO; (5)
Doutorando
em Solos e Nutrição de plantas; Universidade de São Paulo: Câmpus-ESALQ, Piracicaba, SP,
Brasil.
RESUMO
Objetivou-se analisar a viabilidade econômica da implantação do sorgo Sorghum bicolor (L.)
Moench no município de Ipameri-GO. Para a simulação dos preços de implantação dessa
cultura, os custos foram agrupados em Custos Operacional Efetivo (COE) e Custo
Operacional Total (COT), e a partir dos resultados foram efetuados os cálculos dos
indicadores econômicos: Relação Benefício/Custo (RB/C); Ponto de Nivelamento (PN); e
Margem de Segurança (MS). Nos resultados obtidos com os indicadores econômicos o RB/C
foi de R$ 0,85, PN foi de 94 sacas e MS foi de 18%. A implantação do cultivo do sorgo
mostrou-se inviável apresentando renda líquida negativa para este estudo, nos níveis de custos
e preços de comercialização utilizados.
Palavras-chave: Produtividade, safrinha, implantação.
INTRODUÇÃO
A cultura do sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench, apresentou expressiva expansão nos
últimos anos agrícolas. Do ponto de vista agronômico, este crescimento é explicado pelo alto
potencial de produção de grãos e matéria seca da cultura, além da sua extraordinária
capacidade de suportar estresses ambientais (EMBRAPA, 2015).
Segundo dados do IBGE (2017), na safra de 2016 o Brasil utilizou 647.904 hectares
para o plantio de sorgo, produzindo 1.168.904 toneladas. Estando 48,5% dessa área localizada
no Centro-Oeste, sendo que Goiás utilizou 220.303 hectares e produziu 351.823 toneladas
desse grão. O Estado de Goiás apresenta uma grande área de cultivo de sorgo Sorghum
bicolor (L.) Moench, sendo um dos maiores produtores do país (IBGE, 2017).
A cultura do sorgo é totalmente mecanizada, tendo um bom escoamento dos grãos
devido suas inúmeras utilizações. Esse aproveitamento está relacionado a alimentação de
animais na forma de ração ou silagem, na alimentação humana como fonte de fibra alimentar
e compostos bioativos, sendo muito usado na produção de cervejas e álcool. O grão inteiro
sem tanino pode ser usado na ração para frangos de corte (SILVA, et al., 2014).
Essa cultura tem sido bem vista por produtores. Segundo EMATER (2012), o sorgo
apresenta baixo custo de implantação, e tolerância a condições de estresse hídrico, tornando
favorável seu cultivo na safrinha. Com os preços e custos de produção atuais na região, este
68
trabalho teve como objetivo a análise de viabilidade econômica da implantação do sorgo no
município de Ipameri-GO e fornecer informações que sirvam de subsídios aos produtores.
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi efetivado para 1 ha no primeiro semestre de 2018, no município Ipameri,
Goiás com as seguintes coordenadas: latitude 17º 43‘ 19‖S, longitude 48º 09‘ 35‖W, com
cerca de 764 metros de altitude e área de 4382, 6 Km², o bioma cerrado apresenta clima
tropical (AW) de acordo com a classificação de Köppen‘s com duas estações definidas, sendo
uma chuvosa e outra seca.
Conforme o manejo proposto para o projeto foi realizado a dessecação da área por
meio da aplicação de herbicida para que houvesse a secagem de ervas daninhas, para a
implantação do sorgo sem nenhum empecilho futuro. A aplicação de calcário e gesso teve o
intuito de corrigir o solo, pois a região apresenta alta concentração de alumínio no mesmo,
posteriormente foi realizada a gradagem e aração conforme a EMATER (2012).
O espaçamento utilizado foi de 70 cm entre as fileiras e 18 sementes por metro linear
com 5 cm de profundidade. Periodicamente foi realizado o controle de pragas na cultura por
meio de defensivos agrícolas, a colheita foi realizada quando os grãos atingiram o teor de 12 a
13% de umidade, deste modo não havendo necessidade de secagem artificial, assim
aumentando sua taxa de lucratividade líquida no final da colheita.
Os coeficientes técnicos e produtividade foram validados por produtores com
experiência no manejo. A receita foi calculada de acordo com o preço de comercialização da
região, assim como os custos de produção.
Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e
Custo Operacional Total (COT), utilizado em estudo por Rambo et al. (2015). Foram usados
os seguintes indicadores econômicos para análise de viabilidade: Relação Benefício/Custo
(RB/C), sendo realizado por meio da fórmula: RBC = RB/CT, onde RB é a receita bruta,
dividida por CT custo total. Sendo o projeto viável se o RBC for maior que 1; Ponto de
Nivelamento (PN = C/P), C é o custo total e P valor unitário. PN correspondendo o nível
mínimo de produção para cobrir as despesas; A Margem de Segurança obtido através da
fórmula: MS = CT-RB/RB, sendo CT é o custo total e RB é a receita bruta. Demonstra as
possíveis alterações de preços que possam ocorrer sem acarretar prejuízos ao produtor.
Os dados foram tabulados por meio de planilhas do Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram levados em consideração para a implantação da cultura do sorgo safrinha os
cálculos dos coeficientes técnicos entre os meses de fevereiro a junho de 2018, representados
na tabela 1. O COE obteve o valor de R$ 1.408,65, sendo o custo mais oneroso os insumos
com 42,98%. O COT resultou em um valor de 1.883,95/ha, estando inserido o COE (74,77
%), custeio (3,74%), oportunidade de terra (12,74%), Funrural (1,27%) e outras despesas
(7,48%). Em Godinho et al. (2011), o custo estimado da produção do sorgo safrinha, em
plantio direto com insumos foram de 56,9 % sendo superior ao do projeto implantado, onde se
estabeleceu o valor de 42,98%. Fato este, pois as despesas podem ser alteradas de acordo com
o nível de produção selecionados para a aquisição de sementes, adubos, defensivos e outros
custos.
69
Tabela 1 - Custos e receitas recorrentes a implantação da cultura do sorgo safrinha, por
hectare, no município de Ipameri-GO na safrinha 2017/2018.
Descrição Valor Total Participação (%)
Operações mecanizadas R$598,85 31,79
Insumos R$809,80 42,98
Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.408,65 74,77
Oportunidade de Terra R$240,00 12,74
Outras despesas (10% do COE) R$140,87 7,48
Custeio R$70,43 3,74
Funrural (1,5% receita) R$24,00 1,27
Custo Operacional Total (COT) R$1.883,95 100
Os índices econômicos apresentaram os resultados abaixo (tabela 2). Deste modo,
sendo inviável a implantação da cultura do Sorghum bicolor (L.) Moench a safrinha
2017/2018, pois através dos cálculos foi demonstrado à inviabilidade da cultura. De acordo
com os dados gerados a constatação da viabilidade econômica na safrinha 2017/2018 não é
viável, pois não há rentabilidade econômica ao produtor. Discordando com Marquesa et al.
(2012) onde afirma a rentabilidade do sorgo safrinha. A viabilidade não é possível devido à
variação do preço dos insumos e demais materiais utilizados no ciclo do sorgo safrinha, deste
modo levando a inviabilidade econômica (Tabela 2).
Tabela 2 – Indicadores econômicos da cultura do sorgo safrinha no município de Ipameri,
Goiás em um hectare.
Produtividade RB CT RB PN RB/C MS%
80 sc R$1.600,00 R$1.883,95 R$-283,95 94 sc 0,18 10,85 Notas: Produtividade média de um hectare; RB: preço* x quantidade produzida; CT - Custos efetuados para
obtenção da produção; RL: RB-CT; PN: ponto de equilíbrio; RB/C: Relação Benefício/Custo; MS: margem de
segurança. *Preço R$/Sc (R$ 20,00).
O ponto de nivelamento foi de 94 sacas, para a cobertura total com as despesas, mas
no estudo a produtividade foi de apenas 80 sacas, assim resultando em receita líquida negativa
de R$ -283,95. RB/C de 0,64, a cada um real investido no projeto teria um prejuízo de R$
0,64. Margem de segurança de 0,57, situação está que a receita teria que elevar para cobrir os
custos. Os resultados obtidos apresentam inviabilidade do projeto de acordo com a
produtividade estimada e custos com os fatores de produção simulados. Estudo de Richetti e
Ceccon (2014) corroboram com o estudo em questão apresentaram resultados negativos com
RB/C de 0,45 e receita líquida insuficiente para cobrir os custos com os níveis de preços e
produtividade praticados.
CONCLUSÃO
Análises indicam que a implantação de sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench é
economicamente inviável para safrinha 2017/2018, se mantiver os atuais níveis de preço, não
sendo um investimento seguro, já que o resultado da renda líquida obtida mostrou-se
negativo.
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71
Influência da quebra de dormência na germinação de Schizolobium
amazonicum
Maria Alice da Silva Brito(1)
; Wanderson Silva dos Santos(2)
; Lucas Robson de Oliveira(2)
;
Willian Barros Sidião(2)
; Ademilson Coneglian(3)
.
(1)
Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri – Goiás;
[email protected]; (2)Estudante de Engenharia Florestal – Universidade Estadual de
Goiás, Câmpus Ipameri; (3)Professor – pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
A espécie arbórea Schizolobium amazonicum, conhecida como Paricá, pertencente à família
Caesalpiniaceae, é nativa da região Amazônica e habita áreas de florestas primárias e
secundárias, tendo ampla distribuição natural, ocorrendo nos estados do Pará, Amazonas, na
fronteira do Peru e Colômbia. A madeira de Paricá apresenta facilidade em relação à remoção
da casca, laminação, secagem, prensagem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diferença
entre plântulas e as quebras de dormência do Párica. Os dados foram submetidos à análise de
variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade através do programa Sisvar 5.3. Para as
sementes testemunhas não houve medição sobre o diâmetro de caule, tamanho de raiz e parte
aérea, pois não apresentou germinação. A escarificação mecânica é viável, entretanto por ser
mais trabalhoso é recomendado apenas para pequenos lotes de sementes. Sendo inviável a
produção de mudas de Paricá sem fazer a quebra de dormência.
Palavras-chave: Paricá; escarificação mecânica; teste de germinação.
INTRODUÇÃO
A espécie arbórea Schizolobium amazonicum, conhecida como Paricá, pertencente à
família Caesalpiniaceae, é nativa da região Amazônica e habita áreas de florestas primárias e
secundárias de terra firme, tendo ampla distribuição natural, ocorrendo nos estados do Pará,
Amazonas, na fronteira do Peru e Colômbia (ROSA et al., 2009). A produção de mudas de
Paricá (Schizolobium amazonicum) com qualidade proporciona plantas adultas mais
saudáveis. Tendo em vista o potencial econômico dessa espécie vem-se aumentando a
produção de mudas por grandes empresas, pequenos e médios agricultores (OLIVEIRA et al.,
2012). O Paricá atende a demandas dos consumidores, por se tratar de uma espécie florestal
nativa, usada para plantios comerciais, nos sistemas agroflorestais e reflorestamento de áreas
degradadas tendo em vista o seu rápido crescimento e alto valor comercial (TAVARES et al,
2013).
A madeira de Paricá apresenta facilidade em relação à remoção da casca, laminação,
secagem, prensagem e excelente acabamento. Em algumas cidades do interior do Pará,
reflorestamentos em torno de 06 anos de idade atingiram produção volumétrica de 38
m³/há/ano (ALMEIDA et al., 2013). De acordo com Iwakiri et al., (2012) os painéis de
cimento-madeira são amplamente utilizados na construção civil nos países da Europa e Japão,
em função de suas características adequadas para aplicações estruturais. Entretanto o Brasil
não tem o hábito de utilizar deste material, por questões de culturais de priorizar as
construções em alvenaria.
72
Todavia as sementes de Paricá apresentam dormência tegumentar, isto é um problema
para obtenção de mudas uniformes e de qualidade (SHIMIZU et al., 2011). Visando à
importância de fazer testes de germinação, para comparar escarificações com o principal
intuito de obter mudas de qualidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diferença entre
plântulas e as quebras de dormência do Párica.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, campus Ipameri, no
Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no ano de 2018. As sementes do
Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor legalizado
Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007. Elas foram selecionadas
manualmente, sendo consideradas viáveis as que não apresentavam nenhum tipo de
deformação ou dano. Foram selecionadas 75 sementes, que foram submetidas ao método de
quebra de dormência em água fervente por dois minutos, sugerido por Cruz e Pereira (2014),
escarificação mecânica lixa n° 80 e um tratamento como testemunha. O substrato utilizado foi
o vermiculita (MARTINS et al., 2011). As bandejas plásticas de 45 centímetros (cm) de
comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura, foram preenchidas até que elas atingirem
6 cm de altura de substrato em toda sua extensão. As sementes foram semeadas no substrato
com um espaçamento entre elas de 1,5 cm. As sementes foram inseridas verticalmente no
substrato, com a parte do hilo para baixo conforme recomendação de Pinto et al. (2014). As
bandejas foram colocadas em uma germinadora de sementes com controle de temperatura
mínima, que foi mantida em 25 ºC. Já a temperatura máxima atingia a mesma do ambiente
externo, sendo a maior 35ºC. A irrigação foi feita com água destilada, utilizando um
borrifador, conforme a necessidade de cada bandeja, visando manter o substrato úmido,
porém sem saturação. Após dez dias foi feita a contagem de plântulas emergidas e
finalizamos o experimento realizando as medições de: altura da parte aérea (P. A.), utilizando
régua métrica em cm; tamanho da raiz, medido com régua métrica em cm; diâmetro do caule,
aferido com paquímetro digital em milímetro (mm).
Foi adotado o delineamento experimental inteiramente casualizado, com três
tratamentos, em arranjo simples. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste
de Tukey a 5% de probabilidade através do programa Sisvar 5.3.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Observa-se na Tabela 1 que houve diferença estatística entre os tratamentos. Para as
sementes testemunhas não houve medição sobre o diâmetro de caule, tamanho de raiz e parte
aérea, pois não apresentou germinação, já para escarificação mecânica e escarificação com
água fervente houve medição, mostrando diferença estatística entre todos os tratamentos em
relação a diâmetro, raiz e parte aérea.
Tabela 1.Porcentagem de desenvolvimento de plântulas germinadas sem escarificação, com
escarificação mecânica e com água fervente. Tratamento Diâmetro Raiz Parte aérea
Testemunha 0,00 c 0,00 c 0,00 c
Escarificação mecânica 3,32 a 11,82 a 20,35 a
Escarificação com água fervente 2,88 b 8,07 b 15,21 b
CV (%) 16,66 40,54 23,56
73
Resultado semelhante encontrado por Shimizu, et al., (2011) em termos fisiológicos,
foi observado que o método de escarificação mecânica promoveu maior vigor das sementes,
demonstrado pelo índice de vigor de germinação (IVG), com maior índice maiores taxas de
germinação e desenvolvimento de plântulas, entretanto escarificação com água fervente
apresentou menor IVG.
Segundo Santos et al., (2004) a escarificação mecânica através de lixa é viável,
entretanto por ser mais trabalhoso é recomendado apenas para pequenos lotes de sementes,
sendo utilizado como referência para superação de dormência de sementes de tegumento
impermeável.
CONCLUSÃO
O processo de escarificação em sementes de paricá em lixa promoveu maior
germinação das sementes, e rápida embebição. Logo este método proporcionou a produção de
plântulas homogêneas, com maior sanidade e apresentando maior biomassa em relação com a
escarificação em água fervente, sendo inviável a produção de mudas de Paricá sem fazer a
quebra de dormência.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a SECIAG pela oportunidade que esta nos proporcionando com
este evento científico e a Universidade Estadual de Goiás por uma bolsa permanência.
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Maria: v. 23, n. 3, p. 357-368, 2013.
75
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera
frugiperda em milho sob doses de potássio
Matheus Alves Maciel
(1), Luis Augusto Batista de Oliveira
(2), Cecília Leão Pereira Resende
(2),
Leandro Ferreira Damaso(2)
, Fabrício Rodrigues(3)
(1) Estudante de agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected] (2) Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade
Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;(3) Docente; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri,
Goiás.
RESUMO
O milho (Zea mays L.) é considerado uma cultura com grande importância econômica.
Existem vários fatores que causam danos na cultura do milho, sendo a lagarta Spodoptera
frugiperdaum dos mais importante economicamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
resistência de híbridos de milho convencionais e transgênicos com a adubação potássica
visando reduzir o ataque da lagarta Spodoptera frugiperda. Foi possível comprovar a grande
importância das tecnologias que visam fornecer resistência a planta em relação as injurias da
lagarta Spodoptera frugiperda para a cultura do milho e possibilitando com essa resistência
uma maior economia para os produtores e menor desgaste de maquinas no campo, ao
comparar com as variedades convencionais.
Palavras-chave: Milho, Potássio, Lagarta, Híbridos.
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é considerado uma cultura com grande importância econômica
e social devido ser um alimento de qualidade e de baixo custo, que pode ser empregado na
alimentação humana, animal e indústria para a fabricação de alguns produtos. (ZAMBIAZZI
et al., 2016).
Existem vários fatores que causam danos na cultura do milho, segundo (MCAGNAN
et al., 2012) a lagarta Spodoptera frugiperdaé um dos fatores que causam maiores prejuízos
aos produtores, devido está presente em todas as fases do desenvolvimento da cultura. Esta
lagarta da ordem Lepidóptera é uma das principais pragas do milho tanto pela dificuldade em
ser controlada por métodos tradicionais, pelo dano causado a cultura e pela sua frequente
ocorrência nas lavouras (MORAES et al., 2015).
A Biotecnologia já é uma realidade com o objetivo de enfrentar problemas na cultura
do milho, o uso de cultivares transgênica tem uma grande importância para o crescimento da
produtividade e a resistência a lagartas (Tecnologia bt). (FARINELLI e CERVEIRA
JUNIOR, 2014).
Também é utilizado como estratégia o manejo integrado é a indução de resistência de
plantas a insetos. Estratégia esta que promove benefícios que conseguem amenizar o efeito
causado pelas pragas (TOSCANO et al., 2016). Segundo (BASSETO et al., 2007), a aplicação
de potássio aumenta a espessura da parede celular, pois a adubação potássica conferi maior
rigidez aos tecidos, regularização funcional dos estômatos e promover ainda a rápida
recuperação dos tecidos que sofreram injurias.
76
Por tanto a adubação equilibrada de K promove para as plantas uma maior capacidade
de defesa, podendo ter influência no grau de resistência, pela modificação da sua morfologia
(CARVALHO et al., 2013). O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de híbridos de
milho convencionais e transgênicos com a adubação potássica visando reduzir o ataque da
lagarta Spodoptera frugiperda.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no
município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo
classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme (EMBRAPA, 2013), na safra de
verão de 2015/2016.
O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas
gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). As
parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por duas fileiras, com 3 m de
comprimento, espaçadas a 0,5 m.
Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram
30A77 PW/MG652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F), NS90 VTPro2/NS92 VTPro
(Cry1A.105/Cry2Ab2)e o AG1051 (convencional - controle).
Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a
Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na
análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de potássio variaram, sendo zero de
N (sem aplicação), 45 kg ha-1
e a 90 kg ha-1
K2O, mais 120 kg ha-1
de N e 120 kg de ha-1
de
P2O5.
O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro linear.
O desbaste foi feito no estádio V3, estabelecendo um estande final de 60.000 plantas por
hectare. No estádio V4 realizou-se o controle das plantas daninhas, com o herbicida Soberan®,
na dose de 240 ml ha-1
, utilizando um pulverizador costal, aliado a capina manual. O controle
de lagartas foi realizado apenas no híbrido convencional, com o inseticida Belt®, na dose de
150 ml ha-1
, no estádio V5.
Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20
dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura,
posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada
parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.
frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por (DAVIS et al., 1992), o qual foram
transformados em dano foliar médio (Dano).
Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,
utilizando o programa Estatístico SISVAR (FERREIRA et al., 2011).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Percebe-se que o milho (convencional) apresentou maior dano quando comparado com
híbridos transgênicos, dependente da adubação realizada (Figura 1). Na Figura 1A, o híbrido
convencional apresenta desempenho similar ao dos híbridos com tecnologia Bt, indicando que
a tecnologia sofre influência da adubação potássica.
Observa-se na Figura 2A que o híbrido convencional tem desempenho de dano
superior ao sob estresse total, denotando que a planta se torna mais atrativa e com maior dano
inicial e também durante o seu desenvolvimento. Assim, fica claro que a tecnologia dever ser
utilizada sob adubação adequada e com cautela, pois pode ter sua eficiência reduzida e
interferir nos fotoassimilados e na produtividade final.
77
y (PW) = -0.0012x2 + 0.1817x - 3.031
(R² = 0.79)
y (VT PRO) = -0.0013x2 + 0.215x - 4.8857
(R² = 0.93)
y (convencional) = -0.0007x2 + 0.0867x + 1.1988
(R² = 0.72)
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
y (PW) = -0.0004x2 + 0.0817x - 1.278
(R² = 0.77)
y (VT PRO) = -0.0004x2 + 0.0817x - 0.875
(R² = 0.65)
y (Convencional) = 0.0006x2 - 0.0832x + 6.0375
(R² = 0.66)
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
y (PW) = -0.0009x2 + 0.15x - 3.6107
(R² = 0.84)
y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821
(R² = 0.93)
y ( Convecional) = -0.0014x2 + 0.2033x - 3.3631
(R² = 0.95)
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
A
B
C
Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas (eventos) durante o ciclo da
cultura do milho, com diferentes doses de fosforo, sendo 0 kg (A), 60 kg (B) e 120kg (C) de
P2O5.
CONCLUSÃO
Foi possível comprovar a grande importância das tecnologias que visam fornecer
resistência a planta conta as injurias da lagarta Spodoptera frugiperda para a cultura do milho,
e que a adubação potássica deve ser realizada com maior atenção.
78
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79
Aptidão dos híbridos de milho 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW para o
mercado de milho verde
Gabriel Silva Alves
(1), Leandro Ferreira Damaso
(2), Felipe Ribeiro Ilaria
(1), Luis Augusto
Batista de Oliveira(2)
, Fabrício Rodrigues(3)
(1)
Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Mestrando em Produção vegetal; Universidade Estadual de
Goiás; Ipameri; Goiás; (3)
Docente, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi avaliar a aptidão de três diferentes híbridos de milho para o mercado de
milho verde, que se caracteriza por não estar no ponto de maturação, porém, é consumido em forma de
enlatados, pamonhas e espigas, diferente do milho maduro, que é usado na alimentação de animais. Os
híbridos utilizados foram 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW, além destes, o AG1051 como controle.
A colheita foi feita manualmente, à medida que os grãos atingiam o ponto de 70 a 80% de umidade.
Conclui-se que o comportamento dos híbridos foi superior para todas as variáveis durante a safra
2013/14, com exceção do comprimento. Para produtividade de espigas empalhadas, o híbrido
2B587PW apresentou desempenho superior, e em condições de sequeiro o melhor
desempenho foi do híbrido AG1051.
Palavras-chave: milho, híbridos, melhoramento, produção, espiga
INTRODUÇÃO
O principal destino do milho verde é para conserva, após o seu processamento na
indústria (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2006). Esses atributos são exigidos pelas indústrias de
processamento que estão diretamente ligados a aprovação do consumidor, sendo e
extremamente importantes para a comercialização e rapidez na venda.
Para atender as exigências do consumidor e também do produtor, foram criados
programas de melhoramento genético de milho, visando o consumo in natura (BARBIERI et
al., 2006). assim, o genótipo selecionado deve conter, ao mesmo tempo, vários atributos
favoráveis que atenda de forma simultânea todas as exigências (CARMO et al., 2015).
Deste modo, o presente trabalho objetivou-se avaliar o comportamento de diferentes
híbridos de milho para características de interesse agronômico, através estimativas com base
no híbrido padrão de mercado.
MATERIAL E MÉTODOS
O solo da região é composto por Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, conforme os
critérios descritos conforme EMBRAPA (2013). A região apresenta clima tropical úmido,
com duas estações bem definida, seca e chuvosa, sendo o experimento instalado sobre a
chuvosa, entre os meses de outubro a dezembro.
Foram utilizados três híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás, sendo os
híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW. Além destes, o AG1051, utilizado como controle
(padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande aceitação
80
comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas
empalhadas e comerciais.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, por duas safras agrícolas, em que cada parcela foi constituída por quatro fileiras,
com quatro metros de comprimento e espaçadas 0,5 metros, com três plantas por metro linear,
utilizando-se somente as duas fileiras centrais, totalizando uma área útil de 4m2.
A colheita foi realizada manualmente à medida que as espigas atingiam o ponto de grão
leitoso, estádio R3, ou seja, quando os grãos estavam com 70 a 80% de teor de água,
considerado o ponto ideal para a comercialização in natura, aproximadamente 90 dias após o
plantio.
Foram avaliadas as características: AE - altura da espiga, no qual foi realizada a
medição das plantas, após o florescimento feminino, obtendo-se a altura de seis plantas
representativas da área útil de cada parcela, em cm, da região do colo da planta até a base da
espiga; PEE - produtividade de espigas empalhadas, no qual foi obtida pela soma do peso
total das espigas com palha na área útil de cada parcela, posteriormente, transformados para
toneladas por hectare; PED - produtividade de espigas despalhadas, no qual foi obtida pela da
soma do peso das espigas despalhadas de cada parcela, posteriormente, transformados para
toneladas por hectare; PEC - produtividade de espigas comerciais, no qual foi obtida pela da
soma do peso das espigas despalhadas maiores que 15 cm e com diâmetro superior a 3 cm e,
também, isentas de pragas e doenças; COMP - comprimento médio das espigas comerciais,
no qual mediu-se o comprimento de cinco espigas comerciais, tomadas ao acaso em cada
parcela, sendo a média aritmética dessas espigas atribuída à parcela; DIAM - diâmetro médio
das espigas comerciais, no qual foi medido, com o auxílio de um paquímetro, o diâmetro
médio de cinco espigas comerciais tomadas ao acaso em cada parcela, sendo atribuída a
média aritmética do diâmetro à parcela; MG – massa de grãos, obtida por meio da retirada da
massa dos grãos de três espigas comerciais, rente a espiga, com auxílio de raladores e,
posteriormente, pesada a massa fresca; e a RB - renda bruta – medida calculada por meio da
produtividade de espigas empalhadas por hectare (PEE), o qual a produtividade é
transformada em reais, obtida pela transformação da produtividade em sacos de 25 kg e
atribuído o valor de 20 reais/saco, utilizando o valor pago no mês de fevereiro de 2015, de
acordo com o CEASAGO (2017).
Posteriormente, realizada a construção do gráfico em radar, par a par, sendo o híbrido
AG1051 utilizado como padrão de qualidade (Controle = 100%), logo após, sendo comparado
com os demais híbridos, conforme a diferença estatística, utilizando as médias obtidas para
cada variável testada, nas safras.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
O desempenho dos híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW estão apresentados na
Figura 1. Nota se que para PEC (produtividade de espigas comerciais), que é uma variável de
extrema importância visando a comercialização do milho, o híbrido 2B587PW apresentou
queda no valor nas diferentes safras, sendo inferior ao AG1051 na segunda safra, visto que na
primeira safra houve um maior rendimento na maioria das variáveis, principalmente RB
(rendimento bruto) e PEE (peso de espiga empalhada).
Observa-se que o comportamento dos híbridos foi superior para todas as variáveis
durante a safra 2013/14, com exceção de COMP, sendo o híbrido 2B512PW foi 15% inferior
ao AG1051, ou seja, uma espiga com valor médio de 19 cm. Todavia, a exigência mínima do
mercado é de 15 cm (ALBUQUERQUE et al, 2008) e, de acordo Vieira et al. (2010), o
ideótipo de uma espiga de milho verde deve apresentar 17cm, assim, atende bem as
exigências do mercado consumidor.
81
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
Figura 1. Desempenho médio dos híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW, comparados com o AG
1051 (controle – 100%), para as variáveis de altura de espiga (AE), produtividade de espigas
empalhadas (PEE), produtividade de espigas despalhadas (PED), produtividade de espigas comerciais
(PEC), comprimento médio de espigas comerciais (COMP), massa de grão (MG) e rendimento bruto
(RB), por duas safras agrícolas (A, C e E – primeira Safra) e (B, D e F – segunda safras).
O híbrido 2B587PW apresentou desempenho superior para PEE (Figura 1A) e o
2B707PW para PEC (Figura 1E), apresentando incrementos de 32 e 28% em comparação com
o controle, indicando o potencial destes híbridos para a comercialização empalhada e em
bandejas de isopor, concomitantemente. Segundo Guillen-Portal et al. (2003), híbridos duplos
apresentam maior estabilidade que híbridos simples sob condições de sequeiro, podendo se
inferir que, possivelmente, a maior base genética do AG1051, conferiu ao híbrido melhor
desempenho nestas condições experimentais.
CONCLUSÃO
O híbrido 2B707PW apresenta desempenho superior e similar sob condições
favoráveis e desfavoráveis ambientais, ao híbrido padrão comercial de mercado e sendo
indicando para o mercado de milho verde.
A B
C D
E F
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
— 2B512PW
--- AG 1051
— 2B512PW
--- AG 1051
— 2B587PW
--- AG 1051
— 2B587PW
--- AG 1051
— 2B707PW
--- AG 1051
— 2B707PW
--- AG 1051
82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BARBIERI, V. H. B.; LUZ, J. M. Q.; BRITO, C. H.; DUARTE, J. M.; GOMES, L. S.;
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função de espaçamento e populações de plantas. Horticultura Brasileira, v.23, n.3, p.826-
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http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2014-01/16_01_2018.pdf >. Acesso 25 ago.
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OLIVEIRA JUNIOR, L. F. G.; DELIZA, R.; BRESSAN-SMITH, R.; PEREIRA, M. G.;
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SANTOS, N. C. B.; CARMO, S. A.; MATEUS, G. P.; KOMURO, L. K.; PEREIRA, L. B. E
SOUZA, L. C. D. Características agronômicas e de desempenho produtivo de cultivares de
milho-verde em sistema orgânico e convencional. Semina, v. 36, n.3, suplemento, p. 1807-
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VIEIRA, M. A.; CAMARGO, M. K.; DAROS, E.; ZAGONEL, J.; KOEHLER, H. S.
Cultivares de milho e população de plantas que afetam a produtividade de espigas verdes.
Acta Scientiarum: Agronomy, v. 32, p. 81-86, 2010.
83
Teores de S-SO4 em solo submetido à elevadas doses de gesso agrícola e
calagem superficial
Eduardo Henrique dos Santos Moreira
(1); Brenda Barbosa Borges
(2); Carla Andreia Silva de
Paula (2)
; Adilson Pelá (3)
(1)
Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de
Goiás; (3)
Professor da Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O cerrado brasileiro é naturalmente conhecido por ter um solo com pH baixo, o que determina
acidez e saturação de alumínio à níveis tóxicos para as plantas nas camadas de 0-20 cm e 20-
40 cm. Para tal problema, o uso de calcário associado ao gesso tem sido importante para
correção do solo e melhoria na produtividade. Este trabalho teve como objetivo avaliar os
teores de S-SO4 em solo com crescentes doses de gesso agrícola com ou sem calagem
superficial no sistema de plantio direto. O experimento foi realizado na Universidade Estadual
de Goiás no município de Ipameri onde foi utilizado o delineamento de blocos casualizados
(DBC), fatorial 2x5. Os resultados encontrados mostraram que os teores de enxofre no perfil
solo tiveram resultados significativos com maior concentração desse elemento na camada de
20-40 cm.
Palavras-chave: Acidez subsuperficial; calcário; enxofre.
INTRODUÇÃO
Solos com problemas de acidez em suas camadas são comumente encontrados no
Brasil, principalmente no Cerrado, o que limita o desempenho das plantas e sua
produtividade. A fitotoxidez do alumínio é uma das maiores preocupações existentes para a
produção de alimentos em solos ácidos. (MARTINS, 2016).
A baixa disponibilidade de cálcio aliada com a toxidez do alumínio nas camadas
abaixo de 20 cm são fatores limitantes para a produção de grãos, pois afeta o crescimento
radicular e acarreta em maior dificuldade das plantas na absorção de água e nutrientes nas
camadas mais profundas. Além de fornecer cálcio e magnésio, o calcário (CaCO3) é o insumo
mais utilizado para neutralizar o alumínio e diminuir a acidez, devendo ser incorporado para
maior eficiência, pois o calcário é imóvel no solo (RAMOS et al., 2006). O gesso agrícola
(CaSO4) tem sido utilizado como alternativa para melhoria da qualidade do subsolo, pois
além de ser fonte de cálcio (17-20%) e enxofre (15-18%) de baixo custo, reduz a saturação de
alumínio em profundidade por ser móvel no solo (OLIVEIRA, 2013; FREITAS et al., 2015).
Em relação ao enxofre, possui função estrutural como controle hormonal para crescimento e
diferenciação celular, importante componente para as proteínas, auxilia no sistema
imunológico das plantas e também no aumento do teor de óleos e gorduras (PRADO, 2008).
Portanto o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de altas doses de
gesso agrícola e calcário em superfície nos teores de S-SO4 em solo de cerrado no sistema de
plantio direto.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri,
iniciado no ano agrícola 2016/2017. As coordenadas do local do experimento são: latitude 17º
42‘ 41,73‖ S e longitude 48º 8‘ 20,29‖ O, e aproximadamente 800m de altitude. De acordo
com a classificação de Koppen, clima da região é tropical (Aw) com estação seca no inverno,
84
chuvas de verão de precipitação média anual de 1600 mm com temperatura média de 23º C. A
classificação do solo da área é Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico.
Foram coletadas amostras de solo em agosto de 2016 em 20 pontos em uma área de
1634 m² nas profundidades de 0 – 20 cm e 20 – 40 cm, cujos respectivos resultados foram pH
= 5,6 e 5,5; P-Mehlich1 = 11,2 e 9,2 mg dm-3
; S = 6,6 e 12,8 mg dm-3
; V% = 59,6 e 53,0%;
Al, Ca, Mg, H+Al, e CTC = 0, 1,8, 0,9, 2,0, e 4,9 cmolc dm-3
, na camada de 0-20cm; e 0, 1,6,
0,7, 2,2 e 4,7 cmolc dm-3
na camada de 20-40 cm. O enxofre apresentou um aumento de 6,2
mg dm-3
na camada de 20 – 40 cm.
Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados (DBC), arranjados em esquema
fatorial 2x5, com 10 4 repetições. O primeiro fator corresponde à calagem superficial: sem
calcário = SC (0 kg ha-1
), e com calagem = CC (1000 kg ha-1
). O segundo fator foram as
doses de gesso agrícola: (0; 2000; 5000; 7000 e 10000 kg ha-1
). A calagem e a gessagem
foram feitas simultaneamente em setembro de 2016.
Foram feitas novas coletas de solo em setembro de 2017 para verificar as condições
químicas nas camadas de 0 – 20 e 20 – 40 cm, porém foram coletadas 5 subamostras de cada
camada em cada parcela e homogeneizadas, resultando em 80 amostras compostas. As
análises de solo foram feitas na Universidade Estadual de Goiás, de acordo com as
metodologias descrita em SILVA (2009), na qual foi determinada a acidez ativa em CaCl2,
acidez trocável (Al+3
) extraída com solução de KCl 1M, acidez potencial (H+Al) em solução
de acetato de cálcio 0,5M, e extração do S-SO4 por íons fosfato 500 mg de P L-1
(solução
extratora).
Os dados foram submetidos ao teste F para análise de variância, ao teste de Tukey
para efeito da calagem superficial, e a análise de regressão para efeito de doses de gesso,
testando-se ajustes de primeiro e segundo graus, a 5% de probabilidade, utilizando o software
estatístico Sisvar 5.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Não foram verificadas diferenças significativas nos teores de S-SO4 na camada de 0-
20 cm em função da calagem superficial, doses de gesso ou interação significativa entre
ambos, mas na camada de 20-40 cm o teste F foi significativo para doses de gesso (Tabela 1).
Os teores de enxofre (S) na camada de 20-40 cm foram maiores que da camada de 0-20 cm,
variando de 12 a 31 e 3,8 a 9,2 mg dm-³ respectivamente, devido á lixiviação do SO42- que
pode ser acelerada pela presença de umidade no solo (SOUZA et al., 2012).
Tabela 1. Resumo da análise de variância e Teores de enxofre (S) nas camadas de 0–20 cm e
20–40 cm em plantio de soja com diferentes doses de gesso agrícola e calagem superficial na
Safra 2016/2017 (Ipameri, 2017).
Valor F 0 – 20 cm 20 – 40 cm
Q.M. A1 0,4
ns 84,10
ns
Q.M. B2 17,8
ns 1.007,4**
Q.M. A x B3 8,46
ns 248,8
ns
CV (%) 52,37
28,20
Dose (kg ha-1
) CC4
SC5
CC SC
___________mg dm-3
de S-SO4_____________
0 5,2 3,8 14,2 12,0
2.000 4,2 4,8 18,8 13,5
5.000 7,5 4,5 21,2 16,5
7.000 5,8 6,5 21,0 27,25
10.000 7,0 9,2 31,0 22,5 1Quadrado Médio de Calagem;
2Quadrado Médio de Doses de Gesso;
3Quadrado Médio Interação Calagem x
Doses de Gesso; 4Com Calcário;
5Sem Calcário. **Interação significativa (P≤0,01).
ns Não significativo.
85
Conforme SOUZA et al (2005), acima de 10 mg dm-3 de S-SO4 na camada de 0-40
cm é considerado adequado, valor obtido com todas as doses, exceto 2000 kg ha-1 de gesso e
sem calagem, enquanto na testemunha os valores são considerados médios. De acordo com a
EMBRAPA (2013), considerando a absorção e a exportação do nutriente, a adubação
corresponde a 10 kg de S para cada 1000 kg de produção de grãos esperada. SOUZA et al.
(2012) ainda afirma que após 55 meses da aplicação do gesso, observou-se um efeito residual
de S-SO42-
maior em sistema de plantio direto do que no sistema convencional.
Foi possível obter-se modelo de regressão significativo linear à 1% para teores de
enxofre de 0–20 cm (R² = 84,16%) no tratamento sem calcário (Figura 1) e 20–40 cm (R² =
87%) e (R² = 70%) com tratamentos com calcário e sem calcário respectivamente (Figura 2),
indicando que houve incremento destes teores à medida que se aumentou as doses.
Figura 1. Teores de S-SO4 no tratamento sem calcário, na camada de 0-20 cm para diferentes
doses de gesso, aos 12 meses após a aplicação.
Nota-se todas as doses de gesso apresentaram resultados superiores de S em relação à
testemunha na camada de 0-20 (Figura 2), apontando um aumento de 151,5% no teor desse
nutriente quando comparado a testemunha com a dose de 10.000 kg ha-1
.
Figura 2. Teores de S-SO4 nos tratamentos com calcário (A) e sem calcário (B) na camada de
20-40 cm para diferentes doses de gesso, aos 12 meses após a aplicação.
Na Figura 2, também mostra resultados crescentes de S em função da dose de gesso
aplicada na camada de 20-40 cm, na qual em comparação com a testemunha, o tratamento
com calcário (A) apresentou aumento de 97,8% para a dose máxima e de 19,6% para a dose
mínima que é de 2.000 kg ha-1
. Já no tratamento sem calcário (B), a dose máxima de gesso
proporcionou incremento de 118,1% no teor de enxofre no solo.
y = 0,0005x + 3,3041
R² = 0,84**
0
2
4
6
8
10
0 2000 4000 6000 8000 10000
S-S
O4
(m
g d
m-3
)
Doses de gesso (kg ha-1)
86
CONCLUSÕES
Os níveis de S no solo variaram de acordo com a dose de gesso aplicada, sendo a
maior dose de 10 t ha-1
a que proporcionou maiores teores desse elemento na camada de 0-40
cm.
Os teores de enxofre foram maiores nas camadas de 20-40 cm de profundidade,
ressaltando a mobilidade do sulfato no perfil do solo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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– Região Central do Brasil. Embrapa Soja. 1ª. Ed. Londrina. 2013. 265p.
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Pombal. v.10, n. 2, p.206-212. 2015.
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ZEVIANI, W.M. Efeito do gesso nas propriedades químicas do solo sob dois sistemas de
manejo. Semana: Ciência Agrária. Londrina. v.33, n.5, p.1717-1732. 2
87
Teste de tetrazólio e de hipoclorito de sódio para avaliação da qualidade
fisiológica de sementes de soja adubadas com boro em vários estádios
fenológicos
Vanessa de Sousa Lourenço
(1); Mariana Pina da Silva Berti
(2); Cleiton Gredson Sabin
Benett(2)
; Marco Eustaquio de Sá(3)
(1)
Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri; Goiás;
[email protected]; (2)
Docente; Universidade Estadual de Goiás; (3)
Docente UNESP.
RESUMO
A qualidade fisiológica trás como principal atributo o vigor das sementes, pois esse é
justificado para assegurar a adequada população de plantas sobre uma ampla variação de
condições ambientais de campo encontradas durante a emergência. O trabalho teve como
objetivo avaliar a qualidade fisiológica e a porcentagem de dano mecânico em sementes de
soja adubadas com diferentes doses de boro e em diferentes estádios vegetativo. As avaliações
foram feitas através dos testes de tetrazólio e hipoclorito.Os resultados demonstram que a
aplicação de Boro não apresenta efeito significativo quanto à qualidade fisiológica das
sementes.
Palavras-chave: vigor, adubação, Glycine max.
INTRODUÇÃO
A soja, Glycine max (L.) Merrill é uma cultura de importância mundial sendo
amplamente utilizada para a elaboração de rações animais, produção de óleo e outros
subprodutos, além do seu consumo in natura que vem se expandindo nas últimas décadas
(ARAÚJO, 2009). Sendo que uma das etapas mais importantes na sua produção é a obtenção
de sementes de alta qualidade fisiológica para que possam ser utilizadas pelos agricultores no
estabelecimento de suas lavouras.
A qualidade fisiológica está relacionada com a capacidade da semente em
desempenhar suas funções vitais, caracterizando-se pela longevidade, germinação e vigor.
Portanto, os efeitos sobre a qualidade geralmente são traduzidos pelo decréscimo na
porcentagem de germinação, aumento de plântulas anormais e redução do vigor das plântulas.
Dentre os efeitos sobre a qualidade que afetam o potencial fisiológico e sanitário das sementes
de soja destacam-se o momento da colheita e as condições do ambiente durante o período que
as sementes permanecem no campo (KAPPES et al., 2009).
Deste modo, alguns fatores podem favorecer a manutenção da qualidade fisiológica,
destacando-se a adubação adequada de plantas, manejo adequado durante a colheita e o
armazenamento correto das sementes, que segundo Azevedo, et al. (2003) o armazenamento é
também um método por meio do qual se pode preservar a viabilidade das sementes e manter
seu vigor até a próxima semeadura. Já como uma fonte de adubação, Malavolta (2006)
destaca que o boro influi na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico,
aumenta o pegamento de flores e a granação e causa menor esterilidade masculina e menor
chochamento de grãos, sendo uma fonte apropriada por ajudar no desenvolvimento fisiológico
e exigida em pequenas quantidades.
Tendo isso em vista é importante realizar alguns testes de controle de qualidade para
certificar a qualificação da semente e garantir que a adubação está sendo viável. No Brasil, o
teste de tetrazólio tem se destacado, principalmente para a soja, devido à sua rapidez, precisão
e também pelo grande número de informações fornecidas pelo mesmo, mas principalmente
porque quando realizado em conjunto com outros testes, tem propiciado a comercialização
88
dos lotes que efetivamente apresentam bons padrões de qualidade (FRANÇA NETO et al.,
1994).O teste de hipoclorito pode ser feito em conjunto com o teste de tetrazólio, sendo usado
para determinar rapidamente o percentual de dano mecânico (ruptura de tegumento) em
semente de soja, ocasionado durante a operação de colheita ou trilha.
Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica e a
porcentagem de dano mecânico em sementes de soja adubadas com diferentes doses de boro e
em diferentes estádios vegetativos.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi conduzido no laboratório multidisciplinar, da Universidade Estadual de
Goiás, em Ipameri-GO, no ano de 2018. As sementes de soja avaliadas foram colhidas de um
experimento localizado na fazenda da própria universidade e armazenadas até o momento da
avaliação. A colheita aconteceu de forma parcelada para que houvesse a separação das
sementes de acordo com o estádio vegetativo (Na semeadura, no estádio V3 (terceiro nó,
segundo trifólio aberto); estádio V6 (sétima folha trifoliolada completamente aberta), no
estádio V9 (décima folha trifoliolada completamente aberta) e estádio R1 (início do
florescimento)] e as dosagens de Boro (0, 1, 2, 3, 4 e 5 kg ha-1
) como fonte o acido bórico
(17%).
O potencial de viabilidade e o vigor das sementes avaliados pelo teste de tetrazólio
foram determinados com quatro repetições de 50 sementes para cada tratamento. As sementes
pré-acondicionadas em papel úmido por um período de 16 horas foram imersas em solução 0,
075% de 2,3,5- trifenil cloreto de tetrazólio, sendo, então, mantidas em estufa a 36°C por três
horas para a coloração. Em seguida, foram lavadas e avaliadas individualmente, conforme
França Neto et al. (1994).
Os danos mecânicos avaliados pelo teste de hipoclorito foram determinados com quatro
repetições de 50 sementes para cada tratamento. As sementes foram imersas em solução
5,25% e água e mantidas por 10 minutos, depois se escorreu a solução e as sementes foram
colocadas sobre papel toalha para avaliação. Em seguida, foram separadas e contadas as
sementes embebidas, em cada uma das repetições, conforme Krzyzanowski et al. (2004).
Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo
teste Tukey a 5% de probabilidade. Para as doses de boro foram ajustadas análises de
regressão. As análises estatísticas foram processadas através o programa de análise estatística
Sisvar.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Houve interação significativa entre época e dose para a avaliação do dano mecânico
através do teste de hipoclorito de sódio tanto para porcentagem de sementes viáveis como não
viáveis (Tabela 1). O desdobramento da interação se encontra nas Figuras 1 e 2.
Já para o teste de tetrazólio houve efeito significativo somente para a época de
aplicação do boro (Tabela 1). Onde obteve a maior porcentagem de sementes vivas quando se
aplicou o boro na semeadura. Mas independente da época de aplicação verificou baixa
porcentagem de sementes vivas.
Na análise de regressão (Figura 1), o modelo quadrático foi o que melhor se ajustou
aos dados de porcentagem de sementes não viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de
sódio nos estádios V3, V6 e R1, tendo respectivamente, coeficientes de determinação de 66,
55 e 84% respectivamente. Para a aplicação de B no estádio V3, a porcentagem de sementes
não viáveis máxima ou ponto de máximo, foi obtida com a aplicação de 2,5 kg B ha-1
. A
aplicação no estádio V6 apresentou porcentagem de sementes não viáveis máxima com a
aplicação de 3,3 kg B ha-1
. Já no estádio R1 ocorreu com a aplicação de 3,1 kg B ha-1
. Um
fato a observar é que quando aplicado o boro no estádio R1 obteve uma menor porcentagem
de sementes não viáveis.
89
Tabela 1. Avaliação do dano mecânico através do teste de hipoclorito de sódio (Danos
mecânicos) e teste de tetrazólio de sementes da variedade de soja M-SOY 7110IPRO sob
diferentes doses e épocas de aplicação de boro.
Danos mecânicos (%) Teste de tetrazólio(%)
Sementes não viáveis Sementes
viáveis
Sementes vivas Sementes mortas
Época de aplicação
Semeadura 5,92 94,1 49,2 a 51,4 c
V3 6,67 93,3 39,5 b 60,5 b
V6 56,5 43,5 38,8 b 61,2 b
V9 42,5 57,5 36,4 b 63,6 b
R1 71,1 28,5 9,2 c 90,7 a
Dose de boro (kg ha-1
)
0 4,0 96,0 40,3 59,7
1 45,4 54,5 32,1 67,9
2 44,9 55,0 31,4 69,6
3 38,8 61,2 37,0 62,8
4 44,0 55,9 33,8 66,2
5 41,9 57,5 33,3 66,7
Valor de F
Época de aplicação (A) 881,597** 889,771** 59,963** 57,049**
Dose de boro (B) 220,948** 221,103** 2,527ns 2,817ns
A X B 57,199** 57,339** 5,330ns 5,113ns
CV (%) 13,28 7,65 27,42 14,72
ns: Valores não diferem segundo o teste F a 1% de probabilidade.** Médias significativas
segundo o teste F a 1% de probabilidade.
Figura 1. Porcentagem de sementes não viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de
sódio da variedade de soja M-SOY 7110IPRO em função da interação significativa entre
épocas e doses de aplicação de boro. UEG, Ipameri,2017/2018.
Na análise de regressão (Figura 2), o modelo quadrático foi o que melhor se ajustou
aos dados de porcentagem de sementes viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de sódio
nos estádios V3, V6 e R1, tendo respectivamente, coeficientes de determinação de 66, 55 e
84% respectivamente. Para a aplicação de B no estádio V3, a porcentagem de sementes não
viáveis máxima ou ponto de máximo, foi obtida com a aplicação de 2,5 kg B ha-1
. A aplicação
no estádio V6 apresentou porcentagem de sementes não viáveis máxima com a aplicação de
3,3 kg B ha-1
. Já no estádio R1 ocorreu com a aplicação de 3,1 kg B ha-1
.
90
Figura 2. Porcentagem de sementes viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de sódio de
sementes de sojaem função da interação significativa entre épocas e doses de aplicação de
boro. UEG, Ipameri,2017/2018.
É importante salientar que as danificações mecânicas na maioria das vezes não
destroem as partes essenciais das sementes, mas refletem na subtração de plântulas normais, e
aumento de plântulas anormais, ocorrendo assim problemas futuros em outros processos, pois
a semente de soja possui uma característica de ser mais susceptível ao dano mecânico, pois
seu tegumento é pouco espesso podendo gerar assim uma maior sensibilidade aos produtos no
tratamento industrial e também pode ocorrer uma redução do potencial de armazenamento
(CICERO et al., 2003) Este fato indica que a aplicação de boro não conferiu ás sementes uma
maior resistência, ocorrendo assim grande incidência de danos mecânicos.
CONCLUSÃO
A aplicação de Boro não apresentou efeito significativo em relação à qualidade
fisiológica das sementes, pois os resultados obtidos para as sementes adubadas foram
semelhantes ao da testemunha, comprovando que neste caso o uso do micronutriente se torna
inviável e desnecessário.
AGRADECIMENTOS
Agradeço as Sementes oriundas do projeto de pesquisa Chamada Publica n.°
029/2016, Apoio Financeiro para Projetos de Pesquisa 2016, processo inscrito sob o n.°
201600020010731.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, M. M. Caracterização e seleção de linhagens de soja resistentes ou tolerantes à
ferrugem asiática.Dissertação (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas). Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 77p. 2009.
CICERO, C. M.; SILVA, W. R. Danos mecânicos associados a patógenos e desempenho de
sementes de milho. Bragantia, Campinas, v.62, n.2, p.304-314, 2003.
FRANÇA NETO, J. B.; PEREIRA, L. A. G.; COSTA, N. P.; KRZYZANOWISKI, F. C.;
HENNING, A. A. Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja. Londrina-PR:
Embrapa Soja, 1994. 59 p. (Documento 32).
KAPPES, C.; CARVALHO, M. A. C.; YAMASHITA, O. M. Potencial fisiológico de
sementes de soja dessecadas com diquat e paraquat. Scientia Agraria, Curitiba, v. 10, n. 1, p.
1-6, 2009.
KRZYZANOWSK, F. C.; FRANÇA NETO, J. B.; COSTA, N. P. Teste do Hipoclorito de
Sódio para Semente de Soja. Londrina-PR: Embrapa Soja, 2004. 4p. (Circular Técnica 37).
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres,
2006. 638 p.
91
Eficácia e Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência em
Vigna radiata
Edvan Costa da Silva(1)
; Karen Andreon Viçosi(1)
; Carolina Santos Galvão(1)
; Luís Augusto
Batista de Oliveira(1)
; Nei Peixoto(2)
(1)
Mestrando (a) em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
Docente, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia da Universidade Estadual de
Goiás – Câmpus Ipameri-GO-Brasil.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade de diferentes herbicidas em duas épocas de
aplicação na cultura do feijão-mungo. O estudo foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás,
Câmpus Ipameri. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com seis
tratamentos (com capina, sem capina, Fomesafem - 250 g i.a ha-1
, Bentazon - 600 g i.a ha-1
, Imazamox
- 42 g i.a ha-1
e Dicloreto de paraquat - 400 g i.a ha-1
), aplicados os herbicidas aos 15 dias após a
emergência, com quatro repetições, avaliados aos 7, 15, 21 e 28 dias após a aplicação. As
características avaliadas foram altura, número de trifólios, diâmetro de plantas e matéria seca. A
aplicação do dicloreto de paraquat causou a morte das plantas de feijão-mungo quando aplicado em
plantas de 15 e 30 dias de emergência. O dicloreto de paraquat não é recomendado para uso em pós-
emergência na cultura.
Palavras-chave: controle químico, feijão mungo, plantas daninhas.
INTRODUÇÃO
O feijão-mungo (Vigna radiata L.) é um tipo de feijão, de origem asiática, que vem
ganhando importância nacional, principalmente quando se trata de produção visando à
comercialização, no exterior, de broto deste conhecido como ―moyashi‖. No Estado de Minas
Gerais, a cultura foi produzida e avaliada em questão de rendimento de grãos em diferentes
épocas do ano (VIERA et al., 2011).
A cultura do feijão pode sofrer interferência de diversas plantas daninhas, causando
redução no rendimento dos grãos. O uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas
está sendo o método mais utilizado na cultura do feijão, quando se trata de cultivo de grandes
áreas, devido à praticidade e a grande eficácia. Além disso, o método permite o controle de
plantas daninhas em épocas chuvosas, quando o método mecânico e manual são difíceis de
serem usados (SHOLTEN et al., 2011).
Nas aplicações de herbicidas em pós-emergência, a seletividade é apresentada de
forma mais fisiológica, no qual, os mecanismos de degradação que evitam injúrias às plantas.
Entretanto, para alguns produtos podem existir problemas de fitotoxicidade inicial e de
intensidade destes danos (OLIVEIRA et al., 2013). Sendo assim, o uso de herbicidas eficazes
no controle de plantas daninhas, e seletivos para a cultura do feijão, torna-se uma ferramenta
importante no aumento do cultivo e da produtividade do feijão no Brasil.
Diante desta problemática, o objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade de
diferentes herbicidas em duas épocas de aplicação na cultura do feijão-mungo.
92
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. O
experimento foi instalado em vasos com capacidade para 8 dm3, preenchidos com substrato
preparado, utilizando-se solo de barranco, adubado conforme recomendação. As sementes, da
cultivar Esmeralda, foram semeadas em fevereiro de 2018, utilizando-se quatro sementes por
vaso. Após a semeadura, os vasos foram mantidos em na casa de vegetação, sendo irrigados
diariamente de acordo com a necessidade da cultura. Após a emergência das plântulas, foi
realizado o desbaste na cultura, deixando duas plantas por vaso.
As aplicações dos herbicidas foram feitas aos 15 dias, após a emergência das plantas,
utilizando-se pulverizador costal manual, mantendo-se a pressão constante de 3 kgf cm-2
,
calibrado para aplicar 200 L ha-1
de calda.
O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis tratamentos (com
capina, sem capina e quatro herbicidas) com aplicação dos herbicidas aos 15 DAE, com
quatro repetições. Os herbicidas utilizados estão descritos na Tabela 1, com seu princípio
ativo, nome comercial e dose utilizada.
Tabela 1: – Herbicidas, nome comercial, dose de ingrediente ativo (i. a.) e dose utilizada por
hectare no experimento
Herbicida Nome
comercial Dose i. a. Dose utilizada
Fomesafem Flex 250 g L-1
1 L ha-1
250 g i.a.ha-1
Bentazon Basagran 600 600 g L-1
1 L ha-1
600 g i.a. ha-1
Imazamox Sweeper 700 g kg-1
60 g ha-1
42 g i.a. ha-1
Dicloreto de paraquat Paradox 200 g L-1
2 L ha-1
400 g i.a. ha-1
Após a aplicação dos herbicidas, as plantas foram avaliadas aos 7, 14, 21 e 28 DAA
(dias após a aplicação) para obtenção da altura (obtida medindo-se o comprimento do caule
principal do colo da planta até a inserção do último trifólio), diâmetro do caule e contagem do
número de trifólios. Após a última avaliação aos 28 DAA, as plantas foram secadas em estufa
de circulação fechada de ar à 60ºC, por 48 horas, para obtenção da massa seca da parte aérea.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e quando significativo,
avaliados pelo teste Scott-Knott, a 5% de significância, através do software R.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
A aplicação do Dicloreto de Paraquat causou morte das plantas de feijão-mungo 24
horas após a aplicação, em plantas de 15 dias de emergência. Segundo Oliveira Júnior (2011),
o Dicloreto de Paraquat é um herbicida não seletivo, de contato, inibidor do fotossistema I
que provoca fitointoxicação e morte das plantas em curto período de tempo. Não foram vistos
efeitos de fitotoxidez para o herbicida Fomesafem, enquanto que para o Bentazon foi
constatada necrose dos trifólios e o Imazamox causou encarquilhamento e deformação dos
trifólios.
Em estudo realizado por Fontes et al. (2013), o Bentazon não causou fitotoxidade para
plantas de feijão-caupi aos 14 e 28 dias após a aplicação, enquanto que o Fomesafem causou
fitotoxidade de 40%, aumento do ciclo vegetativo e reduziu a população final de plantas.
A aplicação dos herbicidas 15 dias após a emergência afetou diretamente o a altura,
diâmetro e número de trifólios das plantas de feijão-mungo, conforme Tabela 2.
93
Tabela 2: Altura, diâmetro e número de trifólios das plantas de feijão-mungo após aplicação
dos tratamentos 15 dias após a emergência
Altura (cm)
Tratamento 7 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA
Com capina 8,67 b 12,52 a 23,68 a 26,12 a
Sem capina 13,39 a 13,89 a 22,67 a 22,98 a
Fomesafem 9,38 b 11,40 a 24,70 a 25,96 a
Bentazon 7,81 c 15,57 a 16,22 b 18,80 b
Imazamox 6,48 c 7,33 b 12,97 b 17,23 b
CV (%) 21,39 25,54 20,86 16,17
Diâmetro (mm)
Com capina 3,10 a 3,73 a 4,26 a 4,47 a
Sem capina 3,35 a 3,80 a 3,36 b 4,35 a
Fomesafem 2,76 b 3,70 a 4,47 a 4,79 a
Bentazon 2,67 b 2,96 b 3,01 b 3,62 a
Imazamox 2,24 b 2,80 b 3,32 b 4,15 a
CV (%) 18,08 22,11 19,74 17,26
Número de trifólios
Com capina 3,00 a 4,62 a 4,75 4,62
Sem capina 3,00 a 3,50 b 3,75 4,00
Fomesafem 2,87 a 4,25 a 5,00 5,75
Bentazon 1,62 b 3,00 b 3,25 4,65
Imazamox 1,50 b 2,37 b 4,00 6,50
CV (%) 18,82 17,93 20,62 16,89
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna são estatisticamente iguais pelo teste
de Scott-Knott a 5% de probabilidade
Houve recuperação das plantas de feijão-mungo após 28 dias de aplicação, com
exceção da altura, porém pode-se atribuir à ocasião do florescimento, visto que houve
estabilização do crescimento observando as medições aos 21 e 28 DAA.
Em relação a massa seca da parte aérea, não houve diferença estatística entre a massa
seca obtida as aplicações aos 15 após a emergência (Tabela 3).
Monteiro et al. (2012) observaram redução da massa seca da parte aérea, raiz e massa
seca total na cultura do feijão-caupi aos 20 e 30 após a o plantio, na presença de bentazon e de
fomesafem, sendo que após 45 dias do plantio, a massa foi semelhante a testemunha.
94
Tabela 3: Resultados de massa seca da parte aérea, com aplicação de herbicidas aos 15 dias
após emergência
Tratamento 15 dias
Com capina 5,035 a
Sem capina 2,67 a
Fomesafem 5,40 a
Bentazon 1,81 a
Imazamox 1,84 a
CV (%) 23,27
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna são estatisticamente iguais pelo teste
de Scott-Knott a 5% de probabilidade
CONCLUSÃO
O feijão-mungo possui tolerância aos herbicidas à base de Bentazon, Imazamox e
Fomesafem, quando aplicados aos 15 dias após emergência.
O Dicloreto de Paraquat não é recomendado para uso em pós-emergência na cultura
do feijão-mungo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FONTES, J. R A.; OLIVEIRA, I. J.; GONÇALVES, J. R. P. Seletividade e eficácia de
herbicidas para cultura do feijão-caupi. Revista Brasileira de Herbicidas, Londrina, v. 12, n.
1, p. 47-55, 2013.
MONTEIRO, F. P. R.; CHAGAS JUNIOR, A. F.; REIS, M. R.; SANTOS, G. R.; CHAGAS,
L. F. B. Efeitos de herbicidas na biomassa e nodulação do feijão-caupi inoculado com rizóbio.
Revista Caatinga, Mossoró, v. 25, n. 3, p. 44-51, 2012.
OLIVEIRA JUNIOR.; R. S. Mecanismo de ação de herbicidas. In: OLVEIRA JR. R.S.;
CONSTANTIN, J.; INOUE, M.H. Biologia e manejo de plantas daninhas. Curitiba:
Omnipax, 2011, p.348.
OLIVEIRA, M. B.; ALVES, P. F.; TEIXEIRA, M. F. F.; SILVA, H. D.; SÁ, R. A.;
CAMPOS, R. G. C.; CARVALHO, A. J.; ASPIAZÚ, I. Fitotoxicidade de herbicidas
aplicados em diferentes épocas em pós-emergência do feijão-caupi. Revista UniMontes
Científica, Montes Claros, v. 15, n. 1, 2013.
SCHOLTEN, R.; PARREIRA, M. C.; ALVES, P. L. C. A. Período anterior à interferência das
plantas daninhas para o cultivar de feijoeiro 'Rubi' em função do espaçamento e da densidade
de semeadura. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 33, n. 2, p. 313-320, 2011.
VIEIRA, R. F.; DE PAULA JUNIOR, R. J.; JACOB, L. L.; DA SILVA LEHNER, M.; DOS
SANTOS, J. Desempenho de genótipos de feijão-mungo-verde semeados no inverno na Zona
da Mata de Minas Gerais. Revista Ceres, Viçosa, v. 58, n.3, p. 402 –405, 2011.
95
Aspectos físico-químicos durante o armazenamento pós-colheita de
almeirão
Elaine Gleice Silva Moreira (1)
; Maryelle Barros da Silva (2)
; Alex Guimarães Sanches (3)
(1)
Pós-graduanda no Programa de Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;
Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)
Pós-graduanda no Programa de Produção
Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás (3)
Pós-graduando em Produção
Vegetal; Universidade Federal do Ceará.
RESUMO
Objetivou-se neste trabalho, avaliar o tempo de vida útil de almeirão comercializadas no
mercado local de modo a identificar a qualidade pós-colheita ao longo do tempo de
armazenamento as melhores condições de consumo. Os parâmetros físico-químicos
analisados foram: perda de massa fresca, sólidos solúveis, acidez titulável, pH, relação
SST/ATT. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado no esquema fatorial
(3x5). Foi observado ao longo do experimento perda de massa fresca em todos os
tratamentos. O tratamento com uso do hidrorresfriamento preservou melhor as folhas até o 6º
dia e obteve as melhores características de pH, SS, acidez e na relação SST/ATT.
Palavras-chave: conservação, hortaliça, processamento mínimo.
INTRODUÇÃO
O almeirão (Cichorium intybus L.) é uma planta herbácea perene, nativo da região da
Europa e Ásia Central, pertence à família Asteraceae, junto com a alface e a chicória e é
usada como hortaliça folhosa. Possui folhas alongadas, estreitas, recoberta por pelos com
sabor amargo pronunciado (FILGUEIRA, 2000). O almeirão é uma importante cultura vegetal
contribuinte no uso nutricional e medicinal. São utilizadas em saladas, para consumo ―in
natura‖, são pouco calóricas. Suas folhas são ricas em fibras, cálcio, potássio, fósforo, ferro e
vitaminas A, B1, B1, B5 e C. O uso medicinal é recomendado para problemas renais,
hepáticos e infecções urinárias (SANTOS et al., 2013).
O processamento mínimo de hortaliças é uma prática relativamente recente, contribui para o
fornecimento de alimentos prontos para o consumo, e pode contribuir para redução de
desperdícios. Algumas vantagens é a maior praticidade, maior segurança nos produtos limpos
e embalados (NASCIMENTO et al., 2014).
A cultura de almeirão é pouco contemplada em estudos sobre a qualidade de vida pós-
colheita, assim como quanto ao uso de embalagem e do hidrorresfriamento. O presente
trabalho tem por objetivo avaliar a qualidade de folhas almeirão cultivar ―Folha larga‖
submetida ao armazenamento na forma inteira e minimamente processada visando o aumento
da vida útil após a colheita e a redução de perdas.
MATERIAL E MÉTODOS
Folhas de almeirão, isentas de injúrias ou doenças, foram colhidas em uma horta
comercial no município de Ipameri, Goiás em julho de 2018. Todas as folhas foram
96
selecionadas para a uniformidade de forma, cor e tamanho. As folhas foram divididos
aleatoriamente em quatro repetições em bandejas de poliestireno e armazenado a (8,5 ± 1) °C
por até 8 dias. Foram utilizadas folhas de almeirão inteiras e minimamente processadas. Para
o tratamento com hidrorresfriamento um grupo de folhas inteiras foram imersas em mistura
de água e gelo (5 °C) e embalados com filme de polietileno. Outro grupo com folhas
minimamente processadas em fatias foram embaladas com filme de polietileno. Para o
controle foram utilizadas folhas inteiras sem ser embaladas.
As variáveis analisadas foram: perda de massa, pH, sólidos solúveis, acidez titulável e
relação sólidos e acidez. A perda de perda de massa foi avaliada diariamente até o 8º dia após
a colheita, pesando-se os grupos em uma balança semi-analítica com precisão de 0,1 g e os
resultados expressos em percentual de perda de massa, utilizando a fórmula: Perda de massa
(%) = MI - MF / MI × 100. As avaliações de sólidos solúveis, acidez titulável e pH foram
realizadas seguindo as Normas Analíticas do Instituto Adolf Lutz e metodologia recomendada
pela AOAC (OLIVEIRA et al., 2015).
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições,
em esquema fatorial (3x5), constituído por três diferentes tratamentos e 5 dias de análise (0, 2,
4, 6 e 8), sendo cada replicação composta por 50 gramas de folhas.
Os dados obtidos em cada dia de avaliação foram submetidas à análise de variância pelo teste
F a 5% utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
De acordo com os resultados obtidos houve interação significativa entre os tratamentos para
as variáveis perda de massa fresca, sólidos solúveis e razão SS/AT. A perda de massa
fresca mostrou-se crescente em todos os tratamentos, sendo que as maiores médias foram
encontradas nas folhas no tratamento controle. Estes valores no final do experiência
indicaram uma perda de massa fresca de cerca de 45,28% (Tabela 1). As folhas com
hidrorresfriamento e miniprocessada ao final do experimento apresentaram 30 e 38% de
perdas, respectivamente. Isso reforça a importância o uso de embalagem e do
hidrorresfriamento para aumentar a vida de prateleira da hortaliça.
Para Figueiredo Neto et al. (2010), os valores na perda de massa estão relacionados ao teor de
água, que é um fator importante para a qualidade de vegetais.
Médias de perda massa fresca (PMF %), pH, sólidos solúveis em °brix (SS), acidez titulável
em % de ácido cítrico (AT) e relação (SS/AT) em folhas de almeirão durante 8 dias de
armazenamento.
Variável Tratamentos Dias de armazenamento
0 2 4 6 8
PMF (%) Controle 0,00a 8,79ª 18,96a 26,97a 45,28a
Folha inteira +
hidrorresfriamento 0,00a 7,33ª 14,18b 15,50b 21,53c
Folha miniprocessada 0,00a 9,66ª 16,50ab 24,88a 32,43b
CV (%) = 9,56
pH Controle 6,06a 5,87ª 5,85a 5,95a 6,22a
Folha inteira +
hidrorresfriamento 6,06a 5,70ª 5,33a 5,22a 6,09a
Folha miniprocessada 6,06a 5,46a 5,65a 6,25b 6,25a
CV (%) = 4,52
SS Controle 4,83a 5,80a 5,79a 5,64a 5,50a
97
Folha inteira +
hidrorresfriamento 4,85a 5,81a 6,02a 5,10b 4,92b
Folha miniprocessada 4,83a 5,73a 5,70a 5,15b 5,20b
CV (%) = 1,17
AT Controle 1,10a 0,80a 1,07a 1,22a 1,22a
Folha inteira +
hidrorresfriamento 1,10a 0,90a 0,92a 1,07a 1,00a
Folha miniprocessada 1,10a 1,06a 1,13a 1,26a 1,26a
CV (%) = 13,55
SS/AT Controle 4,39a 7,25a 5,63a 4,30a 4,24a
Folha inteira +
hidrorresfriamento 4,41a 6,57a 6,57a 5,54b 5,34b
Folha miniprocessada 4,39a 5,45a 5,17a 4,22a 4,36a
CV (%) = 11,85 Média seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível 5% de
probabilidade.
O pH apresentou oscilação para todos os tratamentos com diminuição até o 6° dia e
aumento acentuado no 8° dia. Os maiores valores de pH foi encontrada ao final da avalição
com médias 6,09 a 6,25.
As folhas armazenadas sem embalagem atingiu 5,50 °Brix no 8° dia de
armazenamento, valor superior aos 4,92 e 5,20 encontradas nos tratamentos com
hidrorresfriamento e miniprocessada. Os valores mais baixos para sólidos solúveis mostra o
efeito direto do filme de polietileno em retardar a senescência em resposta à diminuição
metabólica das folhas. O SS é o principal componente responsável pelo sabor dos produtos
hortícolas, pois representa a concentração de açúcares e outros sólidos, sendo portanto um
parâmetro fundamental para a avaliação da qualidade (SANTOS et al., 2018).
Houve redução do conteúdo de acidez titulável para os tratamentos controle e
hidrorresfriamento no 4° dia e depois houve aumento até o ultimo dia de avalição. O
tratamento com hidrorresfriamento obteve oscilação com diminuição no 8° dia comparado ao
tempo 0.
A razão sólidos solúveis e acidez titulável (SS/AT) aumentou no 2° dia para todos os
tratamentos e diminuiu após o 4° dia em função do tempo de armazenamento. Essa
diminuição da razão pode ser atribuída ao aumento dos valores de acidez titulável.
CONCLUSÃO
O armazenamento das folhas de almeirão com hidrorresfriamento e embaladas,
garantiu a manutenção pós-colheita até o 6° dia e apresentou os melhores resultados quanto as
características físico-químicas de perda de massa fresca, pH, sólidos solúveis, acidez titulável
e razão sólidos/acidez.
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Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011.
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99
Diversidade de traços funcionais e sua importância para a manutenção de
cerrados
João Paulo Costa (1)
; Gabriel Anselmo Gonçalves (2)
; Amanda Wolberg Rodrigues (3)
; Olavo
Custódio Dias Neto (4)
; Vagner Santiago do Vale (5)
(1)
Mestrando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, GO;
[email protected]; (2)
Graduando em Engenharia Florestal; Universidade Estadual
de Goiás; (3)
Graduada em Ciências Biológicas; Fundação Carmelitana Mário Palmério; (4)
Professor Mestre; Fundação Carmelitana Mário Palmério; (5)
Professor Doutor; Universidade
Estadual de Goiás.
RESUMO
O estudo teve como objetivo descrever traços funcionais de espécies arbóreas em fragmentos
de áreas de Cerrado Sensu Stricto no município de Ipameri - GO com o propósito de
descrever quais atributos são mais representativos nesta fitofisionomia de Cerrado. Foram
amostradas 14 espécies comumente encontradas na região, 7 com folhas compostas e 7 com
folhas simples. Foram coletados traços funcionais relativos à arquitetura da copa, bem os
traços foliares. Ficou evidente que as espécies possuidoras de muitos folíolos têm áreas
foliares específicas menores em relação às plantas possuidoras de folhas simples,
demonstrando diferentes estratégias em relação à estratégia de vida.
Palavras-chave: Resiliência, Atributos funcionais, Conservação.
INTRODUÇÃO
Em ambientes com elevada biodiversidade, é difícil se encontrar padrões de resposta a
impactos ou mesmo quanto à distribuição das espécies, pois cada uma apresenta uma história
evolutiva única. Entretanto é possível se analisar características específicas a fim de se
responder determinadas questões ambientais (VALE et al. 2013).
Algumas características de espécies arbóreas, como por exemplo, a área foliar
específica, tamanho de copa, deciduidade e altura têm sido úteis para a compreensão de como
as pressões antrópicas atuam em fragmentos (PRADO JUNIOR et al., 2014). Áreas sujeitas a
impactos antrópicos tendem a possuir menor área foliar específica e maior deciduidade em
relação a áreas com maior grau de conservação (PRADO JUNIOR et al., 2014). Nestes
ambientes as implicações ecológicas do uso de traços ambientais estão se demonstrando
eficientes, sobretudo quando comparamos os impactos em espécies típicas de dossel e típicas
de sub-bosque.
Este estudo objetivou demonstrar o quanto esses traços variam entre as espécies e
podem interferir na distribuição das mesmas ou até inferir sobre a capacidade das espécies em
resistir a impactos frequentes como a presença de incêndios constantes.
MATERIAL E MÉTODOS
Áreas de estudo e seleção de espécies: O trabalho foi conduzido nas fitofisionomias típicas
de Cerrado, não inventariando áreas florestadas. O clima da região, segundo a classificação de
Koppen, é do tipo Aw. A temperatura média é de 21,9ºC, com umidade relativa média do ar
100
variando de 58% a 81% e precipitação pluviométrica anual de 1.447mm, sendo que cerca de
80% das chuvas ocorrem nos meses de dezembro, janeiro e março e o restante se distribui,
principalmente, nos meses de outubro, novembro e fevereiro (RUBEL; KOTTEK, 2010).
Seleção dos indivíduos e coleta dos traços funcionais - Foram coletadas 10 folhas
saudáveis, não senescentes e totalmente expandidas de 10 indivíduos adultos. Imediatamente
após o retorno das coletas, as folhas tiveram sua massa fresca (LFM) aferida com balança
digital de precisão e foram digitalizadas juntamente com uma escala. Posteriormente tiveram
sua área foliar (LA) calculada através do software ImageJ. As folhas foram colocadas em
estufa a 60°C durante 72 horas e, em seguida, tiveram sua massa seca (LDMC) aferida. A
área foliar específica foi calculada através da razão LA (mm²) / LDMC (mg) (WESTOBY,
1998; REICH et al., 2003). A espessura do súber foi quantificada retirando uma amostra da
individuo e mensurando com o paquímetro. O diâmetro a 30 cm do solo (C30) do indivíduo
foi medido com fita métrica e a altura do indivíduo foi mensurada utilizando-se uma vara
graduada de 4m e para árvores maiores foi utilizado um clinômetro. A área de copa foi
calculada com base nos diâmetros da copa, sendo calculada através da fórmula 0,25π.d1.d2,
onde d1 e d2 são os diâmetros da copa medidos nas duas direções (POORTER et al., 2006).
Foram realizados testes t-student comparando-se as espécies de folhas compostas com as
espécies de folha simples para todas as variáveis analisados.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As médias dos dados coletados se encontram na Tabela 1. As espécies de folhas
compostas e simples são estatisticamente semelhantes em altura e C30 (Tabela 2), porém
apresentaram grande variação para os demais traços avaliados e, apenas para Área Foliar
Específica (AFE), os resultados para as espécies de folhas simples foram superiores em
relação ás folhas compostas.
Tabela 1. Média dos traços funcionais de espécies arbóreas de cerrado cuja folha é composta
(comp.) e simples (simp.). Tipo = tipo de lamina foliar. MF = massa fresca, MS = massa seca,
AF = área foliar, AFE = área foliar específica.
Espécie Tipo C30
(cm)
Alt.
(m)
Área de
copa (m²)
MF
(mg) MS (mg)
AF
(mm²)
AFE
(mm²/mg)
Caryocar brasiliense Comp. 55.2 5.9 13.4 3149.2 1527.4 8550.3 6.0
Dimorphandra mollis Comp. 57.5 5.2 30.1 12785.0 5358.3 50420.8 4.3
Hymaenea stignocarpha Comp. 40.3 4.9 12.5 1811.8 2868.7 4099.8 2.0
Sclerolobium aureum Comp. 48.9 4.5 16.6 9095.2 4432.7 11403.7 1.5
Sclerolobium paniculatum Comp. 26.0 4.0 14.4 10884.6 5748.5 21935.1 2.1
Stryphnodendron adstringens Comp. 31.7 4.0 12.2 7450.1 3222.7 17815.1 2.5
Stryphnodendron polyphyllum Comp. 28.3 3.0 10.1 10410.6 5391.8 20062.7 2.1
Annona coriacea Simp. 36.0 3.3 3.9 2621.2 754.5 6228.8 9.1
Aspidosperma tomentosum Simp. 69.1 6.8 6.8 3227.7 1287.9 7113.5 7.5
Curatella americana Simp. 55.4 5.8 13.3 2019.3 455.7 6152.1 9.5
Himatanthus obovatus Simp. 52.2 4.9 0.9 5925.9 1748.0 11171.3 6.6
Qualea grandiflora Simp. 45.2 4.7 6.0 4206.7 1530.3 7669.2 5.6
Myrcia splendens Simp. 35.3 4.9 8.8 333.6 142.2 1435.5 11.5
Plenckia populnea Simp. 34.2 2.6 9.2 990.3 368.3 4034.6 11.6
101
Tabela 2. Resultados dos testes t-student entre as espécies de folhas simples com espécies de
folhas compostas.
C30
(cm)
Alt.
(m)
Área de copa
(m²)
MF
(mg)
MS
(mg)
AF
(mm²)
AFE
(mm²/mg)
Comp. 41.1 4.5 15.6 7940.9 4078.6 19184 2.9
Simp. 46.7 4.7 6.9 2760.7 898.13 6257 8.8
t -0.81 -0.33 2.92 3.03 4.95 2.21 -5.45
p 0.43 0.74 <0.02 <0.02 <0.001 <0.05 <0.001
Entre as compostas, as espécies com folhas bifolioladas (H. stibolcarpha) e
trifolioladas (C. brasiliense) apresentaram as menores massas seca e fresca, além de menor
área foliar em relação ás demais, apresentando resultados semelhantes as espécies com folhas
simples. Como estas espécies tem dois e três folíolos, respectivamente, talvez seja mais
correto, no futuro, não classifica-las como compostas, mas sim, um subgrupo a parte.
As espécies com folhas compostas parecem apresentar uma maior variação em relação
á função de cada espécie na paisagem, o que confere maior plasticidade entre as espécies,
comparando-se com aquelas de folhas simples (POORTER, 2012). Folhas com massas secas
maiores, possuem maior quantidade de tecidos esclerenquimáticos, o que condiciona maior
resistência em eventos como fortes ventos e aumento da temperatura ambiente (PRADO-
JUNIOR et al., 2016), já massas secas menores conferem maior maleabilidade as folhas, logo
seriam dois grupos de espécies com capacidades de sobrevivência diferentes (REICH et al.,
2003). Outra possibilidade desta maior massa seca em folhas compostas é uma maior
resistência a herbivoria (POORTER; BONGERS, 2006), no entanto, a maior parte da massa
das folhas compostas está no pecíolo e na raque que sustenta os folíolos, logo esta não é a
razão provável da maior massa foliar (fresca e seca) das espécies folhas compostas em relação
as espécies simples.
As maiores diferenças das folhas compostas em relação as folhas simples, ocorreram
em relação a AFE, traço que maior se relaciona com a taxa fotossintética (CORNELISSEN et
al, 2003). Áreas foliares específicas de folhas simples variam de 5.5 a 12 (mm²/mg) enquanto
que as compostas variaram de 1.5 a 6.0 (mm²/mg). A eficiência fotossintética parece ser
menor nas folhas compostas, provavelmente devido a massa investida na raque da folha
(Tabela 1). É provável que cada folíolo realize o papel de uma folha exclusiva, e novas
amostragens deverão feitas tanto considerando quanto desconsiderando o peso da raque.
Áreas foliares maiores podem denotar também maiores respostas a perturbações ocasionadas
pelo sombreamento (PRADO-JÚNIOR et al., 2016).
A área foliar específica, abaixo de 7,0 para as folhas compostas (Tabela 1) são
significativamente menores em relação a espécies de folhas simples (Tabela 2). De todas as
espécies analisadas, as únicas que obtiveram AFE superior a 10 mm²/mg (Myrcia splendens e
Plenckia populnea) são espécies também encontradas em áreas mais sombreadas do ambiente.
Mesmo que seja uma área de cerrado e com espaços abertos na vegetação, indivíduos
de espécies com maior altura e com copa mais extensa frequentemente sombreiam aquelas
abaixo, formando uma zona onde a luz lateral adentra, mas a maior parte da luminosidade
mais intensa (dos horários entre 11h a 13h) não chega com tanta intensidade muitos
indivíduos destas duas espécies. Mesmo que a luminosidade não seja o maior limitante para
área de cerrado, os efeitos de sombreamento são frequentemente ignorados nestes estudos em
ambientes savânicos, mas sua importância parece necessitar de maiores investigações.
Conforme Prado-Júnior (2016) espécies com maiores AFEsp estão expressando resposta a
perturbações ocasionadas pelo sombreamento.
102
CONCLUSÃO
As espécies de folhas simples apresentam traços foliares e área de copa distinta em
relação às espécies de folhas compostas. As grandes variedades de traços, sobretudo nas
espécies de folhas compostas, denotam uma alta diferença na capacidade de cada espécie a
resistir a impactos naturais. Ambos os grupos (espécies de folha simples e espécies de folhas
compostas) devem ser tratados como grupos de espécies com diferentes respostas a impactos
naturais e tem papéis distintos nas comunidades vegetais.
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103
Promoção de crescimento de plantas de Salsa utilizando cepas de
Trichoderma spp.
Franciely Magalhães Barroso(1)
; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)
; Paulo Henrique Pereira
Costa Muniz(3)
; Wanderson Silva dos Santos(4)
; Daniel Diego Costa Carvalho(5)
(1) Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO, e-mail:
[email protected]; (2)
Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de
Goiás; (3)
Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; (4)
Estudante de
Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; (5)
Professor; Universidade Estadual de
Goiás
RESUMO
O fungo Trichoderma spp. é um dos mais utilizados no controle de fitopatógenos e promoção
de crescimento vegetal, logo o objetivo do presente trabalho foi avaliar três produtos
comerciais à base de Trichoderma spp. na promoção do crescimento de plantas de salsa
(Petroselium crispum). Os produtos utilizados foram Ecotrich WP, Trichodermil e Quality
WG, um tratamento sem inoculação de Trichoderma foi incluído como testemunha. O
experimento foi instalado em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, em
casa de vegetação. Mudas de salsa cv. Graúda Portuguesa foram plantadas imediatamente
após o solo ser tratado com 5 mL de suspensão de Trichoderma. Foi avaliado o comprimento
da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), comprimento total (CT = CR + CPA). Os
dados foram submetidos ao teste Scott-Knott (P ≤ 0,05). Os produtos Trichodermil e Quality
WG, foram superiores em todos os comprimentos, em relação a testemunha.
Palavras-chave: Petroselinum crispum, controle biológico, horticultura.
INTRODUÇÃO
A Petroselinum crispum, popularmente conhecida como salsa ou salsinha, é uma
hortaliça folhosa da família das Apiáceas, chegou ao Brasil no período da colonização, e hoje
cultivada em todo mundo, sendo considerada um condimento muito apreciado na cozinha
brasileira (SANTOS et al., 2017). Além do uso na indústria alimenticia, a salsa tem sido
usada na fabricação de cósmeticos e sabão, é uma cultura rica em substancias antioxidantes,
vitaminas do complexo A, C e K (DORMAN et al., 2011; MAHMOOD et al., 2014).
O gênero Trichoderma são fungos de grande importância econômica para a
agricultura, atuam como agentes de controle de doenças de várias plantas cultivadas,
indutores de resistência de plantas a doenças e promotores de crescimento (LOUZADA et al.,
2009). De acordo com Silva et al. (2011) são potentes agentes de biocontrole, sendo
conhecido a mais de 60 anos, vivem de forma simbiótica com as plantas, atuando como
controle de fitopatógenos. Segundo Machado et al. (2012) a muitas pesquisas direcionadas
para a promoção de crescimento vegetal e apresentaram aumento tanto no crescimento quanto
na produtividade de diversas culturas como exemplos cravo, ervilha, alface, feijão, grão de
bico, eucalipto, entre outras.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento da salsa, onde o solo foi tratado
com cepas comerciais de Trichoderma spp.
104
MATERIAL E MÉTODOS
A condução do experimento foi realizada em casa de vegetação da UEG, Campus
Ipameri (17º43‘00.38‘‘S, 48º08‘40.96‘‘W, 796 m). Foram utilizados vasos (3,0 L) contendo
solo com os tratos culturais recomendados por Filgueira (2008). Em seguida, uma dose de 5
mL de suspensão de Trichoderma foram distribuídos em cada vaso com o emprego de
borrifador manual (550 mL), totalizando 1,5 x 108 conídios por vaso. Imediatamente após a
pulverização, mudas de salsa cv. Graúda Portuguesa foram plantadas (1 muda por vaso). O
experimento foi disposto em delineamento inteiramente casualizado (DIC) com quatro
repetições (vasos) para cada tratamento (cepa comercial de Trichoderma spp.). As três cepas
comerciais do presente estudo são: Trichoderma harzianum IBLF 006 WP (Ecotrich WP;
Ballagro Agro Tecnologia Ltda., Piracaia, SP, Brasil), Trichoderma harzianum ESALQ 1306
(Trichodermil; Koppert Biological Systems, Piracicaba, SP, Brasil) e Trichoderma
asperellum URM 5911 (Quality WG; Laboratório de BioControle Farroupilha Ltda, Patos de
Minas, MG, Brasil). Para efeito comparativo, um tratamento sem inoculação de Trichoderma
foi incluído como testemunha.
Aos 60 dias após o plantio das mudas a colheita foi realizada, em seguida foi
mensurado os comprimentos de parte aérea (CPA), raiz (CR) e total (CT) de cada planta, para
avaliar o crescimento. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste
de Scott-Knott (P ≤ 0,05) no programa estatístico SISVAR 5.3 (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Para comprimento de parte aérea (CPA) o T. harzianum IBLF 006 WP apresentou um
incremento superior em relação aos outros tratamentos com 15,87 cm, já para comprimento
de raiz (CR) e comprimento total (CT) os tratamentos com T. harzianum ESALQ 1306 e T.
asperellum URM 5911 foram superiores aos demais com 23,50 cm e 27,50 cm,
respectivamente. A testemunha apresentou os menores valores de CPA (11,37 cm), CR (9,37
cm) e CT (20,75 cm), conforme Tabela 1.
Tabela 1 – Comprimento de parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR) e comprimento
total (CT) de plantas de salsa cv. Graúda Portuguesa tratadas com cepas comercias de
Trichoderma spp., Ipameri, Goiás, Brasil, 2018(1)
.
(1)
Médias seguidas pela mesma letra minúscula na mesma coluna não diferem significativamente pelo teste de
Scott-Knott (P≤0,05). (2)
T. harzianum IBLF 006 WP (Ecotrich WP; Ballagro Agro Tecnologia Ltda., Piracaia, SP, Brasil), T.
harzianum ESALQ 1306 (Trichodermil; Koppert Biological Systems, Piracicaba, SP, Brasil), T. asperellum
URM 5911 (Quality WG; Laboratório de BioControle Farroupilha Ltda, Patos de Minas, MG, Brasil).
Vários estudos mostram que fungos pertencentes ao gênero Trichoderma spp.
promovem benefícios na produção vegetal de muitas espécies, pois solubilizam nutrientes
facilitando assim a absorção pelas raízes (HOYOS‐CARVAJAL et al., 2009). Segundo,
105
Chacón et al., (2007) plantas de tomate tiveram um aumento significativo na aérea foliar e
consequentemente na massa fresca, devido a inoculação de T. harzianum. O uso de T.
asperellum UFT 201 apresentou resultados positivos no acúmulo de biomassa para as culturas
da soja, feijão caupi, arroz e milho (CHAGAS et. al., 2017).
CONCLUSÃO
O Ecotrich WG (Trichoderma harzianum IBLF 006 WP) foi superior aos demais
tratamentos apenas no comprimento de parte aérea. Os tratamentos com Quality WG
(Trichoderma asperellum URM 5911) e o Trichodermil (Trichoderma harzianum ESALQ
1306) foram superiores à testemunha em todos os comprimentos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a FAPEG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
Goiás) por uma bolsa de Mestrado, ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico) por uma bolsa de Iniciação Científica e a UEG por uma bolsa
permanência.
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107
Valoração contingente de ações de requalificação do meio ambiente: um
estudo de caso no bairro Parque Real, município de Caldas Novas-GO
Weldieny Gonzaga da Silva Franco¹; Sthephany Alves dos Santos²; Daiani Martins da Silva³
¹ Discente do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de
Goiás, Câmpus Ipameri, GO, e-mail: [email protected]; ² Discente do curso de
Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Goiás; ³ Especialista em
Planejamento e Gestão Ambiental, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O meio ambiente exerce papel indispensável ao desenvolvimento humano, por isso é
fundamental atribuir um valor monetário que possibilite seu uso de modo sustentável,
evitando total degradação. Foi utilizado neste estudo o método de valoração contingencial
(MVC) com intuito de obter um valor referencial estimado a um bem ambiental caso existisse
um mercado real, e também identificar o nível de percepção ambiental do cidadão quanto à
manutenção e conservação do meio ambiente. O instrumento utilizado no levantamento
amostral foi o questionário, aplicado a população adjacente a Estação de Tratamento de
Esgoto (ETE) do bairro Parque Real, município de Caldas Novas-GO, onde o mau odor
dispersado tem abduzido o bem-estar social. Quanto à disposição a pagar (DAP), o índice de
aceitação em custear com o necessário no ato de resolver as questões que dão origem ao mau
cheiro foi relativamente alto e que existe preocupação quanto à conservação do meio
ambiente.
Palavras-chave: Saneamento Básico, Impactos Ambientais, DAP.
INTRODUÇÃO
A variável ambiental tem assumido atualmente de acordo com o âmbito legislativo
papel fundamental no planejamento urbano (BARBISAN et al., 2009), pois o adensamento
populacional desordenado devido o padrão inadequado de gestão, tem agravado o impacto
antrópico sobre o meio natural. A gestão ambiental, segundo Maimon (1996), é um elemento
importante, pois permite criar um modelo socioeconômico sustentável e mesmo assim,
atender o desenvolvimento econômico populacional. O meio ambiente possui atributo
econômico, pois contribui com qualquer serviço de desenvolvimento social até provisão de
recurso ambiental.
O método de valoração contingencial (MVC) é a mensuração em um mercado
hipotético do valor de utilização do bem natural que é definido através da disposição a pagar
(DAP) por determinado serviço ambiental ou por conservar um determinado recurso ou
amenidade ambiental (VIEIRA; BARBOSA, 2012). Tavares e Fonseca (2017) com o intuito
de atribuir através da DAP um valor de manutenção ao Rio Jaguaribe (PB) alcançou resultado
satisfatório, onde 76% afirmou contribuir com um valor não nulo. A constituição federal
prevê por lei o direito público do serviço de saneamento básico, visando à saúde e o bem estar
populacional.
O esgoto sanitário do bairro Parque Real e entorno no município de Caldas Novas-GO
é tratado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e tem contaminado o ar com um mau
odor, causando incomodo aos moradores do local. O estudo tem como objetivo contribuir
108
com o fato de que é essencial criar um valor monetário que possibilite o uso racional do meio
natural o que permite fornecer informações ao poder público da DAP no sentido de corrigir o
que tem dado origem ao mau odor dispersado e assim, propiciar ao meio ambiente um
gerenciamento mais eficaz e, identificar o nível de percepção ambiental do cidadão quanto à
manutenção e conservação do meio ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no município de Caldas Novas-GO (48º 38‘ 31,7‘‘ O / 17º
45‘ 47,13‘‘ S) com número populacional estimado de 84.900 habitantes e com 1.595 km² de
extensão, segundo IBGE (2017). O tipo climático do município é AW, com verão quente e
úmido e inverno seco e com pluviosidade anual de aproximadamente 1.600 mm (ALVARES
et al., 2014). O instrumento utilizado no levantamento amostral foi o questionário, aplicado
no mês de julho de 2018 sendo amostrado o bairro Parque Real em um raio de
aproximadamente 600 m da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Foi aplicado o método
de valoração contingencial (MVC) que define a disposição a pagar (DAP) por determinado
serviço ambiental (VIEIRA; BARBOSA, 2012) ou por conservar um determinado recurso ou
amenidade ambiental. O valor estimado pelo MVC mesmo sendo hipotético é atribuído ao
bem-estar populacional e é possível obter o valor econômico de um recurso natural. O estudo
estatístico foi realizado de modo quantitativo e foi aplicado 61 questionários aleatoriamente
junto à população. No questionário foram oferecidos os valores de R$ 5,00; R$ 10,00; R$
15,00; R$ 20,00; e R$ 25,00 como opções de contribuição mensal de modo hipotético no
período de um ano com intento de recuperação do local de estudo.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
O perfil socioeconômico teve como base os itens: tempo que reside no local, sexo,
idade, grau de escolaridade e renda mensal, conforme representado no Gráfico 1. O maior
número de respondente foi do sexo feminino (65%) e com idade entre 23 e 59 anos (67%),
28% com idade acima de 60 anos e até 18 anos (5%). Do total, 55% residem no bairro há
mais de 10 anos, 21% residem entre 5 - 10 anos, 20% com até cinco anos e 4% com menos de
um ano que residem no bairro amostrado. Do total, 74% já possuem domicílio próprio e
somente 26% residem de aluguel. Quanto ao grau de escolaridade, 46% possui ensino
fundamental, 41% ensino médio, 8% não teve acesso ao ambiente escolar e apenas 5% possui
nível superior. E com relação à renda familiar, 77% do total amostrado possuem até dois
salários mínimos, e logo abaixo, 12% com três a cinco salários mínimos, 8% sobrevive com
menos de um salário mínimo e 3% com mais de cinco salários mínimos.
O grupo amostral afirmou (96%) que é possível sentir o mau cheiro vindo do Córrego
de Caldas localizado lateralmente à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e desse total 74%
dizem que o mau cheiro tem aumentado com o decorrer do tempo e 22% dizem que não
apresentou aumento no grau de intensidade do odor, sendo que somente 4% afirmou que não
percebe o mau cheiro do local. A média do nível de insuportável quanto ao odor foi 7,0, sendo
que 91% afirmou um valor acima de 5,0. Quanto ao horário que o odor é mais forte, 57%
marcaram no período noturno, 32% de tarde, 4% no amanhecer e 7% durante todo o tempo. O
mau cheiro relacionado com o bem-estar produz: vômito, enjoo, tédio, não tem vontade de se
alimentar, apesar de que alguns informam que devido ao tempo morando no local (mais de 10
anos) já se acostumaram. 68% do total não adquiririam outro imóvel no local e 32% afirmou
o inverso, comprando outro imóvel mesmo com o mau cheiro.
O interesse por questões ambientais foi notável, onde 96% estão cientes que tal
situação é prejudicial ao meio ambiente e somente 4% não mostrou preocupação, e quanto ao
nível do impacto, foi fixado de 1 – 10 e obtido valor médio oito, onde 90% afirmaram se
109
preocupar e 10% não mostrou preocupação com o impacto relacionado com o meio natural.
Esse resultado pode ser explicado devido à maior conscientização ou um ponto de viés do
estudo gerado pelo receio do respondente em não demostrar interesse pelo meio ambiente.
Gráfico 1. Perfil socioeconômico como base no tempo que reside no local, sexo, idade, grau
de escolaridade e renda mensal do grupo amostrado.
O índice de aceitação da disposição a pagar (DAP) foi alto, no primeiro resultado 65%
afirmou que pagariam um valor, onde 28% podem contribuir com R$ 5,00; 14% com R$
10,00; 6% com R$ 15,00; 14% com R$ 20,00; e 3% com R$ 25,00. 35% afirmaram não
contribuir, sendo 10% por algum motivo financeiro e 25% por já contribuir com impostos.
Em segundo momento, foi acrescentado o pressuposto de valorização do imóvel de
propriedade local, e analisando de modo comparativo houve um elevado aumento no valor da
DAP (Gráfico 2), onde do total, 86% afirmaram contribuir com algum valor não nulo,
aumentando assim o percentual em 21% de aceitação.
Gráfico 2. Disposição a pagar com e sem intenção de valorização do imóvel.
A partir do levantamento de dados, calcula-se o valor máximo disposto a pagar em
função de intervir no atual estado do destino do esgoto no município de Caldas Novas-GO. A
média geral sem considerar qualquer benefício ao respondente foi de R$ 7,46; e em segundo
momento, considerando a valorização do imóvel foi de R$ 12,62; portanto, considerando 832
o número de domicílio ocupado no local amostrado obtém-se um valor mensal de
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
até
18 a
nos
23 -
59 a
nos
acim
a de
60 a
nos
fem
inin
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nos
0%
20%
40%
60%
80%
100%
sim não sim não
110
contribuição de DAP variável de R$ 6.206,72 e R$ 10.499,84, respectivamente, contribuindo
no período 12 meses, o valor total de DAP variável é de R$ 74.480,64 até R$ 125.998,08.
CONCLUSÃO
O valor total obtido na DAP é importante, pois concede ao gestor público um valor
referencial estimado a um bem ambiental caso existisse um mercado real e posteriormente
pode-se viabilizar um projeto de recuperação do local estudado. O grupo amostrado
demonstrou mediante o questionário que existe preocupação quanto ao meio ambiente, o que
pode ser decorrente do fácil acesso de informações atualmente no meio social e o contato
contínuo com o crítico resultado consequente do crescimento desenfreado e do agrupamento
populacional desorganizado, o que promove maior conscientização quanto ao meio ambiente.
Além disso, estão determinados a custear com o necessário no ato de resolver as questões que
dão origem ao mau cheiro, apesar de que já é cobrado pelo poder público um valor mensal
destinado ao esgotamento sanitário, sendo por lei o direito do serviço de saneamento básico,
portanto, o estudo atende o objetivo central quando se conclui que existe aceitação da DAP
pelo bem público contribuindo ao bem-estar social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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abordagem teórica. Enciclopédia Biosfera, v. 8, n. 15, p. 2.492, 2012.
111
Produção de biomassa de Eucalyptus urograndis em um sistema
agroflorestal
Stephany Diolino Cunha (1)
; Pedro Henrique França Grupioni (1)
; Matheus Ferreira Silva (2)
;
Isabela Carolina Silva (3)
; Tatiana Viera Ramos (4)
(1)
Discente do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus
Ipameri, Goiás, Brasil ([email protected]); (2)
Discente do Curso de Agronomia
da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil; (3)
Mestranda em
Produção Vegetal da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil; (4)
Doutora em Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil.
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de biomassa em um sistema
agroflorestal cultivado em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, na área experimental
da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. As árvores foram avaliadas aos 7 anos
de idade. Os indivíduos foram submetidos a uma cubagem rigorosa, segundo o método
desenvolvido por Smalian e descrito por Finger, no qual, os diâmetros foram: 0,10 m, 0,30 m,
1,30 m, 2,30 m e assim sucessivamente, a intervalos de um metro, até altura total. A biomassa
que apresentou maior produção foi à madeira. Demostrando que a mesma apresenta uma
ótima alternativa de bioenergia e de futuros estudos.
Palavras-chave: biomassa, sistemas agroflorestais, Eucalyptus spp.
INTRODUÇÃO
O sistema agroflorestal vem se destacando por ser uma alternativa de manejo
sustentável, apresentando privilégios de se obter a madeira e grãos simultaneamente, além de
estabelecer interações ecológicas e aumentando o crescimento econômico brasileiro (VIVAN
e FLORIANI, 2006). Sendo assim, uma forma que pôde demostrar progresso na economia no
setor florestal foi o Eucalyptus spp., onde o gênero se destacou como a espécie florestal mais
plantada no mundo e teve seu plantio intensificado no Brasil.
O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, é oriundo principalmente da
Austrália e possui cerca de 700 espécies distintas. É o gênero florestal mais plantado no
Brasil, se concentrando nos estados de Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e Mato Grosso
do Sul (15%). Dessa forma, devido o aumento das florestas plantadas, faz necessários estudos
que viabilizem e demonstrem a melhor forma de crescimento, manejo e eficiência das
mesmas, principalmente no que se refere à biomassa (SANTANA et al., 2008).
Através da fotossíntese a energia do sol absorvida pelas plantas é transformada em energia
química, podendo ser convertida em combustível, eletricidade ou calor. Quando as fontes
utilizadas para produzir energia são orgânicas, as denominamos de biomassa. O termo
biomassa designa a quantidade de massa orgânica, de origem animal ou vegetal, viva ou
morta (matéria seca, matéria úmida ou peso de carbono) produzida por unidade de área
(SOARES, et al., 2011). Avaliar a biomassa é extremamente importante para analisar fatores
como a produtividade, conversão de energia e ciclagem de nutrientes (HABITZREITER,
2016).
112
A quantificação de biomassa em sistemas agroflorestais são necessárias para a tomada
de decisão em atividades de monitoramento, pois plantações manejadas inadequadamente
poderão gerar impactos severos sobre os ciclos da água, dos nutrientes e sobre o equilíbrio
ecológico dos ecossistemas naturais. Além disso, tem-se buscado, cada vez mais, fontes
alternativas de energia, sobretudo as fontes de energia renováveis, como a hidráulica, a eólica,
a solar e a energia da biomassa, também chamada de bioenergia (PAULINO, 2012).
Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de
biomassa em um sistema agroflorestal cultivado em um Latossolo Vermelho-Amarelo
distrófico, na área experimental da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização da Área Experimental
O experimento foi conduzido na fazenda experimental da Universidade Estadual de
Goiás, Campus Ipameri (coordenadas geográficas; 17º 43‘ 19‖ latitude S e 48º 09‘ 35‖
longitude W; e altitude de 764 m) (ALVARES et al., 2013). A área experimental consiste em
um sistema de integração Lavoura-Floresta que tende ao sentido leste-oeste. O plantio do
componente arbóreo foi realizado com clones do híbrido Eucalyptus urograndis (GG 100) no
ano de 2010 em área de um hectare (ha). As árvores foram arranjadas em fileiras duplas (3 m
x 2 m x 17 m) ocupando 20,76 % da área total do sistema.
Coleta de Dados
As árvores foram avaliadas aos 7 anos de idade. Os dados de massa fresca foram
obtidos em campo, utilizando-se o método destrutivo de quantificação. Para a determinação
de biomassa foi realizado o inventário florestal em junho de 2016. Com base nos dados
obtidos no inventário florestal, as árvores foram distribuídas em cinco classes de diâmetro. No
qual, foram abatidos três indivíduos em cada classe diamétrica, totalizando 15 árvores.
Os indivíduos foram submetidos a uma cubagem rigorosa, segundo o método
desenvolvido por Smalian e descrito por Finger (1992), com o auxilio de fita diamétrica e a
suta. Os pontos em que foram tomados os diâmetros foram: 0,10 m, 0,30 m, 1,30 m, 2,30 m e
assim sucessivamente, a intervalos de um metro, até altura total. Em seguida, o tronco foi
seccionado em toretes com 1 m de comprimento até o ponto em que o diâmetro atingisse 7 cm
(diâmetro comercial). A partir desse ponto, o diâmetro de 3 cm foi considerado como ponteira
das árvores, e de 3 cm até o ápice, foi considerado como galho.
Após o abate, os componentes das árvores foram separados e pesados para
determinação da massa úmida. A massa total dos componentes foi obtida, em campo,
diretamente em uma balança. Depois da pesagem foram retiradas amostras de
aproximadamente 400 g de cada componente, que foram colocadas em sacos de papel
devidamente identificados e posteriormente foi pesada em balança digital com precisão de 0,1
g. As amostras de madeira foram de discos retirados da região da base, centro e ponteira da
árvore.
Os resultados de biomassa das árvores foram submetidos a estatística descritiva dos
dados.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
A produção de biomassa do Eucalyptus urograndis (GG 100), apresentou valores
discrepantes em cada compartimento de biomassa analisado. Afinal, considerando a biomassa
total, verifica-se que a madeira possui maior valor, seguindo da casca, galhos e folhas. Dentre
os indivíduos abatidos o diâmetro a altura do peito (DAP) variou em média de 13,38 a 29,31
cm, como apresentado na Tabela 1. Enquanto que a altura total variou de 11,0 a 39,0 m.
113
Tabela 1. Biomassa de madeira (BM), biomassa de casca (BC), biomassa de galho (BG) e
biomassa de folha (BF) em indivíduos de Eucalyptus urgrandis, aos sete anos de idade em
sistema agroflorestal na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus
Ipameri.
*Intervalo de classe representando o diâmetro das árvores abatidas.
** Valores entre parênteses referem-se a percentagem de contribuição do compartimento em
relação a biomassa total.
Analisando os dados obtidos com a média e o desvio padrão pôde-se constatar que os
maiores valores em ambas variáveis obtidas é o componente da biomassa de madeira. Sendo
que, o desvio padrão apresenta valor relativamente mais alto que os demais compartimentos
devido o intervalo de classe estar entre 13,38 cm a 26,13 cm, significando que o peso será
bastante variado entre as classes diamétricas, influenciando diretamente nos valores de desvio
obtido. Além disso, o crescimento e desenvolvimento de uma floresta a produção de biomassa
do lenho tende a aumentar devido ao fato de que, boa parte dos carboidratos que antes eram
utilizados para produção de folhas, passa a ser canalizada para produção de lenho, diminuindo
gradativamente a produção de folhas e ramos (SALVADOR, 2015).
Em um trabalho realizado por Tonini et al. (2016) a parte do tronco (madeira e casca)
também totalizou maior quantidade de biomassa acima do solo. Em que, no estudo foi
analisado os clones de eucalipto GG100, H13, 1277, I144 e VM01, H13, e I144, sendo
abatidos dois indivíduos para análise de biomassa. Dentre esses o eucalipto VM01 foi o que
alocou maior quantidade de biomassa no tronco com 19,24 kg, valor esse menor do que o
presente estudo, sendo que, em cada classe avaliada foram abatidas três árvores e o menor
valor obtido foi de 94,02 kg. Essa diferença pode estar relacionada às características do solo,
quantidade de nutrientes, espaçamento e entre outros fatores que influenciam de forma direta
nos valores de incremento do tronco e consequentemente na quantidade de biomassa.
Avaliando a biomassa de compartimentos em povoamentos de eucaliptos com
diferentes idades, Schumacher et al. (2011) verificaram uma biomassa de tronco em torno de
80,3 % para plantios com oito anos, resultado este que condiz com o presente estudo.
Dessa forma, no presente trabalho, verificou-se que a ordem de contribuição de
biomassa nos diferentes compartimentos foi Madeira˃Casca˃Galho˃Folha. Resultados
semelhantes aos verificados por Guimarães et al. (2015) em Allegrete, RS em plantio
homogêneo de E. dunni com quatro anos.
CONCLUSÃO
A biomassa que possui maior produção é a madeira, alocando 91,83 % da biomassa
produzida e 4,15 % na copa. Demostrando assim, que a mesma apresenta ser uma alternativa
de bioenergia, levantando a importância de futuras pesquisas que demostrem que há novos
BM (kg) BC (kg) BG (kg) BF (kg)
Classe I (13,38-16,56)* 94,02 40,05 14,60 5,45 12,97 1,06 14,97 1,40
Classe II (16,57-19,74) 235,15 83,78 18,33 3,10 22,03 10,33 11,32 4,52
Classe III (19,75-22,93) 414,30 177,95 35,63 6,42 22,92 13,24 12,62 4,43
Classe IV (22,94-26,12) 760,06 78,33 59,78 9,40 24,27 8,95 16,75 3,75
Classe V (26,13-29,31) 2.881,65 94,87 63,68 11,10 36,40 7,97 24,02 0,85
Total dos
compartimentos
4.385,18
(91,83)**
192,02
(4,02)
118,59
(2,48)
79,68
(1,67)
114
meios de obter energia de uma maneira mais sustentável auxiliando de forma eficaz o meio
ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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115
Licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras no
município de Ipameri-Go
Scarlet de Aguiar Basílio¹; Mariana Aguiar Silva²; Isabela Carolina Silva²; Jéssica Rodrigues
de Mello Duarte³; Tatiana Ramos Vieira4
¹Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri, Goiás.
Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Federal de
Goiás. 3 Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás.
4 Docente na
Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri.
RESUMO
O licenciamento ambiental é uma ferramenta que assegura que toda atividade potencialmente
poluidora ao meio ambiente seja fiscalizada proporcionando assim uma maior segurança a
conservação dos recursos naturais. Neste trabalho se objetivou levantar a natureza das
atividades potencialmente poluidoras licenciadas dentro do município. Foi consultado o banco
de dados dos processos licenciados da SEMMA referentes aos processos finalizados de
licenciamento ambiental ocorridos entre meados de 2010 a 2017. Para o levantamento dos
dados da pesquisa referente aos processos de licenciamento foi elaborado uma Ficha Técnica
Documental. A amostra resultou na quantificação de 707 processos cadastrados, com as
atividades especificadas em três categorias: atividades agropecuárias, prestação de serviço e
atividades industriais. As atividades de maior potencial poluidor na agropecuária foram
carvoaria e produção de biocombustíveis; na indústria, serralheria e usina asfáltica e na
prestação de serviços, clínica, funerária e oficina mecânica.
Palavras-chave: Legislação Ambiental; Potencial Poluidor; Preservação; Licença Municipal.
INTRODUÇÃO
O Licenciamento Ambiental é um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente
com a finalidade de promover o controle prévio à construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma,
de causar degradação ambiental (BRASIL, 2009).
Permitindo avaliar os processos tecnológicos dentro das esferas ambientais e
socioeconômicas, o licenciamento ambiental estabelece controle necessário para a
conservação, defesa e melhoria do meio ambiente, evitando danos ambientais (CURY, 2014).
Além da imposição a responsabilidade com o meio ambiente, a licença ambiental representa a
consideração, pelo Poder Público, de que as atividades potencialmente poluidoras devem
adotar critérios estabelecidos pela legislação local, capaz de garantir o desenvolvimento
sustentável sob o ponto de vista ambiental (MILARÉ, 2013).
O licenciamento ambiental abrange uma gama de projetos de infraestrutura
promovidos por empresas e organismos governamentais, estendendo-se ainda às indústrias
extrativas e aos projetos de expansão urbana, agropecuária e turismo, cuja implantação possa,
efetiva ou potencialmente, causar degradação ambiental. Ao exigir licenciamento ambiental
para determinadas atividades ou empreendimentos, busca-se estabelecer mecanismos de
116
controle ambiental nas intervenções setoriais que possam vir a comprometer a qualidade
ambiental (BRASIL, 2009).
Compete aos municípios licenciar atividades que causem ou possam causar impacto
ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais
de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da
atividade; empreendimentos localizados em unidades de conservação instituídas pelo
Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) (BRASIL, 2012).
Cada estado define o potencial poluidor dos empreendimentos, uma vez que não existe
uma classificação federal. Sendo assim no estado de Goiás o potencial poluidor dos
empreendimentos foi definido pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMAm)
(GOIÁS,2011). As atividades são classificadas como de baixo, médio ou alto potencial
poluidor e podem ser separadas em relação ao tipo, neste trabalho elas foram divididas como
atividade agropecuária, prestação de serviços e atividades industriais.
Mediante a importância do licenciamento ambiental municipal, objetivou-se avaliar a
natureza e quantificar as atividades potencialmente poluidoras do município de Ipameri.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido no município de Ipameri – Goiás. Os processos analisados
por este estudo foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA)
do município para a realização de uma pesquisa documental.
Foram consultados arquivos disponibilizados pela SEMMA referentes aos processos
finalizados de licenciamento ambiental ocorridos no período de meados de 2010 a 2017.
Para o levantamento dos dados da pesquisa referente aos processos de licenciamento foi
elaborado uma Ficha Técnica Documental contendo questões como: datas do processo, tipo do
empreendimento, potencial poluidor.
Os resultados obtidos neste levantamento foram submetidos a uma distribuição de
freqüência para auxiliar na descrição e no entendimento dos aspectos abordado pelo trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Durante o período avaliado foram registrados 707 processos de licenciamento
ambiental junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) do município de
Ipameri-Goiás. Pode-se verificar que durante o período avaliado, o ano de 2011 foi o que
apresentou um maior número de processos cadastrados totalizando 156 com destaque para a
categoria das atividades relativas a prestação de serviço (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização das atividades portadoras de licenças ambientais durante o período
de 2010 a 2017, no município de Ipameri-Goiás.
ATIVIDADES 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL
Agropecuária 13 55 22 34 41 52 57 33 307
Industrial 10 11 3 9 8 5 1 0 47
Prest. Serviço 75 90 58 41 28 22 24 15 354
Total 98 156 83 84 77 79 82 48 707
Na Figura 1 estão apresentadas as atividades licenciadas e o seu potencial poluidor,
sendo este classificado em: baixo, médio, baixo/médio e alto. As atividades de maior potencial
poluidor na agropecuária foram carvoaria e produção de bicombustíveis. Já na indústria a
serralheria e usina asfáltica e na prestação de serviços, clínica, funerária e oficina mecânica.
117
Figura 1. Potencial poluidor dos empreendimentos licenciados no município de Ipameri-Goiás.
A maior parte das atividades foi classificada quanto ao potencial poluidor como de
baixo ou médio impacto ao meio ambiente. Segundo Oliveira (2016) impacto ambiental pode
ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas
que direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança, e o bem-estar da população; as
atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade dos recursos ambientais.
Entre as atividades consideradas de médio impacto ambiental está a extração de areia e
cascalho, mesmo sendo considerada por alguns autores como de grande potencial poluidor. A
mineração altera intensamente a área minerada e as áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos
de estéril e de rejeito (KAWA, 2015).
CONCLUSÃO
A maior parte das atividades licenciadas entre meados de 2010 a 2017 pela SEMMA-
Ipameri/Go são os empreendimentos de prestação de serviços e agropecuários.
O potencial poluidor da maioria das atividades foi classificado como de médio porte,
tendo destaque paras as atividades de oficina mecânica, desmatamento e fabricação de
cerâmica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília,
2009. 91p.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Licenciamento Ambiental nos Municípios: a Lei
Complementar nº 140. I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável
Brasília, 29 de março de 2012. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/apresentao_fnp_29_03_2012_46.pdf.
Acesso em: 27/10/2017.
CURY, S. Licenciamento ambiental e o desenvolvimento sustentável. Jusbrasil.
Disponível em: https://samiacury.jusbrasil.com.br/artigos/151840545/licenciamento-
ambiental-e-o-desenvolvimento-sustentavel. Acesso em 28/10/2017.
0
5
10
15
Baixo Baixo/Médio Médio Alto
Agropecuária Industria Prestação de Serviços
118
GOIÁS. Conselho Estadual do Meio Ambiente. Resolução n° 04/2011. Dispõe sobre os
critérios para a Descentralização do Licenciamento Ambiental, Criação da Corte de
Conciliação de Descentralização e dá outras providências.
KAWA, L. Os Impactos Ambientais da Extração Mineral. Disponível em:
http://professoralucianekawa.blogspot.com.br/2015/10/os-impactos-ambientais-da-
extracao.html. Acesso em: 10/11/2017.
MILARÉ, É. Direito do Ambiente. 8ª ed. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013.
OLIVEIRA, P, P. Principais impactos da agricultura no meio ambiente. Dissertação
(Tecnólogo em Produção de Grãos). Universidade Estadual de Goiás. Câmpus Posse. 21p.
2016.
119
Densidade básica da madeira a 0,30 m e 1,30 m da árvore de espécies
arbóreas de Cerrado
Vanuza Pereira Garcia da Silva(1)
; Gabriel Venâncio Pereira Mariano(2)
; Edla Lopes Silva(2)
;
Vitor de Oliveira Santiago(2)
; Vagner Santiago do Vale(3)
.
(1)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás; (3)
Professor; Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
Para definir valores de densidade da madeira, certos fatores devem ser considerados, pois
podem causar alterações, como a espécie vegetal analisada, o teor de umidade trabalhado, o
lenho inicial e o lenho tardio, a posição do tronco e influências externas. O objetivo deste
trabalho foi calcular a densidade da madeira em espécies arbóreas de cerrados no sudeste do
estado de Goiás em diferentes alturas (coletas a 0,30 m e a 1,30 m de altura do solo) para
aferir se existe diferença na densidade da madeira. A maioria das espécies amostradas não
apresentou diferenças na densidade da madeira. Entretanto, em algumas espécies amostradas,
a densidade foi mais alta na posição de 0,30 m. A densidade de madeira apresentou baixa
variação para a maior parte das plantas analisadas do Cerrado.
Palavras-chave: Massa específica, biomassa, traços funcionais, comparações.
INTRODUÇÃO
A densidade da madeira descreve o investimento ou armazenamento de carbono por
unidade de volume do caule (CHAVE, 2009). SWENSON & ENQUIST (2007) definiram que
a variação na densidade da madeira reflete a alocação diferencial da produção metabólica.
Apesar da importância de se aferir a densidade da madeira, os estudos com cerrados
nativos são raros e pouco conclusivos, sobretudo pela dificuldade metodológica e grande
variabilidade da densidade da madeira, tornando-a de difícil precisão e modelagem e
dificultando o reconhecimento da contribuição dos fatores de formação, como por exemplo a
disponibilidade de nutrientes, hídrica, o incremento de biomassa e as características
anatômicas das espécies nativas (OLIVEIRA, 2014).
Em espécies de cerrado, com aspecto tortuoso espera-se que diferentes densidades de
madeira sejam encontradas nas diferentes posições de uma árvore (tronco principal e galhos),
por exemplo. O objetivo deste trabalho foi calcular a densidade da madeira em 15 espécies
arbóreas de cerrados no sudeste do estado de Goiás e, aferir se existe diferença na densidade
de madeira nas posições 0,30 m e 1,30 m de altura no tronco em que foram coletadas as
amostras. A hipótese deste trabalho é de que as amostras alocadas a 0,30 m possuem maior
densidade de madeira para proporcionar maior sustentação da árvore, assim como espécies
arbóreas de biomas com espécies nativas de maior porte, como a Floresta Amazônica.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados coletados foram obtidos na região sudeste do estado de Goiás, nas cidades
de Catalão e Ipameri. A seleção foi realizada entre agosto/2017 e julho/2018. O critério
biométrico para escolha dos indivíduos foi o da circunferência a 0,3 m do solo >25 cm.
120
A pluviosidade média anual da região é de 1531 mm, distribuídos irregularmente,
com um verão quente e chuvoso de outubro a março com médias de 219 mm e um inverno
seco de abril a setembro com médias de 36 mm, sendo a temperatura média anual de 21.6ºC
com média de 20.2°C no inverno e 22.9°C nos meses de verão (ALVARES et al 2014).
Foram amostradas 15 espécies arbóreas típicas de cerrado: Qualea grandiflora Mart.
(Vochysiaceae) Annona coriacea Mart. (Annonaceae), Caryocar brasiliense A. St.-Hil
(Caryocaraceae), Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae), Brosimum gaudichaudii
Trécul (Moraceae), Curatella spp. (Dilleniaceae), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne
(Fabaceae), Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae), Dimorphandra mollis Benth.
(Fabaceae), Aspidosperma tomentosum Mart. (Apocynaceae), Dipteryx alata Vogel.
(Fabaceae), Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke (Fabaceae), Cedrela fissilis Vell. e
Machaerium acutifolium Vogel (Fabaceae).
Coleta de dados em campo Densidade da madeira: foram coletadas amostras da madeira em cinco diferentes
indivíduos de cada espécie selecionada, utilizando trado dendrométrico. As coletas foram
realizadas sempre no período matutino, a fim de evitar possíveis variações dos valores de
densidade, que poderiam ser ocasionados por alterações no potencial hídrico e níveis de
transpiração após o meio dia. As coletas foram realizadas em seções regulares dos troncos
(sem ramificação ou danos), a 0,30 m do solo e a 1,30 m do solo. As circunferências e altura
das árvores foram mensuradas com fita métrica e clinômetro digital Haglof.
As amostras foram armazenadas de maneira individual, em saco plástico, selado até
as medições no laboratório. Posteriormente, foram levadas ao laboratório. Inicialmente, foram
pesadas in natura e mensuradas o comprimento e o diâmetro (espessura) da amostra com
paquímetro e tiveram sua massa quantificada em balança de precisão. Depois, deixou-se as
amostras para secagem por três dias, onde foram novamente quantificadas as massas.
Análise estatística dos dados
Utilizando o comprimento e espessura, calculou-se o volume de cada amostra. A
densidade de madeira foi calculada através da razão entre massa seca da amostra pelo volume
fresco da amostra (CHAVE et al. 2006).
Para cada espécie foi realizado um t teste t pareado para verificar se existe diferença
entre as amostras coletadas a 0,30 m e a 1,30 m de altura no software Past3 versão 1.0
(HAMMER; HARPER; RYAN, 2001).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Doze espécies apresentaram densidades de madeira semelhantes a 0,30m e a 1,30m
de posição de coleta do cilindro: Qualea grandiflora Mart (0,56g/cm3 a 0,30 m e 0,57g/cm
3 a
1,30 m), Annona coriacea Mart. (0,44g/cm3 a 0,3 m e 0,49g/cm
3 a 1,30 m), Caryocar
brasiliense A. St.-Hil (0,56g/cm3 a 0,30 m e 0,48g/cm
3 a 1,30 m), Curatella spp. (0,54g/cm
3 a
0,30 m e 0,53g/cm3 a 1,30 m), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (0,52g/cm
3 a 0,30 m e
0,52g/cm3 a 1,30 m), Hancornia speciosa Gomes (0,47g/cm
3 a 0,30 m e 0,37g/cm
3 a 1,30 m),
Dimorphandra mollis Benth (0,42g/cm3 a 0,30 m e 0,43g/cm
3 a 1,30 m), Aspidosperma
tomentosum Mart. (0,83g/cm3 a 0,30 m e 0,83g/cm
3 a 1,30 m), Dipteryx alata Vogel
(0,42g/cm3 a 0,30 m e 0,42g/cm
3 a 1,30 m), Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke (0,8g/cm
3 a
0,30 m e 0,77g/cm3 a 1,30 m), Machaerium acutifolium Vogel (0,77g/cm
3 a 0,30 m e
0,76g/cm3 a 1,30 m).
Em três espécies avaliadas, os valores de densidade de madeira foram maiores a 0,30
m. As espécies Cecropia pachystachya Trécul (0,47g/cm3 a 0,30 m e 0,46 g/cm
3 a 1,30 m),
121
Brosimum gaudichaudii Trécul (0,60 g/cm3 a 0,30 m e 0,57 g/cm
3 a 1,30 m) e Cedrela fissilis
Vell (0,49 g/cm3 a 0,30 m e 0,46 g/cm
3 a 1,30 m) apresentaram 2,91%, 5% e 6,12%,
respectivamente, de densidade de madeira maiores a 0,30 cm. Árvores que apresentam
maiores valores de densidade de madeira na posição 0,30 m, detêm um forte suporte
mecânico para suportar a planta como um todo, ocasionando resistências a diversos fatores.
Comparando as espécies avaliadas, aquelas com maior densidade de madeira foram
Aspidosperma tomentosum Mart. (0,83g/cm3 a 0,30 m e 0,83g/cm
3 a 1,30 m), Vatairea
macrocarpa (Benth.) Ducke (0,8g/cm3 a 0,30 m e 0,77g/cm
3 a 1,30 m) e Machaerium
acutifolium Vogel (0,77g/cm3 a 0,30 m e 0,76g/cm
3 a 1,30 m), sendo, portanto, classificadas
como madeiras de densidade alta (>0,80). As espécies que registraram menores valores foram
Annona coriacea Mart. (0,44g/cm3 a 0,3 m e 0,49g/cm
3 a 1,30 m), Hancornia speciosa
Gomes (0,47g/cm3 a 0,30 m e 0,37g/cm
3 a 1,30 m) e Dipteryx alata Vogel (0,42g/cm
3 a 0,30
m e 0,42g/cm3 a 1,30 m), classificadas como madeiras de densidade baixa (<0,50).
Foi possível observar que, entre as espécies amostradas, aquelas que possuíam menor
porte, mostraram um padrão de variação longitudinal crescente, no sentido base topo.
Enquanto espécies de maior porte, como a Cecropia pachystachya Trécul, Brosimum
gaudichaudii Trécul e Cedrela fissilis Vell, apresentaram um padrão de variação longitudinal
descrente, de maneira uniforme com a altura.
Esperava-se que as espécies nativas de Cerrado apresentassem altas densidades de
madeira, principalmente para garantir a proteção contra o fogo. Porém a maioria das espécies
apresentou densidade de madeira baixa, pelo papel de proteção ao fogo, desempenhado pelo
súber, e também, pelo menor porte das árvores. POORTER et al. (2008) afirma que plantas
que apresentam alta densidade da madeira apresentam, relativamente, menor taxa de
crescimento, sendo mais longevas, vindo a investir num caule forte para suportar a planta
como um todo, além de resistir a riscos ambientais. Segundo CHAVE et al. (2006), algo não
necessário para espécies de cerrado que são relativamente pequenas. Espécies de crescimento
rápido são caracterizadas por baixos custos de formação dos tecidos condutores de baixa
densidade da madeira, que permitem crescimento rápido em tamanho porque o tecido
condutor é menos dispendioso de construir, logo após eventos de queima é mais fácil de se
reproduzir um tronco com baixa densidade de madeira.
A variação de densidade de madeira ocorreu apenas em algumas espécies, mas não
deve ser descartada para espécies de Cerrado, pelo menos não para todas. Resultados
encontrados por SILVA et al. (2015) demostraram que, em uma mesma árvore ocorre
variação da densidade da madeira, geralmente sendo maior na porção inferior do tronco,
responsável por sustentar maior peso do vegetal.
CONCLUSÃO
A densidade de madeira apresentou baixa variação para a maior parte das plantas
analisadas do Cerrado, porém para algumas a densidade de madeira é maior a 0,30 m do que a
1,30 m, possivelmente para os indivíduos obterem maior sustentação da árvore, semelhante a
espécies arbóreas de maiores portes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, J.L.M.; SPAROVEK,
P.C. Koppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6,
p.711–728. 2014.
122
CHAVE, J. Medição da densidade da madeira em árvores tropicais – Manual do Campo. Pan
Amazonia, 2006.
CHAVE, J.; COOMES, D.; JANSEN, S.; LEWIS, S. L.; SWENSON, N. G.; ZANNE, A. E.
Rumo a um espectro mundial da economia da madeira. Ecology Letters, v. 12, n. 4, pg.
351-366, 2009.
HAMMER, O.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P. D. 2001. PAST - Palaeontological statistics.
Disponível em:<http://folk.uio.no/ohammer/past/>. Acesso em 29 jul 2018.
OLIVEIRA, G. M. V. Densidade da madeira em Minas Gerais: amostragem, espacialização e
relação com variáveis ambientais. 126 p. Tese de Doutorado em Ciências Florestais,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras,
Lavras, 2014.
POORTER, L.; PAZ, S. J. W. H.; ACKERLY, D. D.; CONDIT, R.; IBARRA-MANRÍQUEZ,
G.; HARMS, K. E.; LICONA, J. C.; MARTÍNEZ-RAMOS, M.; MAZER, S. J.; MULLER-
LANDAU, H. C.; PENA-CLAROS, M.; WEEB, C. O.; WRIGHT, I. J. Are functional traits
good predictors of demographic rates? Evidence from five Neotropical forests. Ecological
Society of America, v. 89, n. 7, pg. 1908-1920, 2008.
SWENSON, N. G.; ENQUIST, B. J. Determinantes ecológicos e evolutivos de uma
característica funcional da planta chave: densidade da madeira e sua variação em toda a
comunidade em toda a latitude e elevação. American Journal of Botany, v. 94, ed. 3, pg.
451-459, 2007.
SILVA, C. J.; VALE, A. T.; MIGUEL, E. P. Densidade básica da madeira de espécies
arbóreas de Cerradão no estado do Tocatins. Pesquisa Florestal Brasileira, v.35, n.82, p.63-
75, 2015.
123
Aptidão dos híbridos de milho BRS1055, P3646H e P3862YH para o
mercado de milho verde
Felipe Ribeiro Ilaria (1)
, Leandro Ferreira Damaso(2)
, Cecília Leão Pereira Resende(2)
, Fabrício
Rodrigues(3)
(1)
Estudante de agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás,
[email protected]. (2)
Mestrando na área de produção vegetal, Universidade Estadual de
Goiás, Ipameri, Goiás. (3)
Docente, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.
RESUMO
O milho verde vem crescendo significativamente, tornando-se uma opção de grande valor
econômico, principalmente para os produtores que utilizam mão-de-obra familiar. O objetivo
desse trabalho foi avaliar o desempenho de diferentes híbridos de milho verde, visando o
mercado nacional. Foram utilizados três híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás,
sendo os híbridos BRS1055, P3646H e P3862YH. Além destes, o AG1051, utilizado como
controle (padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande
aceitação comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas
empalhadas e comerciais. Registrou-se que os híbridos BRS1055 e P3862YH demonstraram
desempenho próximo ao AG1051 na primeira safra e inferior na segunda safra, deste modo,
não seriam possíveis concorrentes diretos de mercado.
Palavras-chave: Zea mays, cruzamento, Centro-Oeste, melhoramento.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país de grande importância dentro do cenário agrícola mundial,
principalmente quando se diz respeito a produção de milho, chegando a terceiro maior
produtor. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção
brasileira foi de aproximadamente 89 milhões de toneladas, com produtividade média de
5.400 kg ha-1
(CONAB, 2018). Além da obtenção de grãos, o país conta também com o milho
verde, que vem crescendo significativamente. A cultura tornou-se uma opção de grande valor
econômico, principalmente para os produtores que utilizam mão-de-obra familiar, devido à
grande demanda pelo produto in natura e pela indústria de conservas alimentícias, que visam
a consumação das mais variáveis formas, como, cozido, assado ou processado
(ARCHANGELO et al., 2007).
De acordo com as exigências do mercado consumidor de milho verde, as cultivares
ideais para sua produção deve demonstrar espigas longas e cilíndricas (maiores que 15 cm de
comprimento e 3 cm de diâmetro), com sabugo claro e fino, com bom empalhamento e grãos
dentados de cor amarelo-creme, além de apresentarem entre 70% a 80% de umidade
(CAMILO et al., 2015). Entretanto, existe variação entre os períodos de colheita (R3) e o
tempo de permanência no campo, que é de aproximadamente 20 a 30 dias após o
florescimento, tornando-se dependente da cultivar utilizada e de seu ciclo de vida, podendo
chegar a 25 t ha-1
(LUZ et al., 2014).
Apesar do notável crescimento no consumo e consequentemente na produção de milho
verde, ainda existem poucas informações disponíveis do assunto. Um exemplo são os
números de cultivares disponíveis no mercado. Na safra de 2016/17 a Embrapa Milho e Sorgo
124
realizou um levantamento das cultivares de milho a serem oferecidos aos produtores,
totalizando 315 cultivares, porém sendo somente indicados para a produção de milho verde 4
cultivares, deixando evidente a necessidade de se obter novas populações para diferentes
regiões (PEREIRA FILHO & BORGHI, 2016).
Existe a escassez de informações genéticas de características envolvidas para a
produção de milho verde e a falta de disponibilidade de cultivares destinadas a este mercado,
o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de diferentes híbridos de milho verde,
visando o mercado nacional.
MATERIAL E MÉTODOS
O solo da região é composto por Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, conforme os
critérios descritos conforme EMBRAPA (2013). A região apresenta clima tropical úmido,
com duas estações bem definida, seca e chuvosa, sendo o experimento instalado sobre a
chuvosa, entre os meses de outubro a dezembro.
Foram utilizados dez híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás, sendo os
híbridos BRS1055, P3646H e P3862YH. Além destes, o AG1051, utilizado como controle
(padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande aceitação
comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas
empalhadas e comerciais.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, por duas safras agrícolas, em que cada parcela foi constituída por quatro fileiras,
com quatro metros de comprimento e espaçadas 0,5 metros, com três plantas por metro linear,
utilizando-se somente as duas fileiras centrais, totalizando uma área útil de 4m2.
Foram avaliadas as características: AE - altura da espiga, no qual foi realizada a
medição das plantas, após o florescimento feminino, obtendo-se a altura de seis plantas
representativas da área útil de cada parcela, em cm, da região do colo da planta até a base da
espiga; PEE - produtividade de espigas empalhadas, obtida pela soma do peso total das
espigas com palha na área útil de cada parcela, posteriormente, transformados para toneladas
por hectare; PED - produtividade de espigas despalhadas, no qual foi obtida pela da soma do
peso das espigas despalhadas de cada parcela, posteriormente, transformados para toneladas
por hectare; PEC - produtividade de espigas comerciais, no qual foi obtida pela da soma do
peso das espigas despalhadas maiores que 15 cm e com diâmetro superior a 3 cm e, também,
isentas de pragas e doenças; COMP - comprimento médio das espigas comerciais, no qual
mediu-se o comprimento de cinco espigas comerciais, tomadas ao acaso em cada parcela,
sendo a média aritmética dessas espigas atribuída à parcela; DIAM - diâmetro médio das
espigas comerciais, no qual foi medido, com o auxílio de um paquímetro, o diâmetro médio
de cinco espigas comerciais tomadas ao acaso em cada parcela, sendo atribuída a média
aritmética do diâmetro à parcela; MG – massa de grãos, obtida por meio da retirada da massa
dos grãos de três espigas comerciais, rente a espiga, com auxílio de raladores e,
posteriormente, pesada a massa fresca; e a RB - renda bruta – medida calculada por meio da
produtividade de espigas empalhadas por hectare (PEE), o qual a produtividade é
transformada em reais, obtida pela transformação da produtividade em sacos de 25 kg e
atribuído o valor de 20 reais/saco, utilizando o valor pago no mês de fevereiro de 2015, de
acordo com o CEASAGO (2017).
Posteriormente, realizada a construção do gráfico em radar, par a par, sendo o híbrido
AG1051 utilizado como padrão de qualidade (Controle = 100%), logo após, sendo comparado
com os demais híbridos, utilizando as médias obtidas para cada variável testada, com
diferença significativa entre os híbridos, nas safras.
125
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Registra-se que os híbridos BRS1055 (A e B) e P3862YH (E e F), conforme Figura 1,
demonstraram desempenho próximo ao AG1051 na primeira safra e inferior na segunda safra,
deste modo, não seriam possíveis concorrentes diretos de mercado. Isso se deve a fatia
importante do mercado nacional que o controle (AG1051) já possui e por apresentar
características comprovadas para produção de minimilho (CASTRO et al., 2013), matéria
seca de planta inteira (PEREIRA et al., 2011) e com potencial para a ser usado na alimentação
de bovinos para a produção de leite (OLIVEIRA et al., 2007).
Figura 1. Comportamento médio dos híbridos BRS1055 (A e B), P3646H (C e D) e P3862YH (E e F),
comparados com o AG 1051 (controle – 100%), para as variáveis de altura de espiga (AE), produtividade de
espigas empalhadas (PEE), produtividade de espigas despalhadas (PED), produtividade de espigas comerciais
(PEC), comprimento médio de espigas comerciais (COMP), massa de grão (MG) e rendimento bruto (RB),
durante duas safras agrícolas (A, C e E – Primeira Safra) e (B, D e F – Segunda safra).
Além disso, o lucro oferecido seria de 1460 reais, com relação ao BRS 1055 e de
apenas 470 reais, para o híbrido P3862YH, com menor ou similar porcentagem de MG,
respectivamente, e, ainda, com maiores riscos para o produtor, caso ocorresse veranicos
próximos ao florescimento e/ou no início dos estádios reprodutivos, como observado na
segunda safra.
50
75
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PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
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75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
A B
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
C D
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
E F
50
75
100
125
150AE
PEE
PED
PECCOMP
MG
RB
— BRS 1055 (13/14)
--- AG 1051 (13/14) — BRS 1055 (14/15)
--- AG 1051 (14/15)
— P3646H (13/14)
--- AG 1051 (13/14)
— P3646H (14/15)
--- AG 1051 (14/15)
— P3862YH (13/14)
--- AG 1051 (13/14) — P3646H (14/15)
--- AG 1051 (14/15)
126
CONCLUSÃO
Conclui-se que a segunda safra interferiu negativamente nos resultados devido ao
veranico ocorrido na região, entretanto percebe-se a autoridade nítida do híbrido AG1051 em
relação aos outros híbridos em praticamente todas as variáveis.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2016/2017. Embrapa Milho e Sorgo, 2016 (Folhetos 202).
127
Decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de
eucalipto
Natália Cássia de Faria Ferreira (1)
; Jéssica Rodrigues de Mello Duarte (2)
; Guilherme Felipe
de Oliveira Flor (3)
; Tatiana Vieira Ramos (4)
(1)
Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de
Goiás; Ipameri, Goiás; (3)
Estudante de agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri,
Goiás; (4)
Docente; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
A serapilheira compreende a principal via de transferência de matéria orgânica e nutrientes ao
solo, o que garante a manutenção da capacidade produtiva de sítios florestais. O objetivo foi
avaliar a decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de eucalipto em
Ipameri, Goiás. Para avaliar a decomposição de serapilheira foi realizada a análise da perda de
massa, utilizando-se litter bags (bolsas de naylon 1 mm) com dimensões 20 x 30 cm, para sua
composição, foram utilizadas 50g de folhas dispostas na área de estudo, posteriormente foram
distribuídos aleatoriamente em área de mata nativa e plantio de E. urograndis. A coleta foi
realizada mensalmente, com a retirada de cinco bolsas em cada local de avaliação, durante o
período de 12 meses. Verificou-se que a maior taxa de decomposição foi advinda dos litter
bags dispostos entre a área de mata nativa quando comparada ao plantio de eucalipto.
Palavras-chave: Litter bags, biomassa, aporte.
INTRODUÇÃO
A dinâmica do processo de ciclagem de nutrientes vem recebendo cada vez mais
destaque nos ecossistemas florestais, com ênfase na compreensão do papel de reservatório e
de fluxo nutricional desempenhado pela serapilheira (GRUGIKI et al., 2017). A serapilheira é
composta por todo material vegetal depositado ao solo pelas árvores, bem como: folhas,
ramos, inflorescências, frutos, flores e sementes, a qual apresenta influência direta na
ciclagem de nutrientes, a partir do incremento de matéria orgânica a solos que apresentam
baixa fertilidade (PINTO et al., 2016). Os fatores bióticos e abióticos interferem na
decomposição do material orgânico, sendo determinantes na composição do material que se
acumula sobre o solo florestal (GIÁCOMO et al., 2012).
A produtividade de um ecossistema associa-se à qualidade e quantidade de nutrientes
estocados em piso florestal, bem como na velocidade do processo de decomposição da
serapilheira, o que ressalta a grande importância de estudos que avaliem a taxa de
decomposição do material orgânico em florestas nativas e em plantios comerciais, os quais
podem subsidiar informações necessárias aos processos de conservação e manejo florestal
(INKOTTE et al., 2015).
A composição do sistema florestal nativo ou plantado favorece a criação de um
microambiente, o qual garante a interação entre agentes decompositores e fatores físico-
químicos do solo, onde a decomposição de serapilheira disponibiliza ao solo elementos
minerais essenciais às plantas e assim, maximiza o processo de ciclagem de nutrientes (NETO
et al., 2015; ROSA et al., 2017). Tanto em florestas nativas como em plantios florestais, a
128
matéria orgânica acumulada na superfície do solo é incorporada ao solo, onde ao ser
decomposta, corrobora com a dinâmica dos ecossistemas florestais, pois se torna fonte de
nutrientes às plantas, além favorecer a drenagem de água no solo e proporcionar proteção
contra processos erosivos (SILVA et al., 2014).
Diante ao exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a taxa de decomposição de
serapilheira em área de mata nativa e plantio de Eucalyptus urograndis, localizados no
município de Ipameri, Goiás.
MATERIAL E MÉTODOS
Para avaliar a decomposição da serapilheira foi realizada a análise da perda de massa,
utilizando-se litter bags (bolsas de naylon com malha de 1 mm) com dimensões 20 x 30 cm
(Figura 1). Os litter bags, foram compostos com 50g de folhas recém-caídas, de modo a
simular a deposição natural da serapilheira (Figura 1).
Figura 1. A) Modelo de litter bag utilizado no estudo; B) Pesagem de litter bag com 50g de
serapilheira para instalação em área mata nativa e plantio de E. urograndis localizados em
área experimental da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.
Foram confeccionados 100 litter bags totais. A instalação contou com a disposição de
50 litter bags em piso florestal em mata nativa e outros 50 litter bags em plantio de eucalipto,
ambos com distribuição aleatória. Estes foram fixados com fio de arame ao solo, para evitar
seu deslocamento por meio de ação de vento, chuva ou animais. A coleta foi realizada a cada
30 dias com a retirada de duas bolsas de cada local de avaliação, durante o período de 12
meses.
Após a coleta, os litter bags foram levados ao laboratório de solos, onde eram
examinados para a retirada das partículas de solo retidas ao material orgânico, posteriormente
realizou-se a pesagem da massa do material vegetal em balança analítica de precisão. A taxa
de decomposição foi calculada através do material remanescente nos litter bags ao longo do
período avaliado, com o uso da fórmula:
Massa remanescente (%) = (massa final/massa inicial) x 100.
129
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
A maior taxa de decomposição de serapilheira ocorreu entre em área de mata nativa (Tabela
1). Na região de mata nativa há maior tendência de perda de massa constante. A diferença da
taxa de decomposição ao longo do período foi pequena, as taxas de decomposição do material
disposto em mata nativa e plantio de eucalipto aumentaram de 2,77% no início do período de
avalição para 10,13% ao fim das avaliações.
Tabela 1. Taxa de decomposição de serapilheira (%) em área de mata nativa e plantio de E.
urograndis, no município de Ipameri, Goiás.
Período de Avaliação Taxa de Decomposição Serapilheira (%)
Mata Nativa Plantio de Eucalipto
Abril 100 100
Maio 96,43 99,20
Junho 96,16 98,72
Julho 94,72 97,83
Agosto 93,63 96,81
Setembro 90,80 95,95
Outubro 88,55 95,08
Novembro 87,37 94,53
Dezembro 86,19 94,00
Janeiro 85,05 93,57
Fevereiro 83,27 93,03
Março 81,21 91,56
Abril 80,67 90,80
Ao final do experimento, os litter bags dispostos em área de mata nativa apresentaram
um remanescente de 80,67%, já em área de plantio de eucalipto a taxa de decomposição
apresentou-se equivalente a 10,13% a menos, seja em função das variáveis ambientais, da
disponibilidade de agentes decompositores ou da qualidade do material vegetal.
A cobertura florestal é um fator determinante no processo de decomposição de
serapilheira, a qual define a estrutura do material formador e fatores que influenciam de
maneira direta na decomposição, bem como condições ambientais e propriedades físico-
químicas do solo (BARBOSA et al., 2017). Provavelmente a baixa velocidade de
decomposição do eucalipto pode ter ocorrido em função ao alto conteúdo polifenóis e lignina
presentes em sua composição, quando comparada com as espécies nativas (DE CARVALHO
et al., 2017).
A serapilheira fornece nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas a longo
prazo, com lenta disponibilização dos nutrientes, porém de forma contínua, o que reduz
perdas do sistema de interação entre solo-planta, o que corrobora com os resultados obtidos
no presente estudo (MOMOLLI et al., 2018).
CONCLUSÃO
Verificou-se que a maior taxa de decomposição foi advinda dos litter bags dispostos
entre a área de mata nativa quando comparada ao plantio de eucalipto, o que representa uma
alternativa viável a incorporação de nutrientes no solo.
130
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Biomassa, Carbono e Nitrogênio na Serapilheira Acumulada de Florestas Plantadas e
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GRUGIKI, M. A.; ANDRADE, F. V.; PASSOS, R. R.; FERREIRA, A. C. F. Decomposição e
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INKOTTE, J.; MAFRA, Á. L.; RIOS, P. D.; BARETTA, D.; VIEIRA, H. C. Deposição de
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MOMOLLI, D. R.; SCHUMACHER, M. V.; DICK, G., VIERA, M.; DE SOUZA, H. P.
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plantios de Pterogyne nitens tul. e Eucalyptus urophylla ST Blake no sudoeste da
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PINTO, H. C. A.; BARRETO, P. A. B.; DA GAMA-RODRIGUES, E. F.; GARCIA R.;
BARBOSA DE OLIVEIRA, F.; DE PAULA, A.; AGUIBERTO RANULFO, A.
Decomposição da serapilheira foliar de floresta nativa e plantios de Pterogyne nitens e
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GAMA-RODRIGUES, E. F.; OLIVEIRA, F. G. R. B. Decomposição de serapilheira foliar
em três sistemas florestais no Sudoeste da Bahia. Revista Brasileira de Biociências, v. 12, n.
3, 2014.
131
Avaliação do efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea
grandiflora Mart.)
Jéssica Rodrigues de Mello Duarte(1)
; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)
; Guilherme Felipe de
Oliveira Flor(3)
; Leandro Ferreira Damaso(4)
(1)
Engenheira Agrônoma, Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;
Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)
Engenheira Florestal, Mestranda em
Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)
Estudante de
Agronomia, Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (4)
Engenheiro Agrônomo,
Mestrando em Produção Vegetal Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
Qualea grandiflora Mart., popularmente conhecida como Pau-terra, é uma árvore de elevada
importância ecológica, sendo considerada a espécie lenhosa de maior distribuição no cerrado.
O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea
grandiflora Mart.) em caixas gerbox e em papel germitest. As sementes de pau-terra foram
coletadas de árvores matrizes localizadas no município de Ipameri, Goiás. O experimento foi
realizado na Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri. Para verificar a
germinabilidade e o vigor das sementes de Qualea grandiflora foram realizados testes em
caixas gerbox e em papéis germitest, ambos em condições de laboratório. Foram avaliados os
percentuais germinativos de sementes de pau-terra aos 5, 10 e 15 dias. O papel germitest se
mostrou como uma melhor alternativa para germinação de sementes de Qualea grandiflora
Mart., visto que apresentou maior número de sementes germinadas e não apresentou sementes
com fungos durante o período avaliado.
Palavras-chave: Germitest, Germinação, Gerbox, Cerrado.
INTRODUÇÃO
Qualea grandiflora Mart., popularmente conhecida como Pau-terra, é uma árvore de
elevada importância ecológica, sendo considerada a espécie lenhosa de maior distribuição no
cerrado, estando presente tanto em fisionomias mais abertas quanto nas florestais. A espécie é
considerada pouco restritiva quanto ao nível de luminosidade e nutrientes no solo adequados
para a germinação de sementes e crescimento inicial de plântulas (COSTA e SANTOS,
2011).
Estudos evidenciam homogeneidade nos aspectos morfológicos das sementes, bem
como a germinação de plântulas de Qualea grandiflora Mart., na qual o desenvolvimento de
plântulas normais é favorecido a 30ºC, sendo essa a temperatura sugerida para o teste padrão
de germinação, caracterizando-se assim como informações confiáveis a estudos posteriores
com a referida espécie, além disso, devido a homogeneidade apresentada, constata-se que as
informações morfológicas das sementes poderão ser utilizadas em estudos taxonômicos, em
laboratório ou em viveiros quando se necessitar avaliar a qualidade fisiológica de sementes,
interpretar os testes de germinação, reconhecimento da espécie e no estudo da regeneração
natural (FERREIRA et al., 2001; BILIO et al, 2013).
132
A classificação quanto a tolerância à dessecação e a capacidade de armazenamento de
sementes de Qualea grandiflora Mart., revela que a espécie classifica-se como intermediária,
pois não tolera o processo de secagem submetida a baixos conteúdos de água, pois, após a
secagem, tanto rápida quanto lenta, e armazenamento em câmara fria, constata-se decréscimo
na germinação, mostrando a importância em se obter sementes com boa germinação (NERY
et al., 2014). Diante inúmeros benefícios e utilizações, estudos destacam que a casca de
Qualea grandiflora Mart. apresenta atividade antimicrobiana, principalmente sobre cepas
gram-positivas, o que demonstra qual grande é a necessidade de realização de novos estudos
sobre a germinação da espécie, uma vez que a produção florestal, é dependente de boa
germinação (MOURA et al., 2012).
Contudo, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito germinativo de sementes de Pau-
terra (Qualea grandiflora Mart.) em caixas gerbox e em papel germitest.
MATERIAL E MÉTODOS
Coleta e beneficiamento das sementes As sementes de pau-terra foram coletadas de árvores matrizes, ao iniciar a abertura
espontânea, estas localizadas no município de Ipameri, Goiás. O experimento foi realizado no
laboratório Interdisciplinar I da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.
Após a coleta, as cápsulas foram dispostas a pleno sol para o processo de secagem,
durante três dias por um período equivalente a 10 horas/dia, sendo recolhidos a noite. Após o
processo de secagem e abertura dos frutos, foi realizado o beneficiamento manual das
sementes, para a remoção de alas e impurezas (Figura 1).
Figura 1. Sementes de Qualea grandiflora coletadas em área de mata nativa localizada na
Universidade Estadual de Goiás.
Para a caracterização inicial das sementes foi realizada a pesagem de mil sementes,
segundo a Regra de Análise de Sementes, seguindo o delineamento de 8x100 (oito repetições
de cem sementes).
Instalação dos experimentos
Para verificar a germinabilidade e o vigor das sementes de Qualea grandiflora foram
realizados testes em caixas gerbox e em papéis Germitest, ambos em condições de
laboratório. Inicialmente realizou-se a desinfestação das sementes, as quais foram colocadas
133
em álcool 70% (30 segundos), seguido de hipoclorito de sódio a 1% (2 minutos) e em seguida
mergulhadas em água destilada.
Foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de pau-terra aos 5, 10 e 15
dias em papéis germitest e em caixas gerbox.
Para avaliar o percentual de germinação em papel germitest, realizou-se a esterilização
com hipoclorito de sódio a 20%. Foram utilizadas três folhas de papéis germitest para cada
rolo, em seguida foram pesadas para a determinação da quantidade de água necessária para a
umidificação de tais, equivalente a 2,5 vezes superiores ao peso das sementes. As folhas
foram umidificadas e posteriormente as sementes foram dispostas uniformemente com
espaçamento equidistante em rolos de papéis germitest com quatro repetições com 25
sementes, em seguida as sementes foram cobertas com uma das folhas de papel germitest e as
bordas laterais foram dobradas e enroladas com elásticos nas extremidades.
Também foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de pau-terra em
caixas gerbox, as quais foram esterilizadas com hipoclorito de sódio a 20%. As sementes
foram dispostas uniformemente com espaçamento equidistante em caixas gerbox com quatro
repetições com 25 sementes. Os rolos de papéis germitest e caixas gerbox foram levados ao
germinador (B.O.D) durante 120h até a primeira contagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora Mart.
em papel germitest encontram-se na Tabela 1. Foram avaliadas quatro repetições com 25
sementes em cada repetição, sendo que nas avaliações feitas no período de 10 dias e 15 dias
após a instalação do experimento foi observada a melhor taxa de germinabilidade em papel
germitest. Não foram observadas sementes com fungos e o percentual de sementes não
germinadas foi de 10%.
Tabela 1. Percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora em papel germitest.
Período de Avaliação Tratamentos
Total T1 T2 T3 T4
1ª Contagem (5 dias) 0 0 0 0 0
2ª Contagem (10 dias) 11 12 12 15 50
3ª Contagem (15 dias) 8 10 13 9 40
SNG 6 3 0 1 10
SCF 0 0 0 0 0
Germinação total 19 22 25 24 90
*SNG: Sementes não germinadas
*SCF: Sementes com fungos.
Os resultados do percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora Mart.
em caixas gerbox encontram-se na Tabela 2. Foram avaliadas quatro repetições com 25
sementes em cada repetição, sendo que nas avaliações feitas no período inical de 5 dias e 10
dias após a instalação do experimento foi observada a melhor taxa de germinabilidade. As
sementes germinaram mais rapidamente quando comparadas ao tratamento com papel
germitest, porém foi observado um alto percentual de sementes com fungos, sendo que mais
de 50% das sementes apresentaram a presença de patógenos, o que pode vir a comprometer a
qualidade das sementes. O percentual de germinação foi de 68%, muito abaixo do
apresentado quando utilizamos o papel germitest.
134
Tabela 2. Percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora em caixas gerbox.
Período de Avaliação Tratamentos
Total T1 T2 T3 T4
1ª Contagem (5 dias) 8 10 4 8 30
2ª Contagem (10 dias) 5 4 7 7 23
3ª Contagem (15 dias) 7 4 2 2 15
SNG 5 7 12 8 32
SCF 13 14 11 15 53
Germinação total 20 18 13 17 68
*SNG: Sementes não germinadas
*SCF: Sementes com fungos.
Estudos de Dousseau et al. (2013) corroboraram com os resultados encontrados, visto
que o mesmo relatou a importância na escolha do substrato para os processos de germinação e
pós-germinação, e ressaltou ainda que para definição adequada é importante levar em conta
fatores como o tamanho dos diásporos e seus requisitos em relação à umidade e à luz,
densidade, absorção e retenção de água, aeração, ausência de patógenos e substâncias tóxicas.
CONCLUSÃO
O papel germitest se mostrou como uma melhor alternativa para germinação de
sementes de Qualea grandiflora Mart., visto que apresentou maior número de sementes
germinadas e não apresentou sementes com fungos durante o período avaliado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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135
Quebra de dormência de sementes de Araticum do Cerrado de Goiás
Anderson Dias Vaz de Souza(1)
; Edvan Costa da Silva(1)
; Muriel Bacelos Silveira(2)
; Nei
Peixoto(3)
; Saulo Araújo de Oliveira(3)
(1)
Mestrando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO;
[email protected]; (2)
Profissional; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus
Ipameri/GO; (3)
Docente, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.
RESUMO
Araticum é uma espécie frutífera nativa do Cerrado, apresentando potencial de exploração e a
indústria alimentícia, para fins medicinais e agrícolas, sendo o objetivo da presente pesquisa
avaliar o efeito do GA3, em diferentes tempos de imersão, na superação da dormência de
sementes de araticum do cerrado. O experimento foi conduzido em estufa na UEG, Câmpus
Ipameri. Realizou-se a semeadura de sementes com e sem tratamento de GA3, submetidos a
diferentes tempos de imersão, com delineamento experimental de blocos inteiramente
casualizados e a observação da emergência das plântulas e tempo decorrido. Os dados foram
submetidos à análise de variância, utilizando o programa de análise estatística Sisvar, sendo
as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Na concentração
de 1.000 mg L-1
de GA3 é eficiente para superação dormência das sementes e que os tempos
de imersão no ácido não afetam profundamente o tempo médio de germinação.
Palavras-chave: Annona crassiflora Mart., Ácido giberélico, Dormência, Emergência.
INTRODUÇÃO
O araticunzeiro (Annona crassiflora Mart.), também conhecido como marolo,
Araticum e pinha-do-Cerrado está entre as espécies nativas do Cerrado que apresentam
potencial frutífero, porém pouco se conhece sobre seu comportamento em condições naturais
(BRAGA FILHO et al., 2009; PIMENTA et al., 2014).
A germinação do marolo ocorre com dificuldade, havendo um longo período de
dormência. Isso se dá devido à problemas endógenos, uma vez que o embrião necessita
primeiro desenvolver seus órgãos para que ocorra a germinação, e por possuírem tegumento
bastante duro (PEREIRA, 2004; SOARES et al., 2009). O processo de germinação pode levar
até 200 dias para ocorrer mesmo em condições de viveiro (MELO, 2006).
Para minimizar o problema referente à dormência de sementes de araticum, vários
trabalhos têm sido conduzidos para quebra de dormência de diferentes espécies, utilizando
diferentes métodos para aumentar o índice de germinação (SALVADOR, 2010).
Em estudos relacionados, deve-se: buscar a caracterização do processo germinativo
das sementes; conhecer os procedimentos necessários à obtenção de maiores índices e
velocidade de germinação; e ainda, obter um desenvolvimento inicial mais rápido e uniforme
das plântulas (BERNARDES et. al., 2007).
Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do ácido giberélico, em
diferentes tempos de imersão, na superação da dormência de sementes de araticum do cerrado
(Annona crassiflora Mart.).
136
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus
Ipameri - GO (17º43‘00.38‘‘S, 48º08‘40.96‘‘W, 796 m), em Latossolo Vermelho Amarelo
Distrófico e clima Tropical Semi-úmido, no período de março a setembro de 2017. Os frutos
de Annona crassiflora Mart., foram obtidos em comércio local no município de Goiânia –
GO.
A extração das sementes de araticum foi conduzida com auxílio de uma peneira de
malha de aço e água corrente. Após a retirada da polpa, as sementes foram postas para secar
em local seco, sombreado e ventilado, sobre papel toalha e armazenadas durante um mês,
período antecedente a semeadura.
Às vésperas da semeadura, as sementes foram colocadas em um recipiente com 5,0 L
de água destilada por 12 horas, procedimento para retirada de sementes chochas e brocadas, e
sem seguida, foram postas para secar
O delineamento experimental utilizado foi de blocos inteiramente casualizados com os
tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 4, tendo como fatores duas concentrações de
ácido giberélico (0 e 1000 mg. L-1
) e tempos de imersão na solução (24, 48, 72 e 96 horas).
Cada parcela foi constituída por um vaso, com capacidade de 3 litros, tendo como substrato
areia lavada, recebendo 40 sementes cada um.
Para a semeadura foi realizado uma homogeneização das sementes e imersão nas
soluções. A semeadura foi realizada nos dias 20, 21, 22 e 23 de abril de 2017, relacionando os
respectivos tempos de embebição. A mesma foi feita em vasos redondos para os tratamentos
com água destilada, e jardineiras para o tratamento com ácido giberélico. Os vasos foram
mantidos na estufa do Câmpus, com regas diárias ao longo do período de avaliação.
O início da avaliação se deu a partir da emergência da primeira plântula, no dia 31 de
maio de 2017, e se estendeu até 22 de setembro do referido ano. A avaliação da emergência
das plântulas foi realizada de dois em dois dias, durante 72 dias. Após esse período, as
avaliações foram procedidas semanalmente pois houve diminuição na emergência das
sementes de araticum. Obteve-se assim, os dados para o cálculo do índice de velocidade de
emergência (IVE).
Foi considerada emergida a plântula cujos cotilédones se apresentaram elevados, acima do
nível do substrato. De acordo com MAGUIRRI (1962), IVE é a somatória da razão entre o
número de plântulas emergidas em campo no dia da observação (numerador) e o número de
dias transcorridos da semeadura (denominador), do primeiro ao último dia da contagem.
Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando o programa de análise
estatística Sisvar, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Com base dos resultados obtidos, foi observado que a emergência da primeira plântula
ocorreu aos 40 dias no tratamento com o ácido giberélico (GA3) e 48 horas de imersão. Esse
resultado comparado ao encontrado por BRAGA FILHO et al. (2014), de 32 dias após a
semeadura, mostrou uma diferença de 8 dias para a ocorrência da emergência da primeira
plântula utilizando a concentração de 100 ppm de ácido giberélico (GA3) e tempo de imersão
de 48 horas.
O experimento apresentou diferença significativa nas médias de porcentagem final de
germinação para o tratamento com ácido giberélico (GA3) em relação ao tratamento sem o
GA3 (Tabela 1).
137
Tabela 1 – Médias da porcentagem final de germinação (PG) nos tratamentos sem Ácido
Giberélico (GA3) e com GA3. Ipameri, GO. 2018.
Tratamentos Médias % final de germinação
Sem GA3 1.25¹ b
1000 mg.L 23.12 a
¹Médias seguidas da mesma letra não diferem ente si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
BERNADES et al. (2007) testaram a aplicação de diferentes fitohormônios em
sementes recém-colhidas e armazenadas de araticum e, também, demonstraram a eficiência
do uso de ácido giberélico na concentração de 1.000 ppm na quebra da dormência da semente.
Essa indicação de concentração de GA3 também está presente em SOARES et al. (2009). No
documento, recomenda-se a imersão das sementes de marolo por 48 h em soluções de 1.000 a
2.000 mg L-1
de GA3 para auxiliar o processo germinativo.
Foi observado no experimento que a interação entre a aplicação de GA3 e o tempo de imersão
(TI) resultou em diferenças significativas nos resultados das análises de porcentagem final de
germinação (Tabela 2).
A atuação do ácido giberélico sobre a superação de dormência das sementes é a
responsável por essa diferença, uma vez que as observações foram realizadas em amostras
sem o ácido e com o mesmo. Em média, os tratamentos com a utilização de GA3 associados a
maior tempo de imersão na solução, proporcionaram maiores porcentagens de emergência.
Tabela 2 – Médias de porcentagem de emergência em diferentes tempos de imersão em ácido
giberélico. Ipameri, GO. 2018.
Tempo de imersão (h) Médias % de emergência
48 16.250000¹ b
24 16.250000 b
96 27.500000 a
72 32.500000 a
¹Médias seguidas da mesma letra não diferem ente si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
No entanto, observa-se que o tempo de 72 horas de imersão no GA3 apresentou
melhor média de porcentagem de emergência neste experimento (Tabela 2). Esse resultado é
corroborado pela recomendação de MELO et al. (2000) de imergir as sementes de araticum
em 1,0 g de ácido giberélico em 1,0 L de água por 72 horas para reduzir o período de
germinação significativamente de 210 dias para 60 a 120 dias. PEREIRA et al. (2004)
recomendam, além desse período e concentração de GA3, a utilização da concentração de 250
mg.L-1
e imersão de 96 horas para diminuir custos e obter resultados próximos.
CAVALCANTE (2007) ao testar a emergência de sementes, armazenadas e recém-
colhidas, da espécie em diferentes tipos de substratos observou uma grande variação de
germinação, indicando que o ácido giberélico pode antecipar esse período de dormência.
PEREIRA et al. (2004) encontraram coeficiente de variação que indica média dispersão ao
comparar tratamentos na germinação de sementes de marolo, utilizando também o GA3 em
variados tempos de imersão.
Como houve germinação apenas no tempo de imersão de 48 horas nos tratamentos
sem ácido giberélico, foi feita a análise do tempo médio de emergência como se os
tratamentos fossem independentes, excluindo os em que não houve emergência.
Não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos quanto ao tempo
médio de emergência das plântulas, cuja média geral foi de 51 dias.
138
CONCLUSÃO
O ácido giberélico contribui sobremaneira para a superação dos problemas técnicos de
estabelecimento da cultura. A concentração de 1000 mg L-1
de GA3 é eficiente para a quebra
da dormência e auxilio na germinação da semente do araticum.
O tempo médio de germinação das sementes de marolo não é profundamente afetado
pelos diferentes tempos de imersão das sementes em GA3. Sendo sugerida que o
fitohormônio possui maior influência na porcentagem final de germinação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Cerrado de Goiás. Bioscience Journal. Uberlândia, v. 30, n. 1, p. 74-81. 2014.
BRAGA FILHO, J. R.; NAVES, R. V.; VELOSO, V. R. S.; CHAVES, L. J.; NASCIMENTO,
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17. 2009.(Boletim Técnico - n. 82).
139
Capacidade germinativa de sementes de Carvoeiro
Guilherme Felipe de Oliveira Flor(1)
; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)
; Jéssica Rodrigues de
Mello Duarte(2)
; Leandro Ferreira Damaso(2)
(1)
Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Mestranda(o) em Produção Vegetal; Universidade
Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
Sclerolobium paniculatum Vogel é uma espécie pioneira, típica do cerrado stricto sensu e
destaca-se por boa adaptação e potencial silvicultural. O trabalho teve por objetivo realizar
avaliação do potencial germinativo de sementes de Sclerolobium paniculatum Vogel. A coleta
e beneficiamento das sementes foram realizados em área de mata nativa situada no município
de Ipameri, Goiás. Para verificar o potencial germinativo e o vigor das sementes foram
realizados testes de sanidade do material em estudo, posteriormente, com o intuito de
averiguar a germinação das sementes, foram realizados e instalados testes em caixas gerbox e
em papéis germitest, ambos em condições de laboratório. Para constatar o potencial das
sementes, os testes foram realizados aos 5, 10 e 15 dias. A maior taxa de germinação de
sementes de Sclerolobium paniculatum Vogel, apresentou-se superior aos 10º de avaliação,
para ambos os testes avaliados.
Palavras-chave: Vigor, Emergência, Potencial germinativo, Sclerolobium paniculatum.
INTRODUÇÃO
Sclerolobium paniculatum Vogel, também conhecida como cachamorra, carvoeiro ou
táxi-branco refere-se a uma espécie pioneira, nativa do Brasil e de ocorrência nas regiões
Norte, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (STALLBAUN et al., 2017). Apresenta elevado
potencial econômico em função às suas características organolépticas, crescimento acelerado,
boa formação de serapilheira, o que garante maior incorporação de matéria orgânica e
nutrientes ao solo, além da qualidade madeireira, destinada a carvoaria, construções rurais e
civis, bem como a produção de caibros e moirões, o que evidencia seu grande potencial
silvicultural (DE FREITAS et al., 2012; MORAIS et al., 2017).
O carvoeiro apresenta porte médio, podendo atingir até 20m de altura, tronco retilíneo,
com dominância apical bem definida, além de apresentar aspectos silviculturais que
favorecem a sua escolha para plantios comerciais, toda via, sua utilização também é comum
em projetos de reflorestamento em ambientes degradados devido a fácil adaptação a solos
pobres, rápido crescimento, elevada deposição de folhas, com ênfase à associação com
bactérias fixadoras de N atmosférico, o que corrobora com a incorporação nutricional em
solos de baixa fertilidade (DA CONCEIÇÃO et al., 2013).
Típica do cerrado sensu stricto, apresenta destaque por seu crescimento acelerado e
ocorrência em diversos tipos de solos, inclusive em ambientes com solos ácidos. Além das
inúmeras características, a produção do carvoeiro é destinada principalmente para a formação
de energia, por isso torna-se necessário novos estudos que ressaltem a importância da espécie,
de modo a facilitar seu manejo silvicultural, garantindo a produção de mudas de qualidade e
140
consequentemente, acarretarão maior viabilidade e produtividade aos plantios florestais
(TERRA, 2018).
Diante ao abordado, o presente trabalho teve como objetivo realizar a avaliação do
potencial germinativo de sementes de Sclerolobium paniculatum.
MATERIAL E MÉTODOS
Coleta e beneficiamento das sementes As sementes de pau-terra foram coletadas de árvores matrizes, ao iniciar a abertura
espontânea, estas localizadas no município de Ipameri, Goiás. Após a coleta, as cápsulas
foram dispostas a pleno sol para o processo de secagem, durante três dias por um período
equivalente a 10 horas/dia, sendo recolhidos a noite. Após o processo de secagem e abertura
dos frutos, foi realizado o beneficiamento manual das sementes, para a remoção de alas e
impurezas. Para a caracterização inicial das sementes foi realizada a pesagem de mil
sementes, segundo a Regra de Análise de Sementes (RAS, 2009).
Instalação dos experimentos
Para verificar a germinabilidade e o vigor das sementes de Sclerolobium paniculatum
foram realizados testes em caixas gerbox e em papéis Germitest, ambos em condições de
laboratório. Inicialmente realizou-se a desinfestação das sementes, as quais foram colocadas
em álcool 70% (30 segundos), seguido de hipoclorito de sódio a 1% (2 minutos) e em seguida
mergulhadas em água destilada. Foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de
Sclerolobium paniculatum aos 5, 10 e 15 dias em papéis germitest e em caixas gerbox.
Para avaliar o percentual de germinação em papel germitest, realizou-se a esterilização
com hipoclorito de sódio a 20%. Foram utilizadas três folhas de papéis germitest para cada
rolo, em seguida foram pesadas para a determinação da quantidade de água necessária para a
umidificação de tais, equivalente a 2,5 vezes superiores ao peso das sementes. As folhas
foram umidificadas e posteriormente as sementes foram dispostas uniformemente com
espaçamento equidistante em rolos de papéis germitest com quatro repetições com 25
sementes, em seguida as sementes foram cobertas com uma das folhas de papel germitest e as
bordas laterais foram dobradas e enroladas com elásticos nas extremidades.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As sementes de Sclerolobium paniculatum avaliadas em papel germitest apresentaram
destaque nas avaliações realizadas aos 10 dias e 15 dias de germinação, com valores
superiores aos demais (Tabela 1). Foi constatada a incidência de fungos em algumas sementes
avaliadas.
A emergência das sementes avaliadas em caixas gerbox, em média, ocorreu a partir
dos 10 dias avaliados, com destaque para ambos os testes avaliados. Em geral, o percentual de
emergência foram bem semelhantes, contudo, um dos fatores que corrobora com os dados
evidenciados no presente trabalho, refere-se a incidência de fungos que comprometem a
germinabilidade das sementes.
A maior taxa de sementes germinadas ocorreu aos 10 dias de armazenamento,
apresentando decréscimo ao decorrer dos dias avaliados, sendo assim, nota-se que por se
tratar de sementes recalcitrantes, o armazenamento pode afetar a taxa e a velocidade do
processo de germinação. A redução no índice de germinação pode estar associado a qualidade
fisiológica da sementes, fato comum em sementes recalcitrantes que apresentam menor
período de viabilidade quando comparadas as sementes ortodoxas (BRITO et al., 2013).
141
Tabela 1. Germinação das sementes de Sclerolobium paniculatum em papel germitest.
Período de
Avaliação
Tratamentos Total
T1 T2 T3 T4
1ª Contagem
(5 dias) 0 0 0 0 0
2ª Contagem
(10 dias) 16 9 9 11 45
3ª Contagem
(15 dias) 10 7 11 8 36
SNG 3 3 6 3 15
SCF 5 3 0 3 11
Germinação
total 34 22 26 25 98
*SNG: Sementes não germinadas
*SCF: Sementes com fungos.
Tabela 2. Germinação das sementes de Sclerolobium paniculatum em caixas gerbox.
Período de
Avaliação
Tratamentos Total
T1 T2 T3 T4
1ª Contagem
(5 dias) 0 0 0 0 0
2ª Contagem
(10 dias) 8 10 4 7 29
3ª Contagem
(15 dias) 5 4 6 7 22
SNG 7 4 3 3 17
SCF 5 7 12 8 32
Germinação
total 25 25 25 25 100
*SNG: Sementes não germinadas
*SCF: Sementes com fungos.
A redução na qualidade fisiológica das sementes armazenadas pode ter ocorrido em
função a perda do vigor das mesmas, uma vez que após atingir a maturação fisiológica, as
sementes apresentam queda no processo de germinação, em função aos danos fisiológicos e
bioquímicos frequentes em sementes de natureza intermediária e recalcitrante (FELIX et al.,
2017).
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos conclui-se que o potencial de germinação de
sementes de Sclerolobium paniculatum foi superior no teste em caixas gerbox, em função a
menor incidência de fungos, de modo a constatar viabilidade ao processo germinativo da
espécie.
142
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRITO, J. F.; FIGUERÊDO, K. S.; RIBEIRO, M. M. C.; DOS SANTOS, A. C. M.; DA
SILVA, R. R. Tratamentos pré-germinativos em sementes de Sclerolobium denudatum
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DA CONCEIÇÃO, A. C.; DIAS-FILHO, M. B. Níveis de sombreamento para produção de
mudas de taxi-branco (Sclerolobium paniculatum Vogel). Revista Instituto Florestal. v. 25
n. 2 p. 151-161 dez. 2013.
DE FREITAS, G. A.; DE MELO, A. V.; PEREIRA, M. A. B.; DE ANDRADE, C. A. O.;
LUCENA, G. N.; DA SILVA, R. R. Influência do sombreamento na qualidade de mudas de
Sclerolobium paniculatum Vogel para recuperação de área degradada. Journal of
Biotechnology and Biodiversity, v. 3, n. 3, 2012.
FELIX, F. C.; DE PÁDUA, G. V.; ARAÚJO, F. S.; FERRARI, C. S.; PACHECO, M. V.
Armazenamento de sementes de Pritchardia pacifica. Revista de Ciências Agrárias, v. 40,
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MORAIS, R. R.; BRUM R., L. M.; HIGA, R. C.V. Trocas gasosas de plantas jovens de taxi-
branco submetidas à variação de temperatura foliar e suspensão da irrigação. Ciência
Florestal, v. 27, n. 1, 2017.
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STALLBAUN, P. H.; BARAUNA, E. E. P.; PAES, J. B.; RIBEIRO, N. C.; MONTEIRO, T.
C.; ARANTES, M. D. C. Natural resistance of Sclerolobium paniculatum Vogel wood to
termites in laboratory conditions. Floresta e Ambiente, v. 24, 2017.
TERRA, T. D. R. Avaliação físico-química do carvão de cachamorra (Sclerolobium
paniculatum vogel) e pau-terra de folha larga (Qualea grandiflora Mart.). Bioenergia em
Revista: Diálogos (ISSN: 2236-9171), v. 7, n. 2, 2018.
143
Influência de diferentes velocidades de semeadura na produtividade da soja
Alan Abadio da Silva (1)
; Alex da Silva (1)
; Luciana Maria da Silva(2)
; Gabriel Campos do
Amaral(2)
; Tatiana Vieira Ramos(3)
(1)
Profissional; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)
Pós-graduanda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri; (3)
Professora; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo, avaliar o efeito da velocidade de semeadura na
uniformidade de plantio da cultura da soja. O delineamento experimental foi o de blocos ao
acaso com cinco repetições. Os tratamentos constaram de seis velocidades de semeadura (2, 4,
6, 8, 10 e 12 Km.h-1
). Cada parcela apresentou doze linhas de soja com cinco metros de
comprimento. A área útil foi composta pelas seis linhas centrais perfazendo assim 15 m2.
Avaliaram-se os coeficientes de variação (%) de uniformidade de semeadura de soja em
diferentes velocidades de deslocamento. A velocidade que apresentou um desempenho
satisfatório foi a de 10 Km.h-1
. Contudo foi constatado que houve acréscimo na
desuniformidade da semeadura com a elevação da velocidade de deslocamento da semeadora-
adubadora.
Palavras-chave: Glycine max, cerrado, sistema de plantio direto, uniformidade
INTRODUÇÃO
A soja (Glycine max) é uma oleaginosa, originária da China Antiga, que assume a
importância de maior espécie cultivada e consumida do mundo. Isso se deve por sua
utilização na produção de óleo vegetal (sementes com teor de 20% de óleo), processamento
de rações para alimentação animal, utilização na indústria química e fabricação de alimentos
(LAZZAROTTO e HIRAKURI, 2011).
A uniformidade de distribuição de sementes no solo tem sido colocada como uma das
formas de aumento da produtividade de certas culturas (PINHEIRO NETO et al., 2008). E
para garantir essa regularidade, a velocidade de deslocamento da máquina é um parâmetro de
grande importância.
O estande de plantas pode ser afetado pela velocidade de operação da máquina na hora
do plantio, acarretando em baixas na produtividade. A velocidade pode influenciar na
patinagem dos rodados, quando o solo não está em capacidade de campo, velocidade do
mecanismo distribuidor de sementes, distância, profundidade e exposição de sementes,
duplagem de sementes e danos mecânicos (GARCIA et al., 2011). Outro fator no conjunto
trator-semeadora é que a velocidade influencia no consumo de combustível (FURLANI et al.,
2005).
A diferença no tamanho de sementes não influencia diretamente na distância entre
plântulas, quando realizada em velocidades recomendadas. Porém, quando aumenta os
valores de velocidades de plantio, o tamanho das sementes podem influenciar, podendo
provocar uma menor população e maiores distâncias entre plântulas (ROSALES, 2000).
Desta forma o objetivo deste trabalho foi de avaliar o efeito da velocidade de
semeadura na uniformidade de plantio da cultura da soja.
144
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado durante a safra 2016/2017, em lavoura comercial
pertencente a Fazenda Malutaba e arrendada pela Fazenda Santa Brígida, localizada no
município de Urutaí – GO, com coordenadas 17º 33‘ 24‖ de latitude sul e 48º 10‘ 41‖ de
longitude oeste e altitude de 847 metros. O solo da área experimental foi classificado como
Latossolo Vermelho-Amarelo, de textura argilosa (EMBRAPA, 2013).
O clima da região segundo a classificação de Köppen é do tipo Aw caracterizado
como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno (CARDOSO et al,
2014). Antes da utilização da área para o cultivo agrícola, esta era ocupada por pastagem de
braquiária, e a três anos foi convertida para agricultura.
A correção do solo e a adubação foram realizadas de acordo com o planejamento
elaborado pelo consultor da fazenda. Foram aplicados 150 kg.ha-1
de cloreto de potássio
(KCl) a lanço 30 dias antes da instalação da cultura. Para realizar a dessecação foi feito
levantamento de plantas invasoras da área 10 dias antes da implantação da cultura, para
posterior aplicação de herbicida recomendado para o controle das espécies encontradas.
Foram utilizadas sementes de soja Soy Tech variedade ST 797 IPRO, ciclo de 120 dias
com 99% de pureza e 80% de vigor germinativo. As sementes foram tratadas com inseticida e
fungicida, inoculante líquido, ativador de enraizamento e grafite em pó. O manejo
fitossanitário do experimento foi realizado de acordo com planejamento da propriedade e da
necessidade de controle durante o desenvolvimento da cultura com o auxílio de
autopropelido.
Na semeadora-adubadora (John Deere 2113) de 12 linhas, utilizou-se sistema de
discos duplo de distribuição para adubo, e discos para sementes de 36 furos a vácuo. O trator
utilizado na semeadura foi o 6165 J da John Deere. A semeadora foi regulada para distribuir
14 sementes por metro linear, objetivando um estande final de 280.000 mil plantas.ha-1
, na
profundidade de 0,025 m. Na adubação de semeadura foram utilizados 200 Kg.ha-1
do
formulado 11-52-00 MAP (Mono-Amonio-Fosfato).
O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com cinco repetições. Os
tratamentos constaram de seis velocidades de semeadura (2, 4, 6, 8, 10 e 12 Km.h-1
). Cada
parcela apresentou 12 linhas de soja com cinco metros de comprimento. A área útil foi
composta pelas seis linhas centrais perfazendo assim 15 m2.
A uniformidade de distribuição foi avaliada aos 25 dias após a emergência (DAE) das
plântulas que já se encontravam com quatro trifólios completamente abertos. Com auxílio de
uma trena graduada, foi realizada a medição das distâncias entre as plantas em cinco metros
lineares em cinco linhas de cada parcela.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando necessário as
médias foram comparadas através do teste de Tukey (p ˂ 0,05) (BANZATO E KONKRA,
1998).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As velocidades avaliadas não apresentaram diferença significativa na uniformidade da
semeadura. Contudo os coeficientes de variação (CV) obtidos variaram, da menor para a
maior velocidade de deslocamento, entre 34 e 58% sendo considerado muito alto, além de
favorecer a desuniformidade da semeadura (Figura 1). Para Ceolin (2015) a velocidade de
deslocamento da semeadora pode influenciar o coeficiente de variação dos espaçamentos
entre plantas de modo que, com o aumento da velocidade de semeadura, aumenta a
desuniformidade dos espaçamentos entre plantas.
145
Figura 1. Coeficientes de variação (%) de uniformidade de semeadura de soja em diferentes
velocidades de deslocamento do conjunto semeadora-adubadora em Urutai/Goiás.
Para a cultura da soja, Cargnelutti Filho et al. (2009) considera que coeficientes de
variação maiores que 19% são muito altos e de muito baixa precisão experimental. Assim
como no presente trabalho Damasceno (2017) verificou que os melhores resultados foram
encontrados quando a velocidade de deslocamento era mais baixa (6 km.h-1
), favorecendo a
uniformidade de distribuição de sementes.
Na Tabela 1 é possível verificar que as menores velocidades de deslocamento (2 e 4
km.h-1
) apresentaram menores desvios padrões e, consequentemente coeficiente de variação,
proporcionando a estas velocidades uma semeadura mais uniforme que as verificadas nas
demais. De acordo com Jasper et al. (2011), ao avaliarem seis velocidades de deslocamento,
verificaram que com o aumento da velocidade de semeadura de soja, houve o aumento de
espaçamentos múltiplos e redução dos aceitáveis ocasionando maior desuniformidade dos
espaçamentos entre plantas.
Tabela 1. Descrição estatística para distância entre plantas de sementes de soja semeadas em
diferentes velocidades de deslocamento do conjunto semeadora-adubadora em Urutaí/Goiás
em 21 de novembro de 2017.
Velocidade de Deslocamento
2 km.h-1
4 km.h-1
6 km.h-1
8 km.h-1
10 km.h-1
12 km.h-1
Médias
± desvio
padrão
7,65 ± 2,60
7,58 ± 2,69
8,02 ± 3,35
8,19 ± 3,89
7,90 ± 3,35
7,66 ± 4,41
CV(%) 34 36 42 48 42 58
Considerando a distribuição dos espaçamentos entre plantas pela semeadura é possível
perceber que na velocidade de 12 km.h-1
os espaçamentos variaram entre 3 e 12 cm, ao passo
que na menor velocidade avaliada esta variação ficou entre 5 e 10 cm, proporcionando uma
menor amplitude e, consequentemente menor coeficiente de variação.
CONCLUSÃO
A velocidade de 12 km/h apresentou o maior coeficiente de variação para os
espaçamentos entre plantas, não sendo recomendada devido à desuniformidade promovida na
semeadura. À medida que a velocidade de deslocamento da semeadora-adubadora aumenta a
desuniformidade da semeadura também se eleva.
0
10
20
30
40
50
60
70
2 4 6 8 10 12Co
efic
iente
de
Var
iaçã
o (
%)
Velocidade de Deslocamento( Km.h-1)
146
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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147
Fitossociologia de um povoamento de Eucalyptus grandis em uma fazenda
no município de Ipameri – GO
Pedro Henrique França Grupioni (1)
; Stephany Diolino Cunha (2)
; Paulo Vinícius de Souza (2)
;
Isabela Batista Barros(2)
; Vagner Santiago do Vale (3)
(1) Discente do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Campus
Ipameri, Ipameri, GO, Brasil. ([email protected]); (2) Discentes do Curso de
Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, Ipameri, GO,
Brasil; (3)
Doutor em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da Universidade Goiás,
Campus Ipameri, Ipameri, GO, Brasil.
RESUMO
No setor florestal, o estudo sobre os recursos existentes é obtido com a medição ou estimação
de atributos quantitativos e qualitativos das árvores, por meio de instrumentos e métodos
apropriados. Dentre estas técnicas de estimação da produção florestal, destaca-se o inventário
florestal, o qual pode ser realizado de diferentes métodos de aplicação, em diferentes áreas e
em diversos pontos no tempo. Sendo assim, o objetivo do trabalho, foi avaliar uma floresta de
eucalipto, através dos parâmetros de altura, diâmetro, área basal, número de indivíduos e
volume. A área avaliada possui 6,20 hectares e está localizada próximo a cidade de Ipameri-
GO. Foram amostrados 115 indivíduos em um total de 7 parcelas, com 10x10m² cada.
Entretanto, nenhum parâmetro avaliado foi suficiente para a área, exigindo novas parcelas,
para representar de forma real, as características da floresta.
Palavras-chave: Inventário, Eucalipto, Amostragem.
INTRODUÇÃO
Atualmente no Brasil, a cultura do eucalipto ocupa uma área de 5,56 milhões de
hectares, sendo, Minas Gerais (25,2%), São Paulo (17,6%) e Mato Grosso do Sul (14,5%), os
principais estados produtores. Já em relação a produtividade média anual, o eucalipto atingiu
a taxa de 39 m³ por ha/ano, aumentando significativamente o Produto Interno Bruto (PIB) do
setor brasileiro de florestas plantadas. (IPEF, 2014).
Diante da expansão do cultivo do eucalipto e da necessidade de obter maior produtividade,
diversas espécies foram trazidas ao país para serem cultivadas, dentre elas temos o Eucalyptus
grandis que se destaca como uma das principais fontes de matéria-prima para produção de
papel e celulose e também para serrarias. Se caracterizando pela boa qualidade na produção
de celulose de fibra curta, além de possuir rápido crescimento, apesar de possuir
suscetibilidade ao cancro, causado pelo fungo Cryphonectria cubensis. (STRAPASSON,
2017).
A capacidade produtiva de uma área é estimada com base no potencial de produção da
madeira da floresta, essa capacidade pode ser estimada por modos empíricos, ou por
levantamentos que levam em conta todas as características quantitativas da espécie analisada,
como, volume, altura e número de espécies vivas por hectare (CAMPOS, 2006).
Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi avaliar a estrutura de uma plantação de
eucalipto no município de Ipameri-GO, através dos parâmetros, altura, número de indivíduos
por parcela, área basal e volume.
148
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização da área
O estudo foi realizado em uma floresta de eucalipto com 6,20 hectares, próximo à
cidade de Ipameri-GO (latitude 17°44"S, longitude 48° 09"W). O município de Ipameri está
localizado na região sudeste do estado de Goiás, onde o clima é classificado como Aw
(tropical estacional) com precipitação anual de aproximadamente 1600 mm, e com
temperatura média de cerca de 23º C (ALVARES et al., 2013).
Técnicas de Amostragem
A técnica de amostragem utilizada foi a aleatória simples, utilizando 7 parcelas com
dimensões de 10 x 10m (100 m²). O DAP das árvores, foi obtido utilizando a suta
dendrométrica a altura de 1,30m e a altura de cada indivíduo, foi mensurada utilizando o
clinômetro HAGLOT SoilControl. Os valores obtidos por essas amostragens foram utilizados
para os cálculos da suficiência amostral.
Cálculos de Suficiência
Para avaliar a suficiência amostral (SA) = (t² * CV²) / (E%)² + (t² * CV²) / N utilizou-
se os cálculos de média ( ̅) = ΣXi / n; desvio padrão (S) = √S²; Coeficiente de Variação C.V.
(%) = S(X) / ̅ * 100; n = amostra; N = população; t = valor tabelado t - Student
(VENTUROLI, 2015), com erro de amostragem de 10% (VIBRANS et al., 2010). Os
cálculos de suficiência amostral foram feitos para, número de indivíduos, área basal e altura
média das árvores, todos os cálculos foram realizados usando as funções do programa
Microsoft Office Excel.
Cálculos de Volume
O cálculo do volume do fuste foi obtido pela fórmula, V=π* DAP²/4* Ht *ff, onde: π =
3,14; DAP: Diâmetro a altura do peito obtido pelas análises; Ht: Altura da árvore; ff: Fator de
forma para espécie Eucalpytus Grandis, onde de acordo com (MIGUEL et al., 2010), o fator
de forma para a espécie é de 0,47.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Os dados da suficiência para número de indivíduos na área amostrada estão
representados na tabela 1.
Tabela 1. Suficiência amostral para número de indivíduos de uma plantação de eucalipto no
município de Ipameri-GO.
Suficiência por número de indivíduos
Erro 10
Média 8,88
Desvio padrão 5,05
Coef. Variação 56,87
Suficiência 105,26
Foram amostrados 115 indivíduos nas 7 parcelas, dos quais 107 estavam vivos e 8
estavam mortos. Sendo assim, com base nos valores da tabela 1, a suficiência amostral na área
para número de indivíduos foi muito alta, demonstrando que deveria ser realizado um número
maior de parcelas, para representar o número de indivíduos da área.
149
Tabela 2. Suficiência amostral por área basal de uma plantação de eucalipto no município de
Ipameri-GO.
Suficiência Amostral da Área Basal
Erro 10
Média 0,027
Desvio padrão 0,011
Coef. Variação 42
Suficiência 62,21
Outro parâmetro avaliado durante as amostragens da área foi à área basal, onde, na
área estudada, o somatório foi de 3,20 m². Entretanto, com base nos cálculos de suficiência
com erro de 10 %, as parcelas realizadas não foram capazes de representar a área basal de
toda plantação (Tabela 2).
Esses dados diferem dos alcançados por (MAESTRI et al., 2003) em um trabalho
realizado com Eucalyptus grandis, onde obteve resultados de área basal média de 16,48m²/há
em 54 parcelas com árvores de 4 anos em média. Demonstrando que a área avaliada necessita
de mais parcelas para representar o número real da área basal.
Tabela 3. Suficiência amostral para altura de plantas de uma plantação de eucalipto no
município de Ipameri-GO.
Suficiência Amostral (por altura média)
Erro 10
Média 24,73
Desvio padrão 2,21
Coef. Variação 8,92
Suficiência 3,10
A altura média obtida nas parcelas teve um valor de suficiência baixo, (Tabela 3)
demonstrando que a média de altura das árvores é bem semelhante, exigindo poucas parcelas
para completar a suficiência amostral. Os dados de altura são semelhantes ao obtido por
(SANTOS et al., 2017), em um trabalho realizado com Eucalyptus grandis Hill ex Maiden em
24 parcelas, onde obteve uma altura média de árvores de 26,8m, demonstrando que para
altura média, os dados obtidos foram quase suficientes.
A última variável analisada, foi o volume, que foi calculado utilizando o DAP, a altura
e o fator de forma da cultura, o valor do volume total para a área foi de 37,75 m³, esses
valores são inferiores ao obtido por (SANTOS et al., 2017), em um trabalho realizado com
Eucalyptus grandis Hill ex Maiden onde obteve um volume médio por hectare de 293,5 m³
em 24 parcelas, o número de parcelas está diretamente relacionada ao volume da área, quanto
maior o número de amostras maior será o volume total da área.
CONCLUSÃO
De acordo com os parâmetros analisados, nenhum alcançou a suficiência amostral,
demonstrando que as parcelas não foram suficientes para a área, necessitando assim de novas
amostragens para representar o povoamento.
150
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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151
Levantamento fitossociológico de um fragmento de Floresta Estacional
Semidecidual na Fazenda Mata do Rio, Ipameri, GO
Ana Flávia Costa Santos¹; Gabriel Venâncio Pereira Mariano²; Vanuza Pereira Garcia da
Silva²; Starley Gonçalves da Silva Matos²; Vagner Santiago do Vale³.
¹Estudante, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás, [email protected].
²Estudante, Universidade Estadual de Goiás. ³Professor, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo o levantamento fitossociológico de um fragmento de
Floresta Estacional Semidecidual localizado na Fazenda Mata do rio no município de Ipameri,
GO. A área com vegetação nativa da fazenda sofreu redução de 38%, passando de 455 ha para
cerca de 280 ha. Foram implantadas 7 parcelas de 10 x 10 m e foram amostrados todos os
indivíduos arbóreos que atingiram circunferência igual ou superior a 15cm a 1,30m de altura
em relação ao solo. Foram avaliados os índices de diversidade e equabilidade que
respectivamente foram 3,35 e 0,93. Foram amostrados 79 indivíduos, onde foram
identificadas 36 espécies distribuídas em 30 gêneros e 24 famílias botânicas. A presença de
famílias específicas e espécies com valor comercial são de total importância para aferir o grau
de conservação de áreas desta formação florestal, fornecendo subsídios para ações de manejo
e a preservação de fragmentos presentes nessa região.
Palavras-chave: Fitossociologia, Inventário Florestal, Florestas Mesófilas.
INTRODUÇÃO
Dentre as distintas formações florestais presentes no bioma Cerrado as Florestas
Estacionais Semideciduais (FES) ocupam cerca de 15% de sua área (MILHOMEM et al.,
2013). Estas possuem alto grau de endemismo, com cerca de 40% das espécies vegetais
encontradas somente em sua área de ocorrência (MYERS et al., 2000). Poucos fragmentos
remanescentes de FES têm área representativa e encontram-se preservados (DURIGAN et al.,
2000). No estado de Goiás as perturbações antrópicas sobre os ecossistemas florestais
causaram profundas alterações em sua cobertura vegetal, especificamente nas últimas três a
quatro décadas tornando-se, hoje, premente a necessidade de se adotar medidas para reduzir o
desmatamento dessa formação florestal (GALINKIN, 2003).
Estudos sobre a composição florística e a fitossociologia fornecem informações sobre
a riqueza de espécies e as relações de grandeza entre as espécies em uma comunidade vegetal.
Essas informações permitem, por exemplo, comparar diferentes comunidades e, numa escala
mais ampla, constituem a base para formular estratégias de conservação e recuperação de
áreas degradadas (FELFILI et al., 2007). Parte desses estudos tem sido em remanescentes de
FES, formação florestal fortemente atingida pela ação antrópica, cujos remanescentes são em
sua maioria pequenos, esparsos e bastante perturbados (PENNINGTON et al. 2009).
Desta forma torna-se necessário compreender a estrutura desses fragmentos, por
estarem, geralmente, em ambientes em diferentes fases de regeneração (NUNES et al., 2003).
Objetivou-se com este trabalho o levantamento fitossociológico do estrato arbóreo de um
152
fragmento de Floresta Estacional Semidecidual localizado na Fazenda Mata do rio no
município de Ipameri, GO.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de estudo e histórico de ocupação
O estudo foi realizado em uma área remanescente de Cerrado situada na fazenda Mata
do Rio (coordenadas: 17°40'31" S; 48°05'09" O), localizada no município de Ipameri, sudeste
de Goiás. Essa possui área total de 550 ha, dos quais 455 abrigavam, até o início de 2014,
fitofisionomias do Cerrado. Com as devidas licenças ambientais, os proprietários iniciaram,
em 2014, a redução na área de vegetação nativa para aproveitamento agropecuário do local.
Em 2014/2015 foi desmatada área de aproximadamente 40 ha e em 2016 ocorreu a remoção
da vegetação nativa de mais 132 ha. Assim, a extensão da fazenda Mata do Rio com
vegetação nativa passou de 455 ha para cerca de 280 ha, ou seja, ocorreu redução de 38% no
total de área com vegetação nativa.
Obtenção e Análise dos dados
Para a realização do levantamento fitossociológico adotou-se o método de parcelas,
onde foram implantadas 7 parcelas de 10 x 10 m. Foram amostrados todos os indivíduos
arbóreos, com o uso de fita métrica, que atingiram circunferência igual ou superior a 15cm a
1,30m de altura em relação ao solo, metodologia proposta pela Rede de Parcelas Permanentes
dos Biomas Cerrado e Pantanal (FELFILI et al., 2005). A diversidade florística foi avaliada
utilizando-se o Índice de Diversidade de Shannon & Wiener (H‘) e a equabilidade
empregando-se o índice de Pielou (J‘) (BROWER; ZAR, 1984). Para descrição da estrutura
da comunidade, foram estimados os valores relativos de densidade (DeR), dominância (DoR)
e frequência (FR) e o Índice de Valor de Importância (IVI) (MUELLER DOMBOIS;
ELLENBERG, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Foram amostrados 79 indivíduos, onde foram identificadas 36 espécies distribuídas em
30 gêneros e 24 famílias botânicas. As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies
foram Fabaceae (7 espécies), Anacardiaceae (3 espécies), Annonaceae (2 espécies),
Primulaceae (2 espécies), Rubiaceae (2 espécies) e Sapindaceae (2 espécies). As demais
famílias foram representadas por uma só espécie.
Tabela 1. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em um fragmento de Floresta
Estacional Semidecidual da Fazenda Mata do Rio, Ipameri, GO. Em ordem decrescente de
VI%. N.I = Número de indivíduos, DeR = densidade relativa (%), FR = frequência relativa
(%), DoR = dominância relativa (%) e VI% = valor de importância em porcentagem.
Espécie Família NI DeR DoR FR IVI
Myracrodruon urundeuva Allemão Anacardiaceae 5 6,33 25,66 3,51 11,83
Ficus L. Moraceae 4 5,06 20,83 3,51 9,80
Aspidosperma parvifolium A. DC. Apocynaceae 6 7,59 8,13 7,02 7,58
Coccoloba mollis Casar. Polygonaceae 7 8,86 5,19 5,26 6,44
Myrsine gardneriana A. DC. Primulaceae 4 5,06 5,94 5,26 5,42
Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 4 5,06 6,74 3,51 5,10
Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Fabaceae 3 3,80 4,32 5,26 4,46
Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. Primulaceae 4 5,06 2,52 5,26 4,28
Diospyros hispida A. DC. Ebenaceae 3 3,80 0,88 5,26 3,31
153
Trabalhos realizados em áreas no estado de Minas Gerais que possuem a mesma
formação florestal consideraram abundante a presença da família Fabaceae, sendo
considerada a mais importante em relação a riqueza florística neste tipo de floresta (PRADO
JÚNIOR et al. 2011; PRADO JÚNIOR et al. 2012). Porém, a representatividade desta família
e também da família Rubiaceae pode ser um indicativo da alta perturbação na área, já que
diversos estudos apontam uma tendência à redução da importância de Rubiaceae e Fabaceae
em florestas com estádio sucessional avançado (VALE et al. 2009).
As espécies mais importantes em ordem decrescente de IVI,
Myracrodruon urundeuva, Ficus L., Aspidosperma parvifolium, Coccoloba mollis,
Myrsine gardneriana, Tapirira guianensis, Anadenanthera macrocarpa, Myrsine coriácea e
Diospyros hispida corresponderam a 50,63 % da densidade e 58,23 % do IVI (Tabela 1).
Estas espécies representaram mais da metade da área amostrada. Felfili & Silva Júnior (2001),
além da atratividade conferida pela fertilidade do solo, os remanescentes de Florestas
Estacionais Semideciduais concentram espécies arbóreas de significativo valor comercial,
como Aspidosperma spp., Myracrodruon urundeuva, Cedrela fissilis, Tabebuia spp. o que
acaba aumentando a pressão antrópica sobre essas comunidades vegetais.
Segundo Prado Júnior et al. (2012), Myracroduon urundeuva é uma espécie indicativa
do grau de conservação da área, pois a presença desta no fragmento justifica esforços no
sentido de sua preservação. As populações naturais da aroeira, como é popularmente
conhecida, tem sofrido grande redução em decorrência da intensa exploração devido ao seu
alto valor comercial. Dentre as espécies de valor comercial que foram identificadas na área
de estudo deve ser destacada a presença da Dicksonia sellowiana (Samambaiaçu) espécie que
se encontra em perigo de extinção segundo a Portaria MMA n.º 443 referente à ―Lista
Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção‖.
A diversidade estimada pelo índice de Shannon-Wiener (H‘) e o índice de
equabilidade de Pielou (J) foram 3,35 e 0,93, respectivamente. Em estudos feitos em outras
regiões do sudeste do estado com a mesma tipologia florestal, foram encontrados valores
superiores a 3,89 para a diversidade, portanto o valor encontrado neste estudo é inferior aos
que normalmente são encontrados em FES da região. O índice de equabilidade foi
considerado alto visto que este valor para esta formação de floresta varia entre 0,78 a 0,91
(SILVA et al., 2004).
CONCLUSÃO
A realização deste estudo pode contribuir para melhor compreender a estrutura deste
fragmento de floresta estacional semidecidual que é um importante remanescente da
vegetação original. A presença de famílias específicas (Fabaceae) e espécies com valor
comercial (Myracrodruon urundeuva) são de total importância para aferir o grau de
conservação de áreas desta formação florestal, fornecendo subsídios para ações de manejo e a
preservação de fragmentos presentes nessa região.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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155
Fitossociologia em fragmento de Floresta Estacional localizado na Fazenda
Mata do Rio, município de Ipameri-GO
Gabriel Venâncio Pereira Mariano(1)
; Vanuza Pereira Garcia da Silva(2)
; Ana Flávia Costa
Santos(2)
; Lucas Ribeiro da Silva Zika(2)
; Vagner Santiago do Vale(3)
(1)
Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual
de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)
Professor; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
A fragmentação florestal é definida como uma área que contém vegetação natural que sofreu
alguns fatores antrópicos ou naturais e tornou-se uma área isolada e reduziu o fluxo de
animais, pólen e sementes. O objetivo do trabalho foi realizar o levantamento
fitossociológico, destacando estrutura e composição florística de um fragmento localizado na
Fazenda Mata do Rio, município de Ipameri-GO. No fragmento foram plotadas 18 parcelas (5
x 5 m) e os indivíduos foram identificados a nível de espécie e família. Todos os indivíduos
arbóreos, com altura mínima de 1 metro, foram mensurados na circunferência de 0,30 m.
Foram identificados aproximadamente 288 indivíduos, sendo distribuídos em 32 famílias, 48
gêneros e 56 espécies. O levantamento de dados, apresentou elevada riqueza e diversidade,
porém a área basal baixa acusou redução no grau de conservação.
Palavras-chave: fitossociologia, desmatamento, inventário florestal, florestas sazonais.
INTRODUÇÃO
A fragmentação florestal é definida como uma área que contém vegetação natural que
sofreu alguns fatores antrópicos ou naturais e tornou-se uma área isolada e reduziu o fluxo de
animais, pólen e sementes (CALEGARI et al., 2010). O maior fator para a causa da
fragmentação é o desmatamento, o qual subdivide a floresta, reduz o seu tamanho
(LAURANCE; VASCONCELOS, 2009).
Todo processo de fragmentação seleciona espécies vegetais capazes de se instalar e
utilizar as bordas como área de desenvolvimento, e geralmente são espécies possuidoras de
adaptações capazes de promover seu sucesso nestes ambientes ecotonais (MALCOLM, 1994).
Sobretudo a flora arbórea sofre com o aumento de plantas invasoras como espécies pioneiras
e cipós, as quais abafam outras espécies vegetais (GREGGIO et al., 2009).
O tamanho do fragmento e a sua borda trabalham em conjunto, quanto menor o
fragmento maior o efeito de borda, tornando assim as espécies que ocorre em baixa densidade
mais vulneráveis à extinção local (SHAFFER, 1981). Assim, as extinções locais e regionais
de espécies de árvores sensíveis aos efeitos antrópicos irão promover extinções nos níveis
tróficos superiores ou extinções em cascata, gerando perdas irreversíveis de biodiversidade
(NETO, 2011).
Com eventos de redução de espécies nos fragmentos florestais, desencadeia mudanças
estruturais da floresta, em consequência, rebaixando o seu valor biológico (CARVALHO et
al., 2010). As modificações no ambiente afetam não somente a riqueza e a diversidade de
espécies, mas o desenvolvimento fisiológico de cada indivíduo a comunidade (capacidade de
156
acumulo de biomassa e estoque de nutrientes) impactados com a pressão antrópica em
diferentes regiões do fragmento florestal, assim características como densidade e a área basal
(FINOTTI et al., 2007).
Nesse sentido, o seguinte estudo teve como objetivo realizar o levantamento
fitossociológico, destacando a estrutura e composição florística de um fragmento localizado
na Fazenda Mata do Rio, município de Ipameri-GO.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em uma área de floresta sazonalmente seca (FSS) no sul/sudeste
de Goiás. O clima da região é do tipo Aw (KOTTEK et al., 2006) com temperatura média
anual entre 20 e 21°C no inverno e entre 22,5 e 23,5° no verão (ALVARES et al., 2013) e
pluviosidade média anual da região é de 1531 mm, distribuídos irregularmente, com um verão
quente e chuvoso de Outubro a Março com médias de 219mm e um inverno seco de Abril a
Setembro com médias de 36mm.
Há poucos estudos acadêmicos realizados com parcelas permanentes para verificar
modificações a longo prazo em fragmentos que estão dentro do domínio fitogeográfico dos
cerrados. No fragmento foram plotadas 18 parcelas ( 5 x 5 m) e os indivíduos foram
identificados a nível de espécie e família. Todos os indivíduos arbóreos, com altura mínima
de 1 metro, foram mensurados na circunferência de 0,30 m.
Foram calculados os parâmetros fitossociológicos de Densidade Relativa (DeR),
Dominância Relativa (DoR) e Frequência Relativa (FrR) e o Valor de Importância (VI)
(MATTEUCCI; COLMA, 1982). Também foi avaliado o Índice de Equitabilidade de Pielou
que permite representar a uniformidade de distribuição dos indivíduos amostrados entre todas
as espécies existentes e para avaliar a diversidade foi utilizado o Índice de Shannon & Weaver
(H') (BROWER; ZAR, 1984).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Foram identificados aproximadamente 288 indivíduos, sendo distribuídos em 32 famílias, 48
gêneros e 56 espécies. As três famílias que contribuíram com o maior número de indivíduos
foram: Siparunaceae (56), Fabaceae (32), Melastomataceae (26). E as espécies de maior
densidade foram Siparuna guianensis (56), Leandra dasytricha (25), Licania apetala (22),
Rhaminidium elaeocarpum (13) e Aspidosperma parvifolium (12).
As espécies que apresentaram maior Índice de Valor de Importância (IVI) (Tabela 1)
foram Siparuna guianensis 10,03%, Licania apetala 9,90%, Myracrodruon urundeuva
8,34%, Aspidosperma parvifolium 6,11% e Leandra dasytricha 10,7%. A S. guianensis figura
como a espécie de maior abundância e assim de maior IVI por ser dominante em vegetações
de Floresta Ciliar ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual e também Floresta Pluvial.
O mesmo se aplica a segunda espécie de maior IVI, L. apetala também é dominante entre
essas fitofisionomias e até em Florestas de Igapó (florestas inundadas). Mesmo com menor
número de indivíduos teve alto IVI em razão de seu porte. E uma explicação plausível para
aparição das espécies M. urundeuva e A. parvifolium entre as cinco de maior IVI é a área
basal que as duas ocupam nas parcelas, sendo espécies que alcançam grande porte dentro
dessas regiões.
157
Tabela 1. Parâmetros Fitossociológicos das espécies de maior IVI(%) na área estudada,
município de Ipameri-GO.
Espécies N°Ind. DeR DoR FrR IVI
Siparuna guianensis 56 19,44 2,87 7,78 10,03
Licania apetala 22 7,64 19,67 2,40 9,90
Myracrodruon urundeuva 10 3,47 18,55 2,99 8,34
Aspidosperma parvifolium 12 4,17 9,38 4,79 6,11
Leandra dasytricha 25 8,68 0,43 4,79 4,63
O Índice de Equabilidade de Pielou (J'), foi de 0,62, indicando uma uniformidade
baixa da distribuição dos indivíduos entre as espécies, provavelmente ocasionada pela alta
abundância de determinadas espécies nessa comunidade, como como S. guianensis, L.
dasytricha e L. apetala. O Índice de Shannon-Weaver indica a diversidade de espécies
levantadas, e os valores observados para este índice foi de 3,48, números iguais a trabalhos
em regiões semelhantes (ARRUDA; DANIEL, 2007), devido a presença de espécies comuns
nos dois locais, como a S. guianensis.
A densidade absoluta foi de 6.400 indivíduos por hectare, relativamente alto em
comparação a trabalhos como o de Prata et al., (2011) o qual tem uma unidade amostral de
0,44 ha-1
e com densidade de 3.857 indivíduos por hectare. Apresentou área basal e área basal
por hectare de 2.747,87 m² e 6,11 m² respectivamente, onde Prata et al., (2011) obteve 21,66
m² de área basal por hectare.
Os dados levantados são de caráter descritivo e compõe uma gama maior de
levantamentos, os quais serão utilizados para análises de comparação entre diferentes regiões.
CONCLUSÃO
Com o levantamento dos dados, mesmo que uma área amostral não totalizada,
apresentou-se elevada riqueza e diversidade, mas a área basal baixa acusou grau de
conservação reduzido, indicando a pressão antrópica exercida no fragmento florestal.
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159
Respostas de genótipos de grão-de-bico à doses de Imazethapyr
Daniel José Gonçalves(1)
; Célio Borella Júnior(1)
; Carlos José de Souza Neto(1)
; Gabriel
Caixêta Tavares(1)
; Paulo César Ribeiro da Cunha(2)
(1)
Estudante do curso de Bacharelado em Agronomia; Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia Goiano – Campus Urutaí; Urutaí, Goiás; [email protected]; (2)
Professor
Orientador; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Urutaí.
RESUMO
O grão-de-bico apresenta baixa competitividade com plantas daninhas além de possuir poucos
estudos com herbicidas seletivos para a cultura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
seletividade do herbicida Imazethapyr em pós-emergência para três genótipos de grão-de-
bico. O trabalho foi conduzido em vasos, em DIC e esquema fatorial 3x3: três doses de
Imazethapyr (0, 50, 100 g.ha-1
) e três genótipos de grão-de-bico (FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-
155C), com quatro repetições. O herbicida foi aplicado quando as plantas estavam com 8-10
folhas, com pulverizador costal e volume de calda de 150 L.ha-1
. Foram avaliadas:
fitointoxicação visual aos 7 DAA, e biomassa seca (MS) e altura de plantas (AP) em pleno
florescimento. A maior dose levou às maiores lesões. O herbicida na maior dose reduziu a
AP. A MS na maior dose ocorreu por superbrotamento de gemas laterais. O Imazethapyr foi
seletivo aos genótipos na dose de 50 g.ha-1
para as variáveis avaliadas.
Palavras-chave: Cicer arietinum, imidazolinona, fitointoxicação.
INTRODUÇÃO
O grão-de-bico (Cicer arietium L.) é uma leguminosa originária do leste da Turquia e
bastante cultivada em regiões semiáridas por todo o mundo, com grande potencial produtivo,
econômico e nutricional (NASCIMENTO et al., 2016). Em 2017, foi cultivado em 14,8
milhões de hectares no mundo, com produção total de 14,2 milhões de toneladas (FAO,
2018).
O grão-de-bico pode ser cultivado no Cerrado brasileiro em 2ª safra se implantado no
final de janeiro ou início de fevereiro, aproveitando as últimas chuvas da estação
(NASCIMENTO et al., 2016). Por se tratar de uma cultura introduzida, mas ainda não
consolidada no Brasil, são escassos os estudos dos fatores que interferem seu
desenvolvimento e produção, como é o caso da competição de plantas daninhas e uso de
herbicidas (NASCIMENTO et al., 2016).
A cultura é muito sensível à competição por água, luz e nutrientes com plantas
daninhas. Isso se deve principalmente pelas suas características de desenvolvimento:
crescimento lento, baixa estatura e fechamento tardio do dossel (TEPE et al., 2011). Perdas de
produtividade podem variar de 23 a 87% devido a matocompetição, podendo inviabilizar seu
cultivo (TEPE et al., 2011).
O Imazethapyr pertence ao grupo das imidazolinonas, é um herbicida largamente
aplicado para controle de plantas daninhas dicotiledôneas, sendo seletivo para algumas
culturas (ROMAN et al., 2005). Apresenta baixa persistência no solo, baixa toxicidade e largo
espectro de controle de plantas daninhas (HANSON et al., 2007). Trabalhos evidenciam que o
grão-de-bico apresenta comportamento variável em relação ao Imazethapyr. Taran et al.
160
(2010), afirmaram que a cultura é considerada suscetível às imidazolinonas, porém, relataram
a ocorrência de mutações genéticas naturais em alguns acessos de Cicer arietinum, lhes
conferindo resistência a esta classe de herbicidas.
A Embrapa Hortaliças através de programas de melhoramento genético, vem
selecionando materiais com potencial de cultivo na região centro-oeste. Porém, em muitos
casos a seletividade a determinados herbicidas não é testada. O objetivo deste trabalho é
avaliar a seletividade do herbicida Imazethapyr aplicado em pós-emergência da cultura para
três genótipos de grão-de-bico em fase de seleção pela Embrapa Hortaliças.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Urutaí. Foi utilizado delineamento inteiramente
casualizado (DIC), em esquema fatorial 3x3: três genótipos de grão-de-bico (FLIP-03, FLIP-
02 e FLIP-155C) e três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g de i.a. ha-1
), com 4 repetições.
O plantio foi realizado em vasos de 12 dm3, preenchidos com Latossolo Vermelho
distrófico. Foi realizada adubação de plantio com 330 kg ha-1
do fertilizante comercial 04-30-
16 (N-P-K), incorporado ao solo dos vasos no momento do plantio. Foram cultivadas 4
plantas por vaso. As sementes foram tratadas com produto químico comercial composto por
25 g L-1
de piraclostrobina + 225 g L-1
de tiofanato-metílico + 250 g L-1
de fipronil, na dose de
2 mL por kg de sementes, além de nematicida à base de 500 g L-1
de abamectina, na dose de
1,25 mL por kg de sementes. Foi realizada adubação nitrogenada de cobertura, com 45 kg ha-1
de N aos 30 dias após a emergência das plantas.
Aplicaram-se as doses do herbicida quando as plantas atingiram entre 8 e 10 folhas
completamente expandidas. A aplicação foi realizada com pulverizador costal, a pressão
constante (mantido por CO2 comprimido), com barra com quatro pontas de pulverização de
jato plano com indução de ar, espaçadas de 0,50 m, com consumo de calda de 150 L ha-1
.
Foram avaliadas a fitointoxicação aos 7 dias após a aplicação (DAA) do herbicida, a
partir da atribuição de notas de intoxicação visual, utilizando-se escala de notas de 0 a 100%,
em que zero representa a ausência de injúrias visuais e 100, a morte da planta (SBCPD,
1995). Além das injúrias visuais, foram avaliados altura média das plantas e biomassa seca da
parte aérea, constituídas da média de duas plantas por vaso a partir do nível do solo, até a
inserção da última folha na haste principal, quando as plantas entraram em plena floração.
Os dados foram submetidos à análise da variância, havendo diferença significativa,
submeteram-se as médias ao teste de médias de Scott-Knott a 5 % de significância. Todas as
análises estatísticas foram realizadas utilizando o software estatístico R versão 3.4.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Nas análises realizadas, com exceção à biomassa seca, foi encontrada interação entre
os fatores. As doses de Imazethapyr causaram clorose das folhas jovens, com rápida
recuperação. Efeitos fisiológicos foram observados nas plantas, como superbrotamento de
gemas laterais na maior dose.
Na avaliação da biomassa seca (Tabela 1), não houve significância entre doses,
somente entre materiais. FLIP-155C se mostrou com menor massa seca na testemunha,
mostrando menor desenvolvimento da variedade. Na maior dose, a maior matéria seca foi
observada no genótipo FLIP-03, e a menor, em FLIP-155C. Na dose de 50 g ha-1
não houve
diferença significativa entre as cultivares.
161
Tabela 1. Matéria seca (g/planta) dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-
155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1
). Urutaí, 2018.
Cultivar Dose de Imazethapyr
0 g ha 50 g ha 100 g ha
FLIP-02 3,99 Aa 3,48 Aa 3,48 Ab
FLIP-03 4,88 Aa 4,03 Aa 4,78 Aa
FLIP-155C 2,47 Ab 2,70 Aa 2,35 Ac
Valor p 0,6356
CV (%) 23,29
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre
si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.
A maior dose do herbicida levou à menor altura de plantas em todos os genótipos
(Tabela 2). Nos genótipos FLIP-03 e FLIP-155C a redução nessa variável foi proporcional ao
aumento da dose do herbicida. Já no genótipo FLIP-02 a testemunha não diferiu
estatisticamente da dose de 50 g de i.a. ha-1
. Na dose de 50 g de i.a. ha-1
houve maior resposta
dos cultivares FLIP-03 e FLIP-155C, sendo a única dose em que estes se diferiram de FLIP-
02.
Tabela 2. Altura de plantas (cm) dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-
155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1
). Urutaí, 2018.
Cultivar Dose de Imazethapyr
0 g ha 50 g ha 100 g ha
FLIP-02 51,75 Aa 49 Aa 37 Ba
FLIP-03 53 Aa 45,75 Bb 38,75 Ca
FLIP-155C 52 Aa 45 Bb 34,25 Ca
Valor p 0,08443
CV (%) 4,88
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre
si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.
Os genótipos apresentaram fitointoxicação visual aos 7 DAA (Tabela 3) caracterizada
por clorose nos pontos mais jovens das plantas. A dose de 100 g de i.a. ha-1
ocasionou em
todos os materiais as maiores fitointoxicações. A fitointoxicação visual dos materiais foi
baixa, todas abaixo de 15 % de danos. FLIP-03 apresentou as maiores injúrias e FLIP-02, as
menores, indicando que esta primeira é mais sensível ao Imazethapyr, e a última menos
sensível.
Tabela 3. Fitointoxicação visual dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-
155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1
), aos 7 DAA. Urutaí, 2018.
Cultivar Doses de Imazethapyr
0 g ha 50 g ha 100 g ha
FLIP-02 0 1,92 Bc 3,58 Ac
FLIP-03 0 4,75 Ba 7,75 Aa
FLIP-155C 0 2,75 Bb 5,83 Ab
Valor p 0,008575
CV (%) 10,13
Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre
si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.
162
A inibição da acetolactato sintase (ALS) ocorre pela ação mais pronunciada nos
tecidos meristemáticos, explicando os danos nas partes jovens das plantas. Redução ou
paralisação do crescimento e desenvolvimento da planta, e brotação das gemas laterais são
outros sintomas geralmente apresentados por plantas tratadas com herbicidas deste grupo,
como o Imazethapyr (ROMAN et al., 2005).
Taran et al. (2010) demonstraram que a tolerância às imidazolinonas é varietal em
grão-de-bico, corroborando com os resultados deste trabalho. Chant (2004), em estudo
genético de tolerância a imidazolinonas em diferentes culturas, concluiu que esta é governada
por um único gene dominante. Dessa forma, o mapeamento genético de grão de bico com o
uso de marcadores moleculares, pode possibilitar o uso de cruzamentos convencionais no
desenvolvimento de variedades tolerantes a esse tipo de herbicidas.
CONCLUSÃO
O Imazethapyr foi seletivo aos genótipos FLIP 02, FLIP 03 e FLIP 155C na dose de
50 g de i.a. ha-1
nas condições deste experimento.
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo
auxílio financeiro na forma de bolsa de iniciação científica e ao Instituto Federal Goiano –
Campus Urutaí, pela disponibilização dos materiais e do local para a condução do trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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163
Influência do fotoperíodo no desenvolvimento de plântulas de Schizolobium
amazonicum Huber ex Ducke submetidas a escarificação mecânica
Willian Barros Sidião(1)
; Wanderson Silva dos Santos(1)
; Lucas Robson de Oliveira
(1); Karen
Andreon Viçosi(2)
; Ademilson Coneglian(3)
(1)
Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Pós-graduanda no Programa de Produção Vegetal;
Universidade Estadual de Goiás (3)
Professor-pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke conhecido popularmente como paricá, é uma
espécie pertencente à família Leguminosae-Caesalpinioideae. No Brasil, esta espécie é
encontrada nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Rondônia frequentemente em solos
argilosos de florestas primárias e secundárias. O presente trabalho teve como objetivo,
apontar as melhores condições de luminosidade para o desenvolvimento de plântulas de
Schizolobium amazonicum. Este experimento foi distribuído em três tratamentos: T1 -
ausência de luminosidade, T2 - 4 h de radiação solar direta e T3 - 12 horas de radiação solar.
Os menores valores encontrados nas analise são referentes ao T1, algumas variáveis do T2
como diâmetro e raiz são similares à os valores encontrados no T3. No entanto, o T3 destaca-
se em relação ao desenvolvimento da parte aérea totalizando em média 20,30 cm. Conclui-se
que o terceiro tratamento proporciona a melhor condição de luminosidade para o
desenvolvimento inicial da espécie, destacando-se em relação aos demais tratamentos.
Palavras-chave: Estiolamento, Leguminosae, Paricá.
INTRODUÇÃO
O Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke conhecido popularmente como
faveira, ficheiro, guapuruvu-da-amzônia e paricá, é uma espécie de porte arbóreo pertencente
à Família Leguminosae-Caesalpinioideae (GAZIEL FILHO et al., 2007). No Brasil, esta
espécie é encontrada nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Rondônia frequentemente em
solos argilosos de florestas primárias e secundárias (MARQUES et al., 2004). Devido o
rápido crescimento, considerável desempenho em formações homogêneas e em consórcios o
paricá também é indicado para plantios comerciais (SOUSA et al., 2005), reflorestamento de
áreas degradadas e sistemas agroflorestais (VIDAURRE, 2012).
Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (2016) existem em torno de 90.047 ha de
paricá plantados no país, onde sua produtividade média gira em torno de 20 a 30 m³/ha/ano,
mostrando um crescimento semelhante às espécies de Pinus que é de 25 a 30 m3/ha
-1/ano
-1, e
superior a teca com 15 a 20 m3/ha
-1/ano
-1. Sendo que um dos fatores limitantes para que
ocorra a germinação da espécie, está diretamente relacionado a impermeabilidade tegumentar
de suas sementes. Entretanto, o procedimento de escarificação mecânica é utilizado para
aumentar a permeabilidade do tegumento à água e gases, atuando sobre o metabolismo das
sementes e consequentemente na superação da dormência (CARVALHO; NAKAGAWA,
2000).
No entanto, a germinação e em seguida o desenvolvimento de diversas espécies é
alterado de acordo com a amplitude da variação da presença ou ausência de luz
164
(REBOUÇAS; SANTOS, 2007). Segundo Leite (1998), a luz é um fator determinante para
que ocorra o processo de germinação sendo imprescindível para o desenvolvimento
adequando e estabelecimento das plantas, principalmente para espécies pioneiras. Todavia,
estudos que procuram apontar as melhores condições de disponibilidade luminosa são de
extrema importância proporcionando de tal modo, a amplitude da variação adequada da
presença de luz para a germinação e desenvolvimento inicial de plântulas.
O presente trabalho teve como objetivo, apontar as melhores condições luminosidade
para o desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, campus Ipameri, no
Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no ano de 2018. As sementes de
Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor legalizado
Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007.
Estas foram selecionadas manualmente, sendo consideradas viáveis as sementes que
não exibiam nenhum tipo de deformação física e, em seguida foram submetidas ao processo
de escarificação mecânica com o auxílio de uma lixa n° 80. Contudo, foram selecionas 75
sementes viáveis, sendo que o substrato utilizado no experimento foi a vermiculita
(MARTINS et al., 2011). O substrato foi despejado em bandejas plásticas de 45 centímetros
(cm) de comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura. Foram preenchidas até que
atingissem 6 cm de substrato em toda extensão das bandejas. No entanto, foram utilizadas três
bandejas, ou seja, três tratamentos com as mesmas condições já citadas, realizou-se a
semeadura de 25 sementes em cada tratamento. As mesmas foram colocadas verticalmente no
substrato, com a parte do hilo para baixo conforme recomendação de Pinto et al. (2014). O
espaçamento adotado foi de 1,5 cm entre linhas, por 1,5 cm entre plântulas. As bandejas
foram colocadas em uma germinadora de sementes com controle de temperatura mínima, que
foi mantida em 25 °C. Sendo que a temperatura máxima atingia no teste, seguiu fielmente a
temperatura do ambiente externo.
O primeiro tratamento (T1) foi instalado na parte inferior da germinadora onde foi
depositada a primeira bandeja, o ambiente foi coberto com papel alumínio atribuindo total
ausência de luminosidade. Colocou-se o segundo tratamento (T2) na parte média da
germinadora, a bandeja permanecia parcialmente sombreada, recebendo 4 horas de radiação
solar direta e nas seguintes horas do dia permanecia sombreada pela bandeja que estava
acima. O terceiro tratamento (T3) foi instalado na parte superior da germinadora onde foi
depositada a última bandeja, sendo exposta a luz solar por 12 horas de radiação solar direta. A
irrigação foi feita com água destilada, utilizando um borrifador, conforme a necessidade de
cada bandeja, visando manter o substrato úmido, porém sem saturação. Após dez dias fez-se a
contagem de plântulas emergidas e finalizou-se o experimento realizando as medições de
altura da parte aérea (com o auxílio de régua de alumino), o diâmetro do colo (utilizando-se
um paquímetro digital) e comprimento de raízes.
Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de
probabilidade através do programa Sisvar 5.3.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após o início do período germinativo, observou-se diferenciação no desenvolvimento
das plântulas em cada tratamento. Durante os primeiros dias, todos os tratamentos
apresentaram alto índice germinativo e boa qualidade no desenvolvimento das plântulas.
Porém, ao completar-se 10 dias de análise, notou-se grande diferença no desenvolvimento das
mesmas (Tabela 1).
165
Tabela 1. Média dos valores de diâmetro, raiz, parte aérea e relação entre altura/diâmetro
(RAD) após 10 dias de análise.
Tratamentos Diâmetro Raiz Parte aérea RAD
Fotoperíodos (h) mm cm Cm -
(T1) - 3,97 a 7,55 b 16,70 b 4,31 b
(T2) 4h 3,27 b 10,99 a 18,69 ab 5,79 a
(T3) 12h 3,33 b 11,68 a 20,30 a 6,17 a
CV (%) 14,31 31,86 21,59 25,19
Médias seguidas pela mesma letra em uma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
O primeiro tratamento obteve os menores valores referentes ao comprimento de raiz e
parte aérea das plântulas, em média o comprimento das raízes neste tratamento atingiu 7,55
cm valor bastante inferior ao obtido no T3, em média as plântulas do T1 alcançaram 16,70 cm
de parte aérea. Apontando que a luminosidade influenciou diretamente no desenvolvimento
das plântulas, sendo que a relação entre altura e diâmetro (RAD) apresentou o menor valor
tabelado (4,31). No entanto, o caule apresentou os maiores valores de diâmetro (3,97) em
relação aos outros tratamentos. Conforme Castro e Kersten (1996), a base do caule deforma-
se com o estiolamento. O que está diretamente ligado ao diâmetro de raízes, que aumenta
relativamente em busca de facilitar a passagem de nutrientes. Os valores obtidos no
tratamento submetido a 4h de radiação solar (T2) não diferenciaram estatisticamente,
apresentado valores similares aos encontrados no terceiro tratamento. As plântulas do
segundo tratamento se desenvolveram bem, onde a média de comprimento de raiz totalizou
10,99 cm, a parte aérea das plântulas foi de 18,69 cm e 3,27 de diâmetro. Durante as
observações realizadas nota-se que a coloração das folhas havia mudado, estavam
apresentando uma leve tonalidade amarelada e o caule estava ligeiramente deformado
apontando os sintomas de estiolamento.
As plântulas que foram submetidas a 12h de radiação solar estavam eretas, com a parte
aérea bem desenvolvida, denotando folhas com seus folíolos verdes e bem perceptíveis. Estas
características similares as encontradas por Nakazono et al. (2001), afirmando que plântulas
sob maior disponibilidade de luz apresentam aumento da parte aérea, a área foliar, o número
de folhas e a distribuição de biomassa para a raiz. Isto foi possível pois a atividade
fotossintética estava ocorrendo de maneira adequada, devido à alta disponibilidade de luz. As
plântulas submetidas a 12h de luminosidade (T3), apresentaram valores próximos aos do T2,
ou seja, não diferenciam estatisticamente. Os valores obtidos neste tratamento foram parte
aérea totalizando 20,30 cm, 11,68 cm para raiz e 3,33 de diâmetro. Segundo Roncancio et al.
(1996), plântulas sob fotoperíodo mais longo denotam um maior desenvolvimento caulinar,
devido a este motivo o tratamento totalizou o maior valor de RAD tabelado (6,17).
CONCLUSÃO
Para o desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum, nota-se que a 12h
de radiação solar direta, a espécie apresenta melhor desempenho em relação aos tratamentos
analisados. Sendo então, a melhor condição de luminosidade para o desenvolvimento inicial
da espécie.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Jaboticabal, v. 4, n. 1, 2000.
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167
O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos no estado de
Goiás na safra 2016/17
Isabela Carolina Silva(1)
; Scarlet de Aguiar Basílio(2)
; André Felippe Monteiro Guimarães(3)
;
Mariana Pina da Silva Berti(4)
(1)
Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri,
Goiás. [email protected]; (2)
Mestranda em Produção Vegetal, Universidade
Estadual de Goiás - Campus Ipameri, Goiás. (3)
Engenheiro Agrônomo. (4)
Docente na
Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri.
RESUMO
A região Centro-Oeste vem se destacando como o maior polo agrícola do país, sendo
responsável por 42% da produção nacional de grãos. O estado de Goiás representou um
montante de 18,9 milhões de toneladas de grãos na última safra. Objetivou-se neste trabalho
avaliar a capacidade de armazenamento de grãos no Estado de Goiás e suas respectivas
mesorregiões utilizando um comparativo com a produção agrícola da região. Apesar da
grande produção, um problema que afeta as negociações e a qualidade dos grãos colhidos é o
armazenamento. Goiás possui um déficit na capacidade estática de armazenamento de
25,17%, número abaixo do ideal, visto que se recomenda uma capacidade estática 20%
superior a produção de grãos. Dividido em cinco mesorregiões, o estado tem como principal
região produtora a parcela sul, representada pelos principais municípios produtores como Rio
Verde e Jataí.
Palavras-chave: Estocagem; Culturas agrícolas; Mesorregiões; Logística.
INTRODUÇÃO
O Brasil se destaca no cenário mundial nos sistemas de produção agrícola como um
dos maiores exportadores de grãos, abastecendo países com grande demanda de produtos,
dentre eles China e Estados Unidos. A cada safra, a produção brasileira de commodities tem
superado recordes. O desenvolvimento tecnológico, fatores climáticos favoráveis, e dedicação
de produtores e profissionais ligados ao agronegócio colocam o Brasil entre os países mais
competitivos da agricultura no planeta (CONSTABILE, 2017).
Segundo a Conab (2017), a safra 2016/2017 obteve produção de 232,02 milhões de
toneladas de grãos, correspondente a um aumento de 24,3% em relação à safra 2015/2016. Os
grãos de soja e milho são responsáveis por 90% dos grãos produzidos no pais.
Analisando as potencialidades do Brasil na produção agrícola, verificam-se grandes
perdas da produção em função da deficiência existente na infraestrutura, destacando-se a má
disposição da capacidade estática, e também a precariedade dos sistemas de transportes
(FERNANDES, 2016). A formação de estoques privilegia a distribuição cronológica e
abastecimento a partir de armazéns localizados em pontos estratégicos que facilitam à
logística e impedem a alteração frequente dos preços (GIOVINE e CHRIST, 2010).
A capacidade de armazenagem de grãos no Brasil é insuficiente, e atualmente, 17,7
mil armazéns são cadastrados, com uma capacidade de armazenar 157,6 milhões de toneladas
de grãos, visto que estimativas de produção ultrapassam a casa dos 230 milhões de toneladas,
o que resulta em um déficit impactante na capacidade estática brasileira. O Centro-Oeste, na
168
década vigente, tem se tornado o principal polo agrícola do país, a região representou 42% da
produção nacional de grãos, alcançando um surpreendente número de 88 milhões de toneladas
no ciclo agrícola (CONAB, 2017). O estado de Goiás apresenta um déficit na capacidade
estática de armazenamento, sendo necessária expansão em aproximadamente 44,83%, para
atender toda demanda regional (ALEIXO e SILVA 2015).
A frente do exposto, o objetivo do trabalho é identificar o déficit na capacidade
estática de armazenamento de grãos no Estado de Goiás na safra 2016/2017.
MATERIAIS E MÉTODOS
No presente trabalho, foi aplicada a metodologia de uma pesquisa exploratória,
sendo realizada a partir de dados oriundos do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras
e dos levantamentos de safras da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. A atual
pesquisa foi desenvolvida a partir de revisões bibliográficas sobre a armazenagem de grãos no
Estado de Goiás e a condição atual da capacidade estática na safra 2016/2017.
As informações referentes à capacidade estática de armazenagem e a produção de
grãos foram condensadas por mesorregiões do Estado de Goiás. Tabelas e figuras foram
construídas em sequência para a realização das análises necessárias. Para o cálculo do déficit
de armazenagem no Estado de Goiás, utilizaram-se os dados da safra 2016/2017 e a
capacidade estática do Estado, a qual é disponibilizada pela Conab.
Por fim, a atual situação da localização dos armazéns, e o tipo de unidade
armazenadora (Unidade Armazenadora em nível de Fazenda; Unidade Armazenadora
Coletora; Unidade Armazenadora Intermediária e Unidade Armazenadora Terminal) foram
descritas de acordo com a predominância em cada região.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estado de Goiás no que se refere a armazenamento de grãos ocupa a segunda
posição, atrás apenas do Mato Grosso. A Tabela 1 demonstra à evolução da produção agrícola
aliada a capacidade estática do estado nas últimas dez safras agrícolas. O Centro-Oeste, a
segunda região do Brasil com maior capacidade estática de armazenamento de grãos, sendo
superada apenas pelo Sul do país (SILVA NETO et al., 2016).
Tabela 1. Produção e Armazenamento de Grãos no Estado de Goiás.
Ano
Produção de Grãos
(mil/ton)
Capacidade Estática dos
Armazéns (mil/ton)
2006 10755,00 12433,70
2007 11235,30 12435,70
2008 12829,70 12970,80
2009 13030,60 12964,45
2010 13347,80 12955,70
2011 15446,80 11916,80
2012 18187,90 12890,20
2013 17656,50 13161,03
2014 18679,80 12613,10
2015 19620,52 11999,70
2016 17635,40 13196,36
Fonte: Elaboração do autor a partir de dados obtidos na Conab.
169
Em Goiás, o armazenamento de grãos apresenta como característica principal as
unidades de armazenamento do tipo coletor, as quais são representadas principalmente por
armazéns graneleiros e baterias de silos. A Figura 2 demonstra a quantidade de armazéns
dispostos em todo Estado e suas respectivas características.
Figura 1. Tipos de Unidades Armazenadoras de Grãos em Goiás.
O armazenamento de grãos pode ser efetuado de duas maneiras, sendo elas: a granel,
quando os grãos são dispostos em silos, e armazéns convencionais, quando os grãos são
armazenados em sacos e guardados em galpões, no estado de Goiás, predomina-se os
armazéns a granel na forma de silos metálicos, visto que a expansão agrícola proporciona um
maior investimento nas unidades armazenadoras (ALEIXO e SILVA, 2015).
A Tabela 2 apresenta os dados da capacidade estática dos armazéns convencionais e
graneleiros das respectivas mesorregiões do estado de Goiás. Nota-se que a região Sul
apresenta o maior número de unidades armazenadoras, tanto para armazéns convencionais e
graneleiros.
Tabela 2. Capacidade estática dos armazéns convencionais e graneleiros das respectivas
mesorregiões do estado de Goiás.
Região/Armazém Convencional Graneleiro
Número Capacidade (t) Número Capacidade (t)
Centro 16 65.940 29 504.618
Leste 76 213.684 143 1.215.661
Noroeste 5 22.192 6 124.650
Norte 7 18.616 19 205.742
Sul 111 523.549 501 10.442.281
Total 215 843.981 698 12.492.952
Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos no SICARM (2017).
CONCLUSÃO
O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos em Goiás para a safra de
2016/17 foi de 25,17%, visto que o recomendado para uma produção e armazenagem segura é
de 20% superior à produção de grãos, o que indica a necessidade de um acréscimo de 45,17%
na capacidade estática de armazenamento do Estado para suprir a demanda por produtos
durante todo o ano e respaldar os produtores para que possam ser competitivos no mercado
nacional e internacional nas negociações de commodities.
29%
36%
24%
9%
1% 1%
Graneleiros
Bateria de Silos
Convencional
Silo
Depósito
Chapéu Chinês
170
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171
Crescimento in vitro e produção de conídios de Colletotrichum
gloeosporioides, ocorrente em mangueira cv. ‘Amrapali’
Mariany Dalila Milan
(1); Gustavo Henrique Silva Peixoto
(2); Paulo Henrique Pereira Costa
Muniz(3)
; Maria Eduarda Sampaio Barboza(4)
; Daniel Diego Costa Carvalho(5)
(1)Mestranda em Produção Vegetal – Universidade Estadual de Goiás, UEG, Ipameri-GO. E-
mail: [email protected]; (2)
Mestrando em Fitopatologia – Universidade de Brasília; (3)
Graduando em Agronomia – Universidade Estadual de Goiás; (4)
Graduanda em Agronomia
- Universidade Estadual de Goiás; (5)
Docente – Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, a manga é uma das frutas mais
exportadas do país, possuindo grande importância econômica e social. Fungos do gênero
Colletotrichum são reconhecidos por causarem a antracnose em diversas espécies de
hospedeiros. A antracnose gera lesões que diminuem consideravelmente a qualidade dos
frutos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento micelial dos isolados de
Colletotrichum gloeosporioides sob a temperatura de 25°C sob regime de luz de 12 horas.
Foram avaliados seis isolados de C. gloeosporioides, através de medições diárias durante 10
dias. As análises indicaram que a temperatura de 25°C é a ideal para o desenvolvimento do
patógeno, sendo que o isolado N-02-02, apresentou maior capacidade de sobrevivência a esta
temperatura.
Palavras-chave: Mangifera indica; antracnose; micologia; epidemiologia.
INTRODUÇÃO
Muitos são os empecilhos ainda encontrados na cadeia produtiva da manga no Brasil.
Uma preocupação evidente é a aparência dos frutos, por ser um fator muito importante para
sua comercialização, defeitos na casca pouco são tolerados (LEMOS et al., 2013). As
atividades dos patógenos resultam em perdas, dentre eles os fungos que podem causar
podridões, senescência, amadurecimento, causando danos que diminuem a vida pós-colheita
das frutas. O Colletotrichum é o fungo que mais limita o desenvolvimento da cultura da
manga no Brasil, pois reduz a produtividade e qualidade dos frutos (MOURA et al. 2012).
Fungos do gênero Colletotrichum são reconhecidos como um dos mais importantes
grupos de fungos, por causarem a antracnose, em diversas espécies de plantas (CANNON et
al., 2012). A antracnose é uma doença cosmopolita, sendo de grande importância em países
com alta umidade e regime chuvoso prolongado (ARMESTO et al., 2017). A doença ocorre
com maior incidência em ambientes fechados que garantem pouca luminosidade e alta
umidade, sendo que os sintomas por se manifestar durante o florescimento, maturação e pós-
colheita com temperaturas ideais de 20 a 25°C (MAIA et al.,2011). Os sintomas da antracnose
nos frutos podem variar de acordo com a espécie, mas geralmente na fase inicial apresenta
pequenas pontuações de coloração marrom a preta, com formato circular evoluem para
manchas necróticas de coloração escura e bordas definidas e forma irregular, seguidos pelo
apodrecimento dos frutos (TERAO et al., 2016).
Estudos sobre a fisiologia do C. gloeosporioides são escassos no Brasil, necessitando
de uma maior elucidação do fungo sobre o seu comportamento em diferentes condições de
172
temperatura. Portanto é necessário pesquisas na área de caracterização fisiológica de C.
gloeosporioides no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento
micelial dos isolados de C. gloeosporioides sob a temperatura de 25°C sob regime de luz de
12 horas.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização do crescimento micelial e da esporulação do C. gloeosporioides a 25°C
Os seis isolados de C. gloeosporioides foram repicados através de disco de micélio
com 7mm para placas de Petri contendo meio BDA e submetidos à incubação em câmara
BOD a 25°C sob 12 horas luz, empregando-se lâmpadas fluorescentes de 20W, 75RS (marca
Philips®) durante 10 dias. Em seguida, foram realizadas medições diárias das colônias até o 7°
dia após a inoculação (DAI) nas placas de Petri, com auxílio de um paquímetro digital para
obtenção das medidas de crescimento (baseada na média de duas medidas diametralmente
opostas). Após 10 DAI a 25ºC, um total de 10 mL de ADE foi adicionado em cada placa de
Petri, seguido da liberação dos esporos com alça de Drigalsky. Em seguida, os esporos foram
recolhidos em Becker e filtrados em gaze esterilizada. As concentrações das suspensões
obtidas foram mensuradas em câmara de Neubauer, realizando-se a contagem de esporos em
cinco quadrantes da câmara para cada placa (CARVALHO et al., 2008).
Análises estatísticas
Os resultados relativos ao crescimento micelial (10 DAI) e esporulação (10 DAI) com
os isolados de C. gloeosporioides foram submetidos à análise de variância, ao teste de Scott-
Knott (P≤0,05) e à análise de regressão para obtenção de modelos significativos para o
crescimento das colônias, com auxílio do programa SISVAR 5.3 (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Após a avaliação do crescimento em função dos dias após a inoculação à temperatura
de 25°C, verificou-se um rápido crescimento com ocupação completa da placa de Petri pelos
isolados ao 7°dia após inoculação (Figura 1). As leituras diárias de crescimento permitiram
estabelecer modelos quadráticos significativos e com altos coeficientes de determinação
(Tabela 1).
Figura 1. Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides em função dos dias após
incubação à temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12h luz. Ipameri, Goiás, Brasil, 2018.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
1 2 3 4 5 6 7
Áre
a o
cup
ada
po
r m
icél
io (
cm2)
Dias após incubação
N-01-05 N-01-07 N-01-09 N-01-16 N-02-01 N-02-02
173
Tabela 1. Modelos de regressão para o crescimento micelial de Colletotrichum
gloeosporioides em função dos dias após a incubação à temperatura de 25°C. Ipameri, Goiás,
Brasil, 2018(1)
Isolado Modelo
(2) R
2
N-01-05 Y = -0,20332 x2 + 3,8187x – 3,3768 99,68%
N-01-07 Y = -0,1325 x2 + 2,9311x – 2,5097 99,54%
N-01-09 Y = -0,1514x2 + 3,1422x – 2,7609 99,75%
N-01-16 Y = -0,1257 x2 + 2,8314x – 2,4457 99,67%
N-02-01 Y = -0,1483 x2 + 3,1082x – 2,7482 99,66%
N-02-02 Y = -0,1435x2 + 2,9597x – 2,5665 99,71%
(1) Os modelos especificados para cada isolado correspondem às curvas de regressão
apresentadas na Figura 1. (2)
Todos os modelos foram significativos P<0,01. Estudos como o de Tozze Junior et al. (2006), demonstrou que o crescimento dos
fungos podem se diferir, porém apresentam melhor desempenho nas temperaturas entre 20 e
25°C, observou-se que o crescimento do C. gloeosporioides apresentou variação na mesma
faixa de temperatura quando comparados os resultados entre os isolados (Tabela 2).
Tabela 2. Crescimento micelial ao 7º dia após a incubação (DAI) e esporulação ao 10º DAI
de Colletotrichum gloeosporioides sob temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12 h luz.
Ipameri, Goiás, Brasil, 2018*. Isolado Área ocupada por micélio ao 7°
DAI (cm2)
Esporulação ao 10° dia
(conídios mL-1
)
N-01-05 13,35 a 2,48 x 105 e
N-01-07 11,73 b 89,20 x 105 c
N-01-09 11,98 b 46,97 x 105 d
N-01-16 11,35 c 87,36 x 105 c
N-02-01 11,91 b 107,76 x 105 b
N-02-02 11,21 c 128,58 x 105 a
CV (%) 3,05 9,04
*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, pelo teste de Scott-Knott,
ao nível de 5% de probabilidade.
O isolado N-01-05 apresentou um crescimento estatisticamente superior aos demais
isolados, contudo sua quantidade de conídios foi inferior. Considerando apenas a capacidade
de crescimento micelial o N-01-05 foi superior, seguido do N-01-09, N-02-01, N-01-07.
Observando os resultados de esporulação da (Tabela 2), o isolado N-02-02 apresentou uma
capacidade de esporulação consideravelmente maior que os demais, seguido pelos isolados N-
02-01, N-01-07, N-01-16, N-01-09 e N-01-05. Neste contexto, vale a pena mencionar que a
174
produção de conídios é uma característica altamente intrínseca e dependente do isolado
(CARVALHO et al., 2008).
CONCLUSÃO
O isolado que combina boa capacidade de crescimento e maior capacidade de
esporulação foi o N-02-02, apresentado assim maior capacidade de sobreviver e se reproduzir
sob a temperatura de 25°C.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás –
FAPEG pela concessão de bolsa de mestrado e a UEG por uma bolsa de iniciação de iniciação
científica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CARVALHO, D.D.C.; ALVES, E.; BATISTA, T.R.S.; CAMARGOS, R.B.; LOPES,
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FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia,
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MAIA, F. G. M., ARMESTO, C., ZANCAN, W. L. A., MAIA, J. B., & DE ABREU, M. S.
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TOZZE JÚNIOR, H. J.; FIRMINO, A. C.; FISCHER, I. H.; FURTADO, E. L.; MASSOLA
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the state of São Paulo. Summa Phytopathologica, Botucatu-SP v. 41, n. 4, p. 270-280,
2015.
175
Hidrocondicionamento fisiológico de sementes de alface à temperatura de
20ºC
Marcos Veríssimo de Andrade(1)
; José Roberto Carlos de Oliveira Filho(2)
; Edilson Henrique
Rezende(2)
; Natália Arruda(3);
Mariana Pina da Silva Berti(4)
(1)
Estudante do Curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
([email protected]); (2)
Estudantes do Curso de Agronomia; Universidade
Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)
Pós-doc do Programa de Pós Graduação em Produção
Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (4)
Professora do Curso de
Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
Objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade fisiológica de sementes de alface, visando
melhorar a velocidade e uniformização da germinação, tendo como ferramenta de estudo o
hidrocondicionamento. Foram utilizados dois lotes de sementes de alface, uma amostra de 1g
de cada lote foram hidrocondicionadas á (30, 60 e 90 mL de água) na temperatura de 20 ºC e
a testemunha à 15 mL de água. Os resultados foram comparados pelo teste de Scott Knott a
5% de probabilidade. Para avaliar o potencial fisiológico das sementes após o
hidrocondicionamento realizou-se testes de germinação, primeira contagem de germinação,
emergência de plântulas e índice de velocidade de emergência de plântulas em substrato. O
hidrocondicionamento fisiológico á temperatura de 20 ºC com 30 e 60 mL de água promovem
efeitos benéficos sobre a germinação de sementes em lotes de médio vigor e favorece a
velocidade de emergência em lotes com alto vigor.
Palavras-chave: Emergência de plântulas, velocidade de germinação, vigor.
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça popular no mundo, com elevado teor de
vitamina A nas folhas verdes, alcançando até 4.000 UI/100 g. Devido ao aumento exponencial
da população e as mudanças nos hábitos alimentares dos consumidores, na busca de alimentos
mais saudáveis, seu consumo tem aumentado cada dia (FILGUEIRA, 2008).
Um dos principais problemas para o uso de sementes de várias espécies vegetais é a
falta de uniformidade na germinação, pois dentro de um mesmo lote de sementes, no processo
de hidratação encontram-se indivíduos de diferentes fases da curva de embebição, originando
uma germinação heterogênea (GURGEL JUNIOR et al., 2009).
A ocorrência de condições ambientais adversas após a semeadura não pode ser prevista ou
mesmo evitada, mas contribui para a desuniformidade e redução do estande, tanto em
bandejas para produção de mudas quanto no cultivo por meio de semeadura direta, com
possíveis prejuízos ao produtor. Desta maneira, em culturas de hortaliças, cujas sementes
possuem alto valor comercial, o uso de procedimentos especiais, como o condicionamento
fisiológico, pode favorecer o desempenho das sementes (LIMA; MARCOS FILHO, 2010).
Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar a qualidade fisiológica de
sementes de alface, visando melhorar a velocidade e uniformização da germinação, tendo
como ferramenta de estudo o hidrocondicionamento.
176
MATERIAL E MÉTODOS
O Experimento foi conduzido no laboratório e em casa de vegetação da Universidade
Estadual de Goiás - UEG, Câmpus Ipameri durante o primeiro semestre do ano de 2018. Antes
de iniciar a pesquisa foi determinada a curva de embebição das sementes de alface, utilizando
a temperatura de 20 ºC, e três quantidades de água, 30, 60 e 90 mL, além da testemunha com
15 mL. A curva de embebição foi realizada por tempos pré-determinados, até atingirem 50%
de protrusão da raiz primária. O teor de água inicial das sementes foi determinado pelo
método da estufa a 105 °C ± 3 °C por 24 horas (BRASIL, 2009).
Foram utilizados dois lotes de sementes de alface, dos quais foram separadas quatro
amostras com 1g de sementes de cada lote. Uma amostra constitui o tratamento testemunha
(15 mL) e as outras foram as hidrocondicionadas (30, 60 e 90 mL de água) na temperatura de
20 ºC. Com os valores do teor de água e as massas das amostras iniciais foram calculados os
pesos finais das sementes durante o hidrocondicionamento. Quando as amostras de sementes
atingiram o peso correspondente a 35% de teor de água, estas foram secas à sombra em
temperatura do ambiente, até atingirem teores de água próximos ao inicial (9,4%).
Para avaliar o potencial fisiológico das sementes condicionadas com água e a não
condicionada (testemunha), foram realizados os seguintes testes:
a) Germinação: foi realizado com quatro repetições de cinquenta sementes para
cada tratamento de cada lote, seguindo os critérios estabelecidos pelas Regras de Análise de
Sementes (BRASIL, 2009).
b) Primeira contagem de germinação: realizado concomitantemente com o teste
de germinação descrito no item a.
c) Emergência de plântulas em substrato: foi realizado com quatro repetições de
25 sementes por tratamento de cada lote em bandejas de isopor, utilizando-se substrato
comum para mudas de hortaliças.
d) Velocidade de emergência de plântulas: realizado concomitantemente com o
teste de emergência de plântulas em substrato (item c), o índice de velocidade de emergência
foi calculado de acordo com a fórmula proposta por Maguire (1962).
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro
repetições, em esquema fatorial de 2x4 (dois lotes e quatro quantidades de água). Os
resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo
teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
De acordo com os resultados da Tabela 1 observa-se que a germinação, primeira
contagem de germinação e emergência de plântulas em todos os tratamentos o lote 2 foi
estatisticamente superior em relação ao lote 1, porém para o índice de velocidade de
emergência de plântulas os resultados foram semelhantes, diferindo apenas para o tratamento
de 30 mL, onde o lote 2 mais uma vez apresentou resultado melhor que o lote 1. Isso explica
que a qualidade das sementes do lote 2 é superior quando comparada ao lote 1.
Com relação à porcentagem de germinação (Tabela 1), verifica-se que as sementes que
passaram pelo hidrocondicionamento não afetaram de forma negativa a porcentagem de
germinação das sementes quando comparadas com a testemunha. No lote 1 as amostras de
sementes condicionadas com 30 e 60 mL apresentaram porcentagem de germinação
estatisticamente superior que a testemunha, porém a testemunha não diferiu do tratamento de
90 mL. Para o lote 2 não houve diferença significativa na germinação. Segundo Marcos Filho
e Kikuti (2008) não deve ser esperada ampla resposta de sementes de alto potencial
fisiológico ao condicionamento, considerando que o objetivo desse tratamento é a aceleração
177
e a sincronização da germinação, normalmente verificadas em lotes de germinação elevada
como o lote 2.
Tabela 1: Valores médios e coeficientes de variação (%) referentes à germinação (G),
primeira contagem de germinação (PCG), emergência de plântulas (EM), índice de
velocidade de emergência de plântulas (IVE), provenientes de dois lotes de sementes de
alface (Lactuca sativa), submetidas ao hidrocondicionamento.
Parâmetros Hidrocondicionamento 20 ºC
Testemunha 30 mL 60 mL 90 mL
G (%)
LOTE 1 84 Bb 90 Ba 91 Ba 86 Bb
LOTE 2 96 Aa 98 Aa 99 Aa 95 Aa
CV (%) = 3,22
PCG (%)
LOTE 1 76 Bb 81 Ba 84 Ba 77 Bb
LOTE 2 91 Ab 95 Aa 95 Aa 91 Ab
CV (%) = 3,36
EM (%)
LOTE 1 34 Bb 44 Bb 62 Ba 50 Ba
LOTE 2 62 Aa 69 Aa 77 Aa 72 Aa
CV (%) = 18,46
IVE (%)
LOTE 1 1,75 Aa 2,00 Ba 2,64 Aa 2,33 Aa
LOTE 2 2,25 Ab 3,25 Aa 3,50 Aa 3,00 Aa
CV (%) = 25,77
*Médias seguidas com a mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha para cada
avaliação, não diferem entre si por meio do teste de Scott-Knott, p ≤ 0,05.
Para a variável primeira contagem de germinação (Tabela 1), observa-se que as
sementes hidrocondicionadas, independente da quantidade de água, apresentaram maior
porcentagem de plântulas normais que a testemunha, comprovando a influencia positiva do
condicionamento fisiológico no processo de germinação. Para os dois lotes nesta variável, os
melhores resultados foram encontrados nos tratamentos com 30 e 60 mL, porém o tratamento
90 mL não diferiu estatisticamente da testemunha, mesmo apresentando alta porcentagem de
plântulas normais.
Já em relação à emergência de plântulas (Tabela 1), para o lote 1 os melhores
tratamentos foram 60 e 90 mL, 62 e 50% de plântulas emersas em substrato, respectivamente,
isto não foi verificado para o lote 2, onde não houve diferença significativa entre os
tratamentos, entretanto, em termos absolutos, o tratamento 60 mL apresentou 77% de
plântulas emersas. Os resultados do lote 2 foram concordados por Gurgel Junior et al (2009)
em que trabalhando com sementes de pepino hidrocondicionadas não encontrou vantagem no
tratamento pré-condicionador na porcentagem de plântulas emergidas.
Avaliando os resultados do índice de velocidade de emergência de plântulas (Tabela 1), pode-
se perceber que para o lote 1 não houve diferença significativa entre os tratamentos com a
testemunha, já os resultados do lote 2 mostraram diferença significativa das sementes
condicionadas com água em relação a testemunha. Resultados semelhantes foram encontrados
por Araujo et al. (2011) em sementes de maxixe. Lima e Marcos Filho (2009), afirma que o
178
hidrocondicionamento é favorável a velocidade de germinação dos lotes de alto e médio
vigor, mas os lotes de baixo vigor não se beneficiam com essa técnica.
CONCLUSÃO
O condicionamento fisiológico, principalmente nas quantidades de água 30 e 60 mL,
promove efeitos benéficos sobre a germinação de sementes de alface para os lotes de médio
vigor. Para lotes de alto vigor, independente da quantidade de água o hidrocondicionamento
favorece a velocidade de emergência de plântulas, sendo assim, o uso dessa tecnologia é
eficaz para produção de mudas de alface.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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fisiológico e vigor de sementes de maxixe. Revista Brasileira de Sementes, Londrina – PR,
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sementes. Brasília: SDA/ACS, 399p. 2009.
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flor e desempenho das plantas em campo. Horticultura Brasileira, v.26, n.1, p.165-169,
2008.
179
Controle do escurecimento enzimático em palmito de açaí minimamente
processado
Maryelle Barros da Silva(1);
Alex Guimarães Sanches(2)
; Elaine Gleice Silva Moreira(3)
;
Natália Cássia de Faria Ferreira(3)
; Sandy Santos da Fonseca(4)
(1)
Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual do Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Doutorando em Produção Vegetal, UNESP; (3)
Mestranda em
Produção Vegetal; UEG; (4)
Engenheira Agrônoma.
RESUMO
O palmito de açaí sofre grandes alterações após o processamento em especial pela atuação de
enzimas que causam o escurecimento reduzindo sua qualidade. Como forma de prolongar sua
vida útil sob refrigeração o presente trabalho avaliou o ácido ascórbico como antioxidante de
conservação. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado sob esquema
fatorial 3x6 sendo três tratamentos, controle, 1 e 3% de ácido ascórbico e seis tempos de
avaliação. Verificou-se que independente da concentração de ácido ascórbico utilizada houve
maior preservação da qualidade e redução do escurecimento nos palmitos para todas as
variáveis analisadas quando comparadas ao controle, nota-se ainda que vida útil dos palmitos
foi de 4, 6 e 8 dias para os tratamentos testemunha, ácido ascórbico a 1 e 3% respectivamente.
Palavras-chave: Euterpe oleracea, atividade enzimática, antioxidante.
INTRODUÇÃO
Produtos minimamente processados constituem-se em produtos que estão se
desenvolvendo de uma forma rápida e importante como resultado da diminuição do tempo
necessário para o preparo das refeições e do aumento da preocupação dos consumidores na
escolha por alimentos saudáveis. (JESUS et al., 2008).
O palmito de açaí ainda é pouco explorado comercialmente e tem sua qualidade
reduzida devido ao escurecimento ocasionado por enzimas oxidativas peroxidase (POD) e
polifenoloxidase (PPO), decorrentes do processamento mínimo, causando mudança de cor,
degradação da clorofila, oxidação de fenóis, oxidação de ácidos e muitos destes fatores
também podem ser associados com o ―flavour‖, a textura e as qualidades nutricionais dos
alimentos (KOBLITZ, 2008).
O efeito antioxidante do ácido ascórbico nesse contexto atua na inibição da POD e
PPO, baseando-se, principalmente, em sua capacidade de reduzir esses agentes oxidantes, que
são formados quando o oxigênio entra em contato com o alimento, prevenindo dessa forma a
formação de pigmentos escuros (COSTA, 2010).
Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade de palmitos de
açaí minimamente processado e o controle da ação enzimática da polifenoloxidase (PPO) e da
peroxidase (POD), frente ao tratamento com ácido ascórbico.
MATERIAL E MÉTODOS
Os palmitos de açaí foram colhidos de plantas com altura entre 6,00 a 7,00 m em
cultivo comercial localizado no município de Altamira-PA. O corte ocorreu em plantas já
180
adultas que não apresentavam mais condições de colheita de forma manual. Os palmitos
foram condicionados em caixas térmicas contendo água e gelo e transportados até o
laboratório de tecnologia de produtos da Universidade Federal do Pará, onde foram retiradas
as bainhas protetoras e a parte inferior ao terceiro entrenó. De cada palmito foi obtido um
segmento de 20 cm da região meristemática, estes foram lavados em água corrente e
sanitizados em solução contendo hipoclorito de sódio a 5ppm por três minutos.
Após a sanitização os palmitos foram cortados em rodelas de 1,5 cm, sendo uma
porção imersa em solução contendo água destilada representando o tratamento controle por
três minutos e a outra parte mantida em solução de ácido ascórbico nas concentrações de 1 e
3% por igual período. As amostras de cada tratamento foram acondicionadas em sacos de
polietileno de baixa densidade (PEBD) e armazenadas em refrigerador 7°C por um período de
12 dias a temperatura de 8°C e 90% de U.R.
Atividade das enzimas peroxidase e polifenoloxidase foram realizadas de acordo com
o método proposto por Matsumo & Uritane (1972). A atividade foi expressa em unidade por
minuto por grama de tecido fresco (U min-1
g-1
). A firmeza foi determinada com auxílio de
um texturômetro e os resultados expressos em Newton (N). O conteúdo de sólidos solúveis
foi determinado por meio de análise refratométrica e os resultados expressos em °Brix. A
análise sobre o sabor foi realizada por sete avaliadores treinados que atribuirão notas de 1 a 5,
onde: 1= Nenhum, não típico; 2= Razoável; 3= Bom; 4= Muito bom, sem alterações; 5=
Fresco, excelente.
O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado sob esquema
fatorial 3x6 sendo três tratamentos (controle, 1 e 3% de ácido ascórbico e seis tempos de
avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 dias), com cinco repetições e cinco rodelas de palmito por
amostra experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, para
comparação entre as médias dos fatores, foi realizado o teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico Assistat 7.7 versão
beta.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
A atividade das enzimas peroxidase (POD) e polifenoloxidase (PPO) apresentaram
comportamentos diferenciados ao longo do tempo de avaliação do experimento, de modo
geral a atividade da peroxidase aumentou durante o período de conservação independente do
tratamento com ácido ascórbico ou não. Nos palmitos não tratados esse aumento é mais
evidente a partir do quarto dia de armazenamento diferindo significativamente nos palmitos
mantidos sob a influência do ácido ascórbico a 1 e 3% cujo aumento mais expressivo é
verificado a partir do sexto e oitavo dia, respectivamente (Tabela 1).
Ainda de acordo com a tabela observa-se que a atividade da polifenoloxidase
manteve-se estável nas rodelas de palmito imersas em ácido ascórbico a 1 e 3% até o sexto e
oitavo dia respectivamente, com posterior incremento nesses valores até o fim do
armazenamento não diferindo entre si. Nas amostras não tratadas nota-se uma manutenção
nesses valores somente até o segundo dia de avaliação com médias de 134,7 min-1 g-1
, nos
demais tempos de armazenamento a um aumento expressivo atingindo percentual de 188,9 U
min-1
g-1
ao fim de 12 dias.
Observou-se diferença estatística significativa na interação tratamentos e tempo de
armazenamento para firmeza dos palmitos. No tratamento controle, a firmeza foi afetada após
quatro dias de armazenamento enquanto que nos tratamentos com ácido ascórbico a 1 e 3% os
valores mantiveram-se estáveis até o oitavo dia de avaliação apresentando um aumento no
terço final de armazenamento. Esse aumento ocorreu, provavelmente, em virtude da maior
perda de água das rodelas de palmito, com consequente murchamento e dificuldade de
penetração da proube (Figura 1A).
181
Tabela 1: Valores médios pelo teste de Tukey sobre a atividade das enzimas peroxidase
(POD) e polifenoloxidase (PPO) em palmitos de açaí tratados com ácido ascórbico e
armazenados sobre refrigeração por 12 dias.
Tratamento
Dias de Armazenamento
Peroxidase (U min-1 g-1)
0 2 4 6 8 10 12
Controle 1134,6 aA 1303,1 aA 1658,8 bB 1928,6 cC 2271,3 cC 2864,2 cD 3363,1 cE
1% Ácido
ascórbico
1134,6 aA 1289,6 aA 1496,5 aA 1612, 5 bB 2060,8 bC 2433,9 bC 3138,8 bD
3% Ácido
ascórbico
1134,6 aA 1301,8 aA 1482,8 aA 1549,7 aA 1939,8 aB 2283,6 aC 2789,9 aC
CV (%)= 4,17
Tratamento Polifenoloxidase (U min-1 g-1)
0 2 4 6 8 10 12
Controle 133,8 aA 134,7 aA 146,6 bB 154,8 bB 163,6 bBC 171,8 bC 188,9 bD
1% Ácido
ascórbico
133,8 aA 133,3 aA 135,6 aA 137,6 aA 152,6 aB 156,8 aB 172,1 aC
3% Ácido
ascórbico
133,8 aA 134,4 aA 136,3 aA 136,9 aA 148,6 aB 157,2 aB 170,4 aC
CV (%)= 5,89
Médias seguidas pela mesma letra na coluna e linha não diferem entre si pelo teste de Tukey.
O teor de sólidos solúveis totais (SST) apresentou variação durante o tempo de
armazenamento sendo afetado significativamente pelos tratamentos utilizados com médias
oscilando entre 4,55 a 6,30 °Brix ao longo do armazenamento, nas amostras do tratamento
controle observa-se picos no segundo e no sexto dia seguido de um aumento expressivo em
seus valores até o fim do armazenamento. Nos tratamentos com 1 e 3% esses valores
mantiveram-se praticamente constantes até o sexto e oitavo dia respectivamente com posterior
aumento até o último dia de avaliação (Figura 1B).
Kalil et al., (2010) explica que os sólidos solúveis (açúcares) são consumidos no
processo respiratório assim quanto maior for a utilização destes mais avançado encontra-se o
estádio de senescência.
Figura 1: Firmeza (A) e variação no conteúdo de sólidos solúveis (B) em palmitos de açaí
tratados com ácido ascórbico e armazenados sobre refrigeração por 12 dias.
No que diz respeito a análise sensorial os avaliadores não verificaram alteração do
sabor com o uso do ácido ascórbico apresentando nota 3 até o sexto e oitavo dia para as
concentrações de 1 e 3% respectivamente. O tratamento controle após dois dias de
182
armazenamento foi caracterizado com nota 4 e após quatro dias de armazenamento a nota
apresentada foi 2 não podendo ser mais avaliada devido a cor escura e ao elevado
amolecimento da polpa apresentado.
CONCLUSÕES
A aplicação de ácido ascórbico a 3% foi mais eficiente em reduzir a atividade das
enzimas peroxidase e polifenoloxidase resultando ainda na menor degradação do conteúdo de
sólidos solúveis sem comprometer o sabor dos mesmos;
A vida útil do palmito de açaí minimamente processado e armazenado sob
refrigeração foi de 4, 6 e 8 dias para os tratamentos testemunha, ácido ascórbico a 1 e 3%
respectivamente.
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p.1091-1101, 1972.
183
Crescimento micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus
Wanderson Silva dos Santos(1)
; Paulo Henrique Pereira Costa Muniz(2)
; Mariany Dalila
Milan(3)
; Gustavo Henrique Silva Peixoto(4)
; Daniel Diego Costa Carvalho(5)
(1)
Graduando em Engenharia Florestal na Universidade Estadual de Goiás, Ipameri - Goiás,
[email protected]; (2)
Graduando em Agronomia na Universidade Estadual de
Goiás, Ipameri – Goiás; (3)
Mestranda em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de
Goiás, Ipameri Goiás; (4)
Mestrando em Fitopatologia pela Universidade de Brasília, Brasília –
DF; (5)
Professor, Doutor em Fitopatologia na Universidade Estadual de Goiás, Ipameri –
Goiás.
RESUMO
O fungo Pycnoporus sanguineus, é um basidiomiceto da ordem Aphyllophorales da família
Polyporaceae e um dos fungos causadores da podridão de madeiras. Quando se refere na
importância econômica e ecológica, podemos citar como ecológica a ciclagem de nutrientes
na decomposição da madeira, já a importância econômica podemos citar a alimentação, sendo
que muitas espécies são fontes de proteínas e sais minerais. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o crescimento micelial in vitro de isolados de P. sanguineus. Os dados relativos ao
crescimento micelial radial foram submetidos à análise de variância e análise de regressão.
Dentre os quatros isolados, três se destacaram apresentando uma média de crescimento
próximo, enquanto um apresentou crescimento inferior aos demais, quando submetidos a
mesma temperatura e fotoperíodo. A temperatura de 25ºC proporcionou bom crescimento
micelial e a ausência de luz não influenciou no crescimento micelial dos isolados de
Pycnoporus sanguineus.
Palavras-chave: basidiomicetos, crescimento micelial, podridão branca.
INTRODUÇÃO
Os fungos são organismos heterotróficos que estão em constante evolução biológica.
São encontrados em toda parte do globo terrestre, sendo comum no Brasil nos mais diversos
habitats como exemplo de ambientes pouco úmidos e com temperaturas elevadas
(VANDERLINDE; ONOFRE, 2010; SILVA; GIBERTONI, 2006). O fungo Pycnoporus
sanguineus, é um basidiomiceto da ordem Aphyllophorales da família Polyporaceae e um dos
fungos causadores da podridão de madeiras, popularmente conhecido como orelha de pau,
sendo encontrado na madeira onde se fixam e dela se alimentam, sendo o causador da
podridão branca (MODES et al., 2012).
Quanto à importância ecológica e econômica dos basidiomicetos, pode-se comentar
como ecológica: contribuição com a ciclagem de nutrientes a decomposição de madeiras,
enriquecendo o solo com matéria orgânica e muitos nutrientes; em relação à importância
econômica:podemos citar a alimentação, sendo que muitas espécies são fontes de proteínas,
sais minerais, ferro, cálcio, fibras (TOMAZINI et al., 2016). Essas capacidades os tornam
importantes na Biotecnologia pela aplicação industrial e pela aplicação no tratamento de
efluentes da indústria têxtil e papeleira, bem como o processo de biorremediação de solos
contaminados (VIEIRA et al., 2006).
184
A medida do crescimento micelial é feita por diferentes formas, tais como crescimento
radial, vigor, velocidade de crescimento e massa do micélio (ANDRADE et al., 2010). É
fundamental fazer testes para obter resultados da melhor temperatura, para o crescimento in
vitro do fungo (LEITE; AMORIM, 2002). O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento
micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus.
MATERIAL E MÉTODOS
Avaliação in vitro do crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus
Discos de micélio (7 mm Ø) contendo quatro isolados de P. sanguineus foram
retirados de colônia com aproximadamente dez dias de idade e transferidos para o centro de
placas de Petri (85 mm Ø) contendo meio BDA. Em seguida, as placas foram mantidas em
incubadora tipo BOD na temperatura de 25ºC na ausência de luz. O crescimento radial do
micélio foi avaliado diariamente até o 7º dia após a inoculação (DAI) nas placas de Petri, a
partir da média de dois diâmetros diametralmente opostos.
Análises estatísticas
Os dados relativos ao crescimento micelial radial foram submetidos à análise de
variância e análise de regressão, para obtenção de modelos significativos para o crescimento
micelial (P<0,05). Estas análises foram realizadas no programa estatístico Sisvar 5.6
(FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Após avaliação do crescimento micelial em função da temperatura verificou-se o
crescimento das colônias de P. sanguineus sob a temperatura de 25ºC (Figura 1), o que
resultou na obtenção de curvas de crescimento com modelos lineares e quadráticos (Tabela 1).
Figura 1. Crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus em função dos dias após
incubação à temperatura de 25°C e ausência de luz. Ipameri, Goiás, Brasil, 2018.
O crescimento apresentado na Figura 1 era esperado, pois fungos do tipo
basidiomicetos apresentam o melhor crescimento com temperatura em torno de 25ºC, como
exemplo o Agaricus bisporus que apresentou melhor média de crescimento aos 25ºC
(ANDRADE et al., 2010). Entre os isolados ―M-03-02‖, ―M-03-03‖ e ―M-04-02‖, foram os
185
que apresentaram as melhores médias de crescimento micelial. Em contrapartida, o isolado
―M-04-01‖ entre os quatro isolados foi o que apresentou a menor taxa de desenvolvimento em
relação ao crescimento no decorrer dos dias sob condições de temperatura e ambiente
controlados.
De maneira análoga, estudos reportam que a temperatura influencia no crescimento
micelial de fungos patogênicos, Campos et al., (2008), afirma que o crescimento do fungo
Pleurotus ostreatus foi maior a 25° C, em ambos os meios de cultura testados, já para Cadioli
et al. (2007) a temperatura ideal para o crescimento foi de 22,5°C para o fungo Paecilomyces
lilacinus, a qual o crescimento foi mais rápido. Isso evidencia que os fatores físicos, como a
temperatura é um dos principais fatores ambientais que influencia a taxa de crescimento
micelial, produção e germinação de esporos nos mais diversos fungos patôgenicos
(MARCUZZO; NASCIMENTO, 2016).
Tabela 1. Modelos de regressão para o crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus em
função dos dias após a incubação à temperatura de 25°C e ausência de luz. Ipameri, Goiás,
Brasil, 2018(1)
.
Isolado Modelo(2)
R2
M-03-02 Y = 1,2317x – 0,2485 99,22%
M-03-03 Y = 1,2128x – 0,2314 99,50%
M-04-01 Y = 0,0307x2 + 0,7292x – 0,4485 99,93%
M-04-02 Y = -0,0420x2 + 1,6065x – 0,4371
99,29%
(1) Os modelos especificados para cada isolado correspondem às curvas de regressão
apresentadas na Figura 1. (2)
Todos os modelos foram significativos P<0,05.
É importante salientar que os modelos de crescimento obtidos explicam em mais de
99% o crescimento micelial ao longo dos dias em incubação à 25ºC (Tabela 1). Além disso,
constata-se que a ausência de luz não foi um fator determinante no desenvolvimento micelial
do fungo.
CONCLUSÃO
A temperatura de 25ºC proporcionou bom crescimento in vitro do fungo P.
sanguineus, podendo ser explicado por modelos lineares e polinomiais do segundo grau, com
alto coeficiente de determinação.
A ausência de luz não foi um fator determinante para o crescimento micelial do P.
sanguineus.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás –
FAPEG pela concessão de bolsa de mestrado, ao CNPq por uma bolsa de Iniciação Científica
e a UEG por uma bolsa de iniciação de iniciação científica voluntária e de permanência.
186
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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187
A importância do Marketing no Agronegócio brasileiro
José Paulo Duarte Pires(1)
; Jéssica Rodrigues de Mello Duarte(2)
; Natália Cássia de Faria
Ferreira(2)
; Maryelle Barros da Silva(2)
; Scarlet de Aguiar Basílio(2)
(1)
Profissional; Engenheiro agrônomo; Catalão, Goiás; (2)
Mestranda em Produção Vegetal;
Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
O marketing representa uma ferramenta indispensável ao setor agrícola, visto que promove
maior atratividade ao agronegócio brasileiro. O presente trabalho teve por objetivo realizar
um levantamento bibliográfico sobre a importância do marketing no agronegócio brasileiro e
verificar a utilização dessa ferramenta para gestão das empresas agrícolas. Um bom plano de
marketing permite identificar os perfis dos clientes e sendo assim, focar no público alvo. A
correta utilização dessa ferramenta contribui com toda a cadeia produtiva, agrega valor aos
produtos e causa impacto positivo nas questões socioambientais. Atualmente podemos
ressaltar que o agronegócio obteve avanços notáveis nas estratégias de gestão de marca e
ações promocionais, que vieram a agregar valor ao setor, porém, ainda é preciso intensificar o
desenvolvimento de ações estratégicas e desse modo contribuir com o progresso interno e
com a ampliação global em um mercado cada dia mais competitivo.
Palavras-chave: Agricultura, Mercadologia, Tecnologia.
INTRODUÇÃO
O agronegócio compõe-se de cadeias produtivas que atuam em distintos ecossistemas
ou sistemas naturais, assumindo assim papel importante na economia brasileira através da
adoção de inovadores projetos de gestão com o intuito de aprimorar o processo produtivo,
maximizando o lucro. O termo agrobusiness tem sido amplamente utilizado para denominar
os segmentos da cadeia produtiva agropecuária, a qual inclui diversas atividades
desenvolvidas por fornecedores, equipamentos, serviços, e comercialização da produção
agropecuária, sendo o setor agrícola responsável também por grandes avanços no setor
produtivo, alto percentual em geração de renda e empregabilidade, além de alavancar o
desempenho econômico do Brasil, e se constituindo assim como peça chave na economia
nacional (MAURI et al., 2017).
A busca por melhorias e avanço no desempenho agrícola, é constante, visto que o
sistema informacional por meio da elaboração de novas estratégias de marketing é importante,
pois permite agregar valor ao empreendedor agrícola (ROSSÉS et al., 2016). Dessa forma, o
marketing requer fazer o levantamento de informações que propiciem maior vantagem
competitiva, de modo a atender as exigências dos consumidores e buscar tendências
mercadológicas, nesse contexto, diversas atividades contribuem nesse processo, as quais vão
desde o processo administrativo, até a valoração do produto comercializado (MEDINA,
2017).
A partir do momento em que produtor rural conhece seu ambiente externo e interno,
inicia-se a criação estratégias que visem maximizar a competitividade mercadológica
(TAVARES et al., 2016). E é neste contexto, onde o agronegócio necessita ampliar novos
projetos que possam garantir a melhor administração e consequentemente o desenvolvimento
188
de suas informações. O planejamento requer dados que possibilitem a obtenção de bons
resultados, uma vez que um plano de marketing se caracteriza pelas variáveis que se
correlacionam diretamente com o mercado (LAS CASAS et al., 2016).
Diante ao exposto, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento
bibliográfico sobre a importância do marketing no agronegócio brasileiro e verificar a
utilização dessa ferramenta para gestão das empresas agrícolas.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo caracteriza-se como um levantamento bibliográfico descritivo,
tendo como intuito, realizar uma análise da literatura publicada em livros, publicações, artigos
científicos, boletins. Inicialmente, foi realizada uma abordagem descritiva, de modo a
ressaltar a grande importância do marketing no setor agrícola, de modo a explorar suas
naturezas e suas características, a partir da descrição, explicação e interpretação dos fatos,
entretanto, a pesquisa também buscou aprimorar novas ideias, de modo a fornecer maiores
informações sobre o tema.
Para atender os objetivos propostos nesse estudo, e com base nos estudos dos autores
citados, a metodologia usada para o presente trabalho foi esclarecer as informações de acordo
com a pesquisa no mercado, visando os principais pontos dos consumidores e dentro das
organizações, tendo em vista o levantamento de dados dos autores, e como finalidade, auxiliar
na pesquisa. Esta etapa bibliográfica constitui-se de como podemos identificar o marketing
como uma ferramenta fundamental utilizada pelas empresas para a permanência e
desenvolvimento de organização e liderança no mercado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisadas e verificadas as mudanças na forma de visualizar, administrar e
planejar as organizações rurais, mudanças essas trazidas pela inserção do marketing rural nas
propriedades. A participação da Gestão Estratégica de Marketing nos processos
administrativos do Agronegócio tornou-se fundamental e efetiva, quebrando paradigmas e
agregando valor a cadeia produtiva e seus produtos e marcas. O consumidor busca cada vez
mais por experiências únicas, diferenciadas, participativas e customizadas, e a
descomoditização dos produtos agrícolas permite a cadeia produtiva reinventar-se,
produzindo valor agregado e atendendo as demandas dessa nova visão mercadológica.
A principal função do marketing é identificar o que pode motivar pessoas, atendendo
suas necessidades através de produtos e marcas posicionadas estrategicamente para agrada-
las, sendo assim, nota-se que a adoção do marketing no agronegócio propicia ao setor
distintas estratégias de negócios, de modo a considerar que, o Brasil possui a agropecuária
orientada para as demandas de consumo, seu perfil demográfico, estilo de vida, regras
alimentares, novas estruturas familiares adaptadas as regionalidades, alimentação típica e o
avanço da medicina natural, sendo todos esses fatores influentes na forma com que o cliente
final se relacionará com o alimento (SANTOS e ARAÚJO, 2017).
Essa ferramenta mercadológica vai muito além da publicidade, comunicação entre
consumidor e vendedor, promoções e vendas, uma vez que, busca atingir as percepções e
vontades conscientes e inconscientes das mentes humanas, entender suas aspirações, sonhos,
desejos, sentidos da vida, e relacionar como tudo isso pode interagir com a realidade e suas
possibilidades. Atualmente, não é necessário apenas possuir a tecnologia, mas também é
essencial analisar o mercado, a demanda, pois o segredo encontra-se na competência para usar
todas essas chaves de ponta a ponta na cadeia produtiva, trazendo assim um novo sentido para
o agronegócio.
189
Dos Santos e Jorge (2017) ressaltam em estudo que a interação entre os fatores
interligados no processo rural possibilita que valores satisfatórios sejam agregados a todos os
envolvidos no meio, e que o marketing é uma chave para esse processo que tem a capacidade
em gerar e manter um lucrativo alicerce, trazendo vantagem competitiva.
O processo de tomada de decisão no agronegócio, depende diretamente da informação,
sendo considerada como um fator imprescindível, visto que aumenta a eficiência no uso de
tecnologias e prevê novas tendências administrativas, assim como traz estudos com enfoque
sobre pontos altos e baixos, oportunidades e ameaças (BECKER et al., 2018; DE ARAUJO et
al., 2017). Contudo, os mecanismos atuais de comunicação ainda se mostram insuficientes
para uma assertiva tomada de decisão por parte do produtor rural, pois as ferramentas para
fornecer acesso ao desenvolvimento e uso das técnicas disponíveis são escassas, sendo assim,
o planejamento no setor rural ainda é considerado como um desafio, pois grande parte é
dependente de recursos naturais, sazonalidade, perecibilidade e outros.
Apesar de todas as vantagens já destacadas, o uso de ferramentas gerenciais de
marketing na área rural ainda é muito reduzido, porém, os produtores já estão percebendo a
necessidade dessas estratégias e estão buscando cada dia mais as mesmas, pois entenderam
que apenas conhecimento técnico de produção/criação já não é mais suficiente em um
mercado que se mostra cada vez mais competitivo. Como Martins et al. (2017) destaca em
estudo, o sistema de inovação gera um impacto que o mercado impõe sobre os novos produtos
e as carências dos consumidores e nesse sentido as ferramentas de marketing tornam-se
primordiais e de extrema relevância.
CONCLUSÃO
O marketing rural se constitui como importante ferramenta para decisão sobre os
produtos a serem cultivados, serviços e programas oferecidos pelo produtor e mostram a
necessidade do agronegócio brasileiro em se utilizar corretamente essa ferramenta, visto que
além de maximizar o potencial de vendas, auxilia na gestão empresarial, bem como
proporciona grandes inovações que suprem as exigências do mercado nacional e
internacional, e desta forma, é necessário que se intensifique o desenvolvimento de ações
estratégicas de marketing, de modo a contribuir com o progresso do mercado interno, e
também com uma ampliação global em um mercado que se mostra cada dia mais competitivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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literatura sobre inovação e sua relação com o agronegócio. Revista da Universidade Vale do
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191
Superação de dormência em sementes de Uvaia (Eugenia pyriformis
Cambess)
Leilaine Gomes da Rocha (1)
; Rafaella Arruda Marinho Diniz (1)
; Vanderléia Ferreira (1);
Fabrício de Carvalho Peixoto (2)
; Nei Peixoto (3)
(1)
Discentes do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri, GO;
[email protected]; (2)
Engenheiro Agrônomo MSc Estância Akenaton, Ipameri-GO; (3)
Docente da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.
RESUMO
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a superação de dormência em sementes de
uvaia com tamanhos distintos. Foi realizado em casa de vegetação no delineamento
experimental de blocos casualizados, em sistema fatorial 3 x 2 x 2, sendo 3 tamanhos de
sementes (grande, média e pequena), 2 condições (com e sem tegumento) e 2 concentrações
do ácido giberélico (0 e 500 mg/L). Foram obtidos dados de tempo médio de emergência,
índice de velocidade de emergência e porcentagem final de emergência. Não houve resposta
ao ácido giberélico. Não foram observadas interações triplas entre os fatores. A interação
entre a remoção do tegumento e tamanho das sementes foi significativa para todas as
variáveis. Os melhores tratamentos foram remoção do tegumento para as sementes grandes e
médias.
Palavras-chave: Myrtaceae, emergência, tegumento, tamanho das sementes.
INTRODUÇÃO
O gênero Eugenia, pertencente à família Myrtaceae compreende diversas espécies com
potencial para cultivo, porém poucas são exploradas devido ao escasso conhecimento sobre o
manejo. Eugenia pyriformis Cambess, conhecida pelo nome popular de uvaia, uvalha ou
ubaia é uma arbórea nativa da Mata Atlântica (NASCIMENTO et al., 2008). A uvaieira
produz frutos indeiscentes, carnosos, piriformes, ligeiramente pilosos, de coloração amarela.
As sementes possuem tegumento de cor castanha, com cotilédones carnosos e justapostos,
que se oxidam logo após a extração (ANDRADE e FERREIRA, 2000).
Para a formação de mudas é desejável rápida emergência das plântulas, porém,
algumas espécies arbóreas apresentam algum tipo de dormência nas sementes, sendo
necessária a utilização de algum método de superação. A escarificação das sementes retirando
o tegumento é um dos métodos utilizados. Em estudos realizados com outras espécies do
gênero Eugenia, a germinação e emergência têm sido favorecidas pela retirada, total ou
parcial, do tegumento (LAMEIRA et al., 2008; MARTINOTTO et al., 2007)
A dormência em sementes pode ser, também, devido à presença de substâncias que
inibem o processo germinativo, além do embrião imaturo. A imersão em solução de
giberelina pode acelerar a velocidade de emergência e melhorar o desempenho das plântulas,
e a porcentagem final de sementes germinadas (PINTO et al., 2017). Oliveira et al. (2005)
considera o tamanho da semente como outro fator, pois, aquelas consideradas pequenas
podem apresentar menor emergência e vigor quando comparada com as sementes médias e
grandes. Da mesma forma, Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que as sementes maiores
têm uma quantia maior de substancias de reservas durante o seu desenvolvimento, por isso
proporcionam embriões vigorosos, e rápida emergência.
192
O presente trabalho objetivou avaliar a superação da dormência em sementes de uvaia
de diferentes tamanhos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no município de Ipameri, Goiás.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com tratamentos
dispostos em sistema fatorial 3 x 2 x 2, sendo três tamanhos de sementes, as quais foram
separadas de acordo com o peso em g/100 sementes e classificadas em grande (422 g), média
(243 g) e pequena (74 g), duas condições de escarificação, sendo, tegumento íntegro e
tegumento removido e duas concentrações de ácido giberélico (0 e 500 mg/L).
O preparo das sementes ocorreu na manhã do dia 30/11/2017. As parcelas foram
constituídas por 12 sementes. Previamente à imersão na solução, as sementes foram tratadas
por hipoclorito de sódio 1%, durante 5 minutos e, em seguida, colocadas em uma garrafa pet,
com capacidade de 600 ml, com as respectivas soluções, g1= água destilada + g2= GA3 (500
mg/L) + água destilada. Antes de adicionar água, o ácido giberélico foi dissolvido em 1
mililitro de álcool etílico 96%. Após a drenagem da solução, as sementes foram
imediatamente semeadas em tubetes, com capacidade de 290 ml, preenchidos com substrato
florestal, com acréscimo de 6 gramas por litro de adubo de liberação lenta 14-14-14. A
semeadura ocorreu dia 01/12/2017. Em média o tempo decorrido do início da imersão à
semeadura foi de 28 horas.
As variáveis analisadas foram: tempo médio de emergência, índice de velocidade de
emergência e porcentagem final de germinação. Os dados foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 0,05 de probabilidade, por meio
do aplicativo Sisvar® (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
As sementes emergiram entre 18 e 72 dias após a semeadura. Não houve resposta à
aplicação de ácido giberélico para nenhuma das variáveis. Também não houve interação tripla
entre os fatores. Os resultados da análise de variância são apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Resultados das análises de variância para as variáveis: tempo médio de emergência
(TME), índice de velocidade de emergência (IVE) e porcentagem final de emergência (PFE).
Ipameri, 2018.
FV GL SQ QM Fc Pr>Fc
TME
Tasem*Casca 2 514.929088 257.464544 13.916 0.0000 **
Tasem*GA3 2 2.597212 1.298606 0.070 0.9323 ns
Casca*GA3 1 17.124352 17.124352 0.926 0.3426 ns
IVE
Tasem*Casca 2 0.125954 0.062977 21.767 0.0000 **
Tasem*GA3 2 0.001029 0.000515 0.178 0.8378 ns
Casca*GA3 1 0.008008 0.008008 2.768 0.1051 ns
PFE
Tasem*Casca 2 3000.787917 1500.393958 10.240 0.0003 **
Tasem*GA3 2 149.885417 74.942708 0.511 0.6040 ns
Casca*GA3 1 283.726875 283.726875 1.936 0.1728 ns
Notas: FV: Fonte de variação; GL: Graus liberdade; SQ: soma do quadrado; QM: Quadrado médio; Tasem:
Tamanho da semente; GA3: Ácido giberélico;
193
A interação entre remoção do tegumento e tamanho das sementes foi significativa para
todas as variáveis analisadas: tempo médio de emergência (TME), índice de velocidade de
emergência (IVE) e porcentagem final de emergência (PFE). As demais interações, tamanho
das sementes com diferentes concentrações do ácido giberélico e remoção do tegumento com
concentrações do ácido giberélico, não foram significativas para nenhuma das variáveis.
Para as sementes íntegras, o tempo médio de emergência foi maior nas sementes
grandes, enquanto que, com a remoção do tegumento, as sementes pequenas demoraram mais
a emergir do que as médias e grandes. O índice de velocidade de emergência foi maior nas
sementes sem tegumento, exceto para as sementes pequenas que se igualaram. Quanto à
porcentagem final de emergência não houve diferença entre os tamanhos de sementes
íntegras, mas as sementes grandes e médias tiveram melhor desempenho quando o tegumento
foi removido. Já as sementes pequenas tiveram melhor desempenho, quando mantidas
íntegras (Tabela 2).
Tabela 2. Tempo médio de emergência (TME), índice de velocidade de emergência (IVE) e
porcentagem final de emergência (PFE) em função da remoção do tegumento e tamanho da
semente. Ipameri, 2018.
TEG.
TASEM
TME IVE PFE
Íntegro Removido Íntegro Removido Íntegro Removido
Grandes 47,18 a A 27,24 b B 0,17 b A 0,40 a A 62,5 b A 83,35 a A
Médias 40,13 a B 30,75 b B 0,21 b A 0,36 a A 67,7 b A 84,38 a A
Pequenas 39,71 a B 35,52 a A 0,22 a A 0,19 a B 67,7 a A 53,11 b B
CV % 11,70 20,92 17,34
Médias seguidas pela mesma letra minúscula, na linha, e maiúscula, na coluna, não diferem
entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.
Na literatura não foi encontrada a relação entre os fatores em conjunto, porém quanto
à remoção do tegumento observa-se que o tempo médio de emergência foi melhor em
sementes com tegumento íntegro, em todos os tamanhos, sendo que a remoção da casca
apresentou resultados satisfatórios apenas em sementes médias e grandes. Em bacurizinho
(Rheedia brasiliensis), Souza e Gentil (2012) observaram que as sementes sem tegumento
também apresentaram menor tempo médio de emergência, como o encontrado em uvaia. Os
mesmo autores também verificaram maior velocidade de emergência em sementes sem
tegumento, assim como os resultados encontrados no presente trabalho.
Os resultados para a velocidade e porcentagem final de emergência concordam com
Gentil e Ferreira (1999), que avaliando a superação de dormência em araçá-boi (Eugenia
stipitata) constataram que a remoção do tegumento apresentou melhores resultados de
porcentagem final, índice de velocidade e tempo médio de emergência, afirmando que as
sementes possuem alguma restrição mecânica tegumentar.
Avaliando o tamanho das sementes, com a integridade do tegumento, as melhores
médias são em sementes médias e pequenas, diferentemente quando há a remoção do
tegumento, que, para a mesma variável, sobressaem as sementes médias e grandes. Nas
demais variáveis, com a integridade do tegumento, o tamanho não exerceu influência, porém,
com a retirada do tegumento, novamente as sementes médias e grandes apresentaram
melhores resultados. Klein et. al., 2007, trabalhando com pitanga (Eugenia uniflora)
verificaram a influência do tamanho das sementes sobre o processo de emergência, com
maiores médias para aquelas de tamanho médio e grande.
194
CONCLUSÃO
Para produção de mudas, havendo disponibilidade de sementes, devem ser escolhidas
sementes de tamanho médio, seguidas de remoção do tegumento, visando uniformizar a
emergência, em menor tempo, e maior porcentagem final de emergência.
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195
População micorrízica em solo na estação seca cultivado com diferentes
espécies gramíneas no sistema silvipastoril
Kamila Dias da Silva
(1); Iarla Bruna Oliveira de Almeida
(1); Alex da Silva
(2); Karolayne
Lemes D‘Abadia(3)
; Talles Eduardo Borges dos Santos(4)
.
(1)Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás;
Ipameri, Goiás;(2)
Graduado em Agroecologia; Instituto Federal do Paraná;(3)
Estudante de
Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;(4)
Professor Doutor;
Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.
RESUMO
Os fungos micorrízicos realizam associação simbiótica mutualista com a maioria das plantas
cultivadas e nativas, beneficiando o desenvolvimento da planta, através da maior absorção de
nutrientes. O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do cultivo de espécies de gramíneas
em sistema silvipastoril na população micorrízica autóctone, através da análise quantitativa de
esporos e colonização micorrízica. O experimento foi conduzido na fazenda Santa Brígida no
município de Ipameri Goiás, o delineamento experimental utilizado foi de blocos
casualizados, distribuídos em 6 tratamentos, sendo 5 gramíneas + 1 testemunha-pousio, com
quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, as médias foram
comparadas entre si pelo teste Tukey com o auxílio do programa estatístico SISVAR. A
colonização micorrízica não foi afetada pelos diferentes cultivos de gramíneas, onde os
gêneros Panicum apresentaram maior esporulação micorrízica com relação as do gênero
Brachiaria no sistema silvipastoril na estação seca.
Palavras-chave: Associação simbiótica, biologia do solo, fungos micorrízicos.
INTRODUÇÃO
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 203
milhões de hectares, cerca de 22% do território nacional (MMA, 2018).
O sistema silvipastoril representa uma modalidade de uso da terra cuja exploração é
bem mais complexa que a de pastagens cultivadas ou de florestas plantadas, pois há
necessidade de manutenção do equilíbrio entre seus componentes (árvores, forrageiras e
herbívoros), aliada ao grande número de interações possíveis entre estes e os fatores clima e
solo o que acarreta na melhoria da fertilidade do solo, ciclagem de nutrientes, eficiência no
uso de fertilizantes, além da maior estabilidade de agregados, diminuição da compactação e o
aumento da taxa de infiltração de água no solo (MACEDO, 2009) e ainda ocorrem alterações
nas propriedades microbiológicas do solo (SOUZA et al., 2008). Portanto, o manejo de solo
altera suas propriedades físicas, químicas e, especialmente, as biológicas, dentre as
propriedades microbiológicas destacam-se, a densidade e diversidade de espécies de fungos
micorrízicos arbusculares (LEAL et al., 2009) e a colonização radicular (SCHÜALER et al.,
2001).
Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) pertencem ao filo Glomeromycota e
realizam associação simbiótica mutualista com a maioria das plantas cultivadas e nativas
196
ocorrendo em mais de 80% das plantas vasculares, sendo empregados visando incrementar o
desenvolvimento e a produção das culturas mediante seus efeitos na nutrição das plantas e
outros benefícios diretos e indiretos (DELBEM et al., 2010). Sabe-se, ainda, que em áreas
nativas de solo de cerrado, a comunidade de FMAs é baixa e aumenta gradativamente com o
cultivo de plantas, como preparo do solo e a aplicação de corretivos e fertilizantes
(MIRANDA; MIRANDA, 2007).
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do cultivo de várias espécies de
gramíneas em sistemasilvipastoril, na população micorrízica autóctone, através da análise
quantitativa de esporos no solo e colonização radicular.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na fazenda Santa Brígida no município de Ipameri
Goiás, a fazenda é um pólo de difusão do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa Mesotérmico
Úmido, caracterizando clima subtropical, com precipitação média anual de 1.750 mm
concentrando-se principalmente entre os meses de dezembro e março. As temperaturas
médias são da ordem de 18°C (inverno) e 30°C(verão) e média anual de 23°C.
O experimento foi instalado em fevereiro de 2017, no local do ensaio já havia
estabelecido o eucalipto. A área de eucalipto possui renques do híbrido de E. grandis x E.
urophylla, ―GG100‖ dispostos em fileiras duplas (3 m x 2 m x 30m), com 62 meses de idade.
O preparo primário da área foi realizado com uma grade aradora pesada, seguido com grade
aradora leve, acompanhado da semeadura das gramíneas. A adubação de estabelecimento e
correção de acidez foi feita segundo as recomendações da CFSEMG, 1999.
As espécies gramíneas utilizadas foram: Brachiaria ruziziensis (Syn. Urochloa
ruziziensis), Brachiaria (Syn. Urochloa brizantha) cv. Marandú, Brachiaria (Syn. Urochloa
brizantha) cv. BRS Paiaguás, Panicum maximum cv. BRS Tamani e Panicum maximum cv
Zuri, cultivadas em parcelas de 50 m2 (2 x 25 m) e roçadas com a altura de 60 cm deixando-as
com 20 cm simulando a entrada e saída do gado respectivamente, sendo os resíduos deixados
na área. O delineamento experimental utilizado é o de blocos casualizados, distribuídos em 6
tratamentos [5 gramíneas + (1 testemunha-pousio, apenas para contagem de esporos, uma vez
que não há gramínea para análise de colonização radicular)] com quatro repetições e as
análises foram feitas no final do período chuvoso no mês de agosto de 2017.
O solo foi coletado na profundidade de 0,20m, posteriormente levado em sacos
plásticos ao laboratório de solo da Universidade Estadual de Goiás – Campus de Ipameri,
onde o mesmo foi seco ao ar e logo após foi passado em peneira com malha de 2 mm.
Na contagem dos esporos de cada amostra de solo, 100 g foram processados segundo a
associação dos métodos de decantação e peneiramento úmido (GERDEMANN E
NICOLSON, 1963) e de centrifugação e flutuação com sacarose (JENKINS, 1964) e efetuada
a quantificação dos esporos em placas com anéis concêntricos, com auxílio do microscópio
estereoscópico. Para a avaliação da colonização micorrízica por fungos micorrízicos (FMA)
autóctones, foram coletadas cinco plantas por parcela. As raízes foram separadas, lavadas e
preservadas temporariamente em álcool 50%. Posteriormente, as raízes foram lavadas,
clareadas em KOH 10%, acidificadas com HCl 1%, coloridas com azul de tripano 0,05% e
preservadas em lactoglicerol (Phillips e Hayman, 1970). A avaliação da colonização foi feita
em 100 segmentos de 1 cm cada, por repetição, por tratamento, em microscópio ótico.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
A diversidade, a densidade e o potencial de infectividade dos propágulos de FMA no
solo estão relacionados indiretamente com as condições ecológicas de cada ecossistema e
197
diretamente com a fisiologia do fungo, estando a colonização micorrízica ligada ao genótipo
da planta e do fungo, assim como ao ambiente (SOUZA et al., 2003).
Verificou-se que não houve efeitos significativos das culturas sobre a porcentagem de
colonização micorrízica. Resultados diferentes foram evidenciados no número de esporos,
onde o P. maximumcvZuri proporcionou o melhor resultado, seguido do P.maximum cv. BRS
Tamani, B. Brizantha cv. BRS Paiaguás e B. Brizantha cv. Marandú. Enquanto o Pousio e B.
Ruziziensis apresentaram menor desempenho (Tabela 1).
Tabela 1. Médias, coeficiente de variação e teste F, para colonização micorrízica e número de
esporos em um solo cultivado com diferentes gramíneas forrageiras na época de chuva no
sistema de integração lavoura floresta.
Médias seguidas da mesma letra, na coluna e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste
Scott-Knott; ** significativo a 1%; * significativo a 5% não significativo.
De acordo com Angelini et al., (2012) a maior esporulação é atribuída às plantas com
sistema radicular abundante e de rápido crescimento, com melhor contato entre raízes e
propágulos de FMAs e grande capacidade de fornecer fotossintatos ao fungo, tal como é o
sistema radicular das gramíneas, corroborando com os resultados obtidos neste trabalho, onde
pode-se observar que a maior esporulação ocorreu no gênero Panicum, que pode ter sido
influenciado pela maior biomassa radicular.
CONCLUSÕES
A colonização micorrízica não foi afetada pelos diferentes cultivos de gramíneas.
As gramíneas do gênero Panicum apresentaram maior esporulação micorrízica com
relação às do gênero Brachiaria no sistema silvipastoril na estação seca.
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(%)
Número de Esporos (n.º
50g de solo) B. Ruziziensis 78,25 a 141,00 b
P. Maximumcv BRS Tamani 77,50 a 216,00 ab
B. Brizantha cv. BRS Paiaguás 81,50 a 166,00 ab
P. maximumcvZuri 74,75 a 241,50 a
B. Brizantha cv. Marandú 72,75 a 162.75 ab
Pousio - 150.50 b
Teste F 1,58* 4,93**
CV (%) 6,96 20,02
198
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199
Avaliação de linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado em
Ipameri-GO
Fernandes de Faria Filho(1)
; Fábio de Jesus Rodrigues Júnior(2)
; Edilson Henrique Rezende(2)
;
Nei Peixoto(3)
(1)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus
Ipameri; (3)
Professor; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.
RESUMO
O feijão-vagem tem grande importância na alimentação dos brasileiros, sendo produzido
principalmente por pequenos produtores em rotação com culturas como o tomate. As
determinações de algumas características como o teor de fibra das vagens são de grande
importância para determinar a qualidade das vagens. Objetivou-se neste trabalho avaliar o
teor de fibra de genótipos de feijão vagem, sendo utilizados 2 linhagens comerciais como
testemunha e 13 linhagens do programa de melhoramento genético da UEG. Os dados foram
submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas pelo teste de Scott-
Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o programa SISVAR.
Não houve diferenças significativas entre os teores de fibras dos genótipos, concluindo que as
linhagens do programa de melhoramento da UEG estão dentro dos padrões comerciais.
Palavras-chave: Produtores, fibra, melhoramento.
INTRODUÇÃO
De acordo com Peixoto e Cardoso (2016), o feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é
uma planta anual, herbácea, autógama, com flores hermafroditas, de haste angulosa e com
pelos simples, de onde são emitidos os ramos laterais, suas folhas são compostas e trifoliadas,
embora esteja havendo o crescimento da área produzida com cultivares arbustivas de feijão-
vagem, os agricultores familiares preferem as de crescimento indeterminado, em cultivo
tutorado, normalmente em sucessão com outras culturas, como o tomateiro.
A principal diferença entre o feijão comum e o feijão-vagem, é que no primeiro são
consumidas as sementes, enquanto no segundo, são utilizadas as vagens imaturas como
alimento, quando se encontram tenras e com baixo teor de fibras (SILVA e OLIVEIRA, 1993;
PEIXOTO, 2001; FILGUEIRA, 2003).
A avaliação de características das vagens constitui uma importante ferramenta na
recomendação de cultivares, dando aos consumidores a possibilidade de conhecer a qualidade
do produto. O teor de fibra é uma importante característica das vagens, visto que, quando o
teor é alto a qualidade deste alimento é menor.
Em programas de melhoramento genético deve ser priorizada a identificação de
linhagens de feijão com alto potencial de rendimento de grãos, e depois, realizar a seleção da
linhagem pelo teor de fibra (LONDERO et al., 2006).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de fibra em vagens de 13 linhagens de
feijão-vagem do programa de melhoramento genético da UEG e 2 linhagens comerciais.
200
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em área experimental da Universidade Estadual de
Goiás - Câmpus Ipameri. A área situa-se a 17°43'3.70" Latitude Sul e 48° 8'44.64" Longitude
Oeste, com uma altitude média de 800m. De acordo com a classificação de Köppen o clima
da região é definido como Tropical Úmido (AW), apresentando temperaturas elevadas com
chuvas no verão e seca no inverno. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com
15 tratamentos e 4 repetições, tendo cada parcela 2 linhas com 3,0 metros de comprimento,
cada uma com 10 covas, dispostas em um espaçamento de 1 m x 0,30 m com duas plantas por
cova.
Foram utilizadas 13 linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado do
programa de melhoramento genético da UEG (UEG 0312, UEG 0812, UEG 0912 e UEG
0714, UEG 0212, UEG 0412, UEG 0612, UEG 0712, UEG 1012, UEG 1112, UEG 1212,
UEG 2014, UEG 3014) e duas variedades comerciais (Macarrão Favorito Macarrão
Bragança), utilizadas como testemunhas, tradicionalmente cultivadas em Goiás seguindo as
exigências para registro de cultivares de feijão-comum, do Serviço Nacional de Registro de
Cultivares do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento.
A semeadura foi realizada no dia três de dezembro de 2018, sendo realizada a
adubação de plantio com 1 t ha-1
de NPK (5-25-15), juntamente com 200 kg ha-1
de ureia, em
cobertura, aos 20 dias após a semeadura. O tutoramento foi feito com varas de bambu e
fitilhos plásticos de forma alternada, apoiadas por um fio de arame esticado à 1,80 m do solo,
sustentados por dois esticadores em cada cabeceira e estacas de menor calibre a cada oito
metros, todos de eucalipto tratado. As necessidades hídricas da cultura foram supridas por
meio de irrigação por gotejamento, utilizando-se tubos gotejadores. O controle de plantas
daninhas foi realizado através de capina manual.
O teor de fibra nas vagens (TF) foi obtido a partir de 20 vagens ―in natura‖ em ponto
comercial, que foram trituradas por três minutos em liquidificador; em seguida, as amostras
foram peneiradas, em peneiras de 30 mesh, e lavadas em água corrente, posteriormente, foram
secas em estufa a 70 ºC por 24 horas, procedendo-se em seguida a pesagem do material
(RODRIGUES et al., 1998).
Os dados foram submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o
programa SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado da análise de variância para o teor de fibra, em diferentes linhagens de
feijão-vagem, está apresentado na Tabela 1. Observa-se que não houve efeito significativo
entre os genótipos avaliados.
Tabela 1. Análise de variância e teste de média para teor de fibra em linhagens de feijão-
vagem. Ipameri, 2018.
Fonte de Variação GL Quadrado Médio
Teor de Fibra (%)
Genótipo 14 0,065ns
Bloco 3 0,098ns
Resíduo 42 0,107
CV(%) 24,05 ns
= não significativo pelo teste F.
201
Ao avaliar isoladamente, observa-se que não houve diferença estatística para o teor de
fibra nas diferentes linhagens de feijão-vagem avaliadas, conforme apresentado na Tabela 2.
Tabela 2. Teor médio de fibra em linhagens de feijão-vagem. Ipameri, 2018.
Linhagens Teor médio de Fibras (%)
UEG 0412 1,21 a
UEG 0714 1,21 a
UEG 0812 1,22 a
UEG 0312 1,24 a
UEG 2014 1,28 a
UEG 0612 1,28 a
UEG 0212 1,30 a
UEG 0712 1,31 a
UEG 1212 1,39 a
FAVORITO 1,43 a
BRAGANÇA 1,45 a
UEG 3014 1,45 a
UEG 1112 1,50 a
UEG 0912 1,55 a
UEG 1012 1,59 a
Médias seguidas por uma mesma letra minúscula dentro da coluna não diferem entre si a 5% de
probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Resultados contrários ao deste trabalho foram descritos por Francelino et al. (2011),
que ao avaliar linhagens de feijão-vagem nas regiões Norte e Noroeste Fluminense,
encontraram diferença entre as linhagens de feijão-vagem testadas. Porém, ao observar os
valores médios do teor de fibra das linhagens encontrados neste trabalho, os mesmos se
correlacionam com o trabalho dos autores mencionados, com uma média de 1,49%. Embora
exista na literatura diversos resultados de teores de fibras nas vagens, vale ressaltar que o
resultado varia de acordo com a metodologia de extração empregada na análise.
Peixoto et al. (1993) descreve que o teor ideal de fibras estabelecidos para a cultura
está entre 0,70 a 1,70%, confirmando que os teores de fibra das linhagens analisadas estão
dentro dos padrões estabelecidos.
CONCLUSÃO
Não houve diferenças significativas entre os teores de fibras dos genótipos estudados,
concluindo que as linhagens do programa de melhoramento da UEG estão dentro dos padrões
comerciais.
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri e ao CNPQ pela concessão da
bolsa durante a vigência do projeto.
202
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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comercialização de hortaliça. 3ª ed. Viçosa: UFV, 2012, 421p.
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LONDERO, P. M. G.; RIBEIRO, N. D.; CARGNELUTTI FILHO, A.; RODRIGUES, J. A.;
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SILVA, P. S. L.; OLVEIRA, C. N. Rendimentos de feijão verde e maduro de cultivares de
caupi. Horticultura Brasileira, v. 11, n. 2, p. 133-135, 1993.
203
Análise de custos e rendimentos da implantação de uva niágara na região
de Ipameri, Goiás
Valter Vaz(1)
; Telmi Duarte Silva(2)
; Gustavo Matos Coelho(2)
; Francielle Wanderley
Ribeiro(2)
; Andrécia Cósmem da Silva(3)
(1)
Discente do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,
GO; Ipameri, GO; [email protected]; (2)
Discente do curso de Agronomia da
Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO; (3)
Professora Mestre da Universidade
Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.
RESUMO
Objetivou-se fazer um levantamento de custos de produção da cultura da uva Niágara Rosada
no munícipio de Ipameri, GO. A análise de viabilidade foi projetada para os seguintes
critérios econômicos: Relação Benefício Custo (RB/C), Valor Presente Líquido (VPL), e
Payback descontado. As estimativas de custos de produção da uva foram realizadas levando
em consideração para análise econômica um horizonte de 5 anos, com taxa de desconto de 6,6
% a.a. A partir disso, os resultados do estudo foram positivos nos critérios econômicos
adotados apresentando (RB/C) de 2,92, VPL de R$ 327.852,56, e Payback que teve retorno a
partir do 3º ano. Assim sendo, de acordo com os indicadores utilizados o projeto demostrou-
se viável, conforme a condição especifica estabelecida na região de Ipameri.
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação econômica, custo de produção, vinhedo.
INTRODUÇÃO
A uva teve sua origem no oriente, contando com três espécies cultivadas no mundo
vitis vinífera (européia) mais utilizada para vinificação de vinhos finos, vitis labrusca
(Americana) mais predominante nas áreas cultivadas no Brasil, sendo para consumo in natura
e vinhos coloniais, sendo a variedade Niágara rosada pertencente a essa espécie, onde a
videira híbrida que surge do cruzamento das espécies anteriores apresenta características de
dupla aptidão (DEBASTIANI et al., 2015).
A viticultura brasileira em 2016 apresentou redução na ordem de 0,31 % em relação a
2015, a produção fechou área de 77.786 ha. No Brasil a região sul apresenta a maior produção
com 76,3 % da área plantada enquanto que o Estado de Goiás tem uma área ainda pouco
expressiva de 0,14 % do total plantado (IBGE, 2016).
O custo de produção da cultura depende muito da região, tipo de sistema de produção, valor
de insumos e disponibilidade de mão de obra considerando que a videira requer tratos
culturais minuciosos para uma boa produtividade (EMBRAPA, 2015).
Assim, objetivou-se fazer um levantamento de custos de produção da cultura da uva Niágara
Rosada no munícipio de Ipameri, GO. Levando em consideração a realidade das propriedades
da região do estudo.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo econômico do projeto foi realizado de fevereiro a junho de 2018, para uma
propriedade rural no município de Ipameri, Goiás, que apresenta clima tropical com duas
estações bem definidas.
204
A projeção foi estimada para plantio em 1ha, dos quais as mudas selecionadas foram
da variedade Niágara rosada (IAC572) enxertada no porta enxerto tropical em viveiro
registrado pelo MAPA. No manejo proposto o sistema de condução utilizado foi do tipo
espaldeira com espaçamento entre linhas de 3m e entre plantas 2,5m totalizando 1.466ha-1
considerando 10 % de perdas na implantação.
O modo de plantio dessa variedade de uva permite estimar uma produção de duas
colheitas ao ano, do qual a primeira se inicia no segundo ano, depois da implantação, entre o
período de julho a agosto decorrente da poda feita em abril por utilizar o sistema de poda
longa. Por sua vez para o segundo período de colheita compreende-se os meses de dezembro a
janeiro, justificado pela poda curta conduzida no mês de setembro. Foram feitos estudos de
mercado que observou a oferta, demanda e as perspectivas da região de Ipameri, a
produtividade esperada foi 15.750 kg/ha para um preço de venda direta ao consumidor R$
10,80/kg. Sendo que tal alternativa de comercialização agrega valor ao produto, por diminuir
o tempo de transporte evitando o perecimento, e trazer maior lucratividade ao produtor.
Os custos representados no trabalho foram comparados com dados de produtor em
processo de implantação do vinhedo. Todos aqueles itens referentes a correção e preparo do
solo, espaldeiramento e posterior plantio de mudas e a condução do sistema de irrigação,
foram levados em consideração na composição dos custos de produção.
Para a condução da análise econômica do projeto utilizou-se a organização dos dados
seguindo o método de custo operacional efetivo (COE), somatório das despesas variáveis do
projeto e custo operacional total (COT), soma das despesas variáveis com os demais custos do
projeto (RAMBO et al., 2015).
Nessa análise, considerou-se para verificar a rentabilidade do projeto os seguintes
indicadores econômicos: Relação benefício/custo (RB/C), obtido através da fórmula
(B/C=R/I), que diz que o projeto tem viabilidade econômica se as receitas superarem os
custos, e apresentar valor superior a 1 (FALEIRO et al., 2017). O Valor Presente Líquido
(VPL) demostra a diferença entre as saídas e entradas durante o tempo de empreendimento
atualizado a partir de uma taxa de desconto, positivo se considera viável (LUCENA et al.,
2016). Payback indica o período que as receitas superam o investimento, isto é o número de
tempo necessário para que haja o retorno do capital investido (BARRETO et al., 2012).
O projeto foi simulado para um horizonte de cinco anos, considerando taxa de
desconto a longo prazo de 6,6 % ao ano (TJLP). Para a tabulação dos dados, foram realizados
os cálculos dos indicadores econômicos utilizando o programa Microsoft Excel.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Na análise de viabilidade econômica da uva Niágara rosada, encontra-se os
componentes dos custos de produção que são apresentados (Tabela 1). O sistema de condução
e irrigação ganhou destaque por representar o item de maior expressividade de custo com
58,2%, para os itens relacionados com materiais que incluem (insumos, mudas e materiais de
serviços) apresentou o segundo maior percentual de participação 27,98 %.
Assim o valor correspondente ao custo de implantação de trabalho feito por Camargo
et al., 2017 foi de R$ 94,472,79, bem superior quando comparado com o estudo em questão
que teve custo de implantação R$ 70.538,56. Tal resultado está relacionado com o alto custo
da aquisição de mudas e da estrutura de sustentação das plantas para à implantação da cultura
no primeiro ano.
Os componentes de manutenção a partir do segundo ano apresentou custo elevado
para os itens insumos, manutenção e adubação de produção superiores a mão de obra em
31,49%, 27,54%, 13,73% e 11,53% respectivamente, encontrado (Tabela 2). Segundo
CAMARGO et al., (2017) o custo de mão de obra foi elevado em relação aos demais custos,
essa discrepância se explica pela opção de maior mecanização das operações do trabalho.
205
Tabela 1. Componentes de custo para implantação de 1 ha de Niágara rosada.
Descrição Total (R$) Porcentagem (%)
Operações mecanizadas R$ 1.316,00 1,86
Operações manuais R$ 1.300,00 1,84
Insumos R$ 19.755,71 27,98
Sistema de condução e irragação R$ 41.045,16 58,2
Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 63.416,87 90,91
Custo de oportunidade da terra R$ 780,00 1,1
Outras despesas adicionais 10 % do COE R$ 6.341,69 9,09
Custo Operacional Total (COT) R$ 70.538,56 100
Tabela 2. Componentes de custos de manutenção do 2º ao 5º ano para cultivo de 1 ha de
Niagara Rosada.
Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Descrição Total
(R$) %
Total
(R$) %
Total
(R$) %
Total
(R$) %
Adubação de produção 4262,8 13,73 4310,5 13,47 4262,8 13,15 4262,8 13,03
Operações 3582,3 11,53 3582,3 11,20 3582,3 11,05 3582,3 10,95
Insumos 9780,4 31,49 9780,4 30,57 9780,4 30,18 9780,4 29,90
Manutenção 8551,9 27,54 8551,9 26,73 8551,9 26,39 8551,9 26,14
Custo Operacional
Efetivo (COE) 26177,3 84,29 26225,0 81,96 26177,3 80,78 26177,3 80,02
Custo de oportunidade da
terra 780,0 2,51 780,0 2,44 780,0 2,41 780,0 2,38
Outras despesas
adicionais 10% 2572,9 8,28 2700,5 8,44 2700,5 8,33 2700,5 8,26
Imposto Funrural 1,5% 1527,0 4,92 2290,5 7,16 2748,6 8,48 3054,0 9,34
Custo Operacional Total
(COT) 31057,2 100,0 31996,0 100,0 32406,4 100,0 32711,8 100,0
O fluxo de caixa acumulado indicou que no custo de produção envolvendo a
implantação e manutenção da cultura, apresentou retorno de investimento a partir do terceiro
ano, (Tabela 4) apresentando payback superior ao encontrado em estudo de viabilidade para
cultura da uva, que foi a partir do quarto ano (REIS et al., 2016).
Tabela 4. Indicadores econômicos para o manejo da uva para 5 anos, com taxa de 6.6 a.a.
VPL atualizado R$ 326.774,91
Payback 3º ano
B/C 2,90
No estudo demonstrou o VPL calculado de R$ 326.774,91 e o RB/C obtido 2,90,
corrobora os resultados com estudo demostrado por Camargo et al., 2017, teve VPL
R$398.951,36 e RB/C 1,81, apresentando em ambos trabalhos de viabilidade para o cultivo da
uva.
CONCLUSÃO
Assim sendo, o estudo de viabilidade da implantação de Niágara rosada, de acordo
com os valores dos indicadores B/C, VPL e Payback utilizados no projeto demostrou-se
206
viável, conforme a condição especifica estabelecida na região de Ipameri. Uma vez que teve
retorno financeiro em curto espaço de tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DEBASTIANI, G.; LEITE, A.C.; WEIBER JUNIOR, C.A.; BOELHOUWER, D.I. Cultura da
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207
Estoque de carbono do solo por diferentes gramíneas no sistema
silvipastoril
Lorena Luisa Bueno(1)
; Tamara Pereira Brandão(2)
; Ane Gabriele Vaz Souza(2)
; Iarla Bruna
Oliveira de Almeida(1)
; Talles Eduardo Borges dos Santos(3)
(1)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
Engenheira Agrônoma (3)
Professor; Universidade Estadual
de Goiás – Campus Ipameri – GO.
RESUMO
Sistema silvipastoril (SSP) tem como a combinação de floresta, forrageira e animais em uma
única área, de forma uma incrementação nos aspectos biológicos do solo, tal como o estoque
de carbono. Sendo importante para a melhora de aspectos físicos e produtividades das áreas.
O experimento foi instalado no município de Ipameri – Goiás, na fazenda Santa Brígida.
Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, em esquema de parcela subdividida (Split-
Plot), distribuídos por 6 tratamentos principais na parcela [cinco gramíneas + (uma
testemunha-pousio)] e 3 profundidades (0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30m). Foi realizado
análise de estoque de carbono na estação seca (Est C) 270 dias após a semeadura (DAS).
Após o período de 270 dias da semeadura, as gramíneas em consórcio com o eucalipto
apresentaram comportamento semelhante ao pousio e não se mostraram eficientes em
aumentar estoque de carbono no solo até a profundidade de 0,30m.
Palavras-chave: Sistema integrado, matéria orgânica, manejo de pastagem.
INTRODUÇÃO
O sistema silvipastoril (SSP) é uma modalidade de sistema agroflorestal (SAF), que
envolve uma combinação intencional de componente arbóreo, forrageira e animais em
determinada área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada objetivando incrementar a
produtividade por unidade de área (SILVA et al., 2017).
O uso de diferentes espécies, nesse tipo de sistema, proporciona melhor exploração do
solo em decorrência das raízes, além do aumento na quantidade de serrapilheira acumulada, o
que representa o principal meio de transferência de carbono (C) orgânico e da maior parte dos
macro e micronutrientes para o solo, permitindo a sua reabsorção pelos vegetais (AZAR et al.,
2013).
A matéria orgânica do solo (MOS) apresenta potencial para ser utilizada como
indicador da qualidade do solo dissipando temporariamente os nutrientes, promovendo
melhorias na agregação e consequentemente na infiltração e retenção da água no solo
reduzindo os processos erosivos (BATISTA et al.,2013).
O estoque de carbono (Est. C) pode ser quantificado por meio da estimativa da
biomassa da planta acima e abaixo da superfície do solo e dos teores de C de cada
componente da vegetação e no solo (ALMEIDA et al., 2010). O conhecimento dos Est. C e de
sua dinâmica no solo em SSP na região do Cerrado é essencial no desenvolvimento de
tecnologias para estabelecer sistemas sustentáveis e para avaliar o papel do solo como fonte
ou depósito do C-CO2 da atmosfera (CORAZZA et al.,1999).
208
Diante do exposto o objetivo do trabalho foi quantificar o teor de carbono orgânico
total do solo em diferentes profundidades, em diversas espécies gramíneas no sistema
silvipastoril.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado no município de Ipameri – Goiás, na fazenda Santa
Brígida. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa Mesotérmico
Úmido, caracterizando clima subtropical. As temperaturas médias de 30°C (verão) e média
anual de 23°C.
A área de eucalipto possui renques do híbrido de Eucalyptus urograndis “GG100”
dispostos em fileiras duplas (3 m x 2 m x 30m), com 62 meses de idade. O preparo primário
da área foi realizado com uma grade aradora pesada e o secundário com grade aradora leve,
seguido da semeadura das gramíneas, obedecendo o valor cultural (VC) de cada espécie para
densidade de plantio.
As espécies gramíneas utilizadas foram: Brachiaria ruziziensis (Syn. Urochloa
ruziziensis), Brachiaria (Syn. Urochloa brizantha) cv. Marandú, Brachiaria (Syn. Urochloa
brizantha) cv. BRS Paiaguás, Panicum maximum cv. BRS Tamani e Panicum maximum cv.
Zuri cultivadas em parcelas de 50 m2 (2 x 25 m) e roçadas com a altura de 0,6 m deixando as
com 0,2 m simulando a entrada e saída do gado respectivamente, sendo os resíduos deixados
na área.
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de
parcela subdividida (Split-Plot), distribuídos por 6 tratamentos principais na parcela [cinco
gramíneas + (uma testemunha-pousio)] e um tratamento secundário como subparcela: três
profundidades do solo (0–0,10 m, 0,10–0,20 m, 0,20-0,30 m) na época de coleta aos 270 dias
após o plantio (Período Seco) com quatro repetições.
Para a coleta das amostras de solo foram feitas mini trincheiras para análise em
profundidade próximo ao sistema radicular e estas levadas em sacos plásticos para o
laboratório de solos da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus de Ipameri onde foram
secas ao ar, peneiradas (2 mm).
Para determinação do Est. C utilizou-se a fórmula segundo (EMBRAPA, 2013): Est. C
= (CO x Ds x e)/10, onde: Est C = estoque de C orgânico em determinada profundidade
(Mg.ha-1
); CO = teor de C orgânico total na profundidade amostrada (g.kg-1
); Ds =
densidade do solo da profundidade (kg.dm-3
); e = espessura da camada considerada (cm).
Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F) e
quando significativa, foi realizado o teste de comparação das médias pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade com o auxílio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011). As
análises foram comparadas entre si por meio da correlação de Pearson.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Os resultados do Est. C da época seca 270 (DAS) (Tabela 1) mostram que não houve
significância estatística entre as gramíneas e pousio bem como para interação gramíneas x
profundidades, porém houve diferença estatística para as profundidades, revelando que as
gramíneas 270 (DAS) não foram eficientes na incorporação do C no solo e que a diferenças
significativas nas profundidades ainda é proveniente dos eucaliptos presentes antes da
semeadura das gramíneas. SALTON et al., 2011 estudando diversos sistemas de produção
mostraram que 9 anos após a implantação das gramíneas, as mesmas mostraram uma
incorporação do C no solo significativa até uma profundidade de 2,5 cm quando comparadas
com culturas agrícolas em sistema de plantio direto e convencional.
209
Tabela 1. Valores médios pra Estoque de Carbono (Est.C) Mg.ha-¹ na estação seca (270
DAS), sob o cultivo de diferentes gramíneas forrageiras no sistema Silvipastoril.
270 DAS (Estação Seca)
Profundidades/
Gramíneas
Brachiaria
ruziziensis
Panicum
maximum
cv. BRS
Tamani
Brachiaria
brizantha cv.
BRS
Paiaguás
Panicum
maximum
cv. Zuri
Brachiaria
brizantha
cv. Marandú Pousio
Média
s
Est. C (Mg.ha-1
)
0 – 0,10m 24,30a 27,76a 24,52a 24,84a 21,42a 22,18ª -
0,10 – 0,20m 17,26ab 21,40ab 20,87a 23,76a 14,32ab 19,55ab -
0,20 – 0,30m 14,98b 12,78b 15,85b 13,86b 13,79b 12,34b -
Médias 18,85 20,64 20,41 20,82 16,51 18,02
∑ Est. C 56,54 61,94 61,24 62,46 49,53 54,07
Teste F(1)
1,20ns
(Gramíneas) 24,20**
(Profundidades) 0,68
ns (Tratamentos x Profundidades)
C.V(2)
(%) 28,41 26,56
Médias seguidas de mesma letra minúsculas (coluna) não diferem entre si pelo teste de Tukey
a 5% de significância.
CONCLUSÃO
Após o período de 270 dias da semeadura, as gramíneas em consórcio com o eucalipto
apresentaram comportamento semelhante ao pousio e não se mostraram eficientes em
aumentar estoque de carbono no solo até a profundidade de 0,30m.
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211
Microorganismos do Solo como Indicadores do Efeito de Borda em um
Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual
Karolayne Lemes D‘Abadia(1)
; Ane Gabriele Vaz Souza (1)
; Tamara Pereira Brandão (1)
Gabriela Gomes da Silva(1)
; Talles Eduardo Borges dos Santos(2)
(1)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri – GO;
[email protected];[email protected];[email protected]
om; (2)
Professor; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri – GO.
RESUMO
As florestas são um grande reservatório de carbono devido a sua capacidade de acumular
grandes quantidades de CO2 na biomassa vegetal ou na matéria orgânica do solo, contendo
cerca de duas vezes mais carbono que a atmosfera. O objetivo do trabalho foi analisar a
atividade microbiana juntamente com carbono da biomassa microbiana em um fragmento
florestal. O estudo foi realizado na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás,
Campus Ipameri onde foram implantados três transectos, as amostras foram retiradas em
profundidade de 0-0,10m na época chuvosa. Os dados foram submetidos à análise de
variância e quando significativa, foi realizado o teste de Tukey a 5%. Houve semelhante
incorporação de carbono nos tecidos microbianos evidenciado pela análise do carbono da
biomassa microbiana no fragmento florestal, entretanto a faixa de transição apresentou maior
atividade microbiana diferindo da borda provavelmente por uma maior quantidade de material
orgânico rico em nitrogênio proveniente da vegetação.
Palavras-chave: Comunidade Microbiana, Respiração do Solo, Carbono
INTRODUÇÃO
As florestas são um grande reservatório de carbono devido à sua capacidade de
acumular grandes quantidades de CO2, quer na biomassa vegetal, quer na matéria orgânica do
solo (ALMEIDA, M. M, 2015). Os solos podem conter cerca de duas vezes mais carbono se
comparado com a atmosfera e apresenta grandes perdas do mesmo, variando de 25 à 75%
(PRIMIERI et al., 2017), essas variações são resultados das alterações antrópicas no uso do
solo, em particular pelo crescimento da atividade agrícola que provocam fragmentação das
florestas e como consequência a criação de fronteiras artificiais entre as florestas e outros usos
dos solos (PAULO et al., 2015).
Dessa forma, as áreas localizadas nas bordas dos fragmentos ficam mais expostas a
influência do ambiente externo (SANTOS, 2016). Isso aumenta os fluxos de energia, matéria
e organismos entre os ambientes adjacentes, resultando na criação de um gradiente abiótico de
temperatura, umidade e luminosidade (RIES et al, 2004).
No ecossistema florestal, o efeito de borda pode se reproduzir de diferentes formas,
como a mudança da composição e riqueza vegetal (RIGUETE et al., 2013), na produção e
acúmulo de serapilheira (BRASIL et al., 2013) e na qualidade do solo (SANTOS et al., 2011).
Pode-se dizer que os solos são ambientes ricos compostos por uma infinidade
212
microrganismos, onde qualquer alteração nestes ambientes pode influenciar de forma direta e
indireta na microbiota e em seus processos biológicos (ALVES, 2017).
Por serem sensíveis às mudanças que ocorrem no solo, os microrganismos são os mais
importantes indicadores na avaliação das alterações resultantes de diferentes práticas e
sistemas de manejo (HUNGRIA et al., 2009). Assim, a avaliação do carbono da biomassa
microbiana (CBM) e atividade microbiana (C – CO2) apresenta-se como um importante
subsídio para melhor entender a dinâmica dos processos de transformação dos resíduos
orgânicos no solo (SEGATTO et al., 2012). Entretanto, a interpretação destas avaliações
isoladamente nem sempre é satisfatória como um indicador de melhoria na qualidade do solo
(FERREIRA et al., 2017).
Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a atividade microbiana
juntamente com carbono da biomassa microbiana em um fragmento florestal.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado em um fragmento florestal na fazenda experimental da
Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri. O local escolhido trata-se de uma borda de
Floresta Estacional Semidecidual (FES), onde foram implantados três transectos horizontais
de 90 m de comprimento e 10 m de largura. A área amostral de cada transecto corresponde a
900 m², resultando uma área amostral total de 0,36 ha. A distância entre um transecto e outro
são de 50 metros, medidos a partir da linha de referência, na parte externa do fragmento.
Partindo da borda em direção ao interior do fragmento, o transecto foi dividido em três faixas
de distância da borda (0-30m, 30-60m e 60-90 m) e de cada bloco foram retiradas 5 amostras
simples para formar uma composta em uma profundidade 0-0,10m na época chuvosa para as
análises do carbono da biomassa e atividade microbiana.
As amostras foram colocadas em sacos plásticos e levadas para o laboratório de solos
da Universidade Estadual de Goiás – Campus de Ipameri onde foram secos ao ar, peneiradas
(2 mm) e homogeneizadas para as análises microbiológicas e carbono orgânico total.
O carbono da biomassa microbiana foi obtido pelo método da irradiação-extração
(MENDONÇA; MATOS, 2005), o qual consiste no uso de energia eletromagnética (micro-
ondas), causando efeito na transferência de energia e temperatura, levando a um rompimento
celular com liberação dos compostos intracelulares (ISLAM; WEIL, 1998). A extração foi
realizada com sulfato de potássio 0,5 mol L-1
; a oxidação, com dicromato de potássio 0,066
mol L-1
; e a titulação, com sulfato ferroso amoniacal 0,033 mol L-1
.
A avaliação da atividade microbiana (C – CO2) foi realizada juntamente com a
avaliação do CBM, sendo estimada pela quantidade de CO2 liberado do solo não fumigado,
durante cinco dias de incubação.
Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F) e
quando significativa, foi realizado o teste de comparação das médias pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade com o auxílio do programa estatístico SISVAR.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Na tabela 1 apresentam-se os dados referentes ao carbono da biomassa microbiana
(CBM) e atividade microbiana (C – CO2). Observou-se que não houve diferença estatística
significativa para os valores de CBM entre as três faixas estudadas, semelhante resultado foi
encontrado por (SANTOS, 2016) na qual justifica tal resultado à influência do tamanho e
isolamento dos fragmentos, que tornou a faixa de transição e o interior destes fragmentos
mais suscetíveis às mudanças ocasionadas pelo efeito de borda.
Entretanto para a atividade microbiana houve diferença estatística significativa entre
as faixas com maior valor na transição (9,21) em relação à borda (7,50), contradizendo os
213
resultados de Freitas et al. (2008) que avaliou um fragmento de floresta Atlântica, obtendo
maior atividade microbiana na borda quando comparado com o interior do fragmento
estudado. Tais resultados podem estar atribuídos as condições de microclima favoráveis em
que a população microbiana das faixas de transição e interior estão submetidas, como o
aumento de umidade e estabilização da temperatura.
Tabela 1. Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) e Atividade Microbiana (C – CO2) em
um fragmento de floresta estacional semidecidual no município de Ipameri Goiás.
Distâncias CBM (mg C. Kg-1
de solo) C – CO2 (mg C-CO2. Kg-1
de solo.dia-1
)
Bordas 629,08 a 7,50 b
Interior 684,16 a 8,48 ab
Transição 770,62 a 9,21 a
Teste F(1)
4,533ns
7,661*
CV(2)
8,36 6,39
Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre
si pelo teste de Tukey a 5%. ns – não significativo; * – significativo no nível de 5%; ** –
significativo no nível de 1%. (1)
Teste F para CBM e C – CO2, (2)
CV% para CBM e C – CO2.
CONCLUSÃO
Durante a estação chuvosa houve semelhante incorporação de carbono nos tecidos
microbianos evidenciado pela análise do carbono da biomassa microbiana (CBM) no
fragmento florestal, entretanto a faixa de transição foi a que apresentou maior atividade
microbiana (C-CO2) diferindo da borda provavelmente por uma maior quantidade de material
orgânico rico em nitrogênio proveniente da vegetação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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215
Identificação de macrofauna do solo em diferentes usos da terra
Ludimila Martins Costa (1)
; Isabela Carolina Silva
(2); Scarlet de Aguiar Basílio
(2); Mathews
Aires Neves (3)
; Tatiana Vieira Ramos (4)
(1) Discente em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri, Goiás.
[email protected]; (2)
Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual
de Goiás - Campus Ipameri, Goiás.(2)
Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual
de Goiás - Campus Ipameri, Goiás. (3)
Engenheiro Agrônomo. (4)
Docente na Universidade
Estadual de Goiás - Campus Ipameri.
RESUMO
O solo é um dos principais meios de desenvolvimento das plantas, pois nele estão presentes
nutrientes que são essenciais para o crescimento destas. O manejo inadequado das práticas
agrícolas tem ocasionado a eliminação da cobertura do solo, e proporciona alterações da
riqueza de microrganismos presentes no mesmo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
abundância e a diversidade da fauna edáfica do solo sob vegetação nativa de Cerrado e
ILPF/Renque. Para as análises foram extraídos cinco monólitos de solo das áreas. A área de
Cerrado, destacou-se pela abundância de microrganismos no solo, já no sistema de integração
Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF/Renque) apresentou maior quantidade de indivíduos da
classe Clitellata. Foi possível compreeender que a macrofauna do solo é sensível aos tipos de
manejo utililizados.
Palavras-chave: Fauna edáfica, diversificação, vegetação.
INTRODUÇÃO
É no solo onde ocorrem as principais reações para o desenvolvimento das plantas,
desde a mineralização de partículas sólidas em nutrientes essenciais ao desenvolvimento das
plantas quanto a incorporação de matéria orgânica (MO) ao solo pela decomposição de
animais e vegetais (LIMA et al., 2018).
As práticas agrícolas tradicionais eliminam a cobertura do solo e a fonte de alimento
de diversas espécies da fauna edáfica, acarretando na diminuição da cadeia alimentar e
comprometendo na fertilidade e estrutura do solo (BARROS et al., 2008). As práticas
agrícolas inadequadas são responsáveis em grande parte pelo processo de erosão,
contribuindo para a perda de solo e a baixa produtividade, esses riscos de dependem tanto das
condições naturais quanto da forma do manejo com terra. Sendo cada vez mais importante o
manejo correto do solo (ARAUJO et al., 2010).
A macrofauna do solo abrange todos os organismos que estão presentes, ou que
passam um dos estádios de desenvolvimento no mesmo. A fauna que se encontra no solo tem
importância nas características físicas, químicas e biológicas. (ARAUJO et al.,2018). A
abundância e a riqueza dos organismos presentes no solo atuam como indicativo de qualidade
do mesmo. Vários grupos de organismos são sensíveis as mudanças climáticas ocasionadas
pelas práticas de manejo do solo inadequadas, o que resulta em perdas da biodiversidade de
espécimes e posteriormente em perdas da produção agrícola (BARETTA, et al., 2014). O
presente trabalho teve como objetivo avaliar a abundância e a diversidade da fauna edáfica do
solo sob vegetação nativa de Cerrado e ILPF/Renque.
216
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na propriedade da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus
Ipameri – Sudeste de Goiás, localizado a 17°43‘ de latitude sul e longitude oeste de 48°08‘
com altitude média de 781 m. O clima da região segundo a classificação de Köppen é tropical
Semi-úmido (Aw), com temperatura média de 21,9 Cº com umidade relativa do ar variando
entre 58% à 81%, a precipitação pluviométrica anual é de aproximadamente 1447 mm
concentrados entre os meses de outubro à março (ALVARES et al., 2013). O predomínio do
solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico em
região de Cerrado (EMBRAPA, 2013).
O trabalho foi realizado em área de Cerrado nativo e sistema de integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (ILPF). A metodologia utilizada foi a recomendada pelo Tropical Soil
Biology and Fertility Programe (TSBF) (ANDERSON e INGRAM, 1993). Em cada área
foram extraídos cinco monólitos de solo com 30 x 30 x 30 cm.
Cada monólito coletado foi subdividido em três profundidades A (0-10 cm), B (10-20
cm) e C (20-30 cm). As amostras foram separadas manualmente, com auxílio de peneiras e
pinças, os espécimes encontrados foram armazenados em recipientes contendo álcool
hidratado a 70% para posterior identificação e contabilização nos grupos taxonômicos.
A partir da contagem dos indivíduos coletados em cada unidade taxonômica foi
possível determinar a abundância (quantidade total de indivíduos de cada grupo), de riqueza
(no de grupos taxonômicos encontrados), frequência relativa e análise de similaridade (Bray
Curtis) entre os grupos e os sistemas de uso da terra avaliados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente trabalho a área de Cerrado destacou-se em abundância de indivíduos
apresentando com 146, já a área do sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta
(ILPF/Renque) 128 indivíduos (Tabela 1). Os diferentes manejos do solo refletem sob a
intensidade e a diversidade da macrofauna do solo. Em áreas nativas ocorreu maior
biodiversidade de espécimes quando comparado com área de integração, podendo ainda ser
explicado pela diversidade de liteira e consequentemente o aumento de substrato para o
desenvolvimento da macrofauna (ROSA et al., 2015).
Tabela 1. Principais Classes de macrofauna encontradas em diferentes agroecossistemas,
abundância (A), frequência relativa (F) e riqueza (R).
Classes CERRADO ILPF/Renque
A F(%) R A F(%) R
Arachinida 0 0 0 1 0,78 1
Clitellata 10 6,85 1 56 43,75 1
Diplopoda 1 0,68 1 3 2,34 2
Gastropoda 1 0,68 1 1 0,78 1
Insecta 134 91,78 4 67 52,34 5
Malacostraca 0 0 0 0 0 0
Total 146 100 7 128 100 11
217
b
A classe Insecta no ecossistema Cerrado apresentou elevada abundância de indivíduos,
134 ao todo, contudo a riqueza foi maior na área de ILPF/Renque com um total de 67. A
classe Clitellata foi superior na área ILPF/Renque com abundância de 56, enquanto a área de
Cerrado foi de 10. Durante o verão em área de ILP ocorreu um aumento de 37% na
abundância da classe Clitellata, em área nativa o aumento foi de 5%, esse aumento pode ser
explicado devido as práticas conservacionistas que visam manejo adequado do solo,
garantindo assim a aumento da biodiversidade (ROSA et al., 2015).
Barras azuis e vermelhas seguidas de letras minúsculas iguais na linha não apresentam diferença estatística
significativa entre si pelo teste de TuKey (p<0,05).
Figura 1. Abundância total e riqueza de grupos nos agroecossistemas cerrado e ILPF/Renque.
A maior frequência relativa observada em todos os agroecossistemas foi da classe
Insecta (formigas, cupins, besouros, percevejos e moscas), seguido da Clitellata (minhocas)
que foram mais abundantes entre os renques do ILPF fato que pode estar relacionado ao
microclima proporcionado pelo sistema que favorece a umidade e reduz a temperatura do solo
formando um ambiente favorável para esses organismos. CARVALHO (2015) em seu estudo
com pastagens encontrou maior quantidade de minhocas em áreas sem pastejo e a menor em
campo natural pastejado, evidenciando a influência de fatores como cobertura vegetal,
disponibilidade de alimentos, manejo do solo, temperatura e umidade.
CONCLUSÕES
A macrofauna do solo é sensível as mudanças ambientais e ao tipo de manejo de solo,
podendo ser utilizada como indicador de qualidade de solo. A classe Insecta foi a mais
abundante em todos os agroecossistemas, seguido pela Clitellata que apresentou mais
indivíduos na área de ILPF.
Os maiores valores para riqueza e abundância de macrofauna do solo foram
encontrados na área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, seja pela deposição de
serapilheira ou pelo microclima que é proporcionado pela presença das árvores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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b
b
a a
0
2
4
6
8
10
12
Cerrado ILPF / Renque
Abundância
Riqueza
218
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219
Altura de plantas e a porcentagem final de emergência de Eugenia
pyriformis e Eugenia uniflora com e sem a presença de tegumento nas
sementes
Fábio de Jesus Rodrigues Júnior(1)
; Fernandes de Faria Filho(2)
; Edilson Henrique Rezende(2)
;
Luciano de Oliveira Santana(2)
; Nei Peixoto(3)
.
(1)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus
Ipameri; (3)
Professor; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.
RESUMO
O cerrado é uma formação vegetal onde apenas 39% de sua área possui a cobertura vegetal
original, pesquisas para potencializar a propagação de espécies nativas capazes de recuperar
áreas degradadas vem se tornando cada vez mais importantes. Neste trabalho objetivou-se
avaliar altura das plantas e a porcentagem de emergência de Eugenia pyriformis e Eugenia
uniflora com e sem a presença de tegumento nas sementes. Os dados foram submetidos a
análise de variância (teste de F) e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de
probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o programa SIRVAR. A remoção do
tegumento teve efeito significativo somente para o percentual final de emergência em plantas
de uvaia, para altura houve diferenças significativas entre as espécies, sendo que as mudas de
pitanga cresceram mais.
Palavras-chave: Pitanga, uvaia, propagação.
INTRODUÇÃO
Com predominância no Estado de Mato Grosso do Sul, o cerrado é uma formação
vegetal que ocupa cerca de 61% do estado, no entanto grande parte dessa formação vegetal
não possui mais a cobertura vegetal original, atualmente ocupada por paisagens antrópicas
(LEHN et al., 2008). Diante da grande preocupação com as espécies nativas do Cerrado, os
pesquisadores estão buscando técnicas de cultivo e produção de mudas para potencializar a
exploração. Assim, a utilização de forma sustentável das plantas nativas, principalmente as
frutíferas, que podem ser geradoras de renda para a população desse bioma (SCREMIN-
DIAS,2006).
Uma ótima opção de espécie nativa é a pitanga (Eugenia uniflora L.) pertence à
família Myrtaceae, pode ser encontrada na Argentina, Uruguai e no Brasil. A espécie possui a
capacidade de recomposição de áreas degradadas e seus frutos são apreciados pela fauna e
pelo homem, em razão do sabor agradável e refrescante (BACKES e IRGANG, 2002;
LORENZI, 2002). Além disso, é descrita e estudada por apresentar propriedades medicinais
(AURICCHIO et al., 2007). Essas e outras características revelam a grande importância da
espécie, o que gera a necessidade de pesquisa para obtenção de técnicas de disseminação
permitindo a proliferação desta planta.
A uvaia (Eugenia pyriformis) é outra opção de espécie nativa, esta planta atinge até 15
metros de altura, cujos frutos são indeiscentes, carnosos, piriformes, pilosos e com coloração
220
amarela e comestíveis, de sabor adocicado e acidulado, podendo ser utilizados na fabricação
de suco, vinagre e vinho. As sementes apresentam tegumento de coloração castanha e
cotilédones carnosos e justapostos, as quais, após a extração, se oxidam rapidamente
(ANDRADE; FERREIRA, 2000; DELGADO; BARBEDO, 2007). Um grande problema da
espécie é a produção de poucas sementes, geralmente uma ou duas, o que dificulta a produção
de mudas em escala comercial (VENDRAME SILVA et al., 2005).
O objetivo deste trabalho foi avaliar altura das plantas e a porcentagem de emergência
de Eugenia pyriformis e Eugenia uniflora com e sem a presença de tegumento nas sementes.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na cidade de Ipameri. A área situa-se à
17°44'3.71"Latitude Sul e 48° 9'56.45"Longitude Oeste, com uma altitude média de 800m. De
acordo com a classificação de Köppen o clima da região é definido como Tropical Úmido
(AW), constando temperaturas elevadas com chuvas no verão e seca no inverno
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com os tratamentos
dispostos em esquema fatorial 2 x 2, tendo como fatores espécies de Eugenia (Pitanga= E1;
Uvaia= E2) e tegumento (T1= com tegumento; T2= sem tegumento) e cinco repetições. Cada
parcela constituiu-se por 12 saquinhos com dimensões de 20 cm de largura por 30 cm de
altura, cada um recebendo uma semente. O substrato usado foi uma mistura de 3/1 de
Latossolo Vermelho Amarelo e esterco de curral curtido.
Antes da retirada do tegumento as sementes permaneceram imersas em água por 24
horas a partir do dia 27/12. No dia 28/12 procedeu-se a retirada do tegumento das espécies,
utilizando-se um estilete. A seguir as sementes com e sem tegumento foram imersas em
hipoclorito de sódio 1 %, durante cinco minutos e colocadas em papel toalha umedecido com
água corrente, fazendo-se rolos que foram acondicionadas em sacos plásticos transparentes e
mantidas em local escuro até o dia 01/01/18, quando foram semeadas. A coleta dos dados de
altura das plantas, com auxílio de uma régua, e porcentagem de emergência, por meio de
contagem, ocorreu no dia 29/04/2018.
Os dados foram submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas
pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o
programa SIRVAR.
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
O resultado da análise de variância para a altura de plantas e percentual final de
emergência (PFE), em plantas de uvaia e pitanga, estão apresentados na Tabela 1. Nota-se que
houve efeito significativo apenas para a variável espécie e a interação entre espécie e
tegumento, para a característica percentual final de emergência. Quanto à altura, (Tabela 2)
houve diferenças significativas entre as espécies, sendo que as mudas de pitanga cresceram
mais, com média de 12,40 cm, contra 7,8 cm da uvaia, não havendo efeito da remoção do
tegumento para as duas espécies. Já para porcentagem final de emergência não houve
diferença significativa entre os fatores, considerados isoladamente, mas houve interação entre
espécie e remoção do tegumento. A pitanga não respondeu à remoção do tegumento,
enquanto que a uvaia apresentou diferença significativa, alcançando 75,2 % de emergência
nas sementes sem tegumento e 51,6 % nas sementes íntegras.
221
Tabela 1. Análise de variância e teste de média para altura de planta (cm) e percentual final
de emergência (PFE) em plantas de uvaia e pitanga, com e sem tegumento. Ipameri, 2018.
Fonte de
Variação GL
Quadrados Médios
Altura
(cm)
PFE
(%)
Espécie (E) 1 105,80**
1125,00*
Tegumento (T) 1 1,80ns
520,20ns
E*T 1 5,00ns
897,80*
Resíduo 12 3,99 154,96
CV (%) 19,78 17,56 *significativo a 5% de probabilidade;
**significativo a 1% de probabilidade;
ns= não
significativo pelo teste F.
Tabela 2. Altura de planta (cm) e percentual final de emergência (PFE) em plantas de uvaia e
pitanga, com e sem tegumento. Ipameri, 2018.
Espécie Altura PFE
Uvaia
Pitanga
cm (%)
7,80 b
12,40 a
36,40 b
78,40 a
Médias Com
Tegumento
Sem
tegumento
Com
tegumento
Sem
tegumento
Uvaia 7,00 A 8,60 A 51,60 B 75,20 A
Pitanga 12,60 A 12,20 A 80,00 A 76,80 A
CV (%) 19,78 17,56
Médias seguidas por uma mesma letra maiúscula dentro da linha e mesma letra minúscula
na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.
Resultados semelhantes foram descritos por Scalon (2001), que observou que a
pitanga é uma espécie de fácil propagação por sementes. Pertencentes à família Myrtaceae, a
maioria de seus pomares de uvaia e pitanga são resultantes de propagação seminífera, ou seja,
por semente, porém existe carência de conhecimentos básicos sobrea germinação de sementes
dessas espécies. (ANTUNES et al., 2012; ALVEZ; SILVA; CÂNDIDO, 2015).
CONCLUSÃO
Conclui-se que a remoção do tegumento teve efeito significativo somente para o
percentual final de emergência em plantas de uvaia, para altura houve diferenças
significativas entre as espécies, sendo que as mudas de pitanga cresceram mais.
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri e ao CNPQ pela concessão da
bolsa durante a vigência do projeto.
222
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2005.
223
Desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex
Ducke submetidas a diferentes condições de fotoperíodo e a quebra de
dormência por água fervente
Lucas Robson de Oliveira (1)
; Wanderson Silva dos Santos (2)
; Willian Barros Sidião (2)
;
Cleiton Gredson Sabin Benett (3)
; Ademilson Coneglian (3)
(1)
Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri – Goiás;
[email protected]; (2)
Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual
de Goiás, Ipameri – Goiás; (3)
Professor – Pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
A utilização de mudas com qualidade, juntamente com a escolha da espécie a ser cultivada,
proporciona maiores lucros ao produtor. Uma boa opção é a espécie nativa Schizolobium
amazonicum conhecida popularmente como Paricá, pois ela possui rápido crescimento e bom
valor comercial e pode ser utilizada na silvicultura e na recuperação de áreas degradas.
Estudos com a luminosidade e superação de dormência são fundamentais para o bom
desenvolvimento de mudas com qualidade. O objetivo deste trabalho foi apontar a
germinação das sementes, com e sem quebra de dormência e o desenvolvimento das plântulas
com diferentes condições de luminosidade (0, 4 e 12 h). Os dados foram submetidos à análise
de variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade através do software Sisvar 5.3. A água
fervente mostrou-se viável na quebra da dormência atingindo 86,6% de germinação. O
tratamento com 12 h de luminosidade proporcionou o melhor desenvolvimento físico das
plântulas.
Palavras-chave: Paricá, luminosidade, germinação.
INTRODUÇÃO
O desmatamento tem provocado a degradação em diversas regiões brasileiras.
Buscando reverter essa realidade, programas de fiscalização têm aumentado e as medidas
corretoras cresceram no país nos últimos anos. Com a importância do reflorestamento e
recuperação de matas ciliares e áreas degradadas, torna-se necessário o aumento das pesquisas
e da produção de mudas florestais com boa qualidade (RONTANI et al., 2017).
Uma espécie que apresenta características desejáveis para a recuperação de áreas
degradadas, agroflorestas e também para a silvicultura é a Schizolobium amazonicum Huber
ex Ducke popularmente denominada de Paricá. Ela é nativa da região da Amazônia, apresenta
rápido crescimento, fuste reto e madeira com elevada cotação no mercado interno e externo.
A árvore pode alcançar entre 15 a 40m de altura e 50 a 100 cm de DAP (diâmetro altura do
peito), sua copa é ampla e umbeliforme, sua madeira possui baixa densidade, o que permite
processamento fácil e bom acabamento. Pode ser empregada na fabricação de palitos de
fósforo, saltos de calçados, brinquedos, maquetes, embalagens leves, canoas, forros, miolo de
painéis e portas, formas de concreto, laminados, compensados, celulose e papel
(CARVALHO, 2007).
Entretanto, devido à presença de um espesso tegumento que reveste o embrião das
sementes da família Fabaceae, o Paricá apresenta baixa germinação na natureza, pois esse
tegumento impede a entrada de água o que consequentemente impossibilita a emergência da
224
semente (CRUZ; PEREIRA, 2014). Um dos métodos de superação de dormência é a
utilização de agua fervente, que retira as ceras presentes no tegumento, causando a
permeabilidade, permitindo então a entrada de água e as trocas gasosas (DAPONT et al.,
2014).
Outro fator importante para o desenvolvimento das plântulas são os níveis de
luminosidade disponíveis, que atuam diretamente sobre a fotossíntese. Ao estudar o
crescimento inicial de plantas da espécie Cryptocaria aschersoniana Mez. submetidas aos
níveis de radiação solar de 0, 30, 50 e 70%, Almeida et al. (2004) verificaram que, para a
matéria seca de raízes, o melhor resultado foi observado nas plantas em 30% de
sombreamento e o maior acúmulo de matéria seca de folhas foi verificado nas plantas
cultivadas em 50% de sombreamento. O sombreamento artificial pode afetar positivamente a
taxa de crescimento e qualidade da muda, com efeitos distintos conforme a classe ecológica
da espécie.
O objetivo deste trabalho foi apontar a germinação das sementes, com e sem quebra de
dormência e o desenvolvimento das plântulas com diferentes condições de luminosidade.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, câmpus Ipameri, no
Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no primeiro semestre do ano de 2018. As
sementes do Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor
legalizado Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007.
Foram selecionadas 150 sementes manualmente, sendo consideradas viáveis as
sementes que não exibiam nenhum tipo de deformação física. Posteriormente, 75 foram
colocadas em um Becker com água fervente, permanecendo nesta condição por dois minutos,
conforme sugerido por Cruz e Pereira (2014).
O substrato utilizado foi o vermiculita, que foi colocado em bandejas plásticas de 45
centímetros (cm) de comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura, preenchidas até que
atingissem 6 cm de altura em toda extensão das bandejas. Utilizou-se três bandejas, cada uma
com 50 sementes, sendo 25 testemunhas e 25 submetidas a quebra de dormência, para os
respectivos tratamentos: T1; T3; T5 e T2; T4; T6. A disposição das sementes no substrato foi
feita de forma vertical, com o hilo para baixo, conforme recomendação de Pinto et al. (2014),
o espaçamento entre elas foi de 1,5 cm de raio. As bandejas foram colocadas em uma
germinadora de sementes com controle de temperatura mínima, que foi mantida em 25 º C, a
temperatura máxima variava conforme a temperatura do ambiente externo.
Cada bandeja foi colocada em uma parte da germinadora, sendo a parte inferior
coberta com papel alumínio para proporcionar um ambiente com ausência total de luz, nela,
foram colocados os tratamentos T1 e T2. Na parte média da germinadora colocou-se os
tratamentos T3 e T4, que recebiam apenas 4 horas de iluminação solar, pois, nas demais horas
do dia, ficavam sombreados pela bandeja superior e por partes da germinadora. Os
tratamentos T5 e T6 foram dispostos na parte superior da germinadora, recebendo a
luminosidade solar de 12 h.
A irrigação foi feita com água destilada, manualmente, utilizando-se um borrifador. A
quantidade de água utilizada acompanhou a necessidade de cada bandeja, visando manter o
substrato úmido, porém sem saturação. Após dez dias realizou-se a contagem de plântulas
emergidas e as medições de altura da parte aérea, feita com o auxílio de régua milimétrica,
diâmetro do colo, utilizando-se um paquímetro digital e comprimento de raízes mensurado
com auxílio de régua milimétrica.
Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de
probabilidade através do programa Sisvar 5.3.
225
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a iniciação do período germinativo, observou-se a diferenciação no
desenvolvimento das plântulas em cada tratamento. Durante os primeiros dias todos os
tratamentos apresentaram alto índice germinativo e boa qualidade no desenvolvimento das
plântulas. Porém, quando se completou 10 dias de análise, notou-se grande diferença no
desenvolvimento das mesmas (Tabela 1).
Tabela 1: desenvolvimento de plântulas após 10 dias de análise.
Tratamentos
Germinação Diâmetro Raiz Parte aérea
(%) (mm) (cm) (cm)
T1 0c 0d 0d 0d
T2 83b 2,98c 6,36b 12,96c
T3 0c 0d 0d 0d
T4 83b 3,36b 6,92b 14,58b
T5 0c 0d 0d 0d
T6 86a 3,72a 8,58a 16,12a
CV (%) 3,04 16.42 33.41 22,32
Médias seguidas pela mesma letra em uma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
Nos tratamentos com as sementes testemunhas (T1, T3 e T5) não se obteve
germinação em nenhum ambiente, comprovando a inviabilidade da semeadura sem superação
de dormência, resultado também encontrado por Dapont et al., (2014).
A ausência ou presença de luz não proporcionou grande diferença na germinação,
sendo que os tratamentos T2 e T4 obtiveram 83%, enquanto o T6 obteve 86%. No estudo
realizado por Pastorini et al., (2016) as sementes da espécie Machaerium brasiliense VOGEL
(Fabaceae) não tiveram influência da luminosidade, uma vez que a emergência das sementes
desta família está relacionada com suas reservas nutritivas e a superação de dormência.
Porém, a temperatura influenciou no índice de germinação, que para o Machaerium
brasiliense VOGEL foi ideal entre 25ºC. Por esse motivo o tratamento T6 foi beneficiado,
uma vez que estava em constante exposição a luminosidade, o que proporciona uma
temperatura um pouco maior do que os demais tratamentos sombreados.
O tratamento T2 obteve os menores valores referentes ao diâmetro do colo,
comprimento de raiz e parte aérea das plântulas, conforme resultado encontrado no trabalho
realizado por Alves et al., (2012) com a espécie Fabaceae Clitoria fairchildiana R. A.
Howard. Nos tratamentos T4 as características físicas das plântulas foram maiores, do que as
do T2. Todavia, as plântulas que atingiram o melhor desenvolvimento foram as do T6. A
luminosidade por 12 h influenciou diretamente no desenvolvimento das plântulas, sendo que
apresentaram os maiores valores para todas as análises realizadas, além de estarem mais
eretas e com a parte aérea mais proeminentes, estas características também foram encontradas
por Nakazono et al., (2001), que afirma que plântulas submetidas a maior luminosidade
apresentam maior parte aérea e distribuição de biomassa para as raízes.
CONCLUSÃO
Para o desenvolvimento de plântulas da espécie florestal Schizolobium amazonicum é
imprescindível a quebra de dormência, sendo que a água fervente é recomendada, pois
226
possibilita uma boa taxa de germinação, além de ser de fácil utilização. A luminosidade
mostrou-se determinante para o crescimento inicial dessas plântulas, sendo que as expostas a
12 horas de luminosidade foram as que obtiveram as melhores características morfológicas.
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227
Superação de dormência em sementes de Copaíba submetidas a
escarificação mecânica
Willian Barros Sidião(1)
; Daniel Beltram Mendes(1)
; Lucas Robson de Oliveira(2)
; Frederico
Severino Barboza(2)
; Ademilson Coneglian(3)
(1)
Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (1)
Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás (2)
Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás (4)
Professor-
pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O Copaifera langsdorffii Desf, pertence à Família Leguminosae, espécie conceituada como
prioritária para as atividades de reflorestamento em áreas degradadas do bioma Cerrado,
sobretudo em função da sua plasticidade ecológica. No entanto, a maioria das leguminosas
dispõe de dormência física, sendo este, um fator determinante para que ocorra a germinação.
Neste trabalho foram efetuados dois tratamentos: T1- sementes escarificadas e T2 – sementes
in naturas. As sementes passaram pelo processo de escarificação mecânica com auxílio de
uma lixa d‘água n° 80. O período germinativo das sementes de copaíba iniciou-se aos 10 dias
para o tratamento que sofreu escarificação mecânica, sendo que aos 20 dias 83% das sementes
já haviam germinado. Tendo em vista, que aos 20 dias apenas 15% das sementes in naturas
haviam germinado. Conclui-se que o método de escarificação mecânica é recomendado para
promover o aumento do índice germinativo das sementes de tamboril, quando comparadas a
sementes in naturas.
Palavras-chave: Germinação, Leguminosae, Copaifera langsdorffii Desf.
INTRODUÇÃO
A espécie nativa do cerrado e de florestas semi-decíduas Copaifera langsdorffii Desf,
pertence à Família Leguminosae (LORENZI, 2002), sendo conhecida popularmente por
diversos nomes como copaíba, podói, cupaúba, pau-d‘óleo e cupiúva. As plantas do gênero
Copaifera sp. são encontradas nas regiões de clima tropical e subtropical que são específicos
da América do Sul. No Brasil, a espécie apresenta maior ocorrência nos estados do Pará e
Amazonas, entretanto, pode também ser encontrada em outras regiões a quais a espécie
apresente adaptações (LISBOA et al., 2018).
O C. langsdorffii é uma espécie avaliada como prioritária para as atividades de
reflorestamento em áreas degradadas do bioma Cerrado, sobretudo, em função da sua
plasticidade ecológica. Segundo Masson et al. (2013), o Brasil é o maior fabricante e
exportador do óleo de copaíba extraído do tronco. Entretanto a sua madeira é empregada na
confecção de compensados e o óleo resina é tradicionalmente utilizado como antiflamatório,
antisséptico (SANTANA et al., 2014) e agente antifúngico (SOUSA et al., 2013).
No entanto, a realização de testes germinativos é imprescindível para avaliação do
desenvolvimento e desempenho de qualquer espécie vegetal. A maioria das leguminosas
dispõe de dormência física, sendo este, um fator determinante para que ocorra a germinação
(MARCOS FILHO, 2005). A escarificação química ou mecânica é uma das metodologias
utilizadas para superação de dormência, onde sucede o rompimento do tegumento
228
aumentando a permeabilidade à água e consequentemente obtém-se um acréscimo do
percentual germinativo (ALEXANDRE et al., 2009).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resposta de sementes de C.
langsdorffii submetidas a escarificação mecânica.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi executado no Laboratório de Produção Florestal e Bioenergia da
Universidade Estadual de Goiás - Campus de Ipameri-GO, realizado no ano de 2017. Foram
efetuados dois tratamentos, o primeiro em sementes in naturas que se encontravam em estado
natural e o segundo em sementes escarificadas. Foi feita escarificação mecânica com o auxílio
de uma lixa d‘água n° 80, provocando assim a fricção na região oposta a emissão da radícula
das sementes de Copaifera langsdorffii Desf promovendo a permeabilidade do tegumento das
sementes a água e gases e consequentemente aumentando a velocidade de germinação.
Cada tratamento continha quatro repetições de 25 sementes totalizando 100 sementes,
colocadas para germinar em caixas gerbox sobre três folhas de papel germitest. A análise de
germinação das sementes foi realizada segundo a metodologia proposta pelas Regras Para
Analises de Sementes (BRASIL, 2009), onde foi avaliado o índice germinativo aos 5, 10, 15 e
20 dias após o plantio.
Os dados foram submetidos à análise de regressão, a 5% de probabilidade, através do
programa computacional Statistica (2005).
RESULTADO E DISCUSSÃO
A germinação das sementes de copaíba iniciou-se aos 10 dias para o tratamento que
foi submetido a escarificação mecânica, perfazendo o total de 56% de sementes germinadas.
No entanto, o período germinativo das sementes in naturas estreou-se após 15 dias de
análises, apresentando 9% de germinação (Figura 1).
Figura 1 – Evolução da germinação de sementes de C. langsdorffii, com e sem
escarificação mecânica aos 5, 10, 15 e 20 dias.
Nota-se, que após 15 dias de análise 77% das sementes escarificadas já haviam
germinado, e aos 20 dias totalizou-se 83% de sementes germinadas sendo que neste período
229
alcançaram estabilidade contínua em relação ao fator germinativo. Contudo, aos 20 dias
apenas 15% das sementes in naturas haviam germinado, alcançando também estabilidade
contínua, o que demonstra a extrema importância do método de escarificação mecânica para o
processo germinativo das sementes de C. langsdorffii.
Esses resultados corroboram com os encontrados por Ferreira et al. (2013), onde os
tratamentos submetidos à escarificação mecânica apresentaram os melhores resultados de
germinação, com 79% de germinação após 18 dias, enquanto que para sementes in natura não
houve germinação. Um resultado semelhante foi encontrado por Martins et al. (2008), onde o
tratamento com escarificação mecânica das sementes de S. adstringense e S. pholyphyllum
promoveram 82,5% e 67% de germinação, respectivamente. Entretanto, o método da
escarificação mecânica através de lixa é viável, porém por ser mais trabalhoso, é
recomendado apenas para pequenos lotes de sementes (SANTOS et al., 2004). Conforme
Sousa et al. (2005), o poder germinativo depende da eficácia do tratamento de superação de
dormência, podendo proporcionar percentagens de germinação superiores a 85%.
CONCLUSÃO
O método de escarificação mecânica por lixa d‘água n° 80 é recomendado para
promover o aumento da germinação das sementes de C. langsdorffii, quando comparadas a
sementes in naturas. Para produção de pequenas quantidades de mudas, a escarificação
mecânica mostrou ser a opção mais apropriada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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231
Adequação do teste de envelhecimento acelerado para determinar o vigor
de sementes de feijão-mungo
Luciana Maria da Silva (1)
; Rogério Lamim Silva Junior (2)
; Anderson Dias Vaz de Sousa(2)
;
Natália Arruda(3)
; Nei Peixoto(4)
, Katiane Santiago Silva Benett(4)
(1)
Pós-graduanda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;
[email protected]; (2)
Pós-graduando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de
Goiás, Ipameri; (3)
Pós-doc do Programa da Pós-Graduação em Produção Vegetal; (4)
Professor; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito dos períodos de exposição ao teste de
envelhecimento acelerado para classificação de vigor dos lotes de sementes de feijão-mungo.
Foram utilizadas sementes da cultivar Esmeralda provenientes de quatro lotes cultivados nas
safras 2013, 2015, 2016 e 2017, no Câmpus de Ipameri. Realizou-se caracterização inicial dos
lotes, por meio do teste de germinação e teste de vigor. O teste de envelhecimento acelerado
foi conduzido, expondo as sementes à temperatura de 42°C e a quatro períodos (24, 48, 72 e
96 horas), com quatro repetições de 50 sementes para cada lote. Os lotes apresentaram
diferenças significativas quanto ao teste de germinação, primeira contagem de germinação e
índice de velocidade de germinação. O teste de envelhecimento acelerado foi eficiente para
classificar os lotes, sendo o lote 3 superior e o 1 inferior A combinação da 42°C/72h de
exposição das sementes ao teste de envelhecimento acelerado é a melhor para classificar os
lotes de feijão-mungo.
Palavras-chave: Vigna radiata L., classificação de lotes, tempo de exposição
INTRODUÇÃO
O feijão-mungo (Vigna radiata L.) pertence à família Fabaceae, sendo uma das
leguminosas mais cultivadas no verão em regiões de climas tropicais e subtropicais (TANG et
al., 2014). A espécie é oriunda da Índia, que por volta de 4.500 anos sofreu sua domesticação.
Atualmente seu cultivo é realizado principalmente em regiões da Ásia, Índia, China e
Paquistão, porém em regiões como a África, EUA e Austrália apresentam cultivo da espécie
em menor escala (SMÝKAL et al., 2015).
Para o estabelecimento adequado de uma lavoura é necessário à utilização de sementes
de boa qualidade, para a determinação mais precisa da qualidade das sementes é necessário
realizar além do teste de germinação, testes de vigor, por meio destes torna-se possível
selecionar os melhores lotes para comercialização e plantio (ARAUJO et al., 2011).
O teste de vigor de sementes é determinado em condições desfavoráveis, medindo-se a
redução de função bioquímica ou fisiológica das sementes. Deve ser rápido, econômico,
reprodutível e os resultados devem ser similares aos observados no campo. Um teste de vigor
que apresenta características essas desejadas é o de envelhecimento acelerado (BERTOLIN et
al., 2011).
O teste de envelhecimento acelerado baseia-se em simulações entre fatores diversos do
ambiente como alta umidade relativa e temperaturas elevadas, na qual o teste consiste em
ocasionar situações onde as sementes são submetidas à alta temperatura e umidade relativa do
ar durante certo período e, em seguida, as respostas são observadas por meio de teste padrão
de germinação (GUEDES et al., 2013). Este teste permite detectar diferenças na qualidade
fisiológica de lotes de sementes que venham demonstrar capacidade germinativa semelhante,
232
na qual podem apresentar diferentes comportamentos devido a longos prazos de
armazenagem e as diversas condições para condução em campo (FLÁVIO; PAULA, 2010).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar os diferentes períodos de exposição das
sementes ao teste de envelhecimento acelerado à 42 ºC para classificação de vigor dos lotes
de feijão-mungo (Vigna radiata L.)
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes da Universidade Estadual de
Goiás, Câmpus de Ipameri. Foram utilizadas sementes de feijão-mungo, cultivar Esmeralda
disponibilizada pela EPAMIG, provenientes de quatro lotes cultivados na própria instituição,
nas safras 2013, 2015, 2016 e 2017.
Antes da instalação do experimento foi realizada a caracterização inicial de cada lote
de sementes, conforme recomendações das Regras para Análise de Sementes (BRASIL,
2009). Avaliando-se o teor de água das sementes (% b.u), teste de germinação (%), teste de
primeira contagem (%) e índice de velocidade de germinação.
Em seguida foi realizado o teste de envelhecimento acelerado onde as sementes foram
expostas à temperatura de 42°C e a quatro períodos (24, 48, 72 e 96 horas), com quatro
repetições de 50 sementes para cada lote. Ao final de cada período de envelhecimento, novo
teste de germinação e teor de água das sementes foram realizados, seguindo a metodologia
descrita anteriormente.
Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e, as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). As análises estatísticas foram processadas
utilizando-se o programa de análise estatística SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Os valores médios do teste de germinação ficaram entre 99 e 90% de plântulas
normais, para os lotes 3 e 1, respectivamente (Tabela 1). Estes valores atendem os padrões
para comercialização de sementes de Vigna spp. dentro do limite ≥ 80% de germinação
(BRASIL, 2013). O teste de primeira contagem de germinação apresentou diferença
significativa entre os lotes, sendo que os superiores foram os lotes 2 e 3 e os inferiores 1 e 4.
Apesar da diferença, os lotes de sementes apresentam alto vigor, pois os resultados de
todos os testes de vigor primeira contagem de germinação e índice de velocidade de
germinação apresentaram valores altos. Segundo Lopes et al. (2010) o teste de primeira
contagem de germinação é utilizado, pois é de fácil execução e indica o potencial fisiológico,
aproximado, de cada lote de semente, o que auxilia na classificação dos lotes de sementes.
Tabela 1. Valores médios de teor de água (TA), germinação (GERM), primeira contagem de
germinação (PC), índice de velocidade de germinação (IVG) de quatro lotes de sementes de
feijão-mungo. Ipameri-GO, 2018.
Lotes TA GERM PC
IVG -------------(%)-------------
1 10,25a1 90b 90b 40,25ab
2 11,00a 98a 98a 37,50b
3 10,50a 99a 99a 36,50b
4 10,25a 91b 91b 42,50a
CV (%) 7,01 2,77 2,77 5,50 (1)
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
233
Estes resultados evidenciam a necessidade de realização de outros testes antes de
classificar os lotes quanto ao seu potencial fisiológico (TUNES et al., 2012), pois cada teste
fornece informações complementares quanto ao tempo de armazenamento e seu potencial
para estabelecer maior estande sob ampla variação das condições ambientes (MARCOS
FILHO et al., 2009).
Os valores do teor de água de cada lote após o teste de envelhecimento acelerado
variaram para o lote 1 de 13,46 a 16,06%, lote 2 de 15,25 a 19,43%, lote 3 de 10,98 a 15,16%
e lote 4 de 14,61 a 17,49% entre o menor e o maior tempo de exposição ao teste de
envelhecimento acelerado, respectivamente. Sendo estes valores de acordo com Marcos Filho
(1999b) e aos observados por Bertolini et al. (2011) ao determinar vigor de sementes de feijão
através do teste de envelhecimento acelerado. Evidenciando assim a uniformidade das
condições de execução do teste, sendo possível observar aumento dos teores de água nas
sementes em função do aumento do tempo de exposição ao teste de envelhecimento
acelerado.
De acordo com análise dos dados verifica-se que houve efeito significativo para a
interação do lote com o tempo de exposição das sementes ao teste de envelhecimento
acelerado (Tabela 2). Em relação aos lotes foi possível observar que o 1 e 4 não apresentaram
diferenças significativas entre os tempos de exposição, porém os lotes 2 e 3 apresentaram um
declínio na porcentagem de plântulas normais, sendo que o tempo de 96h de exposição ao
teste apresentaram os menores valores médios de germinação 48 e 63%, respectivamente.
Tabela 2. Resultados do teste de envelhecimento acelerado para à temperatura de 42°C após
quatro períodos de exposição das sementes de quatro lotes de feijão-mungo. Ipameri-GO,
2018.
Tempos de exposição Lotes
1 2 3 4
42°C
24h 48 Ac (1)
78 ABab 82 Aa 67 Ab
48h 57 Ab 84 Aa 90 Aa 79 Aa
72h 55 Ac 66 Bbc 82 Aa 73 Aab
96h 44 Ab 48 Cb 63 Ba 67 Aa
CV (%) 12,13 (1)
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%
de probabilidade.
Ao avaliar-se o comportamento de cada lote nos diferentes tempos de exposição ao
teste de envelhecimento acelerado foi possível observar no tempo de 72h, o lote 3 foi o menos
sensível em relação aos demais lotes, 82% de plântulas normais, porém o lote 1 observa-se o
pior desempenho, 55% de plântulas normais, podendo esta temperatura e tempo ser
recomendados para classificação de lotes de feijão-mungo.
CONCLUSÃO
Para a classificação de vigor dos lotes de sementes de feijão-mungo recomenda-se a
combinação da temperatura 42°C e o período de 72h de exposição das sementes ao teste de
envelhecimento acelerado.
234
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235
Produção de sementes de feijão-vagem em função da aplicação de diferentes
doses de composto orgânico
Rogério Lamim Silva Junior
(1), Cecília Leão Pereira Resende
(1), Ligia de Fátima da Silva
(2),
Natalia Arruda(3)
, Katiane Santiago Silva Benett(4)
(1)
Estudante de Mestrado na Universidade Estadual de Goiás Campus Ipameri, Ipameri,
Goiás, e-mail: [email protected]; (2)
Estudante de Graduação na Universidade
Estadual de Goiás; (3)
Pós-doc do Programa de Pós-Gradução de Produção Vegetal na
Universidade Estadual de Goiás; (4)
Professora na Universidade Estadual de Goiás.
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar a influência das doses de composto orgânico sobre a
produção de sementes de feijão-vagem. O experimento foi instalado na casa de vegetação na
Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, em fevereiro de 2018. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, 5 tratamentos e quatro repetições. Foram
adicionadas e incorporadas as doses de composto orgânico (0, 30, 60, 90 e 120 t ha-1
),
compondo os tratamentos. Os tratos culturais foram realizados sempre que necessário. As
variáveis analisadas foram teor de clorofila, altura de plantas, diâmetro do caule, número de
vagens por planta e produtividade. As doses de composto orgânico influenciaram
positivamente a altura de plantas, o diâmetro de caule, número de vagens por planta e
produtividade. A dose de 120 t ha-1
proporcionou melhores resultados, por tanto não tivemos
um ponto máximo de produtividade, pois os dados se ajustaram equação linear crescente.
Palavras-chave: Adubação, Phaseolus vulgaris L., Sementes Orgânicas.
INTRODUÇÃO
O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é importante fonte de proteína, ferro, cálcio,
magnésio e outros nutrientes (CARVALHO et al. 2014; MONTANARI et al., 2010). O fruto
pode ser consumido verde fresco ou processado. Esses grãos podem ser obtidos a partir de
diferentes sistemas de produção, em campo ou casa de vegetação (HAESBAERT et al. 2011).
A produção de hortaliças orgânicas vem aumentando consideravelmente em área isso
graças ao aumento da demanda no mercado por alimentos que estejam livres de contaminação
química, esse mercado movimenta mais de US$ 30 milhões em exportações brasileiras, US$
200 milhões em vendas no Brasil, US$ 13 bilhões em vendas só nos Estados Unidos e US$ 30
bilhões no mundo (BRANCO et al., 2010).
O sistema de produção orgânico visa não contaminar o meio ambiente e melhorar a
qualidade de vida humana, através da utilização de fontes renováveis de minerais, que por sua
vez é a eliminação de subprodutos das cozinhas e dejetos de criatórios animais entre outros,
criando um ciclo natural (ALENCAR et al., 2013).
A adubação orgânica promove melhorias na estrutura física, na composição química e
na biologia do solo, aplicando-se doses corretas fornece quantidades suficientes de nutrientes
para que as plantas produzam tão bem quanto sobre o efeito de fertilização química (ALVES
et al., 2000; MUELLER et al., 2013).
236
Na literatura há trabalhos que comprova a eficiência da adubação orgânica promovendo
melhorias na produção de sementes, MAGRO et al. (2010) trabalhando com doses de
composto orgânico na produção de sementes de brócolis observaram que as doses crescentes
de composto aumentaram a produção de sementes desta cultura e melhoraram as
características químicas do solo cultivado.
Diante do exposto o objetivo do trabalho foi avaliar a dose de composto orgânico que
proporciona melhor produtividade de sementes de feijão-vagem.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado na casa de vegetação na Universidade Estadual de Goiás,
Câmpus Ipameri, em fevereiro de 2018. O preparo do solo foi realizado de acordo com a
análise química, com 45 dias antes da semeadura. O delineamento experimental adotado foi
inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e quatro repetições, a parcela experimental foi
composta por 6 vasos e em cada vaso com quatro plantas. Os tratamentos foram aplicados 15
dias antes da semeadura junto à adubação de plantio, foi aplicado 4 kg ha-1
de YOORIN
Master®, em todos os vasos, concomitantemente foram adicionadas e incorporadas as doses
de composto orgânico (0, 30, 60, 90 e 120 t ha-1
). A cultivar utilizada foi a Manteiga que
apresenta hábito de crescimento determinado. A irrigação foi realizada de acordo com a
necessidade da cultura. Para avaliar o crescimento das plantas e a produtividade de sementes
de feijão-vagem foram realizadas as seguintes análises:
-Altura da planta: foi avaliada em uma planta de cada vaso, com uma trena, da base do
caule até a ponta do ramo principal, o resultado foi expresso em centímetros (cm);
-Diâmetro do caule: foi medido diâmetro na base do caule de uma planta da parcela
experimental, com paquímetro digital graduado em milímetros (mm);
-Teor de clorofila foliar: foi feito aferição do teor de clorofila nas folhas quando as
plantas atingiram plena floração, e uma folha do terço médio de cada planta em cada vaso,
utilizando-se o índice SPAD, obtido com clorofilômetro portátil clorofiLOG CFL1030.
- Número de vagens por planta: foi contado o número de vagens por vaso no momento
da colheita, e então o valor total foi ajustado para quatro plantas e dividido gerando assim o
valor médio de número de vagens por planta.
-Produção de sementes: a produtividade de sementes será determinada com base na
produção da área da parcela experimental, com teor de água corrigido para 13%, a
produtividade será expressa em kilogramas por hectare (kg ha-1
).
Os resultados foram submetidos à análise de variância, em caso de efeito significativo
para as doses de composto, de acordo com o teste F, foi realizada a análise de regressão para
verificar o efeito de doses de composto nas características avaliadas usando o programa
SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Os resultados mostraram que as doses de composto orgânico não causaram nenhuma
influencia sobre a variável teor de clorofila ficando com médias entre, 30,66 e 31,19 para a
dose 0 e 120 kg ha-1
respectivamente. Já para as demais variáveis avaliadas houve diferença
significativa para os testes de médias, e os dados se ajustaram a equação linear crescente
como pode ser observado na Figura 1. Estes resultados são semelhantes aos de MAGRO et al.
(2010), onde foram aplicadas doses de composto orgânico para avaliar a produção de
sementes de brócolis, e verificaram diferença estatística para o número de sementes por planta
e os resultados foram ajustados a equação linear para a massa de sementes por planta. Em
estudo de duas cultivares de feijão comum sob adubação orgânica aos trinta dias após
emergência as melhores alturas médias encontradas foram de 61,58 e 66,53 para feijão
237
canário e bolon branco, respectivamente, estes dados assemelham-se aos encontrados neste
trabalho, já para a variável diâmetro de caule os dados desse deferiram dos encontrados neste
trabalho onde ele não encontra diferença estatística entre as médias dos tratamentos aos trinta
dias (JUAN PABLO, 2015).
CONCLUSÃO
Com os resultados observados neste trabalho podemos recomendar que sejam
aplicadas doses maiores que 120 t ha-1
de composto orgânico e que seja observado o
comportamento da cultura sobre as mesmas, pois neste estudo os dados se ajustaram a
equação linear crescente positiva, alcançando maior produção de sementes na dose de 120 kg
ha-1
.
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri pela realização deste projeto. A
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) pela concessão de bolsa ao
primeiro autor e ao PNPD/CAPES (Convênio UEG/CAPES N. 817164/2015-PRODAP) pela
concessão de bolsa de pós-doc ao quarto autor.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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y = 0.2162x + 35.672
R² = 0.9591
Alt
ura
de
pla
nta
s cm
Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )
(A)
y = 0.0049x + 3.582
R² = 0.8408
Dia
met
ro d
e ca
ule
(m
m)
Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )
(B)
y = 0.01x + 2.8
R² = 0.75
Núm
ero d
e vag
em p
or
pla
nta
Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )
(C)
y = 0.8764x + 206.73
R² = 0.9885
Pro
duti
vid
ade
(kg h
a-1)
Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )
(D)
238
Chapada da Ibiapaba, Ceará, Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba-SP, v. 51,
n. 2, p. 217-236, 2013.
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239
Viabilidade econômica da implantação de teca no sudeste de Goiás
Fernando Timóteo da Silva(1)
; Matheus Pacheco Fernandes(1)
; Steffane Lorrayne da Luz
Brito(1)
; Andrécia Cósmem da Silva(2)
; Matheus da Silva Araújo(3)
(1)
Estudante de Graduação em Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus
Ipameri; Goiás; (2)
Professora; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus Ipameri; Goiás. (3)
Doutorando: Universidade de São Paulo; Campus ESALQ; São Paulo.
RESUMO
O trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica da implantação de 6 ha de
Teca em uma propriedade rural no sudeste de Goiás. O estudo foi realizado no primeiro
semestre de 2018, na qual a propriedade possui uma área total de 126 hectares, dos quais
foram selecionados 6 hectares para a implantação de teca. Foram avaliados os pontos fortes e
pontos fracos, as oportunidades e as ameaças da fazenda, assim como a infraestrutura e os
funcionários. Para a análise do estudo, foram utilizados os indicadores: VPL, B/C e Payback.
Com base nos valores obtidos, obteve-se VPL de 2.819.837,24; B/C: 9,04 e Payback de 10
anos. Observa-se que os valores totais dos insumos e serviços foram os dados mais relevantes
sobre o custo da implantação da espécie. Todos os resultados foram satisfatórios para a
implantação de Teca.
Palavras-chave: Custo de implantação, parâmetros de manejo, indicadores econômicos.
INTRODUÇÃO
A Teca (Tectona grandis L.) é uma essência florestal exótica de importância
econômica e social para o Brasil, originária do sudeste asiático (Índia, Myanmar, Tailândia e
Laos), espécie arbórea de grande porte, rápido crescimento e de madeira considerada nobre
(RAPOSO, 2010). A região sob cerrados é a área do Brasil com maior concentração de
reflorestamentos com espécies de rápido crescimento (GRISI, 2005).
Apesar da boa qualidade da madeira e do bom preço de mercado, os plantios de teca
no Brasil totalizavam apenas 67.329 ha, ou seja, 0,9 % da área de florestas plantadas e estão
localizadas nos estados de Mato Grosso, Pará e Roraima (ABRAF, 2013). Destaca-se ainda a
tendência de crescimento no mercado, pela exaustão das madeiras de qualidade oriundas da
floresta natural (REFLORA, 2003, apud BARROSO, 2005).
Devido à sua importância, a espécie tem sido destinada à produção de madeira para
reflorestamento comercial, evitando a exploração inapropriada de espécies nativas (RAPOSO,
2010). A importância e o valor comercial da teca se dão pelas propriedades físico-mecânicas
encontradas em sua madeira que são durabilidade, estabilidade, resistência natural ao ataque
de fungos, insetos e brocas, assim como a rusticidade, resistência a incêndios florestais e a
qualidade da madeira são suas principais características, além dos aspectos qualitativos: cor,
densidade e o desenho (SILVA et al., 2016).
A análise de investimentos compreende não só alternativas entre dois ou mais
investimentos a escolher, mas também a análise de um único investimento com a finalidade
de avaliar o interesse na implantação do mesmo (VERAS, 2001)
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica da
implantação de 6 hectares de Teca em uma propriedade rural no sudeste de Goiás.
240
MATERIAL E MÉTODOS
O projeto foi realizado no primeiro semestre de 2018, em uma propriedade rural, no
município de Ipameri, no sudeste de Goiás. A região apresenta clima tropical e temperatura
média de 23,9°C, tendo uma latitude de 48°13‘46.94‖O e longitude de 17°34‘23.64‖S. A
propriedade possui uma área total de 126 hectares, dos quais foram selecionados 6 hectares
para a implantação de Teca.
Para a análise da propriedade, foram utilizadas variáveis internas e externas que
podem influenciar diretamente no resultado econômico. Foram avaliados os pontos fortes, e
pontos fracos, as oportunidades e ameaças da fazenda, assim como a infraestrutura e os
funcionários. Segundo o Manual de Cultivo da Teca em 2006, considera o quanto produzir,
com base em uma produção estimada em 300 m³ ha/ano para um ciclo de 21 anos.
Após a análise dos parâmetros e manejo proposto para implantação da Teca (Tectona
grandis) em 6 hectares da fazenda, usando um espaçamento de 3x2 m, totalizou 1.834 plantas
por hectare. Para avaliar o custo da produção da Teca foram observados os custos de
implantação e manutenção num espaço temporal de 21 anos, quando será feito o corte final da
madeira. Foram considerados os custos referentes à mão-de-obra, materiais, insumos,
equipamentos, implementos, colheita, impostos e oportunidade da terra. Sendo que o custo de
oportunidade da terra foi estabelecido conforme o valor médio de arrendamento encontrado
na região sudeste de Goiás no município de Ipameri, que foi de R$ 720,00.
Para a análise dos custos de produção da cultura foi utilizado dois grupos de custos:
custo operacional total (COT) e custo operacional efetivo (COE) (RAMBO et al., 2015). Para
fazer a análise de viabilidade econômica foram utilizados os seguintes indicadores
econômicos: Relação Benefício-Custo (B/C), que mostra o retorno dos investimentos diante
da relação entre a receita total e as despesas. Valor Presente Líquido (VPL) faz-se a
estimativa do valor atual de um fluxo de caixa, usando para isso uma taxa mínima de
atratividade do capital, o projeto é considerado viável quando o VPL for positivo. E por
último foi utilizado o Payback atualizado, pois ele demonstra o período de retorno para
recuperar o investimento inicial. O horizonte corresponde a 21 anos considerando uma taxa de
juros a longo prazo de 6% a.a. (BNDS, 2017).
As análises para obtenção das variáveis serão calculadas e tabuladas com o auxílio do
programa da Microsoft Office Excel, onde serão geradas planilhas de indicadores econômicos
e na sequência tabelas para exposição dos dados obtidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base nos insumos dos valores obtidos, observa-se que os valores totais dos
insumos e serviços contribuíram respectivamente com 30,2 % e 57,08 % do custo total, sendo
assim, os dados mais relevantes sobre o custo da implantação da espécie.
A planilha de estimativa de custo operacional total (COT) e custo operacional
específico (COE) (RAMBO et al, 2015) e suas despesas com operações mecanizadas e
manuais, e materiais consumidos com os outros operacionais para a cultura, é detalhada na
tabela 1.
Após a obtenção de todos os custos de manejo foi elaborado o custo total da
implantação da Teca. Foi obtido através da soma de todas as despesas durante os 21 anos com
uma taxa de 6 % a.a. totalizando um valor R$ 350.848,24, obtendo uma receita total
atualizada R$ 3.170.685,48, (tabela 2).
241
Tabela 1 – Estimativa de Custo de implantação da Teca em 6 ha para 21 anos.
Descrição Valor Total Percentagem
Insumos R$ 22.138,00 30,2%
Serviços R$230.828,00 57,08%
Custo Operacional Efetivo (COE) R$367.146,60 90,78%
Outras Despesas (10% COE) R$ 36.559,06 9,04%
Custo de Oportunidade da Terra R$ 720,00 0,18%
Custo Operacional Total (COT) R$404.425,66 100%
Tabela 2 – Tabela de custos e receitas em 6 ha durante 21 anos.
Valor total de custos R$350.848,24
Valor total de receitas R$3.170.685,48
Vergara et al., 2017, afirmam que o VPL é um dos métodos mais utilizados e que
apresenta menos falhas, na maioria das situações conduz o resultado correto, porém não
considera o horizonte de planejamento. Para o VPL (Valor Presente Líquido) encontrou-se R$
2.819.837,24.
O BC teve um resultado de 9,04 e demonstrou que é viável o empreendimento para
obter-se lucro. Esse valor se dá pelos pontos fortes da propriedade e mercado consumidor de
madeira da região. Apresentado na (tabela 3). Nesse caso o B/C apresentou maior
demonstração de toda a situação de custeio e retornos com o projeto. Quando associado aos
dados obtidos com VPL trouxe maior confiabilidade e precisão para a análise econômica.
O cálculo do Payback demonstrou que o retorno do investimento foi no 10° ano, após
o primeiro desbaste, obtendo lucro, já que o corte final da teca foi no 21° ano, o que traria um
capital suficiente para cobrir as despesas e gerando lucro ao mesmo.
Ao observar os indicadores de rentabilidade observam-se valores positivos para o
projeto em questão, mostrando a viabilidade do plantio da teca.
Tabela 3 – Indicadores Econômicos com taxa de desconto de 6% a.a, para 21 anos.
VPL BC Payback
2.819.837,24 9,04 10 anos
Os resultados satisfatórios do estudo se devem ao fato da teca ser considerada uma
espécie nobre, com uma grande demanda no mercado e uma baixa oferta, uma vez que a área
plantada de teca ainda é muito inferior quando comparada a outras espécies. Mas é importante
ressaltar que os custos podem não ser retomados no caso de investimentos menores.
Tornando-se necessário uma análise mais rigorosa da produção e dos custos, sendo de suma
importância o conhecimento avançado do empreendimento (LOPES, 2011).
CONCLUSÃO
A implantação da teca apresenta um ótimo valor de retorno de investimento, mostrando
se assim como uma ótima espécie a ser implantada como forma de investimento em longo
prazo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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242
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Disponível em: <https://revista.feb.unesp.br> doi: 10.15675/gepros.v12i1.1598
243
Viabilidade econômica de cultivar de café Catucaí Amarelo 24/137
resistente à ferrugem sob sistema de irrigação localizada no município de
Ipameri, Goiás
Weslley Ayres Valadão (1)
; Luiz Henrique Barros Cirino (2)
; Danieli da Silva Gregório(2)
;
Francielle Wanderley Ribeiro(2)
; Andécia Cósmem da Silva(3)
(1)
Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri; Ipameri,
Goiás; [email protected]; (2)
Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de
Goiás – Campus Ipameri; (3)
Professora do curso de Agronomia e Engenharia Florestal;
Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri.
RESUMO
Análises econômicas se mostram imprescindíveis na tomada de decisão para início de uma
atividade. O presente trabalho é uma simulação da viabilidade econômica de cafeeiros cv.
Catucaí Amarelo 24/137 sob irrigação por gotejo em uma propriedade no município de
Ipameri. Para as variáveis estimou-se o Fluxo de Caixa, Valor Presente Líquido, Payback,
Taxa Interna de Retorno, Índice IB/C e análise de sensibilidade. As análises são trabalhadas
com os dados e estimativas percorridas, através da construção de tabelas e planilhas com
utilização do Software Microsoft Office Excel 2013 no período de sete anos e a taxa de juros
de 7% a.a. O Índice IB/C obteve valor de 1,48, pressupondo que de lucro se obtém R$ 0,48
para cada uma unidade investida. Os resultados da TIR foi de 137%, ou seja, maior do que a
taxa de desconto, o que significa que o projeto é viável, sob este ponto de vista.
Palavras-chave: Economia, Coffea arábica, gotejo.
INTRODUÇÃO
A produção mundial de café contabiliza 154 milhões de sacas ano-safra 2016/17 e
desse montante 97,3 milhões de sacas provém do café arábica e o Brasil é responsável por
produzir 36% destacando-se como maior produtor mundial. Minas Gerais dentre as
federações é a de maior produção e Goiás exibe a relevância de 7.270 ha com a cultura,
variando de alto a baixo o emprego de tecnologia (CONAB, 2017).
A variação climática e períodos de estiagem exigem aos agricultores à cultura irrigada,
o que eleva os custos na produção. Em contrapartida, permite maior aproveitamento dos
nutrientes pela planta aumentando a produtividade e a qualidade do produto. Mantovani
(2009) e Oliveira (2010) ao estudarem técnicas de efeito econômico para irrigação
perceberam a vantagem do sistema de gotejamento para o cafeeiro, verificando que a
produtividade foi, em média, 50% maior.
O estudo da viabilidade econômica é de suma importância para implantação de uma
cultura e suas tecnologias aplicadas no momento de tomada de decisão como ressalta Whitney
(1988) e Fontes (2012), elucidando a importância dos custos fixos e variáveis em suas
estimações. O custo de produção é um dos principais indicadores que servem como parâmetro
e auxiliam o empresário cafeicultor na sua tomada de decisão, o que certamente vai definir o
sucesso ou não. Objetivou-se, no presente estudo, avaliar a viabilidade econômica da
implantação de cafeeiros da cultivar Catucaí Amarelo 24/137 sob sistema irrigado por gotejo
em uma propriedade no município de Ipameri, Goiás.
244
MATERIAL E MÉTODOS
O empreendimento encontra-se na região Centro-Oeste no Munícipio de Ipameri - GO
localizado à 48° 09‘ 35‖ de longitude e 17° 43‘ 19‖ S de latitude. A propriedade totaliza uma
área de 166 ha, com 64 ha de pastagem, 23 ha de áreas de preservação permanente, 33 ha de
reserva legal, e 46 ha de Cerrado. O clima é considerado como Tropical semiúmido e o solo
característico é um Latossolo Vermelho-Amarelo. Para a implantação e condução da cultura
se planejou o preparo da área como: aração, gradagem, calagem, gessagem e adubação,
nivelamento do solo e curvas de níveis, controle de plantas daninhas e aplicação de
defensivos agrícolas. O plantio é de mudas cv. Catucaí Amarelo 24/137 que apresenta porte
baixo, resistência à ferrugem do cafeeiro, tem alta produtividade e resulta em bebida de ótima
qualidade. A densidade de plantio é de 3,2 x 0,5m para que seja possível colheita mecanizada,
sendo um plantio adensado com 6.200 plantas/ha, estimando-se uma produtividade média
para a cultivar de 36 sc/ha. Para escoação da produção há centros de distribuição aos
arredores como a empresa Segafredo Zanetti- Brasília, Brasil, especializada em
comercialização de café, comprando a saca no valor de R$ 454,28, assim como foi cotado.
Tabela 1. Custos da implantação do projeto
Componentes de custos Valor/1ha (R$) Valor total/20ha (R$) Participação (%)
Insumos R$ 6.209,36 R$ 124.187,20 58,39
Manutenção R$ 1.093,39 R$ 21.867,76 10,28
Colheita R$ 815,96 R$ 16.319,20 7,67
Outros R$ 86,50 R$ 1.730,00 0,81
Irrigação R$ 1.461,57 R$ 29.231,34 13,74
Total (R$) R$ 9.666,78 R$ 193.335,50 90,91
Custos Adicionais (10%) R$ 966,68 R$ 19.333,55 9,09
Total (R$) R$ 10.633,46 R$ 212.669,05 100,00 *Taxa de atualização de juros corrigidos a 7%a.a.
Quanto aos indicadores econômicos foi utilizado o Fluxo de Caixa (entrada e saída de
dinheiro), Valor Presente Líquido (VPL) que se determina um valor no instante inicial e ao
final do projeto indicando sua viabilidade pela diferença positiva entre receitas e custos
atualizados. Payback Simples (PBS) corresponde ao período de tempo necessário para que o
capital investido inicialmente no projeto seja recuperado. Taxa Interna de Retorno (TIR)
refere-se à taxa de desconto que iguala o VPL de um projeto a zero, sendo a taxa composta
que o projeto pode gerar. Índice IB/C é a razão entre o fluxo esperado de benefícios de um
projeto e o fluxo esperado de investimentos necessários para realizá-lo.
As análises são baseadas em dados quantitativos e no acervo literário da cultura para a
região Centro-Oeste, assim como o emprego de tecnologias e a média de produtividade.
Trabalhadas com os dados e estimativas percorridas, através da construção de tabelas e
planilhas com a ajuda e utilização do Software Microsoft Office Excel 2013 no período de
sete anos e a taxa de juros de 7% a.a.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
.
A receita da cultura do café atingiu um valor total de R$ 327.081,60 ao ano como é
descrito na tabela 1, assim esperando uma média de produtividade de 36 sc/ha, sendo razoável
para as condições edafoclimáticas da região e com potencial de ir além, assim como o
245
encontrado por Bonomo et al., (2008) que avaliou a produtividade de diferentes cafeeiros no
solo de Cerrado goiano da variedade Catucaí sob sistema de irrigação por gotejo e obteve
média de produtividade de 44,02 sc/ha que é similar a encontrada por Soares (2005) e inferior
a de Silva (2005) que alcançou produtividade média de 79 sc/ha.
Tabela 1. Receita da cultura do café anual.
Atividade Área
(ha) Und. Quant.
Valor unitário
(R$)
Valor total
(R$)
Café 20 Sc 720 454,28 327.081,60
TOTAL
(R$) - - - - 327.081,60
No presente trabalho o Payback apresentou que no 2° ano do projeto já há retorno
financeiro líquido com todo o capital inicial investido recuperado, assim observa-se na Tabela
2. O Payback Econômico está ligado ao valor líquido e a época que o empreendimento se
custeia e inicia uma margem de lucro, tendo a recuperação do capital investido (OLIVEIRA
et al., 2015).
Tabela 2. Payback atualizado.
Ano 0 (R$) Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$)
-181.703,29 -45.835,71 81.689,12 199.430,02
Ano 4 (R$) Ano 5 (R$) Ano 6 (R$) Ano 7 (R$)
310.405,48 414.247,48 511.166,35 602.027,79
O Fluxo de caixa para o projeto está descrito na Tabela 3, sendo construído
anualmente, note que no início o saldo consta como negativo e ao final se positiva,
evidenciando que a receita superou as possíveis despesas e acumulou um montante ao longo
dos sete anos.
A Tabela 4 apresenta os indicadores econômicos como Valor Presente Líquido, o
Índice Benefício/Custo (IB/C) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). O VPL foi superior ao valor
investido tendo então uma taxa de atratividade. Pode-se concluir que, o projeto é
economicamente viável com expressividade de R$ 568.821,74 de lucro obtido corrigido ao
horizonte dos sete anos de investimento. O Índice Benefício/Custo (IB/C) representa o lucro
do negócio corrigido pela taxa de juros, de tal maneira que para cada R$ 1,00 investido de
unidade monetária gera um retorno de R$ 1,48, ou pressupõe que de lucro se obtém R$ 0,48
por unidade investida, sendo considerada uma margem excepcional. Os resultados da Taxa
Interna de Retorno (TIR) foram de 137%, ou seja, maior do que a taxa de desconto, sob este
ponto de vista torna o valor dos lucros futuros superior aos gastos realizados com o projeto,
caracterizando uma boa taxa de remuneração (CUNHA et al., 2015).
246
Tabela 3. Fluxo de caixa
Tabela 4. Resumo dos indicadores econômicos.
VPL R$ 568.821,74
IB/C 1,48
TIR 137%
CONCLUSÃO
O cultivo do café Catucaí Amarelo 24/137 se mostrou uma prática rentável e com
grande potencial para expansão e produtividade na região de Ipameri- GO.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Pesquisas de Cafés do Brasil, 4., Londrina. Anais... Brasília, DF: Embrapa Café, 2005. 1
CD-ROM.
WHITNEY, B. Choosing and using farm machines. 1. 1 ed. Edinburgh: Land Technology,
1988. 412 p.
248
Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera
frugiperda em milho sob doses de nitrogênio
Cecília Leão Pereira Resende
(1); Leandro Ferreira Damaso
(1); Mateus Américo Moreira
(2);
Luís Augusto Batista de Oliveira(1)
; Fabrício Rodrigues(3)
(1)
Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri,
[email protected]; (2)
Graduandos em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás –
Câmpus Ipameri, Goiás; (3)
Professor, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.
RESUMO
Os solos pobres em nutrientes são um dos principais fatores ambientais que influenciam na
produtividade da cultura do milho (Zea mays), sendo as plantas exigentes em nitrogênio (N)
por limitar na produtividade de grãos. Milho Bts são híbridos contendo genes específicos da
bactéria Bacillus thuringiensis, produtora de proteínas inseticidas tóxicas a lepidópteros-
praga, fornecendo maior resistência as plantas com máxima eficiência. O objetivo do trabalho
foi avaliar à resistência dos híbridos ao ataque da Spodoptera frugiperda em milho. O
delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, no arranjo fatorial de 3 x 3
x 5 (três tecnologias, em três doses de nitrogênio, em cinco períodos), com três repetições. Os
híbridos com tecnologia transgênica (Bt) apresentaram menores danos, quando comparados
convencional, independente da dose de nitrogênio.
Palavras-chave: Zea Mays; adubação nitrogenada; milho em grão.
INTRODUÇÃO
Solos pobres em nutrientes são um dos principais fatores ambientais que influenciam
na produtividade da cultura do milho (Zea mays). Nos últimos anos, estudos científicos
comprovaram que com um melhor aproveitamento da utilização e absorção dos nutrientes, as
plantas responderam com maior eficiência nutricional (GONDIM et al., 2010).
A cultura do milho é exigente em nitrogênio (N) por ser o nutriente absorvido em
maior quantidade, sendo também o mais limitante na produtividade de grãos (FARINELLI;
LEMOS, 2012). Uma das principais pragas da cultura do milho é lagarta do cartucho,
Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), a qual tem preferência ao período vegetativo, causando
injúrias foliares (preferência por folhas novas) e no estádio reprodutivo atacam os pendões e
as espigas, assim comprometendo até 60% da produção (MORAIS et al., 2016).
Os milhos geneticamente modificados (milho Bt) são híbridos contendo genes
específicos da bactéria Bacillus thuringiensis produtora de uma ou mais proteínas inseticidas
tóxicas a lepidópteros-praga, na qual promovem resistência, com máxima eficiência
(MICHELOTTO et al., 2011). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar à resistência
de híbridos de milho, com e sem tecnologia Bt, ao ataque da Spodoptera frugiperda em
milho.
249
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no
município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo
classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme EMBRAPA (2013), na safra de
verão de 2015/2016.
O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas
gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três
repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 x 5 (três híbridos, em três doses de nitrogênio em cinco
períodos distintos). As parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por
duas fileiras, com 3 m de comprimento, espaçadas a 0,5 m.
Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram
30A77 PW/MG 652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F) – tecnologia PW, NS 90 VT PRO2
/NS 92 VT PRO (Cry1A.105/Cry2Ab2) – Tecnologia VT PRO e o AG1051 (controle) -
Convencional.
Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a
Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na
análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de nitrogênio (N) variaram, sendo
zero de N (sem aplicação), 80 kg ha-1
e a 160 kg ha-1
, sendo 20% aplicado no plantio e, 80%,
em cobertura, no estádio V6. Os outros nutrientes foram aplicados doses de 90 kg ha-1
de
potássio (K2O) e 120 kg ha-1
de fósforo (P2O5) em semeadura, usando cloreto de potássio
(KCl) e superfosfato triplo (SFT) respectivamente.
O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro
linear.
O controle de lagartas foi feito apenas no híbrido convencional, com o inseticida
Belt®, na dose de 150 ml ha
-1, no estádio V5.
Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20
dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura,
posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada
parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.
frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por Davis et al., (1992), os quais foram
transformados em dano foliar médio (Dano).
Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,
utilizando o programa Estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Avaliando os danos ocasionados pela Spodoptera frugiperda nos híbridos de milho,
observa-se que o convencional, quando comparado com aos transgênicos, apresentou maiores
notas de danos independente da dose de nitrogênio utilizada, sendo nota 4, na dose de 80 kg
ha-1
e nota 4,33 nas doses de 0 e 160 kg ha-1
(Figura1).
Corroborando com estes resultados, Bedin et al. (2015), em seus trabalhos
comparando híbridos de milhos convencionais e Bt, quanto a eficiência dos eventos
HERCULEX®, VT PRO™ e POWERCORE™ no controle de Spodoptera frugiperda,
comprovaram que híbridos convencionais receberam nota média de dano 9 (escala DAVIS),
na qual as plantas foram avaliadas como totalmente destruídas, divergindo deste trabalho.
Os híbridos com eventos transgênicos e o híbrido convencional tiveram maior ataque
durante a fase de pendoamento do milho quando não adubados, sendo o convencional aos 61
dias, VT PRO aos 83 dias e o PW com 76 dias. Nessa fase, a cultura está mais susceptível às
insetos pragas devido as plantas estarem totalmente expostas, vigorosas e atrativas neste
período (Figura 1).
250
― y (PW) = -0.0012x2 + 0.1817x - 3.031 (R² = 0.79)
― y (VT PRO) = -0.0013x2 + 0.215x - 4.8857 (R² = 0.93)
― y (convencional) = -0.0007x2 + 0.0867x + 1.1988 (R² = 0.72)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
― y (PW) = -0.0004x2 + 0.0817x - 1.278 (R² = 0.77)
― y (VT PRO) = -0.0004x2 + 0.0817x - 0.875 (R² = 0.65)
― y (Convencional) = 0.0006x2 - 0.0832x + 6.0375 (R² = 0.66)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
― y (PW) = -0.0009x2 + 0.15x - 3.6107 (R² = 0.84)
― y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821 (R² = 0.93)
― y ( Convecional) = -0.0014x2 + 0.2033x - 3.3631 (R² = 0.95)
0
1
2
3
4
5
30 50 70 90 110
Dan
o (
no
ta)
DAS (Dias após semeadura)
(A)
(B)
(C)
Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas durante o ciclo da cultura do
milho (30 a 110 dias), em diferentes doses de nitrogênio, sendo 0 kg ha-1
de N (A), 80 kg ha-1
de N (B) e 160 kg ha-1
de N (C).
O convencional, quando adubado na metade da dose recomendada (80 kg ha-1
), obteve
maiores injúrias em todo o ciclo da cultura, consequentemente, os ataques provocados
acarretam menores produtividades no milho (Figura 1). Perteline et al. (2014), avaliando
híbridos convencionais e híbridos que expressam diferentes proteínas Bt, com relação ao dano
da lagarta e seu desenvolvimento biológico, obtiveram resultados em que a área foliar
consumida pelas lagartas foi maior no híbrido convencional testado, confirmando os
resultados.
251
Nas doses de 80 e 160 kg ha-1
, os híbridos 30A77 PW/MG 652 PW que contem
tecnologia Powercore (PW) sofreram menores danos da lagarta S. frugiperda, isso ocorre
possivelmente por expressarem uma proteína a mais que os híbridos com tecnologia
YieldGard VT PRO (Figura 1). Barcelos e Angelini (2018) estudando o dano da Spodoptera
frugiperda em milho de diferentes tecnologias Bt, constataram que a tecnologias Powercore
(2B587PW) e Viptera3 (Impacto) apresentaram efetivas na proteção da cultura em relação à
S. frugiperda.
CONCLUSÃO
O híbrido convencional AG 1051 sofre maiores danos da Spodoptera frugiperda
quando comparado com os híbridos de tecnologia Bt em diferentes doses de nitrogênio.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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cartucho em híbridos de milho com diferentes tecnologias Bt. Revista Ciências Exatas e da
Terra e Ciências Agrárias, v. 9, n. 2, p. 58-65, 2014.
252
Integração da Universidade Estadual de Goiás com o Colégio Aprov COC
Carla Aparecida Alves Da Silva(1)
; Matheus Felipe Alves Costa Troncha(2)
; Tatiane Jacinto
dos Santos(2)
; João Victor Inácio Ayres(2)
; Adalberto Antunes de Medeiros Neto(3)
(1)
Técnico Administrativo da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri,
[email protected]; (2)
Estudante do curso de Agronomia Universidade Estadual de
Goiás, Câmpus Ipameri; (3)
Professor, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri.
RESUMO
Uma representante do colégio Aprov COC juntamente com a Universidade Estadual de Goiás
Câmpus Ipameri – UEG, desenvolvemos um Projeto na área de meio ambiente e alimentação
saudável, sendo um Projeto de Extensão da UEG chamado ―PRODUÇÃO DE MUDAS
FLORESTAIS‖. Foram plantadas 9 (nove) mudas frutíferas e 12 (doze) florestais no Colégio
Aprov COC de Ipameri entre abril a junho de 2018. O objetivo do trabalho foi a
conscientização e a preservação de algumas espécies de plantas e árvores florestais, além de
oferecer aos alunos, professores e funcionários do Colégio uma cartilha sobre como plantar,
cultivar e preservar, contendo técnicas e instruções normativas. Desenvolvemos um trabalho
de conscientização sobre a importância de uma boa alimentação e conservação do meio
ambiente, com discentes, docentes e funcionários. A parceria entre o Colégio Aprov COC e
Universidade foi firmada possibilitando realizar este Projeto através de um grupo de extensão
já existente na UEG, formado por alunos e funcionários. Foram desenvolvidas palestras,
plantio de mudas frutíferas e florestais e dinâmicas com os alunos do ensino fundamental e
médio. Após esse período de integração o resultado foi satisfatório devido a conscientização
dos alunos em ter uma alimentação saudável ao aprendizado e em separar o lixo orgânico do
não orgânico.
Palavras-chave: Mudas florestais, Meio Ambiente, Alimentação.
INTRODUÇÃO
Integrar a comunidade acadêmica com as escolas municipais e particulares e um
Projeto que já vem sendo desenvolvido pela Universidade através de diferentes projetos de
extensão. O interesse por desenvolver um projeto sobre conscientização ambiental e
importância de uma alimentação saudável partiu do Colégio Aprov COC que através de uma
representante procurou a Universidade para que houvesse essa parceria, de desenvolver um
dos projetos de extensão no Colégio. Segundo Atié (1999, p. 3), em sua análise sobre a escola
pública: ―Hoje, o desafio que se coloca diante da escola é fornecer educação e informação
para toda a vida... ela precisa romper seus muros e estar plenamente inserida no seu tempo e
na comunidade a qual pertence.‖
A importância de uma boa alimentação vem sendo analisada e divulgada cada dia mais
devido ao aumento das principais doenças cardiovasculares. De acordo com Castro (2004), a
importância alimentar está diretamente ligada com o aumento ou não das doenças
cardiovasculares e explica como uma boa alimentação pode diminuir os riscos destas doenças. Uma das metas deste projeto é oferecer aos alunos, professores e funcionários do
Colégio a oportunidade de plantar mudas frutíferas para que futuramente possa introduzi-las
253
na sua alimentação diária tornando-as mais saudável e o plantio de mudas florestais para
tornar o ambiente ecológico. Os alunos envolvido no projeto plantam e executam os tratos culturais das frutíferas e
florestais, estes alunos são acompanhados por um professor responsável, o qual avalia os
mesmos que além do aprendizado obtêm experiência em projeto de extensão, sendo que o
produto final que foi a cartilha informativa, instrutiva.
MATERIAL E MÉTODOS
Palestras e dinâmicas de conscientização, também foram utilizadas em diferentes
horários, como ferramentas de informações para 165 alunos e 32 funcionários. Uma das palestras foi realizada no dia 19 de abril nos períodos matutino, com 98
alunos e vespertino, com 67, sendo no período matutino para os jovens entre 11 a 16 anos de
idade que cursam entre a sexta série ao nono ano do ensino fundamental e no período
vespertino para as crianças entre 1 a 11 anos de idade, que cursam entre o maternal da
educação infantil, e do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, esta primeira palestra
abordou o assunto sobre uma alimentação saudável, com os alunos de 1 a 5 anos foram
distribuídas figuras de alimentos saudáveis e passado um vídeo com fotos já para os alunos
entre 6 a 11 anos neste mesmo período foi também passado um vídeo juntamente com a
palestra e no final um momento de bate papo sobre o assunto.
A visita dos alunos do Colégio Aprov COC à UEG aconteceu no dia 17 de maio, onde
os alunos e funcionários do Colégio puderam visitar o viveiro florestal, laboratórios e o
campo aprendendo sobre mudas frutíferas e florestais, durante toda visita os alunos foram
acompanhados por um professor uma funcionária e três alunos do curso de agronomia da
Universidade, que explicavam cada setor visitado, no mesmo dia aconteceu uma palestra após
a visita abordando sobre o assunto mudas frutíferas e florestais, o método utilizado nesta
palestra foram explicações sobre as dúvidas sobre o tema proposto no projeto na visita
Nas palestras proferidas durante as atividades, os alunos puderam compreender a
diferença de um alimento perecível e de outro não perecível e como fazer os seus descartes, as
diferenças sobre mudas frutíferas e mudas florestais, como plantar, como cultivar e cuidar.
Utilizamos a aula expositiva, palestras, mudas, slides explicativos, visita in loco, plantação de
mudas em solo, confecção do material instrutivo e distribuição.
Visita ao Viveiro
De acordo com Oliveira (2011) viveiro é o ambiente/local onde germinam e se
desenvolvem todo tipo de planta. É nele que as mudas serão cuidadas até adquirir idade e
tamanho suficientes para serem levadas ao local definitivo, onde serão plantadas. Os viveiros
contam com diferentes tipos de infraestrutura, que vão depender do seu tamanho e de suas
características.
Os alunos do Colégio Aprov COC foram levados através do transporte cedido pela
UEG Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. Conhecer as condições diversas de
um viveiro de produção de mudas, tais como: se é zona urbana ou rural, disponibilidade de
água, disponibilidade de mão de obra e facilidade para distribuição.
Insumos de Produção
As sementes para a produção das mudas foram algumas compradas como Mamão e
Laranja e outras coletadas no próprio Câmpus, Mangaba, Mangostinho, Gabiroba e Cagaita,
sementes coletadas no próprio Câmpus, Após essa compra e essa coleta as sementes foram
254
acondicionadas em caixas de areia para a germinação e depois foram transferidas para sacos
plásticos preto 10cm x 20cm próprios para mudas. O substrato dos sacos continha terra de
subsolo e esterco bovino curtido, a proporção foi de acordo com cada espécie. Essas mudas
foram produzidas pelos alunos do 1° período de Agronomia, acompanhados e orientados pelo
Professor Adalberto Antunes de Medeiros Neto, ao todo foram produzidas 20 mudas de
Mamão, 20 mudas de Laranja, 12 mudas de Mangaba, 5 mudas de Mangostinho. 8 mudas de
Gabiroba e 3 de Cagaita, somente algumas foram plantadas no Colégio e as outros ficaram no
viveiro.
O substrato destina-se a sustentar as plantas durante o enraizamento e servir de fonte
de nutrientes para as plantas. Um meio ideal é aquele que tem porosidade suficiente para
proporcionar aeração adequada, que apresente boa drenagem e tenha capacidade de retenção
de líquido satisfatória para oferecer umidade adequada.
Os padrões nutricionais podem ser obtidos experimentalmente em cultivos sob
condições controladas ou a campo, e também em plantios comerciais, considerando-se a
produtividade. De acordo com Malavolta et al. (1997), pode-se considerar como ―padrão‖
culturas que apresentem uma produtividade de pelo menos três vezes a média nacional. Tais
plantas, certamente, devem ter nos seus tecidos, todos os nutrientes em quantidades e
proporções adequadas, não mostrando sintomas visíveis de carência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado foi alcançado, os alunos e os professores aderiram a uma alimentação mais
saudável substituindo o tipo de lanche de salgadinhos para frutas, o Colégio estendeu o
projeto aos pais dos alunos para que não só incentivasse os filhos como, também adotassem
esse novo estilo de alimentação saudável e conservação do meio ambiente, tendo como
material de apoio as cartilhas instrutivas. ―Uma vida participativa torna mais fácil a
comunicação entre as pessoas da comunidade e também entre pais e filhos que acabam
ajudando uns aos outros‖ (VIANNA, 1986, p. 84)
CONCLUSÃO
Ao término deste projeto conclui – se que ambas as partes envolvidas universidade /
comunidade, ficaram satisfeitas com o resultado obtido e os seus efeitos perante alunos,
professores e funcionários de todas as partes, após esse período de 3 três meses integração os
165 alunos e 37 funcionários do Colégio teve a conscientização em ter uma alimentação
saudável e a preservação do meio ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VIANNA, I. O. A. Planejamento Participativo na Escola: um desafio ao educador. São
Paulo: EPU, 1986.
256
Emergência e desenvolvimento de coentro em função de adubação orgânica
e de enriquecimento com adubo mineral
Alexandre Augusto Pacheco(1)
; Edimar Marcelino Dias(1)
; Paulo Ricardo Lopes(1)
; Adílson
Pelá(2)
; Marcelo Ribeiro Zucchi(2)
(1)
Estudante de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás,
[email protected]; (2)
Professor, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus
Ipameri.
RESUMO
Os objetivos deste trabalho foram à avaliação da emergência e formação de mudas de coentro
das cultivares ―Americano Gigante‖ (AG) e ―Português‖ (P), em função da adubação orgânica
e do enriquecimento por adubação mineral. O experimento foi conduzido em ambiente
protegido com telados, na fazenda experimental do Campus Ipameri da Universidade Estadual
de Goiás, em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 5, sendo as duas
cultivares e cinco substratos - terra de subsolo da localidade (testemunha), terra de subsolo
mais cama de aviário (CA)(2/1 v/v), terra de subsolo mais CA (2/1 v/v) mais enriquecimento
com NPK, terra de subsolo mais esterco bovino (EB)(2/1 v/v) e terra de subsolo mais EB (2/1
v/v) mais enriquecimento com NPK., totalizando dez tratamentos com quatro repetições cada.
As seguintes variáveis foram analisadas, porcentagem de emergência (PE), índice de
velocidade de emergência (IVE), tempo médio de emergência (TME), altura das plântulas
(AP) e número de folhas (NF). Os substratos compostos por solo e EB (com ou sem
enriquecimento químico) propiciaram bons resultados de emergência (PE ˃ 79%, IVE ≥ 7,8 e
TME de no máximo 11 dias) e desenvolvimento inicial das plântulas (AP ≥ 3,0 cm e NF de
no mínimo 4 folhas para as duas cultivares avaliadas.
Palavras-chave: Olerícola, condimentar, produção de mudas, substratos.
INTRODUÇÃO
O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma hortaliça condimentar de ciclo anual que
pertence à família Apiaceae. Ela é amplamente produzida e consumida no Brasil, onde grande
número de produtores está engajado com a sua exploração (SOUZA et al., 2011). Conforme
Pereira et al. (2011), essa hortaliça é herbácea anual e possui porte baixo, normalmente entre
7 e 15 cm de altura, variando em função da cultivar e da adubação.
A cultura se adapta bem a regiões de clima quente e é intolerante a baixas
temperaturas, sendo as colheitas iniciadas aos 50 a 70 dias após semeadura, assim que as
folhas estiverem bem desenvolvidas (FILGUEIRA, 2008). Essa hortaliça possui um ciclo
curto em nossas condições climáticas e boa emergência, trazendo rápido retorno econômico
para os produtores (PEREIRA, 2012).
Para a obtenção de mudas vigorosas, uniformes e um estande com produtividade e
qualidade, tem-se como pré-requisito a alta qualidade das sementes utilizadas (COSTA et al.,
2008). Por estar diretamente relacionada ao estabelecimento das plântulas em campo, a
qualidade fisiológica das sementes é motivo de preocupação e recebe maior atenção do
agricultor (NASCIMENTO et al., 2011).
257
O tipo de substrato também deve ser considerado para que ocorra boa germinação e
desenvolvimento inicial das plântulas. O substrato deve apresentar características físicas,
químicas e biológicas apropriadas, de modo a facilitar a emergência, e também o
desenvolvimento e atividade do sistema radicular (MAURI et al., 2010). Conforme Moreau
(2011), os substratos possuem a função principal de fornecer sustentação às sementes, como
também água e nutrientes, que são as condições pertinentes ao seu desenvolvimento.
Os objetivos deste trabalho foram à avaliação da emergência e formação de mudas de
duas cultivares de coentro, em função da adubação orgânica e do enriquecimento por
adubação mineral.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em ambiente protegido com telados, na fazenda
experimental do Campus Ipameri da Universidade Estadual de Goiás, no município de
Ipameri, Estado de Goiás, com altitude de 790 m, latitude de 17º 41‘ S e longitude de 48º 11‘
O. Segundo a classificação de Köppen-Geiger, a região possui um clima tropical úmido, do
tipo Aw (CARDOSO et al., 2014).
As sementes utilizadas foram de duas cultivares de coentro, AG e P. Para a primeira
cultivar foram utilizadas sementes da Horticeres Sementes Ltda, as quais segundo o
fabricante, possuem 85% de germinação e pureza de 99%. Para a segunda cultivar, foram
utilizadas as sementes da Agristar do Brasil Ltda, que apresentam, segundo o fabricante, 75%
de germinação e pureza de 99%.
O experimento foi realizado com um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em
esquema fatorial 2 x 5, sendo duas cultivares e cinco substratos, num total de dez tratamentos
com quatro repetições cada. Para isto, foram utilizadas 10 bandejas de 200 células para
produção das mudas, sendo que cada tratamento teve quatro repetições de 50 células. Os
substratos testados para cada cultivar foram: terra de subsolo da localidade (testemunha), terra
de subsolo mais CA (2/1 v/v), terra de subsolo mais CA (2/1 v/v) mais enriquecimento com
NPK, terra de subsolo mais EB (2/1 v/v) e terra de subsolo mais EB (2/1 v/v) mais
enriquecimento com NPK. Para este enriquecimento, foram aplicados 0,45 g de ureia / L de
substrato; 0,67 g de supertriplo / L de substrato; e 0,33 g de KCl / L de substrato.
A semeadura foi realizada no dia 04 de maio de 2018, com duas sementes por célula, a
1 cm de profundidade. A irrigação no ambiente protegido foi realizada por microaspersão
manual por meio de um borrifador, duas vezes por dia, no início da manhã e no final da tarde,
procurando manter o substrato sempre úmido de modo a satisfazer as necessidades hídricas da
cultura.
O procedimento para caracterizar a estabilização da emergência das plântulas consistiu
em contagens diárias de plântulas emergidas em função da quantidade de sementes. Para cada
tratamento, após a repetição do resultado da contagem em três dias consecutivos, cessaram-se
as anotações. Assim, foram mensurados a PE, o IVE e o TME. Aos 23 dias após a semeadura
(DAS) foram tomadas as medidas de AP e seus respectivos NFs, para 20 mudas de cada
repetição, com o intuito de averiguar quais tratamentos propiciariam uma melhor qualidade de
mudas de coentro para o transplantio.
Todos os resultados foram submetidos à análise de variância e, nos casos em que o
teste F foi significativo, realizou–se o teste de Scott-Knott para a comparação múltipla das
médias dos tratamentos (ambos com p<0,05). Na realização das análises foi adotado o
software SISVAR 5.4 (FERREIRA, 2010).
258
RESULTADOS E DISCUSSSÃO
Para a cultivar AG, os melhores resultados para emergência das plântulas - PE
acima de 80%, IVE ≥ 7,8 e TME em torno de 11 dias - foram obtidos com os substratos
compostos por solo e EB (com ou sem NPK) e por solo somente, não havendo diferenças
significativas entre esses tratamentos. Os resultados de PE foram superiores aos verificados
por Machado e Marreiros (2016), em semeaduras utilizando substratos comerciais. Para AP e
NF, os maiores valores - ≥ 3,3 cm e 4 folhas, respectivamente – também foram verificados
para os substratos compostos por solo e EB (com ou sem NPK). Quando os substratos
utilizados foram compostos por solo e CA, tanto os resultados de emergência quanto os de
desenvolvimento das plântulas foram afetados, notando-se especial redução quando
enriquecido com NPK – PE = 47,3%, IVE = 2,5, TME = 18,5 dias, AP = 1,5 cm e NF = 2
(Tabela 1). Essa diminuição nos valores de emergência e desenvolvimento inicial das
plântulas desta cultivar, possivelmente foi uma consequência prejudicial do excesso de sais
nesses substratos contendo CA, principalmente quando enriquecido com adubo químico.
Com relação à cultivar P, os resultados mais importantes para emergência das
plântulas – PE ˃ 79%, IVE ≥ 8,0 e TME < 11 dias - foram constatados apenas nos substratos
compostos por solo e EB (com ou sem NPK). Também para esta cultivar, os resultados de PE
foram superiores aos constatados por Machado e Marreiros (2016). Quanto ao
desenvolvimento das plântulas, os maiores valores de AP e NF - ≥ 2,8 cm e ≥ 3,5 folhas,
respectivamente - foram registrados em todos os substratos compostos, sejam por solo e EB,
sejam por solo e CA (tanto com, quanto sem NPK). Assim como foi verificado para a cultivar
AG, os substratos compostos por solo e CA influenciaram negativamente a emergência das
plântulas da cultivar P, de modo bastante significativo quando enriquecido com NPK – PE =
15,5%, IVE = 0,8 e TME = 19,5 dias. Possivelmente, o excesso de sais nestes substratos
também foi prejudicial para a germinação das sementes desta cultivar. Por outro lado, o
desenvolvimento das plântulas desta cultivar no substrato solo (sozinho) resultou em AP e NF
significativamente menores – 2,0 cm e 3 folhas, respectivamente (Tabela 1), evidenciando que
provavelmente os nutrientes foram insuficientes neste substrato para um melhor
desenvolvimento das plântulas.
TABELA 1. Resultados de emergência e desenvolvimento inicial das plântulas de coentro em
função dos substratos utilizados – Ipameri, GO – 2018.
Variáveis PE (%) IVE TME (dias) AP (cm) NF
Substratos/Cultivares AG P AG P AG P AG P AG P
Solo + EB 92,0a 87,8a 8,8ª 8,5a 11,0a 10,8a 4,0a 3,3a 4,0a 4,0a
Solo + EB + NPK 92,5ª 79,8a 9,0a 8,0a 10,8a 10,3a 3,3b 3,0a 4,0a 4,0a
Solo 83,3ª 75,3b 7,8ª 5,5b 11,3a 13,3b 2,0c 2,0b 3,0b 3,0c
Solo + CA 70,0b 70,3b 5,5b 5,5b 13,5b 13,0b 2,0c 2,8a 3,0b 3,5b
Solo + CA + NPK 47,3c 15,5c 2,5c 0,8c 18,5c 19,5c 1,5d 3,0a 2,0c 4,0a
CONCLUSÃO
Os substratos compostos por solo e esterco bovino (com ou sem enriquecimento
químico) propiciam melhores resultados de emergência das plântulas para ambas cultivares de
coentro, ―Americano Gigante‖ e ―Português‖. Do mesmo modo, esses substratos também
possibilitam um maior desenvolvimento das mudas para a cultivar AG.
Já para as mudas da cultivar P, melhores resultados de desenvolvimento são obtidos
independente da adubação orgânica utilizada, seja EB ou CA, com ou sem complementação
com adubo químico.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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