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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Bibliotecária Responsável: Ana Tereza de Pádua Oliveira CRB-1/3153

S471

Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção

Vegetal – SECIAG (15. : 2018, Ipameri, GO).

Anais [recurso eletrônico] / XV Semana de Ciências Agrárias e VI

Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal de 25 a 28 de setembro

de 2018. - Ipameri: UEG, 2018.

259 p.; il.

Disponível em: http://www.anais.ueg.br/index.php/seciag

ISSN 2594-9683

1. 1. Ciências Agrárias. 2. Ciências Biológicas. 3. Evento multidisciplinar.

2. I. Universidade Estadual de Goiás. II. Título.

CDU: 63

2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Haroldo Reimer

Reitor

Maria Olinda Barreto

Pró-Reitora de Graduação

Ivano Alessandro Devilla

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Marcos Antônio Cunha Torres

Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis

Lacerda Martins Ferreira

Pró-Reitor de Planejamento, Gestão e Finanças

3

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS IPAMERI

Roberli Ribeiro Guimarães

Diretor

Vagner Santiago do Vale

Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal

Nei Peixoto

Coordenador do Curso de Agronomia

Ismael Martins Pereira

Coordenador do Curso de Engenharia Florestal

4

COMISSÃO ORGANIZADORA

PRESIDENTE

Cleiton Gredson Sabin Benett

VICE PRESIDENTE

Daniel Diego Costa Carvalho

TESOUREIRO

Daniel Diego Costa Carvalho

SECRETÁRIA

Katiane Santiago Silva Benett

COORDENAÇÃO DE PATROCÍNIO

Anne Silva Martins

Jhecika da Silva Furtado

Elissandro Patrick Conceschi Silva

COORDENAÇÃO DE PALESTRAS E MINI-CURSO

Anne Silva Martins

Cleiton Gredson Sabin Benett

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E MARKETING

Katiane Santiago Silva Benett

Lucas Robson de Oliveira

Paulo Henrique Pereira Costa Muniz

COORDENAÇÃO CIENTÍFICA

Ednaldo Cândido Rocha

5

MONITORES

Amanda Tavares da Silva

Anne Silva Martins

Cecília Leão Pereira Resende

Edilson Henrique Rezende

Edla Lopes Silva

Elissandro Patrick Conceschi Silva

Frederico Severino Barboza

Guilherme Augusto Marques Santos

Gustavo Matos Coelho

Isabella Batista Barros

Lucas Robson de Oliveira

Luciana Maria da Silva

Kamila Dias da Silva

Kamila Aparecida Santos Alves

Marina Gabriela Marques

Paulo Henrique Pereira Costa Muniz

Pedro Firmino Duarte

Rafaela Serradourada Mota

Rogério Lamim Silva Junior

Romario gomes pimenta nunes

Weslley Ayres Valadão

Lyvia Nunes Arantes de Oliveira

Sara Marinha Viana Costa Simião

Jhecika da silva furtado

Sara Gabriely Rodrigues Martins

Vanessa de Sousa Lourenço

Willian Barros Sidião

6

COMISSÃO CIENTÍFICA

AVALIADORES AD HOC

Anderson Dias Vaz de Souza

Isabela Carolina Silva

Jéssica Rodrigues de Mello Duarte

João Paulo Costa

Luciana Maria da Silva

Natália Cássia de Faria Ferreira

EDITORAÇÃO DOS ANAIS

Ednaldo Cândido Rocha

Lucas Robson de Oliveira

7

APRESENTAÇÃO

O Câmpus da Universidade estadual de Goiás sediado em Ipameri promove,

anualmente desde 2014, um evento próprio denominado inicialmente de ―Semana de Ciências

Agrárias‖. A partir de 2013, esse evento foi ampliado com a incorporação da ―Jornada da Pós-

Graduação em Produção Vegetal‖, recebendo a partir de então a denominação de ―Semana de

Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal – SECIAG‖.

A SECIAG tem a finalidade de ampliar e divulgar conhecimentos, aumentar a

interação entre estudantes, pesquisadores, agricultores, produtores rurais, órgãos e empresas

relacionadas ao agronegócio e ao desenvolvimento rural da região. É o espaço desenvolvido

para discussão de novas tecnologias, troca de experiências, produção de conhecimentos,

integração Universidade e comunidade. A SECIAG ainda tem por finalidade aprimorar a

formação acadêmica, cultural e social dos participantes desse evento.

A Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-graduação em Produção Vegetal –

SECIAG, além de diversas atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão, promove a

divulgação dos resultados de trabalhos científicos desenvolvidos nas áreas de Ciências

Agrárias, Biológicas e afins pelos participantes desse evento. Eles encontram oportunidade

para publicação e divulgação dos resultados de suas pesquisas nos Anais da SECIAG (ISSN

2594-9683), o qual publica um volume por ano contendo os trabalhos apresentados durante o

evento.

Em 2018 está sendo publicado e divulgado o décimo quinto volume dos Anais da

SECIAG, contendo 62 resumos expandidos oriundos de trabalhos de pesquisa e extensão

desenvolvidos nas áreas de Ciências Agrárias, Biológicas e afins.

8

SUMÁRIO

Avaliação do estado nutricional de árvores de Teca no sudeste de Goiás .................................................... 11

Nodulação e teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem em diferentes doses de ureia em cobertura ........... 15

Indicadores econômicos na implantação do cultivo de milho verão ............................................................ 19

Análise de viabilidade econômica do milho safrinha no município de Ipameri, Goiás................................ 23

Efeito do estresse salino na germinação e no vigor de sementes de repolho ................................................ 27

Preparação e aperfeiçoamento para o mercado de trabalho ....................................................................... 31

Análise de custos com safra de soja e safrinha de sorgo no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde ......... 35

Viabilidade econômica da implantação de soja no município de Ipameri, GO ........................................... 39

Viabilidade econômica de implantação da cultura de milho safrinha na região do sudeste goiano ............ 43

Viabilidade Econômica do Cedro Australiano no Município de Ipameri-GO ............................................. 47

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de

fósforo ........................................................................................................................................................... 51

Análise da rentabilidade econômica para a implantação da cultura da soja com safrinha de girassol ...... 55

Estudo de rentabilidade financeira para implantação do feijão-comum em Minas Gerais ........................ 59

Viabilidade econômica da implantação da cultura de Girassol na região Sudeste de Goiás ....................... 63

Viabilidade econômica da implantação de Sorghum bicolor (L.) Moench no município de Ipameri-Goiás 67

Influência da quebra de dormência na germinação de Schizolobium amazonicum ..................................... 71

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de

potássio ......................................................................................................................................................... 75

Aptidão dos híbridos de milho 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW para o mercado de milho verde ........... 79

Teores de S-SO4 em solo submetido à elevadas doses de gesso agrícola e calagem superficial ................... 83

Teste de tetrazólio e de hipoclorito de sódio para avaliação da qualidade fisiológica de sementes de soja

adubadas com boro em vários estádios fenológicos ..................................................................................... 87

Eficácia e Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência em Vigna radiata................................ 91

Aspectos físico-químicos durante o armazenamento pós-colheita de almeirão ........................................... 95

Diversidade de traços funcionais e sua importância para a manutenção de cerrados ................................ 99

Promoção de crescimento de plantas de Salsa utilizando cepas de Trichoderma spp. ............................... 103

9

Valoração contingente de ações de requalificação do meio ambiente: um estudo de caso no bairro Parque

Real, município de Caldas Novas-GO ........................................................................................................ 107

Produção de biomassa de Eucalyptus urograndis em um sistema agroflorestal ......................................... 111

Licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras no município de Ipameri-Go ......... 115

Densidade básica da madeira a 0,30 m e 1,30 m da árvore de espécies arbóreas de Cerrado ................... 119

Aptidão dos híbridos de milho BRS1055, P3646H e P3862YH para o mercado de milho verde ............... 123

Decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de eucalipto ..................................... 127

Avaliação do efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea grandiflora Mart.) ............................ 131

Quebra de dormência de sementes de Araticum do Cerrado de Goiás ..................................................... 135

Capacidade germinativa de sementes de Carvoeiro ................................................................................... 139

Influência de diferentes velocidades de semeadura na produtividade da soja .......................................... 143

Fitossociologia de um povoamento de Eucalyptus grandis em uma fazenda no município de Ipameri – GO

..................................................................................................................................................................... 147

Levantamento fitossociológico de um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual na Fazenda Mata do

Rio, Ipameri, GO ........................................................................................................................................ 151

Fitossociologia em fragmento de Floresta Estacional localizado na Fazenda Mata do Rio, município de

Ipameri-GO ................................................................................................................................................ 155

Respostas de genótipos de grão-de-bico à doses de Imazethapyr ............................................................... 159

Influência do fotoperíodo no desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke

submetidas a escarificação mecânica.......................................................................................................... 163

O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos no estado de Goiás na safra 2016/17 ......... 167

Crescimento in vitro e produção de conídios de Colletotrichum gloeosporioides, ocorrente em mangueira

cv. ‘Amrapali’ .............................................................................................................................................. 171

Hidrocondicionamento fisiológico de sementes de alface à temperatura de 20ºC ..................................... 175

Controle do escurecimento enzimático em palmito de açaí minimamente processado ............................. 179

Crescimento micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus ......................................................... 183

A importância do Marketing no Agronegócio brasileiro ........................................................................... 187

Superação de dormência em sementes de Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess) ....................................... 191

População micorrízica em solo na estação seca cultivado com diferentes espécies gramíneas no sistema

silvipastoril .................................................................................................................................................. 195

Avaliação de linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado em Ipameri-GO ........................ 199

Análise de custos e rendimentos da implantação de uva niágara na região de Ipameri, Goiás ................. 203

Estoque de carbono do solo por diferentes gramíneas no sistema silvipastoril ......................................... 207

10

Microorganismos do Solo como Indicadores do Efeito de Borda em um Fragmento de Floresta Estacional

Semidecidual ............................................................................................................................................... 211

Identificação de macrofauna do solo em diferentes usos da terra ............................................................. 215

Altura de plantas e a porcentagem final de emergência de Eugenia pyriformis e Eugenia uniflora com e

sem a presença de tegumento nas sementes................................................................................................ 219

Desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke submetidas a diferentes

condições de fotoperíodo e a quebra de dormência por água fervente ...................................................... 223

Superação de dormência em sementes de Copaíba submetidas a escarificação mecânica ........................ 227

Adequação do teste de envelhecimento acelerado para determinar o vigor de sementes de feijão-mungo231

Produção de sementes de feijão-vagem em função da aplicação de diferentes doses de composto orgânico

..................................................................................................................................................................... 235

Viabilidade econômica da implantação de teca no sudeste de Goiás ......................................................... 239

Viabilidade econômica de cultivar de café Catucaí Amarelo 24/137 resistente à ferrugem sob sistema de

irrigação localizada no município de Ipameri, Goiás ................................................................................. 243

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera frugiperda em milho sob doses de

nitrogênio .................................................................................................................................................... 248

Integração da Universidade Estadual de Goiás com o Colégio Aprov COC ............................................. 252

Emergência e desenvolvimento de coentro em função de adubação orgânica e de enriquecimento com

adubo mineral ............................................................................................................................................. 256

11

Avaliação do estado nutricional de árvores de Teca no sudeste de Goiás

Gabriel Campos do Amaral(1)

; Matheus da Silva Araújo(2)

; Alan Abadio da Silva(3)

; José

Eduardo Dias Calixto Júnior(4)

; Vitor Correa de Mattos Barretto(5)

(1)

Profissional; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)

Doutorando; Universidade de São Paulo; (3)

Profissional; Universidade Estadual de Goiás,

Ipameri. (4)

Estudante; Universidade de Brasília; (5)

Professor, Universidade Estadual de São

Paulo.

RESUMO

Objetivou-se com este estudo avaliar o estado nutricional de povoamento de teca (Tectona

grandis L. f.) com 14 anos de idade, na Fazenda P.U., Urutaí-GO, sudeste de Goiás,

cultivados em espaçamento regular de 3 x 2 m, de 5,4 hectares. Para avaliar a fertilidade do

solo, foram coletadas 33 amostras simples, em uma grade amostral, dentro do talhão, com o

auxílio de um trado tipo sonda ou rosca, nas camadas de 0-0,20; 0,20-0,40 m. Os resultados

das análises químicas do solo foram submetidos à análise estatística descritiva. De maneira

geral os teores dos nutrientes analisados apresentaram superioridade quando analisado o solo

da camada superficial 0-0,20 m comparado à camada 0,20-0,40 m. O povoamento de teca

apresentou baixa disponibilidade de nutrientes no solo e não estão apropriados ao

desenvolvimento da espécie.

Palavras-chave: Fertilidade do solo, nutrientes, espécie florestal.

INTRODUÇÃO

As madeiras originárias de reflorestamento se revelam promissoras e o futuro reside

no uso das mesmas, uma vez que o uso de madeiras provenientes de florestas nativas torna

cada vez mais ineficiente, devido ao elevado número de espécies proibidas de corte

(PETRAUSKI et al., 2012). Várias espécies exóticas estão sendo difundidas no Brasil, em

especial, a teca (Tectona grandis L. f.) uma espécie arbórea que vem sendo cultivada, em

Mato Grosso, e apresenta potencial para plantio em Goiás, Maranhão, Bahia e Minas Gerais,

cuja finalidade é obtenção de madeira para indústria de serraria (COSTA et al., 2012).

As espécies florestais de rápido crescimento exigem um planejamento intensivo, por

meio de intervenções silviculturais, para obter alta produtividade e madeira de qualidade. Para

atingir o potencial máximo produtivo de uma planta, faz-se necessário um correto suprimento

de nutrientes. Além dos macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio,

enxofre, carbono, oxigênio e hidrogênio), é preciso considerar também os micronutrientes

que, embora sejam requeridos em pequenas quantidades, são fundamentais para o

desempenho das principais funções metabólicas da célula (CORCIOLI et al., 2016).

Dos atributos químicos do solo que exercem grande influência no crescimento e

desenvolvimento das plantas podem-se destacar a matéria orgânica e o pH, uma vez que são

relativamente de fácil determinação e estão diretamente ligados à disponibilidade de

nutrientes do solo. Ainda, ressalta-se que matéria orgânica pode alterar algumas propriedades

físicas do solo, como sua agregação, densidade e porosidade, aeração, capacidade de retenção

e infiltração de água, podendo prejudicar indiretamente o crescimento vegetal (RAIJ, 2001).

12

Diante do exposto, objetivou-se com este estudo avaliar o estado nutricional de

povoamento de teca (Tectona grandis L. f.) com 14 anos de idade, na Fazenda P.U., Urutaí-

GO, sudeste de Goiás.

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo está situada no Município de Urutaí-GO na Fazenda P.U., na latitude

17º 28‘ S e longitude 48º 14‘ W. O tipo climático é o Aw, segundo a classificação de Köppen,

caracterizado como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. A

temperatura média anual é de 23ºC no período de setembro a outubro, podendo chegar até a

máxima de 30ºC e, entre os meses de junho e julho, com mínima inferior a 15ºC (ALVARES

et al., 2013). A precipitação média anual é de 1000 a 1500 mm, com umidade relativa média

do ar de 60 %. O solo, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA,

2013) é Latossolo Vermelho. Para isso, foi monitorado um povoamento de teca (Tectona

grandis Linn. F.), plantados em 2000 (14 anos, 8 ha), em espaçamento regular de 3 m x 2 m.

As determinações analíticas dos atributos químicos do solo analisadas foram: pH em

CaCl2, fósforo (Presina), matéria orgânica (M.O.), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg),

H+Al e a saturação de bases (V %). Os métodos de determinação estão descritos por Raij et

al. (2001). As análises foram realizadas no laboratório de solos do Instituto Federal Goiano –

Campus Urutaí e Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri e Campus Anápolis.

Para avaliar a fertilidade do solo, foram coletadas 33 amostras simples, em uma grade

amostral, dentro do talhão, com o auxílio de um trado tipo sonda ou rosca, nas camadas de 0-

0,20; 0,20-0,40 m.

A área foi estaqueada com auxílio de uma estação total, e posteriormente, os pontos

foram georreferenciados com auxílio de um receptor de navegação GNSS (Global Navigation

Satellite System) e posteriormente, os pontos foram georreferenciados com auxílio de um

receptor de navegação GPS em pontos de controle do lado externo da área para não ocorrer

interferência no cadastro de pontos.

Os resultados das análises químicas do solo foram submetidos à análise estatística

descritiva obtendo-se a média, o desvio-padrão, o erro-padrão da média e o coeficiente de

variação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores de pH, matéria orgânica (M.O), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio

(Mg), H + Al, saturação de bases (V %) do latossolo vermelho em cultivo de Teca estão

dispostos na Tabela 1.

Tabela 1. Estatística descritiva das análises químicas de um latossolo vermelho em cultivo de

Teca com 14 anos de idade.

Variáveis Profundidades Mín Máx Mediana Média Desv_pad CV Coef.ass Coef.curt

pH 0 - 20 4,10 5,10 4,60 4,56 0,23 5,15 0,18 0,00

20 - 40 3,90 5,50 4,50 4,56 0,34 7,48 0,68 0,02

M.O (g dm-3

) 0 - 20 20 37 27,50 27,34 3,91 14,31 0,14 -0,00

20 - 40 11 32 19 19,58 3,92 20,03 1,01 0,09

P (mg dm-3

) 0 - 20 2 6 3 3,34 1,12 33,63 0,56 -0,01

20 - 40 1 4 2 1,73 0,75 43,28 0,94 0,04

K (mmolc dm-3

) 0 - 20 1,30 3,50 2 1,98 0,49 25,06 0,75 0,05

20 - 40 0,70 2,70 1,20 1,29 0,40 31,58 1,31 0,10

Ca (mmolc dm-3

) 0 - 20 6 26 13,50 13,78 4,34 31,53 0,41 0,03

13

20 - 40 3 18 8 8,14 3,36 41,33 1,15 0,07

Mg (mmolc dm-3

) 0 - 20 2 9 4 4,15 1,34 32,40 1,30 0,16

20 - 40 1 5 3 2,76 0,98 35,68 0,10 0,02

H+Al (mmolc dm-3

) 0 - 20 25 58 36 38,46 9,09 23,65 0,75 -0,00

20 - 40 18 47 31 31,94 7,89 24,72 0,24 -0,00

V (%) 0 - 20 15 52 33,50 34,18 9,26 27,08 -0,11 -0,01

20 - 40 10 56 27,50 28,20 9,69 34,37 0,41 0,02

Os níveis de pH, apresentaram um valor médio de 4,56 nas duas profundidades,

indicando acidez (Tabela 1). Segundo Alvarado (2006), a teca tem crescimento adequado em

um solo com pH superior a 4,7. O baixo pH prejudica o desenvolvimento da teca afetando a

absorção dos demais nutrientes pela planta. É bom destacar também que, em solos ácidos,

aumenta a fixação de P no solo, diminuindo os teores de P disponível, fato que foi observado

no presente estudo, onde os teores de P encontrados nas profundidades de 0,20 e 0,40 m,

respectivamente 3,3 e 1,7 mg dm-3

são considerados baixo (NOVAIS et al., 2007).

É importante destacar que o fósforo (P) é o macronutriente mais aplicado nos cultivos

de espécies florestais nos estádios iniciais de germinação, produção de mudas e

estabelecimento no campo, e entre todos os demais é o que apresenta maior deficiência nos

solos tropicais, como os solos de cerrado (CABRAL et al., 2016), devido às interações entre

as argilas não silicatadas, em especial os óxidos de Fe e Al a este elemento (MALAVOLTA

et al., 1997).

Os valores de H+Al variaram de 38,4 a 31,9 mmolc dm-3

entre as duas profundidades

analisadas, 0-0,20 e 20-40 m respectivamente (Tabela 1). Para Ca e Mg entre as

profundidades os valores variaram de 13,7 à 8,14 mmolc dm-3

de Ca e 4,15 à 2,76 mmolc dm-

3. Segundo Bartz et al. (1995), o teor de Ca + Mg ≤ 25 mmolc dm-3

é considerado baixo, entre

26 e 50 mmolc dm-3

é médio e > 50 mmolc dm-3

alto.

O K também apresentou maiores teores na profundidade de 0-0,20 m (1,98 mmolc dm-

3), valor 53 % superior aos teores encontrados na profundidade de 20-40 m (1,29 mmolc dm

-

3). Tomé Júnior (1997) relatou que o teor de K ≤ 1,0 mmolc dm

-3 é baixo, de 1,1 a 3,0 mmolc

dm-3

é médio e > 3,0 mmolc dm-3

é alto. Deste modo podemos inferir que os teores de K estão

médios. Em relação a matéria orgânica (M.O), a profundidade 0-0,20 m apresentou teor

superior (27,34 g dm-3

) em relação a área 1 (19,58 g dm-3

) como pode ser visto na Tabela 1.

Em geral, a matéria orgânica diminui com a profundidade do solo, como pode ser visto, no

presente estudo.

Em relação a saturação de bases, os valores encontrados nas duas profundidades são

inferiores as recomendadas para espécie. Para o cultivo da teca é indicado o cultivo em solos

com 60 % de saturação de bases (Tabela 1).

De maneira geral os teores dos nutrientes analisados apresentaram superioridade

quando analisado o solo da camada superficial 0-0,20 m comparado a camada 0,20-0,40 m.

Tal fato está diretamente relacionada com a deposição e decomposição da serrapilheira uma

vez que, a teca é uma espécie arbórea decídua e apresenta folhas com grandes dimensões, em

média, possuem 30 a 40 cm de comprimento por 25 cm de largura (COSTA et al., 2012).

CONCLUSÃO

O povoamento de teca apresentou baixa disponibilidade de nutrientes no solo e não

estão apropriados ao desenvolvimento da espécie.

14

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Universidade Estadual de Goiás pela bolsa de Iniciação

Científica do Programa de Bolsa de Iniciação Científica da UEG (PBIC/UEG) para o primeiro

autor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARADO, A. Nutricion y fertilizacion de la Teca. Quito: Instituto de la potasa e el

fósforo, 2006. (Informaciones Agronomicas, 61).

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.;

SPAROVEK, G. Köppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische

Zeitschrift, Stuttgart-BW, v.22, n.6, p.711-728, 2013.

BARTZ, H. R. et al. Recomendações de adubação e de calagem para os estados do Rio

Grande do Sul e de Santa Catarina. 3 ed. Passo Fundo-RS: SBCS/ Núcleo Regional Sul,

1995. 224 p.

CABRAL, C. E. A.; CABRAL, L. S.; SILVA, E. M. B.; CARVALHO, K. S. C.; KROTH, B.

E.; CABRAL, C. H. A. Resposta da Brachiaria brizantha cv. Marandu a fertilizantes

nitrogenados associados ao fosfato natural reativo. Comunicata Scientiae, Teresina - PI, v.7,

n.1, p.66-72, 2016.

COSTA, R. B.; CHICHORRO, J. F.; SILVA, A. Z. C. Genetic improvement of teak (Tectona

grandis L.f.) as alternative for rural development. Multitemas, Campo Grande - MS, v.1, n.

42, p. 87-99, 2012.

CORCIOLI, G.; BORGES, J. D.; JESUS, R. P. Deficiência de macro e micronutrientes em

mudas maduras de Khaya ivorensis estudadas em viveiro. Cerne, Lavras - MG, v. 22, n. 1, p.

121-128, 2016.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3 ed. Brasília-DF: Embrapa Solos,

2013. 201p.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das

plantas: princípios e aplicações. 2 ed. Piracicaba-SP: POTAFOS, 1997. 319p.

NOVAIS, R. F.; ALVAREZ, V. V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI,

R. B.; NEVES, J. C. L. (Eds.) Fertilidade do solo. Viçosa-MG: SBCS, 2007. 1017p.

PETRAUSKI, S. M. F. C.; MARQUES, G. M.; SILVA, M. L.; CORDEIRO, S. A.; SOARES,

N. S. Competitividade do Brasil no mercado internacional de madeira serrada. Cerne, Lavras

- MG, v.18, n.1, p.99-104, 2012.

RAIJ, B. V. Fertilidade do solo e manejo dos nutrientes. Piracicaba-SP: International Plant

Nutrition Institute, 2011.

TOMÉ JÚNIOR, J. B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba - RS:

Agropecuária, 1997. 247 p.

15

Nodulação e teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem em diferentes doses

de ureia em cobertura

Karen Andreon Viçosi(1)

; Maria Alice da Silva Brito(2)

; Luiz Gustavo Brunelo Carmanhan(3)

;

Adilson Pelá(4)

(1)

Estudante de Pós-Graduação em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;

Ipameri, Goiás; [email protected]. (2)

Estudante de Engenharia Florestal;

Universidade Estadual de Goiás. (3)

Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de

Goiás. (4)

Professor; Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a nodulação e o teor de nitrogênio foliar de plantas de

feijão-vagem submetidos a diferentes doses de nitrogênio em cobertura. O trabalho foi

realizado em casa de vegetação da UEG-Ipameri. O experimento foi conduzido em

delineamento inteiramente casualizado, com cinco doses crescentes de N em cobertura (0, 30,

60, 90 e 120 kg ha-1

) aos 15 dias após a emergência, com quatro repetições. No momento em

que plantas atingiram a floração, foram retiradas para a análise de número de nódulos e teor

de nitrogênio foliar. As doses de nitrogênio afetaram o número de nódulos, com redução em

função até a dose de 42,3 kg ha-1

. O nitrogênio da parte aérea do feijão-vagem arbustivo ficou

entre o ideal para a cultura, independente da dose utilizada. A aplicação de adubação

nitrogenada em cobertura reduz a nodulação e aumenta o teor de nitrogênio foliar do feijão-

vagem.

Palavras-chave: Phaseolus vulgaris, fixação biológica de nitrogênio, adubação.

INTRODUÇÃO

O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa hortícola, de grande

importância econômica, fonte de vitaminas essenciais, minerais e fibras, tornando-se uma

excelente fonte de nutrientes para consumo humano (FILGUEIRA et al., 2013). É uma

leguminosa com alto teor de nitrogênio nos grãos e demais tecidos e, por essa razão, esse é o

nutriente mais extraído e exportado pela planta (FONSECA et al., 2013).

O nitrogênio pode ser fornecido para a planta através do solo (por meio da

decomposição da matéria orgânica), aplicação de fertilizantes nitrogenados e a fixação

biológica de nitrogênio. As leguminosas, dentre eles o feijão-vagem, tem capacidade de

estabelecer simbiose mutualista com bactérias da família Rhizobiacea, presente naturalmente

no solo ou por meio de inoculação de sementes, e assim se beneficiar do nitrogênio fixado,

em um processo denominado fixação biológica do nitrogênio (MATOSO e KUSDRA, 2014).

A fixação biológica do nitrogênio (FBN) através da simbiose do feijão-vagem com

bactérias fixadoras de N atmosférico surge então como uma alternativa sustentável em relação

ao uso de fertilizantes nitrogenados, sendo uma tecnologia capaz de substituir, parcialmente

ou integralmente, a adubação nitrogenada mineral (KANEKO et al., 2010), desde que a

simbiose com rizóbios supra o nitrogênio necessário ao crescimento e desenvolvimento do

feijoeiro, cultura na qual ainda há descrédito quanto aos benefícios da inoculação e que se

caracteriza por aplicações de altas doses de fertilizante nitrogenado mineral (FONSECA et al.,

2013).

16

O objetivo deste trabalho foi avaliar a nodulação e o teor de nitrogênio foliar de

plantas de feijão-vagem submetidos a diferentes doses de nitrogênio em cobertura.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado casa de vegetação da Universidade Estadual de Goiás,

Câmpus Ipameri. O experimento foi conduzido em um delineamento inteiramente

casualizado, com cinco doses crescentes de N em cobertura (0, 30, 60, 90 e 120 kg ha-1

), com

quatro repetições.

A unidade experimental foi composta por duas plantas, em um vaso de 9 litros, da

cultivar arbustiva Stringless Green. A adubação de plantio foi realizada com aplicação de 25

mg kg-1

de N, 150 mg kg-1

de P2O5 e 100 mg kg-1

de K2O, utilizando como fonte utilizando

como fonte supersimples amoniacal (3-17-0) e cloreto de potássio (60% KCl). As doses de

nitrogênio aplicadas em cobertura foram realizadas 15 dias após a emergência, utilizando

como fonte a ureia (45% de N). Foram realizadas irrigações diárias e demais tratos culturais

quando necessários.

O experimento foi conduzido até as plantas atingirem o estádio fenológico R6

(floração). Foram analisadas o número de nódulos, através de contagem manual, e teor de

nitrogênio da parte aérea, determinado pelo método Kjeldahl (TEDESCO et al., 1995). Os

dados obtidos foram submetidos a análise de regressão através do software R.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

As doses de nitrogênio aplicadas em cobertura afetaram o número de nódulos do

sistema radicular do feijão-vagem arbustivo, atingindo o menor valor na dose de 42,3 kg ha-1

,

conforme demonstrado na figura 1.

Figura 1 – Número de nódulos do feijão-vagem arbustivo submetidos a diferentes doses de

nitrogênio em cobertura. *Significativo a 5% de probabilidade.

17

Martins et al. (2013) obtiveram respostas lineares decrescentes do número de nódulos

em função do aumento da adubação nitrogenada, demostrando que o nitrogênio mineral tem

papel inibidor na nodulação do feijoeiro. Resultado semelhante foi encontrado por Brito et al.

(2011), com a nodulação decrescendo proporcionalmente ao incremento da dose de N,

evidenciando que o aumento na concentração de N mineral na desfavorece o processo de

simbiose entre a planta e o rizóbio, com redução na fixação simbiótica de nitrogênio.

O maior número de nódulos na dose de 0 kg ha-1

pode ser explicado por Brady e Weil

(2013), que afirmam que as leguminosas investem energia necessária para a FBN apenas

quando há pouco nitrogênio no solo disponível pela planta, o que não ocorre quando faz o uso

de adubação em cobertura.

O teor de nitrogênio foliar se ajustou de modo significativo ao modelo de regressão

quadrática (Figura 2), com o máximo de N acumulado na dose de 41,6 kg ha-1

. Os valores de

nitrogênio estão dentro da faixa adequada (3 a 5 kg ha-1

), evidenciando que mesmo na

ausência de adubação de nitrogênio em cobertura (dose de 0 kg ha-1

) o feijão-vagem é capaz

de promover um estado nutricional ideal de nitrogênio na planta, devido a nodulação presente

nesta dose.

Figura 2 – Teor de nitrogênio nas folhas do feijão-vagem arbustivo submetidos a diferentes

doses de nitrogênio em cobertura. *Significativo a 5% de probabilidade.

Kaneko et al. (2010) não observaram influência dos mecanismos de abertura de sulco

bem como da inoculação de sementes com Rhizobium tropici nos valores de nitrogênio foliar,

enquanto que Otsubo et al. (2013) encontraram concentrações de N na parte aérea

semelhantes entre as plantas supridas com N mineral e as plantas inoculadas.

18

CONCLUSÃO

A aplicação de adubação nitrogenada em cobertura reduz a nodulação e aumenta o

teor de nitrogênio foliar do feijão-vagem.

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual de Goiás pela concessão da bolsa de mestrado para a

realização do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. 3 ed. Porto

Alegre: Bookman. 2013.

BRITO, M. M. P.; MURAOKA, T.; SILVA, E. C. Contribuição da fixação biológica de

nitrogênio, fertilizante nitrogenado e nitrogênio do solo no desenvolvimento de feijão e caupi.

Bragantia, Campinas, v. 70, n. 1, p. 206-215, 2011.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na

produção e comercialização de hortaliças. 3. ed. Viçosa: UFV, 2013. 421 p.

FONSECA, G. G.; OLIVEIRA, D. P.; SOARES, B. L.; FERREIRA, P. A. A.; TEIXEIRA, C.

M.; MARTINS, F. A. D.; MOREIRA, F. M. de S.; ANDRADE, M. J. B. Resposta de

cultivares de feijoeiro-comum à inoculação das sementes com duas estirpes de rizóbio.

Bioscience Jounal, Uberlândia, v. 29, n. 6, p. 1778-1787, 2013.

KANEKO, F. H.; ARF, O.; GITTI, D. de C.; ARF, M. V.; FERREIRA, J. P.; BUZETTI, S.

Mecanismos de abertura de sulcos, inoculação e adubação nitrogenada em feijoeiro em

sistema plantio direto. Bragantia, Campinas, v. 69, n. 1, p. 125-133, 2010.

MARTINS, R. N. L.; NÓBREGA, R. S. A.; SILVA, A. F. T.; NÓBREGA, J. C. A.;

AMARAL, F. H. C.; COSTA, E. M.; LUSTOSA FILHO, J. F.; MARTINS, L. V. Nitrogênio

e micronutrientes na produção de grãos de feijão-caupi inoculado. Semina: Ciências

Agrárias, Londrina, v. 34, n. 4, p. 1577-1586, 2013.

MATOSO, S. C. G.; KUSDRA, J. F. Nodulação e crescimento do feijoeiro em resposta à

aplicação de molibdênio e inoculante rizobiano. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola

e Ambiental, Campina Grade, v. 18, n. 6, p.567–573, 2014.

OTSUBO, A. A.; BRITO, O. R.; MERCANTE, F. M. Productivity and nodulation of

promising lineages of the Carioca bean group inoculated with Rhizobium tropici or

supplemented with nitrogen fertilizer. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 34, n. 6, p.

2763-2776, 2013.

TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J.

Análise de solo, plantas e outros materiais. 2ª ed. Porto Alegre: UFRGS, 1995. 147 p.

19

Indicadores econômicos na implantação do cultivo de milho verão

Amanda Rithielly Borges Marques(1)

, Daniel Beltram Mendes(2)

, Francielle Wanderley

Ribeiro(2)

, Andrécia Cósmem da Silva(3)

, Matheus da Silva Araújo(4)

(1)

Discente do Curso de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Campus

Ipameri/GO; ([email protected]); (2)

Discente do Curso de Agronomia;

Universidade Estadual de Goiás; Campus Ipameri/GO; (3)

Docente do curso de Agronomia;

Universidade Estadual de Goiás; Campus Ipameri/GO; (4)

Doutorando em Solos e Nutrição de

plantas da Universidade de São Paulo: Campus-ESALQ, Piracicaba – SP, Brasil.

RESUMO

O mercado brasileiro atual está em uma crescente expansão do comercio agrícola, neste

cenário o milho Zea mays L. tem conquistado bastante espaço sendo um dos maiores

cultivares plantados no país. Desta forma o presente trabalho se propôs a estudar a viabilidade

econômica do sistema de cultivo do milho verão na região Sudeste do estado de Goiás,

município de Ipameri, utilizando os indicadores econômicos: ponto de nivelamento, margem

de segurança, e relação benefício custo, sendo obtidos pelos dados extraídos dos coeficientes

técnicos e custo de produção. Os resultados demonstram uma receita liquida de R$ 3.181,10

por hectare, com a margem de segurança em -51 % e relação custo benéfico de 2,06. Diante

isso, conclui-se que a implantação do projeto é economicamente viável sendo uma ótima

opção de investimento para o produtor rural.

Palavras-chave: Grande cultura, Economia rural, Safra verão, Grãos.

INTRODUÇÃO

O milho Zea mays L. é uma espécie da família Gramineae, que apresenta importância

para a economia global, sendo cultivado desde o período pré-colombiano, e se apresenta hoje

como uma das plantas superiores mais conhecidas cientificamente. Ele atingiu um alto grau

de domesticação e somente sobrevive hoje na natureza se cultivado pelo homem. Sua cultura

já ocupa mais de 15 milhões de hectares no Brasil, sendo cultivado em todos os estados

(SANTOS, 2014).

O Brasil vem ganhando espaço nos últimos anos e se concretizando entre os principais

países produtores de alimentos do mundo (ALMEIDA et al, 2017). A produção de grãos

brasileira, referente a safra 2017/2018, foi estimada em 229,53 milhões de toneladas, com

uma área plantada de 61,38 milhões de hectares, onde cerca de 25,6 milhões de toneladas são

pertencentes a Safra de Milho e 63,02 milhões de toneladas ao Milho Safrinha (CONAB,

2018).

Na safra de 2017/2018 foram plantados quase 240 mil hectares de milho verão no

estado de Goiás, sendo estimada uma produção de 1.850 milhões de toneladas, o que

representou um decréscimo na área plantada e consequentemente na produção se comparado a

safra de 2016/2017. Sendo que encontra partida, houve uma melhora no preço da saca,

obtendo assim bons preços na colheita (CONAB, 2018).

Sendo assim, visando o exposto potencial de crescimento e lucratividade da cultura,

sabendo que investimentos na área são cada dia mais aplicados, surge a necessidade de

realizar estudos de viabilidade econômica que demonstrem de forma clara o potencial de

20

retorno do investimento (FALEIRO et al., 2017). Desta forma o presente trabalho teve por

objetivo analisar a viabilidade econômica do cultivo do Milho Safra, visando a maior

lucratividade.

MATERIAL E MÉTODOS

As unidades de análise dos estudos foram as regiões produtoras da cultura do milho

localizadas no sudeste de Goiás, município de Ipameri, onde foi efetuada a coleta de dados

referentes ao plantio e manejo da cultura. Os coeficientes técnicos foram validados por

produtores rurais com experiencia no manejo, e os custos de produção obtidos através de

levantamentos em empresas que comercializam insumos agrícolas na região.

A condução do projeto deu-se na safra 2017/2018, e foi instalado sob sistema de

plantio direto utilizando sementes do tipo Híbrido simples convencional, AG - 8070 PRO 3,

adotou um espaçamento de 50 cm entre linhas, estimando um ciclo de 120 a 130 dias.

Durante o preparo do solo, foi realizada a distribuição do calcário dolomítico, e a dessecação

por meio de herbicida. No plantio foram aplicados 0,6 litros de fungicida para prevenção de

fungos, 1,2 litros do inseticida brilhante e uma adubação de 0,3 toneladas de formulado NPK.

Durante os tratos culturais foi executada uma adubação de cobertura a base de ureia, e

pulverização de herbicidas e inseticidas, além do controle diário contra formigas utilizando

iscas. Os maquinários utilizados foram terceirizados, desde o preparo do solo até o momento

do transporte dos grãos.

Verificou-se oferta e demanda do mercado, e os valores praticados regionalmente. A

tabulação dos dados foi elaborada por meio de uso de planilhas eletrônicas do Excel

Microsoft®.

Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) que

corresponde ao desembolso por hectare realizado pelo agricultor desde o preparo do solo até a

colheita e o Custo Operacional Total (COT) que é o somatório do COE e dos outros custos

operacionais, que são constituídos por pelos custos fixos e as despesas indiretas que o

produtor tem para obter a produção da safra, como impostos, depreciações, custo com a terra,

salários entre outros (RAMBO et al., 2015).

Os seguintes indicadores econômicos foram adotados para a analise de viabilidade:

Receita Bruta (R): o cálculo é realizado através da formula (R= Q*P) sendo Q a quantidade e

P o preço unitário do produto; Ponto de Nivelamento (PN) que define o valor das vendas para

cobertura dos gastos totais, através do calculo (PN= C / P), onde C é a soma de todos os

custos e P o preço unitário do produto; Margem de segurança (MS), que demonstra até que

ponto o valor dos insumos podem subir ou o preço do produto cair até começar a registrar

prejuízos, é calculada pela fórmula (MS = C-RB-/RB*100), onde C é a soma de todos os

custos e RB o valor da Receita Bruta; Relação Custo Benefício (RBC), onde o projeto se

torna viável quando a RBC > 1, o calculo é realizado através da fórmula (RBC= B/C), onde R

é a soma de todas as receitas e C a soma de todo investimento e despesas; e a Receita Líquida

(RL) que demonstra a lucratividade do projeto, sendo calculada pela formula (RBC).

RSULTADOS E DISCUSSÃO

Através das informações de orçamento obtidas pelos autores entre os meses de

fevereiro e junho de 2018 determinou-se quatro grupos, (A- Preparo do Solo, B-Plantio, C –

Tratos Culturais e D – Colheita), que foram classificados em Custo Operacional Efetivo –

COE, e Custo Operacional Total – COT, representados na tabela 1, onde percebe – se que os

maiores gastos foram empregados no Plantio seguido pelos Tratos Culturais, representando

respectivamente 42,63% e 18,16% do Custo Operacional Total.

21

Tabela 1 – Custos e Despesas do cultivo de milho safra em 1 ha.

DESCRIÇÃO

Total (R$) Porcentagem

A. Preparo do Solo R$ 188,45 6,30%

B - Plantio R$ 1.276,48 42,63%

C – Tratos Culturais R$ 543,87 18,16%

D – Colheita R$ 308,75 10,31%

Custo operacional Efetivo (COE) R$ 2.317,55 77,40%

Funrural 1,5%

Outras Despesas (10% do COE)

R$ 92,62

R$ 258,73

3,09%

8,65%

Custo de oportunidade da terra R$ 325,00 10,85%

Custo Operacional Total (COT) R$ 2.993,90 100,00

O Custo Operacional Total fechou no valor de R$ 2.993,90 /ha.ciclo enquanto

Peixoto, et al. (2017), em seu estudo sobre a cultura obteve um COT de R$ 4.385,70 /ha.ciclo,

o que demonstra que o plantio direto é mais econômico se comparado ao plantio

convencional.

Os valores dos indicadores de rentabilidade do projeto foram obtidos a partir dos

dados disponibilizados pelos coeficientes técnicos, dos rendimentos, das atividades

implantadas e do fluxo das despesas e receitas envolvidos na implantação e manutenção do

cultivo de milho verão. O preço obtido pela empresa Caramuru Alimentos que comercializa o

grão na região foi de R$ 32,50 a saca de 60 Kg e com a expectativa de produção de 190 sc/ha,

de acordo com a média de produção divulgada por produtores da região de Ipameri. Os

indicadores econômicos apresentaram os resultados abaixo (Tabela 2).

Tabela 2 – Indicadores Econômicos

Especificação Produtividade

sc/ha (A)

Receita

Bruta

(A*P)

Custo

Total

R$/hac

(C)

Ponto de

Nivelament

o (C/P)

Margem

de

Segurança

% (C-

B/B)

Relação

Beneficio

/ Custo

(B/C)

Receita

liquida

1,0 hectare 190

R$

6.175,00

R$

2.993,90 92,12 sc -51% 2,06

R$

3.181,10

Notas: (A) Produtividade média de hectare; (B) Margem Total: Preço x Quantidade

Comercial, (C) Custos efetuados p/ obtenção da produção; (P) Preço R$/sc R$ 32,50

Observa se que após a comercialização dos grãos a receita obtida, viabiliza o

pagamento das despesas e ainda um retorno lucrativo de R$ 3.181,10. O ponto de

nivelamento teve como resulto a necessidade de produção de 92,12 sacas para que seja

possível a cobertura dos gastos com a safra. Esse valor foi inferior ao ponto de nivelamento

(108,85 sc/ha) obtido por Simioni et al. (2017) ao avaliarem a viabilidade econômica da

produção de milho em área de plantio direto com adubação mineral, realizado no estado de

Santa Catarina, tal resultado pode ser explicado pelo fato da diferenciação dos métodos

utilizados para o cultivo do manejo.

CONCLUSÃO

O estudo demonstra que a exploração do milho no município de Ipameri, Sudeste do

Estado de Goiás, de acordo com as condições estabelecidas no projeto é uma atividade viável

economicamente, sendo que, nas mais diversas situações testadas os parâmetros de

desempenho econômico analisados demonstraram cifras bastante expressivas.

22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, I.; ROSA, D.; FERREIRA, R.; SILVA, A. C.; ARAÚJO, M. Viabilidade

econômica da implantação de soja e feijão com sucessão de milho no sudeste de goiás.

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CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira

de Grãos. Brasília-DF: Conab, Brasília, v.5, n.4, p. 72-81,2018.

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da Safra Brasileira

de Grãos. Conab, Brasília, v.5, n.7, p. 8-12,2018.

FALEIRO, M. V.; GARCIA, V. A.; SILVA, W. G.; BESSA NETO, F. A. L.; SILVA, A. C.

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PEIXOTO, M. L. L. F.; ARAÚJO, R. C. P.; ARAÚJO, E. L.; CAMPOS, K. C.; UCHÔA, C.

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pragas na chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte/CE. Revista Econômica, Fortaleza, v.48,

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RAMBO, J.R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C. Análise

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SANTOS, A. 100 anos da cultura do milho no Brasil 2014. Lavras – MG: Universidade

Federal de Lavras – UFLA, 2014. Disponível em: http://prpg.ufla.br/_ppg/genetica//wp-

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2018.

SIMIONI, F. J.; BARTZ, M. L. C.; WILDNER, L. P.; SPAGNOLLO, E.; VEIGA, M.;

BARRETA, D. Indicadores de eficiência técnica e econômica do milho cultivado em sistema

plantio direto no Estado de Santa Catarina, Brasil. Revista Ceres, Viçosa-MG, v. 64, n.3, p.

232-241, 2017.

23

Análise de viabilidade econômica do milho safrinha no município de

Ipameri, Goiás

Leilaine Gomes da Rocha (1)

; Luciano de Oliveira Santana (1)

; Leonardo Gomes (1)

; Carolina

Cândida Rodrigues; Andrécia Cósmem da Silva (2)

(1)

Discente do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri, GO;

[email protected]; (2)

Docente, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,

GO.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo analisar a viabilidade econômica do cultivo de milho

safrinha em uma propriedade rural no munícipio de Ipameri, Goiás. A análise dos custos de

produção foi feita para 1 hectare. Para estudo da viabilidade foram utilizados os indicadores

econômicos: Relação Benefício/Custo (B/C), Ponto de Nivelamento (PN) e Margem de

Segurança (MS), além da análise da Receita Bruta e Receita Líquida. O projeto teve um custo

total de R$ 3.511,67, com receita bruta de R$ 4.935,00 e receita líquida de R$ 1.423,33. O

índice B/C foi 1,41, o PN 100 sacas e a MS -0,28. De acordo com os resultados dos

indicadores, constatou-se a viabilidade do projeto de implantação do milho safrinha para a

propriedade estudada.

Palavras-chaves: Zea mays, custos de produção, indicadores econômicos, segunda safra.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays) é um dos principais cereais cultivado em escala mundial. O

aproveitamento da cultura vai desde à alimentação humana e animal até a utilização da palha

para o artesanato, sendo que grande parte da produção mundial, cerca de 70% é utilizada na

alimentação animal (SILVA e SILVA, 2017). O cultivo do milho safrinha é feito em sistema

sequeiro, realizado no período inicial do ano após as culturas de verão, principalmente da soja

precoce (CRUZ et al., 2010).

O plantio do milho de segunda safra tem apresentado importante participação na

produção de grãos do país desde a década de 90, quando houve expansão do cultivo de forma

considerável pelos estados produtores do cereal (LEIVAS et al., 2013). Segundo a CONAB

(2018) na atual safra, 2017/18, a estimativa de área plantada do milho segunda safra no país é

de 11.564,9 mil hectares, com a produção estimada em 63 milhões. Em Goiás a estimativa de

área plantada é de 1.230,4 milhões hectares com a produção total de 7.382,4 milhões de

toneladas. Segundo dados do IBGE (2016), na safra 2016/17 o município de Ipameri

produziu, na safrinha do milho, cerca de 23.586 toneladas de milho em grão.

A importância da produção do milho para o desenvolvimento de outras atividades fica

evidente quando analisado o consumo por cada segmento. Esse consumo influencia na

formação dos preços do milho no mercado interno, pois dependem da oferta e demanda

regional (CALDARELLI e BACCHI, 2012). Assim, informações sobre os custos de produção

da cultura são necessários para a tomada de decisão, com o intuito de promover maior

controle sobre os custos para que a rentabilidade seja efetiva.

Dessa forma, no presente trabalho objetivou-se avaliar a viabilidade econômica do

cultivo de milho safrinha em uma propriedade rural, no município de Ipameri, Goiás.

24

MATERIAL E MÉTODOS

A análise dos custos de produção do milho safrinha foi realizada em 1 hectare, para a

safra 2017/2018. O projeto foi realizado em uma propriedade rural localizada no município de

Ipameri, Goiás, com latitude 17°42‘4.02‖S, longitude 48°19‘25.7‖W e altitude de 800m. A

região é caracterizada pelo bioma cerrado e clima tropical, segundo classificação de Koppen,

do tipo Aw, tropical semiúmido (SOUSA et al., 2013).

A caracterização do ambiente para avaliação foi baseada nos parâmetros de pontos

fortes, pontos fracos, ameaças e oportunidades locais. Realizou-se também a análise de

mercado, com aferição do preço de comercialização local, oferta e demanda para

determinação da viabilidade de implantação do empreendimento.

Na avaliação econômica, para fins de implantação, foi realizado um levantamento dos

insumos necessários para a realização do plantio e manejo do milho, no período de março a

junho de 2018, em empresas de insumos da região. Nesse levantamento foram incluídos os

valores de itens que vão desde o preparo para a implantação e manutenção até o processo da

colheita, com a validação dos coeficientes técnicos realizada por um produtor local com

experiência no cultivo. Para fins de avaliação do projeto foi estimada a produtividade média

de 141 sacas utilizando o híbrido AG 8088 (ROSA et al., 2015), com espaçamento de 0,5 m.

Para análise dos custos de produção utilizou-se o modelo do custo operacional efetivo

(COE) e custo operacional total (COT), conforme Martin et al., (1998). Na avaliação da

viabilidade econômica do projeto foram utilizados os indicadores econômicos: Relação

Beneficio-Custo (B/C), que indica a rentabilidade do investimento através da relação entre a

receita bruta e o valor dos custos (VITALE e MIRANDA, 2010); Ponto de Nivelamento

(PN), encontrado pela relação entre custo total e preço de venda (C/P), que estipula a

quantidade a ser produzida de forma a cobrir todos os custos para que não ocorram prejuízos

(RICHETTI, 2012); Margem de Segurança (MS), que indica as oscilações de preço sem afetar

a rentabilidade, através da formula (C-RB)/RB, sendo C= custo e RB= receita bruta (MUNIZ

et al., 2017); Receita Bruta, produção pelo preço unitário e Receita Liquida, que mostra a

lucratividade a curto prazo, encontrada a partir da diferença entre receita bruta e o custo para

produzir. Todos os dados foram tabulados em planilhas do Excel.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Os custos de produção apresentados na Tabela 1 refere-se ao milho safrinha

2017/2018, que apresentou o custo operacional total (COT) de R$ 3.511,67. Para

estabelecimento, manutenção e colheita o custo operacional efetivo (COE), somatório dos

insumos e operações mecanizadas, totalizou R$ 2.487,46, sendo as sementes e a adubação de

semeadura, os insumos que elevaram o custo representando 19,36% e 19,22%,

respectivamente. Os dados são confirmados por Richetti (2018), que também observou

elevação nos custos devido aos gastos com sementes e fertilizantes. Outro componente

importante que eleva a produção são os custos com outras despesas, que representam um total

de 29,17% no custo operacional total (COT).

Tabela 1: Estimativa de custos de produção do milho safrinha em 1 hectare, safra 2017/2018,

no município de Ipameri, GO.

Descrição

Total (R$)/ha Particip. (%)

A. Operações Mecanizadas

Total de custeio operações mecanizadas (A) R$ 460,10 13,10

B. Materiais – Insumos

Total de Custeio de materiais (B) R$ 2.027,36 57,73

25

Custo Operacional Efetivo (COE) (A+B) R$ 2.487,46 70,83

Outras despesas Valor Unit.

Outros custos (10%)

R$ 2.487,46 R$ 248,75 7,08

Custeio (8,5%)

R$ 2.487,46 R$ 211,43 6,02

Funrural (1,5%)

R$ 4.935,00 R$ 74,03 2,11

Oportu. de terra (14 Sc)

R$ 35,00 R$ 490,00 13,95

Total de Custeio de Despesas Financeiras R$ 1.024,21 29,17

Custo Operacional Total (COT) R$ 3.511,67 100,00

Os indicadores apresentados na Tabela 2 apontam a viabilidade da cultura,

considerando uma produção estimada em 141 sacas e com o preço de comercialização a R$

35,00. Nesse cenário obteve-se uma receita bruta de R$ 4.935,00, sendo possível cobrir os

gastos com o empreendimento e obter a receita líquida de R$ 1.423,33, comprovando a

viabilidade do projeto.

Tabela 2: Indicadores de eficiência econômica do milho safrinha, no município de Ipameri,

GO. 2018.

Produção

Sc/ha/ano

(A)

Margem da

produção

R$/ha

(B)

Receita

Líquida

(B-C)

Custo Total

R$/ha

(C)

Relação

benef./custo

(B/C)

Ponto de

nível.

(C/P)

Margem de

Segurança

% (C-B/B)

141 4.935,00 1.423,33 3.511,67 1,41 100 -0,28

Obs.: Preço Unitário R$ 35,00/saca

A relação Benefício/Custo foi de 1,41, ou seja, a cada unidade investida o retorno será

de R$ 0,41, sendo o projeto considerado viável, pois, conforme Vitale e Miranda (2010), um

projeto é considerado economicamente viável quando apresenta relação B/C >1, indicando

que a receita foi maior que o custo para produzir. O ponto de nivelamento indica que 100

sacas de milho terão que ser produzidas para cobrir os custos totais com a produção, enquanto

que a margem de segurança aponta as oscilações de preço até -0,28 (-28%), sem que ocorram

prejuízos econômicos ao produtor.

CONCLUSÃO

Os indicadores econômicos apresentaram valores positivos, pois o cultivo do milho

safrinha se mostrou economicamente viável para a propriedade em estudo. Dessa forma, o

milho se apresenta como opção para cultivos na entressafra.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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plantios de Pinus taeda e Eucalyptus dunnii na região centro-sul do Paraná. Revista Floresta,

v.40, n.3, p. 469-476, Curitiba, 2010.

27

Efeito do estresse salino na germinação e no vigor de sementes de repolho

Luís Augusto Batista de Oliveira (1)

; Edvan Costa da Silva(2)

; Karen Andreon Viçosi (3)

;

Carolina Santos Galvão(4)

(1)

Pós-Graduando no Programa de Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;

Ipameri, Goiás; [email protected]; (2,3,4)

Pós-Graduandos no Programa de

Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar a germinação e o vigor de sementes de repolho exposto ao

estresse hídrico sob concentrações de cloreto de sódio. Foram utilizadas quatro repetições de

50 sementes cada, submetidas ao estresse salino induzido por concentrações crescentes de

NaCl (0,0; 0,3; 0,6 e 0,9 MPa). A qualidade das sementes foi avaliada pelos testes de

germinação e primeira contagem de germinação, comprimento da parte aérea e das raízes.

Para a germinação e primeira contagem de germinação, ambos não houveram diferenças

significativas. O comprimento da radícula e do hipocótilo foram afetados pela redução do

potencial hídrico, porém, comparando-se somente os diferentes níveis de contrações de sais

não houve diferença significativa. Conclui-se que o acréscimo da concentração salina não foi

prejudicial para a germinação de sementes de repolho.

Palavras-chave: cloreto de sódio, brássicas, potencial osmótico.

INTRODUÇÃO

O repolho (Brassica oleracea var. capitata) é a espécie que possui uma grande

relevância econômica entre as brássicas, em relação ao seu alto teor de cálcio, β-caroteno e

vitamina C. Na região nordeste, esta cultura é encontrada principalmente na agricultura

familiar irrigada, sendo, portanto, de grande relevância alimentar e social, já que, além de ser

uma importante fonte de alimento, ela gera empregos em razão da exigência de mão-de-obra,

desde a semeadura até a comercialização (SILVA et al., 2012).

A salinidade é um dos fatores limitante na produção agrícola nas regiões áridas e

semiáridas do mundo. Os efeitos da salinidade constituem-se em um fator progressivo de

distúrbios fisiológicos nas plantas e compromete o fechamento e abertura dos estômatos, além

de inibir o crescimento e produção de diversas culturas. Visando reduzir os impactos

negativos à agricultura procuram-se alternativas para o reaproveitamento de áreas

inutilizadas, como variedades agrícolas tolerantes às estas condições, capaz de reverter os

danos causados pela salinidade durante o cultivo (KAISER et al., 2016; BERNARDES et al.,

2015).

Desta forma, pretende-se procurar espécies que apresentem potencial de tolerância à

salinidade, a exemplo do repolho, que mesmo sofrendo perdas na produtividade, demonstra

potencial de exploração nessa região. Porém, a cultura ainda carece de estudos que vão desde

o seu crescimento inicial à produção sob condições de estresse salino para a maioria de suas

cultivares (OLIVEIRA et al., 2015). Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar a

germinação e o vigor de sementes de repolho exposto ao estresse hídrico sob concentrações

de cloreto de sódio.

28

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Laboratório da Universidade Estadual de Goiás,

Campus Ipameri, durante o ano de 2017. O delineamento utilizado foi o inteiramente

casualizado, com quatro níveis de potencial osmótico e quatro repetições. Os níveis de

potenciais testados foram: 0 MPa (0 g L-1

de NaCl); -0,3 MPa (4,2 g L-1

); –0,6MPa (8,4 g L-

1); –0,9MPa (12,6 g L

-1). As concentrações de NaCl foram calculadas por meio da curva de

calibração yos = 0,194699 + 0,750394C, estabelecida por Braccini et al. (1996), em que: yos

= potencial osmótico (bar); e C = concentração (g L-1

).

O teste de germinação foi realizado com quatro repetições de 50 sementes, em caixas

plásticas do tipo gerbox. As sementes foram dispostas sobre duas folhas de papel filtro,

umedecidas com quantidade de solução de cloreto de sódio (NaCl) equivalente a 2,5 vezes o

peso do substrato. As caixas plásticas foram acondicionadas em BOD, com umidade de 92%

e temperatura de 25°C, permanecendo nesta condição por um período de dez dias, conforme

estabelecido por Brasil (2009).

As avaliações foram realizadas no quinto (primeira contagem) e no décimo dias

(contagem final) após a instalação do experimento, segundo as indicações contidas nas Regras

para Análise de Sementes (BRASIL, 2009). O comprimento do hipocótilo e radícula foram

obtidos após a contagem da germinação, avaliando cinco plântulas ao acaso de cada repetição,

com auxílio de um paquímetro.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e comparação entre as

médias pelo teste de Tukey, a 5% de significância, através do programa computacional

Statistica (STATSOFT, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Analisando os resultados obtidos na tabela 1 que demonstra os dados do teste de

sementes de repolho sob potencial hídrico e diferentes concentrações salinas, pode-se notar

que não houve diferença significativa para as duas variáveis analisadas.

Tabela 1 – Resultados da primeira contagem e germinação das sementes de repolho

submetidas a diferentes potenciais hídricos. Ipameri-GO, 2017.

Potencial osmótico (MPa) Primeira contagem (%) Germinação (%)

0 94,5 a 95,5 a

-0,3 92,5 a 96,0 a

-0,6 87,5 a 94,0 a

-0,9 47,5 a 84,0 a

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

Resultados distintos foram encontrados em várias espécies estudadas, sugerindo que à

medida que o potencial osmótico reduz, tornando-se mais negativo pelo aumento da

concentração salina no meio germinativo, ocorre redução na velocidade e na porcentagem de

germinação das sementes, como em cenoura (LOPES; DIAS, 2004), pepino (FIOROTI et al.,

2006), couve chinesa (LOPES; MACEDO, 2008).

Na tabela 2 pode-se observar que o comprimento da radícula e do hipocótilo foram

afetados pela redução do potencial hídrico, porém, comparando-se somente os diferentes

níveis de contrações de sais não houve diferença significativa.

29

Tabela 2 – Resultados de comprimento da radícula e comprimento do hipocótilo das sementes

de repolho submetidas a diferentes potenciais hídricos. Ipameri-GO, 2017.

Potencial osmótico (MPa) Comprimento da radícula

(cm)

Comprimento do hipocótilo

(cm)

0 5,84 a 3,52 a

-0,3 1,62 b 2,22 b

-0,6 0,75 b 1,72 b

-0,9 0,48 b 1,23 b

Letras iguais na mesma coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

A redução do comprimento radicular possivelmente ocorreu devido que o aumento da

salinidade promove a redução da disponibilidade hídrica no substrato e assim a absorção de

água pelas plântulas acaba sendo prejudicada. Desse modo, ocorre a redução da expansão e

alongamento celular, em consequência do decréscimo da pressão de turgor celular, resultando

em menor comprimento da raiz primária e da parte aérea (TAIZ; ZEIGER, 2013), afetando

negativamente a expansão e o crescimento celular, o metabolismo, crescimento e

estabelecimento das plântulas (JALEEL et al., 2009).

CONCLUSÃO

O acréscimo da concentração salina não foi prejudicial para a germinação de sementes

de repolho.

O comprimento de radícula e hipocótilo foram afetados nos diferentes níveis de

concentrações de sais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Porto Alegre: Artmed, 5. ed., 2013. 918p.

31

Preparação e aperfeiçoamento para o mercado de trabalho

Jhecika da Silva Furtado

(1), Carolina Cândida Rodrigues

(2), Francielle Wanderley Ribeiro

(2),

Andrécia Cósmem da Silva (3)

, Matheus da Silva Araújo (4)

(1)

Discente do Curso de Engenharia Florestal, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus

Ipameri/GO. ([email protected]); (2)

Discente do Curso de Agronomia, Universidade

Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO; (3)

Docente dos Cursos de Engenharia Florestal e

Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO; (4)

Doutorando em Solos

e Nutrição de plantas, Universidade de São Paulo – Câmpus USP-ESALQ.

RESUMO

Com a constante e rápida evolução do agronegócio é imprescindível estar atento às inovações

e informações do setor para à eficácia das atividades. O objetivo deste trabalho foi

proporcionar aos acadêmicos e comunidade, condições conceituais e práticas de assuntos e

atividades no setor rural para tornarem-se mais produtivos e eficientes no mercado de

trabalho. O estudo contou com a participação de 231 participantes, dentre eles 116

responderam o questionário de pesquisa de satisfação das ações. Os resultados relacionados

ao desempenho do Instrutor com os parâmetros ―Domínio do assunto‖, ―Transmite o

conteúdo de forma clara‖ e ―Esclarecimento de dúvidas‖ demonstrando os respectivamente

valores 87,9%, 87,9% e 87,1% como ―muito bom‖, 88,8% ficaram satisfeitos com os

conteúdos abordados e 69,82% ficaram satisfeitos com a carga horária. Através dos

questionarios evidencia-se que os participantes possuem necessidades de se qualificarem,

melhorando assim seu desempenho em suas áreas de atuação.

Palavras-chave: Desenvolvimento, conhecimento, empregabilidade.

INTRODUÇÃO

O Brasil tem apresentado um grande potencial para o setor do agronegócio, tal

evidência é constituída pelas diversas estruturas encontradas no País, tais como, o bom nível

de transformação da matéria-prima e a disponibilidade de espaços produtivos adequados.

Contudo, o agronegócio brasileiro tem como desafio, desenvolver-se de forma competitiva e,

sustentável, com objetivo de atender a demanda interna, conquistar espaço no mercado

externo, por meio do abastecimento de produtos e de processos com qualidade e, preços

atrativos (SANTOS; ARAÚJO, 2017).

A gestão de recursos humanos no agronegócio é responsável por garantir que as pessoas

que o integram, correspondam as demandas de compromisso e resultados de forma adequada

(CALLADO, 2011). A gestão de recursos humanos surgiu como uma solução para as

exigências de excelência organizacional, como um novo modelo de melhoria na gestão do

agronegócio, afinal convivemos em uma nova realidade, na qual temos o acesso ilimitado às

informações, as quais são de suma importância para o desenvolvimento do setor (PAZ;

MACHADO, 2016).

Segundo Chiavenato (1999), os treinamentos, com a finalidade de aperfeiçoar o

desenvolvimento profissional do ser humano, é um método que visa à preparação e o

aprimoramento das habilidades e dos conhecimentos.

32

Por tanto o presente trabalho teve como objetivo proporcionar aos acadêmicos e

comunidade, condições conceituais e práticas de assuntos e atividades no setor rural para

tornarem-se mais produtivos e eficientes no mercado de trabalho.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado entre os meses de fevereiro e junho de 2018, na Universidade

Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, como parte do projeto de Extensão intitulado ―Mercado

de Trabalho: Informação e Conhecimento‖, que contou com o apoio do Sindicato Rural de

Ipameri-GO e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR-GO. Foi planejado para os

acadêmicos dos cursos de Engenharia Florestal, Agronomia e comunidade do município de

Ipameri. Foram desenvolvidas ações, como palestras e cursos para o aperfeiçoamento do

conhecimento do setor rural.

Ocorreram diversas atividades de qualificação para o mercado de trabalho, sendo estas:

Operação de GPS – Navegação Básica; Operação de GPS – Navegação Avançado; Operação

de GPS – Máquinas Agrícolas; Cursos de Construção de Currículo Lattes; Elaboração de

Currículo Profissional; Elaboração de Planilhas Excel; Dicas para Pesquisas e Escrita de

Resumos e Artigos Científicos.

Foram conduzidas metodologias de acordo com cada ação, utilizando apresentações,

simulações e atividades práticas, com a finalidade de produzir maior aprendizagem. Os

componentes do projeto de extensão passaram por treinamentos com o intuito de auxiliar na

realização das atividades.

Para a melhoria constante do processo de aprendizagem e qualidade das ações do

projeto foram aplicadas pesquisas de satisfação com o intuito de avaliar a qualidade das

ações, dos palestrantes, instrutores e proporcionar a melhoria constante das atividades. Estes

questionários são divididos em categorias, relacionadas ao instrutor (domínio sobre o assunto,

transmite o conteúdo de forma clara e o esclarecimento de dúvidas) e sobre a ação proposta

(conteúdo e carga horária) utilizando indicadores ―muito bom‖, ―bom‖ e ―regular‖. A

contabilização dos dados foi realizada com o auxilio do software Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo ocorreu no primeiro semestre de 2018, com a participação de 231 individuais,

dentre elas 116 responderam o questionário de pesquisa de satisfação das ações. A Figura 1

representa os resultados relacionados ao desempenho dos Instrutores com os parâmetros:

―Domínio do assunto‖, ―Transmite o conteúdo de forma clara‖ e ―Esclarecimento de dúvidas‖

demonstrando os respectivamente valores 87,9%, 87,9% e 87,1% como ―muito bom‖.

33

Figura 1: Representação da satisfação dos participantes em relação ao desempenho dos

Instrutores em porcentagem.

A Figura 2 representa a porcentagem de satisfação em relação ao conteúdo e a carga

horária das ações propostas pelo projeto. Na qual, 88,8% dos participantes consideram o

conteúdo das ações como ―Muito bom‖, enquanto apenas 69,8% ficaram satisfeitos com a

carga horária, considerando como ―Muito bom‖. Tal resultado está diretamente relacionado

com da alta qualidade profissional dos instrutores, sendo eles, mestres, doutores e técnicos.

Figura 2: Representação da satisfação dos participantes em relação ao conteúdo e a carga

horária em porcentagem.

Em estudo realizado por Almeida et al. (2017), o número de participantes que

responderam ao questionário de satisfação foi bem inferior, ao presente trabalho. Mostrando

assim que a demanda pelas ações realizadas pelo projeto tem aumentado significativamente.

Em estudo realizado por Paz e Machado (2016), foi possível observar que todos os

indivíduos envolvidos na pesquisa realizada estão cientes da importância do treinamento para

o aperfeiçoamento, frente a seus adversários no mercado de trabalho. Além disso, todo o

conhecimento adquirido por meio dos treinamentos promove um maior conhecimento dos

indivíduos e consequentemente melhora o seu desempenho, afetando diretamente de forma

positiva a sua atuação no mercado de trabalho.

A realização dos cursos, ações e palestras proporcionou aos participantes

conhecimentos multidisciplinares no setor rural e acadêmico, tornando assim uma ferramenta

importante para o desenvolvimento científico e prático dos participantes, proporcionando

assim maior qualidade ao mercado de trabalho.

34

CONCLUSÃO

A realização de cursos, ações e palestras proporcionaram aos participantes dos cursos de

Agronomia, Engenharia Florestal e comunidade, capacitação, conhecimento e crescimento

pessoal, expandindo as oportunidades diante o mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, I. B. O.; FALEIRO, M. V.; COELHO, G. M.; RIBEIRO, F. W.; SILVA, A. C.

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de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em Produção Vegetal – Universidade

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Produção, Curitiba-PR, v.5, n.7, p. 31-47, 2017.

35

Análise de custos com safra de soja e safrinha de sorgo no Distrito de Santo

Antônio do Rio Verde

Carolina Candida Rodrigues(1)

, Matheus Ferreira Silva(1)

, Moisés Rodrigues de Oliveira

Júnior(1)

, Vinícius Nery da Costa(1)

, Andrécia Cósmem da Silva(2)

.

(1)

Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO;

[email protected]; (2)

Docente do curso de agronomia; Universidade Estadual de Goiás

– Câmpus Ipameri/GO.

RESUMO

O trabalho teve como objetivo realizar levantamento de custos e análise de viabilidade para a

implantação da cultura de soja com sucessão de sorgo, em propriedade rural no distrito Santo

Antônio do Rio Verde, Goiás. Para avaliar o custo de produção das culturas foram observados

os custos de implantação para uma safra de soja e uma safrinha de sorgo. Foram considerados

os custos referentes a insumos, operações mecanizadas, oportunidade de terra, funrural e

outras despesas. Para realização da análise de viabilidade econômica utilizou-se: Relação

Benefício-Custo, que para soja foi de 1,52 e para o sorgo foi de 1,23, ponto de nivelamento

39,59 para a soja e 52,71 para o sorgo e a margem de segurança para implantação das

culturas, que para soja resultou em -34,02 e para o sorgo de -18,90. Conforme os resultados

obtidos para a implantação de ambas as culturas são viáveis, apresentando um retorno

financeiro ao produtor.

Palavras-chave: Custo de produção, rentabilidade, grãos.

INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max L.) apresentou aumento de 3,5% na produção na safra

17/18, com 118.048,1 mil toneladas contra 114.075,3 mil da safra passada. Quanto à cultura

do Sorgo (Sorghum bicolor L.) deverá ter 657,5 mil hectares de área plantada, no entanto, a

escolha deste cereal varia conforme o mercado, sendo definido seu plantio apenas quando se

conclui o plantio do milho segunda safra (CONAB, 2018).

Analisando a perspectiva do agronegócio brasileiro, espera-se que a cultura da soja

permaneça como o mais importante produto agrícola do Brasil, visto que, as estimativas sobre

a produção e comercialização dessa oleaginosa devem manter-se atrativas (NOGUEIRA,

2016). A implantação de culturas de baixa necessidade hídrica é uma alternativa para segunda

safra em regiões de escassez de chuvas, sendo o sorgo uma cultura apropriada para tal, tendo

em vista a produção de grãos ou de resíduo vegetal para a área (ZWIRTES et al., 2015).

No meio rural a tomara de decisões assume grande importância, devido ao produtor

possuir conhecimento técnico, gestão do seu empreendimento e comercialização da produção.

Um dos principais fatores para o produtor costuma ser o custo de produção, que a cada safra

sofre variações quanto à aquisição de máquinas, insumos e comercialização dos produtos.

(RICHETTI, 2015).

Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise de

custos e viabilidade econômica para a implantação da cultura de soja com sucessão de sorgo,

em propriedade rural no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde, Goiás.

36

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido no primeiro semestre de 2018, em uma propriedade rural

localizada no Distrito de Santo Antônio do Rio Verde, Goiás, com áreas destinadas ao cultivo

de soja na safra e sorgo na safrinha. A região apresenta um clima tropical (AW) segundo a

classificação de Köppen (ALVARES et al., 2013), com mais pluviosidade no verão que no

inverno, com temperatura média de 25°C e uma pluviosidade média anual de 1427 mm.

O planejamento prevê a correção do solo anterior ao plantio da soja, com calagem e

gessagem, utilizando as práticas de aração e gradagem. Definiu-se adubação de 300 kg do

formulado de NPK 2-20-18 e semeadura do cultivar Brasmax DESAFIO RR, com

espaçamento de 50 cm entre linhas e densidade de 15 sementes por metro linear, nas quais

foram feitas tratamento com inoculantes, fungicidas e inseticidas.

Após a colheita da soja estima-se o plantio do sorgo, em que foi utilizado sementes

Agroeste AS 4639 com densidade de 12 sementes por metro linear e espaçamento de 50 cm

entre linhas, a adubação de plantio foi de 150 kg do formulado de NPK 8-28-16. Em ambas

culturas realizou-se aplicação de fungicidas, inseticidas e herbicidas para melhor

desenvolvimento das plantas e bons resultados na colheita.

Para avaliar o custo de produção das culturas foram observados os custos e preços de

comercialização do mercado na região de estudo, além disso fez-se validação dos coeficientes

técnicos com produtores rurais e pesquisadores da área. Sendo os investimentos estruturados

conforme Rambo et al. (2015) o qual define como Custo Operacional Efetivo (COE) as

despesas com serviços e insumos aplicados na área de cultivo, e Custo Operacional Total

(COT) o somatório do COE e demais custos operacionais.

A análise de rentabilidade foi realizada por meio dos seguintes indicadores

econômicos: Relação Benefício/Custo (RB/C) onde RB é a receita bruta e C é o custo total,

com isso o projeto é viável quando RB/C > 1. Ponto de nivelamento refere-se à quantidade

mínima de produção da cultura, representada pela fórmula PN=C/P onde C é o custo total e P

é o preço de comercialização. Margem de segurança determina a oscilação que pode ocorrer

na produtividade e custos sem afetar a rentabilidade, através a fórmula MS = (C-B)/B, no qual

C é o custo total e B a receita bruta. Todos os dados foram tabulados e calculados com a

utilização do programa Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No levantamento de custos com a implantação da soja, registrou-se um investimento

de R$1.715,79 com Custo Operacional Efetivo (COE) sendo esta despesa a mais onerosa

representando 60,78% do Custo Operacional Total (COT) de R$2.823,11, o qual 35,02%

provém do custo com insumos que é variável, podendo ser modificado de acordo com o

manejo da cultura (Tabela 1).

Tabela 1: Estimativa de custo de produção da cultura da soja, por hectare, em Santo Antônio

do Rio Verde, GO.

Descrição Valor Total Participação (%)

Insumos R$988,54 35,02

Operações Mecanizadas R$727,35 25,76

Custos Operacionais Efetivos (COE) R$1.715,79 60,78

Outras despesas (10% do COE) R$171,58 6,08

Oportunidade de terra R$910,00 32,23

37

Funrural (1,5% receita) R$25,74 0,91

Custo Operacional Total (COT) R$2.823,11 100

Na análise de custos com a implantação da cultura do sorgo, obteve-se um valor do

Custo Operacional Efetivo (COE) de R$1.010,38, compondo 83,34% do Custo Operacional

Total (COT) de R$1.212,38, sendo os Insumos responsáveis por 57,64% deste valor, podendo

variar conforme o tipo de produção escolhida (Tabela 2).

Tabela 2: Estimativa de custo de produção da cultura do sorgo, por hectare, em Santo

Antônio Do Rio Verde, GO.

Descrição Custo Total Participação (%)

Insumos R$698,80 57,64

Operações Mecanizadas R$311,58 25,70

Custos Operacionais Efetivo (COE) R$1.010,38 83,34

Oportunidade de terra R$40,00 3,30

Outras despesas (10% do COE) R$140,87 11,62

Funrural (1,5% receita) R$21,13 1,74

Custos Operacional Total (COT) R$1.212,38 100

De acordo com os resultados obtidos com a RB/C de 1,59 e 1,23, respectivamente,

para soja e sorgo, as duas culturas apresentaram viabilidade. O ponto de nivelamento

demonstrou a quantidade necessária a ser produzida para suprir o COT, sendo 37,64 sc para

soja e 52,71 sc para sorgo, constatando que a produção estimada está superior a isto. Quanto à

margem de segurança de -0,37 para soja, indica que a produção ou preço de comercialização

podem cair até 37% para a receita se igualar aos custos, o mesmo ocorre para a cultura do

sorgo com -0,19, podem ter queda de até 19% (Tabela 3).

Tabela 3: Indicadores de eficiência econômica referentes as culturas de soja e sorgo por

hectare.

Tipo de

cultura

Produção

sacas/ano

Margem de

produção Custo total RB/C

Ponto de

nivelamento

Margem de

segurança %

Soja1

60 R$ 4.500,00 R$ 2.823,11 1,59 37,64 -0,37

Sorgo2

65 R$ 1.495,00 R$ 1.212,38 1,23 52,71 -0,19

Notas: 1

Preço de comercialização: R$ 75,00 sc. 2 Preço de comercialização: R$ 23,00 sc.

O resultado obtido por Richetti (2016) comprova a viabilidade econômica da soja com

uma RB/C de 1,17, sendo inferior à do presente estudo demonstrando a variação do resultado

conforme a realidade de cada região. Em estudo realizado por Richetti & Ceccon (2014), a

cultura do sorgo se apresentou economicamente inviável, com renda líquida negativa,

divergindo dos resultados deste estudo, o qual constatou renda positiva, tal diferença foi

devido à quantidade de produção obtida em ambos os trabalhos, favorecendo a viabilidade do

projeto.

Tais resultados satisfatórios são corroborados pelo fato da soja ser considerada a

cultura de maior destaque no agronegócio, com uma grande demanda no mercado apresenta

boa rentabilidade, além disso pode ser rotacionada com culturas como o sorgo que também

atestou viabilidade dando resultados satisfatório.

38

CONCLUSÃO

Os resultados encontrados nas análises econômicas são positivos para a implantação

da soja na safra e o sorgo na safrinha, conforme a realidade da região de estudo. Com isso,

ambas as culturas são viáveis, portanto torna-se uma oportunidade de renda aos produtores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SPAROVEK, G. Köppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische

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2948/2013/0507>. Acesso em: 15 mar. 2018.

CONAB. Acompanhamento da safra brasileira de grãos, Safra 2017/18, v.9, n.9, p.1-178,

2018. Disponível em:

<https://www.conab.gov.br/component/k2/item/download/20861_fb79e3ca2b3184543c580cd

4a4aa402b>. Acesso em: 04 jul. 2018.

NOGUEIRA, A. C. L. Agricultura: As Perspectivas do Agronegócio Brasileiro até 2024. –

Informações FIPE, n. 426, p. 3-6, 2016. Disponível em:

<http://downloads.fipe.org.br/content/downloads/publicacoes/bif/bif426rev.pdf>. Acesso em:

12 jul. 2018.

RAMBO, J. R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C.; Análise

financeira e custo de produção de banana-maçã: um estudo de caso em Tangará da Serra,

Estado do Mato Grosso. Informações econômicas, São Paulo, v.45, n.5, 2015. Disponível

em: < http://www.iea.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/ie/2015/tec4-1015.pdf>. Acesso em: 18 jul.

2018.

RICHETTI, A. Soja: Viabilidade Econômica para a Safra 2016/2017, em Mato Grosso do

Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2016. 31p. (Documentos, 134). Disponível em: Acesso em: 12

jun. 2018. Disponível em: <

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/149618/1/DOC2016134b.pdf>. Acesso

em: 20 jun. 2018.

RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2015/2016, em Mato

Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2015. 13p. (Embrapa. Comunicado Técnico, 202).

Disponível em: <

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/127925/1/COT2015202-1.pdf>. Acesso

em: 14 jun. 2018.

RICHETTI, A.; CECCON, G. Viabilidade econômica da cultura do sorgo granífero na

região Centro-Oeste. Dourados, MS: Embrapa. 2014. 6p. (Comunicado Técnico 195).

Disponível em: <

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/112912/1/COT2014195.pdf>. Acesso

em: 19 jun. 2018.

ZWIRTES, A. L.; CARLESSO, R.; PETRY, M. T.; KUNZ, J.; REIMANN, G. K.

Desempenho produtivo e retorno econômico da cultura do sorgo submetida à irrigação

deficitária. Revista Engenharia Agrícola, v.35, n.4 p.676-688, 2015. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/eagri/v35n4/1809-4430-eagri-35-4-0676.pdf>. Acesso em: 12 jul.

2018.

39

Viabilidade econômica da implantação de soja no município de Ipameri,

GO

Luciano de Oliveira Santana (1)

; Leonardo Gomes (¹); Leilaine Gomes da Rocha

(¹); Carolina

Candida Rodrigues(¹); Andrecia Cosmem da Silva

(²).

(1)

Discentes; Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri; Goiás;

[email protected]; (²)Docente; Universidade Estadual de Goiás; Campus

Ipameri.

RESUMO

O objetivo do estudo foi analisar a viabilidade econômica para a implantação da cultura da

soja no município de Ipameri, GO. A análise dos custos de produção foi realizada levando em

consideração uma área de 1 hectare. Foram utilizados como indicadores econômicos para a

análise: Relação benefício custo (RB/C), Margem de segurança (MS%), e Ponto de

nivelamento (PN). A partir dos resultados dos indicadores foi discutida a viabilidade e

lucratividade da implantação da cultura na localização em estudo, tais indicadores resultaram

um RB/C de 1,24, margem de segurança de -19,38% e o ponto de nivelamento de 52,5.

Constou-se que os dados foram positivos, podendo considerar viável a implantação do projeto

em análise.

Palavras-chave: Indicadores, análise, lucratividade, Glycine max.

INTRODUÇÃO

Originária na Ásia, a soja (Glycine max) é uma das culturas mais importantes para a

economia mundial. No Brasil o primeiro relato de cultivo de soja foi em 1882, no estado da

Bahia, e em seguida foi introduzida nos outros estados do país, onde se adaptou às condições

edafoclimáticas, dentre elas, o fotoperíodo. Os seus grãos podem ser utilizados para produção

de óleos vegetais, rações, indústria química, e alimentação humana. A soja tem se

caracterizado por ser uma cultura que proporciona uma forma alternativa de biocombustível

(FREITAS, 2011).

De acordo com a Conab (2018), o Brasil é o segundo maior produtor de soja mundial,

na safra 2017/18 o país produziu 116,996 milhões de toneladas do grão. No estado de Goiás, a

produção na safra de 2017/18 foi de 21.670,4 mil toneladas, com área plantada de 5.304,6 mil

ha, tal produção aponta a grande demanda de soja em todo o país.

Diante da economia instável para a produção graneleira é necessário ficar atento aos

custos para implantação e manutenção da cultura, deve-se observar o momento certo para a

tomada de decisões frente a economia (RICHETTI et al., 2015). Objetivou-se no estudo

analisar a rentabilidade econômica da implantação de soja em uma propriedade rural

localizada no município de Ipameri, GO.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto de viabilidade econômica foi realizado em uma propriedade rural localizada

no município de Ipameri, GO, com latitude 17°42‘4.02‖S, longitude 48°19‘25.7‖W e altitude

de 800m, solo vermelho amarelo distrófico. A análise de produção da soja foi realizada em 1

ha, e o período da análise foi de fevereiro a junho de 2018. Segundo Koppen, a região é

40

caracterizada pelo Bioma Cerrado e clima tropical semiúmido, do tipo Aw, (SOUSA et al.,

2013).

A avaliação do ambiente se caracterizou com base nos pontos fortes e fracos, ameaças

e oportunidades da área em estudo. Foi realizada análise de mercado, onde aferiu-se o preço

local de comercialização, logística de transporte do grão, oferta e demanda para atestar

viabilidade da implantação da cultura na propriedade.

Foram realizados levantamentos de dados, sendo os mesmos validados por produtor

rural experiente na implantação da cultura, e os itens necessários repassados por ele foram

cotados no comércio local da região. Para a contabilização dos custos realizou-se cotação de

valores de plantio, pulverização, dessecação e colheita, e todos os insumos utilizados para

esses processos. Além desses valores também foram contabilizados Funrural (1,5%), seguro,

custeio e oportunidade de terra. A semente cotada para estimativa de implantação foi o

hibrido Monsoy 7739, sendo necessário espaçamento de 50 cm para sua implantação,

caracterizada como uma cultura semi-precoce, apresentando ciclo de 115 dias.

Conforme modelo proposto por Martin et al., (1998), para as análises de custos de produção,

utilizou-se dados do custo operacional efetivo (COE) e custo operacional total (COT).

A partir dos valores levantados foram realizados cálculos para verificação da

viabilidade de implantação da soja. Para os cálculos foram utilizados indicadores, sendo eles:

Relação Benefício Custo (RB/C), obtido dividindo a receita pelos custos. A margem de

segurança (MS%), ou seja, margem estipulada para saber o quanto a redução pode cair e

mesmo assim obter lucro, obtida através da subtração do custo pelo benefício e a divisão do

valor resultante pelo benefício. O ponto de nivelamento (PN) é calculado baseado em quanto

se deve produzir a fim de suprir todos os custos obtidos no decorrer da implantação, sendo

alcançado o PN dividindo o custo pelo preço. Os dados foram tabulados e contabilizados

utilizando planilhas Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Como exposto anteriormente para a contabilização dos custos, foram cotados os

valores de operação com maquinário, materiais, oportunidade de terra, seguro, custeio. A

seguir temos a Tabela 1 com demonstração de todos os valores obtidos.

TABELA 1 - Estimativas de custos com implantação da cultura da Soja em 1 ha, safra

2017/18.

Componente do custo Unid Quant. Preço un. Valor Participação

a) Operação com Máquinas

Aração HM 0,8 R$150,00 R$120,00 3,82%

Gradagem HM 0,5 R$150,00 R$75,00 2,39%

Aplicação de Gesso HM 0,5 R$120,00 R$ 60,00 1,91%

Aplicação de calcário HM 0,5 R$120,00 R$60,00 1,91%

Semeadura / adubação HM 0,5 R$150,00 R$75,00 2,39%

Dessecação HM 0,3 R$167,00 R$50,10 1,59%

Pulverização HM 0,3 R$167,00 R$50,10 1,59%

Colheitadeira HM 0,5 R$280,00 R$140,00 4,45%

Total de Custeio com maquinários R$630,20 20,04%

b) Materiais

Semente da Soja Sc 1 R$308,37 R$308,37 9,81%

Calcário + Frete Ton 0,5 R$110,00 R$55,00 1,75%

Gesso + Frete Ton 0,2 R$150,00 R$30,00 0,95%

Adubo 1 Ton 0,45 R$1.805,85 R$488,63 15,54%

Inseticida 1 L 0,053 R$800,00 R$42,40 1,35%

41

Inseticida 2 L 1 R$35,00 R$35,00 1,11%

Fungicida 1 L 0,5 R$180,00 R$90,00 2,86%

Fungicida 2 L 0,4 R$250,00 R$100,00 3,18%

Herbicida 1 L 3 R$14,50 R$43,50 1,38%

Herbicida 2 L 0,5 R$11,80 R$5,90 0,19%

Inoculante turfoso L 2 R$12,98 R$25,96 0,83%

Adjuvante L 1,5 R$17,05 R$25,58 0,81%

Tratamento de semente L 0,04 R$64,29 R$2,57 0,08%

Total de Custeio de materiais R$1.252,91 39,85%

Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.883,11 59,89%

Analisando a Tabela 1 é possível observar que as cotações mais onerosas foram os

outros custos (40,11%), sendo entre eles a oportunidade da terra, o custeio, seguro e outras

despesas. Os custos com materiais ficaram com 39,85% do valor total, neles englobam

sementes, adubos, herbicidas e fungicidas, sendo estes os principais itens do projeto. Os

maquinários obtiveram apenas 20% do valor total dos custos, sendo eles necessários para a

implantação, porém não são os itens principais. Após o levantamento de custos foram

realizados cálculos de indicadores econômicos, para assim analisar a viabilidade da

implantação da cultura, conforme exposto na Tabela 2.

TABELA 2: Indicadores econômicos da implantação da soja.

Produção

Sc/ha/ano

(A)

Margem da

produção R$/ha

(B)

Custo Total

R$/ha

(C)

Receita

Líquida

(B-C)

Relação

benefício/custo

(B/C)

Ponto de

nivelamento

(C/P)

Margem de

Segurança %

(C-B/B)

65 3.900,00 3.144,06 755,94 1,24 52,4 -19,38

Obs.: Preço Unitário R$ 60,00/saca

De acordo com a Tabela 2 o lucro líquido obtido pela produção de soja por ha-1

foi de

R$755,94, sendo um lucro atrativo para o produtor. A Relação B/C da implantação da cultura

demonstrou R$0,24 de lucro para cada R$1,00 investido na implantação, constatando a

viabilidade do projeto, no entanto, apresenta um baixo retorno financeiro. Vitale & Miranda

(2010), ressaltaram que um projeto pode ser considerado rentável quando apresentar uma

relação B/C maior que 1. O ponto de nivelamento totalizou em 52,4 sacas, sendo necessária

alcançar essa produção mínima para que os valores investidos sejam supridos. A margem de

segurança demonstrou -19,38%, representando a porcentagem que a produção pode cair sem

chegar a ter prejuízos.

Outros custos

Seguro % 1,7 R$828,48 R$14,08 0,45%

Custeio % 8,5 R$1.883,11 R$160,06 5,09%

Outras despesas (10%) % 10 R$1.883,11 R$188,31 5,99%

Funrural % 1,5 R$3.900,00 R$58,50 1,86%

Oportunidade da Terra Sc 14 R$60,00 R$840,00 26,72%

Total de custeio das despesas Financeiras R$1.260,96 40,11%

Custo Operacional Total (COT) R$3.144,06 100,00%

42

CONCLUSÃO

Conclui-se a partir dos indicadores econômicos obtidos que a implantação da cultura

da soja demonstrou ser viável na propriedade em estudo, trazendo bastante retorno financeiro

ao produtor rural.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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grãos, v. 8. Safra 2017/18 - Oitavo levantamento, Brasília, p. 1-145, 2018.

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Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág.1.

MARTIN, N. B., SERRA, R., OLIVEIRA, M. D. M., ÂNGELO, J. A., & OKAWA, H.

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ECONOMIA AGRICOLA, v. 28, p. 7-28, 1998.

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Embrapa. 2015. 7p. (Comunicado Técnico 203)

SOUSA, T.R. de; FARIA, A.R.; GONÇALVES, R.N.; NETO, S.P. da S.; PELÁ, A.;

FREITAS, R.J. de; CASSIANO, M.V.P.; ROMÃO, L.G.F.E. Avaliação de híbridos de

milho safrinha em Ipameri, no sudeste de Goiás. XII Seminário Nacional Milho safrinha.

Dourados, 2013.

VITALE, V.; MIRANDA, G. de M. Análise comparativa da viabilidade econômica de

plantios de Pinus taeda e Eucalyptus dunnii na região centro-sul do Paraná. Revista Floresta,

v.40, n.3, p. 469-476, Curitiba, 2010.

43

Viabilidade econômica de implantação da cultura de milho safrinha na

região do sudeste goiano

Laís Kelly Mendes Machado(1)

; Maria Eduarda Almeida Sá(1)

; Carolina Cândida Rodrigues(1)

;

Andrecia Cósmem da Silva(2)

; Matheus da Silva Araújo(3)

(1)

Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás– Campus Ipameri/GO;

Endereço eletrônico: [email protected]; (2)

Docente do curso de agronomia;

Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO. (3)

Doutorando em Solos e Nutrição

de Plantas; Universidade de São Paulo - Campus ESALQ/SP.

RESUMO

O milho é um dos principais cereais cultivados no mundo, pois seu cultivo em sucessão

viabiliza a realização de uma segunda safra. O mesmo podendo ser desenvolvido em sistema

de sequeiro, sucedendo uma cultura de verão e assim possibilitando a otimização de mão-de-

obra e maquinários da propriedade, ocasionando consequentemente, sazonalidade da

produção, do abastecimento e dos preços. O objetivo do estudo foi avaliar a viabilidade

econômica de implantação da cultura de milho safrinha no município de Ipameri, GO. Para

análise da rentabilidade foram usados os indicadores: Relação Benefício/Custo (RB/C), Ponto

de Nivelamento (PN) e Margem de segurança (MS). Obteve-se o resultado de RB/C=1,14,

PN=74,46 e MS=12% com custo total de R$2.233,93. De acordo com os resultados a

implantação do projeto demonstra viabilidade para os produtores da região de Ipameri, além

de se tornar uma boa opção de investimento.

Palavras-chave: Grão, sustentabilidade, sequeiro, economia.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays) safrinha é caracterizado de sequeiro por ser cultivado entre os

meses de janeiro a abril, que geralmente não se utiliza irrigação. O cultivo de milho tem um

importante papel entre as culturas de mais interesse econômico no Brasil, sendo um dos

principais cereais cultivados no mundo, pois seu cultivo viabiliza a realização de uma segunda

safra (CALDARELLI & BACCHI, 2012).

Por se tratar de um cultivo de condições ambientais peculiares, especialmente de

baixas temperaturas e pouca disponibilidade de água no solo, procura-se usar técnicas

específicas de manejo que se diferem das recomendadas para a cultura de milho verão

(DUARTE, 2015). Seu cultivo tem ocupado uma posição bastante significativa na produção

agrícola no Brasil, sendo um dos cereais mais cultivados depois da soja, com produção

estimada em 67.170,9 mil toneladas em 12.109,2 hectares na safrinha de 2017/18 (CONAB,

2018).

A cultura do milho encontra-se introduzida na estrutura de uma cadeia produtiva que

se alonga e integra horizontalmente. Tornando-se básica para o agronegócio dinâmico

moderno, porém estratégica para o avanço quantitativo e qualitativo do consumo de alimentos

no Brasil e no mundo (BARROS & ALVES, 2015).

Neste contexto estudos de viabilidade econômica possibilitam visualizar sistemas de

produção alternativos e retornos de investimentos, pois é de fundamental importância no

desenvolvimento de uma agricultura competitiva, o que resulta em uma redução de custos,

44

principalmente ao se tratar de eficiência na produção de alimentos para garantir o

abastecimento interno e a competitividade da agricultura brasileira (RICHETTI, 2013). No

sentido de auxiliar o produtor, este estudo teve por objetivo avaliar a viabilidade da cultura do

milho safrinha a ser cultivado na região sudoeste de Goiás.

MATERIAL E MÉTODOS

A análise econômica foi realizada no município de Ipameri, Goiás, por meio de

informações e validações dos coeficientes técnicos obtidos a partir de entrevistas com

pesquisadores da área e produtores que cultivam o milho safrinha na região. O bioma dessa

região é determinado como Cerrado, com clima tropical tendo como coordenadas geográficas

a latitude de 17º 43' 19" S e longitude de 48º 09' 35" W, altitude de 800 m (ALVARES

etal.,2013).

Para estruturação do projeto considerou-se a cultivar de milho safrinha híbrido simples

convencional, para uma área de um hectare, no qual se utilizaram sementes AS 1575 PRO 3.

Foram consideradas as operações de aração, gradagem e adubação para o preparo do solo,

posteriormente a semeadura com espaçamento de 45 cm entre linhas. Quanto à produção

estabeleceu-se média de 85 sacas/ha-1

(RICHETTI, 2016).

Os dados relativos aos custos com o manejo e preço de comercialização do produto

foram obtidos no mercado da região de Ipameri, entre o mês de março a junho de 2018. Para a

análise dos custos de produção da cultura foi utilizado a metodologia do custo operacional

total (COT) e custo operacional efetivo (COE) (RAMBO et al., 2015).

Para a análise de viabilidade foram adotados os seguintes indicadores econômicos:

Relação Benefício/Custo (RB/C) em que o cálculo é realizado através da fórmula (RBC=R/I),

sendo R a soma de todas as receitas e I a soma de todo investimento e despesas, assim, o

projeto se torna viável quando a RB/C > 1; Ponto de nivelamento, no qual se refere à

estimação, do nível de produção mínimo da atividade, de acordo com a fórmula: C/P, onde C

é o custo total e P é a produtividade; Margem de segurança estimando-se as oscilações de

preço e produtividade que podem ocorrer sem afetar a rentabilidade, de acordo com a

fórmula: (C-B)/B, em que C é o custo total e B a receita bruta do empreendimento (MUNIZ et

al., 2017).

Os dados foram compilados e tabulados utilizando planilhas do Microsoft Excel para a

elaboração dos cálculos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os cálculos dos indicadores econômicos foram considerados a partir dos coeficientes

técnicos, dos rendimentos das atividades do fluxo de despesas e receitas obtidas no método de

implantação e manutenção do milho. O Custo Operacional Efetivo (COE) da cultura de milho

safrinha apresentou valor R$1.847,60/ha-1

tal valor é composto por correção do solo,

operações mecanizadas as quais foram terceirizadas e insumos, representando 82,71 % dos

custos totais. Quanto ao Custo Operacional Total (COT) constatou um valor de

R$2.233,93/ha-1

composto pelo COE, Funrural, assistência técnica, custeio e despesas não

inclusas (Tabela 1).

45

Tabela 1 – Estimativa do custo de produção da cultura de Milho Safrinha, por hectare em

Goiás, 2018.

DESCRIÇÃO VALOR TOTAL PARTICIPAÇÃO %

A. Insumos R$ 1.207,60 54,06

B. Operações Agrícolas R$ 640,00 28,65

Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 1.847,60 82,71

Despesas não inclusas (10%- COE) R$ 184,76 8,27

Funrural (1,5% - produtividade) R$ 63,00 2,82

Assistência Técnica (2%- COE) R$ 36,95 1,65

Custeio R$ 101,62 4,55

TOTAL R$ 2.233,93 100

Conforme a Tabela 2 constata-se que os indicadores de eficiência econômica

demonstraram resultados positivos, sendo o projeto viável, no entanto o mesmo é considerado

de risco, devido o valor da RB/C (1,14). Quanto à margem de segurança de -0,12 destaca-se

que, a receita pode cair até 12 % para se igualar aos custos. Em relação ao ponto de

nivelamento resultou-se 74,46 sc, que equivalente a 87,6 % da produção, o qual a receita se

iguala ao custo de produção.

Tabela 2- Indicadores de eficiência econômica da cultura de Milho Safrinha, para 1 hectare

em Goiás.

Produção Margem Total

da Produção Custo Total

Receita

Líquida

Ponto de

Nivelamento

Margem de

Segurança %

Relação

Benefício/

Custo

85sc R$2.550,00 R$2.233,93 R$316,07 74,46sc -0,12 1,14

Notas: 1Produtividade média de um hectare;

2 Margem Total: preço x quantidade produzida;

3

Custos efetuados para obtenção da produção; 4 Preço R$/kg (R$ 30,00).

No estudo realizado por Richetti et al. (2014) a respeito do cultivo do milho safrinha

foi inviável, apresentando resultados diferentes a esse estudo, que apesar dos indicadores

apresentarem resultados positivos uma breve variação nos custos com insumos, produtividade

e preço de comercialização podem alterar o resultado deste.

CONCLUSÃO

O cultivo de Milho Safrinha nas condições examinadas apresentou-se factível

economicamente, ou seja, viável e uma boa opção de investimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; Gonçalves, M. L. M. e SPAROVEK,

G. Köppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. v. 22, n. 6, p.

711-728, 2013. Disponível

em:<http://www.lerf.eco.br/img/publicacoesAlvares_etal_2014.pdf>Acesso em: 21 de Jun de

2018.

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suporte das políticas públicas. Visão Agrícola, Piracicaba, v. 1, n. 13, p. 4-15. 2015.

46

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Nova econ, Belo Horizonte, v. 22, n. 1, p.1-12, 2012.

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toneladas-em-2017-2018AcompanhamentodaSafraBrasilei

radeGros4Levantamento20172018.pdf> Acesso em: 02 Ago. de 2018.

DUARTE, A. P. Milho safrinha se consagra e caracteriza um sistema peculiar de produção.

Visão Agrícola, Piracicaba, v 1, n. 13, p. 78-82, 2015.

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custo e viabilidade econômica da produção de beterraba no município de Campo Alegre de

Goiás. Anais da Semana de Ciências Agrárias e Jornada de Pós-Graduação em

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RAMBO, J. R; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G., SILVA, C. Análise

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Estado do Mato Grosso. Informações Econômicas, São Paulo, v.45, n.5, , p. 29-39, 2015.

RICHETTI, A. Viabilidade econômica de sistemas de cultivo de milho safrinha. Embrapa

Agropecuária Oeste, p. 1-10, Dourados MS, 2013.

RICHETTI, A. Viabilidade econômica do milho safrinha, 2016, em Mato Grosso do Sul:

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RICHETTI, A.; CECCON, G. Viabilidade econômica da cultura do milho safrinha, 2015, em

Mato Grosso do Sul: Embrapa Agropecuária. 2014, 7p. (Comunicado Técnico 196).

47

Viabilidade Econômica do Cedro Australiano no Município de Ipameri-GO

Paulo Augusto Borges Bonfim

(1); Pablo Diógenes de Souza Silva

(1); Pablo Timóteo da

Silva(1)

; Jhecika da Silva Furtado(1)

; Andrécia Cósmem da Silva(2)

(1)

Discentes em Engenharia Florestal, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.

E-mail: [email protected]. (2)

Docente mestre da Universidade Estadual de

Goiás, Campus Ipameri.

RESUMO

O objetivo do projeto foi analisar a viabilidade econômica da implantação de cedro

australiano, no município de Ipameri-GO. Para esse estudo de viabilidade foram utilizados os

seguintes indicadores econômicos: Valor Presente Líquido (VPL), Relação Benefício/Custo

(BC) e Payback. A uma taxa de desconto de 7% a.a. Contabilizando um valor de R$

211.091,56 de VPL para 1 hectare e um valor de R$ 1.244.630,76 para 6 hectares. Já para BC

foram encontrados valores de 7,21 para 1 hectare e 8,10 para 6 hectares, demonstrando assim

que o empreendimento é viável. O Payback necessário para o retorno do investimento inicial

tanto para 1 quanto para 6 hectares foi de 5 anos. A implantação do cedro australiano é uma

alternativa viável para a obtenção de renda extra.

Palavras-chave: Empreendimento, implantação, renda.

INTRODUÇÃO

O cedro australiano (Toona ciliata) pertence à família Meliaceae, assim como o cedro

(Cedrela fissilis e C. odorata) nativo da Mata Atlântica, e com o mogno (Swietenia

macrophilla) da Amazônia (LORENZI et al., 2003). A árvore apresenta tronco retilíneo.

Possui súber espesso e rígido, com deiscência em pedaços retangulares e escamiformes, de

cor cinza a marrom (PINHEIRO et al., 2003).

É denominada como uma espécie intermediária, pois tolera ambientes sombreados.

Essa é uma grande vantagem para aqueles que pretendem investir em plantios consorciados,

além que plantios mistos são menos suscetíveis ao ataque de insetos e fungos, se forem

comparados a monoculturas de cedro (BRISTOW et al., 2005).

A idade definida para o corte raso da espécie é de 15 anos, podendo ser antecipado de

acordo com as condições específicas de cada plantio, objetivos e necessidades do produtor

(PINHEIRO et al., 2003). As florestas plantadas são a alternativa mais viável para atender ao

mercado consumidor de madeira, evitando a exploração ilegal de espécies nativas, fator de

ameaça à biodiversidade (PAULINO et al, 2015)

O objetivo deste trabalho foi analisar a viabilidade econômica da implantação de

Cedro Australiano, no município de Ipameri-GO.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido no primeiro semestre do ano de 2018, no município de

Ipameri – GO (Lat. 17° 43‘ 19‖S, Long. 48° 09‘ 35‖ W, Alt. 770m). Esta região possui clima

tropical com inverno seco e verão úmido (Aw), temperatura média é 23.9 °C. Tem uma

pluviosidade média anual de 1437 mm, de acordo com a classificação de Koppen (INMET,

2018). Foi selecionada no município uma pequena propriedade rural com uma área total de 68

hectares, sendo destes, utilizados 6 hectares para o presente estudo.

48

Para as pesquisas realizadas na propriedade, foram analisadas variáveis internas e

externas que podem interferir diretamente no resultado econômico. Após uma vistoria no

local, foram pontuados os pontos fortes, os pontos fracos, assim como a infraestrutura e os

funcionários. Em seguida, foram conduzidos estudos sobre o mercado, averiguando as ofertas,

e demandas de madeira da região.

Após a análise dos parâmetros, foi proposta a implantação do cedro australiano (Toona

ciliata) em 6 hectares da propriedade, com um espaçamento 4,0m x 4,0m, metodologia

utilizada para o manejo integrado entre pecuária e floresta a partir do 2º ano (FASSIO et al,

2009) totalizando assim 625 plantas por hectare, com uma produção média de 120 m³ em 1

hectare e contabilizando uma produção média de 720m³ para os 6 hectares. Ao verificar o

custo da produção do Cedro, foram averiguados os custos de manutenção em um espaço

temporal de 20 anos.

Os custos de produção foram estimados através das empresas que comercializam

insumos agrícolas na região. O preço de comercialização da madeira foi estimado através do

levantamento de dados com as serrarias do município, chegando a um valor de R$ 900,00 o

metro cúbico. O custo de oportunidade da terra foi estabelecido conforme o valor médio de

arrendamento, encontrado na região do município de Ipameri, de R$800,00.

Para fazer a análise de viabilidade econômica foram empregados os seguintes

indicadores econômicos: Valor Presente Líquido (VPL), somatória de todas as receitas brutas,

subtraída pelo custo total, usando uma taxa de desconto, o sendo o projeto viável, somente

quando o VPL for maior que 1. Relação benefício /custo (BC), que é o responsável por

mostrar o retorno dos investimentos através da fórmula (BC = R/C), onde R é a receita e o C e

o custo, demostrando a relação entre a receita total e as despesas. E por último é feito o

Payback, utilizado para demostrar o período de tempo que será percorrido até o retorno do

investimento inicial. Foi utilizado para a atualização dos fluxos de caixa uma taxa de desconto

de 7% a.a. com o período de análise de 21 anos.

Para a realização das análises dos custos de produção do Cedro Australiano, utilizou-

se o modelo COE - Custo operacional efetivo e COT - Custo operacional total, proposto por

(MARTIN et al, 1998).

Os dados foram tabulados e analisados com a utilização da planilha do software

Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Com base nos valores obtidos, observa-se que os valores totais dos insumos e serviços

para 1 e 6 hectares, contribuíram respectivamente com 35,65% e 43,79%, 35,39% e 43,99%,

sendo os dados mais relevantes sobre o custo da implantação da espécie (Tabela 1).

Tabela 1: Custos de implantação da cultura do Cedro Australiano para 1 e 6 hectares no

Município de Ipameri – GO (investimento).

Componentes de Custos Valor –

1 ha (R$)

Part.

%

Valor –

6 ha (R$)

Part.

%

A – Insumos 2.259,00 35,65 13.394,00 35,39

B – Serviços 2.775,00 43,79 16.650,00 43,99

Total – Custo Operacional Efetivo (COE) 5.034,00 79,44 30.044,00 79,38

Outras despesas (10% do COE) 503,40 7,94 3.004,40 7,94

Custo de Oportunidade da Terra 800,00 12,62 4.800,00 12,68

Total – Custo Operacional Total (COT) 6.337,4 100% 37.848,4 100%

Durante todo o período do projeto, foi feito o levantamento de dados de todos os

custos com insumos, serviços, outras despesas e custo de oportunidade da terra. Através deste

49

levantamento foi elaborado um fluxo de caixa, os valores de todas as despesas e receitas

foram atualizados a uma taxa de 7% a.a durante todo o ciclo de 21 anos. As receitas foram

provenientes de 5 cortes do Cedro Australiano que ocorreram no ano 5, 9, 13, 17 e 21 (Tabela

2).

Após a elaboração do fluxo de caixa, foi possível contabilizar o valor total das

despesas e receitas tanto para 1 hectare, como para 6 hectares. Para 1 hectare obteve-se o

valor de R$ 29.745,40 para despesas atualizadas e o valor de R$ 240.836,96 para receita

atualizada, restando assim uma receita liquida de R$ 211.091,56. Já para os 6 hectares,

obteve-se o valor de R$ 1.445.021,76 de receita bruta e o valor de R$ 200.391,00 para as

despesas, restando uma receita liquida de R$ 1.244.630,76.

Tabela 2- Fluxo de caixa do Cedro Australiano em 1 e 6 hectares, no município de Ipameri –

GO, 21 anos. Taxa de 7% a.a.

Para o BC, foram obtidos os valores 8,10 para 1 ha e 7,21 para os 6 ha, demostrando

assim que o empreendimento é viável. Uma vez que o valor de BC tem que ser superior a 1

em qualquer projeto para que o mesmo seja viável.

O valor de VPL foi de R$ 211.091,56 para 1 hectare e de 1.244.630,76 para 6

hectares. Este valor foi próximo ao valor obtido por trabalhos realizados com o Cedro

Australiano, demonstrando que o empreendimento é viável. O cálculo para o Payback

mostrou que o retorno do investimento para 1 e 6 hectares, começa no 5º ano. Mostrando que,

ainda no primeiro desbaste do Cedro australiano já será possível um retorno do investimento

inicial.

Ano

1 hectare 6 hectares

Receita

atualizada

(R$)

Despesas

atualizada

(R$)

Fluxo de caixa

atualizado

(R$)

Receita

atualizada (R$)

Despesas

atualizada

(R$)

Fluxo de caixa

atualizado

(R$)

0 0,00 2.208,00 (2.208,00) 0,00 37.848,40 (37.848,40)

1 0,00 2.063,55 (2.063,55) 0,00 12.150,00 (12.150,00)

2 0,00 1.928,55 (1.928,55) 0,00 11.355,14 (11.355,14)

3 0,00 1.802,39 (1.802,39) 0,00 10.612,28 (10.612,28)

4 0,00 1.684,47 (1.684,47) 0,00 9.918,02 (9.918,02)

5 77.002,51 2.729,31 74.273,20 462.015,04 16.199,40 445.815,64

6 0,00 1.471,28 (1.471,28) 0,00 8.662,78 (8.662,78)

7 0,00 1.375,03 (1.375,03) 0,00 8.096,06 (8.096,06)

8 0,00 1.285,08 (1.285,08) 0,00 7.566,41 (7.566,41)

9 58.744,84 2.082,18 56.662,67 352.469,07 12.358,45 340.110,62

10 0,00 1.122,44 (1.122,44) 0,00 6.608,79 (6.608,79)

11 0,00 1.049,00 (1.049,00) 0,00 6.176,44 (6.176,44)

12 0,00 980,38 (980,38) 0,00 5.772,38 (5.772,38)

13 44.816,16 1.588,48 43.227,68 268.896,96 9.428,20 259.468,76

14 0,00 856,30 (856,30) 0,00 5.041,82 (5.041,82)

15 0,00 800,28 (800,28) 0,00 4.711,98 (4.711,98)

16 0,00 747,93 (747,93) 0,00 4.403,72 (4.403,72)

17 34.190,03 1.211,85 32.978,19 205.140,21 7.192,73 197.947,48

18 0,00 653,27 (653,27) 0,00 3.846,38 (3846,38)

19 0,00 610,53 (610,53) 0,00 3.594,75 (3594,75)

20 0,00 570,59 (570,59) 0,00 3.359,58 (3.359,58)

21 26.083,41 924,51 25.158,90 156.500,48 5.487,30 151.013,18

TOTAL 240.836,96 29.745,40 211.091,56 1.445.021,76 200.391,00 1.244.630,76

50

Tabela 3: Indicadores econômicos Valor Presente Líquido [VPL], Relação Beneficio – Custo

[BC] e Payback do cultivo de Cedro Australiano.

Área VPL BC Payback

1 hectare 211.091,56 8,10 5 anos

6 hectares 1.244.630,76 7,21 5 anos

De acordo com os resultados obtidos, pode-se averiguar que a obtenção da primeira

receita pode acontecer aos cinco anos após o plantio, é quando ocorrer o primeiro desbaste. A

madeira obtida pelo desbaste e vendida para produção de mourões. Então em vista de todos os

resultados obtidos, a viabilidade do projeto mostra-se ser positiva no município de Ipameri-

GO.

CONCLUSÃO

Os indicadores mostraram resultados positivos, mostrando assim que o Cedro

Australiano pode ser uma ótima alternativa de investimento, para produtores que querem

investir no mercado florestal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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forestery manual for north Queensland. Barton: Rirdc, 2005.

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Tecnologia. Bambuí. MG. Brasil. 2009. Disponível em:

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PT-10.pdf

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Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2003.

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PINHEIRO, A. L.; LANI, L. L.; COUTO, L. Cultura do cedro australiano para produção

de madeira serrada. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2003. 42p.

51

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera

frugiperda em milho sob doses de fósforo

Leandro Ferreira Damaso

(1), Cecília Leão Pereira Resende

(1),Gabriel Silva Alves

(2), Matheus

Alves Maciel(2)

, Fabrício Rodrigues(3)

(1)

Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás,

[email protected]; (2)

Graduandos em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás; (3)

Professor, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O objetivo do trabalho foi observar em ambientes com distintas doses de fósforo o

comportamento de tecnologias Bt frente ao híbrido convencional no controle de Spodoptera

frugiperda. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). Nas

avaliações de danos causados pela S. frugiperda, independente das doses de fósforo e da

época de avaliação, houve menor dano nos híbridos com tecnologia Bt e os PW obtiveram as

menores notas de danos em todos os níveis de fósforo. Todos os híbridos com tecnologia Bt

apresentaram menores danos causados pela lagarta S. frugiperda no tempo e em média,

demonstrando o potencial da tecnologia e o seu benefício ao produtor.

Palavras-chave: Zea mays, Spodoptera frugiperda, Tecnologia, Fósforo.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é um dos principais cereais cultivados em todo o mundo e o

Brasil é destaque no cenário internacional ocupando atualmente a segunda posição em

exportação e a terceira colocação entre os maiores produtores do grão, ficando atrás apenas

dos Estados Unidos e China. A região Centro-Oeste do país possui cerca de 7.700 mil

hectares plantados, sendo responsável por mais de 50% da produção nacional nas últimas

safras, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2018). A cultura

é de extrema importância para o Estado de Goiás, que possui um pouco mais de 1.500 mil

hectares plantados e produtividade acima da média nacional.

Um dos fatores que mais limita a produtividade do milho no país é a alta incidência de

pragas nas lavouras, sendo a lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda considerada uma das

que mais diminui o rendimento da cultura, devido à realização de ataques em diferentes

estádios fenológicos, deixa as plantas hospedeiras suscetíveis por longo período de tempo

(MICHELOTTO et al., 2013).

A baixa fertilidade dos solos brasileiros, principalmente nas regiões de Cerrado limita

também o aumento da produtividade do milho, e o fósforo (P), mesmo sendo considerado um

nutriente essencial é encontrado em baixos teores devido às altas taxas de fixação em reações

químicas com partículas do solo (OLIVEIRA et al., 2015). O tipo de adubação pode alterar o

desempenho das culturas quanto ao nível de suscetibilidade a ataques de insetos, onde as

plantas podem apresentar uma pseudo-resistência, na maioria das vezes de caráter temporário

provocada por formas de cultivo, adubações, e também por diferentes condições ambientais

(ROEL et al., 2017).

52

Deste modo o objetivo do trabalho foi observar em ambientes com distintas doses de

fósforo o comportamento de tecnologias Bt frente ao híbrido convencional no controle de

Spodoptera frugiperda.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no

município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo

classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme EMBRAPA (2013), na safra de

verão de 2015/2016.

O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas

gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). As

parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por duas fileiras, com 3 m de

comprimento, espaçadas a 0,5 m.

Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram

30A77 PW/MG652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F), NS90 VTPro2/NS92 VTPro

(Cry1A.105/Cry2Ab2) e o AG1051 (convencional - Controle).

Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na

análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de P variaram, sendo zero de fósforo

(sem aplicação), 60 kg e 120 kg ha-1

de P2O5, mais 90 kg ha-1

de potássio e 120 kg ha-1

de

nitrogênio em cobertura.

O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro linear.

O desbaste foi feito no estádio V3, estabelecendo um estande final de 60.000 plantas por

hectare. No estádio V4 realizou-se o controle das plantas daninhas, com o herbicida Soberan®,

na dose de 240 ml ha-1

, utilizando um pulverizador costal, aliado a capina manual. O controle

de lagartas foi realizado apenas para híbrido convencional, com o inseticida Belt®, na dose de

150 ml ha-1

, no estádio V5.

Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20

dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura (DAS),

posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada

parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.

frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por Davis et al., (1992), o qual foram

transformados em dano foliar médio (Dano).

Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,

utilizando o programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Nas avaliações de danos causados pela Spodoptera frugiperda nas plantas de milho,

pode-se observar que, independente das doses de fósforo e da época de avaliação, houve

menor dano nos híbridos com tecnologia Bt em relação a cultivar convencional mesmo com

aplicação de inseticida (Figura 1). Corroborando com esses resultados, (LOURENÇÃO e

FERNANDES, 2013) observaram que os híbridos YG e TL sempre obtiveram menores notas

de dano, indicando controle sobre S. frugiperda, e que a aplicação de inseticida nos híbridos

convencionais melhora o controle da praga, mas ainda tem eficiência menor em relação aos

Bts.

Os maiores níveis de danos foram observados após o pendoamento das plantas, com

média de 71º DAS para o convencional, 79º para tecnologia VTPRO e 81º para PW, que por

sinal obteve as menores notas de danos em todos os níveis de fósforo, tendo 2,58 de nota

53

― y (PW) = -0.0005x2 + 0.0775x - 0.6789 (R² = 0.78)

― y (VT PRO) = -0.0009x2 + 0.1417x - 2.6304 (R² = 0.73)

― y (Convencional) = -0.0009x2 + 0.125x - 0.594 (R² = 0.85)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

― y (PW) = -0.0006x2 + 0.1008x - 1.6488 (R² = 0.97)

― y (VT PRO) = -0.0011x2 + 0.1717x - 3.4065 (R² = 0.94)

― y (Convecional)= -0.0007x2 + 0.095x + 0.5214 (R² = 0.84)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

― y (PW) = -0.0008x2 + 0.1325x - 2.6613 (R² = 0.88)

― y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821 (R² = 0.92)

― y (Concencional) = -0.0011x2 + 0.1717x - 2.5369 (R² = 0.87)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

média, 50,7% e 22,5% menor do que o convencional e VT PRO, respectivamente (Figura 1).

Araújo et al. (2011), também obtiveram resultados similares onde plantas de milho Bt

apresentaram maior tolerância ao ataque de S. frugiperda, proporcionando menores danos nas

folhas, principalmente na fase inicial da cultura.

A

B

C

Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas (eventos) durante o ciclo da

cultura do milho, com diferentes doses de fósforo, sendo 0 kg (A), 60 kg (B) e 120kg (C) de

P2O5.

Analisando a interferência da adubação fosfatada, pode-se observar um pequeno

aumento no dano causado pela lagarta-do-cartucho, quando comparado os níveis zero e 120

kg ha-1

de P2O5. As médias das notas variaram de 3 para 3,41e acredita-se que as plantas com

boa sanidade, mais vigorosas e com folhas mais verdes sejam mais atrativas aos insetos

54

polífagos, porém as mesmas plantas com alta adubação de P apresentaram maior capacidade

de recuperação dos danos causados pela lagarta.

CONCLUSÃO

Todos os híbridos com tecnologia Bt apresentaram menores danos causados pela

lagarta S. frugiperda no tempo e em média, demonstrando o potencial da tecnologia e o seu

benefício ao produtor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, L. F.; SILVA, A. G.; CRUZ, I.; CARMO, E. L.; NETO, A. H.; GOULART, M. M.

P.; RATTES, J. F. Flutuação populacional de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), Diatraea

saccharalis (Fabricius) e Doruluteipes (Scudder) em milho convencional e transgênico Bt.

Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas - MG, v.10, n.3, p. 205-214, 2011.

CFSEMG - COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS

GERAIS. Mamona. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P. T. G. & ALVAREZ V., V. H.,

eds. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais, 5ª

Aproximação. Viçosa – MG, p. 314, 1999.

CONAB. Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2017/2018 – 6º Levantamento –

safra 2017/18 - Grãos. Disponível em:

http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/18_03_13_14_15_33_grao_marco_201

8.pdf>. Acesso: 20 julho 2018.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Centro Nacional de Pesquisa de

Solos: Rio de Janeiro. 3ª edição, p. 353, 2013.

FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia,

v.35, p.1039-1042, 2011.

LOURENÇÃO, A. L. F.; FERNANDES, M. G. Avaliação do Milho Bt Cry1Ab e Cry1F no

controle de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith, 1797) (Lepidoptera: Noctuidae) em

condições de campo. Científica, Jaboticabal – SP, v.41, n.2, p.164–188, 2013.

MICHELOTTO, M. D.; NETTO, J. C.; FREITAS, R. S.; DUARTE, A. P.; BUSOLI, A. C.

Milho transgênico (Bt): efeito sobre pragas alvo e não alvo. Nucleus, Ituverava – SP, v. 10, n.

3, 2013.

OLIVEIRA, M. A. D.; ZUCARELI, C.; FERREIRA, A. S.; DOMINGUES, A. R.;

SPOLAOR, L. T.; NEVES, C. S. Adubação fosfatada associada à inoculação com

Pseudomonas fluorescens no desempenho agronômico do milho. Revista de Ciências

Agrárias, Lisboa, v. 38, n. 1, p. 18-25, 2015.

ROEL, A. R.; SOARES, J. L.; PERUCA, R. D.; PEREIRA, L. C.; JADOSKI, C. J.

Ocorrência em campo e desenvolvimento em laboratório de Spodoptera frugiperda (J. E.

Smith) (Noctuidae) em milho com adubação orgânica e química. Applied Research &

Agrotechnology, Nata – PR, v.10, n.1, p. 67-73, 2017.

55

Análise da rentabilidade econômica para a implantação da cultura da soja

com safrinha de girassol

Francielle Wanderley Ribeiro(1)

; Ivan Carneiro Custódio(2)

; Adriano Cândido do Carmo

(2);

Samuel Arantes Alves de Carvalho(2)

; Andrécia Cósmem da Silva(3)

(1)

Discente do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,

GO; Ipameri, GO; [email protected]; (2)

Discente do curso de Agronomia da

Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO; (3)

Professora Mestre da Universidade

Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.

RESUMO

Avaliação da rentabilidade de projetos é de suma importância, uma vez que por meio do

mesmo é possível analisar a viabilidade da implantação de uma cultura, antes de fazer um

investimento e correr riscos de prejuízos. O objetivo do trabalho foi analisar a viabilidade

econômica da implantação da cultura da soja com sucessão do girassol, para diversificação da

produção e aumentar a receita de uma propriedade, na região de Ipameri, GO. Para o estudo

da viabilidade econômica foi realizado o cálculo dos indicadores econômicos: VPL, RBC e

Payback, utilizando uma taxa de desconto de 7% a.a, em um horizonte de análise de 7 anos.

Os resultados apresentaram VPL de R$ 129.681,42, RBC 1,09 e Payback no 5° ano.

Verificou-se viável a implantação da cultura da soja com sucessão do girassol no

empreendimento rural estudado.

Palavras-chave: Indicadores econômicos, viabilidade, custos.

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max), originária da China Antiga, apresentava grande importância

como bem de consumo há mais de cinco mil anos, no período em que eram utilizados na

composição da base alimentar do povo chinês. Desde então vem crescendo e hoje é

caracterizada como um dos grãos mais produzidos mundialmente. No cenário do agronegócio

mundial, a soja apresenta lugar de destaque, sendo a principal cultura de grãos no Brasil

gerando um crescimento de 25% do PIB brasileiro (EMBRAPA, 2016). A produção

brasileira, apresentou crescimento de 2% na produtividade, saindo de 33.251,9 mil hectares na

safra 2015/16 para 33.914,9 mil hectares na safra 2016/17, e com um avanço de 95.434,6 mil

para 114.095,8 mil toneladas, respectivamente (CONAB, 2017).

O girassol (Helliantus annuus) é um cultivar de origem norte americana, cultivado nos

cinco continentes e vem se destacando como uma das mais importantes culturas anuais

produtoras de óleo do mundo (LEITE et al., 2005). As finalidades do girassol são diversas,

como na alimentação humana, animal e para a produção de biocombustíveis. O óleo

produzido com o girassol se destaca por apresentar teores de qualidade nutricional e

organoléptica (EMBRAPA, 2012).

Estudos que permitem avaliar a rentabilidade, eficiência e lucratividade são

desenvolvidos a fim de auxiliar nas tomadas de decisão por diferentes empreendedores,

independente do porte das empresas rurais. Esses estudos são indispensáveis para gerar

informações e acompanhamento para maior rentabilidade econômica, decidindo se

56

determinada atividade é viável e assim possibilitando novas práticas para o aumento da

produtividade de manejos agropecuários (RICHETTI, 2012).

O objetivo do trabalho foi analisar a viabilidade econômica da implantação da cultura

da soja com sucessão do girassol, para diversificação da produção e aumentar a receita em

uma propriedade, na região de Ipameri, GO.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido em uma propriedade na região de Ipameri, GO, no período

de agosto a dezembro de 2017. A propriedade em questão possui área total de 305ha, dos

quais foram utilizados 45ha para a condução das culturas.

Para o preparo do solo foi realizada a correção do solo, aplicando 0,5ton.ha-¹ de

calcário acrescendo além deles, 0,5ton.ha-¹ de gesso agrícola. Durante a condução da cultura

da soja utilizou a cultivar 7739 RR de ciclo precoce, com espaçamento de 0,45m entre linhas

e uma densidade de 25 sementes.m-1

. E para a cultura do girassol utilizou o hibrido simples

BRS 323 de ciclo precoce recomendando a utilização de 15kg.ha-1

de semente.

Com o intuito de realizar o controle de pragas e doenças em ambas as culturas foram

realizadas aplicações de fungicidas, herbicidas e inseticidas. Foi estimado a produtividade de

acordo com a região do estudo, de 3.360kg.ha-1

para a soja e 2.673 kg.ha-1,

para o girassol, e

valor comercialização para a venda da saca de 60kg de R$61,92 e R$61,47 respectivamente.

A composição dos coeficientes de custos do projeto foi validada por produtor rural

com experiência no cultivo de soja e girassol. Sendo os mesmos estimados levando em

consideração os tratos culturais realizados, que foram dispostos em sementes, fertilizantes,

herbicidas, fungicidas, inseticidas, serviços e impostos.

Para o estudo da viabilidade econômica das culturas elaborou um fluxo de caixa, e

posteriormente o cálculo dos indicadores que foram dispostos em: Valor Presente Líquido

(VPL) analisa a rentabilidade por meio da diferença entre receitas e despesas atualizadas.

Quanto maior o VPL mais atrativo é o projeto; Relação Beneficio Custo (RBC), analisa a

eficiência financeira a partir da divisão das receitas e despesas. O projeto é considerado

lucrativo quanto maior for o RBC (B/C >1); e o Payback demonstra o período em que ocorre

a recuperação do capital investido.

Os dados foram tabulação em planilhas do Software Excel. Para a atualização dos

dados utilizou a taxa de juros a longo prazo (TJLP) de 7% ao ano, para um período de análise

de 7 anos (BNDS, 2017).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Diante das análises realizadas no projeto, a implantação da soja resultou em uma

produtividade de 2.520 sacas em 45ha, comercializadas a um valor médio de R$61,92 a saca,

resultando em uma receita bruta de R$156.038,40. O girassol, cultura introduzida logo após a

colheita da soja, nos mesmos 45ha, gerou uma produtividade de 2.005 sacas, comercializadas

a um valor de R$61,47 a saca, computando receita bruta de 123.247,35 (Tabela 1).

Tabela 1. Estimativa das receitas da cultura da soja com sucessão do girassol.

Atividade Área (há) Und. Quant. Valor unitário (R$) Valor total (R$)

Soja 45 Sc. 2.520 61,92 156.038,40

Girassol 45 Sc. 2.005 61,47 123.247,35

Total 279.285,75

57

Os custos para a implantação da cultura da soja em área total, resultaram em

R$112.900,66 os quais estão dispostos em insumos, representados por 67,69%, operações

agrícolas com 20,43%, Funrural com 3,18% e outras despesas com 8,80% (Tabela 2).

Demonstrando que para cada hectare o custo foi de R$2.489,74, enquanto que no estudo

realizado por Richetti (2015), totalizou em R$2.475,05, mesmo que em períodos e regiões

distintas.

Tabela 2. Estimativa do custo de implantação para a cultura da soja em 45ha.

CUSTO TOTAL DA SOJA Valor total (R$) Participação (%)

Insumos R$ 76.425,20 67,69

Operações agrícolas R$ 22.949,15 20,33

Funrural 2,3% (2017) R$ 3.588,88 3,18

10% de despesas não inclusa R$ 9.937,43 8,80

TOTAL R$ 112.900,66 100

A implantação da cultura do girassol resultou em um custo total de 106.511,45, que

estão dispostos em 64,19% de insumos, 4,32% de operações mecanizadas, 19,98% de

operações manuais, 2,66% de Funrural e 8,85% de despesas não inclusas (Tabela 3). Em

estudo desenvolvido por Richetti (2006), observa-se que os custos foram de R$610,11 para

cada hectare cultivado, enquanto que no atual estudo o total por hectare foi de R$2.366,92,

isso em consequência da diferença de tempo entre os trabalhos, que consequentemente alterou

os valores do coeficiente usados, o que ocasionou na geração de maiores despesas.

Tabela 3. Estimativa do custo de implantação da cultura do girassol em 45ha.

CUSTO TOTAL DO GIRASSOL Valor total Participação (%)

Insumos R$ 68.372,10 64,19

Operações Mecanizadas R$ 4.599,00 4,32

Operações Manuais R$ 21.280,50 19,98

10% de despesas não inclusa R$ 9.425,16 8,85

Funrural 2,3% R$ 2.834,69 2,66

TOTAL R$ 106.511,45 100,00

Atualizando o fluxo de caixa em 7% a.a. foi possível observar que o período de

retorno do investimento foi no 5° ano, apresentando um VPL de R$129.681,42 demostrando a

rentabilidade do projeto.

Tabela 4. Indicadores de rentabilidade econômica para a implantação de soja seguida da

safrinha de girassol, 2017.

Indicadores

VPL R$ 129.681,42

RBC 1,09

Payback 5 anos

Por meio dos resultados dos indicadores de rentabilidade econômica é possível

observar que o estudo se trata de um projeto de risco, visto que ao analisar o RBC o retorno

líquido foi pequeno, de R$0,09 e o tempo foi considerável para o retorno dos investimentos,

podendo não atrair o produtor. Vale salientar que os resultados econômicos podem alterar

com cenários mais positivos com aumento dos preços de comercialização ou mais pessimista

com elevação dos custos de produção.

58

CONCLUSÃO

O plantio de soja com sucessão de girassol apresentou viabilidade econômica, uma vez

que os indicadores de rentabilidade econômica foram positivos, no entanto, cabe ressaltar que

a viabilidade da implantação das duas culturas é de risco, em consequência da baixa

rentabilidade financeira, do tempo necessário para o retorno e incertezas do mercado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Brasília: BNDES. Taxa

de Juros de Longo Prazo, 2017. Disponível em:

<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/guia/custos-financeiros/taxa-

juros-longo-prazo-tjlp >. Acesso em: 22 de mar. 2018.

CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de

grãos. Safra 2016/17. v.4, n.12. Setembro de 2017.

EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. Embrapa soja. 2016.

Disponível em: <https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1>. Acesso em: 15 jun. 2018.

EMBRAPA - Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária. Girassol. Londrina: Embrapa,

2012. Disponível em: <http://www.cnpso.embrapa.br/index.php?op_page=54>. Acesso em:

15 jun. 2018.

LEITE, R.M.V.B.C.; BRIGHENTI, A.M.; CASTRO, C. de. (Ed.). Girassol no Brasil.

Londrina: Embrapa Soja, 2005. 613

RICHETTI, A. Estimativa do custo de produção de girassol, safra 2007. Dourados, MS:

Embrapa, 2006.

RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2012/2013, em Mato

Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2012, p. 1-9.

RICHETTI, A. Viabilidade econômica da cultura da soja na safra 2015/2016, em Mato

Grosso do Sul. Dourados, MS: Embrapa, 2015.

59

Estudo de rentabilidade financeira para implantação do feijão-comum em

Minas Gerais

Higor Rodrigues Costa Missias(1)

, Sara Marinha Viana Costa Simião(2)

, Gabriel Sartin

Parreira(2)

, Carolina Candida Rodrigues(2)

, Andrécia Cósmem da Silva(3)

(1)

Discente do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri/GO;

Endereço eletrônico: [email protected]; (2)

Discente do curso de Agronomia;

Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri/GO; (3)

Docente da Universidade Estadual

de Goiás - Câmpus Ipameri/GO.

RESUMO

Objetivou-se avaliar economicamente a cultura do feijão-comum em Uberlândia, Minas

Gerais. Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e

Custo Operacional Total (COT), posteriormente, para análise de viabilidade econômica

utilizou-se os seguintes indicadores econômicos: Relação Benefício Custo (RB/C), Ponto de

Nivelamento (PN) e Margem de segurança (MS), a fim de verificar a viabilidade do cultivo

do feijão. De acordo com os resultados, a RB/C foi de 1,2, PN com 37, 46sc.ha-1

e MS de -

0,17. Conforme os indicadores econômicos calculados a cultura do feijão-comum mostraram-

se viável na propriedade em estudo, sendo uma alternativa de investimento promissora para o

agricultor.

Palavras-chave: leguminosa, rentabilidade econômica, lucratividade.

INTRODUÇÃO

Um dos fatores que auxiliam o planejamento agrícola é a compreensão das exigências

agroclimáticas, objetivando alta produtividade e rentabilidade sem perdas por fatores

climáticos. Para a cultura do feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.), a temperatura e a

precipitação pluviométrica são as que ganham maior ênfase (PEREIRA et al.,2014). Mesmo

havendo adversidades, é uma cultura cultivada em grande parte do Brasil, conduzido em

diferentes condições edafoclimáticas, níveis tecnológicos, épocas de semeadura e sistemas de

cultivo (TAVARES, et al., 2017).

O maior produtor e consumidor de feijão-comum no mundo é o Brasil, onde o estado

com a maior produção é o Paraná (PEREIRA et al., 2014), sendo que tal estado, junto com

Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Bahia representam 80% da produção nacional de 2,7

milhões de toneladas (SILVA; WANDER, 2013). Minas Gerais em 2011, foi o segundo

maior produtor de feijão comum, com média de produtividade de 1.278 kg.ha-1

(IMA,2015.)

Segundo PELEGRIN et al. (2008), é necessário um manejo da adubação adequado

para suprir as exigências de nitrogênio na cultura do feijoeiro, visando que o excesso de

aplicações de N, além de aumentar o custo econômico, pode promover sérios riscos ao

ambiente, e a sua utilização em quantidade insuficiente pode limitar o potencial produtivo da

cultura, mesmo otimizando outros fatores de produção, para evitar desequilíbrio de nutrientes

na superfície.

Além dos problemas específicos da produção, como fatores climáticos e baixo nível

tecnológico, há perdas significativas devido as condições logísticas. Assim, acarreta aumento

dos custos de produção e consequentemente redução da rentabilidade (WANDER; SILVA,

2014). Independentemente do tamanho, do ramo de atuação ou sistema de produção aderido

60

para que haja uma taxa de rentabilidade atrativa, o conhecimento dos indicadores econômicos

para qualquer empreendimento rural é indispensável.

Diante do exposto, objetivou-se avaliar economicamente a cultura do feijão-comum

em Uberlândia, Minas Gerais.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo econômico foi desenvolvido em propriedade rural, localizada no município

de Uberlândia – Minas Gerais, com as seguintes coordenadas, latitude: 18°933‘49S e

longitude: 48°545‘324. O clima predominante da região, segundo a classificação de Köppen é

definido como tropical (Aw), com duas estações bem definidas, sendo verão chuvoso e

quente, inverno frio e seco, proporcionando temperatura média na região de 20ºC (ALVARES

et al.,2013).

O manejo para produção foi de plantio convencional, comumente utilizado na região

de Uberlândia/Mg, o qual propôs-se por meio de sementes da variedade BRS FC402. A

cultura do feijoeiro é muito sensível à acidez do solo, sendo assim, a produtividade de grãos

se torna limitada na presença de alumínio trocável de pH 6,0 mostrando-se ótimo quando

houver a necessidade de aplicar calcário, contudo, realizar de dois a três meses antes da

semeadura e incorporado ao solo a uma profundidade de 20 cm a 30 cm sendo, o espaçamento

de 35 cm x 40 cm com uma produtividade média de 2.700 em kg.ha-1

(PAULA et al., 2008).

Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e

Custo Operacional Total (COT), metodologia também utilizada no estudo de Rambo et al.

,2015. Na composição do COT foram computados os itens que compuseram o COE (insumo e

operações agrícolas), custeio, oportunidade de terra e outras despesas.

Para análise de eficiência econômica utilizou os indicadores: Ponto de nivelamento

(PN), expõe o quanto o produtor deve produzir para suprir custos de produção da área;

Margem de segurança (MS), demostra o quanto pode decrescer a receita ou aumentar os

custos para não incidir prejuízos; e Razão Benefício Custo (RB/C), revela o retorno a cada um

real investido, quanto maior for a taxa (RB/C maior que 1), maior lucratividade do

empreendimento.

Os levantamentos dos dados foram estruturados no primeiro semestre de 2018, os

coeficientes técnicos foram validados por produtor rural com experiência na cultura estudada,

os custos com manejo e preços de comercialização foram obtidos no mercado da região de

estudo. Os resultados da análise econômica juntamente com os critérios de avaliações foram

tabulados por meio de planilha do programa Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A projeção do custo de produção da cultura do feijão – comum resultou no valor de

R$3.371,06 ha-1

, sendo 57,49% referente ao custo com insumos, representando a maior

despesa do projeto. As operações agrícolas totalizaram uma participação de 13,01%, custo de

oportunidade de terra 17,80%, outros custos 7,05% e custeio de 4,65% do COT (Tabela 1).

Tabela 1. Estimativa de custos de produção do feijão- comum para 1 hectare, no município

de Uberlândia, Minas Gerais.

Componentes de custo Valor.ha-1

Participação %

Insumos R$ 1.938,05 57,49

Operações agrícolas R$ 438,50 13,01

Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 2.376,55 70,50

Outros custos (10% COE) R$ 237,66 7,05

61

Oportunidade de Terra R$ 600,00 17,80

Custeio (6,6% COE) R$ 156,85 4,65

Custo Operacional Total (COT) R$ 3.371,06 100,00

O COT de implantação do projeto no valor de R$3.371,06 mostrou-se 8,65% superior

ao custo determinado no estudo realizado por Richetti (2017) para o plantio de feijão-comum.

Portanto, esse maior percentual está relacionado com as particularidades do presente estudo,

principalmente quanto aos custos fixos.

Na tabela 2 podemos observar os indicadores de eficiência econômica, realizados

durante o período estimado para análise, com uma produção de 45 sacas por hectare e preço

de comercialização cotado em R$90,00 a saca conforme o mercado local, resultando uma

margem bruta de R$4.050,00.

Tabela 2. Indicadores de eficiência econômica do Feijão-comum, no município de

Uberlândia, Minas Gerais,2018. Lucratividade.

Produtividade RB CT RB/C PN MS

45 sacas ha-1

R$4.050,00 R$3.371,06 1,20 37,46 -0,17

Notas: Produtividade: quantidade produzida; Receita Bruta (RB): Produtividade x preço por

saca; Custo Total (CT): somatório dos custos; Relação Benefício/Custo (RB/C): RB/CT;

Ponto de nivelamento (PN): RB/CT; Margem de segurança (MS): CT-RB/RB. *Preço de

comercialização: R$90,00 saca.

Conforme o resultado obtido para a RB/C de 1,2, demonstrando que a cada 1 real

investido tem-se R$0,20 de retorno líquido, atestando assim a viabilidade econômica do

projeto. Estudo de Richetti & Ito (2015) obtiveram RB/C semelhante com RB/C de 1,13,

corroborando para a viabilidade da implantação da cultura em análise.

O PN resultou em 37,46 sacas, o qual determina a quantidade que o produtor deve

produzir para prover seus custos. A MS de -0,17, indicou que a produção ou comercialização

podem cair até 17%, para igualar a receita aos custos. De acordo com os Indicadores de

eficiência econômica apresentados a implantação do Feijão-comum, o projeto é viável.

CONCLUSÃO

O estudo do feijão-comum para a área estudada revelou resultados positivos para os

indicadores econômicos, demonstrando que a cultura é viável e de investimento rentável ao

produtor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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62

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RAMBO, J. R.; TARSITANO, M. A. A., KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C. Análise

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2017, em Mato Grosso do Sul. Comunicado Técnico 216, Dourados, 2017. Disponível em:

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gestão e estudos estratégicos. EMBRAPA Arroz e Feijão, capítulo 6, 2014. Disponível em:

<https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1016420/1/Alcidocap6.pdf>.

Acesso em: 09 jun, 2018.

63

Viabilidade econômica da implantação da cultura de Girassol na região

Sudeste de Goiás

Gabriela Aparecida Beserra (1)

; João Vitor Benjamin da Silva (1)

; Francielle Wanderley

Ribeiro (1)

; Andrécia Cósmem da Silva (2)

; Matheus da Silva Araújo (3)

(1)

Discente do Curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO;

Endereço eletrônico: [email protected]; (2)

Docente do Curso de Agronomia – Mestre

em Gestão Organizacional, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri/GO.(3)

Doutorando em Solos e Nutrição de Plantas da Universidade de São Paulo, Campus ESALQ,

Piracicaba, SP, Brasil.

RESUMO

A produção do girassol constitui uma boa escolha nos sistemas de rotação e sucessão de

culturas por suas propriedades agronômicas. O objetivo do estudo foi verificar a viabilidade

econômica da implantação da cultura do girassol na região de Ipameri, Goiás. Para análise

econômica, foram utilizados os seguintes indicadores de rentabilidade: Relação Benefício

Custo (RB/C), Margem de Segurança (MS), e Ponto de Nivelamento (PN). A implantação de

girassol apresentou custo total de R$ 2.368,02, receita de R$ 1.980,00. O PN ficou estipulado

em 36 sc, índice RBC de R$ 0,84 e MS 0,20. Com os resultados contraídos, o cultivo do

girassol como foi proposto para a análise, demonstrou economicamente inviável, não gerando

renda.

Palavras-chave: Implantação, produtor, análise econômica, rentabilidade.

INTRODUÇÃO

O girassol (Helliantus annuus L.) cultura oriunda da América do Norte exerce grande

destaque para a economia brasileira, por apresentar principalmente um elevado índice de

consumo para a fabricação de óleos alimentícios e por ser uma importante matéria prima para

a produção de biodiesel (BORSUK et al., 2011).

A Ucrânia é o maior produtor do mundo da cultura do girassol, com produtividade de

13.750 mil toneladas. Em âmbito nacional, o girassol é uma cultura para fins econômicos

recentemente implantada, sendo que a produção estimada na safra 2016/17 foi de 72,5 mil

toneladas. E na região centro-oeste com uma produtividade média de 57,8 mil toneladas na

safra 2016/17 (CONAB, 2017).

No Sudeste goiano, a implantação da cultura do girassol em sucessão as demais

culturas (soja e milho), tem sido uma boa alternativa para os produtores, promovendo o

aproveitamento de áreas na entressafra, ademais o girassol proporciona diversos benefícios

como a obtenção de grãos para produção de óleo e diminuição da ociosidade das indústrias,

otimizando áreas e máquinas (SILVA et al., 2007).

No entanto para garantir o sucesso de cada projeto é de suma importância que seja

realizado as estimativas de custo e de lucratividade das atividades com o intuito de analisar se

a implantação da cultura é viável. Deste modo, o objetivo do estudo foi verificar a viabilidade

econômica da implantação da cultura do girassol na região de Ipameri, Goiás.

64

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi realizado para o município de Ipameri – GO com latitude 17o

43‘ 29‖ S;

longitude 48o9‘ 35‖ W; altitude 766 m. A pesquisa foi desenvolvida no primeiro semestre de

2018, utilizando uma área com dimensão de 1ha.

De acordo com o manejo proposto, utilizou espaçamento de 0,5 a 0,9 m, com

profundidade de 0,04 a 0,05 m, podendo estimar um estande entre 40.000 a 45.000 plantas

por há. O plantio da cultura foi direto, dispensando a utilização do arado. Para a semeadura

foi utilizado 3,5 kg do híbrido BRS 323 (EMBRAPA, 2013).

A estimativa dos custos de produção, que estão dispostas em operações mecanizadas,

operações manuais e insumos foram obtidos por meio dos valores de mercado regional e o

valor de comercialização foi estimado de acordo com a comercialização local. Os dados

utilizados na composição do trabalho foram validados por produtor e tabulados em planilha

no Excel 2016.

Os custos foram agrupados em duas categorias: Custo Operacional Efetivo (COE), que

é o somatório das despesas variáveis utilizadas para condução da cultura e Custo Operacional

Total (COT), que é definido pelo somatório do COE com as demais despesas do projeto

(RAMBO et al., 2015).

Para a análise da viabilidade econômica utilizou os seguintes indicadores: Relação

Benefício Custo (R/BC), que é obtido por meio da razão entre a receita e a despesa do projeto,

Ponto de Nivelamento (PN), é o valor com que o produto pode ser comercializado de modo a

suprir os gastos totais do projeto e Margem de Segurança (MS), é utilizada para identificar até

que ponto o preço do produto pode cair sem registrar prejuízo (ARAUJO & CORREIA,

2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O total dos custos para implantação do girassol foi de R$ 2.368,02, sendo esses

distribuídos em operações mecanizadas correspondentes a 23,28 % dos custos totais,

operações manuais com 3,8 %, insumos com 33,12 %, outras despesas com 6,02 % e o custo

de oportunidade de terra com 33,78 % (Tabela 1).

Tabela 1- Estimativa de custos de implantação de 1ha de girassol, safra 2017/2018.

Descrição

Valor Total Part.

%

A. Operações Mecanizadas R$ 551,20 23,28

B. Operações Manuais R$ 90,00 3,80

C. Insumos R$ 784,27 33,12

Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.425,47 60,20

Outras Despesas (10% COE)

R$ 142,55 6,02

Custo de Oportunidade da Terra

R$ 800,00 33,78

Custo Operacional Total (COT) R$ 2.368,02 100,00

Levando em consideração o valor médio de comercialização a R$ 66,00 e a

produtividade média de 30 sc, obteve-se a receita de R$ 1980,00. Por meio da diferença

realizada entre a receita e o custo foi obtida a receita liquida de R$ -388,02. Diante da

avaliação econômica foram obtidos os seguintes resultados: R/BC = 0,84, PN = 35,88 sc e

MS = 20% (Tabela 2).

65

Tabela 2 - Indicadores de eficiência econômica da cultura do girassol safrinha 2018.

Cultivo Produção

(A)

Receita

Bruta

(B)

Custo

Total

(C)

Relação

Custo

Benefício

(B/C)

Ponto de

Nivelamento

(C/P)

Margem de

Segurança

%

(C-B/B)

Girassol 30 sc R$1.980,00 R$2.368,00 0,84 35,88 sc 20%

Notas: (A) Produtividade média de um hectare; (B) Receita Bruta: Preço x Quantidade

Comercial; (C) Custo efetuado na condução da cultura; (P) Preço R$/sc R$ 66,00.

Em consequência do alto custo de produção os resultados foram negativos,

principalmente devido ao elevado custo de oportunidade da terra. No trabalho desenvolvido

por Tarsitano et al. (2016), este custo não foi considerado causando a redução dos valores de

implantação entre os estudos, esta variação se dá em conjunto com as diferenças de condução

da cultura em isoladas regiões e épocas.

Os indicadores econômicos analisados demonstraram que o cultivo do girassol, na

forma que o projeto foi proposto, mostrou-se inviável, não gerando lucratividade, uma vez

que os custos foram superiores a receita. Para maior eficiência econômica na condução da

cultura é necessário verificar alternativas que minimizem os custos, melhorem a

produtividade e possibilitem uma melhor comercialização do grão.

CONCLUSÃO

A implantação do cultivo de girassol na propriedade estudada se mostrou inviável.

Uma vez que os custos com a cultura se mostraram elevados e o seu retorno em produtividade

e valor de comercialização foram baixos, ocasionando um retorno financeiro inferior ao

investimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAUJO, J. L. P.; CORREIA, R. C. Análise dos custos de produção e da rentabilidade do

sistema típico de produção da abóbora na região do Submédio São Francisco. VIII

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RAMBO, J. R.; TARSITANO, M. A. A.; KRAUSE, W.; LAFORGA, G.; SILVA, C. Análise

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TARSITANO, R. A.; LAFORGA, G.; PROENÇA, E. R.; RAPASSI, R. M. A. Custos e

rentabilidade da produção de girassol no estado do Mato Grosso, Brasil. Revista ESPACIOS.

V. 37, n. 12, 2016.

67

Viabilidade econômica da implantação de Sorghum bicolor (L.) Moench no

município de Ipameri-Goiás

Elisabeth dos Santos Magalhães (1)

; Andreza Pereira de Brito (2)

; Carolina Candida

Rodrigues(3)

; Andrécia Cósmem da Silva (4)

; Matheus da Silva Araújo

(5)

(1)

Discente do curso de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-

Ipameri/GO; ([email protected]); (2)

Discente do curso de Engenharia Florestal;

Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-Ipameri/GO; (3)

Discente do curso de Agronomia;

Universidade Estadual de Goiás: Câmpus-Ipameri/GO; (4)

Docente do curso de Agronomia e

Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus Ipameri/GO; (5)

Doutorando

em Solos e Nutrição de plantas; Universidade de São Paulo: Câmpus-ESALQ, Piracicaba, SP,

Brasil.

RESUMO

Objetivou-se analisar a viabilidade econômica da implantação do sorgo Sorghum bicolor (L.)

Moench no município de Ipameri-GO. Para a simulação dos preços de implantação dessa

cultura, os custos foram agrupados em Custos Operacional Efetivo (COE) e Custo

Operacional Total (COT), e a partir dos resultados foram efetuados os cálculos dos

indicadores econômicos: Relação Benefício/Custo (RB/C); Ponto de Nivelamento (PN); e

Margem de Segurança (MS). Nos resultados obtidos com os indicadores econômicos o RB/C

foi de R$ 0,85, PN foi de 94 sacas e MS foi de 18%. A implantação do cultivo do sorgo

mostrou-se inviável apresentando renda líquida negativa para este estudo, nos níveis de custos

e preços de comercialização utilizados.

Palavras-chave: Produtividade, safrinha, implantação.

INTRODUÇÃO

A cultura do sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench, apresentou expressiva expansão nos

últimos anos agrícolas. Do ponto de vista agronômico, este crescimento é explicado pelo alto

potencial de produção de grãos e matéria seca da cultura, além da sua extraordinária

capacidade de suportar estresses ambientais (EMBRAPA, 2015).

Segundo dados do IBGE (2017), na safra de 2016 o Brasil utilizou 647.904 hectares

para o plantio de sorgo, produzindo 1.168.904 toneladas. Estando 48,5% dessa área localizada

no Centro-Oeste, sendo que Goiás utilizou 220.303 hectares e produziu 351.823 toneladas

desse grão. O Estado de Goiás apresenta uma grande área de cultivo de sorgo Sorghum

bicolor (L.) Moench, sendo um dos maiores produtores do país (IBGE, 2017).

A cultura do sorgo é totalmente mecanizada, tendo um bom escoamento dos grãos

devido suas inúmeras utilizações. Esse aproveitamento está relacionado a alimentação de

animais na forma de ração ou silagem, na alimentação humana como fonte de fibra alimentar

e compostos bioativos, sendo muito usado na produção de cervejas e álcool. O grão inteiro

sem tanino pode ser usado na ração para frangos de corte (SILVA, et al., 2014).

Essa cultura tem sido bem vista por produtores. Segundo EMATER (2012), o sorgo

apresenta baixo custo de implantação, e tolerância a condições de estresse hídrico, tornando

favorável seu cultivo na safrinha. Com os preços e custos de produção atuais na região, este

68

trabalho teve como objetivo a análise de viabilidade econômica da implantação do sorgo no

município de Ipameri-GO e fornecer informações que sirvam de subsídios aos produtores.

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi efetivado para 1 ha no primeiro semestre de 2018, no município Ipameri,

Goiás com as seguintes coordenadas: latitude 17º 43‘ 19‖S, longitude 48º 09‘ 35‖W, com

cerca de 764 metros de altitude e área de 4382, 6 Km², o bioma cerrado apresenta clima

tropical (AW) de acordo com a classificação de Köppen‘s com duas estações definidas, sendo

uma chuvosa e outra seca.

Conforme o manejo proposto para o projeto foi realizado a dessecação da área por

meio da aplicação de herbicida para que houvesse a secagem de ervas daninhas, para a

implantação do sorgo sem nenhum empecilho futuro. A aplicação de calcário e gesso teve o

intuito de corrigir o solo, pois a região apresenta alta concentração de alumínio no mesmo,

posteriormente foi realizada a gradagem e aração conforme a EMATER (2012).

O espaçamento utilizado foi de 70 cm entre as fileiras e 18 sementes por metro linear

com 5 cm de profundidade. Periodicamente foi realizado o controle de pragas na cultura por

meio de defensivos agrícolas, a colheita foi realizada quando os grãos atingiram o teor de 12 a

13% de umidade, deste modo não havendo necessidade de secagem artificial, assim

aumentando sua taxa de lucratividade líquida no final da colheita.

Os coeficientes técnicos e produtividade foram validados por produtores com

experiência no manejo. A receita foi calculada de acordo com o preço de comercialização da

região, assim como os custos de produção.

Os custos foram agrupados em duas categorias, Custo Operacional Efetivo (COE) e

Custo Operacional Total (COT), utilizado em estudo por Rambo et al. (2015). Foram usados

os seguintes indicadores econômicos para análise de viabilidade: Relação Benefício/Custo

(RB/C), sendo realizado por meio da fórmula: RBC = RB/CT, onde RB é a receita bruta,

dividida por CT custo total. Sendo o projeto viável se o RBC for maior que 1; Ponto de

Nivelamento (PN = C/P), C é o custo total e P valor unitário. PN correspondendo o nível

mínimo de produção para cobrir as despesas; A Margem de Segurança obtido através da

fórmula: MS = CT-RB/RB, sendo CT é o custo total e RB é a receita bruta. Demonstra as

possíveis alterações de preços que possam ocorrer sem acarretar prejuízos ao produtor.

Os dados foram tabulados por meio de planilhas do Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram levados em consideração para a implantação da cultura do sorgo safrinha os

cálculos dos coeficientes técnicos entre os meses de fevereiro a junho de 2018, representados

na tabela 1. O COE obteve o valor de R$ 1.408,65, sendo o custo mais oneroso os insumos

com 42,98%. O COT resultou em um valor de 1.883,95/ha, estando inserido o COE (74,77

%), custeio (3,74%), oportunidade de terra (12,74%), Funrural (1,27%) e outras despesas

(7,48%). Em Godinho et al. (2011), o custo estimado da produção do sorgo safrinha, em

plantio direto com insumos foram de 56,9 % sendo superior ao do projeto implantado, onde se

estabeleceu o valor de 42,98%. Fato este, pois as despesas podem ser alteradas de acordo com

o nível de produção selecionados para a aquisição de sementes, adubos, defensivos e outros

custos.

69

Tabela 1 - Custos e receitas recorrentes a implantação da cultura do sorgo safrinha, por

hectare, no município de Ipameri-GO na safrinha 2017/2018.

Descrição Valor Total Participação (%)

Operações mecanizadas R$598,85 31,79

Insumos R$809,80 42,98

Custo Operacional Efetivo (COE) R$1.408,65 74,77

Oportunidade de Terra R$240,00 12,74

Outras despesas (10% do COE) R$140,87 7,48

Custeio R$70,43 3,74

Funrural (1,5% receita) R$24,00 1,27

Custo Operacional Total (COT) R$1.883,95 100

Os índices econômicos apresentaram os resultados abaixo (tabela 2). Deste modo,

sendo inviável a implantação da cultura do Sorghum bicolor (L.) Moench a safrinha

2017/2018, pois através dos cálculos foi demonstrado à inviabilidade da cultura. De acordo

com os dados gerados a constatação da viabilidade econômica na safrinha 2017/2018 não é

viável, pois não há rentabilidade econômica ao produtor. Discordando com Marquesa et al.

(2012) onde afirma a rentabilidade do sorgo safrinha. A viabilidade não é possível devido à

variação do preço dos insumos e demais materiais utilizados no ciclo do sorgo safrinha, deste

modo levando a inviabilidade econômica (Tabela 2).

Tabela 2 – Indicadores econômicos da cultura do sorgo safrinha no município de Ipameri,

Goiás em um hectare.

Produtividade RB CT RB PN RB/C MS%

80 sc R$1.600,00 R$1.883,95 R$-283,95 94 sc 0,18 10,85 Notas: Produtividade média de um hectare; RB: preço* x quantidade produzida; CT - Custos efetuados para

obtenção da produção; RL: RB-CT; PN: ponto de equilíbrio; RB/C: Relação Benefício/Custo; MS: margem de

segurança. *Preço R$/Sc (R$ 20,00).

O ponto de nivelamento foi de 94 sacas, para a cobertura total com as despesas, mas

no estudo a produtividade foi de apenas 80 sacas, assim resultando em receita líquida negativa

de R$ -283,95. RB/C de 0,64, a cada um real investido no projeto teria um prejuízo de R$

0,64. Margem de segurança de 0,57, situação está que a receita teria que elevar para cobrir os

custos. Os resultados obtidos apresentam inviabilidade do projeto de acordo com a

produtividade estimada e custos com os fatores de produção simulados. Estudo de Richetti e

Ceccon (2014) corroboram com o estudo em questão apresentaram resultados negativos com

RB/C de 0,45 e receita líquida insuficiente para cobrir os custos com os níveis de preços e

produtividade praticados.

CONCLUSÃO

Análises indicam que a implantação de sorgo Sorghum bicolor (L.) Moench é

economicamente inviável para safrinha 2017/2018, se mantiver os atuais níveis de preço, não

sendo um investimento seguro, já que o resultado da renda líquida obtida mostrou-se

negativo.

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71

Influência da quebra de dormência na germinação de Schizolobium

amazonicum

Maria Alice da Silva Brito(1)

; Wanderson Silva dos Santos(2)

; Lucas Robson de Oliveira(2)

;

Willian Barros Sidião(2)

; Ademilson Coneglian(3)

.

(1)

Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri – Goiás;

[email protected]; (2)Estudante de Engenharia Florestal – Universidade Estadual de

Goiás, Câmpus Ipameri; (3)Professor – pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

A espécie arbórea Schizolobium amazonicum, conhecida como Paricá, pertencente à família

Caesalpiniaceae, é nativa da região Amazônica e habita áreas de florestas primárias e

secundárias, tendo ampla distribuição natural, ocorrendo nos estados do Pará, Amazonas, na

fronteira do Peru e Colômbia. A madeira de Paricá apresenta facilidade em relação à remoção

da casca, laminação, secagem, prensagem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diferença

entre plântulas e as quebras de dormência do Párica. Os dados foram submetidos à análise de

variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade através do programa Sisvar 5.3. Para as

sementes testemunhas não houve medição sobre o diâmetro de caule, tamanho de raiz e parte

aérea, pois não apresentou germinação. A escarificação mecânica é viável, entretanto por ser

mais trabalhoso é recomendado apenas para pequenos lotes de sementes. Sendo inviável a

produção de mudas de Paricá sem fazer a quebra de dormência.

Palavras-chave: Paricá; escarificação mecânica; teste de germinação.

INTRODUÇÃO

A espécie arbórea Schizolobium amazonicum, conhecida como Paricá, pertencente à

família Caesalpiniaceae, é nativa da região Amazônica e habita áreas de florestas primárias e

secundárias de terra firme, tendo ampla distribuição natural, ocorrendo nos estados do Pará,

Amazonas, na fronteira do Peru e Colômbia (ROSA et al., 2009). A produção de mudas de

Paricá (Schizolobium amazonicum) com qualidade proporciona plantas adultas mais

saudáveis. Tendo em vista o potencial econômico dessa espécie vem-se aumentando a

produção de mudas por grandes empresas, pequenos e médios agricultores (OLIVEIRA et al.,

2012). O Paricá atende a demandas dos consumidores, por se tratar de uma espécie florestal

nativa, usada para plantios comerciais, nos sistemas agroflorestais e reflorestamento de áreas

degradadas tendo em vista o seu rápido crescimento e alto valor comercial (TAVARES et al,

2013).

A madeira de Paricá apresenta facilidade em relação à remoção da casca, laminação,

secagem, prensagem e excelente acabamento. Em algumas cidades do interior do Pará,

reflorestamentos em torno de 06 anos de idade atingiram produção volumétrica de 38

m³/há/ano (ALMEIDA et al., 2013). De acordo com Iwakiri et al., (2012) os painéis de

cimento-madeira são amplamente utilizados na construção civil nos países da Europa e Japão,

em função de suas características adequadas para aplicações estruturais. Entretanto o Brasil

não tem o hábito de utilizar deste material, por questões de culturais de priorizar as

construções em alvenaria.

72

Todavia as sementes de Paricá apresentam dormência tegumentar, isto é um problema

para obtenção de mudas uniformes e de qualidade (SHIMIZU et al., 2011). Visando à

importância de fazer testes de germinação, para comparar escarificações com o principal

intuito de obter mudas de qualidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a diferença entre

plântulas e as quebras de dormência do Párica.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, campus Ipameri, no

Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no ano de 2018. As sementes do

Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor legalizado

Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007. Elas foram selecionadas

manualmente, sendo consideradas viáveis as que não apresentavam nenhum tipo de

deformação ou dano. Foram selecionadas 75 sementes, que foram submetidas ao método de

quebra de dormência em água fervente por dois minutos, sugerido por Cruz e Pereira (2014),

escarificação mecânica lixa n° 80 e um tratamento como testemunha. O substrato utilizado foi

o vermiculita (MARTINS et al., 2011). As bandejas plásticas de 45 centímetros (cm) de

comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura, foram preenchidas até que elas atingirem

6 cm de altura de substrato em toda sua extensão. As sementes foram semeadas no substrato

com um espaçamento entre elas de 1,5 cm. As sementes foram inseridas verticalmente no

substrato, com a parte do hilo para baixo conforme recomendação de Pinto et al. (2014). As

bandejas foram colocadas em uma germinadora de sementes com controle de temperatura

mínima, que foi mantida em 25 ºC. Já a temperatura máxima atingia a mesma do ambiente

externo, sendo a maior 35ºC. A irrigação foi feita com água destilada, utilizando um

borrifador, conforme a necessidade de cada bandeja, visando manter o substrato úmido,

porém sem saturação. Após dez dias foi feita a contagem de plântulas emergidas e

finalizamos o experimento realizando as medições de: altura da parte aérea (P. A.), utilizando

régua métrica em cm; tamanho da raiz, medido com régua métrica em cm; diâmetro do caule,

aferido com paquímetro digital em milímetro (mm).

Foi adotado o delineamento experimental inteiramente casualizado, com três

tratamentos, em arranjo simples. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste

de Tukey a 5% de probabilidade através do programa Sisvar 5.3.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Observa-se na Tabela 1 que houve diferença estatística entre os tratamentos. Para as

sementes testemunhas não houve medição sobre o diâmetro de caule, tamanho de raiz e parte

aérea, pois não apresentou germinação, já para escarificação mecânica e escarificação com

água fervente houve medição, mostrando diferença estatística entre todos os tratamentos em

relação a diâmetro, raiz e parte aérea.

Tabela 1.Porcentagem de desenvolvimento de plântulas germinadas sem escarificação, com

escarificação mecânica e com água fervente. Tratamento Diâmetro Raiz Parte aérea

Testemunha 0,00 c 0,00 c 0,00 c

Escarificação mecânica 3,32 a 11,82 a 20,35 a

Escarificação com água fervente 2,88 b 8,07 b 15,21 b

CV (%) 16,66 40,54 23,56

73

Resultado semelhante encontrado por Shimizu, et al., (2011) em termos fisiológicos,

foi observado que o método de escarificação mecânica promoveu maior vigor das sementes,

demonstrado pelo índice de vigor de germinação (IVG), com maior índice maiores taxas de

germinação e desenvolvimento de plântulas, entretanto escarificação com água fervente

apresentou menor IVG.

Segundo Santos et al., (2004) a escarificação mecânica através de lixa é viável,

entretanto por ser mais trabalhoso é recomendado apenas para pequenos lotes de sementes,

sendo utilizado como referência para superação de dormência de sementes de tegumento

impermeável.

CONCLUSÃO

O processo de escarificação em sementes de paricá em lixa promoveu maior

germinação das sementes, e rápida embebição. Logo este método proporcionou a produção de

plântulas homogêneas, com maior sanidade e apresentando maior biomassa em relação com a

escarificação em água fervente, sendo inviável a produção de mudas de Paricá sem fazer a

quebra de dormência.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a SECIAG pela oportunidade que esta nos proporcionando com

este evento científico e a Universidade Estadual de Goiás por uma bolsa permanência.

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75

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera

frugiperda em milho sob doses de potássio

Matheus Alves Maciel

(1), Luis Augusto Batista de Oliveira

(2), Cecília Leão Pereira Resende

(2),

Leandro Ferreira Damaso(2)

, Fabrício Rodrigues(3)

(1) Estudante de agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected] (2) Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade

Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;(3) Docente; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri,

Goiás.

RESUMO

O milho (Zea mays L.) é considerado uma cultura com grande importância econômica.

Existem vários fatores que causam danos na cultura do milho, sendo a lagarta Spodoptera

frugiperdaum dos mais importante economicamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

resistência de híbridos de milho convencionais e transgênicos com a adubação potássica

visando reduzir o ataque da lagarta Spodoptera frugiperda. Foi possível comprovar a grande

importância das tecnologias que visam fornecer resistência a planta em relação as injurias da

lagarta Spodoptera frugiperda para a cultura do milho e possibilitando com essa resistência

uma maior economia para os produtores e menor desgaste de maquinas no campo, ao

comparar com as variedades convencionais.

Palavras-chave: Milho, Potássio, Lagarta, Híbridos.

INTRODUÇÃO

O milho (Zea mays L.) é considerado uma cultura com grande importância econômica

e social devido ser um alimento de qualidade e de baixo custo, que pode ser empregado na

alimentação humana, animal e indústria para a fabricação de alguns produtos. (ZAMBIAZZI

et al., 2016).

Existem vários fatores que causam danos na cultura do milho, segundo (MCAGNAN

et al., 2012) a lagarta Spodoptera frugiperdaé um dos fatores que causam maiores prejuízos

aos produtores, devido está presente em todas as fases do desenvolvimento da cultura. Esta

lagarta da ordem Lepidóptera é uma das principais pragas do milho tanto pela dificuldade em

ser controlada por métodos tradicionais, pelo dano causado a cultura e pela sua frequente

ocorrência nas lavouras (MORAES et al., 2015).

A Biotecnologia já é uma realidade com o objetivo de enfrentar problemas na cultura

do milho, o uso de cultivares transgênica tem uma grande importância para o crescimento da

produtividade e a resistência a lagartas (Tecnologia bt). (FARINELLI e CERVEIRA

JUNIOR, 2014).

Também é utilizado como estratégia o manejo integrado é a indução de resistência de

plantas a insetos. Estratégia esta que promove benefícios que conseguem amenizar o efeito

causado pelas pragas (TOSCANO et al., 2016). Segundo (BASSETO et al., 2007), a aplicação

de potássio aumenta a espessura da parede celular, pois a adubação potássica conferi maior

rigidez aos tecidos, regularização funcional dos estômatos e promover ainda a rápida

recuperação dos tecidos que sofreram injurias.

76

Por tanto a adubação equilibrada de K promove para as plantas uma maior capacidade

de defesa, podendo ter influência no grau de resistência, pela modificação da sua morfologia

(CARVALHO et al., 2013). O objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência de híbridos de

milho convencionais e transgênicos com a adubação potássica visando reduzir o ataque da

lagarta Spodoptera frugiperda.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no

município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo

classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme (EMBRAPA, 2013), na safra de

verão de 2015/2016.

O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas

gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 (seis híbridos de milho em três doses de fósforo). As

parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por duas fileiras, com 3 m de

comprimento, espaçadas a 0,5 m.

Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram

30A77 PW/MG652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F), NS90 VTPro2/NS92 VTPro

(Cry1A.105/Cry2Ab2)e o AG1051 (convencional - controle).

Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na

análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de potássio variaram, sendo zero de

N (sem aplicação), 45 kg ha-1

e a 90 kg ha-1

K2O, mais 120 kg ha-1

de N e 120 kg de ha-1

de

P2O5.

O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro linear.

O desbaste foi feito no estádio V3, estabelecendo um estande final de 60.000 plantas por

hectare. No estádio V4 realizou-se o controle das plantas daninhas, com o herbicida Soberan®,

na dose de 240 ml ha-1

, utilizando um pulverizador costal, aliado a capina manual. O controle

de lagartas foi realizado apenas no híbrido convencional, com o inseticida Belt®, na dose de

150 ml ha-1

, no estádio V5.

Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20

dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura,

posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada

parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.

frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por (DAVIS et al., 1992), o qual foram

transformados em dano foliar médio (Dano).

Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,

utilizando o programa Estatístico SISVAR (FERREIRA et al., 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Percebe-se que o milho (convencional) apresentou maior dano quando comparado com

híbridos transgênicos, dependente da adubação realizada (Figura 1). Na Figura 1A, o híbrido

convencional apresenta desempenho similar ao dos híbridos com tecnologia Bt, indicando que

a tecnologia sofre influência da adubação potássica.

Observa-se na Figura 2A que o híbrido convencional tem desempenho de dano

superior ao sob estresse total, denotando que a planta se torna mais atrativa e com maior dano

inicial e também durante o seu desenvolvimento. Assim, fica claro que a tecnologia dever ser

utilizada sob adubação adequada e com cautela, pois pode ter sua eficiência reduzida e

interferir nos fotoassimilados e na produtividade final.

77

y (PW) = -0.0012x2 + 0.1817x - 3.031

(R² = 0.79)

y (VT PRO) = -0.0013x2 + 0.215x - 4.8857

(R² = 0.93)

y (convencional) = -0.0007x2 + 0.0867x + 1.1988

(R² = 0.72)

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

y (PW) = -0.0004x2 + 0.0817x - 1.278

(R² = 0.77)

y (VT PRO) = -0.0004x2 + 0.0817x - 0.875

(R² = 0.65)

y (Convencional) = 0.0006x2 - 0.0832x + 6.0375

(R² = 0.66)

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

y (PW) = -0.0009x2 + 0.15x - 3.6107

(R² = 0.84)

y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821

(R² = 0.93)

y ( Convecional) = -0.0014x2 + 0.2033x - 3.3631

(R² = 0.95)

0.0

1.0

2.0

3.0

4.0

5.0

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

A

B

C

Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas (eventos) durante o ciclo da

cultura do milho, com diferentes doses de fosforo, sendo 0 kg (A), 60 kg (B) e 120kg (C) de

P2O5.

CONCLUSÃO

Foi possível comprovar a grande importância das tecnologias que visam fornecer

resistência a planta conta as injurias da lagarta Spodoptera frugiperda para a cultura do milho,

e que a adubação potássica deve ser realizada com maior atenção.

78

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79

Aptidão dos híbridos de milho 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW para o

mercado de milho verde

Gabriel Silva Alves

(1), Leandro Ferreira Damaso

(2), Felipe Ribeiro Ilaria

(1), Luis Augusto

Batista de Oliveira(2)

, Fabrício Rodrigues(3)

(1)

Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Mestrando em Produção vegetal; Universidade Estadual de

Goiás; Ipameri; Goiás; (3)

Docente, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.

RESUMO

O objetivo desse trabalho foi avaliar a aptidão de três diferentes híbridos de milho para o mercado de

milho verde, que se caracteriza por não estar no ponto de maturação, porém, é consumido em forma de

enlatados, pamonhas e espigas, diferente do milho maduro, que é usado na alimentação de animais. Os

híbridos utilizados foram 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW, além destes, o AG1051 como controle.

A colheita foi feita manualmente, à medida que os grãos atingiam o ponto de 70 a 80% de umidade.

Conclui-se que o comportamento dos híbridos foi superior para todas as variáveis durante a safra

2013/14, com exceção do comprimento. Para produtividade de espigas empalhadas, o híbrido

2B587PW apresentou desempenho superior, e em condições de sequeiro o melhor

desempenho foi do híbrido AG1051.

Palavras-chave: milho, híbridos, melhoramento, produção, espiga

INTRODUÇÃO

O principal destino do milho verde é para conserva, após o seu processamento na

indústria (OLIVEIRA JUNIOR et al., 2006). Esses atributos são exigidos pelas indústrias de

processamento que estão diretamente ligados a aprovação do consumidor, sendo e

extremamente importantes para a comercialização e rapidez na venda.

Para atender as exigências do consumidor e também do produtor, foram criados

programas de melhoramento genético de milho, visando o consumo in natura (BARBIERI et

al., 2006). assim, o genótipo selecionado deve conter, ao mesmo tempo, vários atributos

favoráveis que atenda de forma simultânea todas as exigências (CARMO et al., 2015).

Deste modo, o presente trabalho objetivou-se avaliar o comportamento de diferentes

híbridos de milho para características de interesse agronômico, através estimativas com base

no híbrido padrão de mercado.

MATERIAL E MÉTODOS

O solo da região é composto por Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, conforme os

critérios descritos conforme EMBRAPA (2013). A região apresenta clima tropical úmido,

com duas estações bem definida, seca e chuvosa, sendo o experimento instalado sobre a

chuvosa, entre os meses de outubro a dezembro.

Foram utilizados três híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás, sendo os

híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW. Além destes, o AG1051, utilizado como controle

(padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande aceitação

80

comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas

empalhadas e comerciais.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, por duas safras agrícolas, em que cada parcela foi constituída por quatro fileiras,

com quatro metros de comprimento e espaçadas 0,5 metros, com três plantas por metro linear,

utilizando-se somente as duas fileiras centrais, totalizando uma área útil de 4m2.

A colheita foi realizada manualmente à medida que as espigas atingiam o ponto de grão

leitoso, estádio R3, ou seja, quando os grãos estavam com 70 a 80% de teor de água,

considerado o ponto ideal para a comercialização in natura, aproximadamente 90 dias após o

plantio.

Foram avaliadas as características: AE - altura da espiga, no qual foi realizada a

medição das plantas, após o florescimento feminino, obtendo-se a altura de seis plantas

representativas da área útil de cada parcela, em cm, da região do colo da planta até a base da

espiga; PEE - produtividade de espigas empalhadas, no qual foi obtida pela soma do peso

total das espigas com palha na área útil de cada parcela, posteriormente, transformados para

toneladas por hectare; PED - produtividade de espigas despalhadas, no qual foi obtida pela da

soma do peso das espigas despalhadas de cada parcela, posteriormente, transformados para

toneladas por hectare; PEC - produtividade de espigas comerciais, no qual foi obtida pela da

soma do peso das espigas despalhadas maiores que 15 cm e com diâmetro superior a 3 cm e,

também, isentas de pragas e doenças; COMP - comprimento médio das espigas comerciais,

no qual mediu-se o comprimento de cinco espigas comerciais, tomadas ao acaso em cada

parcela, sendo a média aritmética dessas espigas atribuída à parcela; DIAM - diâmetro médio

das espigas comerciais, no qual foi medido, com o auxílio de um paquímetro, o diâmetro

médio de cinco espigas comerciais tomadas ao acaso em cada parcela, sendo atribuída a

média aritmética do diâmetro à parcela; MG – massa de grãos, obtida por meio da retirada da

massa dos grãos de três espigas comerciais, rente a espiga, com auxílio de raladores e,

posteriormente, pesada a massa fresca; e a RB - renda bruta – medida calculada por meio da

produtividade de espigas empalhadas por hectare (PEE), o qual a produtividade é

transformada em reais, obtida pela transformação da produtividade em sacos de 25 kg e

atribuído o valor de 20 reais/saco, utilizando o valor pago no mês de fevereiro de 2015, de

acordo com o CEASAGO (2017).

Posteriormente, realizada a construção do gráfico em radar, par a par, sendo o híbrido

AG1051 utilizado como padrão de qualidade (Controle = 100%), logo após, sendo comparado

com os demais híbridos, conforme a diferença estatística, utilizando as médias obtidas para

cada variável testada, nas safras.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

O desempenho dos híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW estão apresentados na

Figura 1. Nota se que para PEC (produtividade de espigas comerciais), que é uma variável de

extrema importância visando a comercialização do milho, o híbrido 2B587PW apresentou

queda no valor nas diferentes safras, sendo inferior ao AG1051 na segunda safra, visto que na

primeira safra houve um maior rendimento na maioria das variáveis, principalmente RB

(rendimento bruto) e PEE (peso de espiga empalhada).

Observa-se que o comportamento dos híbridos foi superior para todas as variáveis

durante a safra 2013/14, com exceção de COMP, sendo o híbrido 2B512PW foi 15% inferior

ao AG1051, ou seja, uma espiga com valor médio de 19 cm. Todavia, a exigência mínima do

mercado é de 15 cm (ALBUQUERQUE et al, 2008) e, de acordo Vieira et al. (2010), o

ideótipo de uma espiga de milho verde deve apresentar 17cm, assim, atende bem as

exigências do mercado consumidor.

81

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

Figura 1. Desempenho médio dos híbridos 2B512PW, 2B587PW e 2B707PW, comparados com o AG

1051 (controle – 100%), para as variáveis de altura de espiga (AE), produtividade de espigas

empalhadas (PEE), produtividade de espigas despalhadas (PED), produtividade de espigas comerciais

(PEC), comprimento médio de espigas comerciais (COMP), massa de grão (MG) e rendimento bruto

(RB), por duas safras agrícolas (A, C e E – primeira Safra) e (B, D e F – segunda safras).

O híbrido 2B587PW apresentou desempenho superior para PEE (Figura 1A) e o

2B707PW para PEC (Figura 1E), apresentando incrementos de 32 e 28% em comparação com

o controle, indicando o potencial destes híbridos para a comercialização empalhada e em

bandejas de isopor, concomitantemente. Segundo Guillen-Portal et al. (2003), híbridos duplos

apresentam maior estabilidade que híbridos simples sob condições de sequeiro, podendo se

inferir que, possivelmente, a maior base genética do AG1051, conferiu ao híbrido melhor

desempenho nestas condições experimentais.

CONCLUSÃO

O híbrido 2B707PW apresenta desempenho superior e similar sob condições

favoráveis e desfavoráveis ambientais, ao híbrido padrão comercial de mercado e sendo

indicando para o mercado de milho verde.

A B

C D

E F

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

— 2B512PW

--- AG 1051

— 2B512PW

--- AG 1051

— 2B587PW

--- AG 1051

— 2B587PW

--- AG 1051

— 2B707PW

--- AG 1051

— 2B707PW

--- AG 1051

82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, C. J. B.; VON PINHO, R. G.; SILVA, R. Produtividade de híbridos de

milho verde experimentais e comerciais. Bioscience Journal, v. 24, p. 69-76, 2008.

BARBIERI, V. H. B.; LUZ, J. M. Q.; BRITO, C. H.; DUARTE, J. M.; GOMES, L. S.;

SANTANA, D. G. Produtividade e rendimento industrial de híbridos de milho doce em

função de espaçamento e populações de plantas. Horticultura Brasileira, v.23, n.3, p.826-

830, 2005.

CEASAGO - Central de Abastecimento de Goiás. (2018) - Cotação diária. <

http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2014-01/16_01_2018.pdf >. Acesso 25 ago.

2018.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Centro acional de Pesquisa de

Solos: Rio de Janeiro. 3ª ed.; 353p, 2013.

GUILLEN-PORTAL, F. R.; RUSSELL, W. K.; BALTENSPERGER, D. D.; ESKRIDGE, K.

M.; D'CROZ-MASON, N. E.; NELSON, L. A. Best types of maize hybrids for the western

high plains of the USA. Crop Science, v. 43, p. 2065-2070, 2003.

OLIVEIRA JUNIOR, L. F. G.; DELIZA, R.; BRESSAN-SMITH, R.; PEREIRA, M. G.;

CHIQUIERE, T. B. Seleção de genótipos de milho mais promissores para o consumo in

natura. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 26, n. 1, p. 159-165, 2006.

SANTOS, N. C. B.; CARMO, S. A.; MATEUS, G. P.; KOMURO, L. K.; PEREIRA, L. B. E

SOUZA, L. C. D. Características agronômicas e de desempenho produtivo de cultivares de

milho-verde em sistema orgânico e convencional. Semina, v. 36, n.3, suplemento, p. 1807-

1822, 2015.

VIEIRA, M. A.; CAMARGO, M. K.; DAROS, E.; ZAGONEL, J.; KOEHLER, H. S.

Cultivares de milho e população de plantas que afetam a produtividade de espigas verdes.

Acta Scientiarum: Agronomy, v. 32, p. 81-86, 2010.

83

Teores de S-SO4 em solo submetido à elevadas doses de gesso agrícola e

calagem superficial

Eduardo Henrique dos Santos Moreira

(1); Brenda Barbosa Borges

(2); Carla Andreia Silva de

Paula (2)

; Adilson Pelá (3)

(1)

Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de

Goiás; (3)

Professor da Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O cerrado brasileiro é naturalmente conhecido por ter um solo com pH baixo, o que determina

acidez e saturação de alumínio à níveis tóxicos para as plantas nas camadas de 0-20 cm e 20-

40 cm. Para tal problema, o uso de calcário associado ao gesso tem sido importante para

correção do solo e melhoria na produtividade. Este trabalho teve como objetivo avaliar os

teores de S-SO4 em solo com crescentes doses de gesso agrícola com ou sem calagem

superficial no sistema de plantio direto. O experimento foi realizado na Universidade Estadual

de Goiás no município de Ipameri onde foi utilizado o delineamento de blocos casualizados

(DBC), fatorial 2x5. Os resultados encontrados mostraram que os teores de enxofre no perfil

solo tiveram resultados significativos com maior concentração desse elemento na camada de

20-40 cm.

Palavras-chave: Acidez subsuperficial; calcário; enxofre.

INTRODUÇÃO

Solos com problemas de acidez em suas camadas são comumente encontrados no

Brasil, principalmente no Cerrado, o que limita o desempenho das plantas e sua

produtividade. A fitotoxidez do alumínio é uma das maiores preocupações existentes para a

produção de alimentos em solos ácidos. (MARTINS, 2016).

A baixa disponibilidade de cálcio aliada com a toxidez do alumínio nas camadas

abaixo de 20 cm são fatores limitantes para a produção de grãos, pois afeta o crescimento

radicular e acarreta em maior dificuldade das plantas na absorção de água e nutrientes nas

camadas mais profundas. Além de fornecer cálcio e magnésio, o calcário (CaCO3) é o insumo

mais utilizado para neutralizar o alumínio e diminuir a acidez, devendo ser incorporado para

maior eficiência, pois o calcário é imóvel no solo (RAMOS et al., 2006). O gesso agrícola

(CaSO4) tem sido utilizado como alternativa para melhoria da qualidade do subsolo, pois

além de ser fonte de cálcio (17-20%) e enxofre (15-18%) de baixo custo, reduz a saturação de

alumínio em profundidade por ser móvel no solo (OLIVEIRA, 2013; FREITAS et al., 2015).

Em relação ao enxofre, possui função estrutural como controle hormonal para crescimento e

diferenciação celular, importante componente para as proteínas, auxilia no sistema

imunológico das plantas e também no aumento do teor de óleos e gorduras (PRADO, 2008).

Portanto o objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da aplicação de altas doses de

gesso agrícola e calcário em superfície nos teores de S-SO4 em solo de cerrado no sistema de

plantio direto.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi desenvolvido na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri,

iniciado no ano agrícola 2016/2017. As coordenadas do local do experimento são: latitude 17º

42‘ 41,73‖ S e longitude 48º 8‘ 20,29‖ O, e aproximadamente 800m de altitude. De acordo

com a classificação de Koppen, clima da região é tropical (Aw) com estação seca no inverno,

84

chuvas de verão de precipitação média anual de 1600 mm com temperatura média de 23º C. A

classificação do solo da área é Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico.

Foram coletadas amostras de solo em agosto de 2016 em 20 pontos em uma área de

1634 m² nas profundidades de 0 – 20 cm e 20 – 40 cm, cujos respectivos resultados foram pH

= 5,6 e 5,5; P-Mehlich1 = 11,2 e 9,2 mg dm-3

; S = 6,6 e 12,8 mg dm-3

; V% = 59,6 e 53,0%;

Al, Ca, Mg, H+Al, e CTC = 0, 1,8, 0,9, 2,0, e 4,9 cmolc dm-3

, na camada de 0-20cm; e 0, 1,6,

0,7, 2,2 e 4,7 cmolc dm-3

na camada de 20-40 cm. O enxofre apresentou um aumento de 6,2

mg dm-3

na camada de 20 – 40 cm.

Foi utilizado o delineamento de blocos casualizados (DBC), arranjados em esquema

fatorial 2x5, com 10 4 repetições. O primeiro fator corresponde à calagem superficial: sem

calcário = SC (0 kg ha-1

), e com calagem = CC (1000 kg ha-1

). O segundo fator foram as

doses de gesso agrícola: (0; 2000; 5000; 7000 e 10000 kg ha-1

). A calagem e a gessagem

foram feitas simultaneamente em setembro de 2016.

Foram feitas novas coletas de solo em setembro de 2017 para verificar as condições

químicas nas camadas de 0 – 20 e 20 – 40 cm, porém foram coletadas 5 subamostras de cada

camada em cada parcela e homogeneizadas, resultando em 80 amostras compostas. As

análises de solo foram feitas na Universidade Estadual de Goiás, de acordo com as

metodologias descrita em SILVA (2009), na qual foi determinada a acidez ativa em CaCl2,

acidez trocável (Al+3

) extraída com solução de KCl 1M, acidez potencial (H+Al) em solução

de acetato de cálcio 0,5M, e extração do S-SO4 por íons fosfato 500 mg de P L-1

(solução

extratora).

Os dados foram submetidos ao teste F para análise de variância, ao teste de Tukey

para efeito da calagem superficial, e a análise de regressão para efeito de doses de gesso,

testando-se ajustes de primeiro e segundo graus, a 5% de probabilidade, utilizando o software

estatístico Sisvar 5.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Não foram verificadas diferenças significativas nos teores de S-SO4 na camada de 0-

20 cm em função da calagem superficial, doses de gesso ou interação significativa entre

ambos, mas na camada de 20-40 cm o teste F foi significativo para doses de gesso (Tabela 1).

Os teores de enxofre (S) na camada de 20-40 cm foram maiores que da camada de 0-20 cm,

variando de 12 a 31 e 3,8 a 9,2 mg dm-³ respectivamente, devido á lixiviação do SO42- que

pode ser acelerada pela presença de umidade no solo (SOUZA et al., 2012).

Tabela 1. Resumo da análise de variância e Teores de enxofre (S) nas camadas de 0–20 cm e

20–40 cm em plantio de soja com diferentes doses de gesso agrícola e calagem superficial na

Safra 2016/2017 (Ipameri, 2017).

Valor F 0 – 20 cm 20 – 40 cm

Q.M. A1 0,4

ns 84,10

ns

Q.M. B2 17,8

ns 1.007,4**

Q.M. A x B3 8,46

ns 248,8

ns

CV (%) 52,37

28,20

Dose (kg ha-1

) CC4

SC5

CC SC

___________mg dm-3

de S-SO4_____________

0 5,2 3,8 14,2 12,0

2.000 4,2 4,8 18,8 13,5

5.000 7,5 4,5 21,2 16,5

7.000 5,8 6,5 21,0 27,25

10.000 7,0 9,2 31,0 22,5 1Quadrado Médio de Calagem;

2Quadrado Médio de Doses de Gesso;

3Quadrado Médio Interação Calagem x

Doses de Gesso; 4Com Calcário;

5Sem Calcário. **Interação significativa (P≤0,01).

ns Não significativo.

85

Conforme SOUZA et al (2005), acima de 10 mg dm-3 de S-SO4 na camada de 0-40

cm é considerado adequado, valor obtido com todas as doses, exceto 2000 kg ha-1 de gesso e

sem calagem, enquanto na testemunha os valores são considerados médios. De acordo com a

EMBRAPA (2013), considerando a absorção e a exportação do nutriente, a adubação

corresponde a 10 kg de S para cada 1000 kg de produção de grãos esperada. SOUZA et al.

(2012) ainda afirma que após 55 meses da aplicação do gesso, observou-se um efeito residual

de S-SO42-

maior em sistema de plantio direto do que no sistema convencional.

Foi possível obter-se modelo de regressão significativo linear à 1% para teores de

enxofre de 0–20 cm (R² = 84,16%) no tratamento sem calcário (Figura 1) e 20–40 cm (R² =

87%) e (R² = 70%) com tratamentos com calcário e sem calcário respectivamente (Figura 2),

indicando que houve incremento destes teores à medida que se aumentou as doses.

Figura 1. Teores de S-SO4 no tratamento sem calcário, na camada de 0-20 cm para diferentes

doses de gesso, aos 12 meses após a aplicação.

Nota-se todas as doses de gesso apresentaram resultados superiores de S em relação à

testemunha na camada de 0-20 (Figura 2), apontando um aumento de 151,5% no teor desse

nutriente quando comparado a testemunha com a dose de 10.000 kg ha-1

.

Figura 2. Teores de S-SO4 nos tratamentos com calcário (A) e sem calcário (B) na camada de

20-40 cm para diferentes doses de gesso, aos 12 meses após a aplicação.

Na Figura 2, também mostra resultados crescentes de S em função da dose de gesso

aplicada na camada de 20-40 cm, na qual em comparação com a testemunha, o tratamento

com calcário (A) apresentou aumento de 97,8% para a dose máxima e de 19,6% para a dose

mínima que é de 2.000 kg ha-1

. Já no tratamento sem calcário (B), a dose máxima de gesso

proporcionou incremento de 118,1% no teor de enxofre no solo.

y = 0,0005x + 3,3041

R² = 0,84**

0

2

4

6

8

10

0 2000 4000 6000 8000 10000

S-S

O4

(m

g d

m-3

)

Doses de gesso (kg ha-1)

86

CONCLUSÕES

Os níveis de S no solo variaram de acordo com a dose de gesso aplicada, sendo a

maior dose de 10 t ha-1

a que proporcionou maiores teores desse elemento na camada de 0-40

cm.

Os teores de enxofre foram maiores nas camadas de 20-40 cm de profundidade,

ressaltando a mobilidade do sulfato no perfil do solo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tecnologia de Produção de Soja

– Região Central do Brasil. Embrapa Soja. 1ª. Ed. Londrina. 2013. 265p.

FREITAS, C.A.; SILVA, C.J.; SILVA, C.A.; ALMEIDA, J.A.; RINCON, N.S. Adição de

gesso agrícola e cinza de madeira ao substrato no desenvolvimento de mudas de baruzeiro

(Dipteryx alata Vog). Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável.

Pombal. v.10, n. 2, p.206-212. 2015.

MARTINS, A.P. Acidez e formas de alumínio do solo em sistema integrado de produção de

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Agronomia: Ciência do Solo). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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OLIVEIRA, F.S. Perspectivas do uso de gesso agrícola em cafezais no planalto de vitória da

conquista-Bahia. Monografia (Mestrado em Fitotecnia). Universidade Estadual do Sudoeste

da Bahia, Vitória da Conquista. 48p. 2013.

PRADO, R.M. Nutrição de plantas. Editora Unesp. São Paulo. 2008. 407p.

RAMOS, L.A.; NOLLA, A.; KORNDORFER, G.H.; PEREIRA, H.S.; CAMARGO, S.C.

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SOUZA, D.G.; LOBATO, E.; REIN, T.A. Uso do gesso agrícola nos solos do cerrado.

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SOUZA, F.R.; JUNIOR, E.J.R.; FIETZ, C.R.; BERGAMIN, A.C.; ROSA, Y.B.C. J.;

ZEVIANI, W.M. Efeito do gesso nas propriedades químicas do solo sob dois sistemas de

manejo. Semana: Ciência Agrária. Londrina. v.33, n.5, p.1717-1732. 2

87

Teste de tetrazólio e de hipoclorito de sódio para avaliação da qualidade

fisiológica de sementes de soja adubadas com boro em vários estádios

fenológicos

Vanessa de Sousa Lourenço

(1); Mariana Pina da Silva Berti

(2); Cleiton Gredson Sabin

Benett(2)

; Marco Eustaquio de Sá(3)

(1)

Estudante do curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri; Goiás;

[email protected]; (2)

Docente; Universidade Estadual de Goiás; (3)

Docente UNESP.

RESUMO

A qualidade fisiológica trás como principal atributo o vigor das sementes, pois esse é

justificado para assegurar a adequada população de plantas sobre uma ampla variação de

condições ambientais de campo encontradas durante a emergência. O trabalho teve como

objetivo avaliar a qualidade fisiológica e a porcentagem de dano mecânico em sementes de

soja adubadas com diferentes doses de boro e em diferentes estádios vegetativo. As avaliações

foram feitas através dos testes de tetrazólio e hipoclorito.Os resultados demonstram que a

aplicação de Boro não apresenta efeito significativo quanto à qualidade fisiológica das

sementes.

Palavras-chave: vigor, adubação, Glycine max.

INTRODUÇÃO

A soja, Glycine max (L.) Merrill é uma cultura de importância mundial sendo

amplamente utilizada para a elaboração de rações animais, produção de óleo e outros

subprodutos, além do seu consumo in natura que vem se expandindo nas últimas décadas

(ARAÚJO, 2009). Sendo que uma das etapas mais importantes na sua produção é a obtenção

de sementes de alta qualidade fisiológica para que possam ser utilizadas pelos agricultores no

estabelecimento de suas lavouras.

A qualidade fisiológica está relacionada com a capacidade da semente em

desempenhar suas funções vitais, caracterizando-se pela longevidade, germinação e vigor.

Portanto, os efeitos sobre a qualidade geralmente são traduzidos pelo decréscimo na

porcentagem de germinação, aumento de plântulas anormais e redução do vigor das plântulas.

Dentre os efeitos sobre a qualidade que afetam o potencial fisiológico e sanitário das sementes

de soja destacam-se o momento da colheita e as condições do ambiente durante o período que

as sementes permanecem no campo (KAPPES et al., 2009).

Deste modo, alguns fatores podem favorecer a manutenção da qualidade fisiológica,

destacando-se a adubação adequada de plantas, manejo adequado durante a colheita e o

armazenamento correto das sementes, que segundo Azevedo, et al. (2003) o armazenamento é

também um método por meio do qual se pode preservar a viabilidade das sementes e manter

seu vigor até a próxima semeadura. Já como uma fonte de adubação, Malavolta (2006)

destaca que o boro influi na germinação do grão de pólen e no crescimento do tubo polínico,

aumenta o pegamento de flores e a granação e causa menor esterilidade masculina e menor

chochamento de grãos, sendo uma fonte apropriada por ajudar no desenvolvimento fisiológico

e exigida em pequenas quantidades.

Tendo isso em vista é importante realizar alguns testes de controle de qualidade para

certificar a qualificação da semente e garantir que a adubação está sendo viável. No Brasil, o

teste de tetrazólio tem se destacado, principalmente para a soja, devido à sua rapidez, precisão

e também pelo grande número de informações fornecidas pelo mesmo, mas principalmente

porque quando realizado em conjunto com outros testes, tem propiciado a comercialização

88

dos lotes que efetivamente apresentam bons padrões de qualidade (FRANÇA NETO et al.,

1994).O teste de hipoclorito pode ser feito em conjunto com o teste de tetrazólio, sendo usado

para determinar rapidamente o percentual de dano mecânico (ruptura de tegumento) em

semente de soja, ocasionado durante a operação de colheita ou trilha.

Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica e a

porcentagem de dano mecânico em sementes de soja adubadas com diferentes doses de boro e

em diferentes estádios vegetativos.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no laboratório multidisciplinar, da Universidade Estadual de

Goiás, em Ipameri-GO, no ano de 2018. As sementes de soja avaliadas foram colhidas de um

experimento localizado na fazenda da própria universidade e armazenadas até o momento da

avaliação. A colheita aconteceu de forma parcelada para que houvesse a separação das

sementes de acordo com o estádio vegetativo (Na semeadura, no estádio V3 (terceiro nó,

segundo trifólio aberto); estádio V6 (sétima folha trifoliolada completamente aberta), no

estádio V9 (décima folha trifoliolada completamente aberta) e estádio R1 (início do

florescimento)] e as dosagens de Boro (0, 1, 2, 3, 4 e 5 kg ha-1

) como fonte o acido bórico

(17%).

O potencial de viabilidade e o vigor das sementes avaliados pelo teste de tetrazólio

foram determinados com quatro repetições de 50 sementes para cada tratamento. As sementes

pré-acondicionadas em papel úmido por um período de 16 horas foram imersas em solução 0,

075% de 2,3,5- trifenil cloreto de tetrazólio, sendo, então, mantidas em estufa a 36°C por três

horas para a coloração. Em seguida, foram lavadas e avaliadas individualmente, conforme

França Neto et al. (1994).

Os danos mecânicos avaliados pelo teste de hipoclorito foram determinados com quatro

repetições de 50 sementes para cada tratamento. As sementes foram imersas em solução

5,25% e água e mantidas por 10 minutos, depois se escorreu a solução e as sementes foram

colocadas sobre papel toalha para avaliação. Em seguida, foram separadas e contadas as

sementes embebidas, em cada uma das repetições, conforme Krzyzanowski et al. (2004).

Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo

teste Tukey a 5% de probabilidade. Para as doses de boro foram ajustadas análises de

regressão. As análises estatísticas foram processadas através o programa de análise estatística

Sisvar.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Houve interação significativa entre época e dose para a avaliação do dano mecânico

através do teste de hipoclorito de sódio tanto para porcentagem de sementes viáveis como não

viáveis (Tabela 1). O desdobramento da interação se encontra nas Figuras 1 e 2.

Já para o teste de tetrazólio houve efeito significativo somente para a época de

aplicação do boro (Tabela 1). Onde obteve a maior porcentagem de sementes vivas quando se

aplicou o boro na semeadura. Mas independente da época de aplicação verificou baixa

porcentagem de sementes vivas.

Na análise de regressão (Figura 1), o modelo quadrático foi o que melhor se ajustou

aos dados de porcentagem de sementes não viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de

sódio nos estádios V3, V6 e R1, tendo respectivamente, coeficientes de determinação de 66,

55 e 84% respectivamente. Para a aplicação de B no estádio V3, a porcentagem de sementes

não viáveis máxima ou ponto de máximo, foi obtida com a aplicação de 2,5 kg B ha-1

. A

aplicação no estádio V6 apresentou porcentagem de sementes não viáveis máxima com a

aplicação de 3,3 kg B ha-1

. Já no estádio R1 ocorreu com a aplicação de 3,1 kg B ha-1

. Um

fato a observar é que quando aplicado o boro no estádio R1 obteve uma menor porcentagem

de sementes não viáveis.

89

Tabela 1. Avaliação do dano mecânico através do teste de hipoclorito de sódio (Danos

mecânicos) e teste de tetrazólio de sementes da variedade de soja M-SOY 7110IPRO sob

diferentes doses e épocas de aplicação de boro.

Danos mecânicos (%) Teste de tetrazólio(%)

Sementes não viáveis Sementes

viáveis

Sementes vivas Sementes mortas

Época de aplicação

Semeadura 5,92 94,1 49,2 a 51,4 c

V3 6,67 93,3 39,5 b 60,5 b

V6 56,5 43,5 38,8 b 61,2 b

V9 42,5 57,5 36,4 b 63,6 b

R1 71,1 28,5 9,2 c 90,7 a

Dose de boro (kg ha-1

)

0 4,0 96,0 40,3 59,7

1 45,4 54,5 32,1 67,9

2 44,9 55,0 31,4 69,6

3 38,8 61,2 37,0 62,8

4 44,0 55,9 33,8 66,2

5 41,9 57,5 33,3 66,7

Valor de F

Época de aplicação (A) 881,597** 889,771** 59,963** 57,049**

Dose de boro (B) 220,948** 221,103** 2,527ns 2,817ns

A X B 57,199** 57,339** 5,330ns 5,113ns

CV (%) 13,28 7,65 27,42 14,72

ns: Valores não diferem segundo o teste F a 1% de probabilidade.** Médias significativas

segundo o teste F a 1% de probabilidade.

Figura 1. Porcentagem de sementes não viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de

sódio da variedade de soja M-SOY 7110IPRO em função da interação significativa entre

épocas e doses de aplicação de boro. UEG, Ipameri,2017/2018.

Na análise de regressão (Figura 2), o modelo quadrático foi o que melhor se ajustou

aos dados de porcentagem de sementes viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de sódio

nos estádios V3, V6 e R1, tendo respectivamente, coeficientes de determinação de 66, 55 e

84% respectivamente. Para a aplicação de B no estádio V3, a porcentagem de sementes não

viáveis máxima ou ponto de máximo, foi obtida com a aplicação de 2,5 kg B ha-1

. A aplicação

no estádio V6 apresentou porcentagem de sementes não viáveis máxima com a aplicação de

3,3 kg B ha-1

. Já no estádio R1 ocorreu com a aplicação de 3,1 kg B ha-1

.

90

Figura 2. Porcentagem de sementes viáveis obtidas através do teste de hipoclorito de sódio de

sementes de sojaem função da interação significativa entre épocas e doses de aplicação de

boro. UEG, Ipameri,2017/2018.

É importante salientar que as danificações mecânicas na maioria das vezes não

destroem as partes essenciais das sementes, mas refletem na subtração de plântulas normais, e

aumento de plântulas anormais, ocorrendo assim problemas futuros em outros processos, pois

a semente de soja possui uma característica de ser mais susceptível ao dano mecânico, pois

seu tegumento é pouco espesso podendo gerar assim uma maior sensibilidade aos produtos no

tratamento industrial e também pode ocorrer uma redução do potencial de armazenamento

(CICERO et al., 2003) Este fato indica que a aplicação de boro não conferiu ás sementes uma

maior resistência, ocorrendo assim grande incidência de danos mecânicos.

CONCLUSÃO

A aplicação de Boro não apresentou efeito significativo em relação à qualidade

fisiológica das sementes, pois os resultados obtidos para as sementes adubadas foram

semelhantes ao da testemunha, comprovando que neste caso o uso do micronutriente se torna

inviável e desnecessário.

AGRADECIMENTOS

Agradeço as Sementes oriundas do projeto de pesquisa Chamada Publica n.°

029/2016, Apoio Financeiro para Projetos de Pesquisa 2016, processo inscrito sob o n.°

201600020010731.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, M. M. Caracterização e seleção de linhagens de soja resistentes ou tolerantes à

ferrugem asiática.Dissertação (Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas). Escola

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba. 77p. 2009.

CICERO, C. M.; SILVA, W. R. Danos mecânicos associados a patógenos e desempenho de

sementes de milho. Bragantia, Campinas, v.62, n.2, p.304-314, 2003.

FRANÇA NETO, J. B.; PEREIRA, L. A. G.; COSTA, N. P.; KRZYZANOWISKI, F. C.;

HENNING, A. A. Metodologia do teste de tetrazólio em sementes de soja. Londrina-PR:

Embrapa Soja, 1994. 59 p. (Documento 32).

KAPPES, C.; CARVALHO, M. A. C.; YAMASHITA, O. M. Potencial fisiológico de

sementes de soja dessecadas com diquat e paraquat. Scientia Agraria, Curitiba, v. 10, n. 1, p.

1-6, 2009.

KRZYZANOWSK, F. C.; FRANÇA NETO, J. B.; COSTA, N. P. Teste do Hipoclorito de

Sódio para Semente de Soja. Londrina-PR: Embrapa Soja, 2004. 4p. (Circular Técnica 37).

MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Agronômica Ceres,

2006. 638 p.

91

Eficácia e Seletividade de herbicidas aplicados em pós-emergência em

Vigna radiata

Edvan Costa da Silva(1)

; Karen Andreon Viçosi(1)

; Carolina Santos Galvão(1)

; Luís Augusto

Batista de Oliveira(1)

; Nei Peixoto(2)

(1)

Mestrando (a) em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected] (2)

Docente, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia da Universidade Estadual de

Goiás – Câmpus Ipameri-GO-Brasil.

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade de diferentes herbicidas em duas épocas de

aplicação na cultura do feijão-mungo. O estudo foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás,

Câmpus Ipameri. Os tratamentos foram dispostos em delineamento inteiramente casualizado, com seis

tratamentos (com capina, sem capina, Fomesafem - 250 g i.a ha-1

, Bentazon - 600 g i.a ha-1

, Imazamox

- 42 g i.a ha-1

e Dicloreto de paraquat - 400 g i.a ha-1

), aplicados os herbicidas aos 15 dias após a

emergência, com quatro repetições, avaliados aos 7, 15, 21 e 28 dias após a aplicação. As

características avaliadas foram altura, número de trifólios, diâmetro de plantas e matéria seca. A

aplicação do dicloreto de paraquat causou a morte das plantas de feijão-mungo quando aplicado em

plantas de 15 e 30 dias de emergência. O dicloreto de paraquat não é recomendado para uso em pós-

emergência na cultura.

Palavras-chave: controle químico, feijão mungo, plantas daninhas.

INTRODUÇÃO

O feijão-mungo (Vigna radiata L.) é um tipo de feijão, de origem asiática, que vem

ganhando importância nacional, principalmente quando se trata de produção visando à

comercialização, no exterior, de broto deste conhecido como ―moyashi‖. No Estado de Minas

Gerais, a cultura foi produzida e avaliada em questão de rendimento de grãos em diferentes

épocas do ano (VIERA et al., 2011).

A cultura do feijão pode sofrer interferência de diversas plantas daninhas, causando

redução no rendimento dos grãos. O uso de herbicidas para o controle de plantas daninhas

está sendo o método mais utilizado na cultura do feijão, quando se trata de cultivo de grandes

áreas, devido à praticidade e a grande eficácia. Além disso, o método permite o controle de

plantas daninhas em épocas chuvosas, quando o método mecânico e manual são difíceis de

serem usados (SHOLTEN et al., 2011).

Nas aplicações de herbicidas em pós-emergência, a seletividade é apresentada de

forma mais fisiológica, no qual, os mecanismos de degradação que evitam injúrias às plantas.

Entretanto, para alguns produtos podem existir problemas de fitotoxicidade inicial e de

intensidade destes danos (OLIVEIRA et al., 2013). Sendo assim, o uso de herbicidas eficazes

no controle de plantas daninhas, e seletivos para a cultura do feijão, torna-se uma ferramenta

importante no aumento do cultivo e da produtividade do feijão no Brasil.

Diante desta problemática, o objetivo deste trabalho foi avaliar a seletividade de

diferentes herbicidas em duas épocas de aplicação na cultura do feijão-mungo.

92

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. O

experimento foi instalado em vasos com capacidade para 8 dm3, preenchidos com substrato

preparado, utilizando-se solo de barranco, adubado conforme recomendação. As sementes, da

cultivar Esmeralda, foram semeadas em fevereiro de 2018, utilizando-se quatro sementes por

vaso. Após a semeadura, os vasos foram mantidos em na casa de vegetação, sendo irrigados

diariamente de acordo com a necessidade da cultura. Após a emergência das plântulas, foi

realizado o desbaste na cultura, deixando duas plantas por vaso.

As aplicações dos herbicidas foram feitas aos 15 dias, após a emergência das plantas,

utilizando-se pulverizador costal manual, mantendo-se a pressão constante de 3 kgf cm-2

,

calibrado para aplicar 200 L ha-1

de calda.

O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com seis tratamentos (com

capina, sem capina e quatro herbicidas) com aplicação dos herbicidas aos 15 DAE, com

quatro repetições. Os herbicidas utilizados estão descritos na Tabela 1, com seu princípio

ativo, nome comercial e dose utilizada.

Tabela 1: – Herbicidas, nome comercial, dose de ingrediente ativo (i. a.) e dose utilizada por

hectare no experimento

Herbicida Nome

comercial Dose i. a. Dose utilizada

Fomesafem Flex 250 g L-1

1 L ha-1

250 g i.a.ha-1

Bentazon Basagran 600 600 g L-1

1 L ha-1

600 g i.a. ha-1

Imazamox Sweeper 700 g kg-1

60 g ha-1

42 g i.a. ha-1

Dicloreto de paraquat Paradox 200 g L-1

2 L ha-1

400 g i.a. ha-1

Após a aplicação dos herbicidas, as plantas foram avaliadas aos 7, 14, 21 e 28 DAA

(dias após a aplicação) para obtenção da altura (obtida medindo-se o comprimento do caule

principal do colo da planta até a inserção do último trifólio), diâmetro do caule e contagem do

número de trifólios. Após a última avaliação aos 28 DAA, as plantas foram secadas em estufa

de circulação fechada de ar à 60ºC, por 48 horas, para obtenção da massa seca da parte aérea.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e quando significativo,

avaliados pelo teste Scott-Knott, a 5% de significância, através do software R.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

A aplicação do Dicloreto de Paraquat causou morte das plantas de feijão-mungo 24

horas após a aplicação, em plantas de 15 dias de emergência. Segundo Oliveira Júnior (2011),

o Dicloreto de Paraquat é um herbicida não seletivo, de contato, inibidor do fotossistema I

que provoca fitointoxicação e morte das plantas em curto período de tempo. Não foram vistos

efeitos de fitotoxidez para o herbicida Fomesafem, enquanto que para o Bentazon foi

constatada necrose dos trifólios e o Imazamox causou encarquilhamento e deformação dos

trifólios.

Em estudo realizado por Fontes et al. (2013), o Bentazon não causou fitotoxidade para

plantas de feijão-caupi aos 14 e 28 dias após a aplicação, enquanto que o Fomesafem causou

fitotoxidade de 40%, aumento do ciclo vegetativo e reduziu a população final de plantas.

A aplicação dos herbicidas 15 dias após a emergência afetou diretamente o a altura,

diâmetro e número de trifólios das plantas de feijão-mungo, conforme Tabela 2.

93

Tabela 2: Altura, diâmetro e número de trifólios das plantas de feijão-mungo após aplicação

dos tratamentos 15 dias após a emergência

Altura (cm)

Tratamento 7 DAA 14 DAA 21 DAA 28 DAA

Com capina 8,67 b 12,52 a 23,68 a 26,12 a

Sem capina 13,39 a 13,89 a 22,67 a 22,98 a

Fomesafem 9,38 b 11,40 a 24,70 a 25,96 a

Bentazon 7,81 c 15,57 a 16,22 b 18,80 b

Imazamox 6,48 c 7,33 b 12,97 b 17,23 b

CV (%) 21,39 25,54 20,86 16,17

Diâmetro (mm)

Com capina 3,10 a 3,73 a 4,26 a 4,47 a

Sem capina 3,35 a 3,80 a 3,36 b 4,35 a

Fomesafem 2,76 b 3,70 a 4,47 a 4,79 a

Bentazon 2,67 b 2,96 b 3,01 b 3,62 a

Imazamox 2,24 b 2,80 b 3,32 b 4,15 a

CV (%) 18,08 22,11 19,74 17,26

Número de trifólios

Com capina 3,00 a 4,62 a 4,75 4,62

Sem capina 3,00 a 3,50 b 3,75 4,00

Fomesafem 2,87 a 4,25 a 5,00 5,75

Bentazon 1,62 b 3,00 b 3,25 4,65

Imazamox 1,50 b 2,37 b 4,00 6,50

CV (%) 18,82 17,93 20,62 16,89

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna são estatisticamente iguais pelo teste

de Scott-Knott a 5% de probabilidade

Houve recuperação das plantas de feijão-mungo após 28 dias de aplicação, com

exceção da altura, porém pode-se atribuir à ocasião do florescimento, visto que houve

estabilização do crescimento observando as medições aos 21 e 28 DAA.

Em relação a massa seca da parte aérea, não houve diferença estatística entre a massa

seca obtida as aplicações aos 15 após a emergência (Tabela 3).

Monteiro et al. (2012) observaram redução da massa seca da parte aérea, raiz e massa

seca total na cultura do feijão-caupi aos 20 e 30 após a o plantio, na presença de bentazon e de

fomesafem, sendo que após 45 dias do plantio, a massa foi semelhante a testemunha.

94

Tabela 3: Resultados de massa seca da parte aérea, com aplicação de herbicidas aos 15 dias

após emergência

Tratamento 15 dias

Com capina 5,035 a

Sem capina 2,67 a

Fomesafem 5,40 a

Bentazon 1,81 a

Imazamox 1,84 a

CV (%) 23,27

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna são estatisticamente iguais pelo teste

de Scott-Knott a 5% de probabilidade

CONCLUSÃO

O feijão-mungo possui tolerância aos herbicidas à base de Bentazon, Imazamox e

Fomesafem, quando aplicados aos 15 dias após emergência.

O Dicloreto de Paraquat não é recomendado para uso em pós-emergência na cultura

do feijão-mungo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES, J. R A.; OLIVEIRA, I. J.; GONÇALVES, J. R. P. Seletividade e eficácia de

herbicidas para cultura do feijão-caupi. Revista Brasileira de Herbicidas, Londrina, v. 12, n.

1, p. 47-55, 2013.

MONTEIRO, F. P. R.; CHAGAS JUNIOR, A. F.; REIS, M. R.; SANTOS, G. R.; CHAGAS,

L. F. B. Efeitos de herbicidas na biomassa e nodulação do feijão-caupi inoculado com rizóbio.

Revista Caatinga, Mossoró, v. 25, n. 3, p. 44-51, 2012.

OLIVEIRA JUNIOR.; R. S. Mecanismo de ação de herbicidas. In: OLVEIRA JR. R.S.;

CONSTANTIN, J.; INOUE, M.H. Biologia e manejo de plantas daninhas. Curitiba:

Omnipax, 2011, p.348.

OLIVEIRA, M. B.; ALVES, P. F.; TEIXEIRA, M. F. F.; SILVA, H. D.; SÁ, R. A.;

CAMPOS, R. G. C.; CARVALHO, A. J.; ASPIAZÚ, I. Fitotoxicidade de herbicidas

aplicados em diferentes épocas em pós-emergência do feijão-caupi. Revista UniMontes

Científica, Montes Claros, v. 15, n. 1, 2013.

SCHOLTEN, R.; PARREIRA, M. C.; ALVES, P. L. C. A. Período anterior à interferência das

plantas daninhas para o cultivar de feijoeiro 'Rubi' em função do espaçamento e da densidade

de semeadura. Acta Scientiarum. Agronomy, Maringá, v. 33, n. 2, p. 313-320, 2011.

VIEIRA, R. F.; DE PAULA JUNIOR, R. J.; JACOB, L. L.; DA SILVA LEHNER, M.; DOS

SANTOS, J. Desempenho de genótipos de feijão-mungo-verde semeados no inverno na Zona

da Mata de Minas Gerais. Revista Ceres, Viçosa, v. 58, n.3, p. 402 –405, 2011.

95

Aspectos físico-químicos durante o armazenamento pós-colheita de

almeirão

Elaine Gleice Silva Moreira (1)

; Maryelle Barros da Silva (2)

; Alex Guimarães Sanches (3)

(1)

Pós-graduanda no Programa de Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;

Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)

Pós-graduanda no Programa de Produção

Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás (3)

Pós-graduando em Produção

Vegetal; Universidade Federal do Ceará.

RESUMO

Objetivou-se neste trabalho, avaliar o tempo de vida útil de almeirão comercializadas no

mercado local de modo a identificar a qualidade pós-colheita ao longo do tempo de

armazenamento as melhores condições de consumo. Os parâmetros físico-químicos

analisados foram: perda de massa fresca, sólidos solúveis, acidez titulável, pH, relação

SST/ATT. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado no esquema fatorial

(3x5). Foi observado ao longo do experimento perda de massa fresca em todos os

tratamentos. O tratamento com uso do hidrorresfriamento preservou melhor as folhas até o 6º

dia e obteve as melhores características de pH, SS, acidez e na relação SST/ATT.

Palavras-chave: conservação, hortaliça, processamento mínimo.

INTRODUÇÃO

O almeirão (Cichorium intybus L.) é uma planta herbácea perene, nativo da região da

Europa e Ásia Central, pertence à família Asteraceae, junto com a alface e a chicória e é

usada como hortaliça folhosa. Possui folhas alongadas, estreitas, recoberta por pelos com

sabor amargo pronunciado (FILGUEIRA, 2000). O almeirão é uma importante cultura vegetal

contribuinte no uso nutricional e medicinal. São utilizadas em saladas, para consumo ―in

natura‖, são pouco calóricas. Suas folhas são ricas em fibras, cálcio, potássio, fósforo, ferro e

vitaminas A, B1, B1, B5 e C. O uso medicinal é recomendado para problemas renais,

hepáticos e infecções urinárias (SANTOS et al., 2013).

O processamento mínimo de hortaliças é uma prática relativamente recente, contribui para o

fornecimento de alimentos prontos para o consumo, e pode contribuir para redução de

desperdícios. Algumas vantagens é a maior praticidade, maior segurança nos produtos limpos

e embalados (NASCIMENTO et al., 2014).

A cultura de almeirão é pouco contemplada em estudos sobre a qualidade de vida pós-

colheita, assim como quanto ao uso de embalagem e do hidrorresfriamento. O presente

trabalho tem por objetivo avaliar a qualidade de folhas almeirão cultivar ―Folha larga‖

submetida ao armazenamento na forma inteira e minimamente processada visando o aumento

da vida útil após a colheita e a redução de perdas.

MATERIAL E MÉTODOS

Folhas de almeirão, isentas de injúrias ou doenças, foram colhidas em uma horta

comercial no município de Ipameri, Goiás em julho de 2018. Todas as folhas foram

96

selecionadas para a uniformidade de forma, cor e tamanho. As folhas foram divididos

aleatoriamente em quatro repetições em bandejas de poliestireno e armazenado a (8,5 ± 1) °C

por até 8 dias. Foram utilizadas folhas de almeirão inteiras e minimamente processadas. Para

o tratamento com hidrorresfriamento um grupo de folhas inteiras foram imersas em mistura

de água e gelo (5 °C) e embalados com filme de polietileno. Outro grupo com folhas

minimamente processadas em fatias foram embaladas com filme de polietileno. Para o

controle foram utilizadas folhas inteiras sem ser embaladas.

As variáveis analisadas foram: perda de massa, pH, sólidos solúveis, acidez titulável e

relação sólidos e acidez. A perda de perda de massa foi avaliada diariamente até o 8º dia após

a colheita, pesando-se os grupos em uma balança semi-analítica com precisão de 0,1 g e os

resultados expressos em percentual de perda de massa, utilizando a fórmula: Perda de massa

(%) = MI - MF / MI × 100. As avaliações de sólidos solúveis, acidez titulável e pH foram

realizadas seguindo as Normas Analíticas do Instituto Adolf Lutz e metodologia recomendada

pela AOAC (OLIVEIRA et al., 2015).

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições,

em esquema fatorial (3x5), constituído por três diferentes tratamentos e 5 dias de análise (0, 2,

4, 6 e 8), sendo cada replicação composta por 50 gramas de folhas.

Os dados obtidos em cada dia de avaliação foram submetidas à análise de variância pelo teste

F a 5% utilizando o programa SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

De acordo com os resultados obtidos houve interação significativa entre os tratamentos para

as variáveis perda de massa fresca, sólidos solúveis e razão SS/AT. A perda de massa

fresca mostrou-se crescente em todos os tratamentos, sendo que as maiores médias foram

encontradas nas folhas no tratamento controle. Estes valores no final do experiência

indicaram uma perda de massa fresca de cerca de 45,28% (Tabela 1). As folhas com

hidrorresfriamento e miniprocessada ao final do experimento apresentaram 30 e 38% de

perdas, respectivamente. Isso reforça a importância o uso de embalagem e do

hidrorresfriamento para aumentar a vida de prateleira da hortaliça.

Para Figueiredo Neto et al. (2010), os valores na perda de massa estão relacionados ao teor de

água, que é um fator importante para a qualidade de vegetais.

Médias de perda massa fresca (PMF %), pH, sólidos solúveis em °brix (SS), acidez titulável

em % de ácido cítrico (AT) e relação (SS/AT) em folhas de almeirão durante 8 dias de

armazenamento.

Variável Tratamentos Dias de armazenamento

0 2 4 6 8

PMF (%) Controle 0,00a 8,79ª 18,96a 26,97a 45,28a

Folha inteira +

hidrorresfriamento 0,00a 7,33ª 14,18b 15,50b 21,53c

Folha miniprocessada 0,00a 9,66ª 16,50ab 24,88a 32,43b

CV (%) = 9,56

pH Controle 6,06a 5,87ª 5,85a 5,95a 6,22a

Folha inteira +

hidrorresfriamento 6,06a 5,70ª 5,33a 5,22a 6,09a

Folha miniprocessada 6,06a 5,46a 5,65a 6,25b 6,25a

CV (%) = 4,52

SS Controle 4,83a 5,80a 5,79a 5,64a 5,50a

97

Folha inteira +

hidrorresfriamento 4,85a 5,81a 6,02a 5,10b 4,92b

Folha miniprocessada 4,83a 5,73a 5,70a 5,15b 5,20b

CV (%) = 1,17

AT Controle 1,10a 0,80a 1,07a 1,22a 1,22a

Folha inteira +

hidrorresfriamento 1,10a 0,90a 0,92a 1,07a 1,00a

Folha miniprocessada 1,10a 1,06a 1,13a 1,26a 1,26a

CV (%) = 13,55

SS/AT Controle 4,39a 7,25a 5,63a 4,30a 4,24a

Folha inteira +

hidrorresfriamento 4,41a 6,57a 6,57a 5,54b 5,34b

Folha miniprocessada 4,39a 5,45a 5,17a 4,22a 4,36a

CV (%) = 11,85 Média seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível 5% de

probabilidade.

O pH apresentou oscilação para todos os tratamentos com diminuição até o 6° dia e

aumento acentuado no 8° dia. Os maiores valores de pH foi encontrada ao final da avalição

com médias 6,09 a 6,25.

As folhas armazenadas sem embalagem atingiu 5,50 °Brix no 8° dia de

armazenamento, valor superior aos 4,92 e 5,20 encontradas nos tratamentos com

hidrorresfriamento e miniprocessada. Os valores mais baixos para sólidos solúveis mostra o

efeito direto do filme de polietileno em retardar a senescência em resposta à diminuição

metabólica das folhas. O SS é o principal componente responsável pelo sabor dos produtos

hortícolas, pois representa a concentração de açúcares e outros sólidos, sendo portanto um

parâmetro fundamental para a avaliação da qualidade (SANTOS et al., 2018).

Houve redução do conteúdo de acidez titulável para os tratamentos controle e

hidrorresfriamento no 4° dia e depois houve aumento até o ultimo dia de avalição. O

tratamento com hidrorresfriamento obteve oscilação com diminuição no 8° dia comparado ao

tempo 0.

A razão sólidos solúveis e acidez titulável (SS/AT) aumentou no 2° dia para todos os

tratamentos e diminuiu após o 4° dia em função do tempo de armazenamento. Essa

diminuição da razão pode ser atribuída ao aumento dos valores de acidez titulável.

CONCLUSÃO

O armazenamento das folhas de almeirão com hidrorresfriamento e embaladas,

garantiu a manutenção pós-colheita até o 6° dia e apresentou os melhores resultados quanto as

características físico-químicas de perda de massa fresca, pH, sólidos solúveis, acidez titulável

e razão sólidos/acidez.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Agrotecnologia, Lavras, v. 35, n. 6, p. 1039-1042, 2011.

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2018.

99

Diversidade de traços funcionais e sua importância para a manutenção de

cerrados

João Paulo Costa (1)

; Gabriel Anselmo Gonçalves (2)

; Amanda Wolberg Rodrigues (3)

; Olavo

Custódio Dias Neto (4)

; Vagner Santiago do Vale (5)

(1)

Mestrando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, GO;

[email protected]; (2)

Graduando em Engenharia Florestal; Universidade Estadual

de Goiás; (3)

Graduada em Ciências Biológicas; Fundação Carmelitana Mário Palmério; (4)

Professor Mestre; Fundação Carmelitana Mário Palmério; (5)

Professor Doutor; Universidade

Estadual de Goiás.

RESUMO

O estudo teve como objetivo descrever traços funcionais de espécies arbóreas em fragmentos

de áreas de Cerrado Sensu Stricto no município de Ipameri - GO com o propósito de

descrever quais atributos são mais representativos nesta fitofisionomia de Cerrado. Foram

amostradas 14 espécies comumente encontradas na região, 7 com folhas compostas e 7 com

folhas simples. Foram coletados traços funcionais relativos à arquitetura da copa, bem os

traços foliares. Ficou evidente que as espécies possuidoras de muitos folíolos têm áreas

foliares específicas menores em relação às plantas possuidoras de folhas simples,

demonstrando diferentes estratégias em relação à estratégia de vida.

Palavras-chave: Resiliência, Atributos funcionais, Conservação.

INTRODUÇÃO

Em ambientes com elevada biodiversidade, é difícil se encontrar padrões de resposta a

impactos ou mesmo quanto à distribuição das espécies, pois cada uma apresenta uma história

evolutiva única. Entretanto é possível se analisar características específicas a fim de se

responder determinadas questões ambientais (VALE et al. 2013).

Algumas características de espécies arbóreas, como por exemplo, a área foliar

específica, tamanho de copa, deciduidade e altura têm sido úteis para a compreensão de como

as pressões antrópicas atuam em fragmentos (PRADO JUNIOR et al., 2014). Áreas sujeitas a

impactos antrópicos tendem a possuir menor área foliar específica e maior deciduidade em

relação a áreas com maior grau de conservação (PRADO JUNIOR et al., 2014). Nestes

ambientes as implicações ecológicas do uso de traços ambientais estão se demonstrando

eficientes, sobretudo quando comparamos os impactos em espécies típicas de dossel e típicas

de sub-bosque.

Este estudo objetivou demonstrar o quanto esses traços variam entre as espécies e

podem interferir na distribuição das mesmas ou até inferir sobre a capacidade das espécies em

resistir a impactos frequentes como a presença de incêndios constantes.

MATERIAL E MÉTODOS

Áreas de estudo e seleção de espécies: O trabalho foi conduzido nas fitofisionomias típicas

de Cerrado, não inventariando áreas florestadas. O clima da região, segundo a classificação de

Koppen, é do tipo Aw. A temperatura média é de 21,9ºC, com umidade relativa média do ar

100

variando de 58% a 81% e precipitação pluviométrica anual de 1.447mm, sendo que cerca de

80% das chuvas ocorrem nos meses de dezembro, janeiro e março e o restante se distribui,

principalmente, nos meses de outubro, novembro e fevereiro (RUBEL; KOTTEK, 2010).

Seleção dos indivíduos e coleta dos traços funcionais - Foram coletadas 10 folhas

saudáveis, não senescentes e totalmente expandidas de 10 indivíduos adultos. Imediatamente

após o retorno das coletas, as folhas tiveram sua massa fresca (LFM) aferida com balança

digital de precisão e foram digitalizadas juntamente com uma escala. Posteriormente tiveram

sua área foliar (LA) calculada através do software ImageJ. As folhas foram colocadas em

estufa a 60°C durante 72 horas e, em seguida, tiveram sua massa seca (LDMC) aferida. A

área foliar específica foi calculada através da razão LA (mm²) / LDMC (mg) (WESTOBY,

1998; REICH et al., 2003). A espessura do súber foi quantificada retirando uma amostra da

individuo e mensurando com o paquímetro. O diâmetro a 30 cm do solo (C30) do indivíduo

foi medido com fita métrica e a altura do indivíduo foi mensurada utilizando-se uma vara

graduada de 4m e para árvores maiores foi utilizado um clinômetro. A área de copa foi

calculada com base nos diâmetros da copa, sendo calculada através da fórmula 0,25π.d1.d2,

onde d1 e d2 são os diâmetros da copa medidos nas duas direções (POORTER et al., 2006).

Foram realizados testes t-student comparando-se as espécies de folhas compostas com as

espécies de folha simples para todas as variáveis analisados.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

As médias dos dados coletados se encontram na Tabela 1. As espécies de folhas

compostas e simples são estatisticamente semelhantes em altura e C30 (Tabela 2), porém

apresentaram grande variação para os demais traços avaliados e, apenas para Área Foliar

Específica (AFE), os resultados para as espécies de folhas simples foram superiores em

relação ás folhas compostas.

Tabela 1. Média dos traços funcionais de espécies arbóreas de cerrado cuja folha é composta

(comp.) e simples (simp.). Tipo = tipo de lamina foliar. MF = massa fresca, MS = massa seca,

AF = área foliar, AFE = área foliar específica.

Espécie Tipo C30

(cm)

Alt.

(m)

Área de

copa (m²)

MF

(mg) MS (mg)

AF

(mm²)

AFE

(mm²/mg)

Caryocar brasiliense Comp. 55.2 5.9 13.4 3149.2 1527.4 8550.3 6.0

Dimorphandra mollis Comp. 57.5 5.2 30.1 12785.0 5358.3 50420.8 4.3

Hymaenea stignocarpha Comp. 40.3 4.9 12.5 1811.8 2868.7 4099.8 2.0

Sclerolobium aureum Comp. 48.9 4.5 16.6 9095.2 4432.7 11403.7 1.5

Sclerolobium paniculatum Comp. 26.0 4.0 14.4 10884.6 5748.5 21935.1 2.1

Stryphnodendron adstringens Comp. 31.7 4.0 12.2 7450.1 3222.7 17815.1 2.5

Stryphnodendron polyphyllum Comp. 28.3 3.0 10.1 10410.6 5391.8 20062.7 2.1

Annona coriacea Simp. 36.0 3.3 3.9 2621.2 754.5 6228.8 9.1

Aspidosperma tomentosum Simp. 69.1 6.8 6.8 3227.7 1287.9 7113.5 7.5

Curatella americana Simp. 55.4 5.8 13.3 2019.3 455.7 6152.1 9.5

Himatanthus obovatus Simp. 52.2 4.9 0.9 5925.9 1748.0 11171.3 6.6

Qualea grandiflora Simp. 45.2 4.7 6.0 4206.7 1530.3 7669.2 5.6

Myrcia splendens Simp. 35.3 4.9 8.8 333.6 142.2 1435.5 11.5

Plenckia populnea Simp. 34.2 2.6 9.2 990.3 368.3 4034.6 11.6

101

Tabela 2. Resultados dos testes t-student entre as espécies de folhas simples com espécies de

folhas compostas.

C30

(cm)

Alt.

(m)

Área de copa

(m²)

MF

(mg)

MS

(mg)

AF

(mm²)

AFE

(mm²/mg)

Comp. 41.1 4.5 15.6 7940.9 4078.6 19184 2.9

Simp. 46.7 4.7 6.9 2760.7 898.13 6257 8.8

t -0.81 -0.33 2.92 3.03 4.95 2.21 -5.45

p 0.43 0.74 <0.02 <0.02 <0.001 <0.05 <0.001

Entre as compostas, as espécies com folhas bifolioladas (H. stibolcarpha) e

trifolioladas (C. brasiliense) apresentaram as menores massas seca e fresca, além de menor

área foliar em relação ás demais, apresentando resultados semelhantes as espécies com folhas

simples. Como estas espécies tem dois e três folíolos, respectivamente, talvez seja mais

correto, no futuro, não classifica-las como compostas, mas sim, um subgrupo a parte.

As espécies com folhas compostas parecem apresentar uma maior variação em relação

á função de cada espécie na paisagem, o que confere maior plasticidade entre as espécies,

comparando-se com aquelas de folhas simples (POORTER, 2012). Folhas com massas secas

maiores, possuem maior quantidade de tecidos esclerenquimáticos, o que condiciona maior

resistência em eventos como fortes ventos e aumento da temperatura ambiente (PRADO-

JUNIOR et al., 2016), já massas secas menores conferem maior maleabilidade as folhas, logo

seriam dois grupos de espécies com capacidades de sobrevivência diferentes (REICH et al.,

2003). Outra possibilidade desta maior massa seca em folhas compostas é uma maior

resistência a herbivoria (POORTER; BONGERS, 2006), no entanto, a maior parte da massa

das folhas compostas está no pecíolo e na raque que sustenta os folíolos, logo esta não é a

razão provável da maior massa foliar (fresca e seca) das espécies folhas compostas em relação

as espécies simples.

As maiores diferenças das folhas compostas em relação as folhas simples, ocorreram

em relação a AFE, traço que maior se relaciona com a taxa fotossintética (CORNELISSEN et

al, 2003). Áreas foliares específicas de folhas simples variam de 5.5 a 12 (mm²/mg) enquanto

que as compostas variaram de 1.5 a 6.0 (mm²/mg). A eficiência fotossintética parece ser

menor nas folhas compostas, provavelmente devido a massa investida na raque da folha

(Tabela 1). É provável que cada folíolo realize o papel de uma folha exclusiva, e novas

amostragens deverão feitas tanto considerando quanto desconsiderando o peso da raque.

Áreas foliares maiores podem denotar também maiores respostas a perturbações ocasionadas

pelo sombreamento (PRADO-JÚNIOR et al., 2016).

A área foliar específica, abaixo de 7,0 para as folhas compostas (Tabela 1) são

significativamente menores em relação a espécies de folhas simples (Tabela 2). De todas as

espécies analisadas, as únicas que obtiveram AFE superior a 10 mm²/mg (Myrcia splendens e

Plenckia populnea) são espécies também encontradas em áreas mais sombreadas do ambiente.

Mesmo que seja uma área de cerrado e com espaços abertos na vegetação, indivíduos

de espécies com maior altura e com copa mais extensa frequentemente sombreiam aquelas

abaixo, formando uma zona onde a luz lateral adentra, mas a maior parte da luminosidade

mais intensa (dos horários entre 11h a 13h) não chega com tanta intensidade muitos

indivíduos destas duas espécies. Mesmo que a luminosidade não seja o maior limitante para

área de cerrado, os efeitos de sombreamento são frequentemente ignorados nestes estudos em

ambientes savânicos, mas sua importância parece necessitar de maiores investigações.

Conforme Prado-Júnior (2016) espécies com maiores AFEsp estão expressando resposta a

perturbações ocasionadas pelo sombreamento.

102

CONCLUSÃO

As espécies de folhas simples apresentam traços foliares e área de copa distinta em

relação às espécies de folhas compostas. As grandes variedades de traços, sobretudo nas

espécies de folhas compostas, denotam uma alta diferença na capacidade de cada espécie a

resistir a impactos naturais. Ambos os grupos (espécies de folha simples e espécies de folhas

compostas) devem ser tratados como grupos de espécies com diferentes respostas a impactos

naturais e tem papéis distintos nas comunidades vegetais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORNELISSEN, J. H. C. et al. A handbook of protocols for standardised and easy

measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal Of Botany, [s.l.], v.

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103

Promoção de crescimento de plantas de Salsa utilizando cepas de

Trichoderma spp.

Franciely Magalhães Barroso(1)

; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)

; Paulo Henrique Pereira

Costa Muniz(3)

; Wanderson Silva dos Santos(4)

; Daniel Diego Costa Carvalho(5)

(1) Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, GO, e-mail:

[email protected]; (2)

Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de

Goiás; (3)

Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; (4)

Estudante de

Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; (5)

Professor; Universidade Estadual de

Goiás

RESUMO

O fungo Trichoderma spp. é um dos mais utilizados no controle de fitopatógenos e promoção

de crescimento vegetal, logo o objetivo do presente trabalho foi avaliar três produtos

comerciais à base de Trichoderma spp. na promoção do crescimento de plantas de salsa

(Petroselium crispum). Os produtos utilizados foram Ecotrich WP, Trichodermil e Quality

WG, um tratamento sem inoculação de Trichoderma foi incluído como testemunha. O

experimento foi instalado em blocos ao acaso, com quatro tratamentos e quatro repetições, em

casa de vegetação. Mudas de salsa cv. Graúda Portuguesa foram plantadas imediatamente

após o solo ser tratado com 5 mL de suspensão de Trichoderma. Foi avaliado o comprimento

da parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR), comprimento total (CT = CR + CPA). Os

dados foram submetidos ao teste Scott-Knott (P ≤ 0,05). Os produtos Trichodermil e Quality

WG, foram superiores em todos os comprimentos, em relação a testemunha.

Palavras-chave: Petroselinum crispum, controle biológico, horticultura.

INTRODUÇÃO

A Petroselinum crispum, popularmente conhecida como salsa ou salsinha, é uma

hortaliça folhosa da família das Apiáceas, chegou ao Brasil no período da colonização, e hoje

cultivada em todo mundo, sendo considerada um condimento muito apreciado na cozinha

brasileira (SANTOS et al., 2017). Além do uso na indústria alimenticia, a salsa tem sido

usada na fabricação de cósmeticos e sabão, é uma cultura rica em substancias antioxidantes,

vitaminas do complexo A, C e K (DORMAN et al., 2011; MAHMOOD et al., 2014).

O gênero Trichoderma são fungos de grande importância econômica para a

agricultura, atuam como agentes de controle de doenças de várias plantas cultivadas,

indutores de resistência de plantas a doenças e promotores de crescimento (LOUZADA et al.,

2009). De acordo com Silva et al. (2011) são potentes agentes de biocontrole, sendo

conhecido a mais de 60 anos, vivem de forma simbiótica com as plantas, atuando como

controle de fitopatógenos. Segundo Machado et al. (2012) a muitas pesquisas direcionadas

para a promoção de crescimento vegetal e apresentaram aumento tanto no crescimento quanto

na produtividade de diversas culturas como exemplos cravo, ervilha, alface, feijão, grão de

bico, eucalipto, entre outras.

O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento da salsa, onde o solo foi tratado

com cepas comerciais de Trichoderma spp.

104

MATERIAL E MÉTODOS

A condução do experimento foi realizada em casa de vegetação da UEG, Campus

Ipameri (17º43‘00.38‘‘S, 48º08‘40.96‘‘W, 796 m). Foram utilizados vasos (3,0 L) contendo

solo com os tratos culturais recomendados por Filgueira (2008). Em seguida, uma dose de 5

mL de suspensão de Trichoderma foram distribuídos em cada vaso com o emprego de

borrifador manual (550 mL), totalizando 1,5 x 108 conídios por vaso. Imediatamente após a

pulverização, mudas de salsa cv. Graúda Portuguesa foram plantadas (1 muda por vaso). O

experimento foi disposto em delineamento inteiramente casualizado (DIC) com quatro

repetições (vasos) para cada tratamento (cepa comercial de Trichoderma spp.). As três cepas

comerciais do presente estudo são: Trichoderma harzianum IBLF 006 WP (Ecotrich WP;

Ballagro Agro Tecnologia Ltda., Piracaia, SP, Brasil), Trichoderma harzianum ESALQ 1306

(Trichodermil; Koppert Biological Systems, Piracicaba, SP, Brasil) e Trichoderma

asperellum URM 5911 (Quality WG; Laboratório de BioControle Farroupilha Ltda, Patos de

Minas, MG, Brasil). Para efeito comparativo, um tratamento sem inoculação de Trichoderma

foi incluído como testemunha.

Aos 60 dias após o plantio das mudas a colheita foi realizada, em seguida foi

mensurado os comprimentos de parte aérea (CPA), raiz (CR) e total (CT) de cada planta, para

avaliar o crescimento. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e ao teste

de Scott-Knott (P ≤ 0,05) no programa estatístico SISVAR 5.3 (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Para comprimento de parte aérea (CPA) o T. harzianum IBLF 006 WP apresentou um

incremento superior em relação aos outros tratamentos com 15,87 cm, já para comprimento

de raiz (CR) e comprimento total (CT) os tratamentos com T. harzianum ESALQ 1306 e T.

asperellum URM 5911 foram superiores aos demais com 23,50 cm e 27,50 cm,

respectivamente. A testemunha apresentou os menores valores de CPA (11,37 cm), CR (9,37

cm) e CT (20,75 cm), conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Comprimento de parte aérea (CPA), comprimento da raiz (CR) e comprimento

total (CT) de plantas de salsa cv. Graúda Portuguesa tratadas com cepas comercias de

Trichoderma spp., Ipameri, Goiás, Brasil, 2018(1)

.

(1)

Médias seguidas pela mesma letra minúscula na mesma coluna não diferem significativamente pelo teste de

Scott-Knott (P≤0,05). (2)

T. harzianum IBLF 006 WP (Ecotrich WP; Ballagro Agro Tecnologia Ltda., Piracaia, SP, Brasil), T.

harzianum ESALQ 1306 (Trichodermil; Koppert Biological Systems, Piracicaba, SP, Brasil), T. asperellum

URM 5911 (Quality WG; Laboratório de BioControle Farroupilha Ltda, Patos de Minas, MG, Brasil).

Vários estudos mostram que fungos pertencentes ao gênero Trichoderma spp.

promovem benefícios na produção vegetal de muitas espécies, pois solubilizam nutrientes

facilitando assim a absorção pelas raízes (HOYOS‐CARVAJAL et al., 2009). Segundo,

105

Chacón et al., (2007) plantas de tomate tiveram um aumento significativo na aérea foliar e

consequentemente na massa fresca, devido a inoculação de T. harzianum. O uso de T.

asperellum UFT 201 apresentou resultados positivos no acúmulo de biomassa para as culturas

da soja, feijão caupi, arroz e milho (CHAGAS et. al., 2017).

CONCLUSÃO

O Ecotrich WG (Trichoderma harzianum IBLF 006 WP) foi superior aos demais

tratamentos apenas no comprimento de parte aérea. Os tratamentos com Quality WG

(Trichoderma asperellum URM 5911) e o Trichodermil (Trichoderma harzianum ESALQ

1306) foram superiores à testemunha em todos os comprimentos.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a FAPEG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de

Goiás) por uma bolsa de Mestrado, ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico) por uma bolsa de Iniciação Científica e a UEG por uma bolsa

permanência.

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107

Valoração contingente de ações de requalificação do meio ambiente: um

estudo de caso no bairro Parque Real, município de Caldas Novas-GO

Weldieny Gonzaga da Silva Franco¹; Sthephany Alves dos Santos²; Daiani Martins da Silva³

¹ Discente do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de

Goiás, Câmpus Ipameri, GO, e-mail: [email protected]; ² Discente do curso de

Pós-Graduação em Geografia pela Universidade Federal de Goiás; ³ Especialista em

Planejamento e Gestão Ambiental, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O meio ambiente exerce papel indispensável ao desenvolvimento humano, por isso é

fundamental atribuir um valor monetário que possibilite seu uso de modo sustentável,

evitando total degradação. Foi utilizado neste estudo o método de valoração contingencial

(MVC) com intuito de obter um valor referencial estimado a um bem ambiental caso existisse

um mercado real, e também identificar o nível de percepção ambiental do cidadão quanto à

manutenção e conservação do meio ambiente. O instrumento utilizado no levantamento

amostral foi o questionário, aplicado a população adjacente a Estação de Tratamento de

Esgoto (ETE) do bairro Parque Real, município de Caldas Novas-GO, onde o mau odor

dispersado tem abduzido o bem-estar social. Quanto à disposição a pagar (DAP), o índice de

aceitação em custear com o necessário no ato de resolver as questões que dão origem ao mau

cheiro foi relativamente alto e que existe preocupação quanto à conservação do meio

ambiente.

Palavras-chave: Saneamento Básico, Impactos Ambientais, DAP.

INTRODUÇÃO

A variável ambiental tem assumido atualmente de acordo com o âmbito legislativo

papel fundamental no planejamento urbano (BARBISAN et al., 2009), pois o adensamento

populacional desordenado devido o padrão inadequado de gestão, tem agravado o impacto

antrópico sobre o meio natural. A gestão ambiental, segundo Maimon (1996), é um elemento

importante, pois permite criar um modelo socioeconômico sustentável e mesmo assim,

atender o desenvolvimento econômico populacional. O meio ambiente possui atributo

econômico, pois contribui com qualquer serviço de desenvolvimento social até provisão de

recurso ambiental.

O método de valoração contingencial (MVC) é a mensuração em um mercado

hipotético do valor de utilização do bem natural que é definido através da disposição a pagar

(DAP) por determinado serviço ambiental ou por conservar um determinado recurso ou

amenidade ambiental (VIEIRA; BARBOSA, 2012). Tavares e Fonseca (2017) com o intuito

de atribuir através da DAP um valor de manutenção ao Rio Jaguaribe (PB) alcançou resultado

satisfatório, onde 76% afirmou contribuir com um valor não nulo. A constituição federal

prevê por lei o direito público do serviço de saneamento básico, visando à saúde e o bem estar

populacional.

O esgoto sanitário do bairro Parque Real e entorno no município de Caldas Novas-GO

é tratado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e tem contaminado o ar com um mau

odor, causando incomodo aos moradores do local. O estudo tem como objetivo contribuir

108

com o fato de que é essencial criar um valor monetário que possibilite o uso racional do meio

natural o que permite fornecer informações ao poder público da DAP no sentido de corrigir o

que tem dado origem ao mau odor dispersado e assim, propiciar ao meio ambiente um

gerenciamento mais eficaz e, identificar o nível de percepção ambiental do cidadão quanto à

manutenção e conservação do meio ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido no município de Caldas Novas-GO (48º 38‘ 31,7‘‘ O / 17º

45‘ 47,13‘‘ S) com número populacional estimado de 84.900 habitantes e com 1.595 km² de

extensão, segundo IBGE (2017). O tipo climático do município é AW, com verão quente e

úmido e inverno seco e com pluviosidade anual de aproximadamente 1.600 mm (ALVARES

et al., 2014). O instrumento utilizado no levantamento amostral foi o questionário, aplicado

no mês de julho de 2018 sendo amostrado o bairro Parque Real em um raio de

aproximadamente 600 m da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Foi aplicado o método

de valoração contingencial (MVC) que define a disposição a pagar (DAP) por determinado

serviço ambiental (VIEIRA; BARBOSA, 2012) ou por conservar um determinado recurso ou

amenidade ambiental. O valor estimado pelo MVC mesmo sendo hipotético é atribuído ao

bem-estar populacional e é possível obter o valor econômico de um recurso natural. O estudo

estatístico foi realizado de modo quantitativo e foi aplicado 61 questionários aleatoriamente

junto à população. No questionário foram oferecidos os valores de R$ 5,00; R$ 10,00; R$

15,00; R$ 20,00; e R$ 25,00 como opções de contribuição mensal de modo hipotético no

período de um ano com intento de recuperação do local de estudo.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

O perfil socioeconômico teve como base os itens: tempo que reside no local, sexo,

idade, grau de escolaridade e renda mensal, conforme representado no Gráfico 1. O maior

número de respondente foi do sexo feminino (65%) e com idade entre 23 e 59 anos (67%),

28% com idade acima de 60 anos e até 18 anos (5%). Do total, 55% residem no bairro há

mais de 10 anos, 21% residem entre 5 - 10 anos, 20% com até cinco anos e 4% com menos de

um ano que residem no bairro amostrado. Do total, 74% já possuem domicílio próprio e

somente 26% residem de aluguel. Quanto ao grau de escolaridade, 46% possui ensino

fundamental, 41% ensino médio, 8% não teve acesso ao ambiente escolar e apenas 5% possui

nível superior. E com relação à renda familiar, 77% do total amostrado possuem até dois

salários mínimos, e logo abaixo, 12% com três a cinco salários mínimos, 8% sobrevive com

menos de um salário mínimo e 3% com mais de cinco salários mínimos.

O grupo amostral afirmou (96%) que é possível sentir o mau cheiro vindo do Córrego

de Caldas localizado lateralmente à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e desse total 74%

dizem que o mau cheiro tem aumentado com o decorrer do tempo e 22% dizem que não

apresentou aumento no grau de intensidade do odor, sendo que somente 4% afirmou que não

percebe o mau cheiro do local. A média do nível de insuportável quanto ao odor foi 7,0, sendo

que 91% afirmou um valor acima de 5,0. Quanto ao horário que o odor é mais forte, 57%

marcaram no período noturno, 32% de tarde, 4% no amanhecer e 7% durante todo o tempo. O

mau cheiro relacionado com o bem-estar produz: vômito, enjoo, tédio, não tem vontade de se

alimentar, apesar de que alguns informam que devido ao tempo morando no local (mais de 10

anos) já se acostumaram. 68% do total não adquiririam outro imóvel no local e 32% afirmou

o inverso, comprando outro imóvel mesmo com o mau cheiro.

O interesse por questões ambientais foi notável, onde 96% estão cientes que tal

situação é prejudicial ao meio ambiente e somente 4% não mostrou preocupação, e quanto ao

nível do impacto, foi fixado de 1 – 10 e obtido valor médio oito, onde 90% afirmaram se

109

preocupar e 10% não mostrou preocupação com o impacto relacionado com o meio natural.

Esse resultado pode ser explicado devido à maior conscientização ou um ponto de viés do

estudo gerado pelo receio do respondente em não demostrar interesse pelo meio ambiente.

Gráfico 1. Perfil socioeconômico como base no tempo que reside no local, sexo, idade, grau

de escolaridade e renda mensal do grupo amostrado.

O índice de aceitação da disposição a pagar (DAP) foi alto, no primeiro resultado 65%

afirmou que pagariam um valor, onde 28% podem contribuir com R$ 5,00; 14% com R$

10,00; 6% com R$ 15,00; 14% com R$ 20,00; e 3% com R$ 25,00. 35% afirmaram não

contribuir, sendo 10% por algum motivo financeiro e 25% por já contribuir com impostos.

Em segundo momento, foi acrescentado o pressuposto de valorização do imóvel de

propriedade local, e analisando de modo comparativo houve um elevado aumento no valor da

DAP (Gráfico 2), onde do total, 86% afirmaram contribuir com algum valor não nulo,

aumentando assim o percentual em 21% de aceitação.

Gráfico 2. Disposição a pagar com e sem intenção de valorização do imóvel.

A partir do levantamento de dados, calcula-se o valor máximo disposto a pagar em

função de intervir no atual estado do destino do esgoto no município de Caldas Novas-GO. A

média geral sem considerar qualquer benefício ao respondente foi de R$ 7,46; e em segundo

momento, considerando a valorização do imóvel foi de R$ 12,62; portanto, considerando 832

o número de domicílio ocupado no local amostrado obtém-se um valor mensal de

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

até

18 a

nos

23 -

59 a

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0%

20%

40%

60%

80%

100%

sim não sim não

110

contribuição de DAP variável de R$ 6.206,72 e R$ 10.499,84, respectivamente, contribuindo

no período 12 meses, o valor total de DAP variável é de R$ 74.480,64 até R$ 125.998,08.

CONCLUSÃO

O valor total obtido na DAP é importante, pois concede ao gestor público um valor

referencial estimado a um bem ambiental caso existisse um mercado real e posteriormente

pode-se viabilizar um projeto de recuperação do local estudado. O grupo amostrado

demonstrou mediante o questionário que existe preocupação quanto ao meio ambiente, o que

pode ser decorrente do fácil acesso de informações atualmente no meio social e o contato

contínuo com o crítico resultado consequente do crescimento desenfreado e do agrupamento

populacional desorganizado, o que promove maior conscientização quanto ao meio ambiente.

Além disso, estão determinados a custear com o necessário no ato de resolver as questões que

dão origem ao mau cheiro, apesar de que já é cobrado pelo poder público um valor mensal

destinado ao esgotamento sanitário, sendo por lei o direito do serviço de saneamento básico,

portanto, o estudo atende o objetivo central quando se conclui que existe aceitação da DAP

pelo bem público contribuindo ao bem-estar social.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARES, C. A.; STAPE, J. L.; SENTELHAS, P. C.; GONÇALVES, J. L. M.;

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Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2014.

BARBISAN, A. O.; PANDOLFO, A.; REINEHR, R.; MARTINS, M. S.; PANDOLFO, L.

M.; GUIMARÃES, J.; ROJAS, J. W. J. Técnica de valoração econômica de ações de

requalificação do meio ambiente: aplicação em área degradada. Engenharia sanitária e

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DF: IBGE, 2018. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/caldas-

novas/panorama> Acesso em: 10 mar. 2018.

MAIMON, D. Passaporte verde: gestão ambiental e competitividade. Rio de Janeiro, RJ:

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TAVARES, M. B.; FONSECA, M. B. Valoração contingente do Rio Jaguaribe. Gaia

Scientia, v. 11, n. 2, p. 274-286, 2017.

VIEIRA, F. R.; BARBOSA, C. J. O método de valoração contingente (MAC): Uma

abordagem teórica. Enciclopédia Biosfera, v. 8, n. 15, p. 2.492, 2012.

111

Produção de biomassa de Eucalyptus urograndis em um sistema

agroflorestal

Stephany Diolino Cunha (1)

; Pedro Henrique França Grupioni (1)

; Matheus Ferreira Silva (2)

;

Isabela Carolina Silva (3)

; Tatiana Viera Ramos (4)

(1)

Discente do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus

Ipameri, Goiás, Brasil ([email protected]); (2)

Discente do Curso de Agronomia

da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil; (3)

Mestranda em

Produção Vegetal da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil; (4)

Doutora em Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás, Brasil.

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de biomassa em um sistema

agroflorestal cultivado em um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, na área experimental

da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. As árvores foram avaliadas aos 7 anos

de idade. Os indivíduos foram submetidos a uma cubagem rigorosa, segundo o método

desenvolvido por Smalian e descrito por Finger, no qual, os diâmetros foram: 0,10 m, 0,30 m,

1,30 m, 2,30 m e assim sucessivamente, a intervalos de um metro, até altura total. A biomassa

que apresentou maior produção foi à madeira. Demostrando que a mesma apresenta uma

ótima alternativa de bioenergia e de futuros estudos.

Palavras-chave: biomassa, sistemas agroflorestais, Eucalyptus spp.

INTRODUÇÃO

O sistema agroflorestal vem se destacando por ser uma alternativa de manejo

sustentável, apresentando privilégios de se obter a madeira e grãos simultaneamente, além de

estabelecer interações ecológicas e aumentando o crescimento econômico brasileiro (VIVAN

e FLORIANI, 2006). Sendo assim, uma forma que pôde demostrar progresso na economia no

setor florestal foi o Eucalyptus spp., onde o gênero se destacou como a espécie florestal mais

plantada no mundo e teve seu plantio intensificado no Brasil.

O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, é oriundo principalmente da

Austrália e possui cerca de 700 espécies distintas. É o gênero florestal mais plantado no

Brasil, se concentrando nos estados de Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e Mato Grosso

do Sul (15%). Dessa forma, devido o aumento das florestas plantadas, faz necessários estudos

que viabilizem e demonstrem a melhor forma de crescimento, manejo e eficiência das

mesmas, principalmente no que se refere à biomassa (SANTANA et al., 2008).

Através da fotossíntese a energia do sol absorvida pelas plantas é transformada em energia

química, podendo ser convertida em combustível, eletricidade ou calor. Quando as fontes

utilizadas para produzir energia são orgânicas, as denominamos de biomassa. O termo

biomassa designa a quantidade de massa orgânica, de origem animal ou vegetal, viva ou

morta (matéria seca, matéria úmida ou peso de carbono) produzida por unidade de área

(SOARES, et al., 2011). Avaliar a biomassa é extremamente importante para analisar fatores

como a produtividade, conversão de energia e ciclagem de nutrientes (HABITZREITER,

2016).

112

A quantificação de biomassa em sistemas agroflorestais são necessárias para a tomada

de decisão em atividades de monitoramento, pois plantações manejadas inadequadamente

poderão gerar impactos severos sobre os ciclos da água, dos nutrientes e sobre o equilíbrio

ecológico dos ecossistemas naturais. Além disso, tem-se buscado, cada vez mais, fontes

alternativas de energia, sobretudo as fontes de energia renováveis, como a hidráulica, a eólica,

a solar e a energia da biomassa, também chamada de bioenergia (PAULINO, 2012).

Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a produção de

biomassa em um sistema agroflorestal cultivado em um Latossolo Vermelho-Amarelo

distrófico, na área experimental da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri.

MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização da Área Experimental

O experimento foi conduzido na fazenda experimental da Universidade Estadual de

Goiás, Campus Ipameri (coordenadas geográficas; 17º 43‘ 19‖ latitude S e 48º 09‘ 35‖

longitude W; e altitude de 764 m) (ALVARES et al., 2013). A área experimental consiste em

um sistema de integração Lavoura-Floresta que tende ao sentido leste-oeste. O plantio do

componente arbóreo foi realizado com clones do híbrido Eucalyptus urograndis (GG 100) no

ano de 2010 em área de um hectare (ha). As árvores foram arranjadas em fileiras duplas (3 m

x 2 m x 17 m) ocupando 20,76 % da área total do sistema.

Coleta de Dados

As árvores foram avaliadas aos 7 anos de idade. Os dados de massa fresca foram

obtidos em campo, utilizando-se o método destrutivo de quantificação. Para a determinação

de biomassa foi realizado o inventário florestal em junho de 2016. Com base nos dados

obtidos no inventário florestal, as árvores foram distribuídas em cinco classes de diâmetro. No

qual, foram abatidos três indivíduos em cada classe diamétrica, totalizando 15 árvores.

Os indivíduos foram submetidos a uma cubagem rigorosa, segundo o método

desenvolvido por Smalian e descrito por Finger (1992), com o auxilio de fita diamétrica e a

suta. Os pontos em que foram tomados os diâmetros foram: 0,10 m, 0,30 m, 1,30 m, 2,30 m e

assim sucessivamente, a intervalos de um metro, até altura total. Em seguida, o tronco foi

seccionado em toretes com 1 m de comprimento até o ponto em que o diâmetro atingisse 7 cm

(diâmetro comercial). A partir desse ponto, o diâmetro de 3 cm foi considerado como ponteira

das árvores, e de 3 cm até o ápice, foi considerado como galho.

Após o abate, os componentes das árvores foram separados e pesados para

determinação da massa úmida. A massa total dos componentes foi obtida, em campo,

diretamente em uma balança. Depois da pesagem foram retiradas amostras de

aproximadamente 400 g de cada componente, que foram colocadas em sacos de papel

devidamente identificados e posteriormente foi pesada em balança digital com precisão de 0,1

g. As amostras de madeira foram de discos retirados da região da base, centro e ponteira da

árvore.

Os resultados de biomassa das árvores foram submetidos a estatística descritiva dos

dados.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

A produção de biomassa do Eucalyptus urograndis (GG 100), apresentou valores

discrepantes em cada compartimento de biomassa analisado. Afinal, considerando a biomassa

total, verifica-se que a madeira possui maior valor, seguindo da casca, galhos e folhas. Dentre

os indivíduos abatidos o diâmetro a altura do peito (DAP) variou em média de 13,38 a 29,31

cm, como apresentado na Tabela 1. Enquanto que a altura total variou de 11,0 a 39,0 m.

113

Tabela 1. Biomassa de madeira (BM), biomassa de casca (BC), biomassa de galho (BG) e

biomassa de folha (BF) em indivíduos de Eucalyptus urgrandis, aos sete anos de idade em

sistema agroflorestal na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus

Ipameri.

*Intervalo de classe representando o diâmetro das árvores abatidas.

** Valores entre parênteses referem-se a percentagem de contribuição do compartimento em

relação a biomassa total.

Analisando os dados obtidos com a média e o desvio padrão pôde-se constatar que os

maiores valores em ambas variáveis obtidas é o componente da biomassa de madeira. Sendo

que, o desvio padrão apresenta valor relativamente mais alto que os demais compartimentos

devido o intervalo de classe estar entre 13,38 cm a 26,13 cm, significando que o peso será

bastante variado entre as classes diamétricas, influenciando diretamente nos valores de desvio

obtido. Além disso, o crescimento e desenvolvimento de uma floresta a produção de biomassa

do lenho tende a aumentar devido ao fato de que, boa parte dos carboidratos que antes eram

utilizados para produção de folhas, passa a ser canalizada para produção de lenho, diminuindo

gradativamente a produção de folhas e ramos (SALVADOR, 2015).

Em um trabalho realizado por Tonini et al. (2016) a parte do tronco (madeira e casca)

também totalizou maior quantidade de biomassa acima do solo. Em que, no estudo foi

analisado os clones de eucalipto GG100, H13, 1277, I144 e VM01, H13, e I144, sendo

abatidos dois indivíduos para análise de biomassa. Dentre esses o eucalipto VM01 foi o que

alocou maior quantidade de biomassa no tronco com 19,24 kg, valor esse menor do que o

presente estudo, sendo que, em cada classe avaliada foram abatidas três árvores e o menor

valor obtido foi de 94,02 kg. Essa diferença pode estar relacionada às características do solo,

quantidade de nutrientes, espaçamento e entre outros fatores que influenciam de forma direta

nos valores de incremento do tronco e consequentemente na quantidade de biomassa.

Avaliando a biomassa de compartimentos em povoamentos de eucaliptos com

diferentes idades, Schumacher et al. (2011) verificaram uma biomassa de tronco em torno de

80,3 % para plantios com oito anos, resultado este que condiz com o presente estudo.

Dessa forma, no presente trabalho, verificou-se que a ordem de contribuição de

biomassa nos diferentes compartimentos foi Madeira˃Casca˃Galho˃Folha. Resultados

semelhantes aos verificados por Guimarães et al. (2015) em Allegrete, RS em plantio

homogêneo de E. dunni com quatro anos.

CONCLUSÃO

A biomassa que possui maior produção é a madeira, alocando 91,83 % da biomassa

produzida e 4,15 % na copa. Demostrando assim, que a mesma apresenta ser uma alternativa

de bioenergia, levantando a importância de futuras pesquisas que demostrem que há novos

BM (kg) BC (kg) BG (kg) BF (kg)

Classe I (13,38-16,56)* 94,02 40,05 14,60 5,45 12,97 1,06 14,97 1,40

Classe II (16,57-19,74) 235,15 83,78 18,33 3,10 22,03 10,33 11,32 4,52

Classe III (19,75-22,93) 414,30 177,95 35,63 6,42 22,92 13,24 12,62 4,43

Classe IV (22,94-26,12) 760,06 78,33 59,78 9,40 24,27 8,95 16,75 3,75

Classe V (26,13-29,31) 2.881,65 94,87 63,68 11,10 36,40 7,97 24,02 0,85

Total dos

compartimentos

4.385,18

(91,83)**

192,02

(4,02)

118,59

(2,48)

79,68

(1,67)

114

meios de obter energia de uma maneira mais sustentável auxiliando de forma eficaz o meio

ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARES C. A.; STAPE J. L.; SENTELHAS P. C.; GONÇALVES J. L. M.; SPAROVEK

G. Köppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift. Stuttgart-

BW, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013.

GUIMARAES, C.C.; SCHUMACHER, M.V.; WITSHORECK, R.; SOUZA, H.P.; SANTOS,

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Revista Árvore, v. 39, n. 5, p. 873-882, 2015.

HABITZREITER, T. L. Produção de biomassa e exportação de nutrientes de Eucalyptus

grandis e E. urophylla. 2016. 99 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Doutorado em

Agronomia (produção Vegetal), Campus Pato Branco, Universidade Tecnológica Federal do

Paraná, Pato Branco 2016. Disponível em:

<http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/1717/1/PB_PPGAG_M_Habitzreiter, Tiago

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PAULINO, E. J. Influência do Espaçamento e da Idade na Produção de Biomassa e na

Rotação Econômica em Plantios de Eucalipto. 2012. 60 f. Dissertação (Mestrado) –

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SANTANA, R. C.; BARROS, N. F.; NEVES, J. C. L. Eficiência de utilização de nutrientes e

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SALVADOR, S. M. Quantificação da Biomassa e Nutrientes em plantios de Eucalyptus

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Santa Maria – UFMS, Santa Maria – RS, 2015.

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SOARES, C. P. B.; PAULA NETO, F.; SOUZA, A.L. Dendrometria e inventário florestal.

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Biomassa e área foliar de clones de eucalipto em ILPF: Implicações para a desrama. Revista

Nativa, v.4, n.5, p.271-276, 2016.

115

Licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras no

município de Ipameri-Go

Scarlet de Aguiar Basílio¹; Mariana Aguiar Silva²; Isabela Carolina Silva²; Jéssica Rodrigues

de Mello Duarte³; Tatiana Ramos Vieira4

¹Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri, Goiás.

[email protected]; 2

Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Federal de

Goiás. 3 Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás.

4 Docente na

Universidade Estadual de Goiás - Câmpus Ipameri.

RESUMO

O licenciamento ambiental é uma ferramenta que assegura que toda atividade potencialmente

poluidora ao meio ambiente seja fiscalizada proporcionando assim uma maior segurança a

conservação dos recursos naturais. Neste trabalho se objetivou levantar a natureza das

atividades potencialmente poluidoras licenciadas dentro do município. Foi consultado o banco

de dados dos processos licenciados da SEMMA referentes aos processos finalizados de

licenciamento ambiental ocorridos entre meados de 2010 a 2017. Para o levantamento dos

dados da pesquisa referente aos processos de licenciamento foi elaborado uma Ficha Técnica

Documental. A amostra resultou na quantificação de 707 processos cadastrados, com as

atividades especificadas em três categorias: atividades agropecuárias, prestação de serviço e

atividades industriais. As atividades de maior potencial poluidor na agropecuária foram

carvoaria e produção de biocombustíveis; na indústria, serralheria e usina asfáltica e na

prestação de serviços, clínica, funerária e oficina mecânica.

Palavras-chave: Legislação Ambiental; Potencial Poluidor; Preservação; Licença Municipal.

INTRODUÇÃO

O Licenciamento Ambiental é um instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente

com a finalidade de promover o controle prévio à construção, instalação, ampliação e

funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,

considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma,

de causar degradação ambiental (BRASIL, 2009).

Permitindo avaliar os processos tecnológicos dentro das esferas ambientais e

socioeconômicas, o licenciamento ambiental estabelece controle necessário para a

conservação, defesa e melhoria do meio ambiente, evitando danos ambientais (CURY, 2014).

Além da imposição a responsabilidade com o meio ambiente, a licença ambiental representa a

consideração, pelo Poder Público, de que as atividades potencialmente poluidoras devem

adotar critérios estabelecidos pela legislação local, capaz de garantir o desenvolvimento

sustentável sob o ponto de vista ambiental (MILARÉ, 2013).

O licenciamento ambiental abrange uma gama de projetos de infraestrutura

promovidos por empresas e organismos governamentais, estendendo-se ainda às indústrias

extrativas e aos projetos de expansão urbana, agropecuária e turismo, cuja implantação possa,

efetiva ou potencialmente, causar degradação ambiental. Ao exigir licenciamento ambiental

para determinadas atividades ou empreendimentos, busca-se estabelecer mecanismos de

116

controle ambiental nas intervenções setoriais que possam vir a comprometer a qualidade

ambiental (BRASIL, 2009).

Compete aos municípios licenciar atividades que causem ou possam causar impacto

ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais

de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da

atividade; empreendimentos localizados em unidades de conservação instituídas pelo

Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs) (BRASIL, 2012).

Cada estado define o potencial poluidor dos empreendimentos, uma vez que não existe

uma classificação federal. Sendo assim no estado de Goiás o potencial poluidor dos

empreendimentos foi definido pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMAm)

(GOIÁS,2011). As atividades são classificadas como de baixo, médio ou alto potencial

poluidor e podem ser separadas em relação ao tipo, neste trabalho elas foram divididas como

atividade agropecuária, prestação de serviços e atividades industriais.

Mediante a importância do licenciamento ambiental municipal, objetivou-se avaliar a

natureza e quantificar as atividades potencialmente poluidoras do município de Ipameri.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi desenvolvido no município de Ipameri – Goiás. Os processos analisados

por este estudo foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA)

do município para a realização de uma pesquisa documental.

Foram consultados arquivos disponibilizados pela SEMMA referentes aos processos

finalizados de licenciamento ambiental ocorridos no período de meados de 2010 a 2017.

Para o levantamento dos dados da pesquisa referente aos processos de licenciamento foi

elaborado uma Ficha Técnica Documental contendo questões como: datas do processo, tipo do

empreendimento, potencial poluidor.

Os resultados obtidos neste levantamento foram submetidos a uma distribuição de

freqüência para auxiliar na descrição e no entendimento dos aspectos abordado pelo trabalho.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Durante o período avaliado foram registrados 707 processos de licenciamento

ambiental junto a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) do município de

Ipameri-Goiás. Pode-se verificar que durante o período avaliado, o ano de 2011 foi o que

apresentou um maior número de processos cadastrados totalizando 156 com destaque para a

categoria das atividades relativas a prestação de serviço (Tabela 1).

Tabela 1. Caracterização das atividades portadoras de licenças ambientais durante o período

de 2010 a 2017, no município de Ipameri-Goiás.

ATIVIDADES 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TOTAL

Agropecuária 13 55 22 34 41 52 57 33 307

Industrial 10 11 3 9 8 5 1 0 47

Prest. Serviço 75 90 58 41 28 22 24 15 354

Total 98 156 83 84 77 79 82 48 707

Na Figura 1 estão apresentadas as atividades licenciadas e o seu potencial poluidor,

sendo este classificado em: baixo, médio, baixo/médio e alto. As atividades de maior potencial

poluidor na agropecuária foram carvoaria e produção de bicombustíveis. Já na indústria a

serralheria e usina asfáltica e na prestação de serviços, clínica, funerária e oficina mecânica.

117

Figura 1. Potencial poluidor dos empreendimentos licenciados no município de Ipameri-Goiás.

A maior parte das atividades foi classificada quanto ao potencial poluidor como de

baixo ou médio impacto ao meio ambiente. Segundo Oliveira (2016) impacto ambiental pode

ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio

ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas

que direta ou indiretamente, afetem a saúde, a segurança, e o bem-estar da população; as

atividades sociais e econômicas; a biota e a qualidade dos recursos ambientais.

Entre as atividades consideradas de médio impacto ambiental está a extração de areia e

cascalho, mesmo sendo considerada por alguns autores como de grande potencial poluidor. A

mineração altera intensamente a área minerada e as áreas vizinhas, onde são feitos os depósitos

de estéril e de rejeito (KAWA, 2015).

CONCLUSÃO

A maior parte das atividades licenciadas entre meados de 2010 a 2017 pela SEMMA-

Ipameri/Go são os empreendimentos de prestação de serviços e agropecuários.

O potencial poluidor da maioria das atividades foi classificado como de médio porte,

tendo destaque paras as atividades de oficina mecânica, desmatamento e fabricação de

cerâmica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Caderno de Licenciamento Ambiental. Brasília,

2009. 91p.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Licenciamento Ambiental nos Municípios: a Lei

Complementar nº 140. I Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável

Brasília, 29 de março de 2012. Disponível em:

http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/apresentao_fnp_29_03_2012_46.pdf.

Acesso em: 27/10/2017.

CURY, S. Licenciamento ambiental e o desenvolvimento sustentável. Jusbrasil.

Disponível em: https://samiacury.jusbrasil.com.br/artigos/151840545/licenciamento-

ambiental-e-o-desenvolvimento-sustentavel. Acesso em 28/10/2017.

0

5

10

15

Baixo Baixo/Médio Médio Alto

Agropecuária Industria Prestação de Serviços

118

GOIÁS. Conselho Estadual do Meio Ambiente. Resolução n° 04/2011. Dispõe sobre os

critérios para a Descentralização do Licenciamento Ambiental, Criação da Corte de

Conciliação de Descentralização e dá outras providências.

KAWA, L. Os Impactos Ambientais da Extração Mineral. Disponível em:

http://professoralucianekawa.blogspot.com.br/2015/10/os-impactos-ambientais-da-

extracao.html. Acesso em: 10/11/2017.

MILARÉ, É. Direito do Ambiente. 8ª ed. São Paulo: ed. Revista dos Tribunais, 2013.

OLIVEIRA, P, P. Principais impactos da agricultura no meio ambiente. Dissertação

(Tecnólogo em Produção de Grãos). Universidade Estadual de Goiás. Câmpus Posse. 21p.

2016.

119

Densidade básica da madeira a 0,30 m e 1,30 m da árvore de espécies

arbóreas de Cerrado

Vanuza Pereira Garcia da Silva(1)

; Gabriel Venâncio Pereira Mariano(2)

; Edla Lopes Silva(2)

;

Vitor de Oliveira Santiago(2)

; Vagner Santiago do Vale(3)

.

(1)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás; (3)

Professor; Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

Para definir valores de densidade da madeira, certos fatores devem ser considerados, pois

podem causar alterações, como a espécie vegetal analisada, o teor de umidade trabalhado, o

lenho inicial e o lenho tardio, a posição do tronco e influências externas. O objetivo deste

trabalho foi calcular a densidade da madeira em espécies arbóreas de cerrados no sudeste do

estado de Goiás em diferentes alturas (coletas a 0,30 m e a 1,30 m de altura do solo) para

aferir se existe diferença na densidade da madeira. A maioria das espécies amostradas não

apresentou diferenças na densidade da madeira. Entretanto, em algumas espécies amostradas,

a densidade foi mais alta na posição de 0,30 m. A densidade de madeira apresentou baixa

variação para a maior parte das plantas analisadas do Cerrado.

Palavras-chave: Massa específica, biomassa, traços funcionais, comparações.

INTRODUÇÃO

A densidade da madeira descreve o investimento ou armazenamento de carbono por

unidade de volume do caule (CHAVE, 2009). SWENSON & ENQUIST (2007) definiram que

a variação na densidade da madeira reflete a alocação diferencial da produção metabólica.

Apesar da importância de se aferir a densidade da madeira, os estudos com cerrados

nativos são raros e pouco conclusivos, sobretudo pela dificuldade metodológica e grande

variabilidade da densidade da madeira, tornando-a de difícil precisão e modelagem e

dificultando o reconhecimento da contribuição dos fatores de formação, como por exemplo a

disponibilidade de nutrientes, hídrica, o incremento de biomassa e as características

anatômicas das espécies nativas (OLIVEIRA, 2014).

Em espécies de cerrado, com aspecto tortuoso espera-se que diferentes densidades de

madeira sejam encontradas nas diferentes posições de uma árvore (tronco principal e galhos),

por exemplo. O objetivo deste trabalho foi calcular a densidade da madeira em 15 espécies

arbóreas de cerrados no sudeste do estado de Goiás e, aferir se existe diferença na densidade

de madeira nas posições 0,30 m e 1,30 m de altura no tronco em que foram coletadas as

amostras. A hipótese deste trabalho é de que as amostras alocadas a 0,30 m possuem maior

densidade de madeira para proporcionar maior sustentação da árvore, assim como espécies

arbóreas de biomas com espécies nativas de maior porte, como a Floresta Amazônica.

MATERIAL E MÉTODOS

Os dados coletados foram obtidos na região sudeste do estado de Goiás, nas cidades

de Catalão e Ipameri. A seleção foi realizada entre agosto/2017 e julho/2018. O critério

biométrico para escolha dos indivíduos foi o da circunferência a 0,3 m do solo >25 cm.

120

A pluviosidade média anual da região é de 1531 mm, distribuídos irregularmente,

com um verão quente e chuvoso de outubro a março com médias de 219 mm e um inverno

seco de abril a setembro com médias de 36 mm, sendo a temperatura média anual de 21.6ºC

com média de 20.2°C no inverno e 22.9°C nos meses de verão (ALVARES et al 2014).

Foram amostradas 15 espécies arbóreas típicas de cerrado: Qualea grandiflora Mart.

(Vochysiaceae) Annona coriacea Mart. (Annonaceae), Caryocar brasiliense A. St.-Hil

(Caryocaraceae), Cecropia pachystachya Trécul (Urticaceae), Brosimum gaudichaudii

Trécul (Moraceae), Curatella spp. (Dilleniaceae), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne

(Fabaceae), Hancornia speciosa Gomes (Apocynaceae), Dimorphandra mollis Benth.

(Fabaceae), Aspidosperma tomentosum Mart. (Apocynaceae), Dipteryx alata Vogel.

(Fabaceae), Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke (Fabaceae), Cedrela fissilis Vell. e

Machaerium acutifolium Vogel (Fabaceae).

Coleta de dados em campo Densidade da madeira: foram coletadas amostras da madeira em cinco diferentes

indivíduos de cada espécie selecionada, utilizando trado dendrométrico. As coletas foram

realizadas sempre no período matutino, a fim de evitar possíveis variações dos valores de

densidade, que poderiam ser ocasionados por alterações no potencial hídrico e níveis de

transpiração após o meio dia. As coletas foram realizadas em seções regulares dos troncos

(sem ramificação ou danos), a 0,30 m do solo e a 1,30 m do solo. As circunferências e altura

das árvores foram mensuradas com fita métrica e clinômetro digital Haglof.

As amostras foram armazenadas de maneira individual, em saco plástico, selado até

as medições no laboratório. Posteriormente, foram levadas ao laboratório. Inicialmente, foram

pesadas in natura e mensuradas o comprimento e o diâmetro (espessura) da amostra com

paquímetro e tiveram sua massa quantificada em balança de precisão. Depois, deixou-se as

amostras para secagem por três dias, onde foram novamente quantificadas as massas.

Análise estatística dos dados

Utilizando o comprimento e espessura, calculou-se o volume de cada amostra. A

densidade de madeira foi calculada através da razão entre massa seca da amostra pelo volume

fresco da amostra (CHAVE et al. 2006).

Para cada espécie foi realizado um t teste t pareado para verificar se existe diferença

entre as amostras coletadas a 0,30 m e a 1,30 m de altura no software Past3 versão 1.0

(HAMMER; HARPER; RYAN, 2001).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Doze espécies apresentaram densidades de madeira semelhantes a 0,30m e a 1,30m

de posição de coleta do cilindro: Qualea grandiflora Mart (0,56g/cm3 a 0,30 m e 0,57g/cm

3 a

1,30 m), Annona coriacea Mart. (0,44g/cm3 a 0,3 m e 0,49g/cm

3 a 1,30 m), Caryocar

brasiliense A. St.-Hil (0,56g/cm3 a 0,30 m e 0,48g/cm

3 a 1,30 m), Curatella spp. (0,54g/cm

3 a

0,30 m e 0,53g/cm3 a 1,30 m), Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne (0,52g/cm

3 a 0,30 m e

0,52g/cm3 a 1,30 m), Hancornia speciosa Gomes (0,47g/cm

3 a 0,30 m e 0,37g/cm

3 a 1,30 m),

Dimorphandra mollis Benth (0,42g/cm3 a 0,30 m e 0,43g/cm

3 a 1,30 m), Aspidosperma

tomentosum Mart. (0,83g/cm3 a 0,30 m e 0,83g/cm

3 a 1,30 m), Dipteryx alata Vogel

(0,42g/cm3 a 0,30 m e 0,42g/cm

3 a 1,30 m), Vatairea macrocarpa (Benth.) Ducke (0,8g/cm

3 a

0,30 m e 0,77g/cm3 a 1,30 m), Machaerium acutifolium Vogel (0,77g/cm

3 a 0,30 m e

0,76g/cm3 a 1,30 m).

Em três espécies avaliadas, os valores de densidade de madeira foram maiores a 0,30

m. As espécies Cecropia pachystachya Trécul (0,47g/cm3 a 0,30 m e 0,46 g/cm

3 a 1,30 m),

121

Brosimum gaudichaudii Trécul (0,60 g/cm3 a 0,30 m e 0,57 g/cm

3 a 1,30 m) e Cedrela fissilis

Vell (0,49 g/cm3 a 0,30 m e 0,46 g/cm

3 a 1,30 m) apresentaram 2,91%, 5% e 6,12%,

respectivamente, de densidade de madeira maiores a 0,30 cm. Árvores que apresentam

maiores valores de densidade de madeira na posição 0,30 m, detêm um forte suporte

mecânico para suportar a planta como um todo, ocasionando resistências a diversos fatores.

Comparando as espécies avaliadas, aquelas com maior densidade de madeira foram

Aspidosperma tomentosum Mart. (0,83g/cm3 a 0,30 m e 0,83g/cm

3 a 1,30 m), Vatairea

macrocarpa (Benth.) Ducke (0,8g/cm3 a 0,30 m e 0,77g/cm

3 a 1,30 m) e Machaerium

acutifolium Vogel (0,77g/cm3 a 0,30 m e 0,76g/cm

3 a 1,30 m), sendo, portanto, classificadas

como madeiras de densidade alta (>0,80). As espécies que registraram menores valores foram

Annona coriacea Mart. (0,44g/cm3 a 0,3 m e 0,49g/cm

3 a 1,30 m), Hancornia speciosa

Gomes (0,47g/cm3 a 0,30 m e 0,37g/cm

3 a 1,30 m) e Dipteryx alata Vogel (0,42g/cm

3 a 0,30

m e 0,42g/cm3 a 1,30 m), classificadas como madeiras de densidade baixa (<0,50).

Foi possível observar que, entre as espécies amostradas, aquelas que possuíam menor

porte, mostraram um padrão de variação longitudinal crescente, no sentido base topo.

Enquanto espécies de maior porte, como a Cecropia pachystachya Trécul, Brosimum

gaudichaudii Trécul e Cedrela fissilis Vell, apresentaram um padrão de variação longitudinal

descrente, de maneira uniforme com a altura.

Esperava-se que as espécies nativas de Cerrado apresentassem altas densidades de

madeira, principalmente para garantir a proteção contra o fogo. Porém a maioria das espécies

apresentou densidade de madeira baixa, pelo papel de proteção ao fogo, desempenhado pelo

súber, e também, pelo menor porte das árvores. POORTER et al. (2008) afirma que plantas

que apresentam alta densidade da madeira apresentam, relativamente, menor taxa de

crescimento, sendo mais longevas, vindo a investir num caule forte para suportar a planta

como um todo, além de resistir a riscos ambientais. Segundo CHAVE et al. (2006), algo não

necessário para espécies de cerrado que são relativamente pequenas. Espécies de crescimento

rápido são caracterizadas por baixos custos de formação dos tecidos condutores de baixa

densidade da madeira, que permitem crescimento rápido em tamanho porque o tecido

condutor é menos dispendioso de construir, logo após eventos de queima é mais fácil de se

reproduzir um tronco com baixa densidade de madeira.

A variação de densidade de madeira ocorreu apenas em algumas espécies, mas não

deve ser descartada para espécies de Cerrado, pelo menos não para todas. Resultados

encontrados por SILVA et al. (2015) demostraram que, em uma mesma árvore ocorre

variação da densidade da madeira, geralmente sendo maior na porção inferior do tronco,

responsável por sustentar maior peso do vegetal.

CONCLUSÃO

A densidade de madeira apresentou baixa variação para a maior parte das plantas

analisadas do Cerrado, porém para algumas a densidade de madeira é maior a 0,30 m do que a

1,30 m, possivelmente para os indivíduos obterem maior sustentação da árvore, semelhante a

espécies arbóreas de maiores portes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVARES, C.A.; STAPE, J.L.; SENTELHAS, P.C.; GONÇALVES, J.L.M.; SPAROVEK,

P.C. Koppen‘s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6,

p.711–728. 2014.

122

CHAVE, J. Medição da densidade da madeira em árvores tropicais – Manual do Campo. Pan

Amazonia, 2006.

CHAVE, J.; COOMES, D.; JANSEN, S.; LEWIS, S. L.; SWENSON, N. G.; ZANNE, A. E.

Rumo a um espectro mundial da economia da madeira. Ecology Letters, v. 12, n. 4, pg.

351-366, 2009.

HAMMER, O.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P. D. 2001. PAST - Palaeontological statistics.

Disponível em:<http://folk.uio.no/ohammer/past/>. Acesso em 29 jul 2018.

OLIVEIRA, G. M. V. Densidade da madeira em Minas Gerais: amostragem, espacialização e

relação com variáveis ambientais. 126 p. Tese de Doutorado em Ciências Florestais,

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Lavras,

Lavras, 2014.

POORTER, L.; PAZ, S. J. W. H.; ACKERLY, D. D.; CONDIT, R.; IBARRA-MANRÍQUEZ,

G.; HARMS, K. E.; LICONA, J. C.; MARTÍNEZ-RAMOS, M.; MAZER, S. J.; MULLER-

LANDAU, H. C.; PENA-CLAROS, M.; WEEB, C. O.; WRIGHT, I. J. Are functional traits

good predictors of demographic rates? Evidence from five Neotropical forests. Ecological

Society of America, v. 89, n. 7, pg. 1908-1920, 2008.

SWENSON, N. G.; ENQUIST, B. J. Determinantes ecológicos e evolutivos de uma

característica funcional da planta chave: densidade da madeira e sua variação em toda a

comunidade em toda a latitude e elevação. American Journal of Botany, v. 94, ed. 3, pg.

451-459, 2007.

SILVA, C. J.; VALE, A. T.; MIGUEL, E. P. Densidade básica da madeira de espécies

arbóreas de Cerradão no estado do Tocatins. Pesquisa Florestal Brasileira, v.35, n.82, p.63-

75, 2015.

123

Aptidão dos híbridos de milho BRS1055, P3646H e P3862YH para o

mercado de milho verde

Felipe Ribeiro Ilaria (1)

, Leandro Ferreira Damaso(2)

, Cecília Leão Pereira Resende(2)

, Fabrício

Rodrigues(3)

(1)

Estudante de agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás,

[email protected]. (2)

Mestrando na área de produção vegetal, Universidade Estadual de

Goiás, Ipameri, Goiás. (3)

Docente, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.

RESUMO

O milho verde vem crescendo significativamente, tornando-se uma opção de grande valor

econômico, principalmente para os produtores que utilizam mão-de-obra familiar. O objetivo

desse trabalho foi avaliar o desempenho de diferentes híbridos de milho verde, visando o

mercado nacional. Foram utilizados três híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás,

sendo os híbridos BRS1055, P3646H e P3862YH. Além destes, o AG1051, utilizado como

controle (padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande

aceitação comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas

empalhadas e comerciais. Registrou-se que os híbridos BRS1055 e P3862YH demonstraram

desempenho próximo ao AG1051 na primeira safra e inferior na segunda safra, deste modo,

não seriam possíveis concorrentes diretos de mercado.

Palavras-chave: Zea mays, cruzamento, Centro-Oeste, melhoramento.

INTRODUÇÃO

O Brasil é um país de grande importância dentro do cenário agrícola mundial,

principalmente quando se diz respeito a produção de milho, chegando a terceiro maior

produtor. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a produção

brasileira foi de aproximadamente 89 milhões de toneladas, com produtividade média de

5.400 kg ha-1

(CONAB, 2018). Além da obtenção de grãos, o país conta também com o milho

verde, que vem crescendo significativamente. A cultura tornou-se uma opção de grande valor

econômico, principalmente para os produtores que utilizam mão-de-obra familiar, devido à

grande demanda pelo produto in natura e pela indústria de conservas alimentícias, que visam

a consumação das mais variáveis formas, como, cozido, assado ou processado

(ARCHANGELO et al., 2007).

De acordo com as exigências do mercado consumidor de milho verde, as cultivares

ideais para sua produção deve demonstrar espigas longas e cilíndricas (maiores que 15 cm de

comprimento e 3 cm de diâmetro), com sabugo claro e fino, com bom empalhamento e grãos

dentados de cor amarelo-creme, além de apresentarem entre 70% a 80% de umidade

(CAMILO et al., 2015). Entretanto, existe variação entre os períodos de colheita (R3) e o

tempo de permanência no campo, que é de aproximadamente 20 a 30 dias após o

florescimento, tornando-se dependente da cultivar utilizada e de seu ciclo de vida, podendo

chegar a 25 t ha-1

(LUZ et al., 2014).

Apesar do notável crescimento no consumo e consequentemente na produção de milho

verde, ainda existem poucas informações disponíveis do assunto. Um exemplo são os

números de cultivares disponíveis no mercado. Na safra de 2016/17 a Embrapa Milho e Sorgo

124

realizou um levantamento das cultivares de milho a serem oferecidos aos produtores,

totalizando 315 cultivares, porém sendo somente indicados para a produção de milho verde 4

cultivares, deixando evidente a necessidade de se obter novas populações para diferentes

regiões (PEREIRA FILHO & BORGHI, 2016).

Existe a escassez de informações genéticas de características envolvidas para a

produção de milho verde e a falta de disponibilidade de cultivares destinadas a este mercado,

o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho de diferentes híbridos de milho verde,

visando o mercado nacional.

MATERIAL E MÉTODOS

O solo da região é composto por Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, conforme os

critérios descritos conforme EMBRAPA (2013). A região apresenta clima tropical úmido,

com duas estações bem definida, seca e chuvosa, sendo o experimento instalado sobre a

chuvosa, entre os meses de outubro a dezembro.

Foram utilizados dez híbridos destinados à região Centro-Oeste de Goiás, sendo os

híbridos BRS1055, P3646H e P3862YH. Além destes, o AG1051, utilizado como controle

(padrão comercial), sendo indicado para o mercado de milho verde e com grande aceitação

comercial, possuindo espigas de excelente qualidade e boa produtividade de espigas

empalhadas e comerciais.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, por duas safras agrícolas, em que cada parcela foi constituída por quatro fileiras,

com quatro metros de comprimento e espaçadas 0,5 metros, com três plantas por metro linear,

utilizando-se somente as duas fileiras centrais, totalizando uma área útil de 4m2.

Foram avaliadas as características: AE - altura da espiga, no qual foi realizada a

medição das plantas, após o florescimento feminino, obtendo-se a altura de seis plantas

representativas da área útil de cada parcela, em cm, da região do colo da planta até a base da

espiga; PEE - produtividade de espigas empalhadas, obtida pela soma do peso total das

espigas com palha na área útil de cada parcela, posteriormente, transformados para toneladas

por hectare; PED - produtividade de espigas despalhadas, no qual foi obtida pela da soma do

peso das espigas despalhadas de cada parcela, posteriormente, transformados para toneladas

por hectare; PEC - produtividade de espigas comerciais, no qual foi obtida pela da soma do

peso das espigas despalhadas maiores que 15 cm e com diâmetro superior a 3 cm e, também,

isentas de pragas e doenças; COMP - comprimento médio das espigas comerciais, no qual

mediu-se o comprimento de cinco espigas comerciais, tomadas ao acaso em cada parcela,

sendo a média aritmética dessas espigas atribuída à parcela; DIAM - diâmetro médio das

espigas comerciais, no qual foi medido, com o auxílio de um paquímetro, o diâmetro médio

de cinco espigas comerciais tomadas ao acaso em cada parcela, sendo atribuída a média

aritmética do diâmetro à parcela; MG – massa de grãos, obtida por meio da retirada da massa

dos grãos de três espigas comerciais, rente a espiga, com auxílio de raladores e,

posteriormente, pesada a massa fresca; e a RB - renda bruta – medida calculada por meio da

produtividade de espigas empalhadas por hectare (PEE), o qual a produtividade é

transformada em reais, obtida pela transformação da produtividade em sacos de 25 kg e

atribuído o valor de 20 reais/saco, utilizando o valor pago no mês de fevereiro de 2015, de

acordo com o CEASAGO (2017).

Posteriormente, realizada a construção do gráfico em radar, par a par, sendo o híbrido

AG1051 utilizado como padrão de qualidade (Controle = 100%), logo após, sendo comparado

com os demais híbridos, utilizando as médias obtidas para cada variável testada, com

diferença significativa entre os híbridos, nas safras.

125

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Registra-se que os híbridos BRS1055 (A e B) e P3862YH (E e F), conforme Figura 1,

demonstraram desempenho próximo ao AG1051 na primeira safra e inferior na segunda safra,

deste modo, não seriam possíveis concorrentes diretos de mercado. Isso se deve a fatia

importante do mercado nacional que o controle (AG1051) já possui e por apresentar

características comprovadas para produção de minimilho (CASTRO et al., 2013), matéria

seca de planta inteira (PEREIRA et al., 2011) e com potencial para a ser usado na alimentação

de bovinos para a produção de leite (OLIVEIRA et al., 2007).

Figura 1. Comportamento médio dos híbridos BRS1055 (A e B), P3646H (C e D) e P3862YH (E e F),

comparados com o AG 1051 (controle – 100%), para as variáveis de altura de espiga (AE), produtividade de

espigas empalhadas (PEE), produtividade de espigas despalhadas (PED), produtividade de espigas comerciais

(PEC), comprimento médio de espigas comerciais (COMP), massa de grão (MG) e rendimento bruto (RB),

durante duas safras agrícolas (A, C e E – Primeira Safra) e (B, D e F – Segunda safra).

Além disso, o lucro oferecido seria de 1460 reais, com relação ao BRS 1055 e de

apenas 470 reais, para o híbrido P3862YH, com menor ou similar porcentagem de MG,

respectivamente, e, ainda, com maiores riscos para o produtor, caso ocorresse veranicos

próximos ao florescimento e/ou no início dos estádios reprodutivos, como observado na

segunda safra.

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

A B

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

C D

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

E F

50

75

100

125

150AE

PEE

PED

PECCOMP

MG

RB

— BRS 1055 (13/14)

--- AG 1051 (13/14) — BRS 1055 (14/15)

--- AG 1051 (14/15)

— P3646H (13/14)

--- AG 1051 (13/14)

— P3646H (14/15)

--- AG 1051 (14/15)

— P3862YH (13/14)

--- AG 1051 (13/14) — P3646H (14/15)

--- AG 1051 (14/15)

126

CONCLUSÃO

Conclui-se que a segunda safra interferiu negativamente nos resultados devido ao

veranico ocorrido na região, entretanto percebe-se a autoridade nítida do híbrido AG1051 em

relação aos outros híbridos em praticamente todas as variáveis.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARCHANGELO, E.; COIMBRA, R.; BARRETO, P.; CARDOSO, E.; NAOE, L. Avaliação

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Brasileira de Grãos 2017/18 – n.7 – Sétimo Levantamento – abril/2018. Disponível em:

<file:///C:/Users/Usuariopc/Downloads/BoletimZGraosZAbrilZ2018.pdf>. Acesso: 14 abr.

2018.

EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Centro Nacional de Pesquisa de

Solos: Rio de Janeiro. 3ª ed.; 353p, 2013.

LUZ, J. M. Q.; CAMILO, J. S.; BARBIERI, V. H. B.; RANGEL, R. M.; OLIVEIRA, R. C.

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híbridos comerciais de milho para utilização na forma de silagem a Mesorregião do Leste

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2016/2017. Embrapa Milho e Sorgo, 2016 (Folhetos 202).

127

Decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de

eucalipto

Natália Cássia de Faria Ferreira (1)

; Jéssica Rodrigues de Mello Duarte (2)

; Guilherme Felipe

de Oliveira Flor (3)

; Tatiana Vieira Ramos (4)

(1)

Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de

Goiás; Ipameri, Goiás; (3)

Estudante de agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri,

Goiás; (4)

Docente; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

A serapilheira compreende a principal via de transferência de matéria orgânica e nutrientes ao

solo, o que garante a manutenção da capacidade produtiva de sítios florestais. O objetivo foi

avaliar a decomposição de serapilheira em área de mata nativa e em plantio de eucalipto em

Ipameri, Goiás. Para avaliar a decomposição de serapilheira foi realizada a análise da perda de

massa, utilizando-se litter bags (bolsas de naylon 1 mm) com dimensões 20 x 30 cm, para sua

composição, foram utilizadas 50g de folhas dispostas na área de estudo, posteriormente foram

distribuídos aleatoriamente em área de mata nativa e plantio de E. urograndis. A coleta foi

realizada mensalmente, com a retirada de cinco bolsas em cada local de avaliação, durante o

período de 12 meses. Verificou-se que a maior taxa de decomposição foi advinda dos litter

bags dispostos entre a área de mata nativa quando comparada ao plantio de eucalipto.

Palavras-chave: Litter bags, biomassa, aporte.

INTRODUÇÃO

A dinâmica do processo de ciclagem de nutrientes vem recebendo cada vez mais

destaque nos ecossistemas florestais, com ênfase na compreensão do papel de reservatório e

de fluxo nutricional desempenhado pela serapilheira (GRUGIKI et al., 2017). A serapilheira é

composta por todo material vegetal depositado ao solo pelas árvores, bem como: folhas,

ramos, inflorescências, frutos, flores e sementes, a qual apresenta influência direta na

ciclagem de nutrientes, a partir do incremento de matéria orgânica a solos que apresentam

baixa fertilidade (PINTO et al., 2016). Os fatores bióticos e abióticos interferem na

decomposição do material orgânico, sendo determinantes na composição do material que se

acumula sobre o solo florestal (GIÁCOMO et al., 2012).

A produtividade de um ecossistema associa-se à qualidade e quantidade de nutrientes

estocados em piso florestal, bem como na velocidade do processo de decomposição da

serapilheira, o que ressalta a grande importância de estudos que avaliem a taxa de

decomposição do material orgânico em florestas nativas e em plantios comerciais, os quais

podem subsidiar informações necessárias aos processos de conservação e manejo florestal

(INKOTTE et al., 2015).

A composição do sistema florestal nativo ou plantado favorece a criação de um

microambiente, o qual garante a interação entre agentes decompositores e fatores físico-

químicos do solo, onde a decomposição de serapilheira disponibiliza ao solo elementos

minerais essenciais às plantas e assim, maximiza o processo de ciclagem de nutrientes (NETO

et al., 2015; ROSA et al., 2017). Tanto em florestas nativas como em plantios florestais, a

128

matéria orgânica acumulada na superfície do solo é incorporada ao solo, onde ao ser

decomposta, corrobora com a dinâmica dos ecossistemas florestais, pois se torna fonte de

nutrientes às plantas, além favorecer a drenagem de água no solo e proporcionar proteção

contra processos erosivos (SILVA et al., 2014).

Diante ao exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a taxa de decomposição de

serapilheira em área de mata nativa e plantio de Eucalyptus urograndis, localizados no

município de Ipameri, Goiás.

MATERIAL E MÉTODOS

Para avaliar a decomposição da serapilheira foi realizada a análise da perda de massa,

utilizando-se litter bags (bolsas de naylon com malha de 1 mm) com dimensões 20 x 30 cm

(Figura 1). Os litter bags, foram compostos com 50g de folhas recém-caídas, de modo a

simular a deposição natural da serapilheira (Figura 1).

Figura 1. A) Modelo de litter bag utilizado no estudo; B) Pesagem de litter bag com 50g de

serapilheira para instalação em área mata nativa e plantio de E. urograndis localizados em

área experimental da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás.

Foram confeccionados 100 litter bags totais. A instalação contou com a disposição de

50 litter bags em piso florestal em mata nativa e outros 50 litter bags em plantio de eucalipto,

ambos com distribuição aleatória. Estes foram fixados com fio de arame ao solo, para evitar

seu deslocamento por meio de ação de vento, chuva ou animais. A coleta foi realizada a cada

30 dias com a retirada de duas bolsas de cada local de avaliação, durante o período de 12

meses.

Após a coleta, os litter bags foram levados ao laboratório de solos, onde eram

examinados para a retirada das partículas de solo retidas ao material orgânico, posteriormente

realizou-se a pesagem da massa do material vegetal em balança analítica de precisão. A taxa

de decomposição foi calculada através do material remanescente nos litter bags ao longo do

período avaliado, com o uso da fórmula:

Massa remanescente (%) = (massa final/massa inicial) x 100.

129

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

A maior taxa de decomposição de serapilheira ocorreu entre em área de mata nativa (Tabela

1). Na região de mata nativa há maior tendência de perda de massa constante. A diferença da

taxa de decomposição ao longo do período foi pequena, as taxas de decomposição do material

disposto em mata nativa e plantio de eucalipto aumentaram de 2,77% no início do período de

avalição para 10,13% ao fim das avaliações.

Tabela 1. Taxa de decomposição de serapilheira (%) em área de mata nativa e plantio de E.

urograndis, no município de Ipameri, Goiás.

Período de Avaliação Taxa de Decomposição Serapilheira (%)

Mata Nativa Plantio de Eucalipto

Abril 100 100

Maio 96,43 99,20

Junho 96,16 98,72

Julho 94,72 97,83

Agosto 93,63 96,81

Setembro 90,80 95,95

Outubro 88,55 95,08

Novembro 87,37 94,53

Dezembro 86,19 94,00

Janeiro 85,05 93,57

Fevereiro 83,27 93,03

Março 81,21 91,56

Abril 80,67 90,80

Ao final do experimento, os litter bags dispostos em área de mata nativa apresentaram

um remanescente de 80,67%, já em área de plantio de eucalipto a taxa de decomposição

apresentou-se equivalente a 10,13% a menos, seja em função das variáveis ambientais, da

disponibilidade de agentes decompositores ou da qualidade do material vegetal.

A cobertura florestal é um fator determinante no processo de decomposição de

serapilheira, a qual define a estrutura do material formador e fatores que influenciam de

maneira direta na decomposição, bem como condições ambientais e propriedades físico-

químicas do solo (BARBOSA et al., 2017). Provavelmente a baixa velocidade de

decomposição do eucalipto pode ter ocorrido em função ao alto conteúdo polifenóis e lignina

presentes em sua composição, quando comparada com as espécies nativas (DE CARVALHO

et al., 2017).

A serapilheira fornece nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas a longo

prazo, com lenta disponibilização dos nutrientes, porém de forma contínua, o que reduz

perdas do sistema de interação entre solo-planta, o que corrobora com os resultados obtidos

no presente estudo (MOMOLLI et al., 2018).

CONCLUSÃO

Verificou-se que a maior taxa de decomposição foi advinda dos litter bags dispostos

entre a área de mata nativa quando comparada ao plantio de eucalipto, o que representa uma

alternativa viável a incorporação de nutrientes no solo.

130

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, V.; BARRETO-GARCIA, P.; GAMA-RODRIGUES, E.; DE PAULA, A.

Biomassa, Carbono e Nitrogênio na Serapilheira Acumulada de Florestas Plantadas e

Nativa. Floresta e Ambiente, v. 24, 2017.

DE CARVALHO, D. C.; PEREIRA, M. G. G.; TOLEDO, L. O.; SIMON, C. A.; DA SILVA

RODRIGUES, J.; FERNANDES, J. C. F.; NETO, E. C. S. Ciclagem de nutrientes de um

plantio de eucalipto em regeneração de espécies nativas no sub-bosque. Floresta, v. 47, n. 1,

p. 17-28, 2017.

GIÁCOMO, R. G.; PEREIRA, M. G.; MACHADO, D. L. Aporte e decomposição de

serapilheira em áreas de cerradão e mata mesofítica na estação ecológica de Pirapitinga –

MG. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 4, p. 669-680, 2012.

GRUGIKI, M. A.; ANDRADE, F. V.; PASSOS, R. R.; FERREIRA, A. C. F. Decomposição e

atividade microbiana de serapilheira em coberturas florestais no sul do Espírito Santo.

Floresta e Ambiente, v. 24, 2017.

INKOTTE, J.; MAFRA, Á. L.; RIOS, P. D.; BARETTA, D.; VIEIRA, H. C. Deposição de

serapilheira em reflorestamentos de eucalipto e florestas nativas nas regiões Planalto e Oeste

do Estado de Santa Catarina. Scientia Forestalis, v. 43, n. 106, p. 261-270, 2015.

MOMOLLI, D. R.; SCHUMACHER, M. V.; DICK, G., VIERA, M.; DE SOUZA, H. P.

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Biome. Scientia Forestalis, v. 46, n. 118, p. 199-208, jun. 2018.

NETO, A. P. S.; BARRETO, P. A. B.; DA GAMA-RODRIGUES, E. F.; DE NOVAES, A.

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plantios de Pterogyne nitens tul. e Eucalyptus urophylla ST Blake no sudoeste da

Bahia. Ciência Florestal, v. 25, n. 3, p. 633-643, 2015.

PINTO, H. C. A.; BARRETO, P. A. B.; DA GAMA-RODRIGUES, E. F.; GARCIA R.;

BARBOSA DE OLIVEIRA, F.; DE PAULA, A.; AGUIBERTO RANULFO, A.

Decomposição da serapilheira foliar de floresta nativa e plantios de Pterogyne nitens e

Eucalyptus urophylla no sudoeste da Bahia. Ciência Florestal, v. 26, n. 4, 2016.

ROSA, T. F.; SCARAMUZZA, P.; MATOS, W. L.; PIRES FEITOSA, I.; DE ABREU, F. F.

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GAMA-RODRIGUES, E. F.; OLIVEIRA, F. G. R. B. Decomposição de serapilheira foliar

em três sistemas florestais no Sudoeste da Bahia. Revista Brasileira de Biociências, v. 12, n.

3, 2014.

131

Avaliação do efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea

grandiflora Mart.)

Jéssica Rodrigues de Mello Duarte(1)

; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)

; Guilherme Felipe de

Oliveira Flor(3)

; Leandro Ferreira Damaso(4)

(1)

Engenheira Agrônoma, Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás;

Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)

Engenheira Florestal, Mestranda em

Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)

Estudante de

Agronomia, Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (4)

Engenheiro Agrônomo,

Mestrando em Produção Vegetal Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

Qualea grandiflora Mart., popularmente conhecida como Pau-terra, é uma árvore de elevada

importância ecológica, sendo considerada a espécie lenhosa de maior distribuição no cerrado.

O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito germinativo de sementes de Pau-terra (Qualea

grandiflora Mart.) em caixas gerbox e em papel germitest. As sementes de pau-terra foram

coletadas de árvores matrizes localizadas no município de Ipameri, Goiás. O experimento foi

realizado na Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri. Para verificar a

germinabilidade e o vigor das sementes de Qualea grandiflora foram realizados testes em

caixas gerbox e em papéis germitest, ambos em condições de laboratório. Foram avaliados os

percentuais germinativos de sementes de pau-terra aos 5, 10 e 15 dias. O papel germitest se

mostrou como uma melhor alternativa para germinação de sementes de Qualea grandiflora

Mart., visto que apresentou maior número de sementes germinadas e não apresentou sementes

com fungos durante o período avaliado.

Palavras-chave: Germitest, Germinação, Gerbox, Cerrado.

INTRODUÇÃO

Qualea grandiflora Mart., popularmente conhecida como Pau-terra, é uma árvore de

elevada importância ecológica, sendo considerada a espécie lenhosa de maior distribuição no

cerrado, estando presente tanto em fisionomias mais abertas quanto nas florestais. A espécie é

considerada pouco restritiva quanto ao nível de luminosidade e nutrientes no solo adequados

para a germinação de sementes e crescimento inicial de plântulas (COSTA e SANTOS,

2011).

Estudos evidenciam homogeneidade nos aspectos morfológicos das sementes, bem

como a germinação de plântulas de Qualea grandiflora Mart., na qual o desenvolvimento de

plântulas normais é favorecido a 30ºC, sendo essa a temperatura sugerida para o teste padrão

de germinação, caracterizando-se assim como informações confiáveis a estudos posteriores

com a referida espécie, além disso, devido a homogeneidade apresentada, constata-se que as

informações morfológicas das sementes poderão ser utilizadas em estudos taxonômicos, em

laboratório ou em viveiros quando se necessitar avaliar a qualidade fisiológica de sementes,

interpretar os testes de germinação, reconhecimento da espécie e no estudo da regeneração

natural (FERREIRA et al., 2001; BILIO et al, 2013).

132

A classificação quanto a tolerância à dessecação e a capacidade de armazenamento de

sementes de Qualea grandiflora Mart., revela que a espécie classifica-se como intermediária,

pois não tolera o processo de secagem submetida a baixos conteúdos de água, pois, após a

secagem, tanto rápida quanto lenta, e armazenamento em câmara fria, constata-se decréscimo

na germinação, mostrando a importância em se obter sementes com boa germinação (NERY

et al., 2014). Diante inúmeros benefícios e utilizações, estudos destacam que a casca de

Qualea grandiflora Mart. apresenta atividade antimicrobiana, principalmente sobre cepas

gram-positivas, o que demonstra qual grande é a necessidade de realização de novos estudos

sobre a germinação da espécie, uma vez que a produção florestal, é dependente de boa

germinação (MOURA et al., 2012).

Contudo, o objetivo desse estudo foi avaliar o efeito germinativo de sementes de Pau-

terra (Qualea grandiflora Mart.) em caixas gerbox e em papel germitest.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta e beneficiamento das sementes As sementes de pau-terra foram coletadas de árvores matrizes, ao iniciar a abertura

espontânea, estas localizadas no município de Ipameri, Goiás. O experimento foi realizado no

laboratório Interdisciplinar I da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.

Após a coleta, as cápsulas foram dispostas a pleno sol para o processo de secagem,

durante três dias por um período equivalente a 10 horas/dia, sendo recolhidos a noite. Após o

processo de secagem e abertura dos frutos, foi realizado o beneficiamento manual das

sementes, para a remoção de alas e impurezas (Figura 1).

Figura 1. Sementes de Qualea grandiflora coletadas em área de mata nativa localizada na

Universidade Estadual de Goiás.

Para a caracterização inicial das sementes foi realizada a pesagem de mil sementes,

segundo a Regra de Análise de Sementes, seguindo o delineamento de 8x100 (oito repetições

de cem sementes).

Instalação dos experimentos

Para verificar a germinabilidade e o vigor das sementes de Qualea grandiflora foram

realizados testes em caixas gerbox e em papéis Germitest, ambos em condições de

laboratório. Inicialmente realizou-se a desinfestação das sementes, as quais foram colocadas

133

em álcool 70% (30 segundos), seguido de hipoclorito de sódio a 1% (2 minutos) e em seguida

mergulhadas em água destilada.

Foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de pau-terra aos 5, 10 e 15

dias em papéis germitest e em caixas gerbox.

Para avaliar o percentual de germinação em papel germitest, realizou-se a esterilização

com hipoclorito de sódio a 20%. Foram utilizadas três folhas de papéis germitest para cada

rolo, em seguida foram pesadas para a determinação da quantidade de água necessária para a

umidificação de tais, equivalente a 2,5 vezes superiores ao peso das sementes. As folhas

foram umidificadas e posteriormente as sementes foram dispostas uniformemente com

espaçamento equidistante em rolos de papéis germitest com quatro repetições com 25

sementes, em seguida as sementes foram cobertas com uma das folhas de papel germitest e as

bordas laterais foram dobradas e enroladas com elásticos nas extremidades.

Também foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de pau-terra em

caixas gerbox, as quais foram esterilizadas com hipoclorito de sódio a 20%. As sementes

foram dispostas uniformemente com espaçamento equidistante em caixas gerbox com quatro

repetições com 25 sementes. Os rolos de papéis germitest e caixas gerbox foram levados ao

germinador (B.O.D) durante 120h até a primeira contagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados do percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora Mart.

em papel germitest encontram-se na Tabela 1. Foram avaliadas quatro repetições com 25

sementes em cada repetição, sendo que nas avaliações feitas no período de 10 dias e 15 dias

após a instalação do experimento foi observada a melhor taxa de germinabilidade em papel

germitest. Não foram observadas sementes com fungos e o percentual de sementes não

germinadas foi de 10%.

Tabela 1. Percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora em papel germitest.

Período de Avaliação Tratamentos

Total T1 T2 T3 T4

1ª Contagem (5 dias) 0 0 0 0 0

2ª Contagem (10 dias) 11 12 12 15 50

3ª Contagem (15 dias) 8 10 13 9 40

SNG 6 3 0 1 10

SCF 0 0 0 0 0

Germinação total 19 22 25 24 90

*SNG: Sementes não germinadas

*SCF: Sementes com fungos.

Os resultados do percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora Mart.

em caixas gerbox encontram-se na Tabela 2. Foram avaliadas quatro repetições com 25

sementes em cada repetição, sendo que nas avaliações feitas no período inical de 5 dias e 10

dias após a instalação do experimento foi observada a melhor taxa de germinabilidade. As

sementes germinaram mais rapidamente quando comparadas ao tratamento com papel

germitest, porém foi observado um alto percentual de sementes com fungos, sendo que mais

de 50% das sementes apresentaram a presença de patógenos, o que pode vir a comprometer a

qualidade das sementes. O percentual de germinação foi de 68%, muito abaixo do

apresentado quando utilizamos o papel germitest.

134

Tabela 2. Percentual de germinação das sementes de Qualea grandiflora em caixas gerbox.

Período de Avaliação Tratamentos

Total T1 T2 T3 T4

1ª Contagem (5 dias) 8 10 4 8 30

2ª Contagem (10 dias) 5 4 7 7 23

3ª Contagem (15 dias) 7 4 2 2 15

SNG 5 7 12 8 32

SCF 13 14 11 15 53

Germinação total 20 18 13 17 68

*SNG: Sementes não germinadas

*SCF: Sementes com fungos.

Estudos de Dousseau et al. (2013) corroboraram com os resultados encontrados, visto

que o mesmo relatou a importância na escolha do substrato para os processos de germinação e

pós-germinação, e ressaltou ainda que para definição adequada é importante levar em conta

fatores como o tamanho dos diásporos e seus requisitos em relação à umidade e à luz,

densidade, absorção e retenção de água, aeração, ausência de patógenos e substâncias tóxicas.

CONCLUSÃO

O papel germitest se mostrou como uma melhor alternativa para germinação de

sementes de Qualea grandiflora Mart., visto que apresentou maior número de sementes

germinadas e não apresentou sementes com fungos durante o período avaliado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BILIO, R. S.; GUIMARÃES, S. C.,; CALDEIRA, S. F. Qualea grandiflora Mart.:

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19, n. 1, p. 93-101, 2013.

FERREIRA, R. A.; DAVIDE, A. C.; TONETTI, O. A. O. Morfologia de sementes e plântulas

de pau-terra (Qualea grandiflora Mart.-Vochysiaceae). Revista Brasileira de Sementes,

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MOURA, C. O.; NASCIMENTO, G. P. V.; GAROFALO, C. R. Atividade antibacteriana de

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armazenamento. Cerne, v. 20, n. 3, p. 477-483, 2014.

135

Quebra de dormência de sementes de Araticum do Cerrado de Goiás

Anderson Dias Vaz de Souza(1)

; Edvan Costa da Silva(1)

; Muriel Bacelos Silveira(2)

; Nei

Peixoto(3)

; Saulo Araújo de Oliveira(3)

(1)

Mestrando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri/GO;

[email protected]; (2)

Profissional; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus

Ipameri/GO; (3)

Docente, Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.

RESUMO

Araticum é uma espécie frutífera nativa do Cerrado, apresentando potencial de exploração e a

indústria alimentícia, para fins medicinais e agrícolas, sendo o objetivo da presente pesquisa

avaliar o efeito do GA3, em diferentes tempos de imersão, na superação da dormência de

sementes de araticum do cerrado. O experimento foi conduzido em estufa na UEG, Câmpus

Ipameri. Realizou-se a semeadura de sementes com e sem tratamento de GA3, submetidos a

diferentes tempos de imersão, com delineamento experimental de blocos inteiramente

casualizados e a observação da emergência das plântulas e tempo decorrido. Os dados foram

submetidos à análise de variância, utilizando o programa de análise estatística Sisvar, sendo

as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Na concentração

de 1.000 mg L-1

de GA3 é eficiente para superação dormência das sementes e que os tempos

de imersão no ácido não afetam profundamente o tempo médio de germinação.

Palavras-chave: Annona crassiflora Mart., Ácido giberélico, Dormência, Emergência.

INTRODUÇÃO

O araticunzeiro (Annona crassiflora Mart.), também conhecido como marolo,

Araticum e pinha-do-Cerrado está entre as espécies nativas do Cerrado que apresentam

potencial frutífero, porém pouco se conhece sobre seu comportamento em condições naturais

(BRAGA FILHO et al., 2009; PIMENTA et al., 2014).

A germinação do marolo ocorre com dificuldade, havendo um longo período de

dormência. Isso se dá devido à problemas endógenos, uma vez que o embrião necessita

primeiro desenvolver seus órgãos para que ocorra a germinação, e por possuírem tegumento

bastante duro (PEREIRA, 2004; SOARES et al., 2009). O processo de germinação pode levar

até 200 dias para ocorrer mesmo em condições de viveiro (MELO, 2006).

Para minimizar o problema referente à dormência de sementes de araticum, vários

trabalhos têm sido conduzidos para quebra de dormência de diferentes espécies, utilizando

diferentes métodos para aumentar o índice de germinação (SALVADOR, 2010).

Em estudos relacionados, deve-se: buscar a caracterização do processo germinativo

das sementes; conhecer os procedimentos necessários à obtenção de maiores índices e

velocidade de germinação; e ainda, obter um desenvolvimento inicial mais rápido e uniforme

das plântulas (BERNARDES et. al., 2007).

Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do ácido giberélico, em

diferentes tempos de imersão, na superação da dormência de sementes de araticum do cerrado

(Annona crassiflora Mart.).

136

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus

Ipameri - GO (17º43‘00.38‘‘S, 48º08‘40.96‘‘W, 796 m), em Latossolo Vermelho Amarelo

Distrófico e clima Tropical Semi-úmido, no período de março a setembro de 2017. Os frutos

de Annona crassiflora Mart., foram obtidos em comércio local no município de Goiânia –

GO.

A extração das sementes de araticum foi conduzida com auxílio de uma peneira de

malha de aço e água corrente. Após a retirada da polpa, as sementes foram postas para secar

em local seco, sombreado e ventilado, sobre papel toalha e armazenadas durante um mês,

período antecedente a semeadura.

Às vésperas da semeadura, as sementes foram colocadas em um recipiente com 5,0 L

de água destilada por 12 horas, procedimento para retirada de sementes chochas e brocadas, e

sem seguida, foram postas para secar

O delineamento experimental utilizado foi de blocos inteiramente casualizados com os

tratamentos dispostos em esquema fatorial 2 x 4, tendo como fatores duas concentrações de

ácido giberélico (0 e 1000 mg. L-1

) e tempos de imersão na solução (24, 48, 72 e 96 horas).

Cada parcela foi constituída por um vaso, com capacidade de 3 litros, tendo como substrato

areia lavada, recebendo 40 sementes cada um.

Para a semeadura foi realizado uma homogeneização das sementes e imersão nas

soluções. A semeadura foi realizada nos dias 20, 21, 22 e 23 de abril de 2017, relacionando os

respectivos tempos de embebição. A mesma foi feita em vasos redondos para os tratamentos

com água destilada, e jardineiras para o tratamento com ácido giberélico. Os vasos foram

mantidos na estufa do Câmpus, com regas diárias ao longo do período de avaliação.

O início da avaliação se deu a partir da emergência da primeira plântula, no dia 31 de

maio de 2017, e se estendeu até 22 de setembro do referido ano. A avaliação da emergência

das plântulas foi realizada de dois em dois dias, durante 72 dias. Após esse período, as

avaliações foram procedidas semanalmente pois houve diminuição na emergência das

sementes de araticum. Obteve-se assim, os dados para o cálculo do índice de velocidade de

emergência (IVE).

Foi considerada emergida a plântula cujos cotilédones se apresentaram elevados, acima do

nível do substrato. De acordo com MAGUIRRI (1962), IVE é a somatória da razão entre o

número de plântulas emergidas em campo no dia da observação (numerador) e o número de

dias transcorridos da semeadura (denominador), do primeiro ao último dia da contagem.

Os dados foram submetidos à análise de variância, utilizando o programa de análise

estatística Sisvar, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Com base dos resultados obtidos, foi observado que a emergência da primeira plântula

ocorreu aos 40 dias no tratamento com o ácido giberélico (GA3) e 48 horas de imersão. Esse

resultado comparado ao encontrado por BRAGA FILHO et al. (2014), de 32 dias após a

semeadura, mostrou uma diferença de 8 dias para a ocorrência da emergência da primeira

plântula utilizando a concentração de 100 ppm de ácido giberélico (GA3) e tempo de imersão

de 48 horas.

O experimento apresentou diferença significativa nas médias de porcentagem final de

germinação para o tratamento com ácido giberélico (GA3) em relação ao tratamento sem o

GA3 (Tabela 1).

137

Tabela 1 – Médias da porcentagem final de germinação (PG) nos tratamentos sem Ácido

Giberélico (GA3) e com GA3. Ipameri, GO. 2018.

Tratamentos Médias % final de germinação

Sem GA3 1.25¹ b

1000 mg.L 23.12 a

¹Médias seguidas da mesma letra não diferem ente si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

BERNADES et al. (2007) testaram a aplicação de diferentes fitohormônios em

sementes recém-colhidas e armazenadas de araticum e, também, demonstraram a eficiência

do uso de ácido giberélico na concentração de 1.000 ppm na quebra da dormência da semente.

Essa indicação de concentração de GA3 também está presente em SOARES et al. (2009). No

documento, recomenda-se a imersão das sementes de marolo por 48 h em soluções de 1.000 a

2.000 mg L-1

de GA3 para auxiliar o processo germinativo.

Foi observado no experimento que a interação entre a aplicação de GA3 e o tempo de imersão

(TI) resultou em diferenças significativas nos resultados das análises de porcentagem final de

germinação (Tabela 2).

A atuação do ácido giberélico sobre a superação de dormência das sementes é a

responsável por essa diferença, uma vez que as observações foram realizadas em amostras

sem o ácido e com o mesmo. Em média, os tratamentos com a utilização de GA3 associados a

maior tempo de imersão na solução, proporcionaram maiores porcentagens de emergência.

Tabela 2 – Médias de porcentagem de emergência em diferentes tempos de imersão em ácido

giberélico. Ipameri, GO. 2018.

Tempo de imersão (h) Médias % de emergência

48 16.250000¹ b

24 16.250000 b

96 27.500000 a

72 32.500000 a

¹Médias seguidas da mesma letra não diferem ente si pelo teste de Tukey a 5% de

probabilidade.

No entanto, observa-se que o tempo de 72 horas de imersão no GA3 apresentou

melhor média de porcentagem de emergência neste experimento (Tabela 2). Esse resultado é

corroborado pela recomendação de MELO et al. (2000) de imergir as sementes de araticum

em 1,0 g de ácido giberélico em 1,0 L de água por 72 horas para reduzir o período de

germinação significativamente de 210 dias para 60 a 120 dias. PEREIRA et al. (2004)

recomendam, além desse período e concentração de GA3, a utilização da concentração de 250

mg.L-1

e imersão de 96 horas para diminuir custos e obter resultados próximos.

CAVALCANTE (2007) ao testar a emergência de sementes, armazenadas e recém-

colhidas, da espécie em diferentes tipos de substratos observou uma grande variação de

germinação, indicando que o ácido giberélico pode antecipar esse período de dormência.

PEREIRA et al. (2004) encontraram coeficiente de variação que indica média dispersão ao

comparar tratamentos na germinação de sementes de marolo, utilizando também o GA3 em

variados tempos de imersão.

Como houve germinação apenas no tempo de imersão de 48 horas nos tratamentos

sem ácido giberélico, foi feita a análise do tempo médio de emergência como se os

tratamentos fossem independentes, excluindo os em que não houve emergência.

Não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos quanto ao tempo

médio de emergência das plântulas, cuja média geral foi de 51 dias.

138

CONCLUSÃO

O ácido giberélico contribui sobremaneira para a superação dos problemas técnicos de

estabelecimento da cultura. A concentração de 1000 mg L-1

de GA3 é eficiente para a quebra

da dormência e auxilio na germinação da semente do araticum.

O tempo médio de germinação das sementes de marolo não é profundamente afetado

pelos diferentes tempos de imersão das sementes em GA3. Sendo sugerida que o

fitohormônio possui maior influência na porcentagem final de germinação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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J.L.; AGUIAR, A. V. Produção e caracterização de ambientes de ocorrência de plantas

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de substratos e do armazenamento de sementes sobre a emergência e crescimento de plântulas

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17. 2009.(Boletim Técnico - n. 82).

139

Capacidade germinativa de sementes de Carvoeiro

Guilherme Felipe de Oliveira Flor(1)

; Natália Cássia de Faria Ferreira(2)

; Jéssica Rodrigues de

Mello Duarte(2)

; Leandro Ferreira Damaso(2)

(1)

Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Mestranda(o) em Produção Vegetal; Universidade

Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

Sclerolobium paniculatum Vogel é uma espécie pioneira, típica do cerrado stricto sensu e

destaca-se por boa adaptação e potencial silvicultural. O trabalho teve por objetivo realizar

avaliação do potencial germinativo de sementes de Sclerolobium paniculatum Vogel. A coleta

e beneficiamento das sementes foram realizados em área de mata nativa situada no município

de Ipameri, Goiás. Para verificar o potencial germinativo e o vigor das sementes foram

realizados testes de sanidade do material em estudo, posteriormente, com o intuito de

averiguar a germinação das sementes, foram realizados e instalados testes em caixas gerbox e

em papéis germitest, ambos em condições de laboratório. Para constatar o potencial das

sementes, os testes foram realizados aos 5, 10 e 15 dias. A maior taxa de germinação de

sementes de Sclerolobium paniculatum Vogel, apresentou-se superior aos 10º de avaliação,

para ambos os testes avaliados.

Palavras-chave: Vigor, Emergência, Potencial germinativo, Sclerolobium paniculatum.

INTRODUÇÃO

Sclerolobium paniculatum Vogel, também conhecida como cachamorra, carvoeiro ou

táxi-branco refere-se a uma espécie pioneira, nativa do Brasil e de ocorrência nas regiões

Norte, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste (STALLBAUN et al., 2017). Apresenta elevado

potencial econômico em função às suas características organolépticas, crescimento acelerado,

boa formação de serapilheira, o que garante maior incorporação de matéria orgânica e

nutrientes ao solo, além da qualidade madeireira, destinada a carvoaria, construções rurais e

civis, bem como a produção de caibros e moirões, o que evidencia seu grande potencial

silvicultural (DE FREITAS et al., 2012; MORAIS et al., 2017).

O carvoeiro apresenta porte médio, podendo atingir até 20m de altura, tronco retilíneo,

com dominância apical bem definida, além de apresentar aspectos silviculturais que

favorecem a sua escolha para plantios comerciais, toda via, sua utilização também é comum

em projetos de reflorestamento em ambientes degradados devido a fácil adaptação a solos

pobres, rápido crescimento, elevada deposição de folhas, com ênfase à associação com

bactérias fixadoras de N atmosférico, o que corrobora com a incorporação nutricional em

solos de baixa fertilidade (DA CONCEIÇÃO et al., 2013).

Típica do cerrado sensu stricto, apresenta destaque por seu crescimento acelerado e

ocorrência em diversos tipos de solos, inclusive em ambientes com solos ácidos. Além das

inúmeras características, a produção do carvoeiro é destinada principalmente para a formação

de energia, por isso torna-se necessário novos estudos que ressaltem a importância da espécie,

de modo a facilitar seu manejo silvicultural, garantindo a produção de mudas de qualidade e

140

consequentemente, acarretarão maior viabilidade e produtividade aos plantios florestais

(TERRA, 2018).

Diante ao abordado, o presente trabalho teve como objetivo realizar a avaliação do

potencial germinativo de sementes de Sclerolobium paniculatum.

MATERIAL E MÉTODOS

Coleta e beneficiamento das sementes As sementes de pau-terra foram coletadas de árvores matrizes, ao iniciar a abertura

espontânea, estas localizadas no município de Ipameri, Goiás. Após a coleta, as cápsulas

foram dispostas a pleno sol para o processo de secagem, durante três dias por um período

equivalente a 10 horas/dia, sendo recolhidos a noite. Após o processo de secagem e abertura

dos frutos, foi realizado o beneficiamento manual das sementes, para a remoção de alas e

impurezas. Para a caracterização inicial das sementes foi realizada a pesagem de mil

sementes, segundo a Regra de Análise de Sementes (RAS, 2009).

Instalação dos experimentos

Para verificar a germinabilidade e o vigor das sementes de Sclerolobium paniculatum

foram realizados testes em caixas gerbox e em papéis Germitest, ambos em condições de

laboratório. Inicialmente realizou-se a desinfestação das sementes, as quais foram colocadas

em álcool 70% (30 segundos), seguido de hipoclorito de sódio a 1% (2 minutos) e em seguida

mergulhadas em água destilada. Foram avaliados os percentuais germinativos de sementes de

Sclerolobium paniculatum aos 5, 10 e 15 dias em papéis germitest e em caixas gerbox.

Para avaliar o percentual de germinação em papel germitest, realizou-se a esterilização

com hipoclorito de sódio a 20%. Foram utilizadas três folhas de papéis germitest para cada

rolo, em seguida foram pesadas para a determinação da quantidade de água necessária para a

umidificação de tais, equivalente a 2,5 vezes superiores ao peso das sementes. As folhas

foram umidificadas e posteriormente as sementes foram dispostas uniformemente com

espaçamento equidistante em rolos de papéis germitest com quatro repetições com 25

sementes, em seguida as sementes foram cobertas com uma das folhas de papel germitest e as

bordas laterais foram dobradas e enroladas com elásticos nas extremidades.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

As sementes de Sclerolobium paniculatum avaliadas em papel germitest apresentaram

destaque nas avaliações realizadas aos 10 dias e 15 dias de germinação, com valores

superiores aos demais (Tabela 1). Foi constatada a incidência de fungos em algumas sementes

avaliadas.

A emergência das sementes avaliadas em caixas gerbox, em média, ocorreu a partir

dos 10 dias avaliados, com destaque para ambos os testes avaliados. Em geral, o percentual de

emergência foram bem semelhantes, contudo, um dos fatores que corrobora com os dados

evidenciados no presente trabalho, refere-se a incidência de fungos que comprometem a

germinabilidade das sementes.

A maior taxa de sementes germinadas ocorreu aos 10 dias de armazenamento,

apresentando decréscimo ao decorrer dos dias avaliados, sendo assim, nota-se que por se

tratar de sementes recalcitrantes, o armazenamento pode afetar a taxa e a velocidade do

processo de germinação. A redução no índice de germinação pode estar associado a qualidade

fisiológica da sementes, fato comum em sementes recalcitrantes que apresentam menor

período de viabilidade quando comparadas as sementes ortodoxas (BRITO et al., 2013).

141

Tabela 1. Germinação das sementes de Sclerolobium paniculatum em papel germitest.

Período de

Avaliação

Tratamentos Total

T1 T2 T3 T4

1ª Contagem

(5 dias) 0 0 0 0 0

2ª Contagem

(10 dias) 16 9 9 11 45

3ª Contagem

(15 dias) 10 7 11 8 36

SNG 3 3 6 3 15

SCF 5 3 0 3 11

Germinação

total 34 22 26 25 98

*SNG: Sementes não germinadas

*SCF: Sementes com fungos.

Tabela 2. Germinação das sementes de Sclerolobium paniculatum em caixas gerbox.

Período de

Avaliação

Tratamentos Total

T1 T2 T3 T4

1ª Contagem

(5 dias) 0 0 0 0 0

2ª Contagem

(10 dias) 8 10 4 7 29

3ª Contagem

(15 dias) 5 4 6 7 22

SNG 7 4 3 3 17

SCF 5 7 12 8 32

Germinação

total 25 25 25 25 100

*SNG: Sementes não germinadas

*SCF: Sementes com fungos.

A redução na qualidade fisiológica das sementes armazenadas pode ter ocorrido em

função a perda do vigor das mesmas, uma vez que após atingir a maturação fisiológica, as

sementes apresentam queda no processo de germinação, em função aos danos fisiológicos e

bioquímicos frequentes em sementes de natureza intermediária e recalcitrante (FELIX et al.,

2017).

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos conclui-se que o potencial de germinação de

sementes de Sclerolobium paniculatum foi superior no teste em caixas gerbox, em função a

menor incidência de fungos, de modo a constatar viabilidade ao processo germinativo da

espécie.

142

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITO, J. F.; FIGUERÊDO, K. S.; RIBEIRO, M. M. C.; DOS SANTOS, A. C. M.; DA

SILVA, R. R. Tratamentos pré-germinativos em sementes de Sclerolobium denudatum

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n. 2 p. 151-161 dez. 2013.

DE FREITAS, G. A.; DE MELO, A. V.; PEREIRA, M. A. B.; DE ANDRADE, C. A. O.;

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Sclerolobium paniculatum Vogel para recuperação de área degradada. Journal of

Biotechnology and Biodiversity, v. 3, n. 3, 2012.

FELIX, F. C.; DE PÁDUA, G. V.; ARAÚJO, F. S.; FERRARI, C. S.; PACHECO, M. V.

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branco submetidas à variação de temperatura foliar e suspensão da irrigação. Ciência

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STALLBAUN, P. H.; BARAUNA, E. E. P.; PAES, J. B.; RIBEIRO, N. C.; MONTEIRO, T.

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paniculatum vogel) e pau-terra de folha larga (Qualea grandiflora Mart.). Bioenergia em

Revista: Diálogos (ISSN: 2236-9171), v. 7, n. 2, 2018.

143

Influência de diferentes velocidades de semeadura na produtividade da soja

Alan Abadio da Silva (1)

; Alex da Silva (1)

; Luciana Maria da Silva(2)

; Gabriel Campos do

Amaral(2)

; Tatiana Vieira Ramos(3)

(1)

Profissional; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; [email protected]; (2)

Pós-graduanda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri; (3)

Professora; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo, avaliar o efeito da velocidade de semeadura na

uniformidade de plantio da cultura da soja. O delineamento experimental foi o de blocos ao

acaso com cinco repetições. Os tratamentos constaram de seis velocidades de semeadura (2, 4,

6, 8, 10 e 12 Km.h-1

). Cada parcela apresentou doze linhas de soja com cinco metros de

comprimento. A área útil foi composta pelas seis linhas centrais perfazendo assim 15 m2.

Avaliaram-se os coeficientes de variação (%) de uniformidade de semeadura de soja em

diferentes velocidades de deslocamento. A velocidade que apresentou um desempenho

satisfatório foi a de 10 Km.h-1

. Contudo foi constatado que houve acréscimo na

desuniformidade da semeadura com a elevação da velocidade de deslocamento da semeadora-

adubadora.

Palavras-chave: Glycine max, cerrado, sistema de plantio direto, uniformidade

INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max) é uma oleaginosa, originária da China Antiga, que assume a

importância de maior espécie cultivada e consumida do mundo. Isso se deve por sua

utilização na produção de óleo vegetal (sementes com teor de 20% de óleo), processamento

de rações para alimentação animal, utilização na indústria química e fabricação de alimentos

(LAZZAROTTO e HIRAKURI, 2011).

A uniformidade de distribuição de sementes no solo tem sido colocada como uma das

formas de aumento da produtividade de certas culturas (PINHEIRO NETO et al., 2008). E

para garantir essa regularidade, a velocidade de deslocamento da máquina é um parâmetro de

grande importância.

O estande de plantas pode ser afetado pela velocidade de operação da máquina na hora

do plantio, acarretando em baixas na produtividade. A velocidade pode influenciar na

patinagem dos rodados, quando o solo não está em capacidade de campo, velocidade do

mecanismo distribuidor de sementes, distância, profundidade e exposição de sementes,

duplagem de sementes e danos mecânicos (GARCIA et al., 2011). Outro fator no conjunto

trator-semeadora é que a velocidade influencia no consumo de combustível (FURLANI et al.,

2005).

A diferença no tamanho de sementes não influencia diretamente na distância entre

plântulas, quando realizada em velocidades recomendadas. Porém, quando aumenta os

valores de velocidades de plantio, o tamanho das sementes podem influenciar, podendo

provocar uma menor população e maiores distâncias entre plântulas (ROSALES, 2000).

Desta forma o objetivo deste trabalho foi de avaliar o efeito da velocidade de

semeadura na uniformidade de plantio da cultura da soja.

144

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado durante a safra 2016/2017, em lavoura comercial

pertencente a Fazenda Malutaba e arrendada pela Fazenda Santa Brígida, localizada no

município de Urutaí – GO, com coordenadas 17º 33‘ 24‖ de latitude sul e 48º 10‘ 41‖ de

longitude oeste e altitude de 847 metros. O solo da área experimental foi classificado como

Latossolo Vermelho-Amarelo, de textura argilosa (EMBRAPA, 2013).

O clima da região segundo a classificação de Köppen é do tipo Aw caracterizado

como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno (CARDOSO et al,

2014). Antes da utilização da área para o cultivo agrícola, esta era ocupada por pastagem de

braquiária, e a três anos foi convertida para agricultura.

A correção do solo e a adubação foram realizadas de acordo com o planejamento

elaborado pelo consultor da fazenda. Foram aplicados 150 kg.ha-1

de cloreto de potássio

(KCl) a lanço 30 dias antes da instalação da cultura. Para realizar a dessecação foi feito

levantamento de plantas invasoras da área 10 dias antes da implantação da cultura, para

posterior aplicação de herbicida recomendado para o controle das espécies encontradas.

Foram utilizadas sementes de soja Soy Tech variedade ST 797 IPRO, ciclo de 120 dias

com 99% de pureza e 80% de vigor germinativo. As sementes foram tratadas com inseticida e

fungicida, inoculante líquido, ativador de enraizamento e grafite em pó. O manejo

fitossanitário do experimento foi realizado de acordo com planejamento da propriedade e da

necessidade de controle durante o desenvolvimento da cultura com o auxílio de

autopropelido.

Na semeadora-adubadora (John Deere 2113) de 12 linhas, utilizou-se sistema de

discos duplo de distribuição para adubo, e discos para sementes de 36 furos a vácuo. O trator

utilizado na semeadura foi o 6165 J da John Deere. A semeadora foi regulada para distribuir

14 sementes por metro linear, objetivando um estande final de 280.000 mil plantas.ha-1

, na

profundidade de 0,025 m. Na adubação de semeadura foram utilizados 200 Kg.ha-1

do

formulado 11-52-00 MAP (Mono-Amonio-Fosfato).

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com cinco repetições. Os

tratamentos constaram de seis velocidades de semeadura (2, 4, 6, 8, 10 e 12 Km.h-1

). Cada

parcela apresentou 12 linhas de soja com cinco metros de comprimento. A área útil foi

composta pelas seis linhas centrais perfazendo assim 15 m2.

A uniformidade de distribuição foi avaliada aos 25 dias após a emergência (DAE) das

plântulas que já se encontravam com quatro trifólios completamente abertos. Com auxílio de

uma trena graduada, foi realizada a medição das distâncias entre as plantas em cinco metros

lineares em cinco linhas de cada parcela.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando necessário as

médias foram comparadas através do teste de Tukey (p ˂ 0,05) (BANZATO E KONKRA,

1998).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

As velocidades avaliadas não apresentaram diferença significativa na uniformidade da

semeadura. Contudo os coeficientes de variação (CV) obtidos variaram, da menor para a

maior velocidade de deslocamento, entre 34 e 58% sendo considerado muito alto, além de

favorecer a desuniformidade da semeadura (Figura 1). Para Ceolin (2015) a velocidade de

deslocamento da semeadora pode influenciar o coeficiente de variação dos espaçamentos

entre plantas de modo que, com o aumento da velocidade de semeadura, aumenta a

desuniformidade dos espaçamentos entre plantas.

145

Figura 1. Coeficientes de variação (%) de uniformidade de semeadura de soja em diferentes

velocidades de deslocamento do conjunto semeadora-adubadora em Urutai/Goiás.

Para a cultura da soja, Cargnelutti Filho et al. (2009) considera que coeficientes de

variação maiores que 19% são muito altos e de muito baixa precisão experimental. Assim

como no presente trabalho Damasceno (2017) verificou que os melhores resultados foram

encontrados quando a velocidade de deslocamento era mais baixa (6 km.h-1

), favorecendo a

uniformidade de distribuição de sementes.

Na Tabela 1 é possível verificar que as menores velocidades de deslocamento (2 e 4

km.h-1

) apresentaram menores desvios padrões e, consequentemente coeficiente de variação,

proporcionando a estas velocidades uma semeadura mais uniforme que as verificadas nas

demais. De acordo com Jasper et al. (2011), ao avaliarem seis velocidades de deslocamento,

verificaram que com o aumento da velocidade de semeadura de soja, houve o aumento de

espaçamentos múltiplos e redução dos aceitáveis ocasionando maior desuniformidade dos

espaçamentos entre plantas.

Tabela 1. Descrição estatística para distância entre plantas de sementes de soja semeadas em

diferentes velocidades de deslocamento do conjunto semeadora-adubadora em Urutaí/Goiás

em 21 de novembro de 2017.

Velocidade de Deslocamento

2 km.h-1

4 km.h-1

6 km.h-1

8 km.h-1

10 km.h-1

12 km.h-1

Médias

± desvio

padrão

7,65 ± 2,60

7,58 ± 2,69

8,02 ± 3,35

8,19 ± 3,89

7,90 ± 3,35

7,66 ± 4,41

CV(%) 34 36 42 48 42 58

Considerando a distribuição dos espaçamentos entre plantas pela semeadura é possível

perceber que na velocidade de 12 km.h-1

os espaçamentos variaram entre 3 e 12 cm, ao passo

que na menor velocidade avaliada esta variação ficou entre 5 e 10 cm, proporcionando uma

menor amplitude e, consequentemente menor coeficiente de variação.

CONCLUSÃO

A velocidade de 12 km/h apresentou o maior coeficiente de variação para os

espaçamentos entre plantas, não sendo recomendada devido à desuniformidade promovida na

semeadura. À medida que a velocidade de deslocamento da semeadora-adubadora aumenta a

desuniformidade da semeadura também se eleva.

0

10

20

30

40

50

60

70

2 4 6 8 10 12Co

efic

iente

de

Var

iaçã

o (

%)

Velocidade de Deslocamento( Km.h-1)

146

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Argentina.

147

Fitossociologia de um povoamento de Eucalyptus grandis em uma fazenda

no município de Ipameri – GO

Pedro Henrique França Grupioni (1)

; Stephany Diolino Cunha (2)

; Paulo Vinícius de Souza (2)

;

Isabela Batista Barros(2)

; Vagner Santiago do Vale (3)

(1) Discente do Curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Campus

Ipameri, Ipameri, GO, Brasil. ([email protected]); (2) Discentes do Curso de

Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, Ipameri, GO,

Brasil; (3)

Doutor em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais da Universidade Goiás,

Campus Ipameri, Ipameri, GO, Brasil.

RESUMO

No setor florestal, o estudo sobre os recursos existentes é obtido com a medição ou estimação

de atributos quantitativos e qualitativos das árvores, por meio de instrumentos e métodos

apropriados. Dentre estas técnicas de estimação da produção florestal, destaca-se o inventário

florestal, o qual pode ser realizado de diferentes métodos de aplicação, em diferentes áreas e

em diversos pontos no tempo. Sendo assim, o objetivo do trabalho, foi avaliar uma floresta de

eucalipto, através dos parâmetros de altura, diâmetro, área basal, número de indivíduos e

volume. A área avaliada possui 6,20 hectares e está localizada próximo a cidade de Ipameri-

GO. Foram amostrados 115 indivíduos em um total de 7 parcelas, com 10x10m² cada.

Entretanto, nenhum parâmetro avaliado foi suficiente para a área, exigindo novas parcelas,

para representar de forma real, as características da floresta.

Palavras-chave: Inventário, Eucalipto, Amostragem.

INTRODUÇÃO

Atualmente no Brasil, a cultura do eucalipto ocupa uma área de 5,56 milhões de

hectares, sendo, Minas Gerais (25,2%), São Paulo (17,6%) e Mato Grosso do Sul (14,5%), os

principais estados produtores. Já em relação a produtividade média anual, o eucalipto atingiu

a taxa de 39 m³ por ha/ano, aumentando significativamente o Produto Interno Bruto (PIB) do

setor brasileiro de florestas plantadas. (IPEF, 2014).

Diante da expansão do cultivo do eucalipto e da necessidade de obter maior produtividade,

diversas espécies foram trazidas ao país para serem cultivadas, dentre elas temos o Eucalyptus

grandis que se destaca como uma das principais fontes de matéria-prima para produção de

papel e celulose e também para serrarias. Se caracterizando pela boa qualidade na produção

de celulose de fibra curta, além de possuir rápido crescimento, apesar de possuir

suscetibilidade ao cancro, causado pelo fungo Cryphonectria cubensis. (STRAPASSON,

2017).

A capacidade produtiva de uma área é estimada com base no potencial de produção da

madeira da floresta, essa capacidade pode ser estimada por modos empíricos, ou por

levantamentos que levam em conta todas as características quantitativas da espécie analisada,

como, volume, altura e número de espécies vivas por hectare (CAMPOS, 2006).

Diante do exposto, o objetivo desse estudo foi avaliar a estrutura de uma plantação de

eucalipto no município de Ipameri-GO, através dos parâmetros, altura, número de indivíduos

por parcela, área basal e volume.

148

MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização da área

O estudo foi realizado em uma floresta de eucalipto com 6,20 hectares, próximo à

cidade de Ipameri-GO (latitude 17°44"S, longitude 48° 09"W). O município de Ipameri está

localizado na região sudeste do estado de Goiás, onde o clima é classificado como Aw

(tropical estacional) com precipitação anual de aproximadamente 1600 mm, e com

temperatura média de cerca de 23º C (ALVARES et al., 2013).

Técnicas de Amostragem

A técnica de amostragem utilizada foi a aleatória simples, utilizando 7 parcelas com

dimensões de 10 x 10m (100 m²). O DAP das árvores, foi obtido utilizando a suta

dendrométrica a altura de 1,30m e a altura de cada indivíduo, foi mensurada utilizando o

clinômetro HAGLOT SoilControl. Os valores obtidos por essas amostragens foram utilizados

para os cálculos da suficiência amostral.

Cálculos de Suficiência

Para avaliar a suficiência amostral (SA) = (t² * CV²) / (E%)² + (t² * CV²) / N utilizou-

se os cálculos de média ( ̅) = ΣXi / n; desvio padrão (S) = √S²; Coeficiente de Variação C.V.

(%) = S(X) / ̅ * 100; n = amostra; N = população; t = valor tabelado t - Student

(VENTUROLI, 2015), com erro de amostragem de 10% (VIBRANS et al., 2010). Os

cálculos de suficiência amostral foram feitos para, número de indivíduos, área basal e altura

média das árvores, todos os cálculos foram realizados usando as funções do programa

Microsoft Office Excel.

Cálculos de Volume

O cálculo do volume do fuste foi obtido pela fórmula, V=π* DAP²/4* Ht *ff, onde: π =

3,14; DAP: Diâmetro a altura do peito obtido pelas análises; Ht: Altura da árvore; ff: Fator de

forma para espécie Eucalpytus Grandis, onde de acordo com (MIGUEL et al., 2010), o fator

de forma para a espécie é de 0,47.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Os dados da suficiência para número de indivíduos na área amostrada estão

representados na tabela 1.

Tabela 1. Suficiência amostral para número de indivíduos de uma plantação de eucalipto no

município de Ipameri-GO.

Suficiência por número de indivíduos

Erro 10

Média 8,88

Desvio padrão 5,05

Coef. Variação 56,87

Suficiência 105,26

Foram amostrados 115 indivíduos nas 7 parcelas, dos quais 107 estavam vivos e 8

estavam mortos. Sendo assim, com base nos valores da tabela 1, a suficiência amostral na área

para número de indivíduos foi muito alta, demonstrando que deveria ser realizado um número

maior de parcelas, para representar o número de indivíduos da área.

149

Tabela 2. Suficiência amostral por área basal de uma plantação de eucalipto no município de

Ipameri-GO.

Suficiência Amostral da Área Basal

Erro 10

Média 0,027

Desvio padrão 0,011

Coef. Variação 42

Suficiência 62,21

Outro parâmetro avaliado durante as amostragens da área foi à área basal, onde, na

área estudada, o somatório foi de 3,20 m². Entretanto, com base nos cálculos de suficiência

com erro de 10 %, as parcelas realizadas não foram capazes de representar a área basal de

toda plantação (Tabela 2).

Esses dados diferem dos alcançados por (MAESTRI et al., 2003) em um trabalho

realizado com Eucalyptus grandis, onde obteve resultados de área basal média de 16,48m²/há

em 54 parcelas com árvores de 4 anos em média. Demonstrando que a área avaliada necessita

de mais parcelas para representar o número real da área basal.

Tabela 3. Suficiência amostral para altura de plantas de uma plantação de eucalipto no

município de Ipameri-GO.

Suficiência Amostral (por altura média)

Erro 10

Média 24,73

Desvio padrão 2,21

Coef. Variação 8,92

Suficiência 3,10

A altura média obtida nas parcelas teve um valor de suficiência baixo, (Tabela 3)

demonstrando que a média de altura das árvores é bem semelhante, exigindo poucas parcelas

para completar a suficiência amostral. Os dados de altura são semelhantes ao obtido por

(SANTOS et al., 2017), em um trabalho realizado com Eucalyptus grandis Hill ex Maiden em

24 parcelas, onde obteve uma altura média de árvores de 26,8m, demonstrando que para

altura média, os dados obtidos foram quase suficientes.

A última variável analisada, foi o volume, que foi calculado utilizando o DAP, a altura

e o fator de forma da cultura, o valor do volume total para a área foi de 37,75 m³, esses

valores são inferiores ao obtido por (SANTOS et al., 2017), em um trabalho realizado com

Eucalyptus grandis Hill ex Maiden onde obteve um volume médio por hectare de 293,5 m³

em 24 parcelas, o número de parcelas está diretamente relacionada ao volume da área, quanto

maior o número de amostras maior será o volume total da área.

CONCLUSÃO

De acordo com os parâmetros analisados, nenhum alcançou a suficiência amostral,

demonstrando que as parcelas não foram suficientes para a área, necessitando assim de novas

amostragens para representar o povoamento.

150

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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151

Levantamento fitossociológico de um fragmento de Floresta Estacional

Semidecidual na Fazenda Mata do Rio, Ipameri, GO

Ana Flávia Costa Santos¹; Gabriel Venâncio Pereira Mariano²; Vanuza Pereira Garcia da

Silva²; Starley Gonçalves da Silva Matos²; Vagner Santiago do Vale³.

¹Estudante, Universidade Estadual de Goiás, Ipameri, Goiás, [email protected].

²Estudante, Universidade Estadual de Goiás. ³Professor, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo o levantamento fitossociológico de um fragmento de

Floresta Estacional Semidecidual localizado na Fazenda Mata do rio no município de Ipameri,

GO. A área com vegetação nativa da fazenda sofreu redução de 38%, passando de 455 ha para

cerca de 280 ha. Foram implantadas 7 parcelas de 10 x 10 m e foram amostrados todos os

indivíduos arbóreos que atingiram circunferência igual ou superior a 15cm a 1,30m de altura

em relação ao solo. Foram avaliados os índices de diversidade e equabilidade que

respectivamente foram 3,35 e 0,93. Foram amostrados 79 indivíduos, onde foram

identificadas 36 espécies distribuídas em 30 gêneros e 24 famílias botânicas. A presença de

famílias específicas e espécies com valor comercial são de total importância para aferir o grau

de conservação de áreas desta formação florestal, fornecendo subsídios para ações de manejo

e a preservação de fragmentos presentes nessa região.

Palavras-chave: Fitossociologia, Inventário Florestal, Florestas Mesófilas.

INTRODUÇÃO

Dentre as distintas formações florestais presentes no bioma Cerrado as Florestas

Estacionais Semideciduais (FES) ocupam cerca de 15% de sua área (MILHOMEM et al.,

2013). Estas possuem alto grau de endemismo, com cerca de 40% das espécies vegetais

encontradas somente em sua área de ocorrência (MYERS et al., 2000). Poucos fragmentos

remanescentes de FES têm área representativa e encontram-se preservados (DURIGAN et al.,

2000). No estado de Goiás as perturbações antrópicas sobre os ecossistemas florestais

causaram profundas alterações em sua cobertura vegetal, especificamente nas últimas três a

quatro décadas tornando-se, hoje, premente a necessidade de se adotar medidas para reduzir o

desmatamento dessa formação florestal (GALINKIN, 2003).

Estudos sobre a composição florística e a fitossociologia fornecem informações sobre

a riqueza de espécies e as relações de grandeza entre as espécies em uma comunidade vegetal.

Essas informações permitem, por exemplo, comparar diferentes comunidades e, numa escala

mais ampla, constituem a base para formular estratégias de conservação e recuperação de

áreas degradadas (FELFILI et al., 2007). Parte desses estudos tem sido em remanescentes de

FES, formação florestal fortemente atingida pela ação antrópica, cujos remanescentes são em

sua maioria pequenos, esparsos e bastante perturbados (PENNINGTON et al. 2009).

Desta forma torna-se necessário compreender a estrutura desses fragmentos, por

estarem, geralmente, em ambientes em diferentes fases de regeneração (NUNES et al., 2003).

Objetivou-se com este trabalho o levantamento fitossociológico do estrato arbóreo de um

152

fragmento de Floresta Estacional Semidecidual localizado na Fazenda Mata do rio no

município de Ipameri, GO.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo e histórico de ocupação

O estudo foi realizado em uma área remanescente de Cerrado situada na fazenda Mata

do Rio (coordenadas: 17°40'31" S; 48°05'09" O), localizada no município de Ipameri, sudeste

de Goiás. Essa possui área total de 550 ha, dos quais 455 abrigavam, até o início de 2014,

fitofisionomias do Cerrado. Com as devidas licenças ambientais, os proprietários iniciaram,

em 2014, a redução na área de vegetação nativa para aproveitamento agropecuário do local.

Em 2014/2015 foi desmatada área de aproximadamente 40 ha e em 2016 ocorreu a remoção

da vegetação nativa de mais 132 ha. Assim, a extensão da fazenda Mata do Rio com

vegetação nativa passou de 455 ha para cerca de 280 ha, ou seja, ocorreu redução de 38% no

total de área com vegetação nativa.

Obtenção e Análise dos dados

Para a realização do levantamento fitossociológico adotou-se o método de parcelas,

onde foram implantadas 7 parcelas de 10 x 10 m. Foram amostrados todos os indivíduos

arbóreos, com o uso de fita métrica, que atingiram circunferência igual ou superior a 15cm a

1,30m de altura em relação ao solo, metodologia proposta pela Rede de Parcelas Permanentes

dos Biomas Cerrado e Pantanal (FELFILI et al., 2005). A diversidade florística foi avaliada

utilizando-se o Índice de Diversidade de Shannon & Wiener (H‘) e a equabilidade

empregando-se o índice de Pielou (J‘) (BROWER; ZAR, 1984). Para descrição da estrutura

da comunidade, foram estimados os valores relativos de densidade (DeR), dominância (DoR)

e frequência (FR) e o Índice de Valor de Importância (IVI) (MUELLER DOMBOIS;

ELLENBERG, 2002).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Foram amostrados 79 indivíduos, onde foram identificadas 36 espécies distribuídas em

30 gêneros e 24 famílias botânicas. As famílias que apresentaram maior riqueza de espécies

foram Fabaceae (7 espécies), Anacardiaceae (3 espécies), Annonaceae (2 espécies),

Primulaceae (2 espécies), Rubiaceae (2 espécies) e Sapindaceae (2 espécies). As demais

famílias foram representadas por uma só espécie.

Tabela 1. Parâmetros fitossociológicos das espécies amostradas em um fragmento de Floresta

Estacional Semidecidual da Fazenda Mata do Rio, Ipameri, GO. Em ordem decrescente de

VI%. N.I = Número de indivíduos, DeR = densidade relativa (%), FR = frequência relativa

(%), DoR = dominância relativa (%) e VI% = valor de importância em porcentagem.

Espécie Família NI DeR DoR FR IVI

Myracrodruon urundeuva Allemão Anacardiaceae 5 6,33 25,66 3,51 11,83

Ficus L. Moraceae 4 5,06 20,83 3,51 9,80

Aspidosperma parvifolium A. DC. Apocynaceae 6 7,59 8,13 7,02 7,58

Coccoloba mollis Casar. Polygonaceae 7 8,86 5,19 5,26 6,44

Myrsine gardneriana A. DC. Primulaceae 4 5,06 5,94 5,26 5,42

Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae 4 5,06 6,74 3,51 5,10

Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan Fabaceae 3 3,80 4,32 5,26 4,46

Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. Primulaceae 4 5,06 2,52 5,26 4,28

Diospyros hispida A. DC. Ebenaceae 3 3,80 0,88 5,26 3,31

153

Trabalhos realizados em áreas no estado de Minas Gerais que possuem a mesma

formação florestal consideraram abundante a presença da família Fabaceae, sendo

considerada a mais importante em relação a riqueza florística neste tipo de floresta (PRADO

JÚNIOR et al. 2011; PRADO JÚNIOR et al. 2012). Porém, a representatividade desta família

e também da família Rubiaceae pode ser um indicativo da alta perturbação na área, já que

diversos estudos apontam uma tendência à redução da importância de Rubiaceae e Fabaceae

em florestas com estádio sucessional avançado (VALE et al. 2009).

As espécies mais importantes em ordem decrescente de IVI,

Myracrodruon urundeuva, Ficus L., Aspidosperma parvifolium, Coccoloba mollis,

Myrsine gardneriana, Tapirira guianensis, Anadenanthera macrocarpa, Myrsine coriácea e

Diospyros hispida corresponderam a 50,63 % da densidade e 58,23 % do IVI (Tabela 1).

Estas espécies representaram mais da metade da área amostrada. Felfili & Silva Júnior (2001),

além da atratividade conferida pela fertilidade do solo, os remanescentes de Florestas

Estacionais Semideciduais concentram espécies arbóreas de significativo valor comercial,

como Aspidosperma spp., Myracrodruon urundeuva, Cedrela fissilis, Tabebuia spp. o que

acaba aumentando a pressão antrópica sobre essas comunidades vegetais.

Segundo Prado Júnior et al. (2012), Myracroduon urundeuva é uma espécie indicativa

do grau de conservação da área, pois a presença desta no fragmento justifica esforços no

sentido de sua preservação. As populações naturais da aroeira, como é popularmente

conhecida, tem sofrido grande redução em decorrência da intensa exploração devido ao seu

alto valor comercial. Dentre as espécies de valor comercial que foram identificadas na área

de estudo deve ser destacada a presença da Dicksonia sellowiana (Samambaiaçu) espécie que

se encontra em perigo de extinção segundo a Portaria MMA n.º 443 referente à ―Lista

Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção‖.

A diversidade estimada pelo índice de Shannon-Wiener (H‘) e o índice de

equabilidade de Pielou (J) foram 3,35 e 0,93, respectivamente. Em estudos feitos em outras

regiões do sudeste do estado com a mesma tipologia florestal, foram encontrados valores

superiores a 3,89 para a diversidade, portanto o valor encontrado neste estudo é inferior aos

que normalmente são encontrados em FES da região. O índice de equabilidade foi

considerado alto visto que este valor para esta formação de floresta varia entre 0,78 a 0,91

(SILVA et al., 2004).

CONCLUSÃO

A realização deste estudo pode contribuir para melhor compreender a estrutura deste

fragmento de floresta estacional semidecidual que é um importante remanescente da

vegetação original. A presença de famílias específicas (Fabaceae) e espécies com valor

comercial (Myracrodruon urundeuva) são de total importância para aferir o grau de

conservação de áreas desta formação florestal, fornecendo subsídios para ações de manejo e a

preservação de fragmentos presentes nessa região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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155

Fitossociologia em fragmento de Floresta Estacional localizado na Fazenda

Mata do Rio, município de Ipameri-GO

Gabriel Venâncio Pereira Mariano(1)

; Vanuza Pereira Garcia da Silva(2)

; Ana Flávia Costa

Santos(2)

; Lucas Ribeiro da Silva Zika(2)

; Vagner Santiago do Vale(3)

(1)

Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual

de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)

Professor; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

A fragmentação florestal é definida como uma área que contém vegetação natural que sofreu

alguns fatores antrópicos ou naturais e tornou-se uma área isolada e reduziu o fluxo de

animais, pólen e sementes. O objetivo do trabalho foi realizar o levantamento

fitossociológico, destacando estrutura e composição florística de um fragmento localizado na

Fazenda Mata do Rio, município de Ipameri-GO. No fragmento foram plotadas 18 parcelas (5

x 5 m) e os indivíduos foram identificados a nível de espécie e família. Todos os indivíduos

arbóreos, com altura mínima de 1 metro, foram mensurados na circunferência de 0,30 m.

Foram identificados aproximadamente 288 indivíduos, sendo distribuídos em 32 famílias, 48

gêneros e 56 espécies. O levantamento de dados, apresentou elevada riqueza e diversidade,

porém a área basal baixa acusou redução no grau de conservação.

Palavras-chave: fitossociologia, desmatamento, inventário florestal, florestas sazonais.

INTRODUÇÃO

A fragmentação florestal é definida como uma área que contém vegetação natural que

sofreu alguns fatores antrópicos ou naturais e tornou-se uma área isolada e reduziu o fluxo de

animais, pólen e sementes (CALEGARI et al., 2010). O maior fator para a causa da

fragmentação é o desmatamento, o qual subdivide a floresta, reduz o seu tamanho

(LAURANCE; VASCONCELOS, 2009).

Todo processo de fragmentação seleciona espécies vegetais capazes de se instalar e

utilizar as bordas como área de desenvolvimento, e geralmente são espécies possuidoras de

adaptações capazes de promover seu sucesso nestes ambientes ecotonais (MALCOLM, 1994).

Sobretudo a flora arbórea sofre com o aumento de plantas invasoras como espécies pioneiras

e cipós, as quais abafam outras espécies vegetais (GREGGIO et al., 2009).

O tamanho do fragmento e a sua borda trabalham em conjunto, quanto menor o

fragmento maior o efeito de borda, tornando assim as espécies que ocorre em baixa densidade

mais vulneráveis à extinção local (SHAFFER, 1981). Assim, as extinções locais e regionais

de espécies de árvores sensíveis aos efeitos antrópicos irão promover extinções nos níveis

tróficos superiores ou extinções em cascata, gerando perdas irreversíveis de biodiversidade

(NETO, 2011).

Com eventos de redução de espécies nos fragmentos florestais, desencadeia mudanças

estruturais da floresta, em consequência, rebaixando o seu valor biológico (CARVALHO et

al., 2010). As modificações no ambiente afetam não somente a riqueza e a diversidade de

espécies, mas o desenvolvimento fisiológico de cada indivíduo a comunidade (capacidade de

156

acumulo de biomassa e estoque de nutrientes) impactados com a pressão antrópica em

diferentes regiões do fragmento florestal, assim características como densidade e a área basal

(FINOTTI et al., 2007).

Nesse sentido, o seguinte estudo teve como objetivo realizar o levantamento

fitossociológico, destacando a estrutura e composição florística de um fragmento localizado

na Fazenda Mata do Rio, município de Ipameri-GO.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em uma área de floresta sazonalmente seca (FSS) no sul/sudeste

de Goiás. O clima da região é do tipo Aw (KOTTEK et al., 2006) com temperatura média

anual entre 20 e 21°C no inverno e entre 22,5 e 23,5° no verão (ALVARES et al., 2013) e

pluviosidade média anual da região é de 1531 mm, distribuídos irregularmente, com um verão

quente e chuvoso de Outubro a Março com médias de 219mm e um inverno seco de Abril a

Setembro com médias de 36mm.

Há poucos estudos acadêmicos realizados com parcelas permanentes para verificar

modificações a longo prazo em fragmentos que estão dentro do domínio fitogeográfico dos

cerrados. No fragmento foram plotadas 18 parcelas ( 5 x 5 m) e os indivíduos foram

identificados a nível de espécie e família. Todos os indivíduos arbóreos, com altura mínima

de 1 metro, foram mensurados na circunferência de 0,30 m.

Foram calculados os parâmetros fitossociológicos de Densidade Relativa (DeR),

Dominância Relativa (DoR) e Frequência Relativa (FrR) e o Valor de Importância (VI)

(MATTEUCCI; COLMA, 1982). Também foi avaliado o Índice de Equitabilidade de Pielou

que permite representar a uniformidade de distribuição dos indivíduos amostrados entre todas

as espécies existentes e para avaliar a diversidade foi utilizado o Índice de Shannon & Weaver

(H') (BROWER; ZAR, 1984).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Foram identificados aproximadamente 288 indivíduos, sendo distribuídos em 32 famílias, 48

gêneros e 56 espécies. As três famílias que contribuíram com o maior número de indivíduos

foram: Siparunaceae (56), Fabaceae (32), Melastomataceae (26). E as espécies de maior

densidade foram Siparuna guianensis (56), Leandra dasytricha (25), Licania apetala (22),

Rhaminidium elaeocarpum (13) e Aspidosperma parvifolium (12).

As espécies que apresentaram maior Índice de Valor de Importância (IVI) (Tabela 1)

foram Siparuna guianensis 10,03%, Licania apetala 9,90%, Myracrodruon urundeuva

8,34%, Aspidosperma parvifolium 6,11% e Leandra dasytricha 10,7%. A S. guianensis figura

como a espécie de maior abundância e assim de maior IVI por ser dominante em vegetações

de Floresta Ciliar ou de Galeria, Floresta Estacional Semidecidual e também Floresta Pluvial.

O mesmo se aplica a segunda espécie de maior IVI, L. apetala também é dominante entre

essas fitofisionomias e até em Florestas de Igapó (florestas inundadas). Mesmo com menor

número de indivíduos teve alto IVI em razão de seu porte. E uma explicação plausível para

aparição das espécies M. urundeuva e A. parvifolium entre as cinco de maior IVI é a área

basal que as duas ocupam nas parcelas, sendo espécies que alcançam grande porte dentro

dessas regiões.

157

Tabela 1. Parâmetros Fitossociológicos das espécies de maior IVI(%) na área estudada,

município de Ipameri-GO.

Espécies N°Ind. DeR DoR FrR IVI

Siparuna guianensis 56 19,44 2,87 7,78 10,03

Licania apetala 22 7,64 19,67 2,40 9,90

Myracrodruon urundeuva 10 3,47 18,55 2,99 8,34

Aspidosperma parvifolium 12 4,17 9,38 4,79 6,11

Leandra dasytricha 25 8,68 0,43 4,79 4,63

O Índice de Equabilidade de Pielou (J'), foi de 0,62, indicando uma uniformidade

baixa da distribuição dos indivíduos entre as espécies, provavelmente ocasionada pela alta

abundância de determinadas espécies nessa comunidade, como como S. guianensis, L.

dasytricha e L. apetala. O Índice de Shannon-Weaver indica a diversidade de espécies

levantadas, e os valores observados para este índice foi de 3,48, números iguais a trabalhos

em regiões semelhantes (ARRUDA; DANIEL, 2007), devido a presença de espécies comuns

nos dois locais, como a S. guianensis.

A densidade absoluta foi de 6.400 indivíduos por hectare, relativamente alto em

comparação a trabalhos como o de Prata et al., (2011) o qual tem uma unidade amostral de

0,44 ha-1

e com densidade de 3.857 indivíduos por hectare. Apresentou área basal e área basal

por hectare de 2.747,87 m² e 6,11 m² respectivamente, onde Prata et al., (2011) obteve 21,66

m² de área basal por hectare.

Os dados levantados são de caráter descritivo e compõe uma gama maior de

levantamentos, os quais serão utilizados para análises de comparação entre diferentes regiões.

CONCLUSÃO

Com o levantamento dos dados, mesmo que uma área amostral não totalizada,

apresentou-se elevada riqueza e diversidade, mas a área basal baixa acusou grau de

conservação reduzido, indicando a pressão antrópica exercida no fragmento florestal.

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159

Respostas de genótipos de grão-de-bico à doses de Imazethapyr

Daniel José Gonçalves(1)

; Célio Borella Júnior(1)

; Carlos José de Souza Neto(1)

; Gabriel

Caixêta Tavares(1)

; Paulo César Ribeiro da Cunha(2)

(1)

Estudante do curso de Bacharelado em Agronomia; Instituto Federal de Educação, Ciência

e Tecnologia Goiano – Campus Urutaí; Urutaí, Goiás; [email protected]; (2)

Professor

Orientador; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano – Campus Urutaí.

RESUMO

O grão-de-bico apresenta baixa competitividade com plantas daninhas além de possuir poucos

estudos com herbicidas seletivos para a cultura. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

seletividade do herbicida Imazethapyr em pós-emergência para três genótipos de grão-de-

bico. O trabalho foi conduzido em vasos, em DIC e esquema fatorial 3x3: três doses de

Imazethapyr (0, 50, 100 g.ha-1

) e três genótipos de grão-de-bico (FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-

155C), com quatro repetições. O herbicida foi aplicado quando as plantas estavam com 8-10

folhas, com pulverizador costal e volume de calda de 150 L.ha-1

. Foram avaliadas:

fitointoxicação visual aos 7 DAA, e biomassa seca (MS) e altura de plantas (AP) em pleno

florescimento. A maior dose levou às maiores lesões. O herbicida na maior dose reduziu a

AP. A MS na maior dose ocorreu por superbrotamento de gemas laterais. O Imazethapyr foi

seletivo aos genótipos na dose de 50 g.ha-1

para as variáveis avaliadas.

Palavras-chave: Cicer arietinum, imidazolinona, fitointoxicação.

INTRODUÇÃO

O grão-de-bico (Cicer arietium L.) é uma leguminosa originária do leste da Turquia e

bastante cultivada em regiões semiáridas por todo o mundo, com grande potencial produtivo,

econômico e nutricional (NASCIMENTO et al., 2016). Em 2017, foi cultivado em 14,8

milhões de hectares no mundo, com produção total de 14,2 milhões de toneladas (FAO,

2018).

O grão-de-bico pode ser cultivado no Cerrado brasileiro em 2ª safra se implantado no

final de janeiro ou início de fevereiro, aproveitando as últimas chuvas da estação

(NASCIMENTO et al., 2016). Por se tratar de uma cultura introduzida, mas ainda não

consolidada no Brasil, são escassos os estudos dos fatores que interferem seu

desenvolvimento e produção, como é o caso da competição de plantas daninhas e uso de

herbicidas (NASCIMENTO et al., 2016).

A cultura é muito sensível à competição por água, luz e nutrientes com plantas

daninhas. Isso se deve principalmente pelas suas características de desenvolvimento:

crescimento lento, baixa estatura e fechamento tardio do dossel (TEPE et al., 2011). Perdas de

produtividade podem variar de 23 a 87% devido a matocompetição, podendo inviabilizar seu

cultivo (TEPE et al., 2011).

O Imazethapyr pertence ao grupo das imidazolinonas, é um herbicida largamente

aplicado para controle de plantas daninhas dicotiledôneas, sendo seletivo para algumas

culturas (ROMAN et al., 2005). Apresenta baixa persistência no solo, baixa toxicidade e largo

espectro de controle de plantas daninhas (HANSON et al., 2007). Trabalhos evidenciam que o

grão-de-bico apresenta comportamento variável em relação ao Imazethapyr. Taran et al.

160

(2010), afirmaram que a cultura é considerada suscetível às imidazolinonas, porém, relataram

a ocorrência de mutações genéticas naturais em alguns acessos de Cicer arietinum, lhes

conferindo resistência a esta classe de herbicidas.

A Embrapa Hortaliças através de programas de melhoramento genético, vem

selecionando materiais com potencial de cultivo na região centro-oeste. Porém, em muitos

casos a seletividade a determinados herbicidas não é testada. O objetivo deste trabalho é

avaliar a seletividade do herbicida Imazethapyr aplicado em pós-emergência da cultura para

três genótipos de grão-de-bico em fase de seleção pela Embrapa Hortaliças.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação no Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia Goiano - Campus Urutaí. Foi utilizado delineamento inteiramente

casualizado (DIC), em esquema fatorial 3x3: três genótipos de grão-de-bico (FLIP-03, FLIP-

02 e FLIP-155C) e três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g de i.a. ha-1

), com 4 repetições.

O plantio foi realizado em vasos de 12 dm3, preenchidos com Latossolo Vermelho

distrófico. Foi realizada adubação de plantio com 330 kg ha-1

do fertilizante comercial 04-30-

16 (N-P-K), incorporado ao solo dos vasos no momento do plantio. Foram cultivadas 4

plantas por vaso. As sementes foram tratadas com produto químico comercial composto por

25 g L-1

de piraclostrobina + 225 g L-1

de tiofanato-metílico + 250 g L-1

de fipronil, na dose de

2 mL por kg de sementes, além de nematicida à base de 500 g L-1

de abamectina, na dose de

1,25 mL por kg de sementes. Foi realizada adubação nitrogenada de cobertura, com 45 kg ha-1

de N aos 30 dias após a emergência das plantas.

Aplicaram-se as doses do herbicida quando as plantas atingiram entre 8 e 10 folhas

completamente expandidas. A aplicação foi realizada com pulverizador costal, a pressão

constante (mantido por CO2 comprimido), com barra com quatro pontas de pulverização de

jato plano com indução de ar, espaçadas de 0,50 m, com consumo de calda de 150 L ha-1

.

Foram avaliadas a fitointoxicação aos 7 dias após a aplicação (DAA) do herbicida, a

partir da atribuição de notas de intoxicação visual, utilizando-se escala de notas de 0 a 100%,

em que zero representa a ausência de injúrias visuais e 100, a morte da planta (SBCPD,

1995). Além das injúrias visuais, foram avaliados altura média das plantas e biomassa seca da

parte aérea, constituídas da média de duas plantas por vaso a partir do nível do solo, até a

inserção da última folha na haste principal, quando as plantas entraram em plena floração.

Os dados foram submetidos à análise da variância, havendo diferença significativa,

submeteram-se as médias ao teste de médias de Scott-Knott a 5 % de significância. Todas as

análises estatísticas foram realizadas utilizando o software estatístico R versão 3.4.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Nas análises realizadas, com exceção à biomassa seca, foi encontrada interação entre

os fatores. As doses de Imazethapyr causaram clorose das folhas jovens, com rápida

recuperação. Efeitos fisiológicos foram observados nas plantas, como superbrotamento de

gemas laterais na maior dose.

Na avaliação da biomassa seca (Tabela 1), não houve significância entre doses,

somente entre materiais. FLIP-155C se mostrou com menor massa seca na testemunha,

mostrando menor desenvolvimento da variedade. Na maior dose, a maior matéria seca foi

observada no genótipo FLIP-03, e a menor, em FLIP-155C. Na dose de 50 g ha-1

não houve

diferença significativa entre as cultivares.

161

Tabela 1. Matéria seca (g/planta) dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-

155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1

). Urutaí, 2018.

Cultivar Dose de Imazethapyr

0 g ha 50 g ha 100 g ha

FLIP-02 3,99 Aa 3,48 Aa 3,48 Ab

FLIP-03 4,88 Aa 4,03 Aa 4,78 Aa

FLIP-155C 2,47 Ab 2,70 Aa 2,35 Ac

Valor p 0,6356

CV (%) 23,29

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre

si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.

A maior dose do herbicida levou à menor altura de plantas em todos os genótipos

(Tabela 2). Nos genótipos FLIP-03 e FLIP-155C a redução nessa variável foi proporcional ao

aumento da dose do herbicida. Já no genótipo FLIP-02 a testemunha não diferiu

estatisticamente da dose de 50 g de i.a. ha-1

. Na dose de 50 g de i.a. ha-1

houve maior resposta

dos cultivares FLIP-03 e FLIP-155C, sendo a única dose em que estes se diferiram de FLIP-

02.

Tabela 2. Altura de plantas (cm) dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-

155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1

). Urutaí, 2018.

Cultivar Dose de Imazethapyr

0 g ha 50 g ha 100 g ha

FLIP-02 51,75 Aa 49 Aa 37 Ba

FLIP-03 53 Aa 45,75 Bb 38,75 Ca

FLIP-155C 52 Aa 45 Bb 34,25 Ca

Valor p 0,08443

CV (%) 4,88

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre

si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.

Os genótipos apresentaram fitointoxicação visual aos 7 DAA (Tabela 3) caracterizada

por clorose nos pontos mais jovens das plantas. A dose de 100 g de i.a. ha-1

ocasionou em

todos os materiais as maiores fitointoxicações. A fitointoxicação visual dos materiais foi

baixa, todas abaixo de 15 % de danos. FLIP-03 apresentou as maiores injúrias e FLIP-02, as

menores, indicando que esta primeira é mais sensível ao Imazethapyr, e a última menos

sensível.

Tabela 3. Fitointoxicação visual dos genótipos de grão-de-bico FLIP-02, FLIP-03 e FLIP-

155C, submetidos a três doses de Imazethapyr (0, 50 e 100 g ha-1

), aos 7 DAA. Urutaí, 2018.

Cultivar Doses de Imazethapyr

0 g ha 50 g ha 100 g ha

FLIP-02 0 1,92 Bc 3,58 Ac

FLIP-03 0 4,75 Ba 7,75 Aa

FLIP-155C 0 2,75 Bb 5,83 Ab

Valor p 0,008575

CV (%) 10,13

Médias seguidas de mesma letra maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre

si pelo teste de Scott Knott a 5 % de significância.

162

A inibição da acetolactato sintase (ALS) ocorre pela ação mais pronunciada nos

tecidos meristemáticos, explicando os danos nas partes jovens das plantas. Redução ou

paralisação do crescimento e desenvolvimento da planta, e brotação das gemas laterais são

outros sintomas geralmente apresentados por plantas tratadas com herbicidas deste grupo,

como o Imazethapyr (ROMAN et al., 2005).

Taran et al. (2010) demonstraram que a tolerância às imidazolinonas é varietal em

grão-de-bico, corroborando com os resultados deste trabalho. Chant (2004), em estudo

genético de tolerância a imidazolinonas em diferentes culturas, concluiu que esta é governada

por um único gene dominante. Dessa forma, o mapeamento genético de grão de bico com o

uso de marcadores moleculares, pode possibilitar o uso de cruzamentos convencionais no

desenvolvimento de variedades tolerantes a esse tipo de herbicidas.

CONCLUSÃO

O Imazethapyr foi seletivo aos genótipos FLIP 02, FLIP 03 e FLIP 155C na dose de

50 g de i.a. ha-1

nas condições deste experimento.

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

auxílio financeiro na forma de bolsa de iniciação científica e ao Instituto Federal Goiano –

Campus Urutaí, pela disponibilização dos materiais e do local para a condução do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(M Sc Thesis) - University of Saskatchewan, Saskatoon, 2004.

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v.35, n.5, p. 525-534, 2011.

163

Influência do fotoperíodo no desenvolvimento de plântulas de Schizolobium

amazonicum Huber ex Ducke submetidas a escarificação mecânica

Willian Barros Sidião(1)

; Wanderson Silva dos Santos(1)

; Lucas Robson de Oliveira

(1); Karen

Andreon Viçosi(2)

; Ademilson Coneglian(3)

(1)

Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Pós-graduanda no Programa de Produção Vegetal;

Universidade Estadual de Goiás (3)

Professor-pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke conhecido popularmente como paricá, é uma

espécie pertencente à família Leguminosae-Caesalpinioideae. No Brasil, esta espécie é

encontrada nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Rondônia frequentemente em solos

argilosos de florestas primárias e secundárias. O presente trabalho teve como objetivo,

apontar as melhores condições de luminosidade para o desenvolvimento de plântulas de

Schizolobium amazonicum. Este experimento foi distribuído em três tratamentos: T1 -

ausência de luminosidade, T2 - 4 h de radiação solar direta e T3 - 12 horas de radiação solar.

Os menores valores encontrados nas analise são referentes ao T1, algumas variáveis do T2

como diâmetro e raiz são similares à os valores encontrados no T3. No entanto, o T3 destaca-

se em relação ao desenvolvimento da parte aérea totalizando em média 20,30 cm. Conclui-se

que o terceiro tratamento proporciona a melhor condição de luminosidade para o

desenvolvimento inicial da espécie, destacando-se em relação aos demais tratamentos.

Palavras-chave: Estiolamento, Leguminosae, Paricá.

INTRODUÇÃO

O Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke conhecido popularmente como

faveira, ficheiro, guapuruvu-da-amzônia e paricá, é uma espécie de porte arbóreo pertencente

à Família Leguminosae-Caesalpinioideae (GAZIEL FILHO et al., 2007). No Brasil, esta

espécie é encontrada nos estados do Mato Grosso, Amazonas e Rondônia frequentemente em

solos argilosos de florestas primárias e secundárias (MARQUES et al., 2004). Devido o

rápido crescimento, considerável desempenho em formações homogêneas e em consórcios o

paricá também é indicado para plantios comerciais (SOUSA et al., 2005), reflorestamento de

áreas degradadas e sistemas agroflorestais (VIDAURRE, 2012).

Segundo a Indústria Brasileira de Árvores (2016) existem em torno de 90.047 ha de

paricá plantados no país, onde sua produtividade média gira em torno de 20 a 30 m³/ha/ano,

mostrando um crescimento semelhante às espécies de Pinus que é de 25 a 30 m3/ha

-1/ano

-1, e

superior a teca com 15 a 20 m3/ha

-1/ano

-1. Sendo que um dos fatores limitantes para que

ocorra a germinação da espécie, está diretamente relacionado a impermeabilidade tegumentar

de suas sementes. Entretanto, o procedimento de escarificação mecânica é utilizado para

aumentar a permeabilidade do tegumento à água e gases, atuando sobre o metabolismo das

sementes e consequentemente na superação da dormência (CARVALHO; NAKAGAWA,

2000).

No entanto, a germinação e em seguida o desenvolvimento de diversas espécies é

alterado de acordo com a amplitude da variação da presença ou ausência de luz

164

(REBOUÇAS; SANTOS, 2007). Segundo Leite (1998), a luz é um fator determinante para

que ocorra o processo de germinação sendo imprescindível para o desenvolvimento

adequando e estabelecimento das plantas, principalmente para espécies pioneiras. Todavia,

estudos que procuram apontar as melhores condições de disponibilidade luminosa são de

extrema importância proporcionando de tal modo, a amplitude da variação adequada da

presença de luz para a germinação e desenvolvimento inicial de plântulas.

O presente trabalho teve como objetivo, apontar as melhores condições luminosidade

para o desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, campus Ipameri, no

Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no ano de 2018. As sementes de

Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor legalizado

Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007.

Estas foram selecionadas manualmente, sendo consideradas viáveis as sementes que

não exibiam nenhum tipo de deformação física e, em seguida foram submetidas ao processo

de escarificação mecânica com o auxílio de uma lixa n° 80. Contudo, foram selecionas 75

sementes viáveis, sendo que o substrato utilizado no experimento foi a vermiculita

(MARTINS et al., 2011). O substrato foi despejado em bandejas plásticas de 45 centímetros

(cm) de comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura. Foram preenchidas até que

atingissem 6 cm de substrato em toda extensão das bandejas. No entanto, foram utilizadas três

bandejas, ou seja, três tratamentos com as mesmas condições já citadas, realizou-se a

semeadura de 25 sementes em cada tratamento. As mesmas foram colocadas verticalmente no

substrato, com a parte do hilo para baixo conforme recomendação de Pinto et al. (2014). O

espaçamento adotado foi de 1,5 cm entre linhas, por 1,5 cm entre plântulas. As bandejas

foram colocadas em uma germinadora de sementes com controle de temperatura mínima, que

foi mantida em 25 °C. Sendo que a temperatura máxima atingia no teste, seguiu fielmente a

temperatura do ambiente externo.

O primeiro tratamento (T1) foi instalado na parte inferior da germinadora onde foi

depositada a primeira bandeja, o ambiente foi coberto com papel alumínio atribuindo total

ausência de luminosidade. Colocou-se o segundo tratamento (T2) na parte média da

germinadora, a bandeja permanecia parcialmente sombreada, recebendo 4 horas de radiação

solar direta e nas seguintes horas do dia permanecia sombreada pela bandeja que estava

acima. O terceiro tratamento (T3) foi instalado na parte superior da germinadora onde foi

depositada a última bandeja, sendo exposta a luz solar por 12 horas de radiação solar direta. A

irrigação foi feita com água destilada, utilizando um borrifador, conforme a necessidade de

cada bandeja, visando manter o substrato úmido, porém sem saturação. Após dez dias fez-se a

contagem de plântulas emergidas e finalizou-se o experimento realizando as medições de

altura da parte aérea (com o auxílio de régua de alumino), o diâmetro do colo (utilizando-se

um paquímetro digital) e comprimento de raízes.

Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

probabilidade através do programa Sisvar 5.3.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após o início do período germinativo, observou-se diferenciação no desenvolvimento

das plântulas em cada tratamento. Durante os primeiros dias, todos os tratamentos

apresentaram alto índice germinativo e boa qualidade no desenvolvimento das plântulas.

Porém, ao completar-se 10 dias de análise, notou-se grande diferença no desenvolvimento das

mesmas (Tabela 1).

165

Tabela 1. Média dos valores de diâmetro, raiz, parte aérea e relação entre altura/diâmetro

(RAD) após 10 dias de análise.

Tratamentos Diâmetro Raiz Parte aérea RAD

Fotoperíodos (h) mm cm Cm -

(T1) - 3,97 a 7,55 b 16,70 b 4,31 b

(T2) 4h 3,27 b 10,99 a 18,69 ab 5,79 a

(T3) 12h 3,33 b 11,68 a 20,30 a 6,17 a

CV (%) 14,31 31,86 21,59 25,19

Médias seguidas pela mesma letra em uma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a

5% de probabilidade.

O primeiro tratamento obteve os menores valores referentes ao comprimento de raiz e

parte aérea das plântulas, em média o comprimento das raízes neste tratamento atingiu 7,55

cm valor bastante inferior ao obtido no T3, em média as plântulas do T1 alcançaram 16,70 cm

de parte aérea. Apontando que a luminosidade influenciou diretamente no desenvolvimento

das plântulas, sendo que a relação entre altura e diâmetro (RAD) apresentou o menor valor

tabelado (4,31). No entanto, o caule apresentou os maiores valores de diâmetro (3,97) em

relação aos outros tratamentos. Conforme Castro e Kersten (1996), a base do caule deforma-

se com o estiolamento. O que está diretamente ligado ao diâmetro de raízes, que aumenta

relativamente em busca de facilitar a passagem de nutrientes. Os valores obtidos no

tratamento submetido a 4h de radiação solar (T2) não diferenciaram estatisticamente,

apresentado valores similares aos encontrados no terceiro tratamento. As plântulas do

segundo tratamento se desenvolveram bem, onde a média de comprimento de raiz totalizou

10,99 cm, a parte aérea das plântulas foi de 18,69 cm e 3,27 de diâmetro. Durante as

observações realizadas nota-se que a coloração das folhas havia mudado, estavam

apresentando uma leve tonalidade amarelada e o caule estava ligeiramente deformado

apontando os sintomas de estiolamento.

As plântulas que foram submetidas a 12h de radiação solar estavam eretas, com a parte

aérea bem desenvolvida, denotando folhas com seus folíolos verdes e bem perceptíveis. Estas

características similares as encontradas por Nakazono et al. (2001), afirmando que plântulas

sob maior disponibilidade de luz apresentam aumento da parte aérea, a área foliar, o número

de folhas e a distribuição de biomassa para a raiz. Isto foi possível pois a atividade

fotossintética estava ocorrendo de maneira adequada, devido à alta disponibilidade de luz. As

plântulas submetidas a 12h de luminosidade (T3), apresentaram valores próximos aos do T2,

ou seja, não diferenciam estatisticamente. Os valores obtidos neste tratamento foram parte

aérea totalizando 20,30 cm, 11,68 cm para raiz e 3,33 de diâmetro. Segundo Roncancio et al.

(1996), plântulas sob fotoperíodo mais longo denotam um maior desenvolvimento caulinar,

devido a este motivo o tratamento totalizou o maior valor de RAD tabelado (6,17).

CONCLUSÃO

Para o desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum, nota-se que a 12h

de radiação solar direta, a espécie apresenta melhor desempenho em relação aos tratamentos

analisados. Sendo então, a melhor condição de luminosidade para o desenvolvimento inicial

da espécie.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARVALHO, N. M.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. Funep,

Jaboticabal, v. 4, n. 1, 2000.

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PA, n. 13, 2005.

167

O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos no estado de

Goiás na safra 2016/17

Isabela Carolina Silva(1)

; Scarlet de Aguiar Basílio(2)

; André Felippe Monteiro Guimarães(3)

;

Mariana Pina da Silva Berti(4)

(1)

Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri,

Goiás. [email protected]; (2)

Mestranda em Produção Vegetal, Universidade

Estadual de Goiás - Campus Ipameri, Goiás. (3)

Engenheiro Agrônomo. (4)

Docente na

Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri.

RESUMO

A região Centro-Oeste vem se destacando como o maior polo agrícola do país, sendo

responsável por 42% da produção nacional de grãos. O estado de Goiás representou um

montante de 18,9 milhões de toneladas de grãos na última safra. Objetivou-se neste trabalho

avaliar a capacidade de armazenamento de grãos no Estado de Goiás e suas respectivas

mesorregiões utilizando um comparativo com a produção agrícola da região. Apesar da

grande produção, um problema que afeta as negociações e a qualidade dos grãos colhidos é o

armazenamento. Goiás possui um déficit na capacidade estática de armazenamento de

25,17%, número abaixo do ideal, visto que se recomenda uma capacidade estática 20%

superior a produção de grãos. Dividido em cinco mesorregiões, o estado tem como principal

região produtora a parcela sul, representada pelos principais municípios produtores como Rio

Verde e Jataí.

Palavras-chave: Estocagem; Culturas agrícolas; Mesorregiões; Logística.

INTRODUÇÃO

O Brasil se destaca no cenário mundial nos sistemas de produção agrícola como um

dos maiores exportadores de grãos, abastecendo países com grande demanda de produtos,

dentre eles China e Estados Unidos. A cada safra, a produção brasileira de commodities tem

superado recordes. O desenvolvimento tecnológico, fatores climáticos favoráveis, e dedicação

de produtores e profissionais ligados ao agronegócio colocam o Brasil entre os países mais

competitivos da agricultura no planeta (CONSTABILE, 2017).

Segundo a Conab (2017), a safra 2016/2017 obteve produção de 232,02 milhões de

toneladas de grãos, correspondente a um aumento de 24,3% em relação à safra 2015/2016. Os

grãos de soja e milho são responsáveis por 90% dos grãos produzidos no pais.

Analisando as potencialidades do Brasil na produção agrícola, verificam-se grandes

perdas da produção em função da deficiência existente na infraestrutura, destacando-se a má

disposição da capacidade estática, e também a precariedade dos sistemas de transportes

(FERNANDES, 2016). A formação de estoques privilegia a distribuição cronológica e

abastecimento a partir de armazéns localizados em pontos estratégicos que facilitam à

logística e impedem a alteração frequente dos preços (GIOVINE e CHRIST, 2010).

A capacidade de armazenagem de grãos no Brasil é insuficiente, e atualmente, 17,7

mil armazéns são cadastrados, com uma capacidade de armazenar 157,6 milhões de toneladas

de grãos, visto que estimativas de produção ultrapassam a casa dos 230 milhões de toneladas,

o que resulta em um déficit impactante na capacidade estática brasileira. O Centro-Oeste, na

168

década vigente, tem se tornado o principal polo agrícola do país, a região representou 42% da

produção nacional de grãos, alcançando um surpreendente número de 88 milhões de toneladas

no ciclo agrícola (CONAB, 2017). O estado de Goiás apresenta um déficit na capacidade

estática de armazenamento, sendo necessária expansão em aproximadamente 44,83%, para

atender toda demanda regional (ALEIXO e SILVA 2015).

A frente do exposto, o objetivo do trabalho é identificar o déficit na capacidade

estática de armazenamento de grãos no Estado de Goiás na safra 2016/2017.

MATERIAIS E MÉTODOS

No presente trabalho, foi aplicada a metodologia de uma pesquisa exploratória,

sendo realizada a partir de dados oriundos do Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras

e dos levantamentos de safras da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB. A atual

pesquisa foi desenvolvida a partir de revisões bibliográficas sobre a armazenagem de grãos no

Estado de Goiás e a condição atual da capacidade estática na safra 2016/2017.

As informações referentes à capacidade estática de armazenagem e a produção de

grãos foram condensadas por mesorregiões do Estado de Goiás. Tabelas e figuras foram

construídas em sequência para a realização das análises necessárias. Para o cálculo do déficit

de armazenagem no Estado de Goiás, utilizaram-se os dados da safra 2016/2017 e a

capacidade estática do Estado, a qual é disponibilizada pela Conab.

Por fim, a atual situação da localização dos armazéns, e o tipo de unidade

armazenadora (Unidade Armazenadora em nível de Fazenda; Unidade Armazenadora

Coletora; Unidade Armazenadora Intermediária e Unidade Armazenadora Terminal) foram

descritas de acordo com a predominância em cada região.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estado de Goiás no que se refere a armazenamento de grãos ocupa a segunda

posição, atrás apenas do Mato Grosso. A Tabela 1 demonstra à evolução da produção agrícola

aliada a capacidade estática do estado nas últimas dez safras agrícolas. O Centro-Oeste, a

segunda região do Brasil com maior capacidade estática de armazenamento de grãos, sendo

superada apenas pelo Sul do país (SILVA NETO et al., 2016).

Tabela 1. Produção e Armazenamento de Grãos no Estado de Goiás.

Ano

Produção de Grãos

(mil/ton)

Capacidade Estática dos

Armazéns (mil/ton)

2006 10755,00 12433,70

2007 11235,30 12435,70

2008 12829,70 12970,80

2009 13030,60 12964,45

2010 13347,80 12955,70

2011 15446,80 11916,80

2012 18187,90 12890,20

2013 17656,50 13161,03

2014 18679,80 12613,10

2015 19620,52 11999,70

2016 17635,40 13196,36

Fonte: Elaboração do autor a partir de dados obtidos na Conab.

169

Em Goiás, o armazenamento de grãos apresenta como característica principal as

unidades de armazenamento do tipo coletor, as quais são representadas principalmente por

armazéns graneleiros e baterias de silos. A Figura 2 demonstra a quantidade de armazéns

dispostos em todo Estado e suas respectivas características.

Figura 1. Tipos de Unidades Armazenadoras de Grãos em Goiás.

O armazenamento de grãos pode ser efetuado de duas maneiras, sendo elas: a granel,

quando os grãos são dispostos em silos, e armazéns convencionais, quando os grãos são

armazenados em sacos e guardados em galpões, no estado de Goiás, predomina-se os

armazéns a granel na forma de silos metálicos, visto que a expansão agrícola proporciona um

maior investimento nas unidades armazenadoras (ALEIXO e SILVA, 2015).

A Tabela 2 apresenta os dados da capacidade estática dos armazéns convencionais e

graneleiros das respectivas mesorregiões do estado de Goiás. Nota-se que a região Sul

apresenta o maior número de unidades armazenadoras, tanto para armazéns convencionais e

graneleiros.

Tabela 2. Capacidade estática dos armazéns convencionais e graneleiros das respectivas

mesorregiões do estado de Goiás.

Região/Armazém Convencional Graneleiro

Número Capacidade (t) Número Capacidade (t)

Centro 16 65.940 29 504.618

Leste 76 213.684 143 1.215.661

Noroeste 5 22.192 6 124.650

Norte 7 18.616 19 205.742

Sul 111 523.549 501 10.442.281

Total 215 843.981 698 12.492.952

Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados obtidos no SICARM (2017).

CONCLUSÃO

O déficit na capacidade estática de armazenamento de grãos em Goiás para a safra de

2016/17 foi de 25,17%, visto que o recomendado para uma produção e armazenagem segura é

de 20% superior à produção de grãos, o que indica a necessidade de um acréscimo de 45,17%

na capacidade estática de armazenamento do Estado para suprir a demanda por produtos

durante todo o ano e respaldar os produtores para que possam ser competitivos no mercado

nacional e internacional nas negociações de commodities.

29%

36%

24%

9%

1% 1%

Graneleiros

Bateria de Silos

Convencional

Silo

Depósito

Chapéu Chinês

170

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171

Crescimento in vitro e produção de conídios de Colletotrichum

gloeosporioides, ocorrente em mangueira cv. ‘Amrapali’

Mariany Dalila Milan

(1); Gustavo Henrique Silva Peixoto

(2); Paulo Henrique Pereira Costa

Muniz(3)

; Maria Eduarda Sampaio Barboza(4)

; Daniel Diego Costa Carvalho(5)

(1)Mestranda em Produção Vegetal – Universidade Estadual de Goiás, UEG, Ipameri-GO. E-

mail: [email protected]; (2)

Mestrando em Fitopatologia – Universidade de Brasília; (3)

Graduando em Agronomia – Universidade Estadual de Goiás; (4)

Graduanda em Agronomia

- Universidade Estadual de Goiás; (5)

Docente – Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, a manga é uma das frutas mais

exportadas do país, possuindo grande importância econômica e social. Fungos do gênero

Colletotrichum são reconhecidos por causarem a antracnose em diversas espécies de

hospedeiros. A antracnose gera lesões que diminuem consideravelmente a qualidade dos

frutos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento micelial dos isolados de

Colletotrichum gloeosporioides sob a temperatura de 25°C sob regime de luz de 12 horas.

Foram avaliados seis isolados de C. gloeosporioides, através de medições diárias durante 10

dias. As análises indicaram que a temperatura de 25°C é a ideal para o desenvolvimento do

patógeno, sendo que o isolado N-02-02, apresentou maior capacidade de sobrevivência a esta

temperatura.

Palavras-chave: Mangifera indica; antracnose; micologia; epidemiologia.

INTRODUÇÃO

Muitos são os empecilhos ainda encontrados na cadeia produtiva da manga no Brasil.

Uma preocupação evidente é a aparência dos frutos, por ser um fator muito importante para

sua comercialização, defeitos na casca pouco são tolerados (LEMOS et al., 2013). As

atividades dos patógenos resultam em perdas, dentre eles os fungos que podem causar

podridões, senescência, amadurecimento, causando danos que diminuem a vida pós-colheita

das frutas. O Colletotrichum é o fungo que mais limita o desenvolvimento da cultura da

manga no Brasil, pois reduz a produtividade e qualidade dos frutos (MOURA et al. 2012).

Fungos do gênero Colletotrichum são reconhecidos como um dos mais importantes

grupos de fungos, por causarem a antracnose, em diversas espécies de plantas (CANNON et

al., 2012). A antracnose é uma doença cosmopolita, sendo de grande importância em países

com alta umidade e regime chuvoso prolongado (ARMESTO et al., 2017). A doença ocorre

com maior incidência em ambientes fechados que garantem pouca luminosidade e alta

umidade, sendo que os sintomas por se manifestar durante o florescimento, maturação e pós-

colheita com temperaturas ideais de 20 a 25°C (MAIA et al.,2011). Os sintomas da antracnose

nos frutos podem variar de acordo com a espécie, mas geralmente na fase inicial apresenta

pequenas pontuações de coloração marrom a preta, com formato circular evoluem para

manchas necróticas de coloração escura e bordas definidas e forma irregular, seguidos pelo

apodrecimento dos frutos (TERAO et al., 2016).

Estudos sobre a fisiologia do C. gloeosporioides são escassos no Brasil, necessitando

de uma maior elucidação do fungo sobre o seu comportamento em diferentes condições de

172

temperatura. Portanto é necessário pesquisas na área de caracterização fisiológica de C.

gloeosporioides no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o crescimento

micelial dos isolados de C. gloeosporioides sob a temperatura de 25°C sob regime de luz de

12 horas.

MATERIAL E MÉTODOS

Caracterização do crescimento micelial e da esporulação do C. gloeosporioides a 25°C

Os seis isolados de C. gloeosporioides foram repicados através de disco de micélio

com 7mm para placas de Petri contendo meio BDA e submetidos à incubação em câmara

BOD a 25°C sob 12 horas luz, empregando-se lâmpadas fluorescentes de 20W, 75RS (marca

Philips®) durante 10 dias. Em seguida, foram realizadas medições diárias das colônias até o 7°

dia após a inoculação (DAI) nas placas de Petri, com auxílio de um paquímetro digital para

obtenção das medidas de crescimento (baseada na média de duas medidas diametralmente

opostas). Após 10 DAI a 25ºC, um total de 10 mL de ADE foi adicionado em cada placa de

Petri, seguido da liberação dos esporos com alça de Drigalsky. Em seguida, os esporos foram

recolhidos em Becker e filtrados em gaze esterilizada. As concentrações das suspensões

obtidas foram mensuradas em câmara de Neubauer, realizando-se a contagem de esporos em

cinco quadrantes da câmara para cada placa (CARVALHO et al., 2008).

Análises estatísticas

Os resultados relativos ao crescimento micelial (10 DAI) e esporulação (10 DAI) com

os isolados de C. gloeosporioides foram submetidos à análise de variância, ao teste de Scott-

Knott (P≤0,05) e à análise de regressão para obtenção de modelos significativos para o

crescimento das colônias, com auxílio do programa SISVAR 5.3 (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Após a avaliação do crescimento em função dos dias após a inoculação à temperatura

de 25°C, verificou-se um rápido crescimento com ocupação completa da placa de Petri pelos

isolados ao 7°dia após inoculação (Figura 1). As leituras diárias de crescimento permitiram

estabelecer modelos quadráticos significativos e com altos coeficientes de determinação

(Tabela 1).

Figura 1. Crescimento micelial de Colletotrichum gloeosporioides em função dos dias após

incubação à temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12h luz. Ipameri, Goiás, Brasil, 2018.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

1 2 3 4 5 6 7

Áre

a o

cup

ada

po

r m

icél

io (

cm2)

Dias após incubação

N-01-05 N-01-07 N-01-09 N-01-16 N-02-01 N-02-02

173

Tabela 1. Modelos de regressão para o crescimento micelial de Colletotrichum

gloeosporioides em função dos dias após a incubação à temperatura de 25°C. Ipameri, Goiás,

Brasil, 2018(1)

Isolado Modelo

(2) R

2

N-01-05 Y = -0,20332 x2 + 3,8187x – 3,3768 99,68%

N-01-07 Y = -0,1325 x2 + 2,9311x – 2,5097 99,54%

N-01-09 Y = -0,1514x2 + 3,1422x – 2,7609 99,75%

N-01-16 Y = -0,1257 x2 + 2,8314x – 2,4457 99,67%

N-02-01 Y = -0,1483 x2 + 3,1082x – 2,7482 99,66%

N-02-02 Y = -0,1435x2 + 2,9597x – 2,5665 99,71%

(1) Os modelos especificados para cada isolado correspondem às curvas de regressão

apresentadas na Figura 1. (2)

Todos os modelos foram significativos P<0,01. Estudos como o de Tozze Junior et al. (2006), demonstrou que o crescimento dos

fungos podem se diferir, porém apresentam melhor desempenho nas temperaturas entre 20 e

25°C, observou-se que o crescimento do C. gloeosporioides apresentou variação na mesma

faixa de temperatura quando comparados os resultados entre os isolados (Tabela 2).

Tabela 2. Crescimento micelial ao 7º dia após a incubação (DAI) e esporulação ao 10º DAI

de Colletotrichum gloeosporioides sob temperatura de 25°C e fotoperíodo de 12 h luz.

Ipameri, Goiás, Brasil, 2018*. Isolado Área ocupada por micélio ao 7°

DAI (cm2)

Esporulação ao 10° dia

(conídios mL-1

)

N-01-05 13,35 a 2,48 x 105 e

N-01-07 11,73 b 89,20 x 105 c

N-01-09 11,98 b 46,97 x 105 d

N-01-16 11,35 c 87,36 x 105 c

N-02-01 11,91 b 107,76 x 105 b

N-02-02 11,21 c 128,58 x 105 a

CV (%) 3,05 9,04

*Médias seguidas da mesma letra minúscula na coluna não diferem, pelo teste de Scott-Knott,

ao nível de 5% de probabilidade.

O isolado N-01-05 apresentou um crescimento estatisticamente superior aos demais

isolados, contudo sua quantidade de conídios foi inferior. Considerando apenas a capacidade

de crescimento micelial o N-01-05 foi superior, seguido do N-01-09, N-02-01, N-01-07.

Observando os resultados de esporulação da (Tabela 2), o isolado N-02-02 apresentou uma

capacidade de esporulação consideravelmente maior que os demais, seguido pelos isolados N-

02-01, N-01-07, N-01-16, N-01-09 e N-01-05. Neste contexto, vale a pena mencionar que a

174

produção de conídios é uma característica altamente intrínseca e dependente do isolado

(CARVALHO et al., 2008).

CONCLUSÃO

O isolado que combina boa capacidade de crescimento e maior capacidade de

esporulação foi o N-02-02, apresentado assim maior capacidade de sobreviver e se reproduzir

sob a temperatura de 25°C.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás –

FAPEG pela concessão de bolsa de mestrado e a UEG por uma bolsa de iniciação de iniciação

científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CARVALHO, D.D.C.; ALVES, E.; BATISTA, T.R.S.; CAMARGOS, R.B.; LOPES,

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citrus. Brazilian Journal of Microbiology, São Paulo-SP, v.39, p.792-798, 2008.

FERREIRA, D.F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia,

Lavras-MG, v.35, n.6, p.1039-1042, 2011.

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alternativos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v. 35, n. 4, p. 962-970,

2013.

MAIA, F. G. M., ARMESTO, C., ZANCAN, W. L. A., MAIA, J. B., & DE ABREU, M. S.

Efeito da temperatura no crescimento micelial, produção e germinação de conídios de

Colletotrichum spp. isolados de mangueira com sintomas de antracnose. Bioscience Journal,

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MOURA, M. D. C. S., PEIXOTO, A. R., SOUZA, E. M., DOS SANTOS MARTINS, R., &

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resistência no controle de podridões pós-colheita em manga, no submédio São

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TERAO, D.; BATISTA, D.C.; RIBEIRO, I.J.A. Doenças da mangueira. In: AMORIM, L.;

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2016, p.523-535.

TOZZE JÚNIOR, H. J.; FIRMINO, A. C.; FISCHER, I. H.; FURTADO, E. L.; MASSOLA

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the state of São Paulo. Summa Phytopathologica, Botucatu-SP v. 41, n. 4, p. 270-280,

2015.

175

Hidrocondicionamento fisiológico de sementes de alface à temperatura de

20ºC

Marcos Veríssimo de Andrade(1)

; José Roberto Carlos de Oliveira Filho(2)

; Edilson Henrique

Rezende(2)

; Natália Arruda(3);

Mariana Pina da Silva Berti(4)

(1)

Estudante do Curso de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

([email protected]); (2)

Estudantes do Curso de Agronomia; Universidade

Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (3)

Pós-doc do Programa de Pós Graduação em Produção

Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás; (4)

Professora do Curso de

Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

Objetivou-se com este trabalho avaliar a qualidade fisiológica de sementes de alface, visando

melhorar a velocidade e uniformização da germinação, tendo como ferramenta de estudo o

hidrocondicionamento. Foram utilizados dois lotes de sementes de alface, uma amostra de 1g

de cada lote foram hidrocondicionadas á (30, 60 e 90 mL de água) na temperatura de 20 ºC e

a testemunha à 15 mL de água. Os resultados foram comparados pelo teste de Scott Knott a

5% de probabilidade. Para avaliar o potencial fisiológico das sementes após o

hidrocondicionamento realizou-se testes de germinação, primeira contagem de germinação,

emergência de plântulas e índice de velocidade de emergência de plântulas em substrato. O

hidrocondicionamento fisiológico á temperatura de 20 ºC com 30 e 60 mL de água promovem

efeitos benéficos sobre a germinação de sementes em lotes de médio vigor e favorece a

velocidade de emergência em lotes com alto vigor.

Palavras-chave: Emergência de plântulas, velocidade de germinação, vigor.

INTRODUÇÃO

A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça popular no mundo, com elevado teor de

vitamina A nas folhas verdes, alcançando até 4.000 UI/100 g. Devido ao aumento exponencial

da população e as mudanças nos hábitos alimentares dos consumidores, na busca de alimentos

mais saudáveis, seu consumo tem aumentado cada dia (FILGUEIRA, 2008).

Um dos principais problemas para o uso de sementes de várias espécies vegetais é a

falta de uniformidade na germinação, pois dentro de um mesmo lote de sementes, no processo

de hidratação encontram-se indivíduos de diferentes fases da curva de embebição, originando

uma germinação heterogênea (GURGEL JUNIOR et al., 2009).

A ocorrência de condições ambientais adversas após a semeadura não pode ser prevista ou

mesmo evitada, mas contribui para a desuniformidade e redução do estande, tanto em

bandejas para produção de mudas quanto no cultivo por meio de semeadura direta, com

possíveis prejuízos ao produtor. Desta maneira, em culturas de hortaliças, cujas sementes

possuem alto valor comercial, o uso de procedimentos especiais, como o condicionamento

fisiológico, pode favorecer o desempenho das sementes (LIMA; MARCOS FILHO, 2010).

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho é avaliar a qualidade fisiológica de

sementes de alface, visando melhorar a velocidade e uniformização da germinação, tendo

como ferramenta de estudo o hidrocondicionamento.

176

MATERIAL E MÉTODOS

O Experimento foi conduzido no laboratório e em casa de vegetação da Universidade

Estadual de Goiás - UEG, Câmpus Ipameri durante o primeiro semestre do ano de 2018. Antes

de iniciar a pesquisa foi determinada a curva de embebição das sementes de alface, utilizando

a temperatura de 20 ºC, e três quantidades de água, 30, 60 e 90 mL, além da testemunha com

15 mL. A curva de embebição foi realizada por tempos pré-determinados, até atingirem 50%

de protrusão da raiz primária. O teor de água inicial das sementes foi determinado pelo

método da estufa a 105 °C ± 3 °C por 24 horas (BRASIL, 2009).

Foram utilizados dois lotes de sementes de alface, dos quais foram separadas quatro

amostras com 1g de sementes de cada lote. Uma amostra constitui o tratamento testemunha

(15 mL) e as outras foram as hidrocondicionadas (30, 60 e 90 mL de água) na temperatura de

20 ºC. Com os valores do teor de água e as massas das amostras iniciais foram calculados os

pesos finais das sementes durante o hidrocondicionamento. Quando as amostras de sementes

atingiram o peso correspondente a 35% de teor de água, estas foram secas à sombra em

temperatura do ambiente, até atingirem teores de água próximos ao inicial (9,4%).

Para avaliar o potencial fisiológico das sementes condicionadas com água e a não

condicionada (testemunha), foram realizados os seguintes testes:

a) Germinação: foi realizado com quatro repetições de cinquenta sementes para

cada tratamento de cada lote, seguindo os critérios estabelecidos pelas Regras de Análise de

Sementes (BRASIL, 2009).

b) Primeira contagem de germinação: realizado concomitantemente com o teste

de germinação descrito no item a.

c) Emergência de plântulas em substrato: foi realizado com quatro repetições de

25 sementes por tratamento de cada lote em bandejas de isopor, utilizando-se substrato

comum para mudas de hortaliças.

d) Velocidade de emergência de plântulas: realizado concomitantemente com o

teste de emergência de plântulas em substrato (item c), o índice de velocidade de emergência

foi calculado de acordo com a fórmula proposta por Maguire (1962).

O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro

repetições, em esquema fatorial de 2x4 (dois lotes e quatro quantidades de água). Os

resultados foram submetidos à análise de variância (teste F) e as médias comparadas pelo

teste de Scott Knott a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

De acordo com os resultados da Tabela 1 observa-se que a germinação, primeira

contagem de germinação e emergência de plântulas em todos os tratamentos o lote 2 foi

estatisticamente superior em relação ao lote 1, porém para o índice de velocidade de

emergência de plântulas os resultados foram semelhantes, diferindo apenas para o tratamento

de 30 mL, onde o lote 2 mais uma vez apresentou resultado melhor que o lote 1. Isso explica

que a qualidade das sementes do lote 2 é superior quando comparada ao lote 1.

Com relação à porcentagem de germinação (Tabela 1), verifica-se que as sementes que

passaram pelo hidrocondicionamento não afetaram de forma negativa a porcentagem de

germinação das sementes quando comparadas com a testemunha. No lote 1 as amostras de

sementes condicionadas com 30 e 60 mL apresentaram porcentagem de germinação

estatisticamente superior que a testemunha, porém a testemunha não diferiu do tratamento de

90 mL. Para o lote 2 não houve diferença significativa na germinação. Segundo Marcos Filho

e Kikuti (2008) não deve ser esperada ampla resposta de sementes de alto potencial

fisiológico ao condicionamento, considerando que o objetivo desse tratamento é a aceleração

177

e a sincronização da germinação, normalmente verificadas em lotes de germinação elevada

como o lote 2.

Tabela 1: Valores médios e coeficientes de variação (%) referentes à germinação (G),

primeira contagem de germinação (PCG), emergência de plântulas (EM), índice de

velocidade de emergência de plântulas (IVE), provenientes de dois lotes de sementes de

alface (Lactuca sativa), submetidas ao hidrocondicionamento.

Parâmetros Hidrocondicionamento 20 ºC

Testemunha 30 mL 60 mL 90 mL

G (%)

LOTE 1 84 Bb 90 Ba 91 Ba 86 Bb

LOTE 2 96 Aa 98 Aa 99 Aa 95 Aa

CV (%) = 3,22

PCG (%)

LOTE 1 76 Bb 81 Ba 84 Ba 77 Bb

LOTE 2 91 Ab 95 Aa 95 Aa 91 Ab

CV (%) = 3,36

EM (%)

LOTE 1 34 Bb 44 Bb 62 Ba 50 Ba

LOTE 2 62 Aa 69 Aa 77 Aa 72 Aa

CV (%) = 18,46

IVE (%)

LOTE 1 1,75 Aa 2,00 Ba 2,64 Aa 2,33 Aa

LOTE 2 2,25 Ab 3,25 Aa 3,50 Aa 3,00 Aa

CV (%) = 25,77

*Médias seguidas com a mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha para cada

avaliação, não diferem entre si por meio do teste de Scott-Knott, p ≤ 0,05.

Para a variável primeira contagem de germinação (Tabela 1), observa-se que as

sementes hidrocondicionadas, independente da quantidade de água, apresentaram maior

porcentagem de plântulas normais que a testemunha, comprovando a influencia positiva do

condicionamento fisiológico no processo de germinação. Para os dois lotes nesta variável, os

melhores resultados foram encontrados nos tratamentos com 30 e 60 mL, porém o tratamento

90 mL não diferiu estatisticamente da testemunha, mesmo apresentando alta porcentagem de

plântulas normais.

Já em relação à emergência de plântulas (Tabela 1), para o lote 1 os melhores

tratamentos foram 60 e 90 mL, 62 e 50% de plântulas emersas em substrato, respectivamente,

isto não foi verificado para o lote 2, onde não houve diferença significativa entre os

tratamentos, entretanto, em termos absolutos, o tratamento 60 mL apresentou 77% de

plântulas emersas. Os resultados do lote 2 foram concordados por Gurgel Junior et al (2009)

em que trabalhando com sementes de pepino hidrocondicionadas não encontrou vantagem no

tratamento pré-condicionador na porcentagem de plântulas emergidas.

Avaliando os resultados do índice de velocidade de emergência de plântulas (Tabela 1), pode-

se perceber que para o lote 1 não houve diferença significativa entre os tratamentos com a

testemunha, já os resultados do lote 2 mostraram diferença significativa das sementes

condicionadas com água em relação a testemunha. Resultados semelhantes foram encontrados

por Araujo et al. (2011) em sementes de maxixe. Lima e Marcos Filho (2009), afirma que o

178

hidrocondicionamento é favorável a velocidade de germinação dos lotes de alto e médio

vigor, mas os lotes de baixo vigor não se beneficiam com essa técnica.

CONCLUSÃO

O condicionamento fisiológico, principalmente nas quantidades de água 30 e 60 mL,

promove efeitos benéficos sobre a germinação de sementes de alface para os lotes de médio

vigor. Para lotes de alto vigor, independente da quantidade de água o hidrocondicionamento

favorece a velocidade de emergência de plântulas, sendo assim, o uso dessa tecnologia é

eficaz para produção de mudas de alface.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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fisiológico e vigor de sementes de maxixe. Revista Brasileira de Sementes, Londrina – PR,

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sementes. Brasília: SDA/ACS, 399p. 2009.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e

comercialização de hortaliças. Viçosa, UFV. 421 p. 2008.

GURGEL JÚNIOR, F.E.; TORRES, S.B.; OLIVEIRA, F.N.; NUNES, T.A. Condicionamento

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MAGUIRE, J.D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling emergence

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flor e desempenho das plantas em campo. Horticultura Brasileira, v.26, n.1, p.165-169,

2008.

179

Controle do escurecimento enzimático em palmito de açaí minimamente

processado

Maryelle Barros da Silva(1);

Alex Guimarães Sanches(2)

; Elaine Gleice Silva Moreira(3)

;

Natália Cássia de Faria Ferreira(3)

; Sandy Santos da Fonseca(4)

(1)

Mestranda em Produção Vegetal; Universidade Estadual do Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Doutorando em Produção Vegetal, UNESP; (3)

Mestranda em

Produção Vegetal; UEG; (4)

Engenheira Agrônoma.

RESUMO

O palmito de açaí sofre grandes alterações após o processamento em especial pela atuação de

enzimas que causam o escurecimento reduzindo sua qualidade. Como forma de prolongar sua

vida útil sob refrigeração o presente trabalho avaliou o ácido ascórbico como antioxidante de

conservação. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado sob esquema

fatorial 3x6 sendo três tratamentos, controle, 1 e 3% de ácido ascórbico e seis tempos de

avaliação. Verificou-se que independente da concentração de ácido ascórbico utilizada houve

maior preservação da qualidade e redução do escurecimento nos palmitos para todas as

variáveis analisadas quando comparadas ao controle, nota-se ainda que vida útil dos palmitos

foi de 4, 6 e 8 dias para os tratamentos testemunha, ácido ascórbico a 1 e 3% respectivamente.

Palavras-chave: Euterpe oleracea, atividade enzimática, antioxidante.

INTRODUÇÃO

Produtos minimamente processados constituem-se em produtos que estão se

desenvolvendo de uma forma rápida e importante como resultado da diminuição do tempo

necessário para o preparo das refeições e do aumento da preocupação dos consumidores na

escolha por alimentos saudáveis. (JESUS et al., 2008).

O palmito de açaí ainda é pouco explorado comercialmente e tem sua qualidade

reduzida devido ao escurecimento ocasionado por enzimas oxidativas peroxidase (POD) e

polifenoloxidase (PPO), decorrentes do processamento mínimo, causando mudança de cor,

degradação da clorofila, oxidação de fenóis, oxidação de ácidos e muitos destes fatores

também podem ser associados com o ―flavour‖, a textura e as qualidades nutricionais dos

alimentos (KOBLITZ, 2008).

O efeito antioxidante do ácido ascórbico nesse contexto atua na inibição da POD e

PPO, baseando-se, principalmente, em sua capacidade de reduzir esses agentes oxidantes, que

são formados quando o oxigênio entra em contato com o alimento, prevenindo dessa forma a

formação de pigmentos escuros (COSTA, 2010).

Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade de palmitos de

açaí minimamente processado e o controle da ação enzimática da polifenoloxidase (PPO) e da

peroxidase (POD), frente ao tratamento com ácido ascórbico.

MATERIAL E MÉTODOS

Os palmitos de açaí foram colhidos de plantas com altura entre 6,00 a 7,00 m em

cultivo comercial localizado no município de Altamira-PA. O corte ocorreu em plantas já

180

adultas que não apresentavam mais condições de colheita de forma manual. Os palmitos

foram condicionados em caixas térmicas contendo água e gelo e transportados até o

laboratório de tecnologia de produtos da Universidade Federal do Pará, onde foram retiradas

as bainhas protetoras e a parte inferior ao terceiro entrenó. De cada palmito foi obtido um

segmento de 20 cm da região meristemática, estes foram lavados em água corrente e

sanitizados em solução contendo hipoclorito de sódio a 5ppm por três minutos.

Após a sanitização os palmitos foram cortados em rodelas de 1,5 cm, sendo uma

porção imersa em solução contendo água destilada representando o tratamento controle por

três minutos e a outra parte mantida em solução de ácido ascórbico nas concentrações de 1 e

3% por igual período. As amostras de cada tratamento foram acondicionadas em sacos de

polietileno de baixa densidade (PEBD) e armazenadas em refrigerador 7°C por um período de

12 dias a temperatura de 8°C e 90% de U.R.

Atividade das enzimas peroxidase e polifenoloxidase foram realizadas de acordo com

o método proposto por Matsumo & Uritane (1972). A atividade foi expressa em unidade por

minuto por grama de tecido fresco (U min-1

g-1

). A firmeza foi determinada com auxílio de

um texturômetro e os resultados expressos em Newton (N). O conteúdo de sólidos solúveis

foi determinado por meio de análise refratométrica e os resultados expressos em °Brix. A

análise sobre o sabor foi realizada por sete avaliadores treinados que atribuirão notas de 1 a 5,

onde: 1= Nenhum, não típico; 2= Razoável; 3= Bom; 4= Muito bom, sem alterações; 5=

Fresco, excelente.

O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado sob esquema

fatorial 3x6 sendo três tratamentos (controle, 1 e 3% de ácido ascórbico e seis tempos de

avaliação (0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 dias), com cinco repetições e cinco rodelas de palmito por

amostra experimental. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e, para

comparação entre as médias dos fatores, foi realizado o teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Todas as análises foram realizadas com o auxílio do software estatístico Assistat 7.7 versão

beta.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

A atividade das enzimas peroxidase (POD) e polifenoloxidase (PPO) apresentaram

comportamentos diferenciados ao longo do tempo de avaliação do experimento, de modo

geral a atividade da peroxidase aumentou durante o período de conservação independente do

tratamento com ácido ascórbico ou não. Nos palmitos não tratados esse aumento é mais

evidente a partir do quarto dia de armazenamento diferindo significativamente nos palmitos

mantidos sob a influência do ácido ascórbico a 1 e 3% cujo aumento mais expressivo é

verificado a partir do sexto e oitavo dia, respectivamente (Tabela 1).

Ainda de acordo com a tabela observa-se que a atividade da polifenoloxidase

manteve-se estável nas rodelas de palmito imersas em ácido ascórbico a 1 e 3% até o sexto e

oitavo dia respectivamente, com posterior incremento nesses valores até o fim do

armazenamento não diferindo entre si. Nas amostras não tratadas nota-se uma manutenção

nesses valores somente até o segundo dia de avaliação com médias de 134,7 min-1 g-1

, nos

demais tempos de armazenamento a um aumento expressivo atingindo percentual de 188,9 U

min-1

g-1

ao fim de 12 dias.

Observou-se diferença estatística significativa na interação tratamentos e tempo de

armazenamento para firmeza dos palmitos. No tratamento controle, a firmeza foi afetada após

quatro dias de armazenamento enquanto que nos tratamentos com ácido ascórbico a 1 e 3% os

valores mantiveram-se estáveis até o oitavo dia de avaliação apresentando um aumento no

terço final de armazenamento. Esse aumento ocorreu, provavelmente, em virtude da maior

perda de água das rodelas de palmito, com consequente murchamento e dificuldade de

penetração da proube (Figura 1A).

181

Tabela 1: Valores médios pelo teste de Tukey sobre a atividade das enzimas peroxidase

(POD) e polifenoloxidase (PPO) em palmitos de açaí tratados com ácido ascórbico e

armazenados sobre refrigeração por 12 dias.

Tratamento

Dias de Armazenamento

Peroxidase (U min-1 g-1)

0 2 4 6 8 10 12

Controle 1134,6 aA 1303,1 aA 1658,8 bB 1928,6 cC 2271,3 cC 2864,2 cD 3363,1 cE

1% Ácido

ascórbico

1134,6 aA 1289,6 aA 1496,5 aA 1612, 5 bB 2060,8 bC 2433,9 bC 3138,8 bD

3% Ácido

ascórbico

1134,6 aA 1301,8 aA 1482,8 aA 1549,7 aA 1939,8 aB 2283,6 aC 2789,9 aC

CV (%)= 4,17

Tratamento Polifenoloxidase (U min-1 g-1)

0 2 4 6 8 10 12

Controle 133,8 aA 134,7 aA 146,6 bB 154,8 bB 163,6 bBC 171,8 bC 188,9 bD

1% Ácido

ascórbico

133,8 aA 133,3 aA 135,6 aA 137,6 aA 152,6 aB 156,8 aB 172,1 aC

3% Ácido

ascórbico

133,8 aA 134,4 aA 136,3 aA 136,9 aA 148,6 aB 157,2 aB 170,4 aC

CV (%)= 5,89

Médias seguidas pela mesma letra na coluna e linha não diferem entre si pelo teste de Tukey.

O teor de sólidos solúveis totais (SST) apresentou variação durante o tempo de

armazenamento sendo afetado significativamente pelos tratamentos utilizados com médias

oscilando entre 4,55 a 6,30 °Brix ao longo do armazenamento, nas amostras do tratamento

controle observa-se picos no segundo e no sexto dia seguido de um aumento expressivo em

seus valores até o fim do armazenamento. Nos tratamentos com 1 e 3% esses valores

mantiveram-se praticamente constantes até o sexto e oitavo dia respectivamente com posterior

aumento até o último dia de avaliação (Figura 1B).

Kalil et al., (2010) explica que os sólidos solúveis (açúcares) são consumidos no

processo respiratório assim quanto maior for a utilização destes mais avançado encontra-se o

estádio de senescência.

Figura 1: Firmeza (A) e variação no conteúdo de sólidos solúveis (B) em palmitos de açaí

tratados com ácido ascórbico e armazenados sobre refrigeração por 12 dias.

No que diz respeito a análise sensorial os avaliadores não verificaram alteração do

sabor com o uso do ácido ascórbico apresentando nota 3 até o sexto e oitavo dia para as

concentrações de 1 e 3% respectivamente. O tratamento controle após dois dias de

182

armazenamento foi caracterizado com nota 4 e após quatro dias de armazenamento a nota

apresentada foi 2 não podendo ser mais avaliada devido a cor escura e ao elevado

amolecimento da polpa apresentado.

CONCLUSÕES

A aplicação de ácido ascórbico a 3% foi mais eficiente em reduzir a atividade das

enzimas peroxidase e polifenoloxidase resultando ainda na menor degradação do conteúdo de

sólidos solúveis sem comprometer o sabor dos mesmos;

A vida útil do palmito de açaí minimamente processado e armazenado sob

refrigeração foi de 4, 6 e 8 dias para os tratamentos testemunha, ácido ascórbico a 1 e 3%

respectivamente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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p.1091-1101, 1972.

183

Crescimento micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus

Wanderson Silva dos Santos(1)

; Paulo Henrique Pereira Costa Muniz(2)

; Mariany Dalila

Milan(3)

; Gustavo Henrique Silva Peixoto(4)

; Daniel Diego Costa Carvalho(5)

(1)

Graduando em Engenharia Florestal na Universidade Estadual de Goiás, Ipameri - Goiás,

[email protected]; (2)

Graduando em Agronomia na Universidade Estadual de

Goiás, Ipameri – Goiás; (3)

Mestranda em Produção Vegetal pela Universidade Estadual de

Goiás, Ipameri Goiás; (4)

Mestrando em Fitopatologia pela Universidade de Brasília, Brasília –

DF; (5)

Professor, Doutor em Fitopatologia na Universidade Estadual de Goiás, Ipameri –

Goiás.

RESUMO

O fungo Pycnoporus sanguineus, é um basidiomiceto da ordem Aphyllophorales da família

Polyporaceae e um dos fungos causadores da podridão de madeiras. Quando se refere na

importância econômica e ecológica, podemos citar como ecológica a ciclagem de nutrientes

na decomposição da madeira, já a importância econômica podemos citar a alimentação, sendo

que muitas espécies são fontes de proteínas e sais minerais. O objetivo deste trabalho foi

avaliar o crescimento micelial in vitro de isolados de P. sanguineus. Os dados relativos ao

crescimento micelial radial foram submetidos à análise de variância e análise de regressão.

Dentre os quatros isolados, três se destacaram apresentando uma média de crescimento

próximo, enquanto um apresentou crescimento inferior aos demais, quando submetidos a

mesma temperatura e fotoperíodo. A temperatura de 25ºC proporcionou bom crescimento

micelial e a ausência de luz não influenciou no crescimento micelial dos isolados de

Pycnoporus sanguineus.

Palavras-chave: basidiomicetos, crescimento micelial, podridão branca.

INTRODUÇÃO

Os fungos são organismos heterotróficos que estão em constante evolução biológica.

São encontrados em toda parte do globo terrestre, sendo comum no Brasil nos mais diversos

habitats como exemplo de ambientes pouco úmidos e com temperaturas elevadas

(VANDERLINDE; ONOFRE, 2010; SILVA; GIBERTONI, 2006). O fungo Pycnoporus

sanguineus, é um basidiomiceto da ordem Aphyllophorales da família Polyporaceae e um dos

fungos causadores da podridão de madeiras, popularmente conhecido como orelha de pau,

sendo encontrado na madeira onde se fixam e dela se alimentam, sendo o causador da

podridão branca (MODES et al., 2012).

Quanto à importância ecológica e econômica dos basidiomicetos, pode-se comentar

como ecológica: contribuição com a ciclagem de nutrientes a decomposição de madeiras,

enriquecendo o solo com matéria orgânica e muitos nutrientes; em relação à importância

econômica:podemos citar a alimentação, sendo que muitas espécies são fontes de proteínas,

sais minerais, ferro, cálcio, fibras (TOMAZINI et al., 2016). Essas capacidades os tornam

importantes na Biotecnologia pela aplicação industrial e pela aplicação no tratamento de

efluentes da indústria têxtil e papeleira, bem como o processo de biorremediação de solos

contaminados (VIEIRA et al., 2006).

184

A medida do crescimento micelial é feita por diferentes formas, tais como crescimento

radial, vigor, velocidade de crescimento e massa do micélio (ANDRADE et al., 2010). É

fundamental fazer testes para obter resultados da melhor temperatura, para o crescimento in

vitro do fungo (LEITE; AMORIM, 2002). O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento

micelial in vitro de isolados de Pycnoporus sanguineus.

MATERIAL E MÉTODOS

Avaliação in vitro do crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus

Discos de micélio (7 mm Ø) contendo quatro isolados de P. sanguineus foram

retirados de colônia com aproximadamente dez dias de idade e transferidos para o centro de

placas de Petri (85 mm Ø) contendo meio BDA. Em seguida, as placas foram mantidas em

incubadora tipo BOD na temperatura de 25ºC na ausência de luz. O crescimento radial do

micélio foi avaliado diariamente até o 7º dia após a inoculação (DAI) nas placas de Petri, a

partir da média de dois diâmetros diametralmente opostos.

Análises estatísticas

Os dados relativos ao crescimento micelial radial foram submetidos à análise de

variância e análise de regressão, para obtenção de modelos significativos para o crescimento

micelial (P<0,05). Estas análises foram realizadas no programa estatístico Sisvar 5.6

(FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Após avaliação do crescimento micelial em função da temperatura verificou-se o

crescimento das colônias de P. sanguineus sob a temperatura de 25ºC (Figura 1), o que

resultou na obtenção de curvas de crescimento com modelos lineares e quadráticos (Tabela 1).

Figura 1. Crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus em função dos dias após

incubação à temperatura de 25°C e ausência de luz. Ipameri, Goiás, Brasil, 2018.

O crescimento apresentado na Figura 1 era esperado, pois fungos do tipo

basidiomicetos apresentam o melhor crescimento com temperatura em torno de 25ºC, como

exemplo o Agaricus bisporus que apresentou melhor média de crescimento aos 25ºC

(ANDRADE et al., 2010). Entre os isolados ―M-03-02‖, ―M-03-03‖ e ―M-04-02‖, foram os

185

que apresentaram as melhores médias de crescimento micelial. Em contrapartida, o isolado

―M-04-01‖ entre os quatro isolados foi o que apresentou a menor taxa de desenvolvimento em

relação ao crescimento no decorrer dos dias sob condições de temperatura e ambiente

controlados.

De maneira análoga, estudos reportam que a temperatura influencia no crescimento

micelial de fungos patogênicos, Campos et al., (2008), afirma que o crescimento do fungo

Pleurotus ostreatus foi maior a 25° C, em ambos os meios de cultura testados, já para Cadioli

et al. (2007) a temperatura ideal para o crescimento foi de 22,5°C para o fungo Paecilomyces

lilacinus, a qual o crescimento foi mais rápido. Isso evidencia que os fatores físicos, como a

temperatura é um dos principais fatores ambientais que influencia a taxa de crescimento

micelial, produção e germinação de esporos nos mais diversos fungos patôgenicos

(MARCUZZO; NASCIMENTO, 2016).

Tabela 1. Modelos de regressão para o crescimento micelial de Pycnoporus sanguineus em

função dos dias após a incubação à temperatura de 25°C e ausência de luz. Ipameri, Goiás,

Brasil, 2018(1)

.

Isolado Modelo(2)

R2

M-03-02 Y = 1,2317x – 0,2485 99,22%

M-03-03 Y = 1,2128x – 0,2314 99,50%

M-04-01 Y = 0,0307x2 + 0,7292x – 0,4485 99,93%

M-04-02 Y = -0,0420x2 + 1,6065x – 0,4371

99,29%

(1) Os modelos especificados para cada isolado correspondem às curvas de regressão

apresentadas na Figura 1. (2)

Todos os modelos foram significativos P<0,05.

É importante salientar que os modelos de crescimento obtidos explicam em mais de

99% o crescimento micelial ao longo dos dias em incubação à 25ºC (Tabela 1). Além disso,

constata-se que a ausência de luz não foi um fator determinante no desenvolvimento micelial

do fungo.

CONCLUSÃO

A temperatura de 25ºC proporcionou bom crescimento in vitro do fungo P.

sanguineus, podendo ser explicado por modelos lineares e polinomiais do segundo grau, com

alto coeficiente de determinação.

A ausência de luz não foi um fator determinante para o crescimento micelial do P.

sanguineus.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás –

FAPEG pela concessão de bolsa de mestrado, ao CNPq por uma bolsa de Iniciação Científica

e a UEG por uma bolsa de iniciação de iniciação científica voluntária e de permanência.

186

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Biotecnologia. Estudos Biologia, Curitiba, v.28, n.65, p.21-31, 2006.

187

A importância do Marketing no Agronegócio brasileiro

José Paulo Duarte Pires(1)

; Jéssica Rodrigues de Mello Duarte(2)

; Natália Cássia de Faria

Ferreira(2)

; Maryelle Barros da Silva(2)

; Scarlet de Aguiar Basílio(2)

(1)

Profissional; Engenheiro agrônomo; Catalão, Goiás; (2)

Mestranda em Produção Vegetal;

Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

O marketing representa uma ferramenta indispensável ao setor agrícola, visto que promove

maior atratividade ao agronegócio brasileiro. O presente trabalho teve por objetivo realizar

um levantamento bibliográfico sobre a importância do marketing no agronegócio brasileiro e

verificar a utilização dessa ferramenta para gestão das empresas agrícolas. Um bom plano de

marketing permite identificar os perfis dos clientes e sendo assim, focar no público alvo. A

correta utilização dessa ferramenta contribui com toda a cadeia produtiva, agrega valor aos

produtos e causa impacto positivo nas questões socioambientais. Atualmente podemos

ressaltar que o agronegócio obteve avanços notáveis nas estratégias de gestão de marca e

ações promocionais, que vieram a agregar valor ao setor, porém, ainda é preciso intensificar o

desenvolvimento de ações estratégicas e desse modo contribuir com o progresso interno e

com a ampliação global em um mercado cada dia mais competitivo.

Palavras-chave: Agricultura, Mercadologia, Tecnologia.

INTRODUÇÃO

O agronegócio compõe-se de cadeias produtivas que atuam em distintos ecossistemas

ou sistemas naturais, assumindo assim papel importante na economia brasileira através da

adoção de inovadores projetos de gestão com o intuito de aprimorar o processo produtivo,

maximizando o lucro. O termo agrobusiness tem sido amplamente utilizado para denominar

os segmentos da cadeia produtiva agropecuária, a qual inclui diversas atividades

desenvolvidas por fornecedores, equipamentos, serviços, e comercialização da produção

agropecuária, sendo o setor agrícola responsável também por grandes avanços no setor

produtivo, alto percentual em geração de renda e empregabilidade, além de alavancar o

desempenho econômico do Brasil, e se constituindo assim como peça chave na economia

nacional (MAURI et al., 2017).

A busca por melhorias e avanço no desempenho agrícola, é constante, visto que o

sistema informacional por meio da elaboração de novas estratégias de marketing é importante,

pois permite agregar valor ao empreendedor agrícola (ROSSÉS et al., 2016). Dessa forma, o

marketing requer fazer o levantamento de informações que propiciem maior vantagem

competitiva, de modo a atender as exigências dos consumidores e buscar tendências

mercadológicas, nesse contexto, diversas atividades contribuem nesse processo, as quais vão

desde o processo administrativo, até a valoração do produto comercializado (MEDINA,

2017).

A partir do momento em que produtor rural conhece seu ambiente externo e interno,

inicia-se a criação estratégias que visem maximizar a competitividade mercadológica

(TAVARES et al., 2016). E é neste contexto, onde o agronegócio necessita ampliar novos

projetos que possam garantir a melhor administração e consequentemente o desenvolvimento

188

de suas informações. O planejamento requer dados que possibilitem a obtenção de bons

resultados, uma vez que um plano de marketing se caracteriza pelas variáveis que se

correlacionam diretamente com o mercado (LAS CASAS et al., 2016).

Diante ao exposto, o presente trabalho teve por objetivo realizar um levantamento

bibliográfico sobre a importância do marketing no agronegócio brasileiro e verificar a

utilização dessa ferramenta para gestão das empresas agrícolas.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo caracteriza-se como um levantamento bibliográfico descritivo,

tendo como intuito, realizar uma análise da literatura publicada em livros, publicações, artigos

científicos, boletins. Inicialmente, foi realizada uma abordagem descritiva, de modo a

ressaltar a grande importância do marketing no setor agrícola, de modo a explorar suas

naturezas e suas características, a partir da descrição, explicação e interpretação dos fatos,

entretanto, a pesquisa também buscou aprimorar novas ideias, de modo a fornecer maiores

informações sobre o tema.

Para atender os objetivos propostos nesse estudo, e com base nos estudos dos autores

citados, a metodologia usada para o presente trabalho foi esclarecer as informações de acordo

com a pesquisa no mercado, visando os principais pontos dos consumidores e dentro das

organizações, tendo em vista o levantamento de dados dos autores, e como finalidade, auxiliar

na pesquisa. Esta etapa bibliográfica constitui-se de como podemos identificar o marketing

como uma ferramenta fundamental utilizada pelas empresas para a permanência e

desenvolvimento de organização e liderança no mercado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram analisadas e verificadas as mudanças na forma de visualizar, administrar e

planejar as organizações rurais, mudanças essas trazidas pela inserção do marketing rural nas

propriedades. A participação da Gestão Estratégica de Marketing nos processos

administrativos do Agronegócio tornou-se fundamental e efetiva, quebrando paradigmas e

agregando valor a cadeia produtiva e seus produtos e marcas. O consumidor busca cada vez

mais por experiências únicas, diferenciadas, participativas e customizadas, e a

descomoditização dos produtos agrícolas permite a cadeia produtiva reinventar-se,

produzindo valor agregado e atendendo as demandas dessa nova visão mercadológica.

A principal função do marketing é identificar o que pode motivar pessoas, atendendo

suas necessidades através de produtos e marcas posicionadas estrategicamente para agrada-

las, sendo assim, nota-se que a adoção do marketing no agronegócio propicia ao setor

distintas estratégias de negócios, de modo a considerar que, o Brasil possui a agropecuária

orientada para as demandas de consumo, seu perfil demográfico, estilo de vida, regras

alimentares, novas estruturas familiares adaptadas as regionalidades, alimentação típica e o

avanço da medicina natural, sendo todos esses fatores influentes na forma com que o cliente

final se relacionará com o alimento (SANTOS e ARAÚJO, 2017).

Essa ferramenta mercadológica vai muito além da publicidade, comunicação entre

consumidor e vendedor, promoções e vendas, uma vez que, busca atingir as percepções e

vontades conscientes e inconscientes das mentes humanas, entender suas aspirações, sonhos,

desejos, sentidos da vida, e relacionar como tudo isso pode interagir com a realidade e suas

possibilidades. Atualmente, não é necessário apenas possuir a tecnologia, mas também é

essencial analisar o mercado, a demanda, pois o segredo encontra-se na competência para usar

todas essas chaves de ponta a ponta na cadeia produtiva, trazendo assim um novo sentido para

o agronegócio.

189

Dos Santos e Jorge (2017) ressaltam em estudo que a interação entre os fatores

interligados no processo rural possibilita que valores satisfatórios sejam agregados a todos os

envolvidos no meio, e que o marketing é uma chave para esse processo que tem a capacidade

em gerar e manter um lucrativo alicerce, trazendo vantagem competitiva.

O processo de tomada de decisão no agronegócio, depende diretamente da informação,

sendo considerada como um fator imprescindível, visto que aumenta a eficiência no uso de

tecnologias e prevê novas tendências administrativas, assim como traz estudos com enfoque

sobre pontos altos e baixos, oportunidades e ameaças (BECKER et al., 2018; DE ARAUJO et

al., 2017). Contudo, os mecanismos atuais de comunicação ainda se mostram insuficientes

para uma assertiva tomada de decisão por parte do produtor rural, pois as ferramentas para

fornecer acesso ao desenvolvimento e uso das técnicas disponíveis são escassas, sendo assim,

o planejamento no setor rural ainda é considerado como um desafio, pois grande parte é

dependente de recursos naturais, sazonalidade, perecibilidade e outros.

Apesar de todas as vantagens já destacadas, o uso de ferramentas gerenciais de

marketing na área rural ainda é muito reduzido, porém, os produtores já estão percebendo a

necessidade dessas estratégias e estão buscando cada dia mais as mesmas, pois entenderam

que apenas conhecimento técnico de produção/criação já não é mais suficiente em um

mercado que se mostra cada vez mais competitivo. Como Martins et al. (2017) destaca em

estudo, o sistema de inovação gera um impacto que o mercado impõe sobre os novos produtos

e as carências dos consumidores e nesse sentido as ferramentas de marketing tornam-se

primordiais e de extrema relevância.

CONCLUSÃO

O marketing rural se constitui como importante ferramenta para decisão sobre os

produtos a serem cultivados, serviços e programas oferecidos pelo produtor e mostram a

necessidade do agronegócio brasileiro em se utilizar corretamente essa ferramenta, visto que

além de maximizar o potencial de vendas, auxilia na gestão empresarial, bem como

proporciona grandes inovações que suprem as exigências do mercado nacional e

internacional, e desta forma, é necessário que se intensifique o desenvolvimento de ações

estratégicas de marketing, de modo a contribuir com o progresso do mercado interno, e

também com uma ampliação global em um mercado que se mostra cada dia mais competitivo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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literatura sobre inovação e sua relação com o agronegócio. Revista da Universidade Vale do

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191

Superação de dormência em sementes de Uvaia (Eugenia pyriformis

Cambess)

Leilaine Gomes da Rocha (1)

; Rafaella Arruda Marinho Diniz (1)

; Vanderléia Ferreira (1);

Fabrício de Carvalho Peixoto (2)

; Nei Peixoto (3)

(1)

Discentes do curso de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás - Campus Ipameri, GO;

[email protected]; (2)

Engenheiro Agrônomo MSc Estância Akenaton, Ipameri-GO; (3)

Docente da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a superação de dormência em sementes de

uvaia com tamanhos distintos. Foi realizado em casa de vegetação no delineamento

experimental de blocos casualizados, em sistema fatorial 3 x 2 x 2, sendo 3 tamanhos de

sementes (grande, média e pequena), 2 condições (com e sem tegumento) e 2 concentrações

do ácido giberélico (0 e 500 mg/L). Foram obtidos dados de tempo médio de emergência,

índice de velocidade de emergência e porcentagem final de emergência. Não houve resposta

ao ácido giberélico. Não foram observadas interações triplas entre os fatores. A interação

entre a remoção do tegumento e tamanho das sementes foi significativa para todas as

variáveis. Os melhores tratamentos foram remoção do tegumento para as sementes grandes e

médias.

Palavras-chave: Myrtaceae, emergência, tegumento, tamanho das sementes.

INTRODUÇÃO

O gênero Eugenia, pertencente à família Myrtaceae compreende diversas espécies com

potencial para cultivo, porém poucas são exploradas devido ao escasso conhecimento sobre o

manejo. Eugenia pyriformis Cambess, conhecida pelo nome popular de uvaia, uvalha ou

ubaia é uma arbórea nativa da Mata Atlântica (NASCIMENTO et al., 2008). A uvaieira

produz frutos indeiscentes, carnosos, piriformes, ligeiramente pilosos, de coloração amarela.

As sementes possuem tegumento de cor castanha, com cotilédones carnosos e justapostos,

que se oxidam logo após a extração (ANDRADE e FERREIRA, 2000).

Para a formação de mudas é desejável rápida emergência das plântulas, porém,

algumas espécies arbóreas apresentam algum tipo de dormência nas sementes, sendo

necessária a utilização de algum método de superação. A escarificação das sementes retirando

o tegumento é um dos métodos utilizados. Em estudos realizados com outras espécies do

gênero Eugenia, a germinação e emergência têm sido favorecidas pela retirada, total ou

parcial, do tegumento (LAMEIRA et al., 2008; MARTINOTTO et al., 2007)

A dormência em sementes pode ser, também, devido à presença de substâncias que

inibem o processo germinativo, além do embrião imaturo. A imersão em solução de

giberelina pode acelerar a velocidade de emergência e melhorar o desempenho das plântulas,

e a porcentagem final de sementes germinadas (PINTO et al., 2017). Oliveira et al. (2005)

considera o tamanho da semente como outro fator, pois, aquelas consideradas pequenas

podem apresentar menor emergência e vigor quando comparada com as sementes médias e

grandes. Da mesma forma, Carvalho e Nakagawa (2000) afirmam que as sementes maiores

têm uma quantia maior de substancias de reservas durante o seu desenvolvimento, por isso

proporcionam embriões vigorosos, e rápida emergência.

192

O presente trabalho objetivou avaliar a superação da dormência em sementes de uvaia

de diferentes tamanhos.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no município de Ipameri, Goiás.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com tratamentos

dispostos em sistema fatorial 3 x 2 x 2, sendo três tamanhos de sementes, as quais foram

separadas de acordo com o peso em g/100 sementes e classificadas em grande (422 g), média

(243 g) e pequena (74 g), duas condições de escarificação, sendo, tegumento íntegro e

tegumento removido e duas concentrações de ácido giberélico (0 e 500 mg/L).

O preparo das sementes ocorreu na manhã do dia 30/11/2017. As parcelas foram

constituídas por 12 sementes. Previamente à imersão na solução, as sementes foram tratadas

por hipoclorito de sódio 1%, durante 5 minutos e, em seguida, colocadas em uma garrafa pet,

com capacidade de 600 ml, com as respectivas soluções, g1= água destilada + g2= GA3 (500

mg/L) + água destilada. Antes de adicionar água, o ácido giberélico foi dissolvido em 1

mililitro de álcool etílico 96%. Após a drenagem da solução, as sementes foram

imediatamente semeadas em tubetes, com capacidade de 290 ml, preenchidos com substrato

florestal, com acréscimo de 6 gramas por litro de adubo de liberação lenta 14-14-14. A

semeadura ocorreu dia 01/12/2017. Em média o tempo decorrido do início da imersão à

semeadura foi de 28 horas.

As variáveis analisadas foram: tempo médio de emergência, índice de velocidade de

emergência e porcentagem final de germinação. Os dados foram submetidos à análise de

variância e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 0,05 de probabilidade, por meio

do aplicativo Sisvar® (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

As sementes emergiram entre 18 e 72 dias após a semeadura. Não houve resposta à

aplicação de ácido giberélico para nenhuma das variáveis. Também não houve interação tripla

entre os fatores. Os resultados da análise de variância são apresentados na tabela 1.

Tabela 1. Resultados das análises de variância para as variáveis: tempo médio de emergência

(TME), índice de velocidade de emergência (IVE) e porcentagem final de emergência (PFE).

Ipameri, 2018.

FV GL SQ QM Fc Pr>Fc

TME

Tasem*Casca 2 514.929088 257.464544 13.916 0.0000 **

Tasem*GA3 2 2.597212 1.298606 0.070 0.9323 ns

Casca*GA3 1 17.124352 17.124352 0.926 0.3426 ns

IVE

Tasem*Casca 2 0.125954 0.062977 21.767 0.0000 **

Tasem*GA3 2 0.001029 0.000515 0.178 0.8378 ns

Casca*GA3 1 0.008008 0.008008 2.768 0.1051 ns

PFE

Tasem*Casca 2 3000.787917 1500.393958 10.240 0.0003 **

Tasem*GA3 2 149.885417 74.942708 0.511 0.6040 ns

Casca*GA3 1 283.726875 283.726875 1.936 0.1728 ns

Notas: FV: Fonte de variação; GL: Graus liberdade; SQ: soma do quadrado; QM: Quadrado médio; Tasem:

Tamanho da semente; GA3: Ácido giberélico;

193

A interação entre remoção do tegumento e tamanho das sementes foi significativa para

todas as variáveis analisadas: tempo médio de emergência (TME), índice de velocidade de

emergência (IVE) e porcentagem final de emergência (PFE). As demais interações, tamanho

das sementes com diferentes concentrações do ácido giberélico e remoção do tegumento com

concentrações do ácido giberélico, não foram significativas para nenhuma das variáveis.

Para as sementes íntegras, o tempo médio de emergência foi maior nas sementes

grandes, enquanto que, com a remoção do tegumento, as sementes pequenas demoraram mais

a emergir do que as médias e grandes. O índice de velocidade de emergência foi maior nas

sementes sem tegumento, exceto para as sementes pequenas que se igualaram. Quanto à

porcentagem final de emergência não houve diferença entre os tamanhos de sementes

íntegras, mas as sementes grandes e médias tiveram melhor desempenho quando o tegumento

foi removido. Já as sementes pequenas tiveram melhor desempenho, quando mantidas

íntegras (Tabela 2).

Tabela 2. Tempo médio de emergência (TME), índice de velocidade de emergência (IVE) e

porcentagem final de emergência (PFE) em função da remoção do tegumento e tamanho da

semente. Ipameri, 2018.

TEG.

TASEM

TME IVE PFE

Íntegro Removido Íntegro Removido Íntegro Removido

Grandes 47,18 a A 27,24 b B 0,17 b A 0,40 a A 62,5 b A 83,35 a A

Médias 40,13 a B 30,75 b B 0,21 b A 0,36 a A 67,7 b A 84,38 a A

Pequenas 39,71 a B 35,52 a A 0,22 a A 0,19 a B 67,7 a A 53,11 b B

CV % 11,70 20,92 17,34

Médias seguidas pela mesma letra minúscula, na linha, e maiúscula, na coluna, não diferem

entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade.

Na literatura não foi encontrada a relação entre os fatores em conjunto, porém quanto

à remoção do tegumento observa-se que o tempo médio de emergência foi melhor em

sementes com tegumento íntegro, em todos os tamanhos, sendo que a remoção da casca

apresentou resultados satisfatórios apenas em sementes médias e grandes. Em bacurizinho

(Rheedia brasiliensis), Souza e Gentil (2012) observaram que as sementes sem tegumento

também apresentaram menor tempo médio de emergência, como o encontrado em uvaia. Os

mesmo autores também verificaram maior velocidade de emergência em sementes sem

tegumento, assim como os resultados encontrados no presente trabalho.

Os resultados para a velocidade e porcentagem final de emergência concordam com

Gentil e Ferreira (1999), que avaliando a superação de dormência em araçá-boi (Eugenia

stipitata) constataram que a remoção do tegumento apresentou melhores resultados de

porcentagem final, índice de velocidade e tempo médio de emergência, afirmando que as

sementes possuem alguma restrição mecânica tegumentar.

Avaliando o tamanho das sementes, com a integridade do tegumento, as melhores

médias são em sementes médias e pequenas, diferentemente quando há a remoção do

tegumento, que, para a mesma variável, sobressaem as sementes médias e grandes. Nas

demais variáveis, com a integridade do tegumento, o tamanho não exerceu influência, porém,

com a retirada do tegumento, novamente as sementes médias e grandes apresentaram

melhores resultados. Klein et. al., 2007, trabalhando com pitanga (Eugenia uniflora)

verificaram a influência do tamanho das sementes sobre o processo de emergência, com

maiores médias para aquelas de tamanho médio e grande.

194

CONCLUSÃO

Para produção de mudas, havendo disponibilidade de sementes, devem ser escolhidas

sementes de tamanho médio, seguidas de remoção do tegumento, visando uniformizar a

emergência, em menor tempo, e maior porcentagem final de emergência.

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2012.

195

População micorrízica em solo na estação seca cultivado com diferentes

espécies gramíneas no sistema silvipastoril

Kamila Dias da Silva

(1); Iarla Bruna Oliveira de Almeida

(1); Alex da Silva

(2); Karolayne

Lemes D‘Abadia(3)

; Talles Eduardo Borges dos Santos(4)

.

(1)Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected];(1)

Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás;

Ipameri, Goiás;(2)

Graduado em Agroecologia; Instituto Federal do Paraná;(3)

Estudante de

Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;(4)

Professor Doutor;

Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás.

RESUMO

Os fungos micorrízicos realizam associação simbiótica mutualista com a maioria das plantas

cultivadas e nativas, beneficiando o desenvolvimento da planta, através da maior absorção de

nutrientes. O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do cultivo de espécies de gramíneas

em sistema silvipastoril na população micorrízica autóctone, através da análise quantitativa de

esporos e colonização micorrízica. O experimento foi conduzido na fazenda Santa Brígida no

município de Ipameri Goiás, o delineamento experimental utilizado foi de blocos

casualizados, distribuídos em 6 tratamentos, sendo 5 gramíneas + 1 testemunha-pousio, com

quatro repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, as médias foram

comparadas entre si pelo teste Tukey com o auxílio do programa estatístico SISVAR. A

colonização micorrízica não foi afetada pelos diferentes cultivos de gramíneas, onde os

gêneros Panicum apresentaram maior esporulação micorrízica com relação as do gênero

Brachiaria no sistema silvipastoril na estação seca.

Palavras-chave: Associação simbiótica, biologia do solo, fungos micorrízicos.

INTRODUÇÃO

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 203

milhões de hectares, cerca de 22% do território nacional (MMA, 2018).

O sistema silvipastoril representa uma modalidade de uso da terra cuja exploração é

bem mais complexa que a de pastagens cultivadas ou de florestas plantadas, pois há

necessidade de manutenção do equilíbrio entre seus componentes (árvores, forrageiras e

herbívoros), aliada ao grande número de interações possíveis entre estes e os fatores clima e

solo o que acarreta na melhoria da fertilidade do solo, ciclagem de nutrientes, eficiência no

uso de fertilizantes, além da maior estabilidade de agregados, diminuição da compactação e o

aumento da taxa de infiltração de água no solo (MACEDO, 2009) e ainda ocorrem alterações

nas propriedades microbiológicas do solo (SOUZA et al., 2008). Portanto, o manejo de solo

altera suas propriedades físicas, químicas e, especialmente, as biológicas, dentre as

propriedades microbiológicas destacam-se, a densidade e diversidade de espécies de fungos

micorrízicos arbusculares (LEAL et al., 2009) e a colonização radicular (SCHÜALER et al.,

2001).

Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) pertencem ao filo Glomeromycota e

realizam associação simbiótica mutualista com a maioria das plantas cultivadas e nativas

196

ocorrendo em mais de 80% das plantas vasculares, sendo empregados visando incrementar o

desenvolvimento e a produção das culturas mediante seus efeitos na nutrição das plantas e

outros benefícios diretos e indiretos (DELBEM et al., 2010). Sabe-se, ainda, que em áreas

nativas de solo de cerrado, a comunidade de FMAs é baixa e aumenta gradativamente com o

cultivo de plantas, como preparo do solo e a aplicação de corretivos e fertilizantes

(MIRANDA; MIRANDA, 2007).

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do cultivo de várias espécies de

gramíneas em sistemasilvipastoril, na população micorrízica autóctone, através da análise

quantitativa de esporos no solo e colonização radicular.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na fazenda Santa Brígida no município de Ipameri

Goiás, a fazenda é um pólo de difusão do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

(ILPF). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa Mesotérmico

Úmido, caracterizando clima subtropical, com precipitação média anual de 1.750 mm

concentrando-se principalmente entre os meses de dezembro e março. As temperaturas

médias são da ordem de 18°C (inverno) e 30°C(verão) e média anual de 23°C.

O experimento foi instalado em fevereiro de 2017, no local do ensaio já havia

estabelecido o eucalipto. A área de eucalipto possui renques do híbrido de E. grandis x E.

urophylla, ―GG100‖ dispostos em fileiras duplas (3 m x 2 m x 30m), com 62 meses de idade.

O preparo primário da área foi realizado com uma grade aradora pesada, seguido com grade

aradora leve, acompanhado da semeadura das gramíneas. A adubação de estabelecimento e

correção de acidez foi feita segundo as recomendações da CFSEMG, 1999.

As espécies gramíneas utilizadas foram: Brachiaria ruziziensis (Syn. Urochloa

ruziziensis), Brachiaria (Syn. Urochloa brizantha) cv. Marandú, Brachiaria (Syn. Urochloa

brizantha) cv. BRS Paiaguás, Panicum maximum cv. BRS Tamani e Panicum maximum cv

Zuri, cultivadas em parcelas de 50 m2 (2 x 25 m) e roçadas com a altura de 60 cm deixando-as

com 20 cm simulando a entrada e saída do gado respectivamente, sendo os resíduos deixados

na área. O delineamento experimental utilizado é o de blocos casualizados, distribuídos em 6

tratamentos [5 gramíneas + (1 testemunha-pousio, apenas para contagem de esporos, uma vez

que não há gramínea para análise de colonização radicular)] com quatro repetições e as

análises foram feitas no final do período chuvoso no mês de agosto de 2017.

O solo foi coletado na profundidade de 0,20m, posteriormente levado em sacos

plásticos ao laboratório de solo da Universidade Estadual de Goiás – Campus de Ipameri,

onde o mesmo foi seco ao ar e logo após foi passado em peneira com malha de 2 mm.

Na contagem dos esporos de cada amostra de solo, 100 g foram processados segundo a

associação dos métodos de decantação e peneiramento úmido (GERDEMANN E

NICOLSON, 1963) e de centrifugação e flutuação com sacarose (JENKINS, 1964) e efetuada

a quantificação dos esporos em placas com anéis concêntricos, com auxílio do microscópio

estereoscópico. Para a avaliação da colonização micorrízica por fungos micorrízicos (FMA)

autóctones, foram coletadas cinco plantas por parcela. As raízes foram separadas, lavadas e

preservadas temporariamente em álcool 50%. Posteriormente, as raízes foram lavadas,

clareadas em KOH 10%, acidificadas com HCl 1%, coloridas com azul de tripano 0,05% e

preservadas em lactoglicerol (Phillips e Hayman, 1970). A avaliação da colonização foi feita

em 100 segmentos de 1 cm cada, por repetição, por tratamento, em microscópio ótico.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

A diversidade, a densidade e o potencial de infectividade dos propágulos de FMA no

solo estão relacionados indiretamente com as condições ecológicas de cada ecossistema e

197

diretamente com a fisiologia do fungo, estando a colonização micorrízica ligada ao genótipo

da planta e do fungo, assim como ao ambiente (SOUZA et al., 2003).

Verificou-se que não houve efeitos significativos das culturas sobre a porcentagem de

colonização micorrízica. Resultados diferentes foram evidenciados no número de esporos,

onde o P. maximumcvZuri proporcionou o melhor resultado, seguido do P.maximum cv. BRS

Tamani, B. Brizantha cv. BRS Paiaguás e B. Brizantha cv. Marandú. Enquanto o Pousio e B.

Ruziziensis apresentaram menor desempenho (Tabela 1).

Tabela 1. Médias, coeficiente de variação e teste F, para colonização micorrízica e número de

esporos em um solo cultivado com diferentes gramíneas forrageiras na época de chuva no

sistema de integração lavoura floresta.

Médias seguidas da mesma letra, na coluna e dentro de cada variável, não diferem entre si pelo teste

Scott-Knott; ** significativo a 1%; * significativo a 5% não significativo.

De acordo com Angelini et al., (2012) a maior esporulação é atribuída às plantas com

sistema radicular abundante e de rápido crescimento, com melhor contato entre raízes e

propágulos de FMAs e grande capacidade de fornecer fotossintatos ao fungo, tal como é o

sistema radicular das gramíneas, corroborando com os resultados obtidos neste trabalho, onde

pode-se observar que a maior esporulação ocorreu no gênero Panicum, que pode ter sido

influenciado pela maior biomassa radicular.

CONCLUSÕES

A colonização micorrízica não foi afetada pelos diferentes cultivos de gramíneas.

As gramíneas do gênero Panicum apresentaram maior esporulação micorrízica com

relação às do gênero Brachiaria no sistema silvipastoril na estação seca.

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Tratamentos Colonização Micorrizica

(%)

Número de Esporos (n.º

50g de solo) B. Ruziziensis 78,25 a 141,00 b

P. Maximumcv BRS Tamani 77,50 a 216,00 ab

B. Brizantha cv. BRS Paiaguás 81,50 a 166,00 ab

P. maximumcvZuri 74,75 a 241,50 a

B. Brizantha cv. Marandú 72,75 a 162.75 ab

Pousio - 150.50 b

Teste F 1,58* 4,93**

CV (%) 6,96 20,02

198

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Estado de Alagoas, Brasil. Revista Brasileira Botânica, v.26, n.1, p.49-60, 2003.

199

Avaliação de linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado em

Ipameri-GO

Fernandes de Faria Filho(1)

; Fábio de Jesus Rodrigues Júnior(2)

; Edilson Henrique Rezende(2)

;

Nei Peixoto(3)

(1)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus

Ipameri; (3)

Professor; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.

RESUMO

O feijão-vagem tem grande importância na alimentação dos brasileiros, sendo produzido

principalmente por pequenos produtores em rotação com culturas como o tomate. As

determinações de algumas características como o teor de fibra das vagens são de grande

importância para determinar a qualidade das vagens. Objetivou-se neste trabalho avaliar o

teor de fibra de genótipos de feijão vagem, sendo utilizados 2 linhagens comerciais como

testemunha e 13 linhagens do programa de melhoramento genético da UEG. Os dados foram

submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas pelo teste de Scott-

Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o programa SISVAR.

Não houve diferenças significativas entre os teores de fibras dos genótipos, concluindo que as

linhagens do programa de melhoramento da UEG estão dentro dos padrões comerciais.

Palavras-chave: Produtores, fibra, melhoramento.

INTRODUÇÃO

De acordo com Peixoto e Cardoso (2016), o feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é

uma planta anual, herbácea, autógama, com flores hermafroditas, de haste angulosa e com

pelos simples, de onde são emitidos os ramos laterais, suas folhas são compostas e trifoliadas,

embora esteja havendo o crescimento da área produzida com cultivares arbustivas de feijão-

vagem, os agricultores familiares preferem as de crescimento indeterminado, em cultivo

tutorado, normalmente em sucessão com outras culturas, como o tomateiro.

A principal diferença entre o feijão comum e o feijão-vagem, é que no primeiro são

consumidas as sementes, enquanto no segundo, são utilizadas as vagens imaturas como

alimento, quando se encontram tenras e com baixo teor de fibras (SILVA e OLIVEIRA, 1993;

PEIXOTO, 2001; FILGUEIRA, 2003).

A avaliação de características das vagens constitui uma importante ferramenta na

recomendação de cultivares, dando aos consumidores a possibilidade de conhecer a qualidade

do produto. O teor de fibra é uma importante característica das vagens, visto que, quando o

teor é alto a qualidade deste alimento é menor.

Em programas de melhoramento genético deve ser priorizada a identificação de

linhagens de feijão com alto potencial de rendimento de grãos, e depois, realizar a seleção da

linhagem pelo teor de fibra (LONDERO et al., 2006).

O objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de fibra em vagens de 13 linhagens de

feijão-vagem do programa de melhoramento genético da UEG e 2 linhagens comerciais.

200

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em área experimental da Universidade Estadual de

Goiás - Câmpus Ipameri. A área situa-se a 17°43'3.70" Latitude Sul e 48° 8'44.64" Longitude

Oeste, com uma altitude média de 800m. De acordo com a classificação de Köppen o clima

da região é definido como Tropical Úmido (AW), apresentando temperaturas elevadas com

chuvas no verão e seca no inverno. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com

15 tratamentos e 4 repetições, tendo cada parcela 2 linhas com 3,0 metros de comprimento,

cada uma com 10 covas, dispostas em um espaçamento de 1 m x 0,30 m com duas plantas por

cova.

Foram utilizadas 13 linhagens de feijão-vagem de crescimento indeterminado do

programa de melhoramento genético da UEG (UEG 0312, UEG 0812, UEG 0912 e UEG

0714, UEG 0212, UEG 0412, UEG 0612, UEG 0712, UEG 1012, UEG 1112, UEG 1212,

UEG 2014, UEG 3014) e duas variedades comerciais (Macarrão Favorito Macarrão

Bragança), utilizadas como testemunhas, tradicionalmente cultivadas em Goiás seguindo as

exigências para registro de cultivares de feijão-comum, do Serviço Nacional de Registro de

Cultivares do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento.

A semeadura foi realizada no dia três de dezembro de 2018, sendo realizada a

adubação de plantio com 1 t ha-1

de NPK (5-25-15), juntamente com 200 kg ha-1

de ureia, em

cobertura, aos 20 dias após a semeadura. O tutoramento foi feito com varas de bambu e

fitilhos plásticos de forma alternada, apoiadas por um fio de arame esticado à 1,80 m do solo,

sustentados por dois esticadores em cada cabeceira e estacas de menor calibre a cada oito

metros, todos de eucalipto tratado. As necessidades hídricas da cultura foram supridas por

meio de irrigação por gotejamento, utilizando-se tubos gotejadores. O controle de plantas

daninhas foi realizado através de capina manual.

O teor de fibra nas vagens (TF) foi obtido a partir de 20 vagens ―in natura‖ em ponto

comercial, que foram trituradas por três minutos em liquidificador; em seguida, as amostras

foram peneiradas, em peneiras de 30 mesh, e lavadas em água corrente, posteriormente, foram

secas em estufa a 70 ºC por 24 horas, procedendo-se em seguida a pesagem do material

(RODRIGUES et al., 1998).

Os dados foram submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o

programa SISVAR.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado da análise de variância para o teor de fibra, em diferentes linhagens de

feijão-vagem, está apresentado na Tabela 1. Observa-se que não houve efeito significativo

entre os genótipos avaliados.

Tabela 1. Análise de variância e teste de média para teor de fibra em linhagens de feijão-

vagem. Ipameri, 2018.

Fonte de Variação GL Quadrado Médio

Teor de Fibra (%)

Genótipo 14 0,065ns

Bloco 3 0,098ns

Resíduo 42 0,107

CV(%) 24,05 ns

= não significativo pelo teste F.

201

Ao avaliar isoladamente, observa-se que não houve diferença estatística para o teor de

fibra nas diferentes linhagens de feijão-vagem avaliadas, conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2. Teor médio de fibra em linhagens de feijão-vagem. Ipameri, 2018.

Linhagens Teor médio de Fibras (%)

UEG 0412 1,21 a

UEG 0714 1,21 a

UEG 0812 1,22 a

UEG 0312 1,24 a

UEG 2014 1,28 a

UEG 0612 1,28 a

UEG 0212 1,30 a

UEG 0712 1,31 a

UEG 1212 1,39 a

FAVORITO 1,43 a

BRAGANÇA 1,45 a

UEG 3014 1,45 a

UEG 1112 1,50 a

UEG 0912 1,55 a

UEG 1012 1,59 a

Médias seguidas por uma mesma letra minúscula dentro da coluna não diferem entre si a 5% de

probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

Resultados contrários ao deste trabalho foram descritos por Francelino et al. (2011),

que ao avaliar linhagens de feijão-vagem nas regiões Norte e Noroeste Fluminense,

encontraram diferença entre as linhagens de feijão-vagem testadas. Porém, ao observar os

valores médios do teor de fibra das linhagens encontrados neste trabalho, os mesmos se

correlacionam com o trabalho dos autores mencionados, com uma média de 1,49%. Embora

exista na literatura diversos resultados de teores de fibras nas vagens, vale ressaltar que o

resultado varia de acordo com a metodologia de extração empregada na análise.

Peixoto et al. (1993) descreve que o teor ideal de fibras estabelecidos para a cultura

está entre 0,70 a 1,70%, confirmando que os teores de fibra das linhagens analisadas estão

dentro dos padrões estabelecidos.

CONCLUSÃO

Não houve diferenças significativas entre os teores de fibras dos genótipos estudados,

concluindo que as linhagens do programa de melhoramento da UEG estão dentro dos padrões

comerciais.

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri e ao CNPQ pela concessão da

bolsa durante a vigência do projeto.

202

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e

comercialização de hortaliça. 3ª ed. Viçosa: UFV, 2012, 421p.

FRANCELINO, M. A.; GRAVINA, G. A.; MANHÃES, C. M. C.; CARDOSO, P, M. R.;

ARAÚJO, L. C. Avaliação de linhagens de feijão-de-vagem para as regiões Norte e Noroeste

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2011.

LONDERO, P. M. G.; RIBEIRO, N. D.; CARGNELUTTI FILHO, A.; RODRIGUES, J. A.;

ANTUNES, I. F. Herdabilidade dos teores de fibra alimentar e rendimento de grãos em

populações de feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, n. 01, p. 51-58, 2006.

PEIXOTO, N. Interação genótipos x ambiente e divergência genética em feijão-vagem

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PEIXOTO, N.; SILVA, L. O.; THUNG, M. D. T.; SANTOS, G. Produção de sementes de

linhagens e cultivares arbustivas de feijão-de-vagem em Anápolis Goiás. Revista

Horticultura Brasileira, v.11, n. 2, p. 151-152, 1993.

PEIXOTO, N.; CARDOSO, A. I. I. Feijão-vagem. In: NASCIMENTO, W.M. Hortaliças

Leguminosas. Brasília - DF: Embrapa, 2016. v. 1, cap. 2, p. 61-86.

RODRIGUES, R.; LEAL, N.R.; PEREIRA, M.G. Análise dialética de seis características

agronômicas em Phaseolus vulgaris L. Bragantia, v.57, p.241-250, 1998.

SILVA, P. S. L.; OLVEIRA, C. N. Rendimentos de feijão verde e maduro de cultivares de

caupi. Horticultura Brasileira, v. 11, n. 2, p. 133-135, 1993.

203

Análise de custos e rendimentos da implantação de uva niágara na região

de Ipameri, Goiás

Valter Vaz(1)

; Telmi Duarte Silva(2)

; Gustavo Matos Coelho(2)

; Francielle Wanderley

Ribeiro(2)

; Andrécia Cósmem da Silva(3)

(1)

Discente do curso de Agronomia da Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri,

GO; Ipameri, GO; [email protected]; (2)

Discente do curso de Agronomia da

Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO; (3)

Professora Mestre da Universidade

Estadual de Goiás, Campus Ipameri, GO.

RESUMO

Objetivou-se fazer um levantamento de custos de produção da cultura da uva Niágara Rosada

no munícipio de Ipameri, GO. A análise de viabilidade foi projetada para os seguintes

critérios econômicos: Relação Benefício Custo (RB/C), Valor Presente Líquido (VPL), e

Payback descontado. As estimativas de custos de produção da uva foram realizadas levando

em consideração para análise econômica um horizonte de 5 anos, com taxa de desconto de 6,6

% a.a. A partir disso, os resultados do estudo foram positivos nos critérios econômicos

adotados apresentando (RB/C) de 2,92, VPL de R$ 327.852,56, e Payback que teve retorno a

partir do 3º ano. Assim sendo, de acordo com os indicadores utilizados o projeto demostrou-

se viável, conforme a condição especifica estabelecida na região de Ipameri.

PALAVRAS-CHAVE: Avaliação econômica, custo de produção, vinhedo.

INTRODUÇÃO

A uva teve sua origem no oriente, contando com três espécies cultivadas no mundo

vitis vinífera (européia) mais utilizada para vinificação de vinhos finos, vitis labrusca

(Americana) mais predominante nas áreas cultivadas no Brasil, sendo para consumo in natura

e vinhos coloniais, sendo a variedade Niágara rosada pertencente a essa espécie, onde a

videira híbrida que surge do cruzamento das espécies anteriores apresenta características de

dupla aptidão (DEBASTIANI et al., 2015).

A viticultura brasileira em 2016 apresentou redução na ordem de 0,31 % em relação a

2015, a produção fechou área de 77.786 ha. No Brasil a região sul apresenta a maior produção

com 76,3 % da área plantada enquanto que o Estado de Goiás tem uma área ainda pouco

expressiva de 0,14 % do total plantado (IBGE, 2016).

O custo de produção da cultura depende muito da região, tipo de sistema de produção, valor

de insumos e disponibilidade de mão de obra considerando que a videira requer tratos

culturais minuciosos para uma boa produtividade (EMBRAPA, 2015).

Assim, objetivou-se fazer um levantamento de custos de produção da cultura da uva Niágara

Rosada no munícipio de Ipameri, GO. Levando em consideração a realidade das propriedades

da região do estudo.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo econômico do projeto foi realizado de fevereiro a junho de 2018, para uma

propriedade rural no município de Ipameri, Goiás, que apresenta clima tropical com duas

estações bem definidas.

204

A projeção foi estimada para plantio em 1ha, dos quais as mudas selecionadas foram

da variedade Niágara rosada (IAC572) enxertada no porta enxerto tropical em viveiro

registrado pelo MAPA. No manejo proposto o sistema de condução utilizado foi do tipo

espaldeira com espaçamento entre linhas de 3m e entre plantas 2,5m totalizando 1.466ha-1

considerando 10 % de perdas na implantação.

O modo de plantio dessa variedade de uva permite estimar uma produção de duas

colheitas ao ano, do qual a primeira se inicia no segundo ano, depois da implantação, entre o

período de julho a agosto decorrente da poda feita em abril por utilizar o sistema de poda

longa. Por sua vez para o segundo período de colheita compreende-se os meses de dezembro a

janeiro, justificado pela poda curta conduzida no mês de setembro. Foram feitos estudos de

mercado que observou a oferta, demanda e as perspectivas da região de Ipameri, a

produtividade esperada foi 15.750 kg/ha para um preço de venda direta ao consumidor R$

10,80/kg. Sendo que tal alternativa de comercialização agrega valor ao produto, por diminuir

o tempo de transporte evitando o perecimento, e trazer maior lucratividade ao produtor.

Os custos representados no trabalho foram comparados com dados de produtor em

processo de implantação do vinhedo. Todos aqueles itens referentes a correção e preparo do

solo, espaldeiramento e posterior plantio de mudas e a condução do sistema de irrigação,

foram levados em consideração na composição dos custos de produção.

Para a condução da análise econômica do projeto utilizou-se a organização dos dados

seguindo o método de custo operacional efetivo (COE), somatório das despesas variáveis do

projeto e custo operacional total (COT), soma das despesas variáveis com os demais custos do

projeto (RAMBO et al., 2015).

Nessa análise, considerou-se para verificar a rentabilidade do projeto os seguintes

indicadores econômicos: Relação benefício/custo (RB/C), obtido através da fórmula

(B/C=R/I), que diz que o projeto tem viabilidade econômica se as receitas superarem os

custos, e apresentar valor superior a 1 (FALEIRO et al., 2017). O Valor Presente Líquido

(VPL) demostra a diferença entre as saídas e entradas durante o tempo de empreendimento

atualizado a partir de uma taxa de desconto, positivo se considera viável (LUCENA et al.,

2016). Payback indica o período que as receitas superam o investimento, isto é o número de

tempo necessário para que haja o retorno do capital investido (BARRETO et al., 2012).

O projeto foi simulado para um horizonte de cinco anos, considerando taxa de

desconto a longo prazo de 6,6 % ao ano (TJLP). Para a tabulação dos dados, foram realizados

os cálculos dos indicadores econômicos utilizando o programa Microsoft Excel.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Na análise de viabilidade econômica da uva Niágara rosada, encontra-se os

componentes dos custos de produção que são apresentados (Tabela 1). O sistema de condução

e irrigação ganhou destaque por representar o item de maior expressividade de custo com

58,2%, para os itens relacionados com materiais que incluem (insumos, mudas e materiais de

serviços) apresentou o segundo maior percentual de participação 27,98 %.

Assim o valor correspondente ao custo de implantação de trabalho feito por Camargo

et al., 2017 foi de R$ 94,472,79, bem superior quando comparado com o estudo em questão

que teve custo de implantação R$ 70.538,56. Tal resultado está relacionado com o alto custo

da aquisição de mudas e da estrutura de sustentação das plantas para à implantação da cultura

no primeiro ano.

Os componentes de manutenção a partir do segundo ano apresentou custo elevado

para os itens insumos, manutenção e adubação de produção superiores a mão de obra em

31,49%, 27,54%, 13,73% e 11,53% respectivamente, encontrado (Tabela 2). Segundo

CAMARGO et al., (2017) o custo de mão de obra foi elevado em relação aos demais custos,

essa discrepância se explica pela opção de maior mecanização das operações do trabalho.

205

Tabela 1. Componentes de custo para implantação de 1 ha de Niágara rosada.

Descrição Total (R$) Porcentagem (%)

Operações mecanizadas R$ 1.316,00 1,86

Operações manuais R$ 1.300,00 1,84

Insumos R$ 19.755,71 27,98

Sistema de condução e irragação R$ 41.045,16 58,2

Custo Operacional Efetivo (COE) R$ 63.416,87 90,91

Custo de oportunidade da terra R$ 780,00 1,1

Outras despesas adicionais 10 % do COE R$ 6.341,69 9,09

Custo Operacional Total (COT) R$ 70.538,56 100

Tabela 2. Componentes de custos de manutenção do 2º ao 5º ano para cultivo de 1 ha de

Niagara Rosada.

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Descrição Total

(R$) %

Total

(R$) %

Total

(R$) %

Total

(R$) %

Adubação de produção 4262,8 13,73 4310,5 13,47 4262,8 13,15 4262,8 13,03

Operações 3582,3 11,53 3582,3 11,20 3582,3 11,05 3582,3 10,95

Insumos 9780,4 31,49 9780,4 30,57 9780,4 30,18 9780,4 29,90

Manutenção 8551,9 27,54 8551,9 26,73 8551,9 26,39 8551,9 26,14

Custo Operacional

Efetivo (COE) 26177,3 84,29 26225,0 81,96 26177,3 80,78 26177,3 80,02

Custo de oportunidade da

terra 780,0 2,51 780,0 2,44 780,0 2,41 780,0 2,38

Outras despesas

adicionais 10% 2572,9 8,28 2700,5 8,44 2700,5 8,33 2700,5 8,26

Imposto Funrural 1,5% 1527,0 4,92 2290,5 7,16 2748,6 8,48 3054,0 9,34

Custo Operacional Total

(COT) 31057,2 100,0 31996,0 100,0 32406,4 100,0 32711,8 100,0

O fluxo de caixa acumulado indicou que no custo de produção envolvendo a

implantação e manutenção da cultura, apresentou retorno de investimento a partir do terceiro

ano, (Tabela 4) apresentando payback superior ao encontrado em estudo de viabilidade para

cultura da uva, que foi a partir do quarto ano (REIS et al., 2016).

Tabela 4. Indicadores econômicos para o manejo da uva para 5 anos, com taxa de 6.6 a.a.

VPL atualizado R$ 326.774,91

Payback 3º ano

B/C 2,90

No estudo demonstrou o VPL calculado de R$ 326.774,91 e o RB/C obtido 2,90,

corrobora os resultados com estudo demostrado por Camargo et al., 2017, teve VPL

R$398.951,36 e RB/C 1,81, apresentando em ambos trabalhos de viabilidade para o cultivo da

uva.

CONCLUSÃO

Assim sendo, o estudo de viabilidade da implantação de Niágara rosada, de acordo

com os valores dos indicadores B/C, VPL e Payback utilizados no projeto demostrou-se

206

viável, conforme a condição especifica estabelecida na região de Ipameri. Uma vez que teve

retorno financeiro em curto espaço de tempo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAMARGO, M. P.; COSTA, C.R. Viabilidade econômica do cultivo de videira Niágara

Rosada. Revista iPecege, v. 3, n. 2, p. 52-85, 2017.

<https://revista.ipecege.com/Revista/article/view/136/96>. Acesso em: 09 Jun. 2018.

DEBASTIANI, G.; LEITE, A.C.; WEIBER JUNIOR, C.A.; BOELHOUWER, D.I. Cultura da

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Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v.20, n.2, p. 471-485, jul./dez. 2015.

Disponível em:

<http://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/4395>. Acesso em:

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REIS, L.P.; REIS, P.C.M. Viabilidade econômica do cultivo de uva irrigada no município de

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financeira e custo de produção de banana-maçã: um estudo de caso em Tangará da Serra,

Estado do Mato Grosso. Informações econômicas, São Paulo, v.45, n. 5, 2015.

207

Estoque de carbono do solo por diferentes gramíneas no sistema

silvipastoril

Lorena Luisa Bueno(1)

; Tamara Pereira Brandão(2)

; Ane Gabriele Vaz Souza(2)

; Iarla Bruna

Oliveira de Almeida(1)

; Talles Eduardo Borges dos Santos(3)

(1)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected] (2)

Engenheira Agrônoma (3)

Professor; Universidade Estadual

de Goiás – Campus Ipameri – GO.

RESUMO

Sistema silvipastoril (SSP) tem como a combinação de floresta, forrageira e animais em uma

única área, de forma uma incrementação nos aspectos biológicos do solo, tal como o estoque

de carbono. Sendo importante para a melhora de aspectos físicos e produtividades das áreas.

O experimento foi instalado no município de Ipameri – Goiás, na fazenda Santa Brígida.

Utilizou-se o delineamento de blocos casualizados, em esquema de parcela subdividida (Split-

Plot), distribuídos por 6 tratamentos principais na parcela [cinco gramíneas + (uma

testemunha-pousio)] e 3 profundidades (0,00-0,10; 0,10-0,20; 0,20-0,30m). Foi realizado

análise de estoque de carbono na estação seca (Est C) 270 dias após a semeadura (DAS).

Após o período de 270 dias da semeadura, as gramíneas em consórcio com o eucalipto

apresentaram comportamento semelhante ao pousio e não se mostraram eficientes em

aumentar estoque de carbono no solo até a profundidade de 0,30m.

Palavras-chave: Sistema integrado, matéria orgânica, manejo de pastagem.

INTRODUÇÃO

O sistema silvipastoril (SSP) é uma modalidade de sistema agroflorestal (SAF), que

envolve uma combinação intencional de componente arbóreo, forrageira e animais em

determinada área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada objetivando incrementar a

produtividade por unidade de área (SILVA et al., 2017).

O uso de diferentes espécies, nesse tipo de sistema, proporciona melhor exploração do

solo em decorrência das raízes, além do aumento na quantidade de serrapilheira acumulada, o

que representa o principal meio de transferência de carbono (C) orgânico e da maior parte dos

macro e micronutrientes para o solo, permitindo a sua reabsorção pelos vegetais (AZAR et al.,

2013).

A matéria orgânica do solo (MOS) apresenta potencial para ser utilizada como

indicador da qualidade do solo dissipando temporariamente os nutrientes, promovendo

melhorias na agregação e consequentemente na infiltração e retenção da água no solo

reduzindo os processos erosivos (BATISTA et al.,2013).

O estoque de carbono (Est. C) pode ser quantificado por meio da estimativa da

biomassa da planta acima e abaixo da superfície do solo e dos teores de C de cada

componente da vegetação e no solo (ALMEIDA et al., 2010). O conhecimento dos Est. C e de

sua dinâmica no solo em SSP na região do Cerrado é essencial no desenvolvimento de

tecnologias para estabelecer sistemas sustentáveis e para avaliar o papel do solo como fonte

ou depósito do C-CO2 da atmosfera (CORAZZA et al.,1999).

208

Diante do exposto o objetivo do trabalho foi quantificar o teor de carbono orgânico

total do solo em diferentes profundidades, em diversas espécies gramíneas no sistema

silvipastoril.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado no município de Ipameri – Goiás, na fazenda Santa

Brígida. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwa Mesotérmico

Úmido, caracterizando clima subtropical. As temperaturas médias de 30°C (verão) e média

anual de 23°C.

A área de eucalipto possui renques do híbrido de Eucalyptus urograndis “GG100”

dispostos em fileiras duplas (3 m x 2 m x 30m), com 62 meses de idade. O preparo primário

da área foi realizado com uma grade aradora pesada e o secundário com grade aradora leve,

seguido da semeadura das gramíneas, obedecendo o valor cultural (VC) de cada espécie para

densidade de plantio.

As espécies gramíneas utilizadas foram: Brachiaria ruziziensis (Syn. Urochloa

ruziziensis), Brachiaria (Syn. Urochloa brizantha) cv. Marandú, Brachiaria (Syn. Urochloa

brizantha) cv. BRS Paiaguás, Panicum maximum cv. BRS Tamani e Panicum maximum cv.

Zuri cultivadas em parcelas de 50 m2 (2 x 25 m) e roçadas com a altura de 0,6 m deixando as

com 0,2 m simulando a entrada e saída do gado respectivamente, sendo os resíduos deixados

na área.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, em esquema de

parcela subdividida (Split-Plot), distribuídos por 6 tratamentos principais na parcela [cinco

gramíneas + (uma testemunha-pousio)] e um tratamento secundário como subparcela: três

profundidades do solo (0–0,10 m, 0,10–0,20 m, 0,20-0,30 m) na época de coleta aos 270 dias

após o plantio (Período Seco) com quatro repetições.

Para a coleta das amostras de solo foram feitas mini trincheiras para análise em

profundidade próximo ao sistema radicular e estas levadas em sacos plásticos para o

laboratório de solos da Universidade Estadual de Goiás – Câmpus de Ipameri onde foram

secas ao ar, peneiradas (2 mm).

Para determinação do Est. C utilizou-se a fórmula segundo (EMBRAPA, 2013): Est. C

= (CO x Ds x e)/10, onde: Est C = estoque de C orgânico em determinada profundidade

(Mg.ha-1

); CO = teor de C orgânico total na profundidade amostrada (g.kg-1

); Ds =

densidade do solo da profundidade (kg.dm-3

); e = espessura da camada considerada (cm).

Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F) e

quando significativa, foi realizado o teste de comparação das médias pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade com o auxílio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011). As

análises foram comparadas entre si por meio da correlação de Pearson.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Os resultados do Est. C da época seca 270 (DAS) (Tabela 1) mostram que não houve

significância estatística entre as gramíneas e pousio bem como para interação gramíneas x

profundidades, porém houve diferença estatística para as profundidades, revelando que as

gramíneas 270 (DAS) não foram eficientes na incorporação do C no solo e que a diferenças

significativas nas profundidades ainda é proveniente dos eucaliptos presentes antes da

semeadura das gramíneas. SALTON et al., 2011 estudando diversos sistemas de produção

mostraram que 9 anos após a implantação das gramíneas, as mesmas mostraram uma

incorporação do C no solo significativa até uma profundidade de 2,5 cm quando comparadas

com culturas agrícolas em sistema de plantio direto e convencional.

209

Tabela 1. Valores médios pra Estoque de Carbono (Est.C) Mg.ha-¹ na estação seca (270

DAS), sob o cultivo de diferentes gramíneas forrageiras no sistema Silvipastoril.

270 DAS (Estação Seca)

Profundidades/

Gramíneas

Brachiaria

ruziziensis

Panicum

maximum

cv. BRS

Tamani

Brachiaria

brizantha cv.

BRS

Paiaguás

Panicum

maximum

cv. Zuri

Brachiaria

brizantha

cv. Marandú Pousio

Média

s

Est. C (Mg.ha-1

)

0 – 0,10m 24,30a 27,76a 24,52a 24,84a 21,42a 22,18ª -

0,10 – 0,20m 17,26ab 21,40ab 20,87a 23,76a 14,32ab 19,55ab -

0,20 – 0,30m 14,98b 12,78b 15,85b 13,86b 13,79b 12,34b -

Médias 18,85 20,64 20,41 20,82 16,51 18,02

∑ Est. C 56,54 61,94 61,24 62,46 49,53 54,07

Teste F(1)

1,20ns

(Gramíneas) 24,20**

(Profundidades) 0,68

ns (Tratamentos x Profundidades)

C.V(2)

(%) 28,41 26,56

Médias seguidas de mesma letra minúsculas (coluna) não diferem entre si pelo teste de Tukey

a 5% de significância.

CONCLUSÃO

Após o período de 270 dias da semeadura, as gramíneas em consórcio com o eucalipto

apresentaram comportamento semelhante ao pousio e não se mostraram eficientes em

aumentar estoque de carbono no solo até a profundidade de 0,30m.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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210

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211

Microorganismos do Solo como Indicadores do Efeito de Borda em um

Fragmento de Floresta Estacional Semidecidual

Karolayne Lemes D‘Abadia(1)

; Ane Gabriele Vaz Souza (1)

; Tamara Pereira Brandão (1)

Gabriela Gomes da Silva(1)

; Talles Eduardo Borges dos Santos(2)

(1)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri – GO;

[email protected];

[email protected];[email protected];[email protected]

om; (2)

Professor; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri – GO.

[email protected];

RESUMO

As florestas são um grande reservatório de carbono devido a sua capacidade de acumular

grandes quantidades de CO2 na biomassa vegetal ou na matéria orgânica do solo, contendo

cerca de duas vezes mais carbono que a atmosfera. O objetivo do trabalho foi analisar a

atividade microbiana juntamente com carbono da biomassa microbiana em um fragmento

florestal. O estudo foi realizado na fazenda experimental da Universidade Estadual de Goiás,

Campus Ipameri onde foram implantados três transectos, as amostras foram retiradas em

profundidade de 0-0,10m na época chuvosa. Os dados foram submetidos à análise de

variância e quando significativa, foi realizado o teste de Tukey a 5%. Houve semelhante

incorporação de carbono nos tecidos microbianos evidenciado pela análise do carbono da

biomassa microbiana no fragmento florestal, entretanto a faixa de transição apresentou maior

atividade microbiana diferindo da borda provavelmente por uma maior quantidade de material

orgânico rico em nitrogênio proveniente da vegetação.

Palavras-chave: Comunidade Microbiana, Respiração do Solo, Carbono

INTRODUÇÃO

As florestas são um grande reservatório de carbono devido à sua capacidade de

acumular grandes quantidades de CO2, quer na biomassa vegetal, quer na matéria orgânica do

solo (ALMEIDA, M. M, 2015). Os solos podem conter cerca de duas vezes mais carbono se

comparado com a atmosfera e apresenta grandes perdas do mesmo, variando de 25 à 75%

(PRIMIERI et al., 2017), essas variações são resultados das alterações antrópicas no uso do

solo, em particular pelo crescimento da atividade agrícola que provocam fragmentação das

florestas e como consequência a criação de fronteiras artificiais entre as florestas e outros usos

dos solos (PAULO et al., 2015).

Dessa forma, as áreas localizadas nas bordas dos fragmentos ficam mais expostas a

influência do ambiente externo (SANTOS, 2016). Isso aumenta os fluxos de energia, matéria

e organismos entre os ambientes adjacentes, resultando na criação de um gradiente abiótico de

temperatura, umidade e luminosidade (RIES et al, 2004).

No ecossistema florestal, o efeito de borda pode se reproduzir de diferentes formas,

como a mudança da composição e riqueza vegetal (RIGUETE et al., 2013), na produção e

acúmulo de serapilheira (BRASIL et al., 2013) e na qualidade do solo (SANTOS et al., 2011).

Pode-se dizer que os solos são ambientes ricos compostos por uma infinidade

212

microrganismos, onde qualquer alteração nestes ambientes pode influenciar de forma direta e

indireta na microbiota e em seus processos biológicos (ALVES, 2017).

Por serem sensíveis às mudanças que ocorrem no solo, os microrganismos são os mais

importantes indicadores na avaliação das alterações resultantes de diferentes práticas e

sistemas de manejo (HUNGRIA et al., 2009). Assim, a avaliação do carbono da biomassa

microbiana (CBM) e atividade microbiana (C – CO2) apresenta-se como um importante

subsídio para melhor entender a dinâmica dos processos de transformação dos resíduos

orgânicos no solo (SEGATTO et al., 2012). Entretanto, a interpretação destas avaliações

isoladamente nem sempre é satisfatória como um indicador de melhoria na qualidade do solo

(FERREIRA et al., 2017).

Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo analisar a atividade microbiana

juntamente com carbono da biomassa microbiana em um fragmento florestal.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado em um fragmento florestal na fazenda experimental da

Universidade Estadual de Goiás, Campus Ipameri. O local escolhido trata-se de uma borda de

Floresta Estacional Semidecidual (FES), onde foram implantados três transectos horizontais

de 90 m de comprimento e 10 m de largura. A área amostral de cada transecto corresponde a

900 m², resultando uma área amostral total de 0,36 ha. A distância entre um transecto e outro

são de 50 metros, medidos a partir da linha de referência, na parte externa do fragmento.

Partindo da borda em direção ao interior do fragmento, o transecto foi dividido em três faixas

de distância da borda (0-30m, 30-60m e 60-90 m) e de cada bloco foram retiradas 5 amostras

simples para formar uma composta em uma profundidade 0-0,10m na época chuvosa para as

análises do carbono da biomassa e atividade microbiana.

As amostras foram colocadas em sacos plásticos e levadas para o laboratório de solos

da Universidade Estadual de Goiás – Campus de Ipameri onde foram secos ao ar, peneiradas

(2 mm) e homogeneizadas para as análises microbiológicas e carbono orgânico total.

O carbono da biomassa microbiana foi obtido pelo método da irradiação-extração

(MENDONÇA; MATOS, 2005), o qual consiste no uso de energia eletromagnética (micro-

ondas), causando efeito na transferência de energia e temperatura, levando a um rompimento

celular com liberação dos compostos intracelulares (ISLAM; WEIL, 1998). A extração foi

realizada com sulfato de potássio 0,5 mol L-1

; a oxidação, com dicromato de potássio 0,066

mol L-1

; e a titulação, com sulfato ferroso amoniacal 0,033 mol L-1

.

A avaliação da atividade microbiana (C – CO2) foi realizada juntamente com a

avaliação do CBM, sendo estimada pela quantidade de CO2 liberado do solo não fumigado,

durante cinco dias de incubação.

Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F) e

quando significativa, foi realizado o teste de comparação das médias pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade com o auxílio do programa estatístico SISVAR.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Na tabela 1 apresentam-se os dados referentes ao carbono da biomassa microbiana

(CBM) e atividade microbiana (C – CO2). Observou-se que não houve diferença estatística

significativa para os valores de CBM entre as três faixas estudadas, semelhante resultado foi

encontrado por (SANTOS, 2016) na qual justifica tal resultado à influência do tamanho e

isolamento dos fragmentos, que tornou a faixa de transição e o interior destes fragmentos

mais suscetíveis às mudanças ocasionadas pelo efeito de borda.

Entretanto para a atividade microbiana houve diferença estatística significativa entre

as faixas com maior valor na transição (9,21) em relação à borda (7,50), contradizendo os

213

resultados de Freitas et al. (2008) que avaliou um fragmento de floresta Atlântica, obtendo

maior atividade microbiana na borda quando comparado com o interior do fragmento

estudado. Tais resultados podem estar atribuídos as condições de microclima favoráveis em

que a população microbiana das faixas de transição e interior estão submetidas, como o

aumento de umidade e estabilização da temperatura.

Tabela 1. Carbono da Biomassa Microbiana (CBM) e Atividade Microbiana (C – CO2) em

um fragmento de floresta estacional semidecidual no município de Ipameri Goiás.

Distâncias CBM (mg C. Kg-1

de solo) C – CO2 (mg C-CO2. Kg-1

de solo.dia-1

)

Bordas 629,08 a 7,50 b

Interior 684,16 a 8,48 ab

Transição 770,62 a 9,21 a

Teste F(1)

4,533ns

7,661*

CV(2)

8,36 6,39

Médias seguidas de mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre

si pelo teste de Tukey a 5%. ns – não significativo; * – significativo no nível de 5%; ** –

significativo no nível de 1%. (1)

Teste F para CBM e C – CO2, (2)

CV% para CBM e C – CO2.

CONCLUSÃO

Durante a estação chuvosa houve semelhante incorporação de carbono nos tecidos

microbianos evidenciado pela análise do carbono da biomassa microbiana (CBM) no

fragmento florestal, entretanto a faixa de transição foi a que apresentou maior atividade

microbiana (C-CO2) diferindo da borda provavelmente por uma maior quantidade de material

orgânico rico em nitrogênio proveniente da vegetação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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215

Identificação de macrofauna do solo em diferentes usos da terra

Ludimila Martins Costa (1)

; Isabela Carolina Silva

(2); Scarlet de Aguiar Basílio

(2); Mathews

Aires Neves (3)

; Tatiana Vieira Ramos (4)

(1) Discente em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri, Goiás.

[email protected]; (2)

Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual

de Goiás - Campus Ipameri, Goiás.(2)

Mestranda em Produção Vegetal, Universidade Estadual

de Goiás - Campus Ipameri, Goiás. (3)

Engenheiro Agrônomo. (4)

Docente na Universidade

Estadual de Goiás - Campus Ipameri.

RESUMO

O solo é um dos principais meios de desenvolvimento das plantas, pois nele estão presentes

nutrientes que são essenciais para o crescimento destas. O manejo inadequado das práticas

agrícolas tem ocasionado a eliminação da cobertura do solo, e proporciona alterações da

riqueza de microrganismos presentes no mesmo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

abundância e a diversidade da fauna edáfica do solo sob vegetação nativa de Cerrado e

ILPF/Renque. Para as análises foram extraídos cinco monólitos de solo das áreas. A área de

Cerrado, destacou-se pela abundância de microrganismos no solo, já no sistema de integração

Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF/Renque) apresentou maior quantidade de indivíduos da

classe Clitellata. Foi possível compreeender que a macrofauna do solo é sensível aos tipos de

manejo utililizados.

Palavras-chave: Fauna edáfica, diversificação, vegetação.

INTRODUÇÃO

É no solo onde ocorrem as principais reações para o desenvolvimento das plantas,

desde a mineralização de partículas sólidas em nutrientes essenciais ao desenvolvimento das

plantas quanto a incorporação de matéria orgânica (MO) ao solo pela decomposição de

animais e vegetais (LIMA et al., 2018).

As práticas agrícolas tradicionais eliminam a cobertura do solo e a fonte de alimento

de diversas espécies da fauna edáfica, acarretando na diminuição da cadeia alimentar e

comprometendo na fertilidade e estrutura do solo (BARROS et al., 2008). As práticas

agrícolas inadequadas são responsáveis em grande parte pelo processo de erosão,

contribuindo para a perda de solo e a baixa produtividade, esses riscos de dependem tanto das

condições naturais quanto da forma do manejo com terra. Sendo cada vez mais importante o

manejo correto do solo (ARAUJO et al., 2010).

A macrofauna do solo abrange todos os organismos que estão presentes, ou que

passam um dos estádios de desenvolvimento no mesmo. A fauna que se encontra no solo tem

importância nas características físicas, químicas e biológicas. (ARAUJO et al.,2018). A

abundância e a riqueza dos organismos presentes no solo atuam como indicativo de qualidade

do mesmo. Vários grupos de organismos são sensíveis as mudanças climáticas ocasionadas

pelas práticas de manejo do solo inadequadas, o que resulta em perdas da biodiversidade de

espécimes e posteriormente em perdas da produção agrícola (BARETTA, et al., 2014). O

presente trabalho teve como objetivo avaliar a abundância e a diversidade da fauna edáfica do

solo sob vegetação nativa de Cerrado e ILPF/Renque.

216

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na propriedade da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus

Ipameri – Sudeste de Goiás, localizado a 17°43‘ de latitude sul e longitude oeste de 48°08‘

com altitude média de 781 m. O clima da região segundo a classificação de Köppen é tropical

Semi-úmido (Aw), com temperatura média de 21,9 Cº com umidade relativa do ar variando

entre 58% à 81%, a precipitação pluviométrica anual é de aproximadamente 1447 mm

concentrados entre os meses de outubro à março (ALVARES et al., 2013). O predomínio do

solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico em

região de Cerrado (EMBRAPA, 2013).

O trabalho foi realizado em área de Cerrado nativo e sistema de integração Lavoura-

Pecuária-Floresta (ILPF). A metodologia utilizada foi a recomendada pelo Tropical Soil

Biology and Fertility Programe (TSBF) (ANDERSON e INGRAM, 1993). Em cada área

foram extraídos cinco monólitos de solo com 30 x 30 x 30 cm.

Cada monólito coletado foi subdividido em três profundidades A (0-10 cm), B (10-20

cm) e C (20-30 cm). As amostras foram separadas manualmente, com auxílio de peneiras e

pinças, os espécimes encontrados foram armazenados em recipientes contendo álcool

hidratado a 70% para posterior identificação e contabilização nos grupos taxonômicos.

A partir da contagem dos indivíduos coletados em cada unidade taxonômica foi

possível determinar a abundância (quantidade total de indivíduos de cada grupo), de riqueza

(no de grupos taxonômicos encontrados), frequência relativa e análise de similaridade (Bray

Curtis) entre os grupos e os sistemas de uso da terra avaliados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No presente trabalho a área de Cerrado destacou-se em abundância de indivíduos

apresentando com 146, já a área do sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

(ILPF/Renque) 128 indivíduos (Tabela 1). Os diferentes manejos do solo refletem sob a

intensidade e a diversidade da macrofauna do solo. Em áreas nativas ocorreu maior

biodiversidade de espécimes quando comparado com área de integração, podendo ainda ser

explicado pela diversidade de liteira e consequentemente o aumento de substrato para o

desenvolvimento da macrofauna (ROSA et al., 2015).

Tabela 1. Principais Classes de macrofauna encontradas em diferentes agroecossistemas,

abundância (A), frequência relativa (F) e riqueza (R).

Classes CERRADO ILPF/Renque

A F(%) R A F(%) R

Arachinida 0 0 0 1 0,78 1

Clitellata 10 6,85 1 56 43,75 1

Diplopoda 1 0,68 1 3 2,34 2

Gastropoda 1 0,68 1 1 0,78 1

Insecta 134 91,78 4 67 52,34 5

Malacostraca 0 0 0 0 0 0

Total 146 100 7 128 100 11

217

b

A classe Insecta no ecossistema Cerrado apresentou elevada abundância de indivíduos,

134 ao todo, contudo a riqueza foi maior na área de ILPF/Renque com um total de 67. A

classe Clitellata foi superior na área ILPF/Renque com abundância de 56, enquanto a área de

Cerrado foi de 10. Durante o verão em área de ILP ocorreu um aumento de 37% na

abundância da classe Clitellata, em área nativa o aumento foi de 5%, esse aumento pode ser

explicado devido as práticas conservacionistas que visam manejo adequado do solo,

garantindo assim a aumento da biodiversidade (ROSA et al., 2015).

Barras azuis e vermelhas seguidas de letras minúsculas iguais na linha não apresentam diferença estatística

significativa entre si pelo teste de TuKey (p<0,05).

Figura 1. Abundância total e riqueza de grupos nos agroecossistemas cerrado e ILPF/Renque.

A maior frequência relativa observada em todos os agroecossistemas foi da classe

Insecta (formigas, cupins, besouros, percevejos e moscas), seguido da Clitellata (minhocas)

que foram mais abundantes entre os renques do ILPF fato que pode estar relacionado ao

microclima proporcionado pelo sistema que favorece a umidade e reduz a temperatura do solo

formando um ambiente favorável para esses organismos. CARVALHO (2015) em seu estudo

com pastagens encontrou maior quantidade de minhocas em áreas sem pastejo e a menor em

campo natural pastejado, evidenciando a influência de fatores como cobertura vegetal,

disponibilidade de alimentos, manejo do solo, temperatura e umidade.

CONCLUSÕES

A macrofauna do solo é sensível as mudanças ambientais e ao tipo de manejo de solo,

podendo ser utilizada como indicador de qualidade de solo. A classe Insecta foi a mais

abundante em todos os agroecossistemas, seguido pela Clitellata que apresentou mais

indivíduos na área de ILPF.

Os maiores valores para riqueza e abundância de macrofauna do solo foram

encontrados na área de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, seja pela deposição de

serapilheira ou pelo microclima que é proporcionado pela presença das árvores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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b

b

a a

0

2

4

6

8

10

12

Cerrado ILPF / Renque

Abundância

Riqueza

218

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químicos em sistemas de uso do solo no planalto catarinense. Revista Brasileira de Ciência

do Solo, v. 39, n. 6, 2015.

219

Altura de plantas e a porcentagem final de emergência de Eugenia

pyriformis e Eugenia uniflora com e sem a presença de tegumento nas

sementes

Fábio de Jesus Rodrigues Júnior(1)

; Fernandes de Faria Filho(2)

; Edilson Henrique Rezende(2)

;

Luciano de Oliveira Santana(2)

; Nei Peixoto(3)

.

(1)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Estudante; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus

Ipameri; (3)

Professor; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.

RESUMO

O cerrado é uma formação vegetal onde apenas 39% de sua área possui a cobertura vegetal

original, pesquisas para potencializar a propagação de espécies nativas capazes de recuperar

áreas degradadas vem se tornando cada vez mais importantes. Neste trabalho objetivou-se

avaliar altura das plantas e a porcentagem de emergência de Eugenia pyriformis e Eugenia

uniflora com e sem a presença de tegumento nas sementes. Os dados foram submetidos a

análise de variância (teste de F) e as médias comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de

probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o programa SIRVAR. A remoção do

tegumento teve efeito significativo somente para o percentual final de emergência em plantas

de uvaia, para altura houve diferenças significativas entre as espécies, sendo que as mudas de

pitanga cresceram mais.

Palavras-chave: Pitanga, uvaia, propagação.

INTRODUÇÃO

Com predominância no Estado de Mato Grosso do Sul, o cerrado é uma formação

vegetal que ocupa cerca de 61% do estado, no entanto grande parte dessa formação vegetal

não possui mais a cobertura vegetal original, atualmente ocupada por paisagens antrópicas

(LEHN et al., 2008). Diante da grande preocupação com as espécies nativas do Cerrado, os

pesquisadores estão buscando técnicas de cultivo e produção de mudas para potencializar a

exploração. Assim, a utilização de forma sustentável das plantas nativas, principalmente as

frutíferas, que podem ser geradoras de renda para a população desse bioma (SCREMIN-

DIAS,2006).

Uma ótima opção de espécie nativa é a pitanga (Eugenia uniflora L.) pertence à

família Myrtaceae, pode ser encontrada na Argentina, Uruguai e no Brasil. A espécie possui a

capacidade de recomposição de áreas degradadas e seus frutos são apreciados pela fauna e

pelo homem, em razão do sabor agradável e refrescante (BACKES e IRGANG, 2002;

LORENZI, 2002). Além disso, é descrita e estudada por apresentar propriedades medicinais

(AURICCHIO et al., 2007). Essas e outras características revelam a grande importância da

espécie, o que gera a necessidade de pesquisa para obtenção de técnicas de disseminação

permitindo a proliferação desta planta.

A uvaia (Eugenia pyriformis) é outra opção de espécie nativa, esta planta atinge até 15

metros de altura, cujos frutos são indeiscentes, carnosos, piriformes, pilosos e com coloração

220

amarela e comestíveis, de sabor adocicado e acidulado, podendo ser utilizados na fabricação

de suco, vinagre e vinho. As sementes apresentam tegumento de coloração castanha e

cotilédones carnosos e justapostos, as quais, após a extração, se oxidam rapidamente

(ANDRADE; FERREIRA, 2000; DELGADO; BARBEDO, 2007). Um grande problema da

espécie é a produção de poucas sementes, geralmente uma ou duas, o que dificulta a produção

de mudas em escala comercial (VENDRAME SILVA et al., 2005).

O objetivo deste trabalho foi avaliar altura das plantas e a porcentagem de emergência

de Eugenia pyriformis e Eugenia uniflora com e sem a presença de tegumento nas sementes.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na cidade de Ipameri. A área situa-se à

17°44'3.71"Latitude Sul e 48° 9'56.45"Longitude Oeste, com uma altitude média de 800m. De

acordo com a classificação de Köppen o clima da região é definido como Tropical Úmido

(AW), constando temperaturas elevadas com chuvas no verão e seca no inverno

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com os tratamentos

dispostos em esquema fatorial 2 x 2, tendo como fatores espécies de Eugenia (Pitanga= E1;

Uvaia= E2) e tegumento (T1= com tegumento; T2= sem tegumento) e cinco repetições. Cada

parcela constituiu-se por 12 saquinhos com dimensões de 20 cm de largura por 30 cm de

altura, cada um recebendo uma semente. O substrato usado foi uma mistura de 3/1 de

Latossolo Vermelho Amarelo e esterco de curral curtido.

Antes da retirada do tegumento as sementes permaneceram imersas em água por 24

horas a partir do dia 27/12. No dia 28/12 procedeu-se a retirada do tegumento das espécies,

utilizando-se um estilete. A seguir as sementes com e sem tegumento foram imersas em

hipoclorito de sódio 1 %, durante cinco minutos e colocadas em papel toalha umedecido com

água corrente, fazendo-se rolos que foram acondicionadas em sacos plásticos transparentes e

mantidas em local escuro até o dia 01/01/18, quando foram semeadas. A coleta dos dados de

altura das plantas, com auxílio de uma régua, e porcentagem de emergência, por meio de

contagem, ocorreu no dia 29/04/2018.

Os dados foram submetidos a análise de variância (teste de F) e as médias comparadas

pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. A análise estatística foi feita utilizando o

programa SIRVAR.

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

O resultado da análise de variância para a altura de plantas e percentual final de

emergência (PFE), em plantas de uvaia e pitanga, estão apresentados na Tabela 1. Nota-se que

houve efeito significativo apenas para a variável espécie e a interação entre espécie e

tegumento, para a característica percentual final de emergência. Quanto à altura, (Tabela 2)

houve diferenças significativas entre as espécies, sendo que as mudas de pitanga cresceram

mais, com média de 12,40 cm, contra 7,8 cm da uvaia, não havendo efeito da remoção do

tegumento para as duas espécies. Já para porcentagem final de emergência não houve

diferença significativa entre os fatores, considerados isoladamente, mas houve interação entre

espécie e remoção do tegumento. A pitanga não respondeu à remoção do tegumento,

enquanto que a uvaia apresentou diferença significativa, alcançando 75,2 % de emergência

nas sementes sem tegumento e 51,6 % nas sementes íntegras.

221

Tabela 1. Análise de variância e teste de média para altura de planta (cm) e percentual final

de emergência (PFE) em plantas de uvaia e pitanga, com e sem tegumento. Ipameri, 2018.

Fonte de

Variação GL

Quadrados Médios

Altura

(cm)

PFE

(%)

Espécie (E) 1 105,80**

1125,00*

Tegumento (T) 1 1,80ns

520,20ns

E*T 1 5,00ns

897,80*

Resíduo 12 3,99 154,96

CV (%) 19,78 17,56 *significativo a 5% de probabilidade;

**significativo a 1% de probabilidade;

ns= não

significativo pelo teste F.

Tabela 2. Altura de planta (cm) e percentual final de emergência (PFE) em plantas de uvaia e

pitanga, com e sem tegumento. Ipameri, 2018.

Espécie Altura PFE

Uvaia

Pitanga

cm (%)

7,80 b

12,40 a

36,40 b

78,40 a

Médias Com

Tegumento

Sem

tegumento

Com

tegumento

Sem

tegumento

Uvaia 7,00 A 8,60 A 51,60 B 75,20 A

Pitanga 12,60 A 12,20 A 80,00 A 76,80 A

CV (%) 19,78 17,56

Médias seguidas por uma mesma letra maiúscula dentro da linha e mesma letra minúscula

na coluna não diferem entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

Resultados semelhantes foram descritos por Scalon (2001), que observou que a

pitanga é uma espécie de fácil propagação por sementes. Pertencentes à família Myrtaceae, a

maioria de seus pomares de uvaia e pitanga são resultantes de propagação seminífera, ou seja,

por semente, porém existe carência de conhecimentos básicos sobrea germinação de sementes

dessas espécies. (ANTUNES et al., 2012; ALVEZ; SILVA; CÂNDIDO, 2015).

CONCLUSÃO

Conclui-se que a remoção do tegumento teve efeito significativo somente para o

percentual final de emergência em plantas de uvaia, para altura houve diferenças

significativas entre as espécies, sendo que as mudas de pitanga cresceram mais.

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri e ao CNPQ pela concessão da

bolsa durante a vigência do projeto.

222

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2005.

223

Desenvolvimento de plântulas de Schizolobium amazonicum Huber ex

Ducke submetidas a diferentes condições de fotoperíodo e a quebra de

dormência por água fervente

Lucas Robson de Oliveira (1)

; Wanderson Silva dos Santos (2)

; Willian Barros Sidião (2)

;

Cleiton Gredson Sabin Benett (3)

; Ademilson Coneglian (3)

(1)

Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual de Goiás, Ipameri – Goiás;

[email protected]; (2)

Estudante de Engenharia Florestal da Universidade Estadual

de Goiás, Ipameri – Goiás; (3)

Professor – Pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

A utilização de mudas com qualidade, juntamente com a escolha da espécie a ser cultivada,

proporciona maiores lucros ao produtor. Uma boa opção é a espécie nativa Schizolobium

amazonicum conhecida popularmente como Paricá, pois ela possui rápido crescimento e bom

valor comercial e pode ser utilizada na silvicultura e na recuperação de áreas degradas.

Estudos com a luminosidade e superação de dormência são fundamentais para o bom

desenvolvimento de mudas com qualidade. O objetivo deste trabalho foi apontar a

germinação das sementes, com e sem quebra de dormência e o desenvolvimento das plântulas

com diferentes condições de luminosidade (0, 4 e 12 h). Os dados foram submetidos à análise

de variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade através do software Sisvar 5.3. A água

fervente mostrou-se viável na quebra da dormência atingindo 86,6% de germinação. O

tratamento com 12 h de luminosidade proporcionou o melhor desenvolvimento físico das

plântulas.

Palavras-chave: Paricá, luminosidade, germinação.

INTRODUÇÃO

O desmatamento tem provocado a degradação em diversas regiões brasileiras.

Buscando reverter essa realidade, programas de fiscalização têm aumentado e as medidas

corretoras cresceram no país nos últimos anos. Com a importância do reflorestamento e

recuperação de matas ciliares e áreas degradadas, torna-se necessário o aumento das pesquisas

e da produção de mudas florestais com boa qualidade (RONTANI et al., 2017).

Uma espécie que apresenta características desejáveis para a recuperação de áreas

degradadas, agroflorestas e também para a silvicultura é a Schizolobium amazonicum Huber

ex Ducke popularmente denominada de Paricá. Ela é nativa da região da Amazônia, apresenta

rápido crescimento, fuste reto e madeira com elevada cotação no mercado interno e externo.

A árvore pode alcançar entre 15 a 40m de altura e 50 a 100 cm de DAP (diâmetro altura do

peito), sua copa é ampla e umbeliforme, sua madeira possui baixa densidade, o que permite

processamento fácil e bom acabamento. Pode ser empregada na fabricação de palitos de

fósforo, saltos de calçados, brinquedos, maquetes, embalagens leves, canoas, forros, miolo de

painéis e portas, formas de concreto, laminados, compensados, celulose e papel

(CARVALHO, 2007).

Entretanto, devido à presença de um espesso tegumento que reveste o embrião das

sementes da família Fabaceae, o Paricá apresenta baixa germinação na natureza, pois esse

tegumento impede a entrada de água o que consequentemente impossibilita a emergência da

224

semente (CRUZ; PEREIRA, 2014). Um dos métodos de superação de dormência é a

utilização de agua fervente, que retira as ceras presentes no tegumento, causando a

permeabilidade, permitindo então a entrada de água e as trocas gasosas (DAPONT et al.,

2014).

Outro fator importante para o desenvolvimento das plântulas são os níveis de

luminosidade disponíveis, que atuam diretamente sobre a fotossíntese. Ao estudar o

crescimento inicial de plantas da espécie Cryptocaria aschersoniana Mez. submetidas aos

níveis de radiação solar de 0, 30, 50 e 70%, Almeida et al. (2004) verificaram que, para a

matéria seca de raízes, o melhor resultado foi observado nas plantas em 30% de

sombreamento e o maior acúmulo de matéria seca de folhas foi verificado nas plantas

cultivadas em 50% de sombreamento. O sombreamento artificial pode afetar positivamente a

taxa de crescimento e qualidade da muda, com efeitos distintos conforme a classe ecológica

da espécie.

O objetivo deste trabalho foi apontar a germinação das sementes, com e sem quebra de

dormência e o desenvolvimento das plântulas com diferentes condições de luminosidade.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado na Universidade Estadual de Goiás, câmpus Ipameri, no

Laboratório de Produtos Florestais e Bioenergia, no primeiro semestre do ano de 2018. As

sementes do Schizolobium amazonicum foram adquiridas em Birigui/SP do fornecedor

legalizado Arbocenter Comércio de Sementes, RENASEM: SP – 01528/2007.

Foram selecionadas 150 sementes manualmente, sendo consideradas viáveis as

sementes que não exibiam nenhum tipo de deformação física. Posteriormente, 75 foram

colocadas em um Becker com água fervente, permanecendo nesta condição por dois minutos,

conforme sugerido por Cruz e Pereira (2014).

O substrato utilizado foi o vermiculita, que foi colocado em bandejas plásticas de 45

centímetros (cm) de comprimento por 25 cm de largura e 8 cm de altura, preenchidas até que

atingissem 6 cm de altura em toda extensão das bandejas. Utilizou-se três bandejas, cada uma

com 50 sementes, sendo 25 testemunhas e 25 submetidas a quebra de dormência, para os

respectivos tratamentos: T1; T3; T5 e T2; T4; T6. A disposição das sementes no substrato foi

feita de forma vertical, com o hilo para baixo, conforme recomendação de Pinto et al. (2014),

o espaçamento entre elas foi de 1,5 cm de raio. As bandejas foram colocadas em uma

germinadora de sementes com controle de temperatura mínima, que foi mantida em 25 º C, a

temperatura máxima variava conforme a temperatura do ambiente externo.

Cada bandeja foi colocada em uma parte da germinadora, sendo a parte inferior

coberta com papel alumínio para proporcionar um ambiente com ausência total de luz, nela,

foram colocados os tratamentos T1 e T2. Na parte média da germinadora colocou-se os

tratamentos T3 e T4, que recebiam apenas 4 horas de iluminação solar, pois, nas demais horas

do dia, ficavam sombreados pela bandeja superior e por partes da germinadora. Os

tratamentos T5 e T6 foram dispostos na parte superior da germinadora, recebendo a

luminosidade solar de 12 h.

A irrigação foi feita com água destilada, manualmente, utilizando-se um borrifador. A

quantidade de água utilizada acompanhou a necessidade de cada bandeja, visando manter o

substrato úmido, porém sem saturação. Após dez dias realizou-se a contagem de plântulas

emergidas e as medições de altura da parte aérea, feita com o auxílio de régua milimétrica,

diâmetro do colo, utilizando-se um paquímetro digital e comprimento de raízes mensurado

com auxílio de régua milimétrica.

Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de

probabilidade através do programa Sisvar 5.3.

225

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a iniciação do período germinativo, observou-se a diferenciação no

desenvolvimento das plântulas em cada tratamento. Durante os primeiros dias todos os

tratamentos apresentaram alto índice germinativo e boa qualidade no desenvolvimento das

plântulas. Porém, quando se completou 10 dias de análise, notou-se grande diferença no

desenvolvimento das mesmas (Tabela 1).

Tabela 1: desenvolvimento de plântulas após 10 dias de análise.

Tratamentos

Germinação Diâmetro Raiz Parte aérea

(%) (mm) (cm) (cm)

T1 0c 0d 0d 0d

T2 83b 2,98c 6,36b 12,96c

T3 0c 0d 0d 0d

T4 83b 3,36b 6,92b 14,58b

T5 0c 0d 0d 0d

T6 86a 3,72a 8,58a 16,12a

CV (%) 3,04 16.42 33.41 22,32

Médias seguidas pela mesma letra em uma coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a

5% de probabilidade.

Nos tratamentos com as sementes testemunhas (T1, T3 e T5) não se obteve

germinação em nenhum ambiente, comprovando a inviabilidade da semeadura sem superação

de dormência, resultado também encontrado por Dapont et al., (2014).

A ausência ou presença de luz não proporcionou grande diferença na germinação,

sendo que os tratamentos T2 e T4 obtiveram 83%, enquanto o T6 obteve 86%. No estudo

realizado por Pastorini et al., (2016) as sementes da espécie Machaerium brasiliense VOGEL

(Fabaceae) não tiveram influência da luminosidade, uma vez que a emergência das sementes

desta família está relacionada com suas reservas nutritivas e a superação de dormência.

Porém, a temperatura influenciou no índice de germinação, que para o Machaerium

brasiliense VOGEL foi ideal entre 25ºC. Por esse motivo o tratamento T6 foi beneficiado,

uma vez que estava em constante exposição a luminosidade, o que proporciona uma

temperatura um pouco maior do que os demais tratamentos sombreados.

O tratamento T2 obteve os menores valores referentes ao diâmetro do colo,

comprimento de raiz e parte aérea das plântulas, conforme resultado encontrado no trabalho

realizado por Alves et al., (2012) com a espécie Fabaceae Clitoria fairchildiana R. A.

Howard. Nos tratamentos T4 as características físicas das plântulas foram maiores, do que as

do T2. Todavia, as plântulas que atingiram o melhor desenvolvimento foram as do T6. A

luminosidade por 12 h influenciou diretamente no desenvolvimento das plântulas, sendo que

apresentaram os maiores valores para todas as análises realizadas, além de estarem mais

eretas e com a parte aérea mais proeminentes, estas características também foram encontradas

por Nakazono et al., (2001), que afirma que plântulas submetidas a maior luminosidade

apresentam maior parte aérea e distribuição de biomassa para as raízes.

CONCLUSÃO

Para o desenvolvimento de plântulas da espécie florestal Schizolobium amazonicum é

imprescindível a quebra de dormência, sendo que a água fervente é recomendada, pois

226

possibilita uma boa taxa de germinação, além de ser de fácil utilização. A luminosidade

mostrou-se determinante para o crescimento inicial dessas plântulas, sendo que as expostas a

12 horas de luminosidade foram as que obtiveram as melhores características morfológicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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227

Superação de dormência em sementes de Copaíba submetidas a

escarificação mecânica

Willian Barros Sidião(1)

; Daniel Beltram Mendes(1)

; Lucas Robson de Oliveira(2)

; Frederico

Severino Barboza(2)

; Ademilson Coneglian(3)

(1)

Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (1)

Estudante de Agronomia; Universidade Estadual de Goiás (2)

Estudante de Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás (4)

Professor-

pesquisador, Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O Copaifera langsdorffii Desf, pertence à Família Leguminosae, espécie conceituada como

prioritária para as atividades de reflorestamento em áreas degradadas do bioma Cerrado,

sobretudo em função da sua plasticidade ecológica. No entanto, a maioria das leguminosas

dispõe de dormência física, sendo este, um fator determinante para que ocorra a germinação.

Neste trabalho foram efetuados dois tratamentos: T1- sementes escarificadas e T2 – sementes

in naturas. As sementes passaram pelo processo de escarificação mecânica com auxílio de

uma lixa d‘água n° 80. O período germinativo das sementes de copaíba iniciou-se aos 10 dias

para o tratamento que sofreu escarificação mecânica, sendo que aos 20 dias 83% das sementes

já haviam germinado. Tendo em vista, que aos 20 dias apenas 15% das sementes in naturas

haviam germinado. Conclui-se que o método de escarificação mecânica é recomendado para

promover o aumento do índice germinativo das sementes de tamboril, quando comparadas a

sementes in naturas.

Palavras-chave: Germinação, Leguminosae, Copaifera langsdorffii Desf.

INTRODUÇÃO

A espécie nativa do cerrado e de florestas semi-decíduas Copaifera langsdorffii Desf,

pertence à Família Leguminosae (LORENZI, 2002), sendo conhecida popularmente por

diversos nomes como copaíba, podói, cupaúba, pau-d‘óleo e cupiúva. As plantas do gênero

Copaifera sp. são encontradas nas regiões de clima tropical e subtropical que são específicos

da América do Sul. No Brasil, a espécie apresenta maior ocorrência nos estados do Pará e

Amazonas, entretanto, pode também ser encontrada em outras regiões a quais a espécie

apresente adaptações (LISBOA et al., 2018).

O C. langsdorffii é uma espécie avaliada como prioritária para as atividades de

reflorestamento em áreas degradadas do bioma Cerrado, sobretudo, em função da sua

plasticidade ecológica. Segundo Masson et al. (2013), o Brasil é o maior fabricante e

exportador do óleo de copaíba extraído do tronco. Entretanto a sua madeira é empregada na

confecção de compensados e o óleo resina é tradicionalmente utilizado como antiflamatório,

antisséptico (SANTANA et al., 2014) e agente antifúngico (SOUSA et al., 2013).

No entanto, a realização de testes germinativos é imprescindível para avaliação do

desenvolvimento e desempenho de qualquer espécie vegetal. A maioria das leguminosas

dispõe de dormência física, sendo este, um fator determinante para que ocorra a germinação

(MARCOS FILHO, 2005). A escarificação química ou mecânica é uma das metodologias

utilizadas para superação de dormência, onde sucede o rompimento do tegumento

228

aumentando a permeabilidade à água e consequentemente obtém-se um acréscimo do

percentual germinativo (ALEXANDRE et al., 2009).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a resposta de sementes de C.

langsdorffii submetidas a escarificação mecânica.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi executado no Laboratório de Produção Florestal e Bioenergia da

Universidade Estadual de Goiás - Campus de Ipameri-GO, realizado no ano de 2017. Foram

efetuados dois tratamentos, o primeiro em sementes in naturas que se encontravam em estado

natural e o segundo em sementes escarificadas. Foi feita escarificação mecânica com o auxílio

de uma lixa d‘água n° 80, provocando assim a fricção na região oposta a emissão da radícula

das sementes de Copaifera langsdorffii Desf promovendo a permeabilidade do tegumento das

sementes a água e gases e consequentemente aumentando a velocidade de germinação.

Cada tratamento continha quatro repetições de 25 sementes totalizando 100 sementes,

colocadas para germinar em caixas gerbox sobre três folhas de papel germitest. A análise de

germinação das sementes foi realizada segundo a metodologia proposta pelas Regras Para

Analises de Sementes (BRASIL, 2009), onde foi avaliado o índice germinativo aos 5, 10, 15 e

20 dias após o plantio.

Os dados foram submetidos à análise de regressão, a 5% de probabilidade, através do

programa computacional Statistica (2005).

RESULTADO E DISCUSSÃO

A germinação das sementes de copaíba iniciou-se aos 10 dias para o tratamento que

foi submetido a escarificação mecânica, perfazendo o total de 56% de sementes germinadas.

No entanto, o período germinativo das sementes in naturas estreou-se após 15 dias de

análises, apresentando 9% de germinação (Figura 1).

Figura 1 – Evolução da germinação de sementes de C. langsdorffii, com e sem

escarificação mecânica aos 5, 10, 15 e 20 dias.

Nota-se, que após 15 dias de análise 77% das sementes escarificadas já haviam

germinado, e aos 20 dias totalizou-se 83% de sementes germinadas sendo que neste período

229

alcançaram estabilidade contínua em relação ao fator germinativo. Contudo, aos 20 dias

apenas 15% das sementes in naturas haviam germinado, alcançando também estabilidade

contínua, o que demonstra a extrema importância do método de escarificação mecânica para o

processo germinativo das sementes de C. langsdorffii.

Esses resultados corroboram com os encontrados por Ferreira et al. (2013), onde os

tratamentos submetidos à escarificação mecânica apresentaram os melhores resultados de

germinação, com 79% de germinação após 18 dias, enquanto que para sementes in natura não

houve germinação. Um resultado semelhante foi encontrado por Martins et al. (2008), onde o

tratamento com escarificação mecânica das sementes de S. adstringense e S. pholyphyllum

promoveram 82,5% e 67% de germinação, respectivamente. Entretanto, o método da

escarificação mecânica através de lixa é viável, porém por ser mais trabalhoso, é

recomendado apenas para pequenos lotes de sementes (SANTOS et al., 2004). Conforme

Sousa et al. (2005), o poder germinativo depende da eficácia do tratamento de superação de

dormência, podendo proporcionar percentagens de germinação superiores a 85%.

CONCLUSÃO

O método de escarificação mecânica por lixa d‘água n° 80 é recomendado para

promover o aumento da germinação das sementes de C. langsdorffii, quando comparadas a

sementes in naturas. Para produção de pequenas quantidades de mudas, a escarificação

mecânica mostrou ser a opção mais apropriada.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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231

Adequação do teste de envelhecimento acelerado para determinar o vigor

de sementes de feijão-mungo

Luciana Maria da Silva (1)

; Rogério Lamim Silva Junior (2)

; Anderson Dias Vaz de Sousa(2)

;

Natália Arruda(3)

; Nei Peixoto(4)

, Katiane Santiago Silva Benett(4)

(1)

Pós-graduanda em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás; Ipameri, Goiás;

[email protected]; (2)

Pós-graduando em Produção Vegetal; Universidade Estadual de

Goiás, Ipameri; (3)

Pós-doc do Programa da Pós-Graduação em Produção Vegetal; (4)

Professor; Universidade Estadual de Goiás, Ipameri.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito dos períodos de exposição ao teste de

envelhecimento acelerado para classificação de vigor dos lotes de sementes de feijão-mungo.

Foram utilizadas sementes da cultivar Esmeralda provenientes de quatro lotes cultivados nas

safras 2013, 2015, 2016 e 2017, no Câmpus de Ipameri. Realizou-se caracterização inicial dos

lotes, por meio do teste de germinação e teste de vigor. O teste de envelhecimento acelerado

foi conduzido, expondo as sementes à temperatura de 42°C e a quatro períodos (24, 48, 72 e

96 horas), com quatro repetições de 50 sementes para cada lote. Os lotes apresentaram

diferenças significativas quanto ao teste de germinação, primeira contagem de germinação e

índice de velocidade de germinação. O teste de envelhecimento acelerado foi eficiente para

classificar os lotes, sendo o lote 3 superior e o 1 inferior A combinação da 42°C/72h de

exposição das sementes ao teste de envelhecimento acelerado é a melhor para classificar os

lotes de feijão-mungo.

Palavras-chave: Vigna radiata L., classificação de lotes, tempo de exposição

INTRODUÇÃO

O feijão-mungo (Vigna radiata L.) pertence à família Fabaceae, sendo uma das

leguminosas mais cultivadas no verão em regiões de climas tropicais e subtropicais (TANG et

al., 2014). A espécie é oriunda da Índia, que por volta de 4.500 anos sofreu sua domesticação.

Atualmente seu cultivo é realizado principalmente em regiões da Ásia, Índia, China e

Paquistão, porém em regiões como a África, EUA e Austrália apresentam cultivo da espécie

em menor escala (SMÝKAL et al., 2015).

Para o estabelecimento adequado de uma lavoura é necessário à utilização de sementes

de boa qualidade, para a determinação mais precisa da qualidade das sementes é necessário

realizar além do teste de germinação, testes de vigor, por meio destes torna-se possível

selecionar os melhores lotes para comercialização e plantio (ARAUJO et al., 2011).

O teste de vigor de sementes é determinado em condições desfavoráveis, medindo-se a

redução de função bioquímica ou fisiológica das sementes. Deve ser rápido, econômico,

reprodutível e os resultados devem ser similares aos observados no campo. Um teste de vigor

que apresenta características essas desejadas é o de envelhecimento acelerado (BERTOLIN et

al., 2011).

O teste de envelhecimento acelerado baseia-se em simulações entre fatores diversos do

ambiente como alta umidade relativa e temperaturas elevadas, na qual o teste consiste em

ocasionar situações onde as sementes são submetidas à alta temperatura e umidade relativa do

ar durante certo período e, em seguida, as respostas são observadas por meio de teste padrão

de germinação (GUEDES et al., 2013). Este teste permite detectar diferenças na qualidade

fisiológica de lotes de sementes que venham demonstrar capacidade germinativa semelhante,

232

na qual podem apresentar diferentes comportamentos devido a longos prazos de

armazenagem e as diversas condições para condução em campo (FLÁVIO; PAULA, 2010).

O presente trabalho teve como objetivo avaliar os diferentes períodos de exposição das

sementes ao teste de envelhecimento acelerado à 42 ºC para classificação de vigor dos lotes

de feijão-mungo (Vigna radiata L.)

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes da Universidade Estadual de

Goiás, Câmpus de Ipameri. Foram utilizadas sementes de feijão-mungo, cultivar Esmeralda

disponibilizada pela EPAMIG, provenientes de quatro lotes cultivados na própria instituição,

nas safras 2013, 2015, 2016 e 2017.

Antes da instalação do experimento foi realizada a caracterização inicial de cada lote

de sementes, conforme recomendações das Regras para Análise de Sementes (BRASIL,

2009). Avaliando-se o teor de água das sementes (% b.u), teste de germinação (%), teste de

primeira contagem (%) e índice de velocidade de germinação.

Em seguida foi realizado o teste de envelhecimento acelerado onde as sementes foram

expostas à temperatura de 42°C e a quatro períodos (24, 48, 72 e 96 horas), com quatro

repetições de 50 sementes para cada lote. Ao final de cada período de envelhecimento, novo

teste de germinação e teor de água das sementes foram realizados, seguindo a metodologia

descrita anteriormente.

Os dados foram submetidos à análise de variância (teste F) e, as médias foram

comparadas pelo teste de Tukey (p≤0,05). As análises estatísticas foram processadas

utilizando-se o programa de análise estatística SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Os valores médios do teste de germinação ficaram entre 99 e 90% de plântulas

normais, para os lotes 3 e 1, respectivamente (Tabela 1). Estes valores atendem os padrões

para comercialização de sementes de Vigna spp. dentro do limite ≥ 80% de germinação

(BRASIL, 2013). O teste de primeira contagem de germinação apresentou diferença

significativa entre os lotes, sendo que os superiores foram os lotes 2 e 3 e os inferiores 1 e 4.

Apesar da diferença, os lotes de sementes apresentam alto vigor, pois os resultados de

todos os testes de vigor primeira contagem de germinação e índice de velocidade de

germinação apresentaram valores altos. Segundo Lopes et al. (2010) o teste de primeira

contagem de germinação é utilizado, pois é de fácil execução e indica o potencial fisiológico,

aproximado, de cada lote de semente, o que auxilia na classificação dos lotes de sementes.

Tabela 1. Valores médios de teor de água (TA), germinação (GERM), primeira contagem de

germinação (PC), índice de velocidade de germinação (IVG) de quatro lotes de sementes de

feijão-mungo. Ipameri-GO, 2018.

Lotes TA GERM PC

IVG -------------(%)-------------

1 10,25a1 90b 90b 40,25ab

2 11,00a 98a 98a 37,50b

3 10,50a 99a 99a 36,50b

4 10,25a 91b 91b 42,50a

CV (%) 7,01 2,77 2,77 5,50 (1)

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade.

233

Estes resultados evidenciam a necessidade de realização de outros testes antes de

classificar os lotes quanto ao seu potencial fisiológico (TUNES et al., 2012), pois cada teste

fornece informações complementares quanto ao tempo de armazenamento e seu potencial

para estabelecer maior estande sob ampla variação das condições ambientes (MARCOS

FILHO et al., 2009).

Os valores do teor de água de cada lote após o teste de envelhecimento acelerado

variaram para o lote 1 de 13,46 a 16,06%, lote 2 de 15,25 a 19,43%, lote 3 de 10,98 a 15,16%

e lote 4 de 14,61 a 17,49% entre o menor e o maior tempo de exposição ao teste de

envelhecimento acelerado, respectivamente. Sendo estes valores de acordo com Marcos Filho

(1999b) e aos observados por Bertolini et al. (2011) ao determinar vigor de sementes de feijão

através do teste de envelhecimento acelerado. Evidenciando assim a uniformidade das

condições de execução do teste, sendo possível observar aumento dos teores de água nas

sementes em função do aumento do tempo de exposição ao teste de envelhecimento

acelerado.

De acordo com análise dos dados verifica-se que houve efeito significativo para a

interação do lote com o tempo de exposição das sementes ao teste de envelhecimento

acelerado (Tabela 2). Em relação aos lotes foi possível observar que o 1 e 4 não apresentaram

diferenças significativas entre os tempos de exposição, porém os lotes 2 e 3 apresentaram um

declínio na porcentagem de plântulas normais, sendo que o tempo de 96h de exposição ao

teste apresentaram os menores valores médios de germinação 48 e 63%, respectivamente.

Tabela 2. Resultados do teste de envelhecimento acelerado para à temperatura de 42°C após

quatro períodos de exposição das sementes de quatro lotes de feijão-mungo. Ipameri-GO,

2018.

Tempos de exposição Lotes

1 2 3 4

42°C

24h 48 Ac (1)

78 ABab 82 Aa 67 Ab

48h 57 Ab 84 Aa 90 Aa 79 Aa

72h 55 Ac 66 Bbc 82 Aa 73 Aab

96h 44 Ab 48 Cb 63 Ba 67 Aa

CV (%) 12,13 (1)

Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%

de probabilidade.

Ao avaliar-se o comportamento de cada lote nos diferentes tempos de exposição ao

teste de envelhecimento acelerado foi possível observar no tempo de 72h, o lote 3 foi o menos

sensível em relação aos demais lotes, 82% de plântulas normais, porém o lote 1 observa-se o

pior desempenho, 55% de plântulas normais, podendo esta temperatura e tempo ser

recomendados para classificação de lotes de feijão-mungo.

CONCLUSÃO

Para a classificação de vigor dos lotes de sementes de feijão-mungo recomenda-se a

combinação da temperatura 42°C e o período de 72h de exposição das sementes ao teste de

envelhecimento acelerado.

234

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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235

Produção de sementes de feijão-vagem em função da aplicação de diferentes

doses de composto orgânico

Rogério Lamim Silva Junior

(1), Cecília Leão Pereira Resende

(1), Ligia de Fátima da Silva

(2),

Natalia Arruda(3)

, Katiane Santiago Silva Benett(4)

(1)

Estudante de Mestrado na Universidade Estadual de Goiás Campus Ipameri, Ipameri,

Goiás, e-mail: [email protected]; (2)

Estudante de Graduação na Universidade

Estadual de Goiás; (3)

Pós-doc do Programa de Pós-Gradução de Produção Vegetal na

Universidade Estadual de Goiás; (4)

Professora na Universidade Estadual de Goiás.

RESUMO

O objetivo do trabalho foi avaliar a influência das doses de composto orgânico sobre a

produção de sementes de feijão-vagem. O experimento foi instalado na casa de vegetação na

Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, em fevereiro de 2018. O delineamento

experimental foi inteiramente casualizado, 5 tratamentos e quatro repetições. Foram

adicionadas e incorporadas as doses de composto orgânico (0, 30, 60, 90 e 120 t ha-1

),

compondo os tratamentos. Os tratos culturais foram realizados sempre que necessário. As

variáveis analisadas foram teor de clorofila, altura de plantas, diâmetro do caule, número de

vagens por planta e produtividade. As doses de composto orgânico influenciaram

positivamente a altura de plantas, o diâmetro de caule, número de vagens por planta e

produtividade. A dose de 120 t ha-1

proporcionou melhores resultados, por tanto não tivemos

um ponto máximo de produtividade, pois os dados se ajustaram equação linear crescente.

Palavras-chave: Adubação, Phaseolus vulgaris L., Sementes Orgânicas.

INTRODUÇÃO

O feijão-vagem (Phaseolus vulgaris L.) é importante fonte de proteína, ferro, cálcio,

magnésio e outros nutrientes (CARVALHO et al. 2014; MONTANARI et al., 2010). O fruto

pode ser consumido verde fresco ou processado. Esses grãos podem ser obtidos a partir de

diferentes sistemas de produção, em campo ou casa de vegetação (HAESBAERT et al. 2011).

A produção de hortaliças orgânicas vem aumentando consideravelmente em área isso

graças ao aumento da demanda no mercado por alimentos que estejam livres de contaminação

química, esse mercado movimenta mais de US$ 30 milhões em exportações brasileiras, US$

200 milhões em vendas no Brasil, US$ 13 bilhões em vendas só nos Estados Unidos e US$ 30

bilhões no mundo (BRANCO et al., 2010).

O sistema de produção orgânico visa não contaminar o meio ambiente e melhorar a

qualidade de vida humana, através da utilização de fontes renováveis de minerais, que por sua

vez é a eliminação de subprodutos das cozinhas e dejetos de criatórios animais entre outros,

criando um ciclo natural (ALENCAR et al., 2013).

A adubação orgânica promove melhorias na estrutura física, na composição química e

na biologia do solo, aplicando-se doses corretas fornece quantidades suficientes de nutrientes

para que as plantas produzam tão bem quanto sobre o efeito de fertilização química (ALVES

et al., 2000; MUELLER et al., 2013).

236

Na literatura há trabalhos que comprova a eficiência da adubação orgânica promovendo

melhorias na produção de sementes, MAGRO et al. (2010) trabalhando com doses de

composto orgânico na produção de sementes de brócolis observaram que as doses crescentes

de composto aumentaram a produção de sementes desta cultura e melhoraram as

características químicas do solo cultivado.

Diante do exposto o objetivo do trabalho foi avaliar a dose de composto orgânico que

proporciona melhor produtividade de sementes de feijão-vagem.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado na casa de vegetação na Universidade Estadual de Goiás,

Câmpus Ipameri, em fevereiro de 2018. O preparo do solo foi realizado de acordo com a

análise química, com 45 dias antes da semeadura. O delineamento experimental adotado foi

inteiramente casualizado, com 5 tratamentos e quatro repetições, a parcela experimental foi

composta por 6 vasos e em cada vaso com quatro plantas. Os tratamentos foram aplicados 15

dias antes da semeadura junto à adubação de plantio, foi aplicado 4 kg ha-1

de YOORIN

Master®, em todos os vasos, concomitantemente foram adicionadas e incorporadas as doses

de composto orgânico (0, 30, 60, 90 e 120 t ha-1

). A cultivar utilizada foi a Manteiga que

apresenta hábito de crescimento determinado. A irrigação foi realizada de acordo com a

necessidade da cultura. Para avaliar o crescimento das plantas e a produtividade de sementes

de feijão-vagem foram realizadas as seguintes análises:

-Altura da planta: foi avaliada em uma planta de cada vaso, com uma trena, da base do

caule até a ponta do ramo principal, o resultado foi expresso em centímetros (cm);

-Diâmetro do caule: foi medido diâmetro na base do caule de uma planta da parcela

experimental, com paquímetro digital graduado em milímetros (mm);

-Teor de clorofila foliar: foi feito aferição do teor de clorofila nas folhas quando as

plantas atingiram plena floração, e uma folha do terço médio de cada planta em cada vaso,

utilizando-se o índice SPAD, obtido com clorofilômetro portátil clorofiLOG CFL1030.

- Número de vagens por planta: foi contado o número de vagens por vaso no momento

da colheita, e então o valor total foi ajustado para quatro plantas e dividido gerando assim o

valor médio de número de vagens por planta.

-Produção de sementes: a produtividade de sementes será determinada com base na

produção da área da parcela experimental, com teor de água corrigido para 13%, a

produtividade será expressa em kilogramas por hectare (kg ha-1

).

Os resultados foram submetidos à análise de variância, em caso de efeito significativo

para as doses de composto, de acordo com o teste F, foi realizada a análise de regressão para

verificar o efeito de doses de composto nas características avaliadas usando o programa

SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Os resultados mostraram que as doses de composto orgânico não causaram nenhuma

influencia sobre a variável teor de clorofila ficando com médias entre, 30,66 e 31,19 para a

dose 0 e 120 kg ha-1

respectivamente. Já para as demais variáveis avaliadas houve diferença

significativa para os testes de médias, e os dados se ajustaram a equação linear crescente

como pode ser observado na Figura 1. Estes resultados são semelhantes aos de MAGRO et al.

(2010), onde foram aplicadas doses de composto orgânico para avaliar a produção de

sementes de brócolis, e verificaram diferença estatística para o número de sementes por planta

e os resultados foram ajustados a equação linear para a massa de sementes por planta. Em

estudo de duas cultivares de feijão comum sob adubação orgânica aos trinta dias após

emergência as melhores alturas médias encontradas foram de 61,58 e 66,53 para feijão

237

canário e bolon branco, respectivamente, estes dados assemelham-se aos encontrados neste

trabalho, já para a variável diâmetro de caule os dados desse deferiram dos encontrados neste

trabalho onde ele não encontra diferença estatística entre as médias dos tratamentos aos trinta

dias (JUAN PABLO, 2015).

CONCLUSÃO

Com os resultados observados neste trabalho podemos recomendar que sejam

aplicadas doses maiores que 120 t ha-1

de composto orgânico e que seja observado o

comportamento da cultura sobre as mesmas, pois neste estudo os dados se ajustaram a

equação linear crescente positiva, alcançando maior produção de sementes na dose de 120 kg

ha-1

.

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri pela realização deste projeto. A

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) pela concessão de bolsa ao

primeiro autor e ao PNPD/CAPES (Convênio UEG/CAPES N. 817164/2015-PRODAP) pela

concessão de bolsa de pós-doc ao quarto autor.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR, G. V.; MENDONÇA, E.S.; OLIVEIRA, T. S.; JUCKSCH, I.; CECON, P. R.;

Percepção ambiental e uso do solo por agricultores de sistemas orgânicos e convencionais na

y = 0.2162x + 35.672

R² = 0.9591

Alt

ura

de

pla

nta

s cm

Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )

(A)

y = 0.0049x + 3.582

R² = 0.8408

Dia

met

ro d

e ca

ule

(m

m)

Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )

(B)

y = 0.01x + 2.8

R² = 0.75

Núm

ero d

e vag

em p

or

pla

nta

Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )

(C)

y = 0.8764x + 206.73

R² = 0.9885

Pro

duti

vid

ade

(kg h

a-1)

Doses de Composto Orgânico (t ha -1 )

(D)

238

Chapada da Ibiapaba, Ceará, Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba-SP, v. 51,

n. 2, p. 217-236, 2013.

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fontes e doses de matéria orgânica. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, n. 3, p. 215-221,

2.000.

BRANCO, R.B.F.; SANTOS, L.G.C.; GOTO R; ISHIMURA, I.; SCHLICKMANN, S.;

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região de Goiânia-GO; Revista Verde; Mossoró; v. 7; n. 3; p. 109-118; 2012.

239

Viabilidade econômica da implantação de teca no sudeste de Goiás

Fernando Timóteo da Silva(1)

; Matheus Pacheco Fernandes(1)

; Steffane Lorrayne da Luz

Brito(1)

; Andrécia Cósmem da Silva(2)

; Matheus da Silva Araújo(3)

(1)

Estudante de Graduação em Engenharia Florestal; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus

Ipameri; Goiás; (2)

Professora; Universidade Estadual de Goiás; Câmpus Ipameri; Goiás. (3)

Doutorando: Universidade de São Paulo; Campus ESALQ; São Paulo.

RESUMO

O trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica da implantação de 6 ha de

Teca em uma propriedade rural no sudeste de Goiás. O estudo foi realizado no primeiro

semestre de 2018, na qual a propriedade possui uma área total de 126 hectares, dos quais

foram selecionados 6 hectares para a implantação de teca. Foram avaliados os pontos fortes e

pontos fracos, as oportunidades e as ameaças da fazenda, assim como a infraestrutura e os

funcionários. Para a análise do estudo, foram utilizados os indicadores: VPL, B/C e Payback.

Com base nos valores obtidos, obteve-se VPL de 2.819.837,24; B/C: 9,04 e Payback de 10

anos. Observa-se que os valores totais dos insumos e serviços foram os dados mais relevantes

sobre o custo da implantação da espécie. Todos os resultados foram satisfatórios para a

implantação de Teca.

Palavras-chave: Custo de implantação, parâmetros de manejo, indicadores econômicos.

INTRODUÇÃO

A Teca (Tectona grandis L.) é uma essência florestal exótica de importância

econômica e social para o Brasil, originária do sudeste asiático (Índia, Myanmar, Tailândia e

Laos), espécie arbórea de grande porte, rápido crescimento e de madeira considerada nobre

(RAPOSO, 2010). A região sob cerrados é a área do Brasil com maior concentração de

reflorestamentos com espécies de rápido crescimento (GRISI, 2005).

Apesar da boa qualidade da madeira e do bom preço de mercado, os plantios de teca

no Brasil totalizavam apenas 67.329 ha, ou seja, 0,9 % da área de florestas plantadas e estão

localizadas nos estados de Mato Grosso, Pará e Roraima (ABRAF, 2013). Destaca-se ainda a

tendência de crescimento no mercado, pela exaustão das madeiras de qualidade oriundas da

floresta natural (REFLORA, 2003, apud BARROSO, 2005).

Devido à sua importância, a espécie tem sido destinada à produção de madeira para

reflorestamento comercial, evitando a exploração inapropriada de espécies nativas (RAPOSO,

2010). A importância e o valor comercial da teca se dão pelas propriedades físico-mecânicas

encontradas em sua madeira que são durabilidade, estabilidade, resistência natural ao ataque

de fungos, insetos e brocas, assim como a rusticidade, resistência a incêndios florestais e a

qualidade da madeira são suas principais características, além dos aspectos qualitativos: cor,

densidade e o desenho (SILVA et al., 2016).

A análise de investimentos compreende não só alternativas entre dois ou mais

investimentos a escolher, mas também a análise de um único investimento com a finalidade

de avaliar o interesse na implantação do mesmo (VERAS, 2001)

O presente trabalho teve como objetivo avaliar a viabilidade econômica da

implantação de 6 hectares de Teca em uma propriedade rural no sudeste de Goiás.

240

MATERIAL E MÉTODOS

O projeto foi realizado no primeiro semestre de 2018, em uma propriedade rural, no

município de Ipameri, no sudeste de Goiás. A região apresenta clima tropical e temperatura

média de 23,9°C, tendo uma latitude de 48°13‘46.94‖O e longitude de 17°34‘23.64‖S. A

propriedade possui uma área total de 126 hectares, dos quais foram selecionados 6 hectares

para a implantação de Teca.

Para a análise da propriedade, foram utilizadas variáveis internas e externas que

podem influenciar diretamente no resultado econômico. Foram avaliados os pontos fortes, e

pontos fracos, as oportunidades e ameaças da fazenda, assim como a infraestrutura e os

funcionários. Segundo o Manual de Cultivo da Teca em 2006, considera o quanto produzir,

com base em uma produção estimada em 300 m³ ha/ano para um ciclo de 21 anos.

Após a análise dos parâmetros e manejo proposto para implantação da Teca (Tectona

grandis) em 6 hectares da fazenda, usando um espaçamento de 3x2 m, totalizou 1.834 plantas

por hectare. Para avaliar o custo da produção da Teca foram observados os custos de

implantação e manutenção num espaço temporal de 21 anos, quando será feito o corte final da

madeira. Foram considerados os custos referentes à mão-de-obra, materiais, insumos,

equipamentos, implementos, colheita, impostos e oportunidade da terra. Sendo que o custo de

oportunidade da terra foi estabelecido conforme o valor médio de arrendamento encontrado

na região sudeste de Goiás no município de Ipameri, que foi de R$ 720,00.

Para a análise dos custos de produção da cultura foi utilizado dois grupos de custos:

custo operacional total (COT) e custo operacional efetivo (COE) (RAMBO et al., 2015). Para

fazer a análise de viabilidade econômica foram utilizados os seguintes indicadores

econômicos: Relação Benefício-Custo (B/C), que mostra o retorno dos investimentos diante

da relação entre a receita total e as despesas. Valor Presente Líquido (VPL) faz-se a

estimativa do valor atual de um fluxo de caixa, usando para isso uma taxa mínima de

atratividade do capital, o projeto é considerado viável quando o VPL for positivo. E por

último foi utilizado o Payback atualizado, pois ele demonstra o período de retorno para

recuperar o investimento inicial. O horizonte corresponde a 21 anos considerando uma taxa de

juros a longo prazo de 6% a.a. (BNDS, 2017).

As análises para obtenção das variáveis serão calculadas e tabuladas com o auxílio do

programa da Microsoft Office Excel, onde serão geradas planilhas de indicadores econômicos

e na sequência tabelas para exposição dos dados obtidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com base nos insumos dos valores obtidos, observa-se que os valores totais dos

insumos e serviços contribuíram respectivamente com 30,2 % e 57,08 % do custo total, sendo

assim, os dados mais relevantes sobre o custo da implantação da espécie.

A planilha de estimativa de custo operacional total (COT) e custo operacional

específico (COE) (RAMBO et al, 2015) e suas despesas com operações mecanizadas e

manuais, e materiais consumidos com os outros operacionais para a cultura, é detalhada na

tabela 1.

Após a obtenção de todos os custos de manejo foi elaborado o custo total da

implantação da Teca. Foi obtido através da soma de todas as despesas durante os 21 anos com

uma taxa de 6 % a.a. totalizando um valor R$ 350.848,24, obtendo uma receita total

atualizada R$ 3.170.685,48, (tabela 2).

241

Tabela 1 – Estimativa de Custo de implantação da Teca em 6 ha para 21 anos.

Descrição Valor Total Percentagem

Insumos R$ 22.138,00 30,2%

Serviços R$230.828,00 57,08%

Custo Operacional Efetivo (COE) R$367.146,60 90,78%

Outras Despesas (10% COE) R$ 36.559,06 9,04%

Custo de Oportunidade da Terra R$ 720,00 0,18%

Custo Operacional Total (COT) R$404.425,66 100%

Tabela 2 – Tabela de custos e receitas em 6 ha durante 21 anos.

Valor total de custos R$350.848,24

Valor total de receitas R$3.170.685,48

Vergara et al., 2017, afirmam que o VPL é um dos métodos mais utilizados e que

apresenta menos falhas, na maioria das situações conduz o resultado correto, porém não

considera o horizonte de planejamento. Para o VPL (Valor Presente Líquido) encontrou-se R$

2.819.837,24.

O BC teve um resultado de 9,04 e demonstrou que é viável o empreendimento para

obter-se lucro. Esse valor se dá pelos pontos fortes da propriedade e mercado consumidor de

madeira da região. Apresentado na (tabela 3). Nesse caso o B/C apresentou maior

demonstração de toda a situação de custeio e retornos com o projeto. Quando associado aos

dados obtidos com VPL trouxe maior confiabilidade e precisão para a análise econômica.

O cálculo do Payback demonstrou que o retorno do investimento foi no 10° ano, após

o primeiro desbaste, obtendo lucro, já que o corte final da teca foi no 21° ano, o que traria um

capital suficiente para cobrir as despesas e gerando lucro ao mesmo.

Ao observar os indicadores de rentabilidade observam-se valores positivos para o

projeto em questão, mostrando a viabilidade do plantio da teca.

Tabela 3 – Indicadores Econômicos com taxa de desconto de 6% a.a, para 21 anos.

VPL BC Payback

2.819.837,24 9,04 10 anos

Os resultados satisfatórios do estudo se devem ao fato da teca ser considerada uma

espécie nobre, com uma grande demanda no mercado e uma baixa oferta, uma vez que a área

plantada de teca ainda é muito inferior quando comparada a outras espécies. Mas é importante

ressaltar que os custos podem não ser retomados no caso de investimentos menores.

Tornando-se necessário uma análise mais rigorosa da produção e dos custos, sendo de suma

importância o conhecimento avançado do empreendimento (LOPES, 2011).

CONCLUSÃO

A implantação da teca apresenta um ótimo valor de retorno de investimento, mostrando

se assim como uma ótima espécie a ser implantada como forma de investimento em longo

prazo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAF. Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Distrito Federal.

Anuário Estatístico da ABRAF 2013.

242

BNDES. Banco Nacional do Desenvolvimento. Distrito Federal. Taxa de Juros de Longo

Prazo. Brasília-DF: BNDS, 2017.

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VENDRUSCOLO, D. G. S. Desempenho Silvicultural de Tectona grandis L. f. em Diferentes

Espaçamentos em Cáceres, MT. Floresta e Ambiente. Seropédica, v.23, n.3, p.397-405.

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243

Viabilidade econômica de cultivar de café Catucaí Amarelo 24/137

resistente à ferrugem sob sistema de irrigação localizada no município de

Ipameri, Goiás

Weslley Ayres Valadão (1)

; Luiz Henrique Barros Cirino (2)

; Danieli da Silva Gregório(2)

;

Francielle Wanderley Ribeiro(2)

; Andécia Cósmem da Silva(3)

(1)

Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri; Ipameri,

Goiás; [email protected]; (2)

Graduando em Agronomia; Universidade Estadual de

Goiás – Campus Ipameri; (3)

Professora do curso de Agronomia e Engenharia Florestal;

Universidade Estadual de Goiás – Campus Ipameri.

RESUMO

Análises econômicas se mostram imprescindíveis na tomada de decisão para início de uma

atividade. O presente trabalho é uma simulação da viabilidade econômica de cafeeiros cv.

Catucaí Amarelo 24/137 sob irrigação por gotejo em uma propriedade no município de

Ipameri. Para as variáveis estimou-se o Fluxo de Caixa, Valor Presente Líquido, Payback,

Taxa Interna de Retorno, Índice IB/C e análise de sensibilidade. As análises são trabalhadas

com os dados e estimativas percorridas, através da construção de tabelas e planilhas com

utilização do Software Microsoft Office Excel 2013 no período de sete anos e a taxa de juros

de 7% a.a. O Índice IB/C obteve valor de 1,48, pressupondo que de lucro se obtém R$ 0,48

para cada uma unidade investida. Os resultados da TIR foi de 137%, ou seja, maior do que a

taxa de desconto, o que significa que o projeto é viável, sob este ponto de vista.

Palavras-chave: Economia, Coffea arábica, gotejo.

INTRODUÇÃO

A produção mundial de café contabiliza 154 milhões de sacas ano-safra 2016/17 e

desse montante 97,3 milhões de sacas provém do café arábica e o Brasil é responsável por

produzir 36% destacando-se como maior produtor mundial. Minas Gerais dentre as

federações é a de maior produção e Goiás exibe a relevância de 7.270 ha com a cultura,

variando de alto a baixo o emprego de tecnologia (CONAB, 2017).

A variação climática e períodos de estiagem exigem aos agricultores à cultura irrigada,

o que eleva os custos na produção. Em contrapartida, permite maior aproveitamento dos

nutrientes pela planta aumentando a produtividade e a qualidade do produto. Mantovani

(2009) e Oliveira (2010) ao estudarem técnicas de efeito econômico para irrigação

perceberam a vantagem do sistema de gotejamento para o cafeeiro, verificando que a

produtividade foi, em média, 50% maior.

O estudo da viabilidade econômica é de suma importância para implantação de uma

cultura e suas tecnologias aplicadas no momento de tomada de decisão como ressalta Whitney

(1988) e Fontes (2012), elucidando a importância dos custos fixos e variáveis em suas

estimações. O custo de produção é um dos principais indicadores que servem como parâmetro

e auxiliam o empresário cafeicultor na sua tomada de decisão, o que certamente vai definir o

sucesso ou não. Objetivou-se, no presente estudo, avaliar a viabilidade econômica da

implantação de cafeeiros da cultivar Catucaí Amarelo 24/137 sob sistema irrigado por gotejo

em uma propriedade no município de Ipameri, Goiás.

244

MATERIAL E MÉTODOS

O empreendimento encontra-se na região Centro-Oeste no Munícipio de Ipameri - GO

localizado à 48° 09‘ 35‖ de longitude e 17° 43‘ 19‖ S de latitude. A propriedade totaliza uma

área de 166 ha, com 64 ha de pastagem, 23 ha de áreas de preservação permanente, 33 ha de

reserva legal, e 46 ha de Cerrado. O clima é considerado como Tropical semiúmido e o solo

característico é um Latossolo Vermelho-Amarelo. Para a implantação e condução da cultura

se planejou o preparo da área como: aração, gradagem, calagem, gessagem e adubação,

nivelamento do solo e curvas de níveis, controle de plantas daninhas e aplicação de

defensivos agrícolas. O plantio é de mudas cv. Catucaí Amarelo 24/137 que apresenta porte

baixo, resistência à ferrugem do cafeeiro, tem alta produtividade e resulta em bebida de ótima

qualidade. A densidade de plantio é de 3,2 x 0,5m para que seja possível colheita mecanizada,

sendo um plantio adensado com 6.200 plantas/ha, estimando-se uma produtividade média

para a cultivar de 36 sc/ha. Para escoação da produção há centros de distribuição aos

arredores como a empresa Segafredo Zanetti- Brasília, Brasil, especializada em

comercialização de café, comprando a saca no valor de R$ 454,28, assim como foi cotado.

Tabela 1. Custos da implantação do projeto

Componentes de custos Valor/1ha (R$) Valor total/20ha (R$) Participação (%)

Insumos R$ 6.209,36 R$ 124.187,20 58,39

Manutenção R$ 1.093,39 R$ 21.867,76 10,28

Colheita R$ 815,96 R$ 16.319,20 7,67

Outros R$ 86,50 R$ 1.730,00 0,81

Irrigação R$ 1.461,57 R$ 29.231,34 13,74

Total (R$) R$ 9.666,78 R$ 193.335,50 90,91

Custos Adicionais (10%) R$ 966,68 R$ 19.333,55 9,09

Total (R$) R$ 10.633,46 R$ 212.669,05 100,00 *Taxa de atualização de juros corrigidos a 7%a.a.

Quanto aos indicadores econômicos foi utilizado o Fluxo de Caixa (entrada e saída de

dinheiro), Valor Presente Líquido (VPL) que se determina um valor no instante inicial e ao

final do projeto indicando sua viabilidade pela diferença positiva entre receitas e custos

atualizados. Payback Simples (PBS) corresponde ao período de tempo necessário para que o

capital investido inicialmente no projeto seja recuperado. Taxa Interna de Retorno (TIR)

refere-se à taxa de desconto que iguala o VPL de um projeto a zero, sendo a taxa composta

que o projeto pode gerar. Índice IB/C é a razão entre o fluxo esperado de benefícios de um

projeto e o fluxo esperado de investimentos necessários para realizá-lo.

As análises são baseadas em dados quantitativos e no acervo literário da cultura para a

região Centro-Oeste, assim como o emprego de tecnologias e a média de produtividade.

Trabalhadas com os dados e estimativas percorridas, através da construção de tabelas e

planilhas com a ajuda e utilização do Software Microsoft Office Excel 2013 no período de

sete anos e a taxa de juros de 7% a.a.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

.

A receita da cultura do café atingiu um valor total de R$ 327.081,60 ao ano como é

descrito na tabela 1, assim esperando uma média de produtividade de 36 sc/ha, sendo razoável

para as condições edafoclimáticas da região e com potencial de ir além, assim como o

245

encontrado por Bonomo et al., (2008) que avaliou a produtividade de diferentes cafeeiros no

solo de Cerrado goiano da variedade Catucaí sob sistema de irrigação por gotejo e obteve

média de produtividade de 44,02 sc/ha que é similar a encontrada por Soares (2005) e inferior

a de Silva (2005) que alcançou produtividade média de 79 sc/ha.

Tabela 1. Receita da cultura do café anual.

Atividade Área

(ha) Und. Quant.

Valor unitário

(R$)

Valor total

(R$)

Café 20 Sc 720 454,28 327.081,60

TOTAL

(R$) - - - - 327.081,60

No presente trabalho o Payback apresentou que no 2° ano do projeto já há retorno

financeiro líquido com todo o capital inicial investido recuperado, assim observa-se na Tabela

2. O Payback Econômico está ligado ao valor líquido e a época que o empreendimento se

custeia e inicia uma margem de lucro, tendo a recuperação do capital investido (OLIVEIRA

et al., 2015).

Tabela 2. Payback atualizado.

Ano 0 (R$) Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$)

-181.703,29 -45.835,71 81.689,12 199.430,02

Ano 4 (R$) Ano 5 (R$) Ano 6 (R$) Ano 7 (R$)

310.405,48 414.247,48 511.166,35 602.027,79

O Fluxo de caixa para o projeto está descrito na Tabela 3, sendo construído

anualmente, note que no início o saldo consta como negativo e ao final se positiva,

evidenciando que a receita superou as possíveis despesas e acumulou um montante ao longo

dos sete anos.

A Tabela 4 apresenta os indicadores econômicos como Valor Presente Líquido, o

Índice Benefício/Custo (IB/C) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). O VPL foi superior ao valor

investido tendo então uma taxa de atratividade. Pode-se concluir que, o projeto é

economicamente viável com expressividade de R$ 568.821,74 de lucro obtido corrigido ao

horizonte dos sete anos de investimento. O Índice Benefício/Custo (IB/C) representa o lucro

do negócio corrigido pela taxa de juros, de tal maneira que para cada R$ 1,00 investido de

unidade monetária gera um retorno de R$ 1,48, ou pressupõe que de lucro se obtém R$ 0,48

por unidade investida, sendo considerada uma margem excepcional. Os resultados da Taxa

Interna de Retorno (TIR) foram de 137%, ou seja, maior do que a taxa de desconto, sob este

ponto de vista torna o valor dos lucros futuros superior aos gastos realizados com o projeto,

caracterizando uma boa taxa de remuneração (CUNHA et al., 2015).

246

Tabela 3. Fluxo de caixa

Tabela 4. Resumo dos indicadores econômicos.

VPL R$ 568.821,74

IB/C 1,48

TIR 137%

CONCLUSÃO

O cultivo do café Catucaí Amarelo 24/137 se mostrou uma prática rentável e com

grande potencial para expansão e produtividade na região de Ipameri- GO.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BONOMO, R.; OLIVEIRA, L. F. C.; NETO, A. N. S.; BONOMO, P. Produtividade de

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v.38, n. 4, p. 233-240, out./dez. 2008.

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safra brasileira de Café. – Safra 2017, n.1 - Primeiro Levantamento, Brasília, v. 4 – Safra

2017, n.1 -Primeiro Levantamento, Brasília, p. 1-98, jan.2017. Disponível em:<

http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/levantamento/conab_safra2017_n1.pdf>Aces

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247

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métodos. 3. 1 ed. Viçosa, MG: UFV, 2009. 355 p.

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resistência à ferrugem. In: IX Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil 24 a 26 de junho

de 2015., Curitiba. Anais... Paraná, PR: Consórcio Pesquisa Café, 2015. 1 CD-ROM.

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do Brasil, 4., Londrina. Anais... Brasília, DF: Embrapa Café, 2005. 1 CD-ROM.

SOARES, A. R. Avaliação do efeito da aplicação de diferentes lâminas de irrigação na

produtividade do cafeeiro para a região do cerrado de Minas Gerais. In: Simpósio de

Pesquisas de Cafés do Brasil, 4., Londrina. Anais... Brasília, DF: Embrapa Café, 2005. 1

CD-ROM.

WHITNEY, B. Choosing and using farm machines. 1. 1 ed. Edinburgh: Land Technology,

1988. 412 p.

248

Eficiência de diferentes eventos transgênicos no controle Spodoptera

frugiperda em milho sob doses de nitrogênio

Cecília Leão Pereira Resende

(1); Leandro Ferreira Damaso

(1); Mateus Américo Moreira

(2);

Luís Augusto Batista de Oliveira(1)

; Fabrício Rodrigues(3)

(1)

Mestrandos em Produção Vegetal; Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri,

[email protected]; (2)

Graduandos em Agronomia, Universidade Estadual de Goiás –

Câmpus Ipameri, Goiás; (3)

Professor, Universidade Estadual de Goiás – Câmpus Ipameri.

RESUMO

Os solos pobres em nutrientes são um dos principais fatores ambientais que influenciam na

produtividade da cultura do milho (Zea mays), sendo as plantas exigentes em nitrogênio (N)

por limitar na produtividade de grãos. Milho Bts são híbridos contendo genes específicos da

bactéria Bacillus thuringiensis, produtora de proteínas inseticidas tóxicas a lepidópteros-

praga, fornecendo maior resistência as plantas com máxima eficiência. O objetivo do trabalho

foi avaliar à resistência dos híbridos ao ataque da Spodoptera frugiperda em milho. O

delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, no arranjo fatorial de 3 x 3

x 5 (três tecnologias, em três doses de nitrogênio, em cinco períodos), com três repetições. Os

híbridos com tecnologia transgênica (Bt) apresentaram menores danos, quando comparados

convencional, independente da dose de nitrogênio.

Palavras-chave: Zea Mays; adubação nitrogenada; milho em grão.

INTRODUÇÃO

Solos pobres em nutrientes são um dos principais fatores ambientais que influenciam

na produtividade da cultura do milho (Zea mays). Nos últimos anos, estudos científicos

comprovaram que com um melhor aproveitamento da utilização e absorção dos nutrientes, as

plantas responderam com maior eficiência nutricional (GONDIM et al., 2010).

A cultura do milho é exigente em nitrogênio (N) por ser o nutriente absorvido em

maior quantidade, sendo também o mais limitante na produtividade de grãos (FARINELLI;

LEMOS, 2012). Uma das principais pragas da cultura do milho é lagarta do cartucho,

Spodoptera frugiperda (J. E. Smith), a qual tem preferência ao período vegetativo, causando

injúrias foliares (preferência por folhas novas) e no estádio reprodutivo atacam os pendões e

as espigas, assim comprometendo até 60% da produção (MORAIS et al., 2016).

Os milhos geneticamente modificados (milho Bt) são híbridos contendo genes

específicos da bactéria Bacillus thuringiensis produtora de uma ou mais proteínas inseticidas

tóxicas a lepidópteros-praga, na qual promovem resistência, com máxima eficiência

(MICHELOTTO et al., 2011). Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar à resistência

de híbridos de milho, com e sem tecnologia Bt, ao ataque da Spodoptera frugiperda em

milho.

249

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na Universidade Estadual de Goiás, localizada no

município de Ipameri, GO (Lat. 170 43‘ 19‘‘ S, Long. 480 09‘ 35‘‘ W, Alt. 773 m), em solo

classificado como Latossolo Vermelho distrófico, conforme EMBRAPA (2013), na safra de

verão de 2015/2016.

O preparo do solo foi realizado de maneira convencional, com uma aração e duas

gradagens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com três

repetições, no arranjo fatorial de 3 x 3 x 5 (três híbridos, em três doses de nitrogênio em cinco

períodos distintos). As parcelas apresentavam uma área útil de 3 m2, sendo constituída por

duas fileiras, com 3 m de comprimento, espaçadas a 0,5 m.

Os híbridos comerciais de milho utilizados e suas respectivas tecnologias foram

30A77 PW/MG 652 PW (Cry1A.105/Cry2Ab2/Cry1F) – tecnologia PW, NS 90 VT PRO2

/NS 92 VT PRO (Cry1A.105/Cry2Ab2) – Tecnologia VT PRO e o AG1051 (controle) -

Convencional.

Foram realizadas a calagem e a adubação para a cultura do milho, de acordo com a

Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999), com base na

análise de solo. Na adubação de plantio, apenas as doses de nitrogênio (N) variaram, sendo

zero de N (sem aplicação), 80 kg ha-1

e a 160 kg ha-1

, sendo 20% aplicado no plantio e, 80%,

em cobertura, no estádio V6. Os outros nutrientes foram aplicados doses de 90 kg ha-1

de

potássio (K2O) e 120 kg ha-1

de fósforo (P2O5) em semeadura, usando cloreto de potássio

(KCl) e superfosfato triplo (SFT) respectivamente.

O plantio foi realizado de forma manual, distribuindo cinco sementes por metro

linear.

O controle de lagartas foi feito apenas no híbrido convencional, com o inseticida

Belt®, na dose de 150 ml ha

-1, no estádio V5.

Os danos ocasionados por Spodoptera frugiperda foram avaliados no intervalo de 20

dias, totalizando cinco avaliações, iniciando no 30º até 110º dia, após a semeadura,

posteriormente, transformados em média. Estes foram feitos por avaliações visuais de cada

parcela, com uma escala de notas, com variação entre 0 e 9, para avaliação de danos da S.

frugiperda, no cartucho e folhas do milho, adaptada por Davis et al., (1992), os quais foram

transformados em dano foliar médio (Dano).

Para interpretação dos dados foi feita a análise de variância e regressão dos dados,

utilizando o programa Estatístico SISVAR (FERREIRA, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Avaliando os danos ocasionados pela Spodoptera frugiperda nos híbridos de milho,

observa-se que o convencional, quando comparado com aos transgênicos, apresentou maiores

notas de danos independente da dose de nitrogênio utilizada, sendo nota 4, na dose de 80 kg

ha-1

e nota 4,33 nas doses de 0 e 160 kg ha-1

(Figura1).

Corroborando com estes resultados, Bedin et al. (2015), em seus trabalhos

comparando híbridos de milhos convencionais e Bt, quanto a eficiência dos eventos

HERCULEX®, VT PRO™ e POWERCORE™ no controle de Spodoptera frugiperda,

comprovaram que híbridos convencionais receberam nota média de dano 9 (escala DAVIS),

na qual as plantas foram avaliadas como totalmente destruídas, divergindo deste trabalho.

Os híbridos com eventos transgênicos e o híbrido convencional tiveram maior ataque

durante a fase de pendoamento do milho quando não adubados, sendo o convencional aos 61

dias, VT PRO aos 83 dias e o PW com 76 dias. Nessa fase, a cultura está mais susceptível às

insetos pragas devido as plantas estarem totalmente expostas, vigorosas e atrativas neste

período (Figura 1).

250

― y (PW) = -0.0012x2 + 0.1817x - 3.031 (R² = 0.79)

― y (VT PRO) = -0.0013x2 + 0.215x - 4.8857 (R² = 0.93)

― y (convencional) = -0.0007x2 + 0.0867x + 1.1988 (R² = 0.72)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

― y (PW) = -0.0004x2 + 0.0817x - 1.278 (R² = 0.77)

― y (VT PRO) = -0.0004x2 + 0.0817x - 0.875 (R² = 0.65)

― y (Convencional) = 0.0006x2 - 0.0832x + 6.0375 (R² = 0.66)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

― y (PW) = -0.0009x2 + 0.15x - 3.6107 (R² = 0.84)

― y (VT PRO) = -0.001x2 + 0.1617x - 3.2821 (R² = 0.93)

― y ( Convecional) = -0.0014x2 + 0.2033x - 3.3631 (R² = 0.95)

0

1

2

3

4

5

30 50 70 90 110

Dan

o (

no

ta)

DAS (Dias após semeadura)

(A)

(B)

(C)

Figura 1. Dano relacionado a diferentes tecnologias transgênicas durante o ciclo da cultura do

milho (30 a 110 dias), em diferentes doses de nitrogênio, sendo 0 kg ha-1

de N (A), 80 kg ha-1

de N (B) e 160 kg ha-1

de N (C).

O convencional, quando adubado na metade da dose recomendada (80 kg ha-1

), obteve

maiores injúrias em todo o ciclo da cultura, consequentemente, os ataques provocados

acarretam menores produtividades no milho (Figura 1). Perteline et al. (2014), avaliando

híbridos convencionais e híbridos que expressam diferentes proteínas Bt, com relação ao dano

da lagarta e seu desenvolvimento biológico, obtiveram resultados em que a área foliar

consumida pelas lagartas foi maior no híbrido convencional testado, confirmando os

resultados.

251

Nas doses de 80 e 160 kg ha-1

, os híbridos 30A77 PW/MG 652 PW que contem

tecnologia Powercore (PW) sofreram menores danos da lagarta S. frugiperda, isso ocorre

possivelmente por expressarem uma proteína a mais que os híbridos com tecnologia

YieldGard VT PRO (Figura 1). Barcelos e Angelini (2018) estudando o dano da Spodoptera

frugiperda em milho de diferentes tecnologias Bt, constataram que a tecnologias Powercore

(2B587PW) e Viptera3 (Impacto) apresentaram efetivas na proteção da cultura em relação à

S. frugiperda.

CONCLUSÃO

O híbrido convencional AG 1051 sofre maiores danos da Spodoptera frugiperda

quando comparado com os híbridos de tecnologia Bt em diferentes doses de nitrogênio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARCELOS, P. H. S.; ANGELINI, M. R. Controle de Spodoptera frugiperda (Smith, 1797)

em diferentes tecnologias Bts (Bacillus thuringienses) na cultura do milho. Revista de

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GERAIS. Mamona. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G. & ALVAREZ V., V.H., eds.

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FARINELLI, R.; LEMOS, L. B. Nitrogênio em cobertura na cultura do milho em preparo

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FERREIRA, D. F. (2011). Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e

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cartucho em híbridos de milho com diferentes tecnologias Bt. Revista Ciências Exatas e da

Terra e Ciências Agrárias, v. 9, n. 2, p. 58-65, 2014.

252

Integração da Universidade Estadual de Goiás com o Colégio Aprov COC

Carla Aparecida Alves Da Silva(1)

; Matheus Felipe Alves Costa Troncha(2)

; Tatiane Jacinto

dos Santos(2)

; João Victor Inácio Ayres(2)

; Adalberto Antunes de Medeiros Neto(3)

(1)

Técnico Administrativo da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri,

[email protected]; (2)

Estudante do curso de Agronomia Universidade Estadual de

Goiás, Câmpus Ipameri; (3)

Professor, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri.

RESUMO

Uma representante do colégio Aprov COC juntamente com a Universidade Estadual de Goiás

Câmpus Ipameri – UEG, desenvolvemos um Projeto na área de meio ambiente e alimentação

saudável, sendo um Projeto de Extensão da UEG chamado ―PRODUÇÃO DE MUDAS

FLORESTAIS‖. Foram plantadas 9 (nove) mudas frutíferas e 12 (doze) florestais no Colégio

Aprov COC de Ipameri entre abril a junho de 2018. O objetivo do trabalho foi a

conscientização e a preservação de algumas espécies de plantas e árvores florestais, além de

oferecer aos alunos, professores e funcionários do Colégio uma cartilha sobre como plantar,

cultivar e preservar, contendo técnicas e instruções normativas. Desenvolvemos um trabalho

de conscientização sobre a importância de uma boa alimentação e conservação do meio

ambiente, com discentes, docentes e funcionários. A parceria entre o Colégio Aprov COC e

Universidade foi firmada possibilitando realizar este Projeto através de um grupo de extensão

já existente na UEG, formado por alunos e funcionários. Foram desenvolvidas palestras,

plantio de mudas frutíferas e florestais e dinâmicas com os alunos do ensino fundamental e

médio. Após esse período de integração o resultado foi satisfatório devido a conscientização

dos alunos em ter uma alimentação saudável ao aprendizado e em separar o lixo orgânico do

não orgânico.

Palavras-chave: Mudas florestais, Meio Ambiente, Alimentação.

INTRODUÇÃO

Integrar a comunidade acadêmica com as escolas municipais e particulares e um

Projeto que já vem sendo desenvolvido pela Universidade através de diferentes projetos de

extensão. O interesse por desenvolver um projeto sobre conscientização ambiental e

importância de uma alimentação saudável partiu do Colégio Aprov COC que através de uma

representante procurou a Universidade para que houvesse essa parceria, de desenvolver um

dos projetos de extensão no Colégio. Segundo Atié (1999, p. 3), em sua análise sobre a escola

pública: ―Hoje, o desafio que se coloca diante da escola é fornecer educação e informação

para toda a vida... ela precisa romper seus muros e estar plenamente inserida no seu tempo e

na comunidade a qual pertence.‖

A importância de uma boa alimentação vem sendo analisada e divulgada cada dia mais

devido ao aumento das principais doenças cardiovasculares. De acordo com Castro (2004), a

importância alimentar está diretamente ligada com o aumento ou não das doenças

cardiovasculares e explica como uma boa alimentação pode diminuir os riscos destas doenças. Uma das metas deste projeto é oferecer aos alunos, professores e funcionários do

Colégio a oportunidade de plantar mudas frutíferas para que futuramente possa introduzi-las

253

na sua alimentação diária tornando-as mais saudável e o plantio de mudas florestais para

tornar o ambiente ecológico. Os alunos envolvido no projeto plantam e executam os tratos culturais das frutíferas e

florestais, estes alunos são acompanhados por um professor responsável, o qual avalia os

mesmos que além do aprendizado obtêm experiência em projeto de extensão, sendo que o

produto final que foi a cartilha informativa, instrutiva.

MATERIAL E MÉTODOS

Palestras e dinâmicas de conscientização, também foram utilizadas em diferentes

horários, como ferramentas de informações para 165 alunos e 32 funcionários. Uma das palestras foi realizada no dia 19 de abril nos períodos matutino, com 98

alunos e vespertino, com 67, sendo no período matutino para os jovens entre 11 a 16 anos de

idade que cursam entre a sexta série ao nono ano do ensino fundamental e no período

vespertino para as crianças entre 1 a 11 anos de idade, que cursam entre o maternal da

educação infantil, e do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, esta primeira palestra

abordou o assunto sobre uma alimentação saudável, com os alunos de 1 a 5 anos foram

distribuídas figuras de alimentos saudáveis e passado um vídeo com fotos já para os alunos

entre 6 a 11 anos neste mesmo período foi também passado um vídeo juntamente com a

palestra e no final um momento de bate papo sobre o assunto.

A visita dos alunos do Colégio Aprov COC à UEG aconteceu no dia 17 de maio, onde

os alunos e funcionários do Colégio puderam visitar o viveiro florestal, laboratórios e o

campo aprendendo sobre mudas frutíferas e florestais, durante toda visita os alunos foram

acompanhados por um professor uma funcionária e três alunos do curso de agronomia da

Universidade, que explicavam cada setor visitado, no mesmo dia aconteceu uma palestra após

a visita abordando sobre o assunto mudas frutíferas e florestais, o método utilizado nesta

palestra foram explicações sobre as dúvidas sobre o tema proposto no projeto na visita

Nas palestras proferidas durante as atividades, os alunos puderam compreender a

diferença de um alimento perecível e de outro não perecível e como fazer os seus descartes, as

diferenças sobre mudas frutíferas e mudas florestais, como plantar, como cultivar e cuidar.

Utilizamos a aula expositiva, palestras, mudas, slides explicativos, visita in loco, plantação de

mudas em solo, confecção do material instrutivo e distribuição.

Visita ao Viveiro

De acordo com Oliveira (2011) viveiro é o ambiente/local onde germinam e se

desenvolvem todo tipo de planta. É nele que as mudas serão cuidadas até adquirir idade e

tamanho suficientes para serem levadas ao local definitivo, onde serão plantadas. Os viveiros

contam com diferentes tipos de infraestrutura, que vão depender do seu tamanho e de suas

características.

Os alunos do Colégio Aprov COC foram levados através do transporte cedido pela

UEG Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. Conhecer as condições diversas de

um viveiro de produção de mudas, tais como: se é zona urbana ou rural, disponibilidade de

água, disponibilidade de mão de obra e facilidade para distribuição.

Insumos de Produção

As sementes para a produção das mudas foram algumas compradas como Mamão e

Laranja e outras coletadas no próprio Câmpus, Mangaba, Mangostinho, Gabiroba e Cagaita,

sementes coletadas no próprio Câmpus, Após essa compra e essa coleta as sementes foram

254

acondicionadas em caixas de areia para a germinação e depois foram transferidas para sacos

plásticos preto 10cm x 20cm próprios para mudas. O substrato dos sacos continha terra de

subsolo e esterco bovino curtido, a proporção foi de acordo com cada espécie. Essas mudas

foram produzidas pelos alunos do 1° período de Agronomia, acompanhados e orientados pelo

Professor Adalberto Antunes de Medeiros Neto, ao todo foram produzidas 20 mudas de

Mamão, 20 mudas de Laranja, 12 mudas de Mangaba, 5 mudas de Mangostinho. 8 mudas de

Gabiroba e 3 de Cagaita, somente algumas foram plantadas no Colégio e as outros ficaram no

viveiro.

O substrato destina-se a sustentar as plantas durante o enraizamento e servir de fonte

de nutrientes para as plantas. Um meio ideal é aquele que tem porosidade suficiente para

proporcionar aeração adequada, que apresente boa drenagem e tenha capacidade de retenção

de líquido satisfatória para oferecer umidade adequada.

Os padrões nutricionais podem ser obtidos experimentalmente em cultivos sob

condições controladas ou a campo, e também em plantios comerciais, considerando-se a

produtividade. De acordo com Malavolta et al. (1997), pode-se considerar como ―padrão‖

culturas que apresentem uma produtividade de pelo menos três vezes a média nacional. Tais

plantas, certamente, devem ter nos seus tecidos, todos os nutrientes em quantidades e

proporções adequadas, não mostrando sintomas visíveis de carência.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado foi alcançado, os alunos e os professores aderiram a uma alimentação mais

saudável substituindo o tipo de lanche de salgadinhos para frutas, o Colégio estendeu o

projeto aos pais dos alunos para que não só incentivasse os filhos como, também adotassem

esse novo estilo de alimentação saudável e conservação do meio ambiente, tendo como

material de apoio as cartilhas instrutivas. ―Uma vida participativa torna mais fácil a

comunicação entre as pessoas da comunidade e também entre pais e filhos que acabam

ajudando uns aos outros‖ (VIANNA, 1986, p. 84)

CONCLUSÃO

Ao término deste projeto conclui – se que ambas as partes envolvidas universidade /

comunidade, ficaram satisfeitas com o resultado obtido e os seus efeitos perante alunos,

professores e funcionários de todas as partes, após esse período de 3 três meses integração os

165 alunos e 37 funcionários do Colégio teve a conscientização em ter uma alimentação

saudável e a preservação do meio ambiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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VIANNA, I. O. A. Planejamento Participativo na Escola: um desafio ao educador. São

Paulo: EPU, 1986.

256

Emergência e desenvolvimento de coentro em função de adubação orgânica

e de enriquecimento com adubo mineral

Alexandre Augusto Pacheco(1)

; Edimar Marcelino Dias(1)

; Paulo Ricardo Lopes(1)

; Adílson

Pelá(2)

; Marcelo Ribeiro Zucchi(2)

(1)

Estudante de Agronomia, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri, Goiás,

[email protected]; (2)

Professor, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus

Ipameri.

RESUMO

Os objetivos deste trabalho foram à avaliação da emergência e formação de mudas de coentro

das cultivares ―Americano Gigante‖ (AG) e ―Português‖ (P), em função da adubação orgânica

e do enriquecimento por adubação mineral. O experimento foi conduzido em ambiente

protegido com telados, na fazenda experimental do Campus Ipameri da Universidade Estadual

de Goiás, em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 5, sendo as duas

cultivares e cinco substratos - terra de subsolo da localidade (testemunha), terra de subsolo

mais cama de aviário (CA)(2/1 v/v), terra de subsolo mais CA (2/1 v/v) mais enriquecimento

com NPK, terra de subsolo mais esterco bovino (EB)(2/1 v/v) e terra de subsolo mais EB (2/1

v/v) mais enriquecimento com NPK., totalizando dez tratamentos com quatro repetições cada.

As seguintes variáveis foram analisadas, porcentagem de emergência (PE), índice de

velocidade de emergência (IVE), tempo médio de emergência (TME), altura das plântulas

(AP) e número de folhas (NF). Os substratos compostos por solo e EB (com ou sem

enriquecimento químico) propiciaram bons resultados de emergência (PE ˃ 79%, IVE ≥ 7,8 e

TME de no máximo 11 dias) e desenvolvimento inicial das plântulas (AP ≥ 3,0 cm e NF de

no mínimo 4 folhas para as duas cultivares avaliadas.

Palavras-chave: Olerícola, condimentar, produção de mudas, substratos.

INTRODUÇÃO

O coentro (Coriandrum sativum L.) é uma hortaliça condimentar de ciclo anual que

pertence à família Apiaceae. Ela é amplamente produzida e consumida no Brasil, onde grande

número de produtores está engajado com a sua exploração (SOUZA et al., 2011). Conforme

Pereira et al. (2011), essa hortaliça é herbácea anual e possui porte baixo, normalmente entre

7 e 15 cm de altura, variando em função da cultivar e da adubação.

A cultura se adapta bem a regiões de clima quente e é intolerante a baixas

temperaturas, sendo as colheitas iniciadas aos 50 a 70 dias após semeadura, assim que as

folhas estiverem bem desenvolvidas (FILGUEIRA, 2008). Essa hortaliça possui um ciclo

curto em nossas condições climáticas e boa emergência, trazendo rápido retorno econômico

para os produtores (PEREIRA, 2012).

Para a obtenção de mudas vigorosas, uniformes e um estande com produtividade e

qualidade, tem-se como pré-requisito a alta qualidade das sementes utilizadas (COSTA et al.,

2008). Por estar diretamente relacionada ao estabelecimento das plântulas em campo, a

qualidade fisiológica das sementes é motivo de preocupação e recebe maior atenção do

agricultor (NASCIMENTO et al., 2011).

257

O tipo de substrato também deve ser considerado para que ocorra boa germinação e

desenvolvimento inicial das plântulas. O substrato deve apresentar características físicas,

químicas e biológicas apropriadas, de modo a facilitar a emergência, e também o

desenvolvimento e atividade do sistema radicular (MAURI et al., 2010). Conforme Moreau

(2011), os substratos possuem a função principal de fornecer sustentação às sementes, como

também água e nutrientes, que são as condições pertinentes ao seu desenvolvimento.

Os objetivos deste trabalho foram à avaliação da emergência e formação de mudas de

duas cultivares de coentro, em função da adubação orgânica e do enriquecimento por

adubação mineral.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em ambiente protegido com telados, na fazenda

experimental do Campus Ipameri da Universidade Estadual de Goiás, no município de

Ipameri, Estado de Goiás, com altitude de 790 m, latitude de 17º 41‘ S e longitude de 48º 11‘

O. Segundo a classificação de Köppen-Geiger, a região possui um clima tropical úmido, do

tipo Aw (CARDOSO et al., 2014).

As sementes utilizadas foram de duas cultivares de coentro, AG e P. Para a primeira

cultivar foram utilizadas sementes da Horticeres Sementes Ltda, as quais segundo o

fabricante, possuem 85% de germinação e pureza de 99%. Para a segunda cultivar, foram

utilizadas as sementes da Agristar do Brasil Ltda, que apresentam, segundo o fabricante, 75%

de germinação e pureza de 99%.

O experimento foi realizado com um delineamento inteiramente casualizado (DIC) em

esquema fatorial 2 x 5, sendo duas cultivares e cinco substratos, num total de dez tratamentos

com quatro repetições cada. Para isto, foram utilizadas 10 bandejas de 200 células para

produção das mudas, sendo que cada tratamento teve quatro repetições de 50 células. Os

substratos testados para cada cultivar foram: terra de subsolo da localidade (testemunha), terra

de subsolo mais CA (2/1 v/v), terra de subsolo mais CA (2/1 v/v) mais enriquecimento com

NPK, terra de subsolo mais EB (2/1 v/v) e terra de subsolo mais EB (2/1 v/v) mais

enriquecimento com NPK. Para este enriquecimento, foram aplicados 0,45 g de ureia / L de

substrato; 0,67 g de supertriplo / L de substrato; e 0,33 g de KCl / L de substrato.

A semeadura foi realizada no dia 04 de maio de 2018, com duas sementes por célula, a

1 cm de profundidade. A irrigação no ambiente protegido foi realizada por microaspersão

manual por meio de um borrifador, duas vezes por dia, no início da manhã e no final da tarde,

procurando manter o substrato sempre úmido de modo a satisfazer as necessidades hídricas da

cultura.

O procedimento para caracterizar a estabilização da emergência das plântulas consistiu

em contagens diárias de plântulas emergidas em função da quantidade de sementes. Para cada

tratamento, após a repetição do resultado da contagem em três dias consecutivos, cessaram-se

as anotações. Assim, foram mensurados a PE, o IVE e o TME. Aos 23 dias após a semeadura

(DAS) foram tomadas as medidas de AP e seus respectivos NFs, para 20 mudas de cada

repetição, com o intuito de averiguar quais tratamentos propiciariam uma melhor qualidade de

mudas de coentro para o transplantio.

Todos os resultados foram submetidos à análise de variância e, nos casos em que o

teste F foi significativo, realizou–se o teste de Scott-Knott para a comparação múltipla das

médias dos tratamentos (ambos com p<0,05). Na realização das análises foi adotado o

software SISVAR 5.4 (FERREIRA, 2010).

258

RESULTADOS E DISCUSSSÃO

Para a cultivar AG, os melhores resultados para emergência das plântulas - PE

acima de 80%, IVE ≥ 7,8 e TME em torno de 11 dias - foram obtidos com os substratos

compostos por solo e EB (com ou sem NPK) e por solo somente, não havendo diferenças

significativas entre esses tratamentos. Os resultados de PE foram superiores aos verificados

por Machado e Marreiros (2016), em semeaduras utilizando substratos comerciais. Para AP e

NF, os maiores valores - ≥ 3,3 cm e 4 folhas, respectivamente – também foram verificados

para os substratos compostos por solo e EB (com ou sem NPK). Quando os substratos

utilizados foram compostos por solo e CA, tanto os resultados de emergência quanto os de

desenvolvimento das plântulas foram afetados, notando-se especial redução quando

enriquecido com NPK – PE = 47,3%, IVE = 2,5, TME = 18,5 dias, AP = 1,5 cm e NF = 2

(Tabela 1). Essa diminuição nos valores de emergência e desenvolvimento inicial das

plântulas desta cultivar, possivelmente foi uma consequência prejudicial do excesso de sais

nesses substratos contendo CA, principalmente quando enriquecido com adubo químico.

Com relação à cultivar P, os resultados mais importantes para emergência das

plântulas – PE ˃ 79%, IVE ≥ 8,0 e TME < 11 dias - foram constatados apenas nos substratos

compostos por solo e EB (com ou sem NPK). Também para esta cultivar, os resultados de PE

foram superiores aos constatados por Machado e Marreiros (2016). Quanto ao

desenvolvimento das plântulas, os maiores valores de AP e NF - ≥ 2,8 cm e ≥ 3,5 folhas,

respectivamente - foram registrados em todos os substratos compostos, sejam por solo e EB,

sejam por solo e CA (tanto com, quanto sem NPK). Assim como foi verificado para a cultivar

AG, os substratos compostos por solo e CA influenciaram negativamente a emergência das

plântulas da cultivar P, de modo bastante significativo quando enriquecido com NPK – PE =

15,5%, IVE = 0,8 e TME = 19,5 dias. Possivelmente, o excesso de sais nestes substratos

também foi prejudicial para a germinação das sementes desta cultivar. Por outro lado, o

desenvolvimento das plântulas desta cultivar no substrato solo (sozinho) resultou em AP e NF

significativamente menores – 2,0 cm e 3 folhas, respectivamente (Tabela 1), evidenciando que

provavelmente os nutrientes foram insuficientes neste substrato para um melhor

desenvolvimento das plântulas.

TABELA 1. Resultados de emergência e desenvolvimento inicial das plântulas de coentro em

função dos substratos utilizados – Ipameri, GO – 2018.

Variáveis PE (%) IVE TME (dias) AP (cm) NF

Substratos/Cultivares AG P AG P AG P AG P AG P

Solo + EB 92,0a 87,8a 8,8ª 8,5a 11,0a 10,8a 4,0a 3,3a 4,0a 4,0a

Solo + EB + NPK 92,5ª 79,8a 9,0a 8,0a 10,8a 10,3a 3,3b 3,0a 4,0a 4,0a

Solo 83,3ª 75,3b 7,8ª 5,5b 11,3a 13,3b 2,0c 2,0b 3,0b 3,0c

Solo + CA 70,0b 70,3b 5,5b 5,5b 13,5b 13,0b 2,0c 2,8a 3,0b 3,5b

Solo + CA + NPK 47,3c 15,5c 2,5c 0,8c 18,5c 19,5c 1,5d 3,0a 2,0c 4,0a

CONCLUSÃO

Os substratos compostos por solo e esterco bovino (com ou sem enriquecimento

químico) propiciam melhores resultados de emergência das plântulas para ambas cultivares de

coentro, ―Americano Gigante‖ e ―Português‖. Do mesmo modo, esses substratos também

possibilitam um maior desenvolvimento das mudas para a cultivar AG.

Já para as mudas da cultivar P, melhores resultados de desenvolvimento são obtidos

independente da adubação orgânica utilizada, seja EB ou CA, com ou sem complementação

com adubo químico.

259

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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