Bibliotecas físicas ou virtuais?reengenharia de espaços, serviços e competências nas bibliotecas universitárias do sécXXI

BIBLIOTECAS FÍSICAS

OU

VIRTUAIS?

Reengenharia de

Espaços Serviços e Competências

nas Bibliotecas Universitárias do Séc. XXI

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Doutoramento em Ciências da Informação

AGENDA

MOTIVAÇÃO E OBJETIVOS

ENQUADRAMENTO TEÓRICO

METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E RESULTADOS

PROPOSTA DE UM MODELO DE BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

CONCLUSÃO

Vieira da Silva


INTRODUÇÃO

Vieira da Silva


Motivação

1. A emergência de novas tecnologias e sua aplicação no seio das bibliotecas académicas conduziu ao aparecimento de novos serviços e à adaptação dos seus profissionais a novas competências de modo a continuar a corresponder ás necessidades dos utilizadores.

2. A implementação do processo de Bolonha nas universidades que trouxe uma nova dinâmica ao ensino-aprendizagem tornando os processos mais colaborativos.

3. A afirmação e crescimento de serviços baseados em Bibliotecas digitais e recursos eletrónicos que foram palco de discussão sobre a preponderância destes espaços virtuais face aos espaços físicos das bibliotecas académicas.

QUE MODELO MELHOR CORRESPONDE ÀS ATUAIS NECESSIDADES DOS UTILIZADORES DE UMA BIBLIOTECA ACADÉMICA?

FÍSICO OU VIRTUAL?


Objetivos

a) Contribuir para uma reflexão mais aprofundada sobre o modo como as bibliotecas académicas evoluirão no século XXI, em termos de serviços, tecnologias, competências e redefinição de espaços físicos e digitais de modo a cativarem e manterem o seu público-alvo.

b) Avaliar se os bibliotecários e utilizadores de bibliotecas universitárias têm alguma noção própria sobre o modo como as Bibliotecas académicas evoluirão no futuro.

d) Com base na metodologia proposta (revisão da literatura, inquéritos dirigidos aos utilizadores e às bibliotecas académicas, análise de websites e planos estratégicos e visitas às bibliotecas), propor um modelo de biblioteca académica adequado aos resultados obtidos neste estudo e que seja aplicável numa perspetiva futura às bibliotecas, enquanto organismos isolados ou enquadradas numa rede de bibliotecas.


ENQUADRAMENTO TEÓRICO

Vieira da Silva

SERVIÇOS: • Tradicionais • Formação eLearning/bLearning •Digitais e à distância


Bibliotecas universitárias: centros dinâmicos de aprendizagem

HIBRIDEZ : • Recursos e Suportes (impressos e digitais) •Espaços (físicos, digitais)

TECNOLOGIAS: • Tecnologias móveis • Tecnologias Audiovisuais •Ferramentas Web2.0/3.0

APRENDIZAGEM: • Colaborativa/Interativa • Auto-aprendizagem •Investigação

Laboratórios de Aprendizagem

Estruturas Complexas e dinâmicas


Tecnologias, utilizadores e bibliotecários: atores da mudança nas bibliotecas académicas

TIPOS DE UTILIZADOR (STEVE, 2011):

Fugitivo Digital “Silent Generation”

Imigrante Digital “Generation X”

Nativo Digital “Generation Net”

Utilizadores Mais autónomos nas

pesquisas e intervenientes em redes de partilha

Utilizadores Produtores de

conteúdos na Web



Modelo conceptual da Academic Library 2.0 (HABIB, 2006)

Serviços baseados nos conceitos da Web 2.0 Ex: OPAC 2.0 na interação com os utilizadores

Ferramentas Web 2.0 usadas como serviços de Biblioteca Ex. Facebook,Twitter

Ferramentas Web 2.0 usadas como serviços culturais e informativos Ex. Flickr e Wordpress

Serviços de interação académica Ex: WIKIS, Google DOCS, grupos fechados do facebook


Evolução tecnológica nas Bibliotecas

Metadados

Sistemas Open Source

Dispositivos/Conteúdos Móveis

Web Semântica (Informação relacional, ontologias, mapas conceptuais)

Interoperabilidade


A nível da circulação de documentos e dos serviços de referência o uso da web semântica permite uma melhor estruturação da informação com vista à recuperação dos documentos pelo utilizador final.


Gestão e preservação de coleções: ontologias, web semântica e curadoria de dados

A Web Semântica é útil na gestão de coleções digitais das bibliotecas para clarificar tipos de formatos e de etiquetas (tags).

No domínio da catalogação a web semântica pode ser aplicada aos vocabulários controlados e thesaurus sistematizando e relacionando todos os dados de proveniências diferentes, uniformizando-os. Neste processo o recurso às ontologias permite uma maior precisão na definição de conceitos e suas relações e possuem uma sintaxe compreensível para os computadores.

GREENBERG (2007) Relação entre a Biblioteca e a web Semântica:


Gestão e preservação de coleções: ontologias, web semântica e curadoria de dados

CURADORIA DE DADOS

Envolve: Planeamento e criação dos dados Descrição e representação da informação através de metadados. Avaliação e seleção de dados para preservação e curadoria a longo prazo. Arquivo em repositório ou centro de dados. Ações de preservação a longo prazo que mantenham os dados íntegros e fiáveis. Acesso, utilização e reutilização dos dados. Transformação dos dados originais em novos dados.

Modelo do ciclo de vida da Curadoria Digital in: www.dcc.ac.uk

Assegura a sustentabilidade e a validade dos dados científicos para o futuro de modo a que possa ser acedidos e reutilizados, agrupados ou transformados.

http://www.dcc.ac.uk/


Serviços de apoio aos utilizadores baseados em novas tecnologias

Serviços das Bibliotecas Académicas- Tendências

SERVIÇOS DE REFERÊNCIA DIGITAL Comunicação com o utilizador em tempo real via chat, sms, mail e redes sociais.

Adição nos portais da Biblioteca de áreas com tutoriais online, Libguides

Recurso aos sistemas de descoberta para tornar as pesquisas mais rápidas e eficientes

Utilização das ferramentas web2.0 para interagir com os utilizadores e conhecer melhor o seu

perfil. Ex: O uso dos OPAC2.0

SERVIÇOS DE LITERACIA DE INFORMAÇÃO E LITERACIA INFORMÁTICA Conferir autonomia ao utilizador nas suas pesquisas

Recurso a metodologias de eLearning e Blend Learning

Criação de centro de aprendizagem e formação nos espaços da Biblioteca

SERVIÇOS DE MARKETING E COMUNICAÇÃO Baseados nas Ferramentas Sociais Facebook, Twitter, Instant messaging, podcasts, “Blogs”, Wordpress. Maior visibilidade externa e maior interacção com o público



SERVIÇOS DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM/ ARMAZENAMENTO EM NUVEM

Computação em Nuvem - As aplicações/sistemas estão alojados remotamente num servidor de uma empresa externa prestadora de serviços e são acedidos pelo utilizador através do seu PC ou dispositivo móvel que funciona apenas como conexão.

a) SaaS (Software como serviço) – O software e actualizações são disponibilizados via Internet Ex: Facebook

b) PaaS (Plataforma como serviço) – O provedor do serviço disponibiliza o sistema operacional, linguagem de programação e o ambiente de desenvolvimento para o utilizador desenvolver as suas próprias aplicações. Ex: Wordpress

a) IaaS (Infraestrutura como serviço) -o fornecedor que fornece a infraestrutura de armazenamento e processamento e o utilizador cria ambientes de aplicação e gere os sistemas operacionais. Ex: Koha

Armazenamento em Nuvem – Os dados de um utilizador ou organismo são armazenados

em aplicações ou plataformas do fornecedor. Ex: Dropbox.



Vantagens

Custos com Software/hardware e manutenção são suportados pelo fornecedor do serviço

Maior mobilidade e portabilidade no acesso à informação disponível e acessível de qualquer parte através de dispositivos móveis.

Os dados científicos podem ser mais facilmente compartilhados e trabalhados por grupos de investigadores independentemente da sua localização reduzindo-se o custo com viagens, comunicações e tráfego de email.

Ligação da biblioteca a redes mundiais de informação, grupos de utilizadores redes de bibliotecas para realização de projetos conjuntos.

Desvantagens

Segurança dos dados alojados no fornecedor de serviços.

Ausência de legislação relativa à partilha e utilização de dados científicos e seu manuseamento por grupos / indivíduos oriundos de vários países com políticas de copyright diferentes.


METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E RESULTADOS

Vieira da Silva

http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/p_mundo/index.asp?op=4&p=2726


Metodologia de Investigação

Revisão da

Literatura

Observação (análise de sites de

Bibliotecas, de planos

estratégicos e visitas a

Bibliotecas)

Inquéritos por

questionário (Utilizadores,

Bibliotecas

Portuguesas e

estrangeiras)

TRIANGULAÇÃO


Resultados - Inquéritos realizados às Bibliotecas e Utilizadores

AMOSTRA – Representativa do país e da europa obtida através dos diretórios de membros da APDIS, EAHIL e sites das Bibliotecas

Total: 136 Utilizadores Regiões: Lisboa, Algarve, Coimbra, Bragança

Total: 47 Bibliotecas académicas Portuguesas : 36 Bibliotecas Europeias: 11 Bibliotecas

Observação dos sites das Bibliotecas: 47 Sites

Análise de planos estratégicos: 38 planos Países: Austrália, Canadá, Espanha, Hong Kong, Irlanda, UK, USA

Visitas a Bibliotecas Portuguesas e europeias: 15 Bibliotecas


Inquérito às bibliotecas e aos utilizadores - PERFIL

Inquérito às bibliotecas e utilizadores – BIBLIOTECA DIGITAL


Inquérito às bibliotecas e utilizadores - ESPAÇOS


Utilizadores Bib. Europeias Bib. Portuguesas

Inquérito às bibliotecas e utilizadores – Competências a desenvolver

Bib. Portuguesas Bib. Europeias Utilizadores

Concepção de Produtos e

Serviços


Serviços


Serviços

Aplicação do direito de

Informação

Aplicação do direito de

Informação

Enriquecimento das coleções e

fundos




Desenvolvimento informático de

aplicações

Desenvolvimento informático de aplicações

Desenvolvimento informático de

aplicações (para dispositivos

móveis)

Concepção informática de

sistemas de informação documental

Tecnologias Web

Publicação e edição




Comunicação audiovisual



Prática de uma língua estrangeira



Comunicação pela informática

Comunicação pela informática




Venda e difusão Venda e difusão

Marketing Marketing

Marketing

Gestão de Projeto e planificação

Formação e ações pedagógicas


Os informáticos intervêm na armazenagem e pesquisa de informação de modo

automático mas não a processam. São os bibliotecários que analisam criticamente,

sintetizam, fazem a triagem e classificam a informação, elaborando bibliografias

personalizadas para os investigadores.

Informáticos e bibliotecários complementam-se. Os primeiros criam

sistemas informáticos e os segundos gerem e organizam os conteúdos. Doutoramento em Ciências da Informação

Inquérito às bibliotecas portuguesas e europeias - FUTURO

Inquérito às bibliotecas portuguesas e europeias - FUTURO

Que modelo de biblioteca universitária existirá daqui a 50 anos?

Híbrida

Profissionais adaptados à mudança (competências de relacionamento

interpessoal, marketing, literacia informática e de informação, competências multidisciplinares), Bibliotecários formadores, gestores de repositórios e consultores em conteúdos digitais.


Serviços diversificados alinhados com a competitividade académica e a evolução da sociedade da informação


Análise das homepages das bibliotecas inquiridas

2008/2009 2012

2012 + 2

+ 2 + 1

+ 10


Análise dos planos estratégicos


Análise dos planos estratégicos

BIBLIOTECA HÍBRIDA

APRENDIZAGEM

INVESTIGAÇÃO

COPERAÇÃO

COMUNIDADE


15 Bibliotecas visitadas (2006-2013)

•Karolinska Institutet University Library – Suécia (2006)

•Vikki Library – Finlândia (2008)

•Library of Health Sciences – Finlândia (2008)

•Imperial College Library – Londres- UK (2009)

•University of East London - Londres – UK (2009)

•Cambridge University - Central library – UK (2009)

•Cambridge University - Medical Library – UK (2009)

•University College em Dublin – Ireland (2009)

•Koç University Library – Turquia (2011)

•Biblioteca de Engenharia do Porto (2011)

•Serviço de Documentação da Universidade do Minho (2011)

•Biblioteca do ISCTE (2011)

•Biblioteca da Faculdade de Letras de Lisboa (2011)

•Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova (2012)

•Biblioteca da Universidade de Aveiro (2013)


Bibliotecas visitadas (2006-2013)

Boas Práticas: Literacia informática

Literacia da informação / eLearning Literacia da

informação

Produção de conteúdos

Bibliometria

Suporte à publicação

Referência tradicional

Relação com a comunidade

Consórcios

Literacia informática

2006


PROPOSTA DE UM MODELO DE BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA

La bibliothèque en feu – Vieira da Silva


Definição do modelo de biblioteca académica

A evolução do modelo de organização da biblioteca académica


Modelo Híbrido

Dinâmica colaborativa do modelo

ensino-aprendizagem

de Bolonha

Novo perfil dos

utilizadores universitários (imigrantes ou

nativos digitais)

Envolvência científica e

social com a comunidade académica e

externa à Universidade

Aplicação das novas

tecnologias

à realidade das Bibliotecas académicas



Investigação Pedagogia / literacia da informação

Ensino / aprendizagem Colaborativos

Produção de

conteúdos

A Biblioteca parceira

Participativa na visão e missão da Universidade e na comunidade


Flexível ao perfil do utilizador

Melhoria contínua das competências dos bibliotecários (pedagógicas, tecnológicas, de comunicação de gestão e técnicas)


Definição de um modelo para as redes de bibliotecas académicas


CONCLUSÃO

Vieira da Silva

SERVIÇOS – Serviços tradicionais complementados pela oferta de serviços inclusivos , sociais e serviços digitais (acesso à distância aos recursos bibliográficos online), serviços de referência e atendimento virtuais , aposta na formação de utilizadores e na formação eLearning e bLearning, o empréstimo de portáteis e outros dispositivos móveis.

CONCLUSÃO

GESTÃO DOCUMENTAL – Recurso à web semântica e ontologias, maior interação com o utilizador através das ferramentas web 2.0 para saber o seu perfil e antecipar as suas necessidades. Maior preocupação com a preservação da informação e curadoria de dados, recurso a tecnologias como a “nuvem” quer para armazenar dados, quer para processá-los e trabalhá-los modo colaborativo.

ESPAÇOS – Reengenharia : Físicos e Virtuais, colaborativos, inclusivos, sociais, centros de investigação de formação e laboratórios de aprendizagem.


O MODELO DE BIBLIOTECA ACADÉMICA DO SÉC. XXI:

“Collaboration with other community institutions will result in

educational opportunities and experiences beyond traditional

services such as literacy skills and technology training. Shared

resources will allow libraries to devote more energy and space

to services designed to improve community participation and

cohesion” (Hendrix, 2010)

CONCLUSÃO

Serviços Integrados

Interagindo com a Comunidade

Focada no perfil do utilizador

Equipa altamente especializada, motivada e multidisciplinar


A colaboração e a partilha são a chave do sucesso

CONCLUSÃO


AS BIBLIOTECAS SUPORTADAS PELA REDE CUMPRIRÃO OS REQUISITOS ESTABELECIDOS PELA ACRL (2012):

Saber comunicar o seu valor dentro da comunidade académica

Gerir os dados científicos no âmbito do apoio à investigação

Interagir com o modelo de ensino-aprendizagem de Bolonha aplicando processos de eLearning, bLearning e métodos de aprendizagem não formal ao longo da vida.

Adaptar-se constantemente às novas tecnologias da informação de acordo com o perfil do utilizador

Desenvolver as coleções eletrónicas prevendo a sustentabilidade financeira

Apoiar a publicação científica institucional

Reforçar as competências das equipas

Elaborar estudos de utilizadores mais abrangentes

OBRIGADA

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As palavras não mudam a realidade.

Mas ajudam-nos a pensar, a conversar, a tomar consciência.

E a consciência, essa sim, pode mudar a realidade.

(Prof. Doutor António Nóvoa, 2012)

Paula Saraiva [email protected]

http://www.ncsu.edu/huntlibrary/watch/

http://bluesyemre.files.wordpress.com/2012/10/the-philological-library-of-the-free-university-berlin-germany-3.jpg

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