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Esta revista faz parte integrante da edição 1520, de 29 de Agosto de 2013 do JORNAL DE LERIA e não pode ser vendida separadamente Jornal DE LEIRIA Distrito de Leiria

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Esta revista faz parte integrante da edição 1520, de 29 de Agosto de 2013 do JORNAL DE LERIA e não pode ser vendida separadamente

JornalDE LEIRIA

Distritode Leiria

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Se há uma palavra que caracteriza bem o distrito deLeiria, é 'diversidade'. De facto, dentro deste ter-ritório (unido administrativamente e por poucomais), é possível encontrar de tudo um pouco, o

que o torna altamente atractivo, quer para quem o visi-ta quer para quem nele decide viver.

Em termos turísticos, sector por onde muitos especia-listas afirmam que terá de passar o futuro do País, o dis-trito de Leiria é um dos que apresenta mais potencial, pre-cisamente pela sua diversidade.

Além dos cartões de visita mais clássicos, todos eles íco-nes do próprio turismo nacional, como os mosteiros daBatalha e de Alcobaça, a Nazaré, Óbidos, as ondas de Pe-niche e o Santuário de Fátima, e de outros pontos menosmediáticos mas há muito explorados (nem sempre da me-lhor forma, é certo), nomeadamente as praias, o distritode Leiria tem muito mais para oferecer e potenciar a suaatractividade.

Como é possível perceber nesta revista, para lá das re-ferências turísticas mais óbvias, começam a surgir, de for-ma cada vez mais consistente, outros pontos de atracção,muitos deles a explorar o que no passado foi esquecidoe, dessa forma, se manteve imaculado.

Nesse contexto surge com particular destaque o inte-rior do território, que começa a tirar alguns dividendos dodespovoamento a que foi sujeito nas últimas décadas. Comum número reduzido de pessoas, a pressão sobre o am-biente foi praticamente nula, tendo agora para ofereceras condições ideais para quem procura (e são cada vezmais) umas férias tranquilas em contacto com a nature-za, ou os desportos a ela associados.

De uma forma cuidada, têm surgido no interior pro-jectos hoteleiros e de valorização do património e das tra-dições capazes de ser uma mais-valia para a atractivida-de desse território, posicionando-o como um destino qua-lificado para turistas exigentes e com algum poder de com-pra.

Paralelamente, também as principais cidades e vilas dodistrito começam a despertar para o turismo e, fruto derequalificações urbanas e de uma maior dinâmica eoferta cultural, a tornarem-se opção para quem procuradestinos de maior urbanidade, mas sem a confusão dosgrandes centros.

Ou seja, o distrito de Leiria é actualmente um destinoturístico capaz de satisfazer os gostos mais diversos. Temmar, serra, natureza imaculada e património histórico.Uma gastronomia rica e tradições preservadas. A cultu-ra tem ganho expressão e são cada vez mais os museuse os centros de exposições com programação criteriosa,bem como as iniciativas de interesse que se desenrolamao longo de todo o ano. As cidades e vilas têm ganho ur-banidade, com novos projectos de restauração e comér-cio a surgirem ao lado dos estabelecimentos mais tradi-cionais e com histórias para contar.

A diversidade é grande e potenciadora de um futuro deafirmação, havendo ainda, no entanto, muito por fazer e,principalmente, mentalidades a mudar. �

João Nazário

04 Relato de uma viagem entre a serra e o mar10 Alcobaça12 Alvaiázere14 Ansião17 Batalha20 Bombarral23 Caldas26 Castanheira de Pera29 Figueiró dos Vinhos32 Leiria36 Marinha Grande39 Nazaré42 Óbidos45 Pedrogão Grande48 Peniche50 Pombal52 Porto de Mós

Edição: Jorlis - Edições e Publicações, Lda.Director: João Nazário Coordenação: João Nazário Redacção: Ana Ferraz Pereira,Mariana Rodrigues, Paula Lagoa Serviços Comerciais: Rui Pereira,Paginação: Isilda Trindade, Rita Carlos Fotografia: Ricardo GraçaImpressão: Onda Grafe, Lda Tiragem: 15.000N.º de Registo 109980 Depósito Legal n.º 5628/84 Distribuição: Jornal de LeiriaEdição n.º 1520 , de 29 de Agosto de 2013 do Jornal de Leiria

Editorial

Índice

Ficha Técnica

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Relato de uma viagementre a serra e o mar

Do verde das florestas do PinhalInterior, a norte, aos meridio-nais vinhedos do Bombarral, odistrito vive aninhado num

berço formado, no levante, pelas fragasda serra, e pelas areias douradas dabeira-mar, a poente.

Há países que encerram dentro dassuas fronteiras menos diversidade e ri-queza que a região. Este é, verdadeira-mente, um território abençoado. É umterritório beijado por sussurros de amorcarregados na maresia, através de umpinhal mandado plantar por um reipoeta, num fôlego entre versos de pai-xão.

Esta revista sobre o distrito de Leiriaencerra uma lista de tesouros que, pormais extensa que seja, pecará semprepor defeito. A “culpa” é da riqueza des-te rico e belo território que é o nosso.

Património, rituais, cultura, gastro-nomia, monumentos, belezas naturaise um povo afável, que sabe acolhercomo nenhum outro, são apenas algu-mas das razões para o visitante se de-morar a conhecer o distrito. Muitas ou-tras há, mas, essas, só estão acessíveisa quem se atrever a percorrer este vas-to território.

Seguindo a ordem do alfabeto, esta re-vista destaca alguns dos pontos de in-

TerritórioA terra a que os nossos olhos se habituaram desde que nascemos fala maisalto ao nosso sangue que todos tesouros de metais e pedras preciosas. O nosso território éa nossa casa e o nosso lar. É um clamor que nos invade o coração e molda o nosso ser

Seguindo uma ordem alfabética, estarevista destaca e ilustra pontos deinteresse e curiosidades de cada umdos 16 concelhos do distrito de Leiria,da serra ao mar, do Pinhal InteriorNorte aos vinhedos do sul

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Sodicentro LeiriaHá 20 anos sempre ao seu lado.

[email protected]

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O distrito conta com três das SeteMaravilhas de Portugal, sob a forma

dos Mosteiros de Alcobaça e daBatalha e do Castelo de Óbidos, e umadas Sete Maravilhas da Gastronomia:o Arroz de Marisco da Paria da Vieira

teresse de cada um dos 16 concelhos,colocando sob o foco ora a Morcela deArroz da Alta Estremadura, ora o vinhodo Bombarral, ora as águas geladas e pu-ras das praias fluviais do norte do dis-trito.

Mas há tanto mais para conhecer.No início da lista aparece Alcobaça.Sobre este concelho, vem-nos à mentea natureza e a arquitectura do Mostei-ro de Santa Maria, Património da Hu-manidade da UNESCO, sob cujas abó-badas se acolhe o amor eterno de D. Pe-dro e Inês de Castro. Cultura, praias egastronomia, sob a forma de doces e li-

cores conventuais, impelem-nos parauma vista demorada.

O próximo A que nos aparece na lis-ta é o de Alvaiázere. A vila, sede de con-celho está aninhada na Serra do Anjo daGuarda, esporão rochoso do Maciçode Alvaiázere-Sicó, e é conhecida como“capital do chícharo”, uma legumino-sa de sabor forte, rica em proteínas e hi-dratos de carbono, e que até tem hon-ras do seu próprio festival. O turismo deexcepção, em requintadas unidadeshoteleiras que promovem sensações eemoções, aproveita o que de melhor hána zona; as florestas de carvalho, o arpuro serrano, o azeite e o doce mel, ricoe dourado como raios de sol.

No vizinho concelho de Ansião, Chãode Couce, Pousaflores, a bela vila deAvelar, Santiago da Guarda com o seuPalácio dos Condes de Castelo Melhor,e ruínas e delicados mosaicos romanossão algumas das localidades, obriga-tórias de visitar. Na rota dos peregrinosde Santiago e de Fátima, o municípioonde nasce o rio Nabão, faz-nos es-quecer o stress e o bulício das cidades.Ali, o ambiente é propiciador de longasconversas de sabedoria popular com oshabitantes locais.

Num salto, de várias léguas, chega-mos à Alta Estremadura, à Batalha e aoseu mosteiro, Património da Humani-dade da UNESCO. História, gastrono-mia e cultura, são algumas das razõespara visitar este concelho que soubemodernizar-se e, ao mesmo tempo,proteger as suas tradições e identidadecom equipamentos como o Museu daComunidade Concelhia da Batalha,Melhor Museu de Portugal em 2012 evencedor do Prémio Kenneth Hudson,do Forum Europeu dos Museus, já esteano.

Ali, é obrigatório prestar homenagemaos quatro monarcas da dinastia deAvis que se encontram sepultados nomosteiro projectado pelo mestre Ma-teus Fernandes e conhecer as tradiçõesúnicas da aldeia de Reguengo do Fètale o seu santuário, as Pias da Ovelha e doUrso, e as grutas de São Mamede. Esteé também um dos poucos concelhos nodistrito onde ainda se podem encontrarflorestas de carvalho cerquinho.

O Bombarral, no extremo sul do dis-trito, é um verde mar de vinhedos,temperado com sobremesas de frutadoce como mel. O concelho é conheci-do pelo seu bom vinho, vindo directa-mente de algumas das mais premiadasadegas do País e é um território muito

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A ligação entre a floresta e a água nonorte do distrito influenciam as

mentalidades e os humores de quempor lá habita, através da harmonia e

ligação com a natureza e dapreservação do património, quer seja

material ou imaterial

procurado pelos amantes do turismorural de charme.

Nas Caldas da Rainha, quem mais or-dena são a cerâmica artística de Bordaloe seus Zé Povinhos, os falos, as cavacas,a arte e cultura, a gastronomia e a praiada Foz do Arelho. A segunda maior ci-dade do distrito é uma verdadeira Mecadas artes, rica em museus nacionais elocais, conhecidos pelo seu espólio e co-lecções únicas. Com os seus alfarra-bistas, com o mercado da Praça da Re-pública e Parque D. Carlos I, e Escola Su-perior de Artes e Design é uma muitoprocurada por jovens que pretendemseguir uma carreira nas artes.

Às portas da sede do município, oPaul da Tornada, verdadeiro santuáriopara inúmeras espécies de fauna e flo-ra, que só ocorrem em zonas húmidas,é um tesouro natural que merece umavista demorada.

De volta ao norte, a vila de Casta-nheira de Pera é a capital de um con-celho “emberçado” na serra da Lousã.É o único local do distrito onde nevacom frequência, e onde os bosquespermitem a existência de veados em es-tado selvagem, avistados entre as al-

deias de xisto e as quedas de água ser-ranas.

Ali ao lado, o Casal de São Simão, é opostal vivo do concelho de Figueiró dosVinhos. As casas recuperadas, o fornoe até o cão, que é de toda a comunida-de, marcam os dias da única aldeia daRota do Xisto, do distrito de Leiria. Novale ali perto, as Fragas de São Simão ea praia fluvial da Aldeia de Ana deAvis, recebem nas suas gélidas águascristalinas, cada vez mais turistas queaproveitam para visitar o Casulo dopintor José Malhoa, para saborear opão-de-ó típico da vila florida e repou-sar na aldeia de Campelo, encravada naserra e rodeada de extensos pinhais eeucaliptais.

Na capital do distrito, Eça de Queiróse a cidade do Lis vivem ainda um ca-

samento cimentado no amor-ódio. Oscostumes da pequena cidade que viviaà volta do adro da Sé-catedral, descri-tos n'O Crime do Padre Amaro do escri-tor e que tanto o incomodavam, aindapersistem, em muitos aspectos da co-munidade local.

Agora, o ponto de encontro privile-giado não é já o grande templo católicodo século XVI, mas a Praça RodriguesLobo e os seus bares, restaurantes e es-planada. É uma verdadeira “plaza ma-yor”, espiada, lá do alto, pelo velho cas-telo medieval, um dos mais belos edesconhecidos do País.

Foi nesta cidade que Miguel Torgadescobriu que “todos nós criamos omundo à nossa medida (…) o meu tinhade ser como é, uma torrente de emo-ções, volições, paixões e intelecções acorrer desde a infância à velhice”, comoescreveu em A criação do Mundo.

A meio da nossa viagem alfabética,descobrimos, dentro das fronteiras daMarinha Grande, o Pinhal do Rei ou,como o descrevia, em 1917, Afonso Lo-pes Vieira, no livro Ilhas de Bruma, a“catedral verde e sussurrante, aonde aluz se ameiga e se esconde e aonde

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ecoando a cantar se alonga e se prolongaa longa voz do mar”.

Junto à dourada areia atlântica, SãoPedro de Moel é a pérola de cristal doconcelho dos vidreiros. Já a cidade daMarinha Grande é um viveiro de expe-riências sociais, defesa dos direitos dostrabalhadores e luta pela democracia.

Mais abaixo, a Nazaré é uma mulherde sete saias que vive num areal a per-der de vista. Neste concelho rodeado depinhais, a gastronomia é rica em peixeacabado de pescar, que, de tão fresco,parece ter saído do mar directamentepara o prato.

É uma terra de histórias e lendas an-tigas como a que deu origem à Festa dasChouriças, no monte de São Brás, ouaquela que relata como as naus dos Des-cobrimentos eram construídas no por-to da Pederneira, junto ao Sítio onde aVirgem apareceu a D. Fuas Roupinho.Nos séculos XV e XVI, as embarcaçõesfaziam, de seguida, ao mar, para dar no-vos mundos ao Mundo.

A sul, a vila medieval de Óbidos é aterra da ginja, das livrarias, da hotela-ria de grande qualidade, do Hotel RioPrado, vencedor do troféu Chave de Pla-tina do jornal Expresso, do golfe, da la-goa de Óbidos e de ruínas romanas. Ossuperlativos deste concelho são tantosque tememos esquecer-nos do maisínfimo, sob pena de pecado capital.Visite-o que não se vai arrepender.

E assim chegamos à última letra daronda territorial alfabética. O P de Pe-drogão Grande é o primeiro que nos sur-ge no horizonte. Junto à Barragem doCabril, a pequena vila do norte do dis-trito soube recuperar o seu património

e valorizar cada rocha, cada ruína e cadahistória. No concelho – cujo nome sur-ge das grandes pedras que lhe servemde dossel – qualidade de vida e sosse-go são sinónimos.

Em Peniche, cabe às praias, ao surf,ao património construído, ao arquipé-lago das Berlengas e sua Reserva daBiosfera e ao mergulho o papel de car-tão de visita. Nesta cidade, a gastrono-mia ligada aos sabores oceânicos é ine-vitável e incontornável. O cheiro a ma-resia invade-nos cada poro e cada mo-lécula do nosso ser. É a terra ideal paraescutar velhos lobos do mar reformadosque, entre uma bisca e uma sueca, àsombra do forte, contam os seus avis-tamentos de sereias e leviatãs do mar.

Encostado à serra de Sicó, com os pésno mar do Osso da Baleia, Pombal émais antigo que o velho castelo tem-

plário que serve de sentinela à sede domunicípio. História, cultura, patrimó-nio, praias com qualidade de Ouro,gastronomia e localidades históricascomo a Redinha ou o Louriçal, são ra-zões para conhecer este grande conce-lho.

Por fim, chegamos a Porto de Mós, oúltimo brocado da manta de retalhosque é o distrito. Esta é uma terra de pa-lácios subterrâneos e intrincados ren-dilhados esculpidos pela água no cal-cário do Parque Natural das Serras deAire e Candeeiros, de lagoas serranas, damaior gruta visitável de Portugal, de ricagastronomia e sinónimo da Batalha deAljubarrota, afirmação maior da iden-tidade e da nacionalidade portuguesas.

Esta é a nossa lista. Agora fica o de-safio: venha conhecer este território quetambém é seu. � Jacinto Silva Duro

A Nazaré é uma mulher de setesaias que vive num areal a perder de

vista. Neste concelho rodeado depinhais, a gastronomia é rica em

peixe acabado de pescar

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Avisita ao museu dá direito a umaprova de vinhos no final. O Museudo Vinho de Alcobaça está abertohá alguns meses, depois de anos

de inactividade, e permite uma verdadei-ra viagem à arte de fazer o vinho e a um es-pólio de 8500 peças ligadas à enologia, et-nologia, tecnologia tradicional, arqueolo-gia industrial, artes gráficas, plásticas e de-corativas. É a mais importante colecção vi-tivinícola incorporada num edifício, quehoje é da responsabilidade da Câmara, de-pois de anos fechada ao público, então sobtutela da administração central.

A história do museu merece ser conta-da. Considerado uma das jóias do patri-mónio vitivinícola nacional, a origem doMuseu do Vinho começa numa antigaadega que, em 1874, José Eduardo Rapo-so de Magalhães mandou edificar para aíimplementar e desenvolver a sua produçãode vinhos. Enriquecido durante as décadasde 70, 80 e 90 do século XX pela persona-

Alcobaça

Cascata na praiae vinho no museu

lidade coleccionista e obreira do delegadoregional da Junta Nacional do Vinho Pai-xão Marques, o acervo museológico é omais completo do País desta temática. A vi-ticultura e vinicultura são tratadas em di-ferentes momentos históricos e a viagemao museu não esquece as indústrias do uni-verso do vinho, como a tanoaria, o engar-rafamento, o vidro de embalagem, o ar-mazenamento, a distribuição ou mesmo oconsumo de vinho. Por isso mesmo, no fimda visita há degustação de vinhos.

O vinho é também uma preocupação damais recente unidade hoteleira do conce-lho de Alcobaça. À sexta-feira vale a penair à eira do Real Abadia Congress and SpaHotel provar o vinho, com uma tábua dequeijos e um telescópio para observar as es-trelas.

O Parque dos Monges, na localidade deChiqueda, às portas da cidade, é um re-canto a conhecer. Canoagem, slide, esca-lada, eco-karts e equitação são algumas dasactividades proporcionadas por aqueleeco parque, onde diversos animais onde sedestacam os burros fazem as delícias dosvisitantes. Também ali se pode empreen-der uma verdadeira viagem no tempo,pelas histórias de soldados e monges, queem terras de Cister lutaram lado a lado des-

de tempos antigos.Há, de facto, muito de interesse no con-

celho para além do Mosteiro Santa Mariade Alcobaça, monumento Património daHumanidade, ou do Mosteiro de Cós, mo-numento fundado no século XIII que foium dos mais importantes mosteiros fe-mininos do País. Alcobaça goza da situaçãogeográfica privilegiada, entre o mar e a ser-ra. Sóem costa são mais de 20 quilómetros,divididos por dezenas de praias. Abaía de São Martinho dá à praia como mesmo nome características úni-cas, mas é a norte, na freguesia dePataias, que se encontra o grossodas praias do concelho.

Em Vale Furado está um pe-quenino, mas simpático, espaçoonde se petisca com o mar no ho-rizonte. A casquinha de batata fri-ta é o cartão de visita da Tribo doSal, uma tasca dirigida por trêsjovens, de sorriso fácil, que im-plementaram na ementa igua-rias como os ovos mexidoscom farinheira, cogumelosrecheados ou sumos naturaisde abacaxi com hortelã oude manga e morango, queapetece acompanhar de uma

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Alcobaça goza de situaçãogeográ�ca privilegiada, pelalocalização entre o mar e a serra. Sóem costa, são mais de 20quilómetros de praias.

das muitas saladinhas do menu.É preciso descer uns bons metros até ao

areal. É a praia com acessos mais penosos,mas a viagem vale a pena. A cascata em ple-no areal, com água a brotar da pequena es-carpa, faz daquela uma praia única.

Paredes da Vitória é logo ali ao lado. Praiaurbana, com bares, vida nocturna, Paredes,antigo porto de escoamento de produtosagrícolas, tem uma das mais afamadasmarisqueiras da região. O Tonico é mestreno arroz de marisco, mas também no ma-risco fresco.

No caminho de regresso a Alcobaça, a re-cente praia fluvial de Alpedriz convida aomergulho fresquinho, não fossem as lím-pidas águas oriundas da nascente dos

Loureiros, local onde outrora se cultivavamilho e feijão.

Mas há mais. No limite do concelho deAlcobaça com o vizinho município de Cal-das da Rainha, o Centro Equestre Interna-cional de Alfeizerão, investimento recen-te na área do turismo, possibilita a práticade actividades hípicas, com aulas de equi-tação que podem fazer do aluno um futu-ro cavaleiro.Ali está previsto nascer um ho-tel, mas já há picadeiros, pavilhões, pistasexteriores, restaurante, bar e até uma clí-nica veterinária para equídeos e pequenosanimais.

Para quem não conseguir esperar até No-vembro, mês da Mostra Internacional deDoces e Licores Conventuais, que tem

como cenário várias salas do Mosteiro deAlcobaça, as receitas deixadas pelos mon-ges de Cister são bem defendidas pelaPastelaria Alcoa, com vista para o Mostei-ro, e pela Casinha dos Montes, a alguns me-tros do monumento.

É obrigatório falar na ginja de Alcobaça.Desde a década de 20 do século XX que olicor de ginja M.S.R. é produzido segundoum processo artesanal, usando ginjas fres-cas, colhidas na região onde os monges deCister deixaram a tradição. Ao saber an-cestral, junta-se a qualidade dos frutos daregião, com condições únicas, caracteri-zadas por um clima temperado e húmidodevido à influência próxima do mar.� AnaFerraz Pereira

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Alvaiázere

Turismo de naturezae um prato de chícharos à mesa

Há lugares onde o conceito de tu-rismo rural casa na perfeiçãocom a envolvência natural e depatrimónio que lhe está asso-

ciada. Alvaiázere é, por excelência, umdesses lugares. Uma vila pacata inseridanas Terras de Sicó, onde a riqueza do pa-trimónio geológico, arqueológico, arqui-tectónico e etnográfico marca a sua iden-tidade e convida ao chamado turismo denatureza.

Focado nas potencialidades turísticas lo-cais nasceu o projecto Aldear, que confe-riu a Alvaiázere uma melhor capacidade deresposta em alojamento no concelho. As-sumem-se defensores da tradição beirã debem receber e é nos detalhes que garantemmarcar pela diferença.

No interior do complexo existem trêsapartamentos que ocupam o lugar de umacasa senhorial de 1906, inserida numa

quinta de cerca de um hectare de área,onde os hóspedes podem desfrutar detodaa paz que este lugar transmite. “Recebercom qualidade e requinte em função dosdesejos de cada hóspede” é a linha orien-tadora desta unidade hoteleira.

Por entre os jardins de árvores de fru-to e plantas endémicas, ao sabor dos aro-mas da terra, sentados numa cadeira debaloiço ou a ouvir o canto das cigarras jun-to à piscina, tudo aqui sugere descanso,tranquilidade, sossego.

Como chegar? O Aldear situa-se mesmono centro de Alvaiázere e, embora seja umlugar recôndito e sossegado, é muito fá-cil chegar lá. Vindo de sul pela A1, sair emTorres Novas, apanhar a A23 em direcçãoa Abrantes e sair na direcção Tomar/Coimbra A13. Saída para Alvaiázere na A13.Vindo do Norte pela A1, saída para Pom-bal, seguir pelo IC8 em direcção a Ansião.Direcção Tomar pela N 350 até encontrarindicação de Alvaiázere. Não há descul-pa para não visitar.

Outras alternativas de alojamento:Quintinha Catarina, Casa do Alferes Cu-rado, O Brás, O Marques, de Campismo deAlvaiázere.D

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As especificidades de cada rota podemser consultadas em percursospedes-tres.cm-alvaiazere.pt

Sabe o que são chícharos?A gastronomia é um factor de peso quan-do se trata de avaliar o potencial turísticode um lugar e também neste campo Al-vaiázere não o deixará ficar mal. Comuma gastronomia fortemente influencia-da pelos sabores característicos da serra,este concelho auto intitula-se tambémpor Capital do Chícharo que, desde o re-gisto da patente, em 2008, já trouxe mi-lhares de curiosos ao concelho.

O chícharo ou xixaras é uma legumino-sa muito rica em proteina, hidratos de car-bono e sais minerais, cultivada desde épo-cas remotas como planta forrageira oucomo legume comestível. A sua cultura éfeita de forma intercalar entre oliveiras, fi-gueiras e outras árvores, sendo também as-sociada ao cultivo do grão-de-bico, com oqual se assemelha.

Em Alvaiázere comem-se como acom-panhamento, misturados com couves ebroa e bem regados com azeite da terra,mas também há puré ou pudim à base dasua polpa, sendo o prato mais comum oschícharos com bacalhau e abóbora.

A visitar no concelhoAlvaiázere: igreja matriz, capela denossa senhora dos covões,megalapiás dos penedos altos, solardos pachecos, casa da cultura, museumunicipal, miradouro e relógío de solna serra de Alvaiázere.Almoster: igreja de Almoster, ruinasigreja velha, vários cruzeiros ecapelinhas espalhadas pela freguesia.Maças de Caminho: igreja Maças deCaminho, coreto, alminhas ecruzeiros.Maças Dona Maria: Igreja de MaçasDona Maria, ruínas de um solar,cemitério antigo, ribeira de Alge.Pelmá: igreja matriz, túmulo no adroda igreja, ponte na ribeira da barroca,moinho de vento na Avanteira,nascente do Olho do Tordo.Pussos: igreja de Pussos, marcotemplário na quinta de santa rosa,escola do povo Mendes Júnior naLoureira.Rego da Murta: igreja de São Pedrodo Rego da Murta, escola BernardinoJosé Carvalho em Cabaços.

Turismo de Natureza,um programa obrigatórioVisitar Alvaiázere sem conhecer a sua ser-ra não será certamente uma visita comple-ta. No concelho existem vários percursospedestres, num total de cerca de 120 Km,devidamente sinalizados e homologadospela Federação de Campismo e Monta-nhismo de Portugal. Estes percursos sãoacompanhados de uma biodiversidade àqual os caminhantes não ficarão alheios

A Grande Rota de Alvaiázere sugere umpercurso de 53 quilómetros, que pode du-rar entre dois e três dias e que liga os per-cursos designados de pequena rota de Al-vaiázere, Ariques, Banhosa, Bofinho e Ra-malhal, onde, além de todo o patrimónionatural, poderão ser contemplados outrospontos de interesse e património edificadocomo igrejas, capelas, aldeias de xisto e ou-tros que documentam a história local.

Ospercursos estendem-se por entre bos-ques ribeirinhos de amiais e freixiais, pas-sando por extensos tomilhais que nos levama pequenas aldeias, entre escarpas e vales.Por trilhos estreitos, caminhos de cabrascom cheiro a alecrim e rosmaninho. Im-põem-se extensos olivais e em toda a via-gem imperam marcas da ocupação roma-na ainda tão presentes.

Alvaiázere, que se intitula autointitula Capital do Chícharo, aganhar atractividade com o projectoAldear (foto da página anterior)

Além dos chícharos, a gastronomia lo-cal conta com uma riqueza invejável de sa-bores da terra expressos numa grande va-riedade de produtos endógenos que mar-cam também a sua tradição à mesa. Pe-tingas, sopa dos pobres, enchidos, serra-bulho, queijo e carne de rebolão são algunsdos mimos ao dispor do seu paladar.

Restaurantes: Marques, A Grelha, CasaLagoa, A Picanha, Os Grelhados, Tarro,O Brás, Dona Maria, As Piscinas, OBombeiro, Palmeiras II, O Mercado. �

Paula Lagoa

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Ansião

Do silênciode sedaao veludodo azeite

Ansião é, como a maior das vilas doPinhal Interior, é um lugar pacato,sossegado, tranquilo e muito temfeito para se manter assim mesmo,

fiel à sua identidade serrana. Quando se vi-sita Ansião sente-se um silêncio apazi-guador que é o seu cartão de visita e quetem alimentado a estratégia turística doconcelho. Apostar no turismo do silêncio,da tranquilidade, cada vez mais procurado.

Se visitar Ansião não ficará alheio a essesilêncio assim como constatará a sua ri-queza patrimonial. Entre Igrejas e capelas,miradouros e pelourinhos, moinhos devento e solares há uma panóplia de lugaresa descobrir que contam, em pedaços, a his-tória da vila.

E poderá parecer antagónico mas a par do

silêncio sente-se também o urbanismo. Re-qualificado, voltado para a mobilidadedos seus habitantes e visitantes, o muni-cípio oferece um conjunto de actividadesque proporcionam o convívio e o usufru-to dos seus espaços públicos e da nature-za que lhe é embrionária. E até há bicicle-tas públicas que podem ser alugadas du-rante algumas horas para a visita à vila.

Se quer conhecer Ansião aceite o convi-te do município para um ou mais percur-sos pedestres que lhe mostram tudo, des-de o coração da vila aos recantos da sua ser-ra. São seis as rotas disponíveis, de dife-rentes níveis de dificuldade e todas elas compassagem por pontos de interesse, que vãodos monumentos à gastronomia, passan-do pela exploração da fauna e flora aos cos-tumes da serra e dos seus artesãos.

Além de todos os seus pontos de inte-resse respeitantes ao património edificado,natural, cultural e etnográfico, Ansião in-tegra ainda rotas de turismo religioso, sen-do lugar de passagem regular de peregrinosdos caminhosde Santiago e de Fátima, que

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durante todo o ano marcam presença noconcelho. Para responder à necessidade dealojamento de turistas, caminheiros e pe-regrinos o município investiu na transfor-mação de escolas primárias desactivadasem alojamento low-cost, mais voltado parao espírito das pousadas e dos hostel. Duasdelas estão praticamente concluídas e ha-verá ainda a possibilidade de avançar parauma terceira. Nestas unidades de aloja-mento será possívelficar em quartos ou ca-maratas, com partilha de cozinha, casas debanho e espaços de lazer. Uma soluçãoeco-nómica a considerar caso pretenda per-noitar.

A paz do Rio NabãoReza a lenda que a Rainha Santa Isabel sebanhava no Nabão, junto à Ponte de Cal, tor-nando as suas águas santas como ela, o quedeu origem a um sentimento generalizadode estima e preservação por aquele lugar,hoje mais vivo que nunca.

As margens do rio, no concelho de An-sião, tornaram-se num autêntico cartão--de-visita do concelho devido à requalifi-cação a que foram sujeitas e à diversidadede actividades que proporcionam.

Uma ciclovia de 1,5 km, um parque in-fantil, um parque geriátrico, um skate par-que, ginásio ao ar livre, recinto de areia, par-que de merendas são alguns dos equipa-mentos disponíveis ao longo das margensdorio e que vieramrevolucionar o modo devida dos ansianenses, que saem cada vezmais de suas casas para usufruírem destelugar.

A transversalidade dos equipamentosexistentes proporciona ainda um notávelconvívio intergeracional e por estes diasquentes juntam-se-lhe os turistas, os emi-grantes e os passantes que trazem aindamais vida ao Nabão.

Em contacto com o artesanatoe a gastronomiaA divulgação do comércio local, dosprodutos endógenos da gastronomia e

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Se quer conhecer Ansião aceite oconvite do município para um oumais percursos pedestres que lhemostram tudo, desde o coração davila aos recantos da sua serra

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dos ofícios que lhe estão associados é ou-tra das claras apostas de Ansião.

A promoção de pacotes turísticos emarticulação com a restauração e a hote-laria local, tem sido fundamental para adivulgação e valorização turística doconcelho, no entanto é no contacto di-recto com as suas gentes que se desco-bre a essência dos seus aromas e sabo-res.

Tradicionalmente ligado à actividadeda pastorícia e da agricultura, a gastro-nomia típica de Ansião é o reflexo des-sas tradições. O queijo do Rabaçal é umdos seus ex-líbris, a par de pratos de ca-brito e borrego, da sopa à lavrador, dasopa à camponesa e da sopa verde, sen-do ainda as migas, as sardinhas e o ba-calhau iguarias irresistíveis.

E como alguns destes pratos deixamadivinhar, o azeite é elemento essencial,sendo a sua produção uma marca doconcelho. Se visita Ansião, procure naserra os pequenos produtores e, semmedo, compre-lhe uma garrafa ou mes-mo um garrafão deste nectar tão pre-cioso. O mesmo poderá fazer com osqueijos ou mesmo com o mel, outro dosprodutos da serra, de característicasextremamente naturais e de um amare-lo profundo que sugere, à partida, asua extrema doçura.

Ainda à descoberta da gastronomia edos ofícios de Ansião sugere-se umavisita à freguesia de Pousaflores e ao Ci-clo do Pão, onde poderá, literalmente,meter a mão na massa, produzir e comero seu o próprio pão numa experiênciaúnica. No Ciclo do Pão os visitantes po-dem assistir ao funcionamento dos moi-nhos, amassar o pão e participar nas vá-rias etapas do seu fabrico. � Paula Lagoa

SugestõesOnde ir: Complexo MonumentalSantiago da Guarda, Ruínas da Torreda Ladeia, Capela da Constantina,Capela da Misericórdia de Alvorge,Capela da Misericórdia de Ansião,Capela N. Sra. do Pranto, Igreja Matrizde Ansião, Igreja Matriz de Avelar,Igreja Matriz de Santiago da Guarda,Pelourinho de Ansião, FornoMedieval de Avelar, PadrãoSeiscentista, Painel de Azulejo daRainha Santa, Ponte da Cal, Ponte doMarquinho, Olhos d’Água, Ciclo doPão, Casa-Museu de Fósseis de Sicó,Parque Verde do Nabão, Moinho daMelriça, Miradouro da Melriça,Miradouro do Outeiro.

Onde ficar: Adega Típica de Ansião,Pensão Residencial Larsol, Solar daRainha, Casa da Amizade Ansião-

Erbach, Casa do Vale Florido, CasalFrias, Escolas low-cost

Onde comer: A Ti Matilde, AdegaTípica de Ansião, Alquimia, CaféPérola O Gandim, CaracolRestaurante Bar, Casa de Pasto OCaçador, Erbach, Solar da Rainha,Restaurante & Bar Nascente doNabão, O Marujo, O Lagar, Manjar doDiogo.

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Para esta visita, vista roupa fres-ca e confortável, calce as sapa-tilhas e não se esqueça do cha-péu. O concelho da Batalha tem

muito para ver e o melhor é mesmo ira pé ou de bicicleta.

Mas antes de nos fazermos ao cami-nho, paramos pelo centro da vila paraconhecer aquele que é um dos monu-mentos do património da humanidadede Portugal e também um dos mais vi-sitados, além de uma espreitadela aomuseu concelhia, considerado o melhordo País em 2012.

O Mosteiro da Batalha é inevitavel-mente um dos ex-libris do concelho,não fosse este monumento patrimónioda humanidade (completa em Dezem-bro deste ano 30 anos com a distinção)

Batalha

A naturezadá o melhor de sie a cultura ajudaa mostrá-la

e, recentemente, eleito uma das setemaravilhas de Portugal. Carregado dehistória, o mosteiro demorou cerca dedois séculos a ser construído. A impo-nência e a beleza do Mosteiro da Bata-lha, aliada à sua fantástica arquitectu-ra fazem deste um dos mais concei-tuados monumentos portugueses e eu-ropeus. Boas razões para visitar um es-paço que, em 2012, recebeu 271,912 vi-sitantes.

Ali bem perto, o Museu da Comuni-dade e Concelhia da Batalha (MCCB).Eleito pela Associação Portuguesa deMuseologia como o Melhor Museu Por-tuguês em 2012 e vencedor do PrémioKenneth Hudson do Fórum Europeudos Museus, este museu permite que sefaça uma viagem de cerca de 250 mi-lhões de anos. Aqui, é retratada a vilada Batalha desde as suas origens geo-lógicas, paleontológicas e arqueológi-cas. Ao longo da visita, percorre-se pe-los principais acontecimentos históri-cos e artísticos até à actualidade. OMCCB revela preocupações ao nível da

CuriosidadesO Mosteiro da Batalha O Mosteiro deSanta Maria da Vitória, conhecidocomo Mosteiro da Batalha é desde1983 Património da Humanidade.A sua construção surgiu depois deuma promessa feita pelo rei D. João I,em jeito de agradecimento pelavitória na batalha em Aljubarrota nodia 14 de agosto de 1385. Conquistaessa que lhe concedeu o trono egarantiu a independência dePortugal.Devido à sua construção faseada, omonumento apresenta soluçõesgóticas (predominantes) manuelinase um breve apontamentorenascentista. Vários acrescentosforam introduzidos no projectoinicial, culminando num vastoconjunto monástico que actualmenteapresenta uma igreja, dois claustroscom dependências anexas e doispanteões reais, a Capela do Fundadore as Capelas Imperfeitas.

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inclusão, disponibilizando um conjun-to de ajudas técnicas e soluções que vi-sam facilitar a captação de todos os con-teúdos por todos os cidadãos, não dei-xando ninguém de fora.

E já que falámos de um museu acessí-vel a todos, é altura de dar destaque a umparque também ele a pensar em quemtem dificuldades, neste caso, visuais. OEcoparque Sensorial da Pia do Urso é umlugar diferente e especial. Projectadocom o intuito de despertar experiênciase sensações a invisuais, o parque tem àdisposição seis estações sensoriais inse-ridas em ambiente natural.

Sem sairmos da aldeia da Pia do Ursoe do turismo de natureza, abrimos ape-nas um parêntesis para falar da Pia doUrso como marca de azeite. Há 75 anosque é produzido no mesmo lagar, deforma contínua. A sua qualidade já lhevaleu a distinção a nível nacional e in-ternacional. A acidez é muito baixa,apenas 0,1. Não se esqueça de provarum dos melhores azeites do país, quan-do visitar esta aldeia.

E agora, o Centro de BTT. É aqui quenos colocamos em cima da bicicleta evamos conhecer o que a natureza de-cidiu dar ao concelho da Batalha. Esteé o primeiro Centro de BTT do país ho-mologado pela Federação Portuguesade Ciclismo e disponibiliza cerca de 300

Cavacas do Reguengo do FetalIngredientes:MassaOvos – 12 (5 inteiros e 7 gemas)Farinha de Trigo - 1 kg (nuncaempacotado)Azeite fino - 2 dl.Sal q.b.CoberturaOvos – 7 clarasAçúcar – 1 kgLimões – 1

Modo de preparaçãoMassa:Partem-se os ovos para um alguidardos quais deve ter-se o cuidado deguardar sete claras para a cobertura.Aos ovos juntam-se o azeite, umaspedras de sal e um pouco de farinha.Bate-se tudo muito bem com umacolher de pau e vai-se juntando afarinha batendo sempre. Depois damassa muito bem batida, prepara-seuma mesa ou pedra pondo uma boacamada de farinha de trigo sobre aqual se vai dispor a massa até ficarcom cerca de dois centímetros deespessura. Corta-se às tiras e estasaos quartos que se estendem umpouco e se dispõem em lataspolvilhadas de farinha.

Vão a cozer em forno bem quente.Depois das cavacas cozidas escovam-se dum lado e do outro.

Cobertura:Num alguidar põe-se o açúcar, asclaras, a casca de limão e um poucode sumo do mesmo. Bate-se bembatido (em castelo) até que fique umcreme não muito espesso nem muitomole mas de modo que ao cobrir acavaca não desliza e caia. Cobrem-seas cavacas com este creme e vão-sedispondo em latas ou tabuleiros e vãoa secar no forno aproveitando assim ocalor da cozedura das mesmas.Cobrem-se primeiramente dum ladoe vão a secar, depois do outro e vão asecar.

A vila da Batalha orgulha-se de ser“a casa” de um monumento

património da humanidade, oMosteiro da Batalha. É também

neste concelho que “vive” o MuseuComunidade e Concelhia da

Batalha, considerado o melhor dePortugal em 2012

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km de trilhos cicláveis, devidamente si-nalizados e divididos em quatro ní-veis de dificuldade. Faça como os 5000mil ciclistas que já passaram pelo Cen-tro de BTT da Batalha, apenas num ano,e aventure-se.

Se preferir uma rota turística, a rotado Carso é uma boa opção. Neste per-curso, conhecem-se algumas riquezasgeológicas como a Gruta do BuracoRoto, uma cavidade cársica natural. De-pois, entre carvalhos, loureiros e so-breiros, chegamos até à Pia da Ovelha.Mais à frente, em São Mamede, uma fa-lha natural: a Escarpa de Falha do Re-guengo do Fetal, resultado de movi-mentos tectónicos. Por fim, a viagemtermina em mais um belo local pro-porcionado pela natureza: as Grutas daMoeda. A 45 metros de profundidade ecom uma temperatura interior de 18graus Celsius, as Grutas da Moeda es-tendem-se por 350 metros de diversasgalerias.

Depois de uma viagem assim, o des-canso é mais que merecido. E não é pre-ciso sair do concelho. O Centro de BTTPia do Urso recomenda unidades com

as quais mantém parceria e que dispõede todas as condições para proporcio-nar uma noite descansada a quem visitaa Batalha. São elas: O Hotel Villa Bata-lha, o Hotel Casa do Outeiro, a CasaCeedina Bed and Breakfast, a Casa doColipo Bed and Breakfast e a Casa dasCerejeiras.

Mas antes de terminar o dia, pode co-meter um pecado e experimentar umdoce conventual. Confeccionadas na lo-calidade de Reguengo do Fetal, as Ca-vacas do Reguengo prometerem fazeras delícias dos mais gulosos. E devemesmo aproveitar-se a visita pela Ba-talha para provar esta iguaria. É que éapenas aqui que as Cavacas são feitas.Prefere um petisco em vez de um doce?A Batalha dá-lhe outra opção: a Morcelade Arroz. Na sede de concelho são ca-racterísticas as morcelas com sangue epouco arroz. Já na localidade de Re-guengo do Fetal existem dois tipos di-ferentes: uma de sangue e outra cha-mada “Branca”, uma vez que a suaconfecção não inclui sangue. É ao gos-to do “freguês”. Delicie-se! �

Mariana Rodrigues

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Bombarral

Vinho de qualidade,pêra saborosa e ar puro

Bombarral

Vinho de qualidade,pêra saborosa e ar puro

Facilmente se percebe quando es-tamos a chegar ao concelho doBombarral. Os vastos camposagrícolas preenchem-nos o olhar

e a brisa que se faz sentir é bem carac-terística. Bombarral faz uso dos exce-lentes terrenos que tem e aproveita-osda melhor forma. Aqui, a terra é o me-lhor património. Com robustas e nu-merosas vinhas, o concelho do Bom-barral orgulha-se do vinho que todos osanos produz, sem excepção.

A Quinta das Cerejeiras, com 20 hec-tares de vinha, e a Quinta do Sanguinhal,com uma área de 40 hectares, (que fa-zem parte da Companhia Agrícola doSanguinhal) são a prova disso mesmo.Ao passear pelo concelho, a visita auma destas casas para uma prova de vi-nhos é fundamental. Na Quinta do San-guinhal, a visita inclui uma passagem pe-los jardins do século XIX e às vinhas daquinta, uma visita a uma antiga destilariarecuperada, onde se produziam aguar-dentes vínicas e aguardentes bagaceiras,

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a visita a um antigo lagar com prensas devara e ainda com passagem por umacave de envelhecimento.

E já que provámos o vinho, o pratoprincipal deve ser bem típico desta re-gião: cabrito assado. Para a sobremesa,porque não experimentar a melhor pêrado país? Exportada em grandes quanti-dades, a pêra rocha do oeste é produzi-da em larga escala no concelho do Bom-barral mas é também um elo de ligaçãoda região, uma vez que também os con-celhos de Torres Vedras, Caldas da Rai-nha e Cadaval a produzem em quanti-dades elevadas. Há ainda produçõesmais baixas em outros concelhos.

Há vários anos que se realizam duasimportantes festividades no concelho. OFestival do Vinho Português, que vai jána sua 30ª edição e a Feira Nacional daPêra Rocha, a comemorar 20 anos. Senão pôde estar presente na edição des-te ano, aqui esta uma boa sugestão jápara 2014. O evento mostra dois dos me-lhores produtos desta região, numa fes-ta cheia de actividades, muita animaçãoe boa comida.

Por falar em animação e convívio,Bombarral tem um belo anfiteatro mu-nicipal ao ar livre. Um conceito diferenteque proporciona espectáculos num am-biente completamente diferente do ha-bitual.

Mas antes das iguarias e das festas, ouse preferir, depois, um passeio.

Quer saber por onde? É um lugar cal-mo, ideal para ser visitado em família eque tem inúmeras figuras que chegarama este concelho e por cá ficaram. Jádescobriu? Chama-se “Buddha Eden” eestá na Quinta dos Loridos. Habitual-mente é designado por “Jardim dos Bu-das”.

Com cerca de 35 hectares, este lugarfoi idealizado e concebido pelo Co-mendador Joe Berardo, em resposta àdestruição dos Budas Gigantes de Bam-yan, pelo governo Talibã, no centro doAfeganistão. Este que foi um dos maio-res actos de barbárie cultural que des-truíram monumentos do Património daHumanidade. O parque pretende ho-menagear os Budas esculpidos na rochado vale de Bamyan e ser um lugar de re-conciliação, meditação e união.

Com um jardim que transmite tran-quilidade, com vinho e pêra de quali-dade proveniente de campos que em-belezam a paisagem, o concelho doBombarral faz um belo quadro que todosdeveriam ver.

Enquanto a viagem até ao concelho>>>

PUB

LIC

IDA

DE

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Informações úteis

Estação Ferroviária de BombarralQuem passa pela estação deBombarral ou quem chega até aoconcelho de comboio, rapidamente sedepara com uma das mais fortesactividades desta região e que originao seu conhecido vinho. As paredes daestação rodoviária estão repletas depainéis de azulejos, de 1930, quereproduzem episódios relacionadoscom as vindimas.

Kartódromo Internacionalda Região OesteNasceu em 2000 e tem vindo aafirmar-se com um dos melhorescomplexos para praticar karting emPortugal. Bem concebido, completo ecuidado, o KIRO - Kartódromo

Internacional da Região Oeste,concilia a pista de karting com outraszonas de lazer e restauração comexcelentes condições.Quer seja em corridas ou emalugueres, graças ao sofisticadosistema de cronometragem, o KIROmostra os tempos por volta nosécrans existentes nas instalações.

É nos campos agrícolas doBombarral, ricos e férteis, que se

produzem alguns dos melhoresvinhos e pêras. Produtos que dão

bom nome e reconhecimento aPortugal “lá fora”

não se concretiza, é possível espreitarum bocadinho da paisagem pela televi-são. Como? A beleza do concelho doBombarral permitiu-lhe ser o escolhidopara servir de cenário a algumas das ce-nas gravadas na série Bem-vindos a Bei-rais, transmitida pela RTP1.

“Beirais” é na verdade Carvalhal, umaaldeia que pertence ao concelho doBombarral. Apenas o nome é diferente.Não há truques nem arranjos para em-belezar o local ou mostrar um sítio bo-nito da televisão. Nada disso. Aliás, Car-valhal é uma aldeia ainda mais bonita doque a série revela. E tudo o que a sériemostra existe na realidade: os estabele-cimentos comerciais, a colectividade eaté a banda. Este “cantinho” do conce-lho destaca-se pela sua beleza e pela ex-celente conservação do património. Éprecisamente nesta aldeia que está aconstrução mais antiga do concelho: aTorre Medieval. Doada por D. Dinis a umfidalgo aragonês, a Torre Medieval éclassificada de interesse público. Esta éuma óptima oportunidade para conhe-cer um dos locais mais bonitos do Bom-barral e da região.

Mas não pense que deixa Carvalhal debarriga vazia. Neste pequena aldeia háum restaurante tailandês, é verdade. Ofacto é curioso mas aqui há mesmo umrestaurante de comida tailandesa. Hum-berto Silva, emigrou muito cedo paraLondres onde trabalhou em restauraçãoe hotelaria. Lá, conheceu a sua esposade nacionalidade tailandesa. Depois deabrirem o primeiro restaurante tailandêsdo país, nas Caldas da Rainha, o casal foiviver para Carvalhal e, a pedido do em-baixador da Tailândia, abriram um novorestaurante. Remodelaram um antigo la-gar e assim nasceu o Supatra. A comidaé diferente mas é muito saborosa. Atre-va-se a experimentar, depois de umdelicioso passeio pela aldeia de Carva-lhal e pelo concelho do Bombarral. �

Mariana Rodrigues

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Não tem vista para o mar nemprecisa. Tem tapas e petiscos daregião, que apetece acompa-nhar de bons vinhos, alguns a

preços acessíveis porque a gerência fazquestão que todos os possam apreciar. Adecoração é simples e arejada, com pipasde vinho espalhadas pelo espaço, queconjuga o típico e o moderno. Há, depois,chás para os mais exigentes gostos, nãofossem as infusões fornecidas pela em-presa oficial da casa real inglesa. Trata--se do Foz Vintage Club, que ainda tem avertente do espaço de entretenimentonocturno dedicado aos “bons anos damúsica”, com um serviço de cocktails ela-borados por experientes profissionaisda hotelaria.

Porque em tempo de Verão o que vemlogo à mente é praia e sol, é também comesses ingredientes que se faz o concelhode Caldas da Rainha. Duas praias, duasrealidades diferentes. A Foz do Arelho émais cosmopolita, com os seus bares e as

Caldas da Rainha

Praia, petiscose cultura

vivendas de requinte. A existência de umSurf Camp deixa adivinhar a juventudeque escolhe aquela praia, onde não faltaalojamento, desde o mais modesto aomais requintado. O bar e restauranteCais da Praia é uma boa opção para quemquer degustar a gastronomia voltado

Com decoração simples e arejada, oFoz Vintage Club reúne várias

vertentes num só espaço. Os chás aliservidos são do mesmo fornecedor

da casa real inglesa

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para a enigmática Lagoa de Óbidos, ondeos desportos náuticos, como o jet ski, owind surf ou o kite surf, acontecem comnaturalidade.

Mais para norte, a praia de Salir do Por-to bebe muitas das influências da vizinhabaía de São Martinho, esta já no concelhode Alcobaça. Salir é uma aldeia cada vezmais procurada para férias. É uma praiafluvial banhada pelo Rio Tornada (ouRio Salir), facilmente localizável, estan-do indicado o caminho com uma placalogo à entrada da localidade. É proibidocircular com veículos nas dunas e napraia. Para além da praia, em Salir podem--se espreitar as ruínas da Alfândega e doCastelo de Salir.

As cavacas das Caldas são um ex-líbrisna gastronomia e fazem bem a ode à he-rança dos monges de Cister, que deixaramas sementes da doçaria conventual nãoapenas no concelho de Alcobaça. É, aliás,em Caldas da Rainha que se podem de-gustar as trouxas e os beijinhos, outras de-lícias facilmente encontradas nas paste-larias do município. E vale a pena es-

preitar a cozinha tradicional em restau-rantes como o Solar dos Amigos, uma pre-ciosidade de decoração típica portugue-sa situada em Salir de Matos. Tem salastemáticas, todas elas dedicadas às artestauromáquicas e pratos como os Cascosà casa ou o Cabrito assado no forno.Dentro do típico, há também a Taberna doManuel Vina, na cidade, considerado deparagem obrigatória para quem não re-sista a uns bons grelhados de touro ou deporco preto. Em Salir, o Porrinhas dos Lei-tões ganhou fama, pelo leitão, claro está,mas também pela zona de exterior, queproporciona refeições em tendas gigan-tes. Também se come bom peixe e bommarisco no concelho. Com uma invejávelvista para o mar e para a lagoa, a maris-queira Cabana do Pescador, na Foz doArelho, serve desde caldeirada a arroz demarisco descascado.

Depois de um dia de praia e de uma re-feição, nada melhor do que a animaçãoque a Câmara tem nas ruas até ao finalde Agosto. O Caldas Anima é um pro-grama que agita o concelho, na cidade

e nas praias. Até dia 31 há teatro, artescircenses, animação de rua, mostrasde artesanato e animação nocturna.

Considerado pelos caldenses como “omelhor mercado de peixe da região”,como faz questão de enaltecer o presi-dente da Câmara, Tinta Ferreira, uma idaao das Caldas é já de si a garantia de ani-mação, como aliás acontece com o mer-cado da fruta e a praça da fruta, uma au-têntica palete de cores no centro da ci-dade.

Agosto é mês de várias festas de Ve-rão, com destaque para a festa branca,que acontece na Foz do Arelho. Já na ci-dade, as tasquinhas na Expoeste levamtodos os anos mais de cem mil pessoas

O mercado da fruta é uma autênticapalete de cores nas ruas da cidade,

onde os restaurantes maisbadalados servem sobretudo pratos

de carne.. O peixe e o marisco sãoespecialidades em praias como a

Foz do Arelho

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Hoje semactividade, oHospital Termal,que nasceu nasCaldas no séculoXV, deverá reabrirreforçado e commais e melhoresvalências. Pelaprimeira vez, sobtutela daautarquia

a Caldas da Rainha.O Hospital Termal, agora sem activi-

dade, poderá, a médio prazo, voltar ao pa-pel de ex-líbris do município, de impul-sionador do crescimento de Caldas daRainha desde 1485 e aos tempos em quecativava seis a oito mil utentes por ano.A Câmara deverá assumir a gestão doequipamento, hoje sob tutela da admi-nistração central. Na calha está a insta-lação de um hotel e um spa, para melhoraproveitamento das águas sulfurosas a 33graus.

Fálico mas artísticoOs pacotes de açúcar são outro motivopara uma visita a Caldas da Rainha. Háum mês que a tradicional arte fálica cal-dense ganhou vida com uma originalcolecção de pacotinhos que retratam asoriginais e fálicas peças de cerâmica. Ainiciativa é da Confraria do Príapo, or-ganização criada em 2009, que quer“defender e valorizar a vertente fálicada cerâmica popular das Caldas”, comoexplica o presidente da Direcção daConfraria, Edgar Ximenes, ele que já fez

saber que está em preparação um livrosobre a tradição fálica do concelho.Os esforços daquela organização têmum motivo. O falo é, de facto, uma mar-ca identitária da cidade. “Graças aotrabalho da Confraria, estamos no pon-to de viragem entre o que era uma tra-dição envergonhada e condenada aodesaparecimento e o que será, cada vezmais, uma orgulhosa forma de artesa-nato e de arte”, considera Edgar Xi-menes. �

Ana Ferraz Pereira

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Castanheira de Pera esconde lá noalto da serra um oásis invulgar.No ponto de confluência com osmunicípios de Góis e Lousã, a

1200 metros de altitude, estende-se umprado rodeado por um enigmático bos-que onde se sente uma paz imperturbá-vel e se contempla uma vista única.

Neste lugar de rara beleza encontram--se três casebres de pedra igualmente in-trigantes. São poços da neve, que che-garam a ter mais de dez metros de pro-fundidade e serviam para guardar nevee dela fazer gelo.

Em santo António da Neve, de setedestes poços apenas três foram preser-vados e pela sua raridade são conside-rados imóveis de interesse público, peloque conhecê-los é como que absorverparte da sua história.

Mas para que eram usados ao certo?Para produzir o gelo com que se faziam

Castanheira de Pera

Lazer por excelênciagelados para o rei e para a sua corte. Cu-rioso não?

Nestes poços profundos, de entradaestreita e voltada para nascente era de-positada a neve e com o auxílio de pe-sados maços de madeira ia sendo cal-cada, dando origem ao gelo que, cober-to de palha e fetos, se mantinha ali in-tacto até à chegada do calor.

Nesta altura o gelo era cortado e trans-portado em blocos para Lisboa. Primei-ro em carros de bois até Miranda do Cor-vo, onde se fazia a troca dos animais, de-pois até Constância, onde embarcavapor via fluvial até ao Terreiro do Paço,em Lisboa.

Uma vez na capital o melhor gelo erausado para fazer os gelados com que orei e a sua corte se deliciavam e com assobras ainda se faziam gelados para al-guns cafés como o Martinho da Arcadae que os lisboetas adoravam.

A história escondida por detrás dospoços neveiros, em Castanheira de Pera,é conhecida de poucos, mas mesmosem a saber a visita ao local não deixa deser mágica. Agora que o leitor sabe a ra-zão da existência daqueles casebres depedra negra não perca a oportunidade

de visitá-los, faça um piquenique por láe partilhe esta história na companhia deamigos e família.

Ribeira de Pera,o motor de CastanheiraA Ribeira de Pera tem sido ao longo dahistória o motor das actividades eco-nómicas de Castanheira de Pera. Se nofinal do século XIX alavancava a in-dústria têxtil no concelho, que chegoua ser o terceiro centro de lanifícios dopaís, hoje alimenta o turismo que é o seucartão-de-visita.

As praias fluviais de Castanheira ali-mentam-se desta ribeira que corre denorte para sul e que desenha no seu cur-so açudes, piscinas naturais e cascatasem paisagens de tons verdes.

Se está de visita ao concelho já ouviucertamente falar na Praia das Rocas,um complexo de lazer, num lago com1km de extensão, onde uma piscina deondas é a grande atracção turística.Neste complexo poderá ainda usufruirde algumas actividades como passear debarco ou gaivota, praticar desportos ra-dicais ou mesmo pernoitar num dosveleiros atracados na praia ou nos bun-

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galows de madeira.Mas se prefere um bom banho de rio

em ambiente totalmente natural, nessecaso digira-se à praia fluvial do Poço Cor-ga e deleite-se com as águas frescas ecristalinas. Aqui sentir-se-á em comu-nhão com a natureza, poderá desfrutardos verdes da serra e do colorido das flo-res, do chilrear do pássaros e do pro-fundo azul do céu.

Faça uma pausa e fure pelo carvalhalcentenário contíguo à praia. Sinta afrescura das suas sombras, desfrute doparque de merendas e visite o Museu La-gar de Corga que preserva a história daprodução de azeite em lagar movido aenergia hidráulica.

Cinco rotas, cinco desafiosPorque as sugestões que lhe deixámosatrás levam-no até à exploração da na-tureza tão característica do concelho, es-colhemos entre cinco rotas ao dispor dovisitante aquela que o leva a conhecermelhor o centro da vila de Castanheirade Pera.

Pelos encantos da vila de Castanheirade Pera desenha um percurso de baixograu de dificuldade e através do qual irá

conhecer parte do património edificadomais emblemático e os seus espaçospúblicos.

Comece por visitar os belos jardins daCasa da Criança Rainha D. Leonor edi-ficada por Bissaya Barreto. Aprecie a suaarquitectura e a ornamentação em azu-lejo e aproveite os espaços verdes.

Concluída a primeira etapa siga ago-ra até à Igreja Matriz, construída em1700, onde poderá contemplar o altar emtalha dourada, os azulejos pintados à

mão e o neo- clássico da sua sóbria fa-chada.

Rumo agora a um dos locais maisaprazíveis da vila, refresque-se nas pis-cinas fluviais do Espelho de Água. Cons-truídas em xisto, estas piscinas estão en-quadradas num cenário onde os camposagrícolas e a serra se combinam.

Etapa quatro. Por ruas e vielas, pode-rá descobrir uma parte menos explora-da da vila onde a arquitectura típica serevela em ruas estreitas. Após subir a es-cadaria das piscinas siga até ao Largo 4de Julho, subindo deste até à Rua Eduar-do Silva onde, após 50 metros, irá des-cer uma escadaria que o levará a um fon-tanário municipal e ao frondoso carva-lhal conhecido por Vale das Figueiras.

Continuando pela escadaria do car-

A 1200 metros de altitude, estende-seum prado rodeado por umenigmático bosque onde se senteuma paz imperturbável e secontempla uma vista única

SugestõesOnde ir: Jardim Bissaya Barreto, Casa dotempo – Posto de Turismo, Praia dasRocas, Praia Poço Corga, Ribeira deQuelhas, Ribeira de Pera

Onde ficar: Casa de Hóspedes D. Delfina,Casa da Ribeira de Pera, Hotel Lagar doLago, O Moinho - Parque de Campismo,Quinta dos Esconhais, Villa Praia –bungalowse veleiros

Onde comer: Albino Rosário Coelho,Casmel, Churrasqueira Castanheirense,Europa, Lagar do Lago, O Gil, Poço Corga,Praia das Rocas

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valhal, e por ruelas estreitas, chegará aoSouto do Vale descendo à Travessa da In-dústria. Aí, voltará a encontrar uma es-cadaria ladeada de vegetação luxurian-te, que o guiará até ao centro da vila.

Uma vez na zona antiga da Vila poderácontemplar casas dos finais do séc. XIXe do início do séc. XX. Um aspecto cu-rioso desta zona são as velhas mercea-rias, que ainda guardam a decoração ori-ginal que nos transporta ao passado,com a sua decoração antiga. Poderátambém ver a Casa Pimentel, onde emtempos funcionaram os primeiros Paçosdo Concelho, actualmente um espaço deexposições. Merecem destaque as jane-las ogivais neo- góticas bem como, umaoutra peculiaridade, as elegantes va-randas de ferro forjado.

A Ribeira de Pera tem sido ao longoda história o motor das actividades

económicas de Castanheira de Pera.Se no �nal do século XIX alavancava

a indústria têxtil no concelho, quechegou a ser o terceiro centro de

lanifícios do país, hoje alimenta oturismo que é o seu cartão-de-visita

Etapa seis. Seguindo em direcção àsAvenidas Verdes poderá apreciar o Mu-ral em azulejos que representa a histó-ria da Vila desde a Princesa Peralta, o pri-meiro foral, os tempos do alvor da in-dústria têxtil, os ilustres de Castanhei-ra e as perspectivas para o futuro. Rumoà Ribeira de Pera encontre-se com al-gumas casas apalaçadas que poderá vermais pormenorizadamente no regresso.

Etapa sete. A Ponte dos Esconhais eParque Azul. Deste local poderá obser-var e sentir a pacatez que se vive na Vilae nos terrenos férteis atravessados pelaRibeira de Pera, apenas cortada pelo chil-

rear dos pássaros e o correr das águas noseu curso sinuoso.

De regresso, a testemunhar temposáureos da indústria têxtil no concelho,encontrará de novo as casas apalaçadasrepresentativas da arquitectura do iní-cio do séc. XX. Construídas por pro-prietários das antigas fábricas texteis.

Por fim poderá repousar no Recanto S.Domingos, o santo padroeiro da fre-guesia. O passeio termina na Casa daCriança, no mesmo local onde começou.

Esta e outras rotas disponíveis emwww.cm-castanheiradepera.pt/per-cursos.� Paula Lagoa

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Inaugurou este Verão e é a meninados olhos dos figueiroenses. O Mu-seu Centro de Artes de Figueiródos Vinhos é agora mais um ponto

de interesse a juntar-se a muitos outrosno concelho e que vem colocar a pe-quena vila no roteiro cultural da regiãoe no circuito regional de arte.

Um equipamento de linhas moder-nas, situado no ponto nevrálgico davila, que oferece aos visitantes a pos-sibilidade de contemplar obras de artede autores locais de grande relevância,além de um óptimo passeio pelos es-paço verdes circundantes, ou mesmouma visita ao Clube Figueiroense –Casa da Cultura e ao Casulo de Malhoa,equipamentos culturais contíguos aomuseu e que compõem este novo pólocultural de Figueiró dos Vinhos.

Figueiró dos Vinhos: Os nossos artis-tas é o nome da exposição com que omuseu abriu portas e que se mantémpatente. Nela podem ser vistas as obrasde escultura dos figueiroenses Simõesde Almeida - tio e sobrinho, ao lado das

Figueiró dos Vinhos

O que é nacional é bom

O Museu Centro de Artes deFigueiró dos Vinhos é agora mais

um ponto de interesse a juntar-se amuitos outros no concelho

pinturas de José Malhoa e HenriquePinto, filhos adoptivos da terra.

A obra destes artistas e a possibili-dade de reunir na mesma casa os seustrabalhos inspiraram a construção des-te equipamento cultural de excelênciae a riqueza das suas peças já atraiu maisde mil visitantes em pouco mais de ummês de existência.

Nas esculturas dos autores Simões deAlmeida, revisitam-se personalidadeshistóricas e dos seus tempos, bem

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SugestõesOnde ir: Jardim Parque Municipal, IgrejaMatriz de Figueiró dos Vinhos, Conventode Nossa Senhora do Carmo, Cruz deFerro, Torre Comarcã, Ruínas dasAntigas Ferrarias de Foz de Alge,Pelourinho – Aguda, Ermida de SãoSimão, Miradouro do Cabeço do Peão,Miradouro das Fragas de S. Simão,Miradouro da Madre de Deus,Miradouro da Torre da Cadeia.

Onde ficar: Hotel Rural Solar das Freiras,Hotel Rota Malhoa, Paris – AlojamentoLocal Registado, Quinta do Sobral – CasaBrigitte– Casa de Campo, Quinta doSobral – O Solar – Casa de Campo, Quintado Sobral – Casa Ouro– Agroturismo,Casa Amarela – Alojamento LocalRegistado, Casa A Lura – QuartosParticulares, Solar do Zêzere -Alojamento Local Registado, Quinta daFonte - Agro Turismo, Parque deCampismo e Caravanismo de Foz deAlge.

Onde comer: Varanda do Casal, Toca doMocho, Paris, Retiro Figueiras, Casa dosLeitões, Barqueiro, O Moinho, O Manito,O Caçador, Tricana, PetisqueiraFigueiroense, O Solar, Baião.

Se visitar Figueiró dos Vinhos �queno Casal de S. Simão. A experiênciaserá única. Implantada no silêncio

da serra encontra-se esta Aldeia doXisto recuperada e que é sem

dúvida um dos principais lugares avisitar

como rostos do povo que marcam pelaexpressividade e pelos sentimentosneles expressos.

Paralelamente o trabalho dos pinto-res José Malhoa e Henrique Pinto abor-dam o naturalismo característico davida em Figueiró dos Vinhos, a pro-fundidade do quotidiano, dos ofícios edas suas gentes.

Esta exposição de forte carga senti-mental sugere-nos uma viagem ímparao século XIX.

Praias Fluviais: mergulhosrevitalizantes em águascristalinasUma das maiores senão a maior rique-za de Figueiró dos Vinhos é o seu pa-trimónio natural e paisagístico que fo-mentam o turismo ambiental e de na-tureza. Floresta a perder de vista, cur-sos de água doce cristalina, paisagensarrebatadoras e condições de acesso epermanência pensadas à escala da ma-gia envolvente desses lugares.

A praia fluvial das Fragas de S. Simãoé um lugar que proporciona o descan-so em ambiente de perfeita comunhãocom a natureza. Rodeadas por florestaestas quedas de água formam piscinasnaturais onde é possível tomar banhosrevitalizantes em águas límpidas e fres-cas.

Simples lazer, caminhadas ou des-portos de natureza são algumas das al-ternativas. Se encontrarem algumduende no caminho, é normal, pois olugar é verdadeiramente mágico.

Saindo de Figueiró e seguindo na di-recção da Aldeia de Ana de Aviz podevisitar-se ainda a praia fluvial Ana deAviz formada numa represa que sustéma água da ribeira, criando uma piscinanatural. Neste lugar há relva para ba-nhos de sol, parque de merendas, bar deapoio, instalações sanitárias e balneá-

rios. O lugar perfeito para levar as crian-ças.

E para os amantes dos desportosaquáticos a visita a Figueiró dos Vinhospode e deve também passar pela Foz deAlge. A Ribeira de Alge nasce no nortedo concelho e desagua no rio Zêzereonde a Albufeira de Castelo de Bode co-meça a ganhar forma, desenhando umlugar de beleza incontornável. Alémdos desportos aquáticos a pesca é tam-bém uma actividade característica des-te lugar, assim como a gastronomia li-gada ao peixe de rio. O Barbo, a Boga eo Bordalo são as espécies dominantes.

Aldeia do Xisto de Casalde S. SimãoSe visitar Figueiró dos Vinhos fique noCasal de S. Simão. A experiência seráúnica. Implantada no silêncio da serraencontra-se esta Aldeia do Xisto recu-perada e que é sem dúvida um dosprincipais lugares a visitar em Figueiródos Vinhos. Na aldeia há 23 casas quemantém a arquitectura original e ondepoderá procurar alojamento.

Uma vez em S. Simão sugere-se umpequeno percurso pedestre de 20 mi-nutos que segue até à praia fluvial Fra-gas de S. Simão. No caminho poderácontemplar a Ermida, templo gótico

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Instalado na aldeia está um dosmelhores restaurantes que podevisitar. Se vem para conhecer agastronomia local vá até ao Varandado Casal

com valiosas imagens de S. Simão e S.Judas Tadeu sempre rodeado do verdeque será a cor de grande parte das suasfotografias e memórias. Para a realiza-ção de percursos pedestres ou qualqueroutra informação necessária poderápedir ajuda à Refúgios de Pedra - Asso-ciação de Moradores do Casal de S. Si-mão que certamente ajudará a que a suaestadia seja ainda mais cómoda.

Instalado na aldeia está um dos me-lhores restaurantes que pode visitar. Sevem para conhecer a gastronomia localvá até ao Varanda do Casal, goze a mag-nifica vista sobre a aldeia e delicie-secom a gastronomia regional, bem comocom as sugestões à base de produtos as-sociados à marca Aldeias do Xisto eque podem ser comprados na Loja daAldeia, no mesmo edifício do restau-rante.� Paula Lagoa

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Leiria

A cidade queo castelo abraça

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Chegando a Leiria o ponto de par-tida obrigatório para a sua visitaé, inevitavelmente, o centro his-tórico da cidade.

Apesar da sua exploração comercial es-tar aquém de todo o seu potencial é lá queainda encontram o sapateiro, a oficina debicicletas, a casa de chapéus de palha oua antiga mercearia, paredes meias comprojectos de gente jovem que escolheesta zona emblemática para dar azo àssuas mais vanguardistas ideias, dotandoeste lugar também de modernidade.

Espreite por exemplo a Humus, na RuaDireita, uma loja corporativa que pro-porciona um espaço de venda a jovenscriadores para as suas peças de vestuário,acessórios e decoração, ou a loja Garagem,onde encontra algumas das melhoresmarcas de roupa para jovens, voltadapara um estilo mais alternativo, que ex-pressa a identidade irreverente do espa-ço e que foi também a primeira casa a fa-zer bodypiercing na cidade.

E já que aqui estamos não deixe de co-nhecer, mesmo na porta ao lado, o Abre-latas, uma casa de petiscos que aposta nadivulgação das conservas nacionais e nocomércio de bons vinhos, onde o conví-vio, o debate e a troca de ideias são ser-vidos de entrada.

Ainda nesta rua encontra comida tra-dicional portuguesa no restaurante Por-to Artur, indiana no Cardamomo ou osmelhores doces regionais na confeitariaLuziclara.

E ainda não saímos da zona histórica.Se procura diversão nocturna então estáno sítio certo. É precisamente ao longo daRua Direita e nas transversais que a ligamà Praça Rodrigues Lobo que encontradezenas de bares e esplanadas com ani-mação para todos os gostos. Se gosta deGin, vá ao Mau Feitio, se quer ver músi-ca ao vivo entre no Filipes Bar, se procu-ra um espaço mais tranquilo conheça o barmarroquino Nekob, se gosta de esplana-das escolha uma entre várias que cir-cundam a Praça Rodrigues Lobo.

E enquanto circula pelo centro históri-co de Leiria vá levantando a cabeça e es-preitando palas ruas estreitas para não seesquecer que lá em cima está um dos Cas-telos mais bonitos de Portugal. Visite-o,conheça as exposições patentes e con-

E enquanto circula pelo centrohistórico de Leiria vá levantando acabeça e espreitando palas ruasestreitas para não se esquecer que láem cima está um dos Castelos maisbonitos de Portugal

temple a vista sobre esta bela cidade deum dos seus pontos mais altos. Na desci-da passe também pelo m|i|mo – Museu daImagem em Movimento. Um equipa-mento cultural de “recolha, salvaguarda,conservação e inventariação de objectose técnicas relacionadas com as imagensem movimento, que oferece condiçõespara a pesquisa e estudo nessa área. Aquise integra e desenvolve a estrutura e ex-posição de colecções, a organização de ac-tividades e a publicação de documentos,potenciando a fruição dos recursos deuma forma lúdica e criativa, trabalhandocom o público na construção de conheci-mentos sobre cinema e fotografia”. >>>

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Ainda no centro não deixe de notar nasmontras das lojas. Se algumas lhe vão pa-recer antiquadas e até mesmo obsoletas,outras vão certamente surpreendê-lopela positiva. É que a identidade do co-mércio leiriense assenta precisamenteno facto de na mesma rua encontrar opronto-a-vestir com 50 anos e a loja dasmelhores marcas internacionais de ves-tuário, como a Five, a Hugo Boss, a LaSquadra ou a Net Jeans.

Dê um salto ao Mercado Santana, umespaço de eventos culturais completa-mente reabilitado e beba de seguida umcafé no Colonial, um dos mais antigos dacidade. Suba a rua e conheça o que de me-lhor se faz no calçado português na sa-pataria Tendenza. Um pouco mais acima,talvez tenha a sorte de encontrar-se comum dos muitos escritores que por cá pas-sam a convite da Livraria Arquivo. Apro-veite para ler os jornais locais e a agendacultural da cidade e verá que há concer-tos, exposições, teatro, entre muitas ou-tras coisas para fazer.

Comer e chorar e por maisNo que tocaa comes e bebes não poderá vira Leiria sem conhecer as freguesias deMarrazes, Cortes e Boa Vista onde encon-tra restaurantes de reputação nacional.

Casinha Velha, Tromba Rija e MatildeNoca, todos vizinhos na freguesia deMarrazes. Entre os três é caso para dizer“venha o diabo e escolha”. Ricos nas en-tradas onde os queijos e enchidos tomama dianteira, igualmente tentadores nasementas que entre carnes e peixes de altaqualidade garantem uma confecção,tempero e apresentação do mais requin-tado.

Na freguesia das Cortes duas sugestões,Casa da Nora, onde poderá desfrutar de

SugestõesOnde ir: Castelo de Leiria, Nacente do rioLis – Cortes, Sé de Leiria, Igreja NossaSenhora Encarnação, Jardim SantoAgostinho, Jardim Camões, Centrohistórico, Igreja do Milagres, Moinho doPapel, Vale do Lapedo,

Onde comer: Adega dos Caçadores,Taberna Ibérica, Mata Bicho, JoãoGordo, O César, O Armando, Porto Artur,Cardamomo, Malagueta Afrodisíaca,Glam Club – Café e Restaurante, OsMorgatões, Buraco da Velha, O Telheiro,O Jota, Manel da Quitéria, Liz Bar,Casinha Velha, O Menino, Tromba Rija,Matilde Noca, Luna, Pontuel, Pipo Velho,Salvador, A Toca, O Alcoa.

Onde ficar: Hotel Eurosol, Hotel EurosolResidence, Hotel São Luís, Hostel deLeiria, Residencial D.Dinis, Casa da Nora,Hotel Termas de Monte Real,Residencial São Francisco, Pensão Alcoa

Uma visita à Livraria Arquivo podetornar-se surpreedente pelasexposições e escritores que a

visitam, assim como pela oferta delanches literários

A identidade do comércio leirienseassenta precisamente no facto de na

mesma rua encontrar o pronto-a--vestir com 50 anos e a loja das

melhores marcas internacionais

um conceituado restaurante e de todo oseu serviço complementar de estadia emturismo rural, ou apenas um almoço bemregado no Pião, onde gastará menos cer-tamente, mas poderá comer um bom ba-calhau assado e conviver directamentecom as gentes e as tradições locais.

Falta falar de um dos ex-líbris da região,o leitão da Boa Vista. Se nunca experi-mentou não vai querer perder isto. Assa-do aberto ou fechado, quatro requisitosfundamentais: carne macia e suculenta,pele estaladiça, molho q.b. e vinho frisantea acompanhar. Será uma das maioresaventuras a que sujeitou o seu paladar epara não ir ao engano escolha um entre es-tes: Aldeia do Leitão, os Morgatões ou CaféCentro.

Passeios literários, caminhadas àbeira rio ou descanso absoluto?Sabia que Eça de Queirós viveu e escreveuparte d' O Crime do Padre Amaro em Lei-ria? Que Miguel Torga adoptou esta cida-de, cá viveu, trabalhou como médico,apaixonou-se e até esteve preso? Que a es-tátua de Afonso Lopes Vieira marca pre-cisamente o lugar onde existiu a casa doescritor? Esta e muitas outras curiosidadespodem ser satisfeitas num passeio pelaRota dos Escritores onde, na companhia deum técnico, em datas específicas, poderáouvir todas as estórias relacionadas coma ligação da cidade à literatura portugue-sa e a alguns dos seus mais importantes in-tervenientes. E se não tiver a sorte de con-seguir integrar uma dessas comitivas podesempre descarregar o audio-guia no site daCâmara e fazer o passeio pelo seu própriopé.

À semelhança deste roteiro existe ain-da a rota d'O Crime do Padre Amaro, quevai aos mais ínfimos pormenores que li-

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gam Leiria e o seu património à obraqueirosiana, podendo igualmente o visi-tante juntar-se às visitas guiadas ou seguirpor si mesmo com recurso a audio-guia.

E se o contacto com a natureza o atraitanto como conhecer a cultura de um lu-gar, as margens do rio Lis podem ser umaboa escapadela à agitação da cidade, ain-da que dentro dela. As suas margens es-tão em óptimas condições para uma boa

caminhada ou um passeio de bicicleta re-lativamente sossegados. Aqui poderá usu-fruir da sombra das centenárias árvoresque guardam o rio, ler um livro, descan-sar nos bancos de jardim, ou mesmo fazeralguma actividade física ao longo de umpercurso pedonal à beira rio com cerca de5 quilómetros.

Nesta perspectiva de férias saudáveis ede turismo de bem-estar convidamo-lo

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Se o contacto com a natureza o atraitanto como conhecer a cultura de umlugar, as margens do rio Lis podemser uma boa escapadela à agitação dacidade, ainda que dentro dela

ALMOÇO NO PONTUEL

MENUPrato, pão, água e café ..........................................................8,50€

MENU com BEBIDA ou SOBREMESA1 copo de vinho, 1 cerveja ou 1 refrigerante ..........................10€

MENU com BEBIDA e SOBREMESA .............................12€

ainda a conhecer o complexo das Termasde Monte Real onde poderá usufruir dasmelhores condições em Resort Termal, deindicações terapêuticas e todo um con-junto de serviços voltados para a saúde eo bem-estar.

Aqui poderá libertar-se do stress, reporenergias e acima de tudo descansar ti-rando o máximo partido do termalismoclínico. � Paula Lagoa

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Marinha Grande

Nem só de indústriavive o concelho

Vidro, moldes e plástico. A Mari-nha Grande é rapidamente as-sociada a estas três indústrias.Mas há muito mais no concelho.

É claro que é a indústria que faz daMarinha Grande um dos concelhos maisexportadores do distrito e que traz ri-queza e emprego.

Por isso mesmo, neste concelho há umturismo especial. Chama-se TurismoIndustrial. Aqui, é possível visitar as fá-bricas da Marinha Grande e conhecer aforma como funcionam, bem como atecnologia que utilizam. As visitas, pre-viamente definidas, têm um roteiro es-pecífico e os empresários criam trajec-tos, dentro das unidades produtivas,onde os turistas podem circular e ver deperto “como se faz”. As visitas podemser marcadas directamente na empresaou através da Câmara Municipal. Vidro,moldes e plásticos são então as empre-

sas que fazem parte deste programa deturismo industrial, não fossem estes ossectores mais fortes da economia doconcelho.

Mas, para quem aqui passa, o turismoindustrial é apenas um dos pontos de in-teresse. A Marinha Grande tem maispara mostrar e especialmente para…pro-var!

Se o concelho é muitas vezes apeli-dado de capital do vidro e até por capi-tal dos moldes, a Marinha Grande me-rece também o estatuto de capital do Ar-roz de Marisco. Afinal, uma das 7 ma-ravilhas gastronómicas de Portugal estáno concelho. O Arroz de Marisco daPraia de Vieira é um prato que se destacapela diferença. É servido num tacho debarro que sai directamente do fogão e,por isso, chega à mesa ainda a fervilhar.

E já que foi até à praia provar o arrozde marisco, continue o passeio e apro-veite para visitar as praias do concelho.

A praia da Vieira caracteriza-se por darcontinuidade à pesca artesanal da artexávega. Apesar das evoluções tecnoló-gicas, os homens do mar da praia daVieira preferem continuar a utilizar o“velhinho” método que conta já com

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CuriosidadePinheiro Serpente Têm um aspecto euma forma pouco vulgares. O“fenómeno” acontece devido ao cloretode sódio que vem do mar, por acção dosventos. Esta matéria prejudicou opinheiro no seu crescimento, obrigando-o a rastejar. As suas formas incomunsfazem dos pinheiros serpente um dos ex-libris do Pinhal do Rei. É na Praia dasPedras Negras, em São Pedro de Moel queé possível encontrar um destesexemplares. Dadas as suas característicasúnicas, o pinheiro serpente está incluídono lote das árvores consideradas pelaAutoridade Florestal Nacional como“Monumentais”, classificando-se deInteresse Público.

200 anos. É uma pesca de arrasto. Os ho-mens fazem-se ao mar, nos conhecidosbarcos de madeira meia-lua coloridos,que saem de terra ligados a uma cordae distanciam-se da costa para lançar asredes. Depois, regressam e as redes ar-rastam o peixe até à praia, puxadas portractores. São vários os dias em que o

barco chega a horas em que os banhis-tas estão na praia. Nessa altura, é pos-sível comprar peixe bem fresco, acaba-do de pescar e a bom preço. A chegadado barco atrai muitos curiosos. Se já foià Praia da Vieira, talvez não tenha re-parado, se ainda não visitou, presteatenção. Na rotunda da Praia, em Viei-ra de Leiria, está precisamente um bar-co colorido em forma de meia lua. Inau-gurado em Julho de 2010, esta é uma ho-menagem à arte-xávega que se praticana Praia da Vieira.

E o Rio Liz, conhece? A foz é aqui. De-pois de 39,5 km, o rio desagua no mar daPraia da Vieira. No fim do seu percurso,o rio adquire características que des-lumbram os visitantes e que fazem asdelícias dos pescadores. Estão regista-das 57 espécies animais, das quais duassão anfíbios. Quatro são répteis, 31 sãoaves e nove são mamíferos. Tudo istonum só rio.

Um pouco mais ao lado, São Pedro deMoel. A praia não fica muito distante econvida a um mergulho com a brisa dopinhal ali bem perto.

São Pedro de Moel avista-se a largosquilómetros de distância graças ao seu

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Receita de Arroz de Marisco da Praia da Vieira

Ingredientes:(4 pessoas)500 gr arroz agulhaCebola e alho picados q.b.Azeite e polpa de tomate q.b.Sal e piripiri q.b.Marisco previamente cozido (lagosta,camarão, amêijoa e patas desapateira)

Preparação:Levar um tacho de barro ao lume parafazer o refugado. Neste utilizar um fioabundante de bom azeite, cebola (depreferência nacional) e alho picados epolpa de tomate quanto baste. Deixeapurar o refugado e em seguida junte-lhe a água que serviu para “abrir” asamêijoas (este é um detalheimportante) e acrescente águacorrente. Quando a água levantarfervura, junte o arroz e deixe que eleabsorva todos os sabores. Em seguidaesteja atento: logo que o arroz esteja“meio cozido” acrescente o marisco

(que cozeu previamente em águatemperada de sal e piripiri), mexapara envolver e deixe cozer mais umpouco.Não esqueça que o tacho de barroconserva o calor, por isso não deixecozer demais o arroz… Ele acaba porcozer na mesa!Sugestão: Para quem aprecie, juntecoentros picados no final.

(receita publicada na agenda daCâmara Municipal da MarinhaGrande, cedida pelo restaurante “OMirante”, da Praia da Vieira)

Marinha Grande não é só a capital dovidro. Os moldes têm grande

expressão num concelho que temuma das maravilhas gastronómicasdo país, o arroz de marisco da Praiada Vieira. Aqui, a arte xávega ainda

subsiste

centenário farol. O Farol do Penedo daSaudade ilumina as águas há 101 anos.Com uma altura de 55 metros, desde onível do mar até ao topo da torre, o fa-rol tem uma escada interior em caracolcom 151 degraus. A viagem até “lá aci-ma” não é muito fácil, dores nas pernase uma ou outra tontura podem surgirmas a meta vale por todo o percurso. Avista sobre o oceano é única e deslum-brante.

Por falar em boa vista, ao passar porSão Pedro, dificilmente não se dá contadas grandes arribas rochosas. Um belocenário que oferece características pe-culiares às praias situadas entre São Pe-dro de Moel e a Praia Velha. Aqui, quan-do o mar permite, geralmente no Verão,o passeio torna-se obrigatório. Fauna ea flora marinhas, típicas de praias ro-chosas, dispostas em andares, mexi-lhões, bancos de percebes e lapas. Tudoisto pode ser visto. É a natureza a mos-trar o que de mais bonito tem.

E se um mergulho por estas bandas éacompanhado pela brisa do pinhal, por-que não conhecê-lo de perto?

Antes de voltar à cidade, depois dapraia, um passeio pelo Pinhal do Rei.Com 11023 hectares, o Pinhal do Rei é umexemplo de sustentabilidade florestal,pelo equilíbrio estabelecido entre a con-servação dos recursos naturais e a pro-dução de madeira de boa qualidade.

De regresso à cidade e ainda ao ar li-vre, a Marinha Grande orgulha-se de terespaços verdes com todas as condiçõespara um agradável passeio. O Parque daCerca é um exemplo disso mesmo. Apósa reabilitação do troço urbano da linhade água da Ribeira das Bernardas, a ci-dade ganhou um lugar cheio de vida,convidativo a todas as gerações e que dáespaço a qualquer que seja a actividade.Outro exemplo é o Parque do Engenhoonde é possível passear tranquilamen-

te com a família. São várias as zonas desombra, muitos os espaços verdes epode ainda contar com a companhia defamílias inteiras de simpáticos patos.

Dentro de portas, destaque para oMuseu do Vidro, instalado no PalácioStephens, convida a uma visita. Aqui,está retratada a história e as origens doconcelho, bem como a sua identidade.O museu é vocacionado especifica-

mente para o estudo da arte, artesana-to e indústria vidreira em Portugal, ten-do colecções desde os séculos XVII/XVIIIaté à actualidade.

Do vidro ao arroz de marisco, pas-sando pela arte xávega e pelo vasto pi-nhal, a Marinha Grande tem uma histó-ria que importa conhecer e uma reali-dade que vale a pena visitar. � MarianaRodrigues

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Nazaré

Cada vez mais na onda...

Está-se de frente para o mar e afantástica paisagem da praia daNazaré quando se dá a primeiradentada num Bacalhau com

puré de grão de bico e espinafres sal-teados ou num naco na pedra feito ali,na mesa. A culpa é da Taverna Oi-toóoitenta, espaço com um ano deexistência, que veio preencher a lacu-na numa vila turística onde não existianenhum restaurante e wine bar. A pro-priedade é de Abel Santos, homem daterra com 25 anos de experiência àfrente da premiada Taberna da Adélia.

A Taverna Oitoóoitenta é um espaçocontemporâneo com bons vinhos, me-lhores petiscos e os gins preparados porNuno Estrelinha, o gerente do espaço.São 70 gins diferentes, que o especia-lista adequa ao cliente, consoante a suapreferência se incline para os cítricos,frutados ou secos. O gin é sempre pre-

parado em frente ao cliente.À mesa, os petiscos são tentadores,

como as batatas bravas, os camarõesMartini, a morcela com compota deabóbora, os ovos rotos, os enchidos na-cionais e estrangeiros e os queijos comassinatura portuguesa. O vinho é tra-tado com respeito. Há 290 vinhos nacarta, com preços para todas as cartei-ras, dos 8 aos 300 euros. O vinho é mes-mo parte da decoração. Há prateleirasque eram caixas de vinho, candeeirosfeitos de antigas garrafas e estantes comtodos os tipos de vinho, sendo que98% são nacionais. Também há vinhoa copo, com uma selecção de 180 vi-nhos diferentes.

Há outros aspectos que distinguemeste restaurante que faz por fugir ao tra-dicional da Nazaré. Está para breve olançamento do site e da aplicação emIpad, que permite ao cliente deixar asua crítica, deixar-se fotografar, aomesmo tempo que recebe na sua con-ta de e-mail essa recordação da expe-riência vivida num espaço visitado re-gularmente por um chef, que ali dáformação na cozinha, e onde há umamáquina só para gelar os copos. Os jan-

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O Hotel Magic e a TavernaOitóoitenta são dois exemplos deinovação na Nazaré. No primeiro,

arte é palavra de ordem, enquantono restaurante alia-se a boa

gastronomia aos excelentes gins eaos melhores vinhos

tares gínicos ou os menus de degusta-ção, que acontecem sobretudo no In-verno, são a certeza de que há umaconstante inovação e que a carta não éestática, pelo que uma pessoa podesempre ser surpreendida. Uma coisa écerta, na Taverna Oitóointenta trans-forma-se uma refeição banal num mo-mento especial, sempre diferente.

Da Taverna não se vêem as especta-culares ondas que projectaram a Naza-ré pelas pernas de Garrett McNamara,mas adivinha-se a dimensão do orgulhodas gentes da terra perante tamanhas fa-çanhas. Essas ondas são mais a norte,para lá da enorme encosta do Sítio,onde a paisagem é única, do Miradourodo Suberco. Local de antigas romarias,o Santuário de Nossa Senhora da Naza-ré, no Sítio, é merecedor de uma vista deolhos, não fosse este o mais antigo e im-portante Santuário Mariano português.

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LIC

IDA

DE

A vista panorâmica do Sítio mostra apraia da Nazaré como se de umquadro se tratasse. À esquerda doMiradouro do Suberco, vale a penavisitar locais seculares de milagre eperegrinação, como a Ermida daMemória

Vale a pena fazer a viagem panorâ-mica para o Sítio pelo centenário ele-vador. Depois do Santuário, e atraves-sando o largo, a estrada do Farol guia atéao Forte de São Miguel Arcanjo, fecha-do ao público, mas onde a vista é pri-vilegiada para as praias da Nazaré, à es-querda, e do Norte, à direita. À esquer-da do Miradouro do Suberco, encontra-se o Bico da Memória, o Padrão de Vas-co da Gama e a pequena Ermida da Me-mória, também locais seculares de mi-lagre e peregrinação. São alguns dosmotivos para fazer do Sítio um local devisita obrigatória. Mesmo que não hajainspiração para este tipo incursão, ésempre bom lembrar que as melhoressardinhas da Nazaré ainda se comem ali,no restaurante O Pires.

Ainda falando do petisco, a Tabernado T’Izelino, lá em baixo, na praia, foialvo de uma remodelação profundaque manteve inalteradas as caracterís-ticas do espaço, outrora ponto de en-contro da comunidade piscatória. Olocal está decorado com elementos pic-tóricos relacionados com a pesca, com

artefactos das actividades do mar e atécom um colete de salvação que per-tencia a um dos ocupantes do subma-rino alemão que se afundou ao largo daNazaré, em 1945, e que “esteve quase air para o lixo”, como chegou a confessaro proprietário da Taberna, João Tavares.

Dois hotéis sobressaem no cenário daNazaré. O Miramar Sul, empreendi-mento recente, situado no limite sul daPederneira, com ambiente tranquilo euma vista invejável, que abraça o mar eo pinhal de Leiria. Destaca-se o KidsClub, que funciona no período de Verãocom uma agenda semanal de activida-des, como os Balões doidos, Festa dasprincesas e dos piratas, Pequenos Ín-dios, Mini Olimpíadas, Jogos Malucos,Noite do Susto, Noite de cinema e o MiniDisco.

Há, depois, o Hotel Magic, um espa-ço de arte e de requinte, com comodi-dades tão essenciais como o estaciona-mento gratuito, um verdadeiro oásistendo em conta que a unidade se situaem pleno centro da vila. � Ana FerrazPereira

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Óbidos

Para além da ginjae do chocolate

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Mais do que papéis pintadoscom tinta, em Óbidos os li-vros são uma presença ao vi-rar de cada esquina. Cada

vez mais no papel de vila literária, Óbi-dos, que recebeu em julho uma memo-rável feira do livro com a presença de di-versas figuras nacionais, está a munir--se de um autêntico banco editorialvivo. Dentro de um par de anos, “todasas edições em língua portuguesa devempoder encontrar-se no espaço urbano”,anseia o presidente da Câmara, TelmoFaria.

Depois de um arranque com cem millivros, depressa se juntaram mais 20 mil,com obras espalhadas em locais tão im-prováveis como o Mercado Biológico ouuma adega. Numa terra conhecida alémfronteiras pelo chocolate e a peculiar en-cenação da era medieval, eis que Óbidosvolta a surpreender pela vontade desensibilizar editoras para se fixarem navila, numa verdadeira (mais uma) es-tratégia de animação.

Livros também na igreja. As pequenaslivrarias temáticas espalham-se pelavila do carismático castelo e muralhas.E, se hoje, o livro é presença notada,imagine-se então na Primavera, quandoÓbidos receber um grande festival da li-teratura, com leilões, tertúlias e confe-rências, para o qual é esperada a pre-sença de um prémio Nobel da literatu-ra. Na galeria podem encontrar-se temasde arte e arquitectura, enquanto umespaço gourmet é local para livros sobregastronomia e enologia. Um dos museusda vila tem obras de arqueologia, his-tória e património, enquanto outro é pal-co de livros do mundo do cinema e tea-tro. Outra das livrarias vai dedicar-se aFernando Pessoa, o que ajuda a fazer doexemplo de Óbidos um projecto únicona região, no distrito, no País e até na Eu-ropa, a avaliar pelos ecos da imprensa in-ternacional.

Para além de fomentar a economiacriativa, gerando a apetência por novasáreas de negócio baseadas no trabalhointelectual, a iniciativa de Óbidos pas-sará também por convidar escritores aescreverem os seus livros na vila. E, aomesmo tempo, vai-se valorizando o pa-trimónio.

As pequenas livrarias temáticasexistem um pouco por todos os

recantos da emblemática vila deÓbidos, onde a ginja e o chocolate

são parte do quotidiano

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Na procura por reforçar em Óbidos ocariz cultural, dentro de meses o visi-tante vai ser surpreendido por um pa-cote de boas vindas, o chamado welco-me center, com conteúdos criativos ela-borados pelas crianças das escolas domunicípio, num esforço conjunto que jáfoi baptizado de Fábrica da Criativida-de. A história, o percurso da vila e o queela é hoje enquanto território que dig-nifica o passado, mas que desenvolve acriatividade, serão alguns dos ingre-dientes do welcome center.

Muralhas, castelo, ginja, chocolate,encenações medievais que coabitamnaturalmente com o quotidiano da vila

e agora livros. Muitos e variados. Mas hámais. Óbidos tem a maior lagoa do País,que comunica com o mar no vizinhoconcelho de Caldas da Rainha. Em OlhoMarinho, localidade do município, dávontade de mergulhar nos Olhos d'Água,com água de duas nascentes sempre a 21graus. E depois há as praias, como a D’ElRey, e o golfe.

Eburobrittium é mais um motivo deinteresse em Óbidos. Cidade romanadescoberta há quase duas décadas, Ebu-robrittium fica a um quilómetro da ac-tual vila. Data de I d.C., tem fórum, umimportante conjunto termal e mais 10estruturas romanas, além de 3 outras es-truturas medievais, relativas a umaposterior ocupação humana do local.

Quando foram encontrados os pri-meiros vestígios, em 1994, por ocasiãoda construção da A8, julgava-se que erauma antiga villa romana, mas a dimen-são dos achados dissipou as dúvidas.Era, afinal, uma importante cidade, deque Plínio o Velho, falecido em 79 d.C.,fez referência nos seus escritos. O autorescreveu sobre uma cidade na Lusitânialocalizada entre Collipo (perto de Leiria)e Olissipo, em Lisboa. Arqueólogos e his-toriadores acreditam que a descobertaperto de Óbidos é essa cidade, Eburo-brittium, erguida junto à Lagoa de Óbi-dos, para aproveitamento das suaságuas.

Ainda não é visitável, mas a recenteclassificação, publicada em Diário da Re-pública, como Sítio de Interesse Públi-co, abre boas perspectivas para essapossibilidade, como explica o Gabinetede Comunicação da Câmara de Óbi-dos. � Ana Ferraz Pereira

Óbidos vai ganhar um welcomecenter, uma espécie de pacote de

boas vindas, que junta o que demelhor o município tem para

oferecer e a criatividade dascrianças das escolas do concelho

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Pedrogão grande

Abraçar o Zêzere, sentir o xisto,embarcar na aventura

Poucos municípios poderão or-gulhar-se de ter uma infra-es-trutura dedicada à interpretaçãoturística do seu concelho e re-

gião como tem Pedrógão Grande. Seestá de visita não se arrependerá se derum saltinho ao Centro de InterpretaçãoTurística (CIT). Aqui encontrará toda ainformação sobre os pontos de inte-resse a visitar e actividades a realizarcom o auxílio de um conjunto de equi-pamentos de tecnologia de ponta quelhe permitem ter uma ideia realista doque irá encontrar durante a visita.

Neste espaço de inovação tecnoló-gica altamente diferenciador face àoferta habitual deste tipo de serviço irásentir o apelo a visitar e conhecer me-lhor, quer o Pedrógão Grande, quer os

concelhos vizinhos.Comece por folhear o Magic Book, um

livro virtual que lhe fará o enquadra-mento da visita. Cada página contémum conjunto de informação multimé-dia sobre o CIT, componente históricado concelho de Pedrógão Grande, Rededas Aldeias do Xisto, Rede das PraiasFluviais, actividades turísticas e acti-vidades tradicionais apresentadas naforma de imagem e texto.

Experimente pisar o Ywalk, uma es-pécie de tapete mágico que lhe vaidando imagens à medida que vai sen-do pisado e onde poderá começar aidealizar o seu próprio percurso.

Explore ainda o YLight, um equipa-mento que lhe fará uma apresentaçãobreve do património arquitectónico enatural do concelho de Pedrógão Grande.Funciona com um comando que permi-te ao visitante ampliar as imagens que se-leccionar e segundos depois o acesso àsua descrição, através de uma caixa detexto que surge da fotografia escolhida.

Continue o percurso passando pelos>>>

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Bancos Interactivos. Com esta instalaçãoo CIT oferece ao visitante um local dedescanso, permitindo-lhe ao mesmotempo explorar diversos conteúdos as-sociados ao concelho de Pedrógão Gran-de e à região. Ao sentar-se num dosbancos de apoio, o visitante pode selec-cionar o elemento que pretende explo-rar, através de um painel de controloapresentado no banco interactivo. Estepainel é composto por um ecrã touchs-creen onde são apresentados vários itensque podem ser explorados.

Pernas descansadas, é tempo de dei-xar os banquinhos mágicos e saber umpouco mais sobre as Grandes Rotas doXisto com o auxílio da Tangitable. Trata--se de uma mesa interactiva sobre otampo da qual são apresentadas infor-

mações e diferentes tipos de conteúdos.Imagens, mapas, roteiros, informaçãoáudio, desenham diferentes percursospossíveis de fazer na região e dão umanoção exacta dos locais por onde irá pas-sar e o que irá ver. Aqui terá acesso, porexemplo, a informação sobre as 23 Al-deias do Xisto referenciadas e as rotasque lhe estão associadas e sobre o pa-

trimónio edificado e natural que en-contrará em cada um dos percursosdemarcados.

Por fim, e ainda antes de dar início àaventura, pode ainda tomar um café eusufruir do espaço exterior do CIT, vi-sitar o espaço expositivo e apreciar ostrabalhos patentes, ou mesmo compraralguns dos tentadores produtos de ar-tesanato local e regional.

Deixe-se levar pelos sentidosCabril, Mega e Mosteiro são as trêspraias fluviais onde poderá refrescar--se durante a visita a Pedrógão Grande.Estas praias gozam do facto de estareminstaladas numa das regiões mais belasdo país, onde a natureza reina em todoo seu esplendor. Deixe-se levar pelossentidos. Sinta o verde da floresta, des-lumbre-se com as cores das flores docampo, entregue o corpo às águas lím-pidas, frescas e revitalizantes.

Na Albufeira do Cabril encontra umapiscina flutuante que é alimentada pe-las águas do rio Zêzere. As paredes la-terais desta piscina são de rede, o quepermite que água esteja em perma-nente renovação sentindo-se a ondu-lação e frescura do rio. Aproveite paraum passeio de barco, canoa ou kayakeque pode alugar no Clube Náutico e sequiser pernoitar tem mesmo ali ao

Deixe-se levar pelos sentidos. Sintao verde da �oresta, deslumbre-secom as cores das �ores do campo,

entregue o corpo às águas límpidas,frescas e revitalizantes

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SugestõesOnde ir: Estação Arqueológica daDevesa, Centro de InterpretaçãoTurística, Museu Pedro Cruz, jardim dosAromas, Jardim da Devesa, Albufeira doCabril, Ponte Filipina, Sra. Dos Milagres,Igreja matriz, Torre do Relógio,Pelourinho, Açude de Mega Fundeira,Praia Fluvial do Mosteiro, Albufeira deCabril e Bouça

Onde ficar: Residencial Turiscabril,Casais do Termo, Villa Isaura, Moinhosda Bouça, Hotel da Montanha

Onde comer: Lago Verde, Restaurante daPicha, S. Pedro, Lagar do Mosteiro, OTerminal, Taberna do Ferrador, OsVelhakitos, O Minhoto, A Petisqueira

lado o parque de campismo que foi re-centemente remodelado e oferece óp-timas condições de estadia.

A contrastar com a gigantez do Cabrilmas igualmente apaziguadora é a praiade Mega. Mesmo no centro da aldeia deMega Fundeira fica a mais pequenapraia fluvial do concelho e talvez mes-mo da região.

Aqui poderá banhar-se nas águas daribeira de Mega, num pequeno com-plexo criado para aproveitar a pacatezdeste lugar desenhado no meio de umvale, circunscrito a granitos e xistoque lhe conferem uma beleza única.

Tempo agora de experimentar aindaa Ribeira de Pera que vem do concelhovizinho Castanheira de Pera e alimen-ta a praia fluvial do Mosteiro, caracte-rizada pelos espaços verdes das suas

margens e pela sua considerável ex-tensão de água. Nesta praia as sombrassão garantidas pela vegetação alta, háuma pequena cascata, um bar que fun-ciona num antigo lagar de azeite recu-perado e um moinho de rodízio que fa-zem desta praia uma das mais procu-radas da região.

Por toda a aldeia encontrará casas dexisto, características na região, e quederam recentemente a Mosteiro a clas-sificação de Aldeia do Xisto, integran-do agora esta rede de promoção turís-tica da região centro.

Não deixe ainda de passar pelo centrohistórico onde um trabalho profundo derequalificação urbana tem dotado Pe-drógão Grande de condições excelentesnos seus espaços públicos. �

Paula Lagoa

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Assim que se entra, há vinho por to-dos os recantos. À esquerda, umavitrina mostra peixe frescoou nãoestivéssemos em Peniche. A Tas-

ca do Joel é dos restaurantes mais procu-rados na cidade e uma referência na im-prensa nacional e além-fronteiras. Paraalém da extensa carta de vinhos, com néc-tares para todos os gostos, a Tasca do Joelganha pontos pelas especialidades gas-tronómicas, o peixe, claro está, mas tam-bém a loja gourmet, que começou por seruma sala de espera. Ali encontram-se vi-nhos, chás, queijos, enchidos, chocolates,mas também livros.

Até na decoração há de tudo um pouco,desde o tradicional ao mais contemporâ-neo, como uma prancha de surf, dando àtasca um cariz também urbano. O forno alenha disponibilizado nos anos 80 do séculoXX aos pescadores para ali confeccionaremo peixe que pescavam ainda lá está. No cru-zamento com a modernidade, a Tasca doJoel tem uma aplicação no tablet para es-colher entre a selecção de vinhos, que já foielogiada por muitos enófilos, pela certeza

Peniche

Com as Berlengas no horizonte

de que um apreciador de vinhos encontratodo o tipo de néctares e pode ter a certe-za que não será explorado no preço.

O bom peixe é, sem dúvida, um dos gran-des atractivos de Peniche. Tal como o ma-risco. Mas do mar não saem apenas igua-rias para apreciar à mesa. As ondas enchemas medidas de surfistas de todo o mundo.Há vários campos de surf, um centro de altorendimento de surf e a península é esco-lhida para campeonatos nacionais e mun-diais da modalidade.

Palco da histórica fuga da prisão do for-te no tempo de Salazar, na década de 60 doséculo XX, Peniche é também detentor dobelo arquipélago das Berlengas. Compos-to por ilhas graníticas, está situado noOceano Atlântico, a oeste do Cabo Car-voeiro. A beleza natural do lugar ajuda àfama, também, entre mergulhadores. O mi-cro arquipélago constituído pela Berlengae pelas ilhotas Estelas e Farilhões é uma re-serva natural. Ali a beleza é bem diferenteda restante costa portuguesa. A paisagemé agreste, com muito pouca vegetação e mi-lhares de gaivotas. Pernoitar na Berlenga étarefa difícil, mas apetecível. Existe umacasa abrigo, instalada no forte de São JoãoBaptista que fez parte da defesa da costa.Mas a lotação é limitada.

Vale a pena fazer um passeio à volta dacidade. Decarro ou, para os mais corajosos,a pé. Justifica-se uma incursão ao centro

histórico de Peniche, que mantém intactaa malha urbana da antiga vila seiscentista.Estreitas ruas e travessas conduzem à Ri-beira Velha, o antigo porto de abrigo. Tam-bém os vários motivos de interesse geoló-gico estão bem sinalizados. A Pedra da Nau,conhecida pela Nau dos Corvos, é um ro-chedo (um de muitos) no qual pousam oscorvos marinhos.

De praias, Peniche está bem servido. Asmais convidativas são as da Consolação eSão Bernardino, onde existe um conventodedicado a São Bernardino de Sena, hojetransformado em centro escolar. No porto,é interessante assistir à descarga do peixe,um verdadeiro espectáculo de som e cor.

A história está presente um pouco portodo o lado. A estação arqueológica da Gru-ta da Furninha, no perímetro de Peniche,é das mais ricas de Portugal. Foi Nery Del-gado, em 1880, quem começou a sua ex-ploração e fez as mais importantes desco-bertas. Hoje localizada junto ao mar, estagruta foi ocupada entre o Paleolítico Médioe ofinal do Calcolítico. Utilizada como abri-go e necrópole, a estação pré-históricaforneceu um vasto espólio arqueológico,com destaque para os vestígios osteológi-cos de vários hominídeos, vestígios depeixes e mamíferos do período quaterná-rio, utensílios líticos e em osso e várias pe-ças de cerâmica neolítica. O espólio está es-palhado por vários museus, mas o grosso

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das descobertas encontra-se no MuseuMunicipal da cidade.

Peniche é um território que à época ro-mana assumia uma posição de charneirana navegação comercial. Acolheu em-barcações de grande tonelagem, como pa-rece ter ficado provado pela descoberta naBerlenga de cepos de âncora em chumbocom mais de 400 quilos. O mergulho é, porisso mesmo, uma proposta tentadora,pelos ‘tesouros’ que se podem vislumbrar,mas sobretudo pelas águas límpidas e a

“paisagem subaquática de cortar a respi-ração”, como descreve um mergulhadornum vídeo postado no youtube. Para osmais inexperientes, os muitos centros demergulho existentes no concelho dãouma ajudinha.

Terra de pescadores, enquanto os ho-mens lutavam no mar, as mulheres ocu-pavam-se da salga, transformação e ar-mazenamento do pescado, mas entreti-nham-se também a rendilhar as delicadaspeças de renda de Bilros, uma arte tradi-

cional, que hoje ainda mantém forte di-nâmica. Aliás, qualquer um pode aprendê--la na escola-oficina da Câmara.

Em Peniche também é possível relaxar.É agradável a vista num passeio de bici-cleta na ciclovia entre Peniche e o Baleal,passando pelo parque urbano da cidade.Pode sempre optar-se por uma tacada degolfe, o descanso num dos spa das uni-dades hoteleiras da região ou uma bebi-da num dos bares de Peniche ou do Ba-leal. � Ana Pereira Ferraz

A Tasca do Joel é uma referência naregião. A ampla carta de vinhos e oespaço gourmet fazem a diferençanum espaço que soube evoluirdesde que foi criado, há mais de 30anos

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Pombal

A excelência da localização

Ameio caminho entre o Porto eLisboa, Pombal. Um concelhode boas acessibilidades e boasideias. Em cada esquina um

empreendedor ou, pelo menos, umaideia. Assim é Pombal. Aqui se fixamvárias empresas muito por culpa dosbons acessos. O concelho é atravessa-do pelas principais vias portuguesas:tem um nó da Auto-estrada Lisboa-Porto e outro da Auto-estrada do Lito-ral Centro (A17). Além disso, está liga-do a Lisboa e ao Porto através do IC2, aFigueiró dos Vinhos pelo IC8 e a Leiriae à Figueira da Foz pelo IC1. Mais do queas vias rodoviárias, o município é for-te em termos ferroviários: estações daLinha do Norte e da Linha do Oeste. Asede do concelho está a cerca de 150quilómetros das cidades de Lisboa ePorto, a 33 de Coimbra, a 26 de Leiria ea 30 quilómetros da Figueira da Foz.

Festa do BodoA tradição mantém-se em Pombal. Oinício das Festas do Bodo remonta aoperíodo medieval. Segundo a lenda, asfestas começaram como agradecimento àNossa Senhora do Cardal por ter afastadoas pragas das colheitas que atingiram ospombalenses. Conta a história que umapraga de gafanhotos e lagartas invadiu ashabitações e as propriedades,contaminando tudo à sua passagem. Opovo foi obrigado a ir à Igreja de SãoPedro onde se iniciou uma procissão depreces. Os pombalenses prometeramuma festa caso a Nossa Senhora oslivrasse da praga. E assim foi, no diaseguinte a praga desapareceu e desdelogo se começou a preparar a festa para oano seguinte. As Festas do Bodo realizam-se no último fim-de-semana de Julho,período que coincide com o calendáriodas colheitas. De cariz religioso,económico e de lazer, as Festas do Bodoestão sempre repletas de actividades econtam com a presença de muitosemigrantes do concelho. Sem dúvidaalguma que estas são as festas maisimportantes do concelho de Pombal.

Mas esta é uma cidade muito ligadaà história. O Castelo de Pombal, man-dado construir por Gualdim Pais, é amemória mais antiga de Pombal e é ac-tualmente uma das fortalezas militaresmais bem preservadas do país. Alvo deintervenção em 2011, o Castelo de Pom-bal tem agora uma zona na entrada paraparque de estacionamento e instalaçõessanitárias, um conjunto de ligações pe-donais, na vertente sul, entre o caste-lo situado no topo da colina e as zonasurbanas no sopé, incluindo espaços deestar e contemplação da paisagem eprocedeu-se ainda à valorização do es-paço circundante e criação de uma ca-fetaria. Também o coberto vegetal e asespécies arbóreas existentes foram re-cuperados. Esta é uma óptima oportu-nidade para visitar o “novo” Castelo dePombal.

A Praça Marquês de Pombal está si-tuada bem no coração da cidade e deveo seu nome ao estadista Sebastião Joséde Carvalho e Melo que, entre 1777 e1782, aqui viveu aqueles que seriam osseus últimos anos de vida. E já que fa-lamos de Marquês de Pombal, nadamelhor do que visitar o museu com o

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seu nome. Instalado na antiga cadeiavelha de Pombal desde Julho de 2004,o museu nasceu de um trabalho de pes-quisa e recolha do pombalense ManuelGameiro.

Os espaços culturais de Pombal nãoficam por aqui. A cidade tem maispara mostrar, mais concretamente,arte. O Museu de Arte Popular Portu-guesa tem no seu espólio uma rica co-lecção de artesanato que representa amemória de um povo. São mais de2000 peças, oriundas de diferentes re-giões do país.

Saindo das quatro paredes, é alturade ter contacto com a natureza e co-nhecer o Jardim do Cardal. Nesta visi-ta podem ser observadas várias espé-cies arbóreas e arbustivas. Neste localdestaca-se a Casa Cor-de-rosa, da au-toria do arquitecto Ernesto Korrodi.

Também o remodelado centro his-tórico convida a uma visita. Depois daintervenção nesta zona, o espaço dáuma nova vida à cidade e é ponto depassagem obrigatório.

Pombal tem cinco circuitos turísticosque vale a pena conhecer: a Rota dosTemplários e do Barroco, que dá ênfa-

se ao património do concelho, onde sedestaca o Largo do Cardal, o Museu Mu-nicipal, a Igreja de Nossa Senhora doCardal, a Igreja Matriz, os edifíciosPombalinos, a antiga Cadeia, o Celeirodo Marquês de Pombal e o Solar dosCondes de Castelo Melhor. Há ainda oCastelo e a torre do Relógio. Muitopara visitar. Já a Rota da Serra de Sicóe dos Anços dá a conhecer uma paisa-gem natural e impressionante. O pas-seio inclui ainda a passagem pelas al-deias de Ereiras e Pousadas Vedras,ambas construídas em pedra. Os sítiosbonitos não ficam por aqui. Ainda namesma rota, na aldeia de Estrada de An-ços, o rio e o vale proporcionam umquadro muito bonito.

Na Rota dos Pinhais e das Praias odestaque vai para os pinhais que ro-deiam a Mata Nacional do Urso e paraa dourada Praia do Osso da Baleia.

Outra rota, nova vista de cortar arespiração. A Rota do Vale dos Poiosleva os turistas a visitarem o pontomais alto da freguesia da Redinha, a Ca-pela da Nossa Senhora da Estrela, si-tuada a 350 metros de altitude.

De visita ao concelho, passe pela Pa-

daria Nova Vida, no Louriçal e levepara si e para os familiares e amigos bis-coitos do Louriçal, uma iguaria bastantecaracterística desta região.

O bom tempo é convidativo a uma idaà praia e já que está de visita a Pombal,esta é a melhor oportunidade para co-nhecer uma praia azul e dourada. Con-fuso? Falamos da Praia do Osso da Ba-leia, na freguesia do Carriço. Esta éuma praia que recebeu o galardão depraia dourada pelas suas característicasúnicas e é também uma praia com ban-deira azul. Desde 2004 e de forma con-secutiva que a praia do Osso da Baleiarecebe a distinção, graças à qualidadeda água, à informação ambiental quedisponibiliza, aos seus equipamentos eserviços e também à segurança.

A praia que deve o seu nome ao apa-recimento de um esqueleto de umabaleia no seu areal, é também o localideal para a prática de grandes cami-nhadas, pesca desportiva, bodyboard,surf e voleibol de praia.

Um concelho fácil de encontrare com muito para descobrir, Pombalestá à espera de uma visita. � MarianaRodrigues

História,patrimóniocultural e turismode naturezatornam Pombalnum concelhomuito atractivo.As boasacessibilidadescomplementam olote de motivospara visitar acidade

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Porto de Mós é terra fértil em mara-vilhas da natureza. Da fauna e flo-ra da sua serra às iguarias que lhe es-tão associadas, passando pela ri-

queza histórica que guarda um dos caste-los mais bonitos de Portugal ou mesmo aBatalha de Aljubarrota, às deslumbrantesimagens da Fórnea e das grutas, não faltaráo que fazer numa visita a Porto de Mós.

E por ser terra de maravilhas arrecadamesmo o galardão de uma das 7 MaravilhasNaturais de Portugal, atribuído às impo-nentes Grutas de Mira de Aire, lugar mágicoe místico que é ponto de visita obrigatório.

Há na região outras grutas que tambémpoderá visitar mas estas são de facto umagrande dádiva da natureza que escolheuPorto de Mós para desenhar no seu subsoloum labirinto de galerias sem igual.

Desde 1947, data em que deram entradaos primeiros homens na gruta, que este lu-gar é alvo de constante investigação e ex-

Porto de Mós

Terra abençoadapela natureza

ploração que levaram a que hoje se possamvisitar, em segurança, cerca de 600 metrosde 11 quilómetros de grutas já identifica-dos.

Descer à gruta, especialmente na pri-meira vez, é sentir uma mistura de adre-nalina, pequenez e respeito, com umavontade involuntária de descobrir mais emais. A beleza do lugar deixa-nos numa es-pécie de hipnose impossível de descrever,mas com a certeza de querer voltar.

E ainda em Porto de Mós há mais grutaspara visitar. Alvados e Santo António, des-cobertas posteriormente às de Mira deAire, em 1964 e 1955 respectivamente,integram ambas o Parque Natural da Ser-ra de Aire e Candeeiros e o maciço calcá-rio estremenho e apresentam caracterís-ticas distintas pelo que conhecê-las é ex-tremamente enriquecedor.

Alvados com uma altura interior quechega aos 95 metros, oferecem ao público350 metros de percurso visitável, entre ga-lerias e lagos naturais de beleza única. San-to António ocupando uma área aproxi-mada de 600 m2 dispõem de uma chami-né natural que permite a sua ventilaçãomantendo uma temperatura quase cons-tante que oscila entre 16ºC e 18ºC. Estas

grutas impressionam pela sua sala monu-mental percorrida por pequenos cursos deágua e lagos naturais, totalmente rechea-da de estalactites e estalagmites.

Desafios ao paladarMuitos dos segredos das iguarias da serraescondem-se nos variados aromas e sa-bores que as ervas aromáticas lhes confe-rem. Durante a visita a Porto de Mós acei-te o desafio de encontrar no seu estado sel-vagem mais de meia centena dessas plan-tas, conheça as suas propriedades curati-vas e culinárias, aprenda a identificá-las, acolhê-las e a degustá-las.

Com elas poderá aprender a fazer pas-ta de dentes, a curar febres, dores de cabeçae de ouvidos, a aliviar o desconforto da pi-cada de insectos ou mesmo a tratar umacrise de asma, tudo sem recurso a medi-camentos, apoiado apenas na sabedoria deum povo que desde sempre soube retirarda terra o seu melhor.

E já que falamos em aromas conheçatambém os sabores da serra, tão genuínose intensos de que são exemplo os queijoscurados, os enchidos de fumeiro, as carnesmarinadas ou o mel.

Sinta fartura das sopas de abóbora e fei-

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jão, de um prato de carneiro guisado, deumas papas de serrabulho, de uma morcelacom pão caseiro ou de uma massa com ba-calhau e ovos escalfados.

Desafie os seus sentidos com os tortu-lhos de Mira de Aire, uma punheta de ba-calhau à moda da Mendiga ou um cabritoassado no forno. Delicie-se ainda com umbacalhau à moda do lagareiro, um cabritoassado no forno ou um borrego estufado.

São infindáveis as sugestões gastronó-micas deste concelho e pode comer detudo sem receio porque terá muito exer-cício físico para fazer durante a visita. Depercursos pedestres com vários trilhostraçados, ao BTT, passando por passeios a

cavalo, mergulhos nas lagoas ou mesmo noparque aquático dasGrutas de Mira de Aire,não faltarão formas de queimar as caloriasingeridas.

Já conhece o CIBA?Uma das mais importantes batalhas cam-pais da nossa história e que terá contribuídopara que Portugal exista enquanto país in-dependente, pode ser revisitada no Cen-tro de Interpretação da Batalha de Alju-barrota (CIBA), em São Jorge, à entrada doconcelho de Porto de Mós.

Criada com o objectivo de apresentar, deuma forma rigorosa, instrutiva e cativan-te os factos históricos inerentes à Batalha

São in�ndáveis as sugestõesgastronómicas deste concelho epode comer de tudo sem receioporque terá muito exercício físicopara fazer durante a visita e atéaprimorar os seus dotes culináriosno Cooking and Nature EmotionalHotel, em Alvados, bem no coraçãodas serras de Aire e Candeeiros

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SugestõesOnde ir: Igreja Matriz de N. Sra. dosPrazeres, Ponte Celta, Capela daTojeirinha, Padrão, Estrada Romana,Moinho do Alqueidão da Serra,Miradouro Jurássico, Parque de Lazer daLapa, Lagoa de Alvados, Lagoas doArrimal, Moinhos da Portela de Vale deEspinho, Fonte de El-Rei, Igreja Matriz S.Miguel, Capela do Sagrado Coração deMaria - Casa Salarenga, Painel deAzulejos da N. Sra. das Dores, Centro deExposições do PNSAC - Antiga Igreja,Ventas do Diabo, Moinho do Cabeço e aCasa da Mula, Capela Pia Carneira,Moinho de São Bento, Castelo de Portode Mós, Moinho do S. Miguel, MuseuMunicipal, Igreja Matriz de S. Sebastião,Olaria tipíca e Produção tradicional doqueijo

Onde ficar: A Rosa do Menel, Casa daForja, Casa da Olaria, Casa dos Matos,Cooking and Nature Emotional Hotel,Flor da Serra, Hospedaria Porto Légua,Hospedaria Céu Azul, Retiro da AvóLídia, Residencial Valinho, Quinta daEscola, Pousada da Juventude deAlvados, Casas da Gruta – bungalows,Quinta do Rio Alcaide, Hotel o Filipe, OMoinho e a Natureza, O Triângulo.

Onde comer: A Azenha, Adega do Luís, AGralha, As Manas Santa, A Ti Gracinda,Canto da Saudade, Casa da Maricotas,Cova da Velha, Dom Abade, Flor da SerraRestaurante, Grutas de Mira de Aire -Sabores Únicos, Petiscos à Susana,Quinta da Aldeia, Serra Sol, Tasca D.Maria, Quinta do Moinho, O Rosa.

te os factos históricos inerentes à Batalhade Aljubarrota, esta infra-estrutura pre-serva esses mesmos factos com recurso àmais avançada tecnologia, colocando o vi-sitante no centro dos acontecimentos e nolocal exacto onde Nuno Álvares Pereira der-rotou o exército de D. João I de Castela.

Lembra-se em que data se deu a Ba-talha de Aljubarrota? Quem era O Con-destável? Que país era aliado de Portu-gal? O que é a táctica do quadrado?Quem foi a Padeira de Aljubarrota? Bri-tes de Almeida diz-lhe alguma coisa?Quem reinava em 1385? Dinastia de

Avis é-lhe familiar? O que despoletou abatalha? A resposta a estas e a muitas ou-tras perguntas pode ser encontrada noCIBA através de uma visita interactivaque vai fazê-lo sentir-se parte integran-te deste grande momento histórico. �

Paula Lagoa

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