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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS PÓS-GRADUAÇÃO – LATU SENSU - MBA em ADMINISTRAÇÃO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES - CASI JAILTON SANTOS DAS NEVES WALDECK RIBEIRO TORRES Estudo sobre Governo Eletrônico no processo de Equalização das atividades Governamentais Orientador: Professor. Ricardo Bezerra Cavalcanti Vieira NITERÓI JULHO/2004

Estudo sobre Governo Eletrônico no processo de Equalização das atividades Governamentais

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

PÓS-GRADUAÇÃO – LATU SENSU - MBA em ADMINISTRAÇÃO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES - CASI

JAILTON SANTOS DAS NEVESWALDECK RIBEIRO TORRES

Estudo sobre Governo Eletrônico noprocesso de Equalização das atividades

Governamentais

Orientador:

Professor. Ricardo Bezerra CavalcantiVieira

NITERÓIJULHO/2004

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Conectividade Internacional e Internet (de

1991 a 1997). ................... 02

Figura 2 – Os poderes da

União. .................................................

.......................... 12

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quanto custa ao banco à transação que o

cliente faz (em dólares). …. 24

Tabela 2 – Quadro comparativo do n° de hosts dos países

da América Latina. … 35

LISTAS DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Pessoas Conectadas na

Internet. ..............................................

..….. 23

Gráfico 2 – Serviço de Internet no Brasil Números de

Domínio/2000. ...........… 24

Gráfico 3 – Estágios do desenvolvimento da Informática. ............................….27

SUMÁRIO

1. O PROBLEMA ....................................................................................................

01

1.1 Introdução ................................................................................................

01

1.1.1

Suposição .......................................................................................

03

1.2 Objetivo da Pesquisa ................................................................................

04

1.2.1

Objetivo Final ...............................................................................

04

1.2.2

Objetivos Intermediários .............................................................

04

1.3 Relevância do Estudo ...............................................................................

04

1.4 Delimitação do Estudo .............................................................................

05

2. METODOLOGIA ................................................................................................

07

2.1 Tipo de Pesquisa .......................................................................................

07

2.2 Coleta de Dados ........................................................................................

08

2.3 Universo e Amostra da Pesquisa .............................................................

08

2.4 Tratamento dos Dados .............................................................................

09

2.5 Limitações do Método ..............................................................................

09

3. Governo .................................................................................................................

10

3.1 Introdução ................................................................................................

10

3.2 Conceito de Governo ...............................................................................

10

3.3 O poder Legislativo ..................................................................................

12

3.4 O Poder Executivo ...................................................................................

14

3.5 O Poder Judiciário ..................................................................................

15

3.6 Esfera Jurídica .........................................................................................

18

4. Informática ..........................................................................................................

21

4.1 Conceito de Informática ..........................................................................

21

4.2 A importância da Informática ................................................................

21

4.3 Informatização dos Processos .................................................................

25

5. e-Government .......................................................................................................

32

5.1 Introdução .................................................................................................

32

5.2 Conceito de e-Government ......................................................................

32

5.3 Situação Atual ..........................................................................................

34

5.4 Práticas de Implantação de e-Government e suas conseqüências ......

37

6. Conclusões e Sugestões 42

6.1 Conclusões 42

6.2 Sugestões 43

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEPRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃOCENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOSFACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEISCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATU SENSUMBA EM ADMINISTRAÇÃO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES

JAILTON SANTOS DAS NEVESWALDECK RIBEIRO TORRES

ESTUDO SOBRE GOVERNO ELETRÔNICO NO PROCESSO DEEQUALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES GOVERNAMENTAIS

Monografia apresentada àcoordenação do CASI – Curso dePós-graduação em Administração eSistemas de Informações - MBA, daFaculdade de Administração eCiências Contábeis, daUniversidade Federal Fluminense,como requisito parcial para aobtenção do certificado deconclusão do curso.

.

Orientador: Professor Ricardo Bezerra Cavalcanti VieiraD.Sc.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSEPRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃOCENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOSFACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEISCURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATU SENSUMBA EM ADMINISTRAÇÃO E SISTEMA DE INFORMAÇÕES

ESTUDO SOBRE GOVERNO ELETRÔNICO NO PROCESSO DEEQUALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES GOVERNAMENTAIS

MONOGRAFIA APRESENTADA PORJAILTON SANTOS DAS NEVESWALDECK RIBEIRO TORRES

Aprovada em: 03/09/2004

Pela Comissão Examinadora

______________________________________

Prof. Ricardo Bezerra Cavalcanti Vieira

D.Sc.

______________________________________

Prof.

M.Sc.

______________________________________

Prof.

D.Sc.

Dados da Catalogação

Neves, Jailton Santos. Torres, Waldeck Ribeiro.Estudo sobre Governo Eletrônico no processo de Equalização dasatividades Governamentais / Jailton Santos das Neves / WaldeckRibeiro Torres – Niterói, RJ: UFF, 2004.

Monografia (Pós-graduação, MBA, em Administração e Sistemas de Informações) – Universidade Federal Fluminense, 2004.Orientador: Professor Ricardo Bezerra Cavalcanti Vieira M. Sc.

Universidade e faculdades – Brasil – Governo. 2. Informatização. 3. Tecnologia de Informação – E-Government. 4. I. Jailton/ Waldeck. II. Título

DEDICATÓRIA

Dedicamos às nossas famílias pelo apoio,

sem ela, que é o alicerce do mundo,

não conseguiríamos reunir forças para concluir esse trabalho.

A nossos pais por tudo que nos ofereceram

e pela oportunidade de mostrar a eles

que conseguiram formar homens de caráter e vencedores.

À nossas esposas e filhos,

que nos dão forças para crescermos

e procurar melhorar dia-a-dia e assim

podermos desfrutar juntos nossas vitórias.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar sempre junto de mim,

me mostrando sempre o melhor caminho

e me dando forças para que eu chegasse até aqui

A nosso professor orientador e a nossos mestres

pelos conhecimentos passado no decorrer do curso

“Sê o melhor em tudo que fazes”.

“ A lua ilumina todos os lagos porque alta brilha.".

PESSOA, Fernando

“ A capacidade não é nada sem a oportunidade ”.

BONAPARTE, Napoleão

RESUMO

O uso dos recursos de informática e de telecomunicações

pode trazer inúmeras vantagens e facilidades para os

governantes durante o andamento do seu período

legislativo. A facilidade de obtenção e modelagem das

informações agiliza a tomada de decisões diminuindo o

tempo de diagnóstico da situação atual além de fazer com

que a acurácia desta seja sensivelmente aumentada, desde

que os dados do sistema sejam de fonte idônea e

confiável. Em conseqüência disto percebe-se um aumento de

transparência nas ações governamentais em face da maior

facilidade de consulta de dados pelos cidadãos,

diminuindo a possibilidade de corrupção e perda do

erário.

Palavras Chaves: Governo, Informática, Governo

Eletrônico, Informatização, E-government.

ABSTRACT

The use of Telecommunications and Information Technology

resources can give a lot of advantages and facilities for

the governors, making the governmental processes more

easier to rule. It can be translated to more transparency

on government actions, more accuracy on decision making,

reducing the diagnostic period, enhancing the accuracy in

data, and equalizing rules to all citizens. Therefore,

the governmental politics would be clearly perceived by

the citizens, reducing the possibilities of corruption

and loose of State Treasure.

Key Words: Govern, Computer Science, Electronic Government, Computerization, E-government.

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS.

e-Gov/e-gov Governo Eletrônico

IBGE Instituto Brasileira de Geografia e

Estatística

AMB Associação dos Magistrados Brasileiros

DETRAN Departamento De Trânsito

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

IPVA Imposto sobre Propriedade de Veículos

Automotores

B2B Business to Business

G2C/C2G Government to Customer/Customer to

Government

B2G/G2B Business to Government/Government to

Business

SAC Serviço de Atendimento ao Cidadão

ONU Organização das Nações Unidas

IBM International Business Machine

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de

São Paulo

STF Supremo Tribunal Federal

STJ Superior Tribunal de Justiça

TRF's Tribunais Regionais Federais

TJ's Tribunais de Justiça (dos Estados)

TA's Tribunais de Alçada (dos Estados, que

são facultativos)

TST Tribunal Superior do Trabalho

TRT's Tribunais Regionais do Trabalho

JCJ Juntas de Conciliação e Julgamento

TSE Tribunal Superior Eleitoral

TRE's Tribunais Regionais Eleitorais

TSM Superior Tribunal Militar

TRM's Tribunais Regionais Militares

TJM's Tribunais de Justiça Militar

AJUFE Associação dos Juízes Federais

CPD Centro de Processamento de Dados

BIN Banco de Identificação Nacional

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística

CPF Cadastro de Pessoa Física

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica

IRPF Imposto de Renda de Pessoa Física

DARF Documento de Arrecadação da Receita

Federal

DAÍ Declaração Anual de Isento

DIRPF Declaração de Imposto de Renda Pessoa

Física

1. O PROBLEMA

"Enquanto uns choram, outros vendem lenços”.

Nizan Guanaes

1.1. Introdução

Pagar contas, acessar extratos bancários, passar

mensagens ou até mesmo verificar multas utilizando a

internet tem se tornado a cada dia mais comum. Este

processo crescente do uso dos computadores e das

telecomunicações para auxilio de nossas ações diárias vão

se passando despercebido e tornando-se cada vez mais

essencial no dia a dia do cidadão, fazendo surgir uma

‘sociedade da informação’ cada vez mais acostumada com

acesso rápido e transparente dos serviços.

Este novo paradigma da disponibilidade rápida das

informações induz a um pensamento que aplicado no trato

governo-cidadão pode revolucionar a interação entre estas

duas entidades de modo a facilitar a vida de todos os

contribuintes; seja pela facilidade de acompanhamento dos

processos ou pela facilidade de obtenção, manipulação e

tratamento das informações.

Com a idéia inicial de redução de custos pela redução ou

diminuição da implantação de postos de atendimento,

inúmeras organizações governamentais utilizaram a

1. O PROBLEMA

informatização dos seus processos como ferramenta para

oferecer um melhor acesso aos seus serviços. Isso acabou

induzindo a uma mudança de comportamento dos seus

usuários que passaram a interagir melhor com as

organizações e com isso exigir mais e melhores serviços.

Esta nova interação ‘government-to-consumer / consumer-

to-government’ (G2C/C2G) que englobam as transações

envolvendo governo e consumidores finais, tais como:

pagamento de impostos, serviços de comunicação, acabou

estendendo-se para as relações entre Governos – G2G

(Government-to-Government) e entre as relações de

fornecedores com o Governo – B2G/G2B (Government-to-

Business/ Business-to Government) tornando estas

transações mais rápidas e confiáveis, pois o número de

pontos de contato e pessoas envolvidas se reduz

drasticamente.

A tendência de redução dos custos de produção, a

facilidade de aquisição de recursos tecnológicos e a

introdução da informatização para os processos

governamentais e jurídicos têm se mostrado como um

caminho para a implantação do e-Gov trazendo junto

consigo como conseqüência à equalização das ações, a

maior transparência das atividades, a maior dificuldade

de corrupção nos processos além da maior facilidade de

acesso das atividades relacionadas ao governo por parte

de seus cidadãos e usuários.

2

1. O PROBLEMA

Figura 1 – Conectividade Internacional e Internet (1991 a 1997).

Como mostra a figura, o Brasil tem tentado fazer parte

deste processo global e crescente, mas as grandes

diferenças de desenvolvimento de suas regiões e estados

fazem com que o processo se torne lento e, por vezes,

complicado para se pôr em prática e unificar.

Alguns estados da federação possuem um grau de

informatização de seus serviços acima da média nacional

enquanto outros nem sequer o puseram em prática por falta

de condições tecnológicas ou financeiras, onde a

implementação deste conceito poderia ajudar na construção

de uma sociedade mais justa e uma melhor e mais efetiva

participação social.

Esta justiça pode ser percebida pelo fato de não haver

distinção de quem está acessando ou prestando o serviço,

3

1. O PROBLEMA

pois apenas há a conversação máquina-máquina sem

inflexões ou má interpretações envolvidas. O possível

controle e mensuração dos dados permite uma melhor

gerência dos recursos disponíveis além de permitir a sua

melhor distribuição, contribuindo com a eficiência do

serviço prestado.

O aumento da conectividade tanto de empresas como dos

indivíduos é peça fundamental para o arraigamento do

processo de implantação do e-Gov ou de quaisquer outros

meios de interação que envolva a informatização das

atividades como base de operação principal. O fomento de

ações que viabilizem a aquisição de equipamentos, tais

como incentivos fiscais ou de programas educativos que

ampliem o horizonte de conhecimento da área de

informática, ajudariam de sobremaneira a firme

implantação deste processo. Diante todas essas

afirmações, eis que surge então a questão seria o e-

government uma saída para o processo de equalização das

atividades governamentais?

1.1.1. Suposição

Supõe-se que os processos governamentais e jurídicos

sofrem demasiada demora para conclusão devido a grande

burocracia e protocolos existentes nas instituições

públicas com o objetivo de controlar e rastrear as

atividades executadas, não ajudando na agilidade dos

4

1. O PROBLEMA

procedimentos e em muitos casos prejudicando muitas

pessoas em função da demora e por conseqüência da falta

de flexibilidade das regras. Mostraremos que com a

aplicação do conceito de governo eletrônico, os processos

terão mais agilidade e serão totalmente transparentes e

acessíveis para todos, fornecendo dentre outras

facilidades a possibilidade de se fazer o acompanhamento

dos processos através da internet, colocando em evidência

aqueles que realmente trabalham a favor do bem estar da

sociedade, mostraremos também como outras atividades

podem ser simplificadas utilizando esse conceito.

1.2. Objetivos da Pesquisa

1.2.1. Objetivo Final

Este estudo tem como objetivo final identificar as

possibilidades de aplicação e apresentar as dificuldades

no desenrolar dos processos devido a grande burocracia

governamental existente que prejudicam entidades públicas

e privadas, pessoas físicas e jurídica. Pretendemos

mostrar as falhas, citar casos ocorridos e mostrar uma

solução para todos esses problemas, apresentando os

frutos da implantação do e-government nas esferas

política e governamentais do Brasil.

5

1. O PROBLEMA

1.2.2. Objetivos Intermediários

Para se obter o objetivo final ora dado, temos que

perseguir alguns objetivos intermediários, que ajudarão

na compreensão daquele, são eles:

Conscientizar os gestores governamentais do problema

que hoje encontramos nas instituições do ponto de

vista administrativo e de execução de processos

mostrando os problemas encontrados;

Mostrar que o governo eletrônico é uma saída para

equalização desses problemas.

1.3. Relevância do Estudo

Com a quantidade enorme de processos emperrados devido a

grande burocracia e falta de recursos existente no Brasil

faz-se necessário um estudo para contornarmos essa

situação e fazer com que caminhemos rumo ao progresso, a

exemplo de países da Europa que implantaram os sistemas

automatizados e informatizados e que tem colhido os

frutos desse trabalho. A aplicação racional do conceito

de e-Gov tende a trazer melhoras, como exemplo na esfera

jurídica que há anos sofre de um mal que são as

intermináveis esperas pela conclusão de processos.

6

1. O PROBLEMA

Faz-se mais que necessário, que o estudo para implantação

do e-Gov seja iniciado nas mais diversas áreas. A exemplo

do estado de São Paulo, que está informatizando a maioria

dos seus processos administrativos, a expectativa é que

após o sucesso deste, a idéia seja disseminada para todo

o País.

Acredita-se que sociedade será a grande beneficiada com

esse estudo, porque poderemos mostrar que é possível ter

mais transparência nas ações dos gestores durante sua

administração e o melhor acompanhamento da utilização e

aplicação dos recursos financeiros e conseqüentemente a

criação de barreiras contra a corrupção e desvio de

recursos do erário com o uso do conceito de e-gov.

Esta pesquisa pode aumentar o leque de informações e

conhecimento dos pesquisadores e poderá levar a uma

melhor compreensão do funcionamento burocrático

governamental Brasileiro mostrando caminho e apontando

soluções para otimização de rotinas de trabalho. Este

estudo poderá agregar valores e mais conhecimentos aos

leitores desta monografia, além de nos por em contato com

outros pesquisadores da área, o que nos ajudará tanto no

lado acadêmico como no profissional.

Do ponto de vista acadêmico, esta pesquisa poderá servir

como um referencial para futuras pesquisas relacionadas,

seja direta ou indiretamente, com o tema.

7

1. O PROBLEMA

1.4 Delimitação da Pesquisa

O Estudo fica restrito a identificar a falhas da atual

situação jurídica e governamental no que diz respeito aos

processos, analisarmos as falhas nos países que tiveram

essa implantação e aprendermos com os seus erros.

O estudo fica restrito ao país Brasil, nas esferas

jurídicas e governamentais em âmbito Federal, estadual ou

municipal devido a maior representatividade de processos

nesta área e onde os problemas e dificuldades da

burocracia se mostram mais negativamente impactantes e

onde há maior suceptibilidade a continuar se cometendo o

mesmo erro passado.

Não serão pesquisados campos correspondentes a

implantações de sistemas de informática e

telecomunicações, apenas nos limitaremos a explanar os

benefícios, ganhos e melhorias possíveis a partir do uso

dessa ferramenta e do conceito de e-Gov.

Não daremos detalhes de quais tecnologias e equipamentos

são aconselháveis para implantar, e nem que fornecedores

são mais indicados, atentando somente para a capacidade

geral dos equipamentos não detalhando suas

funcionalidades.

8

1. O PROBLEMA

Não serão realizadas pesquisas de campo nem nos

aprofundaremos em estudo de casos, apenas pesquisas

bibliográficas ou exemplos práticos de sucesso onde

trataremos os dados que vamos expor.

9

2. METODOLOGIA

“A diferença entre um sábio e um ignorante é a mesma que existe entre um vivo e um cadáver”.

Aristóteles

2.1 Tipo de Pesquisa

Para classificação da pesquisa, tomaremos como base o

critério proposto por Vergara. Quanto aos fins e quanto

aos meios, tem-se:

a. Quanto aos fins - trata-se de uma pesquisa descritiva e

explicativa. Descritiva, pois definiremos determinados

fenômenos e vamos colocar a atual situação do Brasil e

os problemas encontrados. Explicativa, pois se propõe

esclarecer quais conseqüências e benefícios para o país

com a implantação de uma ferramenta desse porte.

b. Quanto aos meios – a pesquisa é bibliográfica e

documental. Bibliográfica porque para a fundamentação

teórico-metodológica do estudo, é realizada

investigação sobre abordagens de diversos autores,

adotando-se como modelo, o livro Verde. A investigação

é documental, porque haverá abordagem a documentos que

ratifiquem e expõe o problema em questão.

O fato de explicar e justificar a importância do problema

apresentado servirá como base para análise e alerta os

2. METODOLOGIA

governantes na busca de soluções de TI, e ajudar o Brasil

na caminhada constante pelo desenvolvimento.

A consulta a material acessível ao público em geral terá

muita importância para o projeto, por tratar-se da fonte

de informação que fundamentará e ratificará o problema,

com citações de autores, exemplos de implantações

ocorridos em outros países, garantindo desta forma, a

veracidade do problema apresentado.

2.2 Coleta de Dados

Os dados serão coletados de fontes secundárias por meio

de:

a. Pesquisa bibliográfica em livros, teses e dissertações

com dados pertinentes ao assunto, além de consultas a

filmes e sites de internet. Durante essa pesquisa são

levantadas as principais abordagens teóricas que servem

para o embasamento do trabalho em estudo, permitindo

assim maior compreensão sobre o tema, bem como

facilitam a observação dos elementos que são estudados

na pesquisa de campo.

b. Pesquisa documental a dados de projetos similares

implantados no estado de São Paulo e artigos

publicados, que servirão para o problema apresentado.

8

2. METODOLOGIA

2.3 Universo e Amostra da Pesquisa

O universo da pesquisa será a esfera jurídico-

governamental do nosso país e os órgãos públicos

envolvidos, podendo ora ser no âmbito Federal, estadual

ou municipal, usuários de internet no Brasil, algumas

instituições internacionais públicas ou não, que serão

usadas como exemplo.

A amostra é definida, pelos critérios de acessibilidade e

tipicidade, considerando-se que as referidas áreas não

atendem aos níveis de satisfação da população com os

serviços prestados, à maior parte do número de pessoas

que necessitam dos serviços públicos governamentais, isto

é, grande parte da população Brasileira, entre esses,

grande parte tem acesso a internet. Desta forma, a

pesquisa abrangerá as áreas que representam os principais

serviços prestados pela união, mostraremos os benefícios

e os frutos que trazem para os usuários.

Não faz parte do objeto de estudo os estudos aprofundados

em outros países sobre governo eletrônico, a pesquisa

será desenvolvida com objetivo de mostrar as melhoras

para o Brasil e a população, em parte envolverá até mesmo

políticos, apresentando como eles serão beneficiados com

essa prática o que deixa maior o nosso universo de

9

2. METODOLOGIA

pesquisa pois envolverá todas as classes e níveis da

população.

2.4 Tratamento dos Dados

Os dados com os quais trabalharemos são, essencialmente,

levantados por terceiros e trazem reflexões,

argumentações, interpretações, análises e conclusões

desses autores. Esses dados servirão de subsídios

qualitativos para a ratificação do problema apresentado.Extrairemos de nossa observação ativa, elementos práticos

de análise, mas estaremos trabalhando na mais

sistematizada parte do tempo com publicações, livros e

arquivos da internet.

Para mostrar como vem progredindo esse tipo de ferramenta

estaremos expondo superficialmente situações em outros

países. Iremos também expor como anda o Brasil em se

tratando de governo eletrônico, que estados já possuem e

quais estão implantando, quais as melhorias percebidas

com a implantação e quais as perspectivas futuras.

2.5 Limitações do Método

Aqui explicitaremos quais as limitações que o método

escolhido irá oferecer, essas limitações serão

apresentadas a seguir:

10

2. METODOLOGIA

A limitação do tempo para realização do trabalho impede a

possibilidade de realizar busca e pesquisa em campo,

organizações publicas que enfrentam esses problemas

expostos neste trabalho.

Mesmo com as limitações apresentadas acima, esforços não

serão medidos para que o trabalho seja concluído de forma

clara, de modo a garantir o atendimento dos objetivos

expostos.

11

3. GOVERNO

3.1. Introdução

“O tempo presente contém o passado e o futuro”

TS. Elliot

É possível desburocratizar procedimentos, acelerar a

tramitação de processos, informatizar e padronizar

procedimentos, sem alterar leis? A principal ação da

secretaria do MCT hoje é justamente detectar e ampliar

essas iniciativas de desburocratização e informatização

dos processos pelo país afora, para então, difundi-las.

Para que esta realidade ocorra faz se necessário que haja

a universalização dos serviços de informação, tanto pela

abrangência como pela redução dos custos de acesso. Esta

é a condição fundamental para que o sistema de e-Gov

tenha ocorrido com sucesso, com a inserção dos indivíduos

como cidadãos além de evitar a criação de uma classe de

“info-excluídos” o que poderia ajudar para alargar ainda

mais o abismo das classes sociais hoje existente.

3.2. Conceito de Governo

“Todos os dias os ministros dizem ao povo como é difícil governar

sem os ministros o trigo cresceria para baixo em vez de crescer

para cima, nem um pedaço de carvão sairia das minas”.

3. GOVERNO

Bertold Brecht Dificuldade de governar

O modo de gestão dos recursos, dos insumos, da política

econômica e educacional e dos serviços públicos é uma das

muitas maneiras de se entender o conceito de governo. O

modo de governar depende, prioritariamente, da cultura e

do grau de educação dos habitantes de uma determinada

região ou localidade.

Podemos ilustrar com boa aproximação da realidade uma

noção básica de governo. Supondo um local hipotético, num

tempo remoto, onde existiam um grupo de pessoas e

famílias morando numa região com suficiente proximidade

para se considerar esta área como uma vila ou povoado. Os

habitantes destas regiões percebendo que havia áreas

comuns que deveriam ser utilizadas por todos, decidem se

reunir para de comum acordo, definir as regras gerais de

convivência e do uso dos recursos naturais locais e das

responsabilidades de cada um.

Deste grupo, por escolha da maioria ou naturalmente,

surgiu dentre os demais, o Líder: Aquele que coordenou a

ação de todos. À medida que estas regiões se

desenvolveram e cresceram o número de pessoas, mais

decisões precisaram ser tomadas e mais regras criadas, e

aquela região toma forma de algo maior que englobou

outras áreas e regiões parecidas com a mesma descrita

inicialmente.

11

3. GOVERNO

No momento em que existe um número muito grande de

pessoas e regiões agrupadas naquela nossa região

hipotética inicial, criaram-se regras e leis que

regularam a possibilidade dos moradores eleger dentre os

seus membros aquele que seja o responsável pela

coordenação e que criou o grupo que o ajudará coordenar a

região e fará com que as regras iniciais sejam cumpridas,

evitando que se instaure o caos e a convivência em grupo

não seja possível de forma pacífica, além de fazer com

que haja o desenvolvimento local e de todos. Neste caso,

este ‘coordenador e seu grupo’ escolhido, pode-se se

entender como o Governo daquela nossa região hipotética.

Esta poderia ser a imagem mais embrionária que se pode

conceber do conceito de governo. Este conceito reflete um

tipo de governo, dentre vários outros existentes, cujo

poder principal está centrado na figura de uma única

pessoa – o ‘Coordenador Principal’.

Este exemplo ilustrou o modo de governo no Brasil. Nós,

atualmente, vivemos num regime democrático representativo

de governo, na sua forma republicana, sob o regime

presidencialista. O seu representante principal é eleito

diretamente pelos seus cidadãos maiores de 16 anos. Mesmo

sendo, o presidente da república, a figura principal do

governo.

12

3. GOVERNO

Figura 2 – Os poderes da União

O poder no Brasil não é exercido somente por ele e sim

composto pela união de três poderes: O poder Legislativo,

O poder Judiciário e o Poder Executivo. Eles interagem

entre si, cada qual com a sua responsabilidade e atuação.

Criando, executando e decidindo as leis que compõem as

regras da nação.

3.3. O poder Legislativo

O Poder Legislativo é o responsável pela criação ou

estabelecimento das leis, é o legislativo que realiza a

predisposição para situações futuras aonde todos os

outros poderes da união irão se basear para constituir

governo. "O Poder Legislativo guarda para si a função de

fazer as leis, apesar da participação do Poder Executivo,

mas com papel preponderante ao deste”.(SALDANHA, Nelson.

O que é Poder Legislativo. P.5.).

O processo de criação e a forma de se fazer às leis dão

as características de uma sociedade ou um povo. É a

13

3. GOVERNO

firmeza e a solidez destas leis que irão mostrar as

características culturais predominante da sociedade.

Ainda nas lições de SALDANHA: "... ao Legislativo cabe

essencialmente, respondendo às aspirações do povo,

realizar por meio de normas sub-constitucionais as

grandes metas e fins almejados pela Constituição, com os

limites que esta mesma impõe ao Estado em benefício do

cidadão".

O órgão do poder legislativo é o congresso nacional, ele

é composto por duas casas: a câmara dos deputados, como

representante do povo, e o Senado Federal, representante

das Unidades da Federação. Estas são compostas e formadas

exclusivamente por brasileiros natos e em pleno gozo de

seus direitos políticos, eleitos por todos os cidadãos

maiores de 16 anos, sendo que a idade mínima para

ingresso na câmara dos deputados é de 21 anos e para o

senado, de 35 anos. Esta diferença deve se ao fato de que

se considera que para o Senado, os homens mais

experientes e maduros sejam convocados.

A base da câmara dos deputados é populacional, isto

significa que os seus membros são eleitos com base no

numero proporcional da população, ao passo que o Senado é

um colégio formado sobre base territorial, isto é, cujos

membros são em número igual, três, para cada estado. No

Senado, o mandato de um senador dura oito anos, e os

componentes da casa são renovados a cada quatro anos, 1/3

e 2/3 do total alternadamente.

14

3. GOVERNO

O sistema adotado pelo Brasil para o seu processo

legislativo, corroborando o descrito acima, é o

bicameralismo, este modelo bicameral confere às duas

Casas autonomia, poderes, prerrogativas e imunidades

referentes à sua organização e funcionamento em relação

ao exercício de suas funções, com isso uma lei elaborada

por uma das casas é revisto pela outra evitando, com esta

revisão, a criação de leis precipitadas ou que favoreçam

a uma parte ou a outra. Este processo legislativo

compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis

complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas

provisórias, decretos legislativos e resoluções. Todos

estes instrumentos legais tramitam no Congresso Nacional

e em suas Casas segundo procedimentos próprios

previamente definidos em regimentos internos. O Brasil já

havia optado pelo bicameralismo na fase Imperial, cujo

reforço se deu quando da derrubada da monarquia, em 15 de

novembro de 1889, pelo Decreto nº 1, que adotou a

República federativa como forma de governo.

Embora reforce a imparcialidade das leis, o sistema

bicameral induz a uma série de desvantagens tais como: a

demora no advento de leis que são reclamadas com urgência

pelo interesse geral, o maior tempo de revisões, adendos

e emendas às leis propostas e o maior uso e trânsito de

papel para cada revisão ou emendas efetuadas. Isso pode

fazer com que uma lei entre em vigor quase caducando em

razão desta demora.

15

3. GOVERNO

3.4. O Poder Executivo

O Poder executivo é o responsável pela execução e

cumprimento das leis e da constituição. A figura

principal no poder executivo é o presidente da república.

Eleito diretamente pelo povo por cidadãos maiores de 16

anos que não possuam nenhum impedimento legal.

As eleições presidenciais ocorrem num período quadrienal,

onde comumente após a eleição do novo chefe da nação,

todo o quadro de ministros e assessores é renovado

baseado em critérios políticos do novo presidente eleito

de modo a possibilitar a sustentação da base de governo.

Isso não impede que, em alguns momentos, sejam utilizados

critérios exclusivamente técnicos para a escolha de um

ministro.

Somente em 1997, através de Emenda Constitucional nº 16,

foi permitida a reeleição, para um único mandato sub

seqüente, do Presidente da República, dos Governadores e

dos Prefeitos. Dessa forma, o Presidente Fernando

Henrique Cardoso iniciou, em 1º de janeiro de 1999, seu

segundo mandato para o qual foi reeleito em 1º turno nas

eleições de outubro de 1998, se tornando o único

Presidente da República a ser reeleito em toda a história

do Brasil.

Ao presidente da republica com o auxilio dos seus

assessores e ministros, cabe a responsabilidade de dentre

16

3. GOVERNO

outros, chefiar o governo, administrar a coisa pública,

aplicar as leis editadas pelo Congresso, iniciar o

processo legislativo, vetar, total ou parcialmente

projetos de lei; declarar guerra; prover e extinguir

cargos públicos federais; e editar medidas provisórias

com força de lei.

Em caso de ausência ou impedimento do presidente da

república ou por conta de vacância do cargo, a seqüência

dos que tem a responsabilidade de exercer o cargo de

chefiar a nação são, nesta seqüência: O Vice-Presidente

da República, o Presidente da Câmara dos Deputados, o

Presidente do Senado Federal e por fim o Presidente do

Supremo Tribunal Federal.

Aos ministros de estado compete a coordenação e

supervisão dos órgãos e entidades da área de sua

competência além de referendar os atos assinados pelo

presidente da republica. Compete também aos ministros a

expedição das instruções para a execução das leis,

decretos e regulamentos. É através de seus ministros que

o presidente exerce sua ação de administração da coisa

pública e é por eles que ele toma ciência das situações

em cada área específica.

É de suma importância que as ordens do Presidente da

República sejam repassadas para os componentes da sua

equipe da forma mais rápida e confiável possível, é com

base nestas instruções que o chefe da nação tem condições

17

3. GOVERNO

de governar de acordo com as responsabilidades assumidas

com seus eleitores no processo de eleição.

3.5. O Poder Judiciário

Dentre os poderes da união, cabe ao poder judiciário

auxiliar nas decisões sobre as possíveis dúvidas e

questões levantadas nas interpretações das leis, a ele

cabe aplicar as leis a casos concretos com o intuito de

manter a soberania da justiça e a realização dos direitos

individuais nas relações sociais.

A estrutura do poder judiciário é composta pela

hierarquia dos órgãos que a compõem dentro das áreas

correspondentes e sua organização está fundamentada na

divisão da competência entre os vários órgãos que o

integram nos âmbitos estadual e federal. Sendo assim

teremos as instâncias judiciais correspondentes a

determinadas áreas.

A primeira instância de uma área corresponde aquela que

irá primeiramente analisar e julgar a questão levantada

que foi levada à decisão ao poder judiciário. Caso haja

alguma divergência e uma das partes se ache injustiçada,

a questão pode ser levada a uma instancia superior, Estas

instâncias apreciam as decisões proferidas pela instância

inferior a ela, e sempre o fazem em órgãos colegiados, ou

18

3. GOVERNO

seja, por um grupo de juízes que participam do

julgamento.

As questões levadas a instancias superiores sempre são

submetidas à apreciação desta, dando oportunidade às

partes conflitantes de obterem o reexame da matéria

discutida. Isto não significa que questões não possam ser

levadas diretamente a sua apreciação necessariamente sem

ter sido submetidas a julgamento por instancias

inferiores. A competência originária dos tribunais está

disposta na Constituição Federal.

Questões comuns, contra órgãos ou empresas estaduais e no

âmbito destas e dentro do estados da federação, não

envolvendo união ou seus órgãos e empresas, são julgadas

pela justiça estadual, representado pelo tribunal de

justiça daquele estado. Quando as questões envolvem

órgãos da união, autarquias ou empresas públicas

federais, as questões são levadas a justiça federal ou

então a justiça federal especializada quando envolvem

ações de cunho trabalhista, eleitoral e militar.

A Justiça federal especializada é a competente por julgar

e decidir questões em cada área especifica da união.

Através desta divisão tem-se a melhor administração de

todas as ações judiciais que estão tramitando, dentre

elas podemos citar a Justiça do Trabalho, a Justiça

Eleitoral e a Justiça Militar.

19

3. GOVERNO

A justiça do trabalho é o órgão da justiça federal

especializada em conciliar, julgar e decidir questões

relativas a conflitos trabalhistas individuais e

coletivos entre trabalhadores e empregadores. Ela é

formada por juntas de conciliação e julgamento, pelos TRT

- Tribunais Regionais do Trabalho – Composto por juizes

nomeados pelo Presidente da República e pelo TST -

Tribunal Superior do Trabalho, composto por vinte e sete

ministros, nomeados pelo Presidente da República, após

aprovação pelo Senado Federal.

Do mesmo modo, a Justiça Eleitoral, é o órgão

especializado da Justiça que organiza, fiscaliza e apura

as eleições do país e a diplomação dos eleitos. É formada

pelas Juntas Eleitorais, pelos Tribunais Regionais

Eleitorais, compostos por sete juízes e pelo Tribunal

Superior Eleitoral, também composto por sete ministros.

A Justiça Militar processa e julga os crimes militares,

de acordo com a Lei. Ela é composta por juízes-auditores,

pelos Conselhos de Justiça, e pelo Superior Tribunal

Militar, que possui quinze ministros nomeados pelo

Presidente da República, após aprovação do Senado

Federal.

O Poder judiciário é composto pelo STF – Supremo Tribunal

Federal, órgão máximo do Poder Judiciário que é

responsável pela guarda da Constituição Federal. O STF é

20

3. GOVERNO

composto por 11 Ministros nomeados pelo presidente da

Republica depois de aprovada a escolha pelo Senado

Federal. O STF aprecia matérias vindas de instancias

inferiores e recursos cabíveis em razão a desobediência à

Constituição Federal; Pelo STJ – Superior Tribunal de

Justiça, ao qual cabe a guarda do direito nacional

mediante harmonização das decisões proferidas pelos

tribunais regionais federais e pelos tribunais estaduais

de segunda instância. Compõe-se de, no mínimo, 33

ministros nomeados pelo Presidente da República.

Apreciam, além da matéria referente a sua competência

originária, recursos especiais cabíveis quando

contrariadas leis federais.

Os Tribunais Regionais, que julgam ações provenientes de

vários estados do país, divididos por regiões. São eles:

os Tribunais Regionais Federais - 5 regiões, os Tribunais

Regionais do Trabalho - 24 regiões, e os Tribunais

Regionais Eleitorais - 27 regiões (Estados).

Os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal

e de Alçada, organizados de acordo com os princípios e

normas da constituição Estadual e do Estatuto da

Magistratura. Apreciam, em grau de recurso ou em razão de

sua competência originária, as matérias comuns que não se

encaixam na competência das justiças federais

especializadas.

21

3. GOVERNO

E finalmente, os Juízos de primeira instância são onde se

iniciam, na maioria das vezes, as ações judiciais

estaduais e federais (comuns e especializadas).

Compreende os juízes estaduais e os federais comuns e da

justiça especializada (juízes do trabalho, eleitorais,

militares).

3.6. Esfera Jurídica

"Nenhuma instituição da esfera jurídica está indiferente aos caminhos abertos pelatecnologia. Ela pode ser aplicada em favor da distribuição efetiva e célere da justiça,

a qual tem enfrentado dificuldades de diversas naturezas”.Ministro Nilson Naves Presidente do STJ, 1

A modernização jurídica pode ser considerada como a

"reforma silenciosa" do judiciário. Muitos pensam assim e

consideram que o processo, no modo como tramita, pelo

menos por algum tempo, ainda permanece com as mesmas

características que possui há mais de um século. Ledo

engano. O novo direito processual que surge, com o uso da

tecnologia da informação, é totalmente diferente do que

imaginaram os grandes processualistas do século passado.

Não há papel. Não há documentos físicos.

1 Durante a abertura do Congresso Internacional de Direito eTecnologias da Informação, 03/10/2002, em Brasília,

22

3. GOVERNO

O uso dos sistemas de informática e telecomunicações na

esfera jurídica, que engloba os processos e profissionais

envolvidos em causas judiciais, trouxe tal como na

administração pública, um sem-número de benefícios para

todos os envolvidos. Para os juizes, advogados,

promotores, desembargadores e demais profissionais a

eliminação da papelada e das demoras envolvidas no

transporte destes, afora o risco de perda ou danos das

provas, representou uma inquestionável melhoria na

velocidade de tramite das demandas e numa melhor

segurança e confiabilidade do processo como um todo.

Algumas ações de implantação da informatização do

judiciário já começaram a surgir em pontos isolados do

país. Alguns estados já implementaram a informatização do

processo e do trâmite enquanto outros estão bastante

avançados nas questões de identificação dos cidadãos.

Esse novo processo, que na onda dos modismos

cibernéticos, pode ser chamado de e-processo (processo

eletrônico, análogo ao e-Gov), tem as seguintes

características: máxima velocidade, máxima informação

(democratização das informações jurídicas), diminuição do

contato pessoal, automação das rotinas e decisões

judiciais, expansão do conceito espacial de jurisdição,

preocupação com a segurança e autenticidade dos dados

processuais, crescimento dos poderes processuais-

cibernéticos do juiz.

23

3. GOVERNO

Com o e-Processo a comunicação dos atos processuais

ocorre em tempo real. Tão logo uma decisão judicial seja

proferida, na mesma hora ela é disponibilizada na

internet, e as partes interessadas podem receber um

comunicado eletrônico (e-mail) comunicando a existência

da decisão. Não haveria, em tese, citações, intimações e

notificações no mundo “real”. Tudo será por meio

eletrônico.

Atualmente a lei dos Juizados Especiais Federais (Lei

10.259/01) já permite que os Tribunais Regionais Federais

organizem serviços de intimação das partes e de recepção

de petições por meio eletrônico; vários tribunais já

dispõem do sistema push de acompanhamento processual.

Toda vez que há alguma movimentação de um dado processo,

o advogado interessado que se cadastrar na página do

referido tribunal recebe automaticamente um e-mail

informando a movimentação ocorrida. Por enquanto, esse

sistema é apenas um serviço de utilidade ao advogado. Em

breve, essa informação recebida pelo advogado valerá como

intimação, conforme prevê o Projeto de Lei proposto pela

AJUFE – Associação dos Juízes Federais.(Projeto de Lei nº

5828/2001).

Com a internet, o acesso às informações jurídicas foi

enormemente facilitado. Sem muita dificuldade e perda de

tempo, são encontrados precedentes jurisprudenciais,

doutrina nacional e estrangeira (artigos, livros,

monografias), modelos de petições e contratos, legislação

24

3. GOVERNO

sobre os mais diversos temas. Gradativamente, vão

surgindo bancos de dados superalimentados com informações

jurídicas, em especial, o banco de jurisprudência do

Conselho da Justiça Federal que disponibiliza inúmeras

ementas de acórdãos dos Tribunais Regionais Federais e do

Superior Tribunal de Justiça.

Com o crescimento exponencial de informações jurídicas de

acesso facilitado, a tendência é aumentar a explosão de

litigiosidade que já vem sendo verificada há algum tempo,

sobretudo no âmbito da Justiça Federal. Tão logo uma tese

jurídica seja levantada por um jurista, outros advogados

cuidam em disseminar essa informação e, rapidamente,

diversas pessoas que seriam beneficiadas com uma eventual

decisão baseada nessa tese jurídica ingressam na Justiça.

Espera-se que essa democratização também atinja a

linguagem jurídica. Não é razoável utilizar termos

incompreensíveis para o leigo, quando existem palavras

mais comuns com o mesmo significado técnico.

Com a automatização dos processos, os servidores

“burocráticos” foram substituídos, com vantagens, por

sistemas inteligentes capazes de dar impulso processual e

elaborar os expedientes necessários com uma rapidez

inigualável. O mecanismo de intimações pelo sistema push

é exemplo disso, pois não há necessidade de nenhum

servidor para fazer funcionar o sistema, a não ser um

25

3. GOVERNO

especialista em informática que analisará eventuais

problemas técnicos.

A tendência, portanto, é ter automatizado boa parte do

impulso processual, sobretudo a comunicação dos atos

processuais. Já existem softwares capazes de elaborar

decisões, mediante o preenchimento de campos previamente

estabelecidos. Por exemplo, no âmbito da Justiça do

Trabalho, há um programa que “filtra” a subida de

recursos ao TST, permitindo a elaboração de despachos-

padrão de admissibilidade de recursos.

Existem alguns entusiastas da tecnologia da informação

defendendo que programas de computador, no futuro,

substituirão os magistrados, julgando casos com muito

mais isenção e conhecimento do que os imperfeitos juízes

atuais. Um programa chamado Cyc, criado pelo norte-

americano Douglas B. Lenart, com o financiamento de um

consórcio de 56 empresas de alta tecnologia nos EUA seria

um potencial candidato a “juiz virtual”. Segundo seu

criador, Lenart, “se Cyc aprender todo o corpo de leis de

um país, mais a jurisprudência (casos jurídicos

anteriores) e, finalmente, alguns conceitos de moral,

decência, dignidade, humanidade e bom senso, nada impedem

que ele seja capaz de exercer a função de juiz muito

melhor do que os humanos”.

26

4. INFORMÁTICA

4.1. Conceito de Informática

Segundo dicionário On Line Priberam, informática (do Fr.

informatique) s. f., neol., é o conjunto de conhecimentos e

técnicas ligadas ao tratamento racional e automático de

informação (armazenamento, análise, organização e

transmissão), o qual se encontra associado à utilização

de computadores e respectivos programas.2

2 Dicionário ONLINE Priberam http://www.priberam.pt/ Em 17/03/04

4. INFORMÁTICA

Mas seria suficiente isso para definir a informática? Uma

definição seca e limitada que por vezes não se adequa a

realidade que vivemos em nossas cotidiano? Em grande

parte das coisas que fazemos no nosso cotidiano, a

informática está presente. Desde o momento em que saímos

de casa para nosso trabalho, tendo nosso caminho de carro

controlado por sinais de trânsito com câmeras

fotográficas acionadas através de sensores para detectar

infratores, quando chegamos no trabalho e paramos nos

estacionamentos pagos desses onde nosso veículo é

cadastrado no sistema de computadores informando a hora

de chegada e a hora de saída, quando entramos no

escritório e nos deparamos com inúmeros recursos de

informática do escritório e até mesmo em casa com

eletrodomésticos modernos, aparelho celular, computadores

pessoais, palm e etc.

4.2. A importância da Informática

A informática veio para facilitar nosso dia-a-dia

automatizando ações rotineiras com equipamentos que são

utilizados para agilizar, aumentar o nosso conforto e

tornar mais dinâmico nosso trabalho, portanto informática

pode ser entendida também como um conjunto de recursos e

sistemas com a finalidade de tornar mais prazeroso e

menos trabalhosa às nossas atividades cotidianas.

28

4. INFORMÁTICA

Na verdade a informática, como conhecemos hoje começou

com o advento do Personal Computer da IBM no início da

década de 80, antes disso os computadores eram maquinas

eletromecânicas imensas com utilização tão somente para

fins militares. Sendo assim, no inicio dos anos 80 com o

IBM PC, começou a ser possível que pessoas físicas

pudessem ter os seus próprios computadores em casa, a

miniaturização dos componentes e circuitos internos

possível graças à invenção da integração de circuitos

eletrônicos permitiu a redução dos custos e dos preços

destes equipamentos popularizando-os rapidamente.

Foi nesta época também que um jovem, que iniciou sua vida

profissional burlando o sistema de controle de horas de

uso do computador da faculdade, começou a trabalhar na

IBM para desenvolver o sistema operacional que iria

controlar o Hardware do computador e que se tornaria dono

de uma das maiores empresas de software do mundo: a

Microsoft.

29

4. INFORMÁTICA

Antes do final dos anos 80, o PC tinha se tornado

bastante popular, muitos programas haviam sido

desenvolvidos, sua utilidade no dia-a-dia mostrava se

cada vez maior, sua facilidade de guarda, classificação e

pesquisa de documentos estava cada vez melhor, sua

utilização nos escritórios estava quase mandatória, mas

ainda faltava algo que pudesse facilitar a troca de

arquivos que agora eram muitos e por vezes de tamanho

superior aos meios de armazenamento portáteis da época.

Foi quando, entre meado e fim dos anos 80, a interligação

destes computadores se tornou economicamente viável e as

redes de computadores começaram a surgir nos escritórios

e instituições públicas, computadores de mesa de um

escritório eram ligados a outros computadores em outros

pontos da entidade facilitando a troca de mensagens,

informações e dados arquivados, aumentando

consideravelmente a dinâmica dos processos internos da

empresa e reduzindo os custos com o uso de meios físicos

de comunicação.

30

4. INFORMÁTICA

No inicio dos anos 90 a Internet começa a se popularizar.

Fruto da idéia do Departamento de Defesa Americano, com

idéia de compartilhar as informações disponíveis e

armazenadas nos computadores de Universidades espalhados

nos diversos pontos do Estados Unidos, a DARPANet acabou

sendo a célula mãe do que hoje se chama Internet: Um

conjunto de computadores de diversas instituições e

empresas separados fisicamente mas, interligados através

de recursos de Telecomunicações e Redes Locais,

possibilitando o acesso remoto as informações contidas

entre estes computadores ou a outros cuja a mesma rede

este venha a se ligar.

31

4. INFORMÁTICA

Gráfico 1 – Pessoas Conectadas à Internet

Com a passagem do tempo o uso de computadores em casa ou

nas empresas se popularizou de tal forma que o seu

crescimento anual era quase exponencial. No Brasil, por

exemplo, o numero de hosts pulou de cerca de 17 mil para

mais de 70 mil hosts somente no ano de 1996, e neste

mesmo período o numero de nomes de domínio foi de pouco

mais de 1 mil domain names para mais de 10 mil. Estes

números representam uma taxa de crescimento de 405% para

o número de hosts e de 1000% para o número de domínios

Internet.

32

4. INFORMÁTICA

Mesmo assim, durante esta década, o Brasil estava numa

modesta posição mundial com relação ao numero de

usuários, chegando a ser apenas o décimo colocado e com

menos de 10% do número de pessoas conectadas em

comparação com o primeiro colocado do ranking e 4% do

total de conectados mundialmente, mas estávamos à frente

de alguns países ditos ‘primeiro mundo’ como Suécia,

França, Holanda e Espanha, que estava na décima sexta

colocação conforme pode se acompanhar no gráfico.

Mesmo não figurando entre os países mais desenvolvidos ou

conectados no ranking mundial, o crescimento e uso da

internet brasileira tiveram, e ainda tem, um

desenvolvimento considerável.

Gráfico 2 – Serviço Internet no Brasil

33

4. INFORMÁTICA

Entre 1996 e 2000, as estatísticas da FAPESP, órgão

gestor dos nomes de domínios de internet a aquela época,

mostram que as taxas de Crescimento dos domínios

cresceram 2000%, indicando a força do desenvolvimento das

tecnologias e da internet na década.

Tabela 1 – Custo aos bancos transação/cliente em dólar

Algumas empresas, especialmente os Bancos, viram na

internet uma maneira de fornecer serviços aos seus

clientes e baratear seus custos operacionais e com

pessoal. O custo de uma transação via internet banking

custa, em média, um décimo do custo da mesma transação

feita no guichê da agencia, pois os custos com linha

telefônica, computador, o trabalho de faze-lo e a

responsabilidade pela transação fica por conta do

cliente.

Dentro desta idéia de redução de custos, disseminação

mais fácil e rápida da informação é que algumas

instituições estão migrando para o e-administration onde

as tarefas rotineiras e as ações que podem ser

automatizadas ou informatizadas, são feitas por meio

eletrônico, via computador ou não.

34

4. INFORMÁTICA

A presteza, acurácia e efetividade são características

dos processos informatizados; desde que não haja erros de

lógica ou programação, todos os processos são iguais

independentes que quem os utiliza, por isso o seu uso tem

se tornado cada vez mais constante na sociedade e cada

vez mais se confia em serviços informatizados.

4.3. Informatização do Processo

Como poderíamos explicar o que ocorre no processo de

informatização dos processos? Analisando de maneira fria,

podemos dizer que a informatização dos processos é a

otimização das tarefas rotineiras desempenhadas em

determinados processos de trabalho, a serem executadas

por recursos de informática ou de tecnologia. Uma das

maneiras utilizadas para mapear um processo de trabalho

em processos informatizados seria, por exemplo, um corpo

de tecnólogos estudando todas as etapas necessárias de

uma atividade, fazer o mapeamento passo a passo dela e

transformar em códigos, ou na implantação de sensores a

depender do processo, que serão executados por máquinas

ou outros dispositivos tecnológicos, na implantação,

serão adicionadas todas as vertentes possíveis de um

processo, e todas elas devem ter uma saída e levar a uma

solução, essa etapa da criação normalmente é complexa e

demorada.

35

4. INFORMÁTICA

Os recursos de informática evoluíram muito nas ultimas

décadas possibilitando o desenvolvimento da sociedade,

chegando a repartições de trabalho, empresa, nossos lares

ajudando no dia-a-dia dos profissionais diminuindo o

tempo, custo e aumentando a praticidade, agilizando as

transações internas e as externas das instituições e

empresas pela comunicação entre funcionários através de

e-mail, quanto na economia e agilidade na confecção de

documentos e etc. Eles desempenham um papel fundamental

nas instituições, e sem eles a informatização dos

processos não seria possível.

A automatização dos processos de trabalho em qualquer

setor ou atividade, não necessariamente representa

melhora após a implementação, para se ter bons resultados

o projeto e as atividades devem ser bem planejadas e

implantadas tomando muito cuidado com a segurança das

informações utilizadas. Por esse motivo reconhece-se à

importância da informática para os esforços de modernizar

o governo e tornar seus serviços mais acessíveis à

sociedade, mas há escassez de estratégias de

informatização consistentes com a realidade de governo.

Hoje em dia a informática pública está em transição

motivada por mudanças tecnológicas (comunicação de

dados, downsizing, interfaces para comunicação homem-

máquina etc.), revisão do papel e da estrutura do

governo (redistribuição das funções entre os níveis,

federal, estadual e municipal, privatização e etc.) e

36

4. INFORMÁTICA

imagem nem sempre favorável dos serviços atuais de

informática perante os usuários.

O centro de processamento de dados (CPD) tradicional

passa da função de fábrica de dados para a de centro de

coordenação e suporte técnico a usuários com autonomia

crescente. Há, também, tendência de terceirização de

parcela cada vez maior dos serviços. A falta de

prestigio da função informática e o pouco poder dos

órgãos de coordenação dificultam o planejamento que deve

ser feito para essa transição e a integração dos

múltiplos agentes, podendo levar a fragmentação.

De acordo com pesquisas realizadas por Nolan (1979), a

informática evolui em estágios que representam o domínio

e a experiência de usuários e do CPD com o uso e a

gestão da tecnologia de informática no órgão. Os

estágios são: iniciação, disseminação (ou contágio),

controle, integração, administração de dados e

maturidade. Cada estágio é caracterizado por tipo de

aplicações preponderante, forma de planejamento e

controle da informática e tecnologia empregada. Na

figura 1 mostra-se a evolução dos casos estudados.

37

4. INFORMÁTICA

Gráfico 3 – Estágios de Desenvolvimento da Informática

Os órgãos pesquisados evoluíram de modo semelhante,

atingindo o estágio de controle por volta de 1980. A

crise de controle descrita por Nolan, que caracteriza

esse estágio, resulta de fortes conflitos entre a

informática e os seus usuários, requerendo mudanças

significativas na organização e nas posturas do órgão e

de seus usuários com relação à informática.

Há pouco conhecimento sistemático sobre a informática

pública, já que os modelos tradicionais de administração

de informática disponíveis na literatura foram

desenvolvidos a partir de empresa privada e não

contemplam adequadamente aspectos importantes da

administração pública, como descontinuidade

38

4. INFORMÁTICA

administrativa, rigidez da estrutura organizacional,

processos políticos de tomada de decisão etc.

Há, no entanto, iniciativas bem-sucedidas de

informatização em nível de órgãos isolados e em nível

interministerial, nas quais se conseguiu superar essas

dificuldades e criar sistemas que tiveram grandes

impactos sobre o governo e sobreviveram às

descontinuidades administrativas.

No sistema jurídico a informatização dos serviços e

tramitação de processos tornou-se quase que obrigação

para que a vazão de julgamento dos processos fosse

elevada ao máximo possível em função do déficit de

pessoal uma vez que o aumento da população de uma região

normalmente implica no aumento do numero de questões

judiciais que surgem dia-a-dia. Por exemplo, em um

Juizado Especial para pequenas causas: como a demanda é

enorme e uma solução como essa é mais que necessária para

que tenhamos um maior índice de atendimento dos cidadãos

e a sensação de uma justiça célere e eficiente,

considerando que os advogados devem esclarecimentos aos

seus clientes pela longa espera, e também pelo fato que

para eles, tempo é dinheiro principalmente quando se

depende do resultado do processo.

Mas uma dúvida sempre fica no ar com relação à segurança

e autenticidade dos dados, uma das maneiras possíveis de

se resolver este tipo de problema é com uso das

assinaturas digitais. A assinatura digital é um código

39

4. INFORMÁTICA

identificador que é gerado por uma entidade

certificadora, tal qual um cartório do nosso ‘mundo

real’, e é anexado ao documento de forma indelével, neste

caso o documento eletrônico assinado digitalmente é o

original, sendo que neles próprios, poderão ser

verificadas, as autenticidades e integridades da

declaração emitida. A impressão em papel dessa modalidade

de documento é que se torna cópia dele. É impreciso,

portanto, falar-se em dispensa do original nesse caso, já

que original é o próprio documento gerado e transmitido

por meios eletrônicos.

Nesse caso, toda documentação de abertura de processo

novo, deve ser gerada via meio eletrônico, a documentação

original será aquele produzida, arquivada e enviada

eletronicamente, é fato que a documentação manuscrita

torna difícil a tramitação e o acompanhamento, coisa que

não acontece com os processos abertos no método novo,

onde torna-se mais fácil e de simples acompanhamento e a

custos menores para volumes a partir de uma quantidade

mínima, lógico que como dito antes esses processos terão

que acontecer com toda segurança necessária para que

dados restritos de processos não sejam roubados e a

informatização prejudique as partes envolvidas na questão

judicial.

No campo legislativo, com a informatização evitaremos

muitas desvantagens como o uso e tramite de papel. Para

cada lei revisada ou emenda adicionada, o trânsito das

40

4. INFORMÁTICA

leis entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal,

terão mais agilidade e eficiência, pois não haverá a

pessoa física transportando toda a papelada, evitaremos

demora na aprovação de leis para que elas não entrem em

vigor quando já estiverem arcaicas, e agilidade no

advento de leis que são reclamadas com urgência pelo

interesse geral.

Para os cidadãos que tem acesso a internet ou podem

dispor de algum meio para acessar a grande rede, estes

podem acompanhar a tramitação das leis que estão em

votação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, leis

elaboradas de interesses específicos destinadas a

determinadas categorias ou geral, evidenciado os

relatores e deixando transparente para os brasileiros os

políticos que elaboraram e votaram a favor ou contra os

interesses da população, leis essas que podem beneficiar

ou excluir benefícios conquistados pelos trabalhadores ao

longo de anos, como isso os eleitores terão mais uma arma

contra políticos que não cumprem com suas promessas e

deveres, e entram para carreira política com objetivos

próprios.

Já no setor executivo, podemos citar que existe

importância na comunicação entre o presidente e os

componentes de sua equipe, suas ordens devem ser

repassadas rápida e da forma mais confiável possível,

assim como as solicitações dos representantes estaduais,

41

4. INFORMÁTICA

com a informatização essas ações com certeza seriam

simplificadas.

Para a sociedade em geral, com a aplicação da

informatização, do mesmo modo que poderemos acompanhar a

criação de uma lei e sua tramitação na Câmara e no

Senado, com a informatização e automatização de alguns

processos rotineiros do governo, torna-se possível o

acompanhamento das sansões e deferimentos ou

indeferimento destas leis pelo poder executivo e com isso

fica mais fácil e transparente o trabalho do governo

possibilitando a sociedade, através deste interferir de

alguma maneira caso seja necessário.

Algumas dessas leis são percebidas por nós através de

serviços, serviços que sem a informatização dos processos

são impossíveis. Com as atividades informatizadas,

podemos criar como exemplo um BIN (Banco de Identificação

Nacional) onde teríamos as fichas de todos os criminosos

e fugitivos do Brasil em um único banco de dados com

interligação em todos os estados, tudo centralizado e

esses podem ser acessados via linha dedicada ou

remotamente através de internet agilizando a

identificação de pessoas e facilitando a vida das

autoridades trazendo inúmeros benefícios à sociedade com

a prisão de maus elementos, claro que todo o processo tem

que ser disponibilizado com todos os recursos de

segurança para evitar fraudes, desvios de conduta e uso

42

4. INFORMÁTICA

indevido desse banco de dados, coisa que não é muito

difícil de acontecer no Brasil.

Podemos colocar também como exemplo o DENATRAN que esta

interligando todos os DETRANS com o objetivo de

compartilhar informações dos veículos de todo o país,

caso um motorista de outro estado cometa uma infração em

outro estado que não o de sua origem, essa informação é

passada para o DETRAN do estado do infrator e cobrada

dele, coisa que não era possível há alguns anos atrás.

Outro serviço disponível no DETRAN é a consulta de multas

e IPVA para o exercício anual, que podemos fazer tudo via

internet, desde imprimir a multa até o pagamento.

Existem outros exemplos que podemos citar como fruto da

informatização de processos que chegaram para facilitar a

vida dos brasileiros tal como o sistema de declaração de

imposto de renda, onde as informações estão concentradas

na Receita Federal, recebidas e processadas através de

meio eletrônico e sistemas computacionais e onde podemos,

como forma máxima de comodidade do conceito de e-Gov,

utilizar a internet para checar o andamento do processo

de restituição e estando no lote divulgado ocorre a

restituição do imposto retido, via credito automático em

conta corrente diretamente para a conta bancária do

contribuinte.

A Plataforma Lattes do CNPq é outro exemplo da utilização

do conceito de e-Gov. Ela conta atualmente com cerca de

43

4. INFORMÁTICA

400 mil currículos em sua base e hospedam mais de 20 mil

grupos de pesquisa. O portal já acumula mais de 7

milhões de acessos à sua página inicial, que é visitada

por 67 países e recebe 20 mil visitas diárias. Esses

podem ser acessados por qualquer um através da internet,

que hoje está ao alcance de grande parte da população

brasileira. Esta iniciativa do CNPq levou o órgão a

receber em 24/05/2004, em São Paulo, 1º lugar na

categoria Governo para Cidadão (G2C) do Prêmio Gov 2004.

Sem a informatização dos processos nenhuma destas

atividades seria possível realizar, então quanto mais

serviços informatizados como estes exemplos forem

aparecendo, mais crescerá o processo de implantação do

governo eletrônico e, conseqüentemente facilitará mais

ainda a vida dos cidadãos brasileiros nas tarefas do dia-

a-dia.

44

5. e-GOVERNMENT

5.1. Introdução

O e-Government diz respeito a mais nova forma de

interação do governo com a sociedade através do uso da

tecnologia da informação, o governo eletrônico e seu

desenvolvimento no Brasil é um assunto que todos os

brasileiros se interessaram devido a sua importância e

inúmeras vantagens para o Brasil.

Na primeira parte definimos o que é governo, revisamos os

três poderes e falamos sobre as esferas jurídicas e

governamentais e relacionamos com o e-gov, mostramos os

problemas e onde devemos interceder para melhorias dos

processos. Na seqüência definimos informática sua

importância e sua evolução, quais os benefícios que ela

trouxe para a população no uso diário e conversamos um

pouco sobre a informatização dos processos e os

benefícios desta prática.

Agora iremos dar uma precisa explicação sobre governo

eletrônico, conceito, situação atual, práticas de

implantação onde analisaremos as conseqüências da

implantação para a sociedade.

5. e-GOVERNMENT

Após isso então faremos uma conclusão onde serão

colocadas também nossas sugestões para que essa prática

venha funcionar no Brasil

5.2. Conceito de e-Government

O e-Government ou Governo Eletrônico diz respeito a uma

nova forma de interação do estado com os seus cidadãos e

destes cidadãos com o estado (G2C/C2G), do governo com os

seus fornecedores (B2G/G2B), ou entre governos (G2G)

através do uso de recursos tecnológicos, computacionais e

de telecomunicações com a idéia de prover um melhor nível

de serviço público, com mais transparência, justiça e

equalização no trato com os contribuintes e usuários dos

serviços.

Este conceito induz também a idéia de agilidade nos

processos e tarefas rotineiras do dia-a-dia onde a

velocidade da movimentação de mensagens, ofícios,

publicações, despachos e outros trâmites dos órgãos

públicos, se refletem na velocidade de transmissões de

suas redes.

46

5. e-GOVERNMENT

Obviamente não se pode confundir o conceito de e-Gov e a

sua implantação como a solução para todos os males

relativos a velocidade de tramite dos processos e ações

dos órgãos públicos. Por trás dos mais avançados recursos

tecnológicos e de telecomunicações estará a figura do

gestor que, invariavelmente, imprimirá a velocidade de

resolução de seu setor a todo o processo.

Não obstante o exposto acima a implantação do sistema de

e-Gov no âmbito das esferas jurídicas e governamentais se

traduziu em uma drástica redução de custos pela

diminuição do uso de papel e da redução da necessidade de

mão-de-obra adicional por conta da Agregação de valor nos

serviços prestados.

Na esfera jurídica, pôde se perceber a diminuição dos

tempos de finalização dos processos e julgamentos, pelo

aumento da velocidade do tramite dos processos e

documentos entre as instancias, pela facilidade de se

obter documentos e provas armazenadas e pela rapidez de

disponibilização dos julgamentos nos veículos de

divulgação oficiais. A redução de custo advém minimização

do uso de papel para registro dos julgamentos, leis,

decisões judiciais, a menor necessidade de espaço para

armazenamento dos documentos e provas digitalizáveis e

pela redução de pessoal necessário para transporte e

guarda destes papeis.

47

5. e-GOVERNMENT

Na esfera governamental, a digitalização das leis para um

melhor acesso, a computação de cálculos de multas e suas

atualizações ‘em tempo real’, maior velocidade no tramite

interno de processos, e a transparência dos processos

pela disponibilização à sociedade, são características da

implementação do Governo Eletrônico pelo estado.

A disponibilização dos dados e aplicação de recursos do

erário para a sociedade implica na diminuição da

possibilidade de ocorrer desvio das verbas destinadas as

ações determinadas por lei. O acompanhamento facilitado

do andamento das ações governamentais dificulta a ação de

maus gestores, o que diminui consideravelmente a chance

de haver corrupção.

A melhor e mais transparente gestão de um número cada vez

maior e mais complexo de processos, pessoas e atividades

com menor gasto de tempo e custos para o contribuinte com

a disponibilização de serviços no regime de funcionamento

de 24h por dia, 7 dias por semana com uma concentração

maior de sub-serviços agregados faz do e-Gov o melhor

conceito de gestão ‘em massa’ com um nível de serviço e

transparência comparativamente com os processos

tradicionais de gerência jurídico-governamental .

5.3. Situação Atual

48

5. e-GOVERNMENT

O Número de computadores nos domicílios Brasileiros é de

aproximadamente 13 Milhões e o número de usuários de

Internet no Brasil é estimado em 14,3 milhões, isto nos

coloca em primeiro lugar numa comparação com outros

países da América Latina e em nono lugar numa comparação

internacional. O principal meio físico de acesso à rede

pelos usuários de internet é a linha telefônica

convencional, cujo último senso do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística indica que o número de linhas

telefônicas é de 49,4 milhões de linhas fixas e 31,5

milhões de celulares, o que coloca o Brasil como a 7ª

maior rede de telefonia, considerando ambas as

modalidades, embora com densidade de penetração na

população ainda reduzida (47,5%) face à população de 169

milhões de brasileiros.

Estes indicadores apresentaram crescimento expressivo nos

últimos anos: Comparando com o ano de 1995 o número de

domicílios atendidos por telefone era de apenas 22,4%,

verificando-se um crescimento da ordem de 160% no período

até 2001, quando as pesquisas do PNAD/IBGE indicam o

atendimento em 58,9% dos domicílios.

49

5. e-GOVERNMENT

Tabela 2: Quadro comparativo do número de hosts dos países da AméricaLatina

Este panorama indica claramente que o sucesso do uso da

Internet para facilitar a apresentação da Declaração de

Imposto de Renda das pessoas físicas foi, provavelmente,

o melhor exemplo dos benefícios que o e-gov podria trazer

ao cidadão, facilitando o acesso, desburocratizando as

relações e disponibilizando informações de maneira rápida

e precisa.

50

5. e-GOVERNMENT

Numa pesquisa promovida por Boucinhas & Campos e “O

Prefeito”, verificou-se que no âmbito municipal 72% das

Prefeituras com mais de 200.000 habitantes já utilizam a

internet para prestar serviços a sua comunidade e a

totalidade delas planeja realizar investimentos para

iniciar ou ampliar estes serviços no curto ou médio

prazo.

Na esfera estadual também puderam ser encontrados

exemplos de investimentos em e-Gov, em especial na

implementação de “Postos Fiscais Eletrônicos” que

facilitam a relação do contribuinte com os órgãos

fazendários, ou na iniciativa do Governo do Estado de São

Paulo que lançou a “Delegacia Virtual”, a qual

possibilita a lavratura de Boletins de Ocorrência pela

internet para os casos de furto de veículos.

No âmbito do Governo Federal já existe um amplo conjunto

de serviços por meio da Internet e se dispõe de um portal

único de serviços e informações ao cidadão – a Rede

Governo (www.redegoverno.com.br ). Dentre os diversos

serviços disponíveis neste portal e que estão disponíveis

ao cidadão na Internet, pode-se destacar os seguintes:

entrega de declarações do Imposto de Renda;

emissão de certidões de pagamentos de impostos;

divulgação de editais de compras governamentais;

cadastramento de fornecedores governamentais;

matrícula escolar no ensino básico;

51

5. e-GOVERNMENT

acompanhamento de processos judiciais;

acesso a indicadores econômicos e sociais e a dados

dos censos;

prestação de informações sobre aposentadorias e

benefícios da previdência social;

envio de mensagens pelos Correios, por meio de

quiosques públicos, e

informações sobre programas do Governo Federal.

O Crescente uso destes serviços mostraram que a tendência

de informatização dos processos governamentais tem que

ser a tônica adotada de agora em diante; O cidadão, cada

vez mais consciente, busca agora ter mais controle das

ações do governo e de seus governantes.

Na área jurídica inúmera ações e projetos no sentido de

informatizar o setor mostraram que é possível

desburocratizar os procedimentos jurídicos, acelerar a

tramitação de processos, padronizar procedimentos sem

alterar leis. Uma das medidas adotadas como meio para a

detecção de tais projetos é o Prêmio Innovare - A Justiça

do Século XXI, realizado pela Escola de Direito do Rio de

Janeiro da Fundação Getulio Vargas - DIREITO RIO, pela

Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB e o

Ministério da Justiça que contemplarão as "Melhores

Práticas" de gestão do Judiciário.

Mas nem tudo são flores e crescimento, ainda estamos

encontrando alguns entraves legais para o crescimento

52

5. e-GOVERNMENT

rápido da utilização do e-Gov, ainda não possuímos uma

legislação relativa à regulamentação das transações

efetuadas em redes eletrônicas, assim como dos documentos

na forma digital envolvidos ou gerados por essas

transações. Também não existe proteção legal específica

para o consumidor de bens e serviços disponibilizados nas

redes eletrônicas. A tributação das transações de compra

e venda de serviços efetuadas nessas redes é outra

questão ainda não definida no País e, no que se refere às

transações entre países, o estabelecimento de uma

regulamentação depende de negociações conjuntas a serem

estabelecidas nos fóruns internacionais.

5.4. Prática da Implantação do E-Gov e suas conseqüências

O Governo Brasileiro encontra-se atualmente na fase de

implantação das diretrizes de atuação e implementação do

e-Gov, Foi criado um comitê executivo que está definindo

os planos de ação para os próximos anos, dentro destes

planos de ação estão as definições de política de redes e

o inicio da implantação de uma infraestrutura de redes

comum para toda a administração pública federal, esta

infraestrutura deverá ser chamada ‘infovia Br@asil’.

Um dos principais desafios do governo para a implantação

do e-gov atualmente foi a grande fragmentação das

tecnologias e infraestruturas utilizadas nos órgãos da

administração pública federal, este desafio se traduz em

53

5. e-GOVERNMENT

dois grandes problemas: A intercomunicação entre as

tecnologias em uso e o alto custo para mantê-las. O

Objetivo do Governo é que até 2006, toda a política de

infraestrutura de redes esteja implantada e

institucionalizada, incluindo as normas técnicas para

criação e implementação de novas redes.

A política brasileira de governo eletrônico foi orientada

para a construção gradativa de uma arquitetura de

relacionamentos envolvendo o Governo, os cidadãos e seus

parceiros e fornecedores. Desta forma, contempla a

atuação do Governo em três frentes fundamentais:

- a interação com o cidadão;

- a melhoria da sua própria gestão interna e,

- a integração com parceiros e fornecedores.

Em relação ao cidadão, foram disseminados portais na

Internet que funcionam como balcões virtuais de

informação e de atendimento para a prestação de serviços.

A articulação de parcerias com a sociedade em ações

voltadas para a inclusão digital tem sido buscada de

forma ativa, em consonância com diretrizes e

recomendações discutidas em fóruns públicos. Para a

gestão interna, promoveu-se a integração entre os

sistemas em rede interna (intranet). A integração entre

parceiros e fornecedores está sendo desenvolvida na forma

de uma extranet conectada aos sistemas de informação do

Governo Federal que compreende, dentre outros, os

sistemas de administração financeira, de compras

54

5. e-GOVERNMENT

governamentais, de apoio à educação, à saúde e à

previdência social. A estrutura relacional que foi sendo

construída entre os principais atores neste processo

envolve o Governo, cidadãos/clientes e empresas, dentro

das diversas possibilidades de transações eletrônicas (e-

business e e-government).

Na área de ‘interface com o contribuinte’ tanto os

governos estadual e federal mantém portais na internet

para atendimento e informação dos cidadãos. Podemos

destacar, como exemplo de interação com os contribuintes

na esfera estadual, os Serviços de Atendimento ao

Consumidor (SAC). Na Bahia, por exemplo, O SAC foi

reconhecido pela ONU - Organização das Nações Unidas,

como modelo de referência para prestação dos serviços

públicos. A aplicação do e-Gov permite o aumento da

eficiência e do volume de atendimento de contribuintes,

de maneira fácil e menos custosa do que os meios

tradicionais, ainda com o exemplo do estado Baiano em

2003 O volume de atendimentos em um único posto de

atendimento, foi de 1.362.622 cidadãos, com um total

acumulado de 8.376.385 Atendimentos até Março de 2004.

Na esfera federal o exemplo mais clássico é o sistema de

atendimento e tratamento eletrônico de dados de imposto

de renda da Receita Federal. A cada ano os programas e os

processos recebem novas melhorias e facilidades, tornando

o meio eletrônico de entrega. Desde sua implantação, em

1995, o atendimento via Internet vem sendo objeto de

55

5. e-GOVERNMENT

contínua expansão objetivando tornar disponíveis mais

serviços ao contribuinte, de forma a provê-lo com mais

eficiência e comodidade.

Este atendimento é prestado ao contribuinte por meio da

Página da Receita Federal na Internet e abrange:

- Esclarecimento de dúvidas do contribuinte por meio

do correio eletrônico;

- Consultas a bases de dados da Receita Federal (ex.:

CPF, CNPJ, PAR, parcelamento de débitos, restituição

do IRPF);

- Consulta autenticidade de documentos (ex.: certidão

negativa, mandado de procedimento fiscal);

- Programas de cálculos e preenchimento de DARF on-

line e para download;

- Preenchimento de declarações on-line (ex.: DAÍ,

DIRPF e Declaração Cide Combustíveis);

- Fornecimento de programas (ex.: declarações, CNPJ);

- Emissão de documentos (ex.: Certidão Negativa,

processamento do CNPJ);

- Envio de declarações por meio do programa

Receitanet;

- Consulta entrega de declarações (Ex.: DAI, DIRPF,

DOI);

- Regularização de situação fiscal (PAR);

- Orientações ao contribuinte sobre procedimentos

específicos (ex.: guia do contribuinte e página de

informações);

56

5. e-GOVERNMENT

- Disponibilização da legislação tributária no âmbito

da Receita Federal permanentemente atualizada.

Toda esta gama de serviços disponíveis para os cidadãos

traouxe a tona a inevitável conseqüência: A inclusão dos

indivíduos como cidadãos, já que os custos dos serviços e

infraestrutura se diluem com o volume de atendimentos

realizados além de ajudar no melhor controle estatístico

e geração de relatórios para diagnósticos de medidas de

gestão de recursos.

Sendo assim a universalização dos serviços de informação

e comunicação foi condição fundamental, ainda que não

exclusiva, para a inserção dos indivíduos como cidadãos,

para se construir uma sociedade da informação para todos.

É urgente trabalhar no sentido da busca de soluções

efetivas para que as pessoas dos diferentes segmentos

sociais e regiões tenham amplo acesso à Internet ou seus

serviços, evitando assim que se crie uma classe de “info-

excluídos”.

A difusão de acesso às redes no mundo e no Brasil é

bastante desigual, isso explica por que, em boa parte dos

países, o acesso de todos os cidadãos à nova sociedade

tenha deixado de ser um dos muitos componentes das pautas

de questões para se tornar objetivo principal dos

programas oficiais. Para o Brasil as facilidades de

acesso quase sempre se resumem a áreas isoladas do

sudeste e do sul do país.

57

5. e-GOVERNMENT

Para que se tenha universalização de fato, há de se

procurar soluções para inclusão das populações com baixo

poder aquisitivo nas redes digitais. A universalização de

serviços da Internet inclui, ainda, atividades de

promoção de novas soluções de acesso à Internet para

atendimento de pessoas com necessidades especiais ou de

usuários em trânsito.

O conceito de universalização tem caráter evolutivo,

decorrente da velocidade do desenvolvimento das

tecnologias de informação e comunicação e das novas

oportunidades e assimetrias provocadas por esse

desenvolvimento – fontes de novas formas de exclusão, que

devem ser continuamente acompanhadas e consideradas. Mas

o conceito de universalização deve abranger também o de

democratização, pois não se trata tão somente de tornar

disponíveis os meios de acesso e de capacitar os

indivíduos para tornarem-se usuários dos serviços da

Internet, trata-se, sobretudo, de permitir que as pessoas

atuem como provedores ativos dos conteúdos que circulam

na rede. Nesse sentido, é imprescindível promover a

alfabetização digital, que proporcione a aquisição de

habilidades básicas para o uso de computadores e da

Internet, mas também que capacite as pessoas para a

utilização dessas mídias em favor dos interesses e

necessidades individuais e comunitários, com

responsabilidade e senso de cidadania. Fomentar a

universalização de serviços significa, portanto, conceber

58

5. e-GOVERNMENT

soluções e promover ações que envolvam desde a ampliação

e melhoria da infra-estrutura de acesso até a formação do

cidadão, para que este, informado e consciente, possa

utilizar os serviços disponíveis na rede.

A prática do e-Gov nos seus mais diversos níveis de

interação com os cidadãos trouxe as seguintes situações:

- Oferta na Internet de todos os serviços prestados ao

cidadão, com melhoria dos padrões de atendimento,

redução de custos e facilidade de acesso;

- Ampliação do acesso a informações pelo cidadão, em

formatos adequados, por meio da Internet;

- Promoção da convergência entre sistemas de

informação, redes e bancos de dados governamentais

para permitir o intercâmbio de informações e a

agilização de procedimentos;

- Implantação de infra-estrutura avançada de

comunicações e de serviços, com padrões adequados de

segurança e serviços, além de alto desempenho;

- Utilização do poder de compra do Governo Federal

para a obtenção de custos menores e a otimização do

uso de redes de comunicação;

- Estímulo ao acesso à Internet, em especial por meio

de pontos de acesso abrigados em instituições

públicas ou comunitárias;

- Fortalecimento da competitividade sistêmica da

economia.

59

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

6.1. Conclusões

Vem se confirmando o fato de que o controle das

atividades administrativas governamentais e Jurídicas vem

crescendo a partir da implantação do e-Gov e de conceitos

de informatização e equalização dos processos. Confirma-

se também que o uso destes conceitos pode minimizar os

custos de manutenção das instituições e órgãos

governamentais através da otimização dos processos e

atividades de trabalho e pela diminuição do uso de

formulários de papel para registro e acompanhamento das

ações executadas. A facilidade de rastreamento e registro

das atividades feitas por terceiros corrobora a ajuda na

diminuição da corrupção e do desvio do erário. Decerto

que o conceito de e-Gov não seja a solução para todos os

problemas que afligem a gestão governamental, mas, é uma

das ferramentas que estão disponíveis para auxiliar o

administrador e o funcionário publico nas suas tarefas

diárias além de tornar mais transparente as ações

governamentais perante os contribuintes.

Diante disto fica claro que, com o governo eletrônico,

várias atividades que podem ser informatizadas foram

simplificadas e se tornaram mais ágeis. Com o conceito do

e-government um sem número de atividades lentas e sem

controle vieram a melhorar e a facilitar na vida dos

brasileiros com significativa melhora no controle desses

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

processos pelas instituições públicas, portanto, nossa

suposição ficou confirmada parcialmente porque na esfera

jurídica a implantação da informatização esta em

andamento e os problemas ainda existem nessa esfera, nas

demais áreas citadas, as melhorias estão surgindo com o

passar dos anos.

6.2. Sugestões

A sugestão oferecida através deste documento é que o

processo de implantação do e-Gov, através da

informatização dos documentos, leis e outras ações

legislativas governamentais e da automatização de

atividades de fiscalização, registro civil dentre outras,

se tornem mais amplas e abrangentes, atingindo não

somente capitais e grandes centros, mas sim todos os

municípios e lugarejos da federação. É importante que

esta implantação continue, mantenha o cunho universal e

indistinto, perante os cidadãos, caso contrário a sua

aplicação se tornará mais uma carga do que um auxílio na

administração dos gestores administradores

governamentais.

Sugerimos pesquisas relacionadas a segurança das

informações utilizadas em sistemas que já estão em

atividades e que utilizam o conceito do governo

eletrônico, como no processo de declaração e entrega do

imposto de renda dos contribuintes e principalmente na

61

6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES

segurança das informações dos processos judiciais que

estão sofrendo modificação e serão informatizados desde a

abertura, até a tramitação e fechamento do mesmo evitando

fraudes pelo acesso ilegal ao sistema.

62

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da informatização dos processos Judiciais – 2°Artigo do

Mundo Jurídico – São Paulo – jun/2002

DADOS PROFISSIONAIS E ACADÊMICOS

JAILTON SANTOS DAS NEVES

Formado no Curso Superior de Tecnologia Elétrica – Hab.

Telecomunicações pelo CEFET-Ba em 1998.

Pós-graduado em Engenharia de Telecomunicações pela UFBA

em 2000

Pós-graduado em Gestão de Tecnologia e de Negócios em

Telecomunicações pela Universidade Estácio de Sá em 2002

Empresa: Telemar Norte Leste S/A

Cargo Ocupado: Especialista em Telecomunicações Pleno

Telefones de contato: Res.:2551-4171 Cel.:8817-8208

Com.:3131-5686

e-mail: [email protected]

WALDECK RIBEIRO TORRES

Formado no Curso Superior de Tecnologia Elétrica – Hab.

Telecomunicações pelo CEFET-Ba em 1997.

Pós-graduado em Redes de Computadores pela UNIFACS em

1999

Pós-graduado em Engenharia de Telecomunicações pela UFBA

em 2000

Empresa: Nokia do Brasil Ltda

Cargo Ocupado: Engenheiro de Redes Inteligentes

Telefones de contato: Res.:2447-6617 r1507 Cel.:8814-

4637 Com.:2483-9930