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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO CIÊNCIAS ECONÔMICAS CAMPUS PAULISTA EDCARLOS DA SILVA TEORIA ECONÕMICA DA CORRUPÇÃO: Uma abordagem Rent Seeking.

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UNIVERSIDADE PAULISTA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

CAMPUS PAULISTA

EDCARLOS DA SILVA

TEORIA ECONÕMICA DA CORRUPÇÃO:

Uma abordagem Rent Seeking.

São Paulo

2012

EDCARLOS DA SILVA

TEORIA ECONÕMICA DA CORRUPÇÃO:

Uma abordagem Rent Seeking.

Trabalho de conclusão de curso

de graduação apresentado ao

Instituto de Ciências Sociais e

Comunicação da Universidade

Paulista, como requisito

parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Ciências

Econômicas.

Prof. Orientador: Nilo M.

Coeli Neto.

SÃO PAULO

2012

EDCARLOS DA SILVA

TEORIA ECONÕMICA DA CORRUPÇÃO:

Uma abordagem Rent Seeking.

Trabalho de conclusão de curso

de graduação apresentado ao

Instituto de Ciências Sociais e

Comunicação da Universidade

Paulista, como requisito

parcial para a obtenção do grau

de Bacharel em Ciências

Econômicas.

Prof. Orientador: Nilo M.

Coeli Neto.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________

_____________Prof (a). :

______________________________________________________________

_____________Prof (a).:

______________________________________________________________

_____________Prof (a).:

Dedico esse trabalho as minhas

filhas, Yasmym e Yzabelly.

Agradeço em primeiro lugar a DEUS por me capacitar para esta

conquista;

Aos meus pais Eloi e Enedina, por todo esforço dispensado para

me educar e por todo suporte me dado;

A minha família por toda compreensão durante esses quatro anos

de estudo;

Aos professores Nilo e Manzalli, pela dedicação em suas

orientações prestadas na elaboração deste trabalho, me

incentivando e colaborando com o desenvolvimento de minhas

ideias;

Aos meus colegas Eduardo Pedreira e Lucas Miguel pelas

discussões que muito ajudaram na elaboração deste trabalho e à

Alan Tchales que além das discussões ajudou na elaboração dos

gráficos e tabelas.

As suas mãos fazem diligentemente o mal;

o príncipe inquire, e o juiz se apressa à

recompensa, e o grande fala da

corrupção da sua alma, e assim todos eles

são perturbadores.

Miquéias

RESUMO

Nos últimos anos a corrupção deixou de ser um problemaregional e se transformou num dos maiores desafios do mundoglobalizado, pois a corrupção facilita ações antidemocráticas,aumenta a incredulidade do Estado, leva a uma má alocação dosrecursos diminuindo a oferta de serviços sociais, facilita aatuação do crime organizado e compromete o desenvolvimentosocioeconômico. O objetivo deste trabalho é fazer umaavaliação da corrupção pela ótica da teoria do rent seekingprovando que a corrupção ocorre decorrente do comportamentorent seenking. Para se confirmar tal suspeita foram realizadaspesquisas bibliográficas em livros, jornais, internet,revistas, tese e dissertações. O referido trabalho consiste deuma pesquisa teórica descritiva envolvendo modelosexplicativos das consequências da corrupção que se divide emtrês capítulos. No primeiro versamos sobre a teoria do rentseeking definindo o que é rent seeking, quais os tipos existentes derent seeking e a relação com a corrupção. O segundo capítulotratará sobre as questão sobre a corrupção ou seja falaremossobre o que é corrupção, quais as causas da corrupção, como sepode mensurá-la e sua relação com o desenvolvimento econômico.Por fim falaremos dos principais casos de corrupção dosúltimos anos no Brasil.Palavras-chave: Corrupção e Rent Seeking.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1: Limitação do Número de táxis pelo Governo........16Gráfico 2: Número de Cargos Públicos no Brasil..............17Gráfico 3: Impacto do Rent Seeking no Mercado de Trabalho. . .18Gráfico 4: Impacto da Implantação da Tarifa de Importação. . .19Gráfico 5: Corrupção com Roubo..............................27Gráfico 6: Corrupção sem Roubo..............................27

Quadro 1: Principais Definições de Corrupção Política.......23Quadro 2: Principais Definições de Corrupção Burocrática. . . .23Quadro 3: Causas da Corrupção...............................29

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................101 A TEORIA ECONÔMICA DO RENT SEEKING.......................131.1 DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA TEORIA ECONÔMICA DO RENT

SEEKING......................................................13

1.2 TIPOS DE RENT SEEKING....................................15

1.3 RENT SEEKING E CORRUÇÃO..................................19

2 CORRUPÇÃO.................................................212.1 O QUE É CORRUPÇÃO?......................................21

2.2 CAUSAS DA CORRUPÇÃO.....................................29

2.3 MENSURANDO A CORRUPÇÃO..................................33

2.4 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CORRUPÇÃO..................35

3. A CORRUPÇÃO NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2001 A 2011.......39REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................43

10

INTRODUÇÃO

Percebemos que o estudo da corrupção não esta somente como

um fenômeno antropológico ou político, mas também como um

fenômeno de repercussões econômicas visto a vasta e

diversificada literatura sobre economia da corrupção composta

por textos e artigos acadêmicos como, por exemplo, The Economics

of Corruption (ROSE-ACKERMAN, 1975), Corruption Around the World: causes

consequences (TANZI, 1998 apud GARCIA, 2003) e A Economia

Política da Corrupção: o escândalo do orçamento (Silva, 1995),

também podemos encontrar desde 1987, uma revista dedicada a

este tema (Corruption and Reform). No Brasil o principal expoente

sobre o assunto é Marcos Fernandes Gonçalves da Silva, autor

do livro A Economia Política da Corrupção no Brasil entre

outros artigos sobre o tema.

Por que devemos estudar a corrupção?De acordo com os dados do Banco Mundial, a corrupçãomovimenta cerca de 1 trilhão de dólares a cada ano, pormeio de pagamento de propinas e subornos ou pelo desviode recursos públicos para bolso privado. Há também aperda indireta pelo país, que é a redução deinvestimento e o enfraquecimento do Estado de Direito.(MENDES, 2009, p. 12)

A corrupção vem chamando a atenção de varias organizações

para a sua importância não só política, mas também econômica

tornando evidente a necessidade de medi-la. “A Transparência

Internacional, uma organização [não governamental fundada em

1993 por um funcionário aposentado do banco mundial (Peter

Eigen),] que tem como objetivo o combate da corrupção afirma

11

ser esse um dos maiores desafios do mundo contemporâneo”

(MACIEL, 2005, p. 5).

A corrupção facilita ações antidemocráticas que aumentam a

incredulidade do Estado, leva à má alocação dos recursos

diminuindo a oferta de serviços sociais, facilita a atuação do

crime organizado e compromete o desenvolvimento socioeconômico

(MENDES, 2009).

O estudo da corrupção pode ser dividido em dois grupos

teóricos: o grupo das causas e o grupo das consequências

econômicas. O primeiro grupo tenta fornecer os argumentos

microeconômicos que justificam a existência de corrupção

utilizando principalmente a teoria do rent seeking. O segundo

tenta relacionar corrupção e desempenho econômico (CARRARO,

2003). Nesse trabalho utilizaremos a abordagem do primeiro

grupo.

No primeiro capítulo estudaremos a teoria do rent seeking

definindo o que é rent seeking, analisando seu desenvolvimento

teórico pelo decorrer dos anos, definindo seus principais

tipos e sua relação com a corrupção. A teoria do rent seeking foi

desenvolvida basicamente por Krueger e Tullock, segundo essa

teoria, os agentes econômicos têm como principal motivação a

maximização do seu bem estar econômico. A priori, essa

maximização dar-se-ia dentro de determinas regras

estabelecidas de acordo com as preferências individuais, mas

os agentes podem buscar o máximo de renda dentro ou fora das

regras do contrato econômico e social estabelecido (SILVA,

1996). A atividade de rent seeking está envolvida na alocação de

12

recursos com o objetivo de obter o direito de monopólio

(CARRARO, 2003).

No segundo capitulo estudaremos a corrupção em si,

fornecendo uma definição do que é corrupção, suas principais

causas, a dificuldade de se mensura-la e por finalizar sua

relação com o desenvolvimento econômico.

A corrupção pode ser tipificada no âmbito jurídico em dois

artigos do Código Penal Brasileiro, o artigo 317, corrupção

passiva e artigo 333, corrupção ativa (Mendes, 2009). No

entanto o conceito de corrupção é amplo e pode variar conforme

o objetivo de cada estudo, por exemplo, Rose-Ackerman (1999, p

6.), define a corrupção como sendo o sintoma de que alguma

coisa está errada na administração do Estado, ou seja

burocratas, que deveriam regular as relações entre os cidadãos

e o Estado, estariam buscando o enriquecimento pessoal por

meio dos benefícios do suborno.

Segundo Tanzi (Tanzi, 1998 apud GARCIA, 2003) o termo

corrupção vem do verbo latino corrumpere (cum=com e rumpere =

romper) que significa quebra das regras, essa quebra só ocorre

quando as regras são precisas e transparentes. O cum da

palavra significa que o ato necessita de alguém para corromper

e alguém (ou algo) para ser corrompido. Porém podemos começar

e concluir um ato corrupto sem que haja alguém incentivando

(GARCIA, 2003).

A corrupção é explicada por causas sistêmicas como afirma

Garcia (2003) segundo o autor “a corrupção é causada pela ação

do governo e da interação governo/público/privado, ou em

13

função do grau de desenvolvimento das instituições públicas e

partidárias” (Garcia, 2003, p.40). O mesmo afirma ainda que a

estrutura do mercado e o estabelecimento de certas regras

também podem determinar a corrupção. “O excesso de

regulamentação é um exemplo disso, (...) os entraves

burocráticos para a abertura de negócios são tantos que os

agentes veem-se forçados a investir recursos (tempo, talento)

em atividades improdutivas” (SILVA, 1996, p.12), ou seja,

corruptas, Krueger (1974), Mbaku (1992 apud GARCIA, 2003) e

Rose-Ackerman (1978) servem de apoio teórico para esta

afirmação visto que afirmam que a causa da corrupção é a

excessiva intervenção estatal na economia. Quanto mais

intervém o Estado, maior é o poder discricionário dos

burocratas agindo assim negativamente sobre o desenvolvimento

econômico e sempre que um agente público possui poder

discricionário sobre as atividades de contratação ou

fornecimento de bens e serviços, criam se incentivos para que

ocorra o suborno (BALBINOTTO NETO, 2011).

A corrupção também pode surgir como um subproduto do

processo de modernização econômica como sugere Huntington

(1968) quando um país em desenvolvimento modifica sua

estrutura econômica haverá problemas com a estrutura política

se esse não acompanha a modificação na mesma velocidade,

tornando a corrupção uma alternativa sobre as demandas do

sistema econômico. Alam (1989) e Bayley (1966) afirmam que o

conflito entre valores tradicionais e as normas implantadas

para a modernização é o que justifica a corrupção nesses

países (GARCIA, 2003).

14

Como os atos de corrupção são na maioria das vezes

difíceis de ser mensurado isso dificulta a evidencia dos seus

efeitos. Para se conseguir tal efeito seria necessário

comparar os preços praticados nacional e internacionalmente.

Porém essa tarefa não é viável pela dificuldade de acesso aos

preços praticados pelos órgãos públicos. O mais perto que

chegamos disso são pesquisas sobre a percepção da corrupção.

O Índice de Percepção de Corrupção (IPCorr) da

Transparência Internacional é um exemplo dessas pesquisas, e

estimula perguntas sobre a relação dele com outros indicadores

como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Produto

Interno Bruto per capita (PIBpc). É importante lembrar que o

IPCorr diz que um país parece mais corrupto do que outro e não

que ele é x % mais corrupto do que o outro. (ABRAMO, 2000)

Mauro (1995) afirma que a corrupção afeta negativamente a

taxa de investimento, ao fazer uma análise cross-section de 67

países. Seu trabalho abriu as portas para trabalhos que

relacionam a corrupção com variáveis econômicas, tais como

investimento, crescimento econômico, renda per capita e inflação.

Contudo existem resultados conflituosos para a relação

empírica da corrupção com o crescimento econômico. De um lado

temos Keefer e Knack (1995) que afirmam que existe uma forte

relação negativa entre corrupção e crescimento econômico. Do

outro temos Brunetti, Kisunko e Weder (1997) que afirma não

existir nenhuma relação significativa, enquanto Paldam (1999

apud CARRARO, 2003) alerta que a relação existe é fraca.

15

Mas segundo Lambsdorff (1999) estes trabalhos são apenas

simples modelos de regressões incapazes de providenciar um

modelo teórico que ilumine as relações causais.

Finalmente encerraremos o trabalho com os principais casos

de corrupção da ultima década no Brasil.

1 A TEORIA ECONÔMICA DO RENT SEEKING

1.1 DEFINIÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA TEORIA ECONÔMICA DO RENT SEEKING

O termo rent seeking surge pela primeira vez no artigo de

Anne O. Krueger chamado The Political Economy of Rent Seeking Society

publicado em 1974 onde a autora utiliza a expressão para

designar as pessoas que competem pelas rendas geradas pelas

restrições a atividade econômica. Porém o conceito do rent

seeking foi introduzido na economia por Tullock que apesar de

não cunhar o termo foi o primeiro a estudar esse fenômeno ao

questionar os resultados dos estudos empíricos sobre as perdas

provocadas pelos monopólios e chega à conclusão que a

expectativa de monopólio leva os indivíduos a investir

recursos para obter ou manter o direito monopolista.

O desenvolvimento da pesquisa sobre rent seeking se dá no

contexto da revalidação das analises da economia do bem-estar

e dos custos sociais e seu desenvolvimento doutrinário ocorre

da seguinte maneira, primeiramente Tullock introduz o conceito

em seu artigo The Welfare Costs of Tariffs, Monopolies, and

16

Theft de 1967 onde afirma que o problema com as transferências

de renda não é que elas diretamente inflijam perdas de bem-

estar, mas que elas levam as pessoas a utilizar os recursos na

tentativa de obter ou impedir essas transferências. Em 1974

Krueger, apesar de não ter conhecimento do artigo de Tullock,

apresenta o termo pela primeira vez ao analisar as restrições

governamentais sobre o comércio internacional. No ano de 1975,

Richard Posner, ciente do artigo de Tullock, apresenta o

primeiro trabalho empírico sobre rent seeking no qual ele afirma

que os custos do rent seeking podem ser substanciais. Finalmente

na década de 1980, Buchanan, Tullock, e Tollison apresentam

uma coletânea de artigos que iram solidificar as contribuições

anteriores quanto incentivar o desenvolvimento de novas

pesquisas.

Embora o desenvolvimento teórico e empírico referente à

teoria do rent seeking seja relativamente recente podemos

encontrar referências à atividade de rent seeking e de suas

analises, desde o final do século XVIII e início do século

XIX. Conforme Collander (1984, p.3 apud BALBINOTTO NETO, 1998)

o conceito de competição dos economistas clássicos teria um

“sabor” de “rent-seeking”, sendo assim Adam Smith teria

intuindo os efeitos da atividade rent seeking visto que um dos

temas da sua obra “Riquezas das Nações” (1776) era que o

sistema mercantilista seria equivalente a um sistema de

demanda por regulamentações e rendas (EKELUND E TOLLINSON,

1981, p. 9-10 apud BALBINOTTO NETO, 1998).

Smith procura analisar a estrutura institucional da

economia que permitiria os indivíduos apropriar-se dos

17

potenciais ganhos da divisão do trabalho e afirma que as

restrições derivadas do sistema mercantil criavam

oportunidades para o rent seeking, pois estas limitavam a

concorrência. Tal afirmação é verificada na passagem abaixo:

“O interesse dos empresários é sempre ampliar o mercadoe limitar a concorrência. Ampliar o mercado muitas vezespode ser benéfico para o interesse público, mas limitara concorrência sempre contraria necessariamente aointeresse público, e pode servir para possibilitar aosnegociantes, pelo aumento do seus lucros acima do queseria natural, cobrar, em seu próprio benefício, umataxa absurda dos demais concidadãos. A proposta dequalquer nova lei ou regulamento comercial que provenhade sua categoria sempre deve ser examinada com grandeprecaução e cautela, não devendo nunca ser adotada antesde ser longa e cuidadosamente estudada, não somente coma atenção mais escrupulosa, mas também com a maiordesconfiança. É proposta que advém de uma categoria depessoas cujo interesse jamais coincide exatamente com odo povo, as quais geralmente têm interesse em enganá-loe mesmo oprimi-lo e que, consequentemente, têm em muitasoportunidades tanto iludi-lo quanto oprimido esse povo”(SMITH, 1776, p. 229).

Ao analisar a obra de Smith encontramos a defensa de um

Estado mínimo não por acaso, mas pelo fato deste ter

consciência que, do contrário, surgiriam oportunidades para a

instalação do que hoje se é conhecido como rent seeking

(BALBINOTTO NETO, 1998).

Outro economista clássico que em sua obra apresentou uma

noção de rent seeking foi Jean Baptiste Say. Sua principal

contribuição à teoria da rent seeking é análise dos efeitos da

aplicação de recursos produtivos na restrição a concorrência.

Isto pode ser verificado na passagem abaixo:

“No momento em que um particular ou uma classe departiculares podem apoiar-se na autoridade paralibertar-se da concorrência, adquirem um privilégio àsexpensas da sociedade; podem conseguir lucros que não

18

derivam inteiramente dos serviços produtivos queprestaram parte dos quais, todavia constitui umverdadeiro imposto em proveito próprio feito sobre osconsumidores, imposto esse que, quase sempre, dividem,em parte, com a autoridade que lhes deu injusto apoio. Ébastante difícil para o legislador recusar-se a concederesses tipos de privilégios, pois eles são vivamentesolicitados pelos produtores que deles devem aproveitare que podem apresentar, de maneira bem plausível, seusganhos como um ganho para a classe industriosa e para anação, visto que os trabalhadores e eles próprios fazemparte da classe industriosa da nação” (SAY 1803, p.152apud BALBINOTTO NETO, 1998).

Say (1803 apud BALBINOTTO NETO, 1998) também afirma que as

rendas criadas através da intervenção governamental seriam uma

transferência de renda e não aumentariam o bem-estar da

sociedade, pois era resultado da restrição da concorrência.

Sendo assim Say mostra as principais consequências da

intervenção estatal na economia.

Embora tanto Smith com Say tenham encontrando algumas

evidências da atividade de rent seeking eles não se aprofundaram

no tema como Tullock que devido seus diversos trabalhos sobre

o tema ficou conhecido como o criador da pesquisa sobre rent

seeking.

Precisamos deixar nítida a diferença entre rent seeking e profit

seeking. Essa ultima expressão se refere à busca de lucros

incrementados pela produção de algum bem ou serviço. Nessa

situação o individuo profit seeking gera um processo de realocação

de recursos que possibilita o crescimento econômico.

Consideremos um mercado de concorrência perfeita onde um

indivíduo descubra um novo produto e invista recursos para

organizar a produção e a venda desse produto, durante certo

período este indivíduo será um monopolista puro e obterá renda

19

como tal. O fato do individuo inovador esta recebendo renda

econômica sinaliza ao mercado que outros produtores poderão

investir recursos nesta atividade inovadora. Consequentemente,

a quantidade produzida subirá e o produto fica mais barato.

Portanto o lucro original do individuo inovador (profit seeking) é

distribuindo entre os consumidores através da redução de preço

gerada pela maior concorrência. Já o rent seeking ocorre quando

os indivíduos ao invés de investir recursos em atividades

inovadoras preferem investir recursos na intenção de garantir

os direitos outorgados sobre rendas criadas artificialmente,

diminuído assim o bem-estar social.

1.2 TIPOS DE RENT SEEKING

Segundo Buchanan (1980), existe três formas de rent seeking:

pela criação de privilégios a grupos específicos; pela

ampliação da burocracia estatal e pelo surgimento de grupos de

pressão, ou lobby (restrições à importação). A criação de

privilégios ocorre, por exemplo, quando o governo decide

limitar o número de taxistas na cidade (SOUZA, 2009, p.231) ao

fazer isso à quantidade de táxis oferecida passara de Q0 para

Q1 e o preço da corrida subira de P1 para P2, como demostrado no

gráfico 1.

20

Gráfico 1: Limitação do Número de táxis pelo Governo

PREÇO

CURVA DE OFERTA

P2 A

HP1 B C

QUANTIDADEQ1 Q0

Fonte: Elaboração própria com base em Souza (2009, p.231).

Até a publicação do artigo de TULLOCK, acreditava-se que o

aumento no preço (P1→P2) era uma mera transferência de renda

entre os membros da sociedade e a única perda de bem estar

seria o triângulo H (Fig.1). No entanto Tullock (1967)

argumenta que o retângulo T ao invés de ser uma simples

transferência era na verdade os custos ignorados do

procedimento, no exemplo da limitação dos táxis seriam o custo

com fiscalização.

Já a ampliação da burocracia estatal ocorre quando pessoas

investem recursos para fazer parte do aparelho burocrático

T

21

estatal, por exemplo, através de concursos públicos, pois

estes apresentam remunerações maiores que os cargos privados.

Existem estudos recentes sobre as diferenças salariais

entre o setor público e o privado na Índia, onde o setor

privado é dividido em formal e informal, encontraram

diferenças entre 62% e 102% para o setor privado formal e

entre 164% e 259% para o setor informal. Também existem

estudos semelhantes para países da OCDE, América do Norte,

África, Leste europeu, Turquia, Brasil, Vietnam e Indonésia.

Somente foram encontrados números tão altos em dois países

africanos e em algumas regiões do Brasil (GLINSKAYAI AND

LOKSHIN, 2005 apud MAGRI, 2006).

Gráfico 2: Número de Cargos Públicos no Brasil

22

Fonte: http://www.clad.org/siare_isis/tamano/brasil2.html#200

Como os cargos públicos apresentam remunerações maiores

que os privados alguns indivíduos preferem estudar para

concursos a investir em formação de capital humano, pois

vislumbram no concurso público um salário maior do que os dos

meses de salário que ele abre mão para estudar e do que o

investimento em formação de capital ocasionaria (MAGRI, 2006).

Os efeitos para a sociedade é a diminuição do produto total da

economia visto que existira menos trabalhadores produzindo e

uma diminuição da atividade produtiva, pois os custos de

produção aumentarão e os preços diminuirão (Gráfico 3).

23

Gráfico 3: Impacto do Rent Seeking no Mercado de Trabalho

W /P N S

N S

LDL

P

Y1 Y0 L

c

c

cc

Fonte: Elaboração Própria.

Agora imaginemos um grupo de produtores nacionais, que

devido à competitividade dos produtores internacionais,

comecem a pressionar o governo a aumentar a taxa de importação

e isentá-los de impostos, assim conduzindo a politica

econômica de modo a incrementar sua renda econômica. Caso o

governo ceda à pressão o preço passará P0 (preço sem tarifa)

para P1; a quantidade produzida domesticamente subira de D0 para

24

D1; a importação reduzirá M0 = (Q0 – D0) para M1(Q1 – D1). Conforme

vemos no gráfico a seguir:

Gráfico 4: Impacto da Implantação da Tarifa de Importação

Fonte: SOUZA (2009 p.234)

A área EBAF corresponde à arrecadação do governo com a

imposição da tarifa de importação, o triângulo GEF representa

a perda de eficiência e as perdas sócias são representadas

pela soma do triângulo GEF com o ABC. Já os produtores

nacionais aumentam o seu excedente passando de SGp0 para

p0p1EG.

25

1.3 RENT SEEKING E CORRUÇÃO

A teoria do rent seeking foi o primeiro instrumento econômico

a desenvolver um modelo para a corrupção no setor público, ao

comparar a corrupção com o lobby essa afirma que a primeira

atividade traz danos menores, porém desconhecer três

importantes fatores: primeiramente o impacto do monopólio

corrupto no tamanho da renda, segundo, a corrupção é uma

motivação para o fornecimento de tratamento preferencial e por

ultimo os interesses envolvidos na corrupção são mais

restritivos do que os da pressão competitiva (LAMBSDORFF,

2002).

Adeptos mais tradicionais da teoria do rent seeking afirmam

que corrupção e lobbying são formas diferentes de rent seeking.

Essa diferença esta na forma de como se influencia o agente

tomador de decisão. Se o agente aceita dinheiro para favorecer

certo individuo ou empresa esse é um claro caso de corrupção,

porém quando essa influencia ocorre através de articulações

politicas envolvendo advogados ou agentes de relações públicas

essa não é considerada corrupção. Posner afirma que a

corrupção é uma transferência pura de renda e que no lobby

pode-se escolher entre pagar propina ou começar uma

articulação politica desperdiçando tempo e esforços (PROSNER,

1975 apud LAMBSDORF, 2002). Sendo assim deduzimos que a

corrupção é uma atividade menos dispendiosa e preferível ao

lobby visto que seu único custo será o valor pago ao agente

26

tomador de decisão. Porém estudos recentes (MAURO, 1997; TANZI

e DAVOODI 1997; SILVA, 2000; RAMALHO, 2006) demostram que a

corrupção afeta as decisões de investimentos, limita o

crescimento econômico, altera a receita do governo, prejudica

a concorrência fazendo com que a competitividade do país

enfraqueça e desestabiliza o ambiente de negócios. Portanto os

custos da corrupção são iguais ou ate maiores que os do lobby.

O fato de não existir medidas adequadas para medir os custos

da atividade de rent seeking dificulta esta comparação.

27

2 CORRUPÇÃO

2.1 O QUE É CORRUPÇÃO?

A definição de corrupção é de suma importação, pois é a

partir desta que definimos se uma ação é corrupta ou não.

Porém esta definição é complexa, pois pode ser tratada por

três óticas diferentes a jurídica, sociológica e econômica

(VIEIRA, 2008; GARCIA, 2003). Pela visão jurídica a corrupção

é um delito tipificado nas leis penais e ou administrativas de

cada país aproximando se assim da definição dada por Tanzi a

qual o termo corrupção vem do verbo latino corrumpere (cum=com e

rumpere = romper) que significa quebra das regras, normas ou

padrões estabelecidos (TANZI, 1998 apud GARCIA, 2003). No

Brasil a corrupção pode ser tipificada em dois artigos do

Código Penal, o artigo 317, corrupção passiva e o artigo 333,

corrupção ativa:

(...)Corrupção passivaArt. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,direta ou indiretamente, ainda que fora da função ouantes de assumi-la, mas em razão dela, vantagemindevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:Pena - reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, emconsequência da vantagem ou promessa, o funcionárioretarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou opratica infringindo dever funcional.

28

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ouretarda ato de ofício, com infração de dever funcional,cedendo a pedido ou influência de outrem:Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, oumulta.(...)Corrupção ativaArt. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida afuncionário público, para determiná-lo a praticar,omitir ou retardar ato de ofício:Pena - reclusão, de 1 (um) ano a 8 (oito) anos, e multa.Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, emrazão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ouomite ato de ofício, ou o pratica infringindo deverfuncional (BRASIL, 1940).

Este enfoque tem a vantagem de estabelecer fronteiras

claras do que é ou não corrupção, porém nem sempre o ato

corrupto se limita ao que está registrado pela lei além do

fato que a corrupção pode ser abolida por um decreto.

A interpretação sociológica aborda a corrupção com uma

visão mais ampla definindo ela como uma resposta à realidade

social e o desenvolvimento econômico, ou seja, o comportamento

corrupto é determinado por situações sociais geradas por

determinadas estruturas da sociedade (GARCIA, 2003). Nesta

visão considera-se o relativismo cultural que significa que um

ato corrupto num determinado país pode constituir-se normal e

aceitável em outro momento histórico ou num país diferente

(VIEIRA, 2008; GARCIA, 2003).

Na visão sociológica a definição de corrupção esta baseada

no entendimento individual da sociedade do que é ou não um ato

corrupto dificultando assim uma conceituação mais precisa.

29

Já na visão econômica a corrupção surge a partir da

existência de mercados corruptos que transacionam produtos e

serviços através do comportamento maximizador dos agentes

econômicos. Esta está subdividida em três teorias principais

que são a teoria do rent seeking (abordada na primeira seção

deste capítulo), a teoria econômica da propina e a ultima

teoria é a relação entre desempenho econômico e corrupção.

A teoria econômica da propina é um complemento da teoria

do rent seeking. Nesta teoria a corrupção está vinculada as

imperfeiçoes do mercado como, por exemplo, nas obras públicas

onde os preços são dificilmente estabelecidos por uma lógica

de mercado facilitando desta forma o superfaturamento e a

divisão de propina entre as partes envolvidas. Silva (2000)

define propina como o meio financeiro que transforma relações

impessoais em pessoais visando à transferência ilegal de

renda, ou a apropriação indevida de recurso de terceiros ou à

garantia de tratamento privilegiado.

A mais moderna teoria da economia sobre corrupção é a que

relaciona corrupção com desempenho econômico. O

desenvolvimento desta teoria ocorre principalmente com o

trabalho de Shleifer e Vishny (1993) no qual afirmam que a

corrupção esta ligada a falta de participação da sociedade nas

instituições politicas e ao excesso de regulamentação e

centralização feita pelo governo.

Como a corrupção é um fenômeno multifacetado existem

vários tipos de corrupção. A principal divisão existente é a

que classifica a corrupção em política ou burocrática. No

30

entendimento geral, a corrupção política é compreendida como a

manutenção ou distribuição de poder político para obter ganhos

privados através de recursos públicos. As principais

definições de corrupção política são:

Quadro 1: Principais Definições de Corrupção Política

Autores DefiniçõesWerlin

(1979:73)“... a corrupção política é o desvio derecursos públicos para propósitos não

públicos”.Theobald(1990)

“... a corrupção política ocorre quandopolíticos formulam e legislam para o seu

próprio beneficio”.Knight

(1996:220)“O uso do poder politico e do cargo para

beneficiar determinado indivíduo ouentidade coletiva de maneiras ilegais e/ou

consideradas corruptas, impróprias ouinteresseiras”.

Gronbeck(1997)

“A corrupção política situa-se no largoespectro de patologias políticas, sendoestes atos e intenções que violam leis,procedimentos e expectativas ideológicos-

culturais de um sistema político”.Fonte: GARCIA (2003, p.29).

Já a corrupção burocrática ocorre quando indivíduos se

utilizam de um cargo público para atender demandas pessoais,

normalmente de cunho monetário. O quadro abaixo apresenta as

principais definições de corrupção burocrática:

31

Quadro 2: Principais Definições de Corrupção Burocrática

Autores DefiniçõesWertheim (1963) Considera um ato corrupto a aceitação de

presentes oferecidos por pessoa privada como objetivo de induzir o funcionário público

a ter especial consideração com osinteresses particulares deste doador. Oautor também considera um ato corrupto aextorsão buscada pelo funcionário para

execução do dever público.Leff (1964) A corrupção burocrática é uma instituição

extralegal que é usada por agentes privados(indivíduos, grupos ou setores sociais eeconômicos) para obter influência sobre as

ações da burocracia.Bayley

(1996:720)“... um termo geral que se refere ao mau usoda autoridade como um resultado de ganhos

pessoais, que não precisam sernecessariamente monetárias”.

Nye (1967:417) “O comportamento que se desvia dasobrigações formais do cargo (público) por

causa de vantagens particulares, pecuniáriasou ganho de status; ou infração das normas queresguardam o exercício de determinados tiposde influência de interesses particulares”.

Hungtington(1968:377)

“... o comportamento dos funcionáriospúblicos que se desviam das normas

administrativas a fim de buscar benefíciosprivados”.

Mcmullan, Brookse Gardiner(1970).

Negligência ou não desempenho intencional deum dever reconhecido, ou exercício de um

poder não autorizado por motivo de vantagensmais ou menos imediatas e diretamente

pessoais.McMullan (1970) Corrupção surge quando o agente público

corrupto aceita dinheiro ou o equivalente adinheiro para fazer algo que é seu dever

32

fazer de qualquer forma, ou que é seu devernão fazer; ou, ainda, aquele que exerce um

poder legítimo por razões impróprias.Gardiner e Lyman

(1978:135)“... a troca de dinheiro ou outros bens

materiais por um tratamento preferencial porparte do agente público”.

Andvig(1991:160)

A corrupção na esfera burocrática pode serdefinida como sendo transações ilegais que

são realizadas entre um membro de umadeterminada organização hierárquica e umagente fora dela. O membro da organizaçãoexplora, de algum modo, o seu poder de

decisão ou informação específica, que tem umdeterminado valor econômico para o não

membro, a fim de obter algum tipo de ganhoou renda econômica.

Mbaku (1992:262) “... a corrupção burocrática éprincipalmente um comportamento Rent Seeking, o

qual está associado com a intervençãogovernamental na economia. A intervençãocria rendas que são capturadas através dapolítica”. O autor complementa a definição,

afirmando que a receita de políticos eburocratas pode ser derivada a partir dataxação de atividades corruptas, tais como

rendas ilegais, licenças e contratos.Shleifer e

Vishny(1993:599)

Definem a corrupção que ocorre ao nívelgovernamental como a venda, por funcionáriospúblicos, da propriedade pública para ganhos

pessoais.Carlton-Carew

(1993)Os conceitos de corrupção e Rent Seeking seriam

equivalentes, em certa medida, pois elestratam de um mesmo fenômeno, qual seja, das

restrições e privilégios concedidos adeterminados grupos e que implicam

distorções da economia e que afetam odesempenho econômico.

Kurer (1993:260) Define a corrupção como um comportamento queviola leis e regras administrativas com a

33

finalidade de obter ganhos privados.Klitgaard (1994) “... é o comportamento que se desvia dos

deveres formais de uma função pública devidoaos interesses de natureza pecuniária, oupara melhorar o status, ou que viola regras

contra o exercício de certos tipos decomportamentos ligados ao interesse

privado”.Klitgaard(l994:11)

“... a corrupção pode envolver promessas,ameaças ou ambas; pode ser iniciada por um

servidor público ou por um clienteinteressado; pode envolver serviços ilícitosou lícitos; pode ocorrer dentro ou fora da

organização pública".Tanzi (1995) “... prática intencional com o objetivo de

estabelecer um tratamento diferencial entreagentes econômicos (...) em um ambiente

corrupto as relações pessoais ou familiaresinterferem nas decisões econômicas tomadas

por agentes públicos (burocratas epolíticos) e privados.”

Khan (l996:12) A corrupção burocrática é “um comportamentoque se desvia das regras formais de condutapública...com o objetivo de ganhos privados

como riqueza, poder ou status”.Rose-Ackerman

(1996:2)Pagamentos aos funcionários públicos ou

agentes governamentais envolveriam corrupçãoquando eles são feitos de modo ilegal com oobjetivo de obter um benefício ou evitar um

custo.Fonte: GARCIA (2003 p.30-32).

A corrupção burocrática pode ser dividida em centralizada

e descentralizada. Quando a decisão corrupta cabe a um único

agente público ela é chamada de centralizada. A

descentralizada ocorre quando qualquer agente público pode

tomar a decisão corrupta.

34

Partindo desta análise Rose-Ackerman (1999) dividiu a

corrupção burocrática em bottom-up, que é quando burocratas de

níveis hierárquicos mais baixos arrecadam propinas, parcelando

seus dividendos com superiores, e em topdown que acontece

quando burocratas das altas esferas compram o silêncio dos

seus subordinados para posteriormente parcelar seus ganhos

ilegais.

A corrupção também pode ser divida em eventual ou

sistêmica. A corrupção eventual é praticada por desvios de

comportamentos ou por disposição psicológica para atos

corruptos. Já a sistêmica esta relacionada a uma estrutura

monopolista e de impunidade dos atos corruptos.

Outra forma de separar a corrupção é defini-la como

organizada e caótica. Definimos corrupção organizada quando os

empresários sabem exatamente quem subornar e o valor de tal

ação confiando plenamente que o contrato será respeitado. Já

na corrupção caótica o empresário precisa subornar diversos

agentes e não tem a garantia que o contrato será cumprido.

Para Shleifer e Vishny (1993) a corrupção pode ser com

roubo ou sem roubo. No caso de corrupção com roubo, o

funcionário não dará nada ao governo, e simplesmente esconde a

venda do bem público. Neste caso, o preço que o comprador

pagará é apenas igual ao suborno, e poderá ser menor que o

preço oficial estabelecido pelo governo. Na corrupção sem

roubo o agente devolve o preço cobrado pelo governo ao

tesouro, mas inclui um valor adicional. Neste caso o suborno

35

funciona como um imposto. Os gráficos a seguir ilustram os

dois casos:

36

Gráfico 5: Corrupção com Roubo.

P

D

P

Pc RM g

QQ c Q

Fonte: Shleifer e Vishny (1993)

Gráfico 6: Corrupção sem Roubo

PD

Pc

P CM g

RM gQ

QQc

Fonte: Shleifer e Vishny (1993)

37

Partindo da divisão efetuada por Shleifer e Vishny,

Brunetti e Weder (2001) definem corrupção como extorsiva e

colusiva. A primeira ocorre quando o burocrata tem poder

suficiente para rejeitar ou atrasar um serviço público com o

objetivo de extrair propina. A corrupção colusiva se dá quando

o agente tem poder para criar e/ou aplicar regras e normas que

facilitem a corrupção dificultando a detecção do ato corrupto.

Avaliando as divisões feitas percebemos que todas ou a

grande maioria se relacionam com a corrupção burocrática.

Johnston (2002) afirma que a corrupção tende a surgir quando

ocorrem mudanças políticas e econômicas bruscas. Partido da

análise da influência da política na corrupção ele chega à

conclusão que existe quatro tipos de corrupção:

A. Concorrência entre grupos de interesse: São grupos que

influenciam uma elite política vulnerável através de

contribuições de campanhas, outros tipos de doações ou oferta

de suborno para que tenham seus interesses atendidos. Por ser

desordenada também pode ser chamada de caótica e por ocorre de

forma individualizada pode ser classificada como eventual. O

caso da multinacional francesa Alstom, suspeita de pagar

propinar para ganhar a licitação do metrô de São Paulo, é um

exemplo de concorrência entre grupos de interesse.

B. Hegemonia da elite: Ocorre quando uma elite política

enraizada no poder domina e explora oportunidades econômicas.

Esse tipo de corrupção também coincide com a corrupção

sistêmica, centralizada, organizada e colusiva. Os regimes

militares e a China são exemplos de hegemonia da elite.

38

C. Clientelismo fragmentado: É caracterizado por uma elite

política fragmenta e insegura que para manter-se no poder

formam clãs pessoais usando para isso o pagamento de suborno

ou a intimidação inclusive com o uso da violência. O

clientelismo fragmentado também pode ser considerado um caso

de corrupção sistêmica, top-down, centralizada ou extorsiva.

São exemplos de clientelismo fragmentado países como Itália e

a Rússia (pós-privatizações).

D. Máquinas de clientelismo: Surge quando a elite política

manipula a concorrência política explorando interesses

econômicos com o intuído de se propagar no poder. Essa pratica

corrupta ainda pode ser classificada como do tipo sistêmica ou

organizada. O caso do mensalão ocorrido no governo Lula é um

exemplo desse tipo de corrupção.

Contudo para que possamos classificar a corrupção de forma

apropriada precisamos conhecer as atividades corruptas

existentes da economia. Seguindo esta lógica Mbaku (1992:254-

255 apud GARCIA, 2003) identifica quatro classes de atividades

corruptas:

I. Cost reducing corruption, os funcionários tentam reduzir os

custos dos agentes, reduzindo impostos ou não cumprindo normas

de regulamentação. Estas atividades podem gerar corrupções do

tipo eventual, com roubo ou colusiva.

II. Cost enhancing corruption, os burocratas tentam apropriar parte

da renda criada por restrições sobre um setor ou produto. Esta

classe de atividades gera corrupção do tipo sem roubo e do

tipo extorsiva.

39

III. Benefit enhancing corruption, ocorre sempre que um funcionário

busca transferir benefícios para um agente em excesso do que

está legalmente estabelecido. As atividades desta classe geram

corrupção do tipo organizada, com roubo, colusiva e de grupo

de interesse.

IV. Benefit reducing corruption, ocorre sempre que um funcionário

busca se apropriar dos benefícios de um agente. Neste caso

provoca corrupção com roubo e extorsiva.

2.2 CAUSAS DA CORRUPÇÃO

A corrupção é um fenômeno globalizado que ocorre tanto em

democracias quanto em regimes totalitários, em todos os níveis

de desenvolvimento e tipos de sistemas econômicos. Portanto

quais são suas causas? Segundo o senso comum a corrupção surge

como resultado de uma falha de caráter do individuo que exerce

função pública e responde pela alocação de recursos.

No entanto Silva (1995) afirma que a corrupção pode ser

estudada cientificamente, desta forma a maioria dos trabalhos

científicos assinalam a corrupção como resultado da interação

governo/sociedade/empresário influenciadas pela excessiva

regulamentação e intervenção estatal na economia, alto poder

discricionário dos agentes públicos, as estruturas de mercado

existentes e pela ineficiência das instituições.

40

O quadro 3 expõe os principais estudos sobre corrupção,

suas análises e a relação com as causas da corrupção.

Quadro 3: Causas da Corrupção

Causas Análises AutoresEstrutura

demercado

A corrupção surge como um subproduto doprocesso de modernização dos países emdesenvolvimento. A sua hipótese é que

em países que modificam a sua estruturaeconômica, onde o setor industrialpassa a ter um papel preponderante,haverá problemas com a estrutura

política, tornando a corrupção umaalternativa sobre as demandas do

sistema econômico.

Huntington(1968,379)

Afirmam que a corrupção mostra-se maiselevada nos países onde as firmas sãomais “protegidas”, tanto por barreirasnaturais como por barreiras comerciais,onde há poucos competidores ou onde asregulamentações não são efetivas paraprevenir práticas anticompetitivas.

Ades e DiTella(1995)

Acrescenta que, embora os aumentos daparticipação dos investimentos privados

reduzam as oportunidades para acorrupção, o processo de privatização,por si mesmo, pode criar incentivos decorrupção. Uma firma poderá ofertarpropinas para, por exemplo, ser

favorecida num processo de seleção. Aautora cita o caso da Argentina, onde o

processo de privatização favoreceuempresários que possuíam informações

Rose-Ackerman(1996,2)

41

privilegiadas e relações corruptas coma burocracia.

A privatização tende a reduzir otamanho absoluto da corrupção no setorpúblico. Entretanto, é preciso separardois momentos distintos neste processo.O primeiro ocorre no período próximo avenda da empresa. Nesse período haverá,provavelmente, a redução da corrupçãodevido ao aumento da eficiência da

empresa, em vista dos ajusteseconômicos, financeiros e operacionaisrealizados para viabilizar a venda da

empresa e o aumento da transparência desuas atividades. Já durante o processode venda da empresa a corrupção pode

surgir com mais vigor, pois asnegociações para a busca de melhorescompradores abrem espaço para acordos

ilícitos.

Campos(2002, 778)

Encontraram evidencias de grandecorrupção no processo de pré-

privatização nos países do LesteEuropeu, principalmente na ex-UniãoSoviética. As Justificativas para a

presença da corrupção foram aindisponibilidade de informações e afalta de transparência no processo de

privatização. Já na fase pós-privatização, há uma tendência a

redução do ambiente corrupto, visto quea privatização provoca uma redução nas

atividades Rent Seeking.

Kaufman eSiegelbaum(1999)

Observa que os recentes processos deprivatização podem ser uma fonte decorrupção na medida em que empresasprivadas destinem recursos para terem

seus nomes incluídos na lista depretendentes ou de restringir o número

Tanzi(1998,562-

563)

42

de competidores potenciais nos leilõesde privatização.

Tratam a corrupção como um problema deestrutura de mercado monopolizada,sendo a concorrência burocrática epolítica desejada para controlar o

fenômeno da corrupção no setor público.Os autores comparam a estrutura

existente entre a empresa nacional decorreios americana e o órgãoresponsável pela emissão de

passaportes. A empresa de correios, pordispor de uma rede de agencias, teriauma probabilidade menor de convivênciacom a corrupção quando comparado com o

órgão emissor de passaportes,tradicionalmente monopolista.

Shleifer eVishny

(1993, 604-611)

Sugeriu que, em vez de ofertar aoagente público uma bem definida esferade atuação, sobre a qual ele possa terum poder monopolista, a burocracia deve

promover a competição dentro daatividade pública, de maneira que o

agente privado possa escolher o serviçomais eficiente. A autora acrescenta quea colusão entre muitos agentes públicosé improvável, de maneira que o ambiente

competitivo determina um nível depropinas próximo a zero.

Rose-Ackerman(1978a)

Enfatizou que ações corruptas estãoparcialmente enraizadas a uma má

governança das agências públicas e pelafalta de competição, impossibilitandoum serviço adequado ao contribuinte. Aprestação de serviços públicos poragências monopolistas possibilita um

alto poder decisório. Este poderestabelece a necessidade de mecanismosde incentivos e recompensas para que

Buscaglia(1997:277)

43

não se adote uma atitude desonesta ounegligente, prejudicando os interesses

da sociedade.

Excessiva

Intervenção

Estatalna

Economia.

Defendem que a causa fundamental dacorrupção é a excessiva intervençãoestatal na economia oportunizando umsistema de incentivos para a atividadecorrupta na esfera pública. Quanto mais

intervém o Estado, maior aregulamentação, e maior o poderdiscricionário de burocratas e

políticos, proporcionando mais riscos eoportunidades para o surgimento deprocedimentos e mercados paralelos.

Krueger(1974),Bates

(1990),Mbaku

(1992) eRose-

Ackerman(1978a)

Afirma que em economias altamenteregulamentadas os resultados das

políticas públicas são influenciadospara atividades de grupos de interesse

que buscam transferênciasgovernamentais e por burocratas que

oferecem as transferências. Para ele, acorrupção está relacionada com o nívelde atividade governamental da economia.Países na qual a alocação dos recursostenha sido politizada, a burocraciaestatal se toma a principal estrutura

para a alocação de recursos, e não maiso mercado. Se as oportunidadespolíticas prevalecem, sobre as

alocações determinadas pelo mercado, apolítica torna-se a principal forma de

obter ganhos financeiros.

Mbaku(1992, 264)

Estruturade

mercado eintervenç

ãoestatal

Enfatiza que a intervençãogovernamental nos mercados cria lucrosmonopolistas através da atividade de

Rent Seeking, de tal forma que osburocratas buscarão capturar parte das

rendas monopolistas, despendendorecursos para se tomarem burocratas e

Mbaku(1992,265)

44

demandando suborno daqueles que buscamprivilégios e lucros monopolistas.

Contudo, esta demanda somente existiráse houver uma excessiva intervençãogovernamental na economia, criandorendas que serão buscadas através do

processo político. Não havendo oprocesso de alocação política dosrecursos, a oportunidade para os

burocratas demandarem suborno seránula.

Poderdiscricionário dosagentespúblicos.

Salientam que a corrupção criaoportunidades para que funcionários

tirem proveito de sua função de alocarbens escassos. Tais proveitos,

juntamente com recursos como empregos econtratos, extraídos do próprio Estado,são os bens que os políticos oferecem

em troca de apoio político.

Krueger(1974) eBates(1990)

Afirma que a regulamentação excessivaamplia o poder discricionário dosservidores públicos e políticos,

permitindo que decisões relevantessejam tomadas sem a necessidade de

prestação de contas.

Rose-Ackerman(1978a)

Ineficiência dasInstituiç

ões.

A fraqueza das instituições e aausência de um processo democráticotambém podem justi car um aumento dafi

corrupção, destacando que a corrupção émaior em países onde a instituição

judicial não está bem desenvolvida (nãosão independentes da influência

política).

Ades e DiTella

(1995,124)

Afirma que nos países com regrasinstitucionais fracas, ineficientes e

sem um autocumprimento, oscomportamentos oportunistas são muito

Mbaku(1996, 100)

45

comuns.

Destaca que a corrupção e o tráfico deinteresses pessoais são gerados em

sociedades onde não existe umaseparação formal entre o Estado e o

resto da sociedade. Nessas sociedades,políticos ou burocratas não estabelecem

uma distinção entre seus ingressoseconômicos pessoais e os do Estado.

Rose-Ackerman(1978b)

Fonte: Elaboração do autor com base em Garcia (2003 p.41-44).

Contudo existe uma ambiguidade quando nos referimos a

regulamentação da economia, pois como afirma Andvig et all (2000,

p.92-93 apud MACIEL, 2005) não sabemos se a corrupção é causada

pela regulação ou se essa é causada pela corrupção.

2.3 MENSURANDO A CORRUPÇÃO

O grande problema de se realizar estudos sobre corrupção

está pautado na dificuldade de medi-la. Esta dificuldade esta

relacionada com a natureza criminosa e sigilosa do ato

corrupto e durante muito tempo isso serviu como máscara para

os custos da corrupção. Porém a globalização e a crescente

competitividade internacional fizeram com que a preocupação

com os custos da corrupção ascendessem e deste modo, nos

últimos anos cresceu o movimento para se mensurar os casos de

corrupção e seus custos.

46

Mas afinal como podemos medir a corrupção? Segundo Speck

(2000) os escândalos relatados na mídia, as condenações

contabilizadas nas instituições legais e as pesquisas de

opinião pública são as principais fontes para a quantificação

do problema.

Sitja e Balbinotto Neto (2008) atribuíram à liberdade de

imprensa como um dos motivos para a mudança do comportamento

sobre a corrupção. Os autores sugerem que “o nível de

liberdade de imprensa se correlaciona de forma negativa com a

percepção da corrupção nos países, ou seja, quanto mais livre

a imprensa, menor será a corrupção existente na nação” (Sitja

e Balbinotto Neto, 2008, p.51) através de uma análise cross-

section de 86 países chegam à conclusão que a liberdade de

imprensa é um forte instrumento para se combater a corrupção,

pois aumenta a abrangência das informações fato que melhora a

fiscalização da atuação dos burocratas pela sociedade.

Portanto esse estudo juntamente com outros como o de Brunetti

e Weder (2001) servem de argumentação para analistas que usam

o número de relatos de corrupção na mídia como forma de

mensuração. No entanto esta pratica recebe severas criticas,

pois os dados dependem da liberdade de imprensa e são

facilmente manipulados. Speck nos mostra um exemplo disso:

Um país ou uma região com uma imprensa censurada, porexemplo, ou sob forte controle de membros da elitepolítica governante, poderá [ter um reduzido número decasos de corrupção](...), uma vez que possíveisescândalos não são investigados e tornados públicos —não havendo, em decorrência, qualquer notícia sobrecorrupção. De outro lado, as crescentes sensibilidade eexperiência jornalísticas ou a mudança na linhaeditorial de um jornal, dando-se mais espaço àsdenúncias de corrupção, poderá induzir o observador a

47

concluir que a corrupção esteja aumentando. (Speck,2000, p.10-11.)

Sendo a corrupção uma espécie de crime, outra forma de

mensura-la é utilizar dados fornecidos pelas instituições

legais (policia, Ministério Público e os tribunais de justiça)

como o número de casos ou de pessoas investigadas, processos

recebidos pela justiça e o número de condenações aplicadas.

Porém como somente uma pequena parte nos casos de corrupção é

investigada esses dados não mostrar a real frequência dos atos

corruptos e muito menos a sua quantidade analisando, portanto

somente características do sistema punitivo da corrupção

(SPECK, 2000).

Visto a dificuldade apresentada pelos outros dois métodos

apresentados (número de escândalos na mídia e dados fornecidos

pelo sistema legal), as pesquisas de opiniões tem sido o

instrumento mais utilizado para se medir a corrupção. Speck

divide as pesquisas de opinião em três grupos: as sobre o que

é corrupção, as que identificam a corrupção como risco para os

investimentos e as que buscam formas para combater a

corrupção.

No primeiro grupo estão as pesquisas que buscaram avaliar

como a sociedade conceitua corrupção. Esse tipo de pesquisa

apresenta quadros com algumas situações (todas corruptas

perante a lei) e o entrevistador solicita ao entrevistado que

as classifiquem como corruptas ou não. Esse tipo de pesquisa

comprovou empiricamente a tese de Heidenheimer (1970 apud SPECK,

2000) na qual ele sugere a existência de três categorias de

corrupção:

48

“corrupção preta” —quando lei e norma socialcoincidem; “corrupção cinza” — quando os atoresavaliam determinado comportamento de formacontroversa; e “corrupção branca” — quando a leireprova, mas a maioria da população ou se mostratolerante ou sequer reconhece determinadocomportamento como moralmente questionável.(Heidenheimer, 1970 apud SPECK, 2000, p.13).

Além disso, essas pesquisas introduziram dados empiricamente

quantitativos no debate sobre corrupção e ratificaram o

relativismo do conceito de corrupção.

O segundo grupo apresentam pesquisas feitas por empresas

que avaliam o risco de investimento, por exemplo a Standard and

Poors, que a partir dos anos 80 começaram a incluir a

corrupção, como um risco pra o investimento, nas análises dos

países. Essas empresas medem a corrupção através de

observações subjetivas de especialistas, baseadas em

entrevistas com empresários e jornalistas, com a finalidade de

fornecer índices que sirvam de base para análises comparativa

entre países. A partir dos indicadores fornecidos por essas

empresas a Transparência Internacional, organização não-

governamental dedicada ao combate à corrupção com sede em

Berlim, formula desde 1995 o Índice de Percepções de Corrupção

(IPC). O IPC é um ranking onde se atribuída notas de 0 a 10

para a percepção da corrupção onde 0 é totalmente corrupto e

10 é um país livre de corrupção. A reunião de um grande número

de fontes num só índice colabora para sua confiabilidade fato

que explica a utilização do IPC em diversos estudos empíricos.

Porém pelo fato de se basear em percepções subjetivas este

índice não permite a comparação do tipo o país X é mais

49

corrupto do que o país Y, pois o IPC mede percepções e não

fatos.

No último grupo estão pesquisas que tentam sensibilizar a

população sobre o problema da corrupção buscando causas e

soluções para o problema. Nele estão pesquisas que buscam

conscientizar a sociedade sobre os custos da corrupção e seus

efeitos negativos; as que tentam identificar o grau de

corrupção em determinado setor para que se possa elaborar

reformas mais eficientes no combate a corrupção e finalmente

pesquisas que procuram analisar a eficiência das reformas

realizadas (SPECK, 2000).

2.4 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CORRUPÇÃO

A questão do desenvolvimento econômico têm suas origens

nos economistas mercantilistas e clássicos, porém somente no

século XX, com o advento da contabilidade social, desponta

como uma área independente da economia e possibilitou a

comparação das rendas das nações e consequentemente a

classificação dos países em “ricos” ou “pobres”. Seu arcabouço

teórico esta definido nas obras dos mercantilistas, de Smith,

Marx, Schumpeter, e Keynes (BRESSER-PEREIRA, 2011).

Mas afinam o que é desenvolvimento econômico, como vemos

em Souza (2009) não existe uma definição universal para o

50

assusto pelo contrario existe duas correntes de pensamento a

primeira de cunho teórico defende que crescimento e

desenvolvimento são a mesma coisa e a segunda que partindo de

observações empíricas entende que o desenvolvimento surge com

um conjunto de melhorias no nível de vida de uma população e

não só com crescimento econômico.

Bresser-Pereira um dos principais defensores do primeiro

grupo define desenvolvimento econômico como “(...) o processo

de acumulação de capital e incorporação de progresso técnico

ao trabalho e ao capital que leva ao aumento da produtividade,

dos salários e do padrão médio de vida da população” (BRESSER-

PEREIRA, 2008 p.1) e afirma que a interdependência dos setores

é um fato social indiscutível que coloca em dúvida a

conveniência de se distinguir crescimento de desenvolvimento

social, mas salienta que existem circunstâncias onde

crescimento de renda per capita não configura desenvolvimento

econômico, por exemplo, os países cuja renda per capita cresce

devido à exploração de um recurso natural em abundância

(BRESSER-PEREIRA, 2008).

Celso Furtado (2004) define desenvolvimento econômico não

apenas como um processo macroeconômico, mas sim como o caminho

para sociedade ser mais criativa e humanitária sendo assim

Furtado distingue crescimento de desenvolvimento econômico e é

um dos expoentes da escola estruturalista que afirma que

desenvolvimento econômico só é obtido com mudanças na

estrutura econômica, social e institucional.

51

Os institucionalistas afirmam que o desenvolvimento

econômico é um processo marcado pela incerteza, pela

especificidade histórica e influenciado pelas normas, regras e

hábitos das instituições (Conceição, 2007).

Podemos dividir a Economia Institucional e dois grupos os

dos seguidores do antigo institucionalismo norte-americano que

acreditam que a racionalidade econômica dos agentes não

explica a realidade e o desenvolvimento; do outro lado temos

os teóricos da Nova Economia Institucional (NEI) que acreditam

que os agentes agem segundo as regras da sociedade.

(Conceição, 2007 e Reis, 2010). O segundo grupo, representado

principalmente por Douglass North, acredita que o

desenvolvimento econômico é explicado pela compreensão do

processo de mudança econômica. North chega à conclusão que as

mudanças institucionais são mais importantes do que as

mudanças tecnológicas (GALA, 2003).

A NEI esta baseada principalmente na relação das

instituições com o processo econômico (BARCELOS, 2003).

Douglas North (1994 apud CONCEIÇÃO, 2000) define as instituições

como:

(...) restrições humanamente inventadas que estruturamas interações humanas, constituindo-se de restriçõesformais (regras, leis, constituições), de restriçõesinformais (normas de comportamento, convenções, códigosde conduta auto impostos) e de suas características emfazê-las cumprir. (North 1994, apud CONCEIÇÃO, 2000,p.19).

Desta forma a relação entre instituições e processo econômico

é determinada da seguinte maneira: “instituições determinam a

52

performance econômica; e a performance econômica determina as

instituições” (BARCELOS, 2003, p.5).

De acordo com North o fato dos agentes serem incapazes de

tomarem decisões ótimas faz com o ambiente econômico e social

seja incerto e essa incerteza gera os custos de transações

(GALA, 2003). As instituições tem o papel de fazer regras que

diminuam os custos de transações, por exemplo, protegendo a

propriedade privada.

Quando não existem instituições suficientemente fortes

para garantir que as regras sejam cumpridas, os agentes

buscaram maneiras para diminuir os seus custos como, por

exemplo, o pagamento de propina.

As consequências da corrupção para o desenvolvimento

econômico podem ser avaliadas através de duas correntes. A

primeira, chamada de revisionista, destaca os aspectos

positivos da corrupção e tem como seus principais

representantes Nye (1967), Leff (1964) e Hungtington (1968)

(GARCIA, 2003 e CARRARO, 2003). A segunda corrente aponta a

corrupção como um obstáculo a alocação eficiente dos recursos

e seus impactos no crescimento econômico, seus principais

representantes são Paolo Mauro, Susan Rose-Ackerman.

A visão dos principais autores revisionistas foi resumida

pelo professor Balbinotto Neto (2000, p.164 apud MACIEL, 2005,

p.23):

Leff (1966), Huntigton (1968) e Nye (1966) argumentaramque a corrupção pode ser vista como um mecanismo quepromove o desenvolvimento econômico. Isto poderiaocorrer de vários modos segundo eles: (i) em primeirolugar, as práticas consideradas corruptas agilizariam os

53

trâmites burocráticos e permitiria aos indivíduos evitara burocracia e a demora que geralmente ocorre emsistemas burocráticos nos países em desenvolvimento;(ii) em segundo lugar, os funcionários públicos querecebessem suborno poderiam trabalhar com mais afinco epresteza, visto que o suborno funcionaria como umaespécie de incentivo e um estimulo a maior produtividadedos mesmos; (iii) a corrupção promoveria a formação decapital na medida em que centralizaria capitais emdeterminados setores quando o capital privado fosseescasso ou houvesse dificuldades de se cobrar impostos epor fim, (iv) o suborno promoveria a integração daselites dirigentes nos países recém-emancipados.(Balbinotto Neto, 2000 apud Maciel, 2005, p. 24).

Carraro ao analisar a corrupção por esta visão conclui que

ela funcionaria como um seguro contra ações indesejadas do

governo (Carraro, 2003), pelo fato que ao pagar propina o

empresário diminui o “risco politico de o seu projeto ser

rejeitado em algum órgão do governo” (ibid,p.21).

Segundo Klitgaard (1994 apud GARCIA, 2003) existiriam um

ponto ótimo de corrupção. Pela sua análise a sociedade deve

combater a corrupção somente se os custos de mensuração forem

menores que os benefícios trazidos pela corrupção. Sendo assim

somente se combateria a corrupção sistêmica.

Paolo Mauro afirma que a corrupção traz consequências

adversas principalmente para o crescimento econômico. Segundo

suas observações “uma evolução de um desvio padrão no índice

de corrupção provoca o aumento dos investimentos em 5% do PIB

e a elevação em 0,5% da taxa anual de crescimento do PIB per

capita” (Mauro, 1995).

Isso ocorre porque os investidores enxergam a corrupção

como um imposto maléfico devido a sua incerteza e necessidade

de sigilo. Além de influenciar os níveis de investimento a

54

corrupção traz influência sobre o orçamento público e na

qualidade dos serviços públicos e de infraestrutura prestados

pelo Estado (Mauro, 2002).

Rose-Ackerman afirma que a corrupção afeta a eficiência

das licitações e privatizações do governo, aumenta a

burocracia incentivando as desigualdades sociais e diminuindo

a legitimidade do governo (Rose-Ackerman, 2002).

Para Tanzi e Davoodi (1997) a corrupção está associada a

um maior gasto com salário e remunerações e como estes são os

principais componentes dos gastos públicos não sobram recursos

para investimentos produtivos e a decisão destes é distorcida

pela corrupção (Tanzi and Davoodi, 1997).

Segundo Al-Marhubi (2000) a corrupção favorece a

informalidade das empresas o que diminui a arrecadação do

governo aumento o déficit fiscal que consequentemente eleva a

inflação. Porém a inflação além de consequência pode ser causa

da corrupção, pois a corrupção funciona como um instrumento de

estabilidade para o ambiente inflacionário (ibid).

Para Garcia nos últimos anos houve uma mudança na visão da

corrupção que passou a ser considerado um problema de má-

alocação que afeta as instituições e o desenvolvimento

socioeconômico dos países.

55

3. A CORRUPÇÃO NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2001 A 2011

Apresentaremos nessa seção os principais casos de

corrupção enfrentados pelo Brasil na ultima década, de acordo

com o jornal Folha de São Paulo (COSTA; FRANCO, 2011) o

objetivo é identificar qual o tipo de corrupção vivida em

nosso país.

Começamos nossa análise com o caso da SUDAM

(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), que

consiste na investigação da Polícia Federal sobre empresas que

fraudavam projetos apresentados a superintendência. Através de

grampos telefônicos a PF descobriu um engenhoso esquema de

corrupção que estaria dividido em quatro partes: a primeira

composta por pessoas do altão escalão do governo federal na

área da SUDAM, como por exemplo, o então senador Jader

Barbalho e o ex-superintendente da SUDAM (por indicação de

Jader) José Arthur Tourinho esses seriam responsáveis pela

indicação de funcionários responsáveis pela liberação de

recursos e fiscalização da SUDAM compondo desta forma a

segunda parte; a terceira parte é representada por escritórios

responsáveis por apresentar os projetos a SUDAM e por último

os empresários beneficiados pelo esquema.

As ligações ocorreriam da seguinte forma: os escritórios

apresentavam os projetos e subornavam os funcionários da SUDAM

para conseguir a liberação das verbas, com as verbas liberadas

56

as empresas pagavam os escritórios e faziam contribuições para

as campanhas eleitorais dos aliados políticos do alto escalão

do governo. A investigação da PF encontrou ligação do senador

Jader Barbalho, de familiares e amigos do mesmo, com

empresários beneficiados pelo esquema e com os escritórios,

além do fato das fraudes ocorrem quando o senador possuía

forte influencia sobre o órgão indicando por várias vezes os

seus superintendentes.

Ao analisarmos esse caso vemos exemplo de corrupção

ativa, politica, burocrática, organizada, de hegemonia da

elite. Ativa, pois ao pagar propina aos funcionários da SUDAM,

as empresas forneciam vantagens indevidas para a realização da

função; política porque os superintendentes eram indicados

pelo alto escalão para beneficiar seus interesses do esquema;

burocrática, pois o esquema corrompiam os funcionários com

poderes decisórios para que esses oferecessem tratamento

diferenciado as empresas corruptas; organizada, pois os

corruptores sabiam exatamente quem subornar; e de hegemonia da

elite, pois a SUDAM era um feudo do ex-senador Jader Barbalho

e seus aliados que a dominavam.

O próximo caso da nossa análise é a operação anaconda

realizada pela PF e procuradores da República durante o mês de

outubro de 2003. A investigação que se iniciou com uma

denuncia anônima em Alagoas contra um delegado aposentado da

PF, a partir de grampos telefônicos chegaram se a uma enorme

quadrilha, formada por juízes federais; agentes e delegados da

PF; advogados e empresários, que beneficiaria criminosos com

57

falsificação de documentos, liberação de bens apreendidos e

até mesmo vendas de sentenças.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo (Folha de São

Paulo, 2003 d e 2003e) a quadrilha era formada por João Carlos

da Rocha Mattos juiz federal e principal mentor do esquema (de

venda de sentenças judiciais), os outros mentores seriam José

Augusto Bellini (delegado da PF), César Herman Rodrigues

(agente da PF) e Jorge Luiz Bezerra da Silva (advogado e

delegado aposentado da PF) esses seriam os responsáveis pela

venda de sentenças judiciais e outros benefícios a criminosos.

Esses eram auxiliados por advogados que apresentavam os

“clientes” aos agentes corruptos que os instruíam para que

deixassem lacunas nos inquéritos para facilitar os benefícios

oferecidos pelos magistrados.

Esse caso é um exemplo claro de corrupção passiva,

burocrática, topdown, eventual, com roubo e colusiva. Passiva e

burocrática, pois o juiz Rocha Mattos se valia da sua função

pública para conseguir benefícios pessoais além do

comportamento do mesmo ser inadequado com a função exercida,

do tipo topdown porque o magistrado comprava o silêncio dos

seus subordinados (agentes da PF) para depois dividir os

ganhos da corrupção, eventual, pois o ato corrupto foi

realizado por um representante do Judiciário com disposição

psicológica para atos corruptos e não pelo órgão responsável

pela aplicação da lei no país, corrupção com roubo, pois

apesar de não tirar dinheiro dos cofres públicos os atos

infligiam um custo ao país (a impunidade) e por ultimo

colusiva, pois o agente aplicava a lei de forma que favorecia

58

a corrupção. De acordo Mbaku a atividade descrita acima seria

considerada com uma atividade cost reducing corruption visto que o

custo dos criminosos (por exemplo, ser preso) eram reduzidos

ou anulados pela não aplicação da lei.

O próximo caso a ser estudado é tido por muitos como o

principal e mais grave caso de corrupção dos últimos tempos,

estamos falando do “mensalão do PT” que ocorreu durante o

primeiro mandato do governo Lula. O “mensalão” ficou conhecido

em meados de 2005 quando o então deputado federal e presidente

do PTB Roberto Jefferson, que era acusado de facilitar

esquemas de corrupção nas estatais e órgãos do governo

comandados pelo seu partido, durante uma entrevista a repórter

Renata Lo Prete do jornal Folha de São Paulo na data de 06 de

junho de 2005 denunciou o pagamento de mesada feita pelo

tesoureiro do PT Delúbio Soares no valor de R$ 30 mil reais

para cada deputado que apoiasse o governo (Lo Prete, 2005). A

partir desta denuncia o governo se viu obrigado, pela pressão

da mídia, a aprofundar as investigações da CPMI “dos Correios”

que acabou por confirmar a denuncia do deputado.

As investigações dos órgãos competentes descobriu que o

esquema se dividia em três principais núcleos: político,

operacional e financeiro. O núcleo político era formado por

José Dirceu (ex-Ministro da Casa Civil), Delúbio Soares (ex-

tesoureiro do PT), Sílvio Pereira (ex-Secretário Geral do PT)

e José Genoíno (ex-Presidente do PT) tinham como objetivos

negociar apoio político e custear dívidas do PT e de seus

aliados. O núcleo operacional, também conhecido como núcleo

Marcos Valério, era composto pelo empresário Marcos Valério

59

suas empresas (como a SMPB e a DNA Propaganda Ltda.), sócios e

funcionários com objetivo viabilizar as demandas do núcleo

político, em troca de vantagens do governo, fazia a ligação

entre o núcleo financeiro e o político. O terceiro núcleo, o

financeiro, era composto por dirigentes das instituições

financeiras Banco Rural e Banco BMG que forjaram empréstimos

para o núcleo de Marcos Valério que tinha o objetivo de

financiar os pagamentos aos deputados e demais despesas do

núcleo político.

O esquema ficou conhecido como “Valerioduto” e funcionava

em três etapas: origem dos recursos, lavagem e distribuição

(REVISTA ÉPOCA, 2011). A origem dos recursos ocorreria de duas

formas, a primeira através de contratos de publicidade entre

órgãos do governo e as agências de Marcos Valério os quais

eram superfaturados e a maioria dos serviços contratados não

eram realizados, já a segunda decorreria das atividades de

Marcos Valério como lobista junto a empresas como o Banco

Rural e a Brasil Telecom. A lavagem do dinheiro sujo

ocorreriam através de empréstimos fraudulentos que serviam

tanto para justificar a origem dos recursos como para camuflar

o dinheiro sujo entre transferências bancárias. Então depois

de varias transferências bancárias o dinheiro era utilizado

para pagar os políticos indicados por Dirceu e Delúbio com a

finalidade de pagar despesas com as campanhas eleitorais ou

para uso pessoal em troca de apoio político.

O caso do mensalão é um exemplo de corrupção passiva,

ativa, política, sistêmica, centralizada, com roubo, colusiva,

extorsiva e de máquina de clientelismo. Corrupção passiva,

60

pois os deputados beneficiados com o suborno receberam

vantagens devido ao cargo público que ocupavam; ativa, pois

José Dirceu e Delúbio Soares prometiam vantagens indevidas

para que os deputados favorecidos exercessem sua função em

favor deles, corrupção política, pois os políticos legislavam

de acordo com os seus interesses, ela é sistêmica pelo fato da

estrutura monopolista favorecer a corrupção e os projetos só

eram aprovado com o pagamento de propina, centralizada pelo

fato da decisão de corrupção era feita pelo Delúbio Soares e

por José Dirceu não por qualquer deputado, com roubo era

utilizado dinheiro público para pagar serviços não prestados,

colusiva, pois os agentes tinham o poder de aplicar regras e

normas para facilitar a corrupção (os contratos de

publicidades), extorsiva, pois os parlamentares poderiam

atrasar uma votação com intuindo de receber mais propina e

finalmente seria do tipo máquinas de clientelismo, pois havia

a manipulação da concorrência política através do pagamento de

suborno para se propagar no poder.

O próximo caso analisado é o da máfia das sanguessugas.

Trata-se de uma quadrilha que fraudava emendas do orçamento e

licitações para superfaturava a compra de ambulâncias pelos

municípios. A quadrilha era chefiada por Darci José Vedoin e

Luiz Antonio Vedoin (donos da empresa Planam) e composta por

membros da Câmara dos Deputados, Ministério da Saúde e da

Associação de Municípios do Mato Grosso.

61

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