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PEIXES DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO GUIA DE IDENTIFICAÇÃO FÁBIO VIEIRA | JOÃO P. C. GOMES BRUNO P. MAIA | LUIZ G. M. SILVA

peixes do quadrilátero ferrífero - Vale.com

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peixes do quadrilátero

ferrífero

guia de identificação

fábio vieira | joão p. c. gomesbruno p. maia | luiz g. m. silva

peixes do quadrilátero

ferrífero

guia de identificação

fábio vieira | joão p. c. gomesbruno p. maia | luiz g. m. silva

Coordenação GeralBiodiversitas - Gláucia Moreira Drummond

Coordenação técnica-executiva

OrganizaçãoCamila E. Mendes

Pesquisas de campo e redação dos textosFábio VieiraJoão P. C. GomesBruno P. Maia Luiz G. M. da Silva

Banco de dados e mapasCássio Soares MartinsRoberta Maini

Revisão técnicaGláucia Moreira DrummondCamila E. Mendes

Revisão gramatical e ortográficaAlex Mineiro Drummond

Projeto gráfico e diagramaçãoTúlio Linhares

Ilustrações da página 35 à 45Pedro Henrique de Assis

Fotografias

Paisagens do Quadrilátero FerríferoFábio VieiraJoão Pedro C. GomesBruno P. MaiaLuiz Gustavo M. da Silva

PeixesFábio VieiraJoão Pedro Corrêa GomesAlexandre PeressinCarlos Bernardo Mascarenhas AlvesEdson Henrique Lopes PereiraEfrem Jorge Gondim FerreiraFabrício Flávio Theophilo DomingosGilberto Nepomuceno SalvadorRoberto Esser dos Reis Thiago Casarim PessaliUland Thomas

ValeAv. Graça Aranha, 26 – CentroCep: 20.030-900 – Rio de Janeiro/RJ/Brasil

Meio AmbienteAv. de Ligação, 3580 - Prédio 1Nova Lima, Minas Gerais. CEP: 34000.000

Fundação BiodiversitasAv. Celso Porfírio Machado, 1813 - BelvedereCep: 30.320-400 - Belo Horizonte/MG/Brasil

Sugestão para citação bibliográfica:

Vieira, F.; Gomes, J. P. C.; Maia, B. P. & Martins, L. G. 2015. Peixes do Quadrilátero Ferrífero: guia de identificação. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte. 208 p. ilust.

Condições de uso:

Copyright © 2015 Autores/Editores. As fotos e os textos desse Guia podem ser reproduzidos e/ou traduzidos desde que solicitada autorização aos autores/editores ou seu representante legal.

Ficha Catalográfica

ISBN: 978-85-85401-28-3 (eBook - PDF)

Peixes do Quadrilátero Ferrífero – Guia de Identificação/autores:Fábio Vieira, João P. G. Gomes, Bruno P. Maia e Luiz G. Martins. Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte, 2015. 208 p.

CD ROM

1. Peixes – 2. Taxonomia - 3. Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais

sum

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Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

Materiais e Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

Chaves de Identificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

Espécies de peixes do Quadrilátero Ferrífero - MG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

Glossário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .190

Material Testemunho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198

8 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

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sen

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 9

A ideia para a elaboração do livro Peixes do Quadrilátero Ferrífero: Guia para Identificação - surgiu como

decorrência primária do volume de estudos ambientais contratados pela Vale nessa região. Todos esses trabalhos

possuem como característica comum a necessidade da análise da ictiofauna como um componente da biota.

Em função das características dos ambientes amostrados (áreas de cabeceira, cursos d’água de pequeno porte,

trechos com corredeiras e substrato rochoso, etc.), a ictiofauna que ocorre nessa região é bastante peculiar e

ainda pouco conhecida. Esse fato é reconhecido em função da amostragem de espécies ainda sem denominação

científica, ou seja, “espécies novas para a ciência”.

Desta forma, para confirmar a identificação taxonômica de diversos grupos de peixes amostrados na região do Quadrilátero Ferrífero, o pesquisador ou técnico precisa, atualmente, buscar trabalhos de sistemática publicados

em literatura específica, geralmente de difícil acesso em função da distribuição e circulação restrita ao meio acadêmico. Adicionalmente, a “pulverização” desse conhecimento em fontes distintas torna essa atividade ainda mais complexa.

Os problemas descritos anteriormente acabam por comprometer a qualidade dos estudos, avaliações e

tomadas de decisão relacionadas à conservação da ictiofauna, uma vez que a identificação das espécies exige conhecimentos específicos como, por exemplo, o domínio da nomenclatura de diversas estruturas anatômicas dos peixes e a existência de coleções de referência para dirimir eventuais dúvidas.

Em função disso, não raramente as listas de espécies de peixes dessa região apresentam algum grau de

imprecisão, gerando, assim, insegurança e atrasos em processos de licenciamento ambiental e mesmo na

proposição de medidas que sejam adequadas à proteção dessa fauna particular.

Esse livro, portanto, foi idealizado com o objetivo de reunir e sistematizar as informações acerca da riqueza ictiofaunística das bacias inseridas na área do Quadrilátero Ferrífero, permitindo uma forma prática e eficiente de identificação de peixes amostrados em trabalhos técnicos e científicos. Espera-se, assim, que a comunidade acadêmica e técnica tenham em mãos material de boa qualidade e eficiente para auxiliar na identificação dos principais grupos que ocorrem nas drenagens superiores (alto) dos rios Paraopeba, das Velhas e Doce.

pref

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 11

Durante décadas os estudos sobre a diversidade da ictiofauna brasileira estiveram à margem dos trabalhos sobre

a fauna terrestre, que eram tratados em órgãos distintos, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

(IBDF) e a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), dificultando a sua conservação. Felizmente este panorama começou a ser mudado com a criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Renováveis (IBAMA), em 1989, que aprimorou os mecanismos de gestão da biodiversidade no país.

Sem prejuízo da citação de nomes, que certamente são muitos, foram pioneiros para que essa mudança ocorresse Heraldo A. Britski e Naércio A. Menezes, ambos ictiólogos do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo

e responsáveis pela formação de inúmeros profissionais que trabalham com peixes atualmente no Brasil. Em Minas Gerais o grande destaque é para Hugo P. Godinho, da Universidade Federal de Minas Gerais, que sem

sombra de dúvidas iniciou a formação dos ictiólogos que atuam com conservação e biodiversidade de peixes no

estado, entre os quais estão os autores deste livro. Dessa forma, além do cunho taxonômico, o livro reflete muito da orientação primariamente conservacionista presente na formação dos autores.

O livro reúne inúmeras informações sobre a ictiofauna do Quadrilátero Ferrífero, dispersas amplamente em

bancos de dados, relatórios técnicos e publicações científicas. As informações obtidas passaram pelo crivo de uma peneira na qual foi separado o certo do incerto ou duvidoso, ou, para usar uma referência bíblica, separou-

se o joio do trigo. A esses dados somaram-se os resultados inéditos obtidos pelos autores e tantos outros colegas

ictiólogos, cujas contribuições agregaram amplo valor a esse livro. Todas essas informações foram organizadas sistematicamente resultando em um livro único pelo volume e qualidade das informações que contém. São 208

páginas com ilustrações de alta qualidade, contendo também chaves taxonômicas dispostas de maneira didática no intuito de facilitar sua utilização para não especialistas. Em sua introdução, modestamente os autores indicam

que esse livro poderá ser útil a técnicos e leigos interessados em conhecer os peixes do Quadrilátero Ferrífero.

No meu entender, será útil também aos ictiólogos de formação, pela qualidade e volume das informações nele

contidas. Essas informações, obtidas para cada uma das espécies, ampliam aquelas tradicionalmente encontradas

nos Livros Vermelhos, lembrando que nestes livros são abordadas apenas as espécies ameaçadas de extinção, e

no Guia os dados se referem a todas as espécies conhecidas até o momento e com ocorrência no Quadrilátero

Ferrífero. Isto significa que esse livro tornará mais fácil e mais segura a revisão das listas nacional e estadual de peixes ameaçados de extinção, pois os dados sobre peixes do Quadrilátero Ferrífero já estão disponíveis no livro.

É com grande satisfação que a Fundação Biodiversitas contribuiu para a elaboração desse livro, que muito bem

se enquadra em seus objetivos estatutários de conservação da biodiversidade no Brasil. O Guia de Peixes do Quadrilátero Ferrífero não representa apenas mais um livro sobre peixes, é um livro que reúne o conhecimento

que estava faltando, concretizando um trabalho que é fruto do alto nível técnico de seus autores e da visão

ambientalista da Vale, sua patrocinadora.

Angelo B. M. Machado

Presidente da Fundação Biodiversitas

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 13

A realização e elaboração deste Guia só foi possível devido à iniciativa da Vale, financiadora do projeto, que acreditou no verdadeiro valor técnico-científico da obra e confiou-nos a sua execução. A ela, nossos mais sinceros agradecimentos, sendo também imperativo que façamos uma menção mais que especial às

biólogas Graziele Cabral e Letícia Guimarães, ambas da Vale, que nos entusiasmaram, acompanharam e

apoiaram, pacientemente, em todas as nossas dificuldades.

A publicação de um guia dessa natureza reflete o esforço e também a contribuição, direta ou indireta, de inúmeras pessoas e instituições. A materialização desse guia, portanto, vem acompanhada da demonstração

de amizade e compromisso de muitos especialistas com a ampliação do conhecimento científico e o aprimoramento das políticas públicas e estratégias de conservação da ictiofauna brasileira. A listagem dos

colaboradores, apresentada abaixo, obedece apenas à forma alfabética, jamais uma ordem de importância. De antemão, pedimos desculpas àqueles que por ventura não tenham sido citados nominalmente, mas

que estes saibam estarem contemplados por meio das instituições que representam e que, igualmente,

merecem nosso reconhecimento e gratidão.

Alexandre Lima Godinho

Alexandre Peressin

California Academy of Sciences – Institute for Biodiversity Science and Sustentability

Carlos Bernardo Mascarenhas Alves

Coleção Ictiológica da Universidade Federal de Minas Gerais (MHN-UFMG)

Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA)

Edson Henrique Lopes Pereira

Efrem Jorge Gondim Ferreira

Fabrício Flávio Theophilo Domingos

Flávio César Thadeo de Lima

Fishbase - A Global Information System on Fishes

Gilberto Nepomuceno Salvador

IEF - Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais

Jansen Alfredo Sampaio Zuanon

João Luiz Gasparini

Laboratório de Herpetologia da Universidade Federal de Minas Gerais

Mahmoud Nagib Mehanna

Museu de Ciências Naturais PUC-MG

Museu de Ciências e Tecnologia PUC-RS

Museu de Zoologia (ZUEC - UNICAMP)

Roberto Esser dos Reis

Sistema Brasileiro de Informações Sobre Biodiversidade de Peixes (SIBIP/NEODAT III)

Thiago Casarim Pessali

Uland Thomas

Os autores

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 15

A conservação da biodiversidade tem sido historicamente fundamentada em argumentos sobre o valor

intrínseco da natureza, além dos direitos e necessidades das gerações futuras de desfrutar dos recursos por

ela oferecidos (Van Dike, 2008). O autor indica que a Biologia da Conservação é produto deste processo

histórico e dos esforços contínuos de conservação, e deve ser apresentado e compreendido como uma

unidade de fatos, teorias e valores ligados entre si por objetivo comum.

Os peixes constituem um grupo bastante diversificado de vertebrados, com mais de 32.000 espécies dis-tribuídas por ambientes marinhos, estuarinos e continentais (Froese & Pauly, 2013; Eschmeyer & Fong,

2013). Para a região neotropical as estimativas disponíveis apontam entre 6.000 e 8.000 espécies de pei-

xes de água doce (Schaefer, 1998; Reis et al., 2003). Mesmo com as incertezas no número total de espé-

cies, os valores indicados para a região neotropical permitiram considerá-la uma área megadiversa para

os peixes de água doce (Junk, 2007).

O Brasil é o maior país do Neotrópico e também o que abriga a maior diversidade de peixes de água doce

do mundo, algo próximo de 10% (± 3.000) de todas as espécies conhecidas (Kottelat & Whitten, 1996;

McAllister et al., 1997; Froese & Pauly, 2013). Essa expressiva diversidade de peixes de água doce está

relacionada diretamente à sua localização geográfica, às suas dimensões territoriais, à quantidade e à área de suas bacias hidrográficas.

Existem evidências que sugerem que a abundância e a diversidade de peixes estão mundialmente em declínio, ao mesmo tempo que as populações humanas e as atividades destrutivas estão aumentando

(Helfman, 2006). Essa condição guarda relação direta com a ampla alteração dos ambientes aquáticos de

água doce, os quais são considerados os mais ameaçados em escala global (Allan & Flecker, 1993; Olson

et al. 1998; Revenga & Kura, 2003; Revenga et al., 2005; Dudgeon et al., 2006). À luz desses cenários,

a conservação dos peixes é um campo de interesse crescente para um público surpreendentemente elevado

(Helfman, 2006).

Muito conhecimento foi produzido desde a análise sobre o “Estado da sistemática dos peixes de água doce da América do Sul” (Böhlke et al., 1978), o qual contribuiu para um melhor entendimento da

ictiofauna continental brasileira. Dentre os problemas levantados à época também estava a necessidade de

estudos faunísticos, os quais deveriam necessariamente culminar com a publicação de catálogos, livros e

guias para a ictiofauna de determinadas regiões, lacuna essa que, felizmente, tem sido progressivamente

preenchida (e.g. Britski et al., 1988; Costa, 2002; Oyakawa et al., 2006; Britski et al., 2007; Menezes et

al., 2007). Esse tipo de informação é imprescindível para que ações de conservação sejam efetivamente adotadas, visto que o conhecimento da biodiversidade de determinada área é o passo inicial que permite

desencadear esse processo.

O Estado de Minas Gerais é drenado por uma infinidade de rios que pertencem a 17 bacias com diferentes dimensões e expressividade em nível nacional (Godinho, 2008). Nessas drenagens a estimativa mais

recente indicou ocorrerem 354 espécies de peixes (Vieira, 2005), número esse que pode estar superestimado

16 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

devido à validade efetiva de diversos táxons (Vieira et al., 2009). No entanto, no que se refere a guias e

manuais de identificação que incluem a fauna de peixes das drenagens do Estado, a situação é inversamente proporcional à riqueza ictiofaunística existente nas mesmas.

O principal e mais conhecido estudo publicado para o Estado é o “Manual de identificação de peixes da região de Três Marias: com chaves de identificação para os peixes da bacia do São Francisco” (Britski

et al., 1988). Essa obra, apesar de ter a primeira edição publicada há três décadas (1984), continua sendo

fundamental para qualquer pessoa interessada em conhecer e identificar as espécies de peixes da bacia do rio São Francisco. Por tratar dos peixes de uma bacia que drena diversos estados, a sua abrangência e uso

transcendem os limites territoriais de Minas Gerais. Algumas outras publicações podem ser relacionadas

em estilo similar, entretanto abordam áreas relativamente restritas e não trazem listagens exaustivas da

ictiofauna (Godinho, 1996; Vaz et al., 2000; Vieira et al., 2011; Manzano, 2012). Esta situação reflete de forma clara a análise apresentada por Vieira et al. (2009), indicando que muito ainda precisa ser feito para

que a ictiofauna do Estado seja efetivamente conhecida, no que diz respeito tanto aos inventários quanto à descrição de novas espécies.

O Quadrilátero Ferrífero representa uma região extremamente importante em termos econômicos e demográficos para o Estado de Minas Gerais, e inclui drenagens de cabeceiras de importantes rios formadores das bacias do São Francisco (Velhas e Paraopeba) e Doce (Piracicaba, Carmo e, em pequena

proporção, o Santo Antônio). Embora a fauna (incluindo peixes) dessa região venha sendo amplamente amostrada em uma infinidade de estudos de impacto ambiental de empreendimentos diversos, não existe qualquer publicação que sistematize as informações sobre a ictiofauna que ali ocorre.

De forma a suprir a lacuna de conhecimento para a ictiofauna presente nas drenagens que atravessam o

Quadrilátero Ferrífero, este livro pretende ser uma contribuição inicial para que técnicos e leigos possam

reconhecer e identificar com mais facilidade as espécies registradas na região. Adicionalmente, e de forma sucinta, foram incluídos aspectos da ocorrência, distribuição e conservação das espécies, conteúdo esse

que poderá auxiliar nas ações futuras para a manutenção desse importante componente da biodiversidade

do Estado de Minas Gerais.

18 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 19

Área de Estudo

O termo “Quadrilátero” é originado da configuração geométrica de suas estruturas geológicas, sendo utilizado inicialmente em 1923 por Luiz Flores de Moraes Rego, no artigo “As jazidas de ferro do centro de Minas Gerais” (Moraes Rego, 1923). Apesar de controvérsias acerca do surgimento da denominação “Quadrilátero Ferrífero”, o termo aparece inicialmente nas publicações internas produzidas pelo grupo de geólogos do DNPM e do U. S. Geological Survey, formado em 1945. Em 1952, é apresentado o estudo “Jazidas de Ferro do Brasil” no Congresso Internacional de Geologia na Argélia, e desde então o termo passa a designar essa região (Machado, 2009).

O Quadrilátero Ferrífero localiza-se na porção centro-sudeste do Estado de Minas Gerais, ocupando uma área aproximada de 7.200 km² (Silva, 2007). Os principais limites da região são: ao norte, o alinhamento da Serra do Curral; ao sul, as serras de Ouro Branco e Itatiaia; ao oeste, a Serra da Moeda e, ao leste, o conjunto formado pela Serra do Caraça e pelo início da Serra do Espinhaço (Dorr II, 1969).

A área original do Quadrilátero Ferrífero foi delimitada exclusivamente em função da sua base geológica (Dorr II, 1969; Silva, 2007; Machado, 2009), condição que não retrata limites biogeográficos adequados e aplicáveis à biota. Desta forma, para elaboração desse guia foi utilizado um recorte mais abrangente, no qual o “Quadrilátero Ferrífero Geológico” foi usado como área core e expandindo seu entorno para contemplar as cabeceiras dos cursos d´água que o atravessam (Figura 1).

O Quadrilátero Ferrífero é drenado por cursos d´água formadores de duas grandes bacias hidrográficas brasileiras, a do rio São Francisco e a do rio Doce. As drenagens que compõem a bacia do rio São Francisco e que percorrem a região pertencem às sub-bacias dos rios Pará, Paraopeba e das Velhas. Já aquelas que constituem o rio Doce pertencem às sub-bacias dos rios Piracicaba e Santo Antônio, esse último por uma pequena porção. Na bacia do São Francisco os rios Paraopeba e Velhas foram representados em maior proporção, visto que foram incluídas as cabeceiras de forma integral. O rio Pará foi representado somente pela drenagem do rio São João, esse um afluente da margem direita do referido rio. Na bacia do rio Doce foi incluída grande parte da drenagem do rio Piracicaba, desde suas cabeceiras até o curso médio. No rio Santo Antônio foi incluída somente uma região restrita da drenagem do alto rio do Tanque (cabeceiras do ribeirão Jirau), na vertente leste da serra do Espinhaço localizada no município de Itabira (Lana et al., 2001).

Caracterização dos ambientes estudados

As altitudes médias do Quadrilátero Ferrífero encontram-se em torno de 1.000 metros, com as regiões mais baixas alcançando 600 metros e localizadas a noroeste do município de Ouro Preto e Sabará (Silva, 2007). A região estudada apresenta córregos e riachos de pequeno e médio porte, sendo a maior parte localizada em áreas com altitudes superiores a 600 metros. Esses cursos d´água drenam paisagens bastante variáveis, principalmente em função de sua fisiografia e o uso da área de entorno.

Em função do recorte biogeográfico adotado nesse estudo, os cursos d’água inseridos no Quadrilátero Ferrífero podem ser divididos em três padrões básicos em função de sua fisiografia.

O primeiro padrão é representado pelas drenagens localizadas em regiões mais altas, em áreas com afloramentos rochosos mais evidentes. Nessas áreas, geralmente a ocupação humana é menos intensa, sendo a mineração a principal atividade desenvolvida. Os ambientes aquáticos caracterizam-se por apresentarem boa estruturação da vegetação ciliar, presença de substrato rochoso composto por seixos de médio e grande porte, corredeiras e pequenas quedas d’água.

20 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Detalhes de alguns cursos d’água localizados nas regiões altas da área de estudo

O segundo padrão fisiográfico inclui cursos d’água em regiões de altitude intermediária dentro do Quadrilátero Ferrífero. Em geral, essas áreas apresentam ocupação humana intensa e atividades econômicas muito diversificadas. Por essa razão, a maior parte dessas drenagens apresenta-se alterada, com resquícios de mata ciliar, substrato original amplamente assoreado e muitas vezes cercada por áreas com substituição completa da vegetação natural.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 21

Detalhe dos cursos d’água localizados nas regiões de altitude média da área de estudo.

Detalhes das drenagens principais nas áreas mais baixas da região de estudo.

Por fim, o terceiro tipo fisiográfico caracteriza-se por apresentar as drenagens principais das partes baixas de cada bacia estudada, principalmente as calhas dos rios Paraopeba, das Velhas, Piracicaba e seus tributários mais expressivos. Nessas áreas são observadas atividades diversas: agropecuária, mineração, siderurgia, barramentos para geração de energia e abastecimento, etc. Em geral, a maior parte desses cursos d’água apresenta vegetação ciliar pouco representativa e leito extensivamente assoreado, com material derivado das atividades de mineração do carreamento do solo exposto após a remoção da vegetação.

22 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Elaboração da lista de espécies

A lista inicial de espécies para composição desse Guia incluiu todas aquelas registradas para a área de

estudo delimitada, sendo elaborada a partir de dados primários (coletas realizadas pelos autores e outros),

secundários (trabalhos técnico-científicos publicados ou não) e em coleções ictiológicas de instituições com acesso livre ao acervo. Além das fontes anteriores, também foram usados os registros de espécies de

peixes do Quadrilátero Ferrifero constantes no banco de dados organizado pela VALE, que inclui dados

primários e secundários dos estudos promovidos pela empresa na região.

O acesso às coleções foi feito inicialmente por consulta a sistemas que gerenciam diversos bancos de dados

disponibilizados pelo Centro de Referência em Informações Ambientais - CRIA (http://www.cria.org.br/)

e pelo Sistema Brasileiro de Informações sobre Biodiversidade de Peixes - SIBIP/NEODAT III (http://

www.mnrj.ufrj.br/search.htm). Para o Museu de Ciências da PUCRS (http://www.pucrs.br/mct/colecoes/

ictiologia/index.html) a consulta foi feita diretamente no endereço web disponibilizado pela instituição. No

caso das coleções mantidas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Pontifícia Universidade

Católica de Minas Gerais (PUC-MG) as consultas foram feitas diretamente aos responsáveis pelo acervo,

visto que as mesmas não estão disponíveis para acesso via internet. Para a recuperação das informações nos

bancos de dados foram utilizadas as localidades usando como palavras-chave os nomes dos municípios que

compõem a área de estudos previamente definida. Os dados obtidos através dessa via foram usados com restrições em função da necessidade de confirmação da identidade taxonômica dos exemplares depositados nas coleções, condição que nem sempre pôde ser atendida.

Alguns táxons que ocorrem na área apresentam problemas taxonômicos amplamente reconhecidos, fato que indica uma grande possibilidade de mudanças nas denominações aqui utilizadas na medida em que

o conhecimento sobre os mesmos for ampliado. Nesses casos, exemplares cujas análises não permitiram que fossem enquadrados em nenhuma das diagnoses específicas disponíveis foram mantidos somente em nível de gênero. Esse procedimento também foi adotado para os táxons que sabidamente representam

espécies novas, para os quais foi incluído após o gênero a designação “sp. n.”. Aqueles com determinação taxonômica duvidosa pelo fato de as diagnoses específicas disponíveis não corresponderem exatamente aos dados dos exemplares avaliados foram mantidos com a designação “aff.”.

Com base no exposto anteriormente, ao final do levantamento geral foram excluídas da lista completa compilada aquelas consideradas como não sendo válidas para a área geográfica delimitada, além de erros efetivos de determinação taxonômica.

Após a compilação dos registros de espécies foi possível ter um panorama geral da distribuição dos pontos de

amostragens de peixes realizadas no Quadrilátero Ferrifero, cujo resultado pode ser visualizado na figura 1.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 23

Figura 1 – Área delimitada do Quadrilátero Ferrífero e respectivos pontos de amostragem da ictiofauna, cujos dados foram usados para a confecção da lista de espécies apresentada nesse Guia.

24 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Nomenclatura científica e popular

A nomenclatura científica utilizada nesse Guia foi normatizada seguindo os padrões adotados pelo código internacional de nomenclatura zoológica. Os nomes científicos e os nomes dos autores das espécies seguiram aqueles empregados nas descrições originais, atualizados através do “Catalog of Fishes” (Eschmeyer, 2013). Esse catálogo também foi empregado para a ordenação dos grupos supra genéricos,

nesse caso as Famílias e as Ordens.

Nomes populares foram usados em consonância com a literatura, principalmente aqueles disponibilizados por Britski et al. (1984) e Vieira & Baumgratz (2011). Algumas espécies registradas não possuem nome

popular disponível, ou então, quando existem, são utilizados indistintamente para diversas espécies

próximas. Isso ocorre em função de muitas das espécies serem de pequeno porte (menores que 10 cm) e

quase nunca capturadas pela população. Em muitos casos, exemplares já adultos de espécies de pequeno porte são confundidos com “filhotes” de peixes maiores, como no caso dos cascudos (Loricariidae), cuja diversidade de formas e tamanhos é muito ampla.

Caracterização das espécies

Para cada uma das espécies foram obtidas informações da literatura constando dos seguintes itens: nome

válido, descrição original, nome popular, localidade tipo, distribuição geográfica, status de conservação,

diagnose com a descrição de seus principais caracteres, dados sobre ecologia básica e estratégias para sua

conservação. Sempre que possível foi indicada literatura adicional que permite aprofundar o conhecimento

sobre a espécie retratada.

O comprimento, total ou padrão máximo das espécies, foi obtido em Reis et al. (2003) e Froese & Pauly

(2013) e, quando não disponível, foi utilizado dos exemplares registrados durante os trabalhos. O porte das

espécies foi definido da seguinte forma: pequeno (até 15 cm), médio (15 a 30) e grande (acima de 30 cm).

O status de conservação seguiu a determinação de categorias de ameaça das espécies segundo IUCN

(2013), Drummond et al.(2008) e DN COPAM 147/2010.

Como utilizar o Guia

Esse Guia foi estruturado para sistematizar as informações sobre a ictiofauna presente no Quadrilátero

Ferrifero, facilitando aos técnicos e demais interessados o reconhecimento e a identificação taxonômica das espécies que ocorrem na região. De forma a auxiliar os futuros usuários nessa tarefa, foram elaboradas

chaves dicotômicas de identificação (Ordens, Famílias, Gêneros e, para uma grande parte, até Espécies). Para aqueles não familiarizados com o uso de chaves de identificação, o procedimento básico consiste em comparar características contrastantes dos animais. Essas características são organizadas em passos

duplos e sequenciadas na chave taxonômica, e permitem, quando se chega ao final de um determinado passo, identificar o organismo que se tem à mão.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 25

Devido à abrangência de uso que se pretende para este Guia, tanto por leigos interessados em peixes

como por técnicos, as chaves dicotômicas foram elaboradas para serem usadas em sequência, tornando a identificação mais simples e rápida. Assim, a determinação de um espécime em particular obtido no Quadrilátero Ferrifero deve ser iniciada pela determinação da Ordem na chave específica. Posteriormente é usada a chave de Famílias dentro daquela Ordem e na sequência a chave de Gêneros para cada Família.

A determinação em nível específico pode ocorrer em várias etapas e dependerá do quão diverso for o grupo. Assim, a determinação de exemplares que pertencem a grupos com muitas espécies dentro do

Quadrilátero Ferrifero, implicará no uso de muitos passos e de mais chaves. Por outro lado, espécies que

são representantes únicos de um determinado grupo, já poderão ser determinadas na chave de Ordem, por exemplo, a carpa {Cypriniformes - Cyprinidae - Cyprinus carpio}.

Por outro lado, para muitas espécies de determinados gêneros a identificação através de chaves taxonômicas só pode ser viabilizada com o uso de caracteres muito particulares e por vezes dependentes de preparação

anatômica especial para visualização. Em função dessa limitação prática para os futuros usuários, nesses casos a chave indica somente o Gênero ao final, sendo listadas quantas espécies são representadas do mesmo na região, por exemplo: Trichomycterus - 8 espécies. Nesses casos particulares, deverá ser usada

de forma mais exaustiva a ficha de cada de cada uma das espécies, na qual foi incluída uma fotografia de um espécime representativo, o que auxiliará o reconhecimento visual da mesma. Adicionalmente, uma

breve descrição das características da mesma também foi incluída. Essa descrição não representa uma

diagnose completa, a qual pode ser consultada no trabalho onde a espécie foi formalmente proposta. Essa

literatura, tanto quanto possível, é referenciada em “literatura complementar”.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 27

CHAVES PARA AS ORDENS

1 Corpo coberto com escamas (Fig 1) ...........................................................21’ Corpo totalmente desprovido de escamas,

coberto com pele (Fig 2, 3, 4) ou placas ósseas (Fig 5, 6) .............. 6

2 Sem nadadeiras pélvica e dorsal (Fig 7) ..................................................GYMNOTIFORMES 2’ Com nadadeiras pélvica e dorsal .................................................................. 3

3 Nadadeira dorsal com espinhos (Fig 8, 9); nadadeira adiposa ausente ................................................................................................................... 4

3´ Nadadeira dorsal sem espinhos; nadadeira adiposa geralmente presente ........................................................................................... 5

4 Nadadeira dorsal com 3-4 espinhos; escamas cicloides (Fig 10, 11) .......................................................................CYPRINIFORMES

(Cyprinidae-Cyprinus carpio) 4´ Nadadeira dorsal com mais de 4 espinhos, escamas ctenoides (Fig 10) ............................................................................PERCIFORMES

5 Pré-maxilar protrátil; machos com a nadadeira anal transformada em gonopódio (Fig 12); peixes de pequeno porte .......................................................................................................CYPRINODONTIFORMES

(Poeciliidae)5´ Pré-maxilar não protrátil; nadadeira anal nos machos sem gonopódio .....................................................................................................CHARACIFORMES

6 Duas aberturas branquiais localizadas em posição variável na cabeça, com barbilhões (Fig 2, 3) .........................................................SILURIFORMES

6´ Uma única abertura branquial sob a cabeça, sem barbilhões; corpo serpentiforme (Fig 13) .......................................................................SYNBRANCHIFORMES

(Synbranchidae-Synbranchus marmoratus)

28 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

CHAVES PARA AS FAMÍLIAS/GÊNEROS/ESPÉCIES EM CADA ORDEM

GYMNOTIFORMES

1 Nadadeira anal longa, alcançando o final do corpo; boca voltada para cima (Fig 7) .....................................................................Gymnotidae

............................................................................................................ (Gymnotus sp.)1’ Nadadeira anal mais curta, não alcançando o final do corpo;

boca terminal (Fig 7) .......................................................................................Sternopygidae ............................................................................................................ (Eigenmannia virescens)

CYPRINODONTIFORMESPOECILIIDAE 1 Machos e fêmeas com uma única mancha negra posicionada

na lateral do corpo logo atrás da origem da nadadeira dorsal (Fig 12); machos sem coloração diferenciada ...................................... Phalloceros uai

1’ Fêmeas sem manchas na lateral do corpo; machos com colorido diversificado, podendo apresentar uma mancha negra posicionada na lateral do corpo logo à frente da nadadeira dorsal .......................................................................................... Poecilia reticulata

PERCIFORMES

1 Linha lateral dividida em dois ramos (Fig 9), o anterior na parte superior do corpo e o posterior sobre a linha mediana ........... Cichlidae

1’ Linha lateral contínua ......................................................................................2

2 Nadadeira dorsal longa; a parte posterior, após o entalhe (Fig 14), com 20 ou mais raios moles ......................................................................... Sciaenidae ............................................................................................................ (Pachyurus adspersus)2’ Nadadeira dorsal curta; a parte posterior, após

o entalhe, com menos de 15 raios moles (Fig 15) ...............................Centrarchidae

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 29

CICHLIDAE

1 Ramo superior do primeiro arco branquial com lóbulo (Fig 16) ..........................................................................................Geophagus brasiliensis

1’ Ramo superior do primeiro arco branquial sem lóbulo ..................... 2 2 Com dentes caninos proeminentes (Fig 17) ..........................................Parachromis managuensis2’ Sem dentes caninos proeminentes ..............................................................3

3 Nadadeira anal com 6 ou mais espinhos ..................................................Australoheros (2 espécies)3’ Nadadeira anal com 3 espinhos ...................................................................4

4 Nadadeira caudal com faixas transversais escuras evidentes; 13 ou mais rastros no ramo inferior do primeiro arco branquial (Fig 18) ...........................................................Oreochromis niloticus

4’ Nadadeira caudal sem faixas transversais escuras; 12 ou menos rastros no ramo inferior do primeiro arco branquial ..........................Tilapia rendalli

CENTRARCHIDAE

1 Menos de 55 escamas na linha lateral ........................................................Lepomis gibbosus1’ Mais de 55 escamas na linha lateral .......................................................... Micropterus salmoides

CHARACIFORMES

1 Sem dentes implantados nos ossos das maxilas ..................................21’ Com dentes de diferentes formatos (Fig 19) e em número

variável implantados nos ossos das maxilas .........................................3

2 Lábios grossos e flexíveis com numerosos dentículos (visíveis à lupa), dispostos em uma única série lateralmente e em duas medialmente ..................................................................................Prochilodontidae

............................................................................................................ (Prochilodus costatus)2’ Sem a combinação de caracteres descrita acima .................................Curimatidae ............................................................................................................ (Steindachnerina elegans)

3 Com dentes comprimidos, truncados ou multicuspidados ...............43’ Somente dentes cônicos ou caninos presentes .....................................10

4 Mandíbula com borda anterior reta (Fig 20) .........................................Parodontidae4’ Mandíbula com borda anterior arredondada .........................................5

30 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

5 Região peitoral expandida com perfil arqueado (Fig 21); nadadeiras peitorais longas ultrapassando a base da ventral ...........Triportheidae ....................................................................................................... (Triportheus guentheri)

5’ Região peitoral sem perfil arqueado; nadadeiras peitorais não ultrapassando a base da ventral ........................................6

6 Abdome com espinhos à frente das nadadeiras ventrais formando uma quilha com aspecto de serra (Fig 22) ..........................Serrasalmidae

6’ Sem quilha de espinhos à frente do abdome ........................................7

7 Pré-maxilar com duas ou mais séries de dentes (Fig 19) ..................87’ Pré-maxilar com uma série de dentes ......................................................9

8 Três séries de dentes no pré-maxilar e duas no dentário; a série posterior do dentário formada por um par de dentes cônicos e diminutos visíveis junto à sínfise ...........................................Bryconidae

............................................................................................................ (Brycon - 2 espécies)8’ Duas ou três séries de dentes no pré-maxilar

e uma no dentário .............................................................................................Characidae

9 Crânio com fontanela (Fig 23); peixes de médio a grande porte .....Anostomidae9’ Crânio sem fontanela; peixes de pequeno porte até 10 cm ............Crenuchidae ............................................................................................................ (Characidium - 2 espécies)

10 Duas séries de dentes no pré-maxilar e duas no dentário ................Bryconidae (Salminus hilarii)10’ Uma série de dentes no pré-maxilar e uma no dentário .................11

11 Nadadeira caudal furcada (Fig 24); com dentes no palato ..............................................................................................................Acestrorhynchidae

............................................................................................................ (Acestrorhynchus lacustris)11’ Nadadeira caudal lobada (Fig 24); sem dentes no palato ................Erythrinidae

PARODONTIDAE

1 Mandíbula com dentes ...................................................................................Parodon hilarii1’ Mandíbula sem dentes ..................................................................................Apareiodon (2 espécies)

SERRASALMIDAE

1 Nadadeira adiposa baixa, a sua base mais longa que a altura .................................................................................Metynnis maculatus

1’ Nadadeira adiposa alta, a sua base mais estreita que a altura .........................................................................................Colossoma macropomum

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 31

CHARACIDAE

1 Uma única série de dentes no pré-maxilar ...........................................21’ Duas ou mais séries de dentes no pré-maxilar ....................................3

2 Com dentes cônicos no pré-maxilar .........................................................Oligosarcus argenteus

2’ Sem dentes cônicos no pré-maxilar ........................................................ Serrapinnus (2 espécies)

3 Três séries de dentes no pré-maxilar ....................................................... Piabina argentea3’ Duas séries de dentes no pré-maxilar .....................................................4

4 Origem da nadadeira dorsal na mesma vertical que cruza a origem da nadadeira anal (Fig 25) ....................................Lepidocharax burnsi

4’ Origem da nadadeira dorsal à frente da vertical que cruza a origem da nadadeira anal .............................................................. 5

5 Com escamas cobrindo parcial ou totalmente

a base da nadadeira caudal (Fig 26) .......................................................... 65’ Sem escamas cobrindo a base da nadadeira caudal ........................... 7

6 5 ou mais dentes na série interna do pré-maxilar; linha lateral incompleta ..................................................................................Hemigrammus marginatus

6’ 4 dentes na série interna do pré-maxilar; linha lateral completa .....................................................................................Knodus cf. moenkhausii

7 Sem adiposa ........................................................................................................Hasemania nana7’ Com adiposa ....................................................................................................... 8

8 5 dentes na série interna do pré-maxilar ..................................................Astyanax (6 espécies)8’ 4 dentes na série interna do pré-maxilar .................................................Bryconamericus stramineus

ANOSTOMIDAE

1 Nadadeira caudal com escamas na base (Fig 26) e com faixas escuras longitudinais; nadadeira dorsal com uma mancha negra ................................................................Leporellus vittatus

1’ Nadadeira caudal sem escamas na base e sem faixas escuras longitudinais; nadadeira dorsal sem mancha negra ......................2

2 Boca inferior; dentes alinhados formando uma borda quase reta; fórmula dental 4/4 ............................................Hypomasticus mormyrops

2’ Boca terminal ou subterminal ......................................................3

3 Boca subterminal; fórmula dental 3/3 ...........................................Leporinus amblyrhynchus3’ Boca terminal; fórmula dental 3/3, 3/4 ou 4/4 ..............................4

32 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

4 Lateral do corpo com uma listra longitudinal sobre a linha lateral, às vezes seccionada (fórmula dental 3/4) ........................Leporinus taeniatus

4’ Lateral do corpo com ou sem manchas, mas nunca formando uma faixa ........................................................................................5

5 Lateral do corpo com uma única mancha negra posicionada na base do pedúnculo caudal, fórmula dental 3/3 .............................................................................................Leporinus conirostris

5’ Lateral do corpo sem manchas evidentes ou com 3 manchas de tamanho diferenciado ...............................................6

6 Fórmula dental 3/3 ............................................................................................Leporinus obtusidens6’ Fórmula dental 4/4 ............................................................................................Leporinus copelandii

ERYTHRINIDAE

1 Linhas da borda inferior dos ossos dentários convergindo em direção à sínfise mandibular e divergindo para os lados na extremidade anterior (Fig 27) ...............................................Hoplias malabaricus

1’ Linhas da borda inferior dos ossos dentários convergindo, às vezes muito fracamente, em direção à sínfise mandibular, mas sem divergirem para os lados na extremidade anterior (Fig 27) ................................................................Hoplias intermedius

SILURIFORMES

1 Corpo revestido com placas ósseas ............................................................21’ Corpo coberto por pele, totalmente desprovido de placas ósseas .......3

2 Duas séries de placas em cada lado do corpo (Fig 6); boca terminal .......................................................................................................Callichthyidae .......................................................................................................(Callichthys callichthys)

2’ Três ou mais séries de placas em cada lado do corpo (Fig 5); boca inferior .......................................................................................................Loricariidae

3 Com nadadeiras dorsal e adiposa ...............................................................43’ Com nadadeira dorsal; adiposa ausente ..................................................5

4 Com quatro pares de barbilhões na cabeça (Fig 3) ...............................Ictaluridae (Ictalurus punctatus)4’ Com três pares de barbilhões na cabeça (Fig 2) ....................................Pimelodidae & Heptapteridae

5 Nadadeira dorsal com mais de 30 raios ....................................................Clariidae (Clarias gariepinus)5’ Nadadeira dorsal com menos de 30 raios .................................................6

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 33

6 Corpo deprimido anteriormente (Fig 28); sem espinhos operculares (Fig 4) .................................................................Aspredinidae

(Acanthobunocephalus sp.)6’ Corpo não deprimido; com espinhos operculares (Fig 4) ................Trichomycteridae ............................................................................................................(Trichomycterus - 8 espécies)

* Famílias diferenciadas somente por análise de caracteres osteológicos internos, condição que demanda dissecar os exemplares. Em função dessa limitação prática, as duas permaneceram agrupadas em um passo terminal nessa chave para identificação de famílias. A diferenciação dos gêneros em cada uma dessas famílias será feita em conjunto, em chave única.

LORICARIIDAE

1 Cintura escapular total ou parcialmente exposta na superfície ventral (Fig 29) ......................................................................2

1’ Cintura escapular não exposta na superfície ventral ..........................3

2 Com nadadeira adiposa ..................................................................................Parotocinclus sp. 2’ Sem nadadeira adiposa ..................................................................................Plesioptopoma curvidens

3 Pedúnculo caudal achatado em seção transversal ...............................43’ Pedúnculo caudal arredondado, ovoide ou retangular,

em seção transversal .......................................................................................6

4 Com entalhe pós-orbital ................................................................................54’ Sem entalhe pós-orbital ..................................................................................Harttia (4 espécies)

5 Lábio inferior dividido longitudinalmente por um sulco pronunciado; a superfície desse lábio com papilas pouco evidentes (Fig 30) ................................................................................Loricariichthys castaneus

5’ Lábio inferior não dividido longitudinalmente; a superfície desse lábio com papilas bem evidentes (Fig 31) ..................................Rineloricaria sp.

6 Abdome total ou parcialmente coberto com placas visíveis a olho nu (Fig 30, 31) ......................................................................7

6’ Abdome sem placas ou com placas diminutas inseridas na pele ......8

7 Porção mediana do abdome, entre as nadadeiras peitorais e pélvicas, coberta por placas formando um escudo de aparência quadrangular; dentes da mandíbula seguidos por papilas grandes e separadas daquelas que estão sobre o lábio inferior .......................................................................................Neoplecostomus (2 espécies)

7’ Placas do abdome não formam um agrupamento particular como acima; sem papilas diferenciadas no lábio inferior ................Hypostomus (3 espécies)

8 Com nadadeira adiposa bem desenvolvida ou rudimentar ...............Pareiorhaphis (3 espécies)8’ Sem nadadeira adiposa ....................................................................................Pareiorhina cepta

34 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

HEPTAPTERIDAE & PIMELODIDAE

1 Com margem orbital livre .............................................................................21’ Sem margem orbital livre .............................................................................6

2 Lábios superior e inferior com uma aba voltada para trás ao redor de toda a boca ................................................................Bergiaria westermanni

2’ Lábios normais e sem aba ............................................................................3

3 Processo occipital não alcançando a placa pré-dorsal (Fig 23) ......Rhamdia quelen3’ Processo occipital alcançando a placa pré-dorsal ...............................4

4 Fontanela continuando-se após o nível dos olhos ................................Pimelodella (2 espécies)4’ Fontanela não se continuando após o nível dos olhos .......................5

5 Com dentes no palato .....................................................................................Bagropsis reinhardti5’ Sem dentes no palato .......................................................................................Pimelodus (2 espécies)

6 Linha lateral com os poros evidentes formando uma linha branca ao longo do corpo ..............................................................................Rhamdiopsis microcephala

6’ Linha lateral não evidente como acima ..................................................6

7 Origem da nadadeira dorsal na mesma linha da origem da nadadeira pélvica ..................................................................Phenacorhamdia tenebrosa

7’ Origem da nadadeira dorsal à frente da linha da origem da nadadeira pélvica ..................................................................8

8 Origem da nadadeira adiposa à frente da linha que passa pela origem da nadadeira anal; corpo marrom-claro com várias manchas escuras em formato de sela .................................Imparfinis minutus

8’ Origem da nadadeira adiposa na mesma linha que passa pela origem da nadadeira anal; corpo marrom-escuro uniforme; uma mancha escura transversal na base da nadadeira caudal .......Cetopsorhamdia iheringi

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 35

Fig. 1

Corpocoberto porescamas

Nadadeiradorsal

Pedúnculocaudal

Nadadeiracaudal

Escamasperfuradassobre a linha lateral

NadadeiraanalNadadeira pélvica

Nadadeira peitoral

Nadadeiraadiposa

Fig. 2

Nadadeira dorsal

Três paresde barbilhões

Nadadeirapeitoral

Nadadeirapélvica

Nadadeiraanal

Corpo totalmentedesprovido de escamas coberto por pele

Nadadeira adiposaNadadeira caudal

Siluriformes

Fig. 3

Nadadeira dorsal

Nadadeira caudal

Nadadeira anal

Nadadeira pélvica4 pares de barbilhões

Nadadeirapeitoral

36 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Fig. 4

Espinhos operculares

Fig. 5

Nadadeira adiposa

Boca inferior

Três ou maisséries de placasem cada ladodo corpo

Fig. 6

Duas séries de placas emcada lado do corpo

Boca terminal

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 37

Fig. 8

Espinhos

Raios

Fig. 7

Nadadeira anal

Boca voltadapara cima

Gymnotidae Sternopygidae

Bocaterminal

Sem nadadeira pélvica e dorsal

Nadadeira peitoral

Nadadeira anal

Fig. 9

Espinhos Raios

Nadadeira dorsal

Ramo superior dalinha lateral

Ramo inferior da linha lateral

Perciformes

38 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Fig. 12Phalloceros

Fig. 10

Escama cicloide Escama ctenoide

Fig. 11

Acúleo dorsal

Cyprinidae

Gonopódio

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 39

Fig. 13

Corpo serpentiforme

Synbranchidae

Fig. 14

Nadadeira dorsalcom entalhe

Número elevadode raios

Linha lateralcontínua

Sciaenidae

Fig. 15

Número reduzidode raios

Centrachidae

40 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Fig. 16

Fig. 18

Arcobranquialcom lobo

Arcobranquialsem lobo

Ramo inferior doarco branquial

Ramo superior doarco branquial

Rastro branquial

Filamentosbraquiais

Fig. 17

Dente cônico

Dente canino

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 41

Fig. 19

Dentes no pré-maxilar

Dentes no maxilar

Dentes no dentário Dentesmuticuspidadosimplantados nosossos da maxila deCharacidae

Fig. 20

Mandíbula com borbainferior reta(Parodontidae)

Nadadeira peitoral longaultrapassando a base da ventral

Fig. 21

Região peitoralexpandida com perfilarqueado

Tripotheidae

42 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Fig. 24

Lobada Truncada Emarginada Lunada

Furcada Pontuda

Fig. 22

Serrasalmidae

Abdome comespinhos

Fig. 23

Processo occipital alcançandoa placa pré-dorsal

Fontanela

Lábio com aba

Formatos de nadadeiras

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 43

Fig. 27Vista ventralda cabeça dogênero Hoplias

Bordas dos dentário convergentesna região gular

Bordas dos dentário aparentementeparalelas na região gular

Hoplias malabaricus

Hoplias intermedius

Fig. 26

Escamas nanadadeira caudal

Fig. 25

Origem danadadeira analapós o início da dorsal

Origem danadadeira analcoincidindo com o início da dorsal

44 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Fig. 30

Loricariichthys

Fig. 29

Cintura escapular exposta

Placas abdominais

Fig. 28

Corpo deprimidoanteriormente

Aspredinidae

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 45

Fig. 31

RineloricariaPlacas abdominais

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 49

CYPRINIFORMES

ordem caracterizada pela ausência de dentes, corpo coberto por escamas, maxila geralmente protrátil, sem nadadeira adiposa (exceto em cobitidae). algumas espécies possuem espinho na nadadeira dorsal. no Quadrilátero ferrifero ocorre apenas uma espécie (cyprinus carpio) que é exótica e foi introduzida em muitos países.

Cyprinidae

É a maior família entre os peixes de água doce, com 358 gêneros e 2916 espécies válidas. A maioria das espécies dessa família possui maxila protátil, barbilhões e a nadadeira dorsal com raios aculeados (espinhos). Apresenta distribuição original na América do Norte, África, Europa e Ásia.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 51

Cyprinus carpio Linnaeus, 1758

Descrição original: Cyprinus carpio Linnaeus, 1758.

Nome popular: Carpa

Localidade tipo: Europa. Síntipos: BMNH 1853.11.12.139.

Distribuição: Rios drenando para o mar Negro, Cáspio e Aral (Europa e Ásia). Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 110,0 cm). Apresenta dois pares de barbilhões, sendo o do lábio superior mais curto. Nadadeira dorsal com 3-4 espinhos e 15-20 raios ramificados. Nadadeira anal com dois ou três espinhos e cinco a sete raios ramificados. Linha lateral com 32 a 38 escamas.

Ecologia: Cyprinus carpio coloniza com bastante sucesso os ambientes aquáticos onde é introduzida. Os ovos são adesivos e a desova ocorre na vegetação presente em locais rasos. A carpa é uma espécie onívora, com tendência ao consumo de organismos bentônicos. Além disso, consome os talos, folhas e sementes de plantas aquáticas e plantas terrestres.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

FLAJŠHANS M. & HULATA G. 2007. Genetic effects of domestication, culture and breeding of fish and shellfish, and their impacts on wild populations. Common carp – Cyprinus carpio. pp. 32-39, In: SVÅSAND T., CROSETTI D., GARCÍA-VÁZQUEZ E., VERSPOOR E. (eds). Genetic impact of aquaculture activities on native populations. Genimpactfi nal scientific report (EU contract n. RICA-CT-2005-022802). http://genimpact.imr.no/.

KOTTELAT, M. & FREYHOF, J. 2007. Handbook of European freshwater fishes. Publications Kottelat, Cornol, Switzerland. 646 p.

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Rio Gualaxo do Norte

Rio Santa Bárbara

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0 20 40 60 8010 km

±20°

44°

19°

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 53

CHARACIFORMES

caracteriza-se pelo corpo coberto por escamas, com nadadeiras sem espinhos e quase sempre apresentando uma nadadeira adiposa. a dentição é muito variável entre as espécies, as quais podem apresentar dentes dos tipos multicuspidado, canino, molariforme ou cônico. os characiformes constituem uma ordem extremamente diversificada na américa do sul, sendo menos representativa na áfrica, onde também ocorrem naturalmente.

54 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Parodontidae

Apresentam corpo fusiforme, boca subinferior e a mandíbula com borda reta em vista ventral. O lábio superior pode ser pouco desenvolvido ou ausente. Os dentes do pré-maxilar possuem as cúspides em forma de espátula. Não apresentam fontanela. Atualmente a família é composta por 3 gêneros e 32 espécies válidas. Estão distribuídos no Panamá e por grande parte da América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 55

Apareiodon ibitiensis Campos, 1944

Descrição original: Apareiodon ibitiensis Campos, 1944

Nome popular: Canivete

Localidade tipo: Rio Camanducaia, Monte Alegre, São Paulo. Holótipo: MZUSP [ex DZSASP] 3411.

Distribuição: Alto rio São Francisco e alto rio Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 11,3 cm). Apresenta manchas escuras verticais ou oblíquas intercaladas, acima e abaixo da linha lateral. Mandíbula totalmente desprovida de dentes. Dentes do pré-maxilar com 9 a 11 cúspides, sendo a mediana maior que as demais, dando aos dentes um formato pontudo.

Ecologia: Apareiodon ibitiensis é uma espécie reofílica, encontrada principalmente em trechos de rios com corredeiras e substrato rochoso ou com cascalho. Utiliza as nadadeiras pares para apoiar sobre o fundo onde se alimenta principalmente de algas que crescem aderidas ao substrato.

Estratégias para Conservação: Preservação de ambientes com características lóticas na sua área de ocorrência.

Literatura sugerida:

CAMPOS, A. A. 1944. Primeira contribuição ao conhecimento da fauna ictiológica de Monte Alegre (Estado de São Paulo). Papéis Avulsos do Departamento de Zoologia, 4 (11): 169-176.

PAVANELLI, C. S. 2006. New species of Apareiodon (Teleostei: Characiformes: Parodontidae) from the Rio Piquiri, Upper Rio Paraná, Brazil. Copeia 2006 (1): 89-95.

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Rio Gualaxo do Norte

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56 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Apareiodon piracicabae (Eigenmann, 1907)

Descrição original: Parodon piracicabae Eigenmann, 1907

Nome popular: Canivete

Localidade tipo: Rio Piracicaba, São Paulo, Brasil. Holótipo: CAS 6763.

Parátipos: CAS 6771, USNM 120192.

Distribuição: Bacias do alto rio Paraná e alto rio São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 11,4 cm). Uma faixa longitudinal escura no meio do corpo e outra na linha da segunda ou terceira escama abaixo da nadadeira dorsal. Barras

transversais entre as faixas. 8 dentes nos pré-maxilares; 1-2 nos maxilares. Linha lateral com 41-42 escamas.

Ecologia: Apareiodon piracicabae é uma espécie reofílica encontrada principalmente em trechos de rios com corredeiras e substrato rochoso ou com cascalho. Utiliza as nadadeiras pares para apoiar sobre o fundo, onde se alimenta principalmente de algas que crescem aderidas ao substrato.

Status de Conservação: Manutenção de ambientes lóticos nas drenagens onde a espécie está distribuída.

Literatura sugerida:

EIGENMANN, C. H. & OGLE F. 1907. An annotated list of characin fishes in the United States National Museum and the Museum of Indiana University, with descriptions of new species. Proceedings of the United States National Museum 33(1556): 1-36.

EIGENMANN, C. H. 1916. V. On Apareiodon, a new genus of characid fishes. Ann. Carnegie Mus. 10:71–76.

CASATTI, L. & CASTRO, R. M. C. 1998. A fish community of the São Francisco river headwaters riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 9 (3): 229-242.

Rio Gualaxo do Norte

Rio Santa Bárbara

Rio das Velhas

Rio Pira

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Rio Gualaxo do Sul

0 20 40 60 8010 km

20°

44°

19°

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 57

Parodon hilarii Reinhardt, 1867

Descrição original: Parodon hilarii Reinhardt,1867

Nome popular: Canivete

Localidade tipo: Rio das Velhas, Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasil. Holótipo: ZMUC 90.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 13,7 cm). Apresenta uma faixa longitudinal escura desde o focinho até os raios medianos da nadadeira caudal, com projeções para cima e para baixo, dando um aspecto de zigue-zague. Três a quatro barras transversais no dorso. 4 dentes nos pré-maxilares; 2 nos maxilares e 2-3 dentes mandibulares. Linha lateral com 37-39 escamas.

Ecologia: Parodon hilarii é uma espécie reofílica encontrada principalmente em trechos de rios com corredeiras e substrato rochoso ou com cascalho. As nadadeiras pares são utilizadas para se apoiar sobre o substrato, onde raspa algas bentônicas que constituem seu principal item alimentar.

Estratégias para Conservação: Manutenção de ambientes lóticos nas drenagens onde a espécie está distribuída.

Literatura sugerida:

CASATTI, L. & CASTRO, R. M. C. 1998. A fish community of the São Francisco river headwaters riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 9 (3): 229-242.

PAVANELLI, C. S. 1999. Revisão taxonômica da família Parodontidae (Ostariophysi: Characiformes). Tese de doutorado, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Programa de pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais. Universidade Federal de São Carlos. 332 p.

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58 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Curimatidae

Os peixes dessa família apresentam como característica marcante a boca completamente desprovida de dentes. Inclui espécies de pequeno a médio porte (30 cm) e possuem hábito alimentar iliófago. Atualmente é representada por 8 gêneros e 103 espécies válidas. Distribui-se no sul da América Central e por toda a América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 59

Steindachnerina elegans (Steindachner, 1875)

Descrição original: Curimatus elegans Steindachner, 1875

Nome popular: Saguiru; sairu.

Localidade tipo: Rio Araçuaí, tributário do rio Jequitinhonha, Minas Gerais.

Lectótipo: NMW 67001.1. Paralectótipos: MCZ 20285, NMW 67001.2-3. Lectótipo designado por Vari 1991.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco, Pardo, Jequitinhonha e drenagens costeiras da Bahia.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento total máximo registrado 15,3 cm). Palato com vários lóbulos

carnosos. Apresenta mancha escura na base dos raios medianos da nadadeira dorsal. Uma faixa escura estreita ao longo do corpo sobre a linha lateral, estendendo-se até os raios da nadadeira caudal. Escamas na linha lateral 33-37.

Ecologia: Steindachnerina elegans possui hábito alimentar detritívoro e ocorre em ambientes muito diversificados (reservatórios, rios, córregos e outros). Possivelmente é uma espécie que realiza pequenos deslocamentos para a reprodução.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

VARI, R.P. 1991. Systematics of the neotropical Characiform genus Steindachnerina Fowler (Pisces: Ostariophysi). Smithsonian Contributions to Zoology, 507: 118 p.

ALVES, C. B. M. 1989. Aspectos da biologia reprodutiva do saguiru Steindachnerina elegans (= Curimata elegans Steindachner, 1874) (Pisces, Ostariophysi, Curimatidae) na represa de Três Marias, MG. Monografia de Bacharelado, Departamento de Zoologia, UFMG, Belo Horizonte, 41p.

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Prochilodontidae

Os peixes dessa família apresentam apenas dentes diminutos implantados em duas fileiras nos lábios, que são grossos e móveis. O primeiro raio da nadadeira dorsal é precedido por um espinho bifurcado, curto e forte. As escamas possuem dentículos, dando um aspecto áspero ao tato. Atualmente é representada por 3 gêneros e 21 espécies válidas. Sua distribuição está limitada à América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 61

Prochilodus costatus Valenciennes, 1850

Descrição original: Prochilodus costatus Valenciennes, 1850

Nome popular: Curimatá; Curimatá-pioa.

Localidade tipo: Rio São Francisco, Brasil. Holótipo: MNHN A-8636.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 42,0 cm). Linha lateral com 44-47 escamas e com 8-9 fileiras de escamas entre a linha lateral e a nadadeira dorsal.

Ecologia: Prochilodus costatus é um peixe migrador que atinge maturidade sexual com cerca de 27,0 cm. O período

reprodutivo se estende de setembro a abril, a fecundação é externa e sem cuidado parental. Os machos emitem sons, conhecidos localmente como turros, através da vibração de músculos intercostais durante o período reprodutivo. Hábito alimentar detritívoro, consome principalmente matéria orgânica em decomposição e perifíton.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte nos locais onde a espécie se distribui.

Literatura sugerida:

CASTRO, R. M. C & VARI. 2004. Detritivores of the South American fish Family Prochilodontidae (Teleostei: Ostariophysi; Characiformes). A phylogenetic and revisionary study. Smithsonian Contributions to Zoology 622: i-v +1-186+187-189.

GODINHO, A. L. & KYNARD, B. 2008. Migratory Fishes of Brazil: Life history and fish passage needs. River Research and Applications 25 (6): 702-712.

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Anostomidae

Peixes de pequeno a grande porte com a boca pequena em posição inferior, subterminal ou terminal. Os dentes são geralmente cuspidados, assimétricos e com bordas cortantes. Estão dispostos em uma única série no pré-maxilar e no dentário. São peixes de hábitos alimentares variados, incluindo herbívoros e onívoros. Três padrões básicos de coloração são reconhecidos: listras longitudinais, barras transversais ou manchas escuras de diferentes tamanhos dispostas ao longo do corpo. Atualmente é representada por 14 gêneros e 144 espécies válidas. Está distribuída no sul da América Central e por toda a América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 63

Hypomasticus mormyrops (Steindachner, 1875)

Descrição original: Leporinus mormyrops Steindachner, 1875

Nome popular: Timburé

Localidade tipo: Rio Paraíba e rio Piabanha, Brasil.

Síntipos: MCZ 20366, 20369; MNHN 1913-0132 e 0133. Rio Doce; NMW 68350-54; USNM 120420.

Distribuição: Bacias costeiras entre os rios Mucuri e Paraíba do Sul.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (até 30 cm de comprimento total). Focinho pronunciado, boca posicionada inferiormente com três máculas negras sobre

a linha lateral. Possui 12 escamas ao redor do pedúnculo caudal e 40-41 na linha lateral. Cada maxila possui oito dentes formando uma borda cortante quase reta.

Ecologia: Hypomasticus mormyrops é uma espécie reofílica que habita preferencialmente locais com substrato rochoso e velocidade da corrente de moderada a alta. Sua alimentação inclui algas, vegetais superiores e invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. 1979. Revisão taxonômica do gênero Leporinus Spix, 1829 (Ostariophysi, Anostomidae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo.

SIDLAUSKAS, B. L. & VARI, R. P. 2008. Phylogenetic relationships within the South American fish family Anostomidae (Teleostei, Ostariophysi, Characiformes). Zoological Journal of the Linnean Society 154: 70-210.

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64 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Leporinus amblyrhynchus Garavello & Britski, 1987

Descrição original: Leporinus amblyrhynchus Garavello & Britski, 1987

Nome popular: Timburé

Localidade tipo: Rio Tietê, Itu, São Paulo. Holótipo: MZUSP 14411;

Parátipos: MHNP (1); MZUSP 3523 (1); 4009 (1), 14412 (8), 14414-18 (2, 1, 5, 4, 1), 37402-03 (5, 14), 37404-05 (1, 2).

Distribuição: Bacias do rio Paraná e do alto São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento padrão máximo registrado 19,6 cm). Linha lateral com 37-40 escamas. Uma faixa longitudinal escura sob a linha lateral e 10-12 faixas transversais escuras no dorso. Pré-maxilar e dentário com 6 dentes. Boca subterminal.

Ecologia: Leporinus amblyrhynchus habita preferencialmente ambientes lóticos. No entanto, existem diversos registros de sua ocorrência em reservatórios. Possui hábito alimentar invertívoro. Apresenta longo período reprodutivo e desova parcelada.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

CALLISTO, M.; VONO, V.; BARBOSA, F.A.R. & SANTEIRO, S.M. 2002. Chironomidae as a food resource for Leporinus amblyrhynchus (Teleostei: Characiformes) and Pimelodus maculatus (Teleostei: Siluriformes) in a Brazilian reservoir. Lundiana 3(1): 67-73.

MENDONçA , F.P; HAHN, N.S. & LOUREIRO-CRIPPA, V.E.L. 2004. Feeding aspects of Leporinus amblyrhynchus (Characiformes: Anostomidae) in the first stages of formation of a Neotropical reservoir, Brazil. Neotropical Ichthyology 2(3) 145-150.

VONO, V.; SILVA, L.G.M.; MAIA, B.P. & GODINHO, H.P. 2002. Biologia reprodutiva de três espécies simpátricas de peixes neotropicais: Pimelodus maculatus Lacépede (Siluriformes, Pimelodidae), Leporinus amblyrhynchus Garavello & Britski e Schizodon nasutus Kner (Characiformes, Anostomidae) do recém-formado Reservatório de Miranda, Alto Paraná. Revista Brasileira de Zoologia, 19(3); 819 – 826.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 65

Leporinus copelandii Steindachner, 1875

Descrição original: Leporinus copelandii Steindachner, 1875

Nome popular: Piau-vernelho

Localidade tipo: Rio Paraíba do Sul e tributários em Mendez, Juiz de Fora; rio Doce; rio São Mateus; rio Jequitinhonha; rio Quenda em Santa Cruz.

Síntipos: MCZ 19773, 19775, 20359, 20408-410, 20420, 20460, 20490-91; MNHN 1913-0134; NMW 68379-87, 68391-94, 69592; ZMUC 969.

Distribuição: Bacias costeiras do leste do Brasil entre o rio Mucuri e o rio Paraíba do Sul.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (atinge tamanho superior a 40 centímetros de comprimento padrão). Coloração de fundo alaranjada, mais escura no dorso e clara abaixo da linha lateral. Três grandes máculas negras sobre o tronco, as duas anteriores alongadas longitudinalmente e localizadas abaixo da linha lateral. Uma mancha vermelha na lateral da boca. Nadadeiras de coloração avermelhada, a caudal com o lobo superior

mais longo que o inferior. Linha lateral com 38-39 escamas e 12 escamas ao redor do pedúnculo caudal. 8 dentes nos pré-maxilares e 8 na mandíbula.

Ecologia: Leporinus copelandii é uma espécie reofílica que habita preferencialmente rios de médio a grande porte. Realiza migração reprodutiva e apresenta desova total. O período de reprodução se estende de setembro a janeiro. É considerada uma espécie de hábito alimentar onívoro.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte na área de distribuição da espécie.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. 1979. Revisão taxonômica do gênero Leporinus Spix, 1829 (Ostariophysi, Anostomidae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 451p.

BIZERRIL, C. R. S. F.; PRIMO, P. B. S. 2001. Peixes de águas Interiores do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Fundação de Estudos do Mar, 417p.

COSTA, A. P. R.; ANDRADE, D. R.; VIDAL JUNIOR, M. V. & SOUZA G. 2005. Indicadores quantitativos da biologia reprodutiva de fêmeas de piau-vermelho no Rio Paraíba do Sul. Pesq. Agropec. Bras. 40(8): 789-795.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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66 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Leporinus conirostris Steindachner, 1875

Descrição original: Leporinus conirostris Steindachner, 1875

Nome popular: Piau branco

Localidade tipo: Rio Paraíba do Sul; Rio Doce; Rio Mucuri.

Síntipos: MCZ 20371-73, 20407, 20411-13, 25690, 31599; MNHN 1913-0131; NMW 68199, 68395-97, 68399-400, 68693-98; USNM 120275 [ex MCZ 20413], ZMUC 970.

Distribuição: Bacias dos rios Doce, Mucuri e Paraíba do Sul.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado acima de 30,0 cm). Boca terminal. Apenas uma mácula negra sobre o pedúnculo caudal. Seis dentes nos pré-maxilares e seis na mandíbula. Possui 16 escamas ao redor do pedúnculo caudal e 38-39 escamas na linha lateral.

Ecologia: Leporinus conirostris é uma espécie reofílica que habita preferencialmente rios de médio a grande porte. Apresenta hábito alimentar onívoro, com tendência à herbivoria, consumindo predominantemente vegetais superiores e invertebrados. Realiza migração reprodutiva.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte nos locais onde a espécie se distribui.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. 1979. Revisão taxonômica do gênero Leporinus Spix, 1829 (Ostariophysi, Anostomidae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 451p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 67

Leporinus obtusidens (Valenciennes, 1837)

Descrição original: Curimatus obtusidens Valenciennes, 1837

Nome popular: Piau

Localidade tipo: Buenos Aires, Argentina.

Holótipo: MNHN 0000-1693.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco, La Plata e Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 62,0 cm). Lateral do corpo com três manchas escuras arredondadas e barras transversais negras geralmente persistentes em espécimes de grande porte. Boca terminal e às vezes um pouco voltada para baixo; 6 dentes na pré-maxila e no dentário. Linha lateral com 41 a 43 escamas; 6 a 7 fileiras de escamas entre linha lateral e a origem da nadadeira dorsal e 16 ao redor do pedúnculo caudal.

Ecologia: Leporinus obtusidens ocorre em rios de médio a grande porte e apresenta comportamento de migração durante o período reprodutivo. O hábito alimentar é onívoro, com prevalência de plantas aquáticas e terrestres.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos onde a espécie ocorre.

Literatura sugerida

BRITSKI, H.A.; BIRINDELLI, J.L.O. & GARAVELLO. 2012. A new species of Leporinus Agassiz, 1829 from the upper Rio Paraná basin (Characiformes, Anostomidae) with redescription of L. elongatus Valenciennes, 1850 and L. obtusidens (Valenciennes, 1837). Papéis Avulsos de Zoologia, 52(37): 441-475.

FELIZARDO, V. O.; MURGAS, L. D. S.; WINKALER, E. U.; PEREIRA, G. J. M.; DRUMOND, M. M. & ANDRADE, E. S. 2011. Condition factor related to reproductive aspects of (Leporinus obtusidens) (Characiformes: Anostomidae) collected at downstream of the hidroelectric power station of Funil, state of Minas Gerais, Brazil. Ci. Anim. Bras., Goiânia, 12(3): 471-477.

HAHN, N.S., AGOSTINHO, A.A., GOMES, L.C. & BINI, L., 1998. Estrutura trófica da icitiofauna do reservatório de Itaipu (Paraná-Brasil) nos primeiros anos de sua formação. Interciencia 23: 299–305.

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68 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Leporinus taeniatus Lütken, 1875

Descrição original: Leporinus taeniatus Lütken, 1875

Nome popular: Piau-jejo

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais. Síntipos: MNHN 9591; ZMB 9190; ZMUC 132-133, 139, 143, 150.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 149/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento padrão máximo registrado 20 cm). Apresenta uma faixa longitudinal escura sobre as escamas da linha lateral, que se estende do opérculo ao pedúnculo caudal. Boca terminal, com 6 dentes nos pré-maxilares e 8 na mandíbula. Linha lateral com 36-39 escamas. 16 escamas ao redor do pedúnculo caudal.

Ecologia: Leporinus taeniatus é uma espécie reofílica, com hábito alimentar onívoro e que habita preferencialmente rios de médio a grande porte. Realiza migração reprodutiva e apresenta desova total.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte nos locais onde a espécie se distribui.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. 1979. Revisão taxonômica do gênero Leporinus Spix, 1829 (Ostariophysi, Anostomidae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 451p.

THOMÉ, R. G.; BAZZOLI, N.; RIZZO, E.; SANTOS, G. B. & RATTON, T.F. 2005. Reproductive biology of Leporinus taeniatus Lütken (Pisces, Anostomidae), Juramento Reservoir, São Francisco River basin, Minas Gerais, Brazil.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 69

Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850)

Descrição original: Leporinus vittatus Valenciennes, 1850

Nome popular: Piau-rola; timburé.

Localidade tipo: Rio Amazonas, Brasil.

Holótipo: MNHN A-9802.

Distribuição: Bacia Amazônica e dos rios Paraná-Paraguai e São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 30,0 cm). Corpo cilíndrico e alongado com duas a três faixas escuras longitudinais. Duas a três barras horizontais em cada lóbulo da nadadeira caudal. Uma mancha negra na porção mediana da nadadeira dorsal. Lobos da nadadeira caudal cobertos por escamas.

Ecologia: Leporellus vittatus possui hábito alimentar onívoro, tendendo à insetivoria. Realiza migração reprodutiva e ocorre preferencialmente em rios de médio a grande porte.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte na área de distribuição da espécie.

Literatura sugerida:

SANTOS, G. M. & JÉGU, M. 1990. Inventário taxonômico e redescrição das espécies de anostomídeos (Characiformes, Anostomidae) do baixo rio Tocantins, PA, Brasil. Acta Amazonica v. 19 [1989]: 159-213.

MESCHIATTI, A. J. & ARCIFA, M. S. 2009. A review on the fish fauna of Mogi-Guaçu River basin: a century of studies. Acta Limnol. Bras., 21(1): 135-159.

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70 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Erythrinidae

Os peixes da família Erythrinidae caracterizam-se por possuir corpo cilíndrico, nadadeira caudal arredondada e sem nadadeira adiposa. Os dentes são caniniformes nas maxilas e muito pequenos no palato. Atualmente é representada por 3 gêneros e 16 espécies válidas. Sua distribuição está restrita à América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 71

Hoplias intermedius (Günther, 1864)

Descrição original: Macrodon intermedius Günther, 1864

Nome popular: Trairão

Localidade tipo: Rio Cipó, bacia do rio São Francisco, Minas Gerais.

Lectótipos: BMNH 1861.5.16.6.

Paralectótipos: BMNH 1861.5.16.7.

Distribuição: Bacias do rio São Francisco, alto Paraná e Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 75,0 cm). Linha lateral com 42 a 46 escamas; quatro a seis poros do sistema laterosensorial na superfície ventral do dentário e perfil lateral da cabeça angular. Língua lisa, sem dentículos. Até recentemente

essa espécie era identificada como Hoplias lacerdae, nome que aparece na maioria dos trabalhos publicados.

Ecologia: Hoplias intermedius é um piscívoro que ocorre em ambientes aquáticos relativamente bem oxigenados. Não realiza migração reprodutiva. Embora muito estudado em condições de criação, pouco é conhecido sobre seus aspectos biológicos em ambientes naturais.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

LUZ, R.K.; SALARO, A.L.; SOUTO, E.F. 2000. Avaliação de canibalismo e comportamento territorial de alevinos de trairão (Hoplias lacerdae). Acta Scientiarum, 22(2): 465-469

OYAKAWA, O.T. & MATTOx, G.M.T. 2009. Revision of the Neotropical trahiras of the Hoplias lacerdae species-group (Ostariophysi: Characiformes: Erythrinidae) with descriptions of two new species. Neotropical Ichthyology 7(2): 117-140.

RANTIN F.T., KALININ A.L., GLASS M.L. & FERNANDES M.N. 1992. Respiratory responses to hypoxia in relation to mode of life of two erythrinid species (Hoplias malabaricus and Hoplias lacerdae). Journal of Fish Biology 41 (5): 805-812.

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72 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Hoplias malabaricus (Bloch, 1794)

Descrição original: Esox malabaricus Bloch, 1794

Nome popular: Traíra

Localidade tipo: América do Sul, provavelmente Suriname.

Lectótipo: ZMB 3515.

Distribuição: América Central e do Sul, da Costa Rica à Argentina.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada.

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada.

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 55,2 cm). Corpo cilíndrico e alongado, com manchas irregulares nas laterais; parte inferior da cabeça marmoreada. Dentes cônicos e caninos nas maxilas. Linhas da borda inferior dos ossos dentários em formato de “V” e convergindo em direção à sínfise mandibular. Oyakawa (1990) utilizou caracteres morfológicos para definir três grupos de espécies de Hoplias. Um dos grupos foi denominado ‘H. malabaricus’, e pode ser reconhecido pela presença de

placas ósseas com pequenos dentes na língua conferindo aspecto áspero.

Ecologia: Hoplias malabaricus é uma espécie bentônica e possui hábitos piscívoros quando adulta. Ocorre preferencialmente em ambientes lênticos com vegetação e galhos submersos próximos às margens. Apresenta elevada capacidade adaptativa, sendo comum em diversos habitats com condições ambientais bastante diferenciadas. A desova é parcelada e feita em ninhos construídos no substrato onde o cuidado parental é normalmente exercido pelos machos, embora exista indicativo de que o cuidado biparental possa ocorrer de forma facultativa.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

PRADO, C. P. A., GOMIERO, L. M. & FROEHLICH, O. 2006. Spawning and parental care in Hoplias malabaricus (Teleostei, Characiformes, Erythrinidae) in the Southern Pantanal, Brazil. Braz. J. Biol., 66(2B): 697-702.

OYAKAWA, O. T. 1990. Revisão sistemática das espécies do gênero Hoplias (grupo lacerdae) da Amazônia brasileira e região leste do Brasil (Teleostei: Erythrinidae). Unpublished Master Dissertation, Universidade de São Paulo, São Paulo, 114p

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74 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Acestrorhynchidae

Caracterizada pelo corpo alongado e comprimido, co-berto por pequenas escamas. A boca é grande com den-tes cônicos e caninos no pré-maxilar, maxilar e dentá-rio; palato com dentes. Atualmente a família é compos-ta por 7 gêneros e 26 espécies válidas e está distribuída amplamente pela América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 75

Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875)

Descrição original: Xiphorhamphus lacustris Lütken, 1875

Nome popular: Peixe-cachorro

Localidade tipo: Lagoa Santa, Minas Gerais.

Síntipos: ZMUC 185,187-188, 194,196; MNHN 9587 (ex ZMUC); ZMB 9192.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco e alto rio Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento padrão máximo registrado 27,0 cm). Focinho afilado e corpo alongado com escamas diminutas. Dentes cônicos e caninos nas maxilas. Uma mancha umeral e uma caudal negras e conspícuas. Linha lateral com 87-102 escamas.

Ecologia: Acestrorhynchus lacustris ocorre em diferentes tipos de ambientes. Possui hábito alimentar piscívoro e o período reprodutivo é longo e com desova parcelada.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

BAZZOLI, N. & GODINHO, H. P. 1991. Reproductive Biology of the Acestrorhynchus lacustris (Reinhardt, 1874) (Pisces: Characidae) from Três Marias Reservoir. Zoologischer Anzeiger, 226 (5-6): 285-297.

SILVA, A. T. & GOITEIN, R. 2009. Diet and feeding activity of Acestrorhynchus lacustris (Lütken, 1875) (Characiformes, Acestrorhynchidae) in the water reservoir at Ribeirão Claro, SP. Brazilian Journal of Biology, 69(3): 757-762.

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76 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Serrasalmidae

Os peixes dessa família apresentam o corpo alto e comprimido em forma de disco e uma série de espinhos na região pré-ventral formando uma serra. O primeiro raio da nadadeira dorsal é precedido por um espinho, exceto nos gêneros Mylossoma e Colossoma. As escamas são diminutas e numerosas e a dentição variada e muito especializada ao tipo de alimento consumido. Distribuem-se pela América do Sul e são reconhecidos atualmente 16 gêneros e 87 espécies válidas.

Colossoma macropomum (Cuvier, 1816)

Descrição original: Myletes macropomus Cuvier, 1816

Nome popular: Tambaqui

Localidade tipo: Brasil.

Holótipo: MNHN A-8626.

Distribuição: Bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Peixe de grande porte (comprimento total máximo registrado 108,0 cm), podendo pesar até 40 kg. Apresenta corpo alto e ovalado, região dorsal do corpo clara e a ventral com coloração escura, quase negra. Os dentes são molariformes.

Ecologia: Colossoma macropomum realiza migração reprodutiva, com desova total e sem cuidado parental. Exemplares jovens são onívoros, enquanto os adultos são predominantemente frugívoros.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

GOULDING, M. & CARVALHO, M. L. 1982. Life history and management of the tambaqui (Colossoma macropomum Cuvier, 1818) an important Amazonian food fish. Revista Brasileira de Zoologia 1(2): 107-133.

VIEIRA, E. F.; ISAAC, J. V.; FABRÉ, N. N. 1999. Biologia reprodutiva do tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818 (Teleostei, Serrasalmidae), no baixo Amazonas, Brasil. Acta Amazonica 29(4): 625-638.

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78 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Metynnis maculatus (Kner, 1858)

Descrição original: Myletes maculatus Kner, 1858

Nome popular: Pacu

Localidade tipo: Rio Guaporé, Mato Grosso, Brasil. Lectótipo: NMW 56396. Paralectótipos: BMNH 1928.1.24.10 [ex NMW] (1); NMW 56408 (1), 56410 (1), 56415 (1).

Distribuição: Bacia dos rios Amazonas e Paraguai. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento total máximo registrado 18,0 cm). Corpo alto e comprimido, com uma mancha umeral escura acima da linha lateral e pequenas manchas arredondadas espalhadas pelos flancos. Quilha ventral formada de 1-6 pares de espinhos e 27-35 espinhos simples. Nadadeira adiposa com base mais longa que alta.

Ecologia: Metynnis maculatus é considerado um onívoro, mas com preferência por material vegetal (algas e vegetais superiores). Espécie não migradora e com

período reprodutivo longo e alta fecundidade.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

DIAS, A. C. M. I.; BRANCO, C. W. C. & LOPES, V. G. 2005. Estudo da dieta natural de peixes no reservatório de Ribeirão das Lajes, Rio de Janeiro, Brasil, Lajes, Rio de Janeiro, Brasil. Acta Sci. Biol. Sci. Maringá, 27(4): 355-364.

GOMES I. D.; GERSON ARAúJO F., ALBIERI R. J. & UEHARA W. 2012. Opportunistic reproductive strategy of a non-native fish, the spotted metynnis Metynnis maculatus (Kner, 1858) (Characidae Serrasalminae) in a tropical reservoir in south-eastern Brazil. Tropical Zoology 25(1): 2–15.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Characidae

É a família mais diversificada entre os Characiformes e atualmente são reconhecidos 155 gêneros e mais de mil espécies válidas. Essa família é dividida em diversas subfamílias, que apresentam formas muito diversificadas e caracteres que as distinguem entre si. Porém, no estágio atual de conhecimento, não é possível diagnosticá-la com caracteres externos exclusivos, o que demonstra a complexidade do grupo. Ocorrem desde os EUA até a Argentina.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 81

Astyanax aff. taeniatus (Jenyns, 1842)

Descrição original: Tetragonopterus taeniatus Jenyns, 1842

Nome popular: Lambari

Localidade tipo: Socego [Sossego], Estado do Rio de Janeiro, Brasil.

Síntipos: UMZC V.329

Distribuição: Bacia do rio Paraíba do Sul e drenagens costeiras do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrãomáximo registrado 12,0 cm). Esse lambari tem sido comumente identificado na bacia do rio Doce como Astyanax taeniatus. Entretanto, como nem todas as características conferem com a descrição original, optou-

se por mantê-lo com identificação não definitiva. Para efeito prático, Astyanax taeniatus pode ser identificado pelas seguintes características: coloração do corpo prateada,,mancha umeral inconspícua e verticalmente alongada e uma faixa prateada no meio do corpo, tornando-se escura nos raios caudais medianos. Linha lateral com 32-39 escamas; 5-7 acima e 4-5 abaixo. Nadadeira anal com 19-24 raios. Dois dentes no maxilar. Nadadeira caudal levemente amarelada.

Ecologia: Astyanax aff. taeniatus está amplamente distribuído na bacia do rio Doce e é comum nos mais variados ambientes (rios, riachos, açudes, lagoas e reservatórios). São peixes onívoros com atividade reprodutiva mais intensa durante a época chuvosa.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

EIGENMANN, C. H. 1927. The American Characidae. Memoirs of the Museum of Comparative Zoology, 43: 311-428.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819)

Descrição original: Chalceus fasciatus Cuvier, 1819

Nome popular: Lambari do rabo vermelho

Localidade tipo: Rio São Francisco, Brasil.

Síntipos: MNHN A.9896 (2), A.8653 e 8654 (2).

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 14,4 cm). Astyanax fasciatus foi descrito com base em exemplares provenientes do rio São Francisco, havendo atualmente sugestão que seja uma espécie restrita a essa bacia. Linha lateral com 37-41 escamas. Maxilar com 1 dente e nadadeira anal com

22-32 raios. Uma mancha umeral difusa e verticalmente alongada e uma faixa longitudinal ao longo do corpo estendendo-se até o fim dos raios medianos da nadadeira caudal. Nadadeira caudal avermelhada.

Ecologia: Astyanax fasciatus está amplamente distribuído na bacia do rio São Francisco e é comum nos mais variados ambientes (rios, riachos, açudes, lagoas e reservatórios). São peixes onívoros com atividade reprodutiva mais intensa durante a época chuvosa.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

MELO, F. A. G. 2005. Revisão taxonômica do complexo de espécies Astyanax fasciatus (Cuvier 1819) (Teleostei: Characiformes: Characidae). Tese de Doutorado, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 269 p.

SANTOS, L. S. & SOUZA-LIMA, R. 2003. Espécies de Astyanax (Teleostei, Characidae) da região dos mares de areia do médio rio São Francisco. In: xV Encontro Brasileiro de Ictiologia, São Paulo.

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Astyanax lacustris (Lütken, 1875)

Descrição original: Tetragonopterus lacustris Lütken, 1875

Nome popular: Lambari do rabo amarelo

Localidade tipo: Lagoa Santa e rios próximos, Minas Gerais.

Síntipos: MNHN 0000-9580 [ex ZMUC] (3), NMW 57540 (1), SMNS 2045 (2), ZMB 9200 (2), ZMUC uncat. (25).

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 15,0 cm). Presença de uma mancha ovalada na região umeral e uma mancha alongada no pedúnculo caudal que se estende até a ponta dos raios medianos da nadadeira caudal. Nadadeira anal com 26 a 29 raios. Linha lateral com 33 a 36 escamas; 6,5-7,5 escamas acima; 5,5-6,5 escamas abaixo. Maxilar sem dentes.

Ecologia: Comuns em quase todos os ambientes aquáticos. Apresenta hábito alimentar onívoro. A desova é parcelada e a atividade reprodutiva é mais intensa durante o período chuvoso.

Estratégias de Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B .M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, SEGRAC. 2ª ed. 196p.

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Astyanax rivularis (Lütken, 1875)

Descrição original: Tetragonopterus rivularis, Lütken, 1875

Nome popular: Lambari

Localidade tipo: Rio das Velhas e afluentes, Minas Gerais.

Síntipos: MNHN 0000-9582 [ex ZMUC] (4), NMW 57707 (5), SMNS 2046 (3), ZMB 9199 (4), ZMUC (49).

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 10,0 cm). Uma mancha umeral verticalmente alongada e uma faixa escura no meio do

corpo que se estende até a ponta dos raios medianos da nadadeira caudal. Nadadeira anal com 19 a 25 raios. Linha lateral com 33 a 38 escamas; 5-6 escamas acima; 4-5 escamas abaixo. 1-3 dentes no maxilar.

Ecologia: Encontrado principalmente em riachos mais próximos às cabeceiras das drenagens. Alimenta-se de insetos aquáticos, algas, larvas de insetos terrestres e plantas.

Estratégias para Conservação: Conservação das drenagens de menor porte, principalmente riachos de cabeceira, em trechos das bacias ainda pouco modificados.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B .M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, SEGRAC. 2ª ed. 196p.

CASATTI, L. & CASTRO, R. M. C. 1998. A fish community of the São Francisco River headwater riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters 9: 229-242.

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Astyanax sp. A (complexo Astyanax bimaculatus)

Descrição original: Táxon determinado somente em nível genérico

Nome popular: Lambari

Localidade tipo: Não se aplica - táxon mantido somente em nível genérico

Distribuição: Bacia do rio Doce

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 15,0 cm). Os exemplares de Astyanax sp. A registrados na bacia do rio Doce têm sido comumente identificados como A. bimaculatus. Entretanto, A. bimaculatus é reconhecido como um complexo de espécies, dentro do qual várias têm sido descritas nos últimos anos. As populações do rio Doce foram avaliadas citogeneticamente e partilham as mesmas características com A. lacustris da bacia do rio São Francisco. Entretanto, na ausência de estudos que indiquem a verdadeira identidade taxonômica desse táxon, o mesmo foi mantido com identificação somente no nível de gênero. Para efeito de reconhecimento, as espécies pertencentes ao complexo Astyanax bimaculatus podem ser delimitadas pelas seguintes características: mancha umeral ovalada horizontalmente alongada, mancha losangular no pedúnculo caudal que se estende à extremidade dos raios

caudais médios e nadadeiras amareladas.

Ecologia: Astyanax sp. A está amplamente distribuído na bacia do rio Doce e é comum nos mais variados ambientes (rios, riachos, açudes, lagoas e reservatórios). São peixes onívoros com atividade reprodutiva mais intensa durante a época chuvosa e desova parcelada.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

FAVA L. 2008. Variação cariotípica de Astyanax bimaculatus (Linnaeus, 1758) (Pisces: Characidae) nas bacias costeiras do Brasil. Dissertação de Mestrado em Biologia Animal - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 89p.

GARUTTI, V. 1995. Revisão taxonômica dos Astyanax (Pisces, Characidae) com mancha umeral ovalada e mancha no pedúnculo caudal, estendendo-se à extremidade dos raios caudais medianos, das bacias do Paraná, São Francisco e Amazônica. Tese de Livre Docência em Zoologia (Vertebrados), IBILCE-UNESP, São José do Rio Preto, 286p.

VIEIRA, F. 1994. Estrutura de comunidade e aspectos da alimentação e reprodução dos peixes em dois lagos do médio Rio Doce. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 76p.

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86 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Astyanax sp. B (complexo Astyanax scabripinnis)

Descrição original: Táxon determinado somente em nível genérico

Nome popular: Lambari

Localidade tipo: Não se aplica - táxon mantido somente em nível genérico

Distribuição: Bacia do rio Doce

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento máximo padrão registrado 15,0 cm). Os exemplares de Astyanax sp. Bregistrados na bacia do rio Doce têm sido comumente identificados como A. scabripinnis. Entretanto, A. scabripinnis é reconhecido como um complexo de espécies, dentro do qual algumas têm sido descritas nos últimos anos. Na ausência de estudos que indiquem a verdadeira identidade taxonômica desse táxon na bacia do rio Doce, o mesmo foi mantido com identificação somente no nível de gênero. Para efeito de reconhecimento, as espécies pertencentes ao complexo Astyanax scabripinnis podem ser delimitadas pelas seguintes características: corpo mais robusto entre

as nadadeiras peitorais, cabeça larga, focinho curto (geralmente menor que o diâmetro orbital), corpo baixo menor que 41% do comprimento padrão, reduzido número de raios ramificados na nadadeira anal 13-21, presença de uma ou duas manchas umerais verticalmente alongadas e uma faixa escura no meio do corpo, estendendo-se até a ponta dos raios médios da nadadeira caudal.

Ecologia: As espécies do complexo A. scabripinnis ocorrem primariamente em riachos localizados nas cabeceiras das drenagens em locais com forte correnteza. De modo geral são descritas como onívoras e oportunistas, ingerindo itens de origem alóctone e autóctone.

Estratégias para Conservação: Conservação das drenagens de menor porte, principalmente riachos de cabeceira, em trechos da bacia onde a espécie se distribui.

Literatura sugerida:

BERTACO, V. A. & LUCENA, C. A. S. 2006 Two new species of Astyanax (Ostariophysi: Characiformes: Characidae) from eastern Brazil, with a synopsis of the Astyanax scabripinnis species complex. Neotropical Ichthyology 4(1): 53-60.

MOREIRA-FILHO, O. & BERTOLLO, L. A. C.. 1991. Astyanax scabripinnis (Pisces, Characidae): a species complex. Revista Brasileira de Genética 14: 331-357.

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Bryconamericus stramineus Eigenmann, 1908

Descrição original: Bryconamericus stramineus Eigenmann, 1908

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Rio Piracicaba e rio Uruguai. Lectótipo: CAS 40833 [ex IU 11519].

Paralectótipos: MCZ 32748 (2).

Distribuição: Bacia dos rios São Francisco, La Plata e do rio Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,6 cm). Corpo alongado, com perfil ventral ligeiramente mais arqueado que o dorsal. Uma série de dentes no dentário e duas na pré-

maxila, sendo a série interna composta por quatro dentes e a externa variando de três a cinco. Uma faixa lateral mediana de cor prata bem conspícua em vida. Uma mancha umeral arredondada pouco evidente e linha lateral com 38 a 40 escamas.

Ecologia: Bryconamericus stramineus apresenta hábito alimentar onívoro, sendo algas e larvas de insetos os principais itens ingeridos. O período reprodutivo estende-se de setembro a dezembro e a desova é parcelada.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

CASATTI, L. & CASTRO, R.M.C. 1998. A fish community of the São Francisco River headwaters riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 9 (3): 229-242.

LAMPERT, V.R.; AZEVEDO, M.A. & FIALHO, C.B. 2007. Reproductive biology of Bryconamericus stramineus Eigenmann, 1908 (Ostariophysi: Characidae) from the Rio Ibicuí, RS, Brazil. Brazilian Archives of Biology and Techonology, 50 (6): 995-1004.

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88 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Hasemania nana (Lütken, 1875)

Descrição original: Tetragonopterus nanus, Lütken, 1875

Localidade tipo: Lagoa Santa, Bacia do rio São Francisco, Minas Gerais, Brasil.

Síntipos USNM 44958 (4); MNHN 0000-9584 [ex ZMUC] (5); SMNS 2048 (5, perdidos); ZMB 9202 (5, más condições); ZMUC 664-678 (15), 900-916 (17).

Nome popular: Desconhecido

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 2,6 cm). Coloração do dorso castanho-claro com lateral prata; boca superior. 2-4 dentes na série externa do pré-maxilar e maxilar com 2

dentes. Linha lateral com 6-9 escamas perfuradas e 20-26 não perfuradas. 13-16 raios ramificados na nadadeira anal e 5-7 na pélvica. Algumas escamas cobrindo a base da nadadeira caudal. Sem nadadeira adiposa. 12-14 escamas ao redor do pedúnculo caudal.

Ecologia: Hasemania nana é uma espécie nectônica. Ocorre em trechos semi-lênticos de riachos com correnteza fraca, onde é encontrada em associação com a vegetação marginal.

Estratégias de Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B. M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, SEGRAC. 2ª ed. 196p.

SERRA, J. P. 2003. Análise Filogenética e Revisão taxonômica de Hasemania Ellis, 1911 (Characiformes, Characidae). Dissertação de Mestrado. UNESP São José do Rio Preto. 148p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 89

Hemigrammus marginatus Ellis, 1911

Descrição original: Hemigrammus marginatus Ellis, 1911

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Rio Itapicurú, Queimadas, Brasil. Holótipo: FMNH 54430 [ex CM 3053].

Parátipos: (141) FMNH 54431-33 (1, 20, 4), 54435-43 (6, 17, 42, 5, 6, 5, 3, 9, 1), 54452 (1), 54457-59 (1, 1, 1), 54756 (3), 54919 (2).

Distribuição: Bacia dos rios São Francisco, Itapicurú, Paraná e Paraguai, Amazonas e Orinoco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 8,0 cm). Linha lateral incompleta com 5 a 14 escamas. Nadadeira anal com 20 a 24 raios. Pré-maxilar com 3-4 dentes na série externa e 4-5, raramente 6, na série interna. Maxilar com 2-3 dentes. Corpo de coloração prateada uniforme e com

uma faixa escura, às vezes se estendendo até a ponta dos raios medianos da nadadeira caudal. Lobos da nadadeira caudal enegrecidos no terço posterior.

Ecologia: Hemigrammus marginatus ocorre em ambientes lóticos e rasos, onde forma cardumes de 30 a 50 exemplares. É uma espécie onívora que alimenta-se de larvas e pupas aquáticas de insetos, zooplâncton e algas. A desova é parcelada e os exemplares estão em atividade reprodutiva ao longo de todo o ano, com maior intensidade no período de novembro a janeiro.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

BAZZOLI, N. ; SATO, Y. ; SANTOS, J. E. ; CRUZ, A. M. G. ; R, L. C. V. C. ; PIMENTA, R. S. & RIBEIRO, V. A. M. 1996. Biologia reprodutiva de quatro espécies de peixes forrageiros da represa de Três Marias, Minas Gerais . Bios, 5(5): 7-18.

CASATTI, L.; MENDES, HF. & FERREIRA, K.M. 2003. Aquatic macrophytes as feeding site for small fishes in the Rosana reservoir, Paranapanema River, Southeastern Brazil. Brazilian Journal of Biology, 63(2): 213-222.

ELLIS, M.D. 1911. On the species of Hasemania, Hyphessobrycon, and Hemigrammus collected by J. D. Haseman for the Carnegie Museum. Annals of the Carnegie Museum 8(1): 148-163.

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Knodus cf. moenkhausii (Eingenmann & Kennedy, 1903)

Descrição original: Poecilurichthys moenkhausii Eingenmann & Kennedy, 1903

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Riacho próximo ao Arroyo Trementina, Paraguai.

Holótipo: CAS 55102 [ex IU 10001].

Parátipos: AMNH 1463 (2); CAS 55103 [ex IU 10002] (1), 55104 [IU 10003]; FMNH 52601 (2).

Distribuição: Bacia do rio Paraguai. A ocorrência da espécie foi verificada nas bacias dos rios São Francisco e Doce, onde possivelmente foi introduzida. Também existem relatos da ocorrência na bacia do alto Paraná.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento total máximo registrado 4,5 cm). Linha lateral completa. Nadadeira dorsal com 9 raios; nadadeira anal com escamas na base e moderadamente longa. Os cinco primeiros raios da nadadeira anal apresentam comprimento igual à distância entre a ponta do focinho e a margem posterior do pré-opérculo. Pré-maxilar com 5 dentes na série externa e 4 na série interna; maxilar com 2 dentes.

Ecologia: Knodus cf. moenkhausii ocorre em diferentes ambientes aquáticos. É onívoro, ingerindo algas, formas imaturas de insetos e aracnídeos.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

CENEVIVA-BASTOS & CASATTI, L. 2007. Oportunismo alimentar de Knodus moenkhausii (Teleostei, Characidae): uma espécie abundante em riachos do noroeste do Estado de São Paulo, Brasil. Iheringia, Série. Zool., Porto Alegre 97(1):7-15.

EIGENMANN, C.H. & KENNEDY, C.H. 1903. On a collection of fishes from Paraguay, with a synopsis of the American genera of cichlids. Proceedings of the Academy of Natural Sciences of Philadelphia 55: 497-537.

SOUZA, C. S.; OLIVEIRA, C.; FORESTI, F. & PEREIRA, L. H. G. 2013. Análise genética da espécie de ampla distribuição Knodus moenkhausii. (Characifomes: Characidae). Uma única espécie? Encontro Brasileiro de Ictiologia (XX: 2013:Maringá). Anais eletrônicos do Encontro Brasileiro de Ictiologia: (27 de janeiro a 1 de fevereiro de 2013). Maringá: Sociedade Brasileira de Ictiologia/ UEM/ Nupélia, 2013.

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Lepidocharax burnsi Ferreira, Menezes & Quagio-Grassiotto, 2011

Descrição original: Lepidocharax burnsi Ferreira, Menezes & Quagio-Grassiotto, 2011

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Rio Paraopeba, bacia do rio São Francisco, Brumadinho, Minas Gerais.

Holótipo: MCP 45718.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco e Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 3,9 cm). Pré-maxila com duas fileiras de dentes, sendo a externa alinhada em arco, com 3-4 dentes tricúspides, sendo as medianas maiores. Linha lateral completa com 39-46 escamas e 14-18 escamas ao redor do pedúnculo caudal. Nadadeira caudal furcada com a base coberta por escamas. Nadadeira adiposa presente. Uma faixa escura estendendo-se da parte superior do opérculo até o pedúnculo caudal.

Ecologia: Sem dados disponíveis.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

FERREIRA, K. M.; MENEZES, N. A. & QUAGIO-GRASSIOTO, I. 2011. A new genus and two new species of Stevardiinae (Characiformes: Characidae) with a hypothesis on their relationships based on morphological and histological data. Neotropical Ichthyology, 9: 281-298.

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Oligosarcus argenteus Günther, 1864

Descrição original: Oligosarcus argenteus Günther, 1864

Nome popular: Lambari-bocarra

Localidade tipo: Brasil. Síntipos: BMNH 1967.1.24.1-2 (2).

Distribuição: Bacias do rio Doce e cabeceiras do rio das Velhas e Paraopeba.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento padrão máximo registrado 15,8 cm). Linha lateral com 44-48 escamas; 8-9 séries horizontais de escamas acima da linha lateral, 6-8 abaixo e 17-20 ao redor do pedúnculo caudal. 11-14 rastros no ramo inferior do primeiro arco branquial.

Ecologia: Oligosarcus argenteus é encontrado em ambientes lênticos e lóticos e apresenta hábito alimentar carnívoro, predando invertebrados aquáticos e peixes. Os machos se mantêm aptos à reprodução ao longo de todo o ano, o que é um indicativo de reprodução contínua.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

MATT, S. L. P.; GOMES, M. L. M. & ANDRADE, D. R. 2009. Reproductive biology of Oligosarcus argenteus (Gunther, 1864) adult males and description of the gonadal maturation stages. Brazilian Archives of Biology and Technology 52(1): 119-126.

MENEZES, N. A. 1987. Três espécies novas de Oligosarcus Günther, 1864 e redefinição taxonômica das demais espécies do gênero (Osteichthyes, Teleostei, Characidae). Boletim de Zoologia, Universidade de São Paulo, 11: 1-39.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Piabina argentea Reinhardt, 1867

Descrição original: Piabina argentea Reinhardt, 1867

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Lagoa Santa, Minas Gerais.

Lectótipo: ZMUC 253.

Paralectótipo: ZMUC 254.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco, alto Paraná, Itapicuru, Paraíba e Itapemirim.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 6,8 cm). Coloração da cabeça e corpo prateada e com uma mancha umeral escura evidente. Linha lateral com 39 a 41 escamas; 4-5 fileiras de escamas entre a linha lateral e a origem da nadadeira dorsal. Nadadeira anal com 15-18 raios ramificados. Pré-maxilar com três séries de dentes e projetado para frente em relação ao dentário.

Ecologia: Piabina argentea é considerada uma espécie nectônica com preferência por habitat com baixa velocidade da corrente. Apresenta hábito alimentar onívoro e a dieta é composta por insetos terrestres, estágios imaturos de insetos aquáticos e restos de vegetais superiores. O período reprodutivo se estende de outubro a fevereiro.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GOMIERO, L. M. & BRAGA, F. M. S. 2007. Reproduction of a fish assemblage in the state of São Paulo, southeastern Brazil. Braz. J. Biol. 67(2): 283-292.

KINTOPP, I. & ABILHOA, V. 2009. Ecologia alimentar de Piabina argentea Reinhardt, 1867 (Teleostei, Characidae) no Rio das Almas, São Paulo, Brasil. Estud. Biol. 31(73/74/75): 117-22.

LEAL, C. G. 2009. Uso de atributos ecomorfológicos e seleção de habitat para a caracterização de espécies e comunidades de peixes na bacia do Riodas Velhas, MG. Dissertação de Mestrado. Lavras, MG. 132p.

VARI, R. P. & HAROLD, A. S. 2001. Phylogenetic study of the neotropical fish genera Creagrutus Günther and Piabina Reinhardt (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes), with revision of the Cis-Andean species. Smithsonian Contributions to Zoology 613 (1): 1-239.

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Serrapinnus heterodon (Eigenmann, 1915)

Descrição original: Holoshestes heterodon Eigenmann, 1915

Nome popular: Piabinha

Localidade tipo: Jaguara; rio Grande, afluente do rio Paraná, Estado de São Paulo, Brasil.

Holótipo: FMNH 57890.

Parátipos: ANSP 134940; CAS 98919; FMNH 57881-89, 57891, 57893, 57896; SU 17522.

Distribuição: Bacias do alto Paraná e São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 4,1 cm). Pré-maxilar com cinco a seis dentes e maxilar com um a quatro dentes.

Linha lateral com 34 a 37 escamas; cinco a seis escamas acima da linha lateral e quatro abaixo. Uma faixa longitudinal na porção mediana dos flancos e uma mancha arredondada no pedúnculo caudal.

Ecologia: Serrapinnus heterodon habita diferentes ambientes com preferência por locais com característica lênticas, onde formam cardumes. Possui dieta onívora, consumindo formas imaturas de insetos, microcrustáceos e algas. A reprodução ocorre durante o período chuvoso.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GONçALVES, C. S.; SOUZA, U. P.& BRAGA, F. M. S. 2011. Population structure, feeding and reproductive aspects of Serrapinnus heterodon (Characidae, Cheirodontinae) in a Mogi Guaçu reservoir (SP), upper Paraná River basin. Acta Limnologica Brasiliensia 23(1): 13-22.

MALABARBA, L. R. 1998. Monophyly of Cheirodontinae, characters and major clades. P.193-233. In: MALABARBA, L. R., R. E. REIS, R. P. VARI, Z. M. S. LUCENA & C. A. S. LUCENA. Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes. Porto Alegre, EDIPUCRS, 603p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 95

Serrapinnus piaba (Lütken, 1874)

Descrição original: Cheirodon piaba Lütken, 1874

Nome popular: Piaba

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais. Sem tipos conhecidos. Também descrito em Lütken 1875.

Distribuição: Rio São Francisco e rios costeiros do nordeste do Brasil.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 3,5 cm). Corpo alto com coloração de fundo uniforme e uma faixa longitudinal prateada. Nadadeiras com coloração avermelhada. Uma mancha negra arredondada sobre o pedúnculo caudal. Linha lateral incompleta.

Ecologia: Serrapinnus piaba ocorre em ambientes diversificados, tanto lóticos como lênticos. Apresenta hábito alimentar onívoro com tendência à herbivoria. O período reprodutivo avaliado para populações do nordeste do Brasil ocorre entre janeiro e abril.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

DIAS, T. S. 2007. Análise da dieta de oito espécies da subfamília Cheirodontinae (Characiformes: Characidae) em diferentes sistemas lacustres nos estados do Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 89 p.

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Bryconidae

Família cujos representantes podem ser reconhecidos principalmente pelos tipos de dentes. No gênero Brycon os dentes são multicuspidados e estão dispostos em três séries no pré-maxilar e duas no dentário, sendo a série interna representada por dois dentes cônicos junto à sínfise. Em Salminus existem duas fileiras de dentes cônicos no pré-maxilar e no dentário. O maxilar possui muitos dentes em ambos os gêneros. Atualmente a família é composta por 4 gêneros e 48 espécies válidas, com distribuição desde o sul do México até as Américas Central e do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 97

Brycon nattereri Günther, 1864

Descrição original: Brycon nattereri, Günther, 1864

Nome popular: Pirapitinga; Piabanha; Matrinxã.

Localidade tipo: Orissanga, bacia do alto rio Paraná, São Paulo.

Holótipo: NMW 18396.

Distribuição: Bacias do alto rio Paraná, rio São Francisco e alto rio Tocantins.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Vulnerável

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Em Perigo

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento padrão máximo registrado 29,0 cm). Três séries de dentes no pré-maxilar e duas no dentário. A série posterior do dentário com um par de dentes cônicos e destacados junto à sínfise. Linha lateral com 46 a 55 escamas; 9 séries acima. Corpo prateado, com uma mancha escura na região umeral e outra no pedúnculo caudal.

Ecologia: Brycon nattereri habita preferencialmente regiões de cabeceira em rios de médio porte, com fundo pedregoso ou de areia, correnteza de moderada a rápida e vegetação ciliar preservada. Possui hábito alimentar onívoro. Machos em período reprodutivo apresentam espículas na nadadeira anal.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos com mata ciliar preservada onde a espécie ocorre.

Literatura sugerida:

LIMA, F. C. T.; ALBRECHT M. P.; PAVANELLI C. S. & Vono V. 2008. Threatened fishes of the world: Brycon nattereri Günther, 1864 (Characidae). Environmental Biology of Fishes 83: 207–208.

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Brycon opalinus (Cuvier, 1819)

Descrição original: Chalceus opalinus Cuvier, 1819

Nome popular: Pirapitinga; pirapitinga do sul; pipitinga.

Localidade tipo: Rio de Janeiro, Brasil.

Holótipo: MNHN A-8613.

Distribuição: Bacia dos rios Doce e Paraíba do Sul.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Vulnerável

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Criticamente em Perigo

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento padrão máximo registrado 26,3 cm). Corpo prateado com uma mancha umeral pouco nítida e outra maior sobre o pedúnculo caudal bastante evidente. Nadadeiras peitorais, pélvicas, anal e caudal escurecidas. Machos podem apresentar ganchos nos raios ramificados da nadadeira anal durante o período reprodutivo.

Ecologia: Brycon opalinus é uma espécie reofílica encontrada em locais com substrato pedregoso e águas

relativamente frias nos trechos mais elevados dos afluentes de maior porte. Depende de habitat com boa qualidade de água e presença de matas ciliares. Atualmente é bastante rara dentro da área de distribuição. Espécie onívora e dependente de recursos alimentares alóctones (frutos, invertebrados, etc.). Realiza migração reprodutiva e apresenta fecundação externa e desova total.

Conservação: Conservação de ambientes lóticos com mata ciliar preservada onde a espécie ocorre.

Literatura sugerida:

GOMIERO, L. M. & BRAGA, F. .M S. 2007. Reproduction of Pirapitinga do Sul Brycon opalinus (Cuvier, 1819) in the Parque Estadual da Serra do Mar-Núcleo Santa Virgínia, São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Biology, 67(3): 541-549.

GOMIERO, L. M., MANZATTO, A. G. & BRAGA, F. M. S. 2008. The role of riverine forests for food supply for the omnivorous fish Brycon opalinus Cuvier, 1819 (Characidae) in the Serra do Mar, Southeast Brazil. Brazilian Journal of Biology 68, 321–328.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Salminus hilarii Valenciennes, 1850

Descrição original: Salminus hilarii Valenciennes, 1850

Nome popular: Tabarana

Localidade tipo: Rio São Francisco, Brasil.

Lectótipo: MNHN A-8658.

Paralectótipos: MNHN A-8658 (1), A-9893 (1), A-9394 (1), B-8557 (1).

Distribuição:Bacias dos rios São Francisco e alto Paraná, além do rio Jaguaribe, no nordeste do Brasil.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 50,0 cm). Sem faixa escura pós-orbital e corpo com coloração prateada. Nadadeira caudal

vermelha e as peitorais, pélvicas, dorsal e anal levemente avermelhadas. Linha lateral com 54-72 escamas; 9-12 escamas entre a linha lateral e a origem da nadadeira dorsal e 4-7 abaixo.

Ecologia: Salminus hilarii é um migrador que apresenta desova total e período reprodutivo se estendendo de outubro a fevereiro na bacia do rio São Francisco. É considerada uma espécie ictiófaga quando adulto, embora exemplares jovens também incluam insetos e camarões na dieta.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos nos locais onde a espécie se distribui.

Literatura sugerida:

ANDRADE, D. R.; GODINHO, A. L.; GODINHO, H. P. & SHIMODA, E. 2004. Biologia reprodutiva da tabarana, Salminus hilarii (Osteichthyes, Characidae) na represa de Três Marias. Revista Brasileira de Ciência Veterinária 11(1): 123-128.

LIMA, F. C. T. 2006. Revisão taxonômica e relações filogenéticas do gênero Salminus (Teleostei: Ostariophysi: Characiformes: Characidae). Tese de Doutorado, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 253p.

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Triportheidae

Peixes com a região peitoral comprimida e quilhada, linha lateral passando na segunda ou terceira série de escamas acima da base da nadadeira ventral; nadadeira peitoral longa e ultrapassando a base da nadadeira ventral. Atualmente a família é composta por 5 gêneros e 21 espécies válidas, cuja distribuição ocorre ao longo da América do Sul até Trinidad.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 101

Triportheus guentheri (Garman, 1890)

Descrição original: Chalcinus guentheri Garman, 1890.

Nome popular: Piaba-facão; sardinha.

Localidade tipo: Rio São Francisco, Minas Gerais, Brasil.

Holótipo: MCZ 21173.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 13,4 cm). Linha lateral com 30 a 33 escamas; duas fileiras de escamas entre a inserção

da nadadeira peitoral e a quilha ventral e cinco escamas entre o primeiro raio da nadadeira dorsal e a linha lateral. Nadadeira anal com 32 raios. 52-57 rastros na margem inferior do primeiro arco branquial.

Ecologia: T. guentheri apresenta desova do tipo parcelada entre novembro e fevereiro. Alimenta-se basicamente de sementes, plâncton e pequenos invertebrados. Habita tanto ambientes lênticos como lóticos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GODINHO, A.L. 1994. Biologia reprodutiva da piaba-facão, Triportheus guentheri (Characiformes, Characidae) e o manejo hidrológico da represa de Três Marias. Revista Brasileira de Ictiologia 54(3): 515-524.

MALABARBA, M.C.S.L. 2004. Revision of the neotropical genus Triportheus Cope, 1872 (Characiformes: Characidae). Neotropical Ichthyology 2(4): 167-204.

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Crenuchidae

Peixes de pequeno porte (<10 cm) que possuem um par de forames nos ossos frontais. Não possuem fontanela frontal e a fontanela parietal é pequena e circular. Essas características são de difícil visualização nas espécies que ocorrem no Quadrilátero Ferrifero. Entretanto, para efeito de reconhecimento da família, podem ser usadas as seguintes características adicionais: uma única série de dentes tricuspidados ou cônicos no pré-maxilar e no dentário e nadadeiras peitorais com dois ou mais raios não ramificados. Atualmente a família é constituída por 12 gêneros e 84 espécies válidas. Sua distribuição inclui a área desde o Panamá até a Argentina.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 103

Characidium fasciatum Reinhardt, 1866

Descrição original: Characidium fasciatum Reinhardt, 1866

Nome popular: Canivete; mocinha.

Localidade tipo: Próximo à Lagoa Santa, Minas Gerais.

Lectótipo: ZMUC P241103. Lectótipo estabelecido por Buckup, 1992.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco e do alto rio Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 6,7 cm). Boca pequena, subterminal e com dentes tricuspidados. Presença de uma pinta arredondada junto à base dos raios medianos da nadadeira caudal, que é hialina. Istmo sem escamas até próximo às nadadeiras peitorais.

Ecologia: Characidium fasciatum é encontrado principalmente em associação com áreas de substrato rochoso e correnteza de moderada a forte. O hábito alimentar é desconhecido, entretanto dados disponíveis para espécies do mesmo gênero permitem inferir que deve se alimentar de pequenos invertebrados aquáticos. Sem dados sobre reprodução.

Estratégias para Conservação: Preservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens da bacia do rio São Francisco.

Literatura sugerida:

BUCKUP, P. A. 1992. Redescription of Characidium fasciatum, type species of the Characidiinae (Teleostei, Characiformes). Copeia 1992 (4): 1066-1073.

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104 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Characidium aff. timbuiense Travassos, 1946

Descrição original: Characidium timbuiense Travassos, 1946

Nome popular: Canivete; mocinha.

Localidade Tipo: Córrego Valsungana, tributário do rio Timbuí, próximo a Santa Teresa, Espírito Santo.

Holótipo: MNRJ 4285.

Distribuição: Rio Timbuí, Espírito Santo.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,6 cm). Boca pequena e subterminal. Nadadeira caudal com faixas escuras transversais, conspícuas e em formato de V. Nadadeira dorsal clara e com pontuações negras formando duas linhas transversais.

Ecologia: Characidium aff. timbuiense é encontrado principalmente em associação com áreas de substrato rochoso e correnteza de moderada a forte. Possui adaptações nas nadadeiras pares que permitem a ancoragem no fundo e possibilita transpor paredões rochosos em áreas encachoeiradas. O hábito alimentar é desconhecido, entretanto, dados disponíveis para espécies do mesmo gênero permitem inferir que deve se alimentar de pequenos invertebrados aquáticos. Sem dados sobre reprodução.

Estratégias para Conservação: Preservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens da bacia do rio Doce.

Literatura sugerida:

BUCKUP, P. A. ; ZAMPROGNO, C.; VIEIRA, F. & TEIxEIRA, R. L., 2000. Waterfall climbing in Characidium (Crenuchidae: Characidiinae) from eastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters , 11 (3): 273-278.

TRAVASSOS, H. 1946. Contribuição ao estudo da família Characidae Gill, 1893. II. Characidium timbuiensis n. sp. (Classe Actinopterygii - Ordem Ostariophysi). Summa Brasiliensis Biologiae. 1 (5): 1-50.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 107

SILURIFORMES

os peixes desta ordem, que engloba representantes de água doce e marinhos, são conhecidos como cascudos, bagres e mandis. o corpo é coberto por placas ósseas ou por pele. em sua maioria possuem barbilhões muito evidentes implantados ao redor da boca. nos cascudos (loricariidae) os barbilhões são projeções do lábio inferior, sendo pouco visíveis em algumas espécies. é uma das ordens de peixes mais diversificadas em número de espécies e com ampla distribuição, estando representada em todos os continentes. no Quadrilátero ferrifero os siluriformes estão distribuídos em oito famílias.

108 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Ictaluridae

Apresentam o corpo coberto por pele e 4 pares de barbilhões, sendo 1 par nasal, 1 par maxilar e 2 pares mentonianos. As nadadeiras dorsal e peitoral possuem acúleos, exceto nos representantes do gênero Prietella. As espécies dessa família não ocorrem originalmente na América do Sul, sendo encontradas do sul do Canadá até a Guatemala. São reconhecidos atualmente 7 gêneros e 51 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 109

Ictalurus punctatus (Rafinesque, 1818)

Descrição original: Silurus punctatus Rafinesque, 1818

Nome popular: Bagre do canal

Localidade tipo: Rio Ohio, EUA. Série-tipo desconhecida.

Distribuição: Nativo das drenagens centrais dos Estados Unidos até o sul do Canadá e parte oriental do México. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 132 cm). Apresenta dorso mais escuro com pontuações negras e esparsas sem formar um padrão característico. Nadadeira adiposa pequena e nadadeira caudal profundamente furcada. Nadadeira ventral com oito raios.

Ecologia: Espécie registrada em diversos ambientes, entretanto, populações naturais ocorrem em rios de grande a médio porte com águas claras, corredeiras com velocidade de moderada a rápida e fundo arenoso ou pedregoso. Cuidado parental sobre os ovos é feito pelo macho. A dieta é constituída de pequenos invertebrados aquáticos e peixes. Existe registro de canibalismo.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

ZANATTA, A. S.; RAMOS, I. P.; SILVA, J. R.; LANGEANI, F. & CARVALHO, E. P. 2010. Pisces, Siluriformes, Ictaluridae, Ictalurus punctatus (Rafinesque, 1818): First record in middle Paranapanema river reservoir, aquaculture and exotic species dispersion. Checklist, 6 (4): 589-591.

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Clariidae

Família caracterizada por apresentar a nadadeira dorsal com base muito longa, sem acúleo e geralmente com mais de 30 raios. A nadadeira dorsal pode ou não ser contínua com a nadadeira caudal, a qual apresenta borda posterior arredondada. Possui abertura branquial ampla e geralmente com quatro pares de barbilhões. A presença de um órgão labiríntico derivado dos arcos branquiais permite respirar ar atmosférico e faculta aos peixes dessa família se deslocarem sobre a terra por curtas distâncias. Distribuem-se pela África, Síria e Ásia Ocidental (Filipinas a Java). São reconhecidos atualmente 15 gêneros e 119 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 111

Clarias gariepinus (Burchell, 1822)

Descrição original: Silurus gariepinus Burchell, 1822

Nome popular: Bagre africano

Localidade tipo: Província do Cabo, África do Sul.

Neótipo: SAIAB (antigo RUSI) 520.

Distribuição: África e Ásia Ocidental. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 170 cm). Corpo alongado com a cabeça larga, comprimida e com olhos pequenos. Processo occipital estreito. Abertura branquial larga e primeiro arco branquial com 24 a 110 rastros. Boca terminal. Quatro pares de barbilhões. Nadadeiras dorsal e anal longas, sem espinhos. Borda anterior do espinho da nadadeira peitoral serrilhada. Nadadeira caudal arredondada.

Ecologia: Amplamente tolerante às condições ambientais extremas. Possui uma estrutura junto as brânquias denominada órgão arborescente, a qual permite trocas gasosas em ambientes com baixas concentrações de oxigênio. A espécie é bentônica e possui hábito alimentar onívoro. Em seu ambiente natural a desova ocorre durante a estação chuvosa, entre julho e dezembro. Apresenta cuidado parental.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

ALVES, C.B.M.; VONO, V. & VIEIRA, F. 1999. Presence of the walking catfish Clarias gariepinus (Burchell) (Siluriformes, Clariidae) in Minas Gerais state hydrographic basins, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia 16(1): 259-263.

ROCHA, G.R.A. 2008. The introduction of the African catfish Clarias gariepinus (Burchell, 1822) into Brazilian inland waters: a growing threat. Neotropical Ichthyology 6(4): 693-696.

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112 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Pimelodidae

Os caracteres que definem essa família são estruturas anatômicas internas e não visualizáveis sem preparação especial. Porém, de forma complementar, podem ser usados os seguintes caracteres para o seu reconhecimento: corpo coberto por pele, três pares de barbilhões (1 maxilar e 2 mentonianos), nadadeira adiposa bem desenvolvida e espinhos pungentes ou pouco ossificados nas nadadeiras peitoral e dorsal. O tamanho é extremante variável, incluindo desde representantes de pequeno porte até os maiores bagres conhecidos em ambientes de água doce da América do Sul. As espécies dessa família distribuem-se pelas Américas do Sul e Central. São reconhecidos atualmente 30 gêneros e 109 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 113

Bagropsis reinhardti Lütken, 1874

Descrição original: Bagropsis reinhardti Lütken, 1874

Nome popular: Bagre

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais.

Síntipos: BMNH 1876.1.10.9 [ex ZMUC]; NMW 45905; ZMUC 223, 225, 227.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Deficiente em dados

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 32,5 cm). Dorso e nadadeiras com coloração escura acinzentada e ventre branco.

Cabeça deprimida, corpo alongado, barbilhões maxilares longos ultrapassando a origem das nadadeiras pélvicas. Nadadeira caudal furcada com o lobo superior mais extenso que o inferior. Faixa de dentes viliformes do pré-maxilar seguida por duas placas dentígeras pequenas com formato arredondado. Processo umeral não pungente.

Ecologia: Literatura inexistente.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B. M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, Argumentum, 2a. ed., 196 p.

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114 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Bergiaria westermanni (Lütken, 1874)

Descrição original: Pimelodus westermanni Lütken, 1874

Nome popular: Mandi

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento padrão máximo registrado 19,7 cm). Boca pequena, lábios desenvolvidos, o superior voltado para trás. Sem dentes no palato. Barbilhão maxilar longo, ultrapassando a base da nadadeira caudal.

Ecologia: Sem dados disponíveis.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B. M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, Argumentum, 2a. ed., 196 p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 115

Pimelodus fur (Lütken, 1874)

Descrição original: Pseudorhamdia fur Lütken, 1874

Nome popular: Mandi-branco

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais. Síntipos: NMW 44443, 45765; SMNS 2026; ZMB 9181; ZMUC, 289, 291, 297, 300, 302-303, 306.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento padrão máximo registrado 17,0 cm). Base da nadadeira adiposa maior do que o comprimento da cabeça. Possui entre 15-18 rastros no primeiro arco branquial.

Ecologia: Pimelodus fur se alimenta de invertebrados aquáticos, utilizando-se principalmente de larvas e ninfas de insetos capturadas junto ao substrato.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

STEFANI, P. M. 2010. Ecologia trófica e ecomorfologia de peixes em um trecho do alto rio São Francisco impactado pela transposição do rio Piumhi, com ênfase nas espécies Pimelodus fur (Lütken 1874) e Leporinus reinhardti Lütken, 1875. Tese de Doutorado, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 167 p.

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116 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Pimelodus maculatus Lacepède, 1803

Descrição original: Pimelodus maculatus Lacepède, 1803

Nome popular: Mandi-amarelo

Localidade tipo: Rio La Plata, Buenos Aires, Argentina. Não possui tipos conhecidos.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco e Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 51,0 cm). Apresenta de três a cinco fileiras de máculas grandes e escuras na parede lateral do corpo. Nadadeiras dorsal, adiposa e caudal frequentemente com máculas. Primeiro arco branquial com 19-24 rastros. Barbilhão maxilar se estendendo além da base da nadadeira caudal nos jovens e não alcançando essa base nos adultos (acima de 15 cm de comprimento).

Ecologia: Pimelodus maculatus é encontrada tanto em ambientes lênticos como lóticos. Atinge a maturidade sexual com cerca de 15,6 cm de comprimento padrão para os machos e 17,8 cm para as fêmeas. O período

reprodutivo vai de novembro a janeiro. Na literatura existem dúvidas quanto a espécie ser um migrador de longa distância. O hábito alimentar é onívoro , consome principalmente insetos, moluscos, pequenos peixes e vegetais.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

AGOSTINHO, A. A., GOMES, L. C., SUZUKI, H. I., JULIO Jr. H. F. 2003. Migratory Fish of the Upper Paraná River Basin, Brazil. Pp. 23-98. In: Carolsfeld, J., Harvey, B., Ross. C. & Baer, A. (Eds.). Migratory Fishes of South America: Biology, Fisheries and Conservation Status, Victoria: World Fisheries Trust, the World Bank and the International Development Research Centre, 372p.

DEITOS, C., BARBIERI, G., AGOSTINHO, A. A., GOMES, L. C. &SUZUKI, H. I. 2002. Ecology of Pimelodus maculatus (Siluriformes) in the Corumbá reservoir, Brazil. Cybium, 26 (4): 275-282.

VONO, V., SILVA, L. G. M., MAIA, B. P. & GODINHO, H. P. 2002. Biologia reprodutiva de três espécies simpátricas de peixes neotropicais: Pimelodus maculatus Lacepède (Siluriformes, Pimelodidae), Leporinus amblyrhynchus Garavello & Britski e Schizodon nasutus Kner (Characiformes, Anostomidae) do recém-formado Reservatório de Miranda, Alto Paraná. Revista Brasileira de Zoologia 19 (3): 819-826.

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118 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Heptapteridae

Os caracteres que definem essa família são estruturas anatômicas internas e não visualizáveis sem preparação especial. Porém, um conjunto de estruturas externas pode ser usado para auxiliar o seu reconhecimento: possuem corpo coberto por pele, são geralmente de tamanho pequeno (<20 cm), apresentam 3 pares de barbilhões, sendo 1 maxilar e 2 mentonianos; nadadeira adiposa bem desenvolvida e espinhos da nadadeira peitoral e dorsal flexíveis. Os gêneros Rhamdella, Pimelodella, Rhamdia, Goediella e Rhamdioglanis apresentam características diferenciadas, sendo que os três primeiros estão representados no Quadrilátero Ferrifero. As espécies dessa família se distribuem amplamente pela América do Sul. São reconhecidos atualmente 24 gêneros e 206 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 119

Cetopsorhamdia iheringi Schubart & Gomes, 1959

Descrição original: Cetopsorhamdia iheringi Schubart & Gomes, 1959

Nome popular: Bagrinho

Localidade tipo: Ribeirão Areia Branca, Pirassununga; Rio Mogi Guaçu, São Paulo.

Holótipo: EEBP 368.

Distribuição: Trechos superiores das drenagens do alto rio São Francisco e alto rio Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 10,6 cm). Corpo delgado e alongado. Dorso marrom-escuro e ventre claro. Barbilhões bem desenvolvidos e nadadeira caudal furcada.

Ecologia: Cetopsorhamdia iheringi é uma espécie nectobentônica, com atividade principalmente noturna. Possui hábito alimentar invertívoro ingerindo, primariamente, invertebrados aquáticos e insetos adultos.

Estratégias para Conservação: Preservação dos cursos d´água de menor porte nas cabeceiras das drenagens das bacias dos rios São Francisco e alto Paraná.

Literatura sugerida:

CASATTI, L. & R. M. C. CASTRO. 1998. A fish community of the São Francisco River headwater riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 9: 229-242.

SCHUBART, O. & A. L. GOMES 1959. Descrição de Cetopsorhamdia iheringi sp. n. (Pisces, Nematognathi, Pimelodidae, Luciopimelodinae). Revista Brasileira de Biologia, 19: 1-7.

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120 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Imparfinis minutus (Lütken, 1874)

Descrição original: Rhamdia minuta Lütken, 1874

Nome popular: Bagre; bagrinho; mandizinho.

Localidade tipo: Bacia do rio das Velhas, Minas Gerais.

Síntipos: ZMUC 325x (1), ZMUC 327x (1), ZMUC 328 (1)

Distribuição: Bacia do alto rio São Francisco e alto rio Doce

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 12,0 cm). Corpo apresenta coloração clara com uma listra longitudinal escura ao longo da linha lateral e faixas transversais em formato de sela no dorso. Nadadeira caudal furcada e com lobos pontudos, sendo o superior um pouco mais longo que o inferior. Nadadeiras peitoral e dorsal sem espinhos.

Ecologia: Imparfinis minutus é uma espécie bentônica, comum em ambientes de corredeira com fundo de pedras ou areia. Alimenta-se de invertebrados aquáticos, principalmente ninfas de Ephemeroptera e larvas de Trichoptera e Diptera.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B .M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, SEGRAC. 2ª ed. 196p.

CASATTI, L. & CASTRO, R. M. C. 1998. A fish community of the São Francisco River headwater riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters 9: 229-242.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 121

Phenacorhamdia tenebrosa (Schubart, 1964)

Descrição original: Imparfinis tenebrosus Schubart, 1964.

Nome popular: Bagrinho

Localidade tipo: Rio Mogi Guaçu. Síntipos: EEBP 109, EEBP 197, EEBP 630.

Distribuição: Bacias dos rios São Francisco e alto Paraná.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 6,7 cm). Apresenta corpo alongado e de coloração marrom-escuro. A mandíbula é prognata, com barbilhões maxilares curtos, porém maiores que do que a cabeça. A nadadeira caudal é bifurcada e o lobo inferior maior que o superior. Raios das nadadeiras peitorais e dorsal não pungentes. Nadadeira adiposa com a base longa.

Ecologia: Phenacorhamdia tenebrosa ocorre em ambientes lóticos de riachos, tem hábito bentônico e atividade noturna. A dieta é constituída de invertebrados bentônicos.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens das bacias dos rios São Francisco e alto Paraná.

Literatura sugerida:

SCHUBART, O. 1964. Duas novas espécies de peixe da família Pimelodidae do Rio Mogi Guaçu (Pisces, Nematognathi). Boletim do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Nova Série No. 244: 1-22.

FERREIRA, K. M. 2007. Biology and ecomorphology of the stream fishes from Mogi-Guaçu River basin, Southeastern Brazil. Neotropical Ichthyology, 5: 311-326.

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122 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Pimelodella sp.

Descrição original: Táxon determinado somente em nível genérico.

Nome popular: Bagrinho; mandizinho.

Localidade tipo: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Distribuição: Bacia do rio Piracicaba

Status de Conservação: não se aplica - espécie determinada somente em nível genérico.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado até 15,0 cm). Corpo alongado, três pares de barbilhões bem desenvolvidos, nadadeira adiposa longa, nadadeira caudal profundamente furcada. Corpo com coloração amarelo-clara com uma listra longitudinal nos flancos acompanhando a linha lateral. Raios das nadadeiras dorsal e peitorais pungentes e serrilhados em ambas as margens.

Ecologia: Pimelodella sp. é pouco comum no rio Piracicaba, sendo registrada somente em trechos com águas bastante limpas. Alimenta-se principalmente de insetos aquáticos. Sua ecologia reprodutiva é desconhecida.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 123

Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)

Descrição original: Pimelodus quelen Quoy & Gaimard, 1824

Nome popular: Bagre; jundiá.

Localidade tipo: Entre Caño Pastos e Hamburgo, tributário do rio Samiria, Departamento Loreto, Peru. Neótipo: NRM 16091.

Distribuição: Do México até a Argentina.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 47,4 cm). Lobos da nadadeira caudal desiguais. Raios da nadadeira dorsal I+7 ou 8. Nadadeira adiposa longa. Processo occipital estreito e curto, não alcançando o escudo pré-dorsal ;a fontanela não se prolonga para trás do nível dos olhos.

Ecologia: Rhamdia quelen habita os mais variados ambientes aquáticos. É uma espécie de hábitos noturnos e onívora, que se alimenta de invertebrados aquáticos e terrestres, material vegetal e ocasionalmente de peixes. A desova é parcelada e ocorre ao longo de quase todo o ano, com pico entre outubro e janeiro.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

SILFVERGRIP, A. M. C. 1996. A systematic revision of the neotropical catfish genus Rhamdia (Teleostei, Pimelodidae). Stockholm, 156p.

GOMIERO, L.M., SOUZA, U.P. & BRAGA, F.M.S. 2007. Reprodução e alimentação de Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) em rios do Núcleo Santa Virgínia, Parque Estadual da Serra do Mar, São Paulo, SP. Biota Neotrop. 7(3): 127-134.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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124 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Rhamdiopsis microcephala (Lütken, 1874)

Descrição original: Rhamdia microcephala Lütken (ex Reinhardt), 1874.

Nome popular: Bagrinho

Localidade tipo: Rio das Velhas, Brasil.

Síntipos: NMW 45825; ZMUC P 29658-60.

Distribuição: Cabeceiras de afluentes do rio São Francisco em Minas Gerais.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Vulnerável

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Vulnerável

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 7,8 cm). Nadadeira caudal com o lobo superior ligeiramente mais longo. Nadadeira adiposa e anal longas. A linha lateral é bastante conspícua, apresentando uma série de traços claros ao longo do corpo.

Ecologia: São peixes relativamente raros, uma vez que suas populações são naturalmente pequenas. Ocorre em riachos de cabeceiras com altitude de moderada a elevada, sempre em locais de água corrente e fundo pedregoso. A sua inclusão nas listas de espécies ameaçadas de extinção do Brasil e do Estado de Minas Gerais na categoria Vulnerável se deu em função da degradação generalizada das drenagens onde ocorre.

Estratégia de Conservação: Conservação dos ambientes lóticos em cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

BOCKMANN, F. A. & CASTRO, R. M. C. 2008. Rhamdiopsis microcephala (Lütken, 1874). In: Ângelo Barbosa Monteiro Machado; Gláucia Moreira Drummond; Adriano Pereira Paglia. (Org.). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília/Belo Horizonte: Ministério do Meio Ambiente/Fundação Biodiversitas, v. 2, p. 208-209.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 125

Pimelodella vittata (Lütken, 1874)

Descrição original: Pseudorhamdia vittatus Lütken, 1874

Nome popular: Mandi-chorão

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais. Síntipos: SMNS 2025 (1); ZMUC P 29652 -29657 [ex 271 (1), 274-275 (2), 283-285 (3)]; ZMB 9175 (2).

Distribuição: Bacia do alto rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 9,7 cm). Apresenta nadadeira adiposa longa e nadadeira caudal fortemente furcada. Nadadeira dorsal com sete raios, peitoral com 10, sendo o primeiro também modificado em espinho, pélvica com sete e anal com 12-13. Corpo claro com uma listra escura iniciando-se logo após os olhos e estendendo-se até o pedúnculo caudal.

Ecologia: Ocorre em diferentes tipos de ambientes, embora seja mais comum em locais com características lóticas. Alimenta-se de macroinvertebrados bentônicos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALVES, C. B. M. & POMPEU, P. S. 2010. Peixes do Rio das Velhas: passado e presente. Belo Horizonte, SEGRAC. 2ª ed. 196p.

SANTOS, J.E.; VELOSO-JúNIOR, V.C.; ANDRADE OLIVEIRA, D.A. & HOJO, R.E.S. 2010. Morphological characteristics of the testis of the catfish Pimelodella vittata (Lütken, 1874). Journal of Applied Ichthyology 26: 942-945.

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126 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Aspredinidae

Caracteriza-se pela forma geral do corpo semelhante a um banjo, com a cabeça larga e deprimida e o corpo afilando em direção ao pedúnculo caudal, que é estreito e longo. A abertura branquial é pequena e a pele é coberta por tubérculos queratinizados frequentemente dispostos em fileiras paralelas ao longo do corpo. Não possuem nadadeira adiposa e a nadadeira caudal possui 10 raios ou menos. A família é endêmica na América do Sul, com representantes em várias bacias hidrográficas. São reconhecidos atualmente 13 gêneros e 39 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 127

Acanthobunocephalus sp. 2

Descrição original: Definida como espécie nova por Cardoso (2008), tem seu material testemunho listado a seguir: CAS 53522, tributário do rio das Velhas. MCP 34665, ribeirão São Miguel, afluente do rio São Francisco, Iguatama. MNRJ 31385, foz do rio Piumhi, Piumhi. MZUSP 34443, rio Formoso, tributário do rio São Francisco. MZUSP, 39480, rio São Francisco, barra com o rio Formoso. MZUSP 62745, rio Cipó, Presidente Juscelino. MZUSP 64227, rio Paraopeba, Juatuba.

Nome popular: Desconhecido

Localidade tipo: Não se aplica - táxon mantido somente em nível genérico

Distribuição: Alto rio São Francisco

Status de Conservação: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,8 cm). Cabeça e corpo deprimido; pedúnculo caudal estreito. A pele é áspera e pigmentada, com tubérculos queratinizados e as aberturas

operculares são pequenas. Sem espinho dorsal rígido e sem nadadeira adiposa. Corpo dorsalmente marrom-claro com duas faixas de coloração escura, sendo a primeira posicionada sob a nadadeira dorsal e a segunda na região pós-dorsal.

Ecologia: Literatura inexistente. De um modo geral, os aspredinídeos são encontrados em diferentes habitats (rios e lagos rasos ou profundos), onde o substrato é constituído geralmente de lodo ou de pequenos gravetos e folhas. A maioria tem hábitos bentônicos e se enterram no substrato. Geralmente são onívoros, porém alguns se alimentam preferencialmente de insetos, invertebrados aquáticos e detritos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

CARDOSO, A. R. 2008. Filogenia da família Aspredinidae Adams, 1854 e revisão taxonômica de Bunocephalinae Eigenmann & Eigenmann, 1888 (Teleostei: Siluriformes: Aspredinidae). Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 272 p.

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128 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Trichomycteridae

Família caracterizada por apresentar peixes com corpo coberto por pele e alongado; possui placas com odontodes na região opercular (opérculo e interopérculo) e 2 pares de barbilhões no ângulo da boca (os inferiores denominados barbilhões rictais e os superiores barbilhões maxilares). As nadadeiras não possuem acúleos e a dorsal está localizada após o meio do corpo. Sem nadadeira adiposa. As espécies dessa família distribuem-se pela América do Sul, Costa Rica e Panamá. São reconhecidos atualmente 41 gêneros e 271 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 129

Trichomycterus sp. n.

Descrição original: uma nova espécie - sem descrição disponível.

Nome popular: cambeva.

Localidade tipo: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Distribuição: Bacia do rio Doce.

Status de conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento total máximo registrado 12,0 cm). Dorso e lateral do corpo com coloração marrom-escura e área ventral clara. Base da nadadeira caudal com uma mancha escura conspícua que se estende pelos raios medianos da mesma formando uma faixa central até quase seu final. Nadadeira caudal furcada.

Ecologia: Espécie de hábitos bentônicos e registrada somente na calha central de rios de médio e grande porte, em áreas lóticas e profundas com substrato rochoso, um ambiente muito distinto do que é usado pelas demais espécies do gênero. Possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Manutenção de ambientes lóticos na calha central dos rios onde a espécie está distribuída.

Literatura sugerida:

EIGENMANN, C.H. 1918. The Pygididae, a family of South American catfishes. Memoirs of the Carnegie Museum, 7: 259-398.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

WOSIACKI, W. B. 2004. New species of the catfish genus Trichomycterus (Siluriformes, Trichomycteridae) from the headwaters of the rio São Francisco basin, Brazil. Zootaxa, 592: 1-12.

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130 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Trichomycterus alternatus (Eigenmann, 1917)

Descrição original: Pygidium alternatum Eigenmann, 1917

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: Foz do rio Doce 19°30’S 39°40’W, Brasil. Holótipo: FMNH 58082.

Parátipos: CAS 64575, FMNH 58083.

Distribuição: Rios costeiros nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento total máximo registrado 8,1 cm). O barbilhão maxilar atinge a base da nadadeira peitoral; barbilhão nasal curto. Nadadeira dorsal com 10-11 raios, a peitoral e a anal com 7-8 raios. Primeiro raio da nadadeira peitoral prolongado

em um filamento. Laterais do corpo com manchas irregulares, podendo formar barras não muito nítidas. Nadadeiras dorsal e caudal amareladas com pontuações escuras.

Ecologia: Trichomycterus alternatus ocorre em riachos pouco profundos, com substrato de rochas e areia e velocidade da corrente relativamente elevada. Sem dados sobre alimentação e reprodução, entretanto, como a grande maioria das espécies do gênero, possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos e terrestres que caem ou são levados ao curso d´água durante as chuvas.

Estratégias para Conservação: Manutenção de ambientes lóticos nas drenagens onde a espécie está distribuída.

Literatura sugerida:

EIGENMANN, C. H. 1917. Descriptions of sixteen new species of Pygidiidae. Proceedings of the American Philosophical Society 56: 690-703.

ROLDI M. M. C.; SARMENTO-SOARES L. M.; Pinheiro R. F. M. & Lopes M. M. 2011. Os Trichomycterus das drenagens fluviais no Espírito Santo, Sudeste do Brasil (Siluriformes: Trichomycteridae). Boletim SBI 103: 2-4.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 131

Trichomycterus brasiliensis Lütken, 1874

Descrição original: Trichomycterus brasiliensis Lütken (ex Reinhardt), 1874

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais.

Síntipos: NMW 85270; SMNS 2021; ZMB 9171; ZMUC P30154, P30155-56, P30157, P30158, P30159, P30160, P30161, P30162, P. 30163 , P30164-66. Também descrito em Lütken 1875.

Distribuição: Drenagem do alto São Francisco e em bacias costeiras do sudeste do Brasil.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada.

Diagnose: Espécie de porte pequeno (atinge até 15 cm de comprimento total). Apresenta numerosas manchas

escuras e vermiculações irregulares bem evidentes no dorso e nas laterais do corpo. Nadadeira caudal arredondada.

Ecologia: Trichomycterus brasiliensis é registrado em cursos d´água de porte variado e coloniza trechos em altitudes bastante elevadas (acima de 1.300 metros). É uma espécie de hábitos bentônicos e dieta constituída de larvas, pupas e ninfas aquáticas de insetos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

EIGENMANN, C. H. 1918. The Pygidiidae, a family of South American catfishes. Memoirs of the Carnegie Museum 7 (5): 259-398, Pls. 36-56.

ROLLA, A. P. P. R.; ESTEVES, K. E. & AVILA-DA-SILVA, A. O. 2009. Feeding ecology of a stream fish assemblage in an Atlantic Forest remnant (Serra do Japi, SP, Brazil). Neotrop. ichthyol. 7(1): 65-76.

CASARIM, R.; BUENO, M. L.; POMPEU, P. S. 2012. Ichthyofauna of the Aiuruoca River basin, Minas Gerais, Brazil. Check List 8(6): 1166-1171.

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132 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Trichomycterus immaculatus (Eigenmann & Eigenmann, 1889)

Descrição original: Pygidium immaculatum Eigenmann & Eigenmann, 1889

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: rio Paraibuna, Juiz de Fora, Minas Gerais. Síntipos: MCZ 8266 (1), 8300 (10), 8302 (1), 8305 (1), 8307 (1).

Distribuição: Bacias dos rios Paraibuna, Doce e Paraíba do Sul.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 9,3 cm). Nadadeira peitoral com 9 raios, sendo o primeiro prolongado em um filamento. Corpo com coloração uniforme marrom-

claro, sem manchas ou pontuações. Nadadeira caudal ligeiramente emarginada. Barbilhões nasais estendendo-se até o meio do interopérculo; barbilhão maxilar alcançando os espinhos operculares.

Ecologia: Trichomycterus immaculatus apresenta atividade noturna e dieta baseada principalmente em larvas e ninfas aquáticas de insetos. Ocorre em ambientes lóticos de cursos d’água com substrato composto por areia e rochas.

Estratégias para Conservação: Manutenção de ambientes lóticos nas drenagens onde a espécie está distribuída.

Literatura sugerida:

BRAGA, F.M.S. 2004. Habitat, distribuição e aspectos adaptativos de peixes da microbacia do ribeirão Grande, Estado de São Paulo, Brasil. Acta Scientiarum. 26(1): 31-36.

BRAGA, F.M.S. & GOMIEIRO, L.M. 2009. Alimentação de peixes na microbacia do ribeirão Grande, Serra da Mantiqueira oriental, SP. Biota Neotropica 9(3): 207-212.

EIGENMANN, C.H. & EIGENMANN, R. S. 1889. Preliminary notes on South American Nematognathi. II. Proceedings of the California Academy of Sciences 2(2): 28-56.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 133

Trichomycterus novalimensis Barbosa & Costa, 2010

Descrição original: Trichomycterus novalimensis Barbosa & Costa, 2010

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: Pequeno riacho tributário do córrego Mutuca, Nova Lima, Minas Gerais.

Holótipo: MZUSP 104536.

Distribuição: Córrego da Mutuca, drenagem do rio das Velhas, bacia do rio São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 10,0 cm). Corpo com manchas escuras arredondadas e irregulares mais evidentes no dorso e nas laterais. As manchas são concentradas ao

longo da lateral do corpo formando uma linha irregular longitudinal. Trichomycterus novalimensis difere do restante das espécies do grupo T. brasiliensis por possuir uma faixa transversal pouco conspícua na base da nadadeira caudal.

Ecologia: Sem dados disponíveis. Entretanto, como a maioria das espécies do gênero Trichomycterus, apresenta hábito bentônico e possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

BARBOSA, M. A. & W. J. E. M. COSTA. 2010. Seven new species of the catfish genus Trichomycterus (Teleostei: Siluriformes: Trichomycteridae) from southeastern Brazil and redescription of T. brasiliensis. Ichthyological Exploration of Freshwaters 21 (2): 97-122.

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134 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Trichomycterus reinhardti (Eigenmann, 1917)

Descrição original: Pygidium reinhardti Eigenmann, 1917

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: Rio Itabira, tributário do rio das Velhas (20°00’S 47°00’W), Estado de Minas Gerais.

Holótipo: FMNH 58081.

Distribuição: Bacia do alto rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento total máximo registrado 6,5 cm). O barbilhão nasal é quase tão longo quanto o barbilhão maxilar. Primeiro raio da nadadeira peitoral prolongado em um filamento do tamanho do comprimento da cabeça. Origem da nadeira

anal sob o meio da nadadeira dorsal. Corpo amarelado com uma faixa marrom-escura bastante nítida ao longo da linha média lateral.

Ecologia: Sem dados disponíveis. Entretanto, como a maioria das espécies do gênero Trichomycterus, apresenta hábito bentônico e possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

BOCKMANN, F. A. & SAZIMA I. 2004. Trichomycterus maracaya, a new catfish from the upper rio Paraná, southeastern Brazil (Siluriformes: Trichomycteridae), with notes on the T. brasiliensis species-complex. Neotropical Ichthyology 2(2):61-74.

EIGENMANN, C. H. 1917. Descriptions of sixteen new species of Pygidiidae. Proceedings of the American Philosophical Society 56: 690-703.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 135

Trichomycterus rubiginosus Barbosa & Costa, 2010

Descrição original: Trichomycterus rubiginosus Barbosa & Costa, 2010

Nome popular: Cambeva

Localidade tipo: Pequeno tributário do rio Paraopeba, povoado de Pedra Vermelha, Moeda, Minas Gerais:

Holótipo: MZUSP 104537.

Parátipos: MZUSP 37268 (20).

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 7,4 cm). Corpo com pintas escuras mais concentradas na região dorsal da cabeça e

ao longo do tronco. Distingue-se das demais espécies de Trichomycterus pertencentes ao complexo T. brasiliensis por apresentar menor filamento na nadadeira peitoral (cerca de 5% do comprimento da nadadeira peitoral). A diferenciação das demais espécies é feita por caracteres osteológicos internos (ver descrição original).

Ecologia: Sem dados disponíveis. Entretanto, como a maioria das espécies do gênero Trichomycterus, apresenta hábito bentônico e possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

BARBOSA, M.A.; COSTA, W.J.E.M. 2010. Seven new species of the catfish genus Trichomycterus (Teleostei: Siluriformes: Trichomycteridae) from Southeastern Brazil and redescription of T. brasiliensis. Ichthyological Exploration of Freshwater 21(2): 97-122.

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136 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Trichomycterus aff. variegatus, Costa 1992

Descrição original: Trichomycterus variegatus, Costa 1992

Nome popular: cambeva

Localidade tipo: Rio do Peixe, bacia do rio São Francisco, São Roque de Minas Holótipo: MZUSP 42316; Parátipos: MNRJ 584 (9), 585 (2); MZUSP 42317 (2).

Distribuição: Bacia do alto rio São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento total máximo registrado 4,0 cm). Lateral do corpo com coloração clara com manchas castanho-escuras formando um marmoreado sem padrão definido. Abdome claro. Dorso e barbilhões maxilares castanho-

escuros. Nadadeira caudal truncada. Nadadeira pélvica originando-se à frente da vertical da origem da dorsal; origem da anal sob a metade da dorsal. Raios da nadadeira dorsal II + 8 e anal com II +5.

Ecologia: Sem dados disponíveis. Entretanto, como a maioria das espécies do gênero Trichomycterus, apresenta hábito bentônico e possivelmente se alimenta de invertebrados aquáticos.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

COSTA, W. J. E. M. 1992. Description de huit nouvelles espèces du genre Trichomycterus (Siluriformes: Trichomycteridae), du Brésil oriental. Revue française d’Aquariologie Herpétologie, 18 (4): 101-110.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 137

Callichthyidae

A principal característica dessa família são as duas séries de placas ósseas dispostas longitudinalmente na lateral do corpo. A boca é pequena e em posição terminal ou subterminal com um par de barbilhões em cada lateral. As nadadeiras dorsal e peitoral possuem um acúleo bastante pontiagudo que pode causar perfurações quando esses peixes são manipulados. As espécies dessa família se distribuem amplamente por diversos sistemas aquáticos, desde o Panamá até a Argentina. São reconhecidos atualmente 9 gêneros e cerca de 200 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 139

Callichthys callichthys (Linnaeus, 1758)

Descrição original: Silurus callichthys Linnaeus, 1758

Nome popular: Tamboatá

Localidade tipo: Rios da América do Sul.

Sintipos: BMNH 1853.11.12.194 , NRM 7015 (2), 7018 (1); ZMUU 55 (1) .

Distribuição: América do Sul e Central.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de médio porte (comprimento padrão máximo registrado 16,5 cm). Apresenta cabeça curta e achatada dorsoventralmente, olhos pequenos. O coracóide é coberto por pele espessa. Nadadeira dorsal com I + 7-8 raios; série superior com 26 a 28 e série inferior com 25 a 27 placas laterais.

Ecologia: Callichthys callichthys ocorre em ambientes aquáticos variados, mas principalmente em locais com características mais lênticas. São bentônicos e o hábito alimentar é onívoro. Constroem ninhos com folhas, gravetos e bolhas durante o período reprodutivo.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

OYAKAWA, O. T.; AKAMA , A.; MAUTARI, K. C. & NOLASCO, J. C. 2006. Peixes de riachos da Mata Atlântica nas Unidades de Conservação do Vale do Rio Ribeira de Iguape no Estado de São Paulo. São Paulo: Neotrópica. 201p.

FERREIRA, C.P. & CASATTI, L. 2006. Integridade biótica de um córrego na bacia do alto Rio Paraná avaliada por meio da comunidade de peixes. Biota Neotrop. 6(3): 25 p.

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Loricariidae

Essa família caracteriza-se por apresentar peixes com mais de duas séries longitudinais de placas ósseas ao longo do corpo. A boca é ventral com lábios grossos em formato de ventosa, normalmente usados para fixação ao substrato. As espécies dessa família distribuem-se pela América Central (Panamá e Costa Rica) e por toda a América do Sul. São reconhecidos atualmente 104 gêneros e 869 espécies válidas, sendo uma das famílias de peixes mais diversificada.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 141

Harttia leiopleura Oyakawa, 1993

Descrição original: Harttia leiopleura Oyakawa, 1993

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Rio São Francisco, Brasil, 20°60’S, 43°55’W.

Holótipo: MZUSP 43264.

Distribuição: Cabeceiras das drenagens dos rios das Velhas e Paraopeba, bacia do rio São Francisco, Minas Gerais.

Situação de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Vulnerável

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,7 cm - holótipo). Corpo comprimido dorsoventralmente de coloração castanha. Difere das demais espécies do gênero por não apresentar placas ósseas nas laterais do corpo entre as nadadeiras

peitorais e ventrais. Machos adultos apresentam um tufo de odontodes alongados e concentrados na região posterior do corpo.

Ecologia: Harttia leiopleura é relativamente rara e habita riachos de cabeceiras em altitude de moderada a elevada. Sua ocorrência está sempre associada a locais de água corrente e fundo pedregoso. Ao que tudo indica, é sensível a mudanças das características estruturais e físico-químicas da água. A sua inclusão na lista de espécies ameaçadas do Estado de Minas Gerais na categoria “Vulnerável” se deve à ampla degradação das drenagens onde ocorre. Entretanto, o tipo de ambiente ocupado pela espécie é disseminado nas cabeceiras dos rios das Velhas e Paraopeba.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

OYAKAWA, O. T. 1993. Cinco espécies novas de Harttia Steindachner, 1876 da região sudeste do Brasil, de comentários sobre o gênero (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências de PUCRS, 6: 3-27.

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142 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Harttia novalimensis Oyakawa, 1993

Descrição original: Harttia novalimensis Oyakawa,1993

Nome popular: Cascudinho.

Localidade tipo: Riacho afluente do córrego da Mutuca; coordenadas geográficas aproximadas 20°06’S, 43°55’. Bacia do rio das Velhas, MG.

Holótipo: MZUSP 43262.

Parátipos: MCP 15103 (20); MNRJ 12141 (20); MZUSP 37147 (16), 42702 (2, c&s), 43263 (34).

Distribuição: Bacia do rio das Velhas

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Vulnerável

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,8 cm). Abdome e região pré-anal sem placas; placas pós-anais de formato triangular envolvendo

o ânus látero-posteriormente. Três a cinco placas ósseas na região látero-inferior do corpo entre as nadadeiras peitorais e ventrais. 14-15 placas entre as nadadeiras dorsal e caudal; 11-15 entre a anal e a caudal. Machos podem apresentar odontodes na região posterior do corpo com comprimento menor que a distância interorbital.

Ecologia: Harttia novalimensis ocorre em cursos d´água de menor porte com corredeiras e fundo pedregoso. É uma espécie bentônica e se alimenta de algas que crescem sobre rochas e troncos.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos de menor porte, principalmente riachos de cabeceira com corredeiras e fundo pedregoso.

Literatura sugerida:

OYAKAWA, O. T. 1993. Cinco espécies novas de Harttia Steindachner, 1876 da região sudeste do Brasil, de comentários sobre o gênero (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, sér. Zool. 6:3–27.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 143

Harttia spp.

Descrição original: Táxons determinados somente em nível genérico.

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Não se aplica - táxons mantidos somente em nível genérico.

Distribuição: Bacia do rio Piracicaba e drenagem do rio Gualaxo do Sul.

Satatus de Conservação: Não se aplica - exemplares das duas bacias determinados somente em nível genérico.

Diagnose: Os exemplares provenientes da bacia do rio Gualaxo do Sul apresentam odontodes nas laterais do pedúnculo caudal, diferenciando-se daqueles capturados no rio Piracicaba, que não possuem essas estruturas, sendo essa a principal razão para serem tratados nesse manual como táxons distintos. São todos peixes de pequeno porte (até 12 cm de comprimento padrão), com corpo revestido por placas e bastante achatado dorsoventralmente. O pedúnculo caudal é extremamente deprimido e não apresenta nadadeira adiposa. Em todos os exemplares analisados o corpo é castanho-claro com faixas transversais mais escuras e em número variável.

Ecologia: Sem dados disponíveis de biologia para as populações das duas bacias. Entretanto, de um modo geral, as espécies do gênero Harttia apresentam distribuição relativamente ampla, ocorrendo tanto em córregos de pequeno porte como em rios maiores. Habitam preferencialmente ambientes lóticos com velocidade da corrente elevada e fundo pedregoso.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos e ainda pouco modificados nas duas bacias.

Literatura sugerida:

OYAKAWA, O. T. 1993. Cinco espécies novas de Harttia Steindachner, 1876 da região sudeste do Brasil, de comentários sobre o gênero (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências de PUCRS. v. 6: 3-27.

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144 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Harttia torrenticola Oyakawa, 1993

Descrição original: Harttia torrenticola Oyakawa, 1993

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Riacho afluente do rio Paraopeba, povoado Água Limpa, Moeda, 20°20’S, 44°02’W, rio São Francisco, Minas Gerais.

Holótipo: MZUSP 43283.

Distribuição: Cabeceiras dos maiores afluentes da bacia do alto rio São Francisco, Minas Gerais.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Vulnerável

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 7,7 cm). Corpo achatado dorsoventralmente, coloração castanho-claro e com cinco faixas escuras transversais bem evidentes entre a nadadeira dorsal e o fim do pedúnculo caudal. Região posterior do corpo sem quilhas, nadadeira caudal emarginada e sem nadadeira adiposa. Presença de duas

a quatro placas pré-anais diminutas de formato circular, podendo estar ausente nos exemplares pequenos.

Ecologia: Harttia torrenticola apresenta distribuição relativamente ampla em cursos d’água de dimensões variáveis. Presente em ambientes lóticos com velocidade da corrente elevada e fundo pedregoso. A sua inclusão na lista de espécies ameaçadas do Estado de Minas Gerais na categoria “Vulnerável” se deve à ampla degradação das drenagens onde ocorre. Entretanto, o tipo de ambiente ocupado pela espécie é disseminado nas cabeceiras dos maiores afluentes do alto rio São Francisco, entre os quais o rio Paraopeba, localidade tipo.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

OYAKAWA, O. T. 1993. Cinco espécies novas de Harttia Steindachner, 1876 da região sudeste do Brasil, de comentários sobre o gênero (Teleostei, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências de PUCRS, 6: 3-27

LANGEANI, F.; OYAKAWA, O. T. & MONTOYA-BURGOS, J. I. 2001. New species of Harttia (Loricariidae, Loricariinae) from the Rio São Francisco basin. Copeia 2001 (1): 136-142

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 145

Hypostomus affinis (Steindachner, 1877)

Descrição original: Plecostomus affinis Steindachner, 1877

Nome popular: Cascudo

Localidade tipo: Campos, rio Paraíba do Sul, Rio de Janeiro.

Lectótipo: NMW 44041: 1.

Paralectótipos: MCZ 7818 (3), 7835 (2), 7886 (2); MSNG 8860 (2); NMW 44040 (1), 44041: 2-7, 44043 (8), 44044 (3), 44326 (3), 55014 (2); USNM 120428 [ ex. MCZ 7893] (1), 120431 [ex MCZ 8179] (1); ZSM 4843 [ex NMW 44041] (1).

Distribuição: Bacia dos rios Paraíba do Sul e Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 39,7 cm). Corpo com coloração de fundo marrom-escuro e coberto por inúmeras pintas

negras de diâmetro variado. Nadadeiras com pontuações negras. Sem quilhas fortemente desenvolvidas nos escudos das laterais do corpo.

Ecologia: Hypostomus affinis ocorre em diferentes tipos de substrato (areia, lama e fundo rochoso) e coloniza desde pequenos riachos até reservatórios. A reprodução ocorre durante todo o ano todo com picos mais acentuados nos períodos de temperaturas mais elevadas e de cheia do rio.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

DUARTE, S.; ARAúJO, F. G. & BAZZOLI, N. 2011. Reproductive plasticity of Hypostomus affinis (Siluriformes: Loricariidae) as a mechanism to adapt to a reservoir with poor habitat complexity ZOOLOGIA 28 (5): 577–586

MAZZONI, R. & E. P. CARAMASCHI. 1997. Spawing season, ovarian development and fecundity of Hypostomus affinis (Osteichthyes, Loricariidae). Revista Brasileira de Biologia 57 (3): 455-462.

MAZZONI, R.; CARAMASCHI, U. & WEBER, C. 1994. Taxonomical revision of the species of Hypostomus Lacépède, 1803 (Siluriformes, Loricariidae) from the Lower rio Paraíba do Sul, State of Rio de Janeiro, Brazil. Revue Suisse de Zoologie 101(1): 3-18.

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146 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Hypostomus francisci (Lütken, 1874)

Descrição original: Plecostomus francisci (Lütken, 1874)

Nome popular: Cascudo

Localidade tipo: Rio São Francisco.

Holótipo: ZMUC 60.

Distribuição: Bacia do rio Paraná e alto rio São Francisco.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 36,0 cm). Placas laterais do corpo sem formar quilha. Corpo com coloração amarronzada e coberto de manchas claras e arredondadas mais evidentes na região anterior do corpo. Abdome coberto por placas. Margem das órbitas ligeiramente elevada.

Ecologia: Hypostomus francisci é uma espécie de hábitos bentônicos, com desova parcelada e hábito alimentar iliófago.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. & GARAVELLO, J. P. 2004. Spatial distribution and interaction of four species of the catfish genus Hypostomus Lacépède with bottom of rio São Francisco, Canindé do São Francisco, Sergipe, Brazil (Pisces, Loricariidae, Hypostominae). Brazilian Journal of Biology, 64: 591-598.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 147

Hypostomus garmani (Regan, 1904)

Descrição original: Plecostomus garmani Regan, 1904

Nome popular: Cascudo

Localidade tipo: Rio das Velhas, Minas Gerais.

Holótipo: BMNH 1904.1.28.3.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 13,0 cm). Supraoccipital bordeado posteriormente por uma única placa mediana que pode estar dividida em duas ou três menores e assimétricas. Nadadeira anal com I + 4 raios e nadadeira adiposa presente. Série longitudinal com 26 placas; 7 entre a nadadeira dorsal e a nadadeira adiposa e 14 entre a nadadeira adiposa e a caudal. Abdome coberto por pequenas placas. Altura do pedúnculo caudal 2,75 vezes o seu comprimento.

Ecologia: Espécie reofílica e de hábito noturno. Habita principalmente regiões com forte correnteza, vivendo no fundo dos rios onde se alimenta principalmente de algas perifíticas que crescem aderidas ao substrato.

Estratégias para Conservação: Manutenção de trechos lóticos em cursos d´água de médio a grande porte na área de distribuição da espécie.

Literatura sugerida:

CASATTI, L. & CASTRO, R. M. C. 1998. A fish community of the São Francisco River headwater riffles, southeastern Brazil. Ichthyological Exploration of Freshwaters, 9: 229-242.

REGAN, C. T. 1904. A monograph of the fishes of the family Loricariidae. Transactions of the Zoological Society of London v. 17 (pt 3, no. 1): 191-350, Pls. 9-21.

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148 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Loricariichthys castaneus (Castelnau 1855)

Descrição original: Loricaria castanea Castelnau 1855

Nome popular: cascudo-viola

Localidade tipo: Proximidades do Rio de Janeiro, Brasil.

Holótipo: MNHN A-9561.

Distribuição: Rios costeiros do sudeste do Brasil, entre São Paulo e o norte do Espírito Santo.

Status de Conservação: Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçadaBrasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçadaMinas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de médio porte que atinge até 25 cm de comprimento total. Pedúnculo caudal achatado; duas quilhas laterais que se unem em uma única na porção final do corpo. Cabeça de formato triangular e órbita com entalhe na sua porção posterior. Conjunto de placas ósseas que cobre a área ventral com formato elíptico na altura da cintura escapular. Corpo marrom-escuro com barras transversais inconspícuas.

Ecologia: Na bacia do rio Doce Loricariichthys castaneus é comum na calha central de rios de médio a grande porte, sempre associado a trechos de fundo de areia e/ou lama. Apresenta dimorfismo sexual e cuidado parental. Durante o período reprodutivo os lábios inferiores nos machos se desenvolvem para guardar os ovos e posteriormente as pós-larvas se mantêm aderidas à superfície ventral. O hábito alimentar é iliófago.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:GOMES, I. D.; ARAúJO, F. G.; UEHARA, W. & SALES, A. 2011. Reproductive biology of the armoured catfish Loricariichthys castaneus(Castelnau, 1855) in Lajes reservoir, southeastern Brazil. J. Appl. Ichthyol. 27:1322–1331.

REIS, R. E. & PEREIRA, E. H. L. 2000. Three new species of the loricariid catfish genus Loricariichthys (Teleostei: Siluriformes) from southern South America. Copeia, 2000(4): 1029–1047.VIEIRA, F. 2009. Distribuição, impactos ambientais e conservação da fauna de peixes da bacia do rio Doce. MG Biota, 2: 5-22.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 149

Neoplecostomus doceensis Roxo, Silva, Zawadski & Oliveira 2014

Descrição original: Neoplecostomus doceensis Roxo, Silva, Zawadski & Oliveira 2014

Nome popular: Cascudinho.

Localidade tipo: Município de Ouro Preto, córrego Bananeiras, afluente do rio Gualaxo do Norte, bacia do rio Doce.

Holótipo: MZUSP 115486.

Distribuição: Bacia do rio Doce

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo de até 10 cm). Distingue-se de todos os outros congêneres pela presença de dobras carnudas entre os dentários, mais evidente nos machos maduros. A nova espécie também pode ser diferenciada de todas as congêneres pela presença de duas ou três séries de papilas bem desenvolvidas anteriormente aos dentes

pré-maxilares. Coloração do corpo escura com quatro faixas transversais claras, desde o supraoccipital até o pedúnculo caudal. Ventre recoberto por um escudo formado por pequenas placas.

Ecologia: Sem dados disponíveis de biologia para as populações conhecidas. Na bacia do rio Doce, os representantes desse gênero são encontrados em rios de porte variad, sempre em associação com locais de forte correnteza e fundo pedregoso. São afetados negativamente por alterações das características estruturais dos habitats e físico-químicas da água.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos e ainda pouco modificados da bacia.

Literatura sugerida:

LANGEANI, F. 1990. Revisão do gênero Neoplecostomus, com a descricão de quatro espécies novas do sudeste brasileiro (Ostariophysi, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências de PUCRS, 3 (1): 3-31.

ROxO, F., DA COSTA E SILVA, G., ZAWADZKI, C. & OLIVEIRA, C. 2014. Neoplecostomus doceensis: a new loricariid species (Teleostei, Siluriformes) from the rio Doce basin and comments about its putative origin. Zookeys 440, 115–127.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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150 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Neoplecostomus franciscoensis Langeani, 1990

Descrição original: Neoplecostomus franciscoensis Langeani 1990

Localidade tipo: Riacho afluente do córrego da Mutuca; coordenadas geográficas aproximadas 20°06’S, 43°55’. Holótipo: MZUSP 38577.

Nome popular: Cascudinho

Distribuição: Cabeceiras das drenagens dos rios das Velhas e Paraopeba.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Vulnerável

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 7,5 cm). Ventre recoberto por pequenas placas formando um escudo de formato hexa ou heptagonal. Três séries irregulares de papilas após a série de dentes do dentário. 13-22 dentes no pré-maxilar e 10-18 no dentário. Linha lateral com 29 a 35 placas.

Ecologia: Neoplecostomus franciscoensis ocorre em grande parte dos riachos de cabeceiras com altitude de moderada a elevada (acima de 600 metros). Vive em locais de forte correnteza e fundo pedregoso. Mudanças nas características estruturais do habitat e físico-químicas da água afetam negativamente as populações. Sem dados sobre a reprodução e alimentação.

Estratégias para Conservação: Conservação de ambientes lóticos em cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens do alto rio São Francisco.

Literatura sugerida:

LANGEANI, F. 1990. Revisão do gênero Neoplecostomus, com a descrição de quatro espécies novas do sudeste brasileiro (Ostariophysi, Siluriformes, Loricariidae). Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, 3 (1): 3-31.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 151

Pareiorhaphis mutuca (Oliveira & Oyakawa, 1999)

Descrição original: Hemipsilichthys mutuca Oliveira & Oyakawa, 1999.

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Riacho afluente do córrego da Mutuca; coordenadas geográficas aproximadas 20°06’S, 43°55’. Holótipo: MZUSP 37148. Parátipos: MCP 18805 (14); MNRJ 14797 (12) 45883; MZUSP (2), 51055 (29); USNM 342768 (12); ZMUC P30129 (12).

Distribuição: Drenagens superiores da bacia do rio das Velhas

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Criticamente em Perigo.

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 9,6 cm). Os odontodes hipertrofiados na margem lateral da cabeça estão arranjados mais posteriormente e ligeiramente inclinados para trás em relação às demais espécies do gênero. O abdome e a superfície ventral da cabeça são completamente nus.

Ecologia: Pareiorhaphis mutuca é uma espécie bentônica. Habita cursos d´água de menor porte com corredeiras e fundo pedregoso e é geralmente encontrada entre as rochas do fundo. Os machos sexualmente ativos apresentam dimorfismo sexual, possuindo lobos carnosos na lateral da cabeça com odontodes hipertrofiados.

Estratégias para Conservação: Conservação das drenagens de menor porte, principalmente riachos de cabeceira com corredeiras e fundo pedregoso, em trechos ainda pouco modificados da bacia do rio das Velhas.

Literatura sugerida:

PEREIRA, E. H. L. & REIS R. E. 2002 Revision of the loricariid genera Hemipsilichthys and Isbrueckerichhtys (Teleostei: Siluriformes), with descriptions of five new species of Hemipsilichthys. Ichthyological Exploration of Freshwaters 13(2): 97-146.

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152 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Pareiorhaphis proskynita Pereira & Britto, 2012

Descrição original: Pareiorhaphis proskynita Pereira & Britto, 2012

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Município de Catas Altas, ribeirão Caraça, Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Santuário do Caraça, Serra do Caraça, tributário do rio Piracicaba, 20°04’54”S, 43°30’20”W, Minas Gerais. Holótipo: MNRJ 38561.

Distribuição: Drenagem do rio Piracicaba, bacia do rio Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 9,0 cm). Apresenta padrão único de coloração em ambos os sexos, que consiste

em manchas castanho-escuras evidentes, irregularmente espalhadas sobre um fundo amarelado, presentes na cabeça e ao longo da superfície dorsal e lateral do corpo. Sem nadadeira adiposa.

Ecologia: Pareiorhaphis proskynita apresenta distribuição restrita às drenagens elevadas do ribeirão Caraça, em altitudes superiores a 1.100 m.. Exemplares adultos ocorrem em ambientes com blocos de rocha no fundo e maior velocidade da corrente, enquanto os jovens podem ser encontrados em locais mais calmos e protegidos. Dois exemplares analisados apresentaram algas filamentosas e fragmentos de insetos no conteúdo estomacal.

Estratégias para Conservação: Manutenção da integridade ambiental dos cursos d´água formadores da drenagem do ribeirão Caraça, região de onde a espécie é endêmica até o presente.

Literatura sugerida:

PEREIRA, E. H. L. & BRITTO, M. R. 2012. A new distinctly colored catfish of the genus Pareiorhaphis (Siluriformes: Loricariidae) from the Rio Piracicaba, upper rio Doce basin, Brazil. Copeia, 2012 (3): 519-526.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 153

Pareiorhaphis scutula Pereira, Vieira & Reis, 2010

Descrição original: Pareiorhaphis scutula Pereira, Vieira & Reis, 2010.

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Córrego Prainha, tributário do rio Piracicaba, 19°38’54”S, 42°57’37”W, Nova Era, bacia do rio Doce, Minas Gerais.

Holótipo: MCP 44046.

Distribuição: drenagem do rio Piracicaba, bacia do rio Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 9,1 cm). Distingue-se das espécies congêneres pela presença de placas diminutas, arranjadas irregularmente e distribuídas no abdome entre as nadadeiras peitorais e pélvicas.

Ecologia: Espécie de hábito reofílico que habita preferencialmente cursos d’água de pequeno porte em regiões com fortes corredeiras e blocos de rocha distribuídos ao longo do leito. Dados sobre alimentação e reprodução não estão disponíveis.

Estratégias para Conservação: Conservação dos cursos d´água de menor porte e ainda pouco modificados nas cabeceiras das drenagens da bacia do rio Piracicaba.

Literatura sugerida:

PEREIRA, E. H. L.; VIEIRA, F. & REIS, R. E. 2010. Pareiorhaphis scutula, a new species of neoplecostomine catfish (Siluriformes: Loricariidae) from the upper rio Doce basin, southeastern Brazil. Neotropical Ichthyology, 8 (1): 33-38.

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154 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Pareiorhina cepta Roxo, Silva, Mehanna & Oliveira, 2012

Descrição original: Pareiorhina cepta Roxo, Silva, Mehanna & Oliveira, 2012

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Córrego do Lavapés, afluente do rio Santo Antônio, bacia do rio São Francisco, 20°08’36”S, 46°38’21”W, São Roque de Minas, Minas Gerais. Holótipo: MZUSP 111095. Parátipos: LBP 10261 (1), 10287 (13), 11835 (21); LIRP 8950 (2); MCP 46896 (2), NUP 13578 (2).

Distribuição: Bacia do alto rio São Francisco

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,0 cm). Abdome com pequenas placas distribuídas aleatoriamente e cobertas por odontodes. Dentes com pequena cúspide lateral. Primeiros raios das nadadeiras peitorais, pélvicas e anal com odontodes pontiagudos. Nadadeira caudal escura e com uma listra hialina transversal. Ausência de uma quilha na superfície pós-dorsal do tronco e de odontodes na extremidade ventral do focinho

Ecologia: Ocorre em riachos de pequeno a médio porte com substrato variável (rochas, cascalho e areia). Foi registrada em altitudes de até 1065 metros. Dados sobre a biologia não estão disponíveis.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ROxO, F. F.; SILVA, G. S. C.; MEHANNA, M. & OLIVEIRA, C. 2012. Description of a new species of Pareiorhina (Siluriformes: Neoplecostominae) from Rio São Francisco basin. Zootaxa, 3512: 64-74.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 155

Parotocinclus spp.

Descrição original: possivelmente uma nova espécie - sem descrição disponível.

Nome popular: Cascudinho.

Localidade tipo: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Distribuição: Bacia do rio Doce

Status de conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de pequeno porte. Corpo coberto por pequenas placas ósseas, nas quais dentículos se distribuem irregularmente. Focinho pronunciado com a extremidade arredondada. Ponte escapular exposta. Presença de nadadeira adiposa. Faixa longitudinal castanho-escuro ao longo do corpo, do focinho ao final do pedúnculo caudal. Nadadeira caudal com as bordas superior e inferior escurecidas. Abdome nu em sua maior parte com algumas placas próximas às nadadeiras peitorais e na região pré-anal.

Ecologia: Literatura inexistente.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GARAVELLO, J. C. 1977. Systematics and geographical distribution of the Genus Paratocinclus Eigenmann & Eigenmann, 1889 (Ostariophysi, Loricariidae). Arquivos de Zoologia, São Paulo, 28 (4): 1-37.

GARAVELLO, J. C. & BRITSKI, H. A. 2003. Paratocinclus planicauda, a new species of the subfamily Hypoptopomatinae from Southeastern Brazil (Ostariophysi, Loricariidae). Braz. J. Biol., 63(2): 253-260 .

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156 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Plesioptopoma curvidens Reis, Pereira & Lehmann, 2012

Descrição original: Plesioptopoma curvidens Reis, Pereira & Lehmann, 2012

Nome popular: Cascudinho

Localidade tipo: Rio Paraopeba, drenagem do alto rio São Francisco , 20°49’11”S, 43°48’47”W, Cristiano Otoni, Minas Gerais. Holótipo: MCP 46286.

Distribuição: Drenagens superiores do rio Paraopeba

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 8,2 cm). Dentes da pré-maxila e dentários fortemente curvados na região mediana. Pedúnculo caudal quadrangular em seção transversal. Margem anterior do focinho sem placas. Sem nadadeira adiposa.

Ecologia: Plesioptopoma curvidens foi recentemente descrito, sendo conhecido somente na localidade tipo. O local onde foram obtidos os exemplares apresentava-se muito poluído por esgoto orgânico. Nas margens havia pouca vegetação marginal e o substrato era constituído principalmente por areia, com trechos de cascalho e pedregulhos. Dados sobre reprodução e alimentação não estão disponíveis.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

REIS, R. E.; PEREIRA, E. H. L. & LEHMANN P. 2012. A new genus and species of Hypoptopomatine catfish (Siluriformes: Loricariidae) from the upper Rio São Francisco basin, Brazil. Copeia 2012 (1): 6-11.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 157

Rineloricaria sp.

Descrição original: Táxon determinado somente em nível genérico.

Nome popular: cascudo

Localidade tipo: Não se aplica - táxon mantido somente em nível genérico

Distribuição: Bacia dos rios São Francisco e Doce.

Status de Conservação: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Diagnose: Os exemplares de Rineloricaria registrados nas bacias dos rios São Francisco e Doce não puderam ser alocados com segurança em uma das espécies já descritas, razão pela qual foi mantida a identificação taxonômica somente no nível de gênero. Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 15,0 cm). Pedúnculo caudal fortemente achatado formando uma quilha de cada lado. Cabeça lanceolada e órbita com um entalhe na sua porção posterior. Nos machos os lados da cabeça são recobertos por cerdas curtas, dando o aspecto de uma escova. Corpo com faixas transversais escuras sobre fundo marrom-claro.

Ecologia: Tanto na bacia do rio Doce como na do rio São Francisco Rineloricaria sp. é pouco comum, sendo que seus registros estão associados a ambientes lóticos, sobre fundo de cascalho e areia, na calha central de rios de médio a grande porte. Biologia reprodutiva e alimentar desconhecidas.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

EVERS, H.G. & SEIDEL, I. 2005. Catfish Atlas: South American catfishes of the families Loricariidae, Cetopsidae, Nematogenyidae and Trichomycteridae. Mergus Verlag GmbH, Melle, Germany, 1st. ed., 942 p.

VIEIRA, F. 2009. Distribuição, impactos ambientais e conservação da fauna de peixes da bacia do rio Doce. MG Biota, 2: 5-22.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 159

GYMNOTIFORMES

os gymnotiformes são caracterizados principalmente pelo corpo alongado (comprimido ou arredondado) coberto com escamas cicloides e olhos reduzidos. a nadadeira anal é longa, as nadadeiras dorsais e pélvicas ausentes. a nadadeira caudal é muito reduzida ou ausente. apresentam órgão elétrico usado para orientação e captura de presas. no Quadrilátero ferrifero a ordem é representada por duas famílias.

Sternopygidae

Peixes com corpo comprimido e boca terminal. O pré-maxilar e o dentário possuem várias séries de dentes viliformes pequenos e as narinas estão localizadas anteriormente na região dorsal do focinho. Atualmente a família é composta por 6 gêneros e 35 espécies válidas. Ocorrem no Panamá e ao longo da maior parte da América do Sul.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 161

Eigenmannia virescens (Valenciennes, 1836)

Descrição original: Sternachus virescens Valenciennes, 1836.

Nome popular: Tuvira; sarapó.

Localidade tipo: América do Sul. Série-tipo desconhecida. Nome disponível de pranchas, descrição em Valenciennes, 1847.

Distribuição: Bacia do rio Orinoco até a bacia do rio da Prata.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 36,0 cm). Olhos cobertos por pele. Corpo comprimido lateralmente. Coloração de

fundo clara e com duas listras longitudinais escuras, uma acompanhando a linha lateral e outra na base da nadadeira anal, mais evidentes em indivíduos de menor porte. Pedúnculo caudal pontudo e sem nadadeira caudal. Nadadeira anal longa.

Ecologia: Ocorre em diferentes tipos de ambientes. Apresenta atividade noturna e forma grupos com vários indivíduos. É uma espécie invertívora, predando preferencialmente formas aquáticas de insetos. Produzem descargas elétricas.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

FERREIRA, K. M. 2007. Biology and ecomorphology of stream fishes from the rio Mogi-Guaçu basin, Southeastern Brazil. Neotrop. Ichthyol. 5 (3): 311-326.

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162 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Gymnotidae

Família caracterizada por peixes com corpo cilíndrico ou comprimido, coberto por escamas cicloides; cabeça deprimida dorso-ventralmente, crânio sem fontanela e mandíbula prognata. O pré-maxilar e o dentário apresentam 2 a 3 séries de dentes cônicos. Atualmente a família é composta por 2 gêneros e 39 espécies válidas. Ocorrem nas Américas do Sul e Central.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 163

Gymnotus sp.

Descrição original: Táxon determinado somente em nível genérico.

Nome popular: Sarapó; tuvira .

Localidade tipo: Não se aplica - táxon mantido somente em nível genérico.

Distribuição: Bacia dos rios São Francisco e Doce.

Status de Conservação: Não se aplica - táxon determinado somente em nível genérico.

Diagnose: Os exemplares de Gymnotus registrados nas bacias dos rios São Francisco e Doce têm sido comumente identificados como G. carapo. Entretanto, G. carapo é um nome aplicado a populações do norte do Brasil, razão pela qual foi mantida a identificação taxonômica somente no nível de gênero. Dessa forma, a descrição apresentada é geral para o gênero, tendo como intuito somente levar o usuário deste manual a reconhecer os exemplares que tiver em mãos. Espécie de médio porte (comprimento total pode atingir até 30 cm). Corpo relativamente alto e coberto por escamas cicloides. Apresenta faixas escuras e claras alternadas e inclinadas na lateral do corpo. Nadadeira anal apresentando uma região de cor clara em sua porção terminal, característica que identifica o grupo “carapo”.

Ecologia: São peixes que ocorrem em ambientes lênticos e lóticos, vivendo preferencialmente em áreas onde a velocidade da água é baixa. É comum encontrar os exemplares associados à vegetação junto às margens. O hábito alimentar é carnívoro, ingerindo larvas e insetos aquáticos, crustáceos e pequenos peixes.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ALBERT, J.S.; FERNANDES-MATIOLI, F.M.C. & ALMEIDA-T OLEDO, L.F. 1999. New Species of Gymnotus (Gymnotiformes, Teleostei) from Southeastern Brazil: toward the deconstruction of Gymnotus carapo. Copeia, 1999(2): 410-421.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 165

CYPRINODONTIFORMES

ordem caracterizada por espécies de pequeno porte e corpo recoberto por escamas cicloides. apresentam dimorfismo sexual com machos geralmente menores e mais coloridos. em algumas famílias os machos apresentam a nadadeira anal modificada em um órgão copulador denominado gonopódio.

Poeciliidae

Representada por peixes de pequeno porte (menores que 10 cm). Possuem boca prognata e não apresentam nadadeira adiposa. Os machos são menores e possuem os raios anteriores da nadadeira anal modificados em gonopódio. A família é composta por 41 gêneros e 353 espécies válidas. Distribui-se ao longo de quase todo o continente americano, desde os Estados Unidos até a Argentina e também na África.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 167

Phalloceros uai Lucinda, 2008

Descrição original: Phalloceros uai Lucinda, 2008

Nome popular: Barrigudinho

Localidade tipo: Córrego do Jaque, tributário da margem esquerda do rio das Velhas, 19°34’28”S, 43°55’26”W, Lagoa Santa, Minas Gerais.

Holótipo: MNRJ 23608.

Distribuição: Bacia do rio São Francisco e Rio Santa Bárbara; drenagem do rio Piracicaba; bacia do rio Doce.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 3,8 cm - fêmea). Indivíduos de maior porte são diferenciados das demais espécies do gênero por apresentarem uma mancha longitudinal de formato retangular na lateral do corpo. A papila urogenital da fêmea está localizada lateralmente e é curvada para a direita.

Ecologia: Phalloceros uai é encontrado em cursos d´água de pequeno a médio porte e com águas de boa qualidade. É uma espécie vivípara, ou seja, o macho fecunda a fêmea e esta dá a luz aos filhotes após um período de incubação interna. Apresenta dimorfismo sexual que é marcado pela presença de gonopódio nos machos, órgão formado pela modificação dos raios da nadadeira anal e utilizado para a fecundação. A maioria das espécies incluídas nesse gênero se alimenta de algas e larvas aquáticas de insetos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

ARANHA, J. M. R. & CARAMASCHI, E. P. 1999. Estrutura populacional, aspectos da reprodução e alimentação dos Cyprinodontiformes (Osteichthyes) de um riacho do sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 16(3): 637-651.

LUCINDA, P. H. F. 2008. Systematics and biogeography of the genus Phalloceros Eigenmann, 1907 (Cyprinodontiformes: Poeciliidae: Poeciliinae), with the description of twenty-one new species. Neotropical Ichthyology 6 (2): 113-158.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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168 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Poecilia reticulata Peters, 1859

Descrição original: Poecilia reticulata Peters, 1859

Nome popular: Guaru; guppy; barrigudinho.

Localidade tipo: Rio Guayre, Caracas, Venezuela. Síntipos: BMNH 1866.6.6.3; ZMB 3468, 3469 (8, perdidos).

Distribuição: Nativo do norte da América do Sul e ilhas do Caribe. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de porte pequeno (comprimento padrão máximo registrado 3,5 cm para machos e 6,0 cm para fêmeas). Fêmeas com as laterais do corpo sem máculas. Machos com várias manchas coloridas na lateral do corpo e uma faixa longitudinal irregular. A nadadeira caudal das fêmeas é arredondada e a dos machos apresenta um prolongamento dos raios do lobo superior.

Ecologia: Poecilia reticulata habita os mais diferentes tipos de ambientes e é pouco seletiva quanto à qualidade

da água. São peixes ovovivíparos, ou seja, após a fecundação a fêmea retém os ovos dentro da cavidade abdominal até a eclosão dos filhotes. Possuem dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos bem menores do que as fêmeas e com coloração iridescente. Os machos possuem a nadadeira anal modificada em um órgão copulador denominado gonopódio, que é utilizado para reprodução. Reproduzem-se ao longo de todo o ano e se alimentam principalmente de algas e larvas de insetos.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

DUSSAULT, G. V., & D. L. KRAMER. 1981. Food and feeding behavior of the guppy, Poecilia reticulata (Pisces: Poeciliidae). Canadian Journal of Zoology 59: 684-701.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 171

SYNBRANCHIFORMES

essa ordem inclui peixes de corpo cilíndrico e alongado, sem nadadeiras pélvicas e com apenas uma abertura branquial. ocorrem em vários continentes e vivem em diferentes sistemas aquáticos, incluindo ambientes de água doce e estuarinos.

Synbranchidae

Peixes de corpo cilíndrico; nadadeiras peitorais e pélvicas ausentes; nadadeiras dorsal e anal rudimentares e membranas operculares unidas, formando uma única abertura branquial sob a cabeça. Representantes da família ocorrem na Ásia, arquipélago Indo-Australiano, África Ocidental, México e nas Américas Central e do Sul. Na região neotropical ocorrem dois gêneros, Synbranchus e Ophisternon. No Quadrilátero Ferrifero ocorre somente S. marmoratus, que é pouco comum nos levantamentos realizados. São reconhecidas atualmente para essa família 4 gêneros e 23 espécies válidas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 173

Synbranchus marmoratus Bloch, 1795

Descrição original: Synbranchus marmoratus Bloch, 1795

Nome popular: Mussum

Localidade tipo: Suriname.

Lectótipo: ZMB 4059. Paralectótipo: RMNH 24742 (1), ZMB 32467 (1).

Distribuição: Amplamente distribuído nas Américas Central e do Sul, do México à Argentina.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 150 cm). O corpo é de formato serpentiforme e sem escamas. A coloração de fundo é escura com manchas espalhadas nas laterais formando

um padrão marmoreado. Apresenta apenas uma abertura branquial localizada na parte inferior da cabeça.

Ecologia: Synbranchus marmoratus é mais ativo durante a noite e alimenta-se de pequenos peixes, crustáceos, moluscos e insetos. Ocorre em diferentes ambientes e apresenta respiração aérea facultativa, se mantendo em condições ambientais extremas.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

BRAGA, A.L.C.; POMPEU, P.S.; CARVALHO, R.F. & FERREIRA, R.L. 2008. Dieta e crescimento de Synbranchus marmoratus (Bloch,1795) (Pisces, Synbranchiformes) durante período de pré-estivação em uma lagoa marginal da bacia do São Francisco, Minas Gerais. Zoociência 10(2):133-138.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 175

PERCIFORMES

os perciformes são caracterizados por possuírem raios em forma de espinhos nas nadadeiras pélvica, anal e dorsal. constituem a maior ordem de vertebrados e a mais diversificada entre os peixes, com espécies marinhas, estuarinas e de água doce. no Quadrilátero ferrifero são representados por três famílias, sendo uma exótica.

176 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Centrarchidae

Peixes que apresentam nadadeira anal com 3-5 espinhos (número menor em Lepomis, Micropterus e Enneachanthus) e 5-13 espinhos na nadadeira dorsal. A linha lateral está posicionada ao longo do corpo e às vezes é incompleta. Atualmente a família é composta por 18 gêneros e 38 espécies válidas. A distribuição original é na América do Norte, sendo que algumas espécies foram introduzidas em várias partes do mundo.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 177

Lepomis gibbosus (Linnaeus, 1758)

Descrição original: Perca gibbosa Linnaeus, 1758

Nome popular: Perca-sol

Localidade tipo: Carolinas, América do Norte. Série-tipo desconhecida.

Distribuição: Canadá e Estados Unidos da América. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 40,0 cm). Nadadeira dorsal com 10-12 espinhos seguidos de 10-12 raios ramificados. Nadadeira anal com 3 espinhos e 8-11 raios. Opérculo com uma mácula negra bem evidente.

Ecologia: Lepomis gibbosus habita lagos e ambientes lóticos, preferencialmente em áreas cobertas com vegetação aquática. A dieta alimentar é composta principalmente por invertebrados aquáticos, embora grandes exemplares possam ser piscívoros. A reprodução ocorre praticamente ao longo de todo o ano e a desova é do tipo parcelada.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

JORDAN, C., BACKE, N., WRIGHT, M.C. & TOVEY, C.P. 2009. Biological synopsis of pumpkinseed (Lepomis gibbosus). Can. Manuscr. Rep. Fish. Aquat. Sci. 2886: iv + 16 p.

MAGALHAES, A. L. B. & SILVEIRA, A. L. 2001. Primeiro registro da perca-sol Lepomis gibbosus (Linnaeus, 1758) (Pisces: Centrarchidae) no Brasil: um peixe exótico no Parque Estadual do Itacolomi, MG. BIOS, Belo Horizonte, 9(9): 95-99.

MAGALHAES, A. L. B. & RATTON, T. F. 2005. Reproduction of a South American population of pumpkinseed sunfish Lepomis gibbosus (Linnaeus) (Osteichthyes, Centrarchidae): a comparison with the European and North American populations. Revista Brasileira de Zoologia, 22(2): 477-483.

SANTOS, R. E.; SILVA, T. P. ; CHAHAYEB, I. V. & MAGALHAES, A. L. B. 2012. Reproduction of the non-native fish Lepomis gibbosus (Perciformes: Centrarchidae) in Brazil. Revista de Biologia Tropical, 60(3): 1327-1334.

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178 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Micropterus salmoides (Lacepède, 1802)

Descrição original: Labrus salmoides Lacepède, 1802

Nome popular: Largemouth bass

Localidade tipo: Rios da Carolina, Charleston, Carolina do Sul, EUA Tipos desconhecidos.

Distribuição: Nativa da metade oriental da América do Norte. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 97,0 cm). Cor verde-oliva dorsalmente e branco-amarelado ventralmente. Uma faixa preta que vai do opérculo até a base da nadadeira caudal. Nadadeira dorsal com 10 espinhos e 11-14 raios ramificados. Nadadeira anal com 3 espinhos e 10-12 raios ramificados. Linha lateral com 58-69 escamas e 24-30 em torno do pedúnculo caudal.

Ecologia: Micropterus salmoides habita preferencialmente lagos com vegetação enraizada, podendo também ocupar poças formadas em rios ou riachos, sendo encontrados próximos a troncos submersos e rochas. São carnívoros e apresentam ontogenia trófica. Exemplares pequenos se alimentam de zooplâncton, mudando gradativamente para larvas, pupas e ninfas aquáticas de insetos e finalmente para peixes. Apresenta cuidado parental e o macho constrói o ninho em locais rasos e fundo de cascalho, areia ou lama. Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

BROWN, T. G., RUNCIMAN, B., POLLARD, S & GRANT, A.D.A. 2009. Biological synopsis of largemouth bass (Micropterus salmoides). Can. Manuscr. Rep. Fish. Aquat. Sci. 2884: 27 p.

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Sciaenidae

Os peixes da família Sciaenidae apresentam nadadeira dorsal longa, com um entalhe separando a parte anterior (nadadeira espinhosa) da posterior (nadadeira raiada). A linha lateral se estende até o final da nadadeira caudal e os barbilhões são pouco desenvolvidos. A maioria das espécies vive em ambientes marinhos, porém na América do Sul são registradas cerca de 30 espécies de água doce. Atualmente a família é composta por 65 gêneros e 291 espécies válidas. Ocorre nos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico e em vários sistemas de água doce nas Américas.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 181

Pachyurus adspersus Steindachner, 1879

Descrição original: Pachyurus (Lepipterus) adspersus Steindachner, 1879

Nome popular: Corvina

Localidade tipo: Rio Mucuri.

Síntipo: NMW 31450;

Lectótipo: NMW 31450; Paralectótipos: NMW 15179. Lectótipo designado por Casatti (2001).

Distribuição: Afluentes e cursos principais entre os rios Mucuri e Paraíba do Sul, região costeira do leste do Brasil.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de grande porte (com comprimento total máximo registrado 30,5 cm). Coloração do corpo

prateada com numerosas pintas escuras distribuídas pelo dorso e flancos, desde a região pós-orbital até a base da nadadeira caudal. Maxilas com dentes dispostos em bandas, rastros do primeiro arco branquial pouco desenvolvidos e boca inferior. Três barbilhões mentais.

Ecologia: Pachyurus adspersus ocorre na calha de rios de médio a grande porte e lagos, sendo comum em ambientes com velocidade da corrente variável e substrato diversificado. A dieta é constituída por invertebrados aquáticos (larvas de insetos e camarões). Exemplares em maturação gonadal avançada foram registrados em setembro e dezembro.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

CASATTI, L. 2001. Taxonomia do gênero Sul-Americano Pachyurus Agassiz, 1831 (Teleostei: Perciformes: Sciaenidae) e descrição de duas novas espécies. Comunicações do Museu de Ciências da PUCRS, 14 (2): 133-178.

VIEIRA, F., 1994. Estrutura de comunidade e aspectos da alimentação e reprodução dos peixes em dois lagos do médio Rio Doce. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 76p.

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182 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Cichlidae

Caracterizada primariamente pela linha lateral interrompida. Nadadeira dorsal com 7-25 espinhos e 5-30 raios moles e nadadeira anal com 3-15 espinhos e 4-15 raios moles. Atualmente a família é composta por 201 gêneros e 1653 espécies válidas. Distribui-se pelas Américas do Sul e Central, África, Oriente Médio, Sri Lanka e parte da Índia.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 183

Australoheros ipatinguensis Ottoni & Costa, 2008

Descrição original: Australoheros ipatinguensis Ottoni & Costa, 2008

Nome popular: Acará

Localidade tipo: Município de Ipatinga, córrego Braúna, bacia do rio Doce, Minas Gerais.

Holótipo: UFRJ 7553.

Distribuição: Bacia do rio Doce

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 5,3 cm – holótipo). Corpo ovalado, 7 barras castanho-escuras entre a margem final do opérculo e o limite posterior do pedúnculo

caudal; sexta e sétima barras interrompidas em sua porção superior. Dentes caniniformes com as pontas avermelhadas em ambas as maxilas. Nadadeira anal com nove raios. Pré-opérculo liso.

Ecologia: Australoheros ipatinguensis ocorre em rios e drenagens menores da bacia do rio Doce, com preferência por ambientes lênticos.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

OTTONI, F. P. & COSTA, W. J. E. M. 2008. Taxonomic revision of the genus Australoheros Rícan & Kullander, 2006 (Teleostei: Cichlidae) with descriptions of nine new species from southeastern Brazil. Vertebrate Zoology 58 (2): 207-232.

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184 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Australoheros mattosi Ottoni, 2012

Descrição original: Australoheros mattosi Ottoni, 2012

Nome popular: Acará

Localidade tipo: Tributário do rio das Velhas, entre Santana do Pirapama e Jequitibá, bacia do rio São Francisco, Minas Gerais. Holótipo: UFRJ 0752

Distribuição: Rios das Velhas e Paraopeba, bacia do rio São Francisco, Minas Gerais.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de pequeno porte (comprimento padrão máximo registrado 8,4 cm - holótipo). Difere-se de Australoheros ipatinguensis por ter menor número de raios proximais na nadadeira anal (12 em A. mattosi e 13

em A. ipatinguensis). Dentes mandibulares caniniformes, levemente curvados, direcionados para dentro da cavidade bucal. Opérculo não serrilhado.

Ecologia: Australoheros mattosi ocorre em ambientes diversificados (rios, córregos e lagoas) nas drenagens dos rios das Velhas e Paraopeba.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

OTTONI, F. P. 2012. Three new species of Australoheros from southeastern Brazil, with taxonomic notes on Chromys oblonga, Heros autochton and H. jenynsii (Teleostei: Labroidei: Cichlidae). Vertebrate Zoology, 61 (1): 83-96.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 185

Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, 1824)

Descrição original: Chromis brasiliensis, Quoy & Gaimard, 1824

Nome popular: Acará; cará.

Localidade tipo: Rio de Janeiro.

Holótipo: MNHN A-9503.

Distribuição: Drenagens da costa do leste do Brasil e do Uruguai.

Status de Conservação:

Mundial (IUCN, 2012): Não ameaçada

Brasil (Biodiversitas, 2008): Não ameaçada

Minas Gerais (DN COPAM 147/2010): Não ameaçada

Diagnose: Espécie de porte médio (comprimento padrão máximo registrado 28,0 cm). Corpo alto e boca terminal. Uma mancha negra ovalada na metade do corpo, entre o final da linha lateral superior e início da inferior. Nadadeira caudal e a parte posterior das nadadeiras anal e dorsal com pequenas pontuações claras arredondadas.

Ecologia: Geophagus brasiliensis é mais abundante em ambientes lênticos, mas ocorre em praticamente todo tipo de sistema como rios, córregos, lagoas, reservatórios e até estuários. Os machos alcançam maior tamanho e apresentam colorido mais brilhante que as fêmeas, principalmente durante o período reprodutivo, quando se forma uma protuberância no topo da cabeça. A reprodução ocorre ao longo de todo o ano, mas em maior intensidade durante o período chuvoso. É uma espécie onívora que se alimenta principalmente de invertebrados aquáticos que vivem junto ao substrato.

Estratégias para Conservação: Não há recomendações especiais.

Literatura sugerida:

GOSSE, J. P. 1976. Révision du genre Geophagus (Pisces Cichlidae). Académie Royal des Sciences d’Outre-Mer: 1-173.

VIEIRA, F., 1994. Estrutura de comunidade e aspectos da alimentação e reprodução dos peixes em dois lagos do médio Rio Doce. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 76p.

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186 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758)

Descrição original: Perca nilotica Linnaeus, 1758

Nome popular: Tilápia do Nilo; tilápia.

Localidade tipo: Rio Nilo.

Holótipo: NRM LP 10.

Distribuição: Naturalmente distribuído no norte e leste da África. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento padrão máximo registrado 60,0 cm). Corpo alto, boca terminal e pré-maxilar e dentário com três ou mais séries de dentes. Linha lateral superior com 21-23 e a inferior com 13-16 escamas. Nadadeira caudal com listras transversais. Ramo inferior do primeiro arco branquial com 13-37 rastros.

Ecologia: As tilápias são originárias da África e são representadas por quatro gêneros e aproximadamente 70 espécies. A alimentação inclui organismos encontrados no

sedimento e detritos orgânicos em menores quantidades. A reprodução de O. niloticus ocorre ao longo de todo o ano, com incubação dos ovos e guarda dos jovens na cavidade bucal. Coloniza com bastante sucesso os ambientes aquáticos onde é introduzida.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

CANONICO, G. C.; ARTHINGTON, A.; MCCRARY, J. K. & THIEME, M. L. 2005. The effects of introduced tilapias on native biodiversity. Aquatic Conservation: Marine and Freshwater Ecosystems 15: 463–483.

VIEIRA, F. & BAUMGRATZ, S. S. 2011. Os peixes e a pesca no rio Piracicaba. 2a. ed. Belo Horizonte: ECODINÂMICA Consultores Associados Ltda. 32p.

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Parachromis managuensis (Günther, 1867)

Descrição original: Heros managuensis Günther, 1867

Nome popular: Peixe-jaguar

Localidade tipo: Lago Manágua, Nicarágua.

Holótipo: BMNH 1865.7.20.32.

Distribuição: Nativo da América Central (Costa Rica, Honduras e Nicarágua). Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero. Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 63,0 cm). Boca ampla com dentes caninos bem desenvolvidos. Manchas escuras ao longo do corpo formando uma faixa interrompida entre a linha lateral superior e a inferior. Nadadeiras pélvicas, anal e dorsal com pontuações negras evidentes.

Ecologia: Encontrado em ambientes diversificados. É primariamente piscívoro, embora também se alimente de macroinvertebrados. Espécie com cuidado parental e desova parcelada.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

BARROS L. C.; SANTOS, U.; ZANUNCIO, J. C. & DERGAM, J. A. 2012. Plagioscion squamosissimus (Sciaenidae) and Parachromis managuensis (Cichlidae): A Threat to Native Fishes of the Doce River in Minas Gerais, Brazil. PLoS ONE 7(6): e39138.

VIEIRA, F. & GOMES, J. P. C. 2013. Novos registros da introdução do peixe-jaguar Parachromis managuensis (Günther 1867) (Teleostei: Cichlidae) em ambientes dulciaquícolas do Brasil. xx Encontro Brasileiro de Ictiologia, Maringá, PR.

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Tilapia rendalli (Boulenger, 1897)

Descrição original: Chromis rendalli Boulenger, 1897

Nome popular: Tilápia

Localidade tipo: Alto rio Shiré, África Central Britânica. Lectótipo: BMNH 1896.10.5.9.

Distribuição: Nativo da África. Espécie introduzida em ambientes aquáticos no Quadrilátero Ferrifero.

Status de Conservação: Não se aplica.

Diagnose: Espécie de grande porte (comprimento total máximo registrado 45,0 cm). Corpo alto, boca terminal , pré-maxilar e dentário com uma ou duas séries de dentes. Linha lateral superior com 20-21 e linha lateral inferior com 11-14 escamas. Nadadeira caudal sem listras transversais e a dorsal com uma mácula escura em sua base. 6-12 rastros no ramo inferior do primeiro arco branquial.

Ecologia: As tilápias são originárias da África e são representadas por quatro gêneros e aproximadamente 70 espécies. A alimentação inclui organismos encontrados no sedimento e detritos orgânicos em menores quantidades. A reprodução de T. rendalli ocorre ao longo de todo o ano e os ovos são depositados no substrato. Coloniza com bastante sucesso os ambientes aquáticos onde é introduzida.

Estratégias para Conservação: Não se aplica.

Literatura sugerida:

CANONICO, G. C.; ARTHINGTON, A.; MCCRARY, J. K. & THIEME, M. L. 2005. The effects of introduced tilapias on native biodiversity. Aquatic Conservation: Mar. Freshw. Ecosyst. 15: 463–483.

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 191

Abertura branquial (opercular) - fenda que comunica a cavidade branquial com o meio exterior.

Acúleo (espinho) da nadadeira - raio duro e geralmen-te pungente, localizado na porção anterior da nadadeira dorsal e em algumas espécies também na porção anterior das nadadeiras peitorais.

Alóctone - Que não tem origem no local onde se encon-tra ou onde se manifesta.

Alótipo – Espécime do sexo oposto ao holótipo.

Altura da cabeça - Distância dorsoventral perpendicular máxima na cabeça ao eixo longitudinal do corpo.

Altura do corpo - medida à frente da base da nadadeira dorsal, sendo a distância máxima entre o perfil dorsal e ventral do corpo.

Altura do pedúnculo caudal - medida na menor altura do pedúnculo caudal.

Arco branquial - estrutura esquelética em forma de V que suporta os filamentos e os rastros branquiais.

Autóctone - Que tem origem no local onde se encontra ou onde se manifesta.

Barbilhão maxilar - barbilhão cuja base é constituída pelo osso maxilar e se origina logo acima do canto da boca.

Barbilhão mentoniano - barbilhão localizado na região inferior do mento, sendo geralmente dois pares.

Barbilhão nasal - barbilhão localizado na região da na-rina.

Barbilhão rictal - barbilhão localizado no canto do boca, originando-se próximo e logo abaixo da base do barbi-lhão maxilar.

Bentônico - Espécie que vive no fundo de ambientes aquáticos ou associado a ele.

Boca inferior - aquela em que a abertura bucal está situ-ada na região ventral da cabeça.

Boca prognata - quando a mandíbula é mais extensa que a maxila superior.

Boca subterminal – aquela em que a abertura bucal está situada na região inferior da cabeça, sendo intermediária entre a posição terminal e ventral do órgão bucal.

Boca terminal - aquela em que a abertura bucal está si-tuada na porção mais anterior do focinho.

Cintura escapular – Conjunto de ossos pares (cleitros e coracóides) que formam o suporte ósseo das nadadeiras peitorais.

Cleitro – osso formador da cintura escapular, localizado anteriormente ao coracóide.

Comprimento padrão - Distância entre a extremidade anterior do focinho e a base dos raios caudais medianos.

Coracóide – osso formador da cintura escapular, locali-zado posteriormente ao cleitro.

Dentário - osso da maxila inferior no qual se implantam os dentes.

Dentes caninos - dentes de forma cônica, porém longos e pontiagudos.

Dentes cônicos - dentes em forma de cone.

Dentes molariformes - dentes com aspecto semelhante ao dente molar, que tem função de moer.

Dentes multicuspidados – dentes com várias cúspides.

Dentes viliformes – dentes cônicos, pequenos e agrupa-dos em uma área determinada de um osso.

Detritívoro – organismo que se alimenta de detritos.

Escama - Lâminas que revestem o corpo dos peixes.

Escamas abaixo da linha lateral - número de séries de escamas localizadas entre a linha lateral e o primeiro raio da nadadeira pélvica.

Escamas acima da linha lateral - número de séries de escamas localizadas entre a linha lateral e a nadadeira dorsal, a série mediana localizada no dorso, à frente da nadadeira dorsal, não é contada.

Espécie exótica - é a espécie que ocorre em um determi-nado ecossistema ou região que não faz parte da sua área de distribuição original.

Espécie nativa - é a espécie com ocorrência de forma natural em um determinado ecossistema ou região.

Espícula – ganchos presentes na nadadeira anal de algu-mas espécies no período reprodutivo.

Espinho - vide acúleo da nadadeira.

Gonopódio – órgão copulador masculino em espécies da família Poeciliidae, advindos da modificação de raios da nadadeira anal.

Holótipo – Espécime único considerado como o tipo de uma espécie.

Ictiófaga – vide Piscívoro.

Iliófago - organismo que se alimenta de detritos e maté-ria orgânica em decomposição encontrados no fundo dos corpos d’água.

Invertívora – organismo que se alimenta de invertebrados.

Istmo – região gular dos peixes, localizada entre as membranas branquiais.

Lectótipo – Espécime dentre os síntipos designado a posteriori como espécime-tipo de uma espécie.

Lêntico - ambiente aquático no qual a massa d´água não apresenta correnteza.

Linha lateral - conjunto de poros que se distribuem em série ao longo da linha lateral mediana nos lados do cor-po. Nos peixes de escamas a linha lateral é associada a uma série de escamas perfuradas.

Linha lateral completa - o conjunto de escamas perfura-das estende-se desde a região superior da abertura bran-quial até a base dos raios caudais medianos.

Linha lateral incompleta - apenas as primeiras escamas anteriores são perfuradas.

192 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Linha lateral interrompida - quando o conjunto de es-camas perfuradas esta dividido em dois ramos, um supe-rior na região anterior do corpo e outro inferior na porção terminal do corpo (como nos ciclídeos).

Lobo da nadadeira caudal – cada ramo em que fre-quentemente se divide a nadadeira.

Lótico - ambiente aquático com água corrente.

Mancha caudal (do pedúnculo caudal) - concentração de pigmentos escuros formando uma mancha geralmente alongada, localizada no pedúnculo caudal.

Mancha umeral - concentração de pigmentos escuros formando uma mancha arredondada ou alongada verti-calmente, localizada na região umeral.

Mandíbula - conjunto de ossos da parte inferior da boca, formada pelo dentário, articular e angular.

Maxila inferior - vide mandíbula.

Maxila superior - conjunto de ossos da parte superior da boca, formada por um par de pré-maxilares e um par de maxilares.

Maxila protrátil- maxila com modificações que permitem que a boca seja projetada no momento de sua abertura.Maxilar - osso da maxila superior, localizado posterior-mente ao pré-maxilar na região lateral da boca.

Membrana adiposa - tecido de coloração branca e opa-ca que recobre os olhos de alguns peixes.

Nadadeira - órgão locomotor dos peixes, geralmente constituído de raios ósseos e membranas entre eles. As nadadeiras são divididas em ímpares e pares. São nada-deiras ímpares: dorsal, adiposa, caudal e anal. São nada-deiras pares: peitoral e pélvica (ventral).

Nadadeira adiposa - nadadeira ímpar localizada na re-gião dorsal do corpo, entre a nadadeira dorsal e a caudal. Caracteriza-se por não apresentar raios.

Nadadeira anal - nadadeira ímpar localizada na região ventral do indivíduo logo após o ânus.Nadadeira caudal - nadadeira ímpar localizada na extre-midade posterior do corpo do peixe.

Nadadeira dorsal - nadadeira ímpar, com raios, locali-zada na região dorsal do corpo.

Nadadeira peitoral - nadadeiras pares localizadas nas laterais do corpo, logo após a cabeça.

Nadadeira pélvica (ventral) - nadadeiras pares locali-zadas na região inferior do corpo, anteriormente ao ânus.Nectônico – peixes que vivem e se movimentam na co-luna d’água.

Neótipo – Espécime único designado como espécime-ti-po de uma espécie cujos tipos (holótipo, lectótipo, paráti-pos ou síntipos) tenham sido perdidos.

Odontode – dentículos dérmicos comuns nas placas dér-micas de representantes da família Loricariidae e região opercular de Trichomycteridae.

Onívoro – organismo que se alimenta de diversos itens.

Ovíparos – espécie na qual a fecundação é externa e o embrião se desenvolve dentro dos ovos e o mesmo é for-mado no ambiente.interno do mesmo. .

Ovovivíparos – espécie na qual a fecundação é interna e o desenvolvimento do embrião se dá de forma indireta, com a formação de ovos dentro da fêmea que são desenvolvi-dos internamente, com posterior postura no ambiente.

Palato – região superior da cavidade bucal (céu da boca).

Paralectótipo - Qualquer espécime dentre os síntipos, além do lectótipo.

Parátipo – Qualquer espécime de uma série-tipo (con-junto de espécimes no qual um autor baseia a descrição de uma espécie), além do holótipo.

Pedúnculo caudal - região mais estreita localizada no final do corpo, estendendo-se entre as nadadeiras anal e caudal.

Perifíton - comunidade complexa de algas, bactérias, fungos e animais, além de detritos, aderidos a substratos submersos orgânicos ou inorgânicos, vivos ou mortos.Piscívoro - organismo que se alimenta exclusivamente de peixes.

Placa pré-dorsal – placa óssea que antecede o primeiro raio da nadadeira dorsal.

Pré-maxilar - Osso da maxila superior, localizado na re-gião anterior da boca.

Processo occipital – projeção do osso supra occipital, na região mediana dorsal.

Processo umeral – projeção posterior do cleitro (osso da cintura escapular), situado posterior a abertura branquial e superior a nadadeira peitoral.

Prognata – vide Boca prognata

Pseudotímpano - abertura triangular na musculatura que cobre a porção anterior da bexiga natatória nos dois lados do corpo.

Pungente - vide espinho

Raios das nadadeiras - Estruturas ósseas que dão sus-tentação às nadadeiras.

Região pós-dorsal - região do corpo localizada poste-riormente a nadadeira dorsal.

Região pré-anal - região do corpo localizada anterior-mente a nadadeira anal.

Região pré-dorsal - região do corpo localizada anterior-mente a nadadeira dorsal.

Região umeral - parte ântero-mediana do flanco, logo atrás do opérculo.

Reofílica - espécie que depende de ambiente lótico para o seu metabolismo geral, sobretudo para sua reprodução.

Síntipo - Qualquer espécime de uma série-tipo da qual não foi designado um holótipo.

Supra-occipital – osso mais posterior da região dorsal do crânio.Tubérculos - projeções pequenas, arredondadas e acha-tadas sobre o corpo.

Vivíparos - animais que o embrião cresce dentro do cor-po da fêmea. O embrião depende diretamente da mãe para a sua nutrição, que ocorre por meio de trocas fisiológicas entre mãe e feto. Aqui há um enorme custo para a fêmea, mas o embrião está totalmente a salvo das condições am-bientais e tem maiores garantias de desenvolvimento.

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 193

ABREVIAçõES DE INSTITUIçõES PESqUISADAS:

BMNH= Natural History Museum (antes, British Museum of Natural History) (Grã- Bretanha)

EEBP = Estação Experimental de Biologia e Piscicultura de Pirassununga

MCP = Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS

MCZ= Museum of Comparative Zoology, Harvard University (EUA)

MNHN= Muséum National d’Histoire Naturelle (França)

MNRJ= Museu Nacional/UFRJ

MZUSP = Museu de Zoologia da USP

NMW= National Museum Wales (Grã-Bretanha)

NRM= Naturhistoriska riksmuseet (Museu Sueco de História Natural, Suécia)

SMNS= Staatliches Museum für Naturkunde Stuttgart (Alemanha)

USNM= National Museum of Natural History, Smithsonian Institution (antes, United States National Museum) (EUA)

ZMB= Zoologisches Museum Berlin (Alemanha)

ZMUC= Zoological Museum University of Copenhagen (Dinamarca)

194 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

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Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 195

ESPÉCIE ExEMPLARES TESTEMUNHOAcanthobunocephalus sp. MHN-UFMG 1478

Acestrorhynchus lacustris Não disponível

Apareiodon ibitiensis MHN-UFMG 1474

Apareiodon piracicabae MHN-UFMG 1485

Astyanax aff. taeniatus MHN-UFMG 1646

Astyanax fasciatus MHN-UFMG 1484

Astyanax lacustris MHN-UFMG 1467

Astyanax rivularis MHN-UFMG 1491

Astyanax sp. A (Complexo Astyanax bimaculatus) MHN-UFMG 1645

Astyanax sp. b (Complexo Astyanax scabripinnis) MHN-UFMG 1496

Australoheros ipatinguensis MHN-UFMG 1481

Australoheros mattosi MHN-UFMG 1468

Bagropsis reinhardti MHN-UFMG 1469

Bergiaria westermanni MCNIP 0094

Brycon nattereri MHN-UFMG 1521

Brycon opalinus MHN-UFMG 1480

Bryconamericus stramineus MHN-UFMG 1501

Callichthys callichthys MHN-UFMG 1470

Cetopsorhamdia iheringi MHN-UFMG 1471

Characidium aff. timbuiense MHN-UFMG 1351

Characidium fasciatum MHN-UFMG 1490

Clarias gariepinus Não disponível

Colossoma macropomum Não disponível

Cyprinus carpio MHN-UFMG 1650

Eigenmannia virescens MCNIP 0872

Geophagus brasiliensis MHN-UFMG 1472

Gymnotus sp. (rio Doce & rio São Francisco) MHN-UFMG 1473 e MHN-UFMG 1525

Harttia leiopleura MHN-UFMG 1506

Harttia novalimensis MHN-UFMG 1517

Harttia sp. (rio Doce) MHN-UFMG 1778

Harttia torrenticola MHN-UFMG 1476

Hasemania nana MHN-UFMG 1466

Hemigrammus marginatus MHN-UFMG 1670

Hoplias intermedius MHN-UFMG 1500

Hoplias malabaricus MHN-UFMG 1477

Hypomasticus mormyrops MHN-UFMG 1652

Hypostomus affinis MHN-UFMG 1520

Hypostomus francisci MHN-UFMG 1752

Hypostomus garmani NUP 10041

Ictalurus punctatus MHN-UFMG 1519

Imparfinis minutus MHN-UFMG 1526

Knodus cf. moenkhausii MHN-UFMG 1494

Lepidocharax burnsi MCP 45718

Lepomis gibbosus MHN-UFMG 1653

Leporellus vittatus MHN-UFMG 1487

Leporinus amblyrhynchus MHN-UFMG 1522

196 • Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação

Leporinus conirostris MHN-UFMG 1654

Leporinus copelandii MHN-UFMG 1523

Leporinus obtusidens Não disponível

Leporinus taeniatus Não disponível

Loricariichthys castaneus MHN-UFMG 1669

Metynnis maculatus MHN-UFMG 1656

Micropterus salmoides MHN-UFMG 1657

Neoplecostomus doceensis MHN-UFMG 1515

Neoplecostomus franciscoensis MHN-UFMG 1505

Oligosarcus argenteus MHN-UFMG 1479

Oreochromis niloticus MHN-UFMG 1658

Pachyurus adspersus MHN-UFMG 1659

Parachromis managuensis MHN-UFMG 1660

Pareiorhaphis mutuca MHN-UFMG 1507

Pareiorhaphis proskynita MNRJ 38561

Pareiorhaphis scutula MHN-UFMG 1512

Pareiorhina cepta MHN-UFMG 1502

Parodon hilarii MHN-UFMG 1499

Parotocinclus sp. (rio Doce) MHN-UFMG 1647

Phalloceros uai MHN-UFMG 1488

Phenacorhamdia tenebrosa MHN-UFMG 1483

Piabina argentea MHN-UFMG 1498

Pimelodella sp. (rio Doce) MHN-UFMG 1524

Pimelodella vittata MHN-UFMG 1665

Pimelodus fur MCNIP 1003

Pimelodus maculatus MHN-UFMG 1666

Plesioptopoma curvidens MCP 46286

Poecilia reticulata MHN-UFMG 1528

Prochilodus costatus MCNIP 1286

Rhamdia quelen MHN-UFMG 1665

Rhamdiopsis microcephala MHN-UFMG 1503

Rineloricaria spp. (rio Doce & rio São Francisco) MHN-UFMG 1655 e MHN-UFMG 1776

Salminus hilarii MCNIP 0667

Serrapinnus heterodon MHN-UFMG 1295

Serrapinnus piaba MCNIP 1312

Steindachnerina elegans MCNIP 1354

Synbranchus marmoratus MHN-UFMG 1662

Tilapia rendalli MHN-UFMG 1527

Trichomycterus aff. variegatus LIRP 6096

Trichomycterus alternatus MHN-UFMG 1777

Trichomycterus brasiliensis MHN-UFMG 1511

Trichomycterus immaculatus MCNIP 0530

Trichomycterus novalimensis MZUSP 104536

Trichomycterus reinhardti MHN-UFMG 1510

Trichomycterus rubiginosus MHN-UFMG 1508

Trichomycterus sp. n (rio Doce) MHN-UFMG 1661

Triportheus guentheri Não disponível

Peixes do Quadrilátero Ferrífero | Guia de Identificação • 197

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