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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS UNIDADE SÃO GABRIEL - ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES: ABORDAGEM DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Cristina Kelli Xavier

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS UNIDADE SÃO GABRIEL -ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES: ABORDAGEM DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAISUNIDADE SÃO GABRIEL - ADMINISTRAÇÃO

GESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES:ABORDAGEM DA ESTRUTURA

ORGANIZACIONAL

Cristina Kelli Xavier

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Belo Horizonte 2009CRISTINA KELLI XAVIER

GESTÃO DE EMPRESAS FAMILIARES:ABORDAGEM DA ESTRUTURA

ORGANIZACIONAL

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Trabalho de conclusão de cursoapresentada para obtenção do Títulode Bacharel em Administração daPontifícia Universidade Católica deMinas Gerais.

Orientador: Sérgio Martins

BELO HORIZONTE 2009

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................31.1 O ASSUNTO E SUA IMPORTÂNCIA...........................................32 PROBLEMÁTICA......................................................53 JUSTIFICATIVA.....................................................64 OBJETIVOS.............................................................74.1 OBJETIVOS GERAL......................................................74.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................75. REFERENCIAL TEÓRICO...................................................75.1 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO............................................75.2 EMPREENDEDORISMO.....................................................9

5.2.1 O Empreendedor........................................................................................................................ 95.3 CONCEITO DE PEQUENA EMPRESA...........................................105.4 SITUAÇÃO DA MICRO E PEQUENA EMPRESA NO BRASIL...........................115.5 EMPRESA FAMILIAR....................................................12

5.5.1 Histórico................................................................................................................................... 125.5.2 Vantagens da Empresa Familiar............................................................................................15

5.6 PROFISSIONALIZAÇÃO E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL............................175.6.1 Estrutura linear ou militar......................................................................................................215.6.2 Estrutura funcional..................................................................................................................225.6.3 Estrutura staff and line...........................................................................................................235.6.4 Estruturas comissionadas ou colegiadas..............................................................................23

5.7 ESTRUTURAS INOVATIVAS................................................245.8 PROCESSO DIRETIVO NA EMPRESA FAMILIAR..................................266 METODOLOGIA..........................................................286.1 TIPO DE PESQUISA....................................................306.2 COLETA DE DADOS....................................................306.3 UNIVERSO E AMOSTRA..................................................316.4 LIMITAÇÃO DA PESQUISA................................................336. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................34

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1 INTRODUÇÃO

1.1 O assunto e sua importância

O Brasil tem entre 6 a 8 milhões de empresas, sendo que

90% dessas são empresas familiares (SEBRAE, 2008), sejam elas

grandes, médias ou pequenas. De acordo com o SEBRAE, 99% das

empresas brasileiras são de pequeno porte, e essas são

responsáveis por 60% das pessoas empregadas no Brasil e ainda

respondem por 20% do PIB nacional (SEBRAE, 2008

De acordo com o cadastro nacional de empresas:

Em 2004, surgiram 716.604 novas empresas, o que representou umaumento de 1.537.450 pessoas ocupadas e foram extintas 529.587,correspondente a uma redução de 991.387 pessoas ocupadas, resultandoem um saldo líquido positivo de 187.017 empresas e 546.063 pessoasocupadas na comparação com o ano anterior. (IBGE, 2008).

As empresas de origem familiar possuem um papel

fundamental no desenvolvimento social, econômico e financeiro

do País por se destacarem como grandes geradoras de emprego e

renda. Manter o crescimento e desenvolvimento em uma empresa

familiar é definitivamente um desafio. Considerando que boa

parte dos empreendimentos que surgem a cada dia não chega a

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dois anos de sobrevivência e que são na sua maioria de

empresas familiares pode-se comprovar essa realidade.

A controvérsia surge na delimitação do que se considera

como uma empresa familiar. Para Donnelley (1987), “empresa

familiar é aquela que se identifica com uma família há pelo

menos duas gerações e quando essa ligação resulta numa

influência recíproca na política geral da empresa e nos

interesses e objetivos da família”.

Dyler citado em Martins (1999), define como empresa

familiar “toda a organização na qual as decisões relacionadas

com a sua posse ou gestão são influenciadas pela sua relação

com uma família ou famílias.”

Já para Giglioti (2004, p. 07) empresas familiares são

empresas de iniciativa privada, cujo capital pertence aos

membros de uma determinada família.

No entanto Martins; Menezes; Bernhoeft (1999), citado em

Borges (2008) caracterizam empresa familiar com base na

relação entre propriedade e controle, definindo-a como aquela

em que um ou mais membros de uma família exercem parcial ou

total controle administrativo.

Albi (1994), em uma definição mais genérica, considera a

empresa familiar como uma organização cuja função é a criação

de riquezas através da produção de bens e/ou serviços, sob a

direção, responsabilidade e controle do empresário que a

criou, assumindo a administração da mesma, em seu nome ou em

representação de um consenso familiar.

Vidigal (1997) constatou que a expectativa de vida de

empresas sistemas de gestão profissionalizada é de quarenta

6

anos, enquanto as organizações de origem familiar são de

apenas 25 anos. Em contrapartida, o autor destaca o sucesso de

três ou quatro grupos familiares brasileiros com receita

elevada, como o Grupo Votorantim, o Itaú S.A., a Odebrech, a

Camargo Correa, Gerdau e Inepar. Essas são empresas que podem

ser usadas como exemplo de que o controle familiar em uma

empresa não impede uma gestão profissional nem a concepção de

estratégias e alianças que possibilitem o investimento em

tecnologia e capital necessários à continuidade e à

prosperidade do empreendimento.

Segundo John L. Ward (2003), o principal obstáculo no

crescimento de uma empresa familiar é a falta de um sistema

conceitual que se ocupe em planejar o futuro da organização. A

realidade é que quando o empresário rejeita o planejamento por

quaisquer motivos, ele não o faz por uma reação negativa ao

processo de gestão profissional, mas sim porque está

acostumado a um procedimento mais intuitivo e impulsivo para a

tomada de decisões. Lamentavelmente, à medida que o negócio

cresce, esse procedimento limita sua capacidade de se preparar

para os desafios do mercado.

Segundo Ussman (1994), as empresas familiares têm

particularidades que geram problemas característicos que

surgem da relação de interdependência entre a família e a

empresa, ou seja, da relação entre propriedade e direção

tornando a tomada de decisões mais complexa e conflituosa. De

acordo com Albi,

“Em uma empresa familiar é muito comum uma sobreposição, total ouparcial, entre o papel do proprietário e do gestor e diretor da empresa, sem

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se esquecer que a propriedade do capital está limitada, e que a participaçãona empresa, como proprietário, se limite ao círculo familiar”. (Albi, 1994 p.18).

As empresas fundadas e administradas por famílias

constituem uma forma de gestão peculiar, cujo "caráter

especial" tem conseqüências positivas e negativas no

desenvolvimento do negócio. Para Lodi, (1993, p. 17) “o

empresário é o produto de uma dedicada combinação de

personalidade e ambiente”.

Para Hofer e Charan (1984), a evolução da gestão

empresarial para a gestão profissional numa organização,

ocorre não só a partir das práticas de gestão, mas também nos

níveis de valores culturais e sociais existentes nessas

empresas. O crescimento do negócio, o sucesso na transição de

gerações dentro das organizações, cada vez mais exige a

evolução de uma gestão empresarial intuitiva para uma gestão

profissionalizada.

2 PROBLEMÁTICA

A globalização facilita o acesso não só a produtos, mas a

informação. O intercâmbio de experiências entre modelos de

gestão aplicadas que são encontrados em culturas diversas

permite promover mudanças que resultam na melhoria de produtos

e processos e conseqüentemente no aumento da competitividade

entre os mercados e as organizações.

É nesse contexto que se encontra a empresa MINAS CROMO

DURO LTDA, uma indústria de pequeno porte situada na região

8

metropolitana de Belo Horizonte, na cidade de Contagem, está

no mercado há mais de sete anos oferecendo serviços de

usinagem, caldeiraria e fabricação de peças industriais como

mancais e cilindros hidráulicos entre outros.

A empresa foi fundada pelo Patriarca de uma família de

seis filhos. Atualmente a empresa emprega quatro desses filhos

que atuam em diferentes áreas na organização. Apesar das

decisões mais estratégicas ainda serem tomadas apenas com o

parecer final do dono, há certa autonomia de ação nos

departamentos, o que apesar de agilizar certas decisões também

provocam um desalinhamento nos interesses comuns para a

organização.

Após uma fase de grande expansão a empresa deparou-se com

a crise econômica no final de 2008 e a dificuldade em manter-

se no mercado que se torna cada vez mais competitivo.

Diante desse contexto é preciso inovar, empresas que

pretendem crescer e perpetuar-se no mercado precisam encontrar

a fórmula mágica da sobrevivência, e será que essa existe?

Igualmente a outras empresas familiares a organização em

estudo possui peculiaridades no seu método atual de gestão que

podem trazer benefícios ou prejuízos a competitividade da

empresa, fator que é decisivo para continuidade da mesma.

Pretende-se encontrar um caminho para auxiliar empresas

familiares como a Minas Cromo Duro Ltda, que transitam pelo

processo de crescimento, em um mercado de alta concorrência e

necessitam implantar um método de gestão adequado ao seu

negócio tornando a empresa mais profissional e competitiva.

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Partindo desta problemática, o trabalho a seguir pretende

pesquisar modelos de gestão específicos para empresas de

origem familiar e propor implantação de uma estrutura gestão

profissionalizada para a organização.

3 JUSTIFICATIVA

Com ao grande desenvolvimento da indústria mineira e a

dificuldade das empresas de se manterem atualizadas devido a

concorrência e a velocidade com que surgem novas tecnologias,

é urgente a necessidade de fazer um estudo aprofundado do

assunto buscando novos métodos e oportunidade para as

empresas.A proposta é a criação de um de modelo que se identifique com

as peculiaridades de uma organização familiar, e da relação entre

esta e os tipos de ferramentas gerenciais já existentes capazes de

trazer melhorias e competitividade para a empresa.

Esta pesquisa tem importância relevante, uma vez que sua

conclusão poderá resultar em uma importante ferramenta de

aprendizado para a empresa, pois o mesmo poderá cooperar com

sugestões e recomendações fundamentadas em pesquisa de modelos

experimentados e estudo científico, contribuindo com o

processo de gestão da empresa familiar Minas Cromo Duro Ltda,

o que pode implicar diretamente no sucesso ou não da empresa e

do empreendedor.

4 OBJETIVOS

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4.1 Objetivos geral

Propor uma estrutura organizacional profissionalizada

alinhada com as estratégias competitivas da empresa.

4.2 Objetivos específicos

Identificar e reconhecer as habilidades e competências

dos atores envolvidos na administração da empresa.

Identificar e classificar traços comportamentais, tipos

de atitude e valores dos gestores dentro da organização;

Identificar fatores e condições que determinam a

estrutura da organização e verificar se o modelo de gestão

familiar influencia o estilo do gestor;

Criar um plano de estratégias competitivas para o

negócio;

Identificar pontos críticos nos processo de tomada de

decisão;

Propor melhorias através de gestão profissional e

estruturada.

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5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Princípios da Administração

Segundo Silva (2001) o mais importante no estudo da

administração é desenvolver maneiras de melhorar o modo como

as organizações são administradas, gerando consistência,

crescimento e prosperidade, e ainda possibilitando que

empresas em declínio consigam recuperar-se utilizando os

recursos administrativos disponíveis que podem ser altamente

eficazes quando bem aplicados.

De acordo com Silva (2001) existem quatro funções básicas

da administração que devem ser pelos administradores para

alcançar os resultados almejados em uma organização. Estas

quatro funções constituem o escopo do processo administrativo

e são elas que direcionam o funcionamento da organização. Em

primeiro lugar o planejamento que delimita as metas e os

objetivos a serem desempenhados, logo depois a organização

designando as tarefas a serem realizadas e os responsáveis

pela mesma, a direção que a força motriz que garante a

realização das tarefas de modo a alcançar os objetivos

estabelecidos e por último controle comparando o desempenho

atual com os padrões anteriormente determinados.

Para Silva (2001) a preocupação em racionalizar,

padronizar e em prescrever normas de conduta ao administrador

levou a maioria dos engenheiros da Administração Científica a

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pensar que estes princípios pudessem ser aplicados a todas as

situações possíveis da empresa. Cada autor procurou

estabelecer os seus próprios princípios de administração.

Os princípios da administração científica se baseiam na

estrutura formal e nos processos da organização, as pessoas

eram vistas como instrumentos de produção, e utilizadas para

alcançar a eficiência da organização. Enquanto Fayol,

ressaltava a ênfase na habilidade cientifica para o desempenho

organizacional, notou que um grupo de administradores

teorizava, mas, na prática, existiam muitas contradições e

pouca reflexão sistemática, citado por Silva (2001, p.145).

Neste sentido, o modelo administrativo burocrático é

classificado como uma forma de organização humana baseada na

racionalidade, pois pretende alcançar a eficiência por meio da

utilização racional dos recursos existentes. O ato de

racionalizar as organizações é realizado pelos

administradores.

5.2 Empreendedorismo

Segundo SEBRAE (2009) movimento de empreendedorismo no

Brasil começou a tomar forma na década de 1990, juntamente com

o surgimento de instituições como Sebrae e SOFTEX. Antes

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disso, praticamente não se falava em empreendedorismo no

Brasil. O ambiente político e a situação econômica do país não

eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava

suporte e informações que o auxiliasse no desenvolvimento de

um negócio. O Sebrae atualmente é um dos órgãos mais

conhecidos do pequeno empresário brasileiro, pois esse tem

como missão o suporte as micro, pequenas e médias empresas bem

como auxiliar seus fundadores e gestores através de

consultorias, cursos de aperfeiçoamento e capacitação para

Gestão de empresas.

O histórico da SOFTEX, pode se enlear com o histórico do

empreendedorismo no Brasil. A instituição foi criada com o

intuito de levar as empresas de software do país ao mercado

externo, por meio de várias ações que proporcionavam ao

empresário de informática a capacitação em gestão e

tecnologia.

O termo empreendedorismo segundo Dornelas (2001) tem uma

conotação prática, mas também implica atitudes e idéias.

Significa fazer coisas novas, ou desenvolver métodos

inovadores de fazer as coisas. Ou seja, ser empreendedor é

enxergar necessidades e desejos (reais ou potenciais) em um

determinado mercado alvo e buscar transformá–los em

oportunidades de negócios de sucesso.

5.2.1 O Empreendedor

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De acordo com Zoghlin (1994) os empreendedores têm sido um

espécime à parte em relação ao estereótipo do homem de

negócios. O empreendedor é determinado, inovador, ousados

iconoclastas que prezem sua independência. Alguns dos mais

conhecidos empreendedores, os Mellon, Gould, Carnegie e Ford

eram capazes de ser implacáveis. Eles não hesitavam em

modificar o que fosse preciso, criar novos conceitos ou passar

por cima das regras para conseguir alcançar o que pretendiam.

Segundo Dornelas (2001), a palavra “empreendedor” tem

origem francesa e significa aquele que assume riscos e começa

algo novo. Enquanto o capitalista é aquele que assume riscos

de forma passiva, o aventureiro empreendedor assume papel

ativo, correndo todos os riscos físicos, financeiros e

emocionais.

Segundo Dornelas (2001) empreendedor de sucesso possui

características que vão além dos atributos do administrador, e

ainda características pessoais diferenciadas que somados as

condições favoráveis sociológicas e ambientais permitem o

nascimento de uma nova empresa de sucesso. Em resumo pode-se

dizer que a partir de uma idéia surge uma inovação, e desta,

um novo negócio. O empreendedor é um administrador, mas com

diferenças consideráveis em relação aos gerentes ou executivos

tradicionais, pois os empreendedores são mais visionários,

assim sendo, quando a organização cresce, os empreendedores

geralmente tem dificuldades de tomar decisões do dia a dia,

pois eles se preocupam mais com os aspectos estratégicos, com

os quais se sentem mais à vontade.

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Segundo Dornelas (2001) o processo do empreendedor envolve

todas as funções, atividades e ações associadas com a criação

de algo novo, de valor. O empreendedorismo requer a devoção, o

comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a

empresa crescer. E ainda o empreendedorismo requer ousadia, é

preciso assumir riscos, tomar decisões críticas e não

desanimar com as falhas e encontrar soluções criativas.

5.3 Conceito de pequena empresa

De acordo com Resnik (1990) pequenas empresas são aquelas

em que o proprietário ou gerente controla pessoalmente toda a

empresa, pois o tamanho ainda não ditou a necessidade de uma

estrutura administrativa substancialmente descentralizada. No

Brasil, o critério mais usual para a definição de pequenas

empresas é adotado pelo IBGE, ou seja, empresas que possuem

entre 20 e 99 pessoas ocupadas.

Segundo Resnik (1990) a maioria das pequenas empresas tem

pouca disponibilidade de caixa durante os primeiros anos de

operação e ficam altamente vulneráveis a qualquer mudança

repentina, tanto dentro da empresa quanto no ambiente geral do

negócio. Muitas pequenas empresas fracassam por escassez de

capital, exatamente no momento em que atingem a maturidade e

necessitam reinvestir para melhorar a produtividade e aumentar

os lucros, e entram em declínio por falta de dinheiro, sua

margem de erro é mínima e não são possíveis soluções mágicas.

Uma pequena empresa deve se preocupar especialmente com a

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eficiência interna, ao contrário das grandes empresas, não há

espaço para custos inúteis e infundados, que dissipa a pouca

disponibilidade de caixa e bens da empresa.

5.4 Situação da micro e pequena empresa no Brasil

Segundo SEBRAE (2008) a taxa de mortalidade empresarial

no Brasil, uma pesquisa realizada em vários estados, revela

que 49,4% encerraram as atividades com até 02 (dois) anos de

existência, 56,4% com até 03 (três) anos e 59,9% não

sobrevivem além dos 04(quatro) anos. As empresas extintas

pesquisadas concentram-se nas atividades de indústria,

comércio e serviços, apresentando variações de acordo com a

área de atuação. A taxa de mortalidade na indústria gira em

torno de 3% em todo Brasil, enquanto no comércio 51% e

serviços 46 %. De acordo com SEBRAE (2008) o principal motivo

da mortalidade da empresa, segundo os proprietários ou

administradores, concentra-se na falta de capital de giro,

indicando desequilíbrio nas entradas e saídas de recursos na

empresa. A escassez de clientes e a recessão econômica são

outras razões que podem ser citadas como responsáveis pelo

fechamento das empresas.

A ausência de conhecimentos gerenciais acaba levando os

empresários a ter dificuldades financeiras o que pode

ocasionar até o encerramento das atividades da empresa. O

perfil desse empresário é em sua maioria do sexo masculino com

faixa etária entre 30 a 49 anos sem formação superior, e

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aproximadamente 30% deles afirmam ter começado seu negócio com

pouca experiência ou nenhuma experiência de planejamento.

5.5 Empresa familiar

5.5.1 Histórico

As empresas de origem familiar possuem um papel

fundamental no desenvolvimento sócio-econômico e financeiro de

diversos países, dentre eles o Brasil, por se destacarem como

grandes geradoras de emprego e renda.

Historicamente as empresas familiares surgiram no Brasil

junto com as companhias hereditárias, o que ocorreu

aproximadamente no início do século XIV, logo após a chegada

dos portugueses ao Novo Continente.

As terras conquistadas eram administradas por Capitães que

posteriormente transferiam aos seus herdeiros, por herança,

destas (OLIVEIRA, 2006).

Com passar dos anos estas mesmas companhias familiares

iniciaram um processo contínuo de empreendimentos com a

criação de novos empreendimentos e em seguida ocorreu-se a

multiplicação de novas empresas que por sua vez começaram

executar obras essenciais para sociedade daqueles tempos como,

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por exemplo, na área estrutural como pontes, estradas,

rodovias e etc.

Posteriormente ao período colonial Brasil se mostrou

aberto à realização de muitos movimentos de imigração,

especialmente de países europeus, como Itália, Alemanha,

Portugal e do Japão (OLIVEIRA, 2006).

Pode-se dizer que a partir daí surgia uma movimento

crescente onde as empresas começavam a se formar em diferentes

setores com executando as mais diversas atividades, oferecendo

variados produtos e serviços e culminando na formação da

economia atual, hoje com empresas reconhecidas nacionalmente e

algumas até mesmo internacionalmente.

Conforme Landsberg et al. (1996:11), citado por Rebouças,

afirmam que 70% da empresas no mundo pertencem a famílias e

esse percentual pode ser ainda maior nas próximas gerações se

ferem consideradas as vantagens dessas empresas. No entanto os

mesmos autores consideram que 70% das empresas familiares

encerram suas na primeira geração ao final da gestão de seu

fundador, e o ciclo médio de vida dessas empresa é de 24 anos,

e apenas 30% dos empreendimentos que perduram sobrevivem até a

terceira geração.

No Brasil, a empresa familiar é fortemente influenciada

pelos traços culturais dos seus antepassados. Os fundadores

tornam-se empreendedores e patriarcas que incorporam à

sociedade irmãos, primos ou pessoas da mesma origem familiar.

Assim, essas empresas estão apoiadas em um modelo

predominantemente baseado na solidariedade, no desejo de

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vencer as adversidades e na confiança mútua provocada pelo

vínculo comum.

As empresas familiares predominam em todos os países do

mundo sob o aspecto estrutural. Elas são responsáveis por uma

grande fatia em um cenário econômico, cultural e social,

principalmente nas economias capitalistas, onde o surgimento

das organizações tem como alicerce a discussão de idéias e, a

partir de então, o investimento inicial de perfis e seus

respectivos parentes.

As famílias se reúnem sob as mais diversas formas para

iniciar um empreendimento e fazê-lo atingir o sucesso. Espera-

se que a nova empresa seja a responsável pela consolidação da

independência financeira da família ou famílias envolvidas,

assim como se tornem um porto seguro para as gerações futuras.

Donnelley (1967) define empresa familiar como: “empresa

que tenha estado ligada a uma família pelo menos durante duas

gerações e com ligações familiares que exerçam influência

sobre as diretrizes empresariais, os interesses e objetivos da

família”.

Para Gonçalves (2000, p. 8), a empresa é propriedade de

uma família, detentora da totalidade ou da maioria das ações

ou cotas, de forma a ter o seu controle econômico; a família

tem a gestão da empresa, cabendo a ela a definição dos

objetivos, das diretrizes e das grandes políticas. A família é

responsável pela administração do empreendimento, com a

participação de um ou mais membros no nível executivo mais

alto.

20

Já para Giglioti (2004, p. 07) empresas familiares são

empresas de iniciativa privada, cujo capital pertence aos

membros de uma determinada família.

As empresas familiares podem ser definidas a partir da sua

formação, ou seja, uma empresa familiar é aquela que possui

proprietários e cargos de gerência estratégicos executados por

um ou mais membros da família, podendo, inclusive envolver

casais, filhos e irmãos. Estudos demonstram que as empresas

familiares constituem a maior porção dos negócios americanos,

sendo que, na América, em cada dez famílias, uma é

proprietária de algum empreendimento (OLSON, 2003).

Já Bornholdt (2005) aborda outros aspectos ao conceituar

empresa familiar: a) o controle acionário pertence a uma

família e/ ou a seus herdeiros; b) os laços familiares

determinam a sucessão no poder; c) os parentes se encontram em

posições estratégicas, como diretoria ou no conselho de

administração; d) as crenças e os valores da organização

identificam-se com os da família; e) os atos dos membros da

família repercutem na empresa, não importando se nela atuam.

Oliveira (2006) conceitua a empresa familiar como aquela

que é caracterizada pela sucessão do poder de decisão pela

hereditariedade a partir de uma ou mais famílias.

A empresa familiar possui uma série de peculiaridades e

dilemas. A empresa familiar pode ser considerada uma

instituição singular, pois essa se distingue de outros tipos

de empresas em vários aspectos. Sua cultura, hierarquia

organizacional e outros aspectos trazem a confusão de valores

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familiares e empresariais, o que, portanto, leva à

singularidade (Oliveira, 2006).

A característica principal da empresa familiar é sua

agilidade na tomada de decisão, pois a burocracia é menor do

que aquela existente em grandes organizações, ganhando no

fator tempo. Grandes empresas atualmente são administradas por

executivos, e os representantes das famílias herdeiras

normalmente são indicadas para o conselho de administração,

onde podem fiscalizar dar sugestões e participar das grandes

decisões da empresa.

Para a grande maioria das pessoas, as coisas mais

importantes em suas vidas são a família e o trabalho.

Atualmente, para alguns, esta ordem está invertida, pois o

trabalho é a forma de garantir a sobrevivência e bem estar da

família. Participar da empresa familiar é algo que envolve

todos os indivíduos da organização, pois a relação cotidiana

abrange todos os aspectos teoricamente valorizáveis, ou seja,

desprendimento e evolução profissional, aliada à possibilidade

de compartilhar sentimentos afetivos junto aos demais

familiares.

Em razão de alguns traços do seu tipo social (espontâneo,

extrovertido, indisciplinado, no que diz respeito à

organização social e administrativa), o brasileiro e, por

conseqüência, a empresa familiar, tende mais à improvisação do

que ao planejamento. Os administradores de empresas familiares

acabam por praticar aquilo que o seu “bom senso” considera

adequado, decidindo emotivamente e demonstrando um temor muito

22

grande a inovar ou aceitar novas maneiras de gerir o seu

negócio (BARROS, 1996).

Para encontrar o equilíbrio entre os interesses da empresa

e da família é, em geral, necessário um esforço psicológico,

fruto do próprio senso de responsabilidade pessoal da família

em relação à empresa.

5.5.2 Vantagens da Empresa Familiar

Patrimônio Comum.

As bases da empresa familiar (patrimônio, valores,

história) são compartilhadas, e isso mobiliza um sentimento

comum de unidade. Os gestores estão ligados não só por

interesses profissionais, mas por laços afetivos. O capital

emocional induz os familiares a vestir a camisa da empresa

muito mais intensamente do que um profissional de fora da

família.

Efeitos:

Maior coesão, união nos interesses e na defesa do

patrimônio, maior confiança e capacidade de relevar

conflitos.

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Cuidados:

Transparência em relação a pontos que podem gerar

disputas (remuneração, benefícios, vantagens),

interditando privilégios que produzam diferenças

incômodas entre os familiares.

Pressão de Sobrevivência

A motivação por participar de um negócio próprio, que seja

fonte de renda da família, é um diferencial muito importante,

pode estimular um elevado senso de responsabilidade, e gerar

maior comprometimento com a busca de resultados.

Efeitos:

Instinto de preservação mais aguçado; capacidade para

enfrentar dificuldades de modo solidário; facilidade

para arregimentar forças, com maior potencial de

aliança; disposição para apostar no negócio.

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Cuidados:

Diferenciar os níveis de responsabilidade dos

gestores dentro da empresa e, ao mesmo tempo, criar

espaços comuns para discutir resultados e

estratégias.

Referência Coletiva

A empresa familiar costuma ser uma referência para os seus

integrantes desde a infância. Quando os herdeiros crescem já

se sentindo parte do negócio, identificam-se mais prontamente

com os problemas e desafios da organização. A tradição de

trabalho na organização familiar, quando estabelecida como

valor sólido, torna-se um referencial para todos:

Efeitos:

Solidez do projeto, maior domínio do negócio, base

afetiva forte para o projeto profissional e motivação

consistente.

Cuidados:

A história da empresa e seus valores são importantes

para estimular o sentimento de ligação e convém

reforçá-los, sempre que possível, articulando

passado, presente e futuro. Integrar o antigo e o

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novo, cuidando de preparar a organização para

mudanças, pois tradição não é imutabilidade.

Uma regra fundamental é o diálogo, há que se

comunicar. A comunicação deve ser aberta, franca e

transparente.

5.6 Profissionalização e Estrutura Organizacional

Sabe-se que, nos últimos anos, muito mais do que antes,

com a globalização dos mercados e das empresas, surge à

necessidade de mudanças e nascem etapas transformadoras quanto

à administração das empresas familiares, redefinindo os

cenários e concretizando uma nova realidade organizacional.

É preciso lembrar que, para uma empresa familiar se tornar

profissional, contratar administradores que não pertençam à

família não é uma necessidade primordial. O fundamental é a

atitude que a empresa e a família assumem diante da

profissionalização, privilegiando decisões estratégicas e

provocando mudança nas pessoas e na cultura da empresa,

impulsionando uma renovação nos valores, nas normas, atitudes,

crenças e comportamento dos funcionários.

A profissionalização é o processo pelo qual uma

organização familiar ou não assume práticas administrativas

mais racionais, modernas e menos personalizadas; é a

integração de gerentes contratados com os administradores

familiares; é a adoção de um determinado código de formação e

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de conduta num grupo de trabalhadores; é a substituição de

métodos intuitivos por métodos impessoais, racionais e

sistematizados; é a substituição de formas de contratação de

trabalho arcaicos ou patriarcais por formas profissionais e

por competências.

De acordo com Oliveira,

“Estrutura organizacional é o conjunto ordenado e equilibrado dasresponsabilidades e autoridades dos executivos da empresa familiar, bemcomo o desenvolvimento de suas comunicações e a correspondenteconsolidação do processo decisório correlacionado à atuação dosexecutivos” (Oliveira, 2006 p. 192)

As organizações necessitam de uma estruturação mínima para

o desenvolvimento de suas atividades, o que implica no

estabelecimento de regras e condicionantes que visam

distribuir o trabalho, bem como as responsabilidades inerentes

ao mesmo.

Estrutura de uma organização pode ser definida como o

resultado de um processo de distribuição da autoridade, as

atividades em todos os níveis desde os mais baixos, até a alta

administração são especificadas, e um sistema de comunicação é

descrito permitindo que as pessoas realizem as atividades e

exerçam a autoridade que lhes foi conferia a fim de alcançar

os objetivos organizacionais. (VASCONCELLOS & HEMSLEY, 2002,

pág. 3).

As estruturas formais ou tradicionais, por sua vez, também

são denominadas de “divisão do trabalho” e ela é importante

porque fornece a base para uma série de ações gerenciais,

delineando responsabilidades e atividades a serem realizados,

o perfil de cada profissional, ajuda a determinar as pessoas

27

para o desempenho das tarefas e os formatos para a realização

das atribuições.

Os organogramas são diagramas que mostram a perfeita

distribuição dos cargos e seus ocupantes, assim como as linhas

de autoridade (SCHERMERHORN, 1999).

As empresas de pequeno porte, onde se enquadrada fração

representativa das empresas familiares, pode se valer de

estruturas mais simples, projetando e implementando reduzidas

formas de especialização de pessoas e unidades, ou seja, uma

especialização vertical – mais caracterizada nas estruturas

tradicionais - em que a maior parte do controle fica sob

responsabilidade do gerente principal.

A vantagem desta estrutura reside exatamente na

simplicidade, por ser menos burocrática e, ainda, estar

diretamente vinculada aos critérios de um gerente central,

normalmente o proprietário, que é quem toma as decisões e

reponde pelas diversas análises. Por outro lado, à medida que

a empresa desenvolve, sua zona de influência cresce e a

eficácia da simplicidade pode ficar comprometida pelo

surgimento de novos gerentes, os quais passam, ainda que

verticalmente, a gerenciar trabalhos e objetivos em subáreas.

As camadas administrativas majoradas na organização em

face do seu crescimento mudam a natureza da organização. A

partir desse ponto o trabalho é mais distribuído e os

controles pormenorizados surgem e são formalizados, desaparece

a figura do chefe único, surgindo diversos níveis de gerência.

A empresa, portanto, passa a se burocratizar (SCHERMERHORN,

1999).

28

Para que empresas consigam manter-se no mercado, a

profissionalização faz-se necessária, independente de ser uma

organização familiar ou não. A profissionalização é o caminho

para a competitividade, e essencial para a boa gestão de uma

empresa familiar.

Oliveira (2006) afirma que na história das grandes

corporações familiares as pessoas que conheciam profundamente

o conceito do negócio e possuíam espírito empreendedor fizeram

a diferença no meio empresarial e foram as principais

responsáveis por guiar a empresa ao caminho do sucesso.

A profissionalização é o instrumento que é capaz de

diferenciar os interesses da família com os da empresa,

minimizando o conflito, como por exemplo: separação de

propriedades e de posições hierárquicas. São estabelecidos

critérios gerais, que irão nortear as decisões e posturas dos

administradores, como: contratação, remuneração, tomada de

decisões na promoção de funcionários.

Segundo Oliveira (2006) um outro aspecto relacionado à

estruturação da empresa familiar passa pela questão

tecnológica. Considerando-se que os proprietários sejam os

executivos da empresa, o nível e amplitude de seus

conhecimentos tecnológicos podem influenciar a utilização

destes recursos na organização.

Oliveira (2009) acredita que o proprietário detentor de

poucos conhecimentos e baixo nível de acesso a fatores e

recursos tecnológicos, pode resultar em uma gestão com grandes

dificuldades em evoluir tecnologicamente e modernizar sua

estrutura.

29

De acordo com Oliveira (2006);

“A estrutura organizacional pode ser delineada de algumas formas, taiscomo por quantidade, funcional, territorial, por produtos ou serviços, porclientes, por processos, por projeto, matricial, por unidades estratégica denegócios e mista.” (Rebouças, 2005 p. 192)

A escolha da melhor forma de departamentalização para

cada empresa familiar deve ficar a cargo dos executivos da

empresa, pois eles poderão avaliar as vantagens e desvantagens

de cada modelo que se alinha aos planos estratégicos da

organização.

As estruturas tradicionais são aquelas orientadas pelos

modelos mais clássicos de administração. Estes modelos sugerem

a adoção de uma organização mais voltada à centralização de

comando de alto grau burocrático. São modelos mais simples e

normalmente atendem os objetivos da organização em relação a

seus objetivos da produção e o aumento da lucratividade (CURY,

2000).

A natureza da atividade da organização exige, via de

regra, que a estrutura organizacional seja compatível. É

possível observar a organização quando à natureza de suas

atividades. Em uma empresa de serviços, por exemplo, a

natureza implica no desenvolvimento de atividades não

repetitivas, bem como por uma grande parcela de influência no

requisito dos produtos por parte do cliente.

Em uma indústria de transformação parece-nos mais comum

classificar as atividades por sua natureza repetitiva. Neste

último caso, as estruturas tradicionais tendem a ser mais

pertinentes, uma vez que elas possuem algumas características

peculiares (VASCONCELLOS & HEMSLEY, 2002):

30

Dentre elas pode-se citar:

Alto Nível de formalização verificada através de

documentos que descrevem as regras e níveis da

organização;

Unidade de comando: um grupo de funcionários deve

seguir as determinações de um único “chefe”. Caso

existam dois ou mais responsáveis pelo grupo,

provavelmente, estabelecer-se-á um maior nível de

conflitos, uma vez que poderia haver ambigüidade e

estilos distintos;

Especialização elevada: considerando um pequeno nível

de alteração nas atividades, a estrutura tradicional

proporciona maiores condições para a especialização;

Comunicação vertical: pré-existindo uma única unidade

de comando, a comunicação é realizada no sistema

“cima para baixo”, sendo a parte mais alta

responsável por assimilar toda informação necessária

ao exercício da atividade e repassar para seu

funcionário;

Utilização de formas tradicionais de

departamentalização: a divisão das tarefas obedece a

critérios claros e pode, para tanto, considerar-se a

função, o processo, o cliente, dentre outros.

31

Figura 1: Estrutura linear ou militar (CURY, 2000, pág. 227)

As estruturas tradicionais podem ser genericamente

representadas por algumas ramificações como a seguir:

5.6.1 Estrutura linear ou militar

Normalmente elas possuem clara demonstração da unidade de

comando e da relação hierárquica. Sua base foi formada a

partir da organização de antigos exércitos.

Neste tipo de estrutura a autoridade é limitada à chefia e

a informação circula, ou melhor, é transmitida para os níveis

inferiores a partir da cadeia hierárquica, ou seja, a alta

administração transmite ao gerente, que por sua vez transmite

para o supervisor, que por sua vez transmite aos demais

funcionários. Por ter categoria hierárquica definida as

Gerência Geral

Gerênciade

Serviços

GerênciaIndustrial

Seçãode

pessoal

Seção de material e serviços de

apoio

Seçãofinanceira

Seção planejament

o e controle produção

Seção de Produção

Seção devendas

32

instruções são transmitidas apenas por uma pessoa (CURY,

2000).

Para a administração tradicional traz uma série de

vantagens, dentre as quais podem ser citadas: simplicidade de

aplicação; controle do fluxo de informação, qualidade e nível

desta; celeridade nas decisões e custo administrativo baixo.

Por outro lado, a exemplo também de outros modelos, ainda

dentro da teoria tradicional da administração o modelo oferece

também desvantagens: não permite uma evolução quantitativa

para formação de especialistas; sobrecarga de responsabilidade

e crítica analítica em poucas pessoas; não estimular ou

favorecer a composição de equipes e grupos multidisciplinares;

e dificuldade para substituição temporária ou definitiva do

“chefe” (CURY, 2000).

5.6.2 Estrutura funcional

Trata-se de modelo que também pertence as estruturas

tradicionais pois se valem dos princípios e estudos sobre

administração desenvolvidos primariamente. Diferentemente da

estrutura linear, onde toda decisão e acompanhamento estão

centralizados independentemente do tema, o modelo funcional se

baseia no acompanhamento e supervisão das funções, ou seja, a

estrutura também rígida e com a comunicação vertical, porém,

entre o chefe imediato e o funcionário existe a figura do

supervisor de função.

33

Neste sentido é necessário que as funções sejam claramente

identificadas, uma vez que, ao menos em teoria, é possível que

um funcionário que execute mais de uma função possa receber

instruções de mais de um supervisor.

Este modelo acaba por valorizar a especialização, visto

que a orientação está consubstanciada nas funções. O trabalho

é dividido em tarefas de execução e de supervisão.

A estrutura funcional apresenta como vantagens a promoção

da especialização e aperfeiçoamento; possibilidade de

crescimento e, conseqüentemente, melhor remuneração; maior

estímulo aos trabalhos cooperativos e em grupo; e ganho de

flexibilidade.

Contrapondo as vantagens, por ser mais complexa que a

estrutura linear; a funcional é difícil de ser aplicada e

exige maior capacidade gerencial; o controle precisa ser

dividido e pode perder padrão; necessidade de formação

administrativa para os “chefes”; e aumento do custo

administrativo (CURY, 2000).

5.6.3 Estrutura staff and line

O modelo possui características básicas derivadas da

estrutura linear, todavia possui alguns órgãos de assessoria,

também denominados staff junto ao gerente. Além do assessoramento

estes órgãos acabam por aconselhar e sugerir constantemente

34

ações e mudanças em pontos decididos. Isso faz com que os

gerentes não necessitem serem completamente excepcionais.

A autoridade exercida pelo staff é limitada às idéias e à

pesquisa, muito embora seja possível que este profissional

possua uma equipe própria. Nesta situação sua autoridade pode

ser integral. Há ainda a possibilidade do staff atender mais de

uma pessoa, independentemente do tipo de organização das

funções (diretas ou em grupo, por exemplo).

Dentre as vantagens deste tipo de estrutura tradicional,

pode-se destacar: facilitar a atuação de especialistas; ganho

de controle; promover eficiência; e ganho de flexibilidade.

Dentre as desvantagens: possibilidade de confusão de

orientações entre o “chefe” imediato e a assessoria; usurpação

da autoridade do chefe; e não cumprimento das instruções do

staff (CURY, 2000).

5.6.4 Estruturas comissionadas ou colegiadas

São estruturas voltadas à tomada de decisão em grupo e,

normalmente, existe um responsável executivo que executa as

determinações oriundas do consenso ou maioria dos membros do

grupo.

Este modelo é aplicado apenas em organizações de grande

corpo. As sociedades anônimas adotam este modelo de decisão

pluralizada e, inclusive, existe determinação legal para esta

forma de se organizar.

35

5.7 Estruturas Inovativas

Administração corporativa em unidades estratégicas de

negócios são alternativas de organização sinalizam a aplicação

de modernos conceitos para a empresa familiar. Ela se

caracteriza pelo agrupamento de atividades que têm amplitude

de um negócio com atuação perfeita e integrada do ambiente

empresarial.

Holding: este modelo consiste no agrupamento de atividades

de apoio, tais como recursos humanos, financeiro e

contabilidade, em uma empresa que irá prover serviços para um

grupo de empresas. Este modelo pode ser interessante para a

empresa familiar, vez que pode facilitar os processos

administrativos e o processo sucessório.

Colegiados: as empresas familiares necessitam dar muita

ênfase à questão profissional, em alguns casos, até mais do

que aos processos. Uma forma de compartilhar recursos e

competências está no colegiado, isto é, a criação de um grupo

de debates e propostas para suporte a tomada de decisões.

Conselhos de administração e consultivo: é uma forma de

criação de um centro para debates e tomada de decisões dos

membros da família. Participam destes conselhos membros da

família e outros profissionais sem relação consangüínea

(executivos, consultores, etc.).

36

Figura 2: Interação entre conselhos e diretoria (OLIVEIRA, 2006, pág.172)

A estrutura organizacional estabelecida em uma grande

parte das empresas familiares está intimamente relacionada com

sua vocação e com a relação exposta da família para com o

negócio. Neste sentido torna-se interessante a atenção dos

proprietários e demais membros da família para com aspectos de

relevada consistência e influência na funcionalidade da

estrutura (CHRISMAN, 2003). A visão de futuro para a empresa

deve passar pela transposição de limites e treinamento de

valores para os novos membros da família.

As organizações contemporâneas, especialmente as maiores

e, por conseqüência, mais complexas, são influenciadas por

diversos fatores em sua organização, dentre os quais pode se

destacar: abordagem sistêmica; dinâmica da sociedade atual; e

o crescimento dos valores e exigências do mercado consumidor.

A experiência dos administradores e a percepção dos

fatores acima descritos levam à adoção de uma nova estrutura,

a qual, muitas vezes representa apenas uma modificação no

CONSELHO DE

ADMINISTRAÇÃO

DIRETORIAEXECUTIVA

CONSELHO DE

FAMÍLIA

37

modelo tradicional pré-existente ou ainda na adoção de modelos

compartilhados, também denominados híbridos (CURY, 2000).

Um outro fator para a transformação reside na questão

estrutural-funcional, ou seja, é necessário agrupar

corretamente as pessoas para que o processo de tomada de

decisões seja eficaz e menos burocrático.

As estruturas inovativas, portanto, dizem respeito àquelas

em que o modelo de administração adotado acompanha tendências

modernas, valendo-se da influência de abordagens mais

atualizadas, tais como a humanística e estruturalista. Elas

objetivam o compartilhamento do poder e da decisão, o que, em

teoria, torna o processo decisório mais célere.

As estruturas tradicionais já demonstraram sua

insuficiência para lidar com a taxa elevada de mudança do

mundo em que vivemos (VANCONCELLOS, 2002).

As características estruturais dessas organizações são

contrárias àquelas apresentadas nas organizações tradicionais.

Pode-se citar (VASCONCELLOS & HEMSLEY, 2002):

Baixo nível de formalização: ambientes mais dinâmicos

exigem maior flexibilidade e criatividade. Por esta

razão a formalização precisa ser baixa para evitar

burocracias e decisões lentas;

Utilização de formas avançadas de

departamentalização: as formas são mais abrangentes e

podem envolver mais de uma área. Por exemplo: centros

38

de lucro ou custo, projetos, células e “novos

empreendimentos”;

Multiplicidade de Comando: como conseqüência da

departamentalização avançada e, principalmente, pela

possibilidade de corroboração de áreas distintas na

delimitação, o comando pode ser pluralizado, como, por

exemplo, em uma estrutura matricial para gestão de

projetos onde determinado funcionário pode se

encontrar, ao mesmo tempo, respondendo ao gerente do

projeto e ao gerente funcional.

Diversificação elevada: as alterações nas atividades

são uma constante. Tal fato não permite que se

desenvolva alta especialização por não se repetir

demasiadamente tarefas. O profissional adequado a este

modelo desenvolve habilidades e conhecimentos

superficiais sobre várias técnicas.

Comunicação horizontal e diagonal: para atender ao

dinamismo, estes tipos de comunicação proporciona a

discussão entre especialistas de áreas distintas, sem

que exista a necessidade de envolvimento dos superiores

imediatos. Ainda é possível, neste modelo, a

comunicação ocorrer entre uma especialista e o gerente

de outra área.

As estruturas inovativas ou modernas buscam o

desenvolvimento de alternativas que possam atender estratégias

39

mais ousadas que, por conseqüência, possam representar

verdadeiro diferencial competitivo.

5.8 Processo diretivo na empresa familiar

A questão diretiva é uma das que mais recebe influência

das pessoas pertencentes à família. Considerando-se um cenário

de mudanças contínuas, o proprietário ou executivo – membro da

família – deve se atualizar para transpor com tranqüilidade e

competência as adversidades surgidas e provocadas pelo

fenômeno “mudança” (OLIVEIRA, 2006).

O processo diretivo na empresa familiar reúne atribuições

muito importantes para o negócio: supervisão, liderança,

motivação, treinamento, comunicação, participação,

comprometimento e decisão.

A otimização destes processos, como já apontado

anteriormente como característica das empresas familiares,

reside na melhoria da capacidade profissional pela

multiplicação de talentos e desenvolvimento de capital

intelectual (OLIVEIRA, 2006).

O desenvolvimento da empresa familiar, especialmente no

momento em que ela inicia um processo de crescimento, passa

pelo envolvimento de pessoas que não fazem parte da família.

Quando estes membros atuam em posições de liderança é que

aspectos inerentes à boa administração devem ser considerados.

As pessoas que não pertencem à família são afetadas por

suas considerações, pois o plano de carreira destes pode ser

40

privilegiado ou não em função de critérios subjetivos e

pessoais dos membros da família, assim como eles podem se ver

em meio a disputas dos próprios familiares que divergem ou

competem entre si. Isso dificulta uma manutenção da

neutralidade. Outro impacto da proximidade reside no “rótulo”

e “discriminação” de outros membros que também não pertencem à

família (LONGENECKER, 1997).

É importante destacar que junto ao processo diretivo na

empresa familiar há de se falar no processo de elaboração das

estratégias empresariais. Considerando a somatória de fatores

culturais intrínsecos na formação do país, bem como do

empresariado brasileiro, pode-se verificar a existência de

alguns fatores e seus impactos na organização. São eles

(BARROS & PRATES, 1996):

Concentração de poder: os destinos da organização são

colocados nas mãos de uma só pessoa o que predomina nas

organizações familiares brasileiras. Em países mais

desenvolvidos, tais como Estados Unidos da América e Japão, o

processo de condução da decisão é diverso, pois envolve

propostas de níveis inferiores e busca de consultorias

especializadas;

Personalismo: a solução advém de uma única pessoa,

tornando fácil a tarefa de ser liderado e o pensamento sobre a

atribuição de uma única responsabilidade para com os rumos da

empresa;

Formalismo: lança-se mão de uma ferramenta para controle

das incertezas, ao mesmo tempo em que estabelece limites para

líderes e liderados;

41

Flexibilidade: pode-se dizer que o brasileiro aceita com

passividade condições externas e reage defensivamente por meio

de medidas adaptativas.

Por fim, em relação ao processo decisório nas empresas

brasileiras, pode se verificar que muitos dos traços já

discutidos anteriormente afetam, de alguma forma, este

processo. Neste sentido a cultura paternalista aliada ao

enfoque da concentração do poder remete o processo decisivo

para um método anticriativo, ou seja, conhece-se e respeita-se

aquele que toma decisões, muito embora o discurso apregoado em

materiais institucionais, impressos e eletrônicos remeta a um

raciocínio conclusivo oposto, isto é, o da participação

coletiva e do consenso.

As empresas familiares, assim como as demais, devem

estabelecer criteriosos sistemas de controle e avaliação de

suas atividades. A consecução dessa atribuição deve permitir

ao empresário familiar conhecer e avaliar o andamento dos

diversos temas da organização e permitir uma melhor condição

na tomada de decisões em relação ao negócio e as pessoas que

trabalham na empresa (OLIVEIRA, 2006).

6 METODOLOGIA

Na metodologia descrevem-se os procedimentos que vão

orientar o desenvolvimento da pesquisa, são estabelecidas as

regras para o método científico, como a necessidade de se

42

observar, a necessidade de formular hipóteses, a elaboração de

instrumentos para questionamento, coleta e análise de dados.

Nesse trabalho será utilizado o estudo de caso, pois o

foco está em eventos contemporâneos e pretende discutir um

fenômeno não abrangente em que o pesquisador não tem controle

sobre o comportamento dos eventos, sendo essas características

determinantes para a escolha desse tipo de pesquisa conforme

descreve Yin:

“(...) a) o tipo de questão problema; b) o controle que o pesquisador possuisobre o comportamento dos eventos e c) o foco contemporâneo emoposição ao histórico”. Yin (1990, p. 1)

De acordo com Yin (1981), citado por Roesch (2006), o

estudo de caso é um tipo de pesquisa científica que busca

examinar um fenômeno presente dentro de seu ambiente e

contexto em que está inserido. O estudo de caso pode trabalhar

com evidências tanto qualitativas quanto quantitativa, embora

seja mais usualmente utilizado a qualitativa, além disso,

podem ser utilizadas diferentes formas de coleta de dados.

Continua afirmando o mesmo autor dizendo que os objetivos do

estudo de caso são;

“(...) capturar o esquema de referência e a definição da situação de um dadoparticipante, permitir um exame detalhado do processo organizacional eesclarecer aqueles fatores particulares ao caso que podem levar a um maiorentendimento” (YIN, 2001, p. 33).

A empresa MINAS CROMO DURO LTDA nasceu em 1988 com a

atividade principal de prestação de serviços de usinagem e

mecânica industrial. No final dos anos 90 a empresa já

trabalhava com uma complexidade de serviços desde usinagem,

fabricação de peças indústrias, caldeiraria, fabricação de

43

mancais, cilindros hidráulicos e pneumáticos, cromagem

industrial, metalização, recuperação e manutenção industrial

em geral.

A empresa fornece basicamente para empresas de grande

porte no setor automotivo, mineração, siderurgia, construtoras

e prestadoras de serviços públicos tais como Cemig e Copasa.

A Minas Cromo Duro hoje conta com 100 colaboradores nos

setores operacional e administrativo. A administração da

empresa atualmente está a cargo de três sócios e seus

familiares. Esse modelo de gestão gera conflitos e continua

sendo assunto para largas discussões a respeito do tema e por

isso foi escolhido como objetivo de pesquisa nesse estudo de

caso.

A partir de uma pesquisa exploratória e descritiva o

trabalho pretende discutir o modelo gerencial atualmente

existente na empresa, relacionar suas características com os

atuais gestores, seus pontos fortes e fracos e sugerir

maneiras de profissionalizar o processo gerencial da

organização, respeitando e otimizando as peculiaridades de

cada envolvido e ponderando as variáveis específicas da

empresa familiar.

6.1 Tipo de pesquisa

O presente trabalho é de caráter exploratório. De acordo

com Marconi (2002) pesquisa exploratória tem como finalidade

44

desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador

com um ambiente, fato ou fenômeno para a realização de uma

pesquisa futura mais precisa ou modificar e esclarecer

conceitos e idéias. Esse tipo de pesquisa envolverá

levantamento bibliográfico e documental, entrevistas e

observação direta.

Nessas circunstâncias, a pesquisa exploratória é

fundamental na formulação de hipóteses relativas a uma

determinada situação, ao buscar compreender as relações

existentes entre práticas e fatores que as influenciam.

Segundo Marconi (2002), mesmo quando já existem

conhecimentos sobre um assunto, a pesquisa exploratória pode

ser útil, pois para um mesmo fato poderá haver inúmeras

explicações alternativas.

Segundo Marconi (1985) toda pesquisa deve basear-se em uma

teoria, que servirá como ponto de partida para investigação

bem sucedida de um problema, utilizando-a para conceituar os

tipos de dados a serem analisados. Para ser válida, deve-se

apoiar em fatos observados e provados, resultantes da

pesquisa.

Nesse caso a pesquisa não tem a pretensão de solucionar um

problema gerencial, mas gerar mais informações e conhecimento

que possam auxiliar a discussão do assunto e dos conceitos já

existentes a partir do estudo específico nessa organização

além de propor melhorias que possam aumentar a competitividade

da empresa.

45

6.2 Coleta de dados

De acordo com Marconi (2002) é nesta etapa da pesquisa que

se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das

técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados

previstos, quanto mais planejamento for feito previamente,

menos desperdício de tempo haverá no trabalho de campo

propriamente dito, facilitando a etapa seguinte. O rigoroso

controle na aplicação dos instrumentos de pesquisa é fator

fundamental para evitar erros e defeitos resultantes de

entrevistadores inexperientes ou informantes tendenciosos.

Esta pesquisa usara coleta de dados de fontes

bibliográficas que de acordo com Marconi (2002) oferece meios

para definir, resolver, não somente problemas já conhecidos

como também explorar novas áreas onde os problemas não se

cristalizaram suficientemente, e tem por objetivo permitir ao

pesquisador a análise ou manipulação de suas informações.

Outra técnica a ser usada é a observação direta que

permite conseguir informações autênticas e utiliza os sentidos

do observador na obtenção de determinados aspectos da

realidade.

Segundo Marconi (2002) a observação ajuda o pesquisador a

identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os

quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu

comportamento.

Os dados dessa pesquisa serão coletados através de um

questionário que deverá obter informações que sirvam de base

46

para orientar a análise do comportamento dos indivíduos

envolvidos na gestão da empresa, suas relações interpessoais e

profissionais entre si e com seus colaboradores.

De acordo com Lakatos (2005, p.203) questionário é um

instrumento de coleta de dados, constituído por uma série

ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e

sem a presença do entrevistador.

6.3 Universo e amostra

De acordo com Marconi (2002) quando se deseja colher

informações sobre um ou mais aspectos de um grupo grande ou

numeroso, verifica-se, muitas vezes, ser praticamente

impossível um levantamento de um todo, daí a necessidade de

investigar apenas uma parte dessa população ou universo.

Universo é o conjunto de seres animados ou inanimados que

apresentam pelo menos uma característica em comum. O universo

de uma pesquisa depende do assunto a ser investigado.

Para Vergara (2005) a definição de toda a população ou

parte dela, denominada população amostral, ou seja, é o

conjunto de elementos que possuem características a serem

utilizadas como objeto do estudo. As amostras podem ser

probabilísticas ou não probabilísticas, destacando-se aí os

tipos por acessibilidade ou por tipicidade.

Esse trabalho será realizado no corpo gerencial da empresa

MINAS CROMO DURO LTDA, citada anteriormente, uma empresa

47

familiar de pequeno porte, atualmente administrada pelo sócio

fundador com participação ativa de três filhos, atuando em

diferentes departamentos e ainda sua esposa e outros dois

sócios.

A empresa atualmente conta com um quadro aproximado de cem

colaboradores incluindo matriz e demais unidades. Nesse caso

não será utilizada amostra, mas sim todos os indivíduos

envolvidos, por se tratar de uma população finita de fácil

acessibilidade.

6.4 Limitação da pesquisa

Segundo Marconi (2002) Limitar a pesquisa é estabelecer

limites para a investigação, que podem ser por assunto a fim

de impedir que se torne muito extenso ou muito complexo, por

extensão, pois nem sempre será possível abranger todo âmbito

no qual o fato se desenrola e por estarem ligados a outros

fatores como meios humanos, econômicos e sócio-culturais.

Esta pesquisa não discutirá aspectos técnicos, como

execução dos serviços, método como é realizado ou mesmo a

tecnologia a ser utilizada.

A pesquisa se limitará a explorar o tema principal a fim

de resolver o problema de pesquisa que propõe discutir meios

para implantar uma estrutura de gestão profissionalizada na

empresa em questão e propor melhorias alinhadas com as

estratégias competitivas da empresa.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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