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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE ARTES
NÚCLEO DE INTERFACES COMPUTACIONAIS DEPARTAMENTO DE DESENHO INDUSTRIAL
TERDESIGN: Tecnologia, Emancipação
e Renda pela Ação do Design
Relatório 2011
Projeto contemplado pelo Edital nº049/2010
FEVEREIRO DE 2012 VITÓRIA – ES
1. Sobre o Projeto
O projeto TERDesign – Tecnologia, Emancipação e Renda pela Ação do Design –
teve como objetivo a implantação de oficinas permanentes para o uso criativo das
tecnologias de informação e comunicação na estrutura disponível no telecentro da
Casa Brasil de Itararé, no Município de Vitória – ES, visando fomentar o
desenvolvimento de uma cultura tecnológica junto às comunidades atendidas. Como
objetivos específicos, pretendeu:
1. Proporcionar oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional, técnico
e criativo por meio das tecnologias de informação e comunicação;
2. Incentivar a comunicação comunitária, a produção cultural e artística, a
autonomia e independência informacional e comunicacional das comunidades;
3. Articular tecnologia e desenvolvimento local por meio das iniciativas dos
próprios cidadãos participantes do projeto;
4. Desenvolver o potencial e a responsabilidade social dos alunos do Curso de
Desenho Industrial da UFES por meio da atividade de extensão;
5. Consolidar uma proposta alternativa para o uso dos telecentros para além da
mera oferta de acesso à Internet, que possa ser ampliada para os demais
pontos de acesso do município e do Estado.
O projeto foi contemplado pelo edital MCT/CNPq nº 49/2010 e foi realizado em
parceria com a Secretaria de Trabalho e Geração de Renda – SETGER da Prefeitura
Municipal de Vitória – PMV. O presente relatório apresenta de forma consolidada o
cronograma das ações realizadas, metodologia e resultados da pesquisa feita junto às
comunidades atendidas, o papel e atribuições da equipe envolvida, a estrutura das
oficinas planejadas e experimentadas, e por fim o resultado final – uma proposta
completa para a realização de oficinas de inclusão tecnológica criativa em telecentros
e demais pontos de livre acesso à Internet.
2. Cronograma das Ações do Projeto
As atividades do TERDesign tiveram inicio imediatamente após a assinatura do termo
de concessão do MCT/CNPq em dezembro de 2010. O Prof. Hugo Cristo, proponente
e coordenador do projeto, realizou um processo seletivo entre os alunos do curso de
Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo ainda no final de
dezembro e selecionou um grupo de alunos que preencheu os requisitos dos dois
perfis necessários à realização do projeto:
• Oficineiros: alunos facilitadores do cotidiano das oficinas, cujas competências
e habilidades incluíram tanto os fundamentos artísticos quanto o domínio dos
processos e ferramentas empregados na criação artística baseada em
computadores.
• Planejamento e apoio: alunos responsáveis pelo mapeamento do perfil,
necessidades e expectativas das comunidades a serem atendidas pelo
projeto, além de contribuírem na elaboração do conteúdo das oficinas.
A proposta inicial do projeto era formar a equipe de oficineiros tanto com estudantes
da Ufes quanto por membros das comunidades atendidas, mas essa possibilidade
mostrou-se inviável pela dificuldade de encontrarmos pessoas com a disponibilidade e
habilidades mínimas necessárias. A equipe final foi formada exclusivamente por
estudantes do ensino superior da Ufes e da Universidade Estácio de Sá de Vitória,
conforme a Tabela 1:
Aluno Curso / Instituição Equipe Vigência
Anatyelle Karyne S. Barcelos Arquitetura e Urbanismo / Ufes Planejamento 03 a 12/2011
Fernando Gatti Desenho Industrial / Ufes Oficineiro 03 a 12/2011
Gledson Luiz Henrique Ribeiro Desenho Industrial / Ufes Oficineiro 09 a 12/2011
Ivanise Borges Fraga de Souza Desenho Industrial / Ufes Planejamento 02 a 07/2011
Joyce Cavalcanti Carmo Desenho Industrial / Ufes Oficineira 02 a 12/2011
Marcus Vinicius Rangel Mauro Desenho Industrial / Ufes Planejamento 02 a 07/2011
Mariane Azevedo Rocha Desenho Industrial / Ufes Oficineira 03 a 12/2011
Sara Rosana de Oliveira Rangel Comunicação Social / Estácio Planejamento 09 a 12/2011
Tabela 1 – Lista de alunos envolvidos no projeto
É importante ressaltar que ocorreram duas mudanças na equipe ao longo do projeto,
conforme indicado na coluna “vigência” da Tabela 1. A partir da seleção da equipe
inicial, as ações do projeto seguiram o cronograma apresentado na Tabela 2.
Ação Período Produtos finais
Avaliação do espaço e proposta pedagógica Março Proposta das Oficinas
“Feirinha de Oficinas” e a proposta pedagógica Março-Abril Programa das Oficinas
Pesquisa e inscrição dos grupos Maio-Junho Programa das Oficinas
Execução das Oficinas Agosto-Novembro Produtos, programa das Oficinas
Avaliação dos resultados do projeto Dezembro-Janeiro Site, cartilha, publicações
Tabela 2 – Cronograma das ações
2.1 Avaliação do espaço e proposta pedagógica
No mês de março, a equipe visitou a Casa Brasil para decidir como as oficinas seriam
realizadas, em parceria com a gerência do espaço e com os interlocutores da
SETGER/PMV. Além do telecentro (Foto 1), que contava com dez máquinas recém-
entregues, impressora multifuncional e acesso à Internet, foram oferecidos mais dois
espaços para o projeto TERDesign: 1) uma sala anteriormente utilizada por grupos de
artesãos e que por isso possuía bancadas adequadas à execução de trabalhos
manuais; 2) o “Teatro de Bolso”, que consiste num espaço para cerca de 40 pessoas,
com ar condicionado e parede para projeção, ideal para a realização de encontros
com as comunidades interessadas em participar do projeto.
Foto 1 – Telecentro
No mesmo período, a equipe do TERDesign elaborou um esboço preliminar do
conteúdo programático das oficinas, dividido em três momentos:
1. Representação gráfica (quatro encontros de 4h, total 16h): desenho artístico,
desenho técnico, teoria da cor, técnicas de pintura (aquarela, nanquim, guache,
acrílica), computação gráfica e editoração eletrônica;
2. Projeto (seis encontros de 4h, total 24h): levantamento de dados, geração e
seleção de hipóteses, geração e seleção de alternativas, construção e
experimentação;
3. Empreendedorismo (dois encontros de 4h, total 8h): marca, noções de
marketing (produto, preço, promoção, praça), contabilidade e precificação
simples, relacionamento com clientes, formalização de empresas.
A proposta foi baseada em discussões realizadas pelos alunos e coordenação do
projeto, em pesquisas de experiências anteriores semelhantes no Brasil e no exterior
(ver Anexo V), e em reuniões realizadas com o Gerente de Inclusão Digital da
Prefeitura de Vitória, Sr. Hugo Santos Tofoli.
Na prática, a equipe do TERDesign adaptou as metodologias de design aprendidas
nos cursos superiores de graduação ao cotidiano dos artesãos, sugerindo que a
informática poderia auxiliá-los em três momentos distintos do percurso que vai da ideia
à comercialização de um produto: Imaginar, Digitalizar e Construir1. O processo
genérico foi sintetizado em um vídeo2 que foi disponibilizado no site do projeto e
utilizado nas reuniões que se seguiram (ver item 2.2).
A partir do esboço do conteúdo programático, a estratégia adotada pela equipe do
TERDesign foi criar oportunidades de discutir as oficinas com comunidades e grupos
produtivos em atividade nas proximidades da Casa Brasil, visando refinar e direcionar
a proposta conforme as expectativas e demandas dos interessados.
2.2 “Feirinha de Oficinas” e a proposta pedagógica
Durante as reuniões com a equipe da SETGER/PMV, as experiências prévias dos
gestores da Casa Brasil sobre os hábitos de uso daquele espaço pelas comunidades
do entorno sugeriram que seria difícil pesquisar as necessidades e expectativas dos
alunos das oficinas em potencial sem a organização de um encontro específico e
amplamente divulgado. Mesmo assim, um primeiro encontro com as lideranças
comunitárias locais e alguns grupos produtivos foi realizado no Teatro de Bolso da
Casa Brasil (Fotos 2 e 3) no dia 14 de abril com o apoio do Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) da região.
1 A cartilha final do projeto, discutida no item 2.5, detalha a metodologia adaptada ao contexto dos artesãos tendo em
vista a realização de experiências semelhantes à do TERDesign. 2 Disponível no endereço: http://youtu.be/O0xLhprkIMk
Foto 2 – Reunião no “Teatro de Bolso”
Foto 3 – Alguns produtos apresentados
Apesar de o encontro ter auxiliado bastante no primeiro contato com as demandas das
comunidades e grupos produtivos, a maioria dos presentes não era formada por
artesãos, mas comerciantes de produtos alimentícios de uma pequena feira popular
das proximidades. Já entre os artesãos que participaram da reunião, houve um pedido
comum para uma melhor divulgação do projeto, inclusive para outros grupos
produtivos que, apesar de não residirem na região da Casa Brasil, também poderiam
ser beneficiados pelas oficinas. A “Feirinha de Oficinas” foi então planejada para
resolver, ao mesmo tempo, os dois problemas enfrentados: a) a realização de um
evento onde as comunidades residentes ou não no entorno da Casa Brasil poderiam
conhecer e discutir a proposta do projeto; b) a condução da pesquisa que orientaria a
equipe do TERDesign na definição do conteúdo final das oficinas.
A Feirinha foi realizada em duas ocasiões3: 30 de maio, na Casa Brasil de Itararé, e 17
de junho, no Mercado Municipal São Sebastião, situado no bairro de Jucutuquara,
onde vários artesãos e grupos comercializam seus trabalhos com o apoio da
SETGER/PMV. As datas foram definidas conforme a disponibilidade dos grupos e dos
espaços escolhidos. A divulgação foi feita com cartazes (Figura 1), convites
impressos4, no site da PMV5, jornais regionais e nas listas de e-mails das lideranças
comunitárias e grupos produtivos da região metropolitana. Nas duas oportunidades, os
participantes assistiram a uma palestra sobre os objetivos e proposta de
funcionamento das oficinas do projeto6, visitaram uma exposição de técnicas artísticas
3 O registro das duas Feirinhas de Oficinas está disponível no site http://www.nicvix.com/terdesign/diario/ 4 Uma versão fotocopiada do convite disponível no endereço http://issuu.com/nicddiufes/docs/novo_convite foi
distribuída no Mercado São Sebastião. 5 Disponível no endereço http://www.vitoria.es.gov.br/setger.php?pagina=noticias&idNoticia=6081 6 A apresentação feita à comunidade está disponível no endereço http://www.slideshare.net/hugocristo/apresentao-
terdesign.
variadas envolvidas na concepção de produtos e responderam a um questionário
(Anexo I) que incluiu questões sobre hábitos de uso da tecnologia e tipos de produtos
comercializados.
Figura 1 – Convite enviado por e-mail e divulgado em sites e jornais regionais
Foto 4 – Exposição na Casa Brasil
Foto 5 – Exposição na Casa Brasil
Foto 6 - Entrevistas no Mercado São Sebastião
Foto 7 – Exposição no Mercado São Sebastião
As três oficinas mencionadas no item 2.1 foram apresentadas aos visitantes das
Feirinhas como as bases de um processo genérico de planejamento, fabricação e
comercialização de qualquer tipo de produto. Os artesãos puderam entender quais
técnicas seriam aprendidas em cada oficina e como o domínio daqueles
conhecimentos poderia melhorar a qualidade dos seus produtos, o valor final de
venda, as margens de lucro e contribuir para a satisfação dos clientes. A apresentação
das oficinas também foi fundamental para que os visitantes da exposição pudessem
manifestar suas expectativas em relação aos conteúdos de representação gráfica,
metodologia de projeto e empreendedorismo durante as entrevistas (Anexo I – 5.3).
2.3 Pesquisa e inscrição dos grupos
Conforme planejado, os visitantes das “Feirinhas de Oficinas” foram entrevistados7
pela equipe do projeto a fim de compreender a realidade dos grupos produtivos e,
principalmente, selecionar artesãos para participarem das experiências-piloto das
oficinas. No total, 36 pessoas residentes em cinco municípios diferentes foram
entrevistadas – Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Cachoeiro de Itapemirim – com
idades de 16 a 61 anos, predominantemente mulheres (N=31).
Os resultados da pesquisa sugeriram usos simples porém consolidados da
informática: a utilização dos computadores em casa foi mencionada por 32
participantes e o acesso domiciliar à Internet foi citado por 24 deles. Curiosamente,
apenas dois responderam que já acessaram a Internet ou usaram computadores na
Casa Brasil, mesmo sabendo que o espaço oferece tais serviços.
Os entrevistados disseram utilizar o computador para navegar, digitar textos e outras
tarefas simples como ouvir música e jogar Paciência. Essas informações forneceram
subsídios suficientes à equipe do projeto de que não seria necessário oferecer um
curso introdutório à informática dentre as oficinas do projeto. Ao mesmo tempo,
percebeu-se que as plataformas livres (Linux, OpenOffice etc) não eram conhecidas
pela maioria dos entrevistados, fato que explicou algumas dificuldades nas oficinas
que fizeram uso das ferramentas Gimp e Inkscape (ver item 2.4).
No que diz respeito às expectativas dos entrevistados em relação aos conteúdos das
oficinas propostas pela equipe do TERDesign, as respostas refletiram a diversidade de
histórias de vida, tipos de trabalho e demandas dos diferentes grupos produtivos que
participaram da pesquisa. Apesar disso, apenas nove entrevistados não indicaram
interesse em cursar as três oficinas e apenas um disse que gostaria de cursar apenas
Representação Gráfica. Também nessa parte da entrevista os artesãos informaram a
disponibilidade de dia da semana e turno para a participarem das oficinas. Dois dias
7 Os resultados completos do levantamento estão no artigo “TERDesign – Relato de uma experiência de inclusão
tecnológica criativa no Município de Vitória – ES” (Sant’Anna, Gatti, Carmo e Rocha; no prelo).
concentraram a maior parte dos interessados (N=26) – segunda-feira, das 14 às 18h e
quinta-feira das 8 às 12h – seguindo a organização dos conteúdos em encontros de 4h
conforme descritos no item 2.1.
De forma geral, os resultados da pesquisa validaram o esboço preliminar feito pela
equipe do TERDesign para o conteúdo programático das oficinas que, somado aos
dados coletados sobre os hábitos de uso dos computadores pelos entrevistados,
refinaram a proposta de realização do projeto para aproveitar as experiências e
conhecimentos relatados nos questionários. As dinâmicas dos momentos expositivos e
práticos das oficinas foram repensadas para ter a navegação na Web como fio
condutor das discussões, conforme será discutido no item 2.4.
Após a finalização da análise dos dados da pesquisa, a equipe do TERDesign em
parceria com a SETGER/PMV abriu as inscrições no site do projeto e na Casa Brasil
no período de 18 a 25 de julho. Formulários também foram enviados para o Mercado
São Sebastião após solicitação dos artesãos que não conseguiram se deslocar até a
Casa Brasil ou não conseguiram realizar a inscrição via Internet.
Figura 2 – Cartaz de divulgação das inscrições
As oficinas tiveram início nos dias 01 e 04 de agosto8 na Casa Brasil de Itararé, com a
turma da segunda-feira com 12 inscritos e a da quinta-feira com apenas oito. O
número de inscrições recebidas foi muito abaixo das expectativas da equipe do
TERDesign e da SETGER/PMV, uma vez que esperava-se a participação dos 26
entrevistados que manifestaram interesse pelas três oficinas e que tinham informado a
disponibilidade para os horários sugeridos. Além disso, também era esperada a
8 Notícia veiculada no Portal Gazeta Online, 30/07/2011: http://tinyurl.com/terdesign-gazetaonline
adesão de outros grupos que poderiam ter ficado de fora das entrevistas, mas que
ficaram sabendo do projeto pela imprensa ou por meio de outros artesãos.
A equipe tentou contato com os entrevistados que não fizeram a inscrição e ouviu
deles uma série de entraves para frequentar as oficinas durante o dia, dentre elas:
dificuldades de conseguir transporte, estar no horário de outro trabalho ou atividade,
problemas familiares. Alguns solicitaram a abertura de uma nova turma após as 18h,
mas essa possibilidade se mostrou inviável considerando que o funcionamento da
Casa Brasil se encerra diariamente às 19h9.
2.4 Execução das oficinas
As atividades das oficinas do TERDesign seguiram o planejamento da Tabela 3, cuja
estratégia se baseou na exposição inicial de conteúdos mais familiares aos
participantes – técnicas artísticas, discussão de materiais – para gradualmente inserir
temas novos e que exigiriam mais atenção e dedicação – computação gráfica, projeto
e empreendedorismo.
Oficina Aulas
Representação Gráfica parte I – Fundamentos Artísticos 01 e 02
Representação Gráfica parte II – Computação Gráfica 03 e 04
Projeto – Metodologia 05 e 06
Projeto – Desenvolvimento do produto 07, 08, 09 e 10
Empreendedorismo 11 e 12
Tabela 3 – Planejamento das oficinas
Cada grupo de atividades foi definido a partir de unidades temáticas muito simples, de
forma que os participantes pudessem sempre ter um objeto acabado ao fim de cada
encontro. Esses objetos foram incorporados ao portfolio de cada participante,
facilitando a avaliação do crescimento individual de todos eles no término de cada
grupo de atividades.
O percurso das oficinas foi concebido de forma a auxiliar os participantes a
entenderem quais conhecimentos são pré-requisitos para a realização de cada
atividade. A Figura 4 mostra, por exemplo, que o participante da oficina precisaria
compreender o funcionamento da impressora, scanner, teclado, mouse, computador e
câmera digital antes de poder cumprir adequadamente todas as atividades de desenho
9 Essa dificuldade encontrada pelos interessados, mesmo após o levantamento de horários realizado em junho, foi um
ponto importante na formatação do modelo final das oficinas descrito na avaliação do projeto (item 2.5).
com o computador. Fluxos similares para as unidades temáticas das demais oficinas
podem ser observados nas figuras a seguir10:
Figura 3 – Representação Gráfica I Figura 4 – Representação Gráfica II
Figura 5 – Projeto Figura 6 – Empreendedorismo
Ao longo dos 90 dias de duração das oficinas, os participantes discutiram com os
oficineiros cada uma das unidades temáticas do conteúdo programático, sempre por 10 Os fluxos das unidades temáticas estão reproduzidos em tamanho maior no Anexo II.
meio de exemplos contextualizados e diretamente relacionados ao que os artesãos já
produziam antes de participarem do projeto. A dinâmica dos encontros semanais
seguia um roteiro simples com o intuito de estimular a participação:
1. A cada semana, os participantes deveriam trazer um produto acabado ou
inacabado, que gostariam de apresentar ao resto do grupo. Aqueles que não
traziam produtos deveriam procurar um na Internet (ex: Google Images11).
2. Os oficineiros apresentavam os conteúdos do dia, sugerindo possibilidades de
melhoria ou aperfeiçoamento dos produtos trazidos a partir do que foi discutido.
Sempre que um produto fosse um bom exemplo da aplicação dos conteúdos
do dia, seja na opinião dos oficineiros ou na dos participantes, o autor era
convidado a compartilhar o processo criativo com os demais;
3. A atividade prática do dia consistia em aprimorar, individualmente, alguma
parte ou característica do produto com base em todas as discussões realizadas
em grupo. Os oficineiros incentivavam as trocas, debates e ajuda mútua entre
os participantes. O uso da Internet era incentivado, sugerindo aos participantes
que buscassem referências e exemplos de trabalhos similares aos que
desejavam realizar.
4. No final de cada encontro os oficineiros solicitavam aos participantes que
trouxessem outro (ou o mesmo) produto na próxima semana, desde que
tentassem trabalhar nele em casa sozinhos.
Fotos 8, 9 e 10 – exemplos produtos trazidos pelos participantes – luminária, bolsa e enfeites em EVA Conforme os objetivos e natureza da oficina, o uso dos espaços na Casa Brasil se deu
de forma distinta:
11 Busca por imagens do Google. Disponível em http://images.google.com.
Foto 11 – Representação Gráfica I (sala apoio)
Foto 12 – Representação Gráfica I (sala apoio)
Foto 13 – Representação Gráfica II (telecentro)
Foto 14 – Representação Gráfica II (telecentro)
Foto 15 – Projeto (telecentro)
Foto 16 – Empreendedorismo (telecentro)
• Representação Gráfica I: realizada na sala de apoio do projeto (Fotos 11 e 12) para evitar sujar ou danificar os computadores com tinta e outros materiais. A
sala contava com um armário que foi utilizado para guardar os materiais de
aula e com bancadas onde participantes e oficineiros desenvolviam as
atividades da Figura 3. Caso fosse necessário o uso do telecentro para a
realização de pesquisas na Web, o participante da oficina deslocava-se para o
outro espaço. Todo o material necessário para a realização das atividades foi
adquirido pela SETGER/PMV e está listado no Anexo III;
• Representação Gráfica II: realizada no telecentro (Fotos 13 e 14), que a cada
semana ficava reservado exclusivamente para as atividades da oficina. Os
participantes foram acomodados em duplas nos computadores para incentivar
a ajuda mútua e discussões. A lista dos programas utilizados nessa oficina está
na Tabela 4 e uma recomendação para a configuração dos computadores está
no Anexo IV. Um projetor multimídia foi utilizado para que um dos oficineiros
demonstrasse o passo-a-passo da atividade do dia (Figura 4) enquanto o resto
da equipe do TERDesign circulava na sala auxiliando as duplas. O grupo
também utilizou impressora e scanner em alguns encontros. A principal
dificuldade deste momento do projeto foi a aprendizagem do sistema
operacional Ubuntu Linux, já todos os participantes tinham experiência anterior
apenas com o Microsoft Windows. Diferenças sutis entre os pacotes de
aplicativos disponíveis no telecentro e aqueles conhecidos pelos artesãos
(Gimp x Adobe Photoshop, Inkscape x Corel Draw e Microsoft Office x Br
Office) também precisaram ser esclarecidas;
• Projeto: realizada parte no telecentro, parte na sala de apoio, utilizou projetor
multimídia para exibição de vídeos, exemplos de projetos e projeção de slides,
além do quadro branco para o desenho de esquemas e anotações sobre os
produtos trazidos para o encontro. Após a exposição do conteúdo do dia
(Figura 5), os oficineiros orientavam os participantes em separado, conforme
as demandas de cada projeto. Os produtos que demandaram a execução de
trabalhos manuais (Foto 15 – recorte, pintura etc) utilizaram a sala de apoio;
• Empreendedorismo: realizada exclusivamente no telecentro, utilizou
principalmente o projetor multimídia e o quadro branco para a discussão
detalhada das unidades temáticas da Figura 6, tendo os produtos de cada
participante como estudos de caso (Foto 16).
Programas Aplicações Oficinas
Mozilla Firefox 3 Pesquisa na Web Todas
Gimp 2.7 Digitalização, tratamento e impressão Representação Gráfica I, II e Projeto
Inkscape 0.48 Vetorização e impressão Representação Gráfica I, II e Projeto
Writer (Br Office) Organização da pesquisa Projeto, Empreendedorismo
Calc (Br Office) Planilhas de cálculo de custos e preços Empreendedorismo
Tabela 4 – Lista de programas utilizados nas oficinas
Ao término do conjunto de encontros referentes a cada oficina, realizou-se uma
dinâmica onde o grupo analisou e discutiu a produção de cada participante,
possibilitando o compartilhamento dos progressos e aprendizados individuais, além da
avaliação dos resultados pelos oficineiros.
Na primeira avaliação, referente à oficina Representação Gráfica I e II, os trabalhos
foram afixados na parede da sala de apoio (Foto 12). Na segunda, referente à oficina
de Projeto, foram apresentadas ideias para o desenvolvimento de novos produtos
(Fotos 17 e 18). Na terceira avaliação, o grupo construiu coletivamente uma planilha
de custos e formação de preços para o produto de um dos participantes.
Foto 17 – Ilustração vetorial no Inkscape
Foto 18 – Impressão serigráfica da ilustração
No último encontro do projeto, apenas nove dos 24 inscritos originais estavam
presentes. A evasão ao longo dos 90 dias foi de aproximadamente 60%. Os motivos
relatados pelos desistentes foram consistentes com aqueles listados no fim da seção
2.3 deste relatório: dificuldade de transporte, outras atribuições no mesmo horário das
oficinas e dois participantes mencionaram problemas de saúde de familiares.
2.5 Avaliação dos resultados do projeto
Nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012 a equipe do TERDesign avaliou
os resultados do projeto, levando em consideração: a) a diferença entre os objetivos
planejados e aqueles atingidos pelo projeto; b) a estratégia pedagógica elaborada e
seu desempenho de fato na realização das oficinas; c) os interesses e expectativas
dos participantes versus a avaliação deles no término das oficinas; d) pontos positivos
e negativos do uso do espaço da Casa Brasil para a realização do projeto; e)
contribuições possíveis do TERDesign a experiências futuras com objetivos similares.
a) Diferença entre objetivos planejados e atingidos
O objetivo geral do projeto, que consistiu na implantação de oficinas permanentes para
o uso criativo das tecnologias de informação e comunicação (TICs) na Casa Brasil, se
mostrou inviável pelas características da demanda por esse tipo de formação na
região de Itararé – Poligonal I do município de Vitória. Tanto o levantamento de dados
feito junto às comunidades quanto o próprio andamento das oficinas sugerem que elas
seriam mais produtivas caso fossem itinerantes (realizadas em bairros e comunidades
diferentes a cada edição), descentralizadas (sem depender de equipamentos e
estrutura existentes apenas na Casa Brasil) e sem turmas fixas (abertas a qualquer
um que, naquela edição, queira participar da programação, sem necessidade de
inscrição prévia). A mobilização pelas próprias lideranças dos grupos ou comunidades,
além do envolvimento direto de instâncias da administração municipal também se
mostraram fundamentais para a viabilização do projeto.
No que tange à criação de oportunidades de desenvolvimento pessoal, profissional,
técnico e criativo por meio das TICs, os resultados foram satisfatórios. Todos os
participantes conseguiram evoluir e incorporar as tecnologias aos seus respectivos
processos produtivos. O diálogo permanente dos conteúdos apresentados pelos
oficineiros com os produtos trazidos pelos participantes se mostrou uma boa
alternativa para incorporar a tecnologia no repertório de técnicas deles.
Os oito alunos bolsistas envolvidos no projeto viveram sua primeira experiência de
extensão universitária, desenvolvendo habilidades importantíssimas para seu
crescimento profissional e como cidadãos. Desde a aproximação inicial com as
comunidades para a realização da pesquisa, passando pelo relacionamento com os
gestores da Casa Brasil, e chegando por fim à interação com os participantes das
oficinas, cada um dos estudantes universitários acumulou experiências que
dificilmente ocorreriam no contexto da sala de aula. A elaboração da estratégia
pedagógica das oficinas também foi uma oportunidade singular para a reflexão do
papel do designer na contemporaneidade, uma vez que as metodologias de projeto e
os fundamentos artísticos aprendidos no ambiente universitário não puderam ser
empregados nas oficinas sem uma contextualização apropriada: conhecer a
comunidade, suas expectativas, demandas e realidade foram fundamentais.
Por fim, a elaboração de uma proposta de uso alternativo dos telecentros se mostrou
viável, conforme sugere a Cartilha elaborada pela equipe do TERDesign (ver item ‘e’
da avaliação). Os resultados do projeto sugerem que a inclusão digital criativa não
depende apenas da existência de equipamentos ou estrutura física adequada, mas da
presença de facilitadores que possam ampliar as atividades oferecidas no telecentro
da informática simples para os usos criativos da computação, sempre tendo os
interesses e necessidades dos frequentadores como fio condutor das ofertas.
b) Estratégia pedagógica elaborada e seu desempenho
Apesar da pesquisa realizada com as comunidades ter confirmado o interesse dos
participantes pelas três oficinas, o cotidiano do projeto mostrou que cada conjunto
temático requer dinâmicas distintas para ser mais bem aproveitado pelos participantes.
Os encontros de Representação Gráfica I – Fundamentos Artísticos utilizaram bem a
carga horária de quatro horas-aula devido à complexidade e cuidado exigidos pelas
atividades. Já as oficinas de Representação Gráfica II – Computação Gráfica
mostraram-se muito cansativas para os participantes que não tinham o hábito de
permanecer quatro horas em frente ao computador.
Os conteúdos da oficina de Projeto poderiam ser divididos em duas modalidades:
• Palestras curtas de até 2h para um grupo grande de pessoas, onde
informações gerais sobre o planejamento de produtos seriam apresentadas
com exemplos didáticos e contextualizados;
• Encontros semanais de no mínimo 4h como aqueles realizados pela equipe do
TERDesign, mas abertos às pessoas que já assistiram a palestra introdutória
sobre planejamento de produtos. Nesses encontros os participantes
mostrariam seus progressos e seriam orientados pelos oficineiros ou
monitores, fazendo uso das TICs conforme a demanda de cada projeto.
Essa divisão resolveria dois problemas encontrados pelos oficineiros durante o
TERDesign: alguns participantes satisfizeram-se apenas com o conteúdo expositivo
das oficinas de projeto e não frequentaram as aulas práticas, enquanto outros já
possuíam conhecimento tácito sobre o desenvolvimento de produtos, mas gostariam
da interlocução para avançar na parte prática do processo.
A oficina de Empreendedorismo poderia funcionar no mesmo esquema revisto da
oficina de Projeto, com palestras abertas sobre os temas centrais – marca, custos,
formação de preços, relacionamento clientes – e encontros com grupos menores para
o auxílio na elaboração na estratégia do produto ou serviço.
Um ponto comum a todas as oficinas é que a duração total do calendário de encontros
semanais seja mais curto, evitando prejuízos para os participantes no caso de
imprevistos. A ideia de oferecer as oficinas de forma itinerante e descentralizada foi
somada a essa sugestão da carga horária reduzida na Cartilha do projeto, de forma
que a proposta pedagógica final consiste em um dia inteiro de atividades realizadas
em espaços de fácil acesso a toda comunidade, divididos entre palestras para o maior
número de pessoas possível e oficinas menores por grupo de interesse.
c) Interesses e expectativas dos participantes versus avaliação
O levantamento de dados realizado na fase inicial do projeto sugeriu um conjunto de
interesses e expectativas preliminar dos grupos produtos em relação aos conteúdos
das oficinas, conforme mencionado no item 2.3. O conhecimento da equipe do
TERDesign sobre os interesses específicos dos participantes das oficinas foi sendo
refinado ao longo dos 90 dias da experiência-piloto, principalmente por meio dos
trabalhos trazidos para as dinâmicas pelos artesãos. Cada dificuldade ou curiosidade
relatada sobre uma técnica artística, etapa das metodologias de projeto ou mesmo
questões sobre como aprimorar seus negócios auxiliaram a equipe na avaliação
permanente das ações ao longo das oficinas.
Na ausência de uma modalidade de avaliação formal, o desenvolvimento observável
dos participantes das oficinas foi empregado como indicador dos progressos
individuais e do próprio desempenho das equipes de planejamento e dos oficineiros.
Foto 19 – Esboços para o logotipo Vekiart feitos pela artesã Vera para sua linha de
bonecas de retalhos.
Figura 7 – Logotipo digitalizado, tratado e finalizado no Inkscape pela artesã Vera, pronto para ser aplicado em
embalagens, etiquetas e material gráfico.
Registros fotográficos e audiovisuais do cotidiano do projeto também foram utilizados
pela equipe do TERDesign nas reuniões de planejamento das oficinas, uma vez que
apenas os alunos bolsistas oficineiros estiveram presentes em todos os encontros com
os grupos produtivos na Casa Brasil. Alguns depoimentos dos artesãos que compõem
o acervo desses registros foram editados e estão disponíveis no site do projeto12.
d) Pontos positivos e negativos do uso da Casa Brasil
A Casa Brasil de Itararé serviu satisfatoriamente aos propósitos do projeto TERDesign,
principalmente devido à diversidade e disponibilidade de espaços adequados aos dois
tipos de atividades realizadas – trabalhos manuais e uso do computador – além do
Teatro de Bolso, que foi muito útil nas reuniões com os grupos produtivos. A conexão
com a Internet foi de altíssima velocidade, as máquinas eram novas e em bom estado
de conservação, e o pessoal de suporte do telecentro sempre esteve presente.
No entanto, a equipe do projeto compilou uma lista de dificuldades direta ou
indiretamente relacionadas à estrutura da Casa Brasil que precisam ser consideradas
em futuras edições do TERDesign naquele espaço ou mesmo de projetos da mesma
natureza ou público:
• Dificuldade de acesso: os participantes das oficinas que não residiam em
Itararé ou bairros vizinhos desconheciam a localização da Casa Brasil, bem
como as alternativas de transporte público que ofereciam acesso ao local. O
espaço fica próximo a avenidas de grande fluxo de pessoas, mas após as 18h
o percurso da Casa Brasil até vias mais movimentadas nas redondezas foi
considerado inseguro pelos participantes;
• Aquisição do material das oficinas: uma parte considerável dos materiais
necessários para a realização das oficinas já se encontrava disponível no
almoxarifado da Casa Brasil – tintas, pincéis e papéis. Outros materiais
precisaram ser adquiridos pela SETGER/PMV em um processo que nem
sempre era rápido, uma vez que uma série de procedimentos burocráticos
precisou ser devidamente cumprida. A indisponibilidade dos materiais na data
prevista no cronograma fatalmente atrasou as atividades das oficinas;
• Horário de funcionamento: mesmo considerando a insegurança percebida na
região após as 18h, a oferta de turmas do projeto no período noturno
interessava a um número significativo de artesãos. A gerência da Casa Brasil
informou à equipe do TERDesign que as turmas noturnas poderiam ser
ofertadas, mas não haveria pessoal de suporte do telecentro no horário,
apenas o segurança. Para que o projeto fosse realizado em horários mais
12 Disponível em http://www.nicvix.com/terdesign/2011/10/primeiro-video-do-terdesign/
flexíveis (noturno, finais de semana), a própria estrutura funcional da Casa
Brasil precisaria ser revista;
• Uso exclusivo do telecentro: nos horários de realização das oficinas, o
telecentro ficou fechado para a comunidade. Por diversas vezes durante os
encontros, pessoas que procuraram o acesso à Internet na Casa Brasil não
puderam fazer uso do serviço. Considerando que o TERDesign ocupou o
telecentro apenas duas vezes na semana, um possível crescimento na oferta
de turmas e horários requereria um espaço dedicado para as oficinas, distinto
do telecentro aberto à comunidade em geral.
• Configuração dos computadores: conforme já mencionado no item 2.4, o uso
do sistema operacional Ubuntu Linux e das ferramentas livres Gimp, Inkscape
e Br Office representaram um desafio a mais para os participantes das oficinas.
Todos os inscritos possuíam experiência prévia, mesmo que elementar, no
sistema operacional Windows e seus padrões de interface. No caso específico
da oferta de acesso à Internet, feita por um navegador como o Mozilla Firefox
que é praticamente o mesmo nos ambientes Windows e Linux, não há perdas
importantes das experiências anteriores do usuário. Por outro lado, por mais
que os pacotes de aplicativos gráficos em software livre sejam equivalentes ou
substitutos de produtos comerciais, não oferecem as mesmas ferramentas,
desempenho ou fluxos de trabalho. Os participantes das oficinas
provavelmente utilizarão Corel Draw, Adobe Photoshop e Microsoft Office em
seus domicílios, não apenas pela facilidade de obtenção dos programas com
amigos e parentes, mas pela própria pressão do mercado que exige tais
plataformas – gráficas, bureaus de impressão, trocas de documentos entre
empresas etc.
e) Contribuições do TERDesign para experiências futuras similares
A equipe do TERDesign estava ciente, desde o início do projeto, das dificuldades
envolvidas na implantação de experiências como a que foi proposta. A articulação
entre a Universidade, comunidades e Prefeitura é complexa e demanda tempo para
maturação e identificação de competências e responsabilidades. Nesse sentido, a
equipe do projeto teve uma preocupação fundamental de documentar, registrar e
compilar o maior número de informações possível sobre a experiência-piloto, com o
intuito de reduzir as dificuldades para a continuidade do projeto em 2012, além de
compartilhar os resultados com a sociedade e fomentar a realização de iniciativas
similares baseadas na proposta do TERDesign.
O conjunto de informações sobre a experiência-piloto, desde a lista de equipamentos e
material de consumo necessários, estratégia pedagógica adotada, sugestão de plano
de atividades, perfil dos oficineiros e requisitos da estrutura física deram origem à
Cartilha TERDesign13, que consiste num material de referência para que qualquer
grupo produtivo possa organizar suas próprias oficinas ou solicitar o apoio da
Universidade para a realização do projeto na sua comunidade.
A Cartilha também foi elaborada com o intuito de ser um guia para os futuros
oficineiros e monitores do projeto a partir de 2012, que precisarão dar continuidade à
iniciativa sem a vivência acumulada tacitamente pelos bolsistas de 2011. Vale
ressaltar que a cartilha é um norte, não um roteiro, e foi concebida como um projeto
gráfico aberto capaz de ser atualizado constantemente a partir dos conhecimentos
acumulados nas futuras edições das oficinas.
O site do projeto complementa a Cartilha, oferecendo modelos de convite para as
oficinas, slides e vídeos de apresentação, material de divulgação, sugestão de
questionário de entrevista para os interessados nas oficinas e o registro audiovisual da
experiência-piloto.
3. Considerações Finais
O projeto TERDesign foi a primeira iniciativa de extensão fora dos muros da
Universidade de todos os envolvidos: coordenação, alunos bolsistas e parceiros da
Casa Brasil. Mesmo com todas as dificuldades e contratempos, os resultados
mostraram o potencial desse tipo de iniciativa tanto para todos os envolvidos,
reforçando a necessidade de continuidade do projeto e ampliação do número de
pessoas e comunidades atendidas. A flexibilização do modelo das oficinas representa
um avanço na proposta do TERDesign e amplia a capacidade de ação da equipe do
projeto para o ano de 2012.
O Núcleo de Interfaces Computacionais da Universidade Federal do Espírito Santo
agradece a todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, para a obtenção
dos resultados descritos neste relatório.
Equipe do projeto: Anatyelle Karyne S. Barcelos, Fernando Gatti, Gledson Luiz
Henrique Ribeiro, Ivanise Borges Fraga de Souza, Joyce Cavalcanti Carmo, Marcus
Vinicius Rangel Mauro, Mariane Azevedo Rocha, Sara Rosana de Oliveira Rangel e
Prof. Hugo Cristo Sant’Anna (Coordenador).
13 Arquivo Adobe PDF disponível para download gratuito no site www.nicvix.com/terdesign
Anexo III – Lista de materiais para as oficinas14 Desenho de observação e croqui
• Papel A3 (29,7x42cm) 140g/m² (blocos) • Borracha macia; • Lápis HB, 2B, 4B, 6B; • Fita crepe ou durex;
Meios e métodos de representação gráfica
• Papel A3 (29,7x42cm) 160g/m² ou 180g/m² (blocos); • Nanquim líquido; • Canetas nanquins descartáveis - pontas 0.1, 0.5 e 0.8; • Pincel redondo n°0 e n°2; • Réguas 30cm, Par de esquadros; • Compasso; • Lápis HB; • Borracha macia.
Cor
• Papel A3 (29,7x42cm) 180g/m² (blocos); • Pincel redondo n° 2, n° 6, n° 8; • Tinta guache - ciano, magenta, amarelo, branco e preto. • Tinta (bisnagas) aquarela; • Tinta para tecido azul, vermelho, amarelo, branco e preto (potes pequenos); • Tinta acrílica azul, vermelho, amarelo, branco e preto (potes pequenos); • Godet plástico; • Lápis de cor - 12 cores; • Lápis de cor aquarelável - 12 cores; • Canetas hidrográficas - 12 cores; • Verniz fixador fosco • Papel colorido - 8 cores (pacotes); • Papel chamex (resma); • Tesouras; • Réguas; • Copos descartáveis; • Flanelas.
Stencil
• Acetato transparente A4 (21x29,7cm); • Estiletes; • Réguas, Curvas francesas, Par de esquadros; • Tinta para tecido; • Tinta acrílica; • Rolinho para pintura - aproximadamente 5cm (espuma macia - cinza); • Fita crepe; • Verniz fixador. • Camisas de algodão branco (tamanhos P, M e G); • Caixas variadas MDF para artesanato (tamanhos mínimo 10x10cm, tamanho
máximo 20x20cm); 14 Lista sugerida para cada dupla ou trio de participantes.
Anexo IV – Configuração recomendada para os computadores15
Computadores
• Processador Dual Core ou superior • 2 gigabytes de memória RAM • 160 gigabytes de disco rígido • Placa de vídeo com 512mb de memória (pode ser compartilhada) • Leitor de DVD e cartão de memória • Monitor de 17 polegadas • Sistema operacional Ubuntu em português (versão 10 ou superior)
Periféricos16
• Scanner de 600 dpi ou superior • Impressora laser preto e branco
Pacotes de aplicativos
• Mozilla Firefox 3 ou superior • Gimp 2.7 ou superior • Inkscape 0.48 ou superior • Br Office 3.3 ou superior
Opcionais
• Câmera ou filmadora digital • Mesa digitalizadora de 1200 dpi • Impressora jato de tinta colorida
15 Sugere-se a formação de duplas ou trios para as atividades 16 O conjunto pode ser substituído por uma copiadora laser multifuncional
Anexo V – Referências do projeto
Freire, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa.
São Paulo: Paz e Terra.
Rusk, N., Resnick, M., & Cooke, S. (2009). Origins and Guiding Principles of the
Computer Clubhouse. In Kafai, Y., Peppler, K., and Chapman, R. (eds.), The
Computer Clubhouse: Constructionism and Creativity in Youth Communities.
Teachers College Press.
Projetos pesquisados
Oi Kabum – http://www.oifuturo.org.br/educacao/oi-kabum/
CDI – http://www.cdi.org.br/
Cipó Comunicação Interativa – http://www.cipo.org.br/portal/
Sebrae Via Design - http://www.facadiferente.sebrae.com.br/2009/06/15/via-design/
Fundação Bradesco / Escola Virtual – http://www.fb.org.br/Institucional/EscolaVirtual/
One Laptop per Child – http://one.laptop.org/
ProUCA – http://www.uca.gov.br/institucional/