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Estudo de Mercado: Sulfato de Sódio Alunos: Fernanda Magalhães - 109051300 Alexandre Mendonça - 109051245

Sulfato de Sodio 3 FINAL FINAL

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Estudo de Mercado: Sulfato de Sódio

Alunos: Fernanda Magalhães - 109051300

Alexandre Mendonça - 109051245

1. Introdução

O sulfato de sódio é um sólido cristalino branco de fórmula química Na2SO4. Em sua forma decahidratada, é conhecido como “salde Glauber” e na forma natural, como sal de mirabilita. Com uma média brasileira de produção de 57 mil toneladas/ano (período de 1995 a 2010), é uma importante commodity química.

A produção mundial do sulfato de sódio vem basicamente das fontes naturais, sendo apenas um terço obtido através de reações químicas industriais. Em 2006, por exemplo, 30% da produção foi realizada via processos químicos e 70% via fontes naturais.

O sulfato de sódio apresenta uma toxidez moderada apesar de ser utilizado como diurético em medicina e laxativo e purgativo na veterinária. Algumas pessoas são passíveis de irritação dérmica, devendo-se então evitar o contato prolongado.

Sua estocagem deve ser feita em local coberto, seco e com piso impermeável e quando estocado por muito tempo, deteriora poroxidação.

2. Principais Processos de Produção

O sulfato de sódio pode ser produzido industrialmente através de cloreto de sódio, salmouras e como subproduto do raiom. No Brasil, toda produção é proveniente de aproveitamento de subprodutos.

2.1 - A partir do cloreto de sódio

Essa produção é associada à produção do acido clorídrico. Pode ocorrer através de dois procedimentos: o processo Mannheim eo processo Hargreaves.

O processo Mannheim é responsável pela maior parte de sulfato de sódio produzido diretamente. Nesse processo, o cloretode sódio e o ácido sulfúrico entram em uma fornalha com agitação e com aquecimento de 843 ºC (acima do ponto de fusão do NaCl). Ocorre, então, a seguinte reação:

2 NaCl + H2SO4 → 2 HCl + Na2SO4

O sulfato de sódio produzido é continuamente descarregado dafornalha e dissolvido em água quente. A solução é neutralizada e decantada, onde o líquido sobrenadante é enviado ao cristalizador. Obtém-se a sulfato de sódio na forma decahidratadae por desidratação, o sulfato de sódio anidro é conseguido como produto final.

No outro processo de obtenção, chamado de Hargreaves, o dióxido de enxofre, ar e vapor são passados sobre grãos de cloreto de sódio especialmente preparados. Ocorre, então, a formação do sulfato de sódio, pela reação.

2 NaCl +  SO2 + ½ O2 +  H2O(v) → Na2SO4 + 2 HCl

2.2 - A partir de salmouras naturais

Nesse procedimento, a salmoura é saturada com cloreto de sódio e resfriada de -7 ºC a -10 ºC, ocorrendo a cristalização dosulfato de sódio na forma decahidratada. Logo, após é realizada uma filtração e o sal obtido é destinado a um evaporador para a obtenção da forma anidra.

2.3 - Como subproduto do Raiom

Neste processo, o banho coagulante é uma solução contendo 9 a 11%de acido sulfúrico. Essa solução vem da lavagem da fibra de Raiomviscose para a retirada de sulfato de sódio e ácido sulfúrico.Essa solução é resfriada em cristalizadores a vácuo. O sulfato éobtido na forma decahidratada, podendo ser desidratada paraobtenção da forma anidra.

Reação:

2 NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2 H2O

3. Análise da Oferta/Demanda

3.1 - Análise dos preços

Foi feita uma análise de 15 anos (1996 – 2010) para verificar os comportamentos dos preços de importação e exportaçãodo produto.

Como não foi encontrada nenhuma lógica nos preços de importação, foi feita uma análise separada do volume de importação e da produção.

Com isso, podemos analisar que o volume de importação de sulfato de sódio cresceu no Brasil, enquanto a produção se manteve estável nos últimos 5 anos. Isso mostra que a demanda pelo produto aumentou e a produção nacional não foi capaz de suprir.

Fazendo a análise do preço de exportação, também não se encontra uma lógica. O volume de exportação foi muito baixo em

alguns anos e não é o principal objetivo da produção de sulfato de sódio. Podemos concluir, então, que não temos produção excedente para exportação, o que também é percebido pelo crescimento do volume de importação.

3.2 – Análise do consumo aparente

Com os dados obtidos no anuário Abiquim, pode-se construir uma tabela do consumo aparente, mostrada abaixo.

 Produção

Importação

Exportação

ConsumoAparente

1996 46487 205058 1140 250405

1997 37025 286815 500 323340

1998 26995 235889 0 262884

1999 51314 295741 214 346841

200 55404 264189 565 319028

02001 44876 298302 0 343178

2002 61942 314487 11 376418

2003 70362 344524 24 414862

2004 68653 397683 2863 463473

2005 62223 445516 0,3 507739

2006 61468 548127 802 608793

2007 67517 630298 55 697760

2008 67809 593086 0,4 660895

2009 68896 723049 0,9 791944

2010 69528 691970 319 761179

Fazendo-se uma projeção para até 2025, podemos obter o gráfico abaixo. Foram feitas duas projeções: exponencial e linear. Através do coeficiente de correlação, podemos dizer que aprojeção exponencial se ajusta melhor aos dados (R2 = 0,948). Assim, podemos concluir que a demanda apresenta crescimento e o esperado para os próximos anos é um crescimento exponencial, baseado neste ajuste. Pela tabela, percebe-se que o crescimento nos últimos 6 anos, deveu-se basicamente pelo crescimento na importação.

Fez-se uma análise do consumo aparente em relação ao crescimento do PIB. Foram feitas as projeções otimista (crescimento de 3,5%/ano), realista (2%) e pessimista (1%).

Como podemos perceber, o consumo aparente do produto tendea aumentar nos próximos 13 anos, em qualquer projeção, o que indica ser um mercado promissor.

A elasticidade do consumo aparente em relação ao PIB, que indica a sensibilidade entre essas variáveis, é de 2,37. Isso indica que o consumo aparente é muito sensível ao PIB, o que proporciona um crescimento em mais que o dobro do PIB para os anos que se seguem.

3.3 – Análise da demanda

Os principais destinos do sulfato de sódio são:

- Indústria de Papel e Celulose: utilizado na fabricação de celulose Kraft, o sulfato de sódio é usado para a recuperação de soda na caldeira.

- Indústria de Vidro: o sulfato de sódio é usado como purificador, para remover as bolhas de ar do vidro fundido.

- Indústria Têxtil: reduz a carga negativa sobre as fibrasfazendo com que os corantes possam penetrar uniformemente.

- Indústria de Sabão e Detergente: atua como agente desaponificação.

Pelos gráficos, podemos ver a participação de cada uma dasindústrias no mercado consumidor de sulfato de sódio.

Podemos perceber pelos graficos que o principal destino dosulfato de sódio é o papel e celulose. Porém a demanda deste vemdiminuindo e dando espaco para outras utilizações como sabão edetergente.

Mas de modo geral, a indústria de papel e celulose sempretem sido o principal uso do sulfato de sódio.

3.4 – Análise das empresas produtoras

Em 2010, existiam 8 empresas produtoras de sulfato desódio no Brasil, de acordo com o anuário Abiquim. Segundo omesmo, não há planos de entradas de novas empresas. Para umamelhor análise do panorama da produção nacional, apresenta-se umgráfico do índice CR4.

Podemos perceber que nos ultimos anos, e atualmente, setrata de um mercado oligopolizado, em que as 4 maiores empresassão: Cenibra, Jari Celulose, International Paper e VMN. Porém,isso não impede a entrada de novas empresas visto que a demanda écrescente e a produção nacional não é capaz de suprí-la.

Para verificar a necessidade da introdução de uma novaempresa no mercado, compara-se a produção com a capacidadeinstalada. Podemos perceber que em 2010, a capacidade instaladafoi quase totalmente utilizada (93%), o que mostra a necessidadeda entrada de novas empresas.

Através do mesmo gráfico, nota-se que em 2001, um cenárioparecido ocorreu, sendo 96% da capacidade instalada utilizada.Após esse ano, 7 novas empresas foram criadas até 2010,aumentando a capacidade instalada nos anos que se seguiram.

Portanto, com o mesmo cenário surgindo, uma oportunidadede investimento em nova planta aparece.

3.5 – Análise pelas 5 forças de Porter

Rivalidade entre os concorrentes

Podemos ver que não há muitas empresas brasileiras produtoras de sulfato de sódio. A empresa com a maior capacidade instalada é a CENIBRA (MG), seguida pela JARI CELULOSE, que detémcerca de 50% da capacidade instalada da CENIBRA. Assim, podemos concluir que a rivalidade entre os concorrentes é baixa, visto que suas capacidades instaladas diferem significativamente. Como a demanda vem crescendo, e a exportação deste produto é praticamente nula, ou seja, consegue-se suprir a demanda nacional, isto faz com que este fato diminua a rivalidade entre os concorrentes.

Poder de Negociação dos clientes

Por se tratar de uma commodity, ou seja, o preço é baixo pois há muitos compradores e é produzido em grandes quantidades, o poder de negociação dos clientes é baixo. Inclusive, as principais empresas produtoras de celulose e papel (principal mercado) já o produzem.

Poder de Negociação dos fornecedores

Os principais processos de produção tem o NaCl como matéria prima, que é um produto de fácil acesso, e de H2SO4, que é uma commodity, ou seja, é produzido em larga escala e é vendidoa preço baixo. Sendo assim, o processo de produção do sulfato de sódio é fracamente dependente dos fornecedores.

  Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes

Índice CR4 é muito alto, o que representa um oligopólio e isto pode ser visto como uma barreira para novos entrantes.

Ainda, o custo de investimento para instalação de uma planta de sulfato de sódio também é muito alto, o que pode indicar uma outra barreira a novos entrantes. Porém, como visto anteriormente, a capacidade instalada não é capaz de suprir a demanda atual, sendo então um fator que estimula a entrada de novos concorrentes, visto que haverá mercado para eles, sem comprometer o mercado dos já estabelecidos.

Ameaça de produtos substitutos

Como vimos, o principal mercado deste produto é o de papele celulose. O processo de produção envolve especificamente o sulfato de sódio e algumas das principais empresas produtoras de sulfato de sódio, produzem papel e celulose, logo é difícil que elas mudem essa matéria prima de seus principais produtos.

4 – Conclusão

Através das análises feitas, pode-se concluir que aimportação tem crescido por conta da demanda, que cresceuexponencialmente, e a produção não acompanha esse crescimento. Aprevisão do consumo aparente para os próximos anos é de aumento,até mesmo no cenário pessimista de crescimento do PIB.

Considerando que a capacidade instalada já está saturada,torna-se evidente a necessidade de novas empresas para supriresta demanda crescente e tornar o país menos dependente dasimportações.

5 - Bibliografia

- Anuário da Indústria Química Brasileira -1996 a 2011

- http://www.forumtextil.com.br/fibrayon.htm

- http://prof.santana-e-silva.pt/gestao_de_empreendimentos/trabalhos_alunos/word/Modelo%20de%20Porter%20e%20An%C3%A1lise%20SWOT_DOC.pdf

- Manual Econômico da Indústria Química - 2011