Upload
others
View
5
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
������������������� ���������������������������������������� ���������������������� �������������� ������������������� ������������������
�������������� � �� ������������������ ��
����������������� � ������������� �
� ������ �� ��� �� � �
����� �������� !�"�#��
��#!$%� &�'��&()��)�#*�� & &%%��#$%&��&!�+&
�!�&,&�#-&$%!�.//0
2
�������������� � �� ������������������ ��
����������������� � ������������� �
� ������ �� ��� �� � �
�#11!�%�23& �4�!1!$%� � �&
��&"��5 � ! �61���� ��23&
!5 �*&�&"#�� �&$1!�7�23& !
�$!8& ! �# � �#�7!1%�!� &
�$1%#%�%& ! �#9$*#�1
�#&�6"#*�1� � �$#7!�1# � !
�! !��� ! #$�1 �!��#1�
*&5 & �!:�#1#%& 4��*#�� ;
&<%!$23& &"��� !5 !1%�!)
=�!� !*&$*!$%��23&'�#5 $&�&"#�
�!�&,&�#-&$%!�$1%#%�%& !�#9$*#�1�#&�6"#*�1 ��� �
.//0
3
������������� �����>�������������
5 #1:�!�# &1?�5� &14� �!1
4
!�4�&(�$ &!1#$*!�&�"�� !*#5!$%&�%& &1�:�!�!1:�!!1%#7!��5
*&5#"&��8� ���5 �5!!1&<�!%� &�1�4&�%���5 �5!$!1%!*�5#$+&
(�-!$ &�&5�#1(@*#��%�$%& !1%!*&5& &�%�&�� & &%�A$%#*&)))
)))�3&4& !$ & !#B�� !(�-!�5!$23&!14!*#���&1:�!!1%3&C !1%!
�� &D��"�� !2&!14!*#��5!$%!��!*!4%#7# � !�����������!"�#�!
"!$%#�!-� !11!&7&11&C8!#%&<��1#�!#�&D:�!� !1 !5�#%&*! &�5!
(!-1!$%#��!��5!$%!�*&�+# �$!1%!1��4�!!$ !$%!���1#�)
5
�3&+@�5 ��"��*��5&$�1*# � !1 &+&5!5 <��$*&)�!$+�5 ��"��4���!1*�%��& !1�<�&*+�� �1(�&�!1$�4�#5�7!��&�&<�%!� �1�1�1 !�5 #$1!%&)�&:�!�!1%� �7# �1!�5 +&5!5 $3&4& !!1*�%��&*+&�&1&�#%@�#& !�5 4@11��&&�&*&�B�� &11�4&1;7&�%� !�5���"&� $� $&#%!E) � �$ #& 4�!(!�! & 1��7! 5��5F�#& & 7!$%&!$*�!14�$ &�(�*! &��"&�!&4�64�#&��&5� &7!$%&�!7� &4!��*+�7�&�4!�(�5� &4!�&14#$+!#�&1)
�+!(!�$ #&�!�%%�!
6
�������
INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................ 1 OBJETIVOS GERAIS REFERÊNCIAS
......................................................................................... ........................................................................................
5 6
CAPITULO 1: ������� ������� ���������������������������� �
�������� ������ �� � �� � ��������� ������� �������� ��� ����� !
"#$�
Resumo ........................................................................................ 9
Introdução ........................................................................................ 11
Metodologia ........................................................................................ 12
Resultados ........................................................................................ 19
Discussão ........................................................................................ 34
Conclusões ........................................................................................ 39
Referências ........................................................................................ 40
CAPITULO 2: %����� ��������� ������������������������&����
��� � ��� �������� �������� ���� '�����(� � ����������� ��� ����� )"#$�
��� ���*(�������'���� ����������� � ���#���&�����
Resumo ........................................................................................ 47
Introdução ........................................................................................ 48
Metodologia ........................................................................................ 50
Resultados ........................................................................................ 54
Discussão ........................................................................................ 62
Conclusões ........................................................................................ 66
Referências ........................................................................................ 67
Anexo ........................................................................................
.
72
��+�,�-./,�#��%0�
7
Além da importância do zooplâncton como elo intermediário na cadeia trófica
(Hunter & Price, 1992), o fato de possuir atributos potencialmente indicativos do
estado do ecossistema do lago assim como, dos diferentes tipos de perturbações
ambientais (Stemberger & Lazorchak, 1994), fazem com que as comunidades
zooplanctônicas e a sua relação com o ambiente, sejam objeto de numerosos
trabalhos. A heterogeneidade do zooplâncton na escala temporal e espacial é de
especial interesse devido às suas implicações nos modelos de produção, ciclagem de
nutrientes e interações tróficas em ecossistemas planctônicos (Pinel-Alloul, 1995).
Os gradientes longitudinais dos fatores físicos e químicos, presentes na maioria
dos reservatórios, fornecem o ambiente adequado para tentar encontrar respostas
ecológicas aos processos que acontecem dentro de um mesmo sistema físico. Essa
característica dos reservatórios representa uma grande vantagem com respeito aos
lagos para o estudo das comunidades planctônicas e das suas respostas às
perturbações do ambiente.
A variação do zooplâncton ao longo do eixo de um reservatório pode estar
definida pela dinâmica dos fluxos de entrada ao corpo de água (Thornton et al.,1990),
pela velocidade da correnteza e exportação de material (Marzolf, 1990) e por outros
fatores abióticos, como o vento (Pinel-Anoull & Pont, 1991), a geologia e morfologia da
bacia de drenagem (Patalas & Salki, 1992) e a turbidez (Zettler & Carter, 1986; Hart,
1990).
A limonologia brasileira, em décadas recentes, tem se concentrado em estudos
de reservatórios (Tundisi et al., 1993). Entretanto, grande parte desse esforço de
pesquisa tem sido dedicada aos reservatórios de pequeno e médio porte, sobretudo
nas regiões urbanas e peri-urbanas. Exemplos desses estudos podem ser
encontrados em reservatórios tais como: Represa de Salto Grande (SP) (Calijuri et al.,
1999), Lago das Garças (SP) (Bicudo et al., 1999) Lago Paranoá (DF) (Pinto-Coelho &
Giani, 1985; Branco & Cavalcanti, 1999), Lagoa da Pampulha (MG) (Pinto-Coelho et
al., 1999) e as represas de Billings e Guarapiranga (SP) (Sendacz & Kubo, 1999).
Os grandes reservatórios brasileiros, como são as represas de Lobo-Broa (SP)
(Tundisi & Matsumura-Tundisi, 1995), Jurumirim (SP) (Henry & Nogueira, 1999) e
Itaipú (Agostinho et al., 1999), construídos com fins de produção de eletricidade e
considerados ainda como meso-oligotróficos, têm sido relativamente pouco estudados
mas apresentam claros sinais de eutrofia (Pinto-Coelho, 1994). Em conseqüência
dessa carência de estudos, são ainda largamente desconhecidas as contribuições dos
diferentes tipos de atividades humanas para o estabelecimento desse fenômeno
nesses grandes lagos. Muitos reservatórios dessa categoria estão situados em regiões
8
de intenso desenvolvimento agropecuário mas também, e principalmente na região
sudeste, em regiões de acelerada ocupação urbana e industrial.
A existência de mosaicos na distribuição horizontal do zooplâncton tem sido
usada como uma eficaz ferramenta para o estudo dos gradientes tróficos em lagos e
reservatórios de diferentes regiões (i.g: Bays & Crisman, 1983; Blancher, 1984; Pace,
1986; Esteves & Sendacz, 1988; Seda & Devetter, 2000).
Considerando que os fatores que controlam as dinâmicas temporais e
espaciais do zooplâncton nos lagos tropicais/subtropicais não estão tão pesquisados
quando comparados com a ampla literatura das áreas temperadas (Beaver &
Heavens, 1996), é de interesse a realização de estudos focalizados nas respostas do
zooplâncton frente às mudanças do ambiente nos grandes reservatórios brasileiros.
Por outro lado, essas mudanças de qualidade de água em um lago ou
reservatório têm a sua origem freqüentemente no meio terrestre adjacente, ou seja, na
bacia hidrográfica. As interações do plano de água de um reservatório com a sua
respectiva bacia hidrográfica estabelecem uma dinâmica onde associações podem ser
feitas entre os usos da terra e a composição química e biológica da água (Tundisi &
Straskraba, 1994).
Os diferentes usos agrícolas de uma bacia junto com o lançamento de esgotos
não tratados, provocam a entrada de nutrientes e agentes xenobióticos na água
alterando profundamente o equilíbrio ecológico do ambiente.
A importância e a necessidade de novas “ferramentas” em estudos
limnológicos já foi citada por Novo et al., (1995) afirmando que o principal aspecto
identificado, tanto no Brasil quanto em outros países, é o pequeno número de pessoas
dedicadas ao desenvolvimento de novas estratégias que ajudem aos limnólogos a
obter um ponto de vista espacial das questões limnológicas.
Nesse ponto, são de grande interesse os sistemas de informação geográfica
(SIG), um sistema computacional que reúne um conjunto de rotinas para a aquisição,
armazenamento, recuperação, transformação, análise e representação de dados
espaciais (Eastman, 1998).
Junto com o processamento de imagens, os sistemas SIG permitem avaliar
quantitativamente as componentes laterais, longitudinais e verticais da paisagem em
diferentes escalas espaciais e temporais. Tais sistemas, permitem a obtenção de uma
síntese na apresentação de dados através de mapas temáticos capazes de aglutinar
uma grande carga de informação mostrada de uma forma clara e fácil de ser
percebida pelo leitor, evitando o uso de uma abordagem matemática hermética ou o
uso de tabelas onde fica muito difícil a percepção dos padrões a serem destacados.
9
Os sistemas SIG permitem o cruzamento e a síntese de uma grande base de
dados envolvendo informações de natureza diversa como podem ser dados
limnológicos, dados sobre a geologia, a pedologia, a geomorfologia e a vegetação ao
lado de informações sobre a estrutura sócio econômica das diferentes unidades
geográficas (municípios, bacias hidrográficas) consideradas.
De uma forma mais teórica, o banco de dados de um SIG compreende dois
elementos fundamentais; o banco de dados espaciais das feições da superfície da
terra, que contém a informação referenciada a um sistema de coordenadas, e o banco
de dados de atributos, que descreve as qualidades ou as características dessas
feições, sendo esses atributos não espaciais dados descritivos de natureza e origem
diversa (Eastman, 1998).
Através do conhecimento da relação entre as feições, pode-se integrar
informações espaciais e não espaciais de natureza, origem e forma diversas numa
única base de dados gerando novas informações que não existiam no banco de dados
original. A possibilidade de comparar feições diferentes baseadas em sua ocorrência
espacial comum é uma característica fundamental do SIG.
Essas características descritas acima fazem com que os SIG venham sendo
uma ferramenta fundamental no manejo dos recursos naturais, assim como, nos
estudos ecológicos que precisam da análise dos dados espacialmente referenciados
(Johnson, 1990) para a melhor compreensão dos processos ecológicos.
O presente estudo, tendo como base a existência de um gradiente trófico no
braço do Sapucaí, (reservatório de Furnas-MG), foi desenvolvido com o intuito de
responder duas questões fundamentais:
• Como o gradiente trófico afeta à distribuição horizontal dos principais
grupos zooplanctônicos?
• Existe uma relação, através de fontes de poluição difusas e pontuais,
entre o gradiente trófico e os diferentes usos do solo nos municípios
que abrange o braço do rio Sapucaí?
Ambas perguntas implicam a consideração de uma questão limnológica em
uma visão espacial, mas em escalas diferentes. Por esse motivo, o trabalho foi
abordado sob dois aspectos diferentes; (1) considerando apenas o corpo de água
isolado do ambiente terrestre, sendo apenas focalizado nas mudanças do ambiente
aquático e do seu efeito nas variáveis bióticas; (2) considerando as interações entre
ambiente aquático e terrestre incluindo os aspectos socioeconômicos da sub-bacia.
Na procura da resposta das duas questões formuladas, foram utilizadas
metodologias diferentes dividindo o estudo em dois capítulos bem diferenciados e
estruturados em forma de artigos.
10
11
,12�+�3,'�#��%�'�
Os objetivos gerais do presente trabalho foram:
• Verificar e definir a existência de um gradiente trófico ao longo do rio Sapucaí,
reservatório de Furnas, através do uso de variáveis consideradas clássicas
para o monitoramento da eutrofização.
• Determinar a eventual existência de padrões de distribuição horizontal na
abundância dos principais grupos de crustáceos zooplanctônicos ao longo do
gradiente trófico definido.
• Descrever e mapear os diferentes usos de solo em diversos municípios ao
longo do rio Sapucaí.
• Avaliar a relação entre o grau de trofia da água e os diferentes usos do solo à
jusante e à montante do reservatório no braço do rio Sapucaí.
• Avaliar a importância das fontes de poluição pontuais e não pontuais no braço
do rio Sapucaí.
12
�� ��4���%'�1�10�,#�% ��%'�
AGOSTINHO, A. A., OKADA, E. K. & GREGORIS, J., 1999. A pesca no reservatório
de Itaipú; Aspectos sócio-econômicos e impactos de represamento . Em:
Ecologia de reservatórios; estrutura, função e aspectos sociais. Henry R. (ed).
Botucatu:FUNDIBIO: FAPESP, 1999. 279-320. 800p.
BAYS, J. S. & CRISMAN, T. L., 1983. Zooplankton and trophic state relationships in
Florida lakes. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 40: 1813-1819.
BLANCHER, E. C. 1984. Zooplankton-trophic state relationships in some north and
central Florida lakes. Hydrobiologia 109: 251-263.
BICUDO, C. E. M., RAMÍREZ, R. J. J., TUCCI, A. & BICUDO, D. C., 1999. Dinâmica
de populações fitoplanctônicas em ambiente eutrofizado: o Lago das Garças.
Em: Ecologia de reservatórios; estrutura, função e aspectos sociais. Henry R.
(ed). Botucatu: FUNDIBIO: FAPESP, 1999. 449-508. 800p.
BRANCO, C. W. C. & CAVALCANTI, C. G. B., 1999. A ecologia das comunidades
planctônicas no Lago Paranoá. Em: Ecologia de reservatórios; estrutura,
função e aspectos sociais. Henry R. (ed). Botucatu:FUNDIBIO: FAPESP, 1999.
800p.
CALIJURI, M. C., DEBERT, G. L. B. & MINOTI, R. T., 1999. A produtividade primária
pelo fitoplâncton na represa de Salto Grande. Em: Ecologia de reservatórios;
estrutura, função e aspectos sociais. Henry R. (ed). Botucatu:FUNDIBIO:
FAPESP, 1999. 109-48. 800p.
EASTMAN J. R., 1998. IDRISI for Windows. Introdução e exercícios tutoriais. J.
Ronald Eastman (eds). Porto Alegre, Universidade Federal Rio Grande do Sul.
Cento de Recursos Idrisi. 240p,
ESTEVES, K. E. & SENDACZ, S., 1988. Relações entre a biomassa do zooplâncton e
o estado trófico de reservatórios do estado de São Paulo. Acta Limnologica
Brasiliensia 11: 587-604.
HENRY R. & NOGUEIRA, M. G., 1999. A represa de Jurumirim ( São Paulo): primeira
síntese sobre o conhecimento limnológico. Em: Ecologia de reservatórios;
estrutura, função e aspectos sociais. Henry R. (ed). Botucatu:FUNDIBIO:
FAPESP, 1999. 651-86. 800p.
HART, R. C., 1990. Zooplankton distribution in relation to turbidity and related
environmental gradients in large subtropical reservoir: patterns and implications.
Freshwater Biology 24: 241-263.
13
HUNTER, M.A. & PRICE, P.W., 1992. Paying chutes and ladders: heterogenety and
the relative rolesof bottom-up and top-down forces in natural communities.
Ecology 73:724-732.
NOVO, E.M. L.M., LOBO F. & CALIJURI M.C., 1995. Remote Sensing and
Geographical Information System Application to Inland Water Studies.
In:Tundisi, J.G., Bicudo, C.E.M.,
MATSUMURA- TUNDISI, T. Eds. Limnology in Brazil. São Paulo. Brazilian Academy of
Sciences and Brazilian Limnological Society. P. 283-303.
PACE, M. L., 1986. An empirical analysis of zooplankton community size structure
across lake trophic gradients. Limnology Oceanography 31: 45-55.
PATALAS, K. & SALKI, A., 1992. Crustacean plankton in lake Winnipeg: variation in
space and time as a function of lake morphology, geology, and climate.
Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 49: 1035-1059.
PINEL-ALLOUL, B.& PONT, D., 1991. Spatial distribution patterns in freshwaters
macrozooplankton: variation with scale. Canadian Journal of Zoology 69: 1557-
1570.
PINEL-ALLOUL, B., 1995. Spatial heterogeneity as a multiscale characteristics of
zooplankton community. Hydrobiologia 300-301:17-42.
PINTO-COELHO, R. M. & GIANI, A., 1985. Variações sazonais do fitoplâncton e
fatores físico-químicos no Reservatório de Paranoá, Brasilia. Ciência e Cultura
( São Paulo) 37:2000-2006.
PINTO-COELHO, R. M., 1994. Limnological perspectives for the control of
eutrophication in large tropical reservoirs. Em: Ecology and human impact on
lakes and reservoirs in Minas Gerais with special reference to future
development and management strategies. Pinto- Coelho, R.M.; Giani A. & E.
von Sperling (eds) – SEGRAC- Belo Horizonte (MG) 11-26.
PINTO-COELHO, R. M., COELHO, M. M., ESPÍRITO SANTO, M. M. &
CORNELISSEN, T. G., 1999. Efeitos da eutrofização na estrutura da
comunidade planctônica na lagoa da Pampulha, Belo Horizonte, MG. Em:
Ecologia de reservatórios; estrutura, função e aspectos sociais. Henry R. (ed).
Botucatu: FUNDIBIO: FAPESP, 1999. 551-72. 800p.
SEDA, J. & DEVETTER, M,. 2000. Zooplankton community structure along a trophic
gradient in a canyon-shaped dam reservoir. Journal of Plankton Research
22(10): 1829-1840.
SENDACZ , S. & KUBO, E., 1999. Zooplâncton de reservatório do Alto Tietê, estado
de São Paulo. Em: Ecologia de reservatórios; estrutura, função e aspectos
sociais. Henry R. (ed). Botucatu:FUNDIBIO: FAPESP, 1999.509-30. 800p.
14
STEMBERGER, R. S., & LAZORCHAK, J. M., 1994. Zooplankton assemblages
responses to disturbance gradients. Canadian Journal Fisheries Aquatic
Sciences 51: 2435-2447
THORNTON, K. W., KIMMEL, L. B. & FOREST, E. P., 1990. Reservoir limnolgy:
ecological perspectives. New York, John Wiley. 246p.
TUNDISI, J. G., MATSUMURA TUNDISI, T. CALIJURI, M. C., 1993. Limnology and
management of reservoirs in Brazil. In: Straskraba, M., Tundisi, J.G. & Duncan,
A. (eds) Comparative reservoir limnology and water quality management.
Dordrecht, Kluwer Academy Publishers. 292p.
TUNDISI, J. G., & STRASKRABA, M., 1994. Ecological basis for the application of
ecotechnologies to watershed/reservoir and management. Acta Limnologica
Brasiliensia V:49-72
TUNDISI, J. G., & MATSUMURA TUNDISI, T., 1995. The Lobo-Broa ecosystem
research. In: Tundisi, J.G., Bicudo, C.E.M. & Matsumura Tundisi, T. (eds).
Limnology in Brazil. Rio de Janeiro, Brazilian Academy of Science. 376p.
ZETTLER, E.R. & CARTER, J.C.H., 1986. Zooplankton community and species
responses to a natural turbidity gradient in Lake Temiskamimg, Ontario-
Quebec. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 43: 665-673.
15
��'+��1-�./,��,�"%��,5,,607��+,��%,�0,�#,����-" �
#�%����+��+�8 ��,��" �-" ���'��3%+8��,�+�,6��%0����6��'%�
��� -��%'�!"#$�
90�������������%������:�;�������"<�6��������=��
1Programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre. 1,2 Laboratório de Ecofisiologia de Organismos Zooplanctônicos. Departamento de
Biologia Geral. ICB. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 31270110 Belo Horizonte-MG-Brasil.
��'-",�
A existência de um gradiente trófico ao longo do eixo central do braço do Rio Sapucaí, reservatório de Furnas, bem como a sua influência nos padrões de distribuição horizontal na abundância dos principais grupos de crustáceos zooplanctônicos. foi avaliada através de técnicas de análise multivariada. Procurou-se também comparar a variabilidade do zooplâncton em função a duas escalas diferentes: espaço e tempo (efeito sazonal). Análises da variância one-way ANOVA e Kruskal-Wallis, foram realizadas para testar as possíveis variações estatisticamente significativas entre as variáveis ambientais e a biomassa de cada um dos grupos zooplanctônicos entre os diferentes pontos e épocas do ano amostradas. Os dois eixos principais resultantes da análise canônica explicaram cumulativamente 66.3% da variância total das variáveis ambientais (explicativas) e bióticas (biomassa de zooplâncton). Apenas o eixo 1 foi estatisticamente significativo (p=0,000). Assim, encontrou-se uma associação desses padrões com os diferentes parâmetros físico-químicos, mostrando que a heterogeneidade espacial é refletida nas variáveis bióticas através das distribuições da biomassa de cladóceros de pequeno porte (Bosminopsis deitersi, Bosmina longirostris, B.hagmanni, Ceriodaphnia cornuta, C.riagudi, Ceriopahnia sp) e ainda das formas adultas de Calanoida (Argyrodiaptomus furcatus, Notodiaptomus iheringi, Notodiaptomus cearensis e Notodiaptomus henseni) e Cyclopoida (Metacyclops mendocinus, Mesocyclops ogunnus, Thermocyclops decipiens e Thermocyclps minutus). A análise ainda mostra que as diferentes condições tróficas são melhor explicadas por algumas variáveis abióticas tais NH4, , NO2, P-total, clorofila e profundidade de disco de Secchi. O único grupo zooplanctônico que apresentou nítidas mudanças sazonais de abundância foram as formas nauplii de Cyclopoida. 6������)�=���: eutrofização, Furnas, zooplâncton, análise canônica.
16
"%��,5,,60%�>+,����'+��1-+�,��%0,�#�%�0,�#�+-���%0�
#�%����+����%�+�,6��%0���'��3,���� -��%'���'��3,��)"#$<�
�
�
%1'+�%�+? The influence of a trophic gradient on the horizontal distribution patterns of planktonic crustaceans along the central axis of Sapucaí River at Furnas reservoir was tested by multivariate analysis techniques. Spatial and temporal variability of planktonic crustaceans community was compared to detect a possible seasonal effect. Analysis of variance one-way-anova and Kruskal Wallis was used for the study of biomass variability in relation with environmental variables in different year periods. Canonical analysis resulted in the establishment of two principal axis representing 66.3% of total variance of either environmental variables (explicative) as well as biotic variables (zooplankton biomass). Axis 1 was significant (p=0.000). Association was significant between distribution patterns of biotic and abiotic variables. Spatial heterogeneity of physic-chemical parameters was reflected also on the biotic variables, viz. biomass of small size cladocerans (Bosminopsis deitersi, Bosmina longirostris, B. hagmanni, Ceriodaphnia cornuta, C. rigaudi, Ceriodaphnia sp) and adult calanoids (Argyrodiaptomus furcatus, Notodiaptomus iheringi, Notodiaptomus cearensis and Notodiaptomus henseni) and cyclpoids (Metacyclops mendocinus, Mesocyclops ogunnus, Thermocyclops decipiens and T. minutus) . Different trophic conditions are better explained by some variables such as NH4, NO2, total-P and chlorophyll. Cyclopoida nauplii was the only group showing clear seasonal variations. >�@)A���. Eutrophication, Furnas, zooplankton, canonical analysis
17
��+�,�-./,�
A estrutura e funcionamento da comunidade planctônica não podem ser
compreendidos sem considerar a heterogeneidade espacial do zooplâncton e as suas
interações com os demais compartimentos bióticos. Assim, a comunidade
zooplanctônica é um sistema dinâmico com acentuada sazonalidade e
compartimentalização espacial seja na componente vertical seja na componente
horizontal. O zooplâncton responde a uma combinação dos fatores abióticos e bióticos
cuja interação deve ser mais bem estudada, pois só assim termos uma maior
compreensão do seu comportamento (i.e: Pinel-Alloul, 1995).
Segundo Attayde & Bozelli, (1998), as mudanças na composição das espécies
de zooplâncton podem indicar a heterogeneidade dos padrões ambientais. Recentes
estudos têm demonstrado a grande importância do zooplâncton devido à sua posição
intermediaria na cadeia trófica tanto nos processos ecológicos “bottom-up” quanto aos
“top-down” (Carpenter et al.1985), assim como seu papel na ciclagem de elementos
limitantes para os autótrofos tais como o fósforo (Pinto-Coelho, 1998). Por outro lado,
são ainda escassas as informações sobre a reação dessa comunidade frente aos
gradientes ambientais. Sendo assim, o zooplâncton tem vários atributos que podem
ser efetivos indicadores do estado o saúde do ecossistema de um lago (Stemberger &
Lazorchak, 1994).
Dentre os fatores abióticos, o vento (Pinel-Anoull & Pont, 1991), a geologia e
morfologia da bacia de drenagem (Patalas & Salki, 1992), a turbidez (Zettler & Carter,
1986; Hart, 1990), e a existência de um gradiente trófico (Bays & Crisman, 1983;
Blancher, 1984; Pace, 1986; Esteves & Sendacz, 1988; Seda & Devetter 2000) dentre
outros, têm sido citados como determinantes na distribuição do zooplâncton.
Embora, alguns estudos realizados em reservatórios brasileiros (i.g: Giani,
1984; Matsumura-Tundisi & Rocha, 1983; Arcifa, 1984; Sendacz, 1984; Arcifa et al.,
1992; Bini et al., 1997; Pinto-Coelho, 1998), indiquem que a comunidade planctônica
dos reservatórios da região neotropical responde à eutrofização, são ainda escassos
os estudos sobre a distribuição horizontal do zooplâncton nesse ambientes. Esse tipo
de informação é particularmente demandado nos grandes reservatórios, considerados
ainda como mesotróficos, mas que já apresentam sinais de eutrofia na zona de
influência de alguns dos seus tributários.
Os reservatórios são sistemas propícios à formação de gradientes tróficos
muito nítidos. Essa característica representa uma grande vantagem com respeito aos
lagos para o estudo das respostas das comunidades planctônicas frente às
perturbações do ambiente. Segundo Ravera (1996), quando na tentativa de estudar a
18
influência das distintas condições tróficas do ambiente sobre as comunidades
planctônicas são considerados diferentes lagos com distintos graus de trofia, as
próprias diferenças naturais características dos lagos dificulta a identificação da
reação dessas comunidades devida apenas às diferenças nos graus de trofia dos
lagos estudados.
A existência de um gradiente trófico no reservatório de Furnas (Minas Gerais)
foi citada entre outros por Sá, (1994) e Pinto-Coelho & Gorgosinho (1998),
encontrando esse último condições de maior oligotrofia nas regiões centrais do lago.
Esses autores relataram alguns dos padrões de distribuições de abundância e
biomassa de alguns grupos do zooplâncton.
O objetivo do presente estudo é confirmar a existência e detalhar os padrões
de distribuição horizontal da abundância dos principais grupos de crustáceos
zooplanctônicos, buscando através de técnicas de análise multivariada, uma
associação desses padrões com as diferentes variáveis físico-químicas relacionadas à
existência de um gradiente trófico ao longo do braço do Rio Sapucaí, reservatório de
Furnas-MG. Esse trabalho também procura comparar a variabilidade do zooplâncton
em função de mudanças no espaço com as variações temporais (sazonais). O
trabalho pretende ainda determinar, através do modelo de probabilidades tróficas,
quais são as condições atuais dos diferentes níveis tróficos definidos ao longo do Rio
Sapucaí assim como, as tendências que esses níveis estão seguindo.
"�+,�,0,#�%�
����������������� ������������
O Reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas (20040’S, 46019’W) é o terceiro
lago artificial situado de uma série de barragens existentes na Bacia do Rio Grande,
no sul de Minas Gerais (Brasil). Trata-se do maior reservatório da região sudeste,
apresenta um área inundada de 1450 Km2 e 250 Km de comprimento em cada um de
seus dois principais sub-eixos. A profundidade máxima é de 90 m perto da barragem,
com 13 m de profundidade media, um volume total de água de 23*109 m3 e um volume
útil de 16*109 m3. A barragem está localizada no curso médio do Rio Grande, entre os
municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória. O barramento do Rio
Grande alguns quilômetros à jusante da junção do Rio Sapucaí, confere ao
reservatório características peculiares, já que ele é constituído por duas sub-bacias, ou
sub-eixos, muito diferentes em termos de usos do solo e seus impactos sobre a
qualidade de suas águas (Pinto-Coelho e Corgosinho,1998).
19
O reservatório de Furnas é de grande importância sócio-econômica não
apenas pelo fornecimento de energia elétrica, mas também pelas atividades
agropastoris, piscícolas e de lazer que são desenvolvidas ao longo dos 36 municípios
que abrangem a bacia. Embora o reservatório de Furnas apresente, em sua maior
parte, baixas concentrações iônicas e altos valores de transparência da coluna de
água (Figueredo, 2000), a existência de aporte de esgoto não tratado no reservatório
ou em alguns de seus tributários, assim como o elevado tempo de residência da água
de 160 dias e a sua morfologia dendrítica, fazem que Furnas apresente uma marcante
variação horizontal na qualidade da água e no estado trófico (Sá, 1994).
Na tentativa de amostrar uma extensao representativa das caracterísitcas do
reservatório de Furnas ao longo do rio Sapucaí foram coletados, trimestralmente entre
agosto de 1999 e julho de 2000, dados de doze pontos ao longo do eixo central do
reservatório bem como no sub-eixo do Rio Sapucaí. Esses pontos foram divididos em
quatro grandes áreas de forma que, em cada uma dessas áreas estabeleceram-se
três pontos que representam regiões de maior homogeneidade físico-química e
biológica (Figura 1).
A Figura 1 mostra o mapa do Reservatório de Furnas obtido a partir do
processamento da imagem satélite Landsat 3, 4 e 5 canais feita em agosto de 1999 e
adquirida do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A imagem foi
georeferenciada com um erro RMS total de 28.3 m a partir de 20 pontos de controle
tomados nas cartas 1:50.000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e
processados através de um arquivo de correspondência no programa de informação
geográfica IDRISI for Windows 3.2 (Clark University). Os pontos de coleta (Tabela I),
foram plotados na imagem após a sua obtenção no campo com auxilio de GPS (Global
Position System) Garmin de 12 canais (dados de coordenadas sem pós-correção).
A divisão e a escolha de algumas das áreas a seguir de jusante a montante do
reservatório, foi baseada em parte no trabalho de Pinto-Coelho & Corgosinho (1998),
sendo as seguintes:
-Área 1: “Mangueira”. Apresenta uma profundidade média de 59 m e abrange
uma extensão de 15 km. O ponto Mangueira 1 fica a 3 km da barragem. O segundo
ponto, Mangueira 2, dista a 7,4 km do primeiro ponto. O último ponto, Mangueira 3,
está localizado logo depois da confluência do Rio Grande com o Rio Turvo, a 7,5 km
do ponto anterior. A distância entre os pontos foi obtida na imagem georeferenciada do
INPE com o auxílio do software IDRISI 32. A vegetação das margens é principalmente
vegetação natural (campos cerrados e campos rupestres) com pouca influência
antrôpica e de paredes escarpadas.
20
-Área 2: “Guapé”. Essa região apresenta uma profundidade média de 26,81 m.
O primeiro ponto, Guapé 1, distou 6 km de Mangueira 3 próximo à desembocadura do
Rio Grande com o Rio Sapucaí. A 7,1 km localizou-se, no sub-eixo do Sapucaí, o
ponto Guapé 2 e a 4,4 km deste ponto foi estabelecido o ponto Guapé 3. O entorno
dessa área começa apresentar ocupação agrícola assim como existência de várias
fazendas de gado com pastagens naturais e artificiais.
-Área 3:“Itací”. Esta área encontra-se no eixo principal do Rio Sapucaí com
uma profundidade média de 15,6 m. Itací 2 foi o ponto mais próximo a Guapé 3
localizado a 14.5 km deste. À jusante, ficou o ponto Itací 1 a 6 km seguido de Itací 3
que dista a 8.5 km do anterior. Nessa área encontram-se grandes extensões de pasto
e fazendas. O ponto Itací 1 está bem próximo à cidade de Itací. Cabe ressaltar a
existência de uma balsa que atravessa o rio nesse ponto.
-Área 4: “Fama”. Área mais à montante do reservatório, situa-se antes da
desembocadura do Rio Verde com o Rio Sapucaí apresentando a menor profundidade
média de todos os pontos atingindo os 10 m. O primeiro ponto Fama 1, foi
estabelecido na frente da cidade de Fama a 30 km de Itací 3. A 6 km e a 9 km deste
ponto localizaram-se Fama 2 e Fama 3 respectivamente.
21
�����9<�"������������������� �������� ����B����&����������������
����� ���������� )��� ��� ������ ��� �� ������ C� ������ ����?�
" �������9�" 9$D� "�������� ;�" ;$D� " �������� E�" E$D� #���F� 9�#9$D�
#���F� ;�#;$D� #���F� E�#E$D� ���(� ��9$D� ���(� ;� ��;$D� ���(� E� ��E$D� �� ��
9� 9$D� �� ��;�� ;$D� �� ��E�� E$<�
�
�
22
+������ �<������������������������������������� ����������������������
��������������� ����������B������(������� ������<�
�Pontos 10-11 agosto
1999 13-14 outubro
1999 28-29 fevereiro/1-2 março
2000 3-4-5 julho
2000 Mangueira-1
M1 20°39’39.2’’ S 46°17’58.9’’ W
20°39’42.8’’ S 46°17’55.3’’ W
20°39’48.24’’ S 46°18’20.44’’ W
20°39’37.2’’ S 46°17’52.4’ W
Mangueira-2 M2
20°40’00.3’’ S 46°13’56.9’’ W
20°40’50.3’’ S 46°13’27.1’’ W
20°41’20.94’’ S 46°13’51.7’’ W
20o41’03.8’’ 46o13’57.9’’
Mangueira-3 M3
20°41’54.4’’ S 46°09’43.4’’ W
20°41’57.3’’ S 46°09’10.8’’ W
20°41’41.19’’ S 46°09’37.98’’ W
20o41’45.0’’ 46o09’49.6’’
Guapé-1 G1
20°44’40.7’’ S 46°08’01.1’’ W
20°45’45.0’’ S 46°08’27.4’’ W
20°44’43.65’’ S 46°08’5.64’’ W
20o44’45.2’’ 46o08’04.6’’
Guapé-2 G2
20°48’13.1’’ S 46°09’40.7’’ W
20°48’16.8’’ S 46°10’10.90’’ W
20°48’3.096’’ S 46°9’53.92’’ W
20o48’04.8’’ 46o09’40.8’’
Guapé-3 G3
20°50’33.7’’ S 46°09’40.9’’ W
20°49’07.8’’ S 46°10’10.7’’ W
20°50’33.79’’ S 46°09’41.86’’ W
20o49’44.7’’ 46o10’29.2’’
Itaci-1 I1
21°02’05.7’’ S 46°00’52.8’’ W
21°02’41.9’’ S 46°00’48.1’’ W
21°02’47.36’’ S 46°00’52.52’’ W
21o 02’50.8’’ 46o01’29’’
Itaci-2 (I2)
20°59’41.6’’ S 46°00’42.1’’ W
20°59’37.5’’ S 46°00’32.8’’ W
20°59’36.42’’ S 46°00’38.62’’ W
20o 59’ 38.7’’ 46o00’30.0’’
Itací-3 (I3)
21°06’09.2’’ S 46°57’50.6’’ W
21°06’ S 46°57’36’’ W
21o 06’15.9’’ 45o58’00’’
Fama-1 (F1)
21°25’16.1’’ S 45°44’14.1’’ W
21°25’28.2’’ S 45°44’37.8’’ W
21°25’28.2’’ S 45°44’38.72’’ W
21o 25’28.2’’ 45o44’47.7’’
Fama-2 (F2)
21°24’13.6’’ S 45°48’37.9’’ W
21°24’57.3’’ S 45°48’03.2’’ W
21°24’59.54’’ S 45°47’46.57’’ W
21o 24’55.2’’ 45o48.3’2.0’’
Fama-3 (F3)
21°23’47.9’’ S 45°49’39.0’’ W
21°23’42.97’’ S 45°49’40’’ W
21o 23’50.3’’ 45o49’38.1’’
Os pontos Itací 3 e Fama 3 foram estabelecidos após a primeira coleta no mês
de agosto-1999, tendo como objetivo na inserção desses pontos cobrir um espaço
maior ao longo do eixo do Sapucaí.
������������� ��������� ��������
A temperatura, o oxigênio dissolvido e a condutividade foram mensurados “in
situ” em toda a coluna de água. Utilizou-se um oxímetro-termístor (YSI, modelo 30) e
um condutivímetro (YSI, modelo 30). A transparência da coluna d`água através da
profundidade foi obtida com o disco de Secchi.
Amostras para as análises físico-químicas e de clorofila-a foram coletadas com
una garrafa de Van-Dorn de PVC de 2L na profundidade do disco de Secchi
correspondente e acondicionadas em frascos de plástico. A concentração de clorofila-
a foi determinada segundo método espectrofotométrico descrito por Lorenzen (1967).
O fósforo total e ortofosfato foram determinados segundo Murfhy & Riley (1962). O
nitrito, nitrato e a amônia, segundo método espectrofotométrico de Mackereth et al.,
(1978).
23
As amostras de zooplâncton foram coletadas através de arrastos verticais em
toda a coluna de água com uma rede cônica de tamanho de poro de 90 µm e diâmetro
de 40 cm. O filtrado foi recolhido em frascos de polietileno de 250 ml, e as amostras
fixadas em formalina com sacarose (4%) tamponada (pH 7,6-7,8) com uma solução
de borato de sódio (Na2 B4 O7, 10 H2O), imediatamente depois de terem sido coradas
com o corante vital Rosa de Bengala.
Para as análises quantitativas do zooplâncton foram contados e medidos
organismos até pelo menos 700 indivíduos de cada amostra através de sub-
amostragens de 1ml com uma pipeta Hensen-Stempel, transferidas a uma lâmina
Sedgewick-Rafter e levadas ao microscópio Leica DMLB. Para a análise qualitativa do
zooplâncton, os principais grupos de organismos foram identificados até o nível da
espécie quando possível em base as chaves de identificação (Smith & Fernando,
1980; Matasamura-Tundisi & Rocha, 1983; Van de Velde, 1984; Reid, 1985;
Matasamura-Tundisi, 1986; Reid, 1987; Elmoor-Loureiro, 1990; Sendacz & Kubo,
1992; Elmoor-Loureiro, 1996) usando o microscópio Leica DMLB, assim como o
estereomicroscópio Leica WilD M3C.
A biomassa para cada espécie zooplanctônica foi estimada através das
correspondentes equações alométricas segundo McCauley (1984).
� ����������������
Para definir os níveis tróficos ao longo do Sapucaí foram utilizadas as
distribuições probabilísticas de categorias tróficas em função das concentrações de
fósforo total, valores médios da clorofila e profundidade média do disco de Secchi.
Essas distribuições, baseiam-se no modelo de classificação de limites tróficos abertos
e superpostos proposto pela Organização para a Cooperação Econômica e
Desenvolvimento (OCED) a partir dos resultados obtidos no estudo internacional sobre
a eutrofização (Ryding & Rast, 1989). Os resultados desse estudo estão publicados no
documento da OCED (1982).
O sistema de classificação de limites abertos considera uma massa de água
corretamente classificada quando não tem mais de um parâmetro do esquema de
classificação que desvia do seu valor médio geométrico um valor de ±2 (Ryding &
Rast, 1989).
Assim, foram inseridos os resultados de fósforo total, clorofila e profundidade
do disco de Secchi medidos em cada área do Rio Sapucaí, nas curvas de distribuição
correspondente a cada variável (Ryding & Rast, 1989), obtendo as correspondentes
classificações e tendências dos níveis tróficos para cada área considerada.
24
Análises da variância one-way ANOVA e Kruskal-Wallis foram realizadas com o
software STATISTICA 5.0 para testar as possíveis variações entre os diferentes
pontos de coleta ao longo do eixo central do reservatório, assim como, entre as
diferentes épocas do ano em que foram coletadas as amostras.
Antes da aplicação dos testes acima, foi comprovado o cumprimento dos pré-
requisitos necessários para a realização das análises. Sendo as amostras
independentes, foi testado para todas as variáveis tanto bióticas como abióticas, o
pressuposto da distribuição normal dos dados mediante o teste de Shapiro-Wilk´s W e
a existência de homogeneidade de variâncias através do teste de Levene. A partir dos
resultados obtidos, foram feitas transformações (ln (x+1)) para obter distribuição
normal e homocedasticidade da condutividade, clorofila, nitrato, amônia, fósforo
orgânico e profundidade do disco de Secchi, assim como, da biomassa de todos os
grupos zooplanctônicos. Porém, a variância mudou com a média não podendo aceitar,
pelo tanto, a hipótese nula de homogeneidade de variâncias. Devido ao não
cumprimento dos pressupostos precisos para a realização de uma análise da variância
one-way ANOVA, foi aplicado nessas variáveis (explicativas e bióticas) o teste não
paramétrico de análise da variância Kruskal-Wallis. Esse teste é utilizado para
contrastar a hipótese nula de que as amostras procedem de k subpopulações (k>=2),
nas quais a distribuição da variável X é a mesma mediante a comparação das médias
dos valores ranqueados ao ordenar os valores da amostra conjunta de maior a menor
(Ferran Aranaz, 1996).
A relação entre os padrões de variação da abundância de espécies ou de
grupos na comunidade zooplanctônica (variáveis bióticas) com os padrões de variação
dos parâmetros ambientais (variáveis explicativas) em forma de gradientes, foi
analisada através da matriz da abundância de espécies numa análise canônico de
correspondência (CCA). Segundo Ter Braak & Verdnschot, (1995), a análise canônica
de correspondência é amplamente usada no âmbito das ciências aquáticas. Esse tipo
de análise tem sido usado nos últimos anos para detectar e medir padrões de
superfície, incluindo o espaço na modelagem ecológica da heterogeneidade espacial
do zooplâncton (Pinel-Alloul & Pont, 1991).
O método procura a correlação máxima entre as combinações lineares dos
dois conjuntos de variáveis através de uma Análise Canônica de Correspondência
(CCA) com o estudo da covariância entre os dois grupos de variáveis (Ferran Aranaz,
1996). Assim, a partir dessas combinações lineares e como resultado do agrupamento
dos diferentes pontos amostrados, poderá ser verificada a existência de diferentes
áreas com níveis de trofia no reservatório.
25
��'-0+%�,'�
�
��������������� ��������� ���������
A temperatura média da água durante o período de estudo variou entre 180C
no mês de julho (época de seca, inverno) e 280C no mês de fevereiro (época de
chuva, verão). O oxigênio dissolvido apresentou o máximo valor também no verão com
10,2 mg.l-1 e o mínimo foi atingido em agosto, sendo de 5,2 mg.l-1. Entre os diferentes
pontos amostrados, essa variável oscilou entre de 6,1 mg.l-1 em Mangueira a 10,2
mg.l-1 em Fama. A condutividade quase sempre apresentou os valores maiores nos
pontos mais à montante do reservatório (região de Fama), com valores próximos a 45
µS.cm-1 em fevereiro e em outubro. Na época chuvosa, entretanto, os valor máximos
de 56,5 e 57,6 µS.cm-1 foram observados nas regiões de Mangueira e Guapé
respectivamente.
O pH manteve-se entre 6,7 e 7,9 durante o período de estudo, sendo que nos
meses de agosto e outubro esses valores foram significativamente (p=0,0000) mais
altos do que em fevereiro e junho.
Estatisticamente, não houve diferenças significativas dos valores de
temperatura, oxigênio dissolvido, pH e condutividade nas diferentes áreas do
reservatório amostradas num mesmo período, mas essas diferenças foram
significativas (p<0,05) quando comparados com as diferentes épocas do ano. As
diferenças foram determinadas através da análise da variância ANOVA one-way para
todas as variáveis exceto para a condutividade que foi testada com a análise não
paramétrica Kruskal-Wallis.
Os valores médios dessas variáveis obtidos nos quatro meses coletados,
assim como, os resultados das análises estatísticas realizadas estão expostos nas
Tabelas II, III, IV V, VI e VII respectivamente.
�
�
�
�
�
�
26
+������ ��<� 3������ � F����� ��� �� ������ �+�� �<G�� $C� �*��H���� �����������
�,�C�� �<�)9$C��I���������������� �����<C�µ'<�� )9$������ ����� ��&����
��������<�
Areas amostradas
Agosto-999
Outubro-1999
Fevereiro-2000
Julho-2000
Mangueira 21 20 25 21 Temperatura (OC) Guapé 21 20 27 19
Itací 21 19 28 18 Fama 20 21 28 16
Mangueira 35.7 35.5 56.5 33.9 Condutividade (µS.cm-
1) Guapé 37.8 36.3 57.6 35.6
Itací 39.0 38.1 43.5 36.4 Fama 41.6 44.8 45.0 35.8 Mangueira 7.4 7.5 6.7 6.8 Guapé 7.6 7.7 6.8 7.1
pH Itací 7.6 7.4 7.0 7.0 Fama 7.9 7.8 7.1 7.4 Mangueira 5.8 8.0 7.9 5.2 Guapé 6.1 7.9 9.5 6.1
OD (mg.l-1) Itací 5.2 7.9 10.2 7.7 Fama 6.1 8.7 10.2 8.3
Os maiores valores dos teores de sólidos totais em suspensão (15,3 mg.l-1
;Tabela VII), foram geralmente observados em Fama e os menores (1,0 mg.l-1) em
Mangueira. Embora não apresentaram diferenças significativas na escala espacial
(Tabela III), essas diferenças foram significativas quando comparados com os meses
entre si (Tabela IV).
Na determinação da profundidade de penetração da luz através da coluna de
água a maior transparência observada foi de 4,6 m em Mangueira no mês de agosto.
Em fevereiro, essa profundidade foi a menor do período amostrado para todos os
pontos de coleta exceto para Fama 1 que apresentou a menor profundidade em
outubro (0,7 m) (Figura 2; Tabela VII). Houve diferenças significativas tanto entre os
diferentes pontos de coleta quanto as diferentes estações do ano (Tabela V).
A clorofila (Figura 2), apresentou o máximo valor (Tabela VI) em Fama no mês
de fevereiro (11,0 µg.l -1) e o mínimo em Mangueira nos meses de agosto e julho (1,0
µg.l -1), sendo essas diferenças entre os locais e a época do ano estatisticamente
significativas (p<0.05; Tabela V).
O nitrito (Figura 3), mostrou as maiores concentrações em Fama em quase
todos os meses coletados atingido o maior valor no mês de outubro (10,0 µg.l –1)
sendo que, em fevereiro, a maior concentração (7,0 µg.l –1 ) foi medida em Guapé.
Esse nutriente variou significativamente (Tabelas III e IV) entre pontos e épocas
27
amostradas.
O íon amônio apresentou uma concentração máxima de 130,0 (µg.l –1) em
Fama 2 no mês de outubro (Figura 3), sendo que, para esse mesmo mês e na maioria
dos pontos, a concentração desse nutriente foi não detectável pelo método. Nesses
pontos obtiveram-se as maiores concentrações em julho. A variação de amônio foi
significativa tanto na escala espacial quanto na temporal (Tabela, V).
A concentração de nitrato atingiu 174,0 µg.l-1 em Mangueira (à jusante) e 369,0
µg.l-1 em Fama (à montante) no mês de outubro. Porém, no mês de fevereiro esse
nutriente mostrou um padrão contrário sendo que, o máximo valor (176,0 µg.l -1) foi
atingido em Guapé e o mínimo (90,0 µg.l -1) em Fama (Tabela VI). Essas diferenças
encontradas entre a jusante e a montante do reservatório não foram significativas
(p=0,4194), mas sim quando comparadas entre as épocas seca e chuvosa (p<0,0003).
O fósforo orgânico, teve valores similares a longo do reservatório sendo que,
em outubro as regiões de Mangueira, Itací e Fama as concentrações foram de 11,0
(µg.l –1 de P-PO4) mostrando, portanto, diferenças não significativas (p=0,2478) entre
os pontos. (Figura 4). Porém, o nutriente variou significativamente (p=0,0008) durante
os meses coletados, sendo que a menor concentração foi encontrada em fevereiro
com 1,0 (µg.l –1 de P-PO4) e a maior (11 µg.l –1 de P-PO4) em outubro (Tabela VI).
O máximo valor de fósforo total foi atingido em Fama 2 no mês de outubro com
um valor de 50,0 (µg.l -1), sendo o valor mínimo de 3,0 (µg.l -1) observado em
Mangueira 2, no mês de agosto (Figura 4). Em todos os meses amostrados, esse
nutriente apresentou uma clara tendência a aumentar sua concentração desde a
jusante até a montante, sendo as diferenças significativas entre os pontos coletados
(Tabela III), mas não durante o período de estudo (Tabela IV).
Os resultados expostos acima demonstram a nítida existência de um gradiente
espacial definido pelas diferentes variáveis abióticas estudadas sendo que, houve
diferenças estatisticamente significativas das concentrações de fósforo total , amônio,
nitrito e clorofila ao longo do eixo central do reservatório desde a barragem até a
região à montante. Todas elas foram máximas em Fama e mínimas em Mangueira e
Guapé exceto para o nitrito que teve o mínimo valor em Itací.
28
Agosto-1999C
loro
fila
(µgl-1
)
Sec
chi (
m)
0123456789101112
0123456789
101112
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2
Clorofila (µgl -1)Secchi (m)
Outubro-1999
Clo
rofil
a (µ
gl-1)
Sec
chi (
m)
0123456789101112
0123456789
101112
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
Clorofila (µgl -1)Secchi (m)
Fevereiro-2000
Clo
rofil
a (µ
gl-1)
Sec
chi (
m)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0123456789
101112
M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
Clorofila (µgl -1)Secchi (m)
Julho-2000
Clo
rofil
a (µ
gl-1)
Sec
chi (
m)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
0123456789
101112
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
Clorofila (µgl -1)Secchi (m)
����� ;<� ������� ��� ��� ��������� �µ�<�)9$� �� ������������ �� $� ��� ������ ���
'���=�� ��� ������ ��� ��������� ���� B���� � ����� ���������
�" J"�������D� #J#���FD� �J���(D� J �� �$� �� � �������K;GGGD�
L��=�K;GGGD������K9MMMD������K9MMM<�
�
�
+������ ���<����(����� �������������������������%�,3%�B�������������
����� ��� ���&����� �(������ �� B�(� ����� �������� ��� ������ ��� ������
���� ������� ��������$<�,�� ������� ���� � �������������� ���� �NG<GO�
��� ������$<� SS DF MS F p Temperatura 558.96 38 14.710 .05004 .984969 O.D. 104.44 38 2.748 1.99233 .131497 PH 5.25 38 .138 1.31181 .284696 STS 76701.0 38 2018.449 .59742 .620610 P-Total 2059.72 38 54.203 13.2253 .000005 N-NO2 188.98 38 4.973 5.67259 .002596
29
Agosto-1999N
O2
(µgl
-1)
NH 4
(µgl
-1)
024681012141618202224
0
2
4
6
8
10
12
14
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2
NO2 (µgl -1)
NH4 (µgl -1)
Outubro-1999
NO
2 (µ
gl-1
)
NH 4
(µgl
-1)
0
20
40
60
80
100
120
140
0
2
4
6
8
10
12
14
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
NO2 (µgl -1)
NH 4 (µgl -1)
Fevereiro-2000
NO
2 (µ
gl-1
)
NH
4 (µ
gl-1
)
024681012141618202224
0
2
4
6
8
10
12
14
M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
NO2 (µgl -1)
NH4 (µgl -1)
Julho-2000
NO
2 (µ
gl-1
)
NH 4
(µgl
-1)
024681012141618202224
0
2
4
6
8
10
12
14
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
NO2 (µgl -1)
NH 4 (µgl -1)
�����E<�������� ������������,E��µ��)9$�������� P�����IQ��µ��)9$����������
��������������" J"�������D�#J#���FD��J���(D� J �� �$��� ������)
9MMMD�������)9MMMD�L�����);GGGD�L��=�);GGG<�� +������ �3<����(����� �������������������������%�,3%�B�������������
����� ������&������(��������B�(� ���������������F������������B�������
������������ ��������������$<�,������������� ��������������������
�NG<GO���� ������$<� SS DF MS F p Temperatura 80.10 38 2.1079 76.07257 .000000 O.D. 30.73 38 .8088 37.15042 .000000 PH 2.48 38 .0651 16.99402 .000000 STS 16045.78 38 422.2573 50.73754 .000000 P-Total 3777.85 38 99.4170 1.44992 .243538 N-NO2 215.05 38 5.6591 3.45012 .025903
30
Agosto-1999P
-Tot
al (
µgl-1
)
PO
4 (µ
gl-1
)
0
2
4
6
8
10
12
14
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2
P_Total (µgl -1
PO4 (µgl -1)
Outubro-1999
P-T
otal
(µgl
-1)
PO
4 (µ
gl-1
)
0
2
4
6
8
10
12
14
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
P-Total (µgl -1) PO4 (µgl -1)
Feveriro-2000
P-T
otal
(µg
l-1)
PO
4 (µ
gl-1
)
0
2
4
6
8
10
12
14
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
P_Total (µgl -1)PO4 (µgl -1)
Julho-2000
P-to
tal
(µgl
-1)
PO
4 (µg
l-1)
0
2
4
6
8
10
12
14
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
M1 M2 M3 G1 G2 G3 I1 I2 F1 F2 F3
P-Total (µgl -1) PO4 (µgl -1)
����� Q<�������� R������6,Q� �µ��)9$����������������� �µ��)9$���������� ���
��*�� ������ ��� ��������� ��� ����� �" J"�������D� #J#���FD�
�J���(D� J �� �$C��� ������)9MMMD������)9MMMD��������);GGGD�L��=�)
;GGG<��
�
�
+������3<����(�����I���������������������������&�����>��S��)T ���������
����� ��� ���&����� �(����)B��� ����� B������ ������� �������� ��
��� ������� ��������� �� �� ����<� ,�� ������� ���� � ���������������
�����NG<GO<�
�
Variáveis Físico-químicas Espacial Temporal H(3; n=42) P H(3; n=42) P Conditividade 6,690240,0825 22,35620 0,0001 Clorofila-a 22,87510 0,0000 11,57560 0,0090 Disco de Secchi 13,8760 0,0031 19,53040 0,0002 N-NO3 2,824495 0,4194 18,59321 0,0003 N-NH4 10,6889 0,0135 13,53040 0,0043
31
+������3�<�3������� F������������&�����B�(� ������������������ ������&���
�� �����������F�����������<�
� Pontos
coletados Agosto-
1999 Outubro-
1999 Fevereiro-
2000 Julho-2000
Mangueira nd nd 8 12 NH4 (µg.l-1 de N-NH4) Guapé 7 1 9 7
Itací 3 1 8 14 Fama 3 95 12 19 Mangueira 1 2 4 1
NO2 (µg.l-1 de N-NO2) Guapé 2 3 7 1 Itací 1 5 1 1 Fama 4 10 3 4 Mangueira 182 174 164 107
NO3 (µg.l-1 de N-NO3) Guapé 180 200 176 126 Itací 209 260 93 101
Fama 276 369 90 188 Mangueira 5 8 12 15
P-total (µg.l-1) Guapé 10 11 13 19 Itací 9 13 16 23
Fama 32 35 20 28 Mangueira 1 10 1 7
P-PO4 (µg.l-1 de P-PO4)
Guapé 5 4 4 7
Itací 5 11 4 6 Fama 5 10 5 10 Mangueira 1 2 3 1
Clorofila-a (µg.l-1) Guapé 2 3 4 3 Itací 3 5 7 5 Fama 4 5 11 7
+������3��<����(������������H����������C����������������� �����������
���� �����(����)�B�(� ���������������<� Parâmetros físico-químicos Média SD Máximo Mínimo Disco de Secchi (m) 2,3 1,2 4,6 0,7 Condutividade (µS.cm-1) 41,2 9,0 74,1 33,7 Temperatura (oC) 21,6 3,7 28,7 15,7 Oxigênio dissolvido (mg.l-1) 7,6 1,7 10,8 4,4 NO2 (µg.l-1 de N-NO2) 3 2 13 1 NO3 (µg.l-1 de N-NO3) 180 73 395 83 N-NH4 (µg.l-1 de N-NH4) 18 27 130 1 P-total (µg.l-1 de N-PO4) 16 10,13 50 3 P-PO4 (µg.l-1 de P-PO4) 5 3 13 Nd PH 7,3 0 8,1 6,5 Clorofila-a (µg.l-1) 4 2 11 1 STS (mg.l-1) 4,3 3,1 15,3 1
32
����������������������������
Com o intuito de responder à questão de qual é a condição ou condições
tróficas ao longo do braço do Rio Sapucaí do reservatório de Furnas, optou-se por um
modelo de distribuições probabilísticas de categorias tróficas baseado na classificação
de limites tróficos abertos e publicado pela OECD (1982). Esse modelo considera a
possível superposição entre condições tróficas limites (OECD, 1982 apud Ryding &
Rast, 1989) em uma mesma massa de água.
Foram consideradas, para a aplicação do modelo, as concentrações de fósforo
total (ug.l-1), clorofila-a (ug.l-1) e a profundidade (m) do disco de Secchi em cada uma
das quatro regiões estudadas. É interessante lembrar que essas três variáveis
apresentaram diferencias significativas ao longo dos pontos coletados.
O resultado do modelo (Tabela VIII), mostra claramente que independente do
parâmetro escolhido é a região de Fama, localizada à montante do reservatório, a que
tende a atingir um grau de trofia maior sendo que, Mangueira perto da barragem,
apresenta os níveis tróficos menores definindo, portanto, um claro gradiente desde a
barragem até a jusante do reservatório ao longo do eixo central do braço do Rio
Sapucaí.
+������ 3���<� 6������������� ������� ��� "�������C� #���FC� ���(� �� �� ��
����������� ��������������,���C�9MU;<� Estado trófico Parâmetro Mangueira Guapé Itací Fama
P-total 10% 5% 0 0 Clorofila-a 0 0 0 0
Ultraoligotrófico
Prof. Secchi 0 0 0 0 P-total 65% 55% 45% 12% Clorofila-a 2% 0 0 0
Oligotrófico
Prof. Secchi 2% 2% 0 0 P-total 25% 38% 50% 65% Clorofila-a 38% 21% 15% 1%
Mesotrófico
Prof. Secchi 38% 38% 11% 0 P-total 0 1% 1% 15% Clorofila-a 55% 62% 61% 40%
Eutrófico
Prof. Secchi 50% 50% 53% 20% P-total 0 0 0 0 Clorofila-a 4% 15% 21% 55%
Hipereutrófico
Prof. Secchi 16% 16% 34% 78%
O modelo ainda mostra a dependência do estabelecimento de uma condição
trófica com o parâmetro considerado, porém, a tendência no nível trófico que cada
área apresenta não varia.
Assim, quando considerado o fósforo como parâmetro de determinação da
condição trófica, os níveis de trofia em todos os pontos são considerados menores,
33
mas sempre mantendo o gradiente trófico existente entre as áreas. Com respeito a
esse parâmetro, destacam-se as tendências mostradas nas áreas de Itací e Fama, já
que, esse foi o único parâmetro que as considerou ainda como oligotróficas.
A profundidade da transparência da água indicou os maiores graus de trofia
sendo que, a clorofila se manteve entre níveis tróficos intermediários marcados pelos
anteriores.
É interessante considerar as probabilidades mostradas em Mangueira, Guapé
e Itací segundo a concentração da clorofila. As três áreas apresentam um 55, 62 e
61% de probabilidades de serem consideradas como eutróficas. Não entanto,
Mangueira tem ainda um 38% de probabilidade de ser mesotrófica e apenas um 4%
de hipereutrófica sendo que, Guapé teve 21% de probabilidade de ser considerada
como mesotrófica e um 15% hipereutrófica, porém Itací alcançou uma probabilidade
de 15% sob uma condição mesotrófica e 21% hipereutrófica. Portanto, o que
diferencia claramente os pontos mencionados é como se distribui a probabilidade total
de cada ponto e não apenas o valor da probabilidade maior. Assim, no exemplo
mencionado acima, pode parecer numa primeira avaliação que as três áreas
apresentam o mesmo estado trófico quando, na realidade, as tendências delas
mostram que não é assim.
��� ������������ �� ������� �� ������������������������ �� ��
Um total de vinte espécies de crustáceos planctônicos foram identificadas
sendo doze de elas pertencentes à ordem Cladocera e oito à ordem Copepoda.
A Tabela IX mostra a relaçao das espécies encontradas assim como a
biomassa máxima e média atingida por cada uma de elas considerados todos puntos e
épocas coletadas. A Tabela X mostra a biomassa média obtida para cada espécie
segundo cada área amostrada.
Os cladóceros estiveram presentes em todos os pontos coletados com
exceção de Moina minuta e Bosminopsis deitersi, que não foram observados nos
pontos mais à jusante do reservatório (Mangueira e Guapé; Tabela X). No entanto,
essas duas espécies atingiram o máximo da biomassa zooplanctônica encontrada no
reservatório dentre as amostras coletadas, sendo de 32,85 µgPS.l-1 para a M. minuta e
de 26,62 µgPS.l-1 para B. deitersi ambos valores registrados na região de Fama para
as duas espécies.
As quatro espécies de Calanoida encontradas apresentaram a maior biomassa
em Mangueira 1 e em todas as datas de coleta, exceto para N.ihieringi encontrado em
maior abundância em Mangueira 3, sendo essa espécie a que apresentou menor
34
biomassa (0,27 µgPS.l-1). Dentre os Calanoida, a espécie Notodiaptomus henseni teve
o máximo de biomassa com um valor de 5,47 µgPS.l-1 em Mangueira 1.
O presente estudo comprova a importância dos Calanoida em áreas com um
menor grau de trofia, já que das quatro espécies coletadas desse grupo, apenas
Argirodiaptomus furcatus e Notodiaptomus hieringi atingiram uma biomassa de apenas
0,12% e 0,08% da biomassa total coletada no ponto mais eutrófico do reservatório
(Fama). As outras duas espécies de Calanoida, Notodiaptomus cearensis e N.henseni
não foram coletadas nesse ponto, sendo que chegaram a atingir uma biomassa
relativa no ponto mais oligotrófico (Mangueira), de 9,07 e 11,39% respectivamente.
Nesse mesmo ponto, esses valores foram de 6,9 e 1,45% para as espécies
Argirodiaptomus furcatus e Notodiaptomus hieringi (Figura 5).
O Cyclopoida Metacyclops mendocinus foi apenas coletado em Fama. A
biomassa das quatro espécies de Cyclopoida, Metacyclops mendocinus, Mesocyclops
ogunnus, Thermocyclops decipiens e Thermocyclops minutus que representaram
menos do 10% da biomassa total no ponto perto da barragem (Mangueira), foi
aumentando gradualmente em direção aos pontos mais distais e eutróficos (Figura 5).
Thermocyclops decipiens, por exemplo, foi a espécie de Cyclopoida que atingiu a
maior biomassa, sendo essa de 5,8 µgPS.l-1, ou seja, 5,5% da biomassa total
encontrada nesse ponto.
A maioria dos cladóceros considerados de grande porte (Daphnia guessneri,
Diaphanosoma fluviatille, D. spinulosum, D. brevireme, Moina minuta e Moina micrura)
teve sempre uma biomassa relativa maior nos pontos de Mangueira e Guapé, exceção
feita a Moina micrura (Figura 5) Assim, Daphnia guesneri com 22% e Diaphanosoma
spinulosum que registrou até 23% nesses pontos, confirmam essa tendência. Essa
última espécie, também não foi coletada nos pontos considerados de maior grau de
trofia do reservatório (Itací e Fama). Nesses pontos, a maior biomassa relativa foi
atingida pelos pequenos cladóceros (Bosminopsis deitersi, Bosmina longirostris,
B.hagmanni, Ceriodaphnia cornuta, C.rigaudi, Ceriodaphnia sp.) tais como Bosmina
longirostris e Bosminopsis deitersi que representaram o 23,1 % e o 28,8 % da
biomassa total nesses pontos, respectivamente. Destacam-se as elevadas biomassas
de Moina micrura em Fama, representado o 17,2% da biomassa total. Ceriodaphnia
cornuta e C. cornuta rigaudi tiveram as menores biomassas dentre os cladóceros,
atingindo um valor máximo de até 1,50 µgPS.l-1 (Tabela IX) em Guapé 3.
35
+������ �V<�1��� ����� �µ�6'<�)9$� � &*�� ���� � F������� � �� ������� ������ ������H�������������F�������������P����������������������������
��� ����<�
Espécies de zooplâncton Máximo (µgPS.l-1)Média (µgPS.l-1)
CLADOCERA
Daphnia guessneri HERBST, 1967 5,47 1,01 (1,42) Bosminopsis deitersi RICHARD, 1895 26,62 1,89 (5,47) Diaphanosoma fluviatile HANSEN, 1899 14,43 0,47 (2,29) Diaphanosoma spinulosum HERBST, 1967 4,65 0,89 (1,22) Diaphanosoma brevireme SARS 1901 2,24 0,17 (0,43) Ceridaphnia cornuta SARS, 1886 1,50 0,16 (0,34) Ceriodaphnia cornuta riguadi 0,58 0,08 (0,14) Ceriodaphnia sp 9,54 0,35 (1,45) Bosmina longirostris O.F. MULLER, 1785 8,68 1,20 (2,03) Bosmina hagmanni STINGELIN, 1904 16,50 0,62 (2,55) Moina minuta HANSEN, 1899 32,85 1,25 (4,96) Moina micrura KURZ, 1874 13,77 0,46 (2,16) CALANOIDA Argyrodiaptomus furcatus SARS, 1901 1,83 0,13 (0,33) Notodiaptomus iheringi WRIGHT, 1935 0,27 0,03 (0,07) Notodiaptomus cearensis WRIGHT, 1936 3,65 0,15 (0,59) Notodiaptomus henseni DAHL, 1891 5,47 0,14 (0,83) CYCLOPOIDA Metacyclops mendocinus WIERZEJSKI, 1983 2,54 0,08 (0,40) Mesocyclops ogunnus ONABAMIRO, 1957 2,41 0,12 (0,48) Thermocyclops decipiens KIEFER 5,83 0,43 (1,18) Thermocyclps minutus LOWNDES, 1934 1,94 0,20 (0,39) ����!"������������������������������ �� �
A distribuição da biomassa dos diferentes grupos zooplanctônicos a longo do
eixo central do reservatório de Furnas, assim como no sub-eixo do Sapucaí, foi
testada mediante o teste não paramétrico da variância Kruskal-Wallis. Segundo os
resultados da análise (Tabela XI), existe uma distribuição heterogênea espacial da
biomassa de cladóceros de pequeno porte e adultos e nauplii de Calanoida e
Cyclopoida porém, a biomassa dos cladóceros de grande porte não apresentaram
diferenças significativas nessa componente espacial. Para se testar se o efeito sazonal
interferiu na manutenção dos padrões de distribuição da biomassa relativa na
componente espacial, foi realizada uma segunda análise da variância testando-se a
variação da biomassa do zooplâncton em função das diferentes épocas do ano,
tomadas como diferentes tratamentos. Considerou-se as seguintes fases do ciclo
sazonal: época de seca (agosto/1999 e julho/2000), começo da estação chuvosa
(outubro/1999) e época chuvosa (fevereiro/2000). As estatísticas H (e os valores de p)
demonstram que o efeito sazonal não foi muito importante na maioria dos grupos, já
36
que, apenas os nauplii de Cyclopoida apresentaram diferenças estatisticamente
significativas (Tabela XII) entre as quatro épocas do ano consideradas
�
+������ V<� 1��� ����� �µ�6'<�)9$� � F���� ���� ���F����� ��������P������
������������������������� ������� ������&����� �����<�
Espécies de zooplâncton Mangueira Guapé Itací Fama CLADOCERA (µgPS.l-1) (µgPS.l-1) (µgPS.l-1) (µgPS.l-1) Daphnia guessneri HERBST, 1967 0.89 1.37 2.05 0.09 Bosminopsis deitersi RICHARD, 1895 0.00 0.00 0.05 7.70 Diaphanosoma fluviatile HANSEN, 1899 0.01 0.00 0.14 1.63 Diaphanosoma spinulosum HERBST, 1967 0.35 1.23 1.52 0.79 Diaphanosoma brevireme SARS 1901 0.28 0.32 0.02 0.00 Ceridaphnia cornuta SARS, 1886 0.07 0.19 0.29 0.17 Ceriodaphnia cornuta riguadi 0.05 0.05 0.26 0.01 Ceriodaphnia sp 0.07 0.14 0.42 0.99 Bosmina longirostris O.F. MULLER, 1785 0.22 0.61 2.43 2.03 Bosmina hagmanni STINGELIN, 1904 0.39 0.18 0.09 1.99 Moina micrura KURZ, 1874 0.09 0.14 0.30 4.31 Moina minuta HANSEN, 1899 0.00 0.00 0.02 1.77 CALANOIDA Argyrodiaptomus furcatus SARS, 1901 0.28 0.16 0.04 0.03 Notodiaptomus iheringi WRIGHT, 1935 0.06 0.01 0.02 0.02 Notodiaptomus cearensis WRIGHT, 1936 0.36 0.09 0.17 0.00 Notodiaptomus henseni DAHL, 1891 0.46 0.04 0.02 0.00 CYCLOPOIDA Metacyclops mendocinus WIERZEJSKI, 1983 0.00 0.00 0.00 0.33 Mesocyclops ogunnus ONABAMIRO, 1957 0.01 0.06 0.00 0.43 Thermocyclops decipiens KIEFER 0.01 0.10 0.24 1.41 Thermocyclps minutus LOWNDES, 1934 0.03 0.08 0.31 0.46
�
37
Cyclopoida Calanoida Cladocera grande porte Cladócera pequeno porte
Agosto
0%
20%
40%
60%
80%
100%
m1 m2 m3 g1 g2 g3 i1 i2 f1 f2
Outubro
0%
20%
40%
60%
80%
100%
m1 m2 m3 g1 g2 g3 i1 i2 f1 f2 f3
Fevereiro
0%20%
40%
60%
80%
100%
m2 m3 g1 g2 g3 i1 i2 f1 f2 f3
Julho
0%20%
40%
60%
80%
100%
m1 m2 m3 g1 g2 g3 i1 i2 f1 f2 f3
�
�����O<�������� �������������������������µ�6'<�)9$����������������������������P������ ��� ������ ���� ������ ��� ������ �"J"�������D�
#J#���FD��J���(D� J �� �$��� ��������K;GGGD�L��=�K;GGGD������K9MMMD�
�����K9MMM<�
�
�
+������V�<����(�����I���������������������������&�����>��S��)T ���������
���� ����� ���� ������ ��������P������ B������ ������ �������� ���
&���� �� ������� ���� ������� ��������$<� ,�� ������� ���� �
�������������������NG<GO���� �����$<�
. Grupo H(3; n=42) p Cyclopoida
13,9300
0,0030
Calanoida 9,125594 0,0277 Nauplii Cyclopoida 8,204491 0,0420 Nauplii de Calanoida 10,58182 0,0142 Cladóceros grande porte 6,306712 0,0976 Cladóceros pequeno porte 24,99699 0,0000
38
+������V��<����(�����I���������������������������&�����>��S��)T ���������
���� ����� ���� ������ ��������P������ B������ ������ �������� ��
F����� ��� ���� B��� ���� �������� ���� ������� �������$<� ,�� �������
���� ���������������������NG<GO���� ������$<�
Grupo H (3; n=42) P Cyclopoida
7,30897
0,0627
Calanoida 5,082243 0,1659 Nauplii Cyclopoida 17,05925 0,0007 Nauplii de Calanoida 6,670774 0,0832 Cladóceros grande porte 2,574504 0,4620 Cladóceros pequeno porte 3,352458 0,3404
Embora não tenham sido significativas, nota-se a existência de nítidas
diferenças sazonais nas abundâncias relativas de Calanoida, Cyclopoida, cladóceros
de grande e pequeno porte ao longo do eixo central de reservatório (Figura 5).
Destaca-se a variação temporal na abundância relativa dos Cyclopoida, podendo-se
observar a diminuição dessas abundâncias nos meses de julho e agosto. Os
Calanoida aumentaram nos meses de agosto e outubro para diminuir na época de
chuva (fevereiro) e no começo da seca (junho). Observar, porém que essa diferença
não foi significativa (p=0,1659).
� �������� � ����
O gradiente trófico existente na represa foi refletido pela análise multivariada
CCA (Figuras 6 e 7). Os dois eixos principais resultantes da análise canônica
apresentaram autovalores de 0,63 e 0,29 os quais explicaram cumulativamente 66.3%
da variância total das variáveis ambientais (explicativas) e bióticas (biomassa de
zooplâncton). Apenas o eixo 1 foi estatisticamente significativo (Chi² (30)=115,2953;
p=0,0000). Os coeficientes de correlação entre o eixo 1 e as variáveis ambientais
mostraram correlações 0,98, 0,69, 0,65, 0,32 e -0,42 com as concentrações de NH4, P-
Total, NO2, clorofila e profundidade de disco de Secchi, respectivamente.
O gráfico biplot (Figura 6) contendo as variáveis explicativas e as variáveis
bióticas (biomassa de zooplâncton) reflete a associação existente entre ambos grupos
de variáveis. Assim, pode-se observar que houve uma relação entre biomassa de
cladóceros de pequeno porte e formas nauplii de Calanoida com o aumento nas
concentrações de amônia no reservatório, assim como, dos grandes cladóceros e
nauplii de Cyclopoida com respeito ao nitrito. Ainda, a análise demonstra a
sensibilidade dos adultos de Calanoida às altas concentrações de nutrientes na água
refletido na sua posição com respeito ao eixo 1 em oposição aos organismos
39
tipicamente encontrados nas regiões mais eutróficas. Portanto, a análise ainda
demonstra que essa heterogeneidade espacial, existente nas condições físico-
químicas da água, é refletida nas variáveis bióticas, principalmente nas distribuições
da biomassa de cladóceros de pequeno porte e das formas adultas de Calanoida e
Cyclopoida.
Os pontos mais eutróficos da região de Fama formaram um grupo situado na
porção positiva do eixo 1 (Figura 7). O ponto de menor nível de eutrofia (Mangueira)
ficou na região negativa do eixo 1 em posição nitidamente oposta aos pontos de
Fama. É interessante notar que os pontos pertencentes as regiões intermediárias de
Guapé e Itací ficaram alinhados (de forma não proporcional) em posições
intermediárias entre as regiões de Mangueira e Fama (Figura 7). Assim, essa análise
demonstra, de modo quantitativo, o nítido gradiente de trofia existente ao longo do
eixo central e do sub-eixo do Rio Sapucaí. Isto é comprovado pelo posicionamento
oposto no diagrama biplot de grupos de estações de coletas próximas à barragem
do lago (Mangueira e Guapé) em contraste com grupos de pontos referentes às
estações mais à montante do reservatório (Itací e Fama).
Eixo 1
Eix
o 2
P-Total
Clorof.
NO2
NH4Secchi
Cycl.
Calan.
N.cyc.
N.cal
Clad.gr.
Clad.peq.
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
-0,6 -0,4 -0,2 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2
�
����� W<� #&����� ������ ����������� ��� ���������� ���&����� �*����������
�����$�����������������$<�%�����&����������������������� ��������
����������������<$C��@��������� ��@��<$C� ������������������� ���<���$C�
����������@�����������<�@�$C�����������������������������<�<$���
���������������B��������������<���B<$<�
40
eixo 1
eixo
2
MMG G
GIIF
F
F
M
MMG G
G
II
F
F
F
MMM G
GG
I
I
FF
M MM G GG
I
I
F
F
F
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
-1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5 4,5
�
����� X<� ������� ��� ���� &���� ��� ��������� �"J"�������D� #J#���FD�
�J���(D� J �� �$� �������� �� ������ �� ��� ����� ��� �������� ���
��%<�%����������*��9�F���������� �������������������JGCGGGW$�
�
�
��'�-''/,�
�
�������������
Segundo Esteves (1988), os indicadores do estado trófico aplicados para a
tipologia dos lagos temperados não são válidos para os corpos d’água tropicais. No
entanto, embora sejam precisos mais estudos sobre sistemas de água tropicais, os
dados existentes até o momento sugerem que as características das massas de água
oligotróficas e eutróficas são basicamente similares nas regiões temperadas e
tropicais/subtropicais sendo que, a principal diferença entre elas estaria relacionada ao
ritmo ou à magnitude do processo (Ryding & Rast, 1989).
O modelo utilizado no presente estudo (OECD 1982) mostrou ser eficaz, já
que, as probabilidades de estados tróficos encontradas, além de caracterizar a
condição trófica atual, indicam qual é a tendência que o corpo de água está seguindo.
A sua eficácia pode ser demonstrada pelas análises estatísticas conduzidas nesse
estudo, envolvendo tanto as variáveis abióticas e bióticas. Assim, segundo resultados
da análise canônica realizada, podem ser consideradas principalmente duas áreas
com distintos graus de trofia sendo, a área que abrange os pontos de Itací e Fama a
que tem um grau de trofía maior, e Mangueira e Guapé as menos eutrofizadas,
41
existindo ainda entre essas dois ultimas uma leve diferença. A tendência de todas as
áreas para graus de trofia maiores ficou claramente refletido na distribuição das
probabilidades de estado trófico desde jusante até a montante do reservatório. O
índice da OECD (1982), já foi aplicado com sucesso em algumas áreas tropicais como
é no Lago McIlwaine (República Sul- Africana) (Ryding & Rast, 1989).
Um outro índice muito usado tanto em estudos de áreas temperadas (i.g: Pace,
1982) quanto nas tropicais e subtropicais (i.g: Bays & Crisman, 1983; Esteves &
Sendacz, 1988; Schafer, 1988; Biscalquini, 1995; Nunes et al. 1996) é o Indice do
Estado Trófico de Carlson (Carlson, 1977), baseado na combinação dos teores de
fósforo, clorofila-a e a transparência da coluna de água, sendo que a classificação dos
graus de trofia dentro dos conceitos de oligotrofia, mesotrofia e eutrofia com os
diferentes graus intermédios que existem entre eles, é complicada e nem sempre
apropriada (Carlson, 1977). De acordo com Salas & Martino (1990), os limites das
concentrações dos nutrientes na estimativa do grau de trofia das regiões tropicais,
devem de ser modificadas permitindo níveis mais baixos de nutrientes.
#������!"����������� �� ������ ������������ ���������
O enriquecimento em nutrientes essenciais de um corpo d’água é uma das
primeiras causas de eutrofização (Ryding & Rast, 1989). Uma das conseqüências
mais evidentes desse enriquecimento é a mudança das condições físico-químicas do
ambiente no qual a comunidade zooplanctônica se desenvolve. Dentre outros efeitos,
o mais direto é a variação na composição de espécies da comunidade fitoplanctônica,
assim como, na presença de bactérias e detritos no ambiente, determinando assim a
quantidade e a qualidade do recurso trófico disponível para o zooplâncton.
As respostas do zooplâncton à eutrofização nos reservatórios tropicais
brasileiros nem sempre são claras. Bini et al., (1997), descreveram a heterogeneidade
espacial dos principais grupos zooplanctônicos no reservatório de Broa (Itirapina-
Brotas, SP), estabelecendo que a variação da densidade dos cladóceros, nauplii e
copépodos é estruturada ao longo do espaço geográfico em forma de gradientes.
Esteves & Sendcaz (1988), em análise baseada em 16 reservatórios do Estado de
São Paulo, verificaram algumas correlações significativas entre os valores médios da
biomassa anual de cada grupo zooplanctônico e o Índice do Estado Trófico de Carlson
(IET) (Carlson, 1977). Geralmente, pode-se afirmar que com o aumento do grau de
trofia há aumento nas abundâncias de ciclopóides e diminuição de abundâncias ou
mesmo extinção de calanóides, mas há respostas contraditórias entre os cladóceros.
Assim, a distribuição dos crustáceos zooplanctônicos ao longo do eixo
longitudinal no reservatório de Furnas, mostra uma mudança na biomassa relativa de
42
Calanoida para Cyclopoida e o aumento dos cladóceros filtradores de pequeno porte
com o maior grau de trofia.
Esses padrões de distribuição dos grupos zooplanctônicos observados em
Furnas estão em concordância com vários estudos em outros locais (i.g: Ganon &
Stemberger, 1978; Bays & Crisman, 1983; Esteves & Sendacz, 1988; Seda &
Devetter, 2000), nos quais, as mudanças na distribuição do zooplâncton também
foram detectadas ao nível de grupo. Porém, de Bernardi et al. (1989) definiram a
existência de um padrão diferente afirmando que a comunidade zooplanctônica é
fortemente influenciada pelas variações nos graus de trofía, mas que a biomassa
relativa dos três principais grupos zooplanctônicos (Cladocera, Copepoda e
Cyclopoida), não varia.
A mudança no tamanho da estrutura da comunidade refletida na distribuição
dos cladóceros de grande (Daphnia, Diaphanosoma e Moina) e pequeno porte
(Bosmina, Ceriodaphnia e Bosminopsis) em Furnas, esta de acordo com a hipótese de
que mudanças no recurso durante a eutrofização pode favorecer ao zooplâncton de
menor tamanho (Gannon & Stemberger, 1978). Não entanto, Pace (1982) num estudo
de doze lagos em Quebec (Canadá), não encontrou mudanças na abundância relativa
de Daphnia e Bosmina porém, encontrou um aumento na biomassa relativa de
Cyclopoida e a diminuição dos Calanoida nos lagos com maior grau de trofia o que
sugere que, embora mudando a biomassa relativa de alguns dos grupos que
compõem a comunidade macrozooplanctônica, a estrutura e o tamanho de
comunidade pode não ser afetada.
O tamanho dos organismos não reflete, de forma adequada, as principais
modificações que a eutrofização causa no zooplâncton sendo que, o enfoque
específico é mais eficaz para essa análise.
Quando as espécies estão agrupadas em grupos taxonômicos maiores, o efeito
das mudanças no nível trófico sobre elas pode não ser percebido (Hessen et al., 1994;
Pinel-Aloull et al., 1990). Nesse sentido, a maior abundância de Daphnia guesnneri
nas áreas mais oligotróficas do reservatório e de Moina minuta e M. micrura nas mais
eutrofizadas, estando as três espécies consideradas dentro do grupo dos cladóceros
de grande porte, fez com que a distribuição da biomassa desse grupo mostrara
apenas uma leve variação, não sendo detectada na análise canônica a distribuição
extrema dessas espécies.
A preferência de diferentes tipos de ambientes exibida por Daphnia e Moina foi
citada por Hart (1990) no reservatório subtropical Le Roux (Sul-África). Em Furnas,
destaca-se a ocorrência quase restrita de Daphnia guesneri à jusante do reservatório
em águas pobres em nutrientes, já que, segundo Esteves (1988) e Pinto-Coelho
43
(1998), esse cladócero pode consumir além de algas, bactérias, detritos e
microheterótrofos. Também, Zago (1976, 1978) encontrou esta espécie na represa
Americana (São Paulo), reservatório altamente eutrófico e segundo Matsumura-
Tundisi (1984) é o cladócero mais abundante em corpos de água eutrofizados da
região neotropical. Porém, a presença de D. gessneri quase restrita a águas com
pouca disponibilidade de nutrientes e altos valores de transparência, já foi citado por
Brandorff (1977) no lago Castanho e por Sendacz et al., (1985) no reservatório Ponte
Nova (São Paulo).
A distribuição dos cladóceros segundo diferentes fatores ecológicos (estrutura
das macrófitas, características abióticas dos hábitats, e tipos dos predadores) foi
estudada, dentre outros, por Smiley & Tessier (1998) no Lago Crooked (Michigan), e
foram estabelecidas fortes ligações entre as fontes dos recursos e a distribuição
horizontal de várias espécies de microcrustáceos. Dentre os cladóceros, existe uma
alta especialização com respeito ao recurso trófico utilizado refletido na qualidade do
alimento ingerido segundo a capacidade de seleciona-lo, o que confere a esse grupo
diferentes estratégias num ambiente eutrofizado.
Sendo assim, a diminuição das taxas de filtração de Daphnia nos ambientes
turvos (Hart, 1988; Arruda et al., 1983) poderia estar influenciando a ausência de
Daphnia nessas áreas do reservatório. Porém, Carvalho (1984) demostra que D.
gessneri prefere ambientes mais turvos pois, nessas condições, fica protegida da
predação visual. Sendo assim, a elevada concentração de algas filamentosas
(Aulacoseira) observadas em Fama formando quase um “bloom” permanente, pode
estar afetando negativamente essa espécie. Nesse sentido ainda, vários autores (i.g:
Ryther, 1954; Lampert, 1981; Ganf, 1983; Holm et al., 1983; Holm & Shapiro, 1984)
mostram que Daphnia e muito susceptível a algas filamentosas (Mougeotia,
Aphanizomenon).
Por outro lado, cabe considerar que a estrutura da população zooplanctônica
pode não estar regulada apenas pelos processos “bottom-up”. Considerando que, a
predação por parte dos vertebrados parece ter uma influência menor nos reservatórios
tropicais (Esteves & Sendacz, 1988), a predominância de formas grandes sobre as
pequenas de cladóceros, pode ser conseqüência da predação por parte dos
invertebrados (chaoboridae), que normalmente é intensa quando a predação por
peixes não é eficiente (Wetzel, 1983). A competição pelo mesmo recurso trófico
também é um fator determinante na ocupação de diferentes habitas (Hart, 1990). A
importância da interação entre as diferentes espécies na manutenção de um padrão
de distribuição horizontal já foi descrita nos experimentos de Urabe (1990), no
reservatório Ogochi (Japão).
44
Com respeito à ocorrência e à distribuição de espécies de copépodos quando
comparado com os resultados obtidos por Reid & Pinto-Coelho (1994) no mesmo
reservatório, a distribuição de todos os Calanoida nas áreas menos eutrofizadas,
concorda com a distribuição descrita por eles. Destaca-se ainda a ausência do
Calanoida Scolodiaptomus corderoi (WRIGHT) nas amostras coletadas no presente
estudo sendo que, já foi coletado pelos autores assim como em numerosos
reservatórios e lagoas de ambientes muito variados.
O Cyclopoida Mesocyclops ogunnus, foi citado neste continente pela primeira
vez em Furnas no trabalho de Reid & Pinto-Coelho (1994), afirmando que poderia se
tratar de uma introdução de espécie exótica recente. A ocorrência das espécies de
Cyclopoida Thermocyclops minutus e T. decipiens parece estar determinada pelo grau
de trofia do corpo de água, sendo que nas áreas mais eutróficas encontra-se
principalmente a segunda espécie citada e sendo substituída pela primeira com a
diminuição do grau de trofia, o que está de acordo com Rocha et al., (1995). Segundo
Reid (1989), T. decipiens é encontrada geralmente em ambientes eutrofizados. Vários
autores (i.g: Freire & Pinto-Coelho, 1986; Nunes et al., 1996), têm encontrado esse
Cyclopoida em diferentes lagoas e reservatórios tropicais classificados entre meso e
hipereutróficas. A distribuição dessas duas espécies de Cyclopoida no reservatório de
Furnas mostra claramente essa relação entre elas e o grau de trofia.
A relação entre a biomassa dos crustáceos zooplanctônicos e diferentes graus
de trofia, sendo esses refletidos na concentração de fósforo, já foi amplamente citado
em vários estudos de regiões temperadas e tropicais através de modelos de
regressão. Dentre outros, destacam-se os trabalhos de Patalas (1972), Hanson &
Peters (1984), Pace (1986) e Yan (1986) que encontraram regressões significativas
com índices (r2) de 0,92; 0,72; 0,86 e 0,63 respectivamente, em lagos do Norte da
América, Europa e lagos da África tropical.
Pinto-Coelho et al., (sub.) num estudo baseado em 65 lagos e reservatórios da
s regiões temperadas e tropicais, ressalta a importância do fósforo como variável
explicativa das mudanças no zooplâncton frente a outros índices interrelacionados
com o grau de trofia como é a clorofila-a. Segundo o autor, em regiões tropicais,
regressões significativas entre clorofila e variabilidade de zooplâncton foram obtidas
apenas no Brasil com coeficientes r2 entre 0,39 e 0,53.
O presente estudo confirma essa idéia sendo que, maiores correlações
explicativas da distribuição do zooplâncton em Furnas foram obtidas para o fósforo
total e não para a clorofila. Quando existe um desequilíbrio entre a produção algal e a
biomassa do zooplâncton, a cadeia de detritos é mais importante do que a dos
45
produtores e nessa situação a clorofila-a não é a melhor variável a ser considerada
(Pinto-Coelho et al., sub).
�,��0-'Y�'�
No braço do Rio Sapucaí, reservatório de Furnas (MG), existe um marcado
gradiente trófico, aumentando desde oligo-mesotrófico (à jusante) até eutrófico (à
montante). O modelo de distribuição de probabilidades dos diferentes níveis tróficos
mostrou ser uma ferramenta especialmente útil em reservatórios na definição da
tendência ou evolução do nível trófico que esse corpo d’água apresenta.
Pode se afirmar que mudanças nas proporções relativas dos principais
crustáceos zooplanctônicos (Cladocera, Calanoida e Cyclopoida), mostra ser um claro
indicador das condições tróficas. A resposta específica em relação à qualidade da
água, foi relevante para os copépodos Thermocyclops minutus, T.decipiens,
Argyrodiaptomus furcatus e para os cladóceros Bosminopsis deitersi, Bosmina
longirostris e Daphnia guessneri.
Através da análise canônica de correspondência (CCA), foi possível determinar
quais das variáveis explicativas (fósforo total, amônia, nitrito, Secchi e clorofila a) estão
contribuindo com maior importância à definição do gradiente e de como essa influência
à distribuição espacial do zooplâncton, sendo refletidas as respostas dos grupos
zooplanctônicos nos gráficos resultantes da análise de uma forma clara. É por esse
motivo que este tipo de análise multivariada pode ser de grande ajuda na interpretação
dos dados.
O trabalho conclui que os microcrustáceos zooplanctônicos podem ser usados
como eficazes indicadores do grau de trofia de sistemas lacustres artificiais de grande
porte tal como Furnas. Essa taxocenose, responde de modo sensível com grandes
mudanças qualitativas e quantitativas a pequenas variações de trofia dentro de um
mesmo ambiente.
%#�%����"��+,'�
Agradecemos à Agencia Española de Cooperación Internacional – AECI pela
bolsa de estudos dada a Laura R. Aguila. O estudo foi em parte financiado pelo Curso
de Atualização à Distância Ecologia e Gestão Ambiental. Expressamos nossa gratidão
ao diretor da Estação de Piscicultura de Furnas, Dirceu M. Ribeiro, pelo apoio logístico
durante as coletas e à Dra. Susana Sendacz, do Instituto de Pesca do Estado de São
46
Paulo pelo auxílio na determinação dos copépodes. Os autores ainda expressam seus
agradecimentos ao programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo
da Vida Silvestre pelos recursos alocados ao projeto.
�� ��4���%'�1�10�,#�Z ��%'�
ARCIFA, M. S. 1984. Zooplankton composition of ten reservoirs in Southern Brazil.
Hydrobiologia, 113: 137-145.
ARCIFA, M. S., GOMES, E. A. T., MESCHIATTI, A. J. 1992. Composition and
fluctuations of the zooplankton of a tropical Brazilian reservoir. Arch. Hydrobiol.,
123 (4): 479-495.
ARRUDA , J. A., MARZOLF, G. R., FAULK, R. T. 1983. The role of suspended
sediment in the nutrition of zooplankton in turbid reservoirs. Ecology 64: 1225-
1235.
ATTAYDE, J. L. & BOZELLI., R. L 1998. Assessing the indicator properties of
zooplankton assemblages to disturbance gradients by canonical
correspondence analysis. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences
55:1789-1797.
BAYS, J. S. & CRISMAN, T. L. 1983. Zooplankton and trophic state relationships in
Florida lakes. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 40: 1813-1819.
BLANCHER, E. C. 1984. Zooplankton-trophic state relationships in some north and
central Florida lakes. Hydrobiologia 109: 251-263.
BINI, L. M., TUNDISI, J. G., MATSAMURA- TUNDISI, T. & MATHEUS, C. E, 1997.
Spatial variation of zooplankton groups in a tropical reservoir (Broa Reservoir,
São Paulo State-Brazil). Hydrobiologia 357: 89-98.
BINI, L. M., 1997. Spatial variation of some limnological parameters in Barra Bonita
Reservoir (São Paulo, Brazil): a geostatistical aproach. Verh. Internat. Limnol
26: 229-231.
BISCALQUINI, J. L., 1995. Estudo comparativo das comunidades planctônicas de
lagos de diferentes graus de trofia e uma análise do efeito de Microcystis
aeruginosa (Cyanophyceae) sobre algumas espécies de microcrustáceos. Tese
de Doutorado. Universidade Federal de São Carlos. 300p.
CARLSON, R. E. 1977. A trophic state index for lakes. Limnology Oceanography 22(2):
361-367.
CARPENTER, S. C., KITCHELL, J.F., & HODOSON, J.R., 1985. Cascading trophic
interactions and lake productivity. Bioscience 35: 634-639.
47
CARVALHO,M.L. .1984. Influence of predation by fish and water turbidity on a
Daphnia gessneri population in a Amazonian floodplain, lake, Brazil.
Hydrobiologia 113:243-247
DELGADO D. P. C., 1999. Variação sazonal e espacial da comunidade fitoplânctonica
do Reservatório de Furnas, município de Guapé (MG). Dissertação de
Mestrado. ICB. Universidade Federal de Minas Gerais.
DE BERNARDI, R., GIUSSANI, G., LASSO PEDRETTI, E. & RUFFONI, T., 1985.
Populations dinamics of pelagic Cladocerans in three lakes with different trophy.
Verh. Int. Ver. Limmol., 22: 3035-3039.
ELMOOR- LOUREIRO, L. M. A., 1990. Diaphanosoma birguei e Diaphanosoma
barchyurum. Possível necessidade de revisão das identificações no Brasil. Acta
Limnologica Brasiliensia III: 157-16
ELMOOR- LOUREIRO, L. M. A., 1997. Manual de identificação de cladóceros límnicos
do Brasil. Editora Universa. Universidade Católica de Brasília. Brasilía.156p
ESTEVES, F. A., 1998. Fundamentos de Limnologia. Editora Interciência Ltda.2 ed.
Rio de Janeiro.602p
ESTEVES J. A., 1988. Considerações sobre a aplicação da tipologia de lagos
temperados a lagos tropicais. Acta Limnologica Brasiliensia 2: 3-28.
ESTEVES, K. E. & SENDACZ, S., 1988. Relações entre a biomassa do zooplâncton e
o estado trófico de reservatórios do estado de São Paulo. Acta Limnologica
Brasiliensia 11: 587-604.
FERRAN ARANAZ M., 1999. SPSS para Windows. Programación y análisis
estadístico. Eds. McGraw-Hill/Interamericana de España, S.A. Madrid. 580p.
FIGUEREDO, C.C., 2000. Efeitos da tilápia (Orechromis niloticus) nas características
físicas e químicas e estrutura da comunidade fitoplanctônica do Reservatório
da Usina Hidrelétrica de Furnas (MG). Tese de Mestrado. Universidade Federal
de Minas Gerais. 150p.
FORD, D. E., !990. Reservoir transport processes. In Thornton, K. W., B.L. Kimmel &
F.E. Payne (eds), Reservoir Limnology: Ecological Perspectives. Wiley-
Interscience Publication, New York, 2: 15-41.
FREIRE, B.M. & PINTO-COELHO, R.M., 1986. Composição e distribuição horizontal
do zooplâncton no reservatório de Vargem das Flores, Betim/Contagem, Minas
Gerais. Ciência e Cultura 38: 919-927.
GANF, G.G. .1983. An ecological relationship between Aphanizomenon and Daphnia
pulex. Aust. J. Mar. Freshw. Res. 34:755-773. R
48
GANNON, J.E. & STEMBERGER, R.S., 1978. Zooplankton (especially crustaceans
and rotifers) as indicators of water quality. Trans. Amer. Micros. Soc., 97(1):16-
35.
GIANI, A. .1984. Distribuição do fitoplâncton e do zooplâncton no Lago Paranoá,
Brasília, DF. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, UnB, 148 p.
HANSON, J. & R.H. PETERS .1984. Empirical prediction of crustacean zooplankton
biomass and profundal macrobenthos biomass in lakes. Can. J. Fish. Aquat.
Sci. 41:439-445.
HART, R. C., 1988. Zooplankton feeding rates in relation to suspended sediment
content: potential influences on community structure in a turbid reservoir.
Freshwater Biology 19: 123-139.
HART, R. C., 1990. Zooplankton distribution in relation to turbidity and related
environmental gradients in large subtropical reservoir: patterns and implications.
Freshwater Biology 24: 241-263.
HESSEN D. O., FAAFENG, B. A. & ANDERSEN, T., 1994. Replacement of herbivore
zooplankton along gradients of ecosystem productivity and fish predation
pressure. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 52: 733-742.
HOLM, N.P., G.G. GANF & J. SHAPIRO .1983. Feeding and assimilation rates of
Daphnia pulex fed Aphanizomenon flos-aquae. Limnology & Oceanography
28(4):677-687
HOLM, N.P. & J. SHAPIRO .1984. An examination of lipid reserves and the nutritional
status of "Daphnia pulex" fed "Aphanisomenon flos-aquae". Limnology &
Oceanography. 29(5):1137-1140.
HUSZAR V. L. M., SILVA, L. H. S., DOMINGOS, P., MARINHO, M.& MELO, S. 1998.
Phytoplankton species composition is more sensitive than OCED criteria to the
trophic status of three tropical lakes. Hydrobiologia 369/370: 59-71.
LAMPERT, W. .1981. Inhibitory and toxic effects of blue green algae on Daphnia. Int.
Revue ges. Hydrobiol. 66:285-298.
LORENZEN, C. J., 1967. Determination for chlorophyll and pheopigments:
spectrophotometric equations. Limnology Oceanography
MACKAS, D. L.,1984. Spatial correlation of plankton community composition in a
continental shelf ecossistem. Limnol.Oceanogr. 29: 451-471.
MACKERETH, F. J. H., HERON, J. & TALLING, J. F., 1978. Water analyses: some
revised methods for limnologists. Freshwater Biological Association, Scientific
Publication 36, Ambleside. 120p.
49
MATSUMURA-TUNDISI, T. & ROCHA O., 1983. Ocurrence of Copepod ( Calanoida
Cyclopoida and Harticoida) from “Broa” reservoir (São Carlos, São Paulo,
Brazil). Revista Brasileira de Biologia 43: 1-16
MATSUMURA-TUNDISI, T., 1984. Occurence of species of the genus Daphnia in
Brazil. Hydrobiologia 112: 161-165
MATSUMURA-TUNDISI, T., 1986. Latitudinal distribution of Calanoida Copepods in
freshwater aquatics systems of Brazil. Revista Brasileira de Biologia 46(3): 527-
553
MCCAULEY, E., 1984. The estimation of the abundance and biomass of zooplankton
in samples. In: Dowining, J.A. & Rigler, F.H. (eds):A manual on methods for the
assesment of secondary productivity in freshwaters.-Int. Biol. Programme 17.
Second Edition. Blackwell, Oxford, England.
MURPHY, J. & RILEY, J.P., 1962. A modified single solution method for the
determination of phosphate in natural waters. Analytica Chimica Acta, 27: 31-
36.
NUNES, M. A., LANSAC-TÔHA, F.A., BONECKER, C.C., ROBERTO, M.C. &
RODRÍGUEZ, L., 1996. Composição e abundancia do zooplâncton de duas
lagoas do horto florestal Dr. Luiz Teixeira Mendes, Maringá, Paraná. Acta
Limnologica Brasiliensia 8; 207-219.
OCED (Organization for Economic Cooperation and Development), 1982.
Eutrophication of waters. Monitoring assessment and control. Final report.
OCED Cooperative Programme on Monitoring of Inland Waters ( Eutrophication
control), Environment Directorate, OCED, Paris. 154p.
PACE, M. L., 1986. An empirical analysis of zooplankton community size structure
across lake trophic gradients. Limnology Oceanography 31: 45-55.
PATALAS, K. .1972. Crustacean plankton and the eutrophication of St. Laurence Great
Lakes. J. Fish. Res. Bd. Canada 29:1451-1462.
PATALAS, K. & SALKI, A., 1992. Crustacean plankton in lake Winnipeg: variation in
space and time as a function of lake morphology, geology, and climate.
Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 49: 1035-1059.
PINEL-ALLOUL, B.& PONT, D., 1991. Spatial distribution patterns in freshwaters
macrozooplankton: variation with scale. Canadian Journal of Zoology 69: 1557-
1570.
PINEL-ALLOUL, B., 1995. Spatial heterogeneity as a multiscale characteristics of
zooplankton community. Hydrobiologia 300-301:17-42.
PINTO-COELHO, R. M., 1994. Limnological perspectives for the control of
eutrophication in large tropical reservoirs. In: Ecology and human impact on
50
lakes and reservoirs in Minas Gerais with special reference to future
development and management strategies. Pinto- Coelho, R.M.; Giani A. & E.
von Sperling (eds) – SEGRAC- Belo Horizonte (MG) 11-26.
PINTO-COELHO, R. M., 1998. Effects of eutrophication on seasonal patterns of
mesozooplankton in a tropical reservoir: a 4-year study in Pampulha Lake,
Brazil. Freshwater Biology 40: 159-173
PINTO-COELHO, R.M. & CORGOSINHO, P. H., 1998. Alterações na estrutura do
zooplâncton em resposta a um gradiente de trofia no reservatório de Furnas,
Minas Gerais. Anais do VIII Seminário de Ecologia Vol.VII, 1173-1188.
PINTO-COELHO, R.M., B. PINEL-ALLOUL, G. METHOT & K. HAVENS (in prep)
Impacts of eutrophication on crustacean zooplankton in lakes and reservoirsof
temperate and tropical regions. Canadian Journal of Fisheries and
AquaticSciences.
RAVERA, O., 1996. Zooplankton and trophic state relationships in temperate lakes.
Mem. Ist. Idrobiol., 54: 195-212.
REID, J. A., 1985. Chave de identificação e lista de referências bibliográficas para as
espécies continentais sul-americanas de vida libre da ordem Cyclopoida
(Crustacea, Copepoda). Bolm. Zool., Universidade de São Paulo 9: 17-143
REID, J. A., 1987. Scolodiaptomus, a new genus proposed for Diaptomus (sensu latu)
corderoi Wright, and description of Notodiaptomus brandorffi, new species
(Copepoda: Calanoida), from Brazil. Journal of Crustacean Biology 7(2): 364-
379
REID, J. A., 1988. Thermocyplops decipiens (Copepoda Cyclopoida): Exemplo de
confusão taxonômica. Acta Limnologica Brasiliensia 11: 479-499
REID, J. A., 1989. The distribution of species of the genus Thermocyplops (Copepoda
Cyclopoida) in the western hemisphere, with description of T.parus, new
especies. Hydrobiologia, 175:149-174.
REID, J. A., PINTO COELHO, R. M., & GIANI, A., 1988. Uma apreciação da fauna de
copepodos (Crustacea) da região de Belo Horizonte, com comentário sobre
espécies de Minas Gerias. Acta Limnologica Brasiliensia 11: 527-547
REID, J. A. & PINTO COELHO, R. M., 1994. Planktonic Copepoda of Furnas reservoir:
initial survey of species (1993) and review of literature. In: Ecology and human
impact on lakes and reservoirs in Minas Gerais with special reference to future
development and management strategies. Pinto- Coelho, R.M.; Giani A. & E.
von Sperling (eds) – SEGRAC- Belo Horizonte (MG) 993-114.
ROCHA, O., SENDCAZ, S. & MATSUMURA-TUNDISI, T., 1995. Composition,
biomass and productivity of zooplâncton in natural lakes and reservoirs in
51
Brazil. In:Tundisi, J.G., Bicudo, C.E.M., Matsumura- Tundisi, T. Eds. Limnology
in Brazil. São Paulo. Brazilian Academy of Sciences and Brazilian Limnological
Society. P. 155-165.
RYDING S.,& RAST W., 1989. El control de la eutrofización en lagos y pantanos.
Primera Edición. Ediciones Pirámide. Madrid. 375p.
RYTHER, J.H. .1954. Inhibitory effects of phytoplankton upon the feeding of Daphnia
magna with reference to growth, reproduction and survival. Ecology 35:522-
533.
SÁ, W. P. JR.,1994. Production of planktonic biomass for feed of alevins at the Furnas
hydrobiology and hatchery station.133-139 in R.M. Pinto-Coelho, A Giani & E.
von Sperling (Eds.). Ecology anf human impact on lakes and reservoirs in
Minas Gerais with special reference to future development and management
strategies. Belo Horizonte. 193p.
SALAS, H. J.& MARTINHO, P., 1991. A simplified phosphorus trophic state model for
warm-water tropical lakes. Water Research 25(3): 341-350.
SCHAFER, A. Tipificaçao ecológica das lagoas costeiras do Rio Grande do Sul, Brasil.
Acta Limnologia Brasiliensia 11: 29-55.
SEDA, J. & DEVETTER, M,. 2000. Zooplankton community structure along a trophic
gradient in a canyon-shaped dam reservoir. Journal of Plankton Research
22(10): 1829-1840.
SENDACZ, S. & KUBO, E., 1982. Copepoda (Calanoida e Cyclopoida) de
reservatórios do Estado de São Paulo. Boletim Instituto de Pesca (único): 51-89
SENDACZ, S., 1984. A study of the zooplankton community of Billings Reservoir-São
Paulo. Hydrobiologia 113: 121-127
SENDACZ, S., KUBO, E., & CESTAROLLI, M. A., 1985. Limnologia de reservatórios
do sudeste do estado de São Paulo, Brasil. VIII.Zooplâncton. Bolletin Instituto
de Pesca 12(1): 187-207.
SMILEY, E. A. & TESSIER, A. J., 1998. Environmental gradients and the horizontal
distribution of microcrustaceans in lakes. Freshwater Biology 39: 397-409.
SMITH, K. E. & FERNANDO C. H., 1980. Guia para los copépodos (Calanoida y
Cylopoida) de las aguas dulces de Cuba. Editora de la Academia de Ciencias
de Cuba. La Habana. 28p
STEMBERGER, R. S., & LAZORCHAK, J. M., 1994. Zooplankton assemblages
responses to disturbance gradients. Canadian Journal Fisheries Aquatic
Sciences 51: 2435-2447
52
TER BRAAK, C. J. F., & VERDONSCHOT, P. F. M., 1995. Canonical correspondence
analysis and relates multivariate methods in aquatic ecology. Aquatic Science.
57: 255-289
URABE, J., 1990. Stable horizontal variation in the zooplankton community structure of
a reservoir maintained by predation and competition. Limnol. Oceanogr. 35(8):
1703-1717.
Von Sperling, E., 1997. The process of biomass formation as the key point in the
restoration of tropical eutrophic lakes. Hydrobiologia 342/343: 351-354.
VAN DE VELDE, I., 1984. Revision of the African species of the genus Mesocyclops
Sars, 1914 (Copepoda: Cyclopoidae). Hydrobiologia 109:3-66
WATSON, S., & KALFF, J., 1981. Relationships between nannoplankton and lake
trophic status. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 38: 960-967
WETZEL, R. G., 1983. Limonolgy. 2 ed. Saunders College Publishing. New York.
767p.
YAN, N.D. .1986. Empirical predition of crustacean zooplankton biomass in nutrient
poor Canadian Shield Lakes. Can. J. Fish. Aquat. Sci. 43:788-796.
ZAGO, M. A., 1976. Vertical migration of Daphnia guesneri Herbst, 1967 in a Brazilian
reservoir. Bol. Zool. Univ. São Paulo 1:147-160
ZAGO, M. A., 1978. A preliminary investigation on the cyclomorphosis of Daphnia
guesneri Herbst, 1967 in a Americana reservoir, state of São Paulo, Brazil.
Verh. Int. Ver. Limmol. 20:1720-1726
ZETTLER, E.R. & CARTER, J.C.H., 1986. Zooplankton community and species
responses to a natural turbidity gradient in Lake Temiskamimg, Ontario-
Quebec. Canadian Journal Fisheries Aquatic Sciences 43: 665-673.
53
%3%0�%./,��%���0%./,���+���,�#�%-����+�, �%��%�Z#-%��," �
,'�-','��,�',0,��,���,�'%6-�%[����'��3%+8��,���� -��%'�!
"#$C��," �,�%-V[0�,����'�'+�"%'������ ,�"%./,�#�,#�Z ��%�
�'�#$�
�
0�������������%������:��������"<�6��������=��
Programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre. Laboratório de Ecofisiologia de Organismos Zooplanctônicos. Departamento de
Biologia Geral. ICB. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 31270110 Belo Horizonte-MG-Brasil. [email protected]
�
��'-",��
Os impactos da atividade agrícola e da ocupação urbana na qualidade de água do reservatório de Furnas foram avaliados através do uso de sistema de informação geográfica (SIG). O estudo concentrou-se no eixo central e no braço do rio Sapucaí onde existe um gradiente trófico que cresce em direção à montante. Ao longo desse eixo, constatou-se a existência de um mosaico de diferentes atividades antrópicas caracterizado por uma maior ocupação urbana e agrícola nas regiões dos municípios de Alfenas, Fama, Três Pontas, Campos Gerais e Varginha. O sistema de informação geográfica (SIG) usado foi o software IDRISI 32 (Clark University). Inicialmente, criou-se uma base de dados georeferenciada da área de estudo envolvendo imagens de satélite Landsat (INPE) e cartas topográficas 1:50.000 do IBGE que serviu de suporte para o mapeamento dos usos do solo e da sua distribuição nos municípios ao longo do rio Sapucaí. Os diferentes mapas temáticos foram obtidos, a partir da imagem Landsat, através do cruzamento dos planos de informações com os dados sócio-econômicos do IBGE e a carta vetorial dos municípios da área de estudo (IBGE). Posteriormente, repetiu-se o mesmo processo com o uso de dados limnológicos. Esses dados foram obtidos a partir de coletas trimestrais em doze pontos, abrangendo diferentes fases do ciclo sazonal. Esses pontos foram demarcados ao longo desse gradiente com o uso de sistema de posicionamento global por satélite (GPS). Os seguintes fatores físico-químicos foram determinados: fósforo total, amônia, nitrato, nitrito e clorofila-a. O cruzamento das informações limnológicas e sócio-econômicas georeferenciadas demonstrou visualmente a associação existente entre a qualidade da água e os diferentes usos do solo. Obtiveram-se, correlações estatisticamente significativas entre a clorofila-a e a percentagem da área antropizada por atividades agropecuárias (r=0,53; p=0,026), lavouras (r=0,59; r=0,013) e densidade de população urbana (r=0,55; p=0,045). Os íons amônia, nitrato e nitrito apresentaram correlações significativas (p<0,05) com a densidade de população urbana (r=0,55; r=0,56 e r=0,56, respectivamente). A interpretação dessas associações permite inferir que o lago sofre não só os efeitos das fontes de poluição associadas principalmente às áreas urbanizadas (point source pollution) mas também das fontes difusas (non point source pollution) associadas aos diferentes usos agrícolas.
54
�
�
��+�,�-./,�
As atividades humanas vêm sendo uma das principais causas da rápida
degradação ambiental observada em reservatórios em toda a biosfera (Wetzel, 1983).
Pesquisas recentes vêm demonstrando repetidamente que a origem desse problema
está associada, na grande maioria dos casos, às diferentes atividades humanas
localizadas nas bacias hidrográficas desses sistemas (Tundisi, 1993). Uma das
principais formas dessa degradação manifesta-se através da piora da qualidade de
água associada aos processos de eutrofização (Tundisi & Straskraba, 1994). A
agricultura e as atividades urbanas são a maior fonte de fósforo e nitrogênio externo
para os ecossistemas aquáticos (Ferreira et al., 1992; Allan et al., 1997; Carpenter et
al., 1998; Trevisan et al., 2000), contribuindo para o aumento da eutrofização através
do aporte desses nutrientes essenciais.
A forma de entrada desses poluentes no sistema pode variar amplamente na
escala espacial. Essa entrada pode ser tanto localizada quanto difusa. Normalmente, o
uso agrícola e pastoril está associado a entradas difusas de nutrientes, via
contaminação do lençol freático ou escoamento superficial amplamente disseminado
(non point source pollution). A atividade industrial e a ocupação urbana normalmente
estão associadas a entradas pontuais de elementos poluentes no sistema (point
source pollution), normalmente através de entradas localizadas de efluentes em lagos
ou rios (Henry & Gouveia, 1994).
Nos países desenvolvidos, a grande maioria dos poluentes chega aos
ecossistemas aquáticos a partir de fontes de poluição difusas (NPS) (Ventura & Kim,
1993; Puckett, 1995; Basnyat et al., 2000; Bhaduri et al., 2000). Porém, na maioria dos
países em desenvolvimento, são as fontes de poluição pontuais das áreas
urbanizadas as que mais contribuem para a carga dos nutrientes aos corpos de água
através da entrada de esgotos não tratados (São Paulo, 1991 apud Ometo et al.,
2000). Essas fontes de poluição são identificáveis através de pontos de deságüe em
locais conhecidos e pontuais podendo ser facilmente monitoradas.
Embora seja hoje consensual a associação entre as atividades humanas e a
qualidade da água, são ainda escassos os estudos que procuram abordar essa
questão de um modo sistemático e quantitativo, principalmente na faixa pantropical.
Recentemente, alguns estudos têm demonstrado uma forte influência da paisagem e
dos usos e cobertura do solo sobre a qualidade da água dos ecossistemas lóticos e
55
lênticos (i.g: Wiley et al., 1990; Peierls et al., 1991; Hunsaker & Levine, 1995; Allan &
Johnson, 1997; Martinelli et al, 1999).
As fontes e os tipos de poluição dos recursos aquáticos que são derivados de
mudanças nos usos do solo têm características geo-espaciais (Bhaduri et al., 2000).
Sendo assim, especialmente na ultima década, os sistemas de informação geográfica
(SIG) têm sido utilizados de modo crescente. Assim, os sistemas SIG têm sido
empregados em estudos sobre o monitoramento da poluição de aqüíferos causados
pelo uso de fertilizantes nitrogenados (Halliday & Wolfe, 1991), na valiaçao do impato
da agricultura na qualidade da água (He et al., 1993), na predição da qualidade dos
cursos de água (Richards et al., 1996), no desenvolvimento de modelos preditivos
(Bhaduri et al., 2000), na criação de áreas tampão como sumidouros de poluentes de
NPS (Basnyat et al., 2000) e na gestão e manejo da bacia do rio Meramec (Missouri)
(Hawks, 2000). Ainda sao de interesse os trabalhos de See et al., (1992) e Tim et al.,
(1992) nos que foram identificadas diferentes fontes poluidoras com ajuda dos SIG.
No Brasil, sistemas SIG têm sido muito empregados em geociências ou áreas
mais tecnológicas. No entanto, o uso dessa ferramenta em estudos essencialmente
limnológicos ainda é muito incipiente, com apenas alguns trabalhos sobre a
distribuição de algas bentônicas (Leland & Porter, 2000), e de macroinvertebrados
(Ometo et al.,2000) associando-a aos diferentes usos da terra. Outro exemplo pode
ser visto na avaliação da relação entre ambiente aquático e ecossistema terrestre no
reservatório de Barra Bonita (Novo et al., 1995), e no impacto do uso da terra na
microbacia do Ceveiro (SP) (Fiorio, 2000).
O presente trabalho tem como objetivo central avaliar a relação entre usos do
solo e qualidade de água em um grande reservatório tropical, o reservatório de
Furnas. Pretende-se testar a hipótese de que as “fontes localizadas” são as mais
importantes na determinação do gradiente trófico existente nesse reservatório. Uma
descrição mais detalhada do gradiente trófico do reservatório de Furnas na região
enfocada (braço do Rio Sapucaí) é fornecida em Rull del Aguila & Pinto-Coelho, (sub).
Para testar a hipótese acima, iremos desdobrar o objetivo geral da investigação nas
seguintes metas específicas:
• Descrever e mapear os diferentes usos de solo e a qualidade da água
do reservatório nos municípios selecionados.
• Testar a relação entre o grau de trofia da água e os diferentes usos do
solo à jusante e à montante do reservatório, avaliando a importância das fontes
de poluição pontuais e não pontuais através da comparação de modelos
simples de regressões lineares entre variáveis ligadas ao uso do solo e fatores
limnológicos selecionados.
56
"�+,�,0,#�%�
�������������
O Reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas (20040’S, 46019’W) é o terceiro
lago artificial situado em uma série de barragens existentes na Bacia do Rio Grande,
no sul de Minas Gerais (Brasil). A barragem está localizada no curso médio do Rio
Grande, entre os municípios de São José da Barra e São João Batista do Glória,
Minas Gerais. O barramento do Rio Grande alguns quilômetros à jusante da junção do
Rio Sapucaí, confere ao reservatório características peculiares, já que, ele é
constituído por duas sub-bacias muito diferentes em termos de usos e ocupação do
solo gerando diferentes impactos sobre a qualidade de suas águas (Pinto-Coelho et
al., 1998).
O presente estudo está focalizado no braço do Rio Sapucaí e nos municípios
que abrange. Foram considerados os municípios que estão delimitados entre eles pelo
próprio eixo central do Rio Sapucaí é aqueles cuja área é atravessada pelo rio.
Nesses municípios, a atividade agrícola e a criação extensiva de gado são
atividades importantes na região (Sá, 1994). Os esgotos lançados na região, sem
tratamento prévio, fazem com que o processo de eutrofização venha aumentando em
algumas áreas, principalmente nas próximas aos municípios de Alfenas, Boa
Esperança, Carmo do Rio Claro e Paraguaçú, se destacando o município de Fama
onde o reservatório apresenta-se eutrófico em alguns pontos específicos (Delgado,
1999).
Os nomes dos municípios e as coordenadas geográficas correspondentes
segundo o IBGE são mostrados na Tabela 1 no anexo.
O braço do Rio Sapucaí apresenta um marcado gradiente trófico da jusante até
a montante do reservatório, definido principalmente pelas concentrações de fósforo
total, amônia, nitrito e clorofila assim como, na distribuição da biomassa dos principais
grupos zooplanctônicos (Rull del Aguila & Pinto-Coelho, sub). As coordenadas dos
pontos amostrados são mostradas na Tabela 2 no anexo. Esses pontos assim como a
distribuição geográfica dos diferentes municípios estão representados na Figura 1.
$�� !"����������� �����������������������
As características sócio-econômicas e agropecuárias dos municípios que
conformam a área estudada foram obtidos a partir da base de dados SIDRA do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses dados foram a superfície
57
do município (hr), a população urbana e rural, a percentagem de área antropizada pela
agropecuária, a área de pastagem total (plantada e natural), de lavouras totais
(temporárias, permanentes e em descanso) e de mata e florestas naturais.
Todos os dados foram obtidos no censo do IBGE dos anos 1995-1996, exceto
os referentes à população que são dados do ano 2000.
Os arquivos vetoriais do IBGE, em formato DXF, com a malha municipal digital
que mostra os limites e a extensão de cada município foi modificada e exportada para
o programa de informação geográfica IDRISI 32 (Clark University) junto com a base de
dados ASCII associada, onde foi georeferenciada novamente.
Cada polígono do arquivo vetorial representa um dos municípios sendo que,
através de um identificador do banco de dados associado, pode ser ligado a cada
polígono (áreas fechadas) atributos ou características de interesse. Mantiveram-se
esses identificadores provenientes do banco de dados do IBGE e foram introduzidos
nele os novos dados de características socioeconômicas e de cobertura do solo,
calculados a partir do banco de dados SIDRA. A unidade territorial à que foram
associadas essas informações foi a divisão municipal.
Por outro lado, utilizou-se a imagem satélite TM LANDSAT 5, bandas 3, 4 e 5
da órbita o21794 com data de 08/1999 correspondente à cobertura do reservatório de
Furnas, fornecida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) em formato
TIFF. Essa imagem foi exportada ao sistema IDRISI e georeferenciada posteriormente
através de 20 pontos de controle obtidos das cartas do IBGE escala 1:50.000. Os
pontos foram tomados principalmente no cruzamento de rodovias, pontes e outros de
fácil identificação. Após da identificação dos pontos, criou-se um arquivo de
correspondência e através do módulo Resample e obteve-se a nova imagem do
reservatório em coordenadas latitudinais. O erro RMS cometido no
georeferenciamento foi de 28.3m.
Foram feitos arquivos vetoriais com a posição dos pontos coletados no rio
através de GPS (Garmin 12 canais), e sobrepôs-se esses pontos à imagem satélite já
georeferenciada. Dessa forma obteve-se o primeiro plano de informação (PI) que
mostra a distribuição espacial e georeferenciada dos pontos amostrados no
reservatório.
Posteriormente, cada imagem vetorial criada para cada tipo de informação de
cada um dos municípios, foi convertida numa imagem raster através do módulo
Reformat/Polyras do IDRISI para deste modo, poder realizar as sobreposições
correspondentes entre os diversos mapas criados com as distintas informações de
interesse.
58
Ainda foram adicionados ao banco de dados os valores das concentrações
(ug.l-1) de fósforo total, NH4, NO3, NO2 e clorofila (ug.l-1). Com esses dados, foram
criados vetores com os valores correspondentes e foram associados a cada município
mais próximo do ponto de coleta.
Após a “rasterização” (numeração) desse vetor, se realizou a sobreposição
desse mapa com a imagem satélite “reclassificada” através do módulo RECLASS para
deste modo, obter uma imagem mostrando apenas o curso da água com a distribuição
das variáveis químicas mencionadas acima.
�������������������������� ���������
Trimestralmente, entre agosto de 1999 e julho de 2000, foram coletados dados
de doze pontos ao longo do eixo central e do sub-eixo do Rio Sapucaí, cobrindo uma
extensão de aproximadamente 110 km. Esses pontos foram divididos em quatro
grandes áreas, de forma que, em cada uma dessas áreas estabeleceram-se três
pontos que representam regiões de maior homogeneidade físico-química e bióloga.
A temperatura, o oxigênio dissolvido e a condutividade foram mensurados “in
situ” em toda a coluna de água de metro em metro. Utilizou-se um oxímetro-termístor
(YSI, modelo 30) e um condutivímetro (YSI, modelo 30).
A transparência da coluna d`água foi obtida através da profundidade do disco
de Secchi. As amostras de água para as análises físico-química e da concentração de
clorofila-a, foram coletadas com una garrafa de Van-Dorn de PVC de 2L, na
profundidade do disco de Secchi correspondente, e acondicionadas em frascos de
plástico.
A concentração de fósforo total foi determinada segundo Murfhy & Riley,
(1962). O nitrito, nitrato e a amônia, segundo método espectrofotométrico de
Mackereth et al., (1978). A concentração de clorofila-a foi determinada segundo
método espectrofotométrico descrito por Lorenzen (1967).
59
�
�����9<�6������� ��������������������� ��������'�����(���� ������$C�
������ " �������9�" 9$D� "�������� ;�" ;$D� "�������� E�" E$D� #���F�
9�#9$D� #���F� ;�#;$D� #���F� E�#E$D� ���(� ��9$D� ���(� ;� ��;$D� ���(� E� ��E$D�
�� �� 9� 9$D� �� �� ;� � ;$D� �� �� E� � E$� �� �������� ��� ����&����� ����
� ����(����<�
� ����������������
Para a análise e representação dos dados geográficos, assim como, para
integração das informações espaciais e não espaciais foi criada uma base de dados
em ASCII para a sua utilização no SIG. Assim, foi possível a representação de dados
através de mapas temáticos mostrando tanto características de usos de solo quanto
do estado trófico do corpo de água estudado.
Para se testar a hipótese nula da não existência de diferencias nas
concentrações das variáveis limnológicas analisadas nos diferentes pontos
amostrados, foram feitas análises paramétricas da variância ANOVA one-way e não
paramétricas Kruskal-Wallis quando necessário.
Com o intuito de pesquisar as possíveis relações significativas entre os usos do
solo e as variáveis limnológicas analisadas calcularam-se, com auxilio do pacote
RIO SAPUCAÍ
R.VERDE
60
estatístico Statistica 4.3, os correspondentes coeficientes de correlação com um nível
de significância de 95%.
��'-0+%�,'�
������������ ���������
Os resultados obtidos para as variáveis físicas e químicas em cada ponto
coletado estão mostrados na Tabela 3 (a) no anexo. Entre os valores médios obtidos
para as concentrações de fósforo total (µg.l-1), amônio (µg.l-1N-NH4), nitrito (µg.l –1N-
NO2) e a clorofila-a (µg.l-1) em cada uma das quatro regiões estudadas, foram
constatadas diferencias significativas (p<0,05), sendo que apenas o nitrato (µg.l –1N-
NO3), não mostrou diferencias estatisticamente significativas (Tabelas 3 (b) e 3 (c), no
anexo). A heterogeneidade espacial dessas variáveis estudadas ao longo do rio
Sapucaí definem um marcado gradiente trófico desde a montante até a jusante
representado nos mapas das Figuras 2, 3, 4 e 5.
�
�����;<�������� ������������� ������6)+�����µ�<�)9�$��������������� ����� ��� '�����(� ������ ��� ������ �� ������� "�������9�" 9$D�
"��������;�" ;$D�"��������E�" E$D�#���F�9�#9$D�#���F�;�#;$D�#���F�
E�#E$D����(���9$D����(�;���;$D����(�E���E$D� �� ��9� 9$D� �� ��;�� ;$D� �� ��
E�� E$<�
�
61
����� E<� ������� ��� ��� �� P���� �µ�<�)9�)�IQ� $� ��� ������ ��� �� �� ��� ���
'�����(� ������ ��� ������ �� ������� " �������9�" 9$D� "��������
;�" ;$D�"��������E�" E$D�#���F�9�#9$D�#���F�;�#;$D�#���F�E�#E$D����(�
��9$D����(�;���;$D����(�E���E$D� �� ��9� 9$D� �� ��;�� ;$D� �� ��E�� E$<�
�
����� Q<� ������� ��� ��� ������� ��� ��� ��������)�� �µ�<�)9� $� ��� ������ ����� �� ��� ��� '�����(� ������ ��� ������ �� ������� " �������9�" 9$D�
"��������;�" ;$D�"��������E�" E$D�#���F�9�#9$D�#���F�;�#;$D�#���F�
E�#E$D����(���9$D����(�;���;$D����(�E���E$D� �� ��9� 9$D� �� ��;�� ;$D� �� ��
E�� E$<�
62
����� O<� ������� ��� ��� ������� ��� ��� ����� �µ�<�)9�)�,E$� ��� ������ ���
�� �� ��� ��� '�����(� ������ ��� ������ �� ������� " �������9�" 9$D�
"��������;�" ;$D�"��������E�" E$D�#���F�9�#9$D�#���F�;�#;$D�#���F�
E�#E$D����(���9$D����(�;���;$D����(�E���E$D� �� ��9� 9$D� �� ��;�� ;$D� �� ��
E�� E$<�
�
����������%�������������
Houve um nítido aumento na percentagem de área dedicada às atividades
agropecuárias e da densidade da população urbana em direção à montante do
reservatório. É também nessa área onde encontraram-se, no corpo de água, os
maiores valores de fósforo total, amônia e clorofila. As atividades agropecuárias foram
divididas em dois tipos principalmente; as lavouras (temporárias, permanentes e
permanentes em descanso) e as pastagens (natural e plantado).
A percentagem da área antropizada pelas atividades agropecuárias ao longo
do rio Sapucaí, estão representados no mapa da Figura 6.
Existe um aumento da percentagem de área utilizada para essas atividades ao
longo do eixo de Sapucaí, desde os municípios à jusante, São João Batista do Glória
(45%), Capitólio (47%), Guapé (48%) até os municípios mais à montante tais como
Alfenas (67%), Fama (65%) e Alterosa (76%). Esses municípios apresentam entre 65-
80% da área total que está destinada a atividades agropecuárias sendo que, os
municípios próximos aos pontos de coleta de Fama obtiveram as maiores
concentrações de fósforo total e amônia (Figuras 3 e 4). Conceição da Aparecida foi o
município que teve a maior percentagem (85%) de área com atividade agropastoril. A
percentagem de área da cada município dedicada a essas atividades é mostrada nas
Tabelas 4 e 5 (no anexo).
63
Todos os municípios, exceto Campo do Meio, possuem mais terras dedicadas
às pastagens do que às lavouras (Figura 7). Esse município tem apenas o 15% da sua
área dedicada à pastagem, sendo o 13% desse total constituído por pastagem natural.
O município de Conceição da Aparecida apresentou a maior área dedicada à
pastagem (59%), sendo que 31% são de pastagens plantadas e 27% natural. O
restante dos municípios, exceto Alterosa (55%), tiveram extensões compreendidas
entre 30-42% da área total com pastos. Destaca-se o município de Fama com todas
terras dedicadas à pastagem natural (42%). Dentre as lavouras (Figura 8), pode-se
constatar claramente uma concentração das lavouras nos municípios de Campos
Gerais (33%), Alfenas (30%) e Três Pontas (33%), sendo que a área ocupada pelas
plantações de café sempre é a maior (> 75%). A cana de açúcar ocupou percentuais
bem menores em todos os casos (< 3%). Campo do Meio teve a maior área (38%)
dedicada às culturas, sendo as culturas temporárias as que ocuparam uma área maior
(22%), sendo deste total a maior parte dedicada ao cultivo da cana de açúcar (58%).
Nesse mesmo município, o café ocupou 88% dos cultivos permanentes. Capitólio
apenas dedica um 7% da sua área às lavouras, sendo a metade delas de natureza
permanente, e destinadas aos cafezais (69%).
O município de Varginha possui cerca de 16% de área plantada dos quais 95%
são destinados ao cultivo de café e apenas um 2% à cana de açúcar. O resto das
lavouras permanentes está dedicada às plantações de laranjeiras com percentuais
oscilando entre 11 e 15% das lavouras totais. As lavouras permanentes em descanso
apenas ocuparam entre um 1-3% da área para cada município. A área dedicada a
mata e florestas naturais não passou do 7% para nenhum município.
64
�
����� W<� ������� ��� ��� ��������� � ��� &��� ��������� \�� ����������
�������&������ ����������� ����(����������������
�
�����X<�������� ��������������� ����������������\����������������
�� �������� ������ ����(����������������<�
65
����� U<� " ���� �� &���� � ������� �� ������� ��� ��� ��� ��������� \��
������������<�
� ����������%��� ���
A população urbana também mostrou uma maior proporção de habitantes nos
municípios localizados a montante do reservatório. As maiores densidades relativas de
população urbana foram, respectivamente, Varginha (30%), Alfenas (18%), e Três
Pontas (12%). Fama apresentou o menor número de habitantes em áreas urbanas
com apenas 1443 habitantes (Tabela 6, no anexo).
A montante do reservatório os municípios apresentaram entre 10.000 e 20.000
habitantes, sendo que em São João Batista de Glória, Capitólio e Guapé obtiveram-se
as menores populações com menos de 10.000 habitantes, é dizer, < 2% da população
total da área estudada. No entanto, com respeito ao número de habitantes nas áreas
rurais, o padrão de distribuição ao longo da área de estudo apresentou diferenças
visíveis com respeito à população urbana. Pode-se observar que, exceto no município
de Três Pontas (14%) e Campos Gerais (12%), os demais municípios mostraram uma
densidade de habitantes na área rural maior do que na urbana, sendo que, os
municípios mais à jusante em geral, apresentaram densidades maiores do que à
montante (Figuras 9 e 10).
66
�
�����M<�6����� ������<�������� ������=���������� �&��������<����
�
�
�����9G<�6����� ��������<�������� �������]� ������=���������� �&����
�������� ������� ����(���<�
�
�
&���!"��� ���������������������������
Foram calculadas correlações lineares entre as concentrações de fósforo total,
amônia, nitrato, nitrito e clorofila-a obtidas ao longo do braço do Rio Sapucaí com a
67
proporção de área dedicada a mata natural, pasto e lavouras, assim como com a
percentagem da densidade da população urbana e rural. Para eliminar a diferença de
área (km2) que ocupam os municípios, foram consideradas como unidade de estudo
as proporções de área de cada município (%) dedicada aos diferentes usos do solo,
estandardizando e controlando as diferenças de área total entre os municípios.
A clorofila e os íons nitrito, nitrato e amônio foram as únicas variáveis
limnológicas que apresentaram correlações positivas com alguns dos usos da terra.
Dentre as variáveis limnológicas consideradas entre si, o fósforo total mostrou uma
correlação significativa (r=0,85; p=0,000) com a clorofila-a demonstrando de modo
inequívoco a clássica relação entre essas variáveis com o estado trófico da água.
Obtiveram-se correlações positivas estatisticamente significativas entre a
concentração de clorofila-a com a percentagem de área total dedicada a atividades
agropecuárias em geral (r=0,53;p=0,26), com as extensões dos cultivos
(r=0,59;p=0,13) e com a proporção de habitantes em áreas urbanas (r=0,51;p=0,045).
A densidade de população urbana também teve correlações significativas positivas (p
<0,05) com a concentração de amônia (r=0,55), nitrato (r=0,56) e nitrito (r=0,56) no
reservatório. É interessante ressaltar a falta de correlações significativas entre as
concentraçoes de nitrato e fósforo total no reservatório com os usos agropecuários nos
distintos municípios. As Figuras 11, 12 e 13 mostram as correlações obtidas dentre as
variáveis limnológicas.
Destaca-se a correlação negativa porém, não significativa, obtida entre a
percentagem de área preservada com mata natural e as concentrações da clorofila,
fósforo e amônia.
�����99<������ R������������������������������ ��������������)��������������
'�����(���� ������������ ����&������ �������������� �JGCOMD��JGCG9E$���
���&���������������������������������&�����JGCOED��JGCG;W$<�
�
Clorofila-a
(%)
Are
a de
dica
da à
s la
vour
as
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 1 2 3 4 5 6 7 8 Clorofila-a
(%
) A
tivid
ades
agr
opec
uária
s
40
50
60
70
80
90
0 1 2 3 4 5 6 7 8
68
�����9;<������ R������������������������������������������ ������������ ���
������� �������)�IQ��JGCOOD��JGCG;X$����������������JGCOOD��JGCGQO$<�
�
�����9E<������ R������������������������������������������ ���������
������������'�����(���� ���������� �������)�,;��JGCOWD��JGCG;Q$���
�)�,E��JGCOWD��JGCG;Q$������*���������'�����(<�
��'�-''/,�
Partindo de uma análise visual dos mapas gerados da distribuição dos usos de
solo ao longo do braço do Sapucaí, é possível constatar o aumento da percentagem
de área dedicada às atividades agropecuárias e da densidade da população urbana
em direção à montante do reservatório. É também nessa área onde encontraram-se,
no corpo de água, os valores mais elevados de todas as variáveis limnológicas
consideradas. Dentre as variáveis analisadas, a clorofila-a, e os íons N-NH4, N-NO3 e
N-NO2 apresentaram correlações positivas e significativas com alguns dos usos da
terra. Tais resultados indicam a existência de uma clara relação entre as atividades
antropogênicas, dentre elas as lavouras totais e o uso urbano, com o estado trófico da
NH4
% P
op.u
rban
a
-2
4
10
16
22
28
34
2 8 14 20 26 32 38
%Pop.urbana
Clo
rofil
a-a
0
1
2
3
4
5
6
7
8
-2 4 10 16 22 28 34
%Pop.urbana
NO
2
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
-2 4 10 16 22 28 34
%Pop.urbana
NO
3
150
160
170
180
190
200
210
220
230
-2 4 10 16 22 28 34
69
água. Cabe ressaltar que não houve correlação significativa entre a proporção do
pasto na área com as variáveis limnológicas.
Em uma primeira aproximação no estudo da intensidade e distribuição de usos
do solo nos municípios ao longo do rio Sapucaí, pode se afirmar que os dois tipos de
fontes de poluição; as pontuais, refletidas principalmente nas correlações obtidas entre
clorofila, amônia, nitrito e nitrato com a ocupação urbana, e as fontes difusas,
originadas principalmente a partir das atividades agropecuárias e refletidas nas
correlações com a clorofila-a, são importantes e mensuráveis no reservatório de
Furnas.
O risco de poluição através das fontes de poluição não pontuais (NPS)
depende da inclinação do terreno, tipo e textura do solo, tipo de irrigação das culturas,
tipo de práticas agropecuárias e das condições climáticas regionais, sendo que em
uma bacia hidrográfica, o potencial dos seus efeitos está significativamente
influenciado pela meteorologia e hidrologia próprias (Gilliland & Baxter-Potter, 1987).
A relação entre a qualidade de água e o uso agrícola já foi definida em outros
trabalhos em reservatórios brasileiros, dentre outros, Watanabe et al., (1990), que
mostraram um aumento nos teores de nitrato no Rio Açu e nos reservatórios de
Gramame e Mamuaba (Paraíba), indicando uma contaminação destes ecossistemas
devido aos fertilizantes químicos usados nas plantações de cana de açúcar; Ferreira et
al., (1994) identificaram a agricultura intensiva, as pastagens cultivadas e os efluentes
urbanos como os principais fatores que estão provocando alterações ambientais no
Pantanal; Novo et al.,(1995), no reservatório de Barra Bonita (SP) e Ometo et al.,
(2000) na bacia do Rio Piracicaba (São Paulo).
Dillon & Kirchner (1975), num estudo em bacias no Canadá, encontraram que
os fluxos de fósforo total em áreas constituídas por florestas e pastagem eram em
média aproximadamente o dobro do que aquelas bacias onde a cobertura vegetal
consistia principalmente em florestas. Na bacia de Saginaw, centro–leste de Michigan,
durante o outono com a redução no uso de fertilizantes e em regimes de baixo fluxo de
água a ligação entre o uso da terra com a qualidade química da água é diminuída
(Johnson et al., 1997).
Na região do rio Sapucaí/rio Verde, destaca-se a alta concentração de amônia
onde encontram-se os municípios de Fama, Alfenas, Três Pontas, Varginha e
Paraguaçú. Essa região, segundo os resultados obtidos, caracteriza-se por ser a mais
povoada e por ter de 30 a 50% da área de cada município dedicada ao pasto sendo
que, a maioria desse pasto é natural. A partir dessas duas características da região
mencionada acima, pode-se concluir que são principalmente as fontes pontuais
70
associadas ao estabelecimento de populaçoes urbanas as que estão influenciando a
qualidade da água à montante do reservatório.
Portanto, a existência de correlação significativa entre a amônia e a população
urbana não deixa dúvidas quanto a existência de claro impacto da ocupação urbana
na qualidade de água do reservatório através do lançamento de esgotos não tratados
no corpo de água, sendo que as principais fontes de amônia são diretamente a
excreção animal, a degradação de matéria orgânica por baterias (McCarthy, 1980), o
escoamento superficial através dos rios e, indiretamente, a partir da fixação de N2 por
baterias em condições anóxicas.
O nitrato (N-NO3), ao contrário da amônia ou dos íons metálicos, movimenta-
se facilmente através do subsolo o que provoca o aumento desse íon nos fluxos de
água com as mudanças naturais ou artificiais na bacia de drenagem (Goldman &
Horne, 1983). Por essa razão, a existência de uma associação significativa entre esse
íon e os índices de ocupação agrícola é em uma das melhores indicações sobre a
existência de uma clara associação entre a atividade agrícola e a degradação da
qualidade de água de um determinado aqüífero ou plano superficial de água (Jordan &
Weller, 1996).
No entanto, e de acordo com Cole et al., (1993 apud Jordan & Weller, 1996), a
entrada de nitrato aos grandes rios através dos seus tributários é maior quando esses
drenam uma bacia com altas densidades de população. Esse fato concorda com os
dados obtidos no presente estudo, já que, apenas detectou-se uma correlação
significativa entre nitrato com a densidade populacional, mostrando ainda a maior
importância das fontes pontuais de poluição frente às difusas, geradas do uso
agrícola, ao longo do reservatório.
Por outro lado, o nitrito, sendo resultado da redução parcial do nitrato (ou
oxidação parcial da amônia) usualmente é presente em quantidades insignificantes
porém, em áreas com acumulação de adubo, pode originar sérios problemas de
poluição da água (Goldman & Horne, 1983). Também, a acumulação de nitritos nos
planos de água geralmente indica a presença de contaminação por esgotos não –
tratados (Greenberg et al., 1992). Nesse estudo, a existência de correlação entre os
nitritos e a ocupação urbana indica que esse íons derivam, provavelmente, da
oxidação parcial da amônia carreada peles esgotos domésticos não tratados que
chegam nessa região de estudos.
A amônia parece ser um fator que apresenta uma robusta consistência em
indicar processo de degradação ambiental ligado a ocupações urbanas em vários tipos
de ambientes aquáticos. No sudeste do Brasil, Ometo et al.,(2000) encontraram altas
concentrações de NH4 no eixo do córrego Pisca quando comparadas com as obtidas
71
na sub-bacia do Cabras, ambas pertencentes a bacia do Rio Piracicaba (São Paulo),
onde a área do Pisca tem uma população urbana que abrange o 10.0% da bacia
sendo que no Cabras, a população no excede do 1.5%. Também Ferreira et al., (1992)
ressaltam a alta carga de nitrogênio e fósforo no Córrego Chapadinha (DF) por
apresentar influência urbana na bacia apesar de ser uma área de reflorestamento e
sem ocupação definida.
A falta de correlação significativa entre concentração de fósforo total na água
com os usos do solo pode estar associada ao fato que, no presente trabalho, termos
considerado como área de trabalho os municípios e não a própria bacia de drenagem.
As maiores fontes de fosfato não pontuais na água são provenientes dos processos
erosivos do solo influenciados pela declividade do terreno (Goldman & Horne, 1983).
Por outro lado, o fosfato é absorvido pelas partículas do solo não sendo mobilizado
aos corpos de água superficiais tão facilmente quanto ao nitrato através dos aqüíferos
subterrâneos.
Pode-se ainda considerar a influência de fontes pontuais de fósforo através do
fosfato contido nos detergentes que fazem parte dos resíduos domésticos e que são
jogados ao corpo de água sem tratamento prévio. A contribuição dessas fontes de
fósforo no reservatório pode ser indicada pela correlação significativa obtida entre o
fósforo total e a clorofila-a que, por sua vez, correlacionou-se com o grau de ocupação
urbana, de modo significativo. Essas duas variáveis, são universalmente utilizadas na
maioria dos estudos sobre eutrofização uma vez que a relação entre população e
aumento do processo de eutrofização mensurada por aumento de clorofila e fósforo
total nos corpos de água é amplamente citada na literatura (i.g: . Osborne & Wiley,
1988; Johnson et al., 1997; Bhaduri, 2000, Trevisan, 2000).
A relação entre usos do solo e qualidade de água nem sempre tem sido muito
evidente em estudos limnológicos. Henry & Gouveia (1993), em um estudo dos fluxos
de nutrientes em cursos de água do Alto Paranapanema (São Paulo), não
encontraram nenhuma correlação significativa entre carga de nutrientes e usos do
solo. Segundo os autores, na análise deve-se incluir outras características como o tipo
e a textura do solo, a geologia superficial, a fisiografia e a química do solo, sendo que
elas são responsáveis pela remoção e a conseqüente exportação dos nutrientes aos
cursos de água.
Outro fator que ainda é interessante ressaltar em Furnas é a localização de
grandes extensões de pasto e o estabelecimento de populações à beira da água
sendo que, também a localização e não apenas o uso está influenciando a qualidade
da água nesses pontos. Com respeito a esse ponto, existem estudos com resultados
contraditórios. Omernik et al.,(1981) afirmaram que o uso da terra adjacente ao curso
72
da água não reflete tão bem os níveis de nutrientes na água quanto a proporção de
bacia ocupada por diferentes usos. Osborne & Wiley (1988), encontraram pequenas
diferenças na concentração de nitrato, devido a descargas pontuais municipais, entre
áreas tampão a distâncias entre 100 e 1000 m do curso da água. No entanto,
Hunsaker & Levine (1995), ressaltaram a importância tanto das proporções nos usos
da terra numa bacia quanto dos padrões espaciais desses usos em relação à
qualidade da água da mesma. Nesse sentido, Blanchard et al.,(2000) definem como
um dos fatores de interesse, não apenas o uso do solo senão também a localização
do uso. Talvez um outro enfoque de estudo, baseado na distribuição dos usos com
respeito à distância desses aos corpos de água assim como em outras características
próprias da bacia de drenagem e do solo, auxiliariam na identificação dos processos
específicos que estão interagindo e influenciando a qualidade da água através das
fontes pontuais e não pontuais de poluição.
Estudos adicionais, focalizados na estrutura da paisagem e de como os
processos terrestres (fluxo de matéria, energia e organismos), afetam à qualidade da
água, são ainda necessários para uma adequada gestão, não apenas dos recursos
terrestres mais também dos hídricos. Essa gestão precisa do conhecimento e
compreensão não apenas dos processos ecológicos senão também dos fatores sócio-
econômicos envolvidos.
�,��0-'Y�'�
As atividades agropecuárias são mais intensas nos municípios de Campos
Gerais, Conceição da Aparecida, Alfenas e Três Pontas, estando localizados à
montante do reservatório. Nessa área a densidade de população urbana também é a
maior.
Os usos do solo definidos em Furnas são geradores de fontes poluidoras
difusas e fontes pontuais do ambiente aquático. As fontes pontuais mostraram ser as
mais importantes na zona à montante, ou seja, na confluência do rio Sapucaí/rio Verde
onde estendem-se as maiores densidades urbanas através do lançamento de esgotos
no tratados na água. As respostas, em termos de depreciação de qualidade da água
em relação às práticas agrícolas bem como com a ocupação urbana, foram refletidas
através de correlações significativas entre as concentrações de clorofila e íon amônio,
respectivamente.
Os SIG mostraram ser uma ferramenta adequada para o tratamento e
visualização da matriz de usos do solo bem como de seus possíveis impactos na
qualidade de água do reservatório de Furnas (ao longo do rio Sapucaí). Esse enfoque
73
demonstrou, de modo quantitativo , a existência de uma clara associação entre certos
tipos de uso de solo e a qualidade de água.
O artigo demonstra ainda quais são os usos de solo com maior potencial de
degradação de qualidade de água e, nesse sentido, identificam o lançamento de
esgotos urbanos não tratados como uma das maiores fontes de degradação ambiental
no reservatório de Furnas. Futuros estudos focalizados na estrutura da paisagem e de
como os processos terrestres (fluxo de matéria, energia e organismos), afetam à
qualidade da água, são ainda necessários para uma adequada gestão, não apenas
dos recursos terrestres mais também dos hídricos nessa região.
A existência do gradiente trófico no reservatório de Furnas e de sua íntima
relação com os usos do solo, impõe aos formuladores de política ambiental e de
desenvolvimento sustentável a necessidade de uma melhor gestão da qualidade de
água do reservatório especialmente no tocante aos novos projetos de aquicultura, de
expansão da ocupação urbana e da atividade agrícola.
%#�%����"��+,'�
Agradecemos à Agencia Española de Cooperación Internacional – AECI pela
bolsa de estudos dada a Laura R. Aguila. O estudo foi em parte financiado pelo Curso
de Atualização à Distância Ecologia e Gestão Ambiental. Expressamos nossa gratidão
ao diretor da Estação de Piscicultura de Furnas, Dirceu M. Ribeiro, pelo apoio
logístico durante as coletas e à Mestre em Biologia Elena Charlotte Landau do
Laboratório de Mastozoologia da UFMG pelo auxílio na obtenção da malha digital
municipal do IBGE assim como, pela ajuda prestada no uso dos SIG. Ainda à Dra. em
Biologia Pilar Hernández Hernández da Universidad de Alicante pelo auxilio no manejo
do programa IDRISI 2.0. Os autores ainda expressam seus agradecimentos ao
programa de pós-graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre
pelos recursos alocados ao projeto.
�� ��4���%'�1�10�,#�Z ��%'�
ALLAN, J. D., ERICKSON, D.L., & FAY J., 1997. The influence of catchment land use
on stream integrity across multiple spatial scales. Fresh. Biol., 37: 149-161.
ALLAN, J. D. & JOHNSON, L. B., 1997. Catchment-scale analysis of aquatic
ecosystems. Fresh. Biol., 37: 107-111.
74
BASNYAT, P., TEETER L., LOCKABY B. G. & FLYNN, K.M., 2000. Land use
characteristics and water quality: a methodology for valuing of forested buffers.
Envir. Manag. 26(2): 153-161.
BHADURI, B., HARBOR, J., ENGEL, B. & GROVE, M., 2000. Assessing watershed-
scale, long-term hydrologic impacts of land-use change using a GIS-NPS
model. Envir. Manag. 26 (6): 643-658.
BLANCHARD, P. E., & LERCH, R. N., 2000. Watershed vulnerability to losses of
agricultural chemical: Interactions of chemistry, hydrology, and land-use. Envir.
Sc. Tech., 34: 3315-3322.
CARPENTER, S. R., CARACO, N. F., CORRELL, D. L., HOWARTH, R. H.,
SHARPLEY, A. N., & SMITH, V. H., 1998. Nonpoint pollution of surface waters
with phosphorus and nitrogen. Ecol. Applic., 8 (3): 559-568.
DELGADO D. P. C., 1999. Variação sazonal e espacial da comunidade fitoplanctônica
do Reservatório de Furnas, município de Guapé (MG). Belo Horizonte:UFMG-
Programa de Pós-Graduaçao em Ecologia, Conservaçao e Manejo da Vida
Silvestre. Dissertação (Mestrado).
DILLON, P. J. & KIRCHNER, W. B., 1975. The effects of geology and land use on the
export of phosphorus from watersheds. Water Research 9: 135-148.
FERREIRA, V. A. P., BORGES, M. N., & ANJOS, E. F. S., 1992. Determinação dos
aportes totais e carga por unidade de área de nitrogênio e fósforo com base na
caracterização do uso do solo nas bacias dos lagos descoberto e santa Maria-
Brasília-DF. Acta Limnol. Brasil, 4: 163-174.
FERREIRA, C. J. A., SORIANO, B. M. A., GALDINO, S.& HAMILTON, K., 1994.
Anthropogenic factors affecting waters of the Pantanal wetland and associated
rivers in the upper Paraguay River basin of Brazil. Acta Limnol. Brasil.V: 135-
148
FIORIO, P. R., DEMATTE, J. A. M., & SPAROVEK, G., 2000. Chronology and
environmental impact of land use on Ceveiro Microbasin in Piracicaba region,
Brazil. Pesquisa Agropecuária Brasileira 35 (4): 671-679.
GILLIAND, M. W. & BAXTER-POTTER, W., 1987. A geographic information system to
predict nonpoint source pollution potential. Wat. Res. Bull.23 (2): 281-291.
GOLDMAN, R. G. & HORNE, A. J., 1983. Limnolgy. McGraw-Hill International Book
Company. 464p.
GREENBERG, A. E., CLESCERI, L. S. E. & EATON, A D., 1992. Standard Methods for
the examination of water and wastewater. 18 ed., Washington: APHA. etc,
1992.
75
HALLIDAY, S. L., WOLFE, M. L., 1991. Assessing ground-water pollution potential
from Nitrogen-fertilizer using a geographic information-system. Wat. Res.
Bull.27 (2): 237-245.
HAWKS, M. M., STANOVICK, J. S., & CALDWELL, M. L., 2000. Demonstration of GIS
capabilities for fisheries management decisions: analysis of acquisition potential
within the Meramec River basin. Envir. Manag. 26 (1): 25-34.
HE, C.S., RIGGS, J.F. & KANG, Y.T., 1993. Integration of Geographic information-
system and a computer-model to evaluate impacts of agricultural runoff on
water quality. Wat. Res. Bull.29 (6): 891-900.
HENRY, H., & GOUVEIA, L., 1993. Os Fluxos de nutrientes e seston em cursos de
água do Alto Paranapanema (São Paulo)- sua relação com usos do solo e
morfologia das bacias de drenagem. An. Acad. Bras. Ci. 65: 439-451.
HENRY, H., & GOUVEIA, L., 1994. The transport of nutrients and suspended solids by
some rivers of the upper Paranapanema drainage basin ( São Paulo, Brazil).
Acta Limnol. Brasil.V: 113-119.
HUNSAKER, C.T. & LEVINE, D.A., 1995. Hierarchical Approaches to the Study of
Water Quality in Rivers. Bioscience 45 (3): 193-203.
JOHNSON, L. B., & CAGE, S. H., 1997. Landscapes approaches to the analysis of
aquatic ecosystems. Fresh. Biol., 37: 113-132.
JOHNSON, L. B., RICHARDS, C., HOST, G. E., & ARTHUR, J. W., 1997. Landscape
influences on water chemistry in midwestern stream ecosystems. Fresh. Biol.,
37: 193-208.
LELAND, H., & PORTER, S., 2000. Distribution of benthic algae in the upper Illinois
River basin in relation to geology and land use. Fresh. Biol., 44: 279-301.
LORENZEN, C. J., 1967. Determination for chlorophyll and pheopigments:
spectrophotometric equations. Limnol. Oceanogr.
MACCARTHY, J. J., 19820. Nitrogen. In: I.Morris (Ed.) The physiological ecology of
phytoplankton. Studies in Ecology 7, Blackwell Scientific Publications, Oxford,
625 p.
MACKERETH, F. J. H., HERON, J. & TALLING, J. F., 1978. Water analyses: some
revised methods for limnologists. Freshwater Biological Association, Scientific
Publication 36, Ambleside. 120p.
MARTINELLI, L A., KRUSCHE, A. V., VICTORIA, R. L., DE CAMARGO, P. B.,
BERNARDES, M., FERRAZ, E. S., DE MORAES, J. M., & BALLESTER, M. V.,
1999. Effects of sewage on the chemical composition of Piracicaba River,
Brazil. Water air and soil pollution, 1100 (1-2): 67-79.
76
MURPHY, J. & RILEY, J. P., 1962. A modified single solution method for the
determination of phosphate in natural waters. Analytica Chimica Acta, 27: 31-
36.
NOVO, E.M.L.M., LOBO, F. & CALIJURI M.C., 1995. Remote sensing and
geographical information system application to inland water studies. In:Tundisi,
J.G., Bicudo, C.E.M., Matsumura- Tundisi, T. Eds. Limnology in Brazil. São
Paulo. Brazilian Academy of Sciences and Brazilian Limnological Society. P.
283-303.
OMERNIK, J. M., ABERNATHY, A. R. & MALE, L. M., 1981. Stream nutrient levels and
proximity of agricultural and forest land to streams: some relationships. Journal
of Soil and Water Conservation, 36:227-231.
OMETO, J. P. H.B., MARTINELLI, L. A., BALLESTER, M. V., GESSNER, A.,
KRUSCHE, A. V., VICTORIA, R. L. & WILLIAMS, M., 2000. Effects of land use
on water chemistry and macroinvertebrates in two streams of the Piracicaba
river basin, southeast Brazil. Fresh. Biol., 44: 327-337.
OSBORNE, L. L. & WILEY, M. J., 1988. Empirical Relationship Between Land
Use/Cover and Stream Water Quality in an Agricultural Watershed. Journal of
Envir. Manag, 26: 9-27.
PEIERLS, B. L., CARACO, N. F, PACE, M. L., & COLE, J., 1991. Human influence or
river nitrogen. Nature 350: 386-387.
PINTO-COELHO, R.M. & CORGOSINHO, P. H., 1998. Alterações na estrutura do
zooplâncton em resposta a um gradiente de trofia no reservatório de Furnas,
Minas Gerais. Anais do VIII Seminário de Ecologia Vol.VII, 1173-1188.
PUCKETT, L., 1995. Identifying the major sources of nutrient water pollution.
Environmental Science and Technology, 29:408-414.
RICHARDS, C., JOHNSON, L.B. & HOST, G.E., 1996. Landscape-scale influences on
stream habitats and biota. Can. J. Fish. Aquatic. Sci., 53(1): 295-311.
RICHARDS, C., HARO, R. J., JOHNSON, L. B. & HOST, G. E., 1997. Catchment and
reach-scale properties as indicators of macroinvertebrates species traits. Fresh.
Biol., 37: 219-230.
RULL DEL AGUILA, L., & PINTO-COELHO R. M., submetido. Distribuição do
macrozooplâncton ao longo de um gradiente trófico num reservatório tropical
(Represa de Furnas –MG)
SÁ, W. P. JR.,1994. Production of planktonic biomass for feed of alevins at the Furnas
hydrobiology and hatchery station.133-139 In: R.M. Pinto-Coelho, A Giani & E.
von Sperling (Eds.). Ecology and human impact on lakes and reservoirs in
77
Minas Gerais with special reference to future development and management
strategies. Belo Horizonte. 193p.
SEE, R. B., NAFTZ, D. L., & QUALLS, C. L., 1992. Gis-assisted regression analysis to
identify sources of selenium in streams. Wat. Res. Bull.28 (2): 125-140.
TIM, U. S., MOSTAGHIMI, S. & SHANHOLTZ, V. O., 1992. Identification of critical
nonpoint pollution source areas using geographic information-systems and
water-quality modeling. Wat. Res. Bull.28 (5): 877-887.
TREVISAN, M., PADOVANI, L., CAPRI, E., 2000. Nonpoint-source Agricultural Hazard
Index: A case Study of the Province of Cremona, Italy. Envir. Manag. 26 (5):
557-584.
TUNDISI, J. G., 1993. Theorical basis for reservoir management. Verh.Internt. Verein.
Limnol. 25:1153-1156.
TUNDISI, J.G., & STRASKRABA, M., 1994. Ecological basis for the application of
ecotechnologies to watershed/reservoir and management. Acta Limnol.
Brasil.V: 49-72
VENTURA, S. J., & KIM, K., 1993. Modeling urban non point-source pollution with a
geographic information-system. Wat. Res. Bull.29 (2): 189-198.
WATANABE, T., DE OLIVEIRA, R. B., SASSI, R., MELO, G. N., MOURA, G. F.,
GADELHA, C. L., & MACHADO, V. M. N., 1990. Evidence of contamination
caused by sugar-cane monoculture and associated industrial activities in water
bodies of the state of Paraiba, Northeast Brazil. Acta Limnol. Brasil.85-101.
WETZEL, R. G., 1983. Limonolgy. 2 ed. Saunders College Publishing. New York.
767p.
WILEY, M.J., OSBORNE, L.L.& LARIMORE, R.W., 1990. Longitudinal Structure of an
Agricultural Prairie River System and its Relationship to Current Stream
Ecosystem Theory. Can. J. Fish. Aquatic. Sci., 47: 373-384.
78
%��V,�
�
79
+������9<�������������������������������������������� ����(�����
��������<� ���?����������������1#�<��
MUNICÍPIOS Latitude – Longitude Área (km2) São João Batista do Glória -20.64139S –46.50556W 551 Capitólio -20.61528S –46.05W 524 Guapé -20.76167S –45.91715W 937 Alpinópolis -20.86361S –46.38806W 775 Carmo do Rio Claro -20.97194S –46.11889W 1066 Ilicínea -20.93583S –45.83278W 383 Boa Esperança -21.09S 45.56583W 857 Conceição da Aparecida -21.094177S –46.20444W 350 Campo do Meio -21.10667S –45.83028W 275 Campos Gerais -21.235S –45.75861W 771 Alfenas -21.42917S –45.94722W 849 Alterosa -21.24917S –46.14306W 367 Areado -21.35861S –46.14556W 282 Três Pontas -21.55S –46.7W 691 Fama -21.40639S –45.82861W 88 Paraguaçu -21.54722 – 45.7375 426 Varginha -21.40639 –45.82861 397
80
+������;<������������������������������������� ����������������������
��������������� ����������B������(������� ������<��
Pontos 10-11 agosto 1999
13-14 outubro 1999
28-29 fevereiro/1-2 março 2000
3-4-5 julho 2000
Mangueira-1 M1
20°39’39.2’’ S 46°17’58.9’’ W
20°39’42.8’’ S 46°17’55.3’’ W
20°39’48.24’’ S 46°18’20.44’’ W
20°39’37.2’’ S 46°17’52.4’ W
Mangueira-2 M2
20°40’00.3’’ S 46°13’56.9’’ W
20°40’50.3’’ S 46°13’27.1’’ W
20°41’20.94’’ S 46°13’51.7’’ W
20o41’03.8’’ 46o13’57.9’’
Mangueira-3 M3
20°41’54.4’’ S 46°09’43.4’’ W
20°41’57.3’’ S 46°09’10.8’’ W
20°41’41.19’’ S 46°09’37.98’’ W
20o41’45.0’’ 46o09’49.6’’
Guapé-1 G1
20°44’40.7’’ S 46°08’01.1’’ W
20°45’45.0’’ S 46°08’27.4’’ W
20°44’43.65’’ S 46°08’5.64’’ W
20o44’45.2’’ 46o08’04.6’’
Guapé-2 G2
20°48’13.1’’ S 46°09’40.7’’ W
20°48’16.8’’ S 46°10’10.90’’ W
20°48’3.096’’ S 46°9’53.92’’ W
20o48’04.8’’ 46o09’40.8’’
Guapé-3 G3
20°50’33.7’’ S 46°09’40.9’’ W
20°49’07.8’’ S 46°10’10.7’’ W
20°50’33.79’’ S 46°09’41.86’’ W
20o49’44.7’’ 46o10’29.2’’
Itaci-1 I1
21°02’05.7’’ S 46°00’52.8’’ W
21°02’41.9’’ S 46°00’48.1’’ W
21°02’47.36’’ S 46°00’52.52’’ W
21o 02’50.8’’ 46o01’29’’
Itaci-2 (I2)
20°59’41.6’’ S 46°00’42.1’’ W
20°59’37.5’’ S 46°00’32.8’’ W
20°59’36.42’’ S 46°00’38.62’’ W
20o 59’ 38.7’’ 46o00’30.0’’
Itací-3 (I3)
21°06’09.2’’ S 46°57’50.6’’ W
21°06’ S 46°57’36’’ W
21o 06’15.9’’ 45o58’00’’
Fama-1 (F1)
21°25’16.1’’ S 45°44’14.1’’ W
21°25’28.2’’ S 45°44’37.8’’ W
21°25’28.2’’ S 45°44’38.72’’ W
21o 25’28.2’’ 45o44’47.7’’
Fama-2 (F2)
21°24’13.6’’ S 45°48’37.9’’ W
21°24’57.3’’ S 45°48’03.2’’ W
21°24’59.54’’ S 45°47’46.57’’ W
21o 24’55.2’’ 45o48.3’2.0’’
Fama-3 (F3)
21°23’47.9’’ S 45°49’39.0’’ W
21°23’42.97’’ S 45°49’40’’ W
21o 23’50.3’’ 45o49’38.1’’
+������E���$<�" F��������������� R�������� P�����)�IQ��µ�<�)9�$C������������
6)+���� �µ�<�)9� $� ��������)�� �µ�<�)9� $� ����� �� ����� ������� �� � ������������ ��������JQ$<�
�
Ponto de coleta N-NH4 (µg.l-1 ) P-total (µg.l-1 ) Clorofila (µg.l-1) N-NO3 (µg.l-1) N-NO2 (µg.l-1) Mangueira1 5 8 1 154 2 Mangueira2 7 10 2 154 2 Mangueira3 3 12 2 163 2 Guapé1 7 11 3 161 3 Guapé2 5 17 4 177 4 Guapé3 6 12 3 175 3 Itací1 6 14 5 167 2 Itací2 6 16 4 161 2 Itací3 9 18 7 157 3 Fama1 36 25 7 250 5 Fama2 42 34 7 223 5 Fama3 23 25 7 201 6
�
�
�
�
�
�
81
+������E���$<����(����� �������������������������%�,3%�B��������������
������� ��� ��� 6)���� �µ�<�)9� ��� 6)6,Q$� �� ����� �µ�<�)9� ��� �)�,;$� ����
������ ��� �����<� ,�� ������� ���� � �������������� � ���� �NG<GO� ��� �
�����$<��
Parâmetro químico SS DF MS F p N-NO2 188.98 38 4.973 5.67259 .002596 P-Total 2059.72 38 54.203 13.22530 .000005 +������E���$<����(�����I���������������������������&�����>��S��)T ���������
��������)��µ�<�)9$C����������'���=���� $C�������µ�<�)9�����)�,E$������ P�����µ�<�)9� ��� �)�IQ$� B������ ������� �������� �� ��� ������ ��������<� ,��
����������� ��������������������NG<GO��
Parâmetros físico-químicos H(3; n=42) p Clorofila-a 22,87510 0,0000 Disco de Secchi 13,8760 0,0031 N-NO3 2,824495 0,4194 N-NH4 10,6889 0,0135 +������Q<�"����(���������������������(�����������)����P� ������� ������
�� ������.
MUNICÍPIOS % AAA %Mata %Pastagem %Lavouras %Cafezais São João Batista do Glória 45 4 34 11 84 Capitólio 47 2 40 7 69 Guapé 48 5 33 14 70 Alpinópolis 63 6 41 21 72 Carmo do Rio Claro 51 4 34 18 80 Ilicínea 65 5 36 29 73 Boa Esperança 58 4 30 29 84 Conceição da Aparecida 85 5 59 26 75 Campo do Meio 53 7 15 38 88 Campos Gerais 69 4 35 33 78 Alfenas 67 4 37 30 80 Alterosa 76 5 55 21 48 Areado 56 3 37 19 64 Três Pontas 67 3 34 33 80 Fama 65 4 42 23 85 Paraguaçu 64 5 35 29 85 Varginha 55 3 33 23 95
�
�
�
�
�
��
82
+������O<�6�������� ����&�������������������������������������������
������������� �������� ������ ����(����<��
MUNICÍPIOS Pastagens (%) Lavouras (%) Natural Plantado Permanentes Temporárias Totais Café Totais Cana de açúcar São João Batista do Glória 16 17 1 84 8 16 Capitólio 22 18 3 69 3 2 Guapé 20 13 7 70 4 9 Alpinópolis 20 21 6 72 13 15 Carmo do Rio Claro 19 14 9 80 9 0.9 Ilicínea 21 15 17 73 9 0 Boa Esperança 15 15 17 84 10 0.25 Conceição da Aparecida 27 31 17 75 7 3 Campo do Meio 13 2 13 88 22 58 Campos Gerais 22 13 21 78 9 0.34 Alfenas 12 25 16 80 11 20 Alterosa 27 28 8 48 11 0.5 Areado 21 17 8 64 10 29 Três Pontas 22 12 26 80 6 3 Fama 42 0 14 85 8 0.15 Paraguaçu 18 17 12 85 16 0.40 Varginha 23 10 16 95 5 2
+������W<��������������]� ������=������������&�������������������� �
������ ����(���<��
MUNICÍPIOS Pop.urbana Pop.rural %Pop.urbana %Pop.rural São João Batista do Glória 4820 1452 1.4 1.9 Capitólio 5657 2079 1.6 2.7 Guapé 6286 7336 1.8 9.7 Alpinópolis 3552 3482 1.0 4.6 Carmo do Rio Claro 13323 6408 3.8 8.4 Ilicínea 7579 2903 2.2 3.8 Boa Esperança 30380 6658 8.8 8.8 Conceição da Aparecida 5610 3759 1.6 4.9 Campo do Meio 10037 1397 2.9 1.8 Campos Gerais 17739 8801 5.1 11.6 Alfenas 62099 4811 17.9 6.3 Alterosa 8986 3988 2.6 5.2 Areado 9790 2437 2.8 3.2 Três Pontas 40607 10331 11.7 13.6 Fama 1443 907 0.4 1.2 Paraguaçu 14556 4387 4.2 5.8 Varginha 104085 4830 30.0 6.4