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2018 Semana 1 5 2 7 __ 3 1a g o
Este conteúdo pertence ao Descomplica. Está vedada a cópia ou a reprodução não autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.
Curso Semiextensivo enem
B
io.
Bio.
Professor: Rubens Oda
Alexandre Bandeira
Monitor: Hélio Fresta
B
io.
Respiração Comparada 27/31
ago
RESUMO
Apesar da respiração ser um processo que ocorre no interior das células, liberando a energia que garante a
atividade do ser vivo. Este processo ocorre por difusão simples, onde o oxigênio, que está em maior
concentração no meio externo, entra na célula e o gás carbônico, que está presente em maior concentração
no meio interno, sai da célula para o meio.
Ao longo da evolução, os seres vivos desenvolveram estruturas para que ocorram essas trocas gasosas, e de
acordo com o Reino Animalia, vamos descobrir como funciona a respiração em cada filo: •
possuem estruturas especializadas
•
seja, respiração cutânea direta
•
passando pelo sangue que transportará o oxigênio para as células, ou seja, respiração cutânea indireta
fonte: (http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/respiracao.php)
• transportar
o gás até os tecidos, ou seja, respiração traqueal. OBS.: o sangue não transporta gases.
fonte: (http://gracieteoliveira.pbworks.com/w/page/50028682/Trocas%20gasosas%20em%20seres%20multicelulares)
•
ramificações sobrepostas, ou seja, respiração filotraqueal
B
io.
• Anelídeos (Poliquetos), Artrópodes (Crustáceos), Equinodermas, Moluscos, Cordados (Peixes e larvas
superfície de contato chamadas brânquias
fonte: (http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/respiracao2.php)
• a respiração se dá por estruturas que possuem
dobras internas as quais aumentam a superfície de contato chamadas de pulmões.
Por ser mais interna, os pulmões evitam a perda excessiva de água e permitem que os seres que possuem
esta estrutura consigam conquistar o ambiente terrestre. Os pulmões variam de acordo com cada classe de
Cordados:
(fonte: https://www.engrade.com/wikis/page-print.php?itemid=300000000643618&pageid=d)
• trocas gasosas. Por isso eles também
realizam respiração cutânea indireta
•
dependência da água e assim ajuda na conquista do ambiente terrestre
• Aves e Mamíferos
OBSERVAÇÃO: o pulmão das Aves possuem sacos aéreos que ajudam no vôo destes seres.
EXERCÍCIOS
1. Em vários grupos animais, a troca de gases respiratórios com o ambiente depende do trabalho
conjunto realizado entre sistema respiratório e sistema circulatório. Enquanto o sistema respiratório se
ocupa da aquisição e eliminação de gases realizadas diretamente entre o organismo e o ambiente, o
sistema circulatório atua na distribuição desses gases pelo corpo. No entanto, existem animais cujo
sistema circulatório é desprovido de funções respiratórias, como, por exemplo,
a) os insetos.
b) os peixes.
c) os crustáceos.
d) os anfíbios.
B
io.
2. Répteis, aves e mamíferos terrestres que vivem em regiões áridas tendem a perder água através das
superfícies respiratórias. Para que ocorram as trocas gasosas nos animais considerados e para que esses
consigam sobreviver, torna-se necessário que:
a) As superfícies respiratórias estejam permanentemente úmidas, possibilitando a difusão dos gases
respiratórios.
b) As superfícies corporais estejam permanentemente úmidas, possibilitando a difusão dos gases
respiratórios.
c) As superfícies respiratórias estejam permanentemente úmidas, sem interferir na difusão dos gases
respiratórios.
d) As superfícies respiratórias estejam permanentemente úmidas, dificultando a difusão dos gases
respiratórios.
e) As superfícies corporais estejam permanentemente úmidas, dificultando a difusão dos gases
respiratórios.
3. O gráfico abaixo mostra os resultados de uma experiência feita para comparar o papel da pele ao dos
pulmões, em certa espécie de sapo do hemisfério norte.
Sobre esses dados fizeram-se as seguintes afirmações:
I. Nos meses mais frios, a respiração cutânea predomina sobre a pulmonar.
II. Nos meses em que o metabolismo dos animais é mais intenso, predomina a respiração pulmonar.
III. A respiração cutânea é praticamente constante ao longo do ano.
É correto o que se afirmar em:
a) I, somente.
b) II, somente.
c) III, somente.
d) II e III, somente.
e) I, II e III.
4. Na escala zoológica, diversos organismos aquáticos ou terrestres apresentam estruturas adaptadas à
obtenção do oxigênio. Diante disso, as trocas gasosas ocorrem:
a) nas planárias por osmose ao longo do sistema traqueal e das células-flama, localizadas ao longo
do corpo.
b) nas minhocas por absorção ativa nas glândulas calcíferas presentes nos vasos sanguíneos anteriores
e dorsais.
c) nos insetos por difusão no sistema traqueal, chegando ao sangue, que faz a distribuição até o
coração dorsal.
d) nos peixes por difusão nos filamentos branquiais das guelras, num mecanismo de contracorrente.
e) nas aves por absorção ativa nos sacos aéreos localizados nas asas e na siringe anexa à traqueia.
B
io.
5. O peixe-boi (Ordem dos Sirênios) apresenta como defesa o comportamento de permanecer imerso
por até vinte minutos. Isso é viável porque o animal:
a) Utiliza um espiráculo que permite a troca de gases, quando submerso.
b) Interrompe seu metabolismo e, assim, não há gasto de energia.
c) Mantém o equilíbrio hidrostático conferido pela bexiga natatória.
d) Otimiza o uso do oxigênio obtido diretamente do ar atmosférico.
6. A respiração é um processo universal dos animais, mas pode variar muito de animal para animal. Sobre
a respiração é correto afirmar que:
a) No gato e na abelha, o oxigênio chega ao sangue quando atravessa uma superfície respiratória.
b) Na planária, a tomada de oxigênio ocorre por difusão simples através da pele, ao passo que no
camarão ocorre transporte ativo nas brânquias.
c) Na abelha e no camarão, o oxigênio dissolvido na água entra no corpo através de finos filamentos
branquiais.
d) Na abelha e no camarão, o oxigênio é transportado dos órgãos respiratórios para os tecidos na
forma de oxiemoglobina.
e) O camarão aproveita o oxigênio dissolvido na água para sua respiração, enquanto o gato utiliza
oxigênio atmosférico.
7. Para voar, os insetos consomem muito oxigênio, em consequência da elevada atividade muscular
necessária para o movimento de suas asas. Para suprir a intensa demanda, o oxigênio é levado às células
musculares:
a) Pelo sangue, através de um sistema cardiovascular fechado, o que favorece um rápido aporte
desse gás aos tecidos.
b) Pelo sangue, através de um sistema cardiovascular aberto, o que favorece um rápido aporte desse
gás aos tecidos.
c) Através de um sistema de túbulos denominado traqueia, que leva o sangue rico nesse gás aos
tecidos musculares.
d) Através de um conjunto de túbulos denominado traqueia, que transporta esse gás desde orifícios
externos até os tecidos, sem que o sangue participe desse transporte.
e) Através de um coração rudimentar dividido em câmaras, das quais partem túbulos, chamados
traqueias, que distribuem o sangue rico nesse gás aos tecidos do corpo.
8. Na gincana da escola, os concorrentes deveriam citar 4 animais que realizassem, respectivamente,
respiração cutânea, branquial, traqueal e pulmonar. Venceu a prova, o aluno que citou:
a) Sapo, sardinha, caranguejo e vaca.
b) Lesma, aranha, mosca e sapo.
c) Ouriço-do-mar, atum, ácaro e polvo.
d) Planária, golfinho, tatuzinho-de-jardim e galinha.
e) Minhoca, camarão, gafanhoto e lagartixa.
9. Com relação ao sistema respiratório das aves, podemos afirmar que:
I. A movimentação de ar está relacionada ao diafragma.
II. O pulmão não é alveolar e dele partem os sacos aéreos.
III. A traqueia divide-se em dois brônquios principais.
IV. O fluxo de ar é unidirecional.
V. Não apresentam brônquios.
Das afirmativas acima, as consideradas corretas são:
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e) I e II.
B
io.
10. O esquema abaixo mostra a organização de parte da parede do corpo de um animal.
Esse animal pode ser:
a) um peixe.
b) um inseto.
c) uma minhoca.
d) uma aranha.
e) uma planária.
QUESTÃO CONTEXTO
Um método comum para a eliminação de insetos na montagem de coleções é o uso de gases tóxicos
oriundos de produtos voláteis, como o éter ou acetato de etila. Considere que um estudante de Biologia,
calouro, tentou realizar o método, colocando um pequeno pedaço de algodão embebido em éter na face
de um besouro, na tentativa de fazer com que o besouro respirasse o gás de éter. O besouro permaneceu
vivo. Por que?
B
io.
GABARITO
Exercícios
1. a
Os insetos possuem sistema respiratório traqueal, que não depende do sistema circulatório para exercer
suas funções.
2. a
Para possibilitar a difusão dos gases, as superfícies respiratórias devem estar constantemente úmidas.
Nenhum dos animais citados apresenta respiração cutânea, dependendo do tegumento, sendo então
indiferente se suas superfícies corporais estão úmidas.
3. e
Vale lembrar que o sapo analisado vive no hemisfério norte, logo, os meses frios são na faixa Novembro
Fevereiro, e que o metabolismo é mais intenso em meses mais quentes, tendo em vista que são animais
ectotérmicos.
4. d
O fluxo de sangue nas lamelas das brânquias dos peixes corre na direção oposta a corrente de água que
passa por ela, no mecanismo que chamamos de contracorrente. Isso garante boa oxigenação do sangue
e fácil expulsão do gás carbônico para a água.
5. d
Peixes-boi são mamíferos, logo, apresentam respiração pulmonar. O que os permite ficar imersos por
tanto tempo é uma otimização do uso de oxigênio, permitindo que eles fiquem mais tempo sem precisar
ventilar os pulmões.
6. e
Camarões são crustáceos aquáticos, respirando por brânquias, absorvendo o oxigênio dissolvido na
água. Gatos são mamíferos, logo, respiram oxigênio atmosférico, através de pulmões alveolares.
7. d
O sistema respiratório dos insetos funciona por meio de túbulos denominados traqueias, que não fazem
conexão com o sistema circulatório, não havendo transporte de gases no sangue destes animais.
8. e
Minhocas realizam respiração cutânea, camarões realizam respiração branquial, gafanhotos realizam
respiração traqueal (como todos os insetos) e lagartixas, como todos os répteis, realizam respiração
pulmonar.
9. b
Aves não apresentam diafragma, não possuem alvéolos em seus pulmões (dotados de sacos aéreos), o
fluxo de ar é unidirecional pelos parabrônquios e a traqueia divide-se em dois brônquios principais.
10. c
A imagem mostra um sistema de respiração cutânea indireta, no qual o oxigênio passa pela pele e vai
para a corrente sanguínea.
Questão Contexto
Insetos não respiram pela cabeça, seu sistema respiratório é traqueal e as entradas das traqueias
(espiráculos) encontram-se ao longo do abdômen e tórax.
B
io.
Bio.
Professor: Alexandre Bandeira
Rubens Oda
Monitor: Carolina Matucci
B
io.
Animalia: artrópodes e equinodermos 27/31
ago
RESUMO
Artrópodes
http://alunosonline.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/622cc0b84c7e1e197decb69c78e19985.jpg
É um filo com uma diversidade imensa de espécies. É dividido em cinco classes: crustáceos, insetos,
aracnídeos, quilópodes e diplópodes.
Com simetria bilateral, corpo segmentado e apêndices articulados, os artrópodes são triblásticos e
celomados.
Possuem um exoesqueleto formado por quitina, que limita seu crescimento. Assim, esses animais
realizam mudas (ou ecdises), que representa o período de troca do exoesqueleto e o aumento do tamanho
do artrópode.
Respiração: É diversa, sendo que os crustáceos realizam por brânquias; insetos, aracnídeos, quilópodes e
diplópodes por traquéias e, por fim, há cavidade pulmonar em aracnídeos.
Circulação: É dita aberta, pois o sangue bombeado pelo coração cai em cavidades para nutrir os tecidos.
Excreção: Crustáceos utilizam as glândulas verdes; aracnídeos realizam a excreção por glândulas coxais; Já
os túbulos de Malpighi estão presentes nos insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes.
O sistema nervoso dos artrópodes é do tipo ganglionar. A reprodução é sexuada, podendo haver espécies
dióicas (sexos separados) ou hermafroditas. Seu desenvolvimento pode ser direto ou indireto, passando pelo
estágio larval.
B
io.
Exemplos:
Crustáceos: camarões caranguejos, lagostas, tatu-bola-de-jardim, etc.
Insetos: moscas, mosquitos, borboletas, grilos, gafanhotos, formigas, percevejos, baratas, etc.
Aracnídeos: aranhas, ácaros, carrapatos, escorpiões, opiliões, etc.
Quilópodes: centopeias (lacraias)
Diplopoda: piolhos-de-cobra
Observe a tabela abaixo com atenção, que mostra as principais diferenças entre as classes dos Artrópodes.
http://planetabiologia.com/wp-content/uploads/2014/12/quadro-comparativo.jpg
http://s3-sa-east-1.amazonaws.com/descomplica-blog/wp-content/uploads/2015/08/mapamental-biologia-artropodes.jpg
B
io.
Equinodermos
São animais exclusivamente marinhos. Além disso, são triblásticos, celomados e com simetria bilateral
no estágio larval e radial quando adultos.
Não possuem segmentação corporal. Quanto à locomoção, respiração, excreção e circulação, estão
todos envolvidos no sistema ambulacrário, em que a água circula pelos canais, realizando todas essas funções
e ainda permitindo a movimentação dos pés ambulacrais. O sistema digestório é completo, com boca e ânus.
São seres dióicos, com fecundação externa (o óvulo e espermatozóide se encontram na água). São
conhecidos pela incrível capacidade de regeneração após a perda de uma porção do corpo.
https://image.slidesharecdn.com/equinodermos-131110164325-phpapp01/95/equinodermos-6-638.jpg?cb=1384101874
Exemplos:
Echinoidea (ouriço-do-mar e bolachas-da-praia)
- Asteroidea (estrelas-do-mar)
B
io.
- Ophiuroidea (ofiúro)
- Holothurioidea (holotúria ou pepino-do-mar)
- Crinoidea (lírio-do-mar)
http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/classes-equinodermos.jpg
B
io.
EXERCÍCIOS
1. Tatuzinhos-de-jardim, escorpiões, siris, centopeias e borboletas são todos artrópodes.
Compartilham, portanto, as seguintes características:
a) simetria bilateral, respiração traqueal e excreção por túbulos de malpighi.
b) simetria bilateral, esqueleto corporal externo e apêndices articulados.
c) presença de cefalotórax, sistema digestório incompleto e circulação aberta.
d) corpo não segmentado, apêndices articulados e respiração traqueal.
e) corpo não segmentado, esqueleto corporal externo e excreção por túbulos de malpighi.
2. Marque a alternativa que lista, respectivamente, a estrutura excretora e o tipo de respiração presente
no animal representado no desenho abaixo.
a) Túbulos de Malpighi e respiração branquial.
b) Glândulas coxais e respiração traqueal.
c) Túbulos de Malpighi e respiração traqueal.
d) Glândulas antenais e respiração traqueal.
e) Glândulas verdes e respiração traqueal.
3. O IBGE elaborou um mapa que localiza as 238 espécies e subespécies aquáticas em risco de extinção
no território brasileiro. O mapa revela que 79 espécies ameaçadas são invertebrados aquáticos, como
estrelas e ouriços-do-mar. As outras 159 englobam peixes de água doce e salgada. Segundo o
levantamento, São Paulo é o estado com mais espécies em risco de extinção, seguido de Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. Os principais fatores são: a destruição dos habitats dos animais, a
poluição e a pesca indiscriminada.
Sobre os equinodermos, grupo do qual fazem parte estrelas e ouriços-do-mar, é correto afirmar que
a) a maioria dos indivíduos adultos apresentam simetria bilateral, enquanto as larvas simetria
pentarradial.
b) os machos inserem suas gônadas no interior dos ovários das fêmeas realizando, assim, a
fecundação interna.
c) os equinodermos são animais exclusivamente marinhos e possuem sistema hidrovascular
relacionado com captura de alimento e locomoção.
d) a reprodução desses animais é basicamente assexuada e o desenvolvimento é direto.
e) as estrelas e os ouriços-do-mar são animais estritamente herbívoros, alimentando-se de algas
presentes no plâncton.
4. Os Equinodermos constituem um grupo zoológico anatomicamente diferenciado, com simetria radial
pentameral e um esqueleto composto por placas dérmicas fusionadas (ex. ouriços-do-mar) ou não
fusionadas (ex. pepinos-do-mar). O sistema hidrovascular, também denominado de ambulacral, é
particularmente interessante, pois funciona como um sistema hidráulico, no qual um fluido é
bombeado através de um sofisticado conjunto de bolsas e canais.
Nos Equinodermos, as principais funções do sistema hidrovascular são ________ e ________.
a) reprodução / excreção
b) reprodução / alimentação
c) excreção / respiração
d) locomoção / alimentação
e) locomoção / reprodução
B
io.
5. Observe os animais artrópodes a seguir:
Esses animais possuem várias características em comum, com exceção de uma relatada abaixo:
a) Representam um problema de saúde pública.
b) Possuem sistema circulatório aberto.
c) Possuem olfato e paladar bem desenvolvidos.
d) Possuem o sistema nervoso formado por um gânglio cerebral.
e) São insetos.
6. Os artrópodes constituem o grupo animal com maior número de espécies conhecidas. Destes, a Classe
Insecta é o mais diversificado. Assinale a alternativa que contém algumas características de sua
morfologia externa.
7. Anelídeos e artrópodes possuem características anatômicas e fisiológicas comuns, o que reforça a
hipótese de parentesco evolutivo entre esses grupos de invertebrados. Assinale a alternativa que
apresenta, corretamente, duas dessas características comuns:
a) Cordão nervoso dorsal e respiração cutânea.
b) Cordão nervoso ventral e corpo segmentado.
c) Vaso sanguíneo dorsal e respiração traqueal.
d) Vaso sanguíneo ventral e corpo segmentado.
e) Cordão nervoso ventral e vaso sanguíneo ventral.
8. de que apresenta alguns tipos celulares, proteínas e um alto conteúdo de íons potássio. Quando o
animal se locomove, esse sistema opera como um sistema hidráulico e a concentração da ampola
determina o alongamento do pé ambulacral. Quando ele entra em contato com o substrato, o centro
da ventosa terminal retrai-se, produzindo vácuo e adesão. Sabe-se que a ponta do pé ambulacrário
O tipo de locomoção descrito acima é encontrado em:
a) estrela-do-mar.
b) caracol.
c) minhoca.
d) hidra.
e) piolho-de-cobra.
B
io.
9. animais exclusivamente marinhos, de organização pentarradiada, com larvas de simetria bilateral,
a) animais exclusivamente marinhos.
b) larvas de simetria bilateral.
c) esqueleto calcário.
d) triblásticos.
e) deuterostômios.
10. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto abaixo.
Nos Echinodermatas, ________ que inclui animais exclusivamente ________ como a ________, há um
sistema hidrovascular, denominado sistema ________. O corpo é revestido externamente por uma
epiderme ciliada sob a qual situa-se um ________.
a) classe, marinhos, anêmona, flama, endoesqueleto.
b) filo, aquáticos, estrela-do-mar, madrepórico, exoesqueleto.
c) classe, aquáticos, anêmona, ambulacrário, exoesqueleto.
d) filo, marinhos, estrela-do-mar, ambulacrário, endoesqueleto.
e) filo, marinhos, estrela-do-mar, ambulacrário, exoesqueleto.
QUESTÃO CONTEXTO
O canal de televisão fechada "National Geographic Channel" divulgou um documentário que trata de
artrópodes, indicando que o grupo dos insetos era o mais desprestigiado do reino animal, por apresentar
espécies que causam repugna ao homem.
Entre cupim, percevejo, pulga, carrapato e barata, qual é o único animal que não pode ser apresentado no
documentário? Por que?
B
io.
GABARITO
Exercícios
1. b
Os siris, que são crustáceos, fazem excreção pelas glândulas verdes; todos os artrópodes possuem
simetria bilateral, esqueleto corporal externo (exoesqueleto), apêndices articulados,
sistema digestório completo e corpo segmentado.
2. c
Os insetos realizam a excreção através de túbulos de Malpighi e a respiração é traqueal; as glândulas
coxais são responsáveis pela excreção dos aracnídeos; as glândulas antenais são responsáveis pela
excreção dos crustáceos; as glândulas verdes, também chamadas de glândulas antenais, são
responsáveis pela excreção dos crustáceos.
3. c
Os indivíduos adultos apresentam simetria radial e as larvas apresentam simetria bilateral; os
equinodermos realizam fecundação externa; a reprodução desses animais é sexuada e com
desenvolvimento indireto; estrelas são carnívoras.
4. d
As principais funções do sistema hidrovascular são locomoção e alimentação, no entanto ele também
auxilia na excreção e respiração.
5. e
As alternativas a, b, c e d apresentam características que são comuns a todos os animais da figura, com
exceção da letra e, pois o carrapato presente na figura não é um inseto, e sim um aracnídeo.
6. a
Os insetos não têm quelíceras (apêndices de aracnídeos), possuem mandíbulas e seus corpos são
divididos em cabeça, tórax e abdômen.
7. b
Os anelídeos e os artrópodes apresentam em comum o fato de possuírem cordão nervoso na posição
ventral e apresentarem corpo segmentado (metameria).
8. a
O sistema ambulacrário é o tipo de locomoção encontrado nos equinodermos.
9. c
Os equinodermos possuem esqueleto interno.
10. d
Echinodermata é um filo, seus animais são exclusivamente marinhos como, por exemplo, a estrela-do-
mar. Neles há um sistema chamado ambulacrário e possuem um endoesqueleto.
Questão contexto
O único que não pode estar presente no documentário é o carrapato: aracnídeo pertencete à classe
Arachnida.
F
il.
Fil.
Professor: Larissa Rocha e Gui de
FRanco
Monitor: Debora Andrade
F
il.
Nietzsche: Niilismo 31
ago
RESUMO
Nietzsche e o niilismo
Friedrich Nietzsche (1844 1900) foi um importante filósofo alemão que, aproveitando determinados
aspectos das obras de filósofos que lhe precederam, tais como David Hume e Espinosa, levanta críticas à
tradição filosófica que sempre valorizou e racionalidade e a consciência como sendo superiores aos desejos
e às paixões humanas. Essa tradição filosófica criticada por Nietzsche remonta aos diálogos de Platão e,
sobretudo, à figura de Sócrates, que teria sido o grande responsável pela valorização exagerada do ponto
de vista nietzschiano da razão como controladora das paixões e dos desejos.
Nesse sentido, tal tradição levou os filósofos e as pessoas em geral a acreditar na superioridade da
alma e da consciência em relação ao corpo e aos instintos. É justamente nesse contexto teórico que se insere
o pensamento de Nietzsche que, juntamente com Freud e Marx, é considerado por Paul Ricoeur como um
dos grandes radicional e seus
conceitos universais de bem e de mal que, segundo ele, levam a um enfraquecimento do homem. Por
conta disso, faz-se necessário recuperar as forças vitais e os instintos que foram subjugados durantes séculos
por uma razão que controla e domestica o homem.
A desconfiança em relação aos instintos e ao corpo teria surgido com Sócrates, culminando no
o pensamento ético cristão seria nada além de uma repetição das ideias gerais que já constavam na filosofia
platônica, de modo a que todos pudessem compreendê-las. Sob o domínio dessa moral tradicional o homem
torna-se doente e culpado, ele renuncia à vida na esperança de algo melhor num mundo transcendente.
Assim, Nietzsche valoriza a vida aqui e agora, os instintos e os desejos, o corpo e a superação dos
obstáculos, o que pode nos levar a atingir o além-do-homem (Übermensch). O sujeito além-do-homem (ou
super-homem) é aquele que se permite reavaliar os valores, desprezando aqueles que o enfraquecem e os
substituindo por valores que estejam comprometidos com a vida, com o aumento da nossa potência. A
vontade de potência ou vontade de poder pode levar a confusões: Pode-se acabar pensando que Nietzsche
estaria defendendo o poder desenfreado que um homem utiliza para dominar outros homens. No entanto,
não é disso que se trata, mas unicamente da recuperação das forças vitais que, anteriormente, se
encontravam entorpecidas. O que o filósofo alemão defende é que possamos dizer sim à vida, sem que
tenhamos que guia-la por conceitos abstratos e universais ou pela crença em uma vida perfeita num mundo
superior.
Nietzsche foi considerado por alguns como um pensador niilista, no sentido de que ele não
acreditaria em nada. O termo niilismo vem do latim nihil
avaliação correta do pensamento nietzschiano. O filósofo atribuiu o niilismo não ao seu próprio pensamento,
mas sim à moral decadente dos valores tradicionais, que leva o homem à mediocridade, a se constituir não
como um homem forte e autêntico, mas como homem de rebanho, igual a todos os outros. O niilismo,
portanto, diz respeito à perda de sentido da moral tradicional e de seus valores universais que, a partir desse
momento histórico, deixam de ser compreendidos como valores seguros e absolutos.
EXERCÍCIOS
1. Vi os homens sumirem-se numa grande tristeza. Os melhores cansaram-se das suas obras. Proclamou-
se uma doutrina e com ela circulou uma crença: Tudo é oco, tudo é igual, tudo passou! O nosso
trabalho foi inútil; o nosso vinho tornou-se veneno; o mau olhado amareleceu-nos os campos e os
corações. Secamos de todo, e se caísse fogo em cima de nós, as nossas cinzas voariam em pó. Sim;
cansamos o próprio fogo. Todas as fontes secaram para nós, e o mar retirou-se. Todos os solos se
querem abrir, mas os abismos não nos querem tragar! NIETZSCHE. F. Assim falou Zaratustra. Rio de Janeiro: Ediouro,1977.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez
F
il.
que
a) reforça a liberdade do cidadão. b) desvela os valores do cotidiano. c) exorta as relações de produção. d) destaca a decadência da cultura. e) amplifica o sentimento de ansiedade.
2. A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três
razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em
segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora
apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
a) O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. b) O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. c) A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. d) A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. e) A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
3. No livro de 1872, O nascimento da tragédia, Nietzsche dizia a respeito de Sócrates e Platão:
Aqui o pensamento filosófico sobrepassa a arte e a constrange a agarrar-se estreitamente ao tronco da
dialética. No esquematismo lógico crisalidou-se a tendência apolínia: como em Eurípides, cumpre
notar algo de correspondente e, fora disso, uma transposição do dionisíaco em afetos naturalistas. NIETZSCHE, O nascimento da tragédia, helenismo e pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das
Letras, 2005, p. 89 grifos do autor.
Considerando o comentário de Nietzsche,
a) descreva as duas forças antagônicas: apolínio e dionisíaco.
b) explique em que o pensamento filosófico difere da atividade artística.
4. psicologia do erro
pretendeu
a)
b)
c) denun
d)
verdade elas
5. Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fundamental entender a crítica que ele faz à metafísica. Nesse
sentido, é CORRETO afirmar que essa crítica
a) tem o sentido, na tradição filosófica, de contentamento, plenitude.
b) é a inauguração de uma nova forma de pensar sem metafísica através do método genealógico.
c) é o discernimento proposto por Nietzsche para levar à supressão da tendência que o homem tem
à individualidade radical.
d) pressupõe que nenhum homem, de posse de sua razão, tem como conceber uma metafísica
qualquer, que não tenha recebido a chancela da observação.
F
il.
6. Minha política superior contesta: um partido que comete esta ou aquela falta agoniza, não possui a
segurança do instinto
Esse comentário é emblemático e foi propalado por
a) Joaquim Barbosa, ao condenar cinco réus na sua primeira leitura no escândalo político do
mensalão, que assombra o país desde 2005.
b) Friedrich Nietzsche, ao buscar a explicação para o erro da confusão entre a causa e o efeito.
c) Jean-Paul Sartre, referindo-se ao partido comunista do início do século XX.
d) Thomas Hobbes, ao defender o unipartidarismo absoluto.
7. Texto 1
O ser humano é a flor do céu que desabrochou na Terra. Sua semente foi plantada por Deus, sua bela
imagem foi projetada por Deus e seu perfume agradável foi também presenteado por Deus. Não
devemos perder essa bela imagem nem o agradável perfume. Nosso belo desabrochar é a
manifestação da glória de Deus. (Seicho-no-ie do Brasil. Palavras de luz, 2013.)
Texto 2
Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas
solares, havia uma vez um astro em que animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto
mais
poucos fôlegos da natureza, congelou-se o astro e os animais inteligentes tiveram de morrer. Assim
poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável,
quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da
natureza. Houve eternidades em que ele não estava; quando de novo ele tiver passado, nada terá
acontecido. (Friedrich Nietzsche. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. Adaptado.)
Os textos citados apresentam concepções filosóficas distintas sobre o lugar do ser humano no
universo. Discorra brevemente sobre essas diferenças, considerando o teor antropocêntrico dos
textos.
8. Com a emergência da época moderna, a partir do Séc. XVII, ocorreram diversas mudanças cruciais no
plano filosófico, científico e religioso que mudaram a forma de o ser humano compreender a si mesmo,
o universo e a sociedade. Nesse sentido, pode-se inferir que: a) a religião foi substituída por uma visão de mundo filosófico-científica inspirada nos pensamentos
de Marx, Nietzsche, Freud e Darwin.
b) no plano da filosofia, da ciência e da religião, observa-se uma maior liberdade e autonomia do
homem para interpretar o mundo natural, social e religioso.
c) o processo de secularização e racionalização promoveu duas visões de mundo concorrentes o
racionalismo e o cientificismo.
d) ocorre uma unificação do pensamento filosófico, científico e religioso, promovendo uma
indiferenciação dentro do próprio conhecimento.
9. a) fundamentar a ideia de que a sensação se prolonga como um eco, o que é imprescindível para se
compreender a causa de um fato qualquer.
b) dizer que a imaginação antecede a qualquer impressão sobre o fato e, portanto, ela deve ser
instrumentalizada.
c) dar uma explicação psicológica para o erro das causas imaginárias.
d) reafirmar a noção de causalidade apregoada no século XVIII.
F
il.
10. O que motivou a crítica de Nietzsche à cultura ocidental a partir de Sócrates foi
a) a atitude niilista de Sócrates de recusar a vida e optar por ingerir a letal dose de cicuta. b) a busca e aferição da verdade por meio de um método que Sócrates denominou de maiêutica. c) o fato de Sócrates ter negado a intuição criadora da filosofia anterior, pré-socrática. d) a total falta de vinculação da filosofia socrática aos preceitos básicos de uma lógica possível, o que
o tornava obscuro.
11. Na perspectiva nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque a) ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o
claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.
b) os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio.
c) o cristianismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu tirar a culpa do ser humano.
d) a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso
mesmo o Homem está condenado à culpa.
12. O pensamento de Nietzsche (1844 - 1900) orienta-se no sentido de recuperar as forças inconscientes,
vitais, instintivas, subjugadas pela razão durante séculos. Para tanto, critica Sócrates por ter
encaminhado, pela primeira vez, a reflexão moral em direção ao controle racional das paixões.
Nietzsche faz uma crítica à tradição moral desenvolvida pelo ocidente. Marque a alternativa que indica
as obras que melhor representam a crítica nietzscheana.
a) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. b) Para além do bem e do mal, Genealogia da moral, República. c) Leviatã, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos. d) Microfísica do poder, Genealogia da moral, Crepúsculo dos ídolos.
F
il.
GABARITO
Exercícios
1. d
O niilismo de Nietzsche é acompanhado por uma profunda crítica à cultura e à filosofia moderna. Na
ausência de esperança, o que resta ao homem ocidental é dar-se conta de sua finitude, tal como
apresenta a alegoria do texto da questão.
2. c
Pode-se dizer que a filosofia grega, em seu início, esteve preocupada com a origem das coisas, em
especial da natureza. É essa uma das características que Nietzsche diagnostica e que está bem destacada
na afirmativa [C].
3. a) Nietzsche recorre a mitologia grega para caracterizar a arte na trágica na Grécia. Sendo assim, Dionísio
representa a embriaguez, os instintos, o comportamento desmedido e as ações motivadas pela emoção.
Apolo representa a sobriedade, a ordem, o equilíbrio, a harmonia e a razão. Estas forças representam
antagonicamente a tensão artística sendo que ambas se complementam e não existem por si só, mas
somente em conjunto. Desta maneira, a arte é composta pela tensão entre estas forças.
b) A separação de Nietzsche se faz clara para ele na relação entre filosofia e arte. Para o pensador a
filosofia é representada pela figura de Apolo (sobriedade, ordem, equilíbrio, harmonia e razão) enquanto
que a arte é representada pela figura de Dionísio (embriaguez, instintos, comportamento desmedido e
ações motivadas pela emoção). Desta maneira, o conhecimento filosófico representa uma atividade
pautada pela uso da razão, já a atividade artística é pautado pelo uso dos instintos e emoção.
4. c
O erro da confusão de causa e consequência está em toda tese formulada pela moral e pela religião,
quer dizer, a razão doente considera erroneamente que o procedente está antes do precedente, por
exemplo, a causa da felicidade é a vida virtuosa diz a moral e a religião , quando, ao contrário, a
felicidade mesma é quem permite o sujeito agir virtuosamente.
5. b
O método genealógico de Nietzsche impõe em última instância que nada é sagrado, isto é, nada é
separado deste mundo e tudo possui uma origem artificial e artificiosa. Desse modo, não há maneira de
afirmar nenhuma espécie de transcendental; tudo possui uma origem imanente e se afirma a si mesmo.
A genealogia expõe essas origens e desmascara os dogmatismos disfarçados de verdade última que
desvela a realidade do mundo.
6. b
O partido comete a falta porque já estava primeiramente destruído. A verdadeira educação moral leva à
segurança do instinto. Seguindo o corpóreo como fio condutor, Nietzsche crê descrever o processo
fisiológico mesmo. E isso em vista da espiritualização da paixão, como se essa decorresse naturalmente
dos processos fisiológicos. Com o conceito de espiritualização ele retorna ao problema da moral numa
moralização afirmadora. A vontade de poder como moral pode ser compreendida como uma moralização
positiva dos impulsos, do instinto.
7. A principal distinção entre as concepções (uma religiosa e a outra filosófica) é a antropologia que cada
antropocêntrica, já a segunda nega tal centralidade. A primeira é problemática, pois exalta o homem
com uma euforia viciante e possibilita em contrapartida um egoísmo nocivo capaz de ofuscar questões
importantes. A segunda é problemática, pois nega totalmente um sentido para a existência e priva o
sujeito de motivação. Todavia, ambas abrem possibilidades; a primeira oferece a construção de uma vida
F
il.
em harmonia com a glória de Deus, e a segunda oferece a possibilidade de fortalecimento do homem
enquanto quem constrói conscientemente o mundo a partir da sua liberdade inexplicável natural.
8. b
A modernidade estabelece algumas quebras de vínculo com a tradição católica que liberam o
pensamento do homem europeu para reflexões determinadas autonomamente. O Protestantismo, a
filosofia racionalista em oposição à escolástica e o nascimento da ciência moderna em forte
contraposição aos dogmas da Igreja Católica constituem movimentos fortes contra a autoridade
eclesiástica e a favor de uma mudança na forma do ser humano compreender a si mesmo, a sociedade e
o universo.
9. c
A passagem do enunciado está inserida no texto O Crepúsculo dos Ídolos, e está relacionada à
explanação que Nietzsche faz a respeito dos quatro erros, mais especificamente o erro das causas
imaginárias, que serve para tranquilizar os homens.
10. c
Nietzsche possui uma crítica muito forte ao ponto de partida do pensamento racionalista promulgado
por Sócrates e perpetuado por Platão. O filósofo alemão tem inúmeras ressalvas ao estilo grego, às
para a vida como prêmio por seu treino ginasial, disso nada cura tão radicalmente como Tucídides. É
preciso revirá-lo linha por linha e ler seus pensamentos ocultos tanto quanto suas palavras: há poucos
pensadores tão pródigos em pensamentos ocultos. Nele acha expressão consumada a cultura dos
sofistas, quero dizer, cultura dos realistas: esse inestimável movimento em meio ao embuste moral e ideal
das escolas socráticas, que então irrompia em toda parte. A filosofia grega é como a décadence do
instinto grego; Tucídides como a grande suma, a revelação última da forte, austera, dura factualidade
que havia no instinto dos velhos helenos. A coragem ante a realidade é o que o .
(F. Nietzsche. Crepúsculo dos ídolos, ou, Como se filosofa com o martelo. São Paulo: Companhia das
Letras, 2006)
11. a
O livre-arbítrio é criticado por Nietzsche como uma forma de tornar os homens culpados diante da
humanidade. Nisso está contida também uma crítica à Igreja enquanto instituição, tal como afirma a
alternativa [A].
12. a
A República é uma obra de Platão, Leviatã de Thomas Hobbes e Microfísica do Poder foi escrita por
Michel Foucault. Sendo assim, a alternativa [A] é a única que cita somente obras escritas por Friedrich
Nietzsche.
F
ís.
Fís.
Professor: Leonardo Gomes
Monitor: João Carlos
F
ís.
Magnetismo: força magnética 27/29
ago
RESUMO
Força magnética sobre uma partícula eletrizada lançada num campo
magnético uniforme
Como já vimos, portadores de carga elétrica em movimento geram campo magnético. Se o movimento da
partícula ocorre num campo magnético uniforme, teremos a interação desses campos se manifestando
através de uma força magnética.
Essa força magnética (Força de Lorentz) é calculada por:
𝐹𝑚 = 𝑞. (𝑣 × �� )
× produto vetorial. Não é uma multiplicação!
Módulo → Fm = |q|.v.B.sen𝜃
Direção → Perpendicular ao plano determinado pelos vetores �� e 𝑣 .
Sentido →
Regra da mão direita:
A força magnética será perpendicular ao plano da palma da mão. Seu sentido será o mesmo do produto
vetorial (𝑣 × �� ) caso a carga tenha sinal positivo (q > 0). No caso da carga elétrica ser negativa (q > 0) terá
sentido contrário ao do produto vetorial.
F
ís.
Obs.: O sentido da força magnética pode também ser determinado pela regra da mão esquerda. Veja a figura
abaixo. O dedo polegar fornece o sentido da força magnética considerando q > 0. Para q < 0, o sentido da
força magnética é oposto.
Unidades no S.I.
Força (Fm) Carga elétrica (q) Velocidade (v) Campo magnético (B)
Newton (N) Coulomb (C) m/s Tesla (T)
Análise do movimento de uma partícula eletrizada lançada num campo
magnético uniforme
1) Partícula eletrizada com carga q>0 lançada paralelamente às linhas de indução magnética do campo (V//B).
Sendo: Fm = |q|.v.B.sen𝜃 e 𝜃 = 0° ou 𝜃 = 180°, em ambos os casos sen𝜃 = 0.
Sendo assim: Fm = 0, temos então, um movimento retilíneo uniforme (MRU).
𝑣 //�� → Fm = 0
2) Partícula eletrizada com carga q>0 lançada perpendicularmente às linhas de indução magnética do campo
(V_|_B).
F
ís.
Sendo Fm = q.v.B.sen𝜃 e 𝜃=90°, temos sen90°=1.
Sendo assim: Fm = q.v.B
Atenção!
Sendo 𝐹𝑚 perpendicular à 𝑣 ao longo de todo o movimento, esta força tem sua atuação como resultante
centrípeta, não variando o módulo da velocidade, mas somente sua direção, obrigando a partícula eletrizada
à realizar um movimento circular uniforme (MCU).
𝐹𝑚 = �� centrípeta
𝑣 _|_�� → MCU
Obs.: Cálculo do raio R da trajetória:
𝐹𝑚 = 𝑅𝑐𝑝 → |𝑞|𝑣𝐵 = 𝑚𝑣2
𝑅→ 𝑅 =
𝑚𝑣
𝑞𝐵
Obs.: Cálculo do período T do movimento:
𝑣 = 𝜔𝑅 → 𝑣 =2𝜋
𝑇𝑅 → 𝑣𝑇 = 2𝜋
𝑚𝑣
𝑞𝐵→ 𝑇 =
2𝜋𝑚
|𝑞|𝐵
Obs.: Cálculo da frequência f do movimento:
𝑓 =1
𝑇→ 𝑓 =
|𝑞|𝐵
2𝜋𝑚
Obs.: Período e frequência não dependem da velocidade de lançamento.
Obs.: Fm _|_ v → a Fm não realiza trabalho.
3) Partícula eletrizada com carga q>0 lançada obliquamente às linhas de indução magnética do campo.
F
ís.
Neste caso, decompomos a velocidade de lançamento v nas componentes: v1 (paralela a B) e v2
(perpendicular a B). Devido a v1 a partícula descreve um MRU e devido a v2, um MCU. A composição de um
MRU com um MCU resulta em um movimento uniforme com trajetória helicoidal.
Força magnética sobre condutores retilíneos percorridos por corrente
elétrica imersos num campo magnético uniforme
Um condutor de comprimento L, percorrido pela corrente i, está imerso em um campo de indução magnética
�� uniforme. O ângulo entre �� e o fio é 𝜃.
Vamos considerar Q a carga total livre que se movimenta no condutor. Sendo assim:
𝐹𝑚 = 𝑄. 𝑣. 𝐵. 𝑠𝑒𝑛𝜃
Sabemos que:
𝑣 =∆𝑠
∆𝑡→ 𝑣 =
𝐿
∆𝑡
E que:
𝑖 =𝑄
∆𝑡→ 𝑄 = 𝑖. ∆𝑡
Podemos então concluir que:
𝐹𝑚 = 𝑖. ∆𝑡.𝐿
∆𝑡. 𝐵. 𝑠𝑒𝑛𝜃 → 𝐹𝑚 = 𝐵. 𝑖. 𝐿. 𝑠𝑒𝑛𝜃
A direção da 𝐹𝑚 é perpendicular ao plano e o sentido é dado pela regra da mão direita (ou regra da mão
esquerda).
Força magnética entre condutores retilíneos paralelos
Correntes elétricas no mesmo sentido: Correntes elétricas em sentidos opostos:
Condutores se ATRAEM Condutores se REPELEM
Intensidade da força magnética entre os condutores:
𝐹𝑚 = 𝐵1 . 𝑖2. 𝐿 𝑜𝑢 𝐹𝑚 = 𝐵2 . 𝑖1. 𝐿
𝑐𝑜𝑚 𝐵1 =𝜇0𝑖12𝜋𝑟
𝑒 𝐵2 =𝜇0𝑖22𝜋𝑟
Assim, vem:
𝐹𝑚 =𝜇0𝑖1𝑖22𝜋𝑟
𝐿
F
ís.
EXERCÍCIOS
1. Uma partícula de carga q, com velocidade 𝑣 e massa m dentro de um campo magnético �� , fica sujeita
a uma força 𝐹𝑚 pela ação desse campo. Sobre a situação, foram feitas três afirmações.
I. A intensidade da força 𝐹𝑚 depende do valor de q.
II. O sentido da força 𝐹𝑚 depende do sinal de q.
III. A intensidade da força 𝐹𝑚 depende da velocidade v e da massa m da partícula.
A afirmativa correta é:
a) I e III apenas
b) I e II apenas
c) II e III apenas
d) I, II e III
2. Uma pequena esfera carregada eletricamente com carga positiva e em queda livre penetra em uma
região onde um campo magnético horizontal atua uniformemente. O esboço que melhor representa
a trajetória da esfera no interior dessa região é:
a) c) e)
b) d)
3. Um feixe de raios catódicos, que nada mais é do que um feixe de elétrons, está preso a um campo
magnético girando numa circunferência de raio R = 2,0cm. Se a intensidade do campo é de 4,5x10-3T
e sua carga é 1,6x10-19C e m = 9,11x10-31kg, podemos dizer que a velocidade dos elétrons, no feixe, vale:
a) 2,0x103 m/s
b) 1,6x103 m/s
c) 1,6x107 m/s
d) 2,0x107 m/s
e) 2,0x104 m/s
4. Desenvolve-se um dispositivo para abrir automaticamene uma porta no qual um botão, quando
acionado, faz com que uma corrente elétrica i = 6A percorra uma barra condutora de comprimento
L = 5cm, cujo ponto médio está preso a uma mola de constante elástica k = 5x10-2N/cm. O sistema
mola-condutor está imerso em um campo magnético uniforme perpendicular ao plano. Quando
acionado o botão, a barra sairá da posição de equilíbrio a uma velocidade média de 5m/s e atingirá a
catraca em 6 milisegundos, abrindo a porta.
F
ís.
A intensidade do campo magnético, para que o dispositivo funcione corretamente, é de:
a) 5x10-1 T
b) 5x10-2 T
c) 5x101 T
d) 2x10-2 T
e) 2x100 T
5. Uma partícula de massa m e carga elétrica positiva q entra em uma região na qual exstem um campo
elétrico e um campo magnético, ambos uniformes, constantes, perpendiculares entre si e de módulos
respectivos E e B. O peso da partícula é totalmente desprezível comparado à força elétrica, de modo
que podemos supor somente as forças elétrica e magnética agindo sobre a partícula na região.
A partícula entra na região com velocidade inicial V0, de módulo V0 = 2E/B e direção perpedicular aos
campos elétrico e magnético, e desvia-se até atingir, com velocidade nula, uma distância máxima d da
reta suporte da velocidade inicial V0. A partícula volta a aproximar-se dessa reta, de modo que sua
trajetória é uma curva plana como ilustra a figura a seguir.
Considerando como dados E, B, q e m, calcule a distância d.
F
ís.
6. O acelerador LHC colidiu dois prótons, girando em trajetórias circulares com sentidos opostos, sendo
um no sentido horário e o outro no sentido anti-horário, veja a figura. Considere que as trajetórias dos
prótons antes da colisão eram mantidas circulares devido unicamente à interação de campos
magnéticos perpendiculares ao plano das órbitas dos prótons. Com fundamentos no
eletromagnetismo, é correto afirmar:
(01) A finalidade do campo magnético é apenas mudar a direção da velocidade dos prótons.
(02) A finalidade do campo magnético é aumentar a energia cinética dos prótons.
(04) O próton que está girando no sentido horário está submetido a um campo magnético que possui
um sentido que está entrando no plano da página.
(08) A força magnética aplicada em cada próton possui direção tangente à trajetória.
(16) A força magnética aplicada em cada próton não realiza trabalho.
7. A figura a seguir representa uma partícula com carga elétrica q e velocidade 𝑣 , entrando em uma região
onde há um campo magnético �� orientando para dentro da página e perpendicular a um campo
elétrico �� .
Essa configuração de campos elétrico e magnético funciona como um seletor de velocidade para
partículas carregadas. Desprezando-se a força gravitacional, a velocidade em que a partícula não sofre
desvio, ou seja, a força elétrica anula a força magnética, é dada por:
a) qE/B
b) E/B
c) B/q
d) B/E
8. A figura mostra a tela de um osciloscópio onde um feixe de elétrons, que provém perpendicularmente
da página para seus olhos, incide no centro da tela. Aproximando-se lateralmente da tela dois imãs
iguais com seus respectivos polos mostrados, verificar-se-á que o feixe:
a) será desviado para cima.
b) será desviado para baixo.
c) será desviado para a esquerda.
d) será desviado para a direita.
e) não será desviado.
F
ís.
9. Uma partícula com carga q = 2,0𝛍C, de massa m = 1,0x10-7kg penetra, com uma velocidade v = 20m/s,
num campo magnético uniforme de indução B = 4,0T através de um orifício existente no ponto O de
um anteparo. Determine a que distância do ponto O a partícula incide no anteparo.
10. Duas partículas, A e B, de massas e cargas elétricas desconhecidas, entram numa região onde há um
campo magnético uniforme, com velocidades idênticas e perpendiculares ao campo. Elas descrevem
trajetórias circulares de raios ra e rb, respectivamente, tais que ra > rb. A respeito de suas massas e cargas,
podemos dizer que:
a) qa > qb; ma = mb
b) qa = qb: ma < mb
c) ma/qa > mb/qb
d) ma/qa < mb/qb
e)ma/qa = mb/qb
11. Um condutor retilíneo é percorrido por uma corrente elétrica igual a 50A. Medindo 25m de
comprimento, esse condutor está totalmente imerso num campo magnético uniforme, cuja
intensidade é B = 2,5x10-5T. Determine a direção, o sentido e a intensidade de força magnética sobre o
condutor, sabendo que ele forma um ângulo de 30° com a direção do campo.
12. A intensidade da força de interação eletromagnética entre dois condutores retilíneos, dispostos
paralelamente um ao outro e percorridos por correntes elétricas de intensidades i1 e i2 é dada pela
equação.
F = µ0.L.i1.i2/2πd
Dois condutores idênticos estão dispostos paralelamente um ao outro, como mostra figura, distantes
10,00cm um do outro. Se a distância entre estes condutores passar a ser o dobro da inicial, eles irão
___________com uma força de intensidade_____________.
a) repelir-se; 2F
b) repelir-se; F/2
c) atrair-se; 2F
d) atrair-se; F/2
e) atrair-se; √𝐹
13. Uma partícula de massa m e carga q positiva, em movimento retilíneo uniforme, penetra em uma região
na qual há um campo magnético uniforme, vertical e de módulo B. Ao sair da região, ela retoma um
movimento retilíneo uniforme. Todo o movimento se processa em um plano horizontal e a direção do
movimento retilíneo final faz um ângulo 𝜃 com a direção do movimento retilíneo inicial. A velocidade
da partícula é grande o bastante para desprezarmos a força gravitacional, de modo a considerarmos
apenas a força magnética sobre ela.
F
ís.
a)
da velocidade do movimento retilíneo inicial.
b) Calcule quanto tempo a partícula demora para atravessar a região em que há campo magnético
em função de q, m, B e 𝜃.
QUESTÃO CONTEXTO
um acelerador. A uma distância d dessa janela existe uma placa de metal perpendicular à direção do feixe
(figura abaixo).
(a) Mostre que é possível evitar que o feixe atinge a placa aplicando um campo uniforme �� tal que:
B ≥ √2𝑚𝐸
𝑒²𝑑²
Onde m é a massa e e a carga do elétron.
(b) Qual deve ser a orientação do campo elétrico �� ?
F
ís.
GABARITO
Exercícios
1. b
2. d
3. c
𝑅 =𝑚𝑣
𝑞𝐵→ 𝑣 =
𝑅𝑞𝐵
𝑚=
2. 10−2. 1,6. 10−19. 4,5. 10−3
9,11. 10−31≅ 1,6. 107
𝑚
𝑠
4. a
F
ís.
5.
6.
7. b
Para a condição de equilíbrio da situação descrita, as duas forças (elétrica e magnética) devem se
equilibrar:
𝐹𝑒 = 𝐹𝑚𝑎𝑔 → 𝐸𝑞 = 𝑞𝑣𝐵 → 𝑣 =𝐸
𝐵
8. b
Pela regra da mão esquerda a força magnética estará para cima, mas como são eletros estará para baixo.
9.
𝑅 =𝑚𝑣
𝑞𝐵=
10−7. 20
2. 10−6. 4= 0,25 𝑚 = 25 𝑐𝑚
10. c
F
ís.
11. O módulo da força é calculado através da expressão:
𝐹 = 𝐵𝑖𝑙𝑠𝑒𝑛𝜃 = 2,5. 10−5. 50.25. 𝑠𝑒𝑛30° = 1,5625. 10−5 𝑁
0,015625N; direção: perpendicular ao plano da folha e sentido: entrando na folha.
12. d
Dobrando-se a distância r a força magnética passa a ter intensidade F/2 e tendo mesmo sentido os
condutores se atraem.
13.
Questão contexto
a) B ≥ √2𝑚𝐸
𝑒²𝑑²
b) B deve ter direção perpendicular ao plano da folha e orientado de modo a estar saindo dela.
F
ís.
Fís.
Professor: Leonardo Gomes
Monitor: João Carlos
F
ís.
Magnetismo: imã 27/29
ago
RESUMO
Ímãs e magnetos
Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta. Podendo ser ele
natural ou artificial.
Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita. Já o ímã
artificial é feito de um material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente ou
instantaneamente características de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes ou temporais
• Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após cessar
o processo de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
• Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro campo
magnético, os materiais que possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
Polos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um ímã é composto por dois polos magnéticos,
norte e sul, normalmente localizados em suas extremidades, exceto quando estas não existirem, como em
um ímã em forma de disco, por exemplo. Por esta razão são chamados dipolos magnéticos.
Para que sejam determinados estes polos, se deve suspender o ímã pelo centro de massa e ele se alinhará
aproximadamente ao polo norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta forma, o polo
norte magnético deve apontar para o polo norte geográfico e o polo sul magnético para o polo sul
geográfico.
Atração e repulsão
Ao manusear dois ímãs percebemos claramente que existem duas formas de colocá-los para que estes sejam
repelidos e duas formas para que sejam atraídos. Isto se deve ao fato de que polos com mesmo nome se
repelem, mas polos com nomes diferentes se atraem, ou seja:
Esta propriedade nos leva a concluir que os polos norte e sul geográficos não coincidem com os polos norte
e sul magnéticos. Na verdade eles se encontram em pontos praticamente opostos, como mostra a figura
abaixo:
F
ís.
A inclinação dos eixos magnéticos em relação aos eixos geográficos é de aproximadamente 191°, fazendo
com os seus polos sejam praticamente invertidos em relação aos polos geográficos.
Interação entre polos
Dois polos se atraem ou se repelem, dependendo de suas características, à razão inversa do quadrado da
distância entre eles. Ou seja, se uma força de interação F é estabelecida a uma distância d, ao dobrarmos
esta distância a força observada será igual a uma quarta parte da anterior F/4. E assim sucessivamente.
Inseparabilidade dos polos de um ímã
Esta propriedade diz que é impossível separar os polos magnéticos de um ímã, já que toda vez que este for
dividido serão obtidos novos polos, então se diz que qualquer novo pedaço continuará sendo um dipolo
magnético.
Campo Magnético
É a região próxima a um ímã que influencia outros ímãs ou materiais ferromagnéticos e paramagnéticos,
como cobalto e ferro.
Compare campo magnético com campo gravitacional ou campo elétrico e verá que todos estes têm as
características equivalentes.
Também é possível definir um vetor que descreva este campo, chamado vetor indução magnética e
simbolizado por . Se pudermos colocar uma pequena bússola em um ponto sob ação do campo o vetor
terá direção da reta em que a agulha se alinha e sentido para onde aponta o polo norte magnético da
agulha.
Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução magnética associado veremos linhas que são
chamadas linhas de indução do campo magnético. estas são orientados do polo norte em direção ao sul, e
em cada ponto o vetor tangencia estas linhas.
F
ís.
As linhas de indução existem também no interior do ímã, portanto são linhas fechadas e sua orientação interna
é do polo sul ao polo norte. Assim como as linhas de força, as linhas de indução não podem se cruzar e são
mais densas onde o campo é mais intenso.
Campo Magnético Uniforme
De maneira análoga ao campo elétrico uniforme, é definido como o campo ou parte dele onde o vetor
indução magnética é igual em todos os pontos, ou seja, tem mesmo módulo, direção e sentido. Assim sua
representação por meio de linha de indução é feita por linhas paralelas e igualmente espaçadas.
A parte interna dos imãs em forma de U aproxima um campo magnético uniforme.
EXERCÍCIOS
1. Três barras, PQ, RS e TU, são aparentemente idênticas.
Verifica-se experimentalmente que P atrai S e repele T; Q repele U e atrai S. Então, é possível concluir
que:
a) PQ e TU são ímãs
b) PQ e RS são imãs
c) RS e TU são imãs
d) as três são imãs
e) somente PQ é imã
F
ís.
2. A figura mostra um pedaço de ferro nas proximidades de um dos polos de um imã permanente.
Selecione a alternativa que completa corretamente as lacunas nas seguintes afirmações sobre essa
imã de S e o norte de N, uma possível distribuição dos polos nas extremidades K, L e M é,
a) atraída N, N e S
b) atraída N, S e N
c) repelida N, S e N
d) repelida S, S e N
e) repelida S, N e S
3. Na figura, um imã natural, cujos polos magnéticos norte, N, e sul, S, estão representados, equilibra
dois pregos 1 e 2. Os pontos A e B pertencem a 1 e os pontos C e D pertencem a 2.
a) B e C são polos norte
b) A é um polo norte e D um polo sul
c) A e D são polos sul
d) A é um polo sul e B um polo norte
e) B é um polo sul e D um polo norte
4. A figura representa a posição de um imã em forma de ferradura em relação aos pontos cardeais.
Desenhe a agulha magnética de uma bússola e sua orientação quando colocada no ponto P. Considere
que as forças magnéticas da Terra e do imã sobre a agulha tenham a mesma intensidade.
F
ís.
5. A Terra é considerada um imã gigantesco, que tem as seguintes características:
a) O polo Norte geográfico está exatamente sobre o polo sul magnético, e o Sul geográfico está na
mesma posição que o norte magnético.
b) O polo Norte geográfico está exatamente sobre o polo norte magnético, e o Sul geográfico está
na mesma posição que o sul magnético.
c) O polo norte magnético está próximo do polo Sul geográfico, e o polo sul magnético está próximo
do polo Norte geográfico.
d) O polo norte magnético está próximo do polo Norte geográfico, e o polo sul magnético está
próximo do polo Sul geográfico.
e) O polo Norte geográfico está defasado de um ângulo de 45º do polo sul magnético, e o polo Sul
geográfico está defasado de 45º do polo norte magnético.
6. Pares de imãs em forma de barra são dispostos conforme indicam as figuras a seguir:
A letra N indica o polo Norte e o S o polo Sul de cada uma das barras. Entre os imãs de cada um dos
pares anteriores (a), (b) e (c) ocorrerão, respectivamente, forças de:
a) atração, repulsão, repulsão;
b) atração, atração, repulsão;
c) atração, repulsão, atração;
d) repulsão, repulsão, atração;
e) repulsão, atração, atração.
7. Um pedaço de ferro é posto nas proximidades de um ímã, conforme o esquema abaixo.
Qual é a única afirmação correta relativa à situação em apreço?
a) é o imã que atrai o ferro
b) é o ferro que atrai o ímã
c) a atração do ferro pelo ímã é mais intensa do que a atração do ímã pelo ferro
d) a atração do ímã pelo ferro é mais intensa do que a atração do ferro pelo ímã
e) a atração do ferro pelo ímã é igual à atração do ímã pelo ferro
F
ís.
8. Uma agulha magnética atravessada numa rolha de cortiça flutua num recipiente que contém água, na
posição mostrada na figura 1, sob a ação do campo magnético terrestre.
Coloca-se, envolvendo o recipiente, um outro imã com seus pólos posicionados como indicado na
figura 2:
A nova posição da agulha, sob a ação dos dois campos magnéticos, será:
a)
d)
b)
e)
c)
F
ís.
9. Os ímãs 1, 2 e 3 foram cuidadosamente seccionados em dois pedaços simétricos, nas regiões indicadas
pela linha tracejada.
Analise as afirmações referentes às consequências da divisão dos ímãs:
I. todos os pedaços obtidos desses ímãs serão também ímãs, independentemente do plano de secção
utilizado;
II. os pedaços respectivos dos ímãs 2 e 3 poderão se juntar espontaneamente nos locais da separação,
retomando a aparência original de cada ímã;
III. na secção dos ímãs 1 e 2, os polos magnéticos ficarão separados mantendo cada fragmento um
único polo magnético.
Está correto o contido apenas em
a) I
b) III
c) I e II
d) I e III
e) II e III
10. A figura representa as linhas de indução do campo magnético de um imã em forma de barra.
a) Represente como se disporiam pequenas agulhas magnéticas ( ) colocadas nos pontos 1, 2, 3
e 4.
b) Represente o vetor indução magnética, , , e ,
11. A figura representa as linhas de indução do campo magnético terrestre. O magnetismo terrestre levou
à invenção da bússola, instrumento essencial para as grandes navegações e descobrimentos do século
XV e, segundo os historiadores, já utilizada pelos chineses desde o século X. Em 1600, William Gilbert,
em sua obra denominada De Magnete, explica que a orientação da agulha magnética se deve ao fato
de a Terra se comportar como um imenso ímã, apresentando dois pólos magnéticos.
Muitos são os fenômenos relacionados com o campo magnético terrestre. Atualmente, sabemos que
feixes de partículas eletrizadas (elétrons e prótons), provenientes do espaço cósmico, são capturados
pelo campo magnético terrestre, ao passarem nas proximidades da Terra, constituindo bom exemplo
de movimento de partículas carregadas em um campo magnético.
F
ís.
Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S):
(01) O sentido das linhas de indução, mostradas na figura, indica que o pólio sul magnético está
localizado próximo ao polo norte geográfico.
(02) O sentido das linhas de indução, mostradas na figura, indica que o polo norte magnético está
localizado próximo ao polo norte geográfico.
(04) As linhas de indução do campo magnético da Terra mostram que ela se comporta como um
gigantesco ímã, apresentando dois polos magnéticos.
(08) O polo norte da agulha de uma bússola aponta sempre para o pólio sul magnético da Terra.
(16) O módulo do campo magnético terrestre aumenta, à medida que se afasta da superfície da Terra.
SOMA: ( )
QUESTÃO CONTEXTO
Um bonequinho está preso, por um ímã a ela colado, à porta vertical de uma geladeira.
a) Desenhe esquematicamente esse bonequinho no caderno de respostas, representando e nomeando as
forças que atuam sobre ele.
b) o coeficiente de atrito estático entre
o ímã e a porta da geladeira, qual deve ser o menor valor da força magnética entre o ímã e a geladeira
para que o bonequinho não caia? Dado: g = 10m/s2.
F
ís.
GABARITO
Exercícios
1. a
P repele T → P e T são polos iguais de imãs (suponhamos que seja norte N).
Q repele U → Q e U são polos iguais de imãs (polo sul).
P atrai S → S pode ser um polo sul ou uma barra de ferro não imantada.
Q atrai S → S pode ser um polo norte ou uma barra de ferro não imantada.
Conclusão: PQ e TU são imãs e RS podem ser imãs, mas não tem como afirmar.
2. b
A extremidade L do pedaço de ferro é atraída pelo polo K do imã (imã atrai ferro independente da
polaridade) uma das possibilidades é a da figura da questão.
3. b
A - Norte
B - Sul
C - Norte
D Sul
4.
5. c
A afirmação correta é a da letra c. O polo norte magnético está próximo ao polo sul geográfico, e o polo
sul magnético está próximo ao sul geográfico. Os polos magnéticos e geográficos não se coincidem,
estando afastados 11,5º um do outro.
6. a
Polos de mesmo nome se repelem mutuamente enquanto polos de nomes opostos se atraem
mutuamente.
7. e
As forças magnéticas obedecem ao princípio da ação e reação (tem sempre mesma intensidade, mesma
direção mas sentidos contrários) e surgem sempre aos pares.
8. c
A alternativa mais coerente é a C, supondo as forças que a agulha troca com a Terra e com o imã
comparáveis.
9. a
I Correta. Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo
após cessar o processo de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
F
ís.
II Falsa. Podemos perceber que depois do corte, teremos que:
E na situação 3 os imãs não retomariam à posição original.
III Falsa. Como visto anteriormente na proposição II, somente as peças I e II retomam à posição original
pós-corte.
10. a) As agulhas magnéticas terão, em cada ponto, seu polo norte indicando o sentido de .
b) O vetor indução magnética em cada ponto é tangente às linhas de indução com o mesmo sentido
das linhas de indução.
11. Soma (01 + 04 + 08)=13
Questão Contexto
a)
b) Equilíbrio na vertical → Fat=P=mg=0,02.10 Fat=0,2N Fat= N 0,2=0,5.FN FN=0,4N
Equilíbrio na horizontal → Fmag=FN Fmag=0,4N
1
Ge
o.
Geo.
Professor: Claudio Hansen
Monitora: Vinicius Brean
2
G
eo
.
Cartografia 27/29
ago
RESUMO
Cartografia
Localizar-se e orientar-se no espaço sempre foi uma preocupação do ser humano. Hoje, conseguimos fazer
isso como muito mais eficiência. Mas o que é cartografia? A cartografia é a ciência responsável por pensar,
elaborar e estudar os mapas.
Coordenadas geográficas
Conjunto de linhas imaginárias que cruzam o globo terrestre e permitem que qualquer ponto da superfície
terrestre seja localizado. Essa grade é composta por:
● Latitude: É um traçado perpendicular (horizontal) ao eixo de rotação da Terra. O paralelo ou latitude 0°
corresponde à Linha do Equador e divide o planeta nos Hemisférios Sul e Norte. A latitude, portanto, é a
medida de distância de um ponto ao Equador e, quanto mais distante desse paralelo, maior é o grau,
podendo chegar a 90°N ou 90°S.
● Longitude: É um traçado paralelo (vertical) ao eixo de rotação da Terra. O meridiano 0° é o Meridiano de
Greenwich, que divide a Terra nos Hemisférios Oeste (Ocidental) e Leste (Oriental). A longitude aumenta
à medida que se distancia do Meridiano de Greenwich, podendo alcançar os valores de 180°O e 180°L.
Fusos horários
O fuso horário é uma convenção que define o padrão de horas no mundo. Esse sistema de fusos representa
a mudança de hora à medida que se desloca de um fuso para outro. Ao se dividir os 360° da esfera terrestre
por 24 horas (duração do movimento de rotação da Terra), se obtém como resultado 15°. Desse modo, cada
fuso possui 15° e cada um corresponde a 1 hora, totalizando 24 fusos.
Todas as regiões que se encontram dentro de um mesmo fuso possuem o mesmo horário. Porém, devido ao
fato dos fusos não considerarem as divisões político-administrativas, como países, cidades, estados, entre
outros, foram realizadas algumas adaptações para unificar o horário de uma mesma unidade político-
administrativa.
Escalas
Para a representação em um plano de uma estrutura de grandes dimensões como a Terra, é necessário que
exista uma relação entre as dimensões reais e as dimensões da representação no mapa.
● Escala numérica: 1:500.000 (1 centímetro no mapa equivale a 500.000 centímetros na realidade).
A escala numérica é representada dessa forma e significa quantas vezes determinado mapa representa
uma redução da realidade.
● Escala pequena
Quanto maior o denominador, menor é a escala. Isso significa que os elementos reais foram muito
reduzidos, o que ocorre quando são representadas áreas muito grandes. Ideal para representar um mapa
do mundo, de um país ou estado.
● Escala grande
Quanto menor o denominador, maior é a escala. Isso significa que os elementos reais não foram muito
reduzidos, o que ocorre quando são representadas áreas pequenas.
3
G
eo
.
Existe uma fórmula utilizada para descobrir a escala de um mapa, a distância real de uma área representada
ou a distância no mapa: a fórmula D= d x E (D - distância real; d - distância no mapa; E - escala).
Projeção cartográfica
As projeções cartográficas permitem representar a superfície esférica da Terra em um plano. Diferenciam-se
de acordo com a superfície de projeção:
● Cilíndrica: a Terra é envolvida por um cilindro de papel, em que são projetados os paralelos e os
meridianos. Depois de projetadas essas linhas imaginárias, o cilindro é aberto ao longo de um meridiano,
formando ângulos de 90° com os paralelos. Quanto mais distante do paralelo ou meridiano central, maior
é a distorção.
● Cônica: a Terra é representada sobre um plano em forma de cone, em que os paralelos formam círculos
concêntricos, ou seja, um dentro do outro. Os paralelos médios possuem a menor distorção.
● Azimutal (ou Plana): a Terra é representada a partir de um ponto de contato com a superfície de projeção.
Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos formam linhas retas que se separam a partir
do ponto de contato. À medida que se afasta do ponto de contato, se aumenta a deformação.
A projeção cartográfica é uma tentativa de representar a Terra em um plano e sempre irá apresentar
distorções, podendo ser classificada em:
● Conforme: os ângulos são idênticos aos do globo terrestre. A forma dos continentes é representada sem
distorção, porém, há alteração do tamanho de suas áreas.
● Equivalente: as áreas se mantêm proporcionalmente idênticas, embora as formas estejam deformadas.
● Equidistante: as distâncias entre os pontos de um mapa são precisas.
● Afilática: não preserva as propriedades anteriores, porém, a distorção dos ângulos, das áreas e das
distâncias tende ao mínimo possível.
Cartografia temática
A cartografia temática busca trazer para os mapas dados qualitativos e quantitativos adquiridos pela Geografia
e outras ciências, expressando-os de forma gráfica. Existe a preocupação de apresentar os dados com a
precisão gráfica que cabe à cartografia básica, facilitando a tomada de decisões ao auxiliar na compreensão
dos temas (sociais e naturais) que compõem o espaço geográfico. A representação da distribuição de
recursos minerais e energéticos no Brasil e a distribuição da população no território brasileiro são alguns dos
temas apresentados pela cartografia temática.
Tecnologias aplicadas à cartografia
Cabe destacar o papel das novas tecnologias aplicadas à cartografia, como os satélites e o GPS. Esses
instrumentos possibilitam a coleta e o processamento de informações como nunca antes vistos.
● Sensoriamento Remoto: é a obtenção de imagens a partir de sensores acoplados nos satélites ou aviões.
É a captação e registro de imagens a longa distância. Podem ser obtidas imagens de florestas, cidades,
nuvens, entre outros.
● Sistema de Posicionamento Global (GPS): Desenvolvido na época da Guerra Fria, o GPS aponta com
precisão a localização de um objeto ou pessoa. Entre suas utilizações, se encontra o direcionamento em
ruas e rodovias, quando instalado em automóveis.
4
G
eo
.
EXERCÍCIOS
1.
QUEIROZ FILHO, A. P.; BIASI, M. Técnicas de cartografia. In: VENTURI, L. A. B. (Org.). Geografia: práticas de campo,
laboratório e sala de aula. São Paulo: Sarandi, 2011 (adaptado).
As figuras representam a distância real (D) entre duas residências e a distância proporcional (d) em uma
representação cartográfica, as quais permitem estabelecer relações espaciais entre o mapa e o terreno.
Para a ilustração apresentada, a escala numérica correta é
a) 1/50.
b) 1/5 000.
c) 1/50 000.
d) 1/80 000.
e) 1/80 000 000.
2. O Campus da USP - Butantã dista, aproximadamente, 23 km do Campus da USP - Zona Leste e 290 km
do Campus da USP - Ribeirão Preto, em linha reta. Para representar essas distâncias em mapas, com
dimensões de uma página de aproximadamente 25 × 18 cm, as escalas que mostrarão mais detalhes
serão, respectivamente,
3. Esse é um recorte de parte da planta da cidade de São Paulo, onde foi traçado um segmento de reta
AB , com 0,11 m. A distância real entre esses dois pontos é de 1 760 m.
5
G
eo
.
Partindo dessas informações, calcule a escala da planta utilizando a fórmula e u , E U onde: e E escala
ou razão escolhida, sendo e = 1; U = unidades medidas no terreno; u = unidades que devem ser
colocadas no papel para representar U.
A escala da planta é
a) 1 : 16 000.
b) 1 : 10 500.
c) 1 : 15 000.
d) 1 : 25 000.
e) 1 : 5 000
4. Abaixo é reproduzido um mapa-múndi na projeção de Mercator
É possível afirmar que, nesta projeção,
a) os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o que promove um aumento
das massas continentais em latitudes elevadas.
b) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o que distorce mais as porções
terrestres próximas aos polos e menos as porções próximas ao equador.
c) não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma latitude, possibilitando o uso
deste mapa para a navegação marítima até os dias atuais.
d) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de 90°, o que possibilita a
representação da Terra sem deformações. e) os meridianos e paralelos se cruzam formando
ângulos de 90°, o que distorce mais as porções terrestres próximas ao equador e menos as porções
próximas aos pólos.
5. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
6
G
eo
.
Planisférios e globos terrestres são representações da Terra que permitem conhecê-la em sua
totalidade, indicando o domínio da espécie humana sobre o mundo. Com base no globo terrestre, no
planisfério e nos conhecimentos cartográficos, considere as afirmativas a seguir.
I. Pela rede de coordenadas geográficas, com a identificação de pontos onde se cruzam paralelos
e meridianos, é possível localizar qualquer ponto na superfície terrestre.
II. A medida angular de longitude varia de 0º, em Greenwich, a 180º, em posição oposta, o
antimeridiano, onde se localiza a Linha Internacional da Data (LID).
III. O Equador é o paralelo principal, traçado a igual distância dos polos, que divide a Terra
horizontalmente em dois hemisférios: o Setentrional ou Boreal e o Meridional ou Austral.
IV. A representação da Terra, tanto pelo globo quanto pelo planisfério, permite visualizar toda a
superfície terrestre de uma só vez, com a distribuição uniforme de superfícies continentais e
oceânicas. Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas
6. Análise as representações cartográficas.
(M. E. Simielli, Geoatlas, 2007.)
Estas representações são anamorfoses geográficas. Uma anamorfose geográfica representa a
superfície dos países em áreas proporcionais a uma determinada quantidade. As anamorfoses acima
representam, respectivamente:
a) Número de turistas recebidos e Produto Nacional Bruto.
b) Produto Nacional Bruto e População.
c) População e Número de turistas recebidos.
d) População ativa na agricultura e Produto Nacional Bruto.
e) População e População ativa na agricultura.
7
G
eo
.
7.
Disponível em: www.unric.org. Acesso em: 9 ago. 2013.
A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo. A figura que ilustra o modelo dessa
projeção é:
a) c) e)
b) d)
8.
www.nationalgeographic.com
Se uma imagem vale mais do que mil palavras, um mapa pode valer um milhão mas cuidado. Todos
os mapas distorcem a realidade. (...) Todos os cartógrafos procuram retratar o complexo mundo
tridimensional em uma folha de papel ou em uma televisão ou tela de vídeo. Em resumo, o autor avisa,
todos os mapas precisam contar mentirinhas. MARK MONMONIER
Traduzido de How to lie with maps. Chicago/London: The University of Chicago of Press, 1996.
8
G
eo
.
Observe o planisfério acima, considerando as ressalvas presentes no texto. Para deslocar-se
sequencialmente, sem interrupções, pelos pontos A, B, C e D, percorrendo a menor distância física
possível em rotas por via aérea, as direções aproximadas a serem seguidas seriam:
a) Leste Norte Oeste
b) Oeste Norte Leste
c) Leste Noroeste Leste
d) Oeste Noroeste Oeste
9. As figuras abaixo foram construídas utilizando a projeção do tipo azimutal equidistante.
SENE, E. de; MOREIRA, J. C. Geografia geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. São Paulo: Scipione, 2003. p.
446.
Sobre esse tipo de projeção, podemos afirmar que
a) representa as áreas de latitudes médias e a conservação das formas e dos ângulos continentais.
b) mostra um mundo igual para as pessoas e as nações, apresentando, pois, um conteúdo político e
social.
c) conserva as formas das massas e a proporcionalidade dos diversos continentes.
d) representa distâncias e direções exatas a partir de um centro, revelando, dessa forma, um conteúdo
geopolítico.
10. Considere o desenho esquemático a seguir, que apresenta dois morros situados ao sul do Trópico de
Capricórnio com seus respectivos relevos, representados em curvas de nível. Considera-se que as
vertentes dos morros que recebem maior quantidade de energia solar são mais quentes e secas. Em
consequência, essas vertentes têm solos frequentemente mais rasos e horizontes menos desenvolvidos
do que as vertentes menos expostas à luz do Sol.
Sabendo-se que o Sol nasce no Oriente, pode-se afirmar que as vertentes dos morros que apresentam
os solos mais profundos são as de números:
a) 1 e 3.
b) 1 e 4.
c) 2 e 3.
d) 2 e 4.
e) 3 e 4.
9
G
eo
.
11.
Fonte: OLIVEIRA, C. Curso de cartografia moderna, 1998.
O mapa representa o Pão de Açúcar e o Morro da Urca, no Rio de Janeiro, utilizando, para tanto, as
chamadas curvas de nível. Essas linhas são traçadas de forma a indicar os pontos do relevo que
possuem a mesma:
a) declividade.
b) formação geológica.
c) altitude em relação ao nível do mar.
d) profundidade da camada superficial de solo.
12.
WATTERSON, Bill. Calvin e Haroldo: Yukon ho! São Paulo: Conrad, 2008.
Na tirinha, Calvin e o tigre Haroldo usam um globo terrestre para orientar sua viagem da Califórnia, nos
Estados Unidos, para o território do Yukon, no extremo norte do Canadá. Considerando as áreas de
origem e destino da viagem pretendida, nota-se que o tigre comete um erro de interpretação no último
quadrinho.
Esse erro mostra que Haroldo não sabe que o globo terrestre é elaborado com base no seguinte
elemento da linguagem cartográfica:
a) escala pequena
b) projeção azimutal
c) técnica de anamorfose
d) convenção equidistante
10
G
eo
.
13. Um executivo sempre viaja entre as cidades A e B, que estão localizadas em fusos horários distintos. O
tempo de duração da viagem de avião entre as duas cidades é de 6 horas. Ele sempre pega um voo
que sai de A às 15h e chega à cidade B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, ao chegar à cidade
B, soube que precisava estar de volta à cidade A, no máximo, até as 13h do dia seguinte (horário local
de A).
Para que o executivo chegue à cidade A no horário correto e admitindo que não haja atrasos, ele deve
pegar um voo saindo da cidade B, em horário local de B, no máximo à(s)
a) 16h.
b) 10h.
c) 7h.
d) 4h.
e) 1h.
14. Leia o texto e observe o mapa.
Em 1884, durante um congresso internacional, em Washington, EUA, estabeleceu-se um padrão
mundial de tempo. A partir de então, ficou convencionado que o tempo padrão teórico, nos diversos
países do mundo, seria definido por meridianos espaçados a cada 15, tendo como origem o meridiano
de Greenwich, Inglaterra (Reino Unido).
De Agostini, 2011. Adaptado.
Com base no mapa e nas informações acima, considere a seguinte situação: João, que vive na cidade
de Pequim,
China, recebe uma ligação telefônica, às 9h da manhã de uma segunda-feira, de Maria, que vive na
cidade de
Manaus, Brasil. A que horas e em que dia da semana Maria telefonou?
a) 21h do domingo.
b) 17h do domingo.
c) 21h da segunda-feira.
d) 17h da terça-feira.
e) 21h da terça-feira.
11
G
eo
.
QUESTÃO CONTEXTO
Observe a projeção e responda
Figura 1.Fonte https://www.infoescola.com/cartografia/projecao-de-mercator/
Segundo a projeção de Mercator, em quais porções da Terra representadas no mapa não ocorre distorção e
onde a distorção é mais acentuada? A projeção de Mercator é um exemplo do grande desenvolvimento da
cartografia no século XVI. A que contexto histórico e econômico está associado esse desenvolvimento da
cartografia?
12
G
eo
.
GABARITO
Exercícios
1. c
Para resolver esta questão sobre escala deve-se primeiramente recordar da fórmula E = D\d,
representa a escala que deseja-
entre um ponto a outro no mapa. Antes de resolver a fórmula é necessário colocar todas as medidas em
uma mesma medida de comprimento, neste caso, o milímetro. Ao substituir as letras pelos dados
apresentados tem-se E = 2.000.000\40 = 1:50 000.
2. a
A melhor opção é, respectivamente, 1:200.000 e 1: 2.000.000. Se dividirmos os 23km por 2km (produto
da redução da escala 1:200.000 para quilômetros), obteremos 11,5cm; se dividirmos os 290km por 20km
(redução da escala 1: 2.000.000), obteremos 14,5cm. São medidas perfeitamente cabíveis na página da
prova, que possui aproximadamente 25,0cm x 18,0cm. Nas escalas 1:500.000 e 1:5.000.000, as distâncias
cabem, mas apresentam menos detalhes, pois as medidas resultariam, respectivamente, 4,6cm e 5,8cm.
Nas escalas 1:10.000 e 1:200.000, as distâncias ficam desproporcionais em relação à página
(respectivamente, 230cm e 145cm).
3. a
Escalas são relações de proporção e, no caso dos mapas, elas são elaboradas em escala de redução.
Dados: 0,11 m no mapa correspondem a 1.760 m no terreno: 1 ------- x (escala) 0,11 ------ 1.760 1.7601 x 0,11
x 16.000
4. b
Todas as projeções apresentam distorção de algum nível. A projeção de Mercator privilegia as regiões de
baixa latitude (apresentadas com menor distorção), em detrimento das médias e altas latitudes. Nela os
paralelos e meridianos se cruzam formando ângulos de 90º.
5. d
A afirmação IV está incorreta, devido à distorção dos continentes e oceanos que ocorre com a
representação da Terra nos planisférios, única maneira de visualizar toda a superfície terrestre de uma só
vez. Enquanto na representação através dos globos não ocorre deformações, mas é impossível visualizar
a superfície em sua plenitude.
6. b
As anamorfoses indicam os países que mais exportam e os que mais importam armamentos, já que dá
destaque, em I, para Estados Unidos, Europa e Rússia, principais exportadores, e, em II, para Oriente
Médio, restante da Ásia, além de Colômbia (área das Farc) e Venezuela; todas grandes importadores.
7. a
O símbolo da ONU Organização das Nações Unidas é uma representação baseada na projeção azimutal
do globo, no qual o plano tangencia o globo no polo.
8. a
É possível orientar-se corretamente entre os pontos assinalados no planisfério, deslocando-se pela menor
distância possível da seguinte forma: do ponto A ao ponto B, deve-se seguir para o leste, uma vez que a
Terra é uma esfera e atravessar o Oceano Pacífico é o menor caminho para ir do Japão à Costa Oeste
norteamericana; do ponto B ao ponto C, no norte canadense, a direção correta é a norte, seguindo a
linha do meridiano que passa entre os dois pontos e que converge para o Pólo Norte; do ponto C ao
ponto D, pela direção oeste, apenas o Estreito de Behring separa o continente americano do asiático.
13
G
eo
.
9. d
As representações cartográficas da questão são as mesmas, mudando apenas a centralidade do mapa.
Portanto, a mudança de centralidade representa uma opção geopolítica.
10. d
As vertentes 2 e 4 expõem-se menos ao Sol, e, portanto, os solos são mais profundos e úmidos.
11. c
Trata-se de um mapa que representa nível ou altitude de um terreno ou do relevo de uma dada região,
representam a altitude acima do nível médio dos mares
12. a
Esse uso de uma escala pequena foi exatamente o que o tigre Haroldo demonstrou desconhecer quando
afirmou que a viagem seria curta, ao observar a pequena distância do trajeto de sua viagem na
representação do globo terrestre. Se ele tivesse a noção de proporção que essa escala pequena envolve,
teria concluído que a viagem seria muito longa.
13. d
Temos que a viagem demorou 6 horas, assim, quando a pessoa decolou as 15 h da cidade A, a hora na
cidade B era de 18 6 = 12 h. Assim, podemos perceber que, entre as cidades A e B, há diferença de fuso
horário de 3 horas. Assim, quando forem 13 h em A, serão 10 h em B, assim, para chegar na cidade A nesse
horário, ele teria que decolar as 4 h da cidade B, já que a viagem leva 6 h.
14. a
João está a 120o E do Meridiano de Greenwich e Maria se encontra a 60o W. Logo, a distância entre eles
é de 180o de longitude, o que equivale a 12 fusos horários (cada fuso possui 15o de longitude). Dessa
forma, Maria só poderia ter telefonado às 21h de Domingo.
Questão contexto
Na projeção de Mercator, não há distorção na faixa próxima ao equador. À medida que aumenta a latitude, a
distorção é crescente, portanto as áreas próximas aos pólos são as que têm distorção mais acentuada. O
surgimento da projeção de Mercator pode ser associado ao contexto histórico da Expansão Ultramarina
Européia.
H
is.
His.
Professor: Renato Pellizzari
João Daniel
Monitor: Natasha Piedras
H
is.
Lutas de Libertação Colonial na
África e na Ásia Antecedentes
27/29
ago
RESUMO
Na segunda metade do século XIX, em razão das necessidades de mercado geradas pela segunda Revolução
Industrial e das independências das colônias americanas, a Europa voltou-se novamente à África e à Ásia,
impondo o neocolonialismo. As disputas entre as potências europeias pelos territórios afro-asiáticos
desencadearam a Primeira Guerra Mundial. A Europa saiu enfraquecida da guerra e perdeu sua hegemonia
para os Estados Unidos.
A crise na Europa pós Primeira Guerra Mundial foi, além disso, acentuada pela crise de 1929. Os efeitos da
crise repercutiram nas áreas coloniais com o agravamento das condições de vida dos colonos, que iniciaram
greves e revoltas contra as metrópoles europeias. Esses movimentos coloniais foram contidos à força, mas
acabaram resultando no nascimento de um forte sentimento nacionalista evidenciado pelo desejo pela
independência.
O fim da Segunda Guerra Mundial marcou ainda mais o declínio europeu. O continente foi foi dividido em
áreas de influência entre EUA e URSS. O enfraquecimento da Europa significou o fortalecimento do
nacionalismo e o crescimento do desejo de independência, apoiado na Carta da ONU, que reconhecia o
direito à autodeterminação dos povos colonizados e que fora assinada pelos países europeus (os
colonizadores).
Terminada a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética passaram a liderar os dois grandes
blocos, capitalista e comunista. Dentro do contexto da Guerra Fria, buscaram a expansão de suas áreas de
influência. Nesse sentido, passam a ver nos movimentos de independência afro-asiática a possibilidade de
ampliar sua influência política nas novas nações.
Em 1955, vinte e nove países recém-independentes reuniram-se na Conferência de Bandung, capital da
Indonésia, estabelecendo seu apoio à luta contra o colonialismo. A Conferência de Bandung estimulou as
lutas por independência na África e Ásia.
EXERCÍCIOS
1. "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente
onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade
não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz." (Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)
A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre
os quais destacamos o(a):
a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de
Bandung.
b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as
características culturais do continente.
d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos,
após a década de 50.
e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades
sociais.
H
is.
2. "A Conferência está de acordo em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um
mal a que deve ser posto fim imediatamente." (DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BANDUNG, abril de 1955)
Após a Segunda Guerra Mundial, a dominação ocidental no continente asiático e no continente
africano foi contestada por movimentos locais de confronto com as nações imperialistas, em prol da
independência e da autodeterminação dos povos desses continentes. Dentre os fatores que
possibilitaram o processo de descolonização afro-asiático, NÃO podemos apontar a(o):
a) influência da doutrina socialista, principalmente nas áreas coloniais que sofreram transformações
revolucionárias, tais como o Vietnã e Angola.
b) transferência para as áreas coloniais de uma ideologia humanista e antinacionalista, expressa na
organização doutrinária do Bloco dos Não-Alinhados.
c) deslocamento dos centros hegemônicos das decisões políticas internacionais da Europa para os
EUA e a U.R.S.S.
d) enfraquecimento das potências coloniais europeias provocado por sua participação na Segunda
Guerra Mundial.
e) fim do mito da inferioridade dos povos afro-asiáticos, em virtude das vitórias japonesas contra os
ocidentais na guerra do Pacífico.
3. "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do
Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente
e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação
dos povos dependentes..."
A conferência a que o texto se refere é apontada como um
a) indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam
sofrendo as consequências do processo de industrialização na Europa.
b) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam
o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos.
c) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela quebra
do monopólio nuclear a favor dos árabes.
d) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o
planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação.
e) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a
discriminação racial e a corrida armamentista
4. O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática
do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela
violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do
liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas
inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar
a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as
características das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que
os governos locais beneficiem-se do caos.
H
is.
5. Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a
situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica.
Este quadro trágico decorre:
a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a
dominação colonial europeia se encerrou logo após a segunda guerra mundial.
b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao
continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-
primas cujos preços têm baixado continuamente.
d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo
Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de
micronacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir
novas.
6. "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas taxas de
inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela
ausência ou fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da
dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns países não tiveram nem
durante o colonialismo". Leila Leite Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615.
O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência
na segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que:
a) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o
desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes
blocos econômicos.
b) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência
política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a
contenção dos gastos públicos.
c) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não
conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e
político-administrativos das antigas metrópoles.
d) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres
às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-
americana sobre todo o planeta.
e) deriva sobretudo do desperdício provocado pelas guerras internas no continente africano, que
tiveram sua origem no período anterior à colonização européia e se reacenderam em meio às lutas
de independência e ao processo de formação nacional.
7. A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que
fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos
étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi. (Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)
Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente
africano é:
a) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros
reinos existentes
b) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de
guerras localizadas
c) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes,
anulou direitos de conquista
d) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu,
desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades
H
is.
8. mente."
Os argumentos dessa reinvindicação, expressa na Conferência de Bandung (1955), estavam
fundamentados
a) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem.
b) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano II.
c) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais.
d) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano.
e) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo.
9. Leia o trecho da canção abaixo para responder à questão:
Até que a filosofia que sustenta uma raça
Superior e outra inferior
Seja finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada,
Haverá guerra, eu digo, guerra.
(...)
Até que os regimes ignóbeis e infelizes,
Que aprisionam nossos irmãos em Angola, em Moçambique,
África do Sul, em condições subumanas,
Sejam derrubados e inteiramente destruídos, haverá
Guerra, eu disse, guerra.
(...)
Até esse dia, o continente africano
Não conhecerá a paz, nós, africanos, lutaremos,
Se necessário, e sabemos que vamos vencer,
Porque estamos confiantes na vitória
Do bem sobre o mal,
Do bem sobre o mal... War. Bob Marley, 1976.
A canção War foi composta por Bob Marley a partir do discurso pronunciado pelo imperador da
Etiópia, Hailé Selassié (1892-1975), em 1936, na Liga das Nações. As ideias do discurso, presentes na
letra da canção acima, estão associadas:
a) Ao darwinismo social, que propunha a superioridade africana sobre as demais raças humanas.
b) Ao futurismo, que consagrava a ideia da guerra como a higiene e renovação do mundo.
c) Ao pan-africanismo, que defendia a existência de uma identidade comum aos negros africanos e a
seus descendentes.
d) Ao sionismo, que defendia que o imperador Selassié era descendente do rei Salomão e da rainha
de Sabá e deveria assumir o governo de Israel.
e) Ao apartheid, que defendia a superioridade branca e a política de segregação racial na África do
Sul.
10. (Mia Couto, Um retrato sem moldura, In: HERNANDEZ, Leila, A África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005.)
A frase acima se justifica porque
a) os movimentos de independência na África foram patrocinados pelos países imperialistas, com o
objetivo de garantir a exploração econômica do continente.
b) os distintos povos da África preferem negar suas origens étnicas e culturais, pois não há espaço,
no mundo de hoje, para a defesa da identidade cultural africana.
c) a colonização britânica do litoral atlântico da África provocou a definitiva associação do continente
à escravidão e sua submissão aos projetos de hegemonia europeia no Ocidente.
d) os atuais conflitos dentro do continente são comandados por potências estrangeiras, interessadas
em dividir a África para explorar mais facilmente suas riquezas.
e) a maioria das divisões políticas da África definidas pelos colonizadores se manteve, em linhas
gerais, mesmo após os movimentos de independência.
H
is.
QUESTÃO CONTEXTO
"Nem o imperialismo nem o colonialismo são um simples ato de acumulação e aquisição. Ambos são
sustentados e talvez impelidos por potentes formações ideológicas que incluem a noção de que certos
territórios e povos precisam e imploram pela dominação." Edward Said. "Cultura e Imperialismo", p. 40.
Considerando o texto acima:
a) Relacione as ideias de civilização e progresso que caracterizaram o desenvolvimento do capitalismo
europeu do século XIX.
b) Cite dois países africanos que, ao longo do século XX, conseguiram sua independência frente às
metrópoles europeias.
H
is.
GABARITO
1. c.
A intervenção neocolonialista, no fim do século XIX e início do século XX, modificou a estrutura
organizacional dos grupos étnicos africanos. Durante a ocupação dos europeus na África, a divisão
territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores, não levando em
conta as diferenças étnicas e culturais da população local. Diversas comunidades, muitas vezes rivais, e
que, historicamente viviam em conflito, foram colocadas em um mesmo território, enquanto que grupos
de uma mesma etnia foram separados.
2. b
Havia um forte sentimento nacionalista. Além disso, com o objetivo de não se inserirem nos conflitos da
Guerra Fria e não adotarem um dos lados, algumas nações resolveram criar uma política de cooperação,
que ficou conhecida como Movimento dos Países Não Alinhados e que não era uma organização
doutrinária.
3. e
Participaram da Conferência 23 países asiáticos e 6 africanos, como Índia, Egito, Indonésia e Paquistão.
Além do distanciamento dos Estados Unidos e da União Soviética, tais países buscaram criar um bloco de
países de âmbito global com o interesse de encontrar caminhos para o desenvolvimento econômico, de
forma a superar as imensas desigualdades sociais existentes entre a população. Esse bloco de países deu
origem ainda ao termo Terceiro Mundo, que passaria a caracterizar também os países da América Latina.
4. d
A divisão arbitrária das fronteiras modificou a forma de organização dos grupos étnicos, introduzindo o
conceito de Estado-Nação, o que pode ser entendido como UM DOS FATORES que explicam as guerras
civis e os casos de genocídio.
5. e
É necessária a compreensão deste quadro através da associação de fatores estruturais (próprios a
organização dos diversos povos que habitavam o continente africano), quanto de fatores conjunturais
(relativos a ação neocolonialista). É fundamental, deste modo, que evitemos determinismos tanto de um
lado, quanto de outro).
6. c
O cenário econômico citado gera a dependência em relação aos sistemas econômicos das antigas
metrópoles.
7. d
O desrespeito as fronteiras étnicas foi um dos causados dos conflitos armados.
8. a
A Carta das Nações Unidas defendia a autodeterminação dos povos; já a Declaração de Direitos do
Homem determinava que todo ser humano tem direito à vida e à liberdade.
9. c
O Pan-Africanismo defendeu o desenvolvimento da unidade e da solidariedade entre os países da África,
no contexto das descolonizações.
10. e
Os movimentos de Independência em geral não alteraram as fronteiras estabelecidos durante o
neocolonialismo.
H
is.
Questão Contexto
a) Como diz o texto há uma relação estreita entre as formas materiais de conquista e as formas
culturais/ideológicas. Assim sendo, o aluno deverá ser capaz de demonstrar a relação entre a conquista
militar das colônias na África e Ásia e o discurso de superioridade cultural que se manifesta na defesa da tarefa
civilizatória do homem europeu frente a outros povos. Civilização, como um valor cultural que confirmava a
superioridade europeia e o Progresso, como a demonstração material dessa superioridade exibida através
do controle de uma técnica muito superior aos povos não europeus, seriam argumentos centrais para o
expansionismo europeu que se via etnocentricamente realizando uma tarefa benéfica ao conquistar os
territórios bárbaros, sem história e civilização que constituíam a fronteira de expansão do capitalismo europeu
no século XIX.
b) Na África podemos citar Marrocos, Argélia, Tunísia, Líbia, Egito, Somália, África do Sul, Mali, etc. Na
verdade, os dois únicos países independentes antes de 1901 eram a Libéria e a Etiópia.
H
is.
His.
Professor: Renato Pellizzari
João Daniel
Monitor: Natasha Piedras
H
is.
Lutas de Libertação Colonial na
África e na Ásia Casos
27/29
ago
RESUMO
A descolonização afro-asiática não foi um processo homogêneo, ocorrendo de duas maneiras: a pacífica e a
violenta.
No caso da via pacífica, a independência da colônia era realizada progressivamente pela metrópole, com a
concessão da autonomia político-administrativa, mantendo-se o controle econômico do novo país, criando,
dessa forma, um novo tipo de dependência. As independências que ocorreram pela via da violência tiveram
a oposição das metrópoles em conceder a autonomia às colônias. Surgiam as lutas de emancipação,
geralmente vinculadas ao socialismo, que levaram a frente às independências.
Descolonização da Ásia
Fonte: https://www.coladaweb.com/historia/descolonizacao-da-asia-e-da-africa
Índia
1947 a Índia obteve sua independência. A ação do líder pacifista Mahatma (ou Mohandas) Gandhi, após anos
de resistência pacífica à dominação inglesa ganhou destaque nesse processo. O seu processo de libertação
foi conturbado, onde os ingleses incitavam as diferenças religiosas, principalmente entre hindus e
muçulmanos, para manter seu domínio. Após a Segunda Guerra, a Índia ganhou a independência, mas
dividiu-se em dois Estados: a República União Indiana (de maioria hinduísta) e a República do Paquistão (de
maioria islâmica). Mais tarde a Ilha do Ceilão, onde predominava o Budismo, formou outro Estado, o Sri
Lanka. Em 1971 o Paquistão Oriental separou-se do Ocidental e formou a República de Bangladesh.
Indonésia
Dominada anteriormente pela Holanda, a Indonésia foi ocupada na Segunda Guerra Mundial pelo Japão.
Após a Guerra, em 1945, os indonésios criaram a República da Indonésia. Como a Holanda não aceitou a
independência, iniciou um período conflituoso contornado apenas em 1949 com a mediação da ONU e dos
EUA. A Indonésia tornou-se, então, independente.
H
is.
Descolonização Africana
Na África, em meados do século XX, iniciou-se o processo de descolonização. As colônias, de maioria
pertencentes à Inglaterra e França foram obtendo sua liberdade. Em 1956, existiam apenas 03 países
independentes na África Negra: Etiópia, Libéria e África do Sul. Nos cinco anos seguintes, 29 países
conseguiram sua libertação nacional.
Argélia
Até o término da Segunda Guerra, a Argélia, país de maioria muçulmana, foi dominada pela França. Em 1954
formou-se a FLN (frente de Libertação Nacional), que iniciou a Guerra de independência contra os
colonizadores. O reconhecimento da independência viria apenas em 1962, quando o presidente De Gaulle
reconheceu a existência da República Democrática da Argélia.
Congo
Patrice Lumumba fundou o Movimento Nacional Congolês, que lutou meio século pela independência. O
Congo, colonizado pela Bélgica, conseguiu sua independência no início dos anos 60. O novo governo teve
Lumumba como primeiro ministro. No recém independente Congo, na província de Katanga, eclodiu um
movimento de caráter separatista, que se arrastaria até 1964.
Colônias Portuguesas
Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e os arquipélagos de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, todas colônias
portuguesas, foram as que mais tarde conseguiram independência na África. Apenas após a queda do Regime
Salazarista em 1973, com a Revolução dos Cravos em Portugal. Em 1974 e 1975, as colônias portuguesas
tornaram-se livres.
África do Sul e Apartheid
Na década de 1990 a pressão internacional forçou o governo da África do Sul a acabar com a segregação dos
racial.
Desde os anos 40 a elite branca (de origem inglesa e holandesa) encontrou uma maneira constitucional de
se manter no poder e instalou o regime do apartheid, onde os negros eram excluídos social e politicamente.
Em 1962, a organização negra que lutava contra o apartheid, o CNA (Congresso Nacional Africano) foi
considerado ilegal, e seu líder, Nelson Mandela, preso. Mandela retornaria à liberdade apenas em 1990.
H
is.
EXERCÍCIOS
1. Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola,
Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes. Isto
se explica
a) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias.
b) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral.
c) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência.
d) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação.
e) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974.
2. Em relação ao processo de descolonização afro-asiático, é correto afirmar:
a) As potências europeias, fortalecidas com o fim da 2• Guerra Mundial, investiram recursos na luta
contra os movimentos de libertação que explodiam nas colônias.
b) A Organização das Nações Unidas tornou-se o parlamento no qual muitos países condenavam o
neocolonialismo, dado que proclamava a autodeterminação dos povos.
c) A Guerra Fria dificultou a descolonização, em virtude da oposição de soviéticos e americanos, que
viam no processo uma limitação de seu poder de influência na África e na Ásia.
d) As nações que optaram por guerra e luta armada foram as únicas que conquistaram independência
e autonomia política frente à dominação dos países europeus.
3. O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no Brasil, o maior país de população negra fora
da África, se fala uma só língua e se pratica o sincretismo religioso. ("O Globo" - 23/7/98)
O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, Nelson Mandela, que combateu
duramente os sérios problemas enfrentados pela África do Sul após se libertar da sujeição efetiva à
Inglaterra. Uma das dificuldades por que passou o país foi a política de "apartheid", que consistia no(a)
a) resistência pacífica, que previa o boicote aos impostos e ao consumo dos produtos ingleses.
b) radicalismo religioso, que não permitia aos brancos professar a religião dos negros, impedindo o
sincretismo religioso que interessava aos ingleses.
c) manutenção da igualdade social, que facilitava o acesso à cultura a brancos e negros, desde que
tivessem poder econômico e político.
d) segregacionismo oficial, que permitia que uma minoria de brancos controlasse o poder político e
garantisse seus privilégios diante da maioria negra.
e) desarmamento obrigatório para qualquer instituição nacional e exigência do uso exclusivo do
dialeto africano nas empresas estrangeiras
4. "A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos: Não aceitarei mais o papel de escravo. Não
obedecerei às ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito com a minha
consciência. O assim chamado patrão poderá sussurrar-vos e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: Não,
não vos servirei por vosso dinheiro ou sob ameaça. Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa prontidão
em sofrer acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada." (Mahatma Gandhi) In: MOTA, Myriam; BRAICK, Patrícia. História das cavernas ao Terceiro Milênio. São Paulo: Moderna, 2005. p.615.
(1869-1948) que, no contexto da Guerra Fria, inspiraram movimentos como
a) o acirramento da disputa por armamentos nucleares entre os EUA e a URSS, objetivando a
utilização do arsenal nuclear como instrumento de dissuasão e amenização das disputas.
b) a reação dos países colonialistas europeus visando a diminuir o poder da Assembleia Geral da ONU
e reforçar o poder do Secretário-Geral e do Conselho de Segurança.
c) as concessões unilaterais de independência às colônias que concordassem em formar alianças
econômicas, políticas e estratégicas com suas antigas metrópoles, como a Comunidade Britânica
de Nações e a União Francófona.
d)
condená-lo à prisão perpétua, procurou expandir a segregação racial para os países vizinhos, como
a Rodésia e a Namíbia.
e) o não alinhamento político, econômico e militar aos EUA ou à URSS, decisão tomada pelos países
do Terceiro Mundo reunidos na Conferência de Bandung, na Indonésia.
H
is.
5. Tudo muda.
De novo começar podes, com o último alento.
O que acontece, porém, fica acontecido:
E a água que pões no vinho, não podes mais separar.
(...)
Porém, tudo muda: com o último alento podes
de novo recomeçar.
Bertold Brecht
É a esse processo histórico, que levou à liquidação dos impérios coloniais europeus e ao surgimento
ou ressurgimento de povos que se constituíram em Nações e Estados, que se costuma dar o nome de
descolonização.
Letícia Bicalho Canêdo. A descolonização da Ásia e da África, 1985.
A partir dos textos, é correto afirmar que
a) a colonização europeia foi inseparável da descolonização da Ásia e da África do século XX, pois o
nacionalismo, um valor ocidental, foi usado pela classe dirigente que, identificada com o Estado
Nacional, não respeitou as tradições locais, isto é, a descolonização não destruiu a colonização;
água e vinho estão misturados.
b) a descolonização da Ásia e da África, no século XX, fez surgir novos povos, identificados com suas
tradições e com valores antigos, essenciais para a estabilidade dos Estados e das nações, geridos
pela classe dirigente, distante do velho colonialismo; a descolonização rompeu com a
colonização, isto é, separou a água do vinho.
c) a descolonização da Ásia e da África no século XIX, como continuidade ao colonialismo europeu,
identificou-se com a classe dirigente internacional, preservou as principais tradições e criou o
Estado Nacional a partir do nacionalismo, valor tribal que garantiu estabilidade para aquelas
regiões; portanto, a água não se separou do vinho.
d) a descolonização da Ásia e da África, no século XX, foi um processo separado da colonização, pois
os valores da tradição foram rompidos e surgiu o Estado Nacional como criação da classe dirigente
local, cujos interesses estavam alinhados com o capitalismo internacional, o que significou
desenvolvimento para a maioria; água e vinho estão separados.
e) o processo de descolonização do século XX, na Ásia e na África, é revolucionário na medida em
que destruiu o velho colonialismo e colocou no poder a classe dirigente local, identificada com o
capitalismo internacional, que organizou o Estado Nacional segundo os interesses de estabilidade
e de desenvolvimento para todos; água e vinho estão separados.
6.
O regime do Apartheid adotado de 1948 a 1994 na África do Sul fundamentava-se em ações estatais de
segregacionismo racial.
a) concentração fundiária, impedindo os negros de tomar posse legítima do uso da terra.
b) boicote econômico, proibindo os negros de consumir produtos ingleses sem resistência armada.
c) sincretismo religioso, vetando os ritos sagrados dos negros nas cerimônias oficiais do Estado.
d) controle sobre a movimentação, desautorizando os negros a transitar em determinadas áreas das
cidades.
e) exclusão do mercado de trabalho, negando à população negra o acesso aos bens de consumo.
H
is.
7. Durante o período da Guerra Fria as ideias do pan-africanismo e o pan-arabismo foram relevantes na
afirmação de diversos movimentos de libertação e de independência na África e Oriente Médio.
Acerca desses movimentos e de suas proposições e correlações é correto afirmar, exceto:
a) No Oriente Médio, o pan-arabismo teve no presidente egípcio Gamal Abdel Nasser uma de suas
principais lideranças. Nasser defendia a união dos povos árabes contra a forte presença dos EUA e
de Israel.
b) Das potências europeias coloniais, França e Reino Unido apoiaram a agenda dos dois movimentos,
já que viam os mesmos como forma de impedir a expansão dos interesses soviéticos na África e no
Oriente Médio.
c) O pan-africanismo inspirou vários movimentos de libertação nesse continente. A intenção de criar
rumento ideológico de aproximação dos povos na luta contra as
metrópoles.
d) Outro alvo do movimento pan-africanista era o racista regime sul-africano que se perpetuou no
poder através do Apartheid, por décadas.
8. Analise a charge abaixo que apresenta alguns elementos dos processos de descolonização ou
libertação da África negra durante o século XX. Aponte a assertiva correta com base na imagem e na
história do processo de independência das colônias africanas.
a) A descolonização foi uma iniciativa dos colonizadores, que, conscientes da importância do
princípio de autodeterminação dos povos, afastam-se para deixar que cada nação africana ainda
regida por europeus seja independente.
b) Muitas lideranças africanas implementaram ditaduras pautadas na força quando da sua
independência em relação aos europeus.
c) A luta anticolonial foi estimulada pela Segunda Guerra Mundial, quando soldados das colônias
foram incorporados aos exércitos nas batalhas da Europa e obtiveram direitos políticos para suas
nações em função de sua participação na derrocada do nazi fascismo.
d) Apesar de alguns líderes africanos terem se destacado na luta pela independência, o processo foi
solucionado de forma pacífica, evidenciando a conscientização de todos os envolvidos.
e) O Pan-Africanismo visava congregar as nações independentes em entidades desportivas que
auxiliassem na sua afirmação identitária nacional, fazendo uso da Copa da África, Copa do Mundo
e Olimpíadas para reforçar a união de suas populações.
H
is.
9. A Conferência está de acordo em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um
mal a que deve ser posto fim imediatamente." (DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA DE BANDUNG, abril de 1955)
Após a Segunda Guerra Mundial, a dominação ocidental no continente asiático e no continente
africano foi contestada por movimentos locais de confronto com as nações imperialistas, em prol da
independência e da autodeterminação dos povos desses continentes. Dentre os fatores que
possibilitaram o processo de descolonização afro-asiático, NÃO podemos apontar a(o):
a) Influência da doutrina socialista, principalmente nas áreas coloniais que sofreram transformações
revolucionárias, tais como o Vietnã e Angola.
b) Transferência para as áreas coloniais de uma ideologia humanista e antinacionalista, expressa na
organização doutrinária do Bloco dos Não-Alinhados.
c) Deslocamento dos centros hegemônicos das decisões políticas internacionais da Europa para os
EUA e a U.R.S.S.
d) Enfraquecimento das potências coloniais europeias provocado por sua participação na Segunda
Guerra Mundial.
e) Fim do mito da inferioridade dos povos afro-asiáticos, em virtude das vitórias japonesas contra os
ocidentais na guerra do Pacífico
10. As resistências à descolonização da Argélia derivaram essencialmente:
a) Da reação de setores políticos conservadores na França, associados aos franceses que viviam na
Argélia.
b) Da pressão das grandes potências que temiam a implantação do fundamentalismo islâmico na
região.
c) Da iniciativa dos Estados Unidos que pressionaram a França a manter a colônia a qualquer preço.
d) Da ação pessoal do general De Gaulle que se opunha aos projetos hegemônicos dos Estados
Unidos.
e) Da atitude da França que desejava expandir suas colônias, após a Segunda Guerra Mundial.
QUESTÃO CONTEXTO
Ao visitarem a Índia em 1912, o casal de sociólogos ingleses, Beatriz e Sidney Webb, afirmaram:
se importa muito com o que ganha. Prefere quase definhar de fome do que trabalhar demais. Por mais baixo
que seja seu nível de vida, seu nível de trabalho é ainda menor pelo menos quando está trabalhando para
(Beatriz e Sidney Webb, 1912. Apud: Said, Edward. Cultura & Imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras,
1995, p. 259).
A leitura do texto acima sugere uma situação de tensão no domínio colonial inglês na Índia.
a) Indique duas razões para a luta pela independência da Índia em 1947;
b) Analise a utilização do trabalho como forma de resistência no processo de independência indiano.
H
is.
GABARITO
Exercícios
1. e
O Salazarismo se posicionava de forma contrária aos processos de colonização. É por isso que as colônias
portuguesas na África foram as que mais tardiamente conquistaram sua independência.
2. b
O princípio da autodeterminação dos povos, contido na Declaração das Nações Unidas (1942), garante a
todo povo de um país o direito de se autogovernar, realizar suas escolhas sem intervenção externa,
exercendo soberanamente o direito de determinar o próprio estatuto político.
3. d
O apartheid foi um regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do
Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pelo
governo formado pela minoria branca.
4. e
A luta pela descolonização e pela independência dos países africanos e asiáticos resultou também na
oposição às políticas imperialistas tanto dos EUA quanto da URSS, dando origem ao chamado movimento
dos Países Não Alinhados, que envolvia o chamado Terceiro Mundo.
5. a
O processo de descolonização manteve a estrutura dos estados nações introduzidas pelo colonizador,
não respeitando a complexidades de organizações étnicas existentes no continente.
6. d
O Apartheid foi marcado pela segregação sócio especial.
7. b
Esses movimentos não foram apoiados pelas potenciais europeias.
8. b
A charge traz uma abordagem crítica ao ato de que o fim do domínio europeu em muitos casos não
significou o fim do autoritarismo e da exploração.
9. b
Os não alinhados não eram uma organização doutrinária. Ao contrário disso, não queriam se posicionar
frente ao mundo bipolar daquela conjuntura.
10. a
Durante sua estada no controle da Argélia, os franceses cooptavam as elites locais oferecendo
importantes cargos de chefia. Vai ser esta elite que vai resistir ao processo de descolonização.
H
is.
Questão Contexto
a) O estudante poderá citar:
- O movimento nacionalista iniciado pelos intelectuais hindus;
- Os interesses das elites locais em relação ao domínio inglês no território indiano;
- O enfraquecimento da Inglaterra como potência colonial após a Segunda Guerra Mundial, pois a conjuntura
internacional tornou-se desfavorável à manutenção do domínio colonial pelas potências europeias;
- O movimento de desobediência civil que inclui o boicote aos produtos britânicos e a recusa ao pagamento
de impostos;
- O papel de Gandhi na construção da própria ideia de Independência.
trabalhando para u
Índia, nesse sentido, a resistência ao trabalho tornar-se-ia uma resistência à dominação dos ingleses,
enquanto uma estratégia de desobediência não violenta.
L
it.
Lit.
Professor: Diogo Mendes
Monitor: Rodrigo Pamplona
L
it.
Modernismo 2º fase (prosa) 29/31
ago
RESUMO
I) A PROSA MODERNISTA DA 2ª FASE
revisão do passado nacional a partir de uma visão crítica, a chegada da década de 1930 e os acontecimentos
que marcaram essa época contribuíram para uma literatura voltada às diversidades regionais, sociais e
culturais da realidade brasileira. Em especial, a prosa abordava temas como a subsistência humana, a miséria,
o isolamento político e as relações de trabalho.
CONTEXTO HISTÓRICO
O contexto histórico do período afeta diretamente a produção literária, uma vez que tivemos vários eventos
significativos nesse período e de posição ideológica em todo o mundo.
- Crise de 1929 em Nova Iorque;
- Revolução de 1930;
- A crise do Café no Brasil;
- A criação do Estado Novo (1930);
- Intentona Comunista (1935);
- Ascenção do Nazifascimo
- Ideologia Socialista
- Segunda Guerra Mundial (1939 1945)
A partir desses acontecimentos, é possível perceber o porquê de as obras possuírem um claro engajamento
sociopolítico e inserirem, em sua narrativa, uma denúncia social.
CARACTERÍSTICAS DA PROSA MODERNISTA (2ª FASE)
Com o olhar mais crítico da segunda fase modernista, a realidade brasileira passa a ser abordada a partir de
um novo olhar, com intenções claras de denúncia social e engajamento político por parte dos autores.
Como já vimos desde o pré-modernismo, a literatura brasileira começa a destacar aspectos de várias regiões
do Brasil, valorizando o regionalismo e a identidade brasileira. Na segunda fase do Modernismo, a abordagem
de uma ficção sobre o sertão nordestino contribuiu para denunciar a condição do homem, relatar a questão
da imigração e as dificuldades enfrentadas pela fome, miséria e pobreza.
Além disso, percebemos que as obras também destacam aspectos como o cangaço, o fanatismo religioso, a
disputa entre terras, o coronelismo e a crise dos engenhos. É válido ressaltar que a região do Nordeste não
foi a única a ser abordada na ficção literária, o Sul do país também se destacou nos romances. Desse modo,
percebemos a presença de relatos do cotidiano da vida urbana na região sul, a questão de valores sociais e
morais, uma abordagem mais abrangente sobre a formação do Rio Grande do Sul e as questões políticas da
região. O autor gaúcho, Dionélio Machado, aprofundou suas obras com a presença de um romance urbano
e também, psicológico.
Outro ponto importante é a questão de uma linguagem coloquial, que se aproxima das variedades linguísticas
de cada local. Entre os grandes autores desse momento, podemos citar: Graciliano Ramos, Rachel de
Queiroz, José Lins do Rego, Dionélio Machado, Érico Veríssimo e Jorge Amado.
Leia um trecho da obra "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, e observe como o próprio personagem tem
consciência de sua condição e da maneira como vive:
-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de fome,
comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa deserta. Ele, a
L
it.
mulher e os filhos tinham-se habituado a camarinha escura, pareciam ratos - e a lembrança dos sofrimentos
passados esmorecera.
Pisou com firmeza no chão gretado, puxou a faca de ponta, esgaravatou as unhas sujas. Tirou do aio um
pedaço de fumo, picou-o, fez um cigarro com palha de milho, acendeu-o ao binga, pôs-se a fumar regalado.
- Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E,
pensando bem, ele não era homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros. Vermelho,
queimado, tinha os olhos azuis, a barba e os cabelos ruivos; mas como vivia em terra alheia, cuidava de
animais alheios, descobria-se, encolhia-se na presença dos brancos e julgava-se cabra.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente. Corrigiu-
a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho, capaz de vencer dificuldades. Chegara naquela
situação medonha - e ali estava, forte, até gordo, fumando o seu cigarro de palha.
- Um bicho, Fabiano.
Era. Apossara-se da casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias mastigando raiz de imbu e
sementes de mucunã. Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara. Fabiano fizera-se
desentendido e oferecera os seus préstimos, resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito
que tinha era ficar. E o patrão aceitara-o, entregara-
II) TEXTOS DE APOIO
Texto 1
Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos esqueletos redivivos, com o aspecto
terroso e o fedor das covas podres.
Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de
quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.
Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não
sabiam aonde iam. Expulsos de seu paraíso por espadas de fogo, iam, ao acaso, em descaminhos, no arrastão
dos maus fados.
Fugiam do sol e o sol guiava-os nesse forçado nomandismo.
Adelgaçados na magreira cômica, cresciam, como se o vento os levantasse. E os braços afinados desciam-
lhes aos joelhos, de mãos abanando.
Vinham escoteiros. Menos os hidrópicos de ascite consecutiva à alimentação tóxica com os fardos das
barrigas alarmantes.
Não tinha sexo, nem idade, nem condição nenhuma.
Eram os retirantes. Nada mais.
Meninotas, com as pregas da súbita velhice, careteavam, torcendo as carinhas decrépitas de ex-voto. Os
vaqueiros másculos, como titãs alquebrados, em petição de miséria. Pequenos fazendeiros, no arremesso
igualitário, baralhavam-se nesse anônimo aniquilamento.
Mais mortos do que vivos. Vimos, vivíssimos só no olhar. Pupilas do sol da seca. Uns olhos espasmódicos de
pânico, como se estivessem assombrados de si próprios. Agônica concentração de vitalidade faiscante.
Fariscavam o cheiro enjoativo do melado que lhes exarcebava os estômagos jejuns. E, em vez de comerem,
eram comidos pela própria fome numa autofagia erosiva. (ALMEIDA, José Américo. A Bagaceira.)
Texto 2
- Um dia um homem faz besteira e se desgraça.
Pois não estavam vendo que ele é de carne e osso? Tinha obrigação de trabalhar para os outros,
naturalmente, conhecia o seu lugar. Bem. Nascera com esse destino ruim. Que fazer? Podia mudar a sorte?
Se lhe dissessem que era possível melhorar de situação, espantar-se-ia. Tinha vindo ao mundo para amansar
brabo, curar feridas com rezas, consertar cercas de inverno a verão. Era sina. O pai vivera assim, o avô
também. E para trás não existia família. Cortar mandacaru, ensebar látegos aquilo estava no sangue.
Conformava-se, não pretendia mais nada. Se lhe dessem o que era dele, estava certo. Não davam. Era um
desgraçado, era como um cachorro, só recebia ossos. Por que seria que os homens ricos ainda lhe tomavam
uma parte do osso? Fazia até nojo pessoas importantes se ocuparem com semelhantes porcarias. (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas, 1984, p.96)
L
it.
Texto 3
Fabiano, você é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E,
pensando bem, ele não era um homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros.
Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, alguém tivesse percebido a frase imprudente.
Corrigiu-a, murmurando:
Você é um bicho, Fabiano. (RAMOS, Graciliano. Vidas Secas.)
Texto 4
Eles tinham saído na véspera, de manhã, da Canoa.
Eram duas horas da tarde.
Cordulina, que vinha quase cambaleando, sentou-se numa pedra e falou, numa voz quebrada e penosa: -
Chico, eu não posso mais... Acho até que vou morrer. D -me aquela zoeira na cabeça!
Chico Bento olhou dolorosamente a mulher. o cabelo, em falripas sujas, como que gasto, acabado, caia, por
cima do rosto, envesgando os olhos, roçando na boca. A pele, empretecida como uma casca, pregueava nos
braços e nos peitos, que o casaco e a camisa rasgada descobriam.
(...)
No colo da mulher, o Duquinha, também s osso e pele, levava, com um gemido abafado, a mãozinha
imunda, de dedos ressequidos, aos pobres olhos doentes.
E com a outra tateava o peito da mãe, mas num movimento tão fraco e tão triste que era mais uma tentativa
do que um gesto.
Lentamente o vaqueiro voltou as costas; cabisbaixo, o Pedro o seguiu. E foram andando toa, devagarinho,
costeando a margem da caatinga. (...)
De repente, um bé!, agudo e longo, estridulou na calma.
E uma cabra ruiva, nambi, de focinho quase preto, estendeu a cabeça por entre a orla de galhos secos do
caminho, aguçando os rudimentos de orelha, evidentemente procurando ouvir, naquela distensão de sen-
tidos, uma longínqua resposta a seu apelo.
Chico Bento, perto, olhava-a, com as mãos trêmulas, a garganta áspera, os olhos afogueados.
O animal soltou novamente o seu clamor aflito.
Cauteloso, o vaqueiro avançou um passo.
E de súbito em três pancadas secas, rápidas, o seu cacete de juc zuniu; a cabra entonteceu, amunhecou, e
caiu em cheio por terra.
Chico Bento tirou do cinto a faca, que de tão velha e tão gasta nunca achara quem lhe desse um tostão por
ela.
Abriu no animal um corte que foi de debaixo da boca até separar ao meio o úbere branco de tetas secas,
escorridas.
Rapidamente iniciou a esfolação. A faca afiada corria entre a carne e o couro. Na pressa, arrancava aqui
pedaços de lombo, afinava ali a pele, deixando-a quase transparente.
Mas Chico Bento cortava, cortava sempre, com um movimento febril de mãos, enquanto Pedro, comovido
e ansioso, ia segurando o couro descarnado.
Afinal, toda a pele destacada estirou-se no chão.
E o vaqueiro, batendo com o cacete no cabo da faca, abriu ao meio a criação morta.
Mas Pedro, que fitava a estrada, o interrompeu:
- Olha, pai!
Um homem de mescla azul vinha para eles em grandes passadas. Agitava os braços em fúria, aos berros:
- Cachorro! Ladrão! Matar minha cabrinha! Desgraçado!
Chico Bento, tonto, desnorteado, deixou a faca cair e, ainda de cócoras, tartamudeava explicações confusas.
O homem avançou, arrebatou-lhe a cabra e procurou enrolá-la no couro.
Dentro da sua perturbação, Chico Bento compreendeu apenas que lhe tomavam aquela carne em que seus
olhos famintos j se regalavam, da qual suas mãos febris j tinham sentido o calor confortante.
E lhe veio agudamente lembrança Cordulina exânime na pedra da estrada... o Duquinha tão morto que j
nem chorava...
Caindo quase de joelhos, com os olhos vermelhos cheios de lágrimas que lhe corriam pela face áspera,
suplicou, de mãos juntas:
- Meu senhor, pelo amor de Deus! Me deixe um pedaço de carne, um taquinho ao menos,
que d um caldo para a mulher mais os meninos! Foi pra eles que eu matei! j caíram com a fome!...
- Não dou nada! Ladrão! Sem-vergonha! Cabra sem-vergonha!
A energia abatida do vaqueiro não se estimulou nem mesmo diante daquela palavra.
L
it.
Antes se abateu mais, e ele ficou na mesma atitude de súplica.
E o homem disse afinal, num gesto brusco, arrancando as tripas da criação e atirando-as para o vaqueiro:
- Tome! S se for isto! A um diabo que faz uma desgraça como você fez, dar-se tripas até demais!...
A faca brilhava no chão, ainda ensanguentada, e atraiu os olhos de Chico Bento.
Veio-lhe um ímpeto de brandi-la e ir disputar a presa, mas foi ímpeto confuso e rápido. Ao gesto de estender
a mão, faltou-lhe o ânimo.
O homem, sem se importar com o sangue, pusera no ombro o animal sumariamente envolvido no couro e
marchava para a casa cujo telhado vermelhava, l além.
Pedro, sem perder tempo, apanhou o fato que ficara no chão e correu para a mãe. Chico Bento ainda esteve
uns momentos na mesma postura, ajoelhado.
E antes de se erguer, chupou os dedos sujos de sangue, que lhe deixaram na boca um gosto amargo de vida.
(QUEIROZ, Rachel de. O Quinze.)
EXERCÍCIOS
1. Leia o trecho a seguir:
-se até ali
na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se
adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A
viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-
la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num
cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que
Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo
de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha,
a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário
largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos."
(Vidas secas, Graciliano Ramos)
Assinale a alternativa incorreta:
a) O trecho mostra as conquistas recentes de Fabiano e a desilusão dele ao perceber que todo seu
esforço foi em vão.
b)
permitindo que o foco narrativo se volte à dimensão psicológica de Fabiano.
c)
toda obra, na qual a marginalização social acontece pela exclusão econômica.
d) Fabiano resiste em abandonar a fazenda, pois sua incapacidade de articular logicamente é
limitada, e o pensamento é incapaz de perceber a inevitável chegada da seca.
e)
nordestino, uma vez que limitam as perspectivas do sertanejo pobre à luta contra a morte.
2. Que talento ela possuía para contar as suas histórias, com um jeito admirável de falar em nome de
todos os personagens, sem nenhum dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons às palavras!
Havia sempre rei e rainha, nos seus contos, e forca e adivinhações. E muito da vida, com as suas
maldades e as suas grandezas, a gente encontrava naqueles heróis e naqueles intrigantes, que eram
sempre castigados com mortes horríveis! O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local que
ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino era como se estivesse falando dum
engenho fabuloso. Os rios e florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com
a Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba- (José Lins do Rego. Menino de Engenho. Rio de Janeiro: José Olympio, 1980, p. 49-51 (com adaptações).
L
it.
processo de colonização e de civilização do país. Considerando o texto acima, infere-se que a velha
Totonha:
a) tira o seu sustento da produção da literatura, apesar de suas condições de vida e de trabalho, que
denotam que ela enfrenta situação econômica muito adversa.
b) compõe, em suas histórias, narrativas épicas e realistas da história do país colonizado, livres da
influência de temas e modelos não representativos da realidade nacional.
c) retrata, na constituição do espaço dos contos, a civilização urbana europeia em concomitância
com a representação literária de engenhos, rios e florestas do Brasil.
d) aproxima-se, ao incluir elementos fabulosos nos contos, do próprio romancista, o qual pretende
retratar a realidade brasileira de forma tão grandiosa quanto a europeia.
e) imprime marcas da realidade local a suas narrativas, que têm como modelo e origem as fontes da
literatura e da cultura europeia universalizada.
3. O romance regionalista, produzido durante a segunda fase do Modernismo no Brasil:
a) trouxe uma literatura que, na esteira de configurar uma estética nacional, buscou referências nas
culturas locais, a exemplo do que fez José de Alencar em O sertanejo e O gaúcho.
b) evidencia a intenção de fazer uma crítica à situação dos trabalhadores nas cidades, desde a
exploração dos operários nos grandes centros urbanos, como em O quinze, de Raquel de Queirós,
até o êxodo rural na região sul, como em Porteira Fechada, de Cyro Martins.
c) trouxe à tona a situação da região nordeste, tematizando a passagem da economia colonial para a
capitalista, como o ciclo de narrativas de José Lins do Rego.
d) mostra um nacionalismo ufanista, que engrandece tudo aquilo que é peculiar à esfera nacional: o
clima, a flora, a fauna e os costumes das diversas regiões brasileiras, a exemplo da obra de Jorge
Amado.
e) apresenta uma tendência às histórias intimistas, mostrando o indivíduo em conflito com seu
espaço, como nas narrativas de Clarice Lispector.
4. Leia o trecho abaixo:
-Pernas] queria alegria, uma mão que o acarinhasse, alguém que com muito amor o fizesse
esquecer o defeito físico e os muitos anos (talvez tivessem sido apenas meses ou semanas, mas para
ele seriam sempre longos anos) que vivera sozinho nas ruas da cidade, hostilizado pelos homens que
passavam, empurrado pelos guardas, surrado pelos moleques maiores. Nunca tivera família. Vivera na
o que pôde
compreender que a fuga o libertaria. Sofreu fome, um dia levaram-
mão que passe sobre os seus olhos e faça com que ele possa se esquecer daquela noite na cadeia,
quando os soldados bêbados o fizeram correr com sua perna coxa em volta de uma saleta. Em cada
canto estava um com uma borracha comprida. As marcas que ficaram nas suas costas desapareceram.
Mas de dentro dele nunca desapareceu a dor daquela hora. Corria na saleta como um animal
perseguido por outros mais fortes. A perna coxa se recusava a ajudá-lo. E a borracha zunia nas suas
costas quando o cansaço o fazia parar. A princípio chorou muito, depois, não sabe como, as lágrimas
secaram. Certa hora não resistiu mais, abateu-se no chão. Sangrava. Ainda hoje ouve como os soldados
(Jorge Amado. Capitães da areia.)
Considere as afirmações seguintes.
I. O fragmento do romance, ambientado na cidade de Salvador das primeiras décadas do século
passado, aborda a vida de uma criança em situação de absoluta exclusão social e violência, o que
II. Valendo-se das conquistas do Modernismo, o romance apresenta linguagem fluente e acessível ao
grande público, utilizando-se de um português coloquial, simples, próximo a um modo natural de
falar, com o largo emprego da frase curta e econômica.
III. Sem-Pernas é uma personagem que, embora encarne um tipo social claramente delimitado, o do
à medida que seu passado e suas experiências dolorosas vêm à tona.
L
it.
Conforme o texto, está correto o que se afirma apenas em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
5. Texto I
proporcionava. Estranhas coisas entraram então para o trapiche. Não mais estranhas, porém, que
aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os nove aos dezesseis
anos, que noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento
que circundava o casarão uivando, indiferentes chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos
puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos as canções que vinham das embarcações... (AMADO, J. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008 (fragmento).)
Texto II
margem esquerda do rio Belém, nos fundos do mercado de peixe, ergue-se o velho ingazeiro ali
os bêbados são felizes. Curitiba os considera animais sagrados, prov as suas necessidades de cachaça
e pirão. No trivial contentavam- (TREVISAN, D. 35 noites de paixão: contos escolhidos. Rio de Janeiro: BestBolso, 2009 (fragmento).)
Sob diferentes perspectivas, os fragmentos citados são exemplos de uma abordagem literária
recorrente na literatura brasileira do século XX. Em ambos os textos:
a) a linguagem afetiva aproxima os narradores dos personagens marginalizados.
b) a ironia marca o distanciamento dos narradores em relação aos personagens.
c) o detalhamento do cotidiano dos personagens revela a sua origem social.
d) o espaço onde vivem os personagens uma das marcas de sua exclusão.
e) a crítica indiferença da sociedade pelos marginalizados direta.
6. independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito
diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso,
deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um
escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade,
(CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003.)
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de
determinadas regiões nacionais, sabe-se que:
a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em
relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais
trazidos de fora pela imigração europeia.
b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização
das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo
temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume
frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a
formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que
caracterizam o nosso povo.
e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das
décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto
com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
L
it.
7.
sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo, grudava-se a ele. E falava uma
linguagem cantada, monossilábica e gutural, que o companheiro entendia. A pé, não se aguentava
bem. Pendia para um lado, para o outro lado, cambaio, torto e feio. Às vezes, utilizava nas relações
com as pessoas a mesma língua com que se dirigia aos brutos exclamações, onomatopeias. Na
verdade, falava pouco. Admira as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir
(Graciliano Ramos)
No texto, a referência aos pés:
a) Constitui um jogo de contrastes entre o mundo cultural e o mundo físico do personagem.
b) Acentua a rudeza do personagem, em nível físico.
c) Justifica-se como preparação para o fato de que o personagem não estava preparado para
caminhada.
d) Serve para demonstrar a capacidade de pensar do personagem.
Texto para as questões 8 e 9
Texto I
Agora Fabiano conseguia arranjar as ideias. O que o segurava era a família. Vivia preso como um novilho
amarrado ao mourão, suportando ferro quente. Se não fosse isso, um soldado amarelo não lhe pisava o pé
-los? Sinhá Vitória
dormia mal na cama de varas. Os meninos eram uns brutos, como o pai. Quando crescessem, guardariam
as reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um soldado amarelo. (Graciliano Ramos. Vidas Secas. São Paulo: Martins, 23. ed., 1969, p. 75.)
Texto II
Para Graciliano, o roceiro pobre é um outro, enigmático, impermeável. Não há solução fácil para uma
tentativa de incorporação dessa figura no campo da ficção. É lidando com o impasse, ao invés de fáceis
soluções, que Graciliano vai criar Vidas Secas, elaborando uma linguagem, uma estrutura romanesca, uma
constituição de narrador em que narrador e criaturas se tocam, mas não se identificam. Em grande medida,
o debate acontece porque, para a intelectualidade brasileira naquele momento, o pobre, a despeito de
aparecer idealizado em certos aspectos, ainda é visto como um ser humano de segunda categoria, simples
demais, incapaz de ter pensamentos demasiadamente complexos. O que Vidas Secas faz é, com pretenso
não envolvimento da voz que controla a narrativa, dar conta de uma riqueza humana de que essas pessoas
seriam plenamente capazes. (Luís Bueno. Guimarães, Clarice e antes. In: Teresa. São Paulo: USP, n.° 2, 2001, p. 254.)
8. A partir do trecho de Vidas Secas (texto I) e das informações do texto II, relativas às concepções
artísticas do romance social de 1930, avalie as seguintes afirmativas.
I. O pobre, antes tratado de forma exótica e folclórica pelo regionalismo pitoresco, transforma-se em
protagonista privilegiado do romance social de 30.
II. A incorporação do pobre e de outros marginalizados indica a tendência da ficção brasileira da
década de 30 de tentar superar a grande distância entre o intelectual e as camadas populares.
III. Graciliano Ramos e os demais autores da década de 30 conseguiram, com suas obras, modificar a
posição social do sertanejo na realidade nacional.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
L
it.
9. No texto II, verifica-se que o autor utiliza:
a) linguagem predominantemente formal, para problematizar, na composição de Vidas Secas, a
relação entre o escritor e o personagem popular.
b) linguagem inovadora, visto que, sem abandonar a linguagem formal, dirige-se diretamente ao
leitor.
c) linguagem coloquial, para narrar coerentemente uma história que apresenta o roceiro pobre de
forma pitoresca.
d) linguagem formal com recursos retóricos próprios do texto literário em prosa, para analisar
determinado momento da literatura brasileira.
e) linguagem regionalista, para transmitir informações sobre literatura, valendo-se de
coloquialismo, para facilitar o entendimento do texto.
QUESTÃO CONTEXTO
Observe as proposições sobre a segunda fase do modernismo e assinale a falsa:
a) O romance produzido nas décadas de 30 e 40, período em que o país e o mundo viveram profundas
crises, pôs-se a serviço da crítica de nossa realidade e teve na obra de Graciliano Ramos a principal
expressão desse momento.
b) Distantes do experimentalismo estético proposto pelos modernistas de 1922, os romancistas de 30
julgavam irreversíveis muitas de suas conquistas, tais como o interesse por temas nacionais, a busca de
uma linguagem mais brasileira e o interesse pela vida cotidiana.
c) O romance de 30 seguiu diferentes caminhos, sendo o regionalismo o mais importante entre todos.
Dentre seus principais nomes, estão Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz.
d) A prosa na segunda geração do modernismo foi marcada pela preocupação com a descoberta e com a
exploração de novas técnicas narrativas, além da exploração do universo social e psicológico da
condição humana. Dentre os marcos, está Macunaíma, de Mário de Andrade.
L
it.
GABARITO
Exercícios
1. d
Fabiano hesita em abandonar a fazenda por não ter certeza de que isso significaria mudança, isto é, ele
2. e
Essencial para o modernismo, a obra de José Lins do Rego aborda a situação econômica dos latifúndios
e engenhos da zona açucareira da Paraíba e do Pernambuco. A partir dos contos criados pela velha
Totonha, o autor aproxima suas histórias da realidade, fazendo associações, o que confirma a alternativa
E. O trecho avaliado não faz nenhuma menção à intenção da personagem de obter lucros a partir de seus
contos literários, o que torna a alternativa A incorreta. Além disso, as associações ao personagem Barba-
Azul refletem um senhor de engenho, mostrando as influências da colonização no país, e a contadora de
histórias busca confluir uma perspectiva europeia junto a uma visão colonial do Brasil Colônia, tornando
incorretas as alternativas B e C. Por fim, não há a intenção em retratar de forma grandiosa a realidade
europeia, mas sim, internamente, promover uma denúncia social à realidade local, o que faz a alternativa
D incorreta.
3. c
O Regionalismo na literatura denunciou e retratou a situação da região nordeste.
4. c
Apesar de haver denuncia e crítica à realidade social por meio dos estereótipos criados, os personagens
são psicologicamente profundos.
5. d
Os textos retratam os espaços em que vivem personagens marginalizados. Esses locais são marcadores
da exclusão social, seja no livro de Jorge Amado, com os meninos abandonados, seja dos bêbados, no
fragmento de Dalton Trevisan.
6. c
O regionalismo surge na literatura em vários momentos, com diversas propostas estilísticas e temáticas.
o romance nordestino é caracterizado pela exploração de regionalismos linguísticos e pelo retrato da
luta do homem contra a realidade do sertão.
7. b
pessoas, principalmente as nordestinas, de forma geral, lutando por melhores condições de
sobrevivência e vivendo na condição de retirantes, tamanha e cruel era a realidade que demarcava o
contexto histórico e social da época, que vai de 1930 a 1945.
8. d
Os romances de 30 são voltados para retratar as condições de vida do homem pobre que sobrevivia à
precariedade do meio e da natureza onde estava inserido tornando-se, assim, principal elemento de
sua narrativa a fim de despi-lo de estereótipos pré-estabelecidos e colocando-o posição de destaque.
9. a
A linguagem formal é utilizada pelo autor para discorrer acerca das questões trazidas em Vidas Secas.
Questão Contexto
-se à primeira geração do Modernismo, principalmente à obra de Mário de Andrade
que, junto a Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, integrou a famosa tríade modernista.
M
at.
Mat.
Professor: Luanna Ramos
Gabriel Miranda
Monitor: Rodrigo Molinari
M
at.
Classificação de sistemas lineares 30
ago
RESUMO
Os sistemas lineares podem ser classificados como possíveis , aqueles que possuem conjunto solução, ou
impossíveis, aqueles que não possuem conjunto solução. Os possíveis ainda se dividem em determinados
e indeterminados.
Sistema possível determinado (SPD): possui conjunto solução unitário.
Exemplo:
2x y 5
x y 1
+ =
− =
3x 6 x 2
2 y 1 y 1
= =
− = =
Note que o par (2,1) é a única solução possível para o sistema, ou seja, satisfazem as duas equações ao
mesmo tempo.
Sistema possível indeterminado (SPI): O conjunto solução é infinito.
Exemplo:
2x y 4
4x 2y 8
y 4 2x
4x 2(4 2x) 8
4x 8 4x 8
0 0
+ =
+ =
= −
+ − =
+ − =
=
Nesse caso, satisfazendo a condição y=4-2x, será solução do sistema. Repare que (0,4), (1,2), (2,0) e por ai
vai. Portanto tem infinitas soluções. Em geral, o SPI possuem linhas proporcionais, no exemplo, a segunda
linha é o dobro da primeira.
Sistema impossível (SI): O conjunto solução é vazio.
Exemplo:
x y 2 2x 2y 4
2x 2y 8 2x 2y 8
+ = + =
+ = + =
Diminuindo a segunda equação da primeira, temos:
0=4.
O que torna o sistema sem solução, logo impossível.
Sistema homogêneo
Antes de falar sobre o sistema homogêneo, relembraremos alguns conceitos. Considere o seguinte sistema
2x2
2x y 5
x y 1
+ =
− =
M
at.
Ele pode ser reescrito da forma matricial:
termo smatriz dosindependentescoeficientes
2 1 x 5
1 1 y 1
=
−
Um sistema homogêneo é um sistema quando os termos independentes são 0.
Exemplo:
2x y 0
x 3y 0
+ =
− =
Note que o sistema homogêneo sempre é possível, uma vez que (0,0) (no caso 2x2) é sempre solução, essa
chamada solução trivial.
EXERCÍCIOS
1. O sistema de equações 5x 4y 2 0
3x 4y 18 0
+ + =
− − = possui:
a) nenhuma solução.
b) uma solução.
c) duas soluções.
d) três soluções.
e) infinitas soluções.
2. Considerando o sistema
5x 3y 4z 3
15x 9y 8z 6
20x 12y 16z 12
+ + =
+ + = + + =
analise as afirmativas abaixo e conclua.
a) O sistema é impossível.
b) O sistema é possível e indeterminado.
c) O sistema é possível e determinado.
d) O sistema admite como solução única x = 4, y = 8, z = 11.
e) O sistema admite como solução, para qualquer valor de x a terna (x, x, 5x).
3. Analise as afirmativas abaixo.
I. O sistemax y 5
2x y 1
+ =
− = é possível e indeterminado.
II. O sistema
x y z 4
2x 3y z 5
x 2y 2z 7
+ − =
− + = − + − =
é possível e determinado.
III. O sistema 2x y 5
4x 2y 10
+ =
+ = é impossível.
Marque a alternativa correta.
a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas II é verdadeira.
c) Apenas III é verdadeira.
d) Apenas I é falsa.
e) Apenas III é falsa.
M
at.
4. Sejam as matrizes
1 1 1
A 1 1 2 ,
1 1 2
= −
1
2
3
x
X x
x
=
e
k
B 3
5
=
Em relação à equação matricial AX B,= é correto afirmar que
a) é impossível para 7
k .2
=
b) admite solução única para 7
k .2
=
c) toda solução satisfaz à condição 1 2x x 4.+ =
d) admite a terna ordenada 1
2,1,2
−
como solução.
5. Sobre o sistema linear de equações:
x y z 3
2x y z 0
3x y 2z 6
− + =
+ − = − + = É dito que
I)O sistema é indeterminado
II)x=1,y=0,z=2 é solução do sistema
III)O sistema possui uma e somente uma solução
IV)Se z=1, então x=1 e y=-1
V)O sistema é homogêneo
São verdadeiras a(s) assertiva(s):
a) I
b) II
c) II e III
d) III e IV
e) V
6. Considere o seguinte problema: Determinar dois números inteiros tais que a diferença entre seus
dobros seja igual a 4 e a soma de seus triplos seja igual a 9. Esse problema pode ser resolvido por meio
do sistema de equações.
− =
+ =
2x 2y 4
3x 3y 9
e a conclusão correta a que se chega é que esse problema
a) não admite soluções.
b) admite infinitas soluções.
c) admite uma única solução, com valores de x e y menores que 5.
d) admite uma única solução, com valores de x e y compreendidos entre 5 e 10.
e) admite uma única solução, com valores de x e y maiores que 10.
7. a a vida de um preso condenado por olarinho
como cenário um mosaico formado por retângulos de três materiais diferentes,
nas cores verde, violeta e vermelha. Considere que x, y e z são, respectivamente, as quantidades, em
quilos, dos materiais verde, violeta e vermelho utilizados na confecção do painel e que essas
quantidades satisfazem o sistema linear.
M
at.
x 3y 2z 250
2x 5y 3z 420
3x 5y 2z 430
+ + =
+ + = + + =
Sobre a solução desse sistema e a quantidade dos materiais verde, violeta e vermelho utilizada no
painel, afirma-se:
I. O sistema tem solução única e x + y + z = 120, isto é, a soma das quantidades dos três materiais
empregados é 120 quilo.
II. O sistema não tem solução, é impossível determinar a quantidade de cada material empregado.
III. O determinante da matriz dos coeficientes a qual está associada ao sistema é diferente de zero e x
= 2y e y = 3z.
IV. O determinante da matriz dos coeficientes a qual está associada ao sistema é zero. O sistema tem
solução, porém, para determinar a quantidade dos materiais utilizados, é necessário saber
previamente a quantidade de um desses materiais.
Está(ão) correta(s):
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) apenas I e III.
e) apenas IV.
8. É dado o sistema x my m 1+ = −
+ = −
. Determine o valor de m para que o sistema seja homogêneo
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4
9. Dado o sistema x 3y 0
(m 1)y 0
− =
+ =, para que valores de m o sistema admite somente a solução trivial:
a) m 1= −
b) m 1 −
c) m 2=
d) m 2
10. Considere o sistema S seguinte:
2x 3y z 1
S 4x 6y z 5
6x 9y 3z 8
+ + =
+ + = + + =
a) S possui uma única solução
b) S possui uma infinidade de soluções
c) S não possui soluções
d) S possui exatamente duas soluções
e) S possui exatamente três soluções
PUZZLE
Marcos está olhando a fotografia de alguém. Seu amigo pergunta quem é o homem do retrato. Marcos
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. b
5x 4y 2
3x 4y 18
8x 16
x 2
10 4y 2 y 3
+ = −
− =
=
=
+ = − → = −
2. b
5x 3y 4z 3 5x 3y 4z 3
15x 9y 8z 6 15x 9y 8z 6
20x 12y 16z 12 5x 3y 4z 3
5x 3y 4z 3
15x 9y 8z 6
0 0
+ + = + + =
+ + = + + = + + = + + =
+ + =
+ + = =
Note que temos 2 equações e 3 incógnitas logo pelo menos uma das incógnitas ficará em função das
outras. Como as linhas não são múltiplas o sistema não é impossível. Logo é possível e indeterminado.
3. b
I é falso, pois x y 5
2x y 1
+ =
− = tem uma única solução (2,3)
II é verdadeiro,
x y z 4
2x 3y z 5
x 2y 2z 7
+ − =
− + = − + − =
,pois
x y z 4 2x 2y 2z 8
2x 3y z 5 2x 3y z 5
x 2y 2z 7 x 2y 2z 7
-x=-1 x=1
1 y z 4 y z 3
2 3y z 5 3y z 7
1 2y 2z 7 2
+ − = − − + = −
− + = − → − + = − + − = + − =
→
+ − = − =
− + = − → − + = − + − =
y z 3
3y z 7y 2z 6
3y 3z 92z 2 z 1
3y z 7
y+1=3 y=2
− =
→ − + = − − =
− =→ → − = → = −
− + = −
(1,2,-1) é solução única.
M
at.
III é falso, pois2x y 5
4x 2y 10
+ =
+ = admite infinitas soluções, pois as linhas são proporcionais
Logo apenas a II é verdadeira
4. c
+ + =
+ + = + − =
1 2 3
1 2 3
1 2 3
x x x k
x x 2 x 3
x x 2x 5
( )1 2 1 2
, temos:
2 x x 8 x x 4. + = + =
5. d
Somando as duas primeiras equações, temos: 3x=3, logo x=1. Substituindo esse valor nas demais
equações
y z 2
y 2z 3
z 1
1 y 1 3
y 1
− = −
− + =
=
− + =
= −
Analisando as letras, apenas a III e IV são verdadeiras, as outras são falsas.
6. a
2x 2y 4 6x 6y 12
3x 3y 9 6x 6y 18
x x
. y y
− = − = →
+ = + =
→ = → = =
− = → =
30 512 30
12 2
5 12 2 4
2 2
Como é exigido que eles sejam inteiros e nem x nem y são, logo não tem solução.
7. e
A matriz aumentada do sistema será:
1 3 2 250 1 0 1 10
2 5 2 420 ~ 0 1 1 80
3 5 2 430 0 0 0 0
z k
x 10 k
y 80 k
−
=
= +
= −
O determinante da matriz dos coeficientes será:
1 3 2 1 3
2 5 2 2 5
3 5 1 3 5
10 27 20 12 15 30 0
+ + − − − =
8. b
m 1 0 m 1− = =
− = = = −
M
at.
9. b
Para admitir apenas a solução trivial, x=0 e y=0. Para isso, m 1 0 m 1+ −
10. b
2x 3y 4
4x 6y 8
6x 9y 11
+ =
+ = + =
Os coeficientes são proporcionais, mas os termos independentes não. Logo não possui soluções.
Puzzle O filho de Marcos.
M
at.
Mat.
Professor: Luanna Ramos
Gabriel Miranda
Monitor: Rodrigo Molinari
M
at.
Discussão de sistemas lineares 30
ago
RESUMO
A partir do escalonamento, é possível classificar os sistemas. Para isso, basta observar a última linha, pois
dado um sistema com n linhas ele deverá possuir n incógnitas. No exemplo acima, temos 3 linhas e 3
incógnitas. É possível que a na última linha haja:
• Uma equação com uma incógnita (z=-5; w=-8...): o sistema será possível e determinado.
3x y z 2
2y - 3z -1
z 5
− + =
= = −
Dado que z=-5, substituindo na segunda equação:
2y 3( 5) 1 2y 15 1
2y 16 y 8
− − = − + = −
= − = −
Com o valor de z e y é possível descobrir o valor de x
3x ( 8) 5 2 3x 8 5 2
13x 3 2 3x 1 x
3
− − − = + − =
+ = = − = −
Logo o conjunto solução: 1
, 8, 53
− − − .
Usando a matriz aumentada do sistema e operações elementares:
11 0 0
3 1 1 2 3
0 2 3 1 ~ 0 1 0 8
0 0 1 5 0 0 1 5
−
− − − − −
• Uma igualdade que seja verdadeira (0=0; 8=8...): O sistema será possível e indeterminado
x y 2z w 4
y 3z w 3
z w 1
0w 0
+ + + =
− + + =
− − = =
O sistema já está escalonado e a ultima linha nos dá 0=0. A incógnita que não aparece no começo das
equações é chamada incógnita livre, nesse caso w. Para obtermos a solução geral, atribuiremos um valor
genérico, também chamado de parâmetro, simbolizado por uma letra. Nesse caso, w=k, com k .
Agora colocaremos a solução do sistema em função de k.
Substituindo na terceira equação: z k 1 z 1 k z 1 k− − = →− = + → = − −
Substituindo na segunda equação: y 3( 1 k) k 3 y 3 3k k 3
y 3 3 2k y 6 2k y 6 2k
− + − − + = → − − − + =
→ − = + + → − = + → = − −
Substituindo na primeira equação: x 6 2k 2( 1 k) k 4 x 6 2k 2 2k k 4
x 8 3k 4 x 12 3k
− − + − − + = → − − − − + =
→ − − = → = +
M
at.
Note que achamos uma solução geral para o sistema em função do parâmetro atribuído à variável livre.
O conjunto solução será {(12+3k,-6-2k,-1-k,k), k }
Usando a matriz aumentada do sistema e operações elementares:
1 1 2 1 4 1 0 0 3 12
0 1 3 1 3 0 1 0 2 6~
0 0 1 1 1 0 0 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
−
− − − − −
Observação: k significa que qualquer valor real atribuído ao k irá gerar uma solução. Por exemplo:
Se k=0 temos como solução (12,-6,-1,0), isto é, onde tem k substituímos por 0.
Usando a matriz aumentada do sistema e operações elementares:
• Um igualdade falsa (0=9,2=7): O sistema será impossível:
x 3y z 5
y z 2
0z 9
+ − =
+ = =
Pela última equação temos: 0=9 o que torna o sistema impossível.
Através de escalonamento conseguimos descobrir informações como qual valor tornaria o sistema possível
(determinado ou indeterminado) ou impossível
Exemplo.
x ay 2
x y 3
+ =
− =
Usando a matriz aumentada do sistema e aplicando operações elementares:
Exemplo
1 a 2L2 L2 L1
1 1 3
1 a 2
0 1 a 1
= −
−
− −
Olhando para a ultima linha:
Se a=0:
1 0 2 1 0 2~
0 1 1 0 1 1
− − . Temos um SPD
Se a=-1
1 1 2
0 0 1
−
. Temos um SI
O determinante da matriz dos coeficientes também é importante para a discussão dos sistemas lineares.
Caso ele seja diferente de 0 indica que o sistema é possível e determinado. Caso ele seja 0, ele pode ser
possível e determinado ou impossível.
M
at.
EXERCÍCIOS
1. Se o sistema de equações
x y 4z 2
x 2y 7z 3
3x y az b
+ + =+ + =
+ + =
É impossível, então os valores de a e b são tais que
a) a 6eb 4.=
b) a 6eb 4.
c) a 6eb 4. =
d) a 6eb 4.= =
e) a é arbitrário e b 4.
2. No sistema linear
ax y 1
y z 1 ,
x z m
− =
+ = + =
nas variáveis x, y e z, a e m são constantes reais. É correto afirmar:
a) No caso em que a 1,= o sistema tem solução se, e somente se, m 2.=
b) O sistema tem solução, quaisquer que sejam os valores de a e de m.
c) No caso em que m 2,= o sistema tem solução se, e somente se, a 1.=
d) O sistema só tem solução se a m 1.= =
e) O sistema não tem solução, quaisquer que sejam os valores de a e de m.
3. Sejam o número real k e o sistema linear
( )
( )
− − =
= + − =
1 k x 2z 0
ky 4
2x k 4 z 1
, nas incógnitas x, y e z.
Uma condição necessária e suficiente sobre k para que o sistema seja possível e determinado é:
a) k = 1 ou k = 3.
b) k = 0 ou k = 5.
c)
d)
e)
4. Sendo n um número real, então o sistema de equações
nx y 1
ny z 1
x nz 1
+ =
+ = + =
não possui solução se, e somente se, n é igual a
a) -1
b) 0
c) 1
4
d) 1
2
e) 1
M
at.
5. O sistema
2ax 4y a,
x ay 2
+ =+ =−
em x e y, é possível e indeterminado se, e somente se:
a) a 2 −
b) a 2
c) a 2=
d) a 2= −
e) a 2=
6. O sistema linear abaixo, nas incógnitas x e y:
x 3y m
2x py 2
+ =
− = Será impossível quando:
a) Nunca
b) 6 e m = 1
c)
d) p = 6 e m = 1
e) p =
7. Para que o sistema linear
x y az 1
x 2x z 2 ,
2x 5y 3z b
+ + =+ + =
+ − =
em que a e b são reais, seja possível e indeterminado, o
valor de a b+ é igual a
a) 10
b) 11
c) 12
d) 13
e) 14
8. No sistema linear
ax y 1
y z 1 ,
x z m
− =
+ = + =
nas variáveis x, y e z, a e m são constantes reais. É correto afirmar:
a) No caso em que a 1,= o sistema tem solução se, e somente se, m 2.=
b) O sistema tem solução, quaisquer que sejam os valores de a e de m.
c) No caso em que m 2,= o sistema tem solução se, e somente se, a 1.=
d) O sistema só tem solução se a m 1.= =
e) O sistema não tem solução, quaisquer que sejam os valores de a e de m.
7bc 1 e a .
3=
9. Relativas ao sistema kx4ky0
,k3xky8
+ =
+ =, considere as afirmações I, II e III abaixo.
I. Apresenta solução única para, exatamente, dois valores distintos de k.
II. Apresenta mais de 1 solução para um único valor de k.
III. É impossível para um único valor de k.
Dessa forma,
a) somente I está correta.
b) somente II e III estão corretas.
c) somente I e III estão corretas.
d) somente III está correta.
e) I, II e III estão corretas.
M
at.
10. O sistema linear nas incógnitas x e y:
x 2y 7
2x my 0
3x y 6
− =
+ = − =
a) é determinado qualquer que seja m.
b) é indeterminado para m =2
3.
c) 2
3.
d) 2
3.
e) é impossível qualquer que seja m.
PUZZLE
Marcos está olhando a fotografia de alguém. Seu amigo pergunta quem é o homem do retrato. Marcos
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. a
Usando a matriz aumentada do sistema e aplicando as operações elementares temos:
1 1 4 2 1 1 4 2
1 2 7 3 ~ 0 1 3 1
3 1 a b 0 2 a 12 b 6
1 1 4 2
~ 0 1 3 1
0 0 a 6 b 4
− − −
− −
Como queremos o sistema impossível:
a 6 0 a 6
b 4 0 b 4
− = =
−
2. a
Usando a matriz aumentada do sistema e efetuando as operações elementares temos:
a 1 0 1 a 1 0 1
0 1 1 1 ~ 0 1 1 1
1 0 1 m 1 a 1 1 m 1
a 0 1 1
~ 0 1 1 1
1 a 0 0 m 2
− − − −
− −
O sistema só tem solução única se 1 a 0 a 1− . Caso a=1 , o sistema só terá solução se:
m 2 0 m 2−
3. e
O sistema é possível e determinado se, e somente se,
.5ke0k0)5k(k0
4k02
0k0
20k12 −
−
−−
4. a
n 1 0
1 0 n
= +
Supondo que seja SPD:
+
− −
Caso n=-1
M
at.
1 1 0 1 1 1 0 1
0 1 1 1 ~ 0 1 1 1
1 0 1 1 1 0 1 1
1 1 0 1 1 1 0 1
~ 0 1 1 1 ~ 0 1 1 1
0 1 1 2 0 1 1 2
1 1 0 1
~ 0 1 1 1
0 0 0 3
− − −
− − − −
− − − −
− − − − −
− −
− −
Logo o sistema é impossível.
5. d
a 4det 0
1 a
a 2 ou a=-2
−
=
Se a=2,
Substituindo na matriz aumentada:
2 4 4 1 2 2 1 2 2~ ~
1 2 2 2 4 4 0 0 8
− −
− . Temos um SI
Se a=-2
2 4 4 1 2 2 1 2 2~ ~
1 2 2 2 4 4 0 0 0
− − − −
− − − . Temos um SPI
6. e
Se D = 0 Û SPI ou SI
60602
31−==−−=
−pp
p
Fazendo p = -6, temos na matriz aumentada:
1 3 m 1 3 m~
2 6 2 0 0 2 2m
2 2m 0
m 1
−
−
7. b
Para que o sistema seja possível e determinado é necessário que:
1 1 a
1 2 1 0 6 5a 2 4a 5 3 0 a 6
2 5 3
− + + − − +
−
Usando a=6 na matriz aumentada, temos:
M
at.
1 1 6 1 1 1 6 1
1 2 1 2 ~ ... ~ 0 1 5 1
2 5 3 b 0 0 0 b 5
b 5 0
b 5
− − −
− =
=
a+b= 5+6=11
8. a
O determinante da matriz dos coeficientes é igual a
a 1 0
0 1 1 a 1.
1 0 1
−
= −
Para ser SI ou SPI:
a-1=0, logo a=1
1 1 0 1 1 1 0 1
0 1 1 1 ~ 0 1 1 1
1 0 1 m 0 1 1 m 1
1 1 0 1
~ 0 1 1 1
0 0 0 m 2
− − −
− −
Para não ter solução:
m 2 0
m 2
−
9. b
2k4k0k12k0k0 e k 12
3k− (o sistema possui solução única)
Se k = 0 temos 0008x e y pode ser qualquer real, logo o sistema possui infinitas soluções.
3x83
+===
Se k = 12 temos 12x48y0(:4)3x12y0
(sistema impossível)3x12y83x12y8
+= +=
+= +=
I) Falsa. Possui solução única para infinitos valores de k.
II) Verdadeira, se k = 0 o sistema apresenta infinitas soluções.
III) Verdadeira, é impossível se k = 12
10. c
Usando a primeira e a terceira equação:
x 2y 7x 1;y 3
3x y 6
− =→ = = −
− =, logo o sistema é possível e determinado
Substituindo na segunda equação:
22x my 0 2 3m 0 m
3− = − = = .
Logo para o sistema ser impossível: 2
m3
Puzzle O filho de Marcos.
1
Ma
t.
Mat.
Professor: Alex Amaral
Luanna Ramos
Monitor: Roberta Teixeira
2
M
at.
Inscrição e circunscrição de sólidos 29/31
ago
RESUMO
Nesta aula apresentaremos através de exemplos inscrição e circunscrição dos sólidos mais comuns: prisma,
pirâmide, cilindro, cone e esfera.
Esfera e Cubo
Esfera inscrita em cubo
O diâmetro da esfera será igual a aresta do cubo
22
ar a r= =
Esfera circunscrita em cubo
O diâmetro da esfera será igual a diagonal do cubo
3
2 32
ar a r= =
Prisma e cilindro
Prisma inscrito em cilindro
O raio da base do cilindro é o raio da
circunferência circunscrita à base do prisma.
Prisma circunscrito em cilindro
O raio da base do cilindro é o raio da
circunferência inscrita à base do prisma.
Pirâmide e cone
3
M
at.
Pirâmide inscrita em cone
O raio da base do cone é o raio da circunferência
circunscrita à base da pirâmide.
Pirâmide circunscrita em cone
O raio da base do cone é a apótema da base da
pirâmide.
A geratriz do cone é o apótema da pirâmide.
Cilindro e cone
Cilindro Circular reto inscrito em cone reto
Usando os elementos indicados nas figuras, temos:
g r H hADE ABC
G R H
G g R r hEDF ABC
G R H
g r H hADE EFC
G g R r h
− = =
− − = =
− = =
− −
Cilindro e esfera
Cilindro inscrito numa esfera
4
M
at.
O raio da base r e a altura h de um cilindro inscrito
numa esfera de raio R possuem a seguinte relação:
( ) ( )2 22
2 2r h R+ =
Cilindro circunscrito a uma esfera
O cilindro circunscrito a uma esfera é um cilindro
equilátero cujo raio da base é igual ao raio da
esfera
2h r=
1. Uma esfera de raio R está inscrita em um cilindro. O volume do cilindro é igual a:
a) r3/3.
b) 2 r3/3.
c) r3.
d) 2r3.
e) 2 r3.
2. Uma metalúrgica recebeu uma encomenda para fabricar, em grande quantidade, uma peça com o
formato de um prisma reto com base triangular, cujas dimensões da base são 6 cm, 8 cm e 10 cm e
cuja altura e 10 cm. Tal peça deve ser vazada de tal maneira que a perfuração na forma de um cilindro
circular reto seja tangente as suas faces laterais, conforme mostra a figura. O raio da perfuração da
peça é igual a:
a) 1cm
b) 2cm
c) 3cm
d) 4cm
e) 5cm
3. Uma esfera de centro A e raio igual a 3dm é tangente ao plano de uma mesa em um ponto T. Uma
fonte de luz encontra-se em um ponto F de modo que F, A e T são colineares.
EXERCÍCIOS
5
M
at.
Observe a ilustração. Considere o cone de vértice F cuja base é o círculo de centro T definido pela
sombra da esfera projetada sobre a mesa. Se esse círculo tem área igual à da superfície esférica, então
a distância FT, em decímetros, corresponde a:
a) 10
b) 9
c) 8
d) 7
4. Uma embalagem em forma de prisma octogonal regular contém uma pizza circular que tangencia as
faces do prisma.
Desprezando a espessura da pizza e do material usado na embalagem, a razão entre a medida do raio
da pizza e a medida da aresta da base do prisma é igual a:
a) 2√2
b) 3 2
4
c) 2 1
2
+
d) 2√2 -1)
5. Uma indústria fabrica brindes promocionais em forma de pirâmide. A pirâmide é obtida a partir de
quatro cortes em um sólido que tem a forma de um cubo. No esquema, estão indicados o sólido
original (cubo) e a pirâmide obtida a partir dele.
Os pontos A, B, C, D e O do cubo e da pirâmide são os mesmos. O ponto O é central na face superior
do cubo. Os quatro cortes saem de O em direção às arestas AD , BC, AB e CD, nessa ordem. Após os
cortes, são descartados quatro sólidos.
Os formatos dos sólidos descartados são
a) todos iguais.
b) todos diferentes.
c)três iguais e um diferente.
d) apenas dois iguais.
e) iguais dois a dois
6. Um cubo tem quatro vértices nos pontos médios das arestas laterais de uma pirâmide quadrangular
retangular, e os outros quatro na base da pirâmide, e os outros quatro na base da pirâmide, como
mostra a figura abaixo.
6
M
at.
a)
3
4
b)
1
2
c)
3
8
d)
1
8
7. Um designer criou pesos para papel usando cubos e esferas. Nas peças criadas a esfera está inscrita no
cubo, que tem aresta medindo 6 cm. Para dar um efeito visual, ele colocou na parte interna do cubo,
e externa à esfera, um líquido vermelho. Com 1 litro desse líquido o designer pode confeccionar no
máximo quantas peças?
a) 9
b) 12
c) 18
d) 24
e) 27
8. Bolas de tênis são vendidas, normalmente, em embalagens cilíndricas contendo 3 unidades.
Supondo-se que as bolas têm raio a em centímetros e tangenciam as paredes internas da embalagem,
o espaço interno dessa embalagem que NÃO é ocupado pelas bolas é, em cm³
a) 2 ³a
b) 4 ³
3
a
c) ³
3
a
d) ³a
e) 2 ³
3
a
9. O modelo astronômico heliocêntrico de Kepler, de natureza geométrica, foi construído a partir dos
cinco poliedros de Platão, inscritos em esferas concêntricas, conforme ilustra a figura abaixo:
A razão entre a medida da aresta do cubo e a medida do diâmetro da esfera a ele circunscrita, é:
7
M
at.
a) √3
b) √3/2
c) √3/3
d) √3/4
10. Algumas caixas de pizza para entrega têm o formato de um prisma regular de base hexagonal.
Considere uma caixa destas com altura de 4 cm e, com base, um polígono de perímetro 72 cm. Se a
pizza tem o formato de um cilindro circular, então o volume máximo de pizza que pode vir nesta caixa
é:
a) 216 3 cm³
b) 576 cm³
c) 864 3 cm³
d) 108 cm³
e) 432 cm³
Um bolsa tem 27 bolas de bilhar que parecem idênticas. É certo que há uma bola defeituosa que pesa mais
que as outras. Dispomos de uma balança com 2 pratos. Demonstre que se pode localizar a bola defeituosa
como somente três pesagens.
PUZZLE
8
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. e
De acordo com a figura, o raio da esfera possui a mesma medida do raio da base do cilindro e a altura do
cilindro vale o dobro do raio.
² ²(2 ) 2 ³cilindroV R h R R R = = =
2. b
Observe o desenho:
(6-r)+(8-r) = 10
-2r = 10-6-8
2r = -4
r = 2
3. c
Considere-se o raio do círculo definido pela sombra igual a x. A área desse círculo será igual a x2.
A esfera possui raio r = 3 dm. Logo, a área de sua superfície corresponde a:
4 r2 = 36
Como a área do círculo é igual à da superfície esférica:
x2 = 36
x2 = 36
x = 6 dm
Observe agora a figura:
9
M
at.
Os triângulos FMT e AFN são semelhantes. Sua razão de semelhança é expressa por:
Sabe-se assim que cada lado do triângulo maior equivale ao dobro do lado correspondente do
triângulo menor. Pode-se estabelecer a seguinte equivalência:
No triângulo AFN:
Então:
4. c
A figura abaixo representa a vista superior da pizza na embalagem.
Como o octógono é regular, e o triângulo AOB é isósceles, têm-se os seguintes ângulos:
10
M
at.
Considere no triângulo OMB:
Portanto:
5. e
Os sólidos descartados após os cortes que saem de O em direção às arestas AD e BC são os prismas
triângulares congruentes AFPQED e BGPQHC.
Os sólidos descartados após os dois últimos cortes são os tetraedros congruentes ABOP e CDOQ.
Portanto, os formatos dos quatro sólidos descartados são iguais dois a dois.
6. c
Seja x o lado do cubo e y o lado da base da pirâmide.
Se a face superior do cubo divide as arestas laterais da pirâmide ao meio, os lados da base da pirâmide
são o dobro do lado do cubo: y = 2x
O mesmo acontece com a altura da pirâmide: H = 2x
Volume do cubo: Vc = x³
Volume da pirâmide: Vp = (1/3). y². H ----> VP = (1/3).(2x)².2x ----> V = 8x³/3
Vc/Vp = 3/8
11
M
at.
7. a
Observe:
8. c
Primeiro, é importante reparar que h = 6r.
esfera:
4 ³
3
r. Como são 3 iguais, temos que o volume total das 3 é: 4 ³r .
-
Letra a.
5) Como o cubo está inscrito na esfera, teremos:
3 1 32 3
2 2 2 33
a a aR R a
R R= = = =
9. e
Observe:
Puzzle
Compare 9 bolas quaisquer com outras 9 e deixa as nove restantes na caixa.
Se a balança se equilibra, a bola mais pesada estará entre as nove bolas que ficaram na caixa e se não,
estará entre as nove do prato que mais pesou. Dividimos em 3 grupos de 3 esse conjunto e repetirmos a
operação. Dessa forma, com duas pesadas teremos isolado a bola mais pesada de um grupo de 3 bolas.
12
M
at.
Se repetirmos a operação uma terceira vez, teremos isolado a bola mais pesada das outras.
P
or.
Por.
Professor: Raphael Hormes
Fernanda Vicente
Monitor: Caroline Tostes
P
or.
Gêneros textuais (ensaio, biografia,
poema)
28/30
ago
RESUMO
Gênero ensaístico
É um gênero textual que transita entre o poético e o didático, no qual são expostas críticas, reflexões éticas
e/ou filosóficas acerca de um determinado tema, obra. Nele, há, muitas vezes, a defesa de um ponto de vista
pessoal obtido a partir de uma análise subjetiva feita pelo autor num fluxo natural de ideias, sendo muito
solicitado no meio escolar e acadêmico.
Originalmente, o ensaio se divide em formal ou discursivo e informal ou comum. No formal, os textos são
objetivos, metódicos e estruturados, dirigidos mais a assuntos didáticos, críticas oficiais, etc... Já o informal
é mais subjetivo e caprichoso em fantasia, o que o torna muito mais veiculável.
Tipos de ensaios:
De modo geral, os ensaios são textos em prosa, de teor didático, sendo menos formais e flexíveis. Eles são
classificados em dois tipos: ensaio literário (ou informal) e ensaio científico (ou formal).
Assim, o ensaio literário (ou artístico) pode não apresentar uma fundamentação científica, ou seja, propõe
uma reflexão mais subjetiva do autor, exibindo uma linguagem mais informal ou coloquial.
Já o ensaio científico é baseado em teorias e apresenta uma linguagem mais culta, destituída de gírias ou
expressões conotativas.
O ensaio acadêmico ou científico é teórico e muitas vezes filosófico, possuindo uma fundamentação a partir
de investigações e recolha de informações sobre um tema.
Embora sejam baseados em teorias, eles podem apresentam uma linguagem mais despretensiosa, que por
vezes, se aproxima a uma linguagem mais poética e literária.
As principais características do gênero textual ensaio são:
● Linguagem simples
● Textos concisos
● Julgamento pessoal
● Reflexões subjetivas
● Exposição e defesa de ideias
● Originalidade e criatividade
● Texto crítico e problematizador
● Temas variados
Gênero biografia
A biografia é um gênero textual no qual o autor narra a história de vida de uma ou várias pessoas.
Características:
● Gênero narrativo
● Texto narrado em terceira pessoa
● Ordem cronológica dos fatos
● Conjunto de informações sobre a vida de alguém
● Relato de fatos marcantes da vida de alguém
● Uso de pronomes pessoais e possessivos
● Uso de marcadores temporais (na infância, na adolescência, naquela época, etc.)
● Predomínio de verbos no pretérito (perfeito e imperfeito)
● Verossimilhança dos fatos narrados
P
or.
Gênero Poema
A palavra poema deriva do verbo grego poein -se de um gênero
textual que se estrutura em versos e estrofes. É a manifestação mais comum de poesia (forma de expressão
estética por meio da língua). Até a Idade Média, os poemas eram cantados acompanhados pelo som da
Lira.
Algumas características do poema:
● Texto disposto em versos que se agrupam em estrofes
● Alguns poemas apresentam formas fixas como os sonetos, haikai.
● Rima
● Métrica
● Versos livres
● Subjetividade
EXERCÍCIOS
1. João Antônio de Barros (Jota Barros) nasceu aos 24 de junho de 1935, em Glória de Goitá (PE).
Marceneiro, entalhador, xilógrafo, poeta repentista e escritor de literatura de cordel, já publicou 33
folhetos e ainda tem vários inéditos. Reside em São Paulo desde 1973, vivendo exclusivamente da venda
de livretos de cordel e das cantigas de improviso, ao som da viola. Grande divulgador da poesia
popular nordestina no Sul, tem dado frequentemente entrevistas à imprensa paulista sobre o assunto. EVARISTO. M. C. O cordel em sala de aula. In: BRANDÃO. H. N. (Coord.). Gêneros do discurso na escola: mito, conto,
cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2000.
A biografia é um gênero textual que descreve a trajetória de determinado indivíduo, evidenciando sua
singularidade.
No caso específico de uma biografia como a de João Antônio de Barros, um dos principais elementos
que a constitui é:
a) a estilização dos eventos reais de sua vida, para que o relato biográfico surta os efeitos desejados.
b) o relato de eventos de sua vida em perspectiva histórica, que valorize seu percurso artístico.
c) a narração de eventos de sua vida que demonstrem a qualidade de sua obra.
d) uma retórica que enfatize alguns eventos da vida exemplar da pessoa biografada.
e) uma exposição de eventos de sua vida que mescle objetividade e construção ficcional.
2. No decênio de 1870, Franklin Távora defendeu a tese de que no Brasil havia duas literaturas
independentes dentro da mesma língua: uma do Norte e outra do Sul, regiões segundo ele muito
diferentes por formação histórica, composição étnica, costumes, modismos linguísticos etc. Por isso,
deu aos romances regionais que publicou o título geral de Literatura do Norte. Em nossos dias, um
escritor gaúcho, Viana Moog, procurou mostrar com bastante engenho que no Brasil há, em verdade,
literaturas setoriais diversas, refletindo as características locais. CANDIDO, A. A nova narrativa. A educação pela noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 2003
Com relação à valorização, no romance regionalista brasileiro, do homem e da paisagem de
determinadas regiões nacionais, sabe-se que
a) o romance do Sul do Brasil se caracteriza pela temática essencialmente urbana, colocando em
relevo a formação do homem por meio da mescla de características locais e dos aspectos culturais
trazidos de fora pela imigração europeia.
b) José de Alencar, representante, sobretudo, do romance urbano, retrata a temática da urbanização
das cidades brasileiras e das relações conflituosas entre as raças.
c) o romance do Nordeste caracteriza-se pelo acentuado realismo no uso do vocabulário, pelo
temário local, expressando a vida do homem em face da natureza agreste, e assume
frequentemente o ponto de vista dos menos favorecidos.
d) a literatura urbana brasileira, da qual um dos expoentes é Machado de Assis, põe em relevo a
formação do homem brasileiro, o sincretismo religioso, as raízes africanas e indígenas que
caracterizam o nosso povo.
e) Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Simões Lopes Neto e Jorge Amado são romancistas das
décadas de 30 e 40 do século XX, cuja obra retrata a problemática do homem urbano em confronto
com a modernização do país promovida pelo Estado Novo.
P
or.
3. Soneto VII
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera! COSTA, C. M. Poemas. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 jul. 2012.
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, a contemplação da paisagem permite ao eu lírico uma reflexão
em que transparece uma
a) angústia provocada pela sensação de solidão.
b) resignação diante das mudanças do meio ambiente.
c) dúvida existencial em face do espaço desconhecido.
d) intenção de recriar o passado por meio da paisagem.
e) empatia entre os sofrimentos do eu e a agonia da terra.
4. Esses chopes dourados
quando a geração de meu pai
batia na minha
a minha achava que era normal
que a geração de cima
só podia educar a de baixo
batendo
quando a minha geração batia na de vocês
ainda não sabia que estava errado
mas a geração de vocês já sabia
e cresceu odiando a geração de cima
aí chegou esta hora
em que todas as gerações já sabem de tudo
e é péssimo
ter pertencido à geração do meio
tendo errado quando apanhou da de cima
e errado quando bateu na de baixo
e sabendo que apesar de amaldiçoados
éramos todos inocentes. WANDERLEY, J. In: MORICONI, II (Org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século, Rio de Janeiro: Objetiva, 2001
(fragmento)
Ao expressar uma percepção de atitudes e valores situados na passagem do tempo, o eu lírico
manifesta uma angústia sintetizada na
a) compreensão da efemeridade das convicções antes vistas como sólidas.
b) consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
c) revolta das novas gerações contra modelos tradicionais de educação.
d) incerteza da expectativa de mudança por parte das futuras gerações.
e) crueldade atribuída à forma de punição praticada pelos mais velhos.
P
or.
5. Primeira lição
Os gêneros de poesia são: lírico, satírico, didático, épico, ligeiro.
O gênero lírico compreende o lirismo.
Lirismo é a tradução de um sentimento subjetivo, sincero
e pessoal.
É a linguagem do coração, do amor.
O lirismo é assim denominado porque em outros tempos os
versos sentimentais eram declamados ao som da lira.
O lirismo pode ser:
a) Elegíaco, quando trata de assuntos tristes, quase sempre a morte.
b) Bucólico, quando versa sobre assuntos campestres.
c) Erótico, quando versa sobre o amor.
O lirismo elegíaco compreende a elegia, a nênia, a endecha, o epitáfio e o epicédio.
Elegia é uma poesia que trata de assuntos tristes.
Nênia é uma poesia em homenagem a uma pessoa morta.
Era declamada junto à fogueira onde o cadáver era incinerado.
Endecha é uma poesia que revela as dores do coração.
Epitáfio é um pequeno verso gravado em pedras tumulares.
Epicédio é uma poesia onde o poeta relata a vida de uma pessoa morta. CESAR. A. C. Poética. São Paulo. Companhia das Letras, 2013
No poema de Ana Cristina Cesar, a relação entre as definições apresentadas e o processo de
construção do texto indica que o(a)
a) caráter descritivo dos versos assinala uma concepção irônica de lirismo.
b) tom explicativo e contido constitui uma forma peculiar de expressão poética.
c) seleção e o recorte do tema revelam uma visão pessimista da criação artística.
d) enumeração de distintas manifestações líricas produz um efeito de impessoalidade.
e) referência a gêneros poéticos clássicos expressa a adesão do eu lírico às tradições literárias.
6. Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista,
romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um
operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado
de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito
cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na
escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.
Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de
a) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado escritor
b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida
cotidiana.
c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como
tema seus principais feitos.
d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua
intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos.
e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da
narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.
P
or.
7. Texto 1
AUTO-RETRATO
Provinciano que nunca soube
Escolher bem uma gravata;
Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;
Poeta ruim que na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província;
Arquiteto falhado, músico
Falhado (engoliu um dia
Um piano, mas o teclado
Ficou de fora); sem família,
Religião ou filosofia;
Mal tendo a inquietação de espírito
Que vem do sobrenatural,
E em matéria de profissão
Um tísico profissional. (Manuel Bandeira. "Poesia completa e prosa". Rio de Janeiro: Aguilar, 1983. p. 395.)
Texto 2
POEMA DE SETE FACES
Quando eu nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos. (....)
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é o meu coração. (Carlos Drummond de Andrade. "Obra completa". Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 53.)
Esses poemas têm em comum o fato de
a) descreverem aspectos físicos dos próprios autores.
b) refletirem um sentimento pessimista.
c) terem a doença como tema.
d) narrarem a vida dos autores desde o nascimento.
e) defenderem crenças religiosas.
P
or.
8. SOBRE A ORIGEM DA POESIA
A origem da poesia se confunde com a origem da própria linguagem.
Talvez fizesse mais sentido perguntar quando a linguagem verbal deixou de ser poesia. Ou: qual a
origem do discurso não poético, já que, restituindo laços mais íntimos entre os signos e as coisas por
eles designadas, a poesia aponta para um uso muito primário da linguagem, que parece anterior ao
perfil de sua ocorrência nas conversas, nos jornais, nas aulas, conferências, discussões, discursos,
ensaios ou telefonemas [...]
No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa relação com as coisas,
impedindo nosso contato direto com elas. A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se
tornar, ela em si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo [...]
Já perdemos a inocência de uma linguagem plena assim. As palavras se desapegaram das coisas, assim
como os olhos se desapegaram dos ouvidos, ou como a criação se desapegou da vida. Mas temos
esses pequenos oásis os poemas contaminando o deserto de referencialidade. ARNALDO ANTUNES
No último parágrafo, o autor se refere à plenitude da linguagem poética, fazendo, em seguida, uma
descrição que corresponde à linguagem não poética, ou seja, à linguagem referencial.
Pela descrição apresentada, a linguagem referencial teria, em sua origem, o seguinte traço
fundamental:
a) O desgaste da intuição
b) A dissolução da memória
c) A fragmentação da experiência
d) O enfraquecimento da percepção
9. Poética
Que é poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos os lados
Que é um poeta?
um homem
que trabalha um poema
com o suor do seu rosto
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem. (Cassiano Ricardo)
No poema de Cassiano Ricardo é possível encontrar as seguintes funções da linguagem:
a) função fática e função poética.
b) função emotiva e função referencial.
c) função conativa e função metalinguística.
d) função poética e função metalinguística.
e) função poética e função emotiva.
10. Das irmãs
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
P
or.
e eu a temperada
servindo, contida
os meus irmãos jogando-se
na cama
e eis-me afiançada
por dote e marido
QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do
homem ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
d) a cama,
e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.
QUESTÃO CONTEXTO
Na tirinha há um exemplo de Antítese. Reescreva-o e explique o seu uso na fala do personagem.
P
or.
GABARITO
Exercícios
1. b
O texto traz a biografia a partir de referências históricas, valorizando o seu percurso.
2. c
Os romances nordestinos da segunda fase modernista são regionalistas e apresentam uma corrente
ideológica voltada a questões sociais, mais precisamente para as relações entre o homem e o universo,
enfatizando a dualidade Opressor x Oprimido.
3. e
O eu-lírico demonstra estranhamento sobre as mudanças ocorridas com os elementos naturais. Por fim,
reconhece as mudanças em si mesmo.
4. b
A angústia do eu-lírico decorre da constatação que as convicções se alteram de geração para geração.
Ou seja, a angústia acontece pela consciência das imperfeições aceitas na construção do senso comum.
5. b
Não houve ironia, pessimismo ou pessoalidade. A autora, de maneira peculiar, explica o que é o lirismo.
6. e
A biografia de Machado de Assis é apresentada de maneira cronológica e está marcada pela objetividade,
evidenciando assim que ali existem informações sobre a vida do escritor, não impressões pessoais do
enunciador sobre elas.
7. b
Tanto no poema de Drummond quanto no poema de Bandeira podemos perceber certo
descontentamento e desencanto em relação ao mundo. Ambos têm como característica o pessimismo,
o isolamento, o individualismo e a reflexão existencial, elementos evidenciados em seu conteúdo
temático.
8. c
A linguagem literária não apresenta um caráter utilitário ou prático, pois afasta-se da materialidade das
coisas do cotidiano, portanto, a poesia não precisa ter, necessariamente, qualquer tipo de utilidade.
Pode, inclusive, ser apenas uma manifestação de beleza conforme os filósofos gregos (entre eles
Aristóteles), primeiros pensadores do gênero.
9. d
No poema de Cassiano Ricardo há o predomínio das funções poética e metalinguística. A função poética
tem como objeto a mensagem e apresenta técnicas voltadas para o seu processo de estruturação e
linguagem. Na função metalinguística, o foco da mensagem é o código, seja ele linguístico ou
extralinguístico.
10. e
O poema destacas as diferenças nos papeis sociais entre homens e mulheres e seus reflexos na realização
do indivíduo.
Questão Contexto Foi usada para enfatizar o amor infinito.
P
or.
Por.
Professor: Raphael Hormes
Eduardo Valladares
Monitor: Caroline Tostes
Bruna Basile
P
or.
Gêneros textuais (tirinha, resenha,
placa, memes)
28/30
ago
RESUMO
Tirinha
A tira ou tirinha é um gênero textual assim definido por Sérgio Roberto Costa:
Segmento ou fragmento de HQs, geralmente com três ou quatro quadrinhos, apresenta um texto sincrético
que alia o verbal e o visual no mesmo enunciado e sob a mesma enunciação. Circula em jornais ou revistas,
diversões, amenidades ou também conhecido como recreativo, onde se podem encontrar Cruzadas,
Horóscopo, HQs, etc.
Já o dicionário Houaiss
Segmento ou fragmento de história em quadrinhos, ger. com três ou quatro quadros, e apresentado em
jornais ou revistas numa só faixa horizontal.
As tirinhas também são muito comuns na última página dos gibis. Entretanto, nesse espaço, aparecem na
vertical. São principalmente reconhecidas por seu caráter humorístico e pelo número reduzido de
quadrinhos. (Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18937)
Resenha
1. Definição
Resenha-resumo:
É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de
teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo,
pois o objetivo principal é informar o leitor.
Resenha-crítica:
É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os
aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também
denominado de recensão crítica.
2. Quem é o resenhista
A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos
na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente.
3. Objetivo da resenha
O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros,filmes peças de teatro, etc. Por
isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos
de natureza opinativa.
P
or.
4. Veiculação da resenha
A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas.
5. Extensão da resenha
A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-
se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos
superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas.
6. O que deve constar numa resenha
Devem constar:
● O título
● A referência bibliográfica da obra
● Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
● O resumo, ou síntese do conteúdo
● A avaliação crítica
7. O título da resenha
O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo. (Fonte: http://pucrs.br/gpt/resenha.php)
Placa
As placas são gêneros textuais utilizados para sinalizar, instruir e /ou informar alguém sobre algo.
Existem as placas de trânsito/de sinalização, os outdoors (que apresentam em maioria propagandas), as
informativas que direcionam, por exemplo, o comprador para a seção de peças masculinas e as
instrucionais que demonstram algum comando, movimento e/ou ação.
Normalmente, a linguagem é direta e curta. Há texto híbrido ou somente imagens/símbolos.
Memes
Os memes são imagens, gifs ou vídeos relacionados ao humor que se espalham de forma viral via internet.
No mundo virtual, podemos encontrar os mais diversos: satíricos, críticos, musicais e literários!
P
or.
EXERCÍCIOS
1.
malmente visto em clipes de artistas pop
em geral. O meme invadiu as redes sociais, especialmente o Facebook, sendo que quase todos os
Fonte: http://www.museudememes.com.br/sermons/hotline-bling/
a) epígrafe, registro escrito introdutório que possui a capacidade de sintetizar a filosofia do escritor.
b) citação, acompanha a identidade do criador em uma nova criação.
c) paródia, recriação de uma obra já existente, a partir de um ponto de vista cômico.
d) tradução, recriação em que um texto passa por uma adequação em outra língua.
e) paráfrase, o escritor reinventa um texto pré-existente com outras palavras.
2.
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. No texto, o uso das palavras
da língua portuguesa tem como objetivo:
a) marcar a classe social das personagens.
b) apresentar usos linguísticos de diferentes regiões.
c) enfatizar a relação familiar entre as personagens.
d) sinalizar a influência do padrão formal nas escolhas vocabulares.
e) demonstrar a coloquialidade na fala de uma das personagens.
P
or.
3. Leia estes textos.
Texto 2
Sonho Impossível
Sonhar
Mais um sonho impossível
Lutar
Quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite improvável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar esse mundo
Cravar esse chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Vou saber que valeu delirar
E morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão. (J. Darione M. Leigh Versão de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra, 1972.)
A tirinha e a canção apresentam uma reflexão sobre o futuro da humanidade. É correto concluir que
os dois textos
a) afirmam que o homem é capaz de alcançar a paz.
b) concordam que o desarmamento é inatingível.
c) julgam que o sonho é um desafio invencível.
d) têm visões diferentes sobre um possível mundo melhor.
e) transmitem uma mensagem de otimismo sobre a paz.
P
or.
4.
(Frase do rodapé: Tomara, mas tomara mesmo que nos próximos aniversários o paulistano comemore uma cidade nova de
verdade)
A publicidade acima foi divulgada no site da agência FAMIGLIA no dia 24 de janeiro de 2007, véspera
do aniversário de São Paulo, no p
foto, em letras bem pequenas, está escrito: Tomara, mas tomara mesmo, que nos próximos aniversários
o paulistano comemore uma cidade nova de verdade.
Considerando os sentidos produzidos por esse anúncio, é correto afirmar:
a) As duas perguntas e as duas respostas que configuram o texto do outdoor na publicidade acima
pressupõem que os paulistanos estão discutindo o número de outdoors e também o abandono de
muitos dos moradores da cidade.
b) O texto escrito em letras pequenas tem a função de exortar os paulistanos a refletir sobre as
próximas eleições e sobre como fazer para que seja estabelecido um conjunto de prioridades
socialmente relevantes para toda a sociedade.
c) A publicidade pretende levar os leitores a perceber que as prioridades estabelecidas pela gestão
municipal da cidade não permitem que os paulistanos enxerguem os verdadeiros problemas que
estão nas ruas de São Paulo.
d) A publicidade, composta de texto verbal e imagem, tem como objetivo principal encampar o
prioridades para a cidade.
5. Texto 1
Na psicologia, o narcisismo é o nome dado a um conceito desenvolvido por Sigmund Freud que
determina o amor exacerbado de um indivíduo por si próprio e sobretudo, por sua imagem.
O nome do transtorno de personalidade, está associado ao mito de narciso uma vez que recupera sua
essência egoísta de sobrevalorização de si. Ou seja, nos estudos da psicologia a pessoa narcisista
preocupa-se excessivamente com si próprio e com sua imagem.
Essa vaidade descontrolada e admiração excessiva por si próprio pode gerar outros problemas no
indivíduo que geralmente necessita ser admirado e não admite que sua presença passe despercebida
https://www.todamateria.com.br/o-mito-de-narciso/
P
or.
Texto 2
O mito de Narciso conta a história de um homem jovem e belo, que ao nascer teve sua vida profetizada
pelo oráculo Tirésias: viveria bem e por muitos anos se, e somente se, não observasse seu próprio
reflexo. Entretanto, devido a sua arrogância e orgulho, acaba enganado pela Ninfa Eco, vê seu reflexo
nas águas de um riacho, se apaixona perdidamente por si mesmo e morre afogado.
Considerando a definição de Narcisismo para a Psicologia, a releitura da pintura Eco e Narciso, de
John William Waterhouse, infere uma crítica à sociedade de padrões estéticos vivenciada em pleno
século XXI que se pode observar em:
a) A imagem de Narciso representa a amargura por um amor não correspondido, seu reflexo é triste
e promove a reflexão sobre os relacionamentos contemporâneos.
b) As redes sociais são os novos espelhos para o Narciso do século XXI, que não só vê a própria
imagem, mas a vende como ideia de perfeição.
c) A imagem de Eco representa a emoção resignada já que Narciso não corresponde seu amor.
d) A paixão é tida como a grande vilã, porque as redes sociais são um impedimento para a
aproximação das pessoas.
e) Narciso e Eco são o reflexo propriamente dito do casal moderno em busca de status social na
internet.
6. Texto 1
Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir
Mas quem ficou, no pensamento voou
Com seu canto que o outro lembrou
E quem voou, no pensamento ficou
Com a lembrança que o outro cantou
Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração
Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar Canção da América, Milton Nascimento
P
or.
Texto 2
http://www.whatstube.com.br/wp-content/uploads/2016/10/debaixo-de-sete-chaves.jpg
Ao analisarmos os dois textos, podemos perceber que há uma relação entre eles. O primeiro, uma
canção de Milton Nascimento, se utiliza de linguagem verbal. O segundo, um meme retirado da
internet, mescla tanto a linguagem verbal quanto a não verbal. Considerando as estratégias linguísticas
para a composição do texto dois, obtemos:
a) Intertextualidade, no texto híbrido.
b) Paráfrase, no texto releitura
c) metáfora, no texto sinonímico.
d) Alusão, no texto referencial.
e) Prosopopeia, no texto artístico.
7. Observe a imagem abaixo
https://i.pinimg.com/originals/93/cb/c8/93cbc8992c6ac69b5d19be3210e09371.jpg
-se no campo coloquial da língua portuguesa. Tal termo é utilizado
para designar aqueles que agem com falsidade e/ou fingem sentimentos para com o outro.
Considerando os processos de formação de palavra, podemos concluir que o termo teve sua origem
a partir de:
a) releitura por paráfrase
b) composição por aglutinação
c) derivação por prefixação
d) neologismo
e) composição por justaposição
P
or.
8. João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado
publicamente durante uma festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo
dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma viagem no tempo, retornando
para aquela época e podendo interferir no seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida
mudou totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem que para isso tenha
que voltar novamente ao passado. Será que ele conseguirá acertar as COisas? Disponível em: http://adorocinema.com. Acesso em 4 Out 2011.
Qual aspecto da Organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha, contribuindo
para despertar o interesse do leitor pelo filme?
a)
b)
c)
d)
e)
9. Uma noite em 67, de Renato Tera e Ricardo Calil. Editora Planeta, 296 páginas.
Mas foi uma noite, aquela noite de sábado 21 de outubro de 1967, que parou o nosso país. Parou pra
ver a finalíssima do III Festival da Record, quando um jovem de 24 anos chamado Eduardo Lobo, o Edu
Lobo, saiu carregado do Teatro Paramount em São Paulo depois de ganhar o prêmio máximo do
festival com Ponteio, que cantou acompanhado da charmosa e iniciante Marília Medalha.
Foi naquele noite que Chico Buarque entoou sua Roda viva ao lado do MPB-4 de Magro, o arranjador.
Que Caetano Veloso brilhou cantando Alegria, alegria com a plateia ao com das guitarras dos Beat
Boys, que Gilberto Gil apresentou a tropicalista Domingo no parque com os Mutantes.
Aquela noite que acabou virando filme, em 2010, nas mãos de Renato Terra e Ricardo Calil, agora virou
livro. O livro que está sendo lançado agora é a história daquela noite, ampliada e em estado que no
jargão jornalístico chamamos de matéria bruta. Quem viu o filme vai se deliciar com as histórias e
algumas fofocas que cada um tem para contar, agora sem os contes necessários que um filme exige.
E quem não viu o filme tem diante de si um livro de histórias, pensando bem, de História. VILLAS, A. Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acessado em: 18 jun. 2014 (adaptado).
Considerando os elementos constitutivos dos gêneros textuais circulantes na sociedade, nesse
fragmento de resenha predominam
a) caracterização de personalidades do contexto musical brasileiro dos anos 1960.
b) questões polêmicas direcionadas à produção musical brasileira nos anos 1960.
c) relatos de experiências de artistas sobre os festivais de música de 1967.
d) explicação sobre o quadro cultural do Brasil durante a década de 1960.
e) opinião a respeito de uma obra sobre cena musical de 1967.
10.
P
or.
A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de
interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma
atitude
a) crítica, expressa pelas ironias.
b) resignada, expressa pelas enumerações.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
e) alienada, expressa pela negação da realidade.
QUESTÃO CONTEXTO
A imagem abaixo possui um exemplo de uma figura de linguagem que consiste na utilização de termos,
classificado como:
P
or.
GABARITO
Exercícios
1. c
A paródia acontece com a recriação das imagens do clipe do cantor Drake para um novo contexto.
2. b
O meme reforça a ocorrência de registros regionais particulares da língua portuguesa no Brasil.
3. d
Mafalda apresenta uma visão pessimista sobre a questão do desarmamento no mundo, já que o avião
feito do jornal em que a notícia é veiculada cai ao chão. No poema, o eu-lírico acredita que, apesar de
todas as dificuldades, o futuro será melhor.
4. c
A segunda frase do outdoor termina com uma pergunta que configura implicitamente uma proposta: dar
prioridade ao que é importante tirar das ruas. A imagem do sem teto aponta para essa prioridade,
expressa também na frase optativa inserida em letras pequenas na base da foto a reivindicar uma ação
concreta da gestão municipal para solucionar o problema dos moradores de rua .
5. b
A questão faz uma crítica sobre as máscaras sociais criadas para a manutenção de aparências e cenários
montados aquém da realidade.
6. a
A intertextualidade é a relação entre dois ou mais textos claramente percebida pelo leitor.
7. d
Neologismo é a criação de uma nova palavra a partir do léxico disponível na língua.
8. b
O uso do presente do indicativo para descrever fatos ocorridos no passado, chamado presente histórico
ou narrativo, confere mais vivacidade ao texto e realça os acontecimentos descritos.
9. e
O excerto da resenha do livro Uma noite em 67 sintetiza fatos fundamentais ocorridos na final do III
Festival da Record em 1967, destacando as principais intervenções dos artistas que conferiram ao evento
papel importante na história da música brasileira ao sinalizar o início do movimento tropicalista.
10. a
A oposição entre o que é afirmado no cabeçalho de cada quadro e as posturas assumidas pelos
personagens revela a crítica e, também, ironia, figura de linguagem em que se declara o contrário do que
se pensa.
Questão Contexto Antítese.
Q
uí.
Quí.
Professor: Abner Camargo
Allan Rodrigues
Monitor: João Castro
Q
uí.
Classificação das cadeias carbônicas 28
ago
RESUMO
As cadeias carbônicas se diferenciam umas das outras em diversos aspectos estruturais, e compostos
orgânicos com formas diferentes acabam tendo propriedades diferentes também. Isso confere a essas
especificidades um grau de importância enorme, motivo pelo qual optou-se por dar nomes, isto é,
classificações a elas.
1ª) Cadeia acíclica, aberta ou alifática
ligam um ao outro. Desta classificação maior, surgem outras
menores:
a) Quanto às ramificações:
Normal, reta ou linear: não possui ramificações, ou seja, existem apenas 2 extremidades formadas por
carbono na cadeia. Só possui carbonos primários (ligados a 1 outro carbono) e secundários (ligados a 2 outros
carbonos).
Exemplo:
(1ª extremidade) H3C C CH3 (2ª extremidade)
Ramificada: possui ramificações, ou seja, existem mais de 2 extremidades formadas por carbono na cadeia.
Possui também carbonos terciários (ligados a 3 outros carbonos) e/ou quaternários (ligados a 4 outros
carbonos).
Exemplo:
(2ª extremidade)
(1ª extremidade) H3C C CH3 (3ª extremidade)
Obs: Se uma extremidade contém apenas, ela não é considerada ramificação.
Exemplo:
(3ª extremidade)
(1ª extremidade) H3C C CH3 (2ª extremidade)
b) Quanto à natureza dos átomos em cadeia:
Homogênea: não possui heteroátomos. Ou seja, contém apenas carbono entre carbonos.
Exemplo:
H3C C CH3 H3C C CH3
Obs: HETEROÁTOMOS são átomos diferentes do carbono situados entre dois carbonos em um composto
orgânico. Os mais frequentes são O, N, S e P.
Heterogênea: possui heteroátomos. Não contém apenas carbono entre carbonos.
CH3 –
NH2 –
H2
H
H
→ contém apenas N e H → diferentes de C → não é ramificação → a cadeia é normal.
H2 H2
= O
Q
uí.
Exemplos:
H3C O CH3 H3C N C CH3
c) Quanto ao tipo de ligação entre carbonos:
Saturada: Possui apenas ligações simples entre carbonos; apenas ligações sigma (σ).
Exemplos:
H3C C CH3 H3C C C
Insaturada: Possui pelo menos uma ligação dupla ou uma ligação tripla entre carbonos; pelo menos uma
Exemplos:
H2C = CH2 H3C C ≡ CH
Obs: Cada ligação dupla e/ou tripla, chamamos de instauração;
Obs2: Uma ligação simples é sempre uma ligação sigma (σ);
Obs3: Uma ligação dupla tem uma ligação sigma (σ) e uma pi ( );
Obs4: Uma ligação tripla tem uma ligação sigma (σ) e duas pi ( ).
2ª) Cadeia cíclica ou fechada
Nesta, os
cadeia for ramificada. Uma cadeia cíclica normal não possui extremidades. Desta classificação, também
surgem outras:
a) Quanto à presença de núcleo benzênico
Alicíclica ou não aromática: Não possui anel ou núcleo do benzeno.
Exemplos:
Obs: Núcleo ou anel benzênico é um círculo desenhado dentro da cadeia carbônica hexagonal para
representar um fenômeno que ocorre em compostos aromáticos: a RESSONÂNCIA.
Na verdade, a característica de um composto aromático é ter uma cadeia fechada com seis carbonos, entre
os quais 3 ligações simples se intercalam com 3 ligações duplas. Com isso, os elétrons que compõem as
m que o composto se altere. Falando de
outra forma, as ligações da substância se deslocalizam, ou seja, seus elétrons vagam pelo composto na forma
de nuvens eletrônicas. Esse fenômeno é a ressonância. Olha como ocorre, no benzeno:
→ → →
Aromática: Possui anel ou núcleo benzênico. O composto aromático mais simples é o próprio benzeno. Os
mais complexos se subdividem ainda mais:
H2
H H2
H2 OH
O
Q
uí.
b) Quanto à quantidade de núcleos benzênicos:
Mononuclear: Possui apenas um núcleo ou anel aromático.
Exemplos:
Polinuclear: Possui mais de um núcleo ou anel aromático.
Exemplos:
c) Quanto à proximidade dos núcleos benzênicos:
Composto de núcleos condensados: Os núcleos ficam adjacentes, lado a lado.
Exemplos:
Obs: Repare que, em compostos polinucleados de núcleos condensados, apenas um dos núcleos devem ter
as 3 ligações duplas representadas, já que cada carbono da cadeia só pode fazer 4 ligações (dizendo melhor,
nesse caso em que a hibridação do carbono é sp², farão 1 ligação dupla e 2 simples).
Obs2: Cada um dos exemplos ilustrados poderia ter sido representado com anéis benzênicos, em vez das
ligações duplas, tanto faz.
Compostos de núcleos isolados: Os núcleos não são adjacentes, mas separados por cadeia não aromática,
ou apenas um trecho.
Exemplos:
3ª) Cadeia mista
Possui, ao mesmo tempo, ciclos e extremidades livres.
Exemplos:
Obs: Como você já deve ter notado, essas classificações coincidem em muitos compostos, como: os
aromáticos de núcleos isolados têm cadeias mistas; alguns compostos podem ser cíclicos e de cadeia
heterogênea; entre outros.
Obs2: Quando um composto é, ao mesmo tempo, cíclico e heterogêneo, podemos classificá-lo como
HETEROCÍCLICO. Já quando é cíclico e homogêneo, chamamo-lo de HOMOCÍCLICO.
Benzeno Tolueno
Fenol ou hidroxibenzeno
Naftaleno Antraceno Fenantreno
Q
uí.
EXERCÍCIOS
1. A fluoxetina, presente na composição química do Prozac, apresenta fórmula estrutural:
Com relação a este composto, é correto afirmar que:
a) apresenta cadeia carbônica cíclica e saturada.
b) apresenta cadeia carbônica aromática e homogênea.
c) apresenta cadeia carbônica mista e heterogênea.
d) apresenta somente átomos de carbonos primários e secundários.
e) apresenta fórmula molecular C17H16ONF.
2. O ácido acetil salicílico de fórmula: um analgésico de diversos nomes comerciais (AAS, Aspirina,
Buferin e outros), apresenta cadeia carbônica:
a) acíclica, heterogênea, saturada, ramificada
b) mista, heterogênea, insaturada, aromática
c) mista, homogênea, saturada, alicíclica
d) aberta, heterogênea, saturada, aromática
e) mista, homogênea, insaturada, aromática
3. A fumaça liberada na queima de carvão contém muitas substâncias cancerígenas, dentre elas os
benzopirenos, como, por exemplo, a estrutura
Sua cadeia carbônica corresponde à de um composto:
a) insaturado, aromático, com núcleos condensados.
b) alicíclico, insaturado, com três núcleos condensados.
c) heterocíclico, saturado, aromático.
d) cíclico homogêneo, saturado, aromático.
e) insaturado, não aromático.
4. O citral, composto de fórmula:
tem forte sabor de limão e é empregado em alimentos para dar sabor e aroma cítricos. Sua cadeia
carbônica é classificada como:
a) homogênea, insaturada e ramificada.
b) homogênea, saturada e normal.
c) homogênea, insaturada e aromática.
d) heterogênea, insaturada e ramificada.
e) heterogênea, saturada e aromática.
Q
uí.
5. Classifique as cadeias carbônicas segundos os critérios: normal, ramificada, saturada, insaturada,
homogênea e heterogênea.
6. O limoneno é um composto orgânico natural existente na casca do limão e da laranja. Sua molécula
está representada a seguir.
Sobre essa molécula, é correto afirmar que ela:
a) é aromática.
b) apresenta fórmula molecular C10H15.
c) possui cadeia carbônica insaturada, mista e homogênea.
d) apresenta 2 carbonos quaternários.
e) possui somente 2 ligações duplas e 8 ligações simples.
7. A cafeína, um estimulante bastante comum no café, chá, guaraná, etc., tem a seguinte fórmula
estrutural
Podemos afirmar corretamente que a fórmula molecular da cafeína é:
a) C5H9N4O2.
b) C6H9N4O2.
c) C8H10N4O2.
d) C6H10N4O2.
e) C3H9N4O2.
8. Dentre as opções a seguir:
o composto que apresenta cadeia carbônica saturada, homogênea e somente com carbonos
secundários, é:
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
Q
uí.
9. Uma cadeia carbônica alifática, homogênea, saturada, apresenta um átomo de carbono secundário,
dois átomos de carbono quaternário e um átomo de carbono terciário. Esta cadeia apresenta:
a) 7 átomos de C.
b) 8 átomos de C.
c) 9 átomos de C.
d) 10 átomos de C.
e) 11 átomos de C.
10. O ácido adípico, que é a matéria-prima para a produção de náilon apresenta cadeia carbônica:
a) saturada, homogênea e ramificada.
b) saturada, heterogênea e normal.
c) insaturada, homogênea e ramificada.
d) saturada, homogênea e normal.
e) insaturada, homogênea e normal.
QUESTÃO CONTEXTO
Indicadores apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a
prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O
excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.
Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas
maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras.
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39625621
Um dos vilões que tem que causado esse aumento na taxa de obesos no brasil é o alto consumo de glicose
pelos brasileiros.
Admita que a fórmula estrutural da glicose é a seguinte:
De sua fórmula molecular e classifique a cadeia como normal ou ramificada, saturada ou insaturada, aberta
ou fechada e homogênea ou heterogênea.
Q
uí.
GABARITO
Exercícios
1. c
apresenta cadeia carbônica mista- parte fechada + parte aberta
heterogênea → presença de um átomo diferente de carbono e hidrogênio no meio da cadeia
2. b
Mista: parte fechada + parte aberta
Heterogênea: presença de um átomo diferente de carbono e hidrogênio no meio da cadeia
Insaturada: presença de ligação dupla ou tripla entre carbonos
Aromática: presença do anel benzênico
3. a
Insaturado: presença de ligação dupla ou tripla entre carbonos
aromático: presença do anel benzênico
núcleos condensados: os núcleos ficam adjacentes, lado a lado
4. a
Não existe a presença de um átomo diferente de carbono e hidrogênio no meio desta cadeia. Existe
ligações duplas ou triplas entre carbonos, garantindo que esta é uma cadeia insaturada.
Existe átomos de carbono fora da cadeia principal, ou seja, mostrando que há ramificações.
5. I. normal, insaturada e homogênea.
II. normal, saturada e homogênea.
III. normal, saturada e heterogênea.
IV. ramificada, insaturada e heterogênea.
6. c
Possui instauração (ligações duplas ou triplas entre carbonos).
Possui um ciclo ligado a uma cadeia aberta
Não possui um átomo diferente de carbono e hidrogênio na cadeia
7. c
Q
uí.
Como cada elemento esta de uma cor diferente fica fácil a contagem de cada para a elaboração da
fórmula molecular
8. b
9. e
10. d
Questão Contexto Fórmula molecular C6H12O6
Cadeia aberta, normal, homogênea e saturada.
Q
uí.
Quí.
Professor: Allan Rodrigues
Abner Camargo
Monitor: Victor P.
Q
uí.
Hidrocarbonetos: Cadeia principal e
ramificações
28
ago
RESUMO
Radicais, Ramificações ou Ramos
Radicais livres, são agrupamentos orgânicos que possuem elétrons livres ou elétrons de valência.
A maioria dos radicais livres é resultado de uma cisão homolítica de hidrocarbonetos, que são compostos
formados somente por átomos de carbono e hidrogênio. Essa cisão homolítica é um rompimento de uma
ligação covalente (geralmente entre um carbono e um hidrogênio), em que cada um desses átomos fica com
um dos elétrons que antes estava sendo compartilhado na ligação. Exemplo:
Esses radicais livres são bastante instáveis, ou seja, permanecem pouco tempo em estado de radiais, pois os
elétrons agrupam-se em pares e reagem rapidamente com qualquer molécula que esteja na proximidade.
Quando dois radicais orgânicos ligam-se, forma-se uma cadeia carbônica. Se o radical se ligar a um carbono
que não seja primário (que esteja ligado a dois carbonos ou mais), formam-se as chamadas cadeias
ramificadas.
mostrado mais acima
(H3C~), ligue-se a outro radical igual a ele. Será formada, então, uma cadeia carbônica normal, não
ramificada.
H3C~ + ~CH3 → CH3 CH3
Porém, se esse mesmo radical(H3C~ ) ligar-se a algum radical em que a valência livre está em um carbono
secundário ou terciário, haverá a formação de uma cadeia carbônica ramificada, como no exemplo a seguir:
A nomenclatura dos radicais orgânicos saturados, ou seja, daqueles que possuem somente ligações simples
entre carbonos segue a seguinte regra:
Prefixo que indica a quantidade de carbonos + sufixo -il ou ila
(Prefixo: 1C-Met; 2C-Et; 3C-Prop; 4C-But; 5C-Pent; 6C-Hex...)
Segue abaixo uma tabela com os principais radicais orgânicos utilizados: . valência)
Q
uí.
Q
uí.
Cadeia principal
A cadeia principal deve ser aquela que:
a) Tiver a maior quantidade de carbonos em sequência, O que fica de fora de cadeia principal deve ser
considerado radical.
Ex: A cadeia principal, nesse caso, é a que possui os seis átomos de carbono:
Caso haja mais de uma possibilidade, deve-se escolher a que apresentar maior quantidade de ramificações.
No exemplo abaixo, temos duas escolhas de cadeias principais que com 6 átomos de carbono:
A primeira possibilidade é a correta pois possui duas ramificações(etil e metil), enquanto a segunda
possibilidade possui apenas uma ramificação(isopropil ou secpropil).
Os outros critérios para a escolha da cadeia principal são:
b) Deve possuir o grupo funiconal
c) Deve possuir as insaturações(ligações duplas, triplas, duas duplas...), se tiver.
Depois de escolhida a cadeia principal, você dever numerar os carbonos. Deve começar pelo carbono da
extremidade mais próximo do grupo funcional(no caso de hidrocarbonetos, mais próximo da instauração
ou da ramificação). A seguir, temos uma cetona, que é caracterizada pela presença do grupo funcional
carbonila (C = O) entre carbonos. São mostradas duas possibilidades de numeração da cadeia principal.
Veja:
Q
uí.
A opção da esquerda é a correta porque começou pelo carbono mais próximo à carbonila. Se a cadeia
apresentar também insaturações e/ou ramificações, a ordem de prioridade para começar a numerar será
dada pelo seguinte:
Começar pelo carbono mais próximo ao grupo funcional > à instauração > à ramificação
A seguir, temos um exemplo de hidrocarboneto formado somente por carbonos e hidrogênios. O grupo
funcional não interfere na numeração da cadeia, mas temos uma insaturação e uma ramificação:
A possibilidade da direita é a correta, pois começou a partir do carbono da extremidade mais próximo à
insaturação, e não à ramificação.
EXERCÍCIOS
1. O radical derivado do benzeno chama-se fenil, enquanto benzil é o radical derivado do tolueno. Esses
dois radicais apresentam as seguintes estruturas:
2.
a) C12H16O2.
b) C11H16O.
c) C12H18O.
d) C11H14O2.
e) C11H14O.
Q
uí.
3. Analise a estrutura seguinte e considere as regras de nomenclatura IUPAC.
Assinale a opção que indica as cadeias laterais ligadas, respectivamente, aos carbonos de números 4 e
5 da cadeia hidrocarbônica principal:
a) propil e isobutil.
b) metil e isobutil.
c) terc-pentil e terc-butil.
d) propil e terc-pentil.
e) metil e isopropil.
4. Dada à cadeia carbônica:
Verifica-se que a soma das posições dos radicais é igual a:
a) 4.
b) 6.
c) 8.
d) 10.
e) 12.
5. O composto representado pela fórmula estrutural, abaixo, pertence à função orgânica dos ácidos
carboxílicos e apresenta alguns substituintes orgânicos, que correspondem a uma ramificação como
parte de uma cadeia carbônica principal, mas, ao serem mostrados isoladamente, como estruturas que
apresentam valência livre, são denominados radicais. (Texto adaptado de: Fonseca, Martha Reis Marques da, Química: química orgânica, pág 33, FTD, 2007).
O nome dos substituintes orgânicos ligados respectivamente aos carbonos de número 4, 5 e 8 da
cadeia principal, são:
a) etil, toluil e n-propil.
b) butil, benzil e isobutil.
c) metil, benzil e propil.
d) isopropil, fenil e etil.
e) butil, etil e isopropil.
Q
uí.
6. A estrutura correta para um hidrocarboneto alifático saturado que tem fórmula molecular 11 22C H e
que apresenta grupamentos etila e isopropila em sua estrutura é:
a)
b)
c)
d)
e)
7. O mentol, usado na fabricação de balas e chicletes para propiciar uma sensação refrescante, afeta os
sensores responsáveis pela sensação de frio, tornando-os ativos a uma temperatura acima do normal.
A fórmula estrutural do mentol:
e nela é possível identificar:
a) um radical fenil.
b) os radicais metil e isopropil.
c) uma substância orgânica da função fenol.
d) um álcool aromático.
e) uma substância de fórmula mínima CHO.
8. As proteínas são macromoléculas com massas moleculares que vão de 5000 a alguns milhões de
unidades de massa atômica, sendo essas proteínas constituídas por monômeros, que são os
aminoácidos. Nesse sentido, considere os aminoácidos a seguir.
Q
uí.
Com relação aos aminoácidos alanina, valina, leucina, isoleucina e fenilalanina, é correto afirmar:
a) Todos possuem cadeia acíclica, saturada, normal e homogênea.
b) Todos possuem cadeia acíclica, saturada, ramificada e homogênea.
c) Todos possuem um grupo amino e um grupo carbonila, ligados ao mesmo átomo de carbono.
d) Os radicais ligados ao carbono 2 são, respectivamente, metil, isopropil, isobutil, sec-butil e benzil.
e) O nome oficial da leucina é ácido 2-amino-3- isopropil-propanoico.
9. A proteína do leite apresenta uma composição variada em aminoácidos essenciais, isto é, aminoácidos
que o organismo necessita na sua dieta, por não ter capacidade de sintetizar a partir de outras
estruturas orgânicas. A tabela a seguir apresenta a composição em aminoácidos essenciais no leite de
vaca.
Sobre os aminoácidos representados pelas fórmulas estruturais é correto afirmar que leucina,
isoleucina e valina diferem, respectivamente, nos substituintes (- R)
a) Isobutil, sec-butil e isopropil
b) Isopropil, etil e metil
c) Sec-butil, propil e etil
d) Isobutil, metil e n-butil
e) Metil, etil e n-propil
Q
uí.
10. Isoleucina, Leucina e Valina são aminoácidos essenciais, ou seja, aminoácidos que não são produzidos
pelo nosso organismo. Assim, nós precisamos ingeri-los por meio de alimentação ou por suplemento
alimentar. Com base na estrutura química dos aminoácidos, assinale o que for correto.
(01) A carbonila é um grupo funcional presente nas estruturas dos aminoácidos.
(02) A leucina possui um substituinte isobutil e a valina um substituinte isopropil.
(04) Cada um dos aminoácidos citados possui em sua estrutura um centro quiral.
(08) A molécula da isoleucina pode existir sob a forma de dois isômeros ópticos.
(16) A leucina e a isoleucina são isômeros constitucionais de posição.
SOMA: ( )
QUESTÃO CONTEXTO
Mentol ocorre em várias espécies de hortelã e é utilizado em balas, doces e produtos higiênicos.
Observe a estrutura do mentol e assinale a alternativa correta.
a) A fórmula molecular do mentol é 10 19C H O.
b) O mentol possui 3 carbonos secundários.
c) Possui um radical isopropil.
d) Possui a função orgânica fenol.
Q
uí.
GABARITO
1. d
2. c
3. c
4. c
A sequencia de carbonos de 1 a 5 são referentes a cadeia principal, sendo as metilas posicionadas nos
carbonos 2,2 e 4.
2+2+4 = 8
5. d
6. c
A estrutura correta para um hidrocarboneto alifático saturado (ligações simples) que tem fórmula
molecular 11 22C H e que apresenta grupamentos etila 2 3( CH CH )− − e isopropila 3 3( CH(CH ) CH )− − em
sua estrutura é:
Q
uí.
7. b
Podemos identificar na fórmula do mentol os radicais metil e isopropil.
8. d
9. a
10. 02 + 16 = 18.
[01] Incorreta. O grupo funcional, comum as 3 estruturas é o ácido carboxílico:
[02] Correta.
[04] Incorreta. Para que exista centro quiral, é necessário haver carbono quiral, que são carbonos ligados
a 4 ligantes diferentes entre si. No caso dos aminoácidos apresentados, todos apresentam carbono quiral
à exceção da isoleucina que apresenta dois centros quirais.
[08] Incorreta. Existem 2 carbonos quirais na estrutura molecular da isoleucina.
[16] Correta. A leucina e a isoleucina, possuem a mesma composição química, ou seja, a fórmula
molecular dos dois aminoácidos é 6 13 2C H NO , diferindo apenas na posição da ramificação da cadeia
principal.
Q
uí.
Questão Contexto
c
O mentol possui um radical isopropil.
R
ed
.
Red.
Professores: Rafael Cunha e Edu-
ardo Valladares
Monitor: Maria Paula Queiroga
R
ed
.
Eixo temático: meio ambiente e
sustentabilidade
28/30
ago
RESUMO
O eixo temático da aula de hoje é sobre um assunto muito falado nos vestibulares, meio ambiente e susten-
tabilidade. Apesar da humanidade busca tecnologias cada vez mais avançadas para a facilitação da socie-
dade, a preservação da matéria-prima das primeiras invenções é essencial para uma nação sustentável.
Atualmente, mesmo com o Brasil tendo muita participação no ramo de indústrias de agricultura, ocupa o
quinto país com maior crescimento sustentável anual per capta do mundo (fonte: PNUMA/2012). Dessa
forma, alguns mecanismos, como o reflorestamento, a reutilização de água e, principalmente, a conscienti-
zação da população, são importantes para essa posição.
Entretanto, algumas questões ainda são necessárias para a contemplação de um país sustentável e com pri-
orização do meio ambiente que veremos nos exercícios abaixo. Vamos?
EXERCÍCIOS
1. respeito a uma visão de futuro, a um ideal de vida a ser vivenciado agora e no futuro. É uma maneira
Marina Silva
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gera-
rina Silva, a definição do relatório e a sociedade em que estamos inseridos, é possível, hoje, ser sus-
tentável?
2.
No ano de 2012, no Rio de Janeiro, líderes de 193 países se reuniram na cidade do Rio de Janeiro para
discutir o desenvolvimento sustentável. A chamada Rio+20, porém, não foi a única conferência a de-
bater tais problemas. Cite algumas das reuniões com esse foco ao longo da história e seus principais
assuntos e resoluções.
R
ed
.
3. "Sustentabilidade é toda ação destinada a manter as condições energéticas, informacionais, físico-quí-
micas que sustentam todos os seres, especialmente a Terra viva, a comunidade de vida e a vida hu-
mana, visando a sua continuidade e ainda a atender as necessidades da geração presente e das futuras
de tal forma que o capital natural seja mantido e enriquecido em sua capacidade de regeneração,
Leonardo Boff
Desenvolvendo melhor a colocação de Leonardo Boff, importante teólogo e professor brasileiro, é
possível perceber que a ideia de sustentabilidade parte, de certa forma, de um equilíbrio entre desen-
volvimento da sociedade e cuidado com o meio ambiente. Partindo da ideia de que, hoje, é difícil aliar
duas coisas que parecem tão diferentes, aponte obstáculos para esse equilíbrio e formule propostas
de curto e longo prazo que procurem amenizar ou até resolver esses impeditivos.
4. Não é inesperado o que aconteceu em Mariana. Primeiro, pelos alertas dados pelo Ministério Público
de Minas Gerais e por especialistas. Segundo, porque a mineração é uma atividade altamente agressiva
e de elevado risco ambiental. A Vale está fazendo furos e deixando rejeitos em Minas Gerais há 70 anos.
Não pode, diante de um desastre dessa proporção, soltar uma nota lacônica como se não fosse sua
obrigação agir imediatamente.
A atividade mineradora no mundo inteiro tem uma série de procedimentos já consolidados ao longo
do tempo para prevenir e mitigar desastre. Neste caso, se vê a cada novo passo da investigação que as
empresas foram displicentes na prevenção e não demonstraram ter um plano de ação preparado para
o caso de desastre. Prevenção e mitigação de danos é o mínimo que se pode exigir de uma empresa
que lida com atividade de alto risco. Disponível em: Blog da Miriam Leitão, O Globo.
O desastre de Mariana, em Minas, ajudou a trazer à tona um lado perverso das empresas brasileiras: o
fato de pensarem, apenas, no lucro, deixando de lado o cuidado com o ambiente. Isso gera conse-
quências que precisam ser discutidas hoje e sempre. Levando em consideração a leitura do texto de
Miriam Leitão, diga o que gera, de certa maneira, essa negligência e que consequências para o ambi-
ente e a população podem surgir desse comportamento.
5. Um dos temas mais discutidos, ultimamente, é a questão do consumo consciente. Sabe-se, clara-
mente, que o brasileiro não sabe consumir de forma sustentável e, por isso, é necessário entender os
problemas e impactos envolvidos nisso. Levando isso em consideração, discuta e planeje um texto
sobre a proposta abaixo. Depois, discuta com o seu monitor o texto exemplar produzido para o tema,
disponível no gabarito desta aula.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema
Os efeitos da escassez de água no Brasil do século XXI, apresentando proposta de intervenção, que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Agora o clima muda tão depressa, que cada ação é tardia, Que dá paralisia na cabeça, que é mais do que se previa. Algo que parecia tão distante periga agora tá perto; Flora que verdejava radiante desata a virar deserto. O lucro a curto prazo, o corte raso, o agrotóxiconegócio;
R
ed
.
A grana a qualquer preço, o petrogaso-carbocombustível fóssil. O esgoto de carbono a céu aberto na atmosfera, no alto; O rio enterrado e encoberto por cimento e por asfalto. Quede água? Quede água? Quando em razão
e de tanta desrazão, A selva não for salva e se tornar savana; e o mangue, um lixão; Quando minguar o Pantanal, e entrar em pane a Mata Atlântica, tão rara; E o mar tomar toda cidade litorânea, e o sertão virar Saara; E todo grande rio virar areia, sem verão virar outono; E a água for commodity alheia, com seu ônus e seu dono; E a tragédia da seca, da escassez, cair sobre todos nós, Mas sobretudo sobre os pobres, outra vez sem terra, teto, nem voz; Quede água? Quede água? Agora é encararmos o destino e salvarmos o que resta; É aprendermos com o nordestino que pra seca se adestra; E termos como guias os indígenas, e determos o desmate, E não agirmos que nem alienígenas no nosso próprio habitat. Que bem maior que o homem é a Terra, a Terra e o seu arredor, Que encerra a vida, que na Terra não se encerra, a vida, a coisa maior, Que não existe onde não existe água e que há onde há arte, Que nos alaga e nos alegra quando a mágoa a alma nos parte, Para criarmos alegria para viver o que houver pra vivermos, Sem esperanças, mas sem desespero, no futuro que tivermos. Quede água? Quede água?
Quede água. Lenine/Carlos Rennó. Disponível em: http://www.lenine.com.br.
R
ed
.
Texto II
Texto III A ONU divulgou nesta terça-feira (24) um alerta mundial sobre os efeitos da escassez de água. Água
para beber, água para comer, para produzir a comida, para higiene, limpeza. Água para trabalhar e para
gerar energia para trabalhar. E se ela falta? O relatório das Nações Unidas, divulgado nesta terça-feira (24), alerta: muitos países estão perto de
populações, mas também ao crescimento econômico e à estabilidade política. Segundo os pesquisadores, daqui a apenas dez anos, 48 países não terão água suficiente para as suas
populações. Isso atingiria quase três bilhões de pessoas. E até 2030, a demanda por água doce no
planeta deverá ser 40% maior do que a oferta. O relatório destaca o desafio de administrar a oferta de água no meio de tantas mudanças climáticas.
Mas também aponta como a corrupção é um enorme ralo de dinheiro que chega a absorver 30% do
que poderia ser usado em projetos de abastecimento e saneamento básico. O levantamento foi feito em dez países, entre eles Bolívia, Canadá, Uganda, Paquistão e Coreia do Sul.
Mas as conclusões valem para o mundo inteiro. A ONU recomenda que a agricultura busque técnicas para usar menos água sem comprometer a pro-
dução. Que a geração de energia preserve a água e o meio-ambiente. Que os governos sejam rápidos
e transparentes na busca de melhorias. Corinne Wallace, uma das autoras do relatório, explica que a água tem que ser uma prioridade. Indiví-
Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/02/onu-divulga-alerta-mundial-sobre-efeitos-da-escas-
sez-de-agua.html
R
ed
.
GABARITO
Exercícios
1. Questão opinativa.
2. Estocolmo (1972), Convenção de Viena (sobre a camada de ozônio, 1985); Eco-92; Rio +10 em 2002. (meio
ambiente e sustentabilidade)
3. Um possível obstáculo que uma nação sustentável pode enfrentar é o desperdício de lixo de grandes
indústrias, utilização exacerbada de água de indústrias alimentícias e, não obstante, a falta de conscien-
tização sobre desmatamento ilegal. Dessa forma, medidas protetivas vindas do Estado podem (e devem)
contribuir para uma ação em prol do meio ambiente, juntamente com a conscientização da população,
através de campanhas midiáticas que valorizem a importância da separação de lixo e do gasto consciente
de alimentos e objetos, entre outros.
4. As faltas de leis efetivas para a negligência por parte de empresas sobre os impactos relacionados ao
meio ambiente corroboram para desastres como o ocorrido em Mariana. Além disso, a empresa relacio-
nada com o acontecimento tem importância significativa para a economia brasileira, sendo negligenci-
ado, mais uma vez, o devido auxílio e encaminhamento sobre a exploração exacerbada de minérios.
5. Outras vidas, a contínua seca.
vência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico
tornou-se um problema atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e con-
sumo aumentam. Assim, torna-se imprescindível alterar esse uso desregulado e combater a desigualdade na
obtenção de tal recurso.
Isto é, a quantidade líquida utilizada para a fabricação de produtos, como, automóveis ou a própria calça
jeans, que necessita de 11.000 litros para atingir a tonalidade ideal. Neste sentido, intuímos que o desperdício
desse composto inorgânico não provém unicamente dos descuidos dos cidadãos, visto que as indústrias
favorecem sua carência, ao visar a promoção de lucros comerciais do sistema de produção capitalista.
Além disso, o Brasil enfrenta uma crise hídrica, principalmente, o estado de São Paulo, que sofre com
o esgotamento do reservatório da Canteira. Tal fato, somado à ausência de chuvas e à demanda de suprir as
necessidades da população, fomentou um processo de conscientização e controle da distribuição da água
em determinados dias da semana. Porém, ainda que a mídia se volte à localidade econômica mais desenvol-
vida do país, a região Nordeste já convive, há anos, com a ausência de abastecimento total desse fluido.
Por conseguinte, várias áreas nordestinas vivem em estado de emergência com a seca e, antes, o que
se limitava a algumas partes, agora, atinge os grandes centros urbanos, como a Paraíba e Campina Grande.
Essa realidade prova que as dificuldades climáticas, como o período de estiagem e a seca de rios, além do
descaso político contribuíram para o alastramento dessa insuficiência hídrica.
São notáveis, portanto, as causas da escassez desse solvente universal. Logo, o poder midiático deve
alertar e orientar ao público sobre o uso consciente. Em segundo lugar, tratar as águas de esgotos a fim de
as indústrias as reutilizem de forma sustentável e, assim, conter os gastos do consumo virtual. Ademais, o
racionamento no Sudeste prevenirá a seca absoluta da água nesse período de crise. Já o Nordeste, que re-
cebe esse tratamento e ainda sim, sofre com fatores sociais, o ato humanitário de transportar parte da água
do aquífero Guarani seria a principal medida para promover a igualdade de distribuição da água, enquanto o
poder público investe em pesquisas para driblar os fatores climáticos.
F
il.
Soc.
Professor: Larissa Rocha
Gui de Franco
Monitor: Debora Andrade
F
il.
Instituições sociais 31
ago
RESUMO
Se há uma coisa que qualquer estudante de sociologia rapidamente aprende e passa a perceber é
que todo ser humano é profundamente moldado pela sociedade em que vive. Naturalmente, isto não
significa que não somos livres ou que não fazemos nossas próprias escolhas. Significa apenas que nossa
liberdade não é absoluta e ilimitada, mas sim situada e contextual. Em suma, nós não somos determinados
pela sociedade, mas somos radicalmente influenciados por ela. Em sociologia, dá-se o nome técnico de
socialização a esse processo de integração do indivíduo na vida social, no qual o sujeito é profundamente
moldado pelos padrões de funcionamento da sua sociedade.
Naturalmente, o processo de socialização não se dá rapidamente e de imediato, mas gradualmente
e por etapas. Os principais agentes responsáveis pela socialização são as chamadas instituições sociais, isto
é, aquelas estruturas e organizações básicas que sustentam e organizam o funcionamento da vida coletiva
Tradicionalmente, os sociólogos consideram cinco instituições sociais como as mais importantes.
São elas a família, a língua, a educação, a política e a religião. Tais instituições sociais são consideradas as
mais relevantes por serem universais, isto é, estão presentes em toda e qualquer cultura, não há registro de
sociedade humana sem a sua presença.
A família é a instituição social mais básica e inicial, responsável pela chamada socialização primária,
isto é, pela primeira integração do indivíduo em sociedade, através do ensino da língua, da transmissão de
valores, do ensinamento das normas básicas de convívio social, etc. Sua importância é essencial, uma vez
que ela é quem torna o sujeito apto a viver socialmente. Não à toa, famílias desestruturadas tendem a formar
pessoas desajustadas na sociedade.
Há, nas diversas culturas, os mais diferentes modelos de família: patriarcais, nas quais a liderança
compete ao homem, e matriarcais, nas quais a chefia cabe à mulher; monogâmicas, nas quais os dois
cônjuges são casados apenas entre si, poligâmicas, nas quais um homem é casado com várias mulheres, e
poliândricas, nas quais uma mulher é casada com vários homens; etc. Na sociedade ocidental
contemporânea, o papel desta instituição é cumprido pela família nuclear, ou seja, pai, mãe e filhos. Nas
sociedades tradicionais, por sua vez, a função da instituição familiar era exercida por toda a chamada família
extensa, que inclui avós, tios, primos, etc. Daí a importância das clãs, das tribos, etc.
A língua é a instituição social que tem como papel garantir a comunicação entre os membros da
sociedade. Sua existência é indispensável, uma vez que, sem comunicação, a sociedade não teria como se
organizar e sobreviver. Há, nas variadas culturas humanas, os mais diversos tipos de língua: umas são ágrafas,
isto é, apenas orais, faladas; outras possuem escrita. Nesta última categoria, a variedade também é grande:
há aquelas que usam alfabetos, as que usam hieróglifos, as que se valem de ideogramas, etc. O que não há
é registro de sociedade humana sem linguagem.
A educação não é a única, mas é a principal instituição responsável pela chamada socialização
secundária, isto é, por todos aqueles processos de integração social que se dão para além do nível familiar.
De fato, seu papel é precisamente transmitir às gerações mais novas os conhecimentos disponíveis em
sociedade, herdados das gerações passadas através da tradição e que a família não tem condições de
transmitir por si só.
Neste ponto, é importante, para entendermos bem esta instituição social, não confundirmos
educação com escola. De fato, é claro que há sociedades humanas sem escolas, ou seja, sem
estabelecimentos de ensino voltados para a transmissão de um conhecimento intelectual e acadêmico, cujo
aprendizado é verificado através da aplicação de provas. Há, efetivamente, sociedades sem esse tipo de
educação formal. O que não é sociedade sem educação: sem transmissão de valores, tradições e cultura
adquirida. Um velho cacique que ensina os pequenos indiozinhos a caçar os está educando, ainda que sua
prática de ensino não seja escolar.
A política é a instituição social responsável pela organização e regulação da vida coletiva. Seu papel
é administrar os conflitos sociais e zelar pelo bem daqueles que estão sob sua autoridade. Tal como não há
sociedade sem língua, sem família e sem educação, também não há sociedade sem política. Podem existir
talvez (discute-se muito sobre isso), sociedades sem Estado, isto é, sem uma autoridade burocrática,
impessoal e formal. Não há, no entanto, sociedades sem liderança política, sem chefes que guiem a vida em
comum. Com efeito, o próprio bom funcionamento da sociedade exige a existência dessa autoridade.
F
il.
Existem, na realidade, os mais diversos tipos de regimes políticos, tradicionalmente agrupados em
três gêneros: os democráticos, nos quais a autoridade política pertence a todo o povo, seja exercendo-a
diretamente, seja mediante a eleição periódica de representantes seus; os aristocráticos, nos quais o poder
pertence a uma pequena elite, seja ela intelectual, religiosa, financeira, militar ou o que for; e os
monárquicos, nos quais a autoridade política cabe a apenas um indivíduo isoladamente, homem ou mulher,
normalmente dono de um título especial, como rei, imperador, príncipe, arquiduque, xá, sultão, etc.
Por fim, a religião é a instituição social que tem como propósito central oferecer um sentido e
explicação para a vida humana, fazendo-o através do apelo ao sagrado, isto é, a uma instância superior,
divina, sobrenatural. O vínculo do homem como o sagrado, por sua vez, usualmente se dá através da fé, da
oração, da prática de certas normas morais e do cumprimento de determinados ritos religiosos.
Evidentemente, há, ao longo da história, diversos registros de indivíduos não religiosos e mesmo anti-
religiosos. O que não há é caso conhecido de uma sociedade na qual a religião de maneira geral não exista.
Existem os mais diversos tipos de religiosidade, dentre as quais se destacam o politeísmo, que é a
crença em vários deuses; o monoteísmo, que é a crença em um único Deus; o henoteísmo, que é a crenças
em vários deuses, mas existindo um deus supremo, base de todos demais; o panteísmo, crença de que não
há um deus pessoal, mas sim que Deus é a própria natureza e que, portanto, todas as coisas são parte de
Deus; etc. Cabe lembrar aqui um dado curioso: apesar de ser assim na quase totalidade dos casos, não é
necessário, para uma pessoa ser religiosa, que ela acredite em um Deus ou em deuses. Certos ramos do
budismo são ateus, isto, é não creem em qualquer forma de divindade, mas não deixam de ser correntes
religiosas, uma vez que propõem o vínculo do homem com uma instância sagrada.
EXERCÍCIOS
1. Leia o texto a seguir:
físico, mas também com outros seres humanos. A biografia do indivíduo, desde o nascimento, é a
história de suas relações com outras pessoas. Além disso, os componentes não sociais das experiências
da criança estão entremeados e são modificados por outros componentes, ou seja, pela experiência
social. BERGER, Peter L. e BERGER, Brigitte. Socialização: como ser um membro da sociedade. In: FORACCHI, Marialice M. e
MARTINS, José de Souza. Sociologia e sociedade. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977, p. 200.
Podemos concluir do texto que
(01) os indivíduos, desde o nascimento, são influenciados pelos valores e pelos costumes que
caracterizam sua sociedade.
(02) a relação que a criança estabelece com o seu corpo não deveria ser do interesse das ciências
biológicas, mas apenas da sociologia.
(04) o fenômeno tratado pelo autor corresponde ao conceito de socialização, que designa o
aprendizado, pelos indivíduos, das regras e dos valores sociais.
(08) as experiências individuais, até mesmo aquelas que parecem mais relacionadas às nossas
necessidades físicas, contêm dimensões sociais.
(16) o desconforto físico que uma criança sente, como a fome, o frio e a dor, pode receber dos adultos
distintas respostas de satisfação, dependendo da sociedade na qual eles estão inseridos.
SOMA: ( )
2. o da última década, os hackers passaram por uma transformação gradual de uma população
pouco conhecida de entusiastas em computação a um grupo de desviantes, alvo de maledicência, que
se acredita venha a ameaçar a própria estabilidade da era da informaçã GIDDENS, Anthony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.172.
F
il.
Em sua análise do ato criminoso, Durkheim vinculou-o à consciência coletiva e às suas manifestações
na vida social.
De acordo com o pensamento desse autor, marque a alternativa INCORRETA.
a) A consciência coletiva abrange estados fortes e definidos de pensamento e sentimento
compartilhados. Um ato é criminoso quando ofende esses estados da consciência coletiva.
b) A consciência coletiva refere-se ao conjunto das crenças e dos sentimentos comuns à média dos
membros de uma sociedade. A classificação de um ato como criminoso não depende das
consciências particulares.
c) A consciência coletiva, na modernidade, recobre toda consciência individual, anulando-a. A noção
de ato criminoso está presente em todos os indivíduos mentalmente normais.
d) A consciência coletiva corresponde, de certa forma, à moral vigente na sociedade. Um ato não é
reprovado por ser criminoso, mas é criminoso por ser reprovado.
3. Analisando os dados de uma pesquisa realizada em nível nacional e publicada pelo Jornal Folha de S.
Paulo sobre os jovens brasileiros com idade entre 16 e 25 anos, disse Contardo Calligaris:
ção
profissional não empreendimentos fantasiosos, mas o devaneio de qualquer mãe de classe média:
ser médico, advogado ou encontrar um bom emprego que lhes garanta casa própria e carro. [...]
Cúmulo para quem imagina que os adolescentes sejam contestatórios: em sua maioria, eles acham que
Folha de S. Paulo. Cad. Especial. Edição de 27/07/2008. p. 3.
Relacione essas informações com as ideias de Émile Durkheim e explique
a) a função social da educação.
b) o papel das gerações velhas e novas no processo educacional.
4. O sociólogo francês Émile Durkheim, considerado o fundador da sociologia, cunhou o termo
consciência coletiva.
Sobre esse conceito, é correto afirmar que:
a) a família, o trabalho, os sindicatos, a educação, a religião, o controle social e até a punição do
crime são alguns mecanismos que criam e mantêm viva a integração e a partilha da consciência
coletiva.
b) essa consciência implica uma solidariedade de tipo orgânica, caracterizada pela pouca divisão
social do trabalho.
c) os processos de socialização e internalização individual não são responsáveis pela aquisição, por
parte dos indivíduos, de valores, crenças e normas sociais que mantêm os grupos e as sociedades
integrados.
d) implica uma solidariedade comum que molda as consciências individuais, sem exercer qualquer
tipo de coerção social sobre elas.
5.
(01) As escolas, as igrejas e as famílias podem ser consideradas instituições sociais que exercem formas
de coerção sobre os indivíduos. Elas pressionam pelo cumprimento de valores preestabelecidos.
(02) As instituições sociais direcionam as ações dos indivíduos no sentido de organizarem,
disciplinarem e controlarem suas condutas, mas também são flexíveis ao ponto de incorporarem
as transformações, mesmo que elas não gerem grandes rupturas no modelo de sociedade.
(04) A escola é uma instituição social regida por normas e por regras que eliminam os conflitos na
adoção dos projetos pedagógicos norteadores da conduta de seus profissionais.
(08) As religiões podem ser consideradas instituições sociais que garantem sua permanência por meio
dos rituais: atos repetitivos que rememoram o acontecimento inicial da história sagrada de
determinada cultura.
(16) A família é um tipo de instituição social essencialmente dinâmica, sendo o tipo familiar mais
expressivo na sociedade brasileira, na atualidade, o monoparental: quando um dos cônjuges vive
com os filhos na presença ou não de outros parentes na mesma casa.
SOMA: ( )
F
il.
6. A escola é considerada pela sociologia uma instituição, pois se trata de um conjunto de relações entre
indivíduos mediadas por normas e procedimentos padronizados de comportamento, aceitos pela
sociedade como importantes para a socialização dos sujeitos e para a transmissão de determinado
conhecimento compartilhado pela cultura.
Assinale a alternativa que NÃO indica uma das funções das instituições escolares.
a) Preparar os sujeitos para os papéis profissionais e ocupacionais.
b) Transmitir a herança cultural do grupo.
c) Promover a mudança social por meio de pesquisas.
d) Estimular a sociabilidade entre os sujeitos.
e) Desenvolver o senso crítico-reflexivo para questionar a autoridade dos adultos e romper com
as regras sociais.
7. A escola exclui, como sempre, mas ela exclui agora de forma continuada, a todos os níveis de curso,
e mantém no próprio âmago daqueles que ela exclui, simplesmente marginalizando-os nas
ramificações mai
oscilar entre a adesão maravilhada à ilusão proposta e a resignação aos seus veredictos, entre a
submissão ansiosa e a revolta impotente. BOURDIEU, P. (Org.). A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes, 1993. p. 485.
Considerando a citação e as abordagens sociológicas sobre o contemporâneo processo de
escolarização, assinale o que for correto.
(01) O melhor desempenho escolar de certas pessoas está ligado ao dom natural para os estudos que
desperta logo no nascimento, pois as aptidões intelectuais facilitam o aprendizado e permitem
conseguir notas mais altas.
(02) Historicamente a escola tem sido uma instituição democrática que respeita as diferenças
econômicas, sociais e culturais da sociedade e garante oportunidades iguais para as pessoas que
se esforçam nos estudos.
(04) Ao ocultar seu papel na legitimação e na reprodução dos saberes, dos valores e das experiências
dos grupos dominantes, a instituição escolar esconde também os seus m
exclusão dos grupos marginalizados.
(08) A baixa qualidade do ensino oferecido pelas escolas públicas no Brasil está diretamente
relacionada ao grande número de pessoas pobres que ela inclui, pois a condição econômica
determina o desempenho escolar.
(16) Um dos principais desafios colocados para os atuais sistemas de ensino no Brasil tem sido a
necessidade de assegurar a inclusão educacional de indivíduos e de grupos sociais que
historicamente foram marginalizados pela escola regular.
SOMA: ( )
8. Observe a charge a seguir:
Disponível em: <http://sociologiaadalgisa.blogspot.com/2011/04/charge.html>. Acesso em: 8 ago. 2011.
Na figura, notamos vários aspectos individuais que são importantes para a vida em sociedade. Nesse
sentido, a educação fora e dentro da escola exerce um papel fundamental nesse processo. Acerca da
mensagem transmitida pela charge e dos estudos sociológicos sobre educação e sociedade, analise
as proposições a seguir:
F
il.
I. saberes socioculturais que garantem a
sobrevivência de seus membros são transmitidos pela educação assistemática.
II. Na educação assistemática, os indivíduos devem estar presentes nas instituições escolares, em
período integral de aprendizado.
III. Nela prevalece uma ideologia que valoriza o aprendizado de conhecimentos desconectados com
as vivências pessoais, emocionais e culturais dos indivíduos.
IV. A educação formal é característica do processo educacional das sociedades modernas.
V. No Brasil, a educação pública é um direito social, que se tornou obrigação do Estado a partir da
Constituição de 1988.
Estão CORRETAS apenas
a) I, II e III.
b) II, III e V.
c) I, III e IV.
d) II, III, IV e V.
e) I, III, IV e V.
9. m que completam 18 anos de idade, são obrigados ao
condição, não receberá o certificado de reservista, documento exigido para tirar título de eleitor ou
passaporte, prestar concurso público, abrir conta bancária ou matricular-se na universidade. Os
selecionados para o serviço militar obrigatório que não se apresentarem tornam-
CASTRO, C. A resistência à implantação do serviço militar obrigatório no Brasil. Em: GOMES, A. C. (coord.). Direitos e
Cidadania: justiça, poder e mídia. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2007. p. 239.
Considerando o texto, assinale o que for correto sobre o tema das instituições sociais.
(01) O alistamento militar promove um tipo de coerção social que impõe aos jovens o ingresso no
serviço militar.
(02) Aqueles que desobedecem à obrigatoriedade do serviço militar sofrem imposição de limites para
o exercício de uma cidadania plena, como a que permite aos jovens participarem dos processos
eleitorais.
(04) A condição de alistado, refratário ou insubmisso é uma escolha possível para todos os jovens que
devem, ao completarem 18 anos, alistar-se no serviço militar, revelando a dimensão individual e
social de nossas escolhas diante de regras que são criadas por instituições.
(08) As regras que criam a obrigatoriedade do serviço militar exemplificam que o Estado usa suas
instituições para garantir que as vontades individuais sejam respeitadas.
(16) Para os jovens brasileiros, a universalização da exigência de certificado de reservista condiciona,
inclusive, a possibilidade de continuar os estudos na fase da vida em que o desejarem.
SOMA: ( )
QUESTÃO CONTEXTO
As famílias tinham um papel social, também em relação à escola, claramente definido. A preocupação
principal das famílias era com o comportamento dos filhos e não com seu desempenho escolar. Todos
e fazer.(...)O conteúdo ensinado na escola, o
papel dos professores, a visão do que significava o processo de ensino-aprendizagem, etc, eram
completamente diferentes. Tudo funcionava de um modo, que independia das pessoas que estavam ali. Com base no texto acima, aponte os tipos de socialização desenvolvidos pela família e pela escola.
F
il.
GABARITO
Exercícios
1. 01 + 04 + 08 + 16 = 29
A afirmativa 01 está correta. Ela indica o poder da sociedade de influenciar os indivíduos desde o
nascimento.
A 02 está errada. O texto não faz referência a essa distinção.
A 04 está correta. O texto descreve elementos do processo de socialização.
A 08 está correta. Pois mostra como até os nossos processos mais íntimos sofrem influência da
coercitividade social.
A 16 está correta. A resposta do adulto às necessidades da criança corresponde ao meio no qual ela se
desenvolve e à expectativa que ele tem em relação ao desenvolvimento dela.
2. c
A afirmativa C está errada porque a consciência coletiva não consegue cobrir (e coibir) todas as
consciências individuais. Isso porque existe grande quantidade de indivíduos desviantes de uma atitude
moral única. Tanto que, ainda que todos os indivíduos mentalmente normais saibam o que é um ato
criminoso, ainda assim continuam a executá-lo, numa clara mostra de preponderância da vontade
individual sobre a coletiva.
3. a) A função social da educação para Durkheim é moldar as crianças ao padrão social vigente. Desde
pequenas elas são ensinadas a se comportar de acordo com o esperado pelo grupo no qual se
desenvolvem. No texto, a observação de Calligaris indica que a educação continua tendo a capacidade
de criar nos jovens uma visão de mundo semelhante à de seus pais, portanto o papel educacional
continua a ter a mesma função indicada anteriormente por Durkheim. Ao mesmo tempo a educação tem
a função de preparar os indivíduos para assumirem papéis necessários à manutenção da sociedade, em
um contexto de solidariedade orgânica.
b) As gerações velhas têm o papel de passar às jovens as regras e formas de agir do grupo social, exercer
a coerção que levará ao aprendizado, mas que antes de ser delas é da sociedade. Os jovens devem
aprender o ensinado e mesmo resignar-se com o que não concordam, pois, para Durkheim a manutenção
da harmonia social era ponto fundamental da vida em sociedade. Quando chegar o seu momento, as
gerações jovens terão o mesmo papel que as gerações antigas tiveram com elas, ou seja, ensinar às novas
gerações as regras da vida em sociedade, em um processo contínuo. A visão sociológica de Durkheim
visa sempre a manutenção de um status quo pré-existente, ou seja, é uma visão conservadora e voltada à
ideia de papéis sociais que têm de ser desempenhados, tendo a educação importante papel nesta
definição.
4. a
afirmativa B está errada, pois a solidariedade de tipo orgânica caracteriza-se pela grande divisão
social do trabalho;
São justamente os processos de socialização e internalização individual que
permitem aos individuos adquirirem os valores e condutas da sociedade;
por fim, a afirmativa D está errada porque a consciência coletiva exerce coerção social sobre a
vontade individual.
5. 01 + 02 + 08 + 16 = 27
A afirmativa 04 está errada. As normas e regras que a escola possui não são suficientes para eliminar os
conflitos ideológicos que chegam ao seu interior, seja aos professores, seja aos alunos.
F
il.
6. e
a) Correta. A escola tem um papel educador na vida social, de preparar os indivíduos para ocuparem
um lugar na sociedade, munindo-os dos elementos necessários para desenvolver a vida profissional.
b) Correta. Absorver os aspectos culturais.
c) Correta. Promover mudanças sociais controladas.
d) Correta. Estimular as relações de pertencimento e sociabilidade no grupo.
e) Incorreta. A escola apresenta um aspecto conservador, de formação dos indivíduos para aceitarem o
status quo e para não o desafiar ou romper com suas características. Na verdade, a discussão sobre esse
papel da escola tem sido uma constante nos estudos atuais de educação, pois ao mesmo tempo em
que a escola deve ser criadora de autonomia, ela também ocupa o papel de mantenedora das
condições sociais vigentes, possuindo assim uma contradição inerente.
7. 04 + 16 = 20
01) Incorreta. O sistema de ensino é responsável pelo maior ou menor aproveitamento do aluno.
02) Incorreta. Durante muitos anos, o acesso à escola não foi para todas as pessoas e, mesmo quando
passou a ser, a escola nivela as aptidões a um padrão que exclui as diferenças.
04) Correta. A escola tende a reproduzir a ordem vigente excluindo os grupos que apresentam
comportamentos diferentes.
08) Incorreta. A condição econômica é um entrave ao desenvolvimento do ensino apenas porque a
escola não consegue lidar com esse diferencial em seu processo educacional.
16) Correta. Com os direitos advindos com a redemocratização, a universalidade do ensino passou a ser
um desafio para o Estado.
8. e
A afirmativa II está incorreta. Sistema é um todo integrado, com entradas e saídas. Um sistema escolar
se compõe de escolas, alunos, professores, metodologias definidas e muitas regras. Já a noção de
educação assistemática pressupõe a negação disso, a inexistência de um sistema educacional.
9. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
01) Correta. É uma forma coercitiva de obter uma ação esperada.
02) Correta. A limitação de alcance da cidadania também é uma forma de coerção para obter a adesão
dos jovens ao serviço militar.
04) Correta. Apesar de sofrerem sanções pelo não alistamento, as demais ações possíveis demarcam
uma tomada de posição social por parte dos jovens.
08) Incorreta. A obrigatoriedade do alistamento militar é um desrespeito à vontade individual.
16) Correta. Uma das penas por não cumprir o alistamento é a impossibilidade de continuar os estudos,
para os quais é exigido a carteira de reservista.
Questão Contexto A família é a instituição social mais básica e inicial, responsável pela chamada socialização primária. A
educação (escola) não é a única, mas é a principal instituição responsável pela chamada socialização
secundária, isto é, por todos aqueles processos de integração social que se dão para além do nível familiar.