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Capítulo 5
A Terra no Sistema Solar 2
Capítulo 6
Tempo e transformações da Terra 12
Capítulo 7
Rochas, minerais e solos 32
Capítulo 8
Formas do relevo 52
Volume 2
capí
tulo
Você sabia que a Terra não está parada no Sistema So-
lar? Nosso planeta realiza vários movimentos, como a rota-
ção e a translação. Esses movimentos são muito importan-
tes para a vida no planeta, pois tanto a sucessão de dias e
noites quanto a existência das estações do ano estão dire-
tamente ligadas a eles.
Você sabe o que é o Sistema Solar? O que podemos encon-
trar nele? Qual é a posição que a Terra ocupa nesse sistema?
A Terra no Sistema Solar 5
Principais movimentos da Terra: rotação
e translação
o que vocêvai conhecer
©Nasa
2
Geografia
Principais movimentos da Terra: rotação e translação
Quando olhamos para o céu em uma noite sem nuvens, po-
demos ver muitas estrelas, a Lua e até alguns planetas. Os cor-
pos celestes, como a Terra e a Lua, fazem parte do Sistema Solar,
juntamente com outros planetas, satélites naturais, asteroides
e cometas, que se movem ao redor do Sol. O Sistema Solar é
apenas um entre uma imensidão de outros sistemas existentes
no Universo.
O comportamento da Terra e dos demais astros e planetas
no Sistema Solar já inquietava nossos antepassados. Ao longo do
tempo, diferentes teorias foram formuladas para entender esse
comportamento. Algumas dessas teorias foram descartadas, ou-
tras serviram de base para a construção do conhecimento atual.
O Sol está localizado no centro do Sistema Solar. É a estrela
mais próxima da Terra, fornecendo luz, calor e energia.
Os planetas são astros que possuem forma arredondada
e executam sua órbita ao redor do Sol. Esse movimento rece-
be o nome de translação. As órbitas dos planetas são elípticas,
por isso, em alguns períodos, eles se aproximam do centro de
atração (que não coincide com o centro da elipse) e, em outros,
afastam-se dele. Todos os planetas do Sistema Solar também
realizam um movimento em torno de si mesmo, ou de seu eixo
imaginário, conhecido como rotação. O tempo de duração des-
ses movimentos varia de planeta para planeta.
Os planetas do Sistema Solar estão a distâncias diferentes
do Sol e têm tempos variados de rotação e translação. Além
disso, não têm o mesmo tamanho nem as mesmas característi-
a terceira posição. É o quinto maior planeta, é rochoso e tem um
satélite natural, a Lua. Pelo que se sabe, é o único planeta onde
existe água em estado líquido, ar e vida.
Conhecer melhor algumas características do planeta Terra.
Entender os conceitos básicos de rotação e translação.
Perceber consequências e efeitos dos movimentos de rotação e translação.
objetivos do capítulo
órbita: trajetória fechada que um astro descreve em torno de outro.
elíptica: que tem forma de elipse, isto é, de um círculo mais alongado.
3
©N
asa
Concepção artística da Via Láctea
olhar geográfico
Leia trechos do poema Universo, na página 1 do material de apoio. Ele trata do planeta
em que vivemos, mostrando sua característica mais singular no espaço sideral: a existência
da vida. Com base nele, responda às questões a seguir.
1 Na primeira estrofe do poema, o autor afirma: “o que vi do universo até hoje foi pouco”. Você con-corda com ele? Justifique sua resposta.
2 Ao olhar o céu, é possível olhar para o passado do Universo. Por quê?
3 Na última estrofe, o autor se refere à Via Láctea. Você sabe o que é a Via Láctea? Faça uma pesquisa e escreva um parágrafo sobre ela.
O Universo não é estático. A Via
Láctea, galáxia onde está a Terra, por
exemplo, move-se de acordo com as
forças gravitacionais do Universo. O
Sistema Solar também movimenta-
-se nessa galáxia, e o planeta Terra
realiza vários movimentos no Siste-
ma Solar. Os movimentos da Terra
mais importantes para a Geografia
são os de rotação e translação, pois
eles possuem grande influência em
nosso cotidiano.
Aglomerado de bilhões de estrelas que
possuem forma irregular, espiral ou
elíptica. O Sol é uma estrela pequena,
em comparação a bilhões de outras
estrelas reunidas na Via Láctea.
4
Geografia
Movimento de rotação
Muitos povos da Antiguidade acreditavam que o Sol e outros planetas giravam em torno
da Terra e que ela era estática. Essa concepção foi mudando com o avanço dos estudos de
astrônomos e outros cientistas, que desvendaram os mistérios do Universo.
Atualmente, sabe-se que a Terra realiza um movimento de rotação. Nesse movimento,
nosso planeta gira inclinado sobre seu eixo (linha imaginária que une os polos), de oeste para
leste, ao mesmo tempo em que gira em torno do Sol. A Terra completa esse movimento em,
aproximadamente, 24 horas, ou seja, um dia.
Div
o. 2
01
2. 3
D
Rotação da Terra
Esse giro da Terra faz o Sol surgir de um lado do horizonte e pôr-se do outro. Isso dá a
impressão de que o Sol percorre um trajeto no céu desde o amanhecer até o anoitecer. Na
verdade, não é o Sol que se move, mas sim a Terra. O movimento do Sol é apenas aparente.
A Terra tem dois polos: o Polo Norte, também denominado Ártico, e o Polo Sul, que
também recebe o nome de Antártico. Observe, na imagem acima, que o eixo imaginário de
rotação da Terra passa pelos polos Norte e Sul.
Sucessão de dias e noites
Com o movimento de rotação, uma parte da superfície da Terra recebe diretamente a luz
do Sol, e a outra, não. Na parte iluminada, o Sol é visível no céu: é dia. Na parte escura, o Sol
não é visível no céu: é noite. À medida que a Terra gira em torno do seu eixo imaginário, a luz
do Sol ilumina diferentes áreas do planeta, produzindo a sucessão de dias e noites.
A imagem que representa a rotação da Terra mostra seu eixo imaginário, que é inclinado
-
dondado da Terra e com o movimento de translação, faz com que dias e noites não tenham
a mesma duração nas diferentes regiões do planeta. Ao longo do ano, a variação da duração
de dias e noites é maior nas localidades mais próximas aos polos. Já nas localidades próximas
5
Movimento de translação
A Terra gira em torno de si mesma e, ao mesmo tempo, gira
ao redor do Sol, realizando assim o movimento de translação. Esse
movimento é resultado de um equilíbrio das forças gravitacionais
do Sol e da Terra. O tempo gasto nesse movimento é de 365 dias e
cerca de seis horas. Esse período é chamado de ano sideral.
De acordo com o calendário adotado nos países ocidentais, um ano tem 365 dias. O que
acontece, então, com as quase seis horas que sobram anualmente?
Se esse calendário fosse ba-
seado no tempo real de uma
translação, cada ano começaria
em um horário diferente. Para
isso não ocorrer, ele foi ajustado
ao ano solar. Assim, os 365 dias
foram distribuídos em 12 meses.
As quase seis horas que sobram
anualmente não são considera-
das durante três anos seguidos.
No quarto ano, essas horas soma-
das totalizam 24 horas, ou seja,
um dia. Esse dia a mais é acres-
centado ao mês de fevereiro, que
fica com 29 dias. É o ano bissexto,
com 366 dias, que acontece uma
vez a cada quatro anos.
atividades
Considerando que o ano de 2016 teve 366 dias, quais serão os dois próximos anos bissextos?
Div
o. 2
01
2. 3
D.
Translação e rotação da Terra
A inclinação do eixo de rotação da Terra é de aproximadamente
23º 27’ (23 graus e 27 minutos) em relação ao plano da órbita ter-
restre. Isso faz com que os raios solares incidam de maneira desi-
gual em pontos diferentes do planeta, em diferentes épocas do
ano. Se considerarmos essa característica ao imaginar o movimen-
to de translação do planeta, veremos que, durante uma parte do
ano, o Hemisfério Sul estará mais voltado ao Sol e que, durante
outra parte, isso ocorrerá com o Hemisfério Norte. Esse fato, alia-
do ao movimento de translação, resulta na ocorrência das esta-
ções do ano.
Quando é necessário subdividir
os graus, utilizamos minutos e
segundos. Um grau é composto
igualmente por 60 minutos e
cada minuto tem 60 segundos.
1º = 60’ (um grau igual
a 60 minutos).
1’ = 60’’ (um minuto igual
a 60 segundos).
Forças gravitacionais: forças de atração entre corpos diretamente proporcional à massa.
6
Geografia
Estações do ano
Há muito tempo, as pessoas observaram que, em algumas épocas do ano, a temperatu-
ra aumentava e fazia mais calor; em outras, as árvores perdiam suas folhas; em outras, fazia
muito frio e, em outras, as flores desabrochavam. Essas épocas são as estações do ano: verão,
outono, inverno e primavera.
É importante notar que as quatro estações, bem como suas características, são mais
fáceis de serem percebidas nas zonas temperadas do planeta, isto é, ao sul ou ao norte dos
trópicos. Na zona tropical, a mudança das estações é mais difícil de ser observada na prática,
pois os raios solares incidem mais diretamente nessa região durante o ano inteiro.
As fotografias a seguir retratam a mesma paisagem, porém em quatro épocas diferentes
do ano.
1 Em que estações do ano foram tiradas as fotografias acima?
2
3 Em cada estação do ano, a árvore que aparece nas imagens apresenta um aspecto diferente.
4 No município onde você vive, as estações do ano são bem definidas? Que mudanças ocorrem nas paisagens no decorrer das estações?
Árvore sapucaia no campus da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), em Piracicaba, São Paulo, Brasil, outono de 2011
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Árvore sapucaia no campus da ESALQ, em Piracicaba, São Paulo, Brasil, inverno de 2011
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Árvore sapucaia no campus da ESALQ, em Piracicaba, São Paulo, Brasil, primavera de 2012
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Árvore sapucaia no campus da ESALQ, em Piracicaba, São Paulo, Brasil, verão de 2012
atividades
7
Solstício e equinócio
O movimento de translação também origina os solstícios e os equinócios. Para saber o
que isso significa, leia as explicações a seguir e observe a imagem, que representa a posição
da Terra em relação à radiação solar no Hemisfério Sul.
23°30
66°30
0°
23°3066°30
23°30
66°30
0°
23°3066°30
23°30
66°30
0°
23°3066°30
23°30
66°30
0°
23°30
66°30Hemisfério Sul
Início da primavera
Hemisfério SulInício do inverno
Hemisfério NorteInício do inverno
Hemisfério NorteInício da primavera
Hemisfério NorteInício do verão
Hemisfério NorteInício do outono
Hemisfério SulInício do outono
Hemisfério SulInício do verão
Dia polar
Dia polarNoite polar
Noite polarNo
ite curtaNo
ite longa
Dia longo
Dia curto
Dia curto
Dia
longo
Noite longa
Noite curta
No
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No
ite e dia com a mesma duração
No
ite e dia com
a mesma duração
No
ite e dia com a mesma duração
No
ite e dia com a mesma duração
No
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a mesma duração
No
ite e dia com
a mesma duração
No
ite e dia com a mesma duraçã o
Solstícios e equinócios
21 de junho – solstício: ponto máximo do inverno no Hemisfério Sul. Nesse dia, esse hemisfério recebe menos luz e calor do Sol, apresentando a noite mais longa e o dia mais curto do ano. Trata-se do solstício de inverno no Hemisfério Sul. Nesse mesmo dia, no Hemisfério Norte, ocorre o solstício de verão, período em que o Sol está exatamente sobre o Trópico de Câncer. O Polo Norte fica ensolarado (dia polar) e o Polo Sul, escuro (noite polar).
21 de março – equinócio: nesse dia, os raios solares incidem perpendicularmente sobre a Linha do Equador. Na maior parte dos lugares da Terra, tanto o dia quanto a noite duram exatamente 12 horas. No Hemisfério Norte, é equinócio de primavera; no Hemisfério Sul, equinócio de outono.
22 de setembro – equinócio: o Sol está exatamente sobre
a Linha do Equador. Na maior parte dos lugares da
Terra, o dia e a noite duram exatamente 12 horas. Nesse
dia, no Hemisfério Norte, é o equinócio de outono; no
Hemisfério Sul, o equinócio de primavera.
21 de dezembro – solstício:
data em que os raios solares incidem perpendicularmente
sobre o Trópico de Capricórnio, no Hemisfério Sul. É também a
data em que, nesse hemisfério, o dia é o mais longo e a noite é a
mais curta. Trata-se do solstício de verão austral, ou seja, o ponto
máximo do verão no Hemisfério Sul. Como as estações são
opostas nos dois hemisférios, no Hemisfério Norte ocorre o
solstício de inverno boreal. O Polo Sul está ensolarado (dia polar) e o Polo Norte, escuro
(noite polar).
Divo. 2012. 3D
solstícios: a palavra solstício vem do latim solstitium e significa
equinócios: a palavra equinócio vem do latim aequinoctium e
8
Geografia
olhar geográfico
Agora que você já aprendeu sobre os movimentos da Terra e suas consequências, elabore
um esquema no caderno para organizar o conteúdo estudado no capítulo, com a orientação
do professor.
19h 20h 21h 22h 23h 24h 1h 2h 3h 4h 5h 6h 7h 8h 9h 10h 11h 12h 13h 14h 15h 16h 17h 18h
A imagem mostra a posição do sol em um dia na Ilha de Loppa, Noruega, durante o verão
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1 O que é o Sol da meia-noite?
2 Em que regiões do planeta ocorre o Sol da meia-noite? Em que épocas?
3 Quais são as causas desse fenômeno?
O que é, onde, quando e por que ocorre o Sol da meia-noite?
Esse é o nome dado ao fenômeno em que o Sol fica visível 24 horas por dia. Nesse período, a estre-la não se põe, apenas varia o local em que é vista, sendo que o ponto mais baixo é junto da linha do horizonte. Isso ocorre nas regiões entre os círculos polares e os polos, nos dias próximos ao início do verão de cada hemisfério – em junho no Norte e em dezembro no Sul –, devido à inclinação do globo terrestre nessas épocas. [...] A quantidade de dias com Sol da meia-noite varia conforme o local: quanto mais afastado dos polos, menor o período de duração. Os dias anteriores e posteriores ao fenômeno são chamados de noites brancas. Neles, o Sol se põe e logo nasce novamente, fazendo com que o local fique iluminado por uma suave luz.
SANTOMAURO, Beatriz (Ed.). O que é, onde, quando e por que ocorre o Sol da meia-noite? Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2193/o-que-e-onde-quando-e-por-que-ocorre-o-sol-da-meia-noite>. Acesso em: 4 out. 2018.
9
1
a) O movimento da Terra em volta do seu eixo imaginário tem algumas consequências. Qual é a principal delas? Explique.
b) Qual é o sentido de rotação da Terra? Qual é a relação entre esse sentido e o movimento apa-rente do Sol?
c) O que é movimento de translação?
d) O movimento de translação é responsável pela existência de quais eventos na Terra?
2 A inclinação do eixo da Terra é um dos fenômenos responsáveis pela existência das estações do
a) Que hemisférios estão representados pelas letras A e B, respectivamente?
b) Por que os dias e as noites não têm a mesma duração nas diferentes regiões da Terra?
A
A
A
A
2
3
4
1
B
B
B
B
Div
o. 2
01
2. 3
D.
o que já conquistei
10
Geografia
3 Analise e registre como ocorre a variação da inclinação dos raios solares no planeta Terra.
4 Complete as frases de acordo com as palavras do quadro.
PRIMAVERA VERÃO OUTONO INVERNO
a) No solstício de , um hemisfério da Terra recebe menos luz e calor do Sol e apresenta a noite mais longa e o dia mais curto do ano.
b) No , os dias são mais longos e as noites são mais curtas.
c) O é a estação que ocorre entre o verão e o inverno.
d) Quando for no Hemisfério Norte, no Hemisfério Sul será outono.
5 Um satélite capturou essas imagens da Terra. Elas mostram como a luz do Sol incide sobre o nosso planeta em três períodos diferentes do ano. Relacione as imagens a esses períodos.
( ) Equinócio de outono no Hemisfério Sul ou de primavera no Hemisfério Norte.
( ) Solstício de inverno para o Hemisfério Sul e de verão para o Hemisfério Norte.
( ) Solstício de verão para o Hemisfério Sul e de inverno para o Hemisfério Norte.
C
B
A
11
capí
tulo
A Terra movimenta-se ao redor de si mesma e do Sol. Nosso
planeta também se movimenta internamente, devido à energia
contida em seu interior. O estudo desses movimentos internos
da Terra, assim como da origem e evolução do planeta, é muito
importante, pois eles têm relação com a superfície e com os se-
res que nela vivem.
A pintura mostra um fenômeno que causa medo e fascínio
desde os primórdios da humanidade e que possui relação com
os movimentos internos da Terra. Que fenômeno é esse? Como
será que acontece? Quais são suas consequências?
Tempo e transformações da Terra
6
Tempo geológico
Camadas da Terra
Deriva Continental
Placas Tectônicas
o que vocêvai conhecer
Erupção do Vesúvio (1771), de Pierre-Jacques Volaire
©Pierre-Jacques Volaire
12
Geografia
Tempo geológico
A Terra é formada por uma composição rochosa e é um
dos planetas mais próximos ao Sol. Sua história começou há
cerca de 4,6 bilhões de anos, quando se formava também o
Sistema Solar.
Nosso planeta e os demais planetas do Sistema Solar for-
maram-se por acreção, ou acréscimo de matéria cósmica. De-
pois da fase de acreção, a Terra passou por um estágio de fusão
total ou parcial, por causa da altíssima temperatura, tanto da
superfície quanto de seu interior. Isso deixou grande parte da
sua massa em estado líquido.
Como consequência, os materiais mais densos ou pesados,
como ferro e níquel, afundaram, concentrando-se na parte cen-
tral do planeta. Assim, formou-se um núcleo metálico envolto
por um manto de materiais menos densos. Os materiais mais
leves ficaram perto da superfície.
Ao derreterem, os materiais da superfície liberavam nitro-
gênio, dióxido de carbono e vapor-d’água. Esse material libera-
do deu origem a uma atmosfera primitiva. Lentamente, essa
atmosfera começou a resfriar, e as primeiras rochas foram se
formando na superfície, dando início à construção de uma cros-
ta externa sólida. Atualmente, as rochas mais antigas de que se
tem conhecimento foram encontradas no Canadá e datam de,
aproximadamente, 4,04 bilhões de anos.
A atmosfera inicial atuou como uma espécie de isolante tér-
mico, criando as condições para a concentração de água, me-
diante chuvas intensas e formação dos oceanos. Nesse ambien-
te, por volta de 3,5 bilhões de anos atrás, surgiram os primeiros
seres vivos do planeta.
Ilustração que representa a fase de acreção da Terra
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Ilustração que representa a fase de fusão da Terra
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Os cientistas acreditam que
a atmosfera primitiva era
composta de gases como
metano, amônia, gás carbônico
e vapores-d’água. Sem oxigênio,
essa atmosfera não tornava
possível a existência de
seres vivos complexos, como
animais e seres humanos.
Compreender o tempo geológico da Terra.
Conhecer a estrutura interna do planeta.
Reconhecer a relação entre a dinâmica interna da Terra e suas manifestações na superfície.
fusão: processo de transformação de uma substância da fase sólida para a líquida.
13
Atualmente, 70,8% da superfície terrestre são cobertos pela água de oceanos, mares,
rios e lagos. Os materiais do interior da Terra permanecem com elevadas temperaturas e são
poderosa fonte de energia. Conhecida como geotérmica, essa energia é capaz de exercer
fortes pressões sobre a crosta externa sólida, causando-lhe grandes transformações.
A formação e a organização de nosso planeta ocorreram de forma lenta e gradual, se-
gundo uma escala de tempo denominada tempo geológico. Esse tempo compreende toda a
história da formação da Terra, até os dias atuais. Quando a espécie humana surgiu, por volta
de 350 mil anos atrás, os grandes eventos geológicos do planeta já haviam acontecido. Por
isso, um milhão de anos no tempo geológico, por exemplo, é um tempo curto comparado
com a história da humanidade.
1º. de janeiro, 0 h Nascimento da Terra
2 de março, à noite Começo da vida
14 de novembro, às 19 h 12 Surgimento dos primeiros animais
13 de dezembro Surgimento dos dinossauros
26 de dezembro Desaparecimento dos dinossauros
31 de dezembro, às 19 h 12 Surgimento de humanos primitivos na África
31 de dezembro, às 23 h 59Surgimento das primeiras técnicas agrícolas e,
com isso, das primeiras sociedades sedentárias
História geológica da Terra
Os cientistas estimam que a idade da Terra é de aproximadamente 4,6 bilhões de anos.
Esse dado foi obtido por meio da análise dos materiais que compõem a crosta terrestre. Para
localizar no tempo os acontecimentos da história geológica do planeta, foi elaborada a esca-
la internacional do tempo geológico, que é medido em bilhões e milhões de anos.
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curiosidade?
Toda a história da Terra é de aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Se essa história
fosse inserida numa linha do tempo de duração de um ano apenas, tudo teria acontecido
assim:
14
Geografia
Utilizada no mundo inteiro, essa escala apresenta o tempo geológico dividido em éons,
eras, períodos e épocas. Na tabela e no gráfico a seguir, estão representados alguns dos
principais eventos ocorridos nas etapas do desenvolvimento da Terra, assim como a duração
de cada uma delas. Observe-os e faça, primeiramente, a leitura do quadro da esquerda e,
depois, o da direita, de baixo (era mais antiga) para cima (era recente).
Era Milhões
de anos
atrásPeríodo
Época
QUATERNÁRIO
Primeiros humanos
Holoceno
Pleistoceno
TERCIÁRIO
Primeiros grandes mamíferos. Elevação
da Cordilheira do Himalaia.
Plioceno
Mioceno
Oligoceno
Eoceno
Paleoceno
CRETÁCEO
Separação entre América do Sul eÁfrica. Extinção dos dinossauros.
JURÁSSICO
Primeiros pássaros e mamíferos
TRIÁSSICO
Primeiros dinossauros
PERMIANO
Orogenia Apalachiana
CARBONÍFERO
Primeiros répteis e insetos com asas
DEVONIANO
Primeiras árvores e anfíbios
SILURIANO
Primeiras plantas terrestres e primeiros insetos
ORDOVOVICIANO
CAMBRIANO
Primeiros peixes e moluscos
PRÉ-CAMBRIANO
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1,8
5,3
23,8
33,7
54,8
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145,5
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251
299
359,2
416
443,7
488,3
542
Éon
Milhões
de anos
atrásEra
CENOZOICO
MESOZOICO
PALEOZOICO
A atmosfera modernada Terra evolui
Superior
Médio
Inferior
Mais antigas rochasconhecidas. Bactériasconstituem os mais antigos seres vivos
conhecidos.
FA
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RO
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1600
2500
AR
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3000
3400
3800
4500
TEMPO GEOLÓGICO DA TERRA
Duração das eras geológicas na história da Terra (%)
Época Holoceno
88,3%
ÉonPré-Cambriano
6,3% Era Paleozoica
11,7%
{
Éon Fanerozoico
4,0% Era Mesozoica
1,4% Era Cenozoica
Fonte: Christopherson, Robert W. Geossistemas: uma introdução à Geografia Física. 7ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. p. 323. Adaptação.
15
atividades
Com base no que você já estudou e no conteúdo da página 15, responda às questões a seguir.
1 Qual o Éon de maior duração na história geológica da Terra? O que surgiu durante esse período?
2 A Era Mesozoica é formada por três períodos. Quais são eles? Que fato geológico importante ocor-reu nessa era?
3 A Era Cenozoica significa “moderna” ou “recente”. Dois eventos importantes relacionados ao ser humano e à geologia terrestre ocorreram nessa era. Quais são eles?
4 Por qual época geológica passa o planeta Terra atualmente? Em qual período e era ela se encontra?
5 Quando os primeiros humanos surgiram no planeta, a América do Sul já estava separada da África. Essa afirmação é verdadeira ou falsa?
Camadas da Terra
Você imagina quais foram os estudos realizados para desco-
brir o que realmente existe no interior da Terra? A seguir são apre-
sentadas algumas informações sobre como esses estudos foram
realizados.
O conhecimento do ser humano sobre o interior da Terra au-
mentou muito nas últimas décadas. Isso foi possível graças ao de-
senvolvimento de métodos e técnicas de pesquisa. Em razão de
suas elevadas temperaturas e da espessa camada de rochas, que
teria de ser perfurada para se ter acesso ao interior do planeta,
muitas conclusões científicas sobre o interior da Terra são obtidas
por meio de procedimentos indiretos. A perfuração mais profun-
da já realizada no interior da Terra (Poço Superprofundo de Kola)
atingiu aproximadamente 12 quilômetros. Como o raio médio do
planeta é de 6 370 quilômetros, o estudo direto da composição do
planeta limita-se a uma fina camada de rochas superficiais.
A metodologia mais avançada baseia-se no emprego de ondas
sísmicas. Essas ondas se comportam de maneira diferente, depen-
dendo do tipo de material que atravessam internamente pela Ter-
ra. A velocidade de propagação dessas ondas no interior do planeta
permite aos cientistas obterem dados sobre densidade, composi-
ção e temperatura das rochas em diferentes profundidades.
O estudo das rochas e do material expelido por vulcões, assim
como a análise de meteoritos e de fósseis, podem fornecer infor-
mações sobre a organização interna do nosso planeta. Com base
nos resultados dessas pesquisas, os cientistas identificaram três
grandes camadas na composição da Terra: crosta, manto e núcleo.
O Poço Superprofundo de Kola
foi um projeto da extinta União
Soviética (atual Rússia), na
década de 1970. Esse projeto
pretendia perfurar a crosta
terrestre o tanto quanto fosse
possível. Entretanto, depois
de 24 anos de escavações, ao
chegar a aproximadamente
12quilômetros, o projeto
teve de ser abandonado em
virtude das altas temperaturas
encontradas, que danificavam os
equipamentos de perfuração.
ondas sísmicas: ondas de energia que se propagam pelas rochas.
16
Geografia
Manto superior
Crosta terrestre
Crosta
oceânica
Crosta
continental
650 km
Manto inferior
Núcleo externo
Núcleo
interno
2 900 km
5 100 km
1
2
3
Fonte: TOLEDO, Maria C. M. de; FAIRCHILD, Thomas R.; TEIXEIRA, Wilson. Decifrando a Terra. São Paulo: Ibep, 2009. v. 98.
A estrutura da Terra é dividida em crosta, manto e núcleo. A crosta terrestre é a camada
superficial do planeta, é rígida e composta por diferentes tipos de rochas. Ao se estudar essa
crosta, é possível compreender como a energia contida no interior da Terra move as placas que
a compõem. Esse estudo também é importante para compreender as transformações que ocor-
rem na superfície da Terra em função da ação dos agentes internos – tectonismo, vulcanismo
e terremotos – e dos agentes externos – chuvas, rios, mares, geleiras, ventos e a ação humana.
Crosta terrestre é a camada sólida que envolve a Terra. Ela é dividida em duas partes: crosta continental, constituída por rochas de menor densidade, e crosta oceânica, formada por rochas mais densas. Na parte continental, a crosta tem uma
e 40 km, mas que pode chegar a
montanhas. A espessura da crosta oceânica varia entre 5 km e 10 km.
1
O núcleo é a parte central da Terra,
formado supostamente por níquel e ferro (nife). Constitui-se também
de duas partes. O núcleo externo,
que vai de 2 900 km a 5 100 km de profundidade, é líquido e tem
O núcleo interno, com cerca de
formando uma espécie de “caroço” no centro do planeta.
3
O manto é a camada intermediária,
que fica logo abaixo da crosta.
Vai até 2 900 km de profundidade
e subdivide-se em duas partes:
superior e inferior. O manto superior
vai até 650 km de profundidade.
manto inferior, mais denso.
O manto está submetido a grandes
pressões e altas temperaturas, as
que o compõe recebe o nome de
magma, material derretido do qual
as rochas se formam no interior da
Terra.
2
Camadas da Terra
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17
Deriva Continental
Em 1596, um holandês chamado Abraham Ortelius sugeriu, pela primeira vez, que os
continentes não estiveram sempre nas posições em que estão atualmente nos mapas-mún-
di. Na época, esse estudioso criou o primeiro atlas da Idade Moderna, desenhando à mão
cerca de 140 mapas coloridos.
Ortelius propôs que as Américas foram afastadas da Europa e da África por terremotos
e inundações. Para ele, essa ruptura se revelava ao observar as costas litorâneas dos três
continentes em um mapa do mundo da época.
Muitos anos mais tarde, em 1915, o cientista alemão Alfred Wegener, depois de estudar
cuidadosamente a questão, apresentou a Teoria da Deriva Continental. Segundo essa teoria,
em um passado muito remoto, existiu um supercontinente, a Pangea ou “terra global”, ro-
deado por um único oceano, o Pantalassa. Para Wegener, há 230 milhões de anos, a Pangea
teria começado a se fraturar e a se dividir em dois grandes continentes: Laurásia e Gondwa-
na. Entre os dois, havia se formado um mar relativamente raso: o Mar de Tétis.
Esse processo teria acontecido porque a crosta terrestre, sendo uma fina camada sólida
depositada sobre outra, de consistência plástica, teria deslizado sobre uma espécie de mar
pastoso de magma, expelido durante erupções vulcânicas.
Ao longo de milhões de anos, Laurásia e Gondwana teriam continuado a se fraturar, dan-
do origem aos atuais continentes. Na Era Cenozoica, as formas dos continentes teriam come-
çado a se assemelhar mais às atuais.
Laurásia
Gondwana
Pangea
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2. D
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18
Geografia
Observando o mapa, podemos
perceber que há um “encaixe” qua-
se perfeito entre o litoral leste da
América do Sul e o oeste da África.
Esse “encaixe” constitui uma das
evidências mais claras da Teoria da
Deriva Continental.
Atualmente, sabe-se que os dois
continentes continuam se afastando
muito lentamente. Isso é possível
graças a imagens de satélites e a po-
derosos instrumentos de medição.
Daqui a alguns milhões de anos, da-
dos indicam que a distância entre es-
ses dois continentes será bem maior
que a atual. Outras evidências que
reforçam a Teoria da Deriva Conti-
nental são as semelhanças entre os
tipos de rochas, a fauna e a flora tan-
to da América quanto da África.
Apesar das evidências que em-
basaram sua teoria, Wegener não
convenceu o mundo científico da sua época. Isso aconteceu porque ele não conseguiu respon-
der adequadamente à principal questão de seus críticos: que forças seriam capazes de mover os
imensos blocos continentais? A Teoria da Deriva Continental ficou sem comprovação científica.
Porém, no final da década de 1940, pesquisadores conseguiram mapear, com detalhes,
o assoalho dos oceanos graças ao uso de novos equipamentos. Com surpresa, esses cientis-
tas descobriram um gigantesco sistema de cadeias de montanhas submarinas, denominadas
dorsais ou cadeias meso-oceânicas, que dividem a crosta oceânica simetricamente. Com essa
descoberta, percebeu-se que as cadeias meso-oceânicas poderiam representar a ruptura da
crosta quando ocorreu a separação dos continentes.
Na década de 1950 e no início da década seguinte, foi determinado o verdadeiro tem-
po de existência da crosta sob os oceanos. Nessas pesquisas, descobriu-se que a idade
das rochas do assoalho do Atlântico aumentava simetricamente para ambos os lados da
cadeia meso-oceânica, na direção dos continentes, ou seja, as rochas eram mais jovens
perto da dorsal e mais antigas à medida que se afastavam dela. Assim, no final da década
de 1960, com base nesses novos conhecimentos, foi concebida a Teoria da Tectônica de
Placas. Essa teoria corrigiu, ampliou e aprofundou as explicações fornecidas pela Teoria
da Deriva Continental. Atualmente, enriquecida com novos conhecimentos, ela é capaz de
esclarecer toda a dinâmica da crosta terrestre. Por isso, costuma ser denominada Teoria da
Tectônica Global.
Com base no conteúdo estudado no item Deriva Continental e com o auxílio do professor,
construa uma linha do tempo com as descobertas feitas pelos cientistas que tentaram, ao
longo de muitos anos, explicar a movimentação dos continentes.
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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
Dorsal Mesoatlântica
Mergulhador na fenda da Dorsal Mesoatlântica, na costa da Islândia, 2013.
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Placas Tectônicas
O conhecimento das cadeias meso-oceânicas foi a chave para
se conhecer a estrutura e a dinâmica da Terra. Ele permitiu que
os cientistas constatassem que a litosfera não constitui uma “cas-
ca” inteiriça do planeta, mas que é formada por grandes blocos,
perfeitamente encaixados uns aos outros, como em um quebra-
-cabeça já montado. Esses blocos, que recebem o nome de Placas
Tectônicas ou Placas Litosféricas, possuem diferentes tamanhos e
seus limites são conhecidos como falhas.
No mapa a seguir, observe as principais placas que constituem
a litosfera e os limites entre elas.
litosfera: camada sólida mais externa da Terra que abrange tanto a crosta terrestre como parte do manto superior. Tem uma espessura média de 100 quilômetros.
Planisfério: Placas Tectônicas
Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação.
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Parque Nacional Thingvellir, Islândia, onde é possível observar a Dorsal Meso-oceânica
Os Alpes são um sistema de cordilheiras que se estendem por diversos países da Europa
Ilha vulcânica de
Miyakejima, Japão
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©The Asahi Shimbun via Getty Images
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Geografia
Observe as informações do mapa da página anterior para responder a estas questões.
1 Quais são as principais placas que formam a litosfera?
2 O que indicam as setas de cor preta presentes no mapa?
3 O Brasil está localizado em qual Placa Tectônica? Que Placas Tectônicas fazem limite com ela?
4 Entre as placas indicadas na resposta dada à questão 3, qual placa se afasta da Sul-Americana e qual se movimenta em direção a ela?
Movimentos das Placas Tectônicas
Quando se descobriu que a litosfera é dividida em grandes blocos, a Teoria da Deriva Conti-
nental foi em parte retomada. Mas por que apenas em parte? Porque essa teoria continha uma
incorreção: não são os continentes que deslizam sobre o manto, mas sim as Placas Tectônicas, que
carregam os continentes sobre elas localizados.
Os deslocamentos dessas placas litosféricas estão relacionados às fortes pressões que
o magma, que está presente no manto, exerce sobre a crosta terrestre, devido às correntes
de convecção causadas pelo intenso calor do interior da Terra.
O mecanismo dessas correntes funciona da seguinte maneira: porções mais quentes do
manto sobem em direção à superfície. Ao chegar perto dela, o material em ascensão (magma)
provoca fraturas na crosta terrestre. Ao forçar passagem entre as fraturas, o magma afasta
lateralmente os blocos da crosta fraturada, derramando-se pela superfície e endurecendo.
denso. Isso o faz afundar no manto, até se aquecer de novo e reiniciar o ciclo de convecção.
21
Pode-se comparar os processos de convecção no manto às correntes de circulação de
água fervendo em uma panela. Observe as imagens.
As correntes de convecção, portanto, são responsáveis pelo permanente deslocamento
das Placas Tectônicas. Em geral, esse movimento é lento, de apenas alguns centímetros por
ano. Estima-se, por exemplo, que a Placa Sul-Americana, onde se localiza o Brasil, afasta-se
cerca de dois centímetros por ano da Placa Africana.
Limites entre as Placas Tectônicas
Nos limites das Placas Tectônicas, ocorrem vários fenômenos geológicos, como tremores
de terra, vulcões, fraturas, dobras e falhas. Isso acontece por causa de sua movimentação.
Observe, nas imagens da próxima página, os três principais limites entre as Placas
Tectônicas.
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Visão simplificada das correntes de convecção no interior da Terra
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1
A convecção move a água quente no
fundo da panela para o topo1
Ali ela se esfria, move-se lateralmente
e afunda2
Ao afundar, aquece-se e sobe novamente3
3
1
2 3
4
A matéria quente do manto ascende...1
...levando as placas a se formarem e se afastarem
(divergirem)2
No ponto em que as placas se chocam (convergem),
a placa oceânica (mais densa) mergulha sob a placa
continental
3
A matéria mergulha, aquece-se e sobe novamente4
A água fervendo é um exemplo de convecção
2
22
Geografia
O afastamento de duas placas tectônicas deu origem ao famoso Rift Valley, um grande vale de afundamento no nordeste africano
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A Fossa das Marianas, o ponto mais profundo do planeta, resulta do encontro entre duas placas oceânicas, a Filipina e a do Pacífico, que mergulham em direção ao manto
Fossa das Marianas
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
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Ilustrações: Divo. 2012. Digital.
A Falha Alpina atravessa todo
território da Nova Zelândia e resulta do
deslocamento da placa Indo-Australiana e a do Pacífico
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Falha Alpina
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
Limites convergentes: ocorrem quando duas placas colidem frontalmente. Geralmente, a placa mais densa mergulha sob a outra e é reciclada no manto.
Limites divergentes: ocorrem quando duas placas se afastam uma da outra. Geralmente, as brechas abertas na crosta são preenchidas pelo magma. Ele sobe até a superfície, resfria-se e solidifica-se, tornando-se rocha. As cadeias meso-oceânicas foram formadas por esse processo.
Limites conservativos (falhas transformantes): apresentam-se quando as placas se deslocam lateralmente em sentido contrário, uma em relação à outra. São denominados conservativos por não haver geração ou destruição de placas nesses limites, mas apenas o deslocamento delas.
23
Dobras e falhas
Os diferentes limites entre as Placas Tectônicas submetem as rochas a diferentes tipos
de forças. No caso dos limites convergentes, grandes pressões agem sobre as camadas ro-
chosas, que não resistem e sofrem dobras e falhas. As dobras geralmente dão origem a
montanhas e, por isso, representam movimentos orogenéticos, isto é, criadores de monta-
nhas (oros = montanhas; genus = criação, origem).
Quando uma placa oceânica, que é mais densa, se choca com uma placa continental, ela
mergulha sob a continental, que é menos densa. Isso provoca soerguimento (elevação) da
borda da placa continental. A Cordilheira dos Andes, por exemplo, que se alonga no oeste da
América do Sul, com montanhas de mais de 5 000 metros de altitude, formou-se pela colisão
da Placa de Nazca, oceânica, com a Placa Sul-Americana, continental.
Cordilheira Vilcanota, que compõe a Cordilheira dos Andes, Peru
Fossa do Peru-Chile
Cordilheira dos Andes
Placa de NazcaPlaca Sul-Americana
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©Alamy/Fotoarena
Se as rochas comprimidas são plásticas, elas se elevam
e se dobram, formando dobras ou dobramentos.
Quando as rochas são rígidas, elas sofrem fraturas.
Se os blocos fraturados são deslocados um em
relação ao outro, ocorrem falhas ou falhamentos.
Submetidas a pressões horizontais, as rochas plásticas se
dobram, formando montanhas separadas por vales.
Submetidas a pressões horizontais e verticais, as rochas rígidas fraturam e dão
origem a montanhas, vales, escarpas e outras formas de relevo.
24
Geografia
As maiores cadeias de montanhas da superfície terrestre
originaram-se de grandes dobramentos ocorridos nas bordas de
placas em colisão. Isso aconteceu na Era Cenozoica, o que é pou-
co tempo considerando o tempo geológico. Assim, essas cadeias
são denominadas dobramentos modernos.
A Cordilheira dos Andes, a Cordilheira dos Alpes e a Cordilhei-
ra do Himalaia são exemplos de dobramentos modernos. Obser-
ve, na imagem acima, o maior e mais elevado conjunto de cadeias
de montanhas do mundo – o Himalaia, na região entre a China e
a Índia. Sua formação aconteceu pelo choque entre a Placa Indo-
-Australiana e a Placa Eurasiana.
O exemplo mais conhecido de falhamento geológico é a Fa-
lha de San Andreas, na Califórnia, oeste dos Estados Unidos. Ao
longo da estreita Baía de São Francisco, junto à cidade de Los
Angeles, passa o limite conservativo (falha transformante) entre
duas placas: uma que se movimenta para o norte e outra, para o
sul, ocasionando foco de permanente tensão geológica.
Vulcanismo
O conjunto de fenômenos ligados ao derramamento de magma na superfície terrestre
recebe o nome de vulcanismo. Esse fenômeno manifesta-se nas áreas próximas aos limi-
tes entre as Placas Tectônicas, associado a abalos sísmicos, dobras e falhamentos na crosta.
Manifesta-se também nos hot spots, que são pontos isolados no interior das placas por onde
o magma emerge através de fissuras na crosta terrestre.
pesquisa
O vulcanismo é um fenômeno de origem geológica que pode representar uma ameaça à população local. Ele também pode trazer benefícios econômicos para essa mesma população.
Realize uma pesquisa sobre vulcanismo em fontes variadas, como livros, revistas e sites. Dê exemplos de como os vulcões podem ser benéficos para a sociedade. Em dia agendado pelo professor, apresente suas descobertas para a turma.
Falha de San Andreas, Califórnia, EUA
Cordilheira do Himalaia, Nepal
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Basicamente, há dois tipos de ativida-
des vulcânicas: erupções centrais e erupções
fissurais.
A atividade de erupção central é aquela
em que os produtos vulcânicos sobem por
um conduto, desde o bolsão de magma sob
a crosta até a superfície. Nesse caso, o vul-
cão aparece na paisagem sob a forma de um
cone, que se forma pela alternância de erup-
ções de produtos diferentes: a cada fase de
derrame de lava, sucede-se outra, na qual o
vulcão expele cinzas e fragmentos de rocha.
Vulcão Osorno, Chile. Após sucessivos derrames de lava, uma montanha em forma de cone caracteriza o relevo
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O texto a seguir mostra como o co-
nhecido Havaí foi formado. Leia-o e des-
taque suas principais informações.
Famoso pela praia, sol, garotas dançan-do com colares de flores e ondas, muitas ondas, Havaí é o nome do 50º estado ame-ricano e também o da maior das oito ilhas que compõem o arquipélago. É um dos lu-gares habitados mais distantes dos conti-nentes, a cerca de 2400 quilômetros dos Es-tados Unidos. Mas por que existe um lugar assim, isolado no meio do Oceano Pacífico? Porque essas ilhas são os pedaços de ter-ra mais jovens de nosso planeta, resultado de erupções vulcânicas que começaram no fundo do mar há cerca de 70 milhões de anos e continuam até hoje (para comparar, os continentes terminaram de se formar há 200 milhões de anos). Havaí, a ilha mais recente, tem apenas um milhão de anos. Abriga cinco vulcões – o mais ativo deles é o Kilauea. Parece que alguém esqueceu uma torneira aberta: a lava sai de uma fen-da da montanha e, escorre tranquila e im-passível, buscando frestas entre a lava seca liberada nos dias anteriores. Às vezes, po-rém, a “torneira” é aberta com mais força, arrastando tudo o que está no caminho. Um espetáculo inesquecível, que nos faz lembrar que a Terra é um ambiente em per-manente mutação e cujos processos mais básicos estão longe do controle humano – mas ao nosso alcance para serem observa-dos e admirados.
Na atividade vulcânica de fissura, a lava
extravasa por fendas abertas na crosta ter-
restre. É responsável pela maior parte das
erupções magmáticas, ocorrendo principal-
mente no fundo dos oceanos.
O Vulcão Kilauea, em uma das ilhas do
Havaí, é um exemplo de erupção fissural.
curiosidade?
GROSSI, Gabriel. A ilha que cresce. Disponível em: <http://super.abril.com.br/cotidiano/ilha-cresce-444721.shtml>. Acesso em: 2 out. 2018.
Após a leitura do texto, realize as
atividades propostas na página 1 do
.
Destruição causada pela erupção do Kilauea, Havaí,
2018. O vulcão tem 1 248 metros de altitude e está ativo desde janeiro de 1983
26
Geografia
Abalos sísmicos
As fortes tensões que ocorrem nas bordas das placas vão se acumulando, até atingirem o
limite de resistência das rochas. Quando esse limite é ultrapassado, ocorre uma ruptura na cros-
ta, cujo movimento provoca vibrações ou ondas sísmicas que se propagam em todas as direções.
A propagação das ondas faz a terra tremer, gerando um abalo sísmico. Se esse abalo ocorrer na
crosta continental, será um terremoto; se ele acontecer na crosta oceânica, um maremoto.
Epicentro
Hipocentro
Falha
Ondassísmicas
Crostaterrestre
Mais de 70% dos ter-
remotos ocorrem nas mar-
gens do Oceano Pacífico,
em uma faixa em que os
abalos sísmicos estão asso-
ciados à existência de mui-
tos vulcões. Por isso, essa
faixa é conhecida como Cír-
culo de Fogo do Pacífico.
O ponto onde acontece a ruptura é denominado foco ou hipocentro. Ele pode estar em diferentes profundidades da crosta. Sua projeção na superfície tem o nome de epicentro
Divo. 2012. 3D.
Planisfério: distribuição geográfica das zonas sísmicas e vulcânicas
Fontes: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação. IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
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27
leitura cartográfica
Com base nas informações apresentadas no mapa das zonas sísmicas e vulcânicas da Terra, respon-da às questões.
1 Que informações o mapa fornece?
2 Que relação é possível estabelecer entre os limites das Placas Tectônicas e as atividades sísmicas e vulcânicas?
3 Em que porção do planeta há maior ocorrência de terremotos e vulcões?
Você já ouviu falar da ocorrência de terremotos no Brasil? Você já presenciou algum?
Como foi a sensação?
O Brasil não costuma sofrer fortes terremotos nem tem vulcões ativos. Isso é resultado
de sua localização privilegiada na Placa Sul-Americana, distante dos limites da placa, onde
esses fenômenos ocorrem com mais intensidade.
atividades
O mapa da página 2 do material de apoio será a base para um quebra-cabeça das Placas Tectônicas, que será feito pela turma. Para isso, ouça com atenção a explicação do professor.
Medindo os terremotos
Miilharrese de sismos ocorrem anualmente na superfície terrestre. A maioria deles é de
ppepepepepepepepeeeeququququqqueneeeeeeeee aaaa inniintetetetttteeteeeensnsnsnsnsnssnsnsnsididididididddidididadadaadadadaa e,eeee,ee, nnnnnnnnnnnãoãoãoãoãoãoãoãoãoãoããoo ssssssssssssssenenenenennennenndododododddodododo ppppppppppppererererererrrererererere ceccecececceccececececceebibibibibibibibbibibbbidodododododododododod s sss sss s s pepepepepepepppelallalalalaalas sss s s s ss pepepepepepepepepeppp ssssssssssssssssoaoaoaoaoaoaoaooaao s.s.s.s.ss.s.s.ss OOOOOOOutututututtututttrororororororororororoorosssssssss sisisisissssisiss smsmsmsmsmsmsmsmsmsmsss osososososossossos ttttttttêmêmêmêmêmêmmêmmêmm eeeeeeefefefefefefeffeef ititititititttosososooososososo
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Motoqueiros passam ao lado de barco em meio a entulhos e construções destruídas em Palu, Indonésia, após a área ser atingida por terremoto e tsunami em setembro de 2018
28
Geografia
Os sismos são registrados por sismógrafos, aparelhos que
medem os tremores de terra, registrando sua magnitude, isto é,
a quantidade de energia liberada. Para registrar a magnitude, é
usada a escala Richter. Cada abalo sísmico tem uma única magni-
tude, mas os efeitos (a intensidade) podem variar de acordo com
a distância da sua origem, com os tipos de rochas e com as linhas
de falhas.
Geralmente, os meios de comunicação costumam indicar o
local onde ocorreu um terremoto e o grau de intensidade dele.
A notícia a seguir foi divulgada em 2 de outubro de 2018. Leia-a
com atenção.
O número de mortos após o terremoto de magnitude 7,5 se-guido de tsunami [...] na ilha de Sulawesi, na Indonésia, subiu para 1.234 [...]. As buscas por sobreviventes prosseguem em Palu e em Donggala, as duas cidades mais atingidas pela tragédia.
PASSA de 1.200 o número de mortos na Indonésia após terremoto e tsunami devastadores. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/02/passa-de-1200-o-numero-de-mortos-na-indonesia-apos-terremoto-e-tsunami-devastadores.ghtml>. Acesso em: 19 out. 2018.
[Tsunamis] “São ondas enormes
[...] causadas por perturbações
nas profundezas do mar, como
abalos sísmicos (maremotos),
erupções vulcânicas ou até
mesmo deslizamentos no fundo
oceânico”, afirma o físico Edmo
José Dias Campos, do Instituto
Oceanográfico da USP. [...]
Essas ondas são inicialmente
bastante longas e baixas, não
mais que 0,3 a 0,6 metro. A
tripulação de um barco que
passar sobre elas é capaz de
nem percebê-las – e sua energia
pode diminuir até desaparecer,
ao percorrerem milhares de
quilômetros. O problema ocorre
quando elas se aproximam da
costa, onde a profundidade
diminui e surge atrito com o
fundo do oceano. O resultado é
que passam a ser comprimidas
por um espaço cada vez menor,
o que as obriga a subir. Aí
então, os tsunamis formam
uma coluna, sugando o mar da
costa a ponto de deixar parte
do chão do oceano descoberto.
Esse é o último aviso. Minutos
depois, elas aparecem. [...]
O QUE SÃO TSUNAMIS ou “marés da morte”? Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-sao-tsunamis-ou-mares-da-morte>. Acesso em: 2 out. 2018.
Converse com seus colegas e professor sobre as seguintes
questões relacionadas à notícia: que informações ela apresenta?
O que significa magnitude 7,5? Que consequências um terremoto
dessas proporções pode causar? O que é um tsunami? Como ele
se forma? A tabela a seguir relaciona as consequências dos abalos
sísmicos à sua escala.
ESCALA RICHTER EFEITOS DO TERREMOTO
Menos de 3,5Geralmente não é sentido, mas pode ser
registrado.
3,5 a 5,4Frequentemente não se sente, mas pode causar pequenos danos.
5,5 a 6,0Ocasiona pequenos danos em edificações.
6,1 a 6,9Pode causar danos graves em regiões onde
vivem muitas pessoas.
7,0 a 7,9 Terremoto de grande proporção [...].
8,0 graus ou mais
Terremoto muito forte [de proporções catastróficas]. Causa [grande] destruição [...]
na comunidade atingida e em comunidades
próximas.
SAIBA mais sobre a escala Richter. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u105252.shtml>. Acesso em: 2 out. 2018.
29
1 Complete a tabela com as principais características e composições da crosta, do manto e do núcleo do planeta Terra.
CROSTA MANTO NÚCLEO
Característica
Espessura
Composição
2 O que são Placas Tectônicas? Quais as consequências de sua movimentação?
3 Qual é a relação entre as correntes de convecção e a dinâmica das Placas Tectônicas? Como ocorre
esse processo?
o que já conquistei
30
Geografia
4 No mapa a seguir, os números de 1 a 3 localizam tipos de limites diferentes entre Placas Tectônicas. Que limites são esses? Dê exemplos de formações que se originaram nesses locais.
Fonte: TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 86. Adaptação.
Um forte terremoto de magnitude 7,8 estremeceu [...] o Nepal, deixando cerca de 1,8 mil mortos e 5 mil feridos, segundo a agência Reuters. A força do terremoto foi sentida também em Bangladesh, Índia, China, Paquistão e no Monte Everest, onde uma avalanche provocada pelo abalo deixou pelo menos 17 mortos.
FORTE terremoto no Nepal e na Índia deixa mortos. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/04/forte-terremoto-atinge-o-nepal.html>. Acesso em: 15 set. 2018.
“Eu ainda me belisco para garantir que é verdade”, diz Manisha Dhurve, de 18 anos, uma das integrantes de um grupo de estudantes de um pequeno vilarejo rural da cidade de Chandrapur, no estado indiano de Maharashtra, que alcançou o topo do Monte Everest. Eles nunca haviam ouvido falar sobre a montanha nos Himalaias, até que um projeto do governo local lançou ano passado o desafio: selecionar alunos de escolas públicas para vencer o maior pico do planeta.
ESTUDANTES indianos vencem o desafio de escalar o Everest. Disponível em: <https://extra.globo.com/noticias/mundo/estudantes-indianos-vencem-desafio-de-escalar-everest-23007269.html>. Acesso em: 15 set. 2018.
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.
a) O Monte Everest faz parte de uma cadeia monta-nhosa surgida na Era Cenozoica. Com base no que você estudou, explique o que é a Era Cenozoica.
b) Onde se localiza o Monte Everest? Como ele foi formado?
c) Explique a relação geológica existente entre o
terremoto ocorrido no Nepal e a Cordilheira do Himalaia.
5 Leia os textos e o mapa a seguir e responda às questões propostas.
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Cordilheira do Himalaia
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PLANISFÉRIO: Placas Tectônicas 1
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Rochas, minerais e solos 7
Para conhecer melhor nosso planeta, é importante estudar os
materiais superficiais que o constituem, como rochas, minerais e so-
los. Esses materiais, além de fazerem parte da paisagem, estão pre-
sentes no nosso dia a dia de diversas formas.
Em sua opinião, as rochas da coleção que aparece nessa fotogra-
fia foram selecionadas de acordo com a composição ou beleza que
apresentam? Por quê? Por que os cientistas estudam as rochas e os
minerais? Em sua opinião, para que serve esse estudo?
Rochas
Minerais
Combustíveis
fósseis
Solos
o que vocêvai conhecer
Exposição de minerais e rochas no Museu de História Natural e Tecnologia em Salzburgo, Áustria, 2018
©Shutterstock/Alexandros Michailidis
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Geografia
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Conhecer o processo de formação dos principais tipos de rochas, minerais e solos.
Reconhecer a importância dos estudos científicos sobre a composição de rochas, minerais e solos.
Compreender a importância dos combustíveis fósseis, como o carvão mineral e o petró-leo, para a geração de energia.
Entender o processo de formação do solo e os fatores que levam à sua degradação.
Perceber o funcionamento da natureza e a necessidade de sua preservação para a manu-tenção da vida no planeta.
objetivos do capítulo
Rochas
O estudo das rochas permitiu aos geólogos calcular a idade
aproximada do planeta. Isso é possível porque elas guardam in-
formações sobre o passado da Terra.
A crosta terrestre é formada principalmente por rochas,
que são agregados naturais de minerais, unidos por diferentes
motivos geológicos. Na tabela do tempo geológico da Terra,
disponível na página 15, é possível observar que algumas rochas
levaram milhões de anos para se formar.
Tipos de rochas
Analisar o modo como as rochas se formaram é uma das
maneiras mais comuns de classificá-las. Elas podem ser: ígneas
ou magmáticas, sedimentares e metamórficas. A crosta conti-
nental é constituída de 95% de rochas ígneas e metamórficas e
apenas 5% de rochas sedimentares. Entretanto, se considerar-
mos apenas as rochas expostas na superfície da crosta, aproxi-
madamente 75% são rochas sedimentares e 25%, rochas ígneas
e metamórficas.
Rochas ígneas ou magmáticas
As rochas ígneas ou magmáticas são formadas pela solidi-
ficação do magma. Esse processo acontece da seguinte forma:
A formação das rochas é um dos objetos de estudo da Geologia
O magma se aquece devido a altas temperaturas no interior
do manto. Torna-se fluido e sobe em direção à superfície, mo-
vido por correntes de convecção. Ao encontrar temperaturas
menores, resfria-se e solidifica-se, virando rocha magmática.
33
As rochas intrusivas ou plutônicas originam-se do magma que se solidifica lentamente no interior da crosta, dando tempo para que as partículas de um mesmo material se agrupem e se cristalizem, formando cristais visíveis a olho nu. O exemplo mais comum de rocha intrusiva é o granito. Ele apresenta três principais componentes minerais: quartzo, feldspato e mica. Se você observar o granito, verá nele minúsculos
pontos brilhantes: são os cristais de quartzo, um dos
minerais que o constituem. Por esse motivo, o granito é
considerado uma rocha cristalina. Sua cor pode variar do
cinza ao vermelho, conforme sua composição mineral.
As rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas ocorrem quando o magma extravasa pela
superfície, tornando-se lava. Na extrusão, a consolidação do magma acontece rapidamente, sem que haja tempo para a formação de cristais visíveis a olho nu. A rocha vulcânica mais comum é o basalto. Trata-se de uma rocha dura e de coloração escura, usada principalmente na construção civil.
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Divo. 2018. Digital.
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O granito é a rocha ígnea
intrusiva mais encontrada na
crosta. Ele é de origem muito
antiga e levou bilhões de anos para se for-
mar. Quando exposto de maneira contínua a
uma atmosfera quente e úmida, dá origem a
formas arredondadas de relevo, como é pos-
sível observar na imagem ao lado.
O basalto é abundante nas áreas ele-
vadas do sul do Brasil, onde houve intenso
vulcanismo no passado geológico. Em várias
cidades da região, o basalto é bastante apro-
veitado no calçamento de ruas.©
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Formações rochosas graníticas no Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2012
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Falésias de basalto no Parque Estadual da Guarita, Torres, RS, 2015
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Geografia
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Rochas sedimentares
As rochas sedimentares são formadas por pequenas partículas ou sedimentos que se
desprendem de outras rochas, por isso recebem esse nome.
Essas matérias rochosas, ao sofrerem intensas variações de calor, ou a ação continua-
da de água ou gelo, desmancham-se em grãos ou partículas, denominadas sedimentos. Ao
longo do tempo, esses fragmentos são carregados pela água e pelo vento, depositando-se
nas áreas mais baixas da superfície terrestre. O acúmulo desses sedimentos e a pressão das
camadas mais recentes sobre as mais antigas vão causando a compactação das partículas,
dando origem às rochas sedimentares.
Por esse motivo, geralmente, essas rochas são estratificadas, isto é, apresentam estra-
tos ou camadas, que mostram a deposição de diferentes sedimentos em épocas diversas.
As rochas sedimentares
também podem se originar
de restos de organismos.
Um exemplo é o calcário,
rocha formada pelo acú-
mulo de restos de conchas
marinhas.
O calcário é utilizado na agricultura para corrigir a acidez do solo
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Variação de temperatura,
ação da água,
gelo e ventoTransporte de partículas
pela água e vento
Acúmulo de sedimentos e
pressão das camadas causam a compactação das partículas e a
formação de rochas sedimentares
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O arenito, muito utilizado em
materiais de construção, é um
exemplo de rocha sedimentar,
proveniente de areia consolidada
naturalmente e estruturada em
camadas. São Raimundo Nonato,
PI, Brasil, 2010.
35
Rochas metamórficas
O termo “metamórfica” relaciona-se à palavra “metamorfose”, que significa transfor-
mação. As rochas metamórficas recebem esse nome porque resultam da transformação de
rochas, que podem ser magmáticas, sedimentares ou mesmo metamórficas. Essa transfor-
mação ocorre por causa da elevação da temperatura e da pressão a que as rochas estão
submetidas. As rochas metamórficas podem se formar, por exemplo, da transformação de
um bloco de granito que permanece submerso na crosta, entre camadas muito pesadas que
o comprimem e o expõem a altas temperaturas vindas do interior do planeta, por milhões de
anos. Esse tipo de rocha também é denominada gnaisse.
Altas temperaturas e pressão
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Gnaisse (rocha metamórfica)
Outros exemplos de rochas metamórficas são a ardósia, produto da transformação do
xisto (rocha metamórfica), e o mármore, resultado da transformação do calcário (rocha sedi-
mentar). O mármore tem grande valor decorativo e ornamental.
Como visto, as rochas são utilizadas das mais diversas maneiras pelo ser humano, sendo
importantes tanto para a economia quanto para o nosso bem-estar.
Minerais
No processo de formação da Terra, ocorreu um fenômeno no qual os materiais mais
pesados, como o ferro, se concentraram no interior do planeta, constituindo principalmen-
te o núcleo e o manto inferior. Os materiais mais leves, como magnésio, sílica e alumínio,
concentraram-se nas camadas mais externas, especialmente o manto superior e a crosta. O
ferro, o magnésio, a sílica e o alumínio são minerais.
A palavra “mineral” designa elementos ou compostos naturais sólidos, com composição
química definida. Esses compostos formam as rochas, que constituem a litosfera. De acordo
com as características que apresentam, os minerais são classificados em metálicos, como
ferro, alumínio e cobre, e não metálicos, como enxofre, talco e sal.
O ouro e a prata são minerais metálicos que foram usados em moedas e barras como
meio de troca, sendo símbolo de riqueza. O ouro é utilizado em joalheria, odontologia e ele-
trônica. Já a prata é usada, sobretudo, em joalheria e indústria fotográfica.
As pedras preciosas também são exemplos de minerais e, geralmente, são muito apre-
ciadas depois de lapidadas, tornando-se ainda mais valiosas. Entre elas, estão o diamante,
a esmeralda, a safira e o rubi. O diamante destaca-se por seu brilho intenso e duradouro e
Granito (rocha ígnea)
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Geografia
é a mais preciosa das pedras. Por ser o mais
duro de todos os minerais, o diamante é
muito empregado, também, em brocas usa-
das para perfuração de rochas.
Alguns minerais e
Cobre: usado na ma-
nufatura do fio de cobre,
condutor da eletricidade
necessária em carros, casas,
escritórios, escolas, etc.
©Shutterstock/Yury Kosourov
Alumínio: empregado na fabricação
de latas, aviões, automóveis e equipamen-
tos eletrônicos.
Sal: utilizado na preservação de ali-
mentos e para realçar o sabor, na manufa-
tura de produtos químicos, no tratamen-
to de água, em curtumes, na fabricação
de sabões e detergentes e no refino de
petróleo.
Chumbo: usado na fabricação de ba-
terias e como protetor contra a radiação
de equipamentos de raios X.
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Importância dos minerais
Na atualidade, a maior parte dos produtos
contém rochas e minerais, e metais extraídos
deles. Com base no consumo atual, estima-se
que cada pessoa usará, direta ou indiretamen-
te, ao longo da sua vida, algumas centenas de
toneladas de rochas, minerais e metais.
Habitações, combustíveis fósseis, pro-
dutos eletrônicos ou mesmo o giz usado nas
escolas, entre outros produtos, são feitos
com rochas e minerais encontrados na cros-
ta terrestre.
Observe os produtos que você e seus familia-
res utilizam no dia a dia, como utensílios do-mésticos, eletrônicos, produtos de higiene, entre outros. Faça uma lista com cinco desses produtos e responda às questões a seguir.
a) Quais desses produtos são produzidos com minerais?
b) Quais são os minerais que compõem esses produtos?
Em dia agendado pelo professor, apresente o resultado de sua investigação à turma.
Esmeralda no estado bruto
Esmeralda lapidada
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1 Muitos objetos presentes em nosso cotidiano são feitos a partir de rochas ou minerais. Nas ima-gens, marque os objetos que se originaram predominantemente de rochas ou minerais.
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©Shutterstock/Africa Studio ©Shutterstock/StudioDin ©Shutterstock/Koosen
2 A imagem ao lado retrata parte do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa, no Paraná. Essas curiosas formações se origina-ram de rochas estratificadas resultantes da compactação de sucessivas camadas de areia, que foram esculpidas ao longo do tempo, es-pecialmente pela chuva e pelas alterações de temperatura. Essa formação é característica de que tipo de rocha?
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3 Explique qual é a relação entre a palavra “metamorfose” e a palavra “metamórfica”, que denomina um tipo de rocha.
Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa, Paraná, Brasil, 2018
Minerais no Brasil
O Brasil é um país potencialmente rico em recursos minerais. Diz-se “potencialmente”
porque, no subsolo brasileiro, existem muitas riquezas que ainda não são conhecidas nem
exploradas.
Mineração é a atividade de extração de minerais das jazidas.
Essa atividade é uma das que mais causam impactos ambientais,
pois, para alcançar as jazidas, é necessário realizar grandes esca-
vações, retirando a cobertura vegetal e revolvendo camadas pro-
fundas da superfície. Apesar disso, é uma atividade fundamental
para o desenvolvimento da sociedade.
atividades
recursos minerais: trata-se das concentrações de minerais
em jazidas (depósitos naturais de minerais) localizados na superfície ou abaixo dela, cujas características tornam sua extração economicamente viável.
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Atividade de mineração em
Congonhas, MG, 2008
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Geografia
As maiores riquezas minerais do país localizam-se em terrenos de formação bastante
antiga (do Período Proterozoico). É o caso das jazidas de ferro e manganês da Serra dos Ca-
rajás, no sul do Pará, e do Quadrilátero Ferrífero, área localizada no centro de Minas Gerais.
Nesse estado, como o próprio nome indica, a mineração é uma atividade econômica bastan-
te importante, realizada desde o Brasil Colonial.
Em 5 de novembro de 2015, o distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira de Mariana, foi destruído em um dos maiores desastres ambientais do país. Pouco mais de 3 anos depois, em 25 de janeiro de 2019, um incidente semelhante tirou a vida de centenas de pessoas em Brumadinho, MG. Esses desastres estão relacionados à atividade mineradora. Realize uma pesquisa sobre esses fatos em jornais, revistas, internet e documentários, a partir dos questionamentos sugeridos pelo seu professor.
pesquisa
leitura cartográfica
Observe, no mapa, onde se localizam as principais reservas de minerais do país e, em
seguida, responda às questões propostas.
1 Em que unidade da federação há maior concentração de jazidas de ferro?
2 Escolha, na legenda, dois minerais. Em que unidade(s) da federação os recursos que você escolheu se localizam?
3 A unidade da federação onde você mora tem jazidas minerais identificadas no mapa? Em caso afirmativo, cite exemplos.
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2008. p. 72. Adaptação.
Brasil: principais jazidas minerais
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Combustíveis fósseis
O carvão mineral e o petróleo são combustíveis fósseis
– combustíveis porque podem ser queimados, gerando ener-
gia. São também denominados recursos minerais energéti-
cos, embora não sejam classificados exatamente como mi-
nerais, pois sua origem orgânica os diferencia dos demais
minerais inorgânicos.
Carvão mineral
O carvão mineral se formou pelo longo processo de soterramento de árvores e plantas
em terrenos pantanosos. Isso ocorreu há, aproximadamente, 340 milhões de anos, no Perío-
do Carbonífero.
Observe esse processo na imagem a seguir.
50 m Turfa
10 m Linhito
5 m Carvão macio
ou betuminoso 5 mCarvão duro
ou antracitoD
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fósseis: restos de seres vivos e vestígios de suas atividades (ossos, conchas, pegadas) preservados em diversos materiais, especialmente em rochas.
inorgânicos: que não se originaram a partir de organismos vivos.
PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 558.
A carboquímica (indústria dos derivados do carvão) produz matérias-primas para indús-
trias químicas, farmacêuticas, de cosméticos, etc. Do carvão, obtém-se também o coque me-
talúrgico, que é usado nas indústrias siderúrgicas para a produção de ferro e aço.
Ambiente úmido,
vegetação abundante
A acumulação de
folhas, galhos e
outros fragmentos da vegetação no fundo dos pântanos
forma uma extensa
camada de restos orgânicos. Essa camada é comprimida
e parcialmente
decomposta, formando a turfa.
O soterramento não muito
profundo
comprime ainda mais a turfa e a transforma em
linhito.
O aumento do
soterramento, por
muitos metros e durante milhões de anos, comprime ainda mais o
linhito e o transforma
em carvão betuminoso (carvão macio).
Se o soterramento continuar, e houver
deformação estrutural, o aumento da pressão
e do calor fará o carvão betuminoso, mais
macio, metamorfosear-se em carvão antracito,
mais duro.
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Mineração de carvão em Arroio dos Ratos, RS, 2009
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As reservas de carvão mineral no Brasil são pequenas e
concentram-se nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Cata-
rina e Paraná. Além de ser encontrado em pouca quantidade, a
maior parte desse carvão é de baixo poder calorífico e apresen-
ta elevado teor de impurezas, como cinzas e enxofre. A imagem
ao lado ilustra uma jazida carbonífera na Região Sul do país.
Petróleo
Na atualidade, o petróleo é um recurso mineral de extrema
importância. Por meio do refino do petróleo bruto, é possível
obter gasolina, querosene, óleo diesel, óleo combustível, óleo
lubrificante, asfalto, parafinas, diferentes tipos de gases. Além
disso, o petróleo serve como matéria-prima para a produção de
plásticos, fertilizantes, medicamentos, entre outros produtos.
O petróleo é resultado da decomposição e acúmulo de restos
de seres vivos no fundo de mares e oceanos há milhões de anos,
na Era Mesozoica. Ele é encontrado nas camadas de rochas sedi-
mentares e concentra-se em apenas algumas regiões do planeta.
poder calorífico: capacidade de produção de calor.
Plantas e
animais
marinhos
morrem e
seus restos
afundam no
leito oceânico
Rocha
impermeável
Os restos
marinhos
são cobertos
por lama e
sedimentos
Com o tempo, mais sedimentos são
depositados no fundo do oceano, provo-
cando calor e pressão, que transformam os restos marinhos em petróleo
Plataforma de
petróleo
Rocha impermeável
Outras camadas de rochas são formadas no assoalho oceânico.
para cima através de rochas porosas
e pode se formar um reservatório, de onde pode ser extraído pelas plataformas de petróleo
Fonte: THE EARLY days of oil. Adaptado. Disponível em: <http://www.collectionscanada.gc.ca/rock/021018-3301-e.html>. Acesso em: 23 out. 2018. Library and Archives Canada ©Library and Archives Canada.
Processo de formação do petróleo
41
Veja, no mapa a seguir, os países que abrigam as maiores reservas de petróleo no mun-
do, segundo a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Fonte: ESTATISTICAL Review of World Energy 2018 (Oil proved reserves). Disponível em: < https://www.bp.com/en/global/corporate/energy-economics/statistical-review-of-world-energy.html>. Acesso em: 21 set. 2018. Adaptação.
Planisfério: as maiores reservas mundiais de petróleo
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Em 1960, surgiu a Opep, criada
com o objetivo de fortalecer
os países produtores de
petróleo nas negociações com
outros países compradores do
produto. Atualmente, a Opep
conta com a participação de
quinze países: Angola, Argélia,
Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria,
Gabão, Venezuela, Equador,
Arábia Saudita, Emirados Árabes
Unidos, Irã, Iraque, Kuwait, Catar.
Essa organização controla
a produção e o preço do
petróleo, procurando evitar a
superprodução, o que levaria
a uma queda dos preços
no mercado mundial.
Petróleo no Brasil
A Petrobras (Petróleo Brasileiro S. A.) é uma empresa respon-
sável por ações de exploração, produção, refino, comercialização
e transporte de óleo e gás natural, petroquímica, distribuição de
derivados no Brasil e em outros países do mundo.
O petróleo nacional é extraído de poços continentais e, princi-
palmente, de poços submarinos, que se localizam a certa distância
da costa. A área produtora mais importante é a Bacia de Campos,
no litoral do Rio de Janeiro. Trata-se de uma das maiores produto-
ras de petróleo em águas profundas do mundo.
A produção terrestre está concentrada nas regiões Norte e
Nordeste e, em menor escala, na região Sudeste, no estado do
Espírito Santo.
42
Geografia
Os séculos XX e XXI não seriam os mesmos sem o petróleo. Apesar de ser conhecido
desde a Antiguidade, ele nunca foi tão consumido como nas últimas décadas. Sua utili-
dade estimulou o crescimento da indústria automobilística, de detergentes, solventes,
cosméticos, tintas, tecidos sintéticos, entre muitas outras. Com isso, o mundo tornou-se
dependente do petróleo e, por consequência, dos países que o produzem. Por essa ra-
zão, o século XX pode ser denominado o século do petróleo.
De toda a energia gerada atualmente no planeta, cerca de 40% vêm do petróleo. O
restante divide-se entre carvão, gás natural e outras fontes, como energia nuclear ou
hidrelétrica. Entretanto, ele é um exemplo de recurso natural não renovável, isto é, o seu
ciclo de reprodução é muito longo (milhões de anos), então não há como prever sua re-
posição na natureza. Algumas estimativas calculam que as reservas mundiais de petróleo
se esgotarão até o ano de 2050. Se isso se confirmar, a humanidade terá de buscar novas
fontes de energia para que a economia mundial não pare.
Uma plataforma petrolífera é uma grande estrutura usada para exploração do petróleo, tanto em alto-mar quanto em terra firme. Ela pode abrigar também os trabalhadores e as máquinas necessárias para essa atividade. Existem diversos tipos de plataforma dependendo do seu uso e da profundidade em que o petróleo se encontra
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curiosidade?
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Fonte poluidora
Embora traga diversos bene-
fícios, o petróleo é uma das gran-
des fontes de poluição do pla-
neta. Os produtos derivados do
petróleo, quando queimados, po-
luem a atmosfera. Outra situação
grave diz respeito aos vazamen-
-
leo derramado forma uma es-
pécie de capa sobre a superfície
marinha, que impede a passagem
de luz e de oxigênio, causando a
morte de vários seres vivos, como
peixes e aves marinhas.
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SolosO solo é um importante recurso natural, responsável por muitas funções na natureza,
como é possível perceber nas imagens a seguir.
Em abril de 2010, uma explosão em uma plataforma de petróleo, no Golfo do México, matou 11 pessoas e derramou cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo no mar, acarretando graves consequências ao meio ambiente
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Pelicano coberto por óleo em Louisiana, EUA, 2010
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O solo é muito importante para a filtragem da água, retendo as impurezas e contribuindo para o fornecimento de água potável nos
mananciais. Área de nascente na Serra do Espinhaço, Serro, MG, 2015
O solo é utilizado na produção agrícola. A foto retrata o cultivo de alface em São José de Ribamar, MA, 2016
O solo também serve de base para o estabelecimento de infraestruturas como avenidas, redes de esgoto e diversos
tipos de construções. A foto retrata parte do município de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, 2018
Outra função do solo é a exploração mineral. Na foto, extração de fosfato em Cajati, no Vale do Ribeira, sul do estado de São
Paulo, 2009
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depuração: purificação ou limpeza.As imagens que você acabou de ver revelam que o solo é
multifuncional, isto é, útil para inúmeras funções. Por essa razão,
costuma ser definido de diferentes formas: para um agricultor, o
solo é a camada necessária para o desenvolvimento das ativida-
des agrícolas; para um engenheiro, ele serve de base para cons-
truções, como edifícios, pontes e viadutos; para os biólogos e
ecologistas, é um ótimo filtro biológico, pois suas propriedades
são úteis na depuração de águas que contêm restos de substân-
cias provenientes das atividades agrícolas, industriais ou urbanas;
para os geólogos, é a camada superficial da crosta terrestre resul-
tante da decomposição das rochas, além de ser fonte de matéria-
-prima, com várias possibilidades de exploração econômica.
Se você tivesse de definir o que é solo, como faria isso?
O solo é um material composto de partículas, ou grãos de mi-
nerais, e de materiais orgânicos, onde crescem plantas, diversos
tipos de bactérias, insetos e outros seres vivos. Ele é produto do
intemperismo, que é um conjunto de processos físicos, químicos
e biológicos de decomposição e desagregação sofridos pelas ro-
chas e seus minerais. Os agentes causadores desses processos
são a água de chuvas, rios, mares e geleiras, as variações de tem-
peratura, os ventos e os seres vivos. O desgaste, o transporte e
a acumulação dos sedimentos resultantes do intemperismo é
conhecido como erosão.
Os solos podem ser classificados de acordo com a sua textura,
ou seja, o tamanho das partículas minerais que os compõem. Os
arenosos têm alto teor de areia, partículas de maior diâmetro, em
sua composição. Os argilosos apresentam alta concentração de
argila, partículas de menores diâmetros. Nenhum dos dois solos
apresenta vegetações densas ou é adequado a cultivos.
Fotos: ©Pulsar Imagens/
Gerson Gerloff/Adriano Kirihara
Exemplo de solo argiloso, Maracaju, MS, 2012
O intemperismo refere-se a
uma série de processos que
desgastam e decompõem as
rochas. É dividido em três tipos:
biológico, químico e físico.
Intemperismo
biológico:
decomposição
das rochas pela
atividade de seres
vivos (bactérias,
fungos, seres humanos, etc.).
Intemperismo químico:
decomposição da rocha
causada principalmente
pela ação da água,
que dissolve os
minerais solúveis
que a compõem.
Intemperismo físico:
desagregação da rocha, que
sofre fraturas e se fragmenta
em razão das variações de
temperatura. Em seguida, os
pedaços ou blocos de rocha
sofrem desgastes pelos agentes
de erosão e transformam-se
em sedimentos
ou partículas,
que dão origem
aos solos.
Exemplo de solo arenoso, Bela Vista, Paraguai, 2017
45
Por meio de intemperismo e erosão, as rochas se transformam em materiais que for-
mam os solos, com outros materiais de origem animal e vegetal. A rocha que dá origem às
partículas e substâncias que estruturam o solo denomina-se rocha sã, rocha matriz ou rocha-
-mãe. Os solos variam, portanto, de acordo com a natureza da rocha matriz e dos processos
químicos, físicos e biológicos que a desagregaram e a desmancharam.
As rochas podem apresentar resistência diferente em relação aos tipos de intemperismo.
Além disso, os processos químicos responsáveis pelo intemperismo atuam mais intensamente
em temperaturas elevadas e em ambientes mais úmidos, acelerando a decomposição das rochas.
A vegetação também exerce expressiva influência sobre os solos. Os restos vegetais e
animais se decompõem e dão origem ao húmus, que devolve ao solo minerais e nutrientes
importantes ao desenvolvimento das plantas.
Para compreender melhor a composição dos solos, leia com atenção as informações do
infográfico.
Se você fosse definir o que é solo agora, com base no que acabou de estudar, poderia
dizer que ele é umas das bases para o desenvolvimento da vida. Afinal, o solo sustenta gran-
de parte dos seres vivos, é fonte de alimentos, matéria-prima e energia, serve de suporte
para construções, armazena água – originando as nascentes de rios – e mantém florestas e
diversos tipos de vegetação.
No entanto, apesar de todos esses benefícios o solo vem sendo prejudicado pela ação do
ser humano em muitos lugares. A retirada da vegetação para a prática de atividades agríco-
las e da pecuária, a ocupação urbana, entre outras, tem agravado os processos de erosão em
vários países do mundo, inclusive no Brasil. Isso porque a real conservação do ambiente não
acontece, o que compromete o seu equilíbrio.
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D.
Horizonte B: camada
mais rica em sais minerais,
que se acumulam ali após
serem levados da camada
A pelas chuvas. Contém
pouca matéria orgânica.
Horizonte A: camada mais
superficial, rica em matéria
orgânica, proveniente
das plantas que vivem e
morrem na superfície.
Horizonte C: composto
principalmente de
fragmentos da rocha matriz
e material intemperizado.
Praticamente não contém
matéria orgânica. Raízes
de árvores dificilmente atingem esse horizonte.
Rocha matriz
46
Geografia
Em alguns locais da Europa, encontra-se um solo
muito comum, chamado tchernoziom. Nos locais
onde há esse tipo de solo, não ocorrem elevadas plu-
viosidades. Contudo, é um dos solos mais férteis do
mundo. A fotografia mostra o perfil desse solo, que
recobre dois terços da Ucrânia.
Que considerações pode-se fazer sobre a por-
ção mais escura desse solo?
Degradação dos solos
A degradação ocorre com a perda de proprieda-
des, nutrientes e matéria orgânica do solo, que, ao
longo do tempo, fica sem condições de ser cultiva-
do ou ocupado. A degradação dos solos pode ocor-
rer devido a fatores naturais ou humanos, quando
não há preocupação em proteger o solo dos fato-
res que o enfraquecem e destroem. Um dos fatores
que contribuem para isso é a erosão.
A erosão é o desgaste que o solo sofre ao longo do tempo pela ação da natureza, mas
que pode ser iniciada ou acelerada pela ação humana. A remoção da cobertura vegetal cau-
sada pelo desmatamento pode ampliar a erosão, ocorrendo a perda de solo, que fica expos-
to e recebe diretamente toda a água proveniente das chuvas. Nesse desgaste, o material
que constitui o solo vai sendo transportado para as partes mais baixas do terreno, pela força
da gravidade, onde se acumula.
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A remoção da cobertura vegetal oriunda do desmatamento pode ampliar a erosão, ocorrendo a perda de solo, pois ele fica exposto e
recebe diretamente toda a água proveniente das chuvas
O pisoteamento do gado no solo, a exploração mineral e o uso de técnicas inadequadas para o cultivo são fatores que intensificam a erosão
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©Pulsar Imagens/Gerson Gerloff
Com a orientação do professor, a turma será dividida em equipes para pesquisar e investigar outros fatores que contribuem para a degradação dos solos. São eles:
poluição dos solos;
arenização;
desertificação;
salinização.
Depois de definir qual tema cada equipe vai pesquisar, a organização do trabalho deverá considerar as seguintes questões sobre o problema ambiental a ser pesquisado: quais são as causas? Como e onde ocorre? Quais são as consequências para o ambiente, a economia e as pessoas? Quais as possíveis alternativas para solucioná-lo?
Por fim, para a apresentação do trabalho, é possível utilizar cartazes, filmes, reportagens, documentários ou qualquer outro tipo de recurso relacionado ao tema pesquisado.
pesquisa
Em lugares onde predomina o clima úmido, a erosão pode ser
mais intensa, pois as chuvas tendem a desgastar rapidamente as
rochas, além de intensificar o intemperismo. Para a agricultura,
isso representa um grave problema, gerando a perda de grande
quantidade de solo, cujas partículas são carregadas pelas águas
das chuvas. Essa situação é uma das responsáveis por formar sul-
cos no chão, denominados ravinas ou voçorocas (dependendo de
suas dimensões). Esses fenômenos dificultam o cultivo do solo.
As voçorocas (ou “boçorocas”) são ravinas de grandes dimensões, que podem alcançar várias dezenas de metros de profundidade e centenas de metros de extensão
As ravinas são sulcos na superfície da terra, produzidos pela ação erosiva da água da chuva, quando ela escoa dos terrenos mais altos em direção a rios e porções mais baixas
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Geografia
olhar geográfico
SANTOS, Álvaro R. dos. Loteamentos podem deixar de ser os vilões da erosão urbana. Disponível em: <http://noticias.ambientebrasil.com.br/artigos/2006/01/26/22834-loteamentos-podem-deixar-de-ser-os-viloes-da-erosao-urbana.html>. Acesso em: 23 set. 2018.
De acordo com o texto, responda às questões a seguir.
1 A erosão é um problema que atinge tanto as áreas rurais quanto as áreas urbanas. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Justifique sua resposta.
2 Quais as consequências econômicas e sociais da erosão em áreas urbanas?
3 Qual a relação entre a erosão urbana e as enchentes?
4 Como é possível reduzir a erosão urbana?
5 No lugar onde você mora, há problemas decorrentes do mau uso do solo? Que medidas são adota-das para recuperá-lo?
Sem nenhum exagero, em várias cidades brasileiras os processos erosivos urbanos têm atingido proporções catastróficas, com terríveis consequências econômicas e sociais [...].
Os danos causados pela erosão urbana atingem a sociedade tanto no local de origem do fenômeno, como nos locais de destino do material erodido. No ponto de origem, ou seja, nos locais onde a erosão acontece, com a destruição de moradias e da infraestrutura urbana. Nos locais de destino do material erodido, com o intenso assoreamento/entulhamento dos sistemas de drenagem para onde os sedimen-tos são levados pelas águas de superfície; o que, por sua vez, constitui hoje uma das principais causas das enchentes urbanas.
As administrações municipais [...] têm enfrentado o problema unicamente traba-lhando sobre o campo das consequências [...].
Manda o bom senso que se trabalhe também junto às causas da erosão, o que implica de início, compreender que a ex-pansão urbana de nossas cidades vem se processando, via de regra, através de inten-sas e extensas terraplenagens que retiram a capa protetora de solos superficiais [...].
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Obras de desassoreamento do rio Pinheiros em São Paulo, SP, 2011.
Conservação dos solos
Para evitar os problemas que degradam os solos cultivados, algumas técnicas podem
ser utilizadas. Essas técnicas ajudam a conservar os solos, favorecendo o cultivo, reduzindo
gastos com seu manejo e prolongando a sua vida útil.
assoreamento: acúmulo de sedimentos no fundo de corpos d'água, como rios, lagos ou baías.
sistemas de drenagem: estruturas instaladas em um local com o objetivo de escoar as águas da chuva, evitando o transbordamento de córregos e rios. Por exemplo: bocas de lobo ou bueiros.
manejo do solo: atividade aplicada no solo para evitar sua degradação e aumentar a produtividade agrícola.
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Principais tipos de rochas
Origem das rochas
Exemplos de rochas
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O terraceamento constitui na criação artificial de largos degraus ou rampas niveladas ao longo de encostas íngremes, para diminuir a erosão causada pelo escoamento da água da chuva. Cultivo de arroz na província de Guizhou, China, 2013
A técnica de curva de nível consiste em plantar seguindo linhas de mesma altitude, respeitando o traçado natural de terrenos inclinados. Isso faz com que a água se infiltre mais facilmente no solo, reduzindo o transporte de sedimentos para as áreas mais baixas. Cultivo de café em Londrina, PR, 2012
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No plantio direto, a nova cultura é plantada sobre os restos da cultura anterior, que serve como adubo e proteção, impedindo o impacto direto das gotas da chuva, o que reduz o escoamento da água e a erosão. Plantio direto de milho em Rolândia, PR, 2013
Na rotação de culturas, há o plantio alternado de diferentes espécies vegetais numa mesma área agrícola. Assim, cada espécie deixa resíduos positivos no solo para a cultura seguinte, evitando o esgotamento dos nutrientes do solo
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1 Preencha o quadro com os nomes dos principais tipos de rochas e suas origens.
o que já conquistei
Inverno Verão
50
Geografia
2 Defina o que são rochas e minerais, destacando qual a relação existente entre eles.
3 Como ocorre o processo de formação do solo? Qual a relação desse processo com o intemperismo?
4 Explique como a composição do solo e a organização de suas camadas pode ser modificada pela ação do ser humano.
5 A imagem de satélite a seguir mostra a foz do Rio Connecticut. Sua nascente se localiza nos Estados Unidos, na fronteira com o Canadá, e seu curso drena uma área de, aproximadamente, 28 mil qui-lômetros quadrados, recebendo a água de 33 afluentes, nos estados de Vermont, New Hampshire, Massachussets e Connecticut. Observe-a e, em seguida, responda ao que se pede.
Fonte: SEDIMENT Spews from Connecticut River. Disponível em: <http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/view.php?id=52059&src=eoa-iotd>. Acesso em: 21 mar. 2019. Adaptação.
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Estados Unidos da América: foz do Rio Connecticut
Que fenômeno corresponde à mancha amarelada depositada no oceano? O que ele significa?
6 Que tipo de degradação dos solos está apresentado na foto? Faça uma redação sobre o modo como a ação humana pode contribuir para a ocorrência desse tipo de degradação e sobre as técnicas que podem ser utilizadas para reduzir esse problema.
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Formas do relevo8
Vivemos sobre a camada mais superficial da Terra, denomi-
nada crosta continental. Essa camada é formada por diferentes
tipos de rochas e minerais. Ao percorrer nossos caminhos diários,
podemos perceber as formas que ela apresenta e as constantes
modificações que sofre, causadas tanto por agentes naturais
quanto por ações humanas.
A cidade onde você mora tem alguma semelhança com Sal-
vador, retratada na imagem? Como se caracterizam as formas
da superfície de sua cidade? E dos lugares por onde você circula
diariamente? A cidade onde você mora tem litoral, montanhas,
subidas ou descidas?
Principais formas de relevo
Relevo do Brasil
Relevo submarino
o que vocêvai conhecer
©Depositphotos / Fotoarena
52
Geografia
Ler e interpretar paisagens, percebendo suas formas de relevo.
Identificar as características das diferentes formas de relevo do Brasil.
Reconhecer as ações humanas como agentes modificadores do relevo.
Conhecer a estrutura básica do relevo submarino.
objetivos do capítulo
Principais formas de relevo
A superfície da Terra é irregular, com muitas variações de altura, isto é, com partes mais
altas e mais baixas. Essas diferenças na superfície terrestre formam o relevo do planeta.
A referência para medir as altitudes do relevo é o nível médio dos mares, conforme se
observa na imagem.
O relevo terrestre resulta da ação de agentes internos e agentes externos.
Também denominados endógenos, como tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos, os
agentes internos são construtores de grandes conjuntos de relevo, como as montanhas.
-
responsáveis pela transformação ou modelagem das formas de relevo.
As grandes formas encontradas no relevo terrestre são definidas pelo seu aspecto, sua
origem e pela natureza das rochas que as compõem. São elas: montanhas, planaltos, planí-
cies e depressões.
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Altitude
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Divo. 2018. Digital.
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Planície
Planícies
As planícies são superfícies geralmente planas, de baixa altitude, resultantes de processos de sedimentação, ou seja, de acúmulo de materiais de origem fluvial (rios), glacial (gelo), lacustre (lagos) ou marinha (mar). A imagem mostra a planície litorântea de Itajaí, SC, 2012.
Depressões
Depressões são áreas rebaixadas em relação aos
relevos circundantes. Sua origem pode estar ligada a
processos de erosão ou a afundamentos provocados por falhamentos. São classificadas como:
depressões absolutas – áreas mais baixas que o nível do mar, como o Mar Morto, na foto ao lado;
depressões relativas – formadas por processos de
erosão, apresentam áreas mais baixas que as formas de relevo à sua volta. Na imagem superior, trecho da Depressão Sertaneja, Quixadá, CE, 2018.
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Geografia
Planalto
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Montanhas
Em geral, é possível definir montanhas como elevações com mais de 300 metros de altura em relação ao terreno em seu entorno.
Um conjunto de montanhas denomina-se cordilheira ou cadeia. As grandes cadeias montanhosas também são conhecidas como dobramentos modernos, porque se formaram na Era Cenozoica, era geológica mais recente da história da Terra. O Monte Everest, situado na Cordilheira do Himalaia, na Ásia, é o ponto mais elevado da Terra, com 8 848 metros de altitude.
As montanhas no Brasil têm altitudes menos elevadas, pois sua história geológica é mais antiga. Essas montanhas apresentam cumes mais arredondados, pois já estão há mais tempo sob a ação do intemperismo.Na foto, trecho da Serra do Mar, com o Pico Paraná ao fundo.
Planaltos
Os planaltos são formas de relevo ora relativamente planas, ora
irregulares, nos quais os processos erosivos são mais acentuados
em relação à deposição de sedimentos. Suas bordas são irregulares, resultantes do intenso processo de erosão.
Dependendo da natureza das rochas, os planaltos assumem diferentes formas. No Brasil, frequentemente aparecem com as
seguintes formas:
chapadas – relevo tabular com elevações íngremes de topo plano, como a Chapada Diamantina, na Bahia, representada na imagem;
escarpas – podem aparecer nas bordas do planalto, lembrando
um degrau. A parede que forma esse degrau é íngreme, isto é, quase vertical em relação ao solo.
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Relevo do Brasil
No Brasil, já foram realizados diversos levantamentos e pesquisas para classificar o rele-
vo, porém o mapeamento mais utilizado é o do geógrafo Jurandyr Ross. Esse mapeamento
foi elaborado no fim do século XX, por meio da análise de imagens de radar. De acordo com
essa classificação, o Brasil apresenta três formas de relevo, resultantes dos processos de
construção e transformação da superfície: planaltos, planícies e depressões.
leitura cartográfica
Observe a distribuição das cores no mapa do relevo brasileiro.
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Brasil: Relevo
Fonte: ROSS, Jurandyr. Relevo brasileiro: uma nova proposta de classificação. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 4, 1990. Adaptação.
Com base no mapa, responda às questões propostas.
1 Quais são as principais formas de relevo presentes no Brasil?
56
Geografia
2 Que forma de relevo predomina na unidade da federação onde você mora? Qual é o seu nome específico?
3 Como o relevo interfere na forma de ocupar os espaços geográficos e nas atividades do município onde você mora?
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Vista parcial da cidade do Rio de Janeiro, com o Túnel Rebouças ao fundo, escavado na rocha, ligando as zonas norte e sul, 2015
As planícies brasileiras ocupam extensões relativamente menores que os planaltos. São
áreas sedimentares localizadas junto aos rios ou ao longo do litoral. Observe, no mapa, que
existe uma planície ao norte do país, ao longo do Rio Amazonas e seus afluentes. Outra planí-
cie importante fica no Pantanal Mato-Grossense. Também existem áreas de planície ao longo
do litoral norte e nordeste, assim como em parte do litoral sudeste e no extremo sul do Brasil.
Nos planaltos e depressões, predominam os processos erosivos. Os planaltos brasileiros
ocupam uma grande extensão do território e neles desenvolvem-se várias formas de relevo,
como morros, serras, chapadas e vales.
O ser humano é um importante agente modificador do relevo terrestre. Com o objetivo
de ajustar a natureza aos seus interesses, ele derruba morros, aterra planícies, altera o perfil
de vertentes, entre outras ações. Nas grandes cidades, é comum o relevo original já ter sido
muito modificado pelo trabalho das pessoas.
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A intervenção de nossa sociedade no espaço natural, incluindo o relevo, é muito grande.
No entanto, essa intervenção e a ocupação inadequada do relevo podem causar sérios pro-
blemas, que atentam contra a vida das pessoas e provocam enormes prejuízos econômicos.
Leia o texto a seguir e depois responda, no caderno, às questões propostas.
A chuva que costuma cair entre os meses de março e maio em Salvador não é a única vilã respon-sável pelos desabamentos de encostas da cidade. A ocupação desordenada também é uma das causas dessas ocorrências [...].
Alguns fatores influenciam na ocorrência de deslizamentos na capital baiana, destacando-se o relevo e as ações dos moradores nas encostas, ao longo do tempo.
[...]
De acordo com o historiador e geólogo Rubens Antônio Filho, o "estilo" enladeirado, cheio de altos e baixos de Salvador começou a ser formado há milhões de anos, e a própria natureza transformou o território que hoje é a cidade.
"Há 180 milhões de anos, Salvador, a Bahia e toda a América do Sul era colada na África, e esse pro-cesso de separação começou. A fratura começou no lugar entre Salvador e Itaparica, onde deu-se um afundamento de seis mil metros e que foi preenchida por todo tipo de material, como areia, pedras, entre outros. A separação só acabou há 114 milhões de anos. [...]" relatou.
[...]
Durante esse período de separação, o território de Salvador foi se formando, alguns lugares naturalmente "afundaram" e outros "su-biram" ou permaneceram no mesmo local.
Apesar das diversas áreas altas em Salvador, o geólogo diz que, em muitos casos, não é possí-vel enxergar a inclinação desses vales, por conta dos prédios e obras.
[...]
Rubens conta ainda que, ao longo do tempo, as modificações nas encostas de Salvador não foram feitas da forma correta, o que facilita a ocorrência dos deslizamentos.
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olhar geográfico
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Deslizamento de encosta na comunidade Barro Branco, Salvador, BA, 2015
desabamentos: tipo de deslizamento onde há a queda repentina de uma construção ou encosta.
encostas: lados de uma montanha ou morro.
deslizamentos: movimento de deslocamento do solo, rochas e material orgânico em encostas inclinadas, desencadeado por uma combinação de fatores, como intenso volume de chuvas, características do solo e rochas e intervenção humana. Cortes do terreno
e desmatamento, por exemplo, deixam o solo exposto e desprotegido.
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Geografia
O professor [Luís Edmundo Campos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA)] conta que o solo de Salvador não é ruim, mas que a forma pela qual foi ocupado é que deixa ele suscetível aos desliza-mentos. Ou seja, quando o solo não tem sustentação, existe um peso sobre ele e, para piorar, a água ainda deixa ele instável. Com isso, a possibilidade de desabamentos aumenta.
[...]
Para construir em área de encosta, o professor dá uma dica. "O melhor é que eles [moradores] fizessem umas palafitas, que nem se faz em região de manguezal. Ao invés de "cortar" o terreno, sobe os pilares e constrói a casa sobre os pilares evitando fazer o corte e aterro, de forma mais segura", disse.
[...]
Salvador possui cerca 600 áreas de risco localizadas em encostas, segundo o mapeamento e regis-tro de ocorrências da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Em todos esses locais existe possibilidade de deslizamentos.
O professor Luís Edmundo afirma que nem todas as encostas são áreas de risco. Ele explica ainda que para ser definida como área de risco, são levados em consideração o tipo de ocupação, de solo, de drenagem, de habitação, entre outros pontos referentes ao espaço. Caso essas estruturas apresentem problemas na infraestrutura, a área é apontada como de risco.
DESLIZAMENTOS de terra em Salvador: história e ação do homem explicam ocorrências. Disponível em: <https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/deslizamentos-de-terra-em-salvador-historia-e-acao-do-homem-explicam-ocorrencias.ghtml>. Acesso em: 25 set. 2018.
1 Quais são os fatores responsáveis pelos deslizamentos de encostas na cidade de Salvador?
2 Quais são as causas geológicas do relevo acidentado de Salvador?
3 Explique o motivo de, em muitos casos, não ser possível enxergar a inclinação do relevo original de Salvador.
4 Por que a forma como os morros são ocupados favorece os deslizamentos?
5 Todas as encostas são áreas de risco, por isso não existe solução para evitar os deslizamentos. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Por quê?
6 Pesquise três notícias sobre deslizamentos ocorridos no Brasil. Com base nelas, descubra as causas e consequências desses acontecimentos para a sociedade.
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Encosta intensamente alterada por construções em Salvador, BA, 2014
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Relevo submarino
Se você mora no litoral ou já visitou alguma praia, pode ter notado que o mar é mais raso
em algumas partes e mais fundo em outras. Isso acontece porque o fundo do mar é irregular,
assim como toda a superfície da crosta terrestre. Da mesma forma que existe o relevo conti-
nental, existe o submarino, isto é, o relevo do fundo do mar.
Observe a imagem a seguir e leia os textos explicativos.
Plataforma continental: continuação submersa das ter-
ras do litoral. Faz a ligação do continente com o fundo dos
oceanos. Nela, há ainda penetração da luz solar e variações
de temperatura.
Talude continental: faixa inclinada do relevo submarino
localizada entre a plataforma continental e a bacia oceânica.
Bacia oceânica: corresponde, de modo geral, ao fundo dos
oceanos, entre o talude e as dorsais oceânicas. Pode ser plana
ou ter elevações, como as ilhas oceânicas.
Cadeias oceânicas: são as dorsais resultantes do extravasa-
mento e da solidificação do magma junto aos limites de sepa-
ração entre as Placas Tectônicas.
Fossa oceânica: grande depressão submarina localizada em
zonas onde placas submarinas mergulham sob placas conti-
nentais e atingem grandes profundidades. Um exemplo são
as Fossas Marianas, localizadas no Oceano Pacífico. Elas têm,
aproximadamente, 11 000 metros de profundidade.
São as formas de relevo
submarino mais estudadas e
também as mais exploradas
do ponto de vista econômico,
com destaque para a extração
de petróleo. No Brasil, extrai-
se petróleo da plataforma
continental dos estados do
Nordeste e principalmente
do Rio de Janeiro, onde
há poços submarinos.
Plataforma continental Ilha
continentalTalude
continental Ilhaoceânica
Fossaoceânica
Cadeiasoceânicas
Baciaoceânica
Div
o. 2
01
4. 3
D.
60
Geografia
conectadoMapas do fundo dos oceanos
Nas últimas décadas, o co-
nhecimento sobre o fundo
dos oceanos foi muito amplia-
do com os dados obtidos por
meio de satélites. Informações
transmitidas via satélite às es-
tações especializadas revelam
a natureza de rochas antigas e
recém-formadas. Mostram, em
detalhes, as formas do relevo
submarino, o movimento das
Placas Tectônicas (com a forma-
ção do “novo chão” que surge ao
longo das fendas, de onde elas
se afastam) e indicam as linhas
de colisão entre elas, cuja ten-
são provoca os abalos sísmicos.
Essas informações aparecem
em mapas modernos, essenciais
para diferentes tipos de indús-
trias, como as que se interessam
por explorar minérios. Também
são importantes para a navega-
ção, em geral, e para a indústria
pesqueira, pois fornecem dados
úteis, como a batimetria (medi-
ção da profundidade das águas
oceânicas), a temperatura e a
direção das correntes, entre
outras características que facili-
tam a localização de cardumes.
As informações obtidas via sa-
télite também são utilizadas no
planejamento da instalação de ca-
bos submarinos, que atravessam
os oceanos para transmitir dados
de internet para o mundo todo.
Como você imagina que os
satélites, situados a muitos
quilômetros de altura, conse-
guem dados sobre o fundo dos
oceanos?
Ta
lita
Ka
thy
Bo
ra
Fonte: MARINHA do Brasil. Disponível em: <https://www.mar.mil.br/secirm/atlas/atlas-paginas/pag-capitulo3/pg37.pdf>. Acesso em: 20 fev. 2014. Adaptação.
Batimetria parcial do Oceano Atlântico
61
1 Quais são as principais formas de relevo da Terra?
2 Segundo a classificação de Jurandyr Ross, defina as formas de relevo brasileiro resultantes dos processos de construção e transformação da sua superfície.
3 O que são dobramentos modernos? Quais são suas principais características?
4 Observe a tabela a seguir, que mostra as montanhas de maior altitude do mundo e do Brasil.
MAIORES ALTITUDES DO BRASIL E DO MUNDO
Mundo Altitude Brasil Altitude
Monte Everest 8 848 m Pico da Neblina 2 995
K2 8 611 m 31 de março 2 974
Kanchenjunga 8 586 m Bandeira 2 891
Fontes: IBGE. Disponível em: <http://www.inde.gov.br/noticias-inde/8530-geociencias-ibge-reve-as-altitudes-de-sete-pontos-culminantes.html>. Acesso em: 26 set. 2018. IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro, 2016. 7. ed.
a) As montanhas listadas na tabela foram medidas de acordo com sua altitude. O que é altitude?
b) Qual é a montanha de maior altitude do mundo? Quanto ela mede?
c) Qual é a montanha de maior altitude do Brasil? Quanto ela mede?
o que já conquistei
62
Geografia
d) As altitudes brasileiras que aparecem na tabela são maiores ou menores em relação às maiores altitudes do planeta? Por que isso ocorre?
5 As imagens mostram as transformações que uma paisagem sofreu ao longo do tempo. Sobre essas imagens, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Além dos agentes internos, agentes externos, como as chuvas, os ventos e a ação humana, atuam reorganizando e esculpindo a superfície da Terra.
( ) As grandes elevações representadas na imagem 2 foram criadas por forças internas que atuam
na crosta terrestre.
( ) As atividades humanas no espaço urbano alteram a paisagem e modificam o relevo.
( ) Os agentes internos do relevo foram o principal fator responsável pelas alterações ocorridas na paisagem 4.
( ) Não há impacto significativo no relevo com o surgimento das cidades, pois as mudanças obser-vadas na imagem 4 ocorreram naturalmente.
Div
o. 2
01
8. D
igit
al.
1 2
43
63
Neste sábado [1/9/2018], a Defesa Civil divulgou alerta para a possibilidade de deslizamen-tos. Explicou que as áreas de risco de Igrejinha [RS] caracterizam-se pela ocupação em encostas com declividade moderada a alta, do tipo corte/aterro, que apresentam indícios de movimen-tação da encosta. “Essa situação, associada à alta precipitação acumulada e à previsão meteo-rológica, indica que podem ocorrer deslizamentos pontuais [...] nas áreas de risco mapeadas”, esclarece a Defesa Civil.
LINDEN, Vinicius. Continuidade de chuva provoca alerta para possíveis deslizamentos em Igrejinha. Disponível em: <http://www.jornalpanorama.com.br/novo/continuidade-da-chuva-provoca-alerta-para-possiveis-deslizamentos-em-igrejinha/>. Acesso em: 26 set. 2018.
a) Os eventos que podem ocasionar deslizamentos no município de Igrejinha correspondem a agentes internos ou externos das formas de relevo?
b) O que a sociedade deve levar em consideração ao ocupar áreas de encostas?
7 Em relação à imagem, responda às questões a seguir.
a) Qual é a altitude da casa situada no ponto A, em relação ao nível médio do mar?
b) Qual é a altitude do cume da montanha, em relação ao nível médio do mar?
c) Qual é a altura da montanha?
d) Com base no desenho, responda: qual é a diferença entre altitude e altura?
6 Leia o texto a seguir e, depois, responda às questões.
Ra
qso
nu
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14
. Dig
ita
lR
aq
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u. 2
01
4. D
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al
Altitude
6 km
5 km
4 km
3 km
2 km
1 km
0 km
Altura
Cume
Base
Nível médio dos mares Mar
A
64
Material de apoio6°. ano – Volume 2
Geografia
Capítulo 5 – Página 4 – Olhar geográfico
De acordo com o texto da página 26 (seção Curiosidade), responda às questões propostas.
1 Onde está situado o Havaí? Consulte um mapa-múndi para visualizar.
2 Como as ilhas do arquipélago havaiano foram formadas?
3 Transcreva a parte do texto que confirma que o Vulcão Kilauea é um exemplo de erupção fissural.
4 Por que o autor do texto diz que a “Terra é um ambiente em permanente mutação”?
GULLAR, Ferreira. Universo. In: ______. Em alguma parte alguma. Rio de Janeiro: José Olympio, 2010.
Universo
O que vi do universo
até hoje foi pouco
mas, se penso em quanto meço,
posso dizer que foi muito.
Sei, de ler, que o universo
é de tais dimensões
que a própria luz só o atravessa
depois de bilhões e bilhões
de anos, e que nele há
multidões de galáxias e sóis
que talvez já morreram, antes
de chegar sua luz até nós.
Deste modo, é correto dizer
que o céu que ora espio é passado
e que até pode ser que
o universo que vejo já se tenha acabado.
[...]
O fato é que qualquer vasta nuvem
prenhe de sóis já mortos ou futuros
não possui consciência, esse obscuro
fenômeno surgido aqui na Via Láctea,
ou melhor, na Terra, e talvez
somente nela, não se sabe por que,
mas que permite ao cosmos perceber-se
a si mesmo, e ter olhos pra se ver.
Capítulo 6 – Página 26 – Curiosidade
1
Capítulo 6 – Página 28 – Atividades
Modelo para o quebra-cabeça das Placas Tectônicas
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9. p
. 86.
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Talita Kathy Bora
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