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In: Anais do IV Workshop de Ambientes de aprendizagem baseados em agentes, XIII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE 2002) . São Leopoldo, 12-14 de novembro, 2002. Em português , 3 páginas.Autores: Heloisa Vieira da Rocha, Joice Lee Otsuka, José Claudio Vahl Júnior, Ricardo Luis Lachi

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Page 1: #  # Uso de Agentes de Interface no Ambiente TelEduc

de novembro, 2002.

Uso de Agentes de Interface no Ambiente TelEduc

Joice Lee Otsuka, Ricardo Luís Lachi, José Cláudio Vahl Junior, Heloísa Vieira da Rocha

Instituto de Informática – Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)Caixa Postal 6176 – 13083-970 – Campinas – SP – Brasil

{joice, heloisa}@ic.unicamp.br

Resumo. Neste artigo são apresentadas as duas principais linhas de pesquisas utilizando a tecnologia deagentes de interface desenvolvidas pelo grupo TelEduc. Na primeira, é focado o suporte ao processo deavaliação formativa de acordo com os interesses de cada formador e, na segunda, a construção de interfacesque facilitem e promovam a colaboração entre os participantes nos cursos a distância.Palavras-chave: educação à distância, agentes, avaliação formativa, coordenação, bate-papo.

1. Introdução

Este artigo tem como objetivo apresentar uma visãogeral das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas emcima do ambiente de suporte à Educação a Distância(EaD) TelEduc1, envolvendo a tecnologia de agentesde interface, que são aqueles que atuam comoassistentes pessoais, colaborando com o usuário ecom outros agentes na realização de determinadastarefas [Maes 1994].

As pesquisas atuais do grupo concentram-se em doistemas principais: o primeiro é a colaboração, ondeestá sendo realizada uma pesquisa sobre interfacesque facilitem e promovam a colaboração em umcurso à distância, e o segundo é a avaliação, ondeespera-se prover suporte ao professor no processo deavaliação formativa à distância.

Estas duas linhas de pesquisa têm explorado atecnologia de agentes de interface a fim de favorecero uso efetivo do ambiente TelEduc em cursosbaseados no desenvolvimento de atividadescolaborativas e na avaliação formativa destas. Nasseções seguintes são apresentadas as direções daspesquisas envolvendo a tecnologia de agentes nestasduas linhas de pesquisa.

2. Agentes de Interface no Apoio à Colaboração

Estudos mostram que quando os alunos interagemcom os colegas de forma colaborativa eles se sentemmais engajados em suas atividades [Jaques e Oliveira2000]. Daí a busca de novas ferramentas etecnologias que sejam mais apropriadas a essainteração. Dessa forma, está sendo desenvolvida umapesquisa que envolve o uso de agentes para proversuporte à coordenação de sessões de bate-papo. Como suporte à coordenação espera-se adequar aferramenta de Bate-Papo ao contexto da EaD.

1http://teleduc.nied.unicamp.br

A maioria dos ambientes de EaD utilizamferramentas de Bate-Papo tradicionais2 que, quandousados em situações de ensino-apredizagem,apresentam vários problemas. Por exemplo, a falta decontrole de turno3 proporciona o surgimento dediversos “fios de conversa”, e é necessário que ousuário faça mentalmente as ligações coesivas entreos enunciados de um mesmo fio [Vahl et al. 2002].

A pesquisa em andamento explora a tecnologia deagentes para estabelecer diferentes formas decoordenação na ferramenta de Bate-Papo doTelEduc. O agente atuará fazendo o controle de turnode uma sessão, seguindo critérios que variam deacordo com a modalidade de coordenação apoiada.

Para estabelecer as formas de coordenação a seremapoiadas foi realizada uma pesquisa por meio desugestões de usuários e de uma análise da literatura[Harasim 1996]. Chegou-se a três formatos iniciais:seminário, assembléia e painel, que são transposiçõesde esquemas geralmente adotados em ambientespresenciais. Como estas modalidades de coordenaçãopossuem regras fixas e bem definidas, optou-se pelautilização da abordagem de agentes de interfacebaseada em conhecimento [Chin 1991]. Neste caso oagente é dotado de conhecimentos sobre as regras decoordenação destes modelos pré-definidos e atua deacordo com estas.

A fim de prover maior flexibilidade, está sendodesenvolvida também uma modalidade decoordenação personalizada explorando a abordagemde agentes de interface semi-autônomos, que sãoprogramados pelo usuário de acordo com seusinteresses [Lai e Malone 1988]. Neste caso, o usuáriodefine regras explícitas para a realização de umadeterminada tarefa e as “ensina” ao agente por meiode um formulário onde seleciona opções como: usar 2 criadas para prover interações sociais sem finalidade específica,por exemplo, http://chat.terra.com.br3 Diversas pessoas tem possibilidade de enviar mensagenssimultaneamente resultando em tópicos paralelos

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área para material auxiliar; permitir mudanças deentonação; usar metáfora de “levantar a mão parapedir a palavra”; quais participantes terão privilégiosno cálculo da prioridade de publicação dasmensagens, etc. O usuário poderá informar também aordem precedência de critérios como Tempo (aqueleque está a mais tempo sem falar tem maiorprioridade), Quantidade de frases (quem falou menosaté o momento tem maior prioridade) e Réplica(aquele que estiver respondendo para alguémrecentemente terá maior prioridade).

3. Agentes de Interface no Suporte à AvaliaçãoFormativa

Avaliação formativa é “toda prática de avaliaçãocontínua que pretenda melhorar as aprendizagensem curso, contribuindo para o acompanhamento eorientação dos alunos durante todo seu processo deformação” [Perrenoud 1999]. Atualmente existe umagrande busca por esta forma de avaliação, como umaalternativa à avaliação tradicional baseada em testes eexames. No entanto, o uso deste paradigma deavaliação esbarra em muitos problemas como asobrecarga de tarefas para o professor e,conseqüentemente, um alto custo de implantação[Otsuka 2002].

No TelEduc a avaliação formativa é realizada pormeio do acompanhamento dos registros dasferramentas de comunicação (Fórum de Discussões,Bate-Papo, Correio, Portfólio e Diário de Bordo) eauxílio dos dados gerados pelas ferramentas Acessose InterMap. A ferramenta Acessos permite a geraçãode relatórios sobre os acessos dos alunos ao curso ouàs ferramentas do mesmo, e a ferramenta InterMaputiliza técnicas de visualização de informações paramapear as interações realizadas, facilitando avisualização das participações dos alunos [Otsuka eRocha 2002].

As ferramentas de comunicação do TelEduc foramprojetadas para facilitar tanto as interações entre osparticipantes de um curso à distância como avisualização do registro dessas interações para umaposterior análise. As ferramentas InterMap eAcessos provêem um auxílio à análise quantitativadas interações, no entanto o processo de avaliaçãoformativa no TelEduc ainda demanda muito tempo etrabalho dos formadores, principalmente na análisequalitativa das participações dos aprendizes.

Na avaliação formativa baseada no acompanhamentoda performance dos aprendizes durante odesenvolvimento de atividades, os métodos e oscritérios de avaliação variam de acordo com osobjetivos de aprendizagem dos formadores. Dessaforma, prover suporte à análise qualitativa nestecontexto é uma tarefa complexa: como não é possívele nem desejável a pré-determinação de um conjunto

de tipos de atividades e critérios de avaliação queatendam aos objetivos de qualquer curso, fica difícila previsão do suporte mais adequado em cada caso.Logo existe uma demanda por soluções adaptáveis acada curso, de acordo com os objetivos deaprendizagem dos formadores.

Em busca desta flexibilidade, estão sendodesenvolvidas pesquisas empregando umaabordagem de agentes de interface baseada emaprendizagem, caracterizada por uma grandeadaptabilidade de agentes que aprendem observandoe monitorando as interações dos usuários com ainterface da aplicação [Maes 1994].

Dessa forma, o foco das pesquisas envolvendo atecnologia de agentes, que vêm sendo desenvolvidasno Projeto TelEduc na área de suporte à avaliação,é facilitar a atuação do formador, provendo suporteflexível às principais tarefas desenvolvidas pelosformadores no processo de avaliação formativa,principalmente na análise qualitativa dasparticipações dos aprendizes. Nessa linha de pesquisaestão sendo desenvolvidos dois projetos que sãodescritos brevemente a seguir.

3.1. Suporte à análise de sessões de bate-papo

A fim de diminuir o volume de informações a seremanalisadas pelo formador está sendo desenvolvido umprojeto que envolve o uso de agentes de interfacepara a seleção automática de comentários de umasessão de bate-papo realizada no ambiente TelEduc,de acordo com os interesses do formador.

Essa capacidade de seleção é adquirida pelo agente apartir da observação dos critérios usados peloprofessor durante as suas seleções. Os critériospassíveis de serem indicados pelo professor comosendo o motivo para a seleção de um determinadocomentário são: o apelido da pessoa que enviou ourecebeu um comentário, a entonação da fala presenteno comentário, e qualquer uma das palavras presentesno comentário. Outra forma de aprendizagem doagente é o feedback do professor, que ocorre quandoas seleções feitas pelo agente são revisadas peloprofessor (marcando comentários não selecionadose/ou cancelando seleções realizadas pelo agente)[Lachi, Otsuka e Rocha 2002].

Resultados preliminares obtidos mostram que atecnologia de agentes de interface se aplicou bem aoproblema de filtragem adaptativa de comentários emsessões de bate-papos, de acordo com o perfil deseleção do usuário. Isso ocorreu mesmo sendo oBate-Papo, a ferramenta de comunicação menosestruturada do TelEduc. Por isso, os resultadospositivos obtidos com esta ferramenta apontam para aextensão da aplicação do agente para as outrasferramentas do ambiente [Otsuka, Lachi, Ferreira eRocha 2002].

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3.2. Suporte à recuperação de informaçõesrelevantes à avaliação formativa.

Os resultados positivos obtidos na filtragem flexívelde sessões de bate-papo dão indicativos daviabilidade do uso da tecnologia de agentes deinterface para prover uma solução mais ampla desuporte flexível à avaliação formativa. Dessa forma,esta tecnologia está sendo usada em um projeto quevisa prover suporte adaptativo à recuperação deinformações relevantes dos registros das interações edas avaliações. A partir da recuperação destasinformações espera-se prover auxílio em tarefasconstantemente desempenhadas pelos formadores, afim de liberar os formadores destas funções,diminuindo a sobrecarga destes no processo deavaliação formativa [Otsuka e Rocha 2002].

• Construção dinâmica do profile do aprendiz,refletindo o desenvolvimento do aprendiz aolongo do curso, segundo aspectos relevantes acada formador (como a capacidade de aplicaçãode um novo conhecimento, a colaboração, aautonomia, etc). O profile de um aprendiz poderáser constantemente validado e refinado, deacordo com as informações extraídas dosregistros das interações e de avaliaçõesrealizadas previamente;

• A construção do profile do aprendiz possibilitarátambém a promoção da colaboração entre osaprendizes, por exemplo, por meio da busca deaprendizes que possam responder determinadasdúvidas no Fórum, ou fazer comentários emPortfólios;

• Auxílio na detecção de possíveis problemas(como ausência de acesso ao curso, falta deinteração, atraso de tarefas, falta de participaçãoem atividades em grupo, etc), de acordo com osinteresses de cada formador.

O diferencial das soluções de suporte à avaliaçãoformativa propostas está na exploração da facilidadede se registrar tudo o que ocorre em um curso àdistância mediado por computadores, a fim de proverum suporte flexível por meio da tecnologia deagentes de interface.

4. Considerações Finais

No suporte à colaboração o desafio está emproporcionar espaços adequados para a formação degrupos e favorecimento das interações colaborativasno contexto da EaD. As novas ferramentas decomunicação que têm sido pensadas nesse sentidodevem ser flexíveis o suficiente para atenderem asexpectativas de diferentes estilos de formadores eproporcionarem o ganho pedagógico esperado. Nocaso específico do suporte à coordenação de sessõesde bate-papo estão sendo adotadas duas abordagensde agentes de interface: a abordagem baseada emconhecimentos está sendo usada nas modalidades decoordenação tradicionais que não variam para

diferentes formadores; já a abordagem de agentes deinterface semi-autônomos está sendo usada parapossibilitar a criação de uma modalidade decoordenação de bate-papo personalizada, de acordocom os interesses do formador.

Já na avaliação formativa, não é possível e nemdesejável a pré-determinação de um conjunto de tiposde atividades e critérios de avaliação que atendamaos objetivos de qualquer curso, em qualquercontexto. Logo, um grande desafio no suporte a estaforma de avaliação é prover soluções adaptáveis acada curso, de acordo com os objetivos pedagógicosdos formadores, e neste caso está sendo explorada aabordagem de agentes de interface baseada emaprendizagem. Os primeiros resultados obtidos apartir do uso desta abordagem de agentes de interfacepara prover suporte adaptativo à filtragem deregistros de sessões de bate-papo foram bempromissores e são importantes indicativos sobre aviabilidade do uso desta tecnologia para prover umsuporte efetivo e flexível à avaliação formativa noambiente TelEduc.

Referências Bibliográficas

Chin, D. Intelligent Interfaces as agents. (1991) In J. Sullivanand S. Tyler (eds). Intelligent User Interfaces. ACMPress, N.Y. , 1991.

Harasim, L. (1996) Learning Networks: A Field Guide toTeaching and Learning Online. The MIT Press –Cambridge, Massachusetts - London, England.

Jacques, P. e Oliveira F. (2000) Um Experimento comAgentes de Software para Monitorar a Colaboraçãoem Aulas Virtuais. Workshop de Informática naEscola.

Lachi, R. L.; Otsuka, J. L.;. Rocha, H. V (2002). Uso deAgentes de Interface no Suporte à Análise de Sessõesde Bate-Papo. In: IHC 2002 (a ser publicado).

Lai, K.; MaloneT; Yu,K. (1988) Object Lens: A spreadsheetfor cooperative work. ACM Trans.Office Inf. Syst.

Maes, P. (1994). Agents that Reduce Work and InformationOverload. Communications of the ACM. 37 (7),julho, 1994.

Otsuka, J. L. (2002). Análise do processo de avaliaçãocontínua em um curso totalmente a distância. In:Virtual Educa 2002, Valença, Espanha, 2002.

Otsuka, J. L.; Lachi, R. ; Ferreira, T.; Rocha, H. V. (2002).Suporte à Avaliação Formativa no Ambiente deEducação à Distância TelEduc (artigo submetidopara Ribie 2002)

Otsuka, J. L.; Rocha, H. V. (2002). An Agent-based Approachto Support Formative Assessment. In: Proceedings of2002 International Conference on Computers inEducation, Doctoral Research Consortium, IEEEPress, Auckland, New Zealand (a ser publicado).

Perrenoud, P. (1999). Avaliação: da excelência à regulaçãodas aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre:Artes Médicas, 1999.

Rocha, H. (2002). O ambiente TelEduc para Educação àDistância baseada na Web: Princípios,Funcionalidades e Perspectivas de desenvolvi-mento.In: Moraes, M.C. (Org). Educação à Distância:Fundamentos e Práticas. Campinas,SP:Unicamp/Nied, 2002, pp. 197-212.

Vahl, J., Oeiras J. e Rocha H. (2002) Uso de agentes deinterface para adequação de bate-papos ao contextode educação a distância. IHC 2002 (a ser publicado)