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    MATEUS

    IntroduoEsbooCaptulo 1 Captulo 8 Captulo 15 Captulo 22Captulo 2 Captulo 9 Captulo 16 Captulo 23Captulo 3 Captulo 10 Captulo 17 Captulo 24Captulo 4 Captulo 11 Captulo 18 Captulo 25Captulo 5 Captulo 12 Captulo 19 Captulo 26Captulo 6 Captulo 13 Captulo 20 Captulo 27Captulo 7 Captulo 14 Captulo 21 Captulo 28

    INTRODUO

    O autor.Abundante testemunho histrico atribui este Evangelho aMateus, o publicano, tambm chamado Levi por Marcos e Lucas.Dvidas recentes quanto autoria de Mateusso o produto de hipteseslevantadas para explicao do Problema Sintico. Mas essas hipteses

    no podem alterar o testemunho da igreja primitiva, cujos escritorescitaram este Evangelho com mais freqncia do que qualquer outro.Considerando que Mateus no era particularmente destacado entre osDoze, e no havendo uma tendncia especial para se exigir autoriaapostlica dos Sinticos (isto , Marcos e Lucas), no existe nenhumarazo a priori para se lhe conferir a autoria do Evangelho se elerealmente no tivesse escrito.

    Na qualidade de ex-cobrador de impostos, Mateus estava bemqualificado para produzir tal evangelho. Seu conhecimento comercial detaquigrafia capacitou-o a registrar totalmente os discursos de Jesus. Suafamiliaridade com os nmeros reflete-se na sua freqente meno dedinheiro, seu interesse em grandes quantias (Mt. 18:24; 25:15), e a sua

    preocupao com estatsticas em geral (1:17 por exemplo).

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 2Redao e Data.A grande freqncia de citaes e aluses feitas a

    Mateus encontradas na Didaqu e nas Epstolas de Barnab, Incio,Justino Mrtir e em outros escritos prova sua antiguidade e seu uso

    muito difundido. As conexes literrias deste Evangelho devem serconsideradas no que se relacionam aos outros Sinticos, e tambm luzda declarao de Papias que "Mateus escreveu as palavras no dialetohebreu, e cada um interpretou como pde" (Eusbio, Histria

    Eclesistica 3.39). Muitos explicaram a declarao de Papias, dizendoque se referia a uma forma original do aramaico do qual se traduziu onosso Evangelho Grego. Mas o nosso texto grego no tem as marcas deuma traduo, e a ausncia de qualquer trao de um original aramaicolana pesadas dvidas sobre tal hiptese. Goodspeed argumentadetalhadamente que seria contrrio prtica grega dar a uma traduogrega o nome do autor do original aramaico, pois os gregos apenas se

    preocupavam com aquele que passava a obra para o grego. Comoexemplos ele cita o Evangelho de Marcos (ele no foi chamado deEvangelho de Pedro) e o Velho Testamento Grego, que foi denominadoSeptuaginta (Os Setenta) segundo seus tradutores, no segundo seus

    autores hebreus (E. J. Goodspeed,Matthew. Apostle and Evangelist, pg.105, 106). Assim, entende-se, segundo Papias, que Mateus registrou(taquigraficamente?) os discursos de Jesus em aramaico, e mais tarderecorreu s anotaes quando redigiu seu Evangelho Grego. Ainda queseja certamente possvel que Marcos fosse escrito primeiro, e queestivesse disposio de Mateus, no houve nenhum uso servil desseEvangelho mais curto por parte de Mateus, e muitos tm argumentado

    pela completa independncia desses dois livros.A data do Evangelho de Mateus deve ser anterior a 70 A.D., pois

    no encontramos nele nenhuma indicao de que Jerusalm estivesse emrunas (sendo claramente profticas todas as predies de suadestruio). Passagens tais como 27:8 ("at ao dia de hoje") e 28:15(idem) exigem um intervalo de certa durao, mas quinze ou vinte anosaps a Ressurreio seriam suficientes.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 3nfase Especial.O estudo do seu contedo corrobora o testemunho

    de Irineu e Orgenes que declaram que Mateus foi escrito para osconvertidos do judasmo. Ele usa o Velho Testamento com mais

    freqncia do que os outros (Harmony of the Gospelsde Robertson fazuma lista de 93 citaes em Mateus, 49 em Marcos, 80 em Lucas e 33em Joo). Muita ateno foi dispensada para demonstrar que Jesus

    preencheu a profecia messinica e foi, portanto, o Messias de Israel, queestabeleceria o reino prometido. Este Evangelho se distingue pelosdiscursos que Mateus registrou em toda a sua extenso, enfatizando os

    princpios, o alcance e os movimentos do reino messinico (Mt. 5-7; 13;24-25). Assim, os cristos judeus (que eram aos milhares na igreja

    primitiva; Atos 2:41, 47; 4:4; 5:14, 28; 6:1,7) receberam uma explicaoautorizada de que a f em Jesus no envolvia o repdio do VelhoTestamento, mas era o prprio alvo para o qual a revelao do VelhoTestamento apontava. claro que as mesmas perguntas eram feitas pelos

    judeus convertidos na proporo de sua compreenso do VelhoTestamento. E portanto o Evangelho de Mateus ocupa um lugar dedestaque dentro do pensamento cristo que chega a justificar a sua

    posio de primeiro Evangelho em nosso Novo Testamento.

    ESBOOI. O nascimento e infncia de Jesus Cristo. 1:1 2:23.

    A. Genealogia de Cristo. 1:1-17.B. Nascimento de Cristo. 1:18-25.C. Visita dos Magos. 2:1-12.

    D. Fuga para o Egito e o massacre das crianas. 2:13-18.E. Residncia em Nazar. 2:19-23.

    II. Comeo do ministrio de Jesus Cristo. 3:1 4:11.A. O precursor de Cristo. 3:1-12.B. Batismo de Cristo. 3:12-17.C. Tentao de Cristo. 4: 1.11.

    III. O ministrio de Jesus Cristo. 4:12 25:46.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 4A. Na Galilia. 4 : 12-18 : 35.1. Residncia estabelecida em Cafarnaum. 4:12-17.2. Chamada de quatro discpulos. 4:18-22.

    3. Viso geral do ministrio galileu. 4:23-25.4. Sermo da Montanha. 5:1 - 7:29,5. Dez milagres e acontecimentos relacionados. 8:1 9:38.6. Misso dos Doze. 10:1-42.7. Resposta de Cristo a Joo e discurso relacionado. 11:1-30.8. Oposio dos fariseus. 12:1-509. Uma srie de parbolas sobre o Reino. 13:1-58.

    10. Retirada de Jesus aps a decapitao de Joo. 14:1-36.11. Conflito com os fariseus por causa de tradio. 15:1-20.12. Retirada para a Fencia e a cura da filha da mulher canania.

    15:21-28.13. Volta ao Mar da Galilia e realizao de milagres.

    15:29-38.14. Novo conflito com os fariseus e saduceus. 15:39 16:4.15. Retirada para a regio de Cesaria de Filipos. 16:5 17:23.

    16. Instruo dos Doze em Cafarnaum. 17:24 18:35.B. Na Peria. 19:1 20:16.

    1. Ensinamentos sobre o divrcio. 19:1-12.2. A bno das criancinhas. 19:13-15.3. Entrevista com o moo rico. 19:16-30.4. Parbola dos trabalhadores na vinha. 20:1-16.

    C. Na Judia. 20:17-34.

    1. Outra profecia sobre a morte e ressurreio de Cristo.20:17-19.

    2. Pedido ambicioso dos filhos de Zebedeu. 20:20-28.3. Cura de dois cegos. 20:29-34.

    D. Em Jerusalm. 21:1 25:46.1. Entrada triunfal. 21:1-11.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 52. Purificao do Templo. 21:12-17.3. Maldio da figueira estril. 21:18-22.4. Objees autoridade de Jesus e sua resposta alegrica.

    21:23 22:14.5. Jesus interrogado por diversos grupos. 22:15-46.6. Jesus denuncia publicamente os fariseus. 23:1-39.7. Discurso no Monte das Oliveiras. 24:1 25:46.

    IV. A Paixo de Jesus Cristo. 26:1 27:66.A. Conspirao contra Jesus. 26:1-16B. A refeio final. 26:17-30.C. Profecia da negao de Pedro. 26:31-35.D. Acontecimentos no Getsmani. 26:36-56.E. Acontecimentos nos tribunais judeus. 26:57 27:2.F. Remorso de Judas. 27:3-10.G. Acontecimentos nos tribunais romanos. 27:11-31.H. A crucificao. 27:32-56.I. Sepultamento. 27:57-66.

    V. A Ressurreio de Jesus Cristo. 28:1-20.

    A. Descobrimento da sepultura vazia. 28:1-8.B. Aparecimento de Jesus. 28:9, 10.C. O que disseram os soldados. 28:11-15.D. A Grande Comisso. 28:16-20.

    COMENTRIO

    I. O Nascimento e Infncia de Jesus Cristo. 1:1 - 2:23.

    Mateus 1A. Genealogia de Cristo. 1:1-17. Esta linhagem de Abrao a Jesus,

    atravs dos reis da casa de Davi, tem a inteno explcita de apresentaros direitos de Jesus ao trono de Davi. Ainda que o trono estivesse vago

    por quase seis sculos, ningum poderia esperar a devida considerao

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 6dos judeus para com o Messias se Ele no pudesse provar suaascendncia real. (Lc. 3:23-38 apresenta outra genealogia, aparentementea de Maria, para mostrar a verdadeira ascendncia consangnea de

    Jesus, que tambm era da famlia de Davi.)1. O livro da genealogia. Uma expresso hebraica variadamentecompreendida como sendo o ttulo de todo o Evangelho de Mateus, dosdois primeiros captulos, ou dos dezessete primeiros versculos. Umaexpresso semelhante em Gn. 5:1 bastante ampla para incluir tanto agenealogia como a narrativa entretecida (Gn. 5:1-6:8).

    Jesus nome histrico; Cristo(o equivalente ao Messias hebraico,"o ungido") o ttulo do seu ofcio. Os dois nomes no foram geralmenteusados juntos como nome prprio at depois da Ascenso.

    Filho de Davi, filho de Abraorelaciona Jesus com as promessasmessinicas (Gn. 12:3; 13:15; 22:18; II Sm. 7:12, 13; 22:51).

    2. A lista comea com Abrao, o pai da raa qual Mateusescrevia particularmente, e o primeiro a receber a promessa messinica.Jud e seus irmos. Ainda que a linhagem passe por Jud (Gn. 49:10),todos os patriarcas eram herdeiros da promessa messinica.

    3-6. Tamar(veja Gn. 38). No se costumava incluir mulheres nasgenealogias dos judeus. Mesmo assim, quatro mulheres foram includas(ainda que a ascendncia fosse atravs do homem em todos os casos).Duas foram gentias (Raabe e Rute); trs tinham ndoas morais (Tamar,Raabe, Bate-Seba). Essa no seria outra evidncia da graa de Deus noseu plano de salvar pecadores? A repetio do ttulo o rei Davidestaca ocarter real desta genealogia.

    7-11. Estes versculos mencionam reis, os quais todos tambmforam relacionados em I Cr. 3:10-16. Depois de Joro, Mateus omite osnomes de Acazias, Jos e Amazias, e depois de Josias ele omite Joaquim.As omisses sem dvida so devidas sua inteno arbitrria de encurtara lista para dar trs grupos de quatorze, talvez para facilitar amemorizao. Gerou indica descendncia direta, mas nonecessariamente uma descendncia imediata. Jeconias, filho de Joaquim

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 7e neto de Josias, era considerado pelos judeus no exlio como seu ltimorei legtimo; e as profecias de Ezequiel so datadas com o nome dele,ainda que Zedequias, seu tio, fosse o seu sucessor.

    12-16. Salatiel(ou Sealtiel) foi chamado de filho de Jeconias (vejaI Cr. 3:17). Isso no contradiz Jr. 22:28-30, pois a ausncia de filhosrefere-se a filhos reinantes. (A citao de Salatiel como filho de Neri emLc. 3:27 seria melhor entender-se como sendo outra pessoa, e no oresultado de um levirato.) Deste ponto, os nomes, que no aparecem noVT, devem ter sido derivados dos registros da famlia de Jos. precisoque haja descendentes da realeza para preservao de sua linhagem. DeJos no se diz que ele "gerou" Jesus, uma mudana digna de nota emrelao s expresses anteriores, e uma bvia indicao do nascimentovirginal, que Mateus explica mais adiante. A forma feminina do

    pronome qualtambm omite Jos de implicao no nascimento de Jesus.Essa genealogia faz dele o pai legal de Cristo porque era o marido deMaria, mas nada mais. O notvel texto da Verso Siraca do Sinai, "Josde quem estava noiva Maria, a virgem, gerou Jesus", no pode estarcorrecto, e se pretende negar o nascimento virginal, contradiz-se nos

    versculos seguintes.17. Catorze geraes. Este agrupamento triplo arbitrariamente

    constitudo (como o indicam as omisses), deve ser um arranjo deconvenincia. Os trs perodos da histria nacional foram includosteocracia, monarquia e hierarquia. A computao de Mateus apresentaum problema porque ele s relaciona quarenta e Um nomes. Alguns oresolveriam contando Davi duas vezes finalizando o primeiro grupo e

    comeando o segundo (parece que o prprio Mateus tambm o fez; v.17). Outros contam o cativeiro como um item da lista. O problema notem importncia por si.

    B. Nascimento de Cristo 1:18-25.As circunstncias do nascimento so apresentadas do ponto de vista

    de Jos, e alguns dos detalhes tm de ser formados a partir dele (vs. 19 e

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 820 por exemplo). Se ele j estivesse morto quando o ministrio de Jesuscomeou, como muitos pretendem por causa da ausncia do nome, asinformaes que Mateus obteve devem ter vindo dos irmos de Jesus.

    18. Desposada.Entre os judeus, os votos do casamento se fazi

    ampor ocasio do noivado, e sua anulao exigia um divrcio. O costumeexigia que houvesse um intervalo, normalmente de um ano, antes danoiva passar a residir na casa do seu marido e para que a unio fsicafosse consumada. Durante esse intervalo Maria achou-se grvida,umacircunstncia que costumava ser punida com a morte. (Dt. 22:23, 24).Parece que Maria no explicou a sua situao a Jos, deixando esteassunto delicado nas mos de Deus. Dificilmente poderia esperar queJos aceitasse sua histria sem que houvesse uma autenticao divina.

    19. Infamar. Em lugar de fazer uma acusao pblica defornicao, com uma possvel exigncia de pena mxima, Jos resolveuusar as frouxas leis do divrcio e dar a Maria uma carta de divrcio

    particular com a acusao declarada de maneira velada. Resolveu deix-la significa divrcio, no somente a quebra de um compromisso decasamento. Como ele devia am-la!

    20. Filho de Davi.Este tratamento que o anjo deu a Jos (Gabriel?Lc. 1:26) um ttulo principesco. Ainda que Jos se encontrasse emcircunstncias humildes, era herdeiro do trono davdico que seencontrava vago. A citao do Esprito Santo como agente daconcepo de Maria aponta claramente a personalidade distinta desteDivino Ser, e do conhecimento pleno que os judeus comuns tinhamdessa Pessoa sem maiores explicaes.

    21. Jesusprovm da expresso hebraica Jeov salvae aponta parao propsito de sua vinda. Seu povo relaciona Jesus s promessasmessinicas feitas a Israel, ainda que a cruz estendesse esta salvao dos

    pecados tambm aos gentios.22,23.A miraculosa concepo seria o cumprimento de Is. 7:14. Se

    houve um outro cumprimento nos dias de Isaas no se discute nem sesugere. Possivelmente essas palavras foram ditas pelo anjo e assim

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 9constituram um reforo para a f de Jos. Emanuelno foi usado comonome prprio de Jesus, mas descreve sua pessoa como o Filho de Deus.

    24,25. Jos consumou o perodo de noivado levando Maria para

    viver em sua casa para que Jesus por ocasio do Seu nascimento fosse oseu filho legtimo e herdeiro do trono, Entretanto, ele no a conheceusexualmente at o nascimento. O enquantono indica necessariamenteo que aconteceu depois. Entretanto, qualquer um deduz logicamente queseguiu-se o relacionamento normal do casamento, a no ser que se

    pretenda defender a virgindade perptua de Maria. Mateus revela queno tinha tal inclinao.

    Mateus 2C. A visita dos Magos. 2:1-12.Mateus que o nico a registrar este incidente, mostra a contraste

    de atitudes entre os sbios que no eram judeus que viajaram de longepara ver Jesus e as autoridades judias que no foram capazes decaminhar cinco milhas.

    1. Belm da Judia era tambm chamada de Efrata. (Gn. 35:16,19). preciso ler-se Lc. 2:1-7 para se saber porque o nascimentoaconteceu em Belm e no em Nazar. O rei Herodes,conhecido comoHerodes, o Grande, era filho de Antipater, um edomita, foi feito rei pelosromanos em 43 A.C. Sua morte em 4 A.D. (nossos calendrios estoerrados em pelo menos quatro anos) d-nos a mais recente e possveldata para o nascimento de Cristo. Magos (mago) indicavaoriginariamente a casta sacerdotal entre os persas e babilnios (veja

    Daniel 2:2, 48; 4:6, 7; 5:7). Mais tarde o nome foi aplicado pelos gregosa qualquer feiticeiro ou charlato (Atos 8:9;13:18). Mateus usa o termono sentido bom para designar homens respeitados de uma religiooriental. inteiramente aceitvel que esses homens tivessem contatocom os judeus exilados, ou com as profecias e a influncia de Daniel, eassim possussem as profecias do V. T. relativamente ao Messias.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 102. Sua estrela.Todas as tentativas de se explicar a estrela como um

    fenmeno natural so inadequadas dada a razo dela conduzir os magosde Jerusalm at Belm e ento permanecer sobre a casa. Antes, foi uma

    manifestao especial dada por Deus, primeiro quando apareceuindicando o fato do nascimento de Cristo, e depois quando reapareceusobre Jerusalm e guiou os magos ao lugar certo. Considerando que foiregistrada uma revelao direta para os magos (v. 12), nada h deimprovvel em aceitar uma revelao direta desde o comeo paraemprestar significado estrela.

    3-6. Quando Herodes ouviu dizer que os magos estavamprocurando em Jerusalm o Rei dos Judeus, o rei consultou os principaissacerdotes e escribas, dois dos grupos que compunham o Sindrio.Deram-lhe a profecia de Miquias 5:2 que cita Belm claramente como olugar do nascimento do Messias.

    7,8. Herodes intimou os sbios, sob pretenso e sincero interesse,pedindo informaes exatas sobre a primeira apario da estrela (pareceque ainda no fora avistada em Jerusalm). Seus motivos, entretanto,eram os de precisar a data do nascimento de Jesus, para poder mais

    facilmente localiz-lo e destru-lo.9,10. A estrela que viram no orientereapareceu ento para gui-

    los de Jerusalm a Belm.11. A casa (no a manjedoura) na qual os magos encontraram o

    menino Jesus aponta para o fato de que essa visita seguiu-se aonascimento de Jesus com um considervel intervalo de tempo, talvez demeses (veja v. 16). As trs ofertas deram lugar tradio dos trs magos.

    A tradio chega at a lhes conferir nomes: Gaspar, Melquior e Baltazar.Mas as tradies no so fatos necessariamente.

    Ouro, incenso e mirra eram considerados pelos antigoscomentaristas como unta demonstrao de reconhecimento de que Jesusera respectivamente Rei, Filho de Deus e aquele que estava destinado amorrer.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 1112. Divina advertncia.Uma especial e divina revelao orientou

    os magos a evitarem encontrar-se com Herodes na sua volta.

    D. A Fuga para o Egito e o Massacre das Crianas. 2:13-18.Novamente somos devedores to-somente a Mateus por estainformao. Os dois incidentes relacionam-se com passagens do V.T.Essa relao entre passagens do V.T e N.T, uma caracterstica desteEvangelho.

    13,14.Uma segunda vez Jos recebeu instrues por meio de umanjo (veja 1:20) e tomando Jesus e Maria, levou-os para o Egito. A

    partida apressada parece ter acontecido na mesma noite em que os magospartiram. No Egito, onde havia uma grande populao de judeus, afamlia provavelmente foi bem recebida sem chamar a ateno. Oapcrifo Evangelho da Infncia conta milagres fantsticos ocorridos ali(cap. IV).

    15. A morte de Herodesdepois de uma enfermidade repulsiva foidetalhadamente descrita por Josefo (Antig. xvii 6.5). Para que secumprisserelaciona esta experincia com Os. 11:1, uma passagem que

    se refere historicamente libertao dos israelitas no Egito. Mateus vIsrael nessa profecia como uma figura de Jesus Cristo, o nico filho deDeus.

    16. Mandou matar todos os meninos. Esse ato assassino deHerodes (que incluiu no mais que algumas dzias de crianas, por causado tamanho pequeno de Belm) no ficou registrado em outros escritoshistricos e o fato no causa admirao por causa das atrocidades

    freqentes do rei. Assassinou sua esposa e seus trs filhos. Josefo ochama de "um homem de grande crueldade para com todos os homens"(Antig. xvii 8.1). Dois anos para baixomostra que Herodes no queriase arriscar a perder a sua vtima. Jesus no teria dois anos necessariamente.

    17, 18. Raquel chorando por seus filhos.Uma citao de Jr. 31:15,que descreve a lamentao do tempo do exlio de Israel. Aquelacalamidade, causada pelo pecado de Israel, foi a causa eventual de

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 12Herodes ter subido ao trono e agora era a causa desta atrocidade. Mateusrene as duas calamidades como partes de um mesmo quadro.

    E. Residncia em Nazar. 2:19-23.Lendo-se Mateus, poder-se- supor que Belm era a residnciaoriginal. Lucas explica, mostrando que Nazar foi o primeiro lar. Pareceque Jos pretendia ficar permanentemente em Belm at que seus planosforam divinamente alterados.

    19-22. J morreram. Uma referncia a Herodes econseqentemente uma expresso idiomtica retrospectiva de x. 4:19.Arquelau, filho de Herodes, o Grande, com Maltace, sua esposasamaritana, foi to brutal quanto seu pai. Por isso Jos precisou seravisado(ou advertido) por divina advertnciaquanto ao passo seguintea ser tomado.

    23. Nazar parece ter sido escolha do prprio Jos, dentro daprovidncia divina. Por que Mateus considerou isto como ocumprimento de uma profecia difcil de se entender. Por intermdiodos profetas evita que procuremos apenas uma passagem do V.T, e

    conseqentemente torna duvidoso que haja um jogo de palavras combase em nser, "renovo" em Is. 11:1, ainda que este seja o ponto de vistacomum. Parece melhor entender que Mateus achou que a pequena

    Nazar era um lugar pouco adequado para residncia do Messias (Joo1:46), um cumprimento de todas as profecias do V.T, que indicam que oMessias seria desprezado (Is. 53:3; Sl. 22:6; Dn. 9:26).

    II. O Comeo do Ministrio de Jesus Cristo. 3:1 - 4:11.

    Mateus 3A. O Precursor de Cristo. 3:1-12.Todos os quatro Evangelhos descrevem o ministrio preparatrio de

    Joo, e Lucas apresenta uma descrio completa do seu notvelnascimento (Lc. 1: 5-25, 57.80).

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 131. Naqueles diasrelaciona-se com o versculo anterior, que fala de

    Jesus residindo em Nazar. Uma data precisa foi dada em Lc. 3:1,2.Joo Batista, assim chamado at mesmo por Josefo (Antig. xiii, 5.2),

    pregou prximo ao Rio Jordo, ao norte do deserto da Judia,uma terrainculta e estril ao longo da praia ocidental do Mar Morto.2. Arrependei-vos significa "mudai de pensamento", mas implica

    em mais do que uma simples mudana de opinio. Como termo religiosonas Escrituras, envolve uma completa mudana de atitude em relao ao

    pecado e Deus, acompanhado de um sentimento de tristeza e umacorrespondente mudana de conduta. Est prximo o reino dos cus(ou est prximo), o motivo porque Joo chamou os homens aoarrependimento. Este ttulo, peculiar a Mateus no N.T., baseia-se em Dn.2:44; 7:13, 14, 27. Refere-se ao reino messinico prometido no V.T., doqual Jesus seria apresentado como rei. (O termo, "reino de Deus",costuma ter uma conotao mais ampla, mas normalmente nosEvangelhos os dois termos so usados alternativamente.) Esse reino doscus messinico, ainda que prometido como um literal reino terreno,deveria, entretanto, basear-se em princpios espirituais, exigindo um

    relacionamento adequado com Deus para se entrar nele; da o chamadoao arrependimento.

    3,4. Este o referido pelo profeta Isaas (Is. 40:3-5) relacionadefinitivamente a profecia pessoa de Joo, um fato que se nota emtodos os Evangelhos (Mc. 1:2, 3; Lc. 3:4-6; Jo. 1:23). Pelos de camelo eum cinto de couro,provavelmente tem a inteno de assemelhar-se sroupas de Elias (II Reis 1:8; compare com Lc. 1:17; Mt. 17:10-13), e era

    a roupa costumeira dos profetas (Zc. 13:4) Gafanhotos. Um alimentoadmissvel e no incomum (Lv. 11:22).5,6. A pregao de Joo estava de acordo com o estado de

    expectativa que tomara conta de muitos coraes, causando umentusiasmo geral, conforme indica a palavra toda. Os que vinham eram

    batizados como prova da aceitao de sua mensagem. O batismo erapraticado pelos judeus quando faziam proslitos, e com propsitos

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 14curativos e purificadores; assim, a forma exterior no era uma inovaode Joo, ainda que o seu significado fosse novo. At mesmo acomunidade Qumran observava um batismo ritualstico, ainda que no

    com os mesmos propsitos que Joo ao batizar. (V.S. LaSor, AmazingDead Sea Scrolls, pg. 205, 206).7-10. Fariseus. Membros de um destacado partido religioso.

    Proclamavam-se guardies da lei mosaica e aderiam rigidamente stradies dos antepassados. Cristo os caracterizou como sendo hipcritas(Lc. 11:44; 12:1). Saduceus. Um partido de racionalistas religiosos, quenegavam a existncia da vida futura. Eram politicamente poderosos,incluindo entre eles a aristocracia sacerdotal. Joo compreendeu que avida deles no passava de exibio, no havendo uma mudanaespiritual, e comparou-os a vboras que fugiam do fogo ligeiro damacega. Tendo Abrao por seu pai nacional no os garantia contra o

    juzo divino. Deus no estava obrigado a cumprir suas promessas comeles individualmente. Destas pedras. Talvez uma aluso a Is. 51:1, 2,mas principalmente uma referncia aos cascalhos aos ps de Joo, que

    podiam ser criados pelo toque criador de Deus, como Ado foi formado

    do p. Com a dramtica figura do machado raiz das rvores, Joomostra que o tempo dos seus ouvintes est se esgotando. O lenhador est

    para aparecer.11,12. O batismo de Joo, um testemunho pblico de que o

    participante estava arrependido, seria seguido pelo batismo do Messias,com o Esprito Santo e com fogo. H quem relegue os dois termos aoPentecostes; outros, ao Juzo. vista do versculo 12, parece claro que o

    batismo com o Esprito Santo refere-se a Cristo salvando os crentes(trigo), e o fogo descreve o juzo que vir sobre os maus (queimar apalha). Compare Ml. 4:1 (um captulo que no N.T. foi aplicado a Joo;veja Lc. 1:17). Assim, Joo olha para a obra do Messias do ponto devista costumeiro do V.T., sem se importar com o intervalo entre a

    primeira e segunda vindas, um intervalo do qual ele poderia no estarcnscio. P. Um instrumento de madeira para se jogar os gros contra o

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 15vento depois de debulh-los. A palha mais leve seria carregada pelovento, deixando os gros amontoados em um monte.

    B. Batismo de Cristo. 3:12-17.A vinda de Jesus para ser batizado por Joo foi colocada emtranqilo contraste com a vinda hipcrita dos fariseus e saduceus (v. 7).Todos os trs sinticos registram este batismo, e o Evangelho de Jooinclui o posterior testemunho de Joo Batista sobre o mesmo (Jo. 1:29-34).

    13,14. Ele, porm o dissuadia. O verbo em grego enfatiza umcontnuo protesto. luz de Jo. 1:31-33, pode-se perguntar como Jooreconheceu a superioridade de Jesus para falar assim. No devemosdeduzir, entretanto, que esses dois parentes fossem totalmente estranhosum ao outro, mas antes que Joo ainda no sabia que ele era o Messiasoficial at que lhe fosse dado o sinal do Esprito que desceu do cu (Jo.1: 33).

    15. Porque assim nos convm. Ainda que fosse verdade que asposies de Joo e Jesus deveriam ser exatamente opostas, naquele

    momento (por enquanto) era a coisa oportuna a fazer. claro que Jesusno se arrependia de nenhum pecado pessoal. Entretanto, como oSubstituto que proveria a justiapara a humanidade pecadora, ele aquise identifica com aqueles que veio redimir e comea, assim, o seuministrio pblico. Jesus, enquanto esteve na terra, sempre cumpriu comas obrigaes religiosas de um judeu justo, tais como adorar na sinagoga,assistir s festas e pagar o imposto do templo.

    16,17. O Esprito de Deusdescendo cumpriu o sinal predito paraJoo que Jesus era o Messias (Jo. 1:33; compare com Is. 11:2; 42:1;59:21; 61:1). Tal como o Esprito vinha sobre os profetas do V.T. paraorientao especial no comeo dos seus ministrios, agora Ele vinhasobre Jesus sem medida. claro que isso se relaciona humanidade deJesus. Pomba.Um antigo smbolo de pureza, inocncia e mansido (vejaMt. 10:16). A voz dos cus ocorreu em trs lugares-chave do ministrio

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 16de Cristo; no seu batismo, na sua transfigurao (17:5), e exatamenteantes da cruz (Jo. 12:28).

    Mateus 4C. A tentao de Cristo. 4:1-11.O sentido mais bvio desta passagem, com suas paralelos, que foi

    uma experincia realmente histrica. Os pontos de vista que negam istono diminuem as dificuldades de interpretao. Os diversos testes foramdirigidos contra a natureza humana de Jesus, e ele resistiu nesse reino.Entretanto, a perfeita unio das naturezas divina e humana na sua pessoafizeram que o resultado fosse esse, pois Deus no peca nunca. Mas issono diminuiu de maneira nenhuma a fora do ataque.

    1. Foi Jesus levado pelo Esprito. Uma indicao da submisso(voluntria) de Cristo ao Esprito durante o seu ministrio terreno. Paraser tentado.Uma palavra significando tentarou experimentar, s vezes,como neste caso, um engodo para o mal. O Esprito conduziu Jesus paraque esse teste fosse realizado. O diabo.O nome significa caluniador, eindica uma das caractersticas de Satans, grande oponente de Deus e do

    povo de Deus.2. Quarenta dias e quarenta noites. As trs provas registradas

    aqui seguiram-se a este perodo de tempo, mas outras tentaesocorreram atravs do perodo (Lc. 4:2).

    3, 4. Se s Filho de Deusno implica necessariamente uma dvidada parte de Satans, mas antes cria a base para a sua sugesto. A sutilezada prova est evidente, pois nem o po nem a fome so pecados em si.

    No s de po viver o homem(Dt. 8:3) foi a resposta escriturstica deCristo. At mesmo Israel vagando no deserto ficou sabendo que a fontedo po (isto , Deus) era mais importante do que o prprio po. Jesusrecusou-se a operar um milagre com a finalidade de fugir ao sofrimento

    pessoal quando esse sofrimento fazia parte da vontade de Deus para ele.5-7.A segunda tentao aconteceu no pinculo, ou aba do Templo

    em Jerusalm, talvez o alpendre que se elevava sobre o vale do Cedrom.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 17Satans usou as Escrituras (Sl. 91:11, 12) para que Cristo provasse Suadeclarao de que Ele vivia de toda palavra que saa da boca de Deus.Tambm est escrito apontava para a totalidade das Escrituras como

    guia de conduta e alicerce da f. No tentars o Senhor teu Deus(Dt.6:16; compare com x. 17:1-7). Tal atitude presunosa de colocar Deus prova no f mas dvida, como a experincia de Israel comprovou.

    8-11. Um monte muito alto literal, mas sua localizao desconhecida. Por meio de algum ato sobrenatural, Satans mostrou aCristo todos os reinos do mundo. Tudo isto te dareiindica que Satanstem algo a conceder; caso contrrio a prova no teria valor. Como o deusdeste mundo (II Co. 4:4) e prncipe das potestades do ar (Ef. 2:2),Satans exerce controle sobre os reinos da terra ainda que na qualidadede usurpador e dentro de certos limites. Ele ofereceu este controle aJesus em troca de adorao, e com isto ofereceu a Cristo aquilo queconseqentemente ser dEle de maneira muito mais gloriosa (Ap. 11:15).A ligao entre adorar e servir na resposta de Jesus (de Dt. 6:13) significativa, pois uma envolve a outra. Para Cristo inclinar-se diante deSatans seria reconhecer o senhorio do diabo. Uma oferta dessas

    mereceu uma rplica direta de Cristo. A declarao de Mateus, com issoo diabo o deixou,mostra que a sua ordem das tentaes cronolgica(contraste com Lc. 4:1-13). Jesus repeliu o mais poderoso ataque deSatans no com um raio dos cus, mas com a Palavra de Deus escritaempregada na sabedoria do Esprito Santo, um meio disposio de cadacristo.

    III. O Ministrio de Jesus Cristo. 4:12 - 25:46.

    A anlise de Mateus do ministrio de Cristo foi baseada sobrequatro reas geogrficas facilmente notveis: Galilia (4:12), Peria(19:1), Judia (20:17) e Jerusalm (21:1). Como os outros sinticos eleomite o anterior ministrio na Judia, que ocorre cronologicamente entre4:11 e 4:12 (confira com Jo. 14). Talvez Mateus comece com

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 18Cafarnaum, na Galilia, porque foi o lugar de sua prpria associaocom Cristo (9:9)

    A. Na Galilia 4:12 - 18:351) Residncia Estabelecida em Cafarnaum. 4:12-17.12. Ouvindo porm Jesus. O aprisionamento de Joo, com a

    resultante publicidade, tornou a retirada de Cristo uma necessidadeprtica para o interesse de seu trabalho.

    13. Deixando Nazar. Lucas 4:16-31 mostra que o motivo daretirada para Cafarnaum foi a tentativa do assassinato de Cristo depois deum culto na sinagoga. Cafarnaum tornou-se o lar de Jesus pelo resto doseu ministrio.

    14-16. Para que se cumprisse refere-se a Is. 9:1, 2, de onde ostermos geogrficos foram com particular liberdade transcritos. Alm doJordo, uma frase um tanto enigmtica aqui, mas compreendida de

    preferncia como sendo a Peria, a qual, com a Galilia, formavam osetor limtrofe de Israel. Esta regio, mais exposta a influncias

    estrangeiras do que a Judia, tinha uma populao mista, e o estadoespiritual do povo costumava ser baixo. A vinda da luz de Cristo em talrea de trevas espirituais foi profetizada pelo profeta e a sua profeciacumpria-se agora.

    17. Arrependei-vos. A mesma mensagem que Joo pregou naJudia estava sendo agora proclamada por Jesus na Galilia (cf. 3:2).

    2) A Chamada dos Quatro Discpulos. 4:18-22.Jesus j tinha se encontrado com alguns desses homens, se notodos, na Judia, quando Joo Batista ainda estava em atividade (Jo.1:35-42). Agora, na Galilia, esse relacionamento foi renovado e tomou-se permanente (compare com Mc. 1:16-20; Lc. 5:1-11).

    18-20. Mar da Galilia. Um lago no vale do Jordo a 680 psabaixo do nvel do mar, com 7 milhas de largura, 14 milhas d

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 19comprimento, abundando em peixes, e sujeito a tempestades sbitas.Simo lanava a rede com seu irmo Andr, que o apresentara a Jesush alguns meses atrs (Jo. 1:40,41). O convite, Vinde aps mim,

    chamava esses crentes para a companhia constante de Jesus. Os planosde Cristo para eles exigiam um treinamento que os prepararia pararecuperar homens perdidos. imediatamente. A prontido revela ogrande impacto de seu encontro anterior.

    21,22. Tiago e Joo,outro par de irmos, eram scios de Simo eAndr (Lc. 5:10). Consertando as redes.Mateus e Marcos concordamsobre este fato, mas parece que Lucas difere. Em lugar de aceitar doisincidentes, parece-lhe mais razovel harmonizar os acontecimentos dealgum modo, tal como faz S.J. Andrews (The Life of Our Lord upon the

    Earth, pg. 247, 248). mais provvel que os homens estivessemocupados em lanar redes e remend-las quando Cristo se aproximou da

    primeira vez. Ento nosso Senhor usou o barco de Simo, produziu apesca maravilhosa e chamou Simo e Andr para segui-lo. Depois deretornar praia, Tiago e Joo comearam a consertar a rede rasgada e,ento, Jesus tambm os chamou para segui-lo.

    3) Estudo Geral do Ministrio da Galilia. 4:23-25.Estes versculos do um sumrio dos acontecimentos expostos nos

    captulos seguintes. O ministrio de Cristo durante aqueles dias envolveuinstruo(didaskn), proclamao(krussn) e cura(therapeun).

    23, 24. Sinagogas. Recintos locais para adorao e instruoreligiosa. Para exemplo da pregao de Jesus em sinagoga, veja Lc.

    4:16-30. Evangelho do reinoeram as boas novas proclamadas por Jesusque o rei messinico j chegara para estabelecer o reino prometido.Acompanhando esta proclamao havia os milagres de cura preditos emrelao ao reino e, assim, as credenciais do rei (Is. 35:4-6; Mt. 11:2-6).Sria. Aqui uma referncia regio que se dirige para o norte. Osendemoninhados. As Escrituras fazem aqui uma clara distino entre a

    possesso demonaca e a enfermidade fsica comum.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 2025. Alm daqueles que vinham para serem curados, outros o

    seguiam, vindos de longe, sem esta motivao. Decpolis. Umafederao de dez cidades gregas independentes sob a proteo da Sria,

    leste da Galilia.Dalm do Jordo

    . A regio do leste conhecida poPeria. Assim, toda a Palestina, e as reas adjacentes, tiveram ainfluncia deste ministrio.

    4) Sermo da Montanha. 5:1 7:29. o mesmo discurso registrado em Lc. 6:20-49, pois as diferenas

    podem ser harmonizadas ou explicadas, e a semelhana entre oscomeos, finais e assuntos tornam a identificao extremamente

    provvel. Alm disso, os dois registros falam da cura do servo docenturio logo a seguir. A objeo de que Matem coloca este discursoantes de sua prpria vocao (9:9; contrasta com Lc. 5:27 e segs.)explica-se por sua falta de ordem cronolgica estrita por toda parte. Da,considerando que Mateus descreveu as atividades de Cristo na

    proclamao da chegada do Reino (4:17, 23), foi acertado incluir para osseus leitores um exame completo deste assunto feito por Jesus. Conclui-

    se que o Sermo da Montanha no , em primeiro lugar uma declaraode princpios para a Igreja crist (que na ocasio ainda no forarevelada), nem uma mensagem evangelstica para os perdidos, mas umesboo de princpios que caracterizariam o reino messinico que Cristoanunciava. Mais tarde, a rejeio do seu Rei por parte de Israel, atrasou avinda do seu reino, mas ainda agora os cristos, tendo declarado a suafidelidade ao Rei e tendo sido preparados espiritualmente para a

    antecipao de algumas das bnos do seu reino (Cl. 1:13), podemperceber o ideal de Deus neste sublime discurso e concordaro com seusaltos padres.

    Mateus 51. Multides. Uma referncia multido do versculo anterior,

    uma indicao de que este discurso no foi proferido at que o ministrio

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 21da Galilia estivesse no auge. Outra prova est no nvel avanado dasinstrues nele contidas. Ao monte. Uma elevao sem nome, ao que

    parece prxima a Cafarnaum, sobre a qual Jesus encontrou um lugar

    plano para falar (Lc. 6:17). Seus discpulos.Lucas mostra que a escolhados Doze acabou (Lc. 6:12-16), e o sermo foi, em primeiro lugar, paraeles (conferir com Lc. 6:20). Entretanto, uma parte dele foi ouvida pelamultido (Mt. 7:28; Lc. 6:17).

    a) Caractersticas dos Cidados do Reino. 5:3-12.3. Bem-aventurados. Felizes. Uma descrio da condio ntima

    do crente. Quando descrevendo uma pessoa dentro da vontade de Deus, virtualmente equivalente a "salvo", O Salmo 1 d um quadro do V.T. dohomem bem-aventurado, que evidencia sua natureza por suas atitudes.As Beatitudes, tambm, no so primordialmente promessas individuais,mas uma descrio do indivduo. No mostram ao homem como sersalvo, mas descrevem as caractersticas manifestas por aquele quenasceu de novo. Humildes de esprito. O oposto dos espritosorgulhosos. Aqueles que reconheceram a sua pobreza nas coisas

    espirituais e permitiram que Cristo suprisse suas necessidades tornaram-se os herdeiros do reino dos cus.

    4,5. Choram(confira com Is. 61:3). Um sentimento de angstia porcausa do pecado caracteriza o homem bem-aventurado. Mas oarrependimento genuno concede o conforto para o crente. Considerandoque Cristo levou sobre si os pecados de todos os homens, o conforto do

    perdo completo est disposio imediata (I Jo. 1:9). Mansos. S

    mencionados por Mateus. Uma aluso bvia ao Sl. 37:11. A fonte dessamansido Cristo (Mt. 11:28, 29), que a concede quando os homenssubmetem-lhe a sua vontade. Herdaro a terra. O reino messinicoterreno.

    6-9. Fome e sede de justia. Uma paixo profunda pela justiapessoal. Tal desejo evidncia da insatisfao como alcance espiritualatual (contrasta com os fariseus, Lc. 18:9 e segs.) Misericordioso

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 22(confira com Sl. 18:25). Aqueles que pem em ao a piedade podemesperar a mesma misericrdia tanto da parte dos homens como de Deus.Limpos de corao. Aqueles cujo ser moral est livre da contaminao

    do pecado, sem interesses ou lealdade divididos. Eles, na possesso danatureza pura de Deus, possuem a viso lmpida de Deus, que atingir oseu clmax na volta de Cristo (I Co. 13:12; I Jo. 3:2). Pacificadores.Assim como Deus "o Deus da paz" (Hb. 13:20) e Cristo, "o Prncipe daPaz" (Is. 9:6), os pacificadores no Reino sero reconhecidos como

    participantes da natureza divina, e sero devidamente honrados.10-12. Os perseguidos por causa da justia. Quando se

    estabelecer o reino messinico, essas injustias sero sanadas. E mesmodentro desse reino a presena de homens com natureza pecadora tomaro

    possvel o mal, ainda que imediatamente julgado. Os profetas. Osvidentes do V. T. que profetizaram o reino e proclamaram seu carter de

    justia encontraram a mesma oposio (Jer.; Jr. 20:2; Zac.; II Cr. 24:21).

    b) Funo dos Cidados do Reino. 5:13-16.13,14. Sal. Um conhecido preservador do alimento, muitas vezes

    usado simbolicamente. Os crentes so uma coibio da corrupo domundo. Os incrdulos so muitas vezes afastados do mal por causa deuma conscincia moral cuja origem pode ser encontrada na influnciacrist. Se o sal vier a ser inspido.Se isto pode acontecer quimicamente assunto controvertido. Thompson admite que o sal impuro da Palestina

    pode se tornar inspido (The Land and the Book, pg. 381). Entretanto, ailustrao de Cristo pode ser hipottica para mostrar que a anomalia

    um crente intil. Vs sois a luz do mundo. Os crentes funcionampositivamente para iluminar um mundo que est nas trevas, porque elespossuem Cristo, que a luz (Jo. 8:12). A luz de Cristo deveria brilharpublicamente, como o agrupamento das casas de pedras brancas numacidade da Palestina. Deveria tambm ser exibida em nossosrelacionamentos individuais e particulares (candeia, velador, casa).

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 23c) Padres do Reino Comparados Lei Mosaica. 5:17-48.17-20. No penseis que vim revogar.Cristo responde objeo de

    que ele estivesse menosprezando o V.T, com a negao de qualquer

    esforo no sentido de anular ou revogar a Lei. Vim para cumprir.Cristo cumpriu o V.T, obedecendo a Lei perfeitamente, cumprindo seustipos e profecias, e pagando o preo total da Lei como o Substituto dos

    pecadores. (Conseqentemente, os crentes tm a justia de Cristo quelhes foi imputada pela justificao; Rm. 3:20-26; 10:4). Em verdade vosdigo. A primeira vez que Jesus usa essa frmula impressionante,indicando uma declarao de extraordinria importncia. At que o cue a terra passem. Ainda que alguns achem que uma expressoidiomtica usada em lugar de nunca, provavelmente uma refernciaescatolgica (Mt. 24:35; Ap. 21:1). O i a menor das letras do alfabetohebreu (yodh). O til. Pequena projeo de certas letras hebraicas.Aqueles que no se opem em princpio s leis de Deus mas fogem ssuas exigncias menos importantes no sero lanados fora do Reinomas tero uma recompensa menor no reino. Vossa justia.Diferente da

    justia dos escribas e fariseus, que consistia em uma simples

    conformidade, exterior, e carnal, ao cdigo mosaico, ainda queescrupulosamente observado. A justia do crente se baseia na justia deCristo que lhe foi imputada e obtida pela f (Rm. 3:21, 22), que ocapacita a viver justamente (Rm. 8:2-5). S essa pessoa poder entrar noreino que Cristo proclamou.

    21-26. Primeira ilustrao: homicdio. Jesus mostra como essecumprimento da Lei mais profundo que uma simples conformidade

    exterior. Quem matar destaca um desenvolvimento tradicional de x.20:13, mas ainda trata do ato de homicdio. O julgamento.O tribunalcivil judeu, conforme baseado em Deut. 16:18 (veja tambm Josefo,Antig. iv. 8.14). Os melhores manuscritos omitem "sem motivo" aindaque Efsios 4:26 indique a possibilidade de se inferir corretamentealguma restrio. Insulto. (Raca na ERC.) Provavelmente "cabeavazia" (de uma palavra aramaica significando "vazio"). Tolo.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 24Considerando que esta srie exige eptetos progressivamente maisgraves, Bruce acha que Raca um desacato cabea do homem, e tolo,ao seu carter (Exp GT, I, 107). Inferno de fogo. Literalmente uma

    referncia ao vale de Hinon nos arredores de Jerusalm, onde o lixo, osrestos e as carcaas de animais abatidos eram queimados e tambm umametfora pitoresca do lugar do tormento eterno. (A sua histria horrvelse encontra em Jr. 7:31, 32; II Cr. 28:3; 33:6; lI Reis 23:10.) Cristolocaliza a raiz do homicdio no corao do homem irado, e promete queno Seu reino o julgamento imediato ser feito antes que o homicdio sejacometido. Ao altar. Indicao do disfarce judaico deste discurso. Teuirmo tem alguma coisa contra ti, isto , se voc cometeu umainjustia contra o seu irmo. Vai primeiro reconciliar-te obriga oadorador que est a caminho, a prestar satisfaes ao ofendido para que asua oferta seja aceitvel (confirma com Sl. 66:18). Adversrio. Umoponente da lei (confira com Lc. 12:58, 59). Considerando que o juzoest prximo, os ofensores deveriam se apressar em ajustar contas.Enquanto no pagares. Provavelmente uma situao literal no reino.Se, entretanto, a priso smbolo do inferno, a implcita possibilidade

    de pagamento e soltura aplica-se apenas parbola, no a suainterpretao. A Escritura clara ao declarar que aqueles que esto noinferno ficaro l para sempre (Mt. 25:41, 46), porque a sua dvida no

    pode ser paga.27-30. Segunda ilustrao: adultrio. Jesus indica que o pecado

    descrito em x. 20:14 tem razes mais profundas que o ato declarado.Qualquer que olharcaracteriza o homem cujo olhar no est controlado

    por uma santa reserva e que forma o desejo impuro de concupiscnciapor determinada mulher. O ato ser consumado quando houveroportunidade. Olho direito.Para o homem que culpar o seu olho pelo

    pecado, Jesus mostra o procedimento lgico a ser tomado. Assim comoamputamos rgos doentes para salvar vidas, tambm um olho(ou mo)to desesperadamente afetado precisa de um tratamento drstico. claroque Jesus queria que seus ouvintes vissem que a verdadeira fonte do

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 25pecado jaz, no no rgo fsico, mas no corao. O corao perverso dohomem precisa ser mudado se ele quer escapar runa final do inferno(Geena; veja comentrio sobre 5:22).

    31, 32. Terceira ilustrao: divrcio. O regulamento mosaico (Dt.24:1) protegia a mulher dos caprichos do homem, insistindo na carta dedivrcio.O divrcio era, entretanto, uma concesso ao pecado humano(Mt. 19:8). As premissas mosaicas da "impureza" foram muitas vezesexplicadas, a partir do adultrio (Shammai) at o mais simples desagradoda parte do marido (Hillel). No costume judeu s os homens podiamobter divrcio. Relaes sexuais ilcitas. Alguns restringem estas

    palavras ao costume judeu, como descritivo da infidelidade durante operodo de compromisso (confira com o problema de Jos, 1:18, 19), eassim no encontram motivo para o divrcio hoje em dia. Outros achamque "fornicao" equivale a "adultrio" nesta passagem, e assim onico motivo que d permisso para o divrcio segundo Cristo.Certamente no temos base alm desta possvel exceo. A expe atornar-se adltera.Entende-se, geralmente, em tese, considerando queela pode ser forada a contrair outro casamento. Uma vez que isso no

    precisa obrigatoriamente acontecer, Lenski interpreta esta difcil formapassiva assim ocasionar que ela seja estigmatizada como adltera(Interpretation of St. Matthews Gospel, pgs. 230-235), e considera o

    pecado como uma suspeita injusta atrada sobre a parte injuriada.33-37. Quarta ilustrao: juramentos. O alicerce do V.T, Lv.

    19:12 e Dt. 23:21 (confira com x. 20:7). Jurars falso.Jurar em falso.O abuso que os judeus faziam dos juramentos, levou Jesus a dizer, de

    modo nenhum jureis. difcil achar uma brecha nesta diretiva (vejatambm Tiago 5:12). Assim, o crente no deveria jurar para autenticarsuas declaraes. At mesmo o Estado deveria geralmente permitir umaafirmao em lugar do juramento exigido. Pelo cu.Os judeus usavam asua engenhosidade para classificar os diversos juramentos, e geralmente

    perdoavam aqueles que no mencionassem Deus especificamente. Jesusmostrou que tal raciocnio enganosamente sutil era falso, pois Deus

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 26continua implicado quando os homens invocam os cus, a terra, ouJerusalm; e at quando se jura pela prpria cabea est implicadoAquele que tem poder sobre a mesma. Seja, porm, o vosso falar: Sim,

    sim.Uma solene afirmao ou negao o suficiente para o crente. Oque passa disto. Acrescentando juramentos s nossas declaraes, ouadmitimos que no se pode confiar em nossas palavras costumeiras, ounos rebaixamos ao nvel de um mundo mentiroso, que vem do maligno.Confira com Jo. 8:44.

    38-42.Quinta ilustrao: vingana. Olho por olho(x. 21:24). Umprincpio judicioso que fazia o castigo ajustar-se ao crime. Entretanto,no tinha a inteno de permitir aos homens que se vingassem com suas

    prprias mos (Lv. 19:18). No resistais ao mal. Provavelmente, "aohomem mau". Jesus mostra aos cidados do Reino como deveriamreceber a injria pessoal. (Ele no est discutindo a obrigao dogoverno de manter ordem.) Um filho de Deus deveria estar pronto asofrer perda por assalto (v. 39), litgio (v. 40), regulamentoscompulsrios (v. 41), mendicncia (42a), emprstimos (v. 42b). Tnica.Roupa de baixo ou tnica. Capa. Vestimenta externa mais cara, s vezes

    usada como coberta de cama (veja x. 22:26, 27), e portanto no podiaser mantida durante a noite como garantia de pagamento de dvida (Dt.24:12, 13). Te obrigar. Uma palavra de origem persa, descrevendo ocostume dos correios que tinham autoridade de obrigar pessoas a

    prestarem servios sempre quando fosse necessrio (confira com SimoCireneu, Mt. 27:32). Esse alto padro de conduta deveria obrigar todosos crentes a se esforarem at onde fosse possvel em viver de acordo

    com a sua vocao e a ansiarem pelo dia quando o governo justo deCristo tornar esse ideal inteiramente aplicvel a todos os setores davida.

    43-48.Sexta ilustrao: amar os inimigos. Amars o teu prximo(Lv. 19:18, 34) resume toda a segunda tbua da Lei (confira com Mt.22:39). Odiars o teu inimigo. Esta adio que no das Escriturasdesvia-se da lei do amor; mas deveria ser uma interpretao popular. O

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 27Manual de Disciplina de Qumran contm a seguinte regra: ". . . amartodos os que Ele escolheu e odiar a todos os que Ele rejeitou" (1 QS 1.4).Amai a vossos inimigos. O amor (agapao) prescrito o amor inteligente

    que compreende a dificuldade e esfora-se em libertar o inimigo do seudio. Tal amor parente da atitude amorosa de Deus para com oshomens rebeldes (Jo. 3:16) e portanto uma prova de que aqueles queagem assim so verdadeiros filhosdo seu Pai. Publicanos. Os coletores

    judeus dos impostos romanos, odiados por seus patrcios por causa desuas flagrantes extorses e sua associao com os conquistadoresdesprezados. A ordem Sede vs perfeitosdeve se restringir questo doamor neste contexto. Assim como o amor de Deus completo, noomitindo nenhum grupo, assim o filho de Deus deve lutar pelamaturidade nessa questo (confira com Ef. 5:1, 2). Isso no pode sereferir ausncia de pecado, pois Mt. 5:6, 7 mostra que os bem-aventurados ainda tm fome de justia e precisam de misericrdia.

    d) Atitudes dos Cidados do Reino. 6:1 7:12.Jesus passa a comparar a vida honesta que ele espera, coma

    hipocrisia dos fariseus e seus seguidores (5: 20).

    Mateus 61-4. Primeiro exemplo: esmolas. Esmola. O versculos 1 tem a

    palavra justia nos melhores textos, e ela introduz toda a discusso.Tem-se em vista aqui a justia prtica. Diante dos homens. Emboratenhamos recebido a ordem de deixar a nossa luz brilhar (5:16), atos de

    justia no devem ser praticados para auto-glorificao (com o fim deserdes vistos por eles). Esmola foi bem aplicado no versculo 2 edemonstra a oferta caridosa. Toques trombeta. Metfora para "tornar

    pblico". Hipcritas. Da palavra grega que indica atoresdesempenhando um papel. J receberam a recompensa. O usocomercial dessa palavra indica pagamento integral com recibo. A justiaexibicionista j recebeu o seu pagamento integral; Deus nada

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 28acrescentar. Aqueles que se contentam em dar a sua oferta em secretosero recompensados, no pelo aplauso dos homens, mas pelo seu Paicelestial. Omitepublicamente(ERC).

    5-15.Segundo exemplo: orao. Em p nas sinagogas.Era o modocostumeiro (Mc. 11: 25) e o lugar de orao e no est sendo atacado.Mas a inteno daquele que pretende que o momento da orao osurpreenda em lugar proeminente e que ama essa exibio condenada.Entra no teu quarto. No est se declarando que a orao pblica sejcondenada (Jesus mesmo orou em pblico, Lc. 10:21, 22; Jo. 11:41,42),mas sim a exibio vaidosa. A orao particular o melhor treinamento

    para a orao pblica. Omite publicamente (ERC). Vs repeties(tagarelice) so caractersticas das oraes pags (ou gentias), como aostentao dos hipcritas. Tal atitude como se a orao fosse umesforo para vencer a m vontade de Deus em responder, cansando-ocom palavras. Entretanto no a mera extenso ou repetio que Cristocondena (Jesus orou a noite inteira, Lc. 6:12, e repetiu seus pedidos, Mt.26:44), mas a motivao indigna que induz tais atos religiosos.

    Jesus continua dando um exemplo de uma orao aceitvel, que

    uma maravilha no seu largo alcance e brevidade. No entanto, certamenteno deve ser repetida supersticiosamente (a atitude que Cristo estavaexecrando, v. 7) e ela no incorpora todos os seus ensinamentos sobreorao (conferir com Jo. 16:23, 24), mas pode ser usada (no apenasrecitada) com sinceridade por todos os verdadeiros crentes. Os cristoscertamente percebero, luz de revelao posterior, que a orao

    possvel com base nos mritos de Cristo.

    Nosso Pai. Uma maneira incomum de comear uma orao noV.T., mas preciosa a todos os crentes do N.T. Os trs primeiros pedidosda orao referem-se a Deus e ao seu programa; os quatro ltimos, aohomem e suas necessidades. Santificado. O significado aqui "sejareverenciado e tratado como santo". Venha o teu reino. O reinomessinico. No apenas judeus mas todos os crentes em Cristo deveriamter um interesse vital pela sua chegada.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 29O po nosso de cada dia. O primeiro pedido pelas necessidades

    pessoais emprega um termo, cada dia, encontrado apenas uma vez nogrego secular (Arndt. pg. 296). As opinies quanto ao seu significado

    variam entre "dirio", "necessrio para a existncia" e "dia seguinte".Perdoa-nos as nossas dvidas.Os pecados tidos como dvidas morais eespirituais para com a justia de Deus. Esses no so os pecados dosno-regenerados (esta orao foi ensinada apenas aos discpulos), mas decrentes, que precisam confess-los. Assim como ns perdoamos. O

    perdo dos pecados, quer sob a lei mosaica ou na Igreja, sempre pelagraa de Deus e com base na expiao de Cristo. Entretanto, o caso deum crente confessando seu pecado e pedindo o perdo de Deus enquantoguarda rancor contra outra pessoa, alm de ser incongruente, tambmhipcrita. mais fcil ter-se um esprito perdoador quando o cristoconsidera quanto Deus j lhe perdoou (Ef. 4:32). A falta de perdo o

    pecado e deve ser confessado como tal. E no nos deixes cair emtentao. Conferir com Tiago 1:13,14; Lc. 22:40. Uma declarao deque Deus, na sua providncia, poupar o suplicante das tentaesdesnecessrias. A doxologia em 6:13b uma interpolao litrgica de I

    Cr. 29:11.16-18.Terceiro exemplo: jejum. Quando jejuardes.A lei mosaica

    (sob a qual viviam os ouvintes de Cristo) prescrevia um jejum anual, noDia da Expiao (Lv. 16:29, "afligireis as vossas almas"). O farisasmoacrescentou dois jejuns semanais, s segundas-feiras e quintas-feiras, eos usavam como ocasies para exibio pblica de piedade. Entretanto, averdadeira funo do jejum era indicar contrio profunda e a devoo

    temporria de todas as energias orao e comunho espiritual. Mas ojejum que exige expectadores mera exibio. Jesus no instituiu jejunspara os seus discpulos, ainda que o jejum voluntrio apareceocasionalmente na igreja apostlica (Atos 13:2,3).

    19-24.Quarto exemplo: riqueza. Um erro comum do farisasmo ejudasmo era geralmente a nfase indevida sobre a riqueza material comoevidncia da aprovao de Deus. Jesus explicou que os tesouros sobre a

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 30terraso efmeros, podendo ser perdidos por causa das traas (confiracom vestido, v. 19). Ferrugem (uma traduo mais apropriada parabrosis, conferir com mantimento, v. 25) e ladres. O cidado do Reino

    deveria antes ajuntar tesouros no cu, concentrando-se na justia (veja v.33). A lmpada do corpo,que recebe e dispensa a luz, so os olhos.Seos olhos, usados aqui, figurativamente em relao compreensoespiritual, fossem bons, no sofrendo da viso dupla em relao questo das riquezas uma perturbao que m ento o indivduo

    pode ver as riquezas na sua perspectiva correta. A impossibilidade deservir a dois senhores no relacionamento do escravo e senhor umailustrao pitoresca. Mamom. Ainda que a sua origem seja incerta,

    parece ser uma palavra aramaica indicando riquezas, aqui personificadas.Observe que Jesus no condena as riquezas mas a escravido s riquezas.

    25-34.Quinto exemplo: ansiedade. Aqueles que no tm riquezaspodem acabar sendo vtimas da preocupao por falta de f. Da atransio natural. No andeis ansiosos. No uma proibio de

    previdncia ou planejamento (confira com I Tm. 5:8; Pv. 6:6-8; 30:25),mas de ansiedade sobre necessidades dirias. No a vida mais do que

    o alimento? Considerando que a prpria vida e o corpo foramprovidenciados por Deus, no deveramos confiar nele para providenciaraquilo que tem menos importncia? Considerando que Deus fornece osustento s aves que no tm capacidade de semear, colher e armazenar,quanto mais deveriam os homens, que foram equipados com essacapacidade, confiar em seu Pai celestial! Acrescentar um cvado aocurso de sua vida.O alimento essencial ao crescimento. Mas mesmo

    isso Deus controla. Conforme uma criana vai crescendo e se tornandoadulta, Deus acrescenta muito mais do que um cvado (cerca de 45 cm)mas a ansiedade s pode atrapalhar e no ajudar. Alguns preferemtraduzir para perodo de vida e no estatura, e tentam descobrirexemplos de cvado como medida de tempo. Entretanto, a primeirainterpretao serve bem passagem. Lrios. Qual a flor em particularindicada por esta palavra duvidoso, mas elas deviam estar florescendo

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 31naquela ocasio uma vez que Jesus se refere a qualquer deles. Salomo.O mais magnfico rei hebreu. Erva do campo. Os lrios acabados demencionar, a beleza dos quais breve, e que logo so cortados coma

    erva e usados como combustvel para as necessidades do homemaquecendo no forno (Tiago 1:11). Vs, homens de pequena f.Umaexpresso usada quatro vezes em Mateus e uma vez em Lucas, comoencorajamento para o crescimento na f, e tambm como reprimendacarinhosa. Os gentios que procuram.Uma referncia ateno que osgentios dispensam s coisas materiais porque no conhecem Deus naqualidade de Pai celestial (conferir com 6:7, 8). Buscai, pois emprimeiro lugar.Os ouvintes de Cristo, que j se declararam s ordensdo Rei, devem continuar buscando (verbo durativo) o Reino,concentrando-se nos valores espirituais e colocando toda a sua confianaem Deus; e Deus que conhece suas necessidades temporais suprir o quefor necessrio. O amanh trar os seus cuidados.Uma personificaonotvel. Basta a cada dia o seu prprio mal.Este mal explicitamentefsico, referindo-se aos problemas que podem surgir. No tem sentidoacrescentar os cuidados de amanh aos cuidados de hoje.

    Mateus 77:1-12. Sexto exemplo: julgando outros. No julgueis. O

    imperativo presente sugere que o hbito de julgar os outros que estsendo condenado. Ainda que a palavra julgai seja neutra quanto ao

    julgamento, o sentido aqui indica um julgamento desfavorvel. Aquelesque criticam os outros devem parar,tendo em vista o juzo final, pois os

    homens no podem julgar os motivos como Deus pode (conferir comTiago 4:11, 12). Os crentes no devem fugir a toda crtica (conferir com7:6, 16), pois os cristos tm de julgar-se a si mesmos e aos membrosofensores (I Co. 5:3-5, 12, 13). Para que no sejais julgados. Osubjuntivo aoristo entende-se melhor quando aplicado ao julgamento deDeus e no dos homens (conferir com 6:14, 15). Argueiro. Uma

    partcula de palha ou feno, ou uma lasca de madeira. Trave. Um tronco

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 32ou tbua, usado como viga mestra em um telhado ou assoalho; aquirepresenta um esprito reprovador. A ilustrao foi intencionalmenteexagerada para mostrar a posio ridcula daquele que se coloca como

    juiz dos outros. Essa pessoa chamada de hipcrita, pois pretende agircomo mdico, quando ela mesma est enferma. Esta ordem, entretanto,no exime os crentes de fazer distines morais. Aqueles que ouviram oEvangelho e o apelo de Cristo, e pela sua atitude demonstraram que asua natureza inalteravelmente viciosa (ces e porcos eram especialmenterepulsivos aos ouvintes de Jesus), no devem ter a permisso de tratar essascoisas preciosas com pouco caso (conferir com 13:11-15).

    Os seguintes versculos sobre a orao (cons. Lc. 11:9-13)respondem aos problemas que o crente possa ter vista das instruessobre o julgamento. A necessidade de discernir os ces e os porcosquando estiver fugido trave do olho exige sabedoria do alto. Da Jesusincentiva seus seguidores a pedi, buscai e batei, para que suasdeficincias sejam supridas pela proviso divina. Os trs imperativosesto em ordem crescente, e suas formas contnuas sugerem, alm da

    perseverana, orao freqente por toda e qualquer necessidade. Existe

    uma semelhana tosca entre o po(um pozinho pequeno e redondo) euma pedra, e entre um peixee uma serpente, mas nenhum pai enganariaassim uma criana com fome. Que sois maus.Uma referncia natureza

    pecadora do homem (at os discpulos tm esta natureza). Boas ddivasfoi substitudo em Lc. 11:13 (em outra ocasio) por Esprito Santo, oDoador de todo o bem. O versculo 12 aplica a instruo anterior. Aindaque maus por natureza, somos reconhecidos por Deus como seus filhos e

    temos a promessa de recebermos respostas s oraes. Da, em vez dejulgarmos os outros, devemos trat-los como gostaramos de ser tratados.Este resumo do V.T. (a lei e os profetas) uma reafirmao da segundatbua da Lei (Mt. 22:36-40; Rm. 13:8-10), e repousa sobre a primeira,

    pois o relacionamento do homem com Deus sempre ser a base do seurelacionamento com o prximo.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 33e) Exortaes Finais aos Cidados do Reino. 7:13-27.13,14. Entrai pela porta estreita. Para aqueles que j entraram,

    pela f, em relao com Cristo (como tambm aos outros que estavam

    ouvindo; v. 28) nosso Senhor descreve a impopularidade relativa de suanova posio. A ordem de porta e caminho sugerem a porta comoentrada para o caminho, smbolo da experincia crucial do crente comCristo, a qual introduz vida piedosa. Os cristos primitivos eramchamados de aqueles "do Caminho" (Atos 9:2; 19:9, 23; 22:4; 24:14, 22).Enquanto a grande massa de humanidade est sobre o caminho espaosoque conduz perdio(runa eterna), a outra portae o outro caminhoso ao estreitos que precisam ser procurados. Mas o mesmo Deus que

    providenciou Cristo, a porta e o caminho (Jo. 14:6), tambm leva oshomens a encontrarem a porta (Joo 6: 44). Vida. Contrastando aqui

    paralelamente com perdio e assim uma referncia ao estado de bem-aventurana no cu, ainda que esta vida eterna comece na regenerao.

    15-20. Aqueles que entram pelo caminho apertado precisam seprecaver contra os falsos profetas, que dizem guiar os crentes mas quena realidade praticam a mentira. Disfarados como ovelhasno deve ser

    entendido como a vestimenta do profeta, mas um contraste evidenteaos lobosperversos. O povo de Deus de todas as pocas precisou estaralerta contra os lderes mentirosos (Dt. 13:1; Atos 20:29; I Jo. 4:1; Ap.13:11-14). Pelos seus frutos. As doutrinas proferidas por esses falsos

    profetas, mais do que as obras que praticam, uma vez que a aparnciaexterior pode no despertar suspeitas. O teste do profeta a suaconformidade com as Escrituras (I Co. 14:37; Dt. 13:1-5). rvore m.

    Uma rvore arruinada, sem valor, intil. A falta de utilidade de umarvore como essa exige a sua imediata retirada do pomar para que no

    prejudique as outras.21-23.Jesus solenemente sugere sua Filiao divina (meu Pai) e a

    sua posio de Juiz (naquele dia, ho de dizer-me), e adverte os falsoslderes (aqueles que profetizaram em nome de Cristo, expulsaramdemnios e realizaram muitos milagres) que sero inteiramente

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 34desmascarados e julgados. A simples realizao de feitos espetaculares(mesmo os sobrenaturais) no , necessariamente sinal de autenticaodivina (Dt. 13:1-5; II Ts. 2:8-12; Mt. 24:24). O julgamento que se

    realizar naquele diadeterminar quem entrar no reino dos cus(Mt.25:31-46). Embora a referncia especfica deva ser queles que aindaestaro vivos ao estabelecimento do reino milenar (caso contrrioestariam entre os mortos no justificados que no ressuscitaro at quetermine o Milnio, Ap. 20:5), o resultado o mesmo para os dois grupos;e assim a advertncia pertinente.

    Nunca vos conheci. No sentido intensivo de conhecer comprivilgio, ou reconhecer(conf. Sl. 1:6; Ams 3:2).

    24-27.A importncia suprema de se edificar sobre alicerces certos.O homem cuja casa ruiu falhou no porque deixasse de trabalhar, mas

    porque no utilizou a rocha. A rocha. O prprio Cristo (I Co. 3:11) eseus ensinamentos.

    Estas minhas palavras.Captulos 5-7.As pratica. Obedincia aos ensinamentos. O sermo foi dirigido

    aos crentes e pressupe f em Jesus como o Messias. No legalismo.

    Nenhuma obra alicerada em meros esforos humanos tem algum valorespiritual, mas a f em Cristo, a rocha, produz a regenerao que semanifesta na vida piedosa.

    28,29. Quando Jesus acabou de proferir estas palavras.Lenskiobserva a exatido da observao psicolgica de Mateus. Enquanto Jesusfalava, a multido estava enlevada; mas quando ele terminou, a tenso sedesfez e o espanto tomou conta das pessoas (Interpretation of St.

    Matthew's Gospel, pg. 314). No como os escribas chama a atenopara o fato de que os escribas, quando ensinavam, apelavam repetidasvezes para a opinio de reconhecidos rabis e interpretao tradicional.Como eram cansativos quando comparados autoridade de Cristo, "Euvos digo"! (5:18, 20, 22 e outras.)

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 355) Dez milagres e Acontecimentos Relacionados. 8:1 9:38.A narrativa desses dois captulos est arrumada por tpicos, e a

    ordem difere um pouco de Marcos e Lucas. Entretanto, a descrio que

    Mateus faz da purificao do leproso logo aps ao Sermo da Montanhadeve ser cronolgica (conf. 8:1), enquanto que nem Marcos nem Lucasso especficos quanto ocasio.

    Mateus 88:1-4. A purificao de um leproso. Leproso. Para descrio da

    lepra bblica veja Lv. 13, 14, e os dicionrios bblicos. No V.T., estaenfermidade repugnante foi transformada em smbolo dos efeitos do

    pecado sobre o homem. (As leis no eram primordialmente higinicas,pois uma pessoa completamente coberta com lepra podia ser declaradalimpa; Lv. 13:12, 13.)

    Adorou-o.A f que o leproso demonstrou no poder de Jesus (Sequiseres; no "Se puderes") demonstra que o seu ato de prostrar-se eraadorao religiosa e no cortesia oriental.

    Tocou-lhe. Um ato simultneo com a declarao de curapronunciada por Jesus, e assim no foi uma quebra do cerimonialrelativo impureza.

    No digas a ningum.No teve a inteno de evitar publicidade,pois grandes multidestestemunharam o milagre, mas para evitar que anotcia chegasse prematuramente aos ouvidos do sacerdote, o qual

    poderia formar um preconceito contra o homem. Cristo queria que apurificao fosse oficialmente declarada primeiro, para que a explicao

    fosse um testemunhocontra eles (isto , contra os sacerdotes que se lheopunham). Infelizmente, o homem no deu importncia advertncia econseqentemente causou muitos inconvenientes a Cristo (Mc. 1:45).

    5-13. A cura do servo de um centurio. Centurio. Lucas indicaque ele apelou para Jesus por intermdio de ancios judeus e outrosamigos (Lc. 7:1-10). Os centuries so uniformemente descritos no N.T,como homens de bom carter (Mt. 27:54; Atos 10:22; 27:3, 43; e outros).

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 36Este homem era provavelmente um comandante gentio frente doexrcito de Herodes Antipas, que mantinha tropas estrangeiras (Josefo,

    Antig. xvii. 8.3). Paraltico. A palavra gregaparalytikosindica paralisia

    causada por uma variedade de doenas afetando os msculos e rgos docorpo.No sou digno.Este gentio, talvez nem mesmo um proslito (ainda

    que tivesse construdo uma sinagoga judia, Lc. 7:5), achou que erapresuno de sua parte pedir a Jesus que fosse sua casa.

    Eu sou homem sujeito autoridade. O significado : Se esteoficial de baixa patente podia dar ordens aos seus subordinados, quantomais Cristo, que possui toda a autoridade, pode dar uma ordem para quea Sua vontade seja feita.

    Admirou-se Jesus.Uma indicao de que a oniscincia da naturezadivina de Cristo no impedia as reaes humanas normais. Apesar dariqueza de revelaes que Israel possua, foi a f de um gentio naautoridade de Cristo que brilhou com mais intensidade. Assim Jesusanuncia que o seu reino messinico ser desfrutado por muitos que noso judeus. Tomaro lugares mesa com Abrao. Ao se falar no Reino,

    usa-se muitas vezes a figura de um banquete (Is. 25:6; Lc. 14:15-24).Os filhos do reino. Os judeus, recipientes das profecias, e

    conseqentemente os herdeiros originais, so informados aqui que semf, o simples fato de pertencer a uma raa no suficiente qualificao

    para o reino de Cristo.Para fora nas trevas.As trevas do lado de fora do salo iluminado

    do banquete (conf. 22:13). Conforme a tua f. O homem creu que

    Jesus podia curar distncia, e Ele o fez.14-17.A cura da sogra de Pedro e outros. Tendo Jesus chegado casa.Vindo de um culto na sinagoga (Lc. 4:38;

    Mc. 1:29). Ardendo emfebre. Esperando hspedes, esta enfermidade deve ter perturbado muitotodos de casa. Servi-lo. A cura foi completa, sem recuperao gradual. Asugesto de que a esposa de Pedro j tinha morrido, considerando quesua sogra o serviu, contradiz I Co. 9:5.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 37Chegada a tarde. Ao pr-do-sol, ao findar do sbado, muitos

    doentes e endemoninhados foram trazidos em busca de cura.Ele mesmo tomou as nossas enfermidades. Mateus 9:6 mostra

    que a cura de doenas (um dos efeitos do pecado) efetuada por Cristo,indica sua competncia em lidar com a causa principal. Assim, essascuras foram um cumprimento parcial de Is. 53:4, que foi completado nocalvrio quando o pecado do homem foi levado por Cristo.

    18-22.Entrevista com possveis seguidores. A ligao cronolgicadesta passagem complica-se quando comparada com Lucas (9:57 e segs),que a coloca muita mais tarde. Talvez a primeira entrevista acontecessequando Jesus preparava-se para embarcar, e Mateus acrescenta o ltimoincidente no mesmo pargrafo, enquanto que Lucas agrupa trsincidentes parecidos na ocasio.

    Um escriba. Ainda que poucos desses mestres religiosos sesentissem inclinados a seguir Cristo (conf.com Mc. 12:28-34; contrastecom Lc. 11:53, 54), este se ofereceu para se tornar seu discpulo

    permanente. Entretanto, Jesus evidentemente viu neste propsito a faltade estimar devidamente os rigores do verdadeiro discipulado.

    Filho do homem.Um ttulo que os judeus entendiam pertencer aoMessias (Jo. 12:34) e equivalente a "Filho de Deus" (Lc. 22:69, 70). Eraa maneira costumeira de Cristo se intitular, aparentemente de Dn.7:13,14.

    Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Este homem, j umdiscpulo, foi convidado por Jesus a segui-lo (Lc. 9:59). Tendo acabadode receber a notcia da morte de seu pai, pediu um prazo. A sugesto de

    que o pai do homem ainda estivesse vivo (considerando que ossepultamentos judeus so feitos no dia da morte, e uma pequena demorano justificaria a resposta de Cristo), no diminui a dificuldade, poisentre os judeus a responsabilidade de um homem diante de um pai idosoera to grande quanto o seu dever para com os mortos. Jesus viu nahesitao do homem uma fraqueza de fidelidade. Deixa aos mortoso sepultar os seus prprios mortos.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 38Quando Cristo chama um homem para uma tarefa especfica (Lc.

    9:60), o discpulo deve s vezes privar-se do que faria em outra situao.Aqueles que esto espiritualmente mortos so capazes de cuidar dos

    fisicamente mortos.23-27. Apaziguando a tempestade. Uma grande tempestade. Apalavra geralmente usada para "terremoto" foi empregada aqui, talvezpor causa da turbulncia da gua, to violenta que aterrorizou at mesmomarinheiros experientes. Tempestades violentas no so raras naGalilia. (W.M. Thomson, The Land and the Book, pg. 347).

    Por que sois tmidos(deilo) mostra que o medo deles era covarde,indicando pequena f. Jesus no tinha ordenado ao grupo que fosse at ooutro lado (Lc. 8:22)? Mas o fato de terem-se voltado para ele no augeda aflio demonstra uma raiz de f que podia ser desenvolvida.

    Repreendeu os ventos e o mar. Alm de ordenar aos ventos,Cristo falou tambm ao mar, o qual teria, caso contrrio, continuadoencapelado por algum tempo.

    28-34.A cura de dois endemoninhados (conf. Mc. 5:1-20; Lc. 8:26-39). Terra dos Gadarenos.Foi assim denominada segundo a cidade de

    Gadara ao sul. Marcos e Lucas dizem "gerasenos", da vila chamadaGerasa agora em runas beira do lago que talvez ficasse no distrito

    pertencente a Gadara.Dois endemoninhados. Os outros sinticos mencionam apenas o

    mais importante dos dois. Os endemoninhados, no N.T., so descritosno como grandes pecadores nem como vtimas de insanidade (ainda queo demonismo possa produzir tais efeitos), mas como pessoas cujas

    mentes ficaram sob o controle de um ou mais espritos maus. O fato detal fenmeno ser especialmente notrio durante os dias do ministrio deCristo na terra, consistente com os esforos de Satans de frustrar o

    programa divino. Os demnios sabiam exatamente onde Jesus seencontrava (Filho de Deus), tinham conscincia de que seu destino finalestava decretado (o tempo, v. 29), e sempre obedeceram a Cristo demaneira absoluta.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 39Os proprietrios da grande manada de porcos eram judeus

    provavelmente, que estavam violando a lei mosaica pelo menos emesprito nesse territrio judeu (sob o governo de Herodes Filipe). Foi

    por isso que no moveram um processo legal contra Jesus pela perda.Por que um pedido to estranho da parte dos demnios? Talvez fossepara agarrar uma ltima oportunidade de fugir ao confinamento noabismo (Lc. 8:31; Ap. 20:1-3). Mas os porcos, debandaram, atirando-senas guas do mar, frustrando quaisquer que fossem os propsitos dosdemnios.

    Rogaram que se retirasse.Este pedido, fruto do medo (Lc. 8:37),partiu da populao, no exatamente dos proprietrios. Horrorizados masno arrependidos, no quiseram mais saber de Cristo.

    Mateus 99:1-8.A cura de um paraltico (conf. Mc. 2:1-12; Lc. 5:17-26). Sua

    cidade. Cafarnaum (Mc. 2:1; Mt. 4:13). Paraltico. Este paraltico foiabaixado atravs do telhado por quatro amigos em virtude da densidadeda multido (Mc. 2:3, 4).

    Vendo a f deles.Isto inclui a f do homem doente, uma vez que operdo dos pecados s concedido queles que tm f (ainda que a cura,s vezes, concedida antes da presena da f.)

    Esto perdoados os teus pecados. Neste caso, a condio dohomem parece ter sido o resultado direto de pecado ou ento f-lorefletir mais seriamente sobre a sua natureza pecadora. Este blasfema.A acusao dos escribas e fariseus, opondo-se aqui pela primeira vez

    a Jesus na Galilia, condenaram-no por assumir as prerrogativas divina(Lc. 5:21).

    Qual mais fcil?Uma pergunta que no tem resposta. Ambas asdeclaraes so igualmente fceis de serem pronunciadas; mas qualqueruma delas necessita de poder divino para ser acompanhada de ao. Umimpostor, que procurasse evitar desmascaramento, teria achado a

    primeira mais fcil, claro. Jesus precedeu cura da enfermidade para

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 40que os homens soubessem que ele tinha autoridade para tratar a suacausa, prefigurando assim a expiao. O Filho do Homem tem sobrea terra autoridade. A autoridade de Cristo para perdoar e curar so

    dons divinos para a humanidade.9-13.Vocao de Mateus, e a festa na sua casa. Todos os sinticosregistram este incidente logo depois da cura do paraltico. Mateus.Tambm chamado Levi(Mc. 2:14; Lc. 5:27).

    Assentado na coletoria. Cafarnaum (9:1) ficava perto da estradaque ia de Damasco para as cidades costeiras, e era portanto um lugarfavorvel -para se recolher impostos sobre as mercadorias que iam pelaestrada ou que teriam de cruzar o Mar da Galilia. Edersheim descreve,com base em fontes rabnicas, os impostos aborrecidos que eramextorquidos, e as classificaes dos coletores, dos quais Mateus, comofuncionrio da Alfndega, era do pior tipo (Life and Times of Jesus, 1,515-518).

    Ele se levantou e o seguiu. Esta atitude marcou um completorompimento com o passado; no haveria mais retorno. Seu cargo podiaser ocupado por outro, e encontrar novo emprego seria difcil para um

    publicano. Estando ele em casa mesa. Esta festa na casa de Mateus (Lc.5:29) talvez fosse realizada algum tempo depois de sua chamada. Eleconvidou publicanos e pecadores, seus antigos companheiros que viviamem oposio vontade de Deus conforme revelada no V.T. Sem dvidaos convidou para que Jesus pudesse ganh-los para Si. Para os fariseusque faziam a mais rgida distino e se tinham na conta dejustos, Jesusrespondeu que o seu ministrio era necessrio aos pecadores, como os

    servios do mdico so necessrios aos doentes. Os justos.Jesus usou aestimativa dos prprios fariseus a respeito de si mesmos para responder objeo deles.

    Misericrdia quero, e no sacrifcio (Os. 6:6). Uma atitudemisericordiosa para com os espiritualmente necessitados muito melhordo que a mera formalidade nas obrigaes religiosas (sacrifcio) semnenhuma preocupao com os outros.

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 4114-17.Esta entrevista com os discpulos de Jootambm deve ter

    acontecido na festa de Mateus (observe a conexo ntima em Lc. 5:33).Jejuamos muitas vezes.Ao jejum anual estipulado pelas Escrituras (Dia

    da Expiao) foram acrescentados jejuns para todas as segundas equintas-feiras, que os fariseus e outros observavam, inclusive osdiscpulos de Joo (Lc. 5:33). A resposta de Cristo trouxe baila adeclarao do prprio Joo (Jo. 3:29), comparando o ministrio de nossoSenhor a uma festa de casamento.

    Convidados para o casamento. Aqueles que ajudam o noivo.Quando Cristo, o Esposo, lhes ser tiradopor morte violenta, e nestesdias ho de jejuar. O verdadeiro jejum resultado da tristeza (andartristes), no de ritualismo. Pano novo. Um remendo de fazendainadequada, que no foi pr-encolhido, quando todo o vestido j foilavado, enrugaria e rasgaria toda a fazenda qual foi costurado. Vinhonovo,que ainda no foi fermentado, romperia os odres velhos,pois notm mais elasticidade. Assim Cristo e sua mensagem eram muito maisdo que o judasmo contemporneo remendado ou rejuvenescido.

    18-26.A cura da mulher que tinha hemorragia e a ressurreio da

    filha de um chefe. Chefe. Um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo,provavelmente de Cafarnaum (Mc. 5:21, 22).

    Minha filha faleceu agora mesmo. Mateus resumiu diversosdetalhes. Marcos e Lucas registraram que Jairo disse primeiro que elaestava morrendo, e mais tarde informou-o atravs de mensageiros que jtinha morrido. Ela viver.Ainda que sua f menor que a do centurio(8:8), era notvel mesmo assim.

    A caminho da casa de Jairo, uma mulher aproximou-se por trs deJesus. Ela padecendo de uma hemorragia (ou tinha uma hemorragia)h doze anos. Esse sofrimento era cerimonialmente considerado imundo(Lv. 15:19-30), um fato que explica a sua atitude.

    Tocou na orla da veste.Provavelmente a borda dos quatro cantosde sua capa, usada pelos israelitas de acordo com Nm. 15:38 e Dt. 22:12.

    Novamente Mateus condensa o registro mas observa que Jesus tornou

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 42claro mulher que a f, no a orla, foi a razo da cura. Jesus prosseguiuno caminho da casa onde ocorreu a morte. Os tocadores de flauta eoutros pranteadores estavam reunidos para o faustoso funeral tradicional

    (Jr. 9:17; 48:36).No est morta a menina, mas dorme. Compare a semelhantedeclarao de Jesus em relao a Lzaro (Jo. 11:11, 14). A declaraono uma opinio errada que Jesus formou, nem uma verdade literal queela estivesse simplesmente inconsciente, nem um argumento de que amorte o sono da alma. Antes, foi dito luz do que ele ia fazer a seguir.A fama deste acontecimento correupor toda aquela regio, apesar daadvertncia de Cristo contra a publicidade (Mc. 5:43; Lc. 8:56).

    27-31. A cura dos dois cegos. Esta narrativa e a seguinte sopeculiares a Mateus. Filho de Davi. Uma designao messinica.Considerando que nessa ocasio Jesus estivesse evitando ttulos pblicosque pudessem ser considerados politicamente, ele no tomouconhecimento desses dois cegos at que todos entraram na casa.

    Faa-se conforme a vossa f. Conf. 8:13. O reconhecimento deJesus como sendo o Messias, com suas benditas implicaes parahomens

    como esses (Is. 35:5, 6), recebeu a bno solicitada.Divulgaram-lhe a fama. Incapazes de conterem sua gratido, no

    obedeceram a severa advertncia de Cristo de guardarem silncio.32-34. A cura de um endemoninhado mudo. Ainda que os

    endemoninhados fossem freqentemente violentos e loquazes, este eramudo e foi trazido por outros (foi-lhe trazido um mudoendemoninhado). Mateus descreve o acontecimento com um mnimo de

    detalhes, observando principalmente a reao da multido.Jamais se viu tal coisa em Israel. Esta declarao pode ser aimpresso que se desenvolveu durante um perodo de tempo, culminandoneste ltimo milagre. A acusao dos fariseus de que Jesus se associavacom o maioral dos demnios deve se referir a este milagre em particular.A acusao no deve ter sido feita diretamente a Jesus, uma vez que ele

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 43no se importou com ela at que fosse novamente repetida (Mt. 12:24-29).

    35-38.Outra viagem pela Galilia. As opinies divergem sobre se

    este pargrafo descreve uma terceira excurso pela Galilia (conf. Mt.4:23; Lc. 8:1; tambm A.T. Robertson,Harmony of the Gospels), ou se resumo das atividades de Cristo que comearam em 4:23 (Lenski;Alford).

    E percorria Jesus. O grego indica ao contnua. Ensinando,pregandoe curandoreafirmam as atividades mencionadas em 4:23.

    Compadeceu-se delas. Essa profunda simpatia de Jesus foifreqentemente citada como a inspirao de seus milagres (14:14; 15:32;20:34). Duas ilustraes descrevem o conceito de Cristo em relao smultides: ovelhas sem pastor, colheita madura. Exaustas. Cansados,atormentados. Aflitas, ou jazendo prostrados por causa de exausto ounegligncia. Mas Jesus via tambm o povo como uma seara espiritual,

    precisando de trabalhadores para ser colhida. Os discpulos receberam aordem de rogar ao Senhor da seara (o prprio Jesus; conf. 3:12, ondeJoo aplica a mesma figura a Cristo) que mande ceifeiros. Como

    acontece com muita freqncia, aqueles que rogam tambm so osenviados. (Cap. 10.)

    Mateus 106) A Misso dos Doze. 10:1-42.Depois de uma declarao explicatria e enumerao dos Doze,

    Mateus apresenta o desafio que Cristo lhes faz na sua primeira misso. A

    mensagem est em trs partes, destacadas pela frase "Em verdade vosdigo" (vs. 15, 23 e 42). a) Instrues para a viagem imediata (vs. 5-15).

    b) Advertncia sobre as futuras perseguies, culminando com oSegundo Advento (vs. 16-23). c) Encorajamento geral para todos oscrentes (vs. 24-42).

    1. Seus doze discpulos.Este grupo foi formado anteriormente, eagora, depois de um perodo de instruo (Mc. 3:14) foram enviados em

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 44uma misso. Deu-lhes autoridade. O direito e a capacidade. Includaentre esses poderes delegados estava a capacidade de expulsar espritosimundos e de curar todo o tipo de enfermidade (observe que Jesus

    diferenciou claramente entre possesso demonaca e enfermidade)2. Os nomes dos doze apstolosesto relacionados em outros trslugares (Mc. 3:16 e segs.; Lc. 6:14 e segs.; Atos 1:13). A comparaomostra que cada lista tem trs grupos contendo os mesmos quatro nomes,ainda que nem sempre na mesma ordem. Entretanto, Pedro sempre o

    primeiro nome no grupo um, Filipe sempre o primeiro no grupo dois, eTiago, filho de Alfeu, o primeiro no grupo trs. Judas Iscariotes quandoincludo sempre o ltimo. Mateus os cita aos pares, provavelmente

    porque foram assim enviados (Mc. 6:7).Apstolos. Papiros descobertos confirmam o significado de "um

    devidamente habilitado representante de um oficial superior".Primeiro Simo.No o primeiro escolhido, e no simplesmente o

    primeiro da lista, mas provavelmente uma referncia importncia dePedro no crculo apostlico (conf. 26:40; Pentecostes; casa de Cornlio;e outras). Mas ele era o primeiro entre iguais. O N.T. no fala nada sobre

    uma supremacia Petrina sobre os demais apstolos (conf. Gl. 2:11; I Pe.5:1).

    3. Bartolomeu um patronmico de Natanael (Jo. 1:46).Mateus, o publicano. Um epteto autodepreciativo empregado

    apenas no Evangelho do autor.Tadeu, tambm chamado Lebeu (em alguns textos antigos),

    aparentemente o mesmo Judas, irmo de Tiago (Lc 6:16; Atos 1:13).

    4. Simo,denominado aqui pelo nome aramaico "o Zelote" (conf.Lc.6:15; At. 1:13). Aparentemente ele pertenceu ao fantico grupopoltico dos zelotes.

    Iscariotes. Provavelmente significando "homem de Quiriote".Quiriote seria uma cidade na Judia.

    5.A ordem de Jesus proibindo qualquer misso entre os gentios ouem cidade de samaritanos (mestios rivais que mantinham um culto rival

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 45e eram desprezados pelos judeus; (Jo. 4:9, 20) no era devido a

    preconceito (Jo. 4), nem foi permanente (Atos 1:8).6,7.No momento, entretanto, sua mensagem anunciava o reino dos

    cus, messinico (veja 3:2; 4:23), do qual a casa de Israelera herdeira.8.Entre os poderes miraculosos que lhes foram concedidos estava aautoridade de ressuscitar mortos, ainda que no haja nenhum registrode tal poder empregado nessa misso. Esses servios tinham de ser

    prestados de graa, sem receber nada em troca, pois sua autoridade forarecebida da mesma maneira.

    9. No vos provereis de ouro.Essas instrues s se aplicaram aesta misso especfica de durao limitada (conf. Lc. 22:35, 36). Nodeviam levar dinheiro em seus cintos (bolsas).

    10. Alforje. Mochila, saco de viagem. No deviam providenciartnicas e sandlias extras, nem bordo (ainda que pudessem usar assandlias e o bordo que j possuam Mc. 6:8, 9). O sustento viria deouvintes gratos.

    11. Indagai quem neles digno.Ao proclamar a sua mensagem (v.7), a reao revelaria quem se sentia espiritualmente inclinado a aceit-

    los. Quando lhes oferecessem hospitalidade, os discpulos deveriamaceit-la durante a durao de sua visita.

    12.Deviam saudar da maneira costumeira (saudai, o que consistiano rico shalom, "paz").

    13. Se os discpulos descobrissem que seu hospedeiro no eradigno, mas declaradamente antagnico a seus propsitos e mensagem,sua declarao de paz no deveria ser desperdiada, mas deveria ser

    retirada (torne para vs) para uso posterior.14.Se o antagonismo forasse o abandono de tal casaou mesmo detoda uma cidade, o simbolismo de se sacudir o pdos seus ps retratariaviva e solenemente a liberdade dos discpulos do envolvimento na culpados seus oponentes no juzo vindouro.

    15. Sodoma e Gomorra. Dois exemplos muitas vezes usados decidades condenadas (Is. 1:9; conf. Gn. 18:20; 19:24-28). Em verdade

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    Mateus (Comentrio Bblico Moody) 46vos digo.Esta frmula conclui cada parte destas instrues (conf. vs. 23,42).

    16. Esta segunda poro das instrues vai alm da misso

    especfica, lanando olhares para os perigos futuros, e chega a dar u