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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637) + AÇÕES DE GRAÇAS Tradução por Uyrajá Lucas Mota Diniz Necessidade da ação de graças Graças sejam dadas a Deus que sempre nos faz triunfar em Jesus Cristo, diz o grande Apóstolo: Deo autem gratias, qui semper triumphat nos in Christo (II Cor II, 14). Louvado seja Deus, diz em outro lugar, por seu dom inefável: Gratias Deo super inenarrabili dono eius (II Cor IX, 15). A ação de graças convém mais do que ditos indecentes, etc., escreve aos Efésios: Sed magis gratiarum actio (Eph. V, 4). Não esqueçais a ação de graças em todas as vossas coisas, diz aos Colossenses: Orationi instate, vigilantes in ea in gratiarum actione (Col. IV, 2). Dai graças em tudo: In omnibus gratias agite (I Tes. V, 18). Eu recomendo, pois, antes de tudo, escreve a Timóteo, que se façam pedidos, orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens: Obsecro

02 - AÇÕES DE GRAÇAS

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Texto de Cornélio à Lápide traduzido da Obra "TESOROS DE CORNELIO Á LÁPIDE" - Tomo I, por Uyrajá Lucas Mota Diniz

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Cornelius a Lapide, sj (1597-1637)+AES DE GRAAS

Traduo por Uyraj Lucas Mota Diniz

Necessidade da ao de graas

Graas sejam dadas a Deus que sempre nos faz triunfar em Jesus Cristo, diz o grande Apstolo: Deo autem gratias, qui semper triumphat nos in Christo (II Cor II, 14). Louvado seja Deus, diz em outro lugar, por seu dom inefvel: Gratias Deo super inenarrabili dono eius (II Cor IX, 15). A ao de graas convm mais do que ditos indecentes, etc., escreve aos Efsios: Sed magis gratiarum actio (Eph. V, 4). No esqueais a ao de graas em todas as vossas coisas, diz aos Colossenses: Orationi instate, vigilantes in ea in gratiarum actione (Col. IV, 2). Dai graas em tudo: In omnibus gratias agite (I Tes. V, 18). Eu recomendo, pois, antes de tudo, escreve a Timteo, que se faam pedidos, oraes, splicas e aes de graas, por todos os homens: Obsecro igitur primo omnium fieri obsecrationes, orationes, postulationes, gratiarum actiones pro omnibus hominibus (I Tim. I, 1).

Eu te exaltarei, Senhor, diz o Rei Profeta, porque vs me haveis animado. Somos vosso povo e as ovelhas de vossos passos; vos louvaremos, Senhor, por todos os sculos, e nossa posteridade publicar vossos benefcios. Vossas obras, Deus meu, recordaro sempre vossos benefcios inumerveis, e celebraro vossa justia. Demos graas em todo o tempo e por todas as coisas a Deus Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, diz o grande Apstolo: Gratias agentes semper pro omnibus, in nomine Domini nostri Iesu Christi, Deo et Patri (Eph. V, 20). Tudo quanto faais, seja por palavra ou por obra, fazei-o em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, dando graas por meio dele a Deus Pai: Omne quodcum que facitis in verbo, aut in opere, omnia in nomine Domini nostri Iesu Christi, gratias agentes Deo et Patri per ipsum (Col. III, 17). Crescei cada dia mais e mais em Jesus Cristo com contnuas aes de graas: Abundantes in illo in gratiarum actione (Col. II, 7).

De gerao em gerao vos louvaremos, Senhor, para dar graas, diz o Salmista. Cada dia, vos bendirei e celebrarei vosso nome nos sculos e na eternidade.

Motivos de aes de graas

Os inumerveis benefcios de Deus nos comprometem a dar-Lhe graas e nos impem o sagrado dever de reconhecimento. Rios de graas descem do cu; rios de aes de graas devem subir at l, diz So Bernardo; volta aquela gua celestial sua origem, a fim de que caia de novo com mais abundncia sobre a terra. Dai graas a Jesus Cristo, que a virtude e a sabedoria de Deus, por toda virtude e sabedoria de que creiais vos achar dotados.

Senhor, diz o Salmista, rompestes minhas cadeias; eu vos oferecerei um sacrifcio de ao de graas. O Senhor no dispensou iguais benefcios a todas as naes, nem lhes deu a conhecer, como a ns, seus altos juzos.

Recordarei as obras de Deus, e anunciarei o quanto vi, diz o Eclesistico. A conservao do mundo no mais que uma criao contnua. Semelhante conservao equivale a uma criao a cada instante. Assim que se pe o sol, desaparecem os raios que emitia ao seu redor: da mesma maneira cairia o mundo no nada de que foi tirado, se Deus cessasse de operar. o que nos diz o Rei Profeta. Pela palavra do Senhor, fundaram-se os cus, e pelo esprito de sua boca se formou todo o seu concerto e beleza.

Seja porque Deus vos conceda consolos e bnos sensveis, seja porque que Lhe apraz vos experimentar, bendizei-O sempre. Ele vos acaricia para impedir vossa queda; fere-vos para ajudar-vos a levantar.

A ao de graas, quando Deus fere, o mais seguro remdio para a ferida. No h palavras mais santas que as que expressam a gratido na adversidade, diz So Joo Crisstomo; uma linguagem nada inferior, por certo, ao dos mrtires, ambos so coroados da mesma maneira.

Bendize ao Senhor, minha alma, e bendize tambm seu santo Nome tudo quanto h em mim, diz o Salmista.

Bendize o Senhor, minha alma, e no esqueas jamais seus benefcios. Em vista de seu grande nmero, exclama o Profeta, transportado de gratido, Que hei de dar ao Senhor por tudo o que me deu? .

Davi, diz o Eclesistico, em todas as suas aes deu graas ao santo e excelso Deus com palavras em sua glria.

Aprendamos de Davi a atribuir a Deus a glria das obras boas que fazemos; e digamos com ele: No somos ns, Senhor, no somos ns que devemos ser glorificados, seno que o deve ser vosso Nome, vossa misericrdia e vossa verdade. Repitamos com Isaas: Sois vs, Senhor, que haveis operado em ns todas as aes: Omnia opera mostra operatus est nobis (Isai. XXVI, 12).

Tudo quanto possumos e tudo o que somos, vem de Deus, devemos, pois, dar-Lhe graas sempre e em todas as coisas...

Todos devemos dar graas a Deus

Dar-se- conta de todos os benefcios recebidos e se converter ao Senhor toda a extenso da terra, diz o Salmista: Reminiscentur et convertentur as Dominum universi fines terrae (Psalm. XXI, 28).

Comeo por dar graas a meu Deus por Jesus Cristo e por vs todos, diz So Paulo aos Romanos: Primum quidem gratias ago Deo meo per Jesum Chistum pro ominibus vobis (Rom. I, 8).

Graas a Deus!... nada pode abrigar nossa alma, nada pode expressar nossa lngua, nada melhor que estas palavras pode traar nossa pluma.

Graas a Deus, diz Santo Agostinho. Nada pode se dizer com maior brevidade, nem ouvir-se com maior alegria; nada pode se conceber de maior, nada de mais vantajoso pode se fazer.

Nada, diz So Joo Crisstomo, nada nos faz crescer tanto em virtude, nem nos pe diariamente em relao com Deus, fazendo-nos conversar com Ele, como o render-lhe o tributo de continuas aes de graas.

Outra vantagem da ao de graas a indica o mesmo Doutor. Nas adversidades, os maus maldizem a Deus, e os cristo Lhe do graas. Vede quo grande esta filosofia: podeis ganhar a Deus e confundir o inferno.

So Joo Crisstomo assinala tambm outra vantagem da ao de graas: Deus, diz, exige de ns manifestaes de gratido, no porque necessite delas, seno a fim de que obtenhamos todo o mrito que elas encerram, e nos faamos dignos de maiores auxlios.

A todas estas vantagens, todavia, acrescenta outra So Joo Crisstomo, quando diz que a ao de graas tem todo o mrito da profisso de f do mrtir. Davi, diz o Eclesistico, deu graas a Deus, louvou-o de todo o corao; e o Senhor, para lhe recompensar, fez-lhe triunfar de seus inimigos.

Que podemos oferecer a Deus?

O que posso oferecer a Deus que seja digno dele? Buscais, pergunta Santo Agostinho, qual dom podeis oferecer a Deus, a fim de que Ele vos seja propcio? Oferecei-vos a vs mesmos; porque o que exige o Senhor seno a vossa alma? Entre todas as criaturas da terra a mais perfeita o homem; e Deus vos quer a vs, a vs mesmo que vos perdestes.

Que darei ao Senhor por todos os bens de que me cumulou? diz o rei Profeta. Receberei o clice da salvao, me resignarei a beb-lo por mais amargo que seja, e invocarei o nome do Senhor. preciso dar nosso corao sem reserva...

A gratido rara

A multido, diz o bem-aventurado Toms Morus, escreve os benefcios na areia e esculpe as ofensas no mrmore: Vulgus hominum beneficia pulveri, maleficia marmori insculpit (Ita Ribadem., in euis vita). Os filhos de Efraim esqueceram-se dos benefcios de Deus, diz o Salmista: Obliti sunt benefactorum ejus (Psalm. LXXVII, 11).

O filho honra a seu pai, diz o Senhor pelo profeta Malaquias; se sou o Pai de todos os homens, onde est a honra que se me tributa? Se sou dono e Senhor, onde est o temor a mim? Filius honorat patrem: si ergo Pater ego sum, ubi est honor meus? Si Dominus ego sum, ubi est timor meus? (Mal. I, 6).

Deus nosso Pai:1 porque nosso criador;

2 porque nos conserva e nos governa; e

3 porque o autor de nossa f e das graas pelas quais nos justifica e nos adota como filhos seus e herdeiros de seu reino.

Senhor nosso por esses ttulos e tambm pelos seguintes:

1. por haver-nos resgatado com seu Sangue;

2. por ser o Rei supremo a quem toda criatura est obrigada a servir;

3. por haver-nos tomado por servidores e obreiros de sua vinha, propondo-nos em recompensa a glria eterna.

Jesus Cristo curou a dez leprosos; somente um Lhe foi dar graas. Esta ingratido dos nove leprosos sentiu-a vivamente o Deus de bondade, e se queixou amargamente. No curei a dez? disse. E onde esto os outros nove? Nonne decem mundati sunt? Et novem ubi sunt? (Luc. XVII, 17).

O povo, diz o Salmista, esqueceu-se dos benefcios de Deus e de sua maravilhas: Obliti sunt benefactorum ejus et mirabilium ejus quae ostendit eis (Psalm. LXXVII, 11). Esqueceu-se do Deus que lhes havia dado a liberdade, que encheu o Egito com seus milagres, a terra de Cam com seus prodgios e no mar Vermelho fez resplandecer suas terrveis maravilhas (Psalm. CV 21).

A ingratido um crime

Alimentei a meus filhos, diz o Senhor por Isaas, eduquei-os, e ele me desprezaram: Filios enutrivi, et exaltavi, ipsi autem spreverunt me (Isai. I, 2). O boi conhece a seu dono, o jumento seu estbulo: Israel no me conheceu (Isai. I, 3).

O povo engordou, diz o Deuteronmio, e se rebelou: grosso, pesado e farto, abandonou a seu Criador, e se distanciou de Deus, sua salvao: Impignatus, incrasatus, dilatatus recessit a Deus, salutar suo (Deut. XXXII, 15).

O homem de minha paz, diz o Senhor pelo Salmista, em quem eu tinha posta minha confiana, e que comia em minha mesa, demostrou as intenes traidoras que abrigava contra mim. Se meu inimigo houvesse sido ingrato, eu teria tolerado; porm tu, querido de meu corao, que assistias a meus conselhos e vivias familiarmente comigo, me esqueceste (Psalm. LIV, 12-13).

Levarei este povo terra pela qual fiz um juramento a seus pais, disse o Senhor ao Moiss, a terra pela qual correm rios de leite e mel. Porm, quando estejam saciados e tenham engordado, dirigir-se-o a deuses estranhos e lhes oferecero seus servios; far-me-o ultrajes e faro ilusria minha aliana.

assim que agradeces os benefcios do Senhor, povo estpido e demente? No Ele o teu Pai, teu Dono e Criador (Deut. XXXII, 6).

Tu abandonaste ao Deus que te gerou; tu te esqueceste do Senhor que te criou: Deum qui te genuit dereliquisti et oblitus es Domini creatoris tui (Deut. XXXII, 18). Cus, emudecei de assombro; portas do cu, chorai profundamente, exclama o Senhor pela voz de Jeremias; meu povo cometeu duas faltas: abandonou-me a mim, manancial de gua viva, e cavou cisternas cheias de rachaduras e incapazes de conter gua.

O ingrato, diz o Eclesistico, abandonar a seu libertador: Ingratus derelinquet liberantem se (Eclo. XXIX, 22).

O copeiro do Fara, carregado de ferros no fundo de um calabouo, teve um sonho misterioso; Jos explicou-lhe o sonho anunciando-lhe que em trs dias obteria a liberdade. Rogo-vos to somente que, quando estiverdes feliz, recordeis de mim, acrescentou Jos, e me alcanceis misericrdia, fazendo que Fara me tire deste crcere (Gen. XL, 14). Assim, prometeu-lhe o copeiro; porm, esqueceu-se do intrprete: Oblitus est interpretis sui (Gen. XL, 23). Quantos ingratos se esquecem de Deus, e imitam o crime daquele copeiro...!

Males e desgraas que a ingratido causa

A ingratido, diz So Bernardo, inimiga da alma, dissipa os mritos, afugenta a virtude, impede que nos aproveitemos dos benefcios; a ingratido um vento abrasador que seca o manancial da piedade, o sereno da misericrdia, os canais da graa; inimiga da graa e da salvao. Nada mais desagradvel a Deus. Fecha as vias que podem nos comunicar seus dons; ali onde se ache, a graa no pode mais aproximar-se nem tomar lugar.

Castigos que a ingratido atrai

O povo ante os prodgios operados em seu favor pelo Altssimo esqueceu no deserto a seu Benfeitor. Por este motivo, o fogo da clera divina se incendiou contra a raa de Jac, e seu furor estalou contra Israel, diz o real Profeta. Levantou sua mo sobre eles, a fim de extermin-los no deserto, abat-los e dispers-los.

A esperana dos ingratos se derrete como o gelo do inverno; correr como gua intil, diz a Sabedoria: Ingrati enim spes, tamquam hibernalis gracies, et tabescet (Sap. XVI, 29).

Exaltabo te, domine, quoniam suscepisti me (Psalm. XXIX, 2).

Nos enim populus tuus et grex pascuae tuae confitebimur tibi in sempiternum (Psalm. LXXVIII, 13).

Memoriam abundantiae suavitatis tuae eructabunt (Psalm. CXLIV, 17).

In generationem et generationem adnuntiabimus laudem tuam (Psalm. LVIII, 13).

Per singulos dies benedicam tibi et laudabo nomen tuum in saeculum et in saeculum saeculi (Psalm. CXLIV, 2).

Ad locum unde exeunt, revertantur flumina gratiarum, ut iterum fluant; remittatur ad suum principium celeste profluvium, quo uberius terrae refundatur in omnibus gratias agentes quidquid sapientiae, quidquid te habere virtutis confidis, Dei virtuti, Dei sapientiae, deputa Christo (Serm. XIII, In Cant.).

Dirupisti vincula mei; tibo sacrificabo hostiam laudis. (Psal. CXV 16-17).

Non fecit taliter omni nationi, et judicia sua non manifestabit eis (Psal. CXLVII, 20).

Memorero operum Domini, er quae vidi, annuntiabo (42, 15).

Et spiritus oris eius omnis virtus eorum (Psal. XXXII).

Nihil hac lingua sanctius, quae in adversis gratias agit; certe non inferior est lingua martyrum, utraque pariter coronatur (Homil. ad pop.).

Benedic, anima mea, Domino, et omnia quae intra me sunt, nomini sacto ejus. Benedic, anima mea, Domino, et noli oblivisci omnes retribuitiones ejus (Psal. CII, 1-2).

Quid retribuam Domino pro omnibus quae retribuit mihi? (Psalm. CXV, 1-2).

In omni opere dedit confessionem santo, et excesso in verbo gloria (Eclo. XLVII, 9).

Non nobis Domine non nobis sed nomini tuo da gloriam super misericordia tua et veritate tua (Psal. CXIII, 9).

Deo gratias quid melius, et animo geramos et ore promamus, et calamo exprimamos quam [Deo] gratias? Hoc, nec dici brevis, nec audire faetius, nec intelligi grandius, nec agi fructuosus potest (Epist. V. ad Marcellinum).

Nihil aeque fecit in virtute crescere, atque cm Deo assidue versari et colloqui, et perpetuo gratias [agere] (In Psalm. XLIX).

In adversis infideles maledicunt, Christiani gratias agunt. Vide quanta sit haec filosofia; tum Deum laetificas, diabolum pudefacis (In Psalm., VII).

Deus exigit a nobis gratitudinem, non quod mostra celebratione opus habeat, sem ut quidquid est lucri, iterum ad nos redeat, ut dignos nos faciamus majoribus subsidiis (Homil. VII in Epist. Ad Coloss.).

De omni corde suo laudabit Dominum, et dilexit eum: et dedit illi contra inimicos potentiam (Eclo. XLVII, 10).

Quid dignum offeram Domino? Quaerebas quid offeres pro te? Offer te: quid enim Dominus? Quaerit a te? Quia in omni criatura terrena nihil melius fecit te. Quaerit te a te, quia tu perdideras te (Sententiis).

Calicem salutares accipiam et nomem Domini invocabo (Psal. CXV, 13).

Etenim homo pacis meae in quo speravi qui edebat panes meos magnificavit super me subplantationem (Psalm. XL, 10).

Cumque comederint et saturati crassique fuerint avertentur ad deos alienos et servient eis et detrahent mihi et irritum facient pactum meum (Deut. XXXI, 20).

Obstupescite caeli super hoc et portae eius desolamini vehementer dicit Dominus duo enim mala fecit populus meus me dereliquerunt fontem aquae vivae ut foderent sibi cisternas cisternas dissipatas quae continere non valent aquas (Jer. II, 12-13)

Ingratitudo inimica est animae, exinanitio meritorum, virtutum dispersio, beneficiorum perditio; ingatitudo ventus ureus siccans sibi fontem pietatis, rorem misericordiae, fuenta gratiae. Ingatitudo hostis gratiae, inimica salutis. NIhil ita displicet Deo. Vias obstruit gratiae; et ubi fuerit illa, jam gratia accessum nom invenit, locum non habet (Serm. XI, I, in Cant.).

Obliti sunt benefactorum eius (Psal. LXXVII, 11). Ideo... et ignis accensus est in Iacob et ira ascendit in Israhel (Psalm. LXXVII, 21).