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Outras informações: www.coelhosaraujo.com.br
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IV SEMINÁRIO NACIONAL DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM CUNICULTURA
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
UNESP Botucatu – Campus Lageado
Botucatu/SP, 14 e 15 de setembro de 2012
Cuidados e conforto para coelhos de companhia
Maísa Melo Heker*
*Zootecnista e Mestrando Programa de Pós Graduação em Zootecnia – FCAV- UNESP
Campus Jaboticabal.
Introdução
Atualmente todas as raças de coelhos podem ser criadas como animais de
estimação, porém algumas foram mais especializadas como animais “pet” pela
docilidade, tamanho reduzido, aparência e aprendizado. Trata-se das raças de mini
coelhos que foram reconhecidas por diversos órgãos como a Associação Americana de
Criadores de Coelho – ARBA (Figura 1), porém diversas raças vendidas no Brasil não
tem reconhecimento internacional. A ARBA é uma organização dedicada á promoção,
desenvolvimento e melhoria de coelhos domésticos e porquinho da índia. Atualmente
são 47 raças de coelhos reconhecidas pela organização. Cada raça tem sua associação
correspondente com cadastro de animais, criadores e convenções para premiação dos
melhores animais (ARBA, 2011).
Algumas das raças não reconhecidas pela ARBA são reconhecidas pela APCA –
Associação Portuguesa dos Coelhos Anões (Figura 2).
Poucos estudos existem sobre estas raças, por isso o presente trabalho tem como
objetivo realizar um apanhado geral sobre as raças, manejo, alimentação e cuidados
gerais desses adoráveis animais.
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Fonte: ARBA. Fonte: APCA.
Figura 1: Logo da ARBA. Figura 2: Logo da APCA.
2 Raças de Mini Coelhos
2.1 Fuzzy Lop (Figura 4) - A Associação Americana de Criadores de Coelho –
ARBA (Figura 3), reconhece a raça chamada “American Fuzzy Lop” como os coelhos
peludos de orelha caída. Segundo a American Fuzzy Lop Rabbit Club esta raça teve
origem quando criadores da raça Holand Lop resolveram criar diferentes padrões de
cores. Dessa forma acasalaram Holand Lop com animais da raça Angorá Francês em
1981. A raça foi reconhecida em 1989, após cinco anos de cruzamentos para promover a
uniformidade da mesma.
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Fonte: AFRLC. Fonte: AFRLC.
Figura 3: Logo AFRLC. Figura 4: Raça Fuzzy Lop.
Os padrões da raça são (AFRLC, 2011):
- peso máximo de 1,8 kg quando adulto.
- cores sólidas e qualquer combinação de cor com o branco.
- corpo compacto e curto com a largura igual à altura dos ombros, lombo e
quadril.
- coluna vertebral não deve ser proeminente, nem os ossos do quadril se
destacarem.
- cabeça deve apresentar aspecto de bola e a face plana.
- não deve aparecer ter pescoço.
- as orelhas devem pendurar em linha reta para baixo, passando pelas bochechas
e até 2,5 cm abaixo do queixo.
- pelagem densa, porém não do tipo angorá.
- comprimento mínimo da pelagem de 3,8 cm.
- dezenove cores aceitas: azul, castanho, chinchila, lince, opala, esquilo, ponto
branco, branco olhos azuis, branco olhos rubi, lilás, chocolate, sable point, sable siamês,
siamês fumaça, casco de tartaruga (preto e azul), fulvo, preto, laranja.
2.2 Holandês (Figura 6) – O Clube Americano de Coelhos Holandeses – ADRC
(Figura 5), iniciou suas atividade de registro de criadores e animais e competições em
1946.
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Fonte: ADRC. Fonte: ADRC.
Figura 5: Logo da ADRC. Figura 6: Raça Holandesa.
Os padrões da raça são (ADRC, 2011):
- tipo arredondado e equilibrado por toda parte.
- peso máximo adulto de 2,5 kg.
- cores aceitas: preto, azul, chocolate, cinza, aço, tortoise.
- marca holandesa deve ser limpa e clara, livre de cores opostas.
- a parte superior do corpo onde o pelo branco se encontra com o pelo de cor
deve começar logo atrás dos ombros e criar um círculo perfeito em torno do corpo.
- cor não deve ultrapassar a articulação do cotovelo.
- nas patas traseiras os dedos devem ser brancos, a cor inicia no terço final do pé.
2.3 Dwarf Hotot ou Anão Hotot (Figura 8) – O Clube American dos Coelhos
Hotot Anão – ADHRC (Figura 7), foi organizado em 1982. A raça é originária da
Alemanha e foi desenvolvido de forma independente tanto na Alemanha Ocidental
como na Alemanha Oriental no final dos anos 70 e posteriormente cruzados. A primeira
exibição ocorreu na Convenção ARBA em Nova Iorque em 1981, porém reconhecida
pela ARBA apenas em 1984 (ADHRC, 1983).
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Fonte: ADHRC. Fonte: ADHRC.
Figura 7: Logo ADHRC. Figura 8: Raça Hotot Anão.
Os padrões da raça são (ADHRC, 200?):
- cabeça redonda com crânio largo.
- sem pescoço visível.
- olhos redondos vivos e brilhantes.
- orelha curta e peluda.
- corpo de largura uniforme dos ombros até os quadris com membros posteriores
arredondados.
- a linha superior deve ter uma ligeira curva gradual a partir da base da orelha
para o ponto mais alto sobre as ancas e cair numa curva suave na base da cauda.
- peso máximo adulto de 1,36 kg.
- cor branca pura em todo o corpo exceto na borda dos olhos.
- olhos na cor marrom escuro e bordas com pelos na cor preta.
2.4 Mini Lop (Figura 9) – Condenier foi o criador da raça Lop Francês em 1850
na França, resultado do cruzamento entre o Lop Inglês e o Borboleta. A versão mini foi
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criada com o cruzamento do Lop Francês com Chinchila para redução do tamanho. A
raça foi reconhecida pela ARBA em 1974 (LRCA, 200?).
Os padrões da raça são (APCA, 200?):
- peso máximo adulto é de 2,9 kg nos Estados Unidos e 1,6 kg na Europa.
- corpo curto, largo e musculado; pescoço visível.
- peito largo curvando junto aos ombros.
- patas dianteiras curtas, largas e direitas; patas traseiras curtas e paralelas ao
corpo; cauda direita, forte e peluda.
- pêlo: denso, curto e com bastantes pêlos de guarda.
- cabeça: bem desenvolvida, arredondada; espaçamento grande entre os olhos e
zonas de origem das orelhas saliente.
- orelhas: caídas, grandes, pêlo denso, pontas arredondadas, devem pender junto
às bochechas sem mostrar o interior.
Fonte: AMLRC
Figura 9: Raça Mini Lop.
Netherland Dwarf ou Anão Holandês (Figura 11) -
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Fonte: ANDRC. Fonte: ANDRC
Figura 10: Logo ANDRC Figura 11: Raça Netherland Dwarf.
Os padrões da raça são (APCA, 200?):
- corpo curto, compacto, peito bem desenvolvido e cheio, ombros largos e fortes.
Patas dianteiras curtas e retas.
- orelhas eretas e de implantação alta, robustas e vigorosas, bem revestidas de
pêlo, ligeiramente arredondas nas pontas. Tamanho ideal 5cm.
- cabeça redonda, craneo largo.
- olhos redondos, grandes, brilhantes e com boa coloração (de acordo com côr e
padrão da pelagem)
- pelo de textura suave, curto, com capacidade de retorno a posição inicial
quando contrariada a orientação normal (efeito mola).
- o peso ideal de um exemplar adulto deve aproximar-se o mais possivel dos
0,900 kg na Europa e 1,13 kg nos Estados Unidos.
2.5 Holland Lop (Figura 13) – A raça holandesa foi desenvolvida por Adriann
Cock na Holanda, chamado de Holland Lop ou Anão Lop como é conhecido na Europa.
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Este criador das raças Netherland Dwarf e Lop Francês cruzou as duas raças na década
de 50 e deixou como matriz uma fêmea nascida no terceiro acasalamento. Esta fêmea
foi cruzada com macho Lop Inglês nascendo um láparo com orelhas caídas, um com
orelhas semi-caídas e três com orelhas eretas. Cock então, acasalou o macho com orelha
semi-caídas com uma fêmea, também de orelha semi-caídas, nascida na segunda
ninhada dos mesmos país. Assim parte dos filhotes nasceram com orelhas caídas. Esses
foram acasalados com a raça Lop Francês. Em 1955 obteve exemplares Holland Lop
com até 3 kg, em 1964 com menos de 2 kg e na década de 70 com peso máximo de 1,5
kg. A raça foi reconhecida pelo Conselho Holandês de Coelhos em 1964 e aceito pela
ARBA em 1979 (HLRSC, 200?).
Fonte: HLRSC. Fonte: HLRSC.
Figura 12: Logo da HLRSC. Figura 13: Raça Holland Lop.
Os padrões da raça são (HLRSC, 200?):
- cores: madagascar, sable point, chinchila, preto, dourado, agouti, azul,
chocolate, branco olhos azuis, fumaça perolada e bronze.
- peso máximo adulto de 1,8 kg.
- não deve ter quadril inclinado.
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- pernas traseiras retas em uniformidade com a linha do corpo.
2.6 Polish (Figura 15) – A primeira variedade foi a branca olhos de rubi
originários da Inglaterra e Alemanha mencionados na literatura inglesa desde 1860,
originária de coelhos selvagens, silver, himalaio e holandês. A variedade branca olhos
azuis foi desenvolvida na década de 20 por Samuel E. Rice através do cruzamento de
meio irmãos com meio irmãs durante três gerações. Peso máximo adulto de 1,58 kg
(APRC, 2006).
Fonte: APRC. Fonte: APRC.
Figura 14: Logo APRC. Figura 15: Raça Polish.
Os padrões da raça são (APCA):
- corpo pequeno, compacto e bem proporcionado.
- ancas redondas, mais largas que os ombros, no entanto não deverão ser largas
ou achatadas.
- costas medianamente largas, bem redondas e deverão proporcionar uma
aparência relativamente curta.
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- a linha superior do corpo deverá iniciar-se numa subida gradual desde a base
das orelhas até ao seu ponto mais alto localizado no centro das ancas e em seguida
deverá cair numa curva suave até à base da cauda.
- cabeça medianamente cheia e curta, com bochechas redondas e focinho
pronunciado. Quando visto de lado, deverá existir uma ligeira curvatura no crânio desde
a base das orelhas até ao nariz e deverá existir uma zona redonda entre os olhos.
- orelhas pequenas e proporcionais ao corpo.
- olhos largos, pronunciados, expressivos e brilhantes.
- os pés e as pernas deverão ser curtos com ossos finos. As unhas dos pés
deverão ser brancas ou esbranquiçadas e deverão ser correspondentes à cor do corpo nas
variedades de cor.
- cauda curta, cheira e proporcional ao corpo. Deverá ter uma cor em harmonia
com o corpo.
- pelo curto, fino, denso e do tipo Flyback (Tipo de pelo que quando afagado de
frente para trás volta rapidamente à sua posição inicial).
2.7 Mini Rex (Figura 17) – A raça foi criada em 1984 pelo cruzamento de um
macho Dwarf Rex com uma fêmea Lynx Rex, dos sete láparos nascidos, apenas três
apresentavam as características vistas hoje na raça. A ARBA reconheceu a raça em
1988 (NMRRC, 2011).
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Fonte: NMRRC. Fonte: NMRRC.
Figura 16: Logo NMRRC. Figura 17: Raça Mini Rex.
Os padrões da raça são (NMRRC, 2011):
- variedades: branco olho rubi, azul, tortoise, preto, chinchila, chocolate,
califórnia, bege, vermelho, fumaça perolada, opala, sable, lince, castor, branco e preto,
branco olho azul, negro e fogo, branco e tortoise, lilás.
- peso máximo adulto de 2 kg.
2.8 Lion (Figura 18) – Está raça é reconhecida pela Associação Portuguesa de
Coelhos Anões. Existem pelo menos três hipóteses sobre a origem da raça, mas a versão
mais aceita é de que surgiram em uma criação de Angorás anões, de criadores europeus,
onde ocorreu uma mutação que reduzia os pelos da parte superior dos coelhos. Esse
gene foi, acidentalmente, espalhado entre angorás anões.
Os padrões da raça são (APCA, 200?):
- peso médio é em torno de 1,2 a 1,6 quilos (Pet Bunny e Cia, 2011).
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- corpo curto, compacto e bem torneado. As espáduas e o peito devem ser
amplas e bem preenchidas (bom osso e bom tónus muscular). Os quartos traseiros
devem ser amplos, profundos e bem tonificados, firmes ao toque.
- cabeça arredondada e com boa amplitude entre os olhos. O focinho deve ser
largo e bem desenvolvido. A cabeça deve estar ligada ao corpo sem pescoço visível.
- pernas de tamanho mediano e com bom osso, não devem ser finas. Devem ter
altura suficiente para evidenciar a juba e o peito.
- orelhas não devem exceder os 7,5 cm (devem estar entre os 5,5 e os 7,5 cm de
comprimento), erectas e abertas, bem cobertas de pelo, mas não devem ser providas de
pelo longo como o angorá. Devem ser equilibradas, mantendo a proporção e a harmonia
com a cabeça e com o resto do corpo.
- olhos redondos, salientes e brilhantes. Os coelhos brancos devem ter os olhos
vermelhos ou azuis. A sua cor deve estar de acordo com a tonalidade do pelo que o
exemplar apresenta.
- juba deve ter entre 5 e 7 cm de comprimento, estendendo-se para a parte de trás
do pescoço em forma de V, caindo em farripas à volta do mesmo.
- pelagem densa, de comprimento mediano (não raso) com direção de
crescimento da cabeça para os quartos traseiros, sempre com o mesmo comprimento.
Muitas vezes uma fina linha de pelo delimita os flancos traseiros em direcção à virilha
do exemplar. Uma pequena quantidade de pelo nos flancos (saia) é admitida em
exemplares com idade igual ou inferior a 5 meses.
- a cor da juba deve apresentar a cor do sub-pelo dessa área.
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Fonte: Petbunnyecia.
Figura 18: Raça Lion.
2.9 Teddy (Figura 19) – é o coelho anão mais peludo, com exceção do Angorá.
Os padrões da raça são (Pet Bunny e Cia, 2011):
- corpo cilíndrico, uniformemente largo da frente para trás.
- pernas pequenas, finas e ligadas.
- bacia arredondada.
- cabeça firme e pescaço curto.
- pelo em todo o corpo com 6 a 10 cm de altura.
- orelhas na vertical.
- peso adulto máximo de 1,35 kg.
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Fonte: Petbunnyecia.
Figura 19: Raça Teddy.
Tipos de Alimentos
Frutas
Existem algumas restrições e a quantidade de açúcar desses alimentos é uma das
causas. De forma bem grosseira: o açúcar assim como o amido (pães, etc) estimula o
desenvolvimento de bactérias no intestino dos coelhos, causando assim um
desequilíbrio e problemas intestinais, como gases e estase que podem ser fatais, além do
ganho de peso.
Banana pode ser dada moderadamente, pois além do açúcar, tem alto teor de
potássio que causa problemas digestivos. É um dos alimentos prediletos dos coelhos.
Mamão ajuda na prevenção da estase intestinal, assim como o abacaxi que
contribui para prevenir e eliminar bolas de pelo no estômago. O segredo das frutas é a
moderação na quantidade ofertada e você terá que ir testando o paladar do seu pequeno
até conhecê-lo melhor e descobrir suas predileções.
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Vegetais
Os vegetais são uma parte muito importante da dieta. Uma variedade deve ser
dada diariamente para assegurar uma dieta equilibrada. Se o coelho estiver muito
habituado apenas a comer ração, a mudança deve ser feita gradualmente, permitindo que
o seu sistema digestivo se ajuste. Adicionar à dieta apenas um vegetal de cada vez para
que, caso o coelho apresente diarreia ou outros problemas digestivos, seja possível
identificar a origem.
Em relação à sua introdução, deve começar-se a dar cerca das 12 semanas de
vida, em pequenas quantidades e apenas um de cada vez. À medida que vão sendo
adicionados novos vegetais, ter em atenção o aparecimento de diarreia e, se se der o
caso, retirar o último vegetal adicionado à dieta.
Folha de bananeira, amendoeira e laranjeira também pode.
Folhas de goiabeira são indicadas para os episódios de diarréia.
Coelhos são herbívoros por natureza, ou seja, sua alimentação tem que ter como
base folhagens verde escuras. O que significa dizer que alface é um alimento proibido
por apresentar poder laxativo, o que causa diarreia. Como exemple de verduras temos:
capim, alfafa, feno, dente-de-leão, salsa (existem controvérsias), coentro, acelga,
brócolis, couve flor, pétalas de rosas, hortelã e trevo.
Ração
A ração comercial é altamente calórica. Assim sendo, os coelhos cuja base da
alimentação é a ração podem acabar com obesidade e com problemas de saúde
relacionados. Contudo, a ração dada em quantidades certas é um constituinte importante
da dieta, pois tem vários nutrientes importantes para o desenvolvimento animal.
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Dê preferência às rações empacotadas; as vendidas à granel, geralmente contém
poeira, fungos que podem prejudicar o pequeno. Atenção para a validade na embalagem
e sempre opte pela qualidade: isso irá se refletir na saúde do pequeno.
Feno
Esse nutriente tem que ser oferecido à vontade, pois só faz bem. Tem papel
importante no desgaste dos dentes, que estão em constante crescimento. É a base da
pirâmide alimentar apresentada na figura 20.
Fonte: Petbunnyecia
Figura 20: Maneira ideal de alimentar coelhos.
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Água
O coelho deve ter sempre à disposição água limpa e fresca, de preferência em
bebedouros de esfera por razões de higiene. O bebedouro deve ser lavado com
regularidade para impedir o desenvolvimento de fungos. No caso de bebedouros do tipo
nipple ficar atendo ao acúmulo de pelos que ficam aderidos ideal para proliferação de
microrganismos.
Higiene
Coelhos podem tomar banho, porém não devem. Coelhos não exalam mau
cheiro e limpam-se constantemente lambendo todo o corpo assim como os gatos; são
animais muito sensíveis às alterações de temperatura e um banho deve ser considerado
em último caso, pois é um momento de grande estresse para o animal. Além disso, o
fato de sua pelagem ser densa, se não for devidamente seca, pode desenvolver fungos.
O corte das unhas deve ser feito com tesoura apropriada a cada quatro ou seis
semanas, vai depender se ele vive solto ou em gaiola, pois nessa última, o desgaste é
quase nulo, ficam mais finas e há de ser ter cuidado quando convivem com crianças.
Coelhos são animais inteligentes e aprendem comandos, truques, e o básico,
como usar o seu banheirinho. Pode ser usado o banheiro para gatos: uma caixa plástica
com estrado plástico ou de metal. Para absorver os detritos, pode ser usada maravalha,
tapete higiênico ou terra vegetal. Areia para gatos não é aconselhado, pois pode causar
problemas respiratórios. É importante que eles não tenham contato principalmente com
a urina, que é rica em amônia e pode causar além de afecções oculares (isso ocorre
quando a limpeza é precária) fungos nas patas pela umidade. Por isso a presença de um
estrado ser essencial.
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Pelagem
Raças que apresentam pelagem longa precisam ser constantemente observadas,
pois formam nós ao longo no corpo e dependendo da gravidade causam dor. Por isso
semanalmente os coelhos precisam ser escovados e cortados os nós com uma tesoura
para que não aumentem prejudicando o animal. A importância também de se verificar
os nós é que podem atrapalhar a reprodução dos coelhos, já que a maioria dos nós se
formam na região traseira, comprimindo o rabo e os testículos. Os pelos compridos
também podem atrapalhar na hora da reprodução no caso de fêmeas muito peludas.
Outro cuidado é com o calor, muitas vezes o produtor pode não estar tendo
coberturas férteis devido ao calor. Coelhos com calor perdem a fertilidade por alguns
dias, em fêmeas os pode ocorrer alteração nos componentes do leite e aumentar a
mortalidade de lactentes (EL-RAFFA, 2004). O ideal seria a tosa da pelagem em épocas
de temperaturas elevadas.
Enriquecimento ambiental e alojamento
Muitas criações de mini coelhos alojam os animais em gaiolas muito pequenas.
A falta de estímulos ambientais também afeta a reprodução, dificulta que fêmeas
aceitem os machos. O ideal é colocar os coelhos em gaiolas de 80 X 60 X 40 cm no
mínimo.
De acordo com Webster (2005), existem diversas abordagens para avaliar o
bem-estar animal, que são atributos físicos (crescimento e saúde), mentais (prazer ou
sofrimento) e comportamentais:
- Atributo físico do bem estar: o animal é capaz de apresentar crescimento e
funcionamento orgânico normal, boa saúde e manutenção de uma adaptação adequada
ao meio na vida adulta?
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- Atributo comportamental do bem estar: o animal vive em um ambiente
consistente com aquele no qual a espécie evoluiu e se adaptou?
- Atributo mental do bem estar: o animal vive com uma sensação de satisfação
mental ou, pelo menos, livre de estresse mental?
A avaliação do bem estar físico é feita observando problemas de saúde,
ferimentos e necessidades nutricionais. Já a avaliação do bem estar mental é mais
difícil, pois envolve medo, frustração ou ansiedade (Broom e Johnson, 1993).
Na prática, o bem-estar é avaliado por meio de indicadores fisiológicos e
comportamentais. As medidas fisiológicas associadas ao estresse têm sido usadas
baseadas em que, se o estresse aumenta, o bem-estar diminui. Já os indicadores
comportamentais são baseados especialmente na ocorrência de comportamentos
anormais, e de comportamentos que se afastam do comportamento no ambiente natural
como automutilação, canibalismo em suínos, bicar penas em aves ou agressividade
(Broom e Molento, 2004).
Assim, a FAWC (Farm Animal Welfare Council, 1997) propôs as chamadas
“cinco liberdades”, para serem utilizadas como base para que se possa assegurar o bem-
estar dos animais. De acordo com a proposta, os sistemas de produção devem prover os
animais de liberdade contra medo e estresse, liberdade contra dor, ferimentos e doenças,
liberdade contra fome e sede, liberdade contra desconforto e liberdade para expressar
seus comportamentos normais.
Tanto o manejo diário como objetos colocados nas gaiolas são formas de
enriquecimento ambiental que influenciam no desempenho, comportamento,
mortalidade e reprodução (Jezierski e Konecka, 1996; Bilkó e Altbäcker, 2000; Verwer
et al. 2009; Dúcs et al. 2009).
Os enriquecimentos ambientais recomendados incluem a plataforma elevada,
considerada uma terceira dimensão e mais importante que o tamanho da gaiola para
láparos e animais em crescimento (EFSA, 2005). Também recomenda-se o uso de
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pranchas de plásticos perfurado para descanso dos pés, colocado sobre o arame da
gaiola para animais em crescimento e adultos. Materiais para interação podem ser
colocados, alguns materiais recomendados são pedaços de madeira e correntes (WRSA
DEUTSCHLAND, 2009).
O uso de enriquecimento ambiental para melhorar o bem-estar de animais de
laboratório foi incorporado na legislação Européia no ano de 2006 sugerindo que
forragem, blocos de feno ou pedaços de madeira sejam colocados nas gaiolas
(COUNCIL OF EUROPE).
Referências Bibliográficas
ADHRC. American Dwarf Hotot Rabbit Club. What is a Dwarf Hotot? 1983.
Disponível em: <http://www.adhrc.com/ADHRC%20Web2%20About.htm>. Acesso
em: 28 mar. 2012.
ADRC. American Dutch Rabbit Club. About Breed. 2011. Disponível em:
<http://www.dutchrabbit.com/aboutthebreed/aboutthebreed.html>. Acesso em: 28
mar. 2012.
AFRLC. American Fuzzy Lop Rabbit Club. General Breed Information. 2011.
Disponível em: <http://aflrc.weebly.com/index.html >. Acesso em: 28 mar. 2012.
AMLRC. American Mini Lop Rabbit Club. 2011. Disponível em:
<http://www.amlrc.com/>. Acesso em: 28 mar. 2012.
ANIMALIA.PT. Patologia dentária em coelhos. 2008. Disponível em:
<http://animalia.pt/canal_detalhe.php?id=253&canal=ARTIGO&categoria=10>. Acesso em: 12
abr. 2012.
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APCA. Associação Portuguesa dos Coelhos Anões. Standards. [200?]. Disponível em:
<http://www.wix.com/apcoelhosanoes/apcoelhosanoes#!standard>. Acesso em: 29
mar. 2012.
APRC. American Polish Rabbit Club. An Historical Perspective on The Polish
Rabbit. 2006. Disponível em:
<http://www.americanpolishrabbitclub.com/history.htm>. Acesso em: 28 mar. 2012.
ARBA. American Rabbits Breeders Association. Reconized Breeds. 2011. Disponível
em: <http://www.arba.net/breeds.htm>. Acesso em: 28 mar. 2012.
BILKÓ, A.; ALTBÄCKER, V. Regular handling early in the nursing period eliminates
fear responses toward human beings in wild and domestic rabbits. Developmental
Psychobiology, v. 36, p. 78-87, 2000.
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