05 a Tipologia Espectromorfológica de Denis Smalley Como Ferramenta de Análise Para a Música Eletroacústica e Para o Som No Cinema-2

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    1/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    A tipologia espectromorfolgica de Denis Smalley como ferramenta de

    anlise para a msica eletroacstica e para o som no cinema

    Juliano de [email protected]

    Rodolfo Nogueira Coelho de Souza

    USP- [email protected]

    Resumo: A msica eletroacstica impe uma srie de dificuldades ao analista por exigir o usode um vocabulrio especfico capaz de descrever os materiais sonoros e suas relaes em um

    contexto especfico. No cinema, a anlise da trilha de rudos esbarra em dificuldadessemelhantes. Neste trabalho propomosa utilizao da espectromorfologia

    1, termo cunhado em

    1986 por Denis Smalley, como ferramenta de anlise para a msica eletroacstica e para o som

    no cinema.

    Palavras-chave: Trilha sonora; espectromorfologia; msica eletroacstica; anlise.

    The spectromorphology as a tool of analysis for the electroacoustic music and for the sound in thefilm

    Abstract: Theeletroacoustic music puts a serie of difficulties to its analysts for demanding theuse of a specific vocabulary, able to describe sonorous material and its relations in a specific

    context. In the movies, the folley end sound effects analysis gets close to similar difficulties. Inthis work we propose the espectromorphology utilization, term coined in 1986 by Denis Smalley,as analysis tool for eletroacoustic music and movies sounds.

    Keywords: Soundtrack; spectromorphology; electroacoustic music; analysis.

    1. Introduo

    Uma das principais dificuldades apontadas ainda hoje no campo da anlise

    de msica eletroacstica a ausncia de uma terminologia especfica e um vocabulrio

    tcnico compartilhado entre compositores e analistas. Ciente dessa problemtica e

    percebendo a necessidade de reformulao do solfejo musical tradicional, Pierre

    Schaeffer, logo nos primeiros anos desde o advento da msica concreta na Frana2,

    props pioneiramente uma extensa terminologia e uma metodologia original para a

    anlise dos objetos sonoros que constituem a msica eletroacstica. Suas primeiras

    tentativas no sentido de criar um solfejo para a msica concreta se deu j em meados da

    dcada de 1950. Contudo, sua principal contribuio viria posteriormente com os dois

    tratados publicados na segunda metade da dcada de 60, respectivamente, o Tratado dos

    objetos musicais (Trait des objets musicaux, 1966) e o Solfejo do objeto sonoro

    (Solfge de lobjet sonore, 1967). Em ambos os trabalhos Schaeffer apresenta um

    arcabouo terico slido e capaz de sustentar parte das idiossincrasias de sua msica.

    Entre as propostas apresentadas, ele expe como ponto fundamental de sua teoria a tipo-

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    2/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    morfologia, um mtodo para solfejo cujo objetivo era identificar, classificar e descrever

    os objetos sonoros.3

    Aps a atitude pioneira de Pierre Schaeffer outros tericos se lanaram

    complicada tarefa de criar uma metodologia de anlise para a msica eletroacstica.

    Lelio Camilleri postulou um tipo de anlise baseada em uma abordagem

    multidimensional que se apoia em diversos aspectos: frequncia, dinmica,

    espacialidade, sinttica e fenomenologia (CAMILLERI apud TANZI, 2011, p. 36).

    Franois Delalande props uma metodologia baseada na eleio de elementos

    consensuais, destacados por um grupo de analistas ou ouvintes, para cada msica

    especfica (GARCIA, 2010, p. 54). Franois Bayle, por outro lado, sucessor de Pierre

    Schaeffer na direo do Groupe de Recherches Musicales, abandonou em parte a

    fenomenologia e buscou as ferramentas para fundamentar suas anlises nas cincias

    cognitivas, na semitica peirceana e na morfognese.

    Michel Chion tambm partiu do trabalho inicial de Pierre Schaeffer e

    expandiu a tipo-morfologia para os domnios semnticos e causais. Essa atitude abriu

    caminho para a efetiva aplicao dos conceitos schaefferianos nos domnios multimdia

    por incorporar os aspectos extrnsecos na anlise sonora.

    2.

    A espectromorfologia de Denis Smalley

    Com um projeto ambicioso de reformulao e simplificao da tipo-

    morfologia de Pierre Schaeffer, Danis Smalley props em 1986 a espetromorfologia4.

    No campo da anlise, o mrito da espectromorfologia est, entre outras

    coisas, em oferecer aos ouvintes e prticos da msica eletroacstica um vocabulrio

    tcnico e uma metodologia para a anlise e descrio das formas sonoras, sensaes e

    evocaes associadas com experincias do som acusmtico (BLACKBURN, 2011, p.

    5).

    Ao contrrio de Pierre Schaeffer, que via a msica eletroacstica como um

    gnero musical pretensamente reduzido a categoria de cone puro5, Smalley admite a

    semantizao e as relaes causais dos materiais sonoros. Segundo o autor, todo som e

    toda estrutura musical possui um duplo potencial, a saber:

    1) abstrato: que se refere qualidade sonora por si s;

    2) concreto: que abrange os elementos extramusicais referentes fonte

    causal e significao;

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    3/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    Smalley exemplifica esse duplo potencial do som por meio da aluso ao

    rudo de um carro se aproximando. Segundo o autor, ao considerarmos apenas as

    caractersticas sonoras intrnsecas do som percebido e a maneira como este som se

    desenvolve no tempo, eliminando sua fonte sonora, estaremos referenciando o potencial

    abstrato desse objeto sonoro. Se, por outro lado, considerarmos esse mesmo rudo

    dentro de um contexto musical onde seu papel de smbolo cultural for explcito,

    estaremos fazendo referncia ao seu potencial concreto(SMALLEY, 1986, p. 63-64).

    2.1.

    A tipologia espectromorfolgica

    Segundo Smalley (1986, p. 67) h trs tipos principais de espectro sonoro: a

    nota, o n (nodo)e o rudo. Esses tipos espectrais constituem um continuum, sendo a

    nota e o rudo os extremos opostos, e o n (nodo), o ponto intermedirio. A nota, de

    acordo com o autor, se caracteriza como sendo o som de altura definida. Essa altura

    pode ser entendida tanto no sentido tradicional (nota de piano, violo) quanto nos casos

    onde o espectro inharmnicoganha relevncia - como nos sinos e carrilhes.

    O n, que se situa no ponto intermedirio entre a nota e o rudo, um tipo

    espectral que geralmente resiste identificao de altura, como o prato suspenso e

    outros instrumentos de percusso, por exemplo. Rodolfo Coelho de Souza destaca que

    nesses sons conseguimos reconhecer uma espcie de centro de gravidade da

    distribuio das frequncias que nos permite fazer oposies de graves e agudos,

    embora seja impossvel construir uma escala de sons afinados. (COELHO DE

    SOUZA, 2010, p. 157).

    O rudo, por outro lado, no permite a identificao de altura. Na categoria

    de rudos encontram-se os sons provocados pelas ondas do mar, pelo vento, pela

    respirao, pela chuva etc.

    nota tradicional (centrada na percepo da fundamental)

    Nota espectro harmnico

    espectro inharmnico

    N (nodo)

    granulado

    Rudo

    saturado

    Figura 1: Tipologia espectral (SMALLEY, 1986, p. 65).

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    4/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    2.2.

    A Morfologia6de Smalley

    2.2.1.Arqutipos morfolgicos

    Coelho de Souza (2010, p. 162) destaca que o paradigma universal dos

    processos formais a sequncia Incio-MeioFim que, em larga escala, abrange a

    forma de uma msica e suas estruturas fraseolgicas e, em pequena escala, o

    desenvolvimento temporal de um som. Na terminologia smalleyana esse paradigma

    representado pelas fases: onset (incio), continuant (meio) e termination (fim). Essas

    fases geram trs arqutipos morfolgicos bsicos: 1) o attack-impulse (ataque-impulso),

    2) o attack-decay (ataque-decaimento), que se divide em closed attack-decay e open

    attack decay, e 3) o graduated continuant (continuao gradual). O arqutipo attack-

    impulse se caracteriza por um rpido impulso energtico que se extingue logo em

    seguida, como um estalo ou uma batida de palma; o attack-decay formado por um

    impulso energtico estendido por uma ressonncia e se extingue gradualmente; e o

    graduated continuant possui onset e termination graduais e um continuant que se

    prolonga por tempo indeterminado. Seu espectro se assemelha ao de um instrumentos

    de sopro ou arco.

    Figura 2: Arqutipos morfolgicos bsicos segundo Smalley (1986, p. 69).

    2.2.2.

    Modelos morfolgicos

    Atravs de algumas variaes dos arqutipos morfolgicos bsicos

    apresentados acima se obtm novos tipos morfolgicos denominados modelos

    morfolgicos:

    1)swelled graduated continuant: um tipo de graduated continuant com

    onsete terminationmais rpidos;

    2)modelos com onsete decaylineares;

    3)

    onsetsrevertidos.

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    5/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    Figura 3: Modelos morfolgicos segundo Smalley (1986, p. 70).

    2.2.3. Cadeias morfolgicas

    Por fim, a partir da combinao de morfologias, obtm-se o terceiro grupo

    morfolgico, que Smalley denominou de cadeia morfolgica(morphological string). O

    autor exemplifica as possibilidades de hibridismo partindo de combinaes do segundo

    arqutipo (attack-decay), onde ele faz uso de fases continuantabertas, cross-fadingde

    termination-onset e onset-termination revertidos para obter uma diversidade de novas

    morfologias.

    Figura 4: Cadeias morfolgicas segundo Smalley (1986, p. 71).

    Smalley aponta uma cadeia morfolgica especfica criada pela repetio do

    arqutipo attack-impulse. Partindo de attack-impulses separados at a compresso

    mxima, obtemos o attack-effluvium continuum, um correspondente temporal do pitch-

    effluvium continuum. O attack-effluvium continuumabrange quatro estgios de acordo

    com o nvel de compresso entre os attack-impulses: ataques-impulsos separados;

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    6/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    iterao, onde os ataques so percebidos como um objeto unificado; gro, onde os

    ataques perdem qualquer vestgio de separao entre eles; e estado efluvioso, quando os

    ataques passam a ser reconhecidos como forma de grandes fragmentos de movimento

    estrutural (SMALLEY, 1986, p. 72).

    Figura 5:Attack-effluvium continuum segundo Smalley (1986, p. 72).

    As trs categorias morfolgicas (arqutipos morfolgicos, modelos

    morfolgicos e cadeias morfolgicas) expostas e o attack-effluvium continuum

    compreendem todas as possibilidades de tipos morfolgicos identificados por Smalley.

    2.2.4. A tipologia espectromorfolgica de Smalley como ferramenta

    de anlise para a trilha sonora do cinema

    Na anlise de trilha sonora, incluindo a trilha musical e a trilha de rudos,encontramos dificuldades semelhantes quelas encontradas pelo analista de msica

    eletroacstica. Essas dificuldades se devem, em parte, ao escasso vocabulrio descritivo

    para rudos provenientes de sntese ou manipulao sonora cuja referencialidade no

    mundo real mnima ou nula. Algumas propostas foram feitas na tentativa de driblar a

    dificuldade de se descrever em palavras os sons de um filme. Entre as propostas se

    destaca a ideia de nomeao dos sons de Michel Chion (1999), que inclui a criao de

    um fundo lexicolgico constitudo de palavras utilizadas para denominar sons em todas

    as lnguas. A vantagem da nomeao que ela pode fornecer, atravs de uma nica

    palavra, inmeros dados acerca de um material sonoro. Isso exige, no entanto, um

    treinamento especfico ao analista e a acuidade para se encontrar as melhores palavras

    para se definir determinado som. EmEl sonido(1999) Chion tambm prope o uso de

    onomatopeias e smbolos musicais para a descrio de objetos sonoros. Segundo o

    autor, esses dois elementos apresentam a vantagem de serem facilmente assimilados,

    alm de serem praticamente universais.

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    7/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    A espectromorfologia proposta por Denis Smalley pode servir como

    ferramenta de anlise para elementos da trilha sonora cujas palavras ou terminologias

    tradicionais no so suficientes, ou para os casos onde se faz necessrio descrever o

    contedo interno de um som qualquer. No intuito desse trabalho exemplificar atravs

    de anlises de casos de filmes todas as possibilidades de aplicao das categorias

    morfolgicas propostas por Smalley, no entanto, apresentaremos a seguir alguns casos

    simples onde os trs arqutipos morfolgicos bsicos podem ser facilmente

    reconhecidos:

    Os trs ataques graves criados com o sintetizador moog, que tentam simular

    ataques de tmpanos e antecedem a entrada da Msica para o funeral da Rainha

    Maria7 na abertura do filme Laranja Mecnica, podem ser identificados como

    exemplos do arqutipo morfolgico open attack-decay, pois, assim como o som

    esperado de um tmpano real, esses sons simulados sinteticamente so formados por

    ataques incisivos seguidos de um lento decaimento. Por outro lado, no momento em que

    a msica de Henry Purcell comea, os mesmo sons adquirem um decaimento mais

    rpido (como se os tmpanos fossem abafados sutilmente aps os ataques) e passam a

    representar o arqutipo close attack-decay. Sons de exploses e tiros em locais de

    grande reverberao em filmes de ao tambm representam exemplos de attack-decay.

    J as palmas dos drugs (aproximadamente aos 320 de filme), bem como os demais

    sons de pancadas constituem tpicos exemplos do arqutipo attack-impulse, pois so

    formados de ataques seguidos imediatamente por finais abruptos. Como exemplo de

    graduated continuant temos os inmeros sons sintetizados que simulam cordas na trilha

    musical. Esses sons se caracterizam por ataques e decaimentos que crescem e

    decrescem gradualmente.

    3. Concluso

    Procuramos demonstrar nesse artigo que a tipologia espectromorfolgica

    proposta por Denis Smalley se mostra uma ferramenta til e adequada para a anlise de

    elementos da trilha sonora (incluindo msica e rudos) provenientes de tcnicas

    eletroacsticas, visto que ela pode oferecer ao pesquisador uma metodologia e um

    vocabulrio capazes de destacar, classificar e descrever adequadamente o complexo

    universo sonoro de um filme.

  • 7/24/2019 05 a Tipologia Espectromorfolgica de Denis Smalley Como Ferramenta de Anlise Para a Msica Eletroacstica e

    8/8

    XXIII Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ps-Graduao em Msica Natal2013

    Referncias bibliogrficas

    BLACKBURN, Manuella. The Visual Sound-Shapes of Spectromorphology: an

    illustrative guide to composition. Organised Sound, v. 16, no. 1, p. 5-13. Cambridge

    University Press, 2011.

    CHION, Michel.El sonido: Msica, cine, literatura. Barcelona: Piads, 1999.

    ____________. Guide to Sound Objects: Pierre Schaeffer and musical research .

    Traduo para o ingles por John Dack e Christine North. Electroacoustic Resource Site.

    Disponvel em:

    . Acessado

    em: 24/04/2012.

    COELHO DE SOUZA, Rodolfo N. Da Interao entre Sons Instrumentais e

    Eletrnicos. In: KELLER, Damin; BUDASZ, Rogrio (orgs.). Criao musical e

    tecnologias: teoria e prtica interdisciplinar, p. 149-179. Goinia: ANPPOM, 2010.

    GARCIA, Denise Hortncia Lopes. Partitura de Escuta: confluncia entre sonologia e

    anlise musical. In: I Simpsio Brasileiro de Ps-Graduandos em Msica (SIMPOM),

    p. 52-61. Rio de Janeiro: Unirio, 2010.

    SMALLEY, Denis. Spectromorphology and structuring processes. In: EMMERSON,

    Simon (org.), The language of electroacoustic music, p. 6193. Nova York: Harwood

    Academic, 1986.

    ________________. Spectromorphology: explaining sound-shapes. Cambridge

    University Press: Organised Sound, vol.2: p.106-126, 1997.

    TANZI, Dante. Extramusical Meanings and Spectromorphology. In: Organised Sound

    (2011), 16: 36-41 - Cambridge University Press.

    Notas

    1

    Uma ferramenta para descrever e analisar a experincia da audio. (SMALLEY, 1997, p. 107).2 A msica concreta foi criada por Pierre Schaeffer em 1948.

    3A identificao consiste em separar e isolar os sons em pequenas unidades sonoras. Com a classificao

    se pretende classificar os objetos sonoros em tipos caractersticos. A descrio consiste em descreverdetalhadamente suas caractersticas. (CHION, 2009, p. 124).4Smalley define a espectromorfologia como sendo o resultado da interao do espectro sonoro (espectro-

    ) no tempo (-morfologia) (SMALLEY, 1997, p. 107). O termo foi apresentado pela primeira vez em seutrabalho intitulado em seu texto Spectro-morphology and Structuring Processes,em seu texto Spectro-morphology and Structuring Processes.5 A ideia utpica defendida por Schaeffer de uma msica baseada unicamente em signos icnicos

    pressupe a eliminao, por parte do compositor e do ouvinte, de toda referencialidade e significaoproveniente dos materiais sonoros. Segundo o autor, esse tipo de atitude s seria possvel a partir da

    escuta reduzida, nome dado por Schaeffer a um tipo especfico de escuta na qual o ouvinte seria capaz

    de esvaziar toda referencialidade extrnseca ao material sonoro em si.6A morfologia se refere descrio do comportamento de um som ao longo do tempo.

    http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=76427&fulltextType=RA&fileId=S1355771897009059http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=76427&fulltextType=RA&fileId=S1355771897009059http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=76427&fulltextType=RA&fileId=S1355771897009059http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=76427&fulltextType=RA&fileId=S1355771897009059http://journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=76427&fulltextType=RA&fileId=S1355771897009059