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1 Explora As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda? Reflexões acerca dos novos desafios no ensino de Físico-Química 7.° ano de escolaridade Duarte Nuno Januário Eliana do Carmo Correia Carlos Brás Oo

1 Metas Curriculares 7ºano

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Explora

As Metas Curriculares de Físico-Química: o que muda?Reflexões acerca dos novos desafios no ensino de Físico-Química 7.° ano de escolaridade

Duarte Nuno JanuárioEliana do Carmo CorreiaCarlos Brás

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1. Introdução

[1] Aspetos essenciais relativos à implementação das Metas Curriculares.

Metas Curriculares

Estabelecem o que os alunos devem

alcançar

Raciocínio e comunicação

considerados em todos os descritores

A sequência apresentada

pode ser alterada

Descritores de carácter

experimental obrigatórios

Conteúdos deverão ser integrados numa

perspetiva CTS

A Revisão da Estrutura Curricular, aprovada em março de 2012 pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC, 2012), remeteu para a aprovação de “objetivos claros, rigorosos, mensuráveis e avaliáveis, através da elaboração de novas metas curriculares e de uma revisão e possível reformulação de programas”. Esta veio a concretizar-se, na Física e Química em particular, através da homologação das Metas Curriculares, em abril de 2013 (MEC, 2013).

As Metas Curriculares para os 7.°, 8.° e 9.° anos de escolaridade foram homologadas em 16 de abril de 2013, passando a constituir um referencial para a disciplina, nomeadamente no que concerne à avaliação externa dos alunos. As Metas Curriculares têm como base os elementos essenciais das Orientações Curriculares para o 3.° Ciclo do Ensino Básico (DEB, 2001), destacando-se alguns aspetos essenciais relativos à sua implementação.

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Os professores poderão ir além

do indicado

Domínio Subdomínio

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[2] Entrada em vigor das Metas Curriculares.

Recomendações

7.º, 8.º e 9.º anos

2013/14Obrigatório

7.º e 8.º anos

2014/15Obrigatório

9.º e 10.º anos

2015/16Obrigatório

11.º ano

2016/17Obrigatório

12.º ano

2017/18

2. Calendarização

3. As Metas Curriculares no 7.º ano de Físico-Química

As Metas Curriculares constituem o referencial para o ensino da disciplina, devendo ser consideradas desde o ano letivo 2013-14, para os 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade.

Serão o referencial da avaliação externa dos alunos a partir do ano em que se tornem obrigatórias.

As Metas Curriculares encontram-se organizadas por domínios e subdomínios, aos quais se associam objetivos gerais pormenorizados por descritores.

O esquema seguinte traduz a organização das Metas Curriculares para o 7.º ano de escolaridade.

7.º ano Materiais

Espaço

Fontes de energia e transferências de energia

Energia

Constituição do mundo material

Substâncias e misturas

Transformações físicas e químicas

Propriedades físicas e químicas dos materiais

Separação das substâncias de uma mistura

Universo

Sistema Solar

Distâncias no Universo

A Terra, a Lua e forças gravíticas

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3.1. Objetivos gerais, por subdomínioNa tabela seguinte resumem-se os objetivos gerais, para cada subdomínio.

Objetivos gerais Objetivos geraisSubdomínio Subdomínio

• Conhecer e compreender a constituição do Universo, localizando a Terra, e reconhecer o papel da observação e dos instrumentos na nossa perceção do Universo.

Universo• Conhecer algumas distâncias

no Universo e utilizar unidades de distância adequadas às várias escalas do Universo.

Distâncias no Universo

• Conhecer e compreender o Sistema Solar, aplicando os conhecimentos adquiridos.

Sistema Solar

• Conhecer e compreender os movimentos da Terra e da Lua.

• Compreender as ações do Sol sobre a Terra e da Terra sobre a Lua e corpos perto da superfície terrestre, reconhecendo o papel da força gravítica.

A Terra, a Lua e forças

gravíticas

• Reconhecer a enorme variedade de materiais com diferentes propriedades e usos, assim como o papel da Química na identificação e transformação desses materiais.

Constituição do mundomaterial

• Reconhecer propriedades físicas e químicas das substâncias que as permitem distinguir e identificar.

Propriedades físicas

e químicasdos materiais

• Compreender a classificação dos materiais em substâncias e misturas.

• Caracterizar, qualitativa e quantitativamente, uma solução e preparar laboratorialmente, em segurança, soluções aquosas de uma dada concentração, em massa.

Substâncias e misturas

• Conhecer processos físicos de separação e aplicá-los na separação de componentes de misturas homogéneas e heterogéneas usando técnicas laboratoriais.

Separação das substânciasde uma mistura

• Reconhecer transformações físicas e químicas e concluir que as transformações de substâncias podem envolver absorção ou libertação de energia.

Transformações físicas

e químicas

• Reconhecer que a energia está associada a sistemas, que se transfere conservando-se globalmente, que as fontes de energia são relevantes na sociedade e que há vários processos de transferência de energia.

Fontes de energia e transferências

de energia

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3.2. Descritores obrigatórios, de carácter experimental

A obrigatoriedade dos descritores com conteúdos de carácter experimental é claramente assinalada e justificada pela base experimental da Físico-Química. Estes descritores não se encontram, no entanto, discriminados dos restantes, pelo que é importante a sua sinalização.

No presente documento, assinalam-se todos os descritores que se revelem eminentemente práticos, ainda que não sejam evidentemente de carácter experimental. Alguns dos descritores assinalados encontram-se associados em termos de conteúdos e deverão ser agrupados numa única atividade experimental.

• Construir um modelo de Sistema Solar usando a unidade astronómica como unidade e desprezando as dimensões dos diâmetros dos planetas.

• Medir o comprimento de uma sombra ao longo do dia, traçar um gráfico desse comprimento em função do tempo e relacionar esta experiência com os relógios de sol.

• Concluir, a partir das medições do peso de massas marcadas, que as grandezas peso e massa são diretamente proporcionais.

• Aplicar, em problemas, a proporcionalidade direta entre peso e massa, incluindo a análise gráfica.

Espaço

• Selecionar material de laboratório adequado para preparar uma solução aquosa a partir de um soluto sólido.

• Identificar e ordenar as etapas necessárias à preparação, em laboratório, de uma solução aquosa, a partir de um soluto sólido.

• Preparar laboratorialmente uma solução aquosa com uma determinada concentração, em massa, a partir de um soluto sólido.

• Medir a massa volúmica de materiais sólidos e líquidos usando técnicas laboratoriais básicas.

• Descrever os resultados de testes químicos simples para detetar substâncias (água, amido, dióxido de carbono) a partir da sua realização laboratorial.

• Selecionar o(s) processo(s) de separação mais adequado(s) para separar os componentes de uma mistura, tendo em conta a sua constituição e algumas propriedades físicas dos seus componentes.

• Separar os componentes de uma mistura usando as técnicas laboratoriais básicas de separação, na sequência correta.

Materiais

• Medir temperaturas usando termómetros (com escalas em graus Celsius) e associar a temperatura à maior ou menor agitação dos corpúsculos submicroscópicos.

Energia

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4. Algumas diferenças significativas

5. Notas finais

As novas Metas Curriculares desaconselham a abordagem de algumas temáticas, sugerindo a introdução de outras.

As Metas Curriculares vão em breve entrar na rotina dos professores de Física e de Química do Ensino Básico e Secundário, pelo que são fundamentais a análise e a interpretação pessoal por parte de cada docente da disciplina.

Uma leitura cuidada do documento em estudo não deixará de evidenciar a ênfase que foi colocada na objetividade, por um lado, e na possibilidade de avaliar resultados, por outro.

Enquanto a objetividade potencia a redução da ansiedade, contribuindo com uma maior segurança na prática docente, a avaliação dos resultados é quase sempre geradora de incertezas e receios. Saiba cada um encontrar o equilíbrio entre estas duas vertentes, no sentido de um melhor desempenho profissional, associado a aprendizagens mais duradouras para os alunos.

ReferênciasMEC – Ministério da Educação e Ciência (2012). Revisão da Estrutura Curricular.

Em http://bit.ly/H8Cr2e, consultado em outubro de 2013.

MEC – Ministério da Educação e Ciência (2013). Metas Curriculares do 3.º Ciclo do Ensino Básico – Ciências Físico-Químicas. Em http://bit.ly/16loHba, consultado em outubro de 2013.

DEB – Departamento da Educação Básica (2001). Orientações Curriculares Ciências Físicas e Naturais – 3.º ciclo. Em http://bit.ly/10or2nP, consultado em outubro de 2013.

Legislação relevante• Revogação do “Currículo Nacional do Ensino Básico – Competências Essenciais” Despacho n.º 17169/2011, de 23 de dezembro de 2011. Em http://bit.ly/X0K7Jj, consultado em outubro de 2013.

• Homologação das Metas Curriculares Despacho n.º 5122/2013, de 16 de abril de 2013. Em http://bit.ly/17eSjKV, consultado em outubro de 2013.

• Calendário de implementação Despacho n.º 15971/2012, de 14 de dezembro de 2012. Em http://bit.ly/19e8Yee, consultado em outubro de 2013.

Sugere-se a abordagem de:

• Representação de números grandes com potências de base 10.• Interpretação do significado da velocidade da luz.• Utilização de testes químicos rápidos (colorimétricos) disponíveis em kits.• Realização de testes químicos simples para detetar substâncias (água, amido e dióxido de carbono).

7.º ano

Não se sugere a abordagem de:

• Conceito de rapidez média.• Interpretação das marés enquanto resultado da conjugação de interações gravíticas.• Transformações de energia e identificação de manifestações de energia cinética e potencial.• Princípio da conservação da energia em transferências de energia, energia útil e energia dissipada.