16- Patricia Mirandola DOUT 2006

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GEOCINCIAS

    PS-GRADUAO EM GEOGRAFIA

    Rio de Janeiro RJ

    2006

    ANLISE GEO-AMBIENTAL MULTITEMPORAL PARA FINS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL: UM EXEMPLO APLICADO

    BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL, MATO GROSSO - BRASIL

    Patrcia Helena Mirandola Avelino

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE GEOCINCIAS PS-GRADUAO EM GEOGRAFIA

    ANLISE GEO-AMBIENTAL MULTITEMPORAL PARA FINS DE PLANEJAMENTO AMBIENTAL: UM EXEMPLO APLICADO BACIA

    HIDROGRFICA DO RIO CABAAL, MATO GROSSO BRASIL

    Patrcia Helena Mirandola Avelino Orientador: Prof. Dr. Mauro Sergio Fernandes Argento

    Tese submetida ao corpo docente do Programa de Ps-Graduao em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessrios para a obteno do grau de Doutor em Cincias em Geografia

    Rio de Janeiro RJ 2006

  • 3

    FICHA CATALOGRFICA

    MIRANDOLA-AVELINO, Patricia Helena.

    Anlise Geo-Ambiental Multitemporal para fins de

    Planejamento Ambiental: Um exemplo aplicado Bacia

    Hidrogrfica do Rio Cabaal, Mato Grosso Brasil. Patricia

    Helena Mirandola Avelino - Rio de Janeiro: UFRJ/ Geocincias,

    2006.

    X, 317 p.

    Tese de Doutorado Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Programa de Ps-graduao em Geografia (PPGG), Instituto

    de Geocincias, Departamento de Geografia.

    1. Anlise Ambiental 2. Geoprocessamento

    3. Planejamento 4. Bacia do Rio Cabaal.

  • ii

    ANLISE GEO-AMBIENTAL MULTITEMPORAL PARA FINS DE PLANEJAMENTO E GESTO AMBIENTAL: UM EXEMPLO APLICADO BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL,

    MATO GROSSO - BRASIL.

    Patrcia Helena Mirandola Avelino

    COMISSO EXAMINADORA

    _________________________________________________ Prof. Dr. Mauro Srgio Fernandes Argento (Orientador)

    _________________________________________________ Prof. Dr. Antonio Jos Teixeira Guerra

    _________________________________________________ Profa. Dra. Clia Alves de Souza

    _________________________________________________ Prof. Dr. Jorge Soares Marques

    _________________________________________________ Prof. Dr. Wallace de Oliveira

    Rio de Janeiro RJ 2006

  • iii

    DEDICATRIA

    Ao China, meu companheiro, por tentar me mostrar que a vida feita de fases e que podemos super-las

    a cada dia, cada vez melhor.

    Ao Lucas pelo seu jeitinho peralta disputando todos os dias minha ateno com o computador, sem entender que isso era

    necessrio, mas me amando mesmo assim nas horas que lhe sobravam;

    A minha princesa Beatriz, que me alimentou de beijos todos os dias e todas as

    horas, principalmente quando passava perto do computador e me via trabalhando, essa foi sua forma de incentivo e demonstrar seu amor.

    Saiba hoje e sempre que esses beijos foram fundamentais para passar por mais esta etapa.

    Aos meus pais Pedro e Helena, pelo amor e compreenso.

    Alessandra e Leandro, irmos queridos.

    Maria Clara pelo seu carinho e amor.

    A Girlene minha fiel escudeira de todas as horas por amar meus filhos e por ter

    suprido minhas ausncias dispensando o mais puro carinho a eles.

    A Deus e a tudo que me remeta sua presena, como as inmeras flores e

    rvores dos incontveis jardins que percorri at hoje chegar aqui.

  • iv

    AGRADECIMENTOS

    Considero que a elaborao de uma tese de doutorado um produto coletivo embora sua redao, responsabilidade e stress sejam predominantemente individuais. Vrias pessoas contriburam para que este trabalho chegasse a bom termo. A todas elas registro minha gratido. Ao meu orientador, Prof. Dr. Mauro Sergio Fernandes Argento, por compartilhar comigo sua sabedoria, seu tempo restrito, sendo um interlocutor disposto a oferecer estmulos e, principalmente, a percorrer novos caminhos, ouvir com interesse e nimo todas as questes, dvidas e problemas que surgiam durante o processo de reflexo. Por sua amizade, principalmente, pela compreenso silenciosa das situaes que ocorreram ao longo dessa jornada pelas quais passei, permitindo que meu tempo interno flusse e minha organizao pudesse ser retomada, pela alegria de trabalharmos juntos. Ao Prof. Dr. Antonio Jos Teixeira Guerra, por ter despertado meu interesse pelas questes ambientais da Geografia e pelas excelentes sugestes oferecidas durante o exame de qualificao, mesmo se algumas delas no pude (ou soube) aproveitar devidamente. Professora Dra. Carla Bernadete Madureira Cruz, que me ofereceu, tambm durante o exame de qualificao, muitas sugestes, exemplos e crticas fundamentais construo dessa tese. Ao Professor Dr. Jorge Soares Marques pela disponibilidade de contribuir com esse trabalho e torn-lo ainda melhor. Ao Professor Dr. Deocleciano Bittencourt Rosa pelo seu apoio nas sadas de campo, pela leitura de parte dessa tese e, principalmente, pela sua amizade. Ao Prof. Dr. Wallace de Oliveira por sua amizade e por sua disponibilidade em ser membro da banca examinadora. Prof. Dra. Clia Alves de Souza que acompanhou todas as etapas dessa pesquisa, desde a entrada no doutorado at o recorte espacial do objeto de estudo, agradeo sua amizade, sua acolhida. Ao amigo Dr. Juberto Babilnia de Sousa, que me auxiliou nas questes de solo deste trabalho com seus conhecimentos imprescindveis da rea.

  • v

    Ao amigo Dr. Marcos Henrique Dias Silveira, por ter me auxiliado na manipulao dos dados estatsticos deste trabalho. Dra. Sheila Dias Maciel por ter corrigido este trabalho, tornando sua leitura mais clara em alguns pontos. minha amiga Waldenize Nascimento por sempre me ouvir e nunca reclamar, coisas de uma super amiga. Greice amiga de todas as horas. Aos amigos Alzira, Agenor, Vnia, Kiko, Elaine, Csar, Sheila, Marcos, Lika, Srgio pelas novas amizades e pela consagrao das mais antigas, mais um passo, mais uma conquista e vocs presentes. Ao meu amigo Flvio, nico e leal, que me ajudou em todos os trabalhos de campo abrindo porteiras, segurando o GPS, marcando coordenadas, fotografando, dirigindo, andando pelo mato, rindo, me ouvindo, cantando, passando fome, dormindo mal, saiba que sem sua presena e ajuda esse trabalho no teria alcanado seus objetivos. Obrigado por voc existir assim desse jeitinho. minha amiga Gislaine que mesmo sem ser da rea, compartilhou todas minhas alegrias e tristezas ao longo desses anos, com suas palavras sbias, mostrou-me alguns caminhos mais fceis para conduzir as principais dificuldades, amiga amo voc. A Maria pelo seu carinho e por ter se tornado minha mais nova amiga. Ao meu amigo Ary Rezende, primeiro pelo seu incentivo, segundo pelo seu carinho, terceiro por acreditar em meu potencial e quarto por tornar minhas palavras mais belas com seus trabalhos de editorao. Aos alunos do curso de bacharelado e licenciatura em geografia por me incentivarem a buscar novos caminhos, possibilidades e muitas alternativas pra que juntos possamos chegar cada vez mais longe. Aos meus queridinhos Csar, Franciele, Mnica, Vivian, Fernanda, Rose, que hoje so como filhos acadmicos, a quem quero orientar hoje e no perder de vista amanh, alunos expoentes que tm sede de sabedoria e driblan com entusiasmo todas as dificuldades, e mesmo com suas poucas experincias j so vencedores.

  • vi

    A todos os colegas e professores, do curso de ps-graduao pelo carinho e pela convivncia harmoniosa estabelecida durante esses anos, em especial ao Rogrio, Ruy, Adriani e Cludio. A todos meus ex-colegas do departamento de Geografia da Universidade Estadual de Mato Grosso, em especial a Olinda, Vera, Dilma, Clvis, pelos anos de convivncia em uma parte da minha trajetria acadmica. Aos meus atuais colegas de trabalho da UFMS Edma, Wallace, Arnaldo Sakamoto, Luiza, Rose, Arlinda, Llian, Jodenir e ngela pela acolhida nessa nova etapa de minha vida acadmica em especial a Conceio pelo seu carinho, proporcionando-me conviver com sua sabedoria e amizade. Aos funcionrios da UFRJ/Geografia, em especial aos da Ps-Graduao, Biblioteca, que muito facilitam nossa tumultuada vida acadmica. Ildione secretria da Ps-Graduao da UFRJ pelo apoio nas correspondncias e pelo carinho que me dispensou. UNEMAT E CAPES pelo apoio financeiro no decorrer de parte deste curso. Rubem Alves fala sobre os jardins e sobre os jardineiros, acredito na vida, acredito nas pessoas que compem essa vida, por isso compartilho com vocs que sem meus amigos e minha famlia esse trabalho no teria sido realizado. Sem meus jardineiros de planto para regar e cuidar de minhas flores nada disso seria produzido! Esse s o comeo de um caminho longo pela cincia geogrfica!!!!!

  • vii

    O que que se encontra no incio? O jardim ou o jardineiro?. o jardineiro. Havendo um jardineiro, mais cedo ou mais tarde um jardim aparecer. Mas, havendo

    um jardim sem jardineiro, mais cedo ou mais tarde ele desaparecer. O que um jardineiro? Uma pessoa cujo pensamento est cheio de jardins. O que faz um jardim so os pensamentos do jardineiro.

    O que faz um povo so os pensamentos daqueles que o compem. (Rubem Alves)

  • viii

    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS......................................................................................... xiii

    LISTA DE TABELAS........................................................................................ xvi

    LISTA DE FOTOS............................................................................................. xix

    LISTA DE QUADROS....................................................................................... xxiii

    LISTA DE GRFICOS...................................................................................... xxiii

    LISTA DE ANEXOS.......................................................................................... xxiii

    LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS........................................................... xxiv

    RESUMO........................................................................................................... xxvi

    ABSTRACT....................................................................................................... xxvii

    CAPTULO 1..................................................................................................... 1

    INTRODUO.................................................................................................. 2

    1.1 OBJETIVOS........................................................................................... 4

    1.1.1 Objetivo Geral.................................................................................. 4

    1.1.2 Objetivos Especficos....................................................................... 4

    CAPTULO 2..................................................................................................... 8

    2 CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO NUMA PESPECTIVA SISTMICA................................................................................................. 9

    2.1 LOCALIZAO DA REA DE ESTUDO............................................... 9

    CAPTULO 3..................................................................................................... 15

    3 FUNDAMENTAO TERICA.................................................................. 16

    3.1 IMPACTOS AMBIENTAIS..................................................................... 17

    3.2 GEOPROCESSAMENTO...................................................................... 22

    3.2.1 Cartografia Digital............................................................................. 22

    3.2.2 Sensoriamento Remoto.................................................................... 23

    3.2.2.1 Principais aplicaes do Sensoriamento Remoto....................... 27

  • ix

    3.2.3 Sistemas de Informao Geogrfica................................................ 28

    3.2.3.1 Conceituao da tecnologia dos Sistemas de Informao

    Geogrfica (SIG)......................................................................... 30

    3.2.3.2 Evoluo da tecnologia dos Sistemas de Informao

    Geogrfica (SIG) no contexto mundial e nacional...................... 32

    3.2.3.3 Conceitos e estrutura de um Sistema de Informao

    Geogrfica (SIG)......................................................................... 36

    3.2.3.4 Potencialidades e restries dos Sistemas de Informao

    Geogrfica (SIG) na pesquisa geogrfica................................... 39

    3.3 TEORIA GERAL DOS SISTEMAS........................................................ 47

    CAPTULO 4..................................................................................................... 56

    4 TRANSFORMAES SCIO-AMBIENTAIS DO SUBSISTEMA BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL NUMA PERSPECTIVA SISTMICA.................................................................................................. 57

    4.1 OS PROJETOS DE COLONIZAO EM MATO GROSSO -PREMISSAS DO PROCESSO DE OCUPAO................................. 27

    4.2 HISTRICO DE OCUPAO DOS MUNICPIOS DA BACIA DO RIOCABAAL.............................................................................................. 61

    CAPTULO 5..................................................................................................... 70

    5 CARACTERIZAES DOS ELEMENTOS AMBIENTAIS RELACIONADOS S PARTES COMPONENTES DA BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL........................................................ 71

    5.1 ASPECTOS CLIMTICOS.................................................................... 72

    5.2 ASPECTOS GEOLGICOS E LITOLGICOS..................................... 76

    5.2.1 Formao Pantanal.......................................................................... 76

    5.2.2 Grupo Parecis.................................................................................. 77

    5.2.2.1 Formao Utiariti........................................................................ 78

    5.2.2.2 Formao Salto das Nuvens...................................................... 80

    5.2.3 Grupo Alto Paraguai........................................................................ 80

    5.2.3.1 Formao Raizama.................................................................... 81

  • x

    5.2.3.2 Formao Araras........................................................................ 81

    5.2.3.3 Formao Bauxi.......................................................................... 82

    5.2.4 Sute intrusiva Guap....................................................................... 82

    5.2.4.1 Grupo Rio Branco....................................................................... 83

    5.2.4.2 Grupo Aguapei............................................................................ 84

    5.2.4.2.1 Formao Morro Cristalino.................................................... 85

    5.2.4.2.2 Formao Fortuna................................................................. 86

    5.2.4.2.3 Formao Vale da Promisso............................................... 87

    5.2.7 Sute intrusiva Rio Alegre................................................................. 88

    5.2.8 Complexo do Xingu.......................................................................... 90

    5.3 ASPECTOS GEOMORFOLGICOS.................................................... 94

    5.3.1 Planalto dos Parecis......................................................................... 96

    5.3.2 Depresso do Alto Paraguai............................................................ 100

    5.3.3 Provncia Serrana............................................................................. 102

    5.4 CARACTERIZAO PEDOLGICA DA BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL MT............................................................................. 107

    5.4.1 Latossolos........................................................................................ 111

    5.4.2 Nitossolos......................................................................................... 114

    5.4.3 Argissolos......................................................................................... 116

    5.4.4 Gleissolos......................................................................................... 118

    5.4.5 Neossolos......................................................................................... 120

    5.5 CARACTERIZAO DA VEGETAO................................................ 125

    5.5.1 Regio da Savana Cerrado........................................................... 127

    5.5.2 Savana Arbrea Densa.................................................................... 134

    4.5.2.1 Savana Arbrea Aberta sem Floresta de Galeria....................... 138

    4.5.2.2 Savana Parque com Floresta de Galeria.................................... 139

    5.5.3 Floresta Estacional Semidecidual.................................................... 140

  • xi

    5.5.3.1 Floresta Aluvial Dossel Emergente Fae Mata.......................... 141

    5.5.3.2 Floresta Submontana Dossel Emergente................................... 147

    5.5.4 Regio da Floresta Estacional Decidual.......................................... 147

    5.5.5 Floresta Submontana....................................................................... 148

    5.5.6 reas de Tenso Ecolgica Contato Savana/Floresta Estacional......................................................................................... 150

    CAPTULO 6..................................................................................................... 155

    6 MATERIAIS E MTODOS........................................................................... 156

    6.1 TRABALHOS DE GABINETE................................................................ 157

    6.1.1 Levantamento bibliogrfico.............................................................. 157

    6.1.2 Levantamento da base operacional................................................. 158

    6.1.2.1 Elaborao da base cartogrfica................................................ 163

    6.1.2.2 Composio terica da estrutura sistmica................................ 163

    6.1.2.3 Usos da Tecnologia do Geoprocessamento............................... 164

    6.1.2.3.1 Sensoriamento Remoto......................................................... 165

    6.1.2.3.1.1 Implantao do Banco de Dados.................................. 166

    6.1.2.3.1.2 Processamento Digital de Imagens............................... 166

    6.1.2.3.1.2.1 Registro de Imagem................................................. 166

    6.1.2.3.1.2.2 Mosaico das Imagens.............................................. 169

    6.1.2. 3.1.2.3 Recorte das Imagens............................................... 170

    6.1.2.3.2 Mapeamento de Uso e Cobertura da Terra na Bacia

    Hidrogrfica do rio Cabaal utilizando o software SPRING 4.2.......................................................................................... 172

    6.1.2.4 Gerao da estrutura sistmica no Banco de Dados Geoambientais (BDG)................................................................. 181

    CAPTULO 7..................................................................................................... 184

    7 O SUBSISTEMA BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL ANALISADO POR MEIO DE ATRIBUTOS E PROPRIEDADES ASSOCIADOS S ATIVIDADES AGRCOLAS......................................... 185

  • xii

    7.1 A AGRICULTURA PRESENTE NA BACIA DO RIO CABAAL............ 186

    7.2 ANLISE GERAL DAS MUDANAS OCORRIDAS A PARTIR DE

    DADOS ESTATSTICOS DE AGRICULTURA NA BACIA DO RIO CABAAL.............................................................................................. 211

    CAPTULO 8..................................................................................................... 219

    8 CENRIOS DAS ALTERAES AMBIENTAIS DA BACIA HIDROGRFICA DO RIO CABAAL A PARTIR DA DCADA DE 80................................................................................................................. 220

    8.1 ESTTISCA AMBIENTAL DAS REAS DESMATADAS NOS

    MUNICPIOS PERTENCENTES BACIA DO RIO CABAAL............ 226

    8.2 AS ALTERAES DE USO E OCUPAO DO SOLO DA BACIA

    HIDROGRFICA DO RIO CABAAL ANALISADAS ATRAVS DE DADOS ESTATSTICOS....................................................................... 239

    8.3 AS MODIFICAES TEMPORO-ESPACIAIS DA BACIA

    HIDROGRFICA DO RIO CABAAL ANALISADAS ATRAVS DE TCNICAS DE GEOPROCESSAMENTO............................................ 244

    CAPTULO 9..................................................................................................... 252

    9 CONSIDEROES FINAIS............................................................................ 253

    9.1 Quanto coleta de dados....................................................................... 254

    9.2 Quanto aos mapeamentos...................................................................... 256

    9.3 Quanto metodologia empregada......................................................... 258

    9.4 Quanto ao potencial da tecnologia de geoprocessamento................... 260

    9.5 Quanto s recomendaes em funo dos mecanismos monitoramento....................................................................................... 261

    BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 264

    ANEXOS........................................................................................................... 285

  • xiii

    LISTA DE FIGURAS:

    FIGURA 1 Mapa de Localizao da Bacia Hidrogrfica do Rio Cabaal - MT.. 11

    FIGURA 2 Mapa de Localizaes das cidades e distritos da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal - MT..................................................... 14

    FIGURA 3 Hierarquia dos principais componentes de um GIS......................... 39

    FIGURA 4 Diagrama da modelagem segundo o paradigma dos quatro universos.......................................................................................... 40

    FIGURA 5 Organizao de nveis grficos na forma de nveis de informao.. 43

    FIGURA 6 Mapa dos Desmembramentos do Territrio de Cceres................. 65

    FIGURA 7 Delimitao da Bacia do Alto Paraguai............................................ 73

    FIGURA 8 Mapa Geolgico da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT.......... 93

    FIGURA 9 Mapa Geomorfolgico da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT. 104

    FIGURA 10 Mapa da Altimetria da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT....... 105

    FIGURA 11 Bloco Diagrama do relevo da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT.................................................................................................... 105

    FIGURA 12 Perfis Hipotticos ilustrando diferentes horizontes e camadas de solo................................................................................................... 108

    FIGURA 13 Mapa Pedolgico da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT......... 124

    FIGURA 14 Sucesso vegetal para o Cerrado.................................................... 130

    FIGURA 15 Peroba do Campo (Aspidosperma macrocarpon Mart.)................... 131

    FIGURA 16 Angico do Campo (Anadenathera falcata Benth.Speg)................... 132

    FIGURA 17 Ip do Cerrado (Tabebuia urea Mart. Bur.).................................... 133

    FIGURA 18 Mapa de Vegetao da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT.... 152

    FIGURA 19 Mapa da articulao das Cartas Topogrficas................................. 159

    FIGURA 20 Esquema da etapa de digitalizao das Cartas Topogrficas, correo geomtrica e vetorizao.................................................. 161

    FIGURA 21 Esquema de transferncia de dados de arquivos DXF para ambiente SIG................................................................................... 162

  • xiv

    FIGURA 22 Mdulo de criao do Banco de Dados no Sistema de Informao Geogrfica SPRING 4.2.................................................................. 165

    FIGURA 23 Mdulo de criao de Projetos no Sistema de Informao Geogrfica SPRING........................................................................................................... 166

    FIGURA 24 Imagem Pancromtica Banda 3 Landsat 7, 2001, mostrando os pontos de controle possveis de serem georreferenciado na imagem para atualizao via GPS................................................... 167

    FIGURA 25 Mdulo de Registro no Sistema de Informao Geogrfica SPRING 4.2.................................................................................... 168

    FIGURA 26 Mdulo de Mosaico no Sistema de Informao Geogrfica SPRING 4.2.................................................................................... 169

    FIGURA 27 Mdulo de Recorte de Plano de Informao no Sistema de Informao Geogrfica SPRING 4.2............................................... 170

    FIGURA 28 Esquema das etapas de interpretao e processamento das Imagens de Satlite.......................................................................... 171

    FIGURA 29 Mapa mosaico de Imagens Landsat 1984/2001 da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT..................................................... 173

    FIGURA 30 Mdulo Segmentao do SPRING................................................. 176

    FIGURA 31 Criao de Arquivo Contexto para treinamento............................... 177

    FIGURA 32 Treinamento de amostras para mapeamento temtico.................... 177

    FIGURA 33 Mapa de classes e chaves de identificao para o uso e cobertura da terra na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT / 1984............. 179

    FIGURA 34 Mapa de classes e chaves de identificao para o uso e cobertura da terra na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT / 2001............. 180

    FIGURA 35 Mapa das Partes Componentes da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT................................................................................... 182

    FIGURA 36 Esquema geral do mtodo de anlise temporal............................... 183

    FIGURA 37

    Mosaico de fotos (1 a 14), coordenadas X = 04 24 589 Y = 82 31 253 do Inicio do Rio Cabaal saindo de Cceres em direo a sua nascente, em todo o trajeto nota-se que o Rio mais limpo em relao ao Rio Paraguai e apresenta suas margens com a vegetao preservada...................................................................... 242

  • xv

    FIGURA 38 Mapa temtico do uso e ocupao da terra no subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT / 1984.......................................... 246

    FIGURA 39 Mapa temtico do uso e ocupao da terra no subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT / 2001-05.................................... 247

    FIGURA 40 Mosaico de mapas do uso e ocupao da terra no subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT 1984 e 2001-2005............ 251

  • xvi

    LISTA DE TABELAS:

    TABELA 1 Os Projetos de Colonizao em Mato Grosso e a Criao dos Municpios..................................................................................... 62

    TABELA 2 Relao dos Municpios Desmembrados de Cceres.................. 64

    TABELA 3 Os Projetos de Colonizao em Mato Grosso na rea de Influncia da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal............................ 65

    TABELA 4 Sntese do Nvel Morfolgico da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal......................................................................................... 153

    TABELA 5 Produo Agrcola de Abacaxi da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................... 185

    TABELA 6 Produo Agrcola de Algodo Herbceo da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.......................................................... 186

    TABELA 7 Produo Agrcola de Amendoim da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................... 188

    TABELA 8 Produo Agrcola de Arroz da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................... 189

    TABELA 9 Produo Agrcola de Banana da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................... 190

    TABELA 10 Produo Agrcola de Caf da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................................. 191

    TABELA 11 Produo Agrcola de Cana-de-Acar da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 2003............................................................... 192

    TABELA 12 Produo Agrcola de Coco da Bahia da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003................................................................. 193

    TABELA 13 Produo Agrcola de Feijo da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 a 2003.................................................................... 194

    TABELA 14 Produo Agrcola de Laranja da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 195

    TABELA 15 Produo Agrcola de Ltex Coagulado da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003............................................................ 196

  • xvii

    TABELA 16 Produo Agrcola de Limo da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 197

    TABELA 17 Produo Agrcola de Mamo da Bacia do Rio Cabaal 1984 a 2003.............................................................................................. 198

    TABELA 18 Produo Agrcola de Mamona da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 199

    TABELA 19 Produo Agrcola de Mandioca da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 200

    TABELA 20 Produo Agrcola de Manga da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 201

    TABELA 21 Produo Agrcola de Maracuj da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 202

    TABELA 22 Produo Agrcola de Melancia da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 203

    TABELA 23 Produo Agrcola de Milho da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 204

    TABELA 24 Produo Agrcola de Palmito da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 205

    TABELA 25 Produo Agrcola de Soja da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003.................................................................................... 206

    TABELA 26 Produo Agrcola de Sorgo Granfero da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003................................................................. 207

    TABELA 27 Produo Agrcola de Tangerina da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 208

    TABELA 28 Produo Agrcola de Tomate da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003...................................................................... 209

    TABELA 29 Produo Agrcola de Uva da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1984 -2003.................................................................................... 210

    TABELA 30 Produo animal da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no ano de 1984.......................................................................................... 216

  • xviii

    TABELA 31 Produo animal da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no ano de 2001......................................................................................... 217

    TABELA 32 Produo animal da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no ano de 2003.......................................................................................... 218

    TABELA 33 reas desmatadas nos municpios pertencentes Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no ano de 1984, MT 1999 a 2002...............................................................................................

    227

    TABELA 34 Relao da posio dos municpios por ordem de desmatamento na dcada de 90................................................... 234

    TABELA 35 Relao da posio dos municpios por ordem de desmatamento at 2002................................................................ 235

    TABELA 36 Nmero de focos de calor, queimadas e incndios florestais ocorridos nos municpios da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal/ MT 1996 a 2002............................................................................ 238

    TABELA 37 Quantificao uso e cobertura das terras na rea da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no ano de 1984 /MT, para os anos de 1984 e 2001/2005.................................................................... 248

  • xix

    LISTA DE FOTOS:

    FOTO 1 e 2 Afloramento da Formao Utiariti,localizada o distrito de Vila Progresso rodovia MT 246, Este local conhecido como cidade das Pedras...................................................................... 79

    FOTO 3 e 4 Afloramento de Gabros Serra da Fortuna Municpio de Rio Branco rea utilizada como pastagem, ainda com resqucios da vegetao nativa. ................................................................. 83

    FOTO 5 Afloramento, mataces de rocha grantica de granulometria grossa Complexo Xingu Zona de conato Cristalino e Planalto dos Parecis localizado na MT 170 em direo ao municpio de Reserva do Cabaal. ................................................................. 85

    FOTO 6 Afloramento de Ferricretes localizado na MT 170, zona de contato entre o Cristalino e o Planalto dos Parecis.................... 86

    FOTO 7

    Arenito da Formao Fortuna (unidade distal do Grupo Aguapei) em exposio no leito do rio Branco, constituindo um conjunto de cachoeiras na cidade de Salto do Cu. Este cenrio geolgico/geomorfolgico tambm pode ser considerado como um dos mais belos da regio....................... 87

    FOTO 8 Intercalao de filito e ardsia na margem direita do Crrego da Ona, Salto do Cu - Vila Progresso..................................... 88

    FOTO 9 Afloramento de Gabros pertencente sute intrusiva do rio Alegre. rea marginal da rodovia estadual MT 246, Vila Progresso Reserva do Cabaal............................................... 89

    FOTO 10 e 11 rea de Pastagem na estrada que liga Araputanga - Santa F com Afloramentos de Gabros pertencentes a sute intrusiva do Rio Alegre................................................................................... 89

    FOTO 12 Exposio de milonitos em zona de falha na faixa de conato do Complexo Xingu Grupo Parecis, Rodovia MT 246, prximo ao municpio da Reserva do Cabaal........................... 91

    FOTO 13 Afloramento de Anfibolitos subordinados dentro da seqncia do Complexo Xingu localizado na Rodovia MT 177 Distrito de Cachoerinha........................................................... 92

    FOTO 14 Vista ao fundo a cidade de Salto do Cu e o borda do Planalto dos Parecis................................................................................. 96

    FOTO 15 e 16 Municpio de Rio Branco aps a Vila do Roncador MT 406, ao fundo Serra do Roncador, nota-se nesta rea uma grande eroso a beira da estrada com assoreamento intenso no leito nas margens do rio Branco........................................................ 97

  • xx

    FOTO 17e18 Pastagem com resqucios de cerrado, Municpio de Lambari DOeste, na seqncia Serra do Monte Cristo, saindo da MT 247.............................................................................................. 98

    FOTO 19 e 20 Nascente do rio Branco afluente do rio Cabaal, na cabeceira ainda encontra-se uma pequena quantidade de vegetao, seguida de pastagem................................................................. 99

    FOTO 21 e 22 rea alagada do rio Paraguai onde desgua o rio Cabaal....... 100

    FOTO 23 Perfil do Latossolo Vermelho Distrfico presente na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT............................................... 114

    FOTO 24 Perfil do Nitossolos presente na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT............................................................................. 115

    FOTO 25 Perfil do Argissolo Vermelho Amarelo Eutrfico, antigo Podzlico Vermelho Amarelo com argila de atividade baixa. Achernozmico textura mdia/argilosa casacalhenta relevo ondulado..................................................................................... 118

    FOTO 26 Perfil do Gleissolos, antigos Glei Pouco Hmico com mdia - baixa atividade de argila e com textura argilosa......................... 120

    FOTO 27 Perfil Neossolo Quartizarenico rtico........................................ 121

    FOTO 28 e 29 BR 070 sentido Cceres Caramujo Neste ponto temos uma amostra de SD Savana Arbrea Densa (Cerrado)................................................................................... 135

    FOTO 30 e 31

    BR 070 sentido Cceres Caramujo -Estudos realizados pelo RADAM Brasil, 1982 mapearam est rea como sendo SD Savana Arbrea Densa (Cerrado), hoje, est rea est sem as caractersticas de tal denominao, com um ntido desmatamento recente para formao de pastagem, localizado na rea de depresso do Rio Paraguai..................................................................................... 137

    FOTO 32

    Rodovia BR 070 sentido Cceres Caramujo Fazenda So Sebastio - Estudos realizados pelo RADAMBRASIL, 1982 mapearam est rea como sendo Sas Savana (Cerrado) Arbrea Aberta sem Floresta de Galeria, atualmente, denominada campo cerrado, est rea est sem as caractersticas de tal denominao, utiliza-se para pastagem, nota-se ao fundo uma parte preservada.................................... 139

    FOTO 33 e 34 Acesso pela MT 171 ao Rio Cabaal, presena de vegetao aluvial nas margens.................................................................... 142

  • xxi

    FOTO 35 e 36

    MT 171 acesso Curvelndia Lambari DOeste, Vila Cabaal, um pequeno lugarejo banhado pelo Rio Cabaal, nota-se ao longo de toda as margens a Formao Aluvial que no varia topograficamente e apresenta sempre ambientes repetidos nos terraos aluviais................................................................... 143

    FOTO 37 e 38 Rodovia MT 171 depois do distrito de Caramujo, aparecimento de lagoas com Babau, planta tpica de reas alagadas........... 144

    FOTO 39 e 40 MT 171 depois do distrito de Caramujo, aparecimento de lagoas entre a vegetao de cerrado......................................... 145

    FOTO 41, 42 e 43

    Rio Cabaal na altura do distrito de Santa Rita, acesso por terra, nota-se a mata ciliar bem preservada............................... 146

    FOTO 44, 45 e 46

    Municpio de Reserva do Cabaal subida da serra do Roncador, rea de Floresta Submontana, com fundo de pastagem nas reas mais baixas, destaque pra um macaco encontrado no alto da serra........................................................ 149

    FOTO 47 Municpio Reserva do Cabaal, passagem do leito do rio Cabaal pelo centro urbano, e a construo de um balnerio alterando a paisagem natural das margens................................ 221

    FOTO 48 e 49 Municpio de Rio Branco, passagem do leito do rio Branco pelo centro urbano, assoreamento ntido e margens sem mata ciliar............................................................................................. 222

    FOTO 50 Crrego das Pedras antes do Mirassol DOeste, MT 250 ......... 223

    FOTO 51 e 52 Crrego do Pito, municpio de Lambari DOeste, em processo de assoreamento....................................................................... 224

    FOTO 53 e 54 Rio dos Bugres dentro da Vila Santa F, apresentando banco de areia e ntido assoreamento com pouca vegetao ciliar nas suas margens ao fundo rea de pastagem......................... 225

    FOTO 55 So Jos dos Quatro Marcos Fundo rea de fragmentos de Cerrado, na mesma direo possvel identificar reas de pastagem e reas desmatadas................................................... 228

    FOTO 56 e 57 rea da Fazenda Santa Marta, saindo de Araputanga MT em direo a So Jos dos Quatro Marcos, solo nu, recente retirada da vegetao e ou pastagem, logo na seqncia a terra sendo utilizada para pastagem........................................... 230

  • xxii

    FOTO 58 Araputanga Santa F, a vegetao denominada neste ponto o Cerrado que a apresentam caractersticas pouco marcantes o que realmente predomina so as pastagens e muitas reas com retirada de vegetao.................................... 231

    FOTO 59, 60 e 61

    Antiga rea de Floresta Submontana Dossel Emergente, atualmente solo nu...................................................................... 233

    FOTO 62 e 63 Estrada Vicinal saindo de Santa F em direo a So Jos dos Quatro Marcos, incio de um processo de desmatamento e retirada da cobertura vegetal...................................................... 237

    FOTO 64 e 65 MT 171 acesso Curvelndia Lambari DOeste plantao de cana de acar e ao lado a terra sendo preparada para novos plantios da mesma safra............................................................. 240

    FOTO 66 MT 171 acesso Curvelndia Lambari DOeste antes da comunidade Cabaal, terra sendo preparada para novos plantios de cana-de-acar........................................................ 240

    FOTO 67 e 68 Serra da Fortuna, ao fundo (conforme indicao), na plancie o uso destinado a pecuria extensiva com finalidade de corte e criao de gado bovino PEc (b)................................................ 241

  • xxiii

    LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1 Glebas desmembradas de Cceres na dcada de 70, pertencentes Bacia do Rio Cabaal......................................... 63

    QUADRO 2 Compartimentao Geomorfolgica: Correlao das Denominaes das Unidades de Relevo do Subsistema - Bacia do Rio Cabaal MT........................................................... 95

    QUADRO 3 Correlao das Classes de solos mapeadas pelo RADAMBRASIL (1982); PCBAP (1992) e EMPRAPA (1999).... 109

    QUADRO 4 Relao das imagens utilizadas na anlise multitemporal da Bacia do Rio Cabaal................................................................. 164

    QUADRO 5 Classes e Chaves de Identificao do Uso da Terra para a Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal/ MT...................................... 175

    QUADRO 6 Quantificao da rea de cada Parte Componente da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal........................................................ 181

    QUADRO 7 Nmero de focos de calor nos municpios pertencentes Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal 1992-1998............................ 236

    LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 1 Comparao estatstica dos principais produtos produzidos na BAC MT, em 1984................................................................... 213

    GRFICO 2 Comparao estatstica dos principais produtos produzidos na BAC MT, em 2001................................................................... 213

    GRFICO 3 Comparao estatstica dos principais produtos produzidos na BAC MT, em 2003................................................................... 214

    LISTA DE ANEXOS

    ANEXO 1 Carta Imagens Landsat 1984/2001 com sobreposio de layers de Geologia...................................................................... 286

    ANEXO 2 Carta Imagens Landsat 1984/2001 com sobreposio de layers de Geomorfologia............................................................. 287

    ANEXO 3 Carta Imagens Landsat 1984/2001 com sobreposio de layers de Pedologia.................................................................... 288

    ANEXO 4 Carta Imagens Landsat 1984/2001 com sobreposio de layers de Vegetao..................................................................

    289

  • xxiv

    LISTA DE SIGLAS:

    AMc Agricultura modernizada com culturas cclicas

    ATrc Agricultura de transio com culturas cclicas

    ATrp rea de transio com culturas permanentes

    BAC Bacia do Cabaal

    BAP Bacia do Alto Paraguai

    BDG Banco de Dados Geogrficos

    Desenho Assistido por Computador CAD

    Computer Aided Design

    CODEMAT Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso

    COOPERB Cooperativa Agrcola de Produtores de cana de Rio Branco

    CPP Comisso de Planejamento de Produo

    DPI Diviso de Processamento de Imagens

    DSG Diviso de Servios Gerais do Exrcito

    EMBRAPA Empresa brasileira de Agropecuria

    ETM Enhanced Thematic Mapper

    GIS Geographic Information System

    Sistema de Posicionamento Global GPS

    Global Positioning System

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    INCRA Instituto Nacional de Reforma Agrria

    INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

    INTERMAT Instituto de terras do Mato Grosso

    LANDSAT Land Remote Sensing Satellite

    MT Mato Grosso

    MR Meso Regio

  • xxv

    PCBAP Plano de Conservao da bacia do Alto Paraguai

    PODEAGRO Programa de desenvolvimento do Agronegcio

    POLOCENTRO Programa de Desenvolvimento dos Cerrados

    POLONOROESTE Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil

    PPA Plano Pluri Anual

    PQI Plano de Qualificao Institucional

    SAGA Sistema de Anlise Geoambiental

    SEPLAN Secretaria de Planejamento

    SIG Sistema de Informao geogrfica

    SPRING Sistema de Processamento de Informaes Georreferenciada

    SR Sensoriamento Remoto

    SUDECO Superintendncia de Desenvolvimento do Centro - Oeste

    TM Thematic Mapper

  • xxvi

    RESUMO O presente trabalho busca gerar informaes geoambientais atravs da metodologia sistmica com vistas a subsidiar tomada de decises no planejamento ambiental da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal MT. A questo central deste trabalho pode ser levantada atravs das seguintes hipteses: a mudana do uso e ocupao da terra de forma no planejada gerou alteraes ambientais na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal e nas diferentes partes componentes do sistema ambiental estudado e as alteraes ambientais se apresentam de forma, importncia e magnitude diferenciadas nas diferentes componentes espaciais do sistema estudado. Neste contexto, a rea de estudo vem sendo incorporada de forma no planejada ao processo de desenvolvimento da regio e do pas, contemplando grandes projetos estatais e particulares de ocupao territorial, programas de desenvolvimento, aberturas de estradas, expanso agrcola e o crescimento urbano, o que proporciona um desenvolvimento regional notvel para algumas regies do Centro-Oeste, sem, contudo, atentar-se ao planejamento do uso e ocupao da terra. Para nortear este estudo apoiou-se no enfoque sistmico, como referencial para a integrao dos componentes geoambientais e socioeconmicos, que formam o conjunto da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, considerado como um sistema ambiental. Neste particular, os elementos interdependentes funcionam harmonicamente conduzidos por fluxos de massa e/ou energia de modo que cada um dos seus componentes reflete um sobre os outros as mudanas nele impostas por estmulos externos. A metodologia sistmica consiste em analisar o ambiente de forma holstica considerando os nveis de anlises como sendo o morfolgico, encadeante, processo-resposta e controle. Desta forma pode-se obter a compreenso scio ambiental da BAC abrindo espao para que, a anlise geoambiental possa fornecer um diagnstico com vista gerao de monitoramento da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, complementando, desta forma, o ltimo nvel de anlise da Teoria Geral de Sistema, ou seja, o nvel de controle no qual se direcionam as prospeces voltadas tanto para a Sociedade quanto para a Natureza.

  • xxvii

    ABSTRACT

    The present work searchs to generate geoambientais information through the system methodology with sights to subsidize taken of decisions in the ambient planning of the Hidrogrfica Basin of the river Cabaal - MT. The central question of this work can be raised through the following hypotheses: the change of the use and occupation of the land of planned form did not generate ambient alterations in the Hidrogrfica Basin of the river Cabaal and in the different contracting parties of the ambient system studied and the ambient alterations if they present of differentiated form, importance and magnitude in the different space components of the studied system. In this context, the study area comes being incorporated of form planned to the process of development of the e region the country, not contemplating great state and particular projects of territorial occupation, programs of development, openings of roads, agricultural expansion and the urban growth, what it provides to a regional development notable for some regions of the Center-West, without, however, to attempt against it the planning of the use and occupation of the land. To guide this study it was supported in the sistmico approach, as referencial for the integration of the geoambientais and socioeconmicos components, that form the set of the Hidrogrfica Basin of the river Cabaal, considered as an ambient system. In this particular one, the interdependent elements function harmonicamente lead for flows of mass and/or energy in way that each one of its components reflects one on the others the changes in it imposed by external stimulatons. The sistmica methodology consists of analyzing the environment of holistic form considering the levels of analyses as being morphologic, the encadeante one, process-reply and control. In such a way the understanding can be gotten ambient partner of the BAC opening space so that, the geoambiental analysis can supply a diagnosis with sight to the generation of monitoramento of the Hidrogrfica Basin of the river Cabaal, complementing, in such a way, the last level of analysis of the General Theory of System, that is, the control level in which if they in such a way direct the prospections directed toward the Society how much for the Nature.

  • CAP TULO

    1

  • INTRODUO

    Cada vez mais a sociedade busca compreender a integrao entre a

    sociedade e a natureza, esta preocupao fica espelhada no apenas em termos

    epistemolgicos, mas tambm no uso de novas tecnologias de apoio. Neste sentido

    o uso do geoprocessamento vem subsidiar informaes obtidas por meio de dados

    ambientais distribudos no espao em forma de mapeamentos temticos.

    A questo ambiental no incio dos anos 70 do sculo XX apontava para duas

    posies polarizadoras da problemtica ambiental. A primeira expressa em os

    limites do crescimento, defendidos pelo clube de Roma, tinha como proposta a

    paralisao imediata do crescimento econmico e populacional. A segunda expressa

    na declarao da Conferncia de Estocolmo, realizada em 1972, propunha a

    correo dos danos ambientais causados pelo desenvolvimento econmico e a

    estabilizao, em mdio prazo, da populao mundial.

    No fim dos anos 80, decorridos quase 20 anos, havia trs posies

    polarizadoras da problemtica ambiental. A primeira propunha drstica reduo

    populacional e desocupao humana de vrios ecossistemas. A segunda, do partido

    Verde Alemo, pregava a nova tica ecolgica e o no crescimento do produto

    mundial bruto, por intermdio da redistribuio do poder e da nova locao de

    recursos produtivos. E a terceira, majoritria, expressa no relatrio da Comisso

    Brundtland, intitulado Nosso futuro comum, de 1988, propunha a sustentabilidade

    ambiental e social. Essa comisso produziu um relatrio de grande repercusso

    internacional, tendo sido usado inclusive como base para a Agenda 21 - documento

    aprovado por mais de 180 pases na Eco-92, no Rio de Janeiro. Esse relatrio da

    Comisso Brundtland diz que desenvolvimento sustentvel aquele que atende s

    necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geraes futuras

    atenderem as suas prprias necessidades (MOREIRA, 1999).

    Apesar das diferentes abordagens da problemtica ambiental, elas tm em

    comum o mesmo conceito de ambiente, ou seja, as relaes dos homens com a

    natureza para a preservao dos recursos naturais.

  • 3

    Redimensionando estas questes para a escala regional, Mato Grosso

    relativamente novo nestas discusses, pois foi no incio da dcada de 80 que o

    estado recebeu financiamento para implantao do projeto POLONOROESTE -

    Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil, tendo recebido

    como parte do financiamento verbas do Banco Mundial e contrapartidas do Governo

    Federal e Estadual. Os impactos causados pela implantao do Programa foram

    discutidos em esfera internacional, levando-se em conta, inclusive, as questes

    indgenas e ambientais.

    Atualmente, h preocupao em assegurar a sustentabilidade ambiental do

    desenvolvimento do Pas, mediante o uso racional dos recursos naturais, o que

    apenas um dos objetivos do Plano Pluri Anual (P.P.A) 2004-2007 dos Governos

    Federal e Estadual.

    Para que isso se torne vivel, existem vrios obstculos e um dos principais

    desafios o de garantir a melhoria da qualidade ambiental, coibindo com rigor as

    prticas de degradao ambiental, adotando critrios socioambientais de

    sustentabilidade para polticas pblicas e valorizando a educao ambiental e as

    iniciativas da sociedade civil organizada.

    No Estado de Mato Grosso, a misso do Plano Pluri Anual (PPA) est em

    consonncia com a do Governo Federal, valorizando os recursos naturais,

    garantindo o uso ordenado com vistas ao desenvolvimento scio-econmico com

    qualidade ambiental. Para isso, so necessrias segundo o P.P.A., duas estratgias

    principais: articular aes para recuperaes de reas em processo de degradao

    e desenvolver aes que previnam impactos ambientais decorrentes do processo de

    desenvolvimento regional.

    Neste contexto, o estudo temporal que se prope para a Bacia Hidrogrfica

    do rio Cabaal ser um dos instrumentos de gesto que poder auxiliar nos desafios

    de minimizar o processo de degradao ambiental na rea proposta.

    Assim, o presente trabalho parte da considerao de que a paisagem possui

    um carter dinmico e que apresenta interaes entre os espaos fsicos, biticos e

    antrpicos inseridos nas dimenses espao e tempo. Uma abordagem associada

    anlise ambiental, levando-se em conta a observncia das diversas componentes da

    paisagem, considerando tanto nas formas resultantes como tambm nos seus

  • 4

    processos geradores relacionados, principalmente, pela ocupao ao longo das

    ltimas dcadas, o que proporciona pontos altamente significativos para buscar o elo

    indissocivel entre a Sociedade e Natureza.

    Diante do planejamento do Plano Pluri Anual (P.P.A.) de Mato Grosso e

    considerando o tamanho do territrio do Estado, torna-se relevante gerar

    instrumentos tcnico-cientficos que possam servir de subsdios tomada de

    deciso no planejamento ambiental da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal - MT, uma

    vez que o estudo de bacias hidrogrficas uma das alternativas para o

    estabelecimento de sistemas a ser gerenciados.

    Assim sendo, a escolha da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal decorrente

    dos problemas enfrentados em funo da carncia de informaes e pesquisas, o

    que dificulta para os governos municipais e estaduais a organizao e o

    planejamento adequado da sua utilizao, evitando que se acentue a degradao.

    Acresce, ainda, que os dados obtidos podero contribuir para a gerao de

    um Banco de Dados Geoambientais (B.D.G) sobre a bacia, o que poder ser

    associado aos dados de impactos ambientais causados pela mudana do uso e

    ocupao da terra.

    1.1 OBJETIVOS

    Os seguintes objetivos so a seguir aventados:

    1.1.1 Objetivo Geral

    Gerar informaes geoambientais atravs da metodologia sistmica com

    vistas a subsidiar tomadas de decises no planejamento ambiental da Bacia

    Hidrogrfica do rio Cabaal MT.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    Em termos especficos, podem ser alinhados os seguintes propsitos:

    Individualizar, hierarquizar e caracterizar as partes componentes do subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal;

  • 5

    Definir as componentes ambientais passveis de serem monitoradas; Levantar dados e informaes bsicas sobre atributos e propriedades

    dos componentes fsicos e biticos e dos indicadores socioeconmicos

    ambientais associados Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal;

    Quantificar os ndices de alteraes ambientais da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal nos anos de 1984 a 2001- 05;

    Analisar as modificaes temporo-espaciais do uso e ocupao da terra da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal no perodo de 1984 a 2001- 05;

    Acredita-se que estes objetivos, ao serem alcanados, podero fornecer

    subsdios aos rgos pblicos estaduais e municipais envolvidos, no sentido de

    nortear o planejamento da rea, a fim de evitar a total degradao do ambiente, bem

    como a adoo de medidas que minimizem os impactos j existentes.

    A questo central deste trabalho pode ser levantada atravs das seguintes

    hipteses

    A mudana do uso e ocupao da terra de forma no planejada gerou alteraes ambientais na Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal e nas

    diferentes partes componentes do sistema ambiental estudado.

    As alteraes ambientais se apresentam de forma, importncia e magnitude diferenciadas nas diferentes componentes espaciais do

    sistema estudado.

    Neste contexto, a rea de estudo vem sendo incorporada de forma no

    planejada ao processo de desenvolvimento da regio e do pas, contemplando

    grandes projetos estatais e particulares de ocupao territorial, programas de

    desenvolvimento, aberturas de estradas, expanso agrcola e o crescimento urbano,

    o que proporciona um desenvolvimento regional notvel para algumas regies do

    Centro-Oeste, sem, contudo, atentar-se ao planejamento do uso e ocupao da

    terra.

    Esses processos geraram vrias transformaes na paisagem em toda Bacia

    Hidrogrfica do rio Cabaal e fruto de uma mudana significativa na distribuio do

    uso e ocupao da terra que o Centro-Oeste brasileiro vem sofrendo desde a 2

  • 6

    metade do sculo XX, devido s polticas de integrao nacional sem qualquer

    planejamento ambiental na rea e na regio.

    Com o propsito de atender a discusses dessas questes ambientais

    referentes Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, o presente trabalho est estruturado

    em 09 (nove) captulos assim distribudos:

    Captulo 01 Introduo, onde so elencados as principais questes que direcionam este trabalho, bem como os objetivos e hipteses a serem

    respondidas no decorrer dos demais captulos.

    Captulo 2 - Caracterizao da rea de estudo numa perspectiva sistmica, analisa a rea de estudo e sua importncia para compor a viso geral das condies scio-ambientais vigentes;

    Captulo 3 - Fundamentao Terica - neste item so abordados os principais conceitos e teorias para o embasamento de uma proposta de

    avaliao ambiental, buscando atender vrios objetivos, dentre eles os

    diagnsticos e prognsticos ambientais pautados na Teoria Geral dos

    Sistemas;

    Captulo 4 - Transformaes Scio-Ambientais do Subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal numa perspectiva sistmica, o objetivo deste captulo levantar dados e informaes bsicas sobre atributos e

    propriedades dos componentes biticos e socioeconmicos associados

    Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal de modo a contribuir para a gerao de

    informaes geoambientais a fim de que seja possvel subsidiar a tomada de

    deciso no planejamento ambiental, contemplando as especificidades

    regionais e locais e, sobretudo, enfatizando os processos recentes que vm

    atuando neste espao geogrfico;

    Captulo 5 - Caracterizao dos elementos ambientais relacionados s partes componentes da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, este capitulo busca compreender as caractersticas ambientais da Bacia Hidrogrfica do rio

    Cabaal e prever futuras mudanas, enfocando a necessidade de conhecer

    os recursos naturais deste dado ambiente, tais como: aspectos associados ao

    clima, vegetao, geologia, geomorfologia, solos, hidrografia e uso da terra,

    considerando que estes elementos relacionam-se entre si e criam um grau de

  • 7

    interdependncia que representa com clareza a viso holstica proposta na

    Teoria Geral dos Sistemas.

    Captulo 6 - Materiais e Mtodos - apresenta os procedimentos utilizados e como foram executados os trabalhos, desde o levantamento de dados at a

    apresentao dos mapeamentos, procurando exemplificar cada etapa a fim

    de que possa servir de exemplos para aplicaes em outras reas;

    Captulo 7 - O Subsistema Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal Analisado Atravs de Atributos e Propriedades Associados s Atividades Agrcolas, parte de anlises individualizadas do tipo de produo e, conseqentemente, do uso da terra da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal

    baseando-se nos dados estatsticos, que permitem avaliar a mudana do uso

    da terra nas partes componentes numa perspectiva espao temporal;

    Captulo 8 - Cenrios das Alteraes Ambientais da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal a partir da dcada de 80, responde algumas das indagaes que foram construdas ao longo das discusses dos captulos anteriores

    atravs das anlises sistmicas do ambiente, apresentando os cenrios

    ambientais da BAC por meio de uma anlise temporal, utilizando-se dos

    dados estatsticos que juntamente com os mapeamentos elaborados com o

    auxilio das imagens de satlite contriburam para as informaes pertinentes

    construo de anlises aqui propostas.

    Capitulo 9 Consideraes Finais, discute as observaes mais relevantes sobre a pesquisa, e uma sntese dos principais argumentos em defesa da

    hiptese de trabalho e apresenta as principais dificuldades encontradas

    quanto coleta de dados, aos mapeamentos, metodologia empregada, o

    potencial da tecnologia do geoprocessamento e as recomendaes em

    funo dos mecanismos de monitoramento da rea da Bacia Hidrogrfica do

    rio Cabaal.

    Bibliografia - apresenta a relao Bibliogrfica, referenciada e consultada para concluso deste trabalho.

    Anexos apresentam os mapas articulados em papel para a base cartogrfica inicial e mapas de imagens Landsat (1984/2001) com

    sobreposio de layers de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetao.

  • CAP TULO

    2

  • 9

    2 CARACTERIZAO DA REA DE ESTUDO NUMA PESPECTIVA SISTMICA

    A caracterizao da rea de estudo importante para compor a viso geral

    das condies scio-ambientais vigentes. As necessidades de conhecimento, de

    acordo com as especificidades do estudo em questo demandaram diversos

    trabalhos de campo, nos permitiram realizar uma caracterizao da rea de estudo

    numa perspectiva sistmica.

    Portanto procurou-se levantar dados e informaes bsicas sobre atributos e

    propriedades dos componentes fsicos, biticos e posteriormente socioeconmico

    associados Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, pois estaramos respondendo a um

    dos objetivos especficos propostos e com isso atingir com maior propriedade o

    objetivo geral.

    Assim baseados na metodologia sistmica buscou-se a princpio

    individualizar, hierarquizar e caracterizar as partes componentes do Subsistema

    Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal para entender a dinmica do Sistema Bacia

    Hidrogrfica do rio Paraguai.

    2.1 LOCALIZAO DA REA DE ESTUDO

    No que se refere a sua localizao e extenso a Bacia Hidrogrfica do rio

    Cabaal (subsistema) possui uma rea 6.042 km2, com suas nascentes na Chapada

    dos Parecis, percorre um trecho de depresso no alto e mdio curso; no baixo curso,

    instala-se em rea de plancie, prxima da confluncia com rio Paraguai. O rio

    Cabaal, principal rio da BAC, possui uma extenso de aproximadamente 303,43

    km, os seus principais afluentes so os rios Branco com aproximadamente 103,67

    km de extenso, o rio Vermelho com 130,62 km, o rio dos Bugres com 79,81 km, ao

    todo somando-se seus afluentes de mdio e pequeno porte existem

    aproximadamente 886,49 km de cursos dgua na rea de influncia da Bacia

    Hidrogrfica do rio Cabaal. O limite da sua foz com o rio Paraguai de

    aproximadamente 13,09 km de extenso.

  • 10

    Assim, a Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal uma das principais bacias que

    compem parte do Sistema Ambiental da Bacia do Alto Paraguai, que possui uma

    extenso de aproximadamente 496.000 km2, os quais 396.800 km2 pertencem ao

    Brasil e 99.200 km2 s Repblicas do Paraguai e Bolvia. Ao norte, limitada pela

    chapada dos Parecis e pela Serra de Cuiab; ao sul, pelo rio Apa; a leste, pelas

    Serras da Bodoquena, Maracaju, Pantanal e So Domingos, e, a oeste, pelo rio

    Paraguai e as Repblicas do Paraguai e Bolvia (Figura 1).

    No que diz respeito dinmica de ocupao da Bacia do Alto Paraguai, o

    sistema ambiental especificamente em Mato Grosso, pode-se se considerar que foi

    bastante lenta nos seus 174 anos. No incio do sculo XX, contava com apenas sete

    municpios: Cuiab (1726), Diamantino (1820), Pocon (1831), Cceres (1850),

    Rosrio Oeste (1861), Nossa Senhora do Livramento (1883) e Santo Antnio do

    Leverger (1899).

    A Bacia Hidrogrfica do Alto Paraguai (BAP), definida na diviso geopoltica

    pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, abrange um dos mais

    importantes biomas nacionais, o Pantanal Mato-grossense.

    A rea da bacia em territrio brasileiro de 361.666 km2 (PCBAP, 1992), a

    sua importncia caracterizada por abrigar a maior plancie inundvel do mundo, o

    que exige cuidados especiais para atender s condies ideais do desenvolvimento

    sustentvel.

    Por sua localizao no centro da Amrica do Sul, o Pantanal possui uma

    variedade florstica e faunstica, originada das regies da Amaznia, do Chaco, dos

    Cerrados e da mata Atlntica, contribuindo para maximizar a sua diversidade

    biolgica, sustentada por seu regime hidrolgico.

    Para a conservao deste importante ecossistema, torna-se fundamental a

    definio de um planejamento estratgico que vise ao conhecimento da dinmica de

    toda a BAP, por se tratar de uma bacia sedimentar, onde os principais problemas

    (compactao e eroso do solo so provocados pelo uso inadequado, poluio dos

    corpos dgua por dejetos de esgotos domsticos e industriais, minerao e insumos

    agrcolas, assoreamento dos rios, pesca e caa ilegal) que afetam o Pantanal na sua

    grande maioria so provenientes da regio do Planalto.

  • 11

    FIGURA 1: Mapa da Localizao da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal - MT

  • 12

    O presente estudo associado Anlise Geoambiental Multitemporal para fins

    de Planejamento Ambiental: um exemplo aplicado a Bacia Hidrogrfica do rio

    Cabaal est em consonncia com preocupaes de ordem mundial, regional e local

    no que se refere questo da preservao ambiental.

    As transformaes e a intensificao de exploraes agro-silvo-pastoris no

    territrio brasileiro tm suscitado a ateno da sociedade, em especial aos

    segmentos diretamente ligados ao planejamento ambiental, em face s significativas

    transformaes de uso e ocupao ocorridas sem um devido planejamento.

    A Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal tem suas peculiaridades ambientais

    importantes para o desenvolvimento da regio, porm em pleno XXI talvez no

    represente efetivamente mais o que foi na dcada de 80, pois esta extensa rea

    com trs grandes divises geomorfolgicas Planalto dos Parecis, Depresso do rio

    Paraguai e uma pequena faixa da Provinciana Serrana localizada prxima ao

    municpio de Mirassol DOeste, encontram-se com um ntido estado de degradao.

    Atualmente, com os recursos das geotecnologias pode-se refazer um

    mapeamento que expresse em melhores condies de anlise a situao da bacia

    do rio Cabaal MT que se encontra muito desmatada, fruto de toda transformao

    ocorrida nos ltimos 20 anos.

    Os muitos municpios que fazem parte dessa Bacia se desenvolveram

    economicamente, mas a maioria deles de pequenos produtores que utilizaram-se

    das terras apenas como pastagem, muito difcil encontrar grandes plantaes,

    somente perto do municpio de Lambari DOeste encontra-se uma plantao de

    cana de acar, por conseqncia da usina COOPERB (Cooperativa Agrcola de

    Produtores de Cana de Rio Branco) que se instalou na regio no incio dos anos 90.

    Essa regio na dcada de 80 era de pequenos produtores, apresentando

    reas cobertas por vegetao de Savana Arbrea Densa (Cerrado), conforme pode

    ser diagnosticado nas imagens de satlite. Neste local, hoje se instala a Usina

    COOPERB e a rea encontra-se com indcios de desmatamento e com graves

    problemas de meio ambiente.

    Economicamente os municpios da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal - MT

    tm pouca estrutura financeira, as suas principais fontes de renda esto baseadas

    na agricultura (uma pequena parcela) e na agropecuria.

  • 13

    Muitos desejam que o Turismo se transforme numa atividade principal, como

    o caso de Reserva do Cabaal, Salto do Cu, que apesar da suas belezas

    naturais, ainda no possuem a infra-estrutura necessria para poder entrar nesse

    mercado to competitivo, portanto a primeira anlise que se pode fazer que o

    progresso chegou, e com ele, as terras foram desmatadas, abriram-se pastos, mas,

    o desenvolvimento no foi na mesma proporo do desmatamento e esses avanos

    geraram poucos empregos, pouca infraestrutura e muita devastao.

    A Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal congrega 10 municpios (Araputanga,

    Cceres, Curvelndia, Lambari DOeste, Mirassol DOeste, Reserva do Cabaal, Rio

    Branco, So Jos dos Quatro Marcos, Salto do Cu e Tangar da Serra), que

    compem o limite operacional da rea de estudo, assim os municpios que fazem

    parte da BAC compreendem a 90% da regio MR 333 e 10% na regio MR 334 do

    Estado de Mato Grosso, conforme se pode observar na Figura 2.

    A evoluo populacional da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal tambm

    representa um fator de mudana de uso da terra na rea como um todo, que no

    decorrer dos captulos ser apresentado de forma minuciosa favorecendo, assim, a

    compreenso das alteraes de ordem socioambiental voltadas a uma viso

    holstica.

    O mapa a seguir localiza os distritos e as cidades que compem o ambiente

    da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, e suas principais vias de acesso.

  • 14

    FIGURA 2: Mapa de Localizaes das Cidades e Distritos da Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal - MT

  • CAP TULO

    3

  • 16

    3 FUNDAMENTAO TERICA

    Para que haja a possibilidade de se efetivar uma proposta de Avaliao

    Ambiental, muitas etapas de pesquisa devem ser realizadas em uma determinada

    rea, regio, bacia, municpio ou qualquer outra forma de delimitao dos limites

    operacionais, buscando atender a vrios objetivos, dentre eles os diagnsticos e

    prognsticos ambientais.

    Segundo Macedo (1995), a finalidade bsica de um diagnstico ambiental a

    identificao dos quadros fsicos, biticos e antrpica de uma dada regio, mediante

    seus fatores ambientais constituintes e, sobretudo, as relaes de modo a evidenciar

    o comportamento e as funcionalidades dos ecossistemas que realizam.

    Por meio dos diagnsticos ambientais possvel caracterizar as

    potencialidades e vulnerabilidades do limite operacional da rea de estudo, neste

    caso, a Bacia Hidrogrfica do rio Cabaal, ante as atividades transformadoras que

    nela ocorrem, assim como de novas atividades que eventualmente venham a ser

    instaladas.

    Aps o estudo do diagnstico ambiental, seguindo todas as etapas

    metodolgicas, possvel realizar o prognstico ambiental cuja finalidade bsica

    permitir a visualizao, ainda que aproximada e incompleta, dos cenrios ambientais

    alternativos da rea estudada, considerando os seguintes tpicos: cenrio ambiental

    caracterizando as tendncias das atividades transformadoras que j se manifestam

    na regio de estudo; cenrio ambiental caracterizando as conseqncias de novas

    atividades transformadoras previstas para implantao na regio.

    Assim, esta proposta de estudo envolver condicionantes associados ao

    campo de Impactos Ambientais, Teoria Geral dos Sistemas e Geoprocessamento

    como suporte terico para a Anlise Geoambiental Multitemporal da Bacia

    Hidrogrfica do rio Cabaal.

  • 17

    3.1 IMPACTOS AMBIENTAIS

    Para desenvolver estudos sobre impactos ambientais, deve-se compreender

    primeiro o conceito de ambiente, pois nele que ocorrem os impactos, sejam

    positivos ou negativos.

    O substantivo ambiente e o adjetivo ambiental vm sendo empregados de

    forma generalizada e ampla, nas lidis cientficas e jornalsticas expressando

    variedades de facetas em seus significados (CHIRSTOFOLETTI, 2002).

    Ainda segundo Chirstofoletti (op cit), existem muitos erros e engano ao aplicar

    os termos ambiente e ambiental, porque, enquanto o primeiro um substantivo, o

    segundo claramente um adjetivo. O termo ambiente pode ser aplicado em

    questes que oscilam desde a escala de grandeza mundial at a micro-escala

    pontual.

    Pode-se, assim, falar de ambientes terrestres, continentais, ocenicos,

    lacustres, de plantas, animais, homens, do trabalho, social, cultural. A palavra

    ambiente a mesma, porm seus significados e expressividades do fenmeno

    mencionado so diferentes.

    Para o contexto da problemtica ambiental, h a necessidade de se definir

    conceitos de modo mais preciso, com enunciados que permitam a operacionalizao

    atravs do uso de procedimentos analticos e critrios de avaliao. Duas

    perspectivas podem ser abordadas:

    A primeira tem uma significao biolgica e social e valor antropocntrico,

    focalizando o contexto e as circunstncias que envolvem o ser vivo, sendo o

    ambiente definido como as condies, circunstncias e influncias sob as quais

    existe uma organizao ou um sistema.

    O sistema pode ser afetado ou descrito pelos aspectos fsicos, qumicos e

    biolgicos, tanto naturais como construdos pelo homem.

    A segunda perspectiva considera a funcionalidade interativa da geosfera

    (terra) e da biosfera (vida), focalizando a existncia de unidades de organizao e

    englobando os elementos fsicos abiticos e biticos que compem o meio

    ambiente, elaborado mesmo sem a presena e ao do ser humano.

  • 18

    A diferena entre ambiente e meio ambiente, que, no segundo esto

    explicitamente includas as variveis biticas, onde o homem se inclui. Dessa

    maneira, o termo meio ambiente usado como representao do conjunto dos

    componentes da geosfera e biosfera.

    Assim, no campo de anlises ambientais, as mudanas espaciais do global,

    regionais e locais, incluindo as dimenses da presena e atividades humanas, se

    encaixam muito apropriadamente segunda perspectiva.

    Pode-se, ento, usar a definio de Moreira (1992) ao definir que: Meio

    ambiente o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica,

    qumica e biolgica que permitem abrigar e reger a vida em todas as suas formas,

    ao analisar o meio ambiente depara-se com sua evoluo natural que est sujeita s

    constantes transformaes, podendo ser causadas por fenmenos naturais ou pela

    ao antrpica. As transformaes e/ou alteraes naturais se processam em

    escalas temporais que variam desde milhares de anos (os ciclos geolgicos),

    centenas de anos (os processos erosivos e deposio de sedimentos), dezenas de

    anos (mudana de uso e ocupao de solo) at a poucos dias (as catstrofes

    naturais).

    Um outro conceito que ir direcionar esta proposta de trabalho o conceito de

    impacto ambiental, j que os autores preocupados com esta questo e com as

    diversas maneiras expressas pelas suas opinies, atravs de matrias, pesquisas,

    trabalhos com avaliao dos danos oriundos da explorao do ambiente, sem, no

    entanto, levar em conta os riscos dos impactos. (MOREIRA, 1992; GOUDIE, 1994;

    GUERRA E CUNHA, 1996; ROSS, 1996; GUERRA, 2001; entre outros).

    Segundo Moreira (1992), impacto ambiental qualquer alterao significativa

    no meio ambiente, em um ou mais dos seus componentes, provocada pela ao

    humana.

    A noo de impactos ambientais se apresenta em diferentes prismas. Em

    termos da percepo ambiental, o impacto pode ser entendido como sendo tudo

    aquilo que possa sensibilizar positiva ou negativamente um ser humano. J o

    ambiente deve ser entendido como sendo um conjunto estruturado de dados em

    rea (espao), que apresenta limites, partes componentes, funes internas e

    externas. (ARGENTO, 2001).

  • 19

    Assim sendo, o impacto ambiental pode ser compreendido como o fenmeno

    observado no espao geogrfico capaz de sensibilizar positiva ou negativamente um

    ser humano. Desta forma, a abrangncia do termo impacto implica os seguintes

    posicionamentos tericos:

    Preocupao com o ambiente O principal enfoque a ser observado nas questes relacionadas aos impactos

    ambientais consiste na observao dos fenmenos que estejam diretamente

    associados com espaos geogrficos.

    A noo de Escala Diferentes escalas geram diferentes respostas. Neste sentido, a observncia

    da causalidade (relao entre as causas e os efeitos) deve estar aferida a uma

    determinada escala de anlise.

    O efeito estufa, por exemplo, atende a uma escala planetria, quando

    observada a questo da camada do oznio. No entanto, para este mesmo exemplo,

    a busca de sua origem est aferida a uma escala local, como por exemplo, a

    emisso do dixido de carbono (gs carbnico) pelos veculos automotores.

    Um impacto natural sempre conseqncia de uma ao, no entanto nem

    todas as conseqncias de uma ao humana merecem ser consideradas como

    Impactos Ambientais.

    A Legislao Brasileira (CONAMA, 1986), por meio da resoluo n 001/86

    define Impacto Ambiental como:

    Qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio

    ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia, resultante das

    atividades humanas, que direta ou indiretamente afetem.

    1 - A sade, a segurana e o bem estar da populao. 2 - As atividades sociais e econmicas. 3 - A biota. 4 - As condies estticas e sanitrias do Meio ambiente. 5 - A qualidade dos recursos ambientais.

  • 20

    Uma ao quase sempre vem causar inmeros impactos, muitas vezes,

    estritamente interligados: Segundo Moreira (1992), importante ter sempre em

    mente as diversas caractersticas desses impactos:

    Caractersticas de valor:

    Impacto Positivo ou Benfico: quando a ao resulta na melhoria da qualidade de um fator ou parmetro ambiental.

    Impacto Negativo ou Adverso: quando a ao resulta em um dano qualidade de um fator ou parmetro ambiental.

    Caracterstica de ordem:

    Impacto local: quando a ao afeta apenas o prprio stio onde se realiza e suas imediaes.

    Impacto Regional: quando um efeito se propaga por uma rea das imediaes do stio onde se d a ao.

    Impacto Estratgico: quando afetado um componente ambiental de importncia coletiva ou nacional, que afeta a rea, alm das fronteiras do pas.

    Caractersticas Temporrias ou Dinmicas:

    Impacto Imediato: Quando o efeito surge no instante em que se d a ao. -Impacto a Mdio ou em Longo prazo: quando o efeito se manifesta depois de decorrido certo tempo aps a ao.

    Impacto Temporrio: quando o efeito permanece por um tempo determinado, aps a execuo da ao.

    Impacto Permanente: quando, uma vez executada a ao, os efeitos no cessam de se manifestar num horizonte temporal conhecido.

    Ainda pode-se classificar Impactos Ambientais por sua divisibilidade, de

    acordo com a possibilidade de o fator ambiental afetado retornar as suas condies

    originais. Entre os impactos totalmente reversveis e irreversveis, existem infinitas

    gradaes. A reverso de um fator ambiental as suas condies anteriores pode

    ocorrer naturalmente ou como resultado de uma ao antrpica.

  • 21

    Ainda na viso de Moreira (1992), no Brasil, a partir da dcada de 50,

    observa-se um rpido desenvolvimento das cidades, em funo da colonizao

    intensiva e do elevado crescimento da populao. Essa expanso urbana, ocupando

    solos altamente erodveis, anteriormente protegidos com uma vegetao nativa,

    determinou considervel decrscimo na infiltrao hdrica proveniente de

    precipitaes pluviais, o que originou a concentrao de gua ao longo dos

    caminhos e talvegues, ocasionando o aparecimento de voorocas que pem em

    risco o setor agrcola.

    Uma outra questo ambiental a eroso que o produto de vrios problemas

    existentes, ligados ao uso e manejo inadequado dos recursos naturais. A baixa

    produtividade e a degradao do solo, do mesmo modo que interfere sobre a

    eroso, medida que afetam a produo agrcola, tambm causado por ela,

    fechando, assim, um ciclo altamente prejudicial preservao ambiental e ao bem

    estar social, pois gera empobrecimento a mdio e a longo prazo.

    Os seres humanos, nas dcadas de 50, 60 e 70, conscientizaram-se da

    importncia da natureza e iniciaram movimentos ambientalistas aliados a

    plataformas polticas e propostas governamentais, que indicam a necessidade de

    proteo e preservao da natureza. Sendo assim, a constituio Federal de 1988,

    no seu artigo 225, trouxe pela primeira vez a lei de proteo ao meio ambiente.

    No Brasil, o processo de ocupao do territrio foi responsvel pelas formas

    atuais do uso do solo e poluio descontrolada. A acelerada urbanizao, associada

    ao processo de industrializao que ocorreu em algumas regies brasileiras,

    desconsiderou a preservao tanto do ambiente natural quanto do cultural ou

    humanizado.

    Definido o conceito de ambiente e de impactos ambientais, pode-se entender

    o conceito que direcionou essa proposta que o de Impacto ambiental negativo,

    uma espcie de trauma ecolgico causado por uma ao da natureza ou por

    intermdio do ser humano, causando, assim, um desequilbrio ao meio ambiente. Os

    impactos causados por fenmenos da natureza ocorrem, por exemplo, quando um

    raio cai em floresta e provoca um incndio, contudo os mais graves impactos

    ambientais so aqueles causados por ao do homem.

  • 22

    3.2 GEOPROCESSAMENTO

    O Geoprocessamento um campo de conhecimento moderno que configura

    tecnologia da cartografia digital, sensoriamento remoto, estatstica ambiental e

    sistemas de informao geogrfica.

    3.2.1 Cartografia Digital

    No que se refere cartografia, essa tcnica tem por finalidade o registro fsico

    dos elementos de uma determinada rea geogrfica, atravs de diversas formas de

    representao e com preciso grfica da informao. Pode ser classificada como

    bsica ou temtica, analgica (tradicional) ou digital. A cartografia bsica

    construda de forma sistemtica conjunto de cartas e de responsabilidade, no

    Brasil, dos rgos pblicos especializados (IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e

    Estatstica, Exrcito, Prefeituras, Secretarias de Estado). A cartografia temtica a

    representao de temas variados executados sobre as cartas de base. A cartografia

    analgica aquela tradicional, executada e disponibilizada em papel. Atualmente, as

    novas tecnologias tm disponibilizado a cartografia digital, a qual permite maior

    agilidade e preciso na produo e consulta de cartas. (DUARTE, 1991)

    A informtica possibilita hoje representar variados temas em meio digital e

    manipul-los com grande agilidade utilizando programas de computao grfica

    especializados para cartografia digital. As cartas em meio digital so construdas em

    forma de bancos de dados grficos. Ao lado delas, outros conjuntos de programas

    computacionais permitem armazenar e manipular grandes bancos de dados

    alfanumricos compostos por letras e nmeros na forma de tabelas e listas, a partir

    dos quais possvel armazenar e manipular grandes volumes de dados

    alfanumricos e, num segundo momento, associar aos mesmos outros dados

    grficos (desenhos, mapas e imagens). Estas formas atendem s necessidades em

    termos de organizao de dados. Um banco de dados pode ser definido como

    coleo integrada de dados inter-relacionados, organizados em meios de

    armazenamento de tal forma que podem ser tratados simultaneamente por diversos

    usurios, com diversas finalidades (TEIXEIRA & CHRISTOFOLETTI 1997).

  • 23

    Quando se busca preciso nos nveis da topografia ou geodsica, os

    aparelhos receptores so usados em par onde um ponto serve de referncia para os

    demais.

    O ponto de referncia deve apresentar coordenada conhecida, normalmente

    um marco geodsico. Segundo Marisco (1997), a escassez de marcos geodsicos

    no Brasil dificulta o uso de GPS. Em todos os casos, devem ser captados os sinais

    de no mnimo 4 satlites simultaneamente, o que gera maior preciso e grande

    volume de dados, os quais so processados por programas computacionais cuja

    complexidade varia de acordo com o grau de preciso do aparelho e mtodo de

    rastreio utilizado.

    Estas novas tecnologias, entre outras, permitem ampliar o leque e,

    principalmente, agilizar o trato de questes relativas gesto do espao.

    3.2.2 Sensoriamento Remoto

    Como elemento do Geoprocessamento, o Sensoriamento Remoto (SR)

    outra significativa ferramenta, porque, com as fotos areas e as imagens tomadas a

    partir de satlites ou radares, permite retratar o espao terrestre e acompanhar sua

    evoluo. Na definio de Rosa (1992) Sensoriamento Remoto definido como

    sendo a forma de obteno de informaes de um objeto ou alvo, sem que haja

    contato fsico. Dessa forma, pode-se incluir como Sensoriamento Remoto desde o

    levantamento atravs de fotografias terrestres ou areas at as imagens geradas a

    partir dos satlites espaciais.

    Os materiais resultantes desses levantamentos so ricas fontes de dados. As

    fotos areas provenientes de levantamentos fotogramtricos so utilizadas

    preferencialmente para o levantamento de grandes reas urbanizadas e seu

    mapeamento. A imagem de satlite vem complementar os dados obtidos das

    aerofotos, pois podem ser obtidas com grande freqncia temporal e com baixo

    custo. O grau de detalhamento dos elementos imageados normalmente inferior

    aos obtidos nas fotos areas, mas a rea de abrangncia maior. Suas aplicaes