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Vol.18, n.3, Abr – Jun 2014, pp.05-65

FICHA TÉCNICA Technical Sheet

Título / Title: UNINGÁ ReviewPeriodicidade / Periodicity: Trimestral / QuarterlyDiretor Geral / Main Director: Ricardo Benedito de OliveiraDiretor de Ensino / Educational Director: Ney StivalDiretor Acadêmico / Academic Director: Gervásio Cardoso dos SantosDiretor de Pós-Graduação / Post-Graduation Director: Mário dos Anjos Neto FilhoDiretora de Normas e Legislações / Laws Director: Gisele Colombari GomesDiretora de Comunicação / Communication Director: Magali Roco

Editor-Chefe / Editor-in-Chief: Prof. Dr. Mário dos Anjos Neto Filho

Corpo Editorial / Editorial Board

Prof. Dr. Afonso Pelli, UFTM (MG)Prof. Dr. Aissar Eduardo Nassif, UNINGÁ (PR)Prof. Dr. Alaor Aparecido Almeida, CEATOX-UNESP (SP)Prof. MS. Alex Sanches Torquato, UTFPR (PR)Profa. Dra. Carolina Baraldi Araujo Restini, UNAERP (SP)Profa. Dra. Claure Nain Lunardi Gomes, UnB (Brasília/DF)Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson, UNINGÁ (PR)Prof. Dr. Gerson Jhonatan Rodrigues, UFSCar (SP)Prof. Dr. Jefferson José de Carvalho Marion, UFMS (MS)Profa. Dra. Kellen Brunaldi, UEM (PR)Prof. Dr. Luiz Fernando Lolli, UNINGÁ (PR)

Profa. Dra. Michele Paulo, USP (SP)Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Évora, USP (SP)Prof. Dr. Roberto Barbosa Bazotte, UEM (PR)Prof. Dr. Roberto DeLucia, USP (SP)Prof. MS. Rogério Tiyo, UNINGÁ (PR)Profa. MS. Rosana Amora Ascari, UDESC (SC)Prof. Dr. Sérgio Spezzia, UNIFESP (SP)Profa. Dra. Tatiliana Geralda Bacelar Kashiwabara, IMES (MG)Profa. MSd. Thais Mageste Duque, UNICAMP (SP), UNINGÁ (PR)Profa. MS. Valéria Garcia da Silva, UNINGÁ (PR)

Indexações: Latindex, Google Acadêmico, EBSCO host (Fonte Acadêmica), Periódicos CAPES e Directory ofResearch Journals Indexing - DRJI.

Distribuição: Master Editora – Publicações Científicas

A Revista UNINGÁ Review é um Projeto Especial para divulgação científica apenas em mídia eletrônica, estando inscrito naCoordenação do Núcleo Pesquisa da Faculdade INGÁ sob o número (171/2-2009) da Faculdade INGÁ.

Todos os artigos publicados foram formalmente autorizados por seus autores e são de sua exclusiva responsabilidade.As opiniões emitidas nos trabalhos aqui apresentados não correspondem necessáriamente, às opiniões da Revista UNINGÁ

Review e de seu Corpo Editorial.

The UNINGÁ Review Journal is a special project to scientific dissemination only in electronic media, registered in theCoordination of the Research Center - Faculty INGÁ (171/2-2009).

All published articles were formally authorized by their authors and are your sole responsibility.The opinions expressed in the studies published do not necessarily correspond to the views of UNINGÁ Review Journal and its

Editorial Board.

Academia do saber

ISSN online: 2178-2571

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EDITORIAL

Prezado leitor, é com grande satisfação que divulgamos a décima oitava edição, volume três, daRevista UNINGÁ Review. Nesta edição, realizamos o lançamento de uma nova capa, totalmentemodernizada, bem como celebramos o ingresso de novos membros no Conselho Editorial da revista.

UNINGÁ Review recebeu a estratificação B4 pelo sistema QUALIS CAPES, após a avaliação dasedições anteriores, desde o ano de 2010.

Desde o dia 01/07/2013, a Revista UNINGÁ Review passou a ser distribuída pela Master Editora,adotando o formato Open Access Journal (Revista Científica de Acesso Aberto) que garante amanutenção do acesso irrestrito e gratuito aos artigos publicados. Os autores não terão nenhum custofinanceiro para submissão e a subsequente análise do manuscrito pelo conselho editorial do periódico.Entretanto, caso um manuscrito seja aceito para publicação, o autor responsável (autor decorrespondência) confirmará o interesse pela publicação realizando o pagamento de uma taxa depublicação, no valor de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais), em função dos custos relativos aosprocedimentos editoriais.

Aproveitamos a oportunidade para agradecer aos autores dos trabalhos que abrilhantam esta edição epara convidar aos autores de trabalhos científicos que se enquadram em nosso escopo editorial para oenvio de seus artigos para nossa análise ad hoc, visando o aceite de sua obra para publicação em uma dasedições futuras da Revista UNINGÁ Review.

Boa leitura! Mário dos Anjos Neto FilhoEditor-Chefe

Dear reader, we are pleased to release the eighteenth edition, volume three, of the Journal UNINGÁReview. In this issue, we launched a new cover, fully modernized and celebrate the admission of newmembers to the Editorial Board.

UNINGÁ Review received the concept of stratification B4 by QUALIS CAPES system, according to theevaluation of the previous editions, since 2010.

Since july, 01, 2013, the UNINGÁ Review Journal became distributed by Master Publisher, adoptingthe format Open Access Journal that ensures the free and unrestricted access to published articles. Theauthors have no financial cost to any submission and subsequent analysis of the manuscript by the editorialboard of the journal. However, if a manuscript is accepted for publication, the mailing author can confirmthe interest in publishing by the payment of a publication (R$ 150,00 - one hundred fifty Reais), accordingto the costs relating to the procedures editorials.

We take this opportunity to thank the authors of the works that brightens this issue and to invite theauthors of scientific papers that fit with our editorial scope to send your articles to our ad hoc aiming atacceptance of your paper for publication in a future issue of the Journal UNINGÁ Review.

Happy reading! Mario dos Anjos Neto FilhoEditor-in-Chief

A c a d e m i a d o s a b e r

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SUMÁRIO SUMMARY

USO DE BIOTERÁPICOS NA INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR Trypanosoma cruzi:REVISÃO BIBLIOGRÁFICAFRANCIELE KARINA DA VEIGA, FABIANA NABARRO FERRAZ, DENISE LESSA ALEIXO, SILVANA MARQUES DEARAÚJO .......................................................................................................................................................................... 05

TRIAGEM NEONATAL: O TEMPO DE COLETA E A IMPORTÂNCIA DOS RESULTADOSFALSO NEGATIVO OU FALSO POSITIVOROSANA DE FÁTIMA PRADO, MARIA CRISTIANA PEREIRA FARIAS PINTO ........................................................... 12

PROPOSTA DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO PARA UMA PACIENTE PORTADORADE PARAPARESIA ESPÁSTICA TROPICAL: ESTUDO DE CASOLUDMILA COLLA, FABIANA NAVARRO PETERNELLA, FERNANDO CORDEIRO VILAR MENDES ........................ 17

FRENECTOMIA: REVISÃO DE LTERATURAORLANDO IZOLANI NETO, VANESSA CRISTINE MOLERO, RHUANA MARQUES GOULART ............................... 21

REVISÃO DE LITERATURA: CASOS DE ANTROLITO, SIALOLITO E TONSILOLITOORLANDO IZOLANI NETO, JOÃO MATHEUS RIBEIRO GONÇALVES DE FREITAS, RHUANA MARQUES GOULART............................................................................................................................. ............................................................. 26

VIRUS EM FUNGOS: UMA ÁREA EMERGENTEMARCELO ALBERTO ELIAS, CARLA CAROLINE BURGARDT ................................................................................... 32

INTENSIDADE DO TREINAMENTO PARA GANHO DE MASSA MAGRA: REVISÃO DEMÉTODOS PARA ORIENTAÇÃO PRÁTICABIANCA REIS CORNELIAN, JACQUELINE MOREIRA, HUMBERTO GARCIA OLIVEIRA .......................................... 37

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS HIV/AIDS:REVISÃO DE LITERATURAWAYLLA ALBUQUERQUE DE JESUS, ALINE CHOTTE DE OLIVEIRA ....................................................................... 44

TECNOLOGIAS, HUMANIZAÇÃO E O CUIDADO DE ENFERMAGEM NA UNIDADE DETERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICAMARLIZE KOTZ, GLORIANA FRIZON, OLVANI MARTINS DA SILVA, CLEIDE LUCIANA TONIOLLO, ROSANAAMORA ASCARI ............................................................................................................................................... .............. 50

ATUALIZAÇÃO EM FOTOPROTETORESFERNANDA CUNHA RENNÓ, RAQUEL CUNHA RENNÓ, PRISCILA WOLF NASSIF ................................................. 56

OS IMPACTOS DO CAPITALISMO NO MODELO DE GESTÃO EM SAÚDE NO BRASILWAGNER CARDOSO PADUA FILHO, IZABELA CURY CARDOSO DE PADUA ......................................................... 62

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USO DE BIOTERÁPICOS NA INFECÇÃOEXPERIMENTAL POR Trypanosoma cruzi:

REVISÃO BIBLIOGRÁFICAUSE OF BIOTHERAPICS IN EXPERIMENTAL INFECTION BY Trypanosoma cruzi:

LITERATURE REVIEW

FRANCIELE KARINA DA VEIGA1, FABIANA NABARRO FERRAZ2, DENISE LESSA ALEIXO3*,SILVANA MARQUES DE ARAÚJO4

1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biociências Aplicada a Farmácia - Universidade Estadual de Maringá / Setor deParasitologia Básica; 2. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Universidade Estadual de Maringá /Setor de Parasitologia Básica; 3. Pós-Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Universidade Estadual deMaringá / Setor de Parasitologia Básica; 4. Doutora pela Universidade Federal de Minas Gerais, Docente da disciplina de Parasitolo-gia da Universidade Estadual de Maringá / Setor de Parasitologia Básica.

* Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Ciências Básicas da Saúde / Setor de Parasitologia Básica. Av. Colombo,5790, Jd. Universitário, Bloco I90, Sala 11. CEP 87020-900. Maringá, Paraná, Brasil. [email protected]

Recebido em 16/04/2014. Aceito para publicação em 08/05/2014

RESUMOEste trabalho teve como objetivo avaliar o uso de bioterápicosna infecção experimental murina por Trypanosoma cruzi, pelaanálise da metodologia utilizada e resultados alcançados naspublicações selecionadas. Foram utilizadas para pesquisa asbases de dados: PubMed, LILACS, Latindex e HomeoIndex,com as palavras chaves (português e inglês): bioterápico,Trypanosoma cruzi, homeopatia e modelo animal. Os critériosde inclusão foram publicações com bioterápicos no trata-mento da infecção experimental murina por T. cruzi, publi-cados Janeiro/2000 a Abril/2014. A análise da descrição dametodologia utilizada nas publicações foi realizada com baseno protocolo “Reporting experiments in homeopathic basicresearch – A detailed guideline for authors. Foi encontradonas bases científicas selecionadas um total de 28 publicaçõesabordando o tema proposto. Após avaliação dos critérios deinclusão, 13 publicações (5 artigos completos e 8 resumos)foram utilizadas e 15 publicações foram excluídas. A análisedas publicações demonstrou que, apesar das limitações en-contradas (pequeno número de artigos originais sobre o as-sunto e a maioria dos trabalhos pertencerem a um únicogrupo), houve uma evolução na descrição metodológica dosestudos nos últimos anos, além de resultados parasitológicos,clínicos e imunológicos positivos que demonstram os efeitosdestes medicamentos ultradiluídos na infecção experimentalmurina por T. cruzi.

PALAVRAS-CHAVE: Bioterápico, homeopatia, Trypanoso-ma cruzi, modelo animal.

ABSTRACTThis study aimed to evaluate use of biotherapics in murine ex-perimental infection by Trypanosoma cruzi, by analysis of meth-odology used and results achieved in selected publications. Wereused to search databases: PubMed, LILACS, Latindex andHomeoIndex with key words (Portuguese and English): biothera-pic/biotherapy, Trypanosoma cruzi, homeopathy and animalmodel. The inclusion criteria were publications with biotherapicsin treatment of murine experimental infection by T. cruzi, pub-lished January/2000 to April/2014. The description of the meth-odology used in the publications was performed based in protocol“Reporting experiments in homeopathic basic research – A de-tailed guideline for authors. We found in selected scientific basisa total of 28 publications addressing the theme. After review ofthe inclusion criteria, 13 publications (5 original papers and 8abstracts) were used and 15 publications were excluded. Theanalysis of publications demonstrated that, despite limitationsfound (small number of original articles about subject and mostof works belong to a single group), there was an evolution inmethodological description of studies in recent years, in additionof results parasitological, clinical and immunological demon-strating positive effects of these medications highly diluted inmurine experimental infection by T. cruzi.

KEYWORDS: Biotherapic, homeopathy, Trypanosoma cruzi,animal model.

1. INTODUÇÃOA doença de Chagas, descrita em 1909 por Carlos Cha-gas, tem como agente etiológico o protozoário flagelado

Trypanosoma cruzi1. A distribuição da doença de Chagasem humanos ocorre do sul dos Estados Unidos ao sul daArgentina. Atualmente estimativas informam que apro-

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ximadamente 8 a 10 milhões de pessoas encontram-seinfectadas no mundo2.

Para o tratamento da doença de Chagas, no Brasil,apenas o benznidazol está disponível. Esta droga possuiuma eficácia de aproximadamente 80% na fase aguda dadoença, mas na fase crônica sua eficiência é muito baixa,além de desencadear diversos efeitos colaterais impor-tantes3,4. A maior parte da população infectada está atu-almente na fase crônica, e a busca de um medicamentomais eficaz, que abranja todas as fases da doença e comefeitos colaterais menos significativos é atualmente umdos principais objetivos dos pesquisadores5,6,7,8,9.

A homeopatia é uma forma alternativa de tratamento,atualmente muito estudada por diversos pesquisado-res5,6,7,8,9. Dentre os medicamentos homeopáticos, exis-tem os bioterápicos, que seguem os princípios da isopa-tia, ou seja, utiliza o agente causador da doença ou de-sequilíbrio para promover a cura10.

Vários modelos experimentais e metodologias mo-dernas vêm sendo utilizadas para a comprovação da efi-cácia dos bioterápicos5,6,7,8,9. O modelo experimentalmais estudado é o da infecção murina por T. cruzi11,12,sendo o mais utilizado para ajudar a elucidar a ação e osefeitos destes medicamentos5,6,7,8,9.

O objetivo desta revisão bibliográfica foi avaliar ouso de bioterápicos na infecção experimental murina porT. cruzi, pela análise da metodologia utilizada e resulta-dos alcançados em cada publicação selecionada.

2. MATERIAL E MÉTODOSFoi realizado um levantamento de trabalhos nas ba-

ses científicas: PubMed, LILACS, Latindex e Home-oIndex (revistas de homeopatia indexadas), usando asseguintes palavras chaves: bioterápico e Trypanosomacruzi; homeopatia e Trypanosoma cruzi; bioterápico emodelo animal; homeopatia e modelo animal; homeopa-tia e bioterápico, e os termos em inglês correspondentesa estas palavras (biotherapic/biotherapy, homeopathy eanimal model) utilizando a mesma associação descritaacima.

Os critérios para inclusão dos trabalhos no estudoforam o uso de bioterápicos como tratamento na infec-ção experimental murina por T. cruzi e publicados noperíodo de Janeiro/2000 a Abril/2014. Portanto, foramexcluídas todas as publicações que não atenderam a estescritérios.

Para cada trabalho selecionado, foram extraídas asseguintes variáveis: tipo de bioterápico (preparado comtripomastigotas sanguíneos ou de cultura) e dinamiza-ção; farmacotécnica utilizada para preparação do biote-rápico; linhagem e idade dos camundongos; desenhoexperimental (estudo cego, controlado, randomizado,com repetição); controle de tratamento; análise estatísti-ca; tipo de parâmetros avaliados (parasitológicos, imu-

nológicos, clínicos, hematológicos...); o (s) esquema(s)de tratamento realizado (s) e resultados obtidos.

A análise da descrição da metodologia utilizada naspublicações foi realizada com base no protocolo apre-sentados no trabalho “Reporting experiments in homeo-pathic basic research (REHBaR) – A detailed guidelinefor authors”13.

3. DISCUSSÃOFoi encontrado nas bases científicas selecionadas

um total de 28 publicações abordando o tema proposto.Após avaliação dos critérios de inclusão, 13 publica-ções (5 artigos completos e 8 resumos) foram utilizadase 15 publicações foram excluídas, devido ao ano depublicação 1981 a 1994 e por serem resumos com as-suntos de artigos originais já publicados. Os trabalhosanalisados estão resumidos na Tabela 1 (anexo).

Atualmente, o uso de medicamentos ultradiluídos(homeopáticos e bioterápicos) cresce à medida que osmedicamentos convencionais não conseguem os efeitosesperados ou produzem efeitos colaterais que afetam aadesão ao tratamento14. Embora inúmeros estudos se-jam realizados na tentativa de elucidar o mecanismo e aeficácia destes medicamentos, sua utilização ainda émuito discutida em virtude das falhas metodológicasobservadas em alguns estudos15,16,17,18.

Sabe-se que o reconhecimento da homeopatia de-pende da credibilidade dos grupos de pesquisa, quepode ser alcançada com a utilização de experimentosenvolvendo alto rigor metodológico. Autores afirmamque uma das formas de validar os experimentos comestes medicamentos é a realização de estudos controla-dos, cegos, randomizados e em duplicata, com númeroapropriado de animais por grupo, avaliação de marca-dores biológicos e métodos estatísticos adequados paraanálise de resultados13,19.

Os trabalhos científicos selecionados nesta revisãobibliográfica estudaram bioterápicos T. cruzi nas dina-mizações 7dH7, 20, 12dH6, 15dH21, 16dH21, 17dH8, 9, 21, 22,

23, 24, 25, 30dH5 e 200dH26,27. A maioria (92%) dos me-dicamentos foi preparada com tripomastigotas sanguí-neos, cepa Y-T. cruzi6,7,8,9,20,21,22,23,24,25,26,27 e de acordocom a Farmacopéia Homeopática Brasileira (85%)7,8,9,

20,21,22,23,24,25,26,27.Para avaliação do efeito dos bioterápicos, a linha-

gem de camundongos Swiss (92%)5,7,8,9,20,21,22,23,24,25,26,

27, com 28 dias de idade7,8,9,20,21,22,23,24,25,26,27, foi a maisutilizada. A maioria dos estudos (85%) realizou expe-rimento cego, controlado e randomizado7,8,9,20,21,22,23,24,

25,26,27, mas somente duas publicações descreveram arealização de repetição do experimento7,8. Todos osestudos apresentaram em seus experimentos grupo con-trole, na qual a solução hidroalcoólica a 7% (insumoinerte do medicamento) foi a mais utilizada (62%) parao tratamento deste grupo8,9,22,23,24,25,26,27.

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A análise estatística foi realizada pela maioria daspublicações avaliadas. O tipo de teste estatístico maisutilizado foi Kruskal-Wallis e ANOVA (62%)6,7,8,20,21,22,

25,26 e quatro publicações não mencionaram o tipo deteste estatístico realizado5 23,24,27.

Os parâmetros parasitológicos foram os mais avalia-dos (77%)5,6,7,8,9,20,21,24,26,27 e os esquemas de tratamentorealizados foram diferentes na maioria dos trabalhosanalisados (antes e após a infecção), sendo os medica-mentos administrados por gavagem diretamente no es-tômago do animal8,9,22, diretamente na cavidade oral doanimal5,6 ou diluído em água oferecido ad libitum embebedouro aos animais8,20,21,26,27.

Os resultados dos parâmetros parasitológicos obtidosna utilização de bioterápico na infecção experimentalmurina por T. cruzi demonstraram: diminuição da morta-lidade e aumento de sobrevida dos animais tratados5,6,7,8,

20,21; diminuição da parasitemia6,7,8,9,20,26; aumento dopico de parasitemia7,8,24; aumento do período pré-patente(PPP)7,8; diminuição do período patente (PP)6,7,8,20 e daparasitemia total7,8,9 e melhora clínica dos camundongostratados em relação ao grupo controle8,20,21. Ainda, foiobservado em algumas publicações o aumento da imu-nidade dos animais tratados com elevação de anticorposIgG5,6, aumento de células em apoptose23 e diminuiçãodo parasitismo tecidual22, sendo que, a idade dos ca-mundongos e a frequência de administração do medica-mento foram parâmetros que influenciaram o efeito dosbioterápicos estudados. Em sete publicações5,6,7, 8,21,24,25

alguns esquemas de tratamento avaliados não demons-traram diferenças significativas entre os grupos tratadose controle nos parâmetros analisados.

A maioria dos trabalhos analisados (62%)20,21,22,23,24,

25,26,27 foram resumos publicados em revistas científicas,por esse motivo foi difícil avaliar a precisão metodoló-gica destes estudos, visto que os resumos possuem umnúmero limitado de palavras. Por este motivo, grandeparte das publicações avaliadas não contemplou todasas variáveis sugeridas como critérios importantes parapesquisa experimental envolvendo medicamentos ul-tradiluídos 13. Mas foi possível observar uma evoluçãona descrição metodológica dos estudos sobre bioterá-picos nos últimos anos, principalmente quando compa-ramos cronologicamente os artigos originais publica-dos.

Com os dados levantados neste estudo, observou-seque a dinamização do bioterápico utilizado, o esquemade tratamento, a forma de administração e até mesmo afarmacotécnica utilizada para a produção destes medi-camentos ainda precisam ser melhor discutidos e padro-nizados. Se por um lado a farmacologia clássica trabalhacom doses e concentrações pré-estabelecidas, agindo emreceptores específicos, os medicamentos homeopáticosagem promovendo a homeostase orgânica, não impor-tando a quantidade de medicamento que cada organismo

ingere diariamente, mas sim a quantidade de estímulosque este recebe8,28,29. Portanto, a utilização destes medi-camentos deve ser tratada de forma peculiar, assim comoo seu efeito, que visa tratar o indivíduo como um todo,buscando a homeostase do organismo.

Ao mesmo tempo em que a excelência na descriçãometodológica e na padronização da utilização dos biote-rápicos ainda é incipiente, os resultados positivos obser-vados na utilização destes medicamentos na infecçãoexperimental murina por T. cruzi são visíveis. Autoresmostram que na infecção por T. cruzi, as alterações nocurso da infecção murina podem estar relacionadas auma tentativa de restabelecer o equilíbrio parasi-to-hospedeiro7,8.Durante a realização desta revisão bibliográfica verifi-cou-se limitações, como o pequeno número de artigosoriginais publicados sobre o assunto, além de aproxima-damente 85% das publicações analisadas pertencerem aomesmo grupo de pesquisadores7,8,9,20,21,22,23,24,25,26,27, evi-denciando o número reduzido de estudos envolvendo autilização de bioterápicos na infecção experimental mu-rina por T. cruzi.

4. CONCLUSÃOEsta é a primeira revisão bibliográfica, que se têm

conhecimento, que aborda a utilização de bioterápicosna infecção experimental murina por T. cruzi.

A análise das publicações demonstrou que, apesardas limitações encontradas (pequeno número de artigosoriginais sobre o assunto e a maioria dos trabalhos per-tencerem a um único grupo), houve uma evolução nadescrição metodológica dos estudos nos últimos anos,além de resultados parasitológicos, clínicos e imunoló-gicos positivos que demonstram os efeitos destes me-dicamentos ultradiluídos na infecção experimental mu-rina por T. cruzi.

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[18]Ennis M. Basophil models of homeopathy: a skeptical view.Homeopathy 2010; 99 (1):51-56.

[19]Bonamin LV, Endler PC. Animal model of studying ho-meopathy and high dilutions. Homeopathy. 2010;99(1):37-50.

[20]Ferraz FN, Gonçalves VA, Aleixo DL, Mizutani AS, AraújoSM. Effect of biotherapy T.cruzi 7x in several therapeutic

schemes on experimental infection by Trypanosoma cruzi.Int J High Dilution Res. 2011; 10(36):125-7.

[21]Ferraz FN, Gonçalves VA, Aleixo DL, Mizutani AS, AraújoSM. Evaluation of biotherapies T.cruzi 15x, 16x, 17x and“potency chords” in experimental infection by Trypano-soma cruzi. Int J High Dilution Res. 2011; 10(36):130-3.

[22]Sandri PF, Falkowski GJS, Nascimento Júnior AD, SpackM, Moreira NM, Toledo MJO, et al. Biotherapic of Tryp-anosoma cruzi 17x controlled histopathological alterationsin mice infected by this protozoon. Int J High Dilution Res.2011; 10(36):110-4.

[23]Sandri PF, Falkowski GJS, Hernandes L, Dalálio MMO,Aleixo DL, Gomes ML et al. Biotherapic of Trypanosomacruzi 17d increases apoptosis in experimentally infectedmice. Int J High Dilution Res 2011; 10(36):119-24.

[24]Gabriel M, Sandri PF, Moreira NM, Nascimento Júnior AD,Spack M, Araújo SM. Bioterápico de Trypanosoma cruzi17dH: efeito versus idade, Revista de Homeopatia 2011;74(3):120.

[25]Araújo SM, Sandri PF, Falkowski GJS, Nascimento JúniorAD, Spack M. Aspectos clínicos de camundongos tratadoscom bioterápico 17 d de Trypanosoma cruzi. Revista deHomeopatia 2011; 74(3):90.

[26]Aleixo DL, Braga CF, Moreira NM, Massini PF, BrustolinCF, Ferraz FN, et al. Influence of age and ways of treatmentin the parasitemia in mice infected with Trypanosoma cruzitreated with high potency biotherapy. Int J High DilutionRes 2011; 10(36):138-41.

[27]Aleixo DL, Veiga FK, Ciupa L, Portocarrero AR, SandriPF, Ferraz FN, et al. Highly diluted medication modifiesparasitological, immunological and histopathological pa-rameters of Trypanosoma cruzi infection. Int J High Dilu-tion Res. 2013; 12(44):107-8.

[28]Kossak-Romanach A. Homeopatia em 1000 conceitos. SãoPaulo: Elcid. 1984.

[29]Ortega PS. Introducción a la medicina homeopática: teoriay técnica. México. 1994.

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ANEXO

Tabela 1. Relação das publicações selecionadas (Janeiro/2000 a Abril/2014) sobre o uso de bioterápicos na infecção experimental murina por T. cruzi de acordo com as variáveis analisadas.

Bioterápico/dinamização/insumo ativo

Técnica demanipulação

Animal(Idade)

Tipo deestudo

Controle detratamento

Análiseestatística

Parâmetrosavaliados

Esquema de tratamento Resultados Ref.

BioterápicoT. cruzi 30dH

/tripomastigotade cultura/

cepaY

Roberto Costa(Nosódios

vivos)

Swissmacho(NE)

NE NE NE Parasitológicos eimunológicos

7 dias V.O antes da infecção50µL/dia.

7 dias V.O após a infecção50µL/dia.

↑ sobrevida ↑IgG↓ mortalidade

Sem diferença significativa emrelação ao controle

(5)

BioterápicoT. cruzi 12dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

Roberto Costa(Nosódios

vivos)

C57BL/6macho(NE)

NE15% de etanol

em água

ANOVA,Qui-quadrado,

Kruskal-Wallis eMann-

Whitney-5%

Parasitológicos eimunológicos

3 gotas (0,6mL)/ dia/ V.O.antes da infecção por 20 dias

com intervalo de 10 dias.

3 gotas (0,6mL)/ dia/ V.O. apósa infecção por 20 dias.

↓PP, parasitemia,, mortalidade↑Linfócitos e neutrófilos ↑IgG

Outros parâmetros avaliadossemelhantes ao controle.

(6)

BioterápicoT. cruzi 7dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(28 dias)

Cego,randomizado

e emduplicata.

Águadestilada

ANOVA,Teste das

Medianas eQui-

quadrado-5%

Parasitológicos econtrole de cura

0,2mL/ dia/ animal V.O. por 7dias antes da infecção.

↓Área sob a curva, pico deparasitemia, parasitemia total.

(7)

0,2mL/ dia/ animal V.O. por 30dias antes da infecção.

↑PPP, ↓PP,↑ pico de parasitos, ↓

mortalidade.

0,2mL/ dia/ animal V.O. por 20dias após a infecção

Sem diferença significativa emrelação ao controle

BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(28 dias)

cego,controlado e

randomizado,em duplicata

Soluçãohidroalcoólica

7%

ANOVA,Kruskal-Wallis,

Correlação -5%

Parasitológicos,clínicos e controle

de cura.

10µL/mL em água ad libitumdo 1º dia de infecção até a

morte dos animais10µL/mL em água ad libitum

do 4º dia de infecção até amorte dos animais

0,2mL/animal/dia/ gavagemnos 4º, 5ºe 6º dias de infecção

0,2mL/animal/dia/gavagem nos7º, 8ºe 9º dias de infecção.

↓ área sob a curva, parasitemiatotal, pico de parasitos, PP,

mortalidade, ↑ PPP e melhorevolução clínica.

área sob a curva, parasitemiatotal e clínica≈ controle, ↑picode parasitos, ↓PPP e sobrevida

(8)

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BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(28 dias)

cego,controlado erandomizado.

Soluçãohidroalcoólica

7%

Mann-Whitney 5% Parasitológicos 0,2mL/ animal/ gavagem no 4°

dia de infecção.

↓área sob a curva, parasitemiatotal nas primeiras 6 hs de

infecção; 9-12 hs de infecção ↑parasitemia total

(9)

BioterápicoT. cruzi 7dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(28 dias)

cego,controlado erandomizado

ÁguaKruskal-Wallis,Mann-

Whitney 5%

Parasitológicos eclínicos

3 dias antes e 3 dias após ainfecção

10µL/mL na água ad libitum3 dias antes da infecção

10µL/mL na água ad libitum3 dias antes e após a infecção

por tempo indeterminado10µL/mL na água ad libitum

Melhora clínica↓ curva de parasitemia, PP,

parasitemia total,↓mortalidade ↑sobrevida

↓mortalidade↑parasitemia total

↓mortalidade

(20)

BioterápicoT. cruzi 15dH,16dH, 17dH e

Acordes depotência/

tripomastigotasanguíneo/

cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(28 dias)

cego,controlado erandomizado

Águadestilada

Kruskal-Wallis,Mann-

Whitney 5%

Parasitológicos eclínicos

3 dias antes e 3 dias após ainfecção

10µL/mL na água ad libitum

15 dH e 16dH tratado ≈controle de infecção

17dH ↓mortalidade ↑sobrevida,melhora clínica

Acordes ↓mortalidade↑sobrevida e curva de

parasitemia, melhora clínica.

(21)

BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho(28/ 56dias)

cego,controlado erandomizado

Soluçãohidroalcoólica

7%

ANOVA,Qui-quadrado,

Kruskal-Wallis 5%

Histopatológico(ninhos de

amastigostas)e foco

inflamatório(baço e fígado)

0,2mL/gavagem./ após o 4º diade infecção.

↑ focos inflamatórios no fígadoe número de amastigotas no

baço(animais de 28 dias)

↓ Número de ninhos deamastigotas e focos

inflamatórios no fígado↓número de ninhos e célulasgigantes/ megacariócitos nobaço (animais de 56 dias)

(22)

BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

NESwissmacho(28/ 56dias)

cego,controlado erandomizado

Soluçãohidroalcoólica

7%NE

Apoptose (fígadoe baço)

0,2mL/ V.O./ 20 diasconsecutivos após a

constatação da infecção.

↑células em apoptose↑ células com vacúolo

fagocítico com materialapoptótico no baço e fígado

(animais de 28 e 56 dias)

(23)

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BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

NESwissmacho(28/ 56dias)

cego,controlado erandomizado

Soluçãohidroalcoólica

7%NE Parasitológicos

0,2mL/ V.O./ 20 diasconsecutivos após a

constatação da infecção.

Sem diferença significativa emrelação ao controle(animais de 28 dias)

↑pico de parasitos e parasitemiatotal (animais de 56 dias)

(24)

BioterápicoT. cruzi 17dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

NESwissmacho

(56 dias)

cego,controlado erandomizado

Soluçãohidroalcoólica

7%

ANOVA,Kruskal-

Wallis 5%Clínicos

0,2mL/ V.O./ 20 diasconsecutivos após a

constatação da infecção.

Sem diferença significativa emrelação ao controle e↓ consumo de ração.

(25)

BioterápicoT. cruzi 200dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho(28/ 38/56 dias)

cego,controlado erandomizado

Soluçãohidroalcoólica

7%

Kruskal-Wallis,Wald-

Wolfowitz 5%

Parasitológicos

10mL/100mL em água adlibitum em dose única.

1mL/100mL em água adlibitum até o final do

experimento

↑parasitemia independente daidade

↑parasitemia animais de 56 dias↓ parasitemia animais de 28 e

38 dias

(26)

BioterápicoT. cruzi 200dH/tripomastigota

sanguíneo/cepaY

FarmacopéiaHomeopática

Brasileira

Swissmacho

(56 dias)

cego,controlado erandomizado,

Soluçãohidroalcoólica

7%NE

Parasitológicos,histológico eimunológico

1mL/100mL em água adlibitum em dose única.

1mL/100mL em água adlibitum até o final do

experimento.

↑ número de ninhos deamastigotas no baço, fígado,

coração e intestino, inflamaçãofocal

↑ número de ninhos deamastigotas no baço e fígado,

inflamação difusa,↓ das citocinas IFN gama, IL-

10, TNF-alfa, IL-17A

(27)

NE – não especificado; PPP – período pré-patente; PP – período patente; V.O – via ora

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TRIAGEM NEONATAL: O TEMPO DE COLETA E AIMPORTÂNCIA DOS RESULTADOS FALSO NEGATIVO

OU FALSO POSITIVONEWBORN SCREENING: THE TIME OF COLLECTION AND THE IMPORTANCE OF

NEGATIVE RESULTS FALSE POSITIVE OR FALSE

ROSANA DE FÁTIMA PRADO1*, MARIA CRISTIANA PEREIRA FARIAS PINTO2

1. Acadêmica do Curso de Enfermagem da Faculdade INGÁ; 2. Professora do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Ingá.

* Rua Paulo Jorge Carolino, 919, Jardim Paris, Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87083-370 [email protected]

Recebido em 14/04/2014. Aceito para publicação em 16/04/2014

RESUMOA Triagem Neonatal, conhecida também como Teste doPezinho é uma ação preventiva capaz de detectar diversasdoenças congênitas ou infecciosas as quais são assintomáti-cas no período neonatal que, se não tratadas, podem causarconsequências irreversíveis para o adequado desenvolvi-mento da criança. O objetivo do estudo foi enfatizar a rea-lização do teste em recém-nascidos em tempo hábil, assimcomo a correta coleta da amostra pelos profissionais dasaúde para que não haja resultados falsos positivos ou ne-gativos. Trata-se de uma de revisão sistemática da literatu-ra cientifica, na modalidade denominada revisão integrati-va, a qual sintetiza e analisa os dados para desenvolveruma explicação mais abrangente de um fenômeno específi-co. Segundo a maioria dos autores comentados, o períodode coleta do teste do pezinho dita a eficiência se realizadano 3º ao 7° dia de vida do recém- nascido. Ainda afirmamque os falsos negativos e falsos positivos estão relacionadosao tempo de coleta inferior a 48 horas. Ainda falta muitopara a triagem neonatal alcance redução dos falsos resul-tados, é necessário um maior envolvimento dos profissio-nais de saúde em relação ao tempo de coleta.

PALAVRAS-CHAVE: Triagem neonatal, tempo de coleta,falsos resultados positivos e negativos.

ABSTRACTThe Newborn Screening, also known as the Guthrie Test is apreventive action can detect various infectious or congenitaldiseases which are asymptomatic in the neonatal period which,if untreated, can lead to irreversible consequences for theproper development of the child. The study objective was toemphasize the testing in newborns in a timely manner so as tocorrect sample collection by health professionals so there areno false positive and negative results. This is a systematic re-view of scientific literature, in the form called integrative re-view, which summarizes and analyzes data to develop a morecomprehensive explanation of a specific phenomenon. Ac-cording to most authors commented, the collection period ofthe Guthrie test dictates the efficiency is held on the 3rd to 7thday of life the newborn. Still say the false negatives and false

positives are related to collection time less than 48 hours.There is still much scope for reduction of neonatal screeningfalse results, we need a greater involvement of health profes-sionals in relation to collection time.

KEYWORDS: Neonatal screening, time collection, falsepositive and negative results.

1. INTRODUÇÃO“Triagem” em Saúde Pública é uma forma de seleci-

onar e identificar em uma população que apresenta sernormal, um grupo de pessoas que possam vir a desen-volver determinadas doenças que se detectadas preco-cemente garantem uma melhor qualidade de vida atravésde tratamento1.

Em 1961 o Dr. Robert Guthier um biólogo americanoatravés de estudos e pesquisas para prevenção das doen-ças mentais, desenvolveu um método de inibição de umacepa denominada Bacillus subtillis através de sangueseco coletado de recém- nascidos em papel filtro assimpode observar que a bactéria tinha seu crescimento ini-bido pelo excesso de fenilalanina descobrindo assim aFenilcetonúria2.

No ano de 1965, Guthier havia testado 400.000 re-cém-nascidos em 29 estados americanos com 39 casospositivos da doença tornando o fato mundialmente co-nhecido3. Para que haja um Programa de Triagem Neo-natal (PTN) as doenças triadas devem ser consideradasum importante problema de saúde pública. As doençasdiagnosticadas na Triagem Neonatal (TN) costumam teruma frequência relativamente pequena, mas com grandepotencial de letalidade, hospitalização e sequelas, o queacarreta em preconceito da sociedade para com o indi-víduo portador da doença causando medo, repulsa, des-respeito, indignação e também uma relevância econô-mica. Um indivíduo sequelado pode ser reduzido na forçade trabalho, ausência escolar, maiores custos previden-

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ciários assim como a necessidade efetiva dos serviços desaúde4.

A primeira TN no Brasil aconteceu em 1976 tornan-do-se pioneira em toda América Latina, um trabalho daAPAE /SP para a doença de Fenilcentonúria. Em 1980acrescentou aos testes a doença de HipotireoidismoCongênito à TN, mas foi em 13 de julho de 1990 quehouve a formalização da obrigatoriedade dos testes emtodo País. Em 1992 foi complementada definindo Hipo-tireoidismo Congênito (HC) e Fenilcetonúria (PKU)como patologias triadas na TN. E finalmente em06/06/2001 o Ministério da Saúde (MS) lançou a inclusãode mais duas patologias a serem triadas, anemia falci-forme e outras Hemoglobinopatias e Fibrose Cística. OMinistério da Saúde implantou o Programa Nacional deTriagem Neonatal (PNTN) depois uma avaliação daComissão de Triagem Neonatal, que levantou dados quedemonstraram uma cobertura populacional insuficiente eirregular, com dados diferenciados em diversas regiõesdo País, regendo então uma regulamentação obrigatóriapara todos os Estados brasileiros, visando um programade qualidade que proporcionasse redução nos índices demortalidade3,5.

Os exames realizados são aqueles para os quais cadaEstado, está habilitado a fazer, conforme as fases de im-plantação estabelecidas pelo Ministério da Saúde, a saber: Fase I - Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonú-

ria; Fase II - Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonúria

e Hemoglobinopatias; Fase III - Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonú-

ria, Hemoglobinopatias e Fibrose Cística.O PNTN, comumente reconhecido como `Teste do

Pezinho`, representa uma Política Pública de Saúde doGoverno Federal cujo propósito é identificar precoce-mente anormalidades do metabolismo, como a Fenilce-tonúria (PKU ou Phenylketonúria) e o HipotireoidismoCongênito (HC). Isso porque, a detecção precoce possi-bilita que quaisquer destas doenças sejam tratadas antesque se manifestem os agravos que podem comprometer odesenvolvimento e a qualidade de vida infantil6.

Os principais objetivos do PNTN é ampliar a gama depatologias triadas, cobertura de 100% dos nascidos vivose a definição de uma abordagem mais ampla da questão.A coleta do teste do pezinho é realizada por meio deamostras de sangue em papel filtro por punção capilar decalcâneo nos neonatos devido ser este local bem vascu-larizado, coletados preferencialmente entre o 3º e o 7º diade vida. É essencial que o profissional envolvido na co-leta esclareça a importância do exame e explique aosfamiliares o procedimento detalhadamente e as patologiasque estarão sendo triadas, garantindo uma coleta rápida eeficaz. Além das orientações, outro fator importante é aexecução correta da técnica, cuja responsabilidade na

maioria das vezes fica para equipe de enfermagem dasmaternidades e Unidades Básicas de Saúde3,7.

O exame é gratuito e obrigatório, então, todos osbebês, indistintamente, têm direito a prevenção do retardomental e outros comprometimentos, fornecidos peloPNTN. Uma vez coletado o sangue, este será encami-nhado para o laboratório de referência credenciado ao MSou em laboratório privado. No Paraná o serviço de refe-rência em TN é a Fundação de Proteção aos Excepcionais(FEPE). Trata-se de uma fundação privada e filantrópicacom o objetivo de pesquisa, prevenção, diagnóstico,reabilitação e integração dos portadores de deficiência nasociedade, conta com uma escola ecumênica, fazendotrabalho de estimulação precoce atendendo portadorescom múltiplas deficiência. Iniciou suas pesquisas emFenilcentonúria em 1981, em parceria com o SistemaÚnico de Saúde (SUS), examina aproximadamente180.000 crianças por ano, pesquisando quatro patologiasrecomendadas pelo MS e também Deficiência de Bioti-nidase, que pode levar a deficiência intelectual, realizadacom recursos próprio8.

Segundo Brasil (2002)3, Luz (2008)9 as principaisdoenças triadas são: Hiperfenilalaninemias (Fenilcetonúria)- trata-se de

uma doença genética caracterizada pela falta da enzimafenilalanina hidroxilase que faz a metabolização doaminoácido fenilalanina em tirosina, quando não ocorreesta conversão, a fenilalanina fica acumulada na correntesanguínea causando a Fenilcetonúria (PKU). Hipotireoidismo Congênito- distúrbio causado pela

deficiência na produção de hormônios da tireoide, pordefeitos na formação da glândula ou problemas na síntesedos hormônios tireoidianos, que são fundamentais para odesenvolvimento do sistema nervoso, esta deficiênciaprovoca lesões graves e irreversíveis que levam ao re-tardo mental grave. Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias

dentro dos glóbulos vermelhos há uma proteína chamadahemoglobina, responsável em transportar oxigênio emtodo organismo, portadores dessa patologia são suscetí-veis à anemia hemolítica, infecções recorrentes, obstru-ção de pequenos vasos que causam dor e comprometi-mento de órgãos e tecidos. Fibrose Cística – doença genética que atinge o

transporte de sódio e cálcio das membranas celular for-mando um muco espesso nos brônquios e pulmões, istocausa infecções de repetição levando a problemas respi-ratórios e digestivos, há também bloqueios dos ductospancreáticos prejudicando o funcionamento do sistemadigestivo.

A enfermagem é muito importante no PNTN, éfunção da enfermagem a coleta do teste do pezinho tendo,assim, que estar ciente do que é o teste, conhecer as pa-tologias triadas e suas complicações, orientar e treinar suaequipe para uma boa técnica de coleta evitando assim

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falsos resultados positivos e negativos através de amos-tras insatisfatória ou tempo de vida do bebê no momentoda coleta, assim como o preenchimento da ficha depois é através desta que se localiza os pais do RN triadopara o caso de uma recoleta por uma amostra com pro-blemas técnicos como também para resultados alterados.Outra importante função é a informação e orientação àgestante ou à puérpera da suma importância do teste dopezinho, seus direitos como cidadã, tratamentos nosde alteração no resultado e a eficácia do tratamentoquando diagnosticado precocemente, além de estar fa-zendo um trabalho educativo e orientador trazendo umacerta confiança e tranquilidade aos pais6.

O objetivo deste artigo é enfatizar a importância dotempo de vida do RN no momento da coleta do teste dopezinho que está diretamente relacionada com falsosresultados positivos e negativos assim como tambémtécnicas de coleta inadequadas negligenciando o trata-mento através de diagnósticos tardios, causandona saúde e desenvolvimento da criança.

2. MATERIAL E MÉTODOSEste estudo trata-se de uma de revisão sistemáti-ca da literatura cientifica, na modalidade denominadarevisão integrativa. A revisão integrativa é definidacomo um método que agrupa os resultados obtidosde pesquisas primárias sobre o mesmo assunto, como objetivo de sintetizar e analisar esses dados paradesenvolver uma explicação mais abrangente de umfenômeno específico.Portanto, para a construção deste estudo seguiu-se

seis etapas: seleção da questão norteadora; definição dascaracterísticas das pesquisas primárias; seleção das pes-quisas que compuseram a amostra; análise dos artigos;interpretação dos resultados; e o exame crítico dosachados, com a seguinte questão norteadora: "Qual aimportância do tempo de coleta da TN em relação aosresultados positivos ou falso positivos?"

Foram definidos como critérios de inclusão todos osartigos, teses e dissertações publicadas no site da Biblio-teca Virtual de Saúde (BVS), BIREME, SCILEO e LI-LACS disponibilizados como textos completos, em pe-riódicos nacionais (português), no período de 2000 a2012, por meio de busca em método integrado, utilizan-do os seguintes descritores: "triagem neonatal", "distúr-bios metabólicos" e "erros inatos do metabolismo". Aescolha por apenas publicações nacionais deu-se devidoao tema estar relacionado a rotina nacional de coleta daTN.

Na primeira busca foram levantados 100 artigos so-bre o tema, após leitura dos resumos, foi selecionado ocorpus do trabalho com as produções que condiziamcom o objetivo da pesquisa, perfazendo uma amostra de15 artigos. As publicações científicas foram numeradas

e organizadas, em seguida, foi realizada uma leitura naíntegra, para posteriormente agrupá-los em categoriascorrespondentes aos enfoques.Quadro 1. Distribuição dos artigos selecionados segundo autores,título, tipo de publicação e fonte, 2012

Autores Título deestudo

Tipo depublica-

ção

Fonte

1 LUZ, G.S.et al

Prevalênciadas doenças

diagnosticadaspelo programa

deTriagem Neo-natal em Ma-ringá, Paraná,

Brasil:2001-2006

Estudodescritivode cortetransver-

sal.

Brasil: 2001-2006.Rev Gaúcha Enferm.

Porto Alegre(RS) ,v.29, n.3,p.446-53, 2008.

2 SILVA,M.; LA-CERDA,

M.R.

"Teste dopezinho": porque coletar naalta hospitalar

Revisãobibli-

ográfica.

RevistaEletrônica de Enfer-

magem. v. 5 n. 2 p. 60– 64, 2003.

3 CAR-VALHO,M.D.B. et

al

Cobertura doPrograma de

Triagem Neo-natal em Ma-

ringá(PR), 2001 a

2006

Ob-servacional trans-versal,

retrospec-tivo.

Acta Paul Enferm. v.21, n. 1:p. 89-93,

2008.

4 FEPE (Funda-ção ecumênicade Proteção).

Fundação Disponível emWWW.fepe.org.br/cepe.html. Acesso em

28/ 06/2012.5 ABREU,

I.S.BRA-

GUINI,W.L.

Triagem neo-natal:

o conheci-mento materno

em uma ma-ternidade nointerior do

Paraná, Brasil

Artigodescritivoquantita-

tivo

Rev Gaúcha Enferm.,Porto Alegre (RS,

v.32, n.3,p.596-601,2011.

6VALA-

DARES,B.L.B.GON-

ÇALVES,V.S.S.

Contém feni-lalanina, posso

comer?

Artigo deestudos

Disponível emwww.sbg.org.br.

Acesso em25/07/2012.

7 SEGRE,A.M. et

al

R. N. Livro Revisada e Ampliada,4º edição. São Paulo,

1990.8 BENIN-

CASA,T.O. et al

Triagem Neo-natal: a per-

cepção teóricada equipe deenfermagem

da Unidade deTerapia Inten-siva Neonatal

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3. DISCUSSÃODurante a busca de informações sobre a idade de co-

leta para triagem neonatal, podemos observar que em-bora seja um assunto de suma importância existem es-cassos artigos publicados sobre o tema e quando encon-trados apresentavam, praticamente, as mesmas idades decoleta em muitos artigos mas não havia relatos dos re-sultados falso positivo e negativo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal(SBTN), recomenda-se a coleta do teste do pezinho entreo 3° dia e o 7º dia de vida do bebê, antes do 3° dia não écerto que se faça podendo apresentar resultados não con-fiáveis e após o 7° dia não é aconselhado porque doen-ças como fenilcetonúria (PKU) e hipotireoidismo con-gênito (HC) devem ser diagnosticadas o mais precoce-mente para que se inicie o tratamento imediato3. Refe-re-se que é determinado que lactantes com PKU podemter níveis aumentados até 4 horas após nascimento,mesmo, que não tenha ingerido alimentação proteica,recomenda a coleta de 24-48 horas de vida após alimen-tação proteica com finalidade.

Outros autores trazem dados com cálculos em por-centagens de 9 estados brasileiros que publicaram otempo de vida do recém-nascido na coleta do teste dopezinho , estados com cobertura de TN menores que ameta estabelecida pela SBTN que seriam Ceará, Paraíba,Sergipe, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, tem feito

suas coletas mais tardiamente na média do 7° a 15 ° dias,ao contrário destaca-se Minas Gerais, Paraná e SantaCatarina com média de coleta de 5 a 7 dias , revelandoassim um PNTN mais eficiente e melhor estruturado.Este artigo nos traz, uma confirmação quanto ao períodode coleta do teste do pezinho preconizando não ser feitoantes das 48 horas desde que o RN tenha ingerido ali-mentação proteica e que não ultrapasse os 30 dias, con-cluindo assim que mesmo em UTI Neo independente doperíodo de internação prolongada, a coleta não deve ul-trapassar os períodos mencionados11,12.

Segundo Abreu (2011)13, para que o PNTN tenhaseus objetivos concluídos há necessidade de se cumpriretapas entre elas coleta de amostra sanguínea realizadacorretamente em tempo adequado com relação aos diasde vida do RN. Valadares (2010)14, aborda que para pre-venir os danos neurológicos é necessário a detecçãoprecoce da doença entre o 3° ao 7° dia de vida através doteste do pezinho. Botler (2010)4 ressalta o artigo publi-cado por Wang, da província de Shandong onde a co-bertura é de setenta por cento, coletas são feitas pelaspróprias parteiras no 3º dia de vida dos bebês, mas asamostras levam até quatro semanas para chegar ao labo-ratório.

Na triagem para fibrose o índice de falsos negativosassociam-se a presença do íleo-meconial e ao tempo devida do RN PIS os valores de tripsina imunorreativa(IRT) caem a partir da terceira semana de vida. Um es-tudo no Mato Grosso realizou as coletas no período deoito a trinta dias, inaceitável para o PTN em dez porcento dos RN coletados foi após os 30 dias de vida, ida-de superior ao recomendado para prevenção de seque-la15.

4. CONCLUSÃOPara que o Programa Nacional de Triagem Neonatal

(PNTN) alcance seus objetivos, ainda há muito paraevoluir para redução de 100% dos falsos resultados queenvolvem uma série de problemas que a TN enfrenta emnosso país. O programa é uma lei federal cabe ao su-premo exigir dos Estados o que está na lei e fiscalizaratravés de dados o desenvolvimento do programa.

Se há preconização da faixa etária para a coleta doteste do pezinho é muito importante que esta seja respei-tada e cumprida. É responsabilidade dos governos Esta-dual e Federal criar meios para fiscalizar falhas em todoo processo: desde as coletas até emissão dos resultados.Além da faixa etária a realização da técnica de coletacorreta, o fácil acesso aos laboratórios de referência semque haja muita demora do envio deste material, mascremos que a maior falha ainda está nos profissionais daárea da saúde. Falta orientação à população, infelizmentemuitas pessoas não sabem o que é o teste do pezinho equais as doenças nele triadas, quais são os riscos para oRN que tenha seu exame alterado, a má informação é

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tanta que alguns artigos mostram que há mães quequando são chamadas para levar seus filhos para umarecoleta não atendem ao chamado, isso é falta de orien-tação que pode ser passada através de enfermeiros, obs-tetras e pediatras, sobre a importância do teste de tria-gem neonatal.

Poderia ainda o Ministério da Saúde, assim comoacontece com as campanhas de vacina, usar meios decomunicação orientações básicas, de fácil entendimentopara população assim como palestras para gestantes,folder explicativa e todas as formas de informações paraque as pessoas tenham conhecimento da importância doteste.

O exame é gratuito assim como também o tratamentoo que falta são metas para que alcancemos cem por centode cobertura de triagem dos nossos recém-nascidos.

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Vol.18,n.3,pp.17-20 (Abr - Jun 2014) Revista UNINGÁ Review

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PROPOSTA DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICOPARA UMA PACIENTE PORTADORA DE PARAPARESIA

ESPÁSTICA TROPICAL: ESTUDO DE CASO

PROPOSAL FOR A TREATMENT PHYSIOTHERAPEUTIC PATIENT WITH TROPICALSPASTIC PARAPARESIS: A CASE STUDY

LUDMILA COLLA1, FABIANA NAVARRO PETERNELLA2*, FERNANDO CORDEIRO VILAR MENDES3

1. Aluna do curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade Ingá; 2. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade Ingá; 3. Docentedo curso de graduação em Fisioterapia da Faculdade Ingá.

* Rua Maringá, 638, apto 303C, Jardim Aclimação, Maringá-PR. CEP. 87050-740. E-mail:[email protected]

Recebido em 07/04/2014. Aceito para publicação em 14/04/2014

RESUMOO HTLV-I é uma síndrome neurológica também conhecidacomo paraparesia espástica tropical (PET), é uma enfermidadedesmielinizante crônica que afeta os neurônios motores damedula espinhal. As vias de transmissão mais comuns são:sexual, perinatal, transfusão de sangue e uso de drogas injetá-veis. A doença apresenta comprometimentos motores (fraquezae espasticidade) e sensitivos (hipoestesia), distúrbios esfincte-rianos e vesicais além da disfunção erétil nos homens. O tra-tamento é medicamentoso e fisioterapêutico. O estudo tem porobjetivo propor um tratamento fisioterapêutico para uma paci-ente portadora de PET. O estudo foi realizado em uma pacientedo sexo feminino, 66 anos, diagnosticada há 10 anos com PETe com queixa de fraqueza de membros inferiores. O tratamentoproposto consiste em exercícios de alongamento, mobilizaçãoarticular, fortalecimento, treino de marcha e equilíbrio. O es-tudo trouxe uma proposta de tratamento levando em conside-ração as limitações da paciente, o que demonstra a importânciada fisioterapia no tratamento dessa doença, já que ocasionalimitações funcionais graves.

PALAVRAS-CHAVE: Fisioterapia, hidroterapia, HTLV,qualidade de vida.

ABSTRACTHTLV-I is a neurological syndrome also known as tropicalspastic paraparesis (PET) is a chronic demyelinating diseasethat affects the motor neurons of the spinal cord. The mostcommon routes of transmission are sexual, perinatal, bloodtransfusion and injection drug use. The disease presents en-gines (weakness and spasticity) and sensory (hypoesthesia)commitments, and bladder sphincter disorders besides erectiledysfunction in men. The treatment is medication and physicaltherapy. The study aims to propose a physical therapy in apatient with PET. The study was performed on a female pa-tient, 66 years old, diagnosed 10 years ago with PET and com-plaining of weakness of the lower limbs. The proposed treat-

ment consists of stretching exercises, joint mobilization,strengthening, gait training and balance. The study brought atreatment proposal taking into account the limitations of thepatient, which demonstrates the importance of physiotherapyin the treatment of this disease because it causes severe func-tional limitations.

KEYWORDS: Physiotherapy, hydrotherapy, HTLV, qualityof life.

1. INTRODUÇÃOO HTLV-I está relacionado com uma síndrome neu-

rológica conhecida como mielopatia associada ao vírusHTLV-I/paraparesia espástica tropical (PET). A PETconstitui uma enfermidade desmielinizante crônica queafeta predominantemente os neurônios motores da me-dula espinhal na porção média e baixa da coluna torácica,sendo causada por um retrovírus pertencente à famíliaretroviridae onde sua contaminação é endêmica em váriasregiões do mundo1,2.

A maioria dos indivíduos infectados pelo HTLV-Ipermanece assintomático no decorrer de suas vidas, dosindivíduos sintomáticos, uns desenvolvem PET e outroslinfoma de células T1.

A PET ocorre em ilhas tropicais incluindo o Caribebem como em áreas tropicais dos Estados Unidos, Amé-rica Central e do Sul, Japão, Índia e África3. A prevalên-cia varia de acordo com a idade e com a região demo-gráfica, podendo ocorrer de 12 a 128 casos por 100.000habitantes3,4. Segundo Ribas e Melo (2002)5 estima-seque cerca de 20 milhões de pessoas estejam infectadaspelo vírus linfotrópico de células T humanas do tipo I(HTLV-I) em todo o mundo e que as primeiras manifes-tações ocorrem na quarta década de vida observando-seuma relação mulher/ homem de 2:1.

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As vias de transmissão mais comuns para se desen-volver PET são: transmissão sexual, transmissão perina-tal sendo essa via comum durante o aleitamento maternoe ainda transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis6.

A inflamação que envolve a medula espinhal pro-voca comprometimentos motores (fraqueza e espastici-dade de membros inferiores), sensitivos (hipoestesia,parestesia e dores neuropáticas), distúrbiosvesicais e intestinais, além de disfunção erétil nos ho-mens4. O início costuma ser gradual, com fraqueza emuma das pernas, seguida de fraqueza na outra, destao paciente necessita de auxílios de locomoção até evoluirpara cadeira de rodas e/ou leito. Ainda podem ocorreroutras queixas como: câimbras, dor lombar, dormência,hiperreflexia com clônus e presença do sinal de Babins-ki1,7.

O diagnóstico é baseado no quadro clínico típico as-sociado a evidências radiológicas de lesão estruturalmedular, avaliação sorológica para HTLV-I e a confir-mação laboratorial de infecção do vírus no exame dolíquido cefalorraquidiano8.

Não há cura para este transtorno e o tratamentopacientes com corticoesteróides e plasmaferese leva auma considerável melhora temporária do quadro clinico.A fisioterapia tem demonstrado ser uma importante fer-ramenta para a reabilitação dos pacientes sintomáticos,levando à melhora do quadro clínico causado pela doen-ça9.

Indivíduos portadores de PET apresentam alteraçõesfisiopatológicas crônicas que comprometem progressi-vamente sua independência funcional. A fisioterapiaentra como importante aliado propondo programas deexercícios específicos que serão úteis na recuperação oumelhora da função motora, esses programas favorecem aindependência funcional, minimizam complicações se-cundárias e dificuldades decorrentes da mobilidade defi-ciente, compensam a perda da função e maximizam aqualidade de vida dos pacientes4. Portanto o objetivo dopresente estudo foi propor um tratamento fisioterapêuti-co para uma paciente portadora de paraparesia espásticatropical.

2. RELATO DE CASO

Este estudo caracteriza-se como descritivo e prospec-tivo com uma abordagem qualitativa. Foi realizado naClínica Escola do curso de graduação em Fisioterapia daFaculdade Ingá – Maringá, PR, durante o período defevereiro a março, do ano de 2014.

Paciente H.D.G.T., sexo feminino, 66 anos, casada,negra, mãe de 1 filha com 32 anos, foi diagnosticadacom paraparesia espástica tropical pelo vírus HTLV-I.Segundo o médico a paciente desenvolveu a doença portransfusão de sangue durante o parto, ela sentiu os pri-meiros sintomas da doença há aproximadamente 14

anos, com fraqueza progressiva de membros inferiores eperda do equilíbrio. Faz tratamento medicamentoso efisioterapêutico há aproximadamente 10 anos. Onde suaqueixa principal foi à fraqueza de membros inferiores.

Atualmente, a paciente relatou melhora do quadro defraqueza em relação à descoberta da doença, porém temauxílio de uma muleta canadense unilateral para deam-bulação, apresentou um bom cognitivo, não apresentoualterações somato-sensoriais, apresentou hipertonia es-pástica moderada de membros inferiores, dificuldade nasaquisições motoras, dificuldade de equilíbrio, diminui-ção de força muscular em todos os grupos musculares demembros inferiores e apresentou marcha característicaem tesoura.

Instrumentos/procedimentosNa abordagem realizada a paciente estava em trata-

mento na clínica de Fisioterapia da Faculdade Ingá, ondea discente cursando o último ano de graduação para re-ceber sua formação acadêmica precisava passar peloestágio supervisionado de neurologia durante um perío-do de sete semanas consecutivas. Foram coletados osdados através da ficha de avaliação neurológica da Clí-nica de Fisioterapia da Faculdade que compreendiam osdados pessoais, diagnóstico clínico, anamnese, patologi-as associadas, medicamentos e o exame clínico e físicona qual abordavam avaliação do sistema soma-to-sensorial, deformidades, trofismo muscular, tônusmuscular, reflexos, movimentos involuntários, coorde-nação motora, aquisições motoras, equilíbrio e teste deforça muscular.

Foi aplicado como complemento da avaliação oquestionário de Medida de Independência Funcional(MIF). O MIF é um instrumento de avaliação da incapa-cidade de pacientes com restrições funcionais de origemvariada, sendo esta composta de dois campos: o motor eo cognitivo. O motor é composto de 13 itens entre eles:cuidados pessoais, controle do esfíncter, mobilidade /transferência, locomoção. O cognitivo é composto de 5itens entre eles: comunicação e cognição social. O totalmáximo é 126 pontos, que indica independência total e amínima é de 18 pontos indicativo de dependência total10.A paciente do estudo obteve um escore de 111 pontos,indicando independência completa modificada onde ositens de menor resultado foram os de locomoção e mobi-lidade.

A paciente em estudo apresentou limitações que al-teram sua qualidade de vida, portanto é fundamental quese estabeleçam exercícios que visem uma melhora signi-ficativa na funcionalidade melhorando assim as AVDs(atividades de vida diária).

As medidas a serem abordadas com essa paciente vi-sam: melhorar amplitude de movimento de membrosinferiores (MIs), melhorar a flexibilidade de MIs, me-lhorar e manter força muscular de tronco e MIs, reduzir

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espasticidade, melhorar marcha e equilíbrio, melhoraratividades funcionais, treinar aquisições motoras paratransferências e mudança de decúbitos.

3. DISCUSSÃOQuando são propostos protocolos de tratamento fisi-

oterapêutico para a recuperação funcional desses paci-entes, não há consenso na literatura acerca da existênciade programas específicos de recuperação sensório- mo-tora comprovadamente eficaz, para as manifestaçõesneurológicas da PET, sendo importante uma análise mi-nuciosa do quadro clínico do paciente, e um tratamentofisioterapêutico elaborado, visando as limitações encon-tradas através do conhecimento prático e teórico sobre ascaracterísticas clínicas11.

Os alongamentos são usados para aumentar a mobi-lidade dos tecidos moles melhorando a amplitude demovimento das estruturas que tiveram um encurtamentoadaptativo12. Os alongamentos devem ser sustentados,mantendo as fáscias sob tensão por no mínimo cinco aseis ciclos respiratórios profundos4.

De acordo com o quadro 1 a paciente apresentou li-mitações importantes em relação ao tônus e força mus-cular, aquisições motoras e equilíbrio, segundo Ribas eMelo (2002)5, os exercícios ativos e/ou passivos melho-ram a espasticidade e o equilíbrio e preservam a integri-dade articular, sendo de extrema importância que sejamrealizados em todos os atendimentos fisioterapêuticos.

Alguns estudiosos relataram que existe uma confir-mação de que programas cinesioterapêuticos contínuospromovem ganho de força muscular. Trabalhos atuaisafirmam que a força e o tônus relacionam-se, ou seja,quanto mais espástico o paciente, mais fraco é o grupomuscular13. Isso pôde ser observado na paciente em es-tudo, onde ela apresenta uma espasticidade moderadacom fraqueza dos grupos musculares de Mis.

A mobilização articular é importante e tem por fina-lidade restabelecer o jogo articular existente entre assuperfícies ósseas, permitindo uma melhor nutrição te-cidual local. Essas manobras devem ser realizadas dia-riamente, com mobilização manual de forma extrema-mente lenta e progressiva4. Os efeitos da mobilidadearticular incluem alivio das restrições, separação do te-cido impactado, reduz a incapacidade, alivia a dor, de-senvolve a amplitude de movimento, além de proporci-onar o movimento e a lubrificação para a cartilagemarticular13.

De acordo com Brigante (2000)7, após o tratamentona piscina com o método Bad Ragaz a paciente estudadaapresentou melhora da amplitude de movimento de 10graus em média, nos movimentos de: flexão de quadril,flexão de joelho e flexão plantar; essas pequenas dife-renças foram suficientes para trazer benefícios à marchada paciente. Ainda nesse estudo a paciente apresentou

melhora notável de força muscular nos dorsiflexores,flexores plantares, flexores de tronco, o que pode seratribuído a um transbordamento de energia, ou seja, apropagação da contração muscular oriunda de um mús-culo forte para um mais fraco. A hidrocinesioterapia e,piscinas aquecidas mostram-se eficazes no controle daespasticidade, a temperatura da água promove relaxa-mento muscular, diminuição do espasmo e da sensibili-dade à dor sendo ainda possível trabalhar a força mus-cular, recuperar a amplitude de movimento e condicio-namento4.

Segundo Lannes, et al. (2006)4, estudos envolvendoportadores de esclerose múltipla e a prática de exercíciosaquáticos indicaram efeitos positivos quanto à forçamuscular. Como essa doença tem características clinicascom a PET suspeita-se que esses efeitos podem ser apli-cados a pacientes com paraparesia espástica, já que aprogressão da doença é semelhante em ambos os casos.

O FES (estimulação elétrica funcional) vem sendoutilizado em diversos pacientes e parece contribuir paraamenizar o quadro clinico de diversas doenças, estudio-sos dizem que o estímulo dado em um músculo favoreceo aumento de força do mesmo, reduz a espasticidade damusculatura antagonista e aumenta a amplitude de mo-vimento articular4.

Além dos recursos citados anteriormente a Facilita-ção Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) tem se mos-trado eficaz nos tratamentos de pacientes neurológicos, etem como objetivos: promover o movimento funcionalpor meio da facilitação, da inibição, do fortalecimento edo relaxamento de grupos musculares. As técnicas utili-zam contrações musculares concêntricas, excêntricas eestáticas, combinadas com a aplicação gradual de umaresistência e com procedimento facilitatórios adequadosatravés das diagonais, todos ajustados para atingir asnecessidades de cada paciente14. Essa técnica proporci-ona coordenação motora, sincronismo e otimização daresistência muscular15,16.

Um estudo realizado por Nunes, Martins e Macedo(2010)17, relatou que a técnica de FNP fez aumentar otônus do hemicorpo direito e gerou compensações emum paciente portador de paralisia cerebral com espasti-cidade. Porém, Neto e Mejia (2011)18, relatam que di-versos estudos sobre os efeitos das técnicas do métodoFNP, em pacientes com déficits neurológicos, foi possí-vel comprovar que os resultados se mostraram satisfató-rios para ganho de força muscular, alongamento, flexibi-lidade, propriocepção e consequente ativação muscular,através das suas diagonais de irradiação.

De acordo com Lannes, et al. (2006)4 o treino demarcha deve ser incentivado sempre que possível, atra-vés de exercícios de caminhada que englobam o andarpara frente, para trás, para os lados, em rampas, trans-pondo obstáculos em barras paralelas e com suporte dopeso corporal. Além disso, a possibilidade de deambular

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representa um importante fator de motivação para a pa-ciente e deve ser realizado sempre no tratamento fisiote-rapêutico, já que a mesma apresentou muita dificuldadepara transferências, locomoção e subir degraus.

Bertolini, et al (2008)19, diz que o trabalho de otimi-zação da força muscular resulta em melhora da marchajuntamente com o equilíbrio, e melhora ainda a realiza-ção das AVDs. Um estudo elaborado por Ferreira, et al.(2012)16, demonstrou que em uma paciente portadora dePET através do treino de força muscular apresentou me-lhora do equilíbrio da paciente diminuindo o risco dequedas, e os autores afirmam que somente após o ganhode força é que se aumenta a resistência, juntamente coma dificuldade do exercício, associado a atividades deequilíbrio.

O MIF é um importante aliado para os profissionaisem relação ao tratamento do paciente, pois determinaráum resultado antes e após a intervenção. A partir dessaescala determinamos as dificuldades funcionais que opaciente apresenta, para montar um adequado tratamentofisioterapêutico10.

4. CONCLUSÃONem todo paciente portador de paraparesia espástica

tem semelhança no quadro clínico, alguns apresentamlimitações leves devido início da doença, e outros, limi-tações severas com comprometimentos graves. A paci-ente estudada estava em tratamento há alguns anos, sen-do evidente a importância da fisioterapia na evolução doquadro clínico.

O tratamento proposto não foi utilizado com a paci-ente do estudo, devido fatores externos de mudança daclínica de fisioterapia. É importante salientar que existeo tratamento paliativo e preventivo para o caso das do-enças neurológicas de característica espástica, e que aabordagem fisioterapêutica depende da evolução clínicada doença, já que a mesma é progressiva e necessita deum tratamento elaborado e ininterrupto.

Mais estudos tornam-se necessários tanto em relaçãoà doença como ao tratamento fisioterapêutico, já que adoença não tem cura e apresentará limitações gravescaso não diagnosticada e tratada precocemente.

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FRENECTOMIA: REVISÃO DE LTERATURA

FRENECTOMY: REVIEW OF LITERATURE

ORLANDO IZOLANI NETO1*, VANESSA CRISTINE MOLERO2, RHUANA MARQUES GOULART2

1. Implantodontista. Mestrando em Radiologia CPO-Mandic. Professor do Curso de Graduação em odontologia da Universidade SeverinoSombra.; 2. Acadêmica do curso de graduação em Odontologia da Universidade Severino Sombra.

* Avenida Presidente João Goulart, 374, Centro, Paracambi, Rio de Janeiro, Brasil. CEP: 26600-000. [email protected]

Recebido em 31/03/2014. Aceito para publicação em 03/04/2014

RESUMOO freio lingual, por vezes, pode apresentar alterações no seutamanho, dificultando algumas tarefas da língua podendo res-tringir a sua mobilidade. A anquiloglossia é uma das anomaliasdeste freio caracterizando-se por uma anomalia congênita,apresentando o freio lingual curto. Existem dois tipos de freioslabiais, os superiores e os inferiores. Ambos têm característicasidênticas, a sua estrutura é dinâmica e modificável, estandosujeita a mudanças de forma, tamanho e posição ao longo dasdiferentes fases de crescimento e desenvolvimento. Este traba-lho teve como objetivo uma breve revisão de literatura, levan-do em consideração a opinião dos autores sobre etiologia, ida-de, limitações do freio e correta indicação para cirurgia. Con-clui-se que a frenectomia é uma técnica eficaz na remoção defreios anormais e podendo sofrer variações, segundo a exten-são, inserção e grau de envolvimento do freio. Para uma cor-reta indicação da cirurgia é necessário a avaliação de profissi-onais de diferentes áreas para que um correto plano de trata-mento seja traçado.

PALAVRAS-CHAVE: Freio lingual, freio labial, procedi-mentos cirúrgicos menores.

ABSTRACTThe lingual frenulum, sometimes may make changes in its size,some tasks difficult language may restrict their mobility. The an-kyloglossia is one of the anomalies of this brake is characterizedby a congenital anomaly, with short lingual frenulum. There aretwo types of brakes lip, upper and lower. Both have identicalcharacteristics, its structure is dynamic and modifiable, subject tochanges in shape, size and position throughout the different stagesof growth and development. This work aims a brief literature re-view, taking into account the opinion of the authors on etiology,age, limitations and correct brake indication for surgery. We con-clude that the frenectomy is an effective technique in removingabnormal brakes and may vary somewhat depending on the exten-sion, insertion and degree of involvement of the brake. For a cor-rect indication of surgery is required the evaluation of profession-als from different areas so that a correct treatment plan is drawn.

KEYWORDS: Lingual frenum, labial frenum, surgical procedu-res, minor.

1. INTRODUÇÃO

Os freios são estruturas dinâmicas sujeitas a varia-ções na forma, tamanho e posição durante os diferentesestágios de crescimento do indivíduo. Freios labiaispossuem a função de limitar os movimentos dos lábios,promovendo a estabilização da linha média e impedindoa excessiva exposição da gengiva. E o freio lingual tem afunção de limitar o movimento da língua para favorecera deglutição, fala e fonação.

O freio é uma estrutura anatômica classificada emfreio labial (médio maxilar ou mandibular, lateral maxi-lar ou mandibular) ou lingual que se pode tornar numproblema quando a sua inserção cria impedimentos es-truturais e dificuldades a vários níveis. Um freio labialanormal pode causar algumas anomalias ou problemas,tais como um diastema interincisal, problemas protéticos,doença periodontal relacionada com a retenção de ali-mentos, dificuldades na higiene oral e na mobilidadelabial. Nas crianças deve-se tomar especial atenção aodiastema interincisivo que na maioria dos casos é auto-corrigido depois da erupção dos caninos maxilares. Otermo anquiloglossia é utilizado para definir uma situa-ção clínica de um freio lingual anormalmente curto ouuma língua fusionada no soalho da boca, que vulgar-mente é designada de língua-presa. Esta condição temuma maior incidência em recém-nascidos e pode afetar aamamentação. A anquiloglossia pode causar impedi-mentos na fala, na manutenção da higiene oral, proble-mas de comportamento potencializando a geração deconstrangimento social durante a infância e adolescên-cia1.

A constituição histológica do freio é no plano super-ficial um epitélio estratificado orto ou paraqueratinizado;no plano intermediário, tecido conjuntivo denso frouxo eno plano mais profundo e submucoso contém glândulasmucosas e vasos linfáticos. Devido a estas características,temos após as cirurgias, uma cicatrização onde o resul-tado final leva a área a apresentar pouca gengiva cerati-

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nizada inserida, por isso associam a frenectomia a técni-cas de enxertos gengivais. Os autores descrevem umatécnica em que o freio foi removido e em seguida foicolocado um enxerto gengival livre na área cirúrgica,pois após frenectomia há geralmente pouca quantidadede gengiva inserida remanescente. Para evitar a recidivado freio e também, para aumentar a faixa de gengivainserida, foi realizada a remoção de uma papila adjacen-te com uma incisão semelhante à técnica de gengivo-plastia para ser utilizada como enxerto gengival livre.Esta é uma técnica viável e simples podendo ser umaalternativa que impeça à reinserção do freio próximo aárea de gengiva marginal livre pós frenectomia2.

Os freios labiais e linguais são considerados estrutu-ras normais da cavidade oral. No entanto, eles podemapresentar uma fixação de espessura fibrosa e / ou selocalizam próximo do rebordo, interferindo, assim, coma adaptação adequada da prótese, resultando em instabi-lidade da dentadura inferior, retenção e insatisfação pa-ciente. Os autores destacam a importância do exameclínico e plano de tratamento, que pode determinar acirurgia pré-protética antes da confecção de uma novaprótese total convencional. A satisfação do paciente compróteses totais convencionais pode ser aumentada signi-ficativamente após frenectomia3.

2. MATERIAL E MÉTODOSTrata-se de uma revisão bibliográfica que se refere à

frenectomia. Buscou-se artigos, dissertações e teses emlíngua portuguesa indexados em arquivos computadori-zados como LILACS, AdSaude e SciELO. Utilizaram-seos seguintes descritores: Freio lingual, freio labial, pro-cedimentos cirúrgicos menores.

Por tratar-se de uma revisão de literatura, este estudonão foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa.

3. DESENVOLVIMENTOFreio labial

O freio labial é uma dobra de membrana mucosa quese insere nos lábios, bochecha, mucosa alveolar, gengivae periósteo adjacente. Esta é uma das causas do diastemainterincisal. Para solucionar este problema existem ci-rurgias mucogengivais como a frenectomia. Quanto àépoca de remoção do freio, há indicações para sua reali-zação após os doze anos ou após a erupção dos caninospermanentes, ou em casos especiais, precocemente, nadentadura mista, como freio em forma de asa delta porter envolvimento periodontal e funcional4.

Os freios labiais possuem a função de limitar os mo-vimentos dos lábios, promovendo a estabilização da li-nha média e impedindo a excessiva exposição da gengi-va. A frenectomia é um procedimento cirúrgico que ob-jetiva a remoção do freio, permitindo tanto a movimen-

tação ortodôntica para o fechamento de diastemas, comoa movimentação adequada da língua necessária às ativi-dades funcionais. O correto é que ela seja realizada pre-cocemente, assim que obtido o diagnóstico, prevenindoou minimizando as implicações relacionadas ao mauposicionamento dentário e ao desenvolvimento muscular,que pode ser prejudicado. Além do tratamento cirúrgico,a complementação através de tratamento ortodôntico efonoaudiológico muitas vezes são necessárias para res-tabelecer a fisiologia normal. Conclui-se que a frenec-tomia é uma técnica eficaz na correção de freios labiaisanormais5.

O freio labial anormal pode causar limitações dosmovimentos labiais, diastemas e insatisfação para o pa-ciente. A frenectomia é um procedimento bastante segu-ro e previsível, mas pode causar deformações em casosrestritos. A cirurgia clássica consiste na excisão comple-ta do freio, tecido interdental e papila palatina, entretantoeste procedimento pode frequentemente resultar numasituação estética desfavorável devido à ausência de umaquantidade de tecido conjuntivo adequada. Algumastécnicas cirúrgicas mucogengivais, como deslize lateralde retalho e enxerto gengival, tem sido propostas com ointuito de melhorar os resultados da remoção do freio.Os autores associaram o enxerto gengival livre em Y,devido à necessidade de se estender a área recoberta pelotecido até a papila interdental e com isso evitar uma de-pressão na região que poderia prejudicar a cicatrização, àfrenectomia, possibilitando uma adequada quantidade degengiva ceratinizada e estética favorável para o pacien-te6.

A técnica de frenectomia associada ao enxerto gen-gival livre mantém a inserção do freio distante da gen-giva marginal, promovendo aumento da gengiva cerati-nizada, estética consistente, bem como promove nenhumdano da área doadora. No caso clinico estudado a asso-ciação do enxerto gengival livre à frenectomia represen-tou uma boa alternativa e com aumento da gengiva cera-tinizada inserida na área proporcionou uma melhor hi-gienização e conforto para o paciente7.

Foi realizada uma pesquisa para verificar a prevalên-cia do tipo de inserção e morfologia do freio labial supe-rior e inferior em 261 pacientes, de ambos os sexos, en-tre dezoito a setenta e dois anos de idade. Para registrarestas variáveis os pacientes foram submetidos ao exameclínico através do método de inspeção visual, seguido dadistensão dos lábios para melhor visualização das carac-terísticas analisadas. Os resultados demonstram que detodos os pacientes examinados, 60,9% apresentaraminserção do tipo “mucosa” no freio superior e 87,0%apresentaram este tipo de inserção no freio inferior; amorfologia mais prevalente na amostra foi o tipo “sim-ples” com 97,3% para o freio labial inferior e 79,3%para o superior, e houve associação significante entre osexo e o tipo de inserção do freio labial inferior. Pelo

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estudo, conclui-se que o tipo de inserção e morfologia dofreio labial apresentou-se na sua maioria nos padrões denormalidade8.

Em um relato de caso de uma paciente de 10 anos, omotivo para a intervenção cirúrgica foi à presença defreio labial superior fibroso, que, caso fosse mantido,não permitiria a estabilidade do caso após o fechamentodo espaço interincisivo. Além disso, não havia espaçosuficiente para erupção do incisivo lateral superior es-querdo. A frenectomia foi o tratamento que propiciou oreposicionamento e uma nova inserção para o freio labial,deixando que, com o desenvolvimento da oclusão, ocor-resse o fechamento do diastema. A eficácia do tratamen-to pôde ser observada, pois ocorreu fechamento do dias-tema interincisivo mediano, erupção do incisivo lateralpermanente e ausência de recidiva9.

O freio labial hipertrófico pode dificultar a higieni-zação, restringir os movimentos de lábio, possibilitaracúmulo de placa bacteriana e prejudicar a fonética. Foirealizada a cirurgia de frenectomia em um paciente denove anos de idade, na fase do patinho feio, apresentan-do freio labial superior hipertrófico associado a diastemainterincisal. Neste caso a eficácia do tratamento pôde serobservada, pois ocorreu fechamento do diastema interin-cisivo mediano, erupção do incisivo lateral permanente eausência de recidiva10.

Freio LingualPara verificar a influência do freio lingual curto na

fala e definir a necessidade de intervenção cirúrgica paratal aspecto, foram avaliados 21 indivíduos com freiolingual curto entre sete e cinquenta anos de idade, deambos os gêneros. Os achados mostraram que nenhumdos casos apresentou queixas quanto à alimentação;19,0% de queixa de fala foram relacionadas à articulação;33,1% de queixas relacionadas a habilidades específicasque envolvem movimento da língua, com maior fre-qüência para lamber sorvete; Em relação à fala 57,1%apresentaram distúrbios articulatórios decorrentes dealterações dento-oclusais e à disfunção velofaríngea.Nenhum dos casos apresentou alterações de fala relaci-onadas ao freio lingual curto. Apesar dessas restriçõesnão houve necessidade de intervenção cirúrgica na mai-oria dos casos11.

Em um estudo onde foi verificada a prevalência dofreio lingual alterado e suas implicações na fala, 260crianças, entre seis e doze anos de idade foram avaliadaspor três fonoaudiólogas. Os freios foram classificadospor meio de inspeção visual, medidas empregando-sepaquímetro e avaliação da tensão, mobilidade e posicio-namento da língua. Foram consideradas crianças comalteração de freio aquelas que apresentaram alteração emtodas etapas da avaliação. Nos casos de classificação defreio alterado, a fala foi avaliada. Dos indivíduos comfreio alterado, 34 (72 %) apresentaram alteração de fala.

A prevalência de alteração na fala foi maior no freiocurto e anteriorizado (85%), seguido pelo curto (75%) epelo anteriorizado (58%). Foi verificada uma preva-lência de 18% de alteração no freio lingual dentre osescolares avaliados, sem diferença entre os sexos. Ofreio curto predomina sobre os demais tipos, porém ocurto e anteriorizado apresentam maiores implicações nafala. As características de fala mais comuns nestes casossão distorção e articulação trancada12.

Em uma revisão bibliográfica foi possível observarque existe grande controvérsia quanto à execução dafrenectomia lingual e as suas verdadeiras contribuiçõespara a melhoria das funções da língua e uma maior pon-deração quanto à execução da frenectomia labial, poisexistem diferentes opiniões devido à idade ideal e a suaconciliação com o tratamento ortodôntico. Existem mui-tas contradições, mas em muitas pesquisas estudadaspelo autor esta pode estar justificada devido a problemasna pronúncia de certas letras, que podem ser originadosdevido às limitações de certos movimentos articulató-rios. Também na fase de amamentação estudos compro-vam que com uma anquiloglossia significativa, a frene-ctomia facilitava a transferência do leite para o bebê, emoutros ainda era referida a melhoria significativa nosproblemas e patologias sentidas pela mãe, tanto ao níveldo mamilo como da mama. Existe assim uma necessi-dade de fazer o diagnóstico recorrendo a uma avaliaçãomultidisciplinar13.

Foi realizada uma comparação entra a classificação ea conduta dos profissionais das áreas de fonoaudiologia,odontologia e otorrinolaringologia quanto ao freio lin-gual. Participaram dessa pesquisa noventa profissionaisdivididos em três grupos: trinta fonoaudiólogos, trintaodontólogos e trinta otorrinolaringologistas que respon-deram a dois protocolos, contendo quatro imagens defreios linguais, sendo classificados como normal ou al-terado. Quando a opção foi por alterado, foi indicada aconduta: cirúrgica, fonoterapia ou cirúrgica e fonotera-pia. Também classificaram os freios de acordo com otipo de inserção: normal, com inserção anteriorizada,curto ou curto com inserção anteriorizada. Com relaçãoà caracterização de freios linguais como normais ou al-terados, verificou-se que a maioria dos profissionais teveopiniões semelhantes, caracterizando o freio normalcomo tal e o anteriorizado, o curto e o curto com inser-ção anteriorizada, como alterados. Com relação à con-duta dos freios considerados alterados, a maioria dosodontólogos e otorrinolaringologistas, concordaram coma cirúrgica para todas as alterações dos freios. Para amaioria dos fonoaudiólogos, a conduta para o freio ante-riorizado foi à fonoterapia e para os freios curto e curtoscom inserção anteriorizada indicaram cirurgia seguida defonoterapia. Quanto à classificação de acordo com o tipode inserção, a opinião da maioria, foi coincidente nastrês categorias profissionais. Os achados da pesquisa

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mostraram coincidência na caracterização e na classifi-cação dos freios linguais pelos profissionais das trêsáreas. Ocorreu divergência no que se referiu à conduta,cirúrgica com fonoterapia ou somente cirúrgica, parafreio curto e o curto com inserção anteriorizada14.

As mudanças ocorridas após a frenectomia com re-lação à mobilidade e funções da língua foram avaliadasem um estudo onde participaram 53 pessoas, as quaisnunca haviam se submetido à fonoterapia ou a cirurgiado freio. Foi encontrada alteração em dez pacientes, queforam encaminhados para frenectomia. Um protocolocom escores específicos para avaliação do freio lingualfoi utilizado para avaliar os sujeitos com evidências dealteração neste aspecto. Foi encontrada alteração em dezindivíduos, que foram encaminhados a um otorrinola-ringologista para frenectomia. Após a cirurgia, essesindivíduos foram reavaliados pelo fonoaudiólogo utili-zando-se o mesmo protocolo. Trinta dias após a cirurgia,os mesmos apresentaram a forma da ponta da línguamodificada, fechamento labial assim como os movi-mentos melhorados. A frenectomia foi eficiente paramelhorar a mobilidade e a postura da língua, assim comosuas funções, incluindo a produção da fala15.

Laser associado à frenectomiaO laser cirúrgico vem sendo empregado frequente-

mente nas diversas especialidades odontológicas. Foirealizado um relato de caso de frenectomia lingual elabial, onde foi utilizado o laser Nd:YAP, em um pacien-te com cinco anos de idade, visando alcançar melhorescondições trans e pós-operatórias. Foi possível observarque independentemente do tipo de aparelho, o laser ci-rúrgico é um recurso terapêutico promissor que pode serinstituído na cavidade bucal para diferentes necessidades.Foi observado que na frenectomia convencional, podehaver complicações que foram minimizadas com o em-prego do laser terapêutico de baixa potência16.

A Técnica a laser é uma terapia inovadora, segura eeficaz para frenectomia em crianças e adolescentes.Normalmente, após frenectomia a laser, os sintomaspós-operatórios e de recidiva estão ausentes. Uma inter-venção precoce é aconselhável para reduzir o apareci-mento de alterações correlacionadas com a anquiloglos-sia. Uma abordagem multidisciplinar para o problema éaconselhável, em colaboração com o ortodontista, fisio-terapeuta e fonoaudiólogo, para melhor resolver o pro-blema17.

Este trabalho teve como objetivo revisar na literatura,os estudos mais recentes sobre frenectomia e suas prin-cipais indicações.

4. DISCUSSÃOA relação que existe entre o freio lingual curto e al-

terações na fala foi desmistificada. E é de suma impor-tância um diagnóstico correto e um plano de tratamento

realizado por uma equipe multidisciplinar a fim de evitara indicação de frenectomia de maneira desnecessária esim com sua finalidade bem definida11. Em contrapartidaalguns estudiosos defendem que a fixação do freio lin-gual pode repercutir na mobilidade e em realizar algu-mas funções estomatognáticas. Como a fala é uma dasfunções estomatognáticas, há uma correlação entre afixação do freio e alterações de fala12.

Estudos mais elaborados são necessários para quetodos os profissionais, que avaliam o problema do freio,pudessem classificar, assim como indicar condutas se-melhantes. O freio além de comprometer a estética e otratamento ortodôntico também prejudica a fonética.Devido a todas as limitações em que freio hipertróficopode resultar, os autores afirmam que os pacientes sub-metidos à cirurgia na maioria dos casos precisam deacompanhamento de uma equipe multidisciplinar14, 4.

O exame clinico e plano de tratamento, são os prin-cipais fatores que podem determinar a cirurgiapré-protética antes da confecção de uma prótese. A sa-tisfação do paciente com próteses foi aumentada signifi-cativamente, em seus estudos, após a frenectomia3.

A frenectomia pode resultar numa situação estéticadesfavorável devido à ausência de tecido conjuntivoadequado, por isso defende o uso de um enxerto gengi-val, com o intuito de corrigir e melhorar os resultados daremoção do freio. E a cicatrização após a cirurgia ocasi-ona uma área com pouca gengiva ceratinizada inserida, oque pode predispor ao acumulo de placa bacteriana epossibilitar a recidiva do freio. Os resultados dos estudosassociados a frenectomia ao enxerto gengival livre apre-sentou uma boa alternativa, proporcionando melhor hi-gienização e conforto para os pacientes6,7.

A cirurgia realizada por si só sem associação comenxerto gengival já oferece muita melhoria ao paciente,inclusive melhorias na fala e fechamento de diastemas.Quando indicada corretamente, ajuda a melhorar a pos-tura e os movimentos da língua, as funções orais, a pos-tura de lábios, e a comunicação oral10, 15.

O diastema entre os incisivos centrais superiores po-de ser causa ou conseqüência de um freio labial cominserção ao nível da papila palatina. Porém não um con-senso sobre a melhor época de oportunidade cirúrgica.Sendo necessário conhecer as causas etiológicas do di-astema antes de relacioná-lo com o freio labial superior.Quanto à idade correta afirma que há uma forte tendên-cia de se indicar a frenectomia por volta dos doze anosde idade ou após a erupção dos caninos permanentes.Caso haja relação do diastema com o freio alterado aintervenção precoce na dentição mista é indicada9,4.

A técnica de frenectomia com o enxerto gengival éviável e simples para remoção do freio. O aumento daárea ceratinizada impede a reinserção próxima à área degengiva marginal possibilitando um resultado estéticofavorável para manter a forma e volume dos tecidos

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gengivais2,5.A utilização do laser, independentemente de qualquer

aparelho utilizado, é um recurso promissor que pode serinstituído na cavidade bucal para diversas necessidades.Sendo uma boa alternativa aos pacientes apresentamníveis mais elevados de satisfação, o pós-operatório émenos doloroso e surgem menos complicações em nívelde fala e mastigação. Sendo uma terapia inovadora, se-gura e eficaz para frenectomia em crianças e adolescen-tes. Normalmente, após frenectomia a laser, não há reci-diva1,16,17.

Quanto à associação do freio alterado com o sexo dopaciente, não constatou diferença significante quandoanalisada a inserção do freio labial superior, contraria-mente, no freio labial inferior com inserção na “mucosa”o percentual foi mais elevado para o masculino8.

Há necessidade de se fazer o diagnóstico recorrendoa uma avaliação multidisciplinar e ainda são necessáriosmais estudos sobre a verdadeira necessidade da frenec-tomia bem como a escolha da melhor técnica, pois aindaexistem muitas opiniões divergentes13.

5. CONCLUSÃOPor vezes é complicado diagnosticar a necessidade

de frenectomia, pois as várias definições de anquiloglos-sia, pesquisas sobre esta e a necessidade de remoção dofreio, parcial ou total, nem sempre são justificadas. Afrenectomia é uma técnica eficaz na remoção de freiosanormais e podendo sofrer variações, segundo a exten-são, inserção e grau de envolvimento do freio.

Na literatura revisada puderam-se observar opiniõescontraditórias entre os autores, porém todos concordamque para uma indicação correta de frenectomia é neces-sária avaliação de profissionais de diferentes áreas paraque um correto plano de tratamento seja traçado.

Conclui-se que a integralidade, entre os profissionaisde saúde, é imprescindível nesse caso para uma corretaconduta clínica. Viabilizando sempre o bem estar dopaciente.

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REVISÃO DE LITERATURA: CASOS DE ANTROLITO,SIALOLITO E TONSILOLITO

REVIEW OF LITERATURE: CASES ANTROLITO, SIALOLITO And TONSILOLITO

ORLANDO IZOLANI NETO1*, JOÃO MATHEUS RIBEIRO GONÇALVES DE FREITAS2, RHUANAMARQUES GOULART2

1. Implantodontista. Mestrando em Radiologia CPO-Mandic. Professor do Curso de Graduação em odontologia da Universidade SeverinoSombra.; 2. Acadêmico(a) do curso de graduação em Odontologia da Universidade Severino Sombra.

* Avenida Presidente João Goulart, 374, Centro, Paracambi, Rio de Janeiro, Brasil. CEP: 26600-000. [email protected]

Recebido em 21/11/2013. Aceito para publicação em 05/04/2014

RESUMOCalcificações em tecidos moles da região orofacial são comunse geralmente são visualizados nos exames de imagem solicita-dos rotineiramente. No entanto observa-se, a dificuldade demuitos profissionais da odontologia no diagnóstico das calcifi-cações nesses exames de imagens. As calcificações que foramestudadas nessa revisão de literatura são os antrolitos, sialoli-tos e tonsilolito. Realizou-se uma revisão de literatura das par-ticularidades radiográficas, etiologia e tratamento dessas pa-tologias de calcificações em tecidos moles, com o intuito de seassistir o profissional cirurgião dentistas no diagnóstico dosmesmos. Porém é necessário relembrar sempre que esses exa-mes de imagens são auxiliares a outros exames. Concluiu-seque Cirurgiões Dentistas precisam estar sempre observando seà presença de alguma calcificação patológica nas radiografiasutilizadas em seu cotidiano e fundar-se, sempre, em dadosclínicos para um correto diagnóstico dessas alterações.

PALAVRS-CHAVE: Radiografia panorâmica, diagnósticobucal; patologia bucal.

ABSTRACTCalcifications in the soft tissues of the orofacial region are com-mon and usually visualized in imaging tests routinely ordered.However, there is the difficulty of many dental professionals in thediagnosis of calcifications in these imaging tests. Calcificationsthat were studied in this literature review are antrolitos, sialolitosand tonsilolito. We conducted a literature review of radiographic,etiology and treatment of these pathologies of calcifications in softtissues, with the aim of assisting the professional dental surgeon inthe diagnosis of these particularities. But, you should always re-member that these imaging tests are ancillary to other examina-tions. It was concluded that dental surgeons must always be ob-served to the presence of some pathological calcification on x-raysused in their daily lives and be based, always -on clinical data for acorrect diagnosis of these changes.

KEYWORDS: Radiography, Panoramic; Diagnosis, Oral; Pa-thology, Oral.

1. NTRODUÇÃO

Quando observamos uma radiografia panorâmicatemos a vantagem de poder examinar estruturas anatô-micas da região orofacial. A correta avaliação das radio-grafias pode elucidar lesões no seio maxilar ou na regiãooro fácil que por vezes não possui sintomatologia1. An-trolitos são corpos calcificados dentro da cavidade do seioseio maxilar. As ocorrências de verdadeiros antrolitos sãosão muito raras. Estas massas são geralmente assintomá-ticas, mas, em casos com sintomatologia podemos ob-servar dor surda simulando sinusite, dor facial, epistaxe,obstrução, secreção purulenta, mau-cheiro, gotejamentopós-nasal e fistula oroantral2,3,4,5.

A etiologia do sialolito ainda é discutida, contudo,existem algumas teorias que tentam explicá-la, uma de-las, é a mudança na secreção salivar e na composição dasaliva, o que representa um aumento da viscosidade dasaliva, tendo como consequência a obstrução dos ductosdessa glândula, assim, pode ocorrer uma deposição de salsal de cálcio ao redor de uma matriz orgânica, a qual éconstituída, entre outros componentes, de corpos estra-nhos, bactérias e células epiteliais descamadas, ou háquem acredite que retenção da saliva é devido a fatoresmorfoanatômicos dos ductos7,8,9,10,11,.

O tonsilolito é considerado calcificações patológicas,por contadas deposições anormais de sais de cálcio eoutros minerais. Em muitos dos casos, a localização e amorfologia típica são os únicos elementos para ajudar nodiagnóstico, pois essas patologias, por vezes podem nosconfundir, levando a crer que são lesões intra-ósseas, porcausa da sobre posição das imagens nos exames radio-gráficos12,13,14.

É difícil o diagnóstico do tonsilolito, a não ser quehaja um destaque considerável na história médica, umainspeção minuciosa, com palpação digital, deve ser rea-lizada para o correto diagnóstico da lesão. Isso pode ser

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complementada com simples radiografias e tomografiascomputadorizadas15,16,17,18.

2. MATERIAL E MÉTODOSFoi realizada revisão bibliográfica sobre casos de an-

trolito, sialolito e tonsilolito nas bases de dados da Bi-reme. Trata-se de uma revisão bibliográfica que se refereaos casos de antrolito, sialolito e tonsilolito. Buscou-seartigos, dissertações e teses em língua portuguesa inde-xados em arquivos computadorizados da Bireme. Utili-zaram-se os seguintes descritores: radiografia panorâ-mica; diagnóstico bucal, patologia bucal.

Por tratar-se de uma revisão de literatura, este estudonão foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa.

3. DESENVOLVIMENTOAntrolito

Bowerman (1969)19 definiram um antrolito maxilarcomo o resultado da incrustação por inteiro ou de formaparcial de um corpo estranho no antro do seio maxilar,geralmente tem origem endógena, porém com menosfrequência é de origem exógena. Essas calcificaçõesgeralmente consistem de um núcleo central, sobre a qualsão depositados sais de cálcio entre outros sais minerais.Bowerman19 em sua revisão de literatura, onde observoualgumas características comuns entre o rinolito e umantrolito, com isso, enfatizando o local e a sintomatolo-gia: como dor facial, obstrução nasal, secreções, assimconcluindo e introduzindo o termo antrolito, assim evi-tando a classificar um rinolito como antrolito.

Manzi et al. (2001)20, relataram que o antrolito re-sultado de calcificações parciais ou por completo decorpos estranhos no interior do seio maxilar. Essa pato-logia pode ter sua origem endógena (sangue, muco, es-pículas ósseas ) ou exógena (inalação de objetos e in-fecção por bactérias e fungos, como o Aspergillus sp.),podendo também, possuir sintomatologia apagada, sendoesses descobertos em exames de imagem de rotina,quando o antrolito é acompanhado de sintomatologia,podemos observar: obstrução nasal, dor facial, secreçõessanguíneas ou purulentas, e em alguns casos fistula oro-antral, a imagem radiopaca no exame de imagem podegerar duvidas, quando não há sintomatologia, conside-ra-se um antrolito e faz-se acompanhamento do caso. Otratamento de escolha para os casos onde há sinais esintomas é a remoção cirúrgica do antrolito.

Costa et al. (2007)1 disseram, que antrolitos são cor-pos calcificados encontrados no interior do seio maxilare considerados raros. De maneira geral, é assintomático,sendo assim, achados radiográficos. Os antrolitos sãovistos como uma imagem radiopaca, com formas, tama-nhos e densidades variáveis, localizado, na maioria dasvezes, no assoalho dos seios maxilar.

Haraji et al. (2006)2 descrevem Antrolitos como cal-cificações formadas no interior do seio maxilar, sendoessa patologia considerada rara, são formados em tornode um nicho. Antrolitos de pequenos tamanhos, em ge-ral, são assintomáticos e podem ser descobertos poracaso em algum exame de imagem rotineiro. Como ca-racterísticas clínicas em casos sintomáticos podem serobservadas: dor surda imitando sinusite, dor facial, obs-trução nasal, epistaxe, secreção purulenta ou sanguínea,gotejamento pós-nasal fétido, e fístula buco sinusal. Osnichos para esta calcificação podem ser endógenos apartir de mucosa inflamada por sinusite, pus ou coágu-los. Em outros casos, a fonte é exógena, tendo comofator desencadeante resíduo dental ou corpos estranhos,tais como materiais dentários, papel, algodão, fungos(Aspergillus fumigatus).

Para Kanli et al. (2008)21 antrolitos são massas par-cialmente ou completamente calcificadas, incomuns,encontradas no seio maxilar oriundas de corpos estra-nhos, classificados em: endógeno (antrolito verdadeiro),dente e raiz residuais, fragmentos ósseos, coágulos desangue seco, pus e fungos, exógena (Antrolito Falso),com uma menor frequência, são compostos por celulosede algodão, papel. O antrolito ainda não tem sua etiolo-gia 100% definida, com isso devemos considerar fatoresalém dos “ninhos”, tais como, longa duração de infla-mação crônica e o tempo. Pacientes com antrolito sin-tomático os exibem, também, no exame clínico, o quepode nos auxiliar no diagnóstico, como: dor, obstruçãonasal total ou parcial, epistaxe, fístula oroantral, mauodor, dor facial, sinusites O tratamento preciso de antro-litos é a remoção cirúrgica da calcificação.

Segundo Jacomé e Abdo (2010)3, existem importan-tes critérios para serem considerados na interpretaçãodos exames de imagem, que são: a localização anatômi-ca, a distribuição, a quantidade e a forma das massascalcificadas do antrolito por ser considerada uma calci-ficação rara. A radiografia panorâmica fornece umaimagem que pode nos levar a conclusões erradas sobre alocalização da lesão, assim a posição deve ser conferidapor outras técnicas radiográficas. Há estudos que mos-tram a associação do fungo Aspergillus com antrolitomaxilar, sendo uma hipótese de sua origem.

SialolitoBranco et al. (2003)22 falaram que o sialolito é ca-

racterizado pela formação de cálculo nos ductos dasglândulas salivares maiores e menores (raros). Existemalgumas suposições sobre sua etiologia, sendo a maioriarelacionada à anatomia irregular dos condutos das glân-dulas e ao processo infeccioso existente ou persistente.Portanto, tem sua origem a partir da deposição de saisminerais, como o cálcio, ao redor de um “ninho”, quepode ser composto de células descamadas, bactérias,corpos estranhos ou produtos da decomposição bacteri-

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ana. A sintomatologia é vasta, quando pequenos, o fluxosalivar é normal, não causando sintomatologia, se maior,pode ser observado um aumento repentino da glândulaafetada, principalmente durante as refeições, junto àtensão e dor, que diminuem com o escoamento salivar.O pior quadro é a tumefação aguda, que persistente portempo maior, em decorrência de infecção, com cólicassalivares e secreção purulenta, ainda pode apresentarfebre e linfadenopatia, otalgia e trismo. O diagnóstico éfeito por exame clinico e todos os recursos da Imagino-logia, enfatizando a importância de uma análise corretados exames de imagem. Tanto o diagnóstico como atratamento vão de acordo com o tamanho da calcifica-ção, em casos de sialolitos maiores a remoção cirúrgica éo tratamento mais indicado, nos casos onde temos sialo-litos menores, tratamentos conversadores como: estímu-lo salivar, manipulação e cateterismo do ducto.

Landgraf et al. (2006)6 afirmaram que o sialolito éuma doença frequente nas glândulas salivares maiores(cerca de 50%), tento como característica a obstrução dofluxo salivar e está associada à sintomatologia como:edema e dor, e ocasionalmente, pode originar uma in-fecção da glândula afetada. A maior parte dos cálculos émenor do que 10 milímetros de diâmetro, maiores doque 15 milímetros de diâmetro são considerados cálculossalivares gigantes (GGSC), sendo esses raros. A etiolo-gia do sialolito ainda é discutida, uma alteração na se-creção salivar e/ou na composição representa um au-mento da viscosidade da saliva, o que pode originar umaobstrução dos ductos dessa glândula, ou ocorre uma de-posição de sal de cálcio ao redor de uma matriz orgâni-ca, a qual é composta por dentre outros componentes,corpos estranhos, bactérias e células epiteliais descama-das. Em grande parte dos casos são empregadas terapiascom antibióticos, analgésicos ou antitérmicos erealizarremoção cirúrgica, em alguns casos.

Silveira et al. (2005)11 afirmaram que os sialolitossão estruturas calcificadas que se desenvolvem nasglândulas salivares maiores e/ou em seus ductos, e rara-mente relacionadas às glândulas menores. Quando loca-lizados no interior da glândula é indicado o tratamentocirúrgico. Os sialolitos crescem por deposição de sal decálcio e outros sais. Podem alternar tamanhos de 1 mm a30 mm e comumente encontrado nas glândulas subman-dibulares. Fatores locais, como traumas, podem ocasio-nar inflamação na glândula afetada, normalmente nãocausam sinais ou sintomas, em alguns casos é capaz decausar aumento volumétrico exacerbado, isso durante asrefeições, levando a sintomatologia, que está ligada aograu de obstrução. As formas de diagnóstico envolvem ainspeção, palpação, verificação da quantidade e quali-dade da saliva secretada e exames de imagem. Indica-mos o tratamento de acordo com a localização do sialo-lito e tamanho, tratamentos conservadores são comu-mente empregados, como: fisioterapia com calor, bo-

chechos com limão e água, massagem glandular, hidra-tação do paciente, cateterismo e dilatação do ductoglandular, além do uso de sialogogos para incentivar ofluxo salivar.

Jorge et al. (2006)27, explicam que o sialolito é umapatologia determinada por uma obstrução da glândulasalivar, provocada por conta da calcificação de umamassa. Entre as doenças da glândula salivar, o sialolitocorresponde a 30%, sendo a glândula submandibular amais afetada. Uma das hipóteses para que a glândulasubmandibular seja a mais afetada, está ligada a compo-sição de sua saliva e pelo seu canal glandular ser tortuo-so. A sintomatologia dos sialolitos são bem característi-cas. Muitos exames imaginológicos são utilizados para aconfirmação do diagnóstico, contudo, a técnica maisutilizada era a sialografia, porém vem sendo pouca utili-zada por ter contra indicações em casos agudos e quandoo paciente é sensível a iodo. Tratamentos conservadosnos últimos anos vem sendo desenvolvido, a indicaçãopara pequenos sialolitos têm sido a litotripsia, entre ou-tros, temos como exemplo: o uso de antibióticos, sialo-gogos, ordenha das glândulas, dietéticos entre outros.Sialolitos gigantes, com tamanho maior do que 15 mmprecisam de intervenção cirúrgica.

Pretto et al. (2007)24 relataram que os sialolitos sãodeterminados como estruturas calcificadas que tem seudesenvolvimento nas glândulas salivares, maiores oumenores com menos frequência. Geralmente, é assinto-mática, a sintomatologia pode ser mais intensa, de acor-do com grau de obstrução do ducto. Quando intraglân-dulares é necessária à realização da exérese glandular.Fatores locais, como o trauma, podem gerar alteraçõesinflamatórias na glândula afetada, desta maneira, desen-cadeando o processo. Para o diagnóstico incluímos ainspeção e a palpação oral, uma avaliação da quantidadee qualidade da saliva secretada, os exames radiográficosconvencionais são utilizados normalmente. O uso decalor externo, calor interno e bochechos com suco delimão, são métodos não cirúrgicos e podem expulsar oscálculos menores. A eleição de qual tratamento estáligada à posição do sialolito e tamanho.

Segundo Gabrielli et al. (2008)5, os sialolitos sãocorpos calcificados que se desenvolvem na luz do siste-ma ductal ou na parte mais externa das glândulas saliva-res, interrompendo ou limitando a secreção salivar. Vá-rios conceitos tentam explicar a origem dos cálculossalivares, porém, a etiologia ainda não é bem entendida.Podem ter origem com a deposição de sais de cálcio aoredor de um “nicho” central de células epiteliais desca-madas, bactérias, corpos estranhos ou produtos de de-composição bacteriana, ou ainda ter relação com a re-tenção salivar devido a fatores anatômicos (ducto salivarpequeno e/ou tortuoso) e à composição da saliva. Aglândula submandibular é a mais afetada e em glândulassalivares menores são raras. Na grande parte dos casos, a

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anamnese, o exame clínico com a palpação da glândula eo exame radiográfico bastam para concluir o diagnósti-co. Casos de sialolitos maiores possuem sintomatologiacomo: dor ou tumefação da glândula afetada. A intensi-dade da sintomatologia varia com o grau de obstrução,sialolitos pequenos permitem o extravasamento da salivapelo ducto, e assim, sendo assintomáticos, estes em al-guns casos podemos ser tratados de forma conservadora,por meio de compressas mornas, de fisioterapia usandomassagens leves na glândula e ordenha, na expectativade expulsar o cálculo salivar, sialogogos. A remoção daglândula é necessária quando o cálculo se encontra noparênquima glandular ou quando há alguma inflamaçãoou infecção no interior da glândula.

Segundo Manzi et al. (2010)8, a sialolitíase é umapatologia de glândulas salivares especifica por formaçãode cálculos ou sialolitos na luz dos ductos ou de seupróprio parênquima. A glândula salivar mais acometidapor sialolitos é a submandibular e com mais raridadeglândulas salivares menores. A origem do sialolito podese dividir em dois grupos: o primeiro em relação à de-tenção da saliva por fatores anatômicos dos ductos. Se-gundo, a composição salivar (saturação alta, alteraçãoem inibidores da cristalização), podendo ocorrer à dre-nagem purulenta e sinais sistêmicos de infecção. Emalguns casos, a alteração não apresenta sintomatologia. Éessencial o preciso diagnóstico que envolva um exameclínico, inspeção, palpação, manipulação da glândula,junto a métodos de imagens. O tratamento indicado vaiser de acordo com alguns fatores, tais como: glândulaafetada, tamanho e localização do cálculo. Tratamentosconservadoras são aplicados para sialolitos de pequenostamanhos, tratamentos como: ordenha, hidratação dopaciente, massagem da glândula com gotas de fruta áci-da (limão), dilatação por meio de um cateter. A remoçãocirúrgica será indicada para cálculos salivar maiores e/oulocalizados no parênquima glandular.

Ferreira & Manzi (2010)9 acreditavam que o sialolitoé caracterizado por uma massa calcificada que se de-senvolve no interior do sistema ductal da glândula sali-var. Existem várias vertentes para explicar a formaçãode um sialolito, todas apontando para as irregularidadesanatômicas do conduto ou obstrução parcial do mesmo,à sua composição salivar, ao processo infeccioso e aodesequilíbrio da homeostasia celular, a glândula sub-mandibular comumente afetada. Grande parte dos sialo-litos é pequeno, menores que 10 mm, e são considera-mos sialolitos gigantes os maiores que 15 mm, sendoesses raros. A sintomatologia do sialolito varia de acordocom a intensidade e grau de obstrução da glândula.Quando os cálculos salivares são pequenos, não há sin-tomatologia, havendo cálculos salivares maiores obser-vam-se o aumento da glândula envolvida, além de dor eredução do fluxo salivar. Os sintomas podem ser diver-sos partindo de uma simples dor durante as refeições e

podendo chegar até edemas, dor constante, secreção pu-rulenta e febre. Para a correta detecção de um sialolito éindispensável, um exame clínico minucioso, além deexames de imagens. A solução desta patologia está liga-da com o tamanho dos cálculos, o tratamento conserva-dor é indicado para pequenos cálculos, consistem em:massagens leves das glândulas, administração de sialo-gogos, calor úmido, os cálculos maiores são removidosatravés cirurgicamente na maior parte dos casos.

Guimarães et al. (2010)29, afirmaram que sialolito éuma patologia comumente encontrada em glândula sali-var maior e em glândula salivar menor, considerada rara.Conhecida principalmente, pela obstrução do fluxo sali-var, clinicamente pode ser observado edema e dor, con-sequência da diminuição do fluxo salivar. A etiologiados cálculos salivares ainda é imprecisa, hipóteses ten-tam explicá-la atribuindo à viscosidade da saliva e/ou àalteração da sua composição, são fatores predisponentespara a precipitação de sais de cálcio que são depositadosem uma matriz orgânica. O diagnóstico e tratamentoestão atrelados ao tamanho e localização do cálculo, ostratamentos conservadores como terapias com antibióti-cos, analgésicos ou antipiréticos tem sido empregado,por vezes necessita-se intervenções cirúrgicas para efe-tuar uma drenagem mais efetiva.

Segundo Oteri et al. (2011)9, litíase de glândula sali-var é caracterizada pela obstrução do canal excretor damesma por um cálculo ou sialolito, e esta enfermidadepode estar associada a inchaço, dor e infecção da glân-dula afetada. A sintomatologia é clara permitindo umfácil diagnóstico, e geralmente envolve a glândula sub-mandibular em glândulas salivares menores são raras. Odiagnóstico é feito com exames de imagens e examesclínicos, salientando que em exames de imagens pode aver uma divergência em relação ao diagnóstico pela ra-diopacidade da sialolito. Diferentes teses sobre sua etio-logia foram empregadas: mecânico, inflamatória, quí-mica neurogênica, infecciosas, corpos estranhos. Assimparece que a junção de uma variedade de fatores nor-malmente determina o foco inicial. O tratamento é indi-cado de acordo com o tamanho do cálculo sendo os me-nores, em sua grande maioria expulsos fisiologicamente,os que possuem tamanho médio a grande, podem serexpelidos através de terapias conservadoras e em algunscasos, cirurgicamente.

Segundo Vasconcellos et al. (2012)10, sialolitíaseconfigura-se pela composição de massas calcificadas ousialolitos que desenvolvem-se no sistema ductal dasglândulas salivares. Provavelmente essa patologia temoriginam quando há uma deposição de sais de cálcio emrestos orgânicos aglomerados no interior do ducto, po-dendo ser resultantes de infecções, traumas, presença decorpos estranhos e de células epiteliais descamadas. Temrelação frequente com a glândula submandibular, glân-dulas salivares menores sendo essas raramente acometi-

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das. Clinicamente, sialolitos apresentam-se com um au-mento volumétrico na região anatômica afetada, compossível sintomatologia dolorosa associada. Existemdiversas opções de tratamentos terapêuticos que possibi-litem os sialolitos serem expelido, como o uso de sialo-gogos, aplicação local de calor, o aumento da ingestãode líquidos e a litotripsia. O tratamento do sialolito que éconsiderado grande necessita da remoção cirúrgica.Normalmente essa patologia é um achado radiográficodevido a fatores já relatados.

TonsilolitoPérez et al. (2002)17, disseram que cálculos em ton-

silas têm como uma das hipóteses sobre sua etiologia aformação de criptas contendo bactérias (Leptothrixbuc-calis) fungos (saprófitas) ou saliva retida nas glândulasdos dutos eferentes. Os pacientes com essa patologiaapresentam-se com alguns sinais e sintomas como a ha-litose, dor de garganta, acompanhado pela sensação decorpo estranho e otalgia, porém essas calcificações, namaioria dos pacientes são assintomáticas. No diagnósti-co usamos a palpação da região para verificar algumcalculo na região e juntamente com exames de imagempara nos auxiliar. Em radiografias convencionais a ima-gem encontrada pode ser confundida com calcificaçãodos vasos, corpos estranhos ou dentes deslocados. Otratamento indicado é a remoção cirúrgica do cálculo.

Segundo Donat et al. (2005)16, é comum encontrarpequenas massas calcificadas no interior das tonsilaspalatinas, recebendo o nome de tonsilolito, porém aocorrência de grandes cálculos e considerados raros. Ostonsilolitos são difíceis de diagnosticar, por vezes, sãodescobertos por um acaso em exame imaginológico derotina. A etiologia dessa patologia ainda está em discus-são, mas tudo indica que é formado pelo material presonas criptas servindo para o crescimento de micro orga-nismos, tais como bactérias e fungos, em alguns casos sesugere uma relação com amigdalite purulenta crônica.Contudo, outros autores dizem que outros mecanismospodem desencadear, quando os cálculos se encontramem áreas peritonsillar, como a existência de tecido ton-silar ectópico, formação de pedra por estase salivar nosdutos salivares menores. Podendo apresentar como sin-tomatologia: halitose e dor de garganta, acompanhadapor sensação de corpo estranho e por vezes otalgia. Otratamento eleito para estes casos consiste na extraçãocirúrgica do cálculo e no caso de estar localizado no in-terior da amígdala e os de grandes tamanhos, exigiráamigdalectomia.

Moura et al. (2007)29, relataram que a origem e pa-togenia dos tonsilolitos ainda são desconhecidas, fre-quentes inflamações podem produzir fibrose nas abertu-ras das criptas tonsilar, assim, restos bacterianos e epite-liais se acumulam dentro destas criptas e subsequentecontribuição para a formação de tonsilolitos. As calcifi-

cações ocorrem após a deposição de sais inorgânicos e acalcificação ocorre gradualmente. Tonsilolitode formageral é assintomático devido ao pequeno tamanho dascalcificações e seu grau de mineralização, assim, as le-sões podem ser detectadas incidentalmente no exameradiográfico panorâmico. São normais nesses exames asimagens da calcificação na radiografia sobrepor à parteintermédia do ramo mandibular, sendo muito semelhantea anormalidades ósseas intraósseas, podendo levar aodiagnóstico de lesões ósseas benignas, o que é conside-rado como diagnóstico diferencial. Nenhum tratamento énecessário para a maioria dos tonsilolitos além da pro-servação com exames de imagem. No entanto, grandestonsilolitos com sintomatologia associada como: dor,inchaço e disfagia, são removidos cirurgicamente.

Segundo Kanotra et al. (2008)14, tonsilolitos se de-senvolvem nas criptas das tonsilas palatinas ou em tornodas mesmas. Grandes tonsilolitos são pouco vistos em-bora pequenas concreções sejam comuns. A etiologiados tonsilolitos ainda é pouco compreendida, acredita-seque amigdalite crônica frequentes seguida pelo acúmulode bactérias e resíduos epiteliais nestas criptas levam àformação de nichos e calcificação ocorre após a deposi-ção de sais inorgânicos na sequência. Apesar de nagrande maioria dos casos os tonsilolitos serem assinto-máticos, em alguns casos onde a sintomatologia é pre-sente comumente encontramos: dor na garganta, seguidode inchaço na tonsila, disfagia, odinofagia, otalgia, in-chaço e halitose. Para diagnosticarmos podemos utilizara palpação da amígdala e para confirmação podemosfazer uma radiografia lateral da cabeça, o que irá mostrarse há radiopacidade na região. O tonsilolito normalmentepode ter como tratamento enucleação ou curetagem comanestesia local. Tonsilolito maiores e que persistem, ne-cessitam de amigdalectomia.

Thakur et al. (2008)15, afirmaram que os tonsilolitossão massas calcificadas, compostas de sais de cálcioentre outros sais minerais. A patogênese correta destascalcificações ainda é desconhecida, mesmo havendoalgumas hipóteses sobre a sua origem. Uma dessas ver-tentes diz que o tonsilolito tem origem por parte de repe-tidos episódios de amigdalite que tem como consequên-cia fibrose dos condutos das criptas e assim a retençãode restos epiteliais da mesma. Estes resíduos epiteliaisformam o meio ideal para o crescimento de bactérias(Actinomyces) e fungos (Leptothrixbuccalis). A pedrapode ser assintomática ou pode causar vasta sintomato-logia, como: mau hálito, sensação de corpo estranho nagarganta, odinofagia ou disfagia. Os tonsilolitos são en-contrados em raios-X ou tomografia computadorizadafeito por outra razão. Tem sido recomendado para re-mover a massa calcificada de maneira cirúrgica se amassa for grande ou estiver impactada dentro das amíg-dalas.

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Cassiano et al. (2006)13, disseram que o tonsilolito éuma calcificação de tecido mole rara, que ocorre na ton-sila ou região peritonsilar. A origem dessa patologia éindefinida, a hipótese mais admissível é de que essascalcificações são geradas a partir de infecções crônicasna tonsila, ou pela retenção de saliva na saída dos ductossalivares menores. Os sintomas clínicos mais comunssão disfagia, desconforto na região, halitose e sensaçãode corpo estranho na garganta, contudo, tonsilolitos sãoachados radiográficos, assim sendo assintomáticos. Noexame panorâmico, usualmente utilizado no dia-a-dia daclínica, pode ocorrer a superposição de sua imagem como ramo mandibular e assim dificultando o diagnóstico,principalmente em relação às lesões intraóssea. O maisindicado tratamento consiste na excisão cirúrgica docálculo, para os de menor tamanho, e a tonsilectomia éindicada para massa calcificada de grande tamanho ou seencontra em uma região de difícil acesso.

4. DISCUSSÃOCalcificações em tecidos moles, como o antrolito é o

resultado da incrustação total ou parcial de um foco cen-tral localizado no interior do seio maxilar, por vezespassam despercebidas por terem um tamanho pequenoou um grau baixo de mineralização, com isso se tornamachados radiográficos raros,1,20. Sua etiologia ainda éindefinida, contudo, das hipóteses sugeridas por autores,todas têm algo em comum, apenas se diferem em pe-quenos detalhes. Das hipóteses mencionadas a maisaceita é de que o antrolito surja a partir de um nichocentral dentro do seio maxilar que é incrustado por saisde cálcio, e classificam esses nichos em endógenas,quando tem origem do próprio corpo, como mucosaainda inflamada por conta de uma sinusite, coágulos desangue ou pus, espiculas ósseas. Ou exógenas quandoesses corpos estranhos veem do meio ambiente, comobactérias e fungos (Aspergillus fumigatus), materiaisdentários, papéis, algodão21,23, além dessa classificação,ainda existe uma outra utilizada por alguns autores, clas-sificando as calcificações endógenas em verdadeiras eexógenas em falsas21. Apesar de, em sua grande maioriaos antrolitos serem uma patologia que não apresentasinais ou sintomas, em alguns casos é possível observaralguma sintomatologia, como: dor facial, imitando umasinusite, obstrução nasal, epstaxe, fistula buco sinusal,secreção purulenta20,21. O diagnóstico dessa patologiaparte da observação dos exames radiográficos solicita-dos, devemos nos atentar as imagens radiopacas, a loca-lização anatômica da calcificação e sua quantidade, pois,muitas das vezes podemos ter a imagem sobrepostas, oque gera incerteza no diagnóstico, por isso, avaliar muitobem a necessidade de outros exames de imagem. O tra-tamento que mais indicamos nesses casos é a remoçãocirúrgica do antrolito, desde que haja sintomatologia3,21,24.

É consenso entre muitos que o sialolito é uma pato-logia de calcificação de tecido mole, porém das patolo-gias das glândulas salivares o sialolito corresponde a30%, sendo a glândula submandibular a mais afetada, eas glândulas salivares menores raramente vista12,26,27. Aetiologia dessa calcificação de tecido mole ainda é dis-cutida, porém, é quase consensual que está ligada a re-tenção da saliva nos ductos das glândulas afetadas devi-do à anatomia ou a composição salivar da mesma, quetem alto teor de sais de cálcio, ainda há autores queacreditam que a patologia está ligada a partir da deposi-ção de sais minerais, como o cálcio, ao redor de um “ni-nho”, que pode ser composto de células descamadas,bactérias, corpos estranhos ou produtos da decomposi-ção bacteriana6,25,28,. A sintomatologia do sialolito estáligada a obstrução do ducto salivar, se o fluxo salivarestiver totalmente comprometido, sinais e sintomas apa-receram, em casos de sialolitos de tamanhos pequenos,ou seja, menor do que 10 mm, como dito por muitosautores, o escoamento salivar pode não ser comprome-tido totalmente e assim podendo não causar sintomato-logia. Os sinais e sintomas mais vistos, quando presentessão: dor, aumento volumétrico da glândula afetada e emcasos agudos, cólicas salivares e sinais de infecção comofebre7,8,23. O diagnóstico dessa patologia de glândulassalivares é bem simples, devemos basear-nos em dadosclínicos, com exames de palpação e inspeção, além daestarmos atentos a anamnese e aos exames de imagemsolicitados, com isso teremos um bom diagnóstico e comisso intervir de maneira correta, pois o tratamento dessacalcificação está diretamente ligada à posição e ao ta-manho do sialolito, se pequeno, sendo esse um achadoradiográfico, o tratamento será terapêutico, com: orde-nha, hidratação do paciente, massagem da glândula comgotas de fruta ácida, administração de sialogogos e aindatermo terapia, em casos agudos, quando o cálculo égrande ou está intimamente ligada a glândula a exéreseglandular ou remoção cirúrgica somente do cálculo é aindicação correta9,10,.

Tonsilolitos são pedras compostas por sais de cálciose outros sais minerais, encontradas nas tonsilas palatinasou região peritonsilar, essa patologia de calcificação detecido mole em sua grande maioria é assintomática, ton-silolitos com tamanhos considerados pequenos, sendoassim, achados radiográficos, são mais comumente vis-tos, porém é mais raro quando levamos em consideraçãocalcificações de grande tamanho13,14. O tonsilolito aindatem sua etiologia discutida, porém, autores propõem quesua origem é partir da precipitação de sais de cálcios embactérias ou fungos localizados nas criptas das tonsilas,pode estar ligada ainda a saliva dos ductos eferentes epode ter relação também com quadros de amigdalitecrônica, o certo é que sua origem é multifatorial17,18. Oseu diagnóstico não é tão simples, por vezes podemosconfundir com um quadro de amigdalite, porém com o

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auxílio de exames imaginológicos podemos verificar sehá radiopacidade na região, e junto com os dados daanamnese e exame clinico minucioso, podemos chegarao diagnóstico correto, por vezes podemos confundir asimagens, por isso é de extrema importância fazer umacorreta avaliação dos exames,em casos de pedras pe-quenas, não existe sintomatologia, nos casos onde a sin-tomatologia está presente, podemos observar no pacien-tes: halitose e dor de garganta, acompanhada por sensa-ção de corpo estranho e por vezes otalgia114,26. O trata-mento de eleição para essa patologia em casos de calci-ficações pequenas, a enucleação e curetagem da tonsilapodem ser indicadas, porém, nos casos de grandes ton-silolitos a remoção total da glândula faz-se necessá-rio14,17,26.

5. CONCLUSÕESConclui-se que, na clínica contemporânea os exames

de imagens devem ser melhor examinadas, afim de evi-tar que calcificações em tecidos moles passem por desa-percebidas ao olhar do cirurgião dentista, que por vezessão achados radiográficos. Assim, o trabalho mostra aspossíveis etiologias, diagnóstico, tratamentos atuais emais utilizados, com isso amparando o profissional daodontologia a entender melhor as patologias pesquisa-das.

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VIRUS EM FUNGOS: UMA ÁREA EMERGENTE

VIRUS IN FUNGI: AN EMERGING AREA

MARCELO ALBERTO ELIAS1*, CARLA CAROLINE BURGARDT1

1. Biólogos e docentes da educação básica, técnica e profissional. Mestrandos do Programa de Pós Graduação em Biologia Comparada – Univer-sidade Estadual de Maringá.

* Rua santos Dumont 379, Zona 03 .Maringá- Paraná, Brasil. Cep: 87050-100 [email protected]

Recebido em 28/04/2014. Aceito para publicação em 15/05/2014

RESUMOO estudo dos vírus tem se tornado cada vez mais emergen-te no campo das pesquisas biológicas, em especial suasrelações com outros organismos, tais como, plantas, ani-mais e até mesmo em fungos. Por esse motivo essa revisãoatualizada sobre os vírus e em especial sua relação com osfungos pode servir como atualização sobre as pesquisasrealizadas atualmente com vírus e fungos. Além dos as-pectos básicos do vírus como estrutura e reprodução, astécnicas de identificação (eletroforese e microscopia devarredura) são bastante relevantes atualmente.

PALAVRAS-CHAVE: Vírus, micovirus, eletroforese,microscopia de varredura.

ABSTRACTThe study of viruses has become more time in the emergingfield of biological research, in particular its relationship withother organisms, such as plants, animals and even fungi.Therefore, this updated review about the virus and, in particu-lar, its relationship with fungi can serve as an update on theresearch currently conducted with viruses and fungi. Besidesthe basic aspects of virus like structure and reproduction, theidentification techniques (electrophoresis and microscopy) arequite relevant today. Viruses:

KEYWORDS: Mycovirus, electrophoresis, microscopy.

1. INTRODUÇÃOSegundo Van Regenmortel et al (2000)1 a taxonomia

universal dos vírus inequívoca (nomenclatura e classifi-cação) é vital para distinguir os milhares de vírus queforam isoladas de humanos, animais, plantas, fungos,bactérias e arquebactéria. Antes de uma identificaçãooficial e sistema de classificação foi criado, houve muitaconfusão e duplicação dos vírus isolados em diferenteslaboratórios ao redor do mundo.

As primeiras tentativas organizadas internacional-mente para introduzir alguma ordem na desconcertantevariedade de vírus, ocorreu no Congresso Internacionalde Microbiologia realizada em Moscou em 1966. Umacomissão, mais tarde chamado o Comitê Internacionalde Taxonomia de Vírus (ICTV), foi dada a tarefa dedesenvolver um esquema taxonômico único, universalpara todos os vírus. No sétimo relatório produzido peloICTV estão os dados taxonômicos acumulados de seusantecessores e os registros dos trabalhos da comissãodesde 1995, incluindo decisões tomadas no X Congres-so Internacional de Virologia realizado em Jerusalémem 1996, e em reuniões de médio prazo em 1997 e19981.

A informação é essencial para qualquer pessoa quetrabalhe no campo da virologia. Clínicos em laborató-rios de diagnóstico, os pesquisadores citaram vírus emartigos publicados, e virologistas do setor empresarialtodos devem ter a taxonomia de vírus mais atualizadopara fazer as devidas referências1.

O número de vírus reconhecidos continua a crescercom o desenvolvimento de melhores técnicas de detec-ção, e a rápida evolução das variantes do vírus. Princi-pais Características. A referência oficial para a taxono-mia e nomenclatura vírus. Contém 30 % nova taxa, in-cluindo duas novas importantes contribuições sobre asrelações filogenéticas entre os vírus, e aplicação doconceito de espécies de vírus em todo o mundo vírus,compila informações 300-400 especialistas. Abrangemais de 4000 vírus reconhecidos, organizado pela famí-lia, com diagramas de organização do genoma e do ciclode replicação do vírus onde se Inclui mais de 300 figu-ras e ilustrações1.

2. MATERIAIS E MÉTODOSO presente artigo constitui uma revisão atualizada

sobre vírus e m fungos, realizada a partir da pesquisabibliográfica em teses, dissertações, monografias,

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artigos científicos, periódicos, livros, dentre outrosmeios de informação relevante para a pesquisa.

3. DESENVOLVIMENTOEntendendo os vírus

Vírus são pequenos seres parasitas formados poruma cápsula proteica que podem infectar organismosvivos (seres humanos ou animais). O termo vem do La-tim virus que significa veneno ou toxina.

Os vírus necessitam de células hospedeiras para sereproduzirem. Dentro das células conseguem obteraminoácidos, ribossomos e outras substâncias que pos-sibilitam a multiplicação em milhares de novos vírus.Esse processo de replicação viral pode demorar apenasalgumas horas ou vários dias, dependendo do vírus.Uma vez dentro das células, os vírus começam a inter-ferir no normal funcionamento das mesmas e a provocardoenças diversas como: AIDS (através do HIV – Vírusda Imunodeficiência Humana), HPV – Vírus do Papi-loma Humano, Gripe (por exemplo através do vírusInfluenza A subtipo H1N1), dentre outras. Para preven-ção e combate de algumas doenças, existem as vacinasvirais e outros medicamentos2.

Os vírus têm sido agrupados ou classificados de vá-rias maneiras. Um dos primeiros sistemas, que aindatem uso limitado, estabelecia subgrupos de acordo coma espécie do hospedeiro normalmente infectado pelovírus (animais, vegetais ou microrganismos). Outro mé-todo de classificação dos vírus se baseava-se na afini-dade tissular dessas partículas infectantes, por exemplo,os vírus que se fixam às células nervosas eram denomi-nados vírus neurotrópicos. À medida que se foi desen-volvendo a análise das características físicas, químicas ebiológicas dos vírus, acumulou-se uma informação so-bre a qual era possível construir uma classificação deacordo com esses conhecimentos2.

Existem basicamente dois tipos de ciclos reproduti-vos: o ciclo lítico e o ciclo lisogênico. Esses dois ciclosiniciam com o fago T aderindo à superfície da célulabacteriana através das fibras protéicas da cauda. Estacontrai-se, impelindo a parte central, tubular, para den-tro da célula, à semelhança, de uma microsseringa. ODNA do vírus é, então, injetado fora da célula a cápsulaprotéica vazia. A partir desse momento, começa a dife-renciação entre ciclo lítico e ciclo lisogênico.

No ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, onde asfunções normais desta são interrompidas na presença deácido nucléico do vírus (DNA ou RNA). Esse, ao mes-mo tempo em que é replicado, comanda a síntese dasproteínas que comporão o capsídeo. Os capsídeos orga-nizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucléico.São produzidos, então novos vírus. Ocorre a lise, ou seja,a célula infectada rompe-se e os novos bacteriófagos sãoliberados. Sintomas causados por um vírus que se re-

produz através desta maneira, em um organismo multi-celular aparecem imediatamente. Nesse ciclo, os vírusutilizam o equipamento bioquímico(Ribossomo)da cé-lula para fabricar sua proteína (Capsídeo).

No ciclo lisogênico, o vírus invade a bactéria ou acélula hospedeira, onde o DNA viral incorpora-se aoDNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-separte do DNA da célula infectada. Uma vez infectada, acélula continua suas operações normais, como reprodu-ção e ciclo celular. Durante o processo de divisão celular,o material genético da célula, juntamente com o materi-al genético do vírus que foi incorporado, sofrem dupli-cação e em seguida são divididos equitativamente entreas células-filhas. Assim, uma vez infectada, uma célulacomeçará a transmitir o vírus sempre que passar pormitose e todas as células estarão infectadas também.Sintomas causados por um vírus que se reproduz atravésdesta maneira, em um organismo multicelular podemdemorar a aparecer.

Ainda segundo Bossolon (2005)2, antes que qualquervírus possa infectar uma célula animal, ele primeirodeve ligar-se a um receptor específico na membranacelular, provavelmente uma glicoproteína. Como já foidito, muitos vírus podem ter um envelope rico em lipí-deo envolvendo o capsídio. Do envelope de muitos ví-rus projetam-se "pontas" que podem conter glicoproteí-nas e lipídeos. As propriedades das moléculas que cons-tituem o envelope estão relacionadas com a adesão dovírus à vários substratos. Se o envelope não está pre-sente, as propriedades do capsídio determinam as ca-racterísticas adesivas do vírus.

A multiplicação dos vírus se faz por replicação, noqual as porções protéica e nucleica aumentam no interi-or das células hospedeiras sensíveis. Este processo podeser dividido em etapas, que são comuns a todas as in-fecções virais:

1. Adsorção: envolve a participação de receptoresespecíficos na superfície da célula hospedeira e das ma-cromoléculas do vírion.

2. Penetração e desnudamento: os vírus com enve-lope unem-se às células hospedeiras, levando à fusão doenvoltório lipoproteico dos vírus com a membrana cito-plasmática da célula, que resulta na liberação do materi-al núcleo capsídico no citoplasma celular. Os vírus nús(sem envelope) parecem penetrar pelo mecanismo defagocitose.

3. Replicação bioquímica: a replicação ativa do áci-do nucleico e a síntese de proteínas virais começamapós a dissociação do capsídio e do genoma. Além doATP celular, os vírus requerem o uso dos ribossomas dacélula, do RNA de transferência, de enzimas e de certosprocessos biossintéticos para sua replicação.

4. Acoplamento ou maturação: os vírus são capazesde dirigir a síntese dos componentes essenciais para suaprogênie e de acoplar estes materiais sob a forma de

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vírions maduros, no núcleo e/ou no citoplasma da célulainfectada.

5. Liberação: este processo varia com o agente viral.Em alguns casos, a lise celular resulta na liberação con-comitante das partículas virais. Em outros, a maturaçãoe a liberação são relativamente lentas e os vírions sãoliberados sem a destruição da célula hospedeira.

Vírus em fungosOs vírus foram descobertos em várias espécies de

fungos, mas, ao contrário dos animais mais conhecidosou vírus de plantas, eles são raramente associados comefeitos deletérios sobre os seus anfitriões. O conheci-mento sobre o vírus entre fungos entomopatogênicos émuito limitada, embora sua existência é suspeita, devidoà presença de vírus, como o RNA de cadeia dupla(dsRNA) em isolados de várias espécies3.

Segundo Moura & Powell (2007)4 associações entrevírus e fungos patogênicos têm sido estudadas e obser-vadas em condições controladas e de campo. Os resul-tados demonstram a existência de interações que ocor-rem basicamente de dois modos: o fungo atua comovetor do vírus ou plantas infectadas por vírus apresen-tam resistência maior a severidades de outras doenças.

Utilizando como exemplo a Beauveria bassiana, queé uma das espécies mais estudadas de fungos entomo-patogénicos, que tem uma distribuição e é cosmopolitautilizado como agente de controle biológico de inverte-brados em agricultura. Herreiro et al. (2012)5 analisaramuma coleção de 73 isolados obtidos em diferentes locaise de diferentes habitats em Portugal e Espanha, em bus-ca de elementos indicativos de dsRNA de infecções vi-rais. Os resultados mostraram que a prevalência de in-fecções virais é alta, 54,8% das amostras continhamelementos de dsRNA com características virais. Os ele-troferótipos dsRNA de isolados infectados indicaramque a diversidade de vírus foi alta na coleção analisada eque as infecções por vírus mistos ocorreram em isoladosfúngicos. No entanto, numa experiência de hibridaçãoindicou que as bandas que dsRNA são semelhantes emtamanho nem sempre têm seqüências similares. Espé-cies de vírus específicos ou perfis de dsRNA não foramassociados com locais ou tipos de habitats, provavel-mente por causa da ubiqüidade e dispersão eficientedeste fungo como uma espécie ar. A sequência de umdos elementos de dsRNA mais comuns correspondia àdo genoma de 5,2 Kpb de um membro anteriormentedescrito designado por B. bassiana um vírus de ARN(BbRV1).

Em outra aplicação diferente, Lima et al. (2012)6

aponta que vários autores têm investigado a influênciade partículas virais de fungos. Genomas virais fúngicassão geralmente composto de ARNdc que são capazes demodular simbioses plantas fúngicos. As associaçõesentre fungos e vírus seus anfitriões são semelhantes aos

envolvidos na planta – endófito interações. Mudançasnas características morfológicas e aumento da produçãode conídios têm sido relatados como relacionado com apresença de ARNdc em Beauveria bassiana, Metarhi-zium anisopliae, e Nectria radicicola.

Lima et al. (2012)6 isolaram a partir de fungos endo-fíticos folhas de árvore medicinal chamada aroeira(Schinus terebinthifolius). Estes foram identificados porendófitos morfológica e métodos moleculares. Nóstambém ensaiadas à presença de partículas de dsRNAem Colletotrichum spp isolados.

Ainda nesse trabalho as árvores de pimenta brasilei-ros analisados foram colonizadas por três diferentesespécies de Colletotrichum e apresentou alta diversidadegenética, incluindo a espécie C. gloeosporioides sentidolato, C. boninense e C. simmondsii. os ecológicos papéisde endófitos são diversas e variadas. Colletotrichumcomplexo gloeosporioides é um patógeno de plantas emtodo o mundo que infecta muitas espécies de plantas.Estes isolados vai precisar de mais exame para assegu-rar a identificação correta. Outro autor Zou et al.(2000)7 relatou endofíticos isolados de C. gloeosporioi-des a partir da haste de Artemisia mongolica que produ-ziu o ácido colletotric, com atividade antimicrobianacontra Bacillus subtilis, Staphylococcus aureus, Sarcinalutea, e Helminthosporium sativum.

Ao contrário dos vírus de plantas ou animais, quesão comumente associados com a doença, muitos dosvírus fúngicas conhecidas não causar sintomas óbvios.Apenas alguns mycovirus são conhecidos por afetarseus hospedeiros, causando hipovirulência, doença ousendo benéfica. Na verdade, uma associação mutualistaentre mycoviruses endófitos, e seus hospedeiros vege-tais, resultando em maior tolerância térmica planta, temfoi descrita recentemente por, Marquez et al. (2007)8.Mycovirus não recebeu tanta atenção quanto vírus deorigem animal ou vegetal, mas numerosos vírus, fungosforam descritos desde o primeiro relatório de tal mico-vírus foi feita por Hollings em 1962. Muitos destes vírustem RNA (dsRNA) genomas de fita dupla, mas espéciescom ssRNA e dsDNA genomas também existir.

Os Mycovirus são comuns em todos os principaisgrupos de fungos fitopatogênicos. Eles são transmitidosdurante a divisão celular intracelularmente, esporogê-nese, e a fusão celular, mas aparentemente não possuemuma via extracelular por infecção. Suas escalas de aco-lhimento naturais são limitados aos indivíduos dentro domesmo ou intimamente relacionado grupos de compati-bilidade vegetativa. Os recentes avanços, no entanto,permitiu o estabelecimento de faixas de acolhimentoexperimentais para algumas mycovirus. Embora a mai-oria dos mycovirus conhecidos têm dsRNA genomasque são empacotados em partículas isométricas, têmsido relatados um aumento do número de mycovirusgeralmente com genomas de cadeia positiva. Discute-se

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mycovirus selecionados que causam doenças debilitan-tes e ou reduzir a virulência de seus hospedeiros defungos fitopatogênicos. Tais sistemas fúngicos-vírus sãoimportantes para o desenvolvimento de novas estraté-gias de controle biológico e para a obtenção de umavisão sobre a base molecular da virulência do fungo. Adisponibilidade de seqüências genômicas virais e dohospedeiro e de transformação e transfecção protocolospara alguns fungos fitopatogênicos vai contribuir para oprogresso de fungos virologia9.

Técnicas para detecçãoDuas técnicas são bastante utilizadas nas pesquisas

de “vírus de fungos”: ELETROFORESE DE DNAFUNGICO SE TRATAMENTO COM RNase e MI-CROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA.

Na primeira fragmentos de DNA e RNA podem serseparados de acordo com o seu tamanho através da ele-troforese em gel de agarose. Os ácidos nucleicos (DNAe RNA) possuem carga elétrica que pode ser utilizadapara separar fragmentos de tamanhos diferentes quandocolocados em um gel horizontal na presença de umcampo elétrico. A agarose possui poros por onde as mo-léculas de DNA migram quando é adicionada uma cor-rente elétrica. A taxa de migração das moléculas é afe-tada pelo tamanho e forma das moléculas, densidade dogel e força da corrente elétrica. As moléculas maiores deDNA migram mais vagarosamente do que as moléculasmenores. Quando o DNA é clivado com enzimas derestrição, fragmentos de diferentes tamanhos migramem diferentes padrões. O gel resultante apresenta umaspecto de "degraus de escada", visualizados após o gelser corado com brometo de etídio, um corante que tem apropriedade de intercalar-se entre as fitas do DNA, emi-tindo radiação que pode ser identificada quando o gel éexposto a luz ultravioleta. Em um dos poços do gel,onde as amostras a serem avaliadas por eletroforese sãocolocadas, é adicionado um marcador de peso molecularcontendo fragmentos de DNA de tamanho conhecido.Este tem como objetivo estimar o tamanho dos frag-mentos gerados após a corrida. O tamanho de cadafragmento é medido em pares de bases (pb)10.

Na segunda, um microscópio eletrônico de varredura(MEV) utiliza um feixe de elétrons no lugar de fótonsutilizados em um microscópio óptico convencional, oque permite solucionar o problema de resolução relaci-onado com a fonte de luz branca. Como resultadotem-se que os aparelhos modernos permitem aumentosde 300.000 vezes ou mais, para a maior parte de materi-ais sólidos, conservando a profundidade de campocompatível com a observação de superfícies rugosas.

O MEV é um aparelho que pode fornecer rapida-mente informações sobre a morfologia e identificaçãode elementos químicos de uma amostra sólida. Sua uti-lização é comum em biologia, odontologia, farmácia,

engenharia, química, metalurgia, física, medicina e ge-ologia.

O MEV é um dos mais versáteis instrumentos dis-poníveis para a observação e análise de característicasmicroestruturais de objetos sólidos. A principal razão desua utilidade é a alta resolução que pode ser obtidaquando as amostras são observadas; valores da ordemde 2 a 5 nanômetros são geralmente apresentados porinstrumentos comerciais, enquanto instrumentos depesquisa avançada são capazes de alcançar uma resolu-ção melhor que 1 nm11.

Outra característica importante do MEV é a aparên-cia tridimensional da imagem das amostras, resultadodireto da grande profundidade de campo. Permite, tam-bém, o exame em pequenos aumentos e com grandeprofundidade de foco, o que é extremamente útil, pois aimagem eletrônica complementa a informação dada pelaimagem óptica.

4. CONCLUSÃOAssim é possível observar que a área de estudos so-

bre “vírus em fungos” é bastante ampla e com uma ga-ma de possibilidades de pesquisas e novas descobertas.Tecnologias avançadas como eletroforese de dna fungi-co se tratamento com RNase e microscopia eletrônica devarredura, podem contribuir para o avanço das pesqui-sas e novas descobertas.

INFOGRÁFICO

MICOVIRUS

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CICLO LÍTICO

CICLOLISOGÊNICO

ELETROFORESE

MICROSCOPIAELETRÔNICA DE

VARREDURA

VIRUS

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INTENSIDADE DO TREINAMENTO PARA GANHO DEMASSA MAGRA: REVISÃO DE MÉTODOS PARA

ORIENTAÇÃO PRÁTICA

INTENSITY TRAINING TO GAIN LEAN MASS: REVIEW OF METHODS FORPRACTICE GUIDELINES

BIANCA REIS CORNELIAN1*, JACQUELINE MOREIRA2, HUMBERTO GARCIA OLIVEIRA3

1. Graduada em Educação Física pela Unicesumar; 2. Graduada em Educação Física pela Unicesumar; 3. Coordenador e Professor Mestre em Ciênciasda Saúde Unicesumar.

* Rua Pioneiro Waldemar Lingiardi, 126, Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87010-210. [email protected]

Recebido em 23/04/2014. Aceito para publicação em 09/05/2014

RESUMOO termo treinamento é empregado em várias situaçõesdentro da área da educação física, ele é caracterizado porser sistematizado. O treinamento utiliza-se de exercíciosprogressivos, visando sempre um melhor desempenho indi-vidual para o seu praticante. O treinamento de alta inten-sidade funciona da mesma forma, embora tenha como focodesenvolver a musculatura de forma mais intensa, exigindode seus adeptos uma alta dedicação, tempo e uma sistema-tização dos exercícios. A pesquisa caracteriza-se como umasendo bibliográfica. Objetivando analisar a contribuição dotreinamento de alta intensidade para o ganho de massamuscular bem como, verificar a importância deste métodode treinamento para o ganho de massa magra e relacionaroutros métodos para o aumento da massa muscular. Atra-vés desta revisão pode-se concluir que a carga de trabalho ea intensidade devem ficar dentro do parâmetro de 60 a85% da carga máxima individual de força, sendo que asséries devem ter um número entre 3 a 5 vezes, e o númerode repetições de 6 a 20 vezes. É possível perceber que paraobter resultados satisfatórios nos treinos são necessáriosque os exercícios sejam executados com alguns critérios,com planejamento, sistematização de métodos e frequência.

PALAVRAS-CHAVE: Massa magra, métodos, treino dealta intensidade.

ABSTRACTThe term training is used in various situations within the areaof physical education it is characterized by being systematized.The training makes use of progressive exercises, always aim-ing at a better performance for your individual practitioner. Thehigh intensity training works the same way, although focusedon developing the muscles more intensely demanding of itsadherents a high dedication, time and a systematization of theexercises. Its research was characterized as being literature.Aiming to analyze the contribution of high-intensity training to

gain muscle mass and determining the importance of thistraining method to gain lean mass and relate other methods forincreasing muscle mass. Through this review, we can concludethat the load and the intensity must lie within the parameter of60 to 85% of the individual maximal load power, and the seriesmust have a number between 3 to 5 times, and the number ofrepetitions 6 to 20 times. You can see that to obtain satisfactoryresults in training exercises that are necessary to run with somecriteria, with planning, systematization of methods and fre-quency.

KEYWORDS: Lean mass, methods, high intensity training.

1. INTRODUÇÃOA busca por atividade física tem crescido nas últimas

décadas e um dos maiores fatores está relacionado à es-tética, onde o fator motivacional é a prática de exercíciofísico, visando sempre o ser belo, que é imposto pelonovo século. O treinamento físico é uma modalidade deexercício que tem crescido em popularidade, particular-mente por seu papel na melhoria do desempenho atlético,aumentando assim a força muscular, velocidade, hiper-trofia, resistência muscular, desempenho motor, equilí-brio e coordenação1.

O método de alta intensidade vem sendo utilizadonas academias visando desenvolver a força muscular, eresistência muscular. Para que ocorram resultados dese-jados dentro do treinamento, é necessário que haja adap-tações, sendo elas metabólicas, morfológicas e funcio-nais, para isto é necessário um treinamento com regula-ridade e com sobrecargas progressivas de intensidade2.

O treinamento de alta intensidade consiste em trêsdimensões segundo Lara3, se dividindo em treinamentosárduos; com curta duração; poucas frequências semanais.Os exercícios árduos têm como característica levar o seu

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praticante a uma falha momentânea, caracterizando as-sim um exercício de alta intensidade. Sua execuçãoapresenta um curto tempo de duração, caraterizado porpoucas repetições em suas séries. A infrequência dotreino apresenta características de repetições apenas umavez na semana, devido ao alto grau de esforço dos exer-cícios.

O treinamento em si é algo bem mais complexo doque simplesmente realizar a elaboração da carga de trei-no, deve levar em consideração outras vertentes como,frequência; dedicação; planejamento e respostas fisioló-gicas e metabólicas, entre outros2.

2. MATERIAL E MÉTODOSA metodologia desse estudo caracteriza-se como

sendo bibliográfica. Dessa forma, a pesquisa se valerá deteses, dissertações, monografias, artigos científicos,periódicos, livros, dentre outros meios de informaçãorelevante para a pesquisa. O objetivo geral da pesquisaé analisar a contribuição do treinamento de altaintensidade para o ganho de massa muscular bem como,verificar a importância deste método de treinamento parao ganho de massa magra e relacionar outros métodospara o aumento da massa muscular.

3. DESENVOLVIMENTOIntensidade do treinamento

O termo treinamento é empregado em várias situa-ções dentro da área da educação física, ele é caracteri-zado por ser sistematizado, apresentando na elaboraçãouma periodização na realização do programa de exercí-cio físico. O treinamento utiliza-se de exercícios pro-gressivos visando sempre um melhor desempenho indi-vidual para o seu praticante.

O programa de treinamento de alta intensidade, talcomo outros programas apresenta algumas variáveis quesão base de qualquer método4, que incluem as açõesmusculares como a resistência do exercício; volume doexercício que corresponde ao número total de séries e asrepetições; os tipos de exercícios; estrutura de treinocomo, por exemplo, o número de grupos muscularestreinados, influenciando o número de recrutamento dasfibras musculares.

Tal autor completa as informações relatando que asequência de desempenho do exercício, pode ser gradual.Os intervalos de descanso entre as séries têm papel im-portante para uma boa resposta do exercício. A variávelvelocidade de repetição apresenta uma resposta eficaz,de acordo com cada exercício trabalhado. A frequênciade treinamento reflete quantas vezes o indivíduo treinana semana ou até mesmo no mês, mostrando como oplanejamento de treinamento é estruturado.

Repetições é o número de execução de um mesmoexercício realizado consecutivamente5. Por sua vez série

consiste num conjunto de repetições para a realização dotreinamento. A carga diz respeito ao peso utilizado co-mo resistência, ele pode ser representado por barras,anilhas, o próprio peso corporal.

Períodos de recuperação se dão de duas formas: entreduas séries um intervalo, ou entre sessões de treino umrepouso6.

Frequência diz respeito ao número de sessões detreino semanal, para um melhor planejamento, a reco-mendação desses autores para treinos de alta intensidadee de força é de três vezes na semana, realizando umaalternância de dias de exercícios com dias de repouso6.

Volume é definido como a quantidade ou soma dototal de repetições executadas durante um período detempo. O volume sofre ação também da frequência eduração da sessão de treinamento6.

Por sua vez a intensidade é caracterizada com a cargado treinamento em função de uma contração voluntáriamáxima, pode ser manipulado, sobretudo com o aumentoda carga e ou com ritmo e velocidade de execução domovimento. O intervalo também poderá alterar a inten-sidade6. A intensidade do treinamento (IT) exige altascargas durante o ano todo. Os programas de treinamentodo IT não são elaborados de acordo com a especificidadedas competições nos desportos4.

A influência que os períodos de descanso têm na de-terminação do estresse do treino e no total de carga quepode ser utilizada durante sua realização6. Os períodoscurtos de descanso sendo eles de 1 minuto ou menos,têm sérias implicações psicológicas, podendo ser elaspor gerarem um maior esforço, mais desconforto, maiorelevação das demandas metabólicas. Salientando assim aimportância desta variável de treinamento para ganhosde massa magra. Pesquisadores relatam que a falta deuma destas variáveis poderá afetar os estímulos de trei-namento7, levando assim o praticante a um estado con-trário do ganho de massa.

Para se atingir a hipertrofia muscular, que é definidacomo o aumento da área de secção transversa do mús-culo, normalmente decorre de uma resposta metabólicafrente ao treinamento de força8,9.

Um treinamento de força e de alta intensidade comeste objetivo deve levar em consideração alguns fatores,como: o volume, que normalmente oscila entre 8-12repetições em 3 a 4 séries, com o intervalo de descanso(ID) que deve durar de 60 a 90 segundos, sendo que aintensidade será em torno de 80% de 1 repetição máxima(RM)10.

A componente velocidade de execução tem grandeimportância na prescrição e controle do treinamento,sendo esta velocidade “lenta não intencional”, onde afase excêntrica deve ser controlada e lenta, e a açãoconcêntrica deva ocorrer lentamente, devido à granderesistência oferecida à musculatura pelo peso, e não aintenção do executante11.

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A hipertrofia obtida está relacionada com o total dasproteínas degradadas durante o treinamento12. Essa de-gradação depende da intensidade que pode ser caracteri-zado pelo peso e do trabalho mecânico e ainda pelo mo-vimento e os números de repetições. Exercícios comintensidades muito altas, que só permitam realizar umarepetição por serie, há uma taxa de degradação muito alta,mas um trabalho mecânico muito baixo, motivo pelo quala quantidade total de proteínas degradadas será pequena.Um trabalho mecânico muito elevado acima de 25 repe-tições, também não resulta em hipertrofia, pois nesse casoa taxa de degradação será muito baixa. Tais informaçõescoincidem com a de Bompa & Cornacchia (2001)13, ouseja, cargas intermediárias 60 a 85 % da força máxima,com um número de repetições variando entre 5 e 10 ou12.

Os exercícios de alta intensidade são caracterizadospelo número de fibras musculares, que está relacionadacom o exercício requerido, nestes exercícios os recruta-mentos das fibras utilizadas para a realização do exercí-cio ficam entre 30 a 40% das fibras disponíveis, deter-minando assim o linear anaeróbico14.

As adaptações advindas do treinamento resistido e deintensidade alta são dependentes destes fatores, além dogenótipo do indivíduo15.

As atividades de intensidade alta geram um grandeimpacto na musculatura, ocorrendo micro lesões, ondeestas estão associadas com o aumento da musculatura16.

O treinamento resistido e de alta intensidade é ummétodo essencial nos programas de treinamento paraindivíduos com os mais diversos objetivos e níveis deaptidão física15. Esse método é considerado seguropara indivíduos saudáveis e com condicionamento al-to17,18.

Atualmente, existem vários protocolos de treina-mento resistido e de alta intensidade, desenhados paradiferentes objetivos, tais como desenvolver a hipertrofiamuscular, resistência muscular entre outros19.

Massa magraA estrutura esquelética é composta de ossos, tendões

e músculos. O corpo humano possui 656 músculos,aproximadamente 45% do peso corporal total é de massamuscular20.

A estrutura da célula muscular é formada por fibrasespeciais que apresentam um comprimento que varia decentímetro a metros, que se estende por toda a fibramuscular4.

O músculo esquelético é formado basicamente portecido conjuntivo e por três tipos de fibras musculares,as do tipo I, que são as de contração lenta, possuindocoloração vermelha, pois são altamente vascularizados eirrigados, esses tipos de fibras são predominantes nosmúsculos posturais e, são mais resistentes à fadiga mus-cular do que as outras. As do tipo IIa que são as interme-

diárias de coloração rosa, pois essas são a fusão da fibrabranca com a fibra vermelha, possuem elevado potencialoxidativo e glicolítico, são resistentes à fadiga, e comrelação a produção de força elas são relativamente alta.As do tipo IIb que são as de contração rápidas, possuemcoloração branca com grande capacidade glicolítica, sãosensíveis à fadiga, apresentam alta produção de força eexplosão muscular11.

O número de unidades motoras envolvidas em umacontração depende da carga imposta pelo músculo, e issoafeta diretamente a força muscular produzida por ele.Carga de baixa intensidade exige um pequeno número deunidades motoras, sendo baixa a extensão da contração.Cargas de alta intensidade recrutam todas ou quase todasas unidades motoras, resultando em uma máxima pro-dução de força4.

A musculatura esquelética pode ser estimulada devi-do a exercícios de cargas tensionais e metabólicas, sem-pre que a musculatura encontra uma resistência, queneste caso é o treinamento de alta intensidade, ocorretensão em toda sua estrutura, esta tensão aumentada oca-siona a hipertrofia e a hiperplasia11.

Para os melhores resultados na hipertrofia, a cargadeve variar entre 60% a 80% de 1 RM (repetição máxi-ma)13,21. Um intervalo de recuperação (IR) diminuídoentre as séries, de 45 segundos a 60 segundos seja talvezo componente mais importante nas sessões de hipertro-fia13.

Esses autores justificam essa afirmação pelo fato deque, em um treinamento visando à hipertrofia, o músculodeve ser levado a exaurir suas reservas de ATP-CP erecrutar o maior número possível de unidades motoras.Intervalos relativamente curtos entre as séries, o treina-mento não proporcionará a recuperação completa dasreservas energéticas de CP, forçando o músculo a seadaptar e aumentando sua capacidade de transporte deenergia, isso resultará em crescimento muscular.

Para que o processo de aumento da massa magraocorra com eficiência, não basta oferecer o estímulo dotreinamento físico, também é necessário manter o orga-nismo em situação metabólica favorável22. Para essasituação é a predominância do anabolismo sobre o cata-bolismo, ou seja, das reações de síntese sobre as reaçõesde degradação de matéria.

O catabolismo ocorre em situações de estresse, den-tre elas o exercício físico, devido ao aumento da produ-ção de cortisol, hormônio secretado pela glândula su-prarrenal. Já o anabolismo é a construção ou síntese decompostos regulados por hormônios anabolizantes doorganismo, como a testosterona, o GH hormônio docrescimento e a insulina. Alimentação e repouso sãovariáveis muito importantes nesse processo23.

As fibras musculares não se proliferam24, ou seja,não nascem novamente, e nem se regeneram, a únicaformar de manter essas fibras musculares é com a reali-

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zação de exercício físico resistido e, de alto impacto,para que se possa aumentar a espessura das fibras, sur-gindo assim novas miofibrilas.

A musculatura desenvolvida é um sinal claro de queo método de treinamento escolhido e que vem sendoexecutado está surtindo um efeito, os exercícios reco-mendados para tal feito, são os que apresentam umgrande impacto na musculatura, sendo eles os de altaintensidade e os exercícios resistidos, ocasionando assimum aumento muscular.

Métodos de treinamentosPara todo movimento muscular utilizamos um tipo de

força específica, em geral a força pode ser classifica emdois grandes grupos, força dinâmica e estática. A forçadinâmica resulta em alterações no comprimento domúsculo, e caracteriza-se por produzir trabalho, em con-tra partida a força estática, resulta em pouca ou nenhumaalteração no comprimento do músculo não gerando tra-balho9.

Com base em estudos a força dinâmica pode ser sub-dividida em três grupos; força rápida; força resistente;força máxima25. Força Rápida é caracterizada por fazercom que haja um rápido recrutamento das fibras nervo-sas, a fim de que os músculos se contraiam rapidamente.Força explosiva, também conhecida como potênciamuscular, é a capacidade de realizar uma contraçãomuscular utilizando uma força máxima no menor tempopossível. Força resistente caracteriza-se pela capacidadedos músculos se contraírem repetidamente por um perí-odo de tempo bastante prolongado26.

O aumento da força máxima pode ser expresso com oaumento gradual de treinamentos com pesos, onde suasrepetições devem ficar entre cinco ou menos. Porémessas cargas não são recomendadas para alguns grupos,como crianças, idosas e convalescentes devido ao altonível de estresse provocado pela intensidade nas articu-lações27.

A escolha do método de trabalho está ligada a direçãodo efeito potencial, e este deverão estar de acordo com oefeito previamente planejado pelo treinador ou profissi-onal de educação física28. Sendo assim é de suma im-portância estabelecer o objetivo de treinamento e, esco-lher o melhor método para pode atingir este alvo.Tabela 1. Intensidade de treinos x Força

Força Intensidade N° repetição N° séries Intervalo ObjetivoForça Pura 85 a 95% 2 a 5 3 a 8 2 a 5 minutos Força muscular

Força Dinâmica 60 a 85% 6 a 20 3 a 5 1 a 4 minutos HipertrofiaForça Explosiva 30 a 60% 6 a 10 4 a 6 2 a 5 minutos Melhorar potência

Força de Resistência 40 a 60% 15 a 30 3 a 5 30 a 45 segundos Aprimora a resistência Aeróbia e Anaeróbia localEndurance 25 a 40% 30 4 a 6 tempo necesário Situações específicas do esporte

Guedes et al. (2008).

A Tabela 1 resume os tipos de força com os respec-tivos valores de intensidade, números de repetições, deséries, pausa de descanso entre as séries, intervalo entreas repetições e o objetivo de cada tipo de força. Desta-ca-se nesta tabela a força dinâmica, onde o objetivo é detrabalhar a hipertrofia muscular, a intensidade é estabe-lecida entre parâmetros de 60 a 85% da carga máxima detrabalho29. Também propõem valores de intensidade entre60 a 85 % da carga máxima para estimular a hipertrofiamuscular13.

Estudos vêm tentando demonstrar cientificamente aspossíveis explicações para o processo de hipertrofiaocorrido em consequência da aplicação de alguns méto-dos30, 31.

Ao mesmo tempo, tem-se colocado em evidencia quea hipertrofia não ocorre apenas em consequência de da-nos musculares causado por altas cargas de treinamento,mas também das alterações metabólicas que os treinosprovocam32, 33.

Devido a esses fatos, alguns autores têm propostoque os treinamentos com cargas baixas, também podempromover hipertrofia muscular e menor escala32.

Dessa forma, um novo redimensionamento vemsendo colocado aos métodos de treinamentos, onde estáse propondo uma nova forma de classificação baseadanas alterações que os mesmos podem causar no orga-nismo de um indivíduo, ficando assim, divididos em:métodos tensionais e metabólicos 33,34.

Neste contexto alguns métodos de treinamento quepossivelmente melhoram o ganho de massa magra, deacordo com o estudo proposto: O método isotônico uti-liza-se de 3 a 6 séries com 5 a 15 repetições, com pausaentre séries de 30 segundos a 5 minutos, conforme es-forço28. Os efeitos deste treino é o aumento da forçamuscular dinâmica, sendo esse um dos melhores métodospara desenvolver a massa magra.

Outro método de treino é o método Bi-Set, que con-siste em dois exercícios consecutivos para o mesmogrupo muscular, sem descanso entre um exercício e outro.O objetivo deste método é gerar um aumento do fluxosanguíneo na musculatura recrutada, este efeito relacio-na-se ao aumento da massa muscular. Este método épraticado com 3 a 4 séries, 10 a 20 repetições, com in-tervalo mínimo entre os grupos entre 1 e 2 minutos dedescanso entre as séries consecutivas.

O método Tri-Set consiste de três exercícios conse-cutivos para o mesmo grupo muscular, sem intervalosentre eles, sua base é similar à do método bi-set. Estemétodo utiliza-se de 3 a 4 séries com 10 a 20 repetiçõesem cada série, com intervalo mínimo entre os grupos de 1a 2 minutos entre as séries consecutivas, após três exer-cícios.

O método Super-Set é formado por vários exercíciosconsecutivos para o mesmo grupo muscular, são reali-zados mais de quatro exercícios sem intervalo para a

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mesma musculatura, até completar o total de quatroexercícios sem pausa. Após a execução do último exer-cício, há uma pausa, para então realizar a segunda pas-sagem e assim sucessivamente. Neste método, utili-zam-se em média três séries, 10 repetições em cada série,com um intervalo de até 2 minutos após os quatro exer-cícios executados diretamente.

O método da Pré-Exaustão consiste em realizar umexercício de isolamento uni articular seguido de umexercício composto, ambos envolvendo um grupo mus-cular em comum. Apesar de não possuir um embasa-mento científico definido, este método é comumenteusado com a finalidade de enfatizar a musculatura tra-balhada de forma isolada no primeiro exercício. O obje-tivo é levar a musculatura à exaustão, através da utiliza-ção de alavancas que favoreçam uma maior solicitação damusculatura principal.

Método Blitz, diferenciado, este trabalho é sobreapenas um grupo muscular por dia ou sessão de treina-mento. É muito empregado por fisiculturistas. O intervaloentre cada sessão de treino deve ser maior que 72 horas. Amusculatura é utilizada apenas uma vez na semana, tendoum tempo de descanso muito grande.

Estudo demonstrou a real necessidade do intervalo derecuperação de 48 horas para a repetição do estímulo detreinamento35. Nestes períodos de tempo fatores miogê-nicos associados à hipertrofia muscular estão no seu ápicee, o organismo encontra-se apto para receber uma novaestimulação.

O método de pirâmide crescente é usado com repeti-ções máximas ou submáximas, sem a preocupação apa-rente de não gerar fadiga, com uma progressiva dimi-nuição das repetições e aumento das cargas. Desta forma,a pirâmide crescente consiste em aumentar a carga ediminuir o número de repetições ao longo da série.

Com relação à hipertrofia, também se deve ter cui-dado na aplicação da pirâmide, mantendo as repetiçõesdentro de níveis controlados de 8 a 12, séries entre 2 a 3,com tempo de recuperação de uma série a outra de 1 a 2minutos. Caso contrário, corre-se o risco de gerar estí-mulos muito divergentes e em quantidade insuficientepara potencializar as adaptações necessárias para a hi-pertrofia34.

O método da Pré-Exaustão consiste em realizar umexercício de isolamento uni articular seguido de umexercício composto, ambos envolvendo um grupo mus-cular em comum. O objetivo deste método é levar amusculatura à exaustão, ou seja, fadiga através da utili-zação de alavancas que favoreçam uma maior solicitaçãoda musculatura principal. Utiliza-se de 2 a 4 séries, com6 a 20 repetições, com intervalo de 1 a 2 minutos entreas séries.

Estes são alguns métodos de treinamento de alta in-tensidade que tem como objetivo, desenvolver a muscu-latura e assim ocasionar a hipertrofia muscular. Todos

esses métodos devem ser planejados e, executados deforma eficiente para que os resultados sejam positivos. Osmétodos de alta intensidade são indicados para pessoasque já apresentam uma grande desenvoltura muscular, eque tenham sempre um acompanhamento de um profis-sional de educação física para elaborar de forma ade-quada o treinamento.

Quanto ao movimento, o treinamento de força comcontrações excêntricas de alta velocidade é mais eficientepara aumentar a hipertrofia muscular, quando comparadocom treinamentos com contrações concêntricas de alta abaixa velocidade36.

Para uma melhor compreensão dos métodos de trei-namento citados acima, apresentaremos uma tabela con-tendo os métodos, a intensidade, o número de series, derepetições e recuperação entre as séries.

Tabela 2. Métodos de treinamento para desenvolver massa magra.Método de Treinamento Número de Series Número de Repetições Intensidade Recuperação entre as seriesMétodo Isotônico 3 a 6 5 a 15 85 a 50% 30 segundos a 5 minutosMétodo Bi-Set 3 a 4 10 a 20 70 a 40% 1 a 2 minutosMétodo Tri- Set 3 a 4 10 a 20 70 a 40% 1 a 2 minutosMétodo Super-Set 3 10 70% 2 minutosMétodo Blitz livre livre 60 a 85% 2 minutosMétodo Pirâmide Crescente 2 a 3 8 a 12 progressiva 1 a 2 minutosMétodo Pirâmide Descrecente 2 a 3 poucas repetições regressiva 1 a 2 minutosMétodo Pré- Exaustão 2 a 4 6 a 20 80 a 50% 1 a 2 minutosGavini (2013); adaptado por Cornelian & Oliveira.

Esses são alguns métodos de treinamento utilizadosque desenvolve a musculatura, com base nas duas tabelasdisposta acima, podemos perceber que para um melhorresultado hipertrófico, os níveis de intensidade devemoscilar entre 60 a 85% da carga de força máxima de cadaindivíduo, as séries devem ficar entre 3 a 5 e suas repe-tições de 6 a 20.

Em estudos realizados observou- se que para se ad-quirir hipertrofia muscular o efeito cumulativo parece sermais importante que o agudo. Mesmo que uma sessãoaguda, de alta intensidade a ponto de causar lesão mus-cular, não muda a performance e hipertrofia do músculo.

O resultado fortalece a noção de que são necessáriostreinos subsequentes e maior tempo para que incorporemnovas adaptações morfológicas e de performance37.

Percebe-se que treinos de alta intensidade que temcomo objetivo desenvolver hipertrofia é necessário aorganização e um tempo determinado de trabalho mus-cular para que os ganhos sejam percebidos e incorpora-dos.

Todavia, vários mecanismos podem regular os resul-tados do treinamento, dependendo de volume e intensi-dade dos exercícios. Pode haver aumento na força semaumento de massa muscular, e hipertrofia muscular semaumento na força12.

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O treinamento de força e resistência em uma mesmasessão comparada com dias separados prejudica o de-senvolvimento de força, mas não a hipertrofia muscu-lar38,39.

Isto demonstra que nem sempre a força está relacio-nada com hipertrofia e nem sempre hipertrofia quer dizerforça muscular.

4. CONCLUSÃOA teoria do treinamento vem sofrendo profundas

alterações com o avanço do conhecimento científico,embora este avanço ainda seja um pouco limitado. Naliteratura atual, não foram encontrados registros deartigos científicos referentes à comparação dos métodosde treinamento abordados nesta revisão bibliográfica,mostrando que é escassa a aplicabilidade da realidade detreinos em academias, com o meio científico. Éimportante salientar, que são necessárias mais pesquisas,a fim de verificar a eficácia dos métodos de treinamentosque são utilizados, e juntamente verificar qual método émais aconselhado para se alcançar à hipertrofia muscular.Através deste trabalho podemos concluir que a carga detrabalho e sua intensidade devem ficar dentro doparâmetro de 60 a 85% da carga máxima de força, sendoque as séries devem estar entre 3 a 5 repetições, e onúmero de repetições de 6 a 20. É possível perceber quepara bons treinos são necessários que os exercícios sejamexecutados com alguns critérios, com periodização,sistematização e frequência, assim eles trarão efeitospositivos para os praticantes. O indivíduo é único, edevido a essa individualidade, cada um terá uma respostadiferente a um determinado estimulo, salientando que ummétodo de treinamento pode ou não, ser melhor para essealuno, isto será determinado pelas respostas doorganismo, sendo elas metabólicas e fisiológicas. Quantoao aumento de massa muscular, é necessário à práticasistemática de exercícios físicos resistidos e de exercíciosde alta intensidade, pois a falta deste faz com que ocorraum processo contrário ao ganho de hipertrofia muscular.Para uma elaboração de treinamento de alta intensidade éfundamental considerar critérios como, duração, carga detrabalho, número de repetições, número de sériesrealizadas em cada exercício e o tempo de recuperação. Aescolha do método deve conter exercícios árduos e de altoimpacto para que as fibras musculares sejam recrutadasem sua grande maioria, ocorrendo assim o aumento damassa magra.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTESIMUNODEPRIMIDOS HIV/AIDS:

REVISÃO DE LITERATURAEVALUATION OF THE QUALITY OF LIFE OF IMMUNOSUPPRESSED HIV /

AIDS PATIENTES: LITERATURE REVIEW

WAYLLA ALBUQUERQUE DE JESUS1*, ALINE CHOTTE DE OLIVEIRA2

1. Acadêmica do curso de Graduação em Biomedicina da Faculdade INGÁ; 2. Biomédica. Especialista em Saúde Pública, Professorado curso de Biomedicina da Faculdade INGÁ.

* Av: Geronimo Garcia. Gleba Paiçandu lote 80, n: 92 Ivatuba, Paraná, Brasil cx: 28 CEP: 87130-000. [email protected]

Recebido em 25/03/2014. Aceito para publicação em 14/04/2014

RESUMOBuscando aprimorar mais a atenção aos pacientes imunode-primidos HIV/AIDS, a Organização Mundial da Saúde (OMS)buscou uma maneira de avaliar a sua qualidade de vida. SendoHIV/AIDS uma doença crônica, e com a introdução em 1986dos medicamentos, aumentou-se a sobrevida desses pacientesao longo dos anos, despertando então uma nova atenção naárea da saúde implantando a qualidade de vida que eles leva-riam. Surge o módulo WHOQOL-100 de abordagem amplasendo usada para os pacientes com HIV/AIDS com questões deavaliação físicas, psicológica, independência, sociais, do meioambiente uma nova abordagem a religiosa.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida, HIV/AIDS, avali-ação, módulo.

ABSTRACTSeeking to further enhance care for immunosuppressed HIV /AIDS patients, the World Health Organization (WHO) developed away to evaluate their quality of life. As HIV / AIDS is a chronicdisease, and with the introduction of drugs in 1986, the expectancyof life of those patients increased over the years and the health careprofessionals started to give more attention to the quality of lifethose patients could have. A new quality of life assessment, theWHOQOL-100, was then developed and has a wide approach,being used for HIV / AIDS patients with questions regardingphysical capacity, psychological, independence, social relation-ships, environment and spirituality.

KEYWORDS: Quality of life, HIV/AIDS, evaluation, module.

1. INTRODUÇÃOEm 1960 que a criação mental que exemplifica a teo-

ria de qualidade de vida, passou a ser entendido comoqualidade de vida subjetiva (individual) ou percebidapelas pessoas1. Em grande parte influenciada pela Orga-nização Mundial da Saúde (OMS), que declara que asaúde não se restringe à ausência de doença, mas englo-

ba a percepção individual de um completo bem-estarfísico, mental e social, o conceito ampliou-se para alémda significação do crescimento econômico, buscandoenvolver os diversos aspectos do desenvolvimento soci-al2. Outro conceito formado sobre qualidade de vida foiobtido, através de especialistas de todo mundo a pedidoda (OMS) como a percepção do indivíduo de sua posi-ção na vida no contexto da cultura e sistema de valoresnos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, ex-pectativas, padrões e preocupações3

Na saúde, o interesse pelo conceito qualidade de vidaé recente e decorre, em parte, dos novos paradigmas quetêm influenciado as políticas e as práticas do setor nasúltimas décadas4. É um conceito amplo que abrange acomplexidade do construto e inter-relaciona o meio am-biente com aspectos físicos, psicológicos, nível de inde-pendência, relações sociais e crenças pessoais5.

E com o aparecimento dos primeiros casos e a identi-ficação do vírus da imunodeficiência humana (HIV), aSíndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) cons-titui-se um grande problema de saúde pública no planomundial6.

Sendo o foco os pacientes imunodeprimidos, com aidentificação do vírus HIV/AIDS caracteriza a doençacomo não relacionada ao fator genético, e sim, por con-tagio e, portanto, adquirida. Os primeiros grupos a apre-sentar a doença foram homossexuais, usuários de drogasinjetáveis e pessoas que recebiam hemoderivados- oshemolíticos7. Sendo HIV/AIDS uma doença crônicavemos que a descoberta da doença causa um alarme ascondições psicológicas a estes pacientes, pois não sesabe ainda a cura.

A dissociação casos/óbitos deve-se pelo surgimentoda terapia antiretroviral de alta potência (HAART -Highly Active Antiretroviral Therapy) e sua distribuiçãouniversal e gratuita para cerca de 170.000 pessoas infec-

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tadas no País a partir de 1996. Assim com o aumento dasobrevida dos indivíduos infectados, as preocupaçõesvoltam se para sua qualidade de vida8.

O Brasil foi um dos primeiros países a garantir oacesso universal e gratuito aos medicamentos an-ti-retrovirais no Sistema Único de Saúde (SUS), a partirde 19969. Entretanto, CANINI et al. (2004)10 afirma queo advento dos anti-retrovirais, para o tratamento dosindivíduos com HIV/AIDS, vem proporcionando au-mento no tempo de sobrevida, porém, seu alto custo einúmeros efeitos colaterais associados à inexistência decura para a doença têm direcionado investigações sobreo impacto qualitativo dessa terapêutica na qualidade devida.

A expressão “Qualidade de vida ligada à saúde”,tradução da expressão inglesa Healthrelated Quality ofLife, tem sido utilizada para ser distinguida da Qualida-de de vida, em seu significado mais geral11. Pacientescom HIV/AIDS estão sujeitos a diversos sintomas físi-cos e mentais12,13 e existem vários instrumentos utiliza-dos para detectar esse amplo espectro de manifestações.

Ao usar esses módulos ou instrumentos vemos agrande importância que eles oferecem na área da saúdecomo enfoque em questões cotidianas e religiosas, ondeos resultados contribuem para aprimorar e definir novasformas de ajuda visando à melhoria na saúde desses pa-cientes crônicos.

2. MATERIAL E MÉTODOSEstudo de revisão bibliográfica com produção

acadêmica, que tem como tema: Avaliação da qualidadede vida em pacientes imunodeprimidos HIV/AIDS.Buscamos explicar um problema a partir de referênciasteóricas publicadas em artigos científicos e artigos derevisão bibliográfica, buscando analisar as contribuiçõesculturais ou científicas existentes sobre um determinadotema ou assunto.

Dando início a busca aos materiais, foramutilizados, mas de 64 artigos e dois livros quecompusesse o objetivo do trabalho, abrangendo as áreasde interesse do artigo em questão. Foram obtidos atravésdos dados extraídos em artigos científicos entre os anosde 1985 a 2011, onde estes nos forneceram o materialque compunha o objetivo do trabalho. Sendo impresso edevidamente lidos os artigos, grifados as partesimportantes e relevantes, iniciou-se a escrita.

3. DESENVOLVIMENTO

HIV/AIDS: a doença e tratamento

O vírus da imunodeficiência humana (HIV), isoladosvirais obtidos em humanos e são agrupados em dois ti-pos, HIV-1 e HIV-2 e subtipados de acordo com propri-

edades estruturais e genômicas14. Células infectadas porHIV-1, HIV-2 produzem partículas virais bastante simi-lares em sua morfologia e composição15. Há maior difi-culdade de transmissão do HIV-2 quando comparado aoHIV-116.

Uma notável característica da infecção pelo HIV é otipicamente persistente declínio na contagem do númerode linfócitos T CD4+ (responsáveis pela resposta imunecelular) na “corrente sanguínea” durante todo o curso dainfecção17.

Difundida pelos meios de comunicação e científicos,a AIDS pode ser transmitida pelo seu agente infeccioso(HIV) através do contato direto de fluidos corporais(sangue, sêmen e as secreções vaginais de uma pessoainfectada) com sangue ou com as mucosas de uma pes-soa não infectada, sendo a origem da infecção um inter-câmbio sexual ou sanguíneo18, assim como da mãe in-fectada para a criança, por via intraparto, perinatal ouatravés de amamentação19. Não há evidencias de que oHIV possa ser transmitido por contato casual ou por pi-cadas de mosquitos ou outros artrópodes16.

Na infecção por HIV há um estado constante deequilíbrio entre o percentual de células que se tornaminfectadas e o percentual de morte celular. A vida mediade cerca de 95% das células infectadas é de dois dias.Uma fração bem menor torna-se latente ou cronicamenteinfectada, passando a ter vida media de 20 dias. Hátambém células infectadas não produtivas, e vida mediade 120 dias aproximadamente16.

Para o tratamento da AIDS há 23 drogas antirretro-virais disponíveis, com inúmeras possibilidades de es-quemas TARV (terapia anti-retroviral de alta potência)20.

Epidemiologia

Na América Latina, o Brasil é o país mais afetadopela epidemia de AIDS em números absolutos. Esti-ma-se que 1,8 milhões de pessoas vivem com HIV nessaRegião, e um terço delas encontra-se no Brasil21. Estu-dos epidemiológicos sugerem que o período de incuba-ção da infecção por HIV-2, para o desenvolvimento dadoença e maior do que para o HIV-122.

A partir do início da doença, onde foi descoberto ovírus da AIDS de 1980 a 2011 foram notificados608.230 casos acumulados ate junho de 2011 no Brasil.Tendo 34.212 novos casos em 2010 contra 35.979 em2009. A taxa de incidência caiu de 18.8 por cem mil ha-bitantes em 2009, para 17.9 por cem mil habitantes em2010. Enquanto que a taxa de mortalidade diminuiu de6,3 para 6,0 por cem mil habitantes em 201023.

De acordo com o Ministério da Saúde (2011)23 paísteve 11.965 óbitos em 2010 e em 2009, foram 12.097.Desde 1980, são 241.469 mortes no país. A distribuiçãode HIV-1 e HIV-2 apresentam-se de forma distinta, sen-do HIV-1 predominante, e distribuído por todo o mundo,

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já o HIV-2 tem sido isolado, principalmente, na ÁfricaOcidental-Guiné Bissau, Costa do Marfim e Senegal,com alguns casos identificados nas Américas e Europaocidental16. Introduzindo a (TARV) com ações de pre-venção e controle da infecção pelo vírus da imunodefi-ciência adquirida (HIV) e outras doenças sexualmente etransmissíveis, tem resultado em alterações no padrão daepidemia de AIDS9.

Segundo BRITO et al. (2000)24 a epidemia da infec-ção pelo vírus (HIV) e da AIDS representa fenômenoglobal, dinâmico e instável, cuja forma de ocorrência nasdiferentes regiões do mundo depende, entre outros de-terminantes, do comportamento humano individual ecoletivo.

Figura 1. Distribuição dos casos de AIDS por região-1980 a 2010.Brasil. Fonte: Ministério da Saúde, 201123.

Diagnóstico Laboratorial: Testes sorológicos.

Os testes mais comuns utilizados são de imunoenzi-máticos como ELISA (Enzyme Linked ImmunosorbentAssay) e ELFA (Enzyme Linked Fluorescent Assay),pesquisam anticorpos circulantes (anti-HIV), utilizamantígenos adsorvidos em fases sólidas que podem ser deorigem sintética, peptídeos sintéticos (gp41 e p24 paraHIV-1 e gp36 para HIV-2) ou próprio vírus inativado16.

O método ELFA detecta simultânea de anti-HIV eAgp24. Métodos enzimáticos são preferenciais para tri-agens de populações em bancos de sangue e amostrassorológicas de indivíduos com sintomatologia sugestivaou assintomáticos ou com história de situação de risco16.

Podem ocorrer reatividades falso-positivas em testesimunoenzimáticos16. Em pacientes com hepatite alcoóli-ca ou outras patologias que ocorram anormalidadesimunológicas ou neoplasmas, mulheres multíparas eindivíduos politransfundidos aos quais tem anticorposcontra HLA classe II, presentes em linhagens de célulasonde há a replicação do HIV23.

Diagnóstico Laboratorial: Isolamento Viral

O HIV-1 pode ser isolado de leucócitos do sangue(linfócitos ou monócitos) ou de secreções genitais e,ocasionalmente, de plasma e outras variedades de teci-

dos (cérebro, retina, medula óssea, linfonodos)26. Rara-mente isolado em saliva e urina. Algumas semanas de-pois são avaliadas quanto a atividade da transcriptasereversa ou antígeno p24 do HIV-127.

Diagnóstico Laboratorial: Biologia Molecular

Os métodos de biologia molecular que permitemamplificação genomica – Polymerase Chain Reaction(PCR,Roche Molecular Systems); HIV nucleic acid se-quence-based amplification (NASBA-QT, AdvancedBioScience Laboratories); HIV-1 RNA PCR Assay (Am-plicor Monitor Assay, Roche Molecular Systems ouaqueles que amplificam sinais HIV-1 branched-chainassay (Quantiplex, Chiron Diagnostics) tem sido am-plamente ultilizados para detecção e quantificação docDNA HIV-1 e RNA HIV-1,respectivamente, a partir desangue total e soro ou plasma28.

Diagnóstico Laboratorial: Cultura

A cultura que requer vários dias, e difícil e de eleva-do custo. Disponível num número relativo e pequeno delaboratórios, mais positiva frequente nos estágios iniciaisdo que nos estágios tardios da infecção. Único métodocapaz de confirmar a infecção nas primeiras duas ou trêssemanas após a exposição. A cultura detecta apenas a50% dos neonatos infectados in útero no período neona-tal ate o primeiro mês de vida (faixa 30-50%) com de-tecção de maior percentagem com três e seis meses devida29.

A cultura é positiva em amostras de LCR de cerca de30% (faixa de 20-65%) dos pacientes adultos soroposi-tivos, na presença ou ausência de sintomas do SistemaNervoso Central, todavia os resultados são cerca de20 % mas frequentes nos estágios mais avançados dadoença29.

Encarando o problema

Almeida et al. (2007)30 relata que a mudança decomportamentos constitui um processo complexo, que sedesenvolve em várias etapas e que difere de indivíduopara indivíduo de acordo com as suas característicaspsicológicas, sociais e culturais.

No campo da saúde, as pesquisas sobre enfrenta-mento, principalmente a partir dos anos 1980, tem per-mitido a produção de conhecimento sobre o tema e odesenvolvimento de intervenções junto a pessoas aco-metidas por agravos diversos, em especial enfermidadescrônicas6.

A política para a assistência aos indivíduos infecta-dos pelo HIV e/ou com AIDS inclui modalidades assis-tenciais que visam à redução das internações hospitala-res, tais como assistência ambulatorial especializada,

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hospital-dia e assistência domiciliar terapêutica9.Desde a introdução do AZT (zidovudina) em 1986,

têm sido realizados ensaios clínicos destinados a avaliara eficácia dos esquemas de tratamentos nos pacientesportadores de HIV, focalizando inclusive a qualidade devida31.

Qualidade de vida e saúde

Qualidade de vida e a saúde aproximam-se pormeio da medicina social, tendo em vista a promoção desaúde que leva em consideração o bem-estar do pacientee as maneiras de enfrentamento diante das doenças crô-nicas. Ressalta-se, ainda, que a qualidade de vida podeser modificada de acordo com os contextos individuais,culturais e mediante o impacto do diagnóstico de doen-ças crônicas32.

A expressão qualidade de vida foi empregada pelaprimeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyn-don Johnson, em 1964, ao declarar que “os objetivos não

podem ser medidos através do balanço dos bancos.Eles só podem ser medidos através da qualidade de vidaque proporcionam às pessoas”33.

A saúde mental e física, o bem estar e a qualidadede vida constituem uma preocupação cada vez maior. Asaúde depende de fatores individuais e psicológicos, mastambém de fatores ambientais, socioeconômicos, cultu-rais, históricos e políticos das comunidades e dos paísesonde os indivíduos estão inseridos34. O interesse emconceitos como “padrão de vida” e “qualidade de vida”foi inicialmente partilhado por cientistas sociais, filóso-fos e políticos34.

Seidl & Zannon (2004)4, reafirmam que o concei-to qualidade de vida (QV) é um termo utilizado em duasvertentes: (1) na linguagem cotidiana, por pessoas dapopulação em geral, jornalistas, políticos, profissionaisde diversas áreas e gestores ligados às políticas públicas;(2) no contexto da pesquisa científica, em diferentescampos do saber, como economia, sociologia, educação,medicina, enfermagem, psicologia e demais especiali-dades da saúde.

Da mesma forma é sabido, que muitos componen-tes da vida social que contribuem para uma vida comqualidade são também fundamentais para que indivíduose populações alcancem um perfil elevado de saúde32.

Busca da qualidade de vida

Atualmente, “qualidade de vida” é, provavelmente,um dos termos com maior alcance multiprofissional, oque explicaria as múltiplas definições e pontos de vistarelativos à expressão35.

Hoje se desenvolveu instrumentos que avaliembem-estar e qualidade de vida afirma Guyatt et al.(1993)36. Na sua grande maioria esses instrumentos são

desenvolvidos nos Estados Unidos ou na Inglaterra etraduzidos para utilização em diferentes países3,37.

Há duas formas de mensurar a qualidade de vida,através de instrumentos genéricos e instrumentos especí-ficos11. Os genéricos abordam o perfil de saúde ou não,procuram englobar todos os aspectos importantes rela-cionados à saúde e refletem o impacto de uma doençasobre o indivíduo11.

DANTAS et al. (2003)11 nos informa que assim per-mitem comparar a QV de indivíduos sadios com doentesou de portadores da mesma doença, vivendo em diferen-tes contextos sociais e culturais. Os instrumentos especí-ficos têm como vantagem a capacidade de detectar par-ticularidades da QV em determinadas situações.

Eles avaliam de maneira individual e específica de-terminados aspectos de QV como as funções físicas,sexual, o sono, a fadiga, etc38.

O módulo de avaliação: WHOQOL-100

Na área da saúde, indicadores de qualidade de vidatêm sido utilizados para distinguir pacientes e grupos depacientes, para predizer a evolução desses pacientes epara avaliar intervenções terapêuticas39.

Os primeiros avaliam de forma global os aspectosrelacionados à qualidade de vida, seja ele físico, mental,psicológico, emocional, sexual, entre outros40.Existe questionários específicos para portadores do HIV/AIDS destacam-se HIV/ AIDS Target Quality of Life(HAT-QOL) e o WHOQOL-HIV-Bref41,42.

O primeiro módulo do WHOQOL (World HealthOrganization’s Quality of Life) a ser desenvolvido foi ode HIV/AIDS, em função da importância médica da do-ença, do impacto na qualidade de vida, de seu estigma edas peculiaridades que envolvem o contágio5.

Existe então o programa da OMS o instrumentoWHOQOL-100. Que consiste em cem perguntas refe-rentes a seis domínios: físico, psicológico, nível de in-dependência, relações sociais, meio ambiente e espiritu-alidade/ religiosidade/crenças pessoais5.

Domínios e facetas do whoqol:

Domínio I - físico: onde temos a dor e desconforto,energia e fadiga, e sono e repouso.

Domínio II - psicológico: temos sentimentos positi-vos, pensar, aprender, memória e concentração. Auto-estima, imagem corporal e aparência e sentimentos ne-gativos.

Domínio III - nível de independência: mobilidade,atividades da vida cotidiana, dependência de medicaçãoou de tratamentos e capacidade de trabalho.

Domínio IV- relações sociais: relações pessoais, su-porte (apoio) social e atividade sexual.

Domínio V- meio ambiente: segurança física e pro-

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teção, ambiente no lar, recursos financeiros, cuidados desaúde e sociais: disponibilidade e qualidade. Oportuni-dade de adquirir novas informações e habilidades, parti-cipação em, e oportunidades de recreação/lazer, ambien-te físico (poluição/ruído/transito/clima) e transporte.

Domínio VI - aspectos espirituais/religião/crençaspessoais: espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais5.

Mostrando, que o cuidado ao paciente imunodepri-mido HIV/AIDS alcançou escalas bem maiores do quehá 26 anos, onde não se tinha idéia com relação ao cui-dado após a descoberta da doença, sendo hoje uma do-ença controlada pelo uso de medicamentos, assim fo-cando em uma nova busca, aprimorar com ajuda dosmódulos de qualidade de vida a vida desses pacientes.

4. CONCLUSÃOPercebemos que a área da saúde está tentando apri-

morar de outra forma a ajuda aos pacientes imunodepri-midos HIV/AIDS, com contribuições da qualidade devida, nos mostrando de forma individual e coletiva asituação de pacientes com doenças crônicas, exigindoque sejam constantemente avaliadas pra melhor aprimo-rar com os resultados obtidos pelo uso dos instrumentosde avaliação de qualidade de vida.

A avaliação da qualidade apenas foi possível tendoem vista as respostas desses pacientes aos efeitos dosTARV o medicamento de alta potencia, já na parte indi-vidual, esses instrumentos demonstram o lado pessoalcom ajuda do suporte familiar e social, e um novo para-digma a religiosidade. Dentre os instrumentos de avalia-ção de qualidade de vida, a questão da saúde compreen-de ainda um fator principal. O papel da OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS), com os módulos e do Minis-tério da Saúde com os medicamentos, ajudou e muito nasobrevida destes pacientes.

Dentre os módulos de avaliação o WHOQOL-100 foidesenvolvido para avaliação de qualidade de vida comnovo domínio a religião, direcionado também aos paci-entes imunodeprimidos HIV/AIDS, este módulo ajudaoferecer suporte para que se aprimore o cuidado aos pa-cientes com doenças crônicas.

O módulo apresentado é preciso no que diz respeito àanálise da qualidade de vida. Mostrando que se tornouum novo fator de abordagem na saúde.

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TECNOLOGIAS, HUMANIZAÇÃO E O CUIDADO DEENFERMAGEM NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA:

UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

TECHNOLOGY, HUMANIZATION AND NURSING CARE IN THE INTENSIVE CARE UNIT:A REVIEW BIBLIOGRAPHIC

MARLIZE KOTZ1, GLORIANA FRIZON2, OLVANI MARTINS DA SILVA3, CLEIDE LUCIANA TONIOLLO4,ROSANA AMORA ASCARI5

1. Enfermeira Assistencial na Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira. Especialista em Saúde Coletiva (FACINTER). Especialista em Enferma-gem em Unidade de Terapia Intensiva (UNINGÁ); 2. Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Docente do Departamento de Enfermagem (UDESC); 3.Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem (UFRGS). Mestre em Unidade de Terapia Intensiva. Docente do Departamento de Enfermagem da Univer-sidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); 4. Enfermeira. Mestre em Envelhecimento Humano (UPF). Docente do Departamento de Enfermagem(UDESC); 5. Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Doutoranda em Enfermagem pela UFRGS. Docente do Departamento de Enfermagem (UDESC).

* Rua Uruguai, 1471-D, Saic, Chapecó, Santa Catarina, Brasil. CEP: 89802-501. [email protected]

Recebido em 20/05/2014. Aceito para publicação em 21/05/2014

RESUMOO objetivo do estudo foi identificar os aspectos das tecnolo-gias que interferem na humanização da assistência de en-fermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ametodologia utilizada é uma revisão bibliográfica, compesquisa em banco de dados BIREME, LILACS (Literatu-ra Latino-Americana em Ciências de Saúde), MEDLINE(Literatura Internacional em Ciências da Saúde), SciELO(Scientific Electronic Library Online) e BDENF (Base deDados Bibliográficos Especializada na Área de Enferma-gem do Brasil). A coleta de dados ocorreu entre os meses deagosto a novembro de 2012, buscou-se artigos, produzidosno período de 2001 a 2012. Evidenciou-se que os aspectosdas tecnologias que interferem na humanização da assis-tência de enfermagem podem ser desde a recepção ao aco-lhimento do paciente e da família, perpassando pelos cui-dados simples de aferição de sinais vitais, bem como a ma-nutenção da vida do paciente com os equipamentos maiscomplexos. Os profissionais desenvolvem seu trabalho comconhecimento das doenças, medicamentos, equipamentos,técnicas e procedimentos aliado a tudo isso uma tomada dedecisão eficaz e agilidade nos momentos críticos. Conclu-iu-se que são vários os aspectos das tecnologias que inter-ferem na humanização da assistência de enfermagem.

PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia, enfermagem, humani-zação da assistência.

ABSTRACTThe objective aspects of the technologies that interfere with thehumanization of nursing care in a Intensive Care Unit (ICU)was identified. The methodology used is a literature reviewwith research database BIREME (Latin American Literature in

Health Sciences) LILACS, MEDLINE (International Literatureon Health Sciences), SciELO (Scientific Electronic LibraryOnline) and BDENF (Base Bibliographic data Specialized areaof Nursing Brazil). Data collection occurred between Augustand November 2012, we sought articles produced in the period2001-2012. Was evident that aspects of the technologies thatinterfere with the humanization of nursing care can be provid-ed at the reception care of the patient and family, passing bysimple care for measuring vital signs, as well as the mainte-nance of life of patients with more complex equipment. Pro-fessionals develop their work with knowledge of diseases,medications, equipment, techniques and procedures combinedwith all this an effective decision making and agility in criticalmoments. That there are several aspects of the technologiesthat interfere with the humanization of nursing care is com-pleted.

KEYWORDS: Technology, nursing, humanization.

1. INTRODUÇÃOO trabalho da enfermagem na Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) é marcado por situações conflitantes eque envolvem seres humanos fragilizados, devido aoestado de doença, ambiente muito diferente do que osindivíduos estão habituados, bem como, uma estruturafria equipada de tecnologias utilizadas pelos profissio-nais de saúde na assistência aos pacientes. É necessário,compreender, o contexto atual que reflete a arte de cui-dar inserida num ambiente repleto de tecnologias leves eduras, procedimentos invasivos e rotinas rígidas.

A utilização das tecnologias no campo da saúde podeser entendida como uma mediação na evolução dos

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equipamentos e novas técnicas de cuidado em saúde edessa forma fortalecendo e qualificando o cuidado deEnfermagem. Pode-se afirmar que existe uma aproxi-mação muito grande entre cuidado e tecnologia visto queas inovações em tecnologias favorecem o aperfeiçoa-mento do cuidado1.

É necessário compreender o contexto atual que re-flete a arte de cuidar inserida num ambiente repleto detecnologias, com diversos procedimentos invasivos aopaciente, rotinas, normas e regras rígidas que devem serseguidas no desenvolvimento do trabalho da equipe deenfermagem, sendo que estes fatores podem interferir demaneira significativa no cuidado ao paciente.

Ao se considerar esses aspectos, desenvolvemos opresente estudo que teve por objetivo identificar os as-pectos das tecnologias que interferem na humanizaçãoda assistência de enfermagem em uma Unidade de Tera-pia Intensiva.

2. MATERIAL E MÉTODOSEste estudo trata-se de uma revisão bibliográfica,

com pesquisa em banco de dados seguindo as etapas queforam: definição do tema e objetivos; estabelecimentodos critérios da inclusão dos artigos; definição dainformação a ser extraída dos artigos selecionados;seleção dos artigos e apresentação da revisão e dosresultados. Os artigos selecionados foram produzidos noperíodo de 2001 a 2012, com pesquisa em banco dedados BIREME, LILACS (Literatura Latino-Americanaem Ciências de Saúde), MEDLINE (LiteraturaInternacional em Ciências da Saúde), SciELO (ScientificElectronic Library Online) e BDENF (Base de DadosBibliográficos Especializada na Área de Enfermagem doBrasil). A coleta de dados ocorreu entre os meses deagosto a novembro de 2012 com os descritoresTecnologia, Enfermagem, e humanização da assistência.

Para a seleção do material foram utilizados comocritérios de inclusão: artigos publicados nos últimos 10anos, estudos que abordaram o tema unidade de terapiaintensiva, tecnologias na assistência à saúde,humanização da assistência ao paciente de autoria deenfermeiros, escritos em português. Os artigosselecionados foram analisados seguindo-se um roteironorteador com os tópicos: autores e ano de publicação,objetivos, instrumento de coleta de dados e conclusões.

3. RESULTADOSNa análise constatou-se de 21 artigos. Ao se analisar

os delineamentos de pesquisa mais frequentes na amos-tra estudada identificou-se que 19 foram realizadas atra-vés da metodologia de abordagem qualitativa e dois deabordagem quantitativa. Estes estudos tiveram aindaabordagem descritiva e descritiva exploratória.

Para a coleta de dados os autores utilizaram os mé-

todos de entrevistas, questionário e observação. Sendoque cinco artigos foram elaborados com base em entre-vistas, dois estudos com base em questionário e outrosdois estudos com base na observação.

A análise qualitativa dos estudos possibilitou o agru-pamento dos dados em três unidades temáticas relacio-nadas da seguinte forma: primeira unidade trabalho daenfermagem, gerenciamento, qualificação profissional etecnologia totalizando nove artigos, segunda unidadeforam selecionados oito artigos abordando o cuidado etecnologia na UTI e a terceira unidade humanização etecnologia contemplando quatro artigos.

4. DISCUSSÃOA primeira categoria que emergiu foi o trabalho da

enfermagem, gerenciamento, qualificação profissional etecnologia. Os artigos colocam as características do tra-balho, a formação e qualificação dos enfermeiros de umaunidade de cuidados intensivos, discutindo suas impli-cações na assistência de enfermagem, perpassando ogerenciamento do trabalho da enfermagem e sua unidadede atuação quanto ao uso das tecnologias.

A inserção do enfermeiro no mercado de trabalhoocorre com pouca ou nenhuma experiência em setores decuidados intensivo destacando que o enfermeiro novatosente-se despreparado para lidar com situações específi-cas, havendo uma discrepância entre o que ele sabe e faz,para aquilo que deverá saber e fazer, por outro lado, oenfermeiro especialista possui uma visão apurada dasituação, que lhe possibilita resolver problemas de umaforma diferente do iniciante, haja vista que a experiênciatende a fazer com que este se mova para a solução doproblema com maior eficiência2.

Diante disso, destacamos que é necessário realizartreinamento com os enfermeiros iniciantes, para queestes possam atuar de forma mais segura e eficiente,principalmente quando necessita aliar o cuidado ao ma-nuseio de tecnologia. Para a prestação de uma assistên-cia integral ao cliente em estado crítico é necessário queos enfermeiros estejam capacitados e familiarizados comtodas as etapas do processo de trabalho, para que se ob-tenha o máximo de proveito da tecnologia em benefíciodo cliente3.

Cabe à organização, no caso, os hospitais, comungaresforços no sentido de recrutar e selecionar profissionaisdo mercado de trabalho, ambientá-los, desenvolvê-los eincorporá-los ao espaço produtivo, empregando-os paraatender as necessidades da organização e do profissional.Aos gerentes, cabe criar espaços de inovação e coopera-ção, pois os seres humanos devem ser entendidos comoseres ativos e dinâmicos, garantindo ainda, a sua empre-gabilidade num mercado altamente competitivo pelaatual filosofia de globalização da economia mundial4.

É possível dizer que o tempo de formação profissio-nal é uma característica importante para a análise do

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perfil dos profissionais que trabalham em terapia inten-siva4. Em um estudo sobre a formação dos profissionaisde enfermagem em UTI ficou caracterizado que metadedos sujeitos tinha mais de cinco anos de formação, nãosignifica que se trate de veteranos, visto que o enfermei-ro pode ter longa experiência em outra área, mas aindanão domina os elementos necessários ao cuidado do cli-ente sob cuidados intensivos, podendo, pela falta de ex-periência nessa área ser considerado um novato na UTI.Assim, a classificação entre novatos e veteranos deve serfeita tomando por base não o tempo de formação profis-sional, mas em termos de experiência de atuação numdado cenário2.

A enfermagem se apoia em duas grandes bases deatuação: a tecnologia do cuidado como expressão dosaber fazer e o valor da vida como sustentação moral eética do seu trabalho, que por sua vez se sustentam coma formação profissional, a produção científica e filosófi-ca e com as estratégias políticas5.

O preparo dessa mão de obra envolve, basicamente,treinamento de pessoal entendido como um processo demudança planejada, que visa à obtenção de determinadocomportamento com o mínimo de esforço e o máximode rendimento e satisfação para o profissional e a insti-tuição4.

Nesse sentido, as tendências gerenciais têm apontadopara a ênfase no desenvolvimento de organizações queinvestem no capital humano, na incorporação perma-nente de novos conhecimentos e habilidades de ser.Neste mercado de serviços de saúde cada vez maiscompetitivo, a Enfermagem como um grupo profissionalexpressivo do setor, tanto no quantitativo de pessoasenvolvidas, quanto na importância e participação nosprocessos, sofre diretamente o impacto dessas transfor-mações. Necessita acompanhar essas tendências paraincorporar as mudanças e inovações através de novasmaneiras de ser, pensar, fazer e transformar-se, enquantoprodutora de saber, quando realiza o seu trabalho5.

O gerenciamento de enfermagem envolve o a admi-nistração de recursos humanos e materiais, aliado a tudoisso o conhecimento teórico e prático do profissional.Reforça essa ideia dizendo que uma das vertentes doprocesso de gerenciamento desempenhado pelo enfer-meiro é o de gerir unidades e serviços de saúde, quecompreende administração dos recursos humanos e ma-teriais, prevendo e provendo recursos necessários deassistência às necessidades dos pacientes6.

A utilização das tecnologias leves nos processos ge-renciais dos enfermeiros pode interferir na produção docuidado. Reforçam os conceitos dessa tecnologia e co-locam que para a concretização dos processos de traba-lho em saúde são utilizadas diferentes tecnologias quepodem ser classificadas em tecnologias leves (como nocaso das tecnologias de relações do tipo produção devínculo, autonomização, acolhimento, gestão como uma

forma de governar processos de trabalho), leve/duras(como no caso de saberes bem estruturados que operamno processo de trabalho em saúde, como a clínica médi-ca, a clínica psicanalítica, a epidemiologia, o taylorismo,o fayolismo) e duras (como no caso de equipamentostecnológicos do tipo máquinas, normas, estruturas orga-nizacionais)7.

O enfermeiro que atua em UTI necessita, além dequalificação adequada, mobilizar competências profis-sionais específicas, durante a execução do seu trabalho,que lhes permitam desenvolver suas funções eficazmente,aliando conhecimento técnico-científico, domínio datecnologia, humanização, individualização do cuidado e,consequentemente, qualidade na assistência prestada6.

Nesse contexto, destacamos a humanização comomeio para mediar a assistência de enfermagem e o usoda tecnologia. No processo de humanizar devem serconsiderados tanto os usuários como também a equipede enfermagem. O profissional precisa ser consideradoem sua subjetividade, pois é um dos protagonistas doprocesso de trabalho em saúde, necessitando ser perce-bido e aceito como sujeito portador de valores, crenças,cultura, autoestima, desejos, emoções, e sentimentos,assim como os usuários dos seus serviços8.

A segunda temática abordada refere-se ao cuidado etecnologia na unidade de terapia intensiva e destacam atecnologia como mediadora do cuidado e como necessá-ria para a realização do cuidado principalmente porquese trata de um cuidado intensivo. O trabalho da enfer-magem é fundamental para que a assistência ocorra, vis-to que são os profissionais que acolhem o cliente, reali-zam o atendimento, manuseiam os equipamentos, fa-zendo uso deles da melhor forma possível.

A história demonstra que o cuidar sempre estevepresente nas diferentes dimensões do processo de viver,adoecer e morrer, mesmo antes do surgimento das pro-fissões9.

O cuidar, realizado pela Enfermagem, pode ser en-tendido como um processo que envolve e desenvolveações, atitudes e comportamentos que se fundamentamno conhecimento científico, técnico, pessoal, cultural,social, econômico, político e psicoespiritual, buscando apromoção, manutenção e ou recuperação da saúde, dig-nidade e totalidade humana9.

Tendo em vista a adequação das tecnologias, suaprodução e utilização abordando diferentes pontos devista sob o enfoque da ética, da bioética, das políticaspúblicas e empresariais, é difícil estimar o impacto deparâmetros progressivamente mais complexos para ademonstração da eficácia e segurança das tecnologiassobre a saúde populacional10.

A apropriação do conhecimento do enfermeiro nestaárea não contempla reflexões que consideram que o cui-dado ao doente em terapia intensiva inclui inevitavel-mente, também, o cuidado com as máquinas. Esse cui-

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dado, além de contemplar a manutenção do estado deseu funcionamento precisa, principalmente, envolver asrelações que se estabelecem entre elas, o enfermeiro, odoente e o ambiente de cuidado. Essa função relacional,quando bem trabalhada, por meio dos conhecimentos doenfermeiro junto ao doente torna a situação mais aceitá-vel e com maior probabilidade de efeitos terapêuticossatisfatórios11.

Por conseguinte a tecnologia dura não se opõe aocontato humano. É um agente, é um objeto desse encon-tro. Ela pode humanizar até os ambientes mais tecnolo-gizados como a terapia intensiva, desde que visualizadacomo algo que permeia o humano, em momentos singu-lares e críticos. Dessa forma, a máquina constitui-se naextensão do próprio ser humano e, mesmo sem fazerparte de sua essência, é ela que, em muitos momentos,determina sua própria existência. Assim, o cuidado e atecnologia dura se aproximam, inevitavelmente, permi-tindo que as ações de enfermagem tidas como um traba-lho vivo em ato, sistematizadas e pautadas em conheci-mento científico voltem-se para a manutenção da vidadas pessoas, proporcionando conforto e bem-estar, con-tribuindo para a recuperação da saúde ou para uma mor-te digna e tranquila11.

As tecnologias para a saúde podem ser consideradasa aplicação prática de conhecimentos, por isto, incluemmáquinas, procedimentos clínicos e cirúrgicos, remédios,programas e sistemas para prover cuidados à saúde12.Nessa mesma linha de raciocínio, cabe ressaltar que otreinamento/educação dos profissionais em formaçãotem considerável impacto na familiaridade, percepção davantagem, ou não, desenvolvimento de competências econdicionamento da sua prática no futuro, influenciandoa adoção, ou não, e a difusão, ou não, da tecnologia.

Considera-se como tecnologias leves em saúdeaquelas implicadas no ato de estabelecimento das inte-rações intersubjetivas na efetuação dos cuidados em sa-úde. Por espaço das tecnologias leves compreende-seaquele no qual nós, profissionais de saúde, estamos maisimediatamente colocados perante o outro da relação te-rapêutica13.

A tecnologia em saúde é apontada como um fenô-meno complexo que gera reflexões e conversações coti-dianas sobre as diversas experiências de cuidado ao cli-ente que dela depende e ainda implicações nos modos deagir específicos no cuidado de enfermagem. A tecnologiamostra-se desconhecida e impossibilita o cuidado apro-priado caso não ocorra o processo de familiarização.Destacando que é primordial conhecer a linguagem dosequipamentos tecnológicos3.

As habilidades necessárias para trabalhar com equi-pamentos tecnológicos incluem não só o seu uso opera-cional, mas também os seus conceitos, os seus ajustes eregulagem, o reconhecimento de mau funcionamento,emprego de técnicas adequadas para a limpeza e/ou de-

sinfecção, bem como a busca de qualidade cada vez maisapurada na assistência prestada ao paciente, visando nãosó melhorar a relação custo-eficiência-benefício do tra-balho implementado, mas principalmente preocupan-do-se com o desenvolvimento, a participação e a per-cepção da sua equipe em desempenhar, com a facilidadee a interatividade necessárias, uma assistência humani-zada e com resolutividade e qualidade14.

A terceira unidade refere-se à humanização e tecno-logia, a humanização representa um conjunto de inicia-tivas que visam à produção de cuidados em saúde, capa-zes de conciliar a melhor tecnologia disponível compromoção de acolhimento, respeito ético e cultural dopaciente, espaços de trabalho favoráveis ao bom exercí-cio técnico e a satisfação dos profissionais de saúde eusuários15.

Com a internação, a família vivencia um período deincertezas e percebe o acolhimento como essencial e deextrema importância, proporcionando um vínculo deconfiança e tendo a confiança de que está entregando oseu familiar em boas mãos. Quando os familiares rece-bem adequadamente as informações sobre o estado desaúde do paciente, demonstram-se aliviados e segurosem relação ao cuidado recebido16. Neste momento, afamília, ao se sentir acolhida, expõe suas dúvidas e pre-ocupações, criando um elo de confiança entre equipe efamília. Muitas vezes o familiar concebe que, ao entrarna UTI, já não há mais esperança de vida para o seu entequerido, então sua última esperança é a fé. Mas, mesmoassim, o medo do estado do paciente e da cena que irãover ao entrarem deixa o familiar perdido por não conhe-cer os rituais desse setor e aflito para falar com alguémda equipe, a fim de obter informação sobre o paciente.Neste sentido, é preciso aceitar e incorporar a ideia dever os familiares não só como fiscais implacáveis queaborrecem a todo instante, mas sim como importantespara a recuperação do paciente e que também precisamde cuidado de acordo com suas necessidades.

A dimensão desumanizante da ciência e tecnologiaocorre na medida em que se fica reduzido a objetos daprópria técnica e objetos despersonalizados de uma in-vestigação que se propõe fria e objetiva. O saber técnicosupõe saber qual é o bem de seu paciente, independen-temente de sua opinião15.

Buscando um olhar mais amplo sobre o cuidar emUTI, devemos dispensar um olhar “generosamente hu-mano” ao ser que está doente. Conforme eles, a fronteiraentre a doença e o sofrimento é muito tênue, todavia, osofrimento possui uma dimensão maior, pois as interro-gações, os receios e a dor advindos da doença são fontesdo sofrer, e a própria natureza objetiva da doença nãodetermina o nível do sofrimento vivido pela pessoa, ouaté mesmo por aqueles com os quais se relaciona17.

A humanização dos serviços de saúde implica emtransformação do próprio modo como se concebe o usu-

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ário do serviço de objeto passivo ao sujeito, de necessi-tado de atos de caridade àquele que exerce o direito deser usuário de um serviço que garanta ações técnica,política e eticamente seguras, prestadas por trabalhado-res responsáveis15.

É necessário valorizar as singularidades e que valo-rizar deixa de ser um obstáculo para a compreensão dooutro a partir do seu modo de vida, ou seja, de suas vi-vências e sentimentos. Além disso, as impressões que ospacientes e familiares possuem do atendimento dependeessencialmente da forma como os profissionais intera-gem com eles17.

Lidar com as contradições existentes entre a super-valorização da máquina, da doença e a experiência hu-mana buscando estratégias integradoras onde as relaçõessejam valorizadas, é o próprio movimento da humaniza-ção, ainda que esse é o grande desafio a ser enfrentado,hoje, pelos profissionais que atuam em terapia intensi-va17.

5. CONCLUSÃOSalientamos que a temática tecnologia, enquanto

processo e/ou produto, necessita ser discutida, repensa-da, estudada e construída, pois ainda é pouco abordadana prática dos profissionais de enfermagem.

As ações dos enfermeiros estão baseadas em partici-par e realizar estudos frente às temáticas pertinentes asua área de atuação, com isso, contribuir para um geren-ciamento da assistência de enfermagem de forma maishumanizada, no âmbito da qualidade, eficácia, efetivi-dade e segurança, de maneira que possa garantir os re-sultados do uso adequado da tecnologia para os quais elafoi desenvolvida e incorporada.

Portanto, a assistência hospitalar necessita da ação deuma equipe multiprofissional integrada e, dentro dessaequipe, o enfermeiro desempenha papel fundamental,visto que lidera o maior grupo de profissionais envolvi-dos na assistência direta e ininterrupta ao cliente nas24hs, onde a tecnologia hospitalar está envolvida, exi-gindo coordenar, treinar e supervisionar a utilizaçãocorreta e otimizada do potencial tecnológico sob suaresponsabilidade, garantindo e promovendo um ambien-te, interação e atuação humanizada.

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ATUALIZAÇÃO EM FOTOPROTETORESUPDATE ON SUNSCREENS

FERNANDA CUNHA RENNÓ1, RAQUEL CUNHA RENNÓ1, PRISCILA WOLF NASSIF3*

1. Acadêmicas do curso de Medicina da Faculdade UNINGÁ; 2. Professora de Dermatologia do curso de medicina da Faculdade UNINGÁ.

* Av. Rio Branco 852, Zona 5, Maringá, Paraná, Brasil. CEP: 87015-380. [email protected]

Recebido em 18/03/2014. Aceito para publicação em 20/03/2014

RESUMOA radiação ultravioleta pode provocar queimaduras solares,neoplasias cutâneas e envelhecimento precoce. Os fotopro-tetores agem absorvendo ou refletindo a radiação ultravio-leta de forma a prevenir estas condições. Os filtros solaresatualmente disponíveis podem ser encontrados com diver-sos espectros de proteção (UVA e UVB), composição eapresentações, mas a orientação profissional quanto ao usocorreto desses produtos ainda é restrita, cabendo ao usuá-rio a escolha, compra e uso. Assim, este trabalho tem comoobjetivo revisar a literatura a respeito da radiação ultravi-oleta e suas implicações na pele, e desmistificar assuntosrelacionados à eficácia dos fotoprotetores in vivo, de forma aeducar a população sobre o tema.

PALAVRAS-CHAVE: Fotoproteção, filtro solar, RadiaçãoSolar.

ABSTRACTThe ultraviolet radiation can cause sunburn, skin carcinomasand melanomas, and premature aging. Sunscreens act by ab-sorbing or reflecting ultraviolet radiation and can be found withseveral spectra of protection (UVA and UVB), composition, andpresentations. However, professional guidance on the correctuse of these products is limited. The objective of this study is tocompare the effectiveness of the various vehicles availablesunscreens, demystify issues related to the effectiveness ofsunscreens in vivo as well as about ultraviolet radiation and itsimplications on the skin in order to educate the public about theissue.

KEYWORDS: Photo protection, sunscreen, Solar Radiation

1. INTRODUÇÃOO sol consiste em energia fundamental para a sobre-

vivência humana e dos demais seres vivos, pois ele emite:luz visível, radiação infravermelha e ultravioleta. Estaúltima, presente nos raios solares, é responsável pelaprodução de vitamina D, que previne o raquitismo emcrianças e a osteoporose em adultos idosos. No entanto, aexposição excessiva provoca diversos malefícios que vãodesde queimaduras, envelhecimento precoce e até lesões

graves como cânceres de pele1.A principal barreira de filtragem dos raios ultravioleta

(UV) é a camada de ozônio, que impossibilita que radi-ações com comprimento de onda inferior a 200 nm nãoatinjam a Terra. Segundo a Environmental ProtectionAgency (EPA) nos EUA, uma diminuição de 5% da ca-mada de ozônio, pode resultar em um aumento de 5 a 8%nos casos de melanoma, 10% dos casos de carcinomabasocelular e 20% nos casos de espinaliomas2. Esta bar-reira de proteção está sofrendo destruição ao longo dosanos, e o nível de radiação ultravioleta A (UVA) e ultra-violeta B (UVB) tem aumentado significativamente3.

A orientação profissional quanto ao uso correto dosfotoprotetores é restrita, e cabe ao usuário a escolha,compra e uso. Este trabalho tem como objetivo revisar aliteratura a respeito da radiação ultravioleta e suas im-plicações na pele, e desmistificar assuntos relacionados àeficácia dos fotoprotetores in vivo, de forma a educar apopulação sobre o tema.

2. MATERIAL E MÉTODOSFoi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos foto-protetores, nas bases de dados Pubmed, LiLACS e Sci-ELO, tendo como palavras-chave: fotoproteção, filtro solar,radiação solar. Foram selecionados e revisados os artigosde maior relevância correspondentes ao período dos anosentre 1979 e 2012, conforme sua relevância para o pre-sente estudo.

3. DESENVOLVIMENTOEspectro da radiação ultravioleta

O espectro ultravioleta (UV) divide-se em três tiposde acordo com a variação do comprimento de onda ediferentes efeitos biológicos que provocam: ultravioletaA (UVA) de 320 a 400 nm, ultravioleta B (UVB) de 280 a320 nm e ultravioleta C (UVC) de 100 a 280 nm4. Se-gundo Johann Ritter apud Low et al. (1999)5, a radiaçãoUV com comprimento de onda entre 200 e 400 nm, éaquela capaz de provocar fotodermatoses, queimadurassolares e bronzeamento da pele6.

A radiação ultravioleta A está conceitualmente divi-

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dida em: (1 nanômetro = 1nm =10-9 m):1) Radiação UVA I: 340 a 400 nanômetros2) Radiação UVA II: 320 a 340 nanômetrosA radiação UV é amplamente absorvida nas camadas

externas da pele, com penetração total de aproximada-mente 2 mm7. O nível de penetração da radiação UV napele varia conforme a região espectral. A radiação UVCnão atinge o homem, sendo absorvida pela camada deozônio. A radiação UVB é parcialmente (70%) refletidapela camada córnea; a parcela restante (30%), penetra naepiderme, sendo absorvida por queratinócitos e melanina,e apenas uma parcela mínima chega a atingir camadasmais profundas (derme superior). Já a radiação UVA émuito pouco absorvida nas camadas superiores da pele,penetrando até a derme e atingindo estruturas como fibraselásticas, de colágeno, e melanócitos. A UVA tem poucaação eritematosa, porém provoca pigmentação da pele einduz cânceres, envelhecimento precoce, fotodermatosese imunossupressão7.

A radiação UVB provoca eritema de grau variado. Éabsorvida pela melanina da pele, onde altera sua colora-ção. É produzida por lâmpadas de mercúrio e em arco dexenônio e está relacionada com a produção de vitamina Dpelo organismo.

Figura 1. Espectro de Luz Ultravioleta. Fonte: departamento de FísicaUNESP (1999).

Luz visível e infravermelhoO comprimento de onda da luz visível varia de 380 a

760 nm. Identifica-se esta radiação como sendo a luzvisível, ou simplesmente luz. Esta faixa do espectro si-tua-se entre a radiação infravermelha e a ultravioleta.Para cada frequência da luz visível é associada uma cor.Incluindo as cores violeta, azul, verde, amarela e verme-lha, pode ser captada pelo olho humano.

Infravermelho próximo é o nome dado à região doespectro eletromagnético imediatamente superior à re-gião visível em termos de comprimento de onda, ou seja,trata-se da região do infravermelho “mais próxima” daregião visível. Na área médica, ondas eletromagnéticassão usadas no diagnóstico por imagem no raio X e naressonância magnética. As ondas eletromagnéticas sãodesignadas pela frequência e comprimento de onda. Oespectro eletromagnético entre 390 e 900 nanômetros(nm) determina o espectro da luz. A região do infraver-melho (IV) estende-se dos 3x108 Hz até aproximada-mente os 4x109 Hz10.

Figura 3. Espectro de luz visível. Fonte: departamento de físicaUNESP.

FotoprotetoresDevido ao aumento da incidência de câncer de pele e

afecções dermatológicas causadas pela exposição solar,há a necessidade de proteção eficaz contra os efeitosnocivos desta radiação. Vários tipos de filtros solaresencontram- se disponíveis com proteção contra radiaçõesUV que refletem, dissipam ou absorvem a luz.

O uso de fotoprotetores nos primeiros 18 anos de vidatem um importante impacto na redução do aparecimentode lesões pré-cancerígenas, uma vez que os danos actí-nicos da radiação solar são acumulativos11,12.

A exposição solar deve ocorrer somente após os seismeses de idade, segundo recomendações do FDA, paraevitar problemas de toxicidade secundários a maior ab-sorção da pele do neonato. Estas crianças tampouco de-vem se expor ao sol diretamente sem roupas protetorasdevido a terem menor capacidade de produção de mela-nina e de sudoração.

Nas crianças maiores de seis meses o FPS deve ser

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maior ou igual a 25 e devem proteger das radiações UVAe UVB, ser mais resistente á água, suor e ter textura maishidratante. A aplicação generosa de 15 a 30 min antes daexposição solar e reaplicação em zonas fotoexpostas de15 a 30 min depois de começada a exposição solar eposteriormente cada 2 horas ao contato com a água ou asudoração excessiva, são rcomendadas11.

O que se espera dos fotoprotetores é que absorvam aradiação UVA e UVB, apresentem boa substantividade,ou seja, boa aderência à epiderme, não manchem vestuá-rios, e sejam quimicamente estáveis (foto estabilidade).

Filtros orgânicosOs filtros solares orgânicos agem através da absorção

de radiação UV, dissipando a energia sob a forma decalor. Eles têm a capacidade de absorver os fótons deUVB e UVA. Os exemplos mais comuns são: ácido pa-ra-aminobenzoico e derivados - que absorvem somenteradiação na faixa de UVB; cianamatos; benzofenonas -que tem pouca fotoestabilidade; e dibenzoilmetanos - queabsorvem radiações UVA13.

Filtros inorgânicosFiltros inorgânicos são substâncias opacas que for-

mam película sobre a pele e refletem a luz, sendo poucoaceitos cosmeticamente por serem espessos e de difícilaplicação. Os exemplos mais comuns são: dióxido detitânio, oxido de zinco, oxido de magnésio, caulicno eictiol14.

Fator de proteçãoO fator de proteção (FPS) indica quanto tempo uma

pessoa pode ficar exposta ao sol após aplicação do pro-duto sem sofrer a ação eritematosa da radiação UVB. Parapeles claras, o tempo de exposição necessário paraqueimá-los é menor do que em peles morenas; sendoassim, as peles claras necessitam um fator de proteçãomaior que em peles morenas.

Cada protetor solar é caracterizado por um fator deproteção solar (FPS) que indica a efetividade da proteçãocontra a radiação UVB (quanto maior o FPS, maior aproteção). O FPS é calculado dividindo-se a dose mínimade radiação UV capaz de provocar eritema (DEM) na peleprotegida por protetor solar pela dose mínima de radiaçãocapaz de produzir eritema na pele desprotegida15.

FPS = DEM da pele protegidaDEM da pele não protegida

É importante ressaltar que a fórmula somente indica ofator UVB e não o fator UVA, por não produzir eritemaimediato, mas esta é uma radiação que altera as fibras da

camada mais profunda da pele e provoca danos crônicos eenvelhecimento precoce16.

Segundo a Food and Drug Administration (FDA),199917, a quantidade ideal de filtro solar a ser aplicada nocorpo corresponde a 2ul/cm² ou 20ml/m²; A superfície depele no ser humano corresponde a aproximadamente1,5m² e, em situações como exposição solar na praia, 80% da superfície corporal fica exposta, levando ao cálculode 25 ml de protetor solar para completa cobertura cor-poral. Isto demonstra que a grande maioria dos consu-midores aplicam quantidade bem inferiores, o que podefazer com que FPS efetivo seja inferior ao do rótulo doproduto. Existem também outros fatores que influenciamna ação do protetor, como transpiração intensa e o contatocom a água, devendo o usuário reaplicar o produto.

Quadro 1. Filtros aprovados pelo FDA

Fonte: Oliveira (2006)13

Eficácia em fotoprotetoresA proposta fora baseada em estudo previamente pu-

blicado por Groves (1979)6, em que os autores demons-traram, por meio de espectrofotometria e análises mate-máticas, que o valor da absorbância de um determinadoprotetor solar pode ser relacionado ao inverso do valordo FPS, conforme equação abaixo: A = 1 - 1/FPS18.

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Figura 2. Relação entre absorbância e valor do FPS. Fonte: Schalka(2011)18.

Osterwalder e Herzog (2007)19, em recente artigo publi-cado, mostram que o raciocínio matemático propostopoderia ser realizado de forma inversa, ao se analisar oquanto de energia passa pelo protetor (transmitância) aoinvés de o quanto de energia é absorvida pelo protetor(absorbância), em que: T = 1 – A.

Figura 3. Relação entre absorbância e transmitância x FPS.Fonte: Schalka (2011)18

Ao aplicar este raciocínio, percebemos que a quanti-dade de energia que passa através do protetor solar deFPS 60 (portanto, que atinge a pele) seria a metade da-quela transmitida pelo protetor de FPS 30. Assim, a pro-teção oferecida pelo produto de FPS 60 seria o dobrodaquela oferecida pelo produto com FPS 3019.

A quantidade aplicada é o principal fator de interfe-rência no FPS de um determinado fotoprotetor. Portanto,se a aplicação for insuficiente, como ocorre na maioriados casos, a proteção atingida pelos usuários é menor doque a apresentada no rótulo do produto e a relação entreabsorbância e FPS, como proposto por Groves (1979)6,não é mais válida.

Protetores solares são preparações cosméticas quepossuem formas de apresentação diversas. Podem serencontrados na forma de loções hidroalcoólicas, óleos,

géis oleosos, emulsões óleo em água (O/A), emulsõeságua em óleo (A/O), bastões e aerossóis, entre outras. Asloções hidroalcoólicas, geralmente, apresentam reduzidaproteção, com formação de filme protetor irregular epodem provocar o ressecamento da pele. Os óleos apre-sentam proteção superior às loções hidroalcoólicas, masnão atingem valor de FPS alto. Os géis oleosos apresen-tam composição oleaginosa gelificada com proteçãosuperior aos óleos fluidos; e as emulsões são as formasde apresentação com maior proteção. Os bastões sãoutilizados em formulações labiais e os aerossóis, emformulações capilares, por exemplo. Observou-se noestudo que as formulas com Escalol 507 e Parsol 1789conferiram melhor resultado.

Regulamento Técnico Mercosul sobre proteto-res solares (ANVISA)

Atualmente a resolução RDC 30/12, publicada no diaquatro de junho de 2012 pela ANVISA provocaram mu-danças nas regras de comercialização dos protetores so-lares implicados em cosméticos20

Aumentou o nível dos testes exigidos para compro-var a eficácia da fotoproteção. Agora é necessário esta-belecer métodos analíticos para a determinação do FPS,da proteção à radiação UVA, da resistência à água, alémde cumprir requisitos de rotulagem.

Devem seguir a normativa todas preparações cosmé-ticas com fator de proteção solar destinada a entrar emcontato com a pele e lábios, que proteja contra a radia-ção UVB e UVA, absorvendo, dispersando ou refletindoa radiação.

Levaram em consideração principalmente os seguin-tes aspectos:1) A dose mínima eritematosa (DME): dose mínima deradiação ultravioleta requerida para produzir a primeirareação eritematosa perceptível com bordas claramentedefinidas, observadas entre 16 e 24 horas após a exposi-ção à radiação ultravioleta, de acordo com a metodologiaadotada.2) A Dose Mínima Pigmentária (DMP): dose mínimade radiação UVA requerida para produzir um escureci-mento pigmentário persistente da pele com bordas cla-ramente definidas, observado entre 2 e 4 horas após aexposição à radiação UVA.3) O Fator de Proteção Solar (FPS): valor obtido pelarazão entre a dose mínima eritematosa em uma pele pro-tegida por um protetor solar (DMEp) e a dose mínimaeritematosa na mesma pele quando desprotegida(DMEnp).4) Fator de Proteção UVA (FPUVA): valor obtido pelarazão entre a dose mínima pigmentária em uma peleprotegida por um protetor solar (DMPp) e a dose mínimapigmentária na mesma pele, quando desprotegida(DMPnp).

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5) COMPRIMENTO DE ONDA CRÍTICO: o com-primento de onda para o qual a área sob a curva integradade densidade ótica que começa em 290 nanômetros éigual a 90% da área integrada entre 290 e 400 nanôme-tros20.

As principais alterações são quanto à resistência àágua que terão que ser comprovadas por metodologiasespecíficas definidas no novo regulamento, deverão in-dicar em seus rótulos as expressões “Resistente à água”,“Muito Resistente à água", "Resistente à Água/suor" ou"Resistente à Água/transpiração", desde que comprovemessa característica.

O valor mínimo do Fator de Proteção Solar (FPS) vaiaumentar de 2 para 6 e a proteção contra os raios UVAterá que ser de no mínimo 1/3 do valor do FPS declarado.Terá obrigatoriamente alterações nos rótulos dos produ-tos incluindo orientação sobre a necessidade de reapli-cação.

4. CONCLUSÃOO A necessidade da fotoproteção é uma realidade ir-

refutável devido aos danos que a radiação causa à pele.A evolução dos protetores solares levou ao surgimentode fórmulas eficazes e baratas, com moléculas menosalergênicas e com melhor foto- estabilidade.

As novas normas da ANVISA tentam estabelecercritérios analíticos para a determinação do FPS e da pro-teção à radiação UVA, além de requisitos de rotulagemdos produtos.

O Fator de Proteção Solar é ainda a principal in-formação acerca da eficácia foto-protetora de um filtrosolar, mas a sua interpretação não deve ser baseada so-mente no valor numérico em si, devendo-se tambémconsiderar a adequada forma de uso do produto, princi-palmente em relação à quantidade aplicada. Além disso,a regularidade na reaplicação, a resistência à agua e aproteção dos raios ultravioletas no espectro de UVA eUVB também são de grande importância.

Estudos demonstraram que as soluções fotoprotetorescomo emulsões e de formulação Escalol 507 e Parsol1789, apresentam melhores resultados.

Por fim, para a diminuição da incidência de câncerde pele é necessária não só a fotoproteção, mas tambémmedidas educativas de forma a orientar a população e osprofissionais de saúde.

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OS IMPACTOS DO CAPITALISMO NO MODELO DEGESTÃO EM SAÚDE NO BRASIL

THE IMPACT OF CAPITALISM IN HEALTH MANAGEMENT MODEL:A BRAZILIAN EXPERIENCE

WAGNER CARDOSO PADUA FILHO1*, IZABELA CURY CARDOSO DE PADUA2

1. Prof. MBA Gestão Empresarial Fundação Getulio Vargas – FGV. Prof. Faculdade Medicina de Ipatinga-MG. MBA em Gestão Empresarial pela FGV.Doutor em Medicina pela USP. Post Doctoral Marketing and Management University of Florida – USA; 2. Graduanda da Faculdade de Medicina deBarbacena - MG

* Inserir endereço do autor de correspondência. Rua, número, bairro, cidade, estado, Brasil. Cep: xxxxx-xxx. [email protected]

Recebido em 15/05/2014. Aceito para publicação em 21/05/2014

RESUMOO setor de saúde vem passando, nos últimos anos, por pro-fundas mudanças no que tange seu modelo de negócio. An-tes centrado no serviço do atendimento do profissional me-dico, vem sendo substituído por atributos mais tangíveis,como estrutura física, exames complementares e equipa-mentos e tecnologia. O capitalismo predominante no mun-do moderno impacta fortemente no modelo de gestão emsaúde vigente no Brasil. O presente artigo analisa comoessa relação se fundamenta e abre a discussão e a reflexãosobre o tema.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão em saúde, capitalismo

ABSTRACTThe health sector has undergone in recent years for changesregarding their business model. Before focusing on the care ofthe medical service professional, has been replaced by moretangible attributes such as physical structure, method diagnos-tic, equipment and technology. The predominant capitalism inthe modern world impacts heavily on the existing health man-agement model in Brazil. This article examines how this rela-tionship is founded and opens the discussion and reflection onthe topic.

KEYWORDS: Health management, capitalism

1. INTRODUÇÃOO setor de saúde vem passando, nos últimos anos,

por profundas mudanças no que tange seu modelo denegócio. Sustentada no passado por valores sociais, éti-cos, de qualidade no atendimento, humanização e valo-rização do trabalho e qualidade de vida, se transformourecentemente em um modelo mercantilista, voltado paraa produção em escala, atendimento de massa e para olucro. Antes centrado no serviço do atendimento doprofissional medico, o valor era pautado pelo conheci-mento, competência, experiência, ética e relacionamentohumano entre profissional e paciente. Esses atributos

eram o foco da remuneração. Nos últimos anos, houveuma mudança de conceitos, com o ato médico sendosubstituído por atributos mais tangíveis, como estruturafísica, exames complementares, equipamentos e tecno-logia. Apesar do direito à saúde ser um direito do cidadãoe um dever do Estado, na sociedade capitalista atual ob-serva-se a chamada mercantilização da saúde1.

Por um lado, a forca da fortuna econômica é uma boanotícia para a saúde . Isso significa mais recursos parainvestir não só no setor da saúde , mas também emsetores relacionados, como a educação e habitação2.Avanços em ciência e tecnologia em saúde - na medicinanuclear, medicina genética ou a nanotecnologia - sãotratados como triunfos do investimento capitalista empesquisa. Existe o mito consciente ou incosciente de que" o capitalismo promove a saúde " e esse conceito eaceito pela maioria das pessoas no mundo3. Há umacrença generalizada de que o capitalismo é responsávelpelas grandes melhorias na área da saúde ocorrido nasultimas decadas. O capitalismo é visto como o motorsupremo do crescimento e o crescimento é visto como acondição fundamental para a melhoria da saúde;entretanto, isso nao parece ser verdade3. Paises ricoscomo os EUA, apesar de promover gastos expressivoscom o sistema de saúde, nao apresenta resultadosefetivamente superiores a outros paises. Segundo osprofessores Kaplan e Porter, da renomada HarvardBusiness School " Os gastos dos EUA atualmente comos custos de saúde excedem 17% do PIB e vao continuara subir "4. Estudos mostram que a melhoria da saúdeainda pode ser conseguida em países com relativamentepoucos recursos , embora estratégicas de investimentossao necessárias para enfrentar os enormes e novosdesafios5 .

2. MATERIAL E MÉTODOSPara a redação do presente trabalho, foi utilizado

como metodologia a pesquisa bibliográfica, realizada nabase de dados da George A. Smathers Libraries da

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University of Florida, através de acesso restritoautorizado para um dos autores. Os trabalhos foramselecionados tendo como descritores: capitalism, healthe health management. Foram selecionados artigospublicados nos idiomas inglês e português, entre os anosde 2005 e 2014. Foram incluídos e selecionados paraestudo apenas os artigos publicados em "peer journals",sendo excluídos publicações em revistas, magazines,resumo de livros, jornais públicos. Os trabalhoscientíficos foram analisados e serviram de referênciapara a o desenvolvimento e discussão do tema proposto.

3. DESENVOLVIMENTOInegavelmente, as influências do modelo capitalista

vigente e predominante no mundo moderno foram ins-piradoras e estimularam ou pelo menos formaram a basepara essas transformações. A economia capitalista éaquela que depende da comercialização através damonetarização das relações sociais, colocada sobpressão pela acumulação de capital. A sociedadecapitalista presa o individualismo possessivo de seusmembros como seu principal veículo de progresso social,medida como um aumento do dinheiro e da riqueza6.

Do ponto de vista do setor de saúde, o processosaúde-doença expressa muitas das contradições sociais,sendo possível identificar 'sintomas' desta sociedade dita“ problemática” , que absorve valores materiais e umainsaciável fome consumista em seus hábitos e costumes7.

Se fizermos uma comparação do setor de saúdecom outros da economia, podemos observar que há umalógica parecida. O mundo capitalista moderno prega ocrescimento econômico como forma de aumento de ren-da, criação de empregos e melhora da qualidade de vidada população. O raciocínio é que com o crescimento, háaumento de vendas, maiores lucros, que promovem in-vestimentos e fomentam mais crescimento. A palavra deordem é consumir, vender, crescer a qualquer custo. Oganho de produtividade está baseado na maior capaci-dade de produzir mais e não necessariamente melhor. Ecomo essa cultura se reflete no setor de saúde? Bastapensar em como o setor se comporta atualmente. O focoé ampliar o atendimento, atender mais clientes, gerarmais demanda, pois com isso se atende mais, se ganhamais.

O contra ponto a ser analisado está nos efeitos ad-versos que essa política ocasionou. Infelizmente, como asaúde é classicamente prestação de serviços, há umanecessidade do profissional para executá-lo, ou seja, oganho de produtividade está atrelado ao tempo dedicadoao atendimento. Para um médico produzir mais, ele pre-cisa atender mais. O problema é que a qualidade doatendimento, principalmente representado por dois im-portantes atributos de valor, que é resolubilidade e hu-manização, tende a piorar, na medida que esses valoressão diretamente proporcionais ao tempo da consulta. A

tecnologia, seja da informática ou de equipamentos mo-dernos, deveriam auxiliar o profissional nesta direção.Mas, ao contrário, veio para muitas vezes substituir omédico, ou pelo menos para ser uma interfase incômodaentre o cliente e o profissional. A incapacidade deidentificar, medir, priorizar valor na melhor prestação decuidados de saúde diminuiu a inovação, levou a uma mácontenção de gastos com a doenca e a uma microgestãoisolada de práticas por parte dos médicos, o que impõecustos significativos8. Desta forma estamos diante de umsistema que prioriza a quantidade como mecanismo delucro. Vender mais (ou seja atender mais) é a forma deganho e de lucro. Por isso é que tratar a doença é o ne-gócio, e não prevenir a doença. Como falar em preven-ção em um sistema que prioriza o ganho através do au-mento de vendas? Da mesma forma que o capitalismoestimula o consumo, a compra, o gasto, para que as em-presas possam crescer e prosperar, na saúde se prioriza adoença, para que se tenha mais doentes, mais consultas eexames, mais ganhos.

Assim, é fato que a cultura econômica capitalistaimpactou fortemente na cultura da saúde. Mas será que épossível prosperar sem necessariamente crescer? Seráque estamos focados na ideia de que crescer é ganharmais dinheiro, ou temos outros valores a serem analisa-dos? Para o economista Tim Jackson, professor da Uni-versidade de Surrey, no Reino Unido e consultor do go-verno inglês, o avanço no PIB dos países não necessa-riamente resulta em qualidade de vida para as pessoas.

Em seu recente livro: Prosperidade sem Crescimento,ele discute o papel e os impactos da economia capitalistana vida das pessoas. Ele afirma que pelo modelo atual,buscamos algo que nos traz mais problemas. Se fizermosuma correlação com a saúde, acredito que esse pensa-mento é totalmente aplicável. Em recente artigo publi-cado na revista Lancet, pesquisadores afirmam que ocrescimento econômico por si só não vai entregar umaboa saúde para os setores mais vulneráveis da sociedade,sem abordar os fatores globais interligados que desafiamou destruem uma vida saudável2. Na verdade, a saúdeapenas reflete o pensamento vigente no mundo, o quetorna mais difícil e complexo a análise do modelo atual.

Falar em prevenção parece uma falácia. Significariaabdicar do lucro baseado em número de pacientes aten-didos em favor do melhor atendimento dado aos pacien-tes.

A inversão do modelo atualPropor um novo modelo de assistência à saúde é tal-

vez um dos grandes desafios da humanidade. Médicos,enfermeiros e especialistas não entendem o valor daassistência médica ao consumidor; pensam que devemgastar mais porque não podem medir com precisão osresultados dos gastos com saúde4. Encontrar uma formade atender aos interesses do capital privado, do ganho,

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que coexista com a prevenção e a promoção da saúdedeve ser o objetivo principal. Parece obvio que umaredução dos custos dos pacientes em cuidados primárioslevaria a menos internações hospitalares e, portanto, umaredução do custo global com os cuidados com a saúde9.O racional deste novo modelo estaria voltado ao atendi-mento de melhor qualidade e de maior possibilidade deresolubilidade. Como consequência, haveria uma menorutilização do sistema (porque o paciente teve seu pro-blema resolvido sem passar por inúmeras consultas ouexames), menores gastos, fora a melhor satisfação docliente, que passa a perceber mais valor no serviço pres-tado e consequentemente estará disposto a pagar maispelo benefício adquirido. Mas e o ganho financeiro? Esteestaria voltado a uma melhor remuneração do serviçomédico e seria alcançado pelo ganho atrelado ao valor, aqualidade e não a quantidade. Com maior resolubilidadee maior satisfação do cliente, há uma maior percepção devalor, o que resultaria em uma maior disponibilidade deremunerar melhor o profissional. Os planos de saúdepoderiam também pagar melhor, pois teriam seus custospor uso excessivo do sistema diminuído. Desta forma, oganho financeiro final é praticamente o mesmo, poisapesar de se atender um número menor de clientes, seatende melhor, com um preço médio de atendimentomaior. Além disso, há um ganho indireto na melhoria dascondições de trabalho, ou seja, o profissional médicoestaria mais bem disposto, mais feliz, menos sobrecar-regado pelas antes dezenas de pacientes a serem atendi-dos por dia. Certamente haveria ganhos de produtividade,através da melhor tomada de decisão por parte do médi-co. Claro que tudo isso será verdade se o foco for o ser-viço do profissional da saúde. Na avaliação dos autoresdeste artigo, um dos maiores erros do sistema foi priori-zar o ganho através dos equipamentos e máquinas. Claro,como a máquina precisa produzir e se pagar, o ganhoestá atrelado a maior uso. Quanto mais exames a má-quina fizer, mais lucro. Só que para fazer mais exames épreciso gerar demanda de consumo, ou seja, é precisoproduzir doenças e consequentemente consultas.

Mas e o crescimento econômico e populacional? Naverdade, como a população cresce e há o aumento daexpectativa de vida da população, esse aumento naturalde demanda foi absorvido inicialmente com o aumentoda produtividade dos profissionais baseado na quantida-de. Se o modelo for baseado em qualidade, haverá espa-ço para que novos médicos entrem no mercado paraatender a essa demanda. Isto certamente daria enormeimpulso mercadológico e atenua importantes preocupa-ções da classe médica diante dos inúmeros profissionaisformados pelas faculdades de Medicina em todo o país.

Por outro lado, com maiores investimentos em pre-venção, haveria um atenuante nesse crescimento de de-manda, pois prevenindo mais, haverá uma menor utili-zação do sistema e consequentemente, menos pacientes

necessitariam de serviços médicos. Esse fato, diante dosargumentos supra citados, é irrelevante. Além disso,abre-se espaço para novas formas de atuação do profis-sional de saúde, que deixa de ser exclusivamente voltadopara tratar e passa a gerar valor também em prevenir.

Talvez, quem sabe, novas especialidades médicaspossam surgir. Afinal, da mesma forma que a pediatriatem a neonatologia ou a puericultura, a geriatria tambémteria o geriatra preventivo, ou voltado para desenvolverqualidade de vida. Isso valeria para a cardiologia, a on-cologia, gastrenterologias e tantas outras, que poderiamter áreas específicas em prevenção.

4. CONCLUSÃOO setor de saúde e particularmente complexo no que

tange a aplicação de conceitos e teorias econômicas.Simplificar análises sem considerar as inúmeras variá-veis envolvidas é minimizar o problema, correndo-se orisco de conclusões incompletas ou pouco relevantes.Adotar uma postura mercantilista, como uma extensãodo comportamento da sociedade moderna é negligenciaros impactos e efeitos perversos que essa política provocaàqueles que são mais impactados pela mesma: o cidadão,ou seja, o paciente. As dualidades relacionadas a vidahumana, como a vida e a morte, o prazer e o sofrimento,alegria e tristeza, a dor e a cura, não podem ser reduzidassob o argumento do lucro. Não podemos aceitar que aforça e o poder do dinheiro suplantem as enormes con-quistas feitas pela medicina no bojo da relação médi-co/paciente, da assistência/paciente e da ética/paciente.Não podemos ser indiferentes e nos alienarmos de taisfatos. Certamente o capitalismo moderno precisa sercapaz de encontrar novas formas de influenciarpositivamente a sociedade, oferecendo uma novaperspectiva sobre o tema, e o desenvolvimento deuma forma de capitalismo que seja mais compassivo ehumano10.

Refletindo sobre o momento que vivemos, talvez jáestá passando da hora de revermos o modelo econômicoem que vivemos. Não estamos aqui tendo a pretensão depropor uma alternativa ao capitalismo, mas uma inova-ção, um avanço. A obsessão pela produtividade no tra-balho, pelos ganhos e lucro deveria ser substituída poruma maior preocupação com bem estar, qualidade devida e melhorias sociais. Será que é esse capitalismo quequeremos? E mais: será que essa é a saúde que quere-mos?

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