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Neuroanatomia Ilustrada 4ª EDIÇÃO

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Neuroanatomia Ilustrada 4ª EDIÇÃO

Alan R. Crossman PhD DSc

Professor of Anatomy

Faculty of Life Sciences

The University of Manchester

Manchester, UK

David Neary MD FRCP

Professor of Neurology

The University of Manchester

Manchester, UK

Ilustrado por Ben Crossman

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© 2011 Elsevier Editora Ltda. Tradução autorizada do idioma inglês da edição publicada por Churchill Livingstone – um selo editorial Elsevier Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros. ISBN: 978-85-352-4412-0

© 2010, Elsevier Limited. All rights reserved. Third edition © Elsevier Limited 2005 Second edition © Harcourt Publishers Limited 2000 First edition © Pearson Professional Limited 1995 This edition of Neuroanatomy, fourth edition, by Alan R. Crossman and David Neary is published by arrangement with Elsevier Limited. ISBN: 978-0-7020-3086-4

Ilustração da capa por Ben Crossman, com base em uma imagem original em escala de cinza obtida pelo sistema de RM da GE Healthcare SignaTM HDxt 3T, usando bobina para cabeça, pescoço e coluna vertebral, cortesia da GE Healthcare

Capa Interface/Sergio Liuzzi

Editoração Eletrônica Thomson Digital

Elsevier Editora Ltda. Conhecimento sem Fronteiras

Rua Sete de Setembro, n° 111 – 16° andar 20050-006 – Centro – Rio de Janeiro – RJ

Rua Quintana, n° 753 – 8° andar 04569-011 – Brooklin – São Paulo – SP

Serviço de Atendimento ao Cliente 0800 026 53 40 [email protected]

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C958n4.ed.

Crossman, A. R. Neuroanatomia ilustrada / Alan R. Crossman ; David Neary ; [tradução Cristiane Regina Ruiz].- 4.ed. - Rio de Janeiro : Elsevier, 2011. il.

Tradução de: Neuroanatomy : an illustrated colour text ISBN 978-85-352-4412-0

1. Neuroanatomia. 2. Sistema nervoso - Anatomia. I. Neary, David. II. Título.

11-0184. CDD: 616.8 CDU: 616.811.01.11 12.01.11 023825

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

NOTA O conhecimento médico está em permanente mudança. Os cuidados normais de segurança devem ser seguidos, mas, como as novas pesquisas e a experiência clínica ampliam nosso conhecimento, alterações no tratamento e terapia à base de fármacos podem ser necessárias ou apropriadas. Os leitores são aconselhados a checar informações mais atuais dos produtos, fornecidas pelos fabricantes de cada fármaco a ser administrado, para verifi car a dose recomendada, o método e a duração da administração e as contraindicações. É responsabilidade do médico, com base na experiência e contando com o conhecimento do paciente, determinar as dosagens e o melhor tratamento para cada um individualmente. Nem o editor nem o autor assumem qualquer responsabilidade por eventual dano ou perda a pessoas ou a propriedade originada por esta publicação.

O Editor

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Cristiane Regina Ruiz Docente da Graduação e Coordenadora do Curso de Especialização em Anatomia Macroscópica do Centro Universitário São Camilo, SP Doutora em Morfologia pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM) Mestre em Morfologia pela UNIFESP-EPM

Tradução Cristiane Regina Ruiz

Fernando Mundim Professor Adjunto do Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Rafael Rodrigues Torres Biólogo Graduado pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) Graduando em Medicina pela USP

Raimundo Rodrigues Santos Médico Especialista em Neurologia e Neurocirurgia Mestre em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Vilma Ribeiro de Souza Varga Graduada em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), SP Residência Médica em Neurologia Clínica no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

Revisão Científi ca

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Estamos em dívida com o Professor David J Brooks, o Dr. Mauro Catani, o Professor Paul D Griffi ths, o Professor Alan Jackson, o Professor Daniel Mann, a Dra. R Anne McKinney e o Dr. Gary C Schoenwolf por fornecer imagens de exames e outras imagens. Somos também muito gratos à Dra Adrianne Noe e a Archibald J Fobbs por fornecerem imagens de cortes do

cérebro da Yakovlev-Haleem Collection, e a Timothy Jones, MR Product Specialist, por fornecer exames de RM por cortesia da GE Healthcare. Gostaríamos de agradecer também aos colegas acadêmicos e aos estudantes ao redor do mundo que enviaram comentários construtivos e sugestões.

Os autores apreciam muito o interesse continuado da editora pela

obra Neuroanatomia Ilustrada e o apoio e o incentivo de colegas da Elsevier Limited, especialmente o Publishing Manager Timothy Horne, o Senior Development Editor Ailsa Laing e o Illustration Manager Bruce Hogarth, na preparação desta 4 a edição.

Manchester 2009

Agradecimentos

A. R. Crossman D. Neary

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A neuroanatomia é o alicerce para a compreensão da função e da disfunção do sistema nervoso. Em nossa experiência ela é também a área da anatomia que os estudantes consideram mais interessante e mais difícil de compreender. É irônico, portanto, que em muitas escolas médicas o tempo no currículo de graduação dedicado à anatomia, incluindo a neuroanatomia, continue a diminuir. Por isso há uma necessidade óbvia de se oferecer um relato sucinto, claro e bem ilustrado da anatomia do sistema nervoso humano para estudantes de medicina. Este foi nosso objetivo na nova edição de Neuroanatomia Ilustrada .

Ao revisar o texto, tivemos como propósito assegurar a relevância do material e a clareza da apresentação. Para conseguir isso, o grau de detalhe

das informações neuroanatômicas apresentadas é aquele que, em nossa opinião, é necessário para se compreender como funciona o sistema nervoso e proporcionar a base para o diagnóstico e o tratamento de transtornos neurológicos. Tal como em edições anteriores, o primeiro capítulo revisto apresenta uma perspectiva geral de todo o tópico, incluindo princípios neuroanatômicos básicos, os principais sistemas sensoriais, motores e cognitivos e os princípios básicos do diagnóstico clínico das doenças neurológicas.

A anatomia é um tema altamente visual e se presta naturalmente ao uso de fotografi as e ilustrações de alta qualidade para explicar tanto as características topográfi cas quanto a organização interna. Por esta razão, consideramos as ilustrações

particularmente importantes, e elas foram amplamente revistas e melhoradas para esta edição. Essa tarefa considerável foi realizada com grande habilidade, conhecimento e entusiasmo por Ben Crossman. Muitas das ilustrações desta edição são inteiramente novas e foram introduzidas para dar maior clareza ao texto. Muitas das imagens fotográfi cas foram habilmente retocadas para remover ou reparar falhas ou melhorar a cor e o contraste. Trabalhar com Ben para transformar nossos esboços elementares, descrições verbais e, por vezes, ideias mal formuladas em ilustrações que refi naram essa nova edição foi um grande prazer e também muito divertido.

Manchester 2009

Prefácio da 4ª Edição

Nota da Editora Neste livro adotou-se a Terminologia Anatômica mais recente e atualizada, publicada em 2001 e anterior às novas regras do Acordo Ortográfi co da Língua Portuguesa assinado em 2009. Assim, e por entender que a Terminologia é uma linguagem técnica, a editora manteve a grafi a de algumas palavras como “putame” e “parahipocampal”, em vez das formas “putâmen” e “para-hipocampal” consagradas pela ortografi a atual.

A. R. Crossman D. Neary

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Este livro foi escrito primariamente para estudantes da escola de medicina. Ao mesmo tempo, tínhamos em mente que a obra também pode atender aos estudantes de outros cursos de ciências da saúde em que sejam necessários conhecimentos básicos do sistema nervoso e de seus principais distúrbios, e também estudantes de neurociências básicas, que invariavelmente fi cam intrigados e buscam aperfeiçoamento pela discussão dos distúrbios que afl igem o sistema nervoso humano.

O livro foi preparado durante um período de debate sobre a evolução, a base e o estilo da educação médica. Há várias forças que impulsionam para mudança, sendo uma delas o reconhecimento de que costumam ser feitas aos estudantes exigências ilógicas e desnecessárias quanto ao volume absoluto de informações que se exige que assimilem. Isto tem levado estudantes, educadores e profi ssionais da saúde a questionarem, no currículo como um todo, a profundidade de conhecimentos exigida para o médico recém-formado e o meio pelo qual eles devem ser obtidos. O General Medical Council recomendou o desenvolvimento de um currículo baseado em sistemas, e enfatizou a importância crucial da integração entre ciências básicas e medicina clínica. Estas propostas foram bem-vindas e amplifi cadas, com respeito ao ensino de neurologia, pela Association of British Neurologists.

Nenhuma área de ciência médica doa-se melhor que as neurociências a tal abordagem integrada baseada em sistemas, e esta tem sido a principal fi losofi a que guia a preparação deste

livro. As neurociências, com todas as subespecialidades básicas e clínicas, são um enorme campo em que é exponencial o crescimento dos conhecimentos através da pesquisa. Isto cria um grande desafi o ao educador médico ao selecionar o que o currículo principal deve compreender. Também signifi ca potencial para futuros avanços de diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças neurológicas, o que é reconhecido pela designação da década de 1990 como a “Década do Cérebro”.

A neuroanatomia é o fundamento sobre o qual é construído o conhecimento do sistema nervoso e de seus distúrbios. O intuito deste livro, portanto, é fornecer um relato claro e conciso da anatomia do sistema nervoso humano com detalhes sufi cientes para se compreenderem as principais funções e os distúrbios mais comuns pelos quais é afetado. Uma característica importante do livro é a integração da neuroanatomia com o material clínico ilustrativo. Isto foi feito para mostrar como o conhecimento de neuroanatomia pode ajudar na compreensão dos sintomas clínicos e também enfatizar aquelas áreas de neuroanatomia que são particularmente relevantes para as doenças neurológicas humanas. Apresentamos conceitos clínicos do modo mais elementar para dar um esboço amplo da etiologia das doenças do sistema nervoso e a ligação com os métodos de diagnóstico clínico. O material clínico foi integrado o mais estreitamente possível com a neuroanatomia relevante. Além disso, o texto clínico foi colocado em quadros

para que seja rapidamente identifi cável e possa ser facilmente selecionado para revisão ou verifi cações. Cada capítulo também contém resumos em quadros. A fi nalidade deles é auxiliar o leitor a identifi car os pontos-chave e a fazer as revisões.

Neuroanatomia e medicina clínica são novas para o estudante que está entrando na escola de medicina. Estudando o capítulo introdutório e os resumos dos capítulos seguintes mais detalhados, o estudante terá uma visão geral do alcance e da extensão da disciplina de neuroanatomia e será apresentado aos conceitos básicos subjacentes ao diagnóstico clínico das doenças neurológicas. Para os que não estão familiarizados com a terminologia clínica, foi fornecido um glossário para explicar o signifi cado das expressões comumente usadas. À medida que forem adquiridos conhecimentos mais detalhados de neuroanatomia, isto será realçado e esclarecido pela consulta ao material clínico selecionado que exemplifi ca a relevância da neuroanatomia para a neurologia clínica. Mais tarde, quando os estudantes entrarem no treinamento neurológico, precisarão relembrar, em suas mentes, os princípios básicos de neuroanatomia e fazer a ligação destes com os métodos clínicos de diagnóstico. Ao mesmo tempo, o estudo sistemático dos pacientes com doenças neurológicas individuais pode ser muito potencializado pelo retorno à anatomia detalhada das estruturas doentes.

Manchester 1995

Prefácio da 1ª Edição

A. R. Crossman D. Neary

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1 Introdução e revisão 1

2 Células do sistema nervoso 29

3 Parte periférica do sistema nervoso 33

4 Divisão autônoma do sistema nervoso 43

5 Os revestimentos do sistema nervoso central 47

6 Sistema ventricular e líquido cerebrospinal 53

7 Suprimento sanguíneo do sistema nervoso central 59

8 Medula espinal 67

9 Tronco encefálico 87

10 Nervos cranianos e núcleos dos nervos cranianos 97

11 Cerebelo 111

12 Tálamo 119

13 Hemisfério cerebral e córtex cerebral 127

14 Corpo estriado 143

15 Sistema visual 153

16 Hipotálamo, sistema límbico e órgão olfatório 159

17 Resolução de problemas 169

Glossário 177

Índice 181

Sumário

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Suprimento sanguíneo do sistema nervoso central

Suprimento sanguíneo da medula espinal

Suprimento arterial da medula espinal Três vasos percorrem longitudinalmente todo o comprimento da medula espinal ( Fig. 7.1 ), a artéria espinal anterior e o par de artérias espinais posteriores . A artéria espinal anterior se origina em uma confi guração em forma de Y, partindo das duas artérias vertebrais na região do bulbo ( Fig. 7.2 ), e desce ao longo da face anterior da medula espinal na linha mediana. As artérias espinais posteriores se originam das artérias vertebrais ou das artérias cerebelares inferiores posteriores e têm um percurso descendente na face posterolateral da medula espinal.

As artérias espinais (anterior e posterior) são insufi cientes para suprir a medula abaixo dos níveis cervicais e, portanto, recebem reforço sequencial por anastomose com artérias radiculares derivadas de vasos segmentares, incluindo as artérias cervical ascendente, intercostais e lombares. As artérias radiculares atravessam os forames intervertebrais e se dividem em ramos anteriores e posteriores, que têm seu trajeto com as raízes nervosas espinais posteriores e anteriores, respectivamente. Uma artéria radicular particularmente grande (a artéria radicular anterior ) pode originar-se de uma artéria intercostal lateral ou lombar em qualquer nível de T8 a L3.

Suprimento sanguíneo da medula espinal 59 Suprimento arterial da medula espinal 59 Drenagem venosa da medula espinal 59

Suprimento sanguíneo do encéfalo 59 Suprimento arterial do encéfalo 59 Drenagem venosa do encéfalo 64

Capítulo 7

Distúrbios do suprimento sanguíneo da medula espinal O suprimento sanguíneo da medula espinal é mais

vulnerável na região torácica e na porção anterior da medula espinal. A oclusão da artéria espinal anterior leva a uma síndrome aguda da região torácica da medula espinal com paraplegia e incontinência. As modalidades espinotalâmicas de dor e temperatura são preferencialmente perdidas, enquanto as funções proprioceptivas da coluna posterior são relativamente preservadas.

Drenagem venosa da medula espinal A drenagem venosa da medula segue um padrão basicamente semelhante ao do suprimento arterial ( Fig. 7.1 ). Existem seis

canais venosos interconectantes longitudinais. Estes consistem, primariamente, em veias espinais anterior e posterior , que percorrem a região mediana. Mais irregulares, e algumas vezes incompletas, as veias anterolateral e posterolateral estão situadas bilateralmente, perto das linhas de fi xação das raízes nervosas anteriores e posteriores, respectivamente. Todos estes vasos drenam através das veias radiculares anteriores e posteriores para o plexo venoso vertebral interno (plexo venoso epidural), que se situa entre a dura-máter e o periósteo vertebral. O plexo venoso interno se comunica com o plexo venoso vertebral externo anterior e com o plexo venoso vertebral externo posterior e, dali, com as veias lombares ascendentes e as veias ázigo e hemiázigo.

Suprimento sanguíneo da medula espinal

� A medula espinal é irrigada pelas artérias espinais anterior e posterior, suplementadas pelas artérias radiculares.

� A drenagem venosa é realizada pelas veias espinais anterior e posterior, que drenam, através das veias radiculares, para o plexo venoso vertebral interno.

Suprimento sanguíneo do encéfalo

Suprimento arterial do encéfalo O encéfalo é irrigado por dois pares de vasos, as artérias carótidas internas e as artérias vertebrais ( Figs. 7.2, 7.3 e 7.7 ). A artéria carótida interna se origina da artéria carótida comum e entra na fossa média do crânio através do canal carótico. Seu trajeto então segue uma série de curvas características, conhecidas como sifão carótico ( Fig. 7.4 ), depois do qual vai em direção anterior pelo seio cavernoso e, depois, em direção superior na porção medial do processo clinoide anterior, chegando à superfície do encéfalo lateralmente ao quiasma óptico. Em seu trajeto, a artéria carótida interna dá origem a alguns ramos pré-terminais.

� As artérias hipofi sárias se originam da parte cavernosa e cerebral da carótida interna e vão irrigar a neuro-hipófi se. Formam, também, o sistema porta-hipofi sário de vasos, pelo qual os fatores liberadores são levados do hipotálamo à adeno-hipófi se ( Cap. 16 ).

� A artéria oftálmica entra na órbita através do canal óptico. Irriga as estruturas da órbita, o seio frontal e as células etmoidais, a parte anterior do couro cabeludo e o dorso do nariz.

� A artéria corióidea anterior irriga o trato óptico, o plexo corióideo do ventrículo lateral, o hipocampo e algumas das estruturas profundas do hemisfério cerebral, inclusive a cápsula interna e o globo pálido.

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA60

Veia espinal posterior

Veia espinal anterior

Ligamento denticulado

Nervo espinal

Aracnoide-máter

Dura-máter

Veia espinal posterolateral

Artéria espinal posterior

Artéria espinal anterior

Artéria radicular posterior

Artéria radicular anterior

Gânglio sensitivodo nervo espinal

Plexo venosovertebral interno

Fig. 7.1 Esquematização do suprimento arterial e da drenagem venosa da medula espinal.

Artéria cerebral anterior

Artéria comunicante anterior

Nervo ópticoArtéria carótida interna

Artéria cerebral média

Artéria comunicante posterior

Nervo oculomotor

Nervo troclear

Infundíbulo

Artéria cerebral posterior

Artéria cerebelar superior

Trato óptico

Artéria basilarNervo trigêmeo

Artéria cerebelar inferioranterior

Artéria vertebral

Artéria cerebelar inferiorposterior

Artéria espinal anterior

Ponte

Pedúnculo cerebral

Bulbo

Corpo mamilar

Quiasma óptico

Fig. 7.2 Esquematização da disposição das artérias na base do encéfalo. O diagrama mostra o círculo arterial do cérebro (antigo polígono de Willis).

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61Suprimento sanguíneo do sistema nervoso central

� A artéria comunicante posterior vai em direção posterior e se une à artéria cerebral posterior, assim formando parte do círculo arterial do cérebro.

Lateralmente ao quiasma óptico, a artéria carótida interna se divide em seus dois ramos terminais, as artérias cerebrais anterior e média . A artéria cerebral anterior tem um trajeto medial acima do quiasma óptico e depois entra na fi ssura longitudinal do cérebro, entre os lobos frontais dos hemisférios cerebrais. Ao fazê-lo, une-se ao vaso correspondente do lado oposto pela curta artéria comunicante anterior . Dentro da fi ssura longitudinal do cérebro, a artéria cerebral anterior segue contornando o joelho do corpo caloso ( Fig. 13.24 ), ramifi cando-se sobre a face medial dos lobos frontal e parietal, os quais irriga ( Fig. 7.5 ). O território irrigado pela artéria

cerebral anterior, portanto, inclui o córtex motor e sensitivo para os membros inferiores. Ramos terminais fi nos também se estendem da fi ssura longitudinal do cérebro para irrigar uma estreita faixa lateral do córtex frontal e parietal.

A artéria cerebral média é a maior das três artérias, e seu território cortical é o mais extenso ( Fig. 7.5 ). Segue lateralmente desde sua origem e entra no sulco lateral, no qual se subdivide, com seus ramos irrigando praticamente toda a face superolateral dos lobos frontal, parietal e temporal. Este território inclui o córtex motor e sensitivo primário para o corpo todo, excluindo-se os membros inferiores. Serve também ao córtex auditivo e ao lobo insular profundamente ao sulco lateral.

Como as estruturas irrigadas por ramos da artéria carótida interna normalmente são perfundidas quase inteiramente desta fonte, costuma-se dizer que são irrigadas pelo “sistema carótico interno”.

Artéria cerebralanterior

Artéria carótidainterna (cortada)

Nervo óptico

Artéria comunicanteposterior

Artérias da ponte

Artéria cerebelarinferior posterior

Raízes do nervohipoglosso

Artéria cerebralmédia

Artéria cerebralposterior

Nervo oculomotor

Artéria cerebelarsuperior

Artéria basilar

Nervo trigêmeo

Artéria cerebelarinferior anterior

Artéria vertebral

Artéria espinalanterior

Fig. 7.3 Artérias na base do encéfalo. Injetou-se um corante vermelho no sistema arterial.

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA62

A artéria vertebral se origina da artéria subclávia, sobe através dos forames transversários das vértebras cervicais e entra na cavidade do crânio através do forame magno, ao longo da parte anterolateral do bulbo ( Figs. 7.2, 7.3, 7.6 e 7.7 ). Superiormente, as duas artérias vertebrais convergem, unindo-se na junção do bulbo e ponte, formando a artéria basilar na linha mediana. Em seu trajeto, a artéria vertebral dá origem a alguns ramos, inclusive as artérias espinais anterior e posterior, que irrigam o bulbo e a medula espinal. Seu maior ramo é a artéria cerebelar inferior posterior , que irriga a parte inferior do cerebelo.

A artéria basilar percorre todo o comprimento da ponte, a qual irriga por meio de pequenos ramos denominados artérias da ponte . Dá origem também à artéria cerebelar anterior inferior , que irriga as partes anterior e inferior do cerebelo, e à artéria do labirinto , que entra no meato acústico interno para irrigar a orelha interna. Na junção da ponte com o mesencéfalo, a artéria basilar se divide em dois pares de vasos, as artérias cerebelares superiores e as artérias cerebrais posteriores . A artéria cerebelar superior irriga a parte superior do cerebelo. A artéria cerebral posterior se curva em torno do mesencéfalo e irriga o córtex visual do lobo occipital e a parte inferomedial do lobo temporal ( Fig. 7.5 ).

As regiões encefálicas (tronco encefálico, cerebelo e lobo occipital), servidas pelas artérias vertebrais e basilar e seus ramos, são descritas como supridas pelo “sistema vertebrobasilar”.

Os sistemas carótico interno e vertebrobasilar são unidos por dois vasos fi nos, as artérias comunicantes posteriores , que passam superoinferiormente entre as extremidades das artérias carótidas internas com as artérias cerebrais posteriores correspondentes.

Isto completa uma anastomose de vasos na base do encéfalo, que é conhecida como círculo arterial do cérebro (antigamente polígono de Willis) ( Figs. 7.2 e 7.3 ), o qual circunda o quiasma óptico e o assoalho do hipotálamo e do mesencéfalo. A disposição anastomótica dos vasos dá a possibilidade de que, no caso de ocorrer uma obstrução ou estenose das partes proximais das artérias cerebrais, que poderia levar à insufi ciência de perfusão dos seus territórios, a mesma

Artéria cerebral anterior

Artéria cerebral anterior

Artéria cerebralposterior

Artéria cerebralposterior

Artéria cerebral média

Artéria cerebral média

A

B

Fig. 7.5 Distribuição cortical cerebral das artérias cerebrais anterior, média e posterior. (A) Vista lateral. (B) Vista medial.

Artéria cerebral anterior

Artéria oftálmica

Artéria cerebral média

Sifão carótico

Artéria carótida interna

Artéria cerebral média

Artéria cerebral anterior

Artéria carótida interna

Sifão carótico

A B

Fig. 7.4 Angiografi as da carótida. Foi introduzido meio de contraste radiopaco na artéria carótida interna a fi m de exibir seu trajeto e sua distribuição intracranianos. (A) Carótida esquerda, vista lateral. (B) Carótida direita, vista anterior. (Cortesia de Professor P D Griffi ths, Academic Unit of Radiology, University of Sheffi eld, Sheffi eld, UK.)

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63Suprimento sanguíneo do sistema nervoso central

possa ser compensada pela circulação de sangue através das artérias comunicantes. A signifi cância real desta disposição depende do tamanho das artérias comunicantes, o que é altamente variável entre os indivíduos. Das artérias que constituem o círculo arterial do cérebro, numerosos e pequenos vasos penetram a superfície do encéfalo. Eles são conhecidos como artérias perfurantes (artérias centrais ou ganglionares) e consistem em dois grupos principais:

1. Artérias perfurantes anteriores , que se originam da artéria cerebral anterior, da artéria comunicante anterior e da região

de origem da artéria cerebral média. Entram no encéfalo na região entre o quiasma óptico e o término do trato olfatório, que é conhecida como substância perfurada anterior ( Fig. 16.13 ). Estes vasos irrigam grandes partes dos núcleos da base, o quiasma óptico, a cápsula interna e o hipotálamo.

2. Artérias perfurantes posteriores , que se originam das artérias cerebral posterior e comunicante posterior. Entram no encéfalo na região entre os dois pilares do cérebro, no mesencéfalo, que é conhecida como substância perfurada posterior ( Fig. 16.13 ), irrigando a parte ventral do mesencéfalo e partes do subtálamo e do hipotálamo.

Artéria vertebralArtéria basilar

Artéria cerebral posterior

Artéria vertebral

Artéria basilar

Artéria cerebelar superior

Artéria cerebral posterior

BA

Fig. 7.6 Angiografi as da vertebral. Foi introduzido meio de contraste radiopaco na artéria vertebral a fi m de exibir seu trajeto e sua distribuição intracranianos. (A) Vista lateral. (B) Vista anterior. (Cortesia de Professor P D Griffi ths, Academic Unit of Radiology, University of Sheffi eld, Sheffi eld, UK.)

Artéria vertebral

Artéria basilar

Artéria cerebral posterior

Artéria carótida interna

Artéria cerebral anterior

Artéria cerebral média Artéria cerebral anterior Artéria cerebral média

Artéria carótida interna

Artéria vertebral

Artéria basilar

Artéria cerebral posterior

A B

Fig. 7.7 Angiorressonâncias em sequência TOF (“ time-of-fl ight ”). Os cortes foram realizados em um equipamento de 3.0 Tesla. Este método não requer a injeção de meio de contraste no paciente, baseando-se preferencialmente em complexas sequências de RM para produzir sinal a partir de estruturas com fl uxo enquanto suprime o sinal de tecidos estáticos. ( A ) Vista lateral. ( B ) Vista anterior. (Cortesia de Professor P D Griffi ths, Academic Unit of Radiology, University of Sheffi eld, Sheffi eld, UK.)

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA64

Drenagem venosa do encéfalo Três tipos de vasos contribuem para a drenagem venosa do encéfalo ( Figs. 7.8 e 7.10 ): as veias profundas, as veias superfi ciais e os seios venosos da dura-máter. Nenhum desses vasos contém válvulas.

As veias cerebrais profundas drenam as estruturas internas do prosencéfalo ( Fig. 7.8 ). Devem ser ressaltadas a veia talamoestriada e a veia corióidea , que drenam os núcleos da base, o tálamo, a cápsula interna, o plexo corióideo e o hipocampo. Dentro de cada hemisfério estes vasos se fundem e formam a veia cerebral interna . As duas veias cerebrais internas então se unem na linha mediana, formando a veia cerebral magna , que se situa abaixo do esplênio do corpo caloso. Este vaso curto é contínuo com o seio reto, que se situa na linha mediana do tentório do cerebelo.

As veias superfi ciais se situam no espaço subaracnóideo ( Fig. 7.9 ). As veias cerebrais superiores drenam primariamente a face superolateral dos hemisférios cerebrais e desembocam no seio sagital superior. A veia cerebral superfi cial média segue ao longo da linha do sulco lateral e desemboca no seio cavernoso. Ademais, existem dois canais anastomóticos maiores, a veia anastomótica superior (maior) e a veia anastomótica inferior, que drenam para o seio sagital superior e o seio transverso, respectivamente.

As veias cerebrais profundas e superfi ciais drenam para os seios venosos da dura-máter ( Figs. 7.9 e 7.10 ; Cap. 5 ), que são canais formados entre as duas camadas de dura-máter. Os seios venosos maiores estão localizados na bordas fi xas da foice do cérebro e do tentório do cerebelo e no assoalho da cavidade craniana.

Ao longo da linha onde a foice do cérebro se fi xa ao interior do crânio encontra-se o seio sagital superior . Este recebe sangue principalmente das veias cerebrais superiores, que se ramifi cam sobre a face lateral dos hemisférios cerebrais. A borda livre da foice contém o seio sagital inferior , que é menor e para o qual se direcionam veias da face medial do hemisfério cerebral. No interior do tentório do cerebelo, ao longo da linha das suas fi xações à foice do cérebro, encontra-se o grande seio reto . No interior dele seguem a veia cerebral magna, que drena as estruturas profundas do prosencéfalo, e o seio sagital inferior.

O seio sagital superior e o seio reto convergem para a confl uência dos seios , que se situa adjacente à protuberância occipital interna. Daí, o sangue fl ui de ambos os lados ao seio transverso , que se situa ao longo da linha de fi xação do tentório do cerebelo ao osso occipital. O seio transverso é contínuo com o seio sigmóideo , que, por sua vez, une-se à veia jugular interna no nível do forame jugular.

O seio cavernoso ( Fig. 7.11 ) situa-se lateralmente ao corpo do osso esfenoide. Recebe sangue da veia cerebral média e drena para a veia jugular interna (através do seio petroso inferior) e para o seio transverso (através do seio petroso superior). Os dois seios cavernosos são conectados pelos seios intercavernosos, que se situam anterior e posteriormente à hipófi se, formando um círculo venoso em torno dela (o seio circular). Os seios venosos da dura-máter são conectados a veias extracranianas através de veias emissárias .

Distúrbios do suprimento sanguíneo do encéfalo Uma das causas mais comuns de incapacidade

neurológica é o acidente vascular encefálico (AVE) . A oclusão súbita de uma artéria cerebral leva à morte de tecido nervoso ( infarto ). A ruptura de um vaso causa sangramento no encéfalo ( hemorragia cerebral ). Estes eventos levam ao rápido desenvolvimento de uma síndrome neurológica focal. Os AVEs relacionados com a artéria carótida e seus ramos cerebrais se associam à epilepsia focal, a um défi cit sensitivo/motor contralateral e a um défi cit psicológico (p. ex., afasia). Os AVEs que afetam a circulação vertebrobasilar levam a síndrome focal no tronco encefálico. Pode ocorrer recuperação da função, mas ela pode levar até dois anos e ser incompleta.

Aneurisma é um alargamento anormal em forma de balão em uma artéria. Surge uma emergência cirúrgica quando um aneurisma se rompe e o sangue se projeta em torno do cérebro no espaço subaracnóideo ( hemorragia subaracnóidea ) e dentro do cérebro ( hemorragia intracerebral ). Uma dor de cabeça intensa e rigidez de nuca são seguidas por coma e défi cits neurológicos. É necessário fazer uma neurocirurgia ou colocar “espirais” intra-arteriais para vedar o aneurisma, impedir ulterior sangramento e permitir a recuperação.

Um angioma , ou malformação arteriovenosa , é uma coleção congênita de vasos edemaciados que podem romper-se, causando hemorragia cerebral, ou “roubar” sangue das regiões cerebrais adjacentes, levando à epilepsia e à síndrome cerebral focal.

Suprimento arterial do cérebro

� O cérebro é irrigado pelos pares de artérias carótidas internas e vertebrais.

� A artéria carótida interna termina lateralmente ao quiasma óptico, dando origem às artérias cerebrais anterior e média.

� A artéria cerebral anterior entra na fi ssura longitudinal do cérebro e irriga a face medial do hemisfério cerebral.

� A artéria cerebral média entra no sulco lateral e irriga a face superolateral do hemisfério cerebral.

� As artérias vertebrais percorrem a parte ventrolateral do bulbo, unindo-se para formar a artéria basilar na linha mediana, estendendo-se esta última pelo comprimento inteiro da ponte. Em seu trajeto, as artérias vertebrais e basilar dão origem a ramos que irrigam o cerebelo e o tronco encefálico.

� O principal ramo terminal da artéria basilar é a artéria cerebral posterior, que irriga o lobo occipital do hemisfério cerebral.

� A artéria comunicante anterior liga as duas artérias cerebrais anteriores. As artérias comunicantes posteriores localizam-se entre a artéria carótida interna e a artéria cerebral posterior, de cada lado. Esta anastomose de vasos constitui o círculo arterial do cérebro.

� Pequenas artérias perfurantes se originam do círculo arterial do cérebro e irrigam a área hipotalâmica e a cápsula interna.

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65Suprimento sanguíneo do sistema nervoso central

Núcleo caudado

Veia talamoestriada

Tálamo

Veia cerebral interna

Corno anteriordo ventrículolateral

Veia corióidea

Plexo corióideo

Terceiro ventrículo

Veia cerebral magna

Fig. 7.8 As veias cerebrais profundas. O encéfalo é visto por cima e o corpo caloso foi removido para revelar o terceiro ventrículo e ventrículos laterais.

Veia anastomóticasuperior Seio sagital superior

Confluência dosseiosSeio transverso

Seio sigmóideoVeia jugular internaVeia anastomótica inferior

Veia cerebralsuperficial média

Seio sagital superiorSeio sagital inferior

Veia cerebralmagnaSeio reto

Confluênciados seios

A B

Fig. 7.9 Drenagem venosa do encéfalo. (A) Vista lateral. (B) Vista medial.

Doenças dos seios venosos A trombose dos seios sagitais é uma complicação rara do parto, de distúrbios da coagulação sanguínea

e de otite infecciosa. A obstrução da drenagem venosa do cérebro leva ao edema cerebral e à síndrome da hipertensão intracraniana (pág. 47). A lesão cerebral causada pelo infarto

venoso se manifesta como crises epilépticas e paralisia focal das extremidades.

Na trombose do seio cavernoso há dor aguda e edema da órbita e seu conteúdo, com oftalmoplegia, ptose e perda da sensibilidade da face.

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA66

Drenagem venosa do encéfalo

� A drenagem venosa do encéfalo envolve veias superfi ciais, veias profundas e seios venosos da dura-máter.

� As veias cerebrais profundas drenam para a veia cerebral magna, que é contínua com o seio reto.

� As veias superfi ciais desembocam principalmente no seio sagital superior e no seio cavernoso.

� O seio sagital superior e o seio reto se encontram na confl uência dos seios.

� O sangue venoso percorre o seio transverso e o sigmóideo e vai para a veia jugular interna.

Seio sagital superior

Veia cerebral magna

Seio reto

Confluência dos seios

Seio transverso

Seio sigmóideo

Veias corticais

Seio sagital superior

Seio transverso

Confluência dos seios

Seio sigmóideo

A B

Fig. 7.10 Venografi as por RM em fase contrastada. Os cortes foram realizados em um equipamento de 3.0 Tesla. ( A ) Vista lateral. ( B ) Vista anterior. (Cortesia de Professor P D Griffi ths, Academic Unit of Radiology, University of Sheffi eld, Sheffi eld, UK.)

Hipófise

Seioesfenoidal

Nervo oculomotor

Nervo troclear

Seio cavernoso

Artéria carótidainterna

Dura-máter Nervo maxilar

Nervo oftálmico

Nervo abducente

Fig. 7.11 Esquematização de um corte transversal através do seio cavernoso.

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119

Tálamo

Superiormente ao mesencéfalo fi ca o prosencéfalo ( Fig. 1.10 ). O prosencéfalo compreende o diencéfalo, pareado bilateralmente, e o telencéfalo e, é sem dúvida, a maior estrutura derivada das três divisões embriológicas básicas do encéfalo (págs. 5-6). O diencéfalo é contínuo com a parte superior do mesencéfalo, e fi ca entre o tronco encefálico e os hemisférios cerebrais. O diencéfalo é composto de posterior para anterior por: epitálamo, tálamo, subtálamo e hipotálamo, dos quais o tálamo é o maior. O tálamo consiste em vários núcleos que, na maioria, têm extensas conexões recíprocas com o córtex cerebral. De particular interesse são:

� os núcleos que transmitem informações sensoriais gerais e especiais para as regiões correspondentes do córtex sensorial

� os núcleos que recebem impulsos do cerebelo e dos núcleos da base e que estabelecem conexões com as regiões motoras do lobo frontal

� os núcleos que têm conexões com áreas associativas e límbicas do córtex cerebral.

O diencéfalo é quase inteiramente cercado pelo hemisfério cerebral; consequentemente, além da porção anterior do hipotálamo (que pode ser vista na base do encéfalo), apenas uma pequena parte de sua estrutura pode ser visualizada externamente ( Fig. 12.1 ). Imediatamente inferior ao quiasma óptico fi ca localizada uma elevação na linha mediana, o túber cinéreo . De seu ápice estende-se o infundíbulo , que se conecta à glândula hipófi se. Inferiormente ao túber cinéreo estão localizadas duas eminências arredondadas, de cada lado da linha mediana, os corpos mamilares. Estes contêm os núcleos mamilares do hipotálamo. O hipotálamo fi ca abaixo do tálamo e se estende medial e anteriormente ao subtálamo. Possui importantes conexões com o sistema límbico, tem infl uência no controle da atividade do sistema nervoso autônomo e papel fundamental na função neuroendócrina, em parte pela sua relação com a glândula hipófi se. O hipotálamo será abordado posteriormente, no Capítulo 16 .

As outras partes do diencéfalo podem ser vistas em secções sagitais e coronais do encéfalo ( Figs. 12.2 e 12.3 ). O diencéfalo forma a parede lateral do terceiro ventrículo. A parte posterior da parede ventricular é formada pelo tálamo, e a parte anterior, pelo hipotálamo. O epitálamo é uma parte relativamente

pequena do diencéfalo, localizada na região mais inferior e posterior, imediatamente acima dos colículos superiores do mesencéfalo. Consiste principalmente na glândula pineal e habênula ( núcleos habenulares) . A glândula pineal é um órgão endócrino. Ela sintetiza o hormônio melatonina. A glândula pineal está envolvida no controle do ciclo sono/vigília (ritmo circadiano) e na regulação do início da puberdade. Os núcleos habenulares têm conexões com o sistema límbico ( Cap. 16 ).

O subtálamo fi ca abaixo do tálamo e em posição lateral e posterior ao hipotálamo, com sua porção lateral e anterior voltada para a cápsula interna. Ele contém dois grupos celulares relevantes, o núcleo subtalâmico e a zona incerta . O núcleo subtalâmico está localizado na parte anterolateral do subtálamo, imediatamente medial à cápsula interna. Em corte coronal, tem o formato de uma lente biconvexa. O núcleo subtalâmico tem conexões conspícuas com o globo pálido e a substância negra, e é importante no controle dos movimentos. Ele será abordado com mais detalhes no Capítulo 14 . A zona incerta é uma extensão superior da formação reticular do tronco encefálico. Vários sistemas de fi bras atravessam o subtálamo em direção ao tálamo, incluindo projeções sensoriais ascendentes (lemnisco medial, tratos espinotalâmicos, tratos trigeminotalâmicos), fi bras cerebelotalâmicas do núcleo denteado e fi bras palidotalâmicas da parte medial do globo pálido. As últimas envolvem a zona incerta como fascículo lenticular (palidotalâmicas) e fascículo talâmico (cerebelotalâmicas) ( Fig. 14.8 ).

Anatomia topográfi ca do tálamo

Características externas O tálamo se compara, em tamanho e forma, a um pequeno ovo de galinha. Junto com o hipotálamo ele forma a parede lateral do terceiro ventrículo, sendo que a transição entre os dois é marcada por um sulco tênue, o sulco hipotalâmico. Na maioria dos indivíduos os dois tálamos são unidos, na estreita fenda dos ventrículos, pela aderência intertalâmica . Um fascículo de fi bras nervosas, a estria medular do tálamo , que possui conexões límbicas, segue ao longo da margem posteromedial do tálamo ( Fig. 12.2 ). Ao longo desta linha, o revestimento ependimal do terceiro ventrículo se estende num vão estreito para formar o teto do ventrículo.

A região anterior do tálamo se estende até o forame interventricular, através do qual o terceiro ventrículo e os ventrículos laterais se comunicam. Lateralmente ao tálamo encontra-se o ramo posterior da cápsula interna, e na posição anterolateral está a cabeça do núcleo caudado ( Fig. 12.4 ). Assim, a porção posterior do tálamo forma parte do assoalho dos ventrículos laterais. Outro fascículo de fi bras nervosas com

Anatomia topográfi ca do tálamo 119 Características externas 119 Organização interna 120

Organização funcional dos núcleos talâmicos 122 Grupo nuclear lateral 122 Grupo nuclear anterior 125 Grupo nuclear medial 125 Núcleos intralaminares 125 Núcleo reticular 125

Capítulo 12

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA120

conexões límbicas, a estria terminal , marca a divisão entre o tálamo e o núcleo caudado ( Fig. 12.4 ). Anteriormente ao tálamo fi cam o subtálamo e o hipotálamo; inferiormente a este encontra-se o mesencéfalo.

Organização interna No interior do tálamo está localizada uma fi na camada de fi bras nervosas, composta de algumas das conexões aferentes e eferentes dos núcleos talâmicos. Esta camada é chamada de lâmina medular medial ( Figs. 12.3, 12.5 e 12.6 ). A lâmina tem a forma aproximada de um Y, quando vista de cima, o que

permite a divisão da maior parte do tálamo em três massas de núcleos: anterior , medial e lateral . Cada um desses complexos celulares é subdividido em vários núcleos, nomeados individualmente. Imersos na lâmina medular medial estão vários grupos celulares, conhecidos coletivamente como núcleos intralaminares do tálamo ( Figs. 12.5 e 12.6 ). Lateral à maior massa de núcleos talâmicos fi ca outra camada de fi bras nervosas, a lâmina medular lateral , que consiste em fi bras talamocorticais e corticotalâmicas. Entre esta e a cápsula interna encontra-se um fi no estrato de neurônios que constituem o núcleo reticular do tálamo ( Fig. 12.3 ).

Pilares do cérebro

Quiasma ópticoNervo óptico

Infundíbulo

Túber cinéreoTrato óptico

Corpos mamilaresNervo oculomotor

Fig. 12.1 Vista anterior do diencéfalo.

Aquedutodo mesencéfalo

Habênula

Fórnice (coluna)

Forameinterventricular

Comissuraanterior

Quiasma óptico

Glândula pineal

Sulco hipotalâmico

Corpo mamilar

Nervo óptico

Hipotálamo

Tálamo Estria medular do tálamo

Fórnice (corpo)

Aderência intertalâmica

Fig. 12.2 Secção sagital do encéfalo mostrando as relações do diencéfalo.

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121Tálamo

A B

Terceiroventrículo

Fórnice

Globo pálido

Hipotálamo

Núcleo reticular

Núcleo ventral lateral

Trato óptico

Estriaterminal

Cápsulainterna

Núcleo medial dorsal Estria medularNúcleo caudado

Lâmina medular interna Grupo nuclear anterior

Núcleo ventralanterior

Zona incerta

Núcleo subtalâmico Ponte

A

B

Fig. 12.3 Secções coronais através do diencéfalo. Corante para mielina Luxol fast blue.

Anatomia do tálamo

� O tálamo é um amplo componente do diencéfalo que está situado entre o tronco encefálico e os hemisférios cerebrais.

� Quase todos os núcleos talâmicos possuem importantes conexões recíprocas com o córtex cerebral.

� O tálamo é dividido em três grupos principais de núcleos (anterior, medial e lateral) pela lâmina medular medial.

� Embutidos dentro da lâmina medular medial residem os núcleos intralaminares.

� Na região lateral do tálamo está o fi no núcleo reticular.

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA122

Organização funcional dos núcleos talâmicos Todos os núcleos do tálamo, exceto o núcleo reticular, se projetam para o córtex cerebral ipsilateral, e todo o córtex recebe conexões do tálamo. Da mesma forma, todos os núcleos talâmicos recebem fi bras provenientes do córtex de modo basicamente recíproco. Em alguns casos existem projeções precisas, pontuais, entre núcleos talâmicos individuais e zonas corticais restritas com funções sensoriais ou motoras bem defi nidas. Isso é exemplifi cado pela relação entre os núcleos talâmicos e as regiões corticais que exercem controle sobre os sentidos gerais e especiais e as regiões motoras que recebem conexões cerebelares e dos núcleos da base ( Fig. 12.6 ).

Esses núcleos talâmicos são comumente referidos como os núcleos “ específi cos” . Todos os núcleos específi cos estão no terço ventral do grupo nuclear lateral. Outros núcleos talâmicos recebem aferências menos distintas funcionalmente que não incluem vias estritamente sensoriais ou motoras; por sua vez,

esses núcleos se conectam com áreas mais amplas do córtex, incluindo áreas associativas e límbicas. Eles são frequentemente referidos como núcleos “ não específi cos” . Os núcleos talâmicos não específi cos incluem os núcleos do terço dorsal do complexo nuclear lateral e os complexos anterior e medial como um todo.

Lesões do tálamo Acidentes vasculares encefálicos e tumores que destroem o tálamo levam à perda de sensibilidade na face e nos membros contralaterais,

acompanhada de sensação de desconforto em áreas paradoxalmente anestesiadas ( dor talâmica ).

Lesões talâmicas podem mimetizar distúrbios corticais focais devido à riqueza das conexões talamocorticais.

Grupo nuclear lateral O grupo nuclear lateral contém todos os chamados núcleos talâmicos “específi cos”. Eles estão localizados na parte ventral do complexo e incluem os núcleos ventral anterior, ventrais laterais, ventrais posteriores, núcleos do corpo geniculado lateral e núcleos do corpo geniculado medial ( Figs. 12.5 e 12.6 ).

Núcleo ventral posterior O núcleo ventral posterior (VP) fi ca entre o núcleo ventral lateral e o pulvinar do tálamo. No núcleo ventral posterior há terminações de todas as vias ascendentes da medula espinal e do tronco encefálico que trazem informações sensoriais gerais da metade contralateral do corpo em nível consciente. Essas vias incluem os tratos espinotalâmicos, o lemnisco medial e os tratos trigeminotalâmicos. A terminação dessas fi bras no núcleo ventral posterior é altamente organizada somatotopicamente.

Uma extensa porção lateral desse núcleo, chamada de núcleo ventral posterolateral (VPl) ( Fig. 12.6 ), recebe informações do tronco e dos membros através dos tratos espinotalâmicos e do lemnisco medial. Uma porção medial menor do núcleo ventral posterior recebe informações provenientes da cabeça, através do trato trigeminotalâmico, e é chamada de núcleo ventral posteromedial (VPm). Esta área também recebe informações gustatórias do núcleo solitário do bulbo e informações vestibulares dos núcleos vestibulares. O núcleo ventral posterior se projeta para o córtex somatossensitivo primário no giro pós-central do lobo parietal.

Núcleo do corpo geniculado lateral Os núcleos do corpo geniculado lateral estão localizados próximo ao polo posterior do tálamo, anterior ao pulvinar do tálamo. Neste local eles formam pequenas proeminências na superfície, conhecidas como corpos geniculados. O núcleo do corpo geniculado lateral faz parte do sistema visual e será mais bem discutido no Capítulo 15 . É o local de terminação do trato óptico, que tem axônios das células ganglionares da retina. Como consequência da hemidecussação das fi bras do nervo óptico no quiasma óptico, o núcleo de cada corpo geniculado lateral recebe axônios originados da hemirretina temporal ipsilateral e da hemirretina nasal contralateral. Assim, cada núcleo recebe informação visual relativa à metade contralateral do campo visual. O núcleo do corpo geniculado lateral envia fi bras para o córtex visual primário do lobo occipital através da parte retrolentiforme da cápsula interna e da radiação óptica.

Núcleo do corpo geniculado medial O núcleo do corpo geniculado medial faz parte do sistema auditivo, descrito no Capítulo 10 . Ele recebe fi bras ascendentes

Cabeça do núcleo caudado

Plexo corióideodo ventrículo lateralrecobrindo o tálamo Lobo occipital Estria terminal

Corpo caloso Lobo frontal

Fórnice

Fig. 12.4 Corte transversal do encéfalo mostrando estruturas do diencéfalo. À direita, o plexo corióideo foi removido.

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123Tálamo

do colículo inferior do mesencéfalo, através do colículo inferior. O núcleo do corpo geniculado medial se projeta, através da parte retrolentiforme da cápsula interna e da radiação auditiva, para o córtex auditivo primário do lobo temporal.

Núcleo ventral anterior O núcleo ventral anterior (VA) ocupa a porção superior da massa nuclear lateral. Ele é composto de duas subdivisões: a maior, parte principal (VApc), e a menor, parte magnocelular (VAmc). As principais aferências subcorticais para esta região são fi bras de saída do sistema de núcleos da base ipsilateral que se originam do globo pálido medial e seu homólogo, a parte reticular da substância negra. Fibras provenientes do globo pálido terminam no VApc, enquanto as provenientes da substância negra terminam no VAmc. O núcleo ventral anterior do tálamo tem conexões recíprocas com regiões motoras do lobo frontal, particularmente o córtex pré-motor

e motor suplementar. É, portanto, uma parte importante do mecanismo de controle dos movimentos normais, funcionando também como mediador dos movimentos anormais que ocorrem nos casos de distúrbios dos núcleos da base.

Núcleo ventral intermédio O núcleo ventral intermédio (VI) localiza-se em posição imediatamente inferior ao núcleo ventral anterior no terço lateral do complexo nuclear. São compostos de três subdivisões: parte oral (VIo), parte medial (VIm) e parte caudal (VIc). As aferências subcorticais para o núcleo ventral intermédio se originam principalmente do globo pálido e da substância negra ipsilaterais e do núcleo denteado contralateral do cerebelo. As aferências do globo pálido e da substância negra terminam no VIo e VIm, enquanto aquelas provenientes do cerebelo terminam no VIc. O núcleo ventral intermédio,

Núcleo reticular

Grupo nuclear anterior Grupo nuclear lateral

Grupo nuclear medial

Grupo nuclear medial

Lâmina medular interna

Lâmina medular interna

Grupo nuclear intralaminar

Grupo nuclear lateral

A B

Núcleo ventral anterior

Núcleo ventral intermédio

Núcleo ventral posterolateral

Núcleo ventral posterolateral

Núcleo ventral posteromedial

Núcleo dorsolateral

Núcleo lateroposterior

Núcleo lateroposterior

Núcleo do corpogeniculado lateral

Núcleo do corpogeniculado medial

Pulvinar do tálamo

C D

Fig. 12.5 O tálamo esquerdo visto a partir do aspecto anterolateral (A,C) e em corte coronal (B,D) mostrando os principais grupos nucleares (A,B) e as divisões do grupo nuclear lateral (C,D) .

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NEUROANATOMIA ILUSTRADA124

Núcleo ventral anterior paraCórtex pré-motor

Núcleo ventral lateral paraCórtex motor primário

Núcleo ventralposterolateral para Córtex somatossensitivo

Núcleo do corpogeniculado lateralpara Córtex visual

Núcleo do corpogeniculado medialpara Córtex auditivo

Núcleo ventral posterolateralpara Córtex somatossensitivo

Núcleo ventral posteromedialpara Córtex somatossensitivo

Grupo nuclear anterior paraCórtex do giro do cíngulo

Grupo nuclear medial paraCórtex pré-frontal

A B

Sulcolateral

Sulcolateral

Sulco central Sulco central

Sulcoparietoccipital

C D

Fig. 12.6 Organização dos núcleos talâmicos e suas principais relações com o córtex cerebral. O tálamo é visto pela região anterolateral ( A ) e secção coronal ( B ). As cores representam as inter-relações entre os núcleos talâmicos e as regiões do córtex cerebral nas porções lateral (C) e medial (D) do hemisfério cerebral.

Tratamento cirúrgico de distúrbios dos núcleos da base e cerebelo Lesões provocadas por neurocirurgia na região

dos núcleos ventrais intermédios e ventral anterior são usadas para aliviar alguns dos sintomas motores associados a distúrbios dos núcleos da base (rigidez, tremor de repouso, discinesias) e do cerebelo (tremor de intenção). Este procedimento, a talamotomia , foi superado pelo tratamento com drogas nos casos de doenças dos núcleos da base, mas ainda é usado para aliviar o tremor cerebelar, por exemplo, na esclerose múltipla.

Organização funcional do grupo nuclear lateral

� Os núcleos talâmicos “específi cos” têm funções sensoriais ou motoras bem defi nidas e conexões extremamente organizadas com regiões sensoriais e motoras do córtex cerebral. Todos eles fi cam no terço ventral da massa nuclear lateral e incluem: � Núcleo ventral posterior: recebe aferências sensoriais gerais do

lemnisco medial, do trato espinotalâmico e do trato trigeminotalâmico; emite eferências para o córtex somatossensitivo primário do lobo parietal.

� Núcleo do corpo geniculado lateral: recebe aferências visuais do trato óptico; emite projeções para o córtex visual primário do lobo occipital.

� Núcleo do corpo geniculado medial: recebe aferências auditivas do colículo inferior; emite eferências para o córtex auditivo primário do lobo temporal.

� Núcleos ventrais intermédios e ventral anterior: recebem aferências do cerebelo e de núcleos da base; emitem eferências para áreas motoras corticais do lobo frontal.

� Os núcleos “não específi cos” se conectam com áreas mais amplas do córtex, inclusive regiões associativas e límbicas.

assim como o núcleo ventral anterior, tem conexões recíprocas com áreas motoras do lobo frontal, especialmente com o córtex motor primário do giro pré-central.

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125Tálamo

No terço lateral do complexo nuclear localizam-se vários dos chamados núcleos “não específi cos”. Entre estes, o núcleo dorsolateral é parte do sistema límbico. Ele recebe aferências do hipocampo e envia eferências para o giro do cíngulo. O núcleo lateroposterior tem conexões com o córtex de associação sensorial do lobo parietal. O pulvinar do tálamo é uma grande região na porção mais posterior do tálamo. Possui extensas conexões com o córtex associativo dos lobos parietal, temporal e occipital.

Grupo nuclear anterior A porção mais anterior do tálamo, que se estende até seu polo superior, é o complexo nuclear anterior. Ele é composto por três subdivisões: os núcleos anteroventral, anteromedial e anterodorsal. As conexões individuais desses núcleos não serão discutidas. O grupo nuclear anterior é parte do sistema límbico. Ele recebe uma grande projeção aferente dos corpos mamilares do hipotálamo através do trato mamilotalâmico. O complexo anterior se projeta principalmente para o giro do cíngulo na face medial do hemisfério cerebral ( Fig. 16.11 ). Está envolvido no controle dos impulsos instintivos, nos aspectos emocionais do comportamento e na memória.

Grupo nuclear medial O grupo nuclear medial forma uma grande região que consiste principalmente no núcleo medial dorsal (núcleo dorsomedial) e alguns componentes bem menores, tais como o núcleo de reunião. As aferências subcorticais para o núcleo medial dorsal vêm do hipotálamo, do corpo amigdaloide e de outros núcleos talâmicos, inclusive os núcleos intralaminares e os núcleos do complexo lateral. Existem extensas conexões recíprocas entre o núcleo medial dorsal e o córtex pré-frontal. Elas participam principalmente no controle do humor e das emoções.

Núcleos intralaminares Vários núcleos fi cam imersos na lâmina medular interna do tálamo. Dentre estes estão os núcleos centromediano e o parafascicular, sendo o centromediano o maior núcleo

intralaminar em seres humanos. Os núcleos intralaminares recebem aferências ascendentes da formação reticular do tronco encefálico e também dos sistemas espinotalâmico e trigeminotalâmico. Por sua vez, eles emitem projeções para amplas regiões do córtex cerebral e para o núcleo caudado e para o putame (núcleos da base). Os núcleos intralaminares são parte do mecanismo de ativação do revestimento cortical cerebral. Quando estimulados, a atividade em ritmo alfa, associada ao repouso e ao sono, sofre interrupção e o eletroencefalograma (EEG) se torna assincrônico. Lesões dos núcleos intralaminares reduzem a percepção de dor e o nível de consciência.

Núcleo reticular O núcleo reticular é uma fi na camada de células localizada na porção lateral do tálamo, entre a lâmina medular lateral e a cápsula interna. Recebe colaterais de fi bras talamocorticais e corticotalâmicas, que passam entre outros núcleos talâmicos e o córtex cerebral.

Organização funcional dos núcleos anteriores, mediais, intralaminares e do núcleo reticular

� O grupo nuclear anterior do tálamo é parte do sistema límbico. Essa região recebe fi bras dos corpos mamilares do hipotálamo e emite projeções para o giro do cíngulo.

� No grupo nuclear medial, o núcleo medial dorsal possui extensas conexões recíprocas com o córtex do lobo frontal.

� Os núcleos intralaminares recebem projeções da formação reticular e de sistemas sensoriais ascendentes. Eles se projetam para o córtex cerebral e para o estriado e são responsáveis pela ativação do córtex cerebral.

� O núcleo reticular recebe colaterais das fi bras talamocorticais e corticotalâmicas.

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