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    Pesher Habacuc e o tema do sofrimento escatolgico.

    Edgard Leite

    http://lattes.cnpq.br/4323981692424724

    Prof. Dr. Universidade do Estado do Rio de Janeiro,Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

    Resumo:

    Este texto analisa, a partir da literatura dos pesharim, e especialmente de Pesher

    Habacuc (1QpHab), o tema do sofrimento escatolgico, tambm presente no Do-

    cumento de Damasco. Tentamos propor alguns elos entre essa tradio e o tema

    do sofrimento de Jesus na literatura neotestamentria.

    Abstract:

    This paper analyzes, from the literature ofpesharim, and especially Pesher Ha-

    bakkuk (1QpHab), the eschatological theme of suffering, also present in the Da-

    mascus Document. We try to offer some links between this tradition and the

    theme of Jesus' suffering in the New Testament literature.

    Palavras-chave: Pesher Habacuc Pesharim - Manuscritos do Mar Morto Mestre

    da Justia Cristianismo antigo.

    Key-words: Pesher Habacuc Pesharim - Dead Seas Scrolls - Master of Justice -

    Ancient Christianity.

    I

    O perodo do segundo templo (516 a.e.c- 70 e.c.) fundamental para a com-

    preenso das grandes questes que envolvem a histria dos textos bblicos. Os tex-

    tos do Tanach foram concludos em suas verses finais nessa poca. E na sua

    complexa e misteriosa histria poltica e religiosa esto ocultos muitos elementos

    capazes de lanar luzes sobre a formao e natureza do perodo neotestamentrio.

    Durante sculos as fontes para o estudo desse perodo eram limitadas. No en-

    tanto, uma sucesso de grandes achados arqueolgicos entre o final do sculo XIX

    e meados do sculo XX, foram cruciais para uma revoluo documental e interpre-

    tativa. Um dos marcos desse processo foi a descoberta do importante acervo guar-dado na Geniz de uma antiga sinagoga do Cairo. Ali, entre uma multido de do-

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    cumentos antigos, foi localizado o assim chamado Documento de Damasco ou

    Documento Zadokita.

    Esse texto trata, entre outras coisas, de at ento desconhecidos desdobra-

    mentos polticos do perodo do segundo templo. Dentre eles, da emergncia de

    uma importante liderana religiosa, o mor hatzadik (1QpHab), mor tzadik

    (Documento de Damasco), ou mor hatzedaq (1QpHab), o mestre [ou pro-

    fessor] da justia, o mestre justo ou o mestre correto. A partir dele, como se

    depreende do Documento de Damasco toda uma tradio sectria de cunho apo-

    calptico obteve legitimidade. O texto, em duas cpias dos sculos X e XI, aponta a

    longa continuidade de sua relevncia histrica que estendeu-se at o perodo medi-

    eval.

    A importncia dessa personagem tornou-se evidente aps a descoberta da bi-

    blioteca de Qumram, a partir de 1946. Ali se encontraram diversos exemplares doDocumento de Damasco. O mestre da justia, portanto, ou sua obra e tradio,

    era importante no perodo do segundo templo, entre grupos sectrios que produzi-

    am ou reproduziam uma literatura de teor apocalptico. A sua figura est no cerne

    dos estudos sobre a origem dos movimentos apocalpticos relacionados a certos

    textos de Qumran (Martinez, 1995). Alm desses textos, o mestre da justia re-

    velou-se tambm relevante em outros especficos documentos sectrios. At ento

    desconhecidos. Tratam-se daqueles textos conhecidos como pesharim.

    II

    Pesher uma palavra hebraica, com cognatos em aramaico e acadiano, que

    possui o significado de libertar, ou soltar. Especialmente, em seu sentido orig i-

    nal, no que diz respeito ao sentido dos sonhos (Berrin, 644). Aparece, no Tanach

    em Eclesiastes 8:1. No conjunto de documentos encontrados em Qumran a expres-

    so utilizada para designar certas categorias de textos, que contm interpreta-

    es especficas, metodologicamente, dos textos bblicos. Diz-se desse tipo de do-

    cumentos que so pesher, plural pesharim.

    O pesher usualmente contm uma citao de um texto bblico, o lemma, se-

    guido de uma frmula introdutria que usa o termo pesher e a aplicao do tex-

    to a uma realidade contempornea que est fora de seu contexto original (Berrin,

    644). O seu objetivo maior o de atualizao dos textos bblicos atravs de uma

    aplicao apropriada. A aplicao se fundamenta sobre associaes lingsticas ou

    literrias entre a interpretao [o pesher] e o lemma (Berrin, 645).

    Suas preocupaes so, portanto, contemporneas. O texto bblico conside-

    rado sempre como detentor de uma mensagem desconhecida para o seu autor,

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    mas revelada ao intrprete pesher que nele encontra o prenncio inequvoco dos

    acontecimentos presentes (Amusin, 1977). No simples explanao, portanto,

    peshat, mas algo mais. Uma utilizao tendenciosa do texto bblico.

    Shani Berrin tratou das tcnicas exegticas prprias dos pesharim e especifi-

    cou que alm da utilizao de parfrases e alegorias, tambm so usadas poliva-lncias, isto , jogos de palavras ligadas a variantes textuais, reais ou hipotticas,

    homgrafas ou homfonas, anagramas e abreviaes, o que os aproxima das tcni-

    cas rabnicas de altikra. Muitos autores, como Charlesworth, tendem a distingui-los

    dos midrashim, isto , das formas de anlise tpicas da tradio rabnica (Charles-

    worth, 41). Caracterizando-os, portanto, como procedimento discursivo especfico

    de uma tradio sectria prpria, os qumranitas, talvez, os essnios, segundo ou-

    tros. De qualquer forma um grupo de perspectivas apocalpticas que est relaciona-

    do com outros documentos encontrados em Qumran.Parece bsico, alm do mais, a utilizao de atomizaes, isto , atitudes que

    ignoram o contexto original ou contedo estrutural bblico prvio.

    A teologia dos pesharim usualmente referida ao aharit ha-yamim, isto ,

    o final dos dias (Berrin, 645). Donde um de seus temas bsicos ser a histria do

    grupo que o redige (Charlesworth, 72), entendida numa perspectiva teleolgica.

    Da, sem dvida, seus termos tcnicos estarem relacionados aos protagonistas des-

    sa histria, ou seja,mestre da justia, o sacerdote do mal, o homem da menti-

    ra, os filhos da luz, os filhos das trevas e, especialmente seus inimigos exte r-nos, os kittim. Os pesharim entendem o momento em que estavam sendo elabo-

    rados como o derradeiro da histria.

    Quase todos os autores concordam que os pesharim foram escritos em torno

    do I sculo a.e.c e que so particularmente atentos a eventos histricos que tive-

    ram lugar em algum momento em torno da revolta dos macabeus (167 a.e.c.). Se

    o Documento de Damasco pertence mesma tradio dos pesharim, parece

    possvel que o grupo que cerca o mestre da just ia surgiu em torno dessa poca.

    O Documento aponta uma data prxima a essa para a emergncia do grupo. Tal-

    vez no perodo em que viveu Jonathan (152-142 a.e.c.) ou Simo (143-135 a.e.c.),

    soberanos hasmoneus. Se os exemplares disponveis em Qumran eram cpias ou

    autgrafos ainda matria de discusso (Charlesworth, 77).

    III

    O mais completo dos pesharim o pesher Habacuc (1QpHab). Trata-se de

    um texto encontrado na caverna 1 de Qumran, tendo sido publicado em 1951. Pela

    sua integridade e coerncia interna considerado um pesher padro. Trata-se de

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    um comentrio sobre a histria do povo judeu e do grupo sectrio obtido atravs de

    uma interpretao do livro do profeta Habacuc (Brownlee, 1979).

    O texto de Habacuc utilizado pelo autor possui variaes com relao ao texto

    masortico. Por exemplo, o pesher 1QpHab ii.1 l Hab 1.5 como habogedim, isto

    , traidores, da mesma forma que a Septuaginta. O texto masortico l bag-

    goyimentre as naes. Este uma variante interessante e que adquire particular

    importncia nesse pesher. Alguns sustentam que o autor utiliza, na verdade, mais

    de uma verso do texto de Habacuc (Brownlee, 1959). Isso coerente com a ten-

    dncia do perodo do segundo templo, atestada em Qumran, de preservar diferen-

    tes variantes textuais sem maiores preocupaes com uma fixao cannica. Sua

    caligrafia herodiana e provavelmente data da segunda metade do sculo I a.e.c.

    Possui a caracterstica singular de escrever o tetragrama com caracteres paleo-

    hebraicos (Bernstein, 647).Um dos desafios dos estudiosos dos pesharim e especialmente do pesher

    Habacuc a identificao dos protagonistas do texto. E, a partir da, tanto uma

    compreenso mais precisa da histria e da teologia do grupo sectrio que o gerou

    quanto do impacto posterior de sua tradio.

    Inicialmente, claro, a enigmtica figura do mestre da justia. Talvez seja

    ele o autor de 1QHodayot, que preserva hinos de louvor a Deus de forte carga

    apocalptica, e que anterior aos pesharim (Charlesworth, 34). Segundo Pesher

    Habacuc, foi o mestre da jutia aquele ao qual Deus manifestou todos os mis-trios das palavras de seus servos os profetas (VII-4). Era, segundo algumas fon-

    tes, um sacerdote (4QPs), provavelmente descendente de Aaro e Zadok, inserido,

    portanto, no legtimo cl sacerdotal dos zadokitas (Charlesworth, 31).

    Muitas tentativas foram feitas no sentido de identific-lo, em funo dos even-

    tos posteriores revoluo dos hasmoneus e das controvrsias poltico-religiosas

    dela decorrentes e a partir de diversas fontes, como Josefo. Foram propostos Onias

    III (170 a.e.c.), o ltimo sumo-sacerdote zadokita, Matatias e Judas Macabeus

    (167-162 a.e.c.), Simo III (159-152 a.e.c.), Eleazar o fariseu aquele que desafi-

    ou Joo Hircano- (134-104), Jud o essnio (100 a.e.c.) e Onias, o justo (65 a.e.c.)

    (Charlesworth, 32).

    De qualquer forma o mestre da justia elemento central daquele movi-

    mento que pesherHabacuc denomina de nova aliana (II-3). Tratava-se de um

    crtico apocalptico da estrutura sacerdotal do templo de Jerusalm, conspurcado

    pelo sacerdote mpio, que perseguiu o Mestre da Justia (XI-4). este provavel-

    mente o mesmo mestre da mentira que desviou a muitos, construindo uma cida-

    de de vaidade com sangue e levantando uma comunidade com enganos, para sua

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    prpria glria, esgotando a muitos com trabalhos vos e fazendo-os conceber obras

    de mentira (X-9).

    No h dvidas aqui que o mestre da justia se encontra no interior de um

    grande drama histrico, no qual a nova aliana desempenha um papel aglutinador

    de um evento escatolgico. Interpretando Habacuc, o pesher conclui que a grandeameaa ali preconizada sob o nome de Caldeus na verdade se refere aos kittim,

    provavelmente os romanos. De fato, no decorrer da revoluo dos macabeus so os

    romanos os principais agentes da poltica interna judaica. Legitimadores da dinastia

    hasmonia e presena crescente e profana nos negcios internos de Israel. A crtica

    domestre da justia profanao do Templo est inserida em um quadro maior

    de crise histrica que anuncia um confronto escatolgico entre os seus seguidores e

    adversrios locais e estrangeiros.

    A perseguio e padecimento do mestre da justia, narrada claramente nosHodayot, e descrita em pesher Habacuc parte tambm relevante de sua traje-

    tria ideolgica e poltica. D a entender que o processo poltico no qual se envol-

    veu foi marcado por atos de covardia e traio: Porque, traidores, observam e

    guardam silncio quando um mpio devora algum mais justo que ele? Sua inter-

    pretao se refere Casa de Absalo e aos membros de seu conselho, que se cala-

    ram quanto repreenso do mestre da justia e no o ajudaram contra o homem

    da mentira que rejeitou a Lei em meio a toda sua comunidade (V:8-12).

    A injustia com a qual se deu a perseguio ao mestre da justia marcadapor atos prfidos, entre eles o de buscar o mestre num momento sagrado, quando

    este estava desprevenido, porque crente na sacralidade do momento. Assim, o

    sacerdote mpio que perseguiu o mestre da justia para devor-lo com furor de sua

    ira o fez no lugar de seu desterro, no tempo da festa, no descanso do dia do pe r-

    do (XI:4). Essa traio suprema, a de violar o yom kippur, engrandece o mestre

    da justia por conta da ignomnia qual foi submetido e desqualifica ritualmente e

    identitariamente seus opositores.

    IV

    Os estudos de Qumran revelaram a existncia de muitas linhagens teolgicas

    que tiveram espao nas primeiras comunidades crists. Segundo Stendhal, de-

    monstram que o cristianismo apoiou-se, historicamente, em elementos conceituais

    anteriores (apud Vanderkam, 1993:193). Aproximaes bvias entre o perfil do

    mestre da justiae o de Jesus tm sido feitas h muito, e sugerem mais um elo

    de conexo entre a literatura do perodo do segundo templo e a literatura neotes-

    tamentria (Flusser, 2000), (Stegemann, 1994).

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    No caso, tais associaes sinalizam a existncia de uma tradio consistente e

    de grande penetrao histrica, caracterstica de um sectarismo existente na poca

    de Jesus. Trata-se da crena de que o legtimo mestre da justia, fundador da

    nova aliana, foi trado por aqueles que o deveriam ter compreendido e protegido.

    Andr Chevitarese, em recente artigo, sugere que cristos no seu todo, no co-nheciam o tema traio de Jesus (Chevitarese, 2008:2). Se de fato essa tradio

    no estava presente em Paulo, Tom e na Fonte Q, isso no queria, no entanto,

    dizer que o tema da traio no existisse e na verdade no tivesse consistente pre-

    sena em certos meios judaicos. A tradio de Marcos parece incorporar um propo-

    sio que circular at a idade mdia, no Documento de Damasco. E sua densi-

    dade em comunidades apocalpticas pode ter influenciado sua aceitao como im-

    portante elemento teolgico.

    claro que o tema da no-compreenso do profeta, o seu abandono, carac-terstico da literatura proftica, e parece ser um elemento integrante da experincia

    do profetismo no perodo do primeiro templo. A dialtica entre o profeta e o mundo

    um elemento importante na narrativa proftica e certamente est referida a mui-

    tos dos elementos que caracterizam a relao de Jesus com aqueles que o cercam.

    No entanto, a tenso extraordinria que existe entre o mestre da justia e o

    mestre da mentiraem pesher Habacuc, transcende as meras resistncias polti-

    cas e teolgicas sustentadas pelos sacerdotes do perodo do primeiro templo. Ela

    adquire dimenses escatolgicas e esto marcadas pelo perfil dualista que permeiao pensamento apocalptico sectrio do segundo templo. E isso pode ter uma influ-

    ncia na forma como um dos apstolos acabou sendo entendido como a represen-

    tao do mal e da impiedade. E, de fato, o papel que Judas eventualmente adquire

    em uma certa vertente teolgica antiga aproxima-o de um contraditor de perfil a-

    pocalptico.

    O mestre da justia no s profeta, mas , como aparece nos Hodayot,

    bandeira para os eleitos da justia (1QHodayot, X:13), pai para os filhos da

    graa (XV:20), remdio para todo o que se aparta do pecado, prudncia para os

    simples, inclinao firme para os tmidos de corao... fundamento da verdade e do

    conhecimento para os do caminho reto (X:9-10). E em que pese essa alta relevn-

    cia espiritual e poltica foi, no entanto, objeto de censura e zombaria dos tr aido-

    res... objeto de calnia na boca dos violentos e para ele os zombadores rangem

    os dentes (X: 11-12).

    O ato da traio, a natureza do oprbrio a que foi submetido, principalmente

    por se tratar de dia de festa, a mais sagrada festa judaica, yom kippur, parece

    delinear, assim, a existncia de uma tradio teolgica definida. Aquela que enten-

    de a injustia cometida contra o Eleito como o cerne de uma mensagem teolgica

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    de cunho apocalptico. O carter misterioso do seu padecimento contm provavel-

    mente o desenvolvimento da idia, proftica em sua origem, de que o sofrimento

    instncia necessria e didtica no processo de Revelao. No caso, de forma singu-

    lar, para aqueles que seguem o mestre da justia e que atravs de seu sofrimento

    alcanam a percepo de um drama escatolgico e apocalptico.Assim, podemos sugerir ser muito provvel que esse tema fosse presente pa-

    ra alguns que, na poca, procuraram entender as misteriosas circunstncias que

    levaram ao desaparecimento do Jesus histrico. E que assim consideraram o pro-

    cesso como a necessria realizao ou atualizao de um tema religioso, o sofri-

    mento escatolgico, prprio da literatura apocalptica sectria e do destino do

    mestre da justia, cujo perfil guarda evidentes correlaes com o aspecto messi-

    nico de Jesus. Assim, teramos nas afirmativas marcanas sobre a traio de Judas

    e o sofrimento de Jesus a ocorrncia de um pesher sobre uma narrativa de conhe-cimento sectrio na poca? Uma atomizao, isto uma aplicao que ignora o

    contexto original para atualizar uma idia, de uma atomizao anteriormente feita?

    Numa literatura, como a neotestamentria, alis, que cheia de atomizaes?

    Difceis respostas. No entanto, acrescentando mais um problema ao estudo de

    Chevitarese, no podemos deixar de propor que a tragdia do mestre da justia

    era sim de conhecimento em certos crculos judaicos na poca de Jesus e aps a

    sua morte, e que a presena do tema do sofrimento apocalptico no era, em si, um

    acontecimento original ou singular. Se isso era interpretado numa perspectiva dua-lista, apocalptica, como parece ser em Marcos, ou monista, como aparenta o E-

    vangelho de Judas, de qualquer forma o problema sugere a existncia de um di-

    logo com uma temtica previamente existente. possvel que contenham ambas

    tradies a elaborao de pesharim distintos sobre uma espcie de lemma anteri-

    or - o sofrimento do Mestre da Justia, aplicados experincia histrica de Jesus.

    O assunto, em si, teve sua importncia nas respostas formulados pelos sectrios ao

    grande drama histrico diante do qual se situavam os judeus no limiar da era co-

    mum. E quem no poderia deixar de pensar que se tratava, a traio a Jesus em

    Pessach de uma misteriosa realizao, repetio ou atualizao de um evento h

    muito conhecido nos pesaharim sectrios?

    Fontes e Bibliografia:

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