Upload
vuongdat
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O paciente teve uma reação adversa ao meu medicamento. E agora?
Dra. Samantha V. Kelmann
Comissão de Farmacovigilância
Reação adversa a medicamentos - RAM
Manifestação clínica indesejável resultante da administração de uma droga em particular, de uma interação de drogas ou até da retirada de um fármacoque mantinha estabilidade clínica.
Vamos aos números:RAM são causa de 3% a 6% das admissões hospitalares em quaisquer idades e em até 24% dos idosos.Onder G, Pedone C, Landi F, Cesari M, Della Vedova C, Bernabei R, et al. Adverse drug reactions as cause of hospital admissions: results from theItalian Group of Pharmacoepidemiology in the elderly (GIFA). J Am Geriatr Soc. 2002;50(12):1962-68.
RAM representa a 4ª - 6ª causa de morte.Brown SDJr, Landry FJ. Recognizing, reporting and reducing adverse drug reactions. South Med J 2011;94:370-3
0,9% de 530 erros de medicação resultam em RAM.Bates DW, et al. Relationship between medication errors and adverse drug events. J Gen Intern Med 1995;10:199-205
68% da RAM fatal poderia ter sido evitada.Kelly WN. Potential risks and prevention. Part 1:fatal adverse drug events. Am J Health Syst Pharm 2001;58:1317-24
Representam 5% a 10% do total dos custos hospitalares.Onder G, Pedone C, Landi F, Cesari M, Della Vedova C, Bernabei R, et al. Adverse drug reactions as cause of hospital admissions: results from theItalian Group of Pharmacoepidemiology in the elderly (GIFA). J Am Geriatr Soc. 2002;50(12):1962-68.
RAM ocorrem em 10.1 por 1000 pacientes e geram custo de € 11.357 por leito hospitalar/ano.Langnaoui R, et al. Adverse drug reactions in a department of systemic disease oriented internalmedicine: prevalence, incidence, direct costs andavoidability. Eur J Clin Pharmacol 2000; 56:181-6
Ou seja:
Turning Adverse Drug Events Into Better Patient CarePatrick J. McDonnell, PharmD, BS. At: http://www.medscape.com/viewarticle/569872_2
aumenta custosafeta negativamente a qualidade de vida do pacienteinfluencia na perda de confiança no médico e na instituição.
óbito
Como reconhecer uma RAM:
Cutaneous adverse drug reactions in hospitalised patients Lee H Y, Tay LK, Thirumoorthy T, Pang S MSingapore Med J 2010; 51(10) : 767
Sempre pensar que um novo sintoma/sinal que apareceu no pacientepode ser uma reação medicamentosa, especialmente se não segue os padrões evolutivos esperados.
Manifestações cutâneas são as mais comuns, cerca de 30% - 43%, mas não são as únicas.
Lembrar sempre que: se está acometendo a pele outros órgãos podem também estar envolvidos
Outras: dispnéia, cianose, tremor, febre, flebite, hematúria, náusea, calafrio, vômito, cefaléia...
Como reconhecer uma RAM:Fatores cronológicos
Documentar todas as drogas utilizadas (início do uso de cada uma)
Data de início da manifestação clínica
Tempo de intervalo entre o uso da droga e a manifestação clínica
Excluir:
Progressão da própria doença
Exantemas virais
Bacteremia
Doenças do tecido conectivo ou auto-imunes
Malignidades
Por que o meu paciente teve uma RAM ?
● Causas evitáveis/ previsíveis(80-90%)● Causas inevitáveis/imprevisíveis(10-20%)
Causas evitáveis /previsíveis
OverdoseEfeitos colateraisCumulação – exposição prolongadaToxicidade atrasada efeitos facultativosAlteração metabólicaTeratogenicidadeExacerbação de doençasDrogas que induzem a dano cromossômicoErros de medicaçãoInteração de drogas
Interação de drogasAntes da entrada no organismo – no equipoIntestinoSangueTecido receptor
Indiretamente:Aceleração ou desaceleração do metabolismo e/ou excreçãoRetirada de uma medicação
Inevitáveis imunológicasSomente 6-10% das RAMs são imunologicamente mediadas
Gruchalla RS. Drug Allergy. J Allergy Clin Immunol 2003;111 (2 suppl.): S548-S559
anafilática / IgE - dependente (tipo I) – prurido, urticária, broncoespasmo, edema de laringe, choque anafilático com hipotensão
citotóxico (tipo II) – púrpura, anemia hemolítica
imunocomplexos (tipo III) – urticária e anafilaxia, doença do soro, vasculites
celular ou tardio (tipo IV) – dermatites de contatoImprevisíveisIntolerância Idiossincrasia
CianoseAmiodarona, Flutamida, Dapsona, Intoxicação por nitratos e
nitritos, Envenenamento com cloreto de potássio
DispnéiaAdenosina, Beta-bloqueadores, AINHs, Aspirina, Amiodarona, Bleomicina, Clorambucil, Ciclofosfamida, Melfalan, Metotrexato, Nitrofurantoína, Flutamida
HematúriaDiltiazem, Vancomicina, Loratadina, Carbamazepina,
Mesalazina, Rifampicina, Vitamina B
TremorCafeína,Carbonato de Lítio, Ciclosporina,Metilxantinas,
Tacrolimus, Broncodilatadores, Ácido valpróico, Antidepressivos, Neurolépticos, Antieméticos, Reserpina,
Prednisona, Amiodarona, Estimulantes, Metronidazol
TendênciaBiomarcadores farmacogenBiomarcadores farmacogenééticos das reaticos das reaçções ões adversas medicamentosas adversas medicamentosas – detecção de polimorfismos
HLA-B* 5801 : alopurinolHLA-B* 5701 : abacavirHLA-B* 1502 : carbamazepinaHLA-A* 3303 : ticlopidinaHLA-B* 3505 : nevirapina
Prediction of Severe Adverse Drug Reactions Using Pharmacogenetic Biomarks TOHKIN M, AkihiroISHIGURO A,KANIWA N.Drug Metab. Pharmacokinet. 25 (2): 122–133 (2010).
Pacientes de Risco -IDOSOS
Dificuldade em seguir o regime de tratamento por
incompreensão ou esquecimento
Polimedicação (média 10 a 13 drogas por idoso)
Aumento da hipersensibilidade
▼ absorção
▼ metabolização hepática
▼ fluxo renal
▼ massa muscular
▲ tecido adiposo
Outros Pacientes de Risco
Children and ADRs (Adverse Drug Reactions).Ettore N. Italian Journal of Pediatrics 2010, 36:4Cutaneous drug reactions in human immuno-defierncy virus infection. Coopman SA, Stern RS. Arch Dermatol 1991;127:714-7
CrianCrianççasas – quanto mais novas maior os riscos – mais pele e trato gastrointestinal e os medicamentos mais implicados são vacinas, antibióticos eanti-piréticos e drogas off-label para crianças.Estatísticas de 6-17%Maior parte das ocorrências se dá por OVERDOSE.
MulheresMulheresGrGráávidasvidasSSííndrome de ndrome de SjSjöögrengrenHIVHIV
Deficiência G6PDDeficiência G6PD – herança dominante queleva ao risco de hemólise aguda por exposição a certos medicamentos.
O paciente teve uma reação adversa ao meu medicamento. E agora?
1º SUSPENDER A DROGA SUSPEITAOU TODAS AS POSSÍVEIS
Se é uma reação cutânea é fundamental : Intervenção médica necessária – adrenalina /intubação /UTI/ biópsia posterior
Cuidados locais –curativos e tratamentostópicos : conforto máximo possível ao paciente
CT sistêmicos? Outros imunossupressores?IVIG??
O paciente teve uma reação adversa ao meu medicamento. E agora?
Atenção com aquilo que não éconsiderado medicamento: ervas, poções caseiras de origem animal, produtos da MedicinaTradicionalChinesa (3122 casos em 6 anos)
Analysis of the adverse reactions induced by natural product-derived drugs Zhi-Ping Z.,Jian-Guo J. British Journal of Pharmacology (2010), 159, 1374–1391
O paciente teve uma reação adversa ao meu medicamento. E agora?
1º SUSPENDER A DROGA SUSPEITAOU TODAS AS POSSÍVEIS
2º INVESTIGAR O PORQUE ISTO ACONTECEU
3º NOTIFICAR A EQUIPE DE FARMACOVIGILÂNCIA
Farmacovigilância“ O relato espontâneo de suspeita de reações adversas é o pilar da farmacovigilância –que é a busca sistemática de sinais de efeitos indesejados causados por fármacos. Quando um sinal é detectado, este deve ser verificado, explorado e compreendido ...”
Texto baseado no livro Pharmacovigilance1
ATENÇÃO AO PRONTUÁRIO
Preencher corretamente o prontuário, além de ser a melhor arma de defesa do médico, da enfermagem e de toda aequipe, é fundamental para a coleta de dados que serão analisados e darão a resposta mais fidedigna do medicamento responsável pela reaçãoadversa.
Resultados do H9J
% Notificação de Flebite por setor (Jan - Dez/2010)
0% 6%4%
5%
2%
1%
3%
2%
1%
6%
2%
18%5%0%
11%
9%
6%
5%2%
10%
2ºA 3ºA 3ºD 4ºA 4ºD 5ºA 6ºA 7ºA P.S. 8ºA
8ºB UTI 9º UCE 9º 9ºD 10ºA UTI 10º UTI 11ºD 11ºB 12ºB 13ºB
UTI 9º
UTI 11D
UTI 10º
13ºB
10ºA
0 5 10 15 20 25
Ancoron
Cefepime
Cipro 400mg
Clindamicina
Klaricid
Meronem
Noripurun
Novalgina
NPP
Pantozol
Propofol
Rocefin
Soro manutenção (SF)
Soro manutenção (SG)
Targocid 400mg
Nº ocorrências de Flebite por Medicamento (Jan - Junho/2010)
Jan Fev Mar Abril Maio Jun
FLEBITES
AÇÕES• Cadastro da droga no sistema• Acompanhamento do paciente• Aviso ao médico• Entrega de cartão de aviso de reaçãoalérgica• Notificação para Vigilância Sanitária• Recall de medicamentos
• Acompanhamento das novasdrogas cadastradas no hospital.• Desenvolvimento de produtofornecedor • Treinamento com a equipe de Enfermagem
Rumos da FarmacovigilânciaMundial:
� Estar menos focada em encontrar danos. Ampliar seu conhecimento em medidas de segurança.
� Decisões de risco-benefício complexas devem ter como base o uso de análises formais – protocolos
� A farmacovigilância deve sempre operar juntamente com o desenvolvimento científico – ter bases científicas.
� A “prática da boa farmacovigilância” auditoria sistemática e normas acordadas.
Ana Paula MikulenasAndréia CordeiroAndrea BaldinCristiane MasselliDeborah BritesÉrica MacedoFernando A. MachadoJuliana A. Torres
Juliana Patrícia ZappullaMaria Adriana LivaniMaria Cristina MateusMinerva Isume TaninagaPaula Regina TognasiniRenata Garrido MendesRubineide O. XavierSamantha Vernaschi Kelmann
COMISSÃO DE FARMACOVIGILÂNCIA