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417 livraria magia

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Agosto/2013

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PONTO DE RETIRADA

Sinopse

Dificuldades e mágoas os uniram... Agora, isso irá separá-los. Layken

e Will já provaram que o seu amor pode superar qualquer coisa, até

que alguém do passado de Will reaparece, fazendo com que Layken

questione o alicerce sobre qual sua relação foi construída. Will é

forçado a enfrentar um grande desafio... Como provar seu amor por

uma garota que se recusa a parar de "esculpir abóboras”.

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Point of Retreat

Uma Novela de

Colleen Hoover

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Este livro é dedicado a todos que leram Métrica e me

incentivaram a

continuar contando a história de Layken e Will.

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Agradecimentos

Durante o processo de publicação de Métrica e o desenvolvimento do

Ponto de Retirada, fui abençoada ao conhecer e aprender com tantos

experientes autores que se auto publicaram online. Eu gostaria de ter

tempo para agradecer a todos eles por sua entrega, encorajamento e

abnegação total. É uma coisa rara, conhecer pessoas que lhe dão

tanto de si e não esperaram nada em troca. Eu também gostaria de

agradecer a Edmund Davis-Quinn por um poema tão inspirador sobre

a escrita e por me dar permissão de usar "escrita pobre" neste livro.

Com isso dito, desejo a todos os meus novos amigos, muito sucesso.

E para aqueles que optam por usar a internet como um meio de

compensar suas próprias inseguranças através de bullying on-line,

'borboletas pra vocês'.

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Prólogo

01 de janeiro de 2012

"Resoluções"

Estou confiante que 2012 será o nosso ano. O ano de Lake e o meu.

Os últimos definitivamente não estavam a nosso favor. No final de

2008, meus pais faleceram inesperadamente, deixando-me para criar

o meu irmãozinho por conta própria. Não ajudou que Vaughn decidiu

terminar nosso relacionamento de dois anos, próximo a suas

mortes. Para fechar com chave de ouro, acabei tendo que largar a

minha bolsa de estudos. Deixar a Universidade e voltar para Ypsilanti

para me tornar guardião de Caulder foi uma das decisões mais

difíceis que eu já tomei... Mas, também foi uma das melhores.

Eu passei todos os dias do próximo ano aprendendo a me ajustar.

Como me ajustar a um coração partido, como me ajustar ao fato de

não ter meus pais, como me ajustar especialmente em me tornar um

pai e cuidar de uma família. Pensando bem, não acho que poderia ter

passado por 2009, sem Caulder. Ele é a única coisa que me manteve

em pé...

Eu nem me lembro de todo o primeiro semestre de 2010. Esse ano

não começou para mim até o dia 22 de setembro, o primeiro dia que

coloquei os olhos em Lake. É claro que 2010 acabou sendo tão difícil

como nos anos anteriores, mas de uma forma completamente

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diferente. Nunca me senti mais vivo do que quando estava com ela...

Mas, considerando as circunstâncias, não poderia estar com ela.

Então, acho que não tive muito tempo para me sentir vivo.

2011 foi melhor a sua própria maneira. Havia muita paixão, muita

tristeza, muita cura e ainda mais ajuste. Julia faleceu em setembro

do mesmo ano. Eu não esperava que sua morte poderia ser tão difícil

para mim como foi. Era quase como perder minha mãe mais uma

vez.

Sinto falta da minha mãe. E sinto falta da Julia. Graças a Deus tenho

Lake.

Como eu, meu pai adorava escrever. Ele sempre me dizia que

escrever seus pensamentos diários era terapêutico para a alma.

Talvez uma das razões para eu ter tanta dificuldade em me ajustar

nos últimos três anos, é porque não segui seu conselho. Criticar

algumas vezes um ano, foi "terapia" o suficiente para mim. Talvez eu

estivesse errado. Quero que 2012 seja tudo o que planejei... Perfeito.

Com tudo o que foi dito (ou escrito, de preferência), escrever é a

minha resolução para 2012. Mesmo que seja apenas uma palavra por

dia, eu vou escrevê-la... Tirá-la de mim.

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PARTE UM

Quinta – feira, 5 de janeiro, 2012.

Matriculei-me para as aulas hoje. Não peguei os dias que queria, mas

só terei dois semestres, então ficou mais difícil ser exigente com o

meu horário. Estou pensando em me inscrever nas escolas locais por

um trabalho de professor, depois do próximo semestre. Espero que

no próximo ano, eu esteja ensinando novamente. Por agora, no

entanto... Ainda estou vivendo de empréstimos estudantis.

Felizmente os meus avós têm me apoiado, sobre eu trabalhar no meu

Mestrado. Eu não seria capaz de fazer isso sem eles, com certeza.

Vamos jantar com Gavin e Eddie hoje. Acho que vou fazer

cheeseburgers. Cheeseburgers soam bem. Isso é tudo o que eu tenho

a dizer agora...

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Capítulo Um

"Layken esta aqui ou lá?" Eddie pergunta, colocando a cabeça na

porta da frente.

"Lá", digo da cozinha.

Será que há um sinal na minha casa instruindo as pessoas a não

baterem? Claro que Lake não bate mais, mas o seu conforto aqui

aparentemente foi estendido para Eddie também. Eddie segue para o

outro lado da rua, para a casa de Lake e Gavin entra na minha casa,

batendo os dedos contra a porta da frente. Não é uma batida oficial,

mas pelo menos ele faz uma tentativa.

"O que vamos comer?", pergunta. Ele tira os seus sapatos na porta e

faz o seu caminho para a cozinha.

"Hamburguer." Eu lhe entrego uma espátula e aponto para o fogão,

instruindo-o a virar os hambúrgueres enquanto tiro as batatas do

forno.

"Você já reparou como nós de alguma forma sempre ficamos presos

na cozinha?"

"Provavelmente não é uma coisa ruim", digo enquanto solto as

batatas na panela. "Você lembra o Alfredo de Eddie?”

Ele faz uma careta quando se lembra do Alfredo. "Bem pensado", diz

ele.

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Chamo Kel e Caulder para a cozinha para eles colocarem a mesa.

Durante o último ano, desde que Lake e eu estamos juntos, Gavin e

Eddie comem com a gente pelo menos duas vezes por semana.

Finalmente tive que investir em uma mesa de sala de jantar, porque

o balcão ficava um pouco lotado.

"Hey, Gavin", diz Kel. Ele caminha até a cozinha e pega uma pilha de

copos na prateleira.

"Hey," Gavin responde. "Você decidiu onde nós vamos fazer sua festa

na próxima semana?"

Kel encolhe os ombros. "Eu não sei. Talvez boliche. Ou podemos fazer

algo aqui.”

Caulder entra na cozinha e começa a arrumar os lugares à mesa.

Olho para trás e vejo-o colocando um lugar extra.

"Estamos esperando companhia?" pergunto.

"Kel convidou Kiersten", responde Caulder, provocando.

Kiersten se mudou para uma casa na nossa rua cerca de um mês

atrás e Kel parece que desenvolveu uma ligeira queda por ela. Ele

não vai admitir isso, é claro. Ele esta prestes há fazer onze anos,

assim Lake e eu esperávamos que isso acontecesse. Kiersten é

alguns meses mais velha do que ele e muito mais alta. Meninas

atingem a puberdade mais rápido do que os meninos, talvez por isso

ele vá, eventualmente, alcançá-la.

“Da próxima vez que vocês convidarem alguém, me avise. Agora

preciso fazer outro hambúrguer.” Ando para a geladeira e tiro um

hambúrguer extra.

"Ela não come carne", diz Kel. "Ela é vegetariana."

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Imaginei. Volto com a carne para dentro da geladeira. "Eu não tenho

nenhum tipo de carne falsa. O que é ela vai fazer? Comer pão?”

"Pão tá bom", Kiersten diz enquanto entra pela porta da frente... Sem

bater. "Eu gosto de pão. Batatas fritas, também. Só não como coisas

que são resultado de homicídios injustificados de animais.”

Kiersten anda até a mesa e pega o rolo de papel toalha e começa a

rasgá-los, colocando um ao lado de cada prato. Sua autoconfiança

me lembra um pouco de Eddie.

"Quem é ela?" Gavin perguntou, observando Kiersten se sentindo em

casa. Ela nunca havia comido com a gente antes, mas você não

perceberia isso pela maneira como ela estava assumindo o controle.

"Ela é a vizinha de onze anos que te falei. Aquela que acho que é

uma farsante com base nas coisas que saem de sua boca. Estou

começando a suspeitar que ela seja realmente uma anã, fingindo ser

uma criança de cabelo vermelho."

"Oh, aquela que Kel tem uma queda?" Gavin sorri e posso ver as

rodas girando em sua cabeça. Ele já está pensando em maneiras de

constranger Kel no jantar. Hoje à noite vai ser muito interessante.

Gavin e eu nos tornamos muito próximos no ano passado. Isso é

bom, acho... Considerando o quão próximo Eddie e Lake são. Kel e

Caulder realmente se gostam também. É legal. Gosto desse arranjo

que temos. Espero que continue desse jeito.

Eddie e Lake chegam na hora que estamos sentando à mesa. Lake

está com seu cabelo molhado puxado para cima em um coque no alto

da cabeça. Ela está usando pantufa, moletom e uma camiseta. Adoro

o fato de que ela se sente tão confortável aqui. Ela senta ao meu

lado, se inclina e me beija na bochecha.

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"Obrigado, Baby. Desculpe eu ter demorado tanto tempo. Estava

tentando me registrar on-line em Estatística, mas a classe estava

cheia. Acho que vou ter que falar amavelmente com alguém no

departamento de administração amanhã.”

"Por que você está fazendo estatísticas?" Pergunta Gavin. Ele pega o

ketchup e esguicha em seu prato.

"Eu peguei Álgebra II no curso durante as férias entre o outono e a

primavera. Estou tentando eliminar todas as matérias com contas no

primeiro ano, já que odeio tanto.” Lake pega o ketchup das mãos de

Gavin e esguicha um pouco no meu prato, em seguida, no seu.

"Qual é a pressa? Você já tem mais créditos do que Eddie e eu

juntos”, diz ele.

Eddie acena com a cabeça em concordância, enquanto dá uma

mordida em seu hambúrguer.

Lake aponta a cabeça para Kel e Caulder. "Eu já tenho mais filhos do

que você e Eddie podem colocar juntos. Essa é a minha pressa."

"Qual é o seu curso?" Kiersten perguta para Lake.

Eddie olha em direção a Kiersten, finalmente percebendo a pessoa

extra, sentada à mesa. "Quem é você?"

Kiersten olha para Eddie e sorri. "Eu sou Kiersten. Eu moro à diagonal

de Will e Caulder e em paralelo com Layken e Kel. Nós nos mudados

de Detroit para cá antes do Natal. Mamãe disse que precisava sair da

cidade, antes que a cidade saísse de nós... seja lá o que isso

significa. Tenho onze anos. Tenho onze desde 11/11/11. Foi um

grande dia, sabe. Não são todas as pessoas que podem dizer que

fizeram 11 anos no dia 11/11/11. Mas estou um pouco chateada,

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porque nasci às três horas da tarde. Se eu tivesse nascido às 11:11,

tenho certeza que poderia ter virado notícia ou alguma coisa assim.

Eu poderia ter gravado o segmento e usado um dia no meu portfolio.

Eu vou ser atriz quando crescer."

Eddie, junto com todos nós, olhamos para Kiersten sem responder.

Kiersten, alheia a todos, voltou-se para Lake e repetiu a pergunta.

"Qual é o seu curso, Layken?"

Lake coloca seu hambúrguer em seu prato e limpa a garganta. Sei o

quanto ela odeia esta pergunta. Ela tenta responder com confiança.

"Eu ainda não decidi."

Kiersten olha para ela lamentavelmente. "Eu entendo. O provérbio é

indecisa. Meu irmão mais velho está no segundo ano do colégio por

três anos. Ele tem créditos suficientes para ter cinco cursos até

agora. Eu acho que ele permanece indeciso porque ele prefere dormir

até meio-dia todos os dias, sentar-se na sala de aula por três horas e

sair todas as noites, do que realmente se formar e começar um

trabalho de verdade. Mamãe diz que isso não é verdade... diz que é

porque ele está tentando ‘descobrir todo o seu potencial’,

examinando assim todos os seus interesses. Se você me perguntar,

acho que é pura merda."

Tossi quando a bebida que estava engolindo tentou fazer o seu

caminho de volta enquanto eu ria.

"Você acabou de dizer merda!" Kel diz.

"Kel, não diga merda!", Disse Lake.

"Mas ela disse merda primeiro", diz Caulder, defendendo Kel.

"Caulder, não diga merda!" grito.

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"Desculpe", Kiersten diz para mim e para Lake. “Mamãe diz que a

FCC1 é responsável por inventar palavrões apenas para chocar a

mídia. Ela diz que se todos nós usassemos mais vezes, eles não

seriam mais considerados palavrões e ninguém jamais se sentiria

ofendido por eles."

Essa garota é difícil acompanhar!

“Sua mãe encoraja você a xingar?", Diz Gavin.

Kiersten concorda. "Eu não vejo dessa forma. É mais como se ela

estivesse nos encorajando a minar um sistema falho por uso

excessivo de palavras que são feitas para serem prejudicial, quando

na verdade eles são apenas letras, misturados entre si como qualquer

outra palavra. Isso é tudo o que elas são, misturas de letras. Pegue

como exemplo a palavra "borboleta". E se alguém decidisse um dia

que borboleta é um palavrão? Pessoas acabariam por começar a

utilizar a palavra borboleta como um insulto e enfatizariam as coisas

de uma forma negativa. Na verdade, palavra não quer dizer nada.

São as pessoas que fazem a associação negativa das palavras

tornando-as palavrões. Então, se todos nós apenas decidimos dizer

borboleta o tempo todo, eventualmente, as pessoas iriam parar de se

preocupar. O choque iria diminuir ... e seria apenas mais uma palavra

novamente. A mesma coisa com todas as palavras que são chamadas

de feias. Se todos nós começarmos a dizê-las o tempo todo, isto não

seria mais ruim. Mas isso é o que minha mãe diz."

Ela sorri e pega uma batata frita e mergulha no ketchup.

Eu me pergunto quando Kiersten virá nos visitar de novo, como ela

se tornou do jeito que é hoje. Realmente tenho que conhecer a mãe

1 FCC - Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos

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de Kiersten, mas pelo que percebi, ela definitivamente não é normal.

Kiersten é, obviamente, mais esperta do que a maioria das crianças

de sua idade... mesmo que seja num estranho caminho. As coisas

que saem de sua boca fazem Kel e Caulder parecerem de algum jeito,

normal.

"Kiersten?", Diz Eddie. "Você quer ser a minha nova melhor amiga?"

Lake pega uma batata frita do prato dela e a joga em Eddie,

acertando o rosto com ela. "Isso é pura merda", disse Lake.

"Oh, vá borboletar-se", diz Eddie. Ela joga outra batata na direção de

Lake. Eu intercepto a batata frita, esperando que isso não resulte em

outra luta de comida como na última semana. Ainda acho brócolis em

todos os lugares.

"Pare," digo, deixando cair a batata frita na mesa. "Se vocês duas

tiverem outra guerra de comida na minha casa hoje à noite, estou

chutando as duas borboletas!"

Lake viu que estava falando sério sobre a luta de comida. Ela aperta

minha perna debaixo da mesa e muda de assunto.

"Hora do melhor e pior do dia", diz ela.

"Hora do melhor e pior do dia?" Kiersten pergunta, confusa.

Kel explica. "É quando você tem que dizer o seu pior e melhor do dia.

O bom e o ruim. O alto e o baixo. Fazemos todas as noites no jantar."

Kiersten acena como se ela entendesse.

"Eu vou primeiro", diz Eddie. "O pior de hoje foi a matrícula. Fiquei

presa na segunda, quarta e nas aulas de sexta-feira. Terças e

quintas-feiras estavam cheias."

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Todo mundo quer os horários terça-feira / quinta-feira. As aulas são

mais longas, mas é muito melhor só ter que ir duas vezes por

semana, ao invés de três vezes a aula.

"Meu melhor foi conhecer Kiersten, minha nova melhor amiga", diz

Eddie, olhando para Lake.

Lake pega outra batata frita e a joga em Eddie. Eddie se abaixa e a

batata passa sobre sua cabeça. Pego o prato de Lake e coloco do meu

outro lado, fora do seu alcance.

Lake encolhe os ombros e sorri para mim. "Sinto muito." Ela pega

uma batata frita do meu prato e coloca na boca.

"Sua vez, Sr. Cooper", diz Eddie. Ela ainda me chama assim, de vez

em quando, geralmente quando ela está tentando ressaltar o fato de

que estou sendo "chato".

"Meu pior de hoje foi definitivamente a matrícula, também. Tenho

segunda, quarta e sexta-feira."

Lake vira para mim, chateada. "O quê? Pensei que nós dois

estávamos na terça e quinta-feiras."

"Eu tentei Baby. Eles não oferecem os meus cursos nesses dias.

Mandei uma mensagem para você. "

Ela faz beicinho. "Cara, isso é realmente pior", diz ela. "E eu não

recebi sua mensagem. Não consigo encontrar meu celular de novo."

Ela está sempre perdendo seu celular. "Qual é o seu melhor?" Eddie

me pergunta.

Isso é fácil. "Meu melhor é agora", digo enquanto beijo Lake na testa.

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Kel e Caulder gemem. "Will, esse é o seu melhor todas as noites", diz

Caulder irritado.

"É a minha vez", disse Lake. "A matrícula foi realmente o meu

melhor. Ainda não descobri onde será Estatísticas, mas minhas outras

quatro classes foram exatamente o que eu queria." Ela olha para

Eddie e continua. "Meu pior do dia foi perder minha melhor amiga

para uma garota de onze anos de idade."

Eddie ri.

"Eu quero falar", diz Kiersten. Ninguém a interrompe. "Meu pior é ter

pão para o jantar", ela diz, olhando para seu prato.

Ela é corajosa. Jogo outra fatia de pão no prato. "Talvez da próxima

vez que você aparecer sem ser convidada na casa de um carnívoro,

você deva trazer sua própria carne falsa."

Ela ignora o meu comentário. "Meu melhor foi às três horas."

"O que aconteceu às três horas?" Gavin pergunta.

Kiersten encolhe os ombros. "Hora da saída da escola. Odeio a escola

borboleta".

As três crianças olham um para o outro, quase como se houvesse um

acordo entre eles. Faço uma nota mental para falar com Caulder

sobre isso mais tarde. Lake me cutuca com o cotovelo e me lança um

olhar interrogativo, deixando-me saber que ela está pensando a

mesma coisa.

"Sua vez, qual seja lá o seu nome." Kiersten diz a Gavin.

"É Gavin. E o meu pior do dia teria que ser o fato de que uma garota

de onze anos de idade tem um vocabulário maior do que eu", diz ele,

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sorrindo para Kiersten. "Meu melhor de hoje é uma espécie de

surpresa."

Ele olha para Eddie e aguarda sua resposta. "O quê?" Eddie diz.

"Sim, o quê?" Lake acrescenta. Estou curioso também. Gavin

encosta-se à cadeira com um sorriso no rosto, esperando nós

adivinharmos.

Eddie lhe dá um empurrão. "Conta logo!", Diz ela.

Ele se inclina para frente em sua cadeira e bate com as mãos sobre a

mesa. "Eu consegui um emprego! No Getty’s, entregando pizza!"

Ele parece feliz por algum motivo. "Esse é o seu melhor? Você é um

entregador de pizza?" Pergunta Eddie. "Isso está mais para o pior."

"Você sabe que estive procurando por um emprego. E é no Getty’s.

Nós amamos Getty’s!"

Eddie revira os olhos. "Bem, parabéns", diz ela, sem convencer.

“Temos pizza de graça?" Pergunta Kel.

"Não, mas temos um desconto", responde Gavin.

"Esse é o meu melhor, então", diz Kel. “Pizza barata!” Gavin parece

satisfeito que alguém está animado por ele. "Meu pior de hoje foi a

Sra. Brill", diz Kel.

"Oh senhor, que ela fez?" Lake pergunta a ele. "Ou melhor ainda, o

que você fez?"

"Não foi só eu", diz Kel.

Caulder coloca o cotovelo na mesa e tenta esconder o rosto da minha

linha de visão.

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"O que você fez Caulder?" Pergunto à ele. Ele traz a mão para baixo e

olha para Gavin. Gavin coloca o cotovelo na mesa e protege seu rosto

da minha linha de visão também. Ele continua a comer ignorando

meu olhar. "Gavin? Que brincadeira que você contou para eles dessa

vez?"

Gavin pega duas batatas fritas e as joga em Kel e Caulder. "Acabou

hein! Eu não vou mais contar histórias. Vocês dois me colocam em

apuros toda vez!", Diz ele.

Kel e Caulder riem e jogam de volta as batatas fritas nele. "Eu vou

contar a eles, não me importo", diz Kiersten. "Eles tiveram problemas

na hora do almoço. A Senhora Brill estava do outro lado da

lanchonete e eles estavam pensando em uma maneira de fazê-la

correr. Todo mundo diz que ela requebra como um pato quando ela

corre e queríamos ver. Assim Kel fingiu que estava sufocando e

Caulder fez um grande espetáculo e ficou atrás dele e começou a

bater nas suas costas, fingindo que estava lhe fazendo a manobra de

Heimlich. Ele deixou a Sra. Brill fora de si! Quando ela chegou à

nossa mesa, Kel disse que estava tudo bem. Ele disse a Sra. Brill que

Caulder salvou sua vida. Teria ficado tudo bem, mas ela já tinha

falado para alguém chamar o 911. Em poucos minutos, duas

ambulâncias e um caminhão de bombeiros chegaram à escola. Um

dos rapazes na mesa ao lado disse a Sra. Brill que tinham fingido a

coisa toda, então Kel foi chamado para a diretoria."

Lake se inclina para frente e olha para Kel. "Por favor, me fala que

isso é uma piada."

Kel olha para ela com um olhar inocente em seu rosto. "Foi uma

brincadeira. Eu realmente não achei que alguém fosse ligar para o

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911. Agora tenho que ficar o resto da semana que vem na detenção"

“Por que a Sra. Brill não me ligou?" Lake pergunta a ele.

"Tenho certeza que ela ligou", diz ele. "Mais você nao podia encontrar

o seu celular, lembra?"

"Ugh! Se ela me chamar para outra reunião, você está de castigo!"

Olho para Caulder e ele está tentando evitar meu olhar. "Caulder, o

que ela disse para você? Por que Sra. Brill não tentou me ligar?"

Ele se vira para mim e me dá um sorriso travesso. "Kel mentiu por

mim. Ele disse a ela que eu realmente pensei que ele estava

sufocando e que eu estava tentando salvar sua vida", diz ele. "O qual

me leva ao meu melhor do dia. Fui recompensado pelo meu

comportamento heróico. Sra. Brill me deu dois passes livres de

corredor."

Apenas Caulder poderia encontrar uma maneira de evitar a prisão e

ainda ser recompensado em seu lugar. "Vocês dois precisam cortar

essa porcaria", digo a eles. "E Gavin, sem mais histórias de

pegadinhas."

"Sim, Sr. Cooper," Gavin diz sarcasticamente. "Mas preciso saber",

diz ele olhando para as crianças. "Ela realmente corre como um

pato?"

"Sim", Kiersten ri. "Ela realmente corre como um pato." Ela olha para

Caulder. "O que foi o pior do seu dia Caulder?"

Caulder coloca um olhar sério sobre o seu rosto. "Meu melhor amigo

quase morreu engasgado hoje. Ele poderia ter morrido."

Nós todos rimos. Tanto Lake quanto eu tentamos fazer a coisa mais

responsável por eles, às vezes é difícil traçar a linha entre ser quem

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impõe a regra e ser o irmão. Nós escolhemos quais batalhas vamos

lutar com os meninos e Lake diz que é importante que nós não

escolhêssemos muitas batalhas. Olho para ela e ela está rindo, então

suponho que esta não é uma batalha que ela quer lutar esta noite.

"Posso terminar minha comida agora?" Lake diz apontando para o

prato que ainda está do meu outro lado, fora de seu alcance.

Empurro o prato para frente dela. "Obrigado, Sr. Cooper", diz ela.

Bato com o joelho nela por debaixo da mesa. Ela sabe que odeio

quando ela me chama assim. Não sei por que ainda me incomoda

tanto. Provavelmente porque quando realmente era seu professor,

era uma verdadeira tortura. Nossa conexão progrediu tão

rapidamente na primeira noite que saímos. Nunca conheci ninguém

com quem me diverti tanto apenas sendo eu mesmo. Passei o fim de

semana inteiro pensando nela. O momento em que virei à esquina no

corredor e a vi parada na frente da minha sala de aula, parecia que

meu coração foi arrancado para fora do meu peito. Soube

imediatamente o que ela estava fazendo lá, mesmo que pra ela tenha

demorado um pouco mais pra perceber isso. Quando finalmente

percebeu que eu era um professor, o olhar em seus olhos ficou

absolutamente devastado. Ela ficou ferida. Com o coração partido.

Assim como eu. Uma coisa tenho certeza, nunca mais quero ver

aquele olhar em seus olhos novamente.

Kiersten se levanta e leva o seu prato para a pia. "Eu tenho que ir.

Obrigado pelo pão, Will", diz ela com sarcasmo. "Estava delicioso."

"Eu também vou. Vou levá-la para casa", diz Kel. Ele salta para fora

do seu assento e a segue até a porta. Olho para Lake e ela revira os

olhos. Incomoda-lhe que Kel tenha desenvolvido sua primeira paixão.

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Lake não gosta de pensar que estamos prestes a ter que lidar com

hormônios adolescentes.

Caulder levanta-se da mesa. "Vou assistir TV no meu quarto", diz ele.

"Te vejo mais tarde, Kel. Tchau Kiersten." Ambos dizem-lhe adeus

enquanto saem.

"Eu realmente gosto dessa garota", diz Eddie depois que Kiersten sai.

"Espero que Kel peça para ela ser sua namorada. Espero que eles

cresçam e se casem e que tenham muitos filhos esquisitos. Espero

que ela esteja na nossa família para sempre."

"Cale a boca, Eddie", diz Lake. "Ele tem apenas dez anos. Ele é muito

jovem para uma namorada."

"Não é verdade, ele vai fazer onze daqui oito dias", diz Gavin. "Onze

anos é a idade privilegiada para primeiras namoradas."

Lake pega um punhado inteiro de suas batatas fritas e as joga em

direção ao rosto de Gavin.

Eu suspiro. Ela é impossível de se controlar. "Você que vai limpar

esta noite", digo para ela. "Você também," aponto para Eddie.

"Gavin, vamos ver um pouco de futebol como verdadeiros homens,

enquanto as mulheres fazem o seu trabalho."

Gavin empurra seu copo em direção a Eddie. "Encha este copo,

mulher. Agora vou assistir futebol."

Enquanto Eddie e Lake estão limpando a cozinha, aproveito a

oportunidade para pedir a Gavin um favor. Lake e eu não tivemos um

tempo sozinhos há semanas devido a estar sempre com os meninos.

Eu realmente preciso de um tempo sozinho com ela.

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"Você acha que você e Eddie poderiam levar Kel e Caulder ao cinema

amanhã à noite?" Ele não respondeu de imediato, o que me faz sentir

culpado, mesmo por perguntar. Talvez eles já tivessem planos.

"Depende", ele finalmente responde. "Nós temos que levar Kiersten

também?"

Eu rio. "Isso é com a sua garota. Ela é sua nova melhor amiga", digo.

Gavin revira os olhos com o pensamento. "Tá certo, nós tínhamos

planos para assistir a um filme de qualquer maneira. Que horas?

Quanto tempo você quer que a gente os mantenha ocupados?"

“Não importa. Nós não vamos a lugar nenhum. Só preciso de

algumas horas sozinho com Lake. Há algo que preciso dar a ela."

"Ah ... entendo", diz ele. "Só me mande uma mensagem quando você

tiver acabado de 'dar a ela' e vamos trazer os meninos para casa."

Balancei minha cabeça em sua suposição e ri. Gosto de Gavin. O que

odeio, no entanto, é o fato de que tudo o que acontece entre mim e

Lake e ele e Eddie... nós todos parecemos saber. Essa é a

desvantagem de namorar melhores amigos ... Não há segredos.

"Vamos, Baby." Eddie diz enquanto puxa Gavin e o levanta do sofá.

"Obrigado pelo jantar, Will. Joel quer que vocês venham na próxima

semana. Ele disse que ia fazer pamonhas."

Não gosto de pamonhas. "Nós estaremos lá", digo. Depois que Eddie

e Gavin saem, Lake vem para a sala e senta-se no sofá, encolhendo

as pernas debaixo dela enquanto se aconchega contra mim. Coloco

meu braço em volta dela e a puxo para mais perto.

"Estou chateada", diz ela. "Estava esperando que nós pelo menos,

conseguíssemos os mesmos dias nesse semestre. Nós nunca

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conseguimos tempo a sós com todas essas crianças borboletas

correndo por aí."

Você deve achar que com a gente vivendo um do lado do outro que

teríamos todo o tempo do mundo juntos. Esse não é o caso. No

semestre passado ela foi para escola na segunda, quarta e sexta-feira

e eu fui todos os dias. Nos fins de semana que passamos, ficamos

muito tempo fazendo lição de casa, mas principalmente, ficamos

ocupados com os esportes de Kel e Caulder. Quando Julia faleceu em

setembro, foi mais um peso para o ombro de Lake. Tem sido

um ajuste, para dizer o mínimo. O único lugar que parece estar em

falta é conseguir um tempo sozinho para diversão. É meio estranho

se os meninos estão em uma casa, apenas irmos para a outra casa

para ficar sozinhos. Eles quase sempre parecem seguir-nos aonde

vamos.

"Nós vamos superar isso", digo. "Nós sempre superamos."

Ela puxa meu rosto para o dela e me beija. Estou a beijando todos os

dias há mais de um ano e de alguma forma isso ainda fica cada vez

melhor.

"É melhor eu ir", ela finalmente diz. "Tenho que acordar cedo e ir

para a faculdade para terminar a inscrição. Também preciso

certificar-me de Kel não está lá fora nos amassos com a Kiersten.”

Nós rimos sobre isso agora, mas em questão de alguns anos essa

será a nossa realidade. Não teremos nem vinte e cinco anos e

estaremos criando adolescentes. É um pensamento assustador.

"Espere antes de sair... Quais são seus planos para amanhã à noite?"

Ela revira os olhos. "Que tipo de pergunta é essa? Você é o meu

plano. Você é sempre meu único plano."

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“Ótimo. Eddie e Gavin vão passear com os meninos. Encontre-me às

sete?"

Ela se empolga e sorri. "Você está me convidando para sair em um

encontro de verdade, tipo de verdade?"

Concordo com a cabeça.

"Bem, você é péssimo nisso sabia? Você sempre foi. Às vezes, as

meninas gostam de ser convidadas e não intimadas."

Ela está tentando se fazer de difícil, o que é inútil. Eu já a tenho...

mas jogo seu jogo de qualquer maneira. Eu me ajoelho no chão em

frente a ela e olho em seus olhos.

"Lake, você vai me dar a honra de me acompanhar em um encontro

amanhã à noite?"

Ela encosta-se ao sofá e olha para longe. "Eu não sei, estou meio

ocupada", ela diz. "Vou verificar a minha agenda e te aviso." Ela

tenta desviar o olhar, mas um sorriso irrompe em seu rosto. Ela se

inclina para frente e me abraça, mas perco o equilíbrio e acabamos

no chão. Eu a rolo sobre suas costas e ela olha para mim e ri. "Tudo

bem. Pegue-me às sete."

Retiro o cabelo de seus olhos e corro o dedo ao longo do seu rosto.

"Eu te amo, Lake".

"Diga isso de novo", diz ela.

Beijo sua testa e repito o que disse. "Eu te amo, Lake".

"Mais uma vez."

"Eu" beijo seus lábios. "Amo." beijo novamente. "Voce."

"Eu também te amo."

Page 27: 417 livraria magia

Alivio o peso do meu corpo de cima dela e juntos meus dedos aos

dela. Levo as mãos acima de sua cabeça e as pressiono no chão.

Inclino-me como se fosse beijá-la, mas não a beijo. Gosto de

provocá-la quando estamos nessa posição. Mal toco meus lábios nos

dela até ela fechar os olhos, então lentamente me afasto. Ela abre os

olhos e sorrio para ela, depois me inclino novamente. Assim que seus

olhos estão fechados, me afasto novamente.

"Droga, Will! ‘borboleta’' me beija já!"

Solto suas mãos e ela agarra meu rosto e puxa minha boca para a

dela. Continuamos beijando até chegarmos ao "ponto de retirada",

como Lake gosta de chamá-lo. Ela sai de baixo de mim e senta-se

sobre os joelhos enquanto rolo em minhas costas e permaneço no

chão. Nós não gostamos de nos empolgar quando não somos os

únicos na casa. É tão fácil de acontecer. Quando nos pegamos

levando as coisas longe demais, um de nós sempre chama o 'ponto

de retirada'.

Antes de Julia falecer, cometemos o erro de levar as coisas longe

demais, muito rapidamente... um erro crucial de minha parte. Foi

apenas duas semanas depois que começamos oficialmente a namorar

e Caulder estava passando a noite na casa de Kel. Lake e eu

voltamos à minha casa depois de um filme. Começamos a dar uns

amassos no sofá e uma coisa levou à outra... nenhum de nós estava

disposto a parar. Nós não estávamos fazendo sexo, mas teríamos

feito se Julia não tivesse entrado como ela fez. Ela enlouqueceu

completamente. Ficamos atormentados. Ela castigou Lake e não me

deixou vê-la durante duas semanas.

Claro que pedi desculpas um milhão de vezes nessas duas semanas.

Ela finalmente sentou conosco e nos fez jurar que esperaríamos pelo

Page 28: 417 livraria magia

menos um ano. Ela fez Lake tomar pílula e fez-me olhar nos olhos

dela e dar-lhe minha palavra. Ela não estava chateada com o fato de

que a filha dela de dezoito anos de idade quase teve relações

sexuais. Julia foi bastante razoável e sabia que isso iria acontecer

eventualmente. O que a machucou foi como eu estava tão pronto

para tirar isso de Lake em apenas duas semanas de namoro. Isso me

fez sentir incrivelmente culpado, então é claro que concordei com a

promessa. Também queria que nós déssemos um bom exemplo para

Kel e Caulder e nos fez jurar que não iriamos passar a noite na casa

um do outro durante esse período também. Depois que Julia faleceu,

nós mantivemos a nossa palavra. Mais por respeito a Julia, que por

qualquer outra coisa. O Senhor sabe que é mais do que difícil, às

vezes. A maioria das vezes.

Nós não discutimos isso, mas na semana passada fez exatamente um

ano desde que foi feita a promessa de Julia. Não quero apressar Lake

nem nada. Quero que seja completamente para ela, então não tenho

tocado no assunto. Nem ela tem. Mas, novamente, não estivemos

realmente sozinhos também.

"Ponto de retirada", ela diz e se levanta. "Vejo você amanhã à noite.

Sete horas. Não se atrase."

"Vá procurar o seu celular e me mande mensagem de boa noite,"

digo a ela.

Ela abre a porta e me encara enquanto se apoia na porta, puxando

lentamente.

"Mais uma vez", ela diz.

"Eu te amo, Lake."

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Sexta-feira, janeiro 6, 2012

Vou dar a Lake seu presente daqui a pouco. Nem tenho certeza do

que é, já que é algo que não escolhi. Não posso escrever mais agora,

minhas mãos estão tremendo. Como diabos esses encontros ainda

me deixam nervoso? Eu sou tão patético.

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Capítulo Dois

"Meninos, nada de conversar de trás para frente essa noite. Vocês

sabem que Gavin não consegue acompanhar vocês." Aceno um adeus

e fecho a porta atrás deles.

É quase sete. Vou ao banheiro e escovo os dentes, em seguida, pego

as chaves, a jaqueta e sigo para o meu carro. Posso vê-la olhando da

janela. Ela provavelmente não sabe disso, mas sempre podia vê-la

olhando da janela. Especialmente nos meses antes de sermos

oficialmente namorados. Todos os dias eu chegava em casa e podia

ver sua sombra. Foi o que me deu esperança de que um dia seria

capaz de estarmos juntos... o fato de que ela ainda pensava em mim.

Porém depois da nossa luta na lavanderia, ela nunca mais ficou na

espreita na janela novamente. Pensei que estraguei tudo de verdade.

Saio da garagem e vou direto para a garagem dela. Deixo o carro

ligado e dou a volta para abrir a porta para ela. Quando volto para

dentro do carro, sinto uma brisa do seu perfume. É o de baunilha... o

meu favorito.

"Para onde estamos indo?", Ela pergunta.

"Você vai ver. É surpresa", digo enquanto saio de sua garagem. Ao

invés de ir para a rua, vou direto para a direita em minha própria

garagem. Desligo a ignição e corro para o seu lado do carro e abro a

porta.

"O que você está fazendo, Will?"

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Pego sua mão e a puxo para fora do carro. "Nós chegamos." Amo o

olhar de confusão em seu rosto, então poupo os detalhes.

"Você me chamou para sair em um encontro na sua casa? Eu me

arrumei Will! Quero ir a algum lugar.”

Ela se queixa. Eu rio e seguro sua mão e levo para dentro. "Não, você

que me fez te convidar para um encontro, eu nunca disse que iríamos

a lugar algum. Só perguntei se você tinha planos."

Já tinha cozinhado o jantar então entrei na cozinha e peguei nossos

pratos. Então sentamos à mesa para comer, pego os pratos da mesa

de centro na sala de estar. Ela puxa seu casaco e parece um pouco

decepcionada. Continuo a iludi-la, enquanto preparo nossas bebidas,

em seguida, sento no chão com ela.

"Não estou tentando parecer ingrata", diz ela com a boca cheia de

macarrão. "É só que nós nunca mais chegamos a ir a qualquer lugar.

Estava ansiosa para fazer algo diferente."

Tomo um gole e limpo minha boca. "Baby, eu sei o que você quer

dizer. Mas hoje é um dia que já foi planejado para nós." Coloco outro

pedaço de pão em seu prato.

"O que quer dizer com ‘já foi planejado para nós’? Não estou

entendendo", diz ela.

Não respondo. Apenas continuo comendo.

"Will, diga-me o que está acontecendo, essa sua evasão está me

deixando nervosa."

Sorrio para ela e tomo outro gole da bebida. "Eu não estou tentando

deixá-la nervosa. Estou apenas fazendo o que me foi dito."

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Ela percebe que estou me divertindo com isso e desiste de tentar

tirar alguma coisa de mim e pega outro pedaço de sua comida. "A

massa é boa, pelo menos", diz ela.

"E a vista também."

Ela sorri e pisca para mim e continua a comer. Ela está usando o

cabelo solto esta noite. Adoro quando ela usa o cabelo solto. Também

adoro quando o usa preso. Na verdade, acho que ela nunca usou isso

de uma maneira que não me fez adorar. Ela é tão incrivelmente

bela... especialmente quando não está tentando ser. Percebo que

estive olhando para ela, perdido em pensamentos. Mal comi metade

da minha comida e ela esta quase terminando.

"Will?" Ela termina o seu último pedaço de comida, em seguida, limpa

a boca com o guardanapo. "Será que isso tem alguma coisa a ver

com a minha mãe?", Ela pergunta em voz baixa. "Você sabe... com a

nossa promessa que fizemos a ela?"

Eu sei o que ela está me perguntando. Imediatamente me sinto

culpado que não tenha pensado o que ela pensaria sobre minhas

intenções hoje. Não quero que ela se sinta como se eu esperasse

alguma coisa dela.

"Não dessa maneira, Baby." Eu me aproximo e seguro sua mão. "Não

é sobre isso esta noite. Sinto muito se você pensou isso. Isso é para

outro momento... quando você estiver pronta".

Ela sorri para mim. "Bem, eu não ia contestar se fosse sobre isso a

noite", diz ela.

Seu comentário me pega desprevenido. Estava tão acostumado ao

fato de que um de nós sempre chamava o 'ponto de retirada', que

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realmente não tinha pensado na possibilidade disso acontecer esta

noite.

Ela está envergonhada por seu atrevimento e desvia sua atenção de

volta para a seu prato. Ela arranca um pedaço de pão e mergulha no

molho. Quando ela termina de comer, ela toma um gole e olha de

volta para mim.

"Antes", ela sussurra vacilante. "Quando perguntei se isso tinha

alguma coisa a ver com a minha mãe, você disse 'não dessa forma’.

O que você quis dizer com isso? Você está dizendo que esta noite tem

algo a ver com ela de uma forma diferente?"

Concordo com a cabeça, em seguida, levanto-me, seguro sua mão e

a puxo para cima. Envolvo meus braços em torno dela e ela se inclina

contra meu peito e aperta as mãos atrás das minhas costas. "Tem

haver com ela baby." Ela puxa o rosto do meu peito e olha para mim

enquanto explico. "Ela me deu outra coisa... além das cartas."

Julia me fez prometer não contar a ela sobre as cartas e sobre o

presente, até que fosse a data para dar a ela. Eles já abriram as

cartas e o presente era para mim e Lake. Era para termos aberto o

presente no Natal juntos, mas esta é a primeira oportunidade que

tivemos de ficar sozinhos.

"Venha para o meu quarto." Solto meu abraço e seguro a mão dela.

Ela me segue até chegarmos ao meu quarto onde a caixa que Julia

me deu está sobre a cama. Lake caminha em direção a ela e passa a

mão sobre o papel de embrulho. Ela toca com os dedos o veludo

vermelho e suspira.

"É realmente dela?", Ela pergunta em voz baixa.

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Sento-me na cama e a puxo para se sentar comigo. Nós puxamos as

pernas para cima e sentamos com o presente entre nós. Há um

cartão colado na parte superior com os nossos nomes, juntamente

com instruções claras para não ler o cartão até depois de abrir o

presente.

"Will por que você não me disse que havia algo mais? Esta é a

última?" Posso ver as lágrimas se formando em seus olhos. Ela

sempre se esforça para escondê-las. Não sei por que odeia tanto

quando chora. Corro o meu dedo em sua bochecha e enxugo uma

lágrima.

“A última, eu juro", digo. "Ela queria que abríssemos juntos."

Ela endireita-se e faz o seu melhor para recuperar a compostura.

"Você quer fazer as honras, ou eu faço?", ela pergunta.

"Essa é uma pergunta idiota", digo.

"Não é uma pergunta idiota", diz ela. "Você deveria saber disso Sr.

Cooper." Ela se inclina e me beija, em seguida, vai para trás e

começa a soltar a borda do pacote. Vejo que enquanto ela rasga se

revela uma caixa de papelão envolto em uma fita adesiva.

"Meu Deus, deve haver seis camadas de fita adesiva por aqui", diz ela

com sarcasmo. "Assim como o seu carro." Ela olha para cima e me dá

um sorriso malicioso.

"Muito engraçado," digo.

Acaricio seu joelho e a vejo puxar a fita com a unha do polegar. Justo

quando ela rompe a ponta final, ela faz uma pausa.

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"Obrigado por ter feito isso por ela", diz ela. "Por manter o presente."

Ela olha para baixo e o prende sem abri-lo. "Você sabe o que é?", Ela

pergunta.

"Nenhum indício. Estou esperando que isto não seja um cachorro que

tenha ficado debaixo da minha cama por quatro meses."

Ela ri. "Estou nervosa", diz ela. "Realmente não quero chorar de

novo." Ela hesita e então finalmente abre a parte superior da caixa e

dobra as abas de volta. Ela puxa o conteúdo fora da caixa enquanto

puxo o papelão longe dela. Ela rasga o tecido e revela um vaso de

vidro transparente. Dentro do vaso, está cheio até a borda com

estrelas geométricas com uma variedade de cores. Parece origami.

Centenas de miniaturas de estrelas de papel em 3D.

"O que é isso?" pergunto-lhe.

"Eu não sei, mas é lindo", diz ela. Continuamos a olhar para ele,

tentando entender o sentido do presente e do conteúdo dentro dele.

Ela abre o cartão e olha para ele. "Eu não consigo ler isso, Will. Você

vai ter que ler." Ela o coloca em minhas mãos.

Eu abro e leio em voz alta.

Will e Lake,

O amor é a coisa mais linda do mundo. Infelizmente, é também uma

das coisas mais difíceis do mundo para se segurar e uma das coisas

mais fáceis de jogar fora.

Nenhum de vocês tem uma mãe ou um pai para dar conselhos de

relacionamento. Nenhum de vocês tem um ombro para chorar

quando as coisas ficarem difíceis e elas vão ficar difíceis.

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Nenhum de vocês tem alguém para compartilhar algo engraçado, ou

feliz, ou até mesmo a mágoa. Ambos estão em desvantagem quando

se trata deste aspecto do amor. Ambos têm apenas um ao outro e é

por isso que terão que trabalhar mais para a construção de uma base

sólida para um futuro juntos. Vocês não são só o amor um do outro,

vocês também são o único confidente um do outro.

Escrevi a mão algumas coisas em tiras de papéis e as dobrei em

estrelas. Pode ser algumas citações inspiradoras, uma letra

inspiradora, ou apenas conselho de pais. Não quero que vocês abram

e leiam até que vocês realmente sintam que precisam. Se vocês

tiverem um dia ruim, se vocês brigarem, ou se vocês simplesmente

precisarem de algo para levantar o seu ânimo... é pra isso que elas

servem. Vocês podem abri-las juntos, vocês podem abri-las sozinhos.

Só quero que isso seja algo que vocês sempre podem ir atrás quando

precisarem.

Will... obrigado. Obrigado por entrar em nossas vidas. Assim, o

grande medo e preocupação que eu tinha foram aliviados pelo

simples fato de que sei que minha filha está apaixonada por você.

Lake pega a minha mão quando paro para uma pausa. Não estava

esperando que Julia fosse falar comigo pela carta. Ela enxuga uma

lágrima de seus olhos. Faço o meu melhor para lutar contra as

minhas próprias lágrimas. Respiro fundo e limpo minha garganta, em

seguida, termino de ler a carta.

Você é um homem maravilhoso e você foi um amigo maravilhoso

para mim. Agradeço do fundo do meu coração por amar a minha filha

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como você ama. Por respeitá-la, inspirá-la e você não precisa mudar

por ela. Você nunca saberá o quão grata sou por ter tido você e

quanta paz que você trouxe a minha alma.

E Lake, esta sou eu cutucando seu ombro, dando-lhe a minha

aprovação. Você não poderia ter escolhido ninguém melhor para

amar, nem se eu tivesse escolhido a dedo. Além disso, obrigada por

ter estado tão determinada a manter a nossa família unida. Você

estava certa sobre Kel e a necessidade dele estar com você. Obrigado

por me ajudar a enxergar isso. E lembre-se, se as coisas ficarem

difíceis para ele, por favor, lembre-se de ensiná-lo a como parar de

esculpir abóboras... Eu amo vocês dois e desejo uma vida de

felicidade juntos.

-Julia

"E tudo ao redor minhas memórias, você dançar..." ~The Avett

Brothers

Coloco o cartão de volta dentro do envelope e vejo como Lake

esfrega as mãos em todo o vidro, girando ao redor para vê-lo de

todos os ângulos. "Eu a vi fazendo isso uma vez. Quando entrei em

seu quarto, ela estava dobrando tiras de papel, ela parou e o colocou

de lado enquanto nos falávamos. Eu tinha esquecido. Esqueci tudo

sobre ele. Isso deve ter demorado pra sempre."

Ela olha para as estrelas e eu olho para ela. Ela enxuga mais lágrimas

de seus olhos com a parte de trás da sua mão. Ela está segurando

bem, considerando todas as coisas.

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"Eu quero ler todos eles, mas ao mesmo tempo espero que nunca

precise lê-los", diz ela.

Eu me inclino para frente e dou-lhe um beijo rápido. "Você é tão

incrível como a sua mãe." Tiro o vaso de suas mãos e caminho para a

cômoda e coloco-o lá. Lake pega a caixa e empurra o papel de

embrulho dentro e os coloca no chão. Ela coloca o cartão na mesa, e,

em seguida, deita-se de costas na cama. Deito-me ao lado dela, viro

para ela e descanso meu braço sobre sua cintura. "Você está bem?"

Pergunto-lhe. Eu não consigo dizer se ela está triste.

Ela olha para mim e sorri. "Pensei que ia doer ouvir suas palavras de

novo, mas não. Realmente me fez feliz", diz ela.

"Eu também", digo. "Estava realmente preocupado que fosse um

cachorro."

Ela ri e deita a cabeça no meu braço. Nós ficamos ali em silêncio,

observando um ao outro. Corro minha mão em seu braço e traço seu

rosto e pescoço com meus dedos. Amo olhá-la enquanto pensa.

Ela finalmente levanta sua cabeça do meu braço e desliza para cima

de mim, colocando as mãos na parte de trás do meu pescoço. Ela se

inclina e lentamente encosta os meus lábios nos dela. Sou

rapidamente consumido pelo sabor de seus lábios e a sensação de

suas mãos quentes. Eu a envolvo em meus braços e corro meus

dedos por seu cabelo e retorno seu beijo. Faz tanto tempo desde que

estivemos juntos e sozinhos, sem a possibilidade de ser

interrompidos. Odeio estar nesta situação, mas mais uma vez eu amo

estar nesta situação. Sua pele é tão macia, seus lábios são perfeitos.

Fica cada vez mais difícil recuar.

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Ela corre as mãos debaixo da minha camisa e brinca levemente com

a boca em meu pescoço. Ela sabe que isso me deixa louco, mas vem

fazendo isso cada vez mais recentemente. Acho que ela gosta de

forçar seus limites. Um de nós tem de recuar... e não sei se consigo

fazer isso. Aparentemente, nem ela.

"Quanto tempo nós temos?" Ela sussurra. Ela levanta minha camisa e

seus lábios trilham seu caminho até meu peito.

"Tempo?" digo com voz fraca.

"Até os meninos chegarem em casa." Ela lentamente beija seu

caminho de volta até o meu pescoço novamente. "Quanto tempo

temos até os garotos chegarem em casa?" Ela traz o rosto de volta

para o meu e me olha. Posso ver pelo olhar em seus olhos que ela

está me dizendo que não vai recuar.

Trago meus braços sobre meus olhos. Tento me acalmar. Não quero

que seja assim pra ela. Pense em outra coisa, Will. Pense na

faculdade, trabalhos de casa, filhotes em caixas de papelão...

qualquer coisa.

Ela puxa o braço do meu rosto para que ela possa me olhar nos

olhos. "Will, já se passou um ano, eu quero!”

Rolo-a de costas e sustento minha cabeça no meu cotovelo e inclino-

me em direção a ela, acariciando seu rosto com a outra mão. "Lake,

acredite em mim... estou pronto, também. Mas não aqui. Não agora.

Você vai ter que ir para casa em uma hora quando os meninos

voltarem e acho que eu não poderia aguentar." Beijo sua testa. "Em

duas semanas temos um fim de semana prolongado... podemos

viajar juntos. Apenas nós dois. Vou ver se meus avós ficam com os

meninos e aí nós podemos passar o fim de semana todo juntos."

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Ela chuta as pernas para cima e para baixo na cama, frustrada. "Eu

não posso esperar mais duas semanas! Nós já esperamos 57

semanas!"

Eu rio da sua infantilidade e inclino-me, dando um beijo em sua

bochecha. "Se eu posso esperar, você definitivamente pode esperar

tambem.”

Ela revira os olhos. "Deus, você é tão chato", brinca.

"Ah, eu sou um chato?" digo. "Você quer que eu te jogue no chuveiro

de novo pra você esfriar, se for isso que você precisa, definitivamente

farei."

"Só se você for comigo", diz ela. Seus olhos se arregalam e ela se

senta e me empurra de costas, inclinando-se sobre mim. "Will", ela

diz com entusiasmo como uma nova determinação sobre ela. "Isso

significa que nós podemos tomar banho juntos? Em nossa viagem?"

Sua animação me surpreende. Tudo que ela faz me surpreende.

"Você não está nervosa?" pergunto-lhe.

"Não, não." Ela sorri e se inclina mais perto. "Eu sei que vou estar em

boas mãos."

"Você definitivamente vai estar em boas mãos", digo, puxando-a para

mim. Quando estou prestes a beijá-la novamente, meu celular vibra.

Ela encosta no bolso e o puxa para fora.

"Gavin", diz ela. Ela entrega o celular para mim e rola de volta.

Leio o texto “Ótimo, Kel vomitou, acham que ele comeu algo

estragado, estão trazendo ele de volta para casa."

Ela geme e sai da cama. "Ugh! Odeio vomitar! Caulder provavelmente

vai começar também do jeito que eles passam porcaria entre eles."

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"Eu vou mandar uma mensagem de volta e dizer-lhe para levar Kel

para sua casa. Você vai para casa e espera por eles, eu vou correr na

farmácia e já compro algum remédio." Visto minha camisa de volta e

pego o vaso que Julia nos deu para que possa colocá-lo na estante da

sala. Nós saímos do quarto no “modo Pai”.

"Pegue um pouco de sopa, também. Para amanhã. E uma sprite", diz

ela.

Quando coloco o vaso na sala de estar, ela enfia a mão por dentro e

pega uma estrela. Ela me vê olhando para ela e sorri. "Deve ter uma

boa dica aqui. Para vômito", diz ela.

"Temos um longo caminho pela frente, é melhor não desperdiçar

esses." Quando andamos para fora, agarro-lhe o braço e a puxo para

mim e lhe dou um abraço de boa noite. "Você quer que eu te leve

para casa?"

Ela ri e me abraça de volta. "Obrigado pelo encontro. Foi um dos

meus favoritos."

"O melhor ainda está por vir", digo, insinuando a nossa próxima

escapada.

"Eu estou me segurando a isso." Ela se afasta e começa a caminhar

em direção a sua casa. Vou para o carro e abro a porta enquanto ela

grita do outro lado da rua.

"Will!! Mais uma vez?"

"Eu te amo, Lake!"

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07 de janeiro de 2012

Eu odeio borboletamente cheeseburgers.

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Capítulo Três

Inferno. Inferno total é a melhor maneira de descrever as últimas

vinte e quatro horas. Desde que Gavin e Eddie chegaram em casa

com os meninos, era evidente que Kel não tinha tido nenhum

problema estomacal depois de tudo. Gavin não bateu quando entrou

correndo pela porta da frente e foi direto para o banheiro. Caulder foi

o próximo, em seguida, Lake e Eddie. Fui a última pessoa a sentir os

efeitos da intoxicação alimentar. Caulder e eu não fizemos nada além

de ficar deitados no sofá, revezando-nos para ver quem chegava

primeiro ao banheiro desde a meia-noite da noite passada.

Não posso evitar a inveja que sinto de Kiersten. Deveria ter comido

só pão também. No momento em que estava pensando nisso, ouvi

uma batida na porta da frente. Não me levantei. Nem falei nada.

Ninguém que conheça teria a cortesia de bater na porta antes de

entrar, então não sei quem poderia ser. E acho que nem vou

descobrir, ou ... porque não vou me mexer daqui.

Estava deitado no sofá de costas para a porta, mas pude ouvir a

porta sendo aberta lentamente deixando entrar o ar frio e uma voz

feminina que não reconhecia chamar meu nome.

"Will?"

Ainda não quero saber quem é. Neste momento, queria que fosse

alguém para acabar comigo... me tirar dessa miséria. Usei toda a

energia que fui capaz pra levantar a mão para quem quer que fosse

me enxergasse.

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"Oh, coitadinho", disse ela. Fechou a porta atrás dela e andou até a

parte da frente do sofá e olhou para mim. Olhei de volta para ela e

percebi que não tinha absolutamente nenhuma ideia de quem era

essa mulher. Está na casa dos quarenta anos... seu cabelo preto

curto já tinha alguns fios cinza. É baixinha, menor que Lake. Tentei

sorrir, mas acho que não consegui.

Ela franziu o cenho e olhou para Caulder, que estava desmaiado no

outro sofá.

Percebi uma garrafa entre as mãos dela, quando atravessou a sala

em direção à cozinha. Ouvi algumas gavetas sendo abertas e ela

voltou com uma colher.

"Isso vai ajudar. Layken disse que vocês estavam doentes, também."

Ela derramou um pouco do líquido em uma colher e inclinou para

baixo, entregando a colher para mim.

Tomei. Tomaria qualquer coisa pra me tirar dessa. Engoli o

medicamento e tossi quando o líquido desceu queimando o interior da

minha garganta. Peguei um copo de água e tomei um gole. Não

queria beber muito, tava quase tudo voltando pra cima. "Que

porcaria é essa?" Perguntei.

Ela pareceu desapontada com minha reação. "Eu que fiz. Faço o meu

próprio remédio. Vai ajudar, eu prometo”. Ela foi até Caulder e o

sacudiu para que acordasse. Ele aceitou tomar o remédio assim como

fiz, sem dúvida nenhuma, em seguida, fechou os olhos.

"Sou Sherry, a propósito. A mãe de Kiersten."

Isso explica tudo.

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"Ela disse que vocês comeram um pouco de carne podre.” Fazendo

uma careta quando disse a palavra ‘carne’.

Não queria nem pensar naquela carne, fechei meus olhos e tirei

aquela imagem da minha cabeça. Acho que ela percebeu minha

expressão de nojo e pediu desculpas.

"Desculpe. É por isso que sou vegetariana."

"Obrigado, Sherry", disse, esperando que ela terminasse. Mas, não.

"Estou lavando algumas peças de roupa na casa de Layken. Se você

quiser, posso lavar algumas suas também.” Ela nem esperou eu

responder. Já foi andando pelo corredor e começou a coletar as

roupas, em seguida, levou-as para a lavanderia. Ouvi a máquina

começar a trabalhar, seguido de um barulho na cozinha. Uma mulher,

que não conheço, está limpando a cozinha da minha casa. Mas estou

cansado demais para contestar. Cansado até para ficar agradecido

pela gentileza.

"Will?" disse voltando para sala de estar. Mal conseguia abrir meus

olhos. "Volto em uma hora para colocar as roupas na secadora. Vou

trazer um pouco de Minestrone2, também."

Apenas dei um aceno. Ou, pelo menos acho que assenti.

2 Minestrone – sopa vegetal que normalmente contém ervas, feijão e macarrão e é servida com

queijo parmesão

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Não fazia nem uma hora ainda, mas o que quer que Sherry tenha me

dado já me fez sentir um pouco melhor. Caulder se obrigou a ir para

o quarto e desmaiou na cama. Andei até a cozinha e me servi de um

copo de Sprite quando a porta da frente se abriu. Era Lake.

Ela parecia estar tão detonada quanto eu, mas ainda assim bonita.

"Hey, Baby." Ela se arrastou até a cozinha e envolveu seus braços em

volta de mim. Estava de pijamas e pantufas. Não eram as de Darth

Vader, mas mesmo assim era sexy.

"Como Caulder está se sentindo?", pergunta.

"Melhor, eu acho. Seja lá o que foi que Sherry tenha nos dado.”

"Sim, foi bom." Ela repousou a cabeça no meu peito e respirou fundo.

"Queria que tivéssemos sofás suficientes em uma casa, assim nós

poderíamos ficar juntos enquanto estivéssemos doentes.”

A ideia de morarmos juntos veio à tona. Fazia sentido por questões

econômicas; nossas contas seriam divididas ao meio. Apesar dela ter

apenas dezenove anos... parecia gostar de ter sua independência.

Mas, o fato desse ser um grande passo nos deixou um pouco

apreensivos, então concordamos em esperar até o momento em que

estivéssemos certos sobre isso.

“Eu também gostaria disso", digo. Inclinei-me com a intenção de

beijá-la, mas ela balança a cabeça e afastou o rosto de mim.

"Nuh-uh", disse. "Nada de beijos por pelo menos mais vinte e quatro

horas.”

Eu rio e beijo o topo da sua cabeça.

"Vou voltar agora. Só queria dar uma olhada em você." Ela evitou o

meu rosto e, ao invés disso, me beijou no braço.

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"Vocês dois são tão bonitinhos!", Sherry disse. Veio caminhando pela

sala de jantar e guardou um pote com sopa na geladeira, então se

virou e foi para a lavanderia. Não a ouvi abrir a porta da frente...

muito menos bater antes de entrar.

"Obrigado pelo remédio, Sherry. Ele realmente ajudou", Lake disse.

"Sem problemas", Sherry disse. "Essa mistura pode bater pra fora

toda a merda que estiver te fazendo mal. Vocês dois podem me

avisar se precisarem de mais.”

Lake olhou para mim e revirou os olhos.

"Vejo você depois, Baby. Te amo.”

"Também te amo. Avise-me quando Kel se sentir melhor, vamos vir

hoje à noite.”

Lake saiu e eu tomei seu assento à mesa e saboreei lentamente a

minha bebida. Ainda estava com receio de ingerir qualquer coisa

neste momento.

Sherry puxou a cadeira em frente a mim e sentou-se. "Então, qual é

sua história?", perguntou.

Não tenho certeza de que história ela queria saber, então levantei as

sobrancelhas pra ela enquanto tomava mais um gole e esperava que

ela elaborasse melhor a pergunta.

"A história de vocês dois. E de Kel e Caulder. É um pouco estranho do

ponto de vista de uma mãe. Tenho uma filha de 11 anos que parece

aproveitar o tempo gasto com todos vocês, sinto que é meu dever

como mãe me informar da sua história. Você e Lake são praticamente

crianças, criando crianças.”

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Ela é muito contundente. No entanto, a forma como ela falou me

pareceu apropriado.

É fácil gostar dela. Vejo agora porque Kiersten é do jeito que é.

Coloco meu copo de Sprite na mesa na minha frente e esfrego a

condensação fora do vidro com meus polegares. "Meus pais

morreram há três anos”. Continuei a olhar para o vidro condensado

na minha frente, evitando o olhar dela. Não queria ver a pena em

seus olhos. "O pai de Lake morreu há mais de um ano atrás... a mãe

dela faleceu em setembro. Então... aqui estamos nós, criando nossos

irmãos.”

Sherry se inclinou para trás em sua cadeira e cruzou os braços sobre

o peito. "Eu sou uma chata.”

Apenas acenei com a cabeça e dei-lhe um meio sorriso. Pelo menos

ela não disse que lamentava muito pela gente. Odeio pena mais do

que qualquer coisa.

"Há quanto tempo vocês dois estão namorando?"

"Oficialmente? Desde dezoito de dezembro, um pouco mais de um

ano atrás.”

"E não oficialmente?", perguntou.

Remexi-me no meu lugar. Por que fui especificar oficialmente?

"Dezoito de Dezembro, um pouco mais de um ano atrás", Disse

novamente e sorri. Não serei mais específico do que isso. "E qual é a

sua história, Sherry?"

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Ela riu e se levantou. "Will, alguém já te disse que é rude ser

intrometido?” E foi andando em direção à porta da frente. "Me avisem

se vocês precisarem de alguma coisa. Você sabe onde moramos.”

Passamos o dia todo de domingo assistindo filmes e parecendo

detonados. Ainda estávamos um pouco enjoados, então dispensamos

as guloseimas. Segunda-feira todo mundo de volta à realidade. Fui

largar Kel e Caulder na escola e segui para a faculdade. Três das

minhas quatro aulas são no mesmo prédio, uma das vantagens de

estar na pós-graduação. Uma vez definido seu curso, todas as aulas

são semelhantes e são geralmente ensinados na mesma área. A

primeira das minhas quatro aulas, no entanto, é do outro lado do

campus. É uma aula eletiva da pós-graduação chamada Morte e o

Morrer. Pensei que seria interessante, já que sou mais do que

experiente no assunto. Mas também não tive escolha. Não havia

outra matéria na grade curricular que ocupasse o horário das oito

horas, que eu pudesse aproveitar, então tive que ficar com essa para

poder aumentar os meus créditos. Quando entrei, havia alguns

alunos sentados espalhados. A sala parecia um auditório equipado

com mesas de dois assentos cada. Subi as escadas e sentei-me na

parte do fundão da sala. É estranho, ser o aluno agora, em vez de ser

o professor. Estava tão acostumado a estar à frente da sala de aula.

Levei um tempo para me acostumar com a inversão de papéis.

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A classe se encheu rapidamente. É o primeiro dia do semestre, por

isso, provavelmente, será o único dia em que as pessoas realmente

chegarão cedo. É assim que funciona quando algo é novidade... a

empolgação acaba em mais ou menos dois dias. É raro para um

professor ter todos em seu show após o segundo dia.

Joguei minhas coisas sobre a mesa e sentei-me. O meu celular vibrou

no meu bolso então o tirei e deslizei o dedo pela tela. Era uma

mensagem de Lake.

Finalmente encontrei o meu telefone. Espero que você goste

de suas aulas. Eu te amo e vejo você esta noite.

Estava começando a responder de volta quando o professor começou

a fazer a chamada. Terminei o texto, pressionei o botão enviar e

coloquei meu celular de volta no bolso.

"Will Cooper?", Disse o professor. Levantei minha mão, ele olhou para

mim e acenou com a cabeça, em seguida, marcou na sua planilha.

Ele continuou a fazer a chamada e eu comecei a olhar ao redor da

sala para ver se reconhecia alguém.

Havia algumas pessoas com quem tinha terminado o ensino médio,

no meu último semestre eletivo. Geralmente não há muitas pessoas

que eu conheça nas minhas aulas desde que decidi ir um pouco mais

adiante nos estudos. A maioria dos meus colegas de escola se formou

na faculdade em maio passado, e muitos deles não optaram pela pós-

graduação. Enquanto meus olhos faziam uma varredura pela sala,

notei uma menina com cabelos loiros na fila da frente que se virou

completamente em seu assento. Quando encontrei o seu olhar, meu

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coração afundou. Ela sorriu e acenou quando viu que a reconheci. Ela

se virou e juntou as suas coisas, então se levantou e deu meia volta

para subir as escadas.

Oh, não. Ela está vindo em minha direção. Está prestes a sentar-se

comigo.

Oh, Deus.

"Will! Oh meu Deus, que coincidência? Já faz tanto tempo", disse.

Fiz meu melhor para sorrir de volta. Não entendi a minha própria

reação. Não sabia dizer se era raiva, culpa, ou o quê. "Hey, Vaughn.”

Tentei parecer satisfeito em revê-la.

Ela tomou o assento ao meu lado e se inclinou para me abraçar.

"Como você está?", sussurrou. "Como está Caulder?"

"Ele está bem", eu disse. "Crescendo. Ele vai fazer onze anos daqui

dois meses”.

"Onze? Nossa”, ela disse, balançando a cabeça em descrença.

Nós não nos víamos há quase três anos. Ela sabe que nos separamos

em uma situação ruim, para dizer no mínimo, no entanto, ela está

agindo como se estivesse realmente animada em me ver. Gostaria de

poder dizer o mesmo.

"Como está o Ethan?" perguntei. Ethan é seu irmão mais velho. Nós

éramos bons amigos quando Vaughn e eu namoramos, mas não nos

falamos desde o rompimento.

"Ele está bem. Está muito bem. Está casado agora, eles estão com

um bebê a caminho.”

"Bom para ele. Diga a ele que eu disse isso.”

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"Eu direi", disse ela.

"Vaughn Gibson?" O professor chamou.

Ela levantou a mão. "Bem aqui", ela falou e ele marcou em sua

planilha. Ela voltou sua atenção de volta para mim. "E quanto a você?

Casou?"

Balancei negativamente minha cabeça.

"Nem eu", ela sorriu.

Não gostei disso. Não gosto de como ela estava me olhando. Já vi

esse olhar antes. Nós namoramos por mais de dois anos, eu a

conheço muito bem. E agora, suas intenções não eram boas para

mim.

"Não estou casado, mas estou namorando alguém”, esclareci. Podia

ver a ligeira mudança na sua expressão, mas ela tentou dissimular

com um sorriso.

"Bom para você", disse. "É sério?" Ela estava cavando por alguma

pista.

"Muito.”

Ambos nos voltamos para a frente da sala, quando o professor

começou a explicar os requisitos do semestre e dando uma passada

por cima do programa.

O resto da hora, nós não falamos muito mais do que questões

pontuais sobre as informações da classe.

Quando o professor nos dispensou, rapidamente me levantei.

"É muito bom te rever, Will," ela disse. "Estou empolgada com esta

classe agora. Nós temos um monte de coisas para botar em dia.”

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Sorri para ela sem concordar. Ela me deu outro abraço rápido e se

afastou. Recolhi minhas coisas e fui para minha segunda aula, tinha

que pensar em uma maneira de contar isto para Lake.

Lake nunca perguntou sobre meus relacionamentos passados. Ela

dizia que não havia nada de bom em discutir isso, de modo que

nunca discutimos. Nem tenho certeza de que ela saiba de Vaughn.

Ela só sabe que tive um relacionamento muito sério na escola. Até

sabe que eu já fiz sexo - falamos sobre isso. Não sei como ela vai

receber isso. Odiaria aborrecê-la, mas também não quero esconder

nada.

Mas o que eu estaria escondendo? Será que é realmente necessário

que eu lhe conte quem são os alunos na minha classe? Nós nunca

discutimos isso antes, então por que sinto a necessidade de fazer isso

agora? Se disser, é só pra deixá-la preocupada desnecessariamente.

Se não contar, que mal estaria fazendo? Lake não é da minha turma,

nem mesmo frequenta a escola nos mesmos dias que eu. Deixei claro

para Vaughn que tenho um relacionamento sério... isso deve bastar.

Até o final da minha última aula, já tinha me convencido que Lake

não precisava saber.

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Quando cheguei ao ensino fundamental, Kel e Caulder estavam

sentados do lado de fora em um banco, longe do resto dos

estudantes. A Sra. Brill estava em pé bem atrás deles, esperando.

"Ótimo," murmurei a mim mesmo. Já tinha ouvido histórias horríveis

sobre ela, mas na verdade nunca tive que lidar com ela. Desliguei o

motor e saí, era óbvio que era o que esperava que eu fizesse.

"Você deve ser o Will", ela disse, enquanto estendia a mão. "Nós já

nos conhecemos antes, só que não oficialmente eu acredito.”

"Prazer em conhecê-la”. Olhei para os meninos que não estavam

fazendo nenhum contato visual comigo.

Quando olhei de volta a Sra. Brill, ela acenou com a cabeça para a

esquerda, indicando que gostaria de falar comigo em particular.

"Ocorreu um incidente com Kel na semana passada na cafeteria",

disse Sra. Brill enquanto caminhávamos pela calçada, para longe da

multidão. "Eu não tenho certeza qual é a relação entre você e Kel,

mas não pude entrar em contato com a irmã dele.”

"Estamos cientes do que aconteceu", disse. "Layken perdeu o celular.

Precisa que eu a avise que entre em contato com você?"

"Não, não é por isso que queria falar com você", ela falou. "Só queria

ter certeza de que ambos estavam cientes do incidente da semana

passada em primeiro lugar e que lidaram com tudo de forma

adequada.”

"Estamos cientes. Nós cuidamos disso", falei. Não sei o que ela quis

dizer com ‘lidar apropriadamente’, mas duvido que a punição

esperada fosse rir sobre isso na mesa de jantar. Oh, cara.

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"Eu queria falar com você sobre outro assunto. Há uma nova

estudante aqui, parece ser bem apegada a Kel e Caulder. Kiersten?”

Será que está esperando que eu admita saber a quem está se

referindo? Concordei com a cabeça. "Houve hoje um incidente que a

envolveu e alguns dos outros alunos”, disse.

Parei de andar e virei-me em direção a ela, de repente, me tornando

mais investido em nossa conversa. Se tiver alguma coisa a ver com a

forma como os três agiram na mesa de jantar na outra noite, quero

saber o que aconteceu.

"Ela está sendo perseguida. Alguns dos outros estudantes acham que

sua personalidade não combina bem com a dos outros, eu acho. Kel e

Caulder descobriram um grupo de meninos mais velhos falando

algumas coisas a ela, então decidiram tomar satisfações com as

próprias mãos." Ela fez uma pausa e olhou para trás na direção de

Kel e Caulder, que ainda estavam sentados nas mesmas posições.

"O que eles fizeram?" Perguntei nervosamente.

"Não é o que eles fizeram, realmente. Mas o que disseram.... em um

bilhete." Ela pegou um pedaço de papel do bolso e entregou-o a mim.

Desdobrei o bilhete e olhei. Fiquei boquiaberto com o que vi. Era a

imagem de uma faca ensanguentada com as palavras "Você vai

morrer, babaca!" escrito na parte superior do mesmo.

"Kel e Caulder escreveram isto?" Perguntei, embaraçado.

Ela acenou com a cabeça. "Eles já admitiram isso. Sabemos que você

é professor, então você conhece o significado desses tipos de

ameaças no campus. Isto não pode ser levado de maneira leviana,

Will. Espero que você entenda. Eles serão suspensos pelo resto da

semana.”

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"Suspensos? Durante uma semana inteira? Mas eles estavam

defendendo alguém que estava sendo intimidado.”

"Entendo e asseguro que aqueles garotos foram punidos também.

Mas não posso tolerar mau comportamento na defesa de um

comportamento pior.”

Sei de onde ela está tirando tudo isso. Olhei para o bilhete

novamente e suspirei. "Vou fazer com que Lake saiba disso. Há mais

alguma coisa? Eles estão livres para voltar na segunda-feira?"

Ela concordou com a cabeça. Disse-lhe obrigado e caminhei de volta

para o carro e subi no carro. Os meninos pularam para o banco de

trás e nós dirigimos para casa em silêncio. Estou muito puto da vida

com eles por não terem dito nada até agora. Ou pelo menos acho que

estou puto. Eu deveria estar não deveria?

Lake estava sentada no bar quando entrei pela porta da frente. Kel e

Caulder entraram logo atrás de mim e fui ríspido ao mandá-los

sentar. Lake me lançou um olhar confuso quando andei pela sala de

estar e fiz sinal para que ela me seguisse até seu quarto. Fechei a

porta atrás de nós por privacidade e expliquei tudo o que aconteceu,

mostrando-lhe o bilhete.

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Ela olhou para o bilhete por um tempo, então cobriu a boca, tentando

esconder o sorriso. Ela achou engraçado. Senti-me aliviado, porque

esta foi a minha reação inicial, também. Quando olhamos um nos

olhos do outro, nós dois começamos a rir.

"Eu sei Lake! Do ponto de vista de um irmão é muito engraçado", eu

disse. "Mas o que deveríamos fazer do ponto de vista como pais?"

Ela balançou a cabeça. "Eu não sei. Estou meio orgulhosa por eles

defenderem a Kiersten.” Ela sentou-se na cama e jogou o bilhete de

lado. “Mas mesmo assim, coitada da Kiersten.”

Sentei-me na cama ao lado dela. "Bem, nós temos que ser severos.

Eles realmente não podem continuar fazendo essas besteiras.”

Lake acenou com a cabeça em concordância. “E qual deveria ser a

punição mais correta?”

Encolhi os ombros. "Eu não sei. Ser suspenso parece mais uma

espécie de recompensa. Que criança não gostaria de ter uma semana

de folga da escola?“ Nós dois pensamos por um tempo. Nenhuma

ideia nos ocorreu como boas punições.

"Acho que é uma boa termos horários diferentes neste semestre”, ela

disse.

“Dessa forma, cada vez que eles forem suspensos, pelo menos um de

nós estará em casa.”

Sorri para ela... e espero que ela esteja errada. É melhor que essa

seja a primeira e última suspensão.

Lake não sabe, mas ela facilitou muito as coisas com Caulder. Antes

de conhecê-la, eu agonizava com cada decisão que tinha que tomar

como se fosse um pai solteiro. Agora que fazíamos essas escolhas

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juntos, não ficava mais me martirizando por isso. Nós parecíamos

concordar na maioria dos aspectos em relação a como os meninos

deveriam ser educados. Também não era nada mal ter o seu instinto

materno em ação agora. São momentos como estes, quando nós

deveríamos unir forças, que era quase insuportável levar as coisas

com calma. Se eu deixasse de agir com a cabeça e apenas seguisse

meu coração, casaria com ela hoje.

Empurrei-a de costas na cama e a beijei. Por causa daquele fim de

semana dos infernos, não tinha sido capaz de beijá-la desde sexta-

feira. Sentia falta do seu beijo. E da forma como ela me beijava de

volta, é óbvio que ela também sentia falta do meu beijo.

"Você já falou com seus avós sobre o próximo fim de semana?", Ela

perguntou.

Meus lábios se moveram de sua boca, para sua bochecha e orelha.

“Vou ligar hoje à noite”, sussurrei. "Você já sabe aonde você quer ir?"

Sua pele ficou arrepiada, então continuei beijando seu pescoço.

“Nós poderíamos ficar mais despreocupados. Por mim nós ficamos

aqui na minha casa. Estou procurando um modo de ficar só com você

por três dias inteirinhos. E, finalmente, passarmos a noite juntos... na

mesma cama, pelo menos.”

Tentei não parecer muito ansioso, mas o próximo fim de semana era

tudo que eu conseguia pensar agora. Ela não precisava saber, mas

agora estava em uma nervosa contagem regressiva pessoal. Dez dias

e mais 21 horas.

"Por que não fazemos isso?" Parei de beijá-la no pescoço e a olhei.

“Vamos ficar aqui. Kel e Caulder estarão em Detroit. Podemos mentir

para Eddie e Gavin dizendo que vamos ficar um tempo fora para que

eles não apareçam. Vamos fechar as cortinas, trancar as portas e nos

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refugiar por três dias inteiros, aqui nesta cama. E no chuveiro

também, é claro.”

"Parece ‘maragnífico’", ela disse. Ela adora combinar as palavras pra

parecer mais enfática. Tenho certeza que maragnífico é uma

combinação de maravilhoso e magnífico. Acho isso bonitinho.

"Agora, de volta para o castigo", ela disse. "O que nossos pais

fariam?"

Sinceramente não faço ideia do que meus pais fariam. Se tivesse

qualquer pista, não seria tão difícil encontrar soluções para todos os

problemas que vêm junto com a criação de crianças.

"Eu não sei o que eles fariam. Mas sei o que quero fazer", falei.

“Vamos dar um susto neles, fazê-los sentir borboletas no estômago.”

"Como?", ela perguntou.

“Aja como se você estivesse tentando me acalmar. Como se eu

estivesse realmente puto. Nós podemos tentar com que eles fiquem

sentados lá suando um pouco.”

Ela riu. “Você é tão mal”. Ela se levantou e foi mais perto da porta.

“Will!!

Acalme-se!", ela gritou.

Fui até a porta e bati para dar uma ênfase extra. “Não vou me

acalmar! Eu estou PUTO!”

Lake se jogou na cama e puxou um travesseiro sobre o rosto para

abafar a gargalhada antes de continuar gritando. “Não, pare com

isso! Você não pode ir lá fora ainda! VOCÊ PRECISA SE ACALMAR,

WILL! VOCÊ PODERIA MATÁ-LOS!"

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Olhei para ela. "Matá-los?" Eu sussurro. "Sério?"

Ela riu quando pulei de volta na cama com ela. "Lake, você é péssima

nisso.”

“Will, NÃO! O cinto não”, ela gritou de forma dramática.

Fechei a minha mão sobre sua boca. "Cale a boca!" Eu rio.

Nós nos demos alguns minutos para recuperar a compostura antes de

sair do quarto. Quando andamos pelo corredor, fiz o meu melhor para

manter um olhar intimidador. Os meninos estavam nos observando

com medo em seus olhos quando tomamos nossos lugares em torno

do bar em volta deles.

"Eu vou falar", Lake disse para eles. “Will está muito transtornado

agora para falar com vocês.”

Eu os encarei e não falei nada, tentando fazer a melhor exibição de

raiva. Estava me perguntando se é assim que os pais de verdade

lidam com esse negócio de paternidade? Muito ‘fingimento’ para

parecerem serem adultos responsáveis.

"Em primeiro lugar”, Lake disse em um tom maternal muito

soberbamente falsificado. "Nós gostaríamos de elogiá-los por

defenderem sua amiga. Maaas, vocês agiram de modo muito errado.

Deveriam ter falado com alguém sobre isso. A violência nunca é a

melhor resposta contra a violência", disse.

Eu não poderia ter dito melhor mesmo que estivesse lendo um

manual sobre “como criar seu filho”!!!

"Vocês estão ambos de castigo por duas semanas. E não pensem que

a sua suspensão vai ser divertida, também. Vamos dar a vocês uma

lista de tarefas a fazer todos os dias. Incluindo sábado e domingo.”

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Bati meu joelho contra o dela sob o balcão, deixando-a saber, que

aquele era um belo toque.

"Algum de vocês tem algo a dizer?”, perguntou.

Kel levantou a mão. "E o meu aniversário na sexta?"

Lake olhou para mim e eu encolhi os ombros. Ela se virou em direção

a Kel.

"Você não precisa estar de castigo no dia do seu aniversário. Mas

você vai ter um dia extra de castigo. Mais perguntas?"

Nenhum deles disse nada.

“Ótimo. Vá para o seu quarto, Kel. Está proibido de sair com Caulder

ou Kiersten enquanto estiver de castigo. Caulder, o mesmo vale para

você. Vá para sua casa e fique no seu quarto.”

Os meninos se levantaram do balcão e foram para seus respectivos

quartos. Quando Kel desapareceu pelo corredor e Caulder

desapareceu pela porta da frente, batemos as mãos suspensas no ar.

"Boa jogada”, disse a ela. "Você quase me convenceu.”

"Você também. Realmente parecia puto!”, disse. Foi para a sala de

estar e começou a dobrar roupa. "Então? Como foram suas aulas?"

"Boas", respondi. Poupei-a dos detalhes do primeiro período. "Mas

tenho um monte de lição de casa, preciso começar logo. Vamos

comer juntos esta noite?"

Ela balança a cabeça. "Prometi a Eddie que teríamos uma noite só

para garotas hoje. Gavin começou o trabalho na Getty. Mas amanhã

sou toda sua.”

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Quando andei pela sala em direção à porta da frente, parei para

beijá-la na testa. "Vocês duas divirtam-se. Me mande uma

mensagem de boa noite", falei. "Sabe onde está o seu celular, né?"

Ela concordou com a cabeça e o puxou para fora do bolso me

mostrando.

“Eu te amo”, ela disse.

“Eu também te amo”, falei enquanto saía.

Quando fechei a porta atrás de mim, sentia como se tivesse deixado

escapar um pequeno momento. Voltei e ela estava de frente para o

outro lado, dobrando uma toalha. Virei-a de frente para mim e tirei a

toalha de suas mãos. Envolvi-a em meus braços e a beijei

novamente, mas desta vez foi melhor. "Eu te amo", disse novamente.

Ela suspirou e se inclinou para mim. "Não posso esperar até o

próximo fim de semana, Will. Queria que fosse possível acelerar o

tempo pra que chegasse logo.”

"Somos dois."

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Terça-feira 10 de janeiro, 2012.

Se eu fosse um carpinteiro, gostaria de construir uma janela para a

minha alma.

Mas eu gostaria de deixar a janela fechada e trancada, de modo que

cada vez que você tentasse olhar através dele ... tudo o que poderia

ver é o seu próprio reflexo.

Você iria ver que a minha alma é um reflexo seu ...

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Capítulo Quatro

Lake já tinha saído para a escola quando acordei na manhã seguinte.

Kel estava dormindo no sofá. Ela deve ter mandado-o para lá antes

de sair. É dia de passar o lixeiro, então enfiei os pés nos sapatos e

corri para fora pra colocar a lata na calçada.

Tive que bater uma quantidade enorme de neve da tampa antes de

conseguir desprendê-la. Lake! Esqueci, corri até a casa dela e puxei o

lixo para a calçada também.

"Ei, Will", cumprimentou Sherry. Ela e Kiersten estavam saindo de

casa.

"Bom dia", respondi.

"O que aconteceu com Kel e Caulder ontem? Eles estão com muitos

problemas?" Kiersten perguntou.

"Suspensos. Eles não podem voltar até segunda-feira.”

"Suspensos por quê?" Sherry perguntou. Podia dizer pelo tom de sua

voz que Kiersten não devia ter dito nada a ela.

Kiersten se volta para a mãe dela. "Eles ameaçaram os meninos que

eu estava falando pra você. Eles escreveram-lhes um bilhete

ameaçando-os de morte. Chamando-os de babaca.” Kiersten disse

assim, sem rodeios.

"Uau, como são doce", disse Sherry. "Eles defenderam você." Sherry

se virou para mim antes de entrar em seu carro. “Agradeça aos

meninos por mim. Isso é muito doce, defender a minha menina,

gostei disso.”

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Ri e balancei a cabeça enquanto observei-as entrar no carro. Quando

voltei para dentro, Kel e Caulder estavam sentados no sofá assistindo

TV. "Bom dia", eu disse.

"Nós estamos autorizados a assistir TV, pelo menos?” perguntou

Caulder.

Dei de ombros. “Tanto faz. Façam o que quiserem. Só não ameacem

de matar ninguém hoje.” Sei que provavelmente deveria ter sido

mais rigoroso, mas ainda era muito cedo para me importar.

"Eles foram realmente muito ruins para ela, Will", disse Kel. "Eles

estão fazendo maldades a ela desde que se mudou para cá. Ela não

fez nada para eles.”

Deitei-me no outro sofá e chutei meus sapatos para fora dos meus

pés. “Nem todo mundo que você encontrar vai ser bom, Kel. Há um

monte de pessoas cruéis no mundo, infelizmente”, falei. “Que tipo de

coisas que eles estão fazendo com ela?”

Caulder virou para mim e respondeu. “Um dos meninos da sexta

série pediu-lhe para ser seu namorado cerca de uma semana depois

que ela se mudou para cá, mas ela disse que não. Ele é metido a

valentão. Ela disse que era vegetariana e não podia namorar um

carniceiro. Isso o deixou realmente louco e desde então está

espalhando boatos sobre ela.” Disse Caulder. “Muitas crianças têm

medo dele, porque ele é um idiota e agora os outros estão sendo

cruéis com ela, também.”

“Não use a palavra idiota, Caulder. E acho que vocês estão fazendo a

coisa certa, ao defendê-la. Lake e eu não estamos bravos por isso, na

verdade, estamos até um pouco orgulhosos. Nós apenas gostaríamos

que usassem a cabeça antes de fazerem algumas das escolhas que

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vocês têm feito. Esta já é a segunda semana seguida que vocês

fizeram algo estúpido na escola. Só que desta vez foram suspensos

por causa disso. Todos nós já estamos suficientemente bem servidos

de preocupações, então... a gente não precisa do stress extra que

estão causando.”

“Desculpe”, disse Kel.

“É. Desculpe Will”, disse Caulder.

“Quanto a Kiersten, podem continuar fazendo o que estão fazendo,

por ela. Ela é uma boa garota e não merece ser tratada assim.

Alguém, além de vocês, está sendo bom para ela também? Ela não

tem outros amigos?”

“Ela tem Abby”, disse Caulder.

Kel sorriu. “Ela não é a única que tem Abby.”

"Cale a boca, Kel!" Caulder acertou-o no braço.

“Epa! O que é isso? Quem é Abby? Caulder você tem uma

namorada?” provoquei.

“Não, ela não é minha namorada”, disse Caulder defensivamente.

“Só porque ele é muito tímido para perguntar a ela”, disse Kel.

“Olha quem fala!!!”, falei a Kel. “Você está caidinho pela Kiersten

desde o dia em que ela mudou para cá, por que você ainda não a

pediu para ser sua namorada?”

Kel ruborizou e tentou esconder o sorriso. Me lembra Lake, quando

faz isso.

“Já perguntei. Ela já é minha namorada”, ele disse.

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Estou impressionado. Ele tem mais coragem do que eu pensava.

“É melhor não contar a Layken!”, ele disse. “Ela vai me

envergonhar.”

“Não vou contar nada”, falei. “Mas a sua festa de aniversário é nesta

sexta-feira. É melhor dizer à Kiersten para não te beijar na frente de

Lake, se você não quer que ela descubra.”

“Cale a boca, Will! Eu não a beijo”, Kel disse com um olhar de

desgosto em seu rosto.

“Caulder, você deveria convidar Abby para a festa de Kel”, disse.

Caulder mostrou o mesmo olhar envergonhado de Kel.

“Ele já fez isso”, disse Kel. Caulder o acertou no braço novamente.

Me levantei. É óbvio que o meu conselho não é necessário aqui.

“Bem, vocês dois já resolveram tudo, então. O que vocês precisam de

mim?”

“Alguém tem que pagar pela pizza”, disse Caulder.

Andei até a porta da frente e agarrei ambos os casacos, atirando-os

de volta aos dois.

“Hora do castigo”, disse. Ambos gemeram e reviraram os olhos.

“Vocês vão limpar as calçadas com pás hoje.”

“Como assim calçadas? No plural? Mais do que uma?” exclamou

Caulder.

“Sim”, disse. “Façam a minha e a de Lake, quando estiver pronto

façam a de Sherry e Kiersten também. E já que irão fazer tudo isso,

vão em frente e façam também a de Bob e Melinda.”

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Nenhum deles se moveu do sofá.

"Vão!"

Meu estômago estava dando um nó na manhã de quarta.

Sinceramente, não queria ver Vaughn hoje. Tentei sair alguns

minutos mais cedo, na esperança de que pudesse chegar para a aula

com antecedência suficiente para escolher um lugar ao lado de outra

pessoa. Infelizmente, fui o primeiro a chegar. Sentei-me atrás da sala

de novo, esperando que ela não quisesse fazer o percurso até mim.

Mas ela quis. Assim que me viu, sorriu e subiu as escadas, jogando a

mochila sobre a mesa. “Bom dia”, ela disse. “Trouxe um café para

você. Dois cubos de açúcar, sem creme, do jeito que você gosta.” Ela

largou o café na minha frente.

“Obrigado” agradeci. Estava com o cabelo puxado para trás em um

coque. Sei exatamente o que ela está fazendo. Eu disse uma vez que

adorava quando ela usava o cabelo assim. Não é por acaso que ela

está usando exatamente esse penteado hoje.

“Então, eu estava pensando em recuperar o tempo perdido. Talvez eu

pudesse ir à sua casa qualquer hora dessas. Tenho saudades de

Caulder, gostaria de revê-lo.”

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Com certeza não! Claro que não! Isso é o que eu realmente queria

poder dizer.

“Vaughn, não acho que seja uma boa ideia”, é o que eu realmente

disse.

"Oh", disse ela em voz baixa. "Ok."

Poderia dizer que acabei ofendendo-a pela forma como ela baixou o

tom de voz.

“Olha, eu não estou querendo ser grosseiro. É só que ... você sabe,

nós temos um monte de história. Não seria justo com Lake.”

Ela ergueu a cabeça para mim. “Lake? O nome da sua namorada é

Lake?”

Não gostei da sua atitude. “O nome dela é Layken. Eu a chamo de

Lake.”

Ela se virou para mim na cadeira e colocou a mão no meu braço.

“Will, eu não estou tentando te causar problemas. Se Layken é do

tipo ciumenta, é só falar.

Não tem nada demais.”

Ela roçou o dedo no meu braço e olhou para a mão dela. Odeio o fato

dela estar tentando minar o meu relacionamento com esse

comentário sarcástico. Sempre costumava fazer isso. Não mudou em

nada. Puxei meu braço para longe dela e olhei para frente da sala.

“Vaughn pare. Eu sei o que você está fazendo e isso não vai

acontecer.”

Ela bufou e focou sua atenção de volta para frente da sala. Estava

irritada.

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Ótimo, talvez tenha entendido a não tão sutil afirmação.

Realmente não entendo o que está querendo com isso. Nunca

imaginei que a veria de novo e muito menos que teria que

praticamente enxotá-la de volta. É estranho como eu a havia amado

tanto naquela época, mas agora simplesmente não sentia mais nada

por ela. Mas não me arrependo do que passamos juntos. Nós

realmente tivemos um relacionamento muito bom e honestamente

acho que teria me casado com ela se meus pais não tivessem

falecido. Mas apenas porque eu era ingênuo a ponto de não saber

como um relacionamento deveria ser. Como o amor deveria ser.

Nós nos conhecemos quando éramos calouros, mas não começamos

a namorar até o penúltimo ano. Tudo começou quando fui a uma

festa com o meu melhor amigo, Reece. Saímos poucas vezes, então

concordamos em ter uma relação de exclusividade. Nós namoramos

por cerca de seis meses antes de fazermos sexo pela primeira vez.

Nós dois ainda vivíamos em casa, com nossos pais, por isso

acabamos transando no banco traseiro de seu carro. Foi estranho no

mínimo. Estávamos apertados, estava frio e foi provavelmente um

ambiente nada romântico que uma garota poderia querer naquele

momento. Claro, as coisas ficaram muito melhor ao longo do próximo

ano e meio, mas sempre vou me arrepender de ter sido daquela

forma sua primeira vez. Talvez por isso eu queira que a primeira vez

de Lake seja perfeita. Não apenas outro impulso do momento do tipo

de coisa que Vaughn e eu tivemos.

Eu ainda estava de luto e passando por uma série de problemas

emocionais depois que minha relação com Vaughn terminou. Criar

Caulder e tendo que dobrar o número de aulas não me restou muito

tempo para namorar depois disso. Vaughn foi o último

relacionamento que tive até o momento em que conheci Lake. E

Page 71: 417 livraria magia

depois de apenas um encontro com Lake, eu sabia que a conexão

entre nós era algo mais. Foi mais do que já tive com Vaughn, e mais

do que jamais pensei que poderia ter com alguém. Por isso, vou ser

eternamente grato a Vaughn por ter terminado nosso relacionamento

quando pôde fazer.

Sexta-feira foi muito melhor. Vaughn não compareceu às aulas, por

isso o resto do dia foi muito mais fácil. Parei na loja depois da minha

última aula e peguei o presente de aniversário de Kel, em seguida, fui

para casa para me preparar para sua festa de aniversário.

As únicas duas pessoas que Kel e Caulder convidaram para a festa de

hoje à noite foram Kiersten e Abby. Sherry e Kiersten foram buscar

Abby enquanto Lake e Eddie saíram para ir pegar o bolo. Gavin

chegou com as pizzas ao mesmo tempo em que estacionei o carro na

garagem. Essa era sua noite de folga, mas pedi que buscasse as

pizzas já que agora ele tinha desconto.

"Está nervoso?" Perguntei a Caulder enquanto desempilhava as

pizzas no balcão. Sei que está prestes a completar apenas onze anos,

mas me lembro de como foi passar pela minha primeira paixão.

“Pare com isso, Will. Você vai fazer hoje à noite uma droga se

continuar com isso”, disse ele.

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"É justo, vou deixá-lo em paz. Mas, primeiro, preciso estabelecer

algumas regras. Nada de segurar na mão até que você esteja com

onze anos e meio.

Nada de beijos até que você esteja com treze anos. E nada de língua

até que você esteja com quatorze anos. Quero dizer quinze. Uma vez

que você chegar a esse ponto, vamos revisar as regras. Até então, se

atenha a essas regras.”

Caulder revirou os olhos e foi embora.

Bem acho que ocorreu tudo bem. Nossa primeira conversa oficial

sobre "Sexo". Mas acho que o que eu realmente preciso fazer é ter

uma conversa com Kel. Ele parece um pouco mais atrevido no quesito

‘garotas’ do que Caulder.

"Quem fez o pedido do bolo?" Lake perguntou entrando pela porta da

frente carregando-o nos braços. Ela não parecia satisfeita.

"Deixei Kel e Caulder pedindo quando estávamos fazendo compras no

supermercado no outro dia. Por quê? O que há de errado com ele?"

Ela caminhou até a bancada onde colocou o bolo. Abriu a tampa e se

afastou para que eu pudesse vê-lo.

"Oh," eu disse.

O bolo estava coberto de glacê amanteigado na cor branca. A escrita

na parte superior era em azul.

'Borboleta' Feliz Aniversário Kel

"Bem, na verdade não é uma palavra ruim", falei.

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Lake suspirou. "Eu realmente odeio que eles sejam tão engraçados",

disse ela.

"Só que vai ficar mais difícil com o tempo, você sabe. Nós realmente

precisamos começar a acertar os ponteiros agora, antes que seja

tarde demais.” Ela fechou a tampa e levou o bolo para geladeira.

"Amanhã", disse envolvendo meus braços em torno dela por trás.

“Nós não podemos bater em Kel no seu próprio aniversário.” Me

inclinei e a beijei na orelha.

“Tudo bem então.” Ela inclinou o pescoço para o lado, me permitindo

o acesso mais fácil. “Mas eu dou o primeiro soco.”

"Pare com isso!" Kel gritou. "Vocês não podem fazer essa porcaria

hoje. É meu aniversário e eu não quero ter que assistir vocês dando

uns amassos.”

Larguei de Lake e agarrei Kel embaixo do meu ombro. “Isto é por

causa da borboleta no bolo”, disse. Me virei de costas para Layken.

"Essa é a sua surra de aniversário, aproveita.”

Lake começou contando as palmadas no aniversariante enquanto Kel

lutava para sair do meu alcance. Ele está ficando mais forte.

"Me põe no chão, Will!" estava me batendo nas costas, tentando se

libertar.

Só o larguei depois de Lake acabar com as palmadas. Kel riu e tentou

me empurrar, mas não cedi.

“Mal posso esperar até que eu esteja maior que você! Vou chutar a

sua borboleta!” Ele desistiu e saiu correndo pelo corredor até o

quarto de Caulder.

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Lake estava olhando para o corredor com um olhar sério em seus

olhos. “Será que nós deveríamos mesmo deixá-los dizer isso?”

Eu rio. “Deixá-los dizer o quê? Borboleta?”

Ela concordou com a cabeça. “É. Quero dizer, essa palavra já está até

soando como algo ruim.”

"Você prefere que ele diga bunda?", Disse Kiersten, passando entre

Lake e eu.

Mais uma vez, ela está aqui e eu nem sequer ouvi-a bater.

"Oi Kiersten", disse Lake.

Havia uma menininha logo atrás de Kiersten. Ela olhou para Lake e

sorriu.

"Você deve ser Abby", disse Lake. “Sou Layken, fique à vontade.”

Abby nos deu um pequeno aceno, mas não disse nada.

"Abby é tímida. Dê um tempo, ela vai se entrosar”, disse Kiersten.

Elas se viraram e foram em direção à mesa na cozinha.

"E Sherry vem?", Disse Lake.

"Não, provavelmente não. Mas quer que leve um pedaço de bolo.”

Kel e Caulder correram para a cozinha quando ouviram Abby e

Kiersten.

"Aqui estão eles", disse Kiersten. "Como foi a sua semana de folga da

escola, seus bundões sortudos.”

"Abby, venha aqui", disse Caulder. "Quero te mostrar o meu quarto.”

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Depois que Abby saiu seguindo Caulder para fora da sala, olhei para

Lake, um pouco preocupado. Ela viu a preocupação em meus olhos e

riu. "Relaxe, Will.

Eles têm apenas dez anos. Tenho certeza que ele só quer mostrar a

ela seus brinquedos.”

Independentemente disso, andei pelo corredor e fui espionar.

"Eu sou a convidada, idiota. Deveria ser a primeira a jogar", ouço

Abby dizer.

Com certeza, eles estão apenas agindo como crianças de dez anos.

Voltei para a cozinha e dei uma piscadela para Lake.

Depois que a festa acabou, Eddie e Gavin concordaram em levar

Abby para casa. Kel e Caulder foram para o quarto de Caulder jogar o

novo vídeo game de Kel. Lake e eu estávamos sozinhos na sala de

estar. Ela estava deitada no sofá com os pés em meu colo. Esfreguei

seus pés, massageando para tirar a tensão. Esteve trabalhando sem

parar durante todo o dia, preparando tudo para a festa de Kel. Agora

estava deitada com os olhos fechados, aproveitando o relaxamento.

"Tenho uma confissão a fazer", falei, ainda esfregando os seus pés.

Relutantemente, ela abriu os olhos. "O quê?"

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"Estou contando as horas na minha cabeça até o próximo fim de

semana.”

Ela sorriu para mim, aliviada de que esta era a minha confissão. "E

eu também. Cento e sessenta e três.”

Inclinei a cabeça para trás contra o sofá e sorri para ela. "Ótimo, não

me sinto mais assim tão patético agora.”

"Isso não faz de você menos patético", disse ela. "Significa apenas

que nós dois somos patéticos.”

Ela se levantou e agarrou a minha camisa, me puxando para ela.

Seus lábios roçaram contra os meus e sussurrou: "Quais são os seus

planos para a próxima hora ou por aí?”

Suas palavras fizeram meu pulso acelerar imediatamente e arrepios

percorreram pelos meus braços.

Ela tocou o rosto no meu e sussurrou em meu ouvido. "Vamos para a

minha casa por um tempinho, vou te dar uma pequena prévia do que

vai acontecer no próximo fim de semana.”

Ela não precisou pedir duas vezes. Afastei-me dela e saltei sobre a

parte de trás do sofá e corri para a porta da frente. "Meninos, vamos

estar de volta em pouco tempo! Não saiam!” Ela ainda estava

sentada no sofá então me aproximei dela e agarrei suas mãos,

levantando-a. "Vamos lá, nós não temos muito tempo!"

Quando chegamos à casa dela, ela fechou a porta atrás dela. Eu nem

sequer esperei até chegarmos ao quarto. Eu a empurrei contra a

porta da frente e comecei a beijá-la. "Cento e sessenta e dois", falei

entre beijos.

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"Vamos para o quarto", disse ela. "Vou trancar a porta da frente.

Dessa forma, se eles vierem aqui, vão ter que bater na porta

primeiro." Ela se virou e travou a tranca.

"Boa ideia," falei. Continuamos a nos beijar no caminho pelo

corredor. Não conseguiríamos ir muito longe sem que um de nós

acabasse nos chocando contra a parede. Quando chegamos ao

quarto, minha camisa já tinha sido arrancada.

"Vamos fazer aquela brincadeira de novo, a primeira pessoa a recuar

é o perdedor", ela disse. Estava chutando seus sapatos dos pés, fiz o

mesmo.

"Você está prestes a perder, então, porque eu não vou recuar”, digo.

Ela sabe que vou perder. Sempre perco.

"Nem eu", disse ela, balançando a cabeça. Puxou as pernas para cima

e pulou de volta sobre a cama. Estava à beira da cama e apreciei a

vista antes de me juntar a ela.

Às vezes, quando a observo, parece surreal que ela seja minha. Que

ela realmente corresponda ao meu amor. Ela soprou uma mecha de

cabelo para fora do seu rosto, em seguida, dobrou o cabelo atrás das

orelhas e posicionou-se contra o travesseiro, esperando que me

juntasse a ela. Lentamente escorreguei em cima dela e deslizei minha

mão atrás de seu pescoço, rocei ternamente seus lábios nos meus.

Eu movia-me lentamente, beijando e tentando saborear cada

segundo. Nós quase nunca conseguimos tempo para dar uns

amassos, não quero apressar esse momento.

"Eu te amo tanto", sussurrei. Ela envolveu as pernas ao redor da

minha cintura e apertou os braços nas minhas costas em uma

tentativa de me puxar para mais perto.

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"Passe a noite comigo, Will. Por favor? Você pode vir depois que os

meninos forem dormir. Eles nunca saberão.”

"Lake, falta apenas mais uma semana. Nós podemos esperar.”

"Eu não quis dizer isso. Essa parte pode esperar até o próximo fim de

semana. Só quero você em minha cama esta noite, sinto sua falta.

Por favor?"

Continuei beijando seu pescoço, sem responder ao seu apelo. Não

conseguiria dizer não, então apenas não dei nenhuma resposta.

"Não me faça implorar, Will. Você é tão responsável, às vezes, me faz

sentir-me uma fraca.”

Ri com o pensamento de que ela pensa ser fraca. Meus lábios fizeram

o caminho para baixo até a gola de sua camisa. "Se eu passar a noite

aqui... o que você vai vestir?" Lentamente desabotoei o primeiro

botão de sua camisa e pressionei meus lábios em sua pele.

"Oh meu Deus", ela suspirou fundo. "Vou usar o que diabos você

quiser que eu use.”

Desabotoei o próximo botão em sua camisa e movi meus lábios

vagarosamente. “Não gosto desta camisa. Definitivamente não quero

que você vista esta camisa”, disse. "Na verdade, é uma camisa muito

feia. Acho que você deveria tirá-la e jogá-la fora.” Desabotoei o

terceiro botão, esperando que ela desistisse. Sei que estou prestes a

vencer.

Quando ela não faz, continuo beijando mais e mais vagarosamente,

desabotoando o quarto botão, o quinto botão, em seguida, o último

botão. Ela ainda assim não desiste. Está me testando. Lentamente

levei meus lábios de volta para sua boca e ela me rolou de costas e

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subiu em cima com uma perna de cada lado, em seguida, deslizou

sua camisa e a jogou de lado.

Percorri minhas mãos por seus braços e sobre as curvas de seu seio.

Seu cabelo havia crescido bastante desde que a conheci. Estavam

soltos ao redor dela enquanto ela se movia sobre mim. Coloquei atrás

das orelhas para poder ver seu rosto melhor. Estava escuro, mas

ainda podia ver seu sorriso e o tom esmeralda incrível de seus olhos.

Deslizei minhas mãos para trás até seus ombros e traço o contorno

de seu sutiã.

"Vista apenas isto esta noite.” Deslizei os dedos sob as alças. "Gosto

disso.”

"Então isso significa que você vai ficar a noite?", ela perguntou. Seu

tom estava mais grave agora. Sem o tom brincalhão.

"Se você usar isso" falei, usando o mesmo tom grave dela. Ela

pressionou seu corpo contra o meu, a proximidade de nossa pele nua

pela primeira vez em meses. Definitivamente não recuaria agora.

Seria incapaz disso. Geralmente não sou tão fraco, não sei o que há

nela agora que está me tornando tão fraco.

"Lake”. Apertei meus lábios nos dela, mas ela continuava beijando as

bordas deles enquanto eu falava, eu estava sem fôlego. "É apenas

uma questão de horas até o próximo fim de semana. Está chegando

tão rápido, na verdade... este fim de semana pode ser considerado

parte da próxima semana. E a próxima semana faz parte do próximo

fim de semana. Então, tecnicamente, o próximo fim de semana meio

que está ocorrendo agora... neste exato momento.”

Ela agarrou meu rosto com as mãos e o posicionou na frente dela

para que pudesse me olhar diretamente nos olhos. "Will? É melhor

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não estar dizendo isso porque você acha que estou prestes a recuar,

porque não estou. Não desta vez.”

Ela estava séria. Eu a rolei suavemente sobre suas costas novamente

e me posicionei em cima dela. Coloquei minha mão no lado de sua

cabeça e acariciei seu rosto com o polegar, olhando-a diretamente

nos olhos. "Você não está? Tem certeza que você está pronta para

não recuar? Nesse exato momento?"

"Positivo" sussurrou. Ela envolveu as pernas firmemente em torno

das minhas coxas e nós nos entregamos completamente a nossa

necessidade um do outro. Peguei a parte de trás da cabeça e

pressionei sua boca na minha ainda mais forte. Podia sentir minha

pulsação correndo por todo o meu corpo, o ar começava a faltar a

nós dois entre cada beijo, como se de repente tivéssemos esquecido

como respirar. Nós dois estávamos desesperados, fazendo o nosso

melhor para superar o momento que normalmente um de nós pedia

para parar. Passamos por esse momento muito rapidamente.

Percorro em torno de suas costas até as minhas mãos encontrarem o

fecho do sutiã e o desprendi enquanto ela freneticamente puxava o

botão das minhas calças. Puxei as alças de seu sutiã para baixo sobre

os braços para deslizar para fora quando a pior coisa do mundo

acontece. Alguém bate na maldita porta.

"Cristo", falei. Minha cabeça estava girando tão rápido, precisava de

um momento para me acalmar. Pressiono minha testa no travesseiro

ao lado dela e nós dois tentamos recuperar o fôlego. Ela deslizou para

fora debaixo de mim e levantou-se.

"Will, não consigo encontrar minha camisa", disse com pânico em sua

voz. Rolo em minhas costas e puxo a camisa por baixo de mim e atiro

para ela.

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"Aqui está a sua camisa feia", brinco.

Os meninos estão batendo na porta agora, então pulo para fora da

cama e vou até o corredor para encontrar a minha própria camisa

antes de abrir a porta da frente para eles.

"Por que você demorou tanto?" Kel perguntou passando por mim.

"Nós estávamos assistindo a um filme", menti. "Nós estávamos em

uma parte realmente boa e não queríamos pausar.”

"Sim," Lake concordou, surgindo no corredor. "Uma parte realmente

boa.”

Kel e Caulder caminharam até a cozinha e acendem a luz.

“Caulder pode ficar aqui esta noite?" Pediu Kel.

"Não sei por que vocês ainda se incomodam em perguntar", disse

Lake.

"Porque estamos de castigo. Lembra-se?", disse Caulder.

Lake olha pra mim pedindo por ajuda.

"É seu aniversário, Kel. Podemos retomar o castigo amanhã à noite”,

completei.

Os dois seguiram para a sala e começaram a assistir TV.

Estendi minha mão para Lake. "Me acompanha até minha casa?"

Lake pegou minha mão e nos encaminhamos para fora da porta da

frente.

"Você vai voltar mais tarde?", perguntou.

Agora que tive a chance de me refrescar, podia ver até que ponto

fomos e voltar talvez não fosse uma boa ideia. "Lake, talvez não

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deva. Nós deixamos ir muito longe dessa vez. Como você espera que

eu durma na mesma cama com você depois disso?”

Eu esperava ela se opor, mas ela não fez.

"Você está certo, como sempre. Vai ser estranho de qualquer

maneira com os nossos irmãos na mesma casa." Ela envolve seus

braços em volta de mim quando chegamos a minha porta da frente.

Estava incrivelmente frio lá fora, mas ela não parecia se importar que

nós estivéssemos lá, nos abraçando.

"Ou talvez você esteja errado", disse ela. "Talvez você devesse voltar

em uma hora. Vou vestir o pijama mais feio que encontrar e não vou

nem escovar os dentes. Você não vai querer me tocar. Tudo o que

vamos fazer é dormir.”

Eu rio de seu plano absurdo. "Você pode passar uma semana sem

escovar os dentes ou trocar de roupa e eu ainda não seria capaz de

manter minhas mãos longe de você.”

"Estou falando sério, Will. Volte em uma hora, só quero abraçar você.

Vou esperar para ter certeza de que os meninos estão no quarto e

você pode esgueirar-se pela casa como se ainda estivéssemos no

ensino médio.”

Ela não precisava ser tão convincente. "Tudo bem. Estarei de volta

em uma hora. Mas tudo que faremos é dormir, certo? Não me tente.”

"Nada de tentação, prometo", disse ela com um sorriso.

Toquei em seu queixo com minha mão e baixei minha voz para falar.

"Lake, estou falando sério. Quero que tudo isso seja perfeito para

você e fico realmente empolgado quando estou com você. Nós só

temos mais uma semana de espera. Quero passar a noite com você,

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mas preciso que você me prometa que não vai me colocar nessa

situação novamente por pelo menos mais 162 horas.”

"Cento e sessenta e um e meio", diz ela.

Balanço minha cabeça e rio. "Vá colocar os meninos na cama.

Encontro você em pouco tempo.”

Ela me deu um beijo de até mais e segui para dentro da casa para

tomar um banho. Uma chuveirada fria.

Quando cheguei à sua casa uma hora mais tarde, todas as luzes

estavam apagadas. Tranquei a porta atrás de mim e facilitei meu

caminho pelo corredor seguindo para o quarto dela. Ela deixou a

lâmpada de cabeceira ligada para mim. Estava deitada na cama, de

costas para mim, então subi por trás dela e deslizei meu braço sob

sua cabeça. Esperei por alguma resposta, mas ela estava apagada.

Na verdade até roncava. Escovei seu cabelo para trás da orelha,

beijando a parte de trás de sua cabeça, puxei as cobertas em volta

de nós dois e fechei os olhos.

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Sábado, 14 de janeiro, 2012

Eu amo tanto estar com você, é tão ruim...

Quando não estamos juntos, sinto falta de você, é tão ruim...

Um dia desses, vou me casar com você, é tão ruim...

E vai ser

tão

tão

bom.

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Capítulo Cinco

Lake ficou chateada quando acordou na manhã de sábado e eu já

tinha ido embora. Disse que não era justo que ela tenha dormido

durante toda a nossa primeira festa do pijama. Independentemente

disso, eu gostei muito. Assisti-a dormir por um tempo antes de voltar

para casa.

Nós não tivemos mais nenhuma situação como aquela ocorrida em

seu quarto na noite de sexta-feira. Acho que nós dois estamos

surpresos com a forma como as coisas foram intensas, por isso

estamos tentando evitar que aconteça novamente. Até este fim de

semana, pelo menos. Sábado, passamos a noite no Joel com Eddie e

Gavin. Domingo, Lake e eu fizemos os deveres de casa juntos. Um

fim de semana bem típico.

Agora eu estou sentado aqui na aula Morte e Morrer, sendo

observado pela única pessoa com quem já tive relações sexuais. É

estranho. A maneira como Vaughn está agindo, sinto como se

realmente estivesse escondendo algo de Lake. Mas dizer algo sobre

Vaughn agora seria apenas para provar que eu não estava sendo

totalmente honesto na primeira semana de aula. A última coisa que

quero fazer antes deste fim de semana é chatear Lake, então decidi

esperar mais uma semana antes de trazer o assunto à tona.

"Vaughn, o professor está lá em cima", falei, apontando para frente

da sala. Ela continuava a me encarar.

"Will, você está sendo um esnobe", sussurrou. "Não entendo por que

você simplesmente não conversa comigo. Se você realmente já

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superou o que aconteceu entre nós, isso não deveria incomodar

tanto.”

Não posso acreditar que ela realmente ache que ainda não superei

tudo que aconteceu entre nós. Superei desde o dia em que coloquei

os olhos em Lake.

"Já superei nós dois, Vaughn. Já se passaram três anos. Você já

superou também. Você sempre acaba querendo o que não pode ter e

isso está te irritando. Não tem nada a ver comigo.”

Ela cruzou os braços sobre o peito e encostou em sua cadeira. "Você

acha que eu quero você?” Ela olha para mim, então volta sua atenção

para frente da sala. "Alguém já lhe disse que você é um idiota?", ela

sussurrou.

Eu rio. "Se é que isso te importa, sim. Mais de uma vez.”

Hoje é o primeiro dia de aula de Kel e Caulder de volta à escola desde

a sua suspensão. Ambos subiram no carro com expressões de derrota

em seus rostos. Olhei os livros escapando de suas mochilas e percebi

que essa noite vai ser uma noite cheia, para recuperar o atraso nas

lições de casa para os dois. "Acho que vocês aprenderam a lição",

digo, saindo da garagem.

Lake está saindo da minha casa quando saíamos do carro. Não me

incomoda em nada que ela esteja na minha casa quando eu não

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estiver, mas estou um pouco curioso para saber o que ela estava

fazendo enquanto esteve lá dentro. Ela percebeu a confusão no meu

rosto enquanto caminhava em direção a mim.

Ela estendeu a mão e mostrou uma das estrelas que sua mãe fez,

apoiada na palma da mão.

"Não me julgue", disse. Ela olha para a palma da mão e girou a

estrela em torno na mão. "Só estou sentindo falta dela hoje.”

O olhar em seu rosto me deixa triste por ela. Dei-lhe um abraço e

depois a observei atravessar a rua e voltar para dentro da casa dela.

Ela está precisando de um tempo sozinha, então dei esse tempo a

ela. "Kel, fique por aqui um tempo. Vou ajudar vocês com toda a sua

tarefa de casa.”

Isso nos tomou algumas horas para terminar compensando a semana

de atribuições que se acumularam enquanto os meninos estavam

suspensos. Gavin e Eddie devem vir para o jantar hoje à noite, então

fui para a cozinha para começar a cozinhar. Nós não iríamos comer

hambúrgueres esta noite. Tenho quase certeza de que nunca mais

vamos comer hambúrgueres novamente. Debati comigo mesmo se

queria ou não cozinhar uma basanha, mas decidi contra.

Honestamente, nem sinto vontade de cozinhar. Pego o telefone e vou

para a geladeira e deslizo o menu chinês debaixo do ímã.

Meia hora mais tarde, Eddie e Gavin aparecem, seguidos um minuto

depois por Lake e então o entregador de comida. Coloquei os

recipientes no meio do balcão e nós todos começamos a encher

nossos pratos.

"Nós estamos no meio de um jogo, podemos comer no meu quarto

hoje à noite?" Pediu Caulder.

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"Claro", digo.

"Pensei que eles estivessem de castigo", diz Gavin.

"Eles estão." Lake respondeu.

Gavin pegou seu rolinho primavera e deu uma mordida. "Eles estão

jogando videogames. Qual é exatamente o castigo deles então?"

Lake parecia ansiosa por socorro. Não sabia o que responder, mas

tentei de qualquer maneira.

"Gavin, você está questionando nossas competências parentais?"

Perguntei.

"Não", diz Gavin. "Nem um pouco.”

Há uma vibração estranha esta noite. Eddie está extremamente

silenciosa, enquanto pegava sua comida.

Gavin e eu tentamos manter uma conversa razoável, mas não durou

muito tempo. Lake parecia estar no mundinho dela, sem prestar

muita atenção ao que estava acontecendo. Tentei quebrar a tensão.

"Hora do pior e o melhor do dia", digo. Quase simultaneamente, os

três rejeitaram a ideia. "O que está acontecendo?" Pergunto. "Qual é

a dessa depressão hoje à noite?" Ninguém me responde. Eddie e

Gavin olham um para o outro. Eddie parece que está prestes a chorar

e Gavin a beija na testa, mas apenas continuam a comer. Olho para

Lake e está apenas olhando para seu prato, remexendo seu

macarrão. "E você, Baby? O que há de errado?" Digo a ela.

"Nada. Sério, não é nada", diz ela, tentando, sem sucesso, me

convencer de que ela está bem. Ela sorri para mim e agarra os

nossos copos e vai para a cozinha para enchê-los novamente.

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"Desculpe, Will", diz Gavin. "Eddie e eu não queremos ser grosseiros.

Nós estamos com a cabeça cheia de coisas ultimamente.”

"Sem problemas", digo. "Alguma coisa que eu possa fazer para

ajudar?"

Ambos abanam a cabeça. "Você vai para o slam Quinta à noite?"

Gavin pergunta, mudando de assunto.

Nós não temos ido há algumas semanas. Desde antes do Natal, eu

acho. "Não sei, acho que podíamos ir.” Dirijo-me a Lake. "Você

quer?"

Ela encolhe os ombros. "Parece divertido. Mas teremos que ver se

alguém pode cuidar de Kel e Caulder.”

Eddie limpava os lugares dela e de Gavin na mesa, enquanto Gavin

colocava seu casaco.

"Nos encontramos lá, então. Obrigado pelo jantar. Nós não seremos

tão entediantes da próxima vez.”

"Está tudo bem", digo. "Todo mundo tem direito a ter um dia ruim de

vez em quando."

Depois que saíram, fechei as embalagens de comida para viagem e

comecei a colocá-los na geladeira enquanto Lake lavava os pratos na

pia. Andei até ela e a abracei.

"Você tem certeza que está bem?" Pergunto.

Ela se virou e me abraçou de volta, colocando a cabeça no meu peito.

"Eu estou bem, Will. É só...” Ela para de falar. Levantou o rosto para

me olhar e parecia estar tentando segurar as lágrimas.

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Coloquei a minha mão na parte de trás da cabeça dela e a puxei para

mim. "O que há de errado?"

Ela começou a chorar silenciosamente contra minha camisa. Acho que

ela estava tentando novamente parar a si mesma. Gostaria que ela

não fosse tão dura consigo mesma, quando está triste.

"É só o dia de hoje", diz ela. "Seria o aniversário deles.”

Percebo que ela está falando da mãe e do pai dela, então não disse

mais nada. Só a abraço mais apertado e dou um beijo na sua testa.

"Sei que é bobagem estar tão chateada. Estou principalmente

chateada com o fato de que ainda sou capaz de me sentir tão

chateada com tudo o que aconteceu", diz ela.

Coloquei minhas mãos em seu rosto e puxei para fixar seu olhar nos

meus. "Isso não é bobagem, Lake. Não sei por que você fica tão

brava com você mesma quando está triste. Não há problema em

chorar às vezes.”

Ela sorriu e me deu um beijo, em seguida, afastou-se, ainda tentando

afastar a tristeza. "Eu e Eddie vamos sair amanhã à noite. Quarta-

feira eu tenho um grupo de estudo, por isso não vou vê-lo até quinta-

feira. Você providencia uma babá, ou eu providencio?", Ela

perguntou.

"Você realmente acha que precisa de uma? Kel já fez onze anos e

daqui a dois meses será Caulder. Você não acha que eles já podem

ficar em casa por algumas horas sozinhos?"

Ela acenou com a cabeça. "Acho que sim. Acho que vou pedir a

Sherry se ela pode pelo menos servir o jantar e dar uma olhada

neles. Eu poderia dar-lhe algum dinheiro.”

Page 91: 417 livraria magia

"Eu gosto dessa ideia", digo.

Ela chamou Kel depois de vestir o casaco e calçar os sapatos, em

seguida, caminhou de volta para a cozinha e coloca os braços em

volta de mim. "Mais noventa e três horas", diz ela, plantando um

beijo no meu pescoço. "Eu te amo."

"Me escuta", falei com o olhar fixo nos olhos dela. "Não tem problema

ficar triste, Lake. Pare de tentar esculpir tantas abóboras de uma vez.

E eu também te amo.” Beijei-a uma última vez e tranquei a porta

atrás deles quando saíram.

Esta noite foi realmente estranha. Toda ela havia uma vibração

estranha. Então, decidi, já que vamos para o slam vou tentar colocar

meus pensamentos no papel. Acho que vou surpreender Lake e fazer

uma poesia para ela esta semana. Talvez a ajude a se sentir melhor.

Por razões além da minha compreensão, Vaughn sentou-se ao meu

lado novamente na quarta-feira. Você poderia pensar que depois da

nossa pequena desavença na segunda-feira que teria aberto mão até

aqui. Pelo menos era o que eu estava esperando, de qualquer

maneira.

Ela puxou seu notebook para fora e abriu seu livro de onde paramos

na segunda. Não olhou para mim neste momento. Na verdade, nem

Page 92: 417 livraria magia

sequer falou durante todo o tempo de aula. Estou feliz que ela não

esteja falando comigo, mas ao mesmo tempo me sinto um pouco

culpado por ser tão rude com ela. Mas não o suficiente para pedir

desculpas por isso, no entanto. Ela mereceu.

Enquanto guardávamos nossas coisas, ainda sem falar nada, ela

deslizou algo do outro lado da mesa para mim, então foi embora. Me

debati se deveria jogar o bilhete no lixo sem ler, mas a minha

curiosidade foi maior. Esperei até estar sentado na minha próxima

aula para abri-lo.

Will,

Você pode querer não ouvir isso, mas preciso falar. Eu realmente

sinto muito. Romper com você foi um dos meus maiores

arrependimentos na vida até agora. Especialmente ter terminado

tudo com você naquele momento, como eu fiz. Não era justo com

você, percebo isso agora, mas eu era jovem e estava com medo.

Você não pode agir como se o que tivemos entre nós não significou

nada. Eu amei você e sei que me amava. Pelo menos você me deve a

gentileza de conversar comigo. Só quero a chance de te pedir

desculpas pessoalmente. Não consigo deixar pra lá as coisas pelo

modo que terminaram entre nós. Deixe-me pedir desculpas.

Vaughn

Dobrei o bilhete e coloquei no bolso, em seguida, abaixei a minha

cabeça sobre a mesa e suspirei. Ela não vai esquecer. Mas, não quero

pensar nisso agora, então não penso. Vou me preocupar com isso

mais tarde.

Page 93: 417 livraria magia

Na noite seguinte, não penso em outra coisa senão em Lake. Vou

pegá-la dentro de uma hora, apressei minhas atividades de casa e

corri para o chuveiro. Dei uma passada no quarto de Caulder no

caminho. Ele e Kel estavam jogando videogame.

"Por que não podemos ir com você? Você mesmo disse que não havia

um limite de idade", disse Kel.

Fiz uma pausa e dei um passo de volta para sua entrada. "Vocês

realmente querem ir? Vocês sabem que é poesia, não é?" Eles

parecem entusiasmados com a possibilidade de realmente ir.

"Tudo bem, me deixa conversar com Lake antes para ter certeza que

está tudo bem.” Saí pela porta da frente e atravessei para o outro

lado da rua. Quando abri a porta da casa dela, ela gritou.

"Will! Vire-se!” Eu me virei, mas não antes de vê-la. Deveria ter

acabado de sair do banho, porque estava de pé na sala de estar

completamente nua.

"Oh meu Deus, pensei que tivesse trancado a porta. Ninguém nesse

mundo bate à porta?”

Eu ri. "Bem-vinda ao meu mundo", digo.

"Você pode virar agora", diz ela.

Page 94: 417 livraria magia

Quando me viro, ela está envolvida em uma toalha. “Ando até ela e

enlaço meus braços em torno de sua cintura, tirei-a do chão e girei

em meu colo.” Mais vinte e quatro horas", falei quando seus pés

tocaram o chão novamente. "Você está nervosa?"

"Não, nem um pouco. Como disse antes ... Estou em boas mãos.”

Queria beijá-la, mas não beijei. A toalha era demais para aguentar,

então me afastei dela e perguntei o que vim para perguntar. "Kel e

Caulder querem saber se está tudo bem se eles forem com a gente

esta noite. Eles estão curiosos”, falei.

"Sério? Isso é estranho... mas não me importo se você não se

importar", diz ela.

"Ok, então. Vou dizer a eles.” Andei de volta para a porta. "E Lake?

Obrigado por me dar outra prévia." Ela pareceu um pouco

envergonhada, dei uma piscada para ela e fechei a porta atrás de

mim. Estas serão as 24 horas mais longas de minha vida.

Sentamos num lugar na parte de trás do clube com Gavin e Eddie. Na

verdade, é a mesma cabine que Lake e eu sentamos no nosso

primeiro encontro. Kiersten quis vir também, então o ajuste estava

um pouco apertado.

Sherry deve confiar muito na gente. No entanto, fez um monte de

perguntas sobre o slam antes de concordar em deixar Kiersten vir. No

Page 95: 417 livraria magia

final da sessão de perguntas/respostas, Sherry parecia intrigada. Mas

disse que seria bom para Kiersten ver um slam. Kiersten disse que

participar de um slam seria bom para o seu portfólio, então ela

trouxe uma caneta e um caderno para tomar notas.

"Ok, quem está com sede?" Decorei os pedidos de bebida e segui

para o bar antes da trupe subir ao palco para a apresentação.

Expliquei as regras para todas as crianças no caminho até aqui, então

acho que eles entenderam bem. Porém, não disse a eles que vou

participar. Quero que seja uma surpresa. Lake também não sabe,

então, antes de levar as bebidas de volta à mesa, fui pagar a minha

taxa de inscrição.

"Isso é tão legal", Kiersten disse quando voltei para a cabine. "Vocês

são os pais mais legais do mundo.”

"Não, eles não são", disse Kel. "Eles não nos deixam xingar.” Lake os

fez silenciar quando o primeiro performer deu alguns passos até o

microfone. Reconheci o cara, o vi participar aqui um monte de vezes.

Ele é muito bom. Coloquei meu braço ao redor de Lake e ele começou

seu poema.

"Meu nome é Edmund Davis-Quinn e esta é uma peça que escrevi

chamada Escrever Mal.”

Page 96: 417 livraria magia

Escrever Mal.

chato

escrever péssimo

terrivelmente

aterrador

Não se importe

Desligue o editor interno

Deixe-se escrever

Deixe fluir

Permita-se falhar

Fazer algo louco

Escrever cinquenta mil palavras, no mês de novembro.

Eu fiz isso.

Foi divertido, foi insano eram 1.667 palavras por dia.

Foi possível

Mas, você tem que desligar a sua autocrítica.

Completamente.

Basta escrever.

Rapidamente.

Como explosões.

Page 97: 417 livraria magia

Com alegria.

Se você não pode escrever, fuja por um tempo.

Volte.

Escreva novamente.

Escrever é como qualquer outra coisa.

Você não vai ficar bom nisso imediatamente.

É um ofício que você tem que aprimorar diariamente.

Você não chega a Julliard, a menos que pratique.

Se você quer chegar ao Carnegie Hall, prática, prática, prática.

... Ou entregue a eles um monte de dinheiro.

Como qualquer outra coisa que leva 10.000 horas para chegar à

maestria.

Assim como Malcolm Gladwell diz.

Então escreva.

Falhe.

Organize seus pensamentos.

Deixe descansar.

Deixe marinar.

Em seguida, edite.

Mas não edite enquanto você digita,

isso apenas retarda o funcionamento do cérebro.

Encontre uma prática diária,

Page 98: 417 livraria magia

Para mim é blogar todos os dias.

E é divertido.

Quanto mais você escreve, mais fácil fica. Quanto mais a coisa flui,

menos uma preocupação. Não é para a escola, não é por pontos, é

apenas para organizar seus pensamentos.

Você sabe que eles querem sair.

Assim, vigore. Torne uma prática. E escrever mal, escrever muito,

escrever com abandono pode acabar sendo

realmente

realmente

bom.

Quando a multidão começou a aplaudir olhei para as crianças.

Estavam simplesmente olhando para o palco. "Puta merda", disse

Kiersten. "Isto é incrível. Isso foi incrível.”

"Por que você só nos trouxe agora, Will? Isso é tão legal!", Disse

Caulder.

Estou surpreso que todos eles pareçam gostar tanto assim. Eles

permaneceram relativamente tranquilos o resto da noite, enquanto

assistiam os artistas. Kiersten continua escrevendo em seu notebook.

Não tenho certeza que tipo de anotações está tomando, mas posso

ver que está empenhada. Fiz uma nota mental para dar a ela alguns

dos meus poemas mais antigos mais tarde.

Page 99: 417 livraria magia

"Próxima apresentação, Will Cooper", diz o apresentador. Todos na

mesa olham para mim, surpresos.

"Você fará uma apresentação aqui?", Disse Lake. Eu apenas sorrio

para ela e concordo, levantando-me e afastando-me da mesa.

Costumava ficar nervoso quando ia realizar uma apresentação. Uma

pequena parte de mim ainda fica, mas acho que é mais o fluxo de

adrenalina do que qualquer coisa. A primeira vez que vim aqui foi

com meu pai. Ele era realmente voltado para as artes. Música,

poesia, pintura, leitura, escrita. Tudo no mundo das artes. Eu o vi

realizar uma performance aqui pela primeira vez quando eu tinha

quinze anos. Fiquei viciado desde então. Odeio o fato de que Caulder

nunca tenha chegado a conhecer esse lado dele. Mantive o máximo

dos escritos do meu pai que pude encontrar, até mesmo algumas

pinturas antigas. Algum dia vou dar-lhes todos ao Caulder. Algum

dia, quando for velho o suficiente para apreciá-lo.

Subi ao palco e caminhei até o microfone, ajustando a altura do

mesmo. Meu poema não vai fazer sentido para ninguém além de

Lake. Esse é só para ela.

"Minha peça é chamada de Ponto de Retirada", Falei ao microfone. O

foco de luz estava muito claro, então não consegui vê-la daqui de

cima, mas tinha uma leve ideia de que ela está sorrindo. Não me

apressei com as palavras do poema, executei devagar para que ela

pudesse absorver cada palavra.

Page 100: 417 livraria magia

Vinte e duas horas e começa a nossa guerra.

Nossa guerra de membros

e de lábios

e de mãos ...

O ponto de retirada

Não é mais um fator

Quando ambos os lados da linha

Concordarem em se render

Eu não posso te dizer quantas vezes eu perdi...

Ou seria quantas vezes você já ganhou?

Este jogo que estamos jogando por 59 semanas

Eu diria que a pontuação

é

zero

a

zero.

Vinte e duas horas e começa a nossa guerra

Nossa guerra de membros

e de lábios

Page 101: 417 livraria magia

e de mãos ...

A melhor parte de finalmente

Não sair em retirada?

Os chuveiros acima de nós

A chover sobre os nossos pés

Enquanto as bombas estão explodindo e as armas de fogo fazendo

as suas rondas. Antes que os dois entrem em colapso no chão.

Antes da batalha, antes da guerra...

Você precisa saber

Eu iria cinquenta e nove mais.

O que for preciso para deixá-la ganhar.

Recuaria tudo

e tudo

e mais uma vez

novamente.

Page 102: 417 livraria magia

Afastei o microfone e encontrei as escadas. Não estava nem na

metade do caminho para a cabine quando Lake jogou os braços em

volta do meu pescoço e me beijou.

"Obrigada", ela sussurrou em meu ouvido.

Quando deslizei para dentro da cabine, Caulder revirou os olhos.

"Você poderia ter nos avisado, Will. Teríamos nos escondido no

banheiro.”

"Achei muito lindo", disse Kiersten.

Só depois das nove começou a segunda rodada. "Vamos crianças,

vocês têm escola amanhã. Precisamos ir", disse. Todos reclamaram

um a um ao deslizarem para fora da cabine.

Assim que chegamos em casa, as crianças seguiram para as casas e

Lake e eu seguimos para a garagem, abraçados. Está ficando cada

vez mais difícil me manter separado dela durante a noite, sabendo

que ela está a poucos metros de distância. Tornou-se uma luta

noturna não enviar uma mensagem a ela e implorar para vir rastejar

na cama comigo. Agora que a nossa promessa com Julia foi

cumprida, tenho um pressentimento de que nada vai nos parar

depois de amanhã à noite. Bem, além do fato de que estamos

Page 103: 417 livraria magia

tentando dar um bom exemplo para Kel e Caulder. Mas há maneiras

de burlar tudo isso.

Deslizei minhas mãos nas costas de sua camisa para aquecê-las.

Estavam congelando. Aparentemente ela percebeu e começou a se

contorcer, tentando sair do meu alcance.

"Suas mãos estão congelando!" ela riu, ainda tentando se afastar de

mim.

Eu só espremo mais apertado. "Eu sei. Por isso que você precisa ficar

quieta para que eu possa aquecê-las.” Esfreguei contra a sua pele,

tentando impedir que as imagens mentais de amanhã à noite tomem

conta dos meus pensamentos agora. É tão perturbador. Removi

minhas mãos por baixo da blusa e entrelacei meus braços em torno

dela.

"Então. Você quer a notícia boa ou a má notícia primeiro?" perguntei.

Ela me lançou um olhar de raiva. "Você quer um soco na cara ou no

saco?"

Eu ri, mas me preparei para defesa, apenas no caso. "Meus avós

estão preocupados se os meninos vão ficar entediados em sua casa,

então eles querem mantê-los na minha casa, em vez disso. A boa

notícia é que não podemos ficar na sua casa agora, então reservei

duas noites em um hotel em Detroit.”

"Isso não é uma má notícia. Não me assuste assim ", disse ela.

"Pensei que você ficaria um pouco apreensiva sobre ver minha avó.

Sei como você se sente sobre ela.”

Ela olhou para mim e franziu a testa. "Não, Will. Você sabe muito

bem que não é como eu me sinto sobre ela. Mas sim que ela me

odeia!"

Page 104: 417 livraria magia

"Ela não te odeia", digo. "Ela quer me proteger.” Envolvi-a em meus

braços ainda mais apertados e tentei tirar essa ideia da sua cabeça,

beijando sua orelha.

"Bem, de qualquer maneira, a culpa é sua se ela me odeia.”

Me balancei para trás e olhei para ela. "A culpa é minha? Como é que

a culpa é minha?"

Ela revirou os olhos. "Na sua formatura? Você não se lembra do que

disse na primeira noite em que a conheci?"

Não me lembro. Não sei do que ela está falando. Tento lembrar-me,

mas nada vem à mente.

"Será que, nós estávamos completamente envolvidos. Após sua

formatura, quando todos nós saímos para comer, você mal podia

falar sem me beijar. Isso estava deixando sua avó muito

desconfortável. Quando ela perguntou há quanto tempo estávamos

namorando, você disse a ela 18 horas! Como você acha que isso me

fez parecer?"

Ahhh, me lembro agora. Esse jantar foi muito divertido. Foi ótimo não

ser eticamente proibido de colocar minhas mãos sobre ela, então isso

foi tudo o que fiz durante toda a noite.

"Mas é uma espécie de verdade", falei. "Nós estávamos oficialmente

namorando há 18 horas."

Lake me bateu no braço. "Ela acha que sou uma vagabunda, Will! É

constrangedor!"

Toquei meus lábios contra seu ouvido novamente. "Ainda não, você

não é", brinquei.

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Ela me empurrou e apontou para si mesma. "Você não terá mais

nada disso aqui pelas próximas 24 horas.” Ela riu e começou a andar

para os fundos até sua garagem.

"Vinte e um", a corrigi.

Ela chegou à porta da frente e entrou, sem nem um beijo de boa

noite. O que é uma provocação! Ela não sairá com a vantagem essa

noite. Corri até a garagem e abri a porta da frente, puxando-a de

volta para fora. Empurrei-a contra o tijolo da parede na entrada e a

olhei nos olhos enquanto pressionava o meu corpo contra o dela. Ela

ainda tentava parecer brava, mas observei no canto de sua boca um

sorriso. Nossas mãos estavam entrelaçadas acima de sua cabeça e eu

pressionava contra a parede.

"Me escute com muito cuidado", sussurrei. Continuei a olhá-la nos

olhos. Ela me observava. Gosta quando tento intimidá-la. "Não quero

que você arrume as malas. Quero que use exatamente o que você

estava usando na noite de sexta-feira. Você ainda tem aquela camisa

feia?"

Ela sorriu e concordou. Não acho que ela pudesse falar agora, mesmo

se quisesse.

"Ótimo. O que você estava vestindo aquele dia e quando sairmos

amanhã à noite é a única coisa que está autorizada a trazer. Nada de

pijamas.... sem roupas extras. Nada. Quero que você me encontre na

minha casa às sete horas amanhã à noite. Você entendeu?"

Ela assentiu com a cabeça novamente. Seu pulso estava correndo

contra o meu peito e posso dizer pelo olhar em seus olhos que ela

precisa de um beijo meu. Minhas mãos permaneciam unidas com as

dela contra a parede, movi minha boca mais perto de seus lábios.

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Mas hesitei no último minuto e decidi não beijá-la. Deixei minhas

mãos caírem lentamente para trás e para longe dela e fiz o meu

caminho de volta para casa. Quando cheguei a minha porta da frente,

me virei e ela ainda estava encostada no tijolo na mesma posição.

Bom. Dessa vez saí com a vantagem.

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Sexta-feira 20 de janeiro, 2012.

Lake nunca vai ler meu diário, então posso dizer o que realmente

está na minha cabeça, certo? Mesmo se ela ler isso, vai ser depois

que eu morrer, quando fizer uma triagem através de minhas coisas.

Assim tecnicamente, talvez um dia ela vá realmente ler isso. Mas não

importa até então, porque estarei morto.

Então, Lake... se você estiver lendo isso ... Desculpe-me, estou

morto.

Mas, por agora, neste momento... Ainda estou vivo. Estou muito vivo.

É Hoje a noite. Valeu a pena a espera. Todas as semanas, cinquenta

e nove no total. (Mais de setenta, se contarmos a partir de nosso

primeiro encontro)

Então, vou dizer o que está na minha mente, ok?

Sexo.

Sexo, sexo, sexo. Vou fazer sexo hoje à noite. Fazer amor. Borboleta.

Ou qualquer outra coisa que você quiser chamar, vamos fazer.

E mal posso esperar de pânico.

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Capítulo Seis

Eu quero que hoje seja perfeito, então decidi não ir à escola, limpar a

casa e finalizar nossos planos antes de meus avós chegarem. Não

posso acreditar em como estou nervoso. Ou talvez seja emoção. Não

sei o que é, só sei que quero que o dia passe depressa.

No caminho entre pegar os meninos na escola e ir para casa,

paramos em um armazém para comprar algumas coisas para o

jantar. Nós não vamos sair até as sete, então mando uma mensagem

de texto para meu avô e digo que estou cozinhando para eles. Estou

assando basanha. Julia disse para esperar por um dia bom para fazê-

la de novo... e hoje é definitivamente um bom dia. Estou atrasado e

correndo, quando vejo os faróis através da janela da sala de estar. Eu

nem sequer tomei banho ainda e preciso cozinhar os palitos de pão.

"Caulder, vovó e vovô estão aqui, vá abrir a porta!"

Não precisa, eles abrem a porta de qualquer maneira. Sem bater, é

claro. Minha avó entra primeiro, eu ando até ela para beijá-la no

rosto.

"Oi, querido", ela diz. "O que cheira tão bem?"

"Basanha." ando até meu avô e lhe dou um abraço.

"Basanha?", Diz ela.

Eu balanço minha cabeça e rio. "Quer dizer, Lasanha."

Minha avó sorri para mim e isso me lembra de minha mãe. Elas eram

quase idênticas. Ela e meu avô são altos e magros, assim como a

minha mãe. Muitas pessoas acham que a minha avó é intimidante,

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mas acho meio difícil ser intimidado por ela. Passei muito tempo com

ela, isso faz com que ela sinta como se fosse minha mãe às vezes.

Meu avô coloca as malas perto da porta da frente e eles me seguem

para cozinha. "Will, você já ouviu falar do Twitter?" Ele traz os óculos

para a ponta do seu nariz e olha para o seu celular.

Minha avó olha para mim e balança a cabeça. "Ele tem um desses

telefones inteligentes. Agora ele está tentando tutar com o

Presidente."

"Smartphone", eu a corrijo. "E é tweetar, não tutar."

"Ele me segue," meu avô diz, defensivamente. "Eu não estou

brincando, ele realmente me segue! Recebi uma mensagem ontem

que dizia: 'O Presidente está seguindo você."

"Isso é legal, vovô. Mas não, eu não tweeto."

"Bem, você deveria. Um jovem da sua idade precisa ficar antenado

quando se trata de redes sociais."

"Eu vou ficar bem", asseguro-lhe. Coloquei os palitos de pão no forno

e começo a tirar os pratos do armário.

"Deixe-me fazer isso, Will," minha avó diz, puxando os pratos das

minhas mãos.

"Hey vovó, vovô", diz Caulder correndo até a cozinha para abraçá-

los. "Vovô, você se lembra do jogo que brincamos na última vez que

esteve aqui?"

Meu avô concorda. "Você quer dizer aquele em que eu matei vinte e

seis soldados inimigos?"

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"Sim, esse mesmo. Kel ganhou a versão mais nova em seu

aniversário. Você quer jogar com a gente?"

"Pode apostar que sim!" Diz ele, seguindo Caulder para seu quarto.

O engraçado é que o meu avô não está fingindo para agradar

Caulder. Ele realmente quer jogar.

Minha avó puxa uma pilha de copos do armário e se vira para

mim. "Ele está ficando pior, sabe", diz ela.

"Como assim?"

"Ele comprou uma dessas coisinhas de jogo. Ele está gastando tudo

nessas coisas da tecnologia. Agora ele está no Twitter!" Ela balança a

cabeça. "Ele está sempre me dizendo coisas que ele tutou para as

pessoas. Eu não entendo nada disso, Will. É como uma espécie de

crise de meia-vida, vinte anos atrasada."

"É tweetou. E acho que é legal. Dá a ele e Caulder uma maneira de

se relacionar."

Ela termina enchendo os copos com gelo e caminha de volta para o

bar. "Devo colocar um lugar para Layken, também?", diz ela sem

rodeios. Posso dizer pelo seu tom de voz que ela está esperando que

eu diga não.

"Sim, você deve", digo com firmeza.

Ela me fulmina com o olhar. "Will, estou apenas falando."

Ai cara, aqui vamos nós.

"Não é apropriado que os dois simplesmente fujam durante o fim de

semana dessa maneira. Você não está comprometido ainda, muito

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menos casado. Eu só acho que vocês dois estão indo muito rápido,

isso me deixa preocupada."

Coloco minhas mãos sobre os ombros da minha avó e dou um sorriso

tranquilizador para ela.

"Vovó, não estamos apressando as coisas, acredite em mim. E você

precisa dar-lhe uma chance, ela é incrível. Agora me prometa que

você vai pelo menos fingir que gosta dela quando ela chegar. E seja

legal!"

Ela suspira. "Não é que eu não goste dela, Will. Apenas me deixa

desconfortável a maneira como vocês agem juntos. Parece apenas

que vocês estão... Eu não sei... muito apaixonados."

Eu levo a assadeira de basanha para a mesa enquanto respondo. "Se

a sua única queixa sobre ela é que estamos muito apaixonados, acho

que vou aceitá-la."

Ela coloca um lugar extra à mesa mais um copo para Lake.

"Ainda preciso tomar banho, não vou demorar muito", digo. "Os

palitos de pão devem estar prontos em poucos minutos, se você

puder tirá-los."

Ela concorda e vou para o meu quarto arrumar algumas coisas antes

de ir para o chuveiro. Me abaixo ao lado da cama para pegar minha

mochila e coloco-a sobre o edredom. Quando abro o zíper, observo

que minhas mãos estão tremendo. Por que diabos estou tão

nervoso? Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes. Então,

percebo, é Lake. Noto que quando estou empurrando a última peça

das minhas roupas na mochila, estou sorrindo como um completo

idiota. Eu realmente preciso de um banho frio.

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Pego minha muda de roupa e corro para o banheiro quando ouço uma

batida na porta da frente. Sorrio. Ela está tentando impressionar a

minha avó, então ela bate desta vez. É fofo. Ela está se esforçando.

"Oh meu Deus! Olha quem é!" Ouço a minha avó gritando quando

abre a porta da frente. "Paul! Venha ver quem está aqui!"

Eu reviro os olhos. Sei que pedi para ser educada com Lake, mas não

esperava que ela fizesse um espetáculo. Abro a porta e caminho para

a sala de estar. Ela vai ficar chateada se eu deixá-la por conta própria

enquanto tomo banho.

Merda! Merda, merda, merda! Que diabos ela está fazendo aqui?

Ela está abraçando o meu avô quando me vê de pé no corredor. "Ei,

Will", ela sorri.

Eu não devolvo o sorriso.

"Vaughn, não te vejo há anos", diz minha avó. "Fique para o jantar,

está quase pronto. Vou colocar mais um prato."

"Não!" Grito, provavelmente, com um pouco de raiva.

Minha avó se vira para mim e franze a testa. "Will, isso não foi muito

agradável", diz ela.

Eu a ignoro. "Vaughn? Posso falar com você, por favor?" Aceno para

ela se juntar a mim no quarto. Preciso me livrar dela, agora. Ela

caminha até meu quarto e eu fecho a porta atrás de mim. "O que

você está fazendo aqui?"

Ela se senta na beira da cama. "Eu te disse, só preciso falar com

você." Ela está com o cabelo loiro puxado para trás em um coque

Page 113: 417 livraria magia

novamente. Está olhando para mim de forma inocente, tentando

ganhar minha simpatia.

"Vaughn, não é realmente uma boa hora."

Ela cruza os braços sobre o peito e balança a cabeça. "Eu não vou

embora até você falar comigo. Tudo o que tem feito é me evitar."

"Eu não posso falar agora, estou saindo daqui meia hora. Tenho um

monte de coisa para fazer e não vou estar de volta até segunda-

feira. Vou falar com você depois da aula de quarta-feira. Apenas, por

favor, saia."

Ela não se move. Olha para as mãos e começa a chorar. Meu Deus,

ela está chorando. Eu ergo minhas mãos no ar em frustração, vou até

a cama e sento ao lado dela. Isto é horrível. Isso é muito ruim.

Estamos quase exatamente na mesma situação que estávamos há

três anos. Sentados nesta mesma cama, quando ela terminou

comigo. Ela disse que não podia se imaginar com dezenove anos e

criando um filho, seria muita responsabilidade. Eu estava tão

chateado com ela por me deixar no pior momento da minha

vida. Estou quase tão chateado com ela agora, mas desta vez é

porque ela não quer me deixar.

"Will, eu sinto sua falta. Tenho saudades do Caulder. Desde que o vi

no primeiro dia de aula, não tenho feito nada além de pensar em

você e como as coisas terminaram. Eu estava errada. Por favor,

apenas me deixe falar."

Eu suspiro e me jogo na cama cobrindo meus olhos com os

braços. Ela não poderia ter escolhido um momento pior. Lake vai

estar aqui em menos de quinze minutos. Preciso me livrar dela agora.

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"Tudo bem, fale. Faça isso rápido", digo.

Ela limpa a garganta e enxuga as lágrimas de seus olhos. É estranho

como não me importo que ela esteja chorando. Como pude amar

tanto alguém por tanto tempo e então não ter absolutamente

nenhuma simpatia por ela?

"Eu sei que você tem uma namorada. Mas também sei que você não

está com ela, tanto tempo quanto você e eu namoramos. E sei sobre

seus pais e que ela está criando seu irmão. As pessoas falam, Will."

"Aonde você quer chegar?" digo.

"Acho que você está com ela por todas as razões erradas. Talvez

você só sinta pena dela, uma vez que está passando o que você

passou com sua família. Não é justo com ela, se é por isso que estão

juntos. Acho que você deve se afastar dela e nos dar outra chance.

Para saber onde o seu coração realmente está."

Sento-me na cama. Quero gritar com ela, mas respiro fundo e me

acalmo. Sinto muito por ela, realmente. "Vaughn, ouça. Você está

certa, eu te amei. Amei é a palavra-chave aqui. Estou apaixonado por

Lake. Nunca faria nada para machucá-la. E você estar aqui, irá

machucá-la. É por isso que quero que você saia. Me desculpe, sei que

isso não é o que quer ouvir. Mas você fez a sua escolha e eu mudei a

minha. Agora você precisa seguir em frente, também. Por favor,

faça-nos um favor e apenas vá embora."

Eu me levanto e caminho até a porta do quarto e espero que ela faça

o mesmo. Ela levanta-se, mas em vez de me seguir até a porta ela

começa a chorar novamente. Balanço minha cabeça e caminho para

ela. "Vaughn, pare. Pare de chorar. Sinto muito", digo, colocando

meus braços ao seu redor. Talvez tenha sido muito duro com ela. Sei

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que demorou muito para ela vir aqui e pedir desculpas. Se ela

realmente ainda me ama, não deveria estar agindo como um idiota.

Ela se afasta. "Está tudo bem, Will", diz ela, enxugando os olhos. "Eu

estou bem com isso, é sério. Eu não deveria colocá-lo nesta situação,

de qualquer maneira. Odeio ter te machucado e queria dizer que

sinto muito pessoalmente. Eu vou", diz ela. "Realmente quero que

seja feliz. Você merece ser feliz."

Posso dizer pelo tom da sua voz e de seu olhar, que ela está sendo

sincera. Finalmente. Sei que ela é uma boa pessoa, caso contrário eu

não teria passado dois anos da minha vida com ela. Mas também sei

do seu lado egoísta e sou grato que este lado não ganhou esta noite.

Tiro o cabelo de seu rosto e enxugo as lágrimas de suas bochechas.

"Obrigado, Vaughn."

Ela sorri e me dá um abraço de adeus. Vou admitir, é bom finalmente

concluir isso entre nós. Sinto que tive o encerramento já faz tempo,

mas talvez ela ainda precisasse disso.

Talvez estar na sala de aula com ela não vai ser tão insuportável

agora. Dou-lhe um rápido beijo na testa quando nos separamos e

viro para a porta.

E é quando tudo acontece... o mundo desaba ao meu redor.

Ela está de pé na porta, nos observando, com a boca aberta como se

estivesse prestes a dizer alguma coisa, mas não pode. Caulder

esbarra nela quando vê Vaughn de pé atrás de mim. "Vaughn!", diz

ele animadamente enquanto corre para abraçá-la.

Lake olha nos meus olhos e eu vejo... Vejo seu coração partir.

Page 116: 417 livraria magia

Não consigo encontrar minhas palavras. Lake sacode lentamente a

cabeça, como se estivesse tentando dar sentido a tudo o que ela está

vendo. Ela afasta seu olhar de mim, vira e sai. Eu corro atrás dela,

mas ela já está fora da porta da frente. Coloco meus sapatos e

empurro a porta aberta.

"Lake", grito assim que saio. Eu a alcanço quando já está na

rua. Agarro seu braço e a viro para me enfrentar. Não sei o que

dizer. O que digo?

Ela está chorando. Tento puxá-la para mim, mas ela me bate. Ela me

empurra para trás e começa a me bater no peito, sem dizer uma

palavra. Não para de me bater. Agarro suas mãos e a puxo para

mim, mas ela continua a tentar lutar contra mim. Continuo

segurando-a até que vai ficando mais fraca em meus braços e

começa a cair no chão. Ao invés de segurá-la, escorrego para rua

coberta de neve com ela e a abraço enquanto chora.

"Lake, não é nada. Eu juro. Não é nada."

"Eu vi você, Will. Eu vi você abraçando-a. Era alguma coisa", ela

chora. "Você a beijou na testa! Por que você faria isso?" Ela continua

a chorar. Não está tentando segurar as lágrimas dessa vez.

"Sinto muito, Lake. Sinto muito. Isso não quer dizer nada. Eu estava

pedindo para ela sair."

Ela se afasta de mim, levanta-se e caminha em direção a sua

casa. Eu a sigo. "Lake, deixe-me explicar. Por favor."

Ela entra na casa e bate a porta na minha cara... e a tranca. Coloco

minhas mãos em ambos os lados do batente da porta e penduro

minha cabeça para baixo. Estraguei tudo novamente. Realmente

estraguei tudo dessa vez.

Page 117: 417 livraria magia

"Will, eu sinto muito, de verdade," diz Vaughn atrás de mim.

"Realmente, eu não queria causar problemas."

Não me viro quando respondo. "Vaughn, apenas vá. Por favor."

"Tudo bem", diz ela. "Mas, só mais uma coisa. Sei que você não quer

ouvir isso agora, mas você não estava na aula de hoje. Ele marcou a

nossa primeira prova para quarta-feira. Copiei minhas anotações para

você e deixei em sua mesa de café. Vejo você na quarta-feira." Ouço

o barulho da neve sob seus pés desaparecerem enquanto ela

caminha de volta para seu carro.

A trava desaparece e Lake lentamente abre a porta da frente. Deixa

aberta apenas o suficiente para que eu possa ver seu rosto quando

ela me olha nos olhos.

"Ela está em sua classe?", Diz ela em voz baixa.

Não respondo. Todo o meu corpo se encolhe quando ela bate a porta

na minha cara. Ela não apenas a tranca desta vez, ela tranca e apaga

a luz da porta de entrada. Eu me inclino contra a porta e fecho os

olhos, fazendo o meu melhor para segurar minhas lágrimas.

Page 118: 417 livraria magia

"Querido, está tudo bem. Nós estamos levando o “box” com a gente,

assim eles não vão se entediar. Nós não nos importamos, de

verdade", minha avó diz enquanto arruma suas coisas no carro.

"Não é um “box” vovó, é um X-box", diz Caulder. Ele e Kel sobem no

banco traseiro.

"Agora vá descansar um pouco. Você já teve estresse o suficiente

para uma noite", diz ela. Inclina-se e me beija na bochecha. "Você

pode pegá-los na segunda-feira."

Meu avô me abraça antes de entrar no carro. "Se você precisar

conversar, pode me Tweetar.", diz ele.

Eu os vejo saírem de carro. Ao invés de entrar e descansar um pouco

volto para casa de Lake e bato na porta, esperando que ela esteja

pronta para conversar. Bato por cinco minutos, até que a luz de seu

quarto é desligada. Volto para a noite e caminho para minha casa.

Deixo a luz da frente acesa e a porta destrancada, no caso dela

mudar de ideia e quiser conversar. Também decido dormir no sofá

em vez do meu quarto. Se ela bater, quero ser capaz de ouvi-la. Fico

ali por cerca de meia hora, me xingando. Não posso acreditar que

isso está acontecendo agora. Não é como eu imaginava adormecer

hoje à noite. Culpo a maldita basanha.

Eu pulo, quando a porta da frente é empurrada. Ela não olha para

mim enquanto caminha até o outro lado da sala. Ela para na estante

e coloca sua mão dentro do vaso e pega uma estrela, então se vira e

volta para a porta da frente.

"Lake, espere", imploro. Ela bate a porta. Saio do sofá e corro atrás

dela. "Por favor, me espere. Deixe-me explicar tudo." Fazemos nosso

Page 119: 417 livraria magia

caminho pela rua novamente. Ela continua andando até que chega a

sua porta, em seguida, se vira para mim.

"Como é que você vai explicar isso?", Diz ela. Suas bochechas estão

manchadas com o rímel.

Ela está com o coração partido e é tudo culpa minha. "A única garota

que você teve relações sexuais, estava sentada na sala de aula com

você todos os dias, por mais de duas semanas! Por que você não

explica isso? E na mesma noite em que estou prestes a sair com

você... fazer amor com você... Eu te encontro no seu quarto com ela?

E você está beijando-a na maldita testa."

Ela começa a chorar novamente enquanto a abraço. Não posso vê-la

chorar sem abraçá-la. No entanto, ela não me abraça de volta.

Afasta-se de mim e me olha com dor em seus olhos.

"Esse é o beijo que eu mais amo e você deu a ela", diz em voz baixa.

"Você tirou isso de mim, e deu a ela", ela grita. "Obrigado por

permitir que eu possa ver como você é de verdade, antes de cometer

o maior erro da minha vida!"

Ela bate a porta na minha cara e depois abre de novo.

"E onde diabos está meu irmão?"

"Em Detroit," sussurro. "Ele estará de volta segunda-feira."

Ela bate a porta na minha cara novamente.

Eu me viro para voltar para minha casa quando Sherry aparece do

nada. "Está tudo bem? Ouvi Layken gritando."

Passo por ela sem responder. Quando chego à minha casa, bato

minha própria porta. Mas não bati forte o suficiente, então abro e

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bato novamente. Faço isso duas ou três vezes até que percebo que

vou ter que pagar se quebrar. Em vez disso, fecho a porta e dou um

soco. Sou um idiota. Sou um imbecil, um idiota, um idiota, um

idiota... Eu desisto e me jogo no sofá.

Quando ela chora, parte meu coração. Odeio vê-la triste. Mas o fato

de que suas lágrimas são por minha causa agora? Que as minhas

próprias ações são responsáveis pelo seu coração partir? Essa é uma

nova emoção que nunca tinha experimentado antes. Uma que eu não

sei como lidar. Não sei o que fazer. Não sei o que posso dizer a ela.

Se ela apenas me deixasse explicar. Mas isso não iria nem mesmo

ajudar neste momento. Ela está certa. Não me acusou de qualquer

coisa que eu realmente não tenha feito. Deus, preciso do meu pai

agora. Preciso tanto de seu conselho.

Conselhos! Vou ao vaso e puxo uma das estrelas. Sento-me no sofá,

desdobro e leio as palavras escritas nela.

"Às vezes, duas pessoas têm que se separar, para perceber o quanto

elas precisam estar juntas novamente." ~ Autor Desconhecido

Dobro a estrela e coloco de volta dentro do vaso. Espero que Lake

pegue esta.

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Sábado, 21 janeiro, 2012

Merda de vida.

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Capítulo Sete

Não consegui dormir na noite passada. Com cada barulho que ouvia

eu levantava do sofá, na esperança de que era Lake. E nunca era.

Fiz uma xícara de café e caminhei até a janela. Sua casa estava

tranquila e estava tudo escuro. Seu carro estava na garagem, então

sei que ela está em casa. Estava tão acostumado a ver os gnomos na

linha da calçada ao lado de seu carro. Mas eles não estão mais

lá. Depois que sua mãe morreu, Lake juntou todos os gnomos e os

jogou no lixo. Ela não fazia ideia, mas peguei um e guardei. Aquele

com o chapéu vermelho quebrado.

Lembro-me de sair da minha casa na manhã depois que ela se

mudou para cá e a vi sair pela porta da frente sem casaco e com

pantufas. Sabia que assim que os sapatos pisassem na calçada, ela ia

cair de bunda no chão. E caiu. Não pude deixar de rir. Sulistas

parecem subestimar o poder do tempo frio.

Odiava que ela tivesse se cortado quando caiu no gnomo, mas estava

tão feliz que tinha a desculpa para gastar aqueles poucos minutos

com ela naquela manhã. Depois que coloquei o curativo nela e ela foi

embora, passei o dia inteiro no trabalho em transe. Não conseguia

parar de pensar nela. Estava tão nervoso que a minha vida e as

minhas responsabilidades iriam assusta-la antes que eu tivesse a

chance de conhecê-la. Não queria contar a ela sobre isso

imediatamente, mas na noite do nosso primeiro encontro sabia que

tinha que dizer a ela. Havia algo sobre ela que era muito mais do que

todas as outras meninas que eu conhecia. Ela tinha essa resiliência e

confiança sobre ela.

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Queria ter certeza de que Lake soubesse como a minha vida era

naquela noite. Queria que ela soubesse sobre os meus pais, sobre

Caulder, sobre a minha paixão. Precisava que ela soubesse a verdade

e entendesse quem eu era antes de levarmos adiante. Enquanto ela

via a primeira apresentação naquela noite, não conseguia tirar os

olhos dela. Vi a paixão e a profundidade em seus olhos enquanto ela

observava o palco e de imediato me apaixonei por ela. Eu a amei em

cada segundo depois disso.

É por isso que me recuso a deixá-la desistir.

Estou na minha quarta xícara de café quando Kiersten entra. Ela não

procura para ver se Caulder está aqui, simplesmente vai direto para o

sofá e estatela-se ao meu lado.

"Hey," diz sem rodeios.

"Hey."

"O que está acontecendo com você e Lake?", pergunta. Ela me olha

como se merecesse uma resposta.

"Kiersten? Sua mãe já lhe disse que é grosseiro ser intrometido?"

Ela balança a cabeça. "Não, ela diz que a única maneira de conseguir

os fatos é fazendo perguntas."

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"Bem, você pode fazer quantas perguntas quiser. Isso não significa

que eu tenha que responder."

"Tudo bem", diz ela, levantando-se. "Eu vou perguntar a Layken."

"Boa sorte para conseguir que ela abra a porta."

Kiersten levanta e vai para a janela. Ela vai até o meio da minha

garagem, vira e volta para a minha porta da frente. Quando ela passa

na minha janela, olha para mim com piedade e lentamente balança a

cabeça. Abre a porta da frente e vem para dentro. "Há algo em

especial que você quer que eu lhe pergunte? Eu posso trazer um

relatório de volta para você."

Eu amo essa garota. "Sim, boa ideia Kiersten." Penso por um

segundo. "Eu não sei, apenas analise seu humor. Ela está chorando?

Ela ficou louca? Aja como se você não soubesse que nós estamos

brigados e pergunte-lhe sobre mim... veja o que ela diz."

Kiersten balança a cabeça e começa a fechar a porta da frente.

"Espere, mais uma coisa. Eu quero saber o que ela está vestindo,

também."

Kiersten me olha com curiosidade.

"Apenas sua blusa. Quero saber que blusa ela está vestindo."

Espero na janela e vejo como Kiersten anda pela rua e bate na

porta. Por que ela bate na porta de Lake e não na minha? A porta se

abre quase imediatamente. Kiersten entra e fecha a porta atrás dela.

Ando pela sala e bebo uma xícara de café, olhando para fora da

janela, esperando por Kiersten surgir da casa de Lake. Meia hora

passa e a porta da frente finalmente se abre. Kiersten sai e vira à

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esquerda e vai para a casa dela, em vez de caminhar para o outro

lado da rua.

Dou-lhe um tempo. Talvez ela tivesse que ir para casa para almoçar

ou algo assim. Depois de uma hora, não posso esperar mais. Faço o

caminho mais curto para a casa de Kiersten e bato na porta.

"Ei, Will, entra", diz Sherry. Ela dá um passo para o lado e entro para

a sala. Kiersten está assistindo TV. Antes de bombardear Kiersten,

dirijo-me a Sherry.

"Na noite passada... Eu sinto muito. Não estava tentando ser bruto."

"Oh, pare com isso. Eu só estava sendo intrometida", diz ela. "Você

quer algo para beber?"

"Não. Eu só preciso falar com Kiersten."

Kiersten olha para mim do sofá e me dá um olhar desprezível. "Você

é um idiota, Will.", diz ela.

Acho que Lake não superou. Sento-me ao lado dela no sofá e coloco

minhas mãos entre os joelhos. "Será que você pelo menos pode me

falar o que ela disse?" Isso é tão patético. Estou confiando meu

relacionamento em uma garota de onze anos de idade.

"Tem certeza que você quer saber? Eu provavelmente deveria avisá-

lo, tenho uma excelente memória. Mamãe diz que sou capaz de citar

conversas inteiras desde que eu tinha três anos de idade."

"Certo. Quero saber tudo o que ela disse."

Kiersten suspira e puxa as pernas em cima do sofá e se vira para

mim. "Ela pensa que você é um idiota. Ela disse que você era um

cretino, um paspalho, um bas-"

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"Um bastardo. Eu sei, eu entendo. O que mais ela disse?"

"Ela não me disse por que estava com raiva de você... mas ela está

muito brava com você. Olha, não sei o que você fez, mas ela está

agora limpando a casa como uma psicopata! Quando ela abriu a

porta, tinha centenas de fichas por todo o chão da sala. Eles

pareciam receitas ou algo assim."

"Oh Deus, ela vai organizar tudo por ordem alfabética", digo. Isso é

pior do que eu pensava. "Kiersten, ela não vai atender a porta, se eu

for para lá. Você pode bater para ela abrir a porta? Eu realmente

preciso para falar com ela."

Kiersten pressiona os lábios enquanto pensa sobre a minha pergunta.

"Você está me pedindo para enganá-la? Para basicamente mentir

para ela?"

Encolho os ombros e concordo.

"Deixe-me pegar meu casaco."

Eu me levanto e Sherry vem da cozinha e estende a mão. Abro a

palma da mão e ela coloca algo nela e dobra os dedos sobre

aquilo. "Se não seguir o que você está esperando, tome-os com um

pouco de água. Você parece uma merda."

Ela pode ver a hesitação na minha cara e sorri. "Não se preocupe, eu

que fiz. Isto é completamente legal."

Eu realmente não tenho um plano de ataque. Estou me escondendo

contra a parede em frente da casa de Lake quando Kiersten bate.

Meu coração está batendo tão rápido, que parece que estou prestes a

cometer um roubo ou algo assim. Tomo uma respiração profunda

quando ouço a porta abrir. Kiersten dá um passo ao lado e eu passo

Page 127: 417 livraria magia

por ela e entro na casa de Lake mais rápido do que ela pode perceber

o que aconteceu.

"Saia, Will", diz ela, enquanto mantém a porta aberta.

"Eu não vou sair até que você fale comigo", digo. Ela volta para a

sala de estar.

"Saia, saia, saia, saia!"

Faço o que qualquer homem sensato faria nesta situação, corro pelo

corredor e me tranco em seu quarto. Percebo que ainda não tenho

um plano. Não sei como posso falar com ela se estou trancado em

seu quarto. Mas pelo menos ela não pode me expulsar de sua casa

agora.

Vou ficar aqui o dia todo se for preciso.

Ouvi a porta da frente bater e em poucos segundos ela está do lado

de fora da porta do quarto.

Esperei que ela dissesse alguma coisa ou começasse a gritar para

mim, mas ela não faz nada. Vejo a sombra de seus pés

desaparecerem à medida que ela se afasta.

E agora? Se abrir a porta, ela vai tentar me chutar para fora

novamente. Por que eu não formulei um plano melhor? Eu sou um

idiota. Sou um idiota pirando! Pense Will. Pense.

Vejo a sombra de seus pés reaparecerem e ela para em frente à

porta do quarto novamente.

"Will? Abra a porta. Eu vou falar com você."

Ela não parece com raiva. Meu plano idiota realmente funcionou?

Abro a porta do quarto para ela e assim que eu a abro

Page 128: 417 livraria magia

completamente, sou completamente encharcado de água. Ela jogou

água em mim! Ela jogou uma jarra inteira de água no meu rosto!

"Oh," ela diz. "Você parece um pouco molhado, Will. É melhor ir para

casa e mudar de roupa antes de você ficar doente." Ela calmamente

se vira e vai embora.

Eu sou um idiota e ela não está pronta para conversar, então faço a

caminhada da vergonha pelo seu corredor, pela porta da frente e

para o outro lado da rua para a minha casa. É congelante. Ela nem

sequer se incomodou em aquecer a água antes dela jogar em mim.

Eu tiro a roupa e entro no chuveiro. Um banho quente nesse

momento.

O chuveiro não ajuda em nada. Sinto-me um lixo completo. Cinco

xícaras de café, a noite não dormida e um estômago vazio não fazem

um grande começo para o dia. É quase duas horas da tarde. Se eu

não fosse tão idiota, gostaria de saber de Lake o que ela gostaria de

estar fazendo agora? Quem estou enganando? Eu sei o que

estaríamos fazendo agora. Minha reflexão sobre o rumo dos

acontecimentos ao longo das últimas 24 horas faz minha cabeça

doer. Pego minhas calças no chão do quarto e retiro de dentro do

bolso o comprimido que Sherry me deu. Vou para a cozinha e tomo o

comprimido com um copo inteiro de água antes de ir para o sofá.

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Está escuro quando acordo. Nem me lembro de ter deitado. Sento-

me no sofá e vejo um bilhete sobre a mesa de café. Estendo a mão

para agarra-lo e começar a lê-lo. Meu coração afunda quando

percebo que não é de Lake.

Will,

Ia avisá-lo para não dirigir depois de tomar o remédio ... mas vejo

que você já tomou. Então, não importa.

~ Sherry

PS: Eu tive uma conversa com Layken hoje. Você realmente deveria

pedir desculpas sabe. Você foi um babaca. Se precisar de mais algum

comprimido, sabe onde eu moro.

Jogo o bilhete de volta para a mesa. Esse rosto sorridente é

realmente necessário? Estremeço quando as dores no meu estômago

se intensificam. Quando foi a última vez que comi alguma

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coisa? Sinceramente não me lembro. Abro a geladeira e vejo a

lasanha da noite anterior.

Infelizmente, agora é a noite perfeita para basanha. Cortei uma fatia

e a coloquei no microondas. Quando estou enchendo um copo com

refrigerante, a porta da frente se abre.

Ela está andando pela sala, indo para a estante. Vou para a sala. Ela

ainda está me ignorando. Ao invés de pegar uma única estrela agora,

ela pega todo o vaso da estante.

Ela não vai levar este vaso com ela. Se levar o vaso com ela, não terá

mais razão para voltar. Pego o vaso de suas mãos, mas ela não vai

deixar ir. Nós puxamos para frente e para trás, mas não vou deixar

ir. Não vou deixá-la levá-lo. Ela finalmente entende e cruza os braços

sobre o peito enquanto olha para mim.

"Dê-me o vaso Will. Minha mãe fez isso e eu quero levá-lo para casa

comigo."

Volto para a cozinha com o vaso... ela me segue. Coloco-o no canto

da bancada contra a parede, me viro colocando meus braços em

ambos os lados de modo que ela não pode alcançá-lo.

"Sua mãe fez para nós dois. Conheço você, Lake. Se você levar para

casa vai abrir todos eles esta noite. Você vai ficar abrindo estrelas

toda a noite como foi quando você esculpiu abóboras."

Ela joga as mãos no ar. "Pare de dizer isso! Por favor! Eu não vou

mais esculpir abóboras!"

Não posso acreditar que ela acha que não esculpe mais

abóboras. "Você não vai? Sério? Você está esculpindo-as agora, Lake.

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Passou 24 horas e você ainda não vai me deixar falar com você sobre

isso."

Ela aperta as mãos em punhos e pisa os pés em frustração. "Ugh!",

grita. Ela parece que quer bater em alguma coisa. Ou alguém. Deus,

ela é tão bonita.

"Pare de me olhar assim!", Ela grunhiu.

"Assim como?"

"Você tem aquele olhar em seus olhos novamente. Basta parar!"

Não tenho absolutamente nenhuma ideia de que olhar que ela está

falando, mas desvio minha atenção dela. Não quero fazer nada para

irritá-la ainda mais.

"Você já comeu alguma coisa hoje?" pergunto. Pego meu prato no

microondas, mas ela não me responde. Ela está na cozinha apenas

com os braços cruzados sobre o peito.

Puxo a travessa de lasanha fora da geladeira, dobro o papel alumínio.

"Você está comendo basanha? Que apropriado", diz ela.

Não é a conversa que eu estava esperando que teríamos, mas é uma

conversa, no entanto.

Corto outro quadrado de basanha e coloco no microondas. Nenhum

de nós diz nada enquanto ele aquece. Ela apenas fica ali, olhando

para o chão. E eu apenas fico aqui, olhando para o microondas.

Quando termina, coloco nossos pratos no balcão e faço outra bebida.

Nós dois sentamos e comemos em silêncio. Um silêncio muito

desconfortável.

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Quando terminamos, limpo o balcão e me sento na frente dela para

que possa vê-la melhor. Espero que ela fale primeiro. Ela tem os

cotovelos apoiados sobre o balcão, enquanto ela olha para baixo para

suas unhas, cutucando cada uma, tentando parecer desinteressada.

"Então, vamos conversar", diz ela, sem olhar para mim.

Estico minhas mãos para frente para tocar a dela, mas ela as puxa e

se inclina para trás em sua cadeira. Não gosto da barreira do balcão

entre nós, então levanto e caminho até a sala de estar.

"Vem se sentar", digo para ela. Ela caminha até a sala e senta-se no

mesmo sofá que eu, mas na extremidade oposta. Esfrego meu rosto

com as mãos, tentando descobrir exatamente como vou fazer com

que ela me perdoe. Puxo minha perna em cima do sofá e viro o rosto

para ela.

"Lake, eu te amo. A última coisa no mundo que quero fazer é te

machucar. Você sabe disso."

"Bem, parabéns", diz ela. "Então você conseguiu apenas realizar a

última coisa no mundo que você queria fazer."

Inclino a minha cabeça de volta para o sofá. Isso vai ser mais difícil

do que pensava. Ela é osso duro de roer.

"Me desculpe, não te contei que ela estava na minha classe. Não

quero que você se preocupe."

"Preocupar-me com o que, Will? Ela estar na sala de aula com você é

algo com que eu deveria me preocupar? Porque se não é nada como

você diz que é, por que eu iria precisar me preocupar?"

Jesus! Estou escolhendo as piores formas do mundo para me

desculpar ou ela é muito boa? Se ela nunca deixar de estar brava

Page 133: 417 livraria magia

comigo, vou falar para ela que acho que finalmente descobriu sua

vocação; ser advogada.

"Lake, eu não sinto mais nada em relação à Vaughn. Estava

pensando em te contar sobre ela estar na minha classe na próxima

semana... Só não queria falar antes da nossa escapada."

"Oh. Então você queria ter certeza de que você transasse antes de

me irritar. Ótimo plano" diz ela com sarcasmo.

Dou um tapa na minha testa com a mão e fecho os olhos. Não existe

uma luta que esta menina não possa ganhar.

"Pense nisso, Will. Ponha-se no meu lugar. Digamos que eu fiz sexo

com um cara antes de te conhecer. Depois quando você e eu

estávamos prestes a ter relações sexuais, você entra em meu quarto

e eu estou abraçando esse cara. Então você me vê beijá-lo... no

pescoço; seu lugar favorito para beijar. Então você descobre que eu

tenho visto esse cara todos os dias por semanas e eu tenho mantido

isso em segredo. O que você faria? Huh?"

Ela não está mais olhando suas unhas. Ela está olhando direto para

mim, esperando minha resposta.

"Bem", digo. "Eu iria te dar a chance de explicar sem interrompê-lo a

cada cinco segundos."

Ela me empurra e sai do sofá e começa ir em direção à porta da

frente. Agarro o braço dela quando ela passa por mim e a puxo de

volta para o sofá. Quando ela cai em um local próximo a mim,

envolvo meus braços em torno dela e pressiono a cabeça no meu

peito. Tento não deixá-la ir. Não quero que ela vá. "Lake, por favor.

Apenas me dê uma chance, vou contar-lhe tudo. Não me deixe de

novo."

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Ela não luta para se afastar. Ela não luta comigo, também. Apenas

relaxa no meu peito e deixa-me segurá-la enquanto falo.

"Eu não sabia que você sequer sabia sobre Vaughn. Sei o quanto

você odeia falar sobre relacionamentos passados, então pensei que

seria pior se eu falasse do que se não o fizesse. Por isso não falei

nada. Vê-la novamente não significou nada para mim. Não queria que

isso significasse nada para você, também."

Corro meus dedos através de seu cabelo e ela suspira, então começa

a chorar em minha blusa.

"Eu quero acreditar em você, Will. Quero muito acreditar em

você. Mas por que ela estava aqui ontem à noite? Se ela não significa

algo para você, por que você estava segurando ela?"

Eu a beijei no topo da cabeça. "Lake, estava pedindo a ela para

sair. Ela estava chorando, então eu abracei."

Ela puxa o rosto do meu peito e olha para mim, com medo. "Ela

estava chorando? Por que ela estava chorando? Will, ela ainda te

ama?"

Eu suspiro. Como posso responder isso sem me portar como um

idiota de novo? Nada que estou dizendo agora está ajudando na

minha causa. Absolutamente nada.

Ela senta-se e foge para longe de mim para que ela possa olhar nos

meus olhos, enquanto ela fala. "Will, você é o único que queria

conversar. Eu quero que você me conte tudo. Eu quero saber por que

ela estava aqui, o que você estava fazendo no seu quarto com ela,

por que você estava abraçando ela, por que ela estava chorando ...

tudo."

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Tentei pegar a mão dela, mas ela puxou de volta. "Conte-me", diz

ela.

Tento pensar por onde começar. Inalo uma respiração profunda e

expiro devagar, preparando-me para ser interrompido um milhão de

vezes mais.

"Ela me escreveu um bilhete na sala de aula no outro dia e perguntou

se poderíamos conversar. Eu disse que não, que não havia nada a

falar. Ela só apareceu na noite passada do nada. Eu não a convidei,

Lake. Eu estava no meu quarto quando ela chegou aqui. Eu nunca iria

deixá-la entrar" Eu a olho nos olhos quando digo isso, porque é a

verdade.

"Minha avó queria que ela comesse com a gente e eu disse que não e

disse que precisava falar com ela. Eu só queria que ela saísse. Ela

começou a chorar e me disse que odiava como ela terminou as coisas

comigo. Disse que sabia sobre você e toda a nossa situação com

nossos pais e nós, criando nossos irmãos. Ela disse que eu devia isso

a você para descobrir onde meu coração realmente se encontra e que

talvez eu estivesse com você, porque senti pena de você, pois estive

no seu lugar antes. Ela queria me dar outra chance, para ver se eu

estava com você pelos motivos certos. Eu disse que não. Falei que te

amava, Lake. Pedi para sair e ela começou a chorar novamente,

então eu a abracei. Senti como se estivesse sendo um idiota, isso é a

única razão pela qual eu abracei."

Espero por algum tipo de reação à minha confissão, mas ela só olha

para o seu colo e sou incapaz de ver seu rosto. "Por que você a

beijou na testa?", Ela pergunta em voz baixa.

Page 136: 417 livraria magia

Eu suspiro e acaricio seu rosto com as costas da minha mão,

puxando-a de volta na minha direção. "Lake, eu não sei. Você tem

que entender que a namorei por mais de dois anos. Há algumas

coisas que, não importa quanto tempo isso tenha passado, é apenas

um hábito. Não significa nada, era apenas hábito. Estava apenas

tentando consolá-la."

Lake está de volta para o braço do sofá e fica olhando para o teto

enquanto ela pensa.

Tudo o que posso fazer é deixá-la pensar. Contei-lhe tudo. Vejo como

ela deita lá, sem dizer uma palavra. Quero deitar ao lado dela e

abraçá-la. Isso está me matando. Eu não posso.

"Você acha que há uma chance de ela estar certa?", Ela pergunta,

ainda olhando para o teto.

"Certa de quê? Que ela me ama? Talvez, eu não sei. Eu não me

importo. Isso não muda nada."

"Não quis dizer isso. É óbvio que ela ainda quer ficar com você, ela

mesma disse. Eu quero dizer, que você acha que há uma chance de

que ela poderia estar certa sobre a outra coisa? Sobre a possibilidade

de você estar comigo por causa da nossa situação? Porque você sente

pena de mim."

Eu salto para frente no sofá e subo em cima dela e seguro o seu

queixo, puxando-a para olhar para mim. "Não, Lake. Não se atreva a

pensar nisso nem por um segundo!"

Ela aperta os olhos e as lágrimas deslizam sobre as têmporas, em

seu cabelo. Eu beijo elas. Beijo seu rosto, as lágrimas, os olhos, as

bochechas, os lábios. Preciso que ela saiba que isso não é verdade.

Preciso que ela saiba o quanto eu a amo.

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"Will, pare", diz ela com a voz fraca. Posso ouvir o seu grito sendo

suprimido em sua garganta, posso ver em seu rosto. Ela duvida de

mim.

"Baby, não. Não acredite nisso. Favor, não acredite nisso." Pressiono

minha cabeça na fenda entre o ombro e o pescoço. "Eu te amo por

causa de você."

Nunca precisei que ninguém acreditasse em nada mais em toda a

minha vida. Preciso que ela acredite em mim. Quando ela começa a

resistir e empurra contra mim, deslizo meu braço por baixo de seu

pescoço e a puxo para mais perto. "Lake, pare com isso. Por favor,

não vá", imploro. Percebo que estou falando e que a minha voz está

tremendo. Nunca estive tão assustado que estava prestes a perder

alguma coisa em toda a minha vida, que perdesse completamente o

controle. Começo a chorar.

"Will, você não entende isso?", ela diz. "Como você sabe? Como você

realmente sabe? Você não poderia me deixar agora, mesmo se você

quisesse. Seu coração é bom demais para isso, você nunca faria isso

comigo. Então, como posso saber se realmente estaríamos aqui se

nossas circunstâncias fossem diferentes? Se nossos pais estivessem

vivos e não tivéssemos Kel e Caulder. Como você saberia que você

me ama?"

Fecho a minha mão sobre sua boca. "Não! Pare de dizer isso, Lake.

Por Favor." Ela fecha os olhos e as lágrimas começam a fluir ainda

mais rápido. Eu as beijo novamente. Beijo sua bochecha, beijo sua

testa e beijo seus lábios. Agarro a parte de trás de sua cabeça e a

beijo com mais desespero do que já beijei antes. Ela coloca as mãos

no meu pescoço e me beija de volta.

Ela está me beijando de volta.

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Nós dois estamos ainda chorando, freneticamente tentando segurar o

último pedaço de sanidade entre nós.

Ela empurra contra mim. Ela ainda está me beijando, mas quer que

eu me sente, então eu faço. Eu me inclino de volta para o sofá e ela

desliza para o meu colo e acaricia o meu rosto com as mãos. Nós

paramos de beijar por um breve momento e olhamos um para o

outro. Enxugo as lágrimas do seu rosto e ela faz o mesmo por mim.

Ainda posso ver o sofrimento em seus olhos, mas ela espreme-os

fechados e trás os lábios de volta para os meus. Eu a puxo para mim

tão perto que faz com que seja difícil respirar. Nós dois estamos com

falta de ar enquanto tentamos encontrar um ritmo constante em

meio a nossa luta frenética. Nunca precisei dela com mais intensidade

do que preciso agora. Ela puxa a minha blusa e me inclino para

frente, permitindo que ela deslize-a sobre a minha cabeça. Quando

seus lábios são separados dos meus, ela cruza os braços e agarra a

bainha de sua camisa e puxa-a sobre sua cabeça. Ajudo-a. Quando

sua camisa está em cima da minha no chão, envolvo meus braços em

torno dela, colocando as mãos sobre a pele nua de suas costas e a

puxo para mim.

"Eu te amo, Lake. Sinto muito. Estou tão triste. Eu te amo muito."

Ela se afasta e me olha nos olhos. "Eu quero que você faça amor

comigo, Will."

Envolvo meus braços firmemente em torno de suas costas e levanto

enquanto ela se agarra no meu pescoço. Ela envolve as pernas ao

redor da minha cintura e eu a levo para o meu quarto e nos jogamos

na cama. Suas mãos encontram o botão da minha calça jeans e ela

os desabotoa enquanto minha boca se move lentamente de seus

lábios para o queixo e pelo pescoço. Não posso acreditar que isso

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está acontecendo de verdade. Não me permito tempo para duvidar

de minhas próprias ações. Deslizo meus dedos sob as alças do sutiã

para puxá-los para fora de seus ombros. Ela desliza os braços para

fora das tiras e movo meus lábios ao longo da borda de seu sutiã,

quando ela começa a lutar com o botão em seus próprios jeans.

Levanto para ajudá-la, então guio suas mãos para desliza-los e atirá-

los no chão. Ela sobe mais para cima na cama até que sua cabeça

encontra os travesseiros. Puxo as cobertas para fora debaixo dela e

deslizo em cima dela, em seguida, puxo as cobertas em cima de nós.

Quando nossos olhos se encontram, vejo a mágoa na expressão dela

e as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto.

Ela agarra na cintura da minha calça e começa a deslizar para baixo.

Ela está sofrendo muito. Ainda está com o coração partido. Não posso

deixá-la fazer isso. Ela ainda não confia em mim.

"Lake, eu não posso." Rolo para longe dela e tento recuperar o

fôlego. "Não assim. Você está chateada. Não deveria ser assim."

Ela não diz nada... simplesmente continua chorando. Ambos ficam

lado a lado por vários minutos sem dizer uma única palavra. Chego

mais perto para colocar a minha mão em cima da dela, mas ela a

puxa e desliza para fora da cama. Pega seu jeans do chão e caminha

de volta para a sala de estar. Eu a sigo e assisto enquanto ela coloca

a camisa e as calças de volta. Ela luta com algumas respirações em

uma tentativa de conter as lágrimas.

"Você está indo embora?" pergunto hesitante. "Eu não quero que

você vá. Fique comigo."

Ela não responde. Vai até a porta e desliza em seus sapatos, então a

jaqueta. Caminho até ela e envolvo meus braços em torno dela.

"Você não pode ficar com raiva de mim por isso. Você não está

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pensando claramente, Lake. Se fizermos isso, enquanto você está

com raiva, você vai se arrepender amanhã. Então você vai ficar com

raiva de si mesma, também. Você entende isso, não é?"

Ela enxuga as lágrimas dos olhos e se distancia de mim. "Você já

teve relações sexuais com ela, Will. Como posso superar isso? Como

faço para passar o fato de que você já fez amor com Vaughn, mas

você não vai fazer amor comigo? Você não sabe como é a sensação

de ser rejeitada. Você se sente como um merda. Você só me fez

sentir como uma merda."

"Lake, isto é um absurdo! Não estou rejeitando você. Eu te amo

demais para não ser perfeito para você. Não estou prestes a fazer

sexo com você pela primeira vez, enquanto você está chorando. Se

fizermos isso agora, nós dois vamos nos sentir uma merda."

Ela esfrega as mãos sobre os olhos novamente e olha para o chão,

tentando não chorar. Nós estamos em silêncio na sala, nenhum de

nós tendo certeza do que vai acontecer em seguida. Eu disse tudo o

que podia dizer. Só preciso que ela acredite em mim, então vou dar-

lhe tempo para pensar.

"Will?" Ela traz lentamente os olhos para trás até encontrar o meu.

Parece quase como se machucasse sequer olhar para mim. "Não

tenho certeza se posso fazer isso", diz ela.

O olhar em seus olhos faz com que meu coração pareça como se

estivesse parado literalmente. Eu já vi esse olhar em uma garota

antes. Ela está prestes a terminar comigo.

"Quero dizer... não tenho certeza se nós podemos fazer isso", diz ela.

"Estou tentando muito, mas não sei como passar por isso. Como sei

que esta vida é a que você quer? Como você sabe que é isso que

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você quer? Você precisa de tempo, Will. Precisamos de tempo para

pensar sobre isso. Temos que questionar tudo."

Não respondo. Não posso. Tudo que falo sai errado.

Ela não está mais chorando. "Vou para casa agora. Preciso que você

me deixe ir. Apenas deixe-me ir, ok?"

É evidente a dor por trás da sua voz e a calma, a expressão razoável

em seus olhos que rasgam meu coração para fora do meu peito. Ela

se vira para sair e tudo o que posso fazer é deixa-la ir. Acabei de

deixá-la ir.

Depois de uma hora de perfurar tudo que posso encontrar para bater,

limpar tudo o que puder encontrar para limpar e gritando cada

maldição que posso pensar em gritar, bato na porta de Sherry.

Quando ela abre, olha para mim e não diz uma palavra. Ela se vira

para dentro, volta um momento depois e estende a mão. Abro minha

mão e ela joga os comprimidos na minha mão e me olha com

piedade. Odeio piedade.

Quando estou de volta dentro da minha casa, engulo os comprimidos

e me deito no sofá, desejando distância de tudo.

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"Will."

Tento abrir meus olhos, para dar sentido à voz que estou ouvindo.

Tento acordar, mas meu corpo inteiro parece concreto.

"Cara, acorda."

Estou desnorteado. Sento-me no sofá e esfrego os olhos, tentando

abri-los... com medo da luz solar. Quando finalmente consigo abri-

los, não é brilhante em tudo, ainda está escuro. Olho ao redor da sala

e vejo Gavin sentado no sofá em frente a mim.

"Que horas são? Que dia é hoje?" Pergunto a ele.

"É ainda hoje. Sábado. É depois das dez, eu acho. Quanto tempo

você esteve dormindo?"

Penso sobre essa pergunta. Foi depois das sete quando Lake e eu

comemos lasanha. Depois das oito quando a deixei ir. Quando a

deixei ir. Deito no sofá e não respondo a Gavin com a cena de apenas

duas horas atrás fazendo replays na minha cabeça.

"Você quer falar sobre isso?" pergunta Gavin.

Balanço minha cabeça novamente. Eu realmente não quero falar

sobre isso.

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"Eddie está na casa de Layken. Ela parecia muito chateada. Foi um

pouco estranho, então pensei em vir me esconder aqui. Você quer

que eu vá embora?"

Balancei minha cabeça novamente. "Há lasanha na geladeira, se você

estiver com fome."

"Eu estou, na verdade", diz ele. Ele sai do sofá e vai para a cozinha.

"Você precisa de algo para beber?"

Preciso de uma bebida. Ando para a cozinha e pressiono a mão

contra minha testa.

Minha cabeça está latejando. Chego em cima da geladeira e movo as

caixas de cereais para fora do caminho para chegar ao gabinete por

trás dele. Retiro a garrafa de tequila e pego um copo de vidro e me

sirvo uma dose.

"Estava pensando mais ao longo das linhas de um refrigerante,"

Gavin diz, enquanto se senta no bar e me observa.

"Boa ideia." Abro a geladeira e retiro um refrigerante. Pego um copo

ainda maior e misturo a soda com a tequila. Não é o melhor mix, mas

ajuda descer mais suave.

"Será? Eu nunca te vi assim. Tem certeza de que está tudo certo?"

Inclino a cabeça para trás e termino toda a bebida, em seguida,

coloco o copo na pia. Escolho em não lhe responder. Se eu disser que

sim, ele vai saber que estou mentindo. Se eu disser que não, ele vai

me perguntar por quê. Então apenas me sento ao lado dele enquanto

ele come e não digo nada.

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"Eddie e eu queríamos falar com você e Layken juntos. Acho que

agora isso não vai acontecer, então ..." A voz de Gavin hesita e ele

dá outra mordida de lasanha.

"Falar-nos sobre o quê?"

Ele limpa a boca com um guardanapo e suspira. Ele traz o seu braço

direito até a mesa, segurando o garfo com a mão com tanta força

que os nós dos dedos ficam brancos. "Eddie está grávida."

Não confio em meus próprios ouvidos neste momento. Minha cabeça

ainda está batendo e o álcool misturado com a mistura caseira que

Sherry me deu, me fazendo ver dois Gavin.

"Grávida? Como grávida?" pergunto.

"Muito grávida", diz ele.

"Merda." Eu me levanto e agarro a tequila fora do balcão e volto a

encher o copo. Normalmente não sou a favor de dar bebida para um

menor de idade, mas há momentos em que, ocasionalmente, até

mesmo eu, empurro meus limites. Coloco a dose na frente dele e ele

vira.

"Qual é o plano?", pergunto.

Ele anda até a sala e se senta novamente no terceiro sofá. Quando

recebi um terceiro sofá? Pego a garrafa de tequila do balcão e esfrego

os olhos enquanto faço o meu caminho para a sala de estar. Quando

os abro, existem apenas dois sofás novamente. Corro para me sentar

antes que caia.

"Nós não temos um plano. Quer dizer, o mesmo plano. Eddie quer

mantê-lo. Isso me assusta, Will. Estamos apenas com dezenove

anos. Nós não estamos preparados para tudo isso."

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Infelizmente, sei exatamente como ele se sente.

"Você quer mantê-lo?", pergunto.

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Domingo, 21 de janeiro... eu acho. Pode ainda ser noite de

sábado. Que seja.

Lake ... Lake, Lake, Lake, Lake. Eu pegaria uma montanha e depois

preciso de outra bebida. Mas eu te amo muito. Sim, acho que preciso

de mais tequila ... e mais remédio. Eu te amo, eu sinto muito. Eu não

estou com sede. Mas não estou com fome, apenas sede. Mas eu

nunca vou beber outro cheeseburger novamente eu te amo tanto.

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Capítulo Oito

Eddie está grávida. Gavin está com medo. Deixei Lake ir. Isso é tudo

que lembro sobre a noite passada.

O sol está mais brilhante do que nunca. Lanço as cobertas ao ar e

vou ao banheiro.

Quando chego através do corredor, tento abrir a porta, mas está

trancada. Por que diabos o meu banheiro trancado? Bato, me

sentindo muito estranho, batendo na minha própria porta do banheiro

quando deveria ser a única pessoa na minha casa.

"Apenas um segundo!" Ouço alguém gritar. É um cara. E não é

Gavin. Que diabos está acontecendo? Caminho até a sala de estar e

vejo um cobertor e um travesseiro no sofá. Há sapatos na porta da

frente, ao lado de uma mala. Estou coçando a cabeça quando a porta

do banheiro abre, então me viro.

"Reece?"

"Bom dia", diz ele.

"O que você está fazendo aqui?" pergunto.

Ele me lança um olhar confuso enquanto caminha até o sofá e se

senta. "Você está brincando?", pergunta.

Por que estaria brincando? Como estaria brincando sobre isso? Eu

não o vejo há mais de um ano.

"Não. O que você está fazendo aqui? Quando você chegou aqui?"

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Ele balança a cabeça com a mesma expressão perplexa no rosto.

"Will, você não se lembra de nada da noite passada?"

Sento-me e tento me lembrar. Eddie está grávida. Gavin está com

medo. Deixei Lake ir. Isso é tudo que lembro. Ele pode ver a luta na

minha cara que preciso que refresquem minha memória.

"Eu voltei na última sexta-feira. Minha mãe me expulsou? Eu

precisava de um lugar para ficar na noite passada e você me disse

que poderia ficar aqui. Você realmente não se lembra?"

Balancei minha cabeça. "Sinto muito, Reece. Eu não me lembro

disso."

Ele ri. "Cara, quanto é que você bebeu na noite passada?"

Lembrei da tequila, daí lembrei do medicamento que Sherry me deu.

"Não acho que foi apenas o álcool."

Ele se levanta e olha desajeitadamente ao redor da sala. "Bem, se

você quiser que eu vá ..."

"Não, eu não me importo de você ficar aqui, você sabe disso. Eu só

não me lembro. Nunca apaguei antes. "

"Você não estava falando coisa com coisa quando cheguei aqui, isso é

certo. Você não parava de dizer algo sobre uma estrela ... e Lake.

Pensei que você estava alucinando. Você não está alucinando?"

Eu rio. "Não. Eu não estou alucinando. Estou tendo um fim de

semana realmente de merda. O pior deles. E não, não sinto vontade

de falar sobre isso."

"Bem, desde que você não se lembra de nada da noite passada...

você meio que me disse que eu poderia morar aqui? Durante um mês

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ou dois? Será que isso refresca alguma coisa?" Reece levanta as

sobrancelhas e espera por minha reação.

Agora sei por que nunca bebo. Sempre acabo concordando com

coisas que normalmente não concordaria quando estou sóbrio.

Realmente não posso pensar em uma razão para não deixá-lo ficar

aqui. Nós temos um quarto extra. Ele praticamente morava aqui

quando estávamos crescendo. Embora não tenha visto desde a sua

última pausa das aulas, ainda o considero meu melhor amigo.

"Fique o tempo que você precisa", digo. "Só não espere que eu seja

muito divertido. Não estou tendo uma semana muito boa."

"Isto é óbvio." Ele pega suas malas e sapatos e os leva pelo corredor

para o quarto. Ando até a janela e olho do outro lado da rua, na casa

de Lake. O carro dela não está. Onde ela estaria? Ela realmente não

ia a nenhum lugar no domingo. Esse é seu dia de ver filmes e de

comer aquele lixo de comida. Ainda estou olhando para fora da janela

quando Reece caminha de volta na sala de estar.

"Você não tem nada para comer", diz ele. "Estou com fome. Você

quer que eu pegue alguma coisa na loja?"

Balancei minha cabeça. "Não estou com vontade de comer", digo. "É

só pegar o que quiser. Provavelmente vou lá mais tarde, de qualquer

maneira. Preciso de algumas coisas antes de Caulder voltar amanhã."

"Ah, sim, onde ele está?"

"Detroit."

Reece desliza seus sapatos e seu casaco e sai pela porta da frente.

Ando para a cozinha para fazer o café, mas já existe uma garrafa

cheia. Legal.

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Assim que saio do chuveiro, ouço a porta da frente abrir. Não sei se é

Reece ou Lake, então corro para puxar as calças para ver se é Lake.

Ao entrar no corredor, ela está segurando o vaso nas mãos, fazendo

o seu caminho até a porta da frente. Quando ela me vê, ela corre.

"Droga, Lake!" Corro para perto dela. "Você não vai levar isso. Não

me faça esconder isso de você."

Ela tenta empurrar o seu caminho através de mim, mas eu a bloqueio

novamente. "Você não tem o direito de mantê-los em sua casa, Will!

É apenas a sua desculpa para me fazer continuar vindo aqui!"

Ela está certa. Ela está absolutamente certa... mas não me importo.

"Não, quero eles aqui porque não confio que você não vai abrir

todos."

Ela me lança um olhar desprezível. "Já que estamos no assunto de

confiança, você está sabotando estas estrelas? Você está colocando

as falsas aqui, tentando me fazer perdoá-lo?"

Eu rio. Ela deve estar recebendo alguns bons conselhos de sua mãe,

se ela pensa que estou sabotando as estrelas. "Talvez você deva

ouvir os conselhos de sua mãe, Lake."

Ela tenta me empurrar novamente e eu pego o vaso de suas mãos.

Ela me empurra mais forte do que esperava e o vaso cai no chão,

derramando dezenas de pequenas estrelas no tapete. Ela se abaixa e

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começa a pegá-las. Suas mãos estão cheias e posso ver em seu rosto

que ela não sabe onde colocá-las por que sua calça não tem bolsos.

Ela puxa a gola de sua camisa para fora e começa a empurrá-las para

dentro por punhado. Ela está determinada.

Pego suas mãos e as puxo longe de sua camisa. "Lake, pare com

isso! Você está agindo como uma criança de 10 anos de idade!"

Coloco o vaso na posição vertical e começo a jogar o resto delas

dentro tão rápido quanto ela está agarrando, colocando-as dentro de

sua camisa. Faço a única coisa que posso... coloco minha mão

debaixo de sua camisa e começo a pegar de volta. Ela dá um tapa em

minhas mãos e tenta engatinhar para trás, mas pego as costas da

camisa para detê-la. Ela continua a ir para trás e eu continuo

segurando sua camisa até que ela desliza sobre sua cabeça e ela fica

em minhas mãos. Ela reúne mais estrelas e vai em direção a porta da

frente com as mãos em seu sutiã, ainda tentando segurá-las.

"Lake, você não vai sair sem camisa", digo. Ela é implacável.

"Ah é? Então olhe para mim!", Diz ela. Salto para cima dela e envolvo

meus braços ao redor da cintura e a pego.

Assim quando estou prestes a lançá-la sobre o sofá, a porta da frente

foi aberta. Olho sobre meu ombro e Reece entra com um punhado de

mantimentos. Ele para e olha para nós de olhos arregalados.

Lake ainda está tentando lutar para libertar-se da minha mão,

ignorando o fato de que alguém que ela ainda não conhece tem um

assento na primeira fila para a birra. A única coisa que posso pensar

é o fato de que ela está só de sutiã na frente de outro cara. Eu a

pego e a coloco atrás do encosto do sofá. Tão rápido quanto ela foi,

ela está de volta novamente, tentando fazer o seu caminho através

de mim. Ela finalmente percebe Reece na porta.

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"Quem diabos é você?" Ela grita enquanto ela dá um tapa no meu

braço que está segurando suas costas.

Ele responde com cautela. "Reece? Eu moro aqui?", Diz ele.

Lake para de se debater e dobra seus braços sobre o peito com um

olhar envergonhado em seu rosto. Aproveito a oportunidade para

agarrar a maioria das estrelas de suas mãos e as lanço de volta em

direção ao vaso. Estendo a mão, pego sua camisa e a coloco na sua

frente. "Coloque sua camisa!" rosno.

"Ugh!" Ela joga o resto das estrelas no chão e vira sua camisa do

avesso.

"Você é um idiota, Will! Você não tem o direito de mantê-las aqui!"

Ela puxa sua camisa sobre a cabeça e se vira para Reece. "E quando

diabos você conseguiu um colega de quarto?"

Reece apenas olha para ela, ainda de olhos arregalados. Ele não tem

ideia do que fazer com a cena que acontece diante dele. Lake

caminha de volta para o centro da sala e pega um pequeno punhado

de estrelas, então se vira e corre em direção à porta da frente. Reece

fica de lado quando ela passa por ele e vai para fora. Nós dois

olhamos enquanto ela atravessa a rua, parando duas vezes para

pegar as estrelas que caem na neve. Quando fecha a porta atrás

dela, Reece vira para mim.

"Cara, ela é mal-humorada. E bonita ", diz ele.

"E é minha", respondo.

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Enquanto Reece estava cozinhando o almoço, rastejei ao redor da

sala e peguei todas as estrelas que caíram. Depois que acho que

peguei todas, levo o vaso para a cozinha para escondê-lo no armário.

Se ela não puder encontrá-lo, vai ter que falar comigo e me

perguntar onde ele está.

"O que é isso, afinal?" pergunta Reece.

"Eles são de sua mãe," eu digo. "É uma longa história."

Ela pode encontrá-las muito facilmente se eu escondê-las em um

lugar óbvio. Tiro o cereal novamente e coloco o vaso logo atrás da

tequila.

"Então essa garota é a sua namorada?", Diz Reece.

Não tenho certeza de como responder a sua pergunta. Não sei como

intitular o que está acontecendo entre nós. "Sim", digo.

Ele inclina a cabeça para mim. "Cara, não parece que ela gosta muito

de você."

"Ela me ama. Ela só não gosta de mim agora."

Ele ri. "Qual é o nome dela?"

"Layken. Eu a chamo de Lake" digo quando derramo uma bebida em

um copo. Bebida não alcoólica neste momento.

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Ele ri. "Isso explica a sua choradeira incoerente na última noite." Ele

serve algumas colheres de massa em nossas tigelas e nos sentamos

à mesa para comer.

"Então, o que você fez para irritá-la tanto?"

Descanso os cotovelos sobre a mesa e largo o garfo na minha tigela.

Acho que agora é uma boa hora para atualizá-lo sobre o último ano

da minha vida. Ele tem sido meu melhor amigo desde que tínhamos

dez anos, menos no último ano. Nós meio que crescemos separados

depois que ele se alistou no exército. Mas ainda confio nele. Então,

lhe conto tudo. Toda a história. A partir do dia que nos encontramos,

para seu primeiro dia na escola, a nossa luta sobre Vaughn, todo o

caminho até a última noite. Quando termino, ele está em sua

segunda tigela de macarrão e eu nem sequer toquei o meu.

"Então", diz ele, mexendo o macarrão em torno de sua tigela. "Você

acha que superou a Vaughn?"

De todas as coisas que disse a ele, por que ele se concentra nisso?

Eu rio. "Eu esqueci absolutamente Vaughn."

Ele desloca-se na cadeira e olha para mim. "Apenas me diga se isso

não for legal para você, mas... Você se importa se eu a convidasse

para sair? Se você disser não, eu não vou cara. Eu juro."

Ha, ele não mudou nem um pouco. Claro que isto é a única coisa que

ele iria pegar da minha confissão inteira. A menina.

"Reece? Honestamente não poderia me importar menos o que você

faz com Vaughn. Honestamente. Só não traga ela aqui. Essa é uma

regra que não pode quebrar. Ela não é permitida nesta casa."

Ele sorri. "Eu posso viver com isso."

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As próximas horas são gastas terminando a lição de casa e estudando

as notas deixadas por Vaughn para mim. A primeira coisa que faço é

reescrevê-las e jogar suas anotações originais fora. Odeio ficar

olhando para a letra dela.

Diminuí a minha espionagem por cerca de uma vez por hora agora.

Não quero que Reece pense que sou louco, então só olho para fora da

janela quando ele sai da sala. Estou na mesa de estudo e ele está

assistindo TV quando Kiersten entra, sem bater, é claro.

"Quem diabos é você?", Diz ela para Reece enquanto anda pela sala

de estar.

"Você tem mesmo idade suficiente para falar assim?", Ele pergunta.

Ela revira os olhos e caminha até a cozinha e se senta na minha

frente. Ela coloca os cotovelos na mesa e repousa o queixo entre as

mãos, olhando-me estudar.

"Você viu Lake hoje?" pergunto sem olhar para cima das minhas

notas.

"Sim."

"E então?"

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"Assistimos a filmes. E comemos um monte de porcalhada."

Claro. É domingo. "Ela disse alguma coisa sobre mim?"

Kiersten cruza os braços sobre a mesa e se inclina mais perto.

"Sabe, Will. Se eu tiver que trabalhar para você, acho que é um bom

momento para negociar uma compensação justa."

Coloco minhas notas em cima da mesa e olho para ela. "Você está

concordando em me ajudar?"

"Você está concordando em me pagar?"

"Acho que nós poderíamos fazer um acordo", digo. "Não com moeda,

é claro. Mas talvez pudesse ajudá-la a construir seu portfolio."

Ela se inclina para trás em sua cadeira e me olha com curiosidade.

"Continue falando."

"Tenho muita experiência de performance, você sabe. Eu poderia dar-

lhe um pouco da minha poesia... ajudá-la a se preparar para um

slam."

Posso ver seus pensamentos agitando atrás da sua expressão. "Leve-

me para o slam. Toda quinta-feira por pelo menos um mês. Há um

show de talentos chegando na escola em algumas semanas que eu

quero entrar, então preciso de toda a exposição que puder

conseguir."

"Um mês inteiro? De jeito nenhum. Esta reconciliação entre Lake e eu

é melhor acontecer antes de quatro semanas! Não posso passar por

isso por um mês inteiro."

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"Você realmente é um idiota, não é?" Ela se levanta e empurra sua

cadeira. "Sem minha ajuda, você vai ter sorte se ela te perdoar este

ano."

Ela se vira para ir embora.

"Tudo bem! Eu vou fazer isso. Vou levá-la!", digo.

Ela se vira e sorri para mim. "Boa escolha", diz ela. "Agora... tem

alguma coisa que você quer plantar em sua cabeça, enquanto

começo o trabalho?"

Penso sobre isso por um momento. Qual é a melhor maneira de

ganhar Lake de volta? O que no mundo posso dizer para fazê-la ver o

quanto eu realmente a amo? O que poderia pedir para Kiersten fazer?

Salto quando a ideia surge. "Sim! Kiersten, você precisa pedir a ela

para levá-la para o slam. Diga-lhe que me recusei a levá-la e que eu

disse que nunca vou voltar. Implore a ela para levá-la se for preciso.

Se existe alguma maneira que eu possa fazê-la acreditar em mim, é

quando estou no palco."

Ela me dá um sorriso maligno. "Maquiavélico... eu adorei!" Kiersten

sai e começa o trabalho.

"Quem é ela?", Disse Reece.

"Ela é minha nova melhor amiga."

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Sem contar a luta que tivemos sobre as estrelas hoje, dei a Lake todo

o tempo sozinha que pude, eventualmente, dar a ela. Kiersten estava

relatando de volta mim e disse que Lake concordou em levá-la na

quinta-feira, após uma sessão intensa de implorar por parte de

Kiersten. Eu a recompensei com um dos meus velhos poemas.

É depois das dez agora. Sei que não deveria, mas não consigo ir para

a cama sem tentar falar com ela, pelo menos, mais uma vez. Não

consigo decidir se a melhor opção é deixá-la sozinha ou persegui-la

neste momento. Decido que é hora de outra estrela. Realmente odeio

isso de estarmos abrindo tão rápido, mas considero isso uma

emergência.

Quando chego à cozinha, estou chocado ao ver Lake olhando em um

dos armários. Ela está ficando sorrateira. Quando passo por ela, ela

pula. Não digo nada enquanto chego ao gabinete e retiro o vaso que

ela estava procurando. Coloco-o em cima do balcão e tiro uma das

estrelas. Ela olha para mim como se estivesse esperando por mim

para gritar com ela novamente. Seguro o vaso para cima e ela chega

perto e agarra sua própria estrela. Nós dois estamos em extremos

opostos do balcão, enquanto nós os abrimos e os lemos em silêncio

para nós mesmos.

Adote o ritmo da natureza: seu segredo é a paciência. ~ Ralph Waldo

Emerson

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E faço justamente isso... pratico a paciência. Não falo com ela

enquanto lê a dela. Por mais que queira correr até ela e beijá-la e

fazer tudo melhor, decido ser paciente.

Ela franze a testa enquanto lê o papel na mão. Ela o amassa e o joga

no balcão, em seguida, vai embora. E novamente, eu a deixo ir.

Quando tenho certeza que ela se foi, agarro o pedaço de papel do

balcão e leio.

“Então, se você pudesse encontrar isto em seu coração

Para dar a um homem uma segunda chance

Eu prometo que as coisas não irão acabar da mesma forma"

~ The Avett Brothers

Eu não poderia ter dito melhor se tivesse escrito isso sozinho.

"Obrigada, Julia," sussurro.

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Segunda-feira, 23 de janeiro, 2012

Eu não vou desistir

Você não está dando uma chance

Esta batalha vai se transformar em uma guerra

Antes de deixar isso chegar a um fim.

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Capítulo Nove

Sei que Lake não gosta de mim agora, mas ela definitivamente não

me odeia também. Deixo de pensar se devo recuar e dar-lhe o

espaço que ela está pedindo. Uma parte de mim quer respeitar isso,

mas parte de mim está com medo de que se recuar, ela pode decidir

que gosta do espaço. Tenho pavor disso. Então, talvez não vou dar-

lhe o espaço. Gostaria de saber onde traçar a linha entre o desespero

e a asfixia.

Reece está na cozinha tomando café. Não via muito dele, mas o fato

dele sempre ter café pronto quase vale a pena tê-lo aqui.

"Quais são os seus planos para hoje?", Diz ele, quando entro na

cozinha.

"Tenho que ir a Detroit para pegar os meninos. Você quer ir comigo?"

Ele balança a cabeça. "Não vai dar. Tenho planos com... er, tenho

planos para hoje." Ele olha para o lado nervosamente enquanto lava

sua xícara de café.

Eu rio e pego o meu próprio copo do armário. "Você não tem que

esconder isso. Já disse que estava bem com isso."

Ele coloca o copo de cabeça para baixo no filtro e se vira para me

encarar. "Ainda é um pouco estranho. Quer dizer, não quero que você

pense que eu estava tentando ficar com ela enquanto vocês dois

estavam juntos. Não foi assim."

"Pare de se preocupar com isso, Reece. É sério. Por incrível que

pareça, não é estranho para mim. O que é um pouco estranho, é que

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apenas alguns dias atrás ela estava confessando seu amor por mim,

mas agora ela está prestes a passar o dia com você. Será que isso

não te incomoda um pouco?"

Ele sorri para mim quando pega sua carteira e as chaves do balcão e

sai da cozinha.

"Acredite em mim, Will. Tenho habilidades. Quando Vaughn estiver

comigo, você vai ser a última coisa em sua mente."

Reece nunca foi muito de modéstia. Ele coloca o casaco e vai em

direção à porta da frente para sair. Assim que a porta se fecha, meu

telefone vibra. Eu o retiro do bolso e sorrio. É um texto de Lake.

Que horas Kel estará em casa hoje? Tenho que ir pegar um

manual sobre pedidos pendentes e não estarei em casa por

um tempo.

O texto parece muito impessoal. Li algumas vezes, tentando ganhar

dicas de qualquer significado oculto nele. Infelizmente, estou certo

que seu texto afirma exatamente o que ela pretendia dizer. Então

digito de volta, na esperança de alguma forma, convencê-la a ir

comigo para pegar os meninos.

Onde é que você vai pegar o livro didático? Detroit?

Tenho certeza que a livraria que ela vai é em Detroit. Sei que é um

tiro no escuro, mas estou esperando que possa prendê-la para andar

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comigo em vez de ir em seu próprio carro. Ela responde quase

imediatamente.

Sim. Que horas Kel vai estar em casa?

Ela é osso duro de roer. Odeio suas respostas curtas.

Vou para Detroit para buscá-los mais tarde. Por que você não

vem comigo? Posso te dar uma carona para conseguir o seu

livro.

Isso pode ser bom. Ter uma longa viagem para falar sobre as coisas

realmente poderia me dar uma chance de convencê-la de que as

coisas precisam voltar a ser como eram.

Acho que não é uma boa ideia. Sinto muito.

Ou não. Por que ela tem que ser tão difícil? Jogo meu celular no sofá

e nem sequer me preocupo em mandar uma mensagem de texto de

volta. Ando até a janela e olho pateticamente para sua casa

novamente. No início, pensei que ela iria superar isso muito rápido,

mas já faz tantos dias.

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Odeio o fato de que sua necessidade de espaço é mais forte do que a

sua necessidade por mim. Eu realmente preciso que ela vá para

Detroit comigo hoje.

Não posso acreditar que estou fazendo isso. Quando estou

atravessando a rua, verifico para ter certeza de que ela não está

espreitando pela janela. Ela vai ficar tão puta se me pegar fazendo

isso. Rapidamente abro a porta do carro e empurro a alavanca para

abrir o capô. Tenho que trabalhar rápido. Então decido que a melhor

maneira de desativar seu jeep é desconectar a bateria. É

provavelmente o mais óbvio, mas ela nunca notaria considerando a

falta de conhecimento mecânico. Assim que consigo o meu objetivo,

olho para a janela novamente, em seguida, faço uma corrida louca

para casa. Quando fechei a porta atrás de mim, quase me arrependo

do que fiz. Quase.

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Espero que ela saia de sua casa naquela tarde antes de eu sair. Vejo

quando ela tenta ligar seu carro, mas o carro não arranca.

Obviamente. Ela bate no volante com frustração e abre a porta do

carro. Esta é a minha oportunidade. Pego minhas coisas e vou para

meu carro, fingindo não notá-la. Quando dou a ré e vou para a rua,

ela coloca o seu capuz. Paro na frente de sua garagem e abaixo

minha janela.

"O que há de errado? O carro não funciona?"

Ela fica na frente do capô e balança a cabeça. Paro meu carro para

dar uma “olhadela”. Ela dá um passo para o lado e me permite sem

falar nada. Mexo alguns fios aqui e ali para fingir que estou tentando

consertar o seu carro. O tempo todo, ela está apenas em pé

silenciosamente ao meu lado.

"Parece que é sua bateria”, minto. "Se você quiser, posso escolher

uma nova para você enquanto estou em Detroit. Ou... você poderia

apenas ir comigo para conseguir o seu livro." Sorrio para ela,

esperando que ela concorde.

Ela olha de volta para sua casa, depois para mim. Ela parece

preocupada. "Não, vou pedir para Eddie. Acho que ela não tem planos

de hoje."

Isso não era o que eu queria que ela respondesse. Isso não está

acontecendo como tinha planejado. Brincar é legal, Will.

"Eu só estou te oferecendo uma carona. Nós dois precisamos ir a

Detroit de qualquer maneira. É ridículo envolver Eddie só porque você

não quer falar comigo agora." Eu uso o tom autoritário que

aperfeiçoei com ela. Normalmente ele funciona.

Ela hesita.

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"Lake, você pode esculpir abóboras toda a viagem. Tudo o que você

quiser. Basta entrar no carro", digo.

Ela fecha a cara para mim e depois se vira e pega a bolsa no jipe.

"Tudo bem. Mas não ache que isso significa alguma coisa." Ela

caminha pela calçada e na direção do meu carro.

Estou feliz dela estar na minha frente, mas não posso esconder

minha emoção ao dar um soco no ar. Um dia inteiro juntos é

exatamente o que precisamos.

Assim que nos afastamos, ela coloca o Avett Brothers no som do

carro, deixando-me saber que ela está esculpindo abóboras. Os

primeiros quilômetros para Detroit são difíceis. Continuo querendo

começar a conversar, mas não sei como. Kel e Caulder estarão

conosco no caminho de volta para casa, então sei que se quiser

colocar tudo em pratos limpos, tenho que fazer isso agora.

Abaixo o volume. Ela tem o pé apoiado no painel e está olhando pela

janela, na tentativa de evitar o confronto, como ela sempre faz.

Quando ela percebe que baixei o volume, olha para mim e fica me

encarando, em seguida, retorna a sua atenção de volta para fora da

janela. "Não, Will. Eu te disse... precisamos de tempo. Não quero

falar sobre isso."

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Caramba! Ela é tão frustrante. Suspiro e balanço a cabeça, sentindo

mais uma rodada de derrota chegando. "Você poderia pelo menos me

dar uma estimativa de quanto tempo você vai esculpir abóboras?

Seria bom saber quanto tempo tenho que sofrer", digo. Não tento

mascarar meu sofrimento. Essa coisa de espaço está realmente

começando a me irritar. Posso dizer pela sua reação física que eu

disse a coisa errada novamente.

"Eu sabia que isso era uma má ideia", ela murmura.

Minhas mãos seguram o volante ainda mais apertado. Você pensaria

que depois de um ano eu teria encontrado uma maneira de chegar

até ela, ou para manipulá-la de alguma forma. Ela é quase

impenetrável. Tenho que me lembrar de que sua vontade indomável

é uma das razões que me apaixonei por ela, em primeiro lugar.

Nenhum de nós disse uma palavra durante o restante da viagem. Não

ajudou que nenhum de nós ligou a musica de volta, também. Toda a

viagem foi incrivelmente estranha enquanto eu tentava o meu melhor

para procurar a coisa certa a dizer e ela tentava o seu melhor para

fingir que eu não existo.

Assim que chegamos à livraria em Detroit e estaciono, ela abre a

porta do carro e corre para dentro. Gostaria de pensar que ela está

correndo contra o frio, mas sei que ela está fugindo de mim. Do

confronto.

Enquanto ela está lá dentro, recebo um SMS do meu avô informando

que minha avó está cozinhando o jantar. Seu texto termina com a

palavra "assado."

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"Ótimo," murmuro para mim mesmo. Sei que Lake não tem nenhuma

intenção de passar a noite com meus avós. Assim, mando um SMS ao

meu avô para avisar que estamos quase lá e ela volta para o carro.

"Eles estão preparando o jantar para nós. Não vamos ficar muito

tempo", digo.

Ela suspira. "Como isso é conveniente. Bem, então leve-me para

comprar uma nova bateria em primeiro lugar, para que possamos

acabar logo com isso."

Não respondo, saio da livraria e sigo em direção a casa do meu avô.

Ela tinha ido na casa deles algumas vezes antes, então ela sabe que

nos aproximamos e que não tenho nenhuma intenção de parar na

loja.

"Você passou por três lojas que vendem baterias", diz ela.

"Precisamos comprar uma agora no caso de que seja tarde demais na

nossa volta."

"Você não precisa de uma bateria. A bateria está boa", digo.

Evito olhar para ela, mas posso vê-la olhando para mim, esperando

por uma explicação.

Não respondo imediatamente. Ligo a seta e viro para a rua do meu

avô.

Quando estaciono, desligo o carro e conto para ela a verdade. Que

mal poderia fazer agora?

"Eu tirei o cabo da bateria antes de você sair hoje." Não esperei sua

reação e saí do carro e bati a porta. Não tenho certeza porque bati a

porta do carro.

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Não estou bravo com ela, só estou frustrado. Frustrado que ela

duvida de mim depois de todo esse tempo.

"Você o quê?", Ela grita. Quando ela sai do carro, bate a porta

intencionalmente.

Continuo andando, me protegendo do vento e da neve com minha

jaqueta até chegar à porta da frente.

Ela corre atrás de mim. Quase entro sem bater, mas me lembro,

então bato.

"Eu disse que soltei o cabo da bateria. De que outra forma iria

convencê-la a vir comigo?"

"Oh, isso é muito maduro, Will." Ela se encolhe mais perto da porta

da frente, mais longe do vento. Ouço passos se aproximando da

porta de entrada, quando ela se vira para mim. Ela abre a boca como

se estivesse prestes a dizer algo mais, então revira os olhos e fica à

distância. A porta da frente se abre e minha avó fica de lado para nos

deixar entrar.

"Oi Sara," Lake diz com um sorriso falso enquanto abraça minha avó.

Minha avó retorna seu abraço e ando atrás delas.

"Vocês chegaram na hora certa. Kel e Caulder estão arrumando a

mesa", diz ela. "Will, leve ambas as jaquetas e vá colocá-las na

máquina de secar para tirar a neve."

Minha avó caminha de volta para a cozinha e retiro o meu casaco e

vou para a lavanderia, sem oferecer levar a de Lake. Sorrio quando

ouço ela pisando com raiva atrás de mim. Ser o cara legal,

obviamente, não tem ajudado o meu caso em tudo, então acho que

vou começar a ser o idiota. Jogo minha jaqueta para o secador e me

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afasto para que ela possa fazer o mesmo. Depois que ela empurra o

casaco para dentro, bate a porta da secadora e a liga.

Ela tenta sair da lavanderia, mas estou bloqueando seu caminho. Ela

me lança um olhar desprezível e tenta passar, mas não me movo. Ela

dá um passo para trás e cruza seus braços sobre o peito e olha para

o lado, dando-me o tratamento do silêncio. Ela vai ficar aqui até eu

sair de seu caminho. Vou ficar aqui até que ela fale comigo. Acho que

nós vamos ficar aqui a noite toda.

Ela aperta seu rabo de cavalo e se inclina contra a secadora,

cruzando as pernas na altura dos tornozelos. Eu me inclino contra a

porta da lavanderia e fico na mesma posição encarando-a, esperando

por algo. Não tenho certeza o que é que estou tentando fazer, só

quero que ela fale comigo.

Ela limpa a neve do ombro de sua camisa. Ela está vestindo a camisa

dos Avett que comprei no concerto que fomos um mês atrás. Aquela

noite foi mágica, nunca teria imaginado que estaríamos na situação

que estamos agora.

Finalmente cedo e falo primeiro. "Sabe, para alguém que dá o

tratamento do silêncio como uma criança de cinco anos de idade,

você com certeza é rápida em me acusar de ser imaturo."

Ela ergue as sobrancelhas para mim e ri. "Sério? Você me prendeu

em uma lavandaria, Will! Quem está sendo imaturo?"

Ela tenta passar por mim novamente, mas continuo a bloquear o

caminho dela. Ela está encostada em mim agora enquanto

pateticamente tenta empurrar meu peito. Tenho que lutar contra a

vontade de envolver meus braços em torno dela. Estamos

praticamente cara a cara quando ela finalmente desiste e para de me

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empurrar. Ela está a centímetros de mim agora, olhando para o chão,

à espera de sair de seu caminho. Ela pode ter suas dúvidas sobre os

meus sentimentos por ela, mas de jeito nenhum ela pode duvidar da

tensão sexual entre nós. Seguro seu queixo na minha mão e puxo

delicadamente o rosto para o meu.

"Lake", sussurro. "Não sinto pelo que fiz para o seu carro. Estou

desesperado. Faria tudo neste exato momento só para estar com

você. Estou com saudades."

Ela olha para o lado e levanto minha outra mão em seu rosto para

obrigá-la a me olhar nos olhos. Ela tenta puxar minhas mãos, mas

me recuso a deixar. A tensão entre nós aumenta à medida que temos

o olhar no outro. Posso falar que ela quer me odiar agora, mas ela

me ama muito. Há uma luta de emoção em seus olhos. Ela não pode

decidir se quer me bater ou me beijar.

Aproveito seu momento de fraqueza e, lentamente, inclino-me para

tocar seus lábios. Ela pressiona as mãos contra o peito e sem

entusiasmo tenta me empurrar para longe, mas não puxa a boca

longe da minha. Em vez de honrar seu pedido de 'Espaço', me inclino

em seus lábios. Suas mãos enfraquecem sua pressão contra o meu

peito enquanto, finalmente, ela deixa-me beijá-la.

Coloco minha mão na parte de trás de sua cabeça e movo lentamente

meus lábios no ritmo dela.

Nosso beijo é diferente desta vez. Ao invés de empurrá-lo até o ponto

de retirada, como temos feito, continuamos a beijar lentamente,

parando a cada poucos segundos para olhar um para o outro. É

quase como se nenhum de nós acreditasse que isso está

acontecendo. Sinto que esse beijo é a minha última chance de

remover qualquer dúvida de sua cabeça, então derramo cada emoção

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que tenho nele. Agora que a tenho de volta em meus braços, tenho

medo de deixá-la ir. Dou um passo para frente e ela dá um passo

para trás, até que batemos contra a secadora. A situação em que

estamos me lembra da última vez que estivemos juntos e sozinhos

em uma lavanderia mais de um ano atrás.

Era o dia depois de seu beijo com Javi no Club N9NE. O momento em

que passei por sua caminhonete e vi a sua boca na dela,

imediatamente senti um ciúme juntamente com uma intensa dor

como nada que já experimentei. Eu nunca tinha estado em uma briga

física antes.

O fato de que ele foi meu aluno e eu era seu professor não importava

para mim. Não sei o que teria acontecido se não fosse Gavin separar

a briga.

O dia após a luta quando ouvi Lake dizer a sua versão dos

acontecimentos, me senti como um idiota pois realmente acreditava

que ela tinha beijado-o de volta. Eu a conhecia melhor do que isso e

me odiava por assumir o pior. Foi tão difícil esse dia para permitir que

ela continuasse a acreditar que tinha escolhido a minha carreira ao

invés dela, sabia que era a coisa certa a fazer no momento. Naquela

noite na lavanderia, porém, deixei minhas emoções tomarem controle

sobre a minha consciência e quase estraguei a melhor coisa que já

aconteceu para mim.

Empurro o medo de perdê-la novamente para fora da minha mente

enquanto continuo a beijá-la. Ela move as mãos no meu pescoço,

arrepiando todo o meu corpo. Era devagar e mantínhamos sempre o

ritmo. Quando ela passa as mãos pelo meu cabelo, envia-me sobre a

borda. Eu a agarro pela cintura e a levanto até que está sentada na

secadora. De todos os beijos que já compartilhamos, este é de longe

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o melhor. Coloco minhas mãos na parte exterior de suas coxas para

puxá-la para a extremidade da secadora e ela envolve suas pernas ao

meu redor. Assim quando os meus lábios se encontram no local logo

abaixo da orelha, ela engasga e empurra contra meu peito.

"Eh, aham," minha avó faz com a garganta grosseiramente

interrompendo um dos melhores momentos da minha vida.

Lake salta imediatamente fora da secadora e eu para trás. Minha avó

está de pé na porta com os braços cruzados, olhando para nós. Lake

ajeita a blusa e olha para os seus pés, envergonhada.

"Bem, é bom ver que vocês dois fizeram as pazes", minha avó diz,

olhando-me com desaprovação. "O jantar está pronto quando você

encontrar o tempo para se juntar a nós na mesa."

Ela se vira e vai embora.

Assim que ela se foi, volto para Lake e envolvo meus braços em torno

dela novamente. "Baby, senti tanta saudade."

"Pare", diz ela, se afastando de mim. "Por favor para."

Sua hostilidade súbita é inesperada... e confusa. "O que quer dizer

parar? Você estava me beijando de volta, Lake!"

Ela olha para mim, agitada. Parece decepcionada consigo mesma.

"Acho que tive um momento de fraqueza ", diz ela em um tom

zombeteiro.

Reconheço a frase e mereço a reação dela.

"Lake, pare de fazer isso para si mesma. Sei que você me ama."

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Ela solta um suspiro, como se estivesse tentando sem sucesso

explicar a uma criança. "Will, eu não estou lutando com o fato de que

eu te amo. É sobre você realmente me amar ou não."

Ela se dirige para a sala de jantar, me deixando para trás novamente

em outra lavanderia.

Soco a parede, frustrado com o que aconteceu entre nós. Pensei por

um segundo que finalmente consegui falar com ela. Não sei quanto

tempo mais posso aceitar. Isto está começando a me irritar.

"Este assado esta delicioso, Sara," Lake diz a minha avó. "Você vai

ter que me dar a receita."

Pego a travessa de batatas da mesa na minha frente e

silenciosamente me sirvo um pouco.

Lake é tão casualmente amável com minha avó. Não tenho apetite,

mas me sirvo de comida. Conheço minha avó e se eu não comer, ela

vai ficar ofendida. Coloco outra colher de batatas no meu prato, em

seguida, sirvo uma colher exagerada e solto no prato de Lake, bem

em cima de seu assado. Ela está sentada ao meu lado, fazendo o seu

melhor para fingir que nada está errado com ela e olha o monte de

batatas na frente dela. Não sei se ela está colocando essa cara falsa

de felicidade para o meus avós ou para Kel e Caulder. Talvez por

causa de todos eles.

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"Layken, você sabia que Vovô Paul tocava em uma banda?" Kel diz.

"Não, eu não sabia. E você o chama de Vovô Paul?" Lake diz.

"Sim! Esse é o meu novo nome para ele."

"Eu gosto", diz meu avô. "Posso te chamar de Netinho Kel?"

Kel sorri e acena para ele.

"Você vai me chamar de Netinho Caulder?" Caulder pergunta.

"Claro", diz ele.

"Qual era o nome de sua banda Paul?" Lake pergunta.

É quase assustador quão boa ela era. Faço uma nota mental para que

me lembre desse pequeno detalhe sobre ela para referência futura.

"Bem, estive em várias na verdade", ele responde. "Era apenas um

hobby, quando era mais jovem. Eu tocava violão."

"Isso é ótimo", diz ela. Ela abocanha um garfo com sua comida e fala

com a boca cheia. "Sabe, Kel sempre quis aprender a tocar violão. Eu

estive pensando em colocá-lo na escola." Ela limpa a boca e toma um

gole de água.

"Por quê? Você deve apenas pedir a Will para ensiná-lo", diz Paul.

Lake vira e olha para mim. "Não sabia que Will sabia tocar o violão",

ela diz em um tom um pouco acusatório.

Acho que nunca compartilhei isso com ela. Não estava tentando

esconder isso, só não tenho tocado há alguns anos. Claro, tenho

certeza que ela pensa que é apenas mais um segredo que venho

escondendo dela.

"Você nunca tocou para ela?" ele me pergunta.

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Eu dou de ombros. "Não tenho um violão."

Lake ainda está olhando para mim. "Isso é realmente interessante,

Will", diz ela com sarcasmo. "Com certeza tem muita coisa sobre

você que eu não sei."

Olho para ela a enfrentando em linha reta. "Na verdade, Baby ... não

tem. Você sabe tudo sobre mim."

Ela balança a cabeça e coloca os cotovelos na mesa, aperta os olhos

para mim e coloca aquele sorriso falso que realmente odeio. "Não,

querido. Acho que não sei tudo sobre você." Ela diz isso em um tom

que pude reconhecer como seu falso entusiasmo. "Não sabia que

você tocava violão. Também não sabia que estava recebendo um

companheiro de quarto. De fato, este "Reece" parece ter sido uma

parte muito grande da sua vida e você nunca sequer o mencionou...

juntamente com alguns outros "velhos amigos" que surgiram

recentemente."

Deixo o garfo no meu prato e limpo a boca com o guardanapo. Todos

estão olhando para mim, esperando que eu falasse. Sorrio para

minha avó, que parece alheia ao que está acontecendo entre Lake e

eu. Ela sorri para mim, interessada em minha resposta. Decido

aumentar as apostas, então envolvo meu braço em torno de Lake

para puxá-la mais perto de mim e beijá-la na testa.

"Você está certa, Layken". Digo a ela seu primeiro nome com o

mesmo entusiasmo fingido. Sei o quanto isso vai irrita-la. "Eu deixei

de mencionar alguns velhos amigos do meu passado. Acho que isso

significa que vamos ter que gastar muito mais tempo juntos,

conhecendo todos os aspectos da vida um do outro." Belisco-lhe o

queixo com o polegar e o indicador e sorrio para ela enquanto ela

estreita os olhos para mim.

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"Reece está de volta? Ele está morando com a gente?" Caulder

pergunta.

Concordo com a cabeça. "Ele precisava de um lugar para ficar por um

mês ou coisa parecida."

"Por que ele não fica com a sua mãe?" minha avó fala.

"Ela se casou de novo, enquanto ele estava no exterior. Ele não se dá

bem com o seu novo padrasto, por isso que ele está procurando o

seu próprio lugar", digo.

Lake se inclina para frente, na tentativa de remover discretamente

meu braço que está envolto em torno de seu ombro. Em vez disso,

aperto mais forte e puxo minha cadeira para mais perto dela.

"Lake com certeza teve uma boa primeira impressão quando

conheceu Reece," digo, me referindo a birra sem camisa na minha

sala de estar. "Não é mesmo querida?"

Ela pressiona o salto de sua bota em cima do meu pé e sorri de volta

para mim. "Certo", diz ela. Ela empurra a cadeira para trás e se

levanta. "Desculpe-me, preciso ir ao banheiro." Ela bateu o

guardanapo em cima da mesa e me olha enquanto anda.

Todo mundo na mesa está alheio à sua raiva.

"Vocês dois parecem ter superado seu desentendimento da semana

passada," meu avô diz depois que ela desapareceu no corredor.

"Sim, superamos muito bem...", respondo. Enfio uma colher de

batatas na minha boca.

Lake permanece no banheiro por um bom tempo. Quando ela volta,

não fala muito. Kel e Caulder estão em uma discussão sobre

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videogames com Vovô Paul enquanto Lake e eu terminamos nossas

refeições em silêncio.

"Será que você pode me ajudar na cozinha?" minha avó diz.

Minha avó é a última pessoa que iria pedir ajuda na cozinha. Ou

estou prestes a mudar uma lâmpada ou vou receber um sermão.

Levanto-me da mesa e seguro os pratos de Lake e o meu, sigo-a pela

porta da cozinha.

"O que foi isso?" ela diz ao raspar o alimento fora dos pratos na

lixeira.

"E o que é que foi o que?" respondo.

Ela limpa as mãos no pano de prato e se inclina sobre o balcão. "Ela

não está muito feliz com você, Will. Posso estar velha, mas conheço o

desprezo de uma mulher quando vejo um. Você quer conversar sobre

isto?"

Ela é mais observadora do que lhe dava crédito.

"Acho que não custa nada nesta altura", digo, encostado no balcão da

cozinha ao lado dela. "Ela está chateada comigo. A coisa toda com

Vaughn na semana passada, ela começou a duvidar. Agora acha que

estou com ela só porque sinto pena dela e Kel."

"Por que você está com ela?" minha avó pergunta.

"Porque sim. Estou apaixonado por ela", digo.

"Bem, sugiro que você demonstre melhor", ela diz. Ela pega o pano e

começa a limpar.

"Não sei como. Não sei quantas vezes falei com ela. Não posso

perfurar sua cabeça para ela entender. Agora ela quer que eu a deixe

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em paz para que ela possa pensar. Estou ficando tão frustrado, não

sei mais o que posso fazer."

Minha avó revira os olhos em minha ignorância percebida. "Um

homem pode dizer a uma garota que ele está apaixonado por ela até

que fique enjoada. As palavras não significam nada para uma mulher

quando sua cabeça está cheia de dúvidas. Você tem que mostrar a

ela."

"Como? O que mais posso fazer? Para a senhora ter noção, desativei

o carro dela, para que ela fosse obrigada a vir aqui comigo hoje. Não

sei o que mais posso fazer para lhe mostrar."

Minha confissão patética atraiu um olhar de desaprovação dela. "Isso

está mais como uma boa forma de se colocar na cadeia, não

reconquistar o coração da garota que você está apaixonado!", ela diz.

"Eu sei. Foi estúpido. Estava desesperado. Estou sem ideias."

Ela caminha até a geladeira e pega uma torta. Coloca no balcão ao

meu lado e começa a cortar fatias. "Acho que o primeiro passo é

parar um tempo para se questionar porque está apaixonado por ela,

então descobrir uma maneira de transmitir isso a ela. Mas, é preciso

dar-lhe o espaço que ela precisa. Estou surpresa que com o

espetáculo que você fez no jantar ela não te deu um soco."

"A noite ainda é uma criança."

Minha avó riu e colocou uma fatia de torta sobre um prato, em

seguida, virou-se para mim. "Eu gosto dela, Will. É melhor não

estragar tudo. Ela é boa para Caulder."

O comentário da minha avó me surpreendeu. "Sério? Achava que

você não gostava muito dela."

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Ela continua cortando os pedaços da torta. "Sei que você pensa isso,

mas eu gosto dela. O que não gosto é do jeito que você está sempre

em cima dela quando você está próximo. Algumas coisas são melhor

deixar em particular. E estou me referindo ao quarto, não a

lavanderia", diz e franze o cenho para mim.

Não sabia como estava ostentando publicamente meus sentimentos

por Lake. Agora que minha avó falou nisso, é meio constrangedor.

Acho que o incidente na lavanderia mais cedo também não ajudou a

dissuadir a opinião de Lake sobre o que minha avó pensa dela.

"Vovó?" pergunto enquanto pego a minha sobremesa. Ela não me

deu um garfo então eu arranco um pedaço da crosta e coloco na

minha boca.

"Hum?" Ela me vê comendo com as mãos, vai até a gaveta, retira um

garfo e ele cai no meu prato.

"Ela ainda é virgem, sabe."

Os olhos de minha avó se arregalam e ela se volta para a torta para

cortar outro pedaço. "Will, isso não é da minha conta!"

"Eu sei," digo. "Só quero que você saiba. Não quero que você pense

mal dela."

Ela se vira e me dá mais dois pratos de sobremesa, então pega dois

em sua mão e vira a cabeça na direção da porta da cozinha. "Você

tem um bom coração, Will. Ela virá para você. Você só precisa dar-

lhe tempo."

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Lake senta no banco de trás com Kel no caminho de casa e Caulder

na frente comigo.

Os três falam toda a volta para casa. Kel e Caulder estão zumbindo

sobre tudo o que eles fizeram. Eu não disse uma palavra. Apenas

dirijo em silêncio.

Depois que paro na minha garagem e todos nós saímos do carro, sigo

Lake e Kel. Ela se dirige para dentro sem dizer uma palavra. Abro o

capô do seu jipe, reconecto a bateria e volto para minha casa.

Ainda não é nem dez horas da noite. Não estou cansado. Caulder

está na cama e Reece provavelmente ainda está com Vaughn. Sento-

me no sofá e ligo a TV quando alguém bate à porta.

Quem estaria vindo tão tarde? Quem iria bater ? Abro a porta e meu

estômago vira quando vejo Lake tremendo na varanda. Ela não

parece com raiva, o que é um bom sinal. Suas mãos estão puxando

seu casaco firmemente em torno de seu pescoço. Ela tem suas botas

de neve sobre suas calças de pijama. Ela parece ridícula ... e linda.

"Hey," digo, um pouco ansioso. "Outra estrela?" Passo para o lado e

ela caminha para dentro.

"Por que você bateu?" Pergunto, fechando a porta atrás dela.

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Odeio que ela bateu na minha porta. Ela nunca bate. Esse pequeno

gesto revela algum tipo de mudança no nosso relacionamento que

não consigo identificar, mas sei que não gosto.

Ela simplesmente dá de ombros. "Posso falar com você?"

"Eu desejo que você fale comigo", digo. Nós dois fazemos o nosso

caminho para o sofá. Normalmente, ela se enrola perto de mim e

senta-se em seus pés. Desta vez, ela garante que há muito espaço

entre nós e fica no extremo oposto do sofá. Se aprendi alguma coisa

esta semana, é o fato de que odeio espaço. Espaço é uma merda.

Ela olha para mim e tenta sorrir, mas isto não vem direito. Parece

mais como se ela estivesse tentando não ter pena de mim.

"Primeiro prometa-me que você vai me ouvir sem discutir", diz ela.

"Eu gostaria de ter uma conversa madura com você."

"Lake, você não pode sentar e dizer que não a ouço. É impossível

ouvi-la quando você está esculpindo abóboras todo o maldito tempo!"

“Tá vendo? Não faça isso", diz ela.

Pego a almofada ao meu lado e cubro o meu rosto com ela para

abafar um gemido frustrado. Ela é impossível. Trago a almofada de

volta, descanso meu cotovelo nela e me preparo para seu sermão.

"Estou ouvindo", eu digo.

"Acho que você não entende né. Você não tem ideia por que tenho

dúvidas, não é?"

Ela tem razão, eu não sei. "Clareie as informações", digo.

Ela tira seu casaco e joga sobre as costas do sofá e fica confortável.

Eu estava errado, ela não está aqui para me dar um sermão, posso

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garantir pelo jeito que ela está falando comigo. Ela está aqui para ter

uma conversa séria, então decido respeitosamente ouvi-la.

"Sei que você me ama, Will. Eu estava errada em falar isso antes. Sei

que você me ama. E eu te amo, também."

É óbvio que essa confissão é apenas um prefácio para outra coisa que

ela está prestes a dizer.

Algo que eu não queria ouvir.

"Mas depois de ouvir as coisas que Vaughn disse a você, me fez olhar

para a nossa relação de um jeito diferente." Ela puxa as pernas em

cima do sofá e senta-se em estilo indiano, de frente para mim.

"Pense sobre isso. Comecei a pensar novamente naquela noite no

Slam no ano passado, quando eu finalmente lhe disse como eu me

sentia. E se eu não tivesse aparecido naquela noite? E se eu não

tivesse chegado até você e lhe dissesse o quanto eu te amo? Você

nunca teria sequer lido para mim seu poema. Você teria aceitado o

emprego no ginásio e nós provavelmente não ficaríamos mesmo

juntos. Assim, você pode ver onde a minha dúvida entra em jogo,

certo? Parece que você só queria sentar e deixar as fichas. Você não

lutou por mim. Você estava indo só para me deixar ir. Você tinha me

deixado ir."

Eu a deixei ir, mas não pelas razões que ela está falando. Ela sabe

disso. Por que ela duvida disso agora? Faço o meu melhor para ser

paciente quando respondo, mas minhas emoções estão todas

desordenadas. Estou frustrado, estou chateado, estou feliz que ela

está aqui. É cansativo. Odeio continuar lutando.

"Você sabe por que tive que deixá-la ir, Lake. Havia coisas mais

importantes acontecendo no ano passado do que nós. Sua mãe

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precisava de você! Ela não sabia quanto tempo tinha. A maneira que

nós sentimos um pelo outro teria interferido com o seu tempo de

sobra com ela e você teria me odiado por isso mais tarde. Essa é a

única razão pela qual eu desisti e você sabe disso."

Ela balança a cabeça em desacordo. "É mais do que isso, Will. Nós

dois experimentamos mais sofrimento nos últimos dois anos do que a

maioria das pessoas experimenta em uma vida. Pense no efeito que

tinha sobre nós. Quando finalmente nos encontramos a nossa tristeza

é como nos relacionamos. Então, quando descobrimos que não

poderíamos ficar juntos, ficou ainda pior. Especialmente desde que

Kel e Caulder eram melhores amigos até então. Tivemos que interagir

constantemente o que tornou ainda mais difícil de desligar nossos

sentimentos. E depois ainda por cima, minha mãe acabou tendo

câncer e eu estava prestes a me tornar uma guardiã, como você. É

assim que nos relacionamos. Havia todas essas influências externas

em jogo. Quase como se a vida nos forçasse a ficar juntos."

Eu a deixei continuar sem interromper porque ela pediu, mas só

quero gritar de pura frustração. Não tenho certeza a que ponto ela

está chegando, mas parece que está pensando muito.

"Remova todos os fatores externos", diz ela. "Imagine se as coisas

fossem assim: seus pais estão vivos. Minha mãe está viva. Kel e

Caulder não são os melhores amigos. Nós não somos os guardiões

com responsabilidades enormes. Nós não temos nenhum senso de

obrigação de ajudar uns aos outros. Você nunca foi meu professor,

portanto, nunca teve de experimentar esses meses de tortura

emocional. Nós somos apenas um casal jovem com absolutamente

nenhuma responsabilidade ou experiências de vida nos amarrando

juntos. Agora me diga, se tudo o que fosse nossa realidade atual, o

que sobre mim que você ama? Por que você quer ficar comigo?"

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"Isso é ridículo", murmuro. "Essa não é nossa realidade, Lake. Talvez

algumas dessas coisas sejam o motivo de estarmos apaixonados. O

que há de errado com isso? Por que isso importa? O amor é o amor."

Ela fica perto de mim no sofá e toma minhas mãos nas dela, olhando-

me diretamente nos olhos. "Importa, Will. É importante porque em

cinco ou dez anos a partir de agora, aqueles fatores externos não vão

mais estar em jogo na nossa relação. Só vai ser você e eu. Meu

maior medo é que você acorde um dia e perceba que todas as razões

de que você está apaixonado por mim sumiram. Kel e Caulder não

estarão dependendo de qualquer um de nós. Nossos pais vão ser

uma memória fugaz. Nós dois teremos carreiras que poderiam nos

apoiar individualmente. Se estas são as razões que você me ama,

não vai haver nada para prendê-lo em mim que não a sua

consciência. E sabendo como você é, você viveria com ela

internamente, porque você é muito bom para quebrar meu coração.

Eu não quero ser a razão pela qual você vai acabar se arrependendo."

Ela se levanta e coloca o casaco de volta. Começo a protestar contra

tudo o que ela diz, mas assim que abro a minha boca, ela me

interrompe. "Não", ela diz com um olhar sério em seu rosto. "Eu

quero que você pense sobre isso antes de fazer objeções. Eu não me

importo se você leva dias ou semanas ou meses. Eu não quero ouvir

de você novamente até que você possa ser completamente real

comigo. Você deve isso a mim, Will. Você deve isso a mim para se

certificar de que não estamos prestes a viver uma vida juntos que um

dia você vai se arrepender."

Ela sai pela porta e calmamente a fecha atrás dela.

Meses? Ela acabou de falar que ela não se importa se eu levar

meses?

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Ela falou. Ela falou meses.

Meu Deus, tudo o que ela disse faz sentido. Ela está completamente

errada, mas faz sentido.

Eu entendo. Posso ver porque ela está questionando tudo. Posso ver

porque ela duvida de mim agora.

Meia hora se passa antes mesmo de eu sequer mover um músculo.

Estou completamente perdido em pensamentos. Quando finalmente

me liberto do transe em que estou, chego a apenas uma conclusão.

Minha avó está certa. Lake precisa que eu mostre a ela porque eu a

amo.

Começo a formular um plano quando decido primeiro pegar uma

inspiração do vaso. Desdobro a estrela e leio.

"A vida é dura. É ainda mais difícil quando você é estúpido."

John Wayne

Eu suspiro. Sinto falta do senso de humor de Julia.

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Terça-feira 24 de janeiro, 2012

O coração de um homem

Não é um coração

Se o seu coração não é amado por uma mulher.

O coração de uma mulher

Há coração em tudo

Se seu coração não está amando um homem.

Mas o coração de um homem e uma mulher apaixonada

Pode ser pior do que não ter um coração

Porque, pelo menos, se você não tem coração em tudo

Ela não pode morrer quando se rompe.

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Capítulo Dez

É terça-feira e até agora passei a maior parte do dia estudando.

Apenas uma porção dele foi gasto sendo paranoico. Paranoico que

alguém vai me ver esgueirando na casa de Lake. Uma vez lá dentro,

procuro em torno de tudo que preciso e rapidamente volto pela porta

da frente antes de todo mundo chegar em casa da escola. Lanço

minha mochila sobre meu ombro e ajoelho para esconder a chave de

Lake de volta sob o pote.

"O que você está fazendo?"

Pulo para trás e quase tropeço na mureta de concreto. Controlo meu

equilíbrio, me apoio na viga e olho para cima. Sherry está em pé na

calçada de Lake com as mãos nos quadris. Rapidamente tento

inventar uma desculpa a respeito do porque estou saindo

furtivamente da casa de Lake.

"Eu ... eu só estava ..."

"Estou brincando", ela ri, andando na minha direção.

Atiro-lhe um olhar sórdido por quase me dar um ataque de coração.

"Eu precisava de algumas coisas de sua casa", falo sem entrar em

detalhes. "O que está acontecendo?"

"Nada", diz ela. Ela tem uma pá nas mãos e olho para trás para ver

parte da calçada de Lake limpa. "Eu só estou passando tempo...

esperando meu marido chegar em casa. Nós temos coisas para

fazer."

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Viro minha cabeça para ela. "Você tem marido?" Pergunto

demonstrando pouco entusiasmo. Não quero parecer surpreso, mas

estou. Nunca tinha visto ele antes.

Ela ri com a minha resposta. "Não, Will. Meus filhos são o resultado

da imaculada concepção."

Eu rio. Ela tem um grande senso de humor. Isso lembra minha mãe.

E Julia.

E Lake. Como era sortudo por estar rodeado por essas mulheres

incríveis?

"Desculpe," digo. "É que eu nunca o vi antes."

"Ele trabalha muito. Principalmente fora do estado... vai a viagens de

negócios e afins. Ele estará em casa daqui duas semanas. Eu

realmente gostaria que você o conhecesse."

Não me agrada estarmos em pé na frente da casa de Lake. Ela vai

chegar em casa logo. Começo a andar para longe da casa, enquanto

respondo. "Bem, se Kel e Kiersten casarem-se algum dia, vamos ser

tecnicamente sogros, então acho que deveria conhecê-lo."

"Isso supondo que você e Kel terem um tipo diferente de

relacionamento até então", diz ela. "Você está pensando em fazer

uma proposta?" Ela começa a caminhar comigo em direção a casa

dela. Acho que ela percebeu. Só quero estar fora da propriedade de

Lake antes que eles voltem para casa.

"Eu tinha planejado isso," digo. "Só não estou tão certo agora de qual

seria a resposta de Lake."

Sherry se vira e inclina a cabeça, em seguida, suspira. Ela está

olhando para mim com pena novamente.

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"Venha para dentro por um segundo. Quero lhe mostrar uma coisa."

Continuo a segui-la em sua casa. "Sente-se no sofá", diz ela. "Você

tem alguns minutos?"

"Tenho mais do que alguns."

Ela caminha pelo corredor e retorna um tempo depois com um DVD

nas mãos. Depois ela insere no aparelho de DVD, senta no sofá ao

meu lado e liga a televisão com o controle remoto.

"O que é isso?" pergunto.

"Um close de eu dando à luz Kiersten."

Eu já ia saltar para cima em sinal de protesto e ela revirou os olhos e

riu. "Sente-se, Will. Estou brincando."

Relutantemente me sento. "Isso não foi engraçado", falo.

Ela pressiona no controle remoto da televisão e é interrompida por

um breve segundo de estática, em seguida, corta para uma cena de

uma Sherry muito mais jovem. Ela parece ter cerca de dezenove ou

vinte anos na filmagem. Ela está sentada em um balanço rindo na

varanda, escondendo o rosto da câmera de vídeo com as mãos. A

pessoa que segura a câmera está rindo também. Suponho que seja o

agora marido dela. Quando ele sobe os degraus da varanda, ele volta

e senta-se ao lado dela, focando a lente em ambos. Sherry descobre

o rosto e inclina a cabeça dela contra a dele com sorrisos.

"Por que você está nos filmando, Jim?" Sherry diz para a câmera.

"Eu quero que você se lembre deste momento para sempre", diz ele.

A câmera embaralha novamente e chega a um descanso no que é,

provavelmente, uma mesa. Está direcionada em ambos agora quando

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ele se ajoelha na frente dela e coloca suas mãos ao seu lado. É óbvio

que ele está prestes a propor casamento, mas você pode ver a

tentativa de Sherry suprimir sua excitação. Quando ele puxa uma

pequena caixa para fora do bolso, ela suspira e imediatamente

começa a chorar. Ele leva a mão ao rosto, enxuga suas lágrimas e

depois se inclina ligeiramente para frente e a beija.

Quando ele resolve voltar para seu joelho, ele enxuga uma lágrima

de seus olhos. "Sherry, até conhecer você, eu não sabia o que era a

vida. Não tinha ideia de que não estava mesmo vivo até então.

Parece que você apareceu e acordou a minha alma." Ele está olhando

diretamente para ela enquanto fala. Ele não parece nervoso no todo,

como está determinado a provar a ela o quão sério ele é. Ele toma

uma respiração profunda e, em seguida, continua. "Eu nunca vou ser

capaz de lhe dar tudo o que você merece, mas definitivamente vou

passar o resto da minha vida tentando."

Ele puxa o anel da caixa e desliza em seu dedo. "Não estou pedindo

para você casar comigo, Sherry. Estou dizendo para você se casar

comigo, porque não posso viver sem você."

Sherry envolve seus braços em volta do pescoço, segura entre si e

chora. "Ok", ela finalmente diz. Quando eles começam a se beijar,

sua mão desliga a câmera.

A televisão fica preta.

Sherry pressiona o botão de energia no controle remoto e fica em

silêncio por um momento. Posso garantir que o vídeo trouxe de volta

um monte de emoções dentro dela. "O que você viu no vídeo?", Diz

ela. "A ligação que Jim e eu tínhamos? Esse é o verdadeiro amor,

Will. Eu vi você e Layken juntos e ela te ama assim. Ela realmente te

ama."

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A porta da frente da casa de Sherry abre e um homem entra,

sacudindo a neve de seu cabelo. Sherry parece nervosa, enquanto

pula para cima e bate “eject” no DVD player e o coloca de volta

dentro da caixa.

"Ei, querido", ela diz a ele. Ela faz um gesto para me levantar, então

levanto. "Este é Will", diz ela. "Ele é irmão mais velho de Caulder do

outro lado da rua."

O homem caminha pela sala e estendo a minha mão para ele. Assim

que olho no olho dele, o nervosismo repentino de Sherry é explicado.

Este não é Jim. Este é um homem completamente diferente de quem

quer que fosse que vi propor casamento a Sherry nesse DVD.

"Eu sou David. Prazer em conhecê-lo. Ouvi muito sobre você."

"Da mesma forma," digo. É claro que estou mentindo.

"Eu estava dando um conselho de relacionamento a Will", diz Sherry.

"Ah, é?", Diz ele. Ele sorri para mim. "Espero que você o siga, Will.

Sherry pensa que é uma guru de verdade." Ele se inclina e beija

Sherry na bochecha.

"Bem, ela é muito inteligente", digo.

"Ela é", diz ele, quando senta no sofá. "Mas nunca aceite qualquer de

suas misturas medicinais. Você vai se arrepender."

Tarde demais para isso.

"É melhor eu ir", digo. "Prazer em conhecê-lo, David."

"Vou te acompanhar lá para fora", diz Sherry.

Uma vez que estamos do lado de fora, seu sorriso desaparece depois

que ela fecha a porta atrás dela.

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"Você precisa entender que amo o meu marido, Will. Mas há poucas

pessoas neste mundo com a sorte de experimentar o amor no mesmo

nível que tive no passado... no mesmo nível que você e Layken têm.

Não vou entrar em detalhes do por que o meu não deu certo, mas

acredite em alguém que já viveu isso antes... você não quer deixá-la

escapar. Lute por ela."

Ela dá um passo para trás dentro de sua casa e fecha a porta.

"Isso é o que estou tentando fazer", sussurro.

"Podemos ter pizza hoje à noite?" Caulder diz logo que entra pela

porta da frente.

"É terça-feira. Gavin pode nos levar na terça-feira especial que vem

com a pizza de sobremesa."

"Tudo bem. Não estou a fim de cozinhar, de qualquer jeito." Mando

um SMS para Gavin e peço para ele trazer a pizza quando sair do

trabalho.

Já são quase oito horas e tenho a casa cheia. Kiersten e Kel

chegaram em algum momento. Gavin e Eddie chegam com a pizza e

todos se sentam à mesa para comer. A única ausente é Lake.

"Você convidou Lake?" Pergunto a Eddie quando atiro uma pilha de

pratos de papel sobre a mesa.

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Eddie olha para mim e balança a cabeça. "Mandei uma mensagem

para ela. Ela disse que não está com fome."

Sento-me à mesa e pego um dos pratos de papel e coloco uma fatia

nele. Mordo um pedaço e solto a pizza de volta. De repente não estou

com nenhuma fome.

"Obrigado por me trazer uma pizza de queijo, Gavin", diz Kiersten.

"Pelo menos alguém aqui respeita o fato de eu não comer carne."

Não tenho nada para jogar nela. Então atiro meu olhar desprezível no

lugar.

"Qual é o plano de ataque para quinta-feira?" Kiersten me pergunta.

Olho para Eddie e ela está olhando diretamente para mim. "O que

acontecerá na quinta-feira?" Eddie diz.

"Nada", respondo. Não quero que Eddie arruíne isso. Tenho medo que

ela vai avisar Lake.

"Se você acha que vou contar a ela tudo o que você está planejando

fazer, você está errado. Ninguém quer que os dois resolvam as coisas

mais do que eu, acredite em mim." Ela dá uma mordida na sua pizza.

Ela parece realmente séria, embora eu não saiba porquê.

"Ele está fazendo um slam para ela", Kiersten deixa escapar.

Eddie olha para mim. "Sério? Como? Você não vai conseguir

convencê-la a ir."

"Ele não precisa", diz Kiersten. "Eu falei para ela ir."

Eddie olha para Kiersten e sorri para ela. "Você é uma coisinha

maliciosa. E como você está planejando segurar ela lá?" Eddie olha

para mim. "Assim que ela te ver vai ficar louca da vida e sair."

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"Não, se eu roubar sua bolsa e as chaves", diz Kel.

"Boa idéia, Kel!" digo. Assim que falo isso, a realidade do momento

me atinge. Estou sentado aqui elogiando um garoto de onze anos de

idade por roubar e mentir para a minha namorada. Que tipo de

modelo eu sou?

"E nós podemos sentar naquela cabine que sentamos na última vez",

diz Caulder. "Garantimos que Lake entre primeiro, daí podemos

prendê-la dentro quando você começar a fazer a sua performance e

ela não vai conseguir levantar. Ela vai ter que ver você."

"Ótima ideia", digo. Posso não ser um modelo, mas pelo menos estou

criando filhos inteligentes.

"Eu quero ir", diz Eddie. Ela se vira para Gavin. "Podemos ir? Você

não está de folga na quinta? Quero ver Will e Layken fazerem as

pazes."

"Sim, nós podemos ir. Mas como vamos chegar lá, se ela não sabe

que você está indo, Will? Nós não cabemos no carro de Layken. Eu

realmente não tenho condições de dirigir para Detroit depois de todas

as entregas que tenho que fazer."

"Você pode vir comigo", digo. "Eddie pode falar para Lake que você

está trabalhando ou coisa parecida. O resto pode ir com Lake."

Todo mundo parece concordar com os planos. O fato de que todos

eles parecem determinados em me ajudar reconquistá-la me dá uma

sensação de esperança. Se todo mundo nesta sala pode ver o quanto

precisamos estar juntos, certamente Lake vai ver isso também.

Pego outro prato e jogo três fatias de pizza sobre ele, em seguida,

levo para a cozinha. Olho por cima do ombro para me certificar de

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que ninguém está prestando atenção. Alcanço o gabinete, puxo uma

estrela e a coloco com uma das fatias de pizza antes de embrulhar.

"Eddie, você pode levar isso para Lake? Garanta que ela coma

alguma coisa, por favor?"

Eddie pega o prato e sorri para mim, então sai pela porta da frente.

"As crianças, limpam a mesa. Coloquem a pizza de volta na

geladeira", digo. Gavin e eu andamos para sala e sentamos no sofá.

Ele deita no sofá e descansa a cabeça sobre o braço dele. Ele aperta

a testa com sua mão e fecha os olhos.

"Dor de cabeça?" pergunto.

Ele balança a cabeça. "Estresse."

"Vocês decidiram alguma coisa?"

Ele ficou quieto por um tempo. Ele inala uma lenta respiração

profunda e exala ainda mais lento. "Eu te falei que estava nervoso na

outra noite. Contei que acho necessário pesar nossas opções. Ela

ficou muito chateada", fala. Ele senta-se sobre o sofá e coloca os

cotovelos sobre os joelhos. "Ela me acusou de pensar que ela seria

uma péssima mãe. Isso não é o que penso de verdade, Will. Acho

que ela seria uma ótima mãe. Só acho que ela seria uma mãe ainda

melhor se esperássemos até que estivéssemos prontos. Agora ela

está com raiva de mim. A gente não fala sobre isso desde então. Nós

dois estamos apenas fingindo que não está acontecendo nada ou algo

assim. É estranho."

"Então vocês estão esculpindo abóboras?" pergunto.

Gavin olha para mim. "Eu ainda não entendi essa analogia."

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Acho que ele não entenderia. Gostaria de ter um melhor conselho

para ele.

Kiersten entra na sala e senta-se ao lado de Gavin. "Sabe o que eu

acho?", diz ela.

Gavin olha para ela, agitado. "Você não sabe do que estamos falando,

Kiersten. Vá brincar com seus brinquedos."

Ela olha para ele. "Vou fazer de conta que não ouvi este insulto,

porque eu sei que você está de mau humor. Mas, apenas para

referência futura, eu não brinco com brinquedos." Ela olha para ele

para ter certeza que ele não tinha uma resposta e, em seguida,

continua a falar. "De qualquer forma, acho que você deveria parar de

sentir pena de si mesmo. Você está agindo como uma putinha. Não é

você que está grávida Gavin. Como você acha que Eddie se sente?

Sinto muito, mas, tanto quanto o cara gosta de pensar que ele tem

um papel igual nesses tipos de situações, ele está errado. Você errou

quando a engravidou em primeiro lugar. Agora você precisa calar sua

boca e estar lá para ela. Para o que ela decidir fazer." Ela se levanta

e caminha para a frente da porta. "E Gavin? Às vezes acontecem

coisas na vida que você não planeja. Tudo o que você pode fazer

agora é começar a traçar um novo plano."

Ela fecha a porta atrás dela, deixando Gavin e eu mudos.

"Você contou pra ela que Eddie está grávida?" finalmente consigo

perguntar.

Ele balança a cabeça, ainda olhando para a porta. "Não", diz ele. Ele

continua a olhar para a porta com o pensamento profundo.

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"Droga!" ele grita. "Eu sou um idiota! Sou um idiota egoísta!" Ele

salta para cima do sofá e veste sua jaqueta. "Vou te ligar na quinta-

feira, Will. Agora tenho que ir descobrir como fazer isso direito."

"Boa sorte", digo. Assim quando Gavin abre a porta da frente para

sair, Reece entra.

"Oi-Reece-Tchau-Reece," Gavin diz quando ele passa por Reece.

Reece se vira e olha Gavin correr pela rua.

"Você tem amigos estranhos", diz ele.

Não discuto. "Tem pizza na geladeira se você quer um pedaço."

"Não. Estou aqui apenas para pegar algumas roupas. Eu já comi", diz

ele enquanto caminha pelo corredor.

É terça-feira. Tenho certeza de que ele e Vaughn saíram pela

primeira vez ontem. Não que me incomode, mas as coisas parecem

estar progredindo um pouco rápido com os dois. Reece caminha de

volta pela sala em direção à porta da frente. "Você acertou as coisas

com Layken?" Ele está empurrando uma calça em sua mochila.

"Quase", digo, olhando para sua mala. "Você e Vaughn parecem estar

se dando bem, muito bem."

Ele sorri para mim e anda para fora da porta. "Como eu disse, tenho

habilidades."

Fico sentando no sofá e reflito sobre a minha situação. Tenho um

velho amigo que está namorando a garota que passei dois anos de

minha vida. Meu novo melhor amigo está pirando sobre se tornar um

pai. Minha namorada não está falando comigo. Tenho aula de manhã

com a simples razão de que minha namorada não está falando

comigo. Minha vizinha de onze anos de idade dá um melhor conselho

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que eu. Estou me sentindo um pouquinho derrotado agora. Deito no

sofá e tento pensar em alguma coisa certa na minha vida. Nada.

Kel e Caulder caminham para a sala e sentam-se no outro sofá.

"Você com errado de há que o?" Kel diz para trás.

"Errado está não que o?" suspiro.

"Estou muito cansado para conversar ao contrário", diz Caulder. "Vou

apenas falar de frente para trás. Será que ... você pode vir para a

minha escola na próxima quinta-feira e sentar-se comigo na hora do

almoço? É o suposto dia do pai, mas meu pai está morto e não vai

poder ir."

Fecho meus olhos. Odeio que ele é tão casual sobre não ter um pai

agora. Ou talvez eu esteja contente que ele é tão casual sobre isso.

De qualquer maneira, odeio isso por ele. "Claro. Apenas me avise que

horas preciso estar lá."

"As onze", diz enquanto se levanta. "Eu vou para a cama agora. Te

vejo mais tarde, Kel."

Caulder caminha em direção ao seu quarto e Kel se levanta. Vejo

como ele atravessa a sala de estar. Ele parece tão derrotado quanto

eu agora, enquanto ele vai para a porta da frente. Quando a porta se

fecha atrás dele, dou um tapa na testa. Você é um idiota, Will!

Pulo do sofá e sigo Kel lá fora. "Kel!" Grito quando abro a porta da

frente. Ele se vira na rua e começa a caminhar em direção a mim.

Nós nos encontramos no meu quintal da frente.

"E você?" digo. "Posso almoçar com você também?"

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Kel tenta reprimir um sorriso, assim como sua irmã. Ele encolhe os

ombros. "Se você quiser", diz ele.

Isso arrepia os cabelos. "Eu ficaria honrado," digo.

"Obrigado, Will." Ele se vira e caminha de volta para sua casa.

Quando vejo ele fechar a porta da frente atrás dele, ocorre-me que

se as coisas não derem certo entre Lake e eu, não é apenas ela que

tenho medo de perder.

Não sei como vai ser hoje. Quando chego à minha primeira aula, tudo

o que posso fazer é esperar.

Espero que ela não sente perto de mim. Com certeza ela sabe disso.

A maioria dos alunos chegam e, finalmente, o professor entra com os

testes nas mãos. A aula já começou a dez minutos e Vaughn ainda

não apareceu. Finalmente solto um suspiro de alívio e começo a me

concentrar na aula, quando ela entra pela porta. Ela nunca foi de

muita sutileza. Claro que, depois que ela pega seu teste, vem em

linha reta e senta-se ao meu lado. Claro que ela faz isso.

"Hey," sussurra. Ela está sorrindo. Parece feliz. Estou esperando que

tenha tudo a ver com Reece e nada a ver comigo.

Ela revira os olhos. "Não se preocupe. Este é o último dia que estou

sentando com você", diz ela.

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Acho que ela podia ver o desapontamento claramente escrito no meu

rosto, quando se aproxima.

"Eu só queria dizer que sinto muito sobre a semana passada.

Também queria dizer obrigado por ser tão tranquilo sobre Reece e eu

namorarmos novamente." Ela pega sua bolsa em cima da mesa e

começa a vasculhar, então pega uma caneta.

"Outra vez?" sussurro.

"Sim. Quer dizer, pensei que você ia ficar puto que começamos a

namorar logo depois que você e eu terminamos na última vez. Antes

de sair para o exército? Na verdade, é uma espécie de aborrecimento

isso não te chatear", diz ela com um olhar estranho em seus olhos.

"De qualquer forma, decidimos nos dar outra chance. Mas isso é tudo

o que eu queria falar."

Ela vira a sua atenção para o teste na frente dela.

Outra vez? Quero pedir para ela repetir tudo o que disse, mas isso

significaria que estava convidativo a uma conversa, então é melhor

não. Mas, outra vez? Eu poderia jurar que ela apenas falou que eles

tinham namorado antes dele ir para o exército. Reece se alistou para

os militares, dois meses depois que meus pais morreram. Se ele e

Vaughn tinham namorado antes que ... isso significa apenas uma

coisa... ele estava namorando ela logo depois que ela quebrou meu

coração. Ele estava namorando com ela? O tempo todo eu estava

desabafando para ele sobre ela e ele estava namorando com ela?

Aquele idiota. Espero que ele e Vaughn tenham começado a conhecer

um ao outro muito bem nesses três dias... porque ele está prestes a

precisar de um novo lugar para morar.

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Espero para enfrentar Reece sobre isso quando chego em casa, mas

ele não está. A noite inteira foi relativamente calma. Kel e Caulder

estão gastando a maior parte da noite na casa de Lake.

Kiersten também, eu acho. É apenas eu e meus pensamentos. Uso o

resto da noite para aperfeiçoar o que quero falar amanhã à noite.

É quinta-feira de manhã ... o dia que Lake vai me perdoar.

Espero. Caulder e Kel já saíram com Lake. Ouço Reece na cozinha

fazendo café e decido que agora seria uma boa hora para ir ter uma

conversa com ele. Para agradecer-lhe por ser um grande amigo todos

esses anos. Idiota.

Quando entro na cozinha pronto para enfrentá-lo, não é Reece

fazendo café. Não é Lake, também. Vaughn está em pé na minha

cozinha de costas para mim. Em seu sutiã .

Fazendo café na minha cozinha.

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Usando minha cafeteira. Em minha casa. Apenas de sutiã. Fazendo o

café na minha cozinha. Usando o meu pote de café. Na minha casa. E

de sutiã.

Por que diabos isso acontece na minha vida?

"Que diabos você está fazendo aqui, Vaughn?"

Ela pula e gira. "Eu... eu não sabia que você estava aqui", ela

engasga. "Reece disse que você não estava aqui ontem à noite."

"Ugh!" grito, frustrado. Viro as costas para ela e esfrego meu rosto

com as mãos, tentando decidir como corrigir esta situação de “colega

de quarto”. Assim que estou prestes a chutar Vaughn para fora,

Reece entra na cozinha.

"Mas que inferno, Reece? Eu te falei para não trazer ela aqui!"

"Relaxa, Will. O que que tem? Você estava dormindo. Você nem sabia

que ela estava aqui."

Ele casualmente caminha até o armário e pega uma xícara de café.

Ele está vestindo um bermudão.

E ela está de sutiã. Não posso imaginar o que Lake pensaria se ela

entrasse agora e visse Vaughn na minha cozinha apenas com seu

sutiã. Justo agora que estou tão perto em fazer Lake me perdoar.

Isso iria atrapalhar meu plano inteiro.

"Saiam! Vocês dois sumam daqui!" grito.

Nenhum deles se move. Vaughn olha para Reece, esperando que ele

dissesse alguma coisa... ou fizesse alguma coisa. Reece olha para

mim e revira os olhos. "Deixa eu te dar um pequeno conselho, Will.

Qualquer garota que faz você tão miserável como você esteve esta

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semana não vale a pena. Você está sendo um idiota. Você precisa

largar essa garota. Seguir em frente. Se você me perguntar, ela não

vale a pena."

Este pequeno conselho, vindo deste homem que poderia me importar

menos que qualquer um, mas assim mesmo, me tira do sério. Nem

sei o que me incomoda mais. Não sei se é o comentário sobre Lake

não valer a pena, ou o fato de que agora estou consciente de que ele

mentiu para mim por meses. De qualquer maneira, eu soco a merda

fora dele. Logo que meu punho encontra seu rosto, é agonia. Vaughn

está gritando para mim quando volto novamente nele, segurando

meu punho com a outra mão.

Jesus! Nos filmes sempre parece que quem foi atingido é o único

ferido. Eles nunca mostram o dano que realmente faz para as mãos

de quem bate.

"Mas que porra é essa?" Reece grita, segurando a mandíbula.

Aguardo ele tentar me bater de volta, mas ele não faz. Talvez, no

fundo, ele sabe que merece.

"Não me diga que ela não vale a pena", digo, virando para a

geladeira. Pego dois sacos de gelo. Lanço um para Reece e coloco o

outro no meu punho. "E obrigada Reece .... por ser um grande

amigo. Depois que meus pais morreram e ela terminou comigo..."

Aponto para Vaughn quando eu digo 'ela'. "Você foi o único disposto a

ficar ao meu lado e me ajudar a superar isso. Pena que eu não sabia

que você estava ajudando ela, também."

Reece olha para Vaughn. "Você contou pra ele?", diz ele.

Vaughn parece confusa. "Eu pensei que ele sabia", diz ela

defensivamente.

Page 205: 417 livraria magia

Quando Reece percebe que agora eu sabia que ele tinha namorado

Vaughn durante o ponto mais baixo da minha vida, ele fica confuso.

"Will, eu sinto muito. Não queria que isso acontecesse. Simplesmente

aconteceu."

Balancei minha cabeça. "Coisas assim não acontecem por acaso,

Reece. Nós fomos melhores amigos desde que tínhamos dez anos!

Todo o meu maldito mundo desabou ao meu redor. Durante um mês

inteiro você agiu como se estivesse tentando me ajudar a recuperá-

la, mas em vez disso você estava trepando com ela!"

Nenhum deles pode me olhar nos olhos. "Sei que disse que ia deixar

você ficar aqui, mas as coisas são diferentes agora." jogo o saco de

gelo em cima do balcão e caminho em direção ao corredor. "Quero

vocês dois fora daqui. Agora!"

Fecho a porta do quarto atrás de mim e vou para a cama.

Provavelmente posso contar os amigos que tenho agora em uma

mão. Na verdade, posso contar em um dedo. Fico deitado lá por mais

algum tempo, pensando em como poderia ter sido tão cego. Ouvi

Reece caminhar até o quarto de hóspedes, depois o banheiro,

arrumando suas coisas. Não volto para fora do quarto até que tenho

certeza que eles foram embora. Quando ouço o carro dele se afastar,

ando até a cozinha e me sirvo uma xícara de café. Acho que vou ter

que começar a fazer meu próprio café novamente.

Este não é um bom começo para o dia. Chego no armário e pego uma

estrela fora do vaso.

Page 206: 417 livraria magia

"Eu quero ter amigos que possa confiar, que me amam como o

homem que eu me tornei ... não o homem que eu era. "-The Avett

Brothers.

Assim que li, olho por cima do ombro... meio que esperando Julia

estar lá sorrindo.

É estranho, às vezes, como essas citações se encaixam na situação.

Quase como se ela estivesse escrevendo enquanto a vida está

acontecendo...

Page 207: 417 livraria magia

Quinta-feira, 26 janeiro, 2012.

Só espero que a próxima coisa que eu escrever nesse diário depois

do meu desempenho esta noite seja algo parecido com isto:

Agora que tenho você de volta, eu nunca vou deixar você ir.

Isso é uma promessa. Eu não vou te deixar de novo.

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Capítulo Onze

Gavin entra pela porta da frente justamente por volta das sete horas.

É a primeira vez que ele entrou sem bater. Isso deve ser contagioso.

Pode-se dizer que estou uma pilha de nervos, assim que ele me vê

diz. "Acabaram de sair. Devemos deixá-las ir primeiro."

"Boa ideia," digo. Dando outra volta pela casa, confirmo se não estou

esquecendo de colocar algo na mochila. Certifico-me que já tenho

tudo. Quando finalmente saio, aviso Gavin. Não serei uma companhia

muito comunicativa durante o percurso. Felizmente, ele entende. Ele

sempre entende. Isso é o que melhores amigos fazem, eu acho.

Durante o percurso, revejo mentalmente tudo o que eu precisarei

falar. Tenho o poema pronto. Já falei com os rapazes do clube

N9NE... está tudo preparado. Infelizmente, só terei uma chance...

então terei que fazer valer a pena.

Quando chegamos, Gavin entra primeiro. Menos de um minuto depois

ele me envia uma mensagem de texto me garantindo que o plano

está em vigor. Dirijo-me para dentro com minha mochila em meu

ombro e espero minha vez para entrar. Não quero que ela me veja.

Se me vir antes do tempo, ficará com raiva e vai embora.

Os segundos se transformam em minutos e os minutos se

transformam em uma eternidade. Odeio isso. Nunca estive tão

nervoso antes de uma apresentação. Acho que é porque quando eu

me apresento normalmente, não há nada em jogo. O desempenho

nesta noite poderia muito bem determinar o rumo da minha vida.

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Respiro profundamente e tento estabilizar os meus nervos quando o

apresentador pega o microfone.

"Temos algo especial planejado para esta noite. Então, sem mais

cerimônia...” ele sai do palco.

É isso. Agora ou nunca.

Todo mundo na plateia tem seus olhos colados ao palco assim ando

despercebidamente ao longo da parede à direita da sala e faço o meu

caminho para frente. Logo antes de caminhar para o palco, olho para

a cabine onde eles estão todos sentados. Lake está bem no meio sem

ter para onde ir. Ela está olhando para o celular. Ela não tem ideia do

que está prestes a acontecer. Já me preparei para a sua reação... ela

ficará puta.

Só preciso que ela me ouça tempo suficiente para fazê-la entender.

Ela é cabeça dura, mas é também razoável.

O foco escurece e se concentra em um banquinho no palco, assim

como eu havia instruído que o técnico de iluminação fizesse. Não

gosto das luzes brilhantes que impedem minha visão do público,

então garanti que tudo fosse desligado. Quero ver o rosto de Lake o

tempo todo. Preciso ser capaz de olhá-la nos olhos, então ela saberá

o quão sério estou sendo.

Antes de subir as escadas, alongo meu pescoço e braços para aliviar

a apreensão que se acumulou dentro de mim. Forço algumas

respirações, em seguida, subo ao palco.

Ando até o banco, sento-me colocando a minha mochila no chão.

Removo o microfone fora do pedestal e olho diretamente para Lake,

que finalmente olha por cima do celular. Assim que ela me vê, franze

a testa e balança a cabeça. Ela está chateada. Diz algo para Caulder,

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que está sentado no lado dela no limite do banco, ela aponta para a

porta. Ele balança a cabeça e não se move. Vejo como ela agita as

mãos a sua volta procurando sua bolsa. Ela não consegue encontrá-

la. Ela aponta para Kiersten que está sentada do outro lado do banco

e Kiersten balança a cabeça, também. Lake olha para Gavin e Eddie,

depois para Kiersten novamente, então ela percebe que todos eles

planejaram algo. Depois de aceitar o fato de que eles não vão deixá-

la sair, ela cruza os braços sobre o peito e retorna seu foco de volta

ao palco. Fixando-se em mim.

"Você ainda está tentando fugir?" digo para o microfone. "Porque

tenho algumas coisas que gostaria de dizer a você."

O público se vira e procura a pessoa com quem estou falando.

Quando Lake percebe está todo mundo olhando para ela, ela esconde

o rosto nas mãos.

Trago a atenção do público de volta para mim. "Estou quebrando as

regras esta noite", digo. "Sei que não posso trazer objetos, mas

tenho alguns que preciso usar. É uma emergência.”

Abaixo e pego a minha mochila trazendo-a para cima, em seguida,

coloco-a no banco. Coloquei o microfone de volta no pedestal e deixei

posicionado na altura certa.

"Lake? Eu sei que você me disse que queria que eu avaliasse sobre

tudo o que você disse na outra noite. Sei que se passaram apenas

dois dias, mas, sinceramente, eu nem sequer preciso de dois

segundos. Então em vez de passar os últimos dois dias pensando em

algo que já sei a resposta, decidi fazer isso ao invés de pensar. Não é

um slam tradicional, mas acho que você não será tão exigente. Minha

apresentação esta noite chama-se "Por causa de você".

Page 211: 417 livraria magia

Eu inspiro e sorrio para ela antes de começar.

"Há momentos em todas as relações que definem quando duas

pessoas começam a se apaixonar.

Um primeiro olhar

Um primeiro sorriso

Um primeiro beijo

Uma primeira queda..."

(Retiro as pantufas do Darth Vader da minha mochila e olho para

elas.)

"Você estava usando isto durante um desses momentos.

Um dos momentos que comecei a me apaixonar por você.

O jeito que você me deixou naquela manhã não tinha

absolutamente nada a ver com qualquer outra pessoa

e tudo a ver com você.

Eu estava apaixonando-me por você naquela manhã

por causa de você."

(Pego o próximo item tirando-o da mochila. Quando eu o tiro para

fora e ela olha para cima, traz mãos à boca, chocada.)

"Este pequeno e horroroso gnomo com este pequeno sorriso

presunçoso...

Ele é a razão pela qual eu tinha uma desculpa para convidá-la para ir

à minha casa.

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A minha vida.

Você o agrediu várias vezes ao longo desses meses.

Eu assistia da minha janela como você o chutava cada vez que

passava por ele.

Pobre rapaz.

Você foi tão tenaz.

Esse seu lado mal humorado, seu lado agressivo, seu

temperamento forte...

O lado que se recusou a ficar com a porcaria deste gnomo de

concreto?

O seu lado que se recusou a assumir a

minha porcaria.

Eu me apaixonei por esse seu lado

por causa de você."

(Largo o gnomo no palco e pego o cd)

"Este é o seu cd favorito

'merda de Layken’.

Embora agora eu saiba que você não liga em ser possessiva,

em vez de descritiva.

Quando o banjo começou a tocar nos alto-falantes do seu carro

eu imediatamente reconheci a minha banda favorita.

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Então, quando eu percebi que era a sua banda favorita, também?

O fato de que essas mesmas letras nos inspiram?

Eu me apaixonei por você.

Que não tinha absolutamente nada a ver com qualquer coisa.

Eu me apaixonei por você

por causa de você."

(Pego um pedaço de papel tirando-o para fora da mochila e o seguro.

Quando olho para ela, vejo Eddie deslizando-lhe um guardanapo. Eu

não posso garantir daqui de cima, mas isso só pode significar que ela

está chorando.)

"Este é um recibo que guardei.

Só porque o item que comprei naquela noite beirava o ridículo.

Leite com chocolate e gelo? Quem pede isso?

Você era diferente, e você não se importou.

Você estava sendo você.

Um pedaço de mim se apaixonou por você, naquele momento, por

causa de você."

"Isto?" (Pego outra folha de papel.)

"Isso eu realmente não gostei muito.

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É o poema que você escreveu a meu respeito. O qual você intitulou...

posso falar?

Eu acho que nunca te disse... mas você tirou um zero.

E então eu o mantive para me lembrar de todas as coisas que eu não

devo ser com você."

(Puxo a camisa da minha mochila. Quando a seguro expondo-a na

luz, suspiro no microfone.)

"Isto é a camisa feia que você veste.

Realmente não tem nada a ver com isso o motivo pelo qual eu me

apaixonei por você.

Eu só a vi em sua casa e pensei em roubá-la."

(Puxo o segundo último item da minha bolsa. Seu grampo de cabelo

roxo. Ela me disse uma vez o quanto ele significava para ela, e por

que ela sempre o guardava.)

"Este grampo de cabelo roxo?

Realmente é mágico... assim como seu pai lhe disse que era.

É mágico porque, não importa quantas vezes você caia... você

continua a ter esperança em si mesma.

Você se mantém confiante.

Não importa quantas vezes tudo dá errado em sua vida,

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Você nunca desiste.

Assim como você nunca desistiu de mim.

Adoro isso em você,

por causa de você."

(Largo-o de volta à mochila e tiro de dentro uma tira de papel

desdobrando-a.)

"Sua mãe."

(Eu suspiro)

"Sua mãe era uma mulher incrível, Lake.

Eu sou abençoado por tê-la conhecido,

E ela foi uma parte da minha vida também.

Eu a amei como minha própria mãe... assim como ela também

amava Caulder como se fosse dela própria.

Eu não a amava por causa de você, Lake.

Eu a amava por causa dela.

Então, obrigado por compartilhar ela com a gente.

Ela tinha mais conselhos sobre a

Vida e amor e felicidade e sofrimento do que qualquer um que

já conheci.

Mas o melhor conselho que já me deu?

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O melhor conselho que ela já deu a nós?"

(Eu li a citação em minhas mãos)

"Às vezes, duas pessoas têm que desmoronar, para perceber o

quanto eles precisam para voltar a estar juntos.”

(Ela está definitivamente chorando agora. Coloco de volta para

dentro da bolsa e dou um passo mais próximo da borda do palco

quando eu me fixo em seu olhar.)

"O último item que tenho não caberia, porque na verdade você está

sentado nele.

Essa mesa.

Você está sentada no mesmo lugar que você sentou-se na primeira

vez que veio assistir a minha apresentação.

A maneira como você assistiu a este palco com paixão em seus

olhos... Eu nunca vou esquecer aquele momento.

É o momento em que sabia que já era tarde demais.

Eu estava muito longe até então.

Eu estava apaixonado por você.

Eu já amava você por causa de você.

(Volto e me sento no banco atrás de mim, ainda fixando-me em seu

olhar.)

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Eu poderia lembrá-la de todas as noites, Lake.

Eu poderia falar sobre todas as razões do por que estou apaixonado

por você.

E você sabe o quê? Algumas delas são as coisas que a vida tem

jogado em nosso caminho.

Eu não te amo porque você é a única pessoa que eu sei que entende

a minha situação.

Eu te amo porque nós dois sabemos o que é perder mãe e pai.

Eu não te amo porque você está criando o seu irmãozinho, assim

como eu estou o meu.

Eu te amo pelo que você passou com sua mãe.

Eu te amo por causa do que nós passamos com sua mãe.

Eu amo o jeito que você ama Kel.

Eu amo o jeito que você ama Caulder.

E eu amo o jeito que eu amo Kel.

Então, não vou pedir desculpas por amar todas essas coisas sobre

você, não importa os motivos ou as circunstâncias por trás deles.

E não, eu não preciso de dias, ou semanas, ou meses para

pensar por que eu te amo.

É uma resposta fácil para mim.

Eu te amo por causa de você.

Por causa de

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cada

única

coisa

sobre você. "

Dou um passo para trás do microfone quando termino. Mantenho

meus olhos fixos nos dela, não tenho certeza, porque ela está muito

longe, mas acho que ela gesticula com a boca, "Eu amo você." As

luzes do palco voltam a ser acessas e eu momentaneamente fico

cego. Não consigo mais vê-la.

Reúno os itens e os coloco de volta dentro da minha mochila e pulo

para fora do palco. Correndo imediatamente de volta ao salão.

Quando chego lá, ela se foi. Kel e Caulder ambos estão de pé. Eles a

deixaram sair. Deixaram-na ir embora! Eddie vê a confusão no meu

rosto e me mostra que ela está com a bolsa de Lake e sacode. "Não

se preocupe, Will. Ainda tenho as chaves. Ela só foi lá fora, disse que

precisava de ar.”

Vou para a saída empurrando a porta. Ela está no estacionamento ao

lado do meu carro de costas para mim, olhando para o céu. Ela está

deixando a neve cair em seu rosto enquanto apenas está ali. Fico

parado observando-a por um minuto, perguntando o que ela está

pensando. Meu maior medo é ter interpretado mal a sua reação

quando estava em cima do palco e tudo o que disse não ter

significado nada para ela. Deslizo minhas mãos nos bolsos do casaco

e começo a caminhar em sua direção.

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Quando ela ouve o barulho de neve debaixo dos meus pés, ela se

vira. O olhar em seus olhos me diz tudo que preciso saber. Antes de

dar mais um passo, ela corre para mim e joga seus braços em volta

do meu pescoço, quase me derrubando para trás.

"Eu sinto muito, Will. Estou tão arrependida." Ela me beija no rosto,

no pescoço, nos lábios, no nariz, no queixo. Ela continua dizendo que

se arrepende muito repetidas vezes entre cada beijo. Envolvo meus

braços em sua volta puxando-a contra mim, dando-lhe o maior

abraço que já dei a ela. Quando a ponho de volta no chão, ela pega o

meu rosto com as mãos e olha em meus olhos. Eu não vejo mais... a

mágoa. Ela não está mais com o coração partido. Eu me sinto como

se o peso do mundo fosse retirado dos meus ombros e finalmente

posso respirar novamente.

"Não posso acreditar que você guardou esse maldito gnomo", ela

sussurra.

"Não posso acreditar que você o jogou fora", digo.

Continuamos a olhar um para o outro, nenhum de nós totalmente

confiante que o momento é real.

Ou que ele irá durar.

"Lake?" Acaricio os seus cabelos, afastando-o para o lado de seu

rosto. "Eu sinto muito que tenha levado tanto tempo para tê-la de

volta. Foi minha culpa que você tivesse dúvidas. Prometo que não

haverá um dia que se passe a partir de agora que não vou mostrar a

você o quanto você significa para mim.”

Uma lágrima rola pelo seu rosto. "Eu também", diz ela.

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Meu coração infla em meu peito. Não é porque estou nervoso. Nem

mesmo porque quero muito mais do que já a queria antes. Está

batendo contra o meu peito, porque percebo que nunca estive tão

certo sobre o resto da minha vida do que estou neste exato

momento. Esta menina é o resto da minha vida. Inclino-me e a beijo.

Nenhum de nós fecha os olhos. Não acho que iremos querer perder

um único segundo deste momento.

Estamos a dois metros do meu carro, então caminho com ela até a

traseira do meu carro e a pressiono contra ele. "Eu amo você”, de

alguma forma murmuro enquanto meus lábios ainda estão presos aos

dela. “Eu te amo tanto”, digo novamente. "Deus, eu te amo."

Ela se afasta de mim e sorri. Seus polegares passam em minhas

bochechas e ela enxuga as lágrimas que nem percebi que estavam

escorrendo pelo meu rosto. "Eu amo você”, diz ela. "Agora que já

resolvemos isso, você vai calar a boca e me beijar?"

E assim eu faço.

Após vários minutos compensando todos os beijos que faltaram na

última semana, a fria temperatura começa a nos afetar. O lábio

inferior de Lake começa a tremer. "Você esta com frio", digo. "Você

quer entrar no carro comigo ou devemos voltar lá para dentro?"

Estou esperando que ela escolha o carro.

"O carro", ela diz e sorri.

Dou um passo em direção à porta do carro quando percebo que

deixei minha mochila na mesa onde todos estão sentados. "Merda",

digo, me virando para Lake e envolvendo meus braços em torno dela.

"Minhas chaves estão lá dentro." Seu corpo inteiro está tremendo

contra mim agora, quando mais sente frio.

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"Então vamos quebrar a sua janela de “borboleta” e abrir a porta",

ela brinca.

"A janela quebrada iria contra o objetivo de tentar mantê-la

aquecida", digo. Fazendo o meu melhor para aquecê-la, pressionando

meu rosto contra seu pescoço.

"Acho que você vai ter que tentar manter-me quente de outras

formas."

Sua sugestão quase me faz quebrar a maldita janela. Em vez disso,

pego sua mão na minha e puxo-a em direção à entrada. Assim

enquanto nós caminhamos para dentro, mas antes de passar através

da porta da entrada, me viro para beijá-la mais uma vez antes de

irmos para a nossa mesa. Estava indo para um beijo rápido, mas ela

me puxa e me beija demoradamente.

"Obrigada", diz ela, enquanto se afasta. "Pelo que você fez lá em

cima nesta noite. E por ter me prendido na mesa, daí não poderia

sair. Você me conhece muito bem.”

"Obrigado por me ouvir", digo.

Voltamos à mesa de mãos dadas. Quando Kiersten nos vê

caminhando juntos, ela começa a bater palmas.

"Funcionou!" ela grita. Todos eles abrem espaço para que Lake e eu

possamos nos sentar no centro da cabine.

"Will, isso significa que você me deve mais poemas", diz Kiersten.

Lake olha para mim e depois para Kiersten. "Espere. Quer dizer que

vocês dois estavam conspirando o tempo todo?”, diz ela. "Kiersten,

ele te colocou até me implorando para trazê-la aqui hoje à noite?”

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Kiersten me lança um olhar e nós dois rimos.

"E no último fim de semana!" Lake diz. "Será que você bateu na

minha porta só para que ele pudesse entrar na minha casa?”

Kiersten não responde enquanto olha novamente para mim. "Você

me deve uma taxa por ter voltado com ela mais cedo do que o

combinado", ela diz. "Acho que vinte dólares devem dar pro

gasto." Ela estende a palma da mão.

"Nós não concordamos com compensação monetária, se bem me

lembro", digo, puxando vinte dólares da minha carteira. "Mas eu

pagaria o triplo."

Ela pega o dinheiro da minha mão e o coloca no bolso com um olhar

de satisfação no seu rosto. "Eu teria feito de graça."

"Sinto-me usada", diz Lake.

Coloco meu braço em volta dela e beijo sua testa. "Sim, sinto muito

por isso. Mas, é muito difícil manipular você. Tive que reunir forças.”

Ela olha para mim e aproveito a oportunidade para dar-lhe um rápido

beijo na boca. Não posso resistir. Toda vez que seus lábios estão

próximos aos meus, é impossível não beijá-los.

"Eu gostava mais quando vocês não estavam se falando", diz

Caulder.

"Digo o mesmo", diz Kel. "Esqueci o quão bruto é isto."

"Acho que estou passando mal", diz Eddie.

Ri achando que Eddie estava fazendo uma piada sobre a nossa

demonstração pública de afeto.

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Ela não estava. Ela cobriu a boca com a mão e os olhos ficaram

arregalados. Lake empurrou-se contra mim e eu pulei para fora do

assento, seguido por Lake e Kiersten. Eddie corre para longe da mesa

ainda com a mão sobre a sua boca correndo loucamente até o

banheiro. Lake corre atrás dela.

"O que há de errado com ela?" Kiersten pergunta. "Ela está tendo

náuseas?"

"Sim," Gavin diz categoricamente. "Constantemente."

"Bem, você não parece muito preocupado com ela", diz Kiersten.

Gavin revira os olhos e não responde. Nós nos sentamos em silêncio

um assistindo o comportamento do outro quando noto Gavin

acompanhar o corredor com um olhar preocupado no rosto. "Will, dá

licença. Preciso ir ver como ela está”, diz ele.

Kiersten e eu levantamo-nos dos assentos permitindo que Gavin saia.

Pego a bolsa de Lake e minha mochila e todos nós o seguimos.

"Kiersten vá lá para dentro e veja se ela precisa de mim", diz Gavin.

Kiersten abre a porta do banheiro das mulheres. Um minuto depois,

ela volta.

"Ela disse que ficará bem. Layken disse para todos os meninos

seguirem em frente e ir para casa e nós três partiremos em poucos

minutos. Mas Layken precisa de sua bolsa."

Entrego a bolsa à Kiersten. Estou um pouco chateado que Lake não

irá comigo, mas acho que ela quer dirigir o seu carro. Estou ansioso

para voltar a Ypsilanti. Voltar para nossas casas. Definitivamente

entrarei sorrateiramente em seu quarto esta noite.

Page 224: 417 livraria magia

Encaminhamos-nos para fora em direção ao meu carro. Começo a

limpar a neve das janelas depois ando até o carro de Lake e limpo a

neve de suas janelas também. Quando volto para o meu carro, as

três estão percorrendo o caminho para fora.

"Você está bem?" Pergunto a Eddie. Ela apenas balança a cabeça.

Vou até Lake e lhe dou um rápido beijo na bochecha enquanto ela

destrava a porta. "Vou acompanhar vocês em caso dela passar mal

novamente e você precisar encostar."

"Obrigado, Baby", ela diz, abrindo as portas para todos os outros. Ela

se vira e me dá um abraço antes de subir em seu carro.

"Os meninos ficarão na minha casa hoje à noite," sussurro em seu

ouvido. "Depois que eles dormirem, irei à sua casa. Vista sua camisa

feia, ok?”

Ela sorri. "Eu não poderei. Você roubou, lembra?"

"Oh sim," sussurro. "Nesse caso... acho que você não deve usar

nada." Pisco para ela e caminho de volta para o meu carro.

"Ela está bem?" Gavin pergunta quando volto para dentro do carro.

"Eu acho que sim", digo. "Você quer ir com elas?"

Gavin balança a cabeça e suspira. "Ela não quer que eu esteja junto.

Ela ainda está com raiva de mim."

Eu me sinto mal. Odiei o que Lake e eu acabamos de fazer na frente

deles. "Isto passará”, digo, quando saímos do estacionamento.

"Por que vocês se incomodam mesmo com as meninas?" Kel

pergunta. "Vocês dois têm estado miseráveis durante dias. Isso é

patético.”

Page 225: 417 livraria magia

"Um dia você vai saber, Kel", diz Gavin. "Você vai ver."

Ele está certo. Estar com Lake esta noite mais tarde vai fazer toda

esta semana infernal valer a pena cada segundo. No fundo, sei o que

vai acontecer hoje à noite. Nós dois estamos muito além do ponto de

retirada. De repente, fico nervoso com a ideia.

"Kel, você quer ficar na minha casa hoje à noite?" Tento parecer

casual com o meu plano para encurralar os meninos na minha casa.

Sinto como se Kel pudesse ver através de mim, apesar de saber que

ele não pode.

"Claro", diz ele. "Mas amanhã temos aula cedo e Lake nos leva para a

escola às sextas-feiras. Por que simplesmente Caulder não fica

comigo?”

Não pensei nisso. Acho que Lake poderia esgueirar-se para a minha

casa depois que os meninos estiverem dormindo na casa dela. "Tanto

faz", digo. "Pode ser, realmente não importa aonde."

Gavin ri. "Eu sei o que você está fazendo", ele sussurra.

Apenas sorrio.

Estamos no meio do caminho de casa quando a neve começa a cair

muito fortemente. Felizmente, Lake é uma motorista bastante

cautelosa. Ainda estou seguindo atrás dela, embora eu normalmente

Page 226: 417 livraria magia

conduzisse cerca de dez quilômetros por hora mais rápido do que

isso. É uma coisa boa Eddie não estar dirigindo, pois, todos nós

estaríamos em apuros.

"Gavin, você está acordado?" Ele está olhando para fora da janela e

não falou muito desde que saímos de Detroit. Não posso dizer se ele

está perdido em seus pensamentos ou desmaiou.

Ele resmunga uma resposta, informando-me que ainda está

acordado.

"Você e Eddie não se falam desde que saíram da minha casa na outra

noite?"

Ele se espreguiça em seu banco e boceja, em seguida, coloca as

mãos atrás da cabeça e se inclina. "Ainda não. Trabalhei dois turnos

ontem. Nós dois estávamos na escola durante todo o dia de hoje e

nem sequer vimos um ao outro até a noite, mas estávamos com

Layken. Puxei-a de lado mais cedo e disse que queria conversar com

ela mais tarde. Tenho a sensação de que ela pensa que será algo

ruim. Ela não falou muito comigo desde então.”

"Bem, ela vai ficar-"

"Will!" Gavin grita. Meu primeiro instinto é pisar nos freios, mas não

sei por que estou pisando em intervalos nos freios. Olho para Gavin e

seus olhos estão colados no tráfego em algo que se aproxima pela

pista à nossa esquerda. Viro minha cabeça e vejo, assim quando o

caminhão atravessa a pista e bate no carro que está na nossa frente.

O carro de Lake.

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PARTE DOIS

Quinta-feira, 26 de janeiro, 2012

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Capítulo Doze

Abro os olhos, mas não ouço nada imediatamente. Mas está frio.

Sinto vento. E vidros. Os vidros estão na minha camisa. Então ouço

Caulder.

"Will!" ele grita.

Eu me viro. Caulder e Kel ambos parecem bem, mas eles estão em

pânico tentando tirar seus cintos de segurança. Kel parece

aterrorizado. Ele está chorando e chutando a porta do carro.

"Kel, não saia do carro. Fique no banco de trás." Minha mão vai até o

meu olho e deslizo meus dedos sobre ele e sinto o sangue.

Não tenho certeza o que aconteceu. Devemos ter sido atingidos. Ou

nós corremos para fora da estrada. O para-brisa traseiro está

estilhaçado e há vidro por todo o carro. Os meninos não parecem

estar machucados em qualquer lugar. Olho para Gavin e ele está

balançando a porta aberta. Ele tenta saltar para fora do carro, mas

está preso em seu cinto de segurança. Ele está desesperado,

tentando soltar-se. Me aproximo e empurro o botão, soltando o cinto

de segurança para ele. Ele tropeça quando esta se levantando para

sair fora do carro, mas se equilibra com as mãos agarrando-se à

porta para não cair e começa a correr, por que ele está fugindo?

Meus olhos o seguem enquanto ele corre contornando o carro ao

nosso lado. Ele se foi. Não consigo vê-lo. Inclino a minha cabeça de

volta para o encosto de cabeça e fecho os olhos. Que diabos

aconteceu?

Page 229: 417 livraria magia

"Lake!" grito assim que desperto. Abro a porta do carro e fico preso

no cinto de segurança, assim como Gavin. Quando me liberto, corro.

Não sei para onde estou correndo, mas estou correndo.

Está escuro, está nevando e há carros por todos os lados. Faróis

estão em toda parte.

"Senhor, você está bem? Você precisa sentar-se, você está ferido."

Um homem agarra meu braço e tenta puxar-me de lado, mas puxo o

meu braço para longe dele e continuo correndo. Há pedaços de vidro

e metal por toda a rodovia. Meus olhos percorrem de um lado da

estrada para o outro, mas não posso fazer nada. Olho para o meu

carro e para o espaço na frente de nós, onde o carro do Lake deveria

estar. Meus olhos seguem o caminho do vidro quebrado na margem

da rodovia. Então o vejo. O carro dela.

Saio em uma corrida até chegar ao carro. Gavin está no lado do

passageiro. Ele está puxando Eddie para fora do carro, então corro

para ajudá-lo. Seus olhos estão fechados, mas ela estremece quando

puxo o seu braço. Ela está bem. Olho para dentro do carro, mas Lake

não está lá. Sua porta está aberta. A sensação de alívio paira sobre

mim quando percebo que ela deve estar bem se foi capaz de sair do

carro. Meus olhos viram para o banco de trás e vejo Kiersten. Assim,

quando Eddie está deitada no chão, vou ao banco traseiro e tento

acordar Kiersten.

"Kiersten", digo. Ela não responde. Tem sangue nela, mas não tenho

certeza de onde ele está vindo. "Kiersten!" grito. Ela ainda não

responde. Seguro o pulso dela e o mantenho entre meus dedos.

Gavin sobe no banco de trás comigo e me vê verificando seu pulso.

Ele olha para mim com terror em seus olhos.

Page 230: 417 livraria magia

"Ela tem pulso," digo. "Ajude-me a tirá-la daqui." Ele desafivela o

cinto de segurança quando coloco minhas mãos por baixo de seus

braços e a puxo sobre o banco da frente. Gavin sai primeiro

agarrando as pernas e me ajuda a puxá-la para fora do carro. Nós a

colocamos ao lado de Eddie. Próximo a uma multidão crescente de

espectadores interessados. Olho para todos eles, mas nenhum deles

é Lake.

"Onde diabos ela foi?" Eu me levanto e procuro ao redor. "Fique com

elas," digo a Gavin. "Eu preciso encontrar Lake. Ela provavelmente

está procurando por Kel."

Gavin concorda.

Ando em torno de vários veículos e passo pelo caminhão que os

atingiu. Ou o que sobrou do caminhão, de qualquer maneira. Há

várias pessoas que o rodeiam, conversando com o motorista que

ainda esta lá dentro, dizendo-lhe para esperar por ajuda antes de ele

sair. Estou no meio da estrada, chamando-a pelo nome. Para onde

ela foi? Corro de volta para o meu carro e Kel e Caulder ainda estão

lá dentro.

"Ela está bem?" Kel pergunta. "Layken está ok?" Ele está chorando.

"Sim, acho que sim.” Afastando-me. “Eu ainda não consegui

encontrá-la. Fiquem aqui, eu já voltarei."

Finalmente ouço as sirenes, enquanto estou andando de volta para o

carro de Lake. Quando as ambulâncias se aproximam, suas luzes

iluminam todo o caos... destacando tudo. Olho para Gavin. Ele está

pairando sobre Kiersten verificando seu pulso novamente.

Os sons das sirenes desapareceram enquanto assisto tudo ao meu

redor se mover em câmera lenta.

Page 231: 417 livraria magia

Tudo que posso ouvir é o som da minha própria respiração.

Uma ambulância estaciona ao meu lado e as luzes lentamente, fazem

o seu caminho circular... como se a utilidade das luzes fosse exibir o

perímetro do dano. Sigo com os meus olhos quando uma das luzes

vermelhas ilumina lentamente o meu carro, então o carro ao lado

dele, então logo acima do carro de Lake, em seguida, logo acima o

caminhão que os atingiu, depois disso vejo Lake deitada na neve.

Lake! Assim que os círculos de luz vermelha iluminam outro local, fica

escuro e não a vejo mais. Eu corro.

Tento gritar o nome dela, mas não sai nada. Há pessoas no meu

caminho, mas eu só cruzo por eles. Continuo correndo e correndo,

mas parece que a distância entre nós fica cada vez mais e mais

distante.

"Will!" Ouço Gavin gritar. Ele levantou-se do chão e está correndo

atrás de mim.

Quando finalmente a alcanço, ela está lá deitada na neve com os

olhos fechados. Há sangue na sua cabeça. Muito sangue. Arranco o

meu casaco e o jogo na neve, retiro a minha camisa. Começo

limpando o sangue de seu rosto com ela, tentando

desesperadamente encontrar seus ferimentos.

"Lake! Não, não, não. Lake, não." Toco seu rosto com minha mão,

tentando conseguir algum tipo de reação dela. Está fria. Ela está tão

fria. Assim que coloco minhas mãos sob seus ombros para puxá-la

para o meu colo, alguém me puxa para trás. Os paramédicos estão

examinando-a enquanto estou sendo puxado para longe dela. Não

posso mais vê-la! Não posso vê-la!!

Page 232: 417 livraria magia

"Will!" Gavin grita. Ele está na minha cara. Ele está me sacudindo.

"Will! Precisamos ir para o hospital. Eles vão levá-la para lá. Nós

precisamos ir.”

Ele está tentando me afastar para longe dela. Não consigo falar então

balanço minha cabeça e o afasto para fora do meu caminho. Começo

a correr de volta para eles. Correndo para ela. Ele me puxa de volta.

"Will, não! Deixe-os ajudá-la.”

Eu me viro e o empurro, em seguida, corro de volta para ela. Eles

estão movendo-a para uma maca quando derrapo na neve parando

ao lado dela. "Lake!"

Um dos paramédicos me empurra para trás enquanto os outros a

erguem e a levam para a ambulância. "Preciso ficar com ela!" grito.

"Deixe-me ir!" O paramédico não me permite ir com eles, fechando

as portas. A ambulância se afasta. Assim como as suas luzes

desaparecem distanciando-se, eu caio de joelhos.

Eu não posso respirar.

Eu não consigo respirar.

Eu ainda não consigo respirar.

Page 233: 417 livraria magia

Quinta-feira, 26 janeiro, 2012.

Page 234: 417 livraria magia

Capítulo Treze

Quando abro meus olhos, imediatamente tenho que fechá-los

novamente. Está tão brilhante. Estou tremendo. Meu corpo inteiro

está tremendo. Na verdade, não só meu corpo que está tremendo,

todos estão. Qualquer coisa que encontro está tremendo.

"Will? Você está bem?"

Ouço a voz de Caulder. Abro os olhos e o vejo sentado ao meu lado.

Estamos em uma ambulância. Ele está chorando. Tento sentar-me

para abraçá-lo, mas alguém me empurra de volta para baixo.

"Acalme-se, Senhor. Você tem um péssimo corte no qual estou

trabalhando aqui."

Olho para a pessoa que falou comigo. É o paramédico que estava me

segurando. "Ela está bem?" Sinto-me sucumbir ao pânico novamente.

"Onde ela está? Ela está bem?"

Ele coloca a mão no meu ombro para me segurar e ainda coloca uma

gaze sobre o meu olho. "Eu gostaria de saber algo... mas eu não sei.

Sinto muito. Só sei que preciso fazer alguma coisa para fechar esta

lesão do seu rosto. Vamos conseguir mais informações quando

chegarmos lá."

Olho em volta da ambulância, mas não vejo Kel. "Onde está Kel?"

"Eles o colocaram junto com Gavin na outra ambulância para

examiná-los. Eles disseram que iríamos vê-los no hospital", diz

Caulder.

Jogo minha cabeça para trás, fechando os olhos e rezo.

Page 235: 417 livraria magia

Assim que as portas da ambulância se abrem eles me puxam para

fora, pulo fora da maca.

"Senhor volte aqui! Você precisa de pontos!"

Continuo correndo. Olho para trás para me certificar que Caulder está

me seguindo. Ele está, assim continuo seguindo em frente. Quando

entro, Gavin e Kel estão parados no posto de enfermagem. "Kel!"

grito. Kel corre para mim e me abraça. Pegando-o ele envolve seus

braços em volta do meu pescoço. "Onde elas estão?" pergunto a

Gavin. "Onde eles as levaram?"

"Eu não consigo encontrar ninguém", diz Gavin. Parecendo tão

apavorado quanto eu. Ele vê uma enfermeira no canto e corre até

ela. "Estamos à procura de três meninas que foram recentemente

trazidas para cá?”

Ela olha para todos nós, então anda em torno da mesa até o seu

computador. "Vocês são familiares?”

Gavin olha para mim, depois de volta para ela. "Sim," ele diz.

Ela olha para Gavin e pega o telefone. "A família está aqui", diz ela.

Ela escuta. "Sim, senhor."

Ela desliga o telefone e se levanta. "Siga-me", diz ela. Ela nos leva a

um quarto na esquina. "O Dr. estará com você o mais breve

possível." Ela se vira e vai embora.

Page 236: 417 livraria magia

Pedi a Kel para sentar-se numa cadeira. Caulder se sentou ao lado

dele. Gavin tira o casaco e me dá. Olho para baixo e percebo, pela

primeira vez desde que voltei à realidade, que não estou vestindo

uma camisa. Pego o casaco. Gavin e eu andamos pela sala. Vários

minutos se passam e não aguento mais.

"Eu tenho que encontrá-la", digo. Começo a caminhar para fora da

sala e Gavin me puxa para trás. "Só dê-lhes um minuto, Will. Se eles

tentarem encontrá-lo, você não estará aqui. Basta dar-lhes um

minuto.”

Começo a andar novamente. De vez em quando me inclino para

abraçar Kel, que ainda está chorando.

Ele não disse nada. Nem uma única palavra.

Ela tem que estar bem. Ela tem que estar.

Olho através do corredor e vejo um banheiro. Vou até lá, entrando

assim que fecho a porta atrás de mim, eu imediatamente passo mal.

Me inclino sobre o vaso sanitário e começo a vomitar. Quando acho

que estou acabando, lavo minhas mãos na pia e lavo a boca. Me

seguro na borda da pia e respiro profundamente, tentando me

acalmar. Preciso me acalmar para Kel. Ele não precisa me ver assim.

Quando me olho no espelho, nem me reconheço. Há sangue seco por

todo o lado do meu rosto. A bandagem que o paramédico havia

colocado em cima do meu olho já está encharcada novamente. Pego

uma toalha de papel e tento limpar um pouco do sangue. Enquanto

estou me limpando, encontro-me desejando que tivesse alguns dos

remédios de Sherry.

Page 237: 417 livraria magia

Sherry. "Sherry!" grito. Saio correndo escancarando a porta do

banheiro. "Gavin! Temos que ligar para Sherry! Onde está o seu

celular?”

Gavin bate nos bolsos. "Acho que está na minha jaqueta", diz ele.

"Preciso ligar para Joel."

Colocando as mãos nos bolsos de sua jaqueta retiro o seu celular.

"Merda! Eu não sei o número dela, está salvo no meu celular."

"Eu sei o número dela. Dá para mim, eu vou discar", diz Kel. Ele

limpa os olhos e estende a mão para pegar o telefone, então entrego

para ele. Quando ele digita os números me devolve o telefone, de

repente passo mal novamente.

Sherry atende no segundo toque. "Alô?"

Eu não posso falar. O que devo dizer?

"Alô?" ela diz novamente.

"Sherry", digo. Minha voz sai falhada.

"Will?”, diz ela. "Will? O que há de errado?"

"Sherry", digo novamente. "Estamos no hospital... elas..."

"Will! Ela está bem? Kiersten está bem?"

Não consigo responder. Estou passando mal novamente. Gavin retira

o telefone da minha mão e eu corro novamente para o banheiro.

Page 238: 417 livraria magia

Há uma batida na porta do banheiro poucos minutos depois. Estou

sentado no chão contra a parede com os olhos fechados. Não

respondo à batida. Quando a porta se abre, olho para cima. É o

paramédico.

"Nós ainda temos que costurar você", diz ele. "Você tem um corte

muito feio." Ele se abaixa e oferece sua mão. Eu aceito e ele me puxa

para cima. O sigo até o corredor e em uma sala de exames, onde ele

me instrui a deitar sobre a mesa. "Seu amigo disse que você teve

algumas náuseas. Você provavelmente teve mais do que uma

concussão. Fique aqui, a enfermeira estará aqui em um minuto.”

Depois dele ter me costurado e me dado instruções sobre como

cuidar da concussão que eu aparentemente tive, me disseram para ir

para o posto de enfermagem para preencher a papelada. Quando

cheguei até o posto de enfermagem, a enfermeira pegou uma

prancheta e me entregou. "Qual paciente é sua esposa?", ela

perguntou. Fico olhando para ela.

Page 239: 417 livraria magia

"A minha mulher?" Em seguida, isto faz sentido para mim, Gavin

havia dito a ela que éramos familiares. Achei que fosse melhor se

eles continuassem achando isso. Conseguiria mais informações dessa

forma. "Layken Cohen... Cooper. Layken Cooper."

"Preencha os formulários e traga-os de volta para mim. E se você não

se importar, leve estes formulários para o outro cavalheiro com você.

E sobre a menina? Ela tem alguma relação com vocês?”

Balancei minha cabeça. "Ela é minha vizinha. Sua mãe está a

caminho."

Peguei a papelada e voltei para a sala de espera.

"Alguma novidade?" perguntei, entregando à Gavin sua prancheta.

Gavin apenas balançou a cabeça.

"Estamos aqui há quase uma hora! Onde está todo mundo?" Coloco

minha prancheta sobre a cadeira. Assim quando sento na cadeira, um

homem com um jaleco branco surge no canto e caminha em nossa

direção, seguido por uma Sherry frenética. Eu pulo da cadeira.

"Will!”, ela grita. Ela está chorando. "Onde ela está? Onde está

Kiersten? Ela está machucada?"

Ando até Sherry e coloco meus braços em torno dela, em seguida

olho para o médico para obter respostas desde que não tenho

nenhuma. Ele olha para Sherry. "É a menina que você está

procurando?”, ele pergunta.

Sherry concorda. "Ela vai ficar bem. Tem um braço quebrado, porém

ela foi atingida duramente na cabeça. Nós ainda estamos esperando

alguns resultados dos testes, mas você está autorizada para ir vê-la.

Page 240: 417 livraria magia

Acabei de colocá-la no quarto 212. Se você for ao posto de

enfermagem, as enfermeiras poderão encaminhá-la até ela.”

"Oh, graças a Deus", digo. Sherry me solta e sai correndo em direção

ao posto das enfermeiras.

"Qual de vocês está com a outra mocinha?”, ele pergunta.

Gavin e eu olhamos para o outro. A singular referência do médico faz

meu coração parar.

"Há duas!" grito frenético. "Há duas delas!"

Ele parece entender o que estou gritando com ele. "Sinto muito", diz

ele. "Somente me foi trazida uma menina e uma jovem. Às vezes,

quando eles vão direto para a cirurgia, eles não trazem para mim

primeiramente. Só tenho notícias sobre uma jovem com o cabelo

loiro.”

"Eddie! Ela está bem?" Gavin pergunta.

"Ela está estável. Eles ainda estão fazendo alguns testes, então você

não pode vê-la ainda."

"E o bebê? O bebê está bem?"

"É por isso que eles estão fazendo testes Senhor. Estarei de volta

assim que souber mais."

Ele começa a se afastar quando corro atrás dele, alcançando-o no

corredor. "Espere!" digo. "E Lake? Não ouvi nada. Ela está bem? Ela

está na cirurgia? Por que ela esta na cirurgia?"

Ele olha para mim com piedade em seus olhos. Isso me faz querer

dar um soco nele.

Page 241: 417 livraria magia

"Sinto muito, Senhor. Só tratei das outras duas. Vou fazer o meu

melhor para encontrar algumas respostas e estarei de volta assim

que puder." Ele partiu apressadamente.

Eles não estão dizendo nada! Eles não estão me dizendo nenhuma

maldita coisa! Eu me inclino contra a parede do corredor e deslizo

para baixo no chão. Puxo meus joelhos para cima e descanso meus

cotovelos sobre eles enterrando meu rosto em minhas mãos.

"Will?" Olho para cima e Kel está olhando para mim. "Por que eles

apenas não nos dizem se ela está bem ou não?"

Pego sua mão e o puxo para o chão comigo. Coloco meu braço em

volta dele e ele me abraça. Acaricio o seu cabelo e beijo no topo da

sua cabeça, porque sei que é o que Lake faria. "Eu não sei, Kel. Eu

não sei." Eu o seguro enquanto ele chora. Por mais que eu tenha

vontade de gritar, por mais vontade que tenha de chorar, quando o

meu mundo está desabando ao meu redor... Preciso dar segurança a

este menino. Não consigo sequer imaginar o que ele está

sentindo. Como ele deve estar assustado. Lake é a única pessoa que

ele tem neste mundo. Eu o abraço, beijo sua cabeça enquanto ele

chora até adormecer.

Page 242: 417 livraria magia

"Will?"

Olho para cima e Sherry está de pé na minha frente. Começo a

levantar-me, mas ela balança a cabeça e aponta para Kel que

adormeceu em meu colo. Ela senta-se no chão ao meu lado.

"Como esta Kiersten?" pergunto.

"Ela ficará bem. Está dormindo. Pode ser que eles nem a mantenham

aqui durante a noite." Ela acaricia os cabelos de Kel. "Gavin disse que

vocês ainda não ouviram nada sobre Layken?”

Assenti balançando a minha cabeça. "Foi há mais de uma hora,

Sherry." Viro a cabeça e olho para ela. "Por que eles não estão me

dizendo alguma coisa? Eles nem sequer me dizem se ela está..." Não

posso terminar a frase. Inalo uma respiração profunda, tentando o

meu melhor para manter a compostura por causa de Kel.

"Será que... se fosse esse o caso, alguém viria dizer-lhe alguma

coisa. Isso significa que eles estão fazendo tudo o que podem.”

Eu sei que ela está apenas tentando ajudar, mas seu depoimento me

atinge duramente. Pego Kel e o levo de volta para a sala de espera

colocando-o sentado em uma cadeira ao lado de Gavin.

"Já volto," digo. Corro pelo corredor até o posto de enfermagem,

mas, naturalmente, não há ninguém lá. As portas que levam às salas

de emergência permanecem bloqueadas, elas não cedem quando

tento abri-las. Olho em volta a procura de alguém. Existem algumas

pessoas olhando para mim na área geral de espera, mas ninguém se

oferece para me ajudar. Ando na área atrás do posto das enfermeiras

e olho ao redor até encontrar o botão que abre as portas. Pressiono o

botão e depois me afasto rapidamente da mesa correndo através das

portas assim que estas se abrem.

Page 243: 417 livraria magia

"Posso ajudar?" Uma enfermeira pergunta quando passo por ela no

corredor. Continuo correndo. Em um canto vejo uma placa que indica

os quartos dos pacientes para a direita e cirurgia para a esquerda.

Dirijo-me para a esquerda.

Assim quando vejo as portas duplas que levam às salas de cirurgia,

pressiono o botão junto à parede para abri-las. Antes mesmo que

elas se abram o suficiente, tento me espremer através delas, mas um

homem me empurra para trás.

"Você não pode entrar aqui", ele diz.

"Não! Preciso entrar!" Continuo a tentar empurrar passando por ele.

Ele é muito mais forte do que eu. Ele me empurra contra a parede e

levanta a perna, chutando o botão com o pé. As portas se fecham

atrás dele. "Você não tem permissão para entrar lá", diz ele

calmamente. "Agora o que você está procurando?" Ele me libera de

seus braços apertados soltando-me.

"Minha namorada", digo. Estou sem fôlego. Inclino-me para frente e

coloco minhas mãos em meus joelhos. "Preciso saber se ela está

bem."

"Eu tenho uma paciente... uma jovem que acabou de ser trazida há

cerca de uma hora atrás. E dela que você está se referindo?"

Concordo com a cabeça. "Ela está bem?"

Ele passa por mim e inclina-se contra a parede ao meu lado. Ele

desliza as mãos nos bolsos de seu casaco branco e puxa um de seus

joelhos para cima, fixando-se o seu pé contra a parede atrás dele.

"Ela está ferida. Ela tem um hematoma epidural que vai exigir uma

cirurgia imediata.”

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"O que é isso? O que significa isso? Será que ela vai ficar bem?”

"Ela experimentou um trauma grave na cabeça que provocou um

sangramento em seu cérebro. É muito cedo para lhe dar mais alguma

informação neste momento. Até que a levamos para a cirurgia, não

saberemos a extensão de seus ferimentos. Eu estava indo para falar

com a família. Você precisa de mim para ir transmitir essa informação

a seus pais?”

Balancei minha cabeça. "Ela não tem nenhum. Ela não tem ninguém.

Eu sou tudo que ela tem.”

Ele endireita-se e caminha de volta para as portas e aperta o botão.

Ele se vira assim que elas se abrem. "Qual é o seu nome?", Ele

pergunta.

"Will."

Ele me olha nos olhos. "Eu sou o Dr. Bradshaw", diz ele. "Eu vou

fazer tudo que puder por ela, Will. Nesse meio tempo, volte para a

sala de espera. Vou te encontrar assim que souber de alguma coisa."

Ele se vira e as portas se fecham atrás dele.

Caio no chão. Ela está viva.

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Quando volto para a sala de espera, Kel e Caulder são os únicos lá.

"Onde está o Gavin?" pergunto.

"Joel ligou. Gavin saiu para encontrá-lo", diz Caulder.

"Você soube de alguma coisa?" Kel pergunta.

Concordo com a cabeça. "Ela está em cirurgia."

"Então ela está viva? Ela está viva?" Ele salta para cima e envolve

seus braços em minha volta. Volto a abraçá-lo.

"Ela está viva", sussurro. Sento-me e o guio suavemente para trás

em sua cadeira. "Kel, ela está muito ferida. É muito cedo para saber

qualquer coisa neste momento... mas eles vão nos manter

atualizados, certo?" aproximo-me e pego um lenço de papel de uma

das muitas caixas de lenços espalhados ao redor da sala e entrego

um para ele. Ele limpa o nariz.

Nós todos sentamo-nos em silêncio. Fecho meus olhos e penso na

conversa que tive com o médico. Havia alguma dica em sua

expressão? Em sua voz? Eu sei que ele sabe mais do que está me

contando, o que me deixa miserável. E se algo acontecer com ela?

Não posso nem pensar nisso. Não pensarei. Ela ficará bem. Ela tem

que ficar.

"Alguma coisa?" Gavin pergunta assim que ele e Joel entram na sala

de espera. “Pedi a Joel que lhe trouxesse uma camisa", diz ele,

entregando-me.

"Obrigado." Devolvo a Gavin sua jaqueta e coloco a camisa. "Lake

está em cirurgia. Ela tem um ferimento na cabeça. Eles não sabem

nada ainda. Isso é tudo que sei.”

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Gavin concorda.

"Como está Eddie?" pergunto. "Você já ouviu falar mais alguma

coisa? O bebê está bem?”

Gavin olha para mim com os olhos arregalados.

Joel pula. "Bebê??", ele grita. "Do que diabos ele está falando,

Gavin?"

Gavin se levanta. "Nós iríamos lhe contar, Joel. Ainda é muito cedo...

nós... nós não tivemos uma chance."

Joel saiu furiosamente e Gavin o segue imediatamente.

Eu sou um idiota.

"Podemos ir ver Kiersten?" Pergunta Kel.

Concordo com a cabeça. "Não fique muito tempo. Ela precisa

descansar.”

Ambos saem.

Estou sozinho. Fecho meus olhos e inclino minha cabeça contra a

parede. Respiro profundamente repetidas vezes, mas a pressão em

meu peito somente aumenta cada vez mais. Tento manter tudo

dentro de mim. Tento mantê-lo da mesma maneira que Lake faria.

Não posso. Trago minhas mãos para o meu rosto e desabo. Eu não

apenas choro. Eu soluço. Eu choro. Eu grito.

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Quinta-feira ou sexta-feira 26 ou 27 de janeiro de 2012.

Agora que tenho você de volta, eu nunca vou deixar você ir. Isso é

uma promessa. Eu não vou deixar você partir novamente.

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Capítulo Quatorze

Estou no banheiro enquanto jogo água em meu rosto quando ouço

alguém falar atrás da porta. Abro a porta para ver se é o médico,

mas é apenas Gavin e Joel. Começo a fechar a porta novamente

quando Gavin coloca a sua mão e me para.

"Will, seus avós estão aqui. Eles estão procurando por você.”

"Meus avôs? Quem ligou para eles?”

"Eu liguei", diz ele. "Pensei que talvez eles pudessem cuidar de Kel e

Caulder por você."

Eu saio do banheiro. "Onde eles estão?"

"Virando a esquina", diz ele.

Viro a esquina e vejo meus avôs em pé no corredor. Meu avô tem o

casaco dobrado sobre suas mãos. Ele está falando algo à minha avó,

quando percebe eu me aproximar.

"Will!" Ambos correm em minha direção.

"Você está bem?" Minha avó pergunta, passando os dedos contra os

curativos em minha testa. Afasto minha cabeça para longe dela.

"Eu estou bem", falo.

Ela me abraça. "Você já ouviu alguma coisa?"

Balancei minha cabeça. Estou ficando muito cansado dessa pergunta.

"Onde estão os meninos?"

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"Eles estão no quarto de Kiersten", digo.

"Kiersten? Ela estava envolvida também?”

Concordo com a cabeça.

"Will, a enfermeira está perguntando sobre a papelada. Eles precisam

disso. Você já terminou de preenchê-las?”, diz meu avô.

Nego minha cabeça. "Eu não comecei ainda. Não sinto vontade de

preencher a papelada agora." Começo a caminhar de volta para a

sala de espera. Precisando sentar.

Gavin e Joel estão sentados na sala de espera novamente. Acho que

Joel está temporariamente esculpindo abóboras sobre a gravidez de

Eddie. Gavin parece horrível. Eu não notei antes, mas seu braço está

em uma tipoia.

"Você está bem?" pergunto, cutucando minha cabeça na direção à

tipoia.

"Sim."

Sento-me e sustento minhas pernas em cima da mesa à minha frente

e inclino minha cabeça contra a parte atrás da cadeira. Meu avô

senta-se no assento junto à parede na minha frente.

Todo mundo está olhando para mim. Sinto que todos estão

esperando por mim. Não sei o que eles estão esperando. Esperando

que eu chore, talvez? Grite? Bata em alguma coisa?

"O quê!" grito com todos eles. Minha avó recua. Eu imediatamente

me sinto culpado, mas não me desculpo. Fecho meus olhos e puxo

uma profunda respiração, tentando descobrir a ordem dos

acontecimentos. Lembro-me de conversar com Gavin sobre Eddie e

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lembro de Gavin gritando. Lembro-me ainda de pisar nos freios, mas

não me lembro por quê. Não consigo me lembrar de nada depois

disso... até abrir os olhos no carro.

Trago minhas pernas para fora da mesa e me viro para Gavin. "O que

aconteceu, Gavin? Eu não me lembro."

Ele faz uma cara como se estivesse cansado de explicar. Mas ele

explica de qualquer maneira. "Um caminhão cruzou a pista e bateu

no seu carro. Você pisou nos freios, por isso não fomos envolvidos

nesse acidente. Mas quando você pisou nos freios, fomos atingidos

por trás. O outro veículo nos jogou para fora da pista. Assim que saí

do carro, corri para o carro de Layken. Vi-a sair, então pensei que ela

estava bem... foi quando fui verificar Eddie."

"Então, você a viu? Ela saiu por conta própria? Ela não foi jogada

para fora do carro?”

Ele balança a cabeça. "Não, acho que ela estava confusa e deve ter

desmaiado. Mas eu a vi andando."

Não sei se o fato dela ter saído por conta própria ainda fazia

diferença, mas de alguma forma acalmava um pouco a minha mente.

Meu avô se inclinou para frente em sua cadeira e olhou para mim.

"Will. Sei que você não quer lidar com isso agora, mas eles precisam

tanto das informações que você pode lhes dar. Eles nem sequer

sabem o nome dela. Eles precisam saber se ela é alérgica a alguma

coisa, se possui seguro? Se você lhes der seu número do seguro

social, eles poderão descobrir um monte de destas informações.”

Eu suspiro. "Eu não sei. Não sei se ela possui seguro. Não sei o

número do seu seguro social. Não sei se ela é alérgica a alguma

coisa. Ela não tem ninguém além de mim e eu não sei porra

Page 251: 417 livraria magia

nenhuma!" Coloco minha cabeça entre minhas mãos, quase

envergonhado do fato de que Lake e eu nunca sequer discutimos

nada disso antes. Não aprendemos nada? Não aprendemos nada com

a morte do meu pai? Desde a morte de Julia? Aqui estou eu,

possivelmente enfrentando o meu passado de novo em minha

cabeça… despreparado e oprimido.

Meu avô caminha até mim e envolve seus braços em minha volta.

"Sinto muito, Will. Vamos descobrir isso.”

Outra hora se passa sem nenhuma palavra. Nem mesmo sobre Eddie.

Joel vai com a minha avó para levar Kel e Caulder para o refeitório

para comer. Gavin fica comigo.

Acho que Gavin se cansa de sentar-se nas cadeiras, porque ele se

levanta e se senta no chão. Parece uma boa ideia, então faço a

mesma coisa. Coloquei minhas mãos debaixo da minha cabeça e

coloquei os pés em cima em uma cadeira.

"Estou tentando não pensar sobre isso, Will. Mas, se o bebê não

estiver bem... Eddie... "

Ouço o medo em sua voz. Ele não consegue nem terminar a frase.

"Gavin... pare. Pare de pensar nisso. Vamos apenas pensar em outra

coisa por um tempo. Ficaremos loucos se não fizermos isso.”

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"É...", diz ele.

Nós dois ficamos em silêncio, então sei que nós dois estamos ainda

pensando nisso. Tento pensar em qualquer outra coisa.

"Eu chutei Reece esta manhã", falo, fazendo o meu melhor para levar

nossas mentes para longe da realidade.

"Por quê? Eu pensei que vocês eram melhores amigos", diz. Ele

parece aliviado por estar falando sobre outra coisa, também.

"Nós costumávamos ser. As coisas mudam. As pessoas mudam. As

pessoas fazem novos melhores amigos”, digo.

"Isso é o que elas fazem."

Nós dois ficamos tranquilos novamente por um tempo. Minha mente

começa a pensar novamente em Lake, então me concentro

novamente "Eu dei um soco nele", digo. "Sério, no maxilar. Foi lindo.

Gostaria que você pudesse ter visto.”

Gavin ri. "Bom. Eu nunca gostei dele.”

"Não tenho tanta certeza se alguma vez eu gostei dele," digo. "É

apenas uma daquelas coisas que você se sente obrigado a ter

amizade, eu acho.”

"Esse é o pior tipo", diz ele.

Ficamos em silêncio novamente. De vez em quando, um de nós

levanta a cabeça quando ouvimos alguém passar. Nós finalmente

ficamos cansados até mesmo de fazer isso. Começo a adormecer

quando sou trazido de volta para a realidade.

"Senhor?" Alguém diz da porta. Gavin e eu pulamos ficando em pé.

Page 253: 417 livraria magia

"Ela está em um quarto agora", a enfermeira diz à Gavin. "Você pode

ir vê-la. Quarto 207.”

"Ela está bem? O bebê está bem?”

A enfermeira acena para ele e sorri.

Ele rapidamente sai em direção ao quarto.

A enfermeira se vira para mim. "Dr. Bradshaw queria que eu te

avisasse que ela ainda está em cirurgia. Ele não tem nenhuma

atualização ainda, mas vamos informá-lo assim que tivermos mais

informações.”

"Obrigado", digo.

Meu avô está finalmente de volta com Kel e Caulder. Meu avô e Kel

estão tentando preencher os formulários de Lake da melhor forma

possível. Não existiam dúvidas sobre os formulários que eu poderia

responder e Kel também não tinha as respostas. Deixamos a maioria

das perguntas em branco. Meu avô levou os formulários para o posto

de enfermagem e retornou com uma caixa.

"Estes são alguns dos itens pessoais que foram encontrados nos

veículos", disse ele para mim.

"Pegue o que é seu e de Layken e deixe o resto na caixa. Vou levá-lo

de volta.”

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Inclinei-me para frente para olhar dentro da caixa. Minha mochila

está em cima, então a pego. A bolsa de Lake estava lá. Junto com o

meu celular e meu casaco. Eu não vi o celular dela. O que não queria

dizer nada... provavelmente ela só o perdeu de novo. Abri a bolsa e

retirei a sua carteira e a entreguei ao meu avô.

"Olha aí. Ela pode ter um cartão de seguro ou algo assim.”

Ele pegou a carteira das minhas mãos e a abriu. Eles já devem ter

entregado as coisas de Eddie para Gavin, porque não havia nada na

caixa.

"É tarde", diz a minha avó. "Levaremos os meninos para casa

conosco, para que possam descansar. Precisa de alguma coisa antes

de irmos?”, pergunta ela.

"Eu não quero ir", disse Kel.

"Kel, querido. Você precisa de um pouco de descanso. Aqui não há

nenhum lugar que você possa dormir”, diz ela.

Kel olha para mim e silenciosamente implora.

"Ele pode ficar comigo", digo.

Minha avó pega sua bolsa e casaco. Os segui para fora, caminhando

pelo corredor com eles. Quando cheguei ao final do corredor parei e

dei um abraço em Caulder. "Ligarei para você assim que descobrir

alguma coisa”, disse a ele. Meus avôs me abraçam despedindo-se e

partiram. Levando toda a minha família.

Page 255: 417 livraria magia

Estou quase dormindo quando sinto alguém apertando meu ombro.

Levanto-me e olho ao redor, esperando que alguém tenha alguma

novidade. É apenas Kel.

"Estou com sede", diz ele.

Olho para o meu relógio. Passa da meia-noite agora. Por que eles não

me disseram nada ainda? Coloco a minha mão no bolso e pego minha

carteira. "Aqui", disse, entregando-lhe algum dinheiro. "Traga-me um

café." Kel pega o dinheiro e sai, assim quando Gavin caminha de

volta para a sala. Ele olha para mim pedindo respostas, mas eu

simplesmente balanço a cabeça deixando-o saber que ainda não sei

de nada. Ele se senta no banco ao meu lado.

"Então está tudo bem com Eddie?" pergunto.

"Sim. Ela está machucada, mas está bem”, diz ele.

Nós dois ficamos em silêncio por um tempo. Estou cansado demais

para manter qualquer conversa. Gavin preenche silenciosamente o

vazio.

"Ela está mais adiantada do que nós pensamos que ela estava", diz

ele. "Está com cerca de 16 semanas. Eles nos deixaram ver o bebê

em um monitor. Eles tem certeza que é uma menina."

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"Ah, é?" digo. Ainda não sei como Gavin se sente sobre a coisa toda,

então me abstenho de parabenizá-lo. Não sinto que seja uma boa

ocasião para felicitá-lo corretamente agora.

"Eu vi o coração batendo", diz ele.

"De quem? Eddie?”

Ele balança a cabeça e sorri para mim. "Não. Da minha menina."

Seus olhos enchem-se de lágrimas e ele olha para o lado.

Eu sorrio. "Parabéns!"

Kel entra no quarto com dois cafés. Ele me entregou um e estatela-se

na cadeira tomando um gole do outro.

"Você está bebendo café?" pergunto.

Ele acena com a cabeça. "Não tente tirar isso de mim, também. Eu

fujo.”

Eu rio. "Ok, então", digo. Trago o café até a minha boca, mas antes

de tomar um gole, Dr. Bradshaw caminha em nossa direção, eu salto

para cima e o café respinga na minha camisa. Ou a camisa do Joel.

Ou de Gavin. De quem quer que seja a maldita camisa que estou

usando agora, tem café sobre toda ela.

"Will? Vem comigo?" Dr. Bradshaw indica com a cabeça em direção

ao corredor.

"Espere aqui Kel, eu já volto." Coloquei o café em cima da mesa e

saio.

Caminhamos para o final do corredor antes que ele me diga qualquer

coisa. Tenho que me escorar contra a parede... sinto-me como se

estivesse prestes a ruir.

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"Ela fez a cirurgia, mas não estamos perto de ter um diagnóstico

preciso ainda. Ela tinha uma grande hemorragia. Alguns inchaços. Eu

fiz o que pude, sem ter que remover uma parte de seu osso

parietal... agora tudo o que podemos fazer é observar e esperar.”

Meu coração está batendo forte contra meu peito. É difícil prestar

atenção quando tenho um milhão de perguntas na ponta da minha

língua. "O que é que estamos esperando? Se chegou até aqui, quais

são os perigos?”

Ele se inclina contra a parede ao meu lado. Nós dois estamos olhando

para os nossos pés, quase como se ele estivesse tentando evitar me

olhar nos olhos. Eu sei que ele odeia essa parte de seu trabalho. Eu

odeio esta parte de seu trabalho. É por isso que não o olho nos

olhos... sinto que talvez alivie a pressão para e ele.

"Nós não sabemos exatamente a extensão das lesões. Nós não

saberemos até que possamos realizar exames mais aprofundados,

mas por agora, vamos mantê-la sob anestesia. Esperemos que, pela

manhã, teremos mais uma ideia do que estamos lidando.”

"Eu posso vê-la?"

Ele suspirou. "Ainda não. Ela ficará em recuperação durante toda a

noite. Deixarei você saber logo que a levarmos para a UTI." Ele se

levantou colocando as mãos nos bolsos do seu jaleco.

"Você tem mais alguma pergunta, Will?"

Eu olho nos olhos dele. "Um milhão", respondo.

Ele interpreta a minha resposta como retórica e vai embora.

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Quando ando de volta para a sala, Gavin ainda está sentado com Kel.

Kel pula e corre em minha direção. "Ela está bem?"

"Ela saiu da cirurgia," digo. "Mas eles ainda não sabem nada até

amanhã."

"Saber alguma coisa sobre o quê?" Kel pergunta.

Sento-me e me viro para Kel fazendo-o sentar-se ao meu lado. Faço

uma pausa por um momento para que possa encontrar as palavras

certas. Quero contar a ele de uma forma que ele entenda. "Quando

ela bateu a cabeça, machucou o cérebro, Kel. Até que eles possam

fazer exames, eles não saberão se há algum dano, ou se está bem.”

Gavin se levanta. "Eu vou contar isso a Eddie. Ela está histérica”, diz

Gavin.

Quando ele sai da sala relaxo por um momento. Sinto como se um

peso fosse retirado dos meus ombros depois de finalmente obter as

respostas, mas não me sinto assim completamente. É uma sensação

ruim. Sinto-me mal. Eu só quero vê-la.

"Will?", Diz Kel.

"Sim", respondo. Estou cansado demais para sequer olhar para ele.

Não posso nem manter meus olhos abertos.

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"O que vai acontecer comigo? Se... ela não puder cuidar de mim?

Para onde irei?”

Consigo abrir os olhos e olhar para ele. Assim quando nós fazemos

contato com os olhos, ele começa a chorar. Inclino-me e envolvo

meus braços em torno dele e coloco a sua cabeça no meu peito.

"Você não vai a lugar nenhum, Kel. Estamos nisso juntos. Você e eu."

Puxo-o próximo a mim e olho em seus olhos. "Eu quero isso. Não

importa o que acontecer...”

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Sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Kel,

Não sei o que vai acontecer em nossas vidas. Queria ter feito. Deus,

eu queria ter feito.

Tive sorte o suficiente para ter dezenove anos quando perdi meus

pais, você tem apenas onze. Falta muito para você crescer e faz falta

um pai para um garotinho.

Mas aconteça o que acontecer... qualquer caminho que você tomará

quando deixarmos este hospital... nós levaremos isso juntos.

Eu vou fazer o meu melhor para ajudá-lo a terminar de crescer com a

coisa mais próxima de um pai que puder ter. Eu vou fazer o meu

melhor.

Não sei o que está prestes a acontecer em nossas vidas. Eu desejo o

que fiz. Deus, eu queria ter feito.

Mas aconteça o que acontecer, eu vou te amar. Eu posso prometer-

lhe isso.

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Capítulo Quinze

"Will."

Tento abrir meus olhos, mas apenas um deles se abre. Estou no chão

de novo. Fecho meus olhos antes de toda minha cabeça explodir.

"Will acorda."

Sento-me e passo minhas mãos ao longo das cadeiras ao meu lado,

puxando-me em alguém pelo braço. Eu ainda não consigo abrir o

meu outro olho. Protejo as luzes fluorescentes com as mãos e viro

minha cabeça na direção da voz.

"Will, preciso que você me escute."

Finalmente reconheci a voz de Sherry. "Estou ouvindo", sussurro.

Parece que se eu falasse qualquer coisa em um tom mais alto, seria

muito doloroso. Toda minha cabeça dói. Trago a minha mão para o

curativo no meu olho, em seguida para o meu olho. Está inchado.

Não é a toa que não posso abri-lo.

"Vou pedir à enfermeira para lhe trazer algum medicamento. Você

precisa comer alguma coisa. Eles não manterão Kiersten aqui, por

isso vamos para casa em breve. Estarei de volta com Kel depois que

eu levá-la para o carro. Vou trazê-lo de volta aqui durante o dia, só

acho que ele precisa descansar um pouco. Há alguma coisa que você

precisa de sua casa? Além de uma muda de roupa?"

Balancei minha cabeça. Dói menos do que realmente falar.

"Ok. Ligue se você pensar em qualquer coisa."

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"Sherry", digo assim que ela sai. Quando falo o nome dela, percebo

que nada audível sai da minha boca. "Sherry" falo mais alto. Quando

falo isso, estremeço. Por que a minha cabeça está doendo tanto?

Ela volta para a porta.

"Há um vaso no meu armário. Em cima da geladeira. Eu preciso

dele."

Ela confirma o que eu disse com um aceno de cabeça e se vira para

sair novamente.

"Kel", digo, acordando-o. "Eu vou pegar algo para beber. Você quer

alguma coisa?"

Ele acena com a cabeça. "Café."

Ele não deve ser uma pessoa matutina... assim como sua irmã.

Quando passo pela sala das enfermeiras, uma das enfermeiras chama

meu nome. Volto para trás e ela segura minha mão. "Isso vai ajudar

a sua cabeça", diz ela. "Sua mãe disse que você precisava disso."

Eu rio. Minha mãe. Coloco os comprimidos na minha boca e engulo,

depois saio para encontrar o café. As portas duplas no lobby se

abrem enquanto passo, enviando uma nuvem de ar frio em torno de

mim. Paro e olho para fora, em seguida, decido que um pouco de ar

fresco pode me fazer bem. Tomo um lugar em um banco sob o toldo.

Tudo é tão branco. A neve ainda está caindo. Eu me pergunto o quão

ruim as nossas calçadas estarão até nós voltarmos para casa?

Não sei como isso acontece, como o pensamento ainda se arrasta em

minha cabeça... mas por um segundo me pergunto o que aconteceria

com tudo na casa de Lake se ela morrer. Ela não tem família para

concluir qualquer coisa por ela. Para finalizar suas contas bancárias,

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seu seguro, seus bens. Não estamos casados e Kel tem apenas onze

anos. Será que eles ainda me deixariam fazer isso por ela? Será que

eu tinha permissão legal? Eu tenho a permissão legal para manter

Kel? Assim como os pensamentos surgem em minha mente, forço-os

de volta.

Não tem sentido pensar assim, porque isso não vai acontecer. Fico

chateado comigo mesmo por ter deixado minha mente divagar, assim

volto para dentro para pegar o café.

Quando volto à sala de espera, o Dr. Bradshaw está sentado com Kel.

Eles não me notam de imediato. Ele está contando a Kel uma

história. Kel estava rindo e não posso interrompê-lo. Era bom ouvir

Kel rindo. Permaneço do lado de fora e escuto.

"Então, quando minha mãe me disse para ir buscar a caixa para

enterrar o gato, eu disse a ela que não havia necessidade. Já tinha

trazido o gato à vida", diz o Dr. Bradshaw. "Foi nesse momento,

depois de ressuscitar aquele gatinho, que sabia que queria ser

médico quando crescesse."

"Então você salvou o gatinho?" Kel perguntou.

Dr. Bradshaw ri. "Não. Ele morreu novamente alguns minutos depois.

Mas eu já tinha a minha cabeça feita na época", diz ele.

Kel riu. "Bem, pelo menos você não quer ser um veterinário."

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"Não, eu não fui feito para os animais."

"Alguma novidade?" Entro na sala e entrego a Kel seu café. Dr.

Bradshaw se levanta.

"Ela ainda está em coma induzido. Conseguimos fazer alguns

exames. Eu ainda estou esperando os resultados, mas você pode vê-

la por alguns minutos."

"Agora? Podemos vê-la? Agora?" Recolho minhas coisas enquanto

respondo.

"Will... Eu não posso deixar mais ninguém entrar", ele diz. E olha

para Kel, depois de volta para mim. "Ela não foi transferida da

recuperação ainda... não deveria sequer deixar você entrar, mas

estou fazendo algumas visitas pelo hospital e pensei em deixar você

ir comigo."

Olho para Kel. Queria pedir ao Dr. Bradshaw para deixar levar Kel

com a gente, mas sei que ele já está me fazendo um grande favor.

"Kel, se quando eu voltar você não tiver saído com Sherry, vou

chamá-lo."

Ele concorda com a cabeça. Esperei ele discutir sobre não poder ir

comigo, mas acho que ele entendeu. O fato de que ele está sendo tão

sensato me enche com uma sensação de orgulho. Eu me curvo, dou

um abraço e beijo o topo da cabeça. "Eu ligo para você. Assim que

ouvir qualquer coisa, eu te ligo." Ele balança a cabeça novamente.

Estendo a mão e pego uma coisa da minha mochila, em seguida,

volto para a porta.

Sigo o Dr. Bradshaw, passando a sala de enfermagem, através das

portas e pelo corredor até as portas duplas que levam à área da

cirurgia. Antes de irmos mais longe, ele me leva para uma sala onde

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nós dois lavamos as mãos. Quando chegamos até a porta, mal posso

recuperar o fôlego. Estou tão nervoso. Meu coração está prestes a

explodir em meu peito.

"Will ... você precisa saber algumas coisas primeiro. Ela está em um

respirador artificial para ajudar a respirar, mas só porque a

mantemos em um coma induzido. Não há nenhuma possibilidade dela

acordar agora com a quantidade de medicamento que estamos lhe

dando. A maior parte da sua cabeça está enfaixada. Ela parece pior

do que realmente está... vamos mantê-la confortável. Vou permitir-

lhe alguns minutos com ela, mas isso é tudo que eu posso te dar

agora. Entendeu?"

Concordo com a cabeça.

Ele abre a porta e me deixa entrar.

Assim quando a vejo, luto para respirar. É como se todo o ar dos

meus pulmões fosse retirado quando a realidade do momento me

atinge. O ventilador aspira em uma corrente de ar e o libera

novamente. Com cada som repetitivo da máquina, é como se a minha

esperança estivesse sendo empurrada para fora de mim.

Ando para a cama e lhe seguro a mão. Está fria. Beijo sua testa.

Beijo um milhão de vezes.

Apenas quero deitar com ela, abraçá-la. Há muitos fios e tubos e

cabos correndo por toda parte. Puxo a cadeira ao lado da cama e

intercalo seus dedos com os meus. Está ficando difícil vê-la através

das minhas lágrimas, por isso tenho de limpar meus olhos em minha

camisa. Ela parece tão tranquila... como se estivesse apenas tirando

um cochilo.

"Eu te amo, Lake," sussurro. Beijo sua mão.

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"Eu te amo", sussurro novamente.

"Eu te amo."

As cobertas estão colocadas firmemente em torno dela e ela está

vestindo uma roupa de hospital. Sua cabeça está embrulhada em

uma bandagem, mas a maior parte de seu cabelo está pendendo no

pescoço. Fico aliviado que não cortaram todo o seu cabelo. Ela ficaria

puta. O tubo de ventilação é segurado com uma fita sobre a boca,

então tudo o que posso fazer é beijar sua bochecha. Sei que ela não

pode me ouvir, mas converso com ela de qualquer maneira.

"Lake, você tem que sair disso. Tem que sair." Acaricio sua mão. "Eu

não posso viver sem você." Viro sua mão e beijo a palma, em

seguida, pressiono-a contra minha bochecha. A sensação de sua pele

contra a minha é surreal. Por um momento, não tinha certeza se

poderia sentir isso novamente. Fecho meus olhos e beijo sua mão de

novo e de novo. Fico sentando ali chorando e beijando as únicas

partes dela que posso mais e mais.

"Will," diz o Dr. Bradshaw. "Temos que ir agora."

Levanto-me e a beijo na testa. Dou um passo para trás, em seguida,

dou um passo a frente novamente e beijo-lhe a mão. Dou dois passos

para trás, em seguida, caminho dois passos em direção a ela

novamente e beijo sua bochecha.

Dr. Bradshaw segura meu braço. "Will, precisamos ir."

Viro-me e dou alguns passos em direção à porta. "Espere", digo.

Ponho a mão no meu bolso. Pego seu grampo de cabelo roxo e ando

de volta para sua cama. Abro sua mão e o coloco na palma da mão e

fecho seus dedos sobre ele, depois beijo na testa novamente antes

de sair.

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O resto da manhã se arrastou. Kel saiu com Sherry. Eddie estava

acabada. Ela queria ficar comigo, mas Gavin e Joel não deixaram.

Tudo que podia fazer agora é esperar.

Esperar e pensar. Pensar e esperar. Isso é tudo que posso fazer. Isso

é tudo o que faço.

Vagueio pelos corredores por um tempo. Não consigo ficar sentado

na sala de espera. Gastei muito da minha vida lá dentro... e neste

hospital. Fiquei aqui seis dias inteiros depois dos meus pais morrerem

quando fiquei com Caulder. Não me lembro muito dos seis dias.

Nós dois estávamos muito atordoados, realmente não acreditando no

que estava acontecendo. Caulder bateu com a cabeça no acidente e

quebrou o braço. Não tenho certeza se seus ferimentos foram fortes

o suficiente para justificar ficar internado seis dias no hospital, mas

parecia que a equipe não se sentia confortável em simplesmente

deixá-los partir. Dois órfãos, no mundo.

Caulder tinha apenas sete anos na época, então o mais difícil foi

todas as perguntas que ele tinha. Não conseguia explicar que nós não

iríamos vê-los novamente. Acho que por causa dos seis dias de

estadia no hospital me fez odiar a compaixão, a piedade. Todas as

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pessoas que falaram comigo, sentiram pena de mim e via isso em

seus olhos. Podia ouvir em suas vozes.

Fiquei aqui com Lake por dois meses quando Julia estava doente.

Enquanto Kel e Caulder ficaram com meus avós, Lake e eu

acompanhamos Julia. Lake que permaneceu na maioria das noites, na

verdade. Quando Kel não estava comigo, ele estava aqui com elas.

Até o final da primeira semana de Julia aqui, Lake acabou trazendo

um colchão inflável.

As camas hospitalares são horríveis. Eles nos pediram para retirar o

colchão do quarto algumas vezes. Ao invés disso, apenas

esvaziávamos todas as manhãs e depois enchíamos novamente todas

as noites. Percebemos que não eram tão rápidos em nos pedir para

retirá-lo quando estávamos dormindo nele.

De todas as noites que gastei aqui, dessa vez, havia algo diferente

sobre o assunto.

Uma coisa pior. Talvez seja a ausência de um fim lógico... a falta de

conhecimento. Pelo menos, logo quando meus pais morreram e

Caulder estava aqui, não questionei nada. Sabia que eles estavam

mortos e sabia que Caulder ia ficar bem. Mesmo com Julia, sabíamos

que sua morte era inevitável. Nós não tínhamos dúvidas enquanto

esperávamos... sabíamos o que estava acontecendo. Mas desta vez...

desta vez é muito mais difícil. É tão duro não saber.

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Assim que comecei a cochilar, o Dr. Bradshaw entrou e de imediato

levanto da minha cadeira, mas ele se senta ao meu lado para que eu

acompanhe.

"Nós a levamos para um quarto na UTI. Você poderá visitá-la no

horário de visita. Os exames aparentemente são bons. Vamos tentar

diminuir a sedação devagar e ver o que acontece. É somente tocá-la

e ir, Will. Tudo pode acontecer neste momento. Para nós, fazê-la

reagir é a nossa prioridade agora."

Posso sentir o banho de alívio sobre mim, mas uma nova sensação de

preocupação chega rápido.

"Será que..." Parece que minha garganta está fechada quando tento

falar. Agarro a garrafa de água em cima da mesa na minha frente e

tomo um gole, em seguida, tento novamente falar. "Ela tem chance?

Na recuperação?"

Ele suspira. "Eu não posso responder a isso. O cérebro é o órgão

mais sensível do corpo. Neste momento, os exames mostraram

atividade normal, mas isso pode significar nada quando se trata de

tentar acordá-la. Ou então, isso poderia significar que ela vai ficar

perfeitamente bem. Até isto acontecer, nós não sabemos." Ele se

levanta. "Ela está na sala cinco na UTI. Espere um tempo antes de ir

para lá."

Concordo com a cabeça. "Obrigado."

Assim que ele vira a esquina, pego minhas coisas e corro o mais

rápido que posso na direção oposta para a UTI. A enfermeira não faz

nenhuma pergunta quando entro, ajo como se soubesse exatamente

o que estou fazendo e vou direto para a sala cinco.

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Não existem tantos fios agora. Ela ainda está conectada ao ventilador

e tem um intravenoso em seu pulso esquerdo. Circulo a cama para o

lado direito e puxo a grade para baixo. Subo na cama com ela e

envolvo meu braço em volta dela e coloco minha perna por cima de

suas pernas. Tomo sua mão na minha e fecho meus olhos...

"Will", diz Sherry. Abro meus olhos assustado e ela está de pé no

outro lado da cama de Lake.

Espreguiço meus braços acima da cabeça. "Hey," eu sussurro.

"Eu trouxe-lhe algumas roupas. E o seu vaso. Kel ainda estava

dormindo, então eu apenas o deixei dormindo. Espero que esteja

tudo bem. Vou trazê-lo de volta mais tarde, quando acordar."

"Sim, isso é bom. Que horas são?"

Ela olha para o relógio. "Quase cinco", diz. "A enfermeira disse que

você está aqui dormindo há algumas horas."

Empurro meu cotovelo na cama e me espreguiço. Meu braço está

dormindo. Deslizo para fora da cama e me espreguiço novamente.

"Você sabe que os visitantes são permitidos apenas por 15 minutos",

diz ela. "Eles devem gostar de você."

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Eu rio. "Eu gostaria que eles tentassem me expulsar", digo. Vou até a

cadeira e sento-me. A pior coisa nos hospitais são os móveis. As

camas são muito pequenas para duas pessoas. As cadeiras são muito

duras para qualquer pessoa. E nunca tem mais que uma cadeira. Se

eles tivessem apenas uma poltrona, não iria odiar tanto.

"Você já comeu alguma coisa hoje?", pergunta ela.

Balancei minha cabeça.

"Vamos descer comigo. Vou comprar alguma coisa para comer."

"Eu não posso. Não quero deixá-la", digo. "Eles estão reduzindo seus

sedativos. Poderá acordar a qualquer momento."

"Bem, você precisa comer. Vou pegar alguma coisa e trazer para cá."

"Obrigado", digo.

"Você deve pelo menos tomar um banho. Tem sangue seco em cima

de você. Isto é nojento." Ela sorri para mim e passa pela porta.

"Sherry. Não me traga hambúrguer, ok?"

Ela ri.

Depois que ela se foi, me levanto e caminho até o vaso. Pego uma

estrela e rastejo de volta na cama com Lake. "Essa é para você,

Baby." Desdobro a estrela e leio.

"Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir

e um laxante na mesma noite."

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Reviro os olhos. "Jesus, Julia! Agora não é hora de ser engraçada!"

Estendo a mão e pego outra estrela, em seguida, deitou-me

novamente.

"Vamos tentar isso de novo, Baby."

"A força não provém da capacidade física. Ela vem de uma vontade

indomável." ― Mahatma Gandhi

Eu me inclino e sussurro em seu ouvido. "Você ouviu isso, Lake?

Vontade indomável. Isso é uma das coisas que eu amo em você."

Devo ter caído no sono novamente. A enfermeira me sacode para

acordar. "Senhor, você pode sair por um instante?"

"Está tudo bem?" me levanto somente quando o Dr. Bradshaw entra

na sala. "Ela está bem?" Pergunto a ele.

"Estamos removendo o ventilador agora. O sedativo foi cortado

completamente e a única coisa que ela está recebendo agora são os

remédios contra a dor via intravenoso." Ele caminha até a cama e

levanta a grade de volta. "Só saia por alguns minutos. Prometo que

vou deixar você voltar", ele sorri.

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Ele está sorrindo. Isso é bom. Eles estão tirando-a do ventilador. Isso

é bom. Ele também já está me olhando nos olhos. Isso é muito bom.

Saio e espero com impaciência.

Ando pelo corredor por quinze minutos antes dele sair do quarto.

"Seus sinais vitais parecem bons. Ela está respirando sozinha. Agora

vamos esperar", diz. Ele me dá um tapinha no ombro e se vira para ir

embora.

Volto ao quarto e rastejo de volta na cama com ela. Coloco meu

ouvido próximo à boca e ouço sua respiração. É o som mais lindo do

mundo. Eu a beijo. Claro que a beijo. Eu a beijo um milhão de vezes.

Sherry me fez tomar banho quando voltou com a nossa comida.

Gavin e Eddie apareceram por volta das seis horas e ficaram por uma

hora. Eddie chorava o tempo todo, assim Gavin ficou preocupado e a

fez ir embora. Sherry voltou com Kel antes do horário de visitas

acabar. Ele não chorou, mas acho que ele estava aborrecido em vê-la

assim, porque não ficou muito tempo. Tenho dado a minha avó

atualizações toda hora, embora nada tenha mudado.

Agora deve ser mais ou menos meia-noite e estou apenas sentado

aqui. Esperando. Pensando.

Esperando e pensando. Fico imaginando que vejo o dedão do pé

movimentando. Ou seu pé. Isto está me deixando louco, então paro

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de olhar. Começo a pensar em tudo o que aconteceu na noite de

quinta. Nossos carros. Onde estão nossos carros? Provavelmente

deveria ligar para a seguradora. E a escola? Perdi a aula hoje. Ou foi

ontem? Sequer sei se é sábado ainda. Provavelmente não

frequentarei a aula na próxima semana, também. Eu deveria

descobrir quem são os professores de Lake e avisá-los que ela

também não vai. Provavelmente deveria deixar meus professores

saberem também. E o fundamental. O que eu digo a eles? Não sei

quando os meninos vão voltar. Se Lake ainda estiver no hospital na

semana que vem, sei que Kel não vai querer ir para a escola. Mas ele

já perdeu uma semana inteira de aula. Ele não pode perder muito

mais. E quanto a Caulder? Onde Kel e Caulder vão ficar enquanto

Lake e eu estivermos aqui? Não vou deixar o hospital sem Lake. Não

posso sequer sair com Lake se não descobrir o que fazer com o carro.

Meu carro. Onde está o meu carro?

"Will."

Olho para a porta. Ninguém está lá. Agora dei para ouvir coisas. Acho

que muitos pensamentos estão confundindo minha cabeça. Será que

Sherry colocou algum remédio na comida? Aposto que sim. Ela

provavelmente jogou na minha comida.

"Will."

Salto da cadeira e olho para Lake. Seus olhos estão fechados. Ela não

está se mexendo. Sei que ouvi o meu nome. Sei que ouvi! Corro para

ela e toco em seu rosto. "Lake?"

Ela se encolhe. Ela se encolhe! Oh meu Deus! Oh meu Deus! "Lake!"

Seus lábios se abrem e ela diz novamente. "Will?"

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Ela aperta os olhos. Ela está tentando abri-los! Meu Deus! Desligo a

lâmpada ao lado da cama e desligo a luz do teto. Sei o quanto essas

luzes fluorescentes machucam.

"Lake", sussurro. Puxo a grade para baixo e subo na cama com ela.

Beijo seus lábios. Beijo sua testa. "Não tente falar se doer. Você está

bem. Estou aqui. Você está bem." Ela mexe a mão e suponho que

está procurando a minha. "Você pode sentir a minha mão?"

Ela acena com a cabeça. Não é um grande aceno de cabeça, mas é

um aceno.

"Está tudo bem", digo. Continuo falando mais e mais até que estou

chorando. "Você está bem."

A porta de seu quarto se abre e uma enfermeira entra.

"Ela disse meu nome!"

Ela olha para mim, então corre para fora da sala novamente para

procurar Dr. Bradshaw.

"Levanta Will", diz ele quando entra na sala. "Vamos fazer alguns

testes. Nós deixaremos você voltar em breve."

"Ela disse meu nome", digo enquanto saio da cama. "Ela disse meu

nome!"

Ele sorri para mim. "Saia."

E assim saio. Durante mais de meia hora ninguém saiu da sala e

ninguém entrou e foi uma meia hora enlouquecedora. Bato na porta e

a enfermeira abre uma fresta. Tento espiar atrás, mas ela não abre a

porta suficientemente. "Só mais alguns minutos", diz ela.

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Reflito se devo avisar a todos, mas decido que não. Só preciso me

certificar de que não estava ouvindo coisas, mas sei que ela me

ouviu. Ela falou comigo. Ela se mexeu.

Dr. Bradshaw abre a porta e sai com as enfermeiras seguindo-o.

"Eu a ouvi, certo? Ela está bem? Ela disse meu nome!"

"Acalme-se, Will. Você precisa se acalmar. Eles não vão deixar você

ficar aqui se você continuar pirando desse jeito."

Acalmar? Ele não tem ideia do quão calmo que estou sendo!

"Ela está respondendo", diz ele. "Suas respostas físicas foram muito

boas. Ela não lembra o que aconteceu. Pode não se lembrar de um

monte de coisas imediatamente. Ela precisa de descanso, Will. Vou

deixá-lo voltar para lá, mas você precisa deixá-la descansar."

"Ok, eu vou. Prometo. Juro. Juro."

"Eu sei. Agora vai", diz ele.

Quando abro a porta, ela está me encarando. Ela sorri um sorriso

aparentemente doloroso.

"Hey," sussurro. Caminho para a cama e acaricio seu rosto.

"Hey," ela sussurra de volta.

"Hey."

"Hey," ela diz novamente.

"Hey."

"Para com isso", diz ela. Ela tenta rir, mas deve doer, pois fecha os

olhos.

Page 277: 417 livraria magia

Puxo para baixo a grade e pulo de volta para a cama com ela. Seguro

sua mão na minha e enterro meu rosto no lugar entre seu ombro e

pescoço... e choro.

Nas próximas horas, ela entra e sai da consciência, assim como Dr.

Bradshaw disse que iria. Toda vez que ela acorda, diz o meu nome.

Toda vez que diz meu nome, lhe digo para fechar os olhos e

descansar um pouco. Toda vez que digo para fechar os olhos e

descansar um pouco, ela faz.

Dr. Bradshaw entra algumas vezes para ver como ela está. Eles

reduzem a dose no soro. Mais uma vez para que ela possa ficar

acordada por mais tempo. Opto por não avisar ninguém. Ainda é

muito cedo e não quero ninguém bombardeando de perguntas agora.

Só quero que ela descanse.

São quase sete horas da manhã e estou saindo do banheiro quando

ela finalmente diz algo além do meu nome.

"O que aconteceu?", pergunta.

Puxo uma cadeira ao lado da cama. Ela rolou para o lado esquerdo

para que eu descanse meu queixo na grade e acaricie seu braço

enquanto encaro-a. "Nós sofremos um acidente."

Ela parece confusa, então uma expressão de terror passa por ela. "As

crianças..."

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"Todo mundo está bem", tranquilizo. "Todo mundo está bem."

Ela dá um suspiro de alívio. "Quando? Que dia foi isso? Que dia é

hoje?"

"É sábado. Isso aconteceu na noite de quinta. Qual é a última coisa

que você lembra?"

Ela fecha os olhos. Estico o braço e acendo a luz acima de sua cama e

desligo em seguida. Não sei por que se ligaria isso. Que paciente

internado em um hospital quer uma lâmpada fluorescente a um

metro de sua cabeça?

"Lembro-me de ir para o slam”, diz ela. "Lembro-me de seu poema...

mas isso é tudo... Isso é tudo que lembro." Abre os olhos e olha para

mim. "Eu te perdoei?"

Eu rio. "Sim, você me perdoou. E você me ama. Um montão."

Ela sorri. "Bom."

"Você estava ferida, Baby. Eles tiveram que levá-la para a cirurgia."

"Eu sei. O médico me disse isso."

Acaricio seu rosto com as costas da minha mão. "Vou contar tudo o

que aconteceu depois, ok? Agora você precisa descansar. Vou lá fora

para avisar a todos. Kel está preocupado. Eddie, também. Já já eu

volto, ok?"

Ela balança a cabeça e fecha os olhos novamente. Inclino-me para

frente e beijo sua testa. "Eu te amo, Lake." Pego meu celular em

cima da mesa e fico em pé.

"De novo", ela sussurra.

"Eu te amo."

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O horário de visitas é estritamente cumprido quando todo mundo

começa a chegar. Eles me fazem aguardar na sala de espera, assim

como todos os outros. Apenas uma pessoa é permitida por vez.

Eddie e Gavin chegaram aqui primeiro, então Eddie está com ela

agora. Kel aparece com Sherry quase ao mesmo tempo em que meu

avô aparece com Caulder.

"Posso ir vê-la?" pergunta Kel.

"Com certeza. Ela sempre pergunta por você. Eddie está com ela

agora. Está na UTI então só pode receber visitas de 15 minutos cada,

mas você é o próximo."

"Quer dizer que ela está falando? Ela está bem? Se lembra de mim?"

"Claro. Ela está perfeita", digo.

Vovô Paul caminha para Kel e coloca a mão em seu ombro. "Vamos

netinho Kel, vamos buscar um pouco de café antes de ir vê-la."

Kel segura a mão do meu avô e vai com Caulder para a lanchonete.

Digo a eles para me trazer alguma coisa... finalmente tenho apetite

agora.

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"O que você acha de Eddie ficar na sua casa com os meninos por

alguns dias?" pergunta Gavin.

“Melhor não. Pelo menos não agora. Meus avós estão cuidando deles

por alguns dias. Não quero que eles percam muito da escola, apesar

de tudo isso."

"Eles podem ficar comigo", diz Sherry. "Vou mandar Kiersten de volta

à escola na quarta-feira. Se seus avós voltarem para casa na terça,

eles podem ficar comigo até que Layken se recupere."

"Obrigado, pessoal," digo para os dois.

Eddie entra na sala de espera. Ela está enxugando os olhos e

fungando. Sento-me na cadeira e Gavin se levanta e segura o braço

de Eddie guiando-a a um assento. Ela olha para ele e revira os olhos.

"Gavin, eu estou grávida de quatro meses... pare de me tratar como

se eu fosse uma inválida."

Depois de ela estar sentada, Gavin toma a assento ao lado. "Sinto

muito, Baby. Eu apenas me preocupo com você." Ele se inclina e

beija sua barriga. "Os dois."

Eddie sorri e beija sua bochecha.

É bom ver que ele aceitou seu novo papel de pai. Sei que eles têm

um monte de barreiras pela frente, mas tenho fé que eles vão

conseguir. Acho que Lake e eu poderíamos começar a adaptar todas

as estrelas para eles, apenas no caso de precisar.

"E aí, o que você acha da Lake?" pergunto.

Eddie encolhe os ombros. "Uma merda", diz ela. "Ela tem apenas um

corte enorme na cabeça, isso já justifica qualquer coisa. Mas contei

tudo a ela sobre o acidente. Ficou muito mal quando descobriu que

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era ela que estava dirigindo. Eu disse que não foi culpa dela, mas

disse que preferia que você estivesse dirigindo. Assim, poderia culpar

você pelos seus ferimentos."

Eu rio. "Ela pode me culpar se quiser, se isso a fizer se sentir

melhor."

"Vamos voltar a tarde," Eddie diz quando se levanta e agarra a mão

de Gavin. "Ela realmente precisa de amor e carinho no departamento

de maquiagem. É às 14 horas, certo? Alguém tem tempo de folga

ainda?"

Balancei minha cabeça. "Vejo vocês às 14."

Antes de saírem, Eddie chega perto e me dá um abraço. Um anormal

longo e demorado abraço.

Depois que ela e Gavin saem, olho para o meu relógio. Kel será o

próximo, em seguida, Sherry. Minha avó pode querer vê-la também.

Acho que vou ter que esperar até depois do almoço, até me deixarem

voltar.

"Você tem bons amigos", diz Sherry.

Levanto as sobrancelhas para ela. "Você não acha que são estranhos?

A maioria das pessoas acha que os meus amigos são estranhos."

"Sim, acho. É por isso que eles são ótimos", diz ela.

Sorrio e caio no meu assento até que minha cabeça está descansando

no encosto da cadeira e fecho meus olhos. "Você é bem esquisita

também, Sherry."

Ela ri. "Você também."

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Não consigo ficar confortável na cadeira, então recorro ao chão

novamente. Estico meus braços acima da minha cabeça e suspiro. O

chão está começando a ficar confortável. Agora que sei que Lake está

bem, estou começando a não desprezar tanto este hospital.

"Will?", Diz Sherry.

Abro os olhos e olho para ela. Mas ela não está olhando para mim.

Ela está com as pernas cruzadas na cadeira e está brincando com

costura da calça jeans.

"O que foi agora?", respondo.

Ela olha para mim e sorri. "Você fez um excelente trabalho", diz em

voz baixa. "Eu sei que foi duro me ligar por causa de Kiersten. E

cuidar dos garotos durante tudo isso. A forma como você lidou com

tudo em relação à Layken. Você é muito jovem para ter tanta

responsabilidade, mas está fazendo um bom trabalho. Espero que

você saiba disso. Seus pais ficariam orgulhosos."

Fecho meus olhos e inspiro. Não sabia o quanto precisava ouvir isso

até agora. Às vezes é bom ter os seus maiores medos reduzidos com

um simples elogio. "Obrigado."

Ela sai da cadeira e se deita ao meu lado no chão. Olho para ela e

seus olhos estão fechados, mas parece que ela está tentando não

chorar. Olho para longe e tento não prestar atenção para isto. Às

vezes as mulheres só precisam chorar.

Ficamos em silêncio por um tempo. Ela sopra um suspiro profundo,

como se estivesse tentando sufocar as lágrimas. "Ele morreu um ano

depois. Um ano depois que propôs. Em um acidente de carro", diz.

Page 283: 417 livraria magia

Percebo que ela está me contando a história sobre Jim. Viro e encaro-

a, descansando minha cabeça no meu cotovelo. Eu realmente não sei

o que falar, então prefiro ficar calado.

"Estou bem", diz ela. Ela olha para mim e sorri. Desta vez parece que

está tentando não se lamentar. "Faz um bom tempo. Amo a minha

família e não trocaria por nada no mundo. Mas às vezes ainda é

difícil. Momentos como estes... "

Ela se levanta e senta estilo indiano no chão e começa a brincar com

a costura da calça novamente. "Eu estava com tanto medo por você,

Will. Estava com medo que ela não sobrevivesse a isso. Te ver passar

por isso foi difícil para mim e trouxe de volta muitas lembranças. É

por isso que não estive muito aqui."

Entendo a expressão em seus olhos e a tristeza em sua voz. Entendo

e detesto isso por ela. "Está tudo bem", eu digo. "Não esperava que

você ficasse. Você tinha Kiersten para se preocupar."

"Sei que você não esperava que eu ficasse. Não conseguiria ajudar

em nada. Mas me preocupo com você. Preocupo-me com todos

vocês. Kel, Caulder, você, Layken. Veja, até gosto de seus amigos

esquisitos e vou ter que me preocupar com eles também”, ela ri.

Sorrio para ela. "É bom estar preocupado, Sherry. Obrigado."

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Domingo, 29 de janeiro, 2012.

Eu aprendi algo sobre o meu coração.

Ele pode quebrar.

Ele pode ser dilacerado.

Ele pode endurecer e congelar.

Ele pode parar. Completamente.

Ele pode quebrar em um milhão de pedaços.

Ele pode explodir.

Ele pode morrer.

A única coisa que o fez começar a bater de novo?

O momento em que você abriu os olhos.

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Capítulo Dezesseis

Todas as visitas desgastaram Lake e ela dormiu a maior parte da

tarde. Dormiu durante a segunda visita de Eddie, o que

provavelmente foi bom por causa de Lake. A enfermeira trouxe a

sopa na hora do jantar e tomou a maior parte. Foi a primeira coisa

que ela comeu desde quinta-feira.

Fez mais perguntas sobre o que aconteceu na noite do acidente. Ela

queria saber principalmente sobre ela ter me perdoado e feito as

pazes. Contei tudo o que aconteceu. Na maior parte fui honesto, mas

floreei um pouco a cena para dar uma maior ênfase.

É domingo e o fato dela estar no hospital não a impede de manter

sua rotina. Entro em seu quarto e jogo a sacola de filmes e o saco de

batata frita e doces na cadeira.

Lake está sentada ao lado da cama e a enfermeira está trabalhando

com o soro.

"Ah, que bom. Você ganhou dessa vez", diz a enfermeira. "Ela não

quer um banho de esponja, quer um banho normal. Estava prestes a

ajudá-la no banheiro, mas se preferir, você pode fazer isso." Ela

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desprende o soro, as agulhas e depois as fitas no final da mão de

Lake.

Lake e eu nos olhamos. Não que nunca tinha visto, hã nua... apenas

por muito tempo. E... com as luzes acesas.

"Eu... Eu não sei", murmuro. "Você quer que eu te ajude?" pergunto

a Lake.

Lake encolhe os ombros. "Não seria a primeira vez que você iria me

colocar em um chuveiro. Embora, espero que você me ajude a tirar a

roupa dessa vez." Ela ri de sua própria piada. Mas lamenta por ter

sorrido logo em seguida. Sua mão vai até a cabeça e estremece.

A enfermeira pode sentir o leve desconforto entre nós. "Sinto muito.

Achei que vocês eram casados. Ele disse em sua ficha que era seu

marido."

"Ah... sobre isso", digo. "Ainda não."

"Tudo bem", diz a enfermeira. "Se você simplesmente voltar para a

sala de espera, te aviso quando terminar."

"Não", diz Lake. "Ele vai me ajudar." Lake olha para mim. "Você vai

me ajudar." A enfermeira olha para mim e eu concordo com a

cabeça. Ela dá alguns itens e sai da sala.

"Você já caminhou mais hoje?" Estendo o braço para ela e ajudo a

levantá-la da cama.

Ela acena com a cabeça. "Sim. Eles me fizeram caminhar pelo

corredor entre as visitas de novo. Eu me sinto melhor do que ontem,

apenas um pouco tonta."

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A enfermeira entra novamente no quarto com uma toalha. "Só não

deixe ela molhar a cabeça. Tem um chuveirinho portátil no chuveiro

ou ela pode usar a banheira. A banheira pode ser melhor porque ela

pode ficar sentada." A enfermeira deixa a toalha na cadeira e sai do

quarto.

Lake anda lentamente e eu ajudo a chegar ao banheiro. Depois que

entramos, tranco a porta atrás de nós.

"Isso é tão constrangedor", diz ela.

"Lake, você me pediu para ficar. Se você quiser, posso ir buscar a

enfermeira."

"Não. Digo isso porque preciso fazer xixi."

"Oh. Aqui." Dou a volta nela e seguro o outro braço, enquanto ela

apoia. Ela agarra a barra de metal presa à parede e me olha.

"Vira", diz ela.

Eu me viro e encaro a direção oposta. "Baby, se você já está me

evitando olhar vai ser meio difícil ajudá-la no banho. Você nem está

nua ainda."

"Isso é diferente. Só não quero que você me assista fazendo xixi."

Eu rio. E espero. E espero um pouco mais. Nada acontece.

"Talvez você precise sair um pouquinho", diz ela.

Balanço a cabeça e saio do banheiro. "Não tente se levantar sem

mim." Deixo a porta aberta alguns centímetros para que possa ouvi-

la se precisar de mim. Quando termina, entro novamente no banheiro

e ajudo a levantar-se.

"Chuveiro ou banheira?" pergunto.

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"Banheira. Acho que não consigo ficar em pé muito tempo para um

banho."

Confirmo que ela está segurando a barra antes de soltar o braço.

Ajusto a torneira da banheira até que a água fique quente. Pego a

toalhinha e molho um pouco e deixo ao lado da banheira. É uma

banheira alta, com dois degraus para facilitar o acesso. Quando me

levanto, seguro o braço de Lake novamente e levo-a para a banheira.

Fico atrás dela, enrolo o cabelo por cima do ombro e desfaço o laço

na parte superior da sua camisola. Quando abro a camisola, tenho

que conter um gemido. Ela tem hematomas por toda parte. Tem mais

um laço em sua camisola, então puxo a fita até a camisola abrir.

Ela retira a camisola. Coloco a mão na corrente de água para verificar

a temperatura, em seguida, seguro-lhe o braço e ajudo a subir os

degraus e entrar na banheira. Depois que está sentada, ela puxa os

joelhos até o peito e envolve seus braços ao seu redor e então

descansa a cabeça sobre eles.

"Obrigada", diz ela. "Porque não tenta passar a toalhinha em mim

agora?"

Sorrio para ela. "Não me agradeça ainda. Nós apenas começamos."

Mergulho a toalha na água e me ajoelho ao lado da banheira. Alguns

lugares estão um pouco longe, por isso fica difícil alcançar sem pairar

sobre ela. Ela pega a toalha da minha mão e começa a lavar seu

braço.

"É estranho quanta energia preciso para tudo isso. Parece que meus

braços pesam cem quilos."

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Abro o pacote do sabonete e entrego a ela, mas ele escorrega pela

banheira. Ela procura pela banheira até encontrá-lo, então esfrega na

toalhinha.

"Você sabe quando eles me deixarão ir para casa?", pergunta.

"Espero que até quarta-feira. O Dr. disse que a recuperação pode

levar alguns dias ou semanas, dependendo de como o ferimento

cicatriza. Parece que você está indo muito bem."

Ela franze a testa. "Não acho que estou indo bem."

"Você está indo muito bem", confirmo.

Ela sorri e devolve a toalhinha para mim e envolve seus braços em

volta dos joelhos novamente. "Tenho que descansar um pouco", diz.

"Vou passar no outro braço em um minuto."

Ela fecha os olhos. Parece tão cansada. Estendo a mão e ligo a água,

em seguida, levanto e tiro meus sapatos, minha camiseta, mas deixo

minhas calças. "Afasta", digo a ela.

Ela se encolhe e eu entro na banheira logo atrás dela. Coloco minhas

pernas em cada lado dela e deitou-a gentilmente no meu peito. Pego

a toalhinha e passo no braço que estava cansada demais para

alcançar.

"Você é louco", diz em voz baixa.

Beijo em cima da cabeça. "Então você é também."

Nós dois ficamos em silêncio enquanto a lavo. Ela descansa em meu

peito até que falo para ela inclinar para frente para que eu possa

levá-la nas costas. Quando ela se inclina para frente, passo mais

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sabonete na toalhinha e suavemente toco sua pele. Ela está tão

machucada que tenho medo de machucá-la ainda mais.

"Você realmente ficou machucada. As suas costas doem?"

"Tudo dói."

Lavo sua pele o mais suavemente que posso. Não quero que as

coisas piorem. Enquanto cobria cada centímetro, me inclinava para

frente e beijava suas costas, bem em cima do seu hematoma. Beijo

outro hematoma e seu outro hematoma e seu outro machucado.

Beijo todas as manchas nas costas que está ferida. Quando ela se

inclina para trás contra o meu peito, ergo seu braço e beijo os

machucados no braço também. Então faço o mesmo com o outro

braço. Quando beijei todas as contusões que eu pudesse encontrar,

dou-lhe um abraço por trás na água. "Pronto. Novinha em folha",

digo. Enrolo meus braços em torno dela e beijo sua bochecha. Ela

fecha os olhos e simplesmente fica sentada por um tempo.

"Isto não é como eu imaginava no nosso primeiro banho juntos", diz

ela.

Eu rio. "Sério? Porque isso é exatamente como eu imaginei. Com

calça e tudo."

Ela inspira profundamente e exala, em seguida, inclina a cabeça para

trás contra o meu peito e me olha nos olhos. "Eu te amo, Will."

Beijo sua testa. "Diga isso de novo."

"Eu te amo, Will."

"Mais uma vez."

"Eu te amo."

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Lake finalmente está de alta hoje depois de cinco dias no hospital.

Felizmente, ontem que fui capaz de concluir os relatórios com a

Seguradora. O Jipe de Lake foi destruído. Já os danos no meu carro

não foram tão ruins assim, mas fiquei com um reserva até que o meu

seja consertado.

Dr. Bradshaw está muito satisfeito com o progresso de Lake. Ela tem

uma consulta de retorno em duas semanas. Nesse meio tempo, ela

deve ficar de repouso absoluto. Ela está super animada, porque sabe

que isso significa que dormirá na minha cama confortável todas as

noites. Também estou animado, porque isso significa que terei que

passar duas semanas inteiras com ela na minha casa.

Acabo retirando-a de todas as aulas no semestre. Ela ficou louca,

mas ela não precisava do estresse adicional com a escola agora.

Disse que ela só precisa se concentrar em melhorar. Eu também tirei

o resto da semana de folga, mas estou pensando em voltar para a

aula na segunda-feira, dependendo de como ela estiver se sentindo.

Por enquanto, porém... temos quase uma semana inteira de nada

para fazer, além de assistir a filmes e comer besteiras.

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Kel e Caulder trazem seus pratos para a mesa de centro da sala e

colocam ao lado do meu. Lake está deitada no sofá por isso nós

comemos na sala de estar, em vez de na mesa.

"Hora do pior e melhor", diz Caulder. Ele cruza as pernas e se

encolhe embaixo da mesa de centro, assim estamos todos sentados

em um círculo incluindo Lake. "O meu pior é que tenho que voltar

para a escola amanhã", diz ele. "Meu melhor é que Layken finalmente

está em casa."

Ela sorri. "Ah, obrigada Caulder. Isso foi meigo", diz ela.

"É a minha vez", diz Kel. "Meu pior é que tenho que voltar para a

escola amanhã. Meu melhor é que Layken está finalmente em casa."

Ela torce o nariz para Kel. "Imitador!"

Eu rio. "Bem, o meu pior hoje, é que a minha namorada me fez

alugar seis filmes diferentes com Johnny Depp. Meu melhor agora

é..." Inclino e beijo sua testa. Kel e Caulder não se opõem ao meu

melhor esta noite. Acho que eles estão se acostumando a isso.

"Bem, meu pior é óbvio. Tenho pontos na minha cabeça", diz Lake.

Ela olha para mim e sorri, então seus olhos desviam para Kel e

Caulder enquanto ela assiste eles comendo.

"E qual é o seu melhor?" Caulder diz com a boca cheia de comida.

Lake olha para ele por um instante. "Vocês", diz ela. "Vocês três!"

O silêncio se instala por um minuto, depois Kel pega uma batata frita

e joga para ela. "Deixe de ser cafona", diz ele.

Lake agarra a batata frita e joga de volta para ele.

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"Hey," Kiersten diz enquanto entra pela porta. "Desculpe o atraso."

Ela vai para a cozinha e começa a fazer um prato de comida para ela.

Ela está prestes a ficar puta novamente porque eu não sabia que ela

viria. Acho que vai ter que comer pão de novo.

"Você precisa de ajuda?" pergunto a ela. Ela tem apenas um braço

ileso, mas parece estar se virando muito bem.

"Não... já consegui." Ela traz seu prato para a sala e senta-se no

chão. Nós todos encaramos enquanto ela dá uma mordida enorme

em um pedaço de frango.

"Oh meu Deus, é tão boooom", diz ela e empurra o resto na boca.

"Kiersten, isso é carne. Você está comendo carne", digo.

Ela acena com a cabeça. "Eu sei. Isso é uma coisa muito estranha.

Estava morrendo de vontade de vir aqui, já que vocês sempre têm

em casa, para que eu pudesse experimentar." Ela dá uma mordida.

"É o paraíso!", diz ela com a boca cheia. Ela pula e vai para a

cozinha. "É bom com catchup?" Pega o catchup e traz para a sala de

estar e esguicha um pouco em seu prato.

"Por que a súbita mudança querida?" Lake pergunta.

Ela termina de mastigar e engole a comida. "Ok, quando estávamos

prestes a ser atingido por aquele caminhão... tudo o que eu

conseguia pensar era em como estava prestes a morrer e nunca

provei carne antes. Esse era o meu único arrependimento na vida."

Nós todos rimos. Ela pega o frango do meu prato e joga no dela.

"Will, você ainda vai para o Dia do Pai na quinta-feira?" Caulder

pergunta.

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Lake olha para mim. "Dia do Pai?"

"Não sei Caulder. Não sei ainda se me sinto à vontade em deixar

Lake sozinha" digo.

"Dia do Pai? O que é o dia do pai?" Lake pergunta novamente.

"É o dia de homenagear o pai na nossa escola", diz Kiersten. "Vai ter

um almoço. As crianças ficam para almoçar com seu pai no ginásio. O

Dia da Mãe acho que é no próximo mês."

"Mas o que acontece com as crianças que não têm pais? O que elas

fazem? Isso não é justo."

"As crianças que não têm pais apenas vão com Will", diz Kel.

Lake olha para mim novamente. Ela não gosta de estar de fora do

círculo.

"Perguntei a Kel se ele queria comer comigo também",

"Você vai comer comigo também?" pergunta Kiersten. "Meu pai não

estará de volta até sábado."

Concordo com a cabeça. "Se eu for," eu digo. "Eu não sei se consigo

ir."

"Vá", disse Lake. "Eu vou ficar bem. Você precisa parar de me mimar

tanto."

Eu me inclino para frente e beijo-a. "Mas você é o meu bebê", digo.

Não tenho certeza de que direção vem, provavelmente de todos, mas

fui atingido na cabeça com batatas fritas.

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Ajudo Lake a deitar na cama e puxo as cobertas sobre ela. "Você

quer algo para beber?"

"Eu estou bem", ela diz.

Apago a luz e pulo para o outro lado da cama. Encosto perto dela e

descanso minha cabeça no travesseiro e embrulho meu braço ao

redor dela. Seus curativos serão retirados em sua próxima consulta

com o médico. Ela está muito preocupada com a quantidade de

cabelo que terá que cortar. Continuo dizendo a ela para não se

preocupar com isso. Tenho certeza que eles não cortarão muito e a

incisão é na parte de trás de sua cabeça por isso não será tão visível.

Dói quando não está deitada de lado, então ela está de frente para

mim. Seus lábios estão próximos com os meus, então é claro que

tenho que beijá-los. Coloco minha cabeça de volta em seu travesseiro

e acaricio o cabelo atrás da orelha com os dedos.

Toda esta semana que passou foi um inferno. Mentalmente e

fisicamente. Mas, sobretudo mentalmente. Cheguei tão perto de

perdê-la. Tão perto. Às vezes, quando tudo está tranquilo, minha

mente vagueia para a possibilidade de tê-la perdido e o que eu teria

feito. Começo a entrar em pânico tendo que me lembrar de que ela

está bem. Que todo mundo está bem.

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Acho que não fosse possível, mas tudo que Lake e eu temos passado

por este último mês, de alguma forma me fez amá-la ainda mais.

Não consigo nem começar a imaginar a minha vida sem ela. Lembro

do vídeo que Sherry mostrou e no que Jim disse a ela.

"Parece que você apareceu e acordou minha alma."

Isso é exatamente o que Lake fez para mim: acordou minha alma. Eu

me inclino e beijo-a mais uma vez. Mas não um beijo longo, porque

sinto que ela está muito frágil.

"Isso é péssimo", diz ela. "Você percebe como vai ser difícil dormir na

mesma cama com você? Tem certeza que ele especificou um mês

inteiro? Temos que repousar por um mês inteiro?"

"Bem, tecnicamente, ele disse quatro semanas", eu disse,

acariciando-lhe o braço com a mão. "Acho que nós poderíamos

aguentar quatro semanas, já que são alguns dias a menos do que um

mês inteiro."

"Tá vendo? Você deveria ter aproveitado a oferta quando teve a

chance. Agora temos que esperar mais quatro semanas", ela diz.

"Quantas semanas são nesse total?"

"Serão sessenta e cinco," respondo rapidamente. "Não que eu esteja

contando. Mas quatro semanas a partir de hoje será dia 28 de

fevereiro. Não que eu esteja contando isso também."

Ela ri. "28 de fevereiro? Mas vai ser uma terça-feira. Quem é que

quer perder a virgindade em uma terça-feira? Vamos fazer isso na

sexta-feira antes, ou seja, 24 de fevereiro. Vamos levar Kel e Caulder

para ficar com seu avô de novo."

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"Não... Quatro semanas. São ordens médicas!", digo. "Vamos fazer

um acordo. Vou buscar o meu avô para cuidar dos meninos e

podemos fazer isso no dia 02 de março. Será uma sexta-feira, mas

depois de ter completado quatro semanas."

"02 de março é uma quinta-feira!"

"É ano bissexto."

"Ugh! Ótimo. 02 março", diz ela. "Mas eu quero uma suíte da hora

viu. Uma grande."

"Você que manda."

"Com chocolates. E flores."

"É isso aí", digo. Ergo minha cabeça do seu travesseiro, dou um beijo

e capoto novamente.

"E uma bandeja de frutas. Com morangos."

"Você que manda", digo novamente. Bocejo alto e puxo as cobertas

sobre minha cabeça.

"E eu quero um desses roupões macios de hotéis. Para nós dois.

Assim poderemos usá-los todo fim de semana."

"Tudo o que você quiser, Lake. Agora vá dormir. Você precisa

descansar."

Durante esses cinco dias ela não fez nada além de dormir, por isso

não estou surpreso que está acordada. Para mim, por outro lado, têm

sido cinco dias de sono zero. Mal conseguia manter os olhos abertos

hoje. É tão bom estar de volta em casa, na minha cama. E

principalmente saber que Lake está bem próximo a mim.

"Will", ela sussurra.

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"Sim?"

"Eu tenho que fazer xixi."

"Tem certeza que você vai ficar bem?" Pergunto pela décima vez esta

manhã.

"Eu vou ficar bem", diz ela. Ela segura o celular bem na minha cara

para mostrar que está do lado dela.

"Ok. Sherry está em casa se você precisar dela. Volto em uma hora,

o almoço não deve durar muito tempo."

"Baby, estou bem. Juro."

Beijo sua testa. "Eu sei."

E eu sei que ela está bem. Está mais do que bem. Está tão

concentrada e determinada a ficar melhor que está fazendo muita

coisa sozinha. Até mesmo coisas que não deveria estar fazendo sem

ajuda e é por isso que me preocupo. A vontade indomável dela por

qual me apaixonei me irrita pra caramba também.

Page 299: 417 livraria magia

Quando entro no ginásio, vasculho a área procurando os meninos.

Vejo Caulder acenando e caminho à sua mesa.

"Onde está Kel e Kiersten?" pergunto enquanto sento no meu lugar.

"A Sra. Brill não quis deixar eles virem", diz ele.

"Por quê?" Vasculho o ginásio procurando a Sra. Brill.

"Ela disse que eles estavam usando este almoço como uma desculpa

para sair da sala de aula. Ela os fez ir almoçar normal, às 10:45. Kel

disse para ela que você ficaria louco."

"Bem, Kel está certíssimo", digo. "Já volto."

Saio do ginásio e viro à esquerda para ir ao refeitório. Quando entro,

o barulho penetra meus tímpanos. Meu Deus! Esqueci como as

crianças são barulhentas. Também esqueci o quanto minha cabeça

ainda dói. Olho para todas as mesas, mas tem tanta criança que não

consigo identificar nenhum deles. Vou até uma mulher que parece

que está monitorando o refeitório.

"Você pode me dizer onde Kel Cohen está?"

"Quem?", Diz ela. "Está muito barulho aqui, não consegui ouvir."

Digo mais alto. "Kel Cohen!"

Ela acena com a cabeça e aponta para uma mesa no outro lado do

refeitório. Antes de chegar à mesa Kel acena. Kiersten está sentada

ao lado dele, limpando a sua blusa com um maço de guardanapos

molhados. Os dois se levantam quando chego à mesa.

"O que aconteceu com sua blusa?" Pergunto a Kiersten.

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Ela olha para Kel e balança a cabeça. "Garotos estúpidos", diz ela. Ela

aponta para a mesa em frente a deles. Viro-me e olho. Há três

garotos que parecem um pouco mais velhos do que ela e Kel. Estão

todos rindo.

"Eles fizeram alguma coisa para você?" pergunto.

Ela revira os olhos. "Quando é que eles não fazem? Se não é

achocolatado, é purê de maçã. Ou pudim. Ou gelatina."

"É verdade, normalmente é gelatina", diz Kel.

"Não se preocupe com isso, Will. Estou acostumada com isso agora.

Sempre tenho uma roupa extra na minha mochila só para garantir."

"Como assim 'não se preocupe com isso'?" Pergunto. "Por que diabos

uma coisa dessas está acontecendo e ninguém resolve? Você já falou

com um professor?"

Ela acena com a cabeça. "Eles nunca veem quando isso acontece. Até

piorou depois da suspensão. Agora, eles só jogam as coisas em mim

quando têm certeza que o monitor não está olhando. Mas tudo bem,

Will. Sério. Tenho Abby e Kel e Caulder. Amigos é tudo o que

preciso."

Estou irritado. Não posso acreditar que ela tem que passar por isso

todos os dias! Eu olho para Kel. "Qual é o grupo que Caulder estava

falando? Os Idiotas?" Kel apontou para o menino sentado à cabeceira

da mesa.

"Vocês fiquem aqui." Eu me viro e ando na direção da mesa dos

Idiotas. Quando eu fico mais perto deles, suas risadas ficam altas à

procura de confusão. Pego uma das cadeiras vazias na sua mesa e

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deslizo ao lado da cadeira do idiota, giro e sento nas costas da

cadeira e fico de frente para ele.

"Hey," digo. Ele só me olha confuso, depois olha para seus amigos.

"Posso te ajudar?", Diz ele sarcasticamente. Seus amigos riem.

"Sim. Na verdade, você pode ", digo. "Qual é o seu nome?"

Ele ri novamente. Tenho certeza que ele está tentando fazer o papel

de durão e bad boy de doze anos de idade. Ele me faz lembrar de

Reece nessa idade. Mas ele não consegue esconder o nervosismo em

seu rosto.

"Mark", diz.

"Bem, oi, Mark. Eu sou Will." Estendo minha mão e ele

relutantemente cumprimenta.

"Agora que já fomos formalmente apresentados, acho seguro afirmar

que podemos ser sinceros um com o outro. Podemos fazer isso,

Mark? Você é forte o suficiente para assumir um pouco de

sinceridade?"

Ele ri uma risada nervosa. "Sim, eu sou durão."

"Ótimo. Você vê aquela garota ali?" Aponto para Kiersten. Mark olha

por cima do ombro para ela, em seguida, olha para mim e balança a

cabeça.

"Deixe-me ser sincero com você. Essa menina é muito importante

para mim. Muuuito importante. Quando coisas ruins acontecem com

pessoas importantes na minha vida, não levo muito bem sabe. Acho

que posso garantir que tenho pouca paciência sabe." Encosto minha

cadeira mais perto dele e olho diretamente nos olhos. "Agora,

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enquanto estamos sendo sincero um com o outro... acho interessante

você saber que eu costumava ser professor. Você sabe por que eu

não sou um professor mais, Mark?"

Ele não está mais sorrindo. Ele nega com a cabeça.

"Não sou mais professor, porque um dos meus alunos idiotas decidiu

se meter com uma das minhas pessoas importantes. Ah, isso não

terminou muito bem."

Os três meninos estavam olhando para mim, com os olhos

arregalados.

"Você pode encarar isso como uma ameaça, se você quiser, Mark.

Mas sinceramente, não tenho nenhuma intenção de te machucar.

Afinal, você tem apenas doze anos. Quando se trata de chutar a

bunda de alguém, costumo estabelecer um limite de idade em

quatorze anos. Mas vou te falar uma coisa ... esse fato de você

intimidar as pessoas? E aliás, as meninas? Meninas mais jovens do

que você?" Balanço a cabeça em desgosto.

"Isto só vai mostrar o ser humano patético que você vai passar a ser.

Mas isso não é o pior de tudo", digo. Viro-me e olho para seus

amigos. "O pior de tudo são as pessoas que seguem você. Porque

qualquer fraco o suficiente para deixar alguém tão patético como

você ser o seu líder é ainda pior do que patético."

Olho para Mark e sorrio. "Foi um prazer conhecer você, Mark." Eu me

levanto e giro a cadeira de volta ao redor da mesa, então debruço

meu corpo sobre a mesa em frente a ele. "Vou manter contato."

Olho os três nos olhos enquanto me afasto da mesa, em seguida,

volto para Kiersten e Kel. "Vamos lá. Caulder está esperando por

nós."

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Quando nós três voltamos para o ginásio, vamos para a mesa de

Caulder e sentamos. Não ficamos sentados por dois minutos, quando

a Sra. Brill caminha marchando com uma carranca no rosto. Logo

antes dela abrir a boca para falar alguma coisa, me levanto e estendo

a mão para ela. "Sra. Brill," digo com um sorriso no rosto. "Foi tão

bom a Sra. permitir que Kiersten e os meninos almocem comigo hoje.

Realmente significa muito que você reconhece o fato de que há

famílias neste mundo com situações não tradicionais. Eu amo essas

crianças como se fossem minhas. O fato de você respeitar a nossa

relação apesar de eu não ser um pai normal, realmente diz muito

sobre seu caráter. Então, apenas queria dizer obrigado."

Sra. Brill solta a minha mão e recua. Ela olha para Kiersten e Kel, em

seguida, olha para mim. "Seja bem-vindo", diz ela. "Espero que todos

gostem do almoço." Ela se vira e vai embora sem dizer uma palavra.

"Bem", diz Kel. "Isso definitivamente foi o meu melhor."

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Quinta-feira, 16 fevereiro, 2012

Mais um dia...

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Capítulo Dezessete

"Então, qual é o prejuízo?" Lake pergunta ao Dr. Bradshaw.

"Para quem? Você?" Ele ri enquanto lentamente desenfaixa a

bandagem em torno de sua cabeça.

"Para o meu cabelo", diz ela. "Quanto você cortou?"

"Bem", diz ele. "Tivemos que cortar a sua cabeça, você sabe disso.

Tentamos salvar o máximo de cabelo que pudemos, mas fomos

confrontados com uma decisão muito difícil... seu cabelo ou a sua

vida.”

Ela ri. "Bem, acho que vou te perdoar, então."

Assim que chegamos em casa depois da visita ao médico, ela vai

direto para o chuveiro para lavar o cabelo. Ela está morrendo de

vontade de lavar o cabelo. Estou bastante confortável para poder sair

de sua casa agora, ir pegar os meninos. Esqueci que estavam me

esperando há mais de uma hora na saída da escola, então envio uma

mensagem de texto à Lake para que ela saiba que me atrasarei. O

show de talentos da escola será amanhã a noite, os estudantes que

se inscreveram para se apresentar estão ensaiando. Kiersten e

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Caulder ambos se inscreveram, mas nenhum dos dois estão nos

dando dicas sobre o que eles irão fazer. Dei à Kiersten uma cópia de

todos os meus poemas. Ela diz que precisava deles para a pesquisa.

Não questionei. Não existe nenhum assunto que se possa ganhar em

argumentação com Kiersten.

Quando os meninos e eu finalmente chegamos em casa, Lake ainda

está no banheiro. Sei que ela está cansada de me ter a mimando,

mas vou ver como ela está de qualquer maneira. O fato de que ela

está lá por tanto tempo preocupa-me. Quando bato na porta, ela me

diz para ir embora. Ela não parece feliz, o que significa que não irei

embora.

"Lake abra a porta", digo. Forço a maçaneta da porta, mas está

trancada.

"Will, eu só preciso de um minuto", ela grita.

Ela está chorando.

"Lake. Abra a porta!” Agora estou realmente preocupado. Sei como

ela é teimosa e se estiver magoada provavelmente está tentando

esconder isso. Bato na porta e forço a maçaneta novamente.

Nenhum som. Ela não responde. "Lake", grito.

A maçaneta gira e a porta se abre lentamente. Ela está olhando para

o chão, chorando.

"Estou bem", diz ela. Ela enxuga os olhos com um chumaço de papel

higiênico. "Você realmente precisa parar de pirar, Will.”

Entro no banheiro e a abraço. "Por que você está chorando?"

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Ela se afasta de mim e balança a cabeça, em seguida, senta-se no

banco em frente ao espelho do banheiro. "É estúpido," ela diz.

"Você está com dor? Sua cabeça dói?”

Ela balança a cabeça e limpa os olhos novamente. Levanta o braço e

puxa o elástico do cabelo fazendo seu cabelo cair sobre o seu ombro.

"É o meu cabelo."

O cabelo dela. Ela está chorando sobre o seu maldito cabelo! Forço

um suspiro de alívio. "Ele voltará a crescer, Lake. Está tudo bem." Me

movo por trás dela e puxo seu cabelo longe de seus ombros. Ela tem

uma área na parte de trás de sua cabeça que foi raspada. Não pode

ser coberta, porque é bem no meio do seu cabelo. Corro meus dedos

sobre ele. "Acho que você ficaria bonita com o cabelo curto. Espere

até que ele cresça um pouco mais e você poderá cortá-lo."

Ela balança a cabeça. "Isso demorará uma eternidade. Eu não irei a

lugar nenhum assim. Não sairei desta casa durante um mês”, diz ela.

Sei que ela não quer dizer realmente isso, mas eu ainda odeio que

ela esteja tão chateada. "Eu acho que está bonito," digo, correndo os

dedos sobre a cicatriz. "É o que salvou sua vida." Movo-me em sua

volta e abro as portas do armário debaixo da pia.

"O que você está fazendo? Você não vai cortar o resto do meu

cabelo, Will.”

De dentro do armário puxo uma caixa preta que contém os meus

aparadores de cabelos. "Eu não vou cortar o seu cabelo," digo.

Conecto o cabo e retiro a proteção o ligando. Posiciono o aparelho

atrás da minha cabeça e o pressiono contra a parte de trás do meu

cabelo em um golpe rápido. Quando trago de volta o aparelho, puxo

os pedaços do meu cabelo, jogando-os no lixo.

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"Não irei. Agora combinamos," digo.

Ela se move em volta do seu assento. "Will! Mas que diabos? Por que

você acabou de fazer isso?”

"É apenas cabelo, Baby." Sorrio para ela.

Ela leva o chumaço de papel higiênico de volta para os seus olhos e

se vira, olhando o nosso reflexo no espelho. Ela balança a cabeça e ri.

"É ridículo", diz ela.

"Assim como você."

Além de ir ao médico ontem, hoje é a primeira vez que Lake sairá de

casa.

Após o show de talentos, Sherry cuidará dos garotos por algumas

horas, para que possamos ter um encontro. Claro, Lake ficou

chateada quando eu disse a ela sobre o nosso encontro. "Você nunca

me pede, você sempre me comunica", ela reclamou. Então é claro

que eu tinha que ficar de joelhos e pedir-lhe para termos um

encontro. E, claro, estou fazendo uma surpresa novamente. Ela não

tem ideia do que planejei para esta noite, nenhuma pista.

Eddie e Gavin já estão no ginásio da escola para a apresentação com

Sherry e David quando chegamos. Deixei Lake sentar ao lado de

Eddie e eu me sento ao lado de Sherry. Lake conseguiu puxar o

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cabelo para trás em um rabo de cavalo e escondeu a maior parte de

sua cicatriz. Eu não tive tanta sorte.

"Hummm... Will? Isso é algum tipo de nova tendência que eu não

estou ciente?" Sherry pergunta quando ela vê o meu cabelo.

Lake ri. "Está vendo? Você parece ridículo.”

Sherry se inclina para mim e sussurra. "Você pode me dar uma dica

sobre o que Kiersten fará hoje à noite?”

Dou de ombros. "Eu não sei o que ela está aprontando. Presumo que

seja um poema. Ela não o leu para vocês?”

Sherry e David abanam a cabeça. "Ela está muito reservada sobre

isso", David diz.

"Como Caulder", digo. "Não tenho ideia do que ele vai fazer. Nem

acho que ele tenha um talento.”

A cortina se abre e a Diretora Brill caminha até o microfone e faz os

agradecimentos abrindo o show. Para cada criança que se

apresentará, há um diferente pai segurando uma câmera de vídeo na

frente do público. Por que não trouxe a minha câmera? Sou um

idiota. Um verdadeiro pai teria trazido uma câmera. Logo Kiersten é

finalmente chamada ao palco, Lake pega dentro de sua bolsa uma

câmera. Claro que ela faz.

A Diretora Brill apresenta Kiersten, em seguida, caminha para fora do

palco. Kiersten não parece nervosa. Ela realmente é uma versão em

miniatura de Eddie. Há um pequeno saco envolto do seu pulso junto à

tipoia. Ela levanta o braço bom para abaixar o microfone.

"Hoje farei algo chamado de Slam. É um tipo de poesia à qual fui

apresentada este ano por um amigo meu. Obrigado, Will.”

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Eu sorrio.

Kiersten respira fundo e diz: "Meu poema hoje é chamado de

Borboletas você”

Lake e eu olhamos um para o outro. Sei que ela está pensando a

mesma coisa que eu estou pensando, que é, "Oh, não."

“Borboleta.

Que bela palavra

Que delicada criatura.

Delicada como as palavras cruéis que correm direto em sua boca

e os alimentos que voam justamente fora de suas mãos ...

Isso faz você se sentir melhor?

Isso faz você se sentir bem?

Será que mexendo com uma menina o torna mais homem?

Bem, eu estou me mantendo em pé

Como eu deveria ter feito antes

Não vou aturar mais

a sua borboleta."

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(Kiersten desliza o saco removendo-o do pulso abrindo-o, tirando um

punhado de borboletas feitas à mão. Ela pega o microfone do suporte

e começa a descer as escadas enquanto ela continua a falar.)

"Eu gostaria de estender aos outros o que os outros estenderam para

mim."

(Ela caminha até a Sra. Brill primeiro e estende uma borboleta)

“Borboleta, Sra. Brill.”

(A Sra. Brill sorri para ela, pegando uma borboleta de suas mãos.

Lake ri alto e eu tenho que empurrá-la levemente para que ela fique

quieta. Kiersten caminha ao redor da sala, entregando borboletas

para vários alunos, incluindo os três do refeitório.)

" Borboleta você, Mark.

Borboleta você , Brendan.

Borboleta você, Colby."

(Quando ela termina de entregar as borboletas, ela caminha de volta

para o palco e posiciona o microfone de volta no lugar.)

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"Eu tenho uma coisa a dizer a vocês

E não estou me referindo aos valentões

Ou os que perseguem.

Estou me referindo àqueles que apenas ficam de braços cruzados

Os que não se preocupam com aqueles de nós que clamam

Aqueles de vocês que só... fingem-se de cegos.

Afinal, não é com você que está acontecendo

Você não é o que está sendo intimidado

E você não é o único a ser rude

Não é a sua mão que está jogando a comida

Mas... é a sua boca que não fala

São seus pés que não tomam uma posição

É o seu braço não dando uma mão

É o seu coração

Não dando à mínima.

Portanto, assuma como se fosse você mesmo

Assuma como se fossem os seus amigos

Eu desafio você a ser alguém

Page 313: 417 livraria magia

Quem não ceder

Não ceder

Não deixe que eles ganhem."

Assim quando um 'não dando à mínima' sai da boca de Kiersten, a

Sra. Brill está marchando para o palco.

Felizmente, Kiersten termina seu poema e corre para fora do palco

antes que a Sra. Brill chegue até ela. O público está em choque. Bem,

a maioria da plateia. Todo mundo na nossa linha de cadeiras está lhe

dando uma ovação em pé.

Quando a Sra. Brill anuncia a próxima apresentação e voltamos para

nossos lugares, Sherry sussurra para mim: "Eu não entendi a coisa

do ‘Borboleta’, mas o resto foi muito bom."

"Sim, foi", concordo. "Foi ‘borboletamente’ excelente."

Caulder é chamado ao palco em seguida. Ele parece nervoso. Estou

nervoso por ele. Lake esta nervosa, também. Gostaria de saber o que

ele estava fazendo para que pudesse ter lhe dado alguns conselhos

antes que ele chegasse lá em cima. Lake focaliza a câmera e se

concentra em Caulder. Respiro profundamente, esperando que ele

possa passar por isso sem xingar. Sra. Brill já está de olho em nós.

Caulder caminha até o microfone e apresenta seu talento.

"Sou Caulder. Também vou fazer um Slam esta noite. É o chamado

‘O melhor e o pior’.”

Oh não, lá vamos nós de novo.

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“Eu tive um monte de pior na vida

Um monte

Meus pais morreram há quase quatro anos, logo que completei sete

anos

A cada dia que passa eu me lembro deles menos e menos

Como era a minha mãe... Eu me lembro que ela costumava cantar.

Ela sempre estava feliz,

sempre dançando.

Além do que eu vi dela em fotos, eu realmente não me lembro como

ela se parece.

Ou qual era o seu cheiro

Ou como ela parecia

E o meu pai

Lembro-me de mais coisas sobre ele, mas só porque eu achava que

ele era o mais

incrível homem no mundo.

Ele era inteligente. Ele sabia a resposta para tudo.

E ele era forte.

E ele tocava violão.

Eu adorava ficar deitado na cama à noite, ouvindo a música que

vinha da sala de estar.

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Sinto falta da maior parte.

Sua música.

Depois que eles morreram, fui morar com minha avó e Vovô Paul.

Não me interpretem mal ... Eu amo meus avós.

Mas eu amo a minha casa ainda mais.

Ela lembra eles.

Da minha mãe e meu pai.

Meu irmão tinha acabado de começar a faculdade no ano em que eles

morreram.

Ele sabia o quanto eu queria estar em casa.

Ele sabia o quanto isso significava para mim,

por isso ele fez isso acontecer.

Eu tinha apenas sete anos na época, então eu o deixei fazer isso.

Eu o deixei desistir da sua vida inteira apenas para que eu pudesse

estar em casa.

Só assim eu não seria tão triste.

Se eu pudesse fazer tudo de novo, eu nunca o deixaria me levar.

Ele merecia uma chance também. A chance de ser jovem.

Mas às vezes, quando você tem sete anos, o mundo não é em 3-D.

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Então,

Devo muito ao meu irmão.

Um monte de 'muito obrigado'

Um monte de "eu sinto muito'

Um monte de "eu te amo'

Eu devo muito a você, Will

Por fazer o pior na minha vida um pouco menos dolorido

E o meu melhor?

A, meu melhor é agora.

Gostaria de saber se uma pessoa pode chorar muito? Se pode, eu

definitivamente estou alcançando a minha cota este mês. Eu me

levanto e faço o meu caminho passando por Sherry e David saindo

pelo corredor.

Quando Caulder desce os degraus para o palco, o pego e dou-lhe o

maior maldito abraço que já lhe dei.

"Eu te amo, Caulder."

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Não ficamos para a premiação. Os garotos estão animados para

passar a noite com Sherry e David, então eles estavam todos com

pressa para sair. Kiersten e Caulder parecem não se importar quem

ganhou, o que me deixou um pouco orgulhoso. Afinal de contas,

tenho a citação de Allan Wolf martelando em minha cabeça

lembrando-me de cada vez que eu dava a Kiersten conselhos sobre a

poesia. “A pontuação não é o objetivo; o objetivo é a poesia.”

Depois que David e Sherry entram no carro com os meninos, Lake e

eu andamos até o carro e abro a porta para ela.

"Onde vamos comer? Estou com fome”, diz ela.

Não respondo. Fechando a porta e me dirigindo para o lado do

motorista. Alcanço o banco de trás e pego dois sacos do piso e

estendo um para ela. "Nós não temos tempo para parar e comer.

Preparei queijo grelhado.”

Ela sorri quando ela abre a sacola e tira seu sanduíche e refrigerante.

Posso garantir que pelo olhar em seu rosto que ela se lembra. Estava

esperando que ela fosse se lembrar.

"Teremos uma longa viagem", digo. "Conheço uma brincadeira que

podemos brincar, é chamado de 'você prefere.' Alguma vez você já

brincou antes?"

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Ela sorri para mim e balança a cabeça. "Apenas uma vez, com um

cara realmente quente. Mas isso foi há muito tempo atrás. Talvez

você deva começar para refrescar minha memória.”

"OK. Mas, primeiro, há algo que preciso fazer." Abro o meu console e

retiro uma venda. "Nosso destino é uma espécie de surpresa, então

preciso que você coloque isso."

"Você vai me vendar? Sério?" Ela revira os olhos e se inclina para

frente.

Envolvendo-a com a venda em torno da cabeça e ajusto sobre os

olhos. "Não tire. Não espie." Ligo o carro, começo a sair do

estacionamento, em seguida, faço a primeira pergunta. "Ok. Com

quem você prefere que eu pareça: Hugh Jackman ou George

Clooney?”

"Johnny Depp", diz ela.

Ela responde um pouco rápido demais para o meu gosto. "Que

diabos, Lake? Você deveria dizer que devo me parecer comigo

mesmo!”

"Mas você não era uma das opções", diz ela.

"Nem Johnny Depp era!"

Ela ri. "Minha vez. Você prefere ter constantes arrotos incontroláveis

ou você prefere ter que latir toda vez que você ouviu a palavra faça?"

"Latir como um cão?"

"Sim."

“Arrotos incontroláveis," digo.

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"Oh isto foi grosseiro." Ela franze o nariz. "Eu poderia viver com seu

latido, mas não sei sobre os constantes arrotos.”

"Bem, nesse caso, mudo minha resposta. Minha vez de novo. Você

prefere ser abduzida por alienígenas ou ter de sair em turnê com

Nickelback?”

"Eu prefiro ser abduzida por The Avett Brothers."

"Laaake, esta não é uma opção."

Ela ri. "Tudo bem, aliens. Você prefere ser um homem velho e rico,

com apenas um ano para se viver? Ou um jovem, pobre homem

triste com 50 anos para viver?”

"Eu prefiro ser Johnny Depp."

Ela ri. "Você é muito ruim nisso.", ela brinca.

Estendo a mão e meus dedos se entrelaçam com os dela. Ela está

recostada no banco rindo sem nenhuma pista no mundo para onde

estamos indo. Ela está prestes a ficar irritada... mas espero que

apenas por pouco tempo. Dirijo um pouco mais de tempo, enquanto

nós continuamos a nossa brincadeira. Honestamente eu poderia

brincar assim durante toda a noite com ela, mas não vou. Nós

finalmente chegamos ao nosso destino e eu pulo para fora do

carro. Abro a porta e a ajudo a levantar-se.

"Segure minhas mãos. Eu vou conduzi-la.”

"Você está me deixando nervosa, Will. Por que você sempre tem que

ser tão misterioso, quando se trata dos nossos encontros?”

"Não sou misterioso, adoro surpreender você. Um pouco mais e

deixarei você tirar sua venda." Nós entramos e a posiciono

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exatamente onde queria. Não me ajuda, mas sorrio sabendo como

ela reagirá quando tirar a venda. "Estou prestes a tirá-la, mas antes

de tirar... basta lembrar o quanto você me ama, ok?”

"Eu não posso prometer nada", diz ela.

Chego por trás dela e desato a venda removendo-a de seus olhos. Ela

os abre e olha em volta. Sim, ela está chateada.

"Que diabos, Will! Você me trouxe em um encontro para a sua casa

de novo? Por que você sempre faz isso?”

Eu rio. "Estou arrependido." Jogo a venda na mesa de centro e coloco

os braços em volta dela. "É só que algumas coisas não precisam ser

feitas em um palco. Algumas coisas precisam ser feitas em ambientes

privados. Este é uma delas.”

“O que é uma delas?" Ela parece nervosa.

Beijo-a na testa. "Sente-se, estarei de volta." Movo-me para ela se

sentar no sofá, então ela senta.

Vou até o meu quarto, abrindo o armário e retiro a sua surpresa. Eu

a coloco em meu bolso e caminho de volta para a sala de estar. Ligo

o aparelho de som e programo para repetir a musica ‘I Love You’, é a

sua canção favorita.

"É melhor você me falar agora, antes que eu comece a chorar de

novo... será que isto tem alguma coisa a ver com minha mãe? Porque

você disse que as estrelas eram a última coisa."

"Elas eram a última coisa, eu prometo." Sento-me ao lado dela no

sofá e pego a sua mão juntando a minha, olhando-a diretamente nos

olhos. "Lake, tenho algo a falar e quero que você me escute sem me

interromper, ok?”

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"Eu não sou a única que interrompe!", diz ela, defensivamente.

"Está vendo? Bem aí. Não faça isso.”

Ela ri. "Tudo bem. Fale".

Começo a falar o que preciso dizer, mas algo não me faz sentir bem.

Não gosto de como estamos tão formalmente sentados. Não somos

nós. Eu agarro a sua perna e o seu braço e a puxo para o meu colo.

Ela se atravessa, envolvendo suas pernas em minha volta. Ela desliza

as mãos vagarosamente em volta do meu pescoço e me olha nos

olhos. Começo a falar de novo, mas sou cortado.

"Will?"

"Você está me interrompendo, Lake."

Ela me dá um meio sorriso e leva as mãos ao rosto. "Eu te amo", diz.

"Obrigada por cuidar tão bem de mim."

Ela está me distraindo, mas é bom. Eu lentamente deslizo minhas

mãos por seus braços e descanso em seus ombros. "Você faria o

mesmo por mim, Lake. É o que fazemos."

Ela sorri. Uma lágrima corre em sua bochecha e ela nem sequer tenta

segurá-la ou limpá-la. "Sim", ela diz. "É o que fazemos."

Tomo suas mãos nas minhas e levo-as à boca e beijando-as. "Lake,

você significa o mundo para mim. Você trouxe tantas coisas para

minha vida... bem quando eu mais precisei. Desejava que pudesse

saber o quão sem esperanças eu estava antes de te conhecer, assim

você perceberia o quanto você me mudou."

"Eu sei Will. Eu também estava sem esperanças."

"Você está interrompendo novamente."

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Ela sorri e balança a cabeça. "Eu não me importo."

Dou uma risada e a empurro para baixo no sofá ficando em cima

dela. Pressiono minhas mãos no sofá ao lado de sua cabeça para me

apoiar sobre ela. "Você tem alguma ideia de quanto você me frustra,

às vezes?”

"Isso é uma pergunta retórica? Porque você só me disse para parar

de interrompê-lo, por isso faço, não tenho certeza se você quer que

eu responda isso.”

"Oh meu Deus, você é impossível, Lake. Não posso nem falar duas

frases!”

Ela ri e pega a gola da minha camisa. "Estou ouvindo", ela sussurra.

"Prometo."

Começo a acreditar nela, mas assim que começo a falar novamente,

ela esmaga os seus lábios nos meus.

Por um momento, esqueço completamente do meu objetivo hoje. De

repente sou consumido pelo gosto de sua boca e a sensação de suas

mãos fazendo o seu caminho em minha volta. Abaixo o meu corpo

sobre o dela e a deixo me desviar um pouco mais. Após vários

minutos de ter intensamente perdido o controle, sou de alguma

forma capaz de me afastar de suas mãos e sentar-me no sofá.

"Droga, Lake. Você vai me deixar fazer isso ou não?" Tomo suas

mãos e puxo de volta para a posição sentada, então saio do sofá e

ajoelho-me no chão em frente a ela.

Até este momento, acho que ela não tinha nenhuma ideia do que

esta noite seria. Ela me olha com um misto de emoções em sua

expressão. Medo, esperança, entusiasmo, apreensão. Estou

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compartilhando as mesmas emoções com ela. Tomo suas mãos nas

minhas e respiro profundamente.

"Eu disse que as estrelas eram o último presente da sua mãe e

tecnicamente elas eram."

"Espere, tecnicamente?”, diz ela. Ela percebe que está me

interrompendo novamente quando eu a encaro. "Ah, sim, me

desculpe." Ela gesticula o dedo em sua boca, indicando que estava

zipando sua boca e que não vai dizer qualquer outra coisa.

"Sim, tecnicamente. Eu disse que as estrelas eram a última coisa que

ela nos deu e foram. Mas ela me deu uma estrela que não está no

vaso. Ela queria que eu desse à você quando estivesse pronto.

Quando você estivesse pronta. Então ... espero que você esteja

pronta."

Coloquei minha mão no bolso e tiro a estrela. Lentamente desdobro o

papel e quando o faço, a aliança desliza para fora na minha mão.

Quando ela vê a aliança de casamento de sua mãe, suas mãos vão

até a sua boca e ela suga uma respiração profunda.

"Eu sei que somos jovens, Lake. Nós temos uma vida inteira pela

frente para fazer coisas como nos casar. Mas às vezes as coisas na

vida das pessoas não acontecem em ordem cronológica como

deveriam. Especialmente em nossas vidas. Nossa ordem cronológica

se misturou há muito tempo."

Pego a sua mão na minha. Ela estende os dedos e suas mãos estão

tremendo... assim como as minhas. Deslizo o anel em seu dedo. Ele

se ajusta perfeitamente. Ela enxuga minhas lágrimas com a mão livre

e me beija na testa. Seus lábios aproximam-se um pouco perto

demais dos meus, então tenho que parar o que estou dizendo e a

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beijo. Ela coloca a mão na parte de trás da minha cabeça e fecha os

lábios sobre os meus, enquanto desliza no sofá subindo no meu colo.

Perco meu equilíbrio caindo para trás. Ela não afasta a sua cabeça da

minha e nossos lábios nunca se separam, enquanto ela continua a me

dar o melhor beijo que já me deu.

"Eu te amo, Will", ela murmura na minha boca. "Eu te amo, eu te

amo, eu te amo."

Afasto o meu rosto do dela e digo rindo. "Eu não terminei ainda," eu

rio. "Pare “borboletamente” de me interromper!" Rolo-a de costas e

me sustento no cotovelo ao lado dela.

Ela começa a chutar as pernas para cima e para baixo em um ataque.

"Vai logo e me pede já, estou morrendo aqui!”

Balanço a minha cabeça rindo. "É isso mesmo, Lake. Não estou

pedindo para você se casar comigo..."

Antes que eu possa terminar a minha frase, um olhar de horror

atravessa todo o seu rosto. Imediatamente coloco meu dedo sobre os

seus lábios e a calo antes que ela me interrompa novamente.

"Eu sei como você gostaria de ser pedida e eu não pedi. Mas não

estou pedindo para você se casar comigo." Rolo em cima dela e me

aproximo tão perto quanto posso, enquanto ainda estou olhando-a

nos olhos. Baixo minha voz para um sussurro. "Eu estou dizendo que

você vai se casar comigo, Lake... porque não posso viver sem você.”

Ela começa a chorar de novo... e rindo. Ela está rindo e chorando e

me beijando, tudo ao mesmo tempo. Nós dois estamos.

"Eu estava tão errada", diz ela entre beijos. "Às vezes uma garota

gosta de ser somente comunicada.”

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"Você está grávida?" Eddie perguntou à Lake.

"Não, Eddie. Isto aconteceu com você."

Estamos todos sentados na sala de estar. Lake não pode esperar para

contar a Eddie que chamou imediatamente para dar a notícia. Eddie e

Gavin chegaram aqui dentro de uma hora.

"Não me interpretem mal, estou super animada por você. Somente

não entendo. Porque tão repentinamente? 02 de março é daqui a

apenas duas semanas."

Lake olha para mim e pisca. Aconchegando-se ao meu lado, sentada

em cima dos pés. Eu me inclino e beijo seus lábios. Como disse, eu

não posso ajudá-la.

Lake se volta para Eddie e responde. "Por que eu iria querer um

casamento tradicional, Eddie? Nada em nossas vidas é tradicional.

Nenhum de nossos pais estaria lá. Você e Gavin seriam nossos únicos

convidados. Os avôs do Will, provavelmente, nem sequer

apareceriam... sua avó me odeia.”

"Ah, esqueci de falar," digo. "Minha avó realmente gosta de você.

Muito. Ela na verdade não estava muito feliz comigo."

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"Sério?" Lake diz. "Como você sabe?"

"Ela me disse."

"Huh." Ela sorri. "É bom saber."

"Viu?" Eddie diz. "Eles vão aparecer. E também Sherry e David. Isso

daria nove pessoas.”

Lake revira os olhos para Eddie. "Nove pessoas? Você espera que

paguemos um casamento com nove convidados?”

Eddie suspira e cai no colo de Gavin derrotada. "Acho que você está

certa. É que eu estava ansiosa para planejar um grande casamento

um dia.”

"Bem, você ainda pode programar o seu próprio", diz ela. Lake olha

para Gavin. "Quantos minutos mais até você propor, Gavin?"

Gavin não deixa escapar. "Cerca de trezentos mil ou menos."

"Viu, Eddie? Além disso, ainda preciso que você faça meu cabelo e

maquiagem", diz Lake. "Precisamos de testemunhas, também. Você e

Gavin podem vir e Kel e Caulder estarão lá.”

Eddie sorri. Ela finalmente parece um pouco mais animada depois

que ela descobre que é convidada.

Estava hesitante no início, com o plano de Lake, também. Mas depois

de ouvir a sua lógica... e, especialmente, depois de ouvir o quanto de

dinheiro irá nos poupar em não ter um casamento, fui facilmente

convencido. A data do casamento estava determinada.

"E sobre as casas? Em qual vocês vão viver?" Gavin pergunta.

Lake olha para mim e balança a cabeça. Nós temos conversado sobre

isso a duas semanas, antes mesmo da proposta de hoje à noite.

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Depois de ter ficado aqui, nós dois sabíamos que não seria impossível

viver em casas separadas novamente. Nós elaboramos um plano há

cerca de uma semana atrás, mas hoje parece ser a noite perfeita

para compartilhá-lo.

"Essa é uma das razões que queríamos que vocês viessem", digo.

"Minha hipoteca ainda tinha três anos para acabar e, nada menos do

que duas semanas após a Julia falecer, o título de quitação chegou

pelo correio. Ela quitou antes de morrer. Ela pagou o aluguel na casa

de Lake até setembro, que é quando a locação terá que ser renovada.

Então, agora nós vamos ter uma casa vazia com seis meses de

aluguel pago. Sabemos que vocês estão procurando um lugar antes

do bebê nascer... por isso estamos oferecendo-lhe a casa que era de

Lake. Até setembro, de qualquer maneira... então vocês terão que

assinar o seu próprio contrato."

Nenhum deles disse nada. Eles só olham para nós em estado de

choque. Gavin balança a cabeça e começa a protestar. Eddie bateu a

mão sobre sua boca e se vira para mim. "Nós vamos aceitar! Vamos

aceitar, vamos aceitar, vamos aceitar!" Ela começa a bater palmas e

pula abraçando Lake, então me abraça. "Oh meu Deus vocês são os

melhores amigos para sempre! Eles não são Gavin?"

Ele sorri, não realmente querendo parecer desesperado, mas eu sei o

quanto eles precisam de um lugar só deles. A excitação de Eddie

eventualmente supera a modéstia de Gavin e ele não pode mais se

conter. Ele abraça Lake, em seguida, me abraça então abraça Eddie,

em seguida, me abraça novamente. Quando eles finalmente se

acalmam e sentam-se no sofá, o sorriso de Gavin desaparece.

"Você sabe o que isso significa?", Diz a Eddie. "Kirsten está prestes a

ser a nossa vizinha"

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Sexta - feira, 2 de março de 2012.

Vale a pena todas as dores,

Todas as lágrimas,

Os erros...

O coração de um homem e uma mulher apaixonada?

Vale a pena todo o sofrimento no mundo.

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Capítulo Dezoito

Passei as duas últimas semanas dando-lhe todas as oportunidades de

optar por fazer as coisas de outra maneira. Lake insiste que não quer

um casamento tradicional, mas eu não quero que ela se arrependa da

sua decisão um dia. A maioria das meninas passam anos planejando

como gostariam que seu casamento fosse. Mas, novamente, a

maioria das meninas não se parece com Lake.

Respiro profundamente, sem entender por que estou tão nervoso.

Estou contente por ser assim tão informal. Não posso imaginar como

meu nervosismo apareceria nas filmagens se tivéssemos mais

convidados. Minhas mãos não param de suar, então as limpo em

meus jeans. Ela insistiu para que eu usasse jeans, disse que não

queria me ver em um smoking. Não sei o que ela escolheu para vestir

hoje, mas não quis usar um vestido de noiva. Ela não viu nenhuma

razão para comprar um, pois, ela o vestiria apenas uma vez.

Nós não estamos fazendo a tradicional caminhada pelo corredor,

também. Na verdade, nada disso é tradicional. Tenho certeza de que

ela e Eddie estão agora no banheiro público do Cartório fazendo a

maquiagem. Parece tudo tão surreal... casar com o amor de sua vida

no mesmo edifício onde você pode registrar um carro. Mas,

honestamente, não importa onde nos casamos... Ficaria da mesma

forma tão animado... e tão nervoso.

Quando as portas são abertas, não há nenhuma música. Nenhuma

menina carregando flores ou portando o anel. Apenas Eddie.

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Ela entra e se senta em uma das cadeiras ao lado de Kel. O juiz entra

logo depois de Eddie, sentando-se e me dá um formulário para

assinar.

"Você se esqueceu até da data de hoje", diz ele.

Ele me dá uma caneta para eu assinar o formulário colocando-o na

mesa a minha frente datando-o. 2 de março de 2012. Esse é o nosso

dia. Meu dia e de Lake. Entrego o papel de volta para ele e a porta da

sala do tribunal abre-se novamente. Quando me viro, Lake anda em

minha direção, sorrindo. Assim que coloco meus olhos nela, uma

onda de alívio me invade. Imediatamente me acalmo. Ela tem esse

efeito sobre mim.

Ela está linda. Está vestindo calça jeans também. Rio quando vejo a

camisa que ela está usando. Ela está vestindo aquela maldita camisa

feia. Eu amo odiar. Se pudesse ter escolhido a dedo o que ela usaria

no dia do nosso casamento, seria exatamente isso.

Quando ela caminha até mim, meus braços a envolvem, prendendo-a

e a girando em volta.

Quando a coloco de volta no chão, ela sussurra em meu ouvido.

"Mais duas horas."

Ela não está se referindo ao casamento, ela está se referindo a lua de

mel. Seguro seu rosto beijando-a. Todo mundo na sala desaparece no

tempo em que nos beijamos... mas apenas por um segundo.

"Eh-hem." Olho para cima e o oficial está parado em nossa frente

com um olhar nada divertido em seu rosto. "Nós não chegamos ao

beijo da noiva ainda", diz ele.

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Eu rio e pego a mão de Lake quando nos posicionamos em frente a

ele. Quando ele começa a ler o seu sermão de casamento, Lake leva

a mão até a minha bochecha puxando o meu rosto me fazendo olhar

em sua direção, longe do oficial. Viro-me para ela pegando suas

mãos aproximando-me mantendo nossas mãos unidas. Tenho certeza

que o oficial ainda está falando e que deveria provavelmente estar

prestando atenção, mas não posso pensar em qualquer outra coisa

agora que devesse estar prestando atenção. Ela sorri para mim e eu

posso ver que ela não está prestando atenção a nada ao nosso redor,

também. É somente ela e eu agora. Sei que ainda não é hora, mas

vou em frente e a beijo de qualquer maneira. Não ouvi uma única

palavra do sermão de casamento enquanto nós continuamos a nos

beijar. Em menos de um minuto, esta mulher está prestes a tornar-se

minha esposa. Minha vida.

Lake ri e diz: "eu aceito", sem se afastar da minha boca. Eu nem

percebi que tínhamos chegado a essa parte ainda. Ela fecha os olhos

de novo e entra no ritmo comigo. Sei que os casamentos são muito

importantes para algumas pessoas, mas tenho que lutar contra o

desejo de pegá-la e levá-la para fora daqui ainda mais. Após mais

alguns segundos, ela começa a rir de novo e diz: "Ele aceita."

Quando percebo que ela acabou de dizer a minha fala, meus lábios

separam-se dos dela e olho para o oficial. "Ela está certa, eu aceito."

Viro as costas e continuo de onde paramos.

"Bem, então, parabéns. Eu vos declaro marido e mulher. Você pode

continuar beijando sua noiva.”

E assim que eu faço.

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"Depois de você, Sra. Cooper," digo quando saímos do elevador.

Ela sorri. "Eu gosto disso. Soa bem para mim.”

"Estou feliz que você pense assim, pois é um pouco tarde para mudar

de ideia agora."

Quando as portas do elevador se fecham atrás de nós, pego a chave

do quarto no meu bolso e verifico o número do quarto novamente. "É

por aqui", digo, apontando para a direita. Tomo a sua mão na minha

e começo a andar pelo corredor. Sou obrigado a uma parada

bruscamente, quando sua mão me detém.

"Espere", diz ela. "Você deveria me levar no colo. Isso é o que os

maridos fazem.”

Antes que eu possa curvar-me e pegá-la em meus braços da maneira

tradicional, ela coloca os braços sobre os meus ombros e pula para

cima, envolvendo suas pernas em volta da minha cintura. Tenho que

agarrar suas coxas antes que ela caia. Seus lábios estão bem

próximos aos meus agora, então eles brevemente me beijam. Ela

sorri e passa as mãos pela parte de trás do meu cabelo, forçando

minha boca contra a dela novamente. Tento agarrar suas pernas com

uma mão e sua cintura com a outra, mas parece que ela está

escorregando, então dou dois passos rápidos até que ela está

encostada na porta do quarto do hotel. Não é a nossa porta, mas ela

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serve para o trabalho. Assim que ela está pressionada contra a porta,

ela geme. Lembro-me das contusões de algumas semanas atrás e

acho que posso tê-la ferido. Separo-me dela com um olhar

preocupado em meu rosto.

"Você está bem? Machuquei suas costas?”

Ela sorri. "Não. Foi um gemido bom."

A intensidade em seus olhos é magnética. Sou incapaz de quebrar o

nosso olhar enquanto estou segurando-a contra a porta. Pego-a

debaixo de suas coxas com as mãos e puxo-a ainda mais,

pressionando meu corpo contra o dela procurando maior atrito.

"Cinco minutos mais", digo.

Sorrio e inclino-me para beijá-la novamente, mas ela de repente se

afasta. Assim que percebo que a porta do quarto do hotel que

estamos encostados está se abrindo atrás dela, faço o meu melhor

para segurá-la. Em vez disso, caio no chão com ela e ambos

acabamos empilhados no chão do quarto de hotel de alguém. Ela

ainda tem os braços em volta do meu pescoço e ela esta rindo até

que ela olha para cima e vê um homem e duas crianças olhando para

nós. Ele não parece muito satisfeito.

"Corra!", sussurro. Nós dois rastejamos para fora do quarto do hotel

e nos levantamos. Pego a sua mão na minha e corremos pelo

corredor até encontrar o nosso quarto. Deslizo a chave no leitor, mas

antes de abrir a porta, ela se posiciona na minha frente e me

enfrenta.

"Mais três minutos", diz ela. Ela chega à frente e me afasta da porta

para que ela possa manusear e empurrar a porta abrindo-a. "Agora

me pegue no colo, marido."

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Eu me curvo, agarro-a por trás dos joelhos e pego-a, jogando-a por

cima do meu ombro. Ela grita e eu empurro a porta com os pés. Dou

um passo e atravesso o quarto com a minha esposa.

A porta se fecha atrás de nós e a levo para a cama.

"Sinto cheiro de chocolate. E flores”, diz ela. "Bom trabalho, marido."

Levanto sua perna tirando seu sapato. "Obrigado, Esposa." Levanto a

sua outra perna para cima e tiro o seu outro sapato, também.

"Lembrei-me também das frutas. E dos roupões."

Ela pisca para mim atraindo-me para a cama, se mexendo sobre

cama. Quando ela se estabelece, se inclina para frente agarrando

minha mão, me puxando em direção a ela. "Vem cá, marido", ela

sussurra.

Começo a me dirigir até a cama e paro quando fico cara a cara com

sua camisa. "Eu gostaria que você tirasse essa coisa feia agora",

digo.

"Você é o único que a odeia tanto. Então você tira.”

E assim que eu faço. Começo pela parte de baixo neste momento e

pressiono meus lábios contra sua pele onde sua barriga se encontra

com o topo de suas calças, fazendo-a se contorcer. Ela é delicada lá.

Bom saber. Eu desabotoo o botão afastando-a e movo lentamente

meus lábios até um centímetro de seu umbigo. Beijo-a. Ela deixa

escapar outro gemido, mas não me preocupo neste momento.

Continuo beijando cada centímetro seu até a feia camisa estar

finalmente fora e abandonada no chão.

Quando meus lábios encontram o seu caminho de volta nela, paro e a

olho nos olhos para lhe perguntar uma última vez.

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"Esposa? Tem certeza que você está pronta para não pedir para

parar? Agora?”

Ela envolve suas pernas em mim me puxando mais perto. "Estou

‘borboletamente’ pronta", diz ela.

E assim, nós não paramos.

Fim