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Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
de linha francesa a americana a crítica História:
circulação de seus saberes na sociedade; conhecimento sobre a linguagem; modifica a ação e o comportamento das
pessoas; intervenção no meio social, político e
histórico.
língua x fala
Década de 60, na França;
Estudos da linguagem.
Foucault / Pêcheux
HISTÓRIA
Sob a conjuntura teórica da França dos anos 1968-70;
Ruptura epistemológica nas ciências humanas;
Articulação: discurso x sujeito x ideologia;
Incorporação do aspecto histórico em seus estudos.
Bakhtin – teórico russo
Língua
Interdiscurso
SujeitoIdeologia
Heterogeneidade
História
Formações Discursivas(FDs)
Acontecimento
Sentido
DISCURSODISCURSO
DISCURSO DISCURSO
Língua
InterdiscursoSujeito Ideologia
Heterogeneidade
História
Formações Discursivas(FDs)
Acontecimento
Sentido
DISCURSO DISCURSO
DIALOGISMO EU
OUTRO
tempo histórico; espaço geográfico; pertencem a uma comunidade;Carregam a ideologia da comunidade de
que fazem parte: Essas crenças (ideologias) aparecem nos
discursos.
Atividade comunicativa capaz de gerar sentido desenvolvida entre
interlocutores:
Lingüístico e extralingüístico; Situação: o discurso é contextualizado; O contexto muda os sentidos:
um mesmo enunciado, produzido em momentos diferentes vai ter sentidos diferentes e, portanto, pode corresponder a discursos diferentes.
O discurso é produzido por um sujeito (EU) situado num tempo e num espaço.
Interativo: é uma forma de atuar, de agir sobre o outro;
é regido pelo princípio do dialogismo (Bakhtin): dialogamos com outros discursos, trazendo a
fala do outro para o nosso discurso; por causa desse caráter dialógico da
linguagem, dizemos que o discurso tem um efeito polifônico (é heterogêneo), pois dialoga com outros discursos.
O discurso é:
uma arena de lutas em que locutores, vozes, falando de posições ideológicas,
sociais, culturais diferentes procuram
interagir e atuar uns sobre os outros.
Sentido e sujeito se constituem num processo simultâneo;
O sentido de uma palavra, expressão, proposição, não existe em si mesmo, mas é determinado pelas posições ideológicas do sujeito, colocadas em jogo no processo-sócio-histórico em que elas são produzidas (Pêcheux, 1988).
EU TU
REFERENTE
Situação de enunciação
Situação de enunciação
EU (Dermi) TU (alunos)
(Aula)
REFERENTE (Direitos Humanos)
Situação de enunciação
EU (Afanásio) TU (ouvinte)
(Programa de rádio)
REFERENTE (Direitos Humanos)
Esse enunciado só vai se constituir em algum sentido,
quando pronunciado num discurso.
E esse sentido vai ser diferente a depender de quem o pronuncia,
de quem recebe esse pronunciamento e da situação
na qual ele foi pronunciado.
Análise da superfície textual; Determinação das relações do texto com as
formações ideológicas, para construir sentidos:
estudo da
língua
social e
histórico
EU TU
REFERENTE
Situação de enunciação
CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS
O que levar em conta quando analisamos um discurso?
O contexto histórico e social; Os interlocutores; O lugar de onde falam; A imagem que fazem de si, do outro e do
assunto de que estão tratando.
As condições de produção do discurso
Um dos lugares em que a ideologia se manifesta, isto é, toma forma material, se torna concreta por meio da língua. O sujeito fala do interior de uma Formação Discursiva
(FD), regulada por uma Formação Ideológica (FI).
Conjunto de atitudes e representações ou imagens que os falantes têm sobre si mesmos e sobre o interlocutor e o assunto em pauta. a posição social de onde falam ou escrevem; tem a ver com as relações de poder que se
estabelecem entre eles e que são expressas quando interagem entre si.
Exemplo:Formação Ideológica capitalista, neoliberal, socialista, religiosa, colonizadora, etc.
Conjunto de enunciados ou textos marcados por algumas características comuns (lingüísticas, temáticas, de posição ideológica).
A formação discursiva determina “o que pode e deve
ser dito” pelo falante a partir do lugar, da posição social,
histórica e ideológica que ele ocupa.
Quem fala, Para quem se fala, de que Posição social e ideológica se fala?
Formação DiscursivaFormação Discursiva
Formação Discursiva
FORMAÇÃO DISCURSIVA
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA
Formação Discursiva escravagista
Formação Discursiva pró-abolição
Formação Discursiva pró-imigração
FORMAÇÃO DISCURSIVA
FORMAÇÃO IDEOLÓGICA Ideologia colonizadora
Quem fala, para quem se fala, de que posição social e ideológica se fala?
FORMAÇÃO DISCURSIVA E SENTIDO
Formações Discursivas
Formações Ideológicas
TEXTO / DISCURSO
Sujeito 1 - DERMI Posição 1 Outro/s 1
Sujeito 2 - AFANÁSIO Posição 2 Outro/s 2
SENTIDO/S
Todo o discurso é um discurso de poder, na medida em que todos os discursos pretendem impor verdades a respeito de um tema específico ou de uma área da ciência, da moral, da ética, do comportamento, etc.
Qual é a verdade que se impõe a respeito dos
direitos humanos?
a “desconstrução”
Analisar como os DISCURSOS são construídos e tentar compreender
os espaços onde os sujeitos desses discursos atuam, agem e modificam
a vida contemporânea
É o discurso do sujeito por excelência;Temos várias posicionalidades:
Mulher, negra, trabalhadora, mãe, feminista, etc
Nos constituímos como sujeito
de acordo com o
sentido que damos à nossa vida.
A linguagem = mediação entre o sujeito e a realidade natural e social;
A linguagem = um trabalho, uma prática significativa - prática social;
A linguagem = trabalho simbólico;
A linguagem = ação transformadora enquanto mediação entre o sujeito e a realidade.
Igualdade Racial
FORMAÇÃO DISCURSIVA
Negro x Trabalho
Sentido 1 Sentido 2
FORMAÇÃO DISCURSIVA
Negro x Música
Práticas Simbólicas
Práticas Sociais
Ter ou não
EMPREGO
NecessidadeSignificar o valor da
pessoa humana
Sucessivas gerações e acontecimentos
Memória Discursiva
Revoluções democráticas, grupos e comissões de defesa
dos DH
práticas sociais
CONSTRUÇÃO DE DISCURSOS
nazismo stalinismo fascismo racismoditaduras
=
OPOSTOS
Quais discursos circulam pela sociedade, quando o assunto é DIREITOS HUMANOS?
Senso Comum: conjunto de crenças, valores, saberes e atitudes que julgamos
naturais, porque, transmitidos à realidade como transparência, nele tudo está explicado e em seu devido lugar.
A expressão “OS DIREITOS HUMANOS” tem diferentes sentidos a cada vez que é
pronunciada. Os discursos são produzidos de acordo com certa
formação discursiva que, por sua vez, está relacionada com sua respectiva
formação ideológica.
Diferentes posições:
ser CONTRA ou À FAVOR
FD1: a favor dos direitos humanos “...A Comissão dos Direitos Humanos teme pela vida do detento...” “...através da sua Comissão de Direitos Humanos, a OAB-RJ acompanhará a
investigação oficial dos fatos...”
FD2: opositores aos direitos humanos “Que graçinha esse tal de direitos humanos que só serve para bandidos...”; “DIREITOS HUMANOS É PARA HUMANO. ESSE FDP NÃO É HUMANO...”
Como se constituíram essas duas formações discursivas?
Momento histórico: fim dos anos 70 - déc. 80:
Movimentos sociais: Campanha pelos direitos dos presos
comuns e dos presos políticos; Contestação: uma campanha, com apoio
da população, de oposição à defesa dos direitos humanos;
Campanha para legitimar direitos sociais. (moradia, saúde...)
necessidade de significar o valor da pessoa humana: os presos comuns e os presos políticos;
a prática social: movimentos de luta pelos diferentes tipos de direitos: direitos: os sociais (coletivos: moradia,
saúde); direitos civis (individuais).
3 fatos importantes: Aumento da criminalidade e da sensação de
insegurança na população; Os opositores aos direitos humanos associaram
a criminalidade às práticas democráticas; Aumenta o apoio a formas violentas e privadas
de combate e prevenção do crime.
Fonte: Caldeira, 1991
Direitos Humanos
“privilégios de bandidos”
contexto de discussões sobre criminalidade
A população se volta contra essa idéia humanitária de defesa dos direitos do
preso comum!
Fonte: Caldeira, 1991
Estereótipo do criminoso
todos os casos considerados pelos
defensores dos direitos humanos
condicionado pelos formadores de opinião
A análise do discurso é uma disciplina de conhecimento sobre a linguagem que
permite alterar, modificar a experiência e, eventualmente, a ação e o
comportamento das pessoas. E isso a faz uma disciplina nitidamente de intervenção
no meio social, político e histórico.
FD2Vinculação desses direitos apenas aos
criminosos, vistos como privilégios.
FD1Defesa incondicional dos
direitos humanos, independente dos atos
realizados pelos sujeitos.
ALTHUSSER, L. (1974) Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. São Paulo: Martins Fontes.
BAKTHIN, M. (1992), Marxismo e Filosofia da Linguagem: 6ª ed., São Paulo: Hucitec BRANDÃO, H. H. N. (1991). Introdução à análise do discurso. Campinas: Editora da Unicamp. CALDEIRA, Tereza P. R. “Direitos humanos ou ‘privilégios de bandidos’. In: Novos
Estudos Cebrap, 30 de julho, p. 162-174, 1991. CARDIA, Nancy. Atitudes, normas culturais e valores em relação à violência, 1999. MAINGUENEAU, D.(1989). Novas Tendências em análise do discurso. Campinas:
Pontes ORLANDI, E. (1988). Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez. PÊCHEUX, M. & FUCHS, C. (1975) “A propósito da Análise Automática do Discurso: Atualização e Perspectivas.” In: F. Gadet & T. Hak (orgs.) Por uma Análise Automática do Discurso. Uma Introdução à Obra de Michel Pêcheux. Campinas: UNICAMP, 1990. PÊCHEUX, M. (1983) “Papel da memória”. In: P. ACHARD e outros. Papel da Memória. Campinas: Pontes, 1999.
Profª Eliana Vasconcelos da Silva Esvael
Email: [email protected]