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6º CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS
PADI FVR 2015
UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇOS, ENSINO E PESQUISA LTDA
2015-2
2 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
INSTITUIÇÃO ORGANIZADORA
UNISEPE
União das Instituições de Serviços, Ensino e Pesquisa Ltda
Faculdades Integradas do Vale do Ribeira – FVR
COMISSÃO ORGANIZADORA
Abigail Deolinda Lunelli Pinto
Adelmo Magalhães de França
Ademar Oliveira
Agenor de Faria Júnior
Dario Simoes Fernandes Filho Fernandes
Eduardo Halt
Luscelma Oliveira Cinachi Craice
Mario Sergio Almeida Muniz
Michele Abib Pernice
Octavio Forti Neto
Paulo Marcel de Souza Leite
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof Dr Andreia Aparecida Barbosa
Prof Msc Abigail Deolinda Lunelli Pinto
Prof Msc Adelmo Magalhães de França
Prof Msc Agenor de Faria Junior
Prof Msc Mario Sergio Almeida Muniz
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 05
RESUMOS 07
INDÍCE DE RESUMOS
1 - O MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DA BOLSA DE VALORES 07
2 - MERCADO DE CAPITAIS: A IMPORTÂNCIA DA BOVESPA PARA O DESENVOLVIMENTO NACIONAL 14
3 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA PARA UMA GESTÃO EFICAZ 22
4 – A IMPORTÂNCIA DO T&D PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL E ORGANIZACIONAL 30
5 – JUST IN TIME – TÉCNICA DE MELHORIA DE PROCESSOS 39 6 – PRODUÇÃO POR DEMANDA 45 7 – GESTÃO PÚBLICA UM FILTRO NO DESENVOLVIMENTO FEDERAL 53
8 – ADMINISTRAÇÃO PUBLICA X CORRUPÇÃO BRASILEIRA 62 9 – SEGURANÇA NOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: COMO PROTEGER SUA EMPRESA DE ACESSOS NÃO AUTORIZADOS 70
10 - EXPLORANDO A SEGURANÇA VIRTUAL DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 78
11 - DIREITO DO CONSUMIDOR 84 12 – A IMPORTÂNCIA DO DIREITO DO CONSUMIDOR PARA O EMPRESÁRIO 94
13 – AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE 106
14 – A INFLUÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE A ORGANIZAÇÃO 117
15 – PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL ALIADA AO DESENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA ATUALIDADE
128
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
16 – A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONALNOS MOMENTOS DE CRISE: UM EXTUDO EXPLICATIVO NO CONTEXTO DAS AÇÕES DE LIDERANÇA CONTEMPORÂNEA
139
17 – A NECESSIDADE DA MATEMÁTICA APLICADA NA LOGÍSTICA 149 18 - A NECESSIDADE DA MATEMÁTICA APLICADA NA LOGÍSTICA 154 19 – COMUNICAÇÃO E ENDOMARKETING 160 20 – O PAPEL DOS GESTORES DE RECURSOS HUMANOS, PERANTE AS AÇÕES DE COLABORADORES DA ORGANIZAÇÃO 167
21 – A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA A CONQUISTA DOS OBJETIVOS ORGANIZACIONAIS 173
5 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
Apresentação
A pesquisa científica tem sido negligenciada como ferramenta cognitiva do
discente enquanto protagonista da sua própria educação. Vivemos em uma época
em que a tecnologia tem absorvido o senso de autonomia e de criatividade dos
graduandos de diversas áreas. Embora a era digital tenha trazido seus benefícios
inconfundíveis, cada vez menos percebemos o florescimento de ações
emancipatórias dos estudantes através de estudos detalhados sobre determinado
objeto de conhecimento. Na contramão dessa perniciosa tendência, esta revista tem
buscado, mediante mestres-profissionais qualificados, lançar a semente da
“curiosidade” científica. Isto é, aguçar nos alunos o desejo do aprofundamento de
temas fundamentais para o sucesso dos mesmos em suas vidas profissionais.
Nesse sentido, o sexto caderno de resumos de práticas administrativas PADI
FVR 2015 tem o imenso orgulho de publicar as pesquisas desenvolvidas pelos
discentes das áreas de administração, logística, gestão de recursos humanos e
processos gerenciais, e orientadas pelos qualificados mestres das Faculdades
Integradas do Vale do Ribeira.
Os temas que circundam estes estudos estão voltados para a atualidade
presenciada em nosso país. Como o leitor perceberá, temos assuntos direcionados
para o mercado de capitais, avaliação de desempenho empresarial, técnicas de
melhoria em processos administrativos, ferramentas de gestão pública, a natureza
da corrupção brasileira e o contingenciamento histórico das teorias gerais da
administração e o seu papel na contemporaneidade. Como forma de inovar e
atualizar os estudos sobre gestão, há escritos sobre segurança e proteção
cibernética em organizações. Em uma vertente mais voltada ao conhecimento do
direito administrativo, temos pesquisas no campo do direito do consumidor e o papel
do empresariado na esfera jurídica. Além disso, dentro da matemática financeira,
encontra-se estudos vinculando à aplicação da álgebra à logística. Já para o final do
caderno, não menos fundamental, há pesquisas na área de psicologia
organizacional, focando na liderança e na motivação em tempos de crise. Por fim,
estudos sobre comunicação organizacional são essenciais para agregar valor aos
profissionais da área de recursos humanos, bem como da administração. Nesse
interim, há investigações sobre endomarketing e a função da comunicação
organizacional como meio de atingir os objetivos organizacionais.
6 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
É importante salientar que os docentes e discentes envolvidos nessa sexta
edição buscaram elencar assuntos pertinentes para a realidade dos profissionais da
gestão administrativa em geral, bem como complementar, de forma mais inovadora,
o olhar sobre os diferentes assuntos selecionados. Com toda certeza, todos os
envolvidos nesse processo adquiriram maior maturidade acadêmica e profissional,
fruto de um ensino que valoriza a emancipação cognitiva e disciplinar da área
administrativa.
Octávio Forti Neto
Professor membro da comissão organizadora da Revista Reage. Professor na Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
Doutorando do Programa em Ciências em Relações Internacionais do Instituto de Relações Internacionais da Universidade São Paulo (IRI/USP).
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
O MERCADO DE CAPITAIS NO BRASIL E A IMPORTÂNCIA DA BOLSA DE VALORES
Ana Cristina da Silva Rocha Fukunaga1
Ari Lima de Freitas Junior1 Augusto Iago de Carvalho Wolf¹
Geraldo Magela Gomes1 Francielli Ribeiro Miguel1
Vanderléia Luci Bellon1 Eduardo Halt²
RESUMO Após a história de altos e baixos na economia brasileira, as leis adotadas desde a década de 60 tentaram normatizar o mercado de capitais, porém as oscilações, as constantes mudanças e ausências de regras podem desvalorizar o mercado brasileiro. É através do mercado de capitais que pode ser a saída para o desenvolvimento econômico e social do país. As leis, como a da modernização das sociedades anônimas até criação do Conselho Monetário de Valores e do Banco Central fizeram parte da história do mercado de capitais do Brasil. Após isso, a BOVESPA criou o novo mercado, com o compromisso das empresas em adotar, voluntariamente, as boas práticas de governança corporativa, pois a crise que o mercado enfrentou no início na década de 90, foi ao fato da falta de proteção aos acionistas minoritários e consequente falta de transparência e credibilidade, ainda mais com o mercado externo como sombra para o mercado brasileiro. Atualmente, as bolsas de valores são administradas pela BOVESPA e a de São Paulo está entre as mais importantes do mundo. 1 – INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da economia brasileira está atrelado, fundamentalmente,
o crescimento produtivo das empresas, sendo que o investimento em recursos ou
em capital humano pode acelerar sua rentabilidade. Este avanço da economia é
consenso, já que aumentariam os empregos, a renda, maior consumo e maior
arrecadação. O Mercado de Capitais pode fazer a diferença neste desenvolvimento.
Através dele, o fluxo econômico permite o direcionamento de recursos por parte dos
investidores a quem necessita de maior investimento. Apesar de pouco desenvolvido
e pouco expressivo, o mercado brasileiro ainda é avaliado como de grande
potencial. Para Cherobim et al (2005), a institucionalização da poupança e da
tecnologia da informação abrem um grande potencial de expansão no mercado de ¹Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro/SP ² Graduado em Ciências Econômicas (PUC-SP). Especialista em Administração de Empresas (FGV). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
capitais no Brasil. A BOVESPA recomenda que para a maior valorização e expansão
do mercado de capitais brasileiro, é necessário liquidez, transparência e facilidade
de acesso. Nos momentos de inflação, como atualmente, ter acesso a dados
confiáveis das empresas torna-se complexo e restrito. A estabilidade de regras
também tem sido um entrave para o crescimento econômico brasileiro.
A falta de transparência pode ser vista ainda, pela mudança na lei da
Sociedade Anônima em 1997, que também marcou pela pouca importância aos
minoritários. Este ponto, se fosse priorizado, aumentaria a transparência do
mercado, reduzindo o risco e tendo maior ascensão de investidores.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 HISTÓRIA DO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO
De acordo com o Portal do Investidor, da Comissão de Valores Mobiliários do
Governo Federal, antes da década de 60, os brasileiros investiam, principalmente,
em imóveis (ativos reais). A partir da criação de novas leis no governo de 1964,
houve uma forte reestruturação do mercado financeiro, contando também com a
criação do Conselho Monetário Nacional e do Banco Central.
Com a grande quantidade de recursos no mercado acionário e com o
incentivo fiscal no governo, houve um acelerado crescimento da demanda por
ações. Devido a isso, a Bolsa do Rio de Janeiro, no começo da década de 70 foi
afetada por uma onda especulativa e suas cotações não paravam de subir.
No decorrer dos anos, vários outros incentivos foram criados para movimentar
o mercado de capitais; e em 1976 duas novas leis foram introduzidas: a Lei nº
6.404/76, nova Lei das Sociedades Anônimas que visava modernizar as regras que
regiam as sociedades anônimas, até então reguladas por um antigo Decreto-Lei de
1940 e a Lei nº 6.385/76, segunda Lei do Mercado de Capitais que, entre outras
inovações, que criou a CVM e introduziu no mercado uma instituição governamental
destinada exclusivamente a regulamentar e desenvolver o mercado de capitais,
fiscalizar as Bolsa de Valores e as companhias abertas. Apesar de todos os
incentivos criados, o mercado de capitais não teve o crescimento esperado.
9 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
A partir da década de 90, aumentou o volume de investidores estrangeiros e
algumas empresas brasileiras começam a acessar o mercado externo.
A criação do novo mercado, pela Bovespa, veio com pela crise no qual
passara o mercado de ações brasileiros no final da década de 90. A partir daí as
empresas deveriam adotar, voluntariamente, as boas práticas de governança
corporativa, pois a fragilidade que atingira o mercado no início da década se dava à
falta de proteção aos acionistas minoritários. Portanto, a valorização e a liquidez das
ações de um mercado são influenciadas positivamente pelo grau de segurança que
os direitos concedidos aos acionistas oferecem e pela qualidade das informações
prestadas pelas empresas. A ausência de regras adequadas de defesa dos
interesses dos acionistas minoritários acarreta a exigência por parte dos investidores
de um deságio sobre o preço da ação, causando uma desvalorização no valor de
mercado das companhias.
2.2 O MERCADO DE AÇÕES
Para Cherobim et al (2005) bancos, companhias de crédito, taxas de juros,
taxas de câmbio, títulos de dívida e falta de dinheiro constituem o ambiente
financeiro das empresas. Segundo o autor, para medir o comportamento do
mercado é necessário avaliar a variação das taxas de juros e variações nas
cotações das moedas e dos papéis negociados diariamente em bolsas de valores e
diretamente entre os intermediários financeiros.
Ainda para o autor, quando se fala do mercado de capitais no Brasil, percebe-
se um significativo potencial de expansão, pois com o crescimento da
institucionalização da poupança e da tecnologia da informação se abre um imenso
potencial de novos investidores e redução de custos com intermediários.
Uma ação para Bovespa é um título que implica um direito sobre os ganhos e
os ativos de uma empresa. É representada pela menor parcela do capital social de
uma sociedade por ações e ainda são títulos de renda variável, porque tanto os seus
rendimentos quanto seu próprio valor não são previamente fixados. O detentor de
uma ação (acionista) não é um credor da empresa, mas sim um de seus
proprietários e, como tal possui direito à participação nos resultados da empresa
proporcionalmente ao número de ações que detém (CAVALCANTI, MISUMI e
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
RUDGE, 2005). Os autores estabeleceram algumas abordagens comuns ao
mercado acionário:
A lucratividade das ações: quem possui ações lucra ao receber dividendos,
bonificações, e pela valorização do preço das ações na bolsa de valores; o
valor da ação;
O valor da ação: tem por base o valor do patrimônio da companhia. O preço
de compra e venda da ação é dado pelo mercado, variando em função do
desempenho financeiro da empresa, bem como da conjuntura econômica
doméstica e internacional;
Os dividendos: são os ganhos referentes a parcela distribuídas do lucro
líquido apurado no fim de cada exercício, na proporção de quantidades de
ações possuída. Por lei, no mínimo 25% do lucro líquido das empresas é
distribuído aos acionistas, e as preferenciais recebem 10% a mais em
dividendos em relação as ordinárias caso o Estatuto Social da companhia não
estabeleça um dividendo mínimo;
As bonificações: são as novas ações distribuídas por uma empresa a seus
acionistas, podendo ser excepcionalmente feita em dinheiro; e
A subscrição de novas ações: o acionista tem prioridade nas compras das
novas ações de uma empresa, ou seja, tem o direito de preferência na
subscrição, assim o acionista pode manter a mesma participação que já
possui no capital total, contar com um ganho adicional dependendo das
condições do lançamento e ainda pode vender esse direito a terceiro.
De acordo com Fortuna (2005), as ações podem ser de dois tipos: ordinárias
e preferenciais, e também podem ser nominativas e ao portador, ou seja, nas
nominativas constará o nome do proprietário e no portador o proprietário é quem as
tem em mãos. As ações podem ser ordinárias, com direito a voto, ou preferenciais,
com direito de preferência sobre os lucros a serem distribuídos aos acionistas, seja
na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio, sendo que após o Plano
Collor, todas ações passaram a ser obrigatoriamente emitidas na forma nominativa
ou escritural.
De acordo com Gitman (2003), as ações ordinárias de uma empresa podem
ser possuídas por um único indivíduo, por um grupo relativamente pequeno de
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
pessoas, tais como uma família, ou ser propriedade de um número amplo de
pessoas não-relacionadas entre si e/ou investidores institucionais.
Para a Bolsa de Valores de São Paulo as ações preferenciais garantem ao
acionista a prioridade no recebimento de dividendos (geralmente em percentual mais
elevado do que o atribuído às ações ordinárias) e no reembolso de capital, no caso
de dissolução da sociedade.
2.3 A BOLSA DE VALORES
Segundo Cherobim et al (2005) as bolsas são instituições civis sem fins
lucrativos com autonomia administrativa, financeira e patrimonial.
É por meio das bolsas de valores, segundo Cavalcante et al(2005), que se
pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à
poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que,
diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.O
Portal do Investidor (s.d) cita que a principal função de uma bolsa de valores é
proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de
negócios com valores mobiliários. Somente através das corretoras os investidores
têm acesso aos sistemas de negociação para efetuarem suas transações de compra
e venda desses valores.
De acordo com Cherobim et al (2005), as bolsas de valores atuavam de forma
muito independente umas das outras, mas a partir de um protocolo de intenções,
assinado em 2001 entre a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a Bolsa de
Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), foi dado início a um processo de reestruturação
da sistemática de atuação das bolsas participantes do mercado de capitais nacional.
O principal objetivo era integrar, sob a administração da Bovespa, o mercado de
valores mobiliário nacional, com a participação de corretoras de todas as regiões do
país.
Para Cherobim et al (2005) a Bovespa iniciou as negociações através do
Sistema de Negociações Eletrônica – CATS (Computer Assisted Trading System)
para operar simultaneamente com o tradicional sistema de Pregão Viva Voz. Em
1997, implantou o Mega Bolsa, novo sistema de negociação eletrônica que, além de
utilizar um sistema tecnológico altamente avançado, amplia o volume potencial de
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
processamento de informações. A Bovespa também oferece aos interessados em
atuar no mercado de ações, os sistemas home brokere after Market. O primeiro é um
sistema interligado aos sistemas da Bovespa que permite ao investidor enviar
ordens de compra e venda de ações através da internet. O After Market é um
mercado para negociação com ações transacionais durante o pregão no mercado à
vista, mas que ocorre após o horário regular de negociação, isto é, após o
fechamento do pregão diurno do mercado à vista.
Todo esse investimento coloca a Bolsa de Valores de São Paulo entre as
mais modernas bolsas de valores do mundo, permitindo boa colocação do brasil no
mercado internacional de capitais e atraindo o investimento externo ao país.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É evidente que o mercado de capitais pode ser uma válvula de escape para o
avanço da economia brasileira. Com o investimento em ações, as empresas podem
produzir mais, gerando mais empregos e mais renda, e consequentemente, gerando
maior arrecadação ao governo, para que sejam destinados a maior qualidade de
vida da população. Porém essas atividades tornam-se incapazes no mercado em
que prevalece a alta inflação e a instabilidade de políticas de leis e regras no setor
público. Os altos impostos também oneram o mercado, principalmente quanto a sua
liquidez. Segundo a BOVESPA, no mercado brasileiro giram em torno de R$400 e
R$ 500 milhões por dia, enquanto que o giro médio nos Estados Unidos é de US$ 60
bilhões.
Obviamente que o mercado brasileiro não tem condições de estar lado a lado de
economias desenvolvidas, mas é notável o potencial de desenvolvimento.
No atual momento da economia brasileira e após a economia voltar a se
fortalecer, é necessária uma avaliação complexa sobre o que pode ser feito para
que o mercado de capitais brasileiro possa voltar a crescer, analisando as medidas
de liquidez, de transparência e de acesso a informações, que tornam o mercado
nacional mais confiável e que possa trazer mais investidores.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, F; MISUMI, Y. J.; RUDGE, L. F. Mercado de Capitais: O que é, como funciona. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. FORTUNA, E. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços.Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2003. JÚNIOR, A. B. L.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração Financeira: Princípios, fundamentos e práticas trabalhistas. 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Elservier, 2005. BOVESPA. O mercado de capitais: Sua importância para o desenvolvimento e os entraves com que se defronta no brasil. Disponível em <http://www.bmfbovespa.com.br/pdf/relatorio2.pdf> Acesso em: Outubro de 2015. PORTAL DO INVESTIDOR. História do mercado de capitais. Disponível em <http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Academico/O_Mercado_de_valores_mobiliarios_brasileiro/Historia_Mercado-Capitais.html> Acesso em: Outubro de 2015.
14 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
MERCADO DE CAPITAIS: A IMPORTÂNCIA DA BOVESPA PARA O DESENVOLVIMENTO NACIONAL
Helena de Oliveira dos Santos1;
Kairany Alves Chagas¹; Suzianne Simone Duarte Rodrigues¹;
Eduardo Halt2
RESUMO Desenvolvemos esta pesquisa para expressar a relevância do mercado de capitais para o país, uma vez que permite o fluxo intenso de recursos que contribui para o desenvolvimento econômico e social da nação. A pesquisa tem como objetivo demonstrar que o mercado de capitais no Brasil necessita de planejamento e reajustes, uma vez que o crescimento econômico depende da expansão continua da capacidade de produção, porém o mercado de capitais brasileiro é pouco expressivo, pois a realização de seu potencial sofre diversos obstáculos que prejudicam os atributos básicos desse mercado e definitivamente contribui para a redução do seu potencial em relação à competição crescente dos mercados mundiais, buscamos identificar de maneira adequada e objetiva a importância desse mercado para a economia do país. Palavras Chave: Mercados de capitais. Desenvolvimento. Social. Econômico. Brasil. 1 - INTRODUÇÃO
Investir no mercado de capitais é uma opção que o investidor tem a
disposição para formar patrimônio para o futuro e ao mesmo tempo fornecer
recursos para o crescimento das empresas. Com mais recursos às empresas podem
aumentar sua produção, gerando empregos e colaborando para o progresso do
Brasil.
O mercado e o crescimento constante aceleram quando os investimentos se
direcionam para as alternativas com maiores retornos, entretanto, existem fatores
como a liquidez, transparência e facilidade de acesso que por sua vez é prejudicada
pela instabilidade das regras, e suas freqüentes alterações criam barreiras na
previsibilidade e no funcionamento adequado do mercado de capitais. As restrições
ao direito dos minoritários, a fragilidade de material e institucional da CMV, a justiça 1 Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro/SP 2 Graduado em Ciências Econômicas (PUC-SP). Especialista em Administração de Empresas (FGV). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira
15 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
lenta e com múltiplas interpretações são as principais causas desse problema que
afeta continuamente o Brasil.
Todos esses problemas são agravados, ou sua solução é dificultada pela má
imagem que o mercado de capitais tem entre os investidores potenciais, o público
em geral e os empresários tomadores de recursos. A mentalidade predominante
entre os empresários e o custo direto e indireto da abertura do capital também
prejudicam esse mercado, causando enfim, um círculo vicioso que reduz ainda mais
a liquidez, dificultando o acesso.
Os investimentos e a forma como são realizados estão na raiz do processo de
crescimento do país, a poupança que viabiliza os investimentos é um componente
essencial no processo do mercado de capitais, a sua eficiência é necessária para
determinar o custo de investimentos. O adequado funcionamento de todos esses
fatores gera um elevado desenvolvimento nacional e permite que a sociedade
desfrute de níveis crescentes de equilíbrio financeiro reduzindo portanto a pobreza.
Os países desenvolvidos ou em processo de crescimento demonstram altas
taxas de poupança, alta eficiência na sua intermediação ou ambas associadas. Este
crescimento está intimamente ligado à elementos incentivadores da formação de
poupança e de sua intermediação eficaz que a torne acessível para quem quer
investir.
A função primordial dos mercados de capitais é principalmente associar os
dois agentes de mercado: o poupador, que tem excesso de recursos, porém, não
tem oportunidade de investi-los em atividades produtivas, e o tomador, que está na
situação contraria. Desse modo, os mercados viabilizam o aproveitamento das
oportunidades em toda a economia promovendo assim, um aumento geral da
produtividade, da eficiência e do bem estar da sociedade.
São elevadas as incertezas de mercado de capitais brasileira, em sua
totalidade decorrentes dos problemas estruturais do setor público, os juros altos é
sua principal conseqüência e refletem os correspondentes riscos, essa restrição não
pesa apenas sobre o mercado de capitais , mas principalmente porque a aplicação
de poupanças assume características de curto prazo , não sendo adequadas o
bastante para financiar investimentos o que no entanto , reduz a oferta de recursos
para todas partes .
Dada a essencialidade do mercado de capitais para aumentar o
desenvolvimento da economia e mercado brasileiro é fundamental ações voltadas
16 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
ao fortalecimento da transparência, o aperfeiçoamento da estrutura regulatória, o
fortalecimento dos direitos dos sócios minoritários, a melhoria na estruturação e
atuação da CMV, criação de cortes judiciais especializadas, reforma tributária e
trabalhista que vise uma ampla equalização de encargos entre as empresas de
capitais aberto e fechado reduzindo o custo do acesso e de transação com
conseqüente aumento da liquidez.
Este estudo contém alguns fundamentos teóricos que merecem consideração
do público, pois representam argumentos para elevar a compreensão do mercado
de capitais aumentando, portanto, a consciência sobre a importância do mercado de
capitais e a Bovespa para o desenvolvimento econômico e social do país.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. CONCEITO DE MERCADO DE CAPITAIS
De acordo com Hoji (2008) a finalidade do mercado de capitais é a financiar as
atividades produtivas e o capital de giro das empresas, por meio de recursos de
médio e longo prazo. Os principais instrumentos de financiamento existentes no
mercado de capitais brasileiros são:
a) Ações;
b) Debêntures;
c) Notas promissórias (commercial papers)
Contribuindo com essa análise Hoji (2008) ressalta que as ações e os títulos de
crédito (debêntures e commercial papers) são negociados no mercado secundário.
No primário, as empresas emitem as ações e os títulos de credito e obtêm recursos
novos para suprir suas necessidades de caixa. Posteriormente, esses ativos são
transacionados no mercado secundário. Diferentemente do mercado de crédito, no
mercado de capitais o crédito é concedido aos emissores pelos próprios
investimentos, que adquirem as ações e os títulos de crédito. No mercado financeiro
internacional, são emitidos títulos de crédito denominados bonds (títulos com prazos
a partir de 10 anos) e notes (títulos com prazos inferiores a 10 anos). A outra
modalidade de financiamento bastante comum para em presas brasileiras e o
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
arrendamento mercantil, mais conhecido como leasing financeiro, que são
operações praticadas pelas sociedades de arrendamento mercantil.
Neste contexto Hoji (2008) afirma que as operações no mercado de capitais
usualmente são de longo prazo e podem envolver a compra de participação
acionária no empreendimento. No mercado de capitais, os principais títulos
negociados são os representativos do capital empresa (ações) ou de empréstimos
feitos via mercado por empresas (debêntures conversíveis, bônus de subscrição
etc.) sem participação de intermediários bancários. Uma debênture, por exemplo, é
um título de dívida com características próprias, negociado diretamente entre a
empresa e os investidores finais. Em teoria, as vantagens das debêntures sobre as
operações de crédito envolvem um custo menor para o tomador (comparativamente
a um credito bancário de mesmo prazo e volume) e a viabilização de investimentos
de grande volume, pela diluição dos recursos (como cada uma das debêntures
representa parcelas do volume total captado, viabiliza-se a participação de
investidores de menor porte).
Para Rocca (et al.) (2008) o mercado de capitais brasileiro vive o que chamo
de “Revolução Silenciosa”. Há quase três anos, o mercado de capitais é o principal
financiador das empresas brasileiras, ultrapassando o banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2006, o mercado de capitais
financiou cerca de R$ 120 bilhões, contra desembolso de R$ 52,3 bilhões de
BNDES. No primeiro semestre de 2007 (até julho), as captações primárias do
mercado de capitais somaram R$77,8 bilhões – mais que o dobro dos R$31,2
bilhões desembolsados pelo BNDES. Estes números são extremamente animadores
para todos nós. Eles mostram que o mercado de capitais e o BNDES estão atuando
em conjunto para o desenvolvimento do Brasil, das suas empresas da sua economia
e dos cidadãos.
Ainda conforme Rocca (et al.) (2008) a consciência de que o conhecimento do
mercado por parte do público investidor é maior instrumento para assegurar o
progresso ordenado e virtuoso do mercado brasileiro de capitais. As iniciativas para
a educação do público investigador ainda necessitam ampliar seu contingente,
ultrapassar os limites dos grandes centros urbanos, além de se constituir em um
grande desafio para todos os interessados no desenvolvimento do mercado.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.2 CONCEITO DA BOVESPA (BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO)
Segundo Meneses (2011) a bolsa de valores é o local onde se compram e
vendem ações. Tais operações realizadas por corretoras devidamente autorizadas.
Por definição podemos dizer que bolsas de valores são associações sem fins
lucrativos que representam a reunião de recursos provenientes da aquisição do título
do sócio patrimonial por algumas corretoras. No Brasil, temos duas bolsas, a
Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e a BMF. Na Bovespa negociam-se ações
e derivados de ações possíveis, e na BMF negociam-se ativos à vista e derivados
sobre ativos financeiros e agropecuários. Na Bovespa, o investimento pode atuar à
vista, neste caso tem-se a liquidação física (entrega da ação pelo vendedor) e
financeira (pagamento das ações pelo comprador) em três dias.
A Bovespa não pertence ao governo, mas às corretoras de
valores.
Cada corretora-membro é dona de um título patrimonial dessa
associação, que é a Bovespa.
Cada corretora é sócia da bolsa.
Quando uma pessoa efetua a compra e uma ação na Bovespa,
ela está se tornando uma sócia da empresa, passando a ter direitos sobre e
lucros da empresa.
Para que uma ação participe do Bovespa, ela deverá satisfazer
as seguintes características: índices de negociabilidade somados
representem 80% dos índices individuais somados, volume de participação
superior a 0,1% do total e ter sido negociada em mais de 80% dos pregões.
2.3 FUNÇÕES DA MOEDA
De acordo com Cavalcanti (et al.) (2009) a moeda exerce o papel fundamental
na economia moderna. A existência dessa quantidade incomum de padrões
monetários diferentes em tão pouco tempo no Brasil é a conseqüência prática de
uma série de planos econômicos de combate à inflação, baixados especialmente
nas décadas de 1980-1990, que culminaram com a extinção do cruzeiro e seus
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
sucedâneos e a implantação d real. Durante trinta anos, o Brasil foi submetido a
regimes monetários suportados pela correção monetária do valor da moeda e dos
ativos nacionais. Em 1994, utilizando um artifício de correção diária do valor
monetário da moeda em custo, denominado Unidade Real de Valor, o governo pôde
adotar a atual moeda, o real.
Contribuindo com esta perspectiva Cavalcanti (et al.) (2009) a adoção do real
significou o fim dos planos econômicos baseados em alteração no padrão
monetário. Não obstante, persistia na economia o hábito da indexação generalizada
dos contatos, e a inflação dos anos anteriores se projetava nos aumentos futuros de
preços. Essa tendência levou mais de quatro anos para ser superada, mesmo
depois que a correção monetária foi extinta nos contatos de prazo inferior a um ano.
Não obstante, os contatos brasileiros ainda cuidam de manter cláusulas de
indexação, e o recrudescimento da inflação pode recriar mecanismos de correlação
a qualquer tempo. Foi somente depois da reforma cambial do começo de 1999,
quando se abandonou o regime de câmbio administrado e se instituiu o sistema de
câmbio flutuante, que as taxa de cambio e as tarifas públicas deixaram de pensar no
cálculo da inflação. Só então a correção monetária deixou de ser exigida com direito
dos credores contra os devedores.
2.4 INDÍCE DE AÇÕES
Para Rassier; Hilgert (2012) o principal índice do mercado brasileiro de ações
é o Ibovespa, Índice da Bolsa de Valores de São Paulo. É o valor atual de uma
carteira teórica de ações a partir de uma aplicação hipotética. A carteira do Ibovespa
teve início em 1968, com valor definido em 100 pontos. Desde então, o aumento ou
redução desse número traduz a tendência geral dos preços das ações negociadas
na bolsa. O índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio
das cotações do mercado de ações brasileiro. Sua relevância advém do fato de
retratar o comportamento dos principais papéis negociados na Bovespa e também
de sua tradição, pois o índice manteve a integridade de sua série histórica e não
sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968.
Ainda neste contexto conclui Rassier; Hilgert (2012) a carteira é composta
pelos papéis que alcançam 80% de participação acumulada em número de negócios
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
e volume financeiro nos 12 meses anteriores, tendo presença em pelo menos 80%
das sessões de pregão desse período. Nenhuma ação pode permanecer ao índice
se sua negociação for inferior a 0,1% do volume total de negócios. Reavaliações
quadrimestrais (com base nos 12 meses anteriores) servem para atribuir novos
pesos de ponderação às diferentes ações que compõem a carteira do Ibovespa. O
critério para a escolha dessas ações baseia-se, sobretudo em sua participação no
volume de negócios.
Szmrecsányi (2004) relata que na segunda metade da década de 1990, a
Bovespa dominava amplamente com mais de 85%, que atingiu 95% em 1999. Essa
situação justificou a assinatura de um acordo de integração das bolsas, mantendo a
Bolsa de Valores de São Paulo como centro exclusivo das transações do mercado
secundário de ações. Essa concentração das operações transformou a Bovespa no
maior centro de negociações com ações da América Latina. Atualmente, são
transacionadas na Bovespa cerca de 360 empresas, que têm valor de mercado de
212 bilhões de dólares (Dados da bolsa de Valores de São Paulo). Apesar da
representatividade dos negócios no mercado secundário, a emissão primária de
ações pouco representa como meio de financiar os investimentos privados no país.
No ano de 2003, por exemplo, a única operação de oferta pública de ações somou
apenas R$ 80 milhões, e não houve operação de IPO “Initial Public offering” de
ações (Dados da Comissão de Valores Mobiliários).
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crescimento do país somente será adequado se for compatível com o
compromissos de estabilização interna e o equilíbrio das contas externas, conforme
esta necessidade , é prioridade que a economia brasileira possua mercado de
capitais forte e eficiente, uma vez que a retomada do crescimento deve ser liderada
por investimentos privados e pela defesa de políticas de investimentos produtivos,
devido a isto , há a necessidade do país melhorar a geração e a alocação de
poupança para viabilizar o desenvolvimento do Brasil, transformando o mercado de
capitais no principal fornecedor de recursos de capitais de longo prazo no país.
Enfim, é fundamental que o mercado de capitais desenvolva sua função de
oferecer alternativas de investimento seguras e rentáveis e direcionar a poupança
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para setores produtivos da economia, pois sem poupança não há recursos para
investir, sem investimento não existe crescimento e sem crescimento não há bem
estar para população. O mercado de capitais brasileiro possui um enorme potencial
de desenvolvimento.
Portanto, o País possui instituições, estrutura e condições para sua plena
utilização, necessitando apenas que sejam eliminados os obstáculos para fazer com
que o mercado de capitais brasileiro seja fonte de liquidez e recursos para as
empresas e alternativa de aplicação atrativa para os investidores. Atualmente, o
principal obstáculo para o mercado de capitais é sua inserção em uma economia
com altas taxas de juros, que acaba concentrando recursos nos fundos de renda fixa
e inibe a criação de investimentos produtivos.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALCANTE, F. (et al.). Mercado de capitais: o que é, como funciona. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégia financeiras, orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2008. MENESES, A. Mercado financeiro: teoria, questões comentadas e mais de 100 questões propostas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. RASSIER, L. H; HILGERT, S. P. Aprenda a Investir na Bolsa de Valores. Curitiba: IESD Brasil S.A, 2012. ROCCA, C. A. (et al.). Revolução no mercado de capitais no Brasil: o crescimento recente é sustentável? Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. SZMRECSÁNYI, T. Historia econômica da cidade de São Paulo. São Paulo: Globo, 2004.
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AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA PARA UMA
GESTÃO EFICAZ
Hanna de Oliveira1; Marizio dos Anjos Junior1; Mirtes Bezerra de Lima1;
Rebeca de Oliveira Nascimento1, Thayane Cristina de Lara Alves1;
Paulo Marcel de Souza Leite2.
RESUMO
O resumo que se segue, apresenta e discute as visões de conceituados escritores da área administrativa de recursos humanos, com relação à importância do processo de avaliação de desempenho para as organizações. A princípio temos os conceitos utilizados e a apresentação da ideia central, visto que, a análise desse processo e dos seus métodos de aplicação está diretamente relacionada ao bom desenvolvimento da empresa. Posteriormente temos um aprofundamento das ideias e modos de aplicações pelos profissionais na área de avaliação da equipe de colaboradores. Visa ainda, analisar tais abordagens, de maneira a colocá-las como maneira central de preservação dos talentos e pessoal capacitado, treinamento e aperfeiçoamento, evitando assim altos índices de rotatividade gerados pela má contratação.
Palavras Chave: Recursos Humanos. Métodos de Avaliação. Desenvolvimento organizacional.
1 - INTRODUÇÃO
Com tamanha variação no mundo atual, com o avanço tecnológico e
crescimento desenfreado da população, as empresas buscam a melhor forma de
alcançar destaque, e essas mudanças e inovações afetam toda a sua estrutura.
Esse ambiente de mudança acelerada impõe às organizações uma dinâmica
permanente no sentido de ajustar-se às demandas de transformações, exigindo uma
visão empresarial que vai muito além da preocupação e da iniciativa de colocar um
produto no mercado e obter um retorno imediatista. 1 Graduado em Ciências Econômicas (PUC-SP). Especialista em Administração de Empresas (FGV). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira 2 Graduado em Administração (FVR). Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Universidade Paulista (UNIP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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É evidente o impacto dessas transformações no desempenho humano. É a
força de trabalho que deverá estar apta a promover as mudanças no ambiente
organizacional, o que requer esforço permanente de readaptação e de assimilação
de novos conhecimentos. São maiores as exigências de qualificação pessoal para
assumir desafios, novas responsabilidades e riscos e de flexibilidade para conviver
com a instabilidade. O fator humano constitui a força vital para a realização do
empreendimento empresarial.
O grande desafio que se apresenta para as empresas será desenvolver a
qualificação e o potencial de seus colaboradores para obter em contrapartida alto
desempenho, aceitação de maiores responsabilidades e comprometimento com os
resultados desejados, criando condições mais favoráveis à inovação, ao
aprimoramento da qualidade, ao intercâmbio de informações, internamente e com o
mercado e relacionamento com os clientes.
Para tal fim, pode-se afirmar que as diretrizes para a formulação desse
processo se dá através da avaliação de desempenho, que são inspiradas na
percepção e no reconhecimento do desempenho humano como fator impulsionador
do sucesso da empresa.
A busca das organizações ao utilizar como método estratégico a Avaliação de
Desempenho é, basicamente, o monitoramento dos resultados traçados, a análise
do desempenho dos indivíduos e identificação dos fatores críticos, pontos positivos e
negativos que precisam de aperfeiçoamento e intervenção, respectivamente.
Portanto, tendo em vista o tema relacionado, o presente trabalho tem como
objetivo demonstrar como a avaliação de desempenho dentro das organizações
pode influenciar na análise do desempenho profissional dos indivíduos envolvidos e
criar meios e ferramentas capazes de promover desenvolvimento, e assim contribuir
para o modelo de gestão de cada organização.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. DEFINIÇÃO
De acordo com Lucena (1992), desempenho refere-se à atuação do
empregado em face de um cargo que ocupa na organização, cujo conteúdo
especifica as responsabilidades, tarefas, desafios que lhe foram atribuídos. O
desempenho pode ser reconhecido como a manifestação concreta, objetiva do que o
empregado é capaz de fazer. É algo que pode ser definido, acompanhado e
mensurado.
Segundo Chiavenato (2003), a avaliação do desempenho é uma
responsabilidade gerencial que procura monitorar o trabalho da equipe e de cada
membro e os resultados alcançados para compará-los com os resultados esperados.
Preocupa-se com a eficiência e com a eficácia, com a qualidade e com a
produtividade.
Para Dessler (2003) a Avaliação de Desempenho pode ser definida como a
avaliação entre o desempenho atual ou passado de um funcionário e seus padrões
de desempenho. Embora geralmente lembre ferramentas de avaliação específicas
como o formulário de avaliação de ensino. O formulário em si é geralmente apenas
uma parte do processo de avaliação. A avaliação de desempenho também presume
que os padrões desempenho foram estabelecidos e que o supervisor dará feedback
ao funcionário para ajudá-lo a eliminar deficiências de desempenho ou a manter seu
bom nível de desempenho.
Lucena (1992) ainda afirma que a avaliação é a verificação formal e
permanente dos resultados alcançados comparados com os padrões de
desempenho estabelecidos e o termo desempenho é definido como: compreende a
atuação do empregado em seu posto de trabalho, traduzida em projetos, atividades
ou tarefas que lhe foram atribuídas, assim como os resultados que dele se espera,
definidos por padrões de desempenho.
Para Marras (2002), avaliação de desempenho é um instrumento gerencial
que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos, por um empregado ou
por um grupo, em determinado período e área específica (conhecimentos, metas,
habilidades, etc).
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Segundo Dessler (2003) os chefes avaliam o desempenho de seus
funcionários por três razões principais. Primeiro, a avaliação traz informações
importantes para as decisões sobre promoções e aumento de salário. Segundo,
permite que chefes e funcionários desenvolvam um plano para corrigir qualquer
deficiência que possa ter sido revelada para avaliação e também permite o reforço
dos pontos positivos do desempenho dos funcionários. Finalmente, as avaliações
podem ser úteis para o planejamento da carreira, pois oferecem a oportunidade de
revisar os planos de carreira dos funcionários à luz das forças e fraquezas
demonstradas.
2.2. OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Lucena (1992) expõe como principais objetivos:
1. Definir e mensura o grau de contribuição de cada empregado na
consecução dos objetivos da empresa.
2. Subsidiar as ações de treinamento e desenvolvimento tendo em vista a
capacitação profissional dos empregados.
3. Facilitar o planejamento de ações para corrigir desempenhos
(readaptações, remanejamentos, transferências, aspectos
comportamentais, etc).
4. Subsidiar-se os processos de promoção, progressão salarial e carreira
profissional, que utilizarão os resultados da Avaliação de Desempenho de
acordo com normas estabelecidas para este fim.
5. Possibilitar ao empregado a identificação e busca dos meios necessários
ao autodesenvolvimento, através da sua participação e conhecimento dos
resultados da avaliação.
Chiavenato (2006) classifica os objetivos intermediários da Avaliação de
Desempenho:
1. Adequação do indivíduo ao cargo;
2. Treinamento; promoções; incentivo salarial ao bom desempenho;
3. Melhoria das relações humanas entre superior e subordinado;
4. Auto-aperfeiçoamento do empregado;
5. Informações básicas para pesquisa de recursos humanos;
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6. Estimativa do potencial de desenvolvimento dos empregados; estímulo
à maior produtividade;
7. Oportunidade de conhecimento dos padrões de desempenho da
organização; retroação (feedback) de informação ao próprio indivíduo
avaliado;
8. Outras decisões de pessoal, como transferências, dispensas, etc.
2.3 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
De acordo com Chiavenato (2003), a avaliação do desempenho pode ser feita
por métodos que variam conforme a empresa ou mesmo conforme cada área da
empresa, de acordo com os objetivos visados.
Os métodos tradicionalmente utilizados são: o método das escalas gráficas, o
da escolha forçada, o da pesquisa de campo, dos incidentes críticos e método de
auto-avaliação.
Dessler (2003) define o método das escalas gráficas: relaciona uma série de
aspectos e suas respectivas escalas de desempenho, são listados aspectos (como
qualidade e confiabilidade) e uma escala de valores de desempenho (neste caso, de
insatisfatório e excelente) para cada aspecto. O supervisor avalia cada funcionário
assinalando a classificação que melhor descreve o desempenho deste em cada
aspecto. A pontuação final de todos os aspectos é então totalizada.
Conforme Marras (2002) o método da escolha forçada foi criado para avaliar
oficiais das Forças Armadas Americanas, diante da necessidade que essa entidade
sentiu em implementar um instrumento de controle que neutralizasse o subjetivismo,
as influências dos avaliadores e outras interferências indesejáveis. O objetivo é
analisar a eficácia do desempenho do individuo no trabalho sem considerar a
personalidade. É utilizado um formulário com blocos de frases descritivas que possui
determinados aspectos do comportamento.
Chiavenato (2009) explica que o método da pesquisa de campo é um método
de avaliação do desempenho com base em entrevistas como superior imediato, por
meio de quais se avalia o desempenho dos subordinados, levantando-se as causas,
origens e motivos de tal desempenho, por meio de análise de fatos e situações. É
um método de avaliação mais amplo que permite, além de um diagnóstico do
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desempenho da pessoa, a possibilidade de planejar com o superior imediato seu
desenvolvimento no cargo e na organização.
Para Dessler (2003), no método de incidentes críticos faz-se um registro de
exemplos excepcionalmente bons ou indesejáveis dos comportamentos de um
trabalho de um funcionário e revisa-se esse registro com esse funcionário em
períodos determinados. É frequentemente usado para suplementar um método de
classificação. Ele garante que o supervisor pense sobre a avaliação do funcionário o
ano todo, já que os incidentes precisam ser registrados; assim a avaliação não
reflete apenas o desempenho mais recente do funcionário. Uma lista de incidentes
críticos pode também fornecer exemplos concretos do que os funcionários podem
fazer especificamente para eliminar deficiências de desempenho.
E por fim, no método de autoavaliação, que conforme Chiavenato (2009) é a
avaliação por meio do qual o próprio empregado faz uma análise de suas próprias
características de desempenho. Pode utilizar sistemas variados baseados nos
diversos métodos de avaliação de desempenho já descritos.
2.4 A AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES
Chiavenato (2003) afirma a respeito da introdução do processo de avaliação
de desempenho nas organizações que, após escolhida a equipe de trabalho,
treinada e desenvolvida, desenhadas as tarefas a realizar, o gerente deve liderá-lo e
motivá-lo no sentido de alcançar determinados objetivos. A avaliação do
desempenho não é simplesmente a responsabilidade que se segue, mas a
responsabilidade que vem desde a formação inicial da equipe, desde a seleção dos
participantes, desde o seu treinamento e vem seguindo o comportamento do
conjunto ao longo do tempo. Nesse sentido, a avaliação do desempenho é uma
responsabilidade gerencial constante, contínua e abrangente, que deve acompanhar
todos os passos da equipe e de cada pessoa que a integra.
Conforme Lucena (1992) a avaliação de desempenho não era trabalhada, no
ambiente organizacional, como um processo de gestão de desempenho. Era,
apenas, um formulário, preenchido em determinada data, sem nenhuma referência
ao desempenho e sem consequências para o desenvolvimento do negócio e das
pessoas, funcionando como um mecanismo precário para a concessão do mérito. E
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se o desempenho não for gerenciado, o negócio também não será administrado
adequadamente. É impossível separar essas duas coordenadas.
Por tal razão, é necessário se apoiar em quatro pontos básicos: negociação
do desempenho (resultados esperados); acompanhamento do desempenho
(feedback ao empregado); ações sobre o desempenho e avaliação dos resultados.
Os resultados apresentados como consequências do desempenho representam a
manifestação concreta e objetiva do que o empregado é capaz de fazer. É algo que
pode ser definido, acompanhado e mensurado.
Definir os resultados ou o desempenho esperado de cada empregado
significa especificar as atribuições, metas, projetos, atividades, tarefas que
compõem o seu campo de responsabilidade profissional. Mas é preciso definir
também Padrões de Desempenho, isto é, quanto é esperado, qual o nível de
qualidade desejada e quais os prazos para apresentar resultados.
O acompanhamento sistemático do desempenho garante que a empresa está
utilizando adequadamente seus recursos e conduzindo eficazmente o desempenho
do seu pessoal para resultados positivos.
A formulação de uma estratégia para implantação do processo de Avaliação
de Desempenho requer uma análise do ambiente organizacional. Reconhecida
como sistema integrado, a organização dimensiona um ambiente dinâmico em suas
múltiplas e complexas relações e interdependências, que imprime uma cultura
organizacional particular.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou abordar e verificar a importância da aplicação e
prática da Avaliação de Desempenho como uma ferramenta de ajuda nas
organizações. Além de explicitar a necessidade do seu desenvolvimento dentro dela
juntamente à equipe de colaboradores.
A avaliação de desempenho pode ser considerada como uma ferramenta útil
no universo organizacional, pois possui capacidade de identificar e mensurar o
trabalho em determinado período de tempo de um ou mais indivíduos dentro do
ambiente organizacional.
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Pode-se afirmar que o seu objetivo principal é analisar e demonstrar o
desempenho, sendo ele individual ou coletivo, ajudando assim a organização a
desenvolver programas ou aplicar ferramentas que ajudem o desenvolvimento e
crescimento tanto profissional, como também pessoal dentro do grupo ou apenas do
indivíduo.
É um meio que permite localizar problemas de supervisão e gerência, de
integração da pessoa à empresa, da adequação ao cargo ocupado, de localizar
carências e neutralizar problemas. A Avaliação de Desempenho ainda pode ser
citada como uma maneira central de preservação dos talentos e do pessoal
capacitado que compõem a equipe organizacional.
Assim, afirma-se que a Avaliação de Desempenho é uma ferramenta de suma
importância para uma gestão eficaz, colaborando para que se adquira um diferencial
em relação aos seus concorrentes e conquiste um espaço neste mundo globalizado.
REFERÊNCIAS CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas. 4.ed. – São Paulo: Prentice Hall, 2003. ____________, Idalberto. Recursos Humanos: O capital humano das organizações. São Paulo: Atlas, 2006. ____________, Idalberto. Desempenho humano nas empresas: como desenhar cargos e avaliar o desempenho para alcançar resultados. 6.ed. São Paulo: Manole, 2009. DESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. 2.ed. – São Paulo: Prentice Hall, 2003. LUCENA, Maria Diva da Salete. Avaliação e desempenho. São Paulo: Atlas, 1992. MARRAS, Jean Pierre. Administração da remuneração; remuneração tradicional e estratégica; elementos de estatística aplicada; normas legais; benefícios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
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A IMPORTÂNCIA DO T&D PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL E
ORGANIZACIONAL
Carla da Silva Dias1; Caroline Teixeira Guilherme1;
Job Ribeiro Lemos Filho1 ; Juliana Silva de Oliveira1;
Mayara Pereira Dias1; Vanderson Gonçalves Rosa1;
Paulo Marcel de Souza Leite2. RESUMO
Através do estudo apresentado a seguir, mostraremos o quão significativo passou a ser o processo de treinamento e desenvolvimento para o sucesso e crescimento pessoal do colaborador e consequentemente da organização. Em um ambiente cada vez mais dinâmico, o aprimoramento das capacidades individuais e coletivas tornou-se um fator determinante para o fortalecimento do capital humano, concomitantemente, elevando o potencial competitivo corporativo. Cabe a gestão de Recursos Humanos identificar as deficiências e desse modo aplicar o método mais adequado a realidade organizacional. Palavras Chave: Gestão de Pessoas. Aprendizagem. Competências.
1 - INTRODUÇÃO
Antigamente as organizações viam seus colaboradores como meras peças de
seu processo produtivo, não levando em consideração suas emoções, sentimentos,
particularidades e necessidades. Dessa forma, as relações de trabalho eram
extremamente engessadas, restringindo-se a execução de tarefas simples e
repetitivas.
Através de estudos posteriores, as organizações passaram a compreender a
importância do capital humano como fonte de produtividade, lucratividade,
crescimento e desenvolvimento organizacional. As pessoas deixaram de ser apenas
1 Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro,SP ² Graduado em Administração (FVR). Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Paulista (UNIP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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fornecedoras de mão-de-obra e passaram a ser fornecedoras de conhecimentos e
habilidades.
Gil (2001) aponta que nessa nova cultura, onde o capital intelectual é
imprescindível para o sucesso empresarial, as organizações tem buscado
desenvolver e aprimorar as capacidades e habilidades de seus colaboradores para
explorar ao máximo suas potencialidades, bem como melhorar as relações
interpessoais e a integração do empregado com a empresa.
Assim sendo, o treinamento e desenvolvimento de pessoas é uma ferramenta
fundamental para manutenção ou ampliação do diferencial competitivo. As
constantes pressões do ambiente externo, o aumento da complexidade tecnológica
e das relações faz com que as pessoas estejam preparadas para contextos cada
vez mais exigentes e complexos. (DUTRA, 2002)
Chiavenato (2004), afirma que o treinamento e desenvolvimento (T&D) devem
proporcionar as pessoas o aprendizado de novos conhecimentos, habilidades e
destrezas, mas, sobretudo, deve dar-lhes a formação básica para que aprendam
novas atitudes, soluções, ideais, conceitos e que modifiquem seus hábitos e se
tornem mais eficazes naquilo que fazem.
Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo explorar os tipos e
benefícios do treinamento e desenvolvimento de pessoas. Sob a ótica de vários
autores, buscamos apresentar as etapas que são fundamentais para o sucesso
desses processos, à luz da sua importância para as organizações atualmente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. TREINAMENTO
2.1.1. Conceito
“O treinamento é um meio para alavancar o desempenho no cargo;
desenvolver competências nas pessoas para que se tornem mais produtivas,
criativas e inovadoras a fim de contribuir melhor para os objetivos organizacionais e
se tornarem cada vez mais valiosas.” (CHIAVENATO, 2004)
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Para Gil (2001) é o conjunto de experiências de aprendizagem centradas na
posição atual da organização. É um processo educacional de curto-prazo e que
envolve todas as ações que visam deliberadamente ampliar a capacidade das
pessoas para desempenhar melhor as atividades relacionadas ao cargo que ocupam
na empresa.
Complementando, Chiavenato (2004) afirma que a maior parte dos
treinamentos está concentrada em transmitir informações ao funcionário sobre a
organização, suas políticas e diretrizes, regras e procedimentos. Outros buscam
desenvolver as habilidades das pessoas, para capacitá-las melhor no seu trabalho.
E ainda outros, que visam o desenvolvimento de novos hábitos e atitudes para lidar
com clientes internos e externos, com o próprio trabalho e com a organização.
O treinamento deve simplesmente orientar as experiências de aprendizagem
num sentido positivo e benéfico, a fim de que os indivíduos em todos os níveis da
empresa possam desenvolver mais rapidamente seus conhecimentos e aquelas
atitudes e habilidades que beneficiarão a eles mesmos e à sua empresa.
(CHIAVENATO, 1997)
2.1.2. Etapas do Processo de Treinamento
Segundo Chiavenato (2004) o treinamento é um processo cíclico e continuo e
apresenta quatro etapas:
1. Diagnóstico: é o levantamento das necessidades de treinamento a serem
satisfeitas. É uma área de informação ou de habilidades que um indivíduo ou
grupo precisa desenvolver para melhorar ou aumentar a sua eficiência.
Métodos:
avaliar o processo produtivo localizando fatores como produtos
rejeitados, barreiras, pontos fracos, custos laborais elevados, etc.
Retroação direta a partir daquilo que as pessoas acreditam serem
necessidades de treinamento na organização.
Visão de futuro. Introdução de novas tecnologias ou equipamentos,
novos processos para produzir os produtos ou serviços, etc.
2. Desenho: é a elaboração do programa de treinamento para atender as
necessidades diagnosticadas. É o planejamento das ações de treinamento,
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no qual são definidos os seis ingredientes básicos: quem deve ser treinado,
em que, por quem, onde e quando, a fim de atingir os objetivos de
treinamento.
3. Implementação: é a aplicação e condução do programa de treinamento. As
duas principais técnicas para transmitir e disseminar informação são:
Leituras: na qual um instrutor apresenta verbalmente informação a um grupo
de ouvintes. Uma vantagem é que o instrutor expõe uma quantidade máxima
de informação dentro de um determinado período de tempo.
Instrução programada: é uma técnica para instrução sem a presença de um
instrutor humano. Pode ser computadorizada e os treinados absorvem o
conhecimento em suas próprias casas, sabendo imediatamente se estão
certos ou errados e participando ativamente do processo.
4. Avaliação: é a verificação dos resultados obtidos com o treinamento. O
importante é fixar os objetivos propostos para o treinamento e, em função
deles, avaliar seus resultados.
2.1.3. Métodos de treinamento
Bohlander; Snell; Sherman (2005) argumentam que uma consideração
importante na escolha entre os métodos de treinamento é determinar quais deles
são adequados para que os CHAs sejam apreendidos. Dentre os diversos métodos,
destacam-se os seguintes:
Treinamento no local de trabalho - método pelo qual os funcionários recebem
experiências práticas sob as condições de trabalho normais e uma
oportunidade para o treinador construir bons relacionamentos com novos
funcionários.
Treinamento profissionalizante – sistema de treinamento em que um
trabalhador que esteja ingressando em ofícios qualificados, recebe instrução
e experiência, tanto dentro quanto fora do emprego, nos aspectos práticos e
teóricos do trabalho.
Instrução de sala de aula – o treinamento em sala de aula permite que um
número máximo de alunos seja orientado por um mínimo de instrutores.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Instrução programada - Também chamado de aprendizado autodirigido,
envolve o uso de livros, manuais ou computadores para dividir o conteúdo do
assunto em sequências altamente organizadas e lógicas, que exigem a
resposta contínua por parte do aluno.
Método de simulação – O método de simulação dá a ênfase ao realismo dos
equipamentos e sua operação com um custo mínimo e máxima segurança.
Seminários e conferências – É muitas vezes usado quando a mudança de
atitudes é um objetivo.
2.2. DESENVOLVIMENTO
2.2.1. Conceito
De acordo com Gil (2001) desenvolvimento refere-se ao conjunto de
experiências de aprendizagem que proporcionam oportunidades para o crescimento
e desenvolvimento profissional. Focaliza os cargos a serem ocupados futuramente
na organização e os conhecimentos, habilidades e atitudes que serão requeridos de
seus ocupantes.
Chiavenato (2004) diz que está relacionado com a educação e com a
orientação para o futuro. O desenvolvimento está mais focalizado no crescimento
pessoal do empregado e visa à carreira futura e não apenas o cargo atual.
Proporcionam oportunidades para o desenvolvimento e crescimento profissional.
Dutra (2002) compreende que as organizações estão percebendo a
necessidade de estimular e apoiar o contínuo desenvolvimento das pessoas, como
forma de manter suas vantagens competitivas. Ao mesmo tempo, as pessoas
buscam seu contínuo desenvolvimento para obter maior segurança quanto a sua
inserção no mercado de trabalho.
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2.2.2. Métodos para Desenvolvimento de Pessoas
De acordo com Chiavenato (2004) os métodos de desenvolvimentos são
divididos em desenvolvimento de habilidades pessoais dentro do cargo e fora do
cargo.
2.2.2.1. Dentro do Cargo
Dentre os métodos de desenvolvimento de pessoas dentro do cargo podemos
destacar:
Rotação de cargos: é a movimentação das pessoas em varias posições na
organização. No esforço de expandir suas habilidades, conhecimentos e
capacidades.
Posição de assessoria: oportunidade para que a pessoa trabalhe
provisoriamente sob a supervisão de um gerente bem sucedido em diferentes
áreas da organização.
Atribuição de comissões: oportunidade para participar de comissões de
trabalho compartilhando da tomada de decisões, aprender pela observação
dos outros e pesquisar problemas específicos da organização.
Coaching: um profissional chamado Coach tem a função de estimular, apoiar,
orientar e preparar seu “pupilo”, para que ele aprenda explore todo o seu
potencial.
2.2.2.2. Fora do Cargo
Existem dois métodos para o desenvolvimento de pessoas fora do cargo:
Tutoria: É a assistência que executivos da cúpula oferecem a pessoas que
aspiram subir a níveis mais elevados dentro da organização. Ocorre quando
um gerente exerce um papel ativo em guiar e orientar uma pessoa em sua
carreira.
Aconselhamento de funcionários: ocorre quando surge algum problema de
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desempenho e o foco da discussão é relacionado com o processo de
disciplina. O gerente proporciona o aconselhamento no sentido de assessorar
as pessoas no desempenho de suas atividades.
2.2.3. Desenvolvimento de carreiras
Chiavenato (2004) aponta que o desenvolvimento de pessoas esta
intimamente relacionada com o desenvolvimento de suas carreiras. A carreira
pressupõe desenvolvimento profissional gradativo e cargos crescentemente mais
elevados e complexos. Algumas organizações estão atribuindo gradativamente a
responsabilidade pela administração de carreira aos seus próprios, no entanto eles
precisam de orientação para desenvolver suas carreiras seja dentro ou fora da
organização.
Dessa forma Chiavenato (2004) apresenta as seguintes ferramentas
utilizadas pelas organizações para o desenvolvimento de carreiras:
Centros de avaliação – técnicas de seleção de talentos humanos, como
entrevistas, exercícios dirigidos e jogos de empresas. Proporcionam
retroação sobre as forças e fraquezas dos candidatos e a compreensão de
suas habilidades.
Testes psicológicos – sevem para ajudar os funcionários a compreender
melhor seus interesses e habilidades.
Avaliação de desempenho – É uma fonte de informação sobre o
desenvolvimento de carreira.
Projeções de promovabilidade – são julgamentos feitos pelos gerentes quanto
ao avanço potencial de seus subordinados.
Planejamento de sucessão – Focaliza o preparo das pessoas para preencher
posições mais complexas. Os funcionários recebem novos encargos que
servem para prepará-los para assumir crescentes responsabilidades.
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3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos verificar através do trabalho apresentado a importância que o
treinamento e desenvolvimento passaram a ter dentro das organizações, pois é
através deste, que as empresas podem aprimorar o conjunto de conhecimentos,
habilidades e aptidões dos seus colaboradores, bem como prepará-los para assumir
cargos mais elevados. A implementação de uma sistemática de treinamento exige
um processo que leve em consideração não apenas os requisitos exigidos para cada
função, mas, também, as deficiências identificadas em cada colaborador.
É possível notar que o treinamento engloba toda a trajetória do colaborador
dentro da empresa. É imprescindível para a melhoria contínua dos processos e
procedimentos internos, à luz, das constantes e rápidas mudanças que ocorrem no
mundo globalizado, em que a obsolescência pode acarretar na diminuição do
potencial competitivo da organização.
Atualmente, o T&D exige muito mais que o aperfeiçoamento das habilidades
manuais e técnicas, envolve o desenvolvimento do comportamento e atitudes
adequados à função atual, e principalmente aos cargos que poderá ocupar
futuramente.
Este estudo pode mostrar que o processo de T&D é uma ferramenta
inestimável para o desenvolvimento organizacional, mas, sobretudo, para o
desenvolvimento profissional do colaborador, dessa forma, torna-se também um
fator motivacional, pois amplia os vínculos entre ambos, ao passo que, pode
vislumbrar todos os requisitos que são necessários para pleitear cargos mais
elevados.
REFERENCIAS BOHLANDER, George W. SNELL, Scott. SHERMAN, Arthur. Administração de recursos humanos. 1ª Edição. São Paulo. Pioneira Thomson Learning, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos na empresa 3ª Edição. São Paulo. Atlas, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 2ª Edição. Rio de Janeiro. Elsevier, 2004. DUTRA, Joel Dutra. Gestão de pessoas – modelo, processos, tendências e perspectivas. 1ª Edição. São Paulo. Atlas, 2002.
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GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas – enfoque nos papéis profissionais. 1ª Edição. São Paulo. Atlas, 2001.
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JUST IN TIME – TÉCNICA DE MELHORIA DE PROCESSOS
Adriana Paula de Asevedo1;
André Gustavo Silva¹; Arielly Rodrigues Guimarães¹; Daniela Tiemi Sakano Neves¹;
Agenor de Faria Junior². RESUMO Neste artigo destaca-se a importância da filosofia Just-in-time(JIT), no modelo de gestão do processo produtivo e extensão de seus fundamentos de qualidade, melhoria contínua de processos e de pessoas. As organizações atualmente estão envolvidas no processo de globalização e cada vez mais a concorrência aumenta e consequentemente seus clientes mais exigentes, os recursos escassos e mais onerosos. Através de uma revisão literária,tendo como base os estudos iniciais de Frederick Taylor, 1911 chegando aos estudos de especialistas na área de administração de produção, serão abordados os princípios de JIT, tendo como uma de suas ferramentas Kanban, Kaizen, onde buscam a redução de desperdícios e de estoques, redução de tempo de processamento (setup e eliminação de refugos). Essastécnicas sobreviveram a passagem do tempo, mostrando-seatuais, pois buscam o aumento da produtividade e qualidade total em função da globalização e o mercado competitivo, é uma condição fundamental para que as empresas direcionem seus esforços e simplesmente não desapareçam no mercado. Palavras-chave:Just in time; Kanban; Kaizen.
1 – INTRODUÇÃO
Atualmente tem-se falado muito em mudanças, as empresas precisam e tem
a necessidade de mudar para poder acompanhar as inúmeras transformações que o
mundo está passando. Buscar melhorias contínuas, agilidade, rapidez não somente
para competir, mas para sobreviver no mercado que está cada vez mais exigente.
É evidente que a mudança tornou-se aspecto essencial para que as
empresas resistam nesse mercado competitivo. Sabemos que o processo de
mudança é constante e contínuo e para isso precisamos nos adaptar e compreender
o que ocorre a nossa volta.
¹Graduandos do curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro,SP. ²Graduado em Ciências Exatas (FIVR), Especialista em Administração da Qualidade Total (UNISANT'ANNA), Mestre em Engenharia de Minas Escola Politécnica da USP, Gerente de Operações de Mina da Vale Fertilizantes S.A.
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Para tanto, o objetivo deste artigo é apresentar o conceito deJIT e as
técnicas de melhorias de processos, que teve origem após a primeira Crise do
Petróleo que impactou e prejudicou a capacidade competitiva das companhias
industriais. Com isso precisava-se urgentemente encontrar soluções para melhorar a
situação do momento e para que a indústria voltasse ao ritmo normal. Neste cenário
assustador, a Toyota Motor, se destacou tendo um desempenho inigualável e com
isso, todos voltaram à atenção ao Japão na tentativa de identificar de onde vinham
os resultados. Tornou-se visível os elementos inovadores, rompendo com os mais
básicos conceitos do gerenciamento convencional. Onde foram identificados o JIT,
Kaizen e Kanban como elementos chave da eficácia e sucesso do Sistema Toyota
de Produção (STP). O mérito da Toyota se dá através da construção de algo que
reúne todos os seus princípios, métodos e técnicas e aplicação encadeadaneste
conjunto.
Para alcançar o objetivo proposto, este artigo primeiramente apresentará
uma reflexão sobre as contribuições da escola científica, abordando posteriormente
a filosofia JIT e seus métodos a serem aplicados nas organizações.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 FREDERICK WINSTON TAYLOR (1856-1915),O FUNDADOR DA
ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA.
Em 1911 Taylor publicou seu livro com os conceitos da Administração
Científica, sob o título The Principles of Scientific Management (Chiavenato, 2003).
Ele foi líder de um grupo que iniciou um conjunto de princípios e técnicas para
abordar a eficiência, tendo como objetivo aumentar a eficácia da produção por meio
da racionalização do trabalho, evitando o desperdício e promovendo a prosperidade
dos patrões e empregados e usou uma importante ferramenta para elaboração dos
seus estudos a cronometragem. Em seguida, avaliava as unidades básicas de
trabalho, buscando encontrar a melhor maneira de executá-las e de combiná-las
para a tarefa maior. Passando por esse processo as tarefas eram chamadas de
‘taylorizadas’ (MAXIMIANO, 2004).
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2.2 CONCEITUANDO JUST IN TIME
Segundo Corrêa, Gianesini e Caon (2001), o JITsurgiu no Japão, em
meados da década de 70 e comentam que sua ideia básica e seu desenvolvimento
se deram graças a Toyota, que procurava um sistema de administração que
pudesse coordenar com precisão a produção com a demanda específica de
diferentes modelos e cores de veículos com o mínimo atraso. Relatam ainda, que o
JIT representa muito mais do que uma técnica de administração da produção, uma
filosofia completa que abrange aspectos de administração de materiais, gestão da
qualidade, arranjo físico, projeto do produto, organização dotrabalhoegestão
deRH,entreoutros.
Ohno (1997) afirma que JIT é um processo de fluxo, onde entram na linha
de montagem as partes corretas indispensáveis no momento em que são
necessários e somente na quantidade exata.Para se chegar ao estoque zero uma
organizaçãoprecisa estabelecer esse fluxo integralmente, sendo para produção, um
estado ideal.
Para Uhlmann (1997), houve uma expansão do conceito de JIT, e
atualmente é uma filosofia gerencial que busca não apenas eliminar os desperdícios,
mas também colocar o componente certo, no lugar certo e na hora certa. Ao
contrário da abordagem tradicional de produzir caso sejam necessárias, as partes
serão produzidas em tempo de atenderem às necessidades de produção dos
clientes, levando a redução de estoques, custos mais baixos e melhor qualidade do
que os sistemas convencionais.
Na visão de Moreira (2011) o JIT é uma das tentativas básicas de acabar
com o desperdício, produzindo sempre a peça (ou produto, em geral) certa, no lugar
certo, “na hora certa”. Alguns autores falam apenas em JIT, e outros referem-se à
“manufatura JIT”, adquirindo desde o início uma ligação da filosofia JIT com
atividades industriais, estando relacionada diretamente ao chamado Sistema Toyota
de Produção (STP), que é considerado o grande responsável por ter tornado a
Toyota o que é hoje devido o seu reconhecimento como líder na indústria
automobilística.
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2.3 KAIZEN (MELHORIA CONTÍNUA)
A metodologia JIT prevê um sistema de gestão de pessoas conforme o relato
para a Qualidade Total, para garantir a participação, o comprometimento e não
conformismo do indivíduo. As metas recomendadas pelo JIT são amplas e
ambiciosas, dificilmente são alcançadas da noite para o dia, mas em um movimento
contínuo de aperfeiçoamento, chamado Kaizen, que abrange os seguintes aspectos:
zero defeito, tempo zero de preparação, estoques zero, movimentação zero, quebra
zero, lead time zero (tempo de processamento de um pedido, desde o momento que
ele é colocado na empresa até o momento que o produto é entregue ao cliente, o
grande desafio das empresas é torna-lo zero, o problema é como fazer isso sem
aumentar os estoques, seria possível através de uma produção flexível), lote unitário
(uma peça de cada vez), (Bernardes e Marcondes, 2006).
Na visão de Lubben (1989), Kaizené um estilo gerencial de desenvolver ao
longo de toda organização a consciência de sempre procurar uma oportunidade de
reduzir o desperdício e a ineficiência que estejam presentes no sistema (processos).
2.4 KANBAN
Conforme Bernardes e Marcondes (2006), o Kanban é um subsistema do JIT,
eles não são sinônimos, é conhecido como um método de autorização da produção
e circulação do material. É importante que um sistema JIT siga alguns elementos
básicos, pois sem eles as chances de sucesso serão mínimas.Kanbanna língua
japonesa significa marcador (cartão) que é usado para ordenar e controlar os
trabalhos dentro de um processo sequencial.
Para Moura (1989), Kanban é um método de redução do tempo de espera,
diminuindo o estoque, melhorando a produtividade e interligando todas as operações
em um fluxo uniforme e contínuo.
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2.5 COMO IMPLEMENTAR O JUST IN TIME
A implementação de um sistema JIT é caracterizada pelo termo japonês Kan
Ri, que significa planejar, desenvolver, checar e agir. Esse processo continua até
que sejam alcançados os resultados desejados. O JIT tem duas metas de
implementação, a de curto prazo que é reduzir o custo total de manufatura,
melhorando a produtividade e a de longo prazo é desenvolver a flexibilidade para
reduzir o ciclo de produção que a empresa coloca a disposição de seus clientes e a
capacidade de permitir mais mudanças nos produtos em certo tempo. Para
implementar esse sistema é necessário as seguintes ações: a) avaliação da
empresa para implementação do JIT: o grau de facilidade com que a empresa será
capaz de implementá-lo depende do perfil da empresa; b) desenvolver uma
estratégia para implementação do JIT: assegura que a transição para ele seja mais
suave e consistente, como se trata de um processo de avaliação das mudanças que
devem ser feitas é necessário estabelecer uma prioridade para a implementação; c)
desenvolver um plano operacional para o JIT: algumas preocupações no
desenvolvimento do sistema são: estabelecer uma meta comum que possa ser
facilmente identificada e comunicada para toda empresa e assegurar o
comprometimento para implementar o JIT pelas funções que trabalham dentro da
finalidade do programa de implementação (LUBBEN, 1989).
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nas reflexões deste artigo, chega-se à conclusão de que para o
sucesso de um sistema JIT é fundamental o envolvimento das pessoas focando na
liderança por meio da qualidade total,reduzindo custo, tempo e estoque.
Num aspecto geral, observamos que para atender as demandas é
necessário o cumprimento das metas de produção, redução de prazos e crescente
flexibilidade. O colaborador tem autoridade se, ao identificar uma falha, poderá
imediatamente interromper o processo e corrigi-lo, diferente dos sistemas
tradicionais de produção em massa onde a linha de manufatura jamais poderia ser
interrompida.
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Portanto, as pesquisas nos mostram que o JIT consegue atender o
mercado consumidor atual, pois se adapta de maneira eficaz às necessidades da
indústria. Possibilita uma produção flexível, de alta qualidade e custos reais,
havendo uma maior participação do colaborador no setor produtivo ou
administrativo.
REFERÊNCIAS
BERNARDES, Ciro e MARCONDES, Reynaldo C. Teoria Geral da Administração – Gerenciando Organizações. 3ª Edição. São Paulo, 2006.
CHIVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração: uma visãoabrangente da moderna administração das organizações. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
CORRÊA, Henrique L.; GIANESINI, Irineu G. N.; CAON, Mauro. Planejamento, Programação e Controle da Produção: MRP II/ERP: conceitos, uso e implantação. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2001.
LUBBEN, Richard. Just-in-Time: Uma Estratégia Avançada de Produção. 2ª Edição. São Paulo: McGraw-Hill, 1989.
MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana á revolução industrial. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2004.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração de Produção e Operações. 2ª Edição revista e ampliada. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
MOURA, Reinaldo A. A Simplicidade do Controle de Produção. 3ª Edição. São Paulo: Iman, 1989.
OHNO, Taiichi. O Sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997.
UHLMANN, Gunter Wilhelm. Administração: Das Teorias Administrativas à Administração Aplicada Contemporânea. São Paulo, 1997.
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PRODUÇÃO POR DEMANDA
Izabelly Hagata Pereira Virginelli1; Amanda Kunzendorff¹;
Marcos Francisco da Silva¹; Agenor de Faria Junior².
RESUMO Neste trabalho poderemos observar as características fundamentais do Sistema JIT, que foi desenvolvido no Japão por volta da década de 70 e tem como objetivo evitar o desperdício de materiais (materiais adicionais não podem ser pedidos enquanto não forem necessários), e assim é possível manter baixos os níveis de estoque. O JIT não se restringe ao controle de estoques, ele envolve todo o processo do princípio ao fim: recebimento de materiais (não há tempo de checagem dos materiais), linha de produção (cabe aos funcionários inspecionarem seu próprio serviço, corrigindo as falhas no momento em que acontecem), até que o produto esteja pronto para entrega. Dessa forma, é possível que se reduza as despesas, pois manter um estoque e um supervisor para verificar a produção gera custos adicionais, algo que não é interessante para a empresa. O JIT requer administração, confiança e preparação do mais baixo ao mais alto nível hierárquico da empresa e dos envolvidos no processo. Palavras-chave: materiais; controle; confiança. 1 – INTRODUÇÃO
Este trabalho fundamenta-se em estudos relacionados à administração de
produção, trazendo a frente os pontos mais relevantes no que diz respeito ao
Sistema Just in Time (JIT). Como veremos, foram analisados diferentes pontos de
vista, mostrando o JIT não só como um sistema de produção, mas também uma
filosofia.
Ao desenvolver o trabalho podemos notar que um dos principais pontos ou
ponto mais relevante é a diminuição do desperdício através de controle de estoque e
a produção de acordo com a demanda. Assim, produz-se apenas o necessário para
aquele determinado momento.
¹ Graduandos do curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro - SP; ² Graduado em Ciências exatas (FIVR); Especialista em Administração da Qualidade Total (UNISANT’ANNA), Mestre em Engenharia de Minas (Escola Politécnica da USP), Gerente de Operações de Mina da Vale Fertilizantes S.A.
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O Sistema JIT possibilita, também, a correção de falhas no momento em que
ela ocorre, já que o próprio operário se torna supervisor do seu trabalho, fazendo
com que ele consiga corrigir seus erros sem precisar parar a produção.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – FUNDAMENTOS
De acordo com Correa e Caon (2013) o Just in time surgiu no Japão, nos
meados da década de 70, e sua ideia básica e seu desenvolvimento são creditados
à Toyota Motor Company, que buscava um sistema de administração que pudesse
coordenar, precisamente, a produção com a demanda específica de diferentes
modelos e cores de veículos com o mínimo de atraso. O sistema de “puxar” a
produção a partir da demanda, produzindo em cada estágio somente os itens
necessários, nas quantidades necessárias e no momento necessário, ficou
conhecido no Ocidente como sistema Kanban, que é o nome dado aos cartões
utilizados para autorizar a produção e a movimentação de itens, ao longo do
processo produtivo. Contudo, o JIT é muito mais do que um conjunto de técnicas de
administração da produção; é considerado como uma completa filosofia que inclui
aspectos de administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto
do produto, organização do trabalho e gestão de recursos humanos, entre outros.
Embora haja quem diga que o sucesso do sistema de administração JIT
esteja calcado nas características culturais do povo japonês, mais e mais gerentes
têm-se convencido de que esta filosofia é composta de práticas gerenciais que
podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. Algumas expressões são
geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia Just in time:
Produção sem estoques;
Eliminação de desperdícios;
Manufatura de fluxo contínuo;
Esforço contínuo na resolução de problemas.
Martins e Laugeni (2000) contam que o sistema foi desenvolvido na Toyota
Motor Company, no Japão, pelo sr. Taiichi Ono. A técnica foi desenvolvida como
método para combater o desperdício. Toda atividade que consome recursos e não
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agrega valor ao produto é considerada um desperdício. Dessa forma, estoques, que
custam dinheiro e ocupam espaço, transporte interno, paradas intermediárias -
decorrentes da espera do processo -, refugos e retrabalhos são formas de
desperdício e consequentemente devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo.
Posteriormente o conceito de JIT se expandiu e hoje é mais uma
filosofia gerencial, que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas também
colocar o componente certo no lugar certo e na hora certa. As partes são produzidas
em tempo de atenderem as necessidades de produção, ao contrário da abordagem
tradicional de só produzir nos casos em que sejam necessárias. O JIT leva a
estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas
convencionais.
Além de eliminar desperdícios, a filosofia JIT procura utilizar a
capacidade plena dos colaboradores, pois a eles é delegada a autoridade para
produzir itens de qualidade onde a qualidade é essencial, o colaborador tem a
autoridade de parar um processo produtivo, se identificar algo que não seja dentro
do previsto. Deverá, também, estar preparado para corrigir a falha ou então pedir
ajuda aos colegas de trabalho. Essa atitude seria impensável nos sistemas
tradicionais de produção em massa, onde a linha jamais poderia ser parada.
A aplicação adequada do sistema JIT leva a empresa a obter maiores
lucros e melhor retorno sobre o capital investido, decorrente de redução de custos,
redução de estoques e melhoria na qualidade, objetivo precípuo de todos.
2.2 – FILOSOFIA JIT
Segundo Dias (1995), o JIT é apresentado de muitas definições que evoluem
na medida de sua aceitação. Uma das mais comuns refere-se ao JIT como um
método de redução de desperdícios nos processos de manufatura.
Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que
“empurram” os estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a
produção ao longo do processo, de acordo com a demanda.
Um sistema de “puxar” estoques significa que qualquer movimento de
produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da
peça ou componente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não estão
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autorizados a produzir e “empurrar” os lotes apenas para manter ocupados operários
e equipamentos.
O JIT não convive passivamente com “níveis aceitáveis” de estoque, seja de
matérias-primas, produtos em processo ou acabados, de disponibilidade de
máquina, de retrabalho, de refugo, de reclamação de clientes, etc.
Assim, o JIT é considerado um sistema ativo. A utilização dos estoques como
elemento para encobrir determinadas deficiências é combatida pelo JIT, embora
saibamos que alterações no perfil da demanda ou falhas nos processos de
fabricação ou de compra normalmente justificam a presença de estoques.
Nos processos produtivos, os estoques criam independência entre as fases,
ou seja, os problemas que surgem em uma não interferem na outra. Na filosofia JIT
os estoques são persona non grata por razões óbvias: primeiro porque ocupam
espaços e segundo porque custam dinheiro. Os adeptos do JIT acreditam que por
maior que seja o esforço para eliminar os problemas dos processos, a existência de
estoques estará sempre inibindo ações mais efetivas no enfrentamento da questão.
A atribuição de responsabilidades ao operário do “chão de fábrica”, além de
valorizá-lo, faz com que se transforme num fiscal de seu próprio trabalho. Cabe à
mão de obra indireta o trabalho de apoio e supervisão nas situações que requerem
conhecimento técnico mais sofisticado.
Se um operário produz uma peça defeituosa e isto é notado pelo colega que a
recebe, existe um estímulo do segundo no sentido de comunicar a ocorrência e
tentar resolver o problema o mais rápido possível. Isto porque os estoques
intermediários são reduzidos, podendo comprometer o seu trabalho, e também
porque os operários conhecem a interdependência das operações e têm interesse
em que tudo saia certo.
As equipes de manutenção industrial, no ambiente JIT, são substituídas pelos
próprios operários das linhas de produção e toda atenção é dada à manutenção
preventiva.
O conceito de melhoria contínua nos processos estimula o reconhecimento
dos erros e trabalha no sentido de eliminá-las por completo. Dentro da filosofia JIT,
falhas são utilizadas como uma proveitosa fonte de informações para evitar sua
repetição.
Para MOREIRA (2011), JIT é visto como uma filosofia de manufatura, ou seja,
uma forma de abordar, entender e conduzir as atividades manufatureiras de uma
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organização. A base dessa filosofia é a eliminação planejada e sistemática do
desperdício, levando a um melhoramento contínuo da produtividade. A expressão
JIT, em português, pode ser traduzida como “apenas a tempo”, “justamente a tempo”
ou “na hora certa”.
JIT refere-se a uma das tentativas básicas de eliminar o desperdício,
produzindo sempre a peça certa, no lugar certo, na hora certa. Muitos autores falam
apenas em Just in Time, enquanto outros se referem a “manufatura Just in Time”,
assumindo desde o início uma ligação da filosofia JIT com as atividades industriais.
O sistema JIT está ligado ao sistema Toyota de produção, ela vem
sendo reconhecida como um dos líderes da indústria automotiva e o assim chamado
STP é considerado o grande responsável por ter tornado a Toyota o que ela é hoje.
O STP é visto como uma criação de Taiichi Ohno. A crise do petróleo de 1973 havia
aumentado drasticamente os custos para as empresas japonesas, especialmente
para aquelas que já competiam no mercado internacional, que não tinham fontes
domésticas de suprimento de petróleo. Para controlar os custos crescentes, as
empresas tiveram que usar os recursos de forma mais eficiente e produtiva, e os
estoques não poderiam mais ficar escondendo os efeitos do problema.
2.3 – OBJETIVOS
Conforme Dias (1995) diz, a filosofia JIT tem alguns objetivos que podemos
resumir como:
Eliminação de defeitos, evitar o retrabalho;
Aproveitamento máximo nos processos produtivos;
Retorno imediato de informações e métodos de autocontrole;
Tamanho de lote igual à unidade;
Redução dos tempos de preparação;
Redução da movimentação através de plantas compactas;
Manufatura celular: métodos de produção por fluxo unitário;
Manutenção preventiva;
Diversificação da capacidade: operários polivalentes;
Envolvimento do operário: atividades de pequenos grupos;
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Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias.
2.4 – ELEMENTOS DE UM SISTEMA JIT
Para Martins e Laugeni (2000), o JIT apoia-se em alguns elementos básicos,
sem os quais serão muito pequenas as chances de sucesso:
Programa Mestre (master plan): programa de montagem final tem horizonte
de 1 a 3 meses para permitir que os postos de trabalho e os fornecedores
externos planejem seus trabalhos. O programa mestre é balanceado em
bases diárias a fim de garantir carga uniforme para as máquinas e para os
fornecedores;
Kanban: sistema simples para retirar as peças em processamento de uma
estação de trabalho e puxá-las para a próxima estação do processo
produtivo. Assim, não acumula estoque, e utiliza apenas o necessário no
momento em que vai produzir;
Tempos de preparação (setup time): como o objetivo é produzir em lotes
ideais de uma unidade, e isso gera um custo de preparação das máquinas, o
que se procura é reduzir os tempos de preparação ao máximo. A redução dos
tempos de preparação é um dos pontos-chave do sistema JIT;
Colaborador Multifuncional: não há lugar para o preparador de máquinas,
esse trabalho deverá ser feito pelo próprio operador, que deverá estar
preparado para efetuar as manutenções de rotina e também pequenos
reparos na máquina;
Layout: o JIT faz com que o layout seja diferente, já que o estoque é mantido
no chão da fábrica entre as estações de trabalho e não em almoxarifados, de
modo a facilitar seu uso nas estações seguintes. Sendo ele apenas o
suficiente para manter os fluxos produtivos por poucas horas;
Qualidade: absolutamente essencial no sistema JIT. O JIT facilita a obtenção
de qualidade, pois os defeitos são descobertos no próximo passo do processo
produtivo. O sistema é projetado para expor os erros e não para os encobrir
com os estoques;
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Fornecedores: são necessárias entregas frequentes (até mesmo várias vezes
por dia) diretamente para a linha de produção. É requerido deles que
entreguem itens de qualidade perfeita, já que não sofrerão nenhum tipo de
inspeção de recebimento (free pass). Eles são parceiros e não adversários.
2.5 – CONFIANÇA E TRANSPARÊNCIA
Para Lubben (1989), confiança é obtida através da verdade, honestidade e
transparência. Pois, precisa que tanto o fornecedor como o cliente definam metas
de longo prazo, visando benefícios mútuos. Permitindo, assim, o desenvolvimento
de relações que irão conduzir à confiança.
O JIT é um programa estruturado de maneira muito firme de modo a evitar
que um fornecedor ou cliente renuncie aos compromissos com o programa. Nem o
cliente nem o fornecedor podem ser tolerantes com desempenhos fracos. Um
fornecedor deve mostrar capacidade de honrar compromissos e seguir em frente na
execução de um contrato. As responsabilidades do cliente devem ser executadas
com o mesmo profissionalismo. Se um fornecedor está seguindo um planejamento
preciso, o mesmo deve fazer o cliente. Um cliente não pode esperar que o
fornecedor entregue diariamente e por seu lado arbitrariamente pagar o fornecedor
de acordo com a conveniência do fluxo de caixa.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos observar ao decorrer do trabalho que o JIT não é apenas um
modelo, mas uma filosofia; é um sistema que interliga diversos fatores para poder
funcionar desde fornecedores, linha de produção e funcionários. É um sistema que
não agrega galpões de estocagem, trabalha com os materiais que chegam
diretamente à linha de produção, e ali mesmo já são produzidos/transformados. A
confiança para tal deve estar presente, pois é necessário confiar que o produto que
está sendo entregue pelos fornecedores está em boas condições, já que não há
tempo para verificar os materiais. O JIT evita desperdícios de materiais (sem
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estoque), tempo (cada um verifica seu próprio trabalho e corrige as falhas) e
recursos.
REFERÊNCIAS CORREA, H. L.; GIANESE, I. G. N.; CAON, M. – Planejamento, programação e controle da produção. 5ª edição. São Paulo. Atlas, 2013. DIAS, M. A. P. – Administração de materiais. Edição compacta. 4ª Edição.São Paulo. Atlas, 1995. LUBBEN, R. T. – Just-In-Time. Uma estratégia avançada de produção.2ª Edição. São Paulo. McGraw-Hill, 1989. MARTINS, P.G.; LAUGENI, F. P. - Administração da produção. São Paulo. Saraiva, 2000. MOREIRA, D. A. – Administração da Produção e Operações. 2ª Edição revista e ampliada. São Paulo. Cengage Learning, 2011.
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GESTÃO PÚBLICA UM FILTRO NO DESENVOLVIMENTO FEDERAL
Alana Larissa Muniz Araujo1; Anderson Ferreira Ribeiro1;
Cleize Lorendi Nunes1; Gabriela Aparecida Souza Pinto1;
Gustavo André Do Prado1; Lucas Cabral P. Nogueira1; Murilo Gonçalves Martins1;
Samara Gonçalves Martins1; Adelmo Magalhães de Franca².
RESUMO O presente trabalho tem como o objetivo apresentar e esclarecer, de forma simples e clara as consequências diretas da má administração pública para os servidores e população em geral, definindo seus principais conceitos, e princípios perante a gestão pública. Baseando-se no estudo da Constituição Federal do Brasil, de 1988, cujo único objetivo seria o de bem comum da coletividade administrada. Constituindo, em evidência os atos de corrupção como fator sublime de negatividade, e causador das diversas consequências, ruins ao bem estar social e a eficácia administrativa de acordo com a finalidade. Procurando pautar soluções para os problemas gerados e alcançar meios de resgatar a confiabilidade nos princípios explícitos em lei no âmbito publico. Palavras Chave: Constituição Federal; Administração pública; Servidores; Corrupção. 1. INTRODUÇÃO
A gestão pública é a ferramenta governamental que alcança as bases sociais,
consequentemente, as falhas do administrativo, como reflexo acarreta diversos
males em diferentes setores públicos no que se refere a direito administrativo. Os
estudos sobre corrupção explicitam a deturpação dos valores políticos, a triste
realidade apresentada em mídia exibe de forma concisa essa afirmação, o que está
diretamente englobado nos processos administrativos e deficiências que resultam
para o país.
As consequências diretas e indiretas da má gestão, de como localizar os
responsáveis ou os de cargos assessorados, demonstram a nossa fragilidade,
1 Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP.
² Graduado em Economia (FECAP), Mestrado em Economia (PUC-SP), Professor das Faculdades Integradas do Vale do
Ribeira
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exposições difíceis para crer, ainda mais no que se refere a palavra de uma
categoria, não compreendemos como as pessoas designados para o cargo de
defesa e conservação dos serviços da coletividade, agem de maneira ilegal, com
atitudes omissas impessoais e imorais, que ferem o mandato de que estão
investidos. Tudo se encontra no ponto em que o que realmente importa é o dinheiro
e o que se possa fazer com ele independente do que aconteça, ou seja sem a
preocupação com as consequências e prejuízos que causarão ao povo.
Desse modo dentro da esfera da administração pública cada omissão que se
faz a partir do desempenho de suas funções incide sobre o interesse público, no
qual é gravemente lesado pelo fato das obras emitidas propiciarem a ausência legal
dos direitos de cidadão, sendo eles saúde, segurança, educação, moradia, dentre
outros. Atos estes que no que diz respeito à Constituição Federal, devem ser
guiados com base na legalidade, sem liberdade ou vontade pessoal, fazendo
somente o permitido por lei, sem choque dela sob pena de responder por suas
atitudes ilícitas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – A ORIGEM DA CORRUPÇÃO
A visão do administrador público se concentra na qualidade da prestação de
serviços, sendo que os objetivos e respectivos resultados devem estar relacionados
aos interesses sociais. Pois, para Cruz (2006, p.2) “as pessoas que pagam impostos
- contribuintes esperam, e merecem um serviço público de boa qualidade. E a
equipe que presta o serviço precisa saber bem o que se espera dela e o que é
necessário fazer e como buscar caminhos para melhorar”. Dessa forma, o gestor
público deve apresentar um perfil não apenas objetivo, mas também subjetivo - que
se volte ao social, à cidadania, e deve abranger conhecimentos acerca do direito
administrativo e representação diante de contatos políticos administrativos.
Não constitui novidade para nenhum brasileiro o fato de que quantias
absurdas de dinheiro público são desperdiçadas e até desviadas, diariamente, nos
três níveis da Administração Pública da Federação, mediante práticas corruptas
como a simulação de dados ou documentos para "legalizar" despesas não
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realizadas ou realizadas, o menor custo, clientelismo, relações pessoais, concussão,
corrupção etc.
Todos concordam em que o País vive uma crise de moralidade e que, não
fosse por isso, já estaríamos inseridos no "primeiro mundo". Infelizmente, todos os
brasileiros reconhecem esse fato, mas não se dão conta de que também
contribuem, individualmente, para isso, na medida em que o cometem pequenas
ilegalidades e acham isso natural. Silva (1999, p.27) demonstra que todo brasileiro
comete pequenas infrações – tal como avançar um sinal de trânsito e quase sempre
pretende ter alguma razão para que seu ato não seja considerado ilegal.
De acordo com uma entrevista, o empresário Emílio Odebrecht Neto,
publicado no Jornal do Brasil de 24/05/1992 diz: "Eu acho que a sociedade toda é
corrompida e ela corrompe. Hoje para o sujeito resolver alguma coisa, até para sair
de uma fila do INPS, encontra seus artifícios de amizade, de um presente ou de um
favor. Isso é considerado um processo de suborno. O suborno não é um problema
de valor, é a relação estabelecida”. Porém em uma declaração publicada pela Folha
de S.Paulo, em 3 de maio de 2015, intitulado “Uma agenda para o futuro”, Neto
afirmou que “o enfrentamento da corrupção é necessário”. Mas ressaltou que o País
não pode ficar paralisado com esse debate. “É fundamental que a energia da nação
seja canalizada para o debate do que precisamos fazer para mudar o País”,
escreveu.
Fica claro como se confunde corrupção com "amizade", "presente", "favor" e
como aquela é entendida como "relação estabelecida", expondo ainda que esses
meios pelos quais a corrupção se efetua constituem caminhos para a obtenção de
benefícios.
2.2 PRINCÍPIOS DAS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
O princípio da administração pública é apresentado no artigo 37 da
Constituição Federal, e basicamente se compõe nas orientações dos pontos dos
artigos: 9º conduta que implica no enriquecimento ilícito, no artigo 10º que implica
em lesão ao erário e 11º que rege as condutas que violam o princípio da
administração pública.
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Conforme Hely Lopes (29ª, 2004), o cargo é o espaço ocupado por um
servidor público, conforme a imagem a seguir:
FONTE: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABwHsAD/resumo-esquematico-lei-8112-90-autor-jesus-valentini
Abrindo, porém um parecer específico sobre o artigo 11º, que administra os
procedimentos que infringem o princípio basilar administrativo, sabendo que esta
reforma administrativa e seus princípios, não tem hierarquia, um não se sobrepõe ao
outro, interpretaremos a palavra “LIMPE” como:
Legalidade: que é o princípio do direito público, apresentando um perfil a ser
observado e categoricamente adotado, desta forma o administrador público não se
desvia do princípio de sua função, devemos imaginar que na administração pública
não deve haver pretensões pessoais. Já a particular é válido o que não se proíbe na
Administração Pública se faz apenas o que a lei permite.
Impessoalidade: ou finalidade, ou seja, deve-se exercitar o ato em pacto com
o intuito da lei, consistindo no interesse público. Observa-se este princípio com a
ressalva que o mesmo possui dois aspectos, um quanto à própria Administração
Pública e outro em relação aos administrados.
Moralidade: Que nada mais é de que o padrão ético, a boa-fé, lealdade,
moral jurídica etc. O valor deste princípio está no senso comum separando o bem do
mal, certo e errado. Na falta da moral Jurídica de licitações, podemos anular ações
imorais que estão prejudicando a massa.
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Publicidade: É o principio onde os atos administrativos devem ser
publicados. É o tratado da transparência, publicações de atos oficiais. Dentro desta
função, dar ciência aos administrados, fazer com que os atos gerem efeitos, domínio
(inspeção) e o apuramento do prazo de obras.
Eficiência: Que para um bom gestor público está em obter o que se deseja
na qualidade adequada e com baixo custo.
2.3 MALES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
No atual aumento da crise econômica e da pobreza em vários países, o
Estado administrador tem a responsabilidade de suprir as crescentes e
fundamentais necessidades sociais mesmo diante de orçamentos insuficientes, ao
lado disso, ainda há uma enorme barreira que separa os cidadãos das decisões
públicas sobre questões fundamentais para suas vidas, e que segundo Dal Bosco
(2008) essa distância alimenta o aumento de episódios caracterizados como "Crise
de Legitimidade do Estado", onde há queda de qualidade de seus governos e
crescimento das administrações inoperantes e o uso indevido de recursos públicos.
Diante dessa realidade em que a falta de comprometimento e moralidade
cultural transbordam das forças dominantes, os cidadãos voltam-se contra as
políticas públicas que os afetam e passam a exercer uma participação política não
institucional, buscando um controle mais efetivo sobre as elites políticas através de
manifestações, protestos e greves.
A falta de medidas para combater seriamente essa imoralidade envolvendo a
administração pública, faz crescer constantemente o fenômeno do descrédito da
coletividade nos seus governantes. A Improbidade é causa predominante do
enfraquecimento e da quebra de confiança nos políticos, o que por sua vez não
atinge somente aos cidadãos alienados da atuação política, mas a crise se propaga
com tanta intensidade, que os administrados também deixam de cumprir suas
obrigações para com o Estado, começando com a sonegação de impostos até a
simples colaboração de manutenção de espaços coletivos. Dessa forma o
funcionário público adota um exemplo conhecido, onde o Estado "finge pagar" e os
servidores "fingem trabalhar”.
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Segundo Di Pietro (2009), esses fatores ampliam a importância de novas
formas de controle técnico e político das administrações públicas, impondo a busca
por novas soluções no âmbito do Estado democrático de Direito, capazes de
promover a efetivação dos direitos previstos nas constituições, reduzindo assim os
graves vícios que afetam a qualidade de serviços prestados às populações, e
consequentemente os prejuízos causados ao Erário.
2.4 ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM O
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Conforme Pazzaglini (2007) a improbidade é uma modalidade grave e ignóbil,
ou seja, desprezível, pois contempla o comportamento imoral do agente, que
desempenha funções públicas de sua atribuição de forma desonesta e perversa
diante a sociedade. Diante o princípio de improbidade administrativa intensamente
ligada com a moralidade, modo de agir com a honestidade, caráter, de um
administrador público. Configura- se esse tipo de improbidade administrativa quando
aufere desoladamente vantagem patrimonial ilícita, para si ou para outrem diante ao
cargo público.
Ainda acrescenta o autor que, para que se caracterize o ato de improbidade
administrativa preencha-se alguma dessas ações, como recebimento de vantagem
econômica indevida, seja de verba pública ou não, a vantagem patrimonial
decorrente do mau comportamento do agente público, ciência do agente da ilicitude
ou fraudes ao erário.
Para Pazzaglini (2007) um agente público está totalmente proibido de receber
para si qualquer tipo de material tanto móvel ou imóvel, de forma direta e indireta,
dinheiro, ou qualquer outra vantagem econômica, essa ação, no entanto, serve
também para contratações de serviços públicos, onde ocorrem as fraudes de
licitação no qual é superfaturado o preço, ou seja, a quantia é consideravelmente
maior do que o justo ferindo os cofres públicos, fatos que são assistidos diretamente
pela sociedade. Desta maneira a cúpula administrativa age de forma antiética
ferindo assim a nação, que sente com nitidez o reflexo de suas escolhas para
governar.
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Esta conduta ímproba dos agentes públicos conhecida como tráfico de
valores, é analisada como danoso ao patrimônio público e a sociedade brasileira,
evidenciando o dolo, ou seja, a maneira completamente desonesta, que recebem
uma quantidade elevada em relação aos valores naturais e suas punições são
geralmente domiciliares, o dinheiro envolvido nestas licitações superfaturadas não
serão devolvidos a população, enquanto os valores que deviam ser endereçados em
investimentos aplicados para melhoria na saúde, educação, alimentação, moradia
estão sendo deixados em falta e o real afetado por estes desonestos atos é a
sociedade que selecionou e elegeu administradores, iludidos em promessas fictícias.
Assim conclui Pazzaglini (2007), “O enriquecimento ilícito pela utilização
indevida de órgão e agentes público, em proveito pessoal, com intenção de
incorporação, de bens, rendas, verbas, valores públicos é o desfrute indevido,
consciente de sua antijuridicidade de coisa pública”.
2.5 - INSTRUMENTO DE COMBATE À CORRUPÇÃO ADMINISTRATIVA
A administração pública, seja direta ou indireta, de qualquer um dos poderes
da união, dos estados, distrito federal ou municípios, obedecerá aos princípios de
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Por esse motivo, mostra-se absolutamente inadmissível juridicamente o
comportamento administrativo negligente e ineficiente. É necessária a utilização de
instrumentos de combate a corrupção no serviço público, como medida punitiva,
presente nas normas administrativas, caracterizado pelo conceituado poder
administrativo disciplinar.
Meirelles (2011, p.130), cita que o poder disciplinar “é a faculdade de punir
internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à
disciplina dos órgãos e serviços da administração.”
Di Pietro (2010, p.14), por sua vez afirma que o poder disciplinar “é o
possibilita à administração pública verificar, isto é, apurar as infrações e aplicar
penalidades aos servidores e demais pessoas, sujeitas à disciplina administrativa no
âmbito público.”
Nesse contexto, o poder disciplinar consiste no dever de punir frente às faltas
e relação dos deveres funcionais por parte dos agentes e servidores. Quando
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utilizado de maneira correta torna-se um importante instrumento de combate aos
atos ilícitos e de cumprimento de deveres para uma gestão publica responsável,
organizada e eficaz.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Numa perspectiva geral do exposto, não se deve prestar uma gestão pública
sem o devido controle e ações benéficas a sociedade, para se obter a qualidade que
confirma classe que se enquadre como gestão, percebemos que deve haver ainda
uma grande evolução no pensamento de gestão pública brasileira. Diante deste
ponto de vista, as decisões que dizem respeito a população, não devem ser
resolvidas pelo povo, mas sim pelos seus representantes, estas soluções ocorreram
com a participação, enquanto houver essa alienação dos cidadãos para com as
decisões políticas, ainda haverá imoralidade das forças dominantes.
Apresentamos de forma clara todas as fontes de improbidade administrativa,
negligencia e seus campos, demonstrando os males da administração pública para
uma sociedade em evolução, políticos procurando beneficiar-se com recursos que
deveriam ser destinados as resoluções e soluções dos problemas da sociedade.
Administradores públicos devem buscar acima de qualquer circunstância o beneficio
social e desenvolvimento do bem comum.
Demonstramos aqui todos os pontos que pautam uma alternativa de
revolução social, demonstrando nisto a noção de que os cidadãos, se mantem
convictos da base da defesa de uma democracia como forma de manifestação para
um governo plena e efetivo, com este conhecimento disposto e com todas as
instruções apresentadas, esperamos que os membros da sociedade não sejam
chamados para o manifesto, mas se posicionem de forma livre sem arbitrariedade,
ou seja de forma espontânea, por livre vontade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Dal Bosco, Maria Goretti. Discricionalidade em Políticas Publicas. 1ºEdição. Curitiba: Juruá, 2008 Di Pietro, Maria Sylvia, Direito Administrativo. 25ª Edição. São Paulo: Atlas, 2012. Meirelles, Helly Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 38ª Edição. São Paulo; Malheiros, 2011.
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro 29ª São Paulo: Malheiros, 2004. Pazzaglini Filho, Marino. Lei de Improbidade Administrativa Comentada 3ª Edição. São Paulo: Atlas, 2007. http://jus.com.br/artigos/4657/a-corrupcao-na-administracao-publica-no-brasil http://www.osul.com.br/com-o-filho-preso-emilio-odebrecht-reassume-e-diz-aos-empregados-estaremos-juntos/ http://www.ebah.com.br/content/ABAAABwHsAD/resumo-esquematico-lei-8112-90-autor-jesus-valentini
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ADMINISTRAÇÃO PUBLICA X CORRUPÇÃO BRASILEIRA
Jéssica Dias Barbosa1 Denise dos Reis Galvan¹
Priscila Caroline Borges Gomes¹ Edivan Lima de Mattos¹
Adelmo Magalhães de França²
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo único apresentar as consequências vividas por uma sociedade governada de maneira imoral, onde os desejos e vantagens são a prioridade para maioria daqueles que deveriam representar o povo brasileiro, através dessas condutas desleais as consequências atingem de maneira direta toda a população. Conclui-se que é necessária uma reforma eficaz dentro da Constituição para que as mudanças venham acontecer dentro do país onde o bem estar de todos se torne a real prioridade dos representantes eleitos pelo povo brasileiro. PALAVRAS CHAVES: Corrupção, Mudança, Sociedade, Governo. 1 – INTRODUÇÃO
Este trabalho visa tratar de um tema muito discutido na mídia atualmente,
mas que de fato está enraizado desde o descobrimento do Brasil, ou seja, não é
apenas o mal do século, mas sim da história da humanidade, pois não é novidade
para nenhum brasileiro o fato de que quantias absurdas do dinheiro público são
desperdiçadas e desviadas, diariamente, mediante práticas corruptas.
Sempre que os casos de corrupção administrativa e política passam a ser
alvo constante da mídia em geral isso provoca indignação da opinião pública, pois
cada cidadão sente-se lesado ao ver o enriquecimento ilícito daqueles que mantêm
conduta imprópria no exercício de cargos ou funções públicas, aqueles que
deveriam representar o povo brasileiro nada mais fazem a não ser buscar cada dia
mais métodos para burlar o sistema, e assim aumentar o saldo de suas contas
bancárias. A corrupção constitui violação das normas éticas que devem orientar a
conduta de quem exerce cargos ou funções públicas, e sempre revela um baixo
nível de moralidade, além de afetar diretamente a normalidade funcional, probidade,
¹ Graduando de Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. ² Graduando em Economia (FECAP). Mestrado em Economia (PUC-SP). Professora das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP.
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prestígio, incolumidade e decoro da administração pública, ferindo os princípios
norteadores da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.
A ética e disciplina no uso da máquina pública é um dos mais importantes
deveres do administrador público, onde este deve observar os princípios da Gestão
Pública, e assim pautar sua conduta em honestidade, idoneidade, tendo como
objetivo o interesse da sociedade e o interesse público.
Sabe-se que a corrupção tem variado no tempo, e é um problema de grande
extensão, e há demonstrações de que ela pode ser reduzida, já que o a maioria dos
atos corruptos são crimes calculados sendo assim entende-se que os funcionários
públicos não são corruptos o tempo todo, mas sim em cada oportunidade, de modo
que é aceitável afirmar que quando um funcionário pratica uma ação corrupta pois
em seu juízo, ela lhe proporcionará mais benefícios do que custos. Assim, afirma-se
que a punição mais severa pode ser útil para diminuir a incidência da corrupção. A
sociedade não podem mais ser apática em relação as atividades irregulares de
políticos, administradores públicos e servidores.
Justifica-se a escolha do tema por conta da crise moral e grande incidência de
desvios éticos por parte dos servidores e ocupantes das funções públicas,
demonstrados no contexto brasileiro, marcados por escândalos de corrupção,
desvios de condutas, entre outros atos ímprobos.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
2.1- CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Para Meirelles (2006) para definir administração pública é preciso ter
conhecimento de alguns institutos, quais sejam: Estado e governo. O Estado é um
ente composto por três elementos essenciais: povo, território e governo soberano.
Para que exerça suas funções manifesta-se por meio de três poderes: Poder
Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário, que são independentes e
harmônicos entre si. A função principal do Poder Legislativo é elaborar as leis, a
função principal do Poder Executivo é executar as leis e a função principal do Poder
Judiciário é aplicar as leis aos casos concretos. O governo é a expressão política de
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comando, de iniciativa, de fixação de objetivos, do Estado e da manutenção da
ordem jurídica vigente.
A administração pública nada mais é do que uma atividade voltada à
realização dos interesses públicos, e apesar de, em regra, essa atividade ser de
incumbência do Poder Executivo, os crimes que atentam contra a administração
pública não se limitam tão somente às condutas delituosas de tal Poder.
Nesse sentido, Greco (2007) resalta devemos entender o conceito de
Administração Pública em seu sentido amplo, como sendo o “conjunto de atividades
preponderantemente executórias, praticadas pelas pessoas jurídicas de direito
público ou por suas de legatárias, gerindo interesses públicos, na persecução
dos fins legalmente cometidos ao Estado”. Nesse conceito, compreende-se tanto a
Administração Direta (formada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios),
bem como a Administração Indireta (composta pelas autarquias, sociedades de
economia mista, empresas públicas e as fundações).
No campo da administração pública, esta vem norteada de princípios
constitucionais que devem ser obedecidos com o propósito de garantia não só a ela,
como também aos cidadãos, são, portanto, princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
2.2- ÉTICA E MORAL DENTRO DO PODER PUBLICO E A DEFECIENCIA DAS
LEIS
A corrupção pode ser compara com uma doença infecciosa que se alastra e
destrói a todos que estão ao redor, e essa doença é que está matando o nosso país
e esconder a gravidade dela só contribuirão para a sua disseminação. O que faz
com que a mesma se espalhe e demonstre não ter cura é que infelizmente hoje no
Brasil não encontramos uma política séria, com pessoas comprometidas e
incorruptíveis, e consequentemente a população que é mal instruída e manipulável
justamente pela falta de interesse e conhecimento continua a permitir que essas
pessoas permaneçam no poder, causando assim a proliferação desse mal chamado
corrupção. Este é um mal que destrói a sociedade e é um crime que está em toda e
qualquer civilização.
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Nesse sentido para Pinto (1960) a corrupção em numerosos e importantes
setores governamentais do nosso país assumiu tal intensidade e extensão que,
desgraçadamente, parece ter sido institucionalizada. A pertinácia com que a
improbidade administrativa se exerce e as apatias da opinião pública em face dela
retiraram toda a acústica às vozes isoladas que a denunciam e condenam.
Explica Fazzio Júnior (2002) as normas jurídicas permanecem inadaptadas à
dinâmica evolução das práticas corruptivas, seja pela proliferação de condutas
atípicas, que gera a viabilidade de redação das leis, que torna difícil sua aplicação,
seja pela ausência de normas que ataquem o nascedouro da corrupção pública,
quer dizer, pela espantosa facilidade para diluir responsabilidades no âmbito da
Administração Pública, proporcional à concentração de poderes em pequenos
grupos de interesses.
A ineficácia das leis é uma das principais causas para essa constante
imoralidade dos homens públicos brasileiros. Analisa-se que, apesar de existirem
normas destinadas a conter essa continuidade delitiva, seus agentes geralmente
encontram alguma brecha na lei e acabam escapando da punição. Isso porque
podem usar de diversos recursos, passando por várias fases até chegar a uma
sentença definitiva; há também, a falta de ética dos administradores ligados ao
governo, pois a maioria desses indivíduos não se preocupam com o próximo,
buscam apenas vantagens que envolvam o seu conforto e bem estar sem calcular
as consequências dessas escolhas, sendo assim fica de fácil compreensão que toda
ação ilícita está diretamente relacionada a caráter ou melhor dizendo a falta de
caráter dos representantes do povo.
2.3- EFEITOS NEGATIVOS DA CORRUPÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA
Para GRECO (2007) no tocante à corrupção dentro da Administração Pública
gera danos a números imprecisos de pessoas, e de modo infeliz os prejudicados de
forma direta não tomam o conhecimento do valor real dos prejuízos causados. Cita-
se como exemplo de corrupção: o superfaturamento de uma obra pública, onde
valores são irreais do que realmente seria utilizado e essa diferença acaba na conta
de todos os que foram coniventes com o superfaturamento, o fato é de que esse
dinheiro deveria ser investido em setores de capital importância para a sociedade,
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como por exemplo, na saúde construindo novas instalações, para que com isso
melhorasse a qualidade da saúde no país, na educação, com a construção de
escolas e compra de materiais, e entre tantos outros setores primordiais para
qualidade de vida do cidadão brasileiro que paga altíssimos impostos mas que não
vê seu dinheiro investido adequadamente.Sem querer ir muito longe, já perdemos a
conta de quantos bilhões foram embolsados por causa dessas fraude.
Nesse sentido Greco (2007) comenta: Sem querer exagerar, mas fazendo
uma radiografia dos efeitos gerados por determinados crimes praticados contra a
Administração Pública, podemos afirmar que o homicida pode causar a morte de
uma ou mesmo de algumas pessoas, enquanto o autor de determinados crimes
contra a Administração Pública, a exemplo do que ocorre com o crime de corrupção,
é um verdadeiro “exterminador”, uma vez que, com o seu comportamento, pode
produzir a morte de centenas de pessoas, pois não permite ao Estado cumprir todas
as funções sociais que lhe são constitucionalmente atribuídas.
O fato é de que a corrupção está envolvida com a índole da pessoa.
Costuma-se usar uma velha máxima em Direito Penal que assevera que nenhum de
nós tem condições de afirmar que nunca matará alguém, pois o homicídio encontra-
se no rol daquelas infrações penais que, via de regra, são praticadas pelo impulso
incontido do homem, atingido, muitas vezes, por um sentimento arrebatador de ira,
paixão, ódio, ciúmes, etc. No entanto, outras infrações penais podem ser colocadas
no elenco daquelas que jamais serão praticadas pelo homem que procura preservar
seu nome, sua integridade, sua dignidade, seu conceito junto à sociedade na qual se
encontra inserido. É o que ocorre com a corrupção.
Os meios de comunicação têm nos mostrado com assiduidade diversos
acontecimentos que envolvem a corrupção. São juízes de Direito, promotores de
justiça, policiais, políticos, enfim, pessoas encarregadas de trazer a paz social que,
infelizmente, são apontadas como corruptas, envergonhando e nos fazendo
desacreditar no real progresso do país. Apesar de tantos escândalos se tornem
conhecidos na mídia, grande parte deles permanece sem punição, o que gera ainda
mais revolta ao brasileiro e desejo dos políticos de continuar a fazer escolhas que
lhes beneficie.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.4- GOVERNO X POPULAÇÃO
Para FAZZIO JÚNIOR (2002) a criação de procedimentos para a
identificação dos pontos que facilitam a corrupção pública no Brasil é necessária
para combater atos ilícitos no país e não mais permitir o uso dos mecanismos
estatais para a satisfação de desejos privados, pois, não deve prosperar um sistema
que não proteja os reais interesses sociais; o abuso de confiança de um povo deve
ser tratado como o pior dos crimes.
No Estado Democrático de Direito, têm-se as instituições e pessoas que
exercem o poder por via do que lhes foi determinado, dessa maneira faz-se
necessário uma reforma dentro dessas instituições para que a mudança e melhoria
venham a acontecer e assim a busca de um estado de respeito e satisfação dos
interesses coletivos passem a ser a realidade no país.
As medidas para o combate a corrupção são muitas, mas primeiramente será
necessária a iniciativa de reforma honesta e eficaz por parte do governo atual dentro
do âmbito legislativo, e para que ganhe força é essencial a cobrança por parte da
mídia juntamente com a população através de participação direta de tudo que
envolver o desenvolvimento do país, começando pela participação das reuniões que
acontecem na câmara do seu município, uma sociedade participativa consegue
cobrar eficiência e eficácia dos seus representantes, caso contrário o povo se torna
marionete perante o governo. Logo, espera-se que a memória do povo não seja tão
curta, e que os cidadãos lembrem-se dos envolvidos em escândalos, e não permita
que o mesmo volte a fazer parte do corpo responsável por decisões que afetam a
sociedade, ou seja, avaliando e votando de modo consciente em período eleitoral.
Deve-se declarar guerra aos corruptos e punir todos os que se envolverem, a
opinião pública deve atuar como uma espécie de censor difuso que, de forma
inclemente, produz conceitos e rótulos reprobatórios, quando alude às práticas
desonestas dos agentes públicos.
É, portanto, um dever de todo o cidadão combater a corrupção, ao tomar
posições firmes e anti-corruptivas, tais como: não ser um corruptor; não se deixar ser
corrompido, toda vantagem recebida poderá custar caro no final; não ser conivente,
quando souber que o dinheiro público está sendo desviado, deve denunciar, pois
isso não permitirá, por exemplo, que pessoas deixem de receber a devida
medicação, que mulheres grávidas não tenham respaldo no decorrer da gestação,
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
que pessoas morram nas filas de hospitais, isto porque, a corrupção está ligada a
todas as deficiências do país, é preciso ter em mente que o dinheiro público deve
ser usado para o público; é imprescindível agir com responsabilidade, não colocar
pessoas despreparadas no Poder, que roubam o dinheiro do povo; é possível
combater a corrupção não aceitando empregos fáceis. É preciso ter pessoas
capacitadas para cuidar do patrimônio público.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, há uma verdadeira onda de corrupção na Administração Pública.
Entretanto, como já explicitado, esse mal acompanha o país desde o seu
descobrimento, porém, nos dias de hoje sua prática ocorre de forma mais cautelosa,
mais aperfeiçoada, tramada, onde a própria lei contribui para a sua continuidade,
pois esta não é verdadeiramente aplicada, e deixa diversas aberturas e facilidades
para beneficiar os autores do crime de corrupção, ora não aplicando a totalidade da
pena, ora pela demora nos julgamentos isto resulta na impunidade dos agentes
praticantes do crime em questão.
A corrupção é uma doença que provém do campo da moral, e se estabelece
pela falta de ética. Essa prática atinge a setores primordiais como a saúde, a
segurança e a educação. Para combater esse problema é preciso combater as
condições que favorecem o seu prática, tendo em vista que ela ocorre em um
ambiente propício para agentes públicos e privados fazerem conchavos uns com os
outros. Logo, qualquer plano de combate a essa prática sempre tem dois lados, o do
corrupto e o do corruptor, cada um com seus interesses, individuais ou não. O que
não se pode é perder a esperança, os atos de corrupção pública são condutas
ilegais e imorais de agentes públicos que substituem as finalidades da função
pública pelo interesse particular na obtenção de vantagens, ou seja, desviam
poderes dolosamente, mesmo assim não se pode pensar que “todos têm um preço”,
tem que se ater a agir com responsabilidade para fazer as escolhas certas e fazer a
diferença.
O exercício da cidadania pressupõe indivíduos que participem da vida
comum, organizados para alcançarem o desenvolvimento do local onde vivem.
Devem exigir comportamento ético dos poderes constituídos e eficiência nos
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serviços públicos. Um dos direitos mais importantes do cidadão é o de não ser vítima
da corrupção, que através deste trabalho uma reflexão aconteça dentro de cada um
que ler este resumo, pois aqui buscou-se abrir os olhos da sociedade para um país
melhor, onde os impostos devem ser investidos e não embolsados, mas essa
realidade só mudará quando a sociedade se conscientizar que o voto, a cobrança e
participação são deveres de todos que amam e querem o desenvolvimento do seu
país.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Corrupção no poder público. São Paulo: Atlas, 2002. GRECO, Rogério. Curso de direito penal. 3. ed. Niterói: Impetus, 2007 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 32. ed. São Paulo: Malheiros,2006. PINTO, Francisco Bilac Moreira. Enriquecimento ilícito no exercício de cargos públicos. Rio de Janeiro: Editora Forense, 1960.
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SEGURANÇA NOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: COMO PROTEGER SUA
EMPRESA DE ACESSOS NÃO AUTORIZADOS
Alessando da Silva Camargo1; Carlos Magno Roqueto Martins¹, Egle Pedroso Paulino da Silva¹;
Heloise da Silva Cassiano¹; Luana Côrrea¹;
Tamires Nathalia Brentano¹; Thiago Kowalez Thibes¹;
Wellisson Pedroso de Lima¹; Dário Simões Fernandes Filho²
RESUMO
A segurança nos Sistemas de Informação tem se tornado umas das principais preocupações nas empresas. Regularmente são criadas novas técnicas para subverter Sistemas de Informação e causar danos irreversíveis para uma organização. Este estudo visa auxiliar a busca por medidas preventivas contra os crimes computacionais, garantindo a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados e informações de uma organização.
Palavras-chave: Ameaças; Prevenção; Tecnologia.
1 – INTRODUÇÃO
Devido ao constante avanço da tecnologia, o rumo da administração nas
empresas mudou, é preciso adaptar-se às constantes mudanças do mercado, tanto
interno como externo. A implantação dos Sistemas de Informação é de vital
importância no gerenciamento das organizações. Ele garante mais agilidade e
praticidade nos métodos organizacionais, economiza tempo e recursos e, auxilia na
tomada de decisões, resultando assim, numa maior vantagem competitiva. Para
manterem-se no mercado, as empresas passaram a investir cada vez mais nos
¹Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR). Registro, SP. ² Graduado em ciências da Computação (UNICAMP). Mestre em Ciências da Computação (UNICAMP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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Sistemas de Informação, sendo eles, um dos principais responsáveis pelo sucesso
corporativo.
Ao mesmo tempo em que nota-se o sucesso dos Sistemas de Informação, o
número de falhas e vulnerabilidade em tais Sistemas também aumentou. O presente
trabalho utilizou a opinião de diversos autores, com objetivo de informar quais as
principais ameaças e como as empresas podem utilizar mecanismos de segurança
para proteger suas informações, garantindo assim, a sua sobrevivência.
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITOS DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
Na ótica de O’BRIEN (2006), é um conjunto organizado de pessoas,
hardware, software, redes de comunicação e recursos de dados de coletam,
transformam e disseminam informações em uma empresa.
De acordo com FOINA (2006), Sistema de Informação é a integração de
todos os recursos organizacionais e tecnológicos que manipulem (capturem,
processem e distribuam) as informações em uma organização. Além das tecnologias
computacionais, devem-se considerar os equipamentos de comunicação de voz,
imagem, vídeo e papel. As tecnologias emergentes, oriundas da junção de várias
outras (multimídia, videoconferência), comprovam que a abrangência dos Sistemas
de Informação é muito maior do que a limitada pelos recursos de processamento de
dados tradicionais.
LAUDON & LAUDON (1999) define como um conjunto de componentes inter-
relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e
distribuir informações, com finalidade de facilitar, coordenar, controlar e analisar o
processo decisório nas organizações.
Para TURBAN; RAINER; POTTER (2003) o Sistema de Informação (SI) tem
como função processar, armazenar, analisar e disseminar informações de acordo
com um propósito desejado. Como qualquer outro sistema, um SI opera dentro de
um ambiente, sendo composto por entradas (dados) e saídas (cálculos, relatórios).
O resultado desse processo é enviado para o usuário ou para outros sistemas, caso
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seja necessário, é possível incluir um mecanismo de resposta (feedback) que
controle a operação.
2.2 AMEAÇAS AOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
LAUDON & LAUDON (1999) aponta que os sistemas de informação online e
os sistemas baseados em redes de telecomunicações são vulneráveis,
poisinterligam sistemas de informação em vários locais diferentes. Assim, o acesso
não-autorizado ou o mau uso podem ocorrer em diversos pontos de acessos.
2.2.1 Ameaças imprevisíveis no ambiente organizacional
Incêndio: o hardware do computador, arquivos e registros manuais podem ser
perdidos;
Falha de energia elétrica: todo o processamento do computador é suspenso,
o hardware pode ser danificado e podem ocorrer ’’crashes’’ ou interrupções
das telecomunicações;
Mau funcionamento do hardware: os dados não são processados de modo
completo ou com exatidão;
Erros de software: os programas do computador não processam os dados
com exatidão, de modo completo ou de acordo com os requisitos do usuário;
Erros dos usuários: os erros introduzidos pelos usuários durante a
transmissão, entrada, validação, processamento, distribuição e em outros
pontos de ciclos, prejudicam o processamento e produzem saídas errôneas.
2.2.2 Ameaças decorrentes do fator humano
Crime por computador: o uso ilegal de hardware, software ou de dados
resultam no roubo de dinheiro ou na destruição de dados ou serviços
valiosos;
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Mau uso com computador: os sistemas do computador são usados com
propósitos antiéticos.
2.3 O COMPUTADOR COMO ALVO FÁCIL
Segundo STAIR; REYNOLDS (2006) um computador pode ser usado como
ferramenta para obter acesso a informações valiosas e como meio para roubar
milhares de dólares. Muitas pessoas que cometem crimes computacionais dizem
que o fazem pelo desafio e não pelo dinheiro. Em geral, os criminosos precisam de
duas capacidades para cometer crimes: 1 – ter o conhecimento sobre como
conseguir acesso ao sistema computacional; 2 – saber manipular o sistema para
produzir o resultado desejado.
Para LAUDON & LAUDON (1999) os crimes por computador variam de uma
simples brincadeira de adolescente à espionagem internacional. O roubo monetário
é a forma mais comum de crime, envolvendo também o furto de serviços, de
informações ou de programas de computador: alteração de dados, danos ao
software e transgressões.
O’BRIEN aponta que o crime de computador abrange as seguintes
categorias:
1. o uso, acesso, modificação e destruição de hardware, software, dados
ou recursos de rede não autorizados;
2. a liberação de informação não autorizada;
3. a cópia não autorizada de software;
4. a negação de acesso a um usuário final a seu próprio hardware,
software, dados ou recursos de rede;
5. usar ou conspirar para usar computador ou recursos de rede para
obtenção ilegal de informações ou propriedade tangível.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.4 PROTEÇÕES PARA OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Segundo STAIR; REYNOLDS (2006) a segurança de Sistemas de Informação
na internet inclui barreiras (firewalls) e diversos métodos para garantir transações
financeiras. Um firewall contêm hardware e software usados para isolar os sistemas
de informação (SI) de uma empresa do mundo externo. Para prevenir o crime na
internet, os seguintes passos podem ser tomados por uma empresa:
Desenvolver políticas de segurança e internet eficazes para todos os
funcionários.
Usar barreiras independentes com recursos para monitorar a rede.
Monitorar gerentes e funcionários para garantir que eles usem a internet
somente para motivos profissionais.
Empregar especialistas de segurança na internet para auditorias de todas as
atividades na internet e no sistema.
De acordo com BOGHI; SHITSUKA (2002) existem diversos aspectos de
segurança que devem ser considerados, tais como: segurança contra furtos de
informação, equipamentos e software, segurança contra vírus de computador,
segurança contra fraudes informatizadas, entre outras. A segurança em informática
ou em Sistemas de Informação pode ser classificada como:
Segurança física: envolve os equipamentos, contingências e a segurança
contra incêndios, enchentes, furtos, etc
Segurança lógica: engloba a segurança contra vírus de computadores
utilizando firewalls e a proteção de dados, criptografia, senhas, etc.
LAUDON & LAUDON (1999) salientam que a segurança dos sistemas de
informação de computadores precisa de uma atenção especial e não deve ser
tratada como uma preocupação posterior, mas sim, fazer parte do projeto de
sistema. A tecnologia específica, as normas e procedimentos manuais para proteger
os recursos, a exatidão e a confiabilidade dos sistemas de informação são
chamados de controles gerais e controles de aplicações. Tais controles podem ser
definidos como:
Controles gerais: são todos os controles da organização, manuais e
automáticos, que fornecem uma proteção para todas as atividades dos sistemas de
informação de uma empresa. Os controles gerais garantem:
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
A segurança e a confiabilidade do hardware e software do computador;
A segurança dos arquivos de dados;
A consistência e a correção das operações do computador;
O gerenciamento apropriado do desenvolvimento de sistemas;
A supervisão e responsabilidade dos controles de gerenciamento;
A documentação com a descrição do projeto, estrutura e recursos de software
para a solução de problemas.
Controles de aplicações: regem as aplicações individuais dos sistemas de
informação. Consistem em procedimentos manuais e automáticos para garantir que
os dados processados por determinada aplicação permaneçam completos, corretos
e válidos por todo o ciclo de processamento. São divididos em três tipos, tais como:
Controles de entrada: garantem a exatidão e a integralidade dos dados
quando estes entram em um sistema de informação.
Controles de processamento: garantem a exatidão e a integralidade dos
dados durante a atualização.
Controles de saída: garantem que os resultados do processamento sejam
exatos, completos e corretamente distribuídos.
Na ótica de TURBAN; RAINER; POTTER (2003) as principais estratégias de
defesa de um Sistema de Informação envolve os seguintes aspectos:
1. Controles para prevenção e desencorajamento: são importantes onde o
potencial de danos é muito alto. Tem como objetivo evitar que erros ocorram,
impedir criminosos de atacar o sistema e negar acesso a pessoas não-
autorizadas.
2. Detecção: pode não ser economicamente viável evitar todos os riscos. A
detecção pode ser executada através de softwares especiais de diagnóstico,
quanto mais cedo for detectado o problema, mais fácil é combatê-lo e os
danos são menores.
3. Controle de danos: serve para minimizar as perdas logo que ocorra um mau
funcionamento. É feito através de um sistema tolerante a falhas que permite a
operação em um modo degradado até ser feita a recuperação completa.
4. Recuperação: explica o processo de correção em um sistema danificado. A
substituição de componentes pode ser um caminho mais rápido do que o
conserto.
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5. Correção: corrigir sistemas danificados pode evitar que o problema ocorra
novamente.
Ainda para STAIR; REYNOLDS (2006) as corporações que levam a sério a
questão dos crimes de internet, projetam procedimentos, hardware e software
especializados na proteção de seus dados e sistemas corporativos. Os métodos
mais utilizados pelas empresas para proteger dados são:
1. A Infraestrutura de chave pública, que permite aos usuários de uma rede
pública sem segurança (internet), trocar dados de maneira segura e privada
pelo uso de uma chave criptográfica pública e uma privada, que formam um
par e são obtidas e compartilhadas através de uma autoridade confiável.
2. A biometria envolve a medida de uma característica biológica, física ou
comportamental. É capaz de comparar as características únicas de uma
pessoa com um conjunto armazenado para detectar diferenças, podem varrer
impressões digitais, faces, letras manuscritas e imagens de retina, com intuito
de evitar o acesso não autorizado a dados e recursos computacionais
privados.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Sistemas de Informação são expostos a diversas ameaças, podendo ser
através de meios físicos ou humanos e por fatores imprevisíveis ou programados.
Nota-se que o sucesso e a sobrevivência das empresas dependem de um bom
Sistema de Segurança, por isso deve-se investir em programas especializados na
proteçãocontra acessos não-autorizados. Cabe à empresa analisar suas
necessidades e decidir qual é o método de segurança mais adequado para o seu
ambiente interno.
O crime computacional possui grande destaque devido a sua facilidade,
discrição e capacidade de atingir proporções gigantescas. Todos os dados de uma
organização estão armazenados em Sistemas de Informação, tornando as empresas
um alvo interessante para os hackers. Pode-se notar que há muitos fatores que
deixam um Sistema de Informação mais frágil e vulnerável. Um dos mais comuns é o
mau uso dos computadores pelos próprios funcionários da empresa. Portanto, é
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necessário estar atento a todas as atividades prejudiciais e investir em um bom
Sistema de Segurança que esteja constantemente atualizado, proporcionando
então, uma proteção mais efetiva das informações e evitando um grande prejuízo
empresarial que pode ocorrer com o vazamento de dados da empresa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOGHI, C.; SHITSUKA, R. Sistemas de Informação: Um Enfoque Dinâmico. São Paulo: Érica, 2002. FOINA, P. R. Tecnologia de Informação: planejamento e gestão. São Paulo: Atlas, 2006. LAUDON, K. C; LAUDON, J. P. Sistema de Informação. Rio de Janeiro: LTC, 1999. O’BRIEN, J. A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da internet. São Paulo: Saraiva, 2006. STAIR, R. M; REYNOLDS, G. W. Princípios de Sistema de Informação. São Paulo: Thomson, 2006. TURBAN, E.; RAINER, K. J.; POTTER, R. E. Administração de Tecnologia da Informação: Teoria e Prática.Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
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EXPLORANDO A SEGURANÇA VIRTUAL DA GESTÃO ORGANIZACIONAL
Alana Larissa Muniz Araujo1;
Anderson Ferreira Ribeiro1; Cleize Lorendi Nunes1;
Gabriela Aparecida Souza Pinto1; Gustavo André Do Prado1; Lucas Cabral P. Nogueira1;
Murilo Gonçalves Alves1; Samara Gonçalves Martins1;
Dario Simões Fernandes Filho²;
RESUMO Conforme o uso da internet cresce, questões relativas a privacidade, fraude e segurança tornam-se ainda mais importantes. Sendo assim, este trabalho visa demonstrar a importância da segurança dentro dos sistemas de informação, com foco no ambiente organizacional, com os serviços web e sua ênfase nos perigos que o mundo virtual traz às corporações. Enfatiza também, que a implementação de medidas de segurança da informação permite o controle da utilização e proteção do acesso de qualquer usuário à informações importantes e restritas. Sendo necessário, diversos procedimentos adicionais que tem como função diminuir as possibilidades de vulnerabilidade, que atinjam a integridade e confiabilidade destas informações. Palavras Chave: Organização, vulnerabilidade, segurança, sistema de informação.
1. INTRODUÇÃO
Diante da grande evolução tecnológica, muitas organizações adotaram novas
tomadas de decisões com maior rapidez e eficiência, tornando-se de grande
importância a utilização de novos mecanismos para o armazenamento das
informações das empresas. O computador, por exemplo, é utilizado como uma
ferramenta onde traz benefícios e malefícios para os usuários, ganha acesso rápido
a informações valiosas como meio para roubar milhares de informações secretas.
Como quaisquer outros recursos vitais para as empresas os recursos de
hardware, software, redes e dados dos sistemas de informações precisam ser
protegidos por controles embutidos, para que garanta sua qualidade e segurança,
1 Graduandos do Curso de Administração das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP.
²Graduado em Ciências da Computação (UNICAMP). Mestre em Ciências da Computação (UNICAMP). Professor das
Faculdades Integradas do Vale do Ribeira
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em relação ao crescimento de vulnerabilidades e ataques, como hackers, vírus e
outros crimes computacionais.
A segurança da informação está relacionada com a proteção de um conjunto
de dados, no qual preservam o valor que possuem para a organização.
Atualmente, é essencial que as empresas ou qualquer usuário que usufrui
deste equipamento, tenha atenção sobre perigos e ameaças que poderão encontrar
neste processo digital, e porque estes sistemas de informação estão vulneráveis a
destruição, perdas e erros.
A informação dentro da organização é o bem mais valioso podendo ser alvo
de ameaças causadoras de riscos. Assim, se faz necessário a implantação de
medidas de segurança da informação que ajudem a reduzir as prováveis chances de
fraudes e perdas de informações.
Portanto, este trabalho tem como objetivo geral o estudo de segurança e
controle dos sistemas de informação, com a finalidade de apresentar os crimes
computacionais dentro do âmbito organizacional, suas prevenções e monitoramento
para que não ocorra danos e prejuízos as informações compartilhadas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 SEGURANÇA DAS INFORMAÇÕES DENTRO DO AMBIENTE
ORGANIZACIONAL.
De acordo com Shitsuka (2005), as exigências de segurança surgem a partir
da necessidade da administração de reduzir o risco de uma quebra significativa de
sigilo, integridade ou disponibilidade dos sistemas de informação, ou dos dados por
eles manipulados. A política de segurança deve seguir objetivos básicos sendo eles
a integridade, confidencialidade, disponibilidade e legalidade. A necessidade da
definição desta política é um item importante da garantia de segurança da
informação para cada organização.
Conforme Laudon (2010), o termo segurança abarca as políticas, os
procedimentos e as medidas técnicas usados para impedir acesso não autorizado,
alteração, roubo ou danos físicos a sistemas de informação, e os controles são
todos os métodos que garantem a segurança dos ativos da organização. Os dados
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ficam vulneráveis, pois grande quantidade deles são armazenados sob um tipo de
formato eletrônico.
Laudon (2010), ainda complementa que as vulnerabilidades aumentaram
devido ao crescimento uso de e-mails e programas ponto a ponto (P2P). Estes e-
mails podem servir como vetor de entrada para softwares mal-intencionados que
acessam indevidamente o sistema corporativo interno.
A segurança nas organizações deve ocorrer nos níveis estratégico (políticas),
tático (normas) e operacional (procedimentos). Primeiramente tudo começa no nível
estratégico onde são definidos os planos, adotadas as verbas e determinadas
políticas para a organização. Os controles e medidas ocorrem nos níveis táticos e
operacionais. Outros recursos de segurança nos níveis mencionados são: a
utilização de assinaturas digitais, artifícios de segurança em redes wireless que
impedem que as mensagens sejam captadas por hacker e o uso de intranet e
extranet, para a internet.
Nesta era de internet, web e comercio eletrônico, como já mencionado, uma
das formas das empresas apresentarem seu nível de segurança aos clientes é
através do uso de certificações digitais existentes no mercado. As certificações de
qualidade e segurança, quando são realizadas por entidades externas às empresas,
são bem vistas.
2.2 VULNERABILIDADE, TIPOS DE RISCOS DENTRO DA ERA DIGITAL.
Infelizmente a quantidade de crimes virtuais tem crescido devido à facilidade
encontrada pelos indivíduos maliciosos. Conforme O’Brien (2006), os crimes com o
uso do computador estão em constante crescimento, como ataques eletrônicos e
invasões em organizações empresariais e governamentais por meio de sistemas
internos, de internet e de outras redes. Para o autor, os criminosos estão fazendo de
tudo, desde roubo de propriedade intelectual e pratica de fraude, a lançamento de
vírus.
Para Stair (2006), um hacker é uma pessoa que aprecia a tecnologia
computacional em busca de diversão e emoções fortes. Um hacker criminoso possui
um profundo conhecimento de computadores, tenta obter acesso não autorizado ou
ilegal a sistemas computacionais para roubar senhas, documentos sigilosos,
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corromper arquivos e programas. Agem frequentemente, atacando grandes
organizações, lendo arquivos importantes e não disponíveis ao público, monitoram
todo o envio e recebimento de e-mails dos trabalhadores, inserindo dados falsos. Na
maioria dos casos a extensão das perdas financeiras é muito maior que os
incidentes relatados.
Um dos mais destrutivos exemplos de crimes dentro da era digital é a criação
de vírus, ou em outros termos vermes de computador. Este é um programa distinto
que pode executar sem assistência. Eles copiam rotinas perturbadoras ou
destrutivas que podem disseminar código malicioso entre muitos usuários e arquivos
dentro de empresas. Geralmente ingressam nos sistema por meio de arquivos
anexados via internet e serviços online.
Para tentar amenizar e proteger as organizações o uso de antivírus é
normalmente uma boa pratica, no entanto, nada substitui a existência de um bom
procedimento de backup e sua utilização regular.
A existência de backups evita que ocorra perda da totalidade dos dados,
quando ocorrer uma perda do HD principal, por qualquer motivo que seja. Mesmo
que os backups não possuam a situação mais atualizada ainda é melhor perder
parte dos dados do que perder tudo que já foi realizado anteriormente ao longo de
um período.
Laudon (2010) define que o hacker é um indivíduo que pretende obter o
acesso não autorizado a um sistema de computador. Eles realizam atividades como
roubo de mercadorias e informações, danos em sistemas, cibervandalismo, isto é, a
interrupção ou alteração da aparência e a destruição do site e sistema corporativo.
Para disfarçar sua verdadeira identidade, os hackers usam endereços falsos, que
torna mais difícil saber sua verdadeira origem.
2.3 ESTRUTURA SEGURA E CORRETA PARA MELHOR CONTROLE NO
MANUSEIO DA INTERNET.
Segundo O’Brien (2006), o acesso à internet tornou-se um veículo
indispensável tanto pela população quanto pelas corporações, porem vinculado à ela
estão inúmeras ameaças disfarçadas, na qual torna-se imprescindível o investimento
em um sistema de segurança eficaz.
82 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
Para Laudon (2010), as empresas tem investido na proteção dos sistemas de
informação, para evitar perdas de informações confidenciais, como valores de
impostos, ativos financeiros, registros médicos, e toda documentação de clientes e
funcionários.
Uma maneira de proteger os ativos para O’Brien (2006), é a criptografia de
dados que envolve o uso de algoritmos matemáticos especiais, que transformam
dados digitais em códigos embaralhados. Outro método é uso de firewall,
responsável por proteger as intranets e as redes de computadores das empresas
contra invasões, mas não evitam inteiramente o acesso não autorizado de hackers
as redes de computadores.
Entretanto, Stair (2006) cita que, enquanto uma firewall olha apenas para o
cabeçalho dos pacotes, um canal de processamento de dados seguro, examina
todos os dados de uma requisição antes de determinar se se trata de uma
requisição válida, considerando-o como um método mais sofisticado para prevenir o
acesso indesejado com um maior nível de segurança.
O sistema só será confiável e seguro, se os usuários souberem realmente
como e onde utilizar as ferramentas de segurança de informação.
Saber avaliar os riscos, identificá-lo, e controlá-lo, é o caminho para minimizar
os custos e maximizar os benefícios da implementação dos sistemas de segurança.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Avaliando toda a estrutura de segurança de internet, e investigações
bibliográficas, o fator segurança é retratado como indispensável para a navegação e
utilização tanto por empresas quanto para usuários comuns.
Simultaneamente, o fato da facilidade e rapidez de acesso à inúmeras
informações terem aumentado, proporcionou um aumento exponencial da falta de
segurança sobre as informações.
Quanto mais se aumenta a complexidade das redes, quanto mais recursos
são disponibilizados aos usuários, e quanto mais informações é requerida por este
usuário, mais difícil se torna garantir a segurança dos sistemas de informação.
Assim, as corporações tem se preocupado em implementar ferramentas de
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
segurança, sendo o grande dilema a questão da criação de um ambiente controlado
e confiável.
Um projeto de segurança sempre depende das características de cada
organização, como seu ramo de negócios, o grau de importância das informações, o
grau de dependência da empresa em relação aos seus computadores, dentre
outros. De uma maneira geral, as corporações devem investir em um sistema de
segurança eficaz, evitando cair na “teia” integrada pelas inúmeras ameaças
disfarçadas, vinculadas à internet.
Contudo, é preciso conhecer os riscos, saber quais as consequências da falta
de segurança, identificar os pontos vulneráveis, e determinar uma solução adequada
para a organização, para que as informações possam ser usadas com maior
segurança, e consequentemente as decisões mais conscientes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAUDON, Kenneth. Sistema de Informação Gerenciais. 9ª Edição. Pearson, 2010. O'BRIEN, James A. Sistemas de Informação e as decisões gerenciais na era da Internet. 2ª Edição. São Paulo: Saraiva, 2006. SHITSUKA, Ricardo. Sistemas de Informação: Um Enfoque Computacional. 1ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2005. STAIR, Ralph M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. 6ª Edição. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
DIREITO DO CONSUMIDOR
Christofer Adolfo da Silva Franca1; Danieli Cristina de Souza1;
Elliton de Pontes Azevedo1; Lucas Pereira Rodrigues Rosa1;
Marcela de Almeida Lameu1; Yanka Trigo Martini1;
Prof. Octavio Forti Neto2; Prof. Ivan Moizés Ilkiu3.
RESUMO Este trabalho objetiva demonstrar as relações de consumo e sua evolução, bem como a importância da tutela jurídica diante dos problemas existentes na relação consumerista, a qual envolve, de um lado, os fornecedores e, de outro, os consumidores, tornando-se relevante a abordagem deste assunto. Diante disso, recorreu-se à pesquisa bibliográfica de determinados autores que abordam o assunto. Após análise literária pode-se constatar que ao longo do tempo as relações de consumo sofreram enormes transformações, tornando-se dia-a-dia mais complexas e, em decorrência disso, desestabilizando-se. Verificou-se que a má qualidade dos processos, produtos e serviços da organização provocam a insatisfação do consumidor e, consequentemente, torna-a menos lucrativa e mal vista no mercado. Concluiu-se que se as empresas querem continuar no mercado e apresentar lucros, elas devem buscar a excelência, orientar-se para o cliente e procurar satisfazê-lo, assim como observar as normas legais essenciais a sua atividade. Palavras-chave: consumidor; empresário; fornecedor; relação de consumo.
1. INTRODUÇÃO As relações de consumo, desde a sua concepção, têm sofrido enormes
transformações. As simples transações comerciais se tornaram cada vez mais
complexas, inclusive pela grande diversidade e quantidade de produtos e serviços
que são dispostos no mercado para atender a demanda cada vez maior por parte
dos consumidores (ALMEIDA, 2015, p. 18). Entretanto, todo esse desenvolvimento
da sociedade de consumo, ao contrário do que se pensa, não trouxe apenas
1 Acadêmicos do 2º período do curso de Bacharel em Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro-SP. 2 Professor Orientador. Doutorando pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade Estadual de São Paulo IRI-USP; Mestre em Ciência Política pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Julio de Mesquita Neto – UNESP – Franca. 3 Professor Orientador. Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Especialista em Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina - SC (UNISUL); Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR (UEPG).
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
benefícios, como também acabou afligindo as relações sociais, econômicas e
jurídicas. Assim, como o mercado não apresentava mecanismos eficientes à
proteção das relações consumeristas, tornou-se imprescindível a atuação do Estado
na economia, promovendo proteção legal, que no Brasil se deu através do Código
de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/91), esclarecem os autores GIRINOVER et.
al. (2007, p. 6-7).
Diante da relação instável entre empresários e consumidores no mercado de
consumo, torna-se relevante a abordagem deste assunto, já que em decorrência
dessa situação ambos acabam sendo prejudicados, principalmente os empresários
que, na maioria das vezes, pela inobservância das normas legais e pela falta de
conhecimento acabam sofrendo vários danos à empresa.
Sendo assim, a metodologia utilizada para a elaboração deste resumo
expandido se concentrou na pesquisa bibliográfica de alguns autores que abordam o
assunto.
Nesse contexto, este resumo objetiva demonstrar as relações de consumo e o
seu desenvolvimento, como também, os envolvidos nessa relação; verificar a
importância de tutela jurídica à relação consumerista e seu surgimento no Brasil;
expor os principais problemas e a causalidade deles; e, por fim, estabelecer a
melhor alternativa para solucionar os problemas identificados, assim como a melhor
maneira para os empresários obterem maior lucratividade em sua atividade
econômica.
Inicialmente são apresentadas as relações de consumo e sua evolução, a
concepção do Código de Defesa do Consumidor, tal como o motivo do seu
surgimento, e os conceitos dos personagens que intervém numa relação de
consumo. Num segundo momento são apontados os principais problemas que
afetam as relações de consumo, bem como os meios para saná-los.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 AS RELAÇÕES DE CONSUMO E SUA EVOLUÇÃO
O consumo faz parte do dia-a-dia do ser humano. Todos nós consumimos e o
fazemos durante toda a nossa existência, independentemente da classe social e da
faixa de renda. Seja pela necessidade de sobrevivência ou apenas pelo desejo.
As relações de consumo envolvem sempre, de um lado, alguém enquadrado
como fornecedor – na condição de fabricante, produtor, importador, comerciante e
prestador de serviço –, o qual fornece bens e serviços, e, de outro, o consumidor,
aquele que adquire os bens ou serviços a fim de satisfazer suas necessidades.
COELHO (2015, p. 121) esclarece que sempre que houver essa relação entre
exercente de atividade de oferecimento de bens ou serviços ao mercado e ao
destinatário final destes, caracteriza-se uma relação de consumo. São exemplos, os
contratos bancários, cartão de crédito, fornecedor de serviços, compra e venda.
Como descrito por ALMEIDA (2015, p. 18) as relações de consumo surgem,
desenvolvem-se e evoluem. E, evidentemente, nos últimos tempos elas evoluíram
grandemente. As simples operações de trocas de mercadorias e as primeiras
operações mercantis deram origem, gradativamente, às complexas transações,
envolvendo grandes volumes e muito dinheiro. Com o surgimento dos grandes
centros urbanos, principalmente, as operações entre os envolvidos nas relações de
consumo se tornaram impessoais e indiretas, considerando irrelevante conhecer o
fornecedor. Surgiram os grandes estabelecimentos comerciais e industriais, os
hipermercados e os shoppings. Os bens de consumo passaram a ser produzidos em
grande escala, para atender a crescente demanda por parte dos consumidores. O
comércio cresceu significativamente, utilizando, inclusive, a publicidade para a
divulgação dos produtos e conquista de novos consumistas. O consumismo e a
produção em massa originaram o que conhecemos como sociedade de massa,
sofisticada e complexa.
Logo, as profundas mudanças das relações de consumo, decorrente do
desenvolvimento, resultaram na instabilidade de interesses entre fornecedor e
consumidor. Surge, então, a necessidade de conscientização no intuito de
harmonizá-la.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.2 O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
2.2.1 Concepção do Código de Defesa do Consumidor
A rápida evolução das relações de consumo acabou por repercutir de forma
negativa nas relações sociais, econômicas e jurídicas e, consequentemente, inferiu
na necessidade de concepção de uma medida legal protetiva dos interesses difusos
em geral e do consumidor em particular. Sendo assim, foi necessária a intervenção
do Estado, no âmbito, do Legislativo, estabelecendo as normas legais; do Executivo,
colocando-as na pratica; e do Judiciário, resolvendo os conflitos provenientes dos
esforços de formulação e de implementação, explicam os autores GIRINOVER et. al.
(2007, p. 6-7).
Como descrito por ALMEIDA (2015, p. 25-26), o enfoque na questão da
defesa do consumidor no Brasil é relativamente recente, uma vez que se constata a
existência de legislação que indiretamente o protegia, mas não como objetivo
principal. Além disso, as primeiras declarações atentando para os problemas das
relações de consumo, assim como o surgimento dos primeiros órgãos direcionados
à defesa do consumidor, datam a partir de 1970.
Conforme o autor, um dos fatos mais importante relacionado à defesa do
consumidor, foi a inserção, na Constituição Federal, de quatro dispositivos
especificamente sobre o assunto. O primeiro, e o mais importante segundo ele,
estabelecia que o Estado promoveria a defesa do consumidor (art. 5º, XXXII). Em
seguida, o art. 24, VIII, atribuía à União, aos Estados e ao Distrito Federal
competência para legislar concorrentemente sobre danos ao consumidor. No art.
170, V, situado no capítulo da Ordem Econômica, justificava-se a atuação do Estado
na economia em razão da defesa do consumidor. Por fim, o art. 48, dos Atos das
Disposições Constitucionais Transitórias, previa, em 120 dias, a elaboração do tão
esperado Código de Defesa do Consumidor, que se concretizou pela Lei 8.078, de
11-9-1990.
De acordo com COELHO (2015, p. 120), com a promulgação da Lei nº
8.078/90, as relações e contratos de consumo entre empresários e consumidores
passaram a contar com um regime jurídico próprio, antes disciplinado pelo direito
civil ou comercial. Tal norma buscava a harmonia dessa relação, preocupando-se
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
em atender ambas as necessidades e promover boas relações comerciais,
programas de qualidade, enfim, uma política de bom relacionamento entre eles.
Entretanto, FILOMENO (2007, p. 18) esclarece que o Código de Defesa do
Consumidor não é a solução para todos os problemas, pois devido a amplitude
desse tema não é possível prever tudo quanto aos direitos e deveres dos
consumidores e fornecedores, e, além disso, as outras normas relativas às relações
de consumo, existentes no Código Civil, Comercial, Penal etc., não deixaram de
existir com o advento do CDC, a menos que com ele sejam incompatíveis.
2.2.2. Conceito de consumidor
Respeitando a concisão vocabular teríamos a significação de consumidor
como quem compra para gastar em uso próprio, porém, o Direito demanda uma
explicação mais precisa. (SIDOU, 1977, p. 2 apud FILOMENO, 2007, p. 29)
ALMEIDA (2015, p. 58-59) afirma, fundado em declarações de outros autores,
que a definição legal de consumidor não é uma tarefa fácil. Segundo ele, há certa
tendência em aceitar uma concepção econômica de consumidor – que abrange
aquele que adquire bens para uso próprio, como aquele que os faz na condição de
intermediário, para repasse a outros fornecedores –, nem sempre considerada pelo
Direito, já que tal conceito fica vulnerável a interferências politicas, o que implica na
margem de precisão, indispensável, numa definição jurídica.
Na opinião de SIDOU (1977, p. 2 apud FILOMENO, 2007, p. 29),
[...] consumidor é qualquer pessoa, natural ou jurídica, que contrata, para utilização, a aquisição de mercadoria ou a prestação de serviço, independentemente do modo de manifestação de vontade, isto é, sem forma especial, salvo quando a lei expressamente a exigir.
FÁBIO KONDER COMPARATO (1988, p. 37 apud ALMEIDA, 2015, p. 59-60),
explica que consumidores são todos aqueles que estão subordinados aos que
possuem bens de produção, e que aqueles, pelo fato de não possuírem esses bens,
submetem-se as condições destes.
No entanto, o próprio Código de Defesa do Consumidor definiu consumidor.
De acordo com a Lei nº 8.078/90 (CDC), temos por definição, no caput do art. 2º,
que consumidor é “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final”, considerando-se, também “a coletividade de
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pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo”
(art. 2º, paragrafo único).
Assim, conforme os autores ALMEIDA (2015, p. 61-64) e RIZZATTO (2015, p.
127-130), o consumidor se caracterizará legalmente e se aplicará o CDC, nas
seguintes situações: mediante a aquisição direta de produtos ou serviços ou que,
mesmo não tendo adquirido, utilizando-os, em proveito próprio ou de outrem; por
equiparação, considerando a coletividade, grupos de pessoas, por exemplo, os
usuários dos serviços bancários; nas ocasiões em que adquira produtos ou serviços
como “destinatário final” para uso próprio; pela aquisição de produtos ou serviços
típicos de consumo pelo destinatário final, mesmo que estes se destinem à produção
de outros produtos ou serviços; por via de exceção, quando adquirir produtos ou
serviços típicos de produção, como, por exemplo, a aquisição de um grande avião
para uso pessoal.
2.2.3 Conceito de fornecedor
Uma relação consumerista pressupõe a presença de dois personagens, de
um lado, o consumidor, já visto, e, de outro, o fornecedor. Segundo FILOMENO
(2007, p. 47), fornecedor é “[...] o responsável pela colocação de produtos e serviços
à disposição do consumidor”.
Considera o art. 3º da Lei nº 8.078/90, que fornecedor pode vir a ser qualquer
pessoa física ou jurídica. Contudo, só se caracterizam como fornecedor mediante o
desempenho de atividade comercial ou civil e de forma habitual, esclarece
FILOMENO (2007, p. 47). Exemplificando, constata-se a figura do fornecedor, no
âmbito do CDC, nas situações em que pessoa física, presta serviços ou vende
produtos, fazendo disso uma atividade regular com vistas à obtenção de lucro e, da
mesma forma, a pessoa jurídica.
No mesmo dispositivo a lei fala que o fornecedor pode ser público ou privado.
E abrange tanto os fornecedores nacionais como os estrangeiros, os quais admitidos
em território nacional e que, nessa qualidade prestam serviços ou vendem produtos,
naturalmente, são responsáveis por eventuais danos ou reparos.– a citar, como
exemplo, as companhias aéreas.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.2.4 Defeitos e vícios de produtos e serviços
Para ALMEIDA (2015, p. 82), nos últimos cinquenta anos, as relações de
consumo evoluíram bastante, tornando-se complexas e incorporando várias facetas.
Certo que, toda essa evolução gerou desenvolvimento, conforto material e
modernização da atividade mercantil, porém a produção em massa para um
consumo igualmente em massa fez aumentar a potencialidade danosa dos produtos
e serviços, causando sérios problemas nas relações de consumo.
Diante desse desequilíbrio das relações de consumo e da falta de previsão
legislativa específica, a edição do Código do Consumidor abordou acerca da
responsabilidade civil do fornecedor. Dispôs o código, sobre a responsabilidade pelo
fato do produto e do serviço, a responsabilidade pelo vício do produto e do serviço,
bem como de outras garantias.
Sendo assim, estabeleceu o art. 12 da Lei nº 8.078/91, que o fornecedor é o
responsável pelo fato do produto ou do serviço, e assumirá os riscos pela colocação
de produtos defeituosos no mercado, assim como arcará com as obrigações
decorrentes da reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos de
fabricação – defeitos que decorrem de fabricação, produção, montagem,
manipulação, construção, ou acondicionamento de produtos; defeitos de concepção
– os de projetos ou de fórmulas –; e defeitos de comercialização – por insuficiência
ou inadequação de informações sobre sua utilização e riscos. Declara, ainda, a lei
que o fornecedor responderá, independentemente da existência de culpa (arts. 12 e
14).
Tratando-se de responsabilização pelo vício, é preciso esclarecer que este se
caracteriza pela existência de anomalias que afetam a funcionalidade do produto e
do serviço, inexistindo dano à saúde, à segurança do consumidor, como ocorre na
responsabilização pelo fato do produto e do serviço. As anomalias se referem aos
aspectos de qualidade e quantidade do produto ou serviço, tornando-os impróprios
ou inadequados ao consumo, tal como de divergência do conteúdo com os
indicativos constantes na embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária.
Em regra, a responsabilidade por vício busca proteger no âmbito econômico,
o ressarcimento, prevendo juridicamente a substituição do produto por outro,
restituição da quantia paga ou abatimento do preço.
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ALMEIDA (2015, p. 84-86) ressalta que os produtos e serviços existem,
unicamente, para atender as necessidades dos consumidores, esperando-se,
portanto, que eles funcionem adequadamente e atendam à finalidade que deles se
esperam. E, embora, os fornecedores se esforcem para produzir bens e serviços
adequados ao consumo, seguros, eficientes e livre defeito, por meio de controle de
produção e qualidade, ainda assim alguns deles acabam entrando no mercado com
defeitos e causam lesão à saúde, à segurança e ao patrimônio dos consumidores.
Diante da inevitabilidade dessas falhas e a impossibilidade de sua completa
eliminação, criaram-se os mecanismos legais para o ressarcimento de danos
causados, isto é, a responsabilização do fornecedor pelos riscos de sua atividade.
2.3 A RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE E A LUCRATIVIDADE DAS EMPRESAS
Notadamente a má qualidade dos produtos e serviços reflete negativamente
nas relações de consumo, prejudicando não somente os consumidores, como os
próprios fornecedores, os quais, em decorrência dessa situação, têm menos lucro e
a imagem da sua empresa associada à baixa qualidade. Segundo KOTLER (2005,
p. 55) a lucratividade da empresa está relacionada à qualidade dos produtos e
serviços, e à satisfação do cliente.
Conforme o autor, a alta qualidade dos produtos e serviços é a chave para a
satisfação do cliente, sendo um dos maiores valores que este espera em relação ao
fornecedor. Para ele, a sensação de satisfação ou insatisfação pelo consumidor
após a compra depende do desempenho do produto ou serviço em relação à
expectativa. Uma empresa, portanto, fornece qualidade quando o conjunto de
atributos e características dos seus produtos ou serviços é capaz de satisfazer
necessidades declaradas ou subentendidas. Logo, se as empresas quiserem
continuar no mercado e apresentar lucros, seus produtos ou serviços devem atender
as expectativas dos clientes ou as exceder.
O oferecimento de produtos de alta qualidade pelas empresas pressupõe que
elas se orientem para o cliente. Isso implica o desempenho de atividades essenciais
pelos profissionais de marketing, como: a identificação das necessidades e
exigências dos clientes; correta transmissão das expectativas dos clientes aos
produtos; correto atendimento de pedidos e dentro do prazo; assistência para
utilização do serviço ou produto; relacionamento pós-venda com o cliente para se
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certificar se estão – e continuarão – satisfeitos; como, também, a coleta de
sugestões para melhorias de produtos e serviços. (KOTLER; PHILIP, 2005, p. 56).
Uma empresa que proporciona a satisfação dos seus clientes desenvolve
vínculos mais fortes com eles, pois consumidores satisfeitos tendem a comprar
novamente e a divulgar a marca para outras pessoas, isso contribui para a formação
de uma sólida base para a lucratividade, descreve KOTLER (2005, p. 136).
Por outro lado, quando as empresas não desempenham um bom trabalho no
sentido de satisfazer o cliente, elas acabam sofrendo graves consequências, pois
consumidores insatisfeitos podem deixar de comprar e, ainda, alertar outras
pessoas; bem como empreender ações públicas ou privadas contra a empresa.
KOTLER (2005, p. 48) ressalta que “[...] a chave para a retenção de clientes é
a sua satisfação”. Nesse sentido, ele propõe que as empresas busquem a satisfação
dos consumidores através da melhoria contínua de todos os seus processos,
produtos e serviços.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo central deste resumo expandido, diante do tema proposto,
concentrou-se no entendimento das relações consumeristas desde o seu princípio,
nos conflitos oriundos dessas relações, bem como no conhecimento dos sujeitos
que a constituem, visando apresentar, do ponto de vista teórico, a melhor solução
para os problemas existentes, e tendo como principal interessado os empresários –
como fornecedores que objetivam bons resultados em sua atividade econômica.
Verificou-se que as relações de consumo, em decorrência de sua evolução,
tornaram-se desequilibradas, e por si próprias não podiam se sustentar, já que não
haviam mecanismos eficientes de proteção, incidindo, portanto, a intervenção do
Estado na economia a fim de protegê-las.
Demonstrou-se a importância do Código de Defesa do Consumidor, que
busca a harmonia das relações de consumo, preocupando-se em atender
efetivamente as necessidades dos consumidores e fornecedores e promover boas
relações comerciais, programas de qualidade, enfim, uma política de bom
relacionamento entre eles.
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Constatou-se que a má qualidade dos produtos e serviços provoca a
insatisfação do cliente, o que diminui a lucratividade da empresa e associa a sua
imagem com a baixa qualidade. Além disso, consumidores insatisfeitos podem
empreender ações públicas ou privadas contra a empresa, tornando o seu prejuízo
ainda maior.
Portanto, conclui-se que se as empresas querem continuar no mercado e
apresentar lucros é imprescindível que os empresários criem meios eficientes de
controle de qualidade e segurança dos produtos e serviços, orientando-se para a
satisfação dos seus consumidores, assim como mecanismos de solução de conflitos,
utilizando-se, por exemplo, do marketing no atendimento de reclamações e, ao
mesmo tempo, no recebimento de sugestões, tendo em vista que o consumo é o
único fim e propósito de toda a sua produção. E, além disso, observem as normas
jurídicas vigentes intrínsecas a sua atividade, a fim de evitar maiores danos a sua
empresa.
REFERÊNCIAS ALMEIDA, JOÃO BATISTA DE. Manual de Direito do Consumidor. 6ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015. BRASIL. Lei nº. 8078, de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do Consumidor. Diário Oficial da União 12 set 1990; 128(176 supl):1. COELHO, FÁBIO ULHOA. Manual de Direito Comercial: Direito de Empresas. 27ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015. GRINOVER, ADA PELLEGRINI. et. al. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: Comentado pelos autores do anteprojeto. 9ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. KOTLER, PHILIP. Marketing Essencial: Conceitos, estratégias e casos. 2ª edição. São Paulo: Prentice Hall, 2005. RIZZATTO, NUNES. Curso de Direito do Consumidor. 10ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
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A IMPORTÂNCIA DO DIREITO DO CONSUMIDOR PARA O EMPRESÁRIO
Amanda da Silva Santos;1 Jessica Natiele Dias do Espírito Santo;¹
Lívio de Vasconcelos Bozza;¹ Lucas Moraes Gomes;¹
Renata da Silva;¹ Valmor Matheus Molina da Silva;¹
Vanuza Ferreira Moreira;¹ Octavio Forti Neto;2
Ivan Moizés Ilkiu.3
RESUMO O presente trabalho trata da importância do Direito do Consumidor para o empresário. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem por base a análise dos principiais institutos relacionados à responsabilidade por vício do produto ou do serviço, previstos na Lei Federal nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. O objetivo é demonstrar que a observação das normas evita a ocorrência de vários danos à empresa, tanto nas esferas administrativa e cível, como também na penal. O estudo aponta que, com alguma mudança na cultura organizacional, os mecanismos de prevenção, além de gerar segurança nas transações, podem proporcionar maior lucratividade. Palavras-chave: Consumidor. Empresário. Vícios. Produto. Serviço. Lucratividade. 1. INTRODUÇÃO
O consumo faz parte da nossa existência desde o principio, independente da
classe social ou econômica. Os motivos vão desde a necessidade de sobrevivência
até o consumo por desejo.
As características em relação ao consumo vão desde o fornecedor, na qual se
pode considerar um fabricante, produtor, comerciante, importador e prestador de
serviço, ou seja, aquele fornece bens e serviços a terceiros, até o consumidor, na
qual está subordinado às condições impostas pelo fornecedor para atender às
necessidades de consumo. Por esse motivo é importante que haja um
balanceamento entre a satisfação do cliente e a lucratividade do empresário.
1 Acadêmicos do 2º período do Curso de Administração de Empresas das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. 2 Professor Orientador. Doutorando pelo Instituto de Relações Internacionais da Universidade Estadual de São Paulo IRI-USP; Mestre em Ciência Política pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP; Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Julio de Mesquita Neto – UNESP – Franca. 3 Professor Orientador. Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP); Especialista em Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina - SC (UNISUL); Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR (UEPG).
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O trabalho pretende analisar a importância do direito do consumidor para o
empresário, considerando suas responsabilidades e direitos perante a lei. Neste
contexto, o CDC (Código de Defesa do Consumidor) disponibiliza informações que
servem de base para o administrador concretizar uma relação de confiança com o
cliente e atender todas as suas necessidades.
O direito do consumidor serve como ferramenta importante na
regulamentação das relações jurídicas de consumo, trazida pela lei 8.078, de 11 de
setembro de 1990, que tem como objetivo estabelecer normas para a proteção ao
consumidor. Algumas dessas normas são consideradas: a proteção da vida e da
saúde do consumidor; liberdade de escolha de produto ou serviço; informação;
proteção contratual; qualidade dos serviços públicos, dentre outros.
O vício do produto ou de serviço está sujeito à indenização por conta do
prejuízo que pode provocar ao consumidor. Nesse caso, o fornecedor (seja produtor,
fabricante, construtor comerciante) é considerado responsável pelo problema. Pela
legislação, conforme o art. 13 do CDC, o usuário do produto ou serviço pode exigir
reparação do dano a qualquer um destes fornecedores.
O vício pelo fato do produto ou serviço ocorre quando atinge a integridade do
consumidor, provocando risco à saúde ou segurança do mesmo.
Nesta linha de proteção é legalmente reconhecida a identificável
vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo, e é nesse sentido que deve
haver a harmonização dos interesses dos agentes envolvidos nas relações de
consumo e a observação das normas, pois isso evita a ocorrência de vários danos à
empresa tanto nas esferas administrativa, cível e penal.
2. DESENVOLVIMENTO
Independentemente se pessoa física ou jurídica, o termo consumidor
compreende toda pessoa que adquire um produto ou serviço como destinatário final,
ou seja, para uso próprio, individual, doméstico ou familiar, e para terceiros sendo
que não poderá ocasionar revenda. (ALMEIDA, 2015, p.58).
2.1.1 Consumidor por equiparação
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Nada mais é que o indivíduo que não protagonizou no momento do consumo
e, mesmo assim, mereceu o direito de posse do produto ou serviço. A equiparação
ignora o termo de individualidade, que vem do princípio do consumidor, e traz a
coletividade, ou seja, certo grupo de pessoas que interviram, foram expostas, ou
alvo de uma forma qualquer de consumo (ALMEIDA, 2015, p. 59).
2.1.2 Consumidor pelo conceito ampliado: Terceiros
Terceiros têm direito à tutela, caso sejam atingidos ou vítimas. Por exemplo, o
indivíduo que é agredido por uma pessoa da família, que estava sob efeito de um
medicamento inadequado. Por não fazer a aquisição do bem, mas ser vítima do
próprio, o mesmo tem direito a indenização.
2.1.3 Conceito de Fornecedor
Diferentemente do consumidor o fornecedor não é um assunto de grande
debate, mas isto não o tira do patamar de importância dentro do nicho da economia
mundial. Para chegarmos à definição de fornecedor, a maneira mais prática seria
por exclusão, ou seja, dizer o que não seria um fornecedor. Transações de direito
privado e sem caráter de profissão ou atividade. Por exemplo, a compra de um
automóvel entre pessoas físicas particulares, sem qualquer publicidade e por acerto
direto.
Exercer atividade de fornecedor engloba toda a parte de produção,
distribuição, montagem, criação, construção, importação, exportação e
comercialização.
Também podem ser considerados fornecedores os fabricantes de matérias-
primas para a criação de um produto final, como, por exemplo, as organizações que
produzem peças para a indústria automobilística.
Os prestadores de serviços se enquadram, pelo código, no rol de
fornecedores, que estão sujeitos às medidas e sanções previstas pela legislação.
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Conforme explica Almeida (2015, p.60), os prestadores de serviços estão
dentro do padrão de fornecedores, desde que apresentem alguns requisitos, como
vínculo empregatício, subordinação e vínculo trabalhista, com remuneração.
2.2 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Com o advento da lei 8.078, em 1990, a relação entre fornecedores e
consumidores de bens e serviços ganhou novos rumos e, principalmente, trouxe a
ambos uma consciência mais presente das obrigações e direitos que cada qual
conserva.
Contudo, a proteção legal que visa a relação estabelecida entre fornecedor e
consumidor não é ideia recente ou mesmo moderna, pois já em 2.800 a.C., com
maior razão nos textos do Código de Hamurabi, já se percebiam a preocupação em
garantir-se a proteção no que concernia à segurança, à saúde e à qualidade de
serviços prestados. Mas somente em 1988, com o advento da Constituição Federal,
os direitos do consumidor receberam maior proteção, tornando-se cláusula pétrea
prevista no inciso XXXII de seu artigo 5º, prevendo-se que o “Estado promoverá na
forma da lei, a defesa do consumidor” (CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988).
Mas foi em 11 de setembro de 1990, quando passou a vigorar a lei 8.078, que
o direito do consumidor ganhou uma nova perspectiva, não apenas pela
normatização, mas porque a relação de consumo passou a ser orientada por novos
princípios fundamentais.
Importante destacar a criação de órgãos de proteção ao consumidor, todos
com papel muito importante na garantia dos direitos e preservação da tutela contra o
abuso do poder econômico. O Ministério Público do Consumidor e o PROCON
desempenham funções de extrema relevância na defesa de interesses individuais,
coletivos e difusos.
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2.2.1Objetivos do CDC
A proteção jurídica do consumidor não é tema que diga respeito a um único
país. Trata-se, na verdade, de um tema supranacional, pois abrange todos os
países, desenvolvidos ou em via de desenvolvimento.
A relevância do tema, as repercussões sentidas nos segmentos sociais dos
vários países, a sensibilidade para os problemas sociais e os direitos humanos, em
suma, todas essas modificações nas relações de consumo acabaram levando a
ONU a se preocupar com a defesa do consumidor, atitude, aliás, esperada do
organismo internacional, caixa de ressonância dos grandes temas que envolvem a
melhoria da qualidade de vida dos povos. (ALMEIDA, 2015, p.21).
Conforme o autor relata, os principais objetivos são:
Auxiliar países a atingir ou manter uma proteção adequada para sua
população consumidora;
Oferecer padrões de consumo e distribuição que preencham as necessidades
e desejos dos consumidores;
Incentivar altos níveis de conduta ética, para aqueles envolvidos na produção
e distribuição de bens e serviços para os consumidores;
Auxiliar países a diminuir práticas comerciais abusivas usando de todos os
meios, tanto em nível nacional como internacional, que estejam prejudicando
os consumidores;
Ajudar no desenvolvimento de grupos independentes e consumidores;
Promover a cooperação internacional na área de proteção ao consumidor;
Incentivar o desenvolvimento das condições de mercado que ofereçam aos
consumidores maior escolha, com preços mais baixos.
Segundo Almeida (2015, p. 34), o CDC, antes de cuidar da Política Nacional
de Proteção e Defesa do consumidor, cuida da Política de Relações de consumo,
dispondo sobre os objetivos e princípios que devem motivar o setor. Já foi
mencionado acertadamente que a defesa do consumidor não pode ser encarada
como instrumento de confronto entre produção e consumo, senão como meio de
compatibilizar e harmonizar os interesses envolvidos.
Objetivo importante dessa política é garantir a melhoria da qualidade de vida
da população consumidora, quer exigindo o respeito a sua dignidade, quer
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
assegurar a presença no mercado de produtos e serviços não nocivos à vida, à
saúde e à segurança dos adquirentes e usuários, quer, por fim, coibindo os abusos
praticados e dando garantias de efetivo ressarcimento, no caso de ofensa a seus
interesses econômicos, afirma Almeida (2015, p. 35).
2.3 RELAÇÕES DE CONSUMO
O desenvolvimento econômico e a expansão populacional resultaram em
transformações significativas nas relações de consumo das sociedades capitalistas.
A indústria passou a produzir em larga escala para atender a crescente demanda
por produtos e serviços.
Com os avanços tecnológicos e as mudanças oriundas do processo de
globalização, a organização da economia tornou-se complexa, envolvendo
sofisticados sistemas produtivos para suprir o consumo em massa.
Segundo o jurista Zelmo Denari (2007, p.182), um dos autores do Anteprojeto
do Código de Defesa do Consumidor, o mercado de consumo projetou dois grupos
que interagem, permanentemente, no processo de comercialização e aquisição de
produtos ou serviços: de um lado está o fornecedor, que pode ser compreendido
como operador econômico, responsável pela produção, distribuição e venda de itens
que estão disponíveis para o consumo; no outro polo está o consumidor, que
adquire o produto ou serviço mediante pagamento financeiro.
Em face das inevitáveis situações de litígio, os países criaram leis para definir
responsabilidades e deveres entre as partes, tendo em vista a transparência e a
segurança jurídica das relações de consumo.
A colocação de bens ou serviços no mercado de bens ou serviços no mercado de consumo a cargo dos fornecedores in genere suscita, em contrapartida, a relação de responsabilidade, decorrente do inadimplemento da obrigação contratual (responsabilidade contratual) ou da violação dos direitos tutelados pela ordem jurídica de consumo (responsabilidade extracontratual). (DENARI et al, 2007, p.182)
No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) conquistou muitos
avanços ao oferecer instrumentos para a reparação de danos às pessoas que, por
algum motivo, foram prejudicadas ao adquirir um produto ou serviço que não
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correspondiam às suas expectativas. Em seu comentário sobre o CDC, Denari trata
a respeito da responsabilidade dos fornecedores com a qualidade e a eficiência dos
seus produtos, sob a pena de indenização aos seus clientes, em caso de
descumprimento dos critérios estabelecidos por lei.
Inicialmente o jurista explica que o fornecedor, seja o produtor, construtor ou
comerciante, assume a responsabilidade pelo “fato do produto ou serviço”, que o
obriga a arcar com o ônus de eventuais defeitos ou vícios de qualidade.
Entende-se por defeito ou vício de qualidade a qualificação de desvalor atribuída a um produto ou serviço por não corresponder à legítima expectativa do consumidor, quanto a sua utilização ou fruição (falta de adequação), bem como adicionar riscos à integridade física periculosidade) ou patrimonial (insegurança) do consumidor ou terceiros (DENARI et al, 2007, p.183)
O código busca, dessa forma, garantir um aparato jurídico de proteção ao
consumidor, que, em princípio, é a figura mais vulnerável da relação de consumo.
Nesse aspecto, a legislação também compreende como vício de qualidade qualquer
produto ou serviço que possa oferecer risco à integridade do usuário. É o caso, por
exemplo, de um veículo que apresenta problema no freio, o que pode provocar um
acidente.
De acordo Denari (2007, p.185), a insegurança é um vício de qualidade que
se agrega ao produto ou serviço como elemento de desvalor. Nesse caso, o defeito
se manifesta na fase avançada do consumo, porém mesmo assim os fornecedores
estão sujeitos a pagar indenização aos compradores.
Seja por defeito de qualidade ou insegurança, o consumidor tem os seus
direitos resguardados pela legislação vigente.
Baseando-se no artigo nº 12 do Código de Defesa do Consumidor, o jurista
argumenta a respeito da responsabilidade objetiva do fornecedor, ou seja, quem
coloca um produto em circulação no mercado assume o risco de indenização por
eventuais danos, ainda que não tenha culpa pela ocorrência dos mesmos.
Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente de existência de culpa (grifo nosso) pela reparação de danos causados ao consumidor por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre utilização ou riscos. (CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, 1990)
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Prioriza-se, portanto, o direito de ressarcimento do consumidor, havendo ou
não a culpabilidade do fornecedor. O mesmo instrumento serve para os casos de
acidente, provocado pela utilização de um produto ou serviço que apresente vício de
qualidade. Isso é bastante frequente com o erro no acondicionamento de vacinas e
agrotóxicos, resultando na morte de um rebanho ou na devastação no plantio de
gêneros alimentícios. Há também situações dessa natureza com acidente de
trânsito: Assim sendo, um acidente de trânsito que na ordem civil é apurado mediante a constatação dos danos (avarias sofrida pelo veículo) e da conduta culposa do motorista também pode ser apurado como acidente de consumo, se ficar demonstrado que os danos decorrem de um defeito do sistema de freios ou na deficiência da sinalização de trânsito (DENARI et al, 2007, p.191).
O consumidor também pode exigir indenização se o produto não estiver
acompanhado de instruções relativas ao seu uso correto, e também quando o
informativo errar pela falta de clareza ou precisão.
O autor cita três tipos de fornecedores: real (fabricante, produtor, construtor),
presumido (importador) e aparente (aquele que empresta o nome de uma marca
para um produto). Ambos são eximidos de indenização apenas se conseguirem
provar que o produto não tinha defeito ou se o incidente foi provocado por um erro
exclusivo do cliente.
Em matéria de direito do consumidor, ocorre a inversão do ônus da prova que
passa a caber ao réu e não à vítima. Compreendendo-se, assim, que o fornecedor
pode ser um fabricante (produtos industriais), produtor (produtos de origem vegetal
ou animal) ou construtor (produto imobiliário).
Entre os defeitos, o produto pode apresentar problemas com a concepção
(design), defeito de produção (fabricação) ou defeito de informações, dos quais o
consumidor poderá exigir a substituição, o reembolso ou a reparação do dano.
Denari salienta também que o comerciante não é o responsável direto por
danos nos itens de mercado, mas pode responder por evento danoso caso não seja
possível identificar o fornecedor direto.
No artigo de nº 14, o código aponta que o fornecedor de serviços também
responde independente de existência de culpa, por danos causados a terceiros.
Denari (2007, p.202) cita que entre os defeitos mais frequentes, estão: os relativos a
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veículos automotores, guarda e estacionamento de veículos, serviços de hotelaria e
comunicação e transmissão de energia.
O artigo nª 22 estende a responsabilidade aos órgãos públicos prestadores de
serviços, que também estão sujeitos à reparação de danos aos usuários, incluindo
paralisação do transporte coletivo, suspensão de serviços de comunicação,
interrupção de energia elétrica e corte no fornecimento de água, conforme destaca
Denari (2007), no anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor.
Além da União, Estados, Municípios e Distrito Federal estão envolvidos as respectivas autarquias, fundações, sociedades de economia mista, empresas públicas, inclusive concessionárias ou permissionárias dos serviços públicos. (DENARI et al, 2007, p.204)
Até mesmo os profissionais liberais, como advogados e médicos, podem
responder por danos causados aos consumidores, mas para esses casos a
indenização será imposta apenas se for comprovada culpa subjetiva, por
negligência, imprudência ou imperícia.
Consideram-se, para efeito das penalidades, os danos causados a terceiros,
que são comparados por lei aos consumidores:
Entre os exemplos mais sugestivos de propagação dos danos materiais ou pessoais, lembramos as hipóteses de acidentes de trânsito, do uso de agrotóxicos ou fertilizantes, com a consequência contaminação dos rios, ou da construção civil quando há comprometimento de prédios vizinhos. Em todos esses casos o código assegura ressarcimento dos danos causados a terceiros, para todos os efeitos legais. (DENARI et al, 2007, p.208).
No anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor, o jurista também analisa
a responsabilidade por vício do produto ou serviço. Isso ocorre quando o mesmo é
vendido ao cliente com uma qualidade ou quantidade inferior ao previsto em seu
rótulo e informativo.
Denari (2007, p. 210) define, em princípio, consumidor como “toda pessoa
física ou jurídica que adquire ou utiliza bem ou serviço como destinatário final”. Uma
empresa, por exemplo, pode ser considerada “consumidora” quando adquirem
máquinas, equipamentos, automóveis, sendo portadora de todos os direitos do
Código de Defesa do Consumidor. A exceção ocorre quando a instituição privada
adquire insumo (matéria-prima, energia, força de trabalho), isto é, que são
instrumentos utilizados no processo de produção para a criação de outros produtos.
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O autor entende que o consumidor é sujeito mais vulnerável da relação de
consumo, pois encontra-se no polo passivo dessa organização, que necessita do
fornecedor para acesso ao bem pretendido.
Por conta disso, ao mencionar o artigo nº 18, Denari (2007, p. 215) destaca
que nessa condição, a priori, de inferioridade o consumidor pode solicitar
indenização de qualquer fornecedor da cadeia de produção e distribuição de bens
ou serviços.
Ele cita alguns dos problemas mais comuns provocados pelos vícios de
qualidade, que tornam “os produtos ou serviços impróprios, inadequados e com
desvalor” (DENARI et al, 2007, p. 215). Os casos mais frequentes ocorrem com
danificações no sistema de freio dos veículos; defeito no sistema de som e imagem
nos aparelhos eletrônicos.
A estes podem ser acrescentados os vícios aparentes, como os que recorrem do vencimento do prazo de validade, da deterioração, alteração, adulteração, a variação, falsificação, corrupção, fraude, ou, mesmo, da desobediência das normas regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, nos termos do parágrafo 6º do art. 18 do código. (DENARI et al, 2007, p.215).
Em casos de reparação, o sistema de garantia não pode ser inferior a 7 dias e
nem superior a 180 dias. Em relação aos produtos agregados (que permitem a
dissociação dos componentes, como computadores, celulares, guarda roupa), o
consumidor pode pedir reparação do problema em até 30 dias para a aquisição do
produto. Já nos casos de industrializados essenciais (medicamentos, por exemplo),
a tutela reparatória é imediata.
O consumidor pode escolher pela substituição do produto, restituição da
quantia paga ou abatimento proporcional do preço. Nos casos de produto in natura
(de origem vegetal ou animal), a responsabilidade pela troca fica a cargo do
fornecedor imediato, no caso o comerciante. Nesse caso, o responsável pela venda
pode ter cometido erro no processo de medição ou aferição do produto, resultando
em prejuízo ao consumidor.
Nessa hipótese, além de ser difícil ou impossível a identificação do produtor, corre o risco de se deteriorar nas prateleiras do comerciante. Por essa razão é que a responsabilidade por eventuais vícios de qualidade foi atribuída exclusivamente ao fornecedor imediato (DENARI et al, 2007, p.219).
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Geralmente há uma disparidade entre a publicidade e o produto em si,
gerando transtornos ao consumidor, que, lesado, tem direito ao ressarcimento de
seu produto ou complementação do mesmo.
O prestador de serviços assume, da mesma maneira, a responsabilidade pela
indenização ao cliente caso a publicidade de seu produto não venha corresponder à
realidade dos fatos.
(...) se uma escola oferece um curso com determinado conteúdo programático, o descumprimento do programa autoriza o aluno a pleitear a completitude da matéria, o que significa a reexecução dos serviços prestados (...) (DENARI et al, 2007, p.222).
Denari (2007, p.225) argumenta que o código ampara no mesmo sentido os
serviços oferecidos pelos órgãos públicos, de modo em que o Estado deve reparar
os danos quando não houver a prestação de serviços adequada, eficientes, seguros
e contínuos. A única diferença é que a instituição pública não sofre sanção para a
restituição da quantia paga, apenas tem a obrigação de reparar o serviço
adequadamente.
O autor conclui explicando que a lei estabelece responsabilidade solidária
com todos aqueles que concorrem para a execução de um determinado serviço
defeituoso, tendo assim a obrigação de reparar o prejuízo ao consumidor.
O Código, portanto, promove o empoderamento do consumidor concedendo-
lhe direitos para equilibrar a correlação de forças junto ao fornecedor na relação de
consumo.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O consumo é indispensável em nosso cotidiano. Com isso podemos afirmar
que todos nós somos consumidores, não importa a classe social ou renda,
consumimos desde o nascimento, e a partir daí em todos os períodos das nossas
vidas. A sociedade brasileira, por muito tempo, vem realizando tais ações em suas
práticas rotineiras. No entanto, esses consumidores vêm sofrendo, em decorrência
das práticas abusivas dos fornecedores, danos devido à má qualidade do produto ou
serviço prestado. Desse modo foram conferidos aos consumidores direitos e normas
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de proteção previstas na Lei 8.078/90 da Constituição Federal como Código de
Defesa do Consumidor. Com isso, esse trabalho mostrou como o Código de Defesa
do Consumidor foi um instrumento de equilíbrio das relações de consumo,
garantindo segurança jurídica e um ambiente favorável à livre negociação entre as
partes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, João Batista. Manual do direito consumidor. 6ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2015. BRASIL. Constituição (1988). Constituição: República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. DENARI, Zelmo; et al. Código brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007. LEI 8.078/90. Código de Defesa do Consumidor. Brasília. Diário Oficial da União, 1990.
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AS ESCOLAS DA ADMINISTRAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NA ATUALIDADE
Claudia Cristina Ribeiro1; Larissa Fernandes de Andrade¹;
Octavio Forti Neto² RESUMO
O presente estudo busca reforçar o dito popular “é preciso conhecer o passado para entender o presente”, acredito que ainda é necessário aprender do passado para planejar o futuro. Buscamos aqui apresentar os principais passos da administração com o decorrer das décadas, passando por datas históricas como revolução industrial e o uso da máquina à vapor, passando pela descoberta do petróleo e chegando as tecnologias de ponta com as quais contamos no século atual. Usando esse contexto histórico promovemos uma reflexão sobre as escolas da administração e suas influencias no dia a dia empresarial atualmente. PALAVRAS CHAVE: Administração, Organização e Empresas.
1 INTRODUÇÃO
A administração tem como tarefa interpretar os objetivos propostos,
transformá-los em ação empresarial através de planejamento, organização, direção
e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis
da empresa.
A Teoria Administrativa se desenvolveu com uma impressionante lentidão,
apesar de sempre existir o trabalho organizado e dirigido na história da humanidade.
A partir da máquina à vapor por James Watt aplicada à produção, surgiu uma
nova concepção de trabalho modificando as estruturas sociais, comerciais da época,
acarretando mudanças de ordem econômica, politica e social. A revolução industrial
provocou a substituição do artesanato das oficias pela industrialização, preparando o
caminho das modernas empresas e dos desafios da administração.
Essa história pode ser dividida em seis fases:
¹Graduandos no curso de Tecnologia em Processos Gerenciais nas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR) Registro– SP ²Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade Estadual Julio de Mesquita Neto (UNESP). Mestre em Ciência Política pela Universidade de Campinas (UNICAMP),doutorando em Relações Internacionais pela Universidade Estadual de São Paulo - Instituto de Relações Internacionais (IRI-USP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR)
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Primeira fase: da antiguidade até 1780 - o regime de produção era o
artesanato das pequenas oficinas; mão de obra intensiva, não qualificada
e escrava. O sistema comercial era baseado no escambo – troca de
mercadorias.
Segunda fase: Primeira Revolução Industrial de 1780 a 1860 –
mecanização das oficinas e da agricultura; surgem o carvão e o ferro;
invenção da máquina a vapor; surgem também a navegação e a
locomotiva a vapor.
Terceira fase: Desenvolvimento Industrial – 2ª Revolução Industrial
1860 a 1914 – surgem o aço, eletricidade e os derivados do petróleo junto
com o motor a explosão e o motor elétrico, surgem também o automóvel e
o avião. O capitalismo industrial cede lugar ao capitalismo financeiro,
surgem grandes bancos e financeiras. As empresas crescem e passam
por um processo de burocratização.
Quarta fase: Gigantismo Industrial de 1914 a 1945 – as empresas
atingem proporções internacionais e se tornam multinacionais. Os meios
de transporte como avião, trem e automóvel passam por aprimoramentos
bem como os meios de comunicação que se tornam mais rápidos e
amplos através do rádio e da televisão.
Quinta fase: Fase moderna de 1945 a 1980 – surge a separação entre
países industrializados (desenvolvidos), não industrializados
(subdesenvolvidos) e os em desenvolvimento. Surgem a automação e a
computação; novos materiais como plástico, alumínio, fibras têxteis
sintéticas e concreto. Os meios de comunicação se reinventam novamente
trazendo a televisão em cores, computador, a comunicação telefônica e a
transmissão de dados por satélite.
Sexta fase: Fase da incerteza após 1980 – o computador surge como
“substituto” do cérebro humano; concorrência acirrada; dificuldade de
entender as reações do mercado e as ações dos concorrentes; escassez
de recursos;
A administração é processo ou atividade dinâmica, que consiste em tomar
decisões sobre os objetivos e recursos. O processo de administrar é inerente a
qualquer situação onde haja pessoas utilizando recursos para atingir algum objetivo
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
que abrange quatro tipos principais de decisões: planejar, organizar, dirigir e
controlar. Também procura assegurar a eficácia (realização de objetivos) e a
eficiência (utilização racional de recursos) das organizações ou sistemas.
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
No campo especifico da administração de empresas, coube a dois
engenheiros o lançamento dos fundamentos de uma teoria geral da administração,
Frederick Taylor e Henri Fayol. Costuma-se definir a teoria clássica da administração
em dois grupos: a “Administração cientifica” por F. Taylor e a “Teoria Clássica de
Administração” por H. Fayol. Sendo assim, a abordagem clássica da administração
cobre duas áreas: a operacional com ênfase nas tarefas, de Taylor e a
administrativa com ênfase na estrutura organizacional de Fayol.
A abordagem típica dessa escola é a ênfase nas tarefas e seu nome deriva
da aplicação de métodos científicos (observação, experiência, registro e análise) aos
problemas da administração com vistas a alcançar maior eficiência industrial,
produzir mais a custos mais baixos. O objetivo inicial de Taylor era eliminar
desperdícios para alcançar maior produtividade através de uma metodologia
sistemática na análise e na solução dos problemas.
Sobre Taylor conclui-se que no início sua preocupação era tentar eliminar o
desperdício nas indústrias e elevar seus níveis de produtividade. Ele utilizava
técnicas que eram centradas do operário para a direção, através do estudo de
tempos e movimentos, da fragmentação das tarefas e na especialização do
trabalhador, reestruturava a fabricação e com conceitos de gratificações por
produção, incentivava o operário a produzir mais. Só que não adiantava racionalizar
o trabalho do operário se o supervisor, o chefe, o gerente, o diretor continuavam a
trabalhar dentro do mesmo empirismo anterior.
Fayol parte de preposição de que toda empresa pode ser dividida em seis
grupos:
Funções técnicas: relacionada com a produção de bens ou de serviço
da empresa;
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Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação;
Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de
capitais;
Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação de
bens;
Funções contábeis: relacionadas com os inventários, balanços, custos,
registros e estatísticas;
Funções administrativas: coordenam e sincronizam as demais funções
da empresa, pairando sempre acima deles.
A teoria Clássica concebe a organização em termos de estrutura, forma e
disposição das partes que a constituem, além do inter-relacionamento entre as
partes. Restringe-se apenas aos aspectos da organização formal.
Para a Teoria Clássica, os aspectos organizacionais são analisados de cima
para baixo (da direção para execução) e do todo para as partes (da síntese para
análise), exatamente ao contrário da abordagem da administração científica.Sua
visão é mais gerencial com resultados finais na produção enquanto que a visão de
Taylor é na produção e no operário para resultados na qualidade produtiva.
2.2 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
A teoria das relações humanas surgiu da necessidade de se humanizar e
democratizar a administração, libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da
Teoria Clássica. Esse estudo compreendeu dois assuntos distintos:
Análise do trabalho: seleção de pessoal, orientação profissional, métodos de
aprendizagem, fisiologia do trabalho, estudo de acidentes e da fadiga.
Adaptação do trabalho ao trabalhador: estudo da personalidade do
trabalhador e do chefe, da motivação e dos incentivos de trabalho, da
liderança, das comunicações, das relações interpessoais e sociais dentro da
organização.
As conclusões da experiência de Hawthorne, puseram em xeque as principais
ideias da Teoria Clássica. Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma
experiência na fábrica de Hawthorne da Western Eletric Company para avaliar a
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
correlação entre iluminação e a eficiência dos operários, medida por meio da
produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e estendeu-se à fadiga,
acidentes no trabalho, rotatividade do pessoal e ao efeito das condições de trabalho
sobre a produtividade do pessoal.
As conclusões de Hawthorne incluíram novas variáveis no dicionário da
administração: a interação social e o comportamento social dos empregados,
necessidades psicológicas e sociais e a atenção de novas formas de recompensa e
sanções não materiais.
A Teoria das Relações Humanas constatou a existência das necessidades
humanas básicas. Verificou-se que o comportamento humano é determinado por
causas que, às vezes, escampam ao próprio entendimento e controle do homem.
Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou
inconscientes que levam o individuo a determinado comportamento. A motivação se
refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro do individuo e que
é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades.
Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessidades
fisiológicas, psicológicas e de auto realização:
a) Necessidades Fisiológicas: São as chamadas
necessidades vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência
do indivíduo. Exigem satisfação periódica e cíclica. Fome, sono, sede,
atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os
elementos e de segurança física contra perigos.
b) Necessidades Psicológicas: São necessidades exclusivas
do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e
representam um padrão mais elevado e complexo de necessidades.
As necessidades psicológicas são raramente satisfeitas em sua
plenitude. Necessidade de Segurança Íntima: autodefesa, procura de
proteção contra o perigo, à ameaça ou à privação potenciais. Conduz a
uma busca incessante de ajustamento e tranquilidade pessoal.
c) Necessidades de Auto realização: É a síntese de todas as
outras necessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio
potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento no sentido mais
elevado do termo.
111 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
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A Teoria das Relações Humanas foi severamente criticada por representar
uma posição cerrada à Teoria Clássica desconsiderando fatores decisivos e cruciais
para esta, por uma inadequada visualização dos problemas das relações industriais,
supervalorizando a coesão grupal como condição de elevação de produtividade e
por apresentar um enfoque manipulativo das relações humanas – estratégia sutil de
enganar os operários e fazê-los trabalhar mais
2.3 TEORIA DA ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO
O estruturalismo marca sua presença pelo fato de implicar no estudo das
organizações num sentido integral, isto é, levando em conta todos os fatores que
nelas influem, sejam endógenos ou exógenos, submetendo-os a uma análise
comparativa e globalizante. O estruturalismo implica ainda reconhecimento de que
os fenômenos organizacionais se interligam, interpenetram e interagem de tal sorte
que qualquer modificação introduzida em uma das partes da organização afetará o
todo e as outras partes.
O nome de maior projeção do estruturalismo, considerado seu fundador, é
Amitai Etzioni, este deve sua proeminência ao fato de ter-se ocupado em analisar os
fundamentos das escolas e correntes até então conhecidas e, julgando
insatisfatórios muitos deles, partiu para a formulação de uma síntese do que
considerava válido, à qual intitulou "estruturalismo".
O impasse entre a teoria clássica e a teoria das relações humanas criou o
atrito necessário para o surgimento do estruturalismo que passou a estudar não só a
organização formal e a informal, mas a organização como um todo.
Finalmente, o estruturalismo foi a primeira abordagem a reconhecer a
importância do conceito do sistema aberto, ou seja, da interação entre as instituições
humanas e o ambiente onde elas se inserem. Esse novo conceito focaliza não só os
aspectos internos das organizações, influenciadoras do ambiente externo, como
reciprocamente, os externos que exercem influência sobre as organizações.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2. 4 TEORIA DE SISTEMAS
A Teoria Geral dos Sistemas surgiu com os trabalhos do alemão Ludwig Von
Bertalanffy afirma que as propriedades dos sistemas não podem ser descritas
significativamente em termos de seus elementos separados. A compreensão dos
sistemas somente ocorre quando estudamos os sistemas globalmente, envolvendo
todas as interdependências de suas partes.
Denomina-se sistema um conjunto de elementos interdependentes e
interagentes, um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado e
cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se
funcionassem independentemente.
O sistema aberto mantém um intercâmbio de transações e conserva-se
constantemente no mesmo estado, é também influenciado pelo meio ambiente e
influi sobre ele, alcançando um estado de equilíbrio dinâmico nesse meio. Dentro
desse novo posicionamento, a abordagem sistêmica teve profundas repercussões
na teoria administrativa.
A descrição de sistema aberto é aplicável a uma organização empresarial,
uma vez que a empresa é um sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica
interação com seu meio ambiente. É um sistema integrado por diversas partes
relacionadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a
finalidade de alcançar uma série de objetivos, tanto da organização como de seus
participantes.
A teoria de sistemas baseia-se no conceito do “homem funcional”, que se
comporta em um papel dentro das organizações, se relacionando com os demais
indivíduos como um sistema aberto. A perspectiva sistêmica trouxe uma nova
maneira de ver as coisas não somente em termos de abrangência, mas
principalmente quanto ao enfoque. O enfoque do todo e das partes, do dentro e do
fora, do total e da especialização, da integração interna e da adaptação externa, da
eficiência e da eficácia. A visão gestáltica e global das coisas, privilegiando a
totalidade e as suas partes componentes, sem desprezar o que chamamos de
emergente sistêmico: as propriedades do todo que não aparecem em nenhuma de
suas partes.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
2.5 TEORIA DA CONTINGÊNCIA
A Teoria de Contingência é a mais recente das teorias administrativas e
marca um passo além da Teoria de Sistemas. Suas origens remontam as pesquisas
de CHANDLER, BURNS E STALKER E LAWRENCE E LORSCH a respeito das
organizações e seus ambientes. Essas pesquisas revelaram que a teoria
administrativa disponível era insuficiente para explicar os mecanismos de
ajustamento das organizações aos seus ambientes de maneira proativa e dinâmica.
A Teoria de Contingência parte para novos modelos organizacionais mais flexíveis e
orgânicos, como a estrutura matricial, a estrutura em redes e a estrutura em equipes.
A Teoria da Contingência é também denominada Escola Ambiental e surgiu a
partir dos resultados de varias pesquisas que procuraram verificar os modelos de
estruturas organizacionais mais eficazes em determinados tipos de empresas. As
pesquisas, cada qual isoladamente, pretendiam confirmar se as organizações mais
eficazes seguiam os pressupostos da Teoria Clássica.
CHANDLER, realizou uma pesquisa sobre a mudanças estruturais de grandes
organizações relacionando-as com a estratégicas de negócios. A estrutura
organizacional corresponde ao desenho da organização, isto é, a forma
organizacional que ela assumiu para integrar seus recursos, enquanto a estratégia
corresponde ao plano global de alocação de recursos para atender as demandas do
ambiente.
BURNS E STALKER, pesquisaram vinte indústrias inglesas para verificar a
relação entre as praticas administrativas e o ambiente externo dessas industriais.
Classificaram as empresas pesquisadas em dois tipos: organizações mecanisticas e
orgânicas.
As organizações mecanisticas apresentam as seguintes características:
Cargos ocupados por especialistas com atribuições bem-definidas;
Amplitude de controle administrativo mais estreito;
Ênfase nos princípios universais da Teoria Clássica;
As organizações orgânicas apresentam as seguintes;
Estruturas organizacionais flexíveis e com pouca diversão de trabalho;
Descentralização das decisões, que são delegadas aos níveis
inferiores;
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Ênfase nos princípios da Teoria das Relações Humanas;
LAWRENCE pesquisou sobre o conflito entre organização e ambiente, a qual
marca o aparecimento da teoria da Teoria da Contingência. Segundo LAWRENCE E
LORSCH, concluíram que os problemas organizacionais básicos são a diferenciação
e a interação.
2.6 TEORIA NEOCLÁSSICA
A Teoria Neoclássica (Escola operacional ou do processo Administrativo)
surgiu na necessidade de se utilizar os conceitos validos e relevantes da Teoria
Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções típicos do pioneirismo e
condensando-os com outros conceitos validos e relevantes oferecidos por outras
teorias administrativas mais recentes. DRUCKER (nascido em 1909), o mestre
maior, é, sem duvida, o principal expoente. Salienta ainda que um dos fenômenos
marcante do século atual é o surgimento de uma sociedade de organizações. Nessa
sociedade, as tarefas sociais importantes estão sendo confiada a grandes
instituições, como o governo, as universidades, os sindicatos, as empresas etc.
A origem da Teoria Neoclássica é uma teoria essencialmente integradora,
eclética e utilitarista. Suas origens remontam aos seguintes fatos:
Fortalecimento do pragmatismo, como estilo de vida, principalmente
nos Estados Unidos, e consequentemente preocupação com adoção
de esquemas e princípios de atuação;
Necessidade de atualização dos princípios gerais da velha Teoria
Clássica, que careciam de ideias inovadoras para um mundo em
transição;
Necessidade de reduzir o mecanismo e rigidez da Teoria Clássica, que
fora criada e desenvolvida no começo do século e se tornava
rapidamente arcaica e obsoleta com os progressos havidos nas
organizações;
Características da Teoria Neoclássica, são as seguintes:
Pragmatismo: ênfase na pratica e aplicação da administração;
Reafirmação e atualização dos postulados clássicos;
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Ênfase nos princípios gerais de administração como receituário para o
trabalho da administração;
Ecletismo de opiniões e ponto de vista;
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As mudanças na história que vão da produção artesanal ao uso do ferro, do
carvão e das maquinas à vapor, abriram portas para novas tecnologias, novos
produtos e como consequência, novos mercados. As empresas expandiram-se,
aumentaram o número de funcionários tornando-se necessário organizar tudo isso.
Nesse contexto, surgiram os primeiros autores abordando o assunto da
administração de empresas.
Taylor preocupou-se em eliminar o desperdício e elevar a produtividade,
Fayol ressaltou que não adiantaria otimizar a produção se os responsáveis
(gerentes, diretores, supervisores) continuassem com o empirismo. Ainda que na
mesma época, os dois autores tinham uma visão divergente sobre um mesmo
assunto.
Todas as teorias que foram escritas e aplicadas durante décadas, serviram
para definir a administração como conhecemos hoje. Atualmente, o capital humano
é um dos bens mais valorizados na organização, sabe-se que ele esteja bem
estruturado e motivado, o produto final pode não sair com tanta qualidade. Bem
como a organização tem se tornado um sistema cada vez mais complexo,
influenciando e sendo influenciado pelo ambiente externo e interno.
Podemos concluir assim que toda a história por trás da administração nos
trouxe o conhecimento que nos possibilita escolher essa carreira tão rica e ampla,
onde se pode planejar um negócio, organizá-lo de forma a obter o melhor
desempenho e o melhor resultado e dirigi-la de forma a alcançar o sucesso.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTALANFFY, Ludwig von. Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis, Vozes, 1976. BURNS, Thomas e G. M. Stalker. The Management of Innovation. London, Tavistock Publ., 1961.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
CHANDLER, Alfred D. Strategy and Structure.Chapters in the history of the American industrial interprise. Cambridge, Mass., The MIT Press Massachusetts Institute of Technology, 1976. ETZIONI, Amitai. Organizações modernas. São Paulo, Editora Pioneira, 1967. DRUCKER, Peter F. Prática de administração de empresa. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura,1962. FAYOL, Henri. Administração industrial e geral. São Paulo, Editora Atlas, 1950. LAWRENCE, Paul R.e LORSCH, Jay W.As empresas e o ambiente: Diferenciação e integração administrativas. Petrópolis, Editora Vozes, 1973. TAYLOR, Frederick W. Princípios da administração científica. São Paulo, Atlas, 1970.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
A INFLUÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO SOBRE A ORGANIZAÇÃO
Aline Zanin da Silva1;
Arthur Viana da Silva1; Darlete Aparecida Pereira Miranda1;
Janaína dos Santos Lima1; Naama da Costa1;
Ronilson Maciel Lourenço1; Octávio Forti Neto2.
RESUMO Este estudo apresenta os conceitos da teoria geral da administração, enfatizando a importância em entender e explicar o papel da administração e dos administradores na organização. Observamos que a teoria geral abrange variedades de assuntos específicos, isto é, identificar e propor diretrizes e técnicas para administrar as organizações. Através de pesquisas bibliográficas, verificou-se que o assunto tem como objetivo final a preparação dos administradores para todos os tipos de organizações. Palavras Chave: Planejamento; Recursos; Objetivos. 1. INTRODUÇÃO
No início do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros
trabalhos sobre a Administração. O americano Frederick Winslow Taylor
(considerado fundador da Teoria Geral da Administração) iniciou a escola da
Administração Científica e o francês Henri Fayol desenvolveu a Teoria Clássica.
A oposição surgida entre a teoria tradicional e a teoria das relações humanas
incompatíveis entre si tornou necessária uma posição mais ampla e compreensiva
que abrangesse os aspectos que eram considerados por uma e omitidos pela outra
e vice-versa.
Principalmente a Psicologia e Sociologia, sua crescente influência intelectual
e suas primeiras aplicações à organização industrial. As ciências humanas vieram
demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica.
O neoclassicismo não é novidade na teoria administrativa, na verdade, é fazer
de uma maneira diferente o que se manda na Escola Clássica.
¹Graduandos do Curso de Tecnologia em Processos Gerencias das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. ²Graduado em Relações Internacionais(UNESP-FRANCA). Mestrado em Ciências Política(UNICAMP). Doutorando em Relações Internacionais(USP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira(FVR), Registro, SP.
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A abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as
condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance
eficaz dos objetivos da organização.
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 TEORIA CLÁSSICA
No início do século XX, dois engenheiros desenvolveram os primeiros
trabalhos sobre a Administração. O americano Frederick Winslow Taylor
(considerado fundador da TGA) iniciou a escola da Administração Científica e o
francês Henri Fayol desenvolveu a Teoria Clássica. Suas ideias constituem as bases
da chamada Abordagem Clássica da Administração, que é desdobrada em duas
orientações diferentes.
Escola da Administração Científica desenvolvida no Estados Unidos, a
preocupação era aumentar a eficiência da empresa através da racionalização do
trabalho do operário, no nível operacional. A abordagem da Administração Científica
é de baixo para cima (do operário para o supervisor e o gerente) e das partes
(operários e seus cargos) para o todo (organização empresarial). A atenção no
método de trabalho, nos movimentos necessários à execução de uma tarefa e o
tempo-padrão determinado para execução, que constituem a Organização Racional
do Trabalho. A ênfase nas tarefas é a principais características da Administração
científica. Os princípios desta abordagem são: Planejamento, Preparo, Controle e
Execução.
Teoria Clássica iniciada na França, a preocupação era aumentar a eficiência
da empresa por meio da disposição dos órgãos componentes da organização
(departamentos) e de suas inter-relações estruturais. A abordagem da Teoria
Clássica é inversa à da Administração Científica: de cima para baixo (da direção
para a execução) e do todo (organização) para as partes componentes
(departamentos). A atenção para a estrutura organizacional, elementos da
Administração, princípios gerais da Administração e departamentalização. A ênfase
na estrutura é a principal característica desta teoria.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Fayol define o ato de administrar como: Prever, Organizar, Comandar,
Coordenar e controlar. Essas funções envolvem os elementos da Administração.
Segundo CHIAVENATO (2006), as origens da Abordagem Clássica remontam
às consequências geradas pela Revolução Industrial como: o crescimento acelerado
e desorganizado das empresas e a necessidade de aumentar a eficiência e a
competência das organizações.
2.2 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Segundo CHIAVENATO (2002), este trabalho aborda a importância das
Relações Humanas (ou Escola Humanista da Administração). Surgiu nos Estados
Unidos, como consequências imediata das conclusões da Experiência de Hawthorne
desenvolvido por Elton Mayo e colaboradores. Foi um movimento de reação e
oposição à abordagem Clássica da Administração.
Relações Humanas: significa a interação social existente entre pessoas e
grupos através de ações e atitudes.
Teoria das Relações Humanas: é a corrente administrativa iniciada com a
Experiência de Hawthorne e que enfatiza as pessoas, os grupos e a organizações
informal em contraposição aos pressupostos Formais da teoria Clássica.
A necessidade de humanizar e democratizar a Administração, libertando-a
dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos
padrões de vida do povo americano nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas
constitui um movimento tipicamente americano e voltado para a democratização dos
conceitos administrativos.
A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. A
experiência de Hawthorne demonstrou que o pagamento ou recompensa salarial -
mesmo com base justa ou generosa - não é o único fator decisivo na satisfação do
trabalhador dentro da situação de trabalhão. Elton Mayo e sua equipe passam a
chamar atenção para uma nova teoria da motivação antagônica á do homo
economicus: o ser humano é motivado, não por estímulos econômicos e salariais,
mas por recompensa sociais, simbólicas e não materiais.
Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram capitais para o Humanismo na
Administração. Elton Mayo é o fundador da Escola. Dewey e Lewin contribuíram
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para a sua concepção. A sociologia de Pareto foi, fundamental.
As conclusões da Experiência de Hawthorne, realizava entre 1927 e 1932,
sob a coordenação de Elton Mayo, pondo em cheque os principais postulados da
Teoria Clássica da Administração.
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos sociais e mantêm-
se em uma constante interação Social. Cada pessoa possui uma personalidade
própria e diferenciada que influi no comportamento e atitudes das outras. As
pessoas procuram se aproximar para ser compreendida, aceita e participar, no
intuito de atender aos seus interesses e as operações. A compreensão da natureza
dessas relações humanas permite melhores resultados dos subordinados e uma
atmosfera onde cada pessoa é encorajada a expressar-se livre e sadiamente.
Com a Teoria das Relações Humanas surge uma nova concepção sobre a natureza
do homem. O homem social, que se baseia nos segmentos aspectos.
1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, dotados de sentimentos,
desejos e temores. O comportamento no trabalho.
2. As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas
satisfações por meio dos grupos sociais com que interagem. Dificuldades sem se
relacionar com o grupo provocam elevação da rotatividade de pessoal.
3. O comportamento sociais e influenciado pelo estilo de supervisão e
liderança. O supervisor eficaz é aquele que possui habilidade para influenciar seus
subordinados, obtendo lealdade, padrões elevados de desempenho.
4. As normas sociais do grupo funcionam como mecanismo reguladores do
comportamento dos membros. Os níveis de produção são controlados
informalmente pelas normas do grupo. Esse controle social adota tanto sanções
positivas (estímulos, aceitação social etc.) como negativas (gozações, esfriamento
por parte do grupo, sanções simbólicas etc.). Com a teoria das Relações Humanas
passou - se a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas.
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2.3TEORIA NEOCLÁSSICA
Para KWASNICKA (2010) o neoclassicismo não é novidade na teoria
administrativa, na verdade, é fazer de uma maneira diferente o que se manda na
Escola Clássica. É copiar os brilhantes Taylor e Fayol. Tem origem na escola de
sociologia, nos anos de 1920, e foi crescendo a partir das críticas à Escola Clássica.
Pode-se dizer que é a Escola Clássica revisitada, ou seja, parte de seus princípios e
preenche os espaços vazios deixados no que se refere ao estudo do comportamento
humano. Porém não entra no mérito de questionar os princípios definidos pela
escola citada.
Essa abordagem, apesar de ser iniciada pelo sociólogo Chester Bernard
(1886- 1961), um dos teóricos que se contrapôs à teoria clássica, tomou força em
meados de 1930. Nessa época, a economia americana estava em uma considerável
decadência, com a grande depressão de 1929. Ao examinarem-se os motivos da
depressão foi questionada a grande importância dada à questão produtividade.
Outro fator determinante para a evolução dessa teoria foram os movimentos
trabalhistas, que tiveram início após a chamada depressão; nesse momento os
sindicatos brigavam por justiça e reconhecimento do homem como ser humano.
O movimento sindical baseava-se nas relações entre empregados e patrões;
eram então debatidas as jornadas de trabalho, outras condições, como, físicas e
ambientais, o que exigia preocupação das organizações com a administração de
pessoal.
Portanto pode-se afirmar que a escola neoclássica e suas contribuições são
próximas das teorias comportamentais, então, fundamenta-se nas ciências humanas
para ter um bom entendimento sobre a dinâmica da organização.
Uma dramática revolução aconteceu no século XX, envolvendo o que
produzia e como. A Revolução industrial abrangeu não só à tecnologia, mas também
as relações humanas. A Revolução Industrial acabou provocando algumas
desvantagens, como a perda do sentido de valor individual, de realização e orgulho
pelo seu trabalho.
A administração, no sentido tradicional, tinha como seu ponto forte a
“racionalidade”. O tipo de administração dominante era a científica. Essa
administração foi principalmente desenvolvida por engenheiros, com base e,
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padrões e especificações que eram necessárias para um operador trabalhar com
eficiência.
2.4 TEORIA ESTRUTURALISTA
De acordo com CHIAVENATO (2002) a oposição surgida entre a teoria
tradicional e a teoria das relações humanas incompatíveis entre si tornou necessária
uma posição mais ampla e compreensiva que abrangesse os aspectos que eram
considerados por uma e omitidos pela outra e vice-versa. A teoria estruturalista
pretende ser uma síntese da teoria clássica (formal) e da teoria das relações
humanas (informal), inspirando-se na abordagem de Max weber e, até certo ponto,
nos trabalhos de Karl Marx.
A teoria estruturalista concentra-se no estudo das organizações, na sua
estrutura interna e na interação com outras organizações.
A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no
estudo das organizações. O estruturalismo trouxe novas concepções sobre o estudo
das organizações sociais, como:
a) Estruturalismo abstrato de Lévi-Strauss: a estrutura e uma construção
abstrata de modelos para representar a realidade empírica.
b) Estruturalismo concreto de Gurwitch e de Radcliff-brown: a estrutura é
o conjunto de relações sociais num dado momento.
c) Estruturalismo dialético de Karl Marx: a estrutura e constituída de parte
que, ao longo do desenvolvimento do todo, se descobrem, se diferenciam e, de uma
forma dialética, ganham autonomia umas sobre as outras, mantendo a integração e
a totalidade sem fazer soma ou reunião entre si, mas pela reciprocidade de instituída
entre elas.
d) Estruturalismo fenomenológico de Max weber: a estrutura e um
conjunto que se constitui se organiza e se altera e os seus elementos tem certa
função sob certa função sob certa relação, o que impende o tipo ideal de estrutura
de retratar fiel e integralmente a diversidade e a variação do fenômeno real.
Os autores estruturalistas dentro da teoria das organizações têm variando
entre o estruturalismo fenológico e o dialético concentrando-se no estudo das
organizações sociais.
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Para os estruturalistas, a teoria das organizações e um campo definido dentro
da administração, derivado de várias fontes, especialmente dos trabalhos de Taylor
e Fayol, da psicologia e da sociologia, da escola das relações humanas, tendo sido
desenvolvido mais intensamente a parti do momento em que incorporou a chamada
sociologia da burocracia de Max weber.
2.5 TEORIA DE SISTEMAS
Desde a Segunda Guerra Mundial nossa sociedade vem mergulhando cada
vez mais profundamente em uma mentalidade sistêmica. Desde esse marco
histórico, o mundo vinha espremendo-se na era da máquina, que se iniciou na
revolução industrial.
Para remover uma parte do ciclo natural desses elementos, é necessário criar
um novo e desconhecido problema em outra parte do ciclo.
Os princípios de ecologia são aplicados a qualquer tipo de sistema, e há uma
nova e saudável preocupação de que, ao se fazer uma simples modificação em uma
parte da organização, poderá haver repercussão em outra parte.
A teoria geral de sistemas está preocupada com o desenvolvimento
sistemático de um quadro de referência que descreve as relações gerais do mundo
empírico. Os dois nomes que mais contribuíram para o desenvolvimento da teoria de
sistemas foram Ludwig von Bertalanffy, um biólogo alemão, autor de um artigo
publicado em 1951,” Teoria geral de sistemas: nova abordagem para a unidade da
ciência “, e Kenneth Boulding, em 1956, autor do artigo “Teoria geral de sistemas: o
esqueleto da ciência.
Segundo KWASNICKA (1989) apud Bertalanffy, um sistema pode ser
considerado fechado quando seu resultado final é determinado pelo estado inicial.
Se as condições iniciais ou o processo forem alterados, o resultado final será
igualmente alterado; caso contrário, nada acontecerá. São exemplos de sistema
fechados os físicos ou mecânicos.
A teoria geral de sistema procura agregar todas as ciências em um corpo
integrado e, mais que isso, organiza as descobertas, a teoria de sistema é, antes de
tudo, mais uma filosofia ou uma forma de olhar as coisas. Sua preocupação maior é
o desenvolvimento de um conjunto de constructos teóricos inter-relacionados,
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possíveis de serem aplicados nos fenômenos do mundo empírico, particularmente
quando aplicados em sistemas vivos em que se enquadram todos os sistemas
sociais.
Na teoria geral de sistemas tem outra contribuição importante, na visão de
Bertalanffy a sua aplicação a organização de sistemas abertos e fechados. Para ele,
o estudo pode ser classificado como: o primeiro grupo de três consiste em sistemas
fechados, os seguintes em sistemas aberto, ou seja, em constante interação com
ambiente. A teoria sistêmica aplicada a organização é apresentar o conceito de
sistema aberto e fechado, que situa a empresa em sua categoria segundo, como um
elemento dinâmico em processo e não estático, como seriam os sistemas
enquadrados na primeira categoria.
Nas organizações é de grande importância aos estudos os sistemas
biológicos e humanos como os sistemas sociais, pois permite uma visão mais
completa da mesma. As abordagens tradicionais vêem a organização como um
sistema fechado e os sistemas abertos são todos os sistemas considerados vivos,
definidos como um sistema de troca de matéria com seu ambiente, apresentando a
possibilidade de aumentar, diminuir, alterar e anular os elementos que o compõem.O
modelo de sistemas abertos é fundamentalmente não mecanicista e transcendente a
causalidade unidirecional, para ser sistema vivo tem de ser aberto. No uso da teoria
geral de sistemas, como um processo analítico, a organização foi estudada sob as
três perspectivas mencionadas, quer em análise independente, quer conjunta.
Outras perspectivas foram utilizadas ao longo do tempo, uma vez que essa
teoria permite derivação muito grande de variáveis para análise.
Os teóricos, mas importantes e que primeiro vislumbraram a possibilidade de
estudar a organização sob a ótica da teoria geral de sistemas foram: Churchman,
Kast, Rozenzweig, Katz, Kahan, Lawrence, Lorsch e Ackoff. Outros seguiram mais
tarde, com inovações relativas ás teses defendidas pelos autores mencionados e
ainda com revisão das teorias já apresentadas. O marco histórico de quem foi o
primeiro é difícil de estabelecer, sendo Churchman considerado como o pioneiro. O
certo é que todos eles iniciam seus estudos sobre a teoria geral de sistemas
aplicada à empresa no fim da década de sessenta, cada um dando ênfase na sua
especialidade.
Para entendimento e compreensão do comportamento organizacional, é
necessária uma consideração não só das atividades internas de uma empresa,
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como também das transações que ultrapassam essas atividades, que caracterizam
as relações entre várias partes desse ambiente. Com isso surgiu o conceito de
ambiente externo e interno da organização, o ambiente interno é representado pelo
organismo funcional da empresa, e o externo pelos elementos vinculados a ela,
porém capazes de alterar seu equilíbrio conquistado. Com isso, preocupação
constante segundo uma concepção sistêmica de ambiente organizacional é a
monitorização do ambiente externo em função de suas mudanças constantes e da
capacidade da organização de acompanhar essas mudanças. A teoria geral de
sistemas é muito importante para uma organização, que permite uma visão mais
integrada da organização, não se concebendo mais deixar de examinar a
organização por outros olhos que não o sistêmico.
2.6 TEORIA CONTINGENCIAL
A teoria da contingência enfatiza que não há nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa, tudo é relativo, tudo dependente. A
abordagem contingencial explica que existe uma relação funcional entre as
condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o alcance
eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis
independentes, enquanto as técnicas administrativas são variáveis dependentes
dentro de uma relação funcional.
Na realidade, não existe uma causalidade direta entre as variáveis
independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência de técnicas
administrativas, em vez de uma relação de causa-e-efeito entre as variáveis
independentes do ambiente e as variáveis administrativas dependentes, existe uma
relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo “se-então” e pode levar
a um alcance eficaz dos objetivos da organização.
A teoria da contingência surgiu a partir de várias pesquisas feitas para
verificar os modelos de estruturas organizacionais mas eficazes em determinados
tipos de empresas. Os resultados das pesquisas conduziram a uma nova concepção
de organização: a estrutura da organização e o seu funcionamento são dependentes
da interface com o ambiente externo, verificaram que não há um único e melhor jeito
de organizar.
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Conforme CHIAVENATO (2000) apud Chandler (1976), realizou uma
investigação histórica sobre mudanças estruturais de grandes organizações
relacionando- as com a estratégia de negócios. As diferentes espécies de estruturas
organizacionais foram necessárias para tocar diferentes estratégias e enfrentar
diferentes ambientes, a alteração ambiental é o fator principal da estrutura durante
todo o tempo que uma empresa pertence a uma indústria cujos mercados, fontes de
matérias-primas e processos produtivos permanecem relativamente invariáveis, são
poucas as decisões empresariais que devem ser tomadas.
Mas quando a tecnologia, os mercados e as fontes de suprimento mudam
rapidamente, os defeitos dessa estrutura tornam-se mais evidentes. Em resumo,
diferentes ambientes levam as empresas a adotar novas estratégias e as novas
estratégias exigem diferentes estruturas organizacionais. Uma coisa leva à outra.
CHIAVENATO (2000), explica que não há nada de absoluto nos princípios
gerais da administração, os aspectos universais e normativos devem ser
substituídos pelo critério de ajuste constante entre cada organização e o seu
ambiente e tecnologia. Há uma forte correlação entre estrutura organizacional e
previsibilidade das técnicas de produção a previsão de resultados é alta para a
produção por processamento contínuo e baixa para a produção unitária (oficina), a
previsibilidade dos resultados afeta o número de níveis hierárquicos da organização,
fazendo com que haja forte correlação entre ambas as variáveis: quanto menor a
previsibilidade dos resultados, tanto menor a necessidade de aumentar os níveis
hierárquicos, e quanto maior a previsibilidade, tanto maior o número de níveis
hierárquicos da organização.
As empresas com operações estáveis necessitam de estruturas diferentes da
organizações com tecnologia mutável. Organizações estruturadas e burocráticas
com um mecanístico de administração são mais apropriadas para operações
estáveis, enquanto a organização inovativa com tecnologia mutável requer um
sistema “orgânico” e adaptativo.
Em função dos resultados das pesquisas os autores formularam a Teoria da
Contingência: não existe uma única maneira melhor de organizar, ao contrário, as
organizações precisam ser sistematicamente ajustadas as condições ambientais.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história da administração é recente. Ela é um produto típico do século XX.
Na verdade, a Administração tem pouco mais de cem anos e constitui o resultado
histórico e integrado da contribuição cumulativa de vários precursores, filósofos,
físicos, economistas, estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram,
cada qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas obras e
teorias.
Por isso, a moderna Administração utiliza conceitos e princípios empregados
nas Ciências Matemáticas (inclusive a Estatística), nas Ciências Humanas (como
Psicologia, Sociologia, Biologia, Educação etc.), nas Ciências Físicas (como Física,
Química etc.), como também no Direito, na Engenharia, na Tecnologia da
Informação etc. Para explicar o comportamento humano nas organizações, a Teoria
das organizações passou a estudar interação social. As relações humanas são as
ações e atitudes desenvolvidas através dos contatos entre pessoas e grupos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHIAVENATO, Idalberto. Princípios de administração: o essencial em teoria geral da administração. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Vol 2. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6.ed – Rio de Janeiro: Campus, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 2.ed – São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. KWASNICKA, Eunice Lacava. Teoria Geral da Administração. 3.ed – São Paulo: Atlas, 2010. KWASNICKA, Eunice Lacava. TeoriaGeral da Administração. 2.ed – São Paulo: Atlas, 1989.
128 VI CADERNO DE RESUMOS DE PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS: PADI FVR 2015-2
PADI - DEZEMBRO 2015-2
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL ALIADA AO DESENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DAS LIDERANÇAS NA ATUALIDADE
Anna Flávia da Silva Ferreira1; Denize Andrade Ramos1;
Emily Katariny Costa1; Michelli Delaine dos Santos Costa Rodrigues1;
Ademar Dias de Oliveira2. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo enfatizar a importância do (a) psicólogo (a) nas relações organizacionais, visto que tal função deixou de ser somente relacionada a realizar entrevistas e aplicar testes. O (a) Psicólogo (a) Organizacional passa a atuar na motivação dos funcionários, mediação de conflitos, dar consultoria, assessoria, orientação e treinamento e, em tempos de crise e dificuldades internas e externas, atua na reestruturação organizacional integrando equipes de trabalho multidisciplinares e contribuindo para decisões de nível estratégico. De outro lado, encontra-se o gestor que, cada vez mais, precisa aprender a liderar em meio às mudanças de um mercado caracterizadas por cortes, expectativas de aumento de produtividade e brutal competição. Além de ser extremamente importante manter-se motivado e motivar seus funcionários. Diante desta problemática, gestores e psicólogos organizacionais se unem com o intuito de buscar soluções para as dificuldades e administrar melhor o recurso humano, traçando metas para que o objetivo organizacional seja alcançado. Tal preocupação e constatação aqui destacadas levaram a construção deste texto, desenvolvido mediante pesquisa bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: Organização. Psicólogo organizacional. Líder.
1. INTRODUÇÃO
A função do psicólogo na organização durante muito tempo foi aplicar testes
para identificar o perfil do candidato que melhor atendesse as necessidades da
organização, porém essa função transformou-se no papel do gestor de pessoas, que
se preocupa com a escolha profissional, com o processo de tomada de decisões,
com o treinamento e desenvolvimento de seus funcionários, entre outras atividades.
Em muitos casos, o papel de recrutar e selecionar torna-se responsabilidade de
empresas terceirizadas e especializadas no assunto; e o psicólogo na organização
passa a se preocupar com processos organizacionais e com o desempenho dos ¹ Graduandos em Gestão de Recursos Humanos (FVR) Registro/SP ² Graduado em Psicologia (Universidade de São Francisco). Mestre em Educação (PUC-SP). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira- Registro/SP
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funcionários (dos mais diversos níveis hierárquicos), agora focando muito mais nos
inúmeros problemas que estão presentes no cotidiano das organizações (Bock,
2008).
Não há dúvida de que o sucesso das organizações, ao resistirem as crises e
conseguirem se manter no mercado ao longo dos anos, está associado também a
figura do líder e na melhora permanente daqueles que seguem esse líder, os
funcionários (MARRAS, 2009). Desta forma, o líder passa a ser visto como figura
inspiradora, porém para liderar, o gestor também precisa estar motivado.
Neste contexto, este estudo visa esclarecer a importância da participação do
psicólogo organizacional nas ações de liderança no cotidiano da organização,
explicando qual a sua função na mesma e levantando alguns subtítulos importantes
relacionados à figura do líder, além de destacar a importância do gestor que sabe
liderar em meio às dificuldades, motivando a si e a seus funcionários.
2. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
O surgimento da Psicologia nas organizações se deu após a expansão do
sistema capitalista, por volta do Século XX, quando surgiram os princípios da
administração moderna, formulados por Taylor (1856-1917), dentre eles, o Princípio
da Preparação dos Trabalhadores. Em 1930, Mayo (1880-1949) criou o que ficou
conhecida com a Experiência de Hawthorne, que enxergava o funcionário como
recurso humano e não mais como uma engrenagem na roda do capitalismo (BOCK
et al, 2008).
SPECTOR (2010, p.13), relata que os primeiros a realizarem um trabalho
demonstrando a importância do recurso humano foram os psicólogos, entre eles
Münsterberg, que encaminhava suas pesquisas para o campo da seleção de
funcionários e testes psicológicos. Afirma ainda que “os trabalhos iniciais
concentravam-se em questões de desempenho e de eficiência organizacional”.
De acordo com Davidoff citado por Fiorelli (2004, p.23), “a psicologia é uma
ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais com o
objetivo de entender porque as pessoas sentem, pensam e agem da maneira que os
fazem”. Nesse contexto, o autor ainda relata que nas organizações a psicologia atua
em varias áreas, lidando com o indivíduo e/ou grupos, com diversas finalidades.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Explora a metodologia cientifica, partindo da observação e relevância dos fatos e
utilizando-se de uma serie de instrumentos e técnicas de estudo.
2.1 A FUNÇÃO DO (A) PSICÓLOGO (A) NA EMPRESA
A Psicologia Organizacional estuda fenômenos como comportamentos,
crenças, relações entre pessoas e grupos, valores, atitudes, motivações, entre
outros, mantendo seu foco nas relações do trabalho e das organizações.
Ainda nesse tema, ZANELLI Et Al (2004, p.480) destaca alguns tópicos que
correspondem atividades/funções dos psicólogos na organização:
Recrutamento e seleção (diminui o peso dos testes psicológicos);
Treinamento (processo de crescimento e desenvolvimento pessoal e
profissional dos funcionários);
Avaliação de Desempenho (deixam de ser feitas somente por gerente e
avalia o potencial, vinculando aos planos de desenvolvimento e carreira);
Administração de Pessoal (movimentação e desligamento de pessoas,
remuneração e benefícios);
Qualificação (desenvolvimento de carreira, gerencial e de equipes);
Condições de trabalho (segurança e prevenção de acidentes, ergonomia,
saúde ocupacional, assistência psicossocial);
Relações de trabalho (mediação de conflitos, mudança nos padrões de
gestão);
Mudanças organizacionais (programas de qualidade de vida no trabalho,
programas de qualidade total);
ROBBINS (2005), afirma que os estudos iniciais da psicologia nas
organizações abordavam temas como o problema da fadiga, falta de entusiasmo e
outros fatores importantes para a condição do trabalho e de que forma esses fatores
poderiam afetar no desempenho do funcionário. Revela ainda que a função do
psicólogo na organização sofreu algumas mudanças, passando a estudar questões
como personalidade, aprendizagem, satisfação, desempenho, mensuração de
atitudes , planejamento do trabalho, estresse profissional, e a eficácia da liderança.
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Deste modo, torna-se evidente que o psicólogo organizacional adquiriu mais
campos a serem estudados e sua função tornou-se de imprescindível para uma
organização que deseja, além de motivar seus funcionários criando estratégias para
melhor o ambiente de trabalho, possuir gestores/gerentes/supervisores capazes de
liderar, ou seja, capazes de guiarem seus funcionários ao objetivo da organização.
2.2 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
Comportamento Organizacional é um estudo do impacto que o indivíduo,
grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações, com o
propósito de melhorar a eficácia organizacional. Entender o comportamento
organizacional é fundamental para gerir pessoas, pois confere ao líder
possibilidades de evitar problemas individuais ou coletivos entre os funcionários.
“Uma vez que a organização existe para atingir objetivos, alguém precisa
definir esses objetivos e as possíveis formas de alcançá-los. O executivo é esse
alguém” (ROBBINS, 2005, p.3). Desta forma, entende-se que o executivo, que por
vezes também é tido como administrador e exerce liderança, tem grande influência
sobre o comportamento na organização e é responsável por assegurar que os
padrões organizacionais sejam aderidos por todos.
Mais adiante, ROBBINS diz que ao estudar o comportamento da
organização um executivo consegue verificar como o desempenho de seus
funcionários interfere ou contribuí para a satisfação de seus clientes. Se houver
necessidade, através desse estudo, a empresa poderá criar uma cultura
organizacional onde os funcionários são amáveis, bem informados e vão de
encontro às necessidades dos clientes.
O estudo desse comportamento está relacionado a fatores de grande
influência para que a organização atinja seus objetivos, tais como: liderança,
percepção, aprendizagem, equipes de trabalho, adaptação as mudanças,
planejamento do trabalho, entre outros. É sabido que todo trabalho de
acompanhamento cultural é inserido na organização por meio das lideranças. “São
esses, na verdade, os elementos incrementadores e multiplicadores da cultura e dos
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
subprodutos que dela se originam para orientar e facilitar o atingimento dos objetivos
individuais, grupais e empresariais.” (MARRAS, 2009, p.295).
Nesse contexto, é necessário que a organização compartilhe com todos os
níveis hierárquicos, deixando o mais claro possível, qual a sua cultura, o que ela
valoriza e o que acredita ser necessário para atingir seus objetivos de maneira
responsável, de modo que os funcionários possam entender e interagir na empresa
de acordo com o comportamento organizacional da mesma.
2.3 PERCEPÇÃO E TOMADA DE DECISÕES
Todo grupo social precisa resolver questões que envolvem a tomada de
decisão. Quando se analisa qual a melhor decisão perante um problema, por
exemplo, haverá uma escolha que poderá desencadear questões positivas e/ou
negativas. Com as organizações não é diferente.
Segundo CHIAVENATO e SAPIRO (2009, p.176), “a maioria das decisões
de um negócio requer considerar simultaneamente vários fatores inter-relacionados,
obrigando a uma escolha daquilo que é crítico e envolvendo uma enorme incerteza e
riscos sobre as conseqüências dos resultados da decisão”. A tomada de decisão
exige experiência profissional, análise minuciosa da situação, estabelecer critérios
do que é importante e o que é relevante, estudo de caso, análise de procedimentos
(check list) e/ou uso da análise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças
da organização), “principalmente quando as decisões envolverem situações novas,
desconhecidas e complexas” (CHIAVENATO e SAPIRO, 2009, p.176).
Ainda nesse contexto, ROBBINS (2005, p.104), ressalta que a tomada de
decisão exige percepção dos envolvidos. Percepção é “o processo pelo qual os
indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais com finalidade de
dar sentido ao seu ambiente”.
Destaca-se a seguir um trecho que revela a importância da percepção na
toma da decisão. Todas as decisões requerem interpretação e avaliação de informações. Os dados costumam vir de diversas fontes e precisam ser selecionados, processados e interpretados. Quais dados, por exemplo, são relevantes para determinada decisão? A resposta fica por conta da percepção de quem toma a decisão. Deverão ser elaboradas alternativas, com análise dos pontos fortes e fracos de cada uma dela. [...] o processo de percepção para
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a tomada de decisão individual será o grande responsável pela solução final encontrada. (ROBBINS, 2005, p. 111)
Certamente são os executivos e gestores quem utilizam mais
frequentemente os processos de tomada de decisão. Porém, de acordo com
ROBBINS (2005), “um número crescente de organizações está dando mais
autonomia a seus funcionários, transferindo para eles um poder de decisão
historicamente reservado aos executivos.” Essa atitude destaca uma parte
importante do comportamento organizacional. Cabe aqui colocar a psicologia
organizacional como responsável por traçar as estratégias para resolução de alguns
desses problemas ou para facilitar as equipes de trabalho na tomada de decisão.
2.4 COMPREENDENDO AS EQUIPES DE TRABALHO
Quando a organização valoriza a interdependência construtiva, valorizando o
esforço para o bem comum, estimula-se o trabalho em equipe. Os funcionários
entendem que os adversários não são seus companheiros de trabalho e sim a
concorrência. (FIORELLI, 2004).
De acordo com DAFT (2005, p.237), “as empresas estão tentando encontrar
um meio de delegar autoridades, empurrar a responsabilidade para os níveis mais
baixos e criar equipes participativas que envolvam o compromisso dos
trabalhadores”. Acrescenta ainda que existem dois tipos de equipes de trabalho:
Equipes multifuncionais: Funcionários de vários departamentos
responsáveis por se reunirem com uma equipe e resolverem problemas
mútuos, esses funcionários além de se reportarem ao setor originário,
também se reportam à essa equipe multifuncional.
Equipes permanentes: Grupo de funcionários reunidos como se fossem um
departamento formal, focados em uma tarefa específica. A ênfase está na
troca de conhecimentos para a resolução do problema. É dada autoridade
para níveis mais baixos e os funcionários de linha, em geral, têm liberdade
para tomarem decisões
As vantagens do trabalho em equipe podem ser vistas nas barreiras da
departamentalização que são reduzidas; decisões mais rápidas; entusiasmo com o
envolvimento com o todo. Já as desvantagens estão ligadas a alguns conflitos que
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poderão surgir ao longo de discussões, sobrecarga dos funcionários (no caso das
equipes multifuncionais) e decisões tomadas que poderão favorecer o grupo, porém
não terão um efeito positivo sobre a organização (DAFT, 2005, p.238).
Junto às equipes de trabalho, o psicólogo organizacional poderá ajudar a
desenvolver políticas de saúde ocupacional, elaborar ações de assistência
psicossocial a fim de facilitar a integração dos novos colaboradores, intervir em
conflitos, realizar avaliações de desempenho, planejar ações estratégicas entre
outras funções que o diferenciará de um mero selecionador de pessoal. (ZANELLI,
2004)
2.5 QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS SOBRE LIDERANÇA
A liderança é a capacidade exercer influência sobre as pessoas, sem
liderança não há organização. Nas organizações a gerência possui finalidade
específica: conseguir que as pessoas cumpram com sua função. Para tanto, ela
influência os funcionários, valendo-se do poder que o sistema organizacional lhe
proporciona. Porém o ato de fazer com que o funcionário cumpra sua função não
torna o gerente, gestor ou supervisor um líder. O que torna uma pessoa líder é sua
capacidade de fazer com que os demais funcionários a sigam, não por imposição,
mas por se sentirem representados naquela figura e depositam sua confiança a ela
(FIORELLI, 2004).
De acordo com BERGAMINI (2008, p.124), “um líder considerado eficaz,
além de preocupar-se com o desenvolvimento integral de toda a potencialidade dos
seguidores, consegue que os mesmos cheguem, até mesmo, a desconsiderar seus
próprios interesses para comprometer-se com os objetivos propostos pelo grupo ao
qual pertencem.” Desta forma, de maneira natural, os próprios liderados, atribuem
ao líder autorização para exercer influência sobre eles.
MARRAS (2009, p.38), revela que “em primeira instância, a própria empresa
é responsável por uma boa liderança; em segunda, o próprio líder”. Nesse sentido,
expressa a ideia de que é a organização, através do setor de recursos humanos ou
psicólogo organizacional, quem irá traçar os parâmetros que o gestor deverá seguir
para liderar seus funcionários. Por outro lado, nada impede que cada líder, com suas
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características próprias, complemente esses parâmetros, desde que de acordo com
os padrões e valores estabelecidos pela organização.
Mais do que administrar o pessoal, o gestor tem que desempenhar o papel
de líder. Num contexto de gerir pessoas, é importante que as mesmas se vejam
como colaboradores que se somam para atingir os objetivos da organização e os
seus objetivos profissionais e pessoais, sendo um recurso valioso e não como
subordinados, que ocupam uma função na empresa e necessitam que alguém lhes
diga à direção que devem tomar. Sendo assim, os gestores precisam atuar como
líderes, considerando que “liderança nada mais é do que forma de direção baseada
no prestígio pessoal e na aceitação dos seguidores” (GIL, 2001).
2.6 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E MOTIVAÇÃO
Quando a motivação ou a falta dela está relacionada aos colaboradores,
cabe ao gestor buscar medidas para solucionar tal problema. Mas o que fazer
quando está relacionada ao gestor?
Conforme explica ZANELLI Et Al (2004) ”os gestores são os profissionais
que acompanham mais de perto o que acontece dentro da organização com os
colaboradores, são eles quem sustentam as mudanças organizacionais por
interagirem diretamente com o empregado”. Um gerente pode facilitar ou dificultar as
mudanças organizacionais através da forma como administra suas emoções e as de
seus colaboradores. Sendo assim, o autor entende que é de grande importância que
haja um profissional que atue na preparação deste gerente, que aqui convém citar o
psicólogo organizacional. Ainda nesse contexto, destaca-se a seguir um trecho de
uma pesquisa realizada pelo autor, onde aborda os padrões de gerenciamento. Um dos padrões de gerenciamento das emoções identificado pela pesquisa aponta para duas dimensões: ativação e prazer. As quatro combinações possíveis ficariam assim especificadas: alta ativação e alto prazer (entusiasmo e excitação), alta ativação e baixo prazer (raiva, ansiedade), baixa ativação e alto prazer (calma, conforto) e, por ultimo, baixa ativação e baixo prazer (desapontamento, tristeza). O gerente parece atuar de duas maneiras: autogerenciamento e heterogerenciamento. No primeiro caso, ele busca seu equilíbrio emocional, e no segundo, procurar assegurar o equilíbrio emocional do empregado. Conforme ele diagnóstica que há baixa ativação e baixo prazer, oferece suporte social por meio de orientação individual e grupal e de feedbacks contínuos para que o empregado vença esta dificuldade temporária. Ao reconhecer esta condição em si mesmo, ele procura centrar o seu pensamento na meta a ser atingida e nos ganhos a
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serem obtidos com seu êxito (aumentar a ativação e o prazer). (ZANELLI Et al, 2004, p. 232)
Sendo assim, o autor entende que cabe ao gerente/gestor o ato de motivar,
para tanto, este também precisa estar motivado. Quando a motivação lhe falta é
necessário focar nas metas e objetivos estabelecidos e o que significará para a
organização e para si mesmo atingi-los, ou seja, quais os ganhos.
Para garantir a motivação e empenho dos funcionários existe uma
ferramenta denominada avaliação de desempenho, que nada mais é que “um
instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos
por um empregado ou por um grupo, em período e área específicos (conhecimentos,
metas, habilidades, etc.)” (MARRAS, 2009). “É uma apreciação sistemática do
desempenho de cada pessoa, em função da atividade que ela desempenha, das
metas e resultados a serem alcançados e de seu potencial de desenvolvimento”
(CHIAVENATO, 2005, p.223).
Quando o resultado dessa avaliação não é satisfatório, evidencia-se, entre
outras questões, que algo está errado com fator motivação dos funcionários,
cabendo ao gestor buscar meios para motivá-los. Porém, essa avaliação também
pode ser aplicada às áreas de liderança através da avaliação dos próprios
funcionários ou pelo órgão competente, como o setor de recursos humanos ou, até
mesmo, ser aplicada pelo psicólogo organizacional. Nesse contexto, pode haver
avaliações onde a responsabilidade de mensurar o desempenho de todos da
organização é exclusiva dessa área/função.
Contudo, é necessário que os líderes, apoiados pela área de Recursos
Humanos e/ou psicólogo organizacional, busquem meios para que o empregado
valorize mais a sua função, através de recompensas intrínsecas e valorização, por
exemplo. Desta forma, o funcionário empregará sua motivação. Quanto à figura do
líder, como citado anteriormente, é fundamental que ele se mantenha motivado para
que possa motivar e, quando necessário, busque rever suas metas, o que a
organização espera e o quanto isso significa para ele. “Quanto mais o empregado vê
o seu trabalho recompensado, mais ele estará comprometido em cumprir as metas
que lhe são estabelecidas.” (MARRAS, 2009, p.281).
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste trabalho, concluímos que, em meio às mudanças do mercado,
crise, dificuldades internas e externas, o gestor é a figura que precisa estar sempre
pronto para assumir a liderança. Seus funcionários esperam que ele lhes dê a
direção que precisam tomar. Mesmo em meio a equipes multifuncionais ou
permanentes, haverá alguém que em alguma circunstância terá que liderar. Para
tanto, o líder precisa estar motivado e saber motivar.
Surge então o (a) psicólogo (a) organizacional, que além de exercer as
funções relacionadas ao recurso humano, também atua em questões estratégicas
da organização, apresentando métodos para melhorar o ambiente de trabalho,
principalmente em meio às dificuldades. A qualidade da relação entre o psicólogo
organizacional e o gestor influencia diretamente os funcionários e a organização,
assim como a organização também influencia, através do comportamento
organizacional, a maneira como as pessoas devem se relacionar no ambiente de
trabalho.
De um modo geral, a liderança assume papel fundamental para o sucesso
da organização, sem líder não existe equipe e sem esta, a organização não obtém
sucesso. É necessário que os gestores assumam a postura de líderes que inspiram
seus funcionários a “vestirem a camisa da empresa”. Para tanto, a organização deve
contar com o apoio do psicólogo organizacional, que irá realizar estudos referentes
ao desempenho e eficácia da liderança, estratégias organizacionais, personalidade e
motivação dos funcionários, entre outras questões, a fim de melhorar o ambiente de
trabalho e o desempenho dos funcionários, atingindo assim os objetivos da
organização.
Portanto, a respeito da importância do psicólogo organizacional para as
ações de lideranças em momentos de dificuldades, podemos afirmar que, enquanto
o primeiro elabora estratégias para enfrentá-las, o segundo é o responsável em
aplicá-las, colocando-as em prática junto aos funcionários, ou seja, as duas funções
se correlacionam e são extremamente necessárias para o sucesso da organização.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do comportamento organizacional. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2008. BOCK, Ana Mercês Bahia Et Al. Psicologias:uma introdução ao estudo de psicologias.São Paulo: Saraiva, 2008. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DAFT, Richard L. Administração. 6ª ed. São Paulo: Pioneira, 2005. FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores: integrando teoria e prática. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009. ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 11ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010. ZANELLI, José Carlos Et Al. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
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A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONALNOS MOMENTOS DE CRISE: UM EXTUDO EXPLICATIVO NO CONTEXTO DAS AÇÕES DE
LIDERANÇA CONTEMPORÂNEA
Deborah Cristina Kinceler1; Osvaldo Leduino Filho1;
Silvio Ramos Ribeiro1;
Vinicius Dias Rebouças1;
Ademar Dias de Oliveira2. RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo mostrar a importância da atuação do profissional da área de Psicologia no processo de desenvolvimento e gerenciamento de conflitos dentro das organizações modernas, salientando também a importância da avaliação do comportamento delideranças e equipes de trabalho na busca pela harmonia no ambiente organizacional. Estudou-se a relação entre as decisões tomadas pela alta cúpula das empresas e as ações dos colaboradores. Com base em um estudo bibliográfico explicativo, buscou-se demonstrar o quanto a preocupação com a saúde e satisfação dos colaboradores influencia na saúde da organização. PALAVRAS CHAVE: Psicologia. Psicologia Organizacional. Gerenciamento de Conflitos.
1 INTRODUÇÃO
Houve um tempo em que se desconsideravam a saúde e as questões
emocionais dos colaboradores nas empresas. Atualmente, tornou-se comum a
preocupação das organizações em implantar processos que valorizem a qualidade
de vida no trabalho, afinal, trabalhar também é uma necessidade que influencia na
motivação e realização pessoal do ser humano. O que leva alguém a trabalhar não é
apenas a necessidade financeira, mas o fato de poder relacionar-se com outras
pessoas, fazer parte de um grupo e sentir-se útil.
Com a preocupação direcionada à qualidade de vida no trabalho, viu-se a
necessidade da presença do profissional de Psicologia nas empresas, no inicio
atuando em atividades relacionadas ao departamento de pessoal das organizações. 1: Graduandos do curso de Recursos Humanos das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. 2: Graduado Psicologia (USF), Mestre em Educação (PUC – SP), Professor da Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR).
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Atualmente, os psicólogos organizacionais têm maior atuação no estudo do
desempenho dos trabalhadores relacionado com fatores internos e externos,
visando o bem estar e a saúde sem deixar de lado a produtividade e os interesses
da empresa.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PSICOLOGIA
A palavra Psicologia tem sua origem de suas palavras gregas: psyche꞊alma e
logos꞊discurso. Em seus primórdios, era denominada Filosofia Mental, mas com o
tempo os filósofos consideraram que a tradução de psycheseria mente, desde então
a Psicologia passou a ser chamada ciência da mente.
Segundo Ferreira de Aguiar (2005, p. 142),
“A Psicologia, como acentuam Kelman (1968) e Ruch e Zimbardo (1971), pode ser utilizada como um instrumento de libertação do ser humano. Pode ser utilizada para ajudá-lo a libertar-se quer das barreiras internas, quer da externas, que impedem seu crescimento e desenvolvimento. Mas também pode ser usada comoum instrumento para conduzir o indivíduo de acordo com os interesses de outros, seja da sociedade em sentido mais amplo, seja das organizações, seja de grupos ideológicos”.
A Psicologia possui três teorias principais, cada uma com suas aplicações no
ambiente organizacional:
Teoria da psicanálise: Teoria desenvolvida por Sigmund Freud. Consiste na
investigação das desordens de comportamento e caráter (neuroses). Segundo
Ferreira de Aguiar (2005, p. 152), “A psicanálise desenvolveu-se inicialmente como
uma técnica psicoterapêutica, para depois tranformar-se em uma teoria psicológica
que abrange quase toda a área das personalidades normal e anormal, englobando
os campos da antropologia, da sociologia, da historia e das artes”.
Behaviorismo: Teoria desenvolvida por John B. Watson a partir dos estudos
sobre comportamento reflexo do fisiologista Pavlov Ivan Petrovitch. O behaviorismo
determina que os acontecimentos objetivos (estímulos e respostas) são a base da
Psicologia cientifica. Para Ferreira de Aguiar (2005, p. 188), “O objeto de estudo
dessa ciência seria não mais a consciência, mas o comportamento, entendido como
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aquele fenômeno observável diretamente e explicável como resposta do organismo
a modificações ambientais ou a estímulos”.
Gestalt: Método de tratamento desenvolvido por Frederick S. Perls, teoria da
forma. Ferreira de Aguiar descreve: “A Gestalt seria um todo organizado, em
contraposição a um conjunto de partes; a forma seria a sustentação desse todo em
relação às partes, e sua natureza seria determinada por sua função no todo. A
estrutura do conjunto e as leis que regem o elemento determinam sua forma de ser.”
2.2 PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
Psicologia Organizacional é a psicologia que atua dentro das organizações,
cabe a ela estudar e compreender os fenômenos relacionados ao sujeito e ao seu
contexto de vida. Outra função mais comum é o processo de recrutamento e
seleção.
Atualmente, as empresas têm buscado colaboradores com requisitos
específicos, aptos a preencher as vagas oferecidas e com perfil adequado aos
interesses da empresa.
Para Ferreira de Aguiar (2005, p. 84), “A psicologia organizacional usa
técnicas e instrumentos que atuam desde a seleção, a partir de critérios a priori
definidos pela organização, como característica de personalidade, valores e
sentimentos”. Ao psicólogo organizacional cabe avaliar os candidatos à vaga,
relacionando os dados do currículo do candidato com as características de sua
comunicação verbal e não verbal. Esse processo garante a escolha do melhor
funcionário para determinada função, levando em conta o perfil profissional.
Como os colaboradores são diretamente responsáveis pelo crescimento das
empresas, o papel do psicólogo é indispensável no sentido de proporcionar a eles
um tratamento diferenciado, levando-os a compreender melhor a si próprios e ao
grupo a que pertencem.
Para Bergamini (2008, p. 8): “Necessariamente, a maneira visível de comportar-se tem uma ligação com os fatos que compõem a história de cada um. Em psicologia, todo efeito comportamental possui uma causa contida na história de vida das pessoas.
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A lógica do comportamento aparente é fornecida por essa história de vida, diferentemente da lógica utilizada no estudo das ciências exatas. Conseguir que as pessoas façam aquilo que precisa ser requer muito conhecimento de como as pessoas se comportam. Uma grande responsável pela eficácia em liderança é a habilidade de lidar com pessoas e para tanto é necessário ser capaz de detectar a diferença individual entre elas”.
O psicólogo busca a qualidade de vida da organização como um todo,
trabalhando na resolução de conflitos internos, implantando práticas motivacionais,
realizando dinâmicas e treinamentos, auxiliando em mudanças organizacionais,
orientando líderes e participando das tarefas do setor de Recursos Humanos.
2.3 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL – GERENCIAMENTO DE CONFLITOS
Os conflitos organizacionais surgem das diferenças de objetivos e interesse
pessoais dos indivíduos ou grupos.
Para Chiavenato (2005, p.416), “o conflito é muito mais do que um simples
desacordo ou divergência: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas
deliberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os
seus objetivos. O conflito pode ocorrer no contexto do relacionamento entre duas ou
mais partes: pode ocorrer entre pessoas ou entre grupos e organizações. Também
pode ocorrer entre mais de duas partes ao mesmo tempo”.
Segundo Alain Rondeau apud Chanlat (1996, p.206), “Dir-se-á que existe um
conflito em uma organização quando uma parte (um indivíduo ou um grupo)
perceber um outro como um obstáculo à satisfação de suas preocupações, o que
provocará nele um sentimento de frustração, que poderá levá-lo, posteriormente, a
reagir em face de outra parte.”
Toda a organização passa por fases de conflito, cabendo aos líderes e
gestores buscar possíveis soluções, a começar pelo diagnóstico das causas do
conflito.
Ainda segundo Chiavenato, “São condições inerentes à natureza das
organizações e tendem a criar percepções entre pessoas e grupos, as quais
predispõem ao conflito. Recebem o nome de condições antecedentes por
constituírem as razões dos conflitos”.
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Basicamente, existem quatro condições antecedentes dos conflitos. São elas:
Ambiguidade de papel: expectativas pouco claras e confusas fazem
com que as pessoas sintam que não estão trabalhando para um propósito
comum.
Objetivos concorrentes: pelo fato de cada grupo da organização
realizar tarefas diferentes e buscar objetivos diferentes, começa a
desenvolver pensamentos e atitudes diferentes. Surge a diferenciação dos
grupos e, consequentemente a percepção de incompatibilidade.
Recursos compartilhados: os recursos organizacionais sejam
máquinas, pessoas, espaço, salários, são limitados e escassos, devendo ser
distribuídos entre os grupos da organização. Se um grupo quer aumentar sua
parcela de recursos, outro grupo terá que diminuir os seus, provocando a
percepção de incompatibilidade.
Interdependência de atividades: as pessoas e grupos dependem uns
dos outros para alcançar seus objetivos. A interdependência surge quando
um grupo não pode realizar suas tarefas e alcançar seus objetivos sem que
outro grupo realize as suas e alcance os seus. Sendo assim, é possível que
um grupo ajude ou prejudique os demais.
Cabe aos líderes e gestores da empresa, conhecer essas condições e
identificá-las dentro dos grupos organizacionais.
Ainda segundo Chiavenato, “Como os conflitos são comuns na vida
organizacional, o administrador deve saber desativá-los a tempo de evitar sua
eclosão”.
Um administrador deve ter a capacidade de administrar conflitos, ressaltando
que, as decisões tomadas por ele refletem sobre a qualidade do relacionamento do
grupo.
2.4 PERCEPÇÃO E TOMADA DE DECISÕES EM MOMENTOS DE CRISE
Percepção é o processo pelo qual o indivíduo se torna consciente do mundo à
sua volta, é o produto de eventos físicos, fisiológicos e psicológicos. Uma pessoa
pode perceber o comportamento de outra, desvendando suas atitudes, sentimentos
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e intenções. Segundo Robbins (2004, p.24), “Percepção é o processo pelo qual os
indivíduos organizam e interpretam suas impressões sensoriais com a finalidade de
dar sentido ao ambiente em que vivem”.
Mas como explicar o fato de duas pessoas que olham a mesma coisa
interpretarem o contexto de maneiras diferentes As características pessoais de
cada indivíduo influenciam na observação e interpretação dos fatos. Entre as
características individuais que afetam a percepção podemos citar: atitudes,
personalidade, motivações pessoais, interesses, experiências vividas e expectativas.
Para Ferreira de Aguiar (2005, p.312), “Um maior numero de informações
sobre os fatos que antecedem o fenômeno, bem como sobre o tempo em que ele
ocorreu, poderá modificar sua percepção, tornando-a mais correta. O estímulo do
qual se toma consciência passa a ser fonte de outros estímulos...”.
Partindo do pressuposto de que todo ser humano possui crenças, motivações
e intenções, conclui-se que observar o comportamento das pessoas dentro da
organização é muito mais complicado que analisar a percepção em relação a
objetos inanimados, qualquer julgamento sobre as ações dos indivíduos pode ser
influenciado pelas suposições que fazemos a respeito de seu comportamento,
portanto o tomador de decisões deve ser racional identificando os critérios que serão
importantes na resolução de conflitos organizacionais.
Para Robbins (2004, p.74), o modelo racional de tomada de decisões possui
seis etapas fundamentais: definir o problema, identificar os critérios de decisão,
pesar os critérios identificados, desenvolver alternativas, avaliar as alternativas
segundo os critérios estabelecidos e escolher a melhor alternativa.
Para tanto, todo gestor, na hora de tomar decisões deve ser imparcial,
deixando de lado suas opiniões pessoais, não agindo com subjetividade diante das
questões organizacionais, usando de inteligência e criatividade demonstrando auto-
confiança, controle interno e perseverança diante das frustrações.
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2.5 ENTENDENDO AS EQUIPES DE TRABALHO: GRUPOS E EQUIPES
Embora os conceitos de grupo e equipe sejam utilizados de maneira igual nas
conversas cotidianas, existem diferenças entre os dois, principalmente quando
relacionados ao meio de trabalho.
No que se refere a grupo, fala-se de determinada quantidade de pessoas que
tem funções similares em um mesmo meio, porém, realizam suas tarefas de forma
individual, sem depender uns dos outros. Um grupo é formado de pessoas com
formação similar, trabalhando individualmente para atingir seus objetivos.
Os grupos formais, segundo CHIAVENATO (2005, pag.280) são
estabelecidos pela organização, que atribui tarefas específicas a eles. Esse tipo de
grupo tem como finalidade alcançar os objetivos organizacionais. Dividem-se em:
grupos de comando, grupos de tarefas e grupo temporários com prazos definidos.
A equipe por sua vez, é formada por um grupo de pessoas trabalhando por
um mesmo fim, porém, neste caso, o resultado do trabalho depende da cooperação
de todos, não se trabalha de forma individual, mas em conjunto. As equipes,
normalmente são formadas por pessoas com formação diferente, sendo assim, a
tarefa de cada integrante completa a dos outros.
Fiorelli (2004, p.170) diz que: “Uma equipe é o conjunto de pessoas com um
senso de identidade, manifestado em comportamento desenvolvido e mantido para o
bem comum e em busca de resultados de interesse comum a todos os seus
integrantes, decorrentes da necessidade mútua de atingir objetivos mais
especificados”.
2.6 QUESTÕES CONTEMPORANEAS SOBRE LIDERANÇA
A liderança nos dias de hoje tem se tornado o ponto de equilíbrio de uma
organização, pois as atitudes de um bom gestor podem levar a organização a
lugares mais altos, a se destacar diante a concorrência, para podermos
compreender ainda melhor a liderança atuante, podemos comparar as diferenças do
comportamento dos lideres dos últimos tempos.
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Em meados dos anos 60, os chefes ainda não tinham comportamentos de
líder, pois a forma de administrar era em função das atividades a serem concluídas,
bastava um bom planejamento e o domínio hierárquico e pronto, após os anos 80,
devido à necessidade de se produzir mais, e com o aumento da concorrência, o
“chefe” tem como foco principal se tornar um bom líder, não bastava somente
produzir, o líder já dava inicio a um relacionamento mais próximo nas organizações,
motivando, acompanhando e demostrando que os seus liderados podiam ir muito
mais além.
Na teoria de Chiavenato (2002, p.137), podemos citar dois modelos de
liderança “autocrática e a “democrática”“.
O autocrático, podemos dizer que seja mais centralizador, autoritário e focado
somente no desenvolvimento das tarefas.
O democrático seria aquele cujo objetivo principal seria de influenciar as
pessoas a executar as tarefas com motivação, este por sua vez conta com a
participação de seus subordinados nas tomadas de decisão, acreditando e levando
em consideração a experiência de seus subordinados como um fator importante.
Geralmente os lideres possuem características diferentes de liderar, uma
deve complementar a outra, sendo “autocrática”, ou “democrática”.
O bom líder nos dias de hoje, é aquele que consegue enfrentar toda crise,
todo obstáculo sem perder o foco, pois a todo instante está sendo observado e
avaliado tanto pela sua diretoria quanto por seus liderados.
Assim garantindo a produtividade, qualidade, satisfação de modo geral, e
também de estar sempre levando a organização a atingir as metas a serem
alcançadas.
2.7 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
A avaliação de desempenho é um dos fatores mais importante nas
organizações, podemos dizer que quando não aplicada, ou avaliada de maneira
incorreta, pode trazer consequências irreparáveis a organização.
Podemos citar como exemplo o descaso as normas, atrasos, perda da
produtividade etc.
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Segundo Milkovich e Boudreau (2010, p.98): “O desempenho dos empregados reflete principalmente os objetivos de eficiência da organização, mas os objetivos de adesão também são importantes para a abordagem diagnóstica. Uma boa medida dos objetivos de adesão é a satisfação dos empregados no trabalho e seu comprometimento com a organização. Um moral baixo entre os funcionários pode significar problemas comportamentais no futuro, e, por isso, acompanhar as atitudes deles também tem sua validade com relação à eficiência”.
A visão do gestor de RH deve estar sempre em manter a qualidade,
mantendo bons resultados, assim como fazemos na nossa vida cotidiana, quando
fazemos o nosso planejamento familiar.
Todo investimento em treinamento requer uma estratégia, um bom
planejamento, pois deve se levar em consideração os custos, o tempo gasto, e o
conteúdo necessário para alcançar o resultado esperado.
Uma boa contratação aliada a uma avaliação eficaz leva a organização a
atingir os resultados esperados.
Para Chiavenato (2005), “O desempenho humano precisa ser excelente em
todos os momentos para que a organização tenha competitividade para atuar e sair-
se bem no mundo globalizado de hoje”.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os estudos realizados para este trabalho, concluiu-se que a
crescente preocupação das organizações com sua própria saúde e a saúde de seus
colaboradores tem exigido uma maior atuação dos profissionais da área de
Psicologia dentro das empresas desde o momento da contratação de pessoal. Seja
na resolução de conflitos empresariais ou em orientação psicológica a
colaboradores, o psicólogo tem papel fundamental no desenvolvimento
organizacional.
Concluiu-se também, que o trabalho em equipe e a atuação de um líder com
visão e percepções bem definidas asseguram o sucesso no desenvolvimento de
projetos e o crescimento organizacional. Uma liderança racional é peça chave
tornando uma gestão eficaz, no processo de desenvolvimento da organização e de
seus colaboradores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Psicologia aplicada à administração de empresas: Psicologia do comportamento organizacional. 4ª edição. São Paulo. Editora Atlas, 2008. CHIAVENATO, Idalberto.Comportamento Organizacional: A dinâmica de sucesso das organizações. 2a edição. Editora Elsivier. Rio de Janeiro, 2005. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. Editora Elsivier. Rio de Janeiro, 2004. CHANLAT, Jean François. O individuo na organização: Dimensões esquecidas. Editora Atlas. São Paulo, 1996 FERREIRA DE AGUIAR, Maria. Psicologia aplicada à Administração – Uma Abordagem Interdisciplinar. Editora Saraiva – São Paulo, 2005. FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores: Integrando teoria e prática. São Paulo. Atlas, 2004. ROBBINS, Stephen Paul. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo. Prentice Hall, 2004.
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A NECESSIDADE DA MATEMÁTICA APLICADA NA LOGÍSTICA
Allison de Campos Ribeiro1; Frederico Lucateli Pradela¹;
Geovanny Henrique de Moraes¹; Heron Elias Silva Martins¹;
Jonathan Bernardes de Souza¹; Vagner Paulo da Silva Pires¹;
Mario Sergio de Almeida Muniz².
RESUMO
Os métodos rigorosos e precisos da matemática aplicada é uma importante ferramenta na hora da troca de informações dentro da empresa. A estatística como uma dessas áreas tem um papel primordial dentro deste cenário, pois oferece informações simples e objetivas. Com a qual o profissional de Logística deve estar preparado para lidar. PALAVRAS-CHAVES: Estatística; Informações; Decisões.
1 INTRODUÇÃO
Vivemos em um ambiente profissional de grande competição, onde as
organizações estão sendo obrigadas a serem mais ágeis nas tomadas de decisões.
Assim a busca por meios de encontrar soluções que possam fazer com que os
serviços sejam otimizados se faz cada vez mais necessários no dia a dia das
empresas.
A logística tem um papel relevante para os negócios, pois é um recurso
estratégico que oferece vantagens competitivas não apenas em níveis de serviço
como também em níveis estratégicos.
A matemática aplicada esta presente em diversos cenários da gestão de
logística como: gráficos de controle, modelos de previsões, na identificação de lotes
econômicos de compra, dentre outros aspectos.
¹ Graduandos do curso de Tecnologia em Logística das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. ² Graduado em Matemática(FVR). Graduado em Física (UNIMES). Mestrado em Matemática (UNICSUL). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP.
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O objetivo deste artigo é demonstrar a importância do uso da matemática
aplicada (com enfoque no uso da estatística) nos processos trazendo a frente como
ela pode ser um aliado na hora da tomada de decisões e quais técnicas são úteis
para um profissional de logística.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 LOGÍSTICA E ESTATÍSTICA.
Segundo SILVA (2014) ”o papel da logística é planejar ao custo mínimo
satisfazendo o cliente, dispor das mercadorias ou serviços certos, no tempo certo
nas condições certas.”
Entende-se que a logística tem como objetivo principal a satisfação do cliente
por meio de eficiência e eficácia nos serviços logísticos. Cabe ao profissional de
logística definir roteiros de entrega, possíveis empecilhos, com isso a necessidade
de estar sempre um passo a frente se faz necessária.
Também segundo SILVA (2014) “Concernente a conceituação de Estatística
tem, conforme Crespo (2002), que ‘A Estatística é uma parte da Matemática
Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização, descrição, análise e
interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões. ’”
Portanto a estatística pode auxiliar em estar sempre um passo a frente, pois
as informações fornecidas pela mesma tendem a serem as mais objetivas possíveis
analisando dados da própria empresa ou não como base para as comparações.
2.2 AS FUNÇÕES DA ESTATÍSTICA NA LOGÍSTICA
Para SILVA (2014) “Como a Estatística é um ramo de Matemática Aplicada,
os seus métodos são rigorosos e precisos. Ela é importante, pois é uma ferramenta
cujo objetivo essencial está em passar informações de maneira simples e objetiva,
causando rápida absorção por parte dos leitores e no contexto do mundo logístico,
os especialistas a usam para identificar lotes de compra, gráficos de controle do
material, entre outros modelos de previsão.
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A logística vive um cenário bastante cobrado por previsões mais certas e a
estatística tem um papel primordial nesse aspecto. A estatística está associada com
“coleção de números”, tem o foco de contagem e medições, são fatores que ajudam
nas tomadas de decisões quando prevalecem condições de incerteza. Devido às
suas raízes empíricas e seu foco em aplicações a estatística geralmente é
considerada uma disciplina distinta da matemática, e não um ramo dela.
A área da logística é cobrada por resultados mais exatos com previsões mais
coerentes, pois a logística é responsável não somente pelas compras de
suprimento, armazenamento dos produtos no estoque, mas também pelas entregas
no tempo certo para o cliente. A estatística tem inúmeras funções dentro desta area,
as principais são:
Calcular o mercado e determinar o quanto produzir;
Definição do problema;
Planejamento;
Coleta;
Levantamento;
Analise e plano interno pode verificar o custo unitário da produção.
A estatística é importante para quase todas as áreas acadêmicas. Auxilia de
modo direto com as demonstrações em níveis quantitativos e qualitativos.”
Para PLANTIER (2013) “Na atualidade as informações rápidas e precisa são
necessárias para que aconteça funcionamento qualitativo dos sistemas de logística.
Nos ambientes de competição as estatísticas ganham espaço considerável e serve
como ponto indispensável à composição dos sistemas de informações, operacional,
tático e nível estratégico para melhorar o tempo a absorver informações em níveis
cristalinos. Setores do gênero procuram trazer soluções viáveis e integradas para
que aconteça gestão da logística.”
Portanto conhecimentos de estatística é uma necessidade para os
profissionais da área, pois saber interpretar os dados apresentados além de facilitar
e muito o trabalho em diversas áreas de atuação dentro do mundo logístico, também
poderia tornar mais rápida e viável a troca de informações dentro da empresa,
tornando-a mais competitiva no mercado.
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2.3 TÉCNICAS ÚTEIS PARA OS PROFISSIONAIS DE LOGÍSTICA
Segundo BALLOU (2006) “o profissional de logística não precisa
necessariamente preocupar-se diretamente com amplo espectro das técnicas
disponíveis de previsão e planejamento. Como vários segmentos da organização
necessitam de informações de previsões, especialmente as previsões de venda, a
atividade de previsão é centralizada na área de marketing, ou planejamento ou,
ainda, de analise econômica da empresa. Previsões de médio e longo prazo estão
costumeiramente à disposição dos profissionais de logística. A menos que exista
uma necessidade de desenvolver previsões especificas de longo prazo, o
profissional fica limitado às previsões de curto prazo que auxiliam em controle de
estoque, programação de embarques, planejamento de carregamento de armazéns
e semelhantes.”
Pode-se entender que o profissional de logística não necessita estar
completamente a par do amplo mundo da estatística, porem deve conhecer e
entender como funciona, pois pode haver a necessidade de desenvolver previsões e
também há a necessidade de saber interpretá-las.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto a necessidade de planejamento, implementação e controle presente
na logística demonstra que a matemática aplicada é de suma importância dentro de
uma empresa. Considerando-a como uma ciência que estuda quantidades, medidas,
espaços, estruturas, estatística, as relações existentes entre eles e a busca para
estabelecer novos resultados. A estatística seria a área da matemática aplicada
mais utilizada na gestão de Logística, pois passa os seus dados de forma rápida e
objetiva para os leitores. A necessidade do uso dela na hora de considerar as
diversas variáveis quanto à realização das atividades da empresa pode ser o
diferencial na hora de reduzir o custo, agilizar os processos e auxiliar nas tomadas
de decisão da empresa.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
BALLOU, R. H.; Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Porto alegre,. 5ª Ed. Editora Bookman, 2006. PLANTIER, R. D.; A Importância da Estatística na Logística: Importância da Estatística Para A Logística.; 2013. Disponível em: <http://economia.culturamix.com>. SILVA, O. F. de O.; Revista Acadêmica Eletrônica Sumaré; 11ª ed, 2014.
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A NECESSIDADE DA MATEMÁTICA APLICADA NA LOGÍSTICA .
Bruno Henrique de Souza Lima1; Jociléia de Quadro Simão¹;
Vinícius Flórido Ribeiro¹; Mário Sérgio de Almeida Muniz².
RESUMO
Ao decorrer deste trabalho, analisaremos como a matemática é um dos fundamentos que pode ser aplicado à logística, no tocante ao estoque e transporte, tornando as atividades em questão mais simples e facilitando a realização das mesmas. Sendo um dos focos, reduzirem custos e trabalhar com agilidade. Cada ramo que vamos citar torna-se cada vez mais importante para as empresas à medida que o tempo passa, e no atual cenário econômico que vivemos hoje, faz com que as empresas busquem cada vez mais meios diferenciados para se tornarem cada vez mais competitivas, algo, então, que a logística consegue idealizar de forma relativamente natural, até porque, não pode ser esquecido um dos principais objetivos como profissional da área de logística, que é manter ou aumentar a qualidade dos bens e serviços, visando sempre a redução de custo. A logística busca encontrar várias formas de fidelizar seus clientes, usando recursos que apontam o menor custo e qualidade e uso intensivo de tecnologias disponíveis. No entanto, o foco em questão é voltado à importância da matemática aplicada nos setores logísticos, que, também, muda positivamente a logística de uma empresa. PALAVRAS-CHAVE: Tecnologias; métodos; estoque; transporte.
.
1.INTRODUÇÃO
A logística está presente em toda parte, assim como a matemática, que
engloba o contexto do estoque e transporte. Por esse motivo, torna-se necessário
que as empresas dediquem parte do seu tempo em analisar e melhorar esses
requisitos. A matemática é então, aplicado à logística, especificamente ao estoque e
transporte. No entanto, a matemática pode ser determinante para o êxito da
empresa perante a concorrência, pois engloba toda a cadeia, facilita e auxilia a
atividade de fluxo de informações, capitais e materiais, desde o começo do processo
de fabricação até a chegada do bem ou serviço ao consumidor final.
¹ Graduandos do curso de Tecnologia e gestão de Logística das Faculdades integradas do Vale do Ribeira (FVR) ²Graduado em Matemática (FVR). Graduado em Física (UNIMES). Mestrado em Matemática (UNICSUL). Professor das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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A logística geralmente é focar apenas na redução de custos e na agilidade da
entrega do produto até o seu cliente final. Acabam, então, deixando de lado certos
requisitos da logística interna, como compras, recebimentos de materiais, estoque e
transporte. Estes procedimentos integrados a matemática, podem resultar em
grandes oportunidades de crescimentos, e com todos esses métodos, as empresas
poderiam atender as exigências dos clientes com muito mais precisão e aptidão,
fazendo com que essas atividades sejam primordiais em metas atingidas com
sucesso. O mundo encontra-se em constantes mudanças, em decorrência do
grande e rápido desenvolvimento das tecnologias. Algumas destas tecnologias são
exemplos a citar, como; máquinas de calcular; computadores; internet; entre outros
recursos tecnológicos. Contudo, tudo acaba tendo um elo estreito com a
matemática, por mais básica que seja não deixa de ser usada em questão.
Para alguns, o estoque é apenas como um lugar para depositar produtos com
giro rápido de saídas, podendo sim, ser usado desta forma, porém; existem outros
objetivos relativos ao estoque, e uma delas é estabelecer seus níveis e sua
localização, que é apenas uma parte do problema. Para tornar o objetivo do estoque
ainda mais amplo, incluindo também, o custo de pedir e o custo de manter estoque,
assim, como a meta de encontro num plano de suprimento que minimize o custo
total. Contudo, aplicando-se a matemática no estoque, para a empresa saber dos
níveis de serviços, manterem o maior equilíbrio possível entre produção e bens
estocados, custo total de estoque e o serviço prestado ao cliente.
A logística, então, tem a necessidade da matemática interligando-se com
finanças, e os setores de finanças também possuem importantes elos, considerando
que o objetivo em questão, é reduzir custos e a matemática presta suportes
necessários, direcionando e mostrando os caminhos corretos para ocorrer à redução
dos custos de uma empresa. Já que, uma operação logística possui vários custos, a
matemática é responsável por calcular e montar o preço final do produto. A ligação
entre a logística e finanças, é a necessidade do cálculo de impostos ao longo das
operações logísticas, outro exemplo seria a necessidade de calcular exatamente o
quanto cobrar por um produto, baseando-se em todos os processos que o produto
passou.
Analisando o transporte, a matemática também se faz presente, como, por
exemplo, a roteirização, sendo toda rota planejada para que a carga chegue ao seu
destino final de forma eficiente e com menor custo possível. Para uma operação
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logística satisfatória, as empresas dependem de um sistema de transporte eficiente,
no entanto, sem um sistema de transporte eficiente, a cadeia logística de uma
empresa estará completamente comprometida por conta dos altos custos que terão
para o escoamento da produção. Então, a logística vai muito além de um trabalho
solitário, é um serviço que exige parcerias. Portanto, o sucesso não vem do quanto
você trabalha, e sim, da eficiência da sua equipe, agregando todos os setores que
se aplica à logística.
Existem diversas definições para a logística, cada um com uma visão da
determinada área de ampla e importante ciência. A logística é muito mais ampla que
muitos imaginam, estando muito além de estoques, transportes e cálculos, entre
outros fatores presentes no mercado moderno, sendo ela, a alma de muitas
empresas. Portanto, a logística é o processo de “ planejamento, implementação e
controle, de um eficiente e eficaz fluxo de estocagem de matérias-primas, produtos
semi acabados e acabados. E ainda, desde o ponto de origem ao ponto de
consumo, com foco de satisfazer as necessidades de clientes que estão cada vez
mais exigentes e informados”.
No entanto, o importante é que logísticos e empresários tenham a consciência
de que a logística é muito mais ampla e transporte e estoque, é apenas uma
pequena parte do seu gigantesco processo. Enfim, é uma ciência e ampla e
importantíssima na realidade econômica atual. E então, a logística já contempla
desde a escolha dos fornecedores, realizada por um setor específico da empresa; a
organização do layout e setores da empresa; preocupação com os equipamentos de
estoque; organização de recebimento de materiais; administração de materiais à
escolha do melhor transporte a melhor roreirização; embalagem a ser utilizada até
que o produto seja entregue ao cliente. Nota-se, então, a grandeza da logística e a
importância de um profissional ao longo deste processo é mais do que preciso, pois
exige conhecimento dos profissionais, no tocante à grandeza dessa ciência que se
renova constantemente com alterações no mercado e surgimentos de novas
tecnologias. E com toda essa riqueza desse processo em todos os setores,
observamos que a essência da matemática é presente neste constante movimento,
sendo usada em todas as áreas logísticas, transformando tudo com maior cuidado,
agilidade, não deixando requisitos como qualidade nos produtos ou serviços com
foco em seus clientes.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na tese de BOYER (2003, P.1) “Supõe-se que o surgimento da matemática
vem em resposta a necessidades e práticas, mas estudos antropológicos sugerem a
possibilidade de outra origem. Entre alguns estudos relevantes, encontra-se a
sugestão de que a arte de contar surgiu em conexão com rituais religiosos primitivos
que o aspecto original percebeu o conceito quantitativo. Percebe-se ainda que o
conceito de número inteiro se perde na névoa da antiguidade pré-histórica. É de
ressaltar ainda que, entre as tribos primitivas, parece não ter havido necessidade de
usar fração”.
Segundo ANTON apud BALLOU (2006, p21) “O conceito de logística é
definido como o processo de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao
custo correto o fluxo e armazenagem de matéria-prima, estoque durante a produção
e produtos acabados, desde o ponto de origem até o consumidor final, visando
atender os requisitos do cliente. Vale ressaltar que, atualmente, a logística está bem
servida de tecnologias no Brasil. O ponto vulnerável em questão na logística, é o
capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em função do
pouco tempo, foi menos desenvolvido que as tecnologias. As organizações chegam
a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes profissionais”.
Diz DEIDRICH apud BALLOU (2006, P.13) “Que, analisando os setores de
atendimento, compras, recebimentos, estoque e transporte, nota-se que esses
procedimentos não estariam sendo usados com inteligência e que as empresas não
estavam priorizando. Que por muita das vezes, pessoas só associam a logística ao
transporte e sem saber que esta é apenas uma atividade que a integra juntamente
com outras ferramentas primordiais”.
Segundo DIEDRICH apud BALLOU (2006, P.15) “A matemática se encontra
presente em vários setores de uma organização, envolve questões de cálculos
sendo um dos elementos logísticos que necessita da matemática é o arranjo físico
(layout)”.
Para ANTON apud BALLOU (2006, P.17) “Concorda que o estoque requer um
olhar mais firme diante da matemática (armazenagem e estocagem), pois uma
depende da outra, e a matemática seria um elo entre todos os procedimentos
logísticos, transformando de forma simples, claras e produtivas qualquer empresa
trazendo eficiência e eficácia”.
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PADI - DEZEMBRO 2015-2
Indaga RIBEIRO apud BALLOU (1993, P.36) “Os meios de transportes
utilizados na logística, é que podem ser possuídos segundo uma variedade de
formas legais, tais como: Transportadores comuns; transportadores contratados e
particulares. Sabido então, que todos contêm um custo, sendo também, baseados
em cálculos”.
Neste contexto RIBEIRO apud BALLOU (1993, P.40) “Prosseguindo em
custos de transportes, com custos diretos e indiretos, variáveis e fixos, obtendo cada
um dele, um custo e cálculo aplicando a matemática para que possa ter resultados
variáveis, podendo assim, optar por um custo menor e de boa qualidade”.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada assunto abordado neste trabalho foi extraído de um estudo
aprofundado, e conclui-se que todos os setores de uma empresa, são ligados num
elo ambas dependendo da outra. A logística tem por seu objetivo reduzir custos e
aumentar a qualidade dos produtos ou serviços, por isso a logística tornou-se
estratégia para as empresas. Sabendo-se que, para muitos, essa é a única forma de
conseguir ser competitiva; pois quando aplicada eficazmente, reduz a
operacionalidade das empresas e automaticamente aumenta sua margem de lucro.
A logística, busca prover de uma forma eficiente ao longo do trabalho, podendo-se
analisar que a matemática e logística estão interligadas, então, administrando-as
corretamente, a busca pela lucratividade será almejada, especificamente aos
serviços logísticos. No entanto, visa o planejamento desde quando se compra a
matéria-prima, passando pelo controle e organização de estoque de matérias-primas
produtos semi-acabados ou acabados, usando como base, meios de cálculos, até
chegar o controle de transporte como referência matemática e custo de cada modal.
A matemática está presente em cada setor logístico do transporte, pois envolve
escolha de modais, roteirização, manutenção de frota, controle de gastos, entre
outros. Quanto ao estoque, tem como sua maior complexidade na escolha do local
de instalação e seu controle eficiente, junto com o transporte é o que consome uma
gama maior de capital dentro de uma empresa, porém, ambos necessitam de olhar
profundo, agregando a matemática para estudo de cada custo e avaliar seus lados
positivamente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTON, I. C. _Acadêmico no curso de tecnologia em Logística da UNIVATES. (Artigo_ Matemática aplicada a logística, transportes e estoque).1.ed. _ Rio Grande do Sul: Ano, 2012. Apud_ BALLOU, H. R._ Gerenciamento da cadeia de suprimentos e Logística Empresarial. 5.ed. _ São Paulo: Atlas 2006. BOYER, B. C. _História da matemática. 2.ed._ São Paulo: Atlas 2006. DEIDRICH, H. _ Mestre em engenharia de produção - UNIVATES. 1.ed. _ Rio Grande do Sul: Ano, 2012. (Artigo_ Matemática aplicada à logística, transporte e estoque). Apud_ BALLOU, H. R._ Gerenciamento da cadeia de suprimentos e Logística Empresarial. 5.ed. _ São Paulo: Atlas 2006. RIBEIRO, P. C, J. _ Universidade Cândido Mendes Instituto de Pesquisa Sócio-Pegagógicas. 1.ed._ Rio de Janeiro: Ano 2001. (Artigo_ Modelagem de matemática aplicada a transportes). Apud_ BALLOU, H. R. Logística Empresarial; Transportes; Administração de materiais e Distribuição Física. 1ed._ São Paulo: Atlas 1993.
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COMUNICAÇÃO E ENDOMARKETING
Allison de Campos Ribeiro1; Frederico Lucateli Pradela¹;
Geovanny Henrique de Morais¹; Heron Elias Silva Martins¹;
Jonathan Bernardes de Souza¹; Vagner P S Pires¹;
Michele Abib Pernice². RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo principal salientar a importância da comunicação nas organizações, expor através de embasamento teórico e metodológico as principais aplicações da comunicação dentro das empresas na busca de resultados positivos no mercado. Que tem como foco o principal meio de motivar, melhorar aspectos internos de liderança, diminuir distâncias entre gestores e colaboradores e tornar cada vez mais unificada e integrada as ações e metas de uma organização. Destacamos também nesse conteúdo as definições do Endomarketing, suas aplicações e possíveis resultados favoráveis a empresa, tanto internamente como externamente. PALAVRAS CHAVE: Motivação, metas, Eficiência, Gestão de pessoas.
1. INTRODUÇÃO
Comunicação, uma palavra que se transformou em força de extraordinária
vitalidade na observação das relações humanas e no comportamento individual.
Comunicar implica busca de entendimentos, de compreensão. Em suma, contato. É
uma ligação, transmissão de sentimentos e ideias, o ser humano tem necessidade
de externá-las.
Realmente, o homem sofre impacto desse processo. A vida e o
comportamento humano são regidos pela informação, pela persuasão, pela palavra,
som, cores, formas, gestos, expressão facial, símbolos. O entendimento não mais se
1 Graduandos do Curso de Logística da Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR, Registro-SP).
² Graduada em Direito (Unip, Santos-SP). Pedagogia (Uninter, Curitiba-PR). Especialista em Gestão de Recursos Humanos (Uninter, Curitiba-PR). Professora dos cursos de Tecnologia da Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR, Registro-SP).
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faz apenas pela língua falada ou escrita, mas também por meio de rádio, da
televisão, do jornal, da música, do cinema, da publicidade.
A Comunicação é uma ferramenta presente, e de grande importância em todo
cenário profissional. Por mais que a comunicação seja um ato espontâneo do ser
humano, não podemos nos enganar e achar que se resume só a isso. O ato de se
comunicar é verdadeiramente complexo. Essencial para um administrador,
fundamental para um bom relacionamento dentro de uma empresa, motivação de
seus colaboradores, etc.
Está ligada diretamente ao sucesso de muitas empresas, pois da mesma
forma, a falta dela pode ser o fator crucial do trágico encerramento de suas
atividades no mercado.
Um ambiente servido de uma boa comunicação pode obter resultados
impressionantes à produtividade da empresa, desde setores operacionais às
cúpulas administrativas, tudo isso graças a evoluções tecnológicas de décadas para
cá. O pensamento de que a comunicação venha a ser tão importante quanto o
conhecimento especifico em determinadas áreas e departamentos dentro de uma
organização vem reeducando a forma de pensar de gestores e administradores.
O Endomarketing é um modelo de comunicação interna que visa diretamente
a motivação e uma forma eficaz de comprometer os colaboradores na realização de
suas funções dentro da organização.
Uma empresa que executa corretamente o trabalho de Endomarketing
facilmente atingirá suas metas e terá seus colaboradores unidos para um mesmo
objetivo, visando resultados corporativos dentro do negócio da empresa, agregando
valores a produtos e serviços, alinhados entre si e buscando os mesmos objetivos
no mercado.
A motivação através do Endomarketing pode também ser grande responsável
pela diminuição ou até extinção de quadros de absenteísmo e rotatividade dentro de
uma empresa.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 – COMUNICAÇÃO INTERNA
A comunicação interna tende a ser um dos grandes desafios dentro de
empresas, sejam pequenas ou grandes. E a solução pode passar por atitudes
simples de gestores e administradores. A comunicação dentro de uma organização
está longe de ser perfeita, afinal, seres humanos tem grande dificuldade de se
comunicar.
Se tomarmos como exemplo uma comunicação dentro de uma casa, entre
familiares, que tem laços afetivos, a comunicação já não é praticada com clareza,
muitas vezes há até a ausência dela, tentem imaginar dentro de uma empresa com
muitos funcionários onde há um ambiente cheio de pessoas que não se conhecem,
e geralmente vivem em “mundos distintos”. O nível de competitividade também pode
tornar ainda mais difícil esse relacionamento interpessoal.
Ao discutir sobre comunicação interna, Kunsch (2003) deixa claro que o a
principal função da comunicação interna é a de promover a máxima integração entre
a organização e seus colaboradores sendo “um setor planejado com objetivos bem
definidos para viabilizar toda a interação possível entre a organização e seus
empregados, usando de ferramentas de comunicação institucional e até da
comunicação mercadológica.”
Kunsch (2003) afirma também que “o sistema organizacional se viabiliza
graças ao sistema de comunicação nele existente, que permitirá sua contínua
realimentação e sua sobrevivência”.
É a grande responsabilidade do gestor que tem como diretriz facilitar as
relações entre organização e seus funcionários. Ele vai usar de instrumentos para
diminuir ou até mesmo diluir as barreiras na comunicação interna.
Para Kunsch (2003), “relações públicas são os procedimentos da
administração, sistematicamente estruturados, que se destinam a manter, promover,
orientar e estimular a formação de públicos, por meio da comunicação, a fim de
tornar possível a coexistência dos interesses visados”. Nesse parágrafo, ela trata a
comunicação e relações públicas como uma unidade administrativa que integra a
estrutura organizacional, seja publica ou privada. Mediando interesses da instituição
e dos públicos vinculados a ela.
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2.2 - MOTIVAÇÃO
Segundo Bergamini (1997), “a motivação deriva originalmente da palavra
latina movere que significa mover. Essa origem da palavra encerra a noção de
dinâmica de ação que é a principal tônica dessa função particular da vida psíquica”.
Bergamini completa: “a motivação é uma força que se encontra no interior de cada
pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Uma pessoa não pode jamais motivar
outra, o que ela pode fazer é estimular a outra. A probabilidade de que uma pessoa
siga uma orientação de ação desejável está diretamente ligada à força de um
desejo. ”
Bergamini (1997) diz que “as organizações empresariais são forçadas a não
aceitar mais a suposição de que o trabalho seja por natureza desagradável. Pelo
contrário, ele realmente tem sentido para as pessoas à medida que se reconheçam
naturalmente envolvidas por ele”. Ou seja, cada atividade desenvolvida deve ser
atribuída um significado, para haver essa motivação. Cada colaborador deve buscar
seu referencial dentro da empresa, tornando com naturalidade essa relação em um
elo habitual entre ele e a organização.
Vergara (2000) diz: “motivação não é um produto acabado; antes, um
processo que se configura a cada momento, no fluxo permanente da vida. [...] é uma
força, uma energia que nos impulsiona na direção de alguma coisa. ”
Antes da Revolução Industrial, o sistema de motivação era muito diferente
dos dias de hoje. Naquela época essa pratica se apoiava na idéia de que o ser
humano só era realmente motivado na presença do medo, seja com ameaças, ou
prejuízos financeiros e físicos. No entanto, já no início desse século essa teoria ficou
de lado, pois empresas buscavam motivar funcionários para uma melhor
produtividade nas linhas de trabalho, mais eficiência e satisfação no realizar de suas
atividades. A partir daí começa a se considerar a motivação aliada da remuneração
financeira.
De acordo com Bergamini (1997), “acreditou-se que a maioria dos
trabalhadores escolheria seus empregos não tanto pelo tipo de trabalho, nem pelo
conteúdo dos cargos, mas principalmente o faria tomando por base as perspectivas
de remuneração”. Nessa linha de raciocínio, tudo que estivesse predisposto e
claramente especificado, o trabalhador o faria. O que gerou certa insegurança a
classe trabalhadora, pois cada vez mais haveria salários maiores, porem, menor
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numero de funcionários e maior cobrança pelo nível de produtividade. Nesse
momento os incentivos tornaram-se direito e não mais recompensas pela
produtividade dos mesmos.
Tempo depois os objetivos motivacionais passaram a direcionar as pessoas
no caminho em que se sentissem úteis e fundamentais nos processos dentro da
empresa. Há uma satisfação nisso por parte dos trabalhadores, em se ver como
parte integrante e verdadeiramente importante num grupo social, sem esquecer-se
dos reconhecimentos individuais de cada um desses trabalhadores. Passou-se a ver
como importante as necessidades e desejos dos subordinados aos olhos de
gestores dentro de um sistema hierárquico. E por fim vem a facilitar o
relacionamento dessas pessoas dentro do ambiente de trabalho, e a ver a
comunicação como um instrumento essencial da motivação.
Ainda sobre isso Bergamini (1997) afirma que “os trabalhadores deveriam,
segundo essa nova diretriz, conhecer, de forma tão ampla quanto possível, tudo o
que dissesse respeito à organização, tendo, ao mesmo tempo, abertura suficiente
para emitir suas opiniões a respeito de tudo, quer fosse quanto às estratégias
produtivas, quer quanto às diretrizes administrativas da organização”.
Atualmente, cada trabalhador já carrega consigo mesmo sua motivação em
particular. A proposta agora está em buscar recursos organizacionais capazes de
não sufocar as forças motivacionais existentes em cada pessoa.
Conforme Bergamini (1997) “o ser humano não se submete passivamente ao
desempenho de atividades que lhe sejam impostas e que, por conseguinte não
tenham para ele nenhum significado. ”
2.3 – ENDOMARKETING
Para Pimenta (2004), “endomarketing envolve ações de marketing para o
publico interno ressaltando, ao mesmo tempo, a importância do funcionário no
processo produtivo e o respeito como ser humano, com potencialidades e
dificuldades.”
O funcionário é estimulado quando há integração com a empresa, quando a
empresa o valoriza, retribui pela dedicação e empenho, quando supri suas
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necessidades físicas e psicológicas e lhe proporciona segurança no ambiente de
trabalho.
Matos (2006), também defende suas ideias sobre endomarketing:
A visão meramente mercantilista e cartesiana costuma tratar a comunicação interna como mais um instrumento de marketing. Dessa ótica, consagrou-se o termo endomarketing. O prefixo ‘endo’, originário do grego, significa posição ou ação no interior, ou seja, ‘movimento para dentro’. Esse tipo de conceituação pode refletir uma leitura equivocada da comunicação interna, levando-se a interpretá-la apenas como uma estratégia de persuasão e cooptação dos funcionários. Ao seguirem unicamente esse pensamento racional-econômico, algumas empresas adotam programas de comunicação interna que acabam se transformando apenas em meros meios de mecanismos de manipulação e controle. Essa distorção do conceito de comunicação interna transforma os veículos de comunicação em instrumentos sutis de dominação.
Matos (2006) conclui que “uma vez que seu objetivo é atingir seres humanos
na sintonia do ‘ouvir’ e do ‘falar ouvindo’. Se a questão é incentivar as pessoas a
mutuamente compartilharem conhecimento, confiança e cooperação, preferível a
‘ter’ endomarketing é ‘saber’ e ‘fazer’ comunicação interna. ”
Ajustar a comunicação interna dentro de uma organização não é lá uma tarefa
muito fácil, porém, passa a ser extremamente necessário para se ter êxito num
plano de implantação de endomarketing. Porque não será possível conquistar o
“cliente interno” sem a devida troca de informações entre colaboradores e gestores.
O endomarketing caracteriza-se no ato da empresa em conquistar seu cliente
mais próximo, ou seja, seus colaboradores. Para que se aproximem da organização,
compartilhe ideias, conhecimento e assim naturalmente melhorem sua comunicação
interna. Esse efeito causa diretamente a motivação dos funcionários, com
conhecimento de causa eles podem sentir-se satisfeitos em fazer parte daquele
produto, ou serviço que a empresa oferece. Assim eles se unirão no mesmo
objetivo, cumprindo metas, aumentado produtividade e qualidade. Nesse aspecto o
Endomarketing, aliado a boa comunicação interna, funciona com perfeição.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo esclarece a verdadeira face da comunicação em meio a
organizações empresariais. Mostramos também que comunicação não é tão simples
de se praticar de forma correta, pelo contrário, em um ambiente onde relacionam-se
pessoas totalmente diferentes e com suas próprias formas de pensar e agir, essa
tarefa tende a ser muito complexa, e demanda de muito preparo por parte de
gestores e administradores. Pois uma empresa sem comunicação e uma política
eficiente de Endomarketing dificilmente transmitirá uma imagem positiva aos olhos
dos consumidores e por consequência não vingará dentro desse mercado tão
competitivo e cada vez mais preparado.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERGAMINI, Cecília Withaker. Motivação nas organizações. São Paulo, Atlas (1997). KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo, Summus Editorial (2003). KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Relações Publicas e Modernidade: Novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo, Summus Editorial (1997). MATOS, Gustavo Gomes de. A cultura do diálogo: uma estratégia de comunicação nas empresas. 2ª Ed. Rio de Janeiro, Editora Campus/Elsevier (2006). PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial. 4ª Ed. Campinas-SP, Editora Alínea (2004) VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 2ª ed. São Paulo, Atlas (2000)
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O PAPEL DOS GESTORES DE RECURSOS HUMANOS, PERANTE AS AÇÕES DE COLABORADORES DA ORGANIZAÇÃO
Adriana Márcia Klepa Proença1;
Claudinéia de Lima Marques1; JéssicaRosa da Silva1,
Mylena Vieira Alves1; Tabatha Cristina Meirelles da Silva1;
Thamires Martins Vieira Nunes1; Michele Abib Pernice2.
RESUMO O endomarketing é uma estratégia que envolve ações de marketing como forma de motivação ao colaborador na empresa, essas ações podem ocorrer se utilizada a comunicação interna. Esta conquista significa conhecer muito bem seu colaborador, para que este contribua produtivamente com objetivos propostos pela missão da organizaçãopara alcançar os objetivos da empresa. O papel da empresa significa manter uma mão-de-obra qualificada, por meio de programas de incentivos, planos de benefícios e outros fatores que integrem o colaborador com os ideais da organização. O estudo demonstrou que oGestor de Recursos Humanos é o articulador do processo de comunicação interna, o qual utilizamídias internas: como vídeos, jornais, revistas, alto-falantes, painéis eletrônicos, folhetos, displays, jornais-murais, e-mails com o intuito de estimular seus colaboradores ao apoio integral da empresa. Utilizou-se para o presente estudo a metodologia bibliográfica, por meio de acervo literário. Palavras-chave: Endomarketing; Comunicação interna; Estratégia.
1 - INTRODUÇÃO
O que se pretende abordar é o endomarketing aliado à comunicação interna e
o papel dos gestores de recursos humanos como integrante e articulador desse
contexto para conquista do público interno: colaboradores.
Segundo ROBBINS (2005, p.232), quando há falha de comunicação, ocorrem
os conflitos interpessoais, que prejudicam o desempenho do grupo. Quanto mais
eficaz a comunicação, melhor desempenho e os objetivos serão alcançados.Existem
barreiras que dificultam ou distorcem a comunicação eficaz como filtragem,
1.Graduandos do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira(FVR), Registro,SP. 2. Graduada em Direito (UNIP). Graduada em Pedagogia (UNINTER). Especialista em Gestão de Recursos Humanos (UNINTER). Professora das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira.
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percepção seletiva, sobrecarga de informação, emoções, linguagem, medo da
comunicação: [...] uma ideia, por melhor que seja, é inútil se não for transmitida e compreendida pelos outros. A comunicação perfeita, se é que ela é possível, existiria quando um pensamento ou ideia fosse transmitido de uma pessoa para outra de tal forma que a figura mental percebida pelo receptor fosse idêntica à do emissor. (ROBBINS, 2005,p. 232)
Num processo de comunicação, a forma da linguagem deve ser objetiva e
certeira. O canal utilizado não é somente o telefone ou pessoalmente, atualmente
são usados vários canais de comunicação: dentre os quais segundo ROBBINS
(2005, p. 238), acontecem na organização através de redes formais em pequenos
grupos, redes de rumores, e-mail, mensagens instantâneas, redes intranet/extranet,
videoconferência.
No contexto de uma crise econômica, existe a instabilidade, uma informação
pode ser útil até um determinado momento, em outro ela pode ser prejudicial, ou
redundante. Os mecanismos (emissores, canais, receptores) que assimilam,
transmitem e utilizam a comunicação precisam ser ágeis, quase que em tempo real
e ter reações eficientes naquele momento, pois terão consequências a médio e
longo prazo. Principalmente porque o público alvo e os possíveis clientes se
tornaram mais exigentes por terem acesso aos canais de comunicação mais
rapidamente. [...] Gestão do Conhecimento trata-se de um processo de organização e distribuição do saber coletivo da empresa de maneira a fazer com que a informação certa chegue à pessoa certa, na hora certa. Quando bem executada, a gestão do conhecimento dá à empresa uma vantagem competitiva e um desempenho organizacional melhor, pois torna os funcionários mais preparados. (ROBBINS, 2005, p. 242)
Atualmente, a empresa, além de conquistar o cliente, tem que fidelizá-los e
isso ocorrerá se tiver um bom relacionamento, através de um canal de comunicação.
O colaborador quando bem treinado, utiliza métodos mais ágeis de trabalho e
buscando meios e canais de comunicação eficazes, possibilitando que esta equipe
correlacione as vantagens do mercado.
O Endomarketing nada mais é do que a comunicação interna dentro da
empresa, destacando a comunicação com os funcionários e a importância destes
dentro do processo como interface com o público alvo externo.
Através da seleção e escolha de profissionais com o perfil adequado a
função/cargo ou quando uma vaga é preenchida por um profissional de acordo com
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que a empresa necessita, o profissional procura cumprir metas, conseguir benefícios
promoções e satisfação pessoal, concretizar expectativas esperadas pelos
colaboradores pode motivá-los a crescerem e integralizar equipes de trabalho
competitivas e genuinamente ativas.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 COMUNICAÇÃO INTERNA E ENDOMARKETING
A comunicação interna é utilizada como um canal entre a empresa e os
colaboradores: [...]Comunicação Interna é a ferramenta que vai permitir que a administração torne comuns as mensagens destinadas a motivar, estimular, considerar, diferenciar, promover, premiar e agrupar os integrantes de uma organização. A gestão e seu conjunto de valores, missão e visão de futuro proporcionam as condições para que a comunicação empresarial atue com eficácia. (TOMASI, MEDEIROS, 2009, p.59 Apud NASSAR, 200-p.73-74)
MATOS (2009, p.92), conta que já no final do ano de 1920, a comunicação
interna nas empresas começou a ser vista como fundamental à administração. Ele
conta também que, para Elton Mayo, as pessoas não deveriam ser vistas como
ampliação das máquinas. Quando ouvidas e respeitadas pela organização,
produzem mais e com o ambiente mais humanizado, teriam mais eficiência no
trabalho. Afirma também que, proporcionar canais de comunicação dentro da
empresa, favorece o relacionamento humano e faz com que as pessoas se sintam
reconhecidas e valorizadas. E, ao se sentirem valorizadas, reforçam sua autoestima
e melhora sua qualidade de vida.
O ato de estimular através da comunicação interna, o funcionário a “dar o seu
melhor”, quer dizer criar um canal de acesso ao funcionário e fazer com que ele
interaja com a empresa. MATOS (2009, p.92), descreve alguns estímulos ao
funcionário: ouvir, recompensar, diminuir suas necessidades, respeitar sua
personalidade, segurança no trabalho.
A empresa precisa entender quem é o seu colaborador, a forma como cuidar
e o que esperar deles, sua cultura e como é trabalhada, ou seja, é uma troca de
informações, uma identificação recíproca de interesses.
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MATOS (2006, p.92) diz que, como a visão mercantilista e cartesiana
costumava tratar a comunicação interna como mais um instrumento de marketing,
criou-se o termo “ENDOMARTKETING”. O prefixo grego “ENDO”, significa posição
ou ação no interior, ou seja, “movimento pra dentro”.
Pensando assim, poderia acontecer uma leitura equivocada da comunicação
interna, levando-se a interpretá-la como uma estratégia de persuasão dos
funcionários. Ao seguirem esse pensamento racional-econômico, algumas empresas
aderem a programas de comunicação interna e acabam se tornando meros meios
de mecanismos de manipulação e controle.
Por conta disso, MATOS (2009, p.92), propõe humanizar a nomenclatura e
deixar a palavra marketing para tratar de comercialização de produtos, estratégias
de negócios e planejamento de mercado. Já a comunicação interna tratará apenas
com o contato com os empregados.
Analisando os problemas de comunicação dentro da empresa, pode-se
constatar o hábito que as pessoas têm de não dar retorno àqueles que as procuram.
Não vêem nenhum valor nesse gesto, talvez pela confusa sensação de poder,
displicência, desvalorização do outro ou até falta de educação. Por conta disso,
constantes crises acontecem e acabam com o ambiente de trabalho.
Para um melhor desempenho e para os objetivos serem perfeitamente
alcançados, a comunicação precisa ser realizada de forma eficaz evitando barreiras
como ruídos decorrentes tanto do emissor quanto do receptor, no ambiente e na
mensagem.
2.2 ENDOMARKETING:VANTAGENS E DESVANTAGENS
Melhoria da produtividade, aproximação das pessoas dentro de uma equipe
de trabalho, competitividade dos produtos e serviços, o estímulo aos funcionários na
consecução de melhoria contínua de produtos e serviços, o estímulo de
comportamento de cooperação e a melhoria do ambiente/clima interno e do
relacionamento interpessoal.
Por outro lado, observa-se também que os colaboradores almejam o
reconhecimento público das coisas que realizam; desejam algum tipo de
recompensa e buscam a “honra ao mérito”:
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[...] o Endomarketing estabelece uma verdadeira relação mercadológica dentro da própria organização. Esse conceito foi aplicado com sucesso pela administradora de cartões de crédito Credicard, cuja campanha interna incluía incentivos até para o funcionário que atendesse o telefone da mesa ao lado, na ausência de um colega. (VAZ, 2003, p.115)
Com intuito de evitar faltas de seus colaboradores, a empresa adotou a
estratégia para desmotivar a falta do colaborador no trabalho. Na ausência do
colaborador relapso (A), o colaborador assíduo (B) desempenha as funções aditivas
para suprir a necessidade da empresa referente ao colaborador “A”, o qual almeja
apenas o resultado final o “incentivo”.
2.3 ESTRATÉGIAS PARA O ENDOMARKETING
Escutar os colaboradores através de um canal preparado para ouvi-los, como
formulário de sugestões/opiniões, anonimamente e em reuniões com seus líderes
para coleta de sugestões, rede social interna e e-mail.
O Gestor de Recursos Humanos verificará se estas sugestões estão de
acordo com a visão, missão, valores em que a empresa acredita e se são viáveis.
Levará para Direção como sugestão de inclusão para melhorar questões com os
colaboradores e após aprovação serão incluídas no planejamento estratégico de
recursos humanos da empresa. Estas sugestões poderão ser realizadas a médio e
longo prazo e é de grande importância dar conhecimento de que estas sugestões
são de colaboradores. Para que estes se sintam reconhecidos e valorizados.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a comunicação, a administração poder tornar comum a missão, os
valores e os objetivos da empresa, se não designar canais apropriados à
comunicação dos empregados e não favorecer o diálogo, a empresa não atinge
suas metas e não supera os desafios próprios da sociedade moderna, ou seja, é
preciso aprender a ouvir para obter o sucesso.
É necessária a interação dos colaboradores, a empresa e o público alvo
externo, como forma de saber se suas ações estão surtindo efeito. Esses efeitos
servirão de base para: estratégias, procedimentos a serem adotados, avaliação de
resultados e metas alcançadas.
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O objetivo da comunicação interna está diretamente relacionado com a
cultura da empresa. Se a direção é fechada, seus valores não aceitam novas idéias,
sua crença não admite comunicação e nem troca de experiências, ela está sujeita ao
desaparecimento.
Se as coisas não vão bem dentro da organização, sugere-se que intensifique
a prática do diálogo; aprender a ouvir clientes, funcionários, fornecedores. Ouvir
significa dar ouvido ao outro. O diálogo aberto e franco, além de ser muito
importante, favorece a convivência com as pessoas.
O endomarketing, aliado a comunicação interna eficaz, tem a finalidade de
conquistar o público interno: “colaboradores”, ressaltando também, a importância da
comunicação com os funcionários dentro da empresa.
O Gestor de Recursos Humanos pode planejar estratégias para articular
meios em que os colaboradores possam ser estimulados ao desenvolvimento da
comunicação para melhorar o desempenho no cargo e conquistar metas de acordo
com os objetivos da empresa.
Verificou-se que o tema é relevante com o objetivo proposto pois o gestor de
recursos humanos é o integrador de departamentos e níveis dentro da empresa, que
articula as situações, informações e pessoas para alcançar os objetivos da empresa.
Mas só se o colaborador estiver apto e disposto, essas características podem ser
identificadas logo no início, do processo de seleção do colaborador. A disposição do
colaborador dependerá da comunicação interna como é transmitida e recebida e do
endomarketing adotado, com o objetivo de obter maior produtividade, qualidade,
satisfação no trabalho e integração entre os colaboradores.
REFERÊNCIAS
ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11ª Ed. São Paulo: Pearson Prentice Halt, 2005. TOMASI, Carolina; MEDEIROS, João B.Comunicação Empresarial. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2009. VAZ, NunoG.Marketing Institucional. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
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A INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO PARA A CONQUISTA DOS OBJETIVOS
ORGANIZACIONAIS
Aline Zanin da Silva1; Arthur Viana da Silva1;
Darlete Aparecida Pereira Miranda1; Janaína dos Santos Lima1;
Naama da Costa1; Ronilson Maciel Lourenço1;
Michele Abib Pernice².
RESUMO
Este estudo possibilita a compreensão do termo comunicação, baseado em citações bibliográficas enfatiza a forma pela qual ela é desenvolvida dentro de uma organização pelos colaboradores. Expondo as barreiras existentes na comunicação eficaz e as habilidades gerenciais importantes para melhorar a eficácia da comunicação. Destacando também a influência das comunicações na administração compartilhada. O estudo ressalta inclusive sobre a necessidade de ações gerenciais de comunicação, com o intuito de gerar integração das equipes de trabalho para o alcance das metas da empresa. PALAVRAS CHAVE: Informação; Eficiência; Empresa.
1. INTRODUÇÃO
Atualmente, as empresas de pequeno, médio e grande porte tem uma forte
propensão para crescer e ocupar espaço no mercado, sendo assim a troca de
mensagens entre os colaboradores do ambiente interno é um dos fatores que
contribui para o objetivo deste. A utilização correta dos meios de comunicação
como: fala, escrita, gestos, etc, por pessoas dos diferentes níveis organizacionais,
como estratégico, tático ou operacional influencia e auxilia grandemente nas
tomadas de decisões da empresa.
A questão da comunicação é muito importante para a integração completa de
qualquer grupo de trabalho. É através dela que ocorre a identificação e o
reconhecimento de diferenças no modo das pessoas pensarem e agirem. Conforme
1Graduandos do Curso de Processos Gerenciais das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira (FVR), Registro, SP. 2Graduada em Direito (UNIP). Especialista em Gestão de Recursos Humanos (UNITER) Professora das Faculdades Integradas do Vale do Ribeira- Registro/SP.
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CARVALHO (2002) apud Herbert Simon “não pode haver organização sem
comunicação, pois sem esta o grupo não pode influenciar o comportamento do
individuo”.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONCEITO
Segundo CHIAVENATO (2003) a comunicação é uma prioridade estratégica
para a empresa. Nas organizações mais bem- sucedidas do mundo, a comunicação
recebe a máxima prioridade.
Comunicar significa tornar comum a uma ou mais pessoas uma determinada
informação. É essencialmente uma ponte de significados entre as pessoas. O
conteúdo da comunicação é geralmente uma mensagem, sinal, ideia ou informação
e o seu objetivo é a compreensão da parte de quem recebe. Somente ocorre quando
a pessoa que recebe compreende ou interpreta a mensagem, ideia ou informação.
Se a mensagem não chega ao destino, a comunicação não é efetiva. A palavra
comunicação envolve também o conceito de sistemas de comunicação, como o
telefone ou a televisão por exemplo. Um processo altamente subjetivo nas relações
humanas.
Para CARVALHO (2002), na perspectiva empresarial, a comunicação pode
ser caracterizada como sendo a transmissão de ideias, visando integrar um grupo de
trabalho na compreensão e execução dos objetivos da unidade.
Para CHIAVENATO (2003), seus órgãos sensoriais-receptores: visão,
audição, tato, paladar e olfato são os órgãos sensoriais receptores da informação
que provem do ambiente. Recebem as sensações que são codificadas como
percepções dos fenômenos ambientais.
Seus órgãos transmissores: a linguagem humana falada, escrita, os gestos, a
mímica, a expressão corporal etc. são transmissores de informação para o ambiente.
Seu centro de comunicação – o local de origem e de destinação de todas as
mensagens: o cérebro e o sistema nervoso não funcionam como um sistema lógico,
mas sim psicológico. A comunicação humana é contingencial, pois está submetida
ao padrão de referência de cada pessoa.
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Assim, as comunicações dentro das empresas não são perfeitas, pois são
transformadas ou alteradas ao longo do processo, o que faz com que o último elo- o
receptor da mensagem- quase sempre receba algo diferente do que foi
originalmente enviado, transformando a intenção do processo de comunicação.
2.2 PRINCIPAIS PROBLEMAS DE TRANSFORMAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
De acordo com CHIAVENATO (2003) Omissão: significa a supressão de
aspectos das mensagens, mantendo o sentido da mensagem íntegro e inalterado.
Pode ocorrer quando o receptor não tem a capacidade suficiente para captar o
conteúdo inteiro da mensagem e somente recebe ou passa o que pode captar. É
intencional quando tem capacidade, mas pretende passar apenas uma parte da
mensagem.
Distorção: significa uma alteração no sentido da mensagem em suas
passagens pelos diversos agentes do sistema. Pode ser causada pela chamada
‘percepção seletiva’ das pessoas: cada pessoa seleciona, ou inconscientemente, os
estímulos e informações que lhe interessam e passa a percebê-los seletivamente,
omitindo os demais. Pode ocorrer também devido às diferenças de interesse e de
pontos de vista. Nesse sentido, a distorção ocorre, frequentemente, tanto nas
comunicações horizontais como nas verticais (ascendentes ou descendentes),
devido aos diferentes objetivos e valores das unidades organizacionais e dos níveis
organizacionais.
Sobrecarga: ocorre quando os canais de comunicação conduzem um volume
de informação maior que a sua capacidade de processá-las. A sobrecarga provoca
omissão e contribui enormemente para a distorção.
Muitas vezes, a eficácia da comunicação pode de ser melhorada pela
repetição (redundância) e pela retroalimentação (retroação por informação). As duas
habilidades gerenciais mais importantes para melhorar a eficácia da comunicação
são: primeiro saber ouvir, isto é, captar a mensagem para codificá-la e interpretá- la
adequadamente e, segundo, saber transmitir, isto é, falar ou sinalizar a mensagem
para que ela seja corretamente interpretada por quem a receba.
Segundo PIMENTA (2010), comunicação já é difícil entre pessoas próximas,
com laços afetivos (familiares e amigos), que se predispõe (pelo menos deveriam) à
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paciência e ao cuidado com o que vai ser falado ou ouvido. Em uma empresa, onde
essas ligações entre as pessoas são mais tênues ou inexistem, a comunicação
tende a ser mais difícil ainda. Segundo um ponto de vista oposto, a neutralidade e a
racionalidade, características do ambiente empresarial, tendem a facilitar a
comunicação, uma vez que as emoções e a passionalidade, às vezes exageradas,
das relações familiares, também podem servir como empecilhos. Entretanto, há
fatores intrínsecos ás organizações que constituem barreiras à comunicação eficaz.
Segundo PIMENTA (2010) apud Megginson (1998), são eles:
Níveis organizacionais: quanto mais complexa for à estrutura, cargos
departamentos, mais distorção haverá entre a mensagem original e a que chega ao
destino final. Cada nível funciona como um filtro, modificando, acrescentando ou
retirando parte do conteúdo da mensagem;
Autoridade da administração: necessária e interage à organização, ela
dificulta uma comunicação livre e aberta. Quem possui autoridade, em geral, tenta
mostrar controle sobre a situação, esquivando-se de qualquer comunicação que
coloque em uma situação vulnerável. Por outro lado, os subordinados tendem a
manter uma aparência favorável, enviando expressar problemas, desacordos,
frustações etc.
Especialização: tende a fragmentar a organização em vários grupos com
interesses, atitudes, maneiras de ver os fatos e vocabulário próprios, o que dificulta
o intercâmbio de ideias;
Sobrecarga de informações: acontece quando se privilegia a quantidade de
informações em detrimento da qualidade, que é obtida com a seleção e a análise.
Essa sobrecarga pode confundir e até paralisar as pessoas envolvidas.
Segundo PIMENTA (2010), expressar-se por meio das palavras escritas,
redigir, é uma prática comum e necessária entre os profissionais que trabalham em
empresas.Em geral, os objetivos dessa prática são:
Obter e fornecer informações
Empreender uma ação específica;
E promover, manter ou encerrar relacionamento comercial.
Para CARVALHO (2002), um dos mais importantes acontecimentos dos
últimos tempos no mundo dos negócios tem sido a crescente preocupação dos
executivos em geral com os problemas das comunicações. Não há dúvida de que a
complexidade cada vez maior e mais intensa da civilização – do ponto de vista
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tecnológico e financeiro é outro fator decisivo no estudo do processo das
comunicações.
CARVALHO (2002) apud Chester I. Barnard, afirma que a “principal função do
gerente é estabelecer e manter um sistema de comunicações”. O desenvolvimento
administrativo das empresas e das pessoas inclui a comunicação como um
elemento-chave e de real importância para o seu funcionamento e integração.
O gerente participativo é um profissional que planeja, organiza, controla,
coordena e dirige a ação de seus auxiliares. É, pois, um elemento típico de ação
administrativa. Está voltado para dentro e para fora de seu grupo e de sua empresa.
Para dentro e para fora de si mesmo. E para que se possa constituir no dirigente
estabilizador da evolução dinâmica de sua equipe, é necessário que formule e
estabeleça um sistema eficiente e atualizado de comunicações.
Para o gerente participativo, comunicar é um processo ativo consciente de
trocar informações e ideias com a finalidade de aumentar a sua capacidade de
influenciar e tomar decisões compartilhadas.
Uma das características mais importantes que são exigidas de um gerente
dinâmico e capaz é sua habilidade em comunicar-se de forma eficiente. É fazer com
que instruções, relatórios e outros meios de comunicação sejam bem
compreendidos e as sugestões viáveis aceitas.
Considerando-se que, em termos médios, um gerente participativo gasta
cerca de 80% de seu tempo comunicando-se, torna-se necessário compreender
mais a fundo o processo de comunicação, sua dinâmica e implicações.
2.3 A APLICAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
Segundo CHIAVENATO (1994) a comunicação tem aplicação em todas as
funções administrativas, mas é particularmente importante na função de direção,
pois representa o intercâmbio de pensamento e de informações para proporcionar
compreensão mútua e confiança, além de boas relações humanas. Embora
encarada como transmissão de informação de uma pessoa para outra para criar
compreensão mútua e confiança, basicamente à comunicação é uma permuta ou
um intercâmbio de informações que precisam ser transmitidas e compreendidas
dentro da empresa.
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O sistema de comunicação envolve, no mínimo, duas pessoas ou dois
grupos: o remetente (fonte) e o recebedor (destino), isto é, o que envia a
comunicação e o que a recebe. A fonte constitui o ponto inicial e o destino o ponto
final da comunicação.
Entre eles existem mais quatro componentes do processo: a transmissão, o
canal, a recepção e o ruído. Vejamos, portanto, os seis componentes do sistema de
comunicação, são eles:
Fonte: o remetente cria uma ideia ou escolhe algum fato para comunicar. É o
que passa a ser o conteúdo da comunicação, isto é, a mensagem com um
determinado significado. O remetente organiza sua ideia ou a mensagem por meio
de uma série de símbolos, sinais ou códigos pelos quais pretende comunicar a outra
pessoa (destino). A fonte significa a pessoa, coisa ou processo que emite ou fornece
as mensagens por intermédio do sistema.
Transmissor: a mensagem é devidamente codificada e transmitida ou
remetida através de algum canal. O transmissor significa o meio, processo ou
equipamento (voz, telefone, carta etc.) que codifica e transporta a mensagem
através de algum canal até o receptor (destino) que deve recebê-la. Em princípio,
todo transmissor é um codificador de mensagem.
Canal: é o espaço intermediário situado entre o transmissor e o receptor, que
geralmente constituem dois pontos distantes.
Receptor: significa o processo ou equipamento que capta e recebe a
mensagem no canal. Para tanto, o receptor decodifica a mensagem para poder
colocá-la a disposição do destino. Em princípio, todo receptor é um decodificador de
mensagem.
Destino: significa a pessoa, coisa ou processo a quem é destinada a
mensagem no ponto final do sistema de comunicação.
Ruído: significa a perturbação indesejável que tende a deturpar e alterar, de
maneira imprevisível, as mensagens transmitidas. O conceito de ruído envolve as
perturbações internas geralmente presentes ao longo dos diversos componentes do
sistema, como é o caso de perturbações no transmissor (voz rouca ou prolação
defeituosa, telefone cruzado, carta ilegível etc.) ou no receptor (surdez, dificuldade
de leitura etc.).
Por outro lado, a palavra interferência serve para conotar uma perturbação de
origem externa ao sistema, mas que influencia negativamente o seu funcionamento
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(ambiente barulhento, interferência, escuridão etc.). Em um sistema de
comunicação, toda fonte de erros ou distorções está incluída no conceito de ruído.
Uma informação ambígua ou que induz a erro é uma informação que contém ruído.
Para CARVALHO (2002) apud Charles Sanders Peirce, o sistematizador da
semiótica ou semiologia – ciência que estuda os signos e sinais e/ou sistema de
sinais, utilizados em comunicação-, diz que o signo pode ser compreendido como
sendo: QUEM comunica. Já a maneira como a mensagem será compreendida,
gerando retorno, é de responsabilidade do receptor.
2.4 COMUNICÃO FORMAL E INFORMAL
De acordo com CHIAVENATO (1994), do ponto de vista do estilo e padrão de
fluxo organizacional, as comunicações podem ser classificadas em formais e
informais. Nas comunicações formais a mensagem é enviada, transmitida e recebida
por meio de um padrão de autoridade determinado pela hierarquia da empresa,
comumente denominado cadeia de comando. As comunicações informais ocorrem
fora dos canais formais de comunicação e por meio de formato oral ou escrito. O
sistema de comunicação informal dentro de uma empresa é geralmente denominado
“cacho de uva” pelo seu aparente crescimento e desenvolvimento casual em cadeias
de segmentos por meio de grupos sociais.
Segundo CHIAVENATO (1994), as mensagens podem ser transmitidas de
diferentes formatos. Neste sentido, as comunicações podem ser orais ou escritas.
Muitas formas de comunicação, especialmente as comunicações interpessoais, são
feitas no formato no falado ou escrito.
Para CARVALHO (2002), podem-se apontar cinco elementos essenciais em
todo o processo de comunicação empresarial: um comunicador (gerente) que
transmite (diz, instrui, orienta) mensagens (relatórios, sugestões, etc.) ao destinatário
(colaborador), a fim de influenciar seu comportamento, conforme a sua resposta
(“feedback”).
Tais elementos podem ser melhor compreendidos à luz do modelo de Harold
D. Lasswell: “quem diz o quê, por que meio, a quem e para quê?”
Os grupos de trabalho são constituídos de pessoas que interagem de forma
dinâmica e se relacionam com outros grupos de referência, dentro e fora da
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organização. Esse processo de movimento simultâneo, para acontecer com um
mínimo tolerável de desvios e atritos, e um máximo possível de integração,
depende, essencialmente, de um bem cuidado e eficiente sistema de comunicações.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante o desenvolvimento do trabalho percebeu-se que, uma organização
bem-sucedida é formada quando a eficiência na comunicação entre os
colaboradores. Ouvir e saber transmitir a mensagem são duas habilidades que
devem estar presente entre as pessoas tanto para o sucesso da empresa quanto
para promover a integração da equipe de trabalho.
Mediante as informações identificou-se que um dos mais importantes
acontecimentos dos últimos tempos no mundo dos negócios tem sido a crescente
preocupação dos executivos em geral com os problemas das comunicações. No
entanto, pode-se dizer que a comunicação é o fator principal para uma negociação
com êxito, é ela que pode definir o sucesso ou fracasso do negócio.
Entendeu-se que a participação da função administrativa, em um sistema
atualizado de comunicação, ou seja, o gerente dedicar mais tempo para esclarecer
os pontos que estão positivos e os pontos que estão negativos dentro da empresa,
pode proporcionar satisfação, compreensão, confiança e boas relações humanas
dentro do ambiente de trabalho. Conforme mencionado um gerente participativo
gasta cerca de 80% de seu tempo comunicando-se, isso significa que há maior
compreensão das atividades e tarefas que devem ser desenvolvidas por cada
colaborador para o alcance dos objetivos organizacionais.
Portanto, com base nas referências bibliográficas utilizadas como metodologia
de pesquisa a comunicação deve estar presente no cotidiano da empresa,
independente da área de atuação de cada pessoa, podendo assim evidenciar o que
é essencial para a melhoria e sucesso da mesma.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CARVALHO, Antônio Vieira de. Administração de recursos humanos, v.2- São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
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CHIAVENATO, Idalberto. Gerenciando pessoas: como transformar os gerentes em gestores de pessoas- 4. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. CHIAVENATO, Idalberto.Administração: teoria, processo e prática. São Paulo: Makron Books, 1994, 2ª edição. PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação Empresarial: conceitos e técnicas para administradores. – 7ª Edição. Campinas, SP. Editora Alínea, 2010.