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Oásis#82
Edição
MACACO GENTENovo primata tem cara humana
ISLÂNDIAA terra do gelo e dos vulcões vista do alto
LAURA CARSTENSENos velhos sãomais felizes
No corAção do BrAsil, As fotos dE YANN Arthus-BErtrANd
A TERRA VISTA DO
CÉU
oásis . AMBIENTE
AM
BIE
NT
EA TERRA VISTA DO CÉUNo coração do Brasil, as fotos de Yann Arthus-Bertrand
1/16Glaciar Perito Moreno, Patagônia, Argentina
oásis . AMBIENTE
partir de quinta-feira, dia 4 de outubro, os brasilien-ses poderão ver imagens do planeta Terra sob uma nova
perspectiva, na exposição A Terra Vista do Céu. A mostra, trazida para a capital do país pelo Grupo Caixa Seguros, será montada a céu aberto e terá visitação gra-tuita até o dia 4 de novembro, na Praça do Museu da República, coração da cidade. As 130 fotografias que compõem a exposição
A
Uma das mais belas exposições fotográficas dos últimos tempos, A Terra Vista do Céu, chega a Brasília. Público visitará gratuitamente mostra do consagrado fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, trazida pela maior empresa privada do DF
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foram clicadas pelo fotógrafo e ecologista francês Yann Arthus-Bertrand, que estará presente no lançamento. Há vinte anos, ele viaja pelos cinco continentes retratando do alto de um balão, de um helicóptero ou de um avião, paisagens inusita-das do planeta.
Cada painel terá aproximadamente três metros de altura. A ideia é revelar ao público de Brasília um planeta incrivelmente belo e, ao mesmo tempo, frágil diante da degradação causada pelas ações do homem. As crianças também terão um espaço lúdico na ex-posição. O Planisfério, um mapa mundi de 200 m2, estará disposto no chão, possibilitando aos visitantes de todas as idades uma caminhada pelo mundo e pelos principais pontos de fragilidade do planeta.
“As fotos de Yann Arthus-Bertrand são manei-ras inteligentes de sensibilizar as pessoas quanto à necessidade de proteger nossas riquezas naturais. Por isso, decidimos apoiar a divulgação desse trabalho e trazê-lo para Brasília”, afirma o presidente do Grupo Caixa Seguros, Thierry Claudon. “Assim como estamos investindo na construção de nossa sede na capital do país, queremos investir também no enriquecimento da cultura local”, complementa.
A exPosiçãoVista por mais de 120 milhões de pessoas em 110
países, esta é a segunda vez que a exposição chega a uma capital brasileira. Entre maio e junho deste ano, 1 milhão de pessoas viram a mostra no Rio de Janeiro, durante a Rio+20, evento que marcou as duas décadas de trabalho do fotógrafo, iniciado na Eco 92. “Há 20 anos, percebi que a Terra se transformava diante dos meus olhos e, então, dei vida ao projeto para sensi-bilizar os cidadãos e os dirigentes políticos sobre a questão do meio ambiente”, comenta o fotógrafo.
Durante a passagem por Brasília, Yann Arthus--Bertrand fará imagens do alto de um helicóptero de
“A ideia é revelar ao público de Brasília um planeta incrivelmente belo e, ao mesmo tempo, frágil diante da degradação”
Mina de urânio no Parque Nacional de Kakadu, Austrália
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alguns pontos da capital. As fotografias serão in-cluídas no livro da exposição, que estará disponível para o público enquanto o evento estiver na cidade. Depois de 18 de novembro, a exposição parte para São Paulo e Belo Horizonte. A mostra, produzida pela Bonfilm, também conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil, Secretaria de Cultura do DF, Museu Nacional e Biblioteca Nacional do DF.
FoTógrAFo e AmBienTAlisTAFotógrafo, jornalista e ambientalista francês,
Yann Arthus-Bertrand é presidente da Fundação Good Planet, cuja missão é a luta contra as mudanças
climáticas. Após 35 anos dedicados à arte de observar o planeta, Yann Arthus-Bertrand tem publicado mais de 60 livros com retratos feitos ao redor do mundo, sempre a bordo de helicópteros e balões. Também é autor do documentário HOME, Nosso Planeta, Nossa Casa, exibido recentemente pelo canal GNT e está lançando o filme Planète Océan.
Grupo Caixa Seguros – quinto maior grupo segurador do país, escolheu Brasília para construir sua sede. No último ano, a maior empresa privada do Distrito Federal faturou mais de R$ 7 bilhões. O Gru-po atua no mercado através de seguros, previdências, consórcios, títulos de capitalização e seguros-saúde.
Fardos de algodão na Costa do Marfim, África
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Vilarejo de Khoh Pannyi, Tailândia
eU Vi A TerrA mUDArPor YAnn ArThUs-BerTrAnD
O planeta é muitO mais bOnitO dO que eu imagi-nava. desde que cOmecei a Olhá-lO realmente, ele nãO parOu de me surpreender pOr seu esplendOr. essa beleza, que descObri através dO meu tra-balhO fOtOgráficO, transfOrmOu-me. fOi ela que fez de mim um ecOlOgista.
essa expOsiçãO nO brasil é muitO especial, pOis fOi cOm a ecO 92, cOnferência sObre O desen-vOlvimentO sustentável OcOrrida nO riO, que dei iníciO aO meu trabalhO a terra vista dO céu, há exatOs 20 anOs. vOltar aO brasil é, para mim, a OpOrtunidade de fazer um balançO das duas décadas desse trabalhO.
nOs 20 anOs que passei fOtOgrafandO a terra, eu a vi mudar. pOis O impactO dO hOmem é vistO dO céu. e durante minhas viagens e minhas pesquisas, cOnstatei que tOdOs Os especialistas e cientistas que encOntrei cOmpartilhavam a mesma preOcupaçãO. O que minhas fOtOs revelam, eles O dizem cOm númerOs, e esses númerOs sãO verdadeiramente assustadOres.
só para citar alguns exemplOs, em 20 anOs:O pib mundial aumentOu em 75%, atingindO 63 trilhões de dólares, mas ainda há um bilhãO de pessOas vivendO abaixO da linha da pObreza.
as emissões de cO2 aumentaram em 36% e atingem
oásis . AMBIENTE
Panorama da cidade de Veneza, Itália, vista do alto
30 bilhões de tOneladas pOr anO – a banquisa ártica diminuiu em 35%. mas as energias renOváveis prOgridem a uma velOcidade astrOnômica: O usO da energia sOlar cres-ceu 30.000%, pOr exemplO.
as flOrestas mundiais perderam quase 300 milhões de hectares, Ou seja, quase 13 milhões de hectares pOr anO. mas atualmente quase 6% das flOrestas sãO certificadas – e hOje, 13% das terras emersas sãO prOtegidas.O númerO de pessOas que têm acessO a fOntes aprimOradas de água pOtável, a partir de um fOrnecimentO pOr canali-zações Ou pOr pOçOs prOtegidOs, aumentOu em mais de 2 bilhões. mas 37% da pOpulaçãO mundial ainda nãO têm acessO a um sistema de saneamentO de qualidade.
pOr vOlta de 1 bilhãO de hOmens e mulheres sOfrem de des-nutriçãO enquantO O mesmO númerO sOfre de Obesidade.uma espécie de vertebradO em cada 5 cOrre riscO de extin-çãO.
em 20 anOs, Os sinais alarmantes se multiplicam. a partir de agOra, cada um deve assumir as cOnsequências dissO. cOm minhas fOtOgrafias e a fundaçãO gOOdplanet tentO sensibilizar O maiOr númerO de pessOas sObre a impOrtância dO desenvOlvimentO sustentável.
esperO que vOcê, aO Observar essas fOtOs, as mais fOrtes que tirei em 20 anOs, deixe-se transfOrmar pela beleza dO mundO cOmO eu fui transfOrmadO, e que também tenha O desejO de cOntribuir para a preservaçãO dO planeta.
tOdO mundO pOde fazer alguma cOisa. cabe a vOcê descO-brir O quê.
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oásis . AMBIENTE7/16
CORAÇÃO DE VOH EM 1990, NOVA CALEDÔNIA, FRANÇA
O manguezal, floresta semiterrestre e semiaquática, desenvolve-se nos solos lodosos tropicais expostos às alternâncias de marés. Constituído por diversas plantas halófitas (capazes de viver em solos salgados), com uma predominância de mangues, ele reveste quase 1/4 dos litorais tropicais e cobre cerca de 15 milhões de hectares no mundo. Esse meio frágil recua continuamente diante da excessiva exploração de recursos, da expansão agrícola e urbana, do desenvolvimento das criações de camarões e da poluição. Contudo, o manguezal ainda é indispensável à fauna marinha e ao equilíbrio do litoral, assim como à economia local. A Nova Caledônia, conjunto de ilhas do Pacífico que cobre 18.575km2, conta com 200km2 de um manguezal bastante baixo (8 a 10m de altura) mas muito denso, principalmente na costa oeste da Grande-Terre, ilha mais importante do arquipélago neocaledônio. No interior das terras, onde a água marinha só penetra no momento das grandes marés, a vegetação cede lugar a extensões nuas e extremamente salgadas chamadas tanne, como perto da localidade de Voh, onde a natureza desenhou essa clareira em forma de coração estilizado.As superfícies de manguezais diminuíram em 3% entre 1990 e hoje.
Fonte: PNUMA / Portal GEO Data
oásis . AMBIENTE8/16Fonte: Banco Mundial
AS NEVES DESAPARECIDAS DO KILIMANJARO, TANZÂNIA
Transformadas em lenda por Ernest Hemingway em 1938, as famosas neves eternas do Kilimanjaro, com 11.000 anos, estão a ponto de desaparecer. Desmatamento, chuvas fracas demais, aquecimento global: os cientistas se questionam sobre os motivos do desaparecimento progressivo da neve do cume mais alto da África, que tem 5.895m. Estimada em 12km2 em 1912, a superfície da geleira é reduzida hoje a 2km2. Ela não somente perdeu 80% da sua extensão, mas se afinou, perdendo até 1m de espessura. Nesse ritmo, os cientistas estimam que ela desaparecerá em meados deste século. Segundo um relatório da ONU publicado em novembro de 2006 durante a 12ª conferência internacional sobre o clima, ocorrida em Nairóbi, antes de 2025, cerca de 480 milhões de pessoas na África viverão em regiões onde não haverá água ou onde ela será seriamente limitada.O aumento das temperaturas favorece a propagação do mosquito responsável pela malária. No Quênia, a malária é a causa da morte de uma criança em cada 4.
oásis . AMBIENTE9/16
Fonte: Smithsonian / Programa Global de Vulcanismo
O VULCÃO MAELIFELL NA BEIRA DA GELEIRA MYRDALSJÖKULL, ISLÂNDIA
No sul da Islândia, esse cone vulcânico, constituído de cinzas e projeções de lava solidificadas, nasceu de uma das inúmeras erupções que ocorreram sob a calota de gelo Myrdalsjökull antes que a geleira recuasse. Nascido da geleira há 10.000 anos, o Maelifell hoje é banhado pelos rios que fluem dela. Seu cone perfeito, 200m acima da planície, é recoberto de musgos do gênero Grimmia, que proliferam sobre as lavas esfriadas e cuja cor varia do cinza prateado ao verde luminoso segundo a taxa de umidade do solo. Esse musgo faz parte das raras plantas que puderam se desenvolver no território islandês, caracterizado por certa pobreza botânica, com menos de 1.300 espécies vegetais (das quais 500 são espécies de musgos) e apenas 40% das terras cobertas por vegetação permanente. Geologicamente muito jovem, com 23 milhões de anos de existência, a Islândia, cujo nome significa literalmente “terra de gelo”, conta com mais de 200 vulcões ativos, e inúmeras geleiras que ocupam quase 1/8 da superfície da ilha.São recenseados cerca de 1.500 vulcões ativos que tiveram erupções nos últimos 10.000 anos. A cada ano, de 50 a 70 deles entram em erupção.
oásis . AMBIENTE10/16
TAPETES DE MARRAKESH, MARROCOS
Como o Egito, a Tunísia e a Argélia, o Marrocos é um importante centro de produção de tapetes. Eles são tradicionalmente tecidos em lã – símbolo de proteção e felicidade – às vezes associada à seda, ao algodão e ao pelo de camelo ou de cabra. As cores e os motivos são característicos das regiões de fabricação, e é no Alto Atlas, aos pés do qual se encontra Marrakesh, que os tons são mais quentes. Essencialmente feminina, a mão de obra conta também com crianças. Contra o trabalho infantil foi decretada uma luta nacional no Marrocos, onde quase 600.000 crianças com menos de 14 anos são obrigadas a trabalhar e privadas do acesso à educação. No mundo, 191 milhões de crianças com idades entre 5 e 14 anos trabalham, das quais 166 milhões ilegalmente e quase 74 milhões em condições perigosas. Dessas crianças, 61% são exploradas na Ásia, 30% na África e 7% na América Latina. Em 1992, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) criou o Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil, que propõe principalmente soluções econômicas com os empregadores. Ainda que raros, certificados aparecem em alguns produtos, garantindo ao consumidor que sua compra não foi confeccionada por mãos de crianças.Em 2008, estimava-se em cerca de 306 milhões de crianças, com idades entre 5 e 17 anos, economicamente ocupadas no mundo. Esse número é inferior ao de 2004 em 17 milhões.
Fonte: OIT
TSINGY DE BEMARAHA, REGIÃO DE MORONDAVA, MADAGASCAR
A insólita floresta mineral de Tsingy de Bemaraha surge a oeste de Madagascar. Essa formação geológica, chamada karst, é resultado de um processo de erosão. A acidez das chuvas dissolve pouco a pouco a pedra do planalto calcário e recorta essas arestas afiadas com altura aproximada de 30m. Na condição de reserva natural integral desde 1927 e inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 1990, esse labirinto quase impenetrável (daí seu nome, que significa em língua malgaxe “andar nas pontas dos pés”) abriga uma flora e uma fauna específicas, ainda mal inventariadas. Na “Grande Ilha”, fragmento de terra com 587.000km2 resultado da deriva dos continentes, isolada há 165 milhões de anos no oceano Índico ao largo da África Austral, desenvolveu-se uma vida animal e vegetal singular e diversificada. A flora e a fauna de Madagascar são excepcionais: 90% das 12.000 espécies vegetais e 80% das espécies animais repertoriadas na ilha não existem em nenhum outro lugar. Uma dessas espécies endêmicas, a vinca-de-madagascar (Catharanthus roseus), é usada pela indústria farmacêutica para o tratamento da leucemia. No entanto, inúmeras dessas espécies correm o risco de extinção.Entre 1999 e 2009, mais de 12.000 novas espécies de plantas e vertebrados foram descobertas, isto é, uma a cada três dias.
Fon
te:
PN
UM
A
oásis . AMBIENTE11/16
oásis . AMBIENTE12/16Fonte: PNUMA / Feely e outros, 2009
O OLHO DAS MALDIVAS, ATOL DE MALÉ NORTE, MALDIVAS
O Olho das Maldivas é um faro, formação coralina desenvolvida num suporte rochoso que cedeu com o tempo, só deixando à vista um recife anular, emerso na maré baixa e cercando uma lagoa rasa. Situado no coração do oceano Índico, o arquipélago das Maldivas culmina a 2,5m e conta com 26
atóis reunindo 1.192 ilhas, das quais cerca de 300 são habitadas de forma permanente ou sazonal. As terras emersas representam menos de 300km2. O arquipélago foi violentamente atingido pelo tsunami de 26 de dezembro de 2004, deixando 83 mortos, mais de 2.000 feridos, e cerca de 290.000 m3 de escombros, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O perímetro de algumas ilhas foi modificado, outras foram engolidas pelo
mar. De acordo com as estimativas dos peritos, o arquipélago, com 80% das terras situadas a menos de um metro acima do nível do mar, corre o risco de ser totalmente submerso. Com uma economia que depende principalmente do turismo (650.000 visitantes por ano), fazendo dele o Estado mais rico do sul da Ásia, o país recebe mais de 250 milhões de euros a cada ano. O presidente eleito no final de 2008 deseja utilizar uma parte desses fundos para comprar terras na Índia, no Sri Lanka ou na Austrália, a fim de permitir que os 380.000 maldívios se instalem. Antes de 2050, 150 milhões de pessoas poderão ser
obrigadas a sair de suas terras por causa de problemas ambientais, principalmente relacionados ao aquecimento global.O pH do oceano passou de 8,11 em 1992 a 8,06 em 2007. Esse fenômeno de acidificação é provocado pela absorção de CO2 da atmosfera.
A maioriados icebergs que deriva na baía de Baffin e no mar de Labrador provém da costa ocidental da Groenlândia. Conta-se anualmente entre 10.000 e 40.000 deles. A cada primavera e em todos os verões, no fundo dos fiordes, as geleiras reproduzem, isto é, blocos de gelo se soltam com a pressão da geleira e com a ação das ondas e das marés. Os icebergs, que, por terem esse nome (montanha de gelo), devem passar em pelo menos 5m a superfície da água, deslocam-se e encalham em função das correntes e dos ventos. Os maiores, com formas cada vez mais erodidas, levarão dois ou três anos, até mais, para chegar ao largo de Terre-Neuve no Atlântico Norte e alguns chegarão a ultrapassar o paralelo 40 N em direção ao sul. Um deles foi a razão de uma das maiores catástrofes marítimas, o naufrágio do Titanic, em 1912, que fez mais de 1.500 vítimas. A calota de gelo da Groenlândia é a maior do mundo depois da calota do continente antártico. Nascida da acumulação das neves caídas há mais de 100.000 anos, ela recobre 82% da grande ilha e sua espessura chega a atingir 3.000m em al-guns locais. Se esse gelo todo derretesse, o nível geral dos oceanos subiria de 7m. Sob o efeito do aquecimento climático, a geleira continental groenlandesa está derretendo num ritmo atual de 248km3 por ano, e estudos científicos mostram que o fenômeno vem sendo acelerado há uma década.Em 2010, 16 territórios ainda constavam na Lista dos territórios não autônomos (não-descolonizados), segundo a ONU. Não é mais o caso da Groenlândia, dependência da Dinamarca, cujos habitantes beneficiam de autonomia administrativa desde 1979.
Fon
te:
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U
ICEBERG ERODIDO NO FIORDE DE UNARTOQ, GROENLÂNDIA
oásis . AMBIENTE12/16
oásis . AMBIENTE13/16
SECAGEM DE TÂMARAS, PALMEIRAL NO SUL DO CAIRO, VALE DO NILO, EGITO
As tamareiras (Phoenix dactilyfera) só se desenvolvem em regiões áridas e quentes que dispõem de alguns recursos hídricos, como os oásis. Elas suportam grandes diferenças de temperatura e são bastante tolerantes em relação ao sal. A produção mundial de tâmaras chegou a 7 milhões
de toneladas por ano. A maior parte da colheita do Oriente Médio e do Magreb é destinada ao mercado interno de cada país, e a exportação só representa 5% da produção. O Egito, primeiro produtor mundial, colhe todo ano mais de 1,3 milhão de toneladas de tâmaras, consumidas localmente a uma razão de 15kg por pessoa e por ano, em geral conservadas de forma artesanal. Colhidas frescas, amarelas ou vermelhas de
acordo com a variedade, as tâmaras passam por um processo de triagem. Elas escurecem progressivamente ao secar ao sol, protegidas do vento e da água por muretas de terra e de galhos, e depois são guardadas em cestas de folhas de palmeiras trançadas. Apesar de o consumo direto
ser o principal, muitos produtos derivados dessa fruta (xarope, suco, farinha, massa, açúcar, vinagre ou álcool, docinhos etc.) são fabricados de forma artesanal ou industrial. E as tâmaras também são utilizadas para alimentar dromedários, cavalos, burros, entre outros.
As vendas do comércio justo representam menos de 0,1 % do comércio mundial
Fonte: ONU
oásis . AMBIENTE
CASA INUNDADA NO SUL DE DACCA, BANGLADESH
O Bangladesh é uma planície deltaica percorrida por uma vasta rede de 300 rios. De junho a setembro, quando chegam as chuvas diluvianas da monção de verão, os rios saem de seus leitos e inundam quase a metade do território. Habituada a esse ciclo natural, parte da população do país vive permanentemente sobre ilhotas fluviais efêmeras formadas de areia e lama acumuladas pelas correntes. Em 1998, 2/3 do país ficaram submersos durante muitos meses, após a maior inundação do século XX, que matou 1.300 pessoas e destruiu as casas de 31 milhões de bangladeshianos. Consequência do aquecimento global, as catástrofes climáticas são cada vez mais numerosas e, seis anos depois, novas inundações, tão devastadoras quanto as precedentes, atingiram o país. O Bangladesh é o país mais densa-mente povoado do mundo. É também um dos mais pobres e um dos mais ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas. Nas próximas décadas, milhões de
bangladeshianos poderão ser obrigados a se mudar para fugir da submersão progressiva e durável das terras devido à elevação do nível do mar. Em 2010, mais de 38 milhões de pessoas foram deslocadas por causa de catástrofes ligadas a eventos meteorológicos extremos, segundo o Centro de Monitorização de Deslocados
Internos (IDMC): nesse ano, 15 milhões de chineses e 11 milhões de paquistaneses foram expulsos de suas casas por inundações.Em 2010, mais de 38 milhões de pessoas foram deslocadas devido a catástrofes relacionadas a eventos meteorológicos extremos.
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Fonte: IDMC
oásis . AMBIENTE Fonte : Portal GEO Data PNUMA / Banco Mundial / OMC
GRANDE FONTE HIDROTERMAL PRISMÁTICA, PARQUE NACIONAL DE YELLOWSTONE, WYOMING, EUA
Situado num planalto vulcânico localizado nos estados de Montana, Idaho e Wyoming e criado em 1872, Yellowstone é o mais antigo parque nacional do mundo. Enquanto os EUA concluíam a “conquista do Oeste” e massacravam os últimos bisões, alguns tiveram a intuição de que a natureza devia ser protegida. O parque se estende por 9.000km2 e apresenta a maior concentração de fenômenos geotérmicos do globo, com
mais de 300 gêiseres e milhares de fumarolas e nascentes quentes. Com um diâmetro de 112m, a Grande Fonte Hidrotermal Prismática é a bacia termal mais vasta do parque, e a terceira do mundo em tamanho. O espectro de cores, razão do seu nome, é devido à profundidade da água em seu
centro e, na periferia da fonte, à presença de algas microscópicas cujo crescimento na água quente difere em função da temperatura. Reserva da biosfera desde 1976 e inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 1978, o parque nacional de Yellowstone recebe, em média, 3 milhões
de visitantes a cada ano. O continente norte-americano, onde estão situados os 5 sítios naturais mais frequentados no mundo, recebeu mais de 98 milhões de turistas em 2010, ou seja, mais de 10% dos 940 milhões de turistas internacionais contabilizados nesse ano. Na escala mundial, a
atividade turística representa um volume de negócios de quase 6 trilhões de dólares, ou seja, mais de 9% do PNB mundial. Mesmo representando 250 milhões de empregos, o turismo tem um impacto negativo sobre o meio ambiente, os recursos naturais e as culturas locais.
Entre 1995 e 2010, o número de turistas internacionais aumentou em 90%.
oásis . ANIMAL1/4
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MACACO GENTENovo primata tem cara humana
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m casal de pesquisadores norte-americanos, John e Te-rese Hart descobriu uma nova espécie de símios raríssimos.
Desde a descoberta, em os Hart já cataloga-ram 48 exemplares da mesma espécie.
Esses macacos (Cercophitecus loma-miensis) são chamado de lesula pelos moradores do interior profundo das florestas da República do Congo, região onde vivem. Altos cerca de 50 centímetros,
os indivíduos da espécie são magros e de anatomia alongada. Segundo seus desco-bridores, possui um caráter tranquilo e esquivo. A cara sem pelos é cercada por uma moldura de pelos longos que, segun-do os exemplares encontrados, vão da cor loura ao marrom. Isso os faz parecer ainda mais com o homem, (bem como a uma outra espécie de símio a eles aparentado, o cercopiteco de Hamlyn (Cercopithecus hamlyni)).
O lesula costuma viver sobre as árvores e também no solo. Segue uma dieta à base
U
Descobrir uma nova espécie de primatas é um evento raríssimo. na África, isso aconteceu apenas duas vezes nos últimos 28 anos. Ainda mais raro é encontrar um que – em algumas fotografias – é incrivelmente parecido com um rosto humano Fotos: John e terese hart
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de frutas e outros vegetais. Os 48 exem-plares recenseados até agora vivem numa zona de cerca 17 mil quilômetros quadrados, no interior da floresta do Congo.
Um rosto qUase hUmano
O retrato da página de abertura é o um exemplar macho, e está fazendo o giro do
mundo através da Internet. A expressão do seu olhar revela uma sensibilidade e uma inteligência quase humanas.
Apesar do número exíguo da sua popula-ção, o lesula é caçado pelos moradores da re-gião, que apreciam sua carne. Por essa razão, está seriamente ameaçado de extinção.
A 19 de setembro, o site TheCiencia TV publicou o vídeo, com narrativa em espanhol, comentando a descoberta do lesula:
oásis . TERRA12/12
oásis . TERRA
TER
RAISLÂNDIA
A terra do gelo e dos vulcões vista do alto
1/12
oásis . TERRA2/12
urante dois verões consecuti-vos, em 2009 e 2010, Sandro Santioli foi à Islândia e, a bordo de um pequeno avião,
sobrevoou o país em todas as direções à procura de imagens capazes de tirar o fôle-go. Encontrou várias. Algumas são repro-duzidas na galeria a seguir:
D
rios, vulcões, montanhas, costas rochosas, fontes termais, lava e glaciares: com suas paisagens naturais que parecem saídas de algum cenário alienígena, a islândia é uma terra que fascina. Veja esta série de imagens aéreas de paisagens islandesas realizadas pelo fotógrafo italiano sandro santioli
Fotos: sandro santioli
oásis . TERRA3/12
1 Um rio de muitos braços. Não se trata de uma árvore, e sim do
rio Hvita com suas ramificações.
oásis . TERRA4/12
2 Todas as cores da paleta. A área geotérmica de Námafjall, com gêiseres que expelem água e fumaça, piscinas de lama e minas de enxofre. Sobre a terra só se via lama e vapores. Mas no interior do pequeno avião Cessna, alugado pelo fotógrafo Santioli, as pessoas congelavam. Os ventos gélidos do norte entravam pela janelinha aberta e congelavam as mãos do fotógrafo.
oásis . TERRA5/12
3 Belo como o mármore. Os pequenos e numerosos espelhos d’água de Landeyasandur, nas imediações do lago Mitvar, no norte do país. Antes de fotografar uma área do alto, é preciso fazer um estudo prévio da sua geografia, e estar muito atento às condições do tempo.
oásis . TERRA6/12
4 A magia do rio. Trecho do rio Tungnaá, nas
colinas meridionais da Islândia. As vibrações do avião, causadas
pelas massas de ar frio que entram pela porta ou pela janela, fazem tremer a mão e a câmera,
tornando a focagem muito delicada. Sem falar da náusea
provocada pela turbulência.
oásis . TERRA7/12
5 Além das aparências. Outro ângulo do rio Tungnaá. “Meu objetivo não é retratar a realidade nas suas formas puras e simples. O que quero é transformar essa versão da realidade fazendo dela uma interpretação mais subjetiva”, diz Sandro Santioli.
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6 Dos rios às montanhas. O monte Tungnaarfjoll é um festival de cores. A Islândia apresenta mudanças contínuas na morfologia da sua paisagem.
oásis . TERRA9/12
7 Geometrias geladas. Os padrões morfológicos do glaciar Skaftarjökull são muito regulares. A palavra islandesa jökull significa “cúpula”, “calota”- e portanto, calota de gelo. Foi usada como desinência para os nomes dos glaciares, que recobrem cerca de 11% do território da Islândia.
oásis . TERRA10/12
8 Branco como o leite. A Lagoa Azul, a 39 quilômetros da capital, Reikjavik, é uma piscina térmica de águas quentes (37-39 graus centígrados) ricas de enxofre, silício e outros minerais. A imersão nessas águas é excelente medicina para uma série de moléstias da pele. Do alto, parece que os banhistas estão dentro de uma banheira gigante cheia de leite.
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9 Paisagens do outro mundo. As cores da região de Veiovotn
fazem pensar na superfície de um planeta extrassolar que acaba de
ser descoberto.
oásis . TERRA12/12
10 Água, lava e nuvens. A planície recoberta de areia negra e cinzas vulcânicas de Skeiðarár Sandur, sulcada por uma miríade de pequenos riachos, ocupa uma área de cerca 40 quilômetros de comprimento. “A luz solar permite uma melhor leitura dos detalhes, mas o céu velado ou ligeiramente enevoado permite um melhor balanço da luz diurna, distribuindo-a de maneira uniforme”, diz Sandro Matioli.
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TOLAURA
CARSTENSENOs velhos são mais felizes
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o século 20 somamos um número de anos sem prece-dentes à nossa expectativa de vida, mas será que a quali-
dade de vida é tão boa? Surpreendente-mente, sim! Em TEDxWomen a psicóloga Laura Carstensen mostra pesquisas que demonstram que, à medida que as pessoas envelhecem, tornam-se mais felizes, mais satisfeitas, e têm uma percepção mais positiva do mundo.
Laura Carstensen é diretora do Stan-ford Center on Longevity, na Califórnia, e especialista nas questões ligadas à qualida-de de vida das pessoas longevas.
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nunca antes no mundo a proporção de idosos no seio das populações foi tão alta. nesta palestra proferida para o TeD-ideas Worth spreading, a psicóloga norte-americana laura Carstensen explica por que, em nossa cultura, os idosos se sentem em geral mais felizes do que os jovensVídeo ted – tradUção para o portUgUês de thelma lethier. reVisão de isabel Villan