1. A alegria de encontrar jesus e anuncia-lo ao mundo
inteiro
2. O maior smbolo do cristo a cruz.Mas o segundo maior smbolo o
sorriso, a alegria.Porque quem fez o encontro com Jesus
feliz!2
3. 5 captulos Cada um deles vai desenhando o projeto missionrio
da Igreja atravs do Evangelho, das indicaes do Snodo dos Bispos
sobre a Nova Evangelizao e pela viso do Papa Francisco sobre as
necessidades dos homens e mulheres deste tempo.3
4. 1. 2.Alegria que se renova e comunica [2-8] A doce e
reconfortante alegria de evangelizar [910] 3.Uma eterna novidade
[11-13]A nova evangelizao para a transmisso da f [14-15] A proposta
desta Exortao e seus contornos [16-18]4
5. ...daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam
salvar por Ele so libertados do pecado, da tristeza, do vazio
interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a
alegria. Quero, com esta Exortao, dirigir-me aos fiis cristos a fim
de os convidar para uma nova etapa evangelizadora marcada por esta
alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos prximos
anos. (n 1) 5
6. Dos nmeros 2 a 8, Papa Francisco fala sobre Deus e a alegria
que dEle emana, que pode ser encontrada desde o Antigo Testamento e
que plena no Evangelho, onde, em Cristo, Deus se deixa encontrar
pela humanidade. Segundo o Papa, esse encontro com o Cristo que tem
o poder de resgatar e nos elevar.6
7. Chegamos a ser plenamente humanos, quandosomos mais do que
humanos, quando permitimos a Deus que nos conduza para alm de ns
mesmos a fim de alcanarmos o nosso ser mais verdadeiro. Aqui est a
fonte da ao evangelizadora. Porque, se algum acolheu este amor que
lhe devolve o sentido da vida, como que pode conter o desejo de o
comunicar aos outros? (n 8)7
8. Quando a Igreja faz apelo ao compromisso evangelizador, no
faz mais do que indicar aos cristos o verdadeiro dinamismo da
realizao pessoal: Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade:
A vida se alcana e amadurece medida que entregue para dar vida aos
outros. Isto , definitivamente, a misso. (n 10)8
9. Um Cristo que traz a novidade porque a novidade, que sempre
jovem e tem o que preciso para renovar a nossa vida e a vida de
nossa comunidade. Aponta que a novidade no se realiza apenas pela
nossa heroica atitude de abraar a novidade e a misso que ela
encerra, mas que DEUS quem inspira, orienta e acompanha.9
10. E a memria de Cristo e de quem j passou pelo mundo, de quem
j O encontrou, principalmente daqueles que nos apresentaram a Ele,
que nos enrazam no processo de evangelizao.O crente ,
fundamentalmente, uma pessoa que faz memria (n 13)10
11. O tema Nova Evangelizao remonta ao Vaticano II e tem eco no
Documento de Medelln - 1968. o NOVO que se RENOVA constantemente.
Recorda os trs mbitos da Nova Evangelizao: (1) a pastoral ordinria,
(2) os batizados que vivem as exigncias do batismo, (3) o anncio do
Evangelho aos que ainda no conhecem Jesus.11
12. Penso, alis, que no se deve esperar do magistrio papal uma
palavra definitiva ou completa sobre todas as questes que dizem
respeito Igreja e ao mundo. No convm que o Papa substitua os
episcopados locais no discernimento de todas as problemticas que
sobressaem nos seus territrios. Neste sentido, sinto a necessidade
de proceder a uma salutar descentralizao. (n 16)12
13. Diretrizesque o Papa Francisco trabalha na exortao: a) A
reforma da Igreja em sada missionria. b) As tentaes dos agentes
pastorais. c) A Igreja vista como a totalidade do povo de Deus que
evangeliza. d) A homilia e a sua preparao. e) A incluso social dos
pobres. f) A paz e o dilogo social. g) As motivaes espirituais para
o compromisso missionrio.13
14. De facto, todos eles ajudam a delinear um preciso estilo
evangelizador, que convido a assumir em qualquer atividade que se
realize. E, desta forma, podemos assumir, no meio do nosso trabalho
dirio, esta exortao da Palavra de Deus: Alegrai-vos sempre no
Senhor! De novo vos digo: alegrai-vos! (Fl 4, 4). (n 18)14
15. A TRANSFORMAO MISSIONRIA DA IGREJA15
16. Uma Igreja em sada [20-23]1.Pastoral em converso [25-26]2.
3. 4. 5.Primeirear, envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar
[24] Uma renovao eclesial inadivel [27-33]A partir do corao do
Evangelho [34-39] A misso que se encarna nas limitaes humanas
[40-45] Uma me de corao aberto [46-49]16
17. A Palavra de Deus carrega em si, desde o Antigo Testamento,
desde Abrao, o dinamismo da sada, que segundo o Papa, Deus quer
provocar em quem acredita. Os discpulos experimentaram, atravs da
alegria do Evangelho, esse mesmo dinamismo da sada. A Palavra tem
esse potencial e essa liberdade incontrolvel de difundir-se como a
semente lanada terra que cresce enquanto o agricultor dorme. E a
Igreja precisa aceitar essa liberdade. 17
18. Fiel ao modelo do Mestre, vital que hoje a Igreja saia para
anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as
ocasies, sem demora, sem repugnncias e sem medo. A alegria do
Evangelho para todo o povo, no se pode excluir ningum; assim foi
anunciada pelo anjo aos pastores de Belm: No temais, pois
anuncio-vos uma grande alegria, que o ser para todo o povo(Lc 2,
10). O Apocalipse fala de uma Boa-Nova de valor eterno para
anunciar aos habitantes da terra: a todas as naes, tribos, lnguas e
povos(Ap 14, 6). (n 23) 18
19. OPapa cria um neologismo: primeirear. E indica algumas
atitudes:A Igreja em sada a comunidade de discpulosmissionrios que
primeireiam, que se envolvem, que acompanham, que frutificam e
festejam. (n24) Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa! Como
consequncia, a Igreja sabe envolver-se. Jesus lavou os ps aos seus
discpulos. O Senhor envolve-Se e envolve os seus, pondo-Se de
joelhos diante dos outros para os lavar; mas, logo a seguir, diz
aos discpulos: Sereis felizes se o puserdes em prtica(Jo 13, 17).
(n 24) 19
20. O Papa cria um neologismo: primeirear. E indica algumas
atitudes: Os evangelizadores contraem assim o cheiro deovelha, e
estas escutam a sua voz. Em seguida, a comunidade evangelizadora
dispe-se a acompanhar. Acompanha a humanidade em todos os seus
processos, por mais duros e demorados que sejam. (n 24)20
21. Noignoro que hoje os documentos no suscitam o mesmo
interesse que noutras pocas, acabando rapidamente esquecidos. (n
25) Hestruturas eclesiais que podem chegar a condicionar um
dinamismo evangelizador; de igual modo, as boas estruturas servem
quando h uma vida que as anima, sustenta e avalia. Sem vida nova e
esprito evanglico autntico, sem fidelidade da Igreja prpria vocao,
toda e qualquer nova estrutura se corrompe em pouco tempo. (n 25)
21
22. Sonho com uma opo missionria capaz de transformar tudo,
para que os costumes, os estilos, os horrios, a linguagem e toda a
estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais
evangelizao do mundo atual que autopreservao. A reforma das
estruturas, que a converso pastoral exige, s se pode entender neste
sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionrias, que a
pastoral ordinria em todas as suas instncias seja mais comunicativa
e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de
sada e, assim, favorea a resposta positiva de todos aqueles a quem
Jesus oferece a sua amizade. (n 27) 22
23. A parquia presena eclesial no territrio, mbito para a
escuta da Palavra, o crescimento da vida crist, o dilogo, o anncio,
a caridade generosa, a adorao e a celebrao. Atravs de todas as suas
atividades, a parquia incentiva e forma os seus membros para serem
agentes da evangelizao. comunidade de comunidades, santurio onde os
sedentos vo beber para continuarem a caminhar, e centro de
constante envio missionrio. (n 28) 23
24. Dado que sou chamado a viver aquilo que peo aos outros,
devo pensar tambm numa converso do papado. Compete-me, como Bispo
de Roma, permanecer aberto s sugestes tendentes a um exerccio do
meu ministrio que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo
pretendeu dar-lhe e s necessidades atuais da evangelizao. (n
32)24
25. A pastoral em chave missionria exige o abandono deste cmodo
critrio pastoral: fezse sempre assim. Convido todos a serem ousados
e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as estruturas, o
estilo e os mtodos evangelizadores das respectivas comunidades. (n
33)25
26. No mundo atual, com a velocidade das comunicaes e a seleo
interessada dos contedos feita pelos mass media, a mensagem que
anunciamos corre mais do que nunca o risco de aparecer mutilada e
reduzida a alguns dos seus aspectos secundrios. Consequentemente,
algumas questes que fazem parte da doutrina moral da Igreja ficam
fora do contexto que lhes d sentido.26
27. O problema maior ocorre quando a mensagem que anunciamos
parece ento identificada com tais aspectos secundrios, que, apesar
de serem relevantes, por si sozinhos no manifestam o corao da
mensagem de Jesus Cristo. Portanto, convm ser realistas e no dar
por suposto que os nossos interlocutores conhecem o horizonte
completo daquilo que dizemos ou que eles podem relacionar o nosso
discurso com o ncleo essencial do Evangelho que lhe confere
sentido, beleza e fascnio. (n 34) 27
28. No seu constante discernimento, a Igreja pode chegar tambm
a reconhecer costumes prprios no diretamente ligados ao ncleo do
Evangelho, alguns muito radicados no curso da histria, que hoje j
no so interpretados da mesma maneira e cuja mensagem habitualmente
no percebida de modo adequado. Podem at ser belos, mas agora no
prestam o mesmo servio transmisso do Evangelho. No tenhamos medo de
os rever! (n 43)28
29. Da mesma forma, h normas ou preceitos eclesiais que podem
ter sido muito eficazes noutras pocas, mas j no tm a mesma fora
educativa como canais de vida. So Toms de Aquino sublinhava que os
preceitos dados por Cristo e pelos Apstolos ao povo de Deus so
pouqussimos. E, citando Santo Agostinho, observava que os preceitos
adicionados posteriormente pela Igreja se devem exigir com moderao,
para no tornar pesada a vida aos fiis nem transformar a nossa
religio numa escravido, quando a misericrdia de Deus quis que fosse
livre.29
30. Esta advertncia, feita h vrios sculos, tem uma atualidade
tremenda. Deveria ser um dos critrios a considerar, quando se pensa
numa reforma da Igreja e da sua pregao que permita realmente chegar
a todos. (n 43)30
31. Vemos assim que o compromisso evangelizador se move por
entre as limitaes da linguagem e das circunstncias. Procura
comunicar cada vez melhor a verdade do Evangelho num contexto
determinado, sem renunciar verdade, ao bem e luz que pode dar
quando a perfeio no possvel. Um corao missionrio est consciente
destas limitaes, fazendo-se fraco com os fracos (...) e tudo para
todos(1 Cor 9, 22). (n 45) 31
32. A Igreja em sada uma Igreja com as portas abertas. Sair em
direo aos outros para chegar s periferias humanas no significa
correr pelo mundo sem direo nem sentido. (n 46)32
33. A Igreja chamada a ser sempre a casa aberta do Pai. Um dos
sinais concretos desta abertura ter, por todo o lado, igrejas com
as portas abertas. Assim, se algum quiser seguir uma moo do Esprito
e se aproximar procura de Deus, no esbarrar com a frieza duma porta
fechada. Mas h outras portas que tambm no se devem fechar: todos
podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem
fazer parte da comunidade, e nem sequer as portas dos sacramentos
se deveriam fechar por uma razo qualquer. 33
34. Isto vale, sobretudo, quando se trata daquele sacramento
que a porta: o Batismo. A Eucaristia, embora constitua a plenitude
da vida sacramental, no um prmio para os perfeitos, mas um remdio
generoso e um alimento para os fracos. Estas convices tm tambm
consequncias pastorais, que somos chamados a considerar com
prudncia e audcia. Muitas vezes agimos como controladores da graa e
no como facilitadores. Mas a Igreja no uma alfndega; a casa
paterna, onde h lugar para todos com a sua vida fadigosa. (n
47)34
35. No quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que
acaba presa num emaranhado de obsesses e procedimentos. (n
49)35
36. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo
de nos encerrarmos nas estruturas que nos do uma falsa proteo, nas
normas que nos transformam em juzes implacveis, nos hbitos em que
nos sentimos tranquilos, enquanto l fora h uma multido faminta e
Jesus repete-nos sem cessar: Dailhes vs mesmos de comer (Mc 6,
37).(n 49)36
37. A TRANSFORMAO MISSIONRIA DA IGREJA37
38. Alguns desafios do mundo atual [52]1. No a uma economia da
excluso [53-54] No nova idolatria do dinheiro [55-56] No a um
dinheiro que governa em vez de servir [57-58] No desigualdade
social que gera violncia [59-60] Alguns desafios culturais [61-67]
Desafios da inculturao da f [68-70] Desafios das culturas urbanas
[71-75]38
39. Tentaes dos agentes pastorais [76-77]2. Sim ao desafio duma
espiritualidade missionria [78-80] No ao desnimo egosta [81-83] No
ao pessimismo estril [84-86] Sim s relaes novas geradas por Jesus
Cristo [87-92] No ao mundanismo espiritual [93-97] No guerra entre
ns [98-101] Outros desafios eclesiais [102-109]39
40. Nesta Exortao, pretendo debruar-me, brevemente e numa
perspectiva pastoral, apenas sobre alguns aspectos da realidade que
podem deter ou enfraquecer os dinamismos de renovao missionria da
Igreja, seja porque afetam a vida e a dignidade do povo de Deus,
seja porque incidem sobre os sujeitos que mais diretamente
participam nas instituies eclesiais e nas tarefas de evangelizao.
(n 51)40
41. A famlia atravessa uma crise cultural profunda, como todas
as comunidades e vnculos sociais. No caso da famlia, a fragilidade
dos vnculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da
clula bsica da sociedade, o espao onde se aprende a conviver na
diferena e a pertencer aos outros e onde os pais transmitem a f aos
seus filhos. O matrimnio tende a ser visto como mera forma de
gratificao afetiva, que se pode constituir de qualquer maneira e
modificar-se de acordo com a sensibilidade de cada um. Mas a
contribuio indispensvel do matrimnio sociedade supera o nvel da
afetividade e o das necessidades ocasionais do casal. Como ensinam
os Bispos franceses, no provm do sentimento amoroso, efmero por
definio, mas da profundidade do compromisso assumido pelos esposos
que aceitam entrar numa unio de vida total. (n 66)41
42. Hoje nota-se em muitos agentes pastorais, mesmo pessoas
consagradas, uma preocupao exacerbada pelos espaos pessoais de
autonomia e relaxamento, que leva a viver os prprios deveres como
mero apndice da vida, como se no fizessem parte da prpria
identidade. Ao mesmo tempo, a vida espiritual confunde-se com
alguns momentos religiosos que proporcionam algum alvio, mas no
alimentam o encontro com os outros, o compromisso no mundo, a paixo
pela evangelizao. Assim, possvel notar em muitos agentes
evangelizadores no obstante rezem uma acentuao do individualismo,
uma crise de identidade e um declnio do fervor. So trs males que se
alimentam entre si. (n 78) 42
43. Papa Francisco toca algumas situaes que envolvem leigos e
sacerdotes: fuga do compromisso, preservao da autonomia pessoal,
desnimo paralisador e egosta, atividades mal vividas e
desmotivadas, desejo de resultados imediatos. Assim se gera a maior
ameaa, que o pragmatismo cinzento da vida quotidiana da Igreja, no
qual aparentemente tudo procede dentro da normalidade, mas na
realidade a f vai-se deteriorando e degenerando na mesquinhez.
43
44. Desenvolve-se a psicologia do tmulo, que pouco a pouco
transforma os cristos em mmias de museu. Desiludidos com a
realidade, com a Igreja ou consigo mesmos, vivem constantemente
tentados a apegar-se a uma tristeza melosa, sem esperana, que se
apodera do corao como o mais precioso elixir do demnio. Chamados
para iluminar e comunicar vida, acabam por se deixar cativar por
coisas que s geram escurido e cansao interior e corroem o dinamismo
apostlico. Por tudo isto, permiti que insista: No deixemos que nos
roubem a alegria da evangelizao! (n 83)44
45. A alegria do Evangelho tal que nada eningum nos poder
tir-la (cf. Jo 16, 22). Os males do nosso mundo e os da Igreja no
deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o
nosso ardor. Vejamo-los como desafios para crescer. Alm disso, o
olhar crente capaz de reconhecer a luz que o Esprito Santo sempre
irradia no meio da escurido, sem esquecer que, onde abundou o
pecado, superabundou a graa (Rm 5, 20). (n 84)45
46. Uma das tentaes mais srias que sufoca o fervor e a ousadia
a sensao de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e
desencantados com cara de vinagre. (n 85)46
47. Assim, as maiores possibilidades de comunicao traduzir-se-o
em novas oportunidades de encontro e solidariedade entre todos.
Como seria bom, salutar, libertador, esperanoso, se pudssemos
trilhar este caminho! Sair de si mesmo para se unir aos outros faz
bem. Fechar-se em si mesmo provar o veneno amargo da imanncia, e a
humanidade perder com cada opo egosta que fizermos. (n 87)47
48. Mais do que o atesmo, o desafio que hoje se nos apresenta
responder adequadamente sede de Deus de muitas pessoas, para que no
tenham de ir apag-la com propostas alienantes ou com um Jesus
Cristo sem carne e sem compromisso com o outro. (n 89)48
49. Aqui o Papa chega a falar em Neopelagianismo
autorreferencial e prometeuco confiar demasiadamente em suas
prprias foras, tornando-se superior aos outros. Fala de um trabalho
superficial, elitista, exibicionista, carregado de ego e de mostrar
um eu que esconde Jesus e sua Boa Nova. Mais importante o que
realizo e no o que prego.49
50. Este obscuro mundanismo manifesta-se em muitas atitudes,
(...). Nalguns, h um cuidado exibicionista da liturgia, da doutrina
e do prestgio da Igreja, mas no se preocupam que o Evangelho
adquira uma real insero no povo fiel de Deus e nas necessidades
concretas da histria. (...) Noutros, o prprio mundanismo espiritual
esconde-se por detrs do fascnio de poder mostrar conquistas sociais
e polticas, ou numa vanglria ligada gesto de assuntos prticos, ou
numa atrao pelas dinmicas de autoestima e de realizao
autorreferencial. Tambm se pode traduzir em vrias formas de se
apresentar a si mesmo envolvido numa densa vida social cheia de
viagens, reunies, jantares, recepes. Ou ento desdobra-se num
funcionalismo empresarial, carregado de estatsticas, planificaes e
avaliaes, onde o principal beneficirio no o povo de Deus mas a
Igreja como organizao. Em qualquer um dos casos, no traz o selo de
Cristo encarnado, crucificado e ressuscitado, encerra-se em grupos
de elite, no sai realmente procura dos que andam perdidos nem das
imensas multides sedentas de Cristo. J no h ardor evanglico, mas o
gozo esprio duma autocomplacncia egocntrica. (n 95)50
51. Neste contexto, alimenta-se a vanglria de quantosse
contentam com ter algum poder e preferem ser generais de exrcitos
derrotados antes que simples soldados dum batalho que continua a
lutar. Quantas vezes sonhamos planos apostlicos expansionistas,
meticulosos e bem traados, tpicos de generais derrotados! (n 96) E
fala em um deveriaquesmo.51
52. Peamos ao Senhor que nos faa compreender a leido amor. Que
bom termos esta lei! Como nos faz bem, apesar de tudo amar-nos uns
aos outros! Sim, apesar de tudo! A cada um de ns dirigida a exortao
de Paulo: No te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem
(Rm 12, 21). E ainda: No nos cansemos de fazer o bem (Gal 6, 9). (n
99)52
53. A situao do laicato, a ao das mulheres dentro da Igreja e
as possibilidades que lhes so abertas e a iluso que se coloca, a
pastoral juvenil (Pastoral da Juventude), a escassez de sacerdotes
em muitas partes.53
54. O anncio do Evangelho54
55. 1.Todo o povo de Deus anuncia o Evangelho [111] Um povo
para todos [112-114] Um povo com muitos rostos [115-118] Todos
somos discpulos missionrios [119-121] A fora evangelizadora da
piedade popular [122126] De pessoa a pessoa [127-129] Carismas ao
servio da comunho evangelizadora [130-131] Cultura, pensamento e
educao [132-134]55
56. A homilia [135-136]2. O contexto litrgico [137-138] A
conversa da me [139-141] Palavras que abrasam os coraes [142-144]A
preparao da pregao [145]3. O culto da verdade [146-148] A
personalizao da Palavra [148-151] A leitura espiritual [152-153]
escuta do povo [154-155] Recursos pedaggicos [156-159]56
57. 4.Uma evangelizao para o aprofundamento do querigma
[160-162] Uma catequese querigmtica e mistaggica [163-168] O
acompanhamento pessoal dos processos de crescimento [169-173] Ao
redor da Palavra de Deus [174-175]57
58. Cada cristo missionrio na medida em que se encontrou com o
amor de Deus em Cristo Jesus; no digamos mais que somos discpulos e
missionrios, mas sempre que somos discpulos missionrios. Se no
estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discpulos,
que logo depois de terem conhecido o olhar de Jesus, saram
proclamando cheios de alegria: Encontrmos o Messias(Jo 1, 41). A
Samaritana, logo que terminou o seu dilogo com Jesus, tornou-se
missionria, e muitos samaritanos acreditaram em Jesus devido s
palavras da mulher(Jo 4, 39). Tambm So Paulo, depois do seu
encontro com Jesus Cristo, comeou imediatamente a proclamar () que
Jesus era o Filho de Deus(At 9, 20). Porque esperamos ns? (n
120)58
59. Hoje que a Igreja deseja viver uma profunda renovao
missionria, h uma forma de pregao que nos compete a todos como
tarefa diria: cada um levar o Evangelho s pessoas com quem se
encontra, tanto aos mais ntimos como aos desconhecidos. a pregao
informal que se pode realizar durante uma conversa, e tambm a que
realiza um missionrio quando visita um lar. Ser discpulo significa
ter a disposio permanente de levar aos outros o amor de Jesus; e
isto sucede espontaneamente em qualquer lugar: na rua, na praa, no
trabalho, num caminho. (n 127)59
60. A homilia o ponto de comparao para avaliar a proximidade e
a capacidade de encontro de um Pastor com o seu povo. De fato,
sabemos que os fiis lhe do muita importncia; e, muitas vezes, tanto
eles como os prprios ministros ordenados sofrem: uns a ouvir e os
outros a pregar. triste que assim seja. A homilia pode ser,
realmente, uma experincia intensa e feliz do Esprito, um consolador
encontro com a Palavra, uma fonte constante de renovao e
crescimento. (n 135) 60
61. A preparao da pregao uma tarefa to importante que convm
dedicar-lhe um tempo longo de estudo, orao, reflexo e criatividade
pastoral. (...)Alguns procos sustentam frequentemente que isto no
possvel por causa de tantas incumbncias que devem desempenhar;
todavia atrevo-me a pedir que todas as semanas se dedique a esta
tarefa um tempo pessoal e comunitrio suficientemente longo, mesmo
que se tenha de dar menos tempo a outras tarefas tambm importantes.
A confiana no Esprito Santo que atua na pregao no meramente
passiva, mas ativa e criativa. (...) Um pregador que no se prepara
no espiritual: desonesto e irresponsvel quanto aos dons que
recebeu. (n 145) 61
62. No se deve pensar que, na catequese, o querigma deixado de
lado em favor duma formao supostamente mais slida. Nada h de mais
slido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sbio que
esse anncio. Toda a formao crist , primariamente, o aprofundamento
do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que
nunca deixa de iluminar a tarefa catequtica, e permite compreender
adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na
catequese. o anncio que d resposta ao anseio de infinito que existe
em todo o corao humano. (n 165)62
63. A dimenso social da evangelizao63
64. 1.As repercusses comunitrias e sociais do querigma
[177]Confisso da f e compromisso social [178-179] O Reino que nos
chama [180-181] A doutrina da Igreja sobre as questes sociais
[182-185] 2.A incluso social dos pobres [186]Unidos a Deus, ouvimos
um clamor [187-192] Fidelidade ao Evangelho, para no correr em vo
[193196] O lugar privilegiado dos pobres no povo de Deus [197201]
Economia e distribuio das entradas [202-208] Cuidar da fragilidade
[209-216]64
65. 3.O bem comum e a paz social [217-221]O tempo superior ao
espao [222-225] A unidade prevalece sobre o conflito [226-230] A
realidade mais importante do que a ideia [231-233] O todo superior
parte [234-237] 4.O dilogo social como contribuio para a paz
[238-241]O dilogo entre a f, a razo e as cincias [242-243] O dilogo
ecumnico [244-246] As relaes com o Judasmo [247-249] O dilogo
inter-religioso [250-254] O dilogo social num contexto de liberdade
religiosa [255-258]65
66. Confessar um Pai que ama infinitamente cada ser humano
implica descobrir que assim lhe confere uma dignidade infinita.
Confessar que o Filho de Deus assumiu a nossa carne humana
significa que cada pessoa humana foi elevada at ao prprio corao de
Deus. Confessar que Jesus deu o seu sangue por ns impede-nos de ter
qualquer dvida acerca do amor sem limites que enobrece todo o ser
humano. A sua redeno tem um sentido social, porque Deus, em Cristo,
no redime somente a pessoa individual, mas tambm as relaes sociais
entre os homens. Confessar que o Esprito Santo atua em todos
implica reconhecer que Ele procura permear toda a situao humana e
todos os vnculos sociais: O Esprito Santo possui uma inventiva
infinita, prpria da mente divina, que sabe prover a desfazer os ns
das vicissitudes humanas mais complexas e impenetrveis. (n
178)66
67. Ao lermos as Escrituras, fica bem claro que a proposta do
Evangelho no consiste s numa relao pessoal com Deus. (...) A
proposta o Reino de Deus (cf. Lc 4, 43); trata-se de amar a Deus,
que reina no mundo. (...) Por isso, tanto o anncio como a
experincia crist tendem a provocar consequncias sociais. Procuremos
o seu Reino: Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justia, e
tudo o mais se vos dar por acrscimo (Mt 6, 33). O projeto de Jesus
instaurar o Reino de seu Pai; por isso, pede aos seus discpulos:
Proclamai que o Reino do Cu est perto (Mt 10, 7). (n 180)67
68. Aqui no o momento para explanar todas as graves questes
sociais que afetam o mundo atual, algumas das quais j comentei no
terceiro captulo. Este no um documento social e, para nos ajudar a
refletir sobre estes vrios temas, temos um instrumento muito
apropriado no Compndio da Doutrina Social da Igreja, cujo uso e
estudo vivamente recomendo. (n 184)68
69. No corao de Deus, ocupam lugar preferencial os pobres,
tanto que at Ele mesmo Se fez pobre (2 Cor 8, 9). Todo o caminho da
nossa redeno est assinalado pelos pobres. Esta salvao veio a ns,
atravs do sim duma jovem humilde, duma pequena povoao perdida na
periferia dum grande imprio. O Salvador nasceu num prespio, entre
animais, como sucedia com os filhos dos mais pobres; foi
apresentado no Templo, juntamente com dois pombinhos, a oferta de
quem no podia permitir-se pagar um cordeiro (cf. Lc 2, 24; Lv 5,
7); cresceu num lar de simples trabalhadores, e trabalhou com suas
mos para ganhar o po. Quando comeou a anunciar o Reino, seguiam-No
multides de deserdados, pondo assim em evidncia o que Ele mesmo
dissera: O Esprito do Senhor est sobre Mim, porque Me ungiu para
anunciar a Boa-Nova aos pobres (Lc 4, 18). A quantos sentiam o peso
do sofrimento, acabrunhados pela pobreza, assegurou que Deus os
tinha no mago do seu corao: Felizes vs, os pobres, porque vosso o
Reino de Deus (Lc 6, 20); e com eles Se identificou: Tive fome e
destes-Me de comer, ensinando que a misericrdia para com eles a
chave do Cu (cf. Mt 25, 34-40). (n 197) 69
70. Evangelizadores com Esprito70
71. 1.Motivaes para um renovado impulso missionrio [262-263] O
encontro pessoal com o amor de Jesus que nos salva [264-267] O
prazer espiritual de ser povo [268-274] A ao misteriosa do
Ressuscitado e do seu Esprito [275280] A fora missionria da
intercesso [281-283]2.Maria, a Me da evangelizao [284] O dom de
Jesus ao seu povo [285-286] A Estrela da nova evangelizao
[287-288]71
72. Evangelizadores com esprito quer dizer evangelizadores que
se abrem sem medo ao do Esprito Santo. No Pentecostes, o Esprito
faz os Apstolos sarem de si mesmos e transforma-os em anunciadores
das maravilhas de Deus, que cada um comea a entender na prpria
lngua. Alm disso, o Esprito Santo infunde a fora para anunciar a
novidade do Evangelho com ousadia (parresia), em voz alta e em todo
o tempo e lugar, mesmo contra-corrente. (n 259) 72
73. Evangelizadores com esprito quer dizer evangelizadores que
rezam e trabalham. Do ponto de vista da evangelizao, no servem as
propostas msticas desprovidas de um vigoroso compromisso social e
missionrio, nem os discursos e aes sociais e pastorais sem uma
espiritualidade que transforme o corao. Estas propostas parciais e
desagregadoras alcanam s pequenos grupos e no tm fora de ampla
penetrao, porque mutilam o Evangelho. preciso cultivar sempre um
espao interior que d sentido cristo ao compromisso e atividade. (n
262)73
74. A Palavra de Deus convida-nos tambm a reconhecer que somos
povo: Vs que outrora no reis um povo, agora sois povo de Deus (1 Pd
2, 10). Para ser evangelizadores com esprito preciso tambm
desenvolver o prazer espiritual de estar prximo da vida das
pessoas, at chegar a descobrir que isto se torna fonte duma alegria
superior. A misso uma paixo por Jesus, e simultaneamente uma paixo
pelo seu povo. (n 268) 74
75. O prprio Jesus o modelo desta opo evangelizadora que nos
introduz no corao do povo. Como nos faz bem v-Lo perto de todos! Se
falava com algum, fitava os seus olhos com uma profunda solicitude
cheia de amor: Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeio por ele
(Mc 10, 21). Vemo-Lo disponvel ao encontro, quando manda
aproximar-se o cego do caminho (cf. Mc 10, 46-52) e quando come e
bebe com os pecadores (cf. Mc 2, 16), sem Se importar que O chamem
de gluto e beberro (cf. Mt 11, 19). Vemo-Lo disponvel, quando deixa
uma prostituta ungir-Lhe os ps (cf. Lc 7, 36-50) ou quando recebe,
de noite, Nicodemos (cf. Jo 3, 1-21). A entrega de Jesus na cruz
apenas o culminar deste estilo que marcou toda a sua vida. (n 269)
75
76. Fascinados por este modelo, queremos inserirnos a fundo na
sociedade, partilhamos a vida com todos, ouvimos as suas
preocupaes, colaboramos material e espiritualmente nas suas
necessidades, alegramo-nos com os que esto alegres, choramos com os
que choram e comprometemo-nos na construo de um mundo novo, lado a
lado com os outros. Mas no por obrigao, nem como um peso que nos
desgasta, mas como uma opo pessoal que nos enche de alegria e nos d
uma identidade. (n 269)76
77. Juntamente com o Esprito Santo, sempre est Maria no meio do
povo. Ela reunia os discpulos para O invocarem (At 1, 14), e assim
tornou possvel a exploso missionria que se deu no Pentecostes. Ela
a Me da Igreja evangelizadora e, sem Ela, no podemos compreender
cabalmente o esprito da nova evangelizao. (n 284)77
78. Maria aquela que sabe transformar um curral de animais na
casa de Jesus, com uns pobres paninhos e uma montanha de ternura.
Ela a serva humilde do Pai, que transborda de alegria no louvor. a
amiga sempre solcita para que no falte o vinho na nossa vida.
aquela que tem o corao trespassado pela espada, que compreende
todas as penas. Como Me de todos, sinal de esperana para os povos
que sofrem as dores do parto at que germine a justia. Ela a
missionria que Se aproxima de ns, para nos acompanhar ao longo da
vida, abrindo os coraes f com o seu afecto materno. (n 286)78
79. 79
80. Virgem e Me Maria, Vs que, movida pelo Esprito, acolhestes
o Verbo da vida na profundidade da vossa f humilde, totalmente
entregue ao Eterno, ajudai-nos a dizer o nosso sim perante a
urgncia, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova
de Jesus.80
81. Vs, cheia da presena de Cristo, levastes a alegria a Joo o
Baptista, fazendo-o exultar no seio de sua me. Vs, estremecendo de
alegria, cantastes as maravilhas do Senhor. Vs, que permanecestes
firme diante da Cruz com uma f inabalvel, e recebestes a jubilosa
consolao da ressurreio, reunistes os discpulos espera do Esprito
para que nascesse a Igreja evangelizadora.81
82. Alcanai-nos agora um novo ardor de ressuscitados para levar
a todos o Evangelho da vida que vence a morte. Dai-nos a santa
ousadia de buscar novos caminhos para que chegue a todos o dom da
beleza que no se apaga.82
83. Vs, Virgem da escuta e da contemplao, Me do amor, esposa
das npcias eternas intercedei pela Igreja, da qual sois o cone
purssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha na sua paixo
por instaurar o Reino.83
84. Estrela da nova evangelizao, ajudai-nos a refulgir com o
testemunho da comunho, do servio, da f ardente e generosa, da
justia e do amor aos pobres, para que a alegria do Evangelho chegue
at aos confins da terra e nenhuma periferia fique privada da sua
luz.84
85. Me do Evangelho vivente, manancial de alegria para os
pequeninos, rogai por ns. Amm. Aleluia!85