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THAIS SALOMÃO
A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM:
A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Londrina 2015
THAIS SALOMÃO
A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM:
A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profª. Doutoranda Mari Clair
Moro Nascimento.
Londrina 2015
THAIS SALOMÃO
A AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: A CONCEPÇÃO DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________ Orientadora: Profª. Doutoranda Mari Clair Moro
Nascimento Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________ Profª. Ms. Rejane Christine de Barros Palma
Universidade Estadual de Londrina - UEL
____________________________________ Profª. Dra. Sandra Aparecida Pires Franco Universidade Estadual de Londrina - UEL
Londrina, _____de ___________de _____.
AGRADECIMENTOS
À Deus
Por tudo e por guiar sempre o meu caminho.
À minha família e aos meus pais
Por estarmos juntos nos momentos de dificuldades, de superações dos desafios e de realizações.
Obrigada pelo amor, carinho, companheirismo, ensinamentos e por tudo!
À minha orientadora e professora Mari Clair
Pelos ensinamentos, esclarecimentos, amizade, dedicação e competência na construção e concretização deste
trabalho. Obrigada por tudo!
Aos professores
Por compartilhar comigo os conhecimentos e experiências.
Aos colegas
Pelos momentos vividos nestes quatro anos e meio de universidade.
Ao colégio pesquisado
Por abrir as portas da instituição escolar para a realização deste trabalho.
Aos alunos participantes deste estudo
Que participaram e contribuíram com a realização deste trabalho.
A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem
diferentemente porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar, então é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua
comunidade, sua família, seus sonhos...) é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender.
Paulo Freire
SALOMÃO, Thais. A avaliação no processo de ensino e aprendizagem: a concepção de alunos do Ensino Médio. 2015. 71 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2015.
RESUMO
A avaliação se faz presente no contexto escolar, em que deve ser considerada como processual no ensino e aprendizagem. E para atingir o objetivo maior deste estudo que é compreender a concepção da avaliação da aprendizagem de alunos que cursam o Ensino Médio, foi realizada uma pesquisa que envolveu a participação de vinte e nove alunos que cursam o Ensino Médio em um Colégio Público localizado na cidade de Bela Vista do Paraíso – Paraná. A pesquisa esteve embasada nos fundamentos da abordagem qualitativa e para a coleta de dados utilizou-se a aplicação do questionário com perguntas abertas, o qual possibilitou ao aluno participante desta pesquisa descrever a sua concepção sobre a avaliação da aprendizagem. A análise dos dados buscou respaldo nos fundamentos da análise de conteúdo, destacando a compreensão e a interpretação reflexiva e crítica das informações acerca das concepções e dos significados da avaliação da aprendizagem para alguns alunos do Ensino Médio relacionada com o referencial teórico deste estudo. Por meio dos resultados e do referencial teórico utilizado neste trabalho conclui-se que os alunos apresentaram os mais variados sentidos à avaliação da aprendizagem. Apesar de ressaltarem que a avaliação na perspectiva formativa se faz presente no processo de ensino e aprendizagem, por meio da diversificação dos instrumentos avaliativos, a maneira como o professor age no processo educativo também contribui para que os alunos aprendam os saberes; prevalece entre eles a concepção da avaliação classificatória, em que, a maioria dos alunos acaba realçando em primeira instância o aspecto quantitativo (nota e o resultado) e deixando em um segundo plano, a reflexão sobre o processo de aprendizagem. Palavras-chave: Avaliação da aprendizagem. Processo. Concepção de avaliação. Aluno. Ensino e aprendizagem.
SALOMÃO, Thais. The assessment in the teaching and learning: the concept of high school students. 2015. 71 p. Work Completion of course (Diploma in Education) - University of Londrina, Londrina, 2015.
ABSTRACT
The evaluation is present in the school context, it should be regarded as procedural in teaching and learning. And to achieve the ultimate goal of this study is to understand the conception of learning evaluation of students who attend a high school diploma, a search that involved the participation of twenty-nine students who attend high school in a public school located in the city was carried out Bela Vista do Paraiso - Paraná. The research was grounded in the fundamentals of qualitative approach to data collection was used the questionnaire with open questions, which enabled the students participating in this study describe their conception of learning evaluation. Data analysis sought support in the fundamentals of content analysis, highlighting the understanding and reflective and critical interpretation of the information about the concepts and learning evaluation of meanings for some high school students related to the theoretical framework of this study. By the results and the theoretical framework used in this study it was concluded that the students had the most varied ways to assess learning. Although they bounce the evaluation in formative perspective is present in the process of teaching and learning, through the diversification of evaluation tools, the way the teacher acts in the educational process also helps students to learn the knowledge; prevails among them the design of the classification assessment, where, most students end up enhancing in the first instance the quantitative aspect (score and result) and leaving in the background, the reflection on the learning process.
Key words: Learning assessment. Process. Evaluation design. Student. Teaching and learning.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – O que você entende por avaliação da aprendizagem? .......................... 43
Quadro 2 – Quais instrumentos avaliativos seus professores utilizam para
avaliar a sua aprendizagem? ............................................................... 45
Quadro 3 – - Como você acha que deveria ser avaliada a sua aprendizagem? ...... 46
Quadro 4 – A avaliação da aprendizagem efetivada por seus professores te
ajuda a aprender? ................................................................................ 49
Quadro 5 – Você vivenciou alguma prática avaliativa de seus professores que te
ajudaram a aprender, conte o que ele fez e o que você aprendeu ........ 51
Quadro 6– O que você faz quando recebe um instrumento avaliativo
corrigido pelo seu professor? Por quê? .................................................. 54
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 9
SEÇÃO 1 – METODOLOGIA: O CAMINHO PERCORRIDO .................. 13
1.1 A PESQUISA QUALITATIVA ........................................................................... 13
1.2 COLETA DE DADOS ..................................................................................... 15
1.3 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................. 17
SEÇÃO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: DESVENDANDO
SENTIDOS ................................................................................................................ 20
2.1 AVALIAR É .................................................................................................. 20
2.2 AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA CLASSIFICATÓRIA ............................................. 27
2.3 AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA FORMATIVA ..................................................... 31
SEÇÃO 3 - ANÁLISE DOS DADOS: AS VOZES DOS SUJEITOS
PROTAGONISTAS.. ................................................................................................. 43
SEÇÃO 4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS: TEORIAS E REPERCUSSÕES
NAS VOZES DOS SUJEITOS PROTAGONISTAS .................................................. 56
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 60
APÊNDICES............................................................................................. 68
APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido ................... 69
APÊNDICE B – Roteiro para o questionário ............................................. 70
9
INTRODUÇÃO
O interesse por esta pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
com o título “A avaliação no processo de ensino e aprendizagem: a concepção de
alunos do Ensino Médio” surgiu por meio do estudo da Disciplina: “Didática:
Avaliação e Ensino” no ano de 2012 durante o primeiro semestre do 2º ano do curso
de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) que instigou a
compreender acerca da diferença entre a avaliação e a prova, visto que não
apresentam o mesmo significado. A avaliação é considerada um processo contínuo
e sistemático no ato educativo, que envolve uma ação dinâmica e constante no
processo de ensino e aprendizagem (HADYT, 1988). Por sua vez, a prova é
conceituada como um dos diversos instrumentos utilizado na avaliação da
aprendizagem (MORAES, 2011). Esta pode ser usada tanto na perspectiva
formativa, para avaliar o processo contínuo da aprendizagem do aluno e do ensino
do professor, como classificatória, que não avalia o caminho percorrido pelo aluno, e
a partir do produto final, a nota, classifica os alunos considerados “bons” ou “maus”.
A partir da problemática “Qual a concepção avaliativa de alunos do Ensino Médio de
um Colégio Público?” estabeleceu-se como objetivo do estudo: compreender a
concepção da avaliação da aprendizagem de alunos que cursam o Ensino Médio, a
partir do conceito de avaliação fundamentado por vários autores, entre eles: Esteban
(1999); Fernandes (2006); Hoffmann (1993a, 1993b); Luckesi (2002); Perrenoud
(1993); Vasconcellos (2000).
O tema deste estudo se faz relevante porque, para o futuro profissional da
educação, é essencial entender as concepções e os significados atribuídos ao
conceito de avaliação, afinal, o ato de avaliar se faz presente constantemente nas
ações e atitudes do cotidiano, bem como nas ações pedagógicas existentes nas
instituições escolares.
Para o alcance do objetivo geral, outros mais específicos foram delineados,
tendo em vista que estes favoreceriam a compreensão do assunto em questão: (1)
conceituar as concepções avaliativas: formativa e classificatória, segundo os
fundamentos teóricos de vários autores; (2) delinear a função dos instrumentos
avaliativos no processo de ensino e aprendizagem e (3) apresentar indicadores que
contribuíam para a instauração da avaliação formativa no contexto da sala de aula,
10
pois segundo Chueiri (2008) a avaliação na perspectiva classificatória ainda é uma
realidade nas escolas brasileiras.
O ato de avaliar, na perspectiva classificatória, volta-se para o aspecto
disciplinador e punitivo, motivo pelo qual não possibilita refletir sobre o processo de
construção dos conhecimentos e das aprendizagens do educando (HOFFMANN,
1993b); além de não ajudar este mesmo sujeito a superar os seus erros e as suas
dificuldades, pois, classificam-se e comparam-se uns alunos com os outros,
utilizando-se de: “[...] notas, conceitos, estrelinhas, carimbos, [...]” (HOFFMANN,
1993a, p. 87), ou seja, determinam se o aluno é ótimo; bom; regular ou ruim.
Para a avaliação na concepção formativa, o ato de avaliar consiste tanto na
trajetória de construção das aprendizagens e dos conhecimentos do educando,
como também no trabalho do professor; por permitir analisar “[...], de maneira
frequente e interativa, o progresso dos alunos, [...]” e, em consequência “[...]
identificar o que eles aprenderam e o que ainda não aprenderam, para que venham
a aprender e para que reorganizem o trabalho pedagógico.” (VILLAS BOAS, 2006, p.
78).
Segundo Luckesi (2003), a tradição dos exames e das provas escolares
presente no processo educativo, destaca-se por esta concepção tradicional e
classificatória de avaliação. De acordo com os questionamentos realizados com
vinte e nove alunos do Ensino Médio de um Colégio Público, alguns reforçaram, em
primeira instância, o aspecto quantitativo (nota e o resultado) e ficou para o segundo
plano, a reflexão sobre o seu processo de aprendizagem (SANMARTÍ, 2009).
Portanto, foram pesquisados os vinte e nove alunos mencionados e que cursam o
Ensino Médio em um Colégio Público localizado em Bela Vista do Paraíso – Paraná,
o qual atende trezentos e vinte alunos, divididos nas doze turmas, nas modalidades
de educação: Ensino Médio e Formação de Docentes, nos períodos: matutino e
noturno.
Este estudo baseou-se nos fundamentos da abordagem qualitativa, por
possibilitar ao pesquisador refletir, interpretar, compreender e analisar os mais
variados sentidos e significados atribuídos a um determinado assunto. Considerou-
se que na abordagem qualitativa, valorizam-se diversos dados, pois eles apresentam
as características das pessoas, dos acontecimentos e das situações, as quais
acontecem em determinados contextos sociais e históricos.
11
Para compreender a concepção avaliativa dos sujeitos pesquisados, utilizou-
se como instrumento de coleta de dados o questionário, uma vez que o mesmo “[...]
objetiva levantar opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas” em relação a um determinado assunto/tema. (GERHARDT et al., 2009,
p. 69).
Para a etapa de análise dos dados coletados, buscou-se respaldo nos
fundamentos da análise de conteúdo, que de acordo com Mozzato e Grzybovski
(2011, p. 734), nada mais é do que “[...] um conjunto de técnicas de análise de
comunicações, que tem como objetivo ultrapassar as incertezas e enriquecer a
leitura dos dados coletados.” A análise de conteúdo possibilita “[...] compreender
criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as
significações explícitas ou ocultas” (CHIZZOTTI, 2006, p. 98), destacando a
compreensão e a interpretação reflexiva e crítica das informações sobre as
concepções e significados da avaliação da aprendizagem para alguns alunos que
cursam o Ensino Médio.
Na introdução: destacaram-se a temática e a justificativa da pesquisa; a
pergunta/problema; o objetivo geral e os objetivos específicos.
Na seção 1 - metodologia: o caminho percorrido apresenta os
fundamentos da abordagem qualitativa; o questionário como instrumento de coleta
de dados, com perguntas abertas que possibilitou ao aluno participante desta
pesquisa descrever a sua concepção sobre a avaliação da aprendizagem; e, por
último a análise dos dados que buscou respaldo nos fundamentos da análise de
conteúdo e o perfil dos sujeitos envolvidos neste estudo.
Na seção 2 - fundamentação teórica: desvendando sentidos ressaltou-se
o que é avaliar, ou seja, as mais diversas concepções e significados sobre a
avaliação segundo os fundamentos teóricos de vários autores; a avaliação na
perspectiva classificatória e formativa, bem como, as características apresentadas
por ambas, e, a função dos instrumentos avaliativos no processo de ensino e
aprendizagem.
Na seção 3 - análise dos dados: as vozes dos sujeitos protagonistas
buscou-se a análise, a compreensão, a interpretação reflexiva e crítica das
informações sobre as concepções e significados da avaliação da aprendizagem para
12
alguns alunos que cursam o Ensino Médio, relacionada com o referencial teórico
deste estudo.
Na seção 4 - considerações finais: teorias e repercussões nas vozes
dos sujeitos protagonistas foram salientados os elementos pertinentes para a
análise, compreensão e aprofundamento do assunto em estudo, bem como,
proposições de como instaurar a avaliação na concepção formativa no contexto da
sala de aula.
13
METODOLOGIA: O CAMINHO PERCORRIDO
1.1 A ABORDAGEM QUALITATIVA
Este trabalho ressalta a importância em compreender as mais diversas
concepções da avaliação da aprendizagem para alguns alunos do Ensino Médio.
Para tanto, destaca-se a utilização da abordagem qualitativa a fim de investigar o
problema: “Qual a concepção avaliativa de alunos do Ensino Médio de um Colégio
Público?”. Para investigar este problema foi necessário refletir sobre as seguintes
indagações: “Que tipo de pesquisa utilizar?”; “Quais os instrumentos de coleta de
dados adequados para pesquisar e aprofundar este assunto?”, além de outras
indagações que surgiram no decorrer do estudo e que nortearam associado ao
contato com o expresso teórico, na opção por utilizar-se dos fundamentos da
abordagem qualitativa.
Bogdan e Biklen (1994, p. 47), apontam quatro características básicas que
estabelecem este tipo de estudo:
Na primeira característica: “A abordagem qualitativa tem o ambiente natural
como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento.”
Desta forma, no estudo qualitativo, o pesquisador observa e investiga os fenômenos
em seu ambiente natural e destaca-se a importância do investigador como uma
figura central no processo de pesquisa de um determinado problema. Na afirmação
de Ludke e André (1986, p. 11), o estudo em questão “[...] supõe o contato direto e
prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo
investigada, [...]”. Além disso, conforme Ludke e André (1986, p. 11-12), a
abordagem qualitativa pode ser denominada também de “naturalística”, na qual “[...]
os problemas são estudados no ambiente em que eles ocorrem naturalmente, sem
qualquer manipulação intencional do pesquisador, [...].” Assim, é de extrema
importância considerar no referido estudo, o contexto no qual está inserido um
determinado problema e o que pensam os indivíduos envolvidos.
Na segunda característica: os dados são coletados de maneira descritiva,
Bogdan e Biklen (1994, p. 48), afirmam que:
14
O material obtido nessas pesquisas é rico em descrições de pessoas, situações, acontecimentos, incluem transcrições de entrevistas e de depoimentos, fotografias, desenhos, extratos de vários tipos de documentos. Citações são frequentemente usadas para subsidiar uma afirmação ou esclarecer um ponto de vista. Todos dados da realidade são considerados importantes.
Na afirmação de Bogdan e Biklen (1994), os materiais adquiridos por meio
da pesquisa qualitativa, podem ser os mais variados possíveis, de forma que tragam
as características das pessoas, dos acontecimentos e das situações, as quais
acontecem em determinados contextos sociais e históricos.
Na terceira característica da abordagem qualitativa: “A preocupação com o
processo é muito maior do que com o produto.” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 49), ou
seja, no estudo qualitativo destaca-se “o como”, e a preocupação tem origem no
processo, no qual são destacados diversos aspectos ou elementos de um ambiente
ou de um contexto em que está sendo investigado um determinado tipo de
problema. Entretanto, enfatiza-se o processo, e não apenas o produto ou o
resultado, embora não seja descartada a importância do produto final. Acordam
Ludke e André (1986, p. 12), ao relatarem que “O interesse do pesquisador ao
estudar um determinado problema é verificar como ele se manifesta nas atividades,
nos procedimentos e nas interações cotidianas”.
Na quarta característica, enfatiza-se “O significado que as pessoas dão às
coisas, e à sua vida são focos de atenção especial do pesquisador.” (BOGDAN;
BIKLEN, 1994, p. 50). Portanto, vale preservar os mais variados significados que os
indivíduos atribuem às diversas coisas, afinal, cada pessoa tem uma percepção, a
qual favorece compreender de maneiras distintas. Cada sujeito traz consigo uma
bagagem de conhecimentos, de aprendizagens e de experiências diferenciadas, as
quais são adquiridas por meio da interação e da comunicação com as pessoas e
com o mundo. Em linhas gerais, o estudo qualitativo, segundo Ludke e André (1986,
p. 18), “[...] desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um
plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”.
As características descritas serviram de atrativos como opção pela
abordagem qualitativa, visto que esta possibilita ao pesquisador refletir, interpretar,
compreender, analisar os mais variados sentidos e significados atribuídos a um
determinado assunto. No entanto, cabe ressaltar que compete a cada pesquisador
15
selecionar a metodologia mais adequada para a investigação do seu problema de
pesquisa.
1.2 COLETA DE DADOS
Os instrumentos de coletas de dados para elaborar uma pesquisa podem ser
por meio de: observação; entrevista; questionário e análise documental. Para a
investigação desta pesquisa, optou-se como instrumento, o questionário com a
pergunta/problema: “Qual a concepção avaliativa de alunos do Ensino Médio de um
Colégio Público?”. Afinal, o questionário “[...] objetiva levantar opiniões, crenças,
sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas” em relação a um
determinado assunto/tema por ser “[...] constituído por uma série ordenada de
perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, [...].”
(GERHARDT et al. 2009, p. 69).
Chagas (2000, p. 3-4), ressalta que para compor um questionário deve-se
estabelecer uma ligação com “[...] o problema e os objetivos da pesquisa; as
hipóteses da pesquisa; a população a ser pesquisada e os métodos de análise de
dados escolhidos e/ou disponíveis”. O autor destaca alguns elementos relevantes
para a elaboração do questionário tais como: o problema e os objetivos da pesquisa,
entre outros, os quais norteiam a investigação e a realização de uma pesquisa sobre
os mais diversos temas (CHAGAS, 2000).
Fachin (2006, p. 163) diz que as questões abertas no questionário “[...] dão
condição ao pesquisado de discorrer espontaneamente sobre o que está sendo
pesquisado; as respostas são de livre deliberação, sem limitações e com linguagem
própria.” Ou seja, as questões abertas no questionário permitem ao pesquisado
descrever as suas concepções e seus significados sobre um determinado assunto e
utilizando uma linguagem própria de cada sujeito. (FACHIN, 2006). E Chagas (2000,
p. 6), confirma que “Nas questões abertas, os respondentes ficam livres para
responderem com suas próprias palavras, [...]”.
No entanto, Chagas (2000, p. 7) frisa que “[...] é conveniente fazer as
seguintes recomendações sobre a formulação das perguntas: usar comunicação
simples e palavras conhecidas; [...]; evitar: perguntas que sugerem a resposta; [...]”.
Dessa forma, para a elaboração de questões ou de perguntas no questionário,
16
Chagas (2000) recomenda usar uma comunicação simples; uma linguagem clara e
com palavras conhecidas.
Esta pesquisa foi realizada com vinte e nove alunos que cursam o Ensino
Médio em um Colégio Público, localizado em Bela Vista do Paraíso – Paraná, o qual
atende trezentos e vinte alunos, divididos nas doze turmas, nas modalidades de
educação: Ensino Médio e Formação de Docentes, nos períodos: matutino e
noturno; especificamente com os alunos de uma turma de 3º ano do período da
manhã. Justifica-se a não realização desta pesquisa com os alunos do Ensino Médio
deste Colégio Público no período da noite, devido ao motivo de indisponibilidade do
investigador.
A turma do 3º ano do período da manhã é composta no total de quarenta
alunos, no entanto, este estudo contou com a colaboração de vinte e nove destes,
devido ao fato de os demais não estarem presentes na data da concretização da
pesquisa que se deu na quarta-feira do dia vinte e quatro de setembro de 2014,
sendo que entre estes vinte e nove alunos: vinte são do sexo feminino (68,9%) e
nove masculino (31%), com a faixa etária que varia de dezesseis anos aos dezoito
anos. Abaixo listadas, as perguntas abordadas no questionário sobre o tema “A
avaliação no processo de ensino e aprendizagem: a concepção de alunos do Ensino
Médio”:
1) O que você entende por avaliação da aprendizagem?;
2) Quais instrumentos avaliativos seus professores utilizam para avaliar a
sua aprendizagem?;
3) Como você acha que deveria ser avaliada a sua aprendizagem?;
4) A avaliação da aprendizagem efetivada por seus professores te ajuda a
aprender? (sim/não) e Por quê?;
5) Se você vivenciou alguma prática avaliativa de seus professores que te
ajudaram a aprender, conte o que ele fez e o que você aprendeu;
6) O que você faz quando recebe um instrumento avaliativo corrigido pelo
seu professor? Por quê?
Os nomes dos alunos que colaboraram para a realização deste trabalho, não
foram declarados, com o intuito de preservar a identidade dos mesmos. Neste caso,
17
os participantes foram identificados com a letra ‘A’ maiúscula seguida do número de
ordem crescente como: A1, A2, A3, e assim sucessivamente.
1.3 ANÁLISE DOS DADOS
Após a escolha do instrumento de investigação da pesquisa, e
consequentemente, a realização da coleta, buscou-se respaldo para a próxima
etapa, a da análise dos dados, fundamentada na análise de conteúdo onde Mozzato
e Grzybovski (2011, p. 733), argumentam que “Qualquer técnica de análise de
dados, em última instância, significa uma metodologia de interpretação”. Portanto, a
análise de conteúdo é uma técnica ou uma metodologia de análise de dados, que
possibilita interpretar os mais diversos sentidos e significados atribuídos a um
determinado assunto ou problema de uma forma que permite “[...] compreender
criticamente o sentido das comunicações, seu conteúdo manifesto ou latente, as
significações explícitas ou ocultas.” (CHIZZOTTI, 2006, p. 98). De acordo com
Chizzotti (2006), são analisados nessa respectiva técnica, os conteúdos explícitos,
bem como, os conteúdos ocultos, ou seja, aqueles que estão escondidos nas
entrelinhas. Porém, o pesquisador deverá: analisar, compreender e interpretar de
uma maneira crítica os significados de um determinado problema.
Desta forma, para Mozzato e Grzybovski (2011, p. 734), “[...] a análise de
conteúdo é um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que tem como
objetivo ultrapassar as incertezas e enriquecer a leitura dos dados coletados”. Por
sua vez, a análise de conteúdo constitui-se:
[...] de um conjunto de técnicas e instrumentos empregados na fase de análise e interpretação de dados de uma pesquisa, aplicando-se de modo especial, ao exame de documentos escritos, [...], dados de comunicação e semelhantes, com a finalidade de uma leitura crítica e aprofundada, levando à descrição e interpretação destes materiais, [...]. (MORAES, 1994, p. 104).
Em síntese, para Moraes (1994), a análise de conteúdo é um conjunto de
técnicas e instrumentos, que propiciam ao investigador refletir criticamente, analisar
e interpretar os dados de uma determinada pesquisa.
Os materiais analisados, compreendidos e interpretados na análise de
conteúdo podem ser os mais diversos desde entrevistas, gravações, revistas entre
18
outros. Santos, Soares e Fontoura (2004, p. 2), enfatizam que “[...] as fontes para a
análise de conteúdo podem se constituir de quaisquer materiais oriundos da
comunicação verbal ou não verbal, [...]” e ressaltam alguns materiais, como:
[...] cartas, cartazes, jornais, [...], livros, relatos autobiográficos, gravações, entrevistas, diários pessoais, filmes, fotografias, vídeos e outros. É preciso estar ciente, contudo, de que este material chega ao pesquisador em estado bruto, precisando receber um tratamento para facilitar o trabalho de interpretação. (SANTOS; SOARES; FONTOURA, 2004, p. 2).
O que motivou a escolha pelos fundamentos da análise de conteúdo para
responder ao problema: “Qual a concepção avaliativa de alunos do Ensino Médio de
um colégio público?”. Bardin (2006) organiza e apresenta as três etapas da análise
de conteúdo: pré-análise; exploração do material e tratamento dos resultados,
inferência e interpretação. A pré-análise,
[...] é a fase em que se organiza o material a ser analisado com o objetivo de torná-lo operacional, sistematizando as ideias iniciais. Trata-se da organização propriamente dita por meio de quatro etapas: (a) leitura flutuante, que é o estabelecimento de contato com os documentos da coleta de dados, momento em que se começa a conhecer o texto; (b) escolha dos documentos, que consiste na demarcação do que será analisado; (c) formulação das hipóteses e dos objetivos; (d) referenciação dos índices e elaboração de indicadores, que envolve a determinação de indicadores por meio de recortes de texto nos documentos de análise. (BARDIN, 2006 apud MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011, p. 735).
Dessa maneira, a primeira fase desta técnica, traz quatro etapas para a
organização de materiais de uma pesquisa e que estes podem ser: textos,
entrevistas, cartas, gravações entre outros (SANTOS; SOARES; FONTOURA,
2004). Todavia, vale aqui destacar, que a leitura flutuante, segundo Oliveira (2008,
p. 572), “[...] permite a construção de hipóteses, sempre provisórias, sobre o objeto
estudado e sobre os conteúdos do texto analisado”.
Por sua vez, Bardin (2006 apud MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011, p. 735,
grifo do autor), retrata a segunda etapa como a exploração dos materiais, em que
argumenta que:
19
A exploração do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza das interpretações e inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus (qualquer material textual coletado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização são básicas nesta fase.
Ainda, conforme as afirmações de Bardin (2006 apud MOZZATO;
GRZYBOVSKI, 2011), a segunda fase da análise de conteúdo, caracteriza-se pela a
exploração do material, momento em que o pesquisador realiza um estudo
aprofundado, respaldado por meio das hipóteses e dos referenciais teóricos sobre
um determinado tema ou problema.
A terceira e última etapa da análise de conteúdo denomina-se: tratamento do
resultado, inferência e interpretação. “Esta etapa é destinada ao tratamento dos
resultados; ocorre nela à condensação e o destaque das informações para análise,
culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição, da análise
reflexiva e crítica.” (BARDIN, 2006 apud MOZZATO; GRZYBOVSKI, 2011, p. 735).
Assim, as informações sobre um respectivo problema, nesta etapa da análise de
conteúdo, são tratadas de forma reflexiva e crítica.
Enfim, na etapa de análise dos dados, buscou-se a análise, a compreensão
e a interpretação reflexiva e crítica das informações, sobre as concepções e
significados da avaliação da aprendizagem para alguns alunos que cursam o Ensino
Médio.
Na próxima seção: fundamentação teórica: desvendando sentidos
ressaltou-se o que é avaliar, ou seja, as mais diversas concepções e significados
sobre a avaliação segundo os fundamentos teóricos de vários autores; a avaliação
na perspectiva classificatória e formativa, bem como, as características
apresentadas por ambas, e, a função dos instrumentos avaliativos no processo de
ensino e aprendizagem.
20
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: DESVENDANDO SENTIDOS
2.1 AVALIAR É...
“Ao longo dos tempos, o significado atribuído à avaliação tem sido bastante
diverso, considerando que cada momento e lugar suscitam diferentes formas de
analisar a relação ensino/aprendizagem.” (SIBILA, 2012, p. 32). Sendo assim, o
conceito de avaliação fundamenta-se na visão de vários autores, nos quais, estes
evidenciam as mais diversas concepções e significados sobre o ato de avaliar. Neste
sentido, Salinas (2004, p. 11) acrescenta a respeito do conceito de avaliação que,
“[...] é difícil, talvez porque, em algumas ocasiões, a complexidade da
realidade, seus múltiplos reflexos e a distinta perspectiva na qual cada um de nós
pode percebê-la, impedem a conceitualização precisa e de caráter universal.” Então
para Salinas (2004, p. 11), o conceito de avaliação pode ser dos mais diversos, e
com isso, não há uma “[...] conceitualização precisa e de caráter universal” e único
atribuído à avaliação.
Numa perspectiva tradicional, a avaliação,
[...] tem a função de exame, pois valoriza os aspectos cognitivos com ênfase na memorização; a verificação dos resultados se dá através de provas orais ou escritas, nos quais, os alunos devem reproduzir exatamente aquilo que lhe foi ensinado. A tradição dos exames escolares que conhecemos hoje, em nossas escolas, foi sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações da atividade pedagógica produzida pelos padres Jesuítas (séc. XVI) e pelo Bispo John Amós Comênio (fim do séc. XVI e primeira metade do séc. XVII). (LUCKESI, 2003, p. 16).
Segundo Luckesi (2003), o conceito de avaliação, amparado na concepção
tradicional de ensino, traz o avaliar com a função de prática de exames, em que,
apenas verificam-se os resultados obtidos por meio de provas orais ou escritas, e
que, por conseguinte, valorizam-se os aspectos cognitivos com a ênfase na
memorização dos conteúdos. Logo, o ensino centraliza-se na figura do professor,
limitando os alunos a posição de simples receptores passivos ao receberem os
conhecimentos transmitidos pelos professores, com conteúdos descontextualizados
da realidade dos mesmos.
No entanto, afirma Saviani (2005, p. 2):
21
“Pautando-se pela centralidade da instrução (formação intelectual)
pensavam a escola como uma agência centrada no professor, cuja tarefa é transmitir
os conhecimentos acumulados pela humanidade segundo uma gradação lógica,
[...].” E com o foco nas palavras de Saviani (2005), a função do professor no ensino
tradicional é transmitir os conteúdos para os alunos, e a estes resta apenas
memorizá-los, ou seja, não há preocupação com as dificuldades que o educando
apresenta em relação aos conhecimentos adquiridos, nem tampouco a precaução se
aquela determinada metodologia é adequada para o processo de ensino e
aprendizagem, e se favorece a compreensão dos conteúdos pelos alunos.
A concepção de avaliação como classificação do educando (BACKES, 2013;
CHUEIRI, 2008), é “[...] uma das concepções mais tradicionais sobre a avaliação na
escola e refere-se à possibilidade de classificar o desempenho do aluno por meio da
avaliação.” (CHUEIRI, 2008, p. 57). Deste modo, Chueiri (2008), destaca a avaliação
para classificar o desempenho do aluno, como sendo uma das concepções mais
tradicionais sobre o ato de avaliar e que esta se faz presente nas escolas até nos
dias de hoje. E sobre o ato de avaliar, Perrenoud (1999, p. 11, grifo do autor),
aprofunda-se sobre esta perspectiva,
[...] tradicionalmente associada, na escola, à criação de hierarquias de excelência. Os alunos são comparados e depois classificados em virtude de uma norma de excelência, definida em absoluto ou encarnada pelo professor e pelos melhores alunos.
À vista disso, para Perrenoud (1999), a avaliação classificatória não
possibilita fazer a reflexão sobre o processo de ensino e aprendizagem, pois,
comparam-se uns alunos com os outros, em seguida, classificam-se estes sujeitos
por nota, ou seja, determinam se o aluno é ótimo; bom; regular ou ruim, além do
mais, não ajuda o aluno a superar os seus erros e as suas dificuldades e “[...]
fornece poucas informações sobre o conhecimento adquirido e o domínio atingido
sobre determinado assunto.” (BACKES, 2013).
Já em relação à concepção de avaliação como medida, que se destacou na
pedagogia tecnicista e,
22
[...] teve sua origem no início do século XX, nos Estados Unidos, com os estudos de Thorndike acerca dos testes educacionais. Tais estudos prosperaram muito e resultaram no desenvolvimento de testes padronizados para medir habilidades e aptidões dos alunos. Paralelamente, há de se considerar, no início do século XX, a contribuição da Psicologia à avaliação educacional. [...] diz respeito aos testes psicológicos, com base nos estudos de Sperman (1904, 1907, 1913) sobre a Psicometria, e de Binet e Simon (1905), que criaram o primeiro teste de inteligência para crianças e adultos. (CHUEIRI, 2008, p. 55).
Continua Chueiri (2008) e comenta sobre a origem da concepção da
avaliação como medida, que se caracteriza pelo desenvolvimento dos testes
padronizados com o objetivo de medir as habilidades e aptidões dos alunos. Como
exemplo, enfatiza o primeiro teste de inteligência para crianças e adultos, no qual, os
seus idealizadores foram Binet e Simon (1905), para “[...] agrupar crianças
‘incapazes’ em classes especiais, nas quais receberiam métodos pedagógicos
adaptados ao seu nível.” (DEPRESBITERIS; TAVARES, 2009, p. 31).
Todavia, Dias Sobrinho (2003, p. 17), afirma que nas primeiras décadas do
século passado, o avaliar se confundia com medir, ao relatar que,
Embora consideremos hoje importante distinguir avaliação e medida, naquele momento, esses termos se tomavam um pelo outro. A avaliação era eminentemente técnica, consistindo basicamente em testes de verificação, mensuração e quantificação de resultados.
Por isso, segundo Dias Sobrinho (2003), os conceitos de avaliação e medida
eram considerados equivalentes, em que, o avaliar consistia meramente em uma
técnica, caracterizando-se basicamente em testes para verificar e quantificar os
resultados, ou seja, a ênfase centrada nos resultados e não no processo de
construção dos conhecimentos dos alunos.
Convém aqui salientar, a distinção dos conceitos de avaliação e medida que
de acordo com Cavalcanti Neto e Aquino (2009, p. 4), “[...], avaliar é muito mais do
que aplicar um teste, uma prova, fazer uma observação, saber se um aluno merece
esta ou aquela nota, este ou aquele conceito”. No pensar de Cavalcanti Neto e
Aquino (2009), a avaliação vai além de um aspecto quantitativo e é muito mais do
que aplicar uma prova e fazer uma observação. Afinal, “avaliar é um ato rigoroso de
acompanhamento da aprendizagem.” (CAVALCANTI NETO; AQUINO, 2009, p. 4).
23
Hadji (2001, p. 27), esclarece o conceito de medida em que “[...], medir
significa atribuir um número a um acontecimento ou a um objeto, de acordo com
uma regra logicamente aceitável.”, ou seja, para Hadji (2001) e Chueiri (2008), a
avaliação reduzida a uma perspectiva de medir desempenhos, tem a função de
atribuir uma nota ao aluno, por meio “[...] de instrumentos avaliativos, tais como
provas, dissertações, questionamentos orais, estudos de caso, entre outros, [...].”
(GÓIS; BARBOSA, 2010, p. 117).
E a última concepção de avaliação, a qualitativa, evidenciada pelas autoras
Backes (2013) e Chueiri (2008) e que segundo Saul (1988, p. 45):
Produziu-se um acelerado desenvolvimento do interesse sobre a perspectiva chamada de avaliação “qualitativa”. Esse movimento deveu-se em grande parte ao reconhecimento de que os testes padronizados de rendimento não ofereciam toda a informação necessária para compreender o que os professores ensinavam e o que os alunos aprendem.
Assim, para Saul (1988), o movimento de uma concepção de avaliação
voltada para o aspecto qualitativo, motivado pelos testes padronizados de
rendimentos e de desempenhos, não propiciam compreender a respeito do que os
professores ensinam e o que os alunos aprendem. Segue Saul (1988, p. 46), ao
reafirmar que a avaliação qualitativa caracteriza-se pela preocupação “[...] em
compreender o significado de produtos complexos a curto e a longos prazos,
explícitos e ocultos, o que requer uma mudança de orientação, uma troca de pólo:
da ênfase nos produtos à ênfase no processo”. Tal como, declara Demo (2004, p.
156), “[...] a avaliação qualitativa pretende ultrapassar a avaliação quantitativa, sem
dispensar esta. Entende que no espaço educativo os processos são mais relevantes
que os produtos, [...]”, pois, para Saul (1988) e Demo (2004), nesta concepção de se
avaliar enfatiza-se o processo de construção das aprendizagens do aluno e não
apenas o produto, ou seja, a nota e o resultado deste sujeito.
Para Luckesi (2002, p. 81), a avaliação:
24
[...] deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem. Se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a função da avaliação será possibilitar ao educador condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra, tendo em vista poder trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos dos conhecimentos [...].
Nesse sentido, segundo Luckesi (2002) a avaliação propicia compreender o
estágio de aprendizado no qual o aluno se situa, aprende de uma determinada forma
e reconhece as suas próprias dificuldades. Estas precisam ser superadas pelo
educando por meio de um processo de ensino e aprendizagem significativo e
contínuo, que envolva tanto o professor quanto os alunos, através da interação, da
troca constante de conhecimentos e do aprimoramento dos saberes. A respeito da
afirmação de Luckesi (2002), os autores, Almeida, Peron e Desidério (2009, p. 7)
complementam que “[...] a avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de
decisão e a melhoria da qualidade de ensino, informando as ações em
desenvolvimento e a necessidade de regulações constantes”.
Esteban, (1999, p. 24) descreve o avaliar:
[...] como um processo de reflexão sobre e para a ação, contribui para que o professor se torne cada vez mais capaz de recolher indícios, de atingir níveis de complexidade na interpretação de seus significados, e de incorporá-los como eventos relevantes para a dinâmica ensino/aprendizagem. Investigando, refina seus sentidos e exercita/desenvolve diversos conhecimentos com o objetivo de agir conforme as necessidades de seus alunos, individual e coletivamente considerados.
Deste modo, Esteban (1999) também alega que a avaliação possibilita ao
professor refletir e analisar sobre seu trabalho pedagógico em sala de aula, além de
rever, investigar e aperfeiçoar constantemente a sua teoria e prática, que abrange o
aprimorar do planejamento, das metodologias e dos instrumentos avaliativos (GÓIS;
BARBOSA, 2010), considerando a faixa etária e as necessidades de aprendizagens
de seus alunos, contribuindo assim, para o processo de ensino e aprendizagem.
Perrenoud (1993, p. 173) define a avaliação como o processo:
25
[...] que ajuda o aluno aprender e o professor a ensinar. A ideia base é bastante simples: a aprendizagem nunca é linear, procedem por ensaios, por tentativas e erros, hipóteses, recuos e avanços: um indivíduo aprenderá melhor se o seu meio envolvente for capaz de lhe dar respostas e regulações sob diversas formas [...].
Assim, segundo Perrenoud (1993), a avaliação não se restringe
exclusivamente no avaliar das aprendizagens de cada aluno, pois este poderá “[...]
estar permanentemente descobrindo em que nível de aprendizagem se encontra,
[...], adquirindo consciência do seu limite e das necessidades de avanço.” (LUCKESI,
2002, p. 83). Porém, permite ao professor refletir e analisar sobre “[...] o quanto o
seu trabalho está sendo eficiente e que desvios estão tendo.” (LUCKESI, 2002, p.
83). Continua Perrenoud (1993, p. 173), ao argumentar que a aprendizagem não se
caracteriza por uma linha reta, única e pronta, mas que “[...], procedem por ensaios,
por tentativas e erros, hipóteses, recuos e avanços [...]” no processo de ensino e
aprendizagem.
Por sua vez, Fernandes (2006, p. 36) acentua que “[...] a avaliação é um
processo desenvolvido por e com seres humanos para seres humanos, [...]”. E
continua Fernandes (2006), a avaliação é um processo próprio de nós seres
humanos, e se faz presente constantemente nas ações e nas atitudes do cotidiano
(SAUL, 1988), visto que “[...] a avaliação sempre se faz presente e inclui um
julgamento de valor sobre nós mesmos, sobre o que estamos fazendo, sobre o
resultado de trabalhos.” (SAUL, 1988, p. 60). Além disso, o avaliar está inserido nas
escolas, o qual deve ser compreendido como um processo contínuo no ensino e
aprendizagem (HADYT, 1988), e crer que “[...] o sentido fundamental da ação
avaliativa é o movimento, a transformação o que implica num processo de interação
educador e educando, num engajamento de pessoas.” (MACHADO, 2000, p. 110).
Para Hoffmann (1993b, p. 18), a avaliação é:
[...] a reflexão transformada em ação, ação essa que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade e do acompanhamento passo a passo do educando na sua trajetória de construção do conhecimento. Um processo interativo, através do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade no ato próprio da avaliação.
26
De acordo com Hoffmann (1993b), a avaliação é uma constante reflexão,
análise e transformação da ação “[...] que permeie todo o processo educativo, [...]”
(D´AGNOLUZZO, 2007, p. 7) e “[...] ação essa que nos impulsiona a novas
reflexões” (HOFFMANN, 1993b, p. 18), ou seja, o avaliar possibilita ao professor
refletir, analisar e aperfeiçoar constantemente a relação intrínseca de sua teoria e
prática. Para os alunos, a avaliação proporciona refletir o processo de construção
das aprendizagens e dos conhecimentos (HOFFMANN, 1993b), assim como
apresenta as dificuldades a serem superadas por estes sujeitos, e revela que tanto o
professor como os alunos constroem juntos novos saberes (HOFFMANN, 1991).
Vasconcellos (2000, p. 44) entende que a avaliação é:
[...] um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.
Logo, para Vasconcellos (2000) a avaliação é um processo contínuo no
ensino e aprendizagem, pois, o avaliar consiste num refletir constantemente crítico
sobre a teoria e a prática do professor no percurso avaliativo e educativo, assim
como o orienta a trabalhar com as dificuldades dos alunos, por meio de instrumentos
avaliativos (GÓIS; BARBOSA, 2010), de estratégias e de metodologias, visando à
superação desses obstáculos. Quanto ao educando, a avaliação “[...] permite que
[...] tome consciência de seus avanços e dificuldades para continuar progredindo na
construção do conhecimento.” (PORTÁSIO; GODOY, 2007, p. 34).
Em síntese, foram realçadas as concepções e os diversos significados
atribuídos à avaliação, e para tanto, “[...] as mudanças verificadas estão intimamente
relacionadas às concepções de educação [...]” (CHUEIRI, 2008, p. 49), “[...]
orientadoras das práticas pedagógicas que vêm ocorrendo desde que a escola foi
instituída como espaço de educação formal.” (CHUEIRI, 2008, p. 49). Por isso, a
educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, em constante mudança, em
que, para cada sociedade e época apresenta uma determinada concepção de
homem; aluno; professor; escola; educação; avaliação, além da relação de ensino e
aprendizagem.
27
2.2 AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA CLASSIFICATÓRIA
A avaliação da aprendizagem caracteriza-se pelas seguintes concepções:
classificatória e formativa (ESTEBAN, 2003; PERRENOUD, 1999; HOFFMANN,
1993a, 2002). No entanto, destaca-se neste momento, o avaliar na perspectiva
classificatória, a partir do que expressam alguns autores (CORREIA, 2013;
ESTEBAN, 2003; HOFFMANN, 1993a; LUCKESI, 2004; CAVALCANTI NETO;
AQUINO, 2009).
Segundo Hoffmann (1993a, p. 87) a avaliação:
[...] tem se caracterizado como disciplinadora, punitiva e discriminatória, como decorrência, essencialmente, da ação corretiva do professor e dos enunciados que emite a partir dessa correção. Daí a crítica que faça sobre a utilização de notas, conceitos, estrelinhas, carimbos, e outras menções nas tarefas dos alunos. O sentido discriminatório da avaliação começa neste momento. As crianças comparam as tarefas entre si, o número de estrelinhas, [...], classificam-se, elas mesmas, [...].
Para Hoffmann (1993a), a avaliação classificatória ainda presente nas
escolas brasileiras atualmente, caracteriza-se pelo destaque do aspecto
disciplinador e punitivo, o que não possibilita fazer a reflexão sobre o processo de
construção dos conhecimentos e das aprendizagens do educando (HOFFMANN,
1993b). Neste caso, não ajuda este mesmo sujeito a superar os seus erros e as
suas dificuldades, pois, classificam-se e comparam-se uns alunos com os outros,
utilizando-se de “[...] notas, conceitos, estrelinhas, carimbos, [...]” (HOFFMANN,
1993a, p. 87), ou seja, fica determinado se o aluno é ótimo; bom; regular ou ruim.
Cabe ainda frisar que, alguns alunos e professores focalizam no primeiro momento o
aspecto quantitativo (nota e o resultado), deixando em segundo plano, a reflexão
sobre o processo de aprendizagem do educando (SANMARTÍ, 2009). Com relação
ao educador, não favorece “[...] a revisão de seus procedimentos e até mesmo o
questionamento de sua própria maneira de analisar a ciência e ancorar o mundo.”
(ROMÃO, 1998, p. 101).
Para Esteban (2003, p. 14), a avaliação na perspectiva classificatória
configura-se “[...] com as ideias de mérito, julgamento, punição e recompensa,
exigindo o distanciamento entre os sujeitos que se entrelaçam nas práticas
28
escolares cotidianas”. Diante do exposto, no avaliar classificatório forma-se uma
barreira que afasta os sujeitos do processo educativo, neste caso, cabe apenas ao
professor a tarefa de ensinar os conteúdos aos alunos, e para estes tão somente à
tarefa de memorizar e decorar os conhecimentos.
Para Cavalcanti Neto e Aquino (2009, p. 4) a avaliação classificatória:
“[...] indica uma simples verificação quantitativa daquilo que o aluno
aprendeu dos conteúdos abordados; avalia-se o resultado final, e não o processo;
somente são levados em consideração os aspectos técnicos da avaliação.”
Com base em Cavalcanti Neto e Aquino (2009), a avaliação classificatória
apresenta o atributo de enfatizar somente o aspecto quantitativo, ou seja, o que
importa é a quantidade de conteúdos e de acertos demonstrados pelo educando e
não o processo de construção das aprendizagens e dos seus conhecimentos.
Observa-se, porém, que o ato de verificar a aprendizagem do aluno é momentâneo,
pois, considera-se a nota e o resultado final, o que não contribui para superação das
suas dificuldades e dos erros apresentados durante todo o processo avaliativo e
educativo, além disso, o avaliar classificatório serve como ameaça para manter a
disciplina (HOFFMANN, 1993a).
Para tanto, o autor Luckesi (2004, p. 5) considera que:
[...] são três as principais razões para a manutenção de práticas tradicionais de avaliação: a psicológica, a histórica e a social. A razão psicológica (biográfica, pessoal) tem a ver com o fato de que os educadores e as educadoras foram educados assim. Repetem automaticamente, em sua prática educativa, o que aconteceu com eles. Em segundo lugar, existe a razão histórica, decorrente da própria história da educação. E, por último, vivemos num modelo de sociedade excludente e os exames expressam e reproduzem esse modelo de sociedade.
Então, Luckesi (2004) destaca três principais motivos para a manutenção de
concepções e de práticas tradicionais de avaliação: o psicológico, o histórico e o
social. O motivo psicológico refere-se ao fato de como os professores e as
professoras foram educados (as), afinal, os/as mesmos (as) repetem
automaticamente as práticas educativas que ocorreram com eles (as) nos períodos
de escola. Em segundo lugar, consiste o motivo histórico, ainda notório nas escolas
brasileiras atualmente que é a presença de concepções tradicionais de avaliação,
em que o ato de avaliar está associado à prática de realização de provas e de
29
exames, que de certo modo, classificam e medem os alunos por nota, com ênfase
no resultado (aprovação/reprovação). Por fim, “[...], vivemos num modelo de
sociedade excludente e os exames expressam e reproduzem esse modelo de
sociedade” (LUCKESI, 2004, p. 5), em que as “[...] concepções, as finalidades e as
formas como realizam a avaliação da aprendizagem são marcadas por percepções e
por certezas edificadas no passado, carentes de maior reflexão [...].” (PEREIRA;
SOUZA, 2004, p. 201).
Moraes (2011, p. 243), distingue prova de avaliação ao afirmar que é
importante,
[...] perceber que a prova não é avaliação, mas uma ferramenta útil para avaliar, desde que bem aproveitada, passando a reconhecê-la como integrante do processo e a utilizá-la não apenas para verificar a aprendizagem adquirida, mas como um instrumento de coleta de informações para qualificar a realidade a partir dos objetivos propostos e assim chegar a uma conclusão e tomar as decisões necessárias, a fim de regular o ensino e a aprendizagem.
Assim, Moraes (2011, p. 243), esclarece que a prova e a avaliação não
apresentam o mesmo significado e pontua a prova como um dos instrumentos da
avaliação “[...], passando a reconhecê-la como integrante do processo e a utilizá-la
não apenas para verificar a aprendizagem adquirida, mas como um instrumento de
coleta de informações [...]”. Dados informativos que devem ser comentados e
analisados com os alunos, com a finalidade de contribuir para o processo de
construção das suas aprendizagens (HOFFMANN, 1993b), além de colaborar com a
superação das dificuldades e dos erros destes mesmos sujeitos. Por meio da
realização da prova, o professor poderá rever constantemente suas teorias e
práticas.
Complementam Depresbiteris e Tavares (2009, p. 59), que: “A ideia de
diversificar os instrumentos de avaliação tem respaldado na necessidade de que se
analise a aprendizagem do aluno sob diferentes ângulos e dimensões”. Argumentam
que é importante o professor diversificar os instrumentos de avaliação, que dentre
eles destacam-se: “[...] apresentação oral ou escrita de conclusões de seminários,
[...], relatos de experiências, resenhas, fichamento de leituras, resumos, diários de
aula [...].” (LIMA; GRILLO, 2010, p. 27), pois, cada aluno aprende de uma
determinada maneira no processo de ensino e aprendizagem.
30
Considerado como um dos diversos instrumentos da avaliação da
aprendizagem, Moraes (2011, p. 235) salienta que “[...] às novas propostas
educativas imprimem uma marca negativa à maneira como a prova vem sendo
usada”, ao mesmo tempo em “[...] que se distanciam da prova como estratégia de
avaliação.” (MORAIS, 2011, p. 235).
Segundo Moraes (2011), a prova vem sendo usada nas escolas como um
instrumento de avaliar que verifica, mede, classifica o aluno por nota, e enfatiza o
seu resultado final: (aprovado/reprovado). Com esse sentido, a prova distancia-se de
ser uma estratégia de avaliação voltada para o processo de aprendizagem do aluno
porque não avalia nem as estratégias; metodologias, a teoria e a prática do
professor, e muito menos se faz a avaliação do “[...] planejamento do trabalho
pedagógico e do projeto educativo de cada escola e, [...] do sistema de
aprendizagem desempenhado ali.” (GÓIS; BARBOSA, 2010, p. 115).
Correia (2013, p. 34) complementa sobre a função da avaliação
classificatória:
[...] cuja pretensão é de verificar a aprendizagem ou a competência, através das medidas de quantificações, este tipo de avaliação pressupõe que as pessoas aprendem do mesmo modo, nos mesmos momentos e tentar evidenciar competências isoladas.
Logo, de acordo com Correia (2013) o avaliar classificatório tem o objetivo
de classificar o aluno como aprovado/reprovado, atribui uma nota para este sujeito, e
com isso, o foco do interesse se concentra apenas no produto (nota) e resultado
final, não no processo de construção das aprendizagens e dos conhecimentos do
educando (HOFFMANN, 1993b). Segundo Correia (2013, p. 34), “[...], este tipo de
avaliação pressupõe que as pessoas aprendem do mesmo modo, [...]”, e ao mesmo
tempo desconsideram que “todos os aprendizes estarão sempre evoluindo, mas em
diferentes ritmos e por caminhos singulares e únicos” (HOFFMANN, 2002, p. 68),
posto que, cada aluno aprende de uma determinada maneira, traz consigo uma
bagagem de experiências; de aprendizagens e de conhecimentos, adquirida ao
longo de sua vida, por meio de suas relações com as pessoas e com o mundo.
Para finalizar, neste item, foi enfatizada a avaliação da aprendizagem na sua
perspectiva classificatória, com as características que esta apresenta, que se
resume no fato em que o avaliar classificatório “[...] torna-se, desse modo, um
31
instrumento autoritário e frenador do desenvolvimento de todos os que passarem
pelo ritual escolar, [...].” (LUCKESI, 2005, p. 37).
2.3 AVALIAÇÃO NA PERSPECTIVA FORMATIVA
A avaliação da aprendizagem na concepção formativa se apresenta a partir
das visões e das concepções de vários autores (FURLAN, 2006; HAYDT, 1988,
1997; LOCH, 2000; PERRENOUD, 1999; RABELO, 1998).
Loch (2000, p. 31) afirma que avaliar:
[...] não é dar notas, fazer médias, reprovar ou aprovar os alunos. Avaliar, numa nova ética, é sim avaliar participativamente no sentido da construção, da conscientização, busca da auto crítica, auto-conhecimento de todos os envolvidos no ato educativo, investindo na autonomia, envolvimento, compromisso e emancipação dos sujeitos.
Como bem define Loch (2000), a avaliação não é o simples ato de atribuir as
notas e finalizar as médias para obter como resultado a aprovação ou a reprovação
dos alunos, pois assim, enfatiza apenas o aspecto quantitativo do processo
educativo. O avaliar na perspectiva formativa, “[...] é comprometer-se com o futuro, com
a transformação, a partir do conhecimento da realidade, [...]” (NASCIMENTO; SOUZA, 2013,
p. 15515), e “[...], pois, de posse das informações, referentes à qualidade da aprendizagem,
ambos buscam possibilidades para a superação da dificuldade constatada.” (NASCIMENTO;
SOUZA, 2013, p. 15515).
Hadyt (1997, p. 292-293) enfatiza que as características da avaliação
formativa:
[...] pode contribuir para o aperfeiçoamento da ação docente, fornecendo ao professor dados para adequar seus procedimentos de ensino às necessidades da classe. A avaliação formativa pode também ajudar a ação discente, porque oferece ao aluno informações sobre seu progresso na aprendizagem fazendo-o conhecer seus avanços, bem como suas dificuldades, para poder superá-las [...].
Desse modo, segundo Hadyt (1997) a avaliação formativa caracteriza-se
pelos seguintes aspectos: possibilita ao professor refletir e analisar o seu trabalho
pedagógico em sala de aula, além de rever, investigar e aperfeiçoar constantemente
a sua teoria e prática, de acordo com as necessidades do educando. Para o aluno, o
32
avaliar formativo “[...] oferece [...] informações sobre seu progresso na aprendizagem
fazendo-o conhecer seus avanços, bem como suas dificuldades, para poder superá-
las [...].” (HADYT, 1997, p.292-293).
Para Furlan (2006, p. 28), a avaliação da aprendizagem:
[...] pode ser definida como um meio de obter informações sobre os avanços e as dificuldades dos alunos, constituindo um procedimento permanente de suporte ao processo ensino e aprendizagem, de orientação para o professor planejar suas ações, a fim de conseguir ajudar o aluno a prosseguir, com êxito, seu processo de educação.
De acordo com Furlan (2006), a avaliação formativa é aquela comprometida
com o processo de ensino e aprendizagem de ambos os sujeitos do processo
educativo. E assim, para o professor é relevante considerar as seguintes
indagações: “[...] que conhece o que, por que, para que e como ensina, avalia e
aprende tem mais condições de avaliar o seu trabalho, de reconstruí-lo e de elevá-lo
a outro patamar de qualidade.” (CAVALCANTI NETO; AQUINO, 2009, p. 4).
Perrenoud (1999, p. 103) relata que a avaliação formativa é aquela “[...] que
ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, que participa da regulação das
aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um projeto educativo”. Segundo
Perrenoud (1999), a avaliação consiste no ato de avaliar tanto a trajetória de
construção das aprendizagens e dos conhecimentos do educando, como também o
trabalho do professor. Pois, para os professores, o avaliar permite analisar “[...], de
maneira frequente e interativa, o progresso dos alunos, para identificar o que eles
aprenderam e o que ainda não aprenderam, para que venham a aprender e para
que reorganizem o trabalho pedagógico.” (VILLAS BOAS, 2006, p. 78). Deve-se
levar em consideração que cada aluno aprende de uma determinada maneira, “[...]
porque têm histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos, e isso condiciona sua
relação com o mundo e influencia sua forma de aprender.” (FREIRE, 2001 apud
BARBOSA, 2008, p. 1).
A respeito da avaliação formativa, Hadyt (1988, p.13-14, grifo do autor)
conclui que:
33
[...] é um processo contínuo e sistemático. Portanto, ela não pode ser esporádica nem improvisada, mas, ao contrário, deve ser constante e planejada. Nessa perspectiva, a avaliação faz parte de um sistema mais amplo que é o processo ensino – aprendizagem, nele se integrando. Como tal, ela deve ser planejada para ocorrer normalmente ao longo de todo esse processo, fornecendo feedback e permitindo a recuperação imediata quando for necessário.
De acordo com a autora, a avaliação formativa se dá por meio de um
processo contínuo e sistemático no ato educativo e que envolve uma ação dinâmica
e constante no processo de ensino e aprendizagem. E, continua (HADYT, 1988, p.
13), que esta “[...] não pode ser esporádica nem improvisada, mas, ao contrário,
deve ser constante e planejada” de forma que ultrapasse o aspecto quantitativo,
muito mais do que verificar por um momento as aprendizagens e os conhecimentos
dos alunos. Ou seja, a avaliação é a “[...] reflexão permanente do educador sobre
sua realidade e do acompanhamento passo a passo do educando na sua trajetória
de construção do conhecimento.” (HOFFMANN, 1993b, p. 18).
Nota-se, porém, que o avaliar na perspectiva formativa “[...] é conhecer, é
contrastar, é dialogar, é indagar, é argumentar, é deliberar, é raciocinar, é aprender”
(MÉNDEZ, 2002, p. 62, grifo do autor) durante todo o processo avaliativo e
educativo,
[...] por acompanhar o processo de ensino e aprendizagem desenvolvido na rotina escolar e, assim, sempre informar os sujeitos envolvidos no processo educativo acerca do que vem acontecendo nas suas interações pedagógicas, possibilitando informações para as regulações do trabalho docente e das aprendizagens. (SILVA, 2003, p. 13).
Nessa perspectiva, a avaliação formativa é um processo contínuo no ensino
e aprendizagem, visa o comprometimento com os sujeitos (aluno/professor) no ato
educativo (SILVA, 2003), e que tem como finalidade “[...] regular a aprendizagem do
aluno e fornecer informações importantes sobre o processo para o professor e para
o aluno.” (MORAES, 2011, p. 240). Portanto, na avaliação formativa consideram-se
as regulações constantes das aprendizagens do educando onde “[...] o professor,
que será informado dos efeitos reais do seu trabalho pedagógico, poderá regular sua
ação.” (HADJI, 2001, p. 20).
34
No entanto, destaca-se neste ponto, o significado de regular o ensino e a
aprendizagem, passo que o professor se utiliza “[...] das informações coletadas para
corrigir as falhas, [...].” (MORAES, 2011, p. 240), que podem ser originadas de
diversos instrumentos da avaliação, como: prova; observação; portfólio e até mesmo
por meio do diálogo entre os sujeitos do ato educativo, enfim, de todo o processo de
construção dos conhecimentos e das aprendizagens do educando, por meio dos
quais o professor irá refletir e analisar, adequar e diversificar o seu trabalho
pedagógico (envolvendo as estratégias e as metodologias). Desse modo, o
professor realiza também o exercício de reflexão, análise e aprofundamento da
teoria e da prática, considerando as necessidades, as dificuldades, os erros, os
conhecimentos e as aprendizagens dos alunos; que são como afirma Hadji (2001, p.
21), “[...] as correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do
aluno, e que concernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à
atividade de aprendizagem do aluno, [...]”.
A regulação é o processo de ajustamento do ensino e da aprendizagem com
destaque para as seguintes indagações: o que fazer e o como fazer para que os
alunos aprendam, superem as dificuldades e avancem no processo de construção
dos conhecimentos e das aprendizagens? (MORAES, 2011). Nesta perspectiva, a
regulação é uma ação realizada pelo professor, no momento em que o mesmo irá
regular e intervir na concretização de superar as dificuldades dos alunos para quem
os mesmos avancem no processo de construção das aprendizagens. Para isso, é
relevante que o educador conheça “[...], por que, para que e como ensina, avalia e
aprende, tendo mais condições de avaliar o seu trabalho, de reconstruí-lo e de
elevá-lo a outro patamar de qualidade.” (CAVALCANTI NETO; AQUINO, 2009, p. 4).
A avaliação formativa é antes de tudo “[...] o interrogar-se sobre um
processo; é o refazer do caminho percorrido, para refletir sobre o processo de
aprendizagem em si mesmo” (ABRECHT, 1994, p. 18, grifo do autor), ou seja, a
avaliação na perspectiva formativa é o indagar permanente e crítico sobre o
processo ensino e aprendizagem. É a reflexão, a análise e a transformação do nível
de qualidade do processo educativo que envolve o percurso de construção das
aprendizagens e dos conhecimentos de cada aluno e o trabalho pedagógico do
professor (ABRECHT, 1994).
Para Rabelo (1998, p. 73-74, grifo do autor) a avaliação formativa é aquela:
35
[...] que contribui para melhorar a aprendizagem, pois, informa ao professor sobre o desenvolver da aprendizagem e ao aluno sobre os seus sucessos e fracassos, o seu próprio caminhar. Assim, proporciona segurança e confiança do aluno nele próprio; feedback ao dar rapidamente informações úteis sobre etapas vencidas e dificuldades encontradas; diálogo entre professor e aluno, bem fundamentado em dados precisos e consistentes.
Segundo Rabelo (1998), o avaliar na perspectiva formativa está voltada para
o processo de ensino e aprendizagem, que envolve tanto o aluno como o professor,
no qual o termo feedback está sempre presente, ou melhor, o “[...] aluno precisa de
um feedback que o informe a respeito do que aprendeu e do que ainda necessita
aprender” (BLOOM; HASTING; MADAUS, 1983, p. 147), mediante o diálogo entre
alunos e professores, pois, “[...] dialogar é refletir em conjunto (professor e aluno)
sobre o objeto de conhecimento.” (HOFFMANN, 1993a, p. 153).
Moraes (2011, p. 252), também relata que o termo feedback tem por
objetivo:
Mostrar aos alunos seus acertos e erros seja oralmente, no grande grupo, revendo cada questão individualmente, seja por escrito [...], indicando o que o aluno não acertou e por que, o que faltou, qual o caminho que deve ser percorrido são algumas das possibilidades que o professor tem para mostrar ao aluno suas reais dificuldades, as causas destas e o que precisa fazer para acertar, avançar, melhorar.
Para Moraes (2011), importa reforçar que o feedback é um elemento
relevante na avaliação formativa, por contribuir para o processo de construção das
aprendizagens e dos conhecimentos e da superação de dificuldades e erros, para o
desenvolvimento dos saberes apresentados pelo educando. Portanto, o feedback é
útil para que o professor possa expor e esclarecer aos seus alunos os acertos e/ou
erros relacionados às informações de um determinado conteúdo trabalhado, seja de
forma oral ou escrita. Contudo, o professor não vai apenas apontar ao aluno os
acertos e/ou os erros, mas também mostrar a ele “[...] por que, o que faltou, qual o
caminho que deve ser percorrido” (MORAES, 2011, p. 252), para a concretização de
um saber enriquecido. (HOFFMANN, 1993b).
Ribeiro (2011, p. 96) afirma que o feedback:
36
[...], necessita ser um instrumento a serviço da regulação do processo de ensino/aprendizagem, pressupondo que professores e alunos possam se beneficiar de suas informações. Aqueles para repensar suas ações, rever seus planejamentos, traçar estratégias contributivas à melhoria das aprendizagens; esses para acompanhar seus desempenhos, identificar suas potencialidades e suas fraquezas [...].
De acordo com Ribeiro (2011), o feedback possibilita fazer a regulação do
processo de ensino e aprendizagem, antecipa ao professor refletir, analisar, avaliar e
adequar o seu trabalho pedagógico (envolvendo as estratégias e as metodologias),
visando a melhoria das aprendizagens adquiridas pelo educando, de tal forma que
este acompanhe o seu próprio processo de aprendizagem. Entende-se que o
feedback permite que o aluno “[...] tome consciência de seus avanços e dificuldades
para continuar progredindo na construção do conhecimento” (PORTÁSIO; GODOY,
2007, p. 34), porque precisam enxergar “[...] qual o ponto de chegada, isto é,
necessitam ter clareza quanto aos objetivos traçados para cada situação de ensino.”
(RIBEIRO, 2011, p. 96).
O feedback também possibilita aos alunos realizarem a autorregulação de
sua própria aprendizagem, haja vista que, “[...] o fundamental para aprender é que o
próprio aluno seja capaz de detectar suas dificuldades, compreendê-las e
autorregulá-las.” (SANMARTÍ, 2009, p. 33). Entretanto, para que este sujeito (aluno)
possa fazer a ação de se autorregular, ou seja, buscar novas formas de aprender,
este precisa ser informado sobre o que errou; o por quê errou; e que atitude e ação
deverá realizar para superar as suas dificuldades e erros (MORAES, 2011). É
importante também ter clareza dos objetivos delineados para cada situação de
ensino e aprendizagem (RIBEIRO, 2011).
Para Perrenoud (1999, p. 97), a autorregulação da aprendizagem visa
reconhecer as “[...] capacidades do sujeito para gerir ele próprio seus projetos, seus
progressos, suas estratégias diante das tarefas e dos obstáculos”. De acordo com
Perrenoud (1999), a autorregulação é a capacidade de desenvolver e superar as
próprias dificuldades e avançar no processo de construção das aprendizagens e dos
conhecimentos. Isto requer do educando “[...] analisar situações, reconhecer e
corrigir seus eventuais erros nas tarefas” (RABELO, 1998, p. 74) ou situações do ato
educativo, elaborando estratégias, ações e atitudes para a melhoria do processo de
aprendizagem.
37
Hadji (2001, p. 20) também expõe sobre a autorregulação dizendo que “[...] o
aluno [...] poderá tomar consciência das dificuldades que encontra e tornar-se à
capaz, na melhor das hipóteses, de reconhecer e corrigir ele próprio seus erros.”
Segundo Hadji (2001) a autorregulação da aprendizagem se faz presente na
avaliação formativa e proporciona ao aluno, por meio de um feedback oral ou escrito,
a ação de autorregular que é a de “[...] planejar, monitorar, avaliar e regular a sua
própria ação, [...] e conscientemente.” (RIBEIRO, 2011, p. 101).
No que se referem aos instrumentos avaliativos na perspectiva da avaliação
formativa, esses precisam ser os mais diversificados e variados, e, dentre eles,
destacam-se: “[...], as provas, os seminários, as apresentações, entrevistas,
observação, trabalhos, tarefas, exposições, diários, [...], exercícios em sala...”
(CUNHA, 2009, p. 11), autoavaliação, mapa conceitual, portfólio e entre outros.
Sobre isso, Luckesi (2000, p. 10) complementa dizendo que “[...] quaisquer
que sejam os instrumentos [...] necessitam manifestar qualidade satisfatória como
instrumento para ser utilizado na avaliação da aprendizagem [...]”. Segundo Luckesi
(2000), os mais variados instrumentos avaliativos devem ser de qualidade e
comprometidos com o processo de ensino e aprendizagem, facilitando a tarefa do
professor ao “[...] mapear as dificuldades e necessidades reais apresentadas,
verificar os objetivos não atingidos e assim propor as melhores intervenções, [...].”
(MORAES, 2011, p. 236). Devem também oferecer aos alunos condições de “[...]
perceberem as fragilidades ou certezas de suas aprendizagens, possibilitando a
regulação e autorregulação, assumindo um caráter pedagógico.” (MORAES, 2011, p.
236, grifo do autor).
Com respeito ao instrumento avaliativo na concepção do avaliar formativo,
Cunha (2009, p. 12), argumenta que
[...], ele é uma ferramenta didática, faz parte da avaliação, mas os instrumentos por si só, não dizem nada. Eles só tem sentido para aquele que os interpreta. A avaliação é esta atividade de interpretação que se efetiva enquanto investigação e reflexão sobre as informações apresentadas nos instrumentos pelos alunos.
De acordo com Cunha (2009), a avaliação é um processo contínuo no ato
educativo e avaliativo, e os instrumentos da avaliação formativa são ferramentas que
possibilitam realizar o processo de coleta, de investigação, de reflexão, de análise,
38
de interpretação e de retomada das informações, ou seja, o que o educando acertou
e o que ele errou, o porquê errou, o que faltou e qual o caminho deve percorrer para
que supere as suas dificuldades e erros, e construa uma aprendizagem efetiva
(MORAES, 2011). Já o professor poderá rever constantemente a sua teoria e
prática, considerando as necessidades dos alunos, o que envolve suas dificuldades,
os erros, os saberes e os conhecimentos destes mesmos sujeitos. Tais quais as
autoras Zanon e Althaus (2008, p. 2) definem os instrumentos de avaliação como
“[...] recursos utilizados para coleta e análise de dados no processo ensino-
aprendizagem, visando promover a aprendizagem dos alunos”.
Sendo assim, na avaliação formativa utiliza-se o instrumento avaliativo com
o “[...] intuito de transformá-lo em um auxiliador na coleta de dados e de reflexão
para professores e alunos sobre o desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem.” (REHEM; VALASQUES; SANTOS, 2012, p. 8). Os instrumentos
avaliativos proporcionam a realização do processo de coleta, de reflexão e de
análise das informações ou dos conteúdos que estão sendo trabalhados com os
alunos. Por meio de uma relação dialógica entre os sujeitos do processo educativo
ou até mesmo por escrito, o professor mostra, informa e esclarece aos alunos os
seus erros e os seus acertos, envolvendo o porquê dos erros e das dificuldades e as
dúvidas apresentadas por eles. Portanto, esse feedback destinado tanto ao aluno
quanto ao professor, possibilita fazer a regulação e a autorregulação do processo de
ensino e aprendizagem (REHEM; VALASQUES; SANTOS, 2012).
Para a realização do feedback, assim como para os processos de regulação
do ensino e da autorregulação da aprendizagem, é relevante destacar o foco nos
objetivos delineados para cada situação de ensino e aprendizagem (RIBEIRO,
2011). Ter em vista sempre que necessário, a retomada, a reflexão, a análise e o
esclarecimento sobre os respectivos objetivos, ou seja, aquilo que se pretende
atingir com determinada informação ou conteúdo, ressaltando-se as indagações: - os
mesmos foram alcançados ou não? - O que e o como fazer para que os objetivos
sejam atingidos a fim de que os alunos aprendam, superem as dificuldades e
avancem no processo de construção dos conhecimentos e das aprendizagens?
(MORAES, 2011). Ressalta-se que os objetivos propostos devem estar claros tanto
para o professor como para os alunos.
39
Diversificar os instrumentos avaliativos, quer dizer não se valer apenas de
um destes, como por exemplo, o da prova, mas explorar também: seminários,
trabalhos, tarefas, portfólio, mapa conceitual, resenhas, redação, entre tantos outros,
bem como, as metodologias e as estratégias, considerando o nível real de
dificuldades e aprendizagens do educando, e a possibilidade de superação das
eventuais falhas. Depresbiteris e Tavares (2009, p. 59) enfatizam que “[...] a ideia de
diversificar os instrumentos de avaliação tem respaldado na necessidade de que se
analise a aprendizagem do aluno sob diferentes ângulos e dimensões”, afinal, cada
aluno aprende e se expressa de uma determinada forma no processo educativo.
Dentre os mais diferenciados instrumentos avaliativos, destacam-se neste
estudo: a prova e o portfólio. Porém, optou-se pela escolha da prova por ser este um
instrumento avaliativo utilizado no processo educativo, com ênfase numa perspectiva
formativa, justifica-se também o destaque para o portfólio, outro instrumento
avaliativo, que possibilita acompanhar e compreender o processo de construção das
aprendizagens e dos conhecimentos apresentados pelos alunos, bem como, a
reflexão e a análise do trabalho pedagógico do professor (HOFFMANN, 2005).
Em vista disso, considera-se a relevância dos variados instrumentos
avaliativos no ato educativo, pois, estes possibilitam “[...] refletir sobre os processos
de ensinar e aprender, além de [...] rever posturas, mudar caminhos, [...].” (REHEM;
VALASQUES; SANTOS, 2012, p. 9).
Com referência à prova, esta é um dos instrumentos avaliativos em que na
perspectiva do avaliar formativo, possibilita a coleta e a análise das informações
baseadas nas aprendizagens, conhecimentos, dificuldades e erros detectados pelo
educando durante todo o processo de construção de suas experiências e saberes,
além de proporcionar ao professor o ato de refletir, analisar e avaliar o seu trabalho
pedagógico. E, complementa Castanheira (2011, p. 2), ao confirmar que as provas:
“[...] são instrumentos importantes que oferecem ao professor uma ideia de como o
ensino e a aprendizagem estão ocorrendo e deve ser elaborada com o objetivo [...]
de acompanhar o desenvolvimento do aluno e da sala de aula, [...]”.
Diante disso, a prova na concepção formativa é um instrumento da avaliação
que visa o comprometimento com o processo de ensino e aprendizagem.
Para Moraes (2011, p. 252), a prova pode ser definida como:
40
[...] um instrumento para coletar dados sobre as aprendizagens, portanto o professor, ao corrigi-la, deve analisar o tipo de resposta apresentada pelo aluno, tentando entendê-la e não simplesmente corrigir emitindo certo ou errado. A correção deve servir para que o professor possa levantar o maior número de informações sobre a situação em que seus alunos se encontram e a partir disso chegar a conclusões sobre o que precisa ser feito diante de tais constatações para garantir que as aprendizagens sejam significativas.
Conforme Moraes (2011), a prova é um instrumento da avaliação que tem
como meta coletar informações a respeito das aprendizagens, das dificuldades e dos
erros apresentados pelos alunos no processo educativo. No momento da correção
das respostas das questões apresentadas pelo aluno na prova, o professor deve
refletir e analisar os acertos, onde estão os erros e suas causas, o que faltou para
este aluno e qual o caminho deve percorrer para superar suas falhas e obstáculos,
no intuito de construir uma aprendizagem efetiva. Tal como, se os objetivos
propostos para cada situação de ensino e aprendizagem foram alcançados ou não,
e o que e como fazer para que os educandos superem os desafios e aprimorem os
saberes.
As informações coletadas na prova, sobre as aprendizagens dos alunos,
devem ser discutidas, analisadas e retomadas com os alunos, com o firme propósito
de contribuir para o processo de construção dos conhecimentos por parte desses
mesmos sujeitos, para que superem suas dificuldades e seus erros, além de
incentivar que o professor reveja constantemente a sua teoria e prática. Cabe,
porém, ressaltar que “[...] a prova precisa ser construída de tal forma que as várias
possibilidades de aprendizagens possam ser acionadas revelando as diferentes
maneiras pelas quais os conteúdos podem ser aprendidos.” (GATTI, 2003, p. 106).
Nesse sentido, a prova é um “[...] instrumento privilegiado de uma regulação
contínua das diversas intervenções e das situações didáticas.” (PERRENOUD, 1999,
p. 14). Ou seja, a prova é um dos instrumentos da avaliação, que possibilita fazer a
regulação constante do ensino e da aprendizagem (PERRENOUD, 1999).
O portfólio também é uma das ferramentas da avaliação importante que visa
contribuir “[...] para entender o processo do aluno e apontar ao professor novos
rumos.” (HOFFMANN, 2005, p. 133-134).
Villas Boas (2004, p. 38) enfatiza que na concepção formativa:
41
[...] o portfólio é uma coleção de suas produções (do aluno), as quais apresentam evidências de sua aprendizagem (do aluno). É organizado por ele próprio para que ele e o professor, em conjunto, possam acompanhar o seu progresso. O portfólio é um instrumento de avaliação que permite aos alunos participar da formulação dos objetivos de sua aprendizagem e avaliar o seu progresso. Eles são, portanto, participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu trabalho para incluí-las no portfólio.
Logo, de acordo com Villas Boas (2004), o portfólio é uma coleção de
atividades e de trabalhos, produzidas por cada aluno, no qual, por meio deste
instrumento, o educando acompanha, analisa e documenta cada momento ou
situação do seu processo de aprendizagem, avalia suas dificuldades, seus erros, a
capacidade de superação para enfrentar os desafios e o desenvolvimento dos
saberes. Beneficia o professor enquanto proporciona a reflexão e a análise de seu
trabalho pedagógico, na teoria e na prática. Quanto à organização do portfólio, esta
irá depender do planejamento de ensino, dos objetivos que se pretende atingir com
a concretização deste e da turma. Considerando este um instrumento avaliativo em
que na afirmativa de Hoffmann (2005, p. 133), reúne “[...] expressões de sentido do
aluno que servem para subsidiar e complementar análise de sua progressão”,
supõem-se, entretanto, que cada educando tem a sua própria maneira de se
expressar e de organizar as suas ideias, reflexões, conhecimentos, dúvidas,
incertezas, aprendizagens e de produzir o seu próprio portfólio.
Hoffmann (2005, p. 133), ainda frisa que o portfólio torna-se significativo:
[...] pelas intenções de quem o organiza. Ele precisa construir-se em um conjunto de dados que expresse avanços, mudanças conceituais, novos jeitos de pensar e de fazer, alusivos à progressão do estudante. Essa “coleção” irá expressar, implicitamente, o valor conferido ao professor a cada um desses momentos.
Então, o portfólio numa perspectiva formativa contempla para ambos os
sujeitos do ato educativo acompanhar e compreender acerca do processo de
construção das aprendizagens e dos conhecimentos apresentados, da mesma forma
que ativa a reflexão e a análise do trabalho pedagógico do professor (HOFFMANN,
2005). De acordo com Zanon e Althaus (2008, p. 19), o portfólio “[...] favorece a
oportunidade de reflexão sobre o progresso do aluno em relação ao seu próprio
processo de aprendizagem, [...]” e ainda “[...] possibilita a introdução de mudanças
42
necessárias e contínuas na condução do processo ensino-aprendizagem.” Portanto,
o referido instrumento de avaliação viabiliza o processo de coleta, de reflexão e de
análise das informações ou dos conteúdos trabalhados com o aluno. Por meio de
uma relação dialógica entre os sujeitos do processo educativo, ou mesmo por
escrito, o professor ao mesmo tempo em que aponta os erros e as falhas, mostra os
acertos e esclarece as dúvidas apresentadas e qual caminho seguir para que supere
dificuldades e aperfeiçoe os seus conhecimentos (feedback) (MORAES, 2011).
Desta forma, esse feedback destinado tanto ao aluno como ao professor possibilita
fazer a regulação do ensino e da aprendizagem e de sua autorregulação. (REHEM;
VALASQUES; SANTOS, 2012).
Ao reorganizar o seu trabalho pedagógico, o educador envolve metodologias
e estratégias com o intuito de que os alunos enfrentem os desafios, reflitam e
analisem o seu processo de construção das aprendizagens, no que precisam
melhorar; o fazer para que superem as dificuldades, estabeleçam planos de ações e
atitudes para que os objetivos do processo de aprendizagem sejam alcançados. Na
percepção de Magalhães (2014, p. 1), o portfólio “[...] não é apenas uma pasta que
aglutina tarefas ou uma coleção de quaisquer trabalhos, mas documenta o percurso
de aprendizagem e as diferentes vivências daquele que o produziu.” Enfim, a
avaliação na perspectiva formativa “[...] é amorosa, inclusiva, dinâmica e construtiva,
diversa dos exames, que não são amorosos, são excludentes, não são construtivos,
mas classificatórios.” (LUCKESI, 2000, p. 7).
Na seção seguinte, que se refere à análise de dados: as vozes dos
sujeitos protagonistas buscou-se a análise, a compreensão, a interpretação
reflexiva e crítica das informações sobre as concepções e significados da avaliação
da aprendizagem para alguns alunos que cursam o Ensino Médio, relacionada com
o referencial teórico deste estudo.
43
ANÁLISE DOS DADOS: AS VOZES DOS SUJEITOS PROTAGONISTAS
Nesta seção buscou-se a análise, compreensão e interpretação reflexiva e
crítica das informações sobre as concepções e significados da avaliação da
aprendizagem de alunos que cursam o Ensino Médio, a partir da aplicação do
questionário.
Na primeira pergunta (Quadro 1), apresenta-se a categorização a respeito
das variadas concepções de alunos do Ensino Médio de um colégio público sobre a
avaliação da aprendizagem.
Quadro 1 – O que você entende por avaliação da aprendizagem?
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Confundem avaliação com instrumentos avaliativos 7 alunos 24,1%
2 Avaliar é verificar a quantidade de conteúdos 10 alunos 34,4%
3 Maneira de saber como os alunos estão aprendendo e o professor ensinando
6 alunos 20,6%
4 Respostas não categorizadas 6 alunos 20,6%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, 24,1% dos alunos confundem avaliação com
instrumentos avaliativos, conforme as respostas: “É o que os professores fazem para
saber como está o nosso conhecimento (provas, trabalhos, e entre outros)”1 (A4),
“[...] entendo que os professores aplicam as provas (avaliação) para saber se
aprendemos os conteúdos dados, para ver o nosso conhecimento sobre o assunto
tratado” (A8) e “A avaliação da aprendizagem compreende a consulta de
conhecimentos, não necessariamente feita através de provas, mas também por
participação em aula, atividades, tarefas e outras formas de avaliação” (A13). A
estas respostas dos alunos convém citar Ribeiro onde (2011, p. 47), “a avaliação da
aprendizagem escolar é frequentemente confundida com o instrumento avaliativo”,
em que a prova é um dos instrumentos da avaliação que prevalece (MORAES,
2011). No entanto, é preciso frisar que a avaliação é um processo contínuo no
ensino e aprendizagem (VASCONCELLOS, 2000).
1 As falas dos alunos participantes desta pesquisa estão destacadas em itálico.
44
Na segunda categoria, 34,4% dos alunos compreendem que avaliar é
verificar a quantidade de conteúdos, como expressam os alunos, “[...] entendo que é
uma forma de avaliar se o aluno aprendeu o conteúdo e quanto ele sabe sobre o
conteúdo estudado, [...]” (A1), “É um teste com o objetivo de testar o quanto o aluno
absorveu do conteúdo aplicado nas aulas” (A3) e “Que seria uma avaliação para
testar nosso conhecimento sobre o assunto” (A11). A respeito do que foi exposto
pelos alunos, Cavalcanti Neto e Aquino (2009, p. 4) afirmam que a avaliação, “[...]
indica uma simples verificação quantitativa daquilo que o aluno aprendeu dos
conteúdos abordados; avalia-se o resultado final, e não o processo; [...]”.
Olhando por outro ângulo, um desses alunos destaca também a avaliação
da aprendizagem numa perspectiva da avaliação formativa, como argumenta que
serve para os professores, “[...] saberem o que aprendemos nas matérias e também
o que não aprendemos, para que possamos aprender” (A11). Posto isso, tem-se o
avaliar formativo “[...] oferece [...] informações sobre seu progresso na aprendizagem
fazendo-o conhecer seus avanços, bem como suas dificuldades, para poder superá-
las [...].” (HADYT, 1997, p. 292-293).
Na terceira categoria, 20,6% dos alunos disseram que avaliar se refere à
maneira de saber como os alunos estão aprendendo e o professor ensinando: “É
uma maneira de saber como os alunos estão aprendendo e se estão aprendendo e
como está sendo o rendimento dos professores com os alunos” (A19), “É uma
maneira de saber como está sendo a forma de ensinar os alunos” (A21) e “[...] para
o professor entender a dificuldade do aluno e assim poder ensiná-lo” (A27). Deste
modo, a avaliação fornece “ao professor dados para adequar seus procedimentos de
ensino às necessidades da classe. [...] e oferece ao aluno informações sobre seu
progresso na aprendizagem [...].” (HADYT, 1997, p. 292-293).
E outras respostas expressas por 20,6% dos alunos não foram
categorizadas por não se encaixarem nas categorias descritas anteriormente e não
foram possíveis de serem interpretadas, pois as respostas apresentam-se
incompletas e confusas, como se destaca a seguir: “É o que os professores usam
para ensinar” (A16) e “É uma forma de utilizar o que eu já aprendi ou estou
aprendendo em sala de aula” (A2).
A análise das respostas dos alunos, a respeito do que entendem por
avaliação da aprendizagem, possibilitou identificar que prevalece entre eles a
45
concepção da avaliação classificatória, na qual se avalia para verificar a quantidade
de conteúdos construídos, conforme anuncia Nascimento (2012, p. 29-30),
“Prevalece a atenção para o quanto se sabe, ficando em segundo plano a qualidade
da aprendizagem”. Contudo, a autora Preite (2010, p. 14) complementa dizendo que:
“[...] aprender não é absorver e decorar conteúdos, o professor deve ser o mediador
da informação, propondo caminhos, ferramentas e estimulando o aluno, para que
este se interesse e busque seu próprio conhecimento”.
Na segunda pergunta (Quadro - 2), apresenta-se a categorização acerca da
pergunta: Quais instrumentos avaliativos seus professores utilizam para avaliar a
sua aprendizagem?
Quadro 2 – Quais instrumentos avaliativos seus professores utilizam para avaliar a sua aprendizagem?
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Prova 18 alunos 62%
2 Vários instrumentos avaliativos 11 alunos 37,9%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, dentre os vinte e nove questionários respondidos
pelos alunos, a maioria deles, o que representa 62%, destacam a prova, como
anunciam: “[...] os professores utilizam as provas decorrentes dos assuntos
abordados em sala de aula [...]” (A1), “Provas dissertativas e de múltipla escolha,
[...]” (A9). Percebe-se, portanto, na fala dos alunos o que é anunciado por Moretto
(2005, p. 95), “[...] sendo o mais comum deles, em nossa cultura, a prova [...]”.
Manifesta aqui, um desses alunos, a sua opinião com relação ao desconto
de notas nas tarefas ao expor que: “[...], há professores que descontam notas de
tarefas, o que acho errado, pois, na tarefa é quando se pode errar para aprender”
(A13). À vista disso, a autora Hoffmann (1993a, p. 87) traz que a avaliação tem se
“[...] caracterizado como disciplinadora, punitiva e discriminatória, [...]. Daí a crítica
que faço sobre a utilização de notas, conceitos, estrelinhas, carimbos, e outras
menções nas tarefas dos alunos”, porque a avaliação não é simplesmente “[...] dar
notas, fazer médias, reprovar ou aprovar os alunos.” (LOCH, 2000, p. 31), mas sim
“[...], de posse das informações, referentes à qualidade da aprendizagem, ambos
46
buscam possibilidades para a superação da dificuldade constatada.”
(NASCIMENTO; SOUZA, 2013, p. 15515).
Na segunda categoria, 37,9% dos alunos disseram que os professores se
utilizam de vários instrumentos avaliativos para avaliar a aprendizagem, como:
trabalhos, seminários, atividades em sala de aula e outros, como relatam: “Eles
aplicam trabalhos para fazermos, [...], atividades em sala de aula, [...]” (A6),
“Trabalhos tanto escrito como seminários, [...] e atividades” (A12) e “Trabalhos,
seminários, [...] e atividades em sala” (A28). Sobre a diversificação dos instrumentos
avaliativos, Luckesi (2000, p. 10) diz que “[...] quaisquer que sejam os instrumentos
[...] necessitam manifestar qualidade satisfatória como instrumento para ser utilizado
na avaliação da aprendizagem [...].” (LUCKESI, 2000, p. 10).
A análise das respostas dos alunos, a respeito de quais instrumentos
avaliativos os professores utilizam para avaliar a aprendizagem, possibilitou
identificar que dentre os vários instrumentos da avaliação, a prova, seja com
perguntas dissertativas e/ou objetivas, geralmente é a mais usada no processo de
ensino e aprendizagem (MORETTO, 2005), conforme conclui Méndez (2002, p. 98),
“[...] mais que o instrumento, importa o tipo de conhecimento que põe à prova, o tipo
de perguntas que se formula, o tipo de qualidade (mental ou prática) que se exige e
as respostas que se espera obter conforme o conteúdo das perguntas [...]”.
Na terceira pergunta (Quadro – 3), apresenta-se a categorização sobre o
que cada aluno pensa e de qual forma deveria ser avaliada a sua aprendizagem.
Quadro 3 - Como você acha que deveria ser avaliada a sua aprendizagem?
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Com provas que utilizem a mesma linguagem e conteúdos que o professor desenvolveu durante as aulas
6 alunos 20,6%
2 Como já acontece, a partir da diversificação dos instrumentos avaliativos
16 alunos 55,1%
3 Outras maneiras de ser avaliada a aprendizagem 5 alunos 17,2%
4 Respostas não categorizadas 2 alunos 6,8%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, 20,6% dos alunos anunciam que a aprendizagem
deveria ser avaliada com o uso de provas que utilizem a mesma linguagem e
47
conteúdos que o professor desenvolveu durante as aulas, como enfatizam: “Com
provas feitas do mesmo modo em que o conteúdo foi aplicado em sala de aula” (A2),
“Através de provas que utilizem a mesma linguagem utilizada na metodologia de
ensino” (A5) e “As provas deveriam utilizar palavras mais fáceis, as palavras que são
ditas na hora da explicação” (A11). Observa-se com as respostas dadas pelos
alunos com o que se refere Moretto (2003b, p. 71), que ao elaborar as perguntas
(dissertativas e/ou objetivas) de uma prova, a linguagem “deve ser clara, precisa,
contextualizada para que o aluno saiba com bastante precisão o que está sendo
solicitado [...]”, e que a autora Gatti (2003, p. 106) complementa dizendo que na
prova “[...] deve estar referida ao que realmente foi trabalhado em sala e deve cobrir
o material que o professor trabalhou com os alunos” e “[...] às formas pelas quais
abordou esse conteúdo com os alunos.” (GATTI, 2003, p. 106).
Na segunda categoria, outros alunos (55,1%) disseram que a sua
aprendizagem deveria ser avaliada da maneira como já acontece, a partir da
diversificação dos instrumentos avaliativos, ou seja, com trabalhos, provas,
atividades, tarefas e seminários, e relevam: “Como é atualmente, com os
professores dando provas, trabalhos, atividades” (A6), “Do jeito que é, com
aplicações de trabalhos e provas, já é muito bom de avaliar” (A12), “Provas,
seminários, tarefas [...]” (A20) e “Da forma que já é realizada, com trabalhos, provas
e atividades em sala” (A28). Diante das respostas expostas pelos alunos, as autoras
Depresbiteris e Tavares (2009, p. 59) enfatizam que “[...] a ideia de diversificar os
instrumentos de avaliação tem respaldado na necessidade de que se analise a
aprendizagem do aluno sob diferentes ângulos e dimensões”.
Entretanto, a respeito das provas, um desses mesmos alunos comenta: “[...]
poucas provas, já que nestas é possível que o aluno decore o conteúdo e assim não
adquire conhecimento” (A9). Logo, apresenta-se uma visão negativa em relação às
provas (MORAES, 2011), e em uma perspectiva da avaliação classificatória, em que
segundo Moraes (2011, p. 235), “[...] às novas propostas educativas imprimem uma
marca negativa à maneira como a prova vem sendo usada. [...] que se distanciam da
prova como estratégia de avaliação [...]”. Porém, ao invés “[...] de apregoarmos os
malefícios da prova e levantarmos a bandeira de uma avaliação sem provas, [...]”
(MORETTO, 2005, p. 95-96), devemos procurar “[...] seguir o princípio: se tivermos
que elaborar provas que sejam bem feitas, atingindo seu real objetivo, que é verificar
48
se houve aprendizagem significativa de conteúdos relevantes.” (MORETTO, 2005, p.
95-96, grifo do autor).
Na terceira categoria, 17,2% dos alunos apontam que deveriam ser
utilizadas outras maneiras de avaliar a aprendizagem, como anunciam: “Com mais
atividades” (A27) e “Por meio de duas provas [...]” (A22).
Outras respostas expressas por 6,8% dos alunos não foram categorizadas
devido a não se encaixarem nas categorias descritas anteriormente e por
apresentarem suas respostas confusas. No entanto, sobre a prova e a cola, volta-se
a atenção para fala de um desses alunos que comenta que,
[...] as provas têm como objetivo avaliar o conhecimento do aluno. Mas na maioria das vezes há a “cola”, seja do próprio caderno ou do caderno do amigo que realmente estudou, não sendo um instrumento eficaz para ver se o aluno aprendeu ou não o conteúdo. (A1).
Compara-se a fala deste aluno ao que destaca Moretto (2003a, p. 101), a
questão da “cola” que “[...] é uma das consequências do processo de ensino
inspirado na visão tradicional da relação professor, aluno e conhecimento, [...]” e “[...]
em que na prova é o momento destinado a verificar se o que havia sido transmitido
lá estava gravado de cor.” (MORETTO, 2003a, p. 101), assim, numa perspectiva da
avaliação classificatória a prova não se caracteriza como um instrumento que avalia
se o aluno aprendeu ou não o conteúdo, ou seja, “[...] não se ter certeza de que
aquilo que o aluno expressou na prova realmente corresponde ao seu
conhecimento” (VASCONCELLOS, 1998, p. 66); e “[...] pode haver uma influência
seja da tensão emocional a que estava submetido, seja da cola [...] a que
eventualmente recorreu.” (VASCONCELLOS, 1998, p. 66).
A autora Gatti (2003, p. 105) comenta a respeito da cola em provas, dizendo
que: “o professor deve compreender por que alguns alunos colam ou tentam colar
em uma prova”. E que alguns alunos colam nas provas pelo motivo de querer “[...]
obter os graus necessários para aprovação ou são pressionados a obtê-los pela
família ou grupos de influência.”
A análise das respostas dos alunos, a respeito do que cada um deles pensa
sobre como deveria ser avaliada a sua aprendizagem, possibilitou identificar que
preferem a diversificação dos instrumentos avaliativos, conforme fazem os
professores que fazem uso de: trabalhos, provas, seminários e outros para avaliar a
49
aprendizagem de cada aluno. Como enfatizam Rehem, Valaques e Santos (2012, p.
8), na avaliação formativa utiliza-se o instrumento avaliativo com o “[...] intuito de
transformá-lo em um auxiliador na coleta de dados e de reflexão para professores e
alunos sobre o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem”.
Na quarta pergunta (Quadro – 4) destaca-se a categorização sobre a
pergunta: A avaliação da aprendizagem efetivada por seus professores te ajuda a
aprender? ( ) sim ( ) não e Por quê?
Quadro 4 - A avaliação da aprendizagem efetivada por seus professores te ajuda a aprender?
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Sim 26 alunos 89,6%
2 Não 2 alunos 6,8%
3 Não respondeu 1 aluno 3,4%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, 89,6% dos alunos disseram que a avaliação ajuda a
aprender porque os alunos estudam novamente para realizar a prova, como
anunciam: “Sim, porque para realizar as provas eu estudo, [...]” (A1), “Sim, porque o
aluno vai buscar estudar mais sobre o conteúdo” (A2) e “[...], aprende mais com os
estudos que realizarão para fazer a prova” (A18). Aliás, Gatti (2003, p. 106) traz que:
“[...] a prova precisa ser construída de tal forma que as várias possibilidades de
aprendizagens possam ser acionadas revelando as diferentes maneiras pelas quais
os conteúdos podem ser aprendidos”. No entanto, um desses alunos diz que “[...] as
provas sendo aplicadas tem como efeito estimular o aluno a buscar conhecimento
para melhores resultados” (A3), revelando a perspectiva da avaliação classificatória,
na qual há a valorização do aspecto quantitativo “nota e o resultado” (SANMARTÍ,
2009).
Na segunda categoria, outros alunos, 6,8%, destacam que a avaliação
efetivada pelos professores não ajuda a aprender, pois: “eu acredito que o
verdadeiro aprendizado ocorra dentro de sala de aula, com as explicações [...] dos
professores. A prova apenas nos limita, nos vemos obrigados a decorar conteúdos”
(A9). Entende-se, portanto, que a avaliação não ajuda a aprender, há o mesmo
significado para a avaliação e a prova; com a memorização de conteúdos como
50
dizem, “[...] avaliações não alteram muito, pois, frequentemente as provas são feitas
na famosa (decoreba)” (A10), e percebe-se pelas respostas apontadas como
anuncia Ribeiro (2011, p. 47) que “a avaliação da aprendizagem escolar é
frequentemente confundida com o instrumento avaliativo”, em que a prova é um dos
instrumentos da avaliação que prevalece (MORAES, 2011). No entanto, é preciso
frisar que a avaliação é um processo contínuo no ato de ensinar e de aprender
(VASCONCELLOS, 2000). A respeito do que foi exposto pelos alunos, Vasconcellos
(2005, p. 101) enfatiza que a prova,
[...] de cunho decorativo, onde o professor faz questões para obter exatamente o que disse em sala de aula, o que está escrito no livro ou na apostila, tem uma longa tradição pedagógica, levando a uma profunda distorção da prática do estudo, pois o aluno ao invés de se envolver com a autêntica aprendizagem passa a ficar preocupado em memorizar para “desenvolver na prova”.
Na terceira categoria, entre os vinte e nove questionários aplicados com
alguns alunos do ensino médio de um colégio público, 3,4% não apresentaram
resposta para esta pergunta.
As respostas sobre a pergunta: “A avaliação da aprendizagem efetivada por
seus professores te ajuda a aprender?”, possibilitou identificar que os alunos
estudam os conteúdos novamente para a realização da prova; e que este
instrumento avaliativo, geralmente é o mais usado no processo de ensino e
aprendizagem (MORETTO, 2005). Para a autora Castanheira (2011, p. 2) as provas
devem oferecer “[...] ao professor uma ideia de como o ensino e a aprendizagem
estão ocorrendo e deve ser elaborada com o objetivo [...] de acompanhar o
desenvolvimento do aluno e da sala de aula, [...]”.
Na quinta pergunta (Quadro – 5), anuncia-se a categorização sobre a
pergunta: ‘Se você vivenciou alguma prática avaliativa de seus professores que te
ajudaram a aprender, conte o que ele fez e o que você aprendeu. ’
51
Quadro 5 - Se você vivenciou alguma prática avaliativa de seus professores que te ajudaram a aprender, conte o que ele fez e o que você aprendeu.
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Seminários e atividades aplicadas em sala de aula 10 alunos 34,4%
2 Aulas práticas no laboratório 3 alunos 10,3%
3 Exemplos do dia a dia 3 alunos 10,3%
4 Atendimento individualizado 1 aluno 3,4%
5 Não responderam 5 alunos 17,2%
6 Respostas não categorizadas 7 alunos 24,1%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, 34,4% dos alunos destacam que já vivenciaram
alguma prática avaliativa de seus professores que os ajudaram a aprender, ou seja,
por meio de seminários e de atividades aplicadas em sala de aula, segundo os
relatos dos alunos: “Com seminário explicado em sala de aula ajuda a aprender [...]”
(A6), “O professor passou seminários, e desse modo, a gente tem que estudar para
saber apresentar e dessa maneira, aprendemos melhor” (A7) e “Sim, com todos os
tipos de exercícios, trabalhos [...] nos ajuda a aprender” (A11). A partir destes
relatos, as autoras Zanon e Althaus (2008, p. 19-20, grifo do autor) estabelecem
alguns objetivos do seminário:
[...] investigar um problema; [...] analisar criticamente o tema ou as ideias dos autores estudados (não é reprodução); propor alternativas para resolver as questões levantadas; instaurar o diálogo crítico, estimulando a produção do conhecimento de forma cooperativa.
Segue Zanon e Althaus (2008, p. 20), ao apontarem alguns equívocos mais
comuns nas apresentações de seminários, como: “[...] substituição do monólogo do
professor pelo do aluno; extrema divisão do trabalho “em partes”; ausência de
interação; [...]”.
Na segunda categoria, 10,3% dos alunos ressaltam as aulas práticas
realizadas no laboratório como uma prática avaliativa de seus professores que
ajudaram a aprender, como dizem: “Sim, em algumas aulas práticas nas disciplinas
de física e de biologia, nos quais, nos foram demonstrados o que tínhamos estudado
52
na teoria” (A9) e “[...] tem aulas como a de química e de física que usamos o
laboratório, [...]. Aulas práticas com experiências me ajudaram muito” (A21).
Associa-se, as respostas dos alunos sobre as aulas práticas realizadas em
laboratório, o que diz Guimarães (2009 apud SOUSA et al., 2012, p. 2), onde:
A experimentação é uma estratégia [...] que gera questionamentos capazes de estimular o aluno à investigação, desenvolvendo neste jovem a capacidade de pesquisar respostas para o problema gerado a partir da prática experimental, permitindo uma contextualização das aulas, bem como ajudando no processo de ensino e aprendizagem.
Reforça um desses alunos quanto à importância que acrescenta a respeito
das aulas práticas nas disciplinas de física e de biologia, ao expressar-se: “[...], nos
foram demonstrados o que tínhamos estudado na teoria” (A9). À vista disso, Borges
(2002 apud ZIDOI; ZUKOVSKI, 2011, p. 4) comenta que o intuito das aulas práticas
é “[...] mostrar ao aluno o que aprendeu nas aulas teóricas, para que este possa ver
na prática como acontece o assunto abordado na aula teórica”.
Na terceira categoria, outros (10,3%) dos alunos mencionam a maneira
como os seus professores agem no processo educativo, com destaque aos
exemplos do dia a dia, como argumentam: “[...], já foram usados exemplos da vida
cotidiana para explicar algo mais complicado” (A3) e “Quando os professores
explicam os conteúdos com exemplos do dia-a-dia, ou mesmo relatando um fato
ocorrido em sua vida” (A13). Diante disso, Masetto (2003, p. 43) frisa que a
aprendizagem,
[...] se dá quando: se relaciona com o universo de conhecimento, experiências e vivências do aprendiz. Quando se lhe permite formular perguntas e questões que de algum modo o interessem e o envolvam ou lhe digam respeito; quando lhe permita entrar com confronto experimental com problemas práticas que lhe permitam juntar o que aprendeu com a vida cotidiana.
Na quarta categoria, 3,4% dos alunos enfatiza a maneira como os seus
professores agem no processo de ensino e aprendizagem, com destaque ao
atendimento individualizado ao educando, assim comunica A27: “[...] o professor me
explicou meio que individualmente e fez com que eu aprendesse”. Retrata com a
referida resposta o que dizem Petrucci e Batiston (2006 apud MAZZIONI, 2013, p.
100), em que “O ensino individualizado é a estratégia que procura ajustar o processo
53
de ensino e aprendizagem às reais necessidades e características do discente”. E
dessa maneira, “[...] é necessário que o tempo de aprendizagem seja diversificado, o
que permite que cada aluno construa seu conhecimento no seu próprio ritmo.”
(FREITAS, 2003 apud PREITE, 2010, p. 35).
Na quinta categoria, entre os 29 (vinte e nove) questionários aplicados com
alguns alunos do ensino médio de um colégio público, 17,2% destes não
apresentaram respostas para esta pergunta: ‘Se você vivenciou alguma prática
avaliativa de seus professores que te ajudaram a aprender, conte o que ele fez e o
que você aprendeu. ’ E outras respostas expressas por 24,1% dos alunos não foram
categorizadas por não se encaixarem nas categorias descritas anteriormente, não foi
possível interpretá-las, pois as respostas apresentam-se incompletas e confusas,
como por exemplo: “Várias coisas contribuíram para o meu aprendizado, e que cedo
ou tarde irá fazer diferença em minha vida” (A14) e “Muitas coisas, [...]” (A26).
A análise das respostas, sobre as práticas avaliativas vivenciadas no
processo de ensino e aprendizagem, possibilitou identificar que os alunos
destacaram: seminários, atividades aplicadas em sala, aulas práticas no laboratório;
além de ressaltaram a forma como os professores agem no processo educativo, com
exemplos do dia a dia e atendimento individualizado, em uma perspectiva da
avaliação formativa que “[...] tem a finalidade de proporcionar informações acerca do
desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, [...]” (GIL, 2006, p. 247-
248) e “[...] para que o professor possa ajustá-lo às características dos estudantes a
que se dirige.” (GIL, 2006, p. 247-248).
Na sexta pergunta (Quadro 6), destaca-se a categorização sobre a pergunta:
‘O que você faz quando recebe um instrumento avaliativo corrigido pelo seu
professor? Por quê?’
54
Quadro 6 - O que você faz quando recebe um instrumento avaliativo corrigido pelo seu professor? Por quê?
Nº Categorias Nº/Percentual
1 Revisão das questões erradas 16 alunos 55,1%
2 Recuperação das questões erradas para recuperar a nota 2 alunos 6,8%
3 Revê a correção do professor 7 alunos 24,1%
4 Guardam a prova 4 alunos 13,7%
Fonte: Próprio autor (2015)
Na primeira categoria, a maioria dos alunos (55,1%) disse que quando
recebem um instrumento avaliativo corrigido pelo seu professor, fazem a revisão das
questões erradas, e assim relatam: “[...] vejo onde errei para que eu possa melhorar”
(A5), “Faço uma correção das questões que errei” (A12), “Eu vejo o que eu errei e
tento melhorar” (A20) e “Vejo onde eu errei e vou estudar para aprender mais para
não permanecer no mesmo erro” (A26). Diante do que foi dito pelos alunos, Moraes
(2011, p. 239) explica que o instrumento avaliativo numa perspectiva da avaliação
formativa “[...] vai possibilitar ao professor e aluno condições para perceber não
apenas os erros, mas seus progressos e dificuldades e fornece indicadores sobre
eventuais falhas no processo didático, [...]”. Nesta situação, favoreceu os alunos à
busca do aperfeiçoamento da aprendizagem.
Para isso, é relevante que o educador conheça “[...], por que, para que e
como ensina, avalia e aprende, tendo mais condições de avaliar o seu trabalho, de
reconstruí-lo e de elevá-lo a outro patamar de qualidade.” (CAVALCANTI NETO;
AQUINO, 2009, p. 4). Além de fazer o exercício de reflexão sobre a indagação: “Que
tipo de ser humano pretende formar”, ou seja, uma formação humana em que o
aluno é um ser social e um sujeito ativo no processo de aprendizagem ou uma
formação humana em que o aluno é um ser social e um sujeito passivo no processo
educativo. Neste caso, enfatiza-se a necessidade da formação humana do aluno
estar voltada para a emancipação e transformação deste sujeito, em que, os saberes
aprendidos por ele sejam relevantes para a transformação social e utilização na
própria vida.
Na segunda categoria, 6,8% dos alunos destacam que quando recebem um
instrumento avaliativo corrigido pelo professor, principalmente com relação à prova,
55
realizam a correção das questões erradas para recuperar a nota. Segue o
comentário: “[...] fazemos a recuperação dos erros da prova. Desse modo, quem
tirou nota muito ruim ajuda a recuperar” (A8). Posto isso, Luckesi (2002, p. 24)
anuncia que “[...] as notas se tornam a divindade adorada tanto pelo professor como
pelos alunos. [...]. É a nota que domina tudo; é em função dela que se vive na
prática escolar”. E a autora Hoffmann (1999) complementa dizendo que os alunos
atribuem a avaliação diferentes e variados significados “[...], relacionados,
principalmente, aos elementos constituintes da prática avaliativa tradicional: prova,
nota, boletim, recuperação, [...].” (HOFFMANN, 1999, p. 14), conforme anunciado
pelos alunos.
Na terceira categoria, 24,1% dos alunos comentam que reveem a correção
do professor, como acentuam: “Avalio se a correção está correta porque às vezes os
professores erram” (A2), “Dou uma avaliada novamente para ver se o instrumento
avaliativo está corrigido corretamente, [...]” (A14) e “[...], revejo a correção das
questões, pois, talvez algum professor pode [...] na correria de corrigir muitas provas,
acabar se enrolando e corrigindo alguma coisinha errada” (A23).
Na quarta categoria, outros alunos (13,7%) enfatizam que guardam a prova:
“Guardo caso eu venho a precisar dela novamente” (A24).
A análise das respostas dos alunos, sobre o que fazem quando recebem um
instrumento avaliativo corrigido pelo seu professor, possibilitou identificar que os
alunos apresentaram as mais variadas respostas para esta pergunta. No entanto, a
maioria dos alunos (55,1%) faz a revisão das questões erradas, destacando os
instrumentos avaliativos numa perspectiva da avaliação formativa com o “intuito de
transformá-los em auxiliadores na coleta de dados e de reflexão para professores e
alunos sobre o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem.” (REHEM;
VALASQUES; SANTOS, 2012, p. 8). Já 6,8% dos alunos realizam a recuperação
das questões erradas para recuperar a nota, em que esta visão destaca-se numa
perspectiva da avaliação classificatória; outros (24,1%) reveem a correção do
professor e para 13,7% dos alunos apenas guardam a prova.
56
CONSIDERAÇÕES FINAIS: TEORIAS E REPERCUSSÕES NAS VOZES DOS SUJEITOS PROTOGONISTAS
Este trabalho teve como objetivo compreender a concepção da avaliação da
aprendizagem de alunos que cursam o Ensino Médio em um Colégio Público.
Elaborado a partir do levantamento bibliográfico referente ao conceito de avaliação
nas perspectivas classificatória e formativa e aos instrumentos avaliativos, quanto à
função destes no processo de ensino e aprendizagem, realizou-se a análise de
conteúdo das falas de alguns alunos que participaram e contribuíram para a
realização deste estudo sobre a temática: “A avaliação no processo de ensino e
aprendizagem: a concepção de alunos do Ensino Médio” e destacou-se a
compreensão e a interpretação reflexiva e crítica das informações acerca das
concepções e dos significados da avaliação da aprendizagem.
Ao analisar as falas dos alunos participantes desta pesquisa, observou-se
que os mesmos apresentaram os mais variados significados sobre avaliação, haja
vista que a esta é atribuída vários sentidos; posto que a educação seja um
fenômeno próprio dos seres humanos, encontra-se sempre em constante mudança,
e, que para cada sociedade e época irá apresentar conceitos determinados de
homem; aluno; professor; escola; educação; avaliação, além da relação entre ensino
e aprendizagem.
Entre as diversas concepções destacadas pelos alunos pesquisados sobre a
avaliação da aprendizagem, notou-se que alguns deles confundem instrumentos
avaliativos com avaliação, principalmente ao que se refere à prova. Em vista disso,
confirma os referenciais teóricos enunciados neste trabalho que a avaliação é
conceituada como um processo no ensino e aprendizagem, e que a prova é um dos
instrumentos avaliativos que prevalece no processo educativo.
Ao que se refere à avaliação na perspectiva formativa, que apesar de ser
reconhecida pelos educandos e de estar presente no processo de ensino e
aprendizagem, prevalece, no entanto entre eles, à concepção da avaliação
classificatória, a qual se avalia para verificar a quantidade de conteúdos construídos
no ato educativo. A avaliação nesta perspectiva, denominada de classificatória,
realçada por alguns dos alunos, destaca-se pelo seu aspecto quantitativo como uma
de suas características, isto é, a relevância está para a quantidade de conteúdos e
de acertos e não para processo de construção das aprendizagens e dos
57
conhecimentos dos alunos. Nesta perspectiva, o ato de averiguar a aprendizagem
adquirida pelo aluno, torna-se momentâneo e não contribui para superação de suas
dificuldades e erros em todo o processo avaliativo e educativo. Nesse sentido, a
quantidade de informações não é a garantia de que o educando aprendeu realmente
o conteúdo dos ensinamentos que lhe foi atribuído.
Com relação aos instrumentos avaliativos utilizados pelos professores para
avaliar a aprendizagem dos alunos, os entrevistados apontaram entre outros:
trabalhos, provas, seminários e atividades. Os instrumentos avaliativos na
perspectiva da avaliação formativa proporcionando realizar o processo de coleta, de
investigação, de reflexão, de análise, de interpretação e de retomada das
informações, ou seja, o que o educando acertou, o que ele errou, o porquê errou, o
que faltou e qual o caminho o educando deve percorrer para que supere as suas
dificuldades e erros, e construa uma aprendizagem efetiva, enquanto possibilitará ao
professor rever a sua teoria e prática, considerando as necessidades reais do
educando.
Outro aspecto destacado por alguns dos alunos participantes deste estudo
refere-se à diversificação dos instrumentos avaliativos de aprendizagem, o que
significa não se valer apenas de um destes, a exemplo o da prova, mas também
expandir para: seminários, trabalhos, tarefas, portfólio, mapa conceitual, resenhas,
redação entre tantos outros, afinal, os saberes podem ser aprendidos de diferentes
maneiras pelos alunos, e cada um destes aprende e se expressa de uma
determinada forma no processo educativo.
Percebeu-se nas falas de alguns dos alunos, bem como no referencial
teórico expresso neste estudo sobre a avaliação da aprendizagem, que geralmente
a prova, dentre os variados instrumentos da avaliação, é um dos mais utilizados no
processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, alguns deles destacaram a prova
na perspectiva da avaliação formativa, o que propiciou fazer a coleta e a análise das
informações a respeito das aprendizagens, dos conhecimentos, das dificuldades e
dos erros encontrados pelos alunos durante todo o processo de construção dos
saberes destes mesmos sujeitos, além de proporcionar ao professor refletir, analisar
e avaliar o seu trabalho pedagógico.
Por outro lado, outros alunos apresentaram uma visão negativa com relação
à prova, associando este instrumento de avaliação com o simples ato decorar os
58
conteúdos que foram trabalhados no contexto da sala de aula, em que a
preocupação em memorizar as informações para responder a prova, deixa de lado à
reflexão sobre o processo de aprendizagem. Essa perspectiva caracteriza-se como
um dos aspectos que representa a tendência tradicional de ensino com ênfase no
produto (nota) e resultado final (aprovado/reprovado).
De acordo com a pesquisa realizada com vinte e nove alunos do Ensino
Médio de um Colégio Público, alguns destes reforçaram primeiro o aspecto
quantitativo (nota e o resultado), e em segundo plano, a reflexão sobre o processo
de aprendizagem. Nesse sentido, o avaliar classificatório tem como objetivo
classificar o aluno como aprovado/reprovado e atribuir uma nota para este sujeito,
onde o interesse se concentra apenas no produto (nota) e no resultado e não no
processo de construção dos conhecimentos.
Os participantes desta pesquisa compartilharam da mesma ideia em que o
avaliar no ato educativo não se resume apenas no processo de construção das
aprendizagens do aluno. Considera-se também o trabalho pedagógico dos
professores no processo de ensino e aprendizagem, envolve as metodologias, os
instrumentos avaliativos e a forma como o professor atua no processo educativo que
contribuem também para que os alunos aprendam.
Os resultados da análise dos dados deste trabalho revelaram que conceituar
a avaliação da aprendizagem com foco na visão de alunos do Ensino Médio, implica
em variadas concepções e significados, mesmo porque a avaliação tanto na
perspectiva formativa quanto na classificatória, estão presentes no contexto escolar.
A avaliação deve ser considerada processual no ensinar e aprender, em que se
avalia a trajetória de construção das aprendizagens de cada aluno, como também o
trabalho pedagógico realizado pelo professor. Deve-se levar em conta que a
avaliação no processo educativo precisa ir além do aspecto quantitativo, porque ela
é ação, reflexão e ação no processo de ensino e aprendizagem, de acordo com o
referencial teórico abordado neste estudo.
Com base nessa ideia de que a qualidade na avaliação deve superar a
quantidade, reforça-se a importância da valorização do vínculo entre professores e
alunos; pois a partir dessa interação, estabelece-se a proposta de descobrir e
reconhecer os potenciais e capacidades do aluno e assim, contribuir para o
59
fortalecimento de sua imagem, com reflexo na necessidade de transformar a
realidade da avaliação da aprendizagem no contexto escolar do Ensino Médio.
Para finalizar, esta pesquisa sugere reflexões futuras acerca do tema
abordado e propostas de mudanças com visão no processo de avaliação para a
melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem dos alunos.
60
REFERÊNCIAS
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68
APÊNDICES
69
APÊNDICE A
Termo de consentimento livre e esclarecido
Estou realizando uma pesquisa que constitui um dos requisitos para
concretização da Graduação em Educação do Curso de Pedagogia da Universidade
Estadual de Londrina. O objetivo desse estudo é compreender as concepções da
avaliação da aprendizagem de alunos que cursam o Ensino Médio.
O estudo, se autorizado, será realizado no Colégio Estadual Jayme Canet –
Ensino Médio e Normal, localizado em Bela Vista do Paraíso, junto com o grupo de
alunos que cursam o Ensino Médio. Afora a autorização da instituição referida
anteriormente, os alunos serão consultados e ser-lhes-á também solicitada
autorização para que respondam o questionário relativo ao tema: A avaliação no
processo de ensino-aprendizagem.
Informo que os nomes dos respondentes participantes desta pesquisa não
serão declarados, assim como a identificação da instituição será preservada. E que
ainda as informações prestadas serão trabalhadas com o propósito de atender aos
objetivos da pesquisa, bem como, as mesmas serão utilizadas exclusivamente para
fins acadêmicos.
Comprometemos aos esclarecimentos necessários e assumimos o
compromisso de dar um retorno dos resultados das pesquisas à instituição. Desde já
agradeço antecipadamente.
Atenciosamente,
_____________________________
Thais Salomão
Graduanda do Curso de Pedagogia em Educação
da Universidade Estadual de Londrina
Concordo com o teor acima exposto
____________________________
Nome completo ____________________________
Assinatura
70
APÊNDICE B
Roteiro para o questionário
Idade: _________ Sexo ( ) Masculino ( ) Feminino
Qual a série que você cursa? ____________
1) O que você entende por avaliação da aprendizagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2) Quais instrumentos avaliativos seus professores utilizam para avaliar a sua
aprendizagem?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3) Como você acha que deveria ser avaliada a sua aprendizagem? ___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________
4) A avaliação da aprendizagem efetivada por seus professores te ajuda a
aprender?
( ) sim ( ) não
71
Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5) Se você vivenciou alguma prática avaliativa de seus professores que te ajudaram
a aprender, conte o que ele fez e o que você aprendeu.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
6) O que você faz quando recebe um instrumento avaliativo corrigido pelo seu
professor? Por quê?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Obrigada!